Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
ANAIS DO VIII CONGRESSO
DE EDUCAÇÃO FÍSICA E
FISIOTERAPIA DO
NORTE PIONEIRO
Gráfica e Editora Godoy Ltda.
2010
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Produção Editorial
Gráfica e Editora Godoy Ltda
Rua São Paulo, 402 Andirá, PR
CEP:86.380-000
Anais
VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro
COORDENAÇÃO
Prof. Ms. Antonio Stabelini Neto
Profa. Ms. Sônia Regina Leite Merege
Profa. Ms. Berlis Ribeiro Menossi
Prof. Esp. Miguel Elias Brum
Prof. Ms. Fábio Antonio Néia Martini
Prof. Ms. Rinaldo Bernardelli Júnior
Prof. Ms. Marcelo Brandão Borges
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Ms. Antonio Stabelini Neto
Profa. Ms. Sônia Regina Leite Merege
Profa. Ms. Berlis Ribeiro Menossi
Profa. Ms. Carla Cristiane da Silva
Profa. Ms. Héres Faria F. Becker Paiva
Profa. Dra Annecy Tojeiro Giordani
Prof. Dr. João Lopes Toledo Neto
Dados
Internacionais de Catalogação na Publicação
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
(CIP)
Congresso de Educação Física e Fisioterapia do
Norte Pioneiro (8. : 2010 : Jacarezinho, PR)
Anais do VIII Congresso de Educação Física e
Fisioterapia do Norte Pioneiro. -- Andirá, PR :
Gráfica e Editora Godoy, 2010.
Realização: UENP - Universidade Estadual do
Norte do Paraná.
Vários coordenadores.
Bibliografia.
ISBN 978-85-60733-11-8
1. Ciências da saúde - Pesquisa 2. Educação
física - Congressos 3. Fisioterapia - Congressos
I. Título.
10-09895
CDD-613.706
Índices para catálogo sistemático:
1. Congressos : Educação física e fisioterapia :
Ciências da saúde 613.706
2. Educação física e fisioterapia : Congressos :
Ciências da saúde 613.706
Todas as informações contidas neste anais são de responsabilidade de seus autores.
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
APRESENTAÇÃO
Deve-se chegar ao conhecimento daquilo que se
ignora aprendendo de outro ou por pesquisas
próprias [...], quando se pesquisa torna-se
acessível e fácil; e aquele que nada entende da
i n v e s t i g a ç ã o n a d a p o d e e n c o n t r a r.
(Arquitas,frag.3)
Este VIII Congresso tem como tema “Universidade x
Sociedade: uma relação de reciprocidade”. Expressa um
movimento de ação e reflexão e indica que novas experiências
sejam construídas a partir dos grupos de pesquisas existentes
em nosso Centro.
O espírito científico não é nato do ser humano, mas
uma conquista que através da pesquisa se concretiza, em
várias etapas do trabalho.
A compilação de textos que oferecemos nesse anais,
aponta os avanços que o Centro de Ciências da Saúde vem
conquistando ao longo de 8 anos, desde a abertura do primeiro
congresso. Um caminho trilhado na conduta ética dos
parâmetros da epistemologia e de conformidade com os
objetivos da Universidade Estadual do Norte do ParanáUENP.
O fomento científico demonstra que houve um salto
quantitativo e qualitativo em nosso meio, estimulando nosso
corpo discente e docente à prática de pesquisa.
Esperamos que os próximos congressos ganhem
novos contornos e que este compêndio mantenha vivo o
objetivo que a ciência propõe, no sentido de auxiliar no
desenvolvimento de uma sociedade democrática.
Obrigada a todos que direta e indiretamente
participaram para que este evento se realizasse.
Professora Ms. Sônia Regina Leite Merege
Presidente da Comissão Científica
03
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
REALIZAÇÃO
APOIO:
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SUMÁRIO
ARTIGOS
A velocidade crítica como preditora de performances
aeróbias em atletas de corrida do exército.
Paulo Eduardo Redkva, Carlos Augusto Kalva Filho, Alessandro
Moura Zagatto, Edson Itaru Kaminagakura e Marcelo Papoti
13
Análise descritiva da composição corporal em
adolescentes masculinos.
Thais Gretis Rodrigues da Luz, Luis Paulo Gomes Mascarenhas,
Mercio Cabral dos Santos e Sergio Roberto Molleta
23
Prevalência de fatores de risco para doenças
cardiovasculares em escolares de Jacarezinho, PR.
Danilo Saad Soares, Maria Raquel de Oliveira Bueno, Marcelo
Brandão Borges, Fábio Antonio Néia Martini e Antonio Stabelini
Neto
31
Prática de atividade física em crianças e adolescentes de
diferentes faixas etárias.
Antonio Stabelini Neto, Géssika Castilho, Sara Crosatti Barbosa,
Luiz Roberto Paez Dib, Marilia Yuri Meneghel Okuyama e Rinaldo
Bernardelli Júnior
42
Relação entre a prática habitual de atividade física e a
prevalência de síndrome metabólica.
Aryane Flauzino Machado e Fabio Antonio Néia Martini
51
Correlação entre os diferentes índices antropométricos e
o percentual de gordura de ingressantes em academia de
ginástica de Curitiba, PR.
Guilherme da Silva Gasparotto, Lívia Pimenta Renó, Michael
Pereira da Silva e Rodrigo Bozza
60
Associação do excesso e peso corporal e hipertensão
arterial em universitários da UENP- Jacarezinho/PR.
Maicon Salles, Guilherme da Silva Gasparotto e Lívia Pimenta
Renó
70
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Perfil antropométrico de jovens atletas de futebol do
município de Jacarezinho, Paraná.
Fabio da Silva Ferreira Vieira, Carlos Eduardo de Araújo, Danilo
Saad, Luiz Roberto Paez Dib e Ídico Luiz Pellegrinotti
79
Os benefícios da atividade física recreativa na
reabilitação de dependentes químicos.
Almir de Oliveira Ferreira, Sônia Regina Leite Merége, Juliana
Cristina de Oliveira Périco, Juliana Gonçalves e Juliane Ramos
Garcia
88
A dança como proposta de atividade física para
moradores de uma instituição de longa permanência para
idosos.
Raphael Gonçalves de Oliveira, Yohan Lopes Ferreira, Karina
Matavelli, Lorrayne Talita Gomes de Moraes e Daniela Stasch
95
Perfil postural, altura e peso dos atletas de basquetebol,
futebol e voleibol das escolinhas de Jacarezinho, PR.
Felipe Bernardelli Marques, André Luiz Marcon, Pablo Aguirra e
Berlis Ribeiro dos Santos Menossi
103
Representações da queda doméstica na população de
idosos: um enfoque sobre a rotina do lar.
Lívia Pimenta Renó, Guilherme da Silva Gasparotto e José
Francisco Fernandes Quirino dos Santos
113
O reflexo do método Mat Pilates em um paciente com
espondilolistese.
Camila da Silva Hoshina, Larissa Alexandre Furlan, Laís Campos
de Oliveira, Raphael Gonçalves de Oliveira e Fábio Antônio Néia
Martini
122
RESUMOS
Impacto da maturação biológica sobre o desempenho da
potência de membros inferiores em bailarinas
adolescentes.
Narda Helena Jorosky, Clodoaldo José Dechechi, Adriana Ribeiro
Pinheiro, Tamara Beres Lederer Goldberg e Carla
Cristina da Silva
135
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Relação entre índices antropométricos e fatores de risco
cardiovasculares em escolares de Jacarezinho.
Danilo Saad Soares, Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez
Dib e Antonio Stabelini Neto
136
Comparação do nível de atividade física entre os gêneros
e entre o nível socioeconômico.
Géssika Castilho dos Santos, Sara Crosatti Barbosa, Luiz
Roberto Paez Dib, Danilo Saad Soares e Antonio Stabelini Neto
137
A atividade física laboral sentada provoca queixas nos
membros superiores e na coluna torácica.
João Paulo Manfré dos Santos, Vinícius Arantes Coelho,
Fernando Rafael Pinto Guedes Rogério e Dênis Carlos Santos
138
Associação entre índices antropométricos e pressão
arterial em escolares da rede de ensino pública de
Jacarezinho-PR.
Luiz Roberto Paez Dib, Sara Crosatti Barbosa, Géssika Castilho
dos Santos, Thiago Criste Magalhães e Antonio Stabelini Neto
139
Correlação entre a pressão arterial sistólica e diastólica
com o VO2máx em escolares de Curitiba.
Maicon Siqueira Bontorin, da Thiago Silva Piola, Guilherme Silva
Gasparotto, Luis Paulo Gomes Mascarenhas e Rodrigo Bozza
140
Fatores de risco para aterosclerose em escolares de
diferentes estados nutricionais.
Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib, Géssika Castilho
dos Santos, Danilo Saad Soares e Antonio Stabelini Neto
141
Avaliação antropométrica e motora de jovens praticantes
de atletismo.
Clauber Luiz de Souza Pinto, Daniela Cristine Stasch, Janaina
Ferreira Zomer, Karina Matavelli, Wanessa Cachoni Dolens
Rosa, Yohan Ferreira, Emanuel Luis Posetti e Antonio Stabelini
Neto
142
Para que educar.
Elias Carlos Panichi
143
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A questão da diversidade de gêneros na ótica da
Conferência Nacional de Educação – CONAE 2010.
José Ferreira de Melo
144
Prevalência de dor: aspectos quantitativos ocasionados
pela prática habitual de atividade física.
Poliana Vitória Godoy, Aryane Flauzino Machado, Roberta Cortz
Vieira e Julio Fernandes
145
Luxação anterior de ombro direito – Estudo de caso.
Aline Guzella Tokarski, Camila de Oliveira Silva, Marina Nogueira
Buzalaf, Jarbas Melo Filho e Berlis Ribeiro dos Santos Menossi
146
Estudo de caso de evolução clínica à curto prazo de
condromalácia patelar.
Aryane Flauzino Machado, Caroline Mendes de Almeida e Berlis
Ribeiro Menossi
147
A influência das disfunções temporomandibulares nas
alterações posturais.
Flávia Nakaya Tada, Anelyse Zanardi, Walquíria S. Castro e
Henrique P. Bortolan
148
Método Pilates: aplicação de exercícios de estabilização
lombo-pélvica em indivíduos com dor lombar.
Gustavo Gessolo de Oliveira, Anelise Santos Leal, Mariana
Fogaça Méli, Paulo Fernandes Pires e Fabrício José Jassi
149
Incidência da síndrome da pelve cruzada em alunos do
Centro de Ciências da Saúde da UENP.
Karina dos Santos Rodrigues, Bruna Prado Gomes, Camila
Pereira, Fabrício José Jassi e Paulo Fernandes Pires
150
Avaliação quantitativa da lordose lombar por métodos
não-invasivos de análise.
Luiz Rodolpho Santana Araújo, Gustavo Gessolo de Oliveira,
Paulo Fernandes Pires e Fabrício José Jassi
151
As parafunções e suas relações com os distúrbios
temporomadibulares.
Natália Pasquetta, Michelli Rocha, Fraancyelle Sanches,
Walquíria S. Castro e Henrique P. Bortolan
152
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Tratamento para rotação interna bilateral de coxo-femoral
em atletas de base de futebol – Estudo de caso.
Rafaella S. Bernardelli, Alexandre Franco C. Penteado e Berlis R.
S. Menossi
153
Influência da disfunção temporomandibular no aspecto
psicossocial.
Renan R. Ribeiro, Rafaela M. Almeida, Fabíola K. T. A. Ferreira,
Henrique P. Bortolan e Walquíria S. Castro
154
Classificação de oclusões em estudantes universitários
com diagnóstico de disfunção temporomandibular.
Vanessa Chenardi, Andressa Martins Santana, Patrícia
Fernanda Sandrini, Paulo Fernandes Pires e Fabrício José Jassi
155
Hipoalgesia e ganho de adm lombar pós-terapia
manipulativa
Nathálie Clara Souto Faria, Marilisi Pietrochinski, Fabrício José
Jassi e Paulo Fernandes Pires
156
Atividade física aeróbia para pessoas com fatores de
risco cardíaco – um estudo de caso
Ana Carolina Lorenzetti Mendes, Camila Fátima Alves de Mira e
Fábio Antonio Neia Martini
157
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ARTIGOS
11
12
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A VELOCIDADE CRÍTICA COMO PREDITORA DE
PERFORMANCES AERÓBIAS EM ATLETAS DE CORRIDA DO
EXÉRCITO
Paulo Eduardo Redkva1, Carlos Augusto Kalva Filho1, Alessandro
Moura Zagatto2, Edson Itaru Kaminagakura1, Marcelo Papoti3.
1 Universidade Estadual de Ponta Grossa – Ponta Grossa – PR –
Brasil.
2 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Campo Grande –
MS –Brasil.
3 Universidade Estadual Paulista – Presidente Prudente –PR –
Brasil.
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo verificar as possíveis
associações entre os índices aeróbios fornecidos pelo modelo
matemático de velocidade crítica (VC) determinados em teste de
laboratório, com o desempenho aeróbio nas performances de 1200,
2400 e 2800m em corredores do Exército Brasileiro. A amostra foi
composta por 13 militares com 20 ± 2,1 anos, estatura de 170 ± 0,6
cm e massa corporal de 66,0 ± 3,7 kg, todos do 13° Batalhão de
Infantaria Blindado da cidade de Ponta Grossa - Paraná. A VC foi
obtida pelo modelo de avaliação velocidade versus tempo, na
realização de testes em laboratório a 100, 110 e 120% da vVO2pico.
O desempenho aeróbio foi obtido através do tempo das
performances de 1200, 2400 e 2800m em pista oficial de atletismo.
Para o tratamento estatístico foi utilizado à correlação de Pearson,
adotando nível de significância de p<0,05. Observaram-se
correlações significativas entre as P1200, P2400 e P2800 com a VC.
Desse modo podemos concluir que a VC pode ser utilizada como
uma alternativa para predizer as performances em corrida de 1200,
2400 e 2800 metros, além de auxiliar no planejamento das
sobrecargas de treinamento para atletas corredores do exército
brasileiro.
Palavras- chave: Velocidade Crítica, performances de corrida,
corredores militares.
13
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
CRITICAL VELOCITY AS A PREDICTOR OF AEROBIC
PERFORMANCE RUNNERS IN ARMY
ABSTRACT
This study to verify the possible associations between aerobic indices
provided by the mathematical model f critical velocity (CV) derived
from laboratory testing, with aerobic performance in the performance
of 1200, 2400 e 2800m runners in the Brazilian Army. The sample
consisted of 13 soldiers with 20 ± 2.1 years, height 170 ± 0.6 cm and
weight of 66,0±3,7 kg, all of the 13th Armored Infantry Battalion of
Ponta Grossa-PR. The CV was obtained by the evaluation model
speed versus time in testing the laboratory at 100, 110 and 120% of
vVO2peak. Endurance performance was achieved by the time of the
P1200, P2400 and P2800m in track athletics official. The statistic was
used for Pearson correlations, adopting a significance level of
p<0,05. We observed significant correlation between the P1200,
P2400 and P2800 with the CV. Thus we can conclude that the CV can
be used as an alternative to predict the performance in race of 1200,
2400 e 2800m, besides assisting in planning loads of runners training
for the Brazilian army.
Key-words: Critical velocity, aerobic performances, runner's soldiers.
INTRODUÇÃO
O monitoramento e avaliações de variáveis fisiológicas, bem
como a predição da performance no treinamento esportivo, podem
ser fatores determinantes no sucesso de atletas de diferentes
modalidades esportivas (DEMICE et al., 2007). Atualmente, vários
são os protocolos utilizados para a predição do desempenho aeróbio
em atletas de todos os níveis de performance. A potência aeróbia,
estimada pelo consumo máximo de oxigênio (VO2max), e a
capacidade aeróbia, estimada pela máxima fase estável de lactato e
o limiar anaeróbio, são parâmetros que compõem o metabolismo
aeróbio.
O VO2max é considerado com um índice de potência
aeróbia máxima e é altamente associado a esportes de endurance,
sendo também utilizado para o monitoramento do treinamento.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Contudo, apesar do VO2max ser um método clássico de avaliação
da aptidão aeróbia, esse procedimento parece ser limitado na
avaliação da aptidão aeróbia em atletas altamente treinados, não
apresentando sensibilidade para detectar as alterações ocorridas
com o treinamento (BILLAT et al., 1994).
Atualmente, um método que tem se mostrado relevante na
determinação de índices aeróbios é o modelo de velocidade crítica
(VC). Proposto inicialmente por Monod e Scherrer (1965), o modelo
de potência crítica tem seu conceito como sendo a máxima
intensidade de exercício que teoricamente pode ser mantida por um
longo período de tempo sem a ocorrência de fadiga. Além do aspecto
aeróbio deste método, ele apresenta também um indicador da
capacidade de trabalho anaeróbia (CTA), não necessitando para
determinação dessas variáveis a utilização de técnicas invasivas
(PAPOTI et al., 2005; CARDOZO et al., 2009). A determinação
desses parâmetros (aeróbio e anaeróbio) é possível a partir da
aplicação de modelos matemáticos, como regressão linear entre a
distância percorrida e seu respectivo tempo limite (HILL, 1993).
No Exército Brasileiro (EB), a intensidade de treinamento
utilizada como parâmetro para a periodização dos treinamentos, é
estruturada de acordo com o Manual de Treinamento Físico Militar,
denominado C 20-20 (BRASIL, 2002), onde todas as diretrizes estão
padronizadas de maneira generalizada, e muitas vezes não atendem
a princípios básicos da ciência do treinamento desportivo como o
princípio da individualidade biológica e o princípio da especificidade
dos movimentos (AZEVEDO et al., 2007).
Ao procurar métodos eficazes na prescrição de intensidades
de treinamento, o objetivo do presente estudo foi verificar as
possíveis associações dos parâmetros aeróbios da VC,
determinados em laboratório, com as performances de 1200,2400 e
2800 metros em atletas corredores do EB.
METODOLOGIA
Participantes
Participaram deste estudo 13 militares do sexo masculino,
treinados e pertencentes ao 13° Batalhão de Infantaria Blindado
(exército brasileiro) da cidade de Ponta Grossa – Paraná. Os
participantes apresentavam como características: 20,1 ± 2,1 anos,
15
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
estatura de 1,70 ± 0,06m e massa corporal de 66,0 ± 3,7 kg. Os
militares avaliados realizavam treinamento regular e participavam de
competições militares e civis no âmbito estadual e regional.
Todos os indivíduos foram informados dos riscos e
benefícios dos procedimentos e assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE) antes da realização dos
testes, tendo sido contemplados todos os procedimentos éticos para
pesquisa em seres vivos, de acordo com a Resolução 196/96,
Conselho Nacional de Saúde.
Procedimentos experimentais
Durante o período da realização dos testes cada militar foi
orientado para manter o mesmo padrão alimentar, abster-se da
ingestão de álcool, além de evitar exercícios físicos no período que
antecedia os testes.
Todos os procedimentos foram aplicados em um intervalo de
duas semanas, realizados no mesmo período do dia e em condições
ambientais semelhantes.
A massa corporal foi medida em uma balança com precisão
de 0,1 kg (WELMY, São Paulo - Brasil). A estatura foi aferida em um
estadiômetro localizado na própria balança, com precisão de 0,5 cm.
Determinação do VO2pico e da vVO2pico
O VO2max foi determinado a partir de um teste progressivo
em esteira ergométrica (Imbramed Millennium ATL®) com
velocidade inicial de 12 km.h-1, estágios de 3 minutos e incrementos
de 1 km.h-1. A inclinação da esteira manteve - se em 1%, pois seria
esta a inclinação que representa mais precisamente o custo
energético da corrida em ambientes abertos (JONES e DOUST,
1996). Os atletas foram estimulados verbalmente para prosseguirem
até o momento que realmente não conseguissem mais sustentar o
esforço que estavam realizando. Deu-se por exaustão voluntária o
momento em que o atleta segurou as barras laterais da esteira e
retirou seus pés de cima do tapete rolante.
No decorrer do teste, os gases expirados foram avaliados
pelo analisador de gases ParvoMedics (TrueOne® 2400 Metabolic
Measurement System – USA) (BASSET et al., 2001) sendo calibrado
manualmente com amostra de gases conhecidas a cada quatro
avaliações, conforme especificações do fabricante.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
O analisador de gases foi ajustado para permitir uma coleta
de gás a cada respiração, com os resultados posteriormente
armazenados em software específico (TrueOne® 2400 Metabolic
Measurement System- USA). Durante o teste incremental a
freqüência cardíaca foi monitorada por meio de um frequencímetro
(Marca Polar, Modelo T-31).
(O VO2max foi considerado o valor médio mais alto de VO2
em intervalos de 15s onde todos os participantes tiveram que
preencher no mínimo dois dos três parâmetros para o VO2max: 01)
Razão de trocas respiratórios (QR) ≥ 1,1; 02) Estabelecimento de
platô da curva de consumo de oxigênio em relação à carga; 03)
Exaustão física do indivíduo.
A vVO2max foi assumida como a menor velocidade a qual o
indivíduo alcançou o VO2max. Caso ocorresse um aumento inferior
a 2,1 ml.kg.min entre o penúltimo e o último estágio, a velocidade do
estágio anterior foi considerada como a vVO2max.
Determinação da velocidade crítica
Para determinação da VC os militares realizaram três
esforços em esteira ergométrica nas velocidades correspondentes a
100, 110 e 120% da vVO2max. O tempo até a exaustão (Tlim) em
cada intensidade foi registrado em planilhas individuais. Foi
respeitado um intervalo de 24 horas entre os esforços mencionados.
Para a determinação da VC, foi realizada uma regressão linear entre
as velocidades e os respectivos Tlim (1/Tlim), a VC correspondeu ao
coeficiente linear (intercepto-y). Um exemplo representativo dessas
determinações pode ser visualizado na figura 1. Ressaltamos o fato
desse modelo também permitir a identificação da capacidade de
trabalho anaeróbio (CTAn), porém não foi objetivo deste estudo
analisar esse parâmetro.
Fig. 1 Modelo representativo de
determinação da capacidade anaeróbia
(CTAn) e da capacidade aeróbia (VC) da
regressão linear (modelo) velocidade
versus 1/tempo (limite).
17
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Determinação da performance nas distâncias de 1200, 2400 e
2800mos esforços máximos em pista de atletismo.
A determinação da performance nas distâncias de 1200 m
(P1200), 2400 m (P2400) e 2800 m (P2800) foi realizada através de
esforços máxima e sendo considerado como performance o tempo
de esforço em casa distância.
Tratamento estatístico
Os valores são apresentados em média e desvio padrão.
Inicialmente, foi aplicado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk em
todas as variáveis, e a partir desse momento, utilizado uma análise
estatística paramétrica. Para verificar as correlações entre a VC com
as performances de corrida foi utilizado o teste de correlação de
Pearson, com nível de significância pré-fixado em p<0,05. Para as
análises estatísticas foi utilizado o programa Statística7.0 (Statsoft,
Tulsa, EUA).
RESULTADOS
Os resultados estão expressos em média e desvio padrão
(MD±DP). Na TABELA 1 encontramos os valores descritivos dos
militares relativo ao teste progressivo e exaustivo para a
determinação do VO2pico bem como os índices aeróbio obtidos
através do modelo matemático da VC.
Tabela 1 – Valores descritivos das respostas dos parâmetros
fisiológicos apresentados em média e desvio padrão do VO2max
(ml.kg.min-1), da vVO2max (km. h-1), da VC (m.s-1).
Média
DP
VO2max
(ml.kg.min-1)
57,54
4,32
vVO2max
(km.h-1)
15,89
0,96
18
VC
(m.s-1)
3,96
0,32
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Na TABELA 2 apresentamos os valores descritivos dos
índices obtidos a partir das performances máximas realizados na
pista de atletismo nas distâncias definidas e já mencionadas no
presente estudo e ainda o coeficiente de correlação de Pearson entre
o parâmetro aeróbio da VC com as P1200m (r=0,70), P2400 (r=0,81)
e P2800 (r=0,82).
TABELA 2 – Valores descritivos apresentados em MD±DP das
velocidades médias em m.s-1 (P1200, P2400 e P2800) provenientes
das performances de 1200, 2400 e 2800m.
P1200
(m.s-1)
5,13 *
0,36
Média
DP
P2400
(m.s-1)
4,63**
0,34
P2800
(m.s-1)
4,54 ***
0,34
* Encontrou-se forte correlação significativa entre o VC e a P1200 (p=0,01; r=0,70);
** Encontrou-se forte correlação significativa entre o VC e a P2400 (p=0,01; r=0,81);
*** Encontrou-se forte correlação significativa entre o VC e a P2800 (p=0,01; r=0,82).
DISCUSSÃO
Os valores de VO2max encontrados em estudo realizado
por Denadai et al (2004) com corredores de provas de fundo, foram
muito semelhantes (60,4±5,9 ml. Kg.min-1) com os encontrados em
nosso experimento. No entanto, a vVO2pico nos corredores
fundistas (18,70±0,8 km h-1) encontradas pelo autor foi superior aos
dos corredores da prova do facho (Tabela1). Estes resultados
corroboram com a literatura, onde atletas que apresentam índices
similares de VO2max não necessariamente apresentam mesmas
intensidades de vVO2max (BILLAT et al.,1994).
Observando a tabela 2 verifica-se altas correlações
encontradas entre a VC com as três performances aeróbias
avaliadas. Esse modelo, assim como tem sido apresentado como um
instrumento para a prescrição e monitoramento do treinamento
predominantemente aeróbio (VASCONCELOS et al., 2007), bem
como um parâmetro sensível as variações de treinamento
desenvolvido em atletas de endurance (FLORANCE e WEIR, 1997;
DENADAI et al., 2003). Além de ser um método comprovado na
determinação da capacidade aeróbia em diversas modalidades
esportivas como a natação (PAPOTI et al., 2005), remo (MELO e
FRANCHINI, 2005), e na canoagem (NAKAMURA et al., 2005).
19
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Dessa forma, consideramos que a VC determinada, a partir
das intensidades acima do VO2max em laboratório, são válidas na
predição das performances executadas, sendo este parâmetro mais
uma técnica não invasiva que pode auxiliar os profissionais das
áreas correlatas no planejamento, aplicação e acompanhamento do
desenvolvimento esportivo, principalmente das provas de atletismo
que estão inseridas nas distâncias apresentadas neste estudo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desse modo, podemos concluir que a VC determinadas em
laboratório pode ser utilizadas como método válido para predição
das performances em corrida de 1200, 2400 e 2800 metros, e auxiliar
no planejamento das sobrecargas de treinamento para atletas de
corrida.
AGRADECIMENTOS
Ao 13° Batalhão de Infantaria Blindado, sediado na cidade
de Ponta Grossa-PR, pelo apoio e liberação dos atletas para o
presente estudo.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, P.H.S.M.; OLIVEIRA, J.C.; TAKEHARA, J.C.;
BALDISSERA, B.; PEREZ, S.E.A.. Atualidades cientificas sobre a
avaliação e prescrição do treinamento físico para atletas de alta
performance. Lecturas Educación Física y Deportes, v. 111, p. 1-2,
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Endereço para Correspondência:
Nome: Paulo Eduardo Redkva
Rua: Vicente Spósito N° 188, Bl 01 Apto 202.
Bairro: Uvaranas.
Cidade: Ponta Grossa
Estado: Paraná
Cep: 84031-050
Fone: (42) 9124-0048
E-mail: [email protected]
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
ANÁLISE DESCRITIVA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM
ADOLESCENTES MASCULINOS
Thais Gretis Rodrigues da Luz, Luis Paulo Gomes Mascarenhas,
Mercio Cabral dos Santos, Sergio Roberto Molleta.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
RESUMO
Introdução e objetivos: Acompanhar a composição corporal
durante todas as fases da vida é um fator importante no cuidado
básico da manutenção de um estilo de vida saudável. Para tanto o
presente estudo teve como objetivo analisar a composição corporal
de adolescentes. Metodologia: foram avaliados 195 meninos com
média de idade de 13,50 anos estudantes na rede publica de ensino.
Foram avaliadas massa corporal, estatura e circunferências da
cintura e quadril, calculando posteriormente o índice de massa
corporal e razão cintura quadril. Uma analise descritiva dos dados foi
aplicada. Resultados: As médias encontradas para os adolescentes
para massa corporal e estatura ficaram próximas ao percentil 25 da
curva proposta pelo CDC. A prevalência de sobrepeso e obesidade
ficou em 9% e 6% respectivamente. Considerações finais: os
avaliados estão dentro do padrão saudável de crescimento físico
esperado para a idade e apresentam uma prevalência de sobrepeso
e obesidade dentro do esperado para a população.
Palavras chaves: adolescentes, antropometria, composição
corporal
DESCRIPTIVE ANALYSIS OF BODY COMPOSITION IN MALE
ADOLESCENTS
ABSTRACT
Introduction and Objective: Monitor body composition during all
stages of life is an important factor in the basic care of maintaining a
healthy lifestyle. For both this study was to examine the body
composition of adolescents. Methods: We evaluated 195 boys with a
mean age of 13.50 years students in public schools. We evaluated
body weight, height and waist and hip, then calculating the body mass
index and waist hip ratio. A descriptive analysis of data was applied.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Results: The average values for adolescents for weight and height
were close to the 25th percentile of the curve proposed by the CDC.
The prevalence of overweight and obesity was 9% and 6%
respectively. Conclusion: the subjects are in healthy physical growth
pattern expected for their age and have a prevalence of overweight
and obesity within the expected range for the population.
Key words: adolescents, anthropometry, and body composition
INTRODUÇÃO
O crescimento e desenvolvimento de um individuo acelerase na puberdade, causando amadurecimento e variações
metabólicas como, aumento dos níveis de testosterona,
diferenciação nas fibras rápidas e lentas e discriminação entre os
sexos entre os níveis antropométricos (OLIVEIRA et al, 2003).
Desta maneira, torna-se necessária a investigação à
composição corporal em adolescentes tanto para o
acompanhamento do crescimento, desenvolvimento e status
maturacional, quanto para a elaboração de programas e prescrição
de exercício no controle de peso (MUST et al, 1991) portanto,
mensurar e analisar os diferentes componentes corporais como
estatura, peso corporal e circunferências em adolescentes oferece
valiosas informações sobre as alterações no organismo e as
adaptações que ocorrem nas constituições metabólicas
(SCHNEIDER E MEYER, 2007), além do IMC (índice de relação
cintura-quadril que é amplamente utilizado como indicador de
adiposidade corporal (WANG et al, 2002).
Vale ressaltar que, embora as alterações no padrão de idade
costumem ser parecidas em todos os adolescentes, diferentes
indivíduos apresentam diferentes estágios de maturação e
crescimento, dois adolescentes, por exemplo, podem estar com a
mesma altura (grau de crescimento), mas apresentar diferentes
peso, por não estar no mesmo grau maturacional (MALINA &
BOUCHARD, 2002). Apesar da dificuldade de previsões e
diagnóstico para a mensuração das dimensões em adolescentes,
Van Loan (1996), sugere que para se verificar as alterações que
ocorrem no crescimento, bem como a análise das diferenças
ocorridas entre meninos e meninas , deve-se utilizar valores da
composição corporal em crianças e adolescentes, que de acordo
com Malina (1996), é a mensuração dos principais componentes do
corpo.
24
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Reconhecidamente, essas alterações ocorridas na
adolescência é um período de grandes mudanças não somente
físicas mas também psicológicas, determinadas por fatores sociais,
ambientais, étnicos e genéticos (MALINA & BOUCHARD, 2002).
Sendo que, estas transformações ocorrem notoriamente no físico,
devido as mudanças corporais, tanto no aspecto fisiológico quanto
nas dimensões corporais. (MAGALHÃES et al, 2003).
METODOLOGIA
A amostra foi representada por 195 adolescentes
masculinos, de 11 a 16 anos de idade, voluntários, matriculados em
uma escola de rede pública da cidade de Curitiba, PR.
