EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES RADICULAR EM PLANTAS DE PINHÃO MANSO NA INCIDÊNCIA DA PODRIDÃO GONZALES, R.V. (Estudante de IC); SOUZA, A.F. (Orientador); SERAFINI, G. A. D.; LAMBERT, J. C.; RODRIGUES, J. S.; MEIRELES, R. C. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Campus Santa Teresa, [email protected] Diversos gêneros fúngicos que podem estar relacionados a sintomatologia da podridão basal e radicular do pinhão manso já foram detectados em análises de qualidade sanitária de sementes. Uma vez que o tratamento de sementes não é uma prática rotineira na produção de mudas dessa cultura, plantas assintomáticas nos viveiros poderiam estar levando a doença ao campo. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de tratamento de sementes de pinhão manso na ocorrência de plantas doentes no viveiro e no campo. O experimento foi realizado no IFES Campus Santa Teresa no período de outubro de 2013 a julho de 2014. Sementes retiradas de plantas com sintomas da doença no campo foram submetidas a tratamentos com fungicidas, nas respectivas dosagens de ingrediente ativo (i. a.) por 100 kg de sementes: (1) Testemunha sem tratamento das sementes; (2) Aplicação do agente de controle biológico Trichoderma harzianum - 1500 g; (3) Aplicação do fungicida Carbendazim - 50 ml; (4) Aplicação do fungicida Captan – 150 g; (5) Aplicação dos fungicidas Carboxina+Tiram – 60+60 g; (6) Aplicação dos fungicidas Carbendazim+Tiram – 38+86 g. Após aplicação dos produtos as sementes foram submetidas aos seguintes testes: (a) Teste de germinação em substrato de viveiro - Foram semeadas em sacolas plásticas contendo substrato a base de terra de barranco e fertilizantes, sendo utilizado o delineamento em blocos casualizados (DBC) com quatro repetições por tratamento, totalizando 24 unidades experimentais (U.E.). Cada U.E. foi composta por 10 sacolas. Avaliou-se a germinação aos 7 e 45 dias após a semeadura. (b) Teste de germinação em papel sementes oriundas de cada tratamento foram colocadas em rolos de papel germitest e incubadas em estufa a 25±2 °C. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizados (DIC) com quatro repetições. Cada U.E. foi composta por um rolo contendo 25 sementes. Avaliou-se a germinação aos 7dias, aos 12 dias e as massas da matéria fresca e seca aos 12 dias. (c) Teste de emergência e vigor - sementes oriundas de cada tratamento foram colocadas em bandejas plásticas contendo areia desinfestada como substrato. Utilizou-se o D.I.C com quatro repetições por tratamento. Cada U.E. foi composta por 25 sementes. As bandejas foram acondicionadas em estufa de incubação a 25±2 °C por 15 dias. Avaliou-se a emergência das plantas aos 7 e 15 dias. (d) Observação de plantas em campo - mudas provenientes do teste de germinação em substrato de viveiro foram transplantadas à campo. Utilizou-se o DBC com quatro repetições. Cada U.E. foi composta por cinco plantas. Utilizou-se espaçamento de 2 m entre plantas e 4 m entre linhas. Avaliou-se mensalmente o número de plantas doentes por cada tratamento. Nos três testes realizados, constatou-se influência negativa da aplicação do fungicida Carbendazim na germinação, emergência e desenvolvimento de plântulas em relação aos demais tratamentos. Essa diferença refletiu nas massas da matéria fresca dos testes de germinação em papel e de emergência e vigor de sementes, neste último ainda se constatou redução na massa de matéria seca para este tratamento. No teste de germinação em papel houveram crescimentos fúngicos sobre sementes e plântulas. Após isolamento em meio de cultura identificou-se a presença dos gêneros Aspergillus, Rhizopus, Alternaria, Fusarium e Trichoderma associados as sementes germinadas. O gênero Fusarium não pareceu estar relacionado a doença, uma vez que não induziu morte de plântulas, mudas e plantas durante os testes realizados. No teste de germinação em substrato de viveiro não houve a presença de sintomas visíveis de incidência de podridões e tombamentos na emergência das plântulas aos 7 e 45 dias após a semeadura. Nos quatro meses em que as plantas transplantas à campo foram avaliadas, não se constatou quaisquer sintomas de podridão basal e radicular. Conclui-se que as sementes de pinhão manso, independentemente do tratamento com fungicidas, não constituem fonte de inóculo para ocorrência da podridão basal e radicular do pinhão manso. O fungicida Carbendazim apresentou efeito negativo na germinação e desenvolvimento das plantas. Palavras-chave: Jatropha curcas, sementes, sanidade, fungicidas.