Os braços se abrem, e no
templo reverente de suaves
portas
Estreita-se a emoção, e tão
firme é o laço, que decerto
As duas vidas parecem
apenas uma, assim, vistas de
perto.
Tudo enfim tão de repente
que as linhas se fazem tortas
Como Deus as grafa, embora
pretendesse escrever certo.
E faz-se a paz e o silêncio de
um verdadeiro sentimento.
Inicia o adágio e o “pas-dedeux” é tão limpo e tão
perfeito
Que lembra as vidas daqueles
que se amam, sem enganos.
Ele a ampara e ela se esmera,
leve qual o sonho dos insanos,
E como tal, solta-se em vôo
breve, e, suave, toca-lhe a
emoção.
Re-pousa-se mansa, então,
no coração e re-colhe-se no
relicário.
Porém, não é tão precisa a
coreografia de sua vida
E é necessário improvisar, na
amplidão do palco do desejo
manifesto.
E se o som se cala e o par
perde o compasso ,
É necessário criar em sua
música, o passo certo, e o
gesto ansiado.
Mestre não há senão a
intuição, energia da criação
feminina,
E ali, como uma pluma, roça
leve a pele de seu par, em
encanto.
E com a ponta suave de seus
dedos, sobrevoa a arte de
amar,
Ave a brincar em céu aberto.
Foi , então, que o par enfim
decerto,
Interpretou o verso do poeta
“dançar no seu corpo, feito
bailarina” em delírio,
Um “pas-de-deux”,
sutil e docemente
apaixonado.
Texto:
HIRAM CÂMARA
Música:
Love Theme from Romeo and
Juliete_Andre Rieu
Formatação:
N@nd@
[email protected]
Download

Slide 1