8.2.5 INTERELAÇÕES ENTRE VEGETAÇÃO E FAUNA Diversos fatores como a presença de lixo, algumas invasões pontuais por moradores de rua, as edificações existentes (Estádio Serejão, Subestação da CEB, Rodoviária de Taguatinga, Polícia Civil, Posto de Gasolina), chácaras pertencentes ao Núcleo Rural Taguatinga próximas ao ribeirão Taguatinga, caracterizam a Área de Influência Direta – AID como uma área antropizada. Cerca de 95% da poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga se encontra com a vegetação antropizada e com alto grau de perturbação. Isto pôde ser comprovado in loco pela predominância de gramíneas exóticas consorciadas com árvores nativas e não nativas do Cerrado. Apesar de existirem algumas manchas de cerrado, estas se encontram infestadas por gramíneas exóticas. A porção oeste da área é o local com maior nível de conservação do cerrado Sentido restrito. A ARIE Parque JK também apresenta sinais de degradação pela retirada e substituição da vegetação nativa por espécies exóticas como a brachiária, e das formações florestais por campestres. Aliado a este fator, o crescimento e avanço da malha urbana de Ceilândia, Taguatinga e Samambaia sobre a ARIE JK têm provocado impactos sobre a vegetação nativa remanescente. O cenário de degradação da vegetação descrito anteriormente tem forte influência sobre a fauna da região, fato este comprovado pelos levantamentos faunísticos realizados no âmbito do presente estudo ambiental. Tais levantamentos demonstraram que as áreas antropizadas abrigam menos espécies que as áreas de vegetação nativa das fitofisionomias de campo sujo e mata de galeria. Com relação à ictiofauna, ficou comprovado no presente estudo que a diversidade de espécies capturadas está parcialmente relacionada à vegetação marginal, sendo diretamente relacionada ao esforço de coleta. Além da eliminação da fauna silvestre, a principal consequência da degradação da vegetação é a atração de espécies exóticas nocivas e domésticas, que além de competirem com as espécies silvestres por recursos como alimentação e abrigo, podem também atuar como predadores ou na disseminação de doenças. Ressalte-se que foi identificado apenas um foco da presença de vetores de doenças na área do Centro Metropolitano de Taguatinga, representado por PV’s parcialmente destruídos de um sistema de drenagem pluvial desconhecido pela NOVACAP. Essa rede encontra-se com a presença de resíduos sólidos e esgotos (coordenadas UTM 8.247.007 e 812.293). 8.2.6 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 8.2.6.1 APA do Planalto Central A APA do Planalto Central abrange grande parte do Distrito Federal, incluindo ainda parte dos municípios de Planaltina de Goiás e Padre Bernardo, situados ao norte do território distrital. A APA objetiva proteger as nascentes de tributários de três grandes bacias hidrográficas brasileiras – Tocantins, Paraná e São Francisco. A exposição de motivos para a criação da APA do Planalto Central está fundamentada na localização do Distrito Federal, pois este se situa em um grande divisor de águas e em uma das regiões mais representativas do Cerrado, onde o crescimento urbano e a expansão das atividades agropecuárias desordenadas têm colocado em risco a diversidade biológica e a proteção natural dos mananciais hídricos. 208 Assim, a APA deverá promover o ordenamento territorial e a adoção de estratégias de conservação para a proteção dos mananciais, dos valores naturais e da grande diversidade biológica ainda existente na região. O Decreto Federal s/n.º, de 10/01/2002 – criou a Área de Proteção Ambiental – APA do Planalto Central, no Distrito Federal e no estado de Goiás, e dá outras providências. “Art.1º Fica criada a Área de Proteção Ambiental – APA do Planalto Central, localizada no Distrito Federal e no estado de Goiás, com a finalidade de proteger os mananciais, regular o uso dos recursos hídricos e o parcelamento do solo, garantindo o uso racional dos recursos naturais e protegendo o patrimônio ambiental e cultural da região”. O art. 2º define a delimitação da APA feita a partir da descrição do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT, publicado pelo Instituto de Planejamento Territorial e Urbano do Governo do Distrito Federal em janeiro de 1997, das cartas topográficas na escala 1:25.000 do Sistema de Cartografia do Distrito Federal e das cartas topográficas editadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE nas escalas 1:1.000.000 e 1:250.000. O art. 5º define também que “na APA do Planalto Central, ressalvado o disposto no art. 11 deste Decreto, o licenciamento ambiental e o respectivo supervisionamento dos demais processos dele decorrentes serão feitos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, por intermédio de sua Gerência Executiva no Distrito Federal, no tocante às seguintes atividades: I – implantação de projetos de urbanização, novos loteamentos e expansão ou modificação daqueles já existentes; II – implantação ou expansão de serviços públicos de água, esgoto e energia elétrica; III – remoção de vegetação nativa em qualquer estágio de sucessão; IV – abertura de novas ou ampliações das vias de comunicação existentes; V – modificação de gabarito de construção, taxa máxima de ocupação e módulo mínimo de parcelamento solo; VI - construção de diques e barragens nos cursos d’água; e VII – implantação ou execução de qualquer atividade potencialmente degradadora do meio”. De acordo com o art. 6º, na APA do Planalto Central deverão ser adotadas medidas para recuperação de áreas degradadas e melhoria das condições de disposição e tratamento de efluentes e lixo. “Art. 7º A APA do Planalto Central será implantada, supervisionada, administrada e fiscalizada pelo IBAMA, em articulação com os demais órgãos federais, estaduais, do governo distrital, municipais e organizações não-governamentais”. ... “Art. 10 As penalidades previstas na legislação em vigor serão aplicadas pelo IBAMA, visando à preservação da qualidade ambiental da APA do Planalto Central”. 209 Por fim, o art. 11 define que “o licenciamento ambiental das atividades descritas no Anexo I deste Decreto, na APA do Planalto Central, é de responsabilidade dos órgãos ambientais do Distrito Federal e do estado de Goiás”. Ressalte-se que na oportunidade da assinatura do Decreto da APA do Planalto Central, foi também assinado um Protocolo de Intenções entre a União e o Distrito Federal, com o objetivo de disciplinar o uso e a ocupação do solo na Área de Proteção Ambiental do Planalto Central, tendo prazo e vigência indeterminados. 8.2.6.2 ARIE PARQUE JK A Lei Distrital nº 1.002, de 02/01/96, cria a Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE denominada "Parque Juscelino Kubitschek" e dá outras providências. “Art. 1º Fica criada a Área de Relevante Interesse Ecológico - ARIE denominada "Parque Juscelino Kubitschek", abrangendo as micro-bacias dos córregos Cortado e Taguatinga e do Ribeirão Taguatinga, até a confluência deste com os córregos do Valo e Gatumé, nas Regiões Administrativas de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia. Art 2º A ARIE "Parque Juscelino Kubitschek" compreende, dentro de seus limites: I A ARIE dos Córregos Cortado e Taguatinga, constante do Decreto nº 11.467, de 6 de março de 1989; II O Parque Boca da Mata, criado pelo Decreto nº 13.244, de 7 de junho de 1991; III O Parque Saburo Onoyama, na margem direita do córrego Taguatinga; IV O Parque Três Meninas, criado pela Lei nº 576, de 26 de outubro de 1993”. A delimitação da poligonal da ARIE Juscelino Kubitschek foi definida pela Lei Complementar n° 635, de 09/08/02. As áreas protegidas compreendidas dentro de seus limites (Parque Três Meninas, Parque Ecológico Saburo Onoyama e Parque Boca da Mata) tiveram suas poligonais definidas pelos Decretos n° 26.433, 26.434 e 26.435 de 09/12/ 05, respectivamente. Compreendem atualmente também como áreas protegidas dentro dos limites da ARIE, o Parque Ecológico do Cortado (Lei Complementar nº. 638, de 14/08/2002 e Decreto n° 26.436, de 09/12/05) e o Parque Gatumé (Decreto n° 26.437, de 09/12/05). Anteriormente, o Parque Ecológico Metropolitano, criado pelo Decreto n° 26.438, de 09/12/2005, constituía-se dentro dos limites da ARIE, entretanto, o Decreto n° 27.979, de 28/05/07, que dispõe sobre a aprovação do Projeto de Urbanismo no Centro Regional da Região Administrativa de Ceilândia - RA IX revogou o referido Decreto de sua criação. Fica estabelecido também, de acordo com a Lei Distrital n° 1.002/96: Art. 3º A Área de Relevante Interesse Ecológico "Parque Juscelino Kubitschek" tem por finalidade prioritária a preservação do ecossistema daquela área, consideradas ainda como finalidades compatíveis: I Recreação e lazer; II. Atividades agropecuárias e verticalização de produção; 210 III Educação ecológica e ambiental. Art. 4º A instalação e o funcionamento da ARIE “Parque Juscelino Kubitschek" serão regidos pela legislação ambiental e agrícola vigentes, devendo ser precedidos de plano diretor a ser elaborado pelo Poder Executivo, com a participação da comunidade local. Parágrafo único. Na formulação do planejamento a que se refere o caput deste artigo serão consideradas as seguintes diretrizes: I Manejo e recuperação das matas ciliares, com o reflorestamento das áreas degradadas; II Proteção dos refúgios naturais da fauna; II. Proteção das nascentes e do perímetro das áreas de drenagem dos cursos de água, disciplinando a recepção dos efluentes sanitários, das águas servidas e pluviais, visando a recuperação da qualidade de suas águas; IV Recuperação do ecossistema natural remanescente; V Desenvolvimento de programas de observação ecológica, de pesquisa sobre o ecossistema local e de educação ambiental; VI Definição de espaços para a prática de lazer e recreação e dos equipamentos correspondentes; VII Disciplinamento de todas as atividades previstas, compatíveis com as finalidades dispostas no art. 3º desta Lei, contemplando, inclusive: a) zoneamento quanto às áreas a serem cultivadas com monitoramento, recuperadas para preservação, mantidas intactas, de uso restrito, de uso comunitário e outras; b) fiscalização das diversas atividades e respectivas responsabilidades; c) plano de utilização das áreas agrícolas aprovado pela Fundação Zoobotânica do Distrito Federal. ... Art. 6º Não será permitida na ARIE de que trata esta Lei o exercício de qualquer atividade que represente risco ou prejuízo ambiental, sujeitando-se os infratores às penalidades previstas na legislação ambiental. ... Art. 8º A ARIE "Parque Juscelino Kubitschek" terá administração própria, composta de Conselho Gestor e Administração, a serem estruturados de acordo com proposta do Poder Executivo. Parágrafo Único Será assegurada, no Conselho Gestor, a participação das Administrações Regionais de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, da Secretaria de Meio-Ambiente, Ciência e Tecnologia, da Fundação Zoobotânica e de representantes da comunidade. O Decreto Distrital nº 17.690, de 20/09/96, dispõe sobre a criação do Conselho Gestor da ARIE Parque JK. 211 Zoneamento Ambiental do Plano de Manejo da ARIE JK O Plano de Manejo é um documento técnico pelo qual se estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso sustentável de uma unidade de Conservação que, no caso, é a ARIE Parque JK, e o manejo dos seus recursos naturais. O Plano de Manejo abrange toda a unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas. De acordo com o Zoneamento Ambiental do Plano de Manejo da ARIE Parque JK, aprovado pela Portaria 112, de 09 de novembro de 2006, o Centro Metropolitano de Taguatinga está localizado nas seguintes Zonas: • Zona de Amortecimento - ZA 3 – Atividades Centrais: Atividades de caráter institucional moldadas às necessidades de preservação da ARIE JK; • ZA 4 - Atividades prioritárias de controle e monitoramento: Áreas com atividades institucionais de porte e atividades industriais, devendo haver um enquadramento ambiental dessas atividades prioritárias para controle e monitoramento ambiental. Fica vedada a instalação de atividades de alta incomodidade na ZA 4, admitindo apenas atividades de baixa e média incomodidade; todavia, os PDLs de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia devem ser revistos. Novos usos são permitidos apenas com a concordância dos órgãos gestores/licenciadores; • ZA 5 - Atividades Rurais Especiais: Manutenção das características atuais de uso rural com proteção das nascentes existentes; • Zona de Conservação (ZC) 1 – Uso Público, mais especificamente o Parque Metropolitano; e • ZC 3 – Uso Restrito: Incorpora os remanescentes de vegetação natural dos parques como áreas de preservação ou de uso restrito. A ilustração a seguir, apresenta a localização do Centro Metropolitano de Taguatinga em relação ao Zoneamento da ARIE JK. 212 Figura 111 – Localização do Centro Metropolitano de Taguatinga em relação ao Zoneamento da ARIE JK 213 8.3 Meio Antrópico Foram consideradas as seguintes áreas de influência: Área do Empreendimento (AE): área às margens da Via de Ligação Centro Norte, entre Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, onde está proposto o empreendimento, englobando o Estádio Serejão, a Academia de Polícia Civil, o Centro de Educação Cristã e o Terminal Rodoviário de Taguatinga; Área de Influência Direta (AID): foram consideradas as ocupações contíguas ao empreendimento, em especial o setor de chácaras localizado próximo ao rio Melchior, pertencente ao Núcleo Rural Taguatinga e as residências próximas ao Estádio Serejão; Área de Influência Indireta (AII): foram consideradas as áreas urbanizadas de Taguatinga e Ceilândia. 8.3.1 MÉTODOS E TÉCNICAS DE TRABALHO Para a caracterização da AE e da AID foram levantados dados in loco por meio de entrevistas junto aos moradores, comerciantes, trabalhadores e administradores locais. A técnica da entrevista foi escolhida por ser qualitativa e permitir além de informações acerca dos fatos investigados, a percepção de valores, crenças, representações, opiniões e atitudes. As entrevistas foram semi-estruturadas (roteiro previamente estabelecido com liberdade para desenvolver perguntas novas e na sequência que o pesquisador considerar adequada). Os entrevistados foram previamente contatados e esclarecidos sobre a finalidade da entrevista e suas respostas registradas em bloco de anotações e depois transcritas e analisadas. Os dados secundários são provenientes de fontes do IBGE, Secretarias de Governo do Distrito Federal, CODEPLAN e material de mídia. As visitas de campo foram realizadas visando observar diferenças na movimentação do público que atualmente faz uso do local, seja na utilização do Terminal Rodoviário como no acesso às chácaras e casas próximas. As informações da AII foram secundárias e permitiram identificar as principais características socioeconômicas de Taguatinga e Ceilândia. Os dados possibilitaram ainda a realização de análises quantitativas. Os dados secundários foram coletados em fontes do IBGE, Secretarias de Governo do Distrito Federal, CODEPLAN e material de mídia. 8.3.2 ÁREA DO EMPREENDIMENTO A presenta-se a seguir a caracterização do empreendimento no sentido oeste-leste. 8.3.2.1 Subestação Ceilândia Sul - CEB Está situada ao lado da academia de Polícia Civil (138 / 69 / 13,8 kV). 214 Figura 112 – Vista da Subestação 8.3.2.2 Academia de Polícia Civil A Academia da Polícia Civil se localiza a leste da futura obra do Centro Administrativo. Antiga Escola da Policia - EPSOL foi transferida para Taguatinga em 1980. No prédio já se localizavam outros órgãos de Segurança Pública., Essa área foi selecionada, pois grande parte dos policiais residiam em Taguatinga. Facilitando o deslocamento dos mesmos e reduzindo custos com transporte, além da necessidade de área ampla e tranquila para a realização dos treinamentos policiais.1 Atualmente a Academia de Polícia Civil dispõe da seguinte estrutura: • Diretoria: Conselho de Ensino; • Assessoria; • Divisão Técnica de Ensino: Seção de Pesquisa e Doutrina; Seção de Planejamento; Seção de Acompanhamento e Controle; Seção de Avaliação. Divisão de Apoio ao Ensino: Seção de Reprografia; Seção de Recursos Audiovisuais; Biblioteca; Serviço de Adestramento Técnico; Serviço de Apoio Administrativo; Museus. Na Academia são desenvolvidas atividades ligadas à formação, aperfeiçoamento, treinamento e especialização dos funcionários policiais civis, além de cursos para outros servidores públicos. 1 Informações retiradas do site: http://www.pcdf.df.gov.br/pgUnidadesPoliciais/pgAcademiadePolicia.aspx, acessado em 04/08/08. 215 Figura 113 - Academia de Polícia Civil 8.3.2.3 Centro de Educação Cristã do Distrito Federal Nas proximidades do empreendimento, também localizada a leste da futura obra, está localizado o Centro de Educação Cristã do Distrito Federal, que faz parte de uma rede de escolas e faculdades cristãs, instalado na área há três anos. Atualmente possuem 220 alunos nos ensinos infantil, fundamental e médio, ocupando uma área de 10.000 m². 216 Figura 114 - Centro de Educação Cristã do Distrito Federal Entre o Terminal Urbano e o Centro de Educação Cristã há dois postos de gasolina, às margens da Via de Ligação Centro Norte e uma edificação da Brasil Telecom. Figura 115 - Postos de gasolina 217 8.3.2.4 Terminal Rodoviário de Taguatinga O Terminal Rodoviário de Taguatinga, criado na década de 70, ocupa uma área de 55.000 m² onde existem, de acordo com a Administração do Terminal, 17 empresas interestaduais e 3 do entorno, com fluxo diário de 8 mil pessoas. Há no local 10 lanchonetes, 1 revistaria, 1 banca de frutas, 1 lan house, 1 escritório de advocacia, 1 box de sorvetes e mais 12 boxes (camelôs) com vendas de produtos importados, além das salas dos seguintes órgãos: Agência Nacional de Transportes Terrestres; DF Trans; Posto Policial e Junta do Serviço Militar. Há uma feira legalizada e vinculada à Administração de Feiras de Taguatinga, com vários boxes, mas somente 4 funcionando nos dias de realização das visitas e entrevistas. Nestes são vendidas roupas, calçados e bolsas; também existem junto à feira 3 lanchonetes. O local se encontra muito degradado devido a não utilização dos boxes, principalmente à noite, tornando-se ponto de venda de drogas e prostituição. No pátio principal do Terminal Rodoviário, totalmente pavimentado, existem algumas cavidades no concreto preenchidas com água, aparentemente proveniente de uma caixa de esgoto entupida que vaza esgoto a céu aberto de maneira constante. Ver fotos a seguir. Figura 116 - Caixa com extravazamento de esgoto 218 Figura 117 - Área umedecida no Pátio do Terminal Nas imediações do Terminal, debaixo das árvores mais frondosas há uma população flutuante de aproximadamente 15 pessoas que possuem somente colchões e alguns utensílios domésticos, tendo sido construído um fogão à lenha para preparo dos alimentos. Alguns ocupantes coletam material reciclável no Terminal e o revendem em Taguatinga, outros são guardadores de carros no estacionamento do Terminal, outros são pedintes. Neste local, aproximadamente 30m do pátio do Terminal Rodoviário, existe uma pequena poça de água perene (2m2). Pelo aspecto fétido da água, com espuma característica de esgoto, infere-se que seja proveniente de tubulações antigas de esgoto ou de drenagens, que ali terminam ou tubulações rompidas. Não se trata de nascente, haja vista que o lençol freático no local está a mais de 30 m de profundidade. 219 Figura 118 – Extravazamento de efluente. Notar pátio do Terminal no alto da foto Futuramente, no local do Terminal Rodoviário de Taguatinga será implantado o Centro Administrativo do DF, que recentemente obteve Licença de Instalação – LI junto ao IBRAM. Dessa forma, o Terminal Rodoviário de Taguatinga deverá ser demolido em breve. O mesmo possui um Plano de Descarte de Resíduos Sólidos aprovado pelo IBRAM. O Centro Administrativo do DF irá abrigar as secretarias do Distrito Federal nos lotes de número 01 a 08 do Conjunto A, lotes 01 a 08 do Conjunto B e no Terminal Rodoviário de Taguatinga, este na Quadra 3, no Centro Metropolitano de Taguatinga – RA III, em uma área de aproximadamente 178.000 m². Os lotes 01 a 08 do Conjunto A e do Conjunto B estão desocupados, com alguns exemplares de espécies do cerrado e com disposição de entulho, além de revolvimento recente da terra em alguns locais, indicando a presença de tratores. 220 8.3.2.5 Estádio Serejão O Estádio Elmo Serejão Farias, conhecido como Serejão, foi inaugurado em 1978. Entre os estádios construídos na época, como o estádio Walmir Campelo Bezerra, o Bezerrão e o estádio Antonio Ottoni no Guará, o Serejão foi a obra mais arrojada.2 A obra, realizada pela construtora "Construções, Saneamento, Urbanização, Indústria e Comercio Ltda. - COSIC", foi iniciada em 1973 e custou quase Cr$ 17 milhões. O estádio foi construído em uma área de 30 mil metros quadrados, com capacidade declarada de 40 mil espectadores e com gramado que mede 110 X 75 metros. Desde 1999 estava interditado para jogos profissionais, mas assim que foi comprado pelo ex-senador Luís Estevão foi reformado (campo e estacionamento), sendo atualmente utilizado para diversas partidas de futebol, situação esta que agrava o fluxo de trânsito na região. Entre o Estádio Serejão e o Terminal Urbano há uma quadra de futebol society que é alugada para as partidas de futebol. Existe também uma escolinha de futebol no local. Junto da quadra há um barzinho, uma lanchonete e algumas mesas de sinuca. 8.3.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA - AID 8.3.3.1 Núcleo Rural Taguatinga Norte – Chácaras Nesta área estão localizadas as chácaras localizadas paralelamente ao empreendimento, ao sul, e paralelas ao ribeirão Taguatinga ao norte. Aqui foram consideradas as chácaras 10, 11 e 12 do Núcleo Rural Taguatinga Norte. Essas chácaras são administradas por japoneses e seus descendentes, que chegaram ao local na década de 50, vindos do interior de São Paulo, para cultivar na região olerícolas e flores. Há uma estrada que liga a Via de Ligação Centro Norte ao Pesque-Pague Taguatinga (chácara 12), recentemente asfaltada pelos donos do pesqueiro, a fim de facilitar o acesso de seus visitantes. 2 Informações retiradas da notícia veiculada no Jornal de Brasília: Estádios para o povão,veiculada em 21/04/08 no site: www.clicabrasilia.com.br/impresso/noticia.php?IdNoticia=324059&edicao=1928 - 49k – acessado em 03/08/08. 221 Figura 119 - Trecho parcialmente asfaltado nas imediações do Pesque-pague A chácara 12 recebe cerca de 1.000 pessoas nos dias de maior movimento. Criado em 1998, possui atualmente 5 tanques de peixes, onde os visitantes podem tanto pescar, como também aproveitar da paisagem, do restaurante, das quadras, do playground e dos shows nos finais de semana. Figura 120 - Vista de um dos tanques do "Pesque e Pague Taguatinga" 222 Figura 121 - Vista de um dos tanques e ao fundo restaurante e local de realização dos shows Nessa mesma propriedade, a família possui uma agroindústria de batata palha, atividade iniciada há 10 anos e que atualmente é uma marca reconhecida e fornecida para muitos supermercados e hipermercados da região e de Brasília. Figura 122 - Funcionários trabalhando na agroindústria de batata palha 223 Figura 123 - Embalamento das batas palhas Na chácara há também o cultivo de flores ornamentais, como lírio, tango, áster, egípcio, copo-de-leite, estrelícia, entre muitas outras. Estas são cultivadas, selecionadas, cortadas e feitos arranjos florais. No total, são empregadas 80 pessoas em todas as atividades da chácara, que possui 33 ha. Figura 124 - Produção de flores ornamentais 224 Figura 125 - Funcionários montando os arranjos florais A família residente e que administra os negócios possui 13 membros, sendo desses 8 adultos e 7 crianças. Os adultos possuem escolaridade de segundo grau completo e todas as crianças estudam em escolas de Taguatinga. A família tem veículos próprios e costumam realizar compras e demais atividades no comércio e nos serviços de Taguatinga. A chácara possui telefone e energia elétrica. A água vem das inúmeras nascentes na região de dentro e de fora da propriedade; e o esgoto é encaminhado à rede de tratamento recém instalada na região. Não há serviços de correio e a coleta de lixo é feito esporadicamente pelo SLU (Serviço de Limpeza Urbana), mas geralmente são queimados. A utilização da área é mediante cessão de direito. A maior preocupação da família com a instalação do empreendimento é quanto à água das nascentes, tanto em qualidade como em quantidade, já que todas as atividades desenvolvidas no local pela família são dependentes da água, como disse um dos entrevistados: "Temos medo que a obra seque as nascentes, e isso pra gente é ruim, porque dependemos delas, além do esgoto como isso vai ficar?" Foi relatado pelos entrevistados que antes da construção do estádio Serejão, havia maior quantidade de água nas minas: "Depois que construíram o estádio aqui, a quantidade de água das nascentes diminui, a gente fica com mais medo por causa disso". Na chácara 11 há 7 famílias, num total de 20 pessoas. Estas residem em 7 casas distribuídas pela chácara, com suas áreas privativas delimitadas, onde cada uma possui seu cultivo. Até pouco tempo atrás, há aproximadamente dois anos, eram desenvolvidas no local atividades ligadas às plantas ornamentais, paisagismo e uma grande granja. No entanto, as atividades foram interrompidas pelo falecimento de seu administrador, também descendente de japoneses. Atualmente, um dos moradores planta de acordo com as indicações do filho do falecido que não mora na propriedade, mas vai buscar a produção, entre elas: olerícolas, milho, tomate, 225 mandioca e batata doce. Os demais moradores também possuem hortas e cultivos, variando entre os já citados, além de batata, cana-de-açúcar e feijão, não sendo informadas as quantidades produzidas. Figura 126 - Residência das famílias Figura 127 - Cultivos de uma das famílias residentes A renda dessas famílias, que são praticamente caseiros da propriedade, é baixa, não ultrapassando dois salários mínimos, sendo alguns empregados já aposentados ou ainda 226 afastados por problemas de saúde. A escolaridade também é baixa, sendo predominante até a 4ª série do Ensino Fundamental. Os moradores se deslocam para Taguatinga e Samambaia para efetuar compras, frequentar hospitais. Apenas dois vizinhos possuem automóveis e as saídas são raras para os que não possuem, aproveitando de caronas quando os primeiros saem com seus carros. Quanto à infraestrutura, a água vem das nascentes; o lixo não é coletado; há fossas sépticas pelos quintais, há energia elétrica e não há serviço dos Correios. Na chácara 10, um casal de japoneses ainda mantém a produção, já que os filhos se mudaram para a cidade e agora trabalham em outras atividades. Ambos possuem o Primeiro Grau completo. Na propriedade produzem alface, como principal gênero cultivado, além de berinjela, inhame, abóbora, mandioca, tomate. Esses produtos são encaminhados ao CEASA semanalmente, sendo indicada a quantidade de 300 pés de alface por semana, dispondo de caminhão para realização das entregas e outro veículo para saídas eventuais. A propriedade possui 31 ha, mas utilizam apenas 12, o restante é vegetação conservada de cerrado e mata galeria. Ambos demonstraram preocupação com a construção do empreendimento devido à água disponível na região: "Nós bebemos essa água da nascente aqui sem filtrar, há mais de 60 anos, irrigamos tudo aqui com ela". A infraestrutura é igual a das chácaras citadas anteriormente. Figura 128 - Cultivos da Chácara 11 227 Figura 129 - Solo pronto para plantio de berinjela Segundo o Plano Diretor Local da Região Administrativa de Taguatinga - RA III, Lei Complementar nº. 38, de 1997, em seu Capítulo II, nas Áreas Rurais Remanescentes, "os usos admitidos são agropecuários e agroindustriais e atividades de suporte ao turismo rural", em acordo com o que pressupõe o artigo 31 do Plano Diretor de Ordenamento Territorial, Lei Complementar nº 17, de 28 de janeiro de 1997. Assim sendo as atividades encontradas nas chácaras estão de acordo com o requerido em lei. Sobre o parcelamento do solo, este é vedado para qualquer uso na área coincidente com a ARIE JK (Área de Relevante Interesse Ecológico Juscelino Kubitschek). No Plano de Manejo da ARIE JK, a localização das chácaras se enquadram na Zona de Uso Sustentável (ZC 2) onde são permitidas as atividades agrícolas e as infraestruturas de saneamento. Para essa localização também estão previstas revisões nos contratos de concessão de uso de acordo com a realidade local e do Plano de Manejo, além da desconstituição dos parcelamentos. As estruturas citadas anteriormente se referem principalmente as tubulações existentes da ETE Melchior localizada em Samambaia, que passam pelo local. 8.3.3.2 Residências Próximas ao Estádio Serejão Nas proximidades do Estádio Serejão há cinco chácaras, onde residem 5 famílias em casas de alvenarias. Essas famílias são de trabalhadores que prestaram serviços na construção do estádio na década de 70 e que ali permanecem até hoje. A renda média varia entre um e dois salários mínimos, alguns exercem atividades fixas em Taguatinga, outros exercem trabalhos informais nas imediações do estádio, como venda de água e refrigerantes nos semáforos e guardadores de carros em dias de jogo de futebol, já que o estacionamento é muito próximo das casas. A água é oriunda da Caesb, mas isso só ocorreu recentemente, 228 pois até então a água utilizada vinha de ligações com o Estádio Serejão; já a luz se mantém vindo de ligações com o Estádio. Não há coleta de esgoto, sendo utilizadas fossas sépticas; o lixo é disposto em container pertencente ao Estádio, onde semanalmente é recolhido. Sobre a instalação da obra não houve preocupação, somente receio de serem retirados dali. Os entrevistados também relataram que os administradores do Estádio fazem uso das águas das nascentes para irrigação do gramado do campo de futebol. Atrás do Estádio foram encontrados 3 barracos recém-construídos, com 3 famílias residindo, totalizando 15 pessoas que disseram ter chegado da Bahia há aproximadamente um mês e terem decidido ficar no local. Os adultos disseram ser analfabetos e trabalhar coletando materiais recicláveis. Utilizam água das nascentes e da bica d'água, e das matas como banheiros. Nesses locais muito próximo das trilhas abertas nas gramíneas e na vegetação de cerrado, pode ser verificada a presença de muitas nascentes e poços d`água. Foram encontradas também mulheres lavando roupas em um dos locais com água disponível, além de três lonas onde aparentavam estar residindo pessoas, mas que no momento estavam vazias. Há muitos moradores de rua que se aproximam da área devido a disponibilidade de água, levando utensílios e roupas para serem lavados e também para higiene pessoal. Há também a presença de linhas de transmissão da CEB/FURNAS, que todavia não interferem com o projeto. Figura 130 - Mulheres lavando roupas em água que escorre das nascentes 8.3.4 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA - REGIÕES ADMINISTRATIVAS TAGUATINGA E CEILÂNDIA DE A seguir é apresentada caracterização socioeconômica das Regiões Administrativas de Taguatinga e Ceilândia por possuírem relação direta com o empreendimento. 229 Taguatinga foi a primeira cidade a ser fundada depois de Brasília por pressão popular, já que a mesma já estava prevista no "Plano Urbanístico de Brasília" como cidade dormitório. No entanto, migrantes que residiam nas invasões do Núcleo Bandeirante pressionaram a Novacap para abreviar a distribuição de lotes (CODEPLAN, 2006a). Taguatinga foi denominada Região Administrativa, RA III pela Lei n° 4.545, de 1964, que dividiu o território do Distrito Federal em oito Regiões Administrativas. Nessa época na RA III estava incluída Ceilândia, que foi regulamentada posteriormente pelo Decreto n. 456, de 21 de Outubro de 1965. Em 1989, Ceilândia, devido seu crescimento populacional, é desmembrada da RA III e passa a ser RA IX (CODEPLAN, 2006b). Taguatinga possui área de 105 km² e população 223. 452 habitantes, enquanto Ceilândia 230 km² e população 332.445 habitantes.3, conforme indica Tabela 34. Atualmente a população residente na AII é em torno de 650 mil pessoas. Tabela 34 - População por Região Administrativa Regiões Administrativas 2004 332.445 223.452 558.897 Ceilandia Taguatinga Total População 2006 373.546 251.071 624.617 2010 471.594 316.971 788.565 Fonte: SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD- 2004 O número de domicílios na RA de Ceilandia é de 88.735, sendo em média 3,7 pessoas por domicílios; em Taguatinga são 59.271 domicílios e média de 3,9 pessoas por domicílio, conforme demonstra Tabela 35. Tabela 35 - Número de Domicílios por Região Administrativa Regiões Administrativas 2004 Ceilandia Taguatinga Total 88.735 59.271 148.006 N ° de domicílios 4 % 15,8 10,5 26,3% Pessoas/domicílio 3,7 3,9 - FONTE: SEPLAN / CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2004. As atividades econômicas que se destacam no Distrito Federal e consequentemente em suas Regiões Administrativas são aquelas ligadas ao setor terciário5, graças às atividades de Governo, além do comércio que é bem estruturado e desenvolvido, inclusive influenciando a renda per capta e o Produto Interno Bruto. A Tabela 36 aponta essa tendência e demonstra o destaque do setor terciário em detrimento do setor secundário, seguido do primário. Ceilândia é a RA com maior número de pessoas trabalhando no setor terciário, seguida de Brasília e depois Taguatinga, as demais RA`s do DF possuem números bem abaixo das 100 mil pessoas. 3 Dados referentes ao ano de 2004, já que a contagem da população de 2007 realizada pelo IBGE, só ocorreu em cidades com menos de 170 mil habitantes. 4 Referência total Distrito Federal (100%). 5 Governo do Distrito Federal. Programa Brasília Integrada. Relatório de Avaliação Ambiental Estratégica. Anexo II - Avaliação Ambiental da Amostra Representativa do Programa. 