Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE ANAIS DO VIII CONGRESSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E FISIOTERAPIA DO NORTE PIONEIRO Gráfica e Editora Godoy Ltda. 2010 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Produção Editorial Gráfica e Editora Godoy Ltda Rua São Paulo, 402 Andirá, PR CEP:86.380-000 Anais VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro COORDENAÇÃO Prof. Ms. Antonio Stabelini Neto Profa. Ms. Sônia Regina Leite Merege Profa. Ms. Berlis Ribeiro Menossi Prof. Esp. Miguel Elias Brum Prof. Ms. Fábio Antonio Néia Martini Prof. Ms. Rinaldo Bernardelli Júnior Prof. Ms. Marcelo Brandão Borges COMISSÃO CIENTÍFICA Prof. Ms. Antonio Stabelini Neto Profa. Ms. Sônia Regina Leite Merege Profa. Ms. Berlis Ribeiro Menossi Profa. Ms. Carla Cristiane da Silva Profa. Ms. Héres Faria F. Becker Paiva Profa. Dra Annecy Tojeiro Giordani Prof. Dr. João Lopes Toledo Neto Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) (CIP) Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro (8. : 2010 : Jacarezinho, PR) Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. -- Andirá, PR : Gráfica e Editora Godoy, 2010. Realização: UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná. Vários coordenadores. Bibliografia. ISBN 978-85-60733-11-8 1. Ciências da saúde - Pesquisa 2. Educação física - Congressos 3. Fisioterapia - Congressos I. Título. 10-09895 CDD-613.706 Índices para catálogo sistemático: 1. Congressos : Educação física e fisioterapia : Ciências da saúde 613.706 2. Educação física e fisioterapia : Congressos : Ciências da saúde 613.706 Todas as informações contidas neste anais são de responsabilidade de seus autores. Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 APRESENTAÇÃO Deve-se chegar ao conhecimento daquilo que se ignora aprendendo de outro ou por pesquisas próprias [...], quando se pesquisa torna-se acessível e fácil; e aquele que nada entende da i n v e s t i g a ç ã o n a d a p o d e e n c o n t r a r. (Arquitas,frag.3) Este VIII Congresso tem como tema “Universidade x Sociedade: uma relação de reciprocidade”. Expressa um movimento de ação e reflexão e indica que novas experiências sejam construídas a partir dos grupos de pesquisas existentes em nosso Centro. O espírito científico não é nato do ser humano, mas uma conquista que através da pesquisa se concretiza, em várias etapas do trabalho. A compilação de textos que oferecemos nesse anais, aponta os avanços que o Centro de Ciências da Saúde vem conquistando ao longo de 8 anos, desde a abertura do primeiro congresso. Um caminho trilhado na conduta ética dos parâmetros da epistemologia e de conformidade com os objetivos da Universidade Estadual do Norte do ParanáUENP. O fomento científico demonstra que houve um salto quantitativo e qualitativo em nosso meio, estimulando nosso corpo discente e docente à prática de pesquisa. Esperamos que os próximos congressos ganhem novos contornos e que este compêndio mantenha vivo o objetivo que a ciência propõe, no sentido de auxiliar no desenvolvimento de uma sociedade democrática. Obrigada a todos que direta e indiretamente participaram para que este evento se realizasse. Professora Ms. Sônia Regina Leite Merege Presidente da Comissão Científica 03 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 REALIZAÇÃO APOIO: 04 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 SUMÁRIO ARTIGOS A velocidade crítica como preditora de performances aeróbias em atletas de corrida do exército. Paulo Eduardo Redkva, Carlos Augusto Kalva Filho, Alessandro Moura Zagatto, Edson Itaru Kaminagakura e Marcelo Papoti 13 Análise descritiva da composição corporal em adolescentes masculinos. Thais Gretis Rodrigues da Luz, Luis Paulo Gomes Mascarenhas, Mercio Cabral dos Santos e Sergio Roberto Molleta 23 Prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares em escolares de Jacarezinho, PR. Danilo Saad Soares, Maria Raquel de Oliveira Bueno, Marcelo Brandão Borges, Fábio Antonio Néia Martini e Antonio Stabelini Neto 31 Prática de atividade física em crianças e adolescentes de diferentes faixas etárias. Antonio Stabelini Neto, Géssika Castilho, Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib, Marilia Yuri Meneghel Okuyama e Rinaldo Bernardelli Júnior 42 Relação entre a prática habitual de atividade física e a prevalência de síndrome metabólica. Aryane Flauzino Machado e Fabio Antonio Néia Martini 51 Correlação entre os diferentes índices antropométricos e o percentual de gordura de ingressantes em academia de ginástica de Curitiba, PR. Guilherme da Silva Gasparotto, Lívia Pimenta Renó, Michael Pereira da Silva e Rodrigo Bozza 60 Associação do excesso e peso corporal e hipertensão arterial em universitários da UENP- Jacarezinho/PR. Maicon Salles, Guilherme da Silva Gasparotto e Lívia Pimenta Renó 70 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Perfil antropométrico de jovens atletas de futebol do município de Jacarezinho, Paraná. Fabio da Silva Ferreira Vieira, Carlos Eduardo de Araújo, Danilo Saad, Luiz Roberto Paez Dib e Ídico Luiz Pellegrinotti 79 Os benefícios da atividade física recreativa na reabilitação de dependentes químicos. Almir de Oliveira Ferreira, Sônia Regina Leite Merége, Juliana Cristina de Oliveira Périco, Juliana Gonçalves e Juliane Ramos Garcia 88 A dança como proposta de atividade física para moradores de uma instituição de longa permanência para idosos. Raphael Gonçalves de Oliveira, Yohan Lopes Ferreira, Karina Matavelli, Lorrayne Talita Gomes de Moraes e Daniela Stasch 95 Perfil postural, altura e peso dos atletas de basquetebol, futebol e voleibol das escolinhas de Jacarezinho, PR. Felipe Bernardelli Marques, André Luiz Marcon, Pablo Aguirra e Berlis Ribeiro dos Santos Menossi 103 Representações da queda doméstica na população de idosos: um enfoque sobre a rotina do lar. Lívia Pimenta Renó, Guilherme da Silva Gasparotto e José Francisco Fernandes Quirino dos Santos 113 O reflexo do método Mat Pilates em um paciente com espondilolistese. Camila da Silva Hoshina, Larissa Alexandre Furlan, Laís Campos de Oliveira, Raphael Gonçalves de Oliveira e Fábio Antônio Néia Martini 122 RESUMOS Impacto da maturação biológica sobre o desempenho da potência de membros inferiores em bailarinas adolescentes. Narda Helena Jorosky, Clodoaldo José Dechechi, Adriana Ribeiro Pinheiro, Tamara Beres Lederer Goldberg e Carla Cristina da Silva 135 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Relação entre índices antropométricos e fatores de risco cardiovasculares em escolares de Jacarezinho. Danilo Saad Soares, Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib e Antonio Stabelini Neto 136 Comparação do nível de atividade física entre os gêneros e entre o nível socioeconômico. Géssika Castilho dos Santos, Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib, Danilo Saad Soares e Antonio Stabelini Neto 137 A atividade física laboral sentada provoca queixas nos membros superiores e na coluna torácica. João Paulo Manfré dos Santos, Vinícius Arantes Coelho, Fernando Rafael Pinto Guedes Rogério e Dênis Carlos Santos 138 Associação entre índices antropométricos e pressão arterial em escolares da rede de ensino pública de Jacarezinho-PR. Luiz Roberto Paez Dib, Sara Crosatti Barbosa, Géssika Castilho dos Santos, Thiago Criste Magalhães e Antonio Stabelini Neto 139 Correlação entre a pressão arterial sistólica e diastólica com o VO2máx em escolares de Curitiba. Maicon Siqueira Bontorin, da Thiago Silva Piola, Guilherme Silva Gasparotto, Luis Paulo Gomes Mascarenhas e Rodrigo Bozza 140 Fatores de risco para aterosclerose em escolares de diferentes estados nutricionais. Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib, Géssika Castilho dos Santos, Danilo Saad Soares e Antonio Stabelini Neto 141 Avaliação antropométrica e motora de jovens praticantes de atletismo. Clauber Luiz de Souza Pinto, Daniela Cristine Stasch, Janaina Ferreira Zomer, Karina Matavelli, Wanessa Cachoni Dolens Rosa, Yohan Ferreira, Emanuel Luis Posetti e Antonio Stabelini Neto 142 Para que educar. Elias Carlos Panichi 143 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A questão da diversidade de gêneros na ótica da Conferência Nacional de Educação – CONAE 2010. José Ferreira de Melo 144 Prevalência de dor: aspectos quantitativos ocasionados pela prática habitual de atividade física. Poliana Vitória Godoy, Aryane Flauzino Machado, Roberta Cortz Vieira e Julio Fernandes 145 Luxação anterior de ombro direito – Estudo de caso. Aline Guzella Tokarski, Camila de Oliveira Silva, Marina Nogueira Buzalaf, Jarbas Melo Filho e Berlis Ribeiro dos Santos Menossi 146 Estudo de caso de evolução clínica à curto prazo de condromalácia patelar. Aryane Flauzino Machado, Caroline Mendes de Almeida e Berlis Ribeiro Menossi 147 A influência das disfunções temporomandibulares nas alterações posturais. Flávia Nakaya Tada, Anelyse Zanardi, Walquíria S. Castro e Henrique P. Bortolan 148 Método Pilates: aplicação de exercícios de estabilização lombo-pélvica em indivíduos com dor lombar. Gustavo Gessolo de Oliveira, Anelise Santos Leal, Mariana Fogaça Méli, Paulo Fernandes Pires e Fabrício José Jassi 149 Incidência da síndrome da pelve cruzada em alunos do Centro de Ciências da Saúde da UENP. Karina dos Santos Rodrigues, Bruna Prado Gomes, Camila Pereira, Fabrício José Jassi e Paulo Fernandes Pires 150 Avaliação quantitativa da lordose lombar por métodos não-invasivos de análise. Luiz Rodolpho Santana Araújo, Gustavo Gessolo de Oliveira, Paulo Fernandes Pires e Fabrício José Jassi 151 As parafunções e suas relações com os distúrbios temporomadibulares. Natália Pasquetta, Michelli Rocha, Fraancyelle Sanches, Walquíria S. Castro e Henrique P. Bortolan 152 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Tratamento para rotação interna bilateral de coxo-femoral em atletas de base de futebol – Estudo de caso. Rafaella S. Bernardelli, Alexandre Franco C. Penteado e Berlis R. S. Menossi 153 Influência da disfunção temporomandibular no aspecto psicossocial. Renan R. Ribeiro, Rafaela M. Almeida, Fabíola K. T. A. Ferreira, Henrique P. Bortolan e Walquíria S. Castro 154 Classificação de oclusões em estudantes universitários com diagnóstico de disfunção temporomandibular. Vanessa Chenardi, Andressa Martins Santana, Patrícia Fernanda Sandrini, Paulo Fernandes Pires e Fabrício José Jassi 155 Hipoalgesia e ganho de adm lombar pós-terapia manipulativa Nathálie Clara Souto Faria, Marilisi Pietrochinski, Fabrício José Jassi e Paulo Fernandes Pires 156 Atividade física aeróbia para pessoas com fatores de risco cardíaco – um estudo de caso Ana Carolina Lorenzetti Mendes, Camila Fátima Alves de Mira e Fábio Antonio Neia Martini 157 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ARTIGOS 11 12 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A VELOCIDADE CRÍTICA COMO PREDITORA DE PERFORMANCES AERÓBIAS EM ATLETAS DE CORRIDA DO EXÉRCITO Paulo Eduardo Redkva1, Carlos Augusto Kalva Filho1, Alessandro Moura Zagatto2, Edson Itaru Kaminagakura1, Marcelo Papoti3. 1 Universidade Estadual de Ponta Grossa – Ponta Grossa – PR – Brasil. 2 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Campo Grande – MS –Brasil. 3 Universidade Estadual Paulista – Presidente Prudente –PR – Brasil. RESUMO O presente estudo teve como objetivo verificar as possíveis associações entre os índices aeróbios fornecidos pelo modelo matemático de velocidade crítica (VC) determinados em teste de laboratório, com o desempenho aeróbio nas performances de 1200, 2400 e 2800m em corredores do Exército Brasileiro. A amostra foi composta por 13 militares com 20 ± 2,1 anos, estatura de 170 ± 0,6 cm e massa corporal de 66,0 ± 3,7 kg, todos do 13° Batalhão de Infantaria Blindado da cidade de Ponta Grossa - Paraná. A VC foi obtida pelo modelo de avaliação velocidade versus tempo, na realização de testes em laboratório a 100, 110 e 120% da vVO2pico. O desempenho aeróbio foi obtido através do tempo das performances de 1200, 2400 e 2800m em pista oficial de atletismo. Para o tratamento estatístico foi utilizado à correlação de Pearson, adotando nível de significância de p<0,05. Observaram-se correlações significativas entre as P1200, P2400 e P2800 com a VC. Desse modo podemos concluir que a VC pode ser utilizada como uma alternativa para predizer as performances em corrida de 1200, 2400 e 2800 metros, além de auxiliar no planejamento das sobrecargas de treinamento para atletas corredores do exército brasileiro. Palavras- chave: Velocidade Crítica, performances de corrida, corredores militares. 13 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CRITICAL VELOCITY AS A PREDICTOR OF AEROBIC PERFORMANCE RUNNERS IN ARMY ABSTRACT This study to verify the possible associations between aerobic indices provided by the mathematical model f critical velocity (CV) derived from laboratory testing, with aerobic performance in the performance of 1200, 2400 e 2800m runners in the Brazilian Army. The sample consisted of 13 soldiers with 20 ± 2.1 years, height 170 ± 0.6 cm and weight of 66,0±3,7 kg, all of the 13th Armored Infantry Battalion of Ponta Grossa-PR. The CV was obtained by the evaluation model speed versus time in testing the laboratory at 100, 110 and 120% of vVO2peak. Endurance performance was achieved by the time of the P1200, P2400 and P2800m in track athletics official. The statistic was used for Pearson correlations, adopting a significance level of p<0,05. We observed significant correlation between the P1200, P2400 and P2800 with the CV. Thus we can conclude that the CV can be used as an alternative to predict the performance in race of 1200, 2400 e 2800m, besides assisting in planning loads of runners training for the Brazilian army. Key-words: Critical velocity, aerobic performances, runner's soldiers. INTRODUÇÃO O monitoramento e avaliações de variáveis fisiológicas, bem como a predição da performance no treinamento esportivo, podem ser fatores determinantes no sucesso de atletas de diferentes modalidades esportivas (DEMICE et al., 2007). Atualmente, vários são os protocolos utilizados para a predição do desempenho aeróbio em atletas de todos os níveis de performance. A potência aeróbia, estimada pelo consumo máximo de oxigênio (VO2max), e a capacidade aeróbia, estimada pela máxima fase estável de lactato e o limiar anaeróbio, são parâmetros que compõem o metabolismo aeróbio. O VO2max é considerado com um índice de potência aeróbia máxima e é altamente associado a esportes de endurance, sendo também utilizado para o monitoramento do treinamento. 14 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Contudo, apesar do VO2max ser um método clássico de avaliação da aptidão aeróbia, esse procedimento parece ser limitado na avaliação da aptidão aeróbia em atletas altamente treinados, não apresentando sensibilidade para detectar as alterações ocorridas com o treinamento (BILLAT et al., 1994). Atualmente, um método que tem se mostrado relevante na determinação de índices aeróbios é o modelo de velocidade crítica (VC). Proposto inicialmente por Monod e Scherrer (1965), o modelo de potência crítica tem seu conceito como sendo a máxima intensidade de exercício que teoricamente pode ser mantida por um longo período de tempo sem a ocorrência de fadiga. Além do aspecto aeróbio deste método, ele apresenta também um indicador da capacidade de trabalho anaeróbia (CTA), não necessitando para determinação dessas variáveis a utilização de técnicas invasivas (PAPOTI et al., 2005; CARDOZO et al., 2009). A determinação desses parâmetros (aeróbio e anaeróbio) é possível a partir da aplicação de modelos matemáticos, como regressão linear entre a distância percorrida e seu respectivo tempo limite (HILL, 1993). No Exército Brasileiro (EB), a intensidade de treinamento utilizada como parâmetro para a periodização dos treinamentos, é estruturada de acordo com o Manual de Treinamento Físico Militar, denominado C 20-20 (BRASIL, 2002), onde todas as diretrizes estão padronizadas de maneira generalizada, e muitas vezes não atendem a princípios básicos da ciência do treinamento desportivo como o princípio da individualidade biológica e o princípio da especificidade dos movimentos (AZEVEDO et al., 2007). Ao procurar métodos eficazes na prescrição de intensidades de treinamento, o objetivo do presente estudo foi verificar as possíveis associações dos parâmetros aeróbios da VC, determinados em laboratório, com as performances de 1200,2400 e 2800 metros em atletas corredores do EB. METODOLOGIA Participantes Participaram deste estudo 13 militares do sexo masculino, treinados e pertencentes ao 13° Batalhão de Infantaria Blindado (exército brasileiro) da cidade de Ponta Grossa – Paraná. Os participantes apresentavam como características: 20,1 ± 2,1 anos, 15 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 estatura de 1,70 ± 0,06m e massa corporal de 66,0 ± 3,7 kg. Os militares avaliados realizavam treinamento regular e participavam de competições militares e civis no âmbito estadual e regional. Todos os indivíduos foram informados dos riscos e benefícios dos procedimentos e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) antes da realização dos testes, tendo sido contemplados todos os procedimentos éticos para pesquisa em seres vivos, de acordo com a Resolução 196/96, Conselho Nacional de Saúde. Procedimentos experimentais Durante o período da realização dos testes cada militar foi orientado para manter o mesmo padrão alimentar, abster-se da ingestão de álcool, além de evitar exercícios físicos no período que antecedia os testes. Todos os procedimentos foram aplicados em um intervalo de duas semanas, realizados no mesmo período do dia e em condições ambientais semelhantes. A massa corporal foi medida em uma balança com precisão de 0,1 kg (WELMY, São Paulo - Brasil). A estatura foi aferida em um estadiômetro localizado na própria balança, com precisão de 0,5 cm. Determinação do VO2pico e da vVO2pico O VO2max foi determinado a partir de um teste progressivo em esteira ergométrica (Imbramed Millennium ATL®) com velocidade inicial de 12 km.h-1, estágios de 3 minutos e incrementos de 1 km.h-1. A inclinação da esteira manteve - se em 1%, pois seria esta a inclinação que representa mais precisamente o custo energético da corrida em ambientes abertos (JONES e DOUST, 1996). Os atletas foram estimulados verbalmente para prosseguirem até o momento que realmente não conseguissem mais sustentar o esforço que estavam realizando. Deu-se por exaustão voluntária o momento em que o atleta segurou as barras laterais da esteira e retirou seus pés de cima do tapete rolante. No decorrer do teste, os gases expirados foram avaliados pelo analisador de gases ParvoMedics (TrueOne® 2400 Metabolic Measurement System – USA) (BASSET et al., 2001) sendo calibrado manualmente com amostra de gases conhecidas a cada quatro avaliações, conforme especificações do fabricante. 16 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 O analisador de gases foi ajustado para permitir uma coleta de gás a cada respiração, com os resultados posteriormente armazenados em software específico (TrueOne® 2400 Metabolic Measurement System- USA). Durante o teste incremental a freqüência cardíaca foi monitorada por meio de um frequencímetro (Marca Polar, Modelo T-31). (O VO2max foi considerado o valor médio mais alto de VO2 em intervalos de 15s onde todos os participantes tiveram que preencher no mínimo dois dos três parâmetros para o VO2max: 01) Razão de trocas respiratórios (QR) ≥ 1,1; 02) Estabelecimento de platô da curva de consumo de oxigênio em relação à carga; 03) Exaustão física do indivíduo. A vVO2max foi assumida como a menor velocidade a qual o indivíduo alcançou o VO2max. Caso ocorresse um aumento inferior a 2,1 ml.kg.min entre o penúltimo e o último estágio, a velocidade do estágio anterior foi considerada como a vVO2max. Determinação da velocidade crítica Para determinação da VC os militares realizaram três esforços em esteira ergométrica nas velocidades correspondentes a 100, 110 e 120% da vVO2max. O tempo até a exaustão (Tlim) em cada intensidade foi registrado em planilhas individuais. Foi respeitado um intervalo de 24 horas entre os esforços mencionados. Para a determinação da VC, foi realizada uma regressão linear entre as velocidades e os respectivos Tlim (1/Tlim), a VC correspondeu ao coeficiente linear (intercepto-y). Um exemplo representativo dessas determinações pode ser visualizado na figura 1. Ressaltamos o fato desse modelo também permitir a identificação da capacidade de trabalho anaeróbio (CTAn), porém não foi objetivo deste estudo analisar esse parâmetro. Fig. 1 Modelo representativo de determinação da capacidade anaeróbia (CTAn) e da capacidade aeróbia (VC) da regressão linear (modelo) velocidade versus 1/tempo (limite). 17 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Determinação da performance nas distâncias de 1200, 2400 e 2800mos esforços máximos em pista de atletismo. A determinação da performance nas distâncias de 1200 m (P1200), 2400 m (P2400) e 2800 m (P2800) foi realizada através de esforços máxima e sendo considerado como performance o tempo de esforço em casa distância. Tratamento estatístico Os valores são apresentados em média e desvio padrão. Inicialmente, foi aplicado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk em todas as variáveis, e a partir desse momento, utilizado uma análise estatística paramétrica. Para verificar as correlações entre a VC com as performances de corrida foi utilizado o teste de correlação de Pearson, com nível de significância pré-fixado em p<0,05. Para as análises estatísticas foi utilizado o programa Statística7.0 (Statsoft, Tulsa, EUA). RESULTADOS Os resultados estão expressos em média e desvio padrão (MD±DP). Na TABELA 1 encontramos os valores descritivos dos militares relativo ao teste progressivo e exaustivo para a determinação do VO2pico bem como os índices aeróbio obtidos através do modelo matemático da VC. Tabela 1 – Valores descritivos das respostas dos parâmetros fisiológicos apresentados em média e desvio padrão do VO2max (ml.kg.min-1), da vVO2max (km. h-1), da VC (m.s-1). Média DP VO2max (ml.kg.min-1) 57,54 4,32 vVO2max (km.h-1) 15,89 0,96 18 VC (m.s-1) 3,96 0,32 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Na TABELA 2 apresentamos os valores descritivos dos índices obtidos a partir das performances máximas realizados na pista de atletismo nas distâncias definidas e já mencionadas no presente estudo e ainda o coeficiente de correlação de Pearson entre o parâmetro aeróbio da VC com as P1200m (r=0,70), P2400 (r=0,81) e P2800 (r=0,82). TABELA 2 – Valores descritivos apresentados em MD±DP das velocidades médias em m.s-1 (P1200, P2400 e P2800) provenientes das performances de 1200, 2400 e 2800m. P1200 (m.s-1) 5,13 * 0,36 Média DP P2400 (m.s-1) 4,63** 0,34 P2800 (m.s-1) 4,54 *** 0,34 * Encontrou-se forte correlação significativa entre o VC e a P1200 (p=0,01; r=0,70); ** Encontrou-se forte correlação significativa entre o VC e a P2400 (p=0,01; r=0,81); *** Encontrou-se forte correlação significativa entre o VC e a P2800 (p=0,01; r=0,82). DISCUSSÃO Os valores de VO2max encontrados em estudo realizado por Denadai et al (2004) com corredores de provas de fundo, foram muito semelhantes (60,4±5,9 ml. Kg.min-1) com os encontrados em nosso experimento. No entanto, a vVO2pico nos corredores fundistas (18,70±0,8 km h-1) encontradas pelo autor foi superior aos dos corredores da prova do facho (Tabela1). Estes resultados corroboram com a literatura, onde atletas que apresentam índices similares de VO2max não necessariamente apresentam mesmas intensidades de vVO2max (BILLAT et al.,1994). Observando a tabela 2 verifica-se altas correlações encontradas entre a VC com as três performances aeróbias avaliadas. Esse modelo, assim como tem sido apresentado como um instrumento para a prescrição e monitoramento do treinamento predominantemente aeróbio (VASCONCELOS et al., 2007), bem como um parâmetro sensível as variações de treinamento desenvolvido em atletas de endurance (FLORANCE e WEIR, 1997; DENADAI et al., 2003). Além de ser um método comprovado na determinação da capacidade aeróbia em diversas modalidades esportivas como a natação (PAPOTI et al., 2005), remo (MELO e FRANCHINI, 2005), e na canoagem (NAKAMURA et al., 2005). 