Edição 48/2014 DOCENTES Dr. José César Assef, Dr. Roberto Augusto Caffaro e Dr. Rogério Pecchini orgulham-se e celebram uma vida dedicada à Santa Casa. Cada vez mais moderna e inovadora, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo mantém-se em destaque no cenário nacional e este ano comemora a formação da 47ª turma de ciências médicas. POR ONDE ANDA? Ex-aluno, Dr. Arilton José dos Santos Carvalhal, recorda os momentos que marcaram a sua vida na Santa Casa REVISTA AEASC << 1 EDITORIAL PALAVRA DO PRESIDENTE Dr. Nelson Gonçalves, Presidente da Associação dos Ex-alunos da Santa Casa de São Paulo Nova fase Passados 50 anos de existência, a FCMSCSP – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo –, permanece como a 1ª escola médica particular do País, ocupando posição de destaque entre as dez melhores escolas nacionais de nível superior. MARCIO SAYEG No meio do ano passado, a festa de confraternização dos 50 anos, realizada em São Paulo, foi um espetáculo inesquecível a todos que puderam participar. “A FCMSCSP continua funcionando normalmente, adaptando-se a ingerências da crise financeira da Instituição coirmã” A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo enfrenta este ano uma crise financeira sem precedentes, o que motivou a reestruturação radical da administração. A FCMSCSP continua funcionando normalmente, adaptando-se a ingerências da crise financeira da Instituição coirmã. Neste ano, estamos na 47ª turma a formar-se em dezembro. Convidamos todos para que participem de nossa Associação, particularmente as turmas mais jovens, para que possam prosseguir e perpetuar, promovendo eventos e encontros sociais entre os ex-alunos, sempre com seriedade, ética e muita alegria. Areguá! A imagem da Capa é o novo prédio da Faculdade, dentro do complexo Santa Casa, inaugurado em outubro de 2013. A Revista AEASC é uma publicação trimestral da Associação dos Ex-alunos da F.C.M. da Santa Casa de São Paulo. Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112 CEP 01221-020 São Paulo/SP Tel/Fax: (11) 3362-1869 E-mail: [email protected] Site: www.aeasc.org.br 2 >> R E V I S T A A E A S C DIRETORIA 2013-2015 >> PRESIDENTE: Nelson Gonçalves - 8ª turma, [email protected] • VICE-PRESIDENTE: Ricardo Manoel de Oliveira - 8ª turma, [email protected] • SECRETÁRIO: Paulo Ramires - 8ª turma, prsantannaf@ gmail.com • DIRETOR ADMINISTRATIVO: Celso de Oliveira - 12ª turma, [email protected] • DIRETOR SOCIAL: Lister de Macedo Leandro - 7ª turma, [email protected] • DIRETOR CIENTÍFICO: Eliana Biondi Medeiros Guidoni - 18ª turma, [email protected] CONSELHO DEPARTAMENTAL >> EDITOR: Carlos A. H. de Campos - 5ª turma, [email protected] • CULTURA: Andraus Kehde - 11ª turma, [email protected] • EVENTOS: Vagner Lapate - 4ª turma, [email protected] • COMUNICAÇÃO: Oswaldo Cudizio Filho - 10ª turma, ocudizio@uol. com.br • PATRIMÔNIO: Ricardo da Fonseca Nadais - 23ª turma, [email protected] • SECRETÁRIA: Denise Pires Cudizio - [email protected] • PROJETO GRÁFICO E EDITORIAL: Fullcase Editora - www.fullcase.com.br • DIRETOR GERAL: Angel Fragallo, [email protected] • DIRETORA EDITORIAL: Juliana Klein – MTb 48.542, juliana@fullcase. com.br • REVISÃO: Adriana Giusti DOCENTES ENTREVISTA DR. ROBERTO AUGUSTO CAFFARO Texto: Juliana Klein P ara alguns, muito além de aliviar dores e curar pessoas, ser médico é se dar por inteiro, compreender as angústias e aflições de um paciente e confortar a sua dor, muito mais do que a relação médico e paciente, é uma relação de amizade. E é dessa forma, carregando ainda no rosto e no sorriso um constante bom humor, com paixão e dedicação pelo que se faz, que o Dr. Roberto Augusto Caffaro vive no quadrilátero da Irmandade da Santa Casa. Formado em 1973 pela 6ª turma, hoje ele é chefe do Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular da Santa Casa. Em entrevista exclusiva, o médico relembra os fatos mais importantes da sua trajetória no hospital-escola mais famoso do País. O que foi para o senhor cursar a Faculdade Santa Casa e como chegou