http://www.youtube.com/watch?v=dK2EOAcWGEE
http://www.youtube.com/watch?v=br2DfBUElH8
http://www.youtube.com/watch?v=94_dMn-rO94
http://www.youtube.com/watch?v=GD3VsesSBsw
http://arsgladiatoria.wordpress.com/artigos/acavalaria-medieval/
http://www.youtube.com/watch?v=kBol2p_S1F4
http://www.youtube.com/watch?v=usXZ1l8OkVM
A INVESTIDURA
O ingresso na cavalaria evoluiu com o tempo para
um processo formal. O pretendente, geralmente
nobre, iniciava sua formação como pajem, aos sete
anos, na casa de um parente ou suserano do próprio
pai. Ao completar 12 anos, entrava para o serviço de
seu senhor feudal e recebia instrução militar e
formação em outras disciplinas. Se provasse sua
competência, aos 14 anos, tornava-se escudeiro
numa cerimônia em que lhe entregavam a espada e
as esporas de prata. A partir daí acompanhava seu
senhor nas campanhas militares. Finalmente, aos 21
anos, mediante um ritual de caráter religioso, o
jovem se tornava cavaleiro.
O cerimonial de ascensão a cavaleiro variou
consideravelmente ao longo da história e nas diferentes
regiões da Europa. O ritual podia ser complexo,
realizado na presença do rei e em dia de festa, ou muito
simples, no próprio campo de batalha. O jejum, a vigília
das armas, a comunhão e a bênção da espada
constituíam a base do cerimonial. O aspirante a cavaleiro
pronunciava então seu juramento, segundo diferentes
fórmulas.
Ajoelhava-se diante seu senhor e prestava o devido
juramento, recebia no ombro ou na nuca um golpe
desferido por seu senhor com a parte plana da espada.
Seu senhor, por sua vez, dava-lhe três golpes no ombro
com a espada, simbolizando as últimas ofensas que
haveria de admitir, e dizia: “Em nome de Deus, de São
Miguel e de São Jorge, eu vos armo cavaleiro. Sede
valente, leal e generoso.” Por fim, no pátio do castelo, o
cavaleiro recém-sagrado saltava sobre seu cavalo e
galopando, demonstrava com sua espada e sua lança as
técnicas que demonstravam sua destreza.
No século XI, certas fórmulas do ritual punham em evidência
a influência da igreja: o sacerdote benzia a espada e lembrava
que ela devia servir à igreja, às viúvas, aos órfãos e a todos os
servidores de Deus contra a crueldade dos pagãos. No século
XII, o ritual incluía a purificação com um banho e o cavaleiro
recebia uma camisa de linho, símbolo da pureza, e uma
túnica vermelha, imagem do sangue que devia verter em
defesa do ideal cristão.
Os ideais da cavalaria foram enriquecidos com a adoção
rigorosa dos princípios cristãos, como o respeito à igreja, a
busca do Santo Graal, lealdade ao senhor, defesa da honra e
outros. A honra era considerada qualidade essencial de um
cavaleiro: dela deveria cuidar mais que a própria vida. Se um
cavaleiro cometesse ato de covardia, impiedade, traição ou
outro delito que manchasse o ideal cavaleiresco, era
submetido à degradação: suas armas eram publicamente
quebradas e pisoteadas; tiravam-se as esporas, e seu escudo
– do qual se arrancava o brasão – era arrastado na cauda de
um cavalo, era proclamado infame e todos podiam injuriá-lo.
Depois coberto de trapos, levavam-no para a igreja numa
padiola, ao som de músicas fúnebres, por meio dessa
encenação, o ex-cavaleiro era considerado morto.


