XXXIV Encontro Nacional de Estudantes de Biblioteconomia,
Documentação, Ciência da Informação e Gestão da Informação
Formação do profissional da informação: desafios, perspectivas e campos de atuação.
OS CAMINHOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO1
DANTAS, Esdras Renan Farias*
GARCIA, Joana Coeli Ribeiro**
Resumo
Analisa as dissertações do Programa de Pós-graduação em Ciência da
Informação da Universidade Federal da Paraíba (PPGCI-UFPB), acerca da
temática responsabilidade social (RS). Compara os conteúdos temáticos
encontrados nas dissertações que se assemelham a definições de RS
usados na área da Ciência da Informação (CI), da Gestão ou de ambas. Do
ponto de vista metodológico, categoriza os conceitos encontrados, fazendo
uso da análise de conteúdo. As definições comparadas entre si permitem
refutar ou aceitar a hipótese de que a CI como ciência social, origina seu
próprio conceito sobre RS ou se aproxima da RS, evoluindo e adquirindo
características da área da Gestão. Como resultados preliminares a RS da CI
está ligada à cultura e à função social das bibliotecas, corroborando uma RS
da CI voltada para a Biblioteconomia. Isso pode ser eventualmente
explicado, pela maioria da análise das dissertações do PPGCI terem se
dado nas produções entre os anos de 1980 e 1990, ano em que o PPGCI
atuava com área de concentração nas bibliotecas públicas.
Palavras-Chave: Responsabilidade Social da Ciência da Informação.
Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UFPB.
Introdução
A Ciência da Informação se configura um campo do conhecimento
interdisciplinar e socialmente responsável, por meio de sua atuação ou pela
produção científica criada para atender as necessidades de informação e de
tecnologia da sociedade, portanto uma ciência social que se inter-relaciona
com outras áreas do conhecimento, preocupada em corresponder às
expectativas e necessidades de informação da sociedade.
Rever conceitos discutidos e analisados anteriormente é
imprescindível para este trabalho, porquanto aborda a importância que a
responsabilidade social (RS) exerce nas instituições brasileiras, tendo como
foco as de ensino superior, especificamente a Universidade Federal da
1
Comunicação Oral apresentada ao GT N° 03 - Diversidade do campo de atuação.
Universidade Federal da Paraíba. Graduando em Biblioteconomia. Bolsista de Iniciação
Científica do CNPq. [email protected]
**
Universidade Federal da Paraíba. Doutora em Ciência da Informação. [email protected]
*
Anais do XXXIV Encontro Nacional de Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação e Gestão da Informação
25 a 30 de julho de 2011 – Manaus/AM
XXXIV Encontro Nacional de Estudantes de Biblioteconomia,
Documentação, Ciência da Informação e Gestão da Informação
Formação do profissional da informação: desafios, perspectivas e campos de atuação.
Paraíba no seu Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação
(PPGCI). Isso ocorre tendo em vista que suas linhas de pesquisa se inserem
no campo social por estar instalado numa região em que as disparidades
sociais a circundam.
Em conformidade com a justificativa para criação do programa no
Nordeste, o PPPGCI (2007, p.1) atuaria na formação de pesquisadores e
docentes preocupados “com as demandas culturais provenientes das
exclusões impostas pelas desigualdades econômicas e sociais, que
restringem o acesso ao livro, ao conhecimento e à cultura”. Sendo assim,
para início desta pesquisa atenta-se aos seus objetivos específicos
buscando-se identificar nas dissertações do Programa, os conteúdos
temáticos sobre RS, ou em outras palavras percebendo quais descritores se
relacionam com RS e ao que eles nos remetem.
