8.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: SAÚDE EMPREGO DO CARBONATO DE CÁLCIO PARA PACIENTES RENAIS CRÔNICOS: UMA ABORDAGEM ESTATÍSTICA 1 Lyra, Amanda Martinez 2 Minozzo, Bruno Rodrigo 3 Zardo, Danianni Marinho 4 Madalozzo, Josiane C. Bachmann 5 Volpato, Ana Márcia RESUMO – A doença renal é caracterizada por uma redução na taxa de filtração glomerular (TFG), proteinúria, hipertensão sistêmica, diabetes e ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Fatores relacionados com o estilo de vida influenciam a progressão da doença renal. O carbonato de cálcio aumenta a absorção intestinal de cálcio, se liga de forma eficaz ao fosfato da dieta, formando complexos insolúveis que são excretados nas fezes. Em função do custo do medicamento, muitos pacientes optam pela utilização do carbonato de cálcio em pó, empregando colheres domésticas para a medida da quantidade a ser utilizada, correndo o risco de erros de dosagens. Desta forma, utilizando métodos estatísticos, este trabalho objetivou verificar a eficácia da utilização do carbonato de cálcio em doses individualizadas, na forma de saches, de quatro pacientes selecionados aleatoriamente. O Paciente 2 apresentou os níveis de cálcio, fósforo e o produto cálcio-fósforo dentro dos padrões aceitos. O Paciente 4 apresentou um resultado dos níveis de fósforo (8,95mg ± 0,65) fora do padrão, assim como os níveis de cálcio (9,72mg ± 0,34). Os Pacientes 7 e 11, permaneceram dentro dos níveis considerados normais, tanto de cálcio (8,43mg, ± 0,49 e 9,503mg, ± 0,13), quanto de fósforo (5,03mg, ± 1,41 e 4,18mg, ± 0,15). No cômputo geral, as medidas de regulação na alimentação, diálise e administração do carbonato de cálcio surtiram efeitos positivos na terapêutica do tratamento dos pacientes renais. PALAVRAS CHAVE – insuficiência renal; saches; diálise. Introdução A doença renal é caracterizada por uma redução na taxa de filtração glomerular (TFG), proteinúria, hipertensão sistêmica, diabetes e ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Qualquer que seja a causa subjacente, a função renal pode deteriorar-se progressivamente até a insuficiência renal terminal. Fatores relacionados com o estilo de vida igualmente influenciam a progressão da doença renal (BRAUNWALD et al, 2008). 1 Acadêmica do 2º ano de Farmácia – UEPG. [email protected] Acadêmico do 2º ano de Farmácia – UEPG. [email protected] 3 a Prof . MsC DEFAR – UEPG. [email protected] 4 a Prof . MsC DEFAR – UEPG. [email protected] 5 a a Prof . Dr DEFAR – UEPG. [email protected] 2 8.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido 2 Na insuficiência renal de qualquer etiologia, existem inúmeras alterações fisiológicas. Há redução das excreções de sódio, potássio e água, além de alterar a homeostasia dos cátions divalentes e os mecanismos de acidificação urinária. Produtos finais tóxicos do metabolismo do nitrogênio (uréia, creatinina, ácido úrico e outros) acumulam-se no sangue e nos tecidos, tendendo a desenvolver síndrome urêmica. A gravidade das complicações e rapidez do desenvolvimento dependem do grau de falência renal e estado metabólico do paciente. Finalmente, o rim não é mais capaz de funcionar como órgão endócrino na produção de eritropoetina, renina, prostaglandinas (WYNGAARDEN et al, 1993) e de 1,25-diidroxicolecalciferol (calcitriol), que produz efeito supressor direto na secreção do hormônio da paratireóide (PTH) e suprime indiretamente este hormônio ao elevar a concentração de cálcio ionizado. Contudo, o calcitriol pode causar hipercalemia e/ou hiperfosfatemia secundárias ao aumento da absorção desses minerais (BRAUNWALD et al, 2008). O tratamento farmacológico da insuficiência renal tem como objetivo adiar o início da terapêutica da insuficiência renal terminal. Porém, esta acaba por se tornar