Na avaliação antropométrica foram coletados medidas de
estatura e peso e circunferências. Para as medidas de estatura
utilizou-se um estadiômetro da marca WCS, com escala de precisão
de 0,1 cm, calculou-se a distância entre a região plantar e o vértex da
cabeça, com o avaliado estando ereto, calcanhares próximos e
pontas dos pés afastados, braços pendentes com as mãos
espalmadas ao lado da coxa, com a cabeça direcionada ao plano de
Frankfurt (LOHMAN, 1988) e inspiração profunda. A pesagem foi
realizada em uma balança digital, da marca plena, com precisão de
100 gramas, os adolescentes encontravam-se descalços, vestindo
short e camiseta (DOCHERTY, 1996).
Para coleta das medidas de circunferência, foi utilizada fita
métrica, de acordo com seguinte procedimento, tomando a fita
métrica com a mão direita e a extremidade livre na mão esquerda,
atendo ao cuidado de manter a fita a um ângulo reto ao segmento que
se está medindo, passando a fita ao redor do quadril e cintura,
cuidando para não comprimir a pele (LOHMAN, 1988).
Um dos métodos mais indicados pela OMS (1998) são o
índice de massa corporal e a relação cintura quadril. Em função da
praticidade aliada a eficiência o IMC é a maneira mais utilizada para
se determinar os valores de excesso de peso (FERNANDES et al,
2007), pois retrata a proporcionalidade da massa corporal total do
individuo; calculado a partir da relação entre o peso e o quadrado da
altura (IMC = peso/estatura2) (HEYWARD et al, 2000), desenvolvido
por Lambert Adolphe Jacques Quetelet, matemático belga
(EKNOYAN, 2007), e o RCQ, índice de relação cintura e quadril,
utilizando a divisão da medida da circunferência da cintura pelo
quadril, ambas mediadas em centímetros.
25
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Inicialmente para a exposição dos dados coletados, foi
utilizado a estatística descritiva, composta de valores de média e
desvio padrão. E comparativa quanto a classificação dos avaliados.
RESULTADOS E DISCUSSÂO
Os dados referentes às características gerais da população
analisada, como altura, massa corporal, perímetro da cintura e
quadril, bem como os valores encontrados para o índice de massa
corporal (IMC) e razão cintura quadril (RCQ) distribuídos em valores
de media e desvio padrão são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1. Caracterização da amostra.
Masculino
13,50±1,39
1,62±0,09
56,90±14,87
73,13±10,75
87,18±9,74
22,35±10,66
0,83±0,05
Idade (anos)
Altura (cm)
Massa corporal (Kg)
Cintura (cm)
Quadril (cm)
IMC
RCQ (cm)
A média de idade dos meninos analisados foi de 13,50±1,39,
com uma estatura de, aproximadamente 1,62±0,09 em média, outras
medidas analisadas foram a massa corporal e o índice de massa
corpórea, sendo que para estes dados obteve-se os seguintes
resultados 56,90±14,87 e 22,35±10,66, respectivamente. Em estudo
realizado por Glaner (2005), com 447 moças e 435 rapazes do norte
gaúcho e oeste catarinense, da mesma média de faixa etária,
corrobora com o estudo em questão, aonde foram encontrados
valores semelhantes de 1,67 m para a estatura masculina, e 57 kg,
aproximadamente para massa corporal; o mesmo padrão se segue
em estudo Machado et al (2009), sendo que os 23 sujeitos do sexo
masculino com 13 anos de idade, apresentaram, para média
estatural cerca de 163,65 ±6,66, e para média de massa corporal
52,41±10,21 em kg.
De uma maneira geral, a composição corporal pode ser
utilizada para diagnosticar diferenças entre os sexos e o crescimento
físico (GLANER, 2005), sendo que este pode depender tanto do
potencial genético quanto da interação do indivíduo com o meio
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
ambiente (MALINA & BOUCHARD, 1991). Bem ora as medidas
antropométricas apresentem grandes variações durante o período
maturacional, a estatura e a massa corporal são medidas utilizadas
freqüentemente nos estudos que envolvem crianças e adolescentes
(MACHADO & BARBANTI, 2007).
De acordo com Weineck (2004), o término da infância e inicio
da adolescência, é caracterizado com várias mudanças biológicas, o
que resulta em um rápido crescimento de peso e estatura. Sendo
que, essas mudanças dimensionais e fisiológicas podem vir a
apresentar considerável variação entre os indivíduos, pois a idade, a
duração e a intensidade do crescimento são geneticamente
predeterminadas (GALLAHUE E OZMUN, 2005).
A literatura indica que os rapazes exibem um incremento
elevado na estatura a partir dos 11 anos de idade, sendo que para
Glaner (2005), os meninos com essa idade apresentam 83% da
estatura dos seus pares com 17 anos, e aos 13 anos eles
apresentam 90% da estatura dos seus pares aos 17 anos, o que
corrobora com o fato de que os adolescentes masculinos
apresentam um pico de crescimento diferenciado das meninas.
A massa corporal mostrou-se compatível dentre a idade
analisada, bem como o IMC, apesar de apresentarem uma pequena
porcentagem de sobrepeso e obesidade dentre a amostra; o mesmo
acontece com as medidas de circunferência e RCQ, que embora não
seja apresentado comparações significativas, os dados descritos
mostram-se compatíveis dentre a idade analisada, em estudos
antropométricos (GLANER, 2005; MALINA & BOUCHARD, 2002).
De acordo com CDC (2002), para a curva de adolescentes de 13
anos de idade, a localizam da média de peso e estatura, está na 25
percentil.
Para o Índice de massa corporal, foi observado um valor
médio de 22,35±10,66, sendo que dentre estes foram encontrados
cerca de 9,23% com sobrepeso e 6,66% com obesidade. Em estudo
realizado por Braga (2006), entre as 38 indivíduos analisados, 18
apresentaram sobrepeso e obesidade (10 e 8, respectivamente).
A obesidade e sobrepeso deve ser tratada com relevância,
pela alto número de casos existentes mundialmente, neste presente
estudo, cerca de 15,89% dos garotos analisados apresentam
sobrepeso e/ou obesidade, sendo que este fator tende a agregar-se
a possibilidades de risco para a saúde como a hipertensão, a
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
hipercolesterolemia, a hipertrigliceridemia, o aumento do colesterol
LDL, à diminuição do colesterol HDL, à hiperinsulinemia, à
resistência a insulina e diabetes tipo 2 e ainda ao início e progressão
de lesões ateroscleróticas, além de predizer uma obesidade na idade
adulta (ALVES et al, 2008).
Em estudo realizado por Garcia et al (2004), das 263
crianças e adolescentes mensurados, 62 (23,5%) apresentavam
sobrepeso e obesidade, no sistema privado de ensino, e das 409
incluídas na amostra, no sistema público, cerca de 14%. O mesmo
pode ser observado em estudo de Sichieri et al (1996), aonde 22%
dos meninos apresentavam sobrepeso, ou seja, no Brasil, a
obesidade vem se tornando um problema emergente e, para
enfrentá-lo, seria importante considerar os estágios iniciais de seu
desenvolvimento, em que se inclui a fase da adolescência.
A amostra apresentou uma circunferência da cintura (cm) de
73,13±10,75 e medida do quadril de 87,18±9,74; e em conseqüência
o índice de relação cintura-quadril foi de 0,83±0,05.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se uma baixa prevalência de sobrepeso e
obesidade na amostra avaliada 9% e 6% respectivamente. De certa
forma apesar de não tratado estatisticamente os dados demonstram
uma similaridade os resultados de outros estudos de mesma faixa
etária para estatura e massa corporal.
Uma vez que os dados aqui obtidos, foram apresentados de
forma descritiva, de uma amostra de uma escola de pública de
Curitiba, acredita-se que mais estudos com estas características são
necessários, para uma análise comparativa regional. Porém,
envolvendo mais critérios para caracterizar os aspectos
antropométricos como: nível de atividade, meio-ambiente e nível
sócio-econômico, para se avaliar o nível de crescimento físico.
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Endereço de contato:
Thais Gretis Rodrigues da Luz
Av. Sete de Setembro, 3165 –
Rebouças CEP 80230-901 - Curitiba - PR – Brasil
Telefone: (41) 3310-4545
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS
CARDIOVASCULARES EM ESCOLARES DE
JACAREZINHO, PR
Danilo Saad Soares, Maria Raquel de Oliveira Bueno, Marcelo
Brandão Borges, Fábio Antonio Néia Martini, Antonio Stabelini Neto.
GPEVES - Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP
RESUMO
Introdução e objetivo: A doença cardiovascular aterosclerótica é a
principal causa de morte e de incapacidade no Brasil e no mundo. Há
evidências de que o processo aterosclerótico inicia-se na infância e
progride com a idade. O objetivo do estudo foi descrever a
prevalência dos fatores de risco cardiovascular em escolares da
cidade de Jacarezinho, PR. Metodologia: O presente estudo contou
com a participação de 113 escolares, sendo 46 do sexo masculino
(idade 12,6±0,8 anos) e 67 do sexo feminino (idade 12,9±0,9 anos).
As variáveis analisadas foram: índice de massa corporal (IMC),
colesterol HDL, triglicérides e glicemia de jejum. A análise dos dados
foi efetuada através de estatística descritiva (média e desviopadrão), distribuição de freqüência e correlação de Pearson.
Resultados: A média do IMC para o sexo masculino foi de 20±3,9, e
para o sexo feminino 20,3±3,9. Em relação às prevalências, 14,7%
dos escolares apresentavam sobrepeso e 9,2% obesidade. Para os
meninos, 27,6% apresentaram baixo HDL-C e 10,9% apresentaram
hipertrigliceridemia. Para as meninas, 30,3% apresentaram baixo
HDL-C e 6,1% hipertrigliceridemia. Em ambos os sexos nenhuma
criança foi diagnosticada com glicemia de jejum alterada. Foi
observado associação significativa do IMC com HDL-C (r=-0,255) e
triglicérides (r=0,224). Considerações Finais: Levando em conta as
informações levantadas no presente estudo, destaca-se a
importância da prevenção desses fatores de risco desde a infância.
Palavra – chave: Fatores de risco, escolares, saúde.
31
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PREVALENCE OF CARDIOVASCULAR RISK FACTORS IN
SCHOOLCHILDREN OF JACAREZINHO, PR
ABSTRACT
Introduction and Objective: Atherosclerotic cardiovascular disease is
the leading cause of disability and death in Brazil and abroad. There is
evidence that the atherosclerotic process begins in childhood and
progresses with age. The objective was to describe the prevalence of
cardiovascular risk factors in schoolchildren of Jacarezinho, PR.
Methodology: This study had the participation of 113 students, 46
males (age 12.6 ± 0.8 years) and 67 females (age 12.9 ± 0.9 years).
The variables analyzed were: body mass index (BMI), HDL
cholesterol, triglycerides and fasting glucose. Data analysis was
done using descriptive statistics (mean and standard deviation),
frequency distribution and Pearson correlation. Results: The BMI for
males was 20 ± 3.9, and for females 20,3 ± 3,9. For the nutritional
status, 14.7% of students were overweight and 9.2% obese. For
boys, 27.6% had low HDL-C and 10.9% had hypertriglyceridemia.
For girls, 30.3% had low HDL-C and 6.1% hypertriglyceridemia. In
both sexes no child was diagnosed with impaired fasting glucose. We
observed a significant association between BMI and HDL-C (r=0.255) and triglycerides (r=0.224). Conclusion: This information
found in this study highlights the importance of prevention of these
risk factors since childhood.
Key words: Risk factors, schoolchildren, health
INTRODUÇÃO
A doença cardiovascular aterosclerótica (DCV) é a principal
causa de morte e de incapacidade no Brasil e no mundo,
determinando um impacto médico-social e econômico de grande
magnitude (BRANDÃO et al., 2004).
Há evidências de que o processo aterosclerótico inicia-se na
infância, progride com a idade, razão pela qual se acredita que a
prevenção primária das doenças cardiovasculares deve começar na
infância (SILVA et al., 2004).
A obesidade infantil vem apresentando um rápido aumento
nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma verdadeira
epidemia mundial. A obesidade na infância e adolescência é um
importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças
cardiovasculares na vida futura (OLIVEIRA & FISBERG, 2003;
JACOBSON, 2001).
32
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Nos últimos anos, tem-se observado também um aumento
crescente na prevalência do Diabete Melito tipo 2 entre jovens. Tal
aumento é justificado pelo crescente avanço da obesidade na
infância e adolescência (GABBAY; CESARINI e DIB, 2003).
A obesidade na infância está associada ao aumento das
concentrações de insulina de jejum e à resposta exagerada da
insulina à glicose endovenosa (GABBAY; CESARINI e DIB, 2003).
Assim como os adultos, crianças e adolescentes obesos têm
maior risco de apresentar alterações metabólicas importantes, como
dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina e
intolerância à glicose, que propiciam o aparecimento de diabetes
mellitus tipo 2 e provocam alterações no sistema circulatório e
cardíaco (SOUZA et al, 2007).
O controle glicêmico e, provavelmente, a duração do
diabetes são importantes preditores de doença coronariana
aterosclerótica. Sendo assim, o controle da hiperglicemia é
necessário para prevenir complicações microvasculares e diminuir
riscos de doença vascular aterosclerótica. Crianças diabéticas
fisicamente ativas apresentam níveis de hemoglobina glicosilada
menores do que as sedentárias (ALVES; VEIGA e SOUZA, 2007).
Buscando aumentar o conhecimento em relação aos fatores
de risco para DCV em crianças e adolescentes da cidade de
Jacarezinho, o presente estudo teve como objetivo avaliar a
prevalência dos fatores de risco para DCV (Obesidade, HDL-C,
triglicérides e glicemia de jejum) em escolares do ensino
fundamental da cidade de Jacarezinho, PR.
METODOLOGIA
Amostra
O estudo foi realizado na cidade de Jacarezinho -PR, no
Colégio Estadual Imaculada Conceição, no período de março a junho
de 2010. Foram convidados para participar do estudo todos os
escolares matriculados nas 6ª, 7ª e 8ª séries do ensino fundamental
que estudassem no período matutino. Como a participação era
voluntária, dos 300 escolares matriculados, a amostra final contou
com a participação de 113 escolares, com idade entre 10 a 15 anos,
sendo 46 do sexo masculino e 67 do sexo feminino. Este estudo foi
aprovado pelo comitê de ética em pesquisa na Universidade
Estadual do Norte do Paraná.
33
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Procedimentos
Para realização desse estudo, contou-se com a participação
de escolares da cidade de Jacarezinho-PR, estando os mesmos
autorizados pelos pais através da assinatura de um termo de
consentimento livre e esclarecido.
As variáveis analisadas foram: Índice de massa corporal,
HDL-C, triglicérides e glicemia. Para a avaliação dos itens citados
foram utilizados os seguintes procedimentos:
O Índice de Massa Corporal [IMC = peso (kg)/estatura (m)2]
classificou e categorizou em percentil 85o (P85°) aqueles com
sobrepeso e no percentil 95o ou acima (P95°) os obesos (CDC,
2000). O peso foi mensurado em balança eletrônica digital portátil da
marca Plena®, com capacidade para 180 quilogramas. A estatura foi
mensurada utilizando um estadiômetro portátil. A medida foi
realizada com o avaliado em posição ortostática, descalço, em pé, de
forma ereta, com os membros superiores pendentes ao longo do
corpo, calcanhares unidos e as pontas dos pés afastados
aproximadamente 60° entre si, com o peso corporal distribuído
igualmente sobre ambos os pés e a cabeça orientada no plano de
Frankfurt paralelo ao solo. No momento da definição da medida o
avaliado estava em apnéia inspiratória e com as superfícies
posteriores dos calcanhares, da cintura pélvica, cintura escapular e
região occipital em contato com a escala de medida.
Foram coletados aproximadamente 8 ml de sangue de cada
indivíduo para análise laboratorial e determinação do HDL-C,
triglicérides (TG) e glicemia em jejum.
Os sujeitos foram instruídos com uma semana de
antecedência sobre alguns cuidados que deveriam tomar para
participarem da coleta sanguínea, conforme recomendações da
Sociedade Brasileira de Cardiologia: a) jejum prévio obrigatório de no
mínimo 12h; b) evitar o consumo de álcool 3 dias antes do teste; e c)
evitar o abuso alimentar (em especial gordura) no dia anterior ao
teste. Foi usado o método enzimático-colorimétrico automatizado
para análise. O perfil de risco aterogênico foi classificado de acordo
com a I Diretriz de Prevenção da Aterosclerose na Infância e
Adolescência: colesterol HDL-C: < 45 mg/dL; Triglicérides: ≥ 130
mg/dL e Glicemia ≥110 mg/dL .
34
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Análise Estatística
A análise dos dados foi efetuada através de estatística
descritiva (média e desvio-padrão) e para verificar o grau de relação
entre as variáveis foi utilizado a Correlação de Pearson. A
distribuição de freqüência relativa e absoluta foi utilizada para
demonstrar a prevalência dos fatores de risco. O Programa utilizado
foi o Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 13.0, o
nível de significância foi de p<0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estudos longitudinais demonstram que fatores de risco
como, obesidade, dislipidemias e hiperglicemia, entre outros,
quando presentes na adolescência, são mais importantes em
predizer eventos na idade adulta do que os fatores de risco presentes
no momento da ocorrência do evento cardiovascular, enfatizando a
importância do seu reconhecimento precocemente (FONSECA et al,
2008 apud Li et al, 2003).
Este estudo analisou os fatores de risco para doença
cardiovascular em escolares da cidade de Jacarezinho. As
informações referentes às características da amostra são
apresentadas na tabela 1.
Masculino
Feminino
N = 46
Média
Idade
12,6
IMC
20
HDL-C
51,6
Triglicérides
76
Glicemia
82,4
N = 67
DP
0,8
Média
12,9
DP
0,9
3,9
20;3
3,9
12
53,6
13,1
64,9
35,6
42
9
80,5
7,7
Índice de massa corporal (IMC): Desvio Padrão (DP)
Considerando a prevalência de fatores de risco
cardiovasculares nos escolares participantes desse estudo, em
relação ao estado nutricional, 70,6% dos escolares apresentavam
IMC esperado para a faixa etária, 14,7% sobrepeso, 9,2% obesidade
e 5,5% apresentavam baixo peso.
35
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
O excesso de peso corporal e a obesidade resultam da
interação entre o suprimento calórico, proveniente da dieta alimentar,
e a demanda energética associada à prática de atividade física, além
da eficiência do organismo para converter em energia gasta a
energia consumida (GUEDES; GUEDES, 1998).
Em nosso estudo verificou-se que a maior parte dos
escolares apresenta hábito alimentar inadequado, ingerindo grandes
quantidades de alimentos gordurosos e com excesso de açúcar
(dados não demonstrados).
Além disso, o hábito de assistir à televisão por várias horas
ao dia e a difusão de atividades de lazer envolvendo prioritariamente
diversões eletrônicas, acompanhadas de intensas campanhas
publicitárias de estímulo a ocupação do tempo livre com atividades
sedentárias, são fortes contribuintes ao abandono de práticas
lúdicas que exigem esforços físicos mais intensos, se constituindo,
entre outros, fatores que justificam a maior proporção de
adolescentes com sobrepeso e obesos (GUEDES; GUEDES, 1998).
Estes achados estão de acordo com estudos de prevalência
realizados com amostras de adolescentes brasileiros em diversas
regiões do país, os quais observaram excesso de peso de 4,7% a
22,9% nas moças e 12,1% a 21,1% para os rapazes (STABELINI,
2007; FONSECA et al., 1998; GERBER; ZIELINSKI, 1997;
GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004; GUEDES et al., 2006; RETECHUKI
et al., 2005; SILVA et al., 2005).
No estudo de Monego e Jardim (2006), o IMC evidenciou
que 7,2% têm baixo peso, 76,8% estão eutróficos, 11,0% têm
sobrepeso e 4,9% estão obesos. O conjunto dos dois últimos valores
indica 16,0% da população estudada, valor inferior ao observado no
presente estudo (23,9% sobrepeso + obesos).
Em relação ao perfil lipídico, os dados de prevalência são
apresentados no gráficos 1a e 1b.
Gráfico 1a: Prevalência de valores indesejáveis para HDL-C para ambos os sexos (%).
Gráfico 1b: Prevalência de valores indesejáveis para Triglicérides para ambos os sexos
(%).
36
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Analisando as informações da glicemia de jejum, nenhum
dos escolares avaliados apresentou valores de glicose sanguínea
acima de 110 mg/dL. Este resultado vai de encontro ao relatado por
Ferreira et al. (2007) que nenhuma das crianças avaliadas foi
diagnosticada com glicemia de jejum alterada, pois, segundo Weiss
et al. (2004), este distúrbio é muito raro em crianças, mesmo acima
do peso.
A proporção de indivíduos com valores indesejáveis de
colesterol total foi inferior aos demonstrados por Giuliano et al. (2005)
e Seki et al. (2001) e similares aos encontrados por Ribeiro et al.
(2006). No entanto, nossos resultados foram superiores aos
relatados por Gerber e Zielinski (1997) e Guedes et al. (2006).
Entretanto, deve ser mencionado que os valores considerados como
indesejáveis por Guedes et al. (2006) e por Ribeiro et al. (2006) foram
acima de 200 mg/dL.
Para os sujeitos com valores diminuídos de lipoproteína de
alta densidade (HDL-C) observa-se que a prevalência de sujeitos
com valores indesejáveis foi similar a outros estudos com amostras
regionalizadas (GERBER e ZIELINSKY, 1997; GIULIANO et al.,
2005; GUEDES et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006; SEKI et al., 2001).
Quanto aos triglicérides séricos, Seki et al. (2001), Giuliano
et al. (2006) e Stabelini (2007) encontraram prevalências de
indivíduos com valores inadequados superiores ao atual estudo,
porém, os achados de Gerber e Zielinsky (1997) e Guedes et al.
(2006) foram próximos ao presente estudo.
O aumento na prevalência da obesidade na adolescência
registrado nos últimos anos explicaria, em grande parte, o avanço da
Diabete Melito tipo 2 em populações jovens. Estudos relacionam as
elevadas taxas de obesidade na infância e adolescência ao
sedentarismo e à mudança nos hábitos alimentares, freqüentemente
com dietas hipercalóricas e hipergordurosas (GABBAY et al, 2003).
Estudos mostraram que a obesidade na infância e na
adolescência constitui importante fator de risco para o
desenvolvimento da síndrome metabólica, associada a doenças
cardiovasculares na maturidade (SIRINIVASAN et al, 1996).
Muitos estudos têm sido desenvolvidos de modo a investigar
a prevalência de fatores de risco em escolares, considerando ser
nesse período que os padrões de dieta e estilo de vida encontram-se
em estruturação, com possíveis implicações futuras. Dessa forma,
uma intervenção nessa fase da vida sobre os fatores de risco
detectados se torna extremamente necessária, visando determinar
mudanças benéficas no perfil de risco encontrado.
37
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Muito ainda se discute na literatura sobre a associação dos
fatores de risco cardiovasculares com a prática de atividade física em
crianças e adolescentes, neste sentido, calcularam-se os
coeficientes de correlação de Pearson para avaliar a relação do IMC
com os fatores de risco nesta amostra de escolares. Observou-se
associações significativas entre IMC com HDL-C (r=-0,255; p<0,01)
e com triglicérides (r=0,224;p<0,05). Não foi observada associação
significativa entre IMC e os níveis glicêmicos (r=0,048; p>0,05).
Stabelini (2007) avaliou escolares de São Mateus do Sul, PR
e observou que rapazes com sobrepeso têm mais chances de
apresentar níveis elevados de TG. Kim et al. (2006) avaliaram 1412
adolescentes coreanos de ambos os sexos e encontraram valores
significativamente inferiores de triglicérides nos indivíduos com peso
normal comparados a seus pares com sobrepeso e obesidade.
No entanto, apesar da hipertrigliceridemia isolada não
constituir um fator de risco independente para a aterosclerose, haja
vista que, seu grau de risco varia diretamente com os valores de LDL
ou na razão inversa do HDL, o aumento nos seus níveis pode
favorecer a trombogênese por se associar à ativação de fatores de
coagulação e ao aumento da adesividade plaquetária (SBC, 1996).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados do presente estudo indicam que os fatores de
risco para doença cardiovascular estão elevados, considerando a
idade da amostra. Assim, levando em conta as informações
levantadas no presente estudo, destaca-se a importância da
prevenção desses fatores de risco desde a infância.
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Contato:
UENP – Centro de Ciências da Saúde
Alameda Padre Magno, 841.
Jacarezinho, PR
[email protected]
41
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Antonio Stabelini Neto, Géssika Castilho, Sara Crosatti Barbosa,
Luiz Roberto Paez Dib, Marília Yuri Meneghel Okuyama, Rinaldo
Bernardelli Júnior.
GPEVES - Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP
RESUMO
Introdução e objetivo: Um fato que tem chamado a atenção da
comunidade científica nos últimos anos é que os índices de
sedentarismo têm aumentado de modo alarmante também na
população pediátrica, sendo que este acontecimento tende a se
intensificar com o avanço da idade. Nesta perspectiva, o presente
estudo se propôs a comparar os índices de atividade física em
escolares de diferentes faixas etárias. Metodologia: O estudo foi
realizado na cidade de Jacarezinho, PR. Foram convidados para
participar do estudo todos os escolares matriculados no ensino
fundamental e ensino médio. A amostra final contou com a
participação de 516 escolares, sendo 231 do sexo masculino e 285
do sexo feminino. Para medida da atividade física foi aplicado o
questionário, proposto por Baecke e colaboradores. Para
comparação entre as faixas etárias [1)10-12,9 anos; 2) 13-15,9 anos;
3) 16-18,9 anos] foi utilizado a ANOVA one way, com p<0,05.
Resultados: Verificou-se que as crianças do sexo masculino
possuem maiores índices de atividade física do que as meninas. Em
relação às faixas etárias, foram observadas diferenças significativas
entre os grupos para o índice de trabalho/escola (F=9,23; p=0,000),
esportivo (F=14,56; p=000) e total (F=13,16; p=0,000), com os
escolares da 1ª faixa etária demonstrando maiores índices de
atividade física. Considerações Finais: Estratégias devem ser
elaboradas para impedir o declínio dos índices de atividade física
com o avanço da idade e a manutenção de um estilo de vida
fisicamente ativo por toda a vida.
Palavra – chave: atividade física, escolares, faixa etária.
42
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PHYSICAL ACTIVITY IN CHILDREN AND ADOLESCENTS WITH
DIFERENT AGES GROUPS
ABSTRACT
Introduction and objective: A fact that has drawn the attention of the
scientific community in recent years is that rates of inactivity have also
increased alarmingly in the pediatric population, and this event tends
to increase with advancing age. In this perspective, the objective of
the present study was to compare the rates of physical activity in
students of different ages. Methodology: The study was conducted
in Jacarezinho, PR. Were invited to participate in the study all
students enrolled in elementary school and high school. The final
sample included the participation of 516 students who were 231
males and 285 females. To measure physical activity the Baecke
questionnaire was applied. For comparison between age groups [a)
10 to 12.9 years, 2) 13 to 15.9 years, 3) 16 to 18.9 years] was used to
ANOVA's, with significance level of p<0.05. Results: It was found that
male children have higher levels of physical activity than girls.
Regarding age groups, significant differences were observed
between groups for the index of work / school (F = 9.23, p = 0.000),
sports (F = 14.56, p = 000) and total (F = 13.16, p = 0.000), with the
students from 1st age group showing higher levels of physical activity.
Conclusions: Strategies should be developed to prevent the decline
in rates of physical activity with advancing age and maintaining a
physically active lifestyle throughout life.
Key words: physical activity, schoolchildren, age groups.
INTRODUÇÃO
A atividade física pode ser definida como o movimento
corporal produzido pela contração músculo esquelética que eleva
substancialmente o dispêndio de energia (ASCM, 2003, p. 4).
A prática regular de atividade física está associada a
mudanças favoráveis no perfil dos lipídios e lipoproteínas no sangue,
redução na gordura corporal, redução nas pressões sanguíneas e
aumento na sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos
(POWERS; HOWLEY, 2000, p. 286).
43
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Neste sentido, a atividade física habitual tem sido
reconhecida como componente importante de um estilo de vida
saudável pelo fato de prevenir e/ou minimizar o desenvolvimento de
doenças coronarianas e seus fatores de risco associados (BAR-OR,
1994; BOREHAM; RIDDOCH, 2001).
No entanto, o que tem se observado na sociedade moderna
é um aumento progressivo dos índices de sedentarismo em diversos
países do mundo. No Brasil, estudos de base epidemiológica têm
demonstrado dados alarmantes sobre a prevalência de
sedentarismo na população adulta (VIGITEL, 2007).
Porém, um fato que tem chamado a atenção da comunidade
científica nos últimos anos é que os índices de sedentarismo têm
aumentado de modo alarmante também na população pediátrica,
sendo que este declínio na prática de atividade física tende de
intensificar com o avanço da idade. Narder et al. (2008)
determinaram os padrões de atividade física moderada a vigorosa
(AFMV) em 1.032 adolescentes seguidos longitudinalmente dos 9
aos 15 anos de idade. Os autores observaram que aos 9 anos de
idade, as crianças participavam de AFMV por aproximadamente 3
horas por dia nos dias de semana e nos finais de semana, sendo que
a participação semanal em AFMV diminuía em 38 minutos por ano e
no final de semana em 49 minutos por ano. Já aos 15 anos de idade,
os adolescentes participavam em AFMV por apenas 49 minutos por
dia da semana e 35 minutos por dia do final de semana.
Em vista destas considerações, como ainda são poucos os
relatos do comportamento da atividade física em amostras
regionalizadas brasileira, o presente estudo se propôs a comparar os
níveis de atividade física em escolares da cidade de Jacarezinho, PR
de diferentes faixas etárias.
METODOLOGIA
Amostra
O estudo foi realizado na cidade de Jacarezinho –PR. Foram
convidados para participar do estudo todos os escolares
matriculados nas 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries do ensino fundamental e 1º, 2º
e 3º ano do ensino médio do Colégio Alfa e Escola Estadual
Imaculada Conceição. Todos os escolares presentes na sala de aula
no momento da aplicação do questionário foram convidados a
44
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
participar da pesquisa de modo voluntário. A amostra final contou
com a participação de 516 escolares, sendo 231 do sexo masculino e
285 do sexo feminino, na faixa etária dos 10 aos 18 anos de idade.
Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa na
Universidade Estadual do Norte do Paraná.
Procedimentos
Para medida da atividade física dos escolares foi utilizado o
método subjetivo através da aplicação do questionário, autoaplicado, proposto por Baecke e colaboradores (1982). O
questionário de acordo com o autor é dividido em três seções: Seção
1 - Atividades no trabalho e na escola: composta por oito questões,
sendo a primeira com resposta escrita para ocupação profissional e
as demais de com marcação seletiva das alternativas, com variação
do escore de 01 a 05; Seção 2 – Atividades esportivas, programas de
exercícios físicos e lazer: nessa seção o escolar deveria responder a
questão de número 09 com resposta de sim ou não para praticante
de atividade física. Caso respondesse sim continuava na questão 9.1
até 9.6 com escores de 1 a 5. Ao responder não, o escolar não
respondia as questões de 9.1 a 9.6 e passava a responder as
questões 10, 11 e 12, com escores de 01 a 05. Seção 3 – Atividades
de ocupação do tempo livre: questões de número 13 a 16, com
escores de 01 a 05.
As respostas foram utilizadas para calculo dos índices de
atividade física para cada uma das seções (trabalho/escola,
esportivo e lazer) de acordo com a proposta do autor e a somatória
destes índices como o índice total de prática de atividade física
(BAECKE et al., 1982).