230 Tabela 36 - População segundo os Setores de Atividades Econômicas das Regiões Administrativas. Regiões Administrativas Setor de Atividades Secundário % Primário % 768 327 1.095 0,6% 0,3% - Ceilandia Taguatinga Total 9.410 2.450 11.860 Terciário % 124.433 94.575 219.008 92,4% 97,1% - 7,0% 2,5% - FONTE: SEPLAN / CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2004. A renda dos chefes de famílias das RA’s é demonstrada na Tabela 37, onde se pode verificar uma parcela significativa da população em Ceilândia recebendo entre um salário mínimo e cinco salários. Já em Taguatinga há uma maior distribuição de renda, sendo grande parte da população entre dois salários e 10 salários mínimos. Tabela 37 - Chefes de Domicílios, por classes de renda Regiões Administrativas Ceilandia Taguatinga Até 1 SM 27.022 10.724 Classes de Renda + de 2 + de 5 SM SM a 5 a 10 SM SM 25.583 9.692 17.049 15.091 + de 1 SM a 2SM 23.459 7.577 + de 10 SM a 20 SM 2.603 16.935 + de 20 SM Total 376 1.895 88.735 59.271 FONTE: SEPLAN / CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2004. A infraestrutura nas duas RA’s Taguatinga e Ceilândia pode ser considerada como boa, mas pode ser melhorada com a complementação de obras como redes pluviais e calçadas, de acordo com Tabela 38. Tabela 38 - Distribuição dos domicílios por existência de infraestrutura Regiões Administrativas Ceilandia Taguatinga Total 88.735 59.271 Rua asfaltada 86.909 52.540 Classes de Renda Calçada Meio Iluminação fio Pública 83.033 83.738 85.738 51.477 51.968 56.900 Rede de Água Pluvial 80.823 51.831 FONTE: SEPLAN / CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2004. Sobre a taxa de desemprego nas áreas do Distrito Federal há três agrupamentos por classe de renda: Alta, Intermediária e Baixa. Taguatinga se enquadra, de acordo com dados do CODEPLAN e DIEESE, na classe Intermediária e Ceilândia na Baixa. A taxa de desemprego nas cidades do Grupo III leia-se nas cidades de renda mais baixa, é, em média, 20%, acima da taxa de desemprego total do Distrito Federal. Este é um fator preocupante, uma vez que se trata do desemprego estrutural do país, portanto, de difícil solução local. Tabela 39 - Desemprego por Regiões Administrativas % LOCALIDADES 1992 1995 1998 2005 14,5 13,6 17,7 16,5 20,4 18,3 24,6 23,0 GRUPO II - RENDA INTERMEDIÁRIA Taguatinga GRUPO III – RENDA BAIXA Ceilândia FONTE: PED/DF – CODEPLAN e DIEESE, maio/1998 e setembro/2005. 231 Percebe-se que a região polarizada por Taguatinga e Ceilândia integra os grupos de renda média e baixa do Distrito Federal, onde se concentra a maior taxa de desemprego. Segundo pesquisa divulgada em 2001, pela então Secretaria de Fazenda e Planejamento, estavam ali localizadas também cerca de 20% das empresas do Distrito Federal, o que demonstra que grande parte da população necessita se deslocar até Brasília, onde se concentra quase a metade das empresas locais (Tabela 40). Tabela 40 - Comparativo de empresas e indústrias em Taguatinga, Ceilândia e Brasília, 2001 Região Administrativa Taguatinga Ceilândia Distrito Federal Micro % Pequena 1.347 840 9.960 13,53 8,43 100 46 21 337 E m p r e s a s % Média e Grande 13,65 7.463 6,23 3.734 100 53.364 % Total % 13,99 7,00 100 8.856 4.595 63.661 13,91 7,22 100 FONTE: PED/DF – CODEPLAN e DIEESE, maio/1998 e setembro/2005. 8.3.5 SAÚDE PÚBLICA/SANEAMENTO As questões de saúde no entorno do empreendimento estão relacionadas diretamente à falta de saneamento básico. As doenças com maior ocorrência, sobretudo entre crianças, são as infecções na pele e nos olhos, problemas respiratórios, verminose, diarréias e rotavirose. A rotavirose é causada por vírus e pode ser transmitida por água e alimentos contaminados, tendo como principal sintoma a diarréia aguda. A correlação entre falta de saneamento e ausência de saúde se evidencia pela falta de esgotamento sanitário, pela presença de lixo nas ruas, pela qualidade da água consumida e pela presença constante de roedores, mosquitos, baratas e outros insetos nas ruas e domicílios. A presença de ratos silvestres pode transmitir, entre outras doenças, a hantavirose. Esta doença é transmitida por meio da inalação de poeira contaminada com fezes, pelo contato com a urina ou saliva dos ratos, pela ingestão de água ou alimentos contaminados por excreções e pela própria mordida do roedor. Em termos de infraestrutura de saúde, os moradores próximos ao Centro Metropolitano de Taguatinga utilizam os centros e postos de saúde de Taguatinga, em Ceilândia utilizam centros e postos de saúde dos Setores P-Norte, P-Sul, Ceilândia Norte, Ceilândia Sul e Setor “O”, e em Brasília utilizam o Hospital de Base. 8.3.5.1 Infraestrutura de Saneamento Descrevem-se a seguir as características atuais da infraestrutura no Distrito Federal e na área de estudo, no que diz respeito ao abastecimento d’água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial e resíduos sólidos. • Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário A empresa responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário no Distrito Federal é a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB. O Distrito Federal é abastecido por 5 sistemas produtores de água, os quais atendiam aproximadamente 99,2% da população total do DF no ano de 2006 ( conforme última informação oficial da CAESB), correspondendo a 2.186.424 habitantes. Os sistemas produtores são: São Sebastião, Brazlândia, Sobradinho/Planaltina, rio Descoberto e Santa 232 Maria/Torto (inseridos dentro do Parque Nacional de Brasília). Segundo o relatório Siágua, elaborado pela CAESB (2007), a produção total de água pelos referidos sistemas foi de 10.043 l/s. O sistema de esgotamento sanitário no Distrito Federal, sob a responsabilidade da CAESB, atende, atualmente, com coleta de esgotos, aproximadamente 92,8% da população total (equivalente a 2.033.978 habitantes), sendo que 100% do volume coletado de esgotos recebe depuração em 17 (dezessete) Estações de Tratamento de Esgotos (ETE’s) em plena carga (CAESB, 2006). Com relação ao Centro Metropolitano de Taguatinga, a CAESB, em resposta às CartasConsulta PRG 001/2009, PRG 002/2009 e PRG 010/2009, informou que: • Não há interferências relevantes da área do empreendimento com redes de abastecimento de água e esgotamento sanitário existentes ou projetadas pela CAESB; • O empreendimento,, bem como as demandas geradas por ele, já se encontram previstas no Plano Diretor de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário – 2000 e em sua atualização de 2006. Com isso, já se encontram programadas as obras de ampliação e reforço de sistemas necessários para o atendimento da área do empreendimento. Projetos de distribuição e coleta serão desenvolvidos à medida que os traçados urbanos sejam definidos em sua configuração final; • Para o abastecimento de água, prevê-se a ampliação do sistema de distribuição da cidade de Taguatinga, com eventuais reforços pontuais. A alimentação dessa rede será feita por meio do Sistema Produtor Descoberto, que deverá dispor de mais água para o atendimento dessa nova demanda, com a entrada em funcionamento do Sistema Produtor Corumbá IV; • Para o esgotamento sanitário, o novo setor deverá lançar os esgotos coletados no interceptor de esgotos do Sistema Melchior, que apresenta capacidade reserva para esse novo aporte. Os esgotos coletados serão tratados na ETE Melchioir, lançando efluentes no rio de mesmo nome; • De acordo com Relatório fornecido pela CAESB, o custo estimado para implantação da rede de água no Centro Metropolitano de Taguatinga é de R$ 800.000,00, enquanto que, o custo para implantação da rede esgotos foi orçado em R$ 577.938,08. A CAESB ainda teceu algumas recomendações e exigências técnicas descritas a seguir: • Para proteção das tubulações deverão ser adotadas as faixas de servidão contidas na Tabela a seguir: 233 Tabela 41 – Faixas de servidão para tubulações de água Tubulações de Água Diâmetro Afastamento (mm) (m) Até 150 1,5 > 150 Adutora 2,0 5,0 Materiais e Diâmetros Recobrimento Mínimo (m) FºFº, até 200 mm 0,60 FºFº, 250 mm 0,64 FºFº, 300 mm 1,10 FºFº, 350 mm 1,23 FºFº, 400 mm 1,01 PVC, PEAD e DEFOFO, todos diâmetros 0,80 Fonte: CAESB Tabela 42 – Faixas de servidão para tubulações de esgoto Tubulações de Esgoto Diâmetro Profundidade (m) Afastamento (m) (mm) ≤150 ≤1,25 1,00 ≤1,50 1,50 ≤400 ≤2,00 2,00 ≤3,50 2,50 ≤4,50 3,00 234 Tubulações de Esgoto Diâmetro Profundidade (m) Afastamento (m) (mm) ≤5,50 3,50 ≤600 ≤3,50 5,00 ≤1500 ≤5,00 6,00 >1500 ≥5,00 7,50 Fonte: CAESB • Para realizar compactações sobre as redes, elas devem estar com no mínimo 90cm de recobrimento. As profundidades deverão ser constatadas em campo para verificar se o recobrimento atende, caso negativo, a rede deverá ser remanejada e o interessado deverá fazer solicitação oficial para elaboração de projeto; • Na eventualidade da necessidade de trabalhos de compactação sobre as redes, deverão ser tomadas medidas para evitar danos às mesmas; • Se as redes de água e esgoto estiverem implantadas: No caso de avanço de subsolo, deverá ser feita consulta à CAESB, a fim de realizar remanejamento e os custos serão por conta do dono do lote; Em caso de necessidade de elevação ou rebaixamento do nível do terreno, a CAESB deverá ser contatada para realizar as eventuais adaptações nos poços de visita e nas caixas de registro afetadas. Caso o limite de recobrimento previsto não seja atendido, deverá ser solicitado o projeto de remanejamento da rede. O ônus desses serviços será de responsabilidade do interessado. • Não será permitida qualquer intervenção nas redes da CAESB. As Figuras a seguir apresentam a estrutura geral dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário do Distrito Federal. 235 Figura 131 - Sistema de Abastecimento de Água Potável do Distrito Federal 236 Figura 132 - Sistema de Esgotamento Sanitário do Distrito Federal 237 • Sistema de Drenagem Pluvial Os sistemas de drenagem urbana existentes no Distrito Federal foram implantados utilizando bases conceituais de um sistema tradicional, sendo constituído de: sarjetas, canaletas, bocas de lobo, galerias, poços de visitas e lançamento final. No que se refere à captação, a NOVACAP (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) tem adotado ao longo do tempo uma padronização, objetivando otimizar a eficiência da mesma quanto ao volume de água captado e à redução dos custos. Quanto às redes já implantadas, são compostas de condutos circulares, variando de 400 a 1.500 mm de diâmetro e de galerias quadradas, construídas em concreto armado, com lados de 1,65 a 3,00 m. Essa padronização tem a finalidade de facilitar a execução das mesmas e de reduzir custos. As cidades regularizadas no Distrito Federal possuem sistemas de drenagem tradicionais, os quais não minimizam adequadamente os impactos ambientais negativos provenientes do lançamento de descargas nos cursos d’água com elevada velocidade e com grande quantidade de particulados. Tal fato implica, dentre outros, a erosão de base e o assoreamento de corpos hídricos. Com o Programa de Saneamento Básico do Distrito Federal, em 2001 (financiamento de 50% pelo BID- Banco Interamericano de Desenvolvimento e 50% pelo Governo do Distrito Federal), houve uma preocupação maior com a redução de processos erosivos nos lançamentos de drenagem pluvial, exigindo a instalação de dissipadores de energia tipo impacto, reservatórios de detenção e dispositivos de recarga artificial de aquífero. É importante explicitar que o órgão ambiental competente que licencia ambientalmente os pontos de lançamentos de drenagem pluvial nos cursos d’água, bem como os dispositivos de infiltração de águas no solo. Um aspecto importante sobre os lançamentos de drenagem pluvial é a recente exigência de outorga de lançamento de efluentes líquidos pela ADASA (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF), a qual necessita de informações quantitativas e qualitativas das águas urbanas a serem lançadas nos cursos d’água de domínio do DF. A NOVACAP foi consultada (CT PRG 003/2009) quanto à existência de interferências de redes e possibilidades de remanejamento das mesmas. Em resposta, foi informado que existe rede de águas pluviais implantada na área do Centro Metropolitano de Taguatinga, que atendem exclusivamente o Estádio Serejão e o Terminal Rodoviário. A rede de drenagem está locada no Mapa de Infraestrutura. Foi sugerido pela NOVACAP a adoção de uma faixa de servidão de 10m no mínimo para manutenção e preservação da citada rede. • Manejo de Resíduos Sólidos A coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no Distrito Federal estão sob a responsabilidade do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal – SLU. Fundamentado no Relatório de Atividades do SLU de 2008, tem-se que essa autarquia realiza a contabilidade de coleta de resíduos sólidos domiciliares em conjunto com os resíduos comerciais, logo, não há como se estimar a produção per capita de resíduos. Outro aspecto é a ausência de população atendida por essa autarquia, impossibilitando de se estimar per capita de produção de resíduos. Por outro lado, o Sistema Nacional de Informações de Saneamento (www.snis.gov.br), disponibilizou que o per capita de resíduos domésticos coletados, com relação à população atendida no Distrito Federal no ano 2006, foi de 0,86 kg/hab x dia. Considerando esse valor per capita de produção de resíduos e as informações disponíveis sobre a previsão de ocupação da área em estudo, com 3.105 habitantes (população 238 residente) e 58.974 pessoas por dia (população flutuante), tem-se um total de 53,4 toneladas de resíduos produzidos diariamente, quando da ocupação plena do Centro Metropolitano de Taguatinga. Em atendimento à Lei nº 992, de 28 de dezembro de 1995, regulamentada pelo Decreto nº 28.864, de 17 de março de 2008, parágrafo único do art. 9º, o SLU foi consultado (Carta PRG 005/2009) no âmbito do presente EIA/RIMA. Em resposta, o SLU afirma que não haverá impacto significativo quanto à capacidade de realização dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos a serem gerados pelo Centro Metropolitano de Taguatinga. A seguir, apresentam-se em tópicos as demais informações prestadas pelo SLU. A resposta do SLU na íntegra se encontra disponível no Volume de Anexos do presente estudo. Coleta Foi informado que a execução do serviço de coleta dos resíduos na área do Centro Metropolitano de Taguatinga está sob competência de empresa terceirizada e sob supervisão do Núcleo Regional de Limpeza de Taguatinga – NURELTAG/SLU. Atualmente, a coleta dos resíduos domiciliares e comerciais pelo SLU na área do Centro Metropolitano de Taguatinga dá-se diariamente no período noturno, sendo que em alguns pontos os resíduos são coletados duas vezes ao dia, conforme o local percorrido. Tratamento e Destinação Final De acordo com o SLU, a cerca de 5km do empreendimento, em área especial do setor P sul da Ceilândia, estão localizadas a Usina de Tratamento de Lixo de Ceilândia (LO nº 003/2009) e a Usina de Incineração de Lixo Especial, complexo este para recepção e tratamento dos resíduos sólidos. A Usina de Incineração tem previsão para encerramento das atividades em abril de 2010, conforme TAC nº 003/2008. Ainda em resposta, ressaltou que nas adjacências da área de estudo, na Região Administrativa de Samambaia, entre o rio Melchior e a rodovia DF-180, será construído pelo SLU o novo aterro sanitário (LP nº 022/2009). Os resíduos coletados atualmente na área do Centro Metropolitano de Taguatinga são encaminhados para a Usina de Tratamento de Lixo de Ceilândia, ou diretamente ao Aterro do Jóquei. Há previsão de encerramento das atividades no Aterro do Jóquei, em 1 a 2 anos, e concomitante início de funcionamento do novo aterro sanitário, na região de Samambaia. Depósitos Clandestinos de Entulho De acordo com informações do NURELTAG, há 2 depósitos clandestinos de entulho na área do Centro Metropolitano de Taguatinga. Conforme Projetos Estruturantes do SLU, a construção de Ecopontos auxiliará a prática da disposição final organizada de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, sendo de interesse do SLU a disponibilização de áreas para a construção de Ecopontos e Pontos de Entrega Voluntária - PEVs Diretrizes e Recomendações • Toda a gestão de resíduos deverá ser realizada no âmbito de cada estabelecimento, observados os dispositivos do Código de Edificações do DF (Lei nº 2.105, de 08 de outubro de 1998); 239 • O gerador deverá providenciar por meios próprios, os recipientes necessários ao acondicionamento dos resíduos sólidos gerados, observando as características dos resíduos e seus quantitativos, assim como as especificações determinadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas para recipientes estacionários; • Ressaltando: o resíduo deverá ser armazenado dentro dos estabelecimentos geradores e retirado nos dias e horários estabelecidos para cada tipo de coleta, ou seja, cabe ao gerador a responsabilidade pela separação e armazenamento provisório do lixo gerado no âmbito de seu estabelecimento, cabendo a este o planejamento para tal. Esta exigência é válida todos os tipos de ocupação do Centro Metropolitano de Taguatinga; • O SLU fornece orientação mínima sobre o tipo de cestos coletores (lixeira/recipientes) de resíduos em calçadas e passeios públicos, sempre em consonância com os padrões a serem adotados no DF. Existe um Grupo Técnico específico no GDF que estuda e autoriza tais equipamentos públicos e a questão da acessibilidade. O custeio destes equipamentos será dos geradores dos resíduos.; • Outros tipos de coletas poderão estar sendo destacadas para o local em análise, tais como: coleta de resíduos de serviços de saúde, coleta de entulho, coletas em grandes fontes geradoras, etc., porém estas coletas não estão no escopo dos serviços oferecidos pelo SLU e serão de responsabilidade do gerador de resíduos (Lei dos Crimes Ambientais); e • O SLU propõe que os pequenos e grandes geradores separem na origem os resíduos em duas categorias: resíduo orgânico e resíduo reciclável (seco). Para tal sugere que as cores utilizadas sejam: verde para o reciclável e laranja para o orgânico. Sugere-se também que todo material reciclável seja entregue à coleta seletiva oficial (em fase de implantação) ou a alguma cooperativa/associação de catadores de materiais recicláveis formalizada. Informações Adicionais - SLU • Grande parte do resíduo coletado no DF (80%) é conduzida diariamente e diretamente ao Aterro do Jóquei – Lixão da Estrutural; • Deve-se levar em consideração que pela Constituição Federal e Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, cabe ao Distrito Federal promover e realizar com eficiência e eficácia a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos em seu conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do resíduo domiciliar urbano e do resíduo originário da varrição e limpeza corretiva de vias e logradouros públicos em todo o território do Distrito Federal, portanto, novas áreas urbanizadas já estão incluídas neste escopo; • O Plano Diretor de Resíduos Sólidos do DF, regulamentado pelo Decreto nº. 29.399 de 14/08/2008, orienta as ações integradas de gestão de resíduos para os próximos 30 anos no DF, seus investimentos e as políticas públicas a serem adotadas, principalmente, em relação ao tratamento e ao destino final dos resíduos coletados no DF. Atualmente, aproximadamente 2.200 toneladas por dia de resíduos domiciliares e comerciais são coletados por empresas terceirizadas pelo SLU; • O SLU possui a obrigação de cobrir toda a nova região do DF com coleta domiciliar e coleta seletiva, e a estrutura técnica, física e os custos unitários dos serviços (e 240 monitoramentos) são atribuições desta Autarquia (Decreto nº 27.898, de 23 de abril de 2007). 8.3.6 INFRAESTRUTURA REGIONAL 8.3.6.1 Sistema de Distribuição de Energia Elétrica O sistema de distribuição de energia elétrica do Distrito Federal, sob a responsabilidade da CEB (Companhia Energética de Brasília), consumiu um total de 3.569 GWh no ano de 2004, havendo uma redução de 0,5% com relação ao ano anterior. O uso residencial no Distrito Federal é preponderante em comparação a outras classes, como industrial, comercial e público, pois representou aproximadamente 39,8% do total do consumo de energia elétrica. O sistema completo possui um total de 15.420 km de linhas de distribuição de energia elétrica no Distrito Federal. O suprimento de energia ao Distrito Federal é realizado por FURNAS Centrais Elétricas, atualmente, através das subestações de Brasília Sul - 345/138 kV e Brasília Geral 230 / 34,5 kV, com capacidades de 750 MVA e 180 MVA, respectivamente. A subestação de Brasília Sul alimenta também cargas da CELG da região de Marajoara. O sistema de subtransmissão da CEB constitui-se atualmente de 29 subestações, sendo 9 alimentadas em 138 kV, 4 alimentadas em 69 kV e 16 em 34,5 kV. Para alimentação destas subestações, dispõe-se de um sistema de subtransmissão constituído de linhas de 138, 69 e 34,5 kV. A CEB foi consultada pela PROGEA, e em resposta, informou a existência de interferências sobre a área do Centro Metropolitano de Taguatinga. Pelo cadastro das redes disponibilizado pela Companhia Energética (vide Mapa de Infraestrutura), pode-se afirmar que: • A Via de Ligação Centro Norte (DF-085), ao norte do empreendimento, bem como alguns pontos do Centro Metropolitano de Taguatinga se encontram atendidos com iluminação; e • Da subestação localizada no interior da área de estudo parte uma linha de transmissão de 138 kV que atravessa a poligonal no sentido norte-sul e que continua seu caminhamento no interior da ARIE JK. Conforme o Edital de Notificação, publicado no Diário Oficial do DF em 16/12/1993, a faixa de segurança para linha de transmissão de energia elétrica para tensão de 138 KV é de 8,0m para cada lado em áreas urbanas. Apesar de consultada sobre a possibilidade de atendimento ao empreendimento, a CEB não se manifestou com relação a este quesito. A Figura a seguir apresenta a linha de transmissão de circuito duplo com 138 kV da CEB. 241 Figura 133 – Vista da Linha de Transmissão 8.3.6.2 Sistema de Telefonia Fixa A empresa OI, sucessora da Brasil Telecom S.A. é a principal empresa de telecomunicações das Regiões Sul, Centro-Oeste e dos Estados do Acre, Rondônia e Tocantins. A empresa OI foi consultada (CT PRG-006-2009) quanto à existência de interferências de redes ou serviços implantados ou projetados para a área de estudo e as respectivas faixas de servidão. Em resposta, a OI afirmou existir interferência de rede telefônica notadamente ao longo da rodovia EPCN, entretanto, não possui cadastro digital e georreferenciado. Portanto, no Mapa de Infraestrutura, disponível no Volume de Anexos, as redes telefônicas estão locadas de forma preliminar. Como não existe cadastro com coordenadas e cotas altimétricas, o presente estudo ambiental sugere que, quando da realização do levantamento topográfico cadastral do empreendimento (fase de projetos de infraestrutura), sejam identificadas todas as unidades enterradas da rede telefônica. Em resposta da telefônica, foi ainda informado que os serviços previstos para a área poderão ser executados, desde que cuidados especiais sejam tomados quando das escavações, para que seja preservada a integridade física da rede telefônica. Ressaltou ainda que eventuais danos provocados à citada rede telefônica deverão ter seus custos envolvidos ressarcidos. Outra empresa de telefonia fixa é a GVT, operadora de telefonia fixa brasileira que cresce 40% ao ano, como provedora completa de serviços integrados de voz local e de longa distância (25), dados, internet e VoIP. Com 1.800 funcionários e uma margem crescente de lucratividade operacional, próxima a 30%, a companhia investiu aproximadamente R$ 4 bilhões em quatro anos na atuação em todo território nacional. Nas regiões Sul, Centro- 242 Oeste e Norte do país atende a pequenas e médias empresas, mercado residencial e grandes corporações. 8.3.7 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL Para execução do levantamento arqueológico na área do Centro Metropolitano de Taguatinga obteve-se a Portaria de Autorização junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional brasileiro (IPHAN). O Relatório Final do “Projeto de Levantamento do Patrimônio Arqueológico e Cultural da Área Diretamente Afetada pela Construção do Centro Metropolitano de Taguatinga” está disponível na íntegra no Volume de Anexos. Ressalte-se que o mesmo foi protocolado junto ao IPHAN, que emitirá Parecer conclusivo sobre a viabilidade de ocupação da área com relação aos aspectos arqueológicos. Apresenta-se a seguir a conclusão do referido estudo. O levantamento arqueológico possibilitou evidenciar a existência de um sítio em um dos locais onde será construído o empreendimento. O sítio denominado Bela Vista está situado em uma área topograficamente plana nas UTM 168428-8245777. A localização do sítio é demonstrada no Mapa 11 Ocupação, disponível em anexo. arqueológico arqueológico coordenadas Restrições à Os vestígios arqueológicos encontrados são formados por indícios Líticos, que se encontram concentrados em uma área de afloramento de rocha em arenito e quartzo. O sítio possui as dimensões de 300x300 metros, dimensionado pelas prospecções realizadas que mapearam a área. O estado de preservação atual está dimensionado em 30%. A ação antropica no sítio é percebida, pela ocupação da área por vândalos que pixam as rochas com inscrições e símbolos de super heróis em quadrinhos. Os inúmeros entulhos depositados atrapalham a percepção da dispersão dos vestígios no sitio. Encontra-se em área prevista para implantação de um Parque Urbano pela SEDUMA, portanto, o resgate arqueológico deverá ser evitado, pois a área em questão possui elementos suficientes para sua preservação. Dessa forma, recomenda-se o cercamento do sítio e a intensificação de rotinas de fiscalização na área, a fim de evitar interferências humanas. Essa medida proposta devera ser objeto de apreciação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que tomará as medidas necessárias para o cumprimento dessa proposta. 8.3.8 USO DO SOLO ATUAL E RESTRIÇÕES À OCUPAÇÃO As ocupações existentes atualmente na área, descritas nos itens 8.3.2 e 8.3.3, foram locadas no Mapa 10 – Uso e Ocupação disponível no Volume de Anexos. As áreas restritas à ocupação estão descritas a seguir e locadas no Mapa 11 – Restrições à Ocupação. 8.3.8.1 Zoneamento da ARIE JK Com relação à Compatibilização do Projeto do Centro Metropolitano de Taguatinga (SEDUMA) com o Zoneamento Ambiental da ARIE JK, destaca-se: • As atividades estabelecidas no projeto urbanístico do Centro Metropolitano de Taguatinga não estão totalmente de acordo com as considerações propostas pelo Zoneamento Ambiental da ARIE JK; 243 • As “superquadras” e o campus da UnB estão situados em parte na Zona de Conservação (ZC) 1, que não permite o uso residencial, e sim, prevê a implantação do Parque Metropolitano com a permissão de atividades institucionais e de lazer urbano. Conforme descrito anteriormente, as restrições da ZC 1 estão intrinsecamente relacionadas à expectativa de criação do Parque Metropolitano. Entretanto, o decreto de criação deste Parque foi revogado, tornando sem fundamento as restrições impostas nesta Zona. Ainda, foi constatado no presente estudo, que esta Zona não possui Áreas de Preservação Permanente – APPs ou qualquer atributo ambiental, que impeça a instalação de usos diversos na área; • A área proposta para superquadras, que estaria incidindo na ZC1, apresenta um parcelamento registrado em cartório, consubstanciado na URB 29/92. Nessa área são previstos lotes institucionais. O Zoneamento Ambiental da ARIE JK, aprovado por Portaria em data posterior ao registro cartorial da URB 29/92, ignora esta situação de fato; e • De acordo com o Zoneamento da ARIE JK, a ZC 3, de Uso Restrito, é composta por áreas de preservação permanente, com solos arenosos e hidromórficos, e declividade acentuadas (>30%). Para a preservação nas áreas de APPs, é proibido o uso diverso e o parcelamento. É necessária a recuperação de áreas degradadas e reposição de cobertura vegetal. As atividades de pesquisa, após anuência dos órgãos gestores ouvido o Conselho Gestor, são admitidas. Os planos de uso deverão ser re-adequados às condições ambientais restritivas, em particular quanto ao aproveitamento de água superficial e subterrânea para outorga e licenciamento das atividades. O zoneamento institucional do projeto do Centro Metropolitano de Taguatinga, que abrigará o complexo cultural (Ceilambódromo, museu, teatro, entre outros) projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, está situado em parte nesta Zona. Vistoria in loco revelou características distintas para esta Zona no interior da poligonal do empreendimento. Foi identificada apenas a presença de latossolo e cambissolo, bem como declividades que não ultrapassam 30%. Não foram identificadas Áreas de Preservação Permanente – APPs. De maneira geral, a ZC 1 e a ZC 3 possuem sinais evidentes de antropização, com invasão de espécies exóticas de gramíneas, abertura de vias e depósitos de resíduos sólidos (Figura 134). Desta forma, o presente estudo ambiental considera que não há fator impeditivo para ocupação destas Zonas, desde que seja de forma sustentável, e que sejam adotadas as medidas mitigadoras e as recomendações ambientais expressas no presente estudo ambiental, a exemplo da implantação de uma drenagem eficiente e sustentável. Para tanto, recomenda-se que o órgão ambiental reveja as restrições ambientais impostas pelo referido Zoneamento. 244 Figura 134 – Abertura de via e depósito de resíduos sólidos Com a função de proteger a ARIE, atuando como uma barreira entre a área urbanizada e a área a ser preservada, a SEDUMA propõe em seu projeto um Parque Urbano, situado em parte da ZC 1 e da ZC 3, nas proximidades da ARIE JK e do Ceilambódromo, com cerca de 16 ha, sendo a maior área permeável do projeto. 8.3.8.2 Processos erosivos No interior da poligonal, ao sul da Polícia Civil, em área de aproximadamente 2,3 ha, foram identificados processos erosivos (ravinas e voçorocas) ocasionados por lançamento da drenagem pluvial sem dissipador de energia da Subestação Ceilândia Sul (situação descrita no item Geomorfologia). O lançamento identificado deverá ser incorporado ao Projeto de Drenagem Pluvial do Centro Metropolitano de Taguatinga com previsão de dissipadores e bacias de detenção e a área em questão deverá ser objeto de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD. Ressalte-se que a área em questão se sobrepõe com parte da área prevista pela SEDUMA como de Uso Residencial. Apresenta-se a seguir uma sequência de atividades para recuperação da área, que deverá ser detalhada na ocasião da elaboração do referido PRAD: • Prever dissipador de energia na saída do bueiro; • Regularizar as ravinas e voçorocas, tornando-as o mais retilínea possível; • Abater os taludes laterais das ravinas e voçorocas para 1h: 1v; • Instalar meias canaletas de concreto de 20” no fundo das ravinas e voçorocas; • Revegetar os taludes laterais das ravianas e voçorocas com gramíneas nativas. 245 No extremo leste da poligonal, foi identificado uma voçoroca com presença de nascente no seu interior (Figura 135). Uma alternativa para a recuperação ambiental e paisagística dessa área seria configurá-la como um Centro de Convivência do Centro Metropolitano de Taguatinga. Para tanto, deverá ser realizado um PRAD para a voçoroca, com o abatimento dos taludes laterais e revegetação dos mesmos com gramíneas. No entorno, em faixa de aproximadamente 15m, deverão ser plantadas gramíneas em conjunto com arbóreas. O Projeto Paisagístico deverá prever a colocação de bancos de praça para os usuários do Centro Metropolitano de Taguatinga usufruírem o local em momentos de descanso e descontração. Ressalte-se que essa voçoroca está situada em área prevista pela SEDUMA para implantação de Terminal Rodoviário/Shopping. Dessa forma, para tornar essa área um Centro de Convivência, deverá ser considerada pela SEDUMA a possibilidade de deslocar a poligonal do referido Terminal Rodoviário para o limite leste do Centro Metropolitano de Taguatinga. Seleção das Espécies para Revegetação Com relação às gramíneas, recomendam-se as seguintes espécies nativas do cerrado para o plantio: Andropogon bicornis, Andropogon leucostachyus, Andropogon selloanus, Aristida gibbosa, Aristida recurvata, Aristida setifolia, Aristida torta, Arundinella híspida, Axonopus barbigerus, Axonopus canascens, Ctenium cirrhosum, Diectomis fastigiata, Echinolaena inflexa, Eragrotis maypurensis, Eragrotis rufenses, Gymnopogon spicatus, Hyparhenia bracteata, Hypogynium virgatum, Panicum campestre, Paspalum gardnerianum, Paspalum pectinatum, Paspalum pilosum, Paspalum plicatum, paspalum reduncum, Paspalum splendes, Paspalum stellatum, Paspalum trichostomum, Steria geniculata, Schizachyrium hirtiflorum, Schizachyrium microstachyum, Schizachyrium tenerum, Thrasya glaziovii, Tharsya petrosa, Trachypogon macroglossus. No tocante às espécies arbóreas, deverá ser priorizada a utilização de mudas de espécies nativas, com disponibilidade no mercado ou em viveiros institucionais (NOVACAP, Jardim Botânico, EMBRAPA, entre outros). A tabela a seguir, apresenta um quadro com as espécies do cerrado recomendadas para plantio de recuperação em áreas degradadas. Tabela 43 – Espécies de Cerrado recomendadas para plantio ESPÉCIE NOME COMUM SEMENTES Caju da cerrado Out-Dez Araticum Fev- Mar Aspidosperma tomentosum Mart. Pereira Ago-Out Byrsonima verbascifolia (l.) Rich. ex. A. L. Juss. Murici Nov-Jan Caryocar brasiliense Caanb. Pequi Out- Jan Connarus suberosus Planch Bico-de-papagaio Dez-Jan Cagaita Set- Nov Mangaba Nov-Jan Jatobá Jul-Set Pau Santo Ago-Nov Grão-de-cavalo Ago-Set Ferrugem Nov-Dez Anacardium humile St.Hil. Annona crassiflora Mart. Eugenia dysenterica DC. Hancornia speciosa Gómez Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne Kielmeyera coriacea (Spreng.) MarI. Machaerium acutifolium Vog. Miconia ferruginata DC. 246 ESPÉCIE NOME COMUM SEMENTES Cabelo-de-negro Nov-Dez Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Curriola Out-Nov Pseudabombax longiflorum (Mari & Zucc.) A.Robyns Candeiro Set-Nov Araça Abr-Mai Qualea grandiflora Mart. Pau-terra da folha grande Set-Nov Qualea parviflora Mart. Pau-terra-roxo Set-Jan Sclerolobium paniculatum Vog. var. rubiginosum Carvoeiro Ago-Set Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Caraibinha Set-Out Tabebuia serratifolia (Vabl.) Nicholson Ipê-amarelo Set-Out Vochysia rufa Mart. Pau-doce Set-Out Vochysia thyrsoidea Pohl Pau-doce Set-Out Ouratea hexasperma (SI. Hil.) Baill. Psidium myrsinoides Berg.(=Psidium gardnerianum Berg) Figura 135 – Voçoroca com presença de nascente 8.3.8.3 Faixa de Domínio O DER-DF em resposta à PROGEA (Ofício nº 099/2009-SUENGE) informa que a rodovia DF-459 se encontra em construção, a oeste da poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga, configurando como limite físico do empreendimento. A faixa de domínio da rodovia é de 130m, divididos simetricamente em relação ao eixo do canteiro central. Ressalte-se que a poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga não interfere na referida faixa de domínio. 