PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA Intoxicações por agrotóxicos no Brasil: o papel da vigilância em saúde Ysis Martins Aquino¹ Daniela Buosi Rohlfs² ¹Farmacêutica. Aluna da Pós-Graduação em Vigilância Sanitária, pela Universidade Católica de Goiás/IFAR. ²Orientadora: Engenheira Florestal pela Universidade de Brasília; Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade de Brasília; Especialista em Gestão Integrada das Águas- Saneamento Ambiental pela Universidade das Águas da Itália; Especialista em Saúde e Poluição Atmosférica pela Universidade de São Paulo. Professora de especialização em Biociências Forenses IFAR/PUC-GO Resumo As intoxicações por agrotóxicos constituem um problema de saúde pública grave, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Além disso, a OMS relata que os agrotóxicos pesticidas são atualmente o método mais comum de suicídio no mundo. Diante deste contexto, este trabalho busca discutir, por meio de uma revisão de literatura, o papel da vigilância sanitária no controle das intoxicações por agrotóxicos. Existe no Brasil uma série de sistemas de notificação e registro que reúnem dados sobre intoxicações por agrotóxicos no país. Dificuldades na análise dos dados sobre intoxicações são freqüentes e a subnotificação representa uma barreira ao trabalho da vigilância, que pode ser rompida com a integração entre esses sistemas e uma maior conscientização dos profissionais de saúde acerca da importância da notificação. Palavras-chave: Agrotóxicos. Intoxicações. Vigilância sanitária. Surveillance of pesticide poisoning in Brazil Abstract The pesticide poisoning is a serious public health problem, especially in developing countries like Brazil. Furthermore, the WHO reports that pesticides are currently the most common method of suicide in the world. Given this context, this paper discusses, through a literature review, the role of health surveillance in control of pesticide poisoning. In Brazil there is a series of notification and registration systems that gather data on pesticide poisoning in the country. Difficulties in analyzing the data on poisonings are frequent and underreporting represents a barrier to the work of surveillance, which can be broken with the integration between these systems and an increased awareness of health professionals about the importance of reporting. Key-words: Pesticides. Poisoning. Health surveillance. 1 Introdução O termo agrotóxico surgiu para substituir o termo “defensores agrícolas”, após grande mobilização da sociedade civil organizada. Tal mudança de termos coloca em evidência a toxicidade dessas substâncias para saúde humana e para o meio ambiente. Esses produtos podem ser classificados de acordo com o organismo alvo, sendo os inseticidas aqueles cuja finalidade é controlar e eliminar insetos nas formas larvária e adulta. Os inseticidas mais utilizados atualmente são os organofosforados, carbamatos e piretróides (SIQUEIRA; KRUSE, 2008). Os organofosforados e carbamatos estão entre as principais causas de intoxicação aguda, acidentais ou não. A alta toxicidade de alguns desses produtos, a facilidade do acesso e o grande número de produtos contendo essas substâncias são fatores que fazem da intoxicação por agrotóxicos um problema de saúde pública grave. Dentre os carbamatos, cabe destacar o caso do Aldicarb, um produto de coloração cinza-chumbo conhecido popularmente como “chumbinho”, que embora registrado como produto agrícola exclusivo, é comercializado clandestinamente para uso como raticida doméstico. É um produto de baixo custo e de alta eficiência frente às tentativas de suicídio, de modo que seu uso vem se popularizando para esse fim, mesmo com a restrição para venda desse produto (XAVIER et al., 2007). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou, em 1990, que ocorreram no mundo cerca de três milhões de casos de intoxicação por agrotóxicos com aproximadamente 75 mil casos de câncer por exposição e 220 mil mortes por ano. 70% dessas intoxicações ocorrem em países em desenvolvimento, como o Brasil. Entretanto sabe-se que esse número é ainda maior, pois os dados oficiais levam em conta apenas os casos que resultaram em atendimentos hospitalares. Além disso, a OMS relata que os agrotóxicos pesticidas são atualmente o método mais comum de suicídio no mundo, mas a distribuição global dessas mortes é desconhecida (REBELO, 2006). A partir dos anos 80, Centros de Controle de Intoxicações, também conhecidos como Centros de Informações e Assistência Toxicológicas (CIT ou CIAT) foram implantados em vários estados do Brasil, com objetivo de sistematização, ampliação e difusão de conhecimentos técnico-científicos no campo da Toxicologia, visando à prevenção, o controle