Análise Estatística
A análise dos dados foi efetuada através de estatística
descritiva (média e desvio-padrão). Para comparação da prática de
atividade física entre os gêneros sexuais foi utilizado o teste t de
Student para grupos independentes. Para comparação entre as
faixas etárias [1)10-12,9 anos; 2) 13-15,9 anos; 3) 16-18,9 anos] foi
utilizado a análise de variância de um fator e para localizar as
diferenças apontadas na ANOVA foi empregado o teste de
comparação múltipla de Tukey. O Programa utilizado foi o Statistical
Package for Social Science (SPSS) versão 13.0, o nível de
significância adotado foi de p<0,05.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As informações referentes às características da amostra são
apresentadas na tabela 1. Dos escolares participantes da pesquisa,
25,6% pertence à classe socioeconômica A, 48,1% a classe B,
24,6% a classe C e 1,7% a classe D.
Tabela 1. Caracterização da amostra.
Masculino
N= 231
Feminino
N= 285
t
P
Índice de Trabalho/Escola
Índice Esportivo
Índice de Lazer
2,69
0,5
2,59
0,4
2,4
0,017
2,57
0,6
2,09
0,5
9,2
0,0001
2,53
0,7
2,44
0,7
1,2
0,08
Total
7,75
1,2
7,07
1,22
6,0
0,0001
Valores expressos em média e desvio padrão.
Verifica-se que as crianças do sexo masculino possuem
maiores níveis de atividade física em suas atividades habituais,
mostrando-se mais ativas, corroborando com estudos anteriores
(STABELINI 2007; MASCARENHAS et al., 2005; MACHADO et al.,
2002).
Samdal et al. (2006) estudaram a tendência da atividade
física e tempo em atividades sedentárias (TV) em adolescentes de
sete países do continente europeu (Áustria, Finlândia, Hungria,
Noruega, Escócia, Suécia e Gales). Em todos os países os meninos
auto-reportaram maior participação em AFMV do que as meninas.
Atribuímos estes resultados às características culturais do
ambiente onde as crianças estão inseridas, pois aparentemente, os
meninos são mais incentivados a brincadeiras ativas e recebem mais
estímulos com bolas, bastões e outros objetos utilizados nos
movimentos de manipulação. Todas estas experiências acarretam
na melhor performance distinguida nos resultados. Sendo assim, fica
evidente a possibilidade de existência de intervenção dos pais, que
de fato é indispensável para que ocorram mudanças nos hábitos de
vida das crianças ao caso de resultantes no acervo motor. Sendo que
o comportamento hipocinético pode provocar complicações
fisiológicas cumulativas, como a obesidade que vão se manifestar já
na infância, a partir da adolescência, ou até na vida adulta (PINHO e
PETROSKI, 1999).
46
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Na tabela 2 são apresentados os índices de prática de
atividade física para cada uma das seções e total de acordo com as
três faixas etárias. Foram observadas diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos para idade (F=1378,78; p=0,000),
índice de trabalho/escola (F=9,23; p=0,000), esportivo (F=14,56;
p=000) e total (F=13,16; p=0,000). Não foram observadas diferenças
significativas em linguagem estatística para o índice de lazer entre as
faixas etárias.
Tabela 2. Comparação dos índices de atividade física entre as
diferentes faixas etárias.
Idade
Índice de Trabalho/Escola
Índice Esportivo
Índice de Lazer
Total
Faixa etária 1
N= 132
Faixa etária 2
N= 229
11,68 0,72,3
2,80 0,4 2,3
14,48 0,9 1,3
2,3
2,55
0,5
2,57
0,8 2,3
7,87
1,2 2,3
Faixa etária 1
N= 144
16,9
0,7 1,2
2,58
0,5
1
2,57
0,4 1
2,27
0,6 1
2,17
0,6 1
2,44
7,24
0,7
2,48
7,17
0,7
1,2
1
1,2 1
Valores expressos em média e desvio padrão.
'diferente da faixa etária 1;²diferente da faixa etária 2;³diferente da faixa etária 3
Os resultados encontrados no presente estudo vão de
encontro com os achados de Trost et al., (2000) que avaliaram
objetivamente através da acelerometria em escolares de diferentes
graus (classes) e observaram que os mais novos apresentaram
maior tempo de prática de atividade física de intensidade moderadaa-vigorosa e que este tempo diminuiu progressivamente com o
avanço da idade.
Da mesma forma, Andersen e colaboradores (2006)
avaliaram os níveis de atividade física em 1.732 escolares (9-15 anos
de idade) da Dinamarca, Estônia e Portugal e verificaram que a
maioria as crianças (9 anos) realizavam mais minutos por dia de
AFMV (>2.000 counts) do que os adolescentes (15 anos).
Como relatado nos estudos previamente citados, há uma
variação quanto à quantidade e tipo de prática da atividade física em
diferentes populações, assim deve ser levado em consideração às
particularidades culturais de cada região. Todavia, um padrão é
semelhante entres as pesquisas em países díspares, no qual o sexo
masculino é fisicamente mais ativo do o sexo feminino e que a prática
de atividade física declina significativamente com o avanço da idade.
47
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Nesta perspectiva, muito ainda se discute sobre as
características determinantes para que, não somente os jovens, mas
indivíduos de todas as faixas etárias adotem e mantenham um estilo
de vida fisicamente mais ativo como parte de seu cotidiano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados do presente estudo confirmam evidencias
prévias de as crianças são fisicamente mais ativas comparadas aos
adolescentes. Neste sentido, sabendo da importância da prática
regular de atividade física na saúde e qualidade de vida, estratégias
devem ser elaboradas para impedir o declínio dos índices de
atividade física com o avanço da idade e a manutenção de um estilo
de vida fisicamente ativo por toda a vida.
REFERÊNCIAS
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EKELUND, U.; BRAGE, S.; ANDERSSEN, S. A. Physical activity and
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Cardiol. v.86, p. 439-50, 2006.
MACHADO, H. S.; CAMPOS, W.; SILVA, S. G. Relação entre
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
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7, n. 1, p. 63-70, 2002.
MASCARENHAS, L.P.G.; SALGUEIROSA, F.M.; NUNES, G.F.;
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NARDER, P. R.; BRADLEY, R. H.; HOUTS, R. M.; McRITCHIE, S. L.;
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2007. Dissertação de Mestrado. Mestrado em Educação Física,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR.
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VIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA
DOENÇAS CRÔNICAS POR INQUÉRITO TELEFÔNICO –
49
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
VIGITEL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estimativas sobre freqüência e
distribuição Sócio-demográfica de fatores de risco e proteção para
doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiro e no Distrito
Federal em 2006. Brasília, 2007.
Antonio Stabelini Neto
UENP – Centro de Ciências da Saúde
Alameda Padre Magno, 841.
Jacarezinho, PR
email: [email protected]
50
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA HABITUAL DE ATIVIDADE
FÍSICA E A PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA
Aryane Flauzino Machado, Fabio Antonio Neia Martini.
Universidade Estadual do Norte do Paraná. Centro de Ciências da
Saúde. Jacarezinho – Paraná, Brasil.
RESUMO
A síndrome metabólica (SM) se coloca na atualidade como uma
disfunção de identidade própria que se caracteriza pela união de
vários fatores de risco cardiovascular, como alterações de pressão
arterial, níveis de colesterol plasmático, obesidade e resistência à
insulina. Pesquisas epidemiológicas mostram a relação direta entre
a inatividade física e a presença desses fatores. Este estudo tem por
objetivo analisar a significância entre a presença da SM com a prática
habitual da atividade física. A coleta de dados incluiu 1112 sujeitos de
ambos os sexos, com idades entre 20 e 80 anos, que procuraram o
Laboratório Diagnóstico de Análises Clínicas S/C Ltda, Ourinhos –
SP, durante o período de abril de 2007 a março de 2008. Os
procedimentos empregados foram aprovados pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina e
acompanharam normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional
de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Para avaliar a
prática de atividade física foi utilizado o International Physical Activity
Questionnaire (IPAQ). A prevalência de SM estimada para a
população estudada é de 22,9%, os sujeitos classificados como
insuficientemente ativos, de acordo com recomendações
relacionadas à prática habitual de atividade física, correspondem a
33,5% e, a vulnerabilidade para apresentar síndrome entre sujeitos
que relataram realizar esforços físicos moderado/vigorosos por <
150 minutos/semana em comparação com seus pares que relataram
realizar por > 300 minutos/semana, alcança uma proporção próxima
de 70-85%. Observa-se que a prática habitual de atividade física,
considerada como uma prática de baixo custo, apresenta real
importância na prevenção e na reabilitação da síndrome metabólica,
pois tem relação significativa com a redução dos fatores de risco
presentes e com a melhora da qualidade de vida.
Palavras-chave: Síndrome Metabólica, Prática de Atividade Física,
Risco Cardiovascular.
51
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RELATIONSHIP BETWEEN THE HABITUAL PRACTICE OF
PHYSICAL ACTIVITY AND THE PRESENCE OF SYNDROME
METABOLIC
ABSTRACT
To metabolic syndrome it is placed at the present time as a
dysfunction of own identity that it is characterized by the union of
several factors of cardiovascular risk, as blood pressure alterations,
levels of cholesterol plasmatic, obesity and resistance to the insulin.
Epidemic researches show the direct relationship between the
physical inactivity and the presence of those factors. This study has
for objective to analyze the relationship among the presence of SM
with the habitual practice of the physical activity. The collection of data
included 1112 subject of both sexes, with ages among 20 and 80
years that sought the Laboratory Diagnosis of Clinical Analyses S/C
Ltda, Ourinhos - SP, during the period of April of 2007 to March of
2008. The employed procedures were approved for the Committee of
Ethics in Research of the State University of Londrina and they
accompanied norms of the Resolution 196/96 of the National Council
of Health on research involving human beings. To evaluate the
practice of physical activity International it was used Physical Activity
Questionnaire (IPAQ), the relationship of dear SM for the studied
population is of 22,9%, the subjects classified as insufficiently assets,
in agreement with recommendations related to the habitual practice
of physical activity, correspond to 33,5% and, the easiness to present
syndrome among subjects that told to accomplish efforts physical
moderated/vigorous for <150 minutes/week in comparison with your
pairs that told to accomplish for> 300 minutes/week, reaches a close
proportion of 70-85%. it is Observed that the habitual practice of
physical activity, considered as a practice of low cost, it presents real
importance in the prevention and in the rehabilitation of the metabolic
syndrome, because he/she has significant relationship with the
reduction of the factors of risk presents and with the improvement of
the life quality.
Key-Words: Metabolic syndrome, Practice of Physical Activity, Heart
Attack Risk
52
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
INTRODUÇÃO
A predisposição para complicações do aparelho circulatório
(insuficiência cardíaca, doença coronária, infarto agudo do miocárdio
e acidente vascular encefálico) vem tentando ser explicada pela
identificação de um conjunto de fatores de risco para doenças
cardiovasculares, como obesidade, hiperglicemia, hipertensão
arterial sistêmica e dislipidemia. (NAKAZONE, 2007)
Através da união desses vários fatores de risco, tornou-se
definido a nomenclatura de Síndrome Metabólica (SM), que pode ser
caracterizada então por um transtorno complexo representado por
um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente
relacionados à deposição central de gordura e à resistência à
insulina. (I DBSM, 2005)
As doenças cardiovasculares e sua crescente prevalência
tem se tornado caso de saúde pública, pois estão sendo definidas
como causa da mortalidade em geral e importante fato
desencadeante de incapacidade nacional e mundial. (GOTTLIEB,
CRUZ, BODANESE, 2008)
A partir de então, essa doença tem sido classificada como
uma desordem primariamente de alta ingestão energética.
Entretanto, observa-se controvérsias de grande parte da obesidade
é devida ao baixo gasto energético, o que torna a inatividade física da
vida moderna o maior fator etiológico do crescimento sugerido dessa
doença (CIOLAC, GUIMARÃES, 2004).
Outra definição encontrada atualmente é de que a Síndrome
Metabólica vem sendo considerada a Síndrome da Civilização, por
se tratar de um distúrbio metabólico provocado pela quebra da
homeostasia corporal. (GOTTLIEB, CRUZ, BODANESE, 2008)
Depois de muitos estudos, o National Cholesterol Education
Program's Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), a fim de
diagnosticar a síndrome metabólica e identificar fatores de risco
cardiovascular associados. Nesses critérios incluem a história clínica
do paciente, o exame físico e exames laboratoriais.De forma geral
deve ser avaliado então a medida da circunferência abdominal, os
níveis de pressão arterial, a glicemia de jejum e a dosagem do HDL colesterol e dos triglicerídeos, como observados no Quadro 1.
53
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Tabela 1 - Componentes da Síndrome Metabólica segundo o NCEAP-ATP III
Componentes
Níveis
Obesidade Abdominal Homens*
Obesidade Abdominal Mulheres*
Triglicerídeos
HDL Colesterol Homens
HDL Colesterol Mulheres
Pressão Arterial
Glicemia de Jejum
> 102 cm
> 88 cm
> 150 mg/dL
< 40 mg/dL
< 50 mg/Dl
> 130 mmHg ou > 85 mmHg
> 110 mg/dL
* Obesidade analisada por meio de circunferência abdominal
A presença dos fatores de risco apresentados tem sido
observada em indivíduos que não possuem o hábito da atividade
física e também baixo nível de condicionamento físico, como descrito
em vários estudos. Essa relação tem se mostrado tão importante
quanto fatores mais conhecimentos como fumo, dislipidemia e
hipertensão arterial. (CIOLAC, GUIMARÃES, 2004)
A prática de atividade física é capaz de reduzir o risco de
mortes prematuras, doenças cardiovasculares e também previnem o
ganho de peso, segundo a OMS. Já o condicionamento físico
adquirido com o exercício, reduz a mortalidade e morbidade, mesmo
em indivíduos que se mantêm obesos. (PENTEADO, GOMES, 2008)
METODOLOGIA
Este estudo contou com 1112 sujeitos de ambos os sexos,
com idades entre 20 a 80 anos, que procuraram o Laboratório
Diagnóstico de Análises Clínicos S/C Ltds, Ourinhos – SP, Brasil,
durante o período de abril de 2007 a março de 2008.
Utilizou-se como critérios de inclusão a idade, não estar
submetido a dietas básicas, não utilzar medicamentos de uso
contínuo e não ser portador de doenças cardiovasculares ou
metabólicas.
Para tal, os procedimentos empregados foram aprovados
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de
Londrina e acompanharam normas da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres
humanos.
Esses sujeitos foram submetidos a avaliação de medidas de
estatura, peso corporal, circunferência de cintura e de quadril,
54
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
cálculos do índice de massa corporal (IMC), níveis de pressão
arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), teores de triglicerídeos
(TG), colesterol sérico total (CT) e frações, lipoproteínas de alta
densidade (HDL-C), de baixa densidade (LDL-C) e de muito-baixa
densidade (VLDL-C). Os TG foram determinados pelo método
enzimático glicerol.
Para a definição de SM foram utilizados os critérios de
definição do NCEP- ATP III já mencionado no Quadro 1.
As informações que nos são de maior importância são em
relação à prática habitual de atividade física e essas foram avaliadas
de acordo com o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ),
proposto pelo Grupo Internacional para Consenso em Medidas da
Atividade Física, em seu formato curto, versão 8, tendo como
referência a última semana.
Os sujeitos, através das informações obtidas pelo
questionário, podem ser divididos em quatro grupos, como o
proposto pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de
São Caetano do Sul:
Muito-Ativo: ≥ 30 minutos/sessão de atividades vigorosas ≥ 5
dias/semana; e/ou ≥ 20 minutos/sessão de atividades vigorosas ≥ 3
dias/semana somadas á ≥ 30 minutos/sessão de atividades
moderadas ou caminhadas ≥ 5 dias/semana;
Ativo: ≥ 20 minutos/sessão de atividades vigorosas ≥ 3
dias/semana; e/ou ≥ 30 minutos/sessão de atividades moderadas ou
caminhadas ≥ 5 dias/semana; e/ou ≥ 150 minutos/semana de
qualquer das atividades somadas (vigorosa + moderada +
caminhada);
Irregularmente Ativo: < 150 e > 10 minutos/semana de
qualquer das atividades somadas (vigorosa + moderada +
caminhada); e
Sedentário: ≤ 10 minutos/semana de qualquer das
atividades somadas (vigorosa + moderada + caminhada).
As informações estatísticas foram realizadas através do
pacote computadorizado Statistical Package for the Social Science
(SPSS), versão 13.0 e para a análise das variáveis contínuas
recorreu-se aos procedimentos da estatística descritiva e,
posteriormente, para identificação de eventuais diferenças entre os
sexos, ao teste “t” de Student e para a extensão com que os
indicadores relacionados à prática de atividade física e à composição
da dieta possam estar associados à ocorrência da SM deverá ser
estabelecida mediante estimativas de Odds Ratio (OR).
55
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A prevalência de sujeitos classificados como
insuficientemente ativos é equivalente a 33,5%, acompanhando
recomendações internacionais relacionadas à pratica habitual de
atividade física (> 150 minutos/semana de atividade física com
intensidades moderada-vigorosa). Essa proporção
significativamente torna-se mais elevada em mulheres (39,6%) do
que em comparação com homens (27,4%). Em relação à idade a
condição de insuficientemente ativo é mais elevada em idades ≥ 50
anos (37,9%), declinando significativamente nos estratos de idades
entre 31 e 49 anos (34,4%) e ≤ 30 anos (28,8%).
Tabela 2 - Prática de Atividade Física Moderada - Vigorosa
< 150 minutos/semana
>300 minutos/semana
%
%
33,5
19,5
Mulheres
39,6
16,7
Homens
27,4
22,4
≤ 30 Anos
31 – 49 Anos
≥ 50 Anos
28,8
34,4
37,9
< 25 kg/m2
25 – 30 kg/m2
> 30 kg/m2
29,5
34,4
38,6
Total
Gênero
Idade
23,9
20,4
15,1
IMC
22,2
19,5
17,4
A prevalência de SM estimada para a população estuda é de
22,9%, sendo significativamente mais elevada nos homens (26,5%)
em comparação com as mulheres (19,3%).
56
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Tabela 3 – Componentes da Síndrome Metabólica
%
Circunferência de
%
%
36,7
39,2
33,4
Triglicerídeos
23,1
16,8
29,9
HDL – Colesterol
45,4
47,4
41,5
Glicemia em Jejum
12,5
10,2
14,8
Pressão Arterial
46,2
46,1
45,8
Síndrome Metabólica
22,9
19,3
26,5
Cintura
Circunferência de Cintura (mulheres > 88 cm; homens > 102 cm); Triglicerídeos (≥ 150
mg/dL), HDL - Colesterol (mulheres < 50 mg/dL; homens < 40 mg/dL); Glicemia em
jejum (≥ 110 mg/dL); Pressão arterial (sistólica ≥ 130 mmHg e/ou diastólica ≥ 85
mmHg); Síndrome Metabólica (≥ 3 componentes).
Os componentes mais prevalentes tanto em mulheres como
em homens são pressão arterial ≥ 130/85 mmHg (46,1% e 45,8%,
respectivamente) e HDL - Colesterol ≤ 50/40 mg/dL (47,4% e 41,5%,
respectivamente), enquanto o componente menos prevalente é a
glicemia em jejum ≥ 110 mg/dL, presente em 10,2% das mulheres e
14,8% dos homens.
A prevalência de SM é progressiva e significativamente
menor de acordo com a quantidade de pratica habitual de atividade
física. Entre sujeitos que praticam atividade física > 300 min./semana
a SM esta presente em 13,4% das mulheres e 20,4% dos homens, ao
passo que, entre sujeitos que menos praticam atividade física (< 150
min./semana), a SM é diagnostica em 26,3% das mulheres e 34,1%
dos homens.
Tabela 4 – Prevalência de Síndrome Metabólica e Quantidade de Prática Habitual de
Atividade Física
Mulheres (%)
Homens (%)
> 300 min./semana
13,4
20,4
150 – 300 min./semana
18,5
25,5
< 150 min./semana
26,3
34,1
57
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Em se tratando da prática habitual de atividade física, os
resultados apontam significativamente maior vulnerabilidade para
apresentar SM entre sujeitos que relataram realizar esforços físicos
moderado/vigorosos por < 150 minutos/semana em comparação
com seus pares que relataram realizar esforços físicos
moderado/vigorosos por > 300 minutos/semana. Essa maior
vulnerabilidade, ajustada pelas demais variáveis consideradas no
modelo de regressão logística, alcança proporção próxima de 7085% (mulheres – OR = 1,85; 95% IC 1,42 – 2,30; homens – OR =
1,71; 95% IC 1,30 – 2,14)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos dados apresentados neste estudo, conclui-se
que a prática habitual de atividade física, considerada como uma
prática de baixo custo, apresenta real importância na prevenção e na
reabilitação em indivíduos acometidos pela síndrome metabólica,
pois tem relação significativa com a redução dos fatores de risco
presentes e com a melhora da qualidade de vida.
A realização de pelo menos 30 minutos de atividade física
(podendo ser elas formal ou de lazer, realizadas de maneira contínua
ou acumuladas em sessões pelo menos 10 minutos), de intensidade
no mínimo moderada, cerca de três ou preferencialmente todos os
dias da semana, e em que haja dispêndio total de 700 kilocalorias
(kcal) a 1.000 kcal por semana tem sido proposta para a manutenção
da saúde e para a prevenção de grande variedade de doenças
crônicas. (CARLET et. al., 2006)
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síndrome metabólica: aspectos genético-evolutivos e nutricionais.
Scientia Medica. Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 31-38. Jan./mar, 2008.
58
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome
Metabólica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Volume 84,
Suplemento I. Abril, 2005.
NAKAZONE, M. A. Prevalência de síndrome metabólica em
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PENTEADO, F. R., GOMES, N. M. Atividade física e síndrome
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ano 13, nº125. Outubro, 2008.
[email protected]
59
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
CORRELAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES ÍNDICES
ANTROPOMÉTRICOS E O PERCENTUAL DE GORDURA
CORPORAL DE INGRESSANTES EM ACADEMIA DE
GINÁSTICA DE CURITIBA/PR
Guilherme da Silva Gasparotto1; Lívia Pimenta Renó2; Michael
Pereira da Silva1; Rodrigo Bozza1.
1Universidade Federal do Paraná
2Universidade Federal de São Paulo
RESUMO
Introdução e Objetivo: A obesidade hoje é tratada pelos órgãos de
saúde pública como epidemia. Muitos problemas metabólicos como
dislipidemias, hipertensão arterial e diabetes estão associados ao
excesso de peso corporal. Os índices antropométricos são
comumente utilizados para classificação da condição nutricional,
assim o objetivo do estudo foi identificar o melhor índice
antropométrico que representa o percentual de gordura corporal
avaliado por dobras cutâneas. Metodologia: Foram realizadas
avaliações antropométricas de percentual de gordura (%GC), Índice
de Massa Corporal (IMC), Circunferência de Cintura (CC),
Circunferência Abdominal (CA), Relação Cintura/Quadril (RCQ) e
verificada a correlação de Pearson (p<0,05) entre o %GC e os outros
índices antropométricos. Resultados: O índice que mostrou maior
correlação com o %GC foi o IMC (r=0,66). Entre os índices
antropométricos somente o RCQ não mostrou correlação com o
%GC (r=0,06) Considerações finais: A utilização de outros índices
antropométricos pode ser realizada em associação ao IMC na
classificação da condição nutricional do indivíduo.
Palavras-chave: Obesidade, Percentual de gordura corporal,
Índices antropométricos.
60
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
CORRELATION BETWEEN DIFFERENT ANTHROPOMETRIC
INDICATORS AND THE PERCENTAGE OF BODY FAT OF
BEGINNERS IN FITNESS CENTER IN CURITIBA/PR
ABSTRACT
Introduction and Objective: Obesity is now handled by public
health authorities as an epidemic. Many metabolic problems such as
dyslipidemia, hypertension and diabetes are associated with excess
body weight. Anthropometric indices are commonly used for
classification of nutritional status, so the objective was to identify the
best anthropometric index that represents the percentage of body fat
measured by skinfolds. Methodology: We performed
anthropometric assessments of body fat percentage (%BF), body
mass index (BMI), waist circumference (WC), Abdominal
circumference (AC), Waist / Hip relation(WHR) and the correlation of
Pearson (p <0.05) between %BF and the other anthropometric
indices. Results: The index showed a higher correlation with %BF
was the BMI (r = 0.66). Among the anthropometric indices only WHR
showed no correlation with %BF (r = 0.06). Conclusion: The use of
other anthropometric indices can be performed in association with
BMI in the classification of nutritional status of the individual.
Keywords: Obesity, percentage of body fat, anthropometric indices
INTRODUÇÃO
A obesidade hoje é tratada pelos órgãos de saúde pública
como epidemia. Muitos problemas metabólicos como dislipidemias,
hipertensão arterial e diabetes estão associados ao excesso de peso
corporal. Assim muitos estudos são direcionados na tentativa de
identificar a melhor forma de representar através de índices
antropométricos a condição nutricional de seres humanos em
subpeso, eutrófico, sobrepeso ou obesidade (OMS, 2007; SBC,
2006).
Atualmente o padrão ouro para avaliação do volume e
disposição da gordura corporal é feita através do DEXA (dual energy
X ray), no entanto a utilização desse tipo de avaliação
freqüentemente torna-se inviável pelo alto custo financeiro, falta de
especialistas e praticidade em sua manipulação (BELL et al 2007;
SILLANPAA et al., 2007).
61
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Devido ao menor custo e mais simples utilização, para
avaliação da proporção de gordura corporal em ambiente clinico
utiliza-se comumente o percentual de gordura corporal adquirido
pela bioimpedância ou através de dobras cutâneas utilizando o
plicômetro, no entanto essas avaliações ainda dependem de
profissional treinado e no caso da bioimpedância dispende um custo
considerável (SILLANPAA et al., 2007, LAZAAR et al., 2007).
Outros índices antropométricos como o Índice de Massa
Corporal (IMC), Relação Cintura Quadril (RCQ), a Circunferência da
Cintura (CC) e a Circunferência Abdominal (CA) são utilizados para
representar a condição nutricional de forma simplificada. No entanto,
esses índices propõem diferentes formas de interpretação dessa
condição, relacionada à regionalização da gordura corporal, sendo o
IMC referente à gordura generalizada e os outros índices indicando
sua centralização, que por muitos estudos tem sido relacionada com
a gordura visceral, mais nociva à saúde do ser humano (JANSSEN et
al 2009, SILLANPAA et al., 2007, LAZAAR et al., 2007, SOUZA et al
2003, MARTINS e MARINHO, 2003).
Durante muito tempo o IMC foi utilizado para a classificação
da condição nutricional do indivíduo, porém alguns estudos mostram
resultados contraditórios na afirmação do índice que melhor
caracteriza o sobrepeso ou obesidade de acordo com a proporção de
gordura corporal. Assim o objetivo desse estudo é mostrar quais
índices antropométricos entre o IMC, RCQ, CC e CA apresentam
maior correlação com o percentual de gordura corporal.
METODOLOGIA
População e amostra
Esse estudo foi realizado com uma amostra intencional com
93 indivíduos adultos de ambos os sexos, sendo 39 mulheres e 54
homens com média de idade de 29 ± 7,3 anos, todos sedentários,
ingressantes de uma academia de ginástica em Curitiba, PR.
Instrumentos e procedimentos
Para a avaliação do percentual de gordura corporal foi
utilizado o protocolo sugerido por Petroski (1995), com utilização de
quatro dobras cutâneas, triceptal, subescapular, suprailíaca e
panturrilha. Os pontos de corte para o percentual de gordura corporal
utilizada foi de ≥ 15% para homens e ≥ 25% para mulheres segundo
National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases
(NIDDIK) (1993).
62
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Para avaliação do massa corporal, estatura e perimetrias
seguiram-se as orientações metodológicas de Heyward e Stolarczyk
(1996).
Para ser realizada a medida da estatura, utilizou-se uma fita
antropométrica metálica fixada na parede e escalonada em 0,1m, a
avaliada estava descalça, com o peso distribuído entre os pés e
braços relaxados, e instruída a manter-se o mais ereta possível. A
cabeça foi posicionada de forma que a face se mantivesse na
vertical.
Para determinação da massa corporal foi utilizada uma
balança digital, marca Welmy RI W 200, com resolução de 0,1kg. Os
avaliados estavam descalços e usando roupas leves, ao subirem na
balança foram orientados a distribuírem a massa corporal entre
ambos os pés. O IMC foi definido dividindo a massa corporal pela
estatura ao quadrado, IMC=massa corporal (kg)/estatura (m)2. Os
pontos de corte utilizados para IMC foram <25kg.m-² (Dentro das
recomendações), ≥25kg.m-² (Acima das recomendações).
A CC foi obtida com uma fita antropométrica metálica
escalonada em 0,1m, medida na parte mais estreita do dorso,
quando visto no aspecto anterior, no ponto médio entre o último arco
costal e a crista ilíaca. A CA foi realizada transversalmente sobre a
cicatriz umbilical do avaliado. Para os pontos de corte da CC e CA
foram utilizados ≥ 80 cm e para os homens ≥ 94 cm sugeridos pela
Associação Brasileira de Medicina e Conselho Federal de Medicina
(AMB e CFM, 2004).
A circunferência do quadril foi aferida transversalmente
sobre a maior porção observada do quadril do avaliado.
O RCQ foi obtido pela divisão da circunferência da cintura
pela do quadril. Os pontos de corte adotados foram ≥ 0,95 para
homens e ≥ 0,80 para mulheres como sugerido por Kissebah (1985).
Todas as medidas foram realizadas pelo mesmo antropometrista.
Análise estatística
O método descritivo foi utilizado para a caracterização da
amostra expressando valores médios e desvio padrão. A distribuição
de freqüência foi utilizada para a obtenção das proporções de valores
alterados de %GC, IMC, CC, CA e RCQ.
A Correlação de Pearson foi utilizada para verificar a relação
entre as variáveis IMC, CC, CA, RCQ e idade com o percentual de
gordura corporal com nível de significância estipulado em p<0,05.
63
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As características da população estudada expressas em
média e desvio padrão estão descritas na Tabela 1.
Tabela 1. Valores de média e desvio padrão das variáveis.
IDADE (anos)
ESTATURA (cm)
PESO (kg)
IMC (kg/m2)
RCQ
CC (cm)
CA (cm)
%GC
MASCULINO
FEMININO
Média/DP
26 ± 6,3
174 ± 9,7
79 ± 15
25 ± 5,2
0,88 ± 0,07
86,5 ± 10,8
88,5 ± 12,7
21,1 ± 7,8
Média/DP
28 ± 8
162 ± 6,2
69 ± 14
24 ± 4,1
0,79 ± 0,08
79 ± 9,2
80 ± 8,6
28 ± 7,9
DP: desvio padrão, IMC: índice de massa corporal, RCQ: relação cintura/quadril, CC:
Circunferência da Cintura, CA: Circunferência Abdominal, %GC: Percentual de
Gordura Corporal
As proporções de indivíduos observados com índices
antropométricos acima do recomendado foram para o IMC, 55,9%
(52), para a CC 27,9% (26), para a CA 43%(40), para o RCQ 14% (13)
e %GC 73,1%(68). As proporções dos índices antropométricos
encontrados estão na Tabela 2.
Tabela 2. Valores das proporções de indivíduos acima e dentro das recomendações
estabelecidas para os índices antropométricos
IMC (kg/m2)
CC (cm)
CA (cm)
IRCQ
%GC
ACIMA DAS
RECOMENDAÇÕES
DENTRO DAS
RECOMENDAÇÕES
55,9%
27,9%
43%
14%
73,1%
44,1%
72,1%
57%
86%
26,9%
IMC: Índice de Massa Corporal, CC: Circunferência de Cintura, CA: Circunferência
Abdominal
IRCQ: Índice de Relação Cintura/Quadril, %GC: Percentual de Gordura Corporal
64
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
O percentual de gordura corporal mostrou correlação
significativa com os índices antropométricos IMC (r=0,66), CC
(r=0,42), CA (r=0,53), além da idade (r=0,39), todas as correlações
com o valor de p< 0,05. No entanto o RCQ (r=0,06) e o sexo (r=0,01)
não mostraram correlação com o percentual de gordura corporal. As
correlações estão expostas na tabela 3.
