Inclusão dos alunos com deficiência no ensino superior:
uma análise das universidades brasileiras e portuguesas
Profª Ms. Cristiane da Silva Santos
Profª Dra. Mara Rúbia Alves Marques
Prof. Dr. Eugénio Adolfo Alves da Silva
Braga
2011
TEMA
Esta pesquisa em desenvolvimento tem como tema a organização das Instituições
Federais de Ensino Superior (IFES) à luz das políticas públicas de inclusão das
pessoas com deficiência.
OBJETIVO GERAL
Analisar a organização das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) no
Brasil e em Portugal através das ações institucionais (políticas, atos normativos,
programas, projetos de criação e/ou consolidação de núcleos, centros, gabinetes,
comissões de acessibilidade, etc) face às demandas por acesso e permanência no
Ensino Superior pelos alunos com deficiência.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) situar o contexto histórico buscando os elementos teóricos capazes de permitir
enxergar com clareza as estratégias desenvolvidas sob consideração da tendência
neoliberal para elaboração e implementação das políticas públicas de inclusão de
pessoas com deficiência no Ensino Superior;
b) identificar as diretrizes internacionais e nacionais para a inclusão das pessoas com
deficiência no Ensino Superior;
c) comparar os princípios contidos nas políticas de inclusão no Ensino Superior do
Brasil e de Portugal e seus reflexos na organização das IFES para o acesso e a
permanência das pessoas com deficiência;
d) Verificar e analisar as ações institucionais voltadas para a acessibilidade
(arquitetônica, urbanística, de transporte, comunicação e informação, pedagógicas,
ajudas técnicas, dentre outras) e as adequações do ambiente de trabalho das IFES
para garantir o acesso e a permanência das pessoas com deficiências.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Caracterização da pesquisa:
-Pesquisa Documental e de campo de caráter descritivo.
Universo da pesquisa:
-UFG; UFU; UM; UP.
A população e a amostra da pesquisa:
- Pessoas com deficiências (discentes);
-Pessoa responsável pelo concurso vestibular e pelas ações institucionais
(coordenado(a) do núcleo de acessibilidade).
Coleta de dados técnicas, instrumentos e procedimentos:
-Ficha de Registro e Roteiro de Entrevista.
Análise dos dados:
- Utilizaremos o método de análise de conteúdo.
O QUE APONTAM OS DADOS COLETADOS
A análise das políticas que expressam a educação inclusiva, a maioria delas,
expressas em documento como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(1996), Parâmetros Curriculares Nacionais, Declaração de Salamanca, voltadas para
a inclusão escolar dos alunos com deficiência, mostra os mesmos discursos, o que
demonstra uma coerência entre as políticas internacionais, nacionais e as estaduais.
Esta situação é compreensível, pois o discurso da inclusão está no contexto da
reforma educacional, na qual estão sendo implementadas as políticas consoante com
o projeto (neo)liberal.
Quando lidos com mais atenção, estes relatórios nacionais e internacionais vinculam
discursivamente a relação entre educação e bem-estar econômico, justiça social,
democracia e bem-estar individual.
O QUE APONTAM OS DADOS COLETADOS
Como argumenta Popkewitz (1997), fica claro que, as reformas educacionais
contemporâneas têm características administrativas e instrumentais, confirmando
que as prescrições dos programas de reforma interagem de uma forma que redefine
a paisagem da escola, tornando-a mais padronizada e racionalizada.
Tal empreendimento tem-se justificado num contexto em que a reforma educacional
vem sendo interpretada como condição para superar as desigualdades sociais nos
países e, mais amplamente, como requisito para inserção dos países periféricos no
âmbito dos países desenvolvidos.
Não devemos fortalecer o olhar ingênuo frente aos limites das lutas por inclusão e
da adesão apressada a reformas em andamento, pois muitas delas permitem o
fortalecimento dos aspectos estruturantes da situação de desigualdade de
oportunidades para setores historicamente desfavorecidos. (NOVAIS, 2007.)
O QUE APONTAM OS DADOS COLETADOS
Inclusão é um tema recorrente em tempos neoliberais, contrastando com a crescente
ampliação da exclusão social decorrente dessas próprias políticas.
Como nos lembra Almeida (2002, p. 63 apud FREITAS, 2002, p. 312) “(...) a opção
por construir a possibilidade de inclusão significa aceitar e manter a sociedade que
produz a exclusão, ou seja, busca-se constituir mecanismos que possibilitem aos
sujeitos integrarem o tipo de sociedade que está posto”.
Esperamos com este estudo aprofundar os debates referentes a esta temática bem
como ampliar as discussões dos processos de produção de conhecimento nessa área.
Além disso, com esta pesquisa, poderemos apresentar um diagnóstico situacional
das instituições selecionadas para o estudo, visando subsidiar a elaboração de uma
política institucional para assegurar o acesso e a permanência dos alunos com
deficiência.
OBRIGADA!
E-mail: [email protected]
Não exclua as pessoas com deficiência do convívio social ou
profissional;dê a elas o direito de escolher como podem ou
querem participar.
REFERÊNCIAS
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da
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Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para instruir
os processos de autorização e de reconhecimento de cursos, e de credenciamento de
instituições. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port3284.pdf>.
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THOMA, A. da S. A inclusão no Ensino Superior: “ninguém foi preparado para trabalhar
com esses alunos (...) Isso exige certamente uma política especial...”. Trabalho apresentado
no GT: Educação Especial / n. 15 . 2006.
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EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO DOS ALUNOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA