COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS 1º ANO DO ENSINO MÉDIO - 2013 Professor (a): Carlos Roberto 2ª RECUPERAÇÃO AUTÔNOMA Roteiro de Estudos de Literatura Estudante: _______________________________________________ Turma: ___ ______________________________________________________________________ Questão 1. Em qual opção há erro na identificação das figuras? a) “Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono.” (eufemismo) b) “A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.” (Prosopopeia) c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta R. de Janeiro (Silepse de números) d) “E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua…” (aliteração) e) “Oh sonora audição colorida do aroma.” (Sinestesia) Questão 2. É terminantemente proibido animais circulando nas áreas comuns a todos, principalmente para fazerem suas necessidades fisiológicas no jardim do condomínio, onde pode por em risco a saúde das crianças que ali brincam descalças. (Extraído de um relatório de prestação de contas da administração de um prédio.) Assinale a opção que apresenta figuras de linguagem presentes no texto: a) Pleonasmo e eufemismo. b) Metonímia e eufemismo. c) Pleonasmo e polissíndeto. d) Pleonasmo e metonímia. e) Eufemismo e polissíndeto. Questão 3. Assinale a figura de linguagem predominante no seguinte trecho: A engenharia brasileira está agindo rápido para combater a crise de energia. a) Metáfora. b) Metonímia. c) Eufemismo. d) Hipérbole. e) Pleonasmo. Questão 4. Figuras de Linguagem são os desvios da norma culta, enquanto reforço de mensagem. Observe o seguinte fragmento: A luz crua da madrugada invadia meu quarto. Identifique a figura: a) antonomásia b) barbarismo c) eufemismo d) sinestesia Questão 5. A frase em que NÃO há identificação correta de uma figura de estilo é: a) a escolher uma alternativa menor, conquistar o mundo = ironia. b) Vitor Hugo empolgaria multidões e faria história com a força da palavra escrita = hipérbole. c) sem nunca ter trocado a palavra e a imaginação por armas = metáfora. d) o mundo se pensava e se entendia = personificação. e) é a medida do fracasso desta missão, ou desta ilusão = antítese. Questão 6. A expressão sublinhada identifica-se como figura de estilo em: a) os leigos sempre se medicaram por conta própria. b) retira oitenta por cento de seu faturamento da venda livre de seus produtos. c) a maioria das pessoas se automedica por sugestão de amigos. d) qualquer farmácia conta com um arsenal de armas de guerra. e) alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio. Questão 7. (URCA CE) No que se refere ao Trovadorismo em Portugal, é CORRETO afirmar: a) Um texto sozinho, como o temos hoje sem acompanhamento de música, nada pode dizer sobre como era a poesia trovadoresca, por exemplo, do ano de 1300. b) A poesia era cantada, ou entoada, e instrumentada, ou seja, letra e pauta musical andavam juntas. c) Duas eram as espécies de poesia trovadoresca: a cantiga de amor e a cantiga de amigo. d) Escritas quase sempre em galego-português, as cantigas trovadorescas representam um estágio amadurecido do idioma português. e) O Trovadorismo estava no seu auge quando começou a colonização no Brasil e para cá vieram grandes trovadores e menestréis. Questão 8. (MACK SP) Poética de Anchieta - Leia. Anchieta escrevia na areia, E a maré levava... Anchieta escrevia na areia, E a maré levava... O bom jesuíta havia assim criado uma espécie de antecipação do computador ... Zuca Sardanga A primeira estrofe do poema recupera da tradição poética medieval o seguinte traço: (A). a idealização da natureza, presente nas cantigas de amor. (B). a progressão textual lógico-argumentativa, típica das cantigas de amigo. (C). o vocabulário erudito das novelas de cavalaria. (D). a ironia corrosiva das cantigas de maldizer. (E). o ritmo cantante da métrica popular, presente nos cancioneiros. Questão 9. Das estrofes abaixo, a que apresenta traços do Trovadorismo é: (A). “Leva na cabeça o pote,/ O testo nas mãos de prata,/ Cinta de fina escarlata,/ Sainha de chamalote;/ Traz a vasquinha de cote,/ Mais branca que a neve pura:/ Vai fermosa, e não segura.” (B). “Se sabedes novas do meu amigo,/ aquel que mentiu do que pôs comigo/ Ai, Deus, e u é?