e ao tratamento adequado dos acidentes, riscos e danos de natureza toxicológica provocados por medicamentos, cosméticos, domissanitários, produtos químicos, animais peçonhentos e quaisquer outras substâncias potencialmente agressivas para o ser humano (ABRACIT, 2012). No Brasil dois Sistemas de Informações trabalham com dados sobre intoxicações. O Sistema de Informação de Agravo de Notificação - Sinan é um sistema de informação que contém dados sobre doenças e agravos de “notificação compulsória”, ou seja, que os profissionais de saúde são obrigados a registrar, tendo em vista sua importância epidemiológica. Em 2004, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 777, que incluiu as intoxicações por agrotóxicos, quando relacionadas ao trabalho, na Lista de Notificação Compulsória (LNC). Em 2011, com a publicação da Portaria 104 do Ministério da Saúde, a obrigação em notificar essas intoxicações passou a ser universal, sem a condição de serem relacionadas ao trabalho. Entretanto, o que se observa é que os registros de intoxicações por agrotóxicos no Sinan têm sido escassos em todo o Brasil (LONDRES, 2011). O segundo é o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) que consolida os dados gerados nos diferentes estados brasileiros, é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz do Ministério da Saúde, que anualmente faz a publicação das estatísticas de casos de intoxicação registrados pelos centros. Entretanto, dados epidemiológicos como o produto tóxico envolvido, o perfil dos intoxicados e a circunstância envolvida em cada caso de intoxicação não são indicados no SINITOX. Tais dados são de extrema importância para elaboração de políticas de saúde que visem à diminuição da ocorrência desses casos (AZEVEDO, 2006). Diante deste contexto, este trabalho busca apresentar o papel da vigilância em saúde no controle das intoxicações por agrotóxicos. 2 Metodologia A metodologia de trabalho consistiu em buscas sistemáticas em bases de dados bibliográficas nacionais e internacionais na área de toxicologia. Para isso, foram utilizados portais de periódicos online e banco de dados das bibliotecas virtuais de Universidades. Os portais de periódicos pesquisados foram: CAPES Periódicos, JSTOR, Banco de Teses CAPES, Scielo e Google Acadêmico. Foram utilizados todos os registros de artigos publicados entre 2001 e 2012. 3 Discussão 3.1 Toxicologia: aspectos conceituais e históricos Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações químicas com o organismo e define os limites de segurança dos agentes químicos, entendendo-se como segurança a probabilidade de uma substância não produzir danos em condições específicas. É uma ciência multidisciplinar, abrangendo uma vasta área do conhecimento, onde atuam profissionais de diversas formações: Química Toxicológica, Toxicologia Farmacológica, Clínica, Forense, Ocupacional, Veterinária, Ambiental (Ecotoxicologia), Aplicada a Alimentos, Genética, Analítica, Experimental e outras áreas. A palavra tem sua origem etimológica proveniente do grego “Toxikon”, podendo ser definida como o estudo dos agentes tóxicos que interagem com os sistemas vivos por meio de processos químicos (ALVES, 2005). Agentes tóxicos são normalmente substâncias químicas de origem inorgânica ou orgânica, capazes de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, dependendo do grau de exposição. Tal conceito torna-se pouco útil, do ponto de vista prático, visto que, desde a Idade Média, já se sabe que: “Todas as substâncias são venenos, não há uma que não seja. A dose correta é que diferencia um veneno de um remédio” (PARACELSUS-1493-1541). Intimamente ligado ao conceito de agente tóxico tem-se o conceito de toxicidade: capacidade inerente a um agente químico, de produzir maior ou menor efeito nocivo sobre os organismos vivos, em condições normais de uso. Uma substância de alta toxicidade causará dano a um organismo se for administrada em quantidades muito pequenas, enquanto que uma substância de baixa toxicidade somente produzirá efeito quando administrada em grande quantidade (ARAÚJO, 2011). A evolução histórica da toxicologia e a reação da sociedade diante de seus vários problemas podem ser divididas em várias fases. Uma fase inicial, com a descoberta dos agentes tóxicos existentes na natureza, como as plantas tóxicas e animais peçonhentos. Desde as eras mais remotas o homem começou a observar os efeitos tóxicos de produtos com ação fulminante e utilizá-los para eliminar seus inimigos. Em torno de 1500 a.C surge o Papiro de Ebers, um dos mais antigos documentos contendo informações toxicológicas preservado até os dias atuais. Nesse documento encontram-se dados como conhecimento do organismo humano e prescrições de substâncias