Edição 48/2014
DOCENTES
Dr. José César Assef, Dr. Roberto Augusto
Caffaro e Dr. Rogério Pecchini orgulham-se e
celebram uma vida dedicada à Santa Casa.
Cada vez mais moderna e inovadora, Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo mantém-se em
destaque no cenário nacional e este ano comemora a
formação da 47ª turma de ciências médicas.
POR ONDE ANDA? Ex-aluno, Dr. Arilton José dos Santos Carvalhal, recorda os momentos que marcaram a sua vida na Santa Casa
REVISTA AEASC
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EDITORIAL
PALAVRA DO PRESIDENTE
Dr. Nelson Gonçalves, Presidente da Associação
dos Ex-alunos da Santa Casa de São Paulo
Nova fase
Passados 50 anos de existência, a FCMSCSP – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de
São Paulo –, permanece como a 1ª escola médica
particular do País, ocupando posição de destaque entre as dez melhores escolas nacionais de
nível superior.
MARCIO SAYEG
No meio do ano passado, a festa de confraternização dos 50 anos, realizada em São Paulo, foi
um espetáculo inesquecível a todos que puderam participar.
“A FCMSCSP continua
funcionando normalmente,
adaptando-se a ingerências
da crise financeira da
Instituição coirmã”
A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo enfrenta este ano uma crise financeira
sem precedentes, o que motivou a reestruturação
radical da administração. A FCMSCSP continua
funcionando normalmente, adaptando-se a ingerências da crise financeira da Instituição coirmã.
Neste ano, estamos na 47ª turma a formar-se
em dezembro. Convidamos todos para que participem de nossa Associação, particularmente as
turmas mais jovens, para que possam prosseguir
e perpetuar, promovendo eventos e encontros
sociais entre os ex-alunos, sempre com seriedade, ética e muita alegria.
Areguá!
A imagem da Capa é o novo prédio da Faculdade, dentro
do complexo Santa Casa, inaugurado em outubro de 2013.
A Revista AEASC é uma publicação
trimestral da Associação dos Ex-alunos
da F.C.M. da Santa Casa de São Paulo.
Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112
CEP 01221-020 São Paulo/SP
Tel/Fax: (11) 3362-1869
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2 >> R E V I S T A A E A S C
DIRETORIA 2013-2015 >> PRESIDENTE: Nelson Gonçalves - 8ª turma, [email protected] • VICE-PRESIDENTE:
Ricardo Manoel de Oliveira - 8ª turma, [email protected] • SECRETÁRIO: Paulo Ramires - 8ª turma, prsantannaf@
gmail.com • DIRETOR ADMINISTRATIVO: Celso de Oliveira - 12ª turma, [email protected] • DIRETOR SOCIAL: Lister
de Macedo Leandro - 7ª turma, [email protected] • DIRETOR CIENTÍFICO: Eliana Biondi Medeiros Guidoni - 18ª
turma, [email protected] CONSELHO DEPARTAMENTAL >> EDITOR: Carlos A. H. de Campos - 5ª turma,
[email protected] • CULTURA: Andraus Kehde - 11ª turma, [email protected] • EVENTOS: Vagner
Lapate - 4ª turma, [email protected] • COMUNICAÇÃO: Oswaldo Cudizio Filho - 10ª turma, ocudizio@uol.
com.br • PATRIMÔNIO: Ricardo da Fonseca Nadais - 23ª turma, [email protected] • SECRETÁRIA: Denise Pires
Cudizio - [email protected] • PROJETO GRÁFICO E EDITORIAL: Fullcase Editora - www.fullcase.com.br • DIRETOR
GERAL: Angel Fragallo, [email protected] • DIRETORA EDITORIAL: Juliana Klein – MTb 48.542, juliana@fullcase.