/ Se sabedes novas do meu amado,/ aquel que mentiu do que mi á jurado?/ Ai, Deus, e u é?” (C). “Competir não pretendo/ Contigo, ó cristalino/ Tejo, que mansamente vais correndo/ Meu ingrato destino/ Me nega a prateada majestade,/ Que os muros banha da maior cidade.” (D). “A cada canto um grande conselheiro/ Que nos quer governar cabana e vinha;/ Não sabem governar sua cozinha,/ E podem governar o mundo inteiro.” Questão 10. Leia as afirmativas abaixo para responder à questão abaixo. I.O trecho “Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão vário na capacidade; em forma de movimento, tão preciso e admirável, na ação é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo, o exemplo dos animais” (Willian Shakespeare. Hamlet) exemplifica o estado social da época medieval, principalmente da época do Trovadorismo, em que há a presença de cantigas. II. Como não expressa visão populista nem elitista, a Cantiga de Amor não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, a Cantiga de Amor trata de realçar, na mente dos desvalidos, o momento estreito e dramático de limitação intelectual e de grande esforço para cantar um amor que já não mais se tem. III. A primeira época da História da Literatura Portuguesa inicia-se com o Trovadorismo, quando o trovador Paio Soares de Taveirós dedica uma cantiga de maldizer à filha de Dom Paio Muniz, cantiga denominada A Ribeirinha. Assinale a alternativa CORRETA. (A). Apenas uma afirmativa está correta. (B). Apenas duas afirmativas estão corretas. (C). Três afirmativas estão corretas. (D). Três afirmativas estão erradas. Questão 11. Leia os textos abaixo e responda à questão que seguinte. Texto I se vistes meu amado! Ondas do mar de Vigo, E ai Deus, se verrá cedo! se vistes meu amigo! Martim Codax E ai Deus, se verrá cedo! verrá = virá Ondas do mar levado, levado = agitado Texto II - “Me sinto com a cara no chão, mas a verdade precisa ser dita ao menos uma vez: aos 52 anos eu ignorava a admirável forma lírica da canção paralelística (...). O “Cantar de amor” foi fruto de meses de leitura dos cancioneiros. Li tanto e tão seguidamente aquelas deliciosas cantigas, que fiquei com a cabeça cheia de “velidas” e “mha senhor” e “nula ren”; sonhava com as ondas do mar de Vigo e com romarias a San Servando. O único jeito de me livrar da obsessão era fazer uma cantiga. Manuel Bandeira No texto II, o autor (A). manifesta sua resistência à obrigatoriedade de ler textos medievais durante o período de formação acadêmica. (B). utiliza a expressão cabeça cheia para depreciar as formas linguísticas do galaico-português, como “mha senhor” e “nula ren”. (C). relata circunstâncias que o levaram a compor um poema que recupera a tradição medieval. (D). emprega a palavra cancioneiros em substituição a “poetas”, uma vez que os textos medievais eram cantados. 1. Leia as afirmativas abaixo, a respeito da cultura europeia ocidental durante a Idade Média. Após, responda à questão. I.Embora fosse uma cultura moldada pelo cristianismo, a cultura greco-romana também influenciou os países em formação no final da chamada Idade Média. II. O trovadorismo e a poesia épica foram os alicerces dos romances medievais. III. Os valores humanos foram expressões fundamentais da cultura medieval. Assinale a alternativa CORRETA. (A). Apenas uma afirmativa está correta. (B). Apenas duas afirmativas estão corretas. (C). Três afirmativas estão corretas. (D). Três afirmativas estão erradas. Questão 12. “CANTIGA” Vi chorar uns claros olhos Quando deles me partia. Oh! que mágoa! Oh! que alegria “VOLTAS” (...) O bem que Amor me não deu, No tempo que o desejei, Quando dele me apartei, Me confessou que era meu. Agora que farei eu, Se a fortuna me desvia De lograr esta alegria? (Camões - "Lírica") Mudando andei costume, terra e estado, Por ver se se mudava a sorte dura; A vida pus nas mãos de um leve lenho. Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado, Já sei que deste meu buscar ventura Achado tenho já que não a tenho. (Camões - "Lírica") Em relação aos textos anteriores, SÓ SE PODE AFIRMAR que: (A). o amor realizado é o tema do primeiro poema, e a harmonia entre o poeta e o mundo é o tema do segundo. (B). as expressões "oh que alegria" e "achado tenho já" mostram que, finalmente, o poeta encontra a harmonia. (C). as expressões "me partia" e "me apartei", no primeiro fragmento, são equivalentes, no plano semântico. (D). a forma do segundo fragmento expressa a relação entre a lírica de Camões e o trovadorismo medieval. (E). o verso "me confessou que era meu" indica que o poeta encontrou a felicidade. Leia os textos e responda às questões de número 13 a 22. Autopsicografia – Fernando Pessoa (poeta português) O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas da roda Gira, gira a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. TEXTO 2 – Poética – Cassiano Ricardo (poeta brasileiro) I Que é poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados. II Que é poeta? um homem que trabalha o poema com o suor do seu rosto. Um homem que tem fome como qualquer outro homem. TEXTO 3 – Sem Título – Isac Machado de Moura A poesia é como um pássaro que voa, que corre: foge e se aproxima com ou sem rima em versos corridos: brancos ou coloridos; que ama e critica em rima pobre ou rica. O poeta é qual viveiro convidativo onde o pássaro poesia repousa e ousa inspirar. O poeta inspirado faz sonhar... refletir, chorar ou sorrir sob a magia do verso “avesso do avesso” enfrentando um preço que ninguém quer pagar: o preço da cultura clássica ou popular. Questão 13. Com base no texto de Cassiano Ricardo (parte I), podemos afirmar que: a) A criação poética exige isolamento e trabalho. b) A criação poética não exige esforço; é fruto exclusivo da inspiração. c) Só o convívio com outras pessoas possibilita a criação poética. d) A beleza da arte nada tem de comum com a realidade. Questão 14. Ainda baseado no mesmo texto, assinale a alternativa que melhor se relaciona com ele: a) A criação poética exige esforço. b) A forma poética deve traduzir o esforço exigido na sua elaboração. c) O texto poético exige sobriedade. d) O texto poético é o oposto da simplicidade. Pode-se depreender do texto I, de Fernando Pessoa: a) A divinização do poeta. b) A dessacralização do poeta. c) A desvalorização do poeta. d) A ultravalorização do poeta. Questão 15. Ainda de acordo com o texto I: a) A poesia é feita de sofrimento. b) A poesia exige isolamento. c) A poesia se faz com palavras. d) A poesia é privilégio de poucos. Questão 16. A palavra ilha, empregada no texto de Cassiano Ricardo (parte I): a) Está usada no sentido próprio. b) Está usada em sentido figurado. c) significa isolamento. d) d) é sinônimo de poeta. Questão 17. De acordo com o texto 2 (parte I), a criação poética: a) É fruto exclusivo da inspiração. b) Se faz de acontecimentos. c) Se faz exclusivamente de emoções. d) Exige elaboração técnica. Questão 18. A repetição da palavra homem, na segunda estrofe do texto 2: a) Não traz qualquer efeito expressivo. b) Contribui para a expressividade. c) É apenas ocasional. d) É exigida pela rima. Questão 19. O título da composição de Cassiano Ricardo: a) É perfeitamente dispensável no texto. b) Importa para a compreensão plena do texto. c) Não se relaciona com o tema do texto. d) Só se refere a primeira parte do poema. Questão 20. Assinale a única afirmação absurda: a) Língua, cultura e literatura mantêm estreitas relações. b) Língua, cultura e literatura não têm nenhuma relação. c) A língua é a linguagem de uma comunidade. d) Só existe literatura onde há um povo que pensa, sente, age e se expressa através de uma