inevitável. Atualmente, a terapêutica da doença renal terminal inclui a hemodiálise, a diálise peritoneal crônica ambulatorial e o transplante renal. As vantagens da hemodiálise incluem o tempo de tratamento relativamente curto e a interrupção mínima do estilo e qualidade de vida entre os tratamentos. É mais eficiente do que a diálise peritoneal, embora esta seja contínua, em termos de depuração de soluto, permitindo alterações rápidas nos valores séricos anormais (BRAUNWALD et al, 2008). A diálise (hemodiálise e diálise peritoneal), segundo Braunwald et al. (2008) “baseia-se nos princípios de difusão de soluto através da membrana semipermeável. O movimento dos produtos residuais metabólicos ocorre ao longo de um gradiente de concentração, a partir da circulação até o dialisado”. Num sistema de hemodiálise, o sangue é removido do paciente via um acesso susceptível e bombeado para uma unidade de membrana. Para evitar a coagulação no circuito extracorpóreo, uma dose inicial de heparina é administrada para produzir anticoagulação sistêmica, que é mantida por uma infusão constante, sendo o nível de anticoagulação monitorado, e a dose de heparina individualizada. Os pacientes em diálise crônica dependem de seu tratamento regular para sobreviver e, portanto, necessitam de demandas especiais da equipe de saúde, pois os pacientes mantidos em programas de diálise crônica requerem um grande número de medicações, que incluem suplementos multivitamínicos; sulfato ferroso; esteróides anabolizantes; quelantes orais de fosfato como o carbonato de cálcio e sevelamer; α-eritropoetina e agentes anti-hipertensivos, além da utilização de heparina visando a anticoagulação extracorpórea durante o procedimento de hemodiálise. Por outro lado, deve-se considerar a excreção renal comprometida, quando qualquer droga é administrada a estes pacientes, neste caso, determinando uma preocupação adicional com os medicamentos prescritos por médicos de outras especialidades, e com aqueles utilizados pelo paciente por automedicação (BERKOW, 1995). Neste sentido, o farmacêutico, profissional do medicamento, pode contribuir com a equipe de saúde através do acompanhamento farmacoterapêutico. Atenção farmacêutica é um conceito inovador na prática da farmácia e surgiu em meados da década de 1970. Ele estipula que todos os profissionais devem assumir a responsabilidade para os resultados da terapia de droga em seus pacientes. Ela engloba uma variedade de serviços e funções que são determinadas e fornecidas pelos farmacêuticos que atendem a pacientes individuais. O conceito também inclui compromisso emocional com o bem-estar dos pacientes como pessoas que necessitam e merecem de compaixão farmacêutica, preocupação e confiança (WLEDENMAYER et al, 2006). Ao desenvolver o projeto “Acompanhamento Farmacêutico de pacientes insuficientes renais que realizam hemodiálise no NEFROMED – Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa”, desde 2003, verificou-se uma grande incidência de utilização de carbonato de cálcio como agente quelante, por parte dos pacientes envolvidos. O carbonato de cálcio aumenta a absorção intestinal de cálcio, fornece uma base equivalente para o tratamento de acidose metabólica, e também se liga de forma eficaz ao fosfato da dieta, formando complexos insolúveis que são excretados nas fezes (WYNGAARDEN et al, 1993). De acordo com a Portaria 856/2002 do Ministério da Saúde, são recomendados de 0,5 a 4,0 gramas de carbonato de cálcio por via oral a cada refeição, sendo a dose ajustada de acordo com os níveis séricos de fósforo e cálcio. Em função do custo do medicamento, muitos pacientes optam pela utilização do carbonato de cálcio em pó, empregando colheres domésticas para a medida da quantidade a ser utilizada. No entanto, devido à grande diversidade de formatos e modelos de colheres, o uso desses utensílios pode dar origem a erros de dosagens. Para tanto, promoveu-se o fracionamento do carbonato de cálcio em saches de dose unitária, contendo a dosagem prescrita pelo médico, devidamente identificada, em conformidade com a legislação vigente, visando contribuir na obtenção da efetividade 3 8.