Assim, o objetivo é identificar os descritores utilizados por autores e
seus orientadores no campo da Ciência da Informação, no âmbito da PósGraduação da UFPB. Este, desenvolvido no primeiro plano do estudo com o
fim de confirmar as hipóteses de que a CI é o campo do conhecimento que
faz com que as relações entre o homem, a informação, o conhecimento e a
sociedade, assumam práticas sociais com características de RS (GARCIA,
2010). O plano dois visa conhecer os conteúdos temáticos das dissertações
desses pesquisadores, hierarquizando os termos relacionados com RS. Isto
facilitará a criação de uma visão evolutiva dos conceitos, com o intuito de
determinar se as pesquisas em CI realmente desenvolvem uma temática
própria, se absorveram os conceitos da gestão usados para RS ou se
evoluíram e adaptaram para um conceito próprio.
A necessidade de cada vez mais se teorizar a CI e os temas a ela
correlatos, em questão a RS, justificam o desenvolvimento deste estudo. A
justificativa para a pesquisa também está na necessidade de confirmar se as
conclusões dos estudos da área realmente tratam de RS, tendo em vista que
com o acompanhamento da produção científica da Pós-graduação em CI da
UFPB observa características de práticas sociais mediadoras e de
filantropia, que segundo Garcia (2010) não são suficientes para a
determinação de RS para a CI.
Ciência da Informação
Desde seu surgimento a CI busca a definição de informação, objeto
de estudo desta Ciência, constatando a dificuldade em padronizar a
definição de CI.
Para uma ciência como a CI, é sem dúvida importante a
forma como seus termos fundamentais são definidos e,
assim como em outros campos, na CI a questão sobre como
definir informação é frequentemente levantada. [...] Uma
tentativa de revisitar o status do conceito de informação em
CI, com referência também a tendências interdisciplinares.
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No discurso científico, conceitos teóricos não são elementos
verdadeiros ou falsos ou reflexos de algum outro elemento
da realidade; em vez disso, são construções planejadas
para desempenhar um papel, da melhor maneira possível.
Diferentes concepções de temos fundamentais, como
informação, são, assim, mais ou menos úteis, dependendo
das teorias (e, ao fim, das ações práticas), para as quais
espera-se que dêem suporte (CAPURRO; HJØRLAND,
2007, p.149) [grifo do autor].
Robredo (2003, p. 1), utiliza a definição de informação entre outras,
do Harrod’s Librarian’s Glossary of Terms Used in Librarianship
Documentation and the Book Crafts and Reference Book que assinala ser
“um conjunto de dados organizado de forma compreensível registrado em
papel ou em outro meio e suscetível de ser comunicado”.
Essa diversidade de condições epistemológicas não deve
ser confundida, porém, com uma indefinição metodológica
eclética ou relativista. [...] Seja qual for a construção do
objeto da Ciência da Informação, ele deve dar conta do que
as diferentes disciplinas, atividades e atores sociais
constroem, significam e reconhecem como informação,
numa época em que essa noção ocupa um lugar
preferencial em todas as atividades sociais, dado que
compõe tanto a definição contemporânea da riqueza quanto
a formulação das evidências culturais (GÓMEZ, 2000, p.1).
A Ciência da Informação segundo Garcia (2010) foi definida por
Taylor, a partir das Conferências do Georgia Tech (1961 e 1962),
apresentando-se como uma ciência que pesquisa as propriedades e o
comportamento da informação, as forças que regem seu fluxo e os meios de
processá-la para aperfeiçoar o acesso e o uso.
Partindo-se das idéias apresentadas acima inferidas a CI e ao seu
objeto de estudo, Silva (2006) considera o aspecto interdisciplinar desta
Ciência e define-a como uma Ciência Social que investiga os problemas
casos e temas relacionados com o fenômeno info-comunicacional
perceptível e cognoscível através da confirmação ou não das propriedades
inferidas à gênese da organização, fluxo e comportamento informacionais.
Responsabilidade Social
Responsabilidade social pode ser entendida de um modo bem amplo
como toda ação que promova algum benefício para a sociedade. Essa
amplitude de RS é corroborada por Ashley (2003, p.7), quando diz tratar-se
de “toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade
de vida da sociedade”.
