Educação Especial e Inclusiva I Prof. Gilca Transtornos de Aprendizagem: Discalculia Irinéia Castro Ferreira Andressa Pedralli Participação Professora Lílian Machado Canoas, setembro de 2009 O que é Discalculia A discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números. É um problema de aprendizado independente, mas pode estar também associado à dislexia. Tal distúrbio faz com que a pessoa se confunda em operações matemáticas, conceitos matemáticos, fórmulas, seqüência numéricas, ao realizar contagens, sinais numéricos e até na utilização da matemática no dia-a-dia. A palavra discalculia vem do grego (dis, mal) e do Latin (calculare, contar) formando: contando mal. Aproximadamente de 3 à 6% das crianças apresentam discalculia do desenvolvimento. Desenvolvimento natural da matemática em crianças até 7 anos Idades Características 0 Discriminação de numerais pequenos Pode somar e subtrair Difere seqüências crescentes e decrescentes 2 Conta palavras em seqüência; Correspondência um a um; Reconhecimento de palavras numéricas que significam mais que um. 3 Conta em voz alta pequenos números de objetos; pode somar e subtrair 1 com objetos e palavras numéricas. 4 Pode usar os dedos para ajudar a contar 5 Pode somar pequenos números, não necessariamente em voz alta; pode contar corretamente até 40. 6 Compreende adição e subtração; pode contar corretamente até 80 7 Lembra alguns fatos aritmético de memória Mecanismos envolvidos no desenvolvimento de uma operação aritmética Processamento de informação; Percepção; Reconhecimento e produção de números; Representação número/símbolo; Discriminação viso espacial; Memória de curto e longo prazo; Raciocínio sintático; Atenção. Características de crianças Discalculicas Erro na formação de números (posicionamento); Falta de domínio para cálculos simples; Inabilidade para reconhecer sinais operacionais; Dificuldade na leitura de números com muitos dígitos; Memória fraca para fatos numéricos básicos; Dificuldade para transportar números para local adequado na realização de cálculos. Áreas do cérebro envolvidas no raciocínio matemático Lobo frontal: concentração, planejamento, iniciativa e aos cálculos mentais rápidos, conceitualização abstrata, habilidades de solução de problemas, execução oral e escrita. Lobo parietal esquerdo: habilidades de sequenciação. Processa informações relacionadas às noções de espaço e volume. Lobo occipital: é o centro da visão, onde acontece a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos. Possibilita a diferenciação de objetos de cores e texturas semelhantes. Lobo temporal: é responsável pela percepção auditiva, memória verbal em longo prazo, memória de série, realizações matemáticas básicas. Causas de Dificuldades em Matemática Neurológica Primária Discalculia do Desenvolvimento Secundária Não-neurologica Fatores Escolares Fatores Sociais Ansiedade para matemática •Deficiência mental; •Epilepsia; •Dislexia; •Baixo Peso; •Disfasia; •Síndrome fetal alcoólica. Como auxiliar uma criança com discalculia em sala de aula? Quais são as práticas necessárias para êxito de aprendizagem desta criança? Para responder estas questões pediremos a palavra da Professora Lílian Machado para falar de sua prática com crianças que possuem este transtorno através do Trabalho de Conclusão de Curso que desenvolveu no primeiro semestre do ano de 2009 no qual intitulou de: DISCALCULIA DEFINIÇÃO E CONCEITUALIZAÇÃO UMA DIDÁTICA NECESSÁRIA NA SALA DE AULA PRÁTICA PEDAGÓGICA Realizada com um pequeno grupo de alunos com distúrbios de aprendizagem. Local: Clínica da Psicopedagoga Gilca. A prática pedagógica totalizou 9 encontros. O foco da prática pedagógica se ateve em relatar as dificuldades e os progressos da aluna J. A aluna J. - Idade: 9 anos - 2ª série do Ensino Fundamental - Distúrbio de aprendizagem: Discalculia Inabilidades Matemáticas da Aluna J. 1º encontro: Atividade 2 5º encontro: Atividade 3 4º encontro: Atividade 4 Propostas de atividades não aceitas pela Aluna J. 7º encontro: Atividade 1 9º encontro: Atividade 1 Atividades realizadas com sucesso pela Aluna 3º encontro. Atividade 2. 8º encontro: Atividade 2 4º Encontro. Atividade 4. CONCLUSÃO No decorrer do processo pedagógico, observei que o emprego de material concreto e atividades com aspectos visuais não poluídos levaram a melhores resultados em termos de compreensão e execução das tarefas propostas. Neste sentido, vale ressaltar que também foi possível perceber que, ao dispor de formas visuais dos símbolos numéricos, a aluna discalculica expressou maior desenvoltura tanto em respostas emitidas verbalmente como aquelas que foram elaboradas por escrito.