Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo (FEAU) Curso de Engenharia Química Douglas Alves Benitez Patricia Targueta Arinelli Implementação do plano de amostragem na inspeção por atributos em uma indústria de Herbicidas 2012 Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo (FEAU) Curso de Engenharia Química Implementação do plano de amostragem na inspeção por atributos em uma indústria de Herbicidas Relatório apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso para fins de conclusão do curso de Engenharia Química da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Paraíba. Profa. Dra. Vanesa Claudia Gisela Mitchell Ferrari 2012 3 4 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado inteligência, coragem e determinação para completar mais essa jornada. A nossa orientadora, professora Vanesa, pelo aceite de nosso convite e orientação, sua disponibilidade e tempo dedicado a nos instruir agregando um valor inestimável a este trabalho. Aos nossos familiares, que depositaram fé por mais esta importante conquista, aos nossos amigos por terem nos estimulados e pela força de não desistir de nossos sonhos, e que basta somente acreditarmos em nós mesmos para fazê-lo acontecer. Agradecimento especial à Empresa Monsanto do Brasil Ltda, pela infraestrutura, equipamentos e tecnologia fornecida para que pudéssemos desenvolver os trabalhos e obter os resultados que esperávamos alcançar. Douglas e Patricia 5 DEDICATÓRIAS Este trabalho é dedicado em especial aos meus PAIS que sempre me incentivaram a acreditar nos sonhos e me ajudaram a torná-los realidade. Apesar de todas as dificuldades e desafios sempre tive o apoio e motivação necessários para continuar a caminhada e finalizar a mais essa graduação. Agradeço a amiga de trabalho Patricia Targueta Arinelli que sempre se mostrou disposta e determinada na realização deste trabalho e a sua família por me acolher sempre gentilmente em nossas reuniões. Douglas Dedico este trabalho a minha família, em especial aos meus pais, por todo incentivo dado para cursar esta segunda graduação, sempre me dando todo o apoio e incentivo necessários, prontamente atendendo em todos os sentidos. Agradeço ao meu amigo de trabalho, Douglas Alves Benitez, pela idealização deste trabalho, além da disposição e disponibilidade para sua execução. Patricia 6 RESUMO Este trabalho tem como objetivo adequar o plano de amostragem em uma indústria de herbicidas. A metodologia utilizada desde a fundação da empresa encontra-se obsoleta devendo ser substituída por uma nova, onde o índice de aceitação de defeitos será inferior e está embasada na metodologia da NBR 5426. A partir desta proposta, buscou-se uma redução em, no mínimo 2% na quantidade de amostras retiradas, redução de tempo de inspeção pelo analista de qualidade e do tempo para a liberação final dos lotes, mantendo-se a mesma qualidade dos produtos finais. Ao final deste trabalho, pode-se observar que a aprovação de produtos finais nesta indústria ganhou uma maior confiabilidade, devido à utilização de uma norma atual e referenciada. Como conseqüência, verificou-se que o tempo gasto pelo analista de qualidade para realizar a inspeção, reduziu-se em 33%, devido ao número de amostras retiradas para testes também ter-se reduzido em 54%, trazendo assim para essa indústria um ganho em qualidade e produtividade. Dessa forma, erros críticos não serão mais aceitos, os demais erros considerados moderados e toleráveis serão restringidos, e o tempo de inspeção e retenção de amostras ficarão reduzidos. PALAVRAS CHAVE: Indústria de Herbicidas, Plano de Amostragem e Qualidade. 