ao departamento de Cirurgia Vascular e Endovascular da Irmandade? Dr. Caffaro: Quando entrei na Santa Casa ela ainda não tinha formado ninguém, mas estava dentro de um dos maiores hospitais de São Paulo, ou seja, se mostrava promissora. E foi o que ocorreu, ela é hoje uma das melhores faculdades de medicina, o que provou com o tempo que fiz uma excelente escolha. E desde o começo eu queria ser cirurgião, frequentava o pronto-socorro para ver como funcionava a cirurgia e, quando estava no sexto ano, descobri a área vascular, que me encantou por ser algo delicado e que exigia bastante habilidade manual. São cirurgias bastante delicadas, e o cirurgião vascular é chamado em caráter de emergência. Eu gostava exatamente disso. Depois que me formei, fiz quatro anos de residência na Santa Casa e em seguida optei pela carreira universitária. Em 1989 me tornei chefe da cadeira e nela estou até hoje. No entanto, o chefe do departamento no hospital era o Dr. Jorge Amauri. Eu era assistente dele, mas como ele sofreu um acidente grave e ficou hemiplégico, praticamente de um dia para o outro acordei chefe da cirurgia vascular. Quais foram os maiores avanços da área na Santa Casa? Dr. Caffaro: A cirurgia vascular foi uma das que mais evoluíram. E a Santa Casa sempre acompanhou e se destacou nesse desenvolvimento. O que se fazia em 1970, quando a gente se formou, nem se faz mais. A cirurgia vascular teve há uns 20 anos um incentivo muito grande, que é resolver problemas dentro da circulação só por meio de cateteres. Por isso que se chama endovascular. Hoje você opera 70% dos pacientes através de cateteres. Se falasse isso há 20 anos, as pessoas achariam utópico. Mas hoje invade-se o doente o mínimo possível. Neste cenário, a cirurgia vascular da Santa Casa é considerada, por prêmios, inclusive, como a melhor no Brasil. Isso porque temos a melhor equipe, são 14 cirurgiões vasculares, professores doutores, altamente diferenciados, capacitados e conhecidos internacionalmente. Conhecido por seu carisma nos arredores da Santa Casa, qual o segredo para ter conquistado o carinho e a confiança de todos? Dr. Caffaro: Eu nasci com bom humor, não que a gente não tenha problemas na vida, tenho três filhos, sempre existem preocupações. Mas eu nunca fui de exacerbar entre as pessoas do meu convívio. E tenho uma facilidade muito grande de fazer amigos. Para se ter uma ideia os meus pacientes são meus amigos, tenho uma proximidade humana com eles. E isso é genético, não dá para fazer teatro, tem que se doar e ser verdadeiro. ARQUIVO PESSOAL Dr. Bom Humor Perfil Livro: Engenheiros da Vitória e tudo sobre a Segunda Guerra Mundial Hobby: Colecionismo Filme: Todos de aventura Comida: Churrasco Professor inesquecível: João Fava Personalidade: Winston Churchill Mensagem aos futuros médicos da Santa Casa: Carinho e respeito ao seu doente O senhor é também um grande colecionador de canetas mundialmente conhecido. Como virou um exímio colecionador? Dr. Caffaro: A minha geração aprendeu a escrever lá no primário com caneta tinteiro. E quando eu já era formado, isso há mais de 30 anos, resolvi colecionar as canetas que eu não pude ter quando era mais jovem. Então comecei com um sonho, me apaixonei e exagerei. Nem sei quantas vezes eu já viajei para expor minha coleção, mas digo que pelo menos umas 80 vezes, por vários lugares, como Estados Unidos, Europa, Ásia, etc. Isso porque eu detenho uma das coleções mais antigas que é a Montblanc, até de antes da Primeira Guerra Mundial, virei até o Mr. Montblanc. Além disso, fundei também a Pen Club do Brasil, que são os apaixonados por caneta, e desde a sua fundação, em 1983, eu sou o presidente. REVISTA AEASC << 3 NOSSA CAPA DR. JOSÉ CÉSAR ASSEF Texto: Juliana Klein Do interior para a Emergência da Santa Casa Q uem se imagina desde muito jovem em uma profissão de constante adrenalina? Praticar medicina sob pressão é isso, viver fortes emoções sem saber o que cada dia reserva, tendo que tratar de casos simples aos mais graves e complexos. Essa é a vida do