Historiando a paisagem
Disciplina: Projeto de paisagismo I
Prof.: Mônica Pernambuco
Evolução dos jardins – do ocidente ao
oriente
• A partir do momento que o homem passou a fixa-se em um
determinado local, abandonando a vida nômade, sentiu a
necessidade de cultivar, próximo as suas moradias, plantas
de interesse para a sua sobrevivência e seu bem estar. Daí
um dos motivos para criação dos jardins.
• O termo jardim originou-se a partir do hebraico “gan-eden”,
GAN (proteger, defender) e EDEN (prazer, encanto)
resultando em GARDEN, em inglês. O jardim é então um
lugar perfeito, de harmonia, beleza, satisfação, enfim, o
paraíso.
• Os conceitos de jardim encontrado na literatura
especializada se diversificam. Define-se como:
• “Um terreno onde se cultivam plantas ornamentais ou
uteis e destinados ao lazer e descanso.”
• “A reunião de elementos vivos e inertes arranjados com
base técnica e estética com a finalidade de ornamentar e
tornar o ambiente agradável ao homem.”
• “Os jardins correspondem ao enquadramento de paisagens
cultivadas pelo se humano com a marcante presença da
vegetação no imaginário ocidental.” (SEGAWA)
• “Sinônimo de adequação do meio ecológico para atender
as exigências naturais da civilização... Fazer um jardim é
muitas vezes microclimas, harmonizá-los, mantendo
sempre viva a concepção de que nessas associações as
plantas colocam lado a lado, quase que numa relação de
necessidade” (BURLE MARX)
• A história da arte dos jardins, em sua trajetória, tem suas
origens no oriente com posterior difusão para o ocidente.
Fatores econômicos, sociais, religiosos, em cada
momento, influenciam na história da arte dos jardins.
• Em cada estilo, percebe-se que os valores mudam
conforme os costumes, os locais, e as circunstancias
históricas vivenciadas por cada povo. Ora se confere aos
jardins valores utilitários, ora eles são concebidos com fins
meramente ornamentais.
• Jardins utilitários são determinados pela sociedade, com
relativamente ao aspecto do suprimento de sua
necessidades básicas.
• Jardins ornamentais são voltados para o estético.
Tipos de jardins
• Jardins são construídos com os mais diferentes fins e, do ponto
de vista institucional, agrupam-se em duas categorias básicas:
• Jardins públicos são aqueles cuja manutenção está a cargo
dos poderes públicos e se destinam ao uso e deteite do povo
(praças e jardins)
• Jardins privado são aqueles de propriedade privada, de uso
familiar ou de uma comunidade.
• Jardins coletivos são aqueles construídos a atender as
necessidades de um grupo social e vinculado a instituições
especificas (igrejas, condomínio, clubes, cemitérios ...)
• Quanto a sua finalidade, os jardins podem ser
classificados em:
• Recreativo – playgrouds, quadras de esporte
• Cultural – zoológicos e botânicos
• Econômico – hortos florestais
Jardins da antiguidade clássica
• Na história da humanidade, tem se constatado a importância
do oriente próximo, como berço das primeiras civilizações.
Estas civilizações antigas contribuíram muito para a evolução
das ciências e das artes, em que o paisagismo se insere.
• O oriente próximo compõe-se do Egito e da Mesopotâmia,
sendo uma região de planícies e de vales desérticos,
atravessado, por grandes e volumosos rios. Possuindo uma
localização privilegiada e dominada pela técnica de irrigação,
os povos antigos puderam, dessa forma cultivar belos jardins
que se destacaram, sobretudo, pelo seu valor utilitário
• Os jardins clássicos (formais) se dividiram, por pequenas
características, em dois ramos, de acordo com sua origem.
A 1ª ramificação, oriunda do estilo Egípcio, foi influenciada
pela Astrologia e a topografia plana nas margens do Rio
Nilo. Dessa influencia, resultaram jardins de traçados com
linhas retas e geometria simétrica. Essa tendência
influenciou os romanos, além de atravessar barreiras
históricas e atingir a França, a Itália e a Inglaterra durante
a renascença.
• A outra tendência que surgiu do clássico, nasceu na
Pérsia, rompendo valores na composição paisagística.
Influenciados pelos egípcios e gregos, tem-se como
inovação o uso de plantas que produziam flores e eram
perfumadas.
Jardins da china
• Os jardins chineses constituíam sempre em verdadeiros
templos de meditação e purificação. Tinham como objetivo
de proporcionar grandeza nos ele de uma composição e
causar fortes impactos à vista do observador.