247 8.3.8.4 Talvegues No interior da poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga, entre a Polícia Civil e o Centro de Educação Cristã (cota 1.215m) segue um talvegue em direção ao ribeirão Taguatinga. Abaixo da cota 1.205 se encontra outro talvegue contribuinte do mesmo ribeirão. Para fins de caracterização da natureza dos talvegues, ou seja, se escoam água de chuva ou um curso d’água natural, foram realizadas vistorias durante as estações seca e chuvosa do ano, pois nesta última se espera o afloramento de água, no caso de uma nascente intermitente. Em ambas as estações do ano não foram detectadas a presença de nascentes nos referidos talvegues. O escoamento de água se dá exclusivamente durante e logo após a ocorrência de chuva. Portanto, os talvegues ora analisados se enquadram na definição de “canal natural de escoamento superficial” pelo Decreto nº 30.315, de 29 de abril de 2009, que “regulamenta o artigo 9º da Lei nº 041, de 13 de setembro de 1989, para determinar a apresentação de Relatório Ambiental com o fim de distinguir curso d’água intermitente e canal natural de escoamento superficial e de definir a faixa marginal de proteção (não edificável)”. Portanto, um dos objetivos do presente EIA é definir uma faixa de proteção condizente com as características ambientais ao longo dos talvegues. Para a proteção dos talvegues e de sua vegetação marginal, bem como para a manutenção de suas características de contribuinte do ribeirão Taguatinga, recomenda-se a adoção de uma faixa de proteção de 10m, a partir de suas margens. Os talvegues em questão atravessam as áreas previstas pela SEDUMA para os usos Misto e Residencial. A implantação do sistema de drenagem pluvial na área do empreendimento substituirá a função de escoamento superficial exercida atualmente pelos talvegues. Portanto, os mesmos não devem ser considerados fatores impeditivos para a ocupação do solo no local. Ressalte-se que os talvegues, entre as cotas 1.180m e 1.190m, no exterior da poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga, passam a se configurar como curso d’água, em virtude da presença de nascentes. Nessa situação, deverá ser adotada uma faixa de 30m (APP) a partir de suas margens. 8.3.8.5 Áreas de Preservação Permanente – APPs A Lei Federal nº. 4.771/65, considera em seu art. 2º, como APPs, as florestas e as demais formas de vegetação natural situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água, naturais ou artificiais; nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio de 50 metros de largura; no topo dos morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive; nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais; em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação. O objetivo do disposto no referido art. 2º é conservar a cobertura vegetal existente de porte arbóreo. Caso não existam, conforme dispõe o art. 18, do mesmo Código, nas terras de propriedade privada, o florestamento ou o reflorestamento necessários poderá ser realizados pelo proprietário das terras, ou pelo Poder Público Federal, sem haver necessidade de desapropriações. 248 Assim, há uma obrigação para a Administração Pública de arborizar ou reflorestar as áreas de preservação permanente abrangidas pelo art. 2º do Código Florestal. O art. 3º do Código Florestal considera ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a atenuar a erosão das terras; a fixar as dunas; a formar as faixas de proteção ao longo das rodovias e ferrovias; a auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares; a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; a assegurar condições de bem-estar público. Para os casos previstos no art. 3º supramencionado, a supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal (IBAMA), quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. A Medida Provisória n.º 2.166-67, de 24/08/2001, ao alterar o art. 1º, do Código Florestal (Lei Federal n.º 4.771, de 15/09/65), definiu “área de preservação permanente como a área protegida nos termos dos artigos. 2º e 3º desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”. As Áreas de Preservação Permanente – APPs que possuem interferência com o Centro Metropolitano de Taguatinga foram identificadas, mapeadas e quantificadas com auxílio do imageamento orbital do Satélite QUICKBIRD (cena de 08/06/2008) e por meio de vistoria in loco. Foram identificadas APPs de nascentes e de córregos, conforme Mapa 11 – Restrições à Ocupação. Foi identificada uma nascente no limite sul do Centro Metropolitano de Taguatinga (coordenadas UTM 169753; 8246458), conforme Figura 136. 249 Figura 136 – Nascente Ao sul do Estádio Serejão, foi identificada uma área de aproximadamente 2,3 ha, encharcada pela presença de alguns afloramentos de água. Nessa situação, a água se espalha pela região e parte dela escoa lentamente em direção à grota mais próxima. A área em questão, bem como a APP de 50m ao redor da mesma, foi delimitada no Mapa 11. No interior da referida área encharcada, nas proximidades do muro que cerca o campo de treinamento do estádio Serejão, foi identificada uma lagoa abastecida por nascente. Ressalte-se que a nascente está cercada e com presença de gleissolo (hidromórfico). Interferem diretamente com o raio de 50m ao redor da área encharcada o campo de treinamento contíguo ao estádio Serejão, bem como a área prevista para o Terminal Rodoviário/Shopping, o que reforça mais uma vez a necessidade de deslocamento da poligonal do referido Terminal para leste (vide item 8.3.8.26). 6 Está considerada neste item a necessidade de relocação do Terminal Rodoviário/Shopping em virtude da presença de voçoroca. 250 Figura 137 – Nascente cercada Figura 138 – Detalhe do gleissolo na área da nascente 251 Figura 139 – Lagoa “abastecida” pela nascente 8.3.8.6 Sítio Arqueológico Conforme descrito no item 8.3.7, foi identificado um sítio arqueológico no interior da área do Centro Metropolitano de Taguatinga, em coordenadas UTM 168428-8245777. A localização do sítio é demonstrada no Mapa 11 - Restrições à Ocupação, disponível em anexo. O sítio encontra-se em área prevista para implantação de um Parque Urbano pela SEDUMA, portanto, o resgate arqueológico deverá ser evitado, pois a área em questão possui elementos suficientes para sua preservação. Dessa forma, recomenda-se o cercamento do sítio e a intensificação de rotinas de fiscalização na área, a fim de evitar interferências humanas. Essa medida proposta devera ser objeto de apreciação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que tomará as medidas necessárias para o cumprimento dessa proposta. 8.3.8.7 Bacia de Detenção e Rede de Drenagem Pluvial do Centro Administrativo do GDF A PROGEA é responsável pela elaboração do Plano de Controle Ambiental – PCA e Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD, concernente ao Sistema de Drenagem Pluvial do Centro Administrativo do Governo do Distrito Federal. No referido estudo foram consideradas alternativas tecnológicas. A alternativa selecionada está localizada ao sul do Centro Administrativo. A bacia de detenção proposta possui capacidade volumétrica de 9.000m3 e está localizada em área contígua à ARIE JK. O caminhamento da rede possui extensão de 975m e tem o ponto final de lançamento no ribeirão Taguatinga. A necessidade de deslocamento da Via Parque JK para o norte, em virtude de interferências com APPs de nascentes localizadas a leste, propiciou a locação da bacia de detenção. Ressalte-se que na ocasião a necessidade de deslocamento da Via Parque JK foi discutida e aprovada em reunião havida com a presença de técnicos do IBRAM e da SEDUMA. 252 A bacia de detenção possui localização favorável. O solo local é latossolo. Foram realizadas 2 sondagens na área que detectaram o nível do lençol freático a 7m e a 4m de profundidade. A área se encontra bastante antropizada, com vestígios de queimadas e predomínio da espécie exótica Ricinius communis, popularmente conhecida como Mamona, e também da gramínea exótica Braquiária (Brachiaria sp.). Figura 140 – Queimada no interior da área prevista para a bacia de detenção 253 Figura 141 – Presença de Ricinius communis (Mamonas) Figura 142 – Presença de gramíneas exóticas O traçado do canal de drenagem não apresenta interferências com o Setor de Chácaras do Núcleo Rural Taguatinga. As duas fitofisionomias que serão afetadas em seu percurso até o ribeirão Taguatinga são o Cerrado Sentido Restrito e a Mata Galeria. 254 O PCA e o PRAD referentes à Drenagem Pluvial do Centro Administrativo do GDF foram aprovados pelo Instituto Brasília Ambiental – IBRAM, tendo recebido a Licença de Instalação – LI nº 105/2009. 255 9 ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS As alternativas locacionais foram detalhadas no item 7.1.1. As análises se concentraram na Alternativa V – Projeto atual da SEDUMA. A seguir, são apontados os estudos das alternativas técnicas relacionadas às implantações dos sistemas de abastecimento d’água, esgotamento sanitário e drenagem pluvial para o Centro Metropolitano de Taguatinga. As alternativas apresentadas traduzem claramente as modificações pretendidas e são avaliadas ambientalmente. Apresenta-se justificativa técnica para a alternativa selecionada como mais favorável. Ressalte-se que os estudos propostos foram fundamentados nas diretrizes urbanísticas apresentadas. 9.1 Sistema de Abastecimento de Água O estudo seguiu as recomendações normativas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, como também as prerrogativas e diretrizes usuais estabelecidas pela CAESB. As análises sobre as possíveis alternativas propostas basearam-se na estimativa dos quantitativos de água necessários ao perfeito abastecimento do empreendimento e, posteriormente, como poderiam ser implementadas. 9.1.1 PARÂMETROS DE PROJETO Para a estimativa das vazões necessárias ao abastecimento do empreendimento em tela, foram definidos o “per capita” de produção de água e os coeficientes do dia e da hora de maior consumo de água. 9.1.1.1 Per Capita de Produção de Água O projeto de urbanismo disponível apresenta uma estimativa de 3.105 habitantes como população residente e, como população flutuante, a estimativa de 58.974 pessoas por dia no Centro Metropolitano de Taguatinga. Foi considerado um per capita de consumo para população residente de 200 L/dia para os habitantes e per capita para população flutuante de 50 L/dia para funcionários e usuários. O per capita adotado para a população residente de 200 L/dia é um valor típico para consumo utilizado pela CAESB para outras localidades semelhantes. O per capita utilizado para a população flutuante foi obtido em Tsutiya (2006), que define um per capita de 50 L/dia para estabelecimento comercial, que são categorias de pequenos até grandes consumidores. 9.1.1.2 Coeficientes do Dia e da Hora de Maior Consumo de Água Conforme as recomendações das normas técnicas da ABNT, o valor usualmente utilizado pela CAESB é: • Coeficiente do dia de maior consumo: k1 = 1,2 e • Coeficiente da hora de maior consumo: k2 = 1,5. 256 9.1.1.3 População de Projeto O projeto de urbanismo apresentado indicou uma população máxima prevista para a área de 62.079 habitantes, sendo 3.105 habitantes nos 900 domicílios previstos (população residente) e 58.974 pessoas por dia (população flutuante). Os estudos para o cálculo das vazões de projeto fundamentaram-se no dia de maior consumo para o sistema produtor e de reservação, e na hora de maior consumo para o sistema de distribuição de água potável. Os resultados estão apresentados na Tabela a seguir. Tabela 44 – Demanda de Água Potável Tipo do População Residente (hab.) Sistema Abastecimento 3.105 Vazão (L/s) Média Máx. Diária Máx. Horária 7,19 8,62 12,94 de Água Potável Tipo do Sistema Abastecimento População Flutuante (hab.) 58.974 Vazão (L/s) Média Máx. Diária Máx. Horária 34,13 40,95 61,43 de Água Potável Tipo do Sistema Abastecimento População Total (hab.) 62.079 Vazão Total (L/s) Média Máx. Diária Máx. Horária 41,32 49,57 74,37 de Água Potável Conforme o usualmente adotado pela CAESB, a reservação mínima na área deverá ser de, aproximadamente, 1.500 m3, representando a terça parte do consumo máximo diário para a área. 9.1.2 ALTERNATIVAS DE ABASTECIMENTO No cenário nacional, o índice médio de atendimento urbano de abastecimento de água é de 93,1% para o ano de 2006, segundo informações disponibilizadas pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2007). Foram estudadas as alternativas de captação superficial em manancial, de captação em poços tubulares profundos e a interligação ao sistema da CAESB. A poligonal em estudo contribui para a unidade hidrográfica do rio Melchior, notadamente o ribeirão Taguatinga (afluente do mesmo). Os referidos cursos d’água são caracterizados por receber grande número de lançamentos de drenagem pluvial, provenientes da cidade de Ceilândia. Destaque é remetido para o rio Melchior, o qual se caracteriza como corpo hídrico receptor de esgotos sanitários depurados pelas Estações de Tratamento de Samambaia e Melchior, ambas sob a responsabilidade da CAESB. Assim, os corpos d’água disponíveis atualmente para a captação de água para o setor em estudo não são possíveis de serem aproveitados, pois eles não possuem a qualidade de suas águas compatível com o tratamento da água por processo de filtração direta e uma 257 preservação de suas bacias de drenagem que garantam uma melhoria das condições ambientais ao longo do tempo. Conforme os estudos hidrogeológicos, na área de influência direta do empreendimento ocorrem apenas dois tipos de aquíferos, um representado pelo domínio poroso e outro pelo domínio fraturado. Os referidos estudos desaconselham o uso do aquífero poroso para abastecimento urbano, pois apresentam perfil estreito, baixa vazão e são bastante susceptíveis a contaminação por agentes externos. Entretanto, a consideração de utilização de manancial subterrâneo para o abastecimento da população futura da área de projeto fica limitada frente ao Decreto Distrital nº 22.358, de 31/08/2001, que dispõe sobre a outorga de direito de uso da água subterrânea no território do Distrito Federal. No Artigo 11 desse Decreto, há a proibição do uso da água subterrânea para consumo humano em locais atendidos rede pública de abastecimento, rede essa presente nas quadras residenciais existentes nas cidades de Taguatinga e Ceilândia. Com relação à possibilidade de interligação do empreendimento em tela com o sistema da CAESB, o Distrito Federal é abastecido por 5 sistemas produtores de água, são eles: Torto/Santa Maria, Descoberto, Brazlândia, Sobradinho/Planaltina e São Sebastião. Compostos por um total de 594 unidades operacionais, esses sistemas produtores são responsáveis por (CAESB, 2008a): • Captar água bruta de mananciais superficiais ou subterrâneos; • Realizar bombeamentos nos casos necessários; • Tratar a água para que sejam atingidos os parâmetros de potabilidade estipulados pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde; e • Armazenar água tratada para abastecer a população do DF. Esse conjunto de sistemas produziu, em média, 18.902.750 m³ de água por mês, captando 60,8% da disponibilidade hídrica disponível nos mananciais. Dessa forma, a CAESB atendeu a 99,5% da população do DF, no ano de 2008 (CAESB, 2008a). O sistema existente, operado e mantido pela CAESB, mais próximo do empreendimento em epígrafe, e que atende as cidades de Taguatinga e Ceilândia, é o sistema Descoberto. O Sistema Descoberto, com disponibilidade hídrica de 6.624 L/s e uma vazão média de água tratada em 2008 de 4.301 L/s, abastece atualmente cerca de 65% da população atendida do Distrito Federal. A captação do rio Descoberto, maior manancial de abastecimento do DF, contribuiu com 99% da produção do Sistema Descoberto, o que corresponde a aproximadamente 61% do total da água de abastecimento produzida pela CAESB em 2008 (CAESB, 2008a). No Sistema Descoberto é importante destacar a Estação de Tratamento de Água do Rio Descoberto, ETA-RD1, com capacidade nominal de 6.000 L/s e elevado índice de automação, que proporciona otimização da produção com grande confiabilidade. A água de lavagem dos filtros, cerca de 200 L/s, é integralmente e continuamente reaproveitada no processo, onde o lodo produzido é adequadamente desidratado mecanicamente em centrífugas, sendo atualmente utilizado na recuperação de áreas degradadas, e estão em andamento os ensaios finais dentro do projeto para transformá-lo em tijolos. 258 As redes de distribuição abastecidas pelo Sistema Produtor do rio Descoberto têm apresentado desempenho normal, sem restrições ao abastecimento, exceto interrupções devido a serviços rotineiros de manutenção. Na cidade de Taguatinga, existem os reservatórios Apoiado Taguatinga Sul (RAP-TS1) e Elevado Taguatinga Sul (REL-TS1), em operação e que possuem capacidade total de 25.000 m3 e 500 m3, respectivamente. Na cidade de Ceilândia, os reservatórios em operação são: • Ceilândia Apoiado RAP-CE1 com 40.000 m3; • Ceilândia Elevado REL-CE1 com 500 m3; • M Norte Apoiado RAP-MN1 com 45.000 m3; • M Norte Apoiado RAP-MN2 com 30.000 m3. Em resposta à consulta, a CAESB considerou tecnicamente viável o atendimento do Centro Metropolitano de Taguatinga. O abastecimento virá da Estação de Tratamento de Água do rio Descoberto e, posteriormente, dos reservatórios RAP-TS e RAP-MN. 9.2 Sistema de Esgotamento Sanitário Este item apresenta o estudo preliminar para o sistema de esgotamento sanitário do empreendimento em pauta. O presente estudo avaliou a implementação do sistema de esgotamento sanitário para o empreendimento em estudo para atender uma população residente de 3.105 habitantes e população flutuante estimada de 58.974 pessoas por dia no Centro Metropolitano de Taguatinga. 9.2.1 PARÂMETROS DE PROJETO De forma análoga ao item abastecimento de água, para a definição das vazões de esgotos produzidos no empreendimento, foram considerados o mesmo per capita de produção de água e os coeficientes do dia e da hora de maior consumo (k1 e k2), acrescidos de: • Coeficiente de retorno esgoto/água c = 0,8; • Taxa de infiltração ti = 0,1 L/s x km; • Extensão média de rede L = 1,5 m/hab. Nesse contexto, é importante destacar que: • A taxa de infiltração adotada é a equivalente à média admitida entre as redes públicas e os ramais condominiais para empreendimentos de edifícios; e • O valor adotado da extensão média de rede coletora reflete a proposta do uso e ocupação da área em estudo, com edifícios residenciais e comerciais. 9.2.2 VAZÕES DE PROJETO As vazões de projeto estão indicadas na Tabela a seguir. 259 Tabela 45 – Dados de Vazão para o Sistema de Esgotamento Sanitário Tipo do População Residente (hab.) Sistema Esgotamento 3.105 Vazão (L/s) Média Máx. Diária Máx. Horária 6,22 7,37 10,82 Sanitário Tipo do Sistema Esgotamento População Flutuante (hab.) 58.974 Vazão (L/s) Média Máx. Diária Máx. Horária 36,15 41,61 58,00 Sanitário Tipo do Sistema Esgotamento População Total (hab.) 62.079 Vazão Total (L/s) Média Máx. Diária Máx. Horária 42,37 48,98 68,82 Sanitário 9.2.3 ALTERNATIVAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Segundo os dados disponibilizados pelo SNIS (2007), o atendimento urbano com coleta de esgotos em todo o Brasil é bastante precário. O índice médio nacional para o ano de 2006 é de apenas 48,3%. Em relação ao tratamento dos esgotos, os resultados são ainda mais preocupantes. Tomando-se por referência o índice de tratamento dos esgotos gerados, a média nacional é de somente 32,2%. No presente estudo, foram analisadas as alternativas de disposição individual por fossas sépticas, a implantação de um sistema independente de coleta, tratamento e destino final das águas servidas e a interligação ao sistema existente da CAESB. Especificamente na área do empreendimento, predominam solos com boa condutividade hidráulica na zona vadoza. Dessa forma, a implantação de um sistema individual, constituído de fossas sépticas seguidas por sumidouros ou valas de infiltração, é exequível. Entretanto, a previsão de elevação na densidade habitacional e a proximidade com áreas de preservação permanente (nascentes) indicam que a utilização de fossas sépticas pode não ser a melhor opção para a área como sistema definitivo. A poligonal em estudo contribui para o ribeirão Taguatinga, afluente e integrante da unidade hidrográfica do rio Melchior. O rio Melchior é um corpo hídrico receptor de esgotos sanitários das Estações de Tratamento Melchior e Samambaia, as quais são operadas sob a responsabilidade da CAESB. A alternativa da implantação de um sistema independente de coleta, depuração e lançamento final de águas servidas para a área em estudo está limitada no corpo hídrico receptor, pois o rio Melchior já é utilizado pela CAESB. Assim, um novo lançamento de esgotos sanitários tratados neste rio iria implicar em um efeito cumulativo que deve ser estudado em detalhes. Logo, o presente estudo desaconselha a opção da instalação de um sistema independente de depuração e lançamento nos cursos d’água da região. Com relação à possibilidade de interligação ao sistema da CAESB, conforme CAESB (2008b), atualmente, o sistema de esgotamento sanitário no Distrito Federal atende, aproximadamente, 93% da população total com coleta de esgotos, sendo que 100% do volume coletado de esgotos recebem tratamento em 17 (dezessete) Estações de Tratamento de Esgotos (ETE’s) em plena carga. 260 O sistema de esgotamento sanitário, existente e operado pela CAESB, mais próximo do empreendimento em estudo, é o que atende as cidades de Taguatinga e Ceilândia, com coleta das águas residuárias e encaminhamento para a ETE Melchior. A Carta-Consulta à CAESB foi respondida, relatando ser possível o atendimento do Centro Metropolitano de Taguatinga por meio do referido sistema de esgotamento sanitário. O subsistema de esgotamento de Taguatinga possui quatro planos distintos de escoamento, contendo: rede coletora; três interceptores; duas estações elevatórias e um interceptor até a ETE Melchior. A rede coletora em Taguatinga caracteriza-se por drenar as seguintes áreas: setores QNL, M-Norte e Setor de Oficinas; bairro Águas Claras; setores da parcela sul da cidade (Quadras QSA a QSF e Vila Areal) e porção norte (Quadras QNA a QNF). O sistema existente e que atende aos setores QNL, M-Norte e Setor de Oficinas funciona inteiramente por gravidade e caracteriza-se como condominial em algumas quadras do setor M-Norte e convencional no restante. Na parcela leste desses setores há o interceptor Cortado Margem Direita. A segunda bacia de contribuição, que abrange a cidade de Águas Claras, encontra-se em fase de implantação, sendo constituída por um único plano de escoamento, que contém estação elevatória, linha de recalque e uma caixa de transição. Essas unidades, no futuro, proporcionarão a transposição para a bacia de drenagem de Taguatinga. Atualmente, existe em operação um sistema provisório, bombeando as águas residuárias para o sistema de esgotamento da ETE Sul. O terceiro plano de escoamento, formado pelos setores situados na parcela sul da cidade de Taguatinga, é caracterizado por uma rede coletora do tipo condominial na Vila Areal e convencional em todo o restante. Devido às condições topográficas, na Vila Areal, todos os esgotos são reunidos em um único ponto e bombeados para o interceptor Taguatinga Sul. A área de esgotamento da porção norte de Taguatinga é caracterizada por ser somente do tipo convencional. A Estação Elevatória QNG/QNH recalca os esgotos sanitários coletados nessas quadras para o interceptor Cortado Margem Esquerda, que também recebe as contribuições singulares das Quadras QNA a QNF e encaminha todos os efluentes líquidos para o interceptor até a ETE Melchior. A ETE Melchior atende as cidades de Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras (futuro) e parte de Samambaia, já de domínio da CAESB, com uma capacidade máxima de 2.495 L/s a nível terciário. A população de projeto é de 896.799 habitantes, correspondente a vazão média de 1.500 L/s (CAESB, 2008b). 9.3 Sistema de Drenagem Pluvial Os sistemas de drenagem urbana existentes no Distrito Federal foram implantados utilizando bases conceituais de um sistema tradicional, sendo constituído de: sarjetas, canaletas, bocas de lobo, galerias, poços de visitas e lançamento final. No que se refere à captação, a NOVACAP (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) tem adotado ao longo do tempo uma padronização, objetivando otimizar a eficiência da mesma quanto ao volume de água captado e à redução dos custos. Quanto às redes já implantadas, são compostas de condutos circulares, variando de 400 a 1.500mm de diâmetro e de galerias quadradas, construídas em concreto armado, com lados de 1,65 a 3,00m. Essa padronização tem a finalidade de facilitar a execução das mesmas e de reduzir custos. 261 As cidades regularizadas no Distrito Federal possuem sistemas de drenagem tradicionais, os quais não minimizam adequadamente os impactos ambientais negativos provenientes do lançamento de descargas nos cursos d’água com elevada velocidade e com grande quantidade de particulados. Tal fato implica, dentre outros, a erosão de base e o assoreamento de corpos hídricos. A partir do Programa de Saneamento Básico do Distrito Federal, em 2001 (financiamento de 50% pelo BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento e 50% pelo Governo do Distrito Federal), houve uma preocupação maior com a redução de processos erosivos nos lançamentos de drenagem pluvial, exigindo a instalação de dissipadores de energia tipo impacto (mais eficientes na redução da energia hidráulica que os dissipadores fundamentados em ressalto hidráulico), reservatórios de detenção e dispositivos de recarga artificial de aquífero. É importante ressaltar que o órgão ambiental competente licencia ambientalmente os pontos de lançamentos de drenagem pluvial nos cursos d’água, bem como os dispositivos de infiltração de águas no solo. Um aspecto importante sobre os lançamentos de drenagem pluvial é a recente exigência de outorga de lançamento de efluentes líquidos pela ADASA (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF), a qual necessita de informações quantitativas e qualitativas das águas urbanas a serem lançadas nos cursos d’água de domínio do DF. Nesse contexto, o sistema de drenagem pluvial é importante para reduzir os impactos ambientais negativos provenientes da implantação do empreendimento, com sua consequente elevação do escoamento superficial. Os estudos, ora apresentados, fundamentaram-se no “Termo de Referência para a Elaboração de Projetos Executivos de Sistema de Esgotos Pluviais” da NOVACAP, bem como nas normas usuais do IBRAM. A área em estudo possui dois sistemas de drenagem pluvial implantados, os quais precisam ser revistos, quando da execução do Centro Metropolitano de Taguatinga. O primeiro sistema de drenagem constitui-se em uma rede coletora dos pátios (frente e trás) da rodoviária de Taguatinga e lançamento a céu aberto após os taludes dos fundos do pátio de estacionamento. O cadastro técnico da NOVACAP indica a existência de uma rede coletora de concreto com diâmetro de 500 mm, 350 m de extensão e lançamento a céu aberto. O sistema de drenagem existente do Estádio é composto por duas redes coletoras, que se unem no PV-7 com 90º até alcançar o dissipador com cota de 1.085,531 m. Essa rede coletora que se inicia no Estádio e finaliza no dissipador é denominada de Ramal-1 e tem uma diferença de cota média de 3,0 m. O Mapa de Infraestrutura, em anexo, apresenta as redes cadastradas e disponibilizadas pela NOVACAP. Ressalte-se que o cadastro das redes da referida Companhia não é georeferenciado. É importante ressaltar, que o lançamento de águas pluviais a céu aberto está provocando aceleramento de processos erosivos e acúmulo de águas paradas nos períodos de chuvas intensas. Esse sistema deverá ser removido, antes da implantação do Centro Metropolitano de Taguatinga. A Figura 143 a seguir apresenta o ponto de lançamento a céu aberto da coleta de águas pluviais dos pátios da Rodoviária e a Figura 144 apresenta o local de acúmulo de águas pluviais. 262 Figura 143 - Lançamento a céu aberto do sistema de drenagem da NOVACAP Figura 144 - Área inundadas pelo lançamento a céu aberto da NOVACAP quando de chuvas intensas Foi encontrado um terceiro sistema de drenagem pluvial existente na área, caracterizado por coleta, PV’s e lançamento final em local não identificado. Essa rede não possui padrão construtivo da NOVACAP e encontra-se com PV’s obstruídos e com presença de resíduos sólidos e esgotos (coordenadas UTM 8.247.007 e 812.293). Essa rede não consta do cadastro técnico da NOVACAP e acredita-se que seja um sistema provisório para atender o 263 estacionamento do Terminal Rodoviário ou outra construção próxima. É importante destacar o acúmulo de lixo doméstico e a presença de vetores de doenças nos PV’s parcialmente destruídos. Esse sistema deverá ser removido quando da construção do Centro Metropolitano de Taguatinga. A Figura 145 apresenta a linha de tubulações e um PV obstruído do sistema de drenagem desconhecido, respectivamente. Figura 145 - Sistema de Drenagem Desconhecido 9.3.1 SITUAÇÃO PROPOSTA A implantação do sistema de drenagem no empreendimento deverá apresentar as seguintes unidades básicas: sarjetas, canaletas, bocas de lobo, galerias, poços de visitas e, principalmente, dissipadores tipo impacto antes dos pontos de lançamentos finais. Acompanhando o futuro sistema de drenagem pluvial do setor, o presente estudo ambiental estudou as seguintes alternativas para a redução do escoamento superficial: • Armazenamento na fonte, com a instalação de telhados verdes; • Infiltração no solo local com: Recarga artificial em áreas verdes, a proposta refere-se à execução de canteiros rebaixados, com desníveis inferiores a 30 cm, em relação aos níveis das calçadas. Essas áreas deverão ser gramadas com o objetivo de permitir a infiltração das águas pluviais; Pavimentos permeáveis, com armazenamento da água em reservatórios sob os pavimentos pelo tempo necessário para a sua infiltração no solo ou funcionar como um reservatório de detenção. Tais pavimentos são sugeridos para serem instalados sob os estacionamentos para veículos de passeios, os 264 quais possuem menor índice de compactação da base, quando comparados para locais com circulação de caminhões; Poços de infiltração dentro da malha urbana; Trincheiras de infiltração abaixo dos passeios, sendo uma variação da infiltração superficial, onde as águas pluviais escoadas são armazenadas nas trincheiras e de onde passam a escoar lentamente, favorecendo a redução dos volumes escoados e das vazões máximas de enchentes. Amortização do pico de cheias e retenção de resíduos sólidos e particulados das águas pluviais coletadas, com a instalação de reservatórios de detenção/qualidade, implantados dentro da poligonal do empreendimento, com o objetivo de não ampliar a cheia natural no ribeirão Taguatinga. Dentre todos os dispositivos listados, o presente estudo sugere as trincheiras de infiltração, por ser um sistema mais pesquisado e utilizado no Brasil e a construção de reservatórios de detenção. Nesse sentido, algumas pesquisas são relatadas a seguir. Segundo Bucharles et al (2007), as trincheiras de infiltração são constituídas por valetas preenchidas por material granular com índice de vazios em torno de 40% (seixo, brita, pedra-de-mão ou outro). Um filtro de geotêxtil é colocado envolvendo o material de enchimento, sendo recoberto por uma camada de material granular, formando uma superfície drenante. Além da função estrutural, o geotêxtil impede a entrada de finos no dispositivo, reduzindo o risco de colmatação precoce e podendo trabalhar, ainda, como filtro anticontaminante. Segundo Passarini et al (2007), além de ter uma relação harmônica de custo e benefício, redução do volume de escoamento superficial, ganho paisagístico, possibilidade de recarga do lençol freático e melhoria da qualidade das águas pluviais, as trincheiras ainda permitem que o espaço seja utilizado para outras atividades. Os benefícios das trincheiras podem ser descritos como: • O processo apresenta um excelente efeito de limpeza biológica; • Implicações técnicas reduzidas; • Simplicidade de manutenção; e • Podem ser usadas como zonas úmidas em períodos de seca ou áreas verdes de lazer. Segundo Goldenfum (2007) e Bucharles et al (2007), trincheiras de infiltração ou percolação não são recomendáveis nos seguintes casos: • Profundidade do lençol freático no período chuvoso menor que 1,20 m, abaixo do fundo do leito de percolação; • Camada impermeável a 1,20 m ou menos do fundo do leito de percolação; • O leito de percolação está preenchido (ao menos que este preenchimento seja de areia ou cascalho limpos); 265 • Os solos superficiais e subsuperficiais são classificados, segundo o SCS, como pertencentes aos grupos hidrológicos C ou D; • O solo suporte deve apresentar taxas mínimas de infiltração de 12 mm/h (solo natural) e de 8 mm/h (solo saturado); e • Não devem ser instaladas sobre aterros ou em terrenos de grande declividade. Segundo Passarini et al (2007), as águas de origem pluvial possuem carga poluente equivalente à carga poluente presente nos esgotos sanitários, não podendo ser desprezada quando se trata da qualidade do meio receptor (em geral os cursos d’água do meio urbano). A diferença crucial é que a poluição transportada pelas águas do escoamento pluvial é composta, essencialmente, por materiais em suspensão e metais pesados. Esses autores relatam como eficiência da trincheira de infiltração, uma redução de 60 a 69% para diversos poluentes e, 98% na remoção de bactérias. A poluição de águas pluviais pode ter como consequência a contaminação do solo, do lençol freático e corpos receptores e a disseminação de doenças. Com relação ao reservatório de detenção, Tucci, Porto e Barros (1995) esclareceram que o objetivo dos reservatórios de detenção é minimizar o impacto hidrológico da redução da capacidade de armazenamento natural da bacia hidrográfica, com as seguintes vantagens e desvantagens: • Custos reduzidos, quando comparados a um grande número de controles distribuídos; • Custo menor de operação e manutenção; • Facilidade de administrar a construção; • Dificuldade para se encontrar locais adequados; • Custo de aquisição de área; • Restrição da população local quanto a sua existência. Conforme Bezerra e Curi (2009), o telhado verde é uma proposta inovadora que auxilia no gerenciamento do problema de coleta de água de chuva, podendo, ao mesmo tempo, melhorar o desempenho térmico e o embelezamento de edificações. Entretanto, a definição da declividade máxima do telhado, a fim de se evitar perda de solo durante precipitações intensas; os tipos de plantas adaptadas para a nossa região e a necessidade ou não de irrigação no período de estiagem ainda são aspectos que estão em estudos por pesquisadores. Logo, o presente estudo ambiental não recomenda tal alternativa. A área do empreendimento está inserida na área de drenagem do ribeirão Taguatinga, pertencente à Unidade Hidrográfica do rio Melchior. O rio Melchior é tributário do rio Descoberto, a jusante da barragem de regularização de vazão com mesmo nome, e é integrante da Região Hidrográfica do rio Paraná. Os estudos geomorfológicos indicaram características encontradas na área de influência direta, tais como relevo uniforme, declividade moderada, desenvolvimento de cobertura pedológica com boa drenagem, as quais definem para a Área de Influência Direta do empreendimento um padrão favorável à ocupação urbana, entretanto, com a necessidade 266 da implantação de um sistema de drenagem pluvial, com reservatórios de detenção antes do lançamento no ribeirão Taguatinga (evitar aporte de sedimentos e amortizar o pico de cheias para esse curso d’água). Quanto ao tipo de solo existente na área do empreendimento prevista para ocupação urbana há o predomínio dos Latossolos e Cambissolos, onde se pode inferir que a potencialidade de erosão dos mesmos é moderada. Já a vegetação existente na área de interesse está totalmente antropizada, apesar de existirem alguns pequenos remanescentes de mata ciliar nas margens do ribeirão Taguatinga. A drenagem urbana poderá ser realizada por meio de 06 (seis) bacias de contribuição no empreendimento. Essa concepção foi admitida a partir da altimetria de Plantas SICAD (curvas de nível de 5 m em 5 m). Nesse sentido, foram previstos reservatórios de detenção, em cotas altimétricas mais reduzidas, nas sub-bacias 02 a 05. Não foi planejado reservatório na sub-bacia 01, devido à carência de áreas livres. Tais reservatórios são apresentados no Mapa de Infraestrutura em anexo. 9.3.1.1 Método de Cálculo Para se estimar as vazões das bacias de contribuição, foi utilizado o Método Racional, método usualmente adotado pela NOVACAP para bacias de contribuição inferiores a 300 ha. O método utiliza a seguinte expressão: Q=nxcxixa Onde: Q = vazão (L/s); n = coeficiente de distribuição; c = coeficiente de escoamento superficial da área contribuinte; i = intensidade de chuva crítica (L/s x ha); a = área da bacia contribuinte (ha). 9.3.1.2 Parâmetros de Projeto Os seguintes parâmetros de projetos foram utilizados para a estimativa de vazões na bacia de drenagem da área do empreendimento: Coeficiente de Distribuição (n) Para o cálculo do coeficiente de distribuição, a NOVACAP adota as seguintes definições: n = a-k 267 Onde: n = coeficiente de distribuição; a = área de drenagem da bacia contribuinte (ha); k = 0,00 para áreas até 10 ha; k = 0,05 para áreas entre 10 e 50 ha; k = 0,10 para áreas entre 50 e 150 ha; k = 0,15 para áreas entre 150 e 300 ha. Coeficiente de Escoamento Superficial da Área Contribuinte (c) Para a estimativa do coeficiente de escoamento superficial foram consideradas as exigências usuais da NOVACAP, sendo que para sua determinação é necessário o cálculo de uma média ponderada entre as áreas impermeáveis e permeáveis no empreendimento em estudo. Nesse sentido, foi adotado o valor de c=0,15 para a situação atual (solo exposto e alguns remanescentes de mata ciliar) e c=0,70 para o cenário futuro (edifícios e área verde). Intensidade Chuva Crítica (i) Utilizou-se a curva de intensidade x duração x frequência da chuva recomendada pela NOVACAP. A equação da curva é apresentada a seguir: i = 21,7 * Tr 0,16 * 166,7 (t + 11)0,815 Onde: i = intensidade de chuva (L/s x ha); Tr = tempo de recorrência (anos); t = tempo de concentração (min); 166,7 = coeficiente de transformação de mm/min em L/s x ha. O tempo de recorrência indica o tempo que a maior chuva de um período leva para acontecer novamente, pelo menos uma vez. Segundo orientações da NOVACAP, deverá ser adotado o tempo de recorrência de 05 anos por ser um valor frequentemente utilizado para obras desta natureza nas cidades satélites do Plano Piloto. O tempo de concentração reflete o tempo de deslocamento de um pingo de água do mais distante ponto da bacia até o ponto onde vai ser captada. Para determinação da intensidade de chuva crítica foram calculados os tempos de duração da chuva e igualados aos tempos de concentração. 268 Os parâmetros adotados para as estimativas de vazões para o empreendimento são apresentados na Tabela 46. As vazões estimadas na bacia de contribuição, considerando a situação atual (sem urbanização) e a futura (com o empreendimento) são apresentadas na Tabela 47. Aspectos Propostos para o Sistema de Drenagem Pluvial O Projeto de Drenagem pluvial deverá ser executado buscando atender a todos os parâmetros supramencionados e deverão apresentar ainda: • Número de trechos; • Número de postos de visita; • Cotas topográficas do terreno; • Área de contribuição de cada PV e de cada boca de lobo; • Comprimento dos trechos; • Diâmetro das tubulações; • Declividade das tubulações e dos terrenos onde elas serão instaladas; • Velocidade da água; • Lâmina d'água; • Profundidade; e • Degraus, quando necessários. 269 Tabela 46 - Parâmetros de Projeto para Drenagem Pluvial Parâmetro de Projeto Unidade Área de Drenagem Coeficiente de Distribuição Tempo de Entrada na 1a Boca de Lobo Diâmetro Médio da Rede Declividade Média da Rede Velocidade Média Estimada Comprimento Estimado – Maior Coletor Tempo das Águas nas Tubulações ha - Tempo de Concentração Total Intensidade da Chuva Crítica Sub-Bacia de Contribuição de Escoamento Superficial 1 2 3 4 5 6 4,84 8,20 11,88 22,77 51,16 70,06 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 min mm m/m m/s 15,00 600 0,04 3,60 15,00 600 0,06 3,80 15,00 800 0,05 3,70 15,00 800 0,04 3,60 15,00 800 0,08 4,00 15,00 1.000 0,08 4,00 m 470,00 520,00 510,00 730,00 1.100,00 960,00 min 2,18 2,28 2,30 3,38 4,58 4,00 min L/s x ha 17,18 308,02 17,28 307,09 17,30 306,94 18,38 297,70 19,58 288,11 19,00 292,67 Tabela 47 - Resultados de Drenagem Pluvial Sub-Bacia de Contribuição 1 2 3 4 5 6 Área (ha) 4,84 8,20 11,88 22,77 51,16 70,06 Coef. Distrib. 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Coef. Escoamento Original Futuro 0,15 0,70 0,15 0,70 0,15 0,70 0,15 0,70 0,15 0,70 0,15 0,70 Intens. Chuva Crít. (L/s x ha) 308,02 307,09 306,94 297,70 288,11 292,67 Vazão Máxima (L/s) Original Futura 223,62 1.043,57 377,72 1.762,70 546,97 2.552,54 1.016,78 4.744,97 2.210,97 10.317,84 3.075,66 14.353,07 270 Assim, a vazão estimada de águas pluviais na área do empreendimento totaliza, quando da saturação do mesmo, 34,77 m3/s em direção ao ribeirão Taguatinga. Os lançamentos de drenagem no referido ribeirão aqui propostos seguiram a topografia da região e foram agrupados, na medida possível, a fim de evitar a instalação de infraestrutura de tubulações na área da ARIE JK. Nesse sentido, os lançamentos de drenagem pluvial foram: • Lançamento 1 – Sub-Bacias 1 e 2; • Lançamento 2 – Sub-Bacia 3; • Lançamento 3 – Sub-Bacias 4 e 5; e • Lançamento 4 – Sub-Bacia 6. Em virtude da ocupação urbana proposta para a área em tela, ás águas pluviais a serem coletadas na área deverão possuir padrão convencional, com valores médios de: Demanda Bioquímica de Oxigênio de 0,4 kg/ano; Nitrogênio Total de 74,4 kg/ano e Fósforo Total de 8,9 kg/ano. A elevada descarga máxima estimada para o setor implica na necessidade da instalação de dispositivos de amortização de pico de cheias, sendo sugerido trincheiras de infiltração e reservatórios de detenção. Tais reservatórios deverão ser dimensionados a partir da diferença entre o volume escoado estimado quando do cenário de uso rural (fase anterior a ocupação urbana) e o volume escoado estimado quando da situação de ocupação urbana plena. Assim, os reservatórios de detenção funcionarão para amortecer o pico de cheias do escoamento superficial do empreendimento em estudo até o ribeirão Taguatinga, minimizando os riscos de extravasamentos e aceleramento de processos erosivos na calha do referido curso d’água. No plano de uso e ocupação elaborado pela SEDUMA não foram previstas áreas para abrigar os reservatórios de drenagem pluvial. Apenas o futuro Centro Administrativo do GDF possui área definida para o seu reservatório de detenção, próximo ao limite da ARIE JK. Assim, os reservatórios de detenção foram previstos para terem área horizontal com, aproximadamente, 3% da área de contribuição de drenagem (construção dos reservatórios, taludes de segurança e cercas), profundidade útil de 2,0 m, descarga de fundo, vertedor e grades nas saídas de fundo e vertedor. Logo, o presente Estudo Ambiental sugere a reservação das seguintes áreas: • Sub-Bacia de contribuição 1 – área de 1.500 m2; • Sub-Bacia de contribuição 2 – área de 2.500 m2; • Sub-Bacia de contribuição 3 – área de 3.600 m2; • Sub-Bacia de contribuição 4 – área de 6.800 m2 (já previsto); • Sub-Bacia de contribuição 5 – área de 15.400 m2; e • Sub-Bacia de contribuição 6 – área de 21.000 m2. 271 O Mapa de Infraestrutura apresenta a localização sugerida dos referidos reservatórios de detenção, os quais deverão ser reavaliados quando da elaboração dos projetos de urbanismo e drenagem pluvial para o setor. É importante esclarecer que está prevista a construção de três reservatórios de detenção para a complementação do sistema de drenagem pluvial da cidade Ceilândia em consonância com o sistema Metroviário (estação Onoyama), localizados após a confluência da rodovia DF-457 e o ribeirão Taguatinga (situados também no Desenho de Sistema de Drenagem Pluvial). Em assim sendo, as águas pluviais coletadas nas sub-bacias de contribuição 1 e 2 poderão seguir, diretamente, para tais reservatórios projetados de Ceilândia, eliminando a necessidade da instalação de reservatórios no interior da poligonal do empreendimento em tela. A possibilidade ou não dessa interligação deverá ser verificada quando da elaboração do projeto de drenagem pluvial para o setor em análise, com a consequente emissão da Licença de Implantação. A priori, partindo-se do pressuposto que tal interligação com o sistema proposto da cidade de Ceilândia não é viável, havendo a necessidade da construção de reservatórios de detenção em todas as sub-bacias de contribuição do Centro Metropolitano de Taguatinga, o presente estudo propõe a concepção de um sistema de drenagem na área do empreendimento em 06 (seis) bacias de contribuição e caracterizadas, fundamentalmente, pela necessidade de: • Trincheiras de infiltração sob os futuros passeios da área e em áreas propícias (Goldenfum, 2007 e Bucharles et al, 2007); • Sarjetas nas vias de acessos pavimentadas; • Bocas de lobo; • Rede coletora; • Galerias; • Unidades de recarga de aquífero a partir das águas de chuva incidentes nos telhados das edificações (a água de chuva incidente nos telhados possui melhor qualidade para a recarga, porque possui menor quantidade de particulados e detritos existentes no solo natural). Somente sondagens a percussão e análises de permeabilidade do solo local poderão indicar a capacidade e as áreas mais adequadas para a instalação de tais unidades. A previsão de tais unidades de recarga visa melhorar a situação futura do lençol freático da região, mas não é obrigatória a sua implantação, pois as unidades de recarga não foram consideradas nas simulações de vazões; • Construção de reservatórios de detenção para receber as águas pluviais coletadas do empreendimento em tela, com posterior lançamento no ribeirão Taguatinga. Os reservatórios de detenção deverão ser projetados para reter partículas sólidas compatíveis com o grão de areia, funcionando também como uma “caixa de areia”, unidade exigida na entrada de estações elevatórias e estações de tratamento de esgotos. A caixa de areia é importante para evitar a entrada de resíduos sólidos e particulados com dimensões semelhantes ao grão de areia (evitar aporte de sedimentos para o ribeirão Taguatinga); • Implantação de galerias e lançamentos finais do empreendimento até o ribeirão Taguatinga; 272 • Construção de dissipadores de energia tipo impacto para os lançamentos previstos no ribeirão Taguatinga; e • Elaboração de um estudo de avaliação de riscos de enchentes no ribeirão Taguatinga, com: Levantamentos topográficos para o cadastrado dos pontos de lançamentos de drenagem já existentes; Levantamento topográfico ao longo do ribeirão Taguatinga, desde as suas nascentes até o rio Melchior, em uma faixa de 30 m para cada lado a partir do limite de cheias do curso d’água; Elaboração de mapa temático; Utilização de modelo matemático hidrológico precipação-vazão; Determinação de variáveis necessárias ao modelo hidrológico, tais como: áreas de contribuição, declividades, tipos de ocupação, comprimentos dos trechos dos cursos d’água, dimensões de seções transversais típicas do córrego, vazões de lançamentos de drenagem já existentes, etc.; A determinação da capacidade hidráulica máxima possível de cada trecho no córrego, a fim de evitar riscos de enchentes; Avaliar a capacidade do reservatório de detenção para evitar os riscos previstos de enchentes; e Executar uma pavimentação alternativa dentro da poligonal do empreendimento, com bloquetes ou outro. Porém, deve-se sempre que possível manter uma cobertura vegetal, como gramas. Os pontos de lançamentos finais de drenagem pluvial no ribeirão Taguatinga serão definidos em função do respectivo projeto executivo (levantamento topográfico). A indicação dos lançamentos, neste estudo ambiental, visa somente agregar dados prévios ambientais mais propícios (vide Mapa de Infraestrutura em anexo). Para o tipo de solo encontrado na área do empreendimento, os dispositivos de recarga artificial do lençol subterrâneo são indicados somente quando a condutividade hidráulica saturada é superior a 10-6 m/s, normalmente para Latossolos. Acredita-se, a priori, que as sugestões contidas neste estudo, notadamente a execução de sistema de recarga, reservatórios de detenção e dissipadores de energia nos lançamentos no ribeirão Taguatinga sejam suficientes para minimizar os impactos ambientais negativos provenientes da implantação do empreendimento. A Carta-Consulta à NOVACAP foi respondida, indicando a existência de rede de águas pluviais implantada na área em estudo. Esclarece ainda, que tais redes atendem exclusivamente o Estádio Serejão e o Terminal Rodoviário e deverão ser reestruturadas. A NOVACAP ponderou ainda, sobre a necessidade de consultar ao Metrô/DF e DER/DF, uma vez que existem redes executadas por estes órgãos e não constante aos seus cadastros. Nesse contexto, o Metrô/DF foi consultado e respondeu mediante a Carta nº 369/2009, constando, fundamentalmente: 273 • Interferências futuras com a implantação da estação Onoyama, localizada no cruzamento da via de ligação entre as cidades de Taguatinga e Samambaia e a via EPCN; • Interferências existentes com a estação Centro Metropolitano de Taguatinga, situada no canteiro central da Via EPCN; • Interferências futuras com o terminal de integração de Ônibus e Metrô da estação Centro Metropolitano; • Interferência existente para a metrovia e sua faixa de servidão; • Redes existentes e futuras de drenagem pluvial, objetivando a coleta de águas pluviais ao longo do trajeto do sistema metroviário e em parcelas ainda não atendidas da cidade de Ceilândia. A rede projetada constitui um remanejamento e uma ampliação da capacidade existente de coleta de águas pluviais, com lançamento no ribeirão Taguatinga. Essa rede principal possui trajeto final acompanhando a rodovia EPCN até o viaduto com a rodovia DF-459, em seguida acompanha a DF-459 até o lançamento final no ribeirão; e • Alertou a presença de unidades existentes da empresa OI Telecomunicações. A referida resposta do Metrô/DF esclareceu que a drenagem para o futuro Centro Metropolitano de Taguatinga deverá ser executada em uma rede específica, com lançamento também no ribeirão Taguatinga. Logo, não há a previsão, atualmente, de interligação das sub-bacias 1 e 2 do Centro Metropolitano de Taguatinga com a rede do Metrô. Entretanto, o presente estudo ambiental insiste nessa possibilidade de interligação, a fim de se evitarem mais intervenções dentro da poligonal da ARIE JK. Tal cenário deverá ser reavaliado quando da elaboração do projeto de drenagem da área em tela. Esclarece-se que a empresa OI foi consultada e sua resposta encontra-se no item referente à Telefonia Fixa. Com relação à solicitação de informações à drenagem pluvial do sistema viário contíguo ao empreendimento, o DER/DF informa que a rodovia DF- 459 atravessa a poligonal do parcelamento, tendo uma faixa de domínio de 130 m, extensão aproximada de 2,7 km e está em fase de construção. A rede de drenagem desta rodovia está prevista dentro de sua faixa de domínio e o seu lançamento se dará no ribeirão Taguatinga, entretanto, o projeto final estará à disposição somente após a entrega do “as built”. 274 10 PROGNÓSTICO AMBIENTAL O prognóstico ambiental sobre a evolução do meio ambiente considera os impactos potenciais durante a construção, após a conclusão das obras e durante a operação do empreendimento e implementação dos programas ambientais, confrontando com a situação atual caracterizada no diagnóstico. A proposição urbanística tem a intenção de proporcionar uma ocupação planejada e a integração com o entorno próximo e com as cidades de Ceilândia e Taguatinga, estruturando-se por meio do sistema viário hierarquizado. A destinação de áreas para equipamentos comunitários, espaços livres de uso público e de convivência social prevê a integração com os espaços privados, proporcionando, a um só tempo, conforto ambiental, prazer estético e fácil identificação e acessibilidade dos lugares. 10.1 Cenário de Evolução do Meio Ambiente com o Empreendimento Ao se analisar a inserção do empreendimento num cenário futuro, foram identificados, descritos e avaliados seus impactos potenciais, seus benefícios e, respectivamente, as alternativas que os minimizem ou maximizem, tanto nas fases de planejamento, como de implantação e de operação. As intervenções aqui previstas destinam-se a implantar um projeto urbanístico na área, contemplando: demarcação de lotes, arruamentos, pavimentação, projetos de saneamento básico (sistema de abastecimento de água, de drenagem pluvial, coleta, tratamento e disposição de esgotos sanitários e de resíduos sólidos), incrementar áreas comerciais, de administração pública, culturais e residenciais, proporcionar a interligação dos espaços, fomentar o desenvolvimento social e econômico e gerar emprego e renda na região de Taguatinga e Ceilândia. No Distrito Federal, grande parte das oportunidades de emprego se localiza basicamente no setor de serviços (setor público) associada à exigência de um nível adequado de qualificação profissional. Em consequência, embora possua o maior nível de renda “per capita”, o DF registra principalmente em suas áreas suburbanas (as chamadas “cidades satélites”) uma crônica deficiência na oferta de trabalho. Em 2005, a taxa de desemprego de Brasília alcançou a faixa de 14,5%, superior à média nacional de 9,3%, segundo a PNAD/IBGE (Estatística de Desemprego). A ausência de oportunidades de emprego nas áreas suburbanas, correlacionada às elevadas taxas de migração, principalmente de mão de obra com baixo nível de escolaridade, resulta em elevadas taxas de desemprego. Atualmente, observa-se que a taxa de desemprego no Distrito Federal é a menor dos últimos doze anos, mas ainda é superior à taxa de desemprego brasileira. Os problemas do sistema viário e de trânsito estão intimamente ligados com o incremento populacional e com a dinâmica do desenvolvimento urbano do Distrito Federal. O crescimento da frota, os deslocamentos da população, a pouca ou incipiente urbanização, a falta de manutenção regular da pavimentação viária e o processo de ocupação desordenada do solo influem diretamente na capacidade do sistema rodoviário e urbano e na segurança do trânsito. Projetos de estruturação e complementação do sistema viário estão previstos para melhorar a acessibilidade e aumentar a segurança dos usuários. A atuação governamental tem buscado equacionar essas questões, mas tem atuado de forma isolada, fragmentada e desarticulada com os demais setores da sociedade. Novos 275 paradigmas devem ser adotados para o planejamento e a construção das bases de uma gestão ambiental integrada e sustentável: o fortalecimento institucional, o exercício da transversalidade entre as diversas esferas governamentais, a descentralização do processo decisório e a criação de instâncias de participação e de controle social. As atividades do empreendimento focadas na consolidação das cidades de Ceilândia e Taguatinga como polos de desenvolvimento e de geração de renda, dentro dos princípios da sustentabilidade ambiental, acarretam predominantemente impactos positivos. No entanto, há que se fazer muito para enfrentar o desafio de ter o empreendimento implantado dentro dos princípios da sustentabilidade. Essa tarefa deve englobar governos, empresas e a sociedade civil. A urbanização, a expansão da malha urbana e a implantação de áreas de desenvolvimento econômico impõem ao Poder Público desafios crescentes, como a implantação de redes de saneamento básico; a adequação dos sistemas viários; o controle de processos erosivos; a recuperação de passivos ambientais; a redução das emissões atmosféricas, dos efluentes industriais e dos resíduos sólidos; a geração de emprego e renda; o combate à pobreza e às desigualdades sociais; a melhoria da qualidade de vida e a qualificação para o trabalho. Uma análise das diversas intervenções do empreendimento, especialmente na fase de construção, revela seu potencial para provocar impactos negativos e transtornos ao cotidiano da comunidade local, apesar de gerar emprego e renda: riscos de acidentes pela movimentação de máquinas e equipamentos, processos erosivos, produção de ruídos, vibrações e poeira e congestionamento das vias principais de acesso. A identificação, a descrição e a mensuração desses impactos são tratados no item Avaliação de Impactos e Medidas Mitigadoras, quando são salientados os agravos mais severos que podem surgir pela proximidade da ARIE JK. Visando minimizar os impactos decorrentes da implantação do empreendimento, alguns aspectos são considerados fundamentais: um refere-se à utilização de práticas mais harmônicas na utilização dos recursos naturais tais como a água, energia e controle da poluição. Outro se refere à utilização de materiais construtivos, tecnologias e processos sustentáveis, constituindo-se num modelo de ocupação com desdobramentos benéficos na educação ambiental da comunidade local e de usuários. A prevenção e a mitigação dos impactos estão contemplados nas ações e obras descritas no Plano de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos, integrante deste Relatório. Do Programa de Educação Ambiental esperam-se reflexos positivos pela sensibilização de empresários e trabalhadores para atendimento de normas e na busca de solução de problemas ambientais. A limpeza e recuperação das áreas degradadas por depósitos irregulares de resíduos domésticos e da construção civil, os cuidados para o uso de áreas frágeis ou de grande sensibilidade ambiental como a ARIE Parque JK, as áreas marginais dos cursos d’água e o entorno das nascentes, a revitalização de espaços urbanos e a criação de áreas verdes possibilitarão uma melhoria da qualidade de vida e ambiental. A articulação entre os órgãos da Administração Pública, empresários, trabalhadores e membros da comunidade contribuirão para dar visibilidade ao empreendimento e propiciar condições adequadas do seu desenvolvimento e sustentabilidade. As intervenções destinadas a implantar a infraestrutura urbana, implantação de redes de drenagem pluvial, de água e esgoto sanitário são aguardadas com boas expectativas dos comerciantes, empresários ligados à construção civil, trabalhadores e usuários. Mesmo conhecendo os impactos negativos e os transtornos provocados pela movimentação de máquinas e equipamentos, pela produção de ruídos, vibrações e poeira e pelo congestionamento das vias principais de acesso, os entrevistados declararam estar 276 dispostos a suportar estes eventos transitórios e poder usufruir dos benefícios que o empreendimento proporcionará depois de implantado. As maiores expectativas, além da urbanização e saneamento básico, dizem respeito ao mercado imobiliário, com a venda e valorização dos imóveis. 10.2 Cenário de Não Implantação do Empreendimento O cenário de não implantação do empreendimento avalia a permanência da situação existente atualmente, ou seja, sustar todos os investimentos e programas projetados para a área. Do ponto de vista do meio ambiente, a adoção deste cenário resultaria aparentemente em menos impactos sobre a vegetação, sobre o consumo de água e sobre a capacidade de suporte dos corpos receptores da drenagem pluvial. No entanto, as condições paisagísticas e a qualidade ambiental atuais são precárias: processos erosivos causados pela drenagem pluvial, depósitos irregulares de resíduos domésticos e da construção civil e sucata proliferam por toda parte. Os riscos de contaminação do solo e das águas por estes depósitos irregulares tendem a se agravar e comprometer a saúde pública, se não houver um controle eficaz do uso e ocupação da área. Do ponto de vista social, este cenário frustra as expectativas de uma boa parcela da população do DF, especialmente da região de Ceilândia e Taguatinga. Com a suspensão das intervenções de cunho socioeconômico, a comunidade local, especialmente empresários, terão suas expectativas frustradas no que diz respeito ao incremento de áreas comerciais, educacionais, culturais e residenciais e o fomento ao desenvolvimento social e econômico das cidades de Ceilândia e Taguatinga e da região. Da mesma forma, ficarão descartadas as oportunidades de emprego, principalmente de mão-de-obra com baixo nível de escolaridade, mantendo-se ainda elevadas as taxas de desemprego, que hoje estão em torno de 14% da população economicamente ativa. Considerou-se ainda que a hipótese de localização do empreendimento em outra área pode não oferecer os mesmos atrativos em termos de transporte e proximidade dos centros consumidores e acarretar impactos mais severos, a depender da sensibilidade e da biodiversidade dos ecossistemas considerados. 277 11 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS A avaliação dos impactos ambientais é o estudo dos prováveis efeitos das intervenções dos projetos de urbanização e de infraestrutura sobre os atributos ambientais, sociais e econômicos das Regiões Administrativas de Ceilândia e Taguatinga. Serviram como subsídios técnicos a esta avaliação os seguintes documentos: • Os dados primários e secundários do diagnóstico relativos aos meios físico, biótico e socioeconômico; • Relatório de Impacto de Vizinhança – RIVI para o Centro Administrativo do GDF, elaborado em 2008; • PCA e PRAD relativos à Drenagem Pluvial do Centro Administrativo do GDF, elaborado em 2009; • PDOT/2009 - Lei Complementar nº 803, de 25 de abril de 2009; • Planos Diretores das Cidades de Ceilândia e Taguatinga; e • O arcabouço legal e o arranjo institucional das Secretarias de Estado do Governo do Distrito Federal e das Administrações Regionais. Os impactos ambientais foram avaliados utilizando-se técnicas de previsão e indicadores adequados para cada compartimento ambiental, considerando-se as diferentes fases do projeto de parcelamento urbano. Os impactos ambientais foram identificados a partir do cruzamento entre as ações previstas nas fases de planejamento, construção e operação, com os componentes ambientais estudados no diagnóstico. Ao se definir a metodologia nesse trabalho, optou-se por adotar uma série de procedimentos capazes de atender aos seguintes objetivos: • Prever a qualidade ambiental da região após a implantação do empreendimento, avaliando através de indicadores adequados as prováveis modificações e seus efeitos na dinâmica ambiental, social e econômica das áreas de influência; • Recomendar metodologias adequadas para os processos de implantação e de ocupação do empreendimento, identificando as agressões ambientais desnecessárias e propondo medidas capazes de minimizar seus custos e maximizar os benefícios ambientais e sociais; • Envolver, desde a fase inicial do projeto, os grupos de interesse e os órgãos governamentais relacionados com o empreendimento, visando otimizar a relação custo/benefício; • Identificar alternativas que poderão maximizar a satisfação de interesse coletivo, contribuindo para negociações e soluções de eventuais conflitos; • Adotar formas de compatibilização com as novas políticas, tendências emergentes e os planos governamentais de desenvolvimento do Distrito Federal e com as diretrizes e normas estabelecidas no Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT/2009. 278 11.1 Roteiro Metodológico A literatura técnica dispõe de um elenco variado de métodos para identificar e avaliar impactos ambientais, alguns privilegiando os aspectos quantitativos, outros os qualitativos, cuja escolha varia com a fase e as características básicas do empreendimento e com as especificidades físicas, biológicas e socioculturais das áreas de influência. A experiência tem demonstrado, no entanto, que todos os métodos apresentam deficiências e vantagens, havendo consenso de que a utilização de qualquer técnica, exclusivamente, não consegue expressar a multiplicidade dos fatores envolvidos. Ao se aplicar técnicas de dinâmica de grupo para discussão das interfaces do empreendimento com o meio ambiente, avaliando-as a partir de uma listagem preliminar dos impactos (“check list”), buscou-se o consenso do grupo, eliminando-se, por aproximações sucessivas, a subjetividade e o alto grau de incerteza que reveste o processo. Combinando os vários métodos de análise e de agregação de dados, foram desenvolvidos, passo a passo, os seguintes procedimentos básicos para a avaliação dos impactos: • Identificação de ações ou eventos geradores de impacto, salientando-se aqueles relacionados com a movimentação de equipamentos e maquinário para implantação da infraestrutura, com as áreas de empréstimo, para suprimento de matéria-prima, desmatamentos, terraplenagem, descartes, recuperação de áreas degradadas e com as atividades relacionadas com a operação do empreendimento; • Identificação e seleção de parâmetros físicos, bióticos, sociais, culturais e econômicos de maior relevância, apontados durante a fase de diagnóstico como passíveis de impactos; • Avaliação das interfaces do empreendimento com os parâmetros ambientais selecionados; • Identificação, descrição e avaliação dos impactos gerados em cada fase e classificação dos mesmos quanto à sua natureza (positivo ou negativo; direto ou indireto; local, regional ou estratégico; imediato, de médio ou longo prazos; temporário, permanente ou cíclico; reversível ou irreversível) e quanto à sua magnitude (fraco, moderado ou crítico); • Proposição de medidas preventivas, mitigadoras ou compensatórias, em função das características dos impactos gerados, considerando sua natureza, magnitude e temporalidade; e • Avaliação dos benefícios ambientais, sociais e econômicos associados ao empreendimento, que poderão ser potencializados pelos programas ambientais propostos. Assim, para caracterizar os impactos que ocorrerão foram gerados os seguintes instrumentos de avaliação: • Matriz de Impactos elaborada de forma a sistematizar as informações numa mesma estrutura e permitir a visualização das ações responsáveis pelos impactos mais significativos. Cada célula da matriz mostra a relação entre uma ação do empreendimento e um parâmetro ambiental, qualificando os impactos em positivos (■) ou negativos: fracos (), moderados () ou críticos (); 279 • Quadros-Síntese elaborados com o objetivo de identificar para cada uma das ações do empreendimento, a sequência dos impactos envolvidos, suas características e as respectivas medidas capazes de prevenir, minimizar ou compensar os impactos gerados; e • Texto descritivo contendo os resultados da avaliação, a descrição das ações e dos impactos mais relevantes e as propostas das medidas preventivas e mitigadoras. 11.2 Matriz de Impactos e Quadros-Síntese A partir de uma análise preliminar das características do empreendimento e com base nas conclusões do Diagnóstico Ambiental, foram identificadas as intervenções relacionadas com a urbanização e a ocupação do espaço urbano, correlacionando-as com os impactos mais significativos provocados ao meio ambiente. Dados da literatura e entrevistas com empresários e outros segmentos sociais permitiram detectar impactos que mereceram maior atenção no decorrer deste trabalho. Com o objetivo de prevenir práticas nocivas ao meio ambiente ou com potencial poluidor, foram propostas diretrizes e recomendações para procedimentos capazes de por em risco a saúde e o bem-estar das populações envolvidas, como por exemplo: tratamento e disposição adequada dos resíduos sólidos, controle e fiscalização de efluentes oriundos dos diversos estabelecimentos, o uso racional dos recursos naturais e o combate ao desperdício. 11.2.1 AÇÕES IMPACTOS DO EMPREENDIMENTO COM POTENCIAL DE CAUSAR Fase de Planejamento • Concepção dos projetos urbanísticos, de infraestrutura, saneamento e suas intervenções; • Concepção do sistema de drenagem pluvial com a inserção da dimensão ambiental; • Licenciamento e compensação ambiental. Fase de Implantação • Mobilização de mão de obra e instalação dos canteiros de obra; • Movimentação de equipamentos e maquinário: terraplenagem, escavações, compactação, pavimentação, implantação de redes de drenagem pluvial, de água, esgoto, eletricidade, telefonia, do sistema viário interno, de estacionamentos e praças; • Depósitos de bota-fora; • Compensação Florestal; • Recuperação de áreas degradadas e paisagismo. Fase de Operação • Dinamização socioeconômica (processo de licitação para venda de lotes e regularização fundiária); 280 • Fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e resíduos sólidos, energia elétrica e serviços públicos; • Inspeções sistemáticas e manutenção preventiva do sistema de saneamento (riscos de impactos por falhas operacionais, falta de manutenção ou irregularidades no sistema); e • Articulação político-institucional. 11.2.2 PARÂMETROS AMBIENTAIS PASSÍVEIS DE SOFREREM IMPACTOS Utilizando dados levantados na fase de Diagnóstico, foi possível elaborar uma relação preliminar de parâmetros ambientais passíveis de sofrerem impactos. Desta relação, foram selecionados aqueles de elevada representatividade, passíveis de monitoramento e de fácil identificação por métodos diretos (levantamentos de campo e interpretação de imagens de satélite) ou através da análise de dados secundários, resultando na seguinte listagem: • Qualidade do Ar; • Nível de Ruído; • Recursos Hídricos e Qualidade da Água; • Sistema de Drenagem; • Erosão; • Produção de Sedimentos; • Poluição do Solo; • Vegetação e Fauna; • Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação; • Taxa Demográfica; • Mercado de Trabalho; • Comércio e Serviços; • Infraestrutura Urbana; • Mercado Imobiliário; • Educação, Ciência e Tecnologia; • Saúde Pública e Bem-estar; • Segurança; • Cultura e Lazer; • Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico; 281 • Anseios e Expectativas da População. Completada a Matriz, procedeu-se à discussão e análise do conjunto de impactos gerados pelo projeto, utilizando-se os Quadros-Síntese que permitiram estabelecer relações do tipo causa-condição-efeito, além de uma descrição detalhada dos impactos e das medidas mitigadoras. Ressalte-se que a coluna dos impactos e a coluna das medidas mitigadoras não mantêm uma relação unívoca, portanto, para cada impacto pode haver mais de uma medida mitigadora, ou ainda, para dois impactos distintos pode haver apenas uma medida mitigadora. Desta forma, na apresentação dos Quadros-Síntese, não há um alinhamento estabelecido entre as colunas dos impactos e das medidas mitigadoras. 11.2.3 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS Para a classificação e avaliação dos impactos foram adotados os seguintes critérios: Qualificação • Positivo: impacto cujos efeitos se traduzem em benefício para melhoria da qualidade ambiental de um fator ou parâmetro considerado; • Negativo: impacto cujos efeitos se traduzem em prejuízo à qualidade ambiental de um fator ou parâmetro considerado; • Direto: impacto resultante da ação do empreendimento sobre um determinado parâmetro ambiental, também chamado de impacto de primeira ordem; • Indireto: impacto que resulta das alterações de um impacto de primeira ordem sobre um ou mais parâmetros ambientais, também chamado de impacto de segunda ou terceira ordem. Abrangência Espacial • Local: impacto cujos efeitos se fazem sentir apenas nas imediações ou no próprio sítio onde se dá a ação; • Regional: impacto cujos efeitos se fazem sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação; • Estratégico: impacto cujos efeitos têm interesse coletivo ou se fazem sentir em nível nacional. Duração e Periodicidade • Temporário: impacto cujos efeitos se manifestam em um intervalo de tempo limitado e conhecido, cessando uma vez eliminada a causa da ação impactante; • Permanente: impacto cujos efeitos se estendem além de um horizonte temporal conhecido, mesmo cessando a causa geradora da ação impactante; • Cíclico: impacto cujos efeitos se manifestam de forma intermitente e em intervalos de tempo determinados. 282 Dinamismo ou Reversibilidade • Reversível: impacto no qual o fator ou parâmetro ambiental afetado, uma vez cessada a ação impactante, retorna às suas condições originais; • Irreversível: impacto no qual o fator ou parâmetro ambiental afetado não retorna às suas condições originais, uma vez cessada a ação impactante. Temporalidade • Imediato: impacto cujo efeito se faz sentir imediatamente após a geração da ação causadora; • Médio prazo: impacto cujo efeito se faz sentir gradativamente após a geração da ação impactante; • Longo prazo: impacto cujo efeito se faz sentir decorrido longo tempo após a geração da ação impactante. Magnitude A magnitude constitui o parâmetro que tem por objetivo qualificar cada um dos impactos identificados, procurando sintetizar e consolidar a sua avaliação, considerando os diversos critérios adotados. Esta avaliação foi procedida através da análise individual de cada componente ambiental da área de estudo, frente às ações do empreendimento. Os seguintes critérios foram adotados: • Crítico: impacto cujo efeito resulta em alteração significativamente elevada para um determinado fator ou parâmetro ambiental considerado, podendo comprometer a qualidade do ambiente; • Moderado: impacto que resulta em alteração medianamente significativa para um determinado fator considerado ou parâmetro ambiental, podendo comprometer parcialmente a qualidade do ambiente; • Fraco: impacto que resulta em alteração pouco significativa para um determinado fator ou parâmetro ambiental, podendo ser considerados desprezíveis seus efeitos sobre a qualidade do ambiente. 283 MATRIZ DE IMPACTOS E QUADROS-SÍNTESE 284 PARÂMETROS AMBIENTAIS ⇒⇒⇒ Q U A L I D A D E D O A R N Í V E L D E R U Í D O S F A S E S R E C U R . H Í D R I C O S E Q U A L I D A D E EVENTOS ⇓ ⇓ ⇓ U S O E O C U P A Ç Ã O D O V E G E T A Ç Ã O E F A U N A S O L O A P P T A X A E D E M O G R Á F I C A U N I D A D E S D E C O N S E R V A Ç Ã O D A M E R C A D O C O M É R C I O D E E T R A B A L H O S E R V I Ç O S M E R C A D O I N F R A E S T R U T U R A I M O B I L I Á R I O E D U C A Ç Ã O , S A Ú D E E B E M E S T A R C I Ê N C I A U R B A N A S E G U R A N Ç A C U L T U R A E L A Z E R E T E C N O L O G I A Á G U A 01 – CONCEPÇÃO DOS PROJETOS URBANÍSTICOS, DE INFRAESTRUTURA E SANEAMENTO BÁSICO v 02 – CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM v P A T R I M Ô N I O H I S T Ó RI C O, C U L T U R A L E P AI S A GÍ S TI C O. A N S E I O S E E X P E C T A T I V A S D A P O P U L A Ç Ã O A 03 – LICENCIAMENTO E COMPENSAÇÃO AMBIENTAL 04 – MOBILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA E INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS v ■ v 05 – MOVIMENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E MAQUINÁRIO v v ■ v v ■ v B 06 – DEPÓSITOS DE BOTA-FORA 07 – COMPENSAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 08 – DINAMIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA C 09 – INFRAESTRUTURA* E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ■ ■ (*) Trata-se de riscos de impactos por falhas, falta de manutenção ou irregularidades no sistema. FASES: A – PLANEJAMENTO B – CONSTRUÇÃO C – OPERAÇÃO CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS: IMPACTOS NEGATIVOS: FRACO: MODERADO: v CRÍTICO: ■ IMPACTOS POSITIVOS: 285 Tabela 48 - Quadro Síntese dos impactos AÇ ÃO • • P L A N E J A M E N T O 1 – Concepção dos Projetos Urbanísticos, de Infraestrutura e Saneamento Básico. • • CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS IMPACTOS Participação da comunidade local no planejamento, através de reuniões e exposições do projeto, atendendo às suas demandas e necessidades. Oportunidades de reflexão sobre os problemas sociais, ambientais e econômicos que afetam a área, sobre os conflitos de uso e ocupação dos solos, e sobre o processo de desenvolvimento da região, que resultarão na busca de alternativas para sua solução. Criação de expectativas nos setores econômicos e possibilidades dos projetos não atenderem aos múltiplos interesses e demandas da sociedade e dos órgãos envolvidos, gerando entraves e reação desfavorável ao empreendimento. Riscos de se ter uma fragmentação de ações, pulverizando recursos humanos e financeiros, em detrimento de ações consideradas prioritárias. POSITIVO NEGATIVO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS Garantir a adequação das intervenções às novas leis e normas em vigor com relação aos processos construtivos, ao uso e ocupação do espaço e ao equacionamento das questões ambientais. P-D-L-I-P-I-C Manter articulações e consultas aos órgãos normativos e aos diversos segmentos sociais envolvidos, para potencializar os efeitos positivos do empreendimento. Buscar soluções compartilhadas para os conflitos de interesses entre as esferas governamentais, empresários e a sociedade civil organizada. P-D-L-I-P-I-C N-D-R-I-T-R-C Órgão Licenciador e demais Órgãos do GDF Empreendedor e Órgão Licenciador Empreendedor e Órgão Licenciador Consultas aos setores afetados, especialmente empresários, para atualizar o conhecimento sobre suas demandas e assegurar a devida consideração de seus pontos de vista. Empreendedor Garantir a participação social nos projetos, através de reuniões e Audiências Públicas que permitam às partes interessadas formar opinião sobre as intervenções propostas ou em andamento e apresentar soluções e alternativas para as questões mais relevantes. Empreendedor e Órgão Licenciador Manter um processo de atualização e revisão permanente dos projetos, utilizando equipes multidisciplinares para uma abordagem integrada dos problemas e racionalização das soluções. Empreendedor Garantir a transparência no processo de licitação dos lotes pela TERRACAP em atendimento às exigências da Lei 8666/93, criando oportunidades para o controle social do projeto e suas intervenções. Empreendedor N-I-E-MP-T-R-M LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 286 Tabela 49 – Quadro Síntese dos Impactos AÇ ÃO • P L A N E J A M E N T O CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS IMPACTOS 2 – Concepção do Sistema de Drenagem Pluvial Possibilidade de um dimensionamento inadequado dos equipamentos de drenagem, gerando fluxos concentrados de águas pluviais em direção aos corpos receptores, provocando inundações das vias públicas e das áreas edificáveis, com formação de ambiente favorável à proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças, além de ampliar a possibilidade de formação de processos erosivos. RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS Elaborar projetos da drenagem compatíveis com os volumes de lançamentos de água no sistema pluvial, após verificação da capacidade de suporte dos corpos hídricos receptores. NOVACAP e Firmas Contratadas Projetar bacias de contenção, visando diminuir a energia de água pluvial no corpo receptor e diminuir sua infiltração concentrada no solo, devido a problemas de colapsividade do solo local. NOVACAP e Firmas Contratadas N-D-L-I-P-I-C Priorizar a implantação de sistema de drenagem de águas pluviais com canalização subterrânea ou superficial, pavimentação e dispositivos de dissipação. • Recalques diferenciais, em casos de vazamentos ou drenagens mal projetadas, nos solos colapsíveis, com possibilidade de danos às edificações e leitos viários. N-D-L-MP-P-R-M Execução de estudos geotécnicos para determinar a capacidade de carga e resistência dos solos colapsíveis para minimizar recalques. Elaborar projetos de recomposição vegetal em solos expostos, com espécies nativas. Revisão sistemática dos dados de projeto durante a fase de implantação, com adequado dimensionamento de bueiros, sarjetas, meios-fios e bocas-de-lobo. CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS POSITIVO NEGATIVO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I NOVACAP e Firmas Contratadas Firmas Contratadas Firmas Contratadas Empreendedor, NOVACAP e Órgão Licenciador FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 287 Tabela 50 – Quadro Síntese dos Impactos AÇ ÃO • • P L A N E J A M E N T O 3 – Licenciamento e Compensação Ambiental • • • CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS IMPACTOS Os termos de referência, quando bem elaborados, induzem a um razoável consenso sobre as ações que devem ser priorizadas para solução dos problemas relacionados com os empreendimentos em processo de licenciamento. As exigências do órgão ambiental expressas no Termo de Referência para elaboração do EIA/RIMA permitem que a organização do espaço atenda; Às especificações técnicas emanadas dos diferentes órgãos normativos e licenciadores; À legislação e normas em vigor para o equacionamento das questões ambientais; Às demandas e expectativas dos diversos segmentos sociais envolvidos, principalmente empresários. O licenciamento ambiental, utilizado como processo de melhoria da qualidade ambiental e disciplinamento do uso e ocupação do solo, possibilita também ampliar o conhecimento sobre as potencialidades e os passivos ambientais da área de estudo. O processo pode criar falsas expectativas de que o licenciamento ambiental é a oportunidade única e exclusiva para solução de todos os problemas que ocorrem na área, gerando conflitos entre os diversos segmentos envolvidos. Possibilidade de haver uma supervalorização da compensação a ser paga, onerando indevidamente a implementação dos projetos e desestimulando investidores. POSITIVO NEGATIVO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS P-D-L-I-T-R-M P-D-L-I-P-I-M Articulação entre os órgãos da Administração Pública, empresários e lideranças locais para definir prioridades nas intervenções destinadas a prevenir, mitigar ou compensar os impactos causados pelos projetos. Empreendedor e Órgão Licenciador Buscar o entendimento do real alcance e dimensão do processo de licenciamento, atendendo-se aos princípios da razoabilidade e da racionalidade. Empreendedor e Órgão Licenciador Aplicar a compensação pelos impactos causados ao meio ambiente, de acordo com o Decreto 6848/2009, que deverá ser no máximo 0,5% do valor do empreendimento. Firma Contratada e Órgão Licenciador P-D-L-I-P-I-M N-D-L-I-T-R-M N-D-L-I-P-R-C LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 288 Tabela 51 – Quadro Síntese dos Impactos C O N S T R U Ç Ã O 4 – Mobilização de Mão de Obra • Dinamização do mercado de trabalho e perspectivas de desenvolvimento regional. P-D-R-I-T-R-M • Riscos de moradores. N-D-L-I-T-R-C • • • CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS IMPACTOS AÇ ÃO acidentes com operários e Adotar sinalizações adequadas das obras e procedimentos previstos no Plano de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos. N-D-L-I-T-R-M Emergência de aglomerações urbanas precárias, aumentando a demanda por serviços sociais. N-D-L-I-T-R-M DIRETO INDIRETO -D -I Empreendedor e demais Órgãos do GDF Empreendedor e Firmas Contratadas N-D-L-I-T-R-F Possibilidade de conflitos com as comunidades envolvidas e problemas de segurança. -P -N Nos processos de licitação, adotar como critérios de classificação das firmas empreiteiras, as propostas comprometidas com a sustentabilidade ambiental e valorização do capital humano. Contratação preferencial de mão de obra local, com redução dos custos dos deslocamentos diários, da sobrecarga no sistema de transporte e a consequente melhoria da qualidade de vida. Alterações do quadro de saúde e da realidade socioeconômica da região. POSITIVO NEGATIVO RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS Previsão de campanhas permanentes de capacitação e sensibilização de empresários e empregados, com objetivo de induzir a competitividade, aumentar a produtividade das empresas e a responsabilidade ambiental. LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I Firmas Contratadas Firmas Contratadas FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 289 Tabela 52 – Quadro Síntese dos Impactos • • C O N S T R U Ç Ã O • Contaminação do solo e água com óleos, graxas, detergentes e combustíveis oriundos de maquinários e caminhões. N-D-L-I-P-R-C • Assoreamento dos canais de drenagem pluvial, com reflexos danosos às terras e vias marginais. N-D-L-I-T-R-M • Presença de depósitos de lixo e entulho na área, prejudicando o andamento e os prazos das obras. N-D-L-I-T-R-M • Geração de resíduos sólidos nos canteiros de obras, nas escavações e na pavimentação das vias de acesso. N-D-R-MP-P-I-M Redução da recarga natural dos aquíferos em virtude da impermeabilização da superfície do terreno, como resultado da implantação da infraestrutura. POSITIVO NEGATIVO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I da de Firmas Contratadas N-D-L-I-T-R-M N-D-L-I-T-R-M • CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS Intensificação de processos erosivos com carreamento de solos pela utilização de práticas inadequadas de construção e retirada da cobertura vegetal. RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS Adotar procedimentos construtivos adequados quando movimentação de terra conforme disposto no Plano Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos. Aumento da turbidez nos corpos hídricos em decorrência de materiais em suspensão oriundos do lixiviamento do solo. 5 – Movimentação de Equipamentos e Maquinário - Abertura de Vias - Pavimentação - Edificações - Pátios - Estacionamentos CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS IMPACTOS AÇ ÃO Fiscalização das obras com o objetivo de garantir os cuidados ambientais expressos nos documentos de licenciamento (condicionantes estabelecidas pelos órgãos licenciadores e no Plano de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos). Remover os depósitos de lixo e entulho; gerenciar e destinar adequadamente os resíduos gerados na obra (Ver Plano de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos). Desenvolver tecnologias para reciclagem de resíduos da construção civil inertes, após processo seletivo para separá-lo de outros materiais de origens diversas (móveis, equipamentos domésticos, restos de podas, plásticos, tintas etc.). Firmas Contratadas e Órgão Licenciador Firmas Contratadas Firmas Contratadas Transferir os resíduos da construção civil inaproveitáveis para áreas pré-selecionadas e licenciadas pelos órgãos ambientais competentes. Firmas Contratadas Implantar obras retirando a cobertura vegetal na medida do estritamente necessário e reduzindo ao máximo a formação de rampas íngremes de escoamento de água. Firmas Contratadas N-I-E-MP-P-I-M LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E Implantar projetos paisagísticos e de recomposição vegetal imediatamente após o término das obras, visando reduzir os processos erosivos e garantir a infiltração das águas que alimentam os aquíferos. Firmas Contratadas Adotar soluções de pavimentação de vias e estacionamentos, do tipo bloquete que minimizem a impermeabilização ao nível de 60% da área (infiltração não concentrada). Firmas Contratadas IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 290 Tabela 53 – Quadro Síntese dos Impactos • • C O N S T R U Ç Ã O 5 – (Cont.) Movimentação de Equipamentos e Maquinário - Abertura de Vias - Pavimentação - Edificações - Pátios - Estacionamentos Alteração da composição da fauna e flora, destruição de micro-habitats e redução da biodiversidade na área de influência indireta. Poluição e riscos de acidentes com veículos pela queda de material transportado. • Produção de ruídos, vibrações e poeira. • Congestionamento das vias principais de acesso à área, por incremento do tráfego proveniente de máquinas e transporte de matéria prima, bem como eventuais reduções nas pistas de rolamento. • CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS IMPACTOS AÇ ÃO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I N-D-R-I-T-R-M N-D-L-I-T-R-M Riscos de acidentes de trânsito ou de trabalho por imperícia ou pela movimentação de veículos e maquinários. POSITIVO NEGATIVO N-D-R-MP-P-R-M N-D-L-I-T-R-M N-D-L-I-T-R-C LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO Adotar procedimentos construtivos que minimizem a supressão de vegetação propostos no Plano de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos. Firmas Contratadas Promoção de irrigação sistemática das vias de serviço, de forma a minimizar a produção de poeira. Recomposição da cobertura vegetal de acordo com os projetos de compensação ambiental, de recuperação de áreas degradadas e paisagismo. Aperfeiçoamento dos processos de monitoramento e visando o fiel cumprimento das especificações de exigências ambientais, o controle da erosão e da preservação do entorno e dos recursos hídricos e a qualidade de vida. fiscalização, projeto, das poluição, a melhoria da Firmas Contratadas Firmas Contratadas Firmas Contratadas e Órgão Licenciador Para prevenir acidentes que podem ter consequências quanto à responsabilidade civil e criminal, as empresas devem manter controle dos seguintes itens: habilitação do condutor para a categoria do veículo e prazo de validade e manutenção periódica dos itens básicos de segurança do veículo. Firmas Contratadas Recobrimento dos resíduos e materiais de construção transportados com lona, evitando-se o excesso de carregamento para reduzir emissão de poeira e riscos de queda de fragmentos na pista. Firmas Contratadas Execução de sinalização adequada e adoção de um sistema de apoio logístico com regulamentação dos horários de circulação, visando proporcionar a segurança da comunidade. Firmas Contratadas e demais órgãos de Trânsito Promover a lavagem de pneus dos equipamentos de terraplenagem na saída do local das obras. Firmas Contratadas IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I FRACO MODERADO CRÍTICO 291 -F -M -C Tabela 54 – Quadro Síntese dos Impactos IMPACTOS AÇ ÃO • C O N S T R U Ç Ã O CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS Poluição dos solos e dos corpos hídricos pela disposição irregular de resíduos da construção civil provenientes dos canteiros de obra. Custo e transtorno no transporte de bota-fora do local do empreendimento para outras áreas. RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO Utilização de áreas degradadas, após consulta aos órgãos competentes, como depósito de resíduos da construção civil inertes, antes de se proceder à sua recuperação. Firmas Contratadas N-D-R-I-P-R-C Não executar bota-fora decorrente do desmatamento, do excedente da terraplenagem e da decapagem de jazidas em áreas de preservação permanente, em unidades de conservação ou em áreas especiais de proteção. 6 – Depósitos de BotaFora • MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS N-D-R-I-P-R-M Incorporação do excedente de resíduos da construção civil no corpo dos aterros na pavimentação de ruas e em áreas que necessitem de recuperação. Instalação de sistemas para coleta de efluentes líquidos (óleos lubrificantes, graxas e combustíveis) em tanques de captação, de modo que não sejam drenados para o interior de corpos hídricos e nem se infiltrem no solo. CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS POSITIVO NEGATIVO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I Firmas Contratadas Firmas Contratadas Firmas Contratadas FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 292 Tabela 55 – Quadro Síntese dos Impactos IMPACTOS AÇ ÃO • • C O N S T R U Ç Ã O 7 – Compensação e Recuperação de Áreas Degradadas • • • CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS Remoção de estruturas inadequadas e recuperação da área com melhoria do aspecto visual e das condições ambientais. Remoção de lixo e resíduos de construção depositados no interior da área para reaproveitamento nas obras de pavimentação das vias internas. Conservação ou restabelecimento da cobertura vegetal para refrear processos erosivos e contribuir para amenizar as condições climáticas. Aumento da capacidade de infiltração no solo das águas que alimentam os aquíferos, reduzindo o assoreamento e a poluição dos corpos hídricos. Aprimoramento do senso estético. P-D-L-MP-P-I-M P-D-R-MP-P-I-M MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO Demolição de obras provisórias e recuperação das áreas degradadas após a desmobilização das estruturas inadequadas. Firmas Contratadas Destinação de áreas para o lazer e descanso, em condições controladas para que não entrem em conflitos com a segurança do tráfego e com as normas de proteção de áreas protegidas. Empreendedor e Órgão Licenciador Projetar “pavimentos verdes” para praças, pátios, garagens estacionamentos que permitam maior infiltração das águas pluviais. P-D-R-I-P-I-M e Execução de projetos de paisagismo ao longo das faixas de domínio e non aedificandi das vias públicas, com o objetivo de aumentar a infiltração das águas e a recarga dos aquíferos e isolar estabelecimentos com potencial para causar ou sofrer os impactos da poluição atmosférica ou sonora. P-D-L-MP-P-I-M P-D-L-MP-P-I-M Plantio de 35.540 mudas de espécies nativas para atendimento ao Decreto 14.783/93 ou 50% dessa quantidade e o restante negociar com o órgão ambiental de acordo com o Decreto 23.585/03. Promover campanhas de educação ambiental dos usuários e trabalhadores para os cuidados com as condições paisagísticas do local. Execução de sinalização vertical e horizontal definitiva nas vias de acesso e nas vias internas, em atendimento às normas de trânsito, em cores e dimensões que não causem poluição visual. CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS POSITIVO NEGATIVO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I Firmas Contratadas Firmas Contratadas Firmas Contratadas Firmas Contratadas Firmas Contratadas e Órgãos de Trânsito FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 293 Tabela 56 – Quadro Síntese dos Impactos • • O P E R A Ç Ã O Efeitos sobre os setores primário, secundário e terciário: dinamização da economia regional, alteração da arrecadação tributária e alteração no mercado imobiliário. Criação de oportunidades para o desenvolvimento social, oferecendo à comunidade infraestrutura, serviços, equipamentos, capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho. P-I-R-MP-P-I-C P-I-R-MP-P-I-C • Fortalecimento institucional e articulação entre órgãos gestores e executores do empreendimento. P-D-R-MP-P-I-C • Alteração do quadro de saúde pela melhoria das condições sanitárias e controle de proliferação de vetores. • • P-D-E-I-P-R-M Melhoria das condições de segurança pública pela ocupação ordenada dos espaços, hoje desarticulados e sujeitos a invasões. P-D-R-MP-P-I-C Aumento da densidade populacional local, com incremento da demanda por bens e serviços públicos, especialmente transporte. N-I-L-MP-P-I-M Poluição do solo, da água e da atmosfera pela emissão de ruídos e efluentes diversos, oriundos das atividades produtivas, que afetam as condições de saúde e o bem-estar da comunidade. POSITIVO NEGATIVO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I Planejamento de melhorias da infraestrutura urbana e aplicação dos recursos originados com a elevação das receitas para revitalização de áreas. Órgãos do GDF Empresários e Órgãos do GDF P-D-E-MP-P-I-C Dinamização do mercado de trabalho pela geração de empregos diretos e indiretos. • RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS Estimular a implantação de equipamentos institucionais de preparação de mão de obra especializada para atendimento às novas demandas do setor. • 8– Dinamização Socioeconômica CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS IMPACTOS AÇ ÃO N-D-L-I-P-I-M LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E Vigilância epidemiológica e erradicação de focos de vetores de doenças, especialmente dengue e hantavirose. Secretaria de Saúde Sensibilização dos usuários com relação aos problemas de segurança, saúde e conservação ambiental, através de Programas de Comunicação e Educação Ambiental, de Assistência à Saúde e Segurança no Trabalho Firmas Contratadas e demais Órgãos do GDF Organizar adequadamente o espaço, evitando conflitos entre as áreas urbanas, as atividades de comércio, serviços e o tráfego local. Órgãos do GDF Disciplinamento do comércio e de outros serviços locais, evitando ações espontâneas e desordenadas, gerando conflitos de interesse entre as diversas necessidades dos usuários. Órgãos do GDF Fiscalizar e controlar a qualidade ambiental com relação ao armazenamento e transporte de lixo, emissão de odores e poluição visual. Órgão Licenciador Elaborar projetos de paisagismo e plantio de vegetação nativa, com função de isolar estabelecimentos com potencial para causar poluição atmosférica ou sonora. Firmas Contratadas IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 294 Tabela 57 – Quadro Síntese dos Impactos IMPACTOS AÇ ÃO • • O P E R A Ç Ã O 9 – Infraestrutura, Rede de Saneamento Básico e Prestação de Serviços CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS Intensificação do tráfego de veículos no local e adjacências, provocando congestionamentos e deterioração das vias públicas, agravados por dificuldades de acesso e sinalização inadequada. Possibilidade de sobrecarga nos sistemas de adução e reservação de água, em função do atendimento às novas demandas ou por seu desperdício. CARACTERÍSTICA S DOS IMPACTOS MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO N-D-L-I-P-I-C Reorganização dos meios de transporte público, criação de estacionamentos, melhorias na sinalização e duplicação de trechos das vias de acesso. Órgãos do GDF Articulação para definir as melhores alternativas para abastecimento de água e tratamento dos efluentes sanitários do empreendimento. Empreendedor, Órgão Licenciador e CAESB Implementar campanhas para racionalização e combate ao desperdício de energia, água e outros recursos naturais, junto aos empresários, empregados, comunidades locais e associações de classe. Órgãos do GDF N-D-L-MP-P-R-F • Aumento da pressão sobre a rede elétrica com riscos de perda e deterioração de equipamentos. N-D-L-MP-P-R-M • Riscos de incêndio, choques e morte provocados por curtos-circuitos em ligações elétricas sobrecarregadas. N-D-L-I-P-I-C • Possibilidade de contaminação do solo e do aquífero poroso e eventualmente de águas subterrâneas profundas por falhas ou irregularidades no sistema de esgotamento sanitário. N-D-R-I-P-I-C • Disposição de efluentes industriais na rede de esgotamento sanitário, em desacordo com as disposições da Resolução 357/05 do CONAMA. N-D-R-I-P-I-C • Possibilidade de aumento nas taxas de doenças infecciosas pela coleta e disposição inadequada dos dejetos, por falta de manutenção ou por falhas no sistema. N-D-R-I-P-I-C POSITIVO NEGATIVO -P -N DIRETO INDIRETO -D -I LOCAL REGIONAL ESTRATÉGICO -L -R -E Monitoramento e fiscalização da rede de abastecimento de água, visando identificar e corrigir irregularidades e vazamentos. CAESB Implementar sistemas de captação e aproveitamento de águas pluviais para utilização em banheiros e lavagem de áreas comuns. Firmas Contratadas Monitoramento e fiscalização da rede de energia elétrica, visando à manutenção e racionalização do uso de energia. CEB Promover campanhas de sensibilização da população na área de influência sobre os riscos de ligações elétricas sobrecarregadas. Empreendedor e CEB Monitoramento e fiscalização dos efluentes industriais lançados na rede de esgoto, exigindo tratamento prévio quando não se adequarem aos padrões estabelecidos pela Resolução 357 do CONAMA. CAESB Implantação de rotinas para monitoramento e manutenção preventiva das redes de esgoto. CAESB IMEDIATO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO -I - MP - LP TEMPORÁRIO PERMANENTE CÍCLICO -T -P -C REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL -R -I FRACO MODERADO CRÍTICO -F -M -C 295 11.2.4 PRINCIPAIS IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS Com base nos resultados do Diagnóstico Ambiental e nas restrições impostas pela legislação, foi feita uma avaliação dos impactos atuais (passivo ambiental) e dos que poderão advir nas áreas direta e indiretamente afetadas pelas intervenções do Centro Metropolitano de Taguatinga. As medidas destinadas a prevenir, mitigar ou compensar estes impactos estão formuladas no Plano de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos recomendado neste Relatório, que devem receber toda atenção dos empreendedores e dos órgãos normativos e licenciadores, visando sua efetiva implantação. 11.2.4.1 Ações Impactantes na Fase de Planejamento Os impactos advindos das ações de planejamento do empreendimento, como constantes nos Quadros Síntese de Impactos, são referentes à concepção dos projetos urbanísticos e de infraestrutura, licenciamento e compensação ambiental. De modo geral, estas ações incorporam as atividades preliminares às obras, como estudos e projetos urbanísticos, captação de recursos, licitação, venda de lotes, divulgação do empreendimento, licenciamento ambiental, contratação de construtoras etc. A maioria dos impactos sucedidos por estas ações são impactos positivos, uma vez que gera a participação da comunidade local no planejamento e oportunidades de reflexão sobre os problemas sociais, ambientais e econômicos que afetam a área. Em contrapartida, podem surgir como impactos negativos moderados, que podem ser evitados com o correto emprego das medidas preventivas, a criação de expectativas nos setores econômicos, o não atendimento dos múltiplos interesses e riscos de se ter uma fragmentação de ações, pulverizando recursos humanos e financeiros. Além da falta de informações sobre prazos para início e conclusão das obras, os empresários se ressentem da falta de informações, que pudessem trazer luz para suas dúvidas e incertezas quanto ao sucesso do empreendimento e de um canal adequado para uma maior participação no processo. Os desdobramentos dos impactos ambientais gerados sobre o meio socioeconômico estão ligados também ao movimento de compra e venda de lotes e alterações no mercado imobiliário local. Estas interferências indiretas que poderão ocorrer eventualmente são temporárias e de fácil ajuste, desde que envolvam eficiente articulação entre os setores interessados, transparência nos negócios e controle social dos acordos firmados. Concepção dos projetos urbanísticos e de infraestrutura Há a necessidade de pesquisa pelo empreendedor, junto aos órgãos governamentais, para compatibilização do empreendimento, com a legislação e normas vigentes, com as políticas de desenvolvimento e com as características específicas da área; consulta prévia aos órgãos normativos e licenciadores e articulação para soluções compartilhadas dos conflitos de interesses entre as esferas governamentais, empresários e a comunidade das áreas de influência; e concepção do projeto utilizando equipes multidisciplinares para uma abordagem integrada dos problemas e racionalização das soluções. O Empreendedor em conjunto com o Órgão Licenciador deverá garantir a participação social nos projetos, através de reuniões e Audiências Públicas, que permitam às partes interessadas formar opinião sobre as intervenções propostas ou em andamento, e apresentar soluções e alternativas para as questões mais relevantes; 296 Durante o processo deverá ser garantida a transparência na licitação dos lotes e na contratação de firmas e construtoras, em atendimento às exigências da Lei 8666/93, criando oportunidades para o controle social do projeto. Licenciamento e Compensação Ambiental O Licenciamento Ambiental é um importante instrumento de gestão que os órgãos ambientais dispõem para garantir intervenções adequadas ao meio ambiente. Ao mesmo tempo em que induz a ampliação do conhecimento sobre as potencialidades e os riscos ambientais, estabelece condições, restrições e ações de controle que deverão ser atendidas pelo empreendedor, resultando na melhoria da qualidade ambiental e no disciplinamento do uso e ocupação do solo. Os termos de referência, quando bem elaborados e negociados, induzem a um razoável consenso sobre as medidas que devem ser priorizadas para enfrentar os riscos relacionados com empreendimentos em processo de licenciamento. O licenciamento, no entanto, quando usado como estratégia para manifestação de poder dos órgãos licenciadores ou como uma oportunidade única para solução de todos os problemas que ocorrem numa área, gera graves conflitos entre os diversos segmentos envolvidos. A supervalorização da compensação a ser paga onera indevidamente a implementação dos projetos e desestimula investidores. De acordo com o Decreto 6.848, de 14 de maio de 2009, que altera os artigos 31 e 32 do Decreto nº 4.340, de 2002, para fixação da compensação ambiental, o órgão ambiental competente estabelecerá o grau de impacto a partir dos estudos ambientais realizados quando do processo de licenciamento ambiental, ocasião em que se considerará, exclusivamente, os impactos negativos não mitigáveis. A compensação pelos impactos causados ao meio ambiente deverá ser de no máximo 0,5% do valor do empreendimento. Não serão incluídos no cálculo da compensação ambiental os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos. O valor da compensação deverá ser calculado de acordo com a metodologia e fórmulas estabelecidas no Decreto 6.848/2009. A compensação pela supressão da vegetação, impacto ambiental negativo que não poderá ser evitado, é regulamentada pelo Decreto 14.783/93, onde para cada espécie nativa retirada devem ser plantadas 30 novas mudas, e para cada espécie exótica 10 mudas de espécies nativas devem ser plantadas. Pelos resultados do inventário florístico, deverão ser plantadas 35.540 espécies nativas ou 50% dessa quantidade, a ser negociada com o órgão ambiental, de acordo com o Decreto 23.585/03. A negociação entre os órgãos da Administração Pública e empreendedores é sempre o melhor caminho para se chegar ao entendimento do papel do licenciamento e da real dimensão do dano a ser compensado. A decisão final sobre os valores da compensação devem atender minimamente ao disposto nos Decretos nº 14.783/93, 23.585/03 e 4.340/02, alterado pelo Decreto 6.848/09, e aos princípios da razoabilidade e da racionalidade. 297 11.2.4.2 Ações Impactantes na Fase de Construção Mobilização de Mão de Obra e Implantação dos Canteiros de Obras A mobilização de mão de obra e a implantação dos canteiros de obras são potencialmente capazes de gerar impactos, que diferem entre si quanto à sua magnitude, abrangência e temporalidade. Alguns poderão ser temporários na área dos canteiros, outros poderão ser permanentes e extrapolarem a área de atuação das obras. O caráter impactante das ações descritas a seguir incorpora, por exemplo, os efeitos das emissões de ruído, movimentação de terra, emissão de poeira e de poluentes oriundos da queima de combustíveis, geração de material descartável e exposição do solo, com o aumento da suscetibilidade a processos erosivos. Ações potencialmente impactantes, como a mobilização de empresas construtoras, contratação de mão de obra, a aquisição de materiais e insumos para a fase construtiva, geram expectativas sobre os mais diversos setores sociais, especialmente com relação aos prazos das obras e aspectos relacionados ao número e tipos de empregos que serão gerados. O impacto principal está na contratação de mão de obra, aqui interpretado sob o seu caráter positivo de geração de empregos diretos e indiretos e massa salarial correspondente. Do total de empregos gerados, uma parcela deverá ser preenchida por mão de obra técnica qualificada externa (engenheiros, topógrafos, mestres de obra, encarregados e pessoal administrativo), priorizando o uso de funcionários pertencentes ao quadro fixo das empreiteiras que venham a ser contratadas. As demais funções, correspondentes à mão de obra de menor qualificação deverão ser preenchidas predominantemente por pessoal residente na região do projeto, o que circunscreve o âmbito da ação na Área de Influência Indireta. A entrada de recursos na região, através da oferta de empregos, aquisição de materiais, equipamentos e matéria-prima, aluguel ou compra de imóveis e outros fatores proporcionarão maior dinamismo da economia local principalmente nos setores secundário e terciário. O comércio e o setor de prestação de serviços local serão também fortemente afetados, mas com caráter temporário. A implantação de canteiros de obras ou alojamentos poderão gerar impactos relacionados à disposição inadequada de resíduos sólidos, de efluentes sanitários ou efluentes contaminados oriundos da lavagem de máquinas e equipamentos, com possibilidades de contaminação dos solos e dos recursos hídricos e o risco de proliferação de vetores de doenças. Este impacto terá reflexos sobre as condições de saúde do pessoal da obra e da população adjacente. Obras de Infraestrutura e Material de Empréstimo As obras de infraestrutura, de modo geral, acarretam remoção da cobertura vegetal e uma movimentação considerável de volumes de material de empréstimo (solo e cascalho), sendo que a maior parte desse material é retirada na Área de Influência Direta. A porção que poderá permanecer nas adjacências (como aterros) incrementa o risco de assoreamento dos cursos superficiais próximos ao empreendimento, aumentando as taxas de turbidez das águas, uma vez que disponibiliza um volume maior de particulados sólidos. Cuidados devem ser tomados com a segurança nos taludes de aterros, para que não sejam muito íngremes e que o terreno aterrado seja estabilizado pela revegetação. As ruas e vias de acesso deverão ser equipadas, o quanto antes, de sistema de drenagem pluvial, visando 298 diminuir o escoamento superficial e o desencadeamento de processos erosivos. O ponto de lançamento destas águas deverá ser realizado após suavização da força das águas por dissipadores de energia. A supressão da vegetação no local do parcelamento implica na sua remoção e destocamento nas áreas de intervenção direta. O potencial impactante dessa ação, além dos aspectos imediatos relacionados à supressão da vegetação e seus desdobramentos sobre a biodiversidade, a fauna, o solo e os recursos hídricos, inclui ainda os elementos relacionados ao uso de máquinas, geração de resíduos e riscos de incêndio nos processos de queima dos resíduos vegetais. Em decorrência desta supressão poderão advir processos erosivos nas condições de se manter os solos expostos durante o período das chuvas na região. O processo de revegetação corresponde a um dos meios mais eficientes ao controle da erosão, pois evita o embate da água da chuva ou a ação dos ventos diretamente sobre o solo. A formação de mata permite maior absorção e infiltração da água, reduzindo a porção que escoa superficialmente nas encostas. Este revestimento vegetal, além de ser importante na recomposição da paisagem, irá recompor parte das propriedades físicas, químicas e biológicas da área em apreço. Dependendo das fases de implantação das obras, haverá um maior ou menor grau de interferência nos canais de drenagem; contaminação do solo por óleos, graxas, detergentes e combustíveis. Decorrem daí as atividades de recomposição das áreas diretamente afetadas pelas obras, incluindo aspectos de modelagem de superfícies, recomposição do solo e avaliação sistemática dos projetos de drenagem para águas pluviais, visando a incorporação de variáveis ambientais na sua concepção. Escavações, terraplanagem e descarte de material de obras envolvem também a retirada da cobertura vegetal responsável pela estabilidade dos solos. Em geral, poderão causar alterações da morfologia da área com exposição dos solos, alterações na qualidade do ar pelo aumento de particulados em suspensão, surgimento de áreas degradadas e perda de solos férteis. A apropriação de materiais para as obras deverá gerar impactos significativos no meio físico, devido aos volumes aqui considerados. Os materiais de rocha e argila serão obtidos principalmente pelas escavações da própria obra. Os materiais não gerados no sítio da obra serão obtidos no comércio local, a partir de jazidas localizadas no entorno. No caso de areia, esta deverá também ser obtida no entorno. No caso de bota-foras, recomenda-se utilizar áreas já degradadas ou abertas para empréstimo de material dentro da área de influência direta ou indireta do parcelamento. Outro aspecto a ser levantado é o da saúde na área de influência direta do Centro Metropolitano de Taguatinga e de forma indireta as cidades de Ceilândia e Taguatinga. As ações de atenção à saúde são primárias e visam principalmente à prevenção de doenças, atendimento ambulatorial e primeiros socorros. 11.2.4.3 Aspectos Climáticos A fim de proceder à análise dos aspectos climáticos e meteorológicos da área de estudo, foram enfocados os principais elementos e fatores do clima que poderão condicionar a execução do projeto urbanístico (temperatura, umidade relativa do ar, precipitações e direção dos ventos) e suas interações com a vegetação e o relevo local. As variações entre as temperaturas máximas e mínimas no Distrito Federal são bem acentuadas. No inverno os termômetros já acusaram temperaturas mínimas em torno de 3° 299 C a 1° C, enquanto que no verão, os termômetros reg istram temperaturas acima de 30°. As variações diárias de temperatura são bem significativas na estação seca, quando a amplitude chega a atingir 18°C. Essas grandes oscil ações diárias de temperatura provocam um ganho de umidade nas primeiras horas do dia e durante a noite, amenizando os incômodos e os efeitos da baixa umidade no sistema respiratório, principalmente de crianças e idosos, no período de seca. A estação seca é bastante rigorosa e se estende, aproximadamente, de maio a setembro. As precipitações na época de chuvas são intensas e ocorrem de forma concentrada provocando inundações e erosões, se a drenagem pluvial não for bem dimensionada. Tratando-se, portanto, de forte condicionante para a execução no campo dos projetos urbanísticos: obras de terraplenagem, construção de rodovias e vias de acesso, sistemas de drenagem, escoamento e infiltração das águas pluviais. 11.2.4.4 Poluição Atmosférica A redução da poluição atmosférica requer a adoção de estratégias próprias para fontes e tipos específicos de poluentes. Estratégias razoáveis para o controle da poluição atmosférica são aquelas que visam reduzir, coletar, capturar ou reter os poluentes antes que eles atinjam a atmosfera. Durante a fase de construção de edificações, a movimentação de máquinas e os respectivos movimentos de terra provocarão ruídos e vibrações elevando a concentração de particulados no ar, fato este que se tornará mais relevante durante a estação seca. Entretanto, este impacto tende a ser localizado, restrito à própria área onde o empreendimento se insere e desaparecerá quando se encerrarem as obras. Nesta fase, em épocas secas, deverão ser previstos caminhões-pipa para irrigação sistemática das vias e das áreas de terraplenagem que possam produzir poeira. Projetos de paisagismo e plantio de barreiras vegetais com espécies nativas são recomendados para isolar áreas sensíveis ou estabelecimentos com potencial para causar ou sofrer os impactos da poluição atmosférica ou sonora. Recomenda-se que o tema “tecnologias limpas” seja contemplado no Programa de Comunicação e Educação Ambiental, com o objetivo de sensibilizar e mobilizar empresários e operários na busca de tecnologias e processos produtivos menos poluidores. 11.2.4.5 Poluição Sonora A poluição sonora envolve três componentes: a existência de uma fonte geradora de ruídos, um meio propício para a transmissão e uma fonte receptora. A inexistência de monitoramento sistemático de nível de ruídos no DF dificulta uma avaliação quantitativa e qualitativa da atual situação. São muito poucos os dados existentes de medição realizadas no DF referentes a níveis de ruídos. O IBRAM realiza trabalhos neste aspecto, principalmente, atendendo denúncias de ruído excessivo em bares, restaurantes, fábricas, na Rodoferroviária e em perícias geralmente solicitadas pela Curadoria do Meio Ambiente. A poluição sonora e o excesso de ruído podem interferir no equilíbrio das pessoas e de seu meio, vindo a causar perda de audição; interferência com a comunicação; dor; alterações do sono; efeitos clínicos sobre a saúde; efeitos sobre a execução de tarefas; incômodo e outros efeitos não específicos. 300 A Resolução CONAMA nº 001/90, item II, determina que são prejudiciais à saúde e ao sossego público os níveis de ruído superiores aos considerados aceitáveis pela NBR nº 10.152 da ABNT, ou sejam, níveis até 65 decibéis à noite e 70 decibéis durante o dia. Pela referida Resolução, a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive de propaganda política, obedecerá, no interesse da saúde e do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes nela estabelecidos. No âmbito dos estudos de impacto ambiental, a poluição sonora é analisada ao lado das demais formas de poluição, nos termos do art. 4º, inciso II da Resolução CONAMA nº 01/86. Nesse sentido, a legislação prevê que o estudo deverá considerar a situação atual e futura do entorno do empreendimento, de forma que se considere a existência de áreas habitadas na vizinhança ou da possibilidade de virem a ser habitadas e as consequências possíveis da emissão de sons para a fauna e flora circundantes, definindo, para tanto, as medidas mitigadoras dos impactos negativos (art. 6º, III). Para a análise dos impactos relativos à geração de ruídos, normalmente é solicitada uma avaliação prévia do aumento da emissão de ruídos com a implantação de obras e com o consequente aumento de tráfego, principalmente em áreas próximas a núcleos urbanos e de proteção ambiental. Caso não sejam atendidos os níveis determinados pela legislação, é solicitado um projeto de redução de ruídos, o qual será analisado pelo órgão ambiental competente. Na área de estudo o tráfego de veículos, incluindo o metrô de superfície, representa a maior fonte de ruídos, cuja intensidade dependente de fatores como: tipo, quantidade e velocidade dos veículos, qualidade da pavimentação (rugosidade da superfície), tipo de pneu, fluxo de tráfego e características físicas dos veículos. As medições realizadas mostraram ocorrência de ruídos de fundo em torno de 60 a 68 dB, característicos de ocupações urbanas, valores toleráveis à percepção humana e dentro dos limites fixados pela legislação; portanto, sem necessidade de qualquer tipo de mitigação. Entretanto, a implantação de estabelecimentos comerciais de diferentes tipologias, como venda de equipamentos e maquinário ou oficinas de reparação poderão gerar ruídos conflitantes com a legislação. A construção de barreiras na rota de propagação do som, cortinas de vegetação, bem como o distanciamento das fontes sonoras e o disciplinamento do uso do solo podem atenuar os ruídos emitidos e compatibilizar a viabilidades de diferentes tipologias de estabelecimento. 11.2.4.6 Aspectos Geológico-Geotécnicos Em termos geotécnicos, os aspectos de maior relevância para a implantação de infraestrutura e construção das edificações dizem respeito à erodibilidade dos solos, à sua capacidade de carga, aos efeitos da colapsividade, à profundidade do lençol freático, à permeabilidade do solo, à declividade e extensão das rampas, esta última condicionante para a instalação de processos erosivos. Os efeitos mais significativos das modificações a serem induzidas ao meio físico com a implantação destas obras dizem respeito: • À possibilidade de intensificação dos processos erosivos, com carreamento do solo em direção às áreas deprimidas a jusante da área (ARIE JK), no caso de não se implantar previamente a rede de drenagem pluvial; 301 • Assoreamento dos canais naturais de drenagem resultante do carreamento de material sólido (argila, silte e areia) para o ribeirão Taguatinga - corpo receptor das águas pluviais provenientes do Centro- podendo ocorrer em todas as fases do projeto. O processo é crítico na fase de construção do empreendimento, quando há exposição e desagregação do solo durante a implantação dos edifícios, das vias de acesso, das garagens subterrâneas, da rede de saneamento básico e de outras obras de infraestrutura; • Recalques diferenciais nos solos colapsíveis, com possíveis danos às edificações e leitos viários; • Contaminação do aquífero poroso superficial e eventualmente das águas subterrâneas profundas, pela disposição inadequada de lixo ou outras substâncias poluentes; • Redução da recarga natural dos aquíferos subterrâneos, em virtude da impermeabilização da superfície do terreno como resultado da implantação da infraestrutura e ocupação das áreas verdes. Os processos erosivos podem ser provocados pelo escoamento superficial concentrado das águas pluviais sobre solos desnudos, associado às declividades acentuadas. A intensificação dos processos erosivos pela alteração das condições naturais (escoamento difuso), ao serem implantadas as vias, pode ser potencializada com pavimentação que reduza a capacidade de infiltração dos solos, aumentando a velocidade de escoamento superficial. As medidas preventivas para esses efeitos indesejáveis podem ser assim resumidas: • Iniciar a implantação do empreendimento com a limpeza e abertura das vias das cotas inferiores para as mais elevadas, reduzindo assim os comprimentos das rampas por onde se dará o escoamento superficial. • Priorizar a implantação do sistema de drenagem de águas pluviais com canalização subterrânea, pavimentação e dispositivos para sua coleta e adução controlada, incluindo as estruturas de dissipação da sua energia nos pontos escolhidos para lançamento nas drenagens naturais. Para evitar fluxos concentrados de água em regime laminar, recomenda-se iniciativas que visem à indução dispersa da infiltração de água, tais como instalação de calha nos telhados para captação de águas de chuva e tubulações para conduzi-las a “caixas de recarga”, preenchidas com brita e areia, localizadas estrategicamente no interior do empreendimento. Com a implantação desses dispositivos, que podem ser individuais ou comunitários, será possível recuperar a perda de boa parte da água que iria para o sistema de drenagem pluvial. A cobertura da área com vegetação, como um gramado, por exemplo, aumentará a rugosidade do solo, ajudará a manter a sua matéria orgânica, preservando a sua capacidade de infiltração. Obras de engenharia, pavimentação do tipo bloquete intertravados em áreas de estacionamentos, pátios, praças e calçadas e projetos de paisagismo também favorecem a infiltração e poderão atenuar os efeitos danosos da impermeabilização e dos processos erosivos. Conforme determina a Resolução CONAMA 10/88, a área permeável do parcelamento, como um todo, deverá ser igual ou superior a 20% da área total. Recomenda-se que sejam mantidas como permeáveis 35% da área total do Centro Metropolitano de Taguatinga. 302 Os efeitos da colapsividade dos solos da área poderão ocorrer por ocasião da construção das edificações, dos equipamentos sociais e da infraestrutura básica. A influência da colapsividade poderá ser atenuada, senão eliminada, adotando-se medidas preventivas, de acordo com as seguintes recomendações: • Para carregamentos menores devido à implantação de residências de um pavimento, podem-se escavar trincheiras de até 1m ao longo da linha dos baldrames, compactar o fundo após saturá-lo de água e, a seguir, preencher as trincheiras com o solo compactado na umidade adequada; • Para carregamentos maiores, isto é, edificações com dois ou mais pavimentos, executar fundações profundas, ultrapassando a faixa crítica dos solos colapsíveis; • Realizar sondagens à percussão, com medidas de SPT (Standart Penetration Test), para verificação da capacidade de carga do local da fundação, associada à execução de ensaios de laboratório para determinação da coesão (C) e do ângulo de atrito (φ) dos solos, para verificação da capacidade de suporte, requerida no projeto de fundações; • Para as edificações com até dois pavimentos, empregar alicerce ou sapata corrida na fundação, para minimizar os recalques diferenciais; • Evitar vazamentos e a infiltração concentrada ou descontrolada da água no solo; • Utilizar projetos de drenagem adequados; • Monitorar e controlar vazamentos de condutos de água e esgoto; • Utilizar canalizações, principalmente de esgotos, menos suscetíveis a vazamentos; e • Evitar grandes infiltrações forçadas de águas pluviais em áreas com pequenas dimensões, como bacias de dissipação, devido ao problema de colapsividade do solo local. Estas, se absolutamente necessárias, deverão ser de retenção e impermeabilizadas. 11.2.4.7 Interferências com Recursos Hídricos Superficiais A área de implantação do Centro Metropolitano de Taguatinga, como todo o Distrito Federal, está sujeita a fortes pressões de ocupação e uso intensivos. A rápida deterioração de habitats, causada por parcelamentos urbanos, implantação de infraestrutura viária e saneamento básico, exploração de matéria prima e outras atividades geram mudanças nos ecossistemas naturais que acabam estendendo seus reflexos negativos sobre a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos. É possível prever, nesta fase dos estudos, que as atividades inerentes à implantação e operação do empreendimento são potencialmente poluidoras e capazes de provocar alterações na dinâmica e na qualidade das águas do ribeirão Taguatinga, no interior da ARIE JK, como descrito a seguir. Aumento do volume de descarga durante períodos de picos de escoamento Mudanças na cobertura natural do terreno (terraplenagem, remoção da cobertura vegetal, construção de vias de acesso, edificações, etc.) impermeabilizam os níveis superiores do solo, fazendo com que a alíquota de água pluvial, que deveria ser absorvida pelo solo, 303 transforme-se em fluxo superficial. O aumento do escoamento durante os picos de precipitação é diretamente proporcional ao tamanho da área impermeabilizada. Este impacto é passível de ser minimizado através de plantas urbanísticas que mantenham áreas verdes entre as impermeabilizadas, como edificações, estacionamentos, calçadas e vias de acessos. A utilização de “pavimentos verdes”, tipo bloquetes intertravados ou cobertura com material permeável, nestas áreas, favorece a infiltração e consequentemente a diminuição do fluxo superficial. A utilização desta pavimentação alternativa é de fundamental importância, visto que a área do empreendimento encontra-se em região de recarga de aquíferos, importância regional de nível médio. Modificação da qualidade química natural das águas Construções de médio a grande porte por si só causam problemas à qualidade química das águas dos corpos receptores, uma vez que geram efluentes com resíduos e tendem a concentrar os lançamentos de águas pluviais. Os principais parâmetros indicativos de qualidade que potencialmente serão afetados são: Sólidos em suspensão – relacionados ao aumento de particulados na água, sendo observados durante e logo após o evento de precipitação. Nitratos e fosfatos – são indicativos de contaminação por efluentes domésticos e industriais, sendo os principais parâmetros marcadores de lançamento clandestinos de esgotos no corpo hídrico. Resíduos sólidos como plásticos, vidros e metais - são atribuídos à implantação do empreendimento e consequente aumento no fluxo local de pessoas. Graxas e óleos – os níveis destes componentes na água poderão aumentar em função da presença de postos de abastecimento de combustíveis, locais de armazenamento de óleos lubrificantes, graxas e tintas, oficinas, pátios, almoxarifados, refeitórios e movimentação de veículos nas áreas. Na fase de implantação das obras de infraestrutura do empreendimento, este impacto será maior devido ao tráfego de máquinas pesadas e que consomem óleo diesel. Coliformes fecais – este tipo de contaminação está relacionado ao lançamento de esgotos diretamente nos corpos hídricos ou na rede de drenagem pluvial. Impactos relacionados principalmente à contaminação das bacias afetadas pela implantação do empreendimento podem ser minimizados com a fiscalização e o monitoramento das redes de esgotamento sanitário e águas pluviais para se evitar a disposição ilícita de águas servidas no solo ou na rede de drenagem pluvial. Recomendações • Campanhas de conscientização ambiental e mobilização da população são necessárias e estão contempladas nos Programa de Comunicação e Educação Ambiental. Agentes comunicadores devem ser capacitados para abordar temas como: a utilização racional da água e o combate ao desperdício; o controle da poluição dos recursos hídricos; a importância da água para manutenção da qualidade de vida desta e das futuras gerações; o valor da água para promoção do desenvolvimento econômico; medidas para conservação e recuperação dos ecossistemas e de áreas de recarga de aquíferos; • Mobilizar a sociedade para detectar vazamentos e diminuir os índices de perdas de água na rede pública; 304 • Incentivar o reúso de água pelas indústrias e residências e a captação das águas pluviais, para utilização em descargas sanitárias e lavagem de pátios, quintais e jardins; • Criar dispositivos para aumentar processos de infiltração das águas no solo, como bacias de dissipação, projetos de paisagismo, “pavimentos verdes” e espelhos de água, visando aumentar a disponibilidade da água, evitar a poluição e o assoreamento dos corpos hídricos e garantir a perenização de mananciais. 11.2.4.8 Impactos Potenciais Relativos às Águas Subterrâneas Em relação aos impactos decorrentes da impermeabilização nos sistemas de aquíferos, depreende-se que a urbanização da área e seu entorno, com pavimentação das ruas, construção de calçadas, edificações e garagens subtererâneas, ocasionará redução das áreas com cobertura vegetal, por onde se dá a infiltração das águas pluviais no meio poroso e, consequentemente, diminuição da recarga dos aquíferos. Tendo em vista a necessidade de limitar a impermeabilização do solo para garantir a recarga de aquíferos da região, recomenda-se que as taxas de impermeabilização do solo dentro dos lotes sejam no máximo de 70% da sua área, mas desde que sejam mantidos no total do polígono do empreendimento os limites máximos de 60% de impermeabilização. Este impacto poderá ser atenuado também com a incorporação, nos projetos das edificações, de sistemas para a recarga artificial (caixas de recarga), visando à infiltração induzida das águas pluviais para os aquíferos, e sempre que possível, em volumes equivalentes aos que serão diminuídos pela impermeabilização do terreno. Ressalte-se que não se recomenda recarga concentrada em um só ponto, mas sim recargas espalhadas em grandes áreas. A contaminação das águas subterrâneas está ligada, principalmente, a três fatores: tipo de esgotamento das águas servidas, disposição irregular de resíduos sólidos, lançamento de efluentes líquidos contaminados em locais inadequados e construção de poços tubulares fora das especificações técnicas. A contaminação dos aquíferos subterrâneos em área de recarga regional, que abastece tanto os aquíferos sotopostos quanto áreas de topografia mais baixa, pode ser evitada proibindo-se a implantação de sistema de esgotamento sanitário através de fossas sépticas e sumidouros, procedendo-se a remoção do lixo depositado irregularmente e implementando-se a coleta regular de lixo. As obras de implantação e posteriormente a ocupação prevista da área deverão acarretar alterações no balanço precipitação/infiltração na área de influência direta, uma vez que o tráfego de equipamentos, as obras de compactação e a construção das edificações diminuirão significativamente a infiltração das águas de chuva. Esse fato promoverá um escoamento hídrico rápido, diminuindo a quantidade de água que penetra no solo e a contribuição da água subsuperficial para os cursos d’água durante o resto do ano, diminuindo as suas vazões. Neste caso, para as águas subterrâneas, aplicam-se as mesmas recomendações formuladas para as águas superficiais no item anterior. 11.2.4.9 Supressão da Vegetação Na área de estudo, atualmente, são observados fragmentos de vegetação campestre, com cobertura vegetal predominantemente herbácea, o que demonstra seu alto grau de antropização. De fato, grande parte da área do empreendimento é ocupada por espécies exóticas. Salienta-se ainda a disseminação generalizada de depósitos de lixo, entulho e solo 305 exposto. A retirada da vegetação nativa e a consequente perturbação dessas áreas naturais remanescentes favoreceram o aparecimento de espécies invasoras, que ameaçam a manutenção das espécies autóctones, uma vez que competem por nutrientes, água, luz e espaço. Na área de estudo, a remoção da cobertura vegetal para a implantação do empreendimento não irá comprometer o estoque genético do meio biótico, uma vez que a área se encontra totalmente descaracterizada. Apesar disto, o desmatamento da vegetação atual poderá afetar o processo do ciclo hidrológico, especialmente a infiltração no solo, o escoamento superficial e a interceptação das águas de chuva pelas folhas dos vegetais. No sistema ecológico natural, a interceptação possui a função de reduzir a energia das gotas de chuva que caem de grandes altitudes, propiciando o gotejamento no solo em menor dimensão e velocidade, o que contribui para aumentar a infiltração de água no subsolo e regular o escoamento superficial. Portanto, nas áreas em que essa interceptação foi eliminada, as gotas de água precipitam diretamente sobre o solo, compactando sua camada superficial, condição que causa a redução da infiltração no subsolo e o aumento do escoamento superficial. Como consequências da retirada da vegetação na área do empreendimento, poderão ocorrer ainda as seguintes alterações: • Redução do consumo de gás carbônico e da produção de oxigênio; • Perda de sombreamento e aumento da insolação, elevando a temperatura ambiente; • Produção de partículas em suspensão durante o período seco; • Redução da recarga das águas subterrâneas, com consequente rebaixamento do nível do lençol freático; e • Intensificação dos processos erosivos, devido ao carreamento de partículas de solo desagregadas pela energia cinética das águas de escoamento superficial. Medidas Mitigadoras • Proteção de nascentes e lagoas existentes nas proximidades do Estádio Serejão, através de projetos de revegetação, de educação ambiental e de sensibilização de operários, comunidades e usuários do Centro Metropolitano de Taguatinga; • Implementar projetos de controle ambiental e monitoramento dos corpos hídricos situados entre o Centro Metropolitano de Taguatinga e o ribeirão Taguatinga, com uma rede de amostragem para avaliação da qualidade e das vazões de água, visando determinar a capacidade de suporte dos corpos receptores da drenagem pluvial; • Recuperar áreas degradadas, integrando-as harmonicamente à paisagem de maneira a reduzir os impactos visuais; • Implementar, na área lindeira ao Centro no interior da ARIE JK, projetos de recomposição das matas ciliares e de áreas de recarga de aquíferos, previstos nos Projetos de Compensação e Recuperação de Áreas Degradadas, com o objetivo de aumentar a capacidade de infiltração nos solos, para proteção, revitalização e perenização do ribeirão Taguatinga; e 306 • Desenvolver campanhas de sensibilização de moradores e usuários na área de influência do Centro sobre a riqueza biológica regional, a importância da cobertura vegetal para atenuar as condições extremas de temperatura e de umidade, para o controle dos processos erosivos e para a proteção dos recursos hídricos. 11.2.4.10 Impactos sobre a Fauna A avaliação dos impactos foi efetuada considerando cada uma das fases do empreendimento (implantação e operação) e para as situações ambientais apresentadas no diagnóstico. Fase de Implantação Os principais impactos negativos diretos em relação à fauna silvestre serão a perda e fragmentação de habitats naturais. Atualmente, essas são consideradas como as principais ameaças à preservação de populações, comunidades ou mesmo espécies. Portanto, a supressão de parte da vegetação para implantação dos equipamentos urbanos trará uma diminuição na riqueza e principalmente na abundância das espécies silvestres residentes ou que utilizam o local esporadicamente, como parte do seu território. Outro impacto negativo importante é o afugentamento da fauna do entorno, principalmente devido ao aumento da poluição sonora (ruído do maquinário) e do ar (material em suspensão – poeira e emissão de gás carbônico), além da própria presença humana na região (operários). Esse aumento da presença antrópica no local irá aumentar a possibilidade de caça ou coleta de elementos da fauna, assim como incidência de incêndios e a deposição de lixo. Portanto, esses impactos irão causar o depauperamento da fauna local, não só devido à diminuição da comunidade faunística local e do afugentamento da fauna na área adjacente da ARIE, mas também devido ao aumento das populações de espécies exóticas invasoras como a barata (Periplaneta americana), as ratazanas (Rattus spp), o camundongo (Mus musculus), o pardal (Passer domesticus) e a pomba (Columba livia). Entretanto, em linhas gerais, pode-se afirmar que a construção do Centro Metropolitano de Taguatinga não acrescentará impactos significativos à composição da fauna silvestre local além daqueles que já existem, decorrentes da estrutura urbana e das atividades antrópicas instaladas. Assim, se não forem adotadas medidas mitigadoras, continuarão em andamento os processos indutores da diminuição da riqueza de espécies e diversidade, permanecendo na área apenas as espécies oportunistas e generalistas de pequenos animais como Tropidurus torquatus (lagartixa-preta), Ameiva ameiva (calango-verde), Crotophaga ani (anu-preto), Guira guira (anu-branco) entre outros, que permanecerão utilizando a área com vegetação. Fase de Operação Na fase de operação, a permanência ou intensificação da poluição sonora (sons emitidos pelos veículos), do ar (emissão de gás carbônico e material em suspensão), do solo (lixo) e dos corpos hídricos (águas pluviais e dejetos), associada aos impactos inerentes à presença humana, como o aumento da pressão de caça e coleta de fauna, da incidência de incêndios, do quantitativo e qualitativo de animais domésticos e a introdução de espécies exóticas, inclusive invasoras, irão contribuir para o afastamento da fauna das áreas naturais adjacentes, como da mata de galeria do ribeirão Taguatinga. O principal impacto em relação à fauna já aconteceu com a antropização do local, com a construção do estádio Serejão, do Terminal Rodoviário, da Academia da Polícia Civil e das 307 obras de cercamento do campus da UnB. Entretanto, pode-se esperar um aumento da possibilidade de invasão ou utilização não adequada da ARIE JK por essa população humana e por seus animais domésticos (cães e gatos), aumentando a pressão de caça, coleta ou apanha de animais silvestres, retirada de madeira, frutos e outros recursos naturais importantes para as comunidades faunísticas remanescentes, além da incidência de queimadas e outras atividades degradantes na UC. Medidas Mitigadoras Com a perda e fragmentação do habitat natural, a principal medida mitigadora será a limitação da atividade antrópica no interior da ARIE JK, através da demarcação e do cercamento desta unidade de conservação, para evitar invasão ou qualquer tipo de utilização ou depredação, tanto na fase de implantação como na fase de operação do Centro Metropolitano de Taguatinga. Junto ao cercamento, na parte interna da UC, deverá existir um aceiro permanente (3m de largura) para servir como barreira contra incêndios e saída de animais silvestres. A ligação da rede de esgoto dos equipamentos urbanos do empreendimento com a rede de esgoto da estação de tratamento de Samambaia deverá ser efetuada evitando passar por dentro da ARIE (utilizar as áreas de domínio das rodovias) e no caso da necessidade de utilização de passagem pela UC, deverão ser evitadas as áreas naturais remanescentes, principalmente de nascentes. O mesmo deve ser considerado para o sistema de águas pluviais, que poderá lançar a drenagem no ribeirão Taguatinga, mas com todos os cuidados para evitar erosão e poluição do mesmo (dissipadores de velocidade e telas de recolhimento de lixo). Em resumo, a atividade antrópica deverá ficar restrita à área do projeto do empreendimento, devendo o acesso à ARIE JK ser feito apenas através de vias com guaritas de fiscalização, trilhas ecológicas ou arqueológicas, especialmente projetadas para visitação pública, com total controle dos gestores da unidade de conservação. Recomenda-se a realização de palestras de educação ambiental para todos os empregados e usuários envolvidos diretamente com o empreendimento, a fim de se evitar a coleta de animais, a entrada na ARIE e a poluição do local (entulho e lixo). O sistema de iluminação pública na área lindeira ao Centro Metropolitano de Taguatinga (pista dupla a ser construída entre este e a ARIE JK) deverá ser efetuado de forma a minimizar a atração de espécies silvestres foto-atraídas, principalmente insetos alados, para o local do empreendimento, com a utilização de lâmpadas amarelas e direcionamento da iluminação para o lado oposto à área nativa. Deixar o máximo possível de áreas verdes (jardins, gramados) entre os equipamentos urbanos, principalmente na área residencial. Nas áreas verdes deverá ser efetuado o plantio de espécies que ofereçam recursos alimentares (flores, frutos e sementes) e que possam ser utilizadas como abrigos ou poleiros para a fauna silvestre. Prioritariamente deverão ser utilizadas espécies silvestres nativas, como Cariocar brasiliensis, Eugenia dysenterica, Qualea spp, Piper spp, Miconia spp, Vochysia spp, etc., e acrescidas de espécies exóticas que também apresentem os mesmos recursos com hibisco, jambo amarelo, amendoeira, goiabeira, caquizeiro, mangueira, calabura, entre outras. Deverá ser considerada pelos órgãos competentes a possibilidade de implantação de um Parque Urbano na área adjacente à ARIE JK, para evitar a entrada de pessoas na UC e servir como área de amortecimento. 