“Heróis jovens, mas valentes!” Reportagem: Carolina Ribeiro, Fotografia: Carolina Ribeiro Jornal: “A Passagem” Longe de se cansarem do objectivo que os levou à nossa Assembleia da República, e a vontade que cresce de minuto para minuto de fazer o mínimo que seja, para tentar melhorar o nosso país levou talvez milhares de jovens a Lisboa, entre os dias 24 e 25 de Maio, para todos juntos, se tornarem num só – o próximo, e participando no Parlamento de Jovens, cujo tema foi “Educação Sexual”, mostraram que sabem mais, do que provavelmente aquilo que eles próprios pensam! Numa altura em que existem várias decisões a tomar sobre uma temática que “tem dado tantas voltas na cabeça” dos nossos deputados, os jovens portugueses formaram em dois dias aquelas que poderão ser as próximas medidas, para resolução da pergunta que ecoa nos ouvidos portugueses: ”Educação Sexual nas escolas, sim ou não?”, e como tal, ouvindo os conselhos de quem sabe, chegaram a um consenso. Para dar esses conselhos contaram com a presença de ilustres deputados, já conhecidos da nossa assembleia nacional. A deputada Ana Drago do BE afirmou perante todos os presentes no comício número 4, que “uma das coisas que mais me deixa feliz nestas iniciativas, é por vezes ver as minhas ideias coincidirem com as dos outros jovens” com esta frase concordou também, uma outra deputada Margarida Almeida, que disse também ela que tais coincidências a deixam ternamente agradada. A palavra dos mais jovens Felizmente, não só os “deputados a sério” tiveram a palavra como tal os mais jovens, mostraram o seu sentido critico, e quando confrontados com a seguinte pergunta, que proveio do circulo de Viana do Castelo: “ Como poderemos transmitir perguntas, e o esclarecimento das mesmas, num programa televisivo? Será que os pais deixariam?”, o círculo de Santarém, rapi- damente clarificou, dizendo de forma não só civilizada, mas também profissional que “Como todos sabemos, a televisão chega a todo o lado, os filmes chamados de “filme de bolinha”, que, os menores não podem ver, no entanto, fazem-no, tal depende dos pais!” Obviamente que o circulo Vianense, não ficou só por o que questiona mas também, foi o questionado, assim sendo, quando confrontado com uma duvida bastante pertinente “Na 2.ªmedida: não acham que sendo o Ministério da Educação a realizar estes workshops, em primeiro lugar, será que conseguiriam abranger todas as cidades? E não seria demasiado dispendioso?” do circulo de Évora, o circulo minhoto afirmou que “Dispendioso? Muito provavelmente, no entanto também o seria um canal televisivo, e um workshop é mais facilmente realizável, do que a forma anterior.” Já na sessão plenária, os jovens acharam que a união de medidas que estivessem mais parecidas seria instrutivo, e dessa forma tornariam as medidas mais completas, no entanto, similarmente havia quem discordasse, e assim sendo, causou um ambiente mais de defesa e menos de ataque, pois ninguém queria que as suas medidas fossem eliminadas, portanto tinham que as defender, tinham que mostrar aos outros deputados, que as suas medidas seriam as correctas e necessária no projecto de recomendação final. Na altura, em que se tinha que debater estes aspectos, em que a Senhora Presidente de mesa, tinha que organizar de forma justa e rotativa, os círculos que tinham a palavra tanto para eliminar as medidas, como também, para as manter no plano de recomendação, mas os alguns deputados não acharam que isso estava a acontecer, e chegou a ouvir-se um deputado do circulo de Lisboa a protestar “Senhora Presidente, pensei que seria rotativo!” e na verdade, pelas reacções que rodeavam o corajoso deputado, muita gente concordava. Na voz de quem sabe Inspirados por vozes e pessoas “maiores”, os nossos jovens deputados, mantiveram a postura e debateram durante o dia sobre aquilo em que acreditavam, e achavam ser o melhor, no entanto, os seus inspiradores, também tiveram os seus momentos de reflexão, de alegria, de esperança, e partilharam-no com os jovens deputados presentes. Logo ao inicio do dia o Secretário de Estado abriu a sessão plenária, com umas breves mas bastante interessantes e instrutivas palavras. Acima de tudo explicou o porque e as pretensões do ministério da educação, em relação a este tema, “Quero felicitar os vossos professores, funcionários, os vossos pais, e também a vocês, por estarem aqui hoje:” declarou. Seguidamente, pediu para os nossos deputados usufruírem desta oportunidade, para lhe tirarem o melhor partido, e sobretudo fazer por merece-la, no final, do seu pequeno, mas grandioso discurso, desejou apenas “Que sejam muito felizes, que oportunidades destas vos apareçam sempre, e que tudo o que desejam, tudo o que pedem, se realize. Espero que sejam, muito felizes!” Já Nuno Araújo, deputado do PS, quando questionado se Educação Sexual, nas escolas é um factor de desenvolvimento e ainda se a crise está a afectar as decisões sobre este assunto, esclareceu que “Sinceramente, acho que não está em causa que Educação Sexual seja um factor de desenvolvimento. Óbvio que a crise piora um pouco, tudo aquilo que poderia ser feito, mas está a encontrar forma de resolver esse problema. No que toca a este assunto, tem que haver um trabalho de equipa, para que a educação haja, mas para isso é preciso esforços, e é nisso que estamos a trabalhar.” Também Ana Drago, quando confrontada com a verdade dura e crua, de que estas medidas poderiam não ser aprovadas, por quem as ter realizado, ser jovem, diz que “Não é por serem mais jovens, que as vossas opiniões têm que estar na “moda”. Democracia é aceitar as existentes ideias diferentes de cada. Não é por se ser jovem, ou por se ser mulher, que temos todos a mesma opinião. A inserção social deve ser feita. 1/5 dos portugueses é pobre, e isso significa que o governo tem uma divida para com eles, depois de vocês realizarem estas medidas, tem outra convosco.”. Também já em conferência de imprensa aos jovens jornalistas, Luiz Fagundes Duarte, foi questionado sobre tal, ao que respondeu que “O Governo tem se portado mal, ele deve introduzir de alguma maneira as medidas tomadas hoje. O Governo tem essa obrigação, senão seriamos enganados. A probabilidade resulta de tudo isto, mas eu como presidente da comissão, farei os possíveis para saber se isso pode acontecer.”Pediram também ao Senhor Presidente da comissão uma opinião sobre os custos dos manuais, ele achou que “os manuais deveriam ser oferecidos pelas escolas. Há quem possa comprar, e quem não possa, há desigualdades!” Regressando a Nuno Araújo que disse que gostaria de ter também ele, estas iniciativas, na altura em que ele andava na escola, porque “O 1.º contacto que tive foi há muitos anos, e ter feito parte de uma junta, e com iniciativas destas fortalecia o que há hoje. As juntas são um complemento do que o que não havia antes.” Luiz Fagundes Duarte, terminou a sua conferência de imprensa, pedindo “Não se deixem afectar por ser mais jovens, lutem, trabalhem, esforcem-se. Nunca desistam!” Nós prometemos, nós nunca havemos de desistir! Conclusão final E como nunca havemos de desistir, como nunca baixaremos a cabeça, podemos garantir, que para o ano seguinte, mais um plano de recomendação será feito, não sobre este tema, mas será apresentado um projecto de recomendação. Este ano, está garantido, está feito, debatido, realizado, pensado, e repensado, não por umas quaisquer pessoas, mas sim por 130 deputados, e por inicialmente 449 escolas inscritas. Não, isto não é brincadeira, isto é a verdadeira prova de que afinal os jovens pensam em mais do que neles, no que querem, em caprichos, em birras, em criancices, provaram que estão além do merecido, e que a promessa feita será cumprida. E no próximo parlamento de jovens, estarão certamente, lá outros 130 jovens para lutarem pelo que acreditam, e naquilo que acham que será o seu futuro, o deles, e o de quem virá a seguir - um futuro bom, justo, completo e repleto de merecidas considerações, com a eliminação de opiniões feitas, sem conhecimento algum, que os jovens actuais são egocêntricos, e que não olham para mais nada, além do seu umbigo. Será? “Amanhã” veremos! Até porque como disse o Senhor Luiz Fagundes Duarte, “Os jovens Portugueses são o melhor que Portugal tem!” Opinião do autor Eu orgulhosamente pertenço ao Circulo de Viana do Castelo, e posso garantir que mesmo sendo sete horas da manhã, e a espera do autocarro, o frio e a ameaça de chuva, nunca derrubaram os persistentes jovens que permaneciam a pensar, a imaginar, o que sucedia. Foi a primeira vez que presenciei um evento de tão grande prestígio, não só para os presentes, mas também para os familiares, porque ver na Assembleia da Republica, um filho, um sobrinho, um neto, um amigo é um enorme motivo de orgulho! Digam o que disserem, trata-se de mais do que um ou dois dias, de trabalho, foram dois dias de esperança, de orgulho próprio, de amor à pátria, de vontade de “fazer o futuro”, é simplesmente impressionante, presenciar, a garra, a vontade, o amor que se tem, aos valores que se acredita. É imaginável! Devo dizer, que havia alturas, em que essa satisfação, essa luta sobrepunha-se à função que lá desempenhava, e de repente, vinha uma vontade, de também eu opinar, de também eu comentar, dizer o que penso, o que acho. Só uma frase, só uma palavra, e ficava completa, iria sentir-me realizada, mas não, tinha que me reduzir à minha caneta, e ao meu papel, e agora, foi bom, me ter reduzido a tal, agora posso escrever, clarificar, contar o sucedido, e agora, estou orgulhosa de mim própria! Sentir, que estou a fazer do que um “rabisco”, que umas palavras, que um segredo, que um momento, que qualquer coisa, agora estou a dar a conhecer, uma faceta irreconhecível presente nos jovens, uma faceta altruísta, que mais do que um dever está a tomar uma decisão, está a mostrar o que realmente é, o seu real valor! Todos juntos mostramos que somos pessoas com ideias, com emoções, e opiniões, com sentido crítico e altruísta, que possivelmente existem pessoas que desconheciam, somos humanos que também sabem do que falam, que sabem escutar, e não só ouvir, que se sabem expressar, e não só falar, que também elas podem e irão tornar o nosso país melhor, mais justo, e politicamente mais correcto. E tal, como todos juntos no final do último dia representamos, cantamos, glorificamos, amamos, esperamos e lutamos, que o nosso país avance para melhor, que dê aos outros aquilo que nos deu a nós, ao que nos submeteu, ao que nos ofereceu, as oportunidades que nos mostrou, as portas que nos abriu, e que eternamente se continue a cantar, a fazer ouvir, a exaltar as nossas palavras, a nossa história “Heróis do mar, nobre povo, nação valente, imortal, levantai hoje de novo, o esplendor de Portugal! (…) Às armas, às armas, pela pátria lutar, contra os canhões marchar, marchar!”