REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 A EFIC€CIA NA ELABORA•‚O DO OR•AMENTO PƒBLICO DA PREFEITURA DE JACIARA – MT SOUZA, Sandra Santos de1 DUARTE, Evaldo Rezende2 OLIVEIRA, Braz da Silva3 RESUMO: O objetivo deste trabalho e divulgar os resultados parciais de uma pesquisa que resultou em uma monografia. O tema da monografia era a participaƒ„o da populaƒ„o de Jaciara – MT na elaboraƒ„o do orƒamento. Os resultados apontaram que a ades„o da populaƒ„o a essa forma d construir o orƒamento tem sido t…mida, cabendo ao gestor promover campanhas para esclarecer os conceitos, a import‰ncia do envolvimento de toda a comunidade, estimulando e promovendo a capacitaƒ„o dos cidad„os para que estes realizem a fiscalizaƒ„o e ajude a administraƒ„o p‡blica na seleƒ„o das prioridades. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso com revis„o bibliogrŠfica, a qual se fundamenta teoricamente, principalmente, em Ang‹lico (1995), Lacher (1995); Giacomo (2009); Kohama (2000); Pires (2001). PALAVRAS-CHAVE: Orƒamento P‡blico; Gestor P‡blico; Legislaƒ„o. NTRODU•‚O Este trabalho divulga alguns resultados de uma monografia cujo objetivo foi verificar se, na elaboraƒ„o do ‡ltimo orƒamento p‡blico da Prefeitura Municipal de Jaciara-MT, houve a participaƒ„o popular tanto na averiguaƒ„o dos problemas enfrentados pelo munic…pio quanto na seleƒ„o das prioridades orƒamentŠrias. O orƒamento participativo ‹ uma metodologia nova para elaboraƒ„o dos orƒamentos a qual deve ser implantada nas governamentais, inclusive a municipal. Essa investigaƒ„o torna-se relevante tamb‹m ao permitir que certos aspectos que envolvem a esfera p‡blica passem amplamente ser conhecidos, discutidos e esclarecidos. 1 Graduada em Ci†ncias ContŠbeis pela Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale do S„o Lourenƒo - EDUVALE. 2 PŒs-Graduado em Gest„o Empresarial pela Uni„o das Escolas Superiores de RondonŒpolis. Bacharel em Ci†ncias ContŠbeis pela Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale do S„o Lourenƒo - EDUVALE. Oficial Administrativo da Prefeitura Municipal de Jaciara – MT. Atualmente, docente na Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale do S„o Lourenƒo – EDUVALE. E-mail: [email protected]. 3 Possui graduaƒ„o em Ci†ncias Econ•micas pela Universidade CatŒlica Dom Bosco. Especializaƒ„o em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade de CuiabŠ. Mestrado em Desenvolvimento Local pela Universidade CatŒlica Dom Bosco. Atualmente, ‹ docente na Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale do S„o Lourenƒo – EDUVALE. E-mail: [email protected]. 1 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 Ž importante e necessŠrio que todo cidad„o conheƒa o que vem a ser o Orƒamento Participativo, os resultados que a comunidade pode obter com a sua utilizaƒ„o, podendo esses resultados ultrapassar a quest„o do bom emprego dos recursos p‡blicos, sendo poss…vel o alcance de uma sociedade mais justa, confiante, participativa e consciente das aƒ•es de seus representantes. De in…cio, faz-se necessŠrio uma breve explanaƒ„o sobre o sistema orƒamentŠrio e orƒamento participativo. Somente em seguida, apresentamos a metodologia utilizada na pesquisa, bem como os resultados obtidos apŒs anŠlise do orƒamento, revelando se hŠ interaƒ„o da atual administraƒ„o p‡blica com os jaciarenses na elaboraƒ„o da peƒa orƒamentŠria e os quais crit‹rios utilizados na sua formulaƒ„o. O SISTEMA ORÇAMENTÁRIO De maneira especial, podendo assim ser dito, o orƒamento tem valor real e expressivo nas entidades p‡blicas principalmente se tratado da parte financeira, sendo seu comportamento diferenciado se comparado com as organizaƒ•es privadas. As organizaƒ•es privadas, como regra geral, mant†m a execuƒ„o financeira – receitas e despesas – de forma aut•noma em relaƒ„o ao orƒamento. Este, quanto existe, cumpre o papel de orientador geral, andando, por‹m, num circuito paralelo. Neste sentido, ‹ naturalmente aceito que o orƒamento das organizaƒ•es sofra mudanƒas de rumo, acompanhamento, por assim dizer, o comportamento real das finanƒas. Na finanƒa governamental, n„o hŠ semelhante flexibilidade, pelo menos no que diz respeito aos gastos. O orƒamento de despesas n„o ‹ apenas uma peƒa de orientaƒ„o; a execuƒ„o financeira das despesas deve ter sempre como marco definidor as autorizaƒ•es constantes do orƒamento. O comportamento financeiro da instituiƒ„o p‡blica ‹ produto da execuƒ„o de determinada programaƒ„o, a qual se reveste da forma orƒamentŠria. (GIACOMONI, 2009, p. 290) Para que o administrador p‡blico possa acompanhar efetivamente a execuƒ„o do orƒamento, faz-se uso da Contabilidade P‡blica, sendo um dos ramos da Contabilidade, a qual foi confeccionada exclusivamente para atender as necessidades dos Œrg„os p‡blicos com a finalidade de controlar, registrar e demonstrar todos os atos concernentes a execuƒ„o dos programas/projetos contidos no orƒamento, dos atos e fatos, evidenciando todas as variaƒ•es do patrim•nio p‡blico. 