com.br • REVISÃO: Adriana Giusti
DOCENTES
ENTREVISTA
DR. ROBERTO AUGUSTO CAFFARO
Texto: Juliana Klein
P
ara alguns, muito além de aliviar dores e curar pessoas, ser
médico é se dar por inteiro,
compreender as angústias e
aflições de um paciente e confortar a
sua dor, muito mais do que a relação
médico e paciente, é uma relação de
amizade. E é dessa forma, carregando ainda no rosto e no sorriso um
constante bom humor, com paixão
e dedicação pelo que se faz, que o
Dr. Roberto Augusto Caffaro vive no
quadrilátero da Irmandade da Santa
Casa. Formado em 1973 pela 6ª turma, hoje ele é chefe do Serviço de
Cirurgia Vascular e Endovascular da
Santa Casa. Em entrevista exclusiva,
o médico relembra os fatos mais importantes da sua trajetória no hospital-escola mais famoso do País.
O que foi para o senhor cursar
a Faculdade Santa Casa e
como chegou ao departamento de Cirurgia Vascular e
Endovascular da Irmandade?
Dr. Caffaro: Quando entrei na Santa
Casa ela ainda não tinha formado
ninguém, mas estava dentro de um
dos maiores hospitais de São Paulo,
ou seja, se mostrava promissora. E
foi o que ocorreu, ela é hoje uma das
melhores faculdades de medicina, o
que provou com o tempo que fiz uma
excelente escolha. E desde o começo
eu queria ser cirurgião, frequentava
o pronto-socorro para ver como funcionava a cirurgia e, quando estava
no sexto ano, descobri a área vascular, que me encantou por ser algo
delicado e que exigia bastante habilidade manual. São cirurgias bastante delicadas, e o cirurgião vascular é
chamado em caráter de emergência.
Eu gostava exatamente disso. Depois
que me formei, fiz quatro anos de residência na Santa Casa e em seguida
optei pela carreira universitária. Em 1989
me tornei chefe da cadeira e nela estou
até hoje. No entanto, o chefe do departamento no hospital era o Dr. Jorge Amauri.
Eu era assistente dele, mas como ele sofreu um acidente grave e ficou hemiplégico, praticamente de um dia para o outro
acordei chefe da cirurgia vascular.
Quais foram os maiores avanços
da área na Santa Casa?
Dr. Caffaro: A cirurgia vascular foi uma
das que mais evoluíram. E a Santa Casa
sempre acompanhou e se destacou nesse desenvolvimento. O que se fazia em
1970, quando a gente se formou, nem se
faz mais. A cirurgia vascular teve há uns
20 anos um incentivo muito grande, que
é resolver problemas dentro da circulação
só por meio de cateteres. Por isso que se
chama endovascular. Hoje você opera 70%
dos pacientes através de cateteres. Se falasse isso há 20 anos, as pessoas achariam utópico. Mas hoje invade-se o doente
o mínimo possível. Neste cenário, a cirurgia vascular da Santa Casa é considerada,
por prêmios, inclusive, como a melhor no
Brasil. Isso porque temos a melhor equipe,
são 14 cirurgiões vasculares, professores
doutores, altamente diferenciados, capacitados e conhecidos internacionalmente.
Conhecido por seu carisma nos
arredores da Santa Casa, qual o
segredo para ter conquistado o
carinho e a confiança de todos?
Dr. Caffaro: Eu nasci com bom humor, não
que a gente não tenha problemas na vida,
tenho três filhos, sempre existem preocupações. Mas eu nunca fui de exacerbar
entre as pessoas do meu convívio. E tenho uma facilidade muito grande de fazer
amigos. Para se ter uma ideia os meus
pacientes são meus amigos, tenho uma
proximidade humana com eles. E isso é
genético, não dá para fazer teatro, tem
que se doar e ser verdadeiro.
ARQUIVO PESSOAL
Dr. Bom Humor
Perfil
Livro: Engenheiros da Vitória e tudo
sobre a Segunda Guerra Mundial
Hobby: Colecionismo
Filme: Todos de aventura
Comida: Churrasco
Professor inesquecível: João Fava
Personalidade: Winston Churchill
Mensagem aos futuros médicos da
Santa Casa: Carinho e respeito ao
seu doente
O senhor é também um grande colecionador de canetas
mundialmente conhecido.
