CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR – CAMEX
“É POSSÍVEL EXPORTAR A
QUALQUER CÂMBIO ?”
Porto Velho (RO), 15 de setembro de 2011.
José Manoel Cortiñas Lopez
Assessor Especial do Secretário Executivo da CAMEX
1
COMÉRCIO EXTERIOR NO
CONTEXTO MACROECONÔMICO
• Fruto das diferenças entre países => arranjos de
distribuição da produção devido a vantagens
comparativas (naturais ou em razão de tecnologia)
e economias de escala
• Aumento do produto final (soma dos países) =>
maiores rendas reais domésticas
• Melhor trilha para o desenvolvimento econômico
(superior a investimento e empréstimo)
• Empresas enriquecem => renda concentra =>
governo formula políticas distributivas (ganhadores
compensam perdedores com sobras)
COMÉRCIO MUNDIAL
GLOBALIZAÇÃO
•
•
•
•
Informação instantânea (conectividade)
Adequação rápida a mudanças (mobilidade)
Uniformização de imagem (visibilidade)
Padronização de produtos (racionalidade)
Características do Comércio Mundial:
• Quebra de grandes entraves: distâncias
físicas e desconhecimento
• Perda de influência dos governos
• Explosão mundial de movimento de capitais
• Divisão internacional do trabalho: migração,
terceirização => especialização
• Redução de custos
PREÇOS X CUSTOS
$
Globalização => vantagem para compradores =>
quedas nos preços (também provocadas pela ampliação
do comércio)
CUSTO
PREÇO
Sobrevivência das
empresas depende de
redução de custos
tC
TEMPO
Previsão normal de quedas de preços
+
Valorização da moeda nacional
(receita de exportação em moeda nacional menor
com custos em moeda nacional mantidos)
II
V
EXPORTAÇÃO INVIÁVEL
Sim ou Não?
Inviabiliza se apenas for mantida a crença do
passado: mexer no câmbio (sempre “remediou”
as “doenças” mais graves de nossa exportação)
II
V
Solução rápida mas com efeitos colaterais perigosos:
• provoca inflação;
• desestabiliza a economia como um todo;
• mascara outros problemas relevantes de
competitividade (com destaque para a burocracia,
a tributação, os custos logísticos e as dificuldades
de acesso a financiamento com taxas atrativas).
Inviabiliza também perante atitude passiva, em
que nada além da oscilação da moeda “empurra”
o exportador (para frente ou para trás)
Sem perigo de errar, pode-se dizer que câmbio é
uma variável que interfere na exportação ou, de
outra forma, a exportação depende do câmbio?
Qual o grau de dependência?
DEPENDE
O produto, o setor, a oferta, a demanda, a
tecnologia, a agregação de valor e vários outros
fatores ou ações desenvolvidas, de forma isolada
ou conjunta, afetam o resultado.
EXPORTAÇÃO 2011
BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA - US$ MILHÕES FOB
Janeiro - Agosto
2006
2007
2008
2009
2010
2010
2011
Exportação
137.807
160.649
197.942
152.995
201.915
126.096
166.713
Importação
91.351
120.617
172.985
127.722
181.649
114.478
146.754
Saldo
46.457
40.032
24.958
25.272
20.267
11.618
19.959
Corrente de
Comércio
229.158
281.267
370.927
280.717
383.564
240.574
313.467
Fonte: SECEX/MDIC
• Em 8 meses exportamos mais do que em todo o ano de 2007
• R$/US$ no nível mais baixo em mais de 10 anos
Óbvias vantagens comparativas em muitas
commodities agrícolas e minerais, conjugadas com
aumentos expressivos de demanda e preços
explicam em grande parte.
II
V
Maior crescimento e maior participação na pauta
por parte dos produtos básicos.
Alertas de “primarização da pauta exportadora
brasileira” (não é uma opção e sim contingência
determinada por circunstâncias, em sua maioria,
exógenas).
E OS INDUSTRIALIZADOS?
Deve-se ter em conta a Demanda Doméstica (Nível de Utilização
de Capacidade Instalada – NUCI)
31/08/2011 às 09:24 – Agência Estado
FGV: USO DA CAPACIDADE DA INDÚSTRIA FICA EM 83,6%
O Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci) da indústria, com
ajuste sazonal, mostrou desaceleração e ficou em 83,6% em agosto, após
atingir o patamar de 84,1% em julho. Este foi o menor nível desde agosto
de 2009 (82,9%), segundo informou nesta quarta-feira a Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
Ainda segundo a Fundação, na série de dados sem ajuste sazonal, o Nível
de Utilização de Capacidade Instalada em agosto foi de 84,0%, ficando
estável em relação a julho.
AINDA SOBRE INDUSTRIALIZADOS...
• A concorrência oriental (especialmente da
China);
• Questão universal;
• A questão cambial chinesa;
• Movimento atual: qualidade e incorporação
de chineses ao mercado interno (ganhos de
escala).
PSA PEUGEOT CITROËN
Razões para aumento da exportação:
• lançamento de novos modelos;
• aumento da demanda de
determinado mercado (Argentina).
YPIÓCA
(cachaça)
Razões para aumento da exportação:
• abertura de mercados;
• novas linhas de produtos
(Premium);
• divulgação da marca e participação
em feiras;
• aceitação de redução das margens
X papel estratégico da exportação.
GRUPO SELMI
(massas e biscoitos Renata e marca Galo)
Razões para aumento da exportação:
• abertura de mercados (EUA);
• diluição de custos entre mercado
interno e externo;
• aceitação de redução das margens
X papel estratégico da exportação.
ALESSA
(grife)
Razões para aumento da exportação:
• maior participação em feiras;
• maior produtividade;
• aceitação de redução das margens
X papel estratégico da exportação.
WEG
(motores elétricos)
Razões para aumento da exportação:
• ajustes nos preços dos insumos
(maior parcela de importados);
• internacionalização da produção
(maior escala de vendas, maior
valor final exportado do Brasil);
• aceitação de redução das margens
X papel estratégico da exportação.
(calçados)
Razões para aumento da exportação:
• investimento na marca (valorização do produto);
• abertura de mercados via concessão da marca (EUA).
FEITIÇOS AROMÁTICOS
(Aromatizantes, Essências e Sais para Banho)
Razões para aumento da exportação:
• investimento na marca (valorização do
produto);
• nova linha de produtos;
• racionalização da logística
internacional (corte de custos).
FIBRIA
(papel e celulose)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Floresta
Manejo florestal
Bahia
Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
Rio Grande do Sul
São Paulo
Celulose e Papel
Unidade Aracruz
Unidade Jacareí
Unidade Três Lagoas
Unidade Piracicaba
Veracel
Papéis Fibria
Madeira
Razões para aumento da exportação:
• aumento da produtividade;
• racionalização da logística interna e
internacional.
MARCOPOLO
Razões para aumento da exportação:
• aumento da produtividade (simplificação da linha de montagem);
• internacionalização da produção (maior escala de vendas, maior
valor final exportado do Brasil).
DECISÃO ESTRATÉGICA - MOTIVOS
• Ampliar clientela e mercados
• Diluir riscos dos mercados (depender menos
de aspectos conjunturais ou econômicos)
• Resistir à entrada de competidores externos
no mercado interno
• Aumentar e/ou melhorar programação da
produção
• Prolongar ciclo de vida de produto
• Utilizar melhor a capacidade instalada
• Diluir e reduzir custos de ordem geral
• Melhorar a produtividade
• Extrair vantagens de aspectos sazonais
DECISÃO ESTRATÉGICA - MOTIVOS
• Incorporar novas tecnologias
• Aprimorar a qualidade
• Dispor de know-how internacional
• Desenvolver novos produtos ou designs
• Desenvolver novas idéias
• Crescer profissional e empresarialmente
• Obter maiores lucros
• Melhorar a imagem perante fornecedores,
bancos e clientes atuais ou em prospecção
• Valorizar a marca
EXPORTAÇÕES
Razões Macroeconômicas
• Geram produção, emprego e renda
• Facilitam e promovem desenvolvimento
e crescimento econômico
• Ampliam a estrutura industrial
• Financiam importações, fundamentais
aos
países
em
desenvolvimento
(reaparelham e modernizam)
• Contrabalançam outros componentes do
Balanço de Pagamentos (juros, rendas,
royalties e serviços)
INCENTIVOS À EXPORTAÇÃO
•
Administrativo:
•
Fiscal / Tributário:
•
Financiamento:
•
Cambial / Monetário: equilíbrio do valor da moeda
•
Promoção Comercial:
•
Infraestrutura: meios físicos eficientes
•
Logística: integração e facilitação dos processos
•
Internacionalização:
normas e regulamentos (racionalização e oferta de
condições ideais de competição)
desoneração e outras formas de apoio como os
regimes aduaneiros especiais (drawback, Recof, etc.)
oferta de recursos com custos competitivos
(ACC/ACE, BNDES/Exim, Proex, pré-pagamento, captações externas, etc.)
esclarecimentos e apoio na prospecção de
clientes, adoção de marketing mais agressivo (criação e divulgação de
marca, participação em feiras, concessões e franquias, etc.)
produção e venda (escala com maior
participação do produto nacional) e aquisições (tecnologia, bens de
capital e insumos)
PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA EXPORTAÇÃO
• Produtividade
• Qualidade
• Satisfação do cliente
• Versatilidade com demandas diferenciadas
• Conter custos sem deixar de customizar
• Assimilar novas
comercialização
técnicas
de
produção
e
• Aperfeiçoar estratégia mercadológica
• Demonstrar identidade ou padrão
• Mudança
de
qualitativos
mentalidade
=>
Saltos
ALGUMAS CONSTATAÇÕES
• As empresas que mais exportam são as
melhores dentro do mercado interno
• As empresas exportadoras têm melhores
níveis de produtividade e possuem políticas
mais adequadas de recursos humanos
• As
empresas
exportadoras
são
mais
inovadoras
que
as
não-exportadoras
(utilizam maior número de novos processos
de fabricação)
• Quem importa mais geralmente também
exporta mais (fator de competitividade)
EVOLUÇÃO DE CUSTOS E PREÇO
$
C1
PI
C2
Quantidade
ou Tempo
Q1
T1
Q2
T2
Exportar é uma alternativa
estratégica de desenvolvimento
empresarial em busca de
eficiência, competência produtiva
e mercadológica, aquisição de
imagem e respeito (qualidade
empresarial visível em marca
forte e reconhecida).
CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR
Secretaria-Executiva
Esplanada dos Ministérios
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Bloco “J”, 7º andar, sala 700
Brasília – DF, CEP: 70053-900
Telefones: + 55 61 2027-7050 / 2027-7090
Fax: + 55 61 2027-7049
[email protected]
29
Download

José Manoel Cortiñas Lopez - Encomex