Dr. José César Assef, um dos ex-alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (FCMSCSP), formado pela 16ª turma em 1983, dedicando desde então a sua vida ao Pronto-Socorro da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e, agora, no cargo de diretor do Serviço de Emergência. Sua paixão pela profissão começou desde jovem, pelo entusiasmo de ver o irmão mais velho, que já era médico formado, contar suas histórias de como era gratificante tratar e dar atenção aos doentes, solucionar problemas difíceis de saúde e poder salvar vidas. E, assim como surgiu sua paixão pela possibilidade de poder cuidar das pessoas, era iminente a lei de atração à Faculdade da Santa Casa. “Eu prestei vestibular em vários lugares, entrei na Santa Casa e hoje digo com tranquilidade a sorte que tive na minha vida”, comemora. A surpresa, um presente! Assef se formou em medicina. Fez três anos de residência em cirurgia geral na Santa Casa e a sua perspectiva era apenas de terminar o R3, e se nenhuma oportunidade aparecesse, talvez voltasse a morar com a família no interior. Contudo, ele conta que teve uma grande surpresa na ocasião. Houve uma alteração dos grupos de chefia do pronto-socorro da Irmandade e ele foi convidado para fazer parte da equipe 4 >> R E V I S T A A E A S C Ex-aluno que hoje ocupa posição de destaque no Pronto-Socorro da Irmandade relembra e agradece a oportunidade de fazer parte desta imensa família da chefia cirúrgica do pronto-socorro. “Fiquei em São Paulo e comecei a fazer uma pós-graduação. Poder ficar na Santa Casa quando ela já fazia parte do meu coração foi uma grande oportunidade. Tudo que eu precisava era dessa chance e eu tive, então fiquei”, emociona-se. Em fevereiro de 1987, o Dr. Assef foi então contratado pelo hospital para chefiar uma das equipes de plantão do pronto-socorro, além de ser médico pós-graduando no departamento de cirurgia no grupo de fígado e hipertensão portal. Quando terminou sua pós-graduação, defendeu o mestrado e doutorado e se tornou também professor instrutor na faculdade, depois professor assistente e em seguida professor adjunto. Sem contar que foi coordenador de internato do departamento de cirurgia por vários anos. Em 2005, outra grande surpresa: com a desistência do Dr. Samir Rasslan da diretoria do pronto-socorro, indo para o Hospital das Clínicas, ele foi convidado para assumir o cargo de diretor do serviço de emergência da Santa Casa. “Dessa forma precisei me afastar “O importante é que eu gosto muito do que faço. Não estaria aqui se não gostasse. O serviço de emergência em pronto-socorro é algo cansativo, consome, mas é muito gratificante” pouco mais difícil a parte de ensino por conta da dedicação à assistência. “O número de pessoas que nos procuram é cada vez maior. Há 20 ou 30 anos era muito mais fácil passar uma visita acadêmica do que é hoje. Temos inúmeras macas no corredor e isso realmente dificulta passar uma visita com oito ou dez alunos mais os residentes. Não que não se faça, elas são feitas, são discutidos casos, o ensino e a pesquisa continuam, só que de uma forma mais dificultada pelo grande número de doentes que atendemos. O importante, no entanto, e que é bom frisarmos, é que conseguimos, além da assistência, manter também qualidade no ensino e na pesquisa que nos deixa muito tranquilos quanto à função que temos aqui”, esclarece. Perfil O que deixou ARQUIVO PESSOAL O que faz no tempo livre: Gosto de sair para jantar, conhecer restaurantes diferentes, além de ficar muito em casa assistindo televisão. Livro: O Físico Hobby: Eu adoro operar Idade: 55 anos Quem mais admira na vida: Minha família Professor inesquecível: Todos os professores da Santa Casa foram extremamente importantes na minha formação. Como define sua personalidade: Muito preocupado com os resultados, especialmente com as coisas que acontecem no serviço de emergência. Quero sempre que tudo evolua bem sem ter que dar trabalho para os outros. Além disso, sou um conciliador. Sinto que minha equipe possui um respeito por mim sem