19 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Dessa forma, consideramos que a VC determinada, a partir das intensidades acima do VO2max em laboratório, são válidas na predição das performances executadas, sendo este parâmetro mais uma técnica não invasiva que pode auxiliar os profissionais das áreas correlatas no planejamento, aplicação e acompanhamento do desenvolvimento esportivo, principalmente das provas de atletismo que estão inseridas nas distâncias apresentadas neste estudo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desse modo, podemos concluir que a VC determinadas em laboratório pode ser utilizadas como método válido para predição das performances em corrida de 1200, 2400 e 2800 metros, e auxiliar no planejamento das sobrecargas de treinamento para atletas de corrida. AGRADECIMENTOS Ao 13° Batalhão de Infantaria Blindado, sediado na cidade de Ponta Grossa-PR, pelo apoio e liberação dos atletas para o presente estudo. REFERÊNCIAS AZEVEDO, P.H.S.M.; OLIVEIRA, J.C.; TAKEHARA, J.C.; BALDISSERA, B.; PEREZ, S.E.A.. Atualidades cientificas sobre a avaliação e prescrição do treinamento físico para atletas de alta performance. Lecturas Educación Física y Deportes, v. 111, p. 1-2, 2007. BASSET, D.R.; HOWLEY, E.T.; THOMPSON, D.; KING, G.A.; STRATH, S. J.; McLAUGHLIN, J.E.; PARR, B.B.. Validity of inspiratory and expiatory methods of measuring gas exchange with a computerized system. J App Physiol, v. 91, p. 218 – 224, 2001. 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Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 9 (1), p. 44-48, 2007. Endereço para Correspondência: Nome: Paulo Eduardo Redkva Rua: Vicente Spósito N° 188, Bl 01 Apto 202. Bairro: Uvaranas. Cidade: Ponta Grossa Estado: Paraná Cep: 84031-050 Fone: (42) 9124-0048 E-mail: [email protected] 22 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ANÁLISE DESCRITIVA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ADOLESCENTES MASCULINOS Thais Gretis Rodrigues da Luz, Luis Paulo Gomes Mascarenhas, Mercio Cabral dos Santos, Sergio Roberto Molleta. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. RESUMO Introdução e objetivos: Acompanhar a composição corporal durante todas as fases da vida é um fator importante no cuidado básico da manutenção de um estilo de vida saudável. Para tanto o presente estudo teve como objetivo analisar a composição corporal de adolescentes. Metodologia: foram avaliados 195 meninos com média de idade de 13,50 anos estudantes na rede publica de ensino. Foram avaliadas massa corporal, estatura e circunferências da cintura e quadril, calculando posteriormente o índice de massa corporal e razão cintura quadril. Uma analise descritiva dos dados foi aplicada. Resultados: As médias encontradas para os adolescentes para massa corporal e estatura ficaram próximas ao percentil 25 da curva proposta pelo CDC. A prevalência de sobrepeso e obesidade ficou em 9% e 6% respectivamente. Considerações finais: os avaliados estão dentro do padrão saudável de crescimento físico esperado para a idade e apresentam uma prevalência de sobrepeso e obesidade dentro do esperado para a população. Palavras chaves: adolescentes, antropometria, composição corporal DESCRIPTIVE ANALYSIS OF BODY COMPOSITION IN MALE ADOLESCENTS ABSTRACT Introduction and Objective: Monitor body composition during all stages of life is an important factor in the basic care of maintaining a healthy lifestyle. For both this study was to examine the body composition of adolescents. Methods: We evaluated 195 boys with a mean age of 13.50 years students in public schools. We evaluated body weight, height and waist and hip, then calculating the body mass index and waist hip ratio. A descriptive analysis of data was applied. 23 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Results: The average values for adolescents for weight and height were close to the 25th percentile of the curve proposed by the CDC. The prevalence of overweight and obesity was 9% and 6% respectively. Conclusion: the subjects are in healthy physical growth pattern expected for their age and have a prevalence of overweight and obesity within the expected range for the population. Key words: adolescents, anthropometry, and body composition INTRODUÇÃO O crescimento e desenvolvimento de um individuo acelerase na puberdade, causando amadurecimento e variações metabólicas como, aumento dos níveis de testosterona, diferenciação nas fibras rápidas e lentas e discriminação entre os sexos entre os níveis antropométricos (OLIVEIRA et al, 2003). Desta maneira, torna-se necessária a investigação à composição corporal em adolescentes tanto para o acompanhamento do crescimento, desenvolvimento e status maturacional, quanto para a elaboração de programas e prescrição de exercício no controle de peso (MUST et al, 1991) portanto, mensurar e analisar os diferentes componentes corporais como estatura, peso corporal e circunferências em adolescentes oferece valiosas informações sobre as alterações no organismo e as adaptações que ocorrem nas constituições metabólicas (SCHNEIDER E MEYER, 2007), além do IMC (índice de relação cintura-quadril que é amplamente utilizado como indicador de adiposidade corporal (WANG et al, 2002). Vale ressaltar que, embora as alterações no padrão de idade costumem ser parecidas em todos os adolescentes, diferentes indivíduos apresentam diferentes estágios de maturação e crescimento, dois adolescentes, por exemplo, podem estar com a mesma altura (grau de crescimento), mas apresentar diferentes peso, por não estar no mesmo grau maturacional (MALINA & BOUCHARD, 2002). Apesar da dificuldade de previsões e diagnóstico para a mensuração das dimensões em adolescentes, Van Loan (1996), sugere que para se verificar as alterações que ocorrem no crescimento, bem como a análise das diferenças ocorridas entre meninos e meninas , deve-se utilizar valores da composição corporal em crianças e adolescentes, que de acordo com Malina (1996), é a mensuração dos principais componentes do corpo. 24 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Reconhecidamente, essas alterações ocorridas na adolescência é um período de grandes mudanças não somente físicas mas também psicológicas, determinadas por fatores sociais, ambientais, étnicos e genéticos (MALINA & BOUCHARD, 2002). Sendo que, estas transformações ocorrem notoriamente no físico, devido as mudanças corporais, tanto no aspecto fisiológico quanto nas dimensões corporais. (MAGALHÃES et al, 2003). METODOLOGIA A amostra foi representada por 195 adolescentes masculinos, de 11 a 16 anos de idade, voluntários, matriculados em uma escola de rede pública da cidade de Curitiba, PR. Na avaliação antropométrica foram coletados medidas de estatura e peso e circunferências. Para as medidas de estatura utilizou-se um estadiômetro da marca WCS, com escala de precisão de 0,1 cm, calculou-se a distância entre a região plantar e o vértex da cabeça, com o avaliado estando ereto, calcanhares próximos e pontas dos pés afastados, braços pendentes com as mãos espalmadas ao lado da coxa, com a cabeça direcionada ao plano de Frankfurt (LOHMAN, 1988) e inspiração profunda. A pesagem foi realizada em uma balança digital, da marca plena, com precisão de 100 gramas, os adolescentes encontravam-se descalços, vestindo short e camiseta (DOCHERTY, 1996). Para coleta das medidas de circunferência, foi utilizada fita métrica, de acordo com seguinte procedimento, tomando a fita métrica com a mão direita e a extremidade livre na mão esquerda, atendo ao cuidado de manter a fita a um ângulo reto ao segmento que se está medindo, passando a fita ao redor do quadril e cintura, cuidando para não comprimir a pele (LOHMAN, 1988). Um dos métodos mais indicados pela OMS (1998) são o índice de massa corporal e a relação cintura quadril. Em função da praticidade aliada a eficiência o IMC é a maneira mais utilizada para se determinar os valores de excesso de peso (FERNANDES et al, 2007), pois retrata a proporcionalidade da massa corporal total do individuo; calculado a partir da relação entre o peso e o quadrado da altura (IMC = peso/estatura2) (HEYWARD et al, 2000), desenvolvido por Lambert Adolphe Jacques Quetelet, matemático belga (EKNOYAN, 2007), e o RCQ, índice de relação cintura e quadril, utilizando a divisão da medida da circunferência da cintura pelo quadril, ambas mediadas em centímetros. 25 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Inicialmente para a exposição dos dados coletados, foi utilizado a estatística descritiva, composta de valores de média e desvio padrão. E comparativa quanto a classificação dos avaliados. RESULTADOS E DISCUSSÂO Os dados referentes às características gerais da população analisada, como altura, massa corporal, perímetro da cintura e quadril, bem como os valores encontrados para o índice de massa corporal (IMC) e razão cintura quadril (RCQ) distribuídos em valores de media e desvio padrão são apresentados na Tabela 1. Tabela 1. Caracterização da amostra. Masculino 13,50±1,39 1,62±0,09 56,90±14,87 73,13±10,75 87,18±9,74 22,35±10,66 0,83±0,05 Idade (anos) Altura (cm) Massa corporal (Kg) Cintura (cm) Quadril (cm) IMC RCQ (cm) A média de idade dos meninos analisados foi de 13,50±1,39, com uma estatura de, aproximadamente 1,62±0,09 em média, outras medidas analisadas foram a massa corporal e o índice de massa corpórea, sendo que para estes dados obteve-se os seguintes resultados 56,90±14,87 e 22,35±10,66, respectivamente. Em estudo realizado por Glaner (2005), com 447 moças e 435 rapazes do norte gaúcho e oeste catarinense, da mesma média de faixa etária, corrobora com o estudo em questão, aonde foram encontrados valores semelhantes de 1,67 m para a estatura masculina, e 57 kg, aproximadamente para massa corporal; o mesmo padrão se segue em estudo Machado et al (2009), sendo que os 23 sujeitos do sexo masculino com 13 anos de idade, apresentaram, para média estatural cerca de 163,65 ±6,66, e para média de massa corporal 52,41±10,21 em kg. De uma maneira geral, a composição corporal pode ser utilizada para diagnosticar diferenças entre os sexos e o crescimento físico (GLANER, 2005), sendo que este pode depender tanto do potencial genético quanto da interação do indivíduo com o meio 26 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ambiente (MALINA & BOUCHARD, 1991). Bem ora as medidas antropométricas apresentem grandes variações durante o período maturacional, a estatura e a massa corporal são medidas utilizadas freqüentemente nos estudos que envolvem crianças e adolescentes (MACHADO & BARBANTI, 2007). De acordo com Weineck (2004), o término da infância e inicio da adolescência, é caracterizado com várias mudanças biológicas, o que resulta em um rápido crescimento de peso e estatura. Sendo que, essas mudanças dimensionais e fisiológicas podem vir a apresentar considerável variação entre os indivíduos, pois a idade, a duração e a intensidade do crescimento são geneticamente predeterminadas (GALLAHUE E OZMUN, 2005). A literatura indica que os rapazes exibem um incremento elevado na estatura a partir dos 11 anos de idade, sendo que para Glaner (2005), os meninos com essa idade apresentam 83% da estatura dos seus pares com 17 anos, e aos 13 anos eles apresentam 90% da estatura dos seus pares aos 17 anos, o que corrobora com o fato de que os adolescentes masculinos apresentam um pico de crescimento diferenciado das meninas. A massa corporal mostrou-se compatível dentre a idade analisada, bem como o IMC, apesar de apresentarem uma pequena porcentagem de sobrepeso e obesidade dentre a amostra; o mesmo acontece com as medidas de circunferência e RCQ, que embora não seja apresentado comparações significativas, os dados descritos mostram-se compatíveis dentre a idade analisada, em estudos antropométricos (GLANER, 2005; MALINA & BOUCHARD, 2002). De acordo com CDC (2002), para a curva de adolescentes de 13 anos de idade, a localizam da média de peso e estatura, está na 25 percentil. Para o Índice de massa corporal, foi observado um valor médio de 22,35±10,66, sendo que dentre estes foram encontrados cerca de 9,23% com sobrepeso e 6,66% com obesidade. Em estudo realizado por Braga (2006), entre as 38 indivíduos analisados, 18 apresentaram sobrepeso e obesidade (10 e 8, respectivamente). A obesidade e sobrepeso deve ser tratada com relevância, pela alto número de casos existentes mundialmente, neste presente estudo, cerca de 15,89% dos garotos analisados apresentam sobrepeso e/ou obesidade, sendo que este fator tende a agregar-se a possibilidades de risco para a saúde como a hipertensão, a 27 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 hipercolesterolemia, a hipertrigliceridemia, o aumento do colesterol LDL, à diminuição do colesterol HDL, à hiperinsulinemia, à resistência a insulina e diabetes tipo 2 e ainda ao início e progressão de lesões ateroscleróticas, além de predizer uma obesidade na idade adulta (ALVES et al, 2008). Em estudo realizado por Garcia et al (2004), das 263 crianças e adolescentes mensurados, 62 (23,5%) apresentavam sobrepeso e obesidade, no sistema privado de ensino, e das 409 incluídas na amostra, no sistema público, cerca de 14%. O mesmo pode ser observado em estudo de Sichieri et al (1996), aonde 22% dos meninos apresentavam sobrepeso, ou seja, no Brasil, a obesidade vem se tornando um problema emergente e, para enfrentá-lo, seria importante considerar os estágios iniciais de seu desenvolvimento, em que se inclui a fase da adolescência. A amostra apresentou uma circunferência da cintura (cm) de 73,13±10,75 e medida do quadril de 87,18±9,74; e em conseqüência o índice de relação cintura-quadril foi de 0,83±0,05. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observou-se uma baixa prevalência de sobrepeso e obesidade na amostra avaliada 9% e 6% respectivamente. De certa forma apesar de não tratado estatisticamente os dados demonstram uma similaridade os resultados de outros estudos de mesma faixa etária para estatura e massa corporal. Uma vez que os dados aqui obtidos, foram apresentados de forma descritiva, de uma amostra de uma escola de pública de Curitiba, acredita-se que mais estudos com estas características são necessários, para uma análise comparativa regional. Porém, envolvendo mais critérios para caracterizar os aspectos antropométricos como: nível de atividade, meio-ambiente e nível sócio-econômico, para se avaliar o nível de crescimento físico. REFERÊNCIAS ALVES, FABRÍCIO B., BARBOSA, ANABELLE M., CAMPOS, WAGNER DE, RICARDO W.; SILVA, SÉRGIO G. DA. Análise dos índices de adiposidade e de aptidão física em crianças pré-púberes. Rev.Port Cien Desp. 8(1) 85–95, 2008. 28 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 DOCHERTY, D. Measurement in pediatric exercise science. Champaign: Human Kinetics, 1996. EKNOYAN G. Adolphe Quetelet (1796–1874)—the average man and indices of obesity. Nephrol Dial Transplant. v.1, n5, p. 1-5, 2007. GALLAHUE D L , OZMUN J C. 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Endereço de contato: Thais Gretis Rodrigues da Luz Av. Sete de Setembro, 3165 – Rebouças CEP 80230-901 - Curitiba - PR – Brasil Telefone: (41) 3310-4545 30 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ESCOLARES DE JACAREZINHO, PR Danilo Saad Soares, Maria Raquel de Oliveira Bueno, Marcelo Brandão Borges, Fábio Antonio Néia Martini, Antonio Stabelini Neto. GPEVES - Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP RESUMO Introdução e objetivo: A doença cardiovascular aterosclerótica é a principal causa de morte e de incapacidade no Brasil e no mundo. Há evidências de que o processo aterosclerótico inicia-se na infância e progride com a idade. O objetivo do estudo foi descrever a prevalência dos fatores de risco cardiovascular em escolares da cidade de Jacarezinho, PR. Metodologia: O presente estudo contou com a participação de 113 escolares, sendo 46 do sexo masculino (idade 12,6±0,8 anos) e 67 do sexo feminino (idade 12,9±0,9 anos). As variáveis analisadas foram: índice de massa corporal (IMC), colesterol HDL, triglicérides e glicemia de jejum. A análise dos dados foi efetuada através de estatística descritiva (média e desviopadrão), distribuição de freqüência e correlação de Pearson. Resultados: A média do IMC para o sexo masculino foi de 20±3,9, e para o sexo feminino 20,3±3,9. Em relação às prevalências, 14,7% dos escolares apresentavam sobrepeso e 9,2% obesidade. Para os meninos, 27,6% apresentaram baixo HDL-C e 10,9% apresentaram hipertrigliceridemia. Para as meninas, 30,3% apresentaram baixo HDL-C e 6,1% hipertrigliceridemia. Em ambos os sexos nenhuma criança foi diagnosticada com glicemia de jejum alterada. Foi observado associação significativa do IMC com HDL-C (r=-0,255) e triglicérides (r=0,224). Considerações Finais: Levando em conta as informações levantadas no presente estudo, destaca-se a importância da prevenção desses fatores de risco desde a infância. Palavra – chave: Fatores de risco, escolares, saúde. 31 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 PREVALENCE OF CARDIOVASCULAR RISK FACTORS IN SCHOOLCHILDREN OF JACAREZINHO, PR ABSTRACT Introduction and Objective: Atherosclerotic cardiovascular disease is the leading cause of disability and death in Brazil and abroad. There is evidence that the atherosclerotic process begins in childhood and progresses with age. The objective was to describe the prevalence of cardiovascular risk factors in schoolchildren of Jacarezinho, PR. Methodology: This study had the participation of 113 students, 46 males (age 12.6 ± 0.8 years) and 67 females (age 12.9 ± 0.9 years). The variables analyzed were: body mass index (BMI), HDL cholesterol, triglycerides and fasting glucose. Data analysis was done using descriptive statistics (mean and standard deviation), frequency distribution and Pearson correlation. Results: The BMI for males was 20 ± 3.9, and for females 20,3 ± 3,9. For the nutritional status, 14.7% of students were overweight and 9.2% obese. For boys, 27.6% had low HDL-C and 10.9% had hypertriglyceridemia. For girls, 30.3% had low HDL-C and 6.1% hypertriglyceridemia. In both sexes no child was diagnosed with impaired fasting glucose. We observed a significant association between BMI and HDL-C (r=0.255) and triglycerides (r=0.224). Conclusion: This information found in this study highlights the importance of prevention of these risk factors since childhood. Key words: Risk factors, schoolchildren, health INTRODUÇÃO A doença cardiovascular aterosclerótica (DCV) é a principal causa de morte e de incapacidade no Brasil e no mundo, determinando um impacto médico-social e econômico de grande magnitude (BRANDÃO et al., 2004). Há evidências de que o processo aterosclerótico inicia-se na infância, progride com a idade, razão pela qual se acredita que a prevenção primária das doenças cardiovasculares deve começar na infância (SILVA et al., 2004). A obesidade infantil vem apresentando um rápido aumento nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia mundial. A obesidade na infância e adolescência é um importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares na vida futura (OLIVEIRA & FISBERG, 2003; JACOBSON, 2001). 32 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Nos últimos anos, tem-se observado também um aumento crescente na prevalência do Diabete Melito tipo 2 entre jovens. Tal aumento é justificado pelo crescente avanço da obesidade na infância e adolescência (GABBAY; CESARINI e DIB, 2003). A obesidade na infância está associada ao aumento das concentrações de insulina de jejum e à resposta exagerada da insulina à glicose endovenosa (GABBAY; CESARINI e DIB, 2003). Assim como os adultos, crianças e adolescentes obesos têm maior risco de apresentar alterações metabólicas importantes, como dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina e intolerância à glicose, que propiciam o aparecimento de diabetes mellitus tipo 2 e provocam alterações no sistema circulatório e cardíaco (SOUZA et al, 2007). O controle glicêmico e, provavelmente, a duração do diabetes são importantes preditores de doença coronariana aterosclerótica. Sendo assim, o controle da hiperglicemia é necessário para prevenir complicações microvasculares e diminuir riscos de doença vascular aterosclerótica. Crianças diabéticas fisicamente ativas apresentam níveis de hemoglobina glicosilada menores do que as sedentárias (ALVES; VEIGA e SOUZA, 2007). Buscando aumentar o conhecimento em relação aos fatores de risco para DCV em crianças e adolescentes da cidade de Jacarezinho, o presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência dos fatores de risco para DCV (Obesidade, HDL-C, triglicérides e glicemia de jejum) em escolares do ensino fundamental da cidade de Jacarezinho, PR. METODOLOGIA Amostra O estudo foi realizado na cidade de Jacarezinho -PR, no Colégio Estadual Imaculada Conceição, no período de março a junho de 2010. Foram convidados para participar do estudo todos os escolares matriculados nas 6ª, 7ª e 8ª séries do ensino fundamental que estudassem no período matutino. Como a participação era voluntária, dos 300 escolares matriculados, a amostra final contou com a participação de 113 escolares, com idade entre 10 a 15 anos, sendo 46 do sexo masculino e 67 do sexo feminino. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa na Universidade Estadual do Norte do Paraná. 