2 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 O foco da contabilidade p‡blica refere-se ao balanƒo de resultados, que trata da despesa e da receita, ou seja, de que forma foi arrecadado o dinheiro e como foi aplicado. Observamos o que descreve Ang‹lico (1995) examina as operaƒ•es de cr‹ditos, exerce controle interno, acompanhando passo a passo a execuƒ„o orƒamentŠria, a fim de que ela se processe em conformidade com as normas gerais do Direito Financeiro. (...) Aponta, em seus relatŒrios finais, o resultado da execuƒ„o orƒamentŠria e seus reflexos econ•mico-financeiro. Mostra as variaƒ•es patrimoniais resultantes ou n„o da execuƒ„o orƒamentŠria. Evidencia as obrigaƒ•es, os direitos e os bens da entidade. (ANGŽLICO, 1995, p. 107) Kohama (2000), aponta o seguinte: A Contabilidade P‡blica ‹ um dos ramos mais complexos da ci†ncia contŠbil e tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fen•menos que afetam as situaƒ•es orƒamentŠrias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito p‡blico interno, ou seja, Uni„o, Estado, Distrito Federal e Munic…pios e respectivas autarquias. (KOHAMA, 2000, p. 50) Com base nisso, podemos dizer que a realizaƒ„o de tais registros visa o cumprimento de diversas etapas que as entidades p‡blicas dever„o executar em obedi†ncia a diversas normas legais e, portanto, ao final de sua execuƒ„o serŠ poss…vel vislumbrar se a administraƒ„o atendeu ao que estava proposto no orƒamento p‡blico, ou se provocou o endividamento da mŠquina p‡blica, Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009. Desta feita, por meio da t‹cnica “contabilidade p‡blica” ‹ poss…vel mensurar mensalmente a ocorr†ncia de entrada das receitas e do pagamento das despesas, com o intuito de obter o equil…brio das contas. “A gest„o financeira deve obedecer ao princ…pio do equil…brio financeiro, ou seja, deve zelar para que os valores gastos n„o ultrapassem os valores arrecadados. DESPESA = RECEITA (D = R)” Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 29. Ao iniciar o processo de execuƒ„o/cumprimento do orƒamento, s„o observadas tr†s etapas. 3 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 Obten…†o de Recursos Gest†o dos Recursos Toda arrecadaƒ„o advinda do sistema tributŠrio Aplica…†o dos Recursos Realizaƒ„o de Compreende a despesas visando ao alcance nacional, dos empr‹stimos e administraƒ„o e conservaƒ„o das finalidades do Estado e venda/aluguel do patrim•nio do patrim•nio p‡blico. satisfaƒ„o das demandas da p‡blico. sociedade. TABELA 01 – Execu…†o Or…am ent‡ria FONTE: Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 29 Vale lembrar, que a realizaƒ„o dessas etapas deve considerar o que encontra-se estabelecido na LOA, devendo o gestor ficar atento sobre quanto foi arrecadado para que as despesas n„o ultrapassem ao estipulado, evitando que ocorra o d‹ficit orƒamentŠrio. Na incid†ncia de tal fato, o gestor disp•e de algumas alternativas que ‹ o caso da abertura de cr‹ditos adicionais, sendo este, uma lei que autoriza a realizaƒ„o de despesas n„o previstas no orƒamento, ou na forma de restos a pagar, obedecidas as condiƒ•es legais, Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009. Com efeito, a Lei Federal n.’ 4.320/1964 regulamenta os meios de registro das finanƒas p‡blicas, al‹m da CF e da LRF n.’ 101/2000, que estabelece normas orientadoras das finanƒas, exp•e as puniƒ•es que os governantes poder„o sofrer caso ocorra o descumprimento da legislaƒ„o em vigor. Enfim, as atribuiƒ•es que o gestor p‡blico desenvolve para a concretizaƒ„o de sua proposta de trabalho, ter„o in…cio com o planejamento de quais projetos ser„o efetivados na elaboraƒ„o das peƒas orƒamentŠrias. Logo apŒs a publicaƒ„o da LOA e do in…cio do novo exerc…cio financeiro, dar-se-Š in…cio a realizaƒ„o dos projetos, ocorr†ncias de gastos, e estes necessitar„o cumprir “os tr†s estŠgios da despesa p‡blica s„o: o empenho, a liquidaƒ„o e o pagamento. O desrespeito de qualquer um desses estŠgios, conforme prev† a legislaƒ„o, poderŠ ensejar puniƒ•es para os infratores”, Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 30. Note-se que, todo esse processo de planejamento, elaboraƒ„o, aprovaƒ„o, execuƒ„o e avaliaƒ„o cumprem a execuƒ„o do Sistema OrƒamentŠrio. “Ao contrŠrio do que acontecia no passado, hoje o orƒamento deve ser visto como parte de um sistema maior, integrado por planos e programas de onde saem as definiƒ•es e os 4 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 elementos que v„o possibilitar a prŒpria elaboraƒ„o orƒamentŠria” GIACOMONI, 2009, p. 202. Ou seja, com a constituiƒ„o do orƒamento, hŠ a necessidade de utilizar in‡meros sistemas que auxiliem a administraƒ„o p‡blica na conclus„o dos trabalhos “atrav‹s de metodologias especialmente concebidas para tal, que utiliza-se de contas escrituradas nos seguintes sistemas: Sistema OrƒamentŠrio; Sistema Financeiro; Sistema Patrimonial e Sistema de Compensaƒ„o”. (KOHAMA, 2000, p. 50) Vejamos o que diz Kohama (2000), sobre o que vem a ser o Sistema OrƒamentŠrio: Evidencia o registro contŠbil da receita e da despesa, de acordo com as especificaƒ•es constantes da Lei de Orƒamento e dos Cr‹ditos Adicionais, assim como o montante dos cr‹ditos orƒamentŠrios vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, “ conta dos cr‹ditos, e as dotaƒ•es dispon…veis, ou seja, no final do exerc…cio apresenta os resultados comparativos entre a previs„o e a execuƒ„o orƒamentŠria, registrados. KOHAMA, 2000, p. 51. A Lei Federal n.” 4.320/64, em seu Anexo n.” 12 apresenta como deve estar constitu…do o Balanƒo OrƒamentŠrio das entidades p‡blicas. Balanço Orçamentário RECEITA TÍTULOS PREVISÃO DESPESA EXECUÇÃO DIFERENÇA TÍTULOS FIXAÇÃO EXECUÇÃO DIFERENÇA RECEITAS CORRENTES CRŽDITOS Receita TributŠria OR•AMENT–RIOS Receita Contribuiƒ•es de E SUPLEMENTARES Receita Patrimonial Receita AgropecuŠria ESPECIAIS Receita Industrial Receita de Serviƒos EXTRAORDIN–RI Transfer†ncias Correntes Outras Correntes RECEITAS OS Receitas DE 5 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 CAPITAL Operaƒ•es de Cr‹dito Alienaƒ„o de Bens Amortiz. Empr‹stimos De Transfer†ncias Capital de Outras Capital de Receitas SOMA SOMA DŽFICITS SUPER–VITS TOTAL TOTAL TABELA 02 – Balan…o Or…ament‡rio Assim, para que a equipe de trabalho possa realizar os empenhos das despesas, estes necessitam observar em qual das classificaƒ•es das despesas aquela deverŠ ser registrada, ocorrendo do mesmo modo o registro das receitas obtidas. Tanto as despesas como as receitas podem ser classificadas como