curativas para várias doenças causadas por agentes tóxicos de origem animal, vegetal e mineral (FUKUSHIMA & AZEVEDO, 2008). O aprimoramento da arte de envenenar ocorre na Idade Média, período mais marcante da toxicologia. O veneno foi muito utilizado e surgem envenenadoras famosas, como Toffana, que preparava cosméticos contaminados com arsênico, e Lucrécia Bórgia, que eliminou várias pessoas por arsênico. Até mesmo Alexandre, o Grande morreu envenenado. Por volta de 1800 o homem começou a aprender métodos e estudos para a identificação dos venenos, diminuindo sua utilização criminosa (ALVES, 2005). No século XIX a Toxicologia se configurou como ciência moderna, evoluindo dia-adia, basicamente com os caminhos que o desenvolvimento da química ia abrindo. Passou a ser uma ciência experimental e não somente descritiva e analítica, com foco na prevenção através da sua aplicação para o reconhecimento, identificação e quantificação de riscos. Após a Segunda Guerra Mundial, ampliou-se o conhecimento a respeito da toxicidade das substâncias e seus efeitos benéficos foram conhecidos logo após a descoberta dos primeiros antibióticos. É iniciada, então, a Toxicologia Moderna, período em que a intoxicação é analisada sob diferentes perspectivas, permitindo uma subdivisão em diversas áreas, tais como: Ambiental, Ocupacional, Clínica, Forense, dentre outras (ALVES, 2005). 3.2 Agrotóxicos: conceito, classificação e usos Os agrotóxicos são definidos como produtos químicos usados na agricultura, na pecuária e mesmo no ambiente doméstico, com finalidade de controlar pragas e doenças em plantas, podendo ser: inseticidas (controle de insetos), fungicidas (controle de fungos), acaricidas (combate aos ácaros), nematicidas (combate aos nematóides), herbicidas (combate às plantas invasoras), bactericidas (combate às bactérias), vermífugos (combate aos fungos). São também chamados de defensores agrícolas, pesticidas, praguicidas, remédio de planta ou veneno (CAVALCANTI et al, 2010). Os agrotóxicos podem ser classificados em quatro classes que variam de I a IV, de acordo com seu potencial de periculosidade para o ambiente e para os seres humanos. Tal classificação é baseada em estudos físico-químicos, toxicológicos e ecotoxicológicos obedecendo a testes de laboratório que estabelecem a dose necessária para matar 50% dos animais em teste (DL50). Dessa maneira um agrotóxico pode ser classificado: produtos altamente perigosos ao meio ambiente (Classe I), produtos muito perigosos ao meio ambiente (Classe II), produtos perigosos ao meio ambiente (Classe III) e produtos pouco perigosos ao meio ambiente (Classe IV), como ilustrado no quadro 1 (MATSUMURA & RIBAS, 2009). Quadro 1: Classificação toxicológica dos agrotóxicos. Classe Toxicidade toxicológica Classe I Faixa colorida no DL50 (mg/Kg) rótulo do produto Extremamente Vermelha ≤5 Tóxico Classe II Altamente Tóxico Amarela Entre 5 e 50 Classe III Medianamente Azul Entre 50 e 500 Verde Entre 500 e Tóxico Classe IV Pouco Tóxico 5.000 Fonte: Adaptado de MATSUMURA & RIBAS, 2009 O uso de substâncias orgânicas ou inorgânicas para o controle de insetos remota à antiguidade clássica. A partir do século XIX, a utilização de produtos orgânicos, como a nicotina e piretros extraídos de plantas, era comum na Europa e Estados Unidos. Posteriormente, no século XX, foram introduzidos no mercado produtos à base de cobre, chumbo, mercúrio e cádmio com a finalidade de combater uma grande variedade de pragas, porém com pouca eficácia. O poderoso inseticida organoclorado DDT e os organofosforados começaram a ser utilizados como armas na Segunda Guerra Mundial, ocorrendo a disseminação desses produtos na agricultura, dando inicio à chamada “Revolução Verde”. Nas ultimas décadas o consumo de agrotóxicos vem crescendo consideravelmente no Brasil, transformando o país em um dos líderes mundiais no consumo de agrotóxicos (MATSUMURA & RIBAS, 2009). No quadro a 2 são apresentados alguns dos principais agrotóxicos empregados mundialmente, de acordo com o tipo de praga que controla e com o grupo químico a que pertencem. Quadro 2 – Principais categorias de agrotóxicos quanto à natureza da praga combatida e ao grupo químico a que pertencem. Classificação quanto à Classificação quanto ao natureza da praga grupo químico Exemplos (produtos/substâncias/agentes) controlada Inseticidas Inorgânicos Fosfato de alumínio, arsenato de cálcio Extratos vegetais Óleos vegetais Organoclorados Aldrin,* DDT,* BHC* Organofosforados Fenitrotion, Paration, Malation, Metil-paration Fungicidas Herbicidas Nematicidas Carbamatos Carbofuran, Aldicarb, Carbaril Piretróides sintéticos Deltametrina, Permetrina Microbiais Bacillus thuringiensis Inorgânicos Calda Bordalesa, enxofre Ditiocarbamatos