OUVINDO COM AMOR Aconselhamento Pastoral: uma resposta cristã para as pessoas vivendo com o VIH -1- Prefácio O movimento ecuménico tem destacado esta questão do VIH desde 1980. Em 1986 o Conselho Mundial de Igrejas recomendou três áreas principais para a Igreja responder. Desde então o Conselho Mundial de Igrejas recomendou uma variedade de iniciativas para desenvolver e distribuir várias publicações para assistir às Igrejas a ultrapassarem a epidemia. O guia para o VIH, aconselhamento pastoral publicado em 1990, foi um passo significante e tem sido muito usado mundialmente. Durante os quinze anos passados a epidemia do VIH espalhou-se por todo o mundo afectando também as religiões. Ao longo deste período congregações e comunidades cristãs têm contribuído bastante em responder, com cuidado e apoio na epidemia. A epidemia tem mobilizado mundialmente comunidades cristãs. Porém este entusiasmo e responsabilidade ainda não é universal e precisa se tornar uma norma. As comunidades cristãs estão dispostas a trazerem uma diferença positiva e palpável na vida de pessoas; mas estas precisam ser melhor capacitadas para poderem fazer isso. Escutar com amor é designado como uma fonte baseada na Bíblia, um livro que permite à assistência nas congregações, o aconselhamento pastoral efectivo na altura do VIH. É uma tentativa de «abrir as portas dos céus» (II Reis 7:2). Resistir ao cerco a que as comunidades vivem por causa de barreiras cujo o ser humano por si mesmo sofre por causa da ignorância, pobreza e estigmação; para deixar que a graça de Deus caia livremente à nós e para que possamos recebe-la. É através de servir aos outros que vemos Deus. É dando forças aqueles que vivem com VIH que as comunidades vão ser libertas da epidemia. Que Deus nos abençoe a todos nesta caminhada. Dr. Manoj Kurian Programme Executive Health and Healing World Council of Churches. -2- Introdução Este manual é uma resposta cristã para o VIH. Antes que vá alem, porque não parar por um momento para reflectir e orar? Leia João 20:11-18 Que pensamentos vêm na tua mente ao ler essa passagem? Há alguma ligação entre esta passagem e a epidemia do VIH? Há alguma coisa que se diga em como nós encontramos o ministério cristão para ouvir? Existem muitos milhões de mulheres, homens, jovens e crianças por todo o mundo que vivem chorando por causa do devastamento do VIH. Como Maria, eles estão a procura de uma esperança e algumas vezes, como ela, eles procuram por essa esperança em lugares errados e de maneira errada. Maria foi no jardim a procura de uma coisa errada. Ela foi a procura de um corpo morto, ela deparou-se com Jesus o ressuscitado. Ela queria fazer algo por ele: “Diga-me onde puseste ele e eu irei...” uma mulher sozinha levantar um corpo morto – será que isso faz sentido? Se nós desejamos ouvir com amor a estes doentes com VIH precisamos ser claros que tipo de serviço esperamos providenciar. Talvez nossas ideias precisam mudar para que também deparemo-nos com Jesus nas pessoas que mais queremos acompanhar. O aconselhamento pastoral para os infectados com VIH é primeiramente para encontrar vida e dar esperança. Como cristãos inspirados pelo evangelho, podemos ser uma fonte genuína de compaixão, cura, e encorajamento através de um ministério de ouvir com amor. Oremos: Senhor Jesus, eu confio-te. Meu desejo é ser parte da tua compaixão e cuidado. No seu ministério deste ouvidos aos que tinham dor e tentas-te trazer-lhes cura e paz. Envie o teu espírito santo agora para ungir os meus ouvidos e meu coração para que eu também aprenda como escutar e ouvir os choros do teu povo, e que através do ministério de ouvir com amor, que eu possa trazer-lhes o que precisam de ti. Amem. -3- Questões básicas Esta introdução responde a três questões básicas: Porque é que este Manual é necessário? O que ele contem? Como pode ser usado? O VIH tem estado connosco por mais de vinte anos. Continuará a desafiar-nos por mais décadas. A lição mais importante que aprendemos até aqui é que nós podemos fazer a diferença: Nós podemos prevenir novas infecções, nós podemos melhorar a qualidade de cuidado e tratamento das pessoas que estão vivendo com o VIH1. Se você está a ler este manual provavelmente estarás interessado e envolvido no cuidado ou aconselhamento daqueles que estão vivendo com o VIH. Você saberá a partir da primeira experiência como cuidar de outros e isto pode ser imperioso. Talvez você tenha aberto este manual na esperança de encontrar encorajamento ou simplesmente estar informado. Seja qual for a razão, certamente poderás ser mais efectivo em trazer esperança e compaixão. Quando Deus foi para o jardim para ver Adão e Eva ele fez-se ouvir. No coração da fé cristã é o ministério de ouvir, o que permite as pessoas desvendarem o que está por detrás e dizerem a sua própria história da sua própria maneira sem que alguém os obrigue, encontrando assim significado, esperança e direcção. Este ministério compassivo de ser ouvido e cuidado é a maior contribuição que nós como cristãos podemos oferecer em face da epidemia do VIH. O que se segue é uma pequena tentativa para encorajar o ministério cristão, para que caminhemos confiantes com aqueles que estão infectados pelo vírus e estarmos juntos afim de criar comunidades de cura e vida. Criar “espaços seguros” para dizer a sua própria história no seio das nossas comunidades é portanto uma prática primordial, através da qual as congregações podem tornar-se comunidades de cura. A Igreja, que é construída, formada sobre a história do Mestre do Evangelho, pode oferecer um fórum onde os afligidos podem confiar e aceitar, baixar as suas guardas e partilhar suas histórias2. 1 Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas, 2004 Relatório sobre a epidemia global do SIDA). 2 Conselho Mundial de Igrejas, Facing AIDS (Enfrentando SIDA) -4- Porquê é que este Manual é necessário? A estimativa actual é que 38 milhões de pessoas no mundo inteiro estão a viver com o vírus do VIH. É a crise de saúde mais séria dos nossos tempos. Mulheres, homens e crianças de todas as idades, independentemente da sua educação, extracto social, estão lutando. Não podemos simplesmente ignorá-los. “A luta contra o SIDA deve ser uma luta de todos”3. “Devemos fazer toda a gente entender que a crise do SIDA não é para sempre, isto não é para alguns poucos países estrangeiros, longe de nós. Está é uma ameaça para a geração inteira, esta é uma ameaça para a nossa civilização”4. Nós sabemos que o VIH está em todos os níveis de vida. Isso vai para o âmago do ser humano, e levanta questões sobre a estabilidade económica, desigualdade no género, direitos, justiça e espiritualidade. Estando perante esta pandemia somos, cercados de temor e ignorância sobre a natureza deste vírus, assim como a falta de entendimento acerca de nossa sexualidade, bem como o lugar de Deus na luta contra o VIH; estas questões não devem confundir-nos em promover um aconselhamento pastoral genuíno. Através de baptismo, as pessoas de fé são chamadas a partilhar no ministério de Jesus. Somos convidados a estabelecer comunidades de cura no meio da dor e sofrimento, seja qual for a fonte. Os cristãos têm sido pedidos a consolar (II Cor. 1:35), a reconciliar (II Cor. 5:19), a amar (I Cor. 13) e estar com e servir os outros (Mateus 25:35-36). No decurso da história aqueles que se depararam com Jesus Cristo nas suas próprias vidas comprometeram-se a servir os outros, especialmente os pobres, os doentes, os destituídos e as pessoas a beira da morte. Somos desafiados a ver Cristo no mais pobre dos pobres, não importa como sua pobreza se manifesta. Este manual procura promover o evangelho de compaixão. É baseado na esperança de vida de um faminto. Como pessoas comprometidas com a vida em sua abundância (Jo. 10:10), desejamos ajudar todas as pessoas a descobrir Deus nas suas vidas. Nossa crença encoraja-nos a acompanhar aqueles que vivem com VIH e juntar-se a eles para quebrar as barreiras do estigma, a descriminação, ignorância e temor. Queremos providenciar apoio pastoral para 3 “Papa João Paulo II” 4 Koff Anan, UN Secretário Geral, Assembleia especial sobre o SIDA, Julho de 2001. -5- que suas preocupações, ansiedades e desejos possam encontrar estrutura informada e apropriada de cura e aconselhamento. “Cuidado pastoral é o sinal da presença de Jesus. Dá boa mensagem a quem sofre. Quem dá cuidado pastoral tem que ser um mensageiro da esperança e cura de Cristo5. O que você encontrará neste Manual? Este manual irá ajudar-lhe a sentir-se confortável e confidente, escutar as pessoas que estão vivendo com VIH. Irá providenciar-lhe ainda algumas habilidades básicas para que você possa ajudar outras pessoas a expressar a sua dor, sofrimento e confusão, seus descontentamentos, dúvidas e temores, num clima seguro e de cura. Isso não irá treinar-lhe a tornar-se um conselheiro profissional, porém ajudar-te-á a melhorar as suas habilidades de aconselhamento para que você oiça mais efectivamente e profissionalmente. O manual apresenta um entendimento cristão de cura e aconselhamento no contexto do VIH. Isto ajudar-lhe-á ajudar os outros a ajudarem-se a si mesmos. Os cristãos que cuidam, tentam influenciar aqueles infectados e afectados, para que eles possam encontrar neles mesmos a fonte de cura e força que são dádivas de Deus. Leia João 7:37-40 Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim como diz a escritura rios de água viva correrão do seu ventre. I Coríntios 3:16-17; 6:19-20 Não sabeis vós que sois o templo do espírito santo? Apocalipse 22:1-6 No meio da sua praça, e de uma e da outra banda do rio, estava á árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de meio em meio, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. Enfrentado a doença que ameaça a vida, as pessoas começam a perguntar: 5 Onde Deus poderá ser encontrado neste vírus e neste sofrimento? Qual é o meu valor como ser humano? Qual é o propósito da vida e da morte? Quantos é que eu devo perdoar? Como posso viver sem dar esperança? John Muchir: VIH/SIDA: Quebrando o Silêncio. -6- Aconselhamento pastoral precisa ser organizado e afirmar a vida se tem como propósito responder tais perguntas. Precisamos ser ouvintes, estarmos presentes com amor nas nossas comunidades. Este manual irá providenciar efectivamente instrumentos para serem usados quando estivermos perante aqueles que vivem com VIH. Esta não é a palavra final no que diz respeito ao tópico, mas é a fonte que você pode adaptar para a sua própria situação cultural. Como usar este manual? Nos hospitais, clínicas, cuidados caseiros para com o doente e quem estiver a beira da morte, nos momentos de funerais através da oração e louvor, muitos cristãos (e outros grupos de fé) são envolvidos no apoio pastoral para as pessoas vivendo com VIH. Este manual providenciar-te-á encorajamento. Ele desafia outros a ofereceremse a si mesmos a trabalhar, para os seus irmãos e irmãs através do ministério de escutar com amor. É uma tentativa de ajudarmos todos a nos sentirmos mais confortáveis e atender ao convite dos que vivem com VIH, para que possamos ajudá-los nas suas lutas diárias e aceitar a realidade de ser-se positivo. 1. Isso vai informar-nos sobre as preocupações físicas e espirituais em volta do VIH. Informações correctas ajudam a dissipar a confusão e a ignorância; 2. Grupos cristãos que queiram responder seriamente a chamada para lutar o estigma e descriminação podem usar este manual como um princípio primordial. Depois podem projectar suas próprias respostas e compaixão no sentido apropriado, baseando-se nas necessidades actuais e recursos de seu meio ambiente. 3. Indivíduos podem usar este manual para cultivar suas próprias habilidades que irão providenciar melhor contributo e um lugar seguro para que os outros partilhem suas histórias. Ao lermos este Manual é importante reflectirmos o que você irá aprender para captar suas próprias necessidades e circunstâncias. Ninguém pode dizer-nos com exactidão como cuidar e aconselhar os outros, porque cada situação é diferente e nós precisamos aprender a responder e respeitar as pessoas diante de nós. Todavia, podemos apoiarmo-nos uns aos outros partilhando nossas experiências. Este manual dá-nos tal apoio. -7- Uma coisa certa é que temos de lutar contra esta pandemia, porque nós temos a arma para conquistá-la. Temos Cristo!6 Vamos para o começo Esse capítulo responde as seguintes perguntas: O que é o VIH? O que significa seropositivo do VIH? Como posso saber se sou seropositivo? Como é que o vírus do VIH se torna SIDA? Quais são as principais rotas de transmissão do VIH? Quem está em risco, e como o risco pode ser evitado? Agora é um senso comum que o VIH/SIDA, não é somente a condição que magoa muitos (porque muitas doenças e circunstancias geram sofrimentos sérios e mortes), mas é porque normalmente um seropositivo enfrenta descriminação e rejeição.7 A ignorância continua a ser um factor preponderante na expansão do VIH, mesmo depois de 22 anos de informação. Se queremos providenciar um ministério efectivo de ouvir e cuidar, então podemos ter certeza de que estamos propriamente informados sobre VIH e SIDA. Caso contrário agirá sob a nossa própria ignorância e temor. O que é o VIH/SIDA? Antes de leres mais além pergunte-se a si mesmo: O que já sei sobre o VIH/SIDA? Como posso explicar a diferença entre VIH e SIDA? Estou informado como o vírus é transmitido? Em que é que preciso ter mais conhecimentos? Desde o princípio dos anos 1980, temos sabido sobre a existência de uma doença chamada SIDA. Muita gente sabe que o SIDA significa Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. Também sabemos que o vírus chamado VIH causa SIDA. VIH significa Vírus Imunodeficiência Humano. 6 Sr.ª Tarisai Zata OP. Irmã dominicana no Zimbabwe. 7 Rev. Canon Gidean Byanugisha CMI, Plano de Acção. -8- VIH ataca o sistema imune de uma pessoa e faz com que a pessoa seja menos capaz de lutar com a doença. Assim a pessoa desenvolve a doença chamada SIDA, uma doença que até aqui é incurável. É importante lembrar que uma pessoa infectada pelo VIH não desenvolve sintomas, quer seja do vírus ou da doença chamada SIDA de imediato. Está é a razão pelo qual não se pode dizer se a pessoa tem VIH ou SIDA simplesmente por olhar para eles. Não pode levar dois à dez anos antes da infecção ou antes que qualquer sinal da doença se manifeste. Uma vez infectado, todavia, a pessoa continua infectada por toda a vida e pode infectar outros. VIH e SIDA são primeiramente condições médicas, porém elas podem causar muitos outros problemas de angústia. Portanto, não devemos limitar-nos à medicina simplesmente. E como veremos, VIH pode causar SIDA, mas o risco de infecção do VIH depende de outros factores. O que significa ser seropositivo? Para a doença penetrar nas nossas raízes precisa antes de algum modo atacar ou entrar nas células do corpo. VIH ataca um tipo de célula branca no sangue chamado célula ajudador-T. Isto acontece pelo quebramento da porta na célula chamado de CD4-receptor. Uma vez dentro o vírus do VIH disfarça-se para que seja difícil detectar, e depois multiplica-se. Tendo enchido o sistema imune natural do corpo o vírus do VIH põem de lado sua acção. Uma vez alcançado (ou o sistema imune estiver pelo menos severamente enfraquecido), outras doenças podem tomar vantagem e atacar o corpo. Chamamos tais doenças infecções oportunistas. Vimos então porque VIH é tão perigoso: incapacita o sistema que mais protegenos. O sistema defensivo do corpo torna-se tão fraco, e quando despertamos numa altura que já não podemos ser salvos. O VIH é tão esperto que pode disfarçar-se parecendo tal qual a célula que este ataca. Até ser descoberto, o sistema imune já está destruído. ... “Ela tinha se casado por sete anos e foi sujeita a ofensas corporais constantemente. Seu marido batia-lhe por coisas vulgares. Por exemplo, ele bateu-lhe por ela acusar de ser má com os vizinhos. Numa das surras seu marido disse-lhe que ele tinha infectado ela com SIDA. Depois disso ela foi fazer o teste e foi diagnosticado positivo. Seguindo-se uma outra surra ela foi admitida no hospital por suspeita de ter contraído meningite, porém foi descoberto mais tarde que durante as surras ela tinha sofrido alguns ferimentos na cabeça. Após deixado o hospital as surras pioraram e então ela foi a polícia e falou para os -9- seus familiares, mas nada aconteceu. Ela sentiu que não podia continuar com o casamento. Depois ela falou com o Pastor conselheiro de sua Igreja. Juntos analisaram suas opções: permanecer num abrigo para sobreviver a violência física, ir ao tribunal e deixar que ele tivesse parte da propriedades, ser parte do grupo que apoiava mulheres com VIH, e depois ter mais conselhos. Ela decidiu tomar todas essas opções, ele queria viver como seropositivo do VIH mais livre da violência”.8 Viver com VIH e SIDA significa mais que sofrer desta infecção. Também vivemos com medo. Medo de dizer a outros por causa do que eles podem pensar e dizer, medo da morte e como pode ser difícil, medo do futuro e o que isto pode significar para nosso parceiro cônjuge ou filhos. Também vivemos a ira de como este vírus penetra nos nossos corpos. Muitas vezes precisamos perdoar a nós mesmos assim como os outros. Dependendo do local em que nos encontramos, podemos nos acostumar com a pressão da vida e tentar encontrar dinheiro suficiente para medicamentos e comida. Vivemos com questões: como posso aprender a viver com um vírus que gostaria de matar-me? Como é que este inimigo pode tornar-me amigo? Como posso saber se sou seropositivo? A única maneira certa para saber o nosso estado é ter um anti-corpo teste de VIH. É importante compreender que um teste de VIH é e é o que não é. Um teste de VIH não revela se alguém tem SIDA. Pelo contrário, detecta os anticorpos que atacam o sistema imune do corpo. Anti-corpos são substâncias produzidas pelas células brancas sanguíneas. Muita gente produzirá anti-corpos caso o vírus do VIH o tenha infectado. Há sempre um vazio entre ser infectado e a aparência dos anti-corpos no sangue. Isto refere-se a um período de janela. Todavia, em um período relativamente curto que a pessoa infectada desenvolverá um nível de anti-corpos que podem ser detectados. Se uma pessoa está preocupada sobre o seu estado de VIH então o melhor para ele é ser testado o mais cedo possível, depois do tempo que pensa que tenha sido exposto. Uma vez que a pessoa decide ir fazer um teste, o procedimento é simples. Há agências e praticas diferentes, mas os passos básicos são os seguintes: A pessoa é perguntada porque é que ela gostaria de ser testada e saber mais sobre o VIH; 8 Programa de Treinamento do SIDA da África do Sul, Maio 2001 - 10 - Um técnico de laboratório ou enfermeiro levam amostra de sangue; Se o teste for rápido eles podem esperar pelos resultados. Caso contrário, pode-se marcar uma consulta; Antes que os resultados sejam dados a pessoa testada encontra-se com um conselheiro para saber o que elas entendem por um resultado positivo ou negativo e que mudanças podem fazer nas suas vidas. “Simone tem 23 anos de idade, e terminou o ensino universitário a pouco tempo. Recentemente, ele foi a uma clínica por um simples problema de saúde e seguindo-se de uma conversa com o doutor que estava de serviço: Eu posso tratar-te Simone, o doutor disse-lhe, mas precisamos falar mais acerca da tua doença. Imediatamente Simone ficou ansioso e perguntou se isso era anormal. O doutor disse-lhe que isso parecia como uma doença transmitida sexualmente. Quando ele ouviu isso, ele começou a transpirar imediatamente e mencionou o relacionamento que tinha antes. Simone, posso ver que estas com medo, disse o doutor. O teste de Simone precisa ser feito para que possamos determinar exactamente o que sentes. O doutor explicou-lhe sobre os testes incluindo o teste do VIH, e teve certeza que ele entendeu porque era importante que Simone soubesse do seu estado. O VIH tinha sido positivo. O doutor aconselhouo e encorajou-o a procurar por um pastor conselheiro na sua Igreja local, porque sabia que Simone era cristão. Não! Não posso ser positivo do VIH, e eu não vou a nenhum aconselhamento pastoral! Ele saiu muito nervoso, cheio de ansiedade. Ele pensou na morte e sentiu-se rejeitado. Ele até pensou no suicídio. Ele estava deprimido e desesperançado. Ele continuou assim por alguns meses sem dizer a ninguém. Ele ia para o serviço e trabalhava como se nada tivesse acontecido. Quando alguém pensasse nisso, ele achava que era o fim de tudo, e podia perder o seu trabalho. Depois de seis meses, a vida tornou-se tão difícil que no fim ele disse a um amigo sobre o seu estado de VIH. Embora ele sentiu-se aliviado, ele sentiu-se preocupado uma vez que sabia que seu amigo traiu-lhe. Finalmente, o desespero permitiu que ele fosse ver o pastor conselheiro na sua Igreja”9. Como é que o vírus do VIH transforma-se em SIDA? Há quatro passos básicos, uma vez que alguém é infectado: I. A pessoa é infectada com VIH. A pessoa não parece doente, nem as pessoas sentem-se desconfortadas. Não é possível decidir se as pessoas são seropositivas ou não simplesmente por olhar nelas. Depois de algum tempo, todavia, elas podem dar conta que ficam constantemente cansadas, sentem febres, dor nos músculos, gripes, e outras infecções. 9 John Muchiri, HIV/AIDS: Breaking the silence - 11 - Lembre-se: mesmo assim as pessoas parecem saudáveis, mesmo estando infectadas. II. Desenvolvem sintomas parecidos com o SIDA. Na medida que o sistema imune da pessoa torna-se fraco, ela pode desenvolver sintomas parecidos ao SIDA. Experimenta perca de peso, perca de apetite, feridas na boca, diarreia, os vasos glandulares começam a inflamar, rugas na pele, febres nocturnas. Precisamos ser cautelosos, porém esses sintomas podem ser também manifestação de outras doenças. Se alguém está preocupado deve ir ao medico ou fazer um teste de VIH. III. Elas desenvolvem o SIDA. SIDA é o resultado desta infecção por VIH, quando o sistema imune do corpo não pode lutar contra sérias infecções. É impossível dizer exactamente que tipo de doença a pessoa tem, isso depende de cada organismo e das circunstâncias. A pessoa fica doente e depois é diagnosticado o SIDA ou uma doença parecida. Doenças comuns são tuberculoses, febres, diarreia crónica, perca de peso, infecções intestinais, meningites e outros problemas. IV. Elas morrem de doenças parecidas com o SIDA. Sem o funcionamento do sistema imune ninguém pode viver. O medicamento tem melhorado a qualidade de vida de muita gente com SIDA e prolongado suas vidas. Sem medicação adequadas, todavia, elas morrem de uma doença parecida ao SIDA. Isso é mais provável que aconteça nos países em de desenvolvimento. Quais são as principais vias de transmissão do VIH? O VIH é encontrado principalmente no sangue, sémen, fluidos vaginais e no leite materno. Para que o vírus se espalhe, um desses fluidos têm que passar de uma pessoa para outra. Ao menos que a pessoa infectada tenha alguns cortes ou feridas, nossa pele é bastante densa para proteger-nos contra o VIH. A vagina e o recto, porém, têm a pele mais delicada, que pode quebrar-se facilmente. Esta é a razão pelo qual o vírus penetra no sangue mais facilmente. Há quatro meios principais que o VIH penetra no sangue? Através de relações sexuais com uma pessoa infectada; Através da transfusão de sangue, por via de instrumentos não esterilizados, e outros contacto com sangue infectado; De uma mãe seropositiva do VIH para seu filho enquanto no útero; Através do aleitamento materno caso a mãe seja seropositiva; Através de instrumentos cortantes infectados (facas, laminas, agulhas, etc.). - 12 - Nas primeiras três pode haver uma pessoa que é infectada, que transmite o vírus através de sangue ou fluído vaginal ou seminal. Isso normalmente acontece através das mucosas e membranas da boca, da vagina ou recto ou um ferimento na pele. Existem ainda muitos mitos sobre VIH. Sabemos que este vírus não pode ser transmitido por: Toque, abraço, beijo; Partilhar os mesmos cobertores ou copos e pratos; Tocar mãos ou cumprimentar; Viver na mesma casa, usar a mesma casa de banho; Mordidas de insectos. Estar perto da pessoa infectada com VIH não põem-nos em risco. Porém, se estamos a cuidar de uma familiar ou amigo que esta muito doente com SIDA, naturalmente precisamos tomar cuidado com os resíduos sólidos e principalmente o contacto com o sangue da pessoa infectada. Falar somente de causas médicas do VIH/SIDA é negligenciar muitos outros factores que contribuem para a expansão desta epidemia. Falta de tolerância Pobreza Problemas de género Crenças e práticas culturais VIH Factores económicos Quem está em risco e como pode-se evitar o risco? Do que já debatemos até aqui é importante esclarecer que certos comportamentos põem-nos mais em risco que outros. Isto acontece especialmente quando temos uma vida sexualmente activa. Factores de risco incluem o seguinte: Ter relações sexuais quando você ou seu parceiro estiver infectado com uma doença sexualmente transmissível; - 13 - Manter relações sexuais se houver algumas feridas ou sangramento na área genital; Ter mais de um parceiro sexual; Manter relações sexuais com alguém que não saiba o seu estado de VIH; Manter relações sexuais sem o uso do preservativo; Ser injectado com agulha contaminada ou um outro equipamento; Ser circuncidado, tatuado, cortar-se com um instrumento não esterilizado depois de cada uso; Ser injectado com uma agulha ou seringa não esterilizada; Estar em contacto com alguns fluidos do corpo nos lençóis; Leia Romanos 12:1-12 Todavia, o risco não ocorre simplesmente através de comportamento. Podemos estar em risco por causa da pobreza, falta de apoio social, guerra, género e nossa idade. Em muitas partes do mundo, mulheres e raparigas estão em risco por causa de algumas circunstâncias biológicas e porque elas são discriminadas. Crianças também podem estar em risco por via de rapto e abuso sexual em algumas artes do mundo elas são consideradas estarem livres da doença ou consideradas como seres que trazem pureza e cura através de actividades sexuais. Homens e mulheres homossexuais, e consumidores de drogas, também estão em risco por causa da marginalização e descriminação. Se queremos tomar a peito as coisas que contribuem para a expansão do VIH, não devemos nos limitar apenas em falar sobre imoralidade sexual ou a necessidade de mudar de comportamento individual. Antes, precisamos enfrentar o facto de que algumas pessoas optam por viver assim por causa de como as nossas estruturas sociais estão organizadas. O indivíduo pode almejar mudar, mas pode não ter liberdade para tal. Suas decisões são subestimadas pelas estruturas sociais do seu contexto. O pecado estrutural é tão real como o pecado individual. Neste caso precisamos saber que não é apenas o indivíduo que está a falhar, mas as estruturas também. Como é que a palavra de Deus poderia ajudar-nos a impedir de estar infectado? Em que circunstâncias podemos oferecer nossos corpos como um sacrifício vivo? Que passos práticos podemos tomar para encorajar outros a continuarem livres da infecção? Que tipo de compaixão devemos ter com outros que estão em risco por causa de seu comportamento? - 14 - Ao providenciar cuidados ou aconselhamento pastoral aqueles que estão mais em risco, devemos também enfatizar acerca de abusos que fazem com pessoas continuem em risco. Capítulo II Resposta Cristã Este capítulo responderá as seguintes questões: Em quê é que o VIH tem haver com os cristãos? É o VIH um castigo de Deus por causa do pecado? Os infectados com VIH não são culpados? Então porquê é que as pessoas sofrem? Como é que os cristãos têm respondido à epidemia do SIDA? “VIH e SIDA; não está a perguntar nada novo da comunidade religiosa, antes porém, SIDA está a confrontar-nos com a realidade de sermos generosos e compassivos com as pessoas que têm sido chamadas a ser”10. Porquê é que nos preocupamos com os que têm VIH? Não é sua própria culpa? Eles causaram a doença a si mesmos! Onde está o perdão e entendimento que Jesus trouxe? Meu marido deu-me este vírus. Agora devo envergonhar-me, e sentir-me culpada na totalidade? O quê é que o VIH tem haver com os Cristãos? Silêncio e negar ou apontar dedo e vergonha, não ajuda-nos a responder ao VIH. Cristãos não são apenas afectados pela epidemia; muitos de nós estão infectados também. O corpo de Cristo está a sofrer do VIH. Como seguidores de Jesus, temos a responsabilidade de responder. Muita gente clama em não ter fé, e mesmo crendo em Deus e nas promessas de Jesus vemos que a epidemia do SIDA é um desafio. Não encontramos nenhuma resposta fácil na pessoa de Jesus, mas vemos que Jesus foi crucificado e descriminado injustamente. Se nós examinarmos a vida de Jesus, vemos alguém que sofreu física e emocionalmente. Em Jesus podemos encontrar cura e força também. 