Vem de “trovador”, de “trova”, do Latim TORQUERE,
”torcer, imprimir um movimento de rotação”, do
Grego TROPOS, “direção de um canal, atitude,
modo, tom”, que acabou terminando com o
significado de “compor uma música”.
"Trovadorismo, nome dado ao primeiro período da
literatura, assim chamado porque os poetas faziam
poesias para ser cantadas, ou trovas, daí este
nome. O poeta era um nobre chamado de
trovador."
Debate-se muito a origem da palavra “trovador”,
mas parece que se deriva do verbo occitano trobar,
que significa “compor, inventar ou encontrar. Assim,
os trovadores conseguiam achar a palavra ou a rima
certa para seus versos elegantes. Musicava-se a
poesia, que então podia ser cantada. Viajando de
aldeia em aldeia, muitas vezes acompanhados por
menestréis profissionais, chamados jograis, os
trovadores executavam suas canções com harpa,
viela, flauta, alaúde ou violão. Nas casas dos ricos,
bem como em mercados, torneios, feiras, festivais e
banquetes, em geral a música fazia parte do
entretenimento.
Trovadorismo (Início – 1189 ou 1198 – Término
1418)
Feudalismo
Havia senhores feudais, nobres de alta linhagem,
fidalgos (cavaleiros e escudeiros), o clero, servos e
escravos. Os trabalhadores eram vassalos dos
senhores (nobres e eclesiásticos), estes, por sua vez,
eram vassalos do rei.
Teocentrismo
Nesta época, a organização social era pautada por
uma visão teocêntrica de mundo, ou seja, Deus é
tido como centro do universo, um ser absoluto. O
homem nasce para obedecer, ou mesmo seguir um,
caminho pré-determinado, sem opções, sem livrearbitrio. Todos os atos humanos eram explicados
por forças ocultas. Havia em Portugal muita
religiosidade, igrejas lotadas, santuários e romarias.
Trovadorismo – vem do verbo trouver (achar) 0
trovador, trobadou em frencês, é aquele que “acha
sua cantiga”.
Podemos dizer que o trovadorismo foi à primeira
manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu
no século XII, em plena Idade Média, período em que
Portugal estava no processo de formação nacional.
O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da
Ribeirinha” (conhecida também como “ Cantiga da
Gaivota”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano
de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o
ano de 1418.

No mundo ninguém se assemelha a mim
enquanto a vida continuar como vai,
porque morro por vós, e ai!
minha senhora alva de pele rosadas,
quereis que vos retrate
quando eu vos vi sem manto.
Maldito dia que me levantei
E não vos vi feia
E minha senhora, desde aquele dia, ai!
tudo me foi muito mal
e vós, filha de Don Paio
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia
pois eu, minha senhora, como presente
Nunca de vós recebera algo
Mesmo que de ínfimo valor.( Paio
Soares Taveirós)
No mundo ninguém se assemelha a mim
Enquanto a vida continuar como vai,
Porque morro por vós e - ai! Minha senhora alva e de pele rosadas,
Quereis que vos retrate
Quando eu vos vi sem manto.
Maldito seja o dia em que me levantei
E então não vos vi feia!
E minha senhora, desde aquele dia, ai!
Tudo me ocorreu muito mal!
E a vós, filha de Dom Paio
Moniz, parece-vos bem
Que me presenteeis com uma guarvaia,
Pois eu, minha senhora, como presente,
Nunca de vós recebera algo,
Mesmo que de ínfimo valor.
Trovadores
Na lírica medieval, os trovadores eram artistas de
origem nobre, que compunham e cantavam, com o
acompanhamento de instrumentos musicais, as
cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram
manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como
Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três
Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”,
“Cancioneiro da Ajuda”, e “ Cancioneiro da Vaticana”.
Os trovadores de maior destaque na lírica galegoportuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio
Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires
Nunes e Meendinho.
Poesia Trovadoresca: pode ser dividida em dois
gêneros: lírico e satírico.
O gênero lírico se subdivide em duas categorias
(cantigas de amor e cantigas de amigo)
e o satírico é caracterizado pelas (cantigas de
escárnio de cantigas de maldizer)
Cantigas de amor: o trovador assume um eu - lírico
masculino e se dirige á mulher amada como uma
figura idealizada e distante. Ele se coloca na posição
de fiel vassalo, a serviço de sua senhora – a dama da
corte -, fazendo desse amor um objeto de sonho,
distante e impossível.
Cantigas de amigo: Têm origem popular, eu- lírico
feminino e marcas evidentes da literatura oral
(reiterações, paralelismo, refrão e estribilho). Esses
recursos, típicos dos textos orais, facilitam a
memorização e execução das cantigas.
(Martim Codax)
Cantiga de amigo D. Dinis:
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
Cantigas de escárnio: São composições em que se
critica alguém através da zombaria e do sarcasmo,
Trazem satíricas indiretas por encobrir a
agressividade através do equívoco e da
ambiguidade.
http://letras.mus.br/gabriel-pensador/30449/
http://letras.mus.br/os-paralamas-dosucesso/439836/
http://www.youtube.com/watch?v=HzTqM0g0kvg

Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louvo em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar;
dona fea, velha e sandia!
dona fea, se Deus mi pardom,
pois avedes atam gram coraçom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero ja loar toda via;
e vedes qual sera a loaçom:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora ja um bom cantar farei;
em que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia
( Joan Garcia de Guilhade)

Uma dona, não vou dizer qual,
teve um forte agouro,
pelas oitavas de Natal:
saía de casa para ir à missa,
mas ouviu um corvo carniceiro
e não quis mais sair de casa.
A dona, de um coração muito bom,
ia à missa
para ouvir seu sermão,
mas veja o que a impediu:
ouviu um corvo sobre si
e não quis mais sair de casa.
A dona disse: - E agora?
O padre já está pronto
e irá maldizer-me
se não me vir na igreja.
E disse o corvo: - Quá a cá
e ela não quis mais sair de casa.
Nunca vi tais agouros,
desde o dia em que nasci,
como o que ocorreu neste ano por aqui:
ela quis tentar partir,
mas ouviu um corvo sobre si
e não quis mais sair de casa. (Joan Airas de Santiago)
Quem a sua filha quiser dar
uma profissão com que
possa prosperar
há de ir a Maria Dominga,
que lhe saberá muito bem mostrar;
e vos direi o que lhe fará:
antes de um mês lhe ensinará
como rebolar as ancas.
E já lhe vejo a ensinar e sustentar
uma filha sua;
e quem observar bem suas artes
pode afirmar isto:
que de Paris até aqui
não há mulher
que rebole melhor.
E quem deseja enriquecer
não ponha sua filha a fazer
trabalhos manuais;
enquanto esta mestra aqui estiver
ela lhe ensinará a profissão certa
para que seja uma mulher rica,
a não ser que lhe faltem homens.
como rebolar as ancas.
Deve-se saber disso,
para aprender essas artes;
além disso, pode-se aprimorar
cada vez mais na profissão;
e depois que aprender tudo muito bem,
irá sustentar-se como puder;
Sustentar-se com seu próprio trabalho. (Pero da Ponte)
Cantigas de maldizer: Apresentam sátira direta,
contundente e clara. Muitas vezes, há trechos de
baixo calão e a pessoa alvo é citada nominalmente.

“Ben me cuidei eu, Maria Garcia ,
en outro dia, quando vos fodi ,
que me non partiss'eu de vós assi
como me parti já, mão vazia ,
vel por serviço muito que vos fiz;
que me non deste, como x'omen diz,
sequer um soldo que ceass’ um dia.
Mais detsa seerei eu escarmentado
de nunca foder já outra tal molher,
se m'ant'algo na mão non poser,
ca non ei porque foda endoado ;
sabedes como: ide-o fazer
con quen teverdes vistid'e calçado.


Ca me non vistides nem me calçades
nem ar sel'eu eno vosso casal ,
nen avedes sobre min non pagades;
ante mui ben e mais vos en direi:
nulho medo, grad'a Deus, e a el-Rei ,
non ei de força que me vós façades.
E, mia dona, quen pregunta non erra ;
e vós, por Deus, mandade preguntar
polos naturaes deste logar
se foderan nunca en paz nen en guerra,
ergo se foi por alg'ou por amor.
Id'adubar vossa prol, ai, senhor,
c'avedes, grad'a Deus, renda na terra.” (Afondo
Eanes do Coton)
QUADRO COMPARATIVOS ENTRE AS CANTIGAS TROVADORESCAS
Cantigas de amor
Cantigas de amigos
Origem Provençal
Eu lírico masculino
Objeto desejado: a dama; a senhor
O homem presta a vassalagem
amorosa; sofre pelo amor não
correspondido "Coita"
Mulher idealizada, superior
Ambiente palaciano (aristocrático)
Origem Galego Portuguesa
Eu lírico feminino
Objeto desejado: o amigo
A mulher sofre pelo amante, namorado ausente
Cantigas de escárnio
Cantigas de maldizer
Ataque indireto
Predomínio da ironia e do
sarcasmo
Crítica a costumes, pessoas e
acontecimentos
Não declamação de nomes
Ataque direto
Predomínio de palavras chulas (baixo nível)
Mulher real, mais concreta
Ambiente Rural (popular)
Críticas a costumes, pessoas e acontecimentos
Declamação do nome da pessoa criticada
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CANTIGAS TROVADORIETAS