Como virou um exímio colecionador?
Dr. Caffaro: A minha geração aprendeu a escrever lá no primário com
caneta tinteiro. E quando eu já era
formado, isso há mais de 30 anos,
resolvi colecionar as canetas que eu
não pude ter quando era mais jovem. Então comecei com um sonho,
me apaixonei e exagerei. Nem sei
quantas vezes eu já viajei para expor
minha coleção, mas digo que pelo
menos umas 80 vezes, por vários
lugares, como Estados Unidos, Europa, Ásia, etc. Isso porque eu detenho
uma das coleções mais antigas que
é a Montblanc, até de antes da Primeira Guerra Mundial, virei até o Mr.
Montblanc. Além disso, fundei também a Pen Club do Brasil, que são
os apaixonados por caneta, e desde
a sua fundação, em 1983, eu sou o
presidente.
REVISTA AEASC
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NOSSA CAPA
DR. JOSÉ CÉSAR ASSEF
Texto: Juliana Klein
Do interior para
a Emergência
da Santa Casa
Q
uem se imagina desde muito jovem
em uma profissão de constante adrenalina? Praticar medicina sob pressão é isso, viver fortes emoções sem
saber o que cada dia reserva, tendo que tratar
de casos simples aos mais graves e complexos.
Essa é a vida do Dr. José César Assef, um dos
ex-alunos da Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa (FCMSCSP), formado pela 16ª turma
em 1983, dedicando desde então a sua vida ao
Pronto-Socorro da Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo e, agora, no cargo de
diretor do Serviço de Emergência.
Sua paixão pela profissão começou desde jovem, pelo entusiasmo de ver o irmão mais velho, que já era médico formado, contar suas
histórias de como era gratificante tratar e dar
atenção aos doentes, solucionar problemas difíceis de saúde e poder salvar vidas. E, assim
como surgiu sua paixão pela possibilidade de
poder cuidar das pessoas, era iminente a lei de
atração à Faculdade da Santa Casa. “Eu prestei
vestibular em vários lugares, entrei na Santa
Casa e hoje digo com tranquilidade a sorte que
tive na minha vida”, comemora.
A surpresa, um presente!
Assef se formou em medicina. Fez três anos de
residência em cirurgia geral na Santa Casa e a
sua perspectiva era apenas de terminar o R3,
e se nenhuma oportunidade aparecesse, talvez
voltasse a morar com a família no interior. Contudo, ele conta que teve uma grande surpresa
na ocasião. Houve uma alteração dos grupos
de chefia do pronto-socorro da Irmandade e
ele foi convidado para fazer parte da equipe
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Ex-aluno que hoje
ocupa posição
de destaque no
Pronto-Socorro da
Irmandade relembra
e agradece a
oportunidade de
fazer parte desta
imensa família
da chefia cirúrgica do pronto-socorro. “Fiquei
em São Paulo e comecei a fazer uma pós-graduação. Poder ficar na Santa Casa quando ela
já fazia parte do meu coração foi uma grande
oportunidade. Tudo que eu precisava era dessa
chance e eu tive, então fiquei”, emociona-se.
Em fevereiro de 1987, o Dr. Assef foi então
contratado pelo hospital para chefiar uma das
equipes de plantão do pronto-socorro, além de
ser médico pós-graduando no departamento
de cirurgia no grupo de fígado e hipertensão
portal. Quando terminou sua pós-graduação,
defendeu o mestrado e doutorado e se tornou
também professor instrutor na faculdade, depois professor assistente e em seguida professor adjunto. Sem contar que foi coordenador
de internato do departamento de cirurgia por
vários anos. Em 2005, outra grande surpresa:
com a desistência do Dr. Samir Rasslan da diretoria do pronto-socorro, indo para o Hospital
das Clínicas, ele foi convidado para assumir o
cargo de diretor do serviço de emergência da
Santa Casa. “Dessa forma precisei me afastar
“O importante é
que eu gosto muito
do que faço. Não
estaria aqui se não
gostasse. O serviço
de emergência em
pronto-socorro é
algo cansativo,
consome, mas é
muito gratificante”
pouco mais difícil a parte de ensino por conta da
dedicação à assistência. “O número de pessoas
que nos procuram é cada vez maior. Há 20 ou
30 anos era muito mais fácil passar uma visita
acadêmica do que é hoje. Temos inúmeras macas no corredor e isso realmente dificulta passar
uma visita com oito ou dez alunos mais os residentes. Não que não se faça, elas são feitas, são
discutidos casos, o ensino e a pesquisa continuam, só que de uma forma mais dificultada pelo
grande número de doentes que atendemos. O
importante, no entanto, e que é bom frisarmos,
é que conseguimos, além da assistência, manter
também qualidade no ensino e na pesquisa que
nos deixa muito tranquilos quanto à função que
temos aqui”, esclarece.