10 Fonte desconhecida - 15 - Leia Marcos 5:25_34 Ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou no seu vestido, porque dizia ela “se tão-somente tocar nos seus vestidos, sararei” e ele disse-lhe: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste mal”. A própria vida de Jesus e seu ministério são cheios de exemplos e desejo de trazer conforto para os angustiados. Ele curou incondicionalmente todas doenças (Marcos 1:29-32) e procurou os estigmatizados (Marcos 1:40; Lucas 17:36-49; 15:11-32), viveu com os pobres (Mateus 9:10-13; Lucas 18:1-8) e falou contra opressão e estruturas sociais (Lucas 4:16-22). Como cristãos e pastores que providenciam cuidados, nós podemos trazer esperança e encorajamento na medida que procuramos trazer uma assistência prática a situação que parecem ser difíceis por muitos indivíduos e famílias. Podemos trazer presença de ser ouvinte onde as pessoas afectadas e infectadas poderão partilhar a sua angústia e descobrir por eles mesmos onde Deus pode ser encontrado. Por meio das escrituras e oração podemos encontrar esperança e significado daquilo que parece estar perdido. VIH e SIDA são preocupações cristãs porque elas são preocupações de Deus. Leia Marcos 1:29-34 O doente veio a Jesus a procura de consolo. Podemos jogar as pessoas fora nos nossos dias? Onde quer que houvesse doença, Jesus trouxe cura. Leia Tiago 5:13-18 Nas nossas comunidades cristãs há muita gente que esta doente ou precisando de um apoio pastoral. Precisam de nossas orações e nossa presença compassiva. Isso pode ajudar-lhes na cura, ajudá-los com amor a ultrapassar suas emoções. Será que o SIDA é um castigo de Deus por causa do pecado? A resposta simples é NÃO. Por muito tempo nas mentes de alguns cristãos, todas as doenças, especialmente o VIH têm sido consideradas como resultado do pecado. A doença sempre confundiu pessoas, o que seja talvez razão pela qual alguns pensam: “Se Deus é Deus de amor, então certamente doenças são resultado do castigo pelas nossas próprias más acções e escolhas? Se somos bons, então seremos sãos e prósperos. Se fazermos o mal então Deus tirará o seu amor de nós”. Todavia, existem muito exemplos de boas pessoas que morem por câncer, ou outros males, e será que elas merecem castigo? Essa é a luta que o livro de Job descreve-nos? - 16 - O VIH tem sido associado com a falta de princípios morais muito em particular, parece muito simples, mas as consequências têm sido inúmeras. VIH = SEXO = PECADO = CASTIGO = MORTE Tais pensamentos não são encontrados nos exemplos e ensinamentos de Jesus. Leia João 8:1-11; 9:1-5; Marcos 2:1-5 Ao reflectirmos nessas passagens podemos realmente pensar que nos nossos próprios dias Jesus poderia curar as pessoas ou quereria ver-lhes sofrer? Os discípulos perguntaram “quem pecou”; mas para Jesus esta não é a questão mais importante. Quando as pessoas estão doentes o mais importante não é como é que elas obtiveram a doença, mas o que podemos fazer para ajudar-lhes a sobreviver no seu sofrimento. Será que as pessoas não causam o SIDA para si mesmas? Jesus ensinou-nos a não julgar (João 8:15). Naturalmente, escolhas têm consequências. Qualquer coisa que façamos na vida pode ter efeitos na nossa saúde e bem-estar. Todos nós precisamos aprender como escolher a vida, e não a morte (Deuteronômio 30:19). Afinal ninguém é totalmente livre nas escolhas que faz. Nossa cultura, nossas condições económicas e sociais, nossas crenças e valores influenciam nossas escolhas. Como cristãos que somos, todavia, devemos ter compaixão (Mateus 6). Isso não significa culpar outros, mas ajudálos naquilo que for necessário. Em várias ocasiões, o VIH tem sido associado com actividade puramente sexual, mesmo sendo que o sexo não é a única forma de contrair essa doença. E, naturalmente, muitas mulheres e moças tornam-se seropositivas do VIH enquanto são fiéis a seus parceiros, seus maridos. Por causa do desinteresse em como a pessoa torna-se seropositivo do VIH não é comum que se providencie aconselhamento pastoral. Nossa tarefa é enfrentar o sofrimento de outros e encorajá-los. Betty Strauss foi diagnosticada seropositiva do VIH em Novembro de 1998, depois da morte de seu marido. Logo deu conta que as pessoas passaram a evitar-lhe e não queriam ver-lhe próxima dos seus filhos. Desesperada, falou com o Pastor da Igreja onde ela fazia parte. “Queria dizer a congregação que tinha VIH mas não tenho SIDA”. O Pastor ouviu-a mas não deixaria que ela falasse na Igreja. Ele nunca visitou-a em sua casa; nem mesmo alguns anciães da Igreja. “Senti que ninguém da Igreja queria saber de mim”. Num sábado a tarde, em Setembro de 2000, Betty notou uma marcha no Centro de Windhoek. Pessoas levavam bandeiras e postais sobre o VIH/SIDA. Era uma marcha de - 17 - esperança para os órfãos namibianos organizada pela Acção Católica do SIDA. Um dos que estava a marchar deu a Betty um folheto, onde ela leu sobre Bernhard Nardkamp Centre, através do qual ela decidiu visitar. Passaram duas semanas até que ela conseguiu dinheiro para apanhar o autocarro, mas no final ela teve dinheiro bastante e encontrou o local. “Encontrei tudo que procurava e foi importante para a minha vida e saúde. Sempre oramos juntos. Para mim é importante orar porque ajuda-me a ver além da doença. Isso ajuda-me a tomar cada dia em cada tempo e entendo agora o sofrimento dos seres humanos. Eu também sofri de várias maneiras e a vida não tem sido fácil, porem, agora entendo que tudo que acontece na minha vida tem um propósito11. Então porquê é que as pessoas sofrem? Naturalmente não existe resposta fácil a esta pergunta, mas como cristãos devemos lutar para dar sentido a este facto fundamental da vida. Quer gostemos ou não, ou quer entendamos isto ou não, as pessoas sofrem. Porquê Porquê Porquê Porquê é é é é que que que que as pessoas sofrem? causamos sofrimento para outros e para nós mesmos? existe doença? Deus permite rapto e abuso sexual de crianças inocentes? Quando nos deparamos com sofrimento, começamos a perguntar-nos, qual o propósito da vida e as coisa que valorizamos. Questionamos nossa fé e que tipo de Deus nós cremos. Sofrimento causa-nos lutar com a grande questão do porquê? O cristianismo tenta lidar com problemas de sofrimento honestamente e seriamente. Isto é porque o centro da fé cristã é a crença num Deus crucificado. Paulo diz claramente: “Porque a palavra de Deus é loucura para os que perecem; mas, para nós, que somos salvos é o poder de Deus... Porque o judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, mas nós pregamos a Cristo, o Messias crucificado. (I Coríntios 1:18-23). A fé cristã fala-nos de um Deus que não lida apenas com agonia e dor física, mas também a ferida profunda da rejeição e abandono daqueles que ele ama e tenta ajudar. Neste sentido a fé cristã não foge de estar presente com os que sofrem no mundo, mas antes tenta ir além. A cara feia de sofrimento não guarda 11 G. Willians e A. Williams, Jornada da Fé - 18 - apenas nossos passos enraizados firmes na realidade da vida, mas também lembra-nos claramente que não existem respostas fáceis. “Não tenho resposta clara a pergunta eterna “PORQUÊ é?” do sofrimento mas estou certo de que tudo o que possa resultar e tudo o que possa advir, nunca é sem significado. O que isto significa possivelmente adivinhar: talvez diferentes sofrimentos de pessoas têm diferentes significados. Alguns estão claramente purificados e fortalecidos por isso e fazem melhores coisas para Deus e para outras pessoas. Outros estão simplesmente decepcionados, desumanizados e destruídos. Alguns estão arruinados antes que eles possam mesmo começar. O pacote embrulhado com tal ansiedade e esperança revela apenas uma desagradável colecção de decepções, naufrago além de qualquer esperança”12. As razões porquê é que as pessoas sofrem não são claras, mas nós não precisamos perder esperança. Paulo na sua carta aos Romanos diz-nos que “Nada pode separar-nos do amor de Deus” (Romanos 8:39). Deus não é encontrado no sofrimento, mas no centro da nossa luta e dor. Não podemos evitar as dificuldades que enfrentamos na vida, mas podemos começar a escolher como interpretá-los. Sofrimento é um mistério. Não entendemos porque é que as pessoas são violadas e baleadas, porque que há doenças que causam morte, porquê que algumas pessoas pensam que suicídio é a resposta para os seus problemas. Resposta inteligente não trará alívio, mas o conhecimento de que há maior poder que em nós mesmos que pode ajudar-nos nos nossos problemas e dores. “Há muito tempo que deixei de perguntar «porquês?». Isso não me leva a lugar nenhum... Sei pouco, mas do que sei, eu sei profundamente... Sofrimento é; da mesma maneira é a vida... Mais importante que perguntar porquê, nós devemos chegar até lá, e solidarizar-se com os que sofrem”13. Todos nós temos direito de viver e quanto mais nos deparamos com o sofrimento face a face, a necessidade torna-se mais profunda. O mistério do sofrimento deixa-nos com muitas perguntas por responder, mesmo que também isso leve-nos ao centro de nossa fé e no centro de nosso Deus. Tendo sido criados por um Deus carinhoso e compassivo precisamos encontrar nossa dignidade e nosso destino na nossa humanidade. Como é que os cristãos têm respondido à pandemia do SIDA? 12 13 Sheila Cassidy, Good Friday People Ibid. - 19 - Desde o princípio da epidemia do VIH, cristãos e muitos outros tem tentado trazer alívio e ajuda a aqueles afectados, incluindo viúvas e órfãos, comunidades cristãs têm trago assistência médica a milhares de pessoas, muito deles não receberiam ajuda de uma outra maneira. Através de escolas e organizações juvenis têm expandido a mensagem de prevenção. Ministros cristãos e membros das Igrejas dão apoio espiritual a aqueles na beira da morte e realizam funerais. Cristãos também têm sido promotores de drogas antiretrovirais (que reduz a expansão de nível do VIH no sangue) e mães adequadas em programas de transmissão. Há muitos outros exemplos admiráveis do evangelho e compaixão. A questão é “Cristãos têm feito alguma coisa?” ou, “O que deve ser feito?” Stephan Lewis, embaixador especial da NU do VIH em Africa, disse para os líderes religiosos que reuniram em Nairobi em Julho de 2002: “Quem mais além de vós mesmos, é melhor para ser líder? Quem mais têm tal coração? Quem mais tem acesso a todas as comunidades uma vez por semana, todas as semanas, por todo o continente? Quem mais oficializa milhões de óbitos daqueles que morrem de SIDA e doenças parecidas, e entende melhor as consequências de crianças e famílias? Quem mais trabalha diariamente a base de fé, base de comunidade ou organizações? No meio destes matos, a epidemia de vingança, é verdade que um acto de intervenção divina pode estar presente a todo o lugar, todo o tempo. Eu peço-vos outra vez: Quem mais, portanto, é bom para ser líder?” Como é que podemos dar melhor e uma nova forma de liderança na luta contra o VIH? - 20 - Capítulo III Chamados para cuidar Este capítulo responde as seguintes perguntas: Como podemos cuidar mais? Como é que os nossos cuidados podem ser mais práticos? Que tipo de aconselhamento pastoral os cristãos podem dar aos infectados com VIH? O que é aconselhamento pastoral? Como é que o aconselhamento pode ajudar alguém? Como se deve dar aconselhamento pastoral? Quais são as qualidades necessárias? O aconselhamento pastoral tem opiniões próprias? Como posso dar melhor aconselhamento pastoral tendo em conta o meu ser? Como posso ajudar a mim mesmo com o aconselhamento pastoral? Como é que escutar a mim mesmo, pode ajudar aos outros? “Você não apanha o SIDA por abraçar, beijar e dar as mãos à alguém. Somos normais. Somos seres humanos, andamos e falamos”14. Como podemos cuidar mais? Comunidades cristãs existem porque alguns membros têm algumas experiências sobre a cura e o amor de Deus. O ministério de Jesus permitiu à muitos encontrar Deus nas circunstâncias de suas vidas todos os dias. A Igreja pela sua natureza como o corpo de Cristo chama seus membros a serem comunidades de cura. Apesar dos problemas e complexidades que o VIH traz, a Igreja pode fazer uma cura efectiva e testemunhar aqueles que estão afectados. Ser cristão é praticar a missão de Jesus de trazer boas novas, especialmente para aqueles que mais precisam. “O que vos parece?” Diz Jesus em Mateus 14 Nkosi Johhson, um rapaz de 11 anos de idade que morreu com SIDA. - 21 - 18:12-14. “Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou?” Eis aqui a indicação mais possível do grande valor de cada um diante de Deus. Na verdade, se analisarmos bem as parábolas de Jesus e seus milagres, veremos como os estrangeiros, pobres e mulheres eram menosprezados, ao passo que, ele escolheu viver com essa gente que era descriminada, curando os doentes e comer com eles. Ele ouve quem chora e o pobre cego (Marcos 10:46-52). Ele curou os doentes e comeu com cobradores de impostos, prostitutas e fariseus (Lucas 19:1-10; Marcos 5:25-33; Lucas 7:37-38). Jesus sabia que quem era aceite perante Deus não era bem visto perante os seus contemporâneos. Como é que nossos cuidados podem ser mais práticos? O cuidado de Jesus para com os outros era imensamente prático. O exemplo mais prático é o que nós chamamos de cuidados pastorais. No cuidado pastoral precisamos ser as mãos, braços e coração de Jesus. Para cristãos, tais cuidados não são opção extra, mas são a forma visível em que nós vivemos a prática do evangelho. Se nós alimentamos os famintos, visitamos os doentes e prisioneiros, e damos de vestir os nus, assim faremos a Jesus (Mateus 25:31-46). Se um membro padece, todos os membros padecem com ele, e se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. (I Coríntios 12:12-31; Romanos 12:4-21). Nós partilhamos juntos nas nossas aflições e alegrias como filhos de Deus. Assim, nós aliviamos a dor de outros com uma expressão natural de compaixão como sinal dos pertencentes a mesma família. “ Liberdade é indivisível, o sofrimento de cada um de meu povo é sofrimento de todos... Foi durante os meus longos anos de solidão na prisão que minha ânsia pela liberdade de meu povo tornou-se uma ânsia de liberdade de todos os povos, brancos e negros. Eu também sabia que da mesma maneira que o oprimido precisava ser liberto, também o opressor precisava de liberdade. O homem que tira a liberdade de outro homem é um prisioneiro do ódio; este está fechado por detrás de um pensamento limitado do prejuízo. Eu não sou completamente livre quando tiro a liberdade de alguém, também não sou livre quando a minha liberdade é tirada de mim... Estar livre não é apenas tirar alguém da prisão mas viver uma vida que respeita e encoraja verdadeira liberdade de outros ”15. 15 Nelson Mandela, Uma Longa Caminhada para a Liberdade. - 22 - Que tipo de aconselhamento pastoral os cristãos podem dar aos infectados com VIH? Se a Igreja cristã advoga responder positiva e mais profundamente aos irmãos e irmãs vivendo com VIH, então é importante que ela saiba ouvir aqueles que sofrem. Cuidado pastoral não é feito simplesmente na base de “fazer algo pelos outros”, esses cuidado deixa para trás o fazer coisas “para” eles. Cuidado pastoral é providenciado sob a importância e reconhecimento de que somos chamados como cristãos a estar e sofrer com os que sofrem e aprender deles. Nunca devemos imaginar que temos todas as respostas. Cuidado pastoral genuíno é preocupar-se em como ajudar e estar com os outros, muito antes que eles sintam-se como objectos de caridade, ou tentarmos reparálos. Como cristãos que cuidam num contexto pastoral podemos preparar-nos para tal: Leia João 8:31-32 Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Falar abertamente sobre VIH. Podemos procurar por momentos para discutir com os outros. Falar quebra o silêncio do estigma e descriminação e permite que a fé tenha mais luzes. Dá-nos oportunidades de mostrar como o evangelho de vida traz esperança. Nas nossas famílias, perante nossos parentes, nos nossos momentos de louvor e na Igreja, podemos fazer do VIH uma parte normal da nossa conversão, ensinamentos e pregações. Leia Marcos 5:1-19 E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: “Vá para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti”. Podemos familiarizarmo-nos com situações locais. Precisamos estar claros sobre as necessidades das nossas localidades. Podemos descobrir o que os outros estão a fazer por aqueles infectados e afectados com VIH, pelas pessoas em risco, por órfãos e sobretudo famílias afectadas. Podemos ajudar e começar a preencher espaços vazios como uma comunidade cristã. Leia João 6:1-13 - 23 - “Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco! Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?” Dá apoio aos infectados e afectados. Podemos dar apoio e encorajar outros a fazerem o mesmo nas nossas Igrejas. Isso pode, ser feito quer por ajuda médica ou através da prática de cuidados e projectos caseiros. Há aqueles que se encontram doentes nas suas casas e hospitais e providenciar apoio à suas famílias onde for necessário, estes são meios importantes de mostrar mais compaixão. Nos países em vias de desenvolvimento onde a pobreza é um factor contribuinte do VIH, podemos encontrar meios para ajudar com comida, limpeza e funções básicas de enfermagem. Leia Romanos 12_4-16 O amor não seja fingido... Amai-vos cordialmente uns aos outros, com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Deia uma voz há aqueles que não têm voz. A expansão do VIH não é apenas um problema medicinal. Há factores sociais e económicos que contribuem grandemente no aumento da infecção. Apoio cristão é importante e contribui na luta contra a epidemia. Podemos promover debates que despertem em nós o grau da nossa pobreza, género, práticas culturas, estigmas e descriminação. Podemos ajudar e fazer diferença por meio de publicação de males sociais que continuam a trazer novas infecções. Leia Amos 2:6-8; 8:1-7 Para comprarmos os pobres por dinheiro e os necessitados por um par de sapatos? E depois venderemos as cascas do trigo? Ouvi isto, vós que anelais o abatimento do necessitado e destruís os miseráveis da terra. Podemos cuidar de pessoas que dão cuidados e também aqueles infectados. Quando alguém esta doente, maior cuidado e energia é dedicado a pessoa doente, e nos esquecemos que a pessoa que cuida do doente esta afectada. Elas lutam com o medo e decepções, ódio e necessidade de perdoar, frustração e a dor de deixar passar. Muitas emoções, necessidades físicas e espirituais fazem-se aparecer. Todos que cuidam, seja eles profissionais ou membros da família e voluntários precisam de apoio e encorajamento, e permitir que eles descansem e recuperam. Leia Mateus 11:28-30 - 24 - Vinde a mim, todos os cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração. E encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. Esta é uma das maneiras mais práticas que grupos cristãos podem contribuir na compaixão dos que sofrem com VIH. Naturalmente, as nossas Igrejas locais determinarão que tipo de ajuda estaremos a prestar. Não importa onde estamos todavia, podemos também embora muito desesperados providenciar cuidados e apoio emocional. Podemos procurar por voluntários que estejam dispostos a visitar e escutar; para que os que vivem com VIH possam ter oportunidade de partilhar as suas preocupações e problemas. Por vezes é mais fácil fazer algo prático (ex. Limpeza, ir ás compras ou dar medicamentos) do que escutar com amor as dores profundas e frustrações das quais não temos respostas imediatas. Esta é a razão pela qual as Igrejas cristãs precisam de pensar mais sobre como podemos providenciar cuidados espirituais e emocionais por meio de aconselhamento pastoral. O que é o aconselhamento pastoral? Dentro do contexto de cuidados pastorais há o ministério especifico de ouvir, ou que tem-se chamado aconselhamento pastoral. A epidemia do VIH é um desafio para as comunidades de fé de base para serem servos do amor e da tolerância daqueles afectados com o vírus. Fazemos isso de uma maneira prática para demonstrar nossa maneira genuína de cuidar, mas isso deve dar oportunidade as pessoas para expressar e explorar os seus pensamentos e sentimentos que são causados pela doença. Aconselhamento pastoral Providencia um lugar seguro para conversar e ouvir; Ajuda as pessoas a explorar assuntos importantes que lhes preocupa; Não procura julgar os outros; Olha para os problemas mediante a fé; Desperta a crença dos outros, e oferece um desafio; Escuta com amor. Muitos de nós já sentiram uma vez o alívio que resulta da conversa com alguém que se predispõe a ouvirmos. Aconselhamento pastoral é uma forma de dar tempo e oportunidade as pessoas a partilharem as suas emoções e dificuldades espirituais que eles enfrentam tal como as pessoas infectadas e afectadas pelo VIH. Estes encontros não são por acaso (embora possa acontecer). Mas, - 25 - comunidades cristãs aprendem a partir dessas experiências que há uma necessidade proporcionar “momentos mais formais” para se conversar. Por essa razão muitos sentem a necessidade de aprender algumas habilidades básicas sobre aconselhamento para que possam verdadeiramente apresentar aos outros e ouvir com maior efectividade. Vejamos com mais precisão o que é de facto aconselhamento. Aconselhamento é a conversa que tem como propósito e objectivo dar apoio a pessoa, afim de dar cura e crescimento pessoal. Esta cura e crescimento começa a ter lugar quando o ambiente de confiança e aceitação é criado e a pessoa é assistente para explorar e entender como lidar com a vida e suas dificuldades mais efectivamente. Dizem que as pessoas se envolvem nos programas de aconselhamento quando podem escutar as dificuldades e problemas dos outros. Tal auscultação proporciona oportunidade para clarificar o que realmente preocupa uma pessoa e descobrir outros mecanismos de enfrentar novos desafios. Além demais, aconselhamento pastoral depende na qualidade do nosso relacionamento, especialmente qualidade de honestidade, confiança e confidência. Aconselhamento convida-nos a proporcionar um espaço para aqueles que precisam falar sobre o que mais toca-lhes, porém isso só é possível através de uma amizade sincera estabelecida numa determinada comunidade. Aconselhamento pastoral é uma ajuda, sentimento de compaixão que dá oportunidade nos problemas de fé e também espirituais. Tem como propósito apoiar os outros fazendo parte do seu mundo por um curto espaço de tempo e por escutá-los estar presente. Assim vemos que eles começam a expressar o que sentem. Na medida que crescemos no nosso entendimento, através de ouvi-los atentamente, podemos ajudá-los a ver e encontrar uma nova luz das suas dificuldades através de perguntas e comentários sensíveis. “Quando meu marido começou a ficar doente, estava preocupada em deixar meus filhos estarem com ele. Eu não sabia o que dizer a eles. Pedi que tivesse um aconselhamento pastoral na minha Igreja. Partilhamos muito e com a sua ajuda eu pude ver que eles já sabiam muito. Quando achei necessário falar-lhes acerca da doença de seu pai, eles surpreenderam-me pelo que eles já sabiam e viam. Agora podemos conversar juntos, mesmo com meu marido. Ele gosta de brincar com o meu filho mais novo no seu quarto onde ele está, e o meu filho gosta de estar com ele. Talvez eu era muito medrosa do que os meus filhos”16. 