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Ainda de acordo com Ashley (2001), RS Corporativa é a ação que lida
com as expectativas dos stakeholders atuais e futuros. Stakeholders para a
autora são os acionistas, funcionários e o público atingido pela empresa,
todos os envolvidos direta ou indiretamente à ela.
Arrazoando sobre Pós-graduação, se faz necessário revisar os
conceitos de RS Universitária, que para Calderón (2006), diz respeito aos
deveres e funções que a universidade tem para com a sociedade,
financiadora de seus projetos e funcionamento, referindo-se principalmente à
procura de soluções para os principais problemas sociais, visando uma
melhor distribuição de renda e criação de estruturas de ascensão social de
setores marginalizados no curso da história.
Partindo da idéia que a Ciência da Informação é uma Ciência Social,
uma vez que o seu objeto de estudo é a informação, que segundo Robredo
(2003, p. 91), “a nova visão do processo de comunicação” associa-se “ao
enfoque sociológico da transmissão da informação e da geração do
conhecimento” ajudando a situar o papel e as atividades associadas “a
Biblioteca, a documentação, os Arquivos, a armazenagem, a difusão e a
recuperação da Informação”. É pertinente trazer para campo o debate das
questões sociais insurgindo discussões a respeito de sua RS.
A responsabilidade social do profissional da informação,
especificamente do Bibliotecário, dispõe sobre promover, a justiça social, dar
apoio às ações culturais, adoção de posições políticas assumindo e
seguindo princípios e valores éticos, com o objetivo de atender a
necessidades informacionais, quer para uma simples consulta, quer para dar
validade às pesquisas que gerem novos conhecimentos (DU MONT, 1991).
Nos mais diversos campos do conhecimento e nas mais diversas
formas de apresentação RS é um assunto discutido e que almeja a
preocupação da sociedade que é financiadora do desenvolvimento de
instituições, empresas, e a posteriore dos indivíduos. Dessa forma há que se
preocupar com os valores éticos e morais, conforme colabora Garcia,
Ética e responsabilidade social são expressões utilizadas
com bastante freqüência pela mídia impressa e eletrônica. A
justificativa para o uso intenso encontra base na economia
globalizada, com preocupação decorrente de princípios
éticos e valores morais em instituições, empresas e
sociedade, diante da necessidade de se manter uma boa
imagem perante o público, e este esperar uma atuação em
concordância com o perfil proposto (GARCIA, 2007, p. 1).
Procedimentos metodológicos
Para desenvolver o estudo, utilizamos dissertações do Programa de
Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba, referente ao
período de 1980 a 2009.
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Para início do estudo coube identificar as dissertações com
descritores sobre RS ou que são correlatos ao tema observando o número
de 63 dissertações, das quais nos deteremos a cinco enumeradas no
Quadro 2, as que já foram identificados os conteúdos temáticos.
Quadro 2 - Dissertações identificadas com descritores sobre Responsabilidade
Social
6
15
29
37
142
Expectativas Discentes quanto a uma Biblioteca Pública Infantil em João Pessoa
A Biblioteca Pública como Alternativa de Educação Não-Formal para Adultos
Analfabetos.
A Biblioteca como Instrumento de Ação Cultural (Um estudo de caso sobre a biblioteca
“Ernesto Simões Filho”, Cachoeira, BA
Território da Utopia/Área de Risco. Política Cultural: aventuras e desventuras da
experiência de Uberlândia (MG)
Identidades Afrodescendentes: acesso e democratização da informação na cibercultura
Fonte: PPGCI / UFPB
A numeração atribuída as dissertações é de cunho cronológico.
Decorre do sistema simples de apresentação e defesa, utilizado pelo
PPGCI/UFPB, na organização do seu acervo. Daqui em diante, trataremos
das dissertações identificando-as a partir de seus respectivos números.
Coleta de dados e análises preliminares
No decorrer da atividade de identificação das dissertações que
idealmente tratavam de RS ou assuntos correlatos, teve-se acesso a lista de
dissertações identificadas para desenvolver a leitura e identificar os
conteúdos temáticos. A escolha para leitura ocorreu de forma aleatória.