Mancozeb, Tiram, Metiram Dinitrofenóis Binapacril Organomercuriais Acetato de fenilmercúrio Antibióticos Estreptomicina, Ciclo-hexamida Trifenil estânico Duter, Brestam Compostos Formilamina Triforina, Cloraniformetam Fentalamidas Captafol, Captam Inorgânicos Arsenito de sódio, cloreto de sódio Dinitrofenóis Bromofenoxim, Dinoseb, DNOC Fenoxiacéticos CMPP, 2,4-D, 2,4,5-T Carbamatos Profam, Cloroprofam, Bendiocarb Dipiridilos Diquat, Paraquat, Difenzoquat Dinitroanilinas Nitralin, Profluralin Benzonitrilas Bromoxinil, Diclobenil Glifosato Round-up Hidrocarbonetos Dicloropropeno, DD halogenados Acaricidas Organofosforados Diclofention, Fensulfotion Organoclorados Dicofol, Tetradifon Dinitrofenóis Dinocap, Quinometionato *Proibidos em vários países e no Brasil. Fonte: Adaptado de Peres et al., 2003. 3.2 Intoxicações no Brasil Com a disseminação de novas tecnologias agrícolas, que teve início no período de 1960-1970, houve um crescimento em termos de produtividade, entretanto essa facilidade de acesso às novas tecnologias não teve a preocupação necessária em investir na qualificação dos trabalhadores, sobretudo em países em desenvolvimento, expondo os agricultores a uma série de riscos, gerados pelo uso irrestrito de diversas substâncias tóxicas (PERES, 2001). Na última década, o uso de agrotóxicos no Brasil assumiu enormes proporções. Entre 2001 e 2008 a venda desses produtos no país saltou de pouco mais de US$ 2 bilhões para mais US$ 7 bilhões, quando o Brasil chegou à posição de maior consumidor mundial de agrotóxicos. O Brasil se tornou, nos últimos anos, o principal destino de produtos banidos no exterior, já que são usados na agricultura brasileira pelo menos dez produtos proscritos na União Européia (UE), Estados Unidos, China e outros países. Além disso, o país é responsável pelo consumo de cerca de 50% da quantidade de agrotóxicos utilizados na América Latina (LONDRES, 2011; MOREIRA et al, 2002). Segundo Londres (2011), existem atualmente 366 ingredientes ativos registrados no Brasil para uso agrícola, pertencentes a mais de 200 grupos químicos diferentes, que dão origem a 1.458 produtos formulados para venda no mercado. São inseticidas, fungicidas, herbicidas, nematicidas, acaricidas, rodenticidas, moluscidas, formicidas, reguladores e inibidores de crescimento. Apenas os herbicidas representam 48% deste mercado, seguidos pelos inseticidas (25%) e pelos fungicidas (22%). De acordo com dados publicados pelo Ministério da Saúde, 6.883 intoxicações relacionadas a agrotóxicos ocorreram no ano de 2010, sendo que 65% desses casos foram registrados em áreas urbanas (SINITOX, 2010). Considerando que cerca de 85% da massa dos agrotóxicos é utilizada em atividades agrícolas, é surpreendente que existam mais intoxicados no meio urbano do que no meio rural (OLIVEIRA-SILVA & MEYER, 2003). Os agrotóxicos são compostos por uma grande variedade de substâncias químicas ou produtos biológicos, formulados com finalidade de matar, exterminar, combater, ou ainda dificultar a vida, como os reguladores de crescimento. De modo que, por atuarem sobre processos essenciais à vida, em sua maioria, esses produtos têm ação sobre a constituição física e a saúde do ser humano. Os efeitos sobre a saúde podem ser de dois tipos: 1) efeitos agudos (decorrentes da exposição a concentrações de um ou mais agentes tóxicos capazes de causarem dano em um período de 24 horas); 2) efeitos crônicos (decorrentes de uma exposição continuada a doses relativamente baixas de um ou mais produtos) (PERES et al., 2003). Os efeitos de uma exposição aguda aos agrotóxicos podem ser percebidos por espasmos musculares, convulsões, náuseas, desmaios, vômitos e dificuldades respiratórias, que ocorrem durante ou após o contato com o produto. Já os efeitos crônicos podem surgir semanas, meses, anos ou até mesmo gerações após o período de contato com tais venenos, sendo, portanto, de difícil identificação e muitas vezes confundido com outros problemas de saúde não associados ao agente causador (PERES et al., 2003). O quadro 3 apresenta um resumo dos principais efeitos agudos e crônicos causados pela exposição aos principais agrotóxicos inseticidas e herbicidas disponíveis, de acordo com o grupo químico ao qual pertencem. Quadro 3 – Efeitos da exposição aos agrotóxicos Classificação quanto à praga que controla Inseticidas Classificação quanto ao grupo químico Organofosforados e carbamatos Organoclorados Piretróides sintéticos Herbicidas Dinitrofenóis e pentaclorofenol Fenoxiacéticos Dipiridilos Fonte: Adaptado de PERES et al., 2003. Sintomas de intoxicação aguda Sintomas de intoxicação crônica - Fraqueza - Cólicas abdominais - Vômitos - Espasmos musculares - Convulsões - Náuseas - Vômitos - Contrações