16 Programa de treinamento do SIDA, Africa do Sul - 26 - Nossa motivação no aconselhamento pastoral, por estar com os outros, participar da sua dor e estar presente na medida que eles expressam seus problemas do ponto de vista da fé cristã. Caminhamos assim, numa mais fácil entre questões básicas de medo, ansiedade e problemas espirituais de onde Deus deve ser encontrado, como orar e onde focalizar em termos de esperança. No aconselhamento pastoral, portanto, não estaremos a fazer algo para os outros ou mesmo por eles. Pelo contrário, ajudamos somente a caminhar com os outros ao longo da sua jornada, como Jesus fez com os seus discípulos a caminho de Emaús (Lucas 24:13-35). No capítulo quatro falaremos com mais detalhe sobre a história da jornada de Jesus à Emaús afim de vermos o que é um modelo de ouvir com amor. Aconselhamento pastoral é um relacionamento de amor e compaixão; Não é uma questão sobre alguém superior ajudando alguém que está fraco; pelo contrário, é uma forma de criar uma parceria de confiança e igualdade para que juntos comecemos a dar sentido das dificuldades e encontrar cura; É um mistério não pondo de parte padres e pastores, madres e membros religiosos, mas que todos os cristãos devem tomar a peito e considerar; No aconselhamento pastoral encontramo-nos capacitados para ajudar os outros e estar presente nas situações que lhes aflige. Como é que o aconselhamento pastoral pode ajudar? Estar livre e seguramente livre de dizer à alguém o que nos causa ansiedade e preocupação é claramente um benefício para o aconselhamento Pastoral. A pessoa infectada com VIH e os familiares daquele que está infectado não têm sempre certeza com quem conversar. Estigma e descriminação são ainda factores que previnem as pessoas a abrirem-se. Muitas vezes, um conselheiro seja ele enfermeiro, voluntário ou membro da família, tem muitas outras obrigações e tem poucas oportunidades de ver além dos problemas físicos imediatos. Muitas vezes O VIH causa medo, culpa, vergonha e preocupação acerca do futuro, assim como de mudar o passado. Tais feridas são dolorosas, não menos dolorosas que o desconforto do herpes do corpo, diarreia ou muitos dos outros desconfortos que podem surgir quando somos infectados pelo VIH. Essas feridas internas não são visíveis e não podem ser curadas. Elas precisam a paciência de alguém que nos deixa falar sobre o que sentimos profundamente. É neste sentido em que o aconselhamento pastoral pode ajudar: pode dar as pessoas alguma coisa que é gratuita e de vida. Pode providenciar as pessoas com tempo que necessitam. - 27 - Jesus disse “O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso e o que contamina o homem” (Mateus 15:10-11). “Pois, do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mateus 12:34). Ao mesmo tempo, a cura acontece a partir do interior. Aconselhamento pastoral é uma fonte de cura. Dá sentido a uma paz interior. Aconselhamento pastoral, portanto não é: Dizer aos outros o que fazer; Dar conselhos aos outros; Dar as nossas próprias opiniões; Decidir pelos outros. Tudo isso previne uma pessoa de explorar seus próprios pensamentos e sentimentos e encontrar soluções dos seus próprios problemas. Estranho pelo que pareça, mesmo a simpatia não é uma resposta apropriada. As pessoas não precisam que sejamos sentimentalistas por elas. Eles somente querem que nós façamos parte com eles e ouvir na medida que eles revelam o que é mais profundo dentro deles. As pessoas infectada por VIH requerem respeito e aceitação, confiança e compaixão genuína. Elas serão capazes de dizer suas próprias histórias pobres ou ricas. Qualquer coisa que impede esta história de ser contada ou fazer-se de porta-voz do historiador, qualquer coisa que não pertence a eles, bloqueia o processo de aconselhamento. Aconselhamento pastoral permite a história rolar como ela é. No aconselhamento pastoral tentamos permitir que os outros experimentem cura e crescimento. Neste processo ajudamos-lhes a explorar suas dificuldades. A partir das Sagradas Escrituras tentamos implementar a espiritualidade, usando a psicologia e o senso comum, bem como a sensibilidade. E esperamos que este discernimento ajude a pessoa a ter melhor entendimento, integridade e liberdade. Quem dá Aconselhamento Pastoral? Aconselhamento pastoral não é uma tarefa assumida por pastores, ministros ou padres. Todos os cristãos podem fazer parte deste serviço importante em lugares formais ou informais. Naturalmente, os conselheiros mais efectivos nesse processo de cura e crescimento das pessoas positivas são aqueles (as) pessoas que vivem positivamente com o VIH, porque eles souberam enfrentar questões por causa de suas próprias experiências. Não temos que necessariamente ser profissionalmente treinados, porém será uma vantagem do lado do conselheiro caso tenha habilidades para tal. Se nós - 28 - soubermos como “escutar activamente” com amor, então seremos capazes de sentirmos a cura que resulta de ser um ouvinte efectivo, com atenção genuína. Nossa escuta poderá capacitá-los a dizerem suas histórias e encontrar dessa maneira sua própria cura. Portanto, aconselhamento pastoral é: Alguém que está disposto a dar o seu tempo e oportunidades aos outros para expressarem o que sentem; Alguém que ouve os problemas da pessoa sem que julgue ou tente dar conselho; Alguém que pela sua sensibilidade usa as habilidades básicas de aconselhamento e de perspectivas da fé, gentilmente conduz os outros a um melhor entendimento dos problemas que eles vivem. Alguém que pretende influenciar os outros a encontrar uma nova forma de viver. Consequentemente, o Pastor conselheiro quererá ser alguém que serve no ministério de cura de Jesus. Eles descobrirão que ouvir não é sempre fácil ou simples. Dar sua atenção aos outros pode determinar e requer muita energia. Os conselheiros precisam de qualidades específicas que lhes capacitem a levar o seu ministério de ser ouvinte cada vez mais efectivamente. Quais são as qualidades necessárias? O conselheiro pastoral é alguém que ouve quando alguém tenta exprimir sua própria história. Além disso, aceitação e o calor que se dá são qualidades muito essenciais. Existem também outras qualidades importantes que nos ajudam a ouvir aquilo que se diz na sua realidade, que naquilo que pensamos que está sendo dito. Existem três qualidades básicas que nos ajudam a ouvir efectivamente: empatia, aceitação e genuinidade. Vamos analisar cada um destes casos mais detalhadamente. Empatia Daniel: eu não sei como posso começar a dizer o que senti quando me disseram que era seropositivo do VIH... Simplesmente queria morrer imediatamente... Todo o meu mundo tinha vindo ao fim. O quê é que as pessoas teriam pensado de mim? O quê é que os meus pais e as pessoas na Igreja diriam? Simplesmente queria desaparecer – foi um pesadelo! Conselheiro pastoral: Daniel, do que você acabou de dizer sinto a dor que você passou quando deram-te o resultado. Foi como se o teu mundo todo tivesse chegado ao fim, o pior foi o medo do que as pessoas pensariam de ti, - 29 - especialmente os teus pais e as pessoas na Igreja. Como é que está a dor agora? Ouvir significa que nós tentamos entender a vida através do ponto de vista de outra pessoa. Isto não significa que estamos sempre de acordo com eles. Porém significa que tentamos reconhecer que esta é a maneira como eles sentem-se e pensam. Chamamos a isso empatia. Empatia não é a mesma coisa que simpatia. Normalmente as pessoas não gostam de alguém que sinta por eles, mas de alguém que possa ouvi-los e entender-lhes. Empatia ajuda-nos a ouvir de tal maneira que vivemos a experiência de outrem o que ele ou ela sente. Aceitação Se realmente a nossa intenção é ouvir alguém então temos que saber como esvaziarmo-nos do julgamento. Precisamos a qualidade de aceitação. Nós todos procuramos nos olhos dos outros para ver se somos aceites. Isto é particularmente para os infectados pelo VIH. Estigma e descriminação tem causado neles, medo de falar abertamente, muitas vezes são rejeitados e condenados. Quando ouvimos a história do outro e suas ansiedades precisamos mostrar-lhes que nós não estamos a julgar-lhes: mesmo se nós não aprovamos, podemos aceitar. Daniel: Penso que com o tempo a dor é menor. Sou seropositivo e não posso fazer nada sobre isso. O maior medo era que as pessoas iriam perguntar-me como apanhei o vírus. Toda gente pensa que nós tivemos uma vida de imoralidade, especialmente as pessoas da Igreja. Conselheiro pastoral: Oiço o medo Daniel, mas estou preocupado em saber se você é a única pessoa que precisa de saber como se apanha o vírus. O que é importante agora é saber como você vai lidar com esta situação. Genuinidade Ouvir com amor, não é um jogo ou apenas um caso de habilidade, precisamos ser genuínos. Temos que ser nós mesmos e sermos honestos em como encarar a situação, caso contrário, as pessoas darão conta que nós estamos apenas a dramatizá-las. Daniel: É fácil você dizer, mas sou um dos que andam por ai preocupados com o que as pessoas possam pensar, se eles realmente soubessem que estava doente porque tive sexo com outro homem! O que pensas de um cristão, um pastor da Igreja que é homossexual? Conselheiro pastoral: Daniel posso ouvir, que o que penso de ti é importante para ti. Você quer que eu seja honesto. Penso que você esta amedrontado. Não estás apenas a tentar lidar com a realidade de que tens VIH mas estás com - 30 - medo do que as pessoas vão pensar se souberem que és homossexual. Agora precisas de amor e apoio. Isto é que eu quero dar. Jesus é o modelo de empatia, aceitação e genuinidade. Além dessas qualidades principais ele manifesta outros dois que são cruciais: respeito e desafio. Porquê é que Jesus ama tanto? Porque ele sempre teve em conta a dignidade de cada indivíduo que ele encontrava. Ele honrou a “imagem de Deus” nas pessoas. Como pastores conselheiros que somos chamados a ajudar e fazer diferença na vida dos que vivem com VIH, temos que ser sensíveis quanto ao estigma e descriminação que cada um sente e sofre. O nosso respeito é vital, embora não é fácil. As vezes seremos convidados a ouvir alguém cuja história não gostamos ou julgamos imediatamente. Temos de aprender como mostrar respeito profundo mediante a vontade de Deus. Isto não significa que não temos que desafiar os outros. Jesus certamente desafiou. Porém, desafio não significa difamar os outros. Desafio realmente significa ajudar os outros a ver a inconsistência na sua maneira de pensar, a informação errada e alguns valores e crenças que possam de uma maneira ou de outra prejudicá-los. Nosso desafio, como o de Jesus, origina do cuidado e amor, se desejamos o melhor para a outra pessoa. Desafio é lembrar as pessoas a terem responsabilidade pelo seu próprio crescimento e bem-estar. “Respeito não inclui apenas ver a pessoa do jeito que ela está agora mas ver também o que ela é no processo de tornar a ser. Não é respeitoso difamar os problemas das pessoas, mesmo quando elas vêm-se da mesma maneira”17. Estas qualidades, são tornadas visíveis nas pessoas que ouvimos por meio de perguntas e respostas. Ao lidarmo-nos com um paciente, a forma como as olhamos, a forma como nos posicionamos ao longo da conversa os gestos que apresentamos a medida que eles estão falando se olhamos para eles ou barramos as nossas cabeças nos momentos apropriados, se escusamo-nos de interrompe-los e perguntar por clarificações ou sumariar o que ouvimos. Tudo isto terá um impacto no nosso relacionamento com o paciente. Dessa forma mostramos-lhes que ouvimos e respeitamos suas opiniões e sentimentos exprimidos. Todos aqueles que estão engajados no aconselhamento pastoral devem lembrarse que a pessoa que eles pretendem ouvir têm directos básicos: O direito de falar e ser ouvido; O direito de opinião; 17 Ann Long, Ouvindo - 31 - O direito de defender seus pontos de vista; O direito de suas crenças religiosas; O direito de não falar. Quando ouvimos a história de uma outra pessoa, estamos a procura de um documento vivo. Todo o livro, todo o documento, tem uma historia, e precisa ser lido com cuidado e compreensão para que se chegue a uma interpretação apropriada. O respeito que mostramos à história de alguém requer que nós não julguemos ou demos uma interpretação que não seja deles. Devemos ouvi-los e não sermos preconceituosos. Os conselheiros pastorais têm opiniões próprias? É muito difícil ser livre de nossas próprias opiniões. Todos nós vemos a vida e ouvimos os outros por meio de nossas próprias opiniões e experiências. Estamos sempre preocupados a interpretar o que ouvimos. É por isso que uma das formas mais importantes na qual podemos aprender a ouvir aos outros é saber ouvir a nós próprios primeiro. Auto consciência é essencial para alguém envolvido no ministério de ser um ouvinte. Como veremos, nossa habilidade de ouvir é por si só “infectada” por aquilo que está no nosso interior e nas nossas próprias mentes, bem como a interpretação que damos as nossas palavras e gestos que observamos. Isto é especialmente verdade no nosso contacto com as pessoas vivendo com VIH. Reflicta por um instante nas questões seguintes: Que receios, preconceitos e perguntas não respondidas que preocupam o teu interior? De que maneira estás melhor informado sobre as formas de contrair o vírus do VIH? Entendes como é que o vírus se desenvolve? De que formas implementas a tua fé com relação a epidemia do VIH? Quando deparas-te com pessoas vulneráveis tal como crianças, prostitutas, homossexuais ou pessoas que foram violadas ou abusadas sexualmente, como te sentiste tendo em conta a sua dor e suas experiências? Como posso dar melhor aconselhamento pastoral tendo em conta o meu ser? Antes que comecemos a entender as outras pessoas, precisamos entendermonos à nós mesmos. A vontade de ajudar é naturalmente um aspecto muito - 32 - importante do aconselhamento pastoral, mas está vontade apenas não será suficiente para dar uma ajuda mais frutífera e uma cura amigável. Na medida que tentarmos relacionarmos com os outros fazemos isso com as nossas próprias forças e fraquezas. Nós não ajudamos os outros porque pensamos ser perfeitos e sem problemas ou dificuldades. Nem tão pouco procuramos ajudar os outros porque pensamos que temos todas as respostas. Perguntas importantes: O quê é que pode ser doloroso ou desagradável para mim ao ouvir as pessoas que são seropositivas do VIH? Qual será o meu maior desconforto? Quais são os meus pensamentos com relação a morte ou suicídio? Posso ouvir sem interromper os outros? O quê é que eu faria se estivesse a ouvir a alguém com quem eu discuti ou não goste? Como posso lidar com as emoções mais fortes dos outros? Será que tenho conhecimento suficiente sobre o VIH? Será que tenho pessoas que vão apoiar-me neste trabalho? As pessoas que querem cooperar no ministério de cura de Jesus, o aconselhamento pastoral reconhece que elas são curadores magoados. Para tal esta secção encoraja-lhes a serem cuidadosos e sensíveis para que eles não estejam magoando ao tentarem curar infectando os outros com mais confusão, angustias ou dúvidas. Nunca é suficiente que “digamos tudo bem” simplesmente. Precisamos fazer o melhor que podemos através de auto consciencialização fazendo uso de nos próprio no processo de cura. Qualquer um que queira fazer parte do ministério de ouvir tem que reflectir em primeiro lugar até que ponto ele se conhece a si mesmo. O que é que está dentro do seu intimo com relação á prestação de ajuda ou criação de obstáculos no ministério de ouvir com amor? O conselheiro pastoral deseja, acima de tudo, criar um relacionamento de confiança para que a pessoa a ser ouvida sinta-se livre para falar. Como um conselheiro pastoral tentamos antes de tudo solidarizarmo-nos com a pessoa que se predispõe a partilhar sua estória. Isto é fácil porque todos nós compreendemos o que vemos e ouvimos através de nossos próprios valores, atitudes e crenças. É por isso que a empatia, aceitação e genuinidade são habilidades que devemos praticar. Aconselhar não é portanto considerar-se como um superior sentado e depois dar respostas; antes é fazer parte da conversa, um diálogo, na qual o pastor conselheiro procura entender o que se esta a falar para adquirir melhor entendimento e focalizar a pessoa. - 33 - Desta forma ouvir não é fácil como pensamos. É uma arte disciplinar e requer estarmos alerta dos nossos preconceitos pessoais, para que o ser humano que nós ouvimos possa desenrolar vagarosamente seus mistérios e encontrar sua verdade. Como conselheiro pastoral deparamo-nos com uma pessoa vivendo com VIH numa altura muito vulnerável de suas vidas. A questão a ter em conta é os sentimentos e pensamentos que podem muito bem segui-los que podem ser muito prematuros e clamam por muita sensibilidade. Estamos a debatermo-nos com assuntos que dizem respeito a vida e a morte. Podemos também precisar de enfrentar e explorar alguns casos de suicídios, ódio, desespero e ansiedade de vingança. Outrossim, precisamos de saber que as nossas primeiras funções são para assistir a pessoa a alcançar muita saúde e balanço emocional. Como posso ajudar-me a mim mesmo como conselheiro pastoral? Temos de ser muito práticos e realistas. Estar engajado no trabalho de cuidados e aconselhamento pastoral é extremamente extenuante. Não é fácil ouvir as pessoas sobretudo quando estão angustiadas, nem mesmo ver as pessoas que sofrem cada dia e muito mais para alguém de quem não podemos dar uma solução imediata. Porque o trabalho requer dedicação, e é necessário ter certeza que também temos alguém com quem podemos conversar sem trair a confiança daqueles cuja estória tivera sido confidente. Por exemplo, podemos juntarmonos como um grupo de conselheiros pastoral e partilharmos os problemas comuns e reflectirmos nos assuntos importantes. Também podemos encontrar indivíduos de confiança com quem podemos esclarecer as nossas ideias e tentar sustentar nossas forças e diminuir nossas fraquezas. Antes de começar a agir como um conselheiro pastoral é bom ter em vista estas poucas questões. Existe alguém que eu respeito e confio, com quem posso partilhar a minha experiência de aconselhamento pastoral de tempos a tempos? Se conversamos com uma outra pessoa ou grupo, como poderei respeitar a confidência daqueles que têm caminhado comigo? Quantas vezes penso que posso precisar “desabafar” uma vez por mês, ou somente quando sinto-me estagnado, afligido, nervoso ou confundido? Quais são as qualidades que queremos encontrar na pessoa que nos escuta? Tenho essas qualidades? É importante pensar sobre as questões, e outras que já tivemos em conta, antes, que voluntarizemo-nos para o trabalho de aconselhamento pastoral. Depois de reflectirmos podemos perceber que estamos em melhores condições de dar - 34 - cuidados pastorais em vez de aconselhamento. Precisamos explorar o que +e requerido de nós no cargo de pastor conselheiro antes de mergulharmos em alguma coisa que nos trará stress. Quanto mais entendermos a nós mesmos, melhor estaremos para ouvir os outros e seremos mais capazes de manejar as dificuldades inevitáveis que possam advir. No ministério de Jesus vimos a importância de cuidado próprio. Ele sempre teve tempo para estar sozinho, assim como teve tempo para estar com os outros nas suas dificuldades. Jesus tenta em todo os tempos ouvir à Deus (Jo. 8:28). Há um ritmo de dar e receber: ele ouve as pessoas. Somente através de suas palavras, mais também do seu mais profundo coração (Jo. 2:5; Lucas 7:39,40). Leia Marcos 1:29-45 A febre a deixou, e servia-os... e curou que achava enfermos de diversas enfermidades...Levantou-se de manhã, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava. Jesus não ouvia apenas os outros, mas ele ouvia a si mesmo! Como ouvir a mim mesmo para poder ajudar os outros? No mundo onde milhões de pessoas precisam de muita ajuda por causa da epidemia do VIH, parece estranho ser dito que é importante ouvir a si mesmo. É realmente necessário uma preparação par ouvir aos outros? A resposta simples é sim. “Na medida que praticamos uma auto-reflexão para que nos tornemos capazes de reconhecemos mais e mais a mão de Deus sobre nós em toda a nossa vida. O salmista relembrou com a sensação de admiração que as sua acções, pensamentos modo, entrada e saída, passado e presente foram todos conhecidos por Deus, cuja a mão tem estado sobre ele desde o princípio da sua vida no ventre da sua mãe” (Salmo 139)18. Somos convidados a “examinar os vossos corações” e estar em silêncio (Salmo 4:4). Temos de examinar os nossos caminhos e testá-los (Lamentações 3:40). Para que seja fácil entender porquê é que Jesus isolava-se de tempos a tempos para lugares afim para reflectir no seu ministério e missão. Este tempo de auto reflexão e oração capacitou-lhe para saber ouvir as reais necessidades dos outros a quem desejava ajudar. 18 Ann Long, Ouvindo - 35 - “No final o nosso crescimento não apenas para nós, mas para os outros e para Deus. Se queremos realmente ouvir os outros e suas histórias temos que fazer o mesmo por mim mesmo”19. Através do nosso crescimento no entendimento de nós mesmos em níveis diferentes na maneira de pensar e sentir, crescemos e entendemos os outros. Se pararmos e pensarmos por um instante saberemos que falamos para nós mesmos todo o dia. Levamos dentro de nós muitas vozes algumas delas as compartilhamos com os outros, enquanto outras são guardadas dentro de nós em segredo. Estas vozes expressam o que gostamos e o que não gostamos, nossas esperanças e temores. Quando aprendemos a ouvir as nossas próprias histórias tornamo-nos mais sensíveis as histórias dos outros, bem como à presença de Deus nas nossas vidas. Em resumo podemos ajudar a nós mesmos para ajudar aos outros através de: Ser informado sobre o VIH e os problemas em volta dos afectados; Não julgar, aprender a ouvir o que está sendo dito e não fazer julgamento em relação ao que foi ouvido ou não. Se concordas com o que ouvimos ou não isso não é nossa tarefa; Ser sensível e compassivo. Este não é apenas o lado oposto que sentirmos por alguém. Não fazemos perguntas simplesmente por curiosidade ou por que sentimos um silêncio. Fazemos perguntas para que criemos um relacionamento de confiança para encaminhar alguém a um melhor entendimento. Porque respeitamos e estamos dispostos a viver com eles as suas dificuldades; Criar um ambiente amoroso. Se aceitamos os outros eles sentir-se-ão capazes de serem mais abertos. O ambiente que criamos será por si só um espaço de cura; Darmos tempo de nos prepararmos antes do encontro com alguém. Isto inclui oração e reflexão para dar espaço dentro de si mesmo, assim sendo serás livres em ouvir o que os outros gostariam de explorar. Eu marquei um encontro com o Jim por volta das 10 horas, mas ele atrasou-se. De repente, a porta pareceu aberta. “Desculpa, estou atrasado, talvez estás zangado e muito ocupado para atender-me agora!” Ele disse tudo isso antes que eu tivesse uma chance de dizer alô ou mesmo levantar-me e dar a minha mão. “Posso vir numa outra altura?” Sua voz parecia tremida e os seus olhos olhavam para o chão. “Não, porquê isso? Tenho tempo agora. Entre e senta-te”. Ao falar estas palavras aproximei-me dele e peguei-lhe na mão. “Como está a família?” perguntei. “Aqueles teus filhos estão a crescer rápido e cheios de vida?” Ele sorriu e relaxou um pouco. “Sim, eles estão bons e mesmo os negócios estão a progredir... não tenho nada a reclamar”. Embora ele disse isso, a sua voz era 19 Henry Nouve, Indo alem - 36 - baixa e o seu rosto não mostrava alegria correspondente a que ele tinha dito. Parecia ansioso, como se tivesse algo que preocupava a sua mente. Houve silêncio por um instante. Jim parecia estar a procura por onde começar. Depois de algum tempo eu disse: Jim, você disse que não tens nada a reclamar e que tudo está bem, mas pareces como se houvesse um peso em tua volta. O que se passa? Houve um grande suspiro e depois levou-me para um turismo de suas semanas. Ele explicou-me que ele não tinha estado a sentir-se muito bem nos últimos dias e não podia acabar com a tosse que já, perturbava-lhe há alguns meses. Ele estava apertado com o serviço, e quase que tinha poucas energias. É por isso que ele não tem ido a Igreja nestas últimas semanas. Ele tinha que concluir o trabalho em casa enquanto sua família estivesse fora de casa. Três semanas atrás um dos senhorios que trabalhava e viajavam com ele em termos de negócio tinha morrido. Ele esteve doente por algum tempo e tinha perdido muito peso e parecia esqueleto. Isso tinha realmente lhe afectado bastante. “Nós éramos bons amigos, viajamos por todo o mundo juntos afim de negócios e divertimo-nos muito nas nossas viagens. Porque ele sentia-se tão mal, não podia dormir a noite mesmo que ele estava casado, ele foi ter a um doutor. A morte do Richard realmente amedronta-me. Fez-me pensar, que, possivelmente eu tivesse apanhado a mesma coisa. Conforme acabei de dizer, nós não nos portávamos muito bem nas nossas viagens”. Jim meteu-se em silêncio outra vez, mas olhou para mim. Se fosses o conselheiro pastoral como reagirias agora? Quais são as questões que poderias perguntar ao Jim, especialmente o que lhe perturbava? O que pensas agora depois de ter ouvido o Jim? Cura significa antes de tudo, a criação de um espaço vazio onde aqueles que sofrem podem dizer as suas estórias a alguém que pode ouvi-los com uma atenção real”20. 20 Ibid - 37 - Capítulo IV Um caminho do ouvir Cristão Este capítulo responde a seguinte questão: Jesus dá-nos um exemplo de como ouvir? “Ouvir, como um outro importante ministério, é cansativo. Suscita concentração, responsabilidade, fé, pôr de lado suas preocupações pessoais. Quando ouvimos seriamente alguém podemos nos sentir fatigados, esgotados, as vezes ansiosos. Como podemos entregarmo-nos generosamente e ao mesmo tempo sermos continuamente uma fonte de consulta de expediente”21? VIH é um desafio importante e convida todas as comunidades cristãs a aprender como ouvir mais efectivamente a aqueles que estão infectados e afectados. Ouvir as pessoas que vivem com o vírus, ajuda-los a entender de antemão quais são as suas reais necessidades, em vez de assumirmos o que nós próprios sabemos ser melhor para eles. As vezes, pensamos que ouvir propriamente significa adquirir algumas qualidades e que estas por si mesmas ajudarão as pessoas a partilhar livremente as dificuldades que elas atravessam. Maria, do Centro da Cidade de Dublin, contraiu VIH através do uso de medicamentos intravenosos. “Eu usei pensando que não fazia sentido deixar de usar medicamentos porque eu ia morrendo, era o comentário quando tinha vinte e três anos, uso de droga e álcool. Mas agora que ela já não consumia a vinte meses, Maria, que parece mais jovem que os seus quarenta e um anos, está ansiosa em expandir a mensagem que, ela acreditava que o uso de drogas podiam levar-lhe á morte antes que o VIH, o qual ela soube ser positivo em 1985. Maria viveu parte da sua vida dentro e fora da prisão, ela dependia da roubalheira para sustentar os seus vícios. O seu filho (tem agora dezoito anos) vive com a mãe de Maria e sua filha de doze anos de idade vive com pais 21 Ibid - 38 - adoptivos. Maria disse a sua filha: Não posso dar-lhe a qualidade de vida que ela merece. Mas eu quero que ela saiba que eu amo-a incondicionalmente. Ela já deve saber isso – ela é muito fiel a mim. Apesar dessa dor toda, Maria descrevese como uma pessoa feliz que gosta de fazer as pessoas rir. Ela é tremendamente apoiada pela fé cristã e pelo staff de cuidados educacionais e treinamento do SIDA na Irlanda. Creio que tenho um futuro, ao passo que no passado não tinha. Gostaria de ser uma jornalista e escrever como Dublin mudou. E quero que as mulheres saibam que elas podem viver com VIH”22. Como cristãos que anseiam dar tempo para ouvir, o nosso ponto de partida não é tanto nas habilidades e técnicas (falaremos disso no próximo capítulo), mas sim um ministério que pode ser encorajado e praticado nas nossas várias comunidades de fé, para que possamos, como corpo de Cristo, ser completamente abertos as necessidades que nos rodeiam. Estar informados das necessidades dos outros requer ouvidos sensíveis e corações abertos. Estamos, depois disso tudo tentar ouvir os outros com amor genuíno e compaixão e também o nosso ministério de ouvir, como o de Jesus que é o chefe de serviço. Jesus num dos seus exemplos mostra-nos que a sua motivação primordial é estar lado a lado com os outros nas suas dificuldades (Lucas 7:11-17; 13:10-17; 17:11-19). Ele veio servir e não ser servido (Marcos 10:45). Também, se queremos servir como um conselheiro pastoral, precisamos ver isso não apenas como uma actividade que requer simplesmente qualidades, mas uma forma de apoiar as pessoas para que sejamos um sacramento de amor e compaixão. Ouvir pode parecer uma forma de ajudar muito prática e ridícula, mas é uma forma de lavar os pés dos outros (João 13), seguindo o exemplo de Jesus: “Amai-vos uns aos outros. Da mesma forma que eu tenho vos amado”... Por estarmos disponíveis neste ministério de ouvir nós mostramos um sentimento de compaixão muito profundo e cheio de respeito. Ouvimos por amor. Este amor que nos convida a estar, dispostos a caminhar passo a passo com os outros nas suas necessidades. No seu livro Ouvindo, Ann Long diz que há três imagens importantes e que a experiência ensinou-lhe a considerar estas imagens como elementos principais no seu ministério ouvir com amor: dom, hospitalidade e cura. Ser ouvido, não importa por quanto tempo, é de facto um dom, sabemos do talento porque sentimos ser ouvidos. Isso dá-nos valor. Jesus tinha habilidade de permitir que todos fossem ouvidos. Ele reconheceu a sua dignidade. Da mesma forma aceitar sentar com alguém enquanto que este conta a sua estória é a maneira visível de alguém mostrar a hospitalidade. Como Abraão em Géneses 18:1-9 os outros são bem-vindos e fizemos com que eles se sintam 22 Christian Aid, Vidas das mulheres: Estorias para o Dia Mudia da SIDA 2004 - 39 - seguros e a vontade como estivessem em suas casas. Criamos um espaço sagrado. Recebemos os outro tal como eles são e não como pensamos que eles deveriam ser. Jesus ofereceu aos outros um espaço onde eles podiam dizer o que lhes preocupava. Ele não lhes oferecera soluções antes do problema ser ouvido (Marcos 10:46-52). Ouvir é a forma mais alta de hospitalidade, pelo que não muda as pessoas, mas dá-lhes espaço quando a mudança tem lugar... Hospitalidade não é um convite ideal para adoptar o modo de vida do hóspede, mas a dor de uma mudança para o visitante encontrar sua própria estadia. Quando sentimos o que vivem com VIH para eles falarem livremente sobre as suas dificuldades que eles encontram no seu dia-a-dia. Se somos realmente generosos para dar hospitalidade aos outros através de ouvi-los, embora pareça ser imperiosos, veremos que isso nos ajudará bastante. Se ouvir é realmente um dom e uma forma de mostrar hospitalidade, então é sem dúvida uma forma de cura. Cada um de nós leva dentro de si mesmo grandes porções que as vezes são escondidas que na maioria dos casos não queremos que sejam descobertas. Quando alguém gentilmente permite-nos expor as suas mágoas, de uma maneira geral sentir-se-a aliviado. Ter aceitação e entendimento genuíno na face de outra pessoa é o começo de um processo de cura. Como Jesus fez na Galileia e nos distritos em redor ele estava apenas presente a aqueles que muito lhe precisavam. Era por causa da sua presença e serviço que eram considerados como um dom e forma de hospitalidade que trouxe cura profunda. Embora ouvir não é algo fácil, mas é, como alguém possa pensar, não vem naturalmente. Cada dia ouvimos muitas vozes e temos uma habilidade para distinguir sons e palavras, mas ouvir seriamente vai mais além. É como alguém disse: “Eu sei que você pensa que ouviste o que eu disse, mas o que você pensa que ouviste não é realmente o que eu disse”. Muita coisa pode não ser entendida entre o transmissor e o receptor! Antes de falarmos detalhamente sobre ouvir como uma habilidade chave em aconselhamento pastoral, voltemos as nossas atenções para Jesus para ver se ele pode dar-nos