Óptica Geométrica Professor: Adelício 1. Conceitos básicos: LUZ é Energia radiante que se propaga por meio de ondas eletromagnéticas. A luz se propaga com velocidade c constante em um meio homogêneo 8 (no vácuo c = 300 000 000 m/s ou 3.10 m/s). FONTES DE LUZ Fontes primárias: tem um mecanismo próprio para emissão de luz. Fontes secundárias: recebem luz de outra fonte e emite parte dela. Conceitos básicos da Óptica geométrica Raio de luz: São linhas que representam graficamente a direção e o sentido de propagação da luz. Feixe de luz: conjunto de raios. Cônico convergente cônico divergente cilíndrico MEIOS DE PROPAGAÇÃO DA LUZ Meio Transparente: Meio Translúcido: Meio Opaco: FENÔMENOS ÓPTICOS REFLEXÃO REGULAR DIFUSA REFRAÇÃO: Ocorre quando a luz muda o meio de propagação REGULAR DIFUSA ABSORÇÃO A energia luminosa é convertida em outra forma de energia OBS: Reflexão, Refração e Absorção podem ocorrer simultaneamente A COR DE UM CORPO A luz branca é um conjunto de cores. A cor do corpo é definida pela cor refletida pelo corpo Princípios da Óptica Geométrica: 1. Princípio da propagação retilínea da luz: Em um meio transparente e homogêneo a luz se propaga em linha reta 2. Princípio da independência da luz: Quando dois(ou mais) raios luminosos se cruzam, cada um se movimenta independente do outro. 3. Princípio da reversibilidade A trajetória da luz não se modifica quando invertemos o sentido de propagação. Câmara escura de orifício É uma caixa com paredes opacas, com um pequeno orifício onde pode passar a luz. Quando aproximamos os objetos dessa caixa podemos ver ao fundo a formação de uma imagem invertida do objeto. Relações entre as distâncias e alturas A relação podemos chegar através do conceito de triângulos semelhantes e é dada como: Sombra e Penumbra Sombra: região do espaço onde não há iluminação. Penumbra: região mal iluminada. Fonte Puntiforme Sombra Obstáculo Anteparo Fonte extensa Sombra Penumbra Eclipses: a. Eclipse Solar: Eclipse Total Sombra Sol Terra Lua Penumbra Eclipse Parcial b. Eclipse Lunar: Eclipse Parcial Eclipse Sol Terra Lua Total Eclipse Parcial Estudo da Reflexão da Luz Reflexão da Luz: Reflexão é o fenômeno que consiste no fato de a Luz voltar a se propagar no meio de origem, após incidir na superfície de separação desse meio com outro. Elementos da Reflexão: N RI i RI: raio de luz incidente na superfície S; N: reta normal i: ângulo de incidência RR: raio de luz refletido pela superfície S RR r S r: ângulo de reflexão 1ª Lei da reflexão A reta normal, os raios incidentes e refletidos são coplanares (estão no mesmo plano). 2ª Lei da reflexão O ângulo de incidência (i) é igual ao ângulo de reflexão (r). Observações: As leis da reflexão são válidas para quaisquer tipos de superfícies refletoras, planas ou curvas, pois a reflexão ocorre de maneira localizada em um único ponto. N RI RR i r As leis da reflexão não dependem da cor da luz, isto é, todas as cores sofrem reflexão exatamente da mesma forma. Os ângulos de incidência e de reflexão variam no intervalo que vai de 0º a 90º. Incidência Normal: Incidência Rasante: N N i = r = 90º i = r = 0º as leis da reflexão também são obedecidas em superfícies irregulares (Reflexão difusa). Espelhos planos: É o mais simples e o primeiro dos diversos sistemas ópticos que estudaremos. É o único sistema óptico que é sempre ESTIGMÁTICO (as imagens são perfeitas). São, em geral, representados graficamente da seguinte forma: Lado refletor Formação de Imagens no Espelho Plano: a) Ponto material: d d d P’ P i d P’ P b) Corpo Extenso: r=i A’ A B C B’ C’ Características da imagem: Quanto a natureza: A Imagem conjugada por um Espelho Plano é sempre Virtual em relação ao Objeto Real. Quanto a posição: Podemos dizer que a imagem formada por um espelho