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido do tratamento proposto, reduzindo, com isto, os riscos de sub ou sobre dosagens e o surgimento de Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM), nos pacientes envolvidos na proposta. Objetivos Utilizar métodos estatísticos para avaliação de prontuários dos pacientes assistidos pelo projeto “Fracionamento de medicamentos para pacientes que recebem acompanhamento farmacêutico no NEFROMED”. Metodologia A metodologia utilizada foi a aplicação de métodos estatísticos para avaliação da eficiência da utilização de saches de carbonato de cálcio em quatro pacientes hemodializados, que fizeram seu uso durante doze meses, selecionados aleatoriamente. Resultados +2 -3 Sabendo que os níveis de cálcio (Ca ) variam entre 8,4 e 9,5mg, fósforo (P, PO 4) entre 3,5 e 5,5mg e o produto cálcio x fósforo (CaxP) deve ser menor que 55mg, para pacientes com problemas renais (K/DQUI, 2002); verificou-se que o Paciente 2 apresentou os níveis de cálcio, fósforo e o produto cálcio-fósforo dentro dos padrões aceitos (valores obtidos pelas médias aritméticas), como pode ser observado na Tabela 1. O carbonato de cálcio e a diálise, juntamente com a alimentação adequada no tratamento deste paciente, ajudaram a manter os níveis de cálcio (9,37mg ± 0,58), de fósforo (5,52mg ±0,93) e consequentemente do produto destes minerai (51,42mg ± 7,14), estabelecidos dentro do padrão. Em pacientes com insuficiência renal, quanto maior a quantidade de cálcio no sangue, menor deveria ser a de fósforo, já que não há necessidade do organismo tentar normalizar a taxa de cálcio com a liberação de fósforo (BERKOW, 1995), como pode ser verificado na Figura 1. Tabela 1 – Teores de cálcio, fósforo e relação CaxP do Paciente 2, em mg. Tabela 2 – Teores de cálcio, fósforo e relação CaxP do Paciente 4, em mg. Paciente 2 Out.2008 Nov.2008 Dez.2008 Jan.2009 Fev.2009 Mar.2009 Abril.2009 Maio.2009 Jun.2009 Jul.2009 Ago.2009 Set.2009 Out.2009 Desvio Padrão Média Variância CV % Cálcio 9,20 9,34 9,42 9,53 9,60 8,56 8,56 8,56 10,13 10,13 10,13 8,99 9,70 0,58 9,37 0,06 6,21 Fósforo 5,20 5,10 6,20 6,20 6,30 6,00 6,00 6,00 4,20 4,20 4,20 7,10 5,10 0,93 5,52 0,17 16,86 Fonte: prontuários do Paciente 2 Ca X P 47,84 47,63 58,40 59,09 60,48 51,36 51,36 51,36 42,54 42,54 42,54 63,83 49,47 7,14 51,42 0,14 13,88 Nov. 2008 Dez.2008 Jan.2009 Fev.2009 Mar.2009 Abril.2009 Maio.2009 Jun.2009 Jul.2009 Ago.2009 Set.2009 Out.2009 Desvio Padrão Média Variância CV % Paciente 4 Cálcio Fósforo 9,57 8,40 9,41 8,20 9,96 9,50 9,76 7,80 10,14 9,50 10,14 9,50 10,14 9,50 9,56 8,60 9,56 8,60 9,56 8,60 9,03 9,70 9,80 9,50 0,34 0,65 9,72 8,95 0,12 0,42 3,49 7,25 Ca x P 80,39 77,16 94,62 76,13 96,33 96,33 82,22 82,22 8,64 85,70 74,65 10,08 Fonte: prontuários do Paciente 4 Já o Paciente 4, apresentou um resultado dos níveis de fósforo (8,95mg ± 0,65) fora do padrão, provavelmente, por não ter seguido a dieta recomendada e/ou as diálises não se mostraram eficientes para o mesmo, assim como o carbonato de cálcio. Os níveis de cálcio (9,72mg ± 0,34) variaram muito pouco ao longo do tratamento (como pode ser visto na Figura 2), porém estavam fora do padrão (alimentação inadequada pode justificar o patamar estabelecido). Devido aos valores altos de cálcio e grande variação dos níveis de fósforo no sangue deste paciente, as taxas do produto 4 8.