medo. Filme: Forrest Gump Personalidade: Sócrates Mensagem aos futuros médicos: A medicina, independentemente da especialidade, é uma profissão como qualquer outra. E como qualquer outra ela tem os momentos alegres, tristes, e você só vai conseguir vencer se tiver a consciência de que tem que ser honesto com você e com quem está dependendo de você. Tem que ter comprometimento, dignidade e respeitar o ser humano como gostaria de ser respeitado. do grupo de fígado e me dedicar exclusivamente ao pronto-socorro”, lembra-se Dr. Assef, que hoje também é responsável pelo internato do sexto ano no serviço de emergência. A vida no pronto-socorro Foram 27 anos de história dentro do quadrilátero mais famoso da cidade de São Paulo, sendo 18 anos na chefia cirúrgica e nove anos como diretor do serviço de emergência. Quem melhor então que o próprio Dr. José César Assef para ver a evolução do hospital e, em especial, o pronto-socorro da Santa Casa? Um dos mais importantes para a área da saúde de São Paulo. Segundo o médico, a Santa Casa sempre teve um pronto-socorro de portas abertas, que atenda uma demanda espontânea de pessoas, recebendo todo tipo de doente sem nenhum limite. O que leva, inclusive, a um movimento muito grande de pessoas. São, em média, 500 atendimentos por dia no Pronto-Socorro Central, de baixa a alta complexidade. “E eu tenho uma satisfação muito grande em fazer parte deste hospital, de estar aqui a minha vida toda e ter trabalhado com equipes de cirurgiões e clínicos excelentes. Tenho muito orgulho porque existe um comprometimento muito grande com o que se faz aqui. Uma equipe coesa que tem, ainda, uma imensa harmonia”, pontua. O médico explica que o pronto-socorro da Santa Casa está voltado para assistência, ensino e pesquisa, mas, com o passar dos anos, ficou um Uma grande admiração do diretor do serviço de emergência é a evolução que a faculdade teve ao longo desses anos. Ao comparar com o seu tempo de estudante, ele a admira ainda mais. “No meu tempo era só medicina e hoje tem outras faculdades, como enfermagem e fonoaudiologia; cresceu e evoluiu muito também tecnologicamente, sem contar que está sempre entre as melhores. Eu sei que sou suspeito para falar porque amo a Santa Casa, mas as provas do CRM, entre outras que fazem nas avaliações das faculdades, estão aí para provar que a Santa Casa está sempre em destaque. É uma escola de ponta que recomendamos para todo mundo”, orgulha-se. Casado há 26 anos, ele tem uma filha de 25 anos e, embora todos acreditem que a vida constante de adrenalina em um pronto-socorro significa abdicar da vida pessoal, enganam-se. Segundo ele, sempre deu para conciliar de uma boa forma. “O importante é que eu gosto muito do que faço. Não estaria aqui se não gostasse. O serviço de emergência em pronto-socorro é algo cansativo, consome, mas é muito gratificante”. Ele recorda e reflete ainda que a oportunidade que teve de ficar no quadrilátero definiu o seu futuro na profissão. “Não tenho dúvidas que ter sido contratado como chefe de equipe foi um momento marcante e definitivo na minha vida, porque se não tivesse acontecido isso eu certamente não teria tido a oportunidade, a sorte e a imensa satisfação de ter ficado na Santa Casa. Sempre tive vontade de fazer uma carreira acadêmica, mas não sei se iria querer em outro lugar porque a minha paixão pela Santa Casa é enorme e é eterna. Eu não tinha nenhuma perspectiva e em um mês tudo mudou. Desde o primeiro dia que eu entrei na faculdade até hoje a minha admiração e dedicação é sempre a mesma”, conclui. REVISTA AEASC << 5 DOCENTES DR. ROGÉRIO PECCHINI Texto: Juliana Klein Dedicação à pediatria Diretor da pediatria da Santa Casa fala da sua vida na Irmandade e dos desafios da área no Brasil T odos os dias, ao ver a avó atendente de enfermagem chegando dos plantões da Santa Casa, o menino Rogério Pecchini se encantava com suas histórias de como era gostoso poder ajudar os médicos a salvar as pessoas. Após 25 anos de histórias assim, não deu outra: o jovem percebeu que o seu caminho