plano é SIMÉTRICA ao objeto em relação ao plano do espelho. Quanto a forma e tamanho: Mesma forma e tamanho do objeto. Quanto a orientação: Direita em relação ao objeto. ENANTIOMORFAS: O objeto e a imagem tem a mesma forma e tamanho mas não se encaixam por simples sobreposição. Construção Fundamental: F’ F i O Campo Visual: Campo Visual O a O’ Translação de um Espelho Plano: x x Objeto D Imagem 1 x d x+d Objeto x + x + D = (x + d) + (x + d) 2x + D = 2x + 2d D = 2d d é o deslocamento do espelho D é o deslocamento da imagem Imagem 2 Observação: Vi = 2.VE Rotação de um Espelho Plano: RR (depois) RR (antes) O E (antes) = 2. E (depois) Associação de espelhos planos: Número de divisões da circunferência (n) E1 O (objeto) i1 E’2 E2 360o n 4 o 90 360o n Número (N) de imagens formadas i2 i'1 = i’2 E’1 360o N 1 Observações: Se (360º / ) é um número par, o objeto pode estar colocado em qualquer posição entre os espelhos. Se (360º / ) é um número ímpar, para se obter N imagens o objeto deve estar sobre o plano bissetor do ângulo . Convexo Introdução: Côncavo Espelhos Esféricos: Representação Gráfica dos espelhos Côncavos Representação Gráfica dos espelhos Convexos Elementos de um espelho esférico: Eixo Principal C α f Eixo Secundário V F f R = 2.f R Condições de nitidez de Gauss: 1ª Condição: α 10º V C 2ª Condição: V C E.P. E.P. Raios Notáveis: a. Espelhos Côncavos: C F V b. Espelhos Convexos: V F C Determinação gráfica das imagens conjugadas pelos espelhos esféricos: NATUREZA: (real, virtual ou imprópria) POSIÇÃO: (lugar em relação ao espelho) TAMANHO: (maior, menor ou do mesmo tamanho do objeto) ORIENTAÇÃO: (direita ou invertida) a. Espelhos Côncavos: a.1. Objeto antes de C: Objeto Natureza: Real Posição: Entre C e F C F V Tamanho: Menor Imagem Orientação: Invertida a.2. Objeto em C: Objeto Natureza: Real Posição: Em C C F Imagem V Tamanho: Igual Orientação: Invertida a.3. Objeto entre C e F: Objeto Natureza: Real Posição: Antes de C C F V Tamanho: Maior Orientação: Invertida Imagem a.4. Objeto em F: Objeto Natureza: Imprópria C F V a.5. Objeto entre F e V: Objeto Natureza: Virtual Posição: Depois de V F V Imagem Tamanho: Maior Orientação: Direita b. Espelhos Convexos: Objeto Natureza: Virtual Imagem Posição: Entre V e F V F C Tamanho: Menor Orientação: Direita Espelhos Esféricos II: 1. Estudo Analítico: Objeto p R o R = 2.f f i C F p’ Imagem V a. Convenção de Sinais: a.1. Convenção para as ordenadas: objeto acima do E. P. o > 0 objeto abaixo do E. P. o < 0 E.P. C F V imagem acima do E.P. i > 0 imagem abaixo do E.P. i < 0 a.2. Convenção para as abscissas: Luz objeto real: 0 E.P. p>0 objeto virtual: p < 0 imagem real: p’ > 0 imagem virtual: p’ < 0 Foco (f) e raio (R): Luz 0 espelho côncavo (REAL): E.P. f>0eR>0 espelho convexo(VIRTUAL): f<0eR<0 b. Equação dos pontos conjugados (Equação de Gauss): 1 1 1 f p p' c. Equação do aumento linear transversal (A): i p' f A o p f p Observações: A0 imagem direita (o + e i + ou o - e i - ) A0 imagem invertida (o + e i - ou o - e i +) A 1 imagem maior que objeto A 1 imagem menor que objeto A 1 imagem com mesmo tamanho do objeto Refração da Luz Refração da Luz Elementos da refração Raio Incidente (RI) Meio 1 (ar) Meio 2 (água) Reflexão Parcial i i r Raio Refratado (RR) Índice de Refração Absoluto (n) c: vel. da luz no vácuo c (c = 3.108m/s) n v v: vel. da luz no meio Observações: I. Como v ≤ c n ≥ 1, com n=1 no vácuo (no ar n 1) II. v n (mais refringente é o meio) v n (menos refringente é o meio) III. Ex.: Ar quente d v n ( - refringente) Ar frio d v n ( + refringente) Índice de refração relativo nA ;B nA v B nB v A 4. Leis da Refração 1ªLei: RI, Normal e RR são coplanares 2ª Lei: “Lei de Snell-Descartes” n1.seni = n2.senr Comportamento do RR 1º caso: n1 < n2 2º caso: n1 > n2 Observação: Incidência normal Raio Incidente (RI) n1 Meio 1 (ar) Meio 2 (água) n2 n1 < n 2 v1 > v2 i i> r r Raio Refratado (RR) Raio Incidente (RI) n1 Meio 1 (vidro) Meio 2 (ar) n2 n1 > n 2 v1 < v2 i i< r r Raio Refratado (RR) Raio Incidente (RI) Meio 1 (ar) Meio 2 (água) i = 0º r = 0º Raio Refratado (RR) Ângulo Limite (L) e Reflexão Total Em A, B e C: refração e reflexão parcial Meio 2 (ar) A Meio 1 (água) Fonte de Luz B i1 r1 C r2=90º D i3 i3 i2 i2=L Em D: reflexão total Resumindo I. Luz passa do meio + refringente para o - refringente e: i ≤ L : refração e reflexão parcial i > L : reflexão total II. Luz passa do meio - refringente para o + refringente: para qualquer i : refração e reflexão parcial Cálculo de L Aplicando a Lei de Snell no ponto C teremos: n1.seni2=n2.senr2 n1.senL=n2.sen90º senL=n2/n1 nmenor senL nmaior Dioptro Plano Observador nar=nVAI Meio 2 (ar) Meio 1 (água) (Imag.)A’ (P.I.V.) (Obj.)A p’ nágua=nVEM (P.O.R.) p nVAI p' nVEM p (Imag.) A’ Meio 1 (ar) (Obj.) A nar=nVEM p p’ Meio 2 (água) nVAI p' n água=nVAI nVEM p Observador Dispersão Luminosa índice (n) vermelho alaranjado amarelo verde azul anil violeta velocidade (v) c n v Quanto maior o n maior o desvio Lentes Esféricas: Lentes Esféricas: 1. Tipos de Lente: a. Bordas finas: b. Bordas grossas: 2. Comportamento Óptico das Lentes: 1º caso: nLENTE > nMEIO (Ex. Lente: vidro; Meio: ar) a. Borda Fina: b. Borda Grossa: N C N ar vidro N Lente Convergente ar N C vidro Lente Divergente 2º caso: nLENTE < nMEIO (Ex. Lente: ar; Meio: vidro) a. Borda Fina: b. Borda Grossa: N C N ar vidro Lente Divergente vidro N N C ar Lente Convergente Resumo: nLENTE > nMEIO Lente: Vidro Meio: Ar nLENTE < nMEIO Lente: Ar Meio: Vidro Bordas Finas: Bordas Grossas: Lente Convergente Lente Divergente Lente Divergente Lente Convergente 3. Representação Gráfica das Lentes: a. Lente Convergente: b. Lente Divergente: 4. Elementos de uma Lente: a. Lentes Convergentes: a.1. Centro Óptico (0) e Eixo Principal (EP). EP O a.2. Foco Imagem (FI) e Foco Objeto (FO). FI O FO Fo é real f EP FI é real EP f O a.3. Pto Antiprincipal Imagem (AI) e Pto Antiprincipal Objeto (AO). FI O AO FO f f O f AI f b. Lentes Divergentes: b.1. Centro Óptico (0) e Eixo Principal (EP). EP O b.2. Foco Imagem (FI) e Foco Objeto (FO): FI EP O FI é virtual f FO Fo é virtual O f EP b.3. Pto Antiprincipal Imagem (AI) e Pto Antiprincipal Objeto (AO): AI FI f f O FO O f AO f Resumo: a. Lentes Convergentes: Luz AO FO f FI f O f AI f b. Lentes Divergentes: AI Luz f FI AO FO f O f f 5. Raios Notáveis: a. Lentes Convergentes: AO FO FI O AI b. Lentes Divergentes: AI FI FO O AO 6. Construção Gráfica de Imagens: a. Lentes Convergentes: a.1. Objeto antes de AO : Objeto FI Ao Fo Natureza: Real Orientação: Invertida Tamanho: Menor Posição: Entre FI e AI O AI Imagem a.2. Objeto em AO : Objeto FI Ao Fo Natureza: Real Orientação: Invertida Tamanho: Igual Posição: Em AI AI O Imagem a.3. Objeto entre AO e FO : Objeto FI Ao Fo Natureza: Real Orientação: Invertida Tamanho: Maior Posição: Depois de AI O AI Imagem a.4. Objeto em FO : Objeto FI Ao Fo Natureza: Imprópria O AI a.5. Objeto entre FO e O: Natureza: Virtual Orientação: Direita Tamanho: Maior Imagem Posição: Atrás do Objeto Objeto FI Ao Fo O AI b. Lentes Divergentes: Objeto AI FI ImagemO Natureza: Virtual Orientação: Direita Tamanho: Menor Posição: Entre FI e O FO AO 7. Estudo Analítico: a. Convenção de sinais: p (+) objeto real. p’ (+) imagem real. p (-) objeto virtual. p’ (-) imagem virtual. f (+) lente convergente. f (-) lente divergente. o(+) objeto acima do E. P. o(-) objeto abaixo do E. P. i(+) imagem acima do E.P. i(-) imagem abaixo do E.P. b. Equação dos pontos conjugados: (Equação de Gauss) 1 1 1 f p p' c. Equação do aumento linear transversal (A): i