musculares involuntárias - Efeitos neurotóxicos retardados - Alterações cromossomiais - Dermatites de contato - Lesões hepáticas - Arritmias cardíacas - Lesões renais - Neuropatias periféricas - Alergias - Asma brônquica - Irritações nas mucosas - Hipersensibilidade - Alergias respiratórias - Dermatites - Doença de Parkinson - Cânceres - Irritações das conjuntivas - Espirros - Excitação - Convulsões - Tonteiras - Vômitos - Tremores musculares - Dor de cabeça - Dificuldade respiratória - Hipertermia - Convulsões - Perda do apetite - Enjôo - Vômitos - Fasciculação muscular - Sangramento nasal - Fraqueza - Desmaios - Conjuntivites - Cânceres (PCP – formação de dioxinas) - Cloroacnes - Indução da produção de enzimas hepáticas - Cânceres - Teratogênese - Lesões hepáticas - Dermatites de contato - Fibrose pulmonar 3.3 Aldicarb: um caso especial Aldicab é um composto químico do grupo dos carbamatos com finalidade inseticida, acaricida e nematicida, comercializado no Brasil sob a forma exclusiva do agrotóxico Temik® 150, com autorização de uso exclusivamente agrícola para culturas de algodão, canade-açucar, café, batata, citrus e feijão. Devido a sua coloração cinza-chumbo é popularmente conhecido como “chumbinho”. É altamente tóxico por via oral e, qualquer que seja sua apresentação, a absorção no estômago é rápida e praticamente completa, sendo que os sinais clínicos da intoxicação podem se iniciar cinco minutos após a ingestão. O Aldicarb representa grande perigo, pois é comercializado ilegalmente como raticida e causa intoxicações que levam a morte de centenas de pessoas, incluindo acidentes em crianças e tentativas de suicídio (ANVISA, 2006; XAVIER et al., 2007). Esse produto se torna especialmente perigoso para crianças que não possuem conhecimento suficiente para distinguir o produto que muito se assemelha com doce. A intoxicação exógena por chumbinho é considerada importante causa de morbidade e mortalidade no Brasil devido ao baixo custo, à facilidade de aquisição e por sua eficácia frente às tentativas de suicídio, tornando-se um problema de Saúde Pública. Apenas no Estado do Rio de Janeiro são estimados 900 a 1500 casos de intoxicação anual por chumbinho, com cerca de 100 óbitos. Ainda que existam informações indicando o uso de outros ingredientes ativos no comércio clandestino de raticidas granulados ilegais, o emprego de Aldicarb ainda é predominante nos preparados do tipo chumbinho, particularmente nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo (SILVA et al., 2010; ANVISA, 2006). 3.4 Competências da Vigilância no controle de agrotóxicos No âmbito da saúde pública, a vigilância sanitária é tida como sua configuração mais antiga. As sociedades, desde tempos remotos, vêm tentando exercer ações voltadas para a proteção da saúde da coletividade, tais como o controle da poluição nas águas, da higiene nas cidades, da prática de barbeiros, boticários e cirurgiões, do tráfego de mercadorias e pessoas. Nota-se que, desde sua origem, as ações de Vigilância visam o controle sanitário do ambiente, dos alimentos, do exercício da medicina e farmácia e, progressivamente, de inúmeros produtos, tecnologias e serviços inerentemente relacionados à saúde (COSTA, 2001). A população brasileira está exposta a uma grande quantidade de substâncias potencialmente perigosas a saúde, incluindo o uso de agrotóxicos, que são utilizados rotineiramente por uma população potencial de milhões de pessoas. Todavia, o controle das condições de risco relacionadas à exposição a estes agentes não está integrada à vigilância epidemiológica, fragmentando-se em diversos setores do Sistema Único de Saúde (SUS) – vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental, saúde do trabalhador, bem como instituições ligadas ao SUS - agricultura, meio ambiente, entre outros (REBELO, 2006). Com a publicação da Portaria nº 3252, em 22 de dezembro de 2009 (BRASIL, 2009), o Ministério da Saúde consolida a integração das vigilâncias reforçando a necessidade de atuação conjunta, sendo definidos os componentes da Vigilância em Saúde como: I – vigilância epidemiológica; II – promoção da saúde; III – vigilância da situação de saúde: IV – vigilância em saúde ambiental; V – vigilância da saúde do trabalhador; VI – vigilância sanitária. Na esfera Federal a Anvisa coordena as ações na área de toxicologia no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), com o objetivo de regulamentar, analisar, controlar e fiscalizar produtos e serviços que envolvam riscos à saúde – agrotóxicos, componentes e afins e outras substâncias químicas de interesse toxicológico. A Agência realiza a avaliação toxicológica para fins de registro dos agrotóxicos, a reavaliação de moléculas já registradas e normatiza e elabora