Sintaxe de período simples Análise sintática e termos da oração A análise sintática é um processo de divisão de um todo e a explicação do papel de cada uma das partes divididas. Frase / Oração / Período Frase é toda sentença capaz de nos transmitir ideias, sentimentos, desejos, pensamentos; é qualquer enunciado dotado de significação. A frase pode ser construída de uma só palavra ou de várias. Exemplos: • Obrigado. • Ajude – me, por favor. • Que frio! Frase / Oração / Período Oração é a frase que apresenta ou locução. Exemplos: • Eu e meu pai viajamos para Maranhão. •As festas natalinas estão se aproximando. Frase / Oração / Período Período é a frase estruturada em oração ou orações. Período simples é a frase constituída por uma só oração (um só verbo ou locução verbal). Exemplo: Fomos à praia ontem. Período composto é a frase constituída por duas ou mais orações (mais de um verbo ou locução verbal). Exemplo:Fui à praia ontem e nadei muito. Termos da oração Essenciais Sujeito: simples / composto / indeterminado / oculto / inexistente ou oração sem sujeito. Predicado: nominal / verbal / verbo – nominal (predicativo do sujeito e predicativo do objeto) Integrantes Complemento verbal / Complemento nominal / Objeto direto / Agente da passiva. Termos da oração Acessórios • adjunto adnominal • adjunto adverbial • aposto Vocativo Observação: o vocativo não pertence à estrutura da oração. Termos essenciais As orações são constituídas, quase sempre, de dois termos que expressam: a) O ser (de quem se diz algo) = sujeito b) O que se diz (do ser) = predicado Exemplos: • Marta (sujeito) comprou um carro novo. (predicado) • Sei de tudo (predicado) (sujeito = eu) • Faz calor (predicado) Sujeito SUJEITO É O TERMO DA ORAÇÃO QUE, IMPLÍCITO OU EXPLÍCITO, CONCORDA EM NÚMERO E PESSOA COM O VERBO Exemplos: • Lucas abriu a janela. (Quem é que abriu a janela? Resposta: Lucas – sujeito) Classificação do sujeito Sujeito simples: possui apenas um núcleo – claro e subtendido. Exemplos: •Os nossos celulares foram roubados. •Os sinos silenciaram. Sujeito composto: possui dois ou mais núcleos. Exemplos: • Eu e ela somos amantes. • O amar e o adorar são semelhantes. Classificação do sujeito Sujeito oculto: é também chamado de sujeito elíptico ou desinencial; não aparece explícito na frase. Exemplos: • Estamos com muita Fome ( Nós = sujeito oculto) • Desocupei a casa ontem. (Eu = sujeito oculto) Classificação do sujeito Sujeito indeterminado: este tipo de sujeito não aparece explícito na oração por ser impossível determiná – lo. Mas sabe – se que existe um sujeito agente da ação. Exemplos: • Verbo na 3ª pessoa do plural: Dizem que eles se separaram. (Alguém disse, mas não sabemos quem é.) • Verbo na 3ª pessoa do singular (+SE): Precisa – se de padeiros. (Não sabemos quem precisa) Essa construção ocorre com verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação. • Vive – se melhor fora das cidades grandes. • Precisa – se de professores de português. • Trata – se de casos delicadíssimos. Classificação do sujeito Sujeito inexistente: é designado por verbos que não correspondem a uma ação, como fenômenos da natureza etc. Exemplos: • Verbos indicando fenômeno da natureza: Choveu muito ontem à noite. • Verbo haver no sentido de existir ou ocorrer: Houve um forte temporal na cidade de Pedrinópolis. • Verbo fazer indicando tempo ou clima: Faz anos que não a vejo! Predicado Predicado é tudo o que se declara acerca do sujeito, ou seja, é tudo o que há na frase que não é o sujeito. Predicado verbal O predicado verbal se constitui de verbo, o qual é o núcleo do predicado. Exemplo: Mamãe ( sujeito – fez = verbo) fez um delicioso pudim. (predicado) Predicado nominal No predicado nominal o núcleo do predicado é um nome, o qual exerce a função de predicativo do sujeito (termo que dá característica ao sujeito; é sempre ligado ao sujeito por um verbo de ligação). Exemplo: As alunas (sujeito) estão cansadas. (predicado) estão = verbo de ligação cansadas = predicativo do sujeito Predicado verbo - nominal O predicado verbo – nominal possui dois núcleos: um verbo e um nome. Tem predicativo do sujeito ou do objeto e indica a ação e qualidade. Exemplo: Elegemos (verbo) nossa tia diretora. (predicativo do objeto – PO) Predicação verbal O estudo da predicação verbal é o estudo do comportamento do verbo na oração. A partir desse estudo, sabe – se qual é a relação do verbo com seu complemento. Os