p' f A o p f p 8. O Olho Humano: O Globo Ocular é uma esfera com cerca de 2,5cm de diâmetro e 7g de massa que se localiza em uma cavidade. Fisiologia Ocular: 1º 2º 3º 4º Córnea Íris Pupila Cristalino 5º Retina 6º Cones e Bastonetes 7º Nervo Ótico 8º Cérebro CÓRNEA = É a parte da frente do olho, onde vemos o branco do olho e a íris. A córnea normal é transparente e esférica. ÍRIS = É aquela parte circular que dá a cor do olho. PUPILA = abertura central ,por onde entra a luz, seu diâmetro varia automaticamente com a intensidade da luz ambiente: no claro ela é estreita e no escuro se dilata. CRISTALINO = É uma lente gelatinosa, elástica e convergente que focaliza a luz que entra no olho, formando imagens na retina. RETINA = É nela que se formam as imagens das coisas que vemos. A retina é composta de células sensíveis à luz, os cones e os bastonetes. NERVO ÓTICO = Canal que leva ao cérebro as informações transmitidas pelos bastonetes e cones. ESCLERA = Camada externa do globo ocular. É a parte branca do olho. Semirígida, ela dá ao globo ocular seu formato e protege as camadas internas mais delicadas. Olho Perfeito: 9. Defeitos da Visão: 9.1. Miopia: A imagem se localiza antes da retina; O míope vê mal de longe mas bem de perto; Para o míope, a distância para uma visão nítida é tanto mais curta, quanto mais forte for a miopia. Primeiros Sinais e Correção: Franze os olhos para ver com nitidez de longe; Cruza-se com os seus amigos na rua sem os reconhecer; Conseguir ver bem de longe, será à custa de esforço e fadiga; A miopia corrige-se com uma lente divergente (côncava), que recoloca a imagem sobre a retina, e restitui uma boa visão até ao infinito; Quanto mais forte for a miopia, mais espessas são as lentes nos bordos e mais pesados. 9.2. Hipermetropia: A imagem se localiza atrás da retina; O hipermétrope vê mal de perto e bem de longe; A hipermetropia corrige-se com uma lente convergente (convexa), que recoloca a imagem sobre a retina. 9.3. Astigmatismo: Visão imperfeita, tanto de perto como de longe; Não tem a percepção nítida dos contrastes entre as linhas horizontais, verticais e oblíquas; Curvatura da córnea, com uma forma mais ovalada que redonda. Corrige-se com uma lente Tórica (Cilíndricas) cujas curvas compensem as da córnea; A espessura da lente não é a mesma em toda a superfície. 9.4. Presbiopia: Evolução natural da visão, que se manifesta em todas as pessoas a partir dos quarenta anos; O cristalino perde a elasticidade encurvase de forma insuficiente e perde a capacidade de acomodação, donde resulta uma crescente dificuldade em ver bem de perto e de longe; Por insuficiência de acomodação, a imagem forma-se atrás da retina. Primeiros Sinais e Correção: Os seus braços já não são suficientemente compridos para poder ler o jornal; Os seus filhos implicam consigo, ao vê-la enfiar linha numa agulha; Aproxima-se mais da luz; Correção com lentes Bifocais. 9.5. Estrabismo: Desalinhamento dos olhos, onde cada olho aponta para uma direção diferente; Um dos olhos poderá estar olhando em frente, enquanto o outro desvia para dentro, para fora, para cima ou para baixo; As duas formas mais comuns de estrabismo são a esotropia, onde os olhos são desviados para dentro, e a exotropia, quando o são para fora; Correção com lentes Prismáticas. 9.6. Daltonismo: Alteração da visão que faz com que a pessoa tenha dificuldades – em menor ou maior grau – de fazer a distinção entre cores, principalmente o verde e o vermelho; Existem os que não têm a percepção de todas as cores, enxergando apenas em preto e branco ou tons de cinza, mas esses casos são minoria; Defeito na retina, a parede do fundo do olho. Esse defeito afeta as células responsáveis pela percepção das cores (os cones). 10. Ilusões de Óptica: FIM OBRIGADO!