Tabela 3. Correlação dos índices antropométricos, idade e sexo com o percentual de
gordura corporal.
IMC
CC
R
0,66*
0,42*
p
0,022
0,031
CA
0,53*
0,029
RCQ
0,06
0,912
IDADE
0,39*
0,034
R = Coeficiente de correlação entre a variável dependente e variáveis independentes;
IMC: Índice de Massa Corporal, CC: Circunferência de Cintura, CA: Circunferência
Abdominal; RCQ: Relação Cintura/Quadril, %GC: Percentual de Gordura Corporal; p:
Nível de significância
Na tentativa de estabelecer relações entre com o percentual
de gordura corporal, estudos classificando alunos de academias de
ginástica de acordo com índices antropométricos são
freqüentemente publicados (GROSSI et al., 2010, COSTA et al.,
2007 )
Proporções de indivíduos com índices antropométricos
classificatórios da condição nutricional encontradas no presente
estudo foram similares aos encontrados em estudos prévios. Esses
estudos mostram correlações significativas entre os índices
antropométricos, IMC, CC, CA, RCQ com o percentual de gordura
corporal. No presente estudo o percentual de gordura corporal
mostrou correlação com os índices IMC, CC e CA, além de se
correlacionar com a idade (GROSSI et al., 2010, COSTA et al., 2007).
O fato do percentual de gordura não ter mostrado correlação
com o RCQ corrobora com outros estudos que afirmam esse índice
não ser o melhor indicador de obesidade abdominal, comparado aos
que têm sido utilizados ultimamente, circunferência abdominal ou de
cintura (RAMOS, 2005; MARTINS e MARINHO, 2003,).
65
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Apesar de estudos nacionais utilizarem tanto a CC quanto a
CA para classificarem a obesidade centralizada, a OMS recomenda
que essa medida seja feita sobre a cicatriz umbilical, o que
corresponde no Brasil à medida de CA. No entanto,
internacionalmente essa medida é nomeada waist circunference, o
que pode causar confusão de operacionalização, constantemente
sendo feitas as medidas com a descrição nacional de circunferência
de cintura, entre a última costela flutuante e a crista ilíaca (PITANGA
e LESSA, 2005; MARTINS e MARINHO, 2003). No presente estudo,
tanto a CC quanto a CA tiveram correlação com o percentual de
gordura corporal, no entanto foi maior em CA.
A própria OMS (2007) sugere o RCQ aumentado como
medida antropométrica de fator de risco cardiovascular, contudo,
esse índice não mostrou correlação significativa com o %GC,
diferentemente da CA que indicou a correlação mais alta entre os
indicadores de obesidade central.
Devido à regionalização da gordura corporal, centralizada,
tipo de gordura que mostra-se mais nociva à saúde cardiovascular,
os estudos realizados com índices antropométricos tem sugerido
que na classificação de obesidade por tais índices a realização da
medida de CA seja feita associada à do IMC para um diagnóstico
completo do problema de sobrepeso e obesidade e seu risco
(JANSSEN et al., 2009). Além dos índices antropométricos a idade
também se mostrou correlacionada com o %CG. Já o sexo não
mostrou significância quando correlacionada ao %GC nessa
amostra. Diferente de outros resultados da literatura que mostram
idade e sexo relacionados com a gordura corporal (GROSSI et al.,
2010; COSTA et al., 2007)
Esse estudo apresenta algumas limitações. Devido à
amostra ser composta por indivíduo matriculados em uma academia
de ginástica, não se pode garantir que seguiram as recomendações
feitas para antes das avaliações, quanto à alimentação, repouso e
atividades físicas, o que pode influenciar as medidas
antropométricas. Além disse os estudos de correlação não podem
mostrar relação de causa e efeito, no entanto para que haja tal
relação necessariamente deve existir correlação entre as variáveis.
66
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse estudo mostrou que apesar de diversos índices
antropométricos serem sugeridos para classificação de obesidade, o
IMC foi o que melhor se correlacionou com o percentual de gordura
corporal dessa amostra. Sugere ainda que a utilização dos índices de
CA seja utilizado em conjunto com o IMC para detecção de risco na
centralização da gordura corporal e não como índice isolado na
classificação nutricional dos indivíduos.
REFERÊNCIAS
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DE MEDICÍNA. Sobrepeso e obesidade: Diagnóstico. Projeto
diretrizes, 2004
BELL, M. L.; WATTS K.; SIAFARIKAS, A. et al. Exercise Alone
Reduces Insulin Resistance in Obese Children Independently of
Changes in Body Composition. Journal Clinical Endocrinology
Metabology, v. 92 n.11, p. 4230–4235, 2007
COSTA, R. F.; GUISELINI, M.; FISBERG, M. Correlação entre
porcentagem de gordura e índice de massa corporal de
freqüentadores de academia de ginástica. Revista brasileira
Ciência e Movimento. v.15 n.4 p. 39-46, 2007
GROSSI, T.; LIMA, L. R.; KARASIAK, F. C. Relação entre a gordura
corporal e indicadores antropométricos em adultos freqüentadores
de academia. Motricidade v.6 n. 2, p. 35-45, 2010
HEYWARD, V. H; STOLARCZYK, L. M. Applied Body Composition
Assessment. Human Kinetics, 1996
JANSSEN, I.; KATZMARZYK, P. T.; SRINIVASAN, S. R et al.
Combined Influence of Body Mass Index and Waist Circumference on
Coronary Artery Disease Risk Factors Among Children and
Adolescents. Pediatrics; v.115 p.1623-1630, 2005
67
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
KISSEBAH, A. H.; VYDELINGUM, N.; MURRAY, R. et al. Relation of
body fat distribution to metabolic complications of obesity. Journal
Clinical Endocrinology and Metabology v.54 p.254-260, 1982
LAZAAR, N.; AUCOUTURIER, J.; RATEL, S. et al. Effect of physical
activity intervention on body composition in Young children: influence
of body mass index status and gender. Acta Paediatrica, v.96,
p.1315–1320, 2007
MARTINS, I. S.; MARINHO S. P. O potencial diagnóstico dos
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obesidade centralizada. Revista de Saúde Pública v.37 n.6 p. 7607, 2003
NATIONAL INSTITUTE OF DIABETES AND DIGESTIVE AND
KIDNEY DISEASES. Understanding adult obesity. NIHPubl..Rockvilli, MD: National Institute of Health n° 94 – 3680,
1993.
PETROSKI, E. L. (1995). Desenvolvimento e validação de equações
generalizadas para a predição da densidade corporal. Tese de
Doutorado. UFSM-RS, Universidade Federal de Santa Maria
PITANGA, F. J. G.; LESSA I. Indicadores Antropométricos de
Obesidade como Instrumento de Triagem para Risco Coronariano
Elevado em Adultos na Cidade de Salvador – Bahia. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia – v. 85, n. 1, 2005
RAMOS, S. A. Avaliação do estado nutricional de universitários.
Dissertação de Mestrado, 2005
SILLANPAA, E.; HAKKINEN, A.; NYMAN, K. et al. Body Composition
and Fitness during Strength and/or Endurance Training in Older Men.
Medicine & Science in Sports & Exercise, v.40 n.5 p.950- 958,
2007
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006.
68
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
SOUZA, L. J.; NETO, C. G.; CHALITA, F. E. B. et al. Prevalência de
Obesidade e Fatores de Risco Cardiovascular em Campos, Rio de
Janeiro. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v.
47 n.6, 2003
WORLD HEALTH ASSOCIATION. Prevention of Cardiovascular
Disease Guidelines for assessment and management of
cardiovascular risk. 2007
Endereço para contato:
Av. Republica Argentina. No. 719, Água verde, Curitiba/PR.
Email: [email protected]
69
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
ASSOCIAÇÃO DO EXCESSO DE PESO CORPORAL E
HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UNIVERSITÁRIOS DA UENPJACAREZINHO/PR
Maicon Salles1; Guilherme da Silva Gasparotto1; Lívia Pimenta
Renó2
1Universidade Federal do Paraná-UFPR
2Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP
RESUMO
Introdução e objetivo: O número de indivíduos com excesso de
peso corporal vem crescendo e se tornando um dos maiores fatores
de risco à saúde em vários países. A hipertensão pode estar
associada ao excesso de peso em diversas populações, assim em
universitários. Esse estudo buscou verificar a associação do excesso
como de peso corporal com a hipertensão arterial em estudantes da
UENP. Metodologia: Foi realizada verificação do IMC e Pressão
arterial de 158 universitário da UENP e aplicado a técnica de
regressão logística para verificação da razão de chances com nível
de significância em p<0,05. Resultados: Os universitários com
sobrepeso/obesidade mostraram mais chances (odds ratio = 40,00)
de apresentar hipertensão arterial comparados aos indivíduos com
peso normal, além de probabilidade de 48% de desenvolverem
hipertensão. Considerações finais: O excesso de peso corporal se
mostrou associado à hipertensão na amostra de universitários da
UENP- Jacarezinho/PR
Palavras- chave: Excesso de peso, Hipertensão, Universitários
70
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
ASSOCIATION OF EXCESS BODY WEIGHT NA ARTERIAL
HYPERTENSION IN THE UNIVERSITY
UENP JACAREZINHO/PR
ABSTRACT
Introduction and objective: The number of overweight individuals has
been growing and becoming one of the major risk factors to health in
several countries. The hypertension may be associated with
overweight in different populations as undergraduates. This study
aims to evaluate the association between excess body weight with
hypertension in college students. Methods: We performed
verification of BMI and blood pressure of 158 university of UENP and
applied logistic regression to check the odds ratio with a significance
level of p <0.05. Results: The students were overweight or obese
were 40 times more likely to have hypertension compared with
normal weight and 48% probability of developing hypertension.
Conclusion: Excessive body weight was associated with
hypertension in the sample of university students from UENPJacarezinho/PR.
Key words: Overweight, Hypertension, University
INTRODUÇÃO
Na sociedade contemporânea o número de indivíduos acima
do peso vem crescendo e se tornando um dos maiores fatores de
risco à saúde em vários países (CARNEIRO et al., 2003). Segundo a
Sociedade de Cardiologia (2006), a hipertensão (HA) é considerada
o terceiro maior fator de risco em países desenvolvidos, relacionado
com distúrbios da composição corporal, como o aumento do peso.
No Brasil o número de pessoas com excesso de peso
apontou um relevante crescimento em décadas anteriores e esse
número continua em aumento (MENDONÇA et al., 2004). As
mudanças demográficas, socioeconômicas e epidemiológicas
influenciaram com o passar dos anos há uma convergência
nutricional diminuindo a taxa de desnutrição e elevando os
indicadores de obesidade (PEREIRA et al., 2003). O aumento da
hipertensão na população brasileira também apresentou um
crescente significativo na ultima década e pode estar relacionado
com essa elevação dos indicadores de obesidade (MAGNA et al.,
2003).
71
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Pessoas obesas podem apresentar resistência ao
gerenciamento de insulina no organismo, esta em demasia favorece
a HA, já que o nível de insulina em excesso pode incentivar o
aumento da resistência vascular periférica, aumentando a pressão
nas artérias (CARNEIRO et al., 2003). A HA se caracteriza pelo
distúrbio do fluxo sangüíneo podendo gerar enfermidades
cardiovasculares, doença renal, diabetes e anomalias lipídicas
(TAVARES et al., 1997). Estudos mostraram que em indivíduos com
IMC aumentado observa-se elevação da pressão arterial, tornando
possível identificar a possível influência do excesso de peso corporal
sobre os níveis de pressão arterial (CARNEIRO et al., 2003). Estudos
relacionando sobrepeso e/ou obesidade com hipertensão têm sido
freqüentemente realizados em diversas populações, no entanto em
universitários ainda não esta clara a intensidade dessa relação.
Assim este estudo procurou verificar as chances de universitários
com sobrepeso ou obesidade apresentarem hipertensão arterial.
METODOLOGIA
População e amostra
A amostra foi composta por 158 alunos, com idade média de
21 ± 6,7 anos, 52 do sexo masculino e 106 do sexo feminino,
ingressantes nos cursos de Letras, Filosofia, História, Pedagogia,
Matemática, Educação Física e Fisioterapia no ano de 2008, na
Universidade Estadual do Norte do Paraná -UENP – campus
Jacarezinho-PR.
Instrumentos e procedimento
Os alunos foram submetidos a avaliações de estatura.
Massa corporal e pressão arterial.As medidas antropométricas
foram realizadas de acordo com a proposta de Heyward e Stolarczyk
(1996). Onde a medida da estatura foi realizada mediante utilização
uma fita antropométrica metálica fixada na parede e escalonada em
0,1m, onde o avaliado estava descalço, com o peso distribuído entre
os pés e braços relaxados, e instruído a manter-se o mais ereto
possível. A cabeça foi posicionada de forma que a face se
mantivesse na vertical.
Para determinação da massa corporal foi utilizada uma
balança digital marca G-Life Cristal com resolução de 0,1 Kg, as
avaliados estavam descalços e usando roupas leves e ao subirem na
balança foram orientados a distribuírem sua massa corporal entre
ambos os pés.
72
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
O IMC foi definido pela divisão da massa corporal pela
estatura ao quadrado: IMC = massa corporal (Kg) / estatura (m)2. Os
pontos de corte utilizados para IMC foram e <25 kg/m² (eutróficos), ≥
25 kg/m² e sobrepeso/ obesidade (WHO, 2007).
A pressão arterial (PA) foi mensurada de acordo com as
recomendações da SBC (2006), através do método auscultatório no
braço direito de cada avaliado mediante utilização de um
estetoscópio e um esfigmomanômetro analógico, estes estavam por
pelo menos 5 minutos em repouso, sentadas com as pernas
descruzadas, pés apoiados no chão e dorso recostado na cadeira. O
braço foi posicionado na altura do coração com a palma da mão
voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. O manguito do
esfigmomanômetro foi posicionado a cerca de 2 a 3 centímetros da
fossa cubital, e a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial
sem compressão excessiva. Duas aferições foram realizadas com
intervalo mínimo de 2 minutos entre as aferições e os valores médios
foram utilizados para a análise.
A pressão arterial sistólica (PAS) foi determinada no
aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff), e a pressão
arterial diastólica (PAD) com o desaparecimento do som (fase V de
Korotkoff) e os avaliados foram classificados como hipertensos se a
PAS se apresentasse maior ou igual a 140 mmHg e a PAD maior ou
igual a 90 mmHg, ou na identificação de uso de medicamento antihipertensivo.
O presente estudo foi conduzido de acordo com a resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde e teve início após os
avaliados assinarem um termo de consentimento livre esclarecido
concordando com os procedimentos a serem realizados.
Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS for
Windows versão 13.0. Para descrição dos dados foram utilizadas
medidas de tendência central (média) e dispersão (desvio-padrão). A
técnica de regressão logística foi aplicada para verificar a razão de
chances de indivíduos com sobrepeso ou obesidade desenvolverem
hipertensão. O nível de significância estipulado para as análises foi
de p<0,05.
73
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As descrição da amostra estudada encontra -se na tabela 1.
Tabela 1. Descrição da amostra em sexo masculino e feminino
IDADE (anos)
ESTATURA (cm)
PESO (kg)
IMC (kg/m2)
PAS
PAD
MASCULINO
FEMININO
Média/DP
21,9 ± 5,6
175 ± 0,06
73,2 ± 13,7
23,7 ± 3,8
118,5 ± 11,3
74,4 ± 8,7
Média/DP
21,7 ± 7,1
1,63 ± 0,06
57 ± 7
21,4 ± 2,6
104,4 ± 10,4
67,6 ± 8,2
IMC: Índice de Massa Corporal, PAS: Pressão Arterial Sistólica, PAD: Pressão Arterial
Diastólica
No presente estudo foi possível observar proporção de
15,8% dos indivíduos acima do peso corporal, segundo a
classificação pelo IMC. Estudos realizados com amostras de
universitários têm mostrado diferentes proporções de indivíduos
apresentando peso acima da recomendação segundo a mesma
classificação. Simão et al. 2004 apresentaram proporção de 41,4%
de indivíduos indicando sobrepeso/obesidade em uma universidade
do sul do Brasil. No entanto Simão et al. (2008) apresentaram
proporção mais aproximada do presente estudo, porém ainda mais
elevada, em 20,3% de sobrepeso/obesidade entre universitários da
Angola. As divergências nas proporções podem estar associadas
com o estilo de vida das diferentes populações, para tal comparação
seria necessária a observação dessa variável de difícil controle.
Foi possível observar também que 9,5% da amostra
apresentaram quadro de HA segundo a classificação da SBC (2006).
Essa proporção mostra-se menor do que se tem visto em estudos
prévios com amostras de universitários. Oliveira et al. (2008)
identificaram 17,8% de indivíduos hipertensos em estudantes de
ciências biológicas e da saúde. Já Simão et al. (2008) em
universitários da Angola mostrou prevalência de 23,5% de
hipertensão arterial em alunos de ambos os sexos.
74
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
A regressão logística mostrou que os indivíduos
apresentando sobrepeso/obesidade têm mais chances (odds ratio =
40,00) de possuírem HA comparados aos indivíduos que
apresentaram o peso corporal dentro das recomendações.
Estudantes com sobrepeso/obesidade apresentaram ainda
probabilidade de desenvolvimento de hipertensão em 48% (LogPi= 0,08). Já os indivíduos que não apresentam excesso de peso
corporal mostram probabilidade de 2,26% de desenvolvimento da
HA (LogPi = -3,76). A tabela 2 mostra os resultados de razão de
chances (odds ratio) de hipertensão em indivíduos com excesso de
peso corporal.
Tabela 2. Razão de chances de hipertensão para indivíduos com
excesso de peso corporal
Coeficiente EP
3,68
0,7
Z
5,21
P
<0,001
Odds
40,00
IC
9,99 – 160,28
EP: Erro Padrão, Z: coeficiente da regressão, p: Nível de significância, Odds: Razão
de Chances, IC: Intervalo de Confiança
Muitos estudos têm mostrado relações entre excesso de
peso corporal e HA (GASPAROTTO et al 2009, OIVEIRA et al. 2008,
SIMÃO 2004)
A verificação da associação entre o sobrepeso/obesidade
com a pressão arterial mostra-se importante forma de identificação
de risco cardiovascular devido à facilidade de mensuração dessas
variáveis sem necessidade de técnicas invasivas e exames
metabólicos menos acessíveis.
Correlações simples têm sido visto em muitos trabalhos
relacionando excesso de peso com hipertensão em diversas
populações. Em universitários esse tipo de associação também se
mostra bem explorada (GASPAROTTO, 2009; OLIVEIRA et al. 2008;
COELHO 2005).
A regressão logística pode mostrar de forma mais clara o
risco de desenvolvimento de hipertensão em indivíduos com
excesso de peso corporal. Em universitários essa técnica estatística
mostra-se pouco explorada SILVA et al. (2008).
75
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Em outras populações a razão de chances (odds ratio) é
freqüentemente utilizada para estimação de hipertensão arterial em
indivíduos com sobrepeso/obesidade. Em adolescentes Silva et al
(2009) encontraram o valor de odds ratio 59,6 para a apresentação
de hipertensão em indivíduos com excesso de peso corporal.
Carneiro et al. (2003) mostraram 6 vezes mais chances de
desenvolver hipertensão em indivíduos adultos jovens com excesso
de peso corporal.
Algumas das limitações desse estudo foram a falta de
representatividade da amostra possibilitando generalizar os dados
para toda população e devido a mensuração das variáveis em sala
de aula também se torna difícil o controle das atividades realizadas
anteriormente, o que pode ter alguma influencia nos resultados de
peso e pressão arterial, no entanto os resultados se mostraram
consistentes na verificação da associação do excesso de peso com a
HA.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse estudo pode mostrar as proporções de universitários
com excesso de peso corporal e HA, além da associação entre essas
variáveis. Os indivíduos com sobrepeso/obesidade mostraram mais
chances de desenvolvimento de hipertensão comparado aos que
não apresentaram excesso de peso.
Esse estudo sugere ainda que, no período universitário,
apesar de na juventude apresentar menos problemas agudos
relacionados a fatores de risco cardiovasculares, deve-se ter
atenção para ações preventivas, pois já é possível verificar tais
complicações nessa fase, as quais podem acompanhar os
universitários até idades mais avançadas.
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sobre a prevalência de hipertensão arterial e outros fatores de risco
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Endereço para contato: Av. Republica Argentina. No. 719, Água
verde, Curitiba/PR. Email: [email protected]
78
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE JOVENS ATLETAS DE
FUTEBOL DO MUNICÍPIO DE JACAREZINHO, PARANÁ
Fabio da Silva Ferreira Vieira**, Carlos Eduardo de Araújo, Danilo
Saad*, Luiz Roberto Paez Dib*, Ídico Luiz Pellegrinotti**
*Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP. Jacarezinho –
Paraná – Brasil.
** Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP. Piracicaba –
São Paulo – Brasil.
RESUMO
Através de dados do perfil antropométrico de atletas é possível
identificar as características morfológicas fundamentais para um
rendimento apropriado para cada desporto em suas respectivas
categorias. O trabalho realizado tem como objetivo encontrar o perfil
de jovens atletas com idade entre 15 e 18 anos da cidade de
Jacarezinho frequentadores da escolinha de futebol para a
montagem do protocolo de treinamento durante a temporada,
fazendo um comparativo entre as posições de jogo que ocupam. O
estudo foi realizado no inicio do mês de março e contou com a
participação de 46 voluntários. Foram mensuradas as variáveis
antropométricas (peso, estatura), calculando-se o Índice de Massa
Corporal (IMC) e o percentual de gordura, utilizando o protocolo de
Slaughter. Onde foi encontrada a média de idade (16,35 ± 0,14 anos),
a estatura (1,71 ± 0,07 metros), ao peso corporal (59,06 ± 1,31 kg), ao
IMC (19,90 ± 0,25 kg/m²) e percentual do gordura (11,84 ± 0,70 %),
posteriormente, fez-se uma subdivisão dos voluntários de acordo
com a posição ocupada, respeitando o setor de atuação, da seguinte
maneira: goleiros, defensores, meio-campistas e atacantes. Notouse que o grupo retrata uma grande homogeneidade em todos os seus
aspectos, levando em consideração os valores das médias obtidas.
Ainda assim, foi possível ressaltar a importância da avaliação
antropométrica como base para a elaboração de protocolos de
treinamento em determinados grupos esportivos formados por
jovens.
Palavras-chave: Futebol – Jovens – Atletas
79
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
ANTHROPOMETRIC PROFILE OF YOUNG FOOTBALL
PLAYERS IN THE CITY OF JACAREZINHO, PARANÁ
ABSTRACT
Using data from the anthropometric profile of athletes is possible to
identify the morphological characteristics essential for a proper
income for each sport in their respective categories. The work aims to
find the profile of young athletes aged between 15 and 18 years of the
town of Jacarezinho attending soccer school for assembly of the
training protocol during the season, making a comparison between
the game positions they occupy. The study was conducted at the
beginning of March and was attended by 46 volunteers. We
measured anthropometric variables (weight, height), calculating the
Body Mass Index (BMI) and fat percentage, using the protocol of
Slaughter. Where you found the average age (16.35 ± 0.14 years),
height (1.71 ± 0.07 meters), body weight (59.06 ± 1.31 kg), BMI (19,
90 ± 0.25 kg / m²) and percentage of fat (11.84 ± 0.70%) later became
a subdivision of the volunteers according to the position occupied,
respecting the performance sector, as follows: goalkeepers,
defenders, midfielders and attackers. It was noted that the group
portrays a great homogeneity in all its aspects, taking into account the
mean values obtained. Still, it was possible to highlight the
importance of anthropometric measurements as a basis for
development of protocols for training in specific sports groups formed
by young people.
KEY-WORDS: Soccer – Young - Athletes
INTRODUÇÃO
Entre os Jogos Desportivos Coletivos o futebol assume
características particulares, já que a respectiva dimensão de
aleatoriedade permite que no confronto entre equipes de diferente
escalão competitivo a percentagem de resultados positivos para as
equipes de menor nível, é superior ao verificado para outras
modalidades. (SANTOS 1999)
Desse modo, treinadores, preparadores físicos e
pesquisadores têm-se esforçado na tentativa de adequar o perfil
antropométrico dos atletas às exigências específicas de cada
modalidade, com a finalidade de levá-los ao rendimento máximo.
(GOBBO et al., 2002).
80
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
A avaliação e a determinação das características
antropométricas (estatura, massa corporal e composição corporal)
se faz essencial para o sucesso de uma equipe não só durante um
jogo, mas durante toda a temporada, visto que tais informações
podem e devem ser utilizadas pelo treinador para mudar a função do
jogador ou até mesmo mudar a forma tática de toda equipe, com o
objetivo de maximizar o desempenho, uma vez que cada posição
apresenta características peculiares. (PRADO et al. 2006)
Assim, inúmeros pesquisadores têm procurado investigar,
particularmente ao longo das últimas décadas, as características
físicas de atletas de elite na tentativa de explicar o desempenho
atlético, relacionando-o com o sucesso e o fracasso dentro do
esporte (GOBBO 2002).
É importante ressaltar que a preparação física nos esportes
coletivos de alto rendimento é elaborada de acordo com a função
tática, haja vista que as exigências específicas, características
morfológicas e de desempenho motor são diferentes. (AVELAR et
al., 2008).
Os jogadores de futebol atuam em posições diferentes no
campo de jogo, onde cada posição requer do futebolista diferentes
esforços, como meio-campistas, defensores e atacantes (VIEIRA,
2008).
METODOLOGIA
O estudo envolveu a população composta por 46
voluntários, participantes da equipe Sub-18 da Escolinha de Futebol
do Departamento Municipal de Esportes da cidade de Jacarezinho,
Paraná.
A inclusão dos voluntários deu-se através de: a)
apresentação de um atestado médico comprovando estar apto para
a prática do futebol; b) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
assinado pelo responsável; c) estar matriculado e freqüentando
assiduamente os treinamentos por no mínimo um ano. Os alunos não
enquadrados nas especificações foram excluídos do estudo.
Para a avaliação foi utilizado as dependências da academia
da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) localizada no
Centro de Ciências da Saúde, Campus Jacarezinho.
O peso corporal foi mensurado em uma balança de
plataforma, digital, marca Plena@, com precisão de 0,1kg e
capacidade para 180kg, o avaliado posicionado em pé, sem calçado
e trajando apenas o calção utilizado no treinamento.
81
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
A estatura foi obtida através de uma fita métrica fixada na
parede a um metro do chão, o valor obtido em centímetros (cm) com
precisão de 0,1cm. Com o avaliado em posição ortostática, descalço,
em pé, de forma ereta, com os membros superiores pendentes ao
longo do corpo, calcanhares unidos e as pontas dos pés afastados
aproximadamente 60° entre si, com o peso corporal distribuído
igualmente sobre ambos os pés e a cabeça orientada no plano de
Frankfurt paralelo ao solo. No momento da definição da medida o
avaliado estava em apneia inspiratória e com as superfícies
posteriores dos calcanhares, da cintura pélvica, cintura escapular e
região occipital em contato com a escala de media.
O Índice de Massa Corporal [IMC = peso (kg)/estatura (m)²]
foi classificado e categorizado em percentil 85° (P85°) àqueles com
sobrepeso e no percentil 95° ou acima (P95°) os obesos, uma vez
que esses valores correspondem ao IMC 25 e 30 kg/m/²,
respectivamente, ajustados para idade e sexo.
A composição corporal foi avaliada pela técnica de
espessura do tecido celular subcutâneo. Três medidas foram
tomadas em cada ponto, em seqüência rotacional, do lado direito do
corpo, sendo registrado o valor mediano. Para tanto, foram aferidas
as seguintes dobras cutâneas: Triciptal, Subescapular e perna
medial, sempre realizada por um único avaliador e a utilização de um
adipometro cientifico da marca Cescorf.
Para a comparação entre as posições que cada atleta
exerce dentro do jogo, foi consultado o responsável técnico da
referida equipe, denominando cada individuo e classificando-os
como goleiros (n=03), defensores, onde foram contidos os laterais e
zagueiros (n=16), meio campitas (n=14) e atacantes (n=13).
Após a coleta, os dados obtidos foram tabulados, utilizando
o programa Excel for Windows 7.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados são apresentados por posicionamento dos
atletas durante o jogo, relacionado com média, desvio padrão,
valores mínimos e máximos e, coeficiente de variação. Na tabela 1,
encontramos os dados referentes às idades dos atletas. A tabela 2,
nos apresenta a estatura, a tabela 3, o peso, a tabela 4, o Índice de
Massa Corporal e a tabela 5, o percentual de gordura.
82
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Segundo FILIN (1998) a faixa etária em questão apresenta
expressiva variabilidade no que diz respeito à passagem pelo
período sensível de ganho de determinadas capacidades físicas,
como força, resistência, flexibilidade e velocidade, facilitando ou não
o êxito em determinadas execuções como o futebol.
Goleiros
Defensores
Meio-campistas
Atacantes
Média
DP
Mínimo
Máximo
CV
Com base nos dados da tabela 1 nota-se que a média de
idade de todos os grupos é muito parecida, evidenciando uma grande
homogeneidade segundo esse aspecto.
Verifica-se também que o no setor de meio campo e defesa
encontra-se os indivíduos na faixa etária limite para a participação
dessa categoria. Assim como nesses mesmos setores, além do
ataque da equipe, encontrarem-se atletas mais novos, o que
corrobora com a argumentação de SILVA (2006), no que diz respeito
à mescla de idade no setor de meio campo das equipes de futebol.
Média
DP
Mínimo
Máximo
CV
Tabela 2 – Caracterização dos atletas pela estatura
Goleiros
Defensores
Meio-campistas
1,71
1,72
1,71
0,13
0,08
0,08
1,57
1,55
1,52
1,90
1,89
1,84
0,07
0,04
0,04
Atacantes
1,70
0,08
1,53
1,85
0,05
Valores referentes à estatura estão expressos em metros. Coeficiente de Variação expresso em %.
Nota-se, na Tabela 2, que a média de altura de todas as
idades mostra também homogeneidade, porém fica evidenciado que
os valores mínimos e máximos são bastante dispersos, ocasionando
grande diferença de valores, porém com uniformidade no coeficiente
de variação.
Verifica-se a maior média de altura como sendo dos
defensores, seguida por goleiros e meio campistas, que não confirma
os estudos de Dechichi (2003), que afirma que goleiros, possuem
maiores médias de altura, o que sugere uma possível melhora em
sua performance, porém a diferença existente não é significativa.
83
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Média
DP
Mínimo
Máximo
CV
Tabela 3 – Caracterização dos atletas pelo peso corporal
Goleiros
Defensores
Meio-campistas
Atacantes
60,93
59,28
58,77
57,26
16,12
9,09
10,54
9,92
42,40
43,40
32,90
40,70
81,70
78,9
78,90
69,40
0,26
0,15
0,17
0,17
Valores referentes ao peso corporal estão expressos em kg. Coeficiente de Variação expresso em
%.
Na Tabela 3, relacionada à variável de peso corporal, notase um ligeiro aumento no peso médio dos indivíduos no subgrupo
dos goleiros, assim como também no coeficiente de variação dos
mesmos. A menor média de peso fica por conta dos atacantes, em
todos os valores encontrados, o que pode influenciar nas diferentes
ações motoras durante o jogo relacionado com cada posição.
Goleiros
Defensores
Meio-campistas
Atacantes
Média
DP
Mínimo
Máximo
CV
Relacionado ao Índice de Massa Corporal, expresso na
Tabela 4, verificou-se a média muito parecida entre os subgrupos,
com um ligeiro aumento no grupo dos goleiros se destacando
como o maior valor na equipe, não obstante o grupo de menor
valor médio foi o formado pelos atacantes, porém sua diferença
não foi significativa.