7 ABSTRACT This work aims to adapt the sampling plan in an industry of herbicides. The methodology used since the company's foundation is obsolete and should be replaced by a new one, whose the acceptance defects’ rate is lower and is based on the methodology of NBR 5426. Since this proposal, we set up a reduction of at least 2% in number of samples taken; reduce the inspection time by quality analyst and the time to final release of the batches, while maintaining the same quality of the final products. At the end of this project, it can be observed that the adoption of final products in this industry gained greater reliability due to use of a standard current and referenced. As a result, it was found that the time spent by the quality analyst to perform the inspection, was reduced by 33%, due to the number of samples taken for tests also have been reduced by 54%, thus bringing this industry to gain in quality and productivity. Thus, critical errors are no longer accepted, others moderate and tolerable errors were restricted, and the inspection and retention time of the samples were reduced as well. KEYWORDS: Industry of Herbicides, Sampling Plan and Quality. 8 INTRODUÇÃO Podemos definir a inspeção como o processo de medir, ensaiar ou examinar um produto, visando verificar se suas características estão de acordo com as especificações [1,2]. Uma inspeção simples de nível II, na inspeção por atributos, é a verificação da presença ou ausência de uma determinada característica qualitativa e na contagem do número de unidades inspecionadas que possuem ou não a referida característica. Os resultados da inspeção por atributos são dados em termos de: “passa ou não passa”; “defeituosa ou não defeituosa”; “dentro ou fora de tolerância”; “correta ou incorreta”; “completa ou incompleta”; etc. A inspeção por atributos é mais utilizada para exames visuais de unidades de produto, defeitos de mão-de-obra, dimensões erradas, deformações em materiais, embalagens e para ensaios ou exames onde a característica envolvida é verificada, somente para determinar se a mesma está ou não de acordo com os requisitos especificados. Entre suas vantagens, é normalmente mais rápida e requer registros menos detalhados. Sua administração é mais fácil e o custo menor, pois nesse caso, é comum agruparem-se todas as características de qualidade de importância equivalente e estabelecer um nível de qualidade para o grupo, considerado como um todo. A decisão de aceitar ou não um lote do produto é tomada ao se determinar se as unidades da amostra satisfazem aquele nível de qualidade global e não baseando-se em características individualizadas [1,2]. Os propósitos de um plano de amostragem são testar um lote para determinar sua qualidade ou para garantir que a qualidade seja aquela suposta. Ele determina o número de unidades de produto de cada lote a ser inspecionado (tamanho da amostra ou série de tamanhos de amostra) e o critério para a aceitação do lote (números de aceitação - Ac e de rejeição - Re) [1-3]. Define-se lote como uma quantidade definida de um produto ou material que é mantido sob condições consideradas uniformes para fins de amostragem. Em caso de processos de batelada, cada partida deve ser considerada um lote [4]. De modo geral, pode-se definir os vários tipos de erros da seguinte forma: Defeito crítico: é o defeito que pode produzir condições perigosas ou inseguras para quem usa ou mantém o produto, além de poder impedir o funcionamento ou o desempenho de uma função importante de um produto mais complexo. Defeito moderado (ou grave): defeito considerado não-crítico, mas que pode resultar em falha ou reduzir substancialmente a utilidade da unidade de produto para o fim a que se destina. 