regulamentos técnicos e monografias dos ingredientes ativos dos agrotóxicos. Além disso, coordena o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos nos Alimentos (PARA) e a Rede Nacional de Centros de Informação Toxicológica (Renaciat) e promove capacitações em toxicologia (ANVISA, 2012). A Anvisa também representa o Ministério da Saúde no Comitê Técnico de Assessoramento para agrotóxico – CTA, que foi instituído pelo Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002 (BRASIL, 2002), e constituído por dois representantes, titular e suplente, de cada um dos órgãos federais responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente, designados pelo respectivo ministro. O Comitê é coordenado por um de seus membros, com mandato de um ano, em sistema de rodízio. Dentre suas competências podemos destacar: I - racionalizar e harmonizar procedimentos técnico-científicos e administrativos nos processos de registro e adaptação de registro de agrotóxicos, seus componentes e afins; II - propor a sistemática incorporação de tecnologia de ponta nos processos de análise, controle e fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e em outras atividades cometidas aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde e do Meio Ambiente pela Lei nº 7.802, de 1989; III - propor critérios de diferenciação de agrotóxicos, seus componentes e afins em classes, em função de sua utilização, de seu modo de ação e de suas características toxicológicas, ecotoxicológicas ou ambientais; IV - assessorar os ministérios responsáveis na concessão do registro para uso emergencial de agrotóxicos e afins e no estabelecimento de diretrizes e medidas que possam reduzir os efeitos danosos desses produtos sobre a saúde humana e o meio ambiente; e V - manifestar-se sobre os pedidos de cancelamento ou de impugnação de agrotóxicos seus componentes e afins. Além da ANVISA, a Secretaria de Vigilância em Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador que tem suas competências estabelecidas pelo Decreto 7.797/2012 e tem como missão formular, regular e fomentar políticas de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador de forma a eliminar e minimizar riscos, prevenir doenças e agravos, intervindo nos determinantes do processo saúde-doença, decorrentes dos modelos de desenvolvimento, dos procesos produtivos e da exposição ambiental, visando à promoção da saúde da população. Essas ações incluem os agrotóxicos. 3.4.1 Sistemas de notificação e registro de intoxicação por agrotóxicos Existe no Brasil uma série de sistemas de notificação e registro que, entre outros, reúnem e sistematizam dados sobre intoxicações provocadas por agrotóxicos no país. Dificuldades na análise dos dados sobre intoxicações são frequentes e se devem, principalmente, à existência de vários sistemas e à sobreposição dos dados presentes em alguns deles. A partir das notificações realizadas nesses sistemas, poderão ser extraídas as informações necessárias ao desencadeamento das ações de vigilância relacionadas ao uso de agrotóxicos. Infelizmente a característica comum mais marcante entre todos eles é a grande subnotificação, onde se estima que para cada caso de intoxicação por agrotóxico registrado há outros 50 casos não registrados (BRASIL, 2007; LONDRES, 2011). Dentre os sistemas de notificação, os dois mais importantes no Brasil são o Sinitox, gerenciado pela Fiocruz, e o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), gerenciado pelo Ministério da Saúde. Em 2009 foi criado o Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária - Notivisa (gerenciado pela Anvisa) que, em parte associado ao Sinitox, pretende compilar dados bastante abrangentes envolvendo casos de intoxicação, mas que ainda não esta operando plenamente. O Sinitox coleta, compila, analisa e divulga os dados sobre intoxicação e envenenamento (não só por agrotóxicos, mas também por remédios, animais peçonhentos, produtos de uso domissanitário etc.) que são registrados pela Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica, a Renaciat (LONDRES, 2011). A Renaciat é composta por 37 Centros, localizados em 19 estados e no Distrito Federal. Os Centros, por sua vez, fornecem informação e orientação sobre o diagnostico, o prognostico, o tratamento e a prevenção de intoxicações. Eles também prestam atendimento diretamente aos pacientes e possuem uma linha telefônica exclusiva para dar orientação aos profissionais de saúde ou outros que precisem atender pessoas intoxicadas. Os chamados CIATs comumente atendem casos graves de intoxicação aguda, gerando um registro de informação para cada atendimento prestado (LONDRES, 2011). O Sinan reúne dados sobre doenças e agravos de “notificação compulsória”, ou seja, que os