correntes ou de capital, o que irŠ variar o grupo ao qual ser„o vinculadas. Nesta fase ‹ observada a exist†ncia de dotaƒ„o para ingresso de tal despesa. Categorias Econômicas Fontes de recursos RECEITAS CORRENTES Receita Tributária Receita de Contribuições Receita Patrimonial Receita Agropecuária Receita Industrial Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes RECEITAS DE CAPITAL Operações de Crédito Alienação de Bens Amortização de Empréstimos Transferências de Capital Outras Receitas de Capital TABELA 03 – Classifica…†o das Receitas FONTE: Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 32 Categorias Econômicas Grupo de despesa DESPESAS CORRENTES Pessoal e encargos Sociais Juros e Encargos da Dívida Outras Despesas Correntes DESPESAS DE CAPITAL Investimentos Inversões Financeiras Amortização da Dívida Outras Despesas de Capital TABELA 04 – Classifica…†o das Despesas FONTE: Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 34 6 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 ApŒs estes registros os Œrg„os p‡blicos poder„o verificar o seu Balanƒo OrƒamentŠrio. “O Balanƒo OrƒamentŠrio ‹ apurado mensalmente, para que as contas p‡blicas possam ser, al‹m de controladas pelo gestor p‡blico, monitoradas pela sociedade.” Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 34. No Balanƒo OrƒamentŠrio s„o registradas as despesas e receitas previstas na LOA, as realizadas no exerc…cio at‹ o presente momento, o valor da diferenƒa entre o que foi estabelecido no orƒamento e os consolidados. Receitas Relaciona os títulos por categoria econômica e por fontes de recursos Previsto ou Inicial Apresenta o montante da receita prevista na LOA para o exercício Executado ou Realizado Apresenta o valor realizado durante a execução da receita até o mês de apuração A Realizar Observa-se a diferença entre a receita prevista e a receita executada TABELA 05 – Balan…o Or…ament‡rio (Lado das Receitas) FONTE: Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 35 Despesas Relaciona os títulos por categoria econômica e por grupo de despesa Previsto ou Inicial Apresenta o montante da despesa fixada na LOA para o exercício Empenhado Liquidado A Realizar É o valor da despesa que já está reservada para se usada É o valor da despesa que já finalizou o processo de liquidação Observa-se a diferença entre a despesa prevista e a despesa executada TABELA 06 – Balan…o Or…ament‡rio (Lado das Despesas) FONTE: Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 35 Quanto ao regime contŠbil adotado pelas instituiƒ•es p‡blicas, registram-se dois ao mesmo tempo, o de Compet†ncia e o de Caixa. Ang‹lico (1995, p. 113) discorre sobre a ocorr†ncia de um regime misto. Segundo ele, isso ocorre devido ao fato das despesas que ora empenhadas devem vincular ao exerc…cio financeiro ao qual houve o registro, embora n„o tenha ocorrido o devido pagamento. Como no Brasil o exerc…cio financeiro ‹ compreendido entre 1” de janeiro a 31 de dezembro, se a quitaƒ„o de tal despesa n„o ocorrer nesse per…odo, “ mesma deverŠ ser escriturada na conta “Restos a Pagar”, sendo o regime adotado para esse caso o de compet†ncia. Com relaƒ„o “s receitas o regime empregado ‹ o de caixa, pois a sua relaƒ„o vital se conclui no momento em que os valores inscritos s„o efetivamente entregues “s entidades p‡blicas. Se a receita prevista n„o for arrecadada naquele ano, ‹ escriturada na conta “D…vida Ativa”, constante do Sistema Patrimonial, “embora n„o arrecadada e n„o considerada como tal, no Sistema Financeiro, o Patrim•nio sofre, 7 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 com tal procedimento, uma variaƒ„o ativa, como se de fato tivesse a receita sido arrecadada” (ANGŽLICO, 1995, p. 113). Tal determinaƒ„o encontra-se no Art. 35 da Lei Federal n.” 4.320/64 “Pertencem ao exerc…cio financeiro: I – As receitas nele arrecadadas; II – As despesas nele legalmente empenhadas”. ORÇAMENTO PARTICIPATIVO O processo de elaboraƒ„o do orƒamento p‡blico desenvolvido especialmente no n…vel de governo municipal, pode ser aperfeiƒoado com a participaƒ„o popular, com a indicaƒ„o dos problemas que a comunidade vem sofrendo, discutindo e auxiliando a equipe de planejamento e o gestor p‡blico na seleƒ„o das prioridades, definindo em conjunto sobre quais problemas dever„o ser resolvidos primeiramente. Por outras palavras, Gonƒalves (2005, p. 47) afirma que a utilizaƒ„o desse mecanismo permitirŠ que “a populaƒ„o venha interferir por meio de tomada de decis•es coletivas, havendo atendimento das prioridades e o melhor aproveitamento dos recursos p‡blicos” [grifo nosso]. Este processo conduz o orƒamento p‡blico a deixar de ser apenas um instrumento de controle das contas p‡blicas, direcionando o Estado a cumprir suas reais atribuiƒ•es. Dessa forma, al‹m de proporcionar o bem estar “ sociedade, seja na execuƒ„o de obras e na prestaƒ„o de diversos serviƒos, torna-se um agente de formaƒ„o de consci†ncia, quando capacita o cidad„o para que este assuma seu papel de participante ativo e fiscalizador das aƒ•es do governo, contribuindo consideravelmente na construƒ„o de uma sociedade cada vez mais justa. Assim encontra-se descrito no Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 57. (...) ‹ fundamental que se construa uma gest„o p‡blica que privilegie uma relaƒ„o governo-sociedade baseada na troca de informaƒ•es e na corresponsabilizaƒ„o das aƒ•es entre governo e sociedade. O governo deve propiciar ao cidadão a possibilidade de entender os mecanismos de gestão, para que ele possa influenciar no processo de tomada de decis•es. O acesso do cidad„o “ informaƒ„o simples e compreens…vel ‹ o ponto de partida para maior transpar†ncia. [grifo nosso] Como o orƒamento p‡blico recebe o lanƒamento dos programas/ projetos a ser executado em um