Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014
V Enebio e II Erebio Regional 1
AULAS EM EXPERIMENTAÇÃO:
BIOLOGIAS NOTURNAS NA VASTIDÃO DAS CULTURAS
Leandro Belinaso Guimarães (UFSC)
Davi Codes (UFSC - Bolsista CAPES)
Resumo:
O texto versa sobre uma experiência de ensino realizada com alunos da Licenciatura em
Ciências Biológicas. O foco foi pensar, com os estudantes, as fotografias do tempo de escola.
Cada estudante trouxe uma imagem e a pendurou em um varal na sala de aula. Solicitou-se a
eles a criação de uma narrativa, sobre/com uma imagem de outro colega. A intenção era
suspender a ideia de que a fotografia nos conta “verdades”, carrega respostas sobre o que nos
mostra. Para tanto, nutriu-se de referências dos estudos culturais. O resultado foi a
reinvenção, a recriação, através de narrativas, do que cada um pensou sobre sua imagem. Na
experimentação, arte, ciência e imaginação se encontraram e os relatos reverberaram aquilo
que afetou cada um através das fotografias.
Palavras-chave: narrativa, arte, ensino de ciências, estudos culturais
Os encontros designados Biologia na noite sugerem a possibilidade de
recriar uma fogueira imaginária em redor da qual podemos fazer aquilo que
creio ser tão necessário em nossos dias. E que é reencantar o mundo, Mia
Couto.
Não se trata, quem sabe, de pensar, na formação docente, a partir de uma biologia
diurna, ensolarada, demasiadamente iluminada, clarividente. Biologias noturnas nos
interessariam mais. Estas que estão sob a luz lunar. Como escreveu Mia Couto (2011) no
ensaio que inspirou este texto, “a noite sugere o lugar encantado dos contadores de histórias”
(p. 49). Em noites de lua nova um mundo de estrelas faiscariam no céu. Seria preciso apagar
as luzes das cidades, para levantarmos a cabeça e mirarmos, lentamente, um céu de estrelas
como se ele fosse um formigueiro de luz. Nesta noite escura, estelar, faiscante, viveriam as
biologias que gostaríamos de encontrar e fazer proliferar na formação. Elas se apresentariam
delicadamente a nós. Um tanto misteriosas na vastidão das culturas que nos tocam.
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A aula vai começar. Não apenas ela, mas todo um semestre, todo um curso de
formação, toda uma vida, quem sabe. Um prólogo montado para que um início se faça,
embora saibamos de antemão que, sempre, em cada aula, algo começará. Na sala encontramos
alunos cheios de vontade no olhar, pela recente chegada à Universidade para estudar biologia
em um curso noturno de Licenciatura. Um prólogo montado pelos professores buscando
desencadear certa atmosfera a enovelar cada aula que virá. Este texto versa sobre este
prólogo, exposto no primeiro encontro e, ainda, sobre uma aula ministrada na disciplina
“Tópicos em Biologia e Educação” aos calouros de um curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas.
Como estamos falando de uma biologia, uma ciência, noturna, pensamos que um bom
começo seria, simplesmente, contar estrelas no céu. Tal como se dispuseram, em um dos
diálogos interessantíssimos de Gilles Eduar (2003), o porco e a galinha. A sugestão da
brincadeira foi do porco: “vamos contar estrelas” (p. 8). Ele dividiu o céu em doze quadrados,
querendo contar um máximo, em um mínimo de tempo. Enquanto ele já chegava ao número
cento e doze, a galinha contara quatro. É que, em sua lentidão, a galinha percebera que
estrelas faíscam, formam desenhos variáveis e se movem devagar. Inebriada pelos
movimentos, luzes e contornos das estrelas, a galinha fez da contagem proposta pelo porco
uma aventura imaginativa. Pensamos que nossas aulas poderiam começar, quase sempre,
como uma brincadeira de contar estrelas e de criar fogueiras imaginativas (como sugere a
epígrafe que abre o ensaio). Um modo galinha de contar, na qual nossa lentidão nos permitiria
ver biologias faiscantes, variáveis, em movimentos incessantes pela vastidão das culturas.