Perfil
O que deixou
ARQUIVO PESSOAL
O que faz no tempo livre:
Gosto de sair para jantar,
conhecer restaurantes
diferentes, além de ficar
muito em casa assistindo
televisão.
Livro: O Físico
Hobby: Eu adoro operar
Idade: 55 anos
Quem mais admira na vida:
Minha família
Professor inesquecível:
Todos os professores
da Santa Casa foram
extremamente importantes
na minha formação.
Como define sua
personalidade: Muito
preocupado com os
resultados, especialmente
com as coisas que
acontecem no serviço de
emergência. Quero sempre
que tudo evolua bem sem
ter que dar trabalho para os
outros. Além disso, sou um
conciliador. Sinto que minha
equipe possui um respeito
por mim sem medo.
Filme: Forrest Gump
Personalidade: Sócrates
Mensagem aos futuros
médicos: A medicina,
independentemente da
especialidade, é uma
profissão como qualquer
outra. E como qualquer
outra ela tem os momentos
alegres, tristes, e você só
vai conseguir vencer se
tiver a consciência de que
tem que ser honesto com
você e com quem está
dependendo de você. Tem
que ter comprometimento,
dignidade e respeitar o ser
humano como gostaria de
ser respeitado.
do grupo de fígado e me dedicar exclusivamente ao pronto-socorro”, lembra-se Dr. Assef, que
hoje também é responsável pelo internato do
sexto ano no serviço de emergência.
A vida no pronto-socorro
Foram 27 anos de história dentro do quadrilátero mais famoso da cidade de São Paulo, sendo
18 anos na chefia cirúrgica e nove anos como
diretor do serviço de emergência. Quem melhor
então que o próprio Dr. José César Assef para ver
a evolução do hospital e, em especial, o pronto-socorro da Santa Casa? Um dos mais importantes para a área da saúde de São Paulo.
Segundo o médico, a Santa Casa sempre teve
um pronto-socorro de portas abertas, que atenda uma demanda espontânea de pessoas,
recebendo todo tipo de doente sem nenhum
limite. O que leva, inclusive, a um movimento
muito grande de pessoas. São, em média, 500
atendimentos por dia no Pronto-Socorro Central, de baixa a alta complexidade. “E eu tenho
uma satisfação muito grande em fazer parte
deste hospital, de estar aqui a minha vida toda
e ter trabalhado com equipes de cirurgiões e
clínicos excelentes. Tenho muito orgulho porque existe um comprometimento muito grande
com o que se faz aqui. Uma equipe coesa que
tem, ainda, uma imensa harmonia”, pontua.
O médico explica que o pronto-socorro da Santa Casa está voltado para assistência, ensino e
pesquisa, mas, com o passar dos anos, ficou um
Uma grande admiração do diretor do serviço
de emergência é a evolução que a faculdade
teve ao longo desses anos. Ao comparar com
o seu tempo de estudante, ele a admira ainda
mais. “No meu tempo era só medicina e hoje
tem outras faculdades, como enfermagem e fonoaudiologia; cresceu e evoluiu muito também
tecnologicamente, sem contar que está sempre
entre as melhores. Eu sei que sou suspeito para
falar porque amo a Santa Casa, mas as provas
do CRM, entre outras que fazem nas avaliações das faculdades, estão aí para provar que
a Santa Casa está sempre em destaque. É uma
escola de ponta que recomendamos para todo
mundo”, orgulha-se.
Casado há 26 anos, ele tem uma filha de 25 anos
e, embora todos acreditem que a vida constante
de adrenalina em um pronto-socorro significa
abdicar da vida pessoal, enganam-se. Segundo
ele, sempre deu para conciliar de uma boa forma. “O importante é que eu gosto muito do que
faço. Não estaria aqui se não gostasse. O serviço
de emergência em pronto-socorro é algo cansativo, consome, mas é muito gratificante”.
Ele recorda e reflete ainda que a oportunidade
que teve de ficar no quadrilátero definiu o seu
futuro na profissão. “Não tenho dúvidas que ter
sido contratado como chefe de equipe foi um
momento marcante e definitivo na minha vida,
porque se não tivesse acontecido isso eu certamente não teria tido a oportunidade, a sorte e a
imensa satisfação de ter ficado na Santa Casa.
Sempre tive vontade de fazer uma carreira acadêmica, mas não sei se iria querer em outro
lugar porque a minha paixão pela Santa Casa
é enorme e é eterna. Eu não tinha nenhuma
perspectiva e em um mês tudo mudou. Desde
o primeiro dia que eu entrei na faculdade até
hoje a minha admiração e dedicação é sempre
a mesma”, conclui.
REVISTA AEASC
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DOCENTES
DR. ROGÉRIO PECCHINI
Texto: Juliana Klein
Dedicação à pediatria
Diretor da pediatria da Santa Casa fala da sua vida
na Irmandade e dos desafios da área no Brasil
T
odos os dias, ao ver a avó
atendente de enfermagem
chegando dos plantões da
Santa Casa, o menino Rogério Pecchini se encantava com suas
histórias de como era gostoso poder
ajudar os médicos a salvar as pessoas. Após 25 anos de histórias assim,
não deu outra: o jovem percebeu que
o seu caminho era a medicina e era
na Santa Casa. Formado em 1994 pela
27ª turma, hoje ele é diretor da pediatria da Irmandade. Da mesma maneira que estava certo de que faria medicina desde jovem, já tinha opinião
formada também que seguiria essa
área. “Claro que ao longo do internato
testei várias áreas, mas com o passar
do tempo eu gostava cada vez mais da
pediatria e especialmente da urgência pediátrica, por isso, inclusive, me
formei em terapia intensiva na área”.
Com o sonho ainda de fazer uma carreira na Santa Casa, dois meses após
terminar a residência, em 1999, foi
contratado pela Irmandade. “Vim
para trabalhar na urgência e emergência, depois na terapia intensiva.
De plantonista me convidaram para
ser diarista no pronto-socorro infantil, fiquei durante algum tempo como
médico três vezes por semana e depois me fixei na UTI pediátrica como
plantonista no domingo e depois para
coordenar a retaguarda, dividindo a
coordenação com outro professor”.
Quando a Dra. Maria Lucia Passarelli
assumiu a pediatria, o convidou para assessorá-la na coordenação da urgência e
emergência. E há quatro anos, com a saída
da Dra. Maria Dulce Cardenuto, ele assumiu de vez a coordenação geral da residência médica. Além disso, dá aulas também
para o 3º ano de propedêutica pediátrica
e para o 6º ano de urgência e emergência.
Recentemente concluiu um curso de pós-graduação lato sensu em administração
hospitalar pela Getulio Vargas.
Mudanças
Segundo o Dr. Rogério Pecchini, a área
de pediatria da Santa Casa nos últimos
anos tornou-se referência terciária e sólida dentro do cenário de saúde. “Atendíamos apenas casos menos complicados
de crianças e, atualmente, até os mais
complexos. Com isso houve uma necessidade cada vez maior de capacitação
dos médicos, da emergência e da urgência, principalmente. Então, hoje, além de
prepararmos os alunos e residentes para
a pediatria geral, investimos também em
especializações”, apontou.