33 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Procedimentos Para realização desse estudo, contou-se com a participação de escolares da cidade de Jacarezinho-PR, estando os mesmos autorizados pelos pais através da assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. As variáveis analisadas foram: Índice de massa corporal, HDL-C, triglicérides e glicemia. Para a avaliação dos itens citados foram utilizados os seguintes procedimentos: O Índice de Massa Corporal [IMC = peso (kg)/estatura (m)2] classificou e categorizou em percentil 85o (P85°) aqueles com sobrepeso e no percentil 95o ou acima (P95°) os obesos (CDC, 2000). O peso foi mensurado em balança eletrônica digital portátil da marca Plena®, com capacidade para 180 quilogramas. A estatura foi mensurada utilizando um estadiômetro portátil. A medida foi realizada com o avaliado em posição ortostática, descalço, em pé, de forma ereta, com os membros superiores pendentes ao longo do corpo, calcanhares unidos e as pontas dos pés afastados aproximadamente 60° entre si, com o peso corporal distribuído igualmente sobre ambos os pés e a cabeça orientada no plano de Frankfurt paralelo ao solo. No momento da definição da medida o avaliado estava em apnéia inspiratória e com as superfícies posteriores dos calcanhares, da cintura pélvica, cintura escapular e região occipital em contato com a escala de medida. Foram coletados aproximadamente 8 ml de sangue de cada indivíduo para análise laboratorial e determinação do HDL-C, triglicérides (TG) e glicemia em jejum. Os sujeitos foram instruídos com uma semana de antecedência sobre alguns cuidados que deveriam tomar para participarem da coleta sanguínea, conforme recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia: a) jejum prévio obrigatório de no mínimo 12h; b) evitar o consumo de álcool 3 dias antes do teste; e c) evitar o abuso alimentar (em especial gordura) no dia anterior ao teste. Foi usado o método enzimático-colorimétrico automatizado para análise. O perfil de risco aterogênico foi classificado de acordo com a I Diretriz de Prevenção da Aterosclerose na Infância e Adolescência: colesterol HDL-C: < 45 mg/dL; Triglicérides: ≥ 130 mg/dL e Glicemia ≥110 mg/dL . 34 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Análise Estatística A análise dos dados foi efetuada através de estatística descritiva (média e desvio-padrão) e para verificar o grau de relação entre as variáveis foi utilizado a Correlação de Pearson. A distribuição de freqüência relativa e absoluta foi utilizada para demonstrar a prevalência dos fatores de risco. O Programa utilizado foi o Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 13.0, o nível de significância foi de p<0,05. RESULTADOS E DISCUSSÃO Estudos longitudinais demonstram que fatores de risco como, obesidade, dislipidemias e hiperglicemia, entre outros, quando presentes na adolescência, são mais importantes em predizer eventos na idade adulta do que os fatores de risco presentes no momento da ocorrência do evento cardiovascular, enfatizando a importância do seu reconhecimento precocemente (FONSECA et al, 2008 apud Li et al, 2003). Este estudo analisou os fatores de risco para doença cardiovascular em escolares da cidade de Jacarezinho. As informações referentes às características da amostra são apresentadas na tabela 1. Masculino Feminino N = 46 Média Idade 12,6 IMC 20 HDL-C 51,6 Triglicérides 76 Glicemia 82,4 N = 67 DP 0,8 Média 12,9 DP 0,9 3,9 20;3 3,9 12 53,6 13,1 64,9 35,6 42 9 80,5 7,7 Índice de massa corporal (IMC): Desvio Padrão (DP) Considerando a prevalência de fatores de risco cardiovasculares nos escolares participantes desse estudo, em relação ao estado nutricional, 70,6% dos escolares apresentavam IMC esperado para a faixa etária, 14,7% sobrepeso, 9,2% obesidade e 5,5% apresentavam baixo peso. 35 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 O excesso de peso corporal e a obesidade resultam da interação entre o suprimento calórico, proveniente da dieta alimentar, e a demanda energética associada à prática de atividade física, além da eficiência do organismo para converter em energia gasta a energia consumida (GUEDES; GUEDES, 1998). Em nosso estudo verificou-se que a maior parte dos escolares apresenta hábito alimentar inadequado, ingerindo grandes quantidades de alimentos gordurosos e com excesso de açúcar (dados não demonstrados). Além disso, o hábito de assistir à televisão por várias horas ao dia e a difusão de atividades de lazer envolvendo prioritariamente diversões eletrônicas, acompanhadas de intensas campanhas publicitárias de estímulo a ocupação do tempo livre com atividades sedentárias, são fortes contribuintes ao abandono de práticas lúdicas que exigem esforços físicos mais intensos, se constituindo, entre outros, fatores que justificam a maior proporção de adolescentes com sobrepeso e obesos (GUEDES; GUEDES, 1998). Estes achados estão de acordo com estudos de prevalência realizados com amostras de adolescentes brasileiros em diversas regiões do país, os quais observaram excesso de peso de 4,7% a 22,9% nas moças e 12,1% a 21,1% para os rapazes (STABELINI, 2007; FONSECA et al., 1998; GERBER; ZIELINSKI, 1997; GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004; GUEDES et al., 2006; RETECHUKI et al., 2005; SILVA et al., 2005). No estudo de Monego e Jardim (2006), o IMC evidenciou que 7,2% têm baixo peso, 76,8% estão eutróficos, 11,0% têm sobrepeso e 4,9% estão obesos. O conjunto dos dois últimos valores indica 16,0% da população estudada, valor inferior ao observado no presente estudo (23,9% sobrepeso + obesos). Em relação ao perfil lipídico, os dados de prevalência são apresentados no gráficos 1a e 1b. Gráfico 1a: Prevalência de valores indesejáveis para HDL-C para ambos os sexos (%). Gráfico 1b: Prevalência de valores indesejáveis para Triglicérides para ambos os sexos (%). 36 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Analisando as informações da glicemia de jejum, nenhum dos escolares avaliados apresentou valores de glicose sanguínea acima de 110 mg/dL. Este resultado vai de encontro ao relatado por Ferreira et al. (2007) que nenhuma das crianças avaliadas foi diagnosticada com glicemia de jejum alterada, pois, segundo Weiss et al. (2004), este distúrbio é muito raro em crianças, mesmo acima do peso. A proporção de indivíduos com valores indesejáveis de colesterol total foi inferior aos demonstrados por Giuliano et al. (2005) e Seki et al. (2001) e similares aos encontrados por Ribeiro et al. (2006). No entanto, nossos resultados foram superiores aos relatados por Gerber e Zielinski (1997) e Guedes et al. (2006). Entretanto, deve ser mencionado que os valores considerados como indesejáveis por Guedes et al. (2006) e por Ribeiro et al. (2006) foram acima de 200 mg/dL. Para os sujeitos com valores diminuídos de lipoproteína de alta densidade (HDL-C) observa-se que a prevalência de sujeitos com valores indesejáveis foi similar a outros estudos com amostras regionalizadas (GERBER e ZIELINSKY, 1997; GIULIANO et al., 2005; GUEDES et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006; SEKI et al., 2001). Quanto aos triglicérides séricos, Seki et al. (2001), Giuliano et al. (2006) e Stabelini (2007) encontraram prevalências de indivíduos com valores inadequados superiores ao atual estudo, porém, os achados de Gerber e Zielinsky (1997) e Guedes et al. (2006) foram próximos ao presente estudo. O aumento na prevalência da obesidade na adolescência registrado nos últimos anos explicaria, em grande parte, o avanço da Diabete Melito tipo 2 em populações jovens. Estudos relacionam as elevadas taxas de obesidade na infância e adolescência ao sedentarismo e à mudança nos hábitos alimentares, freqüentemente com dietas hipercalóricas e hipergordurosas (GABBAY et al, 2003). Estudos mostraram que a obesidade na infância e na adolescência constitui importante fator de risco para o desenvolvimento da síndrome metabólica, associada a doenças cardiovasculares na maturidade (SIRINIVASAN et al, 1996). Muitos estudos têm sido desenvolvidos de modo a investigar a prevalência de fatores de risco em escolares, considerando ser nesse período que os padrões de dieta e estilo de vida encontram-se em estruturação, com possíveis implicações futuras. Dessa forma, uma intervenção nessa fase da vida sobre os fatores de risco detectados se torna extremamente necessária, visando determinar mudanças benéficas no perfil de risco encontrado. 37 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Muito ainda se discute na literatura sobre a associação dos fatores de risco cardiovasculares com a prática de atividade física em crianças e adolescentes, neste sentido, calcularam-se os coeficientes de correlação de Pearson para avaliar a relação do IMC com os fatores de risco nesta amostra de escolares. Observou-se associações significativas entre IMC com HDL-C (r=-0,255; p<0,01) e com triglicérides (r=0,224;p<0,05). Não foi observada associação significativa entre IMC e os níveis glicêmicos (r=0,048; p>0,05). Stabelini (2007) avaliou escolares de São Mateus do Sul, PR e observou que rapazes com sobrepeso têm mais chances de apresentar níveis elevados de TG. Kim et al. (2006) avaliaram 1412 adolescentes coreanos de ambos os sexos e encontraram valores significativamente inferiores de triglicérides nos indivíduos com peso normal comparados a seus pares com sobrepeso e obesidade. No entanto, apesar da hipertrigliceridemia isolada não constituir um fator de risco independente para a aterosclerose, haja vista que, seu grau de risco varia diretamente com os valores de LDL ou na razão inversa do HDL, o aumento nos seus níveis pode favorecer a trombogênese por se associar à ativação de fatores de coagulação e ao aumento da adesividade plaquetária (SBC, 1996). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados do presente estudo indicam que os fatores de risco para doença cardiovascular estão elevados, considerando a idade da amostra. Assim, levando em conta as informações levantadas no presente estudo, destaca-se a importância da prevenção desses fatores de risco desde a infância. REFERÊNCIAS ALVES, C.; VEIGA, S.; SOUZA, T. 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GPEVES - Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP RESUMO Introdução e objetivo: Um fato que tem chamado a atenção da comunidade científica nos últimos anos é que os índices de sedentarismo têm aumentado de modo alarmante também na população pediátrica, sendo que este acontecimento tende a se intensificar com o avanço da idade. Nesta perspectiva, o presente estudo se propôs a comparar os índices de atividade física em escolares de diferentes faixas etárias. Metodologia: O estudo foi realizado na cidade de Jacarezinho, PR. Foram convidados para participar do estudo todos os escolares matriculados no ensino fundamental e ensino médio. A amostra final contou com a participação de 516 escolares, sendo 231 do sexo masculino e 285 do sexo feminino. Para medida da atividade física foi aplicado o questionário, proposto por Baecke e colaboradores. Para comparação entre as faixas etárias [1)10-12,9 anos; 2) 13-15,9 anos; 3) 16-18,9 anos] foi utilizado a ANOVA one way, com p<0,05. Resultados: Verificou-se que as crianças do sexo masculino possuem maiores índices de atividade física do que as meninas. Em relação às faixas etárias, foram observadas diferenças significativas entre os grupos para o índice de trabalho/escola (F=9,23; p=0,000), esportivo (F=14,56; p=000) e total (F=13,16; p=0,000), com os escolares da 1ª faixa etária demonstrando maiores índices de atividade física. Considerações Finais: Estratégias devem ser elaboradas para impedir o declínio dos índices de atividade física com o avanço da idade e a manutenção de um estilo de vida fisicamente ativo por toda a vida. Palavra – chave: atividade física, escolares, faixa etária. 42 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 PHYSICAL ACTIVITY IN CHILDREN AND ADOLESCENTS WITH DIFERENT AGES GROUPS ABSTRACT Introduction and objective: A fact that has drawn the attention of the scientific community in recent years is that rates of inactivity have also increased alarmingly in the pediatric population, and this event tends to increase with advancing age. In this perspective, the objective of the present study was to compare the rates of physical activity in students of different ages. Methodology: The study was conducted in Jacarezinho, PR. Were invited to participate in the study all students enrolled in elementary school and high school. The final sample included the participation of 516 students who were 231 males and 285 females. To measure physical activity the Baecke questionnaire was applied. For comparison between age groups [a) 10 to 12.9 years, 2) 13 to 15.9 years, 3) 16 to 18.9 years] was used to ANOVA's, with significance level of p<0.05. Results: It was found that male children have higher levels of physical activity than girls. Regarding age groups, significant differences were observed between groups for the index of work / school (F = 9.23, p = 0.000), sports (F = 14.56, p = 000) and total (F = 13.16, p = 0.000), with the students from 1st age group showing higher levels of physical activity. Conclusions: Strategies should be developed to prevent the decline in rates of physical activity with advancing age and maintaining a physically active lifestyle throughout life. Key words: physical activity, schoolchildren, age groups. INTRODUÇÃO A atividade física pode ser definida como o movimento corporal produzido pela contração músculo esquelética que eleva substancialmente o dispêndio de energia (ASCM, 2003, p. 4). A prática regular de atividade física está associada a mudanças favoráveis no perfil dos lipídios e lipoproteínas no sangue, redução na gordura corporal, redução nas pressões sanguíneas e aumento na sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos (POWERS; HOWLEY, 2000, p. 286). 43 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Neste sentido, a atividade física habitual tem sido reconhecida como componente importante de um estilo de vida saudável pelo fato de prevenir e/ou minimizar o desenvolvimento de doenças coronarianas e seus fatores de risco associados (BAR-OR, 1994; BOREHAM; RIDDOCH, 2001). No entanto, o que tem se observado na sociedade moderna é um aumento progressivo dos índices de sedentarismo em diversos países do mundo. No Brasil, estudos de base epidemiológica têm demonstrado dados alarmantes sobre a prevalência de sedentarismo na população adulta (VIGITEL, 2007). Porém, um fato que tem chamado a atenção da comunidade científica nos últimos anos é que os índices de sedentarismo têm aumentado de modo alarmante também na população pediátrica, sendo que este declínio na prática de atividade física tende de intensificar com o avanço da idade. Narder et al. (2008) determinaram os padrões de atividade física moderada a vigorosa (AFMV) em 1.032 adolescentes seguidos longitudinalmente dos 9 aos 15 anos de idade. Os autores observaram que aos 9 anos de idade, as crianças participavam de AFMV por aproximadamente 3 horas por dia nos dias de semana e nos finais de semana, sendo que a participação semanal em AFMV diminuía em 38 minutos por ano e no final de semana em 49 minutos por ano. Já aos 15 anos de idade, os adolescentes participavam em AFMV por apenas 49 minutos por dia da semana e 35 minutos por dia do final de semana. Em vista destas considerações, como ainda são poucos os relatos do comportamento da atividade física em amostras regionalizadas brasileira, o presente estudo se propôs a comparar os níveis de atividade física em escolares da cidade de Jacarezinho, PR de diferentes faixas etárias. METODOLOGIA Amostra O estudo foi realizado na cidade de Jacarezinho –PR. Foram convidados para participar do estudo todos os escolares matriculados nas 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries do ensino fundamental e 1º, 2º e 3º ano do ensino médio do Colégio Alfa e Escola Estadual Imaculada Conceição. Todos os escolares presentes na sala de aula no momento da aplicação do questionário foram convidados a 44 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 participar da pesquisa de modo voluntário. A amostra final contou com a participação de 516 escolares, sendo 231 do sexo masculino e 285 do sexo feminino, na faixa etária dos 10 aos 18 anos de idade. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa na Universidade Estadual do Norte do Paraná. Procedimentos Para medida da atividade física dos escolares foi utilizado o método subjetivo através da aplicação do questionário, autoaplicado, proposto por Baecke e colaboradores (1982). O questionário de acordo com o autor é dividido em três seções: Seção 1 - Atividades no trabalho e na escola: composta por oito questões, sendo a primeira com resposta escrita para ocupação profissional e as demais de com marcação seletiva das alternativas, com variação do escore de 01 a 05; Seção 2 – Atividades esportivas, programas de exercícios físicos e lazer: nessa seção o escolar deveria responder a questão de número 09 com resposta de sim ou não para praticante de atividade física. Caso respondesse sim continuava na questão 9.1 até 9.6 com escores de 1 a 5. Ao responder não, o escolar não respondia as questões de 9.1 a 9.6 e passava a responder as questões 10, 11 e 12, com escores de 01 a 05. Seção 3 – Atividades de ocupação do tempo livre: questões de número 13 a 16, com escores de 01 a 05. As respostas foram utilizadas para calculo dos índices de atividade física para cada uma das seções (trabalho/escola, esportivo e lazer) de acordo com a proposta do autor e a somatória destes índices como o índice total de prática de atividade física (BAECKE et al., 1982). Análise Estatística A análise dos dados foi efetuada através de estatística descritiva (média e desvio-padrão). Para comparação da prática de atividade física entre os gêneros sexuais foi utilizado o teste t de Student para grupos independentes. Para comparação entre as faixas etárias [1)10-12,9 anos; 2) 13-15,9 anos; 3) 16-18,9 anos] foi utilizado a análise de variância de um fator e para localizar as diferenças apontadas na ANOVA foi empregado o teste de comparação múltipla de Tukey. O Programa utilizado foi o Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 13.0, o nível de significância adotado foi de p<0,05. 45 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RESULTADOS E DISCUSSÃO As informações referentes às características da amostra são apresentadas na tabela 1. Dos escolares participantes da pesquisa, 25,6% pertence à classe socioeconômica A, 48,1% a classe B, 24,6% a classe C e 1,7% a classe D. Tabela 1. Caracterização da amostra. Masculino N= 231 Feminino N= 285 t P Índice de Trabalho/Escola Índice Esportivo Índice de Lazer 2,69 0,5 2,59 0,4 2,4 0,017 2,57 0,6 2,09 0,5 9,2 0,0001 2,53 0,7 2,44 0,7 1,2 0,08 Total 7,75 1,2 7,07 1,22 6,0 0,0001 Valores expressos em média e desvio padrão. Verifica-se que as crianças do sexo masculino possuem maiores níveis de atividade física em suas atividades habituais, mostrando-se mais ativas, corroborando com estudos anteriores (STABELINI 2007; MASCARENHAS et al., 2005; MACHADO et al., 2002). Samdal et al. (2006) estudaram a tendência da atividade física e tempo em atividades sedentárias (TV) em adolescentes de sete países do continente europeu (Áustria, Finlândia, Hungria, Noruega, Escócia, Suécia e Gales). Em todos os países os meninos auto-reportaram maior participação em AFMV do que as meninas. Atribuímos estes resultados às características culturais do ambiente onde as crianças estão inseridas, pois aparentemente, os meninos são mais incentivados a brincadeiras ativas e recebem mais estímulos com bolas, bastões e outros objetos utilizados nos movimentos de manipulação. Todas estas experiências acarretam na melhor performance distinguida nos resultados. Sendo assim, fica evidente a possibilidade de existência de intervenção dos pais, que de fato é indispensável para que ocorram mudanças nos hábitos de vida das crianças ao caso de resultantes no acervo motor. Sendo que o comportamento hipocinético pode provocar complicações fisiológicas cumulativas, como a obesidade que vão se manifestar já na infância, a partir da adolescência, ou até na vida adulta (PINHO e PETROSKI, 1999). 46 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Na tabela 2 são apresentados os índices de prática de atividade física para cada uma das seções e total de acordo com as três faixas etárias. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos para idade (F=1378,78; p=0,000), índice de trabalho/escola (F=9,23; p=0,000), esportivo (F=14,56; p=000) e total (F=13,16; p=0,000). Não foram observadas diferenças significativas em linguagem estatística para o índice de lazer entre as faixas etárias. Tabela 2. Comparação dos índices de atividade física entre as diferentes faixas etárias. Idade Índice de Trabalho/Escola Índice Esportivo Índice de Lazer Total Faixa etária 1 N= 132 Faixa etária 2 N= 229 11,68 0,72,3 2,80 0,4 2,3 14,48 0,9 1,3 2,3 2,55 0,5 2,57 0,8 2,3 7,87 1,2 2,3 Faixa etária 1 N= 144 16,9 0,7 1,2 2,58 0,5 1 2,57 0,4 1 2,27 0,6 1 2,17 0,6 1 2,44 7,24 0,7 2,48 7,17 0,7 1,2 1 1,2 1 Valores expressos em média e desvio padrão. 'diferente da faixa etária 1;²diferente da faixa etária 2;³diferente da faixa etária 3 Os resultados encontrados no presente estudo vão de encontro com os achados de Trost et al., (2000) que avaliaram objetivamente através da acelerometria em escolares de diferentes graus (classes) e observaram que os mais novos apresentaram maior tempo de prática de atividade física de intensidade moderadaa-vigorosa e que este tempo diminuiu progressivamente com o avanço da idade. Da mesma forma, Andersen e colaboradores (2006) avaliaram os níveis de atividade física em 1.732 escolares (9-15 anos de idade) da Dinamarca, Estônia e Portugal e verificaram que a maioria as crianças (9 anos) realizavam mais minutos por dia de AFMV (>2.000 counts) do que os adolescentes (15 anos). Como relatado nos estudos previamente citados, há uma variação quanto à quantidade e tipo de prática da atividade física em diferentes populações, assim deve ser levado em consideração às particularidades culturais de cada região. Todavia, um padrão é semelhante entres as pesquisas em países díspares, no qual o sexo masculino é fisicamente mais ativo do o sexo feminino e que a prática de atividade física declina significativamente com o avanço da idade. 47 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Nesta perspectiva, muito ainda se discute sobre as características determinantes para que, não somente os jovens, mas indivíduos de todas as faixas etárias adotem e mantenham um estilo de vida fisicamente mais ativo como parte de seu cotidiano. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados do presente estudo confirmam evidencias prévias de as crianças são fisicamente mais ativas comparadas aos adolescentes. Neste sentido, sabendo da importância da prática regular de atividade física na saúde e qualidade de vida, estratégias devem ser elaboradas para impedir o declínio dos índices de atividade física com o avanço da idade e a manutenção de um estilo de vida fisicamente ativo por toda a vida. REFERÊNCIAS ANDERSEN, L. B.; HARRO, M.; SARDINHA, L. B.; FROBERG, K.; EKELUND, U.; BRAGE, S.; ANDERSSEN, S. A. Physical activity and clustered cardiovascular risk in children: a cross-sectional study (The European Youth Heart Study). Lancet. v. 368, p. 299–304, 2006. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. BAECKE, J.A.H.; BUREMA, J.; FRIJTERS, J.E.R. A short questionnaire for the measurement of habitual physical activity in epidemiological studies. Am J Clin Nutr. v.36, p. 936-942, 1982. BAR-OR, O. Health benefits of physical activity during childhood and adolescence. 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Using objective physical activity measures with youth: How many days of monitoring are needed? Med. Sci Sports Exerc. v.32, p. 426-431, 2000. VIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA DOENÇAS CRÔNICAS POR INQUÉRITO TELEFÔNICO – 49 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 VIGITEL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estimativas sobre freqüência e distribuição Sócio-demográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiro e no Distrito Federal em 2006. Brasília, 2007. Antonio Stabelini Neto UENP – Centro de Ciências da Saúde Alameda Padre Magno, 841. Jacarezinho, PR email: [email protected] 50 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA HABITUAL DE ATIVIDADE FÍSICA E A PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA Aryane Flauzino Machado, Fabio Antonio Neia Martini. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Centro de Ciências da Saúde. Jacarezinho – Paraná, Brasil. RESUMO A síndrome metabólica (SM) se coloca na atualidade como uma disfunção de identidade própria que se caracteriza pela união de vários fatores de risco cardiovascular, como alterações de pressão arterial, níveis de colesterol plasmático, obesidade e resistência à insulina. Pesquisas epidemiológicas mostram a relação direta entre a inatividade física e a presença desses fatores. Este estudo tem por objetivo analisar a significância entre a presença da SM com a prática habitual da atividade física. A coleta de dados incluiu 1112 sujeitos de ambos os sexos, com idades entre 20 e 80 anos, que procuraram o Laboratório Diagnóstico de Análises Clínicas S/C Ltda, Ourinhos – SP, durante o período de abril de 2007 a março de 2008. Os procedimentos empregados foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina e acompanharam normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Para avaliar a prática de atividade física foi utilizado o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). A prevalência de SM estimada para a população estudada é de 22,9%, os sujeitos classificados como insuficientemente ativos, de acordo com recomendações relacionadas à prática habitual de atividade física, correspondem a 33,5% e, a vulnerabilidade para apresentar síndrome entre sujeitos que relataram realizar esforços físicos moderado/vigorosos por < 150 minutos/semana em comparação com seus pares que relataram realizar por > 300 minutos/semana, alcança uma proporção próxima de 70-85%. Observa-se que a prática habitual de atividade física, considerada como uma prática de baixo custo, apresenta real importância na prevenção e na reabilitação da síndrome metabólica, pois tem relação significativa com a redução dos fatores de risco presentes e com a melhora da qualidade de vida. Palavras-chave: Síndrome Metabólica, Prática de Atividade Física, Risco Cardiovascular. 51 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RELATIONSHIP BETWEEN THE HABITUAL PRACTICE OF PHYSICAL ACTIVITY AND THE PRESENCE OF SYNDROME METABOLIC ABSTRACT To metabolic syndrome it is placed at the present time as a dysfunction of own identity that it is characterized by the union of several factors of cardiovascular risk, as blood pressure alterations, levels of cholesterol plasmatic, obesity and resistance to the insulin. Epidemic researches show the direct relationship between the physical inactivity and the presence of those factors. This study has for objective to analyze the relationship among the presence of SM with the habitual practice of the physical activity. The collection of data included 1112 subject of both sexes, with ages among 20 and 80 years that sought the Laboratory Diagnosis of Clinical Analyses S/C Ltda, Ourinhos - SP, during the period of April of 2007 to March of 2008. The employed procedures were approved for the Committee of Ethics in Research of the State University of Londrina and they accompanied norms of the Resolution 196/96 of the National Council of Health on research involving human beings. To evaluate the practice of physical activity International it was used Physical Activity Questionnaire (IPAQ), the relationship of dear SM for the studied population is of 22,9%, the subjects classified as insufficiently assets, in agreement with recommendations related to the habitual practice of physical activity, correspond to 33,5% and, the easiness to present syndrome among subjects that told to accomplish efforts physical moderated/vigorous for <150 minutes/week in comparison with your pairs that told to accomplish for> 300 minutes/week, reaches a close proportion of 70-85%. it is Observed that the habitual practice of physical activity, considered as a practice of low cost, it presents real importance in the prevention and in the rehabilitation of the metabolic syndrome, because he/she has significant relationship with the reduction of the factors of risk presents and with the improvement of the life quality. Key-Words: Metabolic syndrome, Practice of Physical Activity, Heart Attack Risk 52 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 INTRODUÇÃO A predisposição para complicações do aparelho circulatório (insuficiência cardíaca, doença coronária, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico) vem tentando ser explicada pela identificação de um conjunto de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como obesidade, hiperglicemia, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia. (NAKAZONE, 2007) Através da união desses vários fatores de risco, tornou-se definido a nomenclatura de Síndrome Metabólica (SM), que pode ser caracterizada então por um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. (I DBSM, 2005) As doenças cardiovasculares e sua crescente prevalência tem se tornado caso de saúde pública, pois estão sendo definidas como causa da mortalidade em geral e importante fato desencadeante de incapacidade nacional e mundial. (GOTTLIEB, CRUZ, BODANESE, 2008) A partir de então, essa doença tem sido classificada como uma desordem primariamente de alta ingestão energética. Entretanto, observa-se controvérsias de grande parte da obesidade é devida ao baixo gasto energético, o que torna a inatividade física da vida moderna o maior fator etiológico do crescimento sugerido dessa doença (CIOLAC, GUIMARÃES, 2004). Outra definição encontrada atualmente é de que a Síndrome Metabólica vem sendo considerada a Síndrome da Civilização, por se tratar de um distúrbio metabólico provocado pela quebra da homeostasia corporal. (GOTTLIEB, CRUZ, BODANESE, 2008) Depois de muitos estudos, o National Cholesterol Education Program's Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), a fim de diagnosticar a síndrome metabólica e identificar fatores de risco cardiovascular associados. Nesses critérios incluem a história clínica do paciente, o exame físico e exames laboratoriais.De forma geral deve ser avaliado então a medida da circunferência abdominal, os níveis de pressão arterial, a glicemia de jejum e a dosagem do HDL colesterol e dos triglicerídeos, como observados no Quadro 1. 53 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Tabela 1 - Componentes da Síndrome Metabólica segundo o NCEAP-ATP III Componentes Níveis Obesidade Abdominal Homens* Obesidade Abdominal Mulheres* Triglicerídeos HDL Colesterol Homens HDL Colesterol Mulheres Pressão Arterial Glicemia de Jejum > 102 cm > 88 cm > 150 mg/dL < 40 mg/dL < 50 mg/Dl > 130 mmHg ou > 85 mmHg > 110 mg/dL * Obesidade analisada por meio de circunferência abdominal A presença dos fatores de risco apresentados tem sido observada em indivíduos que não possuem o hábito da atividade física e também baixo nível de condicionamento físico, como descrito em vários estudos. Essa relação tem se mostrado tão importante quanto fatores mais conhecimentos como fumo, dislipidemia e hipertensão arterial. (CIOLAC, GUIMARÃES, 2004) A prática de atividade física é capaz de reduzir o risco de mortes prematuras, doenças cardiovasculares e também previnem o ganho de peso, segundo a OMS. Já o condicionamento físico adquirido com o exercício, reduz a mortalidade e morbidade, mesmo em indivíduos que se mantêm obesos. (PENTEADO, GOMES, 2008) METODOLOGIA Este estudo contou com 1112 sujeitos de ambos os sexos, com idades entre 20 a 80 anos, que procuraram o Laboratório Diagnóstico de Análises Clínicos S/C Ltds, Ourinhos – SP, Brasil, durante o período de abril de 2007 a março de 2008. Utilizou-se como critérios de inclusão a idade, não estar submetido a dietas básicas, não utilzar medicamentos de uso contínuo e não ser portador de doenças cardiovasculares ou metabólicas. Para tal, os procedimentos empregados foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina e acompanharam normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Esses sujeitos foram submetidos a avaliação de medidas de estatura, peso corporal, circunferência de cintura e de quadril, 54 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 cálculos do índice de massa corporal (IMC), níveis de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), teores de triglicerídeos (TG), colesterol sérico total (CT) e frações, lipoproteínas de alta densidade (HDL-C), de baixa densidade (LDL-C) e de muito-baixa densidade (VLDL-C). Os TG foram determinados pelo método enzimático glicerol. Para a definição de SM foram utilizados os critérios de definição do NCEP- ATP III já mencionado no Quadro 1. As informações que nos são de maior importância são em relação à prática habitual de atividade física e essas foram avaliadas de acordo com o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), proposto pelo Grupo Internacional para Consenso em Medidas da Atividade Física, em seu formato curto, versão 8, tendo como referência a última semana. Os sujeitos, através das informações obtidas pelo questionário, podem ser divididos em quatro grupos, como o proposto pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul: Muito-Ativo: ≥ 30 minutos/sessão de atividades vigorosas ≥ 5 dias/semana; e/ou ≥ 20 minutos/sessão de atividades vigorosas ≥ 3 dias/semana somadas á ≥ 30 minutos/sessão de atividades moderadas ou caminhadas ≥ 5 dias/semana; Ativo: ≥ 20 minutos/sessão de atividades vigorosas ≥ 3 dias/semana; e/ou ≥ 30 minutos/sessão de atividades moderadas ou caminhadas ≥ 5 dias/semana; e/ou ≥ 150 minutos/semana de qualquer das atividades somadas (vigorosa + moderada + caminhada); Irregularmente Ativo: < 150 e > 10 minutos/semana de qualquer das atividades somadas (vigorosa + moderada + caminhada); e Sedentário: ≤ 10 minutos/semana de qualquer das atividades somadas (vigorosa + moderada + caminhada). As informações estatísticas foram realizadas através do pacote computadorizado Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 13.0 e para a análise das variáveis contínuas recorreu-se aos procedimentos da estatística descritiva e, posteriormente, para identificação de eventuais diferenças entre os sexos, ao teste “t” de Student e para a extensão com que os indicadores relacionados à prática de atividade física e à composição da dieta possam estar associados à ocorrência da SM deverá ser estabelecida mediante estimativas de Odds Ratio (OR). 55 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RESULTADOS E DISCUSSÃO A prevalência de sujeitos classificados como insuficientemente ativos é equivalente a 33,5%, acompanhando recomendações internacionais relacionadas à pratica habitual de atividade física (> 150 minutos/semana de atividade física com intensidades moderada-vigorosa). Essa proporção significativamente torna-se mais elevada em mulheres (39,6%) do que em comparação com homens (27,4%). Em relação à idade a condição de insuficientemente ativo é mais elevada em idades ≥ 50 anos (37,9%), declinando significativamente nos estratos de idades entre 31 e 49 anos (34,4%) e ≤ 30 anos (28,8%). Tabela 2 - Prática de Atividade Física Moderada - Vigorosa < 150 minutos/semana >300 minutos/semana % % 33,5 19,5 Mulheres 39,6 16,7 Homens 27,4 22,4 ≤ 30 Anos 31 – 49 Anos ≥ 50 Anos 28,8 34,4 37,9 < 25 kg/m2 25 – 30 kg/m2 > 30 kg/m2 29,5 34,4 38,6 Total Gênero Idade 23,9 20,4 15,1 IMC 22,2 19,5 17,4 A prevalência de SM estimada para a população estuda é de 22,9%, sendo significativamente mais elevada nos homens (26,5%) em comparação com as mulheres (19,3%). 56 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Tabela 3 – Componentes da Síndrome Metabólica % Circunferência de % % 36,7 39,2 33,4 Triglicerídeos 23,1 16,8 29,9 HDL – Colesterol 45,4 47,4 41,5 Glicemia em Jejum 12,5 10,2 14,8 Pressão Arterial 46,2 46,1 45,8 Síndrome Metabólica 22,9 19,3 26,5 Cintura Circunferência de Cintura (mulheres > 88 cm; homens > 102 cm); Triglicerídeos (≥ 150 mg/dL), HDL - Colesterol (mulheres < 50 mg/dL; homens < 40 mg/dL); Glicemia em jejum (≥ 110 mg/dL); Pressão arterial (sistólica ≥ 130 mmHg e/ou diastólica ≥ 85 mmHg); Síndrome Metabólica (≥ 3 componentes). Os componentes mais prevalentes tanto em mulheres como em homens são pressão arterial ≥ 130/85 mmHg (46,1% e 45,8%, respectivamente) e HDL - Colesterol ≤ 50/40 mg/dL (47,4% e 41,5%, respectivamente), enquanto o componente menos prevalente é a glicemia em jejum ≥ 110 mg/dL, presente em 10,2% das mulheres e 14,8% dos homens. A prevalência de SM é progressiva e significativamente menor de acordo com a quantidade de pratica habitual de atividade física. Entre sujeitos que praticam atividade física > 300 min./semana a SM esta presente em 13,4% das mulheres e 20,4% dos homens, ao passo que, entre sujeitos que menos praticam atividade física (< 150 min./semana), a SM é diagnostica em 26,3% das mulheres e 34,1% dos homens. Tabela 4 – Prevalência de Síndrome Metabólica e Quantidade de Prática Habitual de Atividade Física Mulheres (%) Homens (%) > 300 min./semana 13,4 20,4 150 – 300 min./semana 18,5 25,5 < 150 min./semana 26,3 34,1 57 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Em se tratando da prática habitual de atividade física, os resultados apontam significativamente maior vulnerabilidade para apresentar SM entre sujeitos que relataram realizar esforços físicos moderado/vigorosos por < 150 minutos/semana em comparação com seus pares que relataram realizar esforços físicos moderado/vigorosos por > 300 minutos/semana. Essa maior vulnerabilidade, ajustada pelas demais variáveis consideradas no modelo de regressão logística, alcança proporção próxima de 7085% (mulheres – OR = 1,85; 95% IC 1,42 – 2,30; homens – OR = 1,71; 95% IC 1,30 – 2,14) CONSIDERAÇÕES FINAIS Através dos dados apresentados neste estudo, conclui-se que a prática habitual de atividade física, considerada como uma prática de baixo custo, apresenta real importância na prevenção e na reabilitação em indivíduos acometidos pela síndrome metabólica, pois tem relação significativa com a redução dos fatores de risco presentes e com a melhora da qualidade de vida. A realização de pelo menos 30 minutos de atividade física (podendo ser elas formal ou de lazer, realizadas de maneira contínua ou acumuladas em sessões pelo menos 10 minutos), de intensidade no mínimo moderada, cerca de três ou preferencialmente todos os dias da semana, e em que haja dispêndio total de 700 kilocalorias (kcal) a 1.000 kcal por semana tem sido proposta para a manutenção da saúde e para a prevenção de grande variedade de doenças crônicas. (CARLET et. al., 2006) REFERÊNCIAS CARLET, R., BENELLI, V. R., MENDONÇA, C. H., MILISTETD, M. Síndrome metabólica: a importância da atividade física. Revista Digital. Ano 11, nº 102. Novembro, 2006. CIOLAC, E. G., GUIMARÃES, G. V. Exercício físico e síndrome metabólica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol.10. nº 04, Niterói, 319-324, 2004. GOTTLIEB, M. G. V., CRUZ, I. B. M., BODANESE, L. C. Origem da síndrome metabólica: aspectos genético-evolutivos e nutricionais. Scientia Medica. Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 31-38. Jan./mar, 2008. 58 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Volume 84, Suplemento I. Abril, 2005. NAKAZONE, M. A. Prevalência de síndrome metabólica em indivíduos brasileiros pelos critérios de NCEP-ATPIII E IDF. Rev Assoc Med Bras. 53 (5): 407 – 13, 2007. PENTEADO, F. R., GOMES, N. M. Atividade física e síndrome metabólica: um estudo de revisão. Revista Digital. Buenos Aires, ano 13, nº125. Outubro, 2008. [email protected] 59 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CORRELAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS E O PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL DE INGRESSANTES EM ACADEMIA DE GINÁSTICA DE CURITIBA/PR Guilherme da Silva Gasparotto1; Lívia Pimenta Renó2; Michael Pereira da Silva1; Rodrigo Bozza1. 1Universidade Federal do Paraná 2Universidade Federal de São Paulo RESUMO Introdução e Objetivo: A obesidade hoje é tratada pelos órgãos de saúde pública como epidemia. Muitos problemas metabólicos como dislipidemias, hipertensão arterial e diabetes estão associados ao excesso de peso corporal. Os índices antropométricos são comumente utilizados para classificação da condição nutricional, assim o objetivo do estudo foi identificar o melhor índice antropométrico que representa o percentual de gordura corporal avaliado por dobras cutâneas. Metodologia: Foram realizadas avaliações antropométricas de percentual de gordura (%GC), Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência de Cintura (CC), Circunferência Abdominal (CA), Relação Cintura/Quadril (RCQ) e verificada a correlação de Pearson (p<0,05) entre o %GC e os outros índices antropométricos. Resultados: O índice que mostrou maior correlação com o %GC foi o IMC (r=0,66). Entre os índices antropométricos somente o RCQ não mostrou correlação com o %GC (r=0,06) Considerações finais: A utilização de outros índices antropométricos pode ser realizada em associação ao IMC na classificação da condição nutricional do indivíduo. Palavras-chave: Obesidade, Percentual de gordura corporal, Índices antropométricos. 60 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CORRELATION BETWEEN DIFFERENT ANTHROPOMETRIC INDICATORS AND THE PERCENTAGE OF BODY FAT OF BEGINNERS IN FITNESS CENTER IN CURITIBA/PR ABSTRACT Introduction and Objective: Obesity is now handled by public health authorities as an epidemic. Many metabolic problems such as dyslipidemia, hypertension and diabetes are associated with excess body weight. Anthropometric indices are commonly used for classification of nutritional status, so the objective was to identify the best anthropometric index that represents the percentage of body fat measured by skinfolds. Methodology: We performed anthropometric assessments of body fat percentage (%BF), body mass index (BMI), waist circumference (WC), Abdominal circumference (AC), Waist / Hip relation(WHR) and the correlation of Pearson (p <0.05) between %BF and the other anthropometric indices. Results: The index showed a higher correlation with %BF was the BMI (r = 0.66). Among the anthropometric indices only WHR showed no correlation with %BF (r = 0.06). Conclusion: The use of other anthropometric indices can be performed in association with BMI in the classification of nutritional status of the individual. Keywords: Obesity, percentage of body fat, anthropometric indices INTRODUÇÃO A obesidade hoje é tratada pelos órgãos de saúde pública como epidemia. Muitos problemas metabólicos como dislipidemias, hipertensão arterial e diabetes estão associados ao excesso de peso corporal. Assim muitos estudos são direcionados na tentativa de identificar a melhor forma de representar através de índices antropométricos a condição nutricional de seres humanos em subpeso, eutrófico, sobrepeso ou obesidade (OMS, 2007; SBC, 2006). Atualmente o padrão ouro para avaliação do volume e disposição da gordura corporal é feita através do DEXA (dual energy X ray), no entanto a utilização desse tipo de avaliação freqüentemente torna-se inviável pelo alto custo financeiro, falta de especialistas e praticidade em sua manipulação (BELL et al 2007; SILLANPAA et al., 2007). 61 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Devido ao menor custo e mais simples utilização, para avaliação da proporção de gordura corporal em ambiente clinico utiliza-se comumente o percentual de gordura corporal adquirido pela bioimpedância ou através de dobras cutâneas utilizando o plicômetro, no entanto essas avaliações ainda dependem de profissional treinado e no caso da bioimpedância dispende um custo considerável (SILLANPAA et al., 2007, LAZAAR et al., 2007). Outros índices antropométricos como o Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura Quadril (RCQ), a Circunferência da Cintura (CC) e a Circunferência Abdominal (CA) são utilizados para representar a condição nutricional de forma simplificada. No entanto, esses índices propõem diferentes formas de interpretação dessa condição, relacionada à regionalização da gordura corporal, sendo o IMC referente à gordura generalizada e os outros índices indicando sua centralização, que por muitos estudos tem sido relacionada com a gordura visceral, mais nociva à saúde do ser humano (JANSSEN et al 2009, SILLANPAA et al., 2007, LAZAAR et al., 2007, SOUZA et al 2003, MARTINS e MARINHO, 2003). Durante muito tempo o IMC foi utilizado para a classificação da condição nutricional do indivíduo, porém alguns estudos mostram resultados contraditórios na afirmação do índice que melhor caracteriza o sobrepeso ou obesidade de acordo com a proporção de gordura corporal. Assim o objetivo desse estudo é mostrar quais índices antropométricos entre o IMC, RCQ, CC e CA apresentam maior correlação com o percentual de gordura corporal. METODOLOGIA População e amostra Esse estudo foi realizado com uma amostra intencional com 93 indivíduos adultos de ambos os sexos, sendo 39 mulheres e 54 homens com média de idade de 29 ± 7,3 anos, todos sedentários, ingressantes de uma academia de ginástica em Curitiba, PR. Instrumentos e procedimentos Para a avaliação do percentual de gordura corporal foi utilizado o protocolo sugerido por Petroski (1995), com utilização de quatro dobras cutâneas, triceptal, subescapular, suprailíaca e panturrilha. Os pontos de corte para o percentual de gordura corporal utilizada foi de ≥ 15% para homens e ≥ 25% para mulheres segundo National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDIK) (1993). 