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido (85,7mg ± 8,64) ficaram fora do valor de referência. Os níveis de cálcio e fósforo apresentado pelo Paciente 4 podem ser observados na Tabela 2. Figura 1 - Relação entre os níveis de fósforo e cálcio detectados no Paciente 2 em treze meses de tratamento. Figura 2 - Relação entre os níveis de fósforo e cálcio detectados no Paciente 4 em doze meses de tratamento. A Figura 1 mostra uma correlação negativa entre os níveis de fósforo e cálcio, ou seja, enquanto o primeiro diminui o segundo aumenta (BERKOW, 1995). Isto reflete uma situação esperada, uma vez que está se utilizando um fármaco à base de cálcio. É importante ressaltar que um efeito colateral destes fixadores de fosfato é a acumulação de cálcio corporal total, com hipercalcemia, principalmente nos pacientes com doença óssea (BRAUNWALD et al, 2008). Já a Figura 2 mostra uma correlação positiva entre os valores de fósforo e cálcio, isto significa que ambos aumentaram. Os Pacientes 7 e 11, permaneceram dentro dos níveis considerados normais, tanto de cálcio (8,43mg, ± 0,49 e 9,503mg, ± 0,13), quanto de fósforo (5,03mg, ± 1,41 e 4,18mg, ± 0,15) e do produto (41,92mg, ± 10,14 e 39,737mg, ± 1,91) respectivamente, como pode ser observado nas Tabelas 3 e 4, mostrando que o uso do carbonato de cálcio juntamente com a diálise e a alimentação prescrita mantiveram os níveis dentro dos padrões. Tabela 3 – Teores de cálcio, fósforo e relação CaxP do Paciente 11, em mg. Paciente 11 Cálcio Fósforo Jan.2009 9,70 4,44 Fev.2009 9,17 3,80 Mar.2009 9,52 4,20 Abril.2009 9,52 4,20 Maio.2009 9,52 4,20 Jun.2009 9,52 4,20 Jul.2009 9,52 4,20 Ago.2009 9,52 4,20 Set.2009 9,52 4,20 Out.2009 9,52 4,20 Desvio Padrão 0,13 0,15 Média 9,50 4,18 Variância 0,02 0,02 CV % 1,37 3,70 Fonte: prontuários do Paciente 11 Ca x P 42,68 34,85 39,98 39,98 39,98 39,98 39,98 39,98 39,98 39,98 1,92 39,74 3,67 4,82 Tabela 4 – Teores de cálcio, fósforo e relação CaxP do Paciente 7, em mg. Paciente 7 Cálcio Out.2009 8,71 Nov.2009 8,19 Dez.2009 7,70 Jan.2009 7,95 Fev.2009 7,46 Mar.2009 8,84 Abril.2009 8,84 Maio.2009 8,84 Jun.2009 8,83 Jul.2009 8,83 Ago.2009 8,83 Set.2009 8,21 Out.2009 8,41 Desvio Padrão 0,49 Média 8,43 Variância 0,24 CV % 5,80 Fósforo 5,20 6,10 6,30 7,00 6,15 4,60 4,60 4,60 3,00 3,00 3,00 6,80 5,10 1,41 5,03 2,00 28,10 Ca x P 45,29 49,96 48,51 55,65 45,50 40,66 40,66 40,66 26,49 26,49 26,49 55,82 42,89 10,14 41,92 102,83 24,19 Fonte: prontuários do Paciente 7 Levando em consideração que os níveis de cálcio quando aumentados seguem com a diminuição dos de fósforo, verifica-se na Figura 4 que o Paciente 7 segue essa lógica, porém com alguns pontos de fósforo fora do padrão, provavelmente por descuidos durante o tratamento. Já na Figura 4 pode-se observar que essa lógica não foi seguida, com aumento do nível de fósforo (mesmo assim ainda dentro dos padrões). 8.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido 5 A correlação existente na Figura 3 é do tipo negativa. Nos pacientes submetidos à diálise, quando a concentração sérica de fosfato encontra-se elevada, a concentração sérica de cálcio diminui. Isto estimula as glândulas paratireóides a produzirem o hormônio paratireoideo, que por sua vez, aumenta a concentração sérica de cálcio através da sua mobilização dos ossos (BERKOW, 1995). A correlação da Figura 4 é positiva, porém nesta última a variação nos valores é bastante reduzida e está dentro dos padrões, com pequeno desacordo nos valores de cálcio dos últimos meses. O sevelamer (um polímero que não contém cálcio) também funciona como fixador de fosfato, não predispõe os pacientes com doença renal à hipercalcemia e pode atenuar a deposição de cálcio nos vasos sanguíneos (BRAUNWALD et al, 2008). Figura 3 – Relação entre os níveis de fósforo e cálcio detectados no Paciente 7 em treze meses de tratamento (out2008-out2009). Figura 4 - Relação