9 Defeito tolerável: defeito que não reduz, substancialmente, a utilidade da unidade de produto para o fim a que se destina ou não influi substancialmente no seu uso efetivo ou operação. Defeito sistêmico: defeito que ocorre de uma maneira generalizada em todo o lote. Defeito pontual: defeito esporádico e que não ocorre de maneira generalizada em todo o lote [1,2]. Define-se não conformidade como o não atendimento a requisitos especificados para qualquer característica de qualidade estabelecida. Dentro de um plano de amostragem, por definição, diz-se que sempre estará em função de c (ou Ac) e n, onde n é o tamanho da amostra e c é o número de aceitação, que é o número máximo de itens defeituosos que podem ser encontrados em uma amostra. Ambos são determinados pelo valor do Nível de Qualidade Aceitável (NQA) pré-definido [1-3]. O NQA é definido como a porcentagem defeituosa máxima que, em inspeções por amostragem, pode ser considerada satisfatória como média de um processo. Ou seja, os lotes são considerados bons se não tiverem mais que o valor especificado de itens defeituosos. O NQA e o código literal do tamanho da amostra são usados para classificar os planos de amostragem [1-3]. As especificações do produto devem sempre ser definidas de modo a atender as exigências dos clientes, e caso essas exigências não sejam determinadas ou os objetivos de clientes e fornecedores forem diferentes, deve-se desenvolver especificações que cheguem a um acordo para ambos [4]. Nesta indústria, as embalagens são divididas em frascos, bombonas e sacos. Os frascos podem ser de 1L ou 5L e as bombonas são de 20L, e ambos armazenam os herbicidas líquidos. Os frascos de 1L são embalados em caixas contendo doze unidades dos mesmos, os frascos de 5L são embalados em caixas contendo quatro unidades dos mesmos e as bombonas devido a sua estrutura não necessitam de caixas. Já os sacos podem ser de 1kg e 5kg, e armazenam os herbicidas sólidos na forma de peletes granulados. Os sacos de 1kg são embalados em caixas contendo dez unidades dos mesmos e os sacos de 5kg são embalados em caixas contendo quatro unidades dos mesmos. Cada uma dessas formas de comercialização de produto é chamada de SKU (Stock Keeping Unit), que em português significa Unidade de Manutenção de Estoque, e designa os diferentes itens do estoque, estando normalmente associado a um código identificador. 10 O plano de amostragem vigente Um lote nesta indústria é constituído por uma quantidade "X" de paletes referente a cada SKU, onde um palete é retirado aleatoriamente como lote amostral. A quantidade de amostra a ser inspecionada nesse palete é definida pela equação de √ 1 (metodologia estatística utilizada em amostragem), onde n é o número de caixas ou bombonas por palete [5]. Portanto, de acordo com a metodologia vigente, as amostragens são retiradas para inspeção em quantidades definidas na Tabela 1. Tabela 1: Metodologia para definição de amostragem SKU's Nº de amostras 1L 108 frascos 5L 28 frascos 20L 8 bombonas 1kg 120 sacos 5 kg 32 sacos A Tabela 2 mostra os valores de NQA determinados na indústria com a tolerância quanto aos defeitos encontrados na inspeção das embalagens, cuja classificação dos itens defeituosos será descrita no ANEXO I. 11 Tabela 2: NQA do plano de amostragem para todos os itens de inspeção do ANEXO I NQA Crítico Moderado Tolerável 1% 10% 20% 1L 1 10 20 5L 1 3 6 20 L 1 1 2 1 kg 1 6 12 5 kg 1 3 6 Definição de defeitos O objetivo desse trabalho é adequar o plano de amostragem vigente por uma metodologia mais robusta e confiável trazida através de uma norma referenciada como a NBR 5426. MATERIAIS E MÉTODOS Metodologia proposta As normas NBR 5425 e 5426 são a base do nosso plano de amostragem proposto, em especial, a NBR 5426 traz instruções em relação ao plano de inspeção por atributos, e suas tabelas orientam com relação ao número de unidades que irão compor a amostra a ser inspecionada e o critério para a aceitação de defeitos do lote (números de aceitação e de rejeição). Instruções para escolha do plano de amostragem O Nível de inspeção fixa a relação entre o tamanho do lote e o tamanho da amostra. O nível de inspeção expresso na Tabela 1 - Codificação de amostragem conforme NBR 5426, para uso geral foi escolhido como inspeção em nível II, conforme recomendado pela norma. O Código literal, por meio do tamanho do lote em relação à quantidade de amostras, consulta-se o código literal expresso na Tabela 1 - Codificação de amostragem conforme NBR 5426. A Tabela deve ser utilizada para a determinação da letra aplicável ao tamanho do lote (determinado anteriormente), e nível de inspeção prescritos. 12 Para este trabalho o NQA adotado para todos os SKUs é igual a 1,0% e consideraremos o plano de amostragem simples, de acordo com as necessidades e determinações da indústria [5]. O NQA determinado pela empresa, e a letra de código, expresso na Tabela 2 - Plano de amostragem simples - Normal, devem ser usados para obtenção do plano de amostragem. Método de amostragem - Composição do lote De acordo com a nova metodologia proposta, o lote possui uma quantidade "X" de paletes referente a cada SKU, onde um palete é retirado aleatoriamente como lote amostral. A quantidade de amostra a ser inspecionada nesse palete é com base do tamanho do intervalo de cada SKU (Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos - NBR 5426). Por exemplo: para bombona 20L, o intervalo compreende 6 paletes = 288 bombonas. Conforme a NBR 5426, na Tabela referente a Codificação de Amostragem, nível geral II, 288 bombonas se enquadra na letra H. Conforme a NBR 5426, na Tabela Plano de Amostragem Simples - Normal, para NQA = 1,0%, a letra H corresponderia a 50 amostras inspecionadas com aceitação de uma peça defeituosa (1 Ac e 2 Re); pode-se reduzir a quantidade de erros aceitáveis por definição da empresa, e de acordo com a norma (0 Ac e 1 Re), dessa forma as amostras a serem inspecionadas totalizam 13 bombonas. Na Tabela 3, encontra-se o número de amostras retiradas para inspeção para os demais SKUs, da mesma forma como exemplificada para a bombona 20L. Tabela 3: Distribuição da quantidade de amostras de acordo com o intervalo de cada SKU Quantidade SKUs de intervalos Quantidade Quantidade Quantidade de de paletes de produtos produtos por por lote por intervalo por palete lote 20 L 11 6 5L 6 8 160 frascos 1L 4 6 1 kg 6 5 kg 6 48 bombonas 288 bombonas Letra na Número de Tabela amostras retiradas NBR na proposta de 5426 implementação H 13 1280 frascos K 13 720 frascos 4320 frascos L 13 16 480 sacos 7680 sacos L 13 8 192 sacos 1536 sacos K 13 13 Assim, para haver uma maior confiabilidade nos produtos aprovados nesta indústria, determinou-se que não serão aprovados lotes cuja inspeção determinar qualquer defeito crítico. Além disso, todos os SKUs acabaram por ser padronizados, com a retirada de treze amostras cada. Na Tabela 4, segue os níveis de qualidade aceitáveis (NQA) referente a cada item do ANEXO I. Tabela 4: NQA da proposta de implementação para todos os itens de inspeção do ANEXO I NQA Definição de defeitos Crítico Moderado Tolerável 1% 10% 25% 1L 0 3 7 5L 0 3 7 20 L 0 3 7 1 kg 0 3 7 5 kg 0 3 7 Procedimento de Inspeção para Produto Acabado na Indústria Para a inspeção dos diferentes SKUs da indústria, serão retirados aleatoriamente do palete pelo analista da qualidade a quantidade de amostras definida conforme Tabela 3. Os testes conforme descritos na Tabela 5 são realizados para checagem da conformidade do lote. 14 Tabela 5: Testes de checagem de conformidade do produto Codificação Testes de conformidade do produto 1 Disposição dos produtos no palete 2 Stretch film 3 Pesagem dos produtos 4 5 6 7 Procedimento para verificação de vazamento pela selagem de líquidos Procedimento para verificação de vazamento pela selagem de sólidos - Drop Teste Procedimento para verificação de vazamento pela selagem de sólidos - Esgarçamento Disposição dos rótulos e inspeção visual (sujeira, respingos, desvios, etc.) 