exerc…cio juntamente com os seus custos, a efetiva participaƒ„o popular, pode transformar o simples controle financeiro exercido sobre 8 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 o orƒamento, em um processo que “reflita a realidade da comunidade” e n„o em um simples programa de governo totalmente desconectado dos anseios da sociedade, promovendo assim, maior controle na aplicaƒ„o do recursos arrecadados, pois com a fiscalizaƒ„o dos cidad„os serŠ poss…vel interferir nas decis•es, conhecendo melhor os custos das obras e serviƒos. A participaƒ„o dos cidad„os na definiƒ„o das prioridades para o gasto p‡blico possibilitarŠ converter as demandas da sociedade em aƒ•es previstas nos programas de trabalho da administraƒ„o p‡blica, constantes do Orƒamento. (...) Ž preciso que todos tenham a consci†ncia de que o processo orƒamentŠrio n„o ‹ e n„o pode ser algo frio, somente para t‹cnicos, distante da realidade do cidad„o. O Orƒamento Participativo permite, “ comunidade, participar das diversas etapas de elaboraƒ„o do Orƒamento. Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 59. Em suma, destacamos os apontamentos de Pires (2001), o qual cita que um dos problemas encontrados na confecƒ„o das peƒas orƒamentŠrias refere-se “ forma como os recursos s„o destinados. Tais recursos n„o pertencem a nenhum indiv…duo ou grupo isoladamente, devendo, pois, receber destinaƒ„o que resulte em benef…cios coletivos. Esse fato constitui um dos principais problemas das finanƒas p‡blicas, pois cria uma situaƒ„o em que o beneficiŠrio ‹ um ente sem exist†ncia f…sica palpŠvel: a comunidade. (PIRES, 2001, p. 31) Diante disso, Pires (2001) exp•e que os mais diversos tipos de opini•es e interesses da sociedade ‹ expressa atrav‹s de seus representantes, democraticamente eleitos. prefeitos, vereadores, deputados e quaisquer outros mandatŠrios escolhidos pelo voto s„o os portadores da vontade popular que se efetiva no momento da escolha das melhores fontes para obtenƒ„o de recursos p‡blicos e dos mais convenientes itens de despesa a efetivar com estes recursos. (PIRES, 2001, p. 32) Logo, o autor questiona se estes representantes ser„o capazes de reconhecer o esforƒo que a sociedade teve para obter tais recursos que logo s„o recolhidos pelo Estado e assim tomar a melhores decis•es sobre como investir? Em seguida Pires (2001), vai mais longe ainda em suas observaƒ•es quando afirma: Se o elo entre representantes e representados ‹ forte, o carŠter democrŠtico das decis•es em torno do dinheiro p‡blico sobressairŠ e viceversa. Se a capacidade pol…tica e jur…dica dos representantes para intervir nos assuntos orƒamentŠrios for baixa, o elemento democrŠtico se fragiliza, pois para pouco serve uma relaƒ„o de fidelidade entre eleitos e eleitores se 9 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 os primeiros tiverem as m„o atadas para decidir ou se, tendo-as livres, n„o souberem dela fazer bom uso, no sentido t‹cnico. Por fim, Pires (2001) conclui seu pensamento afirmando que, em nenhum lugar e em tempo algum, se constata a exist†ncia de representantes que “dispusessem de compet†ncia pol…tica e capacidade t‹cnica para agir em defesa de seus representados”, portanto nossa “democracia representativa estŠ em crise”, , (PIRES, 2001, p. 32-33). Al‹m disso, Lacher (1995, p. 219), nos relatos sobre a atual problemŠtica do orƒamento, descreve que “a quest„o espec…fica da crise do orƒamento p‡blico estŠ intimamente ligada “ quest„o geral da crise do Estado brasileiro”, devido “ falta ou p‹ssima prestaƒ„o de serviƒos que o Estado vem realizando ao longo dos anos e a crise de financiamento da mŠquina p‡blica. Em seguida Lacher (1995) cita tr†s fatores que devem ser observados para analisar os motivos pelo qual o Estado deixa de lado os instrumentos de planejamento que comp•e o orƒamento, sendo eles: Em primeiro lugar (...) o processo inflacionŠrio cr•nico pelo qual passa o Pa…s, principalmente a partir da d‹cada de 80, em segundo, a atual incapacidade de financiamento do Estado; e, em terceiro lugar, a inexist†ncia de projetos articulados de desenvolvimento de m‹dio e longo prazo. (LACHER, 1995, p. 219) O fato da incid†ncia da desvalorizaƒ„o dos …ndices de preƒos causa um total descontrole tanto na formulaƒ„o do orƒamento quanto na sua execuƒ„o, haja vista que, no momento da elaboraƒ„o das peƒas orƒamentŠrias os custos ali existentes poder„o n„o ser mais os mesmos at‹ que se conclua as etapas das despesas. A extens„o desse evento n„o se restringe apenas as contas das despesas, sua influ†ncia altera as contas das receitas. Outra conseq—†ncia do processo inflacionŠrio diz respeito ao aumento do grau de incerteza da economia. Esse processo gera uma elevada dose de instabilidade, que prejudica a atividade econ•mica como um todo e, conseq—entemente, o setor p‡blico. Este ‹ afetado na medida em que a reduƒ„o da atividade econ•mica tende a diminuir o montante de impostos arrecadados, impondo dessa forma uma menor disponibilidade de dinheiro. (LACHER, 1995, p. 221 e 222) Essa falta de recursos impulsiona os gestores p‡blicos a realizarem financiamentos, aumentando cada vez mais a d…vida p‡blica. Enfim, a escassez de recursos associada “ falta de articulaƒ„o entre os agentes p‡blicos e a sociedade civil, impede que os instrumentos de planejamento sejam executados de forma 10 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 adequada, sem a analisar se este ou aquele projeto vem proporcionando considerŠvel benef…cio a populaƒ„o, os mesmos permanecem por in‡meros anos, onde na verdade outros setores poderiam ser atendidos, setores estes que s„o esquecidos, mas que poderiam promover melhores condiƒ•es aos cidad„os. Na realidade, os agentes pol…ticos e a sociedade civil organizada n„o tem articulado