Contudo, o maior valor sobre o Índice de Massa Corporal
foi encontrado no grupo dos defensores e o menor valor no grupo
dos meio-campistas, o que nos leva a uma reflexão acerca dos
gastos energéticos das diferentes posições.
Goleiros
Defensores
Média
DP
Mínimo
Máximo
CV
84
Meio-campistas
Atacantes
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Pode-se observar na Tabela 5 que a média de percentual de
gordura não se apresenta com valor discrepante, assim como o
desvio padrão, indicando em mais este item a homogeneidade
ocorrente em todos os avaliados.
Estudos antropométricos vêm sendo utilizados como um
instrumento muito útil na identificação das variáveis relacionadas ao
crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes
(GUEDES; GUEDES, 1997) e os dados médios obtidos em relação à
idade (16,35 anos), a estatura (1,71 m), ao peso corporal (59,06 kg),
ao IMC (19,90 kg/m²) e percentual do gordura (11,84%) dos
praticantes da escolinha de futebol, demonstram a importância
desse levantamento para a denominação de um grupo considerado
eutrófico (De ROSE et al., 1984).
Pode-se, portanto, avaliar como positivas as variáveis
observadas, as quais, possivelmente não são produto exclusivo do
treinamento praticado pelo grupo observado, apesar do mesmo
contribuir substancialmente para modificar variáveis
antropométricas e funcionais (WILMORE; COSTILL, 1994).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após análise dos resultados obtidos com a avaliação
antropométrica dos alunos da Escolinha Municipal de Esportes de
Jacarezinho, Paraná, na modalidade futebol, constatou-se que o
treinamento da modalidade, com freqüência de três sessões por
semana, cada sessão com duração de 90 minutos, contribui para
uma determinação somatotípica dos praticantes (FILHO et al., 2002).
É importante ressaltar que a comparação de medidas
antropométricas entre atletas de futebol é dificultada por vários
fatores, entre eles, as diferentes metodologias empregadas nas
pesquisas, características étnicas dos atletas, cultura alimentar,
clima de cada região e formas de treinamentos que os atletas são
submetidos.
Porém, o presente estudo, permite concluirmos que em
relação às medidas antropométricas analisadas no estudo, existe
coerência com a literatura nacional e internacional, e que de modo
geral, não existe diferença significativa entre as posições ocupadas
pelos atletas no campo de futebol.
85
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Pelo fato do publico estudado fazer parte de uma amostra
que está passando por um estudo experimental, envolvendo
aplicação de treinamento, relacionado com a performance, sabe-se
que tais variáveis, provavelmente, serão alteradas conforme o
treinamento, o que sugere novos estudos relacionados ao
acompanhamento dessas alterações.
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WILMORE, J.H.; COSTILL, D.L. Physiology of sports and
exercise. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books, 1994.
Endereço para correspondência: Fabio da Silva Ferreira Vieira.
Rua Cel. Baptista, 326, Centro, CEP.: 86400-000, Jacarezinho-PR.
E-mail: [email protected]
87
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE RECREATIVA NA
REABILITAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS
Almir de Oliveira Ferreira, Sônia Regina Leite Merége, Juliana
Cristina de Oliveira Périco, Juliana Gonçalves, Juliane Ramos
Garcia.
Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) – Centro de
Ciências da Saúde (CCS) – Grupo de Estudos e Pesquisas em
Corporeidade, Pedagogia do Movimento e Diversidade Humana
(COPEDI).
RESUMO
Em decorrência dos problemas causados pelas drogas atualmente,
em meio às diferentes camadas sociais, problemas estes que tem
atingido proporções internacionais e que conseqüentemente tem
afetado as pessoas bem como suas relações com a família, com o
trabalho, com a escola, dentre outras instituições, realizamos este
estudo com o intuito de avaliar as atividades recreativas como
recurso que pode contribuir no tratamento dos usuários de drogas.
Destarte, o presente artigo versará sobre os benefícios da atividade
recreativa na recuperação dos dependentes químicos. Dessa forma,
no âmbito de nossa pesquisa nos deparamos com a Comunidade de
Assistência aos Dependentes Químicos (CADD), que trabalha de
diversas maneiras com os internos, utilizando-se do trabalho de
laborterapia, ajuda psicológica, espiritual e reflexão do pensamento.
Mas não encontramos nenhuma atividade física regular que
atendesse às especificidades dessa clientela, ministradas por
profissionais qualificados. Até porque como sabemos a atividade
física promove melhoras significativas em relação aos aspectos
físicos e psicossociais das pessoas. Por isso, essa pesquisa tem por
objetivo evidenciar os benefícios dos exercícios físicos relacionados
às atividades recreativas e cooperativas como recursos que auxiliam
no processo de reabilitação dos usuários de drogas.
Palavras-chave: Atividade recreativa, dependente químico.
88
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
THE BENEFITS OF REHABILITATION RECREATIONAL
ACTIVITIES IN DRUG ADDICTS
ABSTRACT
Due to the problems caused by drugs currently in the midst of different
social strata those, problems that has reached international
proportions, and which consequently has affected people and their
relationships with family, with work, school, among other institutions,
realized this study in order to evaluate the recreational activities as a
resource that can help in the treatment of drug users. Therefore, this
article will explore on the benefits of recreational activity in recovering
addicts. Thus, in the context of our research we came across the
Community Assistance for Dependents Chemicals (CADD), work in
different ways with the inmates, using the work of Laborterapica,
psychological support, spiritual reflection and thought. But they had
no regular physical activity that met the specific characteristics of this
clientele, taught by qualified professionals. Also because we know
how physical activity promotes significant improvements in relation to
physical and psychosocial aspects of people. Therefore, this
research aims to highlight the benefits of physical exercise related to
recreational activities such as cooperatives and resources that assist
in the rehabilitation of drug users.
Key-words: Activity recreational, Addict.
INTRODUÇÃO
O uso indevido de drogas tornou-se se um problema de
ordem internacional e engloba uma série de fenômenos que
transcende aspectos físicos e orgânicos. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), droga é qualquer substância psicoativa
lícita ou ilícita, que cause dependência química e /ou psíquica no
usuário.
Num contexto mais amplo pode se dizer que o termo “droga”
se refere às substâncias denominadas psicoativas, psicotrópicas ou
de abuso, distorcendo o funcionamento cerebral, causando
modificações no estado mental gerando alterações dos sentidos ou
psiquismo, refletindo no sentir, pensar e agir (OLIVEIRA, 2007).
Cebrid (2010), trata ainda a droga como substância
psicotomimética devido ao fato de serem conhecidas como psicoses
as doenças mentais nas quais esses fenômenos ocorrem de modo
espontâneo.
89
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Galduróz et al., (1997), afirma que as drogas atuam
diretamente no sistema nervoso central, podendo causar alterações
comportamentais, de humor, de cognição e de percepção e, segundo
seu mecanismo de atuação no sistema nervoso central, podem ser
classificadas em três categorias: (a) depressoras – provocam
redução da atividade cerebral, levando ao relaxamento; (b)
estimulantes – provocam um aumento da atividade cerebral, fazendo
com que o estado de vigília se prolongue; e (c) perturbadoras –
perturbam a fisiologia do SNC, podendo provocar distorção na
percepção das cores e formas, além de provocarem delírios, ilusões
e alucinações. Além disso, as drogas possuem propriedades
reforçadoras, podendo, portanto, levar à dependência (PRATTA;
SANTOS, 2006 apud GALDURÓZ et al., 1997).
Diversas literaturas caracterizam a dependência química
como uma doença crônica progressiva, que tem como principal
característica, a obsessão mental, seguida do uso compulsivo de
determinada droga. Profissionais da área da saúde indicam que a
dependência ao uso de drogas psicotrópicas prejudica o estado de
saúde das pessoas em termos biológicos, psicológicos e sociais e
que a prática de atividades físicas contribui para a melhoria da
qualidade de vida das pessoas em tratamento à dependência de
drogas (PERICO et al., 2007).
Carneiro (2005), diz que não se trata de um problema focal,
mas abrangente o bastante para interferir nas relações pessoais,
familiares, de trabalho e produtivas (OLIVEIRA, 2007 apud
CARNEIRO, 2005).
Existem varias formas de tratamento, os quais são
realizados em Comunidades Terapêuticas que têm por função a
oferta de um ambiente protegido, técnica e eticamente orientados,
que forneça suporte e tratamento aos usuários abusivos e ou
dependentes de substâncias psicoativas, durante o período
estabelecido de acordo com o programa terapêutico adaptados ao
modelo psicossocial (CADD, 2008).
Para Rigotto et al., 2006 a procura por tratamento eficiente
vem sendo estudada através de pesquisas de campo por
profissionais que presenciam, cotidianamente, os problemas
individuais e sociais decorrentes do tráfico e do uso, de maneira
geral, existem limitações em relação à heterogeneidade dos
dependentes, diversidade das substâncias consumidas, dificuldades
com recursos humanos e custos elevados (CIRIBELLI et al., 2008
apud RIGOTTO; GOMES, 2006).
90
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Sabe-se que a atividade física contribui para a melhoria da
qualidade de vida das pessoas em tratamento, promovendo
melhoras significativas relacionadas a aspectos físicos e
psicossociais, contudo essa pesquisa visa os benefícios do exercício
físico relacionados a atividades recreativas e cooperativas como
coadjuvante na reabilitação (FERREIRA et al,. 2001).
A atividade física é o foco de estudos por se tratar de um
meio saudável para diminuir o estresse da vida moderna e por
influenciar processos corporais, através de mecanismos neurohumorais. Além de adaptações físicas, atribuem-se ao exercício
físico alterações comportamentais, com substancial evidência de
que indivíduos envolvidos em programas de exercícios físicos
experimentam efeitos positivos na saúde, sendo parte deles
observados após sua execução, em relação aos estados de humor.
A proposta da atividade recreativa visa retornar à infância, a
brincar sem malícias, sem ter por objetivo a competição. A diversão e
cooperação são benefícios que remetem os indivíduos a distração e
ao prazer. Para os indivíduos em recuperação de substâncias
químicas estas atividades lhes proporcionam momentos prazerosos,
nos quais estes podem perceber que há outros meios saudáveis para
se buscar o prazer, diferente daqueles conseguidos através das
substâncias entorpecentes.
Brincando, os corpos expressam a ordem interna da
vivência lúdica, cujo ritmo e harmonia são construídos pelos
jogadores em clima envolvente, que desafia a todos como parceiros.
Viver o lazer como esforço é, sobretudo, renovar relações
interpessoais, experiências corporais, ambientes, temporalidades e
energias, é reencontrar-se consigo mesmo, com o que se gosta e se
deseja, transbordar a crítica e a criatividade, saborear o momento
presente como possibilidade de vivências de utopias, ou seja, com
alegria, buscar interferir nos horizontes que enunciam o presente
(PINTO, 2010).
A atividade recreativa e cooperativa promove vários
benefícios em relação à integração social do individuo,
desenvolvimento e conhecimento mútuo, desenvolve ocupação para
o tempo ocioso, gera hábitos de relações interpessoais, ajuda a
desinibir, além de desenvolver adaptação emocional; descobrir
sistemas de valores gastar o excesso de energia e aumentar a
capacidade mental do indivíduo.
Contudo, dentro do tratamento do dependente químico, a
atividade lúdica recreativa associada à cooperação tende a ser uma
importante aliada para a construção e reabilitação do individuo na
sociedade alem de garantir benefícios durante o tratamento.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada num período de dois meses, com
início no dia 5 de maio de 2010, até o dia 24 de maio de 2010. Com
um grupo de internos da CADD (Comunidade de Assistência aos
Dependentes de Drogas), que se localiza no município de
Jacarezinho – Paraná. Foram feitas visitas semanais, com duração
de uma hora e meia, uma vez por semana. Nesse período aplicamos
atividades recreativas e cooperativas. A participação dos internos era
voluntária, sendo que só participavam aqueles que estavam com
disposição e interesse. Na média participavam de 25 a 30 internos,
sendo que alguns ficavam só observando. Todos os internos eram do
sexo masculino.
Como referencial para as atividades o grupo utilizou diversos
tipos de recreação, encontrados em livros e na internet. A pesquisa
foi feita na forma de observação, sendo que o grupo aplicava a
atividade, e observava o comportamento que os internos
apresentavam em cada atividade, percebendo como cada um reage
dentro do grupo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No desenvolvimento das atividades, notamos que os
internos, no momento em que estão executando o que lhes foi
proposto esqueciam-se de seus problemas, e não tinham medo de
expressar seus sentimentos, rir de ser feliz. Esse movimento de
retorno à infância – no qual os indivíduos experimentam o envolverse descompromissadamente nas atividades, sem a preocupação
com os rigores da vida adulta, que atua no sentido de tolher à
liberdade criativa, que é inerente a condição inata do ser humano.
Momento, que surge como uma possibilidade sem igual, de modo,
contagiar sem pudor a todos, mesmo àqueles que estão apenas
assistindo o desenrolar das atividades.
Através das análises obtidas até o presente momento, temse observado evoluções no comportamento dos internos em relação
às atividades, pois estas se tornaram parte de seus tratamentos. Os
horários que foram definidos pelo coordenador da comunidade foram
fixados pelo grupo, eles aguardam ansiosos. A expectativa em torno
da realização das atividades é grande, assim é perceptível o estado
de euforia e prazer que estas atividades proporcionam aos
institucionalizados.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A problemática do uso abusivo de drogas psicoativas, é um
tema muito atual em nossa sociedade, que preocupa tanto as
famílias quanto a ciência. O objetivo principal do estudo é a
contribuição para o desenvolvimento das atividades realizadas nas
entidades de recuperação, sugerindo uma forma de tratamento que
ainda não é muito utilizado, e que neste estudo mostrou resultados
positivos.
Podemos concluir que a atividade recreativa é uma grande
aliada ao tratamento de dependência química, tendo em vista os
seus benefícios de socialização, e bem estar físico e psíquico.
Esta realidade é vista quando o programa de atividade física
passa a ser instituído dentro do cronograma de tarefas da
comunidade. E, quando as alunas e os professores chegam à
comunidade os institucionalizados estão esperando-as, com
entusiasmo para saber qual a atividade que será executada naquele
dia.
Por fim podemos salientar que eles não são obrigados a
participar das atividades, e mesmo assim a participação é da maioria,
e mesmo os que estão de fora interagem com o grupo mostrando que
aquela atividade causa benefícios positivos, por estar envolvendo o
grupo todo em uma corrente de felicidade.
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acesso em:20/06/2010. Acesso em 20/06/2010.
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http://www.cdof.com.br/especialidade_detalhes.php?id=70. Acesso
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PRATTA, E. M. M; SANTOS, M. A. Reflexões sobre as relações
entre drogadição, adolescência e família: um estudo
bibliográfico. Estudos de Psicologia. Ribeirão Preto, 2006.
Endereço de contato: [email protected]
94
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
A DANÇA COMO PROPOSTA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA
MORADORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA
PERMANÊNCIA PARA IDOSOS
Raphael Gonçalves de Oliveira; Yohan Lopes Ferreira; Karina
Matavelli; Lorrayne Talita Gomes de Moraes; Daniela Stasch.
Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) - Centro de
Ciências da Saúde (CCS) - Grupo de Estudos e Pesquisas em
Corporeidade, Pedagogia do Movimento e Diversidade Humana
(COPEDI).
RESUMO
Com o aumento da população idosa, cresce também a procura por
instituições de longa permanência responsáveis por abrigar uma
parcela desta população. Devido à falta de estrutura da maioria
destas entidades, são poucas as que oferecem a oportunidade dos
moradores realizarem uma atividade fisicamente ativa. Uma das
atividades que idosos gostam de realizar é a dança, no entanto, não
se sabe muito sobre esta e idosos que vivem em instituições. O
objetivo do presente estudo foi investigar como ocorre a participação
de idosos institucionalizados em uma proposta de atividade física
envolvendo a dança (aulas de dança). A pesquisa se caracterizou
como qualitativa e exploratória. Participaram 23 idosos, sendo 10
homens e 13 mulheres. Foram feitos registros em diário de campo de
cinco aulas de dança ministradas semanalmente com duração de
uma hora. Os resultados mostraram que houve uma desistência por
parte da maioria dos homens, ao contrário das mulheres. As aulas
foram capazes de possibilitar o desenvolvimento das características
pessoais dos participantes, que passaram a realizar uma atividade,
que com o tempo se tornou significativa para eles. Além disso, os
idosos vivenciaram diferentes papéis sociais, como dançarinos e
espectadores, fazendo com que novas relações interpessoais
surgissem. A dança pode ser uma atividade oferecida para idosos
residentes em instituições, uma vez que muitos são os benefícios
que a mesma pode possibilitar, todavia, se torna necessário verificar
o interesse e formas diferenciadas para a participação dos homens.
Palavras-chave: dança; idoso; instituição de longa permanência
para idosos.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
DANCE AS PROPOSAL FOR PHYSICAL ACTIVITY FOR
RESIDENTS OF A HOME FOR THE AGED
ABSTRACT
With the increasing elderly population grows so does demand for
long-term institutions responsible for holding a portion of this
population. Due to the lack of structure of most of these entities, there
are few that offer the opportunity for residents performing an activity
physically active. One of the activities that seniors enjoy working out
dance is, however, not much is known about this and elderly living in
institutions. The aim of this study was to investigate how does the
participation of institutionalized elderly in a proposal for physical
activity involving dancing (dance lessons). The research is
characterized as qualitative and exploratory. Participated in 23
subjects, 10 men and 13 women. Were made daily records in the field
of five weekly dance classes lasting one hour. The results showed
that there was a withdrawal from most of the men, unlike women. The
classes were able to enable the development of the personal
characteristics of those who came to perform an activity, which in time
became meaningful for them. Moreover, the elderly have
experienced different social roles, as dancers and spectators, making
new interpersonal relationships emerge. Dance can be an activity
offered to seniors living in institutions, since there are many benefits
that it can allow, however, it is necessary to verify the interest and
different ways of participation of men.
Keywords: dance; elderly; homes for the aged.
INTRODUÇÃO
O número de idosos no Brasil vem crescendo
significativamente. Atualmente eles correspondem a
aproximadamente 10% da população (IBGE, 2010). Com esse
aumento, a procura por instituições de longa permanência que
abrigam estas pessoas também vem crescendo (CHRISTOPHE,
2009). Estas entidades são uma opção para idosos que enfrentam
problemas relacionados a abandono, ausência de moradia, doença,
ausência de condições físicas, financeiras ou psicológicas de
permanecerem em suas casas, sendo que em alguns casos, ir para
estes locais é o desejo do próprio idoso, com a intenção de não
perturbar os familiares (PERLINI; LEITE; FURINI, 2007).
96
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Devido a estes problemas, a institucionalização acaba
muitas vezes sendo a única alternativa viável para alguns idosos,
todavia, estes locais, estão na sua maioria, despreparados para
oferecer um cuidado adequado a estas pessoas, inexistindo, por
exemplo, a possibilidade de realizarem atividades fisicamente ativas
(DAVIM et al. 2004; ARAÚJO, COUTINHO; DANTOS, 2006).
Uma das atividades que possui uma boa aceitação por parte
de idosos é a dança (SILVA; IWANOWICZ, 1998; KEYANI et al.,
2005) e poderia ser oferecida em entidades que abrigam estas
pessoas. Oliveira e Tolocka (2009) ao observarem uma Instituição de
Longa Permanência para idosos que oferecia semanalmente um
baile, do qual podiam participar tanto os moradores da instituição,
como visitantes da comunidade local, verificaram que existia a
necessidade de serem oferecidas aulas de dança para os
institucionalizados, uma vez que estes apresentaram principalmente
falta de habilidade para realizarem os movimentos de dança,
dificuldade de locomoção e para se equilibrar.
Em outro estudo, Oliveira et al. (2010) verificaram que idosos
que vivem em instituições necessitam desenvolver suas
características pessoais, para que possam participar de forma
efetiva de atividades que envolvam a dança. Com isso, o objetivo do
presente estudo foi verificar a participação de idosos moradores de
uma instituição de longa permanência em uma proposta de atividade
física envolvendo a dança (aulas de dança).
METODOLOGIA
A pesquisa caracterizou-se como qualitativa e exploratória,
que tem por objetivo segundo Cervo e Bervian (2002) obter novas
perspectivas sobre o assunto, descobrir novas idéias, familiarizandose assim com o fenômeno que está sendo estudado. Este tipo de
pesquisa realiza descrições precisas da situação, procurando
descobrir relações nos elementos da mesma.
Participaram os idosos residentes de uma instituição de
longa permanência que se interessaram pelas atividades
desenvolvidas (aulas de dança). A adesão foi de 23 pessoas, sendo
10 homens e 13 mulheres, no entanto, oito pessoas deixaram de
participar das aulas no decorrer das intervenções. Com isso 15
pessoas (2 homens e 13 mulheres) participaram de todas as
observações.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Para registro, foi utilizado um diário de campo elaborado
conforme as normas propostas por Lüdke e André (1986). Foram
anotadas as atividades realizadas, as relações estabelecidas e as
características pessoais dos voluntários como sugerido por
Bronfenbrenner (1996, 2005).
Foram ministradas cinco aulas de dança, realizadas uma
vez por semana, com duração de uma hora. O estilo foi a dança de
salão, com músicas antigas que reportavam a época da juventude
dos idosos. Os voluntários assinaram termo de consentimento livre e
esclarecido, assim como a instituição autorizou à realização da
pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Antes do início das atividades, eram realizados exercícios de
aquecimento para que os participantes pudessem preparar o corpo
para os movimentos de dança. As músicas foram escolhidas pelos
próprios idosos e o estilo era sertanejo, ou moda de viola, como eles
chamavam.
Reportar as características das músicas que eram tocadas
quando os participantes eram jovens, fazendo com que estabeleçam
ligações culturais e tenham boas recordações relacionadas a dança,
se torna fundamental em programas que envolvam esta atividade e
pessoas idosas, como demonstrou o estudo realizado por Lima e
Vieira (2007).
Inicialmente nenhuma pessoa se encorajou a dançar. Após
serem convidados pelos pesquisadores, dois homens e três
mulheres aceitaram o convite. Foi possível perceber que apenas
aqueles que não faziam uso de próteses ou órteses aceitaram
dançar. Todos os outros preferiram apenas ouvir as músicas e ficar
observando. A maioria das pessoas que ficaram assistindo os outros
dançarem fazia uso de cadeira de rodas para se locomover.
Posteriormente, foram mostradas possibilidades para que estas
pessoas pudessem participar das atividades propostas, de modo
que vários destes, passaram a dançar.
Demonstrar novas formas de participação para pessoas
com dificuldades de locomoção, como os usuários de cadeira de
rodas, ajuda a quebrar preconceitos e superar paradigmas. Idosos
institucionalizados que fazem uso deste meio de locomoção, podem
através de adaptações simples, tais como a colocação de um bastão
vertical, para movimentação da cadeira por um parceiro,
participarem de atividades de dança, como foi demonstrado em
pesquisa realizada por Tolocka e Barros (2009).
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Desde o primeiro dia de intervenção, o número de mulheres
se manteve inalterado e todas se mostravam animadas com as
atividades desenvolvidas. Mesmo aquelas que ficavam apenas
observando, interagiam batendo palmas ou cantando. Ao contrário
das mulheres, ocorreu uma desistência considerável por parte dos
homens, pois dos 10 que inicialmente se propuseram a participar das
atividades, apenas dois se mantiveram em todas as aulas.
Em outros estudos envolvendo dança e pessoas idosas
residentes em instituições de longa permanência (OLIVEIRA et al.,
2008; OLIVEIRA; TOLOCKA, 2009; OLIVEIRA et al., 2010), não foi
possível observar diferenças de interesse quanto a participação de
homens e mulheres. O que ocorreu na presente pesquisa se deve
provavelmente, a dificuldade que a maioria dos homens que
começaram a participar das aulas de dança encontraram para se
deslocarem até o salão, que ficava no piso superior da entidade,
onde se localizavam os dormitórios das mulheres.
Semanalmente, quando os pesquisadores chegavam para
começar as atividades, todos os participantes estavam no salão
reservado pela instituição para as aulas de dança, sentados em
formato de um semicírculo, esperando ansiosamente a música
começar. No decorrer das aulas os idosos passaram a dançar não
somente com os pesquisadores, mas também a convidar seus pares.
Isso fez com que o ambiente ficasse mais alegre e possibilitou novos
relacionamentos entre os participantes, de modo que novos círculos
de amizade fossem criados.
Como demonstrado por Bronfenbrenner (1996, 2005) as
relações interpessoais se estabelecem inicialmente em forma de
observação, que consiste em uma pessoa estar prestando atenção
na atividade que outra está realizando e vice-versa. Posteriormente
estas relações tentem a se evoluírem para atividade conjunta, que
consiste em uma pessoa passar a realizar a atividade com a outra,
que anteriormente apenas observava. Isso pode ser constatado na
presente pesquisa, em que várias relações interpessoais passaram
da observação para a atividade conjunta.
Isso se tornou fundamental para que mais pessoas
passassem a realizar as atividades de dança, além de observarem
os outros de forma mais ativa, como batendo palmas e cantando.
Essas atividades se tornaram ao longo do tempo significativas para
estas pessoas, possibilitando que papéis sociais como os de
dançarino e espectador pudessem ser vivenciados. Deste modo
características pessoais puderam ser desenvolvidas, como por
exemplo, ter disposição para convidar pessoas para dançar.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Como limitação deste estudo, pode-se citar a observação de
uma única instituição, assim como de poucos voluntários. Além
disso, em estudos posteriores, se faz necessário a realização de
mais aulas, para que o desenvolvimento dos participantes possa ser
verificado ao longo do tempo, como sugere Bronfenbrenner (1996,
2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dança se mostrou uma atividade que pode ser oferecida
para idosos residentes em instituições de longa permanência, tendo
em vista os benefícios que o ambiente da aula se mostrou capaz de
proporcionar para as pessoas que dele participam, como
desenvolvimento das características pessoais, vivência de papéis
sociais e estabelecimento de novas relações interpessoais. Torna-se
necessário verificar em estudos posteriores, o interesse e novas
formas de participação por parte dos homens, uma vez que foi
observada uma desistência da maioria destes no presente estudo.
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102
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PERFIL POSTURAL, ALTURA E PESO DOS ATLETAS DE
BASQUETEBOL, FUTEBOL E VOLEIBOL DAS ESCOLINHAS
DE JACAREZINHO-PR
Felipe Bernardelli Marques, André Luiz Marcon, Pablo Aguirra, Berlis
Ribeiro dos Santos Menossi.
Universidade Estadual do Norte do Paraná – Centro de Ciências da
Saúde.
RESUMO
Este estudo, de caráter longitudinal, teve por objetivos: traçar perfil
postural geral, anual e por modalidades coletivas de jovens atletas do
sexo masculino entre 12 a 17 anos de idade, que treinavam três
vezes por semana entre os anos de 2007 a 2010. Foi realizada
avaliação postural subjetiva utilizando o fio de prumo e simetrógrafo
em 392 atletas que praticam futebol, voleibol e basquetebol das
escolinhas esportivas da cidade de Jacarezinho-PR. Os resultados
gerais demonstraram que os desvios posturais mais incidentes
foram: cabeça anteriorizada (65%), lordose cervical aumentada
(61%), ombro esquerdo mais elevado (52%), ombros anteriorizados
(77%), cifose torácica aumentada (57%), lordose lombar aumentada
(72%), joelhos hiperextendidos em vista lateral esquerda e direita
(52%) e pés planos (62%). Conclui-se que o perfil postural geral dos
atletas avaliados foi: hiperlordose cervical, Hipercifose torácica,
hiperlordose lombar, desvio lateral da coluna, joelho hiperextendido
e pés planos.
Palavras-chave: perfil postural, futebol, peso, altura.
103
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PROFILE POSTURAL, HEIGHT AND WEIGHT OF ATHLETES
BASKETBALL, FOOTBALL AND VOLLEYBALL OF THE
SCHOOLS OF JACAREZINHO-PR
ABSTRACT
This study, of longitudinal character, it had for objectives: to trace
general, annual postural profile and for collective modalities of young
athletes of the masculine sex enters the 12 17 years of age, that
trained three times per week enter the years of 2007 to the 2010.
Subjective postural evaluation was carried through using the
pendulum and simetrógrafo in 392 athletes who practice soccer,
volleyball and basketball of sports schools of the city of JacarezinhoPR. The general results had demonstrated that the more incident
postures shunting lines had been: cervical anteriorizated head (65%),
lordous increased (61%), raised left shoulder more (52%),
anteriorizateds shoulders (77%), cifous thoracic increased (57%),
lordous lumbar increased (72%), knees hyperextend in left and right
lateral sight (52%) and plain feet (62%). One concludes that the
general postural profile of the evaluated athletes was: hiperlordose
cervical, lumbar thoracic Hipercifous, hiperlordous, lateral shunting
line of the column, hiperextended knee and plain feet.
Key-words: postural profile, soccer, weight, height.
INTRODUÇÃO
Define-se como postura ideal àquela em que há um
equilíbrio entre as estruturas de suporte envolvendo uma quantidade
mínima de esforço e sobrecarga com uma máxima eficiência do
corpo (Kendall, 1989).
“Postura é um composto das posições das diferentes
articulações do corpo num dado momento. A postura correta é a
posição na qual um mínimo de estresse é aplicado em cada
articulação” (Magee, 2002).
“A postura correta consiste no alinhamento do corpo com
eficiências fisiológica e biomecânicas máximas, o que minimiza os
estresses e as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos
efeitos da gravidade” (Palmer & Apler, 2000).
A postura de cada indivíduo será determinada por cadeias
musculares, fáscias, ligamentos e estruturas ósseas, que possuem
solução de continuidade, são interdependentes entre si e abrangem
todo o organismo.
104
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
A postura é uma resposta neuromecânica chamada
atividade postural que estabiliza e funciona o sistema
musculoesquelético. A alteração da postura pode causar implicações
como hiperlordose lombar e cervical, hipercifose torácica e
escoliose. A hiperlordose lombar é favorecida pela inclinação da
pelve enquanto a hiperlordose cervical desgasta as vértebras e
normalmente associa-se à hipercifose torácica. A hipercifose
torácica ocorre quando há uma deformidade na coluna vertebral
conhecida como postura de corcunda. Favorece o desgaste
vertebral, o bico-de-papagaio e as funções pulmonares ficam
comprometidos. A escoliose é a curvatura lateral da coluna vertebral
associada à rotação das vértebras com desvios bem tolerados e
assintomáticos. Há também casos graves onde ocorre o
comprometimento da região cardiopulmonar.
São várias as causas, sendo as mais comuns: uma perna
maior que a outra, carregar bolsa do mesmo lado, malformação das
vértebras e o comprometimento da visão e audição.
Um método de avaliação postural foi descrito por Kendall
para se determinar possíveis alterações da postura corporal. Os
pacientes são posicionados em ortostatismo à frente de um espaço
quadriculado e, com auxílio de um fio de prumo, a postura é avaliada.
Em vista lateral o fio deverá ascender logo à frente do maléolo lateral;
em vista anterior entre os maléolos mediais e na vista posterior entre
os maléolos mediais.
Quando se verifica desvio destas posições teremos então
alterações da postura corporal. A globalidade do organismo humano
faz com que a menor anomalia das estruturas de suporte leve a uma
desarmonia postural. Segundo Souchard, 1986, uma tensão inicial
nas cadeias musculares é responsável por uma sucessão de
tensões associadas. Cada vez que um músculo se encurta, ele
aproxima suas extremidades e desloca os ossos sobre os quais ele
se insere, assim, as articulações se bloqueiam e o corpo se deforma.
