Boletim informativo | nº 15
Segunda quinzena | Julho de 2011
Jornada Nacional de Lutas
Os primeiros passos já foram dados
De 17 a 26 de agosto inúmeras mobilizações acontecem pelo país e dia 24 tem manifestação em Brasília
A
preparação da Jornada Nacional de
Lutas que acontece de 17 a 26 de
agosto já conta com as primeiras iniciativas de categorias de trabalhadores e dos
movimentos. As paralisações do funcionalismo no dia 05 de julho, além de atividade
da campanha salarial, já são uma ação em
direção ao fortalecimento da jornada. Assim
como a preparação da greve para dia 1º de
agosto nas bases do Sinasefe e os encontros
regionais da entidade.
O Movimento Quilombola vem realizando
atividades que visam organizar uma plenária
nacional no dia 24 de agosto, em Brasília.
A campanha “O minério tem que ser nosso”, impulsionada pela CSP-Conlutas de Minas
Gerais, terá seu 1º Encontro Estadual no dia 18
como parte da jornada e já conta com a participação de inúmeras entidades do estado.
As mobilizações organizadas pelo MTST,
pelo Movimento Terra Livre, pelo MTL representarão a luta por moradia e pela reforma
agrária. O MTST, que realizou um protesto
Reprodução
no Palácio do Buriti, em Brasília, contra a
ameaça de despejo em ocupação na cidade satélite de Ceilândia (DF), prepara novas
mobilizações para a Jornada de Lutas.
A ANEL deve realizar sua V Assembléia
Nacional no dia 24 de agosto, em Brasília.
Cada categoria de trabalhador, movimento, deve preparar a mobilização da jornada de lutas em agosto.
Divulgação da campanha - O cartaz e o manifesto da campanha já estão prontos. Devem servir para a divulgação da jornada e suas bandeiras de luta. Quem não tiver os
materiais, deve se informar nas CSP-Conlutas
estaduais e regionais ou em suas entidades.
Até a semana da jornada, todas as quartas-feiras haverá reuniões de uma comissão
operativa na sede nacional da Central, para
encaminhar as resoluções da Secretaria Executiva e o plano de intervenção na atividade.
Divulgue o cartaz
da campanha
Professores em greve por salário exigem 10% do PIB para educação já
Os profissionais da educação desde o início do ano letivo
vêm realizando mobilizações e
greves. Em determinado momento quase tivemos uma greve nacional da categoria. São
lutas duras que enfrentam governos estaduais e municipais,
que por sua vez reproduzem
a política do governo federal
de desmonte do ensino público. Mas os professores não
desistem e ainda tem estados
em greve! Entre as principais
bandeiras dessas lutas está a
exigência dos 10% do PIB ime-
diatamente para a educação.
Rio de Janeiro - Os profissionais da educação do Rio de
Janeiro decidiram em assembléia
na última sexta-feira (15), com a
participação de mais de 1.500
pessoas, pela continuidade da
greve e por manter o acampamento em frente à Seeduc (Secretaria Estadual de Educação do
Rio). O acampamento teve início
na ultima terça-feira (12) e a expectativa é de que continue até o
final de julho.
Uma nova assembléia será
realizada no dia 3 de agosto.
Até lá, os educadores continuam
mobilizados.
Minas Gerais – Nesta segunda-feira (18) o comando de
greve dos profissionais da Educação se reuniu com o governo,
porém não houve avanços nas
negociações. As mobilizações
seguem firmes e, mesmo com o
recesso, os profissionais prometem realizar uma verdadeira caça
ao governador Anastasia, e farão
manifestações nos locais onde ele
estiver, para que suas reivindicações sejam atendidas.
Rio Grande do Norte –
Os educadores do Rio Grande
do Norte estão enfrentando
duros ataques do governo. O
Ministério Público, após decisão judicial, recomendou ao
governo do estado abrir processo administrativo para demissão dos grevistas. Mesmo
após esse golpe, os trabalhadores da rede pública estadual de
ensino, numa decisão corajosa,
em assembleia realizada na ultima quinta-feira (14), decidiram continuar a greve, mesmo
sob as ameaças dos poderes
executivo e judiciário.
Famílias organizadas pelo MTST se
acorrentam em protesto no Palácio do Buriti
Famílias foram ameaçadas de despejo em Ceilândia e governo descumpre acordo
Cerca de 200 famílias, organizadas pelo MTST (Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto), se acorrentaram diante do Palácio do Buriti na tarde de segunda-feira (18).
O protesto é contra a ameaça de
despejo em uma ocupação na cidade satélite de Ceilândia (DF).
Mais de 600 famílias ocuparam
o terreno na madrugada da sextafeira (15) e na segunda-feira seguinte (18) a cavalaria da polícia do DF
apareceu para coagir as famílias e
retirá-las a força do local. As barracas foram destruídas pelos policiais,
porém o movimento voltou a mon-
tar acampamento logo em seguida
e continua acampado.
A ocupação ocorreu porque o
Governo do Distrito Federal e o
Ministério das Cidades, após dezenas de reuniões, não honraram
com o acordo estabelecido em
junho de 2010, no qual ambos os
órgãos se comprometiam a atender as famílias que ocupavam um
terreno na Brazilândia.
Agora, o governo ameaça retirar do cadastro do CODHAB as
famílias que acamparam por dois
dias no Palácio do Buriti. Esta atitude além de autoritária é ilegal e
Luta por moradia
não será aceita pelo MTST e nem
pela CSP-Conlutas, Central da
qual o movimento faz parte.
Todo apoio à luta dos trabalhadores sem teto do Distrito Federal.
Companha “O Minério Tem Que Ser Nosso” organiza atividade
U
ma das primeiras iniciativas da campanha “O
Minério Tem Que Ser
Nosso”, organizada pela CSPConlutas MG e outras entidades, já está sendo preparada. É
a 1ª Plenária Estadual de Organização da Campanha que
ocorrerá no dia 18 de agosto,
às 14h, na ALMG (Assembleia
Legislativa de Minas Gerais),
com a presença expressiva das
entidades que participam da
iniciativa. A plenária integrará
a Jornada Nacional de Lutas.
Essa campanha surge num
ano decisivo em que vários
projetos que tratam da mineração no país serão votados.
Entre eles estão o Novo Marco Regulatório da Mineração;
o Plano Nacional da Mineração
2030, que já foi aprovado por
decreto pelo Ministério das Minas e Energia; o Projeto de Lei dos
Royalties (valor pago ao detentor
do produto pelos direitos de sua
exploração comercial) da Mineração, que deve ser apresentado ao
Congresso nos próximos meses;
além de mudanças na presidência
e na administração da Vale.
A campanha “O minério tem de
ser nosso” é uma iniciativa fundamental. O Brasil é o segundo maior
produtor mundial de minério de
ferro. Minas Gerais é responsável
por 70% do minério produzido no
país, porém 95% da produção é
exportada sem promover nenhum
benefício para a população.
As empresas pagam apenas
2% de royalties sobre o lucro
líquido e são isentas de ICMS
sobre a exportação. A Vale não
paga imposto desde 2001. Ou
seja, enquanto essas empresas
lucram, as cidades, a população e o meio ambiente são
atacados, através da remoção e
violência contra comunidades
locais e poluição de rios.
Participam da campanha:
CSP-Conlutas, NCST, PSTU,
PSOL, PCB, MAB, Federação
Democrática dos Metalúrgicos
de MG, Sindicato Metabase
Inconfidentes, Sind-Rede BH,
Coletivo UFMG, Sindicato dos
Metalúrgicos de Ouro Preto,
São João del Rei, Itaúna, Divinópolis, Itabira, Várzea da Palma, Itajubá.
ANEL vai ao Chile apoiar luta dos estudantes
R
ecentemente, Clara Saraiva da Comissão Executiva
Nacional da ANEL, esteve
em de Valparaíso (Chile) acompanhando as mobilizações estudantis no país. A luta que vem radicalizando milhares de estudantes
em diversas cidades defende a
educação gratuita e de qualidade
contra a privatização do ensino.
Estão ocorrendo dezenas de manifestações, em diversas cidades,
todas criativas e radicalizadas,
que não tem se intimidado com a
repressão policial. Desde o dia 13
de junho estudantes correm uma
maratona em torno do Palácio da
Moeda. É a maratona das 1.800
horas pela educação referindo-se
ao valor estimado por economistas do quanto custaria a estatização pública do Chile: US$ 1,8
bilhão por ano.
Estudantes e professores chilenos defendem uma mudança profunda no sistema educacional para
garantir a qualidade do ensino público e gratuito. Após as primeiras
manifestações, o presidente Sebastián Piñera propôs um “grande
acordo nacional da educação”,
que inclui um fundo de US$ 4 bi-
lhões, mas não foi o suficiente. A
mobilização continuou.
Os planos do imperialismo
para a educação, especialmente do Banco Mundial e do FMI,
são os mesmos para o conjunto
da America Latina. Assim como
o projeto da educação no Chile, temos o Plano Nacional de
Educação no Brasil que pretende avançar mais na privatização
da educação e que podíamos
chegar a ter, como eles, todas
as universidades publicas com
cobrança de taxas e completamente privatizadas.
Curtas
Não ao crime racial
A professora e pedagoga de Ciências Sociais Neusa Maria de
Marcondes (62) ganhou na justiça o processo de crime de racismo
contra a diretora da escola onde
leciona, Francisca Silvana Teixeira. A professora explicou que foi
agredida verbalmente pela diretora por ser negra. Foi chamada de
“macaca”. A diretora foi condenada a um ano de reclusão, com
pena reduzida para trabalhos na
comunidade.
Palestina quer boicote
Representantes do movimento palestino Boicote, Desinvestimento e
Sanções a Israel (BDS) entregaram
cartas ao escritório de representação diplomática do Brasil e à sede
da ONU na cidade de Ramallah,
na Cisjordânia, com um pedido
para que os governos ponham fim
ao comércio de armas com Israel.
O Brasil é um dos cinco principais
importadores de armas israelenses,
um comércio que mantém o desenvolvimento da indústria militar
do Estado judeu.
Copa do Povo
A Frente Nacional Dos Torcedores, em unidade com o Comitê
Popular da Copa do Mundo e
Olimpíadas RIO, está organizando a Marcha por uma Copa do
Povo. A atividade acontece no
Rio de Janeiro, dia 30 de julho. O
objetivo é também denunciar as
remoções das comunidades para
as obras da Copa e Olimpíadas.
Página da CSP-Conlutas
A página da CSP-Conlutas na
internet pretende ajudar a construir e divulgar as ações realizadas
pelas entidades ligadas a Central
em todo o país. Um espaço de
troca de informações sobre lutas
e movimentos dos quais a Central participa de alguma maneira.
Além disso, é uma oportunidade
de acompanharmos as lutas em
todos os cantos do país, com informes de quem está participando
delas. Acesse a página da Central:
www.cspconlutas.org.br e envie
notícias, fotos e vídeos pelo menu
“Envie seus arquivos”.
Rua Boa Vista, 76
12° andar
CEP: 01014-000
Centro - São Paulo/SP
Telefone: (11) 3107-7984
www.cspconlutas.org.br
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