62 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Para avaliação do massa corporal, estatura e perimetrias seguiram-se as orientações metodológicas de Heyward e Stolarczyk (1996). Para ser realizada a medida da estatura, utilizou-se uma fita antropométrica metálica fixada na parede e escalonada em 0,1m, a avaliada estava descalça, com o peso distribuído entre os pés e braços relaxados, e instruída a manter-se o mais ereta possível. A cabeça foi posicionada de forma que a face se mantivesse na vertical. Para determinação da massa corporal foi utilizada uma balança digital, marca Welmy RI W 200, com resolução de 0,1kg. Os avaliados estavam descalços e usando roupas leves, ao subirem na balança foram orientados a distribuírem a massa corporal entre ambos os pés. O IMC foi definido dividindo a massa corporal pela estatura ao quadrado, IMC=massa corporal (kg)/estatura (m)2. Os pontos de corte utilizados para IMC foram <25kg.m-² (Dentro das recomendações), ≥25kg.m-² (Acima das recomendações). A CC foi obtida com uma fita antropométrica metálica escalonada em 0,1m, medida na parte mais estreita do dorso, quando visto no aspecto anterior, no ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca. A CA foi realizada transversalmente sobre a cicatriz umbilical do avaliado. Para os pontos de corte da CC e CA foram utilizados ≥ 80 cm e para os homens ≥ 94 cm sugeridos pela Associação Brasileira de Medicina e Conselho Federal de Medicina (AMB e CFM, 2004). A circunferência do quadril foi aferida transversalmente sobre a maior porção observada do quadril do avaliado. O RCQ foi obtido pela divisão da circunferência da cintura pela do quadril. Os pontos de corte adotados foram ≥ 0,95 para homens e ≥ 0,80 para mulheres como sugerido por Kissebah (1985). Todas as medidas foram realizadas pelo mesmo antropometrista. Análise estatística O método descritivo foi utilizado para a caracterização da amostra expressando valores médios e desvio padrão. A distribuição de freqüência foi utilizada para a obtenção das proporções de valores alterados de %GC, IMC, CC, CA e RCQ. A Correlação de Pearson foi utilizada para verificar a relação entre as variáveis IMC, CC, CA, RCQ e idade com o percentual de gordura corporal com nível de significância estipulado em p<0,05. 63 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RESULTADOS E DISCUSSÃO As características da população estudada expressas em média e desvio padrão estão descritas na Tabela 1. Tabela 1. Valores de média e desvio padrão das variáveis. IDADE (anos) ESTATURA (cm) PESO (kg) IMC (kg/m2) RCQ CC (cm) CA (cm) %GC MASCULINO FEMININO Média/DP 26 ± 6,3 174 ± 9,7 79 ± 15 25 ± 5,2 0,88 ± 0,07 86,5 ± 10,8 88,5 ± 12,7 21,1 ± 7,8 Média/DP 28 ± 8 162 ± 6,2 69 ± 14 24 ± 4,1 0,79 ± 0,08 79 ± 9,2 80 ± 8,6 28 ± 7,9 DP: desvio padrão, IMC: índice de massa corporal, RCQ: relação cintura/quadril, CC: Circunferência da Cintura, CA: Circunferência Abdominal, %GC: Percentual de Gordura Corporal As proporções de indivíduos observados com índices antropométricos acima do recomendado foram para o IMC, 55,9% (52), para a CC 27,9% (26), para a CA 43%(40), para o RCQ 14% (13) e %GC 73,1%(68). As proporções dos índices antropométricos encontrados estão na Tabela 2. Tabela 2. Valores das proporções de indivíduos acima e dentro das recomendações estabelecidas para os índices antropométricos IMC (kg/m2) CC (cm) CA (cm) IRCQ %GC ACIMA DAS RECOMENDAÇÕES DENTRO DAS RECOMENDAÇÕES 55,9% 27,9% 43% 14% 73,1% 44,1% 72,1% 57% 86% 26,9% IMC: Índice de Massa Corporal, CC: Circunferência de Cintura, CA: Circunferência Abdominal IRCQ: Índice de Relação Cintura/Quadril, %GC: Percentual de Gordura Corporal 64 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 O percentual de gordura corporal mostrou correlação significativa com os índices antropométricos IMC (r=0,66), CC (r=0,42), CA (r=0,53), além da idade (r=0,39), todas as correlações com o valor de p< 0,05. No entanto o RCQ (r=0,06) e o sexo (r=0,01) não mostraram correlação com o percentual de gordura corporal. As correlações estão expostas na tabela 3. Tabela 3. Correlação dos índices antropométricos, idade e sexo com o percentual de gordura corporal. IMC CC R 0,66* 0,42* p 0,022 0,031 CA 0,53* 0,029 RCQ 0,06 0,912 IDADE 0,39* 0,034 R = Coeficiente de correlação entre a variável dependente e variáveis independentes; IMC: Índice de Massa Corporal, CC: Circunferência de Cintura, CA: Circunferência Abdominal; RCQ: Relação Cintura/Quadril, %GC: Percentual de Gordura Corporal; p: Nível de significância Na tentativa de estabelecer relações entre com o percentual de gordura corporal, estudos classificando alunos de academias de ginástica de acordo com índices antropométricos são freqüentemente publicados (GROSSI et al., 2010, COSTA et al., 2007 ) Proporções de indivíduos com índices antropométricos classificatórios da condição nutricional encontradas no presente estudo foram similares aos encontrados em estudos prévios. Esses estudos mostram correlações significativas entre os índices antropométricos, IMC, CC, CA, RCQ com o percentual de gordura corporal. No presente estudo o percentual de gordura corporal mostrou correlação com os índices IMC, CC e CA, além de se correlacionar com a idade (GROSSI et al., 2010, COSTA et al., 2007). O fato do percentual de gordura não ter mostrado correlação com o RCQ corrobora com outros estudos que afirmam esse índice não ser o melhor indicador de obesidade abdominal, comparado aos que têm sido utilizados ultimamente, circunferência abdominal ou de cintura (RAMOS, 2005; MARTINS e MARINHO, 2003,). 65 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Apesar de estudos nacionais utilizarem tanto a CC quanto a CA para classificarem a obesidade centralizada, a OMS recomenda que essa medida seja feita sobre a cicatriz umbilical, o que corresponde no Brasil à medida de CA. No entanto, internacionalmente essa medida é nomeada waist circunference, o que pode causar confusão de operacionalização, constantemente sendo feitas as medidas com a descrição nacional de circunferência de cintura, entre a última costela flutuante e a crista ilíaca (PITANGA e LESSA, 2005; MARTINS e MARINHO, 2003). No presente estudo, tanto a CC quanto a CA tiveram correlação com o percentual de gordura corporal, no entanto foi maior em CA. A própria OMS (2007) sugere o RCQ aumentado como medida antropométrica de fator de risco cardiovascular, contudo, esse índice não mostrou correlação significativa com o %GC, diferentemente da CA que indicou a correlação mais alta entre os indicadores de obesidade central. Devido à regionalização da gordura corporal, centralizada, tipo de gordura que mostra-se mais nociva à saúde cardiovascular, os estudos realizados com índices antropométricos tem sugerido que na classificação de obesidade por tais índices a realização da medida de CA seja feita associada à do IMC para um diagnóstico completo do problema de sobrepeso e obesidade e seu risco (JANSSEN et al., 2009). Além dos índices antropométricos a idade também se mostrou correlacionada com o %CG. Já o sexo não mostrou significância quando correlacionada ao %GC nessa amostra. Diferente de outros resultados da literatura que mostram idade e sexo relacionados com a gordura corporal (GROSSI et al., 2010; COSTA et al., 2007) Esse estudo apresenta algumas limitações. Devido à amostra ser composta por indivíduo matriculados em uma academia de ginástica, não se pode garantir que seguiram as recomendações feitas para antes das avaliações, quanto à alimentação, repouso e atividades físicas, o que pode influenciar as medidas antropométricas. Além disse os estudos de correlação não podem mostrar relação de causa e efeito, no entanto para que haja tal relação necessariamente deve existir correlação entre as variáveis. 66 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse estudo mostrou que apesar de diversos índices antropométricos serem sugeridos para classificação de obesidade, o IMC foi o que melhor se correlacionou com o percentual de gordura corporal dessa amostra. Sugere ainda que a utilização dos índices de CA seja utilizado em conjunto com o IMC para detecção de risco na centralização da gordura corporal e não como índice isolado na classificação nutricional dos indivíduos. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILIRA DE MEDICINA; CONSELHO FEDERAL DE MEDICÍNA. Sobrepeso e obesidade: Diagnóstico. Projeto diretrizes, 2004 BELL, M. L.; WATTS K.; SIAFARIKAS, A. et al. Exercise Alone Reduces Insulin Resistance in Obese Children Independently of Changes in Body Composition. Journal Clinical Endocrinology Metabology, v. 92 n.11, p. 4230–4235, 2007 COSTA, R. F.; GUISELINI, M.; FISBERG, M. Correlação entre porcentagem de gordura e índice de massa corporal de freqüentadores de academia de ginástica. Revista brasileira Ciência e Movimento. v.15 n.4 p. 39-46, 2007 GROSSI, T.; LIMA, L. R.; KARASIAK, F. C. Relação entre a gordura corporal e indicadores antropométricos em adultos freqüentadores de academia. Motricidade v.6 n. 2, p. 35-45, 2010 HEYWARD, V. H; STOLARCZYK, L. M. Applied Body Composition Assessment. Human Kinetics, 1996 JANSSEN, I.; KATZMARZYK, P. T.; SRINIVASAN, S. R et al. Combined Influence of Body Mass Index and Waist Circumference on Coronary Artery Disease Risk Factors Among Children and Adolescents. Pediatrics; v.115 p.1623-1630, 2005 67 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 KISSEBAH, A. H.; VYDELINGUM, N.; MURRAY, R. et al. Relation of body fat distribution to metabolic complications of obesity. Journal Clinical Endocrinology and Metabology v.54 p.254-260, 1982 LAZAAR, N.; AUCOUTURIER, J.; RATEL, S. et al. Effect of physical activity intervention on body composition in Young children: influence of body mass index status and gender. Acta Paediatrica, v.96, p.1315–1320, 2007 MARTINS, I. S.; MARINHO S. P. O potencial diagnóstico dos indicadores da obesidade centralizada. Revista de Saúde Pública v.37 n.6 p. 7607, 2003 NATIONAL INSTITUTE OF DIABETES AND DIGESTIVE AND KIDNEY DISEASES. Understanding adult obesity. NIHPubl..Rockvilli, MD: National Institute of Health n° 94 – 3680, 1993. PETROSKI, E. L. (1995). Desenvolvimento e validação de equações generalizadas para a predição da densidade corporal. Tese de Doutorado. UFSM-RS, Universidade Federal de Santa Maria PITANGA, F. J. G.; LESSA I. Indicadores Antropométricos de Obesidade como Instrumento de Triagem para Risco Coronariano Elevado em Adultos na Cidade de Salvador – Bahia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia – v. 85, n. 1, 2005 RAMOS, S. A. Avaliação do estado nutricional de universitários. Dissertação de Mestrado, 2005 SILLANPAA, E.; HAKKINEN, A.; NYMAN, K. et al. Body Composition and Fitness during Strength and/or Endurance Training in Older Men. Medicine & Science in Sports & Exercise, v.40 n.5 p.950- 958, 2007 SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006. 68 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 SOUZA, L. J.; NETO, C. G.; CHALITA, F. E. B. et al. Prevalência de Obesidade e Fatores de Risco Cardiovascular em Campos, Rio de Janeiro. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v. 47 n.6, 2003 WORLD HEALTH ASSOCIATION. Prevention of Cardiovascular Disease Guidelines for assessment and management of cardiovascular risk. 2007 Endereço para contato: Av. Republica Argentina. No. 719, Água verde, Curitiba/PR. Email: [email protected] 69 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ASSOCIAÇÃO DO EXCESSO DE PESO CORPORAL E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UNIVERSITÁRIOS DA UENPJACAREZINHO/PR Maicon Salles1; Guilherme da Silva Gasparotto1; Lívia Pimenta Renó2 1Universidade Federal do Paraná-UFPR 2Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP RESUMO Introdução e objetivo: O número de indivíduos com excesso de peso corporal vem crescendo e se tornando um dos maiores fatores de risco à saúde em vários países. A hipertensão pode estar associada ao excesso de peso em diversas populações, assim em universitários. Esse estudo buscou verificar a associação do excesso como de peso corporal com a hipertensão arterial em estudantes da UENP. Metodologia: Foi realizada verificação do IMC e Pressão arterial de 158 universitário da UENP e aplicado a técnica de regressão logística para verificação da razão de chances com nível de significância em p<0,05. Resultados: Os universitários com sobrepeso/obesidade mostraram mais chances (odds ratio = 40,00) de apresentar hipertensão arterial comparados aos indivíduos com peso normal, além de probabilidade de 48% de desenvolverem hipertensão. Considerações finais: O excesso de peso corporal se mostrou associado à hipertensão na amostra de universitários da UENP- Jacarezinho/PR Palavras- chave: Excesso de peso, Hipertensão, Universitários 70 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ASSOCIATION OF EXCESS BODY WEIGHT NA ARTERIAL HYPERTENSION IN THE UNIVERSITY UENP JACAREZINHO/PR ABSTRACT Introduction and objective: The number of overweight individuals has been growing and becoming one of the major risk factors to health in several countries. The hypertension may be associated with overweight in different populations as undergraduates. This study aims to evaluate the association between excess body weight with hypertension in college students. Methods: We performed verification of BMI and blood pressure of 158 university of UENP and applied logistic regression to check the odds ratio with a significance level of p <0.05. Results: The students were overweight or obese were 40 times more likely to have hypertension compared with normal weight and 48% probability of developing hypertension. Conclusion: Excessive body weight was associated with hypertension in the sample of university students from UENPJacarezinho/PR. Key words: Overweight, Hypertension, University INTRODUÇÃO Na sociedade contemporânea o número de indivíduos acima do peso vem crescendo e se tornando um dos maiores fatores de risco à saúde em vários países (CARNEIRO et al., 2003). Segundo a Sociedade de Cardiologia (2006), a hipertensão (HA) é considerada o terceiro maior fator de risco em países desenvolvidos, relacionado com distúrbios da composição corporal, como o aumento do peso. No Brasil o número de pessoas com excesso de peso apontou um relevante crescimento em décadas anteriores e esse número continua em aumento (MENDONÇA et al., 2004). As mudanças demográficas, socioeconômicas e epidemiológicas influenciaram com o passar dos anos há uma convergência nutricional diminuindo a taxa de desnutrição e elevando os indicadores de obesidade (PEREIRA et al., 2003). O aumento da hipertensão na população brasileira também apresentou um crescente significativo na ultima década e pode estar relacionado com essa elevação dos indicadores de obesidade (MAGNA et al., 2003). 71 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Pessoas obesas podem apresentar resistência ao gerenciamento de insulina no organismo, esta em demasia favorece a HA, já que o nível de insulina em excesso pode incentivar o aumento da resistência vascular periférica, aumentando a pressão nas artérias (CARNEIRO et al., 2003). A HA se caracteriza pelo distúrbio do fluxo sangüíneo podendo gerar enfermidades cardiovasculares, doença renal, diabetes e anomalias lipídicas (TAVARES et al., 1997). Estudos mostraram que em indivíduos com IMC aumentado observa-se elevação da pressão arterial, tornando possível identificar a possível influência do excesso de peso corporal sobre os níveis de pressão arterial (CARNEIRO et al., 2003). Estudos relacionando sobrepeso e/ou obesidade com hipertensão têm sido freqüentemente realizados em diversas populações, no entanto em universitários ainda não esta clara a intensidade dessa relação. Assim este estudo procurou verificar as chances de universitários com sobrepeso ou obesidade apresentarem hipertensão arterial. METODOLOGIA População e amostra A amostra foi composta por 158 alunos, com idade média de 21 ± 6,7 anos, 52 do sexo masculino e 106 do sexo feminino, ingressantes nos cursos de Letras, Filosofia, História, Pedagogia, Matemática, Educação Física e Fisioterapia no ano de 2008, na Universidade Estadual do Norte do Paraná -UENP – campus Jacarezinho-PR. Instrumentos e procedimento Os alunos foram submetidos a avaliações de estatura. Massa corporal e pressão arterial.As medidas antropométricas foram realizadas de acordo com a proposta de Heyward e Stolarczyk (1996). Onde a medida da estatura foi realizada mediante utilização uma fita antropométrica metálica fixada na parede e escalonada em 0,1m, onde o avaliado estava descalço, com o peso distribuído entre os pés e braços relaxados, e instruído a manter-se o mais ereto possível. A cabeça foi posicionada de forma que a face se mantivesse na vertical. Para determinação da massa corporal foi utilizada uma balança digital marca G-Life Cristal com resolução de 0,1 Kg, as avaliados estavam descalços e usando roupas leves e ao subirem na balança foram orientados a distribuírem sua massa corporal entre ambos os pés. 72 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 O IMC foi definido pela divisão da massa corporal pela estatura ao quadrado: IMC = massa corporal (Kg) / estatura (m)2. Os pontos de corte utilizados para IMC foram e <25 kg/m² (eutróficos), ≥ 25 kg/m² e sobrepeso/ obesidade (WHO, 2007). A pressão arterial (PA) foi mensurada de acordo com as recomendações da SBC (2006), através do método auscultatório no braço direito de cada avaliado mediante utilização de um estetoscópio e um esfigmomanômetro analógico, estes estavam por pelo menos 5 minutos em repouso, sentadas com as pernas descruzadas, pés apoiados no chão e dorso recostado na cadeira. O braço foi posicionado na altura do coração com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. O manguito do esfigmomanômetro foi posicionado a cerca de 2 a 3 centímetros da fossa cubital, e a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial sem compressão excessiva. Duas aferições foram realizadas com intervalo mínimo de 2 minutos entre as aferições e os valores médios foram utilizados para a análise. A pressão arterial sistólica (PAS) foi determinada no aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff), e a pressão arterial diastólica (PAD) com o desaparecimento do som (fase V de Korotkoff) e os avaliados foram classificados como hipertensos se a PAS se apresentasse maior ou igual a 140 mmHg e a PAD maior ou igual a 90 mmHg, ou na identificação de uso de medicamento antihipertensivo. O presente estudo foi conduzido de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e teve início após os avaliados assinarem um termo de consentimento livre esclarecido concordando com os procedimentos a serem realizados. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS for Windows versão 13.0. Para descrição dos dados foram utilizadas medidas de tendência central (média) e dispersão (desvio-padrão). A técnica de regressão logística foi aplicada para verificar a razão de chances de indivíduos com sobrepeso ou obesidade desenvolverem hipertensão. O nível de significância estipulado para as análises foi de p<0,05. 73 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RESULTADOS E DISCUSSÃO As descrição da amostra estudada encontra -se na tabela 1. Tabela 1. Descrição da amostra em sexo masculino e feminino IDADE (anos) ESTATURA (cm) PESO (kg) IMC (kg/m2) PAS PAD MASCULINO FEMININO Média/DP 21,9 ± 5,6 175 ± 0,06 73,2 ± 13,7 23,7 ± 3,8 118,5 ± 11,3 74,4 ± 8,7 Média/DP 21,7 ± 7,1 1,63 ± 0,06 57 ± 7 21,4 ± 2,6 104,4 ± 10,4 67,6 ± 8,2 IMC: Índice de Massa Corporal, PAS: Pressão Arterial Sistólica, PAD: Pressão Arterial Diastólica No presente estudo foi possível observar proporção de 15,8% dos indivíduos acima do peso corporal, segundo a classificação pelo IMC. Estudos realizados com amostras de universitários têm mostrado diferentes proporções de indivíduos apresentando peso acima da recomendação segundo a mesma classificação. Simão et al. 2004 apresentaram proporção de 41,4% de indivíduos indicando sobrepeso/obesidade em uma universidade do sul do Brasil. No entanto Simão et al. (2008) apresentaram proporção mais aproximada do presente estudo, porém ainda mais elevada, em 20,3% de sobrepeso/obesidade entre universitários da Angola. As divergências nas proporções podem estar associadas com o estilo de vida das diferentes populações, para tal comparação seria necessária a observação dessa variável de difícil controle. Foi possível observar também que 9,5% da amostra apresentaram quadro de HA segundo a classificação da SBC (2006). Essa proporção mostra-se menor do que se tem visto em estudos prévios com amostras de universitários. Oliveira et al. (2008) identificaram 17,8% de indivíduos hipertensos em estudantes de ciências biológicas e da saúde. Já Simão et al. (2008) em universitários da Angola mostrou prevalência de 23,5% de hipertensão arterial em alunos de ambos os sexos. 74 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A regressão logística mostrou que os indivíduos apresentando sobrepeso/obesidade têm mais chances (odds ratio = 40,00) de possuírem HA comparados aos indivíduos que apresentaram o peso corporal dentro das recomendações. Estudantes com sobrepeso/obesidade apresentaram ainda probabilidade de desenvolvimento de hipertensão em 48% (LogPi= 0,08). Já os indivíduos que não apresentam excesso de peso corporal mostram probabilidade de 2,26% de desenvolvimento da HA (LogPi = -3,76). A tabela 2 mostra os resultados de razão de chances (odds ratio) de hipertensão em indivíduos com excesso de peso corporal. Tabela 2. Razão de chances de hipertensão para indivíduos com excesso de peso corporal Coeficiente EP 3,68 0,7 Z 5,21 P <0,001 Odds 40,00 IC 9,99 – 160,28 EP: Erro Padrão, Z: coeficiente da regressão, p: Nível de significância, Odds: Razão de Chances, IC: Intervalo de Confiança Muitos estudos têm mostrado relações entre excesso de peso corporal e HA (GASPAROTTO et al 2009, OIVEIRA et al. 2008, SIMÃO 2004) A verificação da associação entre o sobrepeso/obesidade com a pressão arterial mostra-se importante forma de identificação de risco cardiovascular devido à facilidade de mensuração dessas variáveis sem necessidade de técnicas invasivas e exames metabólicos menos acessíveis. Correlações simples têm sido visto em muitos trabalhos relacionando excesso de peso com hipertensão em diversas populações. Em universitários esse tipo de associação também se mostra bem explorada (GASPAROTTO, 2009; OLIVEIRA et al. 2008; COELHO 2005). A regressão logística pode mostrar de forma mais clara o risco de desenvolvimento de hipertensão em indivíduos com excesso de peso corporal. Em universitários essa técnica estatística mostra-se pouco explorada SILVA et al. (2008). 75 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Em outras populações a razão de chances (odds ratio) é freqüentemente utilizada para estimação de hipertensão arterial em indivíduos com sobrepeso/obesidade. Em adolescentes Silva et al (2009) encontraram o valor de odds ratio 59,6 para a apresentação de hipertensão em indivíduos com excesso de peso corporal. Carneiro et al. (2003) mostraram 6 vezes mais chances de desenvolver hipertensão em indivíduos adultos jovens com excesso de peso corporal. Algumas das limitações desse estudo foram a falta de representatividade da amostra possibilitando generalizar os dados para toda população e devido a mensuração das variáveis em sala de aula também se torna difícil o controle das atividades realizadas anteriormente, o que pode ter alguma influencia nos resultados de peso e pressão arterial, no entanto os resultados se mostraram consistentes na verificação da associação do excesso de peso com a HA. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse estudo pode mostrar as proporções de universitários com excesso de peso corporal e HA, além da associação entre essas variáveis. Os indivíduos com sobrepeso/obesidade mostraram mais chances de desenvolvimento de hipertensão comparado aos que não apresentaram excesso de peso. Esse estudo sugere ainda que, no período universitário, apesar de na juventude apresentar menos problemas agudos relacionados a fatores de risco cardiovasculares, deve-se ter atenção para ações preventivas, pois já é possível verificar tais complicações nessa fase, as quais podem acompanhar os universitários até idades mais avançadas. REFERÊNCIAS CARNEIRO, G. et al. Influência da distribuição da gordura corporal sobre a prevalência de hipertensão arterial e outros fatores de risco cardiovascular em indivíduos obesos. Revista da Associação de Medicina Brasileira [online]. v. 49, n. 3, p. 306-311, 2003 COELHO, V. G. et al. Perfil Lipídico e fatores de risco para doenças cardiovasculares em estudantes de medicina. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 85, n. 1, p. 57-62, 2005. 76 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 GASPAROTTO, G. S.; SILVA, M. P.; BOZZA R.; NETO, A. S, et al.. Atividade física e indicadores antropométricos relacionados com a hipertensão arterial em mulheres. Fitness & Perf. ormance Journal, v. 8 n.5 p.322-8, 2009. GASPAROTTO, G. S.; SILVA, M. P.; NETO, A. S. et al. Associação do nível de atividade física e a pressão arterial em universitários. Revista Digital - Buenos Aires – ano 14 – n. 135, 2009. HEYWARD, V. H; STOLARCZYK, L. M. Applied Body Composition Assessment. Human Kinetics, 1996. MENDONCA, C. P.; ANJOS, L. A. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil. Caderno de Saúde Pública [online], v. 20, n.3, p. 698-709, 2004. OLIVEIRA, T.T; SOUZA, B.C; SILVEIRA, G.S.L. et al., Fatores de risco para doenças cardiovasculares em estudantes universitários das áreas de ciências biológicas e da saúde. Ciência et Praxis, v. 1 n. 2, 2008. PEREIRA, L. O.; FRANCISCHI, R. P.; LANCHA JR. Obesidade: hábitos nutricionais, sedentarismo e resistência à insulina. 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TAVARES, A; ABDALA, S; ZANELLA, M. T. et al. Estudo multicêntrico comparativo entre Felodipina e Captopril como monoterapia em pacientes com hipertensão leve a moderada. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 19 n.1 p. 16-20, 1997. WORLD HEALTH ASSOCIATION. Prevention of Cardiovascular Disease Guidelines for assessment and management of cardiovascular risk. 2007. Endereço para contato: Av. Republica Argentina. No. 719, Água verde, Curitiba/PR. Email: [email protected] 78 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE JOVENS ATLETAS DE FUTEBOL DO MUNICÍPIO DE JACAREZINHO, PARANÁ Fabio da Silva Ferreira Vieira**, Carlos Eduardo de Araújo, Danilo Saad*, Luiz Roberto Paez Dib*, Ídico Luiz Pellegrinotti** *Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP. Jacarezinho – Paraná – Brasil. ** Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP. Piracicaba – São Paulo – Brasil. RESUMO Através de dados do perfil antropométrico de atletas é possível identificar as características morfológicas fundamentais para um rendimento apropriado para cada desporto em suas respectivas categorias. O trabalho realizado tem como objetivo encontrar o perfil de jovens atletas com idade entre 15 e 18 anos da cidade de Jacarezinho frequentadores da escolinha de futebol para a montagem do protocolo de treinamento durante a temporada, fazendo um comparativo entre as posições de jogo que ocupam. O estudo foi realizado no inicio do mês de março e contou com a participação de 46 voluntários. Foram mensuradas as variáveis antropométricas (peso, estatura), calculando-se o Índice de Massa Corporal (IMC) e o percentual de gordura, utilizando o protocolo de Slaughter. Onde foi encontrada a média de idade (16,35 ± 0,14 anos), a estatura (1,71 ± 0,07 metros), ao peso corporal (59,06 ± 1,31 kg), ao IMC (19,90 ± 0,25 kg/m²) e percentual do gordura (11,84 ± 0,70 %), posteriormente, fez-se uma subdivisão dos voluntários de acordo com a posição ocupada, respeitando o setor de atuação, da seguinte maneira: goleiros, defensores, meio-campistas e atacantes. Notouse que o grupo retrata uma grande homogeneidade em todos os seus aspectos, levando em consideração os valores das médias obtidas. Ainda assim, foi possível ressaltar a importância da avaliação antropométrica como base para a elaboração de protocolos de treinamento em determinados grupos esportivos formados por jovens. Palavras-chave: Futebol – Jovens – Atletas 79 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ANTHROPOMETRIC PROFILE OF YOUNG FOOTBALL PLAYERS IN THE CITY OF JACAREZINHO, PARANÁ ABSTRACT Using data from the anthropometric profile of athletes is possible to identify the morphological characteristics essential for a proper income for each sport in their respective categories. The work aims to find the profile of young athletes aged between 15 and 18 years of the town of Jacarezinho attending soccer school for assembly of the training protocol during the season, making a comparison between the game positions they occupy. The study was conducted at the beginning of March and was attended by 46 volunteers. We measured anthropometric variables (weight, height), calculating the Body Mass Index (BMI) and fat percentage, using the protocol of Slaughter. Where you found the average age (16.35 ± 0.14 years), height (1.71 ± 0.07 meters), body weight (59.06 ± 1.31 kg), BMI (19, 90 ± 0.25 kg / m²) and percentage of fat (11.84 ± 0.70%) later became a subdivision of the volunteers according to the position occupied, respecting the performance sector, as follows: goalkeepers, defenders, midfielders and attackers. It was noted that the group portrays a great homogeneity in all its aspects, taking into account the mean values obtained. Still, it was possible to highlight the importance of anthropometric measurements as a basis for development of protocols for training in specific sports groups formed by young people. KEY-WORDS: Soccer – Young - Athletes INTRODUÇÃO Entre os Jogos Desportivos Coletivos o futebol assume características particulares, já que a respectiva dimensão de aleatoriedade permite que no confronto entre equipes de diferente escalão competitivo a percentagem de resultados positivos para as equipes de menor nível, é superior ao verificado para outras modalidades. (SANTOS 1999) Desse modo, treinadores, preparadores físicos e pesquisadores têm-se esforçado na tentativa de adequar o perfil antropométrico dos atletas às exigências específicas de cada modalidade, com a finalidade de levá-los ao rendimento máximo. (GOBBO et al., 2002). 80 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A avaliação e a determinação das características antropométricas (estatura, massa corporal e composição corporal) se faz essencial para o sucesso de uma equipe não só durante um jogo, mas durante toda a temporada, visto que tais informações podem e devem ser utilizadas pelo treinador para mudar a função do jogador ou até mesmo mudar a forma tática de toda equipe, com o objetivo de maximizar o desempenho, uma vez que cada posição apresenta características peculiares. (PRADO et al. 2006) Assim, inúmeros pesquisadores têm procurado investigar, particularmente ao longo das últimas décadas, as características físicas de atletas de elite na tentativa de explicar o desempenho atlético, relacionando-o com o sucesso e o fracasso dentro do esporte (GOBBO 2002). É importante ressaltar que a preparação física nos esportes coletivos de alto rendimento é elaborada de acordo com a função tática, haja vista que as exigências específicas, características morfológicas e de desempenho motor são diferentes. (AVELAR et al., 2008). Os jogadores de futebol atuam em posições diferentes no campo de jogo, onde cada posição requer do futebolista diferentes esforços, como meio-campistas, defensores e atacantes (VIEIRA, 2008). METODOLOGIA O estudo envolveu a população composta por 46 voluntários, participantes da equipe Sub-18 da Escolinha de Futebol do Departamento Municipal de Esportes da cidade de Jacarezinho, Paraná. A inclusão dos voluntários deu-se através de: a) apresentação de um atestado médico comprovando estar apto para a prática do futebol; b) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelo responsável; c) estar matriculado e freqüentando assiduamente os treinamentos por no mínimo um ano. Os alunos não enquadrados nas especificações foram excluídos do estudo. Para a avaliação foi utilizado as dependências da academia da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) localizada no Centro de Ciências da Saúde, Campus Jacarezinho. O peso corporal foi mensurado em uma balança de plataforma, digital, marca Plena@, com precisão de 0,1kg e capacidade para 180kg, o avaliado posicionado em pé, sem calçado e trajando apenas o calção utilizado no treinamento. 81 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A estatura foi obtida através de uma fita métrica fixada na parede a um metro do chão, o valor obtido em centímetros (cm) com precisão de 0,1cm. Com o avaliado em posição ortostática, descalço, em pé, de forma ereta, com os membros superiores pendentes ao longo do corpo, calcanhares unidos e as pontas dos pés afastados aproximadamente 60° entre si, com o peso corporal distribuído igualmente sobre ambos os pés e a cabeça orientada no plano de Frankfurt paralelo ao solo. No momento da definição da medida o avaliado estava em apneia inspiratória e com as superfícies posteriores dos calcanhares, da cintura pélvica, cintura escapular e região occipital em contato com a escala de media. O Índice de Massa Corporal [IMC = peso (kg)/estatura (m)²] foi classificado e categorizado em percentil 85° (P85°) àqueles com sobrepeso e no percentil 95° ou acima (P95°) os obesos, uma vez que esses valores correspondem ao IMC 25 e 30 kg/m/², respectivamente, ajustados para idade e sexo. A composição corporal foi avaliada pela técnica de espessura do tecido celular subcutâneo. Três medidas foram tomadas em cada ponto, em seqüência rotacional, do lado direito do corpo, sendo registrado o valor mediano. Para tanto, foram aferidas as seguintes dobras cutâneas: Triciptal, Subescapular e perna medial, sempre realizada por um único avaliador e a utilização de um adipometro cientifico da marca Cescorf. Para a comparação entre as posições que cada atleta exerce dentro do jogo, foi consultado o responsável técnico da referida equipe, denominando cada individuo e classificando-os como goleiros (n=03), defensores, onde foram contidos os laterais e zagueiros (n=16), meio campitas (n=14) e atacantes (n=13). Após a coleta, os dados obtidos foram tabulados, utilizando o programa Excel for Windows 7. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados são apresentados por posicionamento dos atletas durante o jogo, relacionado com média, desvio padrão, valores mínimos e máximos e, coeficiente de variação. Na tabela 1, encontramos os dados referentes às idades dos atletas. A tabela 2, nos apresenta a estatura, a tabela 3, o peso, a tabela 4, o Índice de Massa Corporal e a tabela 5, o percentual de gordura. 82 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Segundo FILIN (1998) a faixa etária em questão apresenta expressiva variabilidade no que diz respeito à passagem pelo período sensível de ganho de determinadas capacidades físicas, como força, resistência, flexibilidade e velocidade, facilitando ou não o êxito em determinadas execuções como o futebol. Goleiros Defensores Meio-campistas Atacantes Média DP Mínimo Máximo CV Com base nos dados da tabela 1 nota-se que a média de idade de todos os grupos é muito parecida, evidenciando uma grande homogeneidade segundo esse aspecto. Verifica-se também que o no setor de meio campo e defesa encontra-se os indivíduos na faixa etária limite para a participação dessa categoria. Assim como nesses mesmos setores, além do ataque da equipe, encontrarem-se atletas mais novos, o que corrobora com a argumentação de SILVA (2006), no que diz respeito à mescla de idade no setor de meio campo das equipes de futebol. Média DP Mínimo Máximo CV Tabela 2 – Caracterização dos atletas pela estatura Goleiros Defensores Meio-campistas 1,71 1,72 1,71 0,13 0,08 0,08 1,57 1,55 1,52 1,90 1,89 1,84 0,07 0,04 0,04 Atacantes 1,70 0,08 1,53 1,85 0,05 Valores referentes à estatura estão expressos em metros. Coeficiente de Variação expresso em %. Nota-se, na Tabela 2, que a média de altura de todas as idades mostra também homogeneidade, porém fica evidenciado que os valores mínimos e máximos são bastante dispersos, ocasionando grande diferença de valores, porém com uniformidade no coeficiente de variação. Verifica-se a maior média de altura como sendo dos defensores, seguida por goleiros e meio campistas, que não confirma os estudos de Dechichi (2003), que afirma que goleiros, possuem maiores médias de altura, o que sugere uma possível melhora em sua performance, porém a diferença existente não é significativa. 83 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Média DP Mínimo Máximo CV Tabela 3 – Caracterização dos atletas pelo peso corporal Goleiros Defensores Meio-campistas Atacantes 60,93 59,28 58,77 57,26 16,12 9,09 10,54 9,92 42,40 43,40 32,90 40,70 81,70 78,9 78,90 69,40 0,26 0,15 0,17 0,17 Valores referentes ao peso corporal estão expressos em kg. Coeficiente de Variação expresso em %. Na Tabela 3, relacionada à variável de peso corporal, notase um ligeiro aumento no peso médio dos indivíduos no subgrupo dos goleiros, assim como também no coeficiente de variação dos mesmos. A menor média de peso fica por conta dos atacantes, em todos os valores encontrados, o que pode influenciar nas diferentes ações motoras durante o jogo relacionado com cada posição. Goleiros Defensores Meio-campistas Atacantes Média DP Mínimo Máximo CV Relacionado ao Índice de Massa Corporal, expresso na Tabela 4, verificou-se a média muito parecida entre os subgrupos, com um ligeiro aumento no grupo dos goleiros se destacando como o maior valor na equipe, não obstante o grupo de menor valor médio foi o formado pelos atacantes, porém sua diferença não foi significativa. Contudo, o maior valor sobre o Índice de Massa Corporal foi encontrado no grupo dos defensores e o menor valor no grupo dos meio-campistas, o que nos leva a uma reflexão acerca dos gastos energéticos das diferentes posições. Goleiros Defensores Média DP Mínimo Máximo CV 84 Meio-campistas Atacantes Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Pode-se observar na Tabela 5 que a média de percentual de gordura não se apresenta com valor discrepante, assim como o desvio padrão, indicando em mais este item a homogeneidade ocorrente em todos os avaliados. Estudos antropométricos vêm sendo utilizados como um instrumento muito útil na identificação das variáveis relacionadas ao crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes (GUEDES; GUEDES, 1997) e os dados médios obtidos em relação à idade (16,35 anos), a estatura (1,71 m), ao peso corporal (59,06 kg), ao IMC (19,90 kg/m²) e percentual do gordura (11,84%) dos praticantes da escolinha de futebol, demonstram a importância desse levantamento para a denominação de um grupo considerado eutrófico (De ROSE et al., 1984). Pode-se, portanto, avaliar como positivas as variáveis observadas, as quais, possivelmente não são produto exclusivo do treinamento praticado pelo grupo observado, apesar do mesmo contribuir substancialmente para modificar variáveis antropométricas e funcionais (WILMORE; COSTILL, 1994). CONSIDERAÇÕES FINAIS Após análise dos resultados obtidos com a avaliação antropométrica dos alunos da Escolinha Municipal de Esportes de Jacarezinho, Paraná, na modalidade futebol, constatou-se que o treinamento da modalidade, com freqüência de três sessões por semana, cada sessão com duração de 90 minutos, contribui para uma determinação somatotípica dos praticantes (FILHO et al., 2002). É importante ressaltar que a comparação de medidas antropométricas entre atletas de futebol é dificultada por vários fatores, entre eles, as diferentes metodologias empregadas nas pesquisas, características étnicas dos atletas, cultura alimentar, clima de cada região e formas de treinamentos que os atletas são submetidos. Porém, o presente estudo, permite concluirmos que em relação às medidas antropométricas analisadas no estudo, existe coerência com a literatura nacional e internacional, e que de modo geral, não existe diferença significativa entre as posições ocupadas pelos atletas no campo de futebol. 85 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Pelo fato do publico estudado fazer parte de uma amostra que está passando por um estudo experimental, envolvendo aplicação de treinamento, relacionado com a performance, sabe-se que tais variáveis, provavelmente, serão alteradas conforme o treinamento, o que sugere novos estudos relacionados ao acompanhamento dessas alterações. REFERENCIAS AVELAR, A.; SANTOS, K.M.; CYRINO, E.S.; CARVALHO, F.O.; DIAS, R.M.R.; ALTIMARI, L.R.; GOBBO, L.A. Perfil antropométrico e de desempenho motor de atletas paranaenses de futsal de elite. Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum. 2008;10(1):7680 D E R O S E , E . 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São Paulo: Roca, 2002. 86 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 PRADO, W.L.; BOTERO, J.P.; GUERRA.; R.L.F.; RODRIGUES, C.L.; CUVELLO, L.C.; DÂMASO, A.R. Perfil antropométrico e ingestão de macronutrientes em atletas profissionais brasileiros de futebol,de acordo com suas posições. Rev Bras Med Esporte. Vol. 12, Nº 2 – Mar/Abr, 2006 SANTOS, J.A.R. ESTUDO COMPARATIVO, FISIOLÓGICO, ANTROPOMÉTRICO E MOTOR ENTRE FUTEBOLISTAS DE DIFERENTE NÍVEL COMPETITIVO. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 13(2): 146-59, jul./dez. 1999. SILVA, P. A análise do jogo em Futebol. Um estudo realizado em clubes da Liga Betandwin.com. Dissertação de Mestrado. Lisboa: FMH-UTL. 2006. VIEIRA, F.S.F. Iniciação Esportiva no Futebol, in JUNIOR, R.B., MERÉGE, S.R. (Orgs.). Atividade Física, Saúde e Educação – Perspectivas. Andirá. Godoy, 2008. WILMORE, J.H.; COSTILL, D.L. Physiology of sports and exercise. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books, 1994. Endereço para correspondência: Fabio da Silva Ferreira Vieira. Rua Cel. Baptista, 326, Centro, CEP.: 86400-000, Jacarezinho-PR. E-mail: [email protected] 87 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE RECREATIVA NA REABILITAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS Almir de Oliveira Ferreira, Sônia Regina Leite Merége, Juliana Cristina de Oliveira Périco, Juliana Gonçalves, Juliane Ramos Garcia. Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) – Centro de Ciências da Saúde (CCS) – Grupo de Estudos e Pesquisas em Corporeidade, Pedagogia do Movimento e Diversidade Humana (COPEDI). RESUMO Em decorrência dos problemas causados pelas drogas atualmente, em meio às diferentes camadas sociais, problemas estes que tem atingido proporções internacionais e que conseqüentemente tem afetado as pessoas bem como suas relações com a família, com o trabalho, com a escola, dentre outras instituições, realizamos este estudo com o intuito de avaliar as atividades recreativas como recurso que pode contribuir no tratamento dos usuários de drogas. Destarte, o presente artigo versará sobre os benefícios da atividade recreativa na recuperação dos dependentes químicos. Dessa forma, no âmbito de nossa pesquisa nos deparamos com a Comunidade de Assistência aos Dependentes Químicos (CADD), que trabalha de diversas maneiras com os internos, utilizando-se do trabalho de laborterapia, ajuda psicológica, espiritual e reflexão do pensamento. Mas não encontramos nenhuma atividade física regular que atendesse às especificidades dessa clientela, ministradas por profissionais qualificados. Até porque como sabemos a atividade física promove melhoras significativas em relação aos aspectos físicos e psicossociais das pessoas. Por isso, essa pesquisa tem por objetivo evidenciar os benefícios dos exercícios físicos relacionados às atividades recreativas e cooperativas como recursos que auxiliam no processo de reabilitação dos usuários de drogas. Palavras-chave: Atividade recreativa, dependente químico. 88 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 THE BENEFITS OF REHABILITATION RECREATIONAL ACTIVITIES IN DRUG ADDICTS ABSTRACT Due to the problems caused by drugs currently in the midst of different social strata those, problems that has reached international proportions, and which consequently has affected people and their relationships with family, with work, school, among other institutions, realized this study in order to evaluate the recreational activities as a resource that can help in the treatment of drug users. Therefore, this article will explore on the benefits of recreational activity in recovering addicts. Thus, in the context of our research we came across the Community Assistance for Dependents Chemicals (CADD), work in different ways with the inmates, using the work of Laborterapica, psychological support, spiritual reflection and thought. But they had no regular physical activity that met the specific characteristics of this clientele, taught by qualified professionals. Also because we know how physical activity promotes significant improvements in relation to physical and psychosocial aspects of people. Therefore, this research aims to highlight the benefits of physical exercise related to recreational activities such as cooperatives and resources that assist in the rehabilitation of drug users. Key-words: Activity recreational, Addict. INTRODUÇÃO O uso indevido de drogas tornou-se se um problema de ordem internacional e engloba uma série de fenômenos que transcende aspectos físicos e orgânicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é qualquer substância psicoativa lícita ou ilícita, que cause dependência química e /ou psíquica no usuário. Num contexto mais amplo pode se dizer que o termo “droga” se refere às substâncias denominadas psicoativas, psicotrópicas ou de abuso, distorcendo o funcionamento cerebral, causando modificações no estado mental gerando alterações dos sentidos ou psiquismo, refletindo no sentir, pensar e agir (OLIVEIRA, 2007). Cebrid (2010), trata ainda a droga como substância psicotomimética devido ao fato de serem conhecidas como psicoses as doenças mentais nas quais esses fenômenos ocorrem de modo espontâneo. 