era a medicina e era na Santa Casa. Formado em 1994 pela 27ª turma, hoje ele é diretor da pediatria da Irmandade. Da mesma maneira que estava certo de que faria medicina desde jovem, já tinha opinião formada também que seguiria essa área. “Claro que ao longo do internato testei várias áreas, mas com o passar do tempo eu gostava cada vez mais da pediatria e especialmente da urgência pediátrica, por isso, inclusive, me formei em terapia intensiva na área”. Com o sonho ainda de fazer uma carreira na Santa Casa, dois meses após terminar a residência, em 1999, foi contratado pela Irmandade. “Vim para trabalhar na urgência e emergência, depois na terapia intensiva. De plantonista me convidaram para ser diarista no pronto-socorro infantil, fiquei durante algum tempo como médico três vezes por semana e depois me fixei na UTI pediátrica como plantonista no domingo e depois para coordenar a retaguarda, dividindo a coordenação com outro professor”. Quando a Dra. Maria Lucia Passarelli assumiu a pediatria, o convidou para assessorá-la na coordenação da urgência e emergência. E há quatro anos, com a saída da Dra. Maria Dulce Cardenuto, ele assumiu de vez a coordenação geral da residência médica. Além disso, dá aulas também para o 3º ano de propedêutica pediátrica e para o 6º ano de urgência e emergência. Recentemente concluiu um curso de pós-graduação lato sensu em administração hospitalar pela Getulio Vargas. Mudanças Segundo o Dr. Rogério Pecchini, a área de pediatria da Santa Casa nos últimos anos tornou-se referência terciária e sólida dentro do cenário de saúde. “Atendíamos apenas casos menos complicados de crianças e, atualmente, até os mais complexos. Com isso houve uma necessidade cada vez maior de capacitação dos médicos, da emergência e da urgência, principalmente. Então, hoje, além de prepararmos os alunos e residentes para a pediatria geral, investimos também em especializações”, apontou. Com isso, foi preciso ainda investir em reformas de algumas áreas. “A instituição tem investido na atualização tecnológica necessária e em paralelo temos que fazer um reforço grande para que o corpo técnico e multiprofissional também tenha uma atualização científica para atender a essa demanda”, revelou. Atualmente, a área de pediatria do hospital conta com 132 leitos, com um pronto-socorro que atende em média de 5 mil e Perfil Tempo livre: Atividade física individual para desestressar Livro: 1822 Hobby: Música e cinema Idade: 44 anos Pessoa que admira: Dr. Valdir Golim e Dra. Maria Lucia Passarelli Professores inesquecíveis: Dr. Julio Toporoviski e Dra. Jacira Paccez Personalidade: Calmo e “infelizmente” centralizador e controlador 5,5 mil consultas por mês, um ambulatório que atende predominantemente de 4 mil a 4,5 mil consultas por mês em todas as especialidades pediátricas, como cardiologia, nefrologia, endocrinologia, infectologia, etc.; sendo referência em várias delas. Além de contar com um cirurgião pediátrico 24 horas por dia atendendo urgência, emergência e cirurgias de alta complexidade. Possui ainda UTIs de nível 3, 2 e 1. E outro ponto importante é que a Santa Casa é referência também em medicina do adolescente, além do atendimento e internação para pacientes de quimioterapia. Pouco depois de conceder a entrevista acima, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo iniciou uma profunda reestruturação no seu quadro administrativo. O Dr. Irineu Massaia (32ª turma) foi escolhido como novo superintendente e convidou o Dr. Rogério Pecchini (27ªturma) para ocupar a Diretoria Técnica da Irmandade. O novo Diretor do Departamento da Pediatria agora é o Dr. Marco Aurelio Palazze e Safadi (18ª turma). É motivo de orgulho ter dois ex-alunos ocupando cargos de tamanha importância e prestígio na instituição. 