qualquer sugestão sobre a forma de como ouvir aos outros. Que exemplos Jesus dá sobre como ouvir Se Jesus é o nosso modelo em termos de compaixão e cuidado, então ele certamente é um guia seguro quando queremos ouvir com amor, para descobrir uma forma cristã de ouvir. Vamos analisar a estória da sua jornada com os seus discípulos à caminho de Emaús (Lucas 24:13-45). A estória não é apenas um - 40 - exemplo maravilhoso de nossa jornada de fé – mas, uma jornada de temor e alegria, angústia e esperança – mas também dá-nos um exemplo maravilhoso de como Jesus soube acompanhar os outros. Enquanto eles falavam (Lucas 24:13-16), A estória por si só não nos da explicação, quanto tempo os dois discípulos já estavam falando antes de Jesus encontra-los. Conversam e andam ao mesmo tempo – a conversa é tão interessante que não prestam atenção a pessoa estranha que anda com eles. O mais importante para nós é lembrar que a sua jornada começou antes que o Senhor os encontrou. Como cristãos que desejam compartilhar no ministério de Jesus de ouvir com amor, devemos sempre ser sensíveis pelo facto de que encontramos os outros nas suas jornadas particulares. Geralmente as pessoas viajam longos percursos antes que viemos ou os encontremos. Inicialmente, podemos não saber quanto tempo eles estão a andar. Podemos não ter entendimento de alegria e aflição que eles vivem. Desta feita é muito importante saber como começamos a juntarmo-nos a eles. Precisamos estar passo-a-passo com respeito e humildade. Ao começarmos a caminhar com os outros precisamos ser sensíveis tendo em conta ao que aconteceu antes. Nós adaptamos o nosso ritmo ao seu espaço e sintonia. Jesus não começou a falar logo de imediato. Ele tentou ver onde os discípulos estavam em termos de sua jornada de fé. Sua tarefa não era desencaminhá-los, mas afirmar e reconhecer ate onde eles entendiam para depois ajudá-los a prosseguir. “Se podes providenciar um certo tipo de relacionamento a outra pessoa descobrirás por si mesmo a capacidade de usar tal relação para o crescimento e mudança pessoal e então registar-se-á desenvolvimento”23. Há sempre uma tentação para as pessoas serem enquadradas em certas formas. Não podemos assumir que sabem exactamente o quê é que a pessoa que vive com VIH estará a precisar ou sentir. Não sabemos que tipo de experiência eles têm passado desde o momento que eles souberam do seu estado ou de um familiar ou amigo. Jesus teve certeza que ele estava próximo dos seus discípulos antes que ele começasse a fazer perguntas. Se nós começarmos por respeitar os outros, isso nos ajudará a sermos mais observadores e aprender deles para que entendamos melhor. A nossa primeira tarefa como Pastor conselheiro é desenvolver um relacionamento. Podemos nos sentir tentados em primeiro lugar a perguntarmonos a nós mesmos: Como posso ajudar esta pessoa? Na medida que crescemos 23 Carl Rogers, Nações Unidas: Tornando-se uma pessoa - 41 - em ouvirmos com amor, aprendemos a fazer muito mais perguntas: Como posso proporcionar um relacionamento para que esta pessoa possa usar para o seu crescimento pessoal? Cada conversa é um novo começo e uma oportunidade de refrescarmos o nosso conhecimento e entendimento. Ouvir com amor é ouvir pela presença de Deus na vida de uma pessoa e suas experiências. Em fazendo assim estaremos a pisar numa terra santa. O que estão discutindo? (Lucas 24:17-24) Primeiro, a estória do evangelho não diz porquê é que os discípulos pararam de falar, mas Jesus esperou pacientemente até que houve uma pausa na conversa. Depois ele fez uma pergunta muito simples. Ele teve de perguntar-lhes duas vezes: Do que vocês estão a falar? Esta pergunta dá uma oportunidade aos discípulos expressarem o que realmente lhes perturbava. Com certeza de que a pergunta de Jesus pode ser vista como tendo dois resultados importantes. Primeiro, permite que os discípulos exprimam aquilo que eles vivem no momento. Em outras palavras os discípulos são convidados a explorarem a sua própria experiência. Essa exploração proporciona-lhes uma oportunidade de fazer ouvir aquilo que estava a acontecer. Permite-lhes interpretar e entender que afinal eles tinham sido dados um momento muito significativo nas suas vidas. Segundo, a forma como Jesus faz a pergunta chama a atenção aos discípulos. Ele não caiu no risco de se tentar a si mesmo quando os discípulos realçaram que ele devia ser a única pessoa estrangeira em Jerusalém que não sabia o que estava a acontecer. Ele simplesmente pergunta: Que coisas? Ele quis ouvir deles a maneira como eles encaram as coisas, do que dizer-lhes de imediato o que aconteceu. Há um ditado: Nós tivemos a experiência mas não captamos o significado. Falar com outra pessoa pode ser a ocasião para nós reconhecermos que significado damos aos eventos que vivemos. Uma pessoa vivendo com VIH pode não ter a chance de falar das suas emoções espirituais e traumas psicológicos. Jesus sublinha uma outra qualidade de ouvir: ele deu aos discípulos a dor que poderia ajudá-los. Ele deu-lhes a sua presença. Quando alguém luta para dizer a sua história a nossa primeira tarefa é estarmos presentes, dar-lhes a nossa máxima atenção. É por isso que ao longo da nossa conversa, tentamos manter a nossa atenção na pessoa e focalizar as questões de tal maneira que isso ajude-lhes a dizer a sua estória tal como ela é. Pode haver um entendimento não genuíno ou mudar a aparência de sua estória em dizer tal como ela é. - 42 - Para Jesus, o primeiro passo de ouvir com amor é explorar os detalhes da estória, por uma informação justa. Talvez pela primeira vez os discípulos eram capazes de dizer a estória tal como eles esperavam, mas como ficaram desapontados… Não era necessário? (Lucas 24:25-27) É uma tentação grande quando ouvimos a estória dos outros para interromper e pô-los da melhor forma, quando pensamos que as suas interpretações de sua experiência são erradas. Jesus era mais sensível. Ele concentrou-se no auto entendimento dos dois discípulos. Depois, através do uso das escrituras muito cuidadoso, ele convida os discípulos a explorarem e examinar os seus sentimentos e pensamentos. Isso é como que ele se abrisse a eles a impossibilidade de uma interpretação alternada. Ele encoraja-lhes a basearem-se nas experiências que tinham acontecido recentemente, ele pede que eles façam isso através da fé. Será que esta perspectiva dá-lhes um entendimento renovado? Ele começa por dar-lhes forças na sua fé através das escrituras e aos pouco eles começam a ver a estória através da história da presença e plano de Deus. Aqui temos o segundo passo no exemplo de Jesus ouvir com amor. Ele conduz os outros para um novo entendimento. Ele desapareceu do seio deles (Lucas 24:28-35) A cena final da nossa história proporciona-nos muitas características importantes. Para começar, não sabemos quanto tempo é que os três estavam a conversar. Os costumes locais poderiam significar que quando eles aproximavam-se da aldeia e estava a ficar escuro, e eles podiam ter hospedado Jesus, mas ele fez com que ele estava a continuar a viagem. Segundo, os discípulos já tinham se apercebido e deram conta que era ele. Terceiros, sem considerarem o tempo da viagem assim como do cansaço, os dois discípulos imediatamente saíram de volta para Jerusalém. Na companhia de Jesus, nas mentes dos dois discípulos existiu um reconhecimento que ele não permaneceria com eles. Ele não queria estabelecer um relacionamento de dependência. Antes, o seu grande desejo era dar poder aos discípulos, ajuda-los, como se fosse, pôrse no seu lugar. A sua presença deu-lhes a força que eles necessitavam. Por isso, eles podiam ir de volta para Jerusalém, para o lugar de onde eles queriam fugir. No nosso papel como conselheiro pastoral podemos trazer muitos dons, habilidades e técnicas diferentes. Nós guiamos; Nós encorajamos; Nós apoiamos, - 43 - Nós providenciamos compaixão e presença; Acima de tudo, nós somos sensíveis pelo facto de que como um companheiro na jornada de fé não podemos viver a jornada de vida de outra pessoa. Podemos andar com eles lado a lado por um certo tempo concordado e uma vez que termina nós também desaparecemos até que eles possam precisar de nós outra vez. Nós ajudamos a manter as atenções nos recursos que eles têm dentro deles e o Senhor que lhes dá forças. Na história de Emaús, Jesus providenciou para nós um modelo simples de ouvir. Explore – entenda – acção Porque os discípulos foram dados o tempo e a oportunidade de explorar a estória de sua experiência dolorosa, eles foram guiados a um entendimento refrescante, que deu-lhes a motivação para a acção. Jesus viajou com os discípulos. Num ministério de aconselhamento pastoral com pessoas vivendo com VIH, também somos convidados a acompanhar e a viajar com os outros na sua jornada junto a santidade. Caminhar com os outros é sempre um privilégio sagrado e de responsabilidade. Embora tenhamos desfeito a história da jornada de Jesus para Emaús para realçar a forma de Jesus de ouvir com a amor, na realidade não podemos fazer isso. A história do evangelho de Lucas permite-nos avaliar que ouvir aos outros com amor significa um desejo de viajar com eles que precisa: Respeito; Reconhecer que cada pessoa é única; Sensibilidade pelo facto de cada jornada de cada pessoa começa muito antes de nós entrarmos nas suas vidas; A necessidade de por de lado os nossos próprios preconceitos sobre as necessidades de cada pessoa; Aprender como estar presentes através de nossas atenções, facilitando os outros a contarem a sua estória; Cada estória deve ser vista no contexto da fé; A importância do relacionamento que criamos e o relacionamento que indicamos para Deus. “Fui diagnosticado como seropositivo do VIH a mais de nove anos atrás... eu gozei de uma boa saúde, até meados de 2002. Comecei a perder peso rapidamente, e senti aumento de fraqueza. O hospital era avançado em termos de tecnologia. Não tenho dúvida que eu devo pelo facto de que estou vivo hoje graças a esta intervenção médica. Todavia, eu não tive vigor, e continuei fraca... Depois de duas semanas pedi para ser transferida para uma hospedagem de madres. Elas não tinham uma medicina avançada ou staff qualificado. Mas elas abraçaram-me com amor, e trataram-me com cuidado e compaixão. E - 44 - imediatamente o meu corpo respondeu. Eu sei que devo a minha própria convalescença ao cuidado, compaixão e amor que elas me deram. Muitas vezes pensamos que o acesso de nosso trabalho é avaliado pelo montante de fundos que angariamos, ou pelo montante de acção que tomamos... cuidado começa com amor, atenção ligada ao amor, e a melhor possível resposta pode permanecer ali com a pessoa que está a sofrer”24. 24 Stuart Bate, Responsabilidade em tempos de SIDA - 45 - Capítulo V Escutar com atenção de amor Este capítulo responde as seguintes questões: Será que precisamos realmente aprender como escutar? O quê que devemos aprender sobre escutar? Quais são as noções básicas de aconselhamento que ajudar-me-ão a escutar? O que é escutar com atenção? “Globalmente, quase metade de pessoas infectadas entre as idades de 15 e 49 anos de idade são mulheres... Por causa da desigualdade de género, mulheres que vivem com VIH muitas das vezes passam por tratamentos de estigma e descriminação… provavelmente SIDA estará connosco por longo tempo, mas como é que se expandiu rapidamente e quantos danos têm causado a responsabilidade é inteiramente nossa”25. Como vimos no capítulo 4, escutar foi fundamental para o ministério de cura de Jesus. Não é menos importante para o nosso ministério se queremos implementar o aconselhamento pastoral. Este capítulo explorará alguns dos conceitos básicos do aconselhamento e algumas técnicas efectivos no nosso ministério de escutar. Lembre-se: Este manual não tem com propósito fazer-te um conselheiro profissional, porém, tem como propósito ajudar-te a ser mais profissional na forma de ouvir os outros. As habilidades e técnicas mencionadas aqui não pretendem confundir-te, mas antes dar-te confidência, para que sinta-se mais confortável no seu ministério pastoral tão importante. Vê-los como instrumentos para usar afim de ajuda-los a encontrar paz e esperança. Primeiro eles poderão parecer estranhos, mas com a prática eles tornamse parte de ti na medida que ouves. Já terás possuído muitas dessas 25 Peter Piot, UNAIDS:Relatório Global Sobre a Pandemia do SIDA - 46 - habilidades e usar elas naturalmente. Este capítulo simplesmente alinhava elas para ti. Muitos manuais relacionados com o aconselhamento usam a frase “ouvir activo”. É uma frase que pode parecer estranha para nós, porque raramente pensamos de ouvir como uma actividade. É por isso que ouvimos as pessoas dizerem coisas como: «Eu não fiz nada, eu simplesmente ouvi». «Simplesmente ouvi» é uma actividade. Se pensarmos sobre isso cuidadosamente, quando ouvimos propriamente somos de facto pessoas muito ocupadas. Será que precisamos realmente aprender como ouvir? A resposta simples é sim, porque ouvir não é tão fácil quanto nós pensamos. Tome um momento e reflicta: Nas suas experiências quanta dor e embaraço já temos causado porque as pessoas não ouviram bem, desentenderam e interpretaram mal ao que nós dissemos? Quanta dor nós já passamos, porque talvez tenhamos ouvido mal aos outros? Muitas vezes as pessoas não ouvem. Pelo contrário, «preenchem o vazio» ou põe as palavras e pensamentos na boca e mente dos outros. Viver com VIH é já viver com medo de ser julgado e rejeitado. Estigma e descriminação são reais e podem as vezes serem mais mortais que o mesmo vírus. O primeiro estigma é que as pessoas que vivem com VIH precisam derrotar e ter auto estima: O quê é que as pessoas estão a falar sobre mim? O quê que elas pensariam se elas soubessem o meu estado? Será que estão a lavar aquele copo assim porque está sujo ou porque eu fui o último a usa-lo? Porquê é que ele evita saudar-me pela mão? Nós que desejamos ser uma presença de cura precisamos aprender como ouvir para que não causamos mais dor por responder de uma maneira que não ajuda. Precisamos aprender como ouvir para que ajudemos melhor a alguém dizer a sua história aberta e claramente. Precisamos aprender como ouvir para que comecemos a ouvir o que não esta sendo dito entre muitas palavras que eles proferem. O que é que devemos aprender de concreto sobre ouvir? Talvez uma das primeiras lições sobre ouvir é que envolve mais do que simplesmente usar os nossos ouvidos. Ouvir é mais importante que ouvir barulhos. Uma coisa é ouvir palavras que falam para nós, e é tão bom entender o que as palavras significam. Ouvir e escutar são duas coisas diferentes. Quando - 47 - ouvimos, estamos simplesmente a ouvir o som, quando escutamos, tentamos dar sentido ao que nós ouvimos. Portanto, quando nós escutamos a outra pessoa, nós precisamos estar conscientes de: O seu tom de voz; A sua expressão facial; A sua postura; Todos esses jogam uma parte importante na comunicação. Então não é simplesmente o que as pessoas falam que é significante, mas como elas dizem isso. Os nossos olhos como parceiros no escutar Vamos ser honestos, muitos de nós escutam através de nossas bocas! É para dizer que, nós já temos uma resposta rolando nas nossas cabeças antes que a pessoa termine mesmo de falar. Os nossos olhos são muito importantes para a nossa habilidade de escutar com entendimento. Mesmo antes de uma pessoa começar a falar, seus corpos e sua face já estão a comunicar alguma coisa para nós. Como pastores conselheiros o nosso próprio corpo pode revelar o que estamos a pensar e a sentir sobre a pessoa a quem estamos a escutar, quase que sem nós nos apercebermos. Ao estamos presentes para com os outros algo que precisamos ter em conta sem sermos muito auto-conscientes sobre isso! Por exemplo, olhando para alguém dá-lhes a mensagem específica que é do nosso interesse, vês que eles estão a falar, mas não significa que temos que fixar os nossos olhos neles. Devemos ter cuidado não fazer com que os outros sintam-se inconfortáveis. Tal como nós olhamos para os outros com sinais de encorajamento, eles também olham para nós. Mas o quê que estamos a procura exactamente quando damos a nossa atenção á alguém? Falar e pensar Faça uma boa retrospectiva sobre um desentendimento recente com mais alguém. O quê é que foi que eles disseram que realmente desanimou-te ou pela forma que elas disseram? Sentimentos como uma Janela para o mundo da outra pessoa Ao olharmos e escutar, tentamos testar como a pessoa sente-se. Quais são as emoções que elas tentam exprimir? Que emoções estão sendo exprimidas através de gestos e comunicações não verbal? Note a frase “tentar exprimir”. Muita gente encontra dificuldade para descrever exactamente como eles estão a - 48 - sentir-se, especialmente a primeira vez do encontro. Por outro lado, deparamonos com os outros que não têm problemas em expressarem-se. Contudo, quando escutamos tentamos notar os sentimentos exprimidos e aqueles que de uma maneira ou de outra estão escondidos debaixo do que se fala e do que não se fala. A música é um bom exemplo aqui. Quando escutamos a música as vezes concentremo-nos na melodia, mas há outras debaixo disso. No nosso aconselhamento pastoral tentamos acatar partes diferentes, tenor, baixo e contralto da história completa que esta sendo dita. Pare e pense Podes lembrar-te de uma ocasião quando você estava a falar para alguém e eles estavam ocupados a olhar para os teus ombros ou continuar a fazer o que eles estão a fazer? Como é que te sentiste? O que é que disseste para si mesmo sobre seu comportamento? Pensar como uma armadilha Se nos escutarmos atentamente, descobriremos ainda outro significado grande por detrás das palavras e sentimentos espremidos. Começaremos a sentir o que o povo realmente pensa. Quando as pessoas dizem o que incomoda-lhes elas também revelam o que pensam sobre elas mesmas, outros o mundo no sentido amplo e o que elas crêem sobre Deus. Estas mensagens precisam ser ouvidas para ajudar-nos a entender não apenas os assuntos que a ser debatidos, mas também o contexto no qual estas dificuldades movem e tem o seu ser. Para e pense Reflicta numa ocasião quando você estava a tentar dizer alguma coisa. Havia clareza no que você disse? Você esperou que a outra pessoa teria acatado a real mensagem sem que você soletrasse. Sentimentos, pensamentos, tom de voz, postura Silêncio como uma forma de falar. Nós exprimimos muito através de palavras e nossa postura, mas também precisamos escutar nos momentos de silencio, quando a pessoa para de falar. Será porque eles têm mais que dizer? Ou eles estão estagnados? Será que eles teriam chagado no momento em que a história é muito dolorosa? Estão a decidir se ou não partilham alguma informação? Como pastores conselheiros precisamos aprender como nos confortarmos com o silêncio, enquanto o silêncio significa. Silencio. Também, é uma forma de falar. Pare e pense - 49 - Já alguma vez usaste o silêncio como uma forma de comunicar uma mensagem? Como te sentes confortável quando as pessoas estão silenciosas e vêm dificuldades para dizer o que lhes preocupa? O nosso próprio barulho interno? Finalmente, precisamos ser muitos cientes de como nós mesmos reagimos ao que está sendo dito. Todos nós filtramos o que nós ouvimos através de nossas opiniões, valores e crenças. Somos levados pelas ideias das nossas cabeças. Falamos para nós mesmos, e isto pode prevenirmos de escutar aos outros. Se nós desconseguimos ouvir o que os outros concretamente falam e substituem com as nossas próprias versões não estamos a ajudar o processo de cura. Pare e pense Se você é honesto como você escuta a outros e quanto julga o que você ouve antes que você ouviu antes que a estória toda fosse contada? Todos estes elementos jogam um papel muito importante na nossa habilidade de escutar. Porque você ouve, aquilo que estas ouvindo uma estória se não estivermos treinados neste sentido, aquilo que ouvimos poderá criar ocupação dentro de nos, mas quando realmente nós escutamos seremos capazes de reviver empaticamente aquilo que o irmão (a) esta contando e a isso chamamos escuta activa. É com isso que as pessoas têm tido habilidades básicas de aconselhamento para ajudar os outros a melhorarem a qualidade de escuta. Quais são as noções básicas de aconselhamento que ajudarão a escutar? Para ser um cristão ouvinte confortável e efectivo precisamos explorar alguns conceitos básicos que vão ajudar-nos como pastor conselheiro. Escuta activa Envolve: Dar a máxima atenção ao que não esta sendo dito; Olhar atentamente para a pessoa quando fala; Reflectir no que eles exprimiram; Sumariar; Focar na conversa. Fazer pergunta que vão de encontro ao assunto que se trata. Aprendemos a fazer perguntas concisas que permitirão a continuação da conversa. Qualidades pessoais Empatia Aceitação - 50 - Genuinidade Confronto Entender os sentimentos e pensamentos do outro. Modelo de aconselhamento Ter alguns tipos de estruturas acima do plano que ajuda a conversa a continuar e chegar a uma conclusão. Resolver o problema Ajudar as pessoas a planear uma possível solução. Supervisão Saber onde podes obter ajuda para os outros e obter apoio a ti mesmo. Nenhuma dessas habilidades pode ou substituirão a razão fundamental para serem parte integral do ministério de aconselhamento pastoral. É a nossa fé que é muito importante. Esta crença a Deus impulsiona-nos a sermos compassivos e chegar até aos outros. Ao analisarmos estes conceitos, portanto, não há necessidade de ficarmos nervosos ou pensar que aconselhamento pastoral tem que ser explicado. Já vamos possuir muito desses conceitos mencionados aqui; e usar alguns deles naturalmente. Tudo que precisamos fazer é olhar para esses conceitos como forma de capacitar-nos a fazer o que realmente fazemos: ter canal da cura do amor de Deus. Então podemos prestar as nossas atenções mais uma vez a escuta activa. O que é escuta activa Escutar atentamente significa dar a nossa completa e indivisível atenção a uma outra pessoa. Ao imaginarmos, isto precisamos uma grande concentração. Como podemos fazer isto? Interessar-se pelo que a outra pessoa diz; Olhar para a pessoa e mostrar que estamos a seguir o que está sendo dito; Usar todos os nossos sentidos na comunicação não verbal. É muito simples: quanto mais mostramos interesse, mais capazes a outra sentirse-á ao exprimir-se. Quando escutamos atentamente ficamos quase como detidos, tentando detectar todos os sinais e informações presente. E se nós escutamos cuidadosamente muitas vezes seremos capazes de notar que certos temas emergem de tempo a tempo. Estes temas revelam uma forma de pensamento básico que pode as vezes ocultar as palavras. - 51 - Exercício prático Ter tempo de praticar a escuta activa com os membros de nossa família, amigos e pessoas com quem trabalhamos. Isto realmente mostra que você está a escutar e dar-lhes sua maior atenção. Como você vê esse exercício? Quais são as razões que encontras? Peça um amigo para ajudar. Ache um tempo e espaço e depois pede ao amigo para partilhar uma experiência que foi difícil para eles ultrapassarem. Agora reflicta para eles o que pensar, sobre o que você ouve eles dizer, ambos em termos de palavras e emoções. Depois reserve uma parte. Quais foram as tuas experiências? Tenho certeza que as pessoas na Igreja estão a falar sobre mim, mesmo que eu nunca disse a ninguém que sou seropositivo do VIH? (medo, desconfiança, auto estigmação). As pessoas são boas mais ninguém parece ter nenhum tempo de sentar e escutar, (solidão, frustração). Que tipo de mãe deixa-se usar desta maneira? Eu provavelmente mereço seropositivo de VIH (baixa auto estima, culpa, ódio). Eu sei que você pensa que eu sou mau; ah, mas eu poderia realmente matar a pessoa que me transmitiu este vírus (ódio, amargura, ressentimentos). Quando Phylllis conheceu a irmã Florence na clínica, ela já estava desesperada em dar fim a sua vida quando descobriu que era seropositivo do VIH. “Irmã, vou cometer suicídio... a vida tornou-se desnecessária!” A irmã Florence olhou para ela e viu que estava muito frágil. “Bem, antes que faças isso, talvez seria bom que tomasses o assento e dizer-me o teu nome e o que realmente está a perturbar-te...Meu nome é irmã Florence e o teu?” “Eu sou a Phyllis e basta olhar para mim e darás conta do que se passa. Eu tenho SIDA! Então porquê tenho de viver?” “E então porque és seropositivo de VIH e senteste muito doente queres dar termino a tua vida, é isso?” “Sim, naturalmente é isso mesmo! Não posso viver!” A irmã Florence depois pediu a Phyllis para dizer toda a estória do princípio. Quando falavam, Phyllis começou a ver que a vida não era tão má. Ela também tinha de pensar o efeito que o suicídio causaria para os seus filhos e familiares. Ela concordou em vir ver a irmã Florence todas as semanas a mesma hora. Enquanto, a irmã Florence deu-lhe alguns medicamentos para ajuda-la. - 52 - Quando nós escutamos, fazemos isso com um «ouvido interno», escutar não simplesmente ás palavras da estória, mas também as emoções mais visíveis que dão uma imagem total do que a pessoa vive. Damos a nossa atenção para que entremos por algum momento, o mundo do outro ser vivo. Chamamos a isso entendimento empático, e isso é a fonte de escuta activa. Escutamos para que comecemos a entender mais claramente os pensamentos e sentimentos da pessoa. Queremos saber como vivem com VIH bem como as dificuldades e desafios, que eles deparam. No fim de tudo, portanto, não é o nosso entendimento que é de extrema importância, mas que o nosso escutar e presença cria um ambiente que permite que a pessoa entenda seus próprios sentimentos e pensamentos. Há um segredo grande que precisamos ser cuidadosos antes de cairmos na armadilha. Como pastores conselheiros devemos ter cuidado de não assumir que já sabemos como é que a outra pessoa está a sentir-se ou que eles estão a pensar. Cada um de nós é um mistério e deve ser tratado com respeito. Na medida que escutamos precisamos ter uma mente aberta. As habilidades, conceitos ajudarão a fazer isso: Escreva a palavra assumir; Agora desenha uma linha e qualquer dos lados da letra u; Se assumirmos que sabemos o que a pessoa esta a pensar ou sentir faça um ass do u e mir! Questões para ter em mente? A forma básica na qual podemos ajudar-nos a crescer na medida que escutamos é termos em mente algumas questões simples para guiarmos na nossa escuta e ajudar-nos a entender mais claramente a história. Quem? O que? Porquê? Quando? Como? Onde? São questões que não precisamos faze-las logo de imediato com se estivéssemos a interrogar alguém! Elas formam uma consulta de listas mental, embora algumas vezes podemos faze-las para ter esclarecimentos: Porque é que esta pessoa precisa de ajuda logo agora? O quê é que aconteceu e fez com que ele pedisse ajuda agora? A quanto tempo é que eles vivem com estes problemas particular? O quê é que eles querem realmente exprimir? Quem ou o que é que trouxe-lhes o conforto no passado? Como é que eles puderam lidar-se com estes problemas até agora? Quem ajuda-lhes a expandir suas preocupações para que possam ser conhecidas pelos outros; - 53 - Quais são os tipos de fontes espirituais que eles têm ou precisam? Como é que eu posso ajuda-los a ajudarem-se a eles mesmos? Qual é o problema desta pessoa? Quando e como é que isso começou? Quem é que está envolvido? Que é que eles estão a procura? Como é que o apoio e ajuda podem ser dados melhor? Estas questões simples proporcionam um tipo de estrutura boa para a conversa. Questões; nós falamos alto As questões nunca são usadas simplesmente para satisfazer a nossa curiosidade, mas para ajudar a pessoa que está a dizer a sua história para relacionar livremente e na sua própria marcha. Fazemos uma pergunta para que: A história prossiga, A duvida possa ser clarificada, A pessoa por si só pode ganhar um entendimento e significado profundo, Pensamentos e sentimentos ocultados, e trazê-los a superfície, Tiramos aquilo que nos interessa. As perguntas são um instrumento muito importante no nosso ministério de escutar com amor. Pense num iceberg. Um grande iceberg é escondido em águas profundas e precisa de ser