As cinco dissertações foram analisadas e retiradas delas, descritores
com ligação direta ou indireta com o tema RS, para que posteriormente
fossem identificados os conteúdos temáticos (definições) correlatos com a
RS. Os descritores identificados são enumerados no Quadro 3.
Quadro 3 - Descritores das dissertações analisadas
Dissertação 6
- Extensão da Biblioteca infantil
- Biblioteca Pública Infantil
- Funções da Biblioteca Infantil
Dissertação 15
- Ação Bibliotecária
Dissertação 37
- Noções de Cultura e Política
Cultural
- Ação Católica (AC)
- Papel do Agente Cultural
- Política Cultural
- Teoria e Prática da Política
Cultural
Dissertação 142
- Cultura e Informação
- Acesso e Democratização da
- Informação
- Relações Socioculturais
Dissertação 29
- Instituição Social
- Desenvolvimento
Sócio/Cultural
- Biblioteca Pública e Ação
Cultural
- Instrumento de Ação Cultural
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Para a interpretação e análise dos conteúdos temáticos encontrados
nas dissertações até agora lidas, utilizou-se a categorização da análise de
conteúdo. Para Gomes (1994), duas funções podem ser destacadas para a
aplicação da análise de conteúdo. Uma refere-se a verificação de hipóteses.
Ou seja, podemos comprovar ou refutar as idéias pré-concebidas antes do
trabalho de investigação da pesquisa. A outra função relaciona-se em ir além
do que está sendo comunicado, descobrindo o que querem dizer os
conteúdos manifestos.
Importante ressaltar que nenhuma das dissertações até agora
analisadas, como se pode observar no Quadro 3, possui o descritor RS, quer
da CI, quer da Gestão, quer das duas áreas.
As categorias de palavras e respectivas definições identificadas nas
dissertações apresentam-se no Quadro 4.
Quadro 4 - Conteúdos temáticos sobre RS nas dissertações do PPGCI-UFPB
Ação Cultural
 Processo em que o homem será capaz de transformar e evoluir no sentido da cultura humanizada, produtiva,
através do diálogo, da conscientização, da atividade educativa e da libertação.
Acesso e democratização da informação
 No cerne dessas questões, emerge a nossa suspeita de que é através do vínculo entre condições de acesso e
democratização da informação que o fenômeno “identidade afrodescendente” pode ganhar espaço na produção
científica da CI.
 As “necessidades de informação” – acesso e democratização da informação – não seriam algo que se desenvolve
no próprio indivíduo, mas geradas por fatores sociais e culturais.
Atividade do cientista da informação
 [...] Organizar a informação produzida por todos os grupos sociais e disseminar de modo a contribuir para as
transformações que a dinâmica social requer.
Biblioteca Centro Cultural
 Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para
divertir-se, recrear-se, e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada – sua
participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações
profissionais, familiares e sociais.
Biblioteca Pública
 Instituição fundada para servir os mais educados e motivados para a cultura dentro da comunidade.
 ... Um veículo da equalização das oportunidades educacionais e de auxílio na assimilação dos imigrantes...
 Ela deve associar-se a outras instituições educativas, sociais e culturais, inclusive escolas, grupos de educação de
adultos, grupos de atividades recreativas e aqueles que se interessam pela promoção das artes. Deve estar atentar
ao surgimento de novas necessidades e interesses na comunidade, como por exemplo, o estabelecimento de grupos
de pessoas que tem necessidades de leituras especiais, de novos interesses no campo de lazer que deverão estar
representados nas coleções e atividades da Biblioteca.
Contribuição da Biblioteca pública na educação não-formal
 Objetiva satisfazer as exigências de uma sociedade mutável e dinâmica, pois é a instituição que acompanha o
homem no decorrer de sua vida. e sendo uma pessoa bem informada, poderá discutir a realidade e tornar-se
consciente, pois não existe um tempo determinado para que o homem possa receber sua educação.
