Chegou o momento de apreciar o que é nosso!
Se há uma festividade no Luach que se
caracteriza por ser divertida, é, certamente, Chag
Purim. É a festa que nos faz lembrar a coragem de
Esther e Mordechai, que não se deixaram levar
pelso desígnios de Haman, o malvado, e salvaram
o povo judeu da exterminação.
É claro que eventos trágicos não nos dão alegria,
porém, sabemos que fomos salvos e que manter
vivo nosso povo milenar é mais do que motivo
para se alegrar, curtir e celebrar.
Por esta razão, em Chag Purim temos quatro
mitzvot muito importantes que devemos
respeitar:
Ouvir a Meguilá: ouvir a leitura do Livro de Ester,
que conta toda a história da Pérsia sob o reinado
do rei Assuero. É costume ouvir a história na
véspera do Chag e na parte da manhã, fazendo
muito barulho toda vez que é mencionado o
nome do malvado Haman.
Mishloach Manot: enviar presentes aos amigos.
É habitual ter dois tipos de alimentos
preparados, incentivando as nossas relações de
amizade.
Matanot LaEvionim: fazer tsedacá, dando
dinheiro a pelo menos dois necessitados. Assim,
não apenas ajudamos aqueles em necessidade,
mas também contribuimos para o Tikun Olam, a
reparação deste mundo em que vivemos.
Mishte: uma festa, onde é dever beber, comer, se
alegrar, se fantasiar e se divertir, para lembrar o
milagre que ocorreu com o Povo Judeu.
É assim que, com estas Mitzvot tão simples, nós
podemos comemorar e celebrar um Chag, que
não só se presta apenas a isso, mas que temos
obrigação de comemorar.
Conhecendo esta história e os costumes de
Chag Purim, há muito tempo que me pergunto:
Há pessoas que não gostam de se divertir e
aproveitar? Como é que é existem aquelas
pessoas que não aproveitam as coisas que lhes
pertencem e que podem fazer muito bem a elas?
E as respostas que recebo são quase sempre as
mesmas: parece que sim, existem essas pessoas e
elas são muitas.
Purim é uma festividade que nos pede que
olhemos para o que é nosso, observando,
apreciando e nos divertindo com isso. E
novamente a pergunta, por que nem todo nós
aproveitamos?
Se a tradição do povo de Israel busca fazer com
que possamos nos alegrar e passar um momento
único, porque menosprezamos isto?
Será que nós não gostamos de rir, dançar, comer,
beber, e compartilhar com os amigos alguns
momentos de relax? Claro que gostamos! Mas
parece que não nos permitimos estes momentos
de relaxamento.
Em Purim recordamos a pressão sofrida por
nossos irmãos e como conseguiram livrar-se
dela. Hoje, mais de mil e tantos anos depois
destes acontecimentos, cada um de nós tem a
oportunidade de lembrar do que passou da
forma mais saudável possível, e que é com um
sorriso, com uma gargalhada, sabendo que nossa
responsabilidade é que isso não aconteça
novamente e que possamos manter vivos os
nossos ideais, tradições e formas de pensar
judaicas.
Purim nos conclama à diversão, mas também ao
fato de ser capaz de apreciar o que temos e quão
importante é ter a liberdade de professar a nossa
fé sem proibições.
Chag Purim, é o momento de compartilhar com
os amigos um dia diferente. De interagir e de nos
relacionarmos, sabendo que podemos ajudar os
necessitados. De estudar e lembrar a nossa
história para que, em nossas festas, possamos
levantar um taça de vinho e brindar à vida, pelo
que é nosso e para que eventos como este não
voltem a acontecer jamais. Purim é a hora de
revalorizar nosso povo judeu, para que possa
continuar a brilhar sempre e ser um povo alegre,
feliz e com muitas histórias a serem transmitidas.
Que neste Chag Purim possamos levantar
nossas taças e brindar a continuidade, a tradição
e a vida deste maravilhoso Povo Milenar.
Lechaim!!!
With support of the WZO.
Rabbi Ari Oliszweski
Uniâo Israelita Porto Alegrense
Porto Alegre, Brasil
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