descoberto com cuidado. Quando alguém começa a dizer a sua história ele só revela uma informação limitada – os detalhes mais importantes estão debaixo da superfície. A função do pastor conselheiro é ajudar a desbravar estes detalhes escondidos para que a história completa seja revelada. As nossas questões capacitam a pessoa a explorar, clarificar e entender o que eles vivem na realidade. Não fazemos estas perguntas simplesmente para juntar mais e mais informações, mas para que a pessoa que conta a história chegue a um nível de entendimento. É por esta razão que nós usamos o que são comummente conhecidos como perguntas abertas. Perguntas ou questões abertas encorajam as pessoas a reflectir e responder como eles sentem-se e o que está acontecer de uma maneira mais profunda. Perguntas, questões abertas velam por «como», «o que», «onde» e «quando» anexadas a elas. Questões fechadas requerem apenas um «sim» ou «não» respostas e palavras com: «estava», «é», «fez» e «são». Exercício prático Tenta fazer estas «fechadas» questões abertas: - 54 - Quando foi dito que você era seropositivo ficou muito desapontado? Será que você culpou o teu marido agora que você é seropositivo? A tua atitude esta a ser positiva e aceitável? Tens sempre um problema de usar álcool e drogas demasiadamente? Agora que foste violada está a ser difícil relacionar-se com os homens? Claramente, precisamos ser sensíveis acerca de como usamos as questões para que as pessoas não se sintam como se estivessem a ser interrogadas ou que nós estamos a espiar nas coisas que não pertence-nos. Conselheiros pastorais têm de ser capazes de responder para eles mesmos uma pergunta crucial: Porquê que estou a fazer esta pergunta? Há um grande perigo que quando nos sentimos nervosos ou estático ou não sabemos o que dizer depois, ou há um silêncio, nos sentimos embaraçados, fazemos uma pergunta puramente com o propósito de dizer alguma coisa. As questões são feitas com um propósito na mente, temos de considerar se isto é o tempo apropriado ou o lugar na nossa conversa para fazer essa pergunta. Qual é o propósito destas questões/perguntas e o quê que eu espero alcançar? Estas questões importantes estão a flutuar por detrás de nossas costas e escutamos. Vamos agora considerar alguns tipos de questões/perguntas diferentes e o propósito por detrás delas: Há uma arte e habilidade em fazer perguntas que capacita em vez de desviar uma pessoa. Estar no fim receptivo de uma linha de perguntas pode parecer como ser interrogado (exemplo: então o quê que você disse para a tua esposa? Depois o quê que ela disse? Como é que reagiste?). Pode ser uma suspeita para uma pessoa estar continuamente interrompida por perguntas...faça perguntas alternadamente para ajudar uma pessoa a ser mais especifica ou abrir-se numa área...as vezes, como a confiança envolve-se relacionamento de escuta e quem fala e mais rápido, a necessidade de perguntar será pouca. Perguntas/questões abertas em vez de fechadas O nosso chefe quer que um conselheiro pastoral providencie tempo e oportunidade para as pessoas desabarem-se. Demos-lhes uma chance de exprimirem o que podem estar dentro de si por causa do medo de ser julgado ou mal entendido. Quando fazemos perguntas de uma maneira aberta, portanto, demos a pessoa a escolha como elas quisessem responder, enquanto que uma pergunta fechada limita a sua escolha. Fazemos uma pergunta de uma maneira que dá a pessoa a quem nós estamos a escutar à liberdade de reflectir e responder na sua própria forma. Perguntas abertas dão poder - 55 - Sara, pergunto-me se você pode dizer-me como foi e o que sentiu na tua experiência de ires voluntariamente para o teste e ao centro de aconselhamento? Pergunta: Sara, a tua experiência de ir voluntariamente para o aconselhamento e ao centro de teste foi bom ou mau? Clarificação de questões/perguntas Quando as pessoas começam a partilhar as suas estórias as vezes ficam emocionalmente desapontadas ou confusa. Elas não são sempre claras na forma de como expressam-se. Precisamos clarificar o que elas querem dizer por certas palavras ou sentimentos. Não podemos assumir que sabemos o que outras pessoas querem dizer ou como elas interpretam a sua própria experiência. Clarificação Sara, quando dizes que ir ao teste e ao aconselhamento foi uma loucura, ajudame a entender o que queres dizer. Ou: Sara, quando dizes que ir ao teste e aconselhamento foi uma loucura parece que foi uma experiência de susto. O quê que foi mais difícil? Elaboração Sara, ir ao teste foi mais que fácil. Podes dizer um pouco mais sobre isso, ajudame a entender como é que foi realmente? Questões especificas em detalhes Quando escutamos, para os outros haverá dias que precisaremos deles para serem mas específicos sobre alguns detalhes de sua história. Precisamos sensibilidade porque as vezes as pessoas dão descrições gerais para protegeremse. Como: Sara, disseste que foi a atitude da pessoa que deu os resultados que fizeram a experiência difícil. Como é que sua atitude foi demonstrada? O que: Sara, quando disseste que foi a atitude da pessoa quem te deu os resultados foi muito difícil, o quê que realmente aconteceu? Mostra-me: Você disse que a sua atitude foi má. Mostra-me como é que ele realmente falou e como é que você sentiu? - 56 - Quando: Sara, quando deste por conta dessa atitude pela primeira vez foi tão difícil? Procurando pelo significado das questões Escondidas por detrás de tudo, dizemos que é um sistema completo de valores e crenças que dão significado para ver o mundo. Ao escutarmos aos outros; há vezes que precisamos de consultar que significado pessoal está ligado a certas frases e afirmações. Sara, você disse que saber que eras seropositivo de VIH fez-me sentir impura e castigada por Deus. Estou preocupado se pudesses dizer um pouco mais sobre a tua fé e como sentiste Deus olhar para ti agora? Sara, o quê que significa ser impura para ti? Podes dizer um pouco mais? Castigada por Deus? Podes dizer-me como é que a tua experiência religiosa guio-te a sentir-te assim? Procurando por opções e forças Quando as pessoas encontram-se em dificuldades é muito fácil para elas serem focadas nos seus problemas por excluir o resto. A vida parece pesada e sem esperança. Um dos apoios que um pastor conselheiro pode dar é ajudar as pessoas a reconhecer as suas forças e esperanças e encorajar-lhes porém que não dependam muito dessas qualidades. Ser seropositivo de VIH ou ter um familiar ou amigo seropositivo de VIH é uma coisa, o próximo passo é decidir como viver com o vírus. Como com qualquer problema, não focamos nas dificuldades ou podemos tentar procurar por soluções e opções possíveis. Quando escutamos com amor, tentamos ajudar as pessoas a mover de baixo com o seu problema e manejar as suas dificuldades por seus próprios meios. Podemos fazer perguntas que convide-os a procurar por opções e forças. «Sara, disseste como foi difícil para você saber que eras seropositivo de VIH e como isso fez parecer que estavas abandonada por Deus e empurrada para fora, mas diga-me um pouco mais como te sentes agora. Ainda sentes que a vida não tem esperança? «Foi claramente muito doloroso quando soubeste pela primeira vez sobre o teu estado positivo. Havia alguém ou qualquer coisa que deu-te apoio ou esperança, Sara?» - 57 - «Sara, falaste muito hoje e penso que encontraste alguma ajuda. Falavas com os outros que são seropositivos de VIH a serem opção possível para ti em termos de apoio e encorajamento?» As formas que usamos as questões vai de uma maneira bloquear e fechá-las ou elas ajudarão a libertá-las. No nosso ministério de escutar com amor precisamos entender a importância e o valor de perguntar. Significa que precisamos ser sensíveis as ansiedades e vulnerabilidades de alguém. Precisamos usar o tacto de maneira que façamos uma pergunta, quando perguntamos e como respondemos à pergunta. As perguntas dão direcção à nossa conversa e precisamos sentir a pergunta. Precisamos prestar atenção ao que é omitido na resposta que damos as perguntas. O que se diz pode as vezes ser de muita importância que aquilo que é. Nós também precisamos ser sensíveis ao volume da nossa voz a nossa expressão facial. As vezes as pessoas precisam ser certificá-las que nós estamos realmente a escutar e seguir ao que elas estão a dizer. Então como mais podemos fazer entender a pessoa que estamos presente para eles? Encorajadores Como pastores conselheiros, tentamos providenciar um espaço onde as pessoas sentem-se seguras, confortáveis e capazes de expressarem-se. Podemos fazer isso simplesmente por encorajar a conversa: Usamos contacto de olhos para dar a mensagem que estamos a prestar atenção; Usamos frases tais como: «uh-hmm», «fala-me mais», «Ok», «correcto», «esta bom», «e depois» Abanamos a nossa cabeça no momento certo; O nosso gesto facial combina com o que estamos a ouvir; Podemos mesmo aprender um pouco sobre a pessoa. Estes gestos pequenos dão uma mensagem importante: «estou contigo, por favor continue, quero ouvir mais». Naturalmente, eles têm de ser naturais, caso contrário as pessoas tão cedo dão conta que somos genuínos. As pessoas são mais que a soma de sua mensagem verbal e não verbal. Escutar no seu sentido mais profundo significa escutar aos clientes como influenciado pelo contexto no qual eles vivem e movem e têm o seu ser. Reflectir, clarificar e sumariar - 58 - As três formas práticas de procurar entendimento e penetrar nos pensamentos e sentimentos de uma outra pessoa são por reflectir, clarificar e sumarizar. Estas técnicas simples indicam que estamos a seguir o que alguém esta a dizer e querer estar com eles a medida que continuam a contar a sua história. Reflectir Isto proporciona uma indicação muito clara que você tem de ouvir o que alguém disse, que você não esta a julgar o que, eles pensam ou sentem, e tentam entender. Também mostra a tua vontade de penetrar no seu mundo e ver as coisas como fazer. Quando reflectirmos não usamos as palavras exactas que ouvimos, como se estivéssemos a gravar! Pelo contrário, acatamos certas frases e fazemos voltar á eles para que a pessoa ouvir o que ouvimos em termos de sentimentos e factos. Nós reflectimos para consultar se ouvimos correctamente. Do que ouvi parece Ouvi-te correctamente? Você disse? Estou certo em pensar? Do que você disse e como se ouvisse você dizer. Estas são frases simples que podemos usar facilmente para introduzir a nossa reflexão. Olhe para os seguintes exemplos: Como conselheiro pastoral você pode ter sido pedido para ir ao hospital onde a família de um paciente pede-te para vê-lo. O familiar está angustiado e encontra-te fora da enfermaria. Frango: estou feliz por teres vindo. O meu companheiro Tom está a morrer. Os seus pais não virão ver-lhe, como eles não querem admitir que o Tom é homossexual e eles dizem que o matei por ter-lhe dado VIH. Não sei como ajudar o Tom. Sinto-me tão perdido e sozinho. Eles não entendem que nós nos amamos. Eu não quero que ele morra. O que posso fazer? Eu não o matei. Não sei porque é que te pedi para vir, porque talvez você nem goste de homossexuais! Pastor conselheiro: FranK, é bom que o que eu penso sobre pessoas que são homossexuais é importante para você. Mas estou ouvindo assuntos mais importantes agora: a dor e tristeza que sentes ao perder alguém que você ama e a rejeição que sentes dos outros, especialmente pelos pais do Tom. Certamente você quer fazer alguma coisa para o Tom e não sabes o quê! Mas se isso ajuda, deixa-me dizer que não estou a julgar-te por ser homossexual e eu certamente não penso que mataste o Tom, vãos começar por você ajudar-me a entender um pouco mais sobre você e Tom e como ele foi parar no hospital. - 59 - Reflectindo o sentimento e pensamento da pessoa que estamos a escutar, nas nossas próprias palavras e sem adicionar qualquer julgamento ou opiniões, ajuda-lhes a sentir valorizado, assim como dar-lhes uma chance de redefinir o que eles querem dizer. Tenta por si mesmo no seguinte exemplo: Foste pedido se gostarias ver membro da Igreja que precisa um ouvido que escuta. A Maria está aliviada por ver-te aqui e começou a falar sobre a sua filha que veio da Universidade doente. Maria: É realmente bom que você apareceu. Para ser honesta eu não sabia onde ir e não sei quanto tempo eu podia manter esse problema. Há muita coisa rolando na minha mente, sinto-me muito confusa e eu não sei onde começar. Seja como for, deixa-me começar. É minha filha Patience. Ela é uma boa menina e tem estado na universidade, até que só falta-lhe um ano para terminar (Maria põe-se a chorar). Desculpa-me, podes estar pensando que eu sou uma boba. Porque chorar por causa da minha filha estar no último da Universidade? Eu suponho que seja isso realmente, eu estou com medo, ela não será capaz de terminar, que foi tudo uma perca de tempo, para não falar do dinheiro. Ela teve de vir a casa a cerca de um mês atrás porque estava muito doente. Na verdade eu sei que ela tem estado doente já a muito tempo mas tem escondido isso de mim. Naturalmente, eu sabia profundamente que alguma coisa não tem estado bem por algum tempo, mas eu supus que não queria admitir esta realidade. Não é bom, eu tenho de dizer isso, ela tem esta doença VIH agora ela vai morrer e eu sinto-me tão nervosa e envergonhada. O que é que vou fazer? Como responderias a Maria por tentar reflectir os sentimentos e factos que ouvistes? Clarificar Usar a habilidade de clarificar é uma forma crucial de ter certeza que realmente entendemos o que outra pessoa disse e como elas estão a sentir-se. Clarificar significa pedir a pessoa explicar um pouco além. Um grande desentendimento pode ser evitado por simples perguntar a pessoa dizer um pouco mais sobre uma situação particular ou deixar-te saber se você entendeu correctamente. Por exemplo: Podes ajudar-me a entender um pouco mais, quando disseste… O que é que realmente disseste? Você disse que sentiu... O que exactamente fez-te sentir desta forma? - 60 - Posso saber alguma coisa para ver se ouvi correctamente? Disseste…? Estou preocupado, quando você primeiro ouviu que o teu filho tem VIH, como é que sentiste? Quem é que você queria dizer primeiro, que você tinha VIH? Quando decidiste dizer ao teu parceiro do seu estado como é que ele reagiu e como é que te sentiste? Esta técnica simples dá a uma pessoa a mensagem clara que nós verdadeiramente queremos que a pessoa entenda na totalidade o que eles revelam. Quando pedimos clarificação, estamos a dizer no efeito; eu estou contigo, ajuda-me a entender mais. Quando a pessoa diz a sua história e revela os seus sentimentos eles são como se estivessem a abrir a janela do seu mundo. Clarificação procura reconhecer que a pessoa existe dentro de contexto diferente, e que para entender-lhe, e suas dificuldades precisamos ser claro sobre o contexto no qual eles pertencem ou vivem. O diagrama abaixo dá-nos alguns dos contextos que rodeiam as pessoas vivendo com VIH/SIDA. Entender o contexto Orientação sexual Família Cultura Género Apoio Pessoa Grupo social Emprego Idade Comunidade de fé Voltemos a Frank e o Pastor conselheiro no hospital: Frank: Tom e eu estamos juntos aproximadamente por oito anos. Conhecemonos numa festa e parece que começamos a nos dar bem desde o princípio. Eu não posso imaginar a vida sem ele. Ele é tudo que tenho. E acerca de um ano que ele caiu doente, e nada faz-lhe parecer melhor. Eventualmente, eu persuadilhe a ir para o doutro e pedir por um teste de VIH. Ficamos assolados quando soubemos que o resultado era positivo. Eu tomei a carta dele em casa até na semana passada, quando somente teve de vir ao hospital. Todos os enfermeiros são bons, mas eu posso ver-lhe observando. Por quê que as pessoas não vêmme como normal. É isso que torna a situação mais dura mais agora. - 61 - Pastor conselheiro: Duro porque se alguém de vós fosse mulher então o vosso relacionamento seria reconhecido e a sua tua dor presente entendida? Frank: Sim, é isso mesmo. Se eu viesse em casa com uma menina nos meus braços e se ela estivesse seriamente doente a minha família apoiavam-me. Mas agora eles estão envergonhados. Sendo seropositivos todas as pessaos acham que merecemos isso por causa da nossa orientação sexual, não é? Pastor conselheiro: Frank, ninguém merece VIH, e isto não é certamente um julgamento de Deus, então ajuda-me a entender um pouco mais sobre porque que você pediu ao Tom a ir para o teste de VIH, o quê que te fez suspeitar? Muitas dos desentendimentos e frustração que vivemos na vida podem ser por causa de um simples facto que embora as pessoas ouvem as nossas palavras eles interpretam diferentemente ao que nos pretendemos. Clarificação é crucial para prevenir desentendimentos. No aconselhamento pastoral é necessário entender as histórias porque eles entende-as e vivem as suas experiências não como pensamos que é. Vamos continuar com a história de Maria e a sua filha. O que querias clarificar no seguinte exemplo? Como estruturamos a pergunta? Mary: Como eu disse antes, eu sabia que alguma coisa estava errada por um certo tempo. Ela não era a mesma e não telefonava muito. Mesmo quando ela o fazia era difícil para ela tentar conversar com ela. Não era como ela foi primeiro para a Universidade – ela gostava muito e tinha sempre notícias, mas alguma coisa parecia ter acontecido para mudar tudo. Bem, agora sei o que isso era? Sem duvida porque ela foi expulsa. Estou muito nervosa. Porquê que não fiz algo quando eu soube que ela não estava feliz. Talvez ela não estaria tão doente agora, talvez ela não seria seropositivo do VIH. Porquê que ela não disse-me que algo tinha acontecido? Todas essas perguntas rolam e rolam na minha cabeça. Sumariar Quando as pessoas começam a contar as suas histórias elas as vezes falam por muito tempo. A habilidade de reflectir e clarificar pode ajudar a quebrar este monólogo para uma secção manejável. Pode também ajudar as vezes parar a pessoa e tentar por junto o que você ouviu. Isto é especialmente no fim da conversa. Um sumário tenta estabelecer somente e clarificar o que foi exprimido em termos de sentimentos, facto e temas e os problemas e assuntos levantados. Uma das coisas mais usadas sobre sumarizar é que ajuda a seguir com a conversa, isto é especialmente verdade se uma pessoa não esta bem clara na forma como eles expressam-se eles mesmos, ou se eles não são claros, - 62 - simplesmente repetir a história outra vez. Sumariar pode ajudar a quebrar este tipo de desconexão e proporciona uma oportunidade para o bom entendimento. Existem pelo menos quatro formas básicas que podemos tentar sumarizar: I. Tão simples quanto possível podemos descobrir o que teve lugar na conversa até aqui em termos de detalhes e sentimentos; II. Podemos perguntar a pessoa para fazer um contraste: sumariar o que foi dito, depois pede a pessoa para contradizer: o O passado com o presente: Você estava a dizer que quando você foi diagnosticado primeiro com VIH sentiste que a tua vida tinha terminado. Duvido se alguma coisa mudou. Como te sentes agora, neste preciso momento; o O presente com o possível futuro: Você diz que agora você sentes que não pode imaginar ir de volta para o serviço caso as pessoas saibam que você é seropositivo do VIH. Diga-me um pouco mas sobre as desvantagens que estão ser feitas no serviço. III. Podemos pedir a pessoa para escolher o que é mais importante. As vezes, quando as pessoas falam, particularmente no começo, elas misturam muita coisa junto, e muita coisa vem de uma só vez. Precisamos saber que assunto elas querem debater, em vez de o que assumimos ser importante. Por exemplo: «Você disse muito e eu estou em duvida das coisas que você disse-me a, b, c, d, etc. qual deles você gostaria de explorar primeiro» IV. Por intermédio do nosso sumário podemos, tentativamente, sugerir um assunto que parece ser mais preocupante para pessoa: «De tudo que você disse-me a, b, c, d, etc. Eu parei de duvidar se os assunto b é o que está a causar-te mais desconforto agora. Este de que você gostaria de falar mais um pouco?» A que ponto na nossa conversa decidimos sumarizar; depende de como discernirmos sensivelmente. Alguns pastores conselheiros gostam de sumarizar: No fim da conversa; No começo da próxima conversa; Quando dá-se alguma coisa a alguém para reflectir antes do próximo encontro; Para identificar o maior problema/assunto; Quando há confusão. A falar com a pessoa sentiremos que é necessário fazer uma pausa. - 63 - Focar A última habilidade de escutar activo a notar aqui é focar. Já mencionamos que as pessoas as vezes não são muito claras quando elas começam a falar. Isto é particularmente verdade no começo do primeiro encontro. Isso pode fazer a vida difícil se você está tentar escutar: O que é que esta pessoa está realmente a dizer? O que é que realmente incomoda-lhe? O que é que posso acatar na conversa? Há perguntas importantes a ter em consideração na medida que escutamos com amor genuíno e compaixão. Veja este exemplo de Maria cuja história já vimos atrás: Maria: Eu sei, não foi cristão da minha parte mas eu perdi o controlo quando a minha filha disse-me primeiro que tinha VIH. Eu sempre tinha problema com o meu temperamento. Eu estava tão nervosa com ela, com Deus, comigo mesma. Eu senti-me em baixo. Porquê que ela não podia ter me dito mais cedo? Agora eu sinto-me muito envergonhada de mim mesma e não sei como aproximar-me dela? O que é que você acatou? Como responderias? Há muitas considerações gerais que precisamos clarificação e exploração. Para que se faça isso você precisa saber onde você quer que Maria concentre-se: você: concentra-se nos sentimentos, eu estava nervosa, senti-me muito em baixo. Senti-me muito envergonhada. Concentra-se no pensamento por detrás dos sentimentos? Não é cristão perder o temperamento. A minha filha podia ter me dito mais cedo. Deus não podia deixar isso acontecer. Porque que ele fez isso comigo e com a minha filha? Reprovei como mãe. Como posso enfrentar as pessoas VIH é um castigo? Concentra-se no problema A resposta cristã para pessoas com ódio é manejar o ódio. O seu entendimento do VIH. Sua imagem sobre Deus. Sua relação com a sua filha. Concentra-se na possível solução: Como é que ela podia aproximar-se da sua filha. Onde ela vai encontrar a espiritualidade e apoio prático. Na resposta destas perguntas poderemos encontrar algumas formas de como lidar com o ódio. - 64 - Concentrar-se nas necessidades reais e prática. Precisamos acima de tudo ser sensíveis. Não podemos cair na ratoeira de concentrarmo-nos no que é prioridade, mas naquilo que ajudaria melhor a pessoa a encontrar liberdade e paz interior. Concentremo-nos para trazer boa clareza. As pessoas as vezes dão considerações gerais: não foi cristão de minha parte, eu sinto-me muito envergonhada! Na concentração nós tentamos tornar estas considerações gerais nas mais especificas para que a pessoa cresça no entendimento e encontra uma forma. Aqui está uma forma que um conselheiro pastoral pode tentar mover a Maria por combinar as habilidades de sumarizar e concentrar-se. Pastor conselheiro: Maria, nós podíamos fazer uma pausa? Você expressou muito no que você disse sobre os sentimentos, desapontada por Deus e sua filha, sentimentos de nervosismo contigo mesma e Deus, ter problemas com ódio e agora estando parada em saber como aproximar-se melhor da tua filha. Não quero perder qualquer coisa que você disse, mas nós podíamos concentrarmonos por um tempo no que foi dito sobre seropositivo que fez-te sentir nervosa? Talvez você podia pensar de outra coisa Neste capítulo nós vimos uns conceitos básicos de aconselhamento pastoral que ajudarão a escutar mais efectivamente. Com prática e leitura você descobrirá mais tais habilidades. Por agora, nós vamos virar nossas atenções para ajudar que tendo uma estrutura podemos ter pelo nosso escutar com amor. - 65 - Capítulo VI Um processo que nos ajuda a curar Este capítulo responde as seguintes questões: Porque o nosso aconselhamento pastoral precisa de uma estrutura? Podes sugerir estrutura? Como é que essa estrutura pode ser estruturada? Que tal a confidência, apoio e correcção? Todos que embarcam e continuam a prática de aconselhamento pastoral vão cometer erros, assim como gostam de sucessos. Treinamento para aconselhamento pastoral é um processo contínuo. Os livros podem apenas ajudar-nos até a um certo ponto. Cada nova pessoa, aumenta a experiência e aprende-se. Através do uso de um cuidado do seu próprio conhecimento e sentimento, através de escutar a uma voz pequena dentro deles mesmos e de outros, o pastor conselheiro encontrará esta fora particular de estar a par e passo com as pessoas necessitadas. Causa um desempenho emocional, intelectual e espiritual. Aconselhamento, como já mencionamos atrás, pode simplesmente ser definido como uma conversa com um propósito. Se isso é verdade, então a nossa conversa como pastor conselheiro com as pessoas vivendo com VIH/SIDA vai beneficiar-se de uma estrutura simples. Naturalmente, isto não significa que tem que ser uma coisa formal ou inflexível. Pelo contrário significa ter um propósito claro. O mesmo propósito é fazermo-nos disponíveis para que aqueles que precisam expressar possam faze-lo livre e abertamente. O propósito da nossa conversa é que a pessoa pode explorar o que está perturbar-lhe e prosseguir e serem mais capacitadas com confidência e lidar com a situação. Esperamos que a outra pessoa virá sentir-se capaz de enfrentar as nossas dificuldades com forças renovadas. Com isso nas nossas mentes vamos dar uma olhada a uma estrutura simples de aconselhamento que pode ajudar-nos a alcançar o nosso propósito. Para ajudar os outros a ajudarem-se a eles mesmos. Porque é que o nosso aconselhamento pastoral precisa de uma estrutura? - 66 - Como pastores conselheiros precisamos ter um desejo genuíno de estar de serviço. Queremos ser parte no ministério de cura de Jesus através da nossa escuta activa para aqueles que vivem com VIH. Ter uma ideia clara e simples na forma como escutamos aumenta o valor terapêutico do nosso ministério. A história da jornada de Jesus com os discípulos de Jerusalém para Emaús (Capitulo 4) revelou a estrutura e forma como ele conduziu os discípulos para um novo entendimento e interpretação da sua experiência. Enquanto isto for verdade que um problema partilhado é um problema dividido podemos ajudar com grande efectividade se temos alguns planos que dá forma à nossa conversa. Isso não é o mesmo como dizer que já temos uma solução ou um processo fixo que toda a pessoa tem por passar. Antes, nos estamos a sugerir que uma estrutura da forma à aneira que nós escutamos e permite muita flexibilidade. Tendo alguns modelos na mente protege e ajuda as pessoas a sentirem-se confidentes como eles sentem algum tipo de movimento de A para B. Também protege o pastor conselheiro; lembre-nos que não estamos presentes para resolver as dificuldades dos outros, mas para ajudarmos e encorajar-lhes a encontrar formas de resolver os seus próprios problemas e descobrir as suas próprias fontes internas. Na idade de 41 anos de idade. Pearl foi diagnosticado ser seropositivo do VIH num hospital governamental em Durban. Não teve aconselhamento antes ou mesmo depois do teste. «Eu senti-me como se tivesse sido dada a sentença da morte. Felizmente eu fui com a minha mãe e minha irmã, mas elas estavam provavelmente mais chocadas que eu. Fomos para casa e bebemos algo, e joguei alguma coisa a volta da casa». A saúde de Pearl deteriorou-se: ela criou alta, infecção no ouvido e transpiração nocturna. Pior ainda, os vizinhos do bloco do apartamento em que ela vivia postaram alguns papeis na parede de fora; não toquem na Pearl, ela tem SIDA. A sua filha adolescente sofreu serenamente. “O meu filho costumava tirar para fora os postais quando fosse para a escola, mas isto afectou-lhe muito. Ele tomou drogas e negligenciou fazer trabalhos escolares. A minha filha rejeitou-me completamente”. A mãe de Pearl tirou um folheto sobre o centro de assistência do SIDA do Hillcrest. Ela era uma enfermeira que pertencia à organização de conselheiros voluntários. Ela disse a sua filha: “você espera uma organização cristã que te tratará como um ser humano” e eles certamente fizeram isso. “Cheryl e eu nunca oramos juntas, mas eu orei por ela. E eu creio em milagres. Eu disse que viver para ser avo é um milagre”. As pessoas precisam expressar-se por várias razões. Alguns somente querem desabafar os seus dissabores e depois ir-se embora aliviados, enquanto os - 67 - outros estão parados sem saber como mover para frente. Tendo alguns modelos de aconselhamento pastoral na mente capacitará o pastor conselheiro a ajudar uma pessoa a ganhar uma perspectiva e libertá-las de estarem perdidas nas suas próprias histórias. Estruturar a nossa escuta também previne o pastor conselheiro de estar perdido! Existem muitos modelos de aconselhamento, cada um enfatiza uma aproximação. Este manual sugere um modelo e forma possível que acata os ingredientes básicos. Com a prática e mais leitura você poderá encontrar e corrigir o seu método de escutar com amor. Os clientes vêm para o aconselhamento na dor, com problemas, com decisões, em crise e em necessidade de apoio. Eles precisam relacionar ou estar ligados ao conselheiro com uma forma de trabalhar nas suas preocupações. Eu defino o relacionamento no aconselhamento como a qualidade e força de um ser humano ligada que os conselheiros e os clientes têm... escutar e mostrar entendimento são qualidades centrais para formar relacionamentos com os clientes. Vamos agora listar estes ingredientes básicos e depois ler uma breve consideração e ver cada um. Oração e preparação; Formar um relacionamento de confiança; Explorar a situação presente; Entender o que está a acontecer e como seguir em frente; Planear para a acção e alcançar os objectivos; Revisar as forças e manter-se nelas. Oração e preparação Nós nunca podemos ter pensado que escutar precisa preparação, mas depois nós nuca podíamos ter pensado que havia muito envolvido em escutar! Nos vemos no exemplo de Jesus que ele as vezes foi para um lugar solitário para poder orar, especialmente antes de eventos importante, ele precisava de tempo aparte para ajudar-lhe a concentrar sua atenção. Como povo que quer escutar com compaixão profunda, pastores conselheiros precisam de tempo para orar, ler e reflectir. Precisamos de tempo para criar espaço interno afim de podermos estar verdadeiramente disponíveis e presentes à aqueles que procuram um coração que escuta. Parte da nossa preparação (junto com a oração) é ter tempo de informar-nos sobre a variedade de assuntos complexos que estão por volta do VIH/SIDA. Como pastores conselheiros podemos prestar melhor serviço aos outros por dar- - 68 - lhes a informação correcta. Para fazer isso devemos ver o que nós estamos a ser informados. Precisamos de estar cientes de certos assuntos que podem muito bem vir até nós quando nos fazemos presentes aos outros através da escuta: Ódio; Medo; Auto prejuízo; Violação; Estigma; Desigualdade de género; Abuso da criança; Vergonha; Orientação sexual; Culpa; Crise de fé; Dificuldade com oração; Ódio e vingança; Depender de drogas; Pobreza; Prostituição; Ser censurado; Perdão; Violação doméstica. Estas são apenas algumas dificuldades que resultam de vive com VIH. Precisamos de reflectir neles e descobrir os nossos próprios pensamentos e sentimentos sobre eles, para dar força aos outros. Não que as pessoas precisam os nossos pensamentos, não, mas se nós tivéssemos tirado da jornada poderíamos ser capazes de guiar os outros no caminho para encontrarem as suas próprias respostas. Se as pessoas pediram para ver um pastor conselheiro então nós trazemos a eles no nosso escutar serviço e crença da presença e amor de Deus. Então vamos começar com oração – Uma oração que já começa a criar uma atmosfera de aceitação e confiança. Não nos assustemos de orar e convidar a pessoa para orar. Muito será revelado quando eles/elas expressarem as suas experiências e temores. A oração lembra-nos que nós estamos firmas num solo sagrado e que há um poder grande que nós próprios. Formar uma relação de confiança - 69 - Quando nos sentimos flexíveis com uma outra pessoa as vezes a experiência aliviam a tensão. A forma como cumprimentamos as pessoas, o volume da voz e o gesto da face, transmite um calor genuíno e aceitação. Naturalmente, o contrário pode igualmente ser verdade! As pessoas depois de tudo, analisam-nos mesmo antes de nós falarmos. Ajudar no máximo, é profundamente uma aventura. Modelos, métodos, técnicas e habilidades são instrumentos no serviço desta aventura... o relacionamento entre o ajudante e o cliente é extremamente importante, mas no fim é um relacionamento do serviço, e não é fim por si só. É verdade que como vemos as coisas tem um grande impacto do que nós dizemos. Portanto, usar os nomes de pessoas de uma maneira muito respeitosa, ser sensível à idade das pessoas, género e cultura, pode ser uma forma muito clara para afirmar a sua identidade e mostrar respeito por eles. Quando encontramos alguém pela primeira vez precisamos apresentarmo-nos; explicar quem somos e dizer-lhes o nosso nome. Mesmo que tenham sido eles a pedir para vermos, precisamos passar um tempo quebrando o gelo. Isto pode ser feito muitas vezes através de uma simples e pequena conversa que dá a mensagem que a pessoa é valiosa. O momento de apresentação de nossa conversa são formas significantes de prepararmo-nos neste relacionamento e permitir a pessoa (também a nós mesmos), a relaxar. Isto é especialmente importante no primeiro encontro com a outra pessoa dá-nos a oportunidade de ter a temperatura do nosso encontro. A pregadora americana Margareth Guenther escreveu muito bem no seu livro Holy Listing (escutar Santo), sobre escutar como uma forma de criar um espaço sagrado. Cada momento que encontramo-nos com uma outra pessoa precisamos ser sensíveis ao entrar nesse relacionamento sagrado, não apenas com o ser humano perante nós, mas também a presença de Deus em cada um de nós. Estamos a tocar o divino, então precisamos aprender como reconhecer que por não correr nos momentos iniciais quando tentamos conectar com a outra pessoa que encontra-se em dificuldades. Inicialmente, podemos sentir que estamos a bater papo é uma perca de tempo, mas nós perca de tempo é o princípio de como construir um relacionamento de confiança. Numa vila na Ásia um padre que era seropositivo do VIH foi expulso da sua paróquia e de todas as actividades diocesanas e enviado para um centro de retiro cem milhas fora, sem mais contacto com a sua diocese. No resumo que seguiu-se a um seminário na Ásia, muitos padres disseram que ele não podiam dizer ao seu bispo, se eles descobrissem que ele tinha VIH. Humildemente, movido com muita afeição, o bispo, também um participante, levantou-se e disse - 70 - aos padres que se um deles fosse encontrado como seropositivo, ele estaria presente por eles. Numa vila no Sul de África, uma pessoa descreveu um cenário pouco usual onde o marido bateu e violou a sua esposa quando ele voltou do bar. Quando ela finalmente pediu a um padre local para intervir disseram-lhe para ir para a casa e aguentar o seu sofrimento. Numa vila do leste de África um padre local recusou visitar uma mulher que tinha SIDA, porque ela tinha sido uma prostituta. Quando ele ouviu acerca disso o bispo, ele mesmo visitou a mulher regularmente até a sua morte e celebrou a sua missa funerária na catedral. Pelo estranho que pareça, mesmo que alguém tenha pedido para ver um pastor conselheiro, e eles possam querer desesperadamente, uma vez que o tempo tenha chegado eles as vezes vêm isso difícil saber onde começar. Podemos confirma-los gentilmente que isto é normal e convida-lhes a ter calma e começar a história onde parece começar. Ou podemos sugerir: «Porquê que não começas por dizer o quê que fez-te decidir que pensavas de falar com alguém» conversadamente, podemos encontrar as pessoas que vão começar simplesmente a falar como se o rádio tivesse sido ligado, algo fosse romper a água da barragem. É agora aqui esta o meu segredo, um segredo muito simples: è com o coração que alguém pode ser directamente, o que é essencial é visível aos olhos...é o tempo que você tem perdido no seu levantar que faz você levantar tão importante. A coisa para lembrar na medida que penetramos o mundo de uma outra pessoa é que a qualidade da nossa presença é de muito valor e apoio do que o que nós possamos dizer. Explorando a situação presente Se recuarmos na história da jornada para Emaús iremos lembrar que quando Jesus juntou-se aos discípulos ele pediu-lhes para partilharem a sua experiência pessoal. Do quê que vocês estão a falar? Ele perguntou. As coisas que aconteceram em Jerusalém estes dias passado? Eles responderam Que coisas? Ele respondeu. Por meio dessa conversa breve Jesus foi simples em dizer: digam-me o que preocupa-vos. Qual é o problema? Podemos fazer o mesmo no começo do nosso tempo na medida que escutamos. Viemos para dar a pessoa que vive com o VIH é o tempo e oportunidade de expressar os problemas mais profundos. Deixamos-lhes dizer a história desse - 71 - vírus como eles experimentaram isso. Pelo uso das nossas perguntas, reflectindo, escutando, presenciando, etc. Ganhamos um entendimento inicial de que situações é que estão à perturbá-los. Na nossa exploração sensível nós ajudamos a clarificar para eles os problemas mais importantes e começar a procurar pelas formas de lidar-se com os problemas. Habilidades de exploração Escuta activa Perguntas guias Reflectir sentimentos e factos Clarificando Sumariando Parafraseando Focando As vezes, quando as pessoas começam a falar, elas apresentam um assunto, ou um número de assuntos complexos, como o problema, enquanto o problema real está escondido debaixo da superfície. É apenas como as pessoas falam e como elas escutam a elas mesmas e são guiadas por escutar sensível que elas começam realmente a ver o que verdadeiramente está a perturba-los. É por isso que a nossa maior contribuição é permitir que a história prossiga e depois reflectir nela os sentimentos e factos que ouvimos. Se a pessoa não expressar nenhum sentimento enquanto eles falam nós podemos talvez faze-lo gentilmente. Você disse-me como você disse aos teus pais que tinhas VIH, mas eu estou preocupado como você sente-se sobre isso, você nunca mencionou sobre isso? Depois quando sentirmos que a história foi contada na totalidade, pelo menos nesta primeira edição, podemos perguntar alguma coisa como esta: Ruth, qual é a razão principal de você dizer isso, o que é mais importante? A nossa tarefa principal quando escutamos é ajudar as pessoas a contar a história como ela é. Entender o que está a acontecer e como prosseguir Quando falamos de entendimento como um passo no processo de escutar com amor não tanto assim como nos ouvimos, crescemos no entendimento (embora isso é importante), mas que a pessoa que está a partilhar a sua história cresce no próprio entendimento. Naturalmente, não podemos dar entendimento próprio as pessoas, mas podemos dar-lhes o tempo e oportunidade que pode ajudar que o entendimento venha a superfície. Uma das coisas mais prejudiciais que nós como pastor conselheiro podemos fazer é dizer algo como: - 72 - «Sei exactamente como te sentes e penso que isto é o que você deve fazer! Ou «Agora parece-me que este é o teu problema e eu aconselho-te que...» Estes são os tipos de resposta que as pessoas não precisam de ouvir e que bloqueia-lhes de expressarem-se livremente. Isso é apenas possível quando as pessoas falam expressando o que causa-lhes dor. Ao exploramos, a pessoa diz no efeito: «É assim como eu percebo e vivo a experiência de seropositivo do VIH. Na escuta activa tentamos agir como um espelho e através do qual nos reflectirmos o passado e clarificando nos respondemos: Eu oiço o que você esta a dizer, mas essa é a única maneira? Essa interpretação que dás é a única opção. Habilidade de entender Empatia avançada; Confrontação ou desafio; Interpretação alternada; Uso de ouvido próprio. Pensamos numa ocasião quando você mesmo tinha um problema que realmente preocupou-te. Pudeste honestamente ver as coisas claramente? Talvez não. Como um conselheiro pastoral não precisamos simplesmente esponjas que enxugam tudo sem nenhum desafio. As vezes, como alguém que vê a coisas de fora, podemos ver as coisas mais claramente onde o pensamento das pessoas conduz à infelicidade. Mas a nossa tarefa não é dizer as pessoas que elas estão erradas e como devem pensar. O nosso trabalho de amor é tentar ajudar-lhes a descobrir por eles mesmos onde eles estão estagnados. Como podemos fazer isso? Vamos ver algumas habilidades de entendimento. Empatia avançada Quando tentamos mostrar apatia tentamos penetrar o mundo da pessoa a quem nós estamos a escutar. Permitimos nós mesmos ver as coisas da sua perspectiva. Reflectimos o passado á eles os sentimentos e factos que ouvimos. Mas quando escutamos aos outros nos apercebemos de sentimentos não falados e pensamentos que estão a serem insinuados. A pessoa pode aperceber-se que elas estão a esconder algumas coisas ou elas podem não aperceber-se disso. Como a confiança desenvolve-se entre nós podemos desta maneira tentar partilhar estas coisas: - 73 - É como se estivéssemos a dizer... Você nunca disse que você está nervosa, ou é como se eu pudesse estar debaixo da superfície? Como é que você descreve os seus sentimentos a imagem do que te vem na mente? Empatia avançada convida-nos a reflectir o passado num nível profundo não a nossa interpretação do que a pessoa esta a dizer mas o que esta sendo meio dito ou dito numa maneira confusa. Então, quando escutamos, perguntamos à nós mesmos. O O O O que que que que é é é é que que que que esta pessoa está a dizer pela metade? eles querem dar a perceber? esta sendo dito de maneira confusa? estou a ouvir por detrás das palavras faladas? Pastor conselheiro: Maria, você disse muito sobre sentimentos, nervosismo com a tua filha Patience e com Deus. Sentis-te desapontada e envergonhada. Mas ao menos que estou errado eu também ouvi debaixo disso tudo que um sentimento de culpa própria vive em ti. É como se eu estivesse a ouvir dizer: Onde é que eu errei que a minha filha não podia vir falar comigo mais cedo? Porquê que eu não pode fazer algo quando vi ela deprimida? Que tipo de mãe sou eu? Como um pastor conselheiro precisamos ser parceiros num processo de entendimento. Não metemos palavras ou ideias nas bocas das pessoas ou nas cabeças delas. Antes, consultamos os nossos cofres e intuições. Agir como um espelho, nós ajudamos a pessoa a dizer mais claramente o que foi expressado numa maneira confusa, trazer o que está apenas sendo meio dito e ver o que foi revelado como uma coisa superficial numa forma profunda. Empatia avançada convida-nos a partilhar um mundo ale do que está sendo dito. Confrontando/Desafiando Nós todos sofremos de visão selectiva e de ouvir. Não porque fazemos isso intencionalmente (pelo menos, não sempre). Todos nós temos algo que não vemos onde o nosso entendimento de uma situação, o problema não é todo claro. Nesta altura o processo de ajuda tentamos como u ouvinte compassivo ajudar as pessoas a chegar a nossa perspectiva. Isto significa que inconsistência ou atitude que não ajudam, valores ou normas de conduta que são sensíveis. Quando escutamos ás pessoas que vivem com VIH estamos na presença de pessoas que são vulneráveis, elas sentem os efeitos de estigma e descriminação. Elas podem ter vozes externas e internas que reforçam os seus sentidos de ser - 74 - uma «vítima». Nós, portanto, precisamos ser sensíveis como quando desafiamos. Não estamos presentes para dizer as pessoas que elas estão erradas. Pelo contrário, estamos presentes para ajudá-los a descobrir profundo entendimento por reconhecer por eles mesmos a forma que elas pensam e agem, que estão a fazer-se perder. A experiência irá ensinar-nos as áreas que precisamos ser desafiados e confrontados. Aqui temos algumas coisas que precisamos desafiar: Um desejo de culpar os outros pelos seus problemas; Falta de ter oportunidade que possam trazer alivio; Falta de ser bem claro sobre o que é o seu real problema; Uma tendência de apresentar desculpas porque que elas não podem mudar a maneira como eles pensam ou sentem-se; Uma interpretação de eventos que não são necessariamente verdade; Uma atitude que olha para os outros resolverem o problema; Crenças, valores e atitudes que matem comportamentos não saudável, e situações problemáticas; Falar de tudo excepto o assunto real; Uma preferência indesejável para pensar de solução possíveis; Há muitos outros. Precisamos estar de olho quando escutamos. Onde é que está pessoa não está ajudar-se a concentrar uma paz interna e cura? Leia João 5:1-9 Jesus perguntou ao homem: Queres ser curado? A pergunta requer um simples sim ou não. Depois i homem na tipóia não podia ver e então começou a desculpar-se: Não tenho ninguém para pôr-me na água... Nós somos parceiros no processo de cura quando somos capazes de ajudar outros ouvir as suas próprias negativas e falsas formas de pensar e agir. A verdade liberta-lhes a entender mais profundamente. Pastor conselheiro: Maria, você disse antes que você estava nervosa quando soubeste que a Patience tinha sido violada por um dos professores e que ela possivelmente contraiu o vírus. Você falou bastante sobre sentimentos, envergonhada e decepção, desapontada de ti própria e da tua filha, para não dizer com Deus também. Estou apenas preocupado sobre o que podias fazer para proteger as outras meninas de sofrerem a mesma violação e abuso? Interpretação alternada - 75 - Victor Frank era um psiquiatra e professor eminente em Vienna Medical School que morreu em 1997. Ele foi sobrevivente do campo de concentração Auschwitz na Segunda Guerra Mundial. Durante o seu tempo de prisão, ele testemunhou muitas formas de sofrimento repugnante, mas nunca perdeu esperança. No seu livro Man’s Searching for Meaning (Homem procurando pelo significado) ele faz uma observação: “Tudo pode ser tirado de um homem, mas uma coisa que sempre permanecerá ate ao fim da liberdade humana – escolher a atitude de alguém numa dada circunstância, escolher a própria forma de alguém”. Os eventos das nossa vidas, sejam eles vividas no presente ou memorias do passado, não impõe os seus sentimentos sobre nós; antes, como nos sentimos sobre uma situação particular é amplamente determinado pela forma como escolheremos interpretar os e ventos. Sentimo-nos como pensamos! O prisioneiro que tinha perdido fé no futuro – o seu futuro – era perdição. Com a perca da crença no futuro, ele também perdeu a sua segurança espiritual; ele deixou-se declinar e tornou-se sujeito de decadência mental e física. As palavras de Nietzsche: «Quem tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer coisa» Quando tentamos ajudar as pessoas imaginamos uma alternativa, interpretação de eventos que elas estão a sofrer não estamos apenas a fazer um jogo de vamos pretender! Quando escutamos dos outros, e de facto à nos mesmos, nos tornamos conscientes que a maneira de como as situações são desertas não é para encorajar as pessoas a ver possibilidades. Por exemplo, Maria na estória temos estado a usar dito como ela começou: «Não é bom, eu tenho de dizer isso... ela tem essa doença VIH e agora ela vai morrer e eu sinto-me tão nervosa e envergonhada. O que é que vou fazer? Como conselheiro pastoral caminhar com aqueles que vivem com VIH precisamos dar própria informação às pessoas e desafiar os seus desentendimentos. Isso é verdade porque alguém é seropositivo do VIH elas vão morrer? Não, não é. A verdade é que todos nós vamos morrer, mas ninguém tem de morrer porque ele tem VIH. Conselheiro pastoral: Maria, eu gostaria de recuar um bocado na nossa conversa. Quando primeiro soube que a Patience era seropositiva do VIH, você pareceu sugerir que não havia esperança. Se eu lembro correctamente você disse alguma coisa como «ela tem a doença do VIH e agora ela vai morrer». Do que falamos sobre os vivos e as necessidades de aqueles infectados, como é isto verdade? Na medida que usamos esta habilidade tentamos convidar a pessoa a recuar e olhar no que elas disseram e como elas sentem-se de uma alternativa - 76 - perspectiva. Ao fazer isso podemos trazer ao de cima o entendimento próprio da fé crista da pessoa. Como é que a história cristã informa e influencia a sua história pessoal? Jesus levou os discípulos com que ele estava viajando na rota de Emaús Numa jornada interna – uma grande jornada que através das escrituras e os seus olhos forma abertos. Em implementar o unguento das escrituras podemos as vezes encontrar bom entendimento próprio e liberdade. Empatia avançada, desafia e procura por uma alternativa perspectiva são as três habilidades básicas que podem ser usadas neste passo; processo de aconselhamento pastoral. Há outras, naturalmente, mas estes ajudam o conselheiro pastoral a ajudar uma pessoa a examinar as suas reacções e respostas à eventos causando angústias. Elas procuram por uma imagem mais ampla, para que um entendimento mais profundo possa emergir. Planear para acção e traçar metas Habilidades de acção Resolver problema; Traçar metas; Dramatização; Tarefa/reflexão; Avaliação e fins. No centro de nosso ministério de escutar com amor está o desejo de ajudar os outros á viver numa maneira que é mais doadora de vida. As vezes é verdade que tendo somente a chance de desabafarem-se de dificuldades da vida é suficiente para a maioria das pessoas sentirem algum tipo de alívio e nova energia para a vida. Como um pastor conselheiro, todavia, nós também temos a responsabilidade de ajudar as pessoas a serem práticas e trabalhar para novas formas de viver. Não podemos resolver os problemas de pessoas; VIH não pode ser desejado de qualquer forma. Mas talvez a real cura é olhar para as dificuldades que enfrentamos e encontrar formas de como conviver com elas. Os budistas têm um ditado: «A melhor maneira/forma de escapar-se de um inimigo e fazer que o inimigo se torne seu amigo!» O passo do processo de cura não sobre levar os problemas fora, mas ajudando as pessoas a identificar forças para que elas possam aprender como lidar e adaptar-se a viver com VIH. Revelar o nosso estado é uma coisa, mas a pessoa vivendo com VIH/SIDA irá precisar ser guiado pelo pastor conselheiro a identificar estratégias que irão fazer mudar esse vírus que ameaça a vida a afirmar uma escolha da vida. Uma vez que a pessoa contou a estória a meta agora é dar-lhes a oportunidade de - 77 - perguntar, começando por responder as questões cruciais: Como é que vou andar de aqui em diante? Os dois discípulos que andavam com Jesus de Jerusalém para Emaús certamente não erram as mesmas pessoas quando eles chegaram em Emaús. Os seus olhos tinham sido abertos, quando eles foram para os seus amigos eles estavam muito diferentes. Tendo acompanhado os outros através de nossa tentativa de escuta, nos esperamos que irão continuar com os mesmos corações pesados, estagnados numa crise. Queremos que eles vivam algum momento dentro de si, nesta acção, portanto, esperamos ajudar as pessoas a pensar ao aplicar possíveis, primar por metas alcançáveis, e identificar que fontes e forças estão disponíveis para ajudar na tarefa de trazer paz interior. Vamos ver brevemente algumas formas de dar poder aos outros para acção. Solução de problemas em vez de criar problema A primeira coisa que fazemos na solução de um problema é ajudar tirar o focus dos problemas. A fazermos isso nós estamos a tentar a evitar os problemas. Pelo contrário procuramos separar os problemas da pessoa que tem problemas. Isto pode parecer mentira, mas se nós de algum modo separarmos o problema isso dá-nos espaço de recuar. Quando nós estamos numa encruzilhada com problema então não podemos sempre focar tão claramente, e podemos facilmente sentirmo-nos afligidos. Neste estado mental nós não solucionamos os nossos problemas como tal mas criamos mais problemas. Passos Qual é o meu problema? O quê que realmente quero? Quais são as opções disponíveis para mim? Estou pronto a tomar uma decisão? Porque devo tentar? Isso funcionou? Quando a filha da Maria veio para casa doente da Universidade e revelou o seu estado de VIH, aquilo foi realmente um problema suficiente. Pela sua reacção para com a filha, Maria criou um novo problema que fizeram com a comunicação fosse difícil. - 78 - Algumas técnicas de aconselhamento que usamos é chamada cadeira vaza como uma forma de olhar para os problemas se separados da que pessoa o que os tem. O pastor conselheiro pede a pessoa para imaginar um cadeira vazia, depois por problema particular na cadeira para verem-se como separados: Pastor conselheiro: Maria, eu quero que por um momento você ponha tal cadeira vazia o facto de que a Patience é agora seropositiva do VIH. O que é que tu vês? Que forma de sentimentos tens sobre ela diante desta noticia dolorosa? Quais eram as suas esperanças e sonhos? Isto convida a Maria a relembrar que havia vida diante do VIH. Talvez não toda sua esperança e sonhos estão perdidos. Isso encoraja-lhe a estar em sintonia com os seus reais sentimentos sobre a sua filha. As pessoas precisam ser dadas o poder por serem recordadas que elas podem ter um problema, mas elas mesmas não são os problemas. O primeiro passo na acção é altura de ter o problema numa perspectiva. Traçar Metas Todos nós sabemos da experiência que grande energia é usada quando temos um problemas porque levamos isso nas nossas cabeças, repetir os detalhes muitas vezes. Desejando que nós nunca tivemos o problema também perde uma grande parte da energia. Quando nós traçamos metas precisamos ajudar a pessoa vivendo com VIH para dar a sua atenção para viver positivo agora que o seu estado do VIH é sabido, eles podem olhar para as fontes e forças que irão capacitar-lhe a escolher a vida. Tenho uma meta por si só dá-nos uma razão para viver. Porque é que eu quero viver? O que faz-me viver? Estas são questões cruciais. A motivação é a chave e elemento na luta contra este vírus destruidor de vida. Todos nós precisamos uma razão para viver. Se nos sabemos porque que queremos viver, então iremos procurar por estratégias que ajudarão a viver. Vãos ser mais claros. Uma meta não é a mesma coisa como um propósito ou objectivo. Muitos de nós sofrem de tempo à tempo por sermos muito identificados sobre o que gostaríamos de fazer. Sofremos de uma resolução de novo ano, forma de pensar! Naturalmente, um bom número destes propósitos indefinidos e intenções nunca vêm a luz do dia e certamente não te muitos focos. Metas movem alem de propósitos em ser claros e específicos, firmeza daquilo que uma pessoa quer por na prática para manejar um problema e saturação. - 79 - Uma meta foca a nossa atenção em algumas coisas específicas e em algumas coisa que são alcançáveis. Nós podemos criar as estruturas no lugar em que nos ajudara a trabalhar em prol das nossas metas. A coisa importante é que as nossas metas são claras, realistas e avaliadas. Vamos olhar para a estória de Frank mais uma vez cujo o parceiro Tom está a beira da morte. O Pastor conselheiro gastou um bom tempo permitindo Frank dizer a história do seu relacionamento com o Tom e explicando como ele ficou doente. Ele desafiou de uma certa forma a auto derrota de Frank e ajudou-lhe a identificar onde sairá o seu apoio quando Tom morrer. Assim que o tempo vai passando o pastor conselheiro é vivo para ajudar Frank despedir-se de Tom. Pastor conselherio: Frank, uma vez que os pais de Tom chegarem você não pode outra oportunidade de estar sozinho com o Tom. Estou preocupado, mesmo que o Tom esta semi-consciente. O que dirias para ele antes que morra? Frank: Há muito...eu não saberia onde começar… Pastor conselheiro: Considere isso como simples, FranK. Diga-lhe alguma coisa que gostarias que ele se lembrasse e levasse consigo. Frank: Eu quero que ele saiba quanto eu amo-o muito. Que ele tem sido uma parte importante de minha vida. Ele ajudou-me a aceitar a mim mesmo. Pastor conselheiro: Estas são coisas importantes para Tom saber. Porque não dizer-lhe agora numa maneira que você sabe melhor? Eu deixarei-vos por um tempo, mas chama-me