Contribuição da CI para as questões sociais
 Pode contribuir para que se estabeleça uma reflexão sobre o contexto das relações sociais que atuam no
processamento/consumo de informações, elemento de produtividade e de poder na sociedade contemporânea.
Dever do Bibliotecário na Biblioteca Infantil
 Poderia auxiliar no treinamento de mães e de professores, por exemplo, em atividades de leitura e de contar
histórias para as crianças, fornecendo ainda, de forma circulante, material adequado. Dessa forma, poder-se-ia
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enriquecer as atividades desenvolvidas nos programas de educação formal e informal.
Extensão Bibliotecária
 Entendida como o objetivo de levar para fora dos espaços físicos das Bibliotecas, informações, educação e lazer,
para toda a comunidade.
Extensão de Bibliotecas
 O serviço de Extensão das Bibliotecas públicas evolui com novas formas de ação, interligando-se com outras
instituições sociais, permitindo que se instaure o diálogo, a participação e a conscientização das populações
carentes, tendendo a Extensão, caminhar para a ação cultural, na visão de que ela começa a incorporar os passos
fundamentais dessa nova metodologia, que se resumem na prática do diálogo, da participação, da conscientização e
libertação.
Finalidade da Biblioteca Pública
 Beneficiar todos os membros da coletividade e, particularmente, os marginalizados econômica e culturalmente.
Função cultural da Biblioteca infantil
 “Uma delas, refere-se à captação, preservação e divulgação dos bens culturais da comunidade, incluindo
quaisquer formas de manifestação cultural, e não somente aquelas consideradas eruditas.
Função da Biblioteca Pública
 [...] Maior ênfase a educação. [...] Serve de apoio ou reforço à educação formal, a qual se caracteriza pela sua
obrigatoriedade a um programa pré-estabelecido, de acordo com diretrizes traçadas pelo sistema de ensino.
Importância do estudo etnicorracial para a CI
 Enxergar as inúmeras possibilidades de se trabalhar com questões relacionadas à informação, com as temáticas
etnicorraciais e cibercultura, articulando-as ao que a Ciência da Informação tem a oferecer aos estudos e às
pesquisas que abrangem essas temáticas na área.
Inclusão digital
 É um processo de apropriação e utilização das tecnologias de informação e comunicação, orientada como uma
das ferramentas ou instrumentos de inclusão social. [...] Como uma das ações para o alcance do propósito maio, que
é garantir qualidade de vida, ações para o alcance do propósito maior, que é garantir qualidade de vida, autonomia,
poder aquisitivo ou, em outras palavras, participação econômica, política, social, cultural e, portanto, cidadã daqueles
que se encontram marginalizados socialmente pala falta desses mesmos elementos dignos a cada ser humano.
Informação social
 Significaria a articulação de uma compreensão, a priori, de um mundo comum compartilhado, uma dimensão
existencial de nosso ser no mundo junto com os outros.
Objetivo da Biblioteca Infantil
 Ao oferecer jogos e atividades deve promover a aquisição de conhecimentos que tenham por base a leitura.
Objetivo das Bibliotecas Públicas
 O gosto pelos livros e o hábito de utilizar as Bibliotecas e seus recursos são adquiridos mais facilmente nos
primeiros anos de vida. A Biblioteca Pública tem, portanto, o especial dever de propiciar às crianças a oportunidade
de escolherem, individual e informalmente, os livros e outros materiais. Devem ser-lhes destinadas coleções
especiais e, se possível, áreas independentes. Assim a Biblioteca infantil pode chegar a ser, para elas, um lugar
alegre e estimulante, onde atividades de diferentes tipos serão fonte de inspiração cultural.
Importância do estudo etnicorracial para a CI
 Enxergar as inúmeras possibilidades de se trabalhar com questões relacionadas à informação, com as temáticas
etnicorraciais e cibercultura, articulando-as ao que a Ciência da Informação tem a oferecer aos estudos e às
pesquisas que abrangem essas temáticas na área.