• Os jardins eram usados para reproduzir em pequenas
escalas a grandeza da natureza.
• Os jardins chinês, prevalecem, as pedras, montanhas e
água silenciosas.
• Se caracteriza por:
– Retratar com perfeição a natureza;
– Linhas curvas suaves;
– Emprego de plantas, num plano secundário, com função
decorativa;
– Ordenar os elementos na composição paisagística de forma
casual;
– Aproveitar os diferentes desníveis do terreno sem alterar sua
conformação natural;
– Contar sempre com um lago central e plantas aquáticas.
O rigor geométrico dos jardins
egípcios.
• As características dos monumentos egípcios - com a
rigidez retilínea e a geometria - fizeram com que os jardins
tivessem uma simetrização rigorosa. Tudo de acordo com
os 4 pontos cardeais.
• As plantas utilizadas eram: palmeiras, sicômoros, figueiras,
videiras e plantas aquáticas.
• O jardim regular era símbolo da fertilidade, sintetizava as
forças da natureza e era a imagem de um sistema racional
e arquitetural baseado no monoteísmo. Osíris para os
egípcios era o deus da vegetação.
Jardins suspensos da Babilônia
uma das maravilhas do mundo antigo
Trata-se de jardins suspensos
da Babilônia, construídos por
volta dos 800 anos a.C, se
caracterizava pela supremacia
dos elementos arquitetônicos
sobre os naturais.
• Os jardins seguiam o traçado
ortogonal e retangular presente
nas construções e cidades das
cidades mesopotâmicas.
• organizavam-se de acordo com
as leis da arquitetura que
possibilitavam escalonar os
mesmos,
através
da
articulação de níveis.
• Os jardins foram distribuídos
em patamares de terraços
suspensos ate uma altura de
100m , onde se avistavam
belas paisagens.
• As espécies utilizadas eram as tamareira, o jasmim, as
rosas, as malva-rosas, as tulipas e também álamos e pinos
que não suportariam viver num clima tão árido e quente,
mas só foi possível devido ao complexo sistema de
irrigação desenvolvido.
• O sentimento religioso estava presente na arte dos jardins,
onde acreditava-se que os jardins dependiam da vontade
dos deuses.
A simplicidade dos jardins gregos
• Os gregos recebiam influencia dos egípcios, porem, seus
jardins apresentavam em relação ao estilo diferenças
notáveis decorrente de fatores ambientais (solo, clima
topografia) e sociais.
• Os jardins possuíam características próximas das naturais,
fugindo da simetria dos egípcios. Desenvolviam-se em
recintos fechados, onde eram cultivadas plantas úteis,
principalmente maçãs, pêras, figos, romãs, azeitonas, uva
e até horta.
• A introdução de colunas e pórticos fazia uma transição
harmoniosa entre o exterior e interior e o jardim era um
prolongamento das partes da casa, às quais ele se ligava.
A sua principal característica era a simplicidade. Os jardins
também ficaram marcados por possuir esculturas humanas
e de animais mais próximas da realidade.
Jardins romanos
• A casa romana repetiu basicamente o modelo grego,
sendo construída no nível da rua, com as habitações
voltadas para dentro, comunicando-se por uma coluna, e
abertas a uma praça anterior. Como características de tais
jardins pode-se ressaltar a grandiosidade e a magnificência
da composição, as perspectivas vastas, que empregaram
como prioridade, a decoração pomposa, a valorização para
fins exclusivamente recreativos.
• Os jardins eram principalmente santuários sociais, onde se
desfrutava de proteção do sol, vento, poeira e ruído das
ruas. A sombra projetada pelas galerias com arcos reduzia
necessidade de arvoredo. As plantas, quando existiam,
eram colocadas em maciços elevados e os pátios se
ornamentavam com tanques de pedra para água, mesas
de mármore e estátuas.
• De tal forma, que a ornamentação se generalizou nos
jardins romanos da época. Em consequência, tais jardins
são metódicos e ordenados, integrando-se às moradias.
• As plantas utilizadas eram: coníferas, frutíferas como
amendoeira, pessegueiro, macieira, videira e outras.
Ciprestes, buxos e louros-anão recebiam "topiárias”.
• A maioria dos jardins romanos também possuíam uma
pequena horta. Talvez por isso, a irrigação era planejada.
• "Vila
Adriana",
construída em Tívoli
para o Imperador
Adriano,
que
perdurou até antes
da guerra de 1939.
Download

O JARDIM NA HISTÓRIA