89 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Galduróz et al., (1997), afirma que as drogas atuam diretamente no sistema nervoso central, podendo causar alterações comportamentais, de humor, de cognição e de percepção e, segundo seu mecanismo de atuação no sistema nervoso central, podem ser classificadas em três categorias: (a) depressoras – provocam redução da atividade cerebral, levando ao relaxamento; (b) estimulantes – provocam um aumento da atividade cerebral, fazendo com que o estado de vigília se prolongue; e (c) perturbadoras – perturbam a fisiologia do SNC, podendo provocar distorção na percepção das cores e formas, além de provocarem delírios, ilusões e alucinações. Além disso, as drogas possuem propriedades reforçadoras, podendo, portanto, levar à dependência (PRATTA; SANTOS, 2006 apud GALDURÓZ et al., 1997). Diversas literaturas caracterizam a dependência química como uma doença crônica progressiva, que tem como principal característica, a obsessão mental, seguida do uso compulsivo de determinada droga. Profissionais da área da saúde indicam que a dependência ao uso de drogas psicotrópicas prejudica o estado de saúde das pessoas em termos biológicos, psicológicos e sociais e que a prática de atividades físicas contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas em tratamento à dependência de drogas (PERICO et al., 2007). Carneiro (2005), diz que não se trata de um problema focal, mas abrangente o bastante para interferir nas relações pessoais, familiares, de trabalho e produtivas (OLIVEIRA, 2007 apud CARNEIRO, 2005). Existem varias formas de tratamento, os quais são realizados em Comunidades Terapêuticas que têm por função a oferta de um ambiente protegido, técnica e eticamente orientados, que forneça suporte e tratamento aos usuários abusivos e ou dependentes de substâncias psicoativas, durante o período estabelecido de acordo com o programa terapêutico adaptados ao modelo psicossocial (CADD, 2008). Para Rigotto et al., 2006 a procura por tratamento eficiente vem sendo estudada através de pesquisas de campo por profissionais que presenciam, cotidianamente, os problemas individuais e sociais decorrentes do tráfico e do uso, de maneira geral, existem limitações em relação à heterogeneidade dos dependentes, diversidade das substâncias consumidas, dificuldades com recursos humanos e custos elevados (CIRIBELLI et al., 2008 apud RIGOTTO; GOMES, 2006). 90 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Sabe-se que a atividade física contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas em tratamento, promovendo melhoras significativas relacionadas a aspectos físicos e psicossociais, contudo essa pesquisa visa os benefícios do exercício físico relacionados a atividades recreativas e cooperativas como coadjuvante na reabilitação (FERREIRA et al,. 2001). A atividade física é o foco de estudos por se tratar de um meio saudável para diminuir o estresse da vida moderna e por influenciar processos corporais, através de mecanismos neurohumorais. Além de adaptações físicas, atribuem-se ao exercício físico alterações comportamentais, com substancial evidência de que indivíduos envolvidos em programas de exercícios físicos experimentam efeitos positivos na saúde, sendo parte deles observados após sua execução, em relação aos estados de humor. A proposta da atividade recreativa visa retornar à infância, a brincar sem malícias, sem ter por objetivo a competição. A diversão e cooperação são benefícios que remetem os indivíduos a distração e ao prazer. Para os indivíduos em recuperação de substâncias químicas estas atividades lhes proporcionam momentos prazerosos, nos quais estes podem perceber que há outros meios saudáveis para se buscar o prazer, diferente daqueles conseguidos através das substâncias entorpecentes. Brincando, os corpos expressam a ordem interna da vivência lúdica, cujo ritmo e harmonia são construídos pelos jogadores em clima envolvente, que desafia a todos como parceiros. Viver o lazer como esforço é, sobretudo, renovar relações interpessoais, experiências corporais, ambientes, temporalidades e energias, é reencontrar-se consigo mesmo, com o que se gosta e se deseja, transbordar a crítica e a criatividade, saborear o momento presente como possibilidade de vivências de utopias, ou seja, com alegria, buscar interferir nos horizontes que enunciam o presente (PINTO, 2010). A atividade recreativa e cooperativa promove vários benefícios em relação à integração social do individuo, desenvolvimento e conhecimento mútuo, desenvolve ocupação para o tempo ocioso, gera hábitos de relações interpessoais, ajuda a desinibir, além de desenvolver adaptação emocional; descobrir sistemas de valores gastar o excesso de energia e aumentar a capacidade mental do indivíduo. Contudo, dentro do tratamento do dependente químico, a atividade lúdica recreativa associada à cooperação tende a ser uma importante aliada para a construção e reabilitação do individuo na sociedade alem de garantir benefícios durante o tratamento. 91 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 METODOLOGIA A pesquisa foi realizada num período de dois meses, com início no dia 5 de maio de 2010, até o dia 24 de maio de 2010. Com um grupo de internos da CADD (Comunidade de Assistência aos Dependentes de Drogas), que se localiza no município de Jacarezinho – Paraná. Foram feitas visitas semanais, com duração de uma hora e meia, uma vez por semana. Nesse período aplicamos atividades recreativas e cooperativas. A participação dos internos era voluntária, sendo que só participavam aqueles que estavam com disposição e interesse. Na média participavam de 25 a 30 internos, sendo que alguns ficavam só observando. Todos os internos eram do sexo masculino. Como referencial para as atividades o grupo utilizou diversos tipos de recreação, encontrados em livros e na internet. A pesquisa foi feita na forma de observação, sendo que o grupo aplicava a atividade, e observava o comportamento que os internos apresentavam em cada atividade, percebendo como cada um reage dentro do grupo. RESULTADOS E DISCUSSÃO No desenvolvimento das atividades, notamos que os internos, no momento em que estão executando o que lhes foi proposto esqueciam-se de seus problemas, e não tinham medo de expressar seus sentimentos, rir de ser feliz. Esse movimento de retorno à infância – no qual os indivíduos experimentam o envolverse descompromissadamente nas atividades, sem a preocupação com os rigores da vida adulta, que atua no sentido de tolher à liberdade criativa, que é inerente a condição inata do ser humano. Momento, que surge como uma possibilidade sem igual, de modo, contagiar sem pudor a todos, mesmo àqueles que estão apenas assistindo o desenrolar das atividades. Através das análises obtidas até o presente momento, temse observado evoluções no comportamento dos internos em relação às atividades, pois estas se tornaram parte de seus tratamentos. Os horários que foram definidos pelo coordenador da comunidade foram fixados pelo grupo, eles aguardam ansiosos. A expectativa em torno da realização das atividades é grande, assim é perceptível o estado de euforia e prazer que estas atividades proporcionam aos institucionalizados. 92 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CONSIDERAÇÕES FINAIS A problemática do uso abusivo de drogas psicoativas, é um tema muito atual em nossa sociedade, que preocupa tanto as famílias quanto a ciência. O objetivo principal do estudo é a contribuição para o desenvolvimento das atividades realizadas nas entidades de recuperação, sugerindo uma forma de tratamento que ainda não é muito utilizado, e que neste estudo mostrou resultados positivos. Podemos concluir que a atividade recreativa é uma grande aliada ao tratamento de dependência química, tendo em vista os seus benefícios de socialização, e bem estar físico e psíquico. Esta realidade é vista quando o programa de atividade física passa a ser instituído dentro do cronograma de tarefas da comunidade. E, quando as alunas e os professores chegam à comunidade os institucionalizados estão esperando-as, com entusiasmo para saber qual a atividade que será executada naquele dia. Por fim podemos salientar que eles não são obrigados a participar das atividades, e mesmo assim a participação é da maioria, e mesmo os que estão de fora interagem com o grupo mostrando que aquela atividade causa benefícios positivos, por estar envolvendo o grupo todo em uma corrente de felicidade. REFERÊNCIAS CEBRID. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Disponível em: http://200.144.91.102/sitenovo/ default aspx. Acesso em: 01 de julho de 2010. São Paulo. CIRIBELLI, Elina Barros; LUIS, Andreia Mara Ângelo Gonçalves; GORAYEB Ricardo; DOMINGOS, Neide Aparecida Micelli; FILHO, Altino Bessa Marques. Intervenção em sala de espera de Ambulatório de Dependência Química: caracterização e avaliação de Efeitos. Temas em Psicologia - 2008, Vol. 16, no 1, 107 – 118. COMUNIDADE DE ASSISTENCIA AOS DEPENDENTES DE DROGAS DE JACAREZINHO – CADD. PROGRAMA TERAPÊUTICO 2008. Disponível em : http://www.cadd.com.br/ acesso em:20/06/2010. Acesso em 20/06/2010. 93 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 FERREIRA, S. E; TUFIK, S; MELLO, M. T. Neuroadaptação: uma proposta alternativa de atividade física para usuários de drogas em recuperação. Revista Brasileira Ciências e Movimento v. 9 n. 1 p. 31-39, jan/2001. Brasília. OLIVEIRA, Ingrid Bergma da Silva. TECENDO SABERES: FENOMENOLOGIA DO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA. Belém 2007. PÉRICO, Juliana Cristina de Oliveira; SANTOS, Camila Ramos; GASPAROTTO, Guilherme da Silva; VINHA, Maria Lúcia. MOÇA SAUDÁVEL: CONTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO DE DEPENDÊNCIA QUÍMÍCA. PINTO, Leila Mirtes. S. M. Recreação. Disponível em: http://www.cdof.com.br/especialidade_detalhes.php?id=70. Acesso em 03 de julho de 2010. PRATTA, E. M. M; SANTOS, M. A. Reflexões sobre as relações entre drogadição, adolescência e família: um estudo bibliográfico. Estudos de Psicologia. Ribeirão Preto, 2006. Endereço de contato: [email protected] 94 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A DANÇA COMO PROPOSTA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA MORADORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS Raphael Gonçalves de Oliveira; Yohan Lopes Ferreira; Karina Matavelli; Lorrayne Talita Gomes de Moraes; Daniela Stasch. Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) - Centro de Ciências da Saúde (CCS) - Grupo de Estudos e Pesquisas em Corporeidade, Pedagogia do Movimento e Diversidade Humana (COPEDI). RESUMO Com o aumento da população idosa, cresce também a procura por instituições de longa permanência responsáveis por abrigar uma parcela desta população. Devido à falta de estrutura da maioria destas entidades, são poucas as que oferecem a oportunidade dos moradores realizarem uma atividade fisicamente ativa. Uma das atividades que idosos gostam de realizar é a dança, no entanto, não se sabe muito sobre esta e idosos que vivem em instituições. O objetivo do presente estudo foi investigar como ocorre a participação de idosos institucionalizados em uma proposta de atividade física envolvendo a dança (aulas de dança). A pesquisa se caracterizou como qualitativa e exploratória. Participaram 23 idosos, sendo 10 homens e 13 mulheres. Foram feitos registros em diário de campo de cinco aulas de dança ministradas semanalmente com duração de uma hora. Os resultados mostraram que houve uma desistência por parte da maioria dos homens, ao contrário das mulheres. As aulas foram capazes de possibilitar o desenvolvimento das características pessoais dos participantes, que passaram a realizar uma atividade, que com o tempo se tornou significativa para eles. Além disso, os idosos vivenciaram diferentes papéis sociais, como dançarinos e espectadores, fazendo com que novas relações interpessoais surgissem. A dança pode ser uma atividade oferecida para idosos residentes em instituições, uma vez que muitos são os benefícios que a mesma pode possibilitar, todavia, se torna necessário verificar o interesse e formas diferenciadas para a participação dos homens. Palavras-chave: dança; idoso; instituição de longa permanência para idosos. 95 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 DANCE AS PROPOSAL FOR PHYSICAL ACTIVITY FOR RESIDENTS OF A HOME FOR THE AGED ABSTRACT With the increasing elderly population grows so does demand for long-term institutions responsible for holding a portion of this population. Due to the lack of structure of most of these entities, there are few that offer the opportunity for residents performing an activity physically active. One of the activities that seniors enjoy working out dance is, however, not much is known about this and elderly living in institutions. The aim of this study was to investigate how does the participation of institutionalized elderly in a proposal for physical activity involving dancing (dance lessons). The research is characterized as qualitative and exploratory. Participated in 23 subjects, 10 men and 13 women. Were made daily records in the field of five weekly dance classes lasting one hour. The results showed that there was a withdrawal from most of the men, unlike women. The classes were able to enable the development of the personal characteristics of those who came to perform an activity, which in time became meaningful for them. Moreover, the elderly have experienced different social roles, as dancers and spectators, making new interpersonal relationships emerge. Dance can be an activity offered to seniors living in institutions, since there are many benefits that it can allow, however, it is necessary to verify the interest and different ways of participation of men. Keywords: dance; elderly; homes for the aged. INTRODUÇÃO O número de idosos no Brasil vem crescendo significativamente. Atualmente eles correspondem a aproximadamente 10% da população (IBGE, 2010). Com esse aumento, a procura por instituições de longa permanência que abrigam estas pessoas também vem crescendo (CHRISTOPHE, 2009). Estas entidades são uma opção para idosos que enfrentam problemas relacionados a abandono, ausência de moradia, doença, ausência de condições físicas, financeiras ou psicológicas de permanecerem em suas casas, sendo que em alguns casos, ir para estes locais é o desejo do próprio idoso, com a intenção de não perturbar os familiares (PERLINI; LEITE; FURINI, 2007). 96 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Devido a estes problemas, a institucionalização acaba muitas vezes sendo a única alternativa viável para alguns idosos, todavia, estes locais, estão na sua maioria, despreparados para oferecer um cuidado adequado a estas pessoas, inexistindo, por exemplo, a possibilidade de realizarem atividades fisicamente ativas (DAVIM et al. 2004; ARAÚJO, COUTINHO; DANTOS, 2006). Uma das atividades que possui uma boa aceitação por parte de idosos é a dança (SILVA; IWANOWICZ, 1998; KEYANI et al., 2005) e poderia ser oferecida em entidades que abrigam estas pessoas. Oliveira e Tolocka (2009) ao observarem uma Instituição de Longa Permanência para idosos que oferecia semanalmente um baile, do qual podiam participar tanto os moradores da instituição, como visitantes da comunidade local, verificaram que existia a necessidade de serem oferecidas aulas de dança para os institucionalizados, uma vez que estes apresentaram principalmente falta de habilidade para realizarem os movimentos de dança, dificuldade de locomoção e para se equilibrar. Em outro estudo, Oliveira et al. (2010) verificaram que idosos que vivem em instituições necessitam desenvolver suas características pessoais, para que possam participar de forma efetiva de atividades que envolvam a dança. Com isso, o objetivo do presente estudo foi verificar a participação de idosos moradores de uma instituição de longa permanência em uma proposta de atividade física envolvendo a dança (aulas de dança). METODOLOGIA A pesquisa caracterizou-se como qualitativa e exploratória, que tem por objetivo segundo Cervo e Bervian (2002) obter novas perspectivas sobre o assunto, descobrir novas idéias, familiarizandose assim com o fenômeno que está sendo estudado. Este tipo de pesquisa realiza descrições precisas da situação, procurando descobrir relações nos elementos da mesma. Participaram os idosos residentes de uma instituição de longa permanência que se interessaram pelas atividades desenvolvidas (aulas de dança). A adesão foi de 23 pessoas, sendo 10 homens e 13 mulheres, no entanto, oito pessoas deixaram de participar das aulas no decorrer das intervenções. Com isso 15 pessoas (2 homens e 13 mulheres) participaram de todas as observações. 97 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Para registro, foi utilizado um diário de campo elaborado conforme as normas propostas por Lüdke e André (1986). Foram anotadas as atividades realizadas, as relações estabelecidas e as características pessoais dos voluntários como sugerido por Bronfenbrenner (1996, 2005). Foram ministradas cinco aulas de dança, realizadas uma vez por semana, com duração de uma hora. O estilo foi a dança de salão, com músicas antigas que reportavam a época da juventude dos idosos. Os voluntários assinaram termo de consentimento livre e esclarecido, assim como a instituição autorizou à realização da pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO Antes do início das atividades, eram realizados exercícios de aquecimento para que os participantes pudessem preparar o corpo para os movimentos de dança. As músicas foram escolhidas pelos próprios idosos e o estilo era sertanejo, ou moda de viola, como eles chamavam. Reportar as características das músicas que eram tocadas quando os participantes eram jovens, fazendo com que estabeleçam ligações culturais e tenham boas recordações relacionadas a dança, se torna fundamental em programas que envolvam esta atividade e pessoas idosas, como demonstrou o estudo realizado por Lima e Vieira (2007). Inicialmente nenhuma pessoa se encorajou a dançar. Após serem convidados pelos pesquisadores, dois homens e três mulheres aceitaram o convite. Foi possível perceber que apenas aqueles que não faziam uso de próteses ou órteses aceitaram dançar. Todos os outros preferiram apenas ouvir as músicas e ficar observando. A maioria das pessoas que ficaram assistindo os outros dançarem fazia uso de cadeira de rodas para se locomover. Posteriormente, foram mostradas possibilidades para que estas pessoas pudessem participar das atividades propostas, de modo que vários destes, passaram a dançar. Demonstrar novas formas de participação para pessoas com dificuldades de locomoção, como os usuários de cadeira de rodas, ajuda a quebrar preconceitos e superar paradigmas. Idosos institucionalizados que fazem uso deste meio de locomoção, podem através de adaptações simples, tais como a colocação de um bastão vertical, para movimentação da cadeira por um parceiro, participarem de atividades de dança, como foi demonstrado em pesquisa realizada por Tolocka e Barros (2009). 98 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Desde o primeiro dia de intervenção, o número de mulheres se manteve inalterado e todas se mostravam animadas com as atividades desenvolvidas. Mesmo aquelas que ficavam apenas observando, interagiam batendo palmas ou cantando. Ao contrário das mulheres, ocorreu uma desistência considerável por parte dos homens, pois dos 10 que inicialmente se propuseram a participar das atividades, apenas dois se mantiveram em todas as aulas. Em outros estudos envolvendo dança e pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência (OLIVEIRA et al., 2008; OLIVEIRA; TOLOCKA, 2009; OLIVEIRA et al., 2010), não foi possível observar diferenças de interesse quanto a participação de homens e mulheres. O que ocorreu na presente pesquisa se deve provavelmente, a dificuldade que a maioria dos homens que começaram a participar das aulas de dança encontraram para se deslocarem até o salão, que ficava no piso superior da entidade, onde se localizavam os dormitórios das mulheres. Semanalmente, quando os pesquisadores chegavam para começar as atividades, todos os participantes estavam no salão reservado pela instituição para as aulas de dança, sentados em formato de um semicírculo, esperando ansiosamente a música começar. No decorrer das aulas os idosos passaram a dançar não somente com os pesquisadores, mas também a convidar seus pares. Isso fez com que o ambiente ficasse mais alegre e possibilitou novos relacionamentos entre os participantes, de modo que novos círculos de amizade fossem criados. Como demonstrado por Bronfenbrenner (1996, 2005) as relações interpessoais se estabelecem inicialmente em forma de observação, que consiste em uma pessoa estar prestando atenção na atividade que outra está realizando e vice-versa. Posteriormente estas relações tentem a se evoluírem para atividade conjunta, que consiste em uma pessoa passar a realizar a atividade com a outra, que anteriormente apenas observava. Isso pode ser constatado na presente pesquisa, em que várias relações interpessoais passaram da observação para a atividade conjunta. Isso se tornou fundamental para que mais pessoas passassem a realizar as atividades de dança, além de observarem os outros de forma mais ativa, como batendo palmas e cantando. Essas atividades se tornaram ao longo do tempo significativas para estas pessoas, possibilitando que papéis sociais como os de dançarino e espectador pudessem ser vivenciados. Deste modo características pessoais puderam ser desenvolvidas, como por exemplo, ter disposição para convidar pessoas para dançar. 99 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Como limitação deste estudo, pode-se citar a observação de uma única instituição, assim como de poucos voluntários. Além disso, em estudos posteriores, se faz necessário a realização de mais aulas, para que o desenvolvimento dos participantes possa ser verificado ao longo do tempo, como sugere Bronfenbrenner (1996, 2005). CONSIDERAÇÕES FINAIS A dança se mostrou uma atividade que pode ser oferecida para idosos residentes em instituições de longa permanência, tendo em vista os benefícios que o ambiente da aula se mostrou capaz de proporcionar para as pessoas que dele participam, como desenvolvimento das características pessoais, vivência de papéis sociais e estabelecimento de novas relações interpessoais. Torna-se necessário verificar em estudos posteriores, o interesse e novas formas de participação por parte dos homens, uma vez que foi observada uma desistência da maioria destes no presente estudo. REFERÊNCIAS ARAÚJO, L. F.; COUTINHO, M. P. L.; SANTOS, M. F. S. O idoso nas instituições gerontológicas: um estudo na perspectiva das representações sociais. Psicologia e Sociedade. Florianópolis: v.18, n.2, p.89-98, 2006. BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento Humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. p.272. BRONFENBRENNER, U. Making human beings human: Bioecological perspectives on human development. Sage Publication, Inc., 2005. p.303. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. p.196. 100 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CHRISTOPHE, M. Instituições de Longa Permanência para Idosos no Brasil: uma opção de cuidados de longa duração? 