Com isso, foi preciso ainda investir em
reformas de algumas áreas. “A instituição
tem investido na atualização tecnológica
necessária e em paralelo temos que fazer um reforço grande para que o corpo
técnico e multiprofissional também tenha
uma atualização científica para atender a
essa demanda”, revelou.
Atualmente, a área de pediatria do hospital conta com 132 leitos, com um pronto-socorro que atende em média de 5 mil e
Perfil
Tempo livre: Atividade física
individual para desestressar
Livro: 1822
Hobby: Música e cinema
Idade: 44 anos
Pessoa que admira: Dr. Valdir
Golim e Dra. Maria Lucia
Passarelli
Professores inesquecíveis:
Dr. Julio Toporoviski e Dra.
Jacira Paccez
Personalidade: Calmo e
“infelizmente” centralizador
e controlador
5,5 mil consultas por mês, um ambulatório que atende predominantemente
de 4 mil a 4,5 mil consultas por mês em
todas as especialidades pediátricas,
como cardiologia, nefrologia, endocrinologia, infectologia, etc.; sendo referência em várias delas. Além de contar
com um cirurgião pediátrico 24 horas
por dia atendendo urgência, emergência e cirurgias de alta complexidade.
Possui ainda UTIs de nível 3, 2 e 1. E
outro ponto importante é que a Santa
Casa é referência também em medicina do adolescente, além do atendimento e internação para pacientes de
quimioterapia.
Pouco depois de conceder a entrevista acima, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo iniciou uma profunda reestruturação
no seu quadro administrativo. O Dr. Irineu Massaia (32ª turma) foi escolhido como novo superintendente e convidou o Dr. Rogério Pecchini
(27ªturma) para ocupar a Diretoria Técnica da Irmandade. O novo Diretor do Departamento da Pediatria agora é o Dr. Marco Aurelio Palazze e
Safadi (18ª turma). É motivo de orgulho ter dois ex-alunos ocupando cargos de tamanha importância e prestígio na instituição.
6 >> R E V I S T A A E A S C
DESTAQUES NA SANTA
FATOS E EVENTOS QUE MOVIMENTAM A SANTA CASA
Parabéns!
A AEASC tem a honra de parabenizar e anunciar os novos formandos em pós-graduação
da Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa, que concluíram mestrado e doutorado
em junho, julho, agosto e setembro de 2014.
Em mestrado, o Dr. Caio Zamboni, da 39ª turma, e a Dra. Camila Cohen Kaleka, também
da 39ª turma. Em doutorado, o Dr. Carlos
Augusto Correa de Campo, da 35ª turma, e o
Dr. Rodolfo Alexander Scalia, da 34ª turma.
Ex-alunos
na internet
Ponto de encontro
A AEASC convida você, ex-aluno, a
participar da sua comunidade on-line. A
proposta é unir e promover a confraternização dos alunos que fizeram e fazem
parte da história dessa instituição. Entre,
faça o cadastro, confira as fotos, mande
a sua opinião e tenha um canal aberto
para marcar encontros e disseminar o
aprendizado que recebeu no tempo de
estudante. Acesse: www.aeasc.org.br
Anuncie aqui!
Divulgue sua marca para o seleto
grupo de médicos ex-alunos da
Santa Casa de São Paulo.