308 Medidas Compensatórias A compensação ambiental pelos impactos gerados deverá ser revertida para a Unidade de Conservação afetada diretamente pelo empreendimento, principalmente na recuperação, proteção e revitalização da Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE Parque JK. O valor da compensação deverá ser calculado de acordo com a metodologia e fórmulas estabelecidas no Decreto 6.848/2009. De acordo com o Decreto 14.783/93, a compensação pela retirada da vegetação será o plantio de 35.540 mudas de espécies nativas, ou a metade a ser negociada com o órgão ambiental, de acordo com o Decreto 23.585/03. 11.2.4.11 Impactos sobre o Meio Sociocultural A implantação do Centro Metropolitano de Taguatinga terá como objetivo agregar estabelecimentos destinados às atividades administrativas, comerciais, culturais e educacionais, que contribuirão para o desenvolvimento social e econômico da cidade e da região, especialmente para o setor da construção civil. O Empreendimento proporcionará geração de empregos diretos e indiretos, independência econômica em relação ao entorno e redução dos custos resultantes dos deslocamentos de alunos da UnB, novos moradores do setor habitacional e funcionários do GDF, que hoje recorrem ao transporte coletivo com secretarias espalhadas por todo o Distrito Federal. Os efeitos positivos deverão surgir ainda pela dinamização da economia regional, atração de novos investimentos e de novos empreendimentos para a região e que terão reflexos sobre o mercado de trabalho e imobiliário, como a aquisição de lotes e moradias, sobre arrecadação tributária, geração de empregos e renda, dentre outros. Enfim, haverá uma melhoria da qualidade de vida, do meio ambiente e do bem-estar das populações. Sobre o meio socioeconômico é que se notará a maior parte dos impactos positivos, embora alguns impactos negativos também far-se-ão notar. As questões da rede viária e do transporte público merecem atenção especial. Necessitam de reorganização e de investimentos significativos para responder aos problemas já existentes. A rede viária já não comporta o tráfego de automóveis existente, situação que se agrava no período das chuvas e nas horas de pico. As Regiões Administrativas de Ceilândia e Taguatinga absorverão os efeitos do afluxo de pessoas atraídas pelas obras e do aumento do tráfego de veículos delas decorrentes. Nesse processo alguns impactos se destacam tais como: sobrecarga nos serviços sociais básicos (saúde, educação e saneamento) e os prováveis conflitos socioculturais, considerando-se os contatos inevitáveis entre a população da obra, empreiteiras, empresas prestadoras de serviços e a comunidade. A região polarizada por Taguatinga, Samambaia e Ceilândia integra os grupos de renda média e baixa do Distrito Federal, onde se concentram as maiores taxas de desemprego, da ordem de 16% a 23%. É difícil precisar a quantidade exata de empregos diretos e indiretos a serem gerados na fase construtiva do Projeto, uma vez que não se tem a dimensão exata do padrão construtivo a ser empregado no empreendimento, tampouco da velocidade com que serão feitas as construções. Sabe-se, contudo, que a construção civil responde atualmente por 3,7% do número de pessoas ocupadas no Distrito Federal. Sabe-se também que para cada 309 1 emprego direto gerado no setor, 3 outros são gerados na cadeia produtiva (empregos indiretos)7. Apenas 20% das empresas do Distrito Federal estão na região polarizada por Taguatinga, que possui 50% da população local. Um impacto negativo na região das chácaras que se situam ao sul do futuro local do Centro Administrativo do GDF é a preocupação de seus proprietários com relação à possibilidade de deterioração e diminuição do aporte de água na região, em função da impermeabilização de grandes áreas na zona de recarga do aquífero pela implantação do Centro. Em contraposição, a presença dessa grande estrutura e o grande número de pessoas que afluirão ao local, sem dúvida causarão um impacto positivo na valorização das terras adjacentes ao futuro empreendimento. O contingente de pessoas atraídas pelas obras terá, entretanto, também reflexos negativos na composição da população das cidades de Ceilândia e Taguatinga, alterando o quadro demográfico, especialmente no que diz respeito à composição por sexo e faixa etária. Isto porque, na fase de implantação, a população atraída é geralmente composta de homens solteiros ou sem família. A chegada de população oriunda de diversas regiões na área do empreendimento e de seu entorno, principalmente na fase de obras, pode criar um clima propício à emergência de doenças consideradas erradicadas, de conflitos e tensões sociais. A convivência forçada que a população local deverá desenvolver com pessoas com hábitos culturais diferentes dos que prevalecem no local, poderá causar ruptura de laços sociais já estabelecidos, provocando transformações sociais na comunidade. Na fase de construção, a tendência natural é de que nos dias de folga, os operários busquem as cidades para fins de lazer. A possibilidade de ocorrência de conflitos com a população local é grande pelas características inerentes ao comportamento desses trabalhadores. Entende-se como fundamental o desenvolvimento de trabalhos de sensibilização e de busca de envolvimento da comunidade nesse processo, o que remete necessariamente ao trabalho de comunicação social. A evolução dos hábitos culturais na região do projeto estará vinculada também à introdução de variáveis econômicas e tecnológicas que alterem o perfil socioeconômico da população. Desta forma, acredita-se que o aumento do nível de renda e a melhoria da qualidade de vida e das condições de habitação resultarão em um quadro bem mais favorável do que a realidade anterior da população que hoje fixa moradia, por exemplo, em Ceilândia e Taguatinga. Programas de educação ambiental acompanhados de assistência social junto à população operária poderão contribuir para redução de conflitos e tensões com a população residente. Outro reflexo decorrente da alteração do fluxo demográfico é o aumento da demanda por bens e serviços nas áreas de transporte, saúde, segurança pública, educação e abastecimento, para atendimento às populações flutuantes agregadas às obras. Dessas demandas decorrem situações críticas, especialmente nas áreas de saúde e segurança pública, além de outros fatores de riscos e tensões sociais, haja vista as condições atuais de atendimento pelo poder público. É provável que grande parte das pessoas atraídas para a região não consiga emprego permanente, resultando em conflitos com a população. O aparecimento de novas doenças poderá ocorrer com a chegada de novos contingentes de pessoas para trabalhar nas obras, como também da população a ocupar os parcelamentos 7 http://www.df.sebrae.com.br, acesso em 06/03/2006 310 do entorno. Para minimização do problema, recomendam-se campanhas através dos Programas de Comunicação e Educação Ambiental e de Assistência à Saúde junto à população, enfocando medidas de controle das condições ambientais e de prevenção de riscos à saúde. Todas as intervenções que afetam o meio físico e a dinâmica socioeconômica da região, como a maior movimentação de veículos nas vias locais, principalmente veículos pesados com materiais para as obras, concentram seus efeitos e riscos de acidentes sobre a população residente e nas atividades produtivas. A magnitude desses impactos negativos, durante a implantação dos empreendimentos, será reduzida significativamente se os eventos não acontecerem simultaneamente em todos os setores, com é de esperar em projetos dessa magnitude. O ritmo das obras dependerá da disponibilidade de recursos financeiros, tanto governamentais como particulares, para investimentos, fatores limitantes para sua aceleração. Do ponto de vista ambiental e do bem-estar da população, isto será vantajoso, pois o crescimento demográfico, o afluxo de pessoas ao local, as tensões sociais, o trânsito de caminhões e maquinário, a emissão de poluentes e a demanda por serviços e recursos naturais ficariam atenuados. Recomendações • Implementar programas de comunicação e educação ambiental e criar oportunidades para que as comunidades locais se organizem para definir coletivamente suas necessidades e identificar as alternativas mais viáveis para resolução de seus problemas; • Desenvolver programas de capacitação e treinamento da mão de obra pouco qualificada para atender às demandas do empreendimento; • Contratar prioritariamente mão de obra residente no local; e • Desenvolver Programas de Assistência à Saúde e Segurança no Trabalho junto à população operária para controle de doenças endêmicas, parasitárias e sexualmente transmissiveis e redução dos riscos de conflitos com a população local. • Alteração no Mercado Imobiliário O mercado imobiliário na área de influência será impactado fundamentalmente em dois aspectos: pela aquisição de lotes do empreendimento e pelo aumento da demanda por habitação decorrente do incremento de trabalhadores atraídos por este e outros empreendimentos. Com o incremento populacional haverá ampliação do comércio e um crescimento de imóveis alugados ou a construção de novas residências, os quais ocasionam grande valorização do solo em relação ao que é atualmente praticado, especialmente nas áreas de maior interesse comercial. Mesmo que os operários possam morar nos canteiros de obras, deverá haver uma migração para a cidade com melhor infraestrutura. Em relação ao mercado imobiliário, isto significará um crescimento na demanda por imóveis urbanos. Poderão ocorrer ainda movimentos especulatórios em torno do valor das áreas rurais particulares contíguas às áreas da Terracap destinadas ao empreendimento, que podem exercer grande pressão na região da ARIE JK. 311 Recomendações • Garantir a transparência no processo de licitação dos lotes pela TERRACAP, em atendimento às exigências da Lei 8666/93, criando oportunidades para o controle social das intervenções; e • Manutenção de informações às comunidades, para diminuir a geração de expectativas e de movimentos especulatórios. • Expectativas da População A presença e a movimentação dos agentes empreendedores, a circulação dos equipamentos e dos materiais de obras e o afluxo de população em função dos novos empregos criados, são alguns dos elementos presentes no processo de implantação de grandes projetos. As obras causam uma alteração do cotidiano, sendo um elemento novo na rotina das pessoas que residem, trabalham, estudam ou possuem outras relações especialmente nos locais mais diretamente afetados. Em geral, as expectativas favoráveis ao projeto são predominantes, porém muitas vezes acompanhadas de preocupações com o incremento populacional, com a capacidade de atendimento por transporte coletivo e com a segurança pública, face ao baixo contingente de efetivos da polícia militar. As obras irão interferir, como em qualquer empreendimento, no dia-a-dia da população local, em função da chegada de pessoas estranhas e pela operação de máquinas e equipamentos. A difusão de informações contraditórias e especulativas por pessoas não autorizadas para tal e as distorções inerentes à divulgação informal de notícias geram um clima de apreensão e insegurança na comunidade em geral. Esses fatos, por si só, poderão provocar um clima de falsa expectativa na população, que almeja possíveis benefícios advindos da construção do empreendimento. Esta expectativa se traduz em atitudes de cooperação da população local, da Administração Regional e do comércio em geral, com o empreendimento. Entretanto, muitas pessoas serão frustradas, uma vez que o empreendimento não poderá atender e solucionar todas as carências de ordem econômica e social existentes, apesar de prever, na medida do possível, a integração da comunidade local, não só na fase de implantação, como também na de operação. Se não for mantido um programa eficiente de comunicação social, esse quadro de expectativas tenderá a se acentuar progressivamente. Na fase de operação, este impacto também deverá manifestar-se, principalmente no final das obras e chegada dos interessados em busca de novas oportunidades de negócios. Nesta fase é comum ocorrerem informações contraditórias sobre oportunidades de empregos e início de novas atividades na região. A manutenção de um canal permanente de comunicação social e a criação de condições para a comunidade acompanhar todas as fases da obra serão necessárias para se gerar um clima de confiança entre a comunidade e os empreendedores. Recomendações • Criar e manter aberto um permanente canal de comunicação com a população local, associado ao Programa de Comunicação e Educação Ambiental; e 312 • Criar condições para que representantes da população possam acompanhar e participar das fases de implementação do empreendimento. 11.2.4.12 Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário O atendimento à população com sistema de abastecimento de água e com coleta e tratamento de esgotos sanitários no Distrito Federal é realizado pela Companhia de Saneamento do Distrito Federal – CAESB. Não são previstos impactos significativos em relação ao abastecimento de água, uma vez que a CAESB se manifestou de maneira positiva em relação à viabilidade de atendimento ao empreendimento. Quanto ao aspecto qualitativo dos efluentes, observou-se que grande parte das atividades desenvolvidas na área de estudo são geradoras de efluentes com características domésticas, por se tratar de comércio e instituições públicas com baixo potencial poluidor. São efluentes decorrentes do uso da água para finalidades como alimentação, instalações hidráulico-sanitárias de cozinha, chuveiro, pia, lavatório, vaso sanitário, ducha sanitária, banheira, bebedouro, mictório, lavagem de piso etc. Os esgotos domésticos gerados carreiam dejetos de origem humana e usualmente são compostos por matéria orgânica, microorganismos patogênicos e água. Verificou-se que parte significativa de efluentes gerados nos estabelecimentos locais poderá estar associada à presença de substâncias químicas como óleos, graxas, solventes, tintas, dentre outros. Tais empreendimentos devem prever a instalação de caixas de areia, caixas separadoras e retentoras de óleo. Não são previstos impactos significativos em relação ao esgotamento sanitário, uma vez que a CAESB se manifestou de maneira positiva em relação à viabilidade de atendimento ao empreendimento. Recomendações • Na fase de implantação dos sistemas de água e de esgotamento sanitário devem ser adotadas, pela CAESB, as medidas necessárias para o pronto cadastramento das redes e demais infraestruturas, de acordo com o “as built”; • Devem ser previstas, na fase de operação dos sistemas, inspeções e manutenção preventiva regulares, de modo a assegurar a integridade das estruturas, detectando precocemente problemas que possam comprometer sua estabilidade ou seu funcionamento hidráulico, com impactos diretos e imediatos sobre o bem-estar da população e qualidade do meio ambiente; e • As empresas que trabalham direta ou indiretamente com óleos lubrificantes e graxas deverão ter dispositivos destinados a separar e reciclar tais substâncias compostos pelas seguintes unidades: Caixa retentora de areia: destinada a reter os sólidos presentes nos efluentes, os quais deverão ser periodicamente removidos e encaminhados ao aterro sanitário, caso esses resíduos estejam impregnados por óleo; Caixa separadora de óleo: instalada com o objetivo de isolar os óleos e graxas do restante do despejo; 313 Caixa coletora de óleo: recebe o óleo separado pela caixa separadora, permitindo a sua reciclagem. Existem empresas especializadas para coleta e rerrefino de óleos lubrificantes, de acordo com a Resolução do CONAMA nº 362/2005. Com relação ao Centro Metropolitano de Taguatinga, a CAESB, em resposta às CartasConsulta PRG 001/2009, PRG 002/2009 e PRG 010/2009, informou que: • Não há interferências relevantes da área do empreendimento com redes de abastecimento de água e esgotamento sanitário existentes ou projetadas pela CAESB; • O empreendimento,, bem como as demandas geradas por ele, já se encontram previstas no Plano Diretor de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário – 2000 e em sua atualização de 2006. Com isso, já se encontram programadas as obras de ampliação e reforço de sistemas necessários para o atendimento da área do empreendimento. Projetos de distribuição e coleta serão desenvolvidos à medida que os traçados urbanos sejam definidos em sua configuração final; • Para o abastecimento de água, prevê-se a ampliação do sistema de distribuição da cidade de Taguatinga, com eventuais reforços pontuais. A alimentação dessa rede será feita por meio do Sistema Produtor Descoberto, que deverá dispor de mais água para o atendimento dessa nova demanda, com a entrada em funcionamento do Sistema Produtor Corumbá IV; • Para o esgotamento sanitário, o novo setor deverá lançar os esgotos coletados no interceptor de esgotos do Sistema Melchior, que apresenta capacidade reserva para esse novo aporte. Os esgotos coletados serão tratados na ETE Melchioir, lançando efluentes no rio de mesmo nome; e • De acordo com Relatório fornecido pela CAESB, o custo estimado para implantação da rede de água no Centro Metropolitano de Taguatinga é de R$ 800.000,00, enquanto que, o custo para implantação da rede esgotos foi orçado em R$ 577.938,08. Deverão ser adotadas as recomendações e exigências técnicas exaradas na CartaResposta da CAESB nº 18/2010, descritas a seguir: • Para proteção das tubulações deverão ser adotadas as faixas de servidão contidas nas Tabelas a seguir: Tabela 58 – Faixas de servidão para tubulações de água Tubulações de Água Diâmetro Afastamento (mm) (m) Até 150 1,5 > 150 2,0 Materiais e Diâmetros Recobrimento Mínimo (m) FºFº, até 200 mm 0,60 FºFº, 250 mm 0,64 FºFº, 300 mm 1,10 FºFº, 350 mm 1,23 314 Tubulações de Água Diâmetro Afastamento (mm) (m) Adutora 5,0 Materiais e Diâmetros Recobrimento Mínimo (m) FºFº, 400 mm 1,01 PVC, PEAD e DEFOFO, todos diâmetros 0,80 Fonte: CAESB Tabela 59 – Faixas de servidão para tubulações de esgoto Tubulações de Esgoto Diâmetro Profundidade (m) Afastamento (m) (mm) ≤150 ≤1,25 1,00 ≤400 ≤1,50 1,50 ≤2,00 2,00 ≤3,50 2,50 ≤4,50 3,00 ≤5,50 3,50 ≤600 ≤3,50 5,00 ≤1500 ≤5,00 6,00 >1500 ≥5,00 7,50 Fonte: CAESB • Para realizar compactações sobre as redes, elas devem estar com no mínimo 90cm de recobrimento. As profundidades deverão ser constatadas em campo para verificar se o recobrimento atende. Caso negativo, a rede deverá ser remanejada e o interessado deverá fazer solicitação oficial para elaboração de projeto; • Na eventualidade da necessidade de trabalhos de compactação sobre as redes, deverão ser tomadas medidas para evitar danos às mesmas; • Se as redes de água e esgoto estiverem implantadas: No caso de avanço de subsolo, deverá ser feita consulta à CAESB, a fim de realizar remanejamento e os custos serão por conta do dono do lote; Em caso de necessidade de elevação ou rebaixamento do nível do terreno, a CAESB deverá ser contatada para realizar as eventuais adaptações nos poços de visita e nas caixas de registro afetadas. Caso o limite de recobrimento previsto não seja atendido, deverá ser solicitado o projeto de 315 remanejamento da rede. O ônus desses serviços será de responsabilidade do interessado. • Não será permitida qualquer intervenção nas redes da CAESB. 11.2.4.13 Drenagem Pluvial É fato que o aumento da ocupação urbana em uma dada bacia hidrográfica afeta, de modo negativo, o regime dos córregos e rios dessa bacia. As simulações realizadas no presente estudo indicaram riscos de inundações no ribeirão Taguatinga, na seção de controle utilizada, para tempos de recorrência superiores a 5 anos. Entretanto, problemas normalmente associados a esse processo, como erosões e assoreamentos nas calhas naturais, além das cargas poluidoras, podem ser prevenidos quando a urbanização se dá de forma planejada. Os impactos negativos serão tanto menores quanto melhores e mais adequadas forem as soluções para a drenagem pluvial. Sistemas bem projetados, implantados e mantidos propiciam soluções ambientalmente seguras, permitindo a conciliação de demanda social por novas áreas de ocupação com a necessidade de preservação de áreas naturais remanescentes em meio aos complexos urbanos. A implantação dos reservatórios de detenção é imprescindível para o sistema de drenagem pluvial do empreendimento em tela e são unidades importantes para reduzir os impactos ambientais negativos advindos da impermeabilização do solo local, com a presença da ocupação urbana. Tais reservatórios de detenção também viabilizam a redução de vazão de pico de drenagem pluvial para não caracterizar um impacto ambiental negativo cumulativo nos problemas de enchentes no ribeirão Taguatinga. Recomendações • Adoção, no projeto urbanístico, sempre que possível, de soluções que favoreçam a retenção e infiltração das águas pluviais, como a maximização das áreas verdes, trincheiras de infiltração etc; • Previsão, no projeto dos dispositivos de drenagem das seguintes unidades básicas: sarjetas, canaletas, bocas de lobo, galerias, poços de visitas e, principalmente, dissipadores tipo impacto antes dos pontos de lançamentos finais; • Previsão, na fase de planejamento, de implantação do sistema de drenagem urbana concomitantemente com os trabalhos de pavimentação e calçamento das ruas, de modo a assegurar as condições ótimas de projeto, minimizando o carreamento de sólidos, que prejudica o funcionamento das galerias, além de veicular poluentes; • Na fase de implantação, devem ser adotadas, pela NOVACAP, as medidas necessárias para o pronto cadastramento das redes, de acordo com o “as built”; • Identificação e implementação, na fase de operação, das medidas necessárias para assegurar boas condições de limpeza urbana, com eficácia dos serviços de coleta de lixo e varredura das ruas, contribuindo para a manutenção de bocas de lobo e grelhas em boas condições de funcionamento; e • Previsão, para a fase de operação, de inspeções e manutenção preventiva regulares do sistema de drenagem implantado, de modo a assegurar a integridade das estruturas, detectando precocemente problemas que possam comprometer sua estabilidade ou seu funcionamento hidráulico, com impactos diretos e imediatos 316 sobre a calha e a qualidade da água dos cursos d’água, a jusante dos pontos de lançamento. 11.2.4.14 Disposição de Resíduos Sólidos A NBR 10.004/04 da ABNT define resíduos sólidos como sendo: “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente viáveis em face à melhor tecnologia disponível”. A adequada condução do serviço de limpeza urbana é importante não só do ponto de vista sanitário, mas também econômico-financeiro, social, estético e de bem-estar. A produção de lixo deveria ser uma amostra perfeita do viver ecológico. Dentro deste princípio, devem ser pensados e tratados de forma ambientalmente adequada, de acordo com o que estabelecem as normas e a legislação em vigor para cada tipo de resíduo gerado. A disposição irregular de lixo, tanto na fase de construção como durante a operação do Centro, poderá expor a população a sérios riscos de saúde, à poluição da água, do ar e do solo, à atração indesejável de animais, vetores de doenças, além de agravar os problemas de enchente pela obstrução dos canais de drenagem. Constatou-se no diagnóstico que, por desconhecimento de suas consequências, empresas, trabalhadores e membros das comunidades vizinhas utilizam a área do empreendimento como depósitos irregulares de resíduos, com sérios riscos para a saúde, o bem-estar e a qualidade ambiental. Conclui-se como prioritária a necessidade de coibir estas práticas vigentes e recuperar as áreas que foram por elas degradadas. No caso do Centro Administrativo do Governo do Distrito Federal, as negociações com o SLU já foram concluídas e tanto o resíduo da demolição do Terminal Rodoviário como o entulho proveniente da própria construção do CADF serão encaminhadas, após tratamento, para as instalações do Aterro do Jóquei. Com relação ao Centro Metropolitano de Taguatinga, o SLU declarou oficialmente a inexistência de impactos relacionados ao atendimento do empreendimento. Recomendações Os órgãos públicos do GDF, em estreita articulação com a Administração Regional de Taguatinga, deverão intensificar a fiscalização para impedir novos depósitos irregulares de lixo, Com relação ao problema crônico da destinação do entulho de obras, estes órgãos devem selecionar previamente áreas para esse depósito. Os pontos de ônibus e pontos estratégicos do Centro devem dispor de recipientes de coleta de lixo, divididos, preferencialmente, em módulos para possibilitar a coleta seletiva e estimular a reciclagem. Os resíduos produzidos no local devem ser separados em, no mínimo, cinco tipos, sendo: papel, plástico, metal, vidro e resíduos gerais não recicláveis. As lixeiras coloridas devem ficar uma ao lado da outra de maneira acessível, formando conjuntos de acordo com os tipos de resíduos. As lixeiras devem conter as especificações de acordo com a Resolução CONAMA nº 275/2001. Os resíduos coletados devem ser encaminhados à reciclagem. Recomenda-se que a instalação das lixeiras nos pontos de 317 ônibus e metrô poderá ficar a cargo da Administração de Taguatinga e nas vias do Centro fica por conta dos empresários do local. Recomenda-se que sejam realizadas campanhas de educação ambiental e sanitária junto aos empresários e usuários do empreendimento, promovendo mutirões de limpeza da área, com distribuição de recipientes para coleta seletiva de lixo e de cartazes educativos para a sua disposição correta. Os resíduos gerados nas fases de construção e de operação do Centro Metropolitano de Taguatinga poderão ser classificados quanto à sua natureza ou origem e quanto aos riscos potenciais à saúde e ao meio ambiente. Além destes dois critérios, o conhecimento dos componentes do lixo são fundamentais para sua classificação e disposição adequada, conforme explicitado a seguir. Segundo a natureza ou origem dos diferentes tipos, os resíduos gerados pelos estabelecimentos do Centro podem ser classificados como: • Lixo Comercial São os resíduos gerados em estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da atividade desenvolvida. Na maioria das vezes, são coletados e encaminhados para aterros sanitários como resíduos domiciliares. A disposição em aterros sanitários é a melhor alternativa de tratamento para os resíduos domésticos, mas além de extremamente onerosos para os cofres públicos, ocupam grandes áreas e têm um grande potencial poluidor do solo, do ar e das águas. A melhor forma de amenizar o problema, na opinião de especialistas, é reduzir a quantidade de lixo produzida, por meio da mudança de hábitos de consumo, intensificando os processos de reciclagem e reaproveitamento de plásticos, papel, vidros e metais. Um programa de coleta seletiva, associado a eficientes campanhas de educação ambiental e sanitária poderia minimizar sensivelmente os problemas relacionados com a coleta e disposição do lixo. • Lixo Público São os resíduos presentes nos logradouros públicos, em geral resultantes da limpeza de áreas públicas, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e também aqueles descartados irregular e indevidamente pela população, como entulho, bens considerados inservíveis, papéis, restos de embalagens e alimentos. • Lixo Domiciliar Especial Grupo que compreende as pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, pneus e os entulhos de obras. • Resíduos dos Serviços de Saúde A Resolução CONAMA nº 358/2005 dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e, em função dos riscos à saúde pública e ao meio ambiente, apresenta a seguinte classificação para estes resíduos: Grupo A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos. Na Área do 318 empreendimento, apenas os resíduos ambulatorial se equadram neste grupo. de unidades de atendimento Grupo B: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas. Enquadram-se neste grupo, dentre outros: • • drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados; • resíduos farmacêuticos (medicamentos interditados ou não-utilizados); e • demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). vencidos, contaminados, Resíduos Perigosos Quanto aos riscos potenciais de contaminação ao meio ambiente, segundo a NBR 10004/04, os resíduos são classificados em: • Resíduos Classe I – Perigosos; • Resíduos Classe II – Não Perigosos; • Resíduos Classe II A – Não Inertes; • Resíduos Classe II B – Inertes. Os Resíduos Classe I – Perigosos são aqueles que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda que por sua periculosidade provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. Enquadram-se nesta categoria embalagens de agrotóxicos (inseticidas, herbicidas, fungicidas etc), restos de combustíveis, óleos lubrificantes, tintas, solventes, dentre outros. Todas as instalações destinadas ao armazenamento ou descarte de produtos perigosos devem ser vistoriadas com regularidade, para se garantir o cumprimento das normas de uso e prevenir a poluição do solo, da atmosfera ou dos recursos hídricos. • Lixo Domiciliar Especial Grupo que compreende as pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, pneus e os entulhos de obras. Observe-se que os entulhos de obra, também conhecidos como resíduos da construção civil, só estão enquadrados nesta categoria por causa da grande quantidade de sua geração e pela importância que sua recuperação e reciclagem vêm assumindo no cenário nacional. Pilhas – As pilhas e baterias têm como princípio básico converter energia química em energia elétrica utilizando um metal como combustível. Apresentando-se sob várias formas (cilíndricas, retangulares, botões), podem conter um ou mais dos seguintes metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn) e seus compostos. As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem características de corrosividade, reatividade e toxicidade e são classificadas como "Resíduos Perigosos – Classe I". As substâncias contendo cádmio, chumbo, mercúrio, prata 319 e níquel causam impactos negativos sobre o meio ambiente e, em especial, sobre o homem. Outras substâncias presentes nas pilhas e baterias, como o zinco, o manganês e o lítio, embora não estejam limitadas pela NBR 10.004, também causam problemas ao meio ambiente. A Resolução CONAMA nº 401/2008 estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas em território nacional e os critérios e padrões para seu gerenciamento ambientalmente adequado. Os estabelecimentos que comercializam produtos contendo chumbo, cádmio e mercúrio e os demais mencionados no art. 1º desta Resolução, bem como a rede de assistência técnica autorizada pelos fabricantes e importadores deverão receber dos usuários as pilhas e baterias usadas para repasse aos respectivos fabricantes e importadores, que serão responsáveis pela sua destinação ambientalmente adequada. Lâmpadas – O pó que se torna luminoso encontrado no interior das lâmpadas fluorescentes contém mercúrio. Isso não está restrito apenas às lâmpadas fluorescentes comuns de forma tubular, mas encontra-se também nas lâmpadas fluorescentes compactas. As lâmpadas fluorescentes liberam mercúrio quando são quebradas, queimadas ou enterradas em aterros sanitários, o que as transforma em resíduos perigosos Classe I, uma vez que o mercúrio é tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou ingerido, pode causar uma enorme variedade de problemas fisiológicos. Uma vez lançado ao meio ambiente, o mercúrio sofre uma "bioacumulação", isto é, ele tem suas concentrações aumentadas nos tecidos dos peixes, tornando-os menos saudáveis, ou mesmo perigosos se forem comidos frequentemente. Pneus Usados – São muitos os problemas ambientais gerados pela destinação inadequada dos pneus. Se abandonados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os pneus acumulam água, servindo como local para a proliferação de mosquitos. Se encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam "ocos" na massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro. Se destinados em unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes quantidades de material particulado e gases tóxicos, necessitando de um sistema de tratamento dos gases extremamente eficiente e caro. Por todas estas razões, o descarte de pneus é hoje um problema ambiental grave ainda sem uma destinação realmente eficaz. A Resolução do CONAMA nº 416/2009, dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada. De acordo com o art.1º desta Resolução, os fabricantes e os importadores de pneus novos, com peso unitário superior a dois quilos, ficam obrigados a coletar e dar destinação adequada aos pneus inservíveis existentes no território nacional. A proporção da coleta será de um para um, significando que para cada pneu novo comercializado um deverá ser recolhido. O ato do recolhimento se dará, obrigatoriamente, no momento em que a pessoa estiver fazendo a troca de um pneu usado por um novo, sem qualquer custo para o consumidor. Os fabricantes e importadores de pneus novos, de forma compartilhada ou isoladamente, deverão implementar pontos de coleta (ecopontos) de pneus inservíveis, a ser implementado num prazo máximo de um ano a partir da publicação da Resolução. • Resíduos da Construção Civil A indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais. Além disso, a construção civil também é a indústria que mais gera resíduos. No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na execução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos proveniente de novas 320 edificações encontra-se abaixo de 100kg/m2, no Brasil este índice gira em torno de 300kg/m2 edificado. Em termos quantitativos, esse material corresponde a algo em torno de 50% da quantidade em peso de resíduos sólidos urbanos coletada em cidades com mais de 500 mil habitantes de diferentes países, inclusive o Brasil. Em termos de composição, os resíduos da construção civil são uma mistura de materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros, metais, cerâmica e terra. De acordo com os arts. 3º e 10 da Resolução 307/02, alterada pela Resolução 348/04, os resíduos da construção civil deverão ser classificados e destinados da seguinte forma: I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras. Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros. Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso. Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas. IV - Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. Deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas. A Resolução 307 estabelece ainda: Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. § 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei, obedecidos os prazos definidos no art. 13 desta Resolução. Art. 5º É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, o qual deverá incorporar: I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. 321 A Resolução estabeleceu os seguintes prazos de gestão dos resíduos da construção civil, todos eles já esgotados: prazo máximo de doze meses para que os municípios elaborem seus Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos de Construção; 18 meses para os municípios cessarem a disposição de resíduos da construção civil em aterros de resíduos domiciliares e em áreas de bota-fora; e de vinte e quatro meses para que os geradores, não enquadrados no art. 7º, incluam os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nos projetos de obras a serem submetidos à aprovação ou ao licenciamento dos órgãos competentes, conforme §§ 1º e 2º do art. 8º. 322 12 PLANO DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DOS IMPACTOS O Plano de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos tem por objetivo estabelecer diretrizes básicas e propor um sistema de gestão para assegurar a proteção do meio ambiente, da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida das populações afetadas, observando o atendimento da legislação vigente, bem como o acompanhamento a evolução e o comportamento dos impactos ambientais. Os Programas apresentados a seguir consolidam as recomendações das fases anteriores deste estudo e apresentam de forma sistematizada as medidas destinadas a prevenir, mitigar ou compensar os impactos negativos, otimizar as potencialidades e os benefícios socioeconômicos das intervenções, adotando como premissas o desenvolvimento sustentável e o princípio básico da precaução. Todas essas medidas têm como principal objetivo a preservação da qualidade ambiental da área do empreendimento e da ARIE JK, unidade de conservação situada no entorno imediato do Centro Metropolitano de Taguatinga. • Programa de Monitoramento e Fiscalização (Subprograma de Controle da Qualidade Ambiental e Subprograma de Controle da Qualidade da Água); • Programa de Compensação e Recuperação de Áreas Degradadas; • Programa de Controle de Erosão; • Programa de Comunicação e Educação Ambiental; e • Programa de Assistência à Saúde e Segurança no Trabalho. O Programa de Monitoramento e Fiscalização permitirá controlar a qualidade ambiental e corrigir distorções nas fases de implantação e de operação do Centro Metropolitano de Taguatinga, podendo levar inclusive à alteração dos critérios de uso e ocupação da área. O Programa de Compensação e Recuperação de Áreas Degradadas deverá ser executado após a fase de implantação, a fim de recuperar áreas alteradas da infraestrutura urbana e edificações; criar áreas verdes para recreação e lazer, aumentando a infiltração das águas pluviais; e selecionar áreas para o plantio de árvores, em atendimento ao Decreto nº 14.783, de 17/06/93. O Programa de Controle de Erosão tem caráter preventivo, uma vez que detecta e corrige os processos nocivos ao meio ambiente. Integra, portanto, atividades de monitoramento e de intervenção no meio ambiente nas fases de implantação e operação do empreendimento. O Programa de Comunicação e Educação Ambiental, busca sensibilizar empresários, empregados, usuários e as populações diretamente envolvidas com o empreendimento sobre questões de segurança, sobre a necessidade de proteção ambiental do entorno e da ARIE JK, especialmente com relação à utilização correta dos recursos hídricos, limpeza das vias, problemas de trânsito, coleta e disposição do lixo e procedimentos para evitar a poluição e o desperdício dos recursos naturais, especialmente de água e energia. Este programa deverá ser executado desde a fase de planejamento até a finalização das obras. O Programa de Assistência à Saúde e Segurança no Trabalho destina-se a implementar medidas preventivas, de monitoramento e controle de endemias e doenças sexualmente 323 transmissíveis na Administração Regional de Taguatinga, em parceria com a iniciativa privada, para fazer face ao aumento da demanda da população por atendimento médico nas fases de implementação e operação do empreendimento. Necessariamente, este plano terá que envolver vários órgãos como IBAMA, IBRAM, TERRACAP, NOVACAP, CAESB, DER, SLU, SEDUMA e Administração Regional de Taguatinga, isoladamente ou em conjunto, que apesar de possuírem administração autônoma, deverão realizar uma gestão articulada para o desenvolvimento dos Programas, através de Comissões designadas especialmente para este fim. 12.1 Programa de Monitoramento e Fiscalização Justificativa Entende-se como “monitoramento ambiental” o conjunto de estratégias destinadas a gerar, sistematizar e processar informações oriundas de diversas estruturas de acompanhamento e de fiscalização de empreendimentos licenciados, ou em fase de licenciamento. O monitoramento constitui um mecanismo permanente de vigilância durante as fases de implantação e funcionamento dos equipamentos, edificações e da infraestrutura urbana, permitindo identificar situações de não conformidade com a legislação ambiental, e detectar possíveis falhas, inadequações operativas ou estruturais. As informações coletadas permitirão propor estratégias ou medidas para adequação das não conformidades e aprimoramento dos procedimentos de segurança e controle de impactos ambientais. Dentro desse enfoque, estarão associados ao Programa de Monitoramento, os demais programas de proteção ambiental, de forma que todos os procedimentos de implantação e operação do Empreendimento estejam em consonância com os princípios da Qualidade Ambiental. O monitoramento e a fiscalização devem contemplar aspectos referentes à poluição do ar, do solo e dos recursos hídricos, prevenção de falhas nos sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem pluvial, controle de derramamento de óleos, graxas, combustível e outras substâncias perigosas e a disposição de resíduos sólidos. Deste modo, é necessária também a execução deste programa nos primeiros anos de operação para identificar e sanar falhas ainda existentes. Os resultados do monitoramento poderão fornecer uma idéia mais precisa da dinâmica local e do papel que o Empreendimento representa para a comunidade com seus riscos e benefícios. Objetivos • Propiciar o acompanhamento das intervenções capazes de gerar degradações significativas ao meio ambiente e que demandem ações corretivas; • Intensificar a fiscalização através de ações integradas entre os diversos órgãos do GDF e da Administração de Taguatinga, visando diminuir problemas com a poluição, especialmente com relação ao esgotamento sanitário, drenagem pluvial, armazenamento de combustíveis e a disposição inadequada de resíduos sólidos; e • Definir medidas a serem tomadas para restaurar o meio ambiente, proteger a saúde e garantir o bem-estar dos usuários. 324 Prazos Desde o início da implantação até os 2 (dois) primeiros anos de operação do empreendimento. 12.1.1 SUBPROGRAMA DE CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL Atividades/ Prazos • Reavaliar os dados de projetos durante a fase de construção, visando um melhor dimensionamento de bueiros, sarjetas, meios-fios, aterros, taludes e canais de drenagem. • Realizar inspeções semestrais nas redes de abastecimento de água, de drenagem e de esgotamento sanitário, com emissão de relatórios, certificando a qualidade dos projetos e obras realizadas. • Propor medidas corretivas para as falhas detectadas nos sistemas de drenagem, abastecimento de água e esgotamento sanitário. • Identificar áreas frágeis, degradadas ou de equilíbrio morfodinâmico instável e processos com grande potencial impactante, como por exemplo, a disposição inadequada de lixo, para se tornarem foco de maior atenção e intensidade de monitoramento. • Acompanhar as alterações da cobertura vegetal, formação de processos erosivos, disposição de lixo e entulho, ocupação irregular do solo e outras atividades impactantes negativas, através de inspeções semestrais. • Proceder a reabilitação ambiental das áreas de apoio às obras, das caixas de empréstimo, de bota-fora e vias preferenciais de serviço e de acesso, através de projetos paisagísticos específicos para cada caso. • Utilizar cortinas de vegetação e procedimentos operacionais redutores do nível de ruído para que não sejam ultrapassados os limites estabelecidos pela legislação: 70 decibéis durante o dia e 60 decibéis à noite. • Sinalizar a área com placas educativas, de alerta nas proximidades das obras. Medidas de controle de velocidade e de proteção aos pedestres, acompanhadas de campanhas de educação ambiental, deverão ser adotadas para prevenir acidentes e preservar a qualidade de vida e ambiental. • Otimizar as visitas de inspeção para divulgar mensagens ecológicas, prestar esclarecimentos à população e ouvir suas reivindicações. 12.1.2 SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA A Resolução CONAMA nº 357/05 classificou os corpos de água, segundo a qualidade requerida para seus usos preponderantes ou pretendidos ao longo do tempo. Os corpos hídricos na área deste estudo são enquadrados na Classe 2, onde se destacam os seguintes parâmetros estabelecidos pela citada Resolução: • Demanda bioquímica de oxigênio – DBO: menor que 5 mg O2/L; • Oxigênio dissolvido – OD: maior que 5 mg O2/L; 325 • Sólidos em suspensão: Virtualmente ausentes; • Nitrogênio Amoniacal: menor que 3,7 mg N/L (para pH = 7,5); • Nitrato: menor que 10 mg NO3/L; • Fósforo: menor que 0,1 mg P/L (ambientes lóticos); • Coliformes termotolerantes: 1000 coliformes por 100 ml em 80% das amostras; • Cor: até 75 mg Pt/L; e • Turbidez: até 100 UNT. Desta forma, propõe-se que os parâmetros de água a serem analisados estejam em consonância com a Resolução CONAMA nº 357/05. Além de estabelecer padrões para os corpos de água, esta Resolução impõe também a qualidade mínima a ser atendida por efluentes de qualquer fonte poluidora para lançamento em corpos de água, estabelecendo os seguintes valores: • pH: entre 5 e 9; • Materiais sedimentáveis: até 1mL/L; • Óleos e graxas óleos minerais: até 20mg/L; e óleos vegetais e gorduras animais: até 50mg/L. • Materiais flutuantes: ausentes; e • Amônia: menor que 20mg N/L. Atividades/ Prazos • Realizar campanhas sistemáticas trimestrais para coletas de amostras de água e análise de dados para acompanhamento da evolução da qualidade e da quantidade das águas dos córregos Guará, Taguatinga, Vereda da Cruz e Vicente Pires, nos pontos de lançamento das drenagens pluviais, pontos estes a serem definidos no projeto executivo, para que se possa, ao longo do tempo, aferir os impactos do empreendimento. Estas campanhas, a serem desenvolvidas pelo empreendedor, devem ser iniciadas antes do início das obras, para a obtenção de dados anteriores à implantação do Centro Metropolitano de Taguatinga. Recomenda-se que as análises de água sejam realizadas no Laboratório da CAESB; • No caso de divergências entre os resultados obtidos nas campanhas e os padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/05, tomar as seguintes precauções: Verificar se a anomalia é consequência do empreendimento; Detectar a origem da poluição; 326 Tomar as medidas corretivas necessárias; Desenvolver rotinas de monitoramento e fiscalização, definindo parâmetros, processos e responsabilidades compartilhadas com a comunidade e com os órgãos governamentais; Estabelecer rotinas de monitoramento mensais ou emergenciais (em caso de acidentes), utilizando planilhas a serem preenchidas pela equipe responsável pela qualidade ambiental, em articulação com os responsáveis pelo empreendimento; Vistoriar com regularidade todas as instalações que possam poluir o solo ou o lençol freático, tais como: 3 Locais de armazenamento de combustíveis, óleos lubrificantes, graxas e tintas; 3 Residências e comércio com potencial poluidor; 3 Obras de terraplenagem; 3 Redes de água, esgoto e drenagem pluvial; 3 Oficinas, pátios, almoxarifados, refeitórios; 3 Depósitos de bota-fora; 3 Depósitos de resíduos e embalagens de agrotóxicos; e 3 Chácaras produtivas. Realizar inspeções periódicas trimestrais nos sistemas de esgotamento sanitário dos estabelecimentos residenciais, comerciais e das indústrias locais, visando o atendimento aos padrões de lançamento de efluentes previstos na Resolução CONAMA nº 357/05; Adotar medidas de segurança e fiscalização constante que evitem o derramamento de combustíveis e substâncias poluidoras, e que restrinjam a implantação de comércio, postos de lavagem, lubrificação ou depósitos de substâncias perigosas em locais inadequados, que possam provocar a poluição do ar, dos recursos hídricos e do solo; e Adotar medidas de controle de problemas ligados à infiltração e escoamento superficial das águas pluviais, para evitar a contaminação do lençol freático e das águas superficiais. 12.2 Programa de Degradadas Compensação Ambiental e Recuperação de Áreas Justificativa As áreas degradadas por atividades antrópicas, como desmatamentos, obras de infraestrutura, retirada de solo de empréstimo, canteiros de obras, exploração de matériaprima e disposição inadequada de lixo, entulho e esgoto sanitário, necessitam de recuperação, pois além do aspecto estético, são focos de contaminação e de vetores de 327 doenças, estando sujeitas à erosão laminar e com forte tendência à concentração de escoamento das águas superficiais. Os projetos de parcelamento e as obras de infraestrutura, especialmente viárias e de drenagem pluvial, implementadas no passado, deixaram um passivo ambiental que os órgãos públicos, empresários e a sociedade têm o dever de recuperar. Chama-se a atenção para o fato de que o impacto gerado traz embutidas consequências socioeconômicas e políticas, pois existem expectativas da sociedade para que ações mais efetivas sejam adotadas para restabelecer melhores condições de vida e ambiental na cidade de Taguatinga. Em vista disso, entende-se que a minimização dos impactos não se vincula somente à proposição de medidas de engenharia, mas que se deve, fundamentalmente, buscar uma aferição junto à comunidade e aos agentes tocados pelos problemas, quanto às suas expectativas e sugestões para que as soluções se mostrem as mais adequadas. Objetivos • Elaborar projetos de paisagismo que, por associações de plantas harmoniosamente inseridas em um contexto de cores e formas, criem um ambiente onde as condições extremas de temperatura e umidade tendam a ser minimizadas; • Recuperar áreas degradadas, revertendo os processos responsáveis degradação e criando condições favoráveis à revegetação natural ou induzida; • Integrar, de forma harmônica o empreendimento à paisagem, de maneira a reduzir os problemas de poluição e os impactos visuais e sonoros; e • Recompor os elementos de infraestrutura básica afetada, vias de acesso, rede de distribuição de energia elétrica, dentre outros. pela Atividades • Desmobilizar estruturas inadequadas e demolir obras provisórias, elaborando projetos paisagísticos para sua recuperação; • Implementar projetos em áreas definidas pelo órgão ambiental, após consulta à Administração Regional de Taguatinga, para o plantio de 35.540 mudas de espécies nativas, destinadas à compensação ambiental prevista no Decreto 14.783/93. Este número poderá ser reduzido em 50%, após negociação com o órgão ambiental, de acordo com o Decreto 23.585/03; • Planejar obras de engenharia e projetos de manutenção preventiva da infraestrutura implantada, discutindo com a Administração Regional e as comunidades locais para ajustes a problemas a serem sanados; e • Proceder a reabilitação ambiental das áreas do canteiro de obras, obras de terraplenagem, de bota-foras, de disposição de resíduos, caminhos de serviço e estradas de acesso e de outras áreas alteradas, através de projetos paisagísticos específicos para cada caso. As alternativas para a recomposição dos elementos de infraestrutura, redes de distribuição de água e energia elétrica, deverão ser desenvolvidas em projeto e aprovadas pelo órgão ambiental. 328 A construção de praças e jardins, com plantio de grama, arbustos e árvores complementam as obras de engenharia para o controle da erosão, reduzindo os níveis de ruído e de poluição, aumentando a taxa de permeabilidade e, ainda, compondo a paisagem. Locais a serem Recuperados São especialmente recomendadas para implementação dos projetos de compensação florestal e recuperação ambiental as Áreas de Preservação Permanente - APPs, como nascentes e as matas ciliares do ribeirão Taguatinga, unidade de conservação afetada diretamente pela construção do Centro Metropolitano de Taguatinga e as faixas de terreno situadas no interior da ARIE JK, destinadas à implantação dos sistemas de drenagem pluvial e de esgotamento sanitário. Compensação Ambiental Independentemente das ações propostas anteriormente, deverá ser efetuada a compensação ambiental, cuja verba será definida pelo órgão ambiental. Recomenda-se que esta verba seja aplicada na melhoria da qualidade ambiental da ARIE Parque JK, a critério do Instituto Brasília Ambiental – IBRAM. Prazos Executar a compensação e recuperação das áreas degradadas logo após a fase de implantação, seguidos de 3 anos de monitoramento nas áreas a serem revegetadas, para acompanhamento e assistência no desenvolvimento das espécies plantadas. 12.3 Programa de Controle de Erosão Justificativa A construção do Centro Metropolitano de Taguatinga envolverá, entre as principais obras, a execução de cortes e aterros, escavação das fundações, estacionamentos subterrâneos, concretagem das estruturas, disposição do material excedente de obras e dos cortes em solo, abertura de estradas de serviço e instalação de canteiros, todas com grande potencial de poluição. As áreas descobertas de vegetação tornam-se extremamente suscetíveis a processos erosivos. Na concepção do projeto final e no detalhamento de sua implantação deverão ser observadas as recomendações apresentadas neste EIA, visando minimizar os efeitos negativos desses impactos. Nas áreas potenciais ou com processos erosivos instalados, será necessário reverter suas causas e recompor as condições primitivas da paisagem degradada. Objetivo Propiciar um sistema de controle eficiente da erosão, fiscalizando as atividades construtivas e operacionais do Centro Metropolitano de Taguatinga, identificando áreas suscetíveis à erosão, eliminando suas causas e procedendo à sua recuperação. Atividades/ Prazos Ênfase na fase de implantação, e monitoramento nos primeiros 2 (dois) anos de operação do empreendimento. 329 • Realizar inspeções periódicas no local para verificação das condições de funcionamento das obras implantadas e detectar indícios de início ou continuidade de processos erosivos, por falhas de projeto ou de execução dos sistemas de drenagem; • Monitorar os processos erosivos nas diversas etapas de implantação da infraestrutura, de forma a se avaliar sua progressão, identificar e eliminar suas causas e adotar medidas corretivas; • Fiscalizar as obras de construção, com o objetivo de garantir o atendimento às especificações técnicas do projeto, exigidas para seu licenciamento ambiental; • Executar obras de engenharia (obras de arte, drenagens, galerias, sarjetas, bueiros, etc.) e de recomposição vegetal para o controle da erosão; e • Integrar as atividades deste programa com os Programas de Paisagismo/Recuperação de Áreas Degradadas e Comunicação Social para a otimização dos resultados. 12.4 Programa de Comunicação e Educação Ambiental Justificativas A implantação do Centro Metropolitano de Taguatinga resultará em uma nova situação na região junto à população da Área de Influência Indireta. Nos levantamentos realizados nesta etapa dos estudos ambientais foram detectadas preocupações e expectativas que podem ser consideradas típicas de empreendimentos relacionados com implantação urbana. Dentre as formas manifestadas, é consenso que o empreendimento resultará na melhoria da oferta de serviços como melhoria no tráfego, comércio e segurança. O objetivo desse programa é de propiciar o estabelecimento de canais de comunicação e interação entre o empreendedor e os segmentos sociais direta e indiretamente envolvidos – comunidades lindeiras ao Centro, autoridades locais, lideranças formais e não formais, organizações de classe e comunitárias, além dos operários da obra, buscando também, repassar mensagens e informações de conscientização sobre os aspectos gerais da obra, meio ambiente, preservação dos recursos naturais e de infraestrutura. A Região Administrativa de Taguatinga e o entorno absorverão os efeitos do afluxo de pessoas atraídas pela obra, assim como da movimentação advinda da sua implantação. Nesse processo alguns impactos se destacam tais como: sobrecarga nos serviços sociais básicos e ocorrência de potenciais conflitos sócio-culturais, considerando-se os contatos inevitáveis entre a população da obra, empreiteira, empresas prestadoras de serviços e a comunidade. Portanto, a implementação desse Programa se justifica, na medida em que haja a necessidade de desenvolver ações específicas para monitorar e prevenir a ocorrência de problemas sociais, estabelecer linhas de ação no que se refere à convivência mais harmoniosa possível com a comunidade envolvida pela implantação da obra e de se efetivar, da maneira mais eficaz, os efeitos positivos, sobretudo no que diz respeito à contratação de mão-de-obra. O objetivo fundamental das ações a serem implementadas é o de buscar articulações com a comunidade e o poder público regional no sentido de monitorar situações, prevenir problemas e ampliar o potencial regional para absorver os efeitos positivos da implantação do Centro Metropolitano de Taguatinga. 330 Atividades/ Prazos Este programa destina-se a ser executado desde a fase de planejamento até a finalização das obras. A viabilização das ações de comunicação e educação ambiental será baseada em eventos (reuniões e palestras para os diversos segmentos da sociedade) e em material de divulgação, tais como folhetos, cartazes e, caso seja pertinente, através dos meios de comunicação regional (rádio, jornais). A execução das ações tomará como orientação a ocorrência dos principais eventos relativos ao desenvolvimento do projeto, sendo que a partir do início das obras, as ações de comunicação deverão ser intensificadas. Para a divulgação periódica do andamento das obras, recomenda-se a cada bimestre, durante o período de construção, a produção de um boletim informativo para ser distribuído às comunidades e aos trabalhadores da obra. Periodicamente, também, devem ser repassadas à imprensa regional essas mesmas informações, de forma a ampliar a abrangência, em termos de público e de circulação. 12.5 Programa de Assistência à Saúde e Segurança no Trabalho Justificativa A implantação do empreendimento deverá implicar na mobilização de um razoável contingente de trabalhadores, principalmente na fase de construção. Uma das consequências evidentes desse processo é a atração de população em busca de emprego e oportunidade, o que implicará em uma maior pressão sobre os serviços de saúde. Este setor já apresenta deficiências, podendo se tornar crítico com a ampliação da demanda pela população operária que será assentada na região. No que se refere a emprendimentos desse porte, dois aspectos devem ser considerados e que estão inter-relacionados. Um diz respeito à saúde da população trabalhadora (fase de implantação), que remete à instância da medicina do trabalho. Outro aspecto se refere às implicações do aumento da demanda por serviços de saúde, assim como a possibilidade de potencializar, introduzir ou reintroduzir endemias na região, em função da população afluente. As normas de medicina do trabalho já se encontram estabelecidas e há legislação específica para tal. Para isto, o empreendedor deverá exigir das empresas empreiteiras o cumprimento de uma série de requisitos legais, os quais se destacam os exames préadmissionais e os periódicos. Sobre o segundo aspecto, há uma interligação com a questão da saúde pública, indicando a necessidade de um conhecimento claro das condições do setor na região receptora de Taguatinga e entorno, assim como da sua capacidade de suporte para atender pressões que advirão. Objetivo Desenvolver um conjunto de medidas preventivas, de monitoramento e de controle que venham impedir a reintrodução de endemias já erradicadas; o recrudescimento daquelas que se encontram sob controle; o agravamento/instalação de focos de doenças transmissíveis; e a prevenção de outros agravos à saúde, tais como a ocorrência de acidentes de trabalho e de trânsito, dentre outros. 331 Atividades/ Prazos Realizar na fase de implantação e operação do empreendimento. Os Projetos de Assistência à Saúde serão concebidos sob dois enfoques, a saúde do trabalhador e a saúde coletiva, e deverão ser conduzidos em parceria com instituições públicas e privadas e as empreiteiras das obras. Do ponto de vista operacional, as seguintes ações são propostas para o controle nosológico. Controle de grandes endemias: • Reforço no monitoramento e controle dos vetores de doenças transmissíveis, que se constituem em atividade realizada pelo Governo Federal; • Monitoramento e controle da ocorrência dessas doenças em casos humanos, por meio da implementação de um sistema de vigilância epidemiológica, que assegure o diagnóstico precoce, tratamento, notificação sistemática, investigação epidemiológica de casos suspeitos, adoção de medidas profiláticas e de controle, abrangendo os dois públicos envolvidos; e • Promoção de campanhas educativas/preventivas endêmicas presentes ou com risco de instalação. com relação às doenças Controle de doenças sexualmente transmissíveis - DST: • Realizar os exames laboratoriais recomendados, objetivando identificar casos de pacientes com histórico clínico compatível com as DST; • Prestar atendimento aos portadores de DST, bem como o tratamento adequado; • Identificar os contatos e estender-lhes o tratamento com vistas a interromper a cadeia de propagação da doença; • Incluir a realização de teste de VDRL como rotina nos exames pré-admissíonais de mão de obra; • Encaminhar ao centro de referência regional os casos suspeitos ou confirmados de HIV ou de AIDS; • Capacitar os recursos humanos dos serviços de saúde locais para o diagnóstico clínico e de exames complementares; e • Incrementar campanhas de prevenção de DST/AIDS, inclusive com distribuição gratuita de preservativos. Controle de outras doenças transmissíveis: tuberculose, poliomielite, sarampo, tétano, coqueluche, e difteria, meningite, febre tifóide e hepatite: • Implementação de um sistema de vigilância epidemiológica que assegure o diagnóstico precoce, tratamento, notificação sistemática, investigação epidemiológica de caso suspeito, adoção de medidas profiláticas e de controle, abrangendo tanto a população em geral quanto à população de trabalhadores da construção civil. 332 Expansão da atenção médica geral A responsabilidade pela estruturação de um serviço de Saúde Ocupacional é competência da empreiteira e é obrigatório para todos os empregados, segundo a Norma Reguladora Nº7 (NR 7), do Ministério do Trabalho. A organização das atividades deste serviço se faz a partir da elaboração de um Programa de Controle Médico Ocupacional (PCMSO), que estabelece uma série de medidas referentes à: avaliação de riscos associados ao trabalho; promoção e manutenção do bem-estar físico, mental social dos trabalhadores; prevenção de doenças ocupacionais; proteção dos ambientes de trabalho às aptidões físicas e psicológicas do trabalhador. Essas medidas são operacionalizas através da realização de exames pré-admissionais e exames periódicos, atendimento ambulatorial de emergência e atendimento médico primário. O empreendedor deverá manter transporte adequado para os casos de urgência médica ou acidentes no trabalho e manter o canteiro de obras em boas condições de segurança. Diante do exposto, o PCMSO é o instrumento eficaz de detecção de situação de risco à saúde coletiva, impedindo que a mão de obra contratada para construção do Centro Metropolitano de Taguatinga se torne um agente de irradiação de doenças para o restante da comunidade. Além disso, o empreendedor deverá integrar o sistema de vigilância epidemiológica, notificando os casos suspeitos de doenças transmissíveis e outros agravos à saúde. Equipe Técnica/Gestões Institucionais O detalhamento deste Programa deverá ser realizado por um profissional da área médica em parceria com um assistente social. Para sua execução deverão integrar a equipe outros profissionais, especialmente médicos do trabalho e técnicos em comunicação. 333 13 CONCLUSÃO Considerando que: • o Centro Metropolitano de Taguatinga tem como objetivo principal contemplar as atividades criadas pelos Planos Diretores Locais, motivando, assim, a implantação e o crescimento de novas atividades, gerando um crescimento econômico da região; • as Regiões Administrativas de Taguatinga e Ceilândia que envolvem o Centro Metropolitano de Taguatinga possuem potencial para a formação de um subcentro atrativo economicamente; • o Centro Metropolitano de Taguatinga irá abrigar o Centro Administrativo do GDF, que por sua vez reunirá as Secretarias e demais órgãos do Governo do Distrito Federal, de forma a proporcionar melhor atendimento à população do DF, potencializar ganhos de eficiência para a administração pública, proteger a área tombada do Plano Piloto de Brasília e fomentar o desenvolvimento urbano e o crescimento econômico e social da região situada na confluência das cidades de Taguatinga e Ceilândia; • a criação do Centro Metropolitano de Taguatinga está em consonância com a política atual de ocupação territorial do Distrito Federal, que busca o fortalecimento de subcentros urbanos e regionais, visando à diminuição da pressão de tráfego sobre o núcleo central e o desenvolvimento econômico e social do território do Distrito Federal; • a fácil acessibilidade causada pela proximidade do sistema metroviário e as oportunidades de crescimento econômico previstos com a implantação do campus da UnB e do Centro Administrativo constituem os principais motivos para a escolha da área do Centro Metropolitano de Taguatinga; • a hipótese de localização do empreendimento em outra área pode não oferecer os mesmos atrativos em termos de transporte e proximidade dos centros consumidores e acarretar impactos mais severos, a depender da sensibilidade e da biodiversidade dos ecossistemas considerados; • o Centro Metropolitano de Taguatinga não está inserido em Unidade de Conservação e encontra-se delimitado ao sul pela ARIE JK, configurando como Zona de Amortecimento dos impactos segundo o Plano de Manejo da ARIE; • a ocupação sustentável da área lindeira à ARIE JK pelo Centro Metropolitano de Taguatinga, com a devida implantação de infraestrutura, contribuem para a preservação da qualidade ambiental desta unidade de conservação; • no Distrito Federal estão em andamento diversos Planos, Programas e Projetos relacionados ao Centro Metropolitano de Taguatinga, com enfoque para as novas possibilidades de acessos viários previstas, onde se destacam o Programa de Transportes Urbanos do Distrito Federal – PTU/DF, a Via Interbairros, o Túnel de Taguatinga, a Linha Verde (EPTG) e a via de ligação Ceilândia-Samambaia (DF459); • o Centro Metropolitano de Taguatinga, de acordo com o PDOT-2009, encontra-se na Zona Urbana Consolidada (ZUC), e as atividades previstas para o empreendimento 334 atendem às recomendações e exigências do referido Plano Diretor; • as condições paisagísticas e a qualidade ambiental atuais na área do Centro Metropolitano de Taguatinga são precárias: processos erosivos causados pela drenagem pluvial, depósitos irregulares de sucatas e resíduos domésticos e da construção civil por toda parte. Essa situação tende a se agravar e comprometer a saúde pública, se não houver um controle eficaz do uso e ocupação da área; • as expectativas dos órgãos governamentais, do empresariado e dos diversos segmentos da comunidade são favoráveis ao Centro Metropolitano de Taguatinga, e a concretização do cenário de não implantação do empreendimento poderá frustrar as expectativas de uma boa parcela da população do DF, • as simulações realizadas indicaram riscos de inundações no ribeirão Taguatinga, na seção de controle utilizada, para tempos de recorrência superiores a 5 anos. Dessa forma, o atendimento das diretrizes e recomendações para a drenagem pluvial, notadamente a implantação de trincheira de infiltração, reservatório de detenção e dissipador de energia no lançamento no ribeirão Taguatinga é imprescindível para minimizar os impactos ambientais negativos provenientes da implantação e operação do Centro Metropolitano de Taguatinga; • a remoção da cobertura vegetal para a implantação do empreendimento não irá comprometer o estoque genético do meio biótico, uma vez que a área se encontra totalmente antropizada; • a construção do Centro Metropolitano de Taguatinga não acrescentará impactos significativos à composição da fauna silvestre local além daqueles que já existem, decorrentes da estrutura urbana e das atividades antrópicas instaladas; • a principal medida mitigadora para a fauna e flora será a limitação da atividade antrópica no interior da ARIE JK, através da demarcação e do cercamento desta unidade de conservação; • em suma, a Avaliação de Impactos demonstrou que os impactos positivos gerados pelo empreendimento serão mais relevantes que os impactos negativos; e • o atendimento das recomendações aqui apresentadas proporcionará a prevenção ou a mitigação dos impactos negativos mais relevantes, como impermeabilização do solo, riscos de erosões, de assoreamento, poluição dos corpos hídricos, emissão de ruídos e de poeira na fase de construção, transtornos nas vias de acesso pelos caminhões das obras, etc, de forma a compatibilizar o empreendimento com as necessidades de proteção ambiental da ARIE JK e melhoria da qualidade de vida das populações afetadas. A PROGEA Engenharia e Estudos Ambientais, com base nos estudos realizados, considera o Centro Metropolitano de Taguatinga como ambientalmente viável e recomenda a concessão das Licenças Ambientais, desde que sejam obedecidas todas as recomendações de ordem legal, ambiental e urbanística apresentadas neste estudo ambiental. 335 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALHO, C.J.R. 1983. Distribuição da Fauna num gradiente de recursos em mosaico. In: Cerrado: Caracterização, ocupação e perspectivas. M.N. Pinto (Ed), editora Universidade de Brasília, Brasília. ALHO, C.J.R., 1981. Small mammals populations of Brazilian cerrado: the dependence of abundance diversity on habitat complexity. Rev. Bras. Biol. 41: 223-230. ALHO, C.J.R., REIS, M.L. e SEIXAS, P. 2002. Mamíferos de Brasil. In: Ceballos, G y J.A. Simonetti (eds.), Diversidad y Conservación de los Mamíferos Neotropicales. Fundo de Cultura Económica. México,DF. BAGNO, M.A. e Marinho-Filho, J. S. 2001. 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