quando precisarem de mim? Quando estiver ajudar alguém a formular uma meta as vezes podes ser proveitoso que as pessoas olhem para os obstáculos que possam alguma forma prevenir que eles alcancem isso. Estes obstáculos pode então se explorados e enfraquecidos. Assim como discutir formas de lidar-se com elas. A coisa importante não é permanecer muito tempo nos obstáculos antes de direccionar a atenção a estas forças que podem ajudar a trazer a meta a um gozo. Estas forças facilitadoras são as fontes internas e externas que podem ser usadas a trazer um resultado positivo. Este passo no processo de focos da atenção da pessoa numa fonte positiva que pode muito bem ter sido ignorada por causa de olhar muito no problema. E importante que estes recursos, assim como a meta por si só, origina da pessoa vivendo com o VIH e não o pastor conselheiro. São eles que têm que viver com as suas metas e eles têm que formular as planos de acção que irão trabalhar por eles. - 80 - Dramatização VIH não enfraquece apenas o sistema imune da pessoa, mas também tira as suas energias, entusiasmo pela vida. Elas vivem uma perca de confidência neles mesmos e na vida em geral. Um propósito importante do pastor conselheiro não é apenas restaurar um sentido de perspectiva mas também renovar um sentido de confiança. Dramatização pode ser um instrumento importante em ajudar as pessoas a sentirem-se seguras. Como pastores conselheiros ouviremos as vezes pessoas a dizer eu não sei o que fazer ou eu não sei como vou dizer-lhe. Dramatização pode ajudar as pessoas tentar conversas difíceis, acções e atitudes e um clima seguro. No princípio parece artificial, mas isto pode ser uma habilidade de dar poder, quando isto dá a pessoa uma oportunidade de viver o que se sente como ser diferente. Na verdade, cm a técnica da cadeira vazia, dramatização pode ser usada para explorar o passado, presente e o futuro que eles vêm como afligíveis. Podemos endereçar os sentimentos e formas de pensar como imaginar o que a vida podia ser como se estes problemas/emoções fossem pensados de uma nova forma. Dramatização é uma experiência importante para o pastor conselheiro e é uma forma que podemos praticar e aprender as habilidades que têm sido realçadas neste capítulo. Muitos pastores conselheiros poderiam trabalhar juntos para enfrentarem situações particulares que eles possam deparar e tentar enfatizar uma ou outra das habilidades. Podemos ajudarmo-nos um ao outro a crescer no nosso talento de escutar através da crítica construtiva. Pastor conselheiro: Maria, você disse-me o quanto medrosa, envergonhada. Voxê sente-se sobre a situação da tua filha porque você estava nervosa com ela quando ela disse-te o seu estado do VIH e que ela foi violada na Universidade. Você disse que queres que haja reconciliação, mas estás nervosa sobre acertar, vamos tentar agora. Imagine que eu sou Patience. Qual é a coisa mais importante que você querias que eu entenda? Tome um momento a pensar antes de começar. Depois de um tempo iremos trocar papeis. Eu irei ser você e você pode sentir o que é ser como a Patience. Tarefa/reflexão Os milagres de Jesus, as vezes mostram que a cura não é apenas alguma coisa que acontece uma vez. A cura é um processo. - 81 - Leia Lucas 17:11-14 Uma das características importantes deste milagre é que os leprosos foram curados e forma até ao sacerdote. Cura precisa de tempo para acontecer. O serviço que prestamos ás pessoas através do nosso ministério de escutar, vai ser concluído numa conversa ou sessões de aconselhamento. Certamente, pode haver ocasiões que uma sessão é suficiente e a pessoa sente-se ajudada de uma forma que elas podem estar a sós. As vezes as pessoas precisam três ou quatro ocasiões para expressarem as dores que sentem. Por isso, no fim do nosso tempo com elas, podemos dar as pessoas alguma tarefa ou questões para reflexão. Isto dá-nos um sinal poderoso daqueles que escutam de maneiras que estamos a tentar resolver os seus problemas, dar-lhes conselho. Estamos comprometidos à eles. por isso podemos sugerir: Estou preocupado se durante nos próximos poucos dias você poderia reflectir no assunto que você colocou e considerar qual deles é mais importante para ti – qual deles pode trazer-te alivio? Quando nós falamos de uma passagem particular da escritura tem vindo na minha mente. Estou preocupado se você gostaria de orar e ver como esta situação será iluminada? Nós podíamos ainda dar como tarefa a meta que a pessoa tem na mente: Você disse que a tua meta seria dizer aos teus pais que você é seropositivo de VIH e nós exploramos como você poderia fazer isso. Estou apenas preocupado, se você poderia fazer isso antes que nós entramos na próxima vez? Depois poderíamos falar sobre a resultado que obterias. As pessoas precisam reconhecer que como um pastor conselheiro você não tem uma solução às suas dificuldades, mas que você está disposto a caminhar com eles até que eles descubram por eles mesmos. Uma forma de compreender a enormidade de estatística da epidemia do SIDA é lembrarmo-nos que em cada pessoa infectada e afectada esta acompanhada com uma história humana. Certas histórias põe a face de um ser humano ao anonimato a qualquer aflição, estatística e dá voz ao silêncio adormecido de o temor, dor e morte escondida debaixo do estigma. Avaliações e fins Traçar uma meta e enfatizar as fontes que ajudarão a facilitar é apenas um passo no processo. Precisamos ajudar aqueles que nós escutamos à reconhecerem que eles posam voltar para ver como é que as coisas ocorreram, o - 82 - quê que deu bem e o que não! Isto não é um jogo de ganhar e perder, mas construir forças e utilizar fraquezas. Avaliação é necessária se nós vamos permanecer na nossa cura, como isto ajuda-nos a permanecer em focos. Avaliação pode acontecer no fim de cada sessão ou no principio do próximo, dependendo no que estamos a avaliar: Então Daniel, eu penso que na última vez que nos encontramos, você disse que iria consultar o doutor acerca dos retrovirais. Como foi o encontro? Nós viajamos com outra peregrinação que é o afectado do VIH ou infectado, porque sempre que eles desejarem que nós os façamos companhia. Mesmo assim precisamos estar informados de criar uma dependência, seja de seu lado ou de nosso. Através do processo de escutar podemos discernir quando é a altura certa deixar que essa pessoa já não precisasse da nossa ajuda. Precisamos saber como terminar uma vez que reconhecemos que elas já podem lidar-se com a situação por si mesmos, ou antes, uma vez que nós ajudamos-lhe a encontrar apoio, ambos internos e externos. Há apenas mais três assuntos que precisamos notar na nossa conclusão: Confidência É um princípio básico do aconselhamento pastoral que precisamos entender e manter como um nível alto de confidência. Quando as pessoas que vivem com VIH/SIDA confia-nos suas histórias eles fazem isso tendo em conta que nós vamos dizer a história onde quer que formos. Onde não há confidência, não pode haver confiança. Portanto confidenciar é crucialmente importante no ministério de aconselhamento pastoral. Diante das preocupações sobre o quê que eles vão pensar de mim quando eu dizer-lhe isto? A pessoa irá também estar preocupada: Posso realmente confiálos para dizer à mais ninguém? A importância da confidência pode portanto parecer ser óbvias, mas situação não simples como podíamos pensar no princípio. A confiança básica é essencial à todos os momentos no nosso ministério de escutar. Esta confiança pode apenas crescer se a pessoa é confidente que os seus pensamentos e sentimentos não serão comunicados à mais ninguém. A pessoa vivendo com VIH já está num estado muito vulnerável. Como pastores conselheiros não devemos vilar a sua confiança e causar mais dor por espalhar a informação inapropriadamente. - 83 - É importante no princípio de nossa relação de ajuda explicar o nosso entendimento de confidência. Algumas pessoas podem pensar que confidência é sempre absoluta (nunca podemos debaixo de qualquer circunstancia repetir o que nós ouvimos). É naturalmente importante para nós guardar a informação que nos foi dita para nós mesmos, excepto onde seja necessário ou onde houver ameaça do bem-estar de alguém. Uns poucos exemplos são de uma menino que revela que estão sendo abusados sexualmente, uma mulher que está errada nestas situações permiti-lhes a voltarem para o mesmo sítio que não seguros sem providenciar cuidados e apoio apropriados. Pare e Pense Qual pode se as situações ou assuntos que causaram-te a considerar que confidência total e absoluta é inútil ou mesmo perigosa? Precisamos explorar a ideia de partilhar confidência. Haverá muitas ocasiões e situações onde nós precisamos partilhar partes de uma história de uma pessoa com mais alguém para proporcionar-lhe ajuda apropriada. As vezes, as pessoas irão começar a sua primeira sessão por dizer alguma coisa como: Espero que posso confiar-te, você não vai dizer à uma outra pessoa? A armadilha é que nós dizemos que não vamos contar diante da permissão da pessoa. Quando uma atmosfera de confiança não é criada do princípio, a maioria das pessoas aceitarão uma ajuda. Se nós mesmos não termos certeza se é certo trair a confiança precisamos por um conselho. Confidência parece simples, mas nós precisamos se ser realistas. Como um pastor conselheiro tentar ministrar no contexto do VIH é imperativo. Seremos cofiados com algumas histórias muito dolorosas e o peso que eles carregam por si só é um mistério, para não dizer a solidão. Somos os portadores dos segredos de outras pessoas. Como lidar com esta situação? Mais tarde nós veremos a importância do apoio, mais agora precisamos mais uma vez considerar a necessidade de uma vida espiritual firme para aqueles que acompanham os outros no seu sofrimento. A chave da confidência e a confiança. O guia de como podemos praticar a confidência é o que é a melhor forma de apoiar e ajudar esta pessoa. Apoio A natureza sensível e emocionalmente imperativa deste ministério requer cada pastor conselheiro tomar seriamente a necessidade de ter alguém com quem eles podem conversar, sem naturalmente trair a confiança daqueles cujo comprometeram-se em partilhar a história. Foi sugerido antes neste manual que nós poderíamos receber o apoio e encorajamento de outro pastor conselheiro - 84 - sem a nossa companhia cristã. Poderíamos juntarmo-nos como um grupo ou na base de um a um rever situações e casos difíceis. Conselheiros profissionais refere a esta como supervisão, que não significa que alguém mais diga-nos o que fazer, mas que nos falamos através das dificuldades que encontramos e problemas onde nos sentimos estagnados. Supervisões contem a ideia e responsabilidade. Discutimos as coisas para melhor capacitarmo-nos a escutar livremente e objectivamente. Se estamos muito cheios, como disponibilizar espaço para os outros? Podemos sempre melhor escutar. Uma pessoa com mais experiência com quem podemos falar ocasionalmente sobre coisas pode ajudar-nos a entender o que esta a acontecer uma relação particular de escuta. Este é uma outra razão porque nós podemos consentir com confiança absoluta. Precisamos do direito para contar. Fazemos isso, todavia, sem revelar a identidade da pessoa que estamos a falar. Portanto, apoio é essencial para ajudar-nos como pastores conselheiros a fazer isso: Não absorvemos e levamos os problemas de outras pessoas. Temos o suficiente de nós mesmos; Isso actua como um sistema de aviso antecipado; Capacita-nos a ter cuidado de nós mesmos e não sermos pressionados; Ajuda-nos à focar nas nossas habilidades como ouvintes; Desafia-nos a desenvolver como um ouvinte e dá-nos um recurso de alguém com mais experiência que a nossa; Avalia a forma que nós ministramos com um pastor conselheiro para encorajar boa prática e prevenir comportamento perigosos. Proporciona uma oportunidade de olhar para os assuntos que rodeiam o nosso ministério de escutar e demonstrar responsabilidade. O nosso sistema de apoio, portanto não é apenas proteger e ajudar as pessoas que escutamos. Conselheiros profissionais todos trabalham consoante ao código de ética, cujo as parte requerem supervisão antes de praticar como um conselheiro. Na nossa comunidade cristã também precisamos de guias para encorajar-nos um senso de responsabilidade, para que possamos prestar o melhor serviço aos outros que procuram por ajuda. Redes Uma das formas mais simples de ajudar os outros é saber o que está ao alcance da sua área. Os problemas que as pessoas que vivem com VIH têm são variáveis: medicinal, financeiro, social. Podemos ajudar por saber que há disponibilidade para aquele que vive com este vírus. - 85 - Onde é que estão os centros de teste e aconselhamento e como é que eles são? Que tipo de grupos de apoio existem? Existem ONG’s ou grupo locais que podem proporcionar cuidados caseiros? Existem fundos governamentais disponíveis para medicamentos? Onde é que esta pessoa pode encontrar apoio espiritual e encorajamento? Auto supervisão Depois de escutar tome tempo de reflectir e rever: Como é que senti-me quando eu escutava? Como é que senti-me sobre a pessoa que eu escutava? Quais são as habilidade que eu poderia melhorar? O que é que eu quero fazer diferente na próxima vez do encontro? Precisamos saber o nosso local da cena com relação VIH, então podemos recomendar as pessoas quando elas têm muitos problemas práticos. Igualmente, precisamos estar informados de quando é que podemos recomendar as pessoas quando reconhecemos que o problema que elas têm é demais para nós. Reconhecendo que não podemos auxiliar alguém não é um sinal de fraqueza, mas um sinal claro de maturidade. Como conselheiros pastorais precisamos saber as nossas próprias forças e fraquezas. Algumas pessoas têm uma habilidade particular em escutar naqueles que choram porque perderam um ente querido, enquanto os outros estão estagnados quando tem que lidar com o assunto de morte. Alguns podem ter sensibilidade especial para aqueles que forma violados, sexualmente abusados, que são homossexuais ou aqueles cujo matrimónio foi destruído. Como pastores conselheiros e parte de uma comunidade cristã, podemos partilhar as nossas forças para saber quem podemos recomendar às pessoas quando o assunto é muito sensível para nós. Como é que isso tudo pode ser sumariado? Talvez a melhor forma de sumarizar este capítulo é lembrarmo-nos que não estamos a tentar a jogar para sermos conselheiros profissionais. Antes, estamos tentando ser profissionais de maneira que procuramos ajudar os outros à ajudar eles mesmos. Uma estrutura não tem de fazer-nos rígidos e formais, existe para dar-nos poder de sermos livres e espontâneos. Temos que acima de tudo recordar as três - 86 - qualidades principais que trazemos para a nossa ajuda de relacionamento. Tentamos por todos os meios penetrar no mundo de outra pessoa que esta compartilhando (empatia). Mostramos o máximo respeito à eles como seres humanos através de nossa atitude de não julgar (consideração positiva). Temos de ser naturalmente nós mesmos na nossa resposta e compaixão (genuinidade). Regras básicas para aconselhamento Escute com atenção individida, Lembre-se de detalhes importantes; Relaxe e ajude os outros a relaxar; Escute debaixo do que é óbvio; Escute a ti mesmo; Escute à pequena voz dentro de ti; Evite falar muito Seja sensível em fazer a pergunta certa Evite julgamento; Como conselheiros pastoral viemos com o coração e compaixão de Deus para ser o canal da sua cura de amor. Podemos usar qualquer ajuda para reflectir a presença de cura para trazer paz e encorajamento. - 87 - Capítulo VII Casos de estudos Neste capítulo vamos ver variedades de áreas de estudos e por em prática o que nós lemos. “Como é que a Igreja quebra o silêncio e o estigma em volta do VIH, e toma todas as oportunidades de curar as nossas comunidades magoadas por serem parceiros activos na prevenção do VIH, a provisão de qualidade de cuidado, e a mitigação do seu impacto? Cremos que as fontes da Igreja; sua escritura, sua liturgia, seus valores, seus membros, seus líderes e suas construções, são poderosas balas e recursos para dar energia capaz de dar a Igreja a capacidade de jogar um papel efectivo na luta contra o VIH”26. As áreas de estudo neste capítulo proporcionam inúmeras situações possíveis para as pessoas que vivem com VIH. Estas são situações reais que você pode deparar com um pastor conselheiro. Como você responderia? O propósito aqui não é encorajar-te a construir uma série de respostas. Isso não é possível. Toda pessoa é sem igual, mesmo se os seus problemas parecem os mesmos, e cada pessoa vive uma situação diferentemente. O propósito dessas áreas de estudos é dar-te tempo e oportunidade de reflectir e usar a sua imaginação por você mesmo criativamente na situação real. Quais são a suas opções? Qual seria a sua meta principal em ajudar cada individual? Como você reage interinamente à sua história? Para ajudar-te com esta área de estudos nós pedimos-te a imaginar que elas formam as bases de uma conversa de aconselhamento. Escrever como você guiaria a pessoa através de diferentes passos de explorar, entendimento e agir. Escrever como se você estivesse a escrever um programa na rádio com dois caracteres: o pastor conselheiro e a pessoa que precisa de falar. Depois da 26 Musa Dube, Africa Praying - 88 - primeira área de estudo iremos proporcionar um exemplo curto do que queremos dizer. Exemplo 1: Samuel Samuel é um jovem muito talentoso, de 23 anos de idade, forte e saudável. Ele toca na banda musical de jovens da Igreja e na banda de jazz nas noites de fim de-semana. Por algum tempo ele não se tem sentido bem. Em particular, ele está sempre cansado quase sempre e perdeu o seu apetite e transpira muito a noite. Ele tem uma tosse que não passa já lá vão alguns meses. Eventualmente, ele decidiu ir à uma consulta na clínica local e sugeriram-lhe que fizesse um teste de VIH. Uma vez que são dados os resultados ele perde o interesse na vida e tenta esconder-se. Ele até para de ir a Igreja. Embora os seus amigos não sabem sobre o seu estado de VIH, eles podem ver que alguma coisa não vai bem. Depois de falar com o ministro, eles sugerem à Samuel marque um encontro com u pastor conselheiro. Quando ele eventualmente marca a consulta ele vem para a tua sala e começa a chorar por algum tempo. Como você lida com lágrimas; O que seriam os teus pensamentos e sentimentos como ele sentou-se e chorou? Qual seria a forma de ajuda útil que poderias responder? Uma sessão de aconselhamento possível Pastor conselheiro: (Depois de sentar-se em silencio por algum tempo). Samuel, tome o seu tempo...Deixe as lágrimas caírem... Não te sintas embaraçado por causa de mim... Deixe ás lágrimas caírem. (Uma vez as lágrimas pararam e ele parecia mais calmo), Samuel, quando estiveres pronto, talvez você pode dizer-me o que as lágrimas querem dizer. Samuel: Onde é que começo, é demais. Pastor conselheiro: Parece que há uma grande necessidade de acalmares, não tente dizer tudo de uma vez só, mas talvez ajuda-me a entender o que aconteceu que fez-te vir e falar. Samuel: Não tenho estado bem a má notícia e quase que foi em metade. Parei de ir a Igreja e tocar na banda musical e penso que os meus amigos sentiram que eu preciso falar com alguém. Conselheiro pastoral: Então a tua saúde não tem estado boa, e estão preocupados por causa da má notícia que recebeste. Samuel, pareces concordar - 89 - com os teus amigos sugerirem que você precisava falar para alguém, agora estou preocupado se é a tua saúde ou a má notícia que você recebeu que você precisa falar com alguém. Samuel: Está tudo ligado...está bem, vamos começar. Eu não estava bom por algum tempo. Normalmente eu sou saudável. Eu trabalho fora e sou forte. De algum modo comecei a sentir-me cansado. Então eventualmente eu fui ver o doutor e ele sugeriu-me um teste de sangue para uma série de coisas... (silêncio)! Pastor conselheiro: (Permanece em silêncio por algum tempo). Samuel, eu posso ver, isto, é difícil, mas esteja calmo e depois diga-me o que aconteceu quando você voltou a busca dos teus resultados. Samuel: Foi nesta altura que o doutor disse-me... ele disse… Ele disse que eu era seropositivo do VIH. O que significa que posso morrer agora! Isto vai acontecer de qualquer forma. Como posso enfrentar as pessoas? Os meus pais morreriam se eles soubessem, como pelo resto… eles poderiam simplesmente fugir de mim, é por isso que escondi-me. Conselheiro pastoral: Então uma vez que você ouviu a notícia do seu estado de VIH você sentiu-se como se fosse o fim, a vida tinha acabado e eu estou deduzindo que você estava, está muito preocupado sobre os outros vã pensar e como eles podem reagir ao seu seropositivo. Todos esses são assuntos importantes que você gostaria de ver, Samuel, mas eu estou preocupado se você estava a por na mente o que outras pessoas pensam, à um lado o que é a cosia mais importante para você neste momento? Porque não continuar esta conversa e praticar levar Samuel em diferentes passos explorar, entender e agir nisso? Você não pode fazer tudo numa conversa. O seu tempo é limitado. Então no fim desta sessão o que seria o teu objectivo ou meta principal? Existe qualquer coisa que gostarias que ele reflectisse antes do próximo encontro? Uma outra forma de praticar as suas habilidades é pedir à um amigo ajudar talvez alguém de sua comunidade religiosa ou Igreja quer ser um pastor conselheiro. Podias fazer o drama da área de estudos, tendo alternativas para ser a pessoa que vive com VIH e o pastor conselheiro. Discuta como é que é parecer a pessoas aconselhada e sentar numa cadeira quente do pastor conselheiro. Exemplo 2: Miriam - 90 - Mariana é uma mulher feliz em termos de negócios, bem respeitada e admirada no seu local de trabalho. Até aqui ela tem dedicado toda a sua energia para o desenvolvimento da sua carreira com o apoio e encorajamento do seu marido, mas agora é tempo de começar a formar uma família. Quando ela suspeitou que ela estava grávida ficou muito alegre e foi ao doutor para uma consulta. Como era de costume e parte dos procedimentos da clínica para o doutor fazer teste de sangue e mais outros, incluindo teste de VIH. Depois do exame, Mariana foi pedida para regressar à clínica depois de uma semana, quando ela seria dada a noticia que confirmaria a sua gravidez. No dia da consulta a Mariana não trabalhou a noite para ir a busca dos resultados. Ela tinha planeado uma refeição especial para o seu marido para celebrar a boa noticia. O doutor parecia sério quando ela entrou na sala. O doutor disse-lhe que era verdade que estava grávida, mas que também o sangue revela que ela é seropositiva do VIH. Ela ficou muito chocada. Como é que isso pode ser? Será doutor que cometeu algum erro e misturou os seus resultados com os de alguém? Ela não podia ser seropositiva do VIH, se ela não tinha relações sexuais com um outro homem mas o seu marido. Nem ela está envolvida em ambientes e comportamentos de risco. Certamente era um erro. Depois calmamente ela começou a pensar: «Se eu sou seropositiva isso significa que o meu marido também o é?» Ela deixou a clínica em vez de ir direito para casa ela foi a casa do seu ministro. Ela tinha de falar com alguém. Quando você convidar ou for interpelado por uma pessoa seropositiva dentro de ti sabes que ela tem estado a chorar e como tal estará muito chocada. No caso da Mariana tendo encontrado o ministro, depois de um momento de silêncio, ela disse: Não sei realmente como dizer, mas é como se a minha vida toda estivesse paralisada. Estou paralisada. Eu estou a vir da clínica onde fui apanhar os meus resultados de gravidez… Mas obtive mais do que eu estava preparada para receber. Estou grávida tudo bem, mas acharam que sou seropositiva do VIH. Como é que isso pode ser? O que devo fazer? Como dizer ao Joel? Tens de ajudar-me! Como começarias em ajudar a Mariana? Que tipo de resposta aberta farias? Como reflectirias no que você ouviu e captou em termos de sentimentos? Do bocado que ela disse que assunto vem imediatamente na tua mente que ela possa precisar de ajuda? Como transmitirias essa mensagem a ela? De que forma prestarias ajuda a Mariana a fazer saber o seu marido? Haveria qualquer valor em ver-lhes juntos alguns dias? Se assim for, quais os assuntos eles precisam confrontar? Exemplo 3: Noémia - 91 - Noémia é uma viúva e vive numa vizinhança muito pobre com a sua nora Ruth, que tem três filhos. O único filho de Noémia que tinha se casado com a Ruth morreu a dois anos atrás e a Ruth ficou como única fonte de sobrevivência para Noémia. A Ruth trabalhava às noites num bar local como hospedeira. Por alguns meses ela tem sentido mal, tossindo muito e diarreias constantes. O doutor disse-lhe que ela tinha tuberculose e VIH. A Noémia está preocupada como ela vai sobreviver se a Ruth morrer. Como ela vai alimentar as crianças e pagar as propinas escolares? Se a Ruth fica muito doente sem trabalhar quem irá providenciar comida e medicamentos? A Noémia manda uma mensagem à casa pastoral para ver se a irmã Rosemaria poderia vir. Quando ela chega vê o quanto é que essa gente é pobre e o quanto ela está deprimida. “Fala-me apenas o que vou fazer... Porque é que Deus fez isso comigo agora que sou velha? Quando a Ruth morrer, quem vai tomar conta de nós? Deus fará um milagre se eu orar?” Onde é que começarias na sua resposta a Noémia? Como é que tentarias explorar a questão de Deus? Quando você explora a história e as dificuldades de Noémia que fonte pratica darias? Saber a fonte possível na sua própria área onde as pessoas podem obter ajuda? Exemplo 4: Pedro Pedro tem apenas 17 anos de idade e é o único filho do vigário anglicano local. Ele é inteligente, embora o seu empenho escolar deteriorou-se recentemente e a sua pauta não tem sido boa. Ele criou um hábito de vir muito tarde as aulas e dormir na sala. Os seus pais falaram com ele acerca disso, mas ele diz que não há problema. Tem havido discussões por ele vir a casa tarde. O relacionamento em casa está ameaçado. No dia em que os seus pais estão ausentes para uma conferência, Pedro vai apressado ao hospital. No princípio os doutores pensam que é excesso de drogas, mas acontece que Pedro comprou alguns medicamentos maus de um negociante. Ele também tem VIH e tem verrugas genitais. Como capelão do hospital és pedido a visitar-lhe para ver se ele abre-se, ele diz ao elenco que não quer que os seus pais saibam. Depois de alguma conversa ameaçada ele imediatamente diz: “Está bem, você enviado para saber algo de mim. Eu seu que disseram-te porque que estou aqui bem, eles também disseram-te sobre a última notícia, sou seropositivo de VIH. Eu gostaria que as drogas acabassem comigo. - 92 - Estou perdido. «filho de um vigário, um viciado em drogas e tem sexo no parque com homens para pagar as drogas o que é que a minha namorada vai fazer? Talvez dei-lhe também está coisa. Não sei porque é que estou preocupado a dizer-te isto porque você provavelmente como o meu pai, você já mandou-me para o inferno”. Assim que escutas a contar a sua estória que pensamentos e sentimentos ocorrem na tua mente? Agora que ele parou de falar como vais responder? Como é que gostarias esclarecer para capacitar a história completa da vida de Pedro a ser dita? Em termos de passo de acção, como poderias trazer a máxima ajuda para ajudar-lhe num curto tempo e depois a longo tempo? Exemplo 5: Abel e as suas três mulheres Você é a enfermeira conselheira na clínica rural. Abel e a sua família vivem próximo da estação missionária e vêm a clínica quando eles necessitam de atenção medicinal. Cerca de dois meses atrás a terceira mulher de Abel, uma jovem de 20 anos, veio porque ela estava grávida. Você sabe que a primeira mulher foi testada como seropositiva do VIH e que o marido tem ITS (infecções transmitidas sexualmente). Você explica que é a norma da clínica examinar uma mulher grávida para o teste do VIH porque você tem um programa que tenta reduzir a transmissão da doença da mãe para a criança. Você pergunta a uma mulher jovem se ela está disposta a ser examinada. Uma semana depois ela tem que voltar para os resultados a segunda