profissionais de saúde são obrigados a registrar, tendo em vista sua importância epidemiológica. É facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde regionalmente importantes, justificada a sua necessidade e definidos os mecanismos operacionais correspondentes. O seu uso sistemático, de forma descentralizada, permitiu que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções. Em 2011, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 104, que incluiu as intoxicações por agrotóxicos na Lista de Notificação Compulsória (LNC), tornando, assim, obrigatória e universal a notificação das intoxicações (BRASIL, 2012). Em 2008, foram notificados no Sinan 5.295 casos de intoxicação por agrotóxicos em todo o país, somadas as notificações cujos agentes tóxicos eram agrotóxicos de uso agrícola, agrotóxicos de uso doméstico, produtos veterinários e raticidas, considerando os dados cuja classificação final era de intoxicação confirmada, só exposição e ignorado (BRASIL, 2009). Segundo dados do Sinan, obtidos pelo sistema DATASUS, as notificações aumentaram para 6.729 em 2009; 7.922 em 2010; 9.341 em 2011; e até setembro de 2012 já eram registradas 3.440 intoxicações por agrotóxicos. Esse aumento pode ser explicado em função do esforço do Ministério da Saúde em melhoria dos seus registros, bem como a inclusão da notificação dessas intoxicações na lista de doenças e agravos de notificação compulsória. Em 2012, a Secretaria de Vigilância em Saúde elaborou o Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, e estabeleceu como meta a implementação em todas as Unidades Federativas até 2015. Este modelo objetiva orientar os profissionais de saúde por meio de informações sistematizadas sobre as ações de vigilância em saúde, em especial a vigilância epidemiológica e as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos relacionados à exposição humana aos agrotóxicos. Além disso, o modelo inclui a qualificação da agenda de educação e pesquisa voltada para a temática dos agrotóxicos e seus impactos na saúde humana. Desse modo, procura-se melhorar a condição de saúde da população pela eliminação e/ou atenuação dos riscos associados à exposição aos agrotóxicos (BRASIL, 2012). 4. Conclusão Dado o exposto neste trabalho de revisão bibliográfica entende-se que a intoxicação por agrotóxicos é um grave problema de saúde pública, que afeta milhares de pessoas, não apenas na zona rural, mas também nos centros urbanos. São muitos os efeitos que esses venenos podem causar ao ser humano, incluindo lesões irreversíveis e mortes. Produtos de elevada toxicidade necessitam de medidas de controle mais eficazes com vistas à diminuição dos casos de intoxicação. Em relação ao inseticida Aldicarb, o que se observa é que apesar de ser destinado ao uso exclusivamente agrícola, tem chegado facilmente nas zonas urbanas, de maneira ilegal, expondo a população a sérios riscos de intoxicações acidentais ou intencionais, nas tentativas de suicídio, onde esse agente tem se mostrado muito eficaz. Na tentativa de restringir o acesso a estes potentes agentes tóxicos, uma atuação mais rigorosa dos órgãos de fiscalização seria uma estratégia para amenizar esse triste cenário. No que diz respeito à Vigilância, é sabido que para a adoção de medidas é necessário primeiramente conhecer o problema, por meio de dados epidemiológicos. A alta taxa de subnotificação, presente nos vários sistemas de notificação e registro de intoxicação por agrotóxicos, indica a necessidade de uma integração entre esses sistemas, além da necessidade de programas de conscientização dos profissionais de saúde acerca da importância da notificação. Referências ABRACIT. Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica e Toxicologistas Clínicos. Disponível em: <http://www.abracit.org.br/> Acesso em: 19 Out. 2012. ALVES, R.S. Toxicologia forense e saúde pública: desenvolvimento e avaliação de um sistema de informações como ferramenta para a vigilância e monitoramento de agravos decorrentes da utilização de substâncias químicas. [tese de doutorado]. Rio de Janeiro (RJ): Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ; 2005. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: <http:// portal.anvisa. gov.br/wps/ content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Agrotoxicos+e+Toxicologia> Acesso em: 19 Out. 2012. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica da Reavaliação do Ingrediente Ativo Aldicarbe. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ 5c720f80474591b499c8dd3fbc4c6735/aldicarbe.