Inclusão digital
 É um processo de apropriação e utilização das tecnologias de informação e comunicação, orientada como uma
das ferramentas ou instrumentos de inclusão social. [...] Como uma das ações para o alcance do propósito maio, que
é garantir qualidade de vida, ações para o alcance do propósito maior, que é garantir qualidade de vida, autonomia,
poder aquisitivo ou, em outras palavras, participação econômica, política, social, cultural e, portanto, cidadã daqueles
que se encontram marginalizados socialmente pala falta desses mesmos elementos dignos a cada ser humano.
Informação social
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Formação do profissional da informação: desafios, perspectivas e campos de atuação.
 Significaria a articulação de uma compreensão, a priori, de um mundo comum compartilhado, uma dimensão
existencial de nosso ser no mundo junto com os outros.
Objetivo da Biblioteca Infantil
 Ao oferecer jogos e atividades deve promover a aquisição de conhecimentos que tenham por base a leitura.
Objetivo das Bibliotecas Públicas
 O gosto pelos livros e o hábito de utilizar as Bibliotecas e seus recursos são adquiridos mais facilmente nos
primeiros anos de vida. A Biblioteca Pública tem, portanto, o especial dever de propiciar às crianças a oportunidade
de escolherem, individual e informalmente, os livros e outros materiais. Devem ser-lhes destinadas coleções
especiais e, se possível, áreas independentes. Assim a Biblioteca infantil pode chegar a ser, para elas, um lugar
alegre e estimulante, onde atividades de diferentes tipos serão fonte de inspiração cultural.
Política Cultural
 Um instrumento que enquadraria as manifestações culturais no espaço organizativo institucional, impondo-lhes
fronteiras e regras do jogo político e política traçada.
 A intervenção de dos setores público e privado – principalmente do primeiro – no processo cultural, seja na
elaboração, produção, distribuição ou recepção dos bens.
 Tinha por diretriz básica, possibilitar, através de uma postura política mais aberta, uma ativa participação da
comunidade, garantindo a ela a oportunidade de discutir, opinar e decidir sobre as questões relativas às atividades
culturais do município.
 Empenhada na democratização, é o instrumento – não normativo – que celebra diferenças e permite \ expressão
dos vários matizes culturais, além de toda a gama de conflitos e enfrentamentos que deles decorrem.
Responsabilidade da Biblioteca como instituição educativa
 [...] Poderá ajudar a comunidade, procurando auxiliar o homem não de forma paternalista, mas de dar a palavra ao
homem para que possa participar mais efetivamente das atividades da Biblioteca e possa desenvolver também sua
capacidade criadora.
Responsabilidade Social das Bibliotecas
 Contribuem para o enriquecimento dos cidadãos, servindo aos indivíduos e seus grupos. Em termos de seus
interesses culturais, educacionais ou profissionais, enriquecendo assim a vida comunitária. [...] Funcionando como
parte integrante da própria sociedade.
Fonte: Dissertações do PPGCI/UFPB
A recuperação de informações (definições sobre RS ou
assemelhadas) retiradas dos textos completos das dissertações estão
listadas parcialmente no Quadro 4, tendo em vista um alto número de
conteúdo coletado.
Para a concretização do objetivo geral do projeto necessitou-se
coletar também as definições sobre RS na área da Gestão. Essa etapa foi
desenvolvida durante a recuperação das definições sobre RS na CI, e
também durante toda a leitura da literatura indicada no projeto. Alguns
descritores foram retirados do texto do projeto geral desta pesquisa e são
listados no quadro a seguir:
Quadro 5 - Definições sobre Responsabilidade Social na Gestão
 As empresas realizam ou realizavam doações às instituições necessitadas, recebendo delas um documento, para
no acerto de contas com o Imposto de Renda abater o valor em sua declaração anual. Interessante para ambas,
receptora e doadora, mas após esse ato, a responsabilidade social é lembrada somente ao aproximar-se a nova
declaração de rendimentos.