de forma efetiva a discuss„o sobre projetos de desenvolvimento econ•mico e social. Assim, podemos admitir que praticamente inexiste o debate de alternativas articuladas de desenvolvimento no Pa…s. (...) inexistem diagnŒsticos efetivos do setor p‡blico e anŠlises setoriais e globais, que s„o, na verdade, peƒas fundamentais para a articulaƒ„o de projetos de desenvolvimento. Os instrumentos de planejamento e avaliaƒ„o perderam seu conte‡do e import‰ncia, deixando de analisar a efici†ncia e a eficŠcia do gasto p‡blico. (...) nos orƒamentos p‡blicos, anŠlises e avaliaƒ•es de programas e projetos orƒamentŠrios, bem como o questionamento e a avaliaƒ„o do atingimento de objetivos e metas. Assim, o orƒamento acaba adquirindo um vi‹s incrementalista, onde a despesa futura ‹ estabelecida exclusivamente pela passada, sem que se avalie de forma efetiva o impacto de gastos anteriores, de alteraƒ„o de prioridades etc. (LACHER, 1995, p. 222). Com isso o orƒamento p‡blico vem sendo estruturado como uma peƒa de ficƒ„o, devido ao fato de n„o expressar a realidade das pol…ticas e dos gastos p‡blicos, podendo ser classificado como “uma peƒa muito mais contŠbil e legal do que um instrumento de pol…ticas financeiras” (LACHER, 1995, p. 221), apresentando mais as caracter…sticas de um orƒamento tradicional do que um orƒamento moderno, deixando de executar grande parte do que diz o˜ 1”, do Art. 165 da CF. Complementando essa quest„o de representar mais o lado contŠbil e contemplar a quest„o das obrigaƒ•es legais, registramos o seguinte desabafo. O prŒprio processo, analisando pragmaticamente, torna-se um verdadeiro c…rculo vicioso. De um lado, o Executivo, atrav‹s do seu Œrg„o central de orƒamento, v†-se obrigado, por raz•es legais, pol…ticas e de escassez de recursos, a estabelecer valores subestimados “s reais necessidades dos Œrg„os setoriais. Os Œrg„os setoriais, por sua vez, dados tanto a precariedade dos seus sistemas de orƒamento e planejamento quanto os limites subestimados a serem orƒados, elaboram uma proposta pouco embasada tecnicamente. Assim, o Executivo fecha uma proposta orƒamentŠria descolada da realidade e com pouca sustentaƒ„o t‹cnica no que diz respeito “ avaliaƒ„o de crit‹rios econ•micos e sociais. (...) a cada fase do ciclo orƒamentŠrio, s„o inclu…dos “ingredientes” que afastam o orƒamento de sua funƒ„o fundamental (...) passa a ser um mero fechamento contŠbil, com o intuito de cumprir uma formalidade legal n„o refletindo as pol…ticas p‡blicas. [grifo nosso]. (LACHER, 1995, p. 223) Observemos ainda os dizeres de Lacher (1995), o qual considera que os problemas enfrentados com o Orƒamento P‡blico no Brasil, estŠ intimamente ligada as quest•es pol…ticas, com isso, os cidad„os deve buscar interar-se dos conceitos, 11 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 entender como se da as alocaƒ•es de recursos, evitando assim, que seus interesses sejam deixados de lado em detrimentos de outros. parece-nos que a crise do orƒamento p‡blico no Brasil estŠ muito mais ligada a quest„o pol…ticas, com um certo “acomodamento” dos agentes que se beneficiam do caos, e “ falta planos articulados de desenvolvimento do que a quest•es como a inflaƒ„o e a crise de financiamento do setor p‡blico. (LACHER, 1995, p. 223) Diante desses argumentos que cercam o orƒamento democrŠtico representativo, hŠ a necessidade de buscarmos fazer valer a execuƒ„o da nova proposta de elaboraƒ„o e cumprimento do orƒamento participativo, que ao final todos sair„o ganhando, o administrador p‡blico que terŠ a ajuda da populaƒ„o, a prŒpria sociedade que adquirirŠ conhecimento, respeito, qualidade de vida, com o reconhecimento de seus direitos. nele n„o somente os parlamentares devem participar das decis•es sobre finanƒas e pol…ticas p‡blicas: a populaƒ„o organizada, a sociedade civil assume papel ativo, passa a ser agente e n„o mero paciente. (...) o governo vŠ paulatinamente abandonando a tentaƒ„o de fazer valer sempre o seu ponto de vista e, de outro lado, a populaƒ„o vai adquirindo vis„o de conjunto sobre a escassez de recursos e sobre a infinidade de demandas que se apresentam ao governo. (PIRES, 2001, p. 32 e 33). Note-se que, a prŠtica desse processo conduzirŠ os eleitores a aplicarem o controle social, trazendo benef…cios para si e para toda a comunidade, na fiscalizaƒ„o do cumprimento das propostas, no bom emprego dos recursos e evitando o aumento da corrupƒ„o. O controle social pode ser entendido como a participaƒ„o do cidad„o na gest„o p‡blica, na fiscalizaƒ„o, no monitoramento e no controle das aƒ•es da administraƒ„o p‡blica. Trata se de importante mecanismo de prevenƒ„o da corrupƒ„o e fortalecimento da cidadania. (...) Para que os cidad„os possam desempenhar de maneira eficaz o controle social, ‹ necessŠrio que sejam mobilizados e recebam orientaƒ„o sobre como podem fiscalizar os gastos p‡blicos. Caderno 4, do Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal, 2009, p. 50 e 51. RESULTADOS Na realizaƒ„o do Estudo de Caso, houve a utilizaƒ„o de pesquisa envolvendo 35 pessoas da comunidade em geral. Esta pesquisa teve a contribuiƒ„o de estudantes universitŠrios, comerciantes, funcionŠrios de sindicatos, de Œrg„os 12 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 p‡blicos, professores, al‹m de outros cidad„os. As quest•es aplicadas juntamente com os dados obtidos nesta pesquisa correspondem com as seguintes: 1- Vocˆ sabe para que serve as Audiˆncias P‰blicas na formula…†o do Or…amento P‰blico Municipal? ( ) Sim ( ) Sabe em parte ( ) N†o Gr‡fico 01 – Šndice de conhecimento sobre audiˆncia p‰blica na elabora…†o do or…amento Fonte: A Autora O resultado obtido com relaƒ„o “ pergunta 01, revela que 46% da populaƒ„o que respondeu a pesquisa conhece para que serve as Audi†ncias P‡blicas na formulaƒ„o do Orƒamento P‡blico, 28% informaram que sabe em parte para que serve e 26% apontaram que n„o sabem para que serve as audi†ncias. Estes dados nos mostra, que ainda existe uma grande parcela da populaƒ„o jaciarense que n„o possui pleno conhecimento sobre a import‰ncia de sua participaƒ„o nas audi†ncias p‡blicas realizadas com o intuito de elaborar o Orƒamento P‡blico. 