Tel/Fax: (11) 3362-1869
E-mail: [email protected]
Diretores da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo
Curso de Medicina
Professor Doutor Emílio Athiê (1963 - 1972)
Professor Doutor Jacob Renato Woiski (1973 - 1975)
Professor Doutor Adauto Barbosa Lima (1976 - 1981)
Professor Doutor Orlando Jorge Aidar (1982 - 1984)
Professor Doutor Waldemar de C. P. Filho (1985 - 1989)
Professor Doutor Stanislau Krynski (1990 - 1992)
Professor Doutor João Fava (1993 - 1999)
Professor Doutor Ernani Geraldo Rolim (1999 - 2005)
Professor Doutor Osmar Pedro Arbix de Camargo (2005 - 2008)
Professor Doutor Luiz Arnaldo Szutan (2008 - 2011)
Professor Doutor José Eduardo Lutaif Dolci (2011 - Atual)
Cursos de Medicina, Enfermagem e Fonoaudiologia
Professor Doutor Ernani Geraldo Rolim Professor Doutor Valdir Golin (2005 - 2011)
(2011 - Atual)
Em um espaço amplo e bonito, no novo prédio
da faculdade, A Toca ganhou uma linda arquitetura moderna e confortável. Aos sábados
têm sido frequentes os encontros de turmas de
ex-alunos, com muita alegria e descontração. A
nova estrutura busca trazer o mesmo ambiente
que, durante os últimos 40 anos, marcaram os
alunos e médicos. "A Toca tornou-se um ponto
de encontro dos alunos que aqui convivem;
fazem amigos, estudam, participam de festas e
reuniões, onde encontram um lugar de descanso e descontração”, afirmam os representantes
do restaurante, Álvaro Pereira e Saulo. Hoje, a
nova Toca traz mais conforto, mais opções no
cardápio, sinal livre de Wi-Fi, planos de fidelidade, entre outros benefícios.
Registre seu
momento
Quando somos estudantes, sempre existem
aqueles momentos marcantes que deixam um
gostinho de saudade. Seja em uma festa com
os amigos da turma, um prêmio recebido por
algum professor, uma aula diferenciada ou mesmo um evento especial com todos os alunos e
professores. Isso tudo te marcou? Então compartilhe essa história com os outros colegas,
ou apenas envie as fotos que te trazem essas
boas lembranças. Acesse: www.aeasc.org.br ou
mande um e-mail para [email protected]
Ex-alunos em
números
A Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo já
formou mais de 4 mil médicos.
Confira aqui quantas pessoas se
formaram por ano e por sexo.
ANO
Turma
Concluintes
MAS
FEM Total
19681ª100 21121
1969 2ª 105 18123
1970 3ª 69 2089
1971 4ª 85 1499
1972 5ª 82 1698
19736ª 72 2597
1974 7ª 71 2596
1975 8ª 79 25104
1976 9ª 78 25103
197710ª84 15 99
197811ª74 2195
197912ª 73 23 96
198013ª 80 19 99
198114ª73 2699
198215ª 70 2999
198316ª 57 40 97
198417ª 67 35102
198518ª 76 35 111
198619ª 50 51 101
198720ª 47 48 95
198821ª 47 50 97
198922ª 41 53 94
199023ª 46 53 99
199124ª42 55 97
199225ª 35 55 90
199326ª 48 49 97
199427ª 52 38 90
199528ª49 50 99
199629ª 51 40 91
199730ª 51 48 99
199831ª 49 45 94
199932ª 54 43 97
200033ª 62 38 100
200134ª 40 39 79
200235ª 55 49 104
200336ª 67 31 98
200437ª 60 39 99
200538ª 55 35 90
200639ª 55 43 98
200740ª 56 43 99
200841ª 45 50 95
200942ª 60 44 104
201043ª 50 46 96
201144ª57 35 92
201245ª 58 43101
201346ª 59 44103
TOTAL2.836 1.6894.525
REVISTA AEASC
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POR ONDE ANDA
COMO VOCÊ ESTÁ
DR. ARILTON JOSÉ DOS SANTOS CARVALHAL
9º TURMA, 1986
Uma lembrança eterna
Mesmo distante dos arredores da Santa Casa, Dr. Arilton
Carvalhal guarda com carinho sua época de estudante e
jamais deixa de rever os amigos da Irmandade
Uma história que fica
A parte humana trabalhada nos alunos e o contato com os pacientes
desde o primeiro dia de aula foram,
sem dúvida, os aprendizados mais
importantes na vida de estudante do
Dr. Arilton. E quanto mais ele para e
pensa, mais recordações lhe vêm sobre o quadrilátero. “Ter participado
do Coral da Santa Casa na época de
estudante também me abriu algumas
portas, hoje possuo até uma banda
de rock em São José dos Campos em
que me atrevo a ser vocalista”, conta
bem-humorado.