verbos podem ser: intransitivos, transitivos e de ligação. Verbos intransitivos Os verbos intransitivos são os que não necessitam de complementação, pois já possuem sentido completo. Exemplos: • Michael Jackson morreu em 2009. • A conta de energia vence hoje. • Vivemos muito bem. • Dormimos bastante. Verbos transitivos Os verbos transitivos são verbos que precisam de complemento, uma vez que têm sentido incompleto. Exemplos: • Tenho uma forte dor no peito. (Tenho o quê? – uma forte dor no peito) • Gosto muito de Patrícia. (Gosto de quem? – de Patrícia) Os transitivos se dividem em: transitivos diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos. Transitivos diretos Os transitivos diretos exigem complementos sem preposição obrigatória. Os complementos prendem – se aos verbos sem preposição. Exemplos: • Estudei o conteúdo todo. (Estudei o quê? – o conteúdo todo) Observação: Quem estuda, estuda alguma coisa = o conteúdo todo. • A chuva causou problemas. ( A chuva causou o quê? – problemas) Observação: A chuva causou alguma coisa = problemas. Transitivos indiretos Os transitivos indiretos exigem complemento com preposição obrigatória. Os complementos prendem – se aos verbos com preposição. Exemplos: • Acreditamos em Deus. • Preciso de férias. Transitivos diretos e indiretos Os transitivos diretos e indiretos possuem dois complementos: um ligado diretamente, sem preposição, e outro com preposição. Exemplos: • Ludmila emprestou a caneta para o professor. • Eduardo comunica o fato a todos. Verbos de ligação São verbos que servem como elementos de ligação entre o sujeito e uma qualidade ou estado ou modo de ser, denominado predicativo do sujeito. Os principais verbos de ligação são: ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar. Exemplos: • A noite está perfeita para uma festa. • A aula permanece chata. • O pátio é lindo. Objeto direto É o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo direto. O objeto direto liga – se ao verbo sem preposição. Pergunta – se (após o verbo): Verbo – o quê? Quem? Exemplo: • o secretário entregou (VTD) o documento. (OD) Objeto direto posicionado O objeto direto pode vir precedido de preposição. Tal preposição ocorre por diversas razões e não pela exigência obrigatória do verbo. Exemplos: • Ajudei a todos. • Comi do bolo. • Castigaram a Jesus. • Eles tomaram das armas. Todas as preposições usadas foram facultativas. Objeto indireto O objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo indireto, auxiliado de uma preposição. • O O.I. vem sempre associado a verbo transitivo. • Indica o paciente ou destinatário da ação verbal. • Liga – se ao verbo por meio de preposição obrigatória. Exemplos de preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre etc. Exemplos: • Meu primo gosta (VTI) de música clássica. (OI) • A aluna respondeu (VTI) ao professor. (OI) Predicativo do objeto O predicativo do objeto só ocorre no predicado verbo – nominal. Ele nos informa alguma coisa a respeito do objeto (complemento do verbo). Exemplos: • Taís encontrou flores perfumadas. Encontrou = verbo transitivo direto Flores = objeto direto. Perfumadas = predicativo do objeto direto. Informa que as flores encontradas são perfumadas. Predicativo do objeto Exemplos: • O empresário considerou péssimo o funcionário. Considerou = verbo transitivo direto. Péssimo = predicativo do objeto direto, pois informa algo a respeito do objeto. Informa que o funcionário foi considerado péssimo. Funcionário = objeto direto. Complemento nominal Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de um nome (com ajuda de preposição). Esse nome pode ser representado por um substantivo, um adjetivo ou advérbio. Nome + a quê (em)? de quê (em)? por quê (em)? outras Complemento nominal Exemplo: • O aluno (sujeito) tem (VTD) necessidade (OD) de ajuda. (complemento nominal. Fazendo a pergunta QUEM? Para o verbo, descobrimos o sujeito. Quem tem? = o aluno. Fazendo a pergunta O QUÊ? Para o verbo, descobrimos o OD. Tem o quê = necessidade. E fazendo a pergunta DE QUÊ? Para o OD, descobrimos o complemento nominal. Necessidade de quê? = de ajuda. Agente da passiva Agente das passiva é o elemento da frase que pratica a ação expressa pelo verbo na voz passiva. É sempre introduzido por uma preposição. Exemplo: O filho (sujeito) é adorado (verbo passivo) pelo pai. (agente da passiva) A forma verbal está na voz passiva, pois o sujeito é paciente (sofre a ação). O