FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE SAÚDE - NUSAU
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM- DENF
ACIDENTES DE TRÂNSITO NO MUNICÍPIO DE PORTO
VELHO - RO: UMA ANÁLISE DA MORTALIDADE DE CRIANÇAS
E ADOLESCENTES NO PERÍODO DE 2007 A 2011
Porto Velho – RO
2013
ACIDENTES DE TRÂNSITO NO MUNICÍPIO DE PORTO
VELHO – RO: UMA ANÁLISE DA MORTALIDADE DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO PERÍODO DE 2007 A 2011
Por:
Aline Nascimento Rosa Vale
Anelice da Conceição Costa Maciel
Lorena Farias Falcão
Orientadora: Profa. Drª Maria Inês Ferreira de Miranda
Porto Velho – RO
2013
INTRODUÇÃO
 Definição de Acidente de Trânsito;
 Contexto histórico:
- Utilização dos automóveis como meios de transporte no final do
século XIX;
 Configuração dos acidentes de trânsito como um importante
problema social, além de uma grave e complexa questão de Saúde
Pública;
(OMS, 2009; BRASIL, 1997; ROCHA, 2009; MARIN & QUEIROZ, 2000; Malta et al., 2011)
INTRODUÇÃO

As estatísticas mundiais apontam que todos os anos cerca de 1,2
milhões de pessoas morrem em decorrência dos acidentes de
trânsito;

No Brasil, estima-se que todos os anos 35 mil pessoas perdem a
vida no trânsito, numa proporção de 11 mortos para cada 10 mil
veículos – e 300 mil pessoas ficam feridas devido aos acidentes;

Incorporação dos “Acidentes de Trânsito” nas Divisões de Doenças
e Agravos Não Transmissíveis (DANT) – Portaria nº 1359/GM de
21 de julho de 2003;
(OMS, 2004; BRASIL, 2012; BRASIL, 2003)
INTRODUÇÃO
 Os acidentes de transporte estão entre as cinco principais causas de
mortes prematuras;
 Fatores para AT: consumo de bebida alcoólica, excesso de
velocidade, falta de manutenção nas vias e nos veículos, as
condições climáticas e o desrespeito às leis de trânsito;
 O Brasil é considerado como um dos países com trânsito mais
violento do mundo;
(MASCARENHAS, 2010; SOUZA et. al, 2007; BACCHIERI & BARROS, 2011)
INTRODUÇÃO
 Dispositivos legais brasileiros para redução de acidentes de
trânsito;
 Lançamento da “Década de Ação pela Segurança no Trânsito
2011-2020” pela ONU;
 Projeto “Vida no Trânsito” – Gestores da saúde responsáveis por
identificar os fatores de risco e grupos de vítimas mais importantes
nos respectivos municípios.
(BRASIL, 2010; CONTRAN, 2008; BRASIL, 2012)
OBJETIVOS
Geral:
 Verificar a prevalência da mortalidade de crianças e adolescentes
por acidentes de trânsito no município de Porto Velho, Rondônia,
no período de 2007 a 2011.
.
OBJETIVOS
Específicos:
 Avaliar a existência de associação positiva ou negativa, entre a
implantação da Lei Nº11.705 do CTB e a redução de mortes de
crianças e adolescentes por acidentes de trânsito;
 Avaliar a existência de associação positiva ou negativa, entre a
implantação da Resolução Nº 277/2010 do Contran e a redução de
mortes de crianças por acidentes de trânsito.
METODOLOGIA
 Projeto de Pesquisa: “Violência entre Adolescentes de uma
Capital Amazônica”
 Parecer ético nº 0012.0.047.000-049 do CEP/UNIR
 Linha de Pesquisa: Doenças e Agravos não Transmissíveis –
Morbimortalidade por Causas Externas do grupo de pesquisa do
Observatório de Violência da Universidade Federal de Rondônia
– UNIR.
METODOLOGIA
Tipo de estudo
Retrospectivo, descritivo e analítico,
com abordagem quantitativa.
Local da Pesquisa
Município de Porto Velho – RO – zona
urbana.
Objetos do estudo
Óbitos de crianças e adolescentes ocorridos no
período de 2007 a 2011 em Porto Velho e que
tiveram como causa acidentes de trânsito.
METODOLOGIA
Coleta de dados
Dados registrados e disponibilizados pelo
DETRAN/RO, IML/RO e Sistema de Informação
sobre Mortalidade – SIM/SUS
Variáveis
Sexo, faixa etária e grupos diagnósticos segundo a
Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão – CID
– 10, orgão responsável pelo registro do óbito, local de
registro do óbito e papel desempenhado pela vítima.
 Variação da faixa etária: Organização Mundial de Saúde
(OMS) e o Estatuto da Criança e Adolescente - ECA
METODOLOGIA
Critérios de exclusão
Dados de óbitos de vítimas com idade superior a 19 anos.
Análise dos dados
- Banco de dados no Programa Microsoft Excel 2007;
- Análise da frequência absoluta e percentual, mediante
estratificação das variáveis selecionadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA 1 - Distribuição da mortalidade por causas externas entre
crianças e adolescentes do município de Porto Velho – RO, de acordo
com grupo de causas da CID - 10
Causas externas de morbidade e
Mortalidade
Anos
2009 2010
2007
2008
Acidentes de transporte
Outras causas de traumatismos acidentais
Lesões autoprovocadas intencionalmente
Agressões
Intenção indeterminada
16
15
4
47
0
18
23
2
34
1
11
12
5
43
1
25
13
2
31
0
70
63
13
155
2
Complicações de assistência médica e
cirúrgica
2
0
0
0
2
TOTAL
84
78
72
71
305
Fonte: SIM/SUS (2007 – 2010)
TOTAL
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 As mortes relacionadas ao transporte ocuparam o segundo lugar
na mortalidade por causas externas no Brasil no ano 2000;
 Em 2009, os AT foram responsáveis por 213.165 internações de
pacientes menores de 19 anos e por 7.616 óbitos de crianças
menores de 1 ano;
 50,82% dos óbitos foram por agressões e 22,95% foram por
acidentes de transporte.
(GAWRYSZEWSKI et al, 2004; SILVA et al, 2010)
TABELA 2 – Distribuição da mortalidade por acidente de trânsito entre
crianças e adolescentes do município de Porto Velho-RO, segundo
órgãos responsáveis pelo registro de óbito
Faixa etária
2007
2008
Anos
2009
IML
0 a 9 anos
10 a 12 anos
13 a 18 anos
TOTAL
1
2
12
15
4
1
9
14
3
8
7
18
7
3
18
28
10
2
10
22
25
16
56
97
DETRAN
0 a 9 anos
10 a 12 anos
13 a 18 anos
TOTAL
0
3
17
20
3
3
6
12
2
2
1
5
4
0
8
12
2
0
4
6
11
8
36
55
2010
2011
TOTAL
Fonte: Instituto Legal Médico – IML (2013); DETRAN/RO (2013)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Conforme dados do IML, tem-se uma queda de 21, 42% dos
óbitos comparando-se os registros de 2010 e 2011;
 Conforme dados do DETRAN/RO, tem-se uma queda de 50% dos
óbitos comparando-se os registros de 2010 e 2011.
FIGURA 1 - Distribuição do número de óbitos de crianças e
adolescentes por acidentes de trânsito. Porto Velho/RO, 2007-2011
Fonte: Instituto Legal Médico – IML (2013); DETRAN/RO (2013)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Conforme dados do IML, tem-se um aumento de 30% dos
óbitos comparando-se os registros de 2010 e 2011;
 Conforme dados do DETRAN/RO, tem-se uma queda de 50%
dos óbitos comparando-se os registros de 2010 e 2011.
FIGURA 2 – Distribuição do número de óbitos de crianças de 0 a 9
anos por acidentes de trânsito. Porto Velho/RO, 2007-2011
Fonte: Instituto Legal Médico – IML (2013); DETRAN/RO (2013)
TABELA 3 - Distribuição da mortalidade por acidente de trânsito entre
crianças e adolescentes do município de Porto Velho-RO, segundo sexo
Sexo e faixa etária
Anos
2009
2010
2007
2008
Masculino
0 a 9 anos
10 a 12 anos
13 a 18 anos
Total
1
2
8
11
2
1
5
8
1
6
5
12
Feminino
0 a 9 anos
10 a 12 anos
13 a 18 anos
1
1
3
2
0
4
Total
5
6
Fonte: Instituto Legal Médico – IML (2013)
2011
TOTAL
4
3
13
20
4
2
10
16
12
14
41
67
2
2
2
3
0
4
6
0
0
14
3
13
6
7
6
30
TABELA 4 - Distribuição da mortalidade por acidente de trânsito entre
crianças e adolescentes do município de Porto Velho-RO, de acordo com
o local de registro do óbito
Local de registro do óbito
Anos
2007
2008
2009
2010
2011
TOTAL
Local do acidente
4
5
5
9
7
30
Hospital
11
8
12
17
15
63
Não informado
0
1
1
2
0
4
TOTAL
15
14
18
28
22
97
Fonte: Instituto Médico Legal – IML (2013)
TABELA 5 - Distribuição da mortalidade por acidente de trânsito entre
crianças e adolescentes do município de Porto Velho-RO, segundo
papel desempenhado pela vítima no momento do acidente
Papel da vítima no momento do
acidente
Anos
2007
2008
2009
2010
TOTAL
Pedestre
0
1
2
3
6
Ciclista
0
0
0
1
1
Motociclista
2
2
2
2
8
Ocupantes de automóvel
1
1
0
0
2
Ocupantes de ônibus
0
2
0
0
2
TOTAL
3
6
4
6
19
Fonte: SIM/SUS (2007 - 2010)
CONCLUSÃO
 Os acidentes de trânsito aparecem como a segunda causa de
mortes no município de Porto Velho, perdendo apenas para as
agressões físicas/homicídios;
 A faixa etária de 13 a 18 anos apresentou um maior aumento da
mortalidade, 57,73% conforme dados do IML e 65,45%
conforme dados do DETRAN/RO, para o mesmo período
avaliado;
 A mortalidade entre crianças e adolescentes do sexo masculino
apresentou-se maior;
 Maior número de óbitos ocorridos após o atendimento de
emergência;
CONCLUSÃO
 As limitações à elaboração deste estudo: a quantidade e a qualidade
das informações disponibilizadas pelos órgãos competentes, faixa
etária correspondente a crianças e adolescentes adotada pelos órgãos;
 Importância da criação de um banco de dados que contenha todas as
variáveis, que sejam necessárias e que esse banco de dados seja
acessado por todos os órgãos competentes;
 Viabilizar o correto dimensionamento dos acidentes graves e fatais
será ferramenta de suporte à análise de acidentes e ao processo
decisório das Ações Integradas de Segurança Viária.
REFERÊNCIAS
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