Abelhas Indígenas sem Ferrão As abelha indígenas, nativas do Brasil, existem a milhares de anos polinizando as nossas plantas; sendo que em nosso País, há mais de 200 espécies conhecidas, cada uma, com suas características próprias. Como são elementos adaptados ao meio em que vivem, estão seriamente ameaçadas devido a ocupação irracional do homem sobre todos os espaços, poluindo o ar e as águas, derrubando e queimando às florestas e matando os animais. Fatores que estão extinguindo gradativamente vários seres do planeta, diretamente pela ação humana ou indiretamente em virtude da quebra da cadeia ecológica. As abelhas, se alimentam do néctar das flores, de simples arbustos rasteiros até de árvores frondosas e muitas dessas plantas dependem das abelhas nativas para produzirem seus frutos e sementes, que são o resultado da polinização. A polinização, consiste na transferência do pólen de uma flor para outra (da mesma espécie), sendo as abelhas os principais agentes de transporte e fecundação das plantas que irão gerar novas árvores, garantindo sua substituição perpétua. Existem centenas de espécies de abelhas sem ferrão, sendo que cada região possui um número considerável, perfeitamente integradas e adaptadas a flora e a fauna do lugar, sendo que com a modificação do ambiente, algumas espécies não conseguem se adaptar e são extintas. Outro problema grave é a separação geográfica dos ninhos de uma mesma espécie entre si. Isso concorre para com o definhamento genético das famílias, pois ficam isoladas em ilhas de vegetação distantes. O desmatamento impede que haja o cruzamento genético dessas abelhas, e a extinção é inevitável. A concorrência por alimento e moradia travada com as abelhas Apis mellifera (africanas), que são exóticas e foram introduzidas no Brasil após a colonização, também é uma fonte de preocupação, pois a criação extensiva desses insetos coloca em risco a subsistência das abelhas nativas. Por não haver estudos suficientes, que demonstrem quais as plantas brasileiras, dependem efetivamente da visita das abelhas silvestres, há possibilidade de que no futuro, muitas plantas sejam extintas, devido ao desaparecimento prematuro de muitas abelhas brasileiras. Por viverem em grupos socialmente organizados, as abelhas precisam estocar alimento para subsistência da colônia, sendo que armazenam em potes cilíndricos ovalados, de tamanhos diversos conforme a espécie. Açúcares são uma forma de energia rapidamente consumida, havendo necessidade de coleta periódicas. Já é sabido, que algumas abelhas produzem um mel de excepcionais características, diferenciando-se do mel das abelhas Africanizadas (européias e africanas), pela sua consistência, sabor e propriedades físico/químicas. Há esforços para identificar o seu uso medicinal e reais aplicações na alimentação e medicina. As entradas dos ninhos são características que diferem as nossas abelhas umas das outras, podendo-se identificar a espécie, através da observação do orifício de entrada, que é peculiar para cada variedade. Podem ser de Barro, cera, Própolis, geo-própolis, resina ou uma simples passagem ou orifício. A Rainha É a abelha responsável pela postura dos ovos e a conseqüente manutenção do número de indivíduos do cortiço. As operárias, em média, vivem em torno de 50 dias, necessitando de reposição constante de abelhas; essas são responsáveis por diversas tarefas, além da coleta de alimento no campo A rainha das abelhas silvestres nunca se muda de sua colônia, exceto quando é princesa que ainda não foi fecundada (fisogástrica), diferente das primas africanas ou européias que podem alçar vôo. Captura de enxame A forma ideal de se formar os criadouros (meliponários) seria a transferência de cortiços que se encontram em locais de risco ou por algum motivo estão fora de seu local original (devido a ocupação humana, desmatamentos, plantios, etc), usando enxames já extraídos e removidos da mata para instalar em caixas racionais. Outra forma racional de aumentar o número de enxames é a divisão, técnica que empregamos e que somente deve ser feita por pessoas habilitadas, munidas de informações e técnicas apropriadas a fim de evitar a perda da colméia. Manejo e Multiplicação As abelhas nativas se diferem das conhecidas Apis por não possuírem ferrão, mas tem características próprias a cada espécie, o que torna a atividade muito atraente para pessoas sensíveis e que procuram entender a natureza e como esses seres vivem e esse multiplicam, exigindo manuseio e apetrechos adequados. Várias técnicas de multiplicação são conhecidas, a mais difundida é a divisão forçada, retirando-se favos de cria, mel e pólen, induzindo-se a formação de um novo cortiço. Mas, a captura espontânea também está sendo estudada, o que produz ninhos mais fortes e resistentes, por respeitar a natureza das abelhas, mas há de se ter enxames nativos. Supervisão e manejo Após instaladas em caixas racionais as abelhas necessitam de cuidados e vistorias periódicas, conforme a necessidade, onde se avalia as condições internas, alimento e crias, devendo o meliponicultor intervir quando necessário, a fim de evitar a perda da colônia (considerar que o meio ambiente está muito agredido e não é mais o originalmente equilibrado). Predadores Existem muitos perigos naturais para as abelhas silvestres. Formigas, libélulas, sapos, aves e animais são uma ameaça; mas sem dúvida, o maior predador é o homem que destrói o seu habitat, envenena as águas e o ar, meleiros retiram abelhas da mata sem qualquer cuidado ou roubam colméias de meliponários racionais. Coleta do mel Por Não possuírem ferrão, as abelhas silvestres, não requerem vestimentas especiais, nem acessórios como o fumegador usado para manejar as apis (apenas espécies agressivas precisam de manuseio diferenciado, como a Tubuna que se enrolam nos cabelos ou pelos). O importante é verificar se há provimentos excedentes nos depósitos das colméias, bem como, florada que permita a reposição do mel retirado de maneira que os cortiços não sejam enfraquecidos pela extração inoportuna de alimento. A higiene deve ser cuidadosa para não contaminar e desvalorizar o mel o qual deve ser guardado sob refrigeração para preservar as suas excepcionais características específicas para cada espécie de abelha silvestre. Acreditamos que as abelhas de forma genérica contribuem para com a nidificação da vida no planeta, pois polinizam as plantas que geram sementes e frutos; alimentando os animais, peixes e aves, que sustentam a cadeia alimentar. Não esqueçamos que as raízes das plantas participam no ciclo das águas, que por sua vez sustenta todos os seres acima descritos. Um pequenino ser, um inseto, trabalhador, exemplo de sociedade perfeita e organizada que se fosse seguida pelos humanos, transformaria o nosso mundo, no paraíso terrestre conforme a vontade do supremo Criador. [email protected] FIM Saúde, luz e Paz a todos!