 Entendida de maneira holística, como consciência social para prover o desenvolvimento sustentável e eliminar a
discriminação em todos os seus aspectos.
 De maneira holística, com consciência social para prover o desenvolvimento e eliminar a discriminação em todos
os seus aspectos. A preocupação é tanto com os funcionários da empresa, quanto com seus usuários, e com os
fornecedores para que tenham envolvimento social e ambiental, finalmente, também com o bem estar das
populações. O conjunto das ações que garantirá o futuro.
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 Mecanismos que podem ajudar no combate às desigualdades sociais, como transmissora de conhecimento,
exercitando suas funções segundo seus pilares de sustentação: ensino, pesquisa e extensão, formando uma tríplice
aliança, a partir da qual a universidade presta serviços de responsabilidade social à sociedade.
 a) assunção de atitudes éticas e moralmente corretas, afetando todos os públicos; b) promoção de valores e
comportamentos que respeitem os padrões universais de direitos humanos e cidadania com participação da
sociedade; c) respeito ao meio ambiente e defesa de sua sustentabilidade no mundo inteiro; d) envolvimento das
organizações com as comunidades onde elas se inserem, objetivando a melhoria econômica e humana por meio de
ações isoladas ou em parcerias com governos.
 Inclusão social e digital, ao desenvolvimento da sociedade, ao meio ambiente e sua sustentabilidade, e ainda, à
preservação da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural.
 Sustenta-se em princípios e valores tais como – fraternidade, solidariedade, dignidade da pessoa, liberdade,
integridade, bem comum e equidade social, desenvolvimento sustentável, apreço à diversidade - que devem nortear
o fazer acadêmico, sem descuidar da competência, eficiência e êxito pessoal.
 Um novo contrato social para as universidades, sustentado em garantia da responsabilidade social das ciências,
capacitação da cidadania democrática, educação do estudante como agente do desenvolvimento, isto é,
envolvimento com os pilares do ensino, da pesquisa e da extensão. Porém, com meta para orientar as
transformações nas universidades, acreditando que a gestão interna deve suprimir as discriminações e suprimir os
privilégios, adotar política de proteção ao meio ambiente e ao mesmo tempo ser transparente nas questões que
envolvem política e economia.
Descritores como “ação cultural” e “política cultural” são visivelmente
observados em algumas dissertações inicialmente analisadas pela pesquisa,
assim como, observamos descritores essencialmente correlatos à cultura e
sua inserção no meio ambiente da Biblioteca.
Apesar de tais descritores aparecerem sempre em estudos da área, a
RS defendida em estudos recentes relativas aos profissionais da informação
tem relação com a falta de preocupação com setores culturais de cidades. A
retórica de que o profissional da informação deve ter uma RS centrada nos
princípios de levar a informação ao usuário por si só, está bem aquém do
preocupar-se no como fazer com que essa informação seja levada, e/ou,
como tornar informado um usuário através de ações culturais.
Dos conteúdos temáticos abordados no Quadro 4, “Responsabilidade
Social das Bibliotecas” é o que chama mais a atenção. Faz-se uma
descoberta importante neste estudo. Identifica-se através deste descritor que
antes de Wersig; Neveling (1975), chamarem a atenção para uma área de
atuação que se define a partir da função social da comunicação de
mensagens entre emissor e receptor humanos, cabendo aos cientistas da
informação atuar como mediadores e facilitadores da comunicação desse
conhecimento, o autor A. K. Mukherjee em 1966, já havia definido algo em
relação a RS da CI. Tal descritor fora recuperado na dissertação da Prof.
Carmen Panet (1982). Mukherjee (1966) define a RS das Bibliotecas como
uma contribuição para o enriquecimento dos cidadãos, servindo aos
indivíduos e seus grupos. Em termos de seus interesses culturais,
educacionais ou profissionais, enriquecendo assim a vida comunitária,
funcionando como parte integrante da própria sociedade.