Outro fato que relembra e que também
lhe serviu de lição para a vida e para a
carreira foi um acidente que marcou a
8 >> R E V I S T A A E A S C
história de São Paulo. “Eu estava fazendo
plantão na Santa Casa durante o incêndio
do Edifício Joelma. Vi todo o desespero na
faculdade, no hospital, entre os amigos
e professores”. Mas contar isso o fez relembrar também de outro momento triste,
que foi a morte de um colega de turma,
que era, inclusive, o seu compadre. “Eu
havia sido padrinho do seu casamento e
durante um jogo de futebol, no primeiro
ano da residência, ele teve um acidente vascular cerebral e morreu em nossas
mãos, mesmo após muita respiração boca
a boca e massagem cardíaca”.
Histórias tristes e felizes marcaram a vida
do Dr. Arilton pela Santa Casa, mas com
certeza as amizades que construiu superam qualquer acontecimento durante esses anos. “As amizades que ficaram são
eternas e verdadeiras. São amigos e colegas que fiz e que encontro até hoje”, frisa.
Segundo o Dr. Arilton, para selar essas
amizades que perduram até hoje, os ex-alunos da sua turma promovem encontros a cada cinco anos desde que se formaram, que são realizados em cidades
turísticas do interior paulista durante um
fim de semana com muita conversa, histórias, comidas e bebidas.
Perfil
Vida: um presente
Medicina: uma vida
Sonho: realização
Filme: Gandhi
Santa Casa:
Saudade
Família: Amor
“Hoje possuo até
uma banda de
rock em São José
dos Campos em
que me atrevo a
ser vocalista”
Amor: Amigos e
família
Professores
inesquecíveis: da
Patologia, Dr. Walter
Edgard Maffei, e da
Anatomia, Dr. Dario
Romani
Vida e profissão
O Dr. Arilton Carvalhal gosta de recordar
o quanto as amizades da Irmandade foram verdadeiras, e são pessoas que ele
vê não apenas em encontros, como também na sua vida profissional. Com dois
colegas de turma, Dr. Evandro Monteiro
de Castro Asseff e Dr. José Luiz Candolo,
ele abriu duas clínicas de Diagnóstico
por Imagem na cidade de São José dos
Campos e Jacareí, no interior de São Paulo. Além disso, tem orgulho em dizer que
sempre que pode e vai até São Paulo, não
perde a chance de visitar o quadrilátero
para rever os amigos e até mesmo o senhor da cantina.
ARQUIVO PESSOAL
Vocação, paixão, desejo ou destino?
O motivo certo de ter optado em fazer
medicina é difícil de definir, mas que
essa foi uma das escolhas mais certeiras da vida do Dr. Arilton José dos
Santos Carvalhal é inegável. Formado
pela 9ª turma em 1986, o ex-aluno da
Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo (FCMSC),
hoje com 61 anos, possui ainda o título de especialista em diagnóstico
por imagem, especializado também
em radiologia e ultrassonografia, sendo atualmente membro da Sociedade
Paulista de Radiologia.
O médico conta que entrou muito
cedo na faculdade, tinha apenas de
16 para 17 anos, mas ter escolhido a
Santa Casa foi uma excelente opção
e lição de vida. “O que aprendi não
serviu apenas para a minha carreira
mas, também para a minha vida. É um
dos lugares que mais se preocupam
com o lado humano do profissional,
trabalhando isso constantemente nos
alunos desde o primeiro dia de aula”,
repassa.
Casado há 28 anos, tem apenas um filho
e diz que sempre conseguiu conciliar bem
a família e a profissão, mesmo tendo se
dedicado ao máximo ao trabalho. “Isso
porque faço o que gosto. Eu sofri dois
acidentes na minha vida e mesmo na fase
de recuperação continuava trabalhando,
nunca achei que me atrapalhava porque
eu sempre tive amor e paixão pela medicina”, conclui.
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