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em: 20 ago. 2012. ARAÚJO, S. L. Introdução à toxicologia. In: CURSO DE VERÃO EM FARMACOLOGIA, III. Paraná, fev. 2011. Anais eletrônicos. Disponível em: http://insightltda.com.br/ images/dinamica/pdf_7fe1310c8e894324299fcfd3b8f760ef.pdf> Acesso em: 10 set. 2012. AZEVEDO, J. L. S. A importância dos centros de informação e assistência toxicológica e sua contribuição na minimização dos agravos à saúde e ao meio ambiente no Brasil. 2006. 247 f. Dissertação (Mestrado em desenvolvimento sustentável) - Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília, 2006. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância em saúde. In: Coleção Progestores — Para entender a gestão do SUS, 6, I. Brasília: CONASS, 2007. BRASIL. Decreto nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Disponível em: <http:// http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4074.htm > Acesso em: 20 set. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Dados e Indicadores Selecionados 2009 - III Informe Unificado das Informações sobre Agrotóxicos Existentes no SUS. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/ arquivos/pdf/af_III_informe_agrotoxicos_09.pdf> Acesso em: 20 Out. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 3.252, DE 22 de dezembro de 2009. Aprova as diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios e dá outras providências. Disponível em: <http:// portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria3252_da_vigilancia_em_saude_0501_atual.pd f > Acesso em: 19 Out. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. 1. ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://pisast.saude.gov.br:8080/pisast/saude-ambiental/vigipeq/agrotoxico/ Modelo_Vig_Pop_Agrotox_completo.pdf> Acesso em 20 Out. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Disponível em: < http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/> Acesso em 19 Out. 2012. CAVALCANTI, J. A. et al. Agrotóxicos: Uma temática para o Ensino de Química. Rev. Quím. Nova na Escola. vol.32 N o 1, 2010. COSTA, E. A.Vigilância sanitária, saúde e cidadania. In: Vigilância sanitária - Caderno de Saúde 4. Campos FE, Werneck GAF, Tonon LM, organizadores. Belo Horizonte : Coopmed, p. 15, 2001. FUKUSHIMA, A. R.; AZEVEDO, F. A. História da toxicologia. Parte I – breve panorama brasileiro. Rev. Intertox. Risco Ambiental e Sociedade. v. 1, n. 1, 2008. LONDRES, F. Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida. Rio de Janeiro: Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, 2011. MATSUMURA, A. T. S.; RIBAS, P. P. A química dos agrotóxicos: impacto sobre a saúde e ensino. Revista Liberato, Novo Hamburgo, v. 10, n. 14, p. 149-158, jul./dez.2009. Disponível em: <http://www.liberato.com.br/upload/arquivos/ 0106110920011719.pdf> Acesso em: 04 set.2012. MOREIRA, J.C. et al. Avaliação integrada do impacto do uso de agrotóxicos sobre a saúde humana em uma comunidade agrícola em Nova Friburgo-RJ, Ciência e Saúde Coletiva.,7, 122, 2002. OLIVEIRA-SILVA JJ, MEYER A. O Sistema de Notificação das Intoxicações: o fluxograma da joeira. In: PERES, F.; MOREIRA, J. C. É veneno ou é remédio? Agrotóxicos, saúde e ambiente. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. p. 317-326. PERES, F. et al. Comunicação relacionada ao uso de agrotóxicos em região agrícola do Estado do Rio de Janeiro. Rev. Saúde Pública. 2001, vol.35, n.6, pp. 564-570. PERES, F. Os desafios da construção de uma abordagem metodológica de diagnóstico rápido da percepção de risco no trabalho. In: PERES, F.; MOREIRA, J. C. É veneno ou é remédio? Agrotóxicos, saúde e ambiente. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. p. 251-281. PERES, F.; MOREIRA, J. C.; DUBOIS, G. S. Agrotóxicos, saúde e ambiente: uma introdução ao tema. In: PERES, F. e MOREIRA. J. C. É veneno ou é remédio? Agrotóxicos, saúde e ambiente. Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ. 2003. p. 21-41. REBELO, F. M. Intoxicação por agrotóxicos e raticidas no Distrito Federal em 2004 e 2005. 2006. 104f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, 2006. SILVA, A. C. S.; VILELA, F. P.; BRANDÃO, G. M. O. N. Intoxicação exógena por “chumbinho” como forma de autoextermínio no Estado de Goiás, 2003 -2007. Rev. Eletr. Enf. 2010; 12(4): 686-91. SINITOX. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Casos Registrados de Intoxicação Humana por Agente Tóxico e Zona de Ocorrência. Brasil, 2010. Disponível em: < http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/media/b9.pdf> Acesso em: 15 set. 2012. SIQUEIRA, S. L. de; KRUSE, M. H. L. Agrotóxicos e saúde humana: contribuição dos profissionais do campo da saúde. Rev. esc. enferm. USP.v.42, n.3, p. 584-590, 2008 XAVIER, F. G.; RIGHI, D. A.; SPINOSA H. S. Toxicologia do praguicida aldicarb (“chumbinho”): aspectos gerais, clínicos e terapêuticos em cães e gatos. Rev. Ciên. Rural. Santa Maria. 2007; 37(4):1206-11.