Portanto, todos os outros músculos que se inserem sobre esse osso,
serão alterados pelo deslocamento que se propagará sobre outros
ossos e músculos, e assim sucessivamente.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caráter longitudinal, cujo objetivo
foi verificar se as alterações posturais nos atletas de basquetebol,
futebol e voleibol, na cidade de Jacarezinho-PR, que treinam três
vezes por semana, têm alguma relação com a altura e o peso desses
atletas. Ambas as avaliações foi realizada na Universidade Estadual
do Norte do Paraná – Centro de Ciências da Saúde.
Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes
materiais:
1Fio de prumo;
2Balança Personal UP 150;
3Fita métrica 3M;
4Ficha de avaliação.
A avaliação postural foi feita de forma subjetiva de acordo com o
protocolo proposto por Kendal:
Vista lateral:
Ligeiramente anterior ao eixo da articulação do joelho;
Corpo das vértebras lombares;
Processo odontóide do áxis;
Meato auditivo externo;
Vista anterior:
Entre as articulações do joelho;
Através da sínfise púbica;
Sobre a cicatriz onfálica;
Sobre o processo xifóide;
Sobre a ponta do nariz;
Vista posterior:
Entre as articulações dos joelhos;
Sobre a prega glútea;
Corpos vertebrais;
Processo espinhoso de C7.
Após a avaliação dos atletas, foi feita a coleta dos dados,
estes foram tabulados usando o Microsoft Office 2003
(MAGALHÃES e LIMA, 2005).
106
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da avaliação postural obtida dos atletas pode constatar
que no ano de 2007, 172 atletas de futebol e futsal com idade entre
sete e 17 anos, com média de peso e altura, 41.87kg e 1.68m
respectivamente, onde prevaleceu cabeça anteriorizada (74%),
ombro esquerdo mais elevado (62%), ombros anteriorizados (53%),
lordose cervical aumentada (51%), cifose torácica aumentada
(61%), lordose lombar aumentada (64%), joelhos normais em vista
lateral esquerda e direita (55%) e pés planos (44%); e 31 atletas de
voleibol com a faixa etária de 16 a 19 anos, média de peso de 56 kg e
média de altura de 1,65. As alterações mais importantes nesta
modalidade foram: cabeça anteriorizada (63%), ombro esquerdo
mais elevado (45%), ombros anteriorizados (90%), lordose cervical
aumentada (63%), cifose aumentada (80%), lordose lombar
aumentada (60%), joelho hiperextendido em vista lateral esquerda e
direita (53%) e pé plano (57%). Sendo o perfil postural de 2007 da
seguinte maneira: peso de 48.93kg, altura média de 1.66m, cabeça
anteriorizada (68%), ombros anteriorizados (71%), lordose cervical
aumentada (57%), cifose torácica aumentada (70,5%), lordose
lombar aumentada (62%) e pés planos (50%).
No ano de 2008 avaliou-se somente 36 atletas de futebol que
tinham entre 13 e 16 anos e os desvios posturais foram cabeça
anteriorizada (76%), ombro esquerdo mais elevado (51%), ombros
anteriorizados (73%), lordose cervical aumentada (81%), cifose
torácica aumentada (57%), lordose lombar aumentada (66%) e pés
planos (77%). Sendo esse o perfil anual de 2008.
Já em 2009, 19 atletas de futebol fizeram avaliação, com idades
entre 12 e 13 anos, média de peso 41.87kg e altura 1.48m, onde os
desvios posturais foram cabeça anteriorizada (84%), ombro
esquerdo mais elevado (52%), ombros anteriorizados (53%), lordose
cervical aumentada (54%), cifose torácica aumentada (61%),
lordose lombar aumentada (64%), joelhos hiperextendido em vista
lateral esquerda e direita (58%) e pés planos (48%); foram avaliados
11 atletas também na modalidade de voleibol, na faixa etária entre 16
a 19 anos, com média de peso de 68 kg e média de altura de 1,70m.
As alterações posturais mais evidentes foram: cabeça anteriorizada
(63%), ombro esquerdo mais elevado (51%), ombro anteriorizado
(98%), lordose cervical aumentada (63%), cifose aumentada (90%),
lordose lombar aumentada (51%), joelho hiperextendido em vista
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
lateral esquerda e direita (45%) e pé plano (45%). O perfil desse ano
foi peso de 54.5kg, altura de 1.59m, cabeça anteriorizada (73%),
ombros anteriorizados (75%), lordose cervical aumentada (58%),
cifose torácica aumentada (75%), lordose lombar aumentada (57%),
joelhos hiperextendidos em vista lateral esquerda e direita (51%) e
pés planos (46%).
E em 2010, avaliou-se 92 atletas com idade entre 14 e 18
anos com média de peso 78.57kg e altura 1.64m, onde as
características que mais se evidenciaram foram cabeça
anteriorizada (59%), ombro esquerdo mais elevado (62%), ombros
anteriorizados (82%), lordose cervical aumentada (62%), cifose
torácica aumentada (51%), lordose lombar aumentada (54%) e pés
planos (66%); 10 atletas de voleibol foram avaliados, onde tinham
uma faixa etária entre 18 a 20 anos, com média de peso 51 kg e
média de altura 1,64m. As alterações mais evidentes foram: cabeça
anteriorizada (80%), ombro esquerdo mais elevado (60%), ombros
mais anteriorizados (98%), escápula esquerda mais elevada
(52,5%), cifose aumentada (85%), lordose lombar aumentada (80%)
e joelho varo (55%). Neste mesmo ano também foi avaliados 24
atletas de basquetebol na faixa etária de 13 a 19 anos, com média de
peso de 45 kg e altura de 1,65m. E as alterações mais importantes
foram: ombro direito mais elevado (52%), ombros anteriorizados
(60%), cifose aumentada (55%), lordose lombar aumentada (80%) e
pé plano (53%). O perfil anual foi: peso de 58.8kg, altura de 1.64m,
cabeça anteriorizada (66%), ombros anteriorizados (75%), lordose
cervical aumentada (62%), cifose torácica aumentada (56%),
lordose lombar aumentada (64%) e pés planos (54%).
Com todos estes resultados, foi feita uma avaliação geral,
levando em consideração a idade, modalidade e o ano em que foi
realizada essa avaliação. Os resultados demonstraram que o perfil
foi: peso de 72.3kg e altura média de 1.66m, cabeça anteriorizada
(65%), lordose cervical aumentada (61%), ombro esquerdo mais
elevado (52%), ombros anteriorizados (77%), cifose torácica
aumentada (57%), lordose lombar aumentada (72%), joelhos
hiperextendidos em vista lateral esquerda e direita (52%) e pés
planos (62%).
A prática esportiva se inicia cada vez mais cedo, o que pode
gerar alterações posturais, decorrentes do treinamento precoce,
uma vez que o organismo das crianças ainda está se desenvolvendo,
sendo mais suscetíveis a sobrecargas externas. (AKASHI et
al,2001).
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Para SILVA, 2004 et al, a intensidade e a duração do
treinamento físico são os fatores mais importantes do que o próprio
esporte praticado. Segundo (Pinguelli, 1998), o treinamento
desportivo exige várias repetições, principalmente no esporte de
rendimento, enfatizando detalhes para que a técnica esteja correta, e
isto pode acarretar modificações na forma da coluna vertebral.
Enfatizar a técnica ou o condicionamento trará
irregularidades no desenvolvimento harmonioso dos jovens atletas,
causando desproporções corporais tornando-os mais suscetíveis a
lesões a curto e longo prazo (Uetake et al., 1998).
(Weineck, 1991), “aponta que esta fase deve ser utilizada
para o aperfeiçoamento de técnicas esportivas específicas e do
condicionamento”. Ou seja, para trabalhar equilibradamente os
aspectos da técnica e do condicionamento físico.
Segundo, (KAVALCO, 2000), As alterações posturais
relacionadas às posturas inadequadas são distúrbios anátomofisiológicos que se manifestam geralmente na fase de adolescência e
pré-adolescência, pois é o período em que há o estirão de
crescimento.
Robergs et al, 2000, salientam que pode haver diferenças
de prevalência de alterações posturais entre jovens atletas da
mesma idade, sexo, peso e altura em decorrência do nível de
maturação dos padrões de crescimento e desenvolvimento.
Todavia, para, (FERRONATTO, et al, 1998), os indivíduos
principalmente na fase de crescimento, podem apresentar uma
postura anormal, mas devido à boa flexibilidade não apresentam
condições dolorosas.
Geralmente, para (SIZER et al, 2004), existe uma tendência
de se concentrar o trabalho de sobrecarga nos grupos musculares
mais solicitados (responsáveis pelos gestos atléticos),
desconsiderando a ação destes sobre a musculatura profunda que é
responsável pela manutenção da postura.
Segundo (Neto, et al, 2004), a preocupação com a postura e
o equilíbrio muscular devem ter o mesmo grau de importância que o
desenvolvimento das qualidades específicas para o alto
desempenho, pois estes influenciam no rendimento do atleta e
podem minimizar a incidência de lesões esportivas.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
CONSIRAÇÕES FINAIS
Evidenciou-se nesta pesquisa as maiores alterações
posturais dos atletas independente da modalidade sendo a
hiperlordose cervical, hipercifose torácica, hiperlordose lombar,
desvio lateral da coluna, joelho hiperextendido e pés planos.
Verificou-se que serão necessários mais estudos para
controle postural e aprofundamento da causa destas alterações
estando estes atletas em fase de crescimento e maturação o que
justifica alterações com retrações e desequilíbrios
osteomioarticulares.
Acredita-se na importância da intervenção da fisioterapia, a
fim de realizar um trabalho de prevenção com atletas, reduzindo os
índices de alterações posturais e lesões estruturais em longo prazo.
REFERÊNCIAS
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futsal na postura de atletas entre 9 e 16 anos, criança,
adolescência, esportes, exercício, postura,p.97. Revista de
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equilíbrio muscular. Músculos Provas e Funções. 4ªedição, São
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110
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
NETO J., J.; PASTRE, C. M.; MONTEIRO, H. L. Alterações
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participaram de provas de potência muscular em competições
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111
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
REPRESENTAÇÕES DA QUEDA DOMÉSTICA NA POPULAÇÃO
DE IDOSOS: UM ENFOQUE SOBRE A ROTINA DO LAR.
Lívia Pimenta Renó1, Guilherme da Silva Gasparotto2, José
Francisco Fernandes Quirino dos Santos1
1Universidade Federal de São Paulo
2Universidade Federal do Paraná
RESUMO
Introdução e objetivo: Sabe-se que o aumento da população idosa no
Brasil é um dado em crescimento e vem acompanhado de doenças
crônico degenerativas. Neste cenário, as quedas são freqüentes e
observa-se um grande impacto destas na capacidade física do idoso,
tornando-o fragilizado conforme a intensidade e conseqüências
decorrentes da queda. Assim, este estudo teve como objetivo
principal verificar quais as representações que o idoso forma sobre a
queda a partir da experiência vivida dentro do ambiente domiciliar.
Metodologia: realizou-se uma análise qualitativa, a partir do relato
dos idosos conduzido por uma entrevista semi-estruturada. Os
dados foram classificados pela técnica da codificação teórica axial e
seletiva, utilizando a perspectiva do interacionismo simbólico.
Resultados: o estudo identificou uma estreita relação existente entre
queda e impacto da autonomia para as funções diárias. Entendeu-se
que, para o idoso, existe uma interpretação de que a queda atua
como ameaçadora da liberdade para as ações diárias.
Considerações finais: O estudo alerta que, no processo de
conscientização destes indivíduos sobre o risco de quedas
domiciliares, este deve contemplar explicações sobre a importância
da autonomia nesta fase do envelhecimento, bem como a iminência
da queda nestas atividades que devem ser realizadas com mais
cuidado, ou em alguns casos, apresentam-se como atividades
devem ser restringidas.
Palavras- chave: envelhecimento, quedas, percepção
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
REPRESENTATIONS OF THE FALL IN HOME FOR ELDERLY
POPULATION: A FOCUS ON THE HOME OF THE ROUTINE.
ABSTRACT
Introduction and objectives: It is known that the increase in elderly
population in Brazil is a given growing and is accompanied by chronic
degenerative diseases. In this situation, the falls are frequent and
there is such a great impact on the physical capacity of the elderly,
making it weakened as the intensity and consequences of the fall.
This study aimed to determine what representations that the elderly
form about falling from the experience within the home environment.
Methodology: it was a qualitative analysis from the viewpoint of the
elderly conducted by a semi-structured interview. The data were
classified by the technique of theoretical axial coding and selective,
using the perspective of symbolic interaction. Results: The study
identified a close relationship between fall and impact of autonomy in
daily functions. It would appear that for the elderly, there is an
interpretation that the drop acts as threatening freedom for daily
actions to the elderly. Final Thoughts: The study warns that the the
process of awareness of these individuals about the risk of falls at
home, this should include explanations about the importance of
autonomy at this stage of aging, as well as the imminence of the falls
in these activities to be carried out more carefully or in some cases
present as activities may be restricted.
Key words: elderly, falls, perception
INTRODUÇÃO
A perspectiva do crescimento em curto prazo da população
idosa tem direcionado os estudos sobre o envelhecimento humano
para a manutenção e promoção de qualidade de vida nesta
população. Isso ocorre porque, ao atingir a terceira idade, os idosos
apropriam-se ao longo dos anos de algumas incapacidades,
características do quadro das doenças crônico-degenerativas.
(RAMOS; SIMÕES; ALBERT, 2001); (FILHO, 2004); (CELIC;
GALON, 2009)
A doença crônica, já em seu sentido etimológico demonstra
o caráter de longo prazo, onde as possibilidades de se obter um
resultado de cura efetivo são muito remotas. Com isso, ao
profissional de saúde cabe a tarefa de explicar para seu paciente que
a preocupação com a cura deve ser transferida e substituída pela
manutenção e controle da enfermidade. Com isso, a permanente
113
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
convivência do idoso com a doença obriga-o a adaptá-la em sua
rotina, muitas vezes acompanhada de quadros depressivos, ou de
forma ponderada, respeitando e aderindo normalmente aos
cuidados receitados. Independentemente da forma como tal será
escolhida, observa-se esse processo de adaptação do idoso e sua
doença. (UCHOA, 2003); (PATRÍCIO et al., 2008)
Um grande precedente e acelerador deste processo são as
quedas. Seja por acentuada fraqueza muscular ou descuido, uma
vez ocorrida nesta população já fragilizada, as recidivas podem
suceder-se e, com elas, o decréscimo da autonomia. (SANGLARD et
al., 2004); (LOPES et al., 2009)
Quando pensamos em autonomia do idoso, o primeiro
ambiente que percebemos ser o grande cenário da prática da
independência é o domiciliar. É dentro de suas casas que os idosos
permanecem a maior parte do dia, com seus afazeres diários que
compreendem tanto as atividades consideradas básicas, como a
higiene pessoal, até aquelas eleitas a partir da perspectiva de suas
possibilidades funcionais. (DOIMO; DERNTL, 2006); (ALVES;
LEITE; MACHADO, 2008)
Um estudo conduzido por MAIA et al. (2006), mostrou que
entre os principais fatores de risco para morte em idosos estão a
dificuldade de locomover-se e dificuldade para ir ao banheiro.
Assim, ao mesmo tempo em que este ambiente pode ser
caracterizado pela população idosa como um lugar seguro, também
pode ser considerado como um ambiente de risco de ferimentos e
escoriações dada provável disposição inapropriada do mobiliário, o
tipo de piso, a falta de adaptações necessárias, entre outros.
(MESSIAS; NEVES, 2009); (JAHANA; DIOGO, 2007).
O trabalho tem por objetivo verificar qual a representação
que a queda remete a este publico, especificando as percepções
sobre o ambiente doméstico. Sabe-se que para evitar quedas
consecutivas, é importante que se modifique hábitos de risco assim
como mobiliários dispostos em locais perigosos e até mesmo a
adoção de certas adaptações. Porém, a questão está no fato de que
esses cuidados interferem diretamente no estilo de vida e na
autonomia do idoso.
114
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada com 15 idosos moradores da Vila
Clementino, cidade de São Paulo. Os idosos são integrantes do
projeto EPIDOSO, do centro de estudos do envelhecimento, situado
na Universidade Federal de São Paulo.
Como critérios de inclusão, foram selecionados indivíduos
com idade acima de 60 anos que já tenham sofrido episódio de queda
dentro de suas casas. Foram excluídos da pesquisa idosos com
demência, acamados e com déficits auditivos que pudesse
prejudicar sua participação na entrevista.
O estudo foi delineado dentro dos parâmetros da pesquisa
qualitativa, seguindo a perspectiva do interacionismo simbólico. A
coleta dos dados foi realizada através de entrevista semiestruturada, estimulando comentários espontâneos, tendo como
assuntos norteadores a queda e sua representatividade na rotina
doméstica. As falas foram transcritas e classificadas seguindo a
técnica da codificação teórica axial e seletiva, em que a teoria é
elaborada pelo processo de abstração. (FLICK, 2009)
A pesquisa contou com a aprovação pelo comitê de ética da
Universidade Federal de São Paulo. Os participantes assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, permitindo desta forma
o uso das entrevistas para análises e apresentação dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Assim como relatam outros estudos, identificou-se que a
ocorrência da queda domiciliar incide normalmente entre as
atividades básicas de vida diária (AVD´s), bem como àquelas
referentes ao trabalho doméstico, inclusas no que chamamos de
atividades intermediárias da vida diária (AIVD´s).
As atividades realizadas em ambientes domésticos são
representadas por tarefas simples ou complexas. Verbrugge e Jette
(1994) explicam algumas subdivisões definidas para elencar as
capacidades de atuação pelo indivíduo no lar. São consideradas
atividades básicas da vida diária (AVD´s) as tarefas de tomar banho,
alimentar-se, vestir-se, deitar e levantar da cama, usar um sanitário
ou mesmo atravessar um cômodo caminhando. Além destas, são
atribuídas como atividades intermediárias da vida diária (AIVD´s) as
tarefas que exigem maior habilidade como preparar uma refeição,
limpar a casa, usar o telefone, fazer compras.
115
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Em nossa pesquisa, nota-se o total envolvimento do idoso
nestas tarefas no momento da queda:
“...eu abri o armário (cozinha) e simplesmente, eu só me
lembro assim da pancada que eu dei na porta que eu já tinha
aberto e caí para o lado de cá”. Idosa n 11, 64 anos
“Foi no banheiro, joguei cândida no chão encardido, fiz tudo
pra não cair, mas caí um tombo e fui sentada!”
Idosa n 2, 80 anos
O que se percebe é que a regularidade de execução com
que a tarefa é feita provoca uma idéia de automatização, e produz ao
indivíduo idoso que a executa, uma sensação de habilidade para tais
ações. Desta forma, o idoso parece sentir-se sempre apto para
realizar estas tarefas e, passa despercebido o risco com que a
mesma oferece em provocar uma queda:
“Tava escuro, eu moro aqui há 25 anos, eu sempre fiz isso
mas dessa vez eu saí direto na escada.” (a queda foi na escada,
que ela confundiu achando que estava entrando no banheiro)
Idosa n.1, 81 anos
“Eu tava na frente, descendo a escada. Quando chegou ao
ultimo degrau eu não vi, e caí”
Idoso n.13, 73 anos
Nota-se que há uma resistência pelo idoso na sua
capacidade de modificar o comportamento em função da presença
de um risco para queda. A este fato entende-se que a problemática
surge pelo fato deste risco estar presente em meio às tarefas das
quais já acompanham sua rotina há muito tempo.
Um estudo realizado por Doimo e Derntl (2006) coloca que
homens e mulheres idosos agem em conformidade com a rotina
diária do lar, sendo destinado em média 33% para tarefas de
arrumação da casa, 16% com cuidados pessoais e os principais
meios de lazer inseridos nas atividades passivas como ler e cochilar,
além de assistir televisão. A mulher é identificada como a principal
executora destas tarefas, alternando entre atividades de
necessidade pessoal e obrigações referentes à limpeza e
manutenção da casa. Além disso, é visto que até mesmo entre as
116
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
atividades de lazer, a mulher idosa opta por assistir televisão,
descansar, ler, atividades comumente exercidas em ambiente
doméstico (DOIMO; DERNTL; LAGO, 2008).
Portanto, quando há interferência da queda nestas
atividades, tal evento deve ser considerado em toda a dimensão na
qual ele vem a interferir, o cotidiano do idoso. Em se tratando do fato
que a queda interfere nesta rotina programada, é importante analisar
quais os impactos que este remete à norma de uma rotina. O relato
dos idosos permitiu identificar que, para este grupo, o evento da
queda é tido como aquele capaz de reconfigurar, em sua maioria, a
capacidade de função no meio doméstico e, portanto, leva o idoso
para um patamar inferior de independência. Esse fato provoca um
sentimento de não conformidade em perder mais uma habilidade
essencial para a manutenção das práticas cotidianas.
“Na hora a gente não acha que vai cair. Aquilo o que eu falo
para o meu filho: se a gente soubesse que ia cair a gente se
preparava antes, né!”
Idosa n.12, 66 anos
“Não sei, de repente. Bati a costela do lado (escada). Sorte
que não caí de uma vez, né!”
Idosa n.15, 70 anos
O estudo de Jahana e Diogo (2007) encontrou que 60% dos
idosos que caíram indicam uma falta de conhecimento dos riscos
ambientais.
Segundo Messias e Neves (2009), os locais da casa mais
propícios às quedas são a cozinha e a escada, em primeiro lugar,
seguidos pela sala, banheiro, quarto, quintal e o corredor. Entre os
fatores extrínsecos relacionados ao ambiente estão os pisos
escorregadios, presença de tapetes, objetos desordenados e mal
posicionados, armários difíceis de alcançar. Outro fator indicativo é a
má iluminação, interruptores inacessíveis, falta de corrimão nas
escadas, degraus inadequados e falta de colocação do piso
antiderrapante. O autor destaca por último algumas atitudes do idoso
que facilitam a queda como o costume de entrar na sala quando está
escuro, não utilizar iluminação noturna e subir em banco para
alcançar objetos.
117
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
O que chama a atenção e compõe parte da observação
desta pesquisa é que todas essas atividades são capazes de
promover satisfação pessoal ao idoso. A manutenção da
independência para as funções são representadas como objetivos
atingíveis diariamente. No momento em que surge a queda, ocorre
um desarranjo deste padrão de permanência. Os trabalhos de
Jardim, Medeiros e Brito (2006) e Patrício et al. (2008), identificaram
o sentimento de prazer pelos idosos na execução das tarefas
cotidianas.
Assim, a queda vai além de uma simples ocorrência não
premeditada, para uma representação de risco que pode modificar a
relação do idoso com sua independência para as atividades comuns.
A queda torna-se marcante, justamente por interromper estes
momentos que representam a permanência na vida ativa.
Freitas e Scheicher (2008) apontam um dado que comprova
a relação entre a execução de tarefas domésticas e a ocorrência das
quedas. O estudo mostra que a ocasião é mais evidente nos idosos
com idades entre 75 a 84 anos. Após este período, a probabilidade de
queda diminui, juntamente com a menor execução das tarefas no lar.
Isso mostra que, enquanto houver idosos ativos dentro de
casa, o risco de queda estará presente em maior proporção. No
entanto, este fato não deve ser entendido na esfera da promoção da
saúde, como um fator indicativo de contenção destas atividades a fim
de se atingir a redução das quedas domiciliares. Como vimos, essas
são tarefas de importante representação na vida desses indivíduos e
devem, portanto, serem programadas de forma mais segura e
consciente por parte do idoso.
Sugere-se aqui uma reflexão por parte dos profissionais da
saúde que lidam com esta população. É certo que elaborar técnicas
de reabilitação avançadas para a recuperação desses indivíduos
que sofrem quedas são importantes. Também é essencial o trabalho
que visa sua manutenção física para amenizar os déficits funcionais
conseqüentes de suas enfermidades. No entanto, se não aplicado
um esquema de conscientização deste público sobre as condições
de risco em que as atividades simples e “exeqüíveis” por eles no meio
doméstico estão sujeitas, as quedas continuarão ocorrendo.
Independente da habilidade física que porte, o idoso terá sempre a
idéia de que o que é simples e corriqueiro não oferece risco.
118
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
O desafio consiste, portanto, em como transformar esse
processo de conscientização dos fatores de risco domésticos em
uma informação fácil de ser aceita e aderida por parte desses idosos,
já que se trata de uma problemática a mais, entre tantas outras
condições restritivas das quais eles são aconselhados a se
submeterem. É preciso ter em foco a intima relação da queda com a
interdependência para as funções diárias. Portanto, sugere-se que,
junto ao trabalho de conscientização sobre os riscos provenientes da
queda, seja feito um resgate da importância que a vida ativa
proporciona nesta faixa etária da população.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observa-se a relação íntima existente entre o evento da
queda com a prática da atividade doméstica, na rotina do lar do idoso.
O fator de maior relevância encontra-se na representatividade
dessas tarefas para estes indivíduos. Nota-se que a prática das
atividades realizadas dentro do ambiente doméstico resgata a idéia
de independência, do ser útil, habilidades essas das quais o idoso
está em busca constante. É visto com isso, uma percepção de
imprevisibilidade da queda, reforçada pela sua ocorrência em um
momento previsível da rotina doméstica.
Percebe-se que o idoso mostra-se mais preocupado em
manter esta rotina já determinada, para fins de manutenção de sua
liberdade dentro do lar, do que prevenir-se de uma queda, quando
pra isso, há a necessidade de modificar hábitos.
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Endereço para contato:
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O REFLEXO DO MÉTODO MAT PILATES EM UM PACIENTE
COM ESPONDILOLISTESE
Camila Silva Hoshina, Larissa Alexandre Furlan, Laís Campos de
Oliveira, Raphael Gonçalves de Oliveira, Fábio Antônio Néia Martini.
Universidade Estadual do Norte do Paraná - Centro de Ciências da
Saúde, Jacarezinho
RESUMO
Uma das patologias que podem acometer a coluna vertebral é a
espondilolistese que se caracteriza pelo deslocamento vertebral
anterior. Um dos tratamentos que podem ser utilizados nestes casos
é o método Pilates, importante para o fortalecimento dos músculos
estabilizadores da coluna; sendo capaz de contribuir para a melhora
do quadro doloroso, possibilitando a independência na realização
das atividades do cotidiano e refletindo positivamente na qualidade
de vida do paciente. Com isso, o objetivo do presente estudo foi
investigar o reflexo do método Mat Pilates sobre o grau de
deslocamento da vértebra, o nível de dor, as Atividades da Vida
Diária (AVDs), Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) e
qualidade de vida de um paciente com espondilolistese. O estudo se
caracterizou como de caso, do tipo qualitativo e exploratório, com um
voluntário do sexo masculino, com 41 anos de idade. Foram
realizadas as seguintes avaliações: sistema de classificação em
categorias para verificar o grau de deslocamento vertebral, escala
visual analógica da dor (EVA), questionários para verificar as AVDs,
AIVDs e a qualidade de vida, aplicados pré e pós-intervenção. Para a
intervenção foram realizados exercícios do método Mat Pilates
durante três meses. Os resultados apontaram para a manutenção do
grau de deslocamento vertebral, melhora da dor, das AVDs, AIVDs e
qualidade de vida. Torna-se necessário a realização de outros
estudos e a observação de diferentes variáveis envolvendo o método
Pilates em pacientes com espondilolistese.
Palavras-chave: avaliação de resultado de intervenções
terapêuticas; traumatismos da coluna vertebral; Fisioterapia.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
EFFECT OF THE METHOD PILATES MAT IN A PATIENT WITH
SPONDYLOLISTHESIS
ABSTRACT
One of the diseases that may affect the spine spondylolisthesis is
characterized by anterior vertebral displacement. One of the
treatments that can be used in these cases is the Pilates method,
important for strengthening the stabilizing muscles of the spine, being
able to contribute to the improvement of pain, allowing independence
in carrying out daily activities and reflecting positively on the quality of
patient's life. Thus, the aim of this study was to investigate the
reflection of Mat Pilates method on the degree of displacement of the
vertebra, the level of pain, the Activities of Daily Living (ADL),
Instrumental Activities of Daily Living (IADL) and quality of life of a
patient with spondylolisthesis. The study is featured as a case, a
qualitative and exploratory, with a male volunteer, with 41 years of
age. Were performed the following assessments: categorization
system to assess the degree of vertebral displacement, visual
analogue scale (VAS) questionnaires to verify the ADL, IADL and
quality of life, applied pre-and post-intervention. For the intervention
were performed Mat Pilates method exercises for three months. The
results pointed to the maintenance of the degree of vertebral
displacement, pain relief, the ADL, IADL and quality of life. It is
necessary to carry out further studies and observation of different
variables involving the Pilates method in patients with
spondylolisthesis.
Key-words: evaluation of results of therapeutic interventions; spinal
injuries; Physical Therapy;
INTRODUÇÃO
A coluna vertebral é o eixo ósseo, localizada medianamente
e dorsal no corpo. É capaz de amortecer, transmitir e sustentar o
peso corporal, suprir a flexibilidade necessária à movimentação,
proteger a medula espinhal e formar a caixa torácica, tão importante
para os movimentos respiratórios. Os problemas de coluna são muito
comuns e podem advir de patologias musculoesqueléticas vindas de
traumas, lesões mecânicas, lesões da medula espinhal, infecções,
tumores, processos inflamatórios, alterações que afetam músculos,
nervos, discos intervertebrais, cartilagem, tendões e ligamentos, ou
mesmo problemas por anormalidades congênitas (ARCANJO;
VALDÉS; SILVA, 2008).
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Dentre estes problemas que podem acometer a coluna
vertebral está a espondilolistese, que é definida como um
deslocamento anterior de um corpo vertebral sobre a vértebra
subjacente. Qualquer vértebra pode ser envolvida, mas a L4 e L5 são
mais comumente afetadas. O problema que se deve a este fato é o
grau fisiológico de inclinação articular lombossacra de 30º,
associado ao peso corporal nesta estrutura anatômica,
sobrecarregando a área (músculos estabilizadores da coluna,
ligamentos da coluna, reação proprioceptiva neural, dentre outros),
que caso esteja enfraquecida mecanicamente pode ceder e
proporcionar o deslizamento vertebral anterior (ROCHA; SALGADO;
MACHADO, 2007).
Os pacientes com espondilolistese podem apresentar todas
ou algumas destas alterações: saliência na região lombossacra,
aumento da curvatura lombar, músculos íliotibiais contraídos, dor
lombar, dor irradiada do tipo ciática, formigamento nas pernas,
encurtamento dos músculos posteriores das pernas, perda de força e
da coordenação dos movimentos. O tratamento desta patologia varia
dependendo da gravidade, podendo ser feito com fisioterapia,
envolvendo exercícios de reabilitação; ou mesmo cirurgia em casos
mais graves e ou progressivos (MONTEIRO; GREGO, 2003).
Um dos tratamentos conservadores da fisioterapia capaz de
fortalecer os músculos estabilizadores da coluna, fator importante
para o tratamento desta patologia, é o método Pilates. Esta
modalidade de exercício tem o objetivo de melhorar a estabilidade da
coluna, bem como a força e a resistência dos músculos do tronco,
enfatizando o fortalecimento dos músculos abdominais e lombares
usando diferentes abordagens, enquanto mantêm uma boa postura
e o alinhamento corporal (FONSECA, 2006).
Dentre as variações desse método, está o Mat Pilates
(pilates aplicado no solo). Os movimentos realizados no solo são
considerados fundamentais, servindo de base para utilização dos
aparelhos. O programa dos exercícios no solo segue uma
progressão, dos mais simples (básicos), passando pelos
intermediários, até os mais complexos (avançados) (CARVALHO,
2006). Esta técnica permite que o paciente realize eficientes padrões
de movimentos funcionais, de cadeias fechadas e abertas, bem
como, variados planos e eixos anatômicos e cargas de no máximo 2
Kg para o fortalecimento muscular, atuando na prevenção e na
reabilitação de diversas lesões e patologias, podendo ainda
trabalhar com fortalecimento pliométrico e com auxílio de diversos
aparelhos acessórios como a bola suíça, faixa elástica, caneleiras,
halteres, entre outros (BRYAN; HAWSON; SUZANNE, 2003).