Na aula, prólogo da nossa disciplina, seis foram as linhas que propusemos aos alunos
para, juntos, costurarmos, com elas, um modo de vermos o encontro entre biologias, culturas
e formação. E foi Mia Couto (2011) uma das principais inspirações para a composição das
nossas linhas. São elas: (1) movimentar afetos, potencializando encontros alegres nas aulas;
(2) fomentar mais perguntas que respostas; (3) falar com as vozes dos nossos chãos; (4)
pensar a ciência como apenas um dos caminhos do saber, pois haveria outros; (5) habitar
muitas e diferentes casas; (6) nos descentrarmos de nós mesmos e, sobretudo, de nossa
insistência em nos posicionarmos (nós, professores) como centros da irradiação dos saberes.
Neste ensaio abrimos introdutoriamente, questões a partir das duas primeiras linhas traçadas.
Deixamos de enfocar as demais e, quem sabe, fica como sugestão aos leitores, sobretudo aos
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professores da educação básica e dos estágios supervisionados, articularem, a partir delas,
alguns desdobramentos às suas aulas.
Este ensaio, consideramos pertinente explicitar, só se tornou possível de ser escrito
pela herança de duas viradas, a linguística e a cultural, que marcaram a segunda metade do
século XX impactando, de certos modos, a área de pesquisa sobre o ensino de ciências e de
biologia. Com relação à virada linguística – traduzida nas pesquisas com o ensino de biologia,
sobretudo, pelas investigações advindas das análises de discursos e das perspectivas
articulatórias da ciência, da tecnologia e da sociedade (perspectivas CTS) – nos permitiu
encarar a linguagem como instituidora de sentidos, em certos contextos históricos e sociais de
leitura, sobre o mundo vivo, o mundo da biologia. A virada cultural, conectada com a
centralidade que o discurso, a linguagem e o texto (escrito e imagético) adquiriram em várias
vertentes do pensamento social no início da segunda metade do século XX, colocou,
sobretudo com a disseminação dos estudos culturais nos anos 1990, questões relativas às
identidades sociais, às representações culturais (sobretudo, midiáticas), aos consumos
materiais e simbólicos, no cenário de algumas pesquisas com o ensino de biologia. Embora
nosso ensaio seja tributário destas viradas e com elas converse de modo íntimo (tão próximo
que só poderia ser escrito a partir delas), ao mesmo tempo procura, nelas, uma fissura que nos
permita formular questões às relações entre biologias, culturas e formação que não passem, de
modo necessário e definitivo, por perguntas sobre o discurso, a linguagem, o texto, a
identidade, a representação, o consumo.
Denílson Lopes (2013) lança como desafio pensarmos, para este início de século XXI,
em uma “virada afetiva”. Ela faria emergir um conjunto de questões (que já vem sendo
formuladas por pesquisadores, no ensino de biologia, que se aproximam das filosofias da
diferença e dos pensamentos pós-estruturalistas e pós-críticos) que talvez não formulássemos
sem pensarmos o afeto como ocupando um espaço central nas composições subjetivas do
nosso tempo presente. Com a “virada afetiva” poderíamos pensar, tal como nos propõe
Juliana Cristina Pereira (2014), em um professor-artista criador de mundos e inventor de
afetos. Não sabemos muito bem ainda se podemos embarcar nessa ideia de uma “virada
afetiva”, que colocaria o afeto como central ao exame das práticas culturais do nosso tempo.
De qualquer modo, pensar como ela impacta as relações entre biologias, culturas e formação
nos pareceu um exercício instigante. Não sem gaguejos, não sem tropeços, não sem
inseguranças, este breve ensaio toca, de modo muito inicial, esta questão já na seção a seguir.
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... movimentar afetos ...
Há uma frase de Gilles Deleuze (1997) que gostamos muito. Diz o filósofo: “não
estamos no mundo, tornamo-nos com o mundo... (p. 220)”. Ensinar biologia talvez não seja
simplesmente fazer proliferar histórias sobre o mundo vivo em que habitamos. Seria, quem
sabe, pensar como nos tornamos aquilo que somos com esses mundos repletos de vida. Como
somos afetados pelos encontros com diferentes corpos vivos? Ensinar com o mundo vivo é
nos tornarmos outros com ele. Trata-se, quem sabe, de nos pensarmos nas relações afetivas
com o mundo, com os corpos vivos do mundo.
O afeto é um encontro. E “quando tenho um encontro em que a relação característica
do corpo que me afeta, que me modifica, se combina com a relação característica do meu
corpo, minha potência de agir aumenta” (MACHADO, 1990, p. 67). Esse encontro também
pode diminuir minha potência de agir. No primeiro caso, a variação positiva constitui a
alegria e sua variação negativa a tristeza, tal como podemos ler em Marcos André Gleizer
(2005) em sua sistematização da noção de afeto na filosofia de Espinosa. O afeto, portanto,
não é um estado, mas uma passagem, um movimento, uma relação temporal, uma variação de
um estado a outro. Como nos diz Roberto Machado (1990), “o afeto é a variação contínua da
potência de agir de alguém...” (p. 69).
Pensar a partir do afeto as relações entre biologias, culturas e formação nos parece
exigir um esforço de fuga da informação, da cognição, da opinião. Neste mundo de excessos
de palavras, de imagens e de ordens, como abrir, em nossas práticas pedagógicas por entre
biologias e culturas, espaço para os afetos, para a alegria?
... fomentar mais perguntas que respostas ...
Uma prática que emana ecos. Uma escolha e uma defesa por um modo de ministrar
aulas, no entrelaçamento entre biologias e culturas, que se atém aos seus próprios
desdobramentos. Uma escolha pedagógica voltada mais ao que se multiplica. São inventivas
práticas que, para um curso inicial de biologia noturna, foram pensadas para potencializar
ecos, reverberações, sons vibrantes. Estes que soam nas camadas de escuridão de uma
caverna, através de seus morcegos, suas não visões com ampla capacidade de movimentação.
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Ecos amorfos, mas de belas e singulares variações que se constroem a partir das diferentes
superfícies, assim como cada sujeito em sua íntima composição.
Essa pretensão por mais e mais perguntas é efeito de alguns arranjos no espaço e no
tempo da sala de aula, fruto de seus próprios movimentos. Curiosos disparos, como nos
sugere Michel Foucault (2003) a partir do conceito de dispositivo 1, que uma vez constituídos
permanecem potentes para novas criações. Visualizamos estas possibilidades através das
propostas pedagógicas que nós, professores, ofertamos e experimentamos junto aos nossos
alunos em formação.
As culturas que habitamos e as culturas que nos habitam, nossas narrativas, nossas
memórias, nossos ambientes, nossas tradições, são tantas as possibilidades de ver e antever
lugares que tecem nossas histórias. São tantos os lugares que podemos revisitar, rememorar,
(re)embriagar e (re)apaixonar para assim, (re)inventar nossos olhares e encontros afetivos
com o mundo vivo.
Vejamos, detidamente, algumas fotografias de uma das aulas da disciplina de
“Tópicos em Biologia e Educação”. Depois, comentaremos como ela nos serviu para esse
exercício de fomentar mais perguntas do que respostas através de um encontro entre biologias
e culturas na formação.
1
Para saber mais sobre o conceito veja Sampaio e Guimarães (2012).
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Como uma prática que dispara incontáveis questionamentos, temos o interessante
exemplo a ser narrado da “Exposição Fotográfica do Tempo de Escola”. Proposta realizada no
quarto encontro da disciplina citada, no primeiro semestre de um curso noturno de
Licenciatura em Ciências Biológicas. Uma experiência que possibilitou o surgimento de
inúmeras perguntas, muito mais que respostas.
Primeiramente, foi solicitado aos alunos garimparem fotografias de uma época
passada,
recente
ou
não.
Eles
deveriam
trazer
uma
imagem
fotográfica
do
tempo de escola e ao chegar na sala pendurar a mesma nos barbantes que já deixamos
estendidos pelo espaço. Com isso criamos um varal de fotografias e configuramos uma
exposição que foi sendo montada a partir da chegada de cada aluno na sala de aula.
O primeiro movimento da aula após ser instalada a exposição foi solicitar a todos que
percorressem os varais e vissem atentamente as fotografias. Muitas versavam sobre momentos
afetivos vividos na escola: tempos de brincadeiras, de apresentações de atividades artísticas,
de conversas. Várias imagens remetiam a momentos de vida fora da escola, pois um tempo
escolar também é preenchido por variados lugares. A visitação à exposição coletiva montada
permitiu inúmeras conversas entre os alunos, trocas de lembranças, surpresas, vergonhas e
toda uma gama de relacionamentos que se construiu no simples ato de percorrer uma
exposição de suas imagens dos tempos de escola. A aula fomentou relacionamentos entre
alunos, entre fotografias lado a lado e entre alunos, fotografias, cordas e pregadores.