Para os autores Wersig; Neveling (1975) a área de atuação ora
citada, independente de espaços sociais e dos papéis que os cientistas da
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informação desempenham nos sistemas, amplia a RS tanto dos profissionais
da informação, como dos cientistas enquanto produtores de conhecimento e,
facilitadores desse conhecimento para quem dele necessite.
Há uma visível relação entre as definições dos autores. No entanto, a
definição do Mukherjee está mais relacionada com a Biblioteca em si,
enquanto que a de Wersig e Neveling baseia-se na teoria da CI
essencialmente em sua própria definição, tida por Silva (2006) como uma
ciência que deve se preocupar com o fluxo, o uso, organização e
comportamento informacionais.
Há que se separar a RS da Ciência da Informação que infere aos
profissionais da informação de um modo geral, e as das profissões da tríade
da CI. Por quanto, fazendo menção a responsabilidade particular de cada
área, seja da Biblioteconomia, da Arquivologia ou da Museologia, que
inferem suas responsabilidades sociais aos seus respectivos profissionais.
Lembrando que em conjunto maior, cabe a esses profissionais também
exercerem uma RS baseada nos processos teóricos da CI.
De acordo com a profa. Terezinha Elizabeth da Silva, na sua
dissertação de Mestrado em Biblioteconomia da UFPB, há uma
demonstração da RS surgida a partir dos assuntos correlatos a
Biblioteconomia dentro do que a autora chama de Política Cultural: “A
Banda Municipal e a Biblioteca Pública, [...] representavam as únicas
estruturas oficias para a cultura. [...] Grupos dos movimentos culturais
reivindicavam maior preocupação com a cultura local, negligenciada pelos
governos locais” (SILVA, 1992, p. 51).
Quanto aos conteúdos temáticos relacionados com o Papel Social do
Bibliotecário, evidenciam-se as já discutidas responsabilidades do
profissional como se pode perceber através de revisões da literatura
científica. Chamando atenção para o que traz a definição sobre “Papel do
Bibliotecário” no Quadro 4, defendendo que a posição do Bibliotecário deve
ser a partir da ação de assumir um papel de profissional pesquisador,
fazendo seu trabalho diário, resultar dados cientificamente colhidos que
possam fornecer subsídios sólidos para expansão do sistema bibliotecário.
Remete-se claramente a responsabilidade do profissional à responsabilidade
com a Ciência e com a sua própria área.
Apesar de apresentar os dados coletados a respeito das definições
sobre RS na gestão, identificados a partir da análise das produções
científicas atuais, a comparação entre as definições de RS desta área com
os conteúdos temáticos sobre RS encontrados nas dissertações do PPGCIUFPB, só será desenvolvida em outra etapa desta pesquisa.
Considerações Finais
Diante da comparação entre os dados dos referenciais teóricos com
as análises preliminares dos dados coletados, pode-se considerar que a RS
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Formação do profissional da informação: desafios, perspectivas e campos de atuação.
evidenciada nas dissertações do PPPGCI-UFPB está longe do que já vimos
acompanhando com as produções científicas respaldadas sobre o assunto.
Considera-se que as evidencias dos dados coletados corroboram uma
RS da CI voltada para a Biblioteconomia podendo ser explicadas,
eventualmente, pela maioria da análise das dissertações do PPGCI terem se
dado nas produções entre os anos de 1980 e 1990, ano em que o PPGCI
atuava com área de concentração nas bibliotecas públicas.
Nestas produções, as teorias encontradas apontavam para o
exercício do profissional bibliotecário pautado em processos de ação/política
cultural, devendo atuar em meio ao ambiente das bibliotecas públicas. Para
o PPGCI (2010), a biblioteca pública funcionaria como um equipamento
social que por meio da criação do hábito de leitura, dentre outras funções,
concluiria em formação educativa. Contribuindo para jovens e crianças, as
bibliotecas públicas beneficiariam a sociedade com melhoria na educação
formal e informal destes atores sociais.
Com tudo, os resultados pré-liminares demonstram que a RS da CI
está ligada à cultura e à função social das bibliotecas.
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