língua. Questão 21. Considerando o texto 3, de Isac M. Moura, marque C para certo ou E para errado. a) ( ) O poeta é uma pessoa capaz de sentir emoções (chorar, sorrir). b) ( ) O mais importante na poesia é o conteúdo e não a forma. c) ( ) O mais importante na poesia é a forma e não o conteúdo. d) ( ) A rima é fundamental. e) ( ) O poeta pode enfrentar problemas financeiros quanto a aceitação da sua arte. f) ( ) O poeta é um ser sobrenatural. g) ( ) O poeta é humano. Questão 22. Com relação ao texto de Fernando Pessoa, responda as questões a seguir: a) Na primeira estrofe do poema, o autor trabalha com um jogo de palavras. Quais são essas palavras? b) Explique a relação estabelecida na última estrofe entre coração e razão. Questão 23. Marque V ou F. a) ( ) A obra literária é a repetição do real. b) ( ) O artista tem compromisso apenas consigo mesmo. c) ( ) A obra literária é uma espécie de evasão. d) ( ) A noção de belo pode ser representada por uma série de conceitos, de acordo com a noção de cultura de cada um. e) ( ) A função catártica da literatura tem a ver com o conceito de belo. f) ( ) A função lúdica da literatura tem a ver com deleite e diversão. g) ( ) Pode-se afirmar que tudo aquilo que se escreve é literatura. Questão 24. Leia os textos a seguir e responda às questões propostas. TEXTO 01 – da época – MARTIN CODAX Tenho notícias de que hoje chega o meu namorado e irei, mãe, a Vigo. Tenho notícias de que hoje chega o meu amado e irei, mãe, a Vigo. Hoje chega o meu namorado e está são e vivo e irei mãe, a Vigo. Hoje chega o meu amado E está vivo e são E irei, mãe, a Vigo. Está são e vivo E amigo do rei E irei, mãe, a Vigo. Está vivo e são E é da confiança do rei E irei, mãe, a Vigo. TEXTO 02 – atual, com características de cantiga de amigo – Chico Buarque Oh pedaço de mim Oh metade amputada de mim Leva o que há de ti Que a saudade dói latejada É assim como uma fisgada No membro que já perdi Oh pedaço de mim Oh metade adorada de mim Leva os olhos meus Que a saudade é o pior castigo E eu não quero levar comigo A mortalha do amor... Adeus. Questão 25. O texto de D. Dinis é uma cantiga de amor e o texto de Martin Codax, uma cantiga de amigo. Comparando os 2 textos, responda: a) Quem é o eu-lírico, ou seja, o emissor da mensagem de cada um dos textos? b) Com quem fala e de que fala o eu-lírico de cada texto? c) Qual dos textos apresenta maior complexidade de idéias e maior profundidade de sentimentos? d) Como é tratado o sentimento amoroso em cada um dos textos? Questão 26. CANTIGA, PARTINDO-SE – João Roiz de Castelo Branco Senhora, partem tam tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Tam tristes, tam saudosos, Tam doentes da partida Tam cansados, tam chorosos, Da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tam tristes os tristes, tam fora d’esperar bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Releia os quatro versos iniciais da Segunda estrofe. Qual é a palavra responsável pela marcação rítmica do texto? a) No verso “tam doentes da partida”, observamos o emprego da aliteração. Retire do texto outro verso em que tal recurso esteja presente. b) Na primeira estrofe do poema é empregada uma sinédoque. Identifique-a. c) No poema lido, podem ser encontrados vestígios tanto das cantigas de amigo quanto das cantigas de amor. Isso demonstra que a poesia palaciana ainda não tinha se desligado plenamente da herança trovadoresca, dela fazendo uso. d) No poema em estudo, está presente o mesmo tema: a partida do namorado. Entretanto, há uma diferença fundamental quanto ao eu-lírico. Quem fala no poema? e) Tal qual nas cantigas de amor, o poeta se dirige à senhora, falando-lhe de seu sofrimento amoroso. Há, entretanto, uma mudança quanto à sua postura perante a mulher amada, como se verifica nesses versos: “Senhora, partem tam tristes / meus olhos por vós, meu bem.” Que nova postura assume o eu-lírico perante a mulher amada? Destaque a expressão que justifica sua resposta.