2- Vocˆ j‡ participou de alguma Audiˆncia P‰blica que tratasse da formula…†o do Or…amento P‰blico? ( ) Sim ( ) N†o 13 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 Gr‡fico 02 – Indicativo de Participa…†o em Audiˆncias Fonte: A Autora As respostas da quest„o 02 demonstram que 63% da populaƒ„o pesquisada nunca participou de Audi†ncias P‡blicas que tratasse da elaboraƒ„o de Orƒamentos P‡blicos, contra 37% que afirma ter participado. Esses dados comprovam que nos dias de hoje, a participaƒ„o dos cidad„os jaciarenses na formulaƒ„o das peƒas orƒamentŠrias representa uma pequena parcela, isso significa que o orƒamento atual tem se configurado mais pela vontade dos representantes da populaƒ„o e n„o pela vontade da comunidade local. Em caso de SIM, indique a quantidade de vezes que esteve participando: ( ) 01 ( ) 02 ( ) 03 Gr‡fico 03 – Quantidade de participa…†o de Audiˆncias Fonte: A Autora 14 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 A pergunta 02 contava ainda com 02 questionamentos, o primeiro buscava saber o n‡mero de vezes que os entrevistados tinham participado de audi†ncias com foco na elaboraƒ„o do orƒamento. O n‡mero total de pessoas que afirmaram ter participado de audi†ncias corresponde a 13, sendo que desse total, 46% disseram ter participado de 02 audi†ncias, 31% de apenas 01 audi†ncia e 23% de 03 audi†ncias. Em caso de N‚O, indique os motivos: ( ) Desconhecimento ( ) Desconfian…a ( ) Desmotiva…†o Gr‡fico 04 – Indicativo dos motivos da n†o participa…†o Fonte: A Autora Com relaƒ„o ao segundo questionamento da pergunta 02, que busca verificar os motivos da n„o participaƒ„o nas audi†ncias, o total de pessoas que apontaram nunca ter freq—entado essas audi†ncias, refere-se a 22 cidad„os. Com isso, o grŠfico acima nos mostra que 55% dos entrevistados est„o desmotivados e 45% alegam desconhecimento. Nenhum dos entrevistados apontou desconfianƒa. 3- Vocˆ sabe dizer o que ‹ Plano Plurianual? ( ) Sim ( ) Sabe em parte ( ) N†o 15 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 Gr‡fico 05 – Cidad†o que conhecem o que ‹ Plano Plurianual Fonte: A Autora A quest„o 03 abordou a populaƒ„o pesquisada se a mesma era capaz de dizer o que ‹ Plano Plurianual. Os percentuais se igualaram para as respostas dos que afirmaram ter conhecimento e dos que desconhecem o que ‹ Plano Plurianual, ambos obtiveram 34%. Contra esses percentuais, 32% dos entrevistados declararam que sabe em parte. Isso significa, que mais da metade os entrevistados n„o possui total conhecimento sobre o que vem a ser o Plano Plurianual. 4- Indique seu nŒvel de interesse em participar da elabora…†o do Or…amento P‰blico? ( ) Nenhum ( ( ) Pouco ( ) Razo‡vel ) Muito Gr‡fico 06 – Indicativo do nŒvel de Interesse Fonte: A Autora 16 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 As respostas dos entrevistados quanto a pergunta 04, resulta no grŠfico acima. Os percentuais demonstram que 31% t†m pouco interesse em participar, 29% consideram o seu n…vel de interesse razoŠvel, 23% afirmam ter muito e 17% declaram n„o ter nenhuma vontade em fazer parte da elaboraƒ„o do orƒamento. Se somarmos os percentuais dos que consideram ter um interesse “razo•vel” com os que opinaram ter “muito”, obteremos 52% de pessoas com vontade de fazer parte da equipe que elabora as peƒas orƒamentŠrias. 5- Vocˆ sabe identificar servi…os ou obras que deveriam ser priorizadas dentro do seu grupo social? ( ) Sim ( ) N†o Gr‡fico 07 – Percentual de pessoas que conhecem ‡reas que necessitam de prioridades Fonte: A Autora A quest„o 05, busca verificar se os entrevistados t†m conhecimento de algum serviƒo ou obra que deveria ser priorizada, os resultados lanƒados no grŠfico acima revelam que 71% dos entrevistados afirmam ter conhecimento de Šreas que necessitam ser priorizadas contra apenas 29% que alegam desconhecimento. Dessa forma, esses dados apontam a necessidade do envolvimento da populaƒ„o com a equipe de elabora as peƒas orƒamentŠrias, para que estas peƒas possam contemplar tais serviƒos e obras, possibilitando que os anseios da populaƒ„o sejam atendidos. O alto …ndice registrado exprime a falta de conex„o existente entre o orƒamento atual com a realidade da populaƒ„o. 17 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 6- Como vocˆ avalia a participa…†o popular na formula…†o das polŒticas p‰blicas? ( ) Nenhum ( ) Pouco ( ) Razo‡vel ( ) Muito Gr‡fico 08 – Avalia…†o da Participa…†o Popular Fonte: A Autora A quest„o 06 buscava verificar a avaliaƒ„o que os entrevistados fazem quanto ao envolvimento da comunidade na elaboraƒ„o do orƒamento nos dias atuais. Os n‡meros divulgam uma realidade nada satisfatŒria. Dos 35 habitantes da cidade de Jaciara que contribu…ram com a pesquisa, 63% declararam que a participaƒ„o popular na formulaƒ„o de pol…ticas p‡blicas ‹ pouca, 20% afirmaram que a mesma corresponde a nenhuma participaƒ„o, 17% considera razoŠvel e 0% para Muito. Se considerarmos a soma dos percentuais 63% e 20%, o resultado corresponderŠ a 83% de pessoas que n„o acreditam que a participaƒ„o da comunidade possa resolver algum problema. 