mulher vem ver-te e ele tem uma doença sexualmente transmitida e o começo de herpes. Você pergunta se ela gostaria de ser testada para VIH e ela recusa. Quando a terceira mulher vem de volta para os seus resultados ela diz-te que a terceira mulher morreu de surra pelo marido por ter feito teste de VIH, os seus resultados são negativos. Mas se o seu marido não for negativo? A segunda mulher também não está muito bem, ela tem rugas por todo o corpo e corrimento vaginal. O meu marido disse que somente as prostitutas apanham SIDA. O que devo fazer? Eu não quero morrer? O meu marido e as outras suas mulheres vieram a ti porque elas estão doentes? Você tem de dizer-me! Como você sentiria sobre esta situação familiar? Quais são os assuntos para você que este problema cresça? Enquanto manter a confidência como ajudarias a mulher jovem a proteger-se? Quais são as estruturas na sua área local e cultura que poderiam ajudar-te? Exemplo 6: Zacarias e Elisabete - 93 - Zacarias e Elisabete têm quatro filhos. O seu filho mais novo, João foi levado ao hospital as pressas depois que ele foi atropelado por um carro que passava. Felizmente, os ferimentos não são sérios como se pensava no princípio, eles ficaram muito aliviados. Depois o doutor pediu para ver-lhes. Ele explicou que como parte dos procedimentos todos os sangues são testados para VIH e o jovem João foi encontrado seropositivo. Ambos os pais ficaram chocados e enquanto iam para a casa pedem para ver-te, como um amigo e líder do grupo de mulheres na Igreja que eles frequentam. És também uma pastora conselheira. Tendo dito isto eles ficam muito tristes. Como é que isto pode acontecer a nós como cristãos? Porque que Deus nos abandonou? Nós não podemos entender que isto pudesse acontecer? O quê que vai acontecer com a nossa família? Todos nós temos de enfrentar este teste humilhante? Como nós conduzíamos para casa pensamos que era melhor manter isto em segredo, podes imaginar se eles souberem na sua escola? Na verdade o Zacarias e eu estamos preocupados se os outros filhos têm de saber ou se podíamos manter isso só para nós e estarmos calados? Depois de tudo, porquê perturbá-lo? Com medicamentos ele nunca pode saber. Seja como for, ele não vai entender. Agora, por favor diga-nos o que devemos fazer? Como responderias ao pedido para dizer-lhes o que fazer? Qual é o assunto que Zacarias e Elisabete não levantaram mais manifestada na sua reacção à notícia do estado de seu filho? Se você tivesse que enumerar os assuntos mencionados para priorizar o que eles fariam? Saberias onde Zacarias e Elisabete poderiam encontrar apoio na tua localidade? Encontrarias qualquer conflito entre os teus amigos e o relacionamento como uma pastora conselheira. Exemplo 7: Ana, David e Teresa Ana e David têm três filhas. Vivem numa área muito afluente da cidade a vida tem sido boa até que a Teresa, sua segunda filha, vem a casa um dia muito deprimida. De repente Eva vem para anunciar: tenho alguma coisa terrível para dizer-vos. O meu namorado Samuel disse-me ele foi testado pela segunda vez para o VIH e é seropositivo. Eu sei que vocês nunca queriam que eu namorasse com ele, vocês disseram que ele tinha estado por todos os lados e não era bom uma jovem cristã como eu. Bem, o que devo fazer agora? Os pais chamam-te para ajudá-los. Onde é que começarias no processo de ajuda? Que tipo de informação a Teresa e os seus pais precisam de ti? - 94 - Quais são os assuntos que têm sido expressados mais escondidos debaixo da superfície? Que tipo de apoio poderias dar á família na tua comunidade cristã? Qual é a ajuda que prestarias a Teresa e Samuel? Exemplo 8: Pastor Jeremias O pastor Jeremias é um pastor preocupado e muito trabalhador. Ele tem um bom coração e tem aconselhado as pessoas que vivem com VIH/SIDA por algum tempo. O seu ministério significa que ele tem de cuidar das pessoas fisicamente. Todavia, ele não tem sempre sido cuidadoso quando lida com fluidos corporais. Ele deu conta que é seropositivo do VIH. A sua congregação não estava feliz sobre o seu trabalho. Ele vem ver-te como um colega pastor conselheiro. O que devo fazer? Como é que eu vou dizer à congregação? Eles já pensam que estou numa liga com o demónio, e agora eles vão chamar-me imoral! Depois está a minha mulher! Você tem de dizer-me o que devo fazer. Talvez devo simplesmente dizer a ninguém e procurar por retrovirais. Quais são algumas das situações éticas que você quereria ajudar o pastor? Porque que começarias a sessão de aconselhamento? A quem serias capaz de recomendar o pastor para obter apoio? Como ajudarias a informar à sua mulher? Exemplo 9: Padre Pedro Você é uma padre católico e você pedido a ir visitar um casal que parece angustiado. Daniel o marido, veio a ti para a confissão a nos atrás e revelou que ele tinha tido sexo ocasionalmente com um homem enquanto fora para negócios. Você pensa que sua mulher, Debora já sabe agora. Ela diz: Eu realmente não sei como dizer-te isto, a minha vida chegou ao fim…eu apercebi que sou seropositivo do VIH. Estou muito nervosa com o Daniel. Ele deve ter dado isso a mim, porque eu nunca tive sexo com mais ninguém. Ele não vai admitir que ele via outras mulheres quando está fora em viagens de negócio. Agora estás aqui ele tem de ser honesto. Padre, tens de dizer a Debora a verdade, eu não tive sexo com outras mulheres! Que pensamentos e sentimentos estão na tua mente? Como é que lidarias com este assunto de confidência e confissão? De que forma ajudarias este casal a lidar com o que está a acontecer entre eles? Qual seria o teu objectivo principal nesta primeira sessão de aconselhamento? Quem você encontraria para ajudar-te neste dilema? - 95 - Capítulo VIII Usando a Oração e a Escritura Este capítulo sugere como podemos usar a ração e a escritura como instrumentos no nosso aconselhamento pastoral. Se cada dia uma palavra do Senhor pode verdadeiramente chegar viva até nós e pode formar as nossas mentes e corações, certamente viveremos pela fé…Termos uma mente como a de Cristo…Desta forma viveremos primeiro pelo mandamento de amar ao Senhor, ao nosso Deus com toda a nossa alma, de todo coração, com toda nossa mente e toda nossa força. VIH é um convite à vida. Como cristãos que somos responsáveis ao evangelho de vida e esperança, devemos tentar através de nosso aconselhamento e cuidado pastoral encorajar as pessoas a escolher a vida. Podemos ajudar-lhes a acalentar a sua oferta de vida dada por Deus, apesar do VIH. A epidemia do VIH/SIDA é um desafio para a nossa sobrevivência. Devemos usar todas as oportunidades e todas as balas que temos para permanecermos vivos. Leia Efésios 6:10-20 Nesta passagem encorajadora da escritura de Paulo diz que devemos imaginarmos empenhados no bem-estar e pôr toda a armadura necessária de Deus. Na luta contra VIH as balas que Paulo fala são poderosas: Verdade; Trazer paz; Justiça Fé; Palavra de Deus; Oração. Paulo sugere que concentremos a nossa força do Senhor e do seu poder. Para lutar na batalha contra VIH/SIDA precisamos todos os recursos que podemos dominar. O nosso cuidado pastoral deve naturalmente envolver uma grande - 96 - prática e assistência, mas nunca devemos esquecer as necessidades espirituais que possuímos como povo de fé. Dentre estas armas estão a oração e a escritura. Como conselheiro pastoral que escuta a partir perspectiva de nossa fé cristã não devemos esquecer que a oração é uma preparação indispensável para o nosso ministério de escutar com amor. A oração ajuda-nos a criar um espaço dentro de nós para que possamos estar verdadeiramente disponíveis aos outros. Durante o nosso tempo com as pessoas vivendo com VIH podemos começar com oração e usar isso nos outros tempos apropriados durante uma sessão. A oração não é última esperança, mas o apoio contínuo que direcciona-nos à presença de Deus. A palavra de Deus é uma outra arma crucial em construir esperança e fé na luta contra um vírus mortal de desespero e depressão. A palavra de Deus pode ajudar a focar os nossos pensamentos e desafiar algumas das nossas maneiras destrutivas negativas do pensar. Reflectindo na escritura pode ser uma forma poderosa para aqueles envolvidos no aconselhamento pastoral e de aqueles vivendo com VIH olhar outra vez naquilo que dá-lhes vida. Orações para ocasiões diferentes Para uma pessoa que vive secretamente com VIH Meus Deus, você sabe como eu tenho lutado desde que eu descobri que eu era seropositivo de VIH! Eu estava zangado comigo mesma e nervosa com quem deu-me esta doença. Acima de tudo eu estava nervosa contigo por deixares esta coisa terrível acontecer à mim. Estou envergonhada para dizer a qualquer pessoa sobre o meu estado e caso elas rejeitarem-me e ficarem envergonhadas de conhecerem o meu estado. Senhor, eu tinha de aprender uma lição dura. Não posso procurar por aceitação de outros antes que eu aceite a mim mesma. Vejo que isto será muito difícil, mas vou aceitar aos poucos. Obrigada por me ajudares a lutar por essa aceitação. Eu sei mais do que nunca que você não rejeita-me, não envergonhaste de mim, você ama-me. Com esta força ajuda-me agora a amar a mim mesma e desfazer este silêncio mortal que quer manter-me uma prisioneira de culpa e vergonha. Ajuda-me a dizer ás pessoas que são importantes para mim sobre o meu estado, para que eu possa ter ajuda e apoio. Ajuda-me a dizer-lhes depressa para que eu encontre paz mental. Dá-me a tua força para que eu possa escolher agora à viver positivamente e escolher a vida completamente. Amem. - 97 - Para os que cuidam Pai, o teu nome é amor. Força e encorajamento. Aqueles que têm a tarefa de cuidar, ajudar e aconselhar o teu povo que vive com VIH. Conforto para aqueles que tentam confortar os solitários, guiar aqueles que tentam guiar os que sentem-se perdidos e dão esperança à nós todos que nunca vão ultrapassando por angústia. Pedimos isto em nome de Jesus, nosso irmão médico. Amem. Acender uma vela de esperança Senhor, quando acendemos esta vela lembramos a tua presença. Que esta luz ajude-me a relembrar todos aqueles cujas as vidas têm sido tocadas pelo VIH/SIDA. Que isto seja um símbolo de esperança para todos aqueles que estão infectados e afectados. Que isto encoraja-nos a trabalhar para trazer um fim ao estigma, negação e novas infecções. A vela, acenda retumbantemente! Que a tua chama infunda dentro de mim um senso de amor vivo e compaixão que brilha através de cura da presença de Deus. Eu faço esta oração em nome de Jesus. Amem Uma oração de Pais Deus, eu estou nervosa. Estou tão envergonhada que o meu filho tem esta doença chamada SIDA. Eu preciso mais do que nunca, porque eu não sei onde ir. Eu quero esconder o meu filho. Eu quero inventar alguma história que não é verdade, porque eu não quero que VIH seja parte da minha família. Perdoa-me pela cobardia, o meu orgulho, e unge-me com a sua graça para eu enfrentar a vida como ela é. Esteja com toda a minha família que está a lutar com este vírus. Console-nos e ajuda-nos a não sermos desencorajados. Toca-me com a tua cura de amor e traga paz. Amem Para aqueles que estão a morrer Olhe com amor e compaixão Senhor sobre [nome] que em breve vai voltar para a casa ao encontro de Ti. Tu estás cheio de graça, misericórdia e ninguém é esquecido ao teu lado. Abençoe este teu filho (a) que carrega no seu corpo o vírus do VIH. Consola-lhe agora a sua dor, encha-lhes com a tua esperança e ajuda-lhe a viver o teu perdão. Chama-lhe pelo nome agora e receba-o nos teus braços gentis como um pai ou uma mãe amorosa. Para a sua família e amigos, dá-lhes o tu sustento nesta perca para que eles possam escolher a vida. Para os afligidos - 98 - Senhor Jesus, nos pedimos-te para abençoar os afligidos e que estão tristes na morte de membros da família e amigos. Que eles não estejam abatidos pela perca, mas receber o conforto e consolo que ajude a cada e todos os dias. Nos dias da perca e solidão que eles encontrem nos seus corações um senso de confiança e esperança e ti, porque você quebrou a barreira da morte prometenos a vida eterna. Amem. Litania de esperança e compaixão Dirigente: Pai, sabemos que sempre ouvirás as nossas orações; Povo: Encurvamo-nos a ti em todas as nossas necessidades; Dirigente: Oramos por todos aqueles que compartilham nesta epidemia de VIH/SIDA. Povo: Ajuda-nos a ver isto em particular na dor de outros para podermos crescer na esperança e compaixão; Dirigente: Oramos para aqueles que ainda não estão infectados. Povo: Encoraja-lhes a fazer escolhas sábias para que escolham sempre a vida; Dirigente: Oramos para aqueles que já têm o vírus nos seus corpos.3 Povo: Dá-lhes a resolução de viver positivamente e não perder esperança; Dirigente: Permanecemos no teu amoroso coração daqueles que cuidam por outros na sua doença; Povo: Dá-lhes paciência e força quando as coisas são duras; Dirigente: Oramos pelos que morrem; Povo: Deseja-lhes boas vindas no teu abraço amoroso; Dirigente: Oramos para os mortos e os enlutados; Povo: Traga paz para ambos e uma experiência da tua eterna compaixão; Todos: Senhor trazemos todas orações no teu nome, de teu filho Jesus, que é o ressurreição e a vida, e no poder do teu espírito santo que cura e faz-nos santos. Amem. Oração da criança Deus, tu estás ali, por favor escute Não sei o que dizer à alguém tão grande, mas estou confusa. Porquê que os meus pais têm de morrer? Porque fui deixada sozinha? Eu choro para dormir e já não sei se quero viver. Não podias deixar-me morrer para que esta dor eterna desapareça. Estou cansada de ser chamada órfã. Eu quero um lugar próprio. Uma família, uma casa, uma vida que é normal. Eu quero amor, não apenas generosidade e carinho. Então Deus, estou a olhar para em ti, somente você pode dar-me o amor que preciso. Eu tenho de viver, então dá-me esperança. Não posso dizer mais nada. Sabes o que esta por dentro. Esteja comigo agora que vou dormir. Ajuda-me à chegar num outro dia, Amem. - 99 - Um rosário de vida esperança Primeiro mistério: Maria concebe a palavra Maria recebeu a mensagem do anjo, mas eu não sei se posso aceitar o meu estado. Quando recebi a notícia que eu era seropositiva de VIH, senti-me doente de coração. Senhor dá-me um coração. Senhor dê-me um coração que aceita. Ajuda-me a encontrar a tua palavra da vida. Segundo mistério: Maria deu a Luz à Jesus Quando nasci, uma nova vida veio ao mundo. Onde que é posso encontrar vida agora com este vírus? Senhor, sinto como se a minha vida chegasse ao fim, mas está nascido em mim em cada momento eu digo “sim” à esperança e vida. Terceiro mistério: Maria dá o nome à Jesus Há dor no meu corpo, porque a dor profunda no meu espírito. Eu temo as reacções das pessoas e sua rejeição a mim. O que é que elas pensam de mim? Senhor, ajuda-me a lidar com as muitas infecções que eu possa deparar, especialmente a infecção de estigma. Ajuda-me a chamar as coisas pelo próprio nome. Quarto mistério: Os homens sábios procuram por Jesus Senhor eu quero viver, mas eu sei um dia morrerei. Eu temo à morte como temo à dor. Ensina-me a achar a tua misericórdia e compaixão que eu não encontro nos outros. Quinto mistério: A ressurreição Olhando ao teu corpo ressuscitado faz-me pertencer a ti. Um dia quando eu não tenho que levar este vírus comigo. Pela tua morte você destruiu a vida. Dá-me coragem a crer que a vida é vitoriosa e esperança vai vencer. Alguns textos úteis para o mistério de VIH A palavra de Deus é verdadeiramente vida e activa. É uma palavra de vida. Se nós temos que ajudar aqueles com VIH para viver positivamente precisamos ajudar-lhes a descobrir a verdade que pode libertar-lhes. As vezes, ouvimos que uma nutrição própria e crucial para quem vive com este vírus. A nutrição que precisamos não é apenas para o nosso corpo físico, para as nossas mentes e corações. Lendo as escrituras pode realmente ser um dom que nos liberta de - 100 - pensamentos negativos e sentimentos que tiram-nos a nossa energia. Então vamos adicionar a palavra de Deus à nossa dieta diária. Tome a tua bíblia nas tuas mãos e lembre-se que ela contém a palavra viva de Deus. Como Dietrich Bonhoeffer disse: O mesmo de Deus. Peça ao espírito santo a ajudar-te a ler este sagrado. Quando nós convidamos o espírito santo a ajudarnos a escutar, a viver através do dia. Depois lemos ler vagarosamente e escutar à passagem diante de nós. Podemos ler a passagem muitas vezes, para que as palavras fiquem dentro de nós encravadas. Como é que isso fala as nossas situações? Como posso aplicar esta cura de unguento as feridas que levo comigo? Então nós escolhemos uma palavra ou frase que vai ficar no nosso dia-a-dia e continuar a orar. Está é uma forma simples de estar com a palavra de Deus e permitir que esta dê-nos força. A seguir encontraremos uma selecção de passagens bíblicas. Podemos acrescentar mais se nós encontrarmos tempo cada dia a permanecer na cura da palavra de Deus. Génesis 1 e 2: História da Criação Criado na imagem e semelhança de Deus, dignidade humana e destino Génesis 28:10-16: O Sonho de Jacob Nós lutamos para encontrar Deus no contexto do VIH/SIDA, mas Deus lembranos que estamos a pisar na terra santa, ele está presente. Qual é o teu sonho? Ezequiel 36:1-14: Ossos Secos Escolha na vida/nova vida/ressurreição Ezequiel 47:1-12: Prisão de Água Convite à achar cura Deuteronômio 30:11-fim: Moisés convida a Escolha da vida e não morte viver escolha positivamente I Reis 19:9-13: Elias vive a experiência de Oração permanente: Onde esta a voz de Deus Deus neste vírus? I Samuel 3:1-9: A Chamada de Samuel Escutar a chamada de Deus Salmo 23: O Pastor Direcção, ser guiado Salmo 27: Confidencia em Deus Procurar a Deus esperança Salmo 40: Esperei pelo Senhor Paciência/confiança Salmo 42: Desejar á Deus Oração Salmo 62: És o meu Deus Anelo Salmo 85: Deus de Promessa Convite para encontrar esperança Salmo 103: Bendito é o Senhor Cura/Perdão Marcos 2:15-17: Jesus come com os Quebrar o estigma e descriminação pecadores Marcos 5:1-20: Endemoninhado Ser liberto do estigma e descriminação/Responsabilidade - 101 - Marcos 5:25-34: Mulher de fé Convite à fé/Papel de mulheres no contexto do VIH problemas do género/o que estas a procura Marcos 6:45-52: Andar nas águas Coragem, fé, confiança, tempestades da vida Mateus 5:13-16; Nós somos a luz do Devemos deixar a nossa luz brilhar para os mundo outros na esperança Mateus 13:24-30: Ovelhas e cabritos Seremos julgados pela qualidade de nosso amor Lucas 1: Anúncio, visita Fé de Maria, submissão, como é que Deus visitou-te? Sua magnitude, vocação da mulher no contexto do VIH/SIDA Lucas 7:36-50: Lavagem dos pés a Jesus Reconciliação, perdão, cuidado prático Lucas 10:38-11:13: Quem é o próximo A quem eu devo ser vir? Devo curar as feridas de quem? Lucas 15: O filho pródigo Deus é toda a misericórdia, quem é que precisas de perdoar? Lucas 18:35-45: A cura do homem cego O que queres de Jesus se você está vivendo com a VIH/SIDA? Onde está a tua cegueira? Lucas 19:13-35: Zaqueu A salvação veio a tua casa, temos uma dignidade real que Jesus quer partilhar Lucas 24:36-40: Emaús Jesus junta-se à nós na nossa jornada com VIH/SIDA. Ele quer alistar-nos. O que você aprendeu na jornada? Lucas 24:36-49: Aparições de Jesus Dado o poder, chamado à testemunhar os outros e através de nossa revelação dar esperança. João 4: A mulher Samaritana Jesus quer ouvir a história da tua vida, a nossa história pode ajudar-nos a encorajar-lhes João 5:1-9: A piscina de Bethesda Queres ser curado? De que maneira ajudamos a ti mesmo a receber cura? João 9: O homem cego de nascença O quê, aonde esta a tua cegueira? Estigma e descriminação João 10: O bom pastor Qual é a voz que escutas? Como podes aprender a escutar na voz da vida João 13: Jesus lava os pés aos discípulos Somos chamados a lavarmos os pés um ao outro mesmo quando nós estivermos infectados. João 14: A menção de Maria Jesus vence o teu medo João 15: Vinho União com Deus João 16: O Espírito Onde é que está o espírito da tua vida. João 20:19-29: NO cenáculo Jesus penetra nas tuas fendas I Coríntios 2: A escondida sabedoria de Entrar na mente de Jesus Deus I Coríntios 3:1-16: Parceiros com Deus O tempo do Espírito Santo mesmo que - 102 - nossos corpos estão infectados com VIH somos templo de Deus I Coríntios 12: Dons e Espíritos Onde é que estão os teus dons? Procure pela fonte que ajuda-te a viver positivamente I Coríntios 13: Hino para amar Onde é que o meu amor para? II Coríntios 1:3-11: Bendito seja o Senhor O nosso sofrimento tem um propósito II Coríntios 3:7-18: O véu de Moisés Chamados a transformar II Coríntios 4:5-15: O tesouro na argila Levamos Jesus dentro de nossos corpos infectados de VIH/SIDA II Coríntios 5:14-21: Mensagem de Nós estamos com Jesus e assegurados no Reconciliação amor, quem é que precisamos perdoar? Romanos 6: Baptismo Morremos e ressuscitamos com Cristo Romanos 8:1-17: Vida através do Espírito A nossa dignidade como filhos de Deus Romanos 8:18-27: Cheios de Espírito Deus aparece nas nossas fraquezas Romanos 8:28-39: Não separados de Deus Assegurados no amor Gálatas 5:16-25: Frutos do Espírito Onde está o teu fruto Efésios 1:3-14: Bendito é o Senhor Somos abençoados embora estamos infectados e afectados Efésios 2:4-10: Rico em misericórdia A importância da misericórdia e graça Efésios 3:14-21: A Oração de Paulo Auto-Conhecimento Efésios 4: Tornar-se perfeito Vocação e desafio Efésios 6:10-20: Armadura de Deus Ajuda própria na vida espiritual Filipenses 2:1-11: Hino para Cristo Ser como um cristão humilde Filipenses 3:7-16: Conhecer Cristo Chamada a maturidade Colossenses 1:10-14: Estilo de vida Vida em Cristo Colossenses 1:15-21: Cristo imagem de Portadores da imagem de Deus Deus Colossenses 3:1-9: Buscai as coisas dos Onde está a tua visão? céus Colossenses 3:10-17: Seja uma nova Chamada à mudar pessoa Tiago 3: A língua Convite à verdade I João 1: Ande na luz Escolha à vida I João 3:1-6: O amor do pai Banhe no amor de Deus Apocalipse 21:1-7: Um novo céu Chamado a estar com Deus Apocalipse 22:1-5: Reino de Vida Onde está o rio de vida para ti? - 103 - Glossário Tentamos escolher muitas palavras técnicas, mas no ter trabalho como um pastor de aconselhamento irás encontrar o seguinte material muito útil. Responsabilidade Como uma forma de salvaguardar a nós mesmos e a pessoa que vai nos ajudar, o pastor conselheiro deve trabalhar dentro de um código de ética reconhecido BC e P, primeiro lugar regente. Rugby CV21 2PJ, Reino Unido. Associação de Conselheiros cristãos, 173a Workington road, Reading, Rg6, 1LT, Reino Unido. Methodist Publishing House, 20 Ivatt Way, Peterborough, PE37PG, Reino Unido. Escuta active Habilidade de dar a pessoa que estamos a escutar com a nossa maior atenção. Pessoa afectada Aquele que acha-se muito próximo de pessoas vivendo com VIH/SIDA. SIDA Síndrome de imunodeficiência adquirida. É causado pelo vírus, que enfraquece a habilidade do corpo de lutar a infecção, fazendo o corpo especialmente sujeitável de frequentar «infecções. Estes são conhecidos como infecções oportunistas. A pneumonia mais comum entre elas inclui, tuberculose e certos cancros tal como sarcoma de kaposi, que afecta a pele. Antiretrovirais (ARVS) Medicamentos que reduzem os níveis no sangue. CD4 Receptores Também conhecido como T-helper cells. Alguém imagina-lhes como escritórios e defensores de defesa que protegem a pessoa contra a infecção e doença. Desafio/confrontação A habilidade que convida o conselheiro pastoral a trazer à tenção da pessoa qualquer inconsistência e informação incorrectas que elas possam ter. Cristão escutando - 104 - São cristãos que entenderam a importância de escutar como uma forma de curar o crescimento. Eles estão dispostos a manter contacto com as pessoas infectadas pelo VIH/SIDA, os associados, os que cuidam por longo tempo e aqueles que lutam contra o vírus. Eles estão dispostos a visitar as pessoas nas suas casas, hospitais, campos de refugiados e cadeias para oferecer cuidados pastorais, aconselhamento e apoio. Curiosidade de fé A comunidade cristã ou a Igreja local na qual a pessoa pertence na qual um pastor conselheiro esta afiliado. Confidencia Uma responsabilidade de concórdia para falar sobre o que foi discutido na sessão de aconselhamento excepto quando a segurança de alguém e bem-estar em perigo. Empatia Habilidade de viver a experiência de outras pessoas como se fossem tuas. Vemos as coisas da perspectiva de outra pessoa afim de ganhar entendimento emocional. Genuinidade Habilidade de ser si próprio, ser real, honesto e sincero. Uma qualidade importante para aqueles que desejam ser pastores conselheiros. VIH Vírus Imunodeficiência Humana, que eventualmente pode causar SIDA. As pessoas infectadas com VIH podem parecer boas sentirem-se bem por uns certos anos antes de qualquer infecção oportunista desenvolver-se. Muitas pessoas infectadas com VIH são completamente despercebidas do facto, ao menos que elas decidem ter um teste de sangue. Todavia, elas podem levar o vírus. Transmitindo aos outros. Teste do VIH Um teste de laboratório numa pequena quantia de sangue, que detecta onde estão os anticorpos do VIH. Embora a presença dos anticorpos indicam que a pessoa forma expostos ao vírus, a sua ausência não significa necessariamente que a pessoa não está infectada com o vírus do VIH. Uma vez que somos infectados podemos passar o vírus embora não ter sido ainda encontrado no nosso sangue. O teste do VIH não significa que a pessoa vai continuar a desenvolver SIDA. VIH positivo - 105 - Indica que os anticorpos do VIH estão presentes no sangue da pessoa examinada. Se o teste for positivo, significa que a pessoa foi exposta à infecção do VIH e que o sistema imune desenvolveu vírus no anti-corpos. Deficiência Imune O enfraquecimento da habilidade do corpo a resistir à infecção. Sistema Imune O sistema natural de defesa do corpo, que protege o corpo da infecção por reconhecer a bateria, vírus e doenças no geral. Consiste na célula que entre outras coisas produz anti-corpos, que reconhece matérias como estrangeiro ao corpo e depois tenta neutralizar-lhe sem danificar aos outros células. Pessoas infectadas Pessoas que fizeram o teste VIH e são seropositivos. Elas têm o vírus dentro dos seus corpos Infecções oportunistas Uma infecção causada por um micro organismo inocente que pode tornar-se patogénico (ex: causa ou produz a doença) quando a resistência e prejudicial. Aconselhamento pastoral Existem muitas definições de aconselhamento. A destacada aqui refere-se ao contexto pastoral da actividade tendo em conta o VIH/SIDA. Aconselhamento pastoral é um relacionamento de ajuda encabeçado por mulheres e homens de fé na qual uma pessoa concorda explicitamente dar tempo, atenção e respeito a outra pessoa infectada ou afectada por VIHSIDA para que elas possam ter oportunidade a explorar os pensamentos, sentimentos e comportamento causados pela sua presente situação. Aconselhamento pastoral reconhece a importância particular de questões de fé como últimas problemas sobre a vida e morte, valores e significados. Tem como objectivo à ajudar as pessoas a descobrir e a clarificar formas de viver mais meios e capacitar-lhe a alcançar um bom senso de bem-estar. É uma relação com um propósito que é lavado dentro de fronteiras na qual uma pessoa ajuda os outros a ajudarem-se a si próprios. Pastor conselheiro Um cristão que vê a importância de um ministério de escutar e tendo passado por algum treinamento em habilidades de aconselhar. Esta disposto à dar as pessoas vivendo com VIH/SIDA, assim como os membros de suas famílias e aqueles que estão mais afectados, tempo e oportunidade dentro de um contexto formal ou informal a explorar os assuntos que o incomodam profundamente. Pessoa infectada/afectada Um termo usado por denotar um individuo que procura por aconselhamento pastoral. Foi escolhido em preferência a muitas outras possibilidades, tal como «recipiente», membros de Igreja ou «clientes», «pessoa» é usada para mostrar que cada individuo - 106 - tem o direito de ser tratado com dignidade, respeito e sensibilidade como igual ao filho de Deus. Alguns infectados ou afectados com VIH/SIDA é a primeira pessoa, não é um problema ou doença. - 107 -