6 >> R E V I S T A A E A S C DESTAQUES NA SANTA FATOS E EVENTOS QUE MOVIMENTAM A SANTA CASA Parabéns! A AEASC tem a honra de parabenizar e anunciar os novos formandos em pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, que concluíram mestrado e doutorado em junho, julho, agosto e setembro de 2014. Em mestrado, o Dr. Caio Zamboni, da 39ª turma, e a Dra. Camila Cohen Kaleka, também da 39ª turma. Em doutorado, o Dr. Carlos Augusto Correa de Campo, da 35ª turma, e o Dr. Rodolfo Alexander Scalia, da 34ª turma. Ex-alunos na internet Ponto de encontro A AEASC convida você, ex-aluno, a participar da sua comunidade on-line. A proposta é unir e promover a confraternização dos alunos que fizeram e fazem parte da história dessa instituição. Entre, faça o cadastro, confira as fotos, mande a sua opinião e tenha um canal aberto para marcar encontros e disseminar o aprendizado que recebeu no tempo de estudante. Acesse: www.aeasc.org.br Anuncie aqui! Divulgue sua marca para o seleto grupo de médicos ex-alunos da Santa Casa de São Paulo. Tel/Fax: (11) 3362-1869 E-mail: [email protected] Diretores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Curso de Medicina Professor Doutor Emílio Athiê (1963 - 1972) Professor Doutor Jacob Renato Woiski (1973 - 1975) Professor Doutor Adauto Barbosa Lima (1976 - 1981) Professor Doutor Orlando Jorge Aidar (1982 - 1984) Professor Doutor Waldemar de C. P. Filho (1985 - 1989) Professor Doutor Stanislau Krynski (1990 - 1992) Professor Doutor João Fava (1993 - 1999) Professor Doutor Ernani Geraldo Rolim (1999 - 2005) Professor Doutor Osmar Pedro Arbix de Camargo (2005 - 2008) Professor Doutor Luiz Arnaldo Szutan (2008 - 2011) Professor Doutor José Eduardo Lutaif Dolci (2011 - Atual) Cursos de Medicina, Enfermagem e Fonoaudiologia Professor Doutor Ernani Geraldo Rolim Professor Doutor Valdir Golin (2005 - 2011) (2011 - Atual) Em um espaço amplo e bonito, no novo prédio da faculdade, A Toca ganhou uma linda arquitetura moderna e confortável. Aos sábados têm sido frequentes os encontros de turmas de ex-alunos, com muita alegria e descontração. A nova estrutura busca trazer o mesmo ambiente que, durante os últimos 40 anos, marcaram os alunos e médicos. "A Toca tornou-se um ponto de encontro dos alunos que aqui convivem; fazem amigos, estudam, participam de festas e reuniões, onde encontram um lugar de descanso e descontração”, afirmam os representantes do restaurante, Álvaro Pereira e Saulo. Hoje, a nova Toca traz mais conforto, mais opções no cardápio, sinal livre de Wi-Fi, planos de fidelidade, entre outros benefícios. Registre seu momento Quando somos estudantes, sempre existem aqueles momentos marcantes que deixam um gostinho de saudade. Seja em uma festa com os amigos da turma, um prêmio recebido por algum professor, uma aula diferenciada ou mesmo um evento especial com todos os alunos e professores. Isso tudo te marcou? Então compartilhe essa história com os outros colegas, ou apenas envie as fotos que te trazem essas boas lembranças. Acesse: www.aeasc.org.br ou mande um e-mail para [email protected] Ex-alunos em números A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo já formou mais de 4 mil médicos. Confira aqui quantas pessoas se formaram por ano e por sexo. ANO Turma Concluintes MAS FEM Total 19681ª100 21121 1969 2ª 105 18123 1970 3ª 69 2089 1971 4ª 85 1499 1972 5ª 82 1698 19736ª 72 2597 1974 7ª 71 2596 1975 8ª 79 25104 1976 9ª 78 25103 197710ª84 15 99 197811ª74 2195 197912ª 73 23 96 198013ª 80 19 99 198114ª73 2699 198215ª 70 2999 198316ª 57 40 97 198417ª 67 35102 198518ª 76 35 111 198619ª 50 51 101 198720ª 47 48 95 198821ª 47 50 97 198922ª 41 53 94 199023ª 46 53 99 199124ª42 55 97 199225ª 35 55 90 199326ª 48 49 97 199427ª 52 38 90 199528ª49 50 99 199629ª 51 40 91 199730ª 51 48 99 199831ª 49 45 94 199932ª 54 43 97 200033ª 62 38 100 200134ª 40 39 79 200235ª 55 49 104 200336ª 67 31 98 200437ª 60 39 99 200538ª 55 35 90 200639ª 55 43 98 200740ª 56 43 99 200841ª 45 50 95 200942ª 60 44 104 201043ª 50 46 96 201144ª57 35 92 201245ª 58 43101 201346ª 59 44103 TOTAL2.836 1.6894.525 REVISTA AEASC << 7 POR ONDE ANDA COMO VOCÊ ESTÁ DR. ARILTON JOSÉ DOS SANTOS CARVALHAL 9º TURMA, 1986 Uma lembrança eterna Mesmo distante dos arredores da Santa Casa, Dr. Arilton Carvalhal guarda com carinho sua