8 Conferência da ARTE (embalagem secundária) 9 Conferência da ARTE (embalagem primária) 10 11 Conferência do número de lote, fabricação e validade (embalagem secundária) Conferência do número de lote, fabricação e validade 12 (embalagem primária) Remontagem do palete O analista da Qualidade verificará todos os itens do ANEXO I. Esta tabela define quais são os itens críticos, moderados e toleráveis. Para o ANEXO II, classifica-se o defeito encontrado em sistêmico ou pontual. Rechecagem O lote estará sujeito a rechecagem, após a verificação de alguma não conformidade encontrada, respeitando as definições de itens críticos, moderados e toleráveis no ANEXO I. O analista deverá verificar se o defeito encontrado é sistêmico ou pontual, conforme ANEXO II. 15 - Para defeitos sistêmicos: Sendo o defeito sistêmico, todos os intervalos deverão ser rechecados e aqueles que apresentarem a não conformidade deverão ser retrabalhados ou reprocessados. Sendo encontrado defeito em 80% ou mais dos intervalos automaticamente todo o lote deverá ser retrabalhado. - Para defeitos Pontuais: Sendo o defeito pontual, um intervalo anterior e posterior deverão ser rechecados; caso nenhum destes apresentarem defeitos, somente o intervalo inspecionado será retrabalhado. Se no intervalo anterior, posterior ou ambos apresentem defeitos, o mesmo procedimento deve ser adotado: analisar um intervalo anterior e posterior novamente até o momento dá não evidencia de mais defeitos no lote. Os intervalos rechecados e reprovados por defeitos pontuais deverão ser retrabalhados. Metodologia de Análise para Produto Acabado na Indústria O analista da qualidade deverá inspecionar um lote conforme todos itens da Classificação de Defeitos, conforme ANEXOS I e II, e os dois lotes seguintes aprovados, sendo que a inspeção deve-se iniciar obrigatoriamente sempre no primeiro lote produzido de cada SKU. A seguir, alguns exemplos: • Exemplo 01: Lote 01 inspecionado (todos os itens da Classificação de defeitos - Anexo I) e aprovado; Lote 02 aprovado; Lote 03 aprovado. Lote 04 inspecionado (todos os itens da Classificação de defeitos - Anexo I) e aprovado; Lote 05 aprovado; Lote 06 aprovado. Caso o lote inspecionado apresente algum desvio conforme o Anexo I que ultrapasse a quantidade de aceitação da tabela 4 para cada tipo de desvio (Crítico, Moderado ou Tolerável), deve-se correlacionar o tipo de desvio com o Anexo II, de forma a classificar o desvio como pontual ou sistêmico. 16 • Exemplo 02 – Desvio Pontual Lote 01 inspecionado (todos os itens da Classificação de defeitos - Anexo II) e reprovado por defeito pontual. Esse lote deve ser inspecionado conforme procedimento de rechecagem para defeito pontual; Lote 02 aprovado; Lote 03 aprovado. Lote 04 inspecionado (todos os itens da Classificação de defeitos - Anexo I) e aprovado; Lote 05 aprovado; Lote 06 aprovado. • Exemplo 03 – Desvio Sistêmico Lote 01 inspecionado (todos os itens da Classificação de defeitos - Anexo II) e reprovado por defeito sistêmico. Esse lote deve ser inspecionado conforme procedimento de rechecagem para defeito sistêmico; Lote 02 inspecionado (inspeção somente do defeito encontrado no 1º lote) e aprovado. Lote 03 inspecionado (inspeção somente do defeito encontrado no 1º lote) e aprovado. Lote 04 inspecionado (todos os itens da Classificação de defeitos - Anexo I) e aprovado; Lote 05 aprovado; Lote 06 aprovado. Para o exemplo 03, o analista da Qualidade deverá inspecionar mais 2 lotes extras quanto ao desvio encontrado, não necessariamente respeitar a ordem de produção; mas deverá decidir pelos 2 lotes anteriores, 2 posteriores ou um Lote posterior e outro anterior para a aprovação. Essa decisão é tomada com base na análise dos fatos que originaram o desvio, no tipo de desvio, ou se o mesmo pode ser identificado ou estimado