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
O Mat Pilates é capaz de contribuir para que o paciente
diminua as dores relacionadas às patologias da coluna vertebral (LA
TOUCHE; ESCALANTE; LINARES, 2008), realize de forma
independente as Atividades da Vida Diária (AVDs), Atividades
Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) (DURINGAN et al., 2005),
podendo refletir ainda na qualidade de vida da pessoa (MARQUES et
al., 2002).
Deste modo, o objetivo deste estudo foi verificar se a técnica
fisioterápica de Mat Pilates pode refletir no grau de deslocamento
vertebral, diminuição do quadro doloroso, nas AVDs, AIVDs e na
Qualidade de Vida de um paciente com espondilolistese traumática.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso, qualitativo e exploratório.
Participou da pesquisa, uma pessoa, do sexo masculino, com 41
anos de idade, casado, morador da cidade de Jacarezinho, estado
do Paraná, Brasil. Esta pessoa sofreu uma lesão no mês de agosto
de 2000, devido a uma queda, causada por um acidente, levando-o a
ter uma espondilolistese do tipo traumática na vértebra L4 sobre L5.
O indivíduo foi iniciante no método Pilates, e não realizou
outro tipo de treinamento físico. Durante alguns anos o mesmo
passou por tratamento fisioterápico, mais especificamente a técnica
de Hidroterapia, tendo no decorrer da reabilitação oscilações de
melhora, mas sem apresentar regressão no nível de deslocamento
vertebral.
O estudo foi realizado na Clínica de Fisioterapia Alfredo
Franco Ayub, da Universidade Estadual do Norte do Paraná Campus de Ciências da Saúde, localizado na cidade de Jacarezinho.
O participante da pesquisa assinou o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido, após ser devidamente informado sobre os objetivos e
metodologias deste estudo.
Avaliação
Para análise do grau de deslizamento da vértebra foi usado o
sistema de classificação em categorias de Meyerding (ZONER et al.,
2006). Analisando em uma visão de perfil a radiografia, o grau 1
corresponde ao deslizamento anterior da vértebra superior até um
quarto da dimensão do planalto da vértebra inferior, o grau 2 é o
deslizamento até um terço, o grau 3 até dois terços, o grau 4 é o
deslizamento de todo o diâmetro da vértebra e o grau 5 ou
espondiloptose é mais acentuado, quando há um deslocamento
completo da vértebra superior, que se situa anteriormente à vértebra
inferior (ZONER et al., 2006).
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
O teste de escala visual analógica de dor (EVA) foi utilizado
para verificar o nível de dor do paciente e seguiu as orientações de
Willestaedt, Levander e Hult (1950). O terapeuta apresenta uma
tabela com uma reta contendo números de zero a 10 e explica ao
paciente que zero significa a ausência de dor e 10 tem o significado
de uma dor de intensidade máxima. O paciente então analisa a dor
que está sentindo e marca na tabela o seu grau de dor.
O instrumento utilizado para avaliar as AVDs foi o Índice de
Katz. Segundo Roehrig et al. (2007) este instrumento verifica as
tarefas que uma pessoa necessita para realizar os cuidados de si
mesma, como: andar, comer, passar da cama para a cadeira, tomar
banho vestir-se, ir ao banheiro, mover-se na cama e ter continências
urinária e fecal. As respostas dizem respeito à (I) independência, (A)
assistência e (D) dependência; o escore total é dado pelo somatório
de respostas “I”; total de 5 a 6 pontos significa independência para
AVDs, de 3 a 4 pontos dependência parcial e 0 a 2 pontos
dependência importante.
As AIVDs foram verificadas através do questionário de
Lawton. As AIVDs são habilidades que a pessoa necessita para
administrar o ambiente em que vive, como: tomar medicações, fazer
compras e utilizar os meios de transporte preparar refeições, fazer
tarefas domésticas, lavar roupas, manusear dinheiro e usar o
telefone (ROEHRIG et al., 2007). As respostas dizem respeito à
realização de atividades sem ajuda (I - independência), com ajuda
parcial (A – assistência) e não consegue (D - dependência); o escore
é estabelecido através da somatória das respostas, sendo I= 3
pontos, A= 2 pontos e D= 1 ponto, sendo que de 19 a 27 é
considerado independente para AIVDs, de 10 a 18 dependência
parcial e de 1 a 9 pontos é considerado dependente.
Para verificar a qualidade de vida, foi utilizado o instrumento
Whoqol-100 da Organização Mundial da Saúde, que foi validado
para a população brasileira por Fleck et al. (1999). Consiste em
avaliar os seguintes domínios: físico, psicológico, independência,
relações sociais, meio ambiente e espiritualidade/ crenças pessoais
Os escores vão de zero (mais comprometido) a 100 (nenhum
comprometimento).
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Tratamento Fisioterápico
Os exercícios de Mat Pilates foram subdivididos em dois
grupos com 20 exercícios cada, sendo o primeiro realizado nas
segundas, quartas e sextas-feiras e o segundo grupo nas terças e
quintas-feiras. O protocolo de tratamento teve duração de três
meses. A seqüência constou de alongamentos, fortalecimento de
membros inferiores, abdominais, treino de equilíbrio e coordenação,
fortalecimento de membros superiores, alongamentos finais e
relaxamento. Os exercícios seguiram as recomendações de Craig
(2005).
A seguir, serão descritos os exercícios do primeiro grupo:
alongamento isquiotibiais com faixa elástica; alongamento do
quadril; alongamento rã; alongamento do quadril; alongamento
lateral; alongamento dos ombros; círculo com as pernas; abaixar e
levantar; meia ponta alta; preparação para a ponte; somente
contraia; abdominal curto; rotação dos oblíquos; cachoeira; com as
mãos levantadas; rosca bíceps; abrace uma árvore; remada;
equilibrando a bola; alongamento flexão do tronco; posição de
relaxamento.
Os exercícios do segundo grupo foram: alongamento de
isquiostibiais; sereia; dedos entrelaçados; pés afastados;
agachamento total; girar a bola; alongando uma perna; ponte
completa; contração; mesinha; alongando ambas as pernas;
abdominal completo; cotovelos afastados; isolamento da escápula;
continência; concha; serrote; dedos entrelaçados; respiração
torácica.
Tratamento dos Dados
Por se tratar de estudo de caso, não foram aplicadas
análises estatísticas. As diferenças entre os dados da avaliação
coletados/avaliados antes do início da intervenção fisioterápica e
após a mesma foram analisados qualitativamente e apresentados de
forma descritiva.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O deslocamento vertebral era de grau 2 na avaliação préintervenção e se manteve inalterado na avaliação pós-intervenção. A
percepção do nível de dor passou de 7 para 3. Com relação às AVDs,
a pontuação se alterou de 5 para 6 e para as AIVDs, de 23 para 27. Os
escores referentes ao questionário da qualidade de vida constam na
tabela 1.
Tabela 1. Valores dos escores para cada domínio do questionário de
qualidade de vida Whoqol-100, nas avaliações pré e pós-intervenção
fisioterápica.
O método Pilates vem sendo utilizado em vários estudos
relacionados às patologias da coluna vertebral, com resultados
positivos, como mostrou a revisão feita por La Touche, Escalante e
Linares (2008). Em se tratando especificamente da espondilolistese,
o fortalecimento dos músculos estabilizadores da coluna se mostra
determinantes para a melhora do quadro clínico dos pacientes que
apresentam esta patologia, sendo o método Pilates o que
apresentou melhor resultado em um estudo conduzido por
Herrington e Davies (2005).
Segundo os autores, estes benefícios se tornam
fundamentais para que o deslizamento vertebral não progrida,
possibilitando uma melhora significativa nas referencias de dor dos
pacientes. No presente estudo o grau de deslizamento vertebral se
manteve o mesmo nas avaliações pré e pós-intervenção, de modo
que a dor do voluntário teve uma melhora passando de 7 para 3, de
acordo com a escala visual analógica da dor. Em estudo realizado
por Curnow et al., (2009) em que foram observadas três diferentes
técnicas do método Pilates para diminuição da dor lombar crônica de
pacientes, os autores verificaram que todas foram capazes de
proporcionar melhora significativa da dor, sem diferenças entre as
técnicas.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Além destes fatores, avaliar as AVDs e AIVDs de pacientes
em tratamento fisioterápico que apresentam patologias crônicas na
coluna vertebral se torna importante para verificar o quanto o quadro
pode comprometer a realização das atividades do cotidiano do
paciente (RICHARDSON, et al. 2010). Na presente pesquisa, tanto
para as AVDs, como para as AIVDs o voluntário já se encontrava na
condição de independente, provavelmente por ter um deslocamento
vertebral moderado (grau 2), porém, houve uma melhora na
pontuação de ambos os questionários. A espondilolistese pode
comprometer as AVDs e AIVDs de pessoas que se encontram
principalmente com o quadro clínico desta patologia avançado
(VERHOOF et al., 2008).
Com relação à qualidade de vida, ocorreu uma mudança
positiva em todos os domínios do questionário, com exceção dos
domínios Independência e Espiritualidade/Crenças Pessoais, que se
mantiveram inalterados. A espondilolistese pode comprometer a
qualidade de vida de pacientes, sendo esta, uma variável importante
nos estudos que avaliam esta patologia (BERVEN et al., 2007).
Estudos têm demonstrado os benefícios do método Pilates sobre a
qualidade de vida de pacientes. A pesquisa de Blum (2002) constatou
melhora da qualidade de vida e diminuição de limitações após o
tratamento com o método pilates em uma paciente com patologia
relacionada à coluna vertebral, que apresentava severa dor lombar
crônica e comprometimento de suas atividades de vida diária.
Sugere-se que mais estudos envolvendo um número maior
de pessoas possam ser realizados utilizando-se do método Pilates
no tratamento da espondilolistese, tendo em vista que intervenções
como as utilizadas no presente trabalho pode evitar medidas
invasivas como a cirurgia. Além disso, em pesquisas futuras, outras
variáveis podem ser verificadas para que diferentes parâmetros
possam ser estabelecidos envolvendo esta técnica em pacientes
com espondilolistese.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando os resultados foi possível verificar que o método
Mat Pilates se mostrou eficiente na melhora da dor, indicando que
pode também contribuir na manutenção do grau de deslizamento
vertebral e para a melhora das AVDs e AIVDs de pacientes com
espondilolistese, refletindo positivamente na qualidade de vida.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
Outros estudos precisam ser realizados e se torna
necessário avaliar diferentes variáveis envolvendo tratamentos
conservadores como o método Pilates em pacientes com
espondilolistese.
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132
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RESUMOS
133
134
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
IMPACTO DA MATURAÇÃO BIOLÓGICA SOBRE O
DESEMPENHO DA POTÊNCIA DE MEMBROS INFERIORES EM
BAILARINAS ADOLESCENTES
Narda Helena Jorosky, Clodoaldo José Dechechi, Adriana Ribeiro
Pinheiro, Tamara Beres Lederer Goldberg, Carla Cristiane da Silva.
Grupo de Estudos de Adaptações Biológicos do Treinamento –
GEABT. Universidade Estadual do Norte do Paraná- UENP.
Jacarezinho-Paraná, Brasil. [email protected]
Introdução e objetivo: O ballet clássico é caracterizado por técnicas
rígidas de movimentos, execução de giros, saltos, equilíbrio, além de
flexibilidade (Wyon et al., 2007). Os bailarinos são reconhecidos por
corpos magros e longilíneos, característica morfológica
determinante da modalidade. O objetivo foi verificar o impacto do
processo maturacional sobre o desempenho físico da potência de
membros inferiores de bailarinas adolescentes. Metodologia:
Foram avaliadas 23 adolescentes do sexo feminino entre 12 a 15
anos. Avaliou-se a massa corporal total, estatura, Índice de Massa
Corporal (IMC) e percentual de massa gorda (LOHMAN (1987).
Como indicador da maturação biológica foi utilizado a idade de
menarca. A avaliação de potência membros inferiores para altura de
salto vertical foi realizado o salto entrechat quatre utilizando uma
plataforma de salto Multisprint Kit. Para avaliação do salto horizontal
as bailarinas realizaram o salto grand jeté, utilizando-se uma trena
fixada no solo para mensuração da distância no solo. Análise
estatística de diferença entre as médias e teste T de student
bicaudal, com P<0,05. Resultados: As bailarinas do grupo com
ausência de menarca demonstraram resultados superiores
significativamente no grand jeté (1,76 ± 0,09) quando comparados ao
grupo de com presença de menarca (1,69 ± 0,15). No salto entrechat
quatre o comportamento foi similar com superioridade ao grupo de
bailarinas com ausência de menarca (26,61 ± 3,67) e grupo de
bailarinas com presença de menarca (22,51 ± 3,79), porém não
significativo. Os resultados indicaram que o grupo com ausência de
menarca apresentou menores valores de massa corporal, IMC e
percentual de gordura quando comprados ao grupo mais maduro
biologicamente. Considerações Finais: Os resultados indicam que
o evento menarca potencializa o aumento da massa corporal, IMC e
percentual de gordura o que pode acarretar menores desempenhos
na realização dos saltos grand jeté e entrechat quatre.
Palavras-chave: adolescência, bailarinas, menarca.
135
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
RELAÇÃO ENTRE ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS E FATORES
DE RISCO CARDIOVASCULARES EM ESCOLARES DE
JACAREZINHO
Danilo Saad Soares, Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib,
Antonio Stabelini Neto. GPEVES – UENP – Jacarezinho, PR.
[email protected]
Introdução e objetivo: A doença cardiovascular aterosclerótica é a
principal causa de morte e de incapacidade no Brasil e no mundo. Há
evidências de que o processo aterosclerótico inicia-se na infância e
progride com a idade. O objetivo do estudo foi descrever a relação
entre índices antropométricos e os fatores de risco cardiovasculares
em escolares da cidade de Jacarezinho, PR. Metodologia: O
presente estudo contou com a participação de 113 escolares, sendo
47 do sexo masculino e 67 do sexo feminino. As variáveis analisadas
foram: índice de massa corporal (IMC), índice cintura estatura (ICE),
relação cintura quadril (RCQ), triglicérides e HDL-C. A análise dos
dados foi efetuada através de estatística descritiva (média e desviopadrão) e correlação de Pearson, com p<0,05. O Programa utilizado
foi o SPSS, versão 13.0. Resultados: A média de idade encontrada
para o sexo masculino foi de 12,7±0,8 anos e para o sexo feminino
12,9±0,9 anos. A média do IMC para o sexo masculino foi de
20,0±3,9, e para o sexo feminino 20,2±3,9. A média para ICE para
sexo masculino foi de 0,42±0,05 e para o sexo feminino foi de
0,43±0,05. A média de RCQ para o sexo masculino foi de 0, 8±0,04 e
para sexo feminino foi de 0,76±0,06. A média de triglicérides foi de
76,0± 42,0 mg/dL e para o sexo feminino foi de 64,9±35,6 mg/dL. A
média de HDL-C para o sexo masculino foi de 51,6±12,0 mg/dL e
para o sexo feminino foi de 53,6± 13,1 mg/dL. Foi observado
associação significativa do IMC com HDL-C (r= -0,236) para os
meninos e r=-0,272 para meninas, ICE r=-0,188 para meninos e r = 0,311 para meninas, RCQ r=-0,058 meninos e r= - 0,147 meninas. Já
para IMC com triglicérides, a relação foi de r=0,237 para meninos e r=
0,226 para meninas, já para RCQ r=0,175 para meninos e r=0,177
meninas e ICE r=0,241 meninos e r=0,290 para meninas.
Considerações Finais: Os resultados demonstram que índices
antropométricos elevados se relacionaram com os fatores de risco
de HDL e triglicérides.
Palavras-chave: Fatores de risco cardiovasculares, escolares,
índices antropométricos.
136
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
COMPARAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE OS
GÊNEROS E ENTRE O NÍVEL SOCIOECONÔMICO
Géssika Castilho dos Santos, Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto
Paez Dib, Danilo Saad Soares, Antonio Stabelini Neto. Universidade
Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil –
[email protected]
Introdução e objetivo: Estudos epidemiológicos mostram que o
nível de atividade física é mais elevado no sexo masculino do que no
sexo feminino e ao comparar o nível de atividade física com o nível
socioeconômico verifica que quanto mais elevada a classe social
menos ativa fisicamente. O objetivo deste trabalho é a comparação
do nível de atividade física entre os gêneros (feminino e masculino) e
entre o nível socioeconômico em escolares. Metodologia: Foram
avaliados 516 indivíduos de ambos os sexos, sendo 230 alunos do
Colégio ELO e 286 alunos do Colégio Estadual Rui Barbosa, ambos
da cidade de Jacarezinho, PR, da 5ª a 8ª série do ensino fundamental
e do 1º ao 3º ano do ensino médio, com média de idade de 14,38
(masculino) e 14,44 (feminino). Foram aplicados dois questionários,
um proposto por Baecke voltado ao nível de atividade física e outro
voltado ao nível socioeconômico. Para análise estatística foram
utilizados o teste t de Student e ANOVA one-way, com nível de
significância de p<0,05. Resultados: Na comparação dos dados
referente ao nível de atividade física entre ambos os sexos, apenas o
índice de lazer não teve diferença significativa. No índice de trabalho
a média foi de 2,69±0,5 e 2,59±0,4 para o masculino e feminino
respectivamente. Quanto ao índice esportivo 2,57±0,6 (masculino) e
2,09±0,5 (feminino). Para o índice total foi observado 7,75±1,29
(masculino) e 7,07±1,22 (feminino). Quando comparado o NAF com
o NSE verificou-se que somente o índice de trabalho teve diferença
significativa, classe A (2,51±0,44), classe B(2,60±0,50), classe
C(2,83±0,49), classe D (2,90±0,55). Considerações finais: De
acordo com os dados apresentados neste trabalho, observou que os
escolares do sexo masculino são mais ativos que o sexo feminino, e,
quando comparado entre os NSE, verifica-se quanto menor o nível
da classe social mais fisicamente ativo são estes indivíduos.
Palavra-chave: escolares, atividade física, nível socioeconômico.
137
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
A ATIVIDADE LABORAL SENTADA PROVOCA QUEIXAS NOS
MEMBROS SUPERIORES E NA COLUNA TORÁCICA.
João Paulo Manfré dos Santos, Vinícius Arantes Coelho, Fernando
Rafael Pinto Guedes Rogério, Dênis Carlos Santos. Prefeitura
Municipal de Cambará. Cambará-Paraná, Brasil [email protected]
Introdução e objetivos: Sabemos que o homem na era pósmoderna desenvolve várias atividades concomitantes,
principalmente no ambiente de trabalho, utilizando-se de tecnologias
para melhora do rendimento laboral, entretanto não observamos um
cuidado com este ambiente para proporcionar ao indivíduo um local
seguro e saudável, por isto o presente estudo caracteriza-se por uma
análise descritiva através de um questionário com indivíduos adultos
trabalhadores de um escritório no município de Jacarezinho-PR para
avaliação de queixas que podem ser relacionadas ao ambiente de
trabalho. Metodologia: Foram selecionados aleatoriamente e
voluntariamente 7 indivíduos de ambos os gêneros (4 masculino e 3
feminino) que trabalhavam a pelo menos 6 meses neste escritório e
que desenvolvessem atividades sentadas utilizando
microcomputadores durante maior parte do tempo, os dados foram
analisados em porcentagem e desvio padrão apenas para análise da
idade. Resultados: Média de idade de 30,71 (±9,42), 57,14%
praticavam atividade física regularmente, 71,42% apresentam algum
tipo de dor, desconforto ou formigamento nos membros superiores,
28,57% apresentavam lombalgia, 57,14% apresentavam dorsalgia e
nenhum indivíduo apresentou cervicalgia, dos indivíduos que
apresentaram dor 60% relataram freqüência ocasional e 40%
freqüentemente, destes 40% relataram intensidade leve e 60%
intensidade moderada. Considerações finais: A atividade laboral
em ambiente de escritório na maior parte do tempo sentado pode ser
um fator predisponente para apresentação de queixas nos membros
superiores e na coluna torácica, mesmo em praticantes de atividade
física, provavelmente devido à problemas relacionados à ergonomia.
Palavras-chave: ergonomia, dor.
138
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS E
PRESSÃO ARTERIAL EM ESCOLARES DA REDE DE ENSINO
PÚBLICA DE JACAREZINHO-PR
Luiz Roberto P. Dib, Sara Crosatti Barbosa, Géssika Castilho dos
Santos, Thiago Criste Magalhães, Antonio Stabelini Neto. GPEVES –
UENP – Jacarezinho, PR. – e-mail: [email protected]
Introdução e objetivos: estudos epidemiológicos mostram
aumento da prevalência de hipertensão arterial (HA) em crianças e
adolescentes, nos quais índices antropométricos de obesidade e
distribuição de gordura também se encontram elevados. O presente
estudo objetiva a verificação da associação de índices
antropométricos de gordura corporal com a pressão arterial em
escolares de Jacarezinho, PR. Metodologia: foi aferida a PA em 46
indivíduos do sexo masculino, média de idade 12,6 ±0,8 e 67
indivíduos do sexo feminino, média de idade 12,9 ±0,9. Para os
dados antropométricos foram utilizados protocolos previamente
padronizados na literatura. A pressão arterial foi aferida pelo método
auscultatório com esfigmomanômetro aneróide e estetoscópio. O
IMC calculado através da equação: massa corporal/estatura2. A
razão cintura-quadril (RCQ), através da divisão dos valores da
circunferência de cintura (CC) e quadril. O índice cintura-estatura
(ICE) através da divisão dos valores de CC e estatura em
centímetros. Para analise estatística foi utilizado à correlação de
Pearson, nível de significância de p<0,05. Resultados: sexo
masculino: PAS: 100,8 ±11,7mmHg; PAD: 60,6 ±10,6 mmHg; IMC:
20,0 ±3,9; RCQ: 0,8 ±0,04; ICE: 0,43 ±0,05; Abdome: 73,7 ±11,1.
Associado à PAS encontramos: PAD: r=0,67; p<0,01; IMC: r=0,46;
p<0,01; RCQ: r=0,03; p>0,01; ICE: r=0,40; p<0,01; Abdome: r=0,47;
p<0,01. Para o sexo feminino: PAS: 97,9 ±9,7 mmHg; PAD: 58,6 ±9,8
mmHg; IMC: 20,2 ±3,9; RCQ: 0,7 ±0,06; ICE: 0,42 ±0,05; Abdome;
74,1 ±10,0. Associado à PAS encontramos: PAD: r=0,60; p<0,01;
IMC: r=0,25; p<0,05; RCQ: r=0,09; p>0,05; ICE: r=0,28; p<0,05;
Abdome: r=0,28; p<0,05. Não foi observada associação positiva
significativa apenas entre PAS e RCQ em ambos os sexos.
Considerações finais: a significância estatística observada entre a
PA e os índices antropométricos, ambos de fácil aplicabilidade, deixa
claro que a identificação destes fatores permite uma intervenção no
tratamento e prevenção de uma seqüência de eventos associados
com significativa morbi-mortalidade na fase adulta.
Palavras-chave: índices antropométricos, pressão arterial,
escolares.
139
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
CORRELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E
DIASTÓLICA COM O VO2MÁX EM ESCOLARES DE CURITIBA
Maicon Siqueira Bontorin; Thiago Silva Piola; Guilherme da Silva
Gasparotto; Luis Paulo Gomes Mascarenhas; Rodrigo Bozza.
Centro de Pesquisa em Exercício e Esporte – CEPEE. UFPR,
Curitiba-PR. [email protected]
Introdução e objetivos: Inúmeros estudos, ao longo das últimas
décadas, têm sido direcionados a investigar os níveis de aptidão
física em crianças. Nesse sentido, valiosas informações têm sido
produzidas, o que tem contribuído sobretudo para a compreensão do
funcionamento do metabolismo humano quando em exposição a
esforços físicos, agudos e crônicos. Neste contexto, os indivíduos
jovens com melhor aptidão cardiorrespiratória poderiam apresentar
um melhor perfil de pressão arterial. O objetivo é verificar a relação
entre pressão arterial sistólica e diastólica com o VO2máx em
escolares de Curitiba-PR. Metodologia: Foram avaliados 491
escolares, sendo 188 meninos e 303 meninas com idades entre 8 e
19 anos. A medida da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica
(PAD) foi realizada com esfigmomanometro aneróide e um
estetoscópio marca BD. Para determinar o VO2máx foi utilizado o
teste de 20m de Léger. Para tratamento estatístico foi utilizada a
estatística descritiva para apresentação dos dados e a correlação de
Pearson para verificar a relação entre as variáveis do estudo. O nível
de significância foi de p<0,05. Resultados: As médias dos meninos
foram: PAS (104,76±13,64); PAD: (68,56±10,56); VO2máx:
(47,03±5,73) e das meninas foram: PAS (100,23±12,89); PAD
(67,44±10,39) e VO2máx: (39,61±4,83). A análise de correlação
demonstrou que para os meninos não foram encontradas
correlações significativas do VO2máx com a PAS (p=0,48) e com a
PAD (p=0,13). Já no sexo feminino foi verificada uma correlação do
VO2máx com a PAS (p=0,01; r= -0,14) e com a PAD (p=0,02; r= 0,12). Considerações finais: Através das análises de correlação
não foi identificado resultado significativo para os meninos. Já nas
meninas observou-se que as meninas que foram mais ativas
obtiveram uma relação significativa entre o VO2máx, a pressão
arterial sistólica e diastólica, ou seja, quanto mais condicionadas
eram as meninas menor era a pressão arterial.
Palavras-chave: Atividade Física, Pressão Arterial, Adolescentes.
140
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
FATORES DE RISCO PARA ATEROSCLEROSE EM
ESCOLARES DE DIFERENTES ESTADOS NUTRICIONAIS
Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib, Géssika Castilho dos
Santos, Danilo Saad Soares, Antonio Stabelini Neto. Universidade
Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil –
[email protected]
Introdução e objetivo: É crescente o número de crianças com
sobrepeso e obesidade, que apresentam fatores de risco para
desenvolvimento de doenças cardíacas, tais como:
hipertrigliceridemia, baixos níveis de HDL-C, hiperglicemia, pressão
arterial elevada e acúmulo de gordura abdominal,
conseqüentemente gerando mais gastos a saúde publica em longo
prazo. O objetivo deste trabalho foi comparar os fatores de risco para
aterosclerose em escolares de diferentes estados nutricionais.
Metodologia: Foram avaliadas 108 crianças da Escola Estadual
Imaculada Conceição, Jacarezinho, PR, da 6ª, 7ª e 8ª series, com
média de idade de 12, 6 anos. Foram realizadas medidas de peso e
altura, aferição da pressão arterial, testes de glicemia, triglicérides e
HDL-C em jejum, realizada por equipe de enfermeiros
especializados. Para análise estatística foi utilizada ANOVA one-way
com post hoc de Tukey, com valores de significância de p<0,05.
Resultados: Os dados do presente estudo revelaram que dos
fatores de risco avaliados, apenas a glicemia não diferiu
significativamente entre os grupos. Baixos valores HDL-C foram
observados nos obesos (43,9 mg/dL ± 6,62) em relação aos seus
pares com sobrepeso (48,5 mg/dL ± 10,23) e normal (53,6 ml/dL ±
12,93). Para os triglicérides, menores valores foram observados nos
escolares com IMC normal (62,9 mg/dL ± 29,28) comparados aos
obesos (85,5 mg/dL ± 34,85) e sobrepesados (95,6, mg/dL ± 62,92).
Quanto a pressão arterial sistólica e diastólica, respectivamente 108
mmHg ± 7,88 e 68 mmHg ± 9,18 em obesos e 97,6 mmHg ± 10,24 e
58,8mmHg ± 9,99 para escolares com peso normal. Considerações
finais: Podemos concluir que quando comparados estado
nutricional dos estudantes com fatores de risco para aterosclerose,
estudantes com sobrepeso e obesidade apresentaram-se mais
vulneráveis ao seu desenvolvimento que seus pares com peso
normal, demonstrando a precocidade destes fatores, merecendo
maior atenção da saúde pública.
Palavras-chave: crianças, fatores de risco, obesidade.
141
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
AVALIAÇÃO ANTROPOMETRICA E MOTORA DE JOVENS
PRATICANTES DE ATLETISMO
Clauber Luiz de Souza Pinto, Daniela Cristine Stasch, Janaina
Ferreira Zomer, Karina Matavelli, Wanessa Cachoni Dolens Rosa,
Yohan Ferreira, Emanuel Luis Posetti, Antonio Stabelini Neto.
Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho- Paraná,
Brasil. Programa Universidade Sem Fronteiras.
Introdução e objetivo: Considerado como esporte clássico, base
para várias outras modalidades, de fácil aprendizagem, já que pode
ser ensinado com base em espaços físicos adaptados e materiais
alternativos, o atletismo auxilia no desenvolvimento motor de
crianças e adolescentes. Teve por objetivo este estudo, comparar a
massa corporal, estatura, agilidade e salto horizontal de
adolescentes praticantes de atletismo do programa Universidade
Sem Fronteiras/CCS. Metodologia: amostra foi constituída por 23
indivíduos do sexo masculino e 26 do sexo feminino, com idade
média de 12 anos em ambos os grupos. As avaliações ocorreram nas
três escolas participantes do programa. No teste motor impulsão
horizontal cada individuo teve três tentativas, considerando-se o
maior valor entre eles. Para o teste de agilidade foi realizado o shuttle
run. Foi utilizada uma balança digital, estadiômetro, um cronômetro e
uma fita métrica, para coleta dos dados. Para análise estatística foi
utilizado o teste t de Student para amostras independentes, com
p<0,05. Resultados: Dados descritivos das avaliações entre
meninos e meninas demonstram paridade para variável idade (12,9 ±
2,5 anos, em ambos os sexos), massa corporal (43,3 ± 17 kg
meninos e 46,1 ± 12,3 kg meninas), estatura (1,53 ± 0,1 m. meninos e
1,50 ± 0,1 m. meninas). Porém ambos os testes motores
apresentaram diferença estatisticamente significativa sendo a média
do salto horizontal (156 ± 32,1 cm no sexo masculino e 129 ± 17,9 cm
no feminino) com diferença estatística de p< 0, 001 e no shuttle run os
meninos obtiveram a média (11 ± 1,5 seg. e as meninas 12 ± 1,2
seg.), com diferença estatística de p< 0,02. Considerações finais:
Este é um período onde o individuo começa a utilizar com crescente
freqüência padrões fundamentais de movimentos adquiridos durante
a primeira infância. Nesse período, aliada às mudanças que ocorrem
na maturação biológica, no desenvolvimento físico, na idade
cronológica, observa-se a diferenças do desempenho motor entre os
sexos, principalmente em atividades que envolvem potencia e
agilidade.
Palavras-chave: Atletismo, adolescentes, desenvolvimento motor.
142
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PARA QUE EDUCAR
Elias Carlos Panichi. Universidade Estadual do Norte do Paraná,
Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected]
Introdução e objetivos: O presente trabalho tem como objetivo
analisar como pensamos na Educação e na Educação Física e o seu
contexto, a qual, nós acreditamos e temos total interesse que haja
mudanças, pois elas são necessárias para o crescimento
profissional e reconhecimento da nossa área de estudo, se é que
realmente queremos nos situar como área do conhecimento e nos
justificarmos como tal, para tanto também acreditamos que toda a
sociedade tem que passar por uma reforma de caráter, de princípios
éticos e morais, e que a escola realmente cumpra o seu papel que é
de formar pessoas críticas e emancipadas, humanizando ainda mais
essa sociedade tão carente e que sofre com a falta de mudanças.