entre os níveis de fósforo e cálcio detectados no Paciente 11 em dez meses de tratamento (jan2009-out2009). De acordo com a Figura 5 é possível avaliar a relação entre os níveis de cálcio e de fósforo dos quatro pacientes durante o tratamento oferecido pelo projeto; o qual é antagônico. O comportamento das taxas de cálcio, mais elevadas, em relação às de fósforo nos Pacientes 2, 7 e +2 11, justifica-se por uma menor necessidade do organismo em tentar normalizar o nível de Ca liberando fósforo, ou seja, pela administração do carbonato de cálcio e pelo nível de fosfato elevado, que estimula o desprendimento de cálcio dos ossos, ele acaba ficando em maior concentração. O Paciente 4 não teve o mesmo comportamento, provavelmente por não ter seguido as orientações como os demais. Figura 5 – Relação entre os níveis de cálcio e fósforo nos pacientes analisados pelo projeto. Todos os pacientes analisados por meio da diferença mínima significativa (dms), seguida por teste de Tukey, em nível de 5%, tiveram diferença estatística no nível de fósforo, enfatizando a idéia de que, seja pela alimentação, seja pelas diálises, o tratamento não foi seguido da mesma forma ou não obteve o mesmo efeito para ambos. Tabela 5 – Média dos teores de cálcio e fósforo, em mg, nos pacientes analisados 6 8.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido Paciente 2 Paciente 4 Paciente 7 Paciente 11 a 9,7 b 9,0 Cálcio 9,4 Fósforo 5,5 a 8,4 b 9,5 a 5,0 a b 4,2 b Na Tabela 5 podemos observar que o teor de cálcio foi diferente estatisticamente para o Paciente 7, devido, provavelmente, à quantidade e modo de administração do carbonato de cálcio. O teor de fósforo foi significativamente diferente no Paciente 4, enfatizando a idéia de que, seja pela alimentação, seja pelas diálises, o tratamento não foi seguido da mesma forma ou não obteve o mesmo efeito para ambos. Conclusões Concluiu-se, por meio dos estudos e dos resultados analisados, que o projeto do carbonato de cálcio obteve êxito na maior parte dos casos (três pacientes), já que sua essência estava centrada em normalizar os níveis de cálcio e fósforo dos pacientes em estudo por meio da realização de diálises e uso do carbonato de cálcio, juntamente com a alimentação recomendada devidamente seguida. Os teores de cálcio e fósforo relativos ao Paciente 4 apresentaram-se fora dos padrões para +2 àqueles com deficiência renal. Seus níveis de Ca estiveram acima dos níveis pré-estabelecidos, -3 sugerindo uma dieta desregulada, assim como seus níveis de P (PO 4), resultado que pode indicar um número de diálises insuficientes e possíveis modificações nas doses administradas do quelante. O acompanhamento assíduo para cada paciente poderia ser uma forma de fazer com que 100% deles apresentassem resultados positivos, uma vez que possuem necessidades diferentes. Referências BERKOW, R. Manual Merck de medicina: diagnóstico e tratamento.16ªed. São Paulo: Roca,1995. BOLTON K, COBURN JW, CHERTOW GM. K/DOQI clinical practice guidelines for bone metabolism and disease in chronic kidney disease. National Kidney Foundation - Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (K/DOQI); 2002. Disponível em: <http://www.kidney.org/professionals/kdoqi/guidelines_bone/index.htm > BRAUNWALD, E. et al. Harrison Medicina Interna. 17ªed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2008. p.1748–1775. CALLEGARI-JACQUES, S. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre: Artmed, 2003. WLEDENMAYER, K. et al Developing pharmacy practice: a focus on patient care, 2006, p.7. Disponível em: <http://whqlibdoc.who.int/hq/2006/WHO_PSM_PAR_2006.5_eng.pdf>. Acesso em 11/05/10. WYNGAARDEN, J. B.; SMITH, L. H.; BENNETT, J. C. Cecil Tratado de Medicina Interna. 19ªed. v.1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. p.487, 544.