A GESTÃO DE CUSTO ADOTADA EM UMA EMPRESA DE CONFECÇÃO IGOR LIMA OLIVEIRA Resumo: O mercado capitalista exige, a cada dia, que as empresas sejam mais competitivas, caso as mesmas queiram sobreviver no mercado. Logo, o objetivo principal deste artigo é analisar a importância da gestão de custos, tendo como referencia uma empresa de confecção. A pesquisa é realizada a partir de um estudo de caso e análise documental. Em quanto à abordagem do problema, apresenta um caráter quantitativo e qualitativo. Para provar os benefícios da gestão de custo, serão mensurados dados financeiros de custo de um dos principais produtos da empresa, o jaleco. Será determinado o custo por produto e a partir desta informação, o empresário fará seu preço de venda; tudo isso é feito no intuito de elevar a margem de lucro, para esse mercado que a cada dia torna-se mais competitivo. Os pensamentos dos autores Poter (1989), Martins (2005), Gil (1999), Atiknson (2000), Ribeiro (2011) ajudaram a chegar no resultado da pesquisa e concluiu-se que, deste modo, é importante que a empresa se preocupe constantemente com os custos de seus produtos, medindo-se por meio das informações cedidas pelos diretores e análise documental. Palavras – chave: Gestão de custos. Planejamento financeiro. Lucro. 2 1 INTRODUÇÃO Com a utilização crescente da tecnologia da informação e a explosão dos países populosos economicamente com a utilização da mão de obra barata têm influenciado a competição entre as empresas. Hoje, com a abertura da economia mundial, empresas de outros países estão chegando ao mercado local com muita facilidade. Por isso o concorrente não é, mas o do seu estado e sim do mundo inteiro, pois muitas empresas chegam com produtos de melhor qualidade e preços mais competitivos. Segundo Martins (2005), entende-se por custeio de absorção “aquilo que atribui todos os gastos relativos ao esforço de fabricação dos produtos, total ou parcialmente prontos. Os custos de produção fixos são alocados aos produtos por meio de rateio e os custos variáveis são alocados diretamente aos produtos e as despesas são levadas diretamente ao DRE (Demonstração do Resultado em Exercício)” Por conseguinte, com essa aproximação das empresas estrangeiras está exigindo que nossas empresas sejam mais competitivas. Uma maneira de tornar a empresa ainda mais competitiva e apta a se destacar no mercado é tornar cada vez mais os preços mais acessíveis sem, contudo, abalar a margem de lucro da empresa como um todo. Uma das estratégias para se tornar competitiva no mercado é fazer uma análise da gestão de custo procurando reduzir os custos da produção, utilizando os métodos de custeio por absorção, custeio pleno, custeio variável. Já o custeio pleno, “atribui aos produtos todos os gastos da empresa, não só os custos, mas também as despesas operacionais, inclusive as financeiras e ainda os juros do capital próprio (custo de oportunidade). Dessa maneira, objetiva - se fornecer o montante total gasto pela empresa no esforço completo de obter receitas” (Martins, 2005). Logo, contribui evidenciando o valor adicionado, ou seja, o ganho efetivamente atingido. O custeio variável “atribui apenas os custos e despesas variáveis em nível de unidade do produto, evitando as distorções causadas por rateios arbitrários de alocação dos custos fixos aos produtos; evidencia a margem de contribuição; e trata os custos variáveis como relevantes para decisões de curto prazo” (Martins, 2005). Logo, os 3 custos e as despesas fixas são considerados integral e diretamente no resultado do período. Uma vez ciente de todo esse conhecimento técnico-administrativo em relação à gestão de custos, aplicando-se de maneira correta e coerente, podemos alavancar o crescimento da empresa em questão e torná-la mais competitiva neste feroz mercado de preços. Portanto, com essa postura, os empresários influenciam maior oportunidade de empregos, proporcionando melhor qualificação para seus colaboradores, garantindo maior rotatividade na economia da sociedade local. O presente trabalho tem como objetivo analisar a gestão de custo adotada em uma empresa de confecção, especificando através de referencial bibliográfico a importância da análise dos custos para as empresa, expondo os benefícios de um planejamento financeiro, analisando se a empresa que adota a gestão de custos é capaz de elevar a margem de lucro 2 CONCEITOS DE CUSTOS Baseando-se nos conceitos de Beuren (1993, p.63), a contabilidade de custos surgiu com o advento do sistema produtivo, ou seja, com a Revolução Industrial, na Inglaterra, no final do século XVIII, reconhecendo que muitas práticas e teorias contábeis são muito antigas, aproximadamente no século XIV, quando pequenas empresas industriais foram fundadas do progresso comercial da Itália, Inglaterra e Alemanha. Desde aquela época, até os dias de hoje percebeu-se a necessidade da Contabilidade de custos trazendo aos gestores vantagens competitivas, pois a permanência das empresas no mercado depende cada vez mais da realização dessas práticas, como análise, controle e gerenciamento dos custos de produção dos bens ou serviços ofertados, principalmente nos dias atuais onde convivemos com o feroz mundo capitalista. De acordo com Ferreira (1982), 4 “a Contabilidade de custos organiza-se em termos de sistema de acumulação de dados, critérios de avaliação e apropriação dos custos aos seus produtos/serviços para produzir relatórios que satisfaçam as exigências dos diversos usuários.” Segundo relata Leone (1991) diz que a “Contabilidade de custos é parte integrante da Contabilidade, sendo um instrumento disponível e poderoso porque utiliza, em seu desenvolvimento, os princípios, critérios e procedimentos fundamentais da Ciência Contábil”. Contabilidade de custos é muito importante porque forma um campo de aplicação de atuação e atua no setor de controle das operações dos próprios custos por departamento, unidade, centro, enfim, por componentes organizacionais. Segundo a citação de Peter (2001, p.9): “O avanço acelerado da tecnologia da informação a Contabilidade deve desempenhar um papel estratégico, onde as variáveis externas necessitam ser monitoradas a seu impacto na entidade avaliado, tendo em vista sua continuidade e seu desenvolvimento, sejam quais forem a sua natureza jurídica e seus objetivos. O processo administrativo não pode mais ser tratado como um conjunto de decisões, refletindo papel passivo, que apenas reage a eventos externos e produz informações cuja preocupação são eventos passados” Contudo, no início a contabilização de custo foi criado com outros fins, não para gestão, toda via com o tempo foi ganhando espaço no campo administrativo. Leone (2002) diz que a terminologia custo apresenta diversidade de concepções. As necessidades podem variar de uma situação para outra, assim como o tipo de linguagem utilizado e o que pretende alcançar. O termo custo possui significado muito amplo, podendo ser utilizado para representar o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) em uma empresa comercial, o Custo dos Serviços Prestados em uma empresa de prestação de serviços, o Custo de Fabricação de um Produto, o Custo Direto de Fabricação, entre outros. Assim, é necessário ter consciência de que se poderá encontrar conceitos distintos de custo, analisando cada um deles de acordo com o enfoque que estiver sendo dado a cada caso em particular. Santos (2004) relata que, nas atividades comerciais, por exemplo, custo significa o quanto foi gasto para adquirir várias mercadorias nas indústrias, o que foi despendido para fabricar determinando produto. 5 Nos dias de hoje, essa mesma Contabilidade passou a ser uma arma de controle e decisão gerencial, sendo utilizada no planejamento, controle e na tomada de decisões, na qual é utilizada de forma segura e convicta pelos os gestores das empresas na hora de uma disputa de preço. Segundo RIBEIRO, (2011) Independente da variação de significados observa-se que os custos aparecem em todos os ramos de empresas, seja comercial, prestadoras de serviços, entre outras, mas com o mesmo intuito, ou seja, expor o produto/serviço pronto para ser comercializado. O termo custo tem variavel muito grande de acordo com a concepção, aplicada nas atividades, comerciais é saber quanto custo para a aquisição de um determinado produto e aplicado na industria é o que foi gasto para fabricação de um determinado produto. E com isso o termo custo tem uma importância para todos os seguimentos tanto como serviços e industriais. Para Ribeiro (2011), a idéia de investimentos compreende, geralmente, os gastos com a obtenção de bens de uso de uma empresa; custos significa os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção ou prestação de serviços; despesas são os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de serviços da área administrativa, comercial e financeira, que direta ou indiretamente visam à obtenção da receita; desembolso é a entrega de numerário antes, no momento ou depois da ocorrência dos gastos. Mesmo com um grande número de definições para custos, alguns deles são fundamentais para o entendimento da nossa pesquisa, segundo a visão de renomados autores mencionado. Segundo menciona Matos (2005), Custos Diretos são aqueles incorridos e que tenham identificação com o produto ou departamento. Este tipo de custos mostra uma relação direta com a produção ou prestação do serviço. Os Custos Indiretos não possuem referência com o produto ou departamento, e a apropriação faz-se com auxilio de algum critério de rateio. Este tipo de custos mostra uma relação direta com a produção ou prestação do serviços. Ele também faz a diferenciação de custo fixo para o variável. Para ele, a noção de que Custos Fixos são todos aqueles que não variam conforme a quantidade produzida ou serviços prestados. Já os Custos Variáveis são 6 uniformes por unidade, mas flutuam no seu total na razão direta das variações de atividades totais. Após esta exposição, segundo Ribeiro (2011), a Contabilidade de Custos se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma empresa que auxilia no desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões, bem como para tornar possível a alocação mais criteriosa dos custos de produção aos produtos para esse mercado bastante competitivo. 2.1 Custeio direto ou variável Sabe – se que o custeio direto ou variável consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos. Já os fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção/serviços, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Ou seja, só se considera os custos variáveis, pois os custos fixos são considerado despesas logo o custo do serviço e ou modulo em questão tanto o produto a ser vendido como estoque, conterão apenas os custos variaveis. Já os custos fixos são considerados despesas do periodo de produção. Megliorini (2001, p. 137), afirma que enquanto no custeio por absorção os custos fixos são rateados aos produtos, no custeio variável, são tratados como custos do período, indo diretamente para o resultado igualmente às despesas. Segundo as explanações acima, o custo calculado é o processo produtivo, na fabricação de cada peça, pois o preço dessa peça será diferente se calculado considerando as despesas fixas como aluguel e impostos com essa diferença aumentam a margem de erro do preço na hora de uma disputa de preço em licitações, e com isso não terá a certeza da margem de lucro. Já Kraemer (2000) ressalta que “os defensores do custeio variável afirmam que os custos fixos estão mais estreitamente relacionados com a capacidade de produzir do que com o volume de produção, e que qualquer rateio deste aos produtos (ou as atividades) é subjetivo e altamente questionável”. 7 [...] Logo, no custeio direto, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado, para os estoques só vão, como conseqüência, custos variáveis. (MARTINS, 2005, P.2161) Para Koliver (2000), o custeio variável está alicerçado na apropriação de todos os custos variáveis – diretos ou indiretos – aos portadores finais dos custos fundamentados na relação entre esses e o grau de ocupação da entidade. Logo como também cita Ribeiro (2011), todos os custos de fabricação fixos são excluídos dos custos inventariáveis: eles são custos do período em que ocorreram. Observa-se que o custeio variável é indicado para controles gerenciais, consiste na apropriação somente dos custos variáveis aos produtos, sendo aqueles que variam proporcionalmente à produção, por exemplo: matérias-primas. Se empregarem duas unidades de matéria-prima para produzir uma unidade de produto, utilizar-se-ão quatro unidades de matéria-prima para produzir duas unidades de produto. (RIBEIRO, 2011). Os custos fixos não são rateados para os produtos, mas considerados como custo do período, pois não dependem do volume de produção 2.2 Custeio por absorção De acordo com Martins (2005, p. 37): “O Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios Contábeis geralmente aceitos, editados pela resolução nº 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade, que consiste na apropriação de todos os bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.” Segundo RIBEIRO, (2011) Dessa forma, o Custeio por Absorção distribui ao produto ou serviço somente os custos de produção, tais como; matéria-prima, mão de obra, energia elétrica, manutenção, entre outros, não alocando produtos/serviços às despesas da administração. pois reconhece todos os custos de produção como despesas, demonstrando de modo mais apropriado a confrontação da receita com a despesa, na apuração do resultado. 8 Por conseguinte, é extremamente necessário, para boa interpretação sobre esse custeio, diferencias custos e despesas. Ribeiro (2011) comenta as despesas são incorporadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto apenas os custos ligados aos produtos vendidos obterão o mesmo tratamento. Conforme Leone (1991, p. 341), as principais vantagens estão no fato de que os resultados pelo custeio por absorção sejam aceitos para a preparação de demonstrações contábeis de uso externo; e para obtenção de soluções de longo prazo, normalmente são recomendadas as informações do custeio por absorção. Toda via, apesar de está de acordo com as leis tributarias e com os princípios fundamentais da contabilidade, e de ser aceito pela fiscalização brasileira, tem duas desvantagens, poucas informações para fins gerenciais, considerando todos os custos do produto e serviços, havendo necessidade de rateio dos custos indireto, o que significa informações de custos não confiáveis na hora de uma decisão. 2.3 Custeio por atividade (ABC) Segundo Ribeiro (2011) O Custeio Baseado em Atividades, no cenário atual, torna-se cada vez mais popular, não sendo mais, entretanto, considerado como mais um sistema de acumulação de custos para fins contábeis, em relação aos já existentes. Atribui os custos de acordo com o consumo de recursos pelas atividades e no processo dos produtos, o custeio ABC utiliza-se da relação dos custos com as atividades desempenhadas, através do rastreamento, dos custos indiretos de fabricação aos objetos de custeio, esse custeio facilita a análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam no processo produtivo. Segundo Nakagawa (2009, p.16) a competitividade é passível de ser aplicada, em setores e nas empresas ou até mesmo ao produto nesse sentido, percebe-se que a competitividade está ligado ao mercado, levando-se em conta a posição atual da empresa e sua capacidade de competir não só a curto prazo, mas principalmente a longo prazo, o que irá ao encontro de cenários estratégicos. 9 Segundo Nakagawa (2009, p.19), a Accountabillity é a obrigação de se prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder, sendo considerada ainda de vital importância para a sobrevivência de qualquer organização, e nos últimos tempos sendo estudada em outras áreas de conhecimento humano. Alguns autores demonstram que as organizações situadas nesse mercado totalmente competitivo terão a necessidade de utilizar custos mais aperfeiçoados para precificar seus produtos e serviços, e o ABC contém a ferramenta estratégica que auxilia, para a permanência da empresa no mercado Assim, com a utilização do ABC, pretende-se ter uma visão melhor das atividades e dos responsáveis pelas decisões. Para Martins (2005, p. 100), atividade é a combinação de recursos humanos para se produzirem bens ou serviços, e essa comunicação entre ambas poderá melhorar a eficácia na empresa, além de ser a forma tradicionalmente utilizado para fazer a alocação dos custos indiretos de fabricação e amplamente aplicado nos tradicionais custeios Logo, o que se espera da exatidão dos números obtidos é a eficiência no processo de decisão; diferente de quando falamos de acurácia, que nos sugere a eficácia na comunicação desses mesmos processos. No decorrer do tempo, surgiram críticas relacionadas ao rateio de custos, sob a justificativa de que é o maior causador das distorções e que provocava inúmeros erros nas tomadas de decisões. Mas, no final das contas, as críticas apontam motivos diferenciados que os custos variam em função do volume da produção. Para Nakagawa (2009, p. 28), rastreamento tem por definição o ato de identificar, classificar e mensurar a maneira como as atividades consomem os recursos e como os produtos consomem as atividades de uma organização. A exposição acima traduz que o dados desenvolvidos pelo rastreamento são considerado apenas um meio para se chegar ao fim, que reflete na resistência à competição do atual cenário. Logo, percebe-se a relevância do rastreamento que o ABC realiza nas atividades mais importantes de uma organização, substancialmente as que consomem maiores parcela dos recursos localizadas nas áreas de engenharia, logística de armazenamento, movimentação, transporte e distribuição de materiais, produtos, entre 10 outras. Portanto, o ABC é um proporcionador para a apropriação direta dos custos indiretos e o rateio deve ser usado só em última instância. 3 GESTÃO DE CUSTO Nas últimas décadas, fruto do crescimento da tecnologia da informação e dos países populosos a concorrência de um mercado globalizado, profundas mudanças têm ocorrido no “modus operandi”, nas estratégias e nas práticas gerenciais das organizações, com reflexos na gestão de custos do empreendimento. Machado (2006). Conforme Pompermayer, (2002) A gestão de custos está além das técnicas tradicionais da contabilidade. Sob o enfoque contábil, os custos podem ser analisados como Custo Contábil e Custo Gerencial. O Custo contábil, subordinado à Contabilidade Financeira, está disciplinado por normas legais, técnicas (princípios contábeis), fiscais (compulsoriedade na aplicação das leis) e societárias (fatos passados e rigidez formal). O Custo Gerencial, embora não objetive desrespeitar as leis, não está vinculado a elas. Compromete-se com a eficiência pela redução dos gastos, através de estudos e análises voltados para a mudança de processos, gestão financeira adequada e para o atendimento de questões especiais relacionadas com a logística do atendimento correto aos clientes. Logo, a eficaz do processo de gestão de custos passa, necessariamente, pela eficácia das atividades de planejamento, execução e controle. (Porter 1989). Segundo Martins (2005) o custeio de produtos/serviços tem sido referenciado como a função básica da contabilidade de custos. Além do aspecto puramente contábil, os métodos adotados para o custeio também são utilizados como fonte geradora de informações para a gestão. De fato, é a utilização de tais métodos que disponibiliza informações específicas que contribuem no controle dos custos, auxiliando na tomada de decisão. As empresas estão buscando a redução de custos e aumento da produtividade de diversas formas, com intuito de aumentar a margem de lucro, e com isso gerando o crescimento financeiro do empreendimento, colocando a liderança em custos como uma das alternativas estratégicas, ou ainda, a diferenciação de produto. 11 Conforme Atkinson (2000) custos-padrão é parâmetro projetado para as unidades de produtos, correspondendo aos custos dos recursos das atividades produtivas planejadas para o período estabelecido. O custo-padrão é elaborado por um conjunto de setores que envolvem desde o planejamento até a fabricação propriamente dita e tem como base as informações de consumo de matérias-primas, mão-de-obra, materiais secundários e outros custos, para cada produto elaborado. Representa, para fins da gestão organizacional, as opções e políticas adotadas pela empresa quanto aos meios e formas de realizar suas operações de produção. Também fazem referência a outra técnica de gestão de custo na fase de produção, o custo kaizen Por meio de pequenas melhorias no processo e no produto, é possível alcançar reduções incrementais em relação aos custos totais projetados 4 METODOLOGIA 4.1 Características da Pesquisa A presente pesquisa baseou-se nos critérios básicos estabelecidos por Beuren e Raupp (2003) que são agrupadas em três categorias: quanto aos objetivos é descritiva; quanto aos procedimentos se classificará como bibliográfico estudo de caso e análise documental; já quanto a abordagem do problema ela é quantitativa e qualitativa. A pesquisa enquadra-se como descritiva, segundo explica Gil (2002) “a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis”. Assim a pesquisa mostra como a gestão de custo proporciona o crescimento financeiro de uma empresa de confecção de fardamentos em Sobral. Em relação aos procedimentos utilizados no estudo da pesquisa, caracterizar-se-á como estudo de caso acompanhado de uma pesquisa bibliográfica, além de uma aprofundada análise documental, através da ficha de produto. Sendo de natureza teórica, a pesquisa bibliográfica torna-se indispensável para o desenvolvimento do trabalho, pois ela tenta explicar um problema baseada em 12 referenciais teóricos publicados em documentos. Pois de acordo com Oliveira (2000, p.119) esta pesquisa tem por finalidade “conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno”. A pesquisa teve seus dados obtidos também através do estudo de caso, que propicia uma maior riqueza de detalhes podendo assim ser mais preciso na resolução do problema da pesquisa. Gil (1999, p.73) afirma que: “O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetivos, de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados do mesmo, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.” A pesquisa enquadra-se como documental, pois segundo Raupp e Beuren (2006, p.89), “ela baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser elaborados de acordo como os objetivos da pesquisa”. O propósito da pesquisa qualitativa que será usada nesse estudo é descobrir a importância do custo em uma empresa de confecção de fardamentos. 4.2 Cenário da pesquisa O ambiente ao qual a pesquisa está inserida trata-se de uma renomada confecção de fardamentos, a qual está localizada no município de Sobral, região noroeste do Estado do Ceará, distante 228 km da capital, Fortaleza. Hoje se sabe que a cidade de Sobral é referência de toda Zona Norte do estado do Ceará no quesito comércio, sendo que a empresa escolhida como cenário de estudo tem papel de destaque quando falamos de confecções. Isso nos assegura uma maior credibilidade do estudo em questão. 4.3 Procedimentos para coleta dos dados Esta etapa corresponde, como expõem Marconi e Lakatos (2000), a uma tarefa cansativa e que toma, quase sempre, mais tempo do que se espera, exigindo do 13 pesquisador paciência, perseverança e esforço pessoal, além do cuidadoso registro dos dados e de um bom preparo anterior. Os dados em pesquisa de custo são classificados por Mattar (1999), em dois grandes grupos: dados primários e dados secundários. - Dados Primários: são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento. As fontes básicas de dados primários são: o pesquisado, pessoas que tenham informações sobre o pesquisado e situação similares. - Dados Secundários: são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até analisados, com propósito de atender às necessidades da pesquisa em andamento, e que estão catalogados à disposição dos interessados. As fontes básicas de dados secundários são: a própria empresa. A pesquisa foi realizada em duas etapas: primeiramente, foi realizada de uma pesquisa qualitativa, através de um questionário contendo seis perguntas (sendo cinco objetivas e uma subjetivas), direcionadas aos gestores da empresa de confecção, estimulando os entrevistados a pensarem livremente sobre o tema ora debatido. Posteriormente, para provar os benefícios da gestão de custo, foi realizada uma segunda etapa da coleta de dados e informações (pesquisa quantitativa), onde foram mensurados dados financeiros de custo de um dos principais produtos da empresa, o jaleco (que será tido como um produto-exemplo para explicar os cálculos), utilizando informações coletadas diretamente com os arquivos da empresa. Conforme Gil (1999), “pesquisa quantitativa é considerar tudo aquilo que pode ser quantificado, o que significa traduzir números e informações para classificá-las e analisá-las”. Logo, a partir de uma análise documental, será demonstrado como a empresa realiza a gestão de custos, tendo como referência um de seus produtos. Após feito o detalhado gerenciamento dos custos, a empresa é capaz de determinar o valor de venda do produto no mercado, sendo possível determinar, com segurança, o valor mínimo do produto a ser vendido, tornando-a mais competitiva no mercado capitalista, com a certeza de que não está tendo qualquer prejuízo. 14 4.4 Proposta para análise dos dados Após dar início a coleta de dados, foi criado um banco através do programa Windows Excel 2007, onde todas as informações obtidas alimenta o banco, auxiliando assim na análise dos dados e os mesmos serão apresentados em forma de tabela. 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS O presente trabalho tem como intuito analisar a gestão de custo adotada em uma empresa de confecção, especificando através de um questionário com os gestores, além também utilizar o referencial bibliográfico, a importância da análise dos custos para as empresa, expondo os benefícios de um planejamento financeiro, analisando se a empresa que adota a gestão de custos é capaz de elevar a margem de lucro. 5.1 Análise dos questionários Primeiramente, iremos explicar o resultado obtido através dos questionários aplicado na empresa com seus gestores, tendo como intuito saber se os gestores estão tendo o conhecimento e se estão tendo o domínio da gestão de custo. Gráfico 1 - Sabe calcular o custo do produto? Fonte: Pesquisa Direta (2012) 15 Podemos, então, concluir a partir do gráfico 1 que os gestores entrevistados tem um conhecimento apurado no cálculo do custo do seu produto, sem a necessidade de copiar o preço do concorrente. Gráfico 2 - Como a empresa calcula o preço do produto? Fonte: Pesquisa Direta (2012) O gráfico 2 explica de que maneira a empresa em questão faz o cálculo do preço do seu produto. Observou-se, então que 75% dos gestores tem como referencial no momento de definir o preço o cálculo de todos os custos ( diretos, indiretos, etc. ), também registrando que 25% dos entrevistados calcula o custo através de uma planilha de custos. Gràfico 3 - Sugestão de cálculo de custo Fonte: Pesquisa Direta (2012) 16 Quando foi perguntado aos gestores que sugestões eles dariam para melhorar o cálculo do seu custo, as respostas estão resumidas no gráfico 3. Nele, 75% dos entrevistados sugerem realizar um planejamento financeiro com maior exatidão e mensalmente. Já 25% dos entrevistados apoia a vertente de fazer uma separação das despezas da empresa com a produção, adotando um custeio variável; e para o cálculo de produção, adota-se o custeio por absorção. Durante a entrevista, também foi observado que os gestores tem o conhecimento sobre a definição do termo custo e sabem da importância da gestão de custos para elavancar o crescimento financeiro da empresa. 5.2 Análise da pesquisa documental Nessa segunda etapa, iremos a partir da análise documental da empresa, verificar como esta faz a gestão de custos de um dos seus principais produtos, o jaleco e sua influência na precificação do produto. 5.2.1 Custo do produto (jaleco) Etapas para calcular o preço de custos do jaleco em oxford branco.é necessário pegamos o preço do tecido, aviamentos como botões, linhas, etiquetas, embalagem, que são produtos comprados por quantidade e transformar o valor em valor unitário, pois será mostrado a seguir: 1ª Etapa: Calcular o preço do tecido Temos que inicialmente calcular o preço de 1M do tecido oxford, com 1m de comprimento por 1,50 de largura tendo o custo de 4,00 reais, sendo necessário para a fabricação do jaleco 1,80 (Um metro e oitenta centímetro) que terá o custo de 7,20 reais 2ª Etapa: Temos calcular o preço dos botões 17 Considerando o preço da embalagem do botão com 144 unidades custa R$7,20 e o preço da unidade do botão custa R$ 0,05 cada botão, na fabricação do jaleco são necessários de 8 unidades de botões totalizando R$0,40 centavos. 3ª Etapa: Calcular o preço da etiqueta Na fabricação do jaleco é necessário 1 unidade de etiqueta bordada,em sua embalagem contém 1.000 unidades tendo o valor do pacote de R$120,00 e tendo o custo de 0,12 centavos 1 unidade. 4ª Etapa: Cálculo do custo da linha Sendo necessário calcular o custo da linha para a fabricação do jaleco, então pegamos 1 cone de linha que equivale a 3,00 reais e foi fabricado 6 unidades de jaleco sendo assim um jaleco para seu feitio necessita do valor de 0,50 centavos no acréscimo de seu preço. 5ª Etapa: Calculo para a embalagem Sua embalagem é comprada nem uma quantidade 100unidade de sacos custa R$ 5,00 sendo necessário 1 unidade de saco para poder embalagem o jaleco. 6ª Etapa: Calcular o custo de fabricação Como a soma de todos os custos apresentado acima totaliza o custo de matéria prima por peça, somado no valor de R$ 8,27 mais o custo total da despesa da fabrica que corresponde a 5,29 reais por peça,segundo análise feita previamente pelos os gestores da empresa, concluiu-se que o Custo Total da Despesa da Fábrica (CTDF), 18 com a produção de um jaleco, equivale a aproximadamente R$ 5,29 reais por peça. Esses custos incluem, por exemplo: aluguel, encargos sociais, impostos, salários e conta de luz, água e telefone. Tal valor foi calculado tendo como referência uma média anual de despesas da fábrica no ano de 2011. 7ª Etapa: Cálculo da margem de lucro mínimo e máximo Sendo assim obtendo todas essas informações basta colocar a margem mínima de lucro que corresponde a margem de 20% podendo assim vender o jaleco por até 16,27 e o preço praticado no mercado é no valor de 30,15 que corresponde a 122% Produto: Jaleco Oxford, manga longa, branco Quadro 1- Ficha de Custo Operacional Matéria – Prima Valor por Unidade/M². R$ 4,00 Custo por peça Tecido Oxford Metragem/ Unidades 1,80 m Botões 8 und R$ 0,05 R$ 0,40 Linha ---- R$ 0,50 R$ 0,50 Etiqueta Bordada 1 und R$ 0,12 R$ 0,12 Embalagem 1 und R$ 0,05 R$ 0,05 R$ 7,20 Custo da Matéria Prima por Peça CMPP R$ 8,27 Custo Total da Despesa da Fabrica CTDF R$ 5,29 19 R$13,56 Custo da peça sem lucro CPSL Margem de Lucro Mínimo Margem de Lucro Maximo 20% R$2,71 R$16,27 122% R$16,54 R$ 30,10 Fonte: pesquisa direta (2012) 6 Considerações finais Com a aplicação do método proposto e a supracitada redação sobre a gestão de custo onde esta relacionada com o custo produtivo de uma empresa de confecção foi possível perceber, que a oportunidade oferecida aos gestores, para uma reflexão sobre os possíveis caminhos que a empresa de confecção de fardamentos pode utilizar no aperfeiçoamento dos custos da empresa. Concluí-se, então, que apesar do trabalho em organizar todos os custos para produção, ter o hábito de realizar um gerenciamento de custos de todos os produtos de uma empresa traz enormes benefícios. Gerenciar os custos de determinado produto dá ao empresário uma maior segurança na hora de negociar preços, por exemplo em licitações ou pregões eletrônicos, pois o empresário sabe até onde pode baixar seu preço de venda, tendo a garantia de que ainda sairá lucrando, mesmo vendendo em um valor bem mais baixo que o habitual. Logo, a Gestão de Custos é uma poderosa arma para aumentar a margem de lucros. 20 7 BIBLIOGRAFIA ATIKNSON, A. A.. et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000 BERRY, Leonard L. & PARASURAMAN, A. Serviços de Marketing, São Paulo: Maltese, 2002. BEUREN, I. M. Gestão estratégica de custos: arquitetura e conceitos. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 21(71): 30-39, out/dez., 1993. FERREIRA, A. B. H. 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