Refletir sobre a nossa sociedade e o que ensinamos dentro das
escolas, é sentir-se vivo e, ao mesmo tempo compromissado com o
que acreditamos, que as mudanças são possíveis e que os
investimentos são necessários, a escola não é a da esportivização,
da dança, da luta, da ginástica e nem tampouco dos jogos, ela é o
maior instrumento de transformação e ao mesmo tempo de
destruição da vontade de aprender, referindo-se o que estamos
ensinando e, se o que vai ser ensinado irá atender as necessidades
de quem está aprendendo. Metodologia: Essas análises são em
detrimento das revisões bibliográficas e observações empíricas do
fazer por fazer sem dar uma conotação de cientificidade ao processo
ensino aprendizagem. Resultado: Espera-se com essas análises
bibliográficas e debates, conscientizar sobre a importância da
cientificidade nas aulas de Educação Física no ensino regular.
Considerações finais: Por mais que a Educação Física passe por
transformações e novidades pedagógicas ela tem que se legitimar
como área do conhecimento e como tal ter a sua importância dentro
das escolas.
Palavras-chave: mudanças, sociedade e emancipação.
143
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
A QUESTÃO DA DIVERSIDADE DE GÊNERO NA ÓTICA DA
CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO – CONAE 2010
José Ferreira de MELO. Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz –
FA C I B R A . We n c e s l a u B r a z - P a r a n á , B r a s i l –
[email protected]
Introdução e objetivo: O documento final do CONAE 2010 trouxe à
baila, em seu eixo VI, a questão do compromisso do Estado de
direito, em relação ao reconhecimento dos direitos dos Sujeitos,
inseridos numa ordem política, econômica social e cultural. Tem,
portanto, a presente proposta, o objetivo de conclamar para a
questão da adoção/implementação de práticas inclusivas, no meio
educacional e desportivo, quanto ao gênero, a raça, a etnia e a
orientação sexual; além das pessoas que necessitem de cuidados
especiais. Metodologia: sugere-se a adoção da metodologia da
problematização, com o arco de Maguerez, de modo a possibilitar a
intervenção nos sistemas de ensino, de práxis educativas que visem
à superação de preconceitos, discriminação, violência sexista e
homo fóbica no ambiente escolar. Resultados: Espera-se dos
profissionais da educação física (de IES públicas ou privadas) a
adoção de práticas afirmativas que levem à correção de
desigualdades e injustiças históricas em relação a determinados
grupos sociais (mulheres/homens, população LGBT - lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais - negros/as, indígenas, pessoas
com deficiência, ciganos). Considerações finais: Mais do que
esperar do Estado ações afirmativas, a serem implementadas em
forma de lei, de programas, de metas, de reserva de vagas, de
preferência ou de cotas, espera-se dos profissionais da educação
(da área de educação física), ou não, postura humanizadora, no
sentido de permitir acesso e permanência a todos os Sujeitos. Será,
sem dúvida, um grande contributo para a redução da evasão escolar
e da marginalidade.
Palavras- chave: CONAE 2010, práticas inclusivas, grupos sociais.
144
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
PREVALÊNCIA DE DOR: ASPECTOS QUANTITATIVOS
OCASIONADOS PELA PRÁTICA HABITUAL DE ATIVIDADE
FÍSICA
Poliana Vitória Godoy, Aryane Flauzino Machado, Roberta Vieira
Cortz, Julio Fernandes. Universidade Estadual do Norte do Paraná –
Centro de Ciências da Saúde. Jacarezinho, Paraná, Brasil.
[email protected]
Introdução e Objetivo: Uma das formas de proteção do organismo
é o mecanismo da dor, que é capaz de interpretar um estímulo
nocivo. A dor é considerada uma percepção subjetiva, desagradável
e vital. Os baixos níveis de atividade física afetam todas as idades,
apesar do reconhecimento da importância da atividade física como
fator de promoção da saúde e de prevenção de doenças. O objetivo
deste estudo é analisar os comportamentos de dor em jovens
brasileiros, amadores de futsal. Metodologia: Estudo de campo
transversal, constituído de 30 sujeitos do sexo masculino, com
idades entre 18 e 29 anos, da cidade de Cornélio Procópio, Paraná,
Brasil, que praticam futsal eventualmente. Estes foram submetidos
inicialmente à 15 questões do Questionário para Estratificação da
Atividade Física Habitual. Após, responderam 9 perguntas sobre a
dor e sua intensidade em cada segmento do corpo. Resultados: Dos
30 sujeitos avaliados, 50% apresentavam algum tipo de dor e
praticavam atividade até no máximo 4 horas/semana. Desses 50% a
maior incidência de dor, dividido por segmento corpóreo foi em
tornozelo (60%) e coluna lombar (20%). Em indivíduos que
praticavam atividades acima 4horas/semana, 33,3% apresentavam
algum tipo de dor, sendo maior a incidência nos joelhos (20%),
seguida de punho (20%). Observou-se relação entre prevalência de
dor em indivíduos classificados como irregularmente ativos.
Considerações finais: Este estudo pode, de modo geral, relatar que
a prática habitual de atividades físicas é fator de promoção de saúde.
Palavras-chave: dor, atividade física, hábitos
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
LUXAÇÃO ANTERIOR DE OMBRO DIREITO – ESTUDO DE
CASO
Aline Guzella Tokarski, Camila de Oliveira Silva, Marina Nogueira
Buzalaf, Jarbas Melo Filho, Berlis Ribeiro dos Santos Menossi.
Universidade Estadual do Norte do
Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil –
[email protected]
Introdução e objetivo: A realização dos complexos movimentos do
ombro ocorre devido à frouxidão ligamentar fisiológica. Fatores
congênitos ou do envelhecimento podem alterar essa frouxidão e
levar a uma instabilidade, representando a quebra do equilíbrio entre
os estabilizadores estáticos e dinâmicos do ombro. A luxação
anterior do ombro é a perda da relação anatômica normal entre a
cabeça do úmero e a cavidade glenóide, podendo ser traumática ou
não traumática. O objetivo desta pesquisa é analisar o protocolo de
tratamento da lesão de luxação anterior de ombro. Metodologia: O
estudo de caso do paciente R.O.G., sexo masculino, 29 anos, com
luxação anterior do ombro direito, recolocado no mesmo dia através
de anestesia geral. Apresentou como queixa principal dor em todos
os movimentos do ombro na região da interlinha articular, edema e
limitação de movimento. Realizada avaliação fisioterápica inicial,
intermediárias e final, incluindo escala analógica de dor, goniometria,
perimetria e testes específicos de ombro: gaveta anterior e posterior,
sulco subacromial, apreensão anterior e posterior e Apley. O
tratamento fisioterápico foi realizado no período de 30/03/2010 à
18/06/2010, totalizando 29 sessões. Tratou-se com eletroterapia,
drenagem linfática, liberação miofascial da cintura escapular,
mobilização e dissociação de escapulo torácica e glenoumeral,
mobilização ativa de cotovelo e punho, alongamento de extensores e
flexores de punho e prono-supinadores, micromobilização da cabeça
umeral, reequilíbrio articular isométrico, concêntrico e excêntrico da
relação agonista antagonista do ombro e cintura escapular,
exercícios de kabat, exercícios proprioceptivos, exercícios
pliométricos e crioterapia. Resultados: Paciente recuperou todas as
amplitudes fisiológicas dos movimentos do ombro e retornou as suas
atividades de vida diária. Considerações finais: Goniometria
normal, dor e edema ausentes, testes específicos negativos tendo
alta e retornando a atividades esportivas regulares.
Palavras-chave: Luxação, estabilizadores, tratamento fisioterápico.
146
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
ESTUDO DE CASO DE EVOLUÇÃO CLÍNICA À CURTO PRAZO
DE CONDROMALÁCIA PATELAR
Aryane Flauzino Machado, Caroline Mendes de Almeida, Berlis
Ribeiro Menossi. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Centro
de Ciências da Saúde. Jacarezinho - Paraná, Brasil [email protected]
Introdução e objetivo: Muitos autores definem a condromalácia
patelar como uma síndrome álgica femoropatelar de sofrimento
cartilaginoso, muito freqüente em atletas que realizam grandes
esforços com os membros inferiores. O estudo em questão é do
atleta W. H. S. S., 21 anos, sexo masculino, do Clube Atlético
Desportivo de Jacarezinho (CADJ), que apresenta a síndrome
femoropatelar à esquerda (membro dominante), uma perda
significativa da perimetria do quadríceps comparado ao membro
contralateral (3 cm) e encurtamento muscular. Metodologia: Iniciouse o tratamento fisioterápico com o objetivo de reduzir o quadro
álgico, fortalecer musculatura que está provocando o desvio patelar
e alongar a musculatura antagonista, visando o reequilíbrio
muscular, a fim de otimizar a estabilidade da articulação. Para isso,
utilizou-se alongamentos (isquiostibiais, quadríceps, tensor da fáscia
lata, adutores e abdutores), fortalecimento (corrente russa,
associada à força concêntrica de quadríceps, especialmente vasto
oblíquo medial, evoluindo para cadeira extensora), eletroterapia (US
e Laser), mobilizações multidirecionais da patela, crioterapia e
propriocepção. São realizadas sessões diárias, com duração de 90
minutos. Resultados: Observou-se até a presente data, totalizando
13 sessões, uma melhora no quadro álgico, e o ganho de massa
muscular, evoluindo de uma perimetria de (45), (55), (59) para (49),
(55), (60) de coxa esquerda. Considerações Finais: Conclui-se
então que o tratamento apresenta uma eficácia tanto para redução
da dor, quanto para aumento da massa muscular, porém sua
continuidade pode ser determinante para um melhor desempenho do
atleta em suas atividades, assim como nas competições.
Palavras-chave: Condromalácia patelar, atleta, futebol.
147
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
A INFLUÊNCIA DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES
NAS ALTERAÇÕES POSTURAIS
Flávia Nakaya Tada, Anelyse Zanardi, Walquiria S. Castro, Henrique
P. Bortolan Universidade Estadual do Norte do Paraná. JacarezinhoParaná, Brasil - [email protected]
Introdução e objetivo: A disfunção temporomandibular (DTM)
caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas que podem
limitar as funções de mastigação, deglutição, respiração e fonação e
alterar a fisiologia dos elementos que constituem o aparelho
estomatognático, que é interligado à região crâniocervical e cinturas
pelo sistema miofascial. Diversos autores afirmam que o sistema
miofascial é um elemento da postura e que atua nos torques dos
músculos posturais ou podem estruturar uma alteração postural. A
ATM apresenta um número considerável de terminações nervosas,
sendo reconhecida como um dos captores posturais, assim
indivíduos com DTM apresentam padrões posturais como
posicionamento da cabeça anterior ao centro de gravidade, lordose
cervical aumentada e desnivelamento dos ombros. A etiologia da
DTM é algo difícil de ser determinado, pois geralmente há vários
fatores como elementos funcionais, anatômicos e psicossociais que
atuam em conjunto, cada qual contribuindo para a instalação e
perpetuação do quadro apresentado pelo paciente. O objetivo desta
pesquisa é ressaltar a importância de uma abordagem
multidisciplinar na avaliação postural reconhecendo a ATM como um
dos fatores que influenciam a postura. Metodologia: Através de
livros e artigos com dados disponíveis no Scielo, Bireme,
pesquisados com as palavras ATM, postura e disfunções, foi
realizada uma revisão bibliográfica visando correlacionar as DTM
com as alterações posturais. Resultados: Segundo os autores
citados nesta revisão de literatura, a DTM resulta em alterações
posturais, sintomas crâniocervicais e orofaciais. Considerações
finais: Baseando-se na anatomia, fisiologia do sistema postural,
miofascial e estomatognático, e na integração de todos os sistemas,
é indispensável que na avaliação postural o fisioterapeuta dê
importância a ATM como um captor postural e aos sinais e sintomas
da DTM, podendo de uma forma precoce o tratamento da causa,
junto a uma equipe multidisciplinar.
Palavras-chave: ATM, postura, disfunções.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
MÉTODO PILATES: APLICAÇÃO DE EXERCÍCIOS DE
ESTABILIZAÇÃO LOMBO-PÉLVICA EM INDIVÍDUOS COM DOR
LOMBAR
Gustavo Gessolo de Oliveira, Anelise Santos Leal, Mariana Fogaça
Méli, Paulo Fernandes Pires, Fabrício José Jassi - Universidade
Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho - Paraná, Brasil –
[email protected].
Introdução e objetivo: A dor lombar é o problema médico comum e
cerca de 70 a 85% de todas as pessoas em algum momento da vida
irão sofrer um episódio de dor. Evidências comprovam que a
musculatura profunda do abdome, especialmente o transverso
abdominal e multifidos, é afetada pela lombalgia O método Pilates,
criado por Joseph Pilates é uma importante ferramenta que tem
como objetivo fortalecer uniformemente os músculos centrais. O
objetivo deste estudo foi promover o fortalecimento dos
estabilizadores lombo-pélvicos, reduzindo o quadro álgico e a
incapacidade funcional através da aplicação do método Pilates em
indivíduos com dor lombar. Metodologia:A amostra foi composta de
10 voluntários, na faixa etária entre 17 e 25 anos, com a presença de
dor lombar de no mínimo 9 semanas. Os voluntários foram
submetidos a uma avaliação, composta pela aplicação de um
questionário de avaliação funcional e pela realização 4 de testes
isométricos de resistência muscular. Após estes procedimentos, foi
realizado o protocolo de tratamento composto por 12 sessões de
fisioterapia, com aplicação do método Pilates, sendo 3 sessões por
semana, totalizando um período de 4 semanas. Resultados:A
estatística dos dados foi realizada através do teste de Turkey, onde p
< 0,05 e o Microsoft Excel 2003 para os gráficos. Os resultados
obtidos forma significativos sendo p=0,0037 para o teste dos
flexores; p=0,0048 para o teste dos extensores; p=0,0041 para o
teste dos flexores laterais direito e esquerdo; p=0, 002 para a dor e
p=0,0389 para o índice de incapacidade funcional. Considerações
Finais: Constatou-se uma melhora significativa das variáveis
analisadas após a utilização do protocolo de tratamento pelo método
Pilates. Ocorrendo, portanto uma melhora da estabilidade lombar e
conseqüente redução da dor.
Palavras-chave: Dor lombar, Estabilização, Método Pilates.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DA PELVE CRUZADA EM ALUNOS
DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UENP
Karina dos Santos Rodrigues, Bruna Prado Gomes, Camila Pereira.
Fabrício José Jassi, Paulo Fernandes Pires, Universidade Estadual
do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – karinaa_keller
@hotmail.com
Introdução e objetivo: O desequilíbrio muscular na região pélvica
resulta em um quadro clínico conhecido como “síndrome do baixo
cruzado” (SBC), e também chamado de “síndrome pélvica cruzada”.
A SBC é caracterizada por super atividade dos músculos flexores do
quadril e eretores vertebrais, e fraqueza dos abdominais e glúteos. A
pelve normalmente se inclina anteriormente e resulta numa
hiperlordose lombar. Uma extensão do quadril diminuída durante o
andar é freqüentemente observada. Conseqüências clínicas incluem
esforço aumentado da articulação da faceta toracolombar a
sacroilíaca, mecanismos de quadris alterados e um superesforço da
junção lombossacra. O objetivo da pesquisa foi verificar a incidência
da SBC em voluntários avaliados aleatoriamente. Metodologia:
Foram realizadas avaliações em 23 voluntários do Centro de
Ciências da Saúde da UENP, sendo 19 do sexo feminino e 4 do sexo
masculino. Foram utilizados testes para verificar o encurtamento e
fraqueza dos músculos envolvidos à síndrome, dentre os quais se
utilizou o Teste de Schöber para flexibilidade da coluna lombar, Teste
de Thomas modificado para flexores do quadril, Teste de
Enrolamento Repetitivo Anterior do Tronco para abdominais e Teste
de Extensão do Quadril para Glúteos. Resultados: Dos 23
voluntários avaliados, apenas 3 apresentaram SBC sendo todos do
sexo feminino. De acordo com cada teste observaram-se alterações:
em 22 voluntários no de Teste de Thomas modificado apresentando
estes encurtamentos do reto femoral em pelo menos um dos
membros, 19 voluntários no Teste de extensão do quadril, 13
voluntários no Teste de Enrolamento Repetitivo anterior do tronco e
17 voluntários no Teste de Schöber. Nenhum voluntário apresentou
normalidade em todos os testes realizados. Considerações finais: A
partir das avaliações, podemos concluir que um número pequeno de
pessoas apresentou a SBC, porém todos apresentaram alterações
em pelo menos 2 dos testes realizados.
Palavras-chaves: Síndrome Cruzada, Flexibilidade, Encurtamento.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA LORDOSE LOMBAR POR
MÉTODOS NÃO-INVASIVOS DE ANÁLISE
Luiz Rodolpho Santana Araújo, Gustavo Gessolo de Oliveira, Paulo
Fernandes Pires, Fabrício José Jassi - Universidade Estadual do
Norte do Paraná. Jacarezinho- Paraná, Brasil Introdução e Objetivo: A lordose lombar é definida como a
convexidade anterior da coluna lombar no plano sagital. O grau de
lordose lombar varia entre indivíduos, sendo o resultado de muitos
fatores como a curvatura torácica, inclinação pélvica, idade, sexo,
entre outros. Vários métodos para medir a lordose lombar têm sido
utilizados na tentativa de quantificar tal curvatura: radiografia,
goniometria, fotogrametria, são alguns exemplos. A utilização de
fotografias vem sendo muito utilizada para esse tipo de avaliação,
tendo a vantagem de ser um procedimento não invasivo. O objetivo
deste estudo foi apresentar métodos não invasivos de quantificação
da lordose lombar. Metodologia: Participaram da pesquisa 13
voluntários assintomáticos, todos do sexo masculino, com idades
entre 18 e 30 anos. Foram realizados três métodos de análise da
lordose lombar, sendo que no primeiro método foi utilizado um
instrumento composto por um nível d água, utilizado na construção
civil, adaptado a uma régua de madeira. Os outros dois métodos
foram realizados através da fotogrametria. Resultados: No método
1 o valor de média e desvio padrão obtido foi de 3,74±1,31
centímetros, sendo que a distância considerada normal na literatura
é de 4 a 6 centímetros. No método dois e três mensurados pela
fotogrametria os valores de média e desvio padrão obtidos foram de
13,33°±3,34° e 79,20°±5,64° respectivamente. Considerações
Finais: Foi observado que a distância média mensurada no método
1 ficou levemente abaixo das medidas consideradas normais, para
os outros dois métodos foram obtidos valores em graus para medida
da lordose lombar, porém a literatura não aponta valores normativos
para tais medidas. Os métodos apresentados nesse estudo podem
ser utilizados na prática clínica para quantificar a lordose lombar,
servindo como referência para mensurar mudanças com a
intervenção fisioterapêutica.
Palavras-chave: Lordose lombar, quantificação, métodos nãoinvasivos.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
AS PARAFUNÇÕES E SUAS RELAÇÕES COM OS
DISTÚRBIOS TEMPOROMADIBULARES
Natália Pasquetta, Michelli Rocha, Francyelle Sanches, Walquiria
S.Castro, Henrique P. Bortolan. Universidade Estadual do Norte do
Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil - [email protected]
Introdução e objetivo: A articulação temporomandibular (ATM) é a
região onde a mandíbula se une ao osso temporal. Ela movimenta-se
aproximadamente duas mil vezes ao dia, durante os movimentos de
falar, mastigar, deglutir e bocejar. Portanto, é a articulação mais
usada do corpo. A ATM, associada aos músculos mastigatórios e
outras estruturas ligadas a estes, estão relacionados em alterações
denominadas disfunções temporomadibulares (DTM). Dores,
sensibilidade, ruídos articulares e limitações de movimento são
sintomas clássicos dessa patologia. A avaliação de indivíduos com
DTM é o objetivo deste trabalho, levando-se em consideração a
influência do meio externo, principalmente as parafunções, as quais
estão relacionadas à execução anormal do sistema
estomatognático, produzindo hiperatividade de grupos musculares
craniomandibulares e aumentam a pressão interna da ATM, levando
a repetitivos microtraumas nas superfícies articulares, o que pode
levar a DTM. Metodologia: Esse estudo é baseado em revisão
bibliográfica, livros e artigos com banco de dados contidos no
Google, Scielo, pesquisados com as palavras ATM, DTM e
estomatognático, visando à anatomia, cinesiologia e possíveis
etiologias, que abrangem inúmeros fatores, incluindo os de origens
emocionais, estruturais, funcionais e parafuncionais. Resultados:
Os autores ressaltam que alguns hábitos como a permanência de
objetos entre os dentes, apoio de mão na mandíbula, roer unhas,
mastigar de um só lado, chupar o dedo, apoiar a mão sobre o queixo
enquanto dorme, dormir com travesseiro muito alto ou muito baixo,
apoiar o telefone no ombro, uso de chupeta, ranger os dentes
durante o dia, apertamento dentário e o bruxismo do sono
exemplificam as parafunções. Considerações finais: As
parafunções podem levar a alterações no desenvolvimento
craniofacial – mordidas cruzadas ou abertas, o que salienta a
importância da prevenção desses hábitos e de suas conseqüências.
Palavras-chave: articulação temporo-mandibular, parafunções,
DTM.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
TRATAMENTO PARA ROTAÇÃO INTERNA BILATERAL DE
COXO-FEMORAL EM ATLETA DE BASE DE FUTEBOL –
ESTUDO DE CASO
Rafaella Stradiotto Bernardelli, Alexandre Franco de Camargo
Penteado, Berlis Ribeiro dos Santos Menossi. UENP – CCS – Curso
de Fisioterapia – Jacarezinho – PR, Brasil, 2010.
[email protected]
Introdução e Objetivo: Reconhecer as limitações da fisioterapia
convencional e elaborar um programa de tratamento para rotação
interna de coxo-femoral em ambos os membros inferiores, utilizando
recursos da posturologia e podoposturologia, aplicadas à ortopedia,
traumatologia e desportiva. Metodologia: Este é um estudo de caso
de criança de oito anos, sexo masculino, atleta de base de futebol da
Escolinha Esportiva Municipal de Jacarezinho, que apresentou como
queixa principal dor em calcâneo, dificuldade na deambulação e no
chute. Foi realizada avaliação postural subjetiva, estudo da marcha,
chute, corrida, goniômetria, perimetria, testes especiais e de
retrações musculares, não apresentando alterações radiográficas.
No tratamento fisioterápico da 1ª ETAPA foi realizado reeducação
postural utilizando exercícios de conscientização corporal,
estabilização lombo-pélvica e cintura escapular, alongamentos e
fortalecimento, reequilíbrio articular baseado em exercícios
proprioceptivos e facilitação neuromuscular proprioceptiva de
membros inferiores. Foi indicada pelo ortopedista uma órtese
funcional para manutenção da rotação externa. Na reavaliação
foram acrescentados posturologia e baropodometria constituindo a
2ª ETAPA de tratamento. Resultados: O paciente apresenta
evolução de marcha com menor rotação interna, corre com maior
naturalidade e têm chutes mais assertivos, conscientização corporal
melhorada, não tropeça mais nos pés e ao caminhar olha para frente.
Na goniômetria ganhou cinco graus de rotação externa nos dois
membros. A dor cessou. A avaliação da posturologia e
baropodometria evidencia uma descarga de peso e centro de
gravidade posterior, plano escapular anterior, insuficiência de
convergência de olho direito. Após realizar 52 sessões de fisioterapia
convencional buscou-se inovações para aprimorar o tratamento.
Considerações Finais: Foram alcançados resultados positivos com
a fisioterapia convencional. O tratamento prosseguirá sendo
suplementado com recursos da posturologia e podoposturologia,
como técnicas de liberação miofascial, treino ocular e palmilha
proprioceptiva.
Palavras-chave: Rotação Interna de Coxo-femoral,
podoposturologia, desportiva.
153
Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
INFLUÊNCIA DA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR NO
ASPECTO PSICOSSOCIAL.
Renan R. Ribeiro, Rafaela M. Almeida, Fabíola K. T. A Ferreira,
Henrique P. Bortolan, Walquiria S. Castro. Universidade Estadual do
Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil –
[email protected]
Introdução e Objetivo: A articulação temporomandibular (ATM) é
responsável pelos movimentos da mandíbula, como a fonação,
mastigação, respiração e deglutição e faz parte do sistema
estomatognático, que é formado por componentes ósseos (maxila e
mandíbula), dentes, tecidos moles como glândulas salivares,
suprimento nervoso, vascular e músculos. As disfunções
temporomandibulares (DTM) podem gerar além de sensibilidade nos
músculos da mastigação, da região cervical e cintura escapular,
ruídos, zumbidos, limitação de movimento, alterações posturais,
cefaléias, apertamento dos dentes, bruxismo, conseqüente,
comprometimento na qualidade do sono e dor crônica contribuindo
para transtornos emocionais. Esse estudo visa demonstrar como
esta disfunção altera o cotidiano dos indivíduos que a possuem.
Metodologia: Essa pesquisa foi realizada através de revisões
bibliográficas baseada em livros, artigos científicos contidos nos
bancos de dados Scielo, Bireme e Google, pesquisados com as
palavras cefaléia, articulação temporomandibular, disfunção
temporomandibular, dor orofacial e alteração comportamental
cognitiva, assim analisar a etiologia que abrange inúmeros fatores,
como aqueles de origem emocional, estrutural, funcional e
parafuncional. Resultados: Verificou-se por meio dos estudos, que a
DTM influência consideravelmente o aspecto comportamental, pois
os sinais e sintomas dessa disfunção afeta diretamente o rendimento
das funções básicas do ser humano como a mastigação, deglutição,
respiração e fonação, o que envolve uma equipe multidisciplinar para
o diagnóstico diferencial preciso e a otimização no tratamento.
Considerações finais: Os sintomas gerados pela disfunção
causam no portador desconfortos, perda da função e conseqüente
influência no aspecto psicossocial, alterando desde ações cotidianas
até relacionamentos interpessoais. Sendo assim, fica evidente a
necessidade de novos estudos sobre o tema para compreender os
mecanismos etiológicos, sua relação com o aspecto psicossocial e
formas de tratamento, que proporcione mudanças que venham a
interferir de forma positiva no aspecto social e emocional do
indivíduo.
Palavras-chave: Disfunção temporomandibular; aspecto
psicossocial; sistema estomatognático.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
CLASSIFICAÇÃO DE OCLUSÕES EM ESTUDANTES
UNIVERSITÁRIOS COM DIAGNÓSTICO DE DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
Vanessa Chenardi, Andressa Martins Santana, Patrícia Fernanda
Sandrini, Paulo Fernandes Pires, Fabrício José Jassi. Universidade
Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil –
[email protected]
Introdução e objetivo: A disfunção da articulação
temporomandibular (ATM) atualmente afeta uma população de 20 a
25%.Vários fatores contribuem para surgimento de disfunções
temporomandibulares como:má postura, bruxismo, traumas e má
oclusão. A oclusão em si é definida como todo contato entre dentes
da maxila e da mandíbula, necessitando de um movimento
harmônico para o bom funcionamento da ATM. Pode ser classificada
em Classe I, II, III, sendo a classe II subdividida em divisão I e divisão
II. O objetivo desse estudo foi identificar e classificar as oclusões da
ATM presentes nos alunos do curso de Fisioterapia da Universidade
Estadual do Norte do Paraná. Metodologia: Foram avaliados neste
estudo 12 estudantes de ambos os sexos, com idade entre 18 a 45
anos todos com diagnóstico médico de disfunção
temporomandibular. As avaliações foram realizadas por meio de
fotografias digitais. Resultados: De acordo com os dados coletados
nos 12 voluntários, 2 apresentaram oclusão classe I (16,7%); 9
oclusão classe II, divisão I (75%); e 1 classe II, divisão II (8,3%).
Nenhum voluntário apresentou oclusão classe III. Considerações
finais: Tendo-se observado predominância de 75% da classe II,
divisão I nos voluntários avaliados, sugere-se que trabalhos futuros
façam levantamentos com uma maior amostragem de voluntários.
Palavras-chave: Disfunções, articulação temporomandibular,
oclusão.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
HIPOALGESIA E GANHO DE ADM LOMBAR PÓS-TERAPIA
MANIPULATIVA
Nathálie Clara Souto Faria, Marilisi Pietrochinski, Fabrício José
Jassi, Paulo Fernandes Pires. Universidade Estadual do Norte do
Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected]
Introdução e objetivo: A lombalgia está hoje presente em todas as
nações industrializadas. Afeta de 70 a 80% da população adulta em
algum momento da vida, com predileção por adultos jovens, em fase
ativa. A presente pesquisa se propôs a avaliar a diminuição do
quadro álgico e aumento de ADM em indivíduos com lombalgia
depois da realização da Técnica de Manipulação Espinhal (SMT) em
dois pontos distintos da coluna vertebral. Metodologia: A amostra de
conveniência foi constituída de 8 indivíduos com presença de dor ao
teste de mobilidade lombar, divididos em dois grupos, G1 e G2, todos
do sexo feminino, com faixa etária entre 17 e 21 anos. No G1 a
técnica foi aplicada à nível espinhal de T1; e no G2 foi aplicada à nível
de T12. Os indivíduos foram submetidos a um período de
estabilização de 8 minutos para estabelecer um estado de repouso
fisiológico; um período de intervenção de 5 minutos, e um período de
5 minutos pós-intervenção. Resultados: A média de melhora da dor
na extensão da lombar foi de 1,75 em ambos os grupos; na flexão foi
de 0,25 no G2 e de 1 no G1, verificados através da EVA.Quanto à
amplitude de movimento na extensão houve um ganho de 4,75º em
G1, e 4º em G2; na flexão, em G1, foi de 5,25 cm,e em G2 apenas em
50% da amostra houve ganho de 4,5 cm. Considerações finais:
Apesar da significante melhora do quadro álgico e aumento das ADM
independentes do ponto estimulado pela SMT, para trabalhos
futuros, recomenda-se uma amostra maior.
Palavras-chave: Lombalgia, terapia manual, ADM.
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Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010
ATIVIDADE FÍSICA AERÓBIA PARA PESSOAS COM FATORES
DE RISCO CARDÍACO – UM ESTUDO DE CASO
Ana Carolina Lorenzetti Mendes, Camila Fátima Alves de Mira, Fábio
Antônio Néia Martini. Universidade Estadual do Norte do Paraná.
Jacarezinho – Paraná, Brasil - [email protected]
Introdução e objetivo: Os avanços tecnológicos e a modernidade
trouxeram tanto benefícios quanto prejuízos para a população.
Podemos citar como benefícios a facilidade de locomoção,
alimentação, dentre outras comodidades. A facilidade de locomoção
(substituição do andar e correr por transportes motorizados) resultou
em diminuição do gasto energético o que desencadeou várias
doenças cardíacas como, por exemplo, a doença arterial
coronariana, hipertensão arterial, entre outras. A atividade física,
segundo alguns estudos é apontada como uma importante forma
para promover a saúde e diminuir o risco de doenças cardíacas. A
presente pesquisa tem como objetivos investigar a interferência da
atividade física aeróbia na melhora dos quadros dos indivíduos com
fatores de risco cardíaco. Metodologia: Foram selecionados através
de anamnese indivíduos para identificar fatores de risco cardíacos,
avaliação especifica do individuo selecionado através de dados
aferidos de sua pressão arterial e freqüência cardíaca de repouso,
utilizando os dados para o cálculo da freqüência cardíaca máxima e
de reserva. Após obter os seguintes dados iniciaram-se as atividades
de caminhada e bicicleta, aferindo a pressão arterial e freqüência
cardíaca a cada 5 minutos, com duração de 40 minutos por duas
vezes na semana em 12 dias até o momento. Resultados: Os
resultados parciais apontam que a partir do quinto dia de atividade
física a freqüência cardíaca do indivíduo começou a diminuir e a
pressão arterial ficou estável. Considerações finais: Concluímos
que a atividade física aeróbia para pessoas com fatores de risco
apresenta bons resultados para a redução e normatização dos
mesmos, desde que a mesma seja sistematizada e orientada por um
profissional.
Palavras-chave: fatores de risco, atividade aeróbia, freqüência
cardíaca
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