pela produção. O lote poderá ser avaliado após sua conclusão ou durante o processo de produção. É utilizado o ANEXO I como guia de defeitos críticos, moderados e toleráveis, e ANEXO II para a classificação de amostragem (sistêmicos e pontuais) bem como os níveis de qualidade aceitáveis (NQA). Procedimento dos testes de inspeção Grande parte dos testes é realizado visualmente pelo analista da qualidade, porém alguns testes precisam seguir procedimentos específicos, pois não podem ser detectados 17 visualmente, que no caso são a verificação do peso do produto e existência de vazamento de produto, tanto em produtos líquidos quanto sólidos. Nos ANEXOS III e IV, serão descritos os testes realizados nas diferentes embalagens. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com relação à amostragem de lotes dos SKUs aqui mostrados, comparou-se os resultados em quantidade de amostras disponibilizadas para inspeção. O número de testes amostrados, correspondente a doze meses, utilizando o plano de amostragem vigente em comparação com a nova proposta de amostragem, está na Tabela 6. Tabela 6: Quantidade de amostras retidas para testes para o plano vigente de amostragem e para a proposta de amostragem pelo mesmo período de tempo Plano Vigente de Proposta de Amostragem amostragem 1 748 748 2 748 748 3 22332 9724 4 12248 6318 5 1572 761 6 1572 761 7 22332 9724 8 3174 1356 9 22332 9724 10 3174 1356 11 22332 9724 12 748 748 Total 113312 51692 Testes As Figuras 1 e 2 mostram um comparativo entre a quantidade de amostras retiradas por testes e total, respectivamente, no plano vigente e na proposta de amostragem. 18 22332 22332 24000 22332 22332 21000 18000 15000 12248 12000 9724 9724 9000 9724 9724 6318 6000 3000 748 748 1 2 3174 1356 1572 1572 761 761 3174 1356 748 0 3 4 5 6 Plano vigente 7 8 9 10 11 12 Nova proposta Figura 1:: Gráfico comparativo entre as amostras retiradas para os diversos testes de qualidade no plano vigente de amostragem e na proposta de amostragem 113312 120000 100000 51692 80000 60000 40000 20000 0 Plano vigente Nova proposta Figura 2:: Gráfico comparativo para o total de amostras retiradas no plano vigente de amostragem e na n proposta de amostragem Portanto, pode-se se concluir que a nova proposta de amostragem obteve uma redução de 54% no volume total de amostras quando comparado ao plano vigente de amostragem. Em relação ao tempo de trabalho gasto pelo analista daa qualidade, os dados estão na Tabela 7. 19 Tabela 7: Tempo utilizado para testes para o plano vigente de amostragem e para a proposta de implementação pelo mesmo período de tempo Plano de SKUs Vigente amostragem Proposta de Proposta Implementação vigente Cada amostra Total Cada amostra Total 1L 24 min 29 h 12 min 09 min 10 h 57 min 5L 21 min 18 h 33 min 12 min 10 h 36 min 20 L 19 min 114 h 21 min 126 h 5 kg 40 min 158 h 17 min 67 h 09 min Tempo total gasto 319 h 45 min 214 h 42 min A Figura 3 mostra um comparativo em horas entre o tempo total utilizado pelo analista da qualidade, no plano vigente e na proposta do d plano de amostragem. 320 400 215 300 200 100 0 Plano Antigo Novo Plano Figura 3:: Gráfico comparativo para o tempo total em horas gastos no plano vigente de amostragem e na n proposta de amostragem Pode-se se concluir que a Proposta de Implementação, obteve um ganho de 33% em tempo gasto pelo analista da qualidade em relação ao plano vigente. 20 CONCLUSÕES Ao final deste projeto, pode-se concluir que a aprovação de produtos finais nesta indústria ganhou uma maior confiabilidade. Mesmo o plano vigente sendo restritivo, este não tinha uma referência conhecida pela equipe de qualidade, enquanto que a Proposta de Implementação é ainda mais restritiva e baseada em uma norma atual e referenciada. Como conseqüência, também pode-se verificar que o tempo gasto pelo analista de qualidade teve uma redução de 33%, devido ao número de amostras retiradas para testes ter-se reduzido em 54%. Assim, a indústria ganha em qualidade e produtividade, pois erros críticos já não serão mais aceitos, os demais erros considerados moderados e toleráveis foram restringidos, e o tempo de inspeção e retenção de amostras que poderiam ser comercializados reduziram. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 5425 - Janeiro 1985 [2] Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 5426 - Janeiro 1985 [3] M. M. Davis, R. B. Chase, N. J. Aquilano. Fundamentos da administração da produção, 3ª Ed., Editora Bookman, São Paulo (1999)185-187. [4] American Society for Quality Control. Garantia de Qualidade para Indústrias Químicas e de Processo - Um manual de boas práticas, Qualitymark Editora, São Paulo (1992) 11-14. [5] Leite, F. Revista Analytica. Amostragem analítica em laboratório. 06, (2003) 52. 21 ANEXOS ANEXO I - Tabela de classificação de Defeitos - Crítico, moderado ou tolerável CLASSIFICAÇÃO DE DEFEITOS 1. FRASCOS / BOMBONAS Tipo de defeito 3.2 Rótulos rasgados Crítico 3.3 Borrados por ataque de produto (líquidos) Moderado Crítico 3.4 Rótulo descolando (adesão/colagem) Tolerável Crítico 3.5 Rótulos amassados Tolerável 1.1 Faltando Tampas Crítico 1.2 Vazamento por Furos/Cortes/Respingos/Babas 1.3 Peso menor 1.4 Vazamento pela selagem (Ineficiência da selagem) 4. BULAS Crítico 4.1 Embalagens faltando bulas Tipo de defeito 1.5 Tampas c/ fechamento irregular (Tortas) com vazamento Crítico 1.6 Faltando Númeração de Lote Crítico 1.7 Número de Lote Borrado/Ilegível Crítico 5.1 Stretch film c/ falta de Tensão (frouxo) Crítico 1.8 Amassadas Moderado 5.2 Strech film rasgado na lateral Moderado 1.9 Integridade do lacre 5. PALETIZAÇÃO Moderado Tipo de defeito Moderado 5.3 Strech film rasgado na quina do pallet Moderado 1.10 Tampas c/ fechamento irregular (Tortas) sem vazamento Tolerável 5.4 Terminação do filme (sem fixação) Moderado 1.11 Tolerável 5.5 Capa de Topo (ausente) Moderado Tolerável 5.6 Número de voltas insuficiente 1.12 Frascos com respingos de Cola Sujas 2. CAIXAS 6. PALETES Tipo de defeito Tolerável Tipo de defeito 2.1 Caixas faltando Frascos ou Sacos Crítico 6.1 Bombonas de outro Produto (Misturada) Crítico 2.2 Fechamento (colagem) ineficiente Crítico 6.2 Caixas de outro Produto (Misturado) Crítico 2.3 Informações Impressas Borradas/Ilegíveis Crítico 6.3 Pallet exportação contém carimbo HT Crítico 2.4 Falta Twist Tie e/ou Dosador Crítico 6.4 Paletes sujos Tolerável 2.5 Caixas Colapsadas Moderado 6.5 Caixas ou Bombonas Descentralizadas Tolerável 2.6 DRY-Caixas c/ fitas cobrindo área p/ pegar Moderado 2.7 Sujas Tolerável 7.1 Sacos com Peso menor Crítico 2.8 Caixas amassadas Tolerável 7.2 Sacos Rasgados Crítico 3.1 Frasco/bombona sem rótulo 3. RÓTULOS 7. SACOS ( DRY) Tipo de defeito 7.3 Impressão Borrada / Ilegível / Sem impressão (nº de lote) Crítico 7.4 Sacos com Selagem imperfeita (Com Vazamento) Tipo de defeito Crítico Crítico I ANEXO II - Tabela de classificação de Defeitos - Pontual ou Sistêmico CLASSIFICAÇÃO DE AMOSTRAGEM 1. FRASCOS / BOMBONAS Tipo de defeito 3.2 Rótulos rasgados Pontual 3.3 Borrados por ataque de produto (líquidos) Pontual Pontual 3.4 Rótulo descolando (adesão/colagem) Sistêmico Pontual 3.5 Rótulos amassados 1.1 Faltando Tampas Pontual 1.2 Vazamento por Furos/Cortes/Respingos/Babas 1.3 Peso menor 1.4 Vazamento pela selagem (Ineficiência da selagem) Sistêmico 4. BULAS 1.5 Tampas c/ fechamento irregular (Tortas) com vazamento Sistêmico 1.6 Faltando Númeração de Lote Sistêmico 1.7 Número de Lote Borrado/Ilegível Pontual 5.1 1.8 Amassadas Pontual 5.2 Strech film rasgado na lateral Pontual 1.9 Integridade do lacre Pontual 5.3 Strech film rasgado na quina do pallet Pontual 1.10 Tampas c/ fechamento irregular (Tortas) sem