18 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 7- Vocˆ tem conhecimento sobre tudo que ‹ discutido nas audiˆncias? ( ) Sim ( ) Sabe em parte ( ) N†o Gr‡fico 09 – Šndice de pessoas que conhecem os assuntos das audiˆncias Fonte: A Autora Quanto “ quest„o 07, que busca analisar se os entrevistados possuem pleno conhecimento sobre tudo que ‹ discutido nas audi†ncias, detectamos que 52% desconhecem, 34% sabe em parte e apenas 14% afirmam ter conhecimento. SerŠ que o …ndice que demonstra o n‡mero de pessoas com pleno conhecimento do que ‹ tratado nas audi†ncias p‡blicas sobre a formulaƒ„o dos orƒamentos p‡blicos referes-se a um p‹ssimo …ndice se comparado com os 86% que ‹ a soma dos que desconhecem com os que sabem em parte? N„o seria esse o motivo da populaƒ„o n„o participar das audi†ncias, de acordo com a constataƒ„o das respostas da quest„o 06? Bem, o que constatamos refere-se ao um grande n‡mero de cidad„os que nos dias atuais n„o compreendem plenamente sobre o funcionamento das ferramentas utilizadas pelas entidades p‡blicas com a finalidade de resolver os problemas da sociedade. 8- Vocˆ conhece a legisla…†o que trata da elabora…†o do Or…amento P‰blico? ( ) Sim ( ) N†o 19 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 Gr‡fico 10 – Percentual de pessoas que conhecem a legisla…†o sobre or…amento Fonte: A Autora Ao verificar o …ndice de conhecimento dos entrevistados quanto a legislaƒ„o que se aplica a elaboraƒ„o das peƒas orƒamentŠrias, fica evidente que a grande maioria desconhece os preceitos que regulam as normas orƒamentŠrias, com um percentual de 74%, contra apenas 26% que garantem conhecimento sobre a parte legal. CONSIDERA••ES FINAIS Como visto o Orƒamento P‡blico ‹ um dos instrumentos mais antigos, idealizado inicialmente como forma de controle financeiro tanto para o Executivo como para o Legislativo, sendo que mais tarde seu campo de atuaƒ„o se direcionasse tamb‹m para expressar os programas que o governo busca realizar em prol da sociedade. Nele houve a incorporaƒ„o da quest„o de planejamento, quais programas devem ser inseridos, sua import‰ncia, metas a serem cumpridas. A legislaƒ„o veio com tudo, impondo aos administradores novas regras, devem ser publicados os atos, onde a cada quatro meses os entes p‡blicos s„o obrigados a divulgar suas aƒ•es at‹ ali realizadas nas conhecidas audi†ncias p‡blicas. Com essas normas o orƒamento p‡blico passe a ser interpretado n„o mais como um orƒamento desenhado pela representaƒ„o, onde os eleitos elaboram seus programas sem a interfer†ncia dos seus eleitores, transforma-se em um orƒamento democrŠtico, onde o povo passa a participar da elaboraƒ„o do orƒamento. 20 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 Assim, orƒamento democrŠtico ‹ definido como orƒamento participativo, derivado da ferramenta de controle denominada “Orƒamento P‡blico”, onde vem se destacando nos ‡ltimos anos nas cidades que o aderiram, como instrumento que visa n„o somente o controle de receitas e despesas, mas seu foco principal estŠ na participaƒ„o da populaƒ„o, com †nfase neste aspecto, o orƒamento p‡blico torna-se mais eficaz, haja vista que, a sociedade pode contribuir consideravelmente quando apresenta os problemas e juntamente com a administraƒ„o p‡blica trabalha em prol de encontrar as soluƒ•es, ajudando os gestores na seleƒ„o das prioridades. Desse modo, tal aƒ„o deveria ser observada em todas as cidades brasileiras, haja vista, que a legislaƒ„o imp•e a transpar†ncia dos atos p‡blicos, com o intuito de alcanƒar o maior n‡mero de pessoas engajadas em participar. Mas porque serŠ que n„o hŠ a participaƒ„o maciƒa da populaƒ„o? O que estaria faltando se os entes p‡blicos prestam contas aos Tribunais, realizam a publicaƒ„o de seus atos, divulgam a realizaƒ„o das audi†ncias, e nem os membros de conselhos participam? Bem isso de fato acontece, carros volantes anunciam a realizaƒ„o de audi†ncia, hŠ a convocaƒ„o no site da Prefeitura, publicaƒ„o em Jornais e divulgaƒ„o na Tv, mas mesmo com toda essa divulgaƒ„o, as audi†ncias que tinha como foco a elaboraƒ„o do orƒamento n„o contaram com a participaƒ„o efetiva dos cidad„os, podendo ser considerada como m…nima. No processo da elaboraƒ„o do ‡ltimo orƒamento da Prefeitura de Jaciara havia protocolos de encaminhamento de convites para membros de conselhos, os quais n„o se fizeram presentes nas reuni•es. Uma das hipŒteses que poder…amos levantar quanto a essa falta de participaƒ„o referes-se ao fato da sociedade em si ainda desconhecer os termos audi†ncia p‡blica, Plano Plurianual, entre outros que s„o divulgados sem ao menos ser esclarecidos de forma clara. Outro ponto a considerar, refere-se ao n‡mero de informaƒ•es lanƒadas nessas audi†ncias, que por vezes, nada significam para quem participa, ou melhor, nada ‹ traduzido... Somando esses acontecimentos obteremos uma comunidade com total desinteresse em participar, pois nada entendem e mais do que isso, n„o acreditam que suas reivindicaƒ•es ser„o levadas em conta. Portanto, o orƒamento que deveria ser democrŠtico pela participaƒ„o da populaƒ„o retorna ao seu estado anterior, o orƒamento atualmente realizado retrata 21 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 a vontade dos eleitos (governantes) e n„o da populaƒ„o. Sua confecƒ„o em si revela e a divulgaƒ„o dos atos p‡blicos reflete apenas um cumprimento legal, sem import‰ncia para os administradores. Vale lembrar que, mesmo que os tribunais e outros Œrg„os fiscalizem o cumprimento legal quanto “s publicaƒ•es, prestaƒ•es de contas e etc., estes Œrg„os jamais saber„o ao certo se os gestores p‡blicos est„o confeccionando orƒamentos que reflitam a realidade daquele local. Os tribunais n„o conhecem os problemas da populaƒ„o, seu foco ‹ verificar a aplicaƒ„o dos recursos conforme ditames legais e fiscalizar a qualidade das obras, mas os agentes capazes de intervir na elaboraƒ„o das peƒas orƒamentŠrias, estes, s„o os cidad„os que necessitam ser capacitados para agir em benef…cio de sua regi„o. Por isso, na realizaƒ„o deste trabalho fez-se