O que você deve saber sobre SEGUNDO REINADO Com o fracasso dos governos regenciais, evidenciado pelas revoltas separatistas, a solução do Estado brasileiro foi uma manobra liberal para garantir no poder a presença de uma autoridade reconhecida por todos. Foi assim que se deu a antecipação da coroação de D. Pedro II em 1840, com reformas constitucionais que asseguraram plenos poderes ao jovem imperador. Segundo Reinado O Golpe da Maioridade evidenciou a vitória do projeto centralizador defendido por José Bonifácio. Os liberais abriram mão de uma autonomia em nome da união dos estados e da estabilidade política da nação. Inicialmente, o governo de D. Pedro II se deu sobre uma nação agitada por revoltas, como a Balaiada (MA) e a Farroupilha (RS), que só terminaram em 1845. SEGUNDO REINADO I. A Revolução Praieira Os políticos liberais pernambucanos discordavam da necessidade de um governo centralizador. A agitação em Pernambuco fez o governo central indicar um novo presidente provincial, conservador, em 1848. Os liberais se opuseram e decidiram depô-lo por meio de uma revolução armada. O governo reagiu violentamente. Os liberais organizaram propostas que conferiram à Revolução Praieira caráter político e social contrário à monarquia. Em 1849, a revolução já estava completamente derrotada. SEGUNDO REINADO II. O governo do Segundo Reinado Parlamento PODER EXECUTIVO MINISTROS CÂMARA DOS DEPUTADOS PODER MODERADOR (Imperador) PODER LEGISLATIVO SENADO CONSELHO DE ESTADO PODER JUDICIÁRIO SEGUNDO REINADO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA III. As relações entre Brasil e Inglaterra Segunda metade do século XIX: Inglaterra na Segunda Revolução Industrial Escravidão como empecilho à expansão do mercado consumidor + produção de artigos concorrentes com ingleses Brasil como mercado e local de investimentos Medidas para agradar ingleses, mas sem prejudicar latifundiários brasileiros Tarifa Alves Branco (1844) Lei Bill Aberdeen (1845) Lei Eusébio de Queiroz (1850) SEGUNDO REINADO III. As relações entre Brasil e Inglaterra A necessidade do fim da escravidão fez com que o governo imperial se tornasse mais forte e coeso em torno do projeto centralizador. As elites locais reforçam sua solidez, assegurando a integridade territorial. SEGUNDO REINADO MARC FERREZ/INSTITUTO MOREIRA SALLES, SÃO PAULO IV. A economia imperial Carros de boi transportando café chegam ao Porto de Santos. Entre 1850 e 1870, a economia nacional estava focada na produção cafeeira do vale do Paraíba fluminense. O café era o principal produto de exportação e podia ser ameaçado pelo fim do tráfico. SEGUNDO REINADO A produção cafeeira transformou o interior do país: EXPORTAÇÕES DE CAFÉ (MILHARES DE SACAS DE 60 KG) 1831/1840 10.430 1841/1850 18.367 1851/1860 27.339 1861/1870 29.103 1871/1880 32.509 1881/1890 51.631 Rede de transporte ferroviário e investimentos na sua modernização Aumento da exportação cafeeira: governo salda parte de suas dívidas externas e investe na diversificação da economia (empresas de navegação, telégrafos e bancos). SEGUNDO REINADO Fonte: PRADO Jr., Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1956. IV. A economia imperial O crescimento econômico brasileiro levou a conflitos de interesses com nações da América, que resultaram em guerras com o Uruguai (1850), a Argentina (1853-1864) e o Paraguai (1864). A guerra do Paraguai evidenciou a fragilidade brasileira na proteção de seu território. O Brasil teve auxílio militar e financeiro inglês para sua defesa. Oficiais brasileiros que trabalharam na Guerra do Paraguai. SEGUNDO REINADO FUNDACÃO BIBLIOTECA NACIONAL, RJ V. As relações entre Brasil e América Latina Lei do Ventre Livre (1871) Lei do Sexagenário (1885) Os raros escravos que conseguiam atingir 60 anos já estavam no fim de sua vida produtiva. SEGUNDO REINADO INSTITUTO MOREIRA SALLES, SÃO PAULO VI. A decadência do Império EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 1 (Unicamp-SP) Leia o texto a seguir. Na década de 1840, com a perspectiva do fim do tráfico negreiro, o governo brasileiro começou a interessar-se por fontes alternativas de mão de obra, encorajando a imigração de “trabalhadores pobres, moços e robustos” e tentando fixá-los nas fazendas de café. Se os imigrantes tivessem de comprar terras e os preços fossem mantidos em alta, eles seriam obrigados a trabalhar alguns anos antes de poderem comprar seu próprio lote. A Lei de Terras foi aprovada em 18 de setembro de 1850, duas semanas após a aprovação da lei contra o tráfico de escravos. BETHELL, Leslie; CARVALHO, José Murilo de. O Brasil da Independência a meados do século XIX. Em: BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: da Independência a 1870. v. III. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial, 2001. p. 753-754, 766. (Adaptado.) a) Como se dava o acesso à terra antes e depois da promulgação da Lei de Terras de 1850? RESPOSTA: Ao longo do período colonial, as terras eram doadas pela Coroa no sistema de sesmarias, que foi abandonado após a independência. Após 1850, com a Lei de Terras, o acesso à terra passou a ser por meio de compra. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 1 b) De que maneira a Lei de Terras de 1850 buscou promover o trabalho livre? RESPOSTA: A lei forçava os homens livres pobres, imigrantes ou nativos, a trabalhar nas fazendas de café – o que dificultava o acesso à terra –, garantindo para elas o suprimento de mão de obra livre. Além disso, a lei previa, por exemplo, que as terras devolutas fossem vendidas pelo Estado, não mais concedidas, e que o lucro dessa venda deveria subsidiar a vinda de colonos estrangeiros. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 2 (Fuvest-SP) Em 1872, foi realizado o primeiro recenseamento do Império. Baseado nos dados desse censo, o Mapa 1 apresenta a distribuição de escravos nas províncias brasileiras em relação à população total. O Mapa 2 mostra a porcentagem de índios aldeados em relação ao total de escravos nessas mesmas províncias e nesse mesmo ano. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 2 Considere os mapas e seus conhecimentos para analisar as frases: I. As maiores populações de escravos do Império, naquele período, estavam concentradas principalmente em províncias do atual Sudeste brasileiro, onde, na época, se desenvolvia, de forma acelerada, a cultura do café. II. A grande parte dos índios aldeados do Império, relativamente à população de escravos, distribuía-se por territórios que hoje correspondem às regiões Norte e Centro-Oeste, onde trabalhavam na extração da borracha e em atividades mineradoras. III. A baixa porcentagem de escravos, vivendo nas províncias da porção nordeste da atual região Nordeste do país, é indicativa do pouco dinamismo econômico dessa sub-região, naquele período. Está correto o que se afirma apenas em a) I. b) I e II. c) I e III. d) II e III. e) III. RESPOSTA: C SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 3 (Fuvest-SP) A extinção do tráfico de escravos africanos no Brasil ocorreu em 1850. Com relação a esse marco histórico, a) explique o papel da Inglaterra nessa decisão. RESPOSTA: Desde o Tratado de Comércio e Navegação, assinado com Portugal em 1810, a Inglaterra manifestava seu interesse no fim do tráfico de escravos. Essa pressão está relacionada à Revolução Industrial pela qual passava a Inglaterra, que exigia a ampliação dos mercados para seus produtos. Por ocasião do reconhecimento da independência do Brasil e também em 1831, ano da organização do governo regencial, essas pressões voltaram à tona. Em 1845, com a aprovação da Lei Bill Aberdeen pelo Parlamento inglês, a interferência deste país nos assuntos brasileiros chegou ao limite do aprisionamento de navios negreiros. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 3 b) relacione-o com a chegada de imigrantes. RESPOSTA: A Lei Eusébio de Queiroz, que extinguiu o tráfico atlântico de escravos em 1850, ocorreu em um momento de expansão da lavoura cafeeira, que utilizava muita mão de obra. Para atender a essa demanda, o governo e os cafeicultores articularam uma política de incentivo à imigração de europeus, que seriam destinados à produção de café. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR (Fuvest-SP) Imagem de Ângelo Agostini sobre o impacto da Guerra do Paraguai na sociedade brasileira. BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIROb EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 Observando a ilustração, explique: a) o impacto social a que ela se refere. RESPOSTA: A figura mostra as contradições da permanência da escravidão no Brasil. Muitos ex-escravos participaram da Guerra do Paraguai em defesa da nação, e os que não foram libertos continuavam discriminados e submetidos a duros castigos. Após a guerra, houve uma intensificação do movimento abolicionista. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 b) os desdobramentos políticos dessa guerra. RESPOSTA: A Guerra do Paraguai foi um dos processos fundamentais para compreendermos a crise do Império. Em primeiro lugar, a guerra causou um grande endividamento com os bancos ingleses, que financiaram a aquisição de armas e equipamentos para o conflito. Além disso, o crescimento do movimento abolicionista e do movimento republicano ampliou os focos de contestação ao regime, o que foi agravado pela progressiva participação dos militares na política. Imbuídos por esses ideais e informados por uma filosofia positivista, os militares passaram a pressionar o governo de D. Pedro II por transformações políticas; após a abolição da escravatura, grande parte da elite cafeeira se voltou contra o Estado imperial, articulando-se com o exército. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 6 (UEM-PR) Em meados do século XIX, ocorria, no Brasil, uma expansão da cafeicultura, e a escravidão dos africanos e dos afrodescendentes cedia terreno para o trabalho dos imigrantes de origem europeia. A esse respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). (01) A imigração europeia recebeu subsídios do governo dos Estados Unidos em razão da necessidade de abolir a escravidão no Brasil. (02) A Cabanagem no Pará, Balaiada no Maranhão e Farrapos no Rio Grande do Sul foram rebeliões ocorridas no Brasil imperial que tinham como principal objetivo o fim da escravidão. (04) Em 1850, o governo imperial promulgou a Lei Eusébio de Queiroz, que extinguiu o tráfico de africanos para o Brasil. (08) As primeiras experiências com trabalhadores imigrantes europeus na cafeicultura ocorreram na década de quarenta, sob o regime de trabalho chamado “parceria”. (16) Naquele período, a expansão da cafeicultura em regiões dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais transformou essas regiões no centro econômico mais dinâmico do Brasil. RESPOSTA: Soma: 04 + 08 + 16 = 28 SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 10 (UFF-RJ) Entre 1851 e 1870, a atuação do Império do Brasil foi marcada, no plano internacional, pelas intervenções militares na região do Rio da Prata, área de grande interesse do Brasil. Esta atuação não era a única direção da política externa imperial, nem com relação aos demais países da América do Sul, onde havia interesses em jogo, e nem, principalmente, com relação aos países europeus e aos Estados Unidos. a) Explique as grandes linhas de atuação da política externa do Império brasileiro, apresentando dois motivos pelos quais o governo Imperial adotava tais condutas. RESPOSTA: Em relação às potências europeias e aos Estados Unidos, o governo do Império, na maioria das vezes, procurou uma solução negociada, seja pela importância política que o Brasil atribuía a esses países, seja pelas relações econômicas mantidas com eles. Já em relação aos países hispânicos da América, com exceção da região platina, o Império nunca prezou muito as relações com essas nações, tendo em vista a reduzida importância que elas tinham na política externa imperial. Por outro lado, no que se refere aos países banhados pelos rios que formam a bacia do Prata, os dirigentes imperiais não se furtaram de, quando julgavam necessário, utilizar a força para garantir os interesses brasileiros. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 10 b) Relacione a ação do governo Imperial na Região Platina com os objetivos estratégicos traçados pela política interna do Império e com os interesses de, pelo menos, um dos grupos sociais envolvidos na Questão do Prata. RESPOSTA: As intervenções armadas na região se relacionam com: 1) a necessidade de garantir a livre navegação dos rios da bacia Platina com os interesses dos grandes comerciantes brasileiros que participavam ativamente do comércio dessa região, visando também ao acesso às áreas a oeste do Império (especialmente a Província do Mato Grosso); 2) o desejo de manter o equilíbrio político na área, evitando que o Uruguai fosse anexado à Argentina. SEGUNDO REINADO — NO VESTIBULAR