Regionalismo crescente e os
impactos para o Brasil
Diego Bonomo
Gerente Executivo
Unidade de Comércio Exterior (COMEX)
Apresentação
1. Qual é a questão?
2. Qual é o impacto para o Brasil?
3. Qual é a visão da CNI?
Qual é a questão?
1. Regionalismo é fenômeno histórico de profundidade
• Advento do Zollverein alemão no século XIX (comércio e geopolítica)
• Tanto tarifário, quanto monetário
• Originalmente associado à liberalização comercial
2. Moderno regionalismo cresce desde 1947
• Gênese do GATT (Art. XXIV)
• Compromisso entre abertura (EUA) e reconstrução (Europa)
• “Miragens no retrovisor”
o “Multilateralismo” do século XIX Vs. Bilateralismo do entreguerras
3. Dinâmicas centrais
• Centro-Centro
• Centro-Periferia
• Periferia-Periferia
• Multilateral-Regional
Qual é a questão?
4. Guerra Fria: regionalismo como geopolítica
• Integração européia para conter a URSS
• Privilégio do multilateral pelos EUA e Japão
o Inclusive para contrarrestar a CE (Rodadas Kennedy e Tóquio)
• Domínio do QUAD no GATT e onipresença do acesso a mercados
5. Anos
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1980: regionalismo como complemento
Aprofundamento da integração européia (mercado único)
EUA abrem o “segundo trilho”, mas Japão não
Contestação (sem sucesso) do QUAD no GATT e atenção para regras
6. Anos 1990: regionalismo como “blocos de construção”
• Consolidação do multilateralismo (OMC) e abertura residual
• Criação dos grandes blocos e acordos
o Centro-Centro: UE
o Centro-Periferia: NAFTA
o Periferia-Periferia: Mercosul, CAN, SACU, ASEAN, etc
• Miragem dos três blocos: ALCA, UE+África e Japão+ASEAN
Qual é a questão?
7. Anos
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2000: regionalismo como ameaça
Contestação (bem sucedida) do QUAD na OMC
Paradoxo do multilateralismo: Rodada Doha e a China
EUA e o retorno do regionalismo como geopolítica
Japão e o abandono do “último homem multilateral”
UE e a nova dinâmica centro-periferia (regras)
Late comers dos anos 1990 e ativismo dos trading states
8. Crise e Resposta: regionalismo como “para-multilateralismo” (OMC 2.0)
• Crise do multilateralismo (também visível na ONU e na UNFCCC)
• Multilateralismo comercial como “sino-dependência”
• Reversão da miragem: “mega-acordos” e o anti-capitalismo de Estado
Qual é a questão (na América do Sul)?
9. Trajetória do Regionalismo
• Anos 1960-1980: ALALC e ALADI (regionalismo fechado)
• Anos 1990: Mercosul, CAN e a ALCA (regionalismo aberto)
• Anos 2000
o Execução do projeto brasileiro da “ALCSA” (hub-and-spoke)
o Surgimento do “contrarregionalismo” da ALBA
10. Cenário Atual
• “Sabem o que querem”: Aliança do Pacífico
• “Sabem o que não querem”: ALBA
• “Ainda não sabem o que querem”: Mercosul
Qual é o impacto para o Brasil?
1. Cenário na América do Sul
• Erosão de preferências tarifárias (Aliança do Pacífico)
• Impedimento do acesso a mercados (ALBA)
• Erosão da reserva de mercado do Mercosul
o Competitividade dos parceiros extra-regionais (China)
o Não cumprimento das regras pelos parceiros (Argentina)
2. Cenário Mundial
• Perda de mercados
o Acordos comerciais
o “Mega-acordos” comerciais
o Fim das preferências unilaterais
• Desconexão das cadeias globais de valor (CGVs)
o Acesso a mercados
o Inovação e competividade
• Rule-taker X Rule-maker (e o “capitalismo de laços” brasileiro)
o Menos acesso a cooperação internacional
Qual é a visão da CNI?
1. “Ficar parado não é estratégia!”
• Isolamento (estático)
• Custo de oportunidade (dinâmico)
• Volta da liberalização competitiva
• Imagem da “teoria da bicicleta” revisitada
2. “Estratégia em dois trilhos”
• Multilateral
o Bali, pós-Bali e plurilaterais (sobretudo TISA)
• Regional
o Conexão às CGVs (pelo menos UE e EUA; pensar Japão)
• Não há “alternativa sul-americana” (esgotamento da ALCSA)
o Alguma possibilidade de “aprofundamento”
• Não há “alternativa BRICS” (competição X complementariedade)
o Provável exceção da África do Sul
• Não há “alternativa gradualista” (acordos de pequeno porte)
Qual é a visão da CNI?
3. “E o Mercosul?”
• Decisão CMC 32/00 (Brasil X Uruguai)
• Assim como Protocolo de Ouro Preto (Brasil X Argentina)
4. Propostas
• Re-interpretação da 32/00
o Negociação em conjunto
o Compromissos individuais
• Abandono, na prática, da 32/00
o Acordos bilaterais sem abandono do Mercosul
o Possível pela existência da dupla tributação
• “Tudo menos tarifas”
o Facilitação de comércio, SPS, TBT, serviços, investimentos, etc.
5. Precedentes
• ACE Mercosul-CAN (quatro listas diferentes)
• Mercosul-UE (novo “laboratório”)
O potencial dos acordos: um sinal de alerta.
Países com os quais o Brasil tem acordos representam
apenas 10,2% do comércio global!
Potencial de acesso a mercados por meio dos acordos de comércio
já celebrados – países selecionados
82,2%
73,7%
63,5%
59,6%
60,6%
2003
61,0%
2012
44,0%45,2%
30,5%
23,4%
21,4%
9,5%
0,7%
Chile
Peru
Fonte: OMC. Elaboração: CNI
23,4%
7,4%
4,1%
2,8%
México Coreia do
Sul
10,2%
U.E.
China
EUA
Japão
Brasil
Obrigado!
Diego Bonomo
Gerente Executivo
Unidade de Comércio Exterior
[email protected]
(61) 3317-9495
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