necessŠrio a aplicaƒ„o de questionŠrios com a comunidade geral, envolvendo estudantes universitŠrios, professores, comerciantes, funcionŠrios de sindicatos, de Œrg„os p‡blicos e outros cidad„os, com o intuito de verificar o …ndice de participaƒ„o da populaƒ„o jaciarense e o seu n…vel de conhecimento. De posse dos resultados, mais da metade dos entrevistados revelam que desconhecem em parte ou totalmente a import‰ncia das audi†ncias p‡blicas na formulaƒ„o do Orƒamento P‡blico e sobre o que vem a ser Plano Plurianual; nunca participaram de audi†ncias desse tipo por sentirem desmotivados, por‹m ao serem questionados sobre o seu n…vel de interesse 52% declaram que possuem vontade em participar desse ato democrŠtico. Incr…vel foi o percentual da quest„o 05, que buscava verificar se os pesquisados poderiam indicar algum serviƒo ou obra que mereceria atendimentos prioritŠrios, 71% afirmaram que sim. Enfim, estas respostas demonstram que a populaƒ„o em si n„o encontra-se totalmente capacitada para participar das audi†ncias com eventuais questionamentos e cobranƒa, sabem quais serviƒos e obras necessitam de atendimento prioritŠrio mas n„o cobram por estarem desmotivadas, qual seria a conseq—†ncia dessa desmotivaƒ„o? O fato do cidad„o desconhecer em parte ou totalmente sobre o que vem a ser as peƒas orƒamentŠrias, sobre as informaƒ•es que s„o apresentadas, faria com que toda uma comunidade se dirigisse a um local onde ocorreria uma audi†ncia que tratasse da elaboraƒ„o de tais peƒas? Ž evidente que n„o. Esse caso somado ao ritmo de trabalho e compromissos da populaƒ„o 22 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 possibilita a ocorr†ncia de pessoas descompromissadas em tentar interar-se sobre estes assuntos. Al‹m de tudo isso, devemos considerar que a falta de participaƒ„o tamb‹m ‹ registrada por aqueles que conhecem os instrumentos e peƒas orƒamentŠrias e que nada fazem por n„o acreditarem que a sua interfer†ncia mude alguma coisa, ou seja, a hipŒtese levantada a pouco quanto “ falta de participaƒ„o da populaƒ„o nas audi†ncias, passa a ser comprovada apŒs a realizaƒ„o desta pesquisa. Como se pode ver, o atual orƒamento p‡blico da cidade de Jaciara-MT, n„o pode ser considerado como um orƒamento elaborado com os moldes da participaƒ„o da comunidade. Como dito anteriormente, na realizaƒ„o da elaboraƒ„o do ‡ltimo Plano Plurianual, ouve o encaminhamento de convites para os conselhos e dentre os convidados estava o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, o qual n„o se fez presente nas reuni•es, conforme registros de atas. Ž evidente que, para o produtor rural que n„o possui conhecimento nessa Šrea sua participaƒ„o poderŠ n„o trazer tanta interfer†ncia quanto aos programas e valores idealizados pelos gestores p‡blicos, pois este cidad„o pode concordar com quase tudo que ouve, mas para um presidente que representa certo p‡blico, talvez poderia produzir in‡meras interfer†ncias, com questionamentos quanto aos valores que seriam investidos na aquisiƒ„o de tais equipamentos que seriam colocados a disposiƒ„o da sua comunidade. Certamente sua imposiƒ„o com as dos demais membros, a destinaƒ„o dos recursos seria maior que o anteriormente sugerido, fazendo com que o gestor se atentasse para serviƒos e obras que s„o deixadas de lado. Vale lembrar, que n„o podemos dizer que a falta de participaƒ„o popular na formulaƒ„o dos orƒamentos seja culpa totalmente do gestor p‡blico, pois ele divulga a realizaƒ„o de tais eventos, tamb‹m n„o podemos afirmar que seja culpa totalmente da sociedade, haja vista, que hŠ necessidade da mudanƒa de certos hŠbitos e conceitos que encontram-se impregnados na sociedade devido a acontecimentos passados que ainda hoje impede que a mesma venha desempenhar uma participaƒ„o efetiva, pois n„o acredita. Note-se que, como a participaƒ„o da populaƒ„o tem sido t…mida, o gestor poderia promover campanhas para esclarecer os conceitos, a import‰ncia do 23 REVISTA CIENT€FICA ELETR•NICA DE CI‚NCIAS SOCIAIS APLICADAS DA EDUVALE Publicaƒ„o cient…fica da Faculdade de Ci†ncias Sociais Aplicadas do Vale de S„o Lourenƒo - Jaciara/MT Ano V, N‡mero 07, novembro de 2012 – Periodicidade Semestral – ISSN 1806-6283 envolvimento de toda a comunidade, estimulando e promovendo a capacitaƒ„o dos cidad„os para que estes realizem a fiscalizaƒ„o e ajude a administraƒ„o p‡blica na seleƒ„o das prioridades, ao inv‹s de realizar apenas o que a lei determina. Destaco que, a influ†ncia que os Œrg„os p‡blicos passaram a exercer na Šrea de sa‡de, quanto ao combate das doenƒas de diabetes, hipertens„o, dentre outras, na realizaƒ„o de campanhas com o intuito de informar os cuidados que as pessoas necessitam ter com a alimentaƒ„o, tem obtidos resultados satisfatŒrios. Essa id‹ia deveria ser aplicada tamb‹m com vista a mudar o cenŠrio que envolve a quest„o da elaboraƒ„o das peƒas orƒamentŠrias. Por fim, quando os administradores p‡blicos enxergar o orƒamento n„o apenas como um instrumento de previs„o de receita e fixaƒ„o de despesa que simplesmente atenda a “legislaƒ„o”, mas como mecanismo que tende a atender aos anseios da populaƒ„o, unindo-se com a sociedade organizada para priorizar as reais necessidades, certamente haverŠ o atendimento de uma parcela maior da populaƒ„o e, ainda que a passos curtos e lentos, a reduƒ„o da desigualdade social existente. REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 6. ed. S„o Paulo: Atlas, 2003. ANGŽLICO, Jo„o. Contabilidade Pública. 8. ed. S„o Paulo: Atlas, 1995. BRASIL. Minist‹rio da Fazenda. Escola de Administraƒ„o FazendŠria. Programa Nacional de Educaƒ„o Fiscal. Gestão Democrática e Controle Social dos Recursos Públicos/ Caderno 4. 4. ed. Bras…lia: ESAF, 2009. BRASIL. 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