A concretização da exposição não se encerrava na confecção, na montagem do seu
acervo, na sua visitação. Teríamos ainda que exercitar o mais desafiador dos exercícios
propostos ate então. Um exercício de desapego da sua própria imagem. Cada aluno deveria
contar, inventivamente, a história de uma das fotografias ali expostas, contanto que não fosse
a sua. A proposta de construção das narrativas inventadas foi uma eclosão de
questionamentos, como podemos ler em algumas manifestações dos alunos:
“Que tipo de história?”; “É para inventar, mesmo?”; “Tem que ter quantas
linhas?”; “Qualquer tipo de história?”; Precisa ser na primeira pessoa?”;
“Precisa ter título?”; “É muito difícil contar uma história!”; “Eu não consigo
pensar em nada!”; “Acho que é melhor eu escrever!”; “Essa fotografia que
escolhi me lembrou uma história parecida com a minha!”
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Estas expressões acima ilustram algumas das tantas inquietações que surgiram
somente de uma única proposta lançada. As narrativas criadas foram das mais inusitadas às
mais singelas, com muitos sentidos, com muitos efeitos na turma e nos alunos. Não nos coube
avaliar estes efeitos, contudo reconhecê-los enquanto emergentes de encontros montados para
atuarem afetivamente em nós, fomentando mais perguntas que respostas.
... linhas inconclusas ...
Neste ensaio tateamos duas linhas que traçamos, sob inspiração de Mia Couto, para
enredar nossas práticas pedagógicas desejosas da tessitura de encontros entre biologias e
culturas e formação. Primeiramente, abrimos uma questão relativa ao que chamamos, a partir
de Denílson Lopes e de Juliana Cristina Pereira, de “virada afetiva”. A partir dela buscamos
tatear indagações que nos permitiria suspender um pouco nossa excessiva atenção aos
discursos e às representações culturais em algumas pesquisas e práticas pedagógicas com o
ensino de ciências e de biologia para ver como textos (escritos e imagéticos), corpos vivos e
narrativas nos afetam potencializando, ou não, nossa ação no mundo. Pensar a partir da noção
de afeto talvez nos exija uma escuta do corpo, um silêncio, uma delicadeza. Um movimento
que nos tira da tentativa recorrente de buscar a decifração dos textos que nos chegam e nos
coloca outra questão: esse texto (escrito e imagético) que aciono em uma aula de biologia me
afeta, me movimenta à ação, me transforma?
Na segunda seção relatamos uma aula preparada para fomentar perguntas e suspender
respostas. Traçamos uma exposição fotográfica, que foi sendo pouco a pouco montada,
conforme os alunos chegavam com suas imagens. E a partir da eleição da fotografia de outra
pessoa histórias puderam ser criadas, imaginadas, revolvendo supostas “verdades”,
desestabilizando respostas ao que a imagem estaria nos mostrando, traçando indagações
lançadas ao ar.
Diante de tamanhas possibilidades abertas por essas duas linhas enfocadas brevemente
no ensaio acreditamos, como nos sugeriu Mia Couto, que as aulas relatadas esforçaram-se
para certo encantamento do mundo, nem que seja o mundo da sala de aula, em uma disciplina
de um curso de formação de professores em Biologia. E nossa aposta foi em uma biologia
noturna repleta de encontros potentes com as culturas que habitamos e que nos habitam.
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... referências ...
COUTO, Mia. E se Obama fosse africano?: e outras intervenções. São Paulo: Companhia
das Letras, 2011.
EDUAR, Gilles. Diálogos Interessantíssimos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2003.
FOUCAULT, Michel. Sobre a história da sexualidade. In: ______. Microfísica do poder.
Introdução, organização e tradução Roberto Machado. 18. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal,
2003.
GLEIZER, Marcos André. Espinosa e a Afetividade Humana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2005.
LOPES, Denílson. Afetos Pictóricos ou em Direção a Transeunte de Eryk Rocha
FAMECOS. Porto Alegre, v. 20, n. 2, pp. 255-274, maio/agosto 2013.
. Revista
MACHADO, Roberto. Deleuze e a Filosofia. Rio de Janeiro: Graal, 1990.
PEREIRA, Juliana Cristina. Cartografias afetivas: proposições do professor-artistacartógrafo-etc. Revista Ra’e Ga. Curitiba, v. 30, p. 106-130, 2014.
SAMPAIO, Shaula; GUIMARÃES, Leandro Belinaso. O dispositivo da sustentabilidade:
pedagogias no contemporâneo. Perspectiva (UFSC), v. 30, p. 395-409, 2012.
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