vazamento Pontual 5.4 Terminação do filme (sem fixação) Sistêmico 1.11 Frascos com respingos de Cola Pontual 5.5 Capa de Topo (ausente) Pontual 1.12 Sujas Pontual 5.6 Número de voltas insuficiente Sistêmico 2.1 Caixas faltando Frascos ou Sacos Pontual 6.1 Bombonas de outro Produto (Misturada) 2.2 Fechamento (colagem) ineficiente Pontual 6.2 Caixas de outro Produto (Misturado) Pontual 2.3 Informações Impressas Borradas/Ilegíveis Pontual 6.3 Pallet exportação contém carimbo HT Sistêmico 2.4 Falta Twist Tie e/ou Dosador Pontual 6.4 Paletes sujos Pontual 2.5 Caixas Colapsadas Sistêmico 6.5 Caixas ou Bombonas Descentralizadas Sistêmico 2.6 DRY-Caixas c/ fitas cobrindo área p/ pegar Pontual 2.7 Sujas Pontual 7.1 Sacos com Peso menor Tipo de defeito Pontual Pontual 7.2 Sacos Rasgados Sistêmico 2. CAIXAS 2.8 Caixas amassadas 3. RÓTULOS 3.1 Frasco/bombona sem rótulo 4.1 Embalagens faltando bulas Pontual Tipo de defeito 5. PALETIZAÇÃO Stretch film c/ falta de Tensão (frouxo) 6. PALETES Tipo de defeito 7. SACOS ( DRY) Tipo de defeito 7.3 Impressão Borrada / Ilegível / Sem impressão (nº de lote) Pontual 7.4 Sacos com Selagem imperfeita (Com Vazamento) Pontual Tipo de defeito Sistêmico Tipo de defeito Pontual Pontual Pontual ANEXO III - Análise de resistência da solda - Esgarçamento e Drop Teste O objetivo desta análise é avaliar a resistência da solda e da estrutura da embalagem, visando identificar possíveis deficiências resultantes da falha de selagem e ou queima da mesma por excesso de temperatura, submetendo o produto final embalado aos testes de esgarçamento e Drop Teste. As primeiras amostras são retiradas diretamente na saída do envase, onde o operador retira dois pacotes envasados da caixa e os deixa resfriar durante 10 minutos em local plano. Um pacote é utilizado no teste de esgarçamento e o outro para o Drop Teste. Em seguida, o analista da qualidade retira dois pacotes da caixa e coloca sobre a mesa. Um pacote será utilizado no teste de esgarçamento e o outro para o Drop Teste. O teste de esgarçamento procede da seguinte forma: o primeiro pacote amostrado deve ser levantado pela aba da selagem vertical, a uma altura mínima de 10 cm do local plano, testando assim a solda pela ação do peso do produto embalado. Com o pacote em pé (ambos II os lados), puxar a solda da selagem horizontal com as duas mãos analisando a resistência da mesma. O drop teste é feito sinalizando, em local específico para testes, uma altura de 1,20 a 1,30m. O segundo pacote é elevado a esta altura e é solto por 3 vezes, sendo uma queda com o pacote deitado e duas quedas com o pacote em pé (ambos os lados). Espera-se no resultado do teste de esgarçamento que a solda não se rompa devido ao levantamento através da ação do peso da amostra ou pela ação da força aplicada, e no drop teste a solda não poderá romper ao final das 3 quedas. ANEXO IV - Verificação de vazamento pela selagem de líquidos Este teste tem o intuito de avaliar a eficiência da selagem das embalagens de líquidos, visando identificar possíveis deficiências resultantes da falha de selagem, queima da mesma por excesso de temperatura ou defeito de fabricação do selo, submetendo o produto final embalado ao teste de verificação de vazamento. Para tanto, o analista, após pesagem, utiliza as mesmas amostras para realizar o teste de vazamento. O teste consiste em colocar a bombona e os frascos de 5L e 1L na posição horizontal (“tombados”) por 10 minutos; esse tombamento fará com que o líquido fique em contato direto com a tampa da bombona ou frasco. Após o tempo determinado, o analista verifica visualmente e fisicamente, passando a mão (protegida pelo uso da luva nitrílica adequada para essa atividade) ao redor da tampa. Ao final do teste, espera-se que nenhum vazamento seja observado, para que as embalagens sejam consideradas aprovadas. III