época de estudante e jamais deixa de rever os amigos da Irmandade Uma história que fica A parte humana trabalhada nos alunos e o contato com os pacientes desde o primeiro dia de aula foram, sem dúvida, os aprendizados mais importantes na vida de estudante do Dr. Arilton. E quanto mais ele para e pensa, mais recordações lhe vêm sobre o quadrilátero. “Ter participado do Coral da Santa Casa na época de estudante também me abriu algumas portas, hoje possuo até uma banda de rock em São José dos Campos em que me atrevo a ser vocalista”, conta bem-humorado. Outro fato que relembra e que também lhe serviu de lição para a vida e para a carreira foi um acidente que marcou a 8 >> R E V I S T A A E A S C história de São Paulo. “Eu estava fazendo plantão na Santa Casa durante o incêndio do Edifício Joelma. Vi todo o desespero na faculdade, no hospital, entre os amigos e professores”. Mas contar isso o fez relembrar também de outro momento triste, que foi a morte de um colega de turma, que era, inclusive, o seu compadre. “Eu havia sido padrinho do seu casamento e durante um jogo de futebol, no primeiro ano da residência, ele teve um acidente vascular cerebral e morreu em nossas mãos, mesmo após muita respiração boca a boca e massagem cardíaca”. Histórias tristes e felizes marcaram a vida do Dr. Arilton pela Santa Casa, mas com certeza as amizades que construiu superam qualquer acontecimento durante esses anos. “As amizades que ficaram são eternas e verdadeiras. São amigos e colegas que fiz e que encontro até hoje”, frisa. Segundo o Dr. Arilton, para selar essas amizades que perduram até hoje, os ex-alunos da sua turma promovem encontros a cada cinco anos desde que se formaram, que são realizados em cidades turísticas do interior paulista durante um fim de semana com muita conversa, histórias, comidas e bebidas. Perfil Vida: um presente Medicina: uma vida Sonho: realização Filme: Gandhi Santa Casa: Saudade Família: Amor “Hoje possuo até uma banda de rock em São José dos Campos em que me atrevo a ser vocalista” Amor: Amigos e família Professores inesquecíveis: da Patologia, Dr. Walter Edgard Maffei, e da Anatomia, Dr. Dario Romani Vida e profissão O Dr. Arilton Carvalhal gosta de recordar o quanto as amizades da Irmandade foram verdadeiras, e são pessoas que ele vê não apenas em encontros, como também na sua vida profissional. Com dois colegas de turma, Dr. Evandro Monteiro de Castro Asseff e Dr. José Luiz Candolo, ele abriu duas clínicas de Diagnóstico por Imagem na cidade de São José dos Campos e Jacareí, no interior de São Paulo. Além disso, tem orgulho em dizer que sempre que pode e vai até São Paulo, não perde a chance de visitar o quadrilátero para rever os amigos e até mesmo o senhor da cantina. ARQUIVO PESSOAL Vocação, paixão, desejo ou destino? O motivo certo de ter optado em fazer medicina é difícil de definir, mas que essa foi uma das escolhas mais certeiras da vida do Dr. Arilton José dos Santos Carvalhal é inegável. Formado pela 9ª turma em 1986, o ex-aluno da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSC), hoje com 61 anos, possui ainda o título de especialista em diagnóstico por imagem, especializado também em radiologia e ultrassonografia, sendo atualmente membro da Sociedade Paulista de Radiologia. O médico conta que entrou muito cedo na faculdade, tinha apenas de 16 para 17 anos, mas ter escolhido a Santa Casa foi uma excelente opção e lição de vida. “O que aprendi não serviu apenas para a minha carreira mas, também para a minha vida. É um dos lugares que mais se preocupam com o lado humano do profissional, trabalhando isso constantemente nos alunos desde o primeiro dia de aula”, repassa. Casado há 28 anos, tem apenas um filho e diz que sempre conseguiu conciliar bem a família e a profissão, mesmo tendo se dedicado ao máximo ao trabalho. “Isso porque faço o que gosto. Eu sofri dois acidentes na minha vida e mesmo na fase de recuperação continuava trabalhando, nunca achei que me atrapalhava porque eu sempre tive amor e paixão pela medicina”, conclui.