termo pelo pai pratica a ação verbal (adorar o filho). Na voz passiva, o termo que pratica a ação verbal é o agente da passiva. Voz passiva analítica A voz passiva analítica é formada com o uso dos verbos auxiliares ser e estar e o particípio de alguns verbos ativos. É importante saber que o tempo verbal da voz ativa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. Exemplo: • Voz ativa = O namorado comprou diversos botões de rosa. • Voz passiva = Diversos botões de rosa foram comprados pelo namorado. Voz passiva analítica Muita atenção: nem sempre o agente da passiva está expresso. Exemplo: Os mortos foram enterrados hoje. (Por quem? Não se sabe.) Voz passiva sintética A voz passiva sintética é formada com o uso do pronome SE (pronome apassivador). O sujeito agente desaparece, pois ele não interessa àquele que fala. Exemplos: • Alugam (VTD) – se (PA) apartamentos. (sujeito) • Construiu (VTD) – se (PA) uma casa nova. (sujeito) Agente da passiva? Indeterminado Adjunto adnominal Adjunto adnominal é o termo da oração que sempre acompanha o núcleo substantivo de uma função sintática (objetos, sujeito, complemento nominal etc). Vem representado por artigos, adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos e numerais. Lembre – se de que: O adjunto adnominal liga – se ao nome com ou sem preposição – sem a medição de um verbo. Esse adjunto é um atributo (caracterizador) do nome a que se refere. É um termo de valor adjetivo. Adjunto adnominal Exemplos: • Minha amiga da loja vendeu uma calça diferente. As palavras em destaque são adjuntos adnominais. O adjunto adnominal pode ser representado por: • Adjetivo – Criança carinhosa. • Locução adjetiva – Pulseira de prata. • Artigo – A sandália. • Numeral – Quatro moedas. • Pronome possessivo – Seus amigos. • Pronome indefinido – Algumas sugestões. • Pronome demonstrativo – Aquele homem. Adjunto adverbial Adjunto adverbial é o termo da oração que se refere ao adjetivo, verbo ou outro advérbio. Tem a mesma função de advérbio: acrescenta uma circunstância ao verbo. Exemplos: • Não terei tempo para estudar. (não – refere – se ao verbo terei) • A garota fez uma prova muito boa. (muito – refere – se ao adjetivo boa) • A aula terminou muito tarde. (muito – refere – se ao advérbio tarde) Adjunto adverbial Observação: o adjunto adverbial pode também se referir a todo o conjunto da oração. Exemplo: Infelizmente, o tempo da prova foi insuficiente. O adjunto adverbial infelizmente modifica todo o conjunto da frase. Classificação do adjunto adverbial a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) k) l) De afirmação: sim, com certeza, deveras etc. De causa: por necessidade etc. De companhia: com meus pais etc. De dúvida: talvez, acaso, por ventura etc. De concessão: apesar etc. De lugar: aqui, lá, dentro, atrás, na rua próxima etc. De instrumento: com a ferramenta etc. De meio: de carro, de trem etc. De modo: devagar, depressa, bem, mal etc. De negação: não etc. De intensidade: muito etc. De tempo: ontem, hoje, agora, cedo etc. Aposto Aposto é o termo que serve para explicar, resumir ou desenvolver um substantivo. Geralmente vem entre vírgulas, depois da vírgula, dois pontos ou travessão. Exemplo: • Júlia, prima de César, é médica famosa em Santa Catarina. O trecho prima do César está explicando quem é o sujeito da oração Júlia. Esse trecho é aposto da oração. • Foram elas, as irmãs, que fizeram a festa ontem. O trecho as irmãs (aposto) explica o termo anterior Foram elas. Classificação do aposto a) Explicativo: usado para explicar o termo anterior. Exemplo: Ronaldinho, jogador famoso, comprou uma mansão no Leblon. b) Especificador: individualiza, coloca à parte um substantivo de sentido genérico. Exemplo: Nasci na cidade do Rio de Janeiro, Rua do Ouvidor. c) Enumerativo: sequência de termos usados para desenvolver um termo anterior. Exemplo: Comprei muitas coisas: roupas, acessórios, calçados e roupas íntimas. d) Resumidor: resume termos anteriores. Exemplo: Leite, margarina, suco, refrigerante, tudo caiu no chão. Vocativo Vocativo é o termo que serve somente para chamar, invocar um ser, podendo vir precedido de interjeição e caracterizando – se pela entoação exclamativa. Exemplos: • Deus, me ajude! • Ó meu santo, que foi eu que fiz! • Amigas, vamos à praia. • Queridos alunos, olhem aqui! As palavras em destaque foram usadas para dirigir – se ao interlocutor como forma de invocá – lo ou chamá – lo.