2009. 163 p. Dissertação (Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais) – Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Rio de Janeiro. DAVIM, R. M. B.; TORRES, G. V.; DANTAS, S. M. M.; LIMA, V. M. Estudo com idosos de instituições asilares no município de Natal/RN: características socioeconômicas e de saúde. Revista LatinoAmericana de Enfermagem. Ribeirão Preto: v.12, n.3, p.518-524, 2004. IBGE. Contagem da população 2007. Dados referentes à contagem da população no ano de 2007. Disponível em: http://www.ibge.gov.br, acesso em 30.04.2010. KEYANI, P.; HSIEH, G.; MUTLU, B.; EASTERDAY, M.; FORLIZZI, J. Dance Along: supporting positive social exchange and exercise for the elderly through dance. Conference on Human Factors in Computing Systems. Portland. p.1541-1544, 2005. LIMA, M. M. S.; VIEIRA, A. P. Ballroom dance as therapy for the elderly in Brazil. American Journal of Dance Therapy. v.29, n.2, p.129-142, 2007. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. p.99. OLIVEIRA, R. G.; CHIARION, B. M. A.; VERLENGIA, R.; TOLOCKA, R. E. Dança e Moradores de um lar para idosos. Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da Unicamp. v.6, ed. especial, p.498-509, 2008. OLIVEIRA, R. G.; MADRUGA, V. A.; VERLENGIA, R.; TOLOCKA, R. E. Características pessoais e participação em bailes numa instituição de longa permanência para idosos. 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Foi realizada avaliação postural subjetiva utilizando o fio de prumo e simetrógrafo em 392 atletas que praticam futebol, voleibol e basquetebol das escolinhas esportivas da cidade de Jacarezinho-PR. Os resultados gerais demonstraram que os desvios posturais mais incidentes foram: cabeça anteriorizada (65%), lordose cervical aumentada (61%), ombro esquerdo mais elevado (52%), ombros anteriorizados (77%), cifose torácica aumentada (57%), lordose lombar aumentada (72%), joelhos hiperextendidos em vista lateral esquerda e direita (52%) e pés planos (62%). Conclui-se que o perfil postural geral dos atletas avaliados foi: hiperlordose cervical, Hipercifose torácica, hiperlordose lombar, desvio lateral da coluna, joelho hiperextendido e pés planos. Palavras-chave: perfil postural, futebol, peso, altura. 103 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 PROFILE POSTURAL, HEIGHT AND WEIGHT OF ATHLETES BASKETBALL, FOOTBALL AND VOLLEYBALL OF THE SCHOOLS OF JACAREZINHO-PR ABSTRACT This study, of longitudinal character, it had for objectives: to trace general, annual postural profile and for collective modalities of young athletes of the masculine sex enters the 12 17 years of age, that trained three times per week enter the years of 2007 to the 2010. Subjective postural evaluation was carried through using the pendulum and simetrógrafo in 392 athletes who practice soccer, volleyball and basketball of sports schools of the city of JacarezinhoPR. The general results had demonstrated that the more incident postures shunting lines had been: cervical anteriorizated head (65%), lordous increased (61%), raised left shoulder more (52%), anteriorizateds shoulders (77%), cifous thoracic increased (57%), lordous lumbar increased (72%), knees hyperextend in left and right lateral sight (52%) and plain feet (62%). One concludes that the general postural profile of the evaluated athletes was: hiperlordose cervical, lumbar thoracic Hipercifous, hiperlordous, lateral shunting line of the column, hiperextended knee and plain feet. Key-words: postural profile, soccer, weight, height. INTRODUÇÃO Define-se como postura ideal àquela em que há um equilíbrio entre as estruturas de suporte envolvendo uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga com uma máxima eficiência do corpo (Kendall, 1989). “Postura é um composto das posições das diferentes articulações do corpo num dado momento. A postura correta é a posição na qual um mínimo de estresse é aplicado em cada articulação” (Magee, 2002). “A postura correta consiste no alinhamento do corpo com eficiências fisiológica e biomecânicas máximas, o que minimiza os estresses e as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade” (Palmer & Apler, 2000). A postura de cada indivíduo será determinada por cadeias musculares, fáscias, ligamentos e estruturas ósseas, que possuem solução de continuidade, são interdependentes entre si e abrangem todo o organismo. 104 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A postura é uma resposta neuromecânica chamada atividade postural que estabiliza e funciona o sistema musculoesquelético. A alteração da postura pode causar implicações como hiperlordose lombar e cervical, hipercifose torácica e escoliose. A hiperlordose lombar é favorecida pela inclinação da pelve enquanto a hiperlordose cervical desgasta as vértebras e normalmente associa-se à hipercifose torácica. A hipercifose torácica ocorre quando há uma deformidade na coluna vertebral conhecida como postura de corcunda. Favorece o desgaste vertebral, o bico-de-papagaio e as funções pulmonares ficam comprometidos. A escoliose é a curvatura lateral da coluna vertebral associada à rotação das vértebras com desvios bem tolerados e assintomáticos. Há também casos graves onde ocorre o comprometimento da região cardiopulmonar. São várias as causas, sendo as mais comuns: uma perna maior que a outra, carregar bolsa do mesmo lado, malformação das vértebras e o comprometimento da visão e audição. Um método de avaliação postural foi descrito por Kendall para se determinar possíveis alterações da postura corporal. Os pacientes são posicionados em ortostatismo à frente de um espaço quadriculado e, com auxílio de um fio de prumo, a postura é avaliada. Em vista lateral o fio deverá ascender logo à frente do maléolo lateral; em vista anterior entre os maléolos mediais e na vista posterior entre os maléolos mediais. Quando se verifica desvio destas posições teremos então alterações da postura corporal. A globalidade do organismo humano faz com que a menor anomalia das estruturas de suporte leve a uma desarmonia postural. Segundo Souchard, 1986, uma tensão inicial nas cadeias musculares é responsável por uma sucessão de tensões associadas. Cada vez que um músculo se encurta, ele aproxima suas extremidades e desloca os ossos sobre os quais ele se insere, assim, as articulações se bloqueiam e o corpo se deforma. Portanto, todos os outros músculos que se inserem sobre esse osso, serão alterados pelo deslocamento que se propagará sobre outros ossos e músculos, e assim sucessivamente. 105 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 METODOLOGIA Trata-se de um estudo de caráter longitudinal, cujo objetivo foi verificar se as alterações posturais nos atletas de basquetebol, futebol e voleibol, na cidade de Jacarezinho-PR, que treinam três vezes por semana, têm alguma relação com a altura e o peso desses atletas. Ambas as avaliações foi realizada na Universidade Estadual do Norte do Paraná – Centro de Ciências da Saúde. Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes materiais: 1Fio de prumo; 2Balança Personal UP 150; 3Fita métrica 3M; 4Ficha de avaliação. A avaliação postural foi feita de forma subjetiva de acordo com o protocolo proposto por Kendal: Vista lateral: Ligeiramente anterior ao eixo da articulação do joelho; Corpo das vértebras lombares; Processo odontóide do áxis; Meato auditivo externo; Vista anterior: Entre as articulações do joelho; Através da sínfise púbica; Sobre a cicatriz onfálica; Sobre o processo xifóide; Sobre a ponta do nariz; Vista posterior: Entre as articulações dos joelhos; Sobre a prega glútea; Corpos vertebrais; Processo espinhoso de C7. Após a avaliação dos atletas, foi feita a coleta dos dados, estes foram tabulados usando o Microsoft Office 2003 (MAGALHÃES e LIMA, 2005). 106 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir da avaliação postural obtida dos atletas pode constatar que no ano de 2007, 172 atletas de futebol e futsal com idade entre sete e 17 anos, com média de peso e altura, 41.87kg e 1.68m respectivamente, onde prevaleceu cabeça anteriorizada (74%), ombro esquerdo mais elevado (62%), ombros anteriorizados (53%), lordose cervical aumentada (51%), cifose torácica aumentada (61%), lordose lombar aumentada (64%), joelhos normais em vista lateral esquerda e direita (55%) e pés planos (44%); e 31 atletas de voleibol com a faixa etária de 16 a 19 anos, média de peso de 56 kg e média de altura de 1,65. As alterações mais importantes nesta modalidade foram: cabeça anteriorizada (63%), ombro esquerdo mais elevado (45%), ombros anteriorizados (90%), lordose cervical aumentada (63%), cifose aumentada (80%), lordose lombar aumentada (60%), joelho hiperextendido em vista lateral esquerda e direita (53%) e pé plano (57%). Sendo o perfil postural de 2007 da seguinte maneira: peso de 48.93kg, altura média de 1.66m, cabeça anteriorizada (68%), ombros anteriorizados (71%), lordose cervical aumentada (57%), cifose torácica aumentada (70,5%), lordose lombar aumentada (62%) e pés planos (50%). No ano de 2008 avaliou-se somente 36 atletas de futebol que tinham entre 13 e 16 anos e os desvios posturais foram cabeça anteriorizada (76%), ombro esquerdo mais elevado (51%), ombros anteriorizados (73%), lordose cervical aumentada (81%), cifose torácica aumentada (57%), lordose lombar aumentada (66%) e pés planos (77%). Sendo esse o perfil anual de 2008. Já em 2009, 19 atletas de futebol fizeram avaliação, com idades entre 12 e 13 anos, média de peso 41.87kg e altura 1.48m, onde os desvios posturais foram cabeça anteriorizada (84%), ombro esquerdo mais elevado (52%), ombros anteriorizados (53%), lordose cervical aumentada (54%), cifose torácica aumentada (61%), lordose lombar aumentada (64%), joelhos hiperextendido em vista lateral esquerda e direita (58%) e pés planos (48%); foram avaliados 11 atletas também na modalidade de voleibol, na faixa etária entre 16 a 19 anos, com média de peso de 68 kg e média de altura de 1,70m. As alterações posturais mais evidentes foram: cabeça anteriorizada (63%), ombro esquerdo mais elevado (51%), ombro anteriorizado (98%), lordose cervical aumentada (63%), cifose aumentada (90%), lordose lombar aumentada (51%), joelho hiperextendido em vista 107 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 lateral esquerda e direita (45%) e pé plano (45%). O perfil desse ano foi peso de 54.5kg, altura de 1.59m, cabeça anteriorizada (73%), ombros anteriorizados (75%), lordose cervical aumentada (58%), cifose torácica aumentada (75%), lordose lombar aumentada (57%), joelhos hiperextendidos em vista lateral esquerda e direita (51%) e pés planos (46%). E em 2010, avaliou-se 92 atletas com idade entre 14 e 18 anos com média de peso 78.57kg e altura 1.64m, onde as características que mais se evidenciaram foram cabeça anteriorizada (59%), ombro esquerdo mais elevado (62%), ombros anteriorizados (82%), lordose cervical aumentada (62%), cifose torácica aumentada (51%), lordose lombar aumentada (54%) e pés planos (66%); 10 atletas de voleibol foram avaliados, onde tinham uma faixa etária entre 18 a 20 anos, com média de peso 51 kg e média de altura 1,64m. As alterações mais evidentes foram: cabeça anteriorizada (80%), ombro esquerdo mais elevado (60%), ombros mais anteriorizados (98%), escápula esquerda mais elevada (52,5%), cifose aumentada (85%), lordose lombar aumentada (80%) e joelho varo (55%). Neste mesmo ano também foi avaliados 24 atletas de basquetebol na faixa etária de 13 a 19 anos, com média de peso de 45 kg e altura de 1,65m. E as alterações mais importantes foram: ombro direito mais elevado (52%), ombros anteriorizados (60%), cifose aumentada (55%), lordose lombar aumentada (80%) e pé plano (53%). O perfil anual foi: peso de 58.8kg, altura de 1.64m, cabeça anteriorizada (66%), ombros anteriorizados (75%), lordose cervical aumentada (62%), cifose torácica aumentada (56%), lordose lombar aumentada (64%) e pés planos (54%). Com todos estes resultados, foi feita uma avaliação geral, levando em consideração a idade, modalidade e o ano em que foi realizada essa avaliação. Os resultados demonstraram que o perfil foi: peso de 72.3kg e altura média de 1.66m, cabeça anteriorizada (65%), lordose cervical aumentada (61%), ombro esquerdo mais elevado (52%), ombros anteriorizados (77%), cifose torácica aumentada (57%), lordose lombar aumentada (72%), joelhos hiperextendidos em vista lateral esquerda e direita (52%) e pés planos (62%). A prática esportiva se inicia cada vez mais cedo, o que pode gerar alterações posturais, decorrentes do treinamento precoce, uma vez que o organismo das crianças ainda está se desenvolvendo, sendo mais suscetíveis a sobrecargas externas. (AKASHI et al,2001). 108 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Para SILVA, 2004 et al, a intensidade e a duração do treinamento físico são os fatores mais importantes do que o próprio esporte praticado. Segundo (Pinguelli, 1998), o treinamento desportivo exige várias repetições, principalmente no esporte de rendimento, enfatizando detalhes para que a técnica esteja correta, e isto pode acarretar modificações na forma da coluna vertebral. Enfatizar a técnica ou o condicionamento trará irregularidades no desenvolvimento harmonioso dos jovens atletas, causando desproporções corporais tornando-os mais suscetíveis a lesões a curto e longo prazo (Uetake et al., 1998). (Weineck, 1991), “aponta que esta fase deve ser utilizada para o aperfeiçoamento de técnicas esportivas específicas e do condicionamento”. Ou seja, para trabalhar equilibradamente os aspectos da técnica e do condicionamento físico. Segundo, (KAVALCO, 2000), As alterações posturais relacionadas às posturas inadequadas são distúrbios anátomofisiológicos que se manifestam geralmente na fase de adolescência e pré-adolescência, pois é o período em que há o estirão de crescimento. Robergs et al, 2000, salientam que pode haver diferenças de prevalência de alterações posturais entre jovens atletas da mesma idade, sexo, peso e altura em decorrência do nível de maturação dos padrões de crescimento e desenvolvimento. Todavia, para, (FERRONATTO, et al, 1998), os indivíduos principalmente na fase de crescimento, podem apresentar uma postura anormal, mas devido à boa flexibilidade não apresentam condições dolorosas. Geralmente, para (SIZER et al, 2004), existe uma tendência de se concentrar o trabalho de sobrecarga nos grupos musculares mais solicitados (responsáveis pelos gestos atléticos), desconsiderando a ação destes sobre a musculatura profunda que é responsável pela manutenção da postura. Segundo (Neto, et al, 2004), a preocupação com a postura e o equilíbrio muscular devem ter o mesmo grau de importância que o desenvolvimento das qualidades específicas para o alto desempenho, pois estes influenciam no rendimento do atleta e podem minimizar a incidência de lesões esportivas. 109 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CONSIRAÇÕES FINAIS Evidenciou-se nesta pesquisa as maiores alterações posturais dos atletas independente da modalidade sendo a hiperlordose cervical, hipercifose torácica, hiperlordose lombar, desvio lateral da coluna, joelho hiperextendido e pés planos. Verificou-se que serão necessários mais estudos para controle postural e aprofundamento da causa destas alterações estando estes atletas em fase de crescimento e maturação o que justifica alterações com retrações e desequilíbrios osteomioarticulares. Acredita-se na importância da intervenção da fisioterapia, a fim de realizar um trabalho de prevenção com atletas, reduzindo os índices de alterações posturais e lesões estruturais em longo prazo. REFERÊNCIAS AKASCHI, P. M. H. A influencia do treinamento competitivo do futsal na postura de atletas entre 9 e 16 anos, criança, adolescência, esportes, exercício, postura,p.97. Revista de Fisioterapia. V. 8, n.2, Ago/Dez, 2001. Daniel L, Worthingham C. Análise e avaliação do alinhamento corporal. In: Daniel L.; Worthingham C. Exercícios terapêuticos para alinhamento e função corporal. 2ª edição, São Paulo: Manole, 1983, p.1-36. FERRONATTO, A; LANDOTTI, C.T; SILVEIRA, R. P; Incidência de alterações do equilíbrio estático da cintura escapular em crianças entre 7 a 14 anos. Revista Movimento 1998; p.9. KAVALCO. T. F. A manifestação de alterações posturais em crianças de primeira a quarta séries do ensino fundamental e sua relação coma ergonomia escolar. Revista Brasileira de Fisioterapia 2000 Kendall FP; McCreary EK; Provance PG. Postura: alinhamento e equilíbrio muscular. Músculos Provas e Funções. 4ªedição, São Paulo: Manole,1995, p.69-118. Magee D J. Avaliação Postural In: Magee DJ. Disfunção Musculoesquelética. 3ª edição, São Paulo: Manole:, 2002, p.105157. 110 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 NETO J., J.; PASTRE, C. M.; MONTEIRO, H. L. Alterações posturais em atletas brasileiros do sexo masculino que participaram de provas de potência muscular em competições internacionais. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 10, n. 3, p. 195-198, 2004. PALMER, LM.; Epler, ME. Postura. In: Palmer, LM; Epler, ME. Fundamentos das Técnicas de Avaliação Musculoesquelética. 2 edição, São Paulo: Guanabara Koogan, 2000, p.42-62., pp.195-212. PINGUELLI, D. O. Incidência de desvios posturais em atletas praticantes da modalidade de handebol da categoria infantojuvenil do Estado do Paraná. 1977. 64 f. Monografia (Graduação)Centro de Ciências da Saúde; Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 1998. ROBERGS R; ROBERTS, S.O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para aptidão, desempenho e saúde. São Paulo: Phorte; 2002. SILVA, C. C; GOLDBERG, T.amara B. L; TEIXEIRA, A. S;MARQUES, I. O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?. Rev Brasileira de Medicina do Esporte. 2004, vol.10, n.6, pp. 520-524. SIZER, P. S.; COOK, C.; BRISMÉE, J. M.; DEDRICK, L.; PHELPS, V. Ergonomic pain.Part 1: Etiology, Epidemiology and Prevention. Pain Pract, v. 4, n. 1, p. 42-53, 2004. UETAKE, T.; OHTSUKI, F.; TANAKA, H.; SHINDO, M. The vertebral curvature of sportmen. Journal of Sport Sciences, Local, v. 16, p. 621-628, 1998. WEINECK, J. Treinamento ideal. 3. ed. São Paulo: Manole, 1991. 111 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 REPRESENTAÇÕES DA QUEDA DOMÉSTICA NA POPULAÇÃO DE IDOSOS: UM ENFOQUE SOBRE A ROTINA DO LAR. Lívia Pimenta Renó1, Guilherme da Silva Gasparotto2, José Francisco Fernandes Quirino dos Santos1 1Universidade Federal de São Paulo 2Universidade Federal do Paraná RESUMO Introdução e objetivo: Sabe-se que o aumento da população idosa no Brasil é um dado em crescimento e vem acompanhado de doenças crônico degenerativas. Neste cenário, as quedas são freqüentes e observa-se um grande impacto destas na capacidade física do idoso, tornando-o fragilizado conforme a intensidade e conseqüências decorrentes da queda. Assim, este estudo teve como objetivo principal verificar quais as representações que o idoso forma sobre a queda a partir da experiência vivida dentro do ambiente domiciliar. Metodologia: realizou-se uma análise qualitativa, a partir do relato dos idosos conduzido por uma entrevista semi-estruturada. Os dados foram classificados pela técnica da codificação teórica axial e seletiva, utilizando a perspectiva do interacionismo simbólico. Resultados: o estudo identificou uma estreita relação existente entre queda e impacto da autonomia para as funções diárias. Entendeu-se que, para o idoso, existe uma interpretação de que a queda atua como ameaçadora da liberdade para as ações diárias. Considerações finais: O estudo alerta que, no processo de conscientização destes indivíduos sobre o risco de quedas domiciliares, este deve contemplar explicações sobre a importância da autonomia nesta fase do envelhecimento, bem como a iminência da queda nestas atividades que devem ser realizadas com mais cuidado, ou em alguns casos, apresentam-se como atividades devem ser restringidas. Palavras- chave: envelhecimento, quedas, percepção 112 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 REPRESENTATIONS OF THE FALL IN HOME FOR ELDERLY POPULATION: A FOCUS ON THE HOME OF THE ROUTINE. ABSTRACT Introduction and objectives: It is known that the increase in elderly population in Brazil is a given growing and is accompanied by chronic degenerative diseases. In this situation, the falls are frequent and there is such a great impact on the physical capacity of the elderly, making it weakened as the intensity and consequences of the fall. This study aimed to determine what representations that the elderly form about falling from the experience within the home environment. Methodology: it was a qualitative analysis from the viewpoint of the elderly conducted by a semi-structured interview. The data were classified by the technique of theoretical axial coding and selective, using the perspective of symbolic interaction. Results: The study identified a close relationship between fall and impact of autonomy in daily functions. It would appear that for the elderly, there is an interpretation that the drop acts as threatening freedom for daily actions to the elderly. Final Thoughts: The study warns that the the process of awareness of these individuals about the risk of falls at home, this should include explanations about the importance of autonomy at this stage of aging, as well as the imminence of the falls in these activities to be carried out more carefully or in some cases present as activities may be restricted. Key words: elderly, falls, perception INTRODUÇÃO A perspectiva do crescimento em curto prazo da população idosa tem direcionado os estudos sobre o envelhecimento humano para a manutenção e promoção de qualidade de vida nesta população. Isso ocorre porque, ao atingir a terceira idade, os idosos apropriam-se ao longo dos anos de algumas incapacidades, características do quadro das doenças crônico-degenerativas. (RAMOS; SIMÕES; ALBERT, 2001); (FILHO, 2004); (CELIC; GALON, 2009) A doença crônica, já em seu sentido etimológico demonstra o caráter de longo prazo, onde as possibilidades de se obter um resultado de cura efetivo são muito remotas. Com isso, ao profissional de saúde cabe a tarefa de explicar para seu paciente que a preocupação com a cura deve ser transferida e substituída pela manutenção e controle da enfermidade. Com isso, a permanente 113 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 convivência do idoso com a doença obriga-o a adaptá-la em sua rotina, muitas vezes acompanhada de quadros depressivos, ou de forma ponderada, respeitando e aderindo normalmente aos cuidados receitados. Independentemente da forma como tal será escolhida, observa-se esse processo de adaptação do idoso e sua doença. (UCHOA, 2003); (PATRÍCIO et al., 2008) Um grande precedente e acelerador deste processo são as quedas. Seja por acentuada fraqueza muscular ou descuido, uma vez ocorrida nesta população já fragilizada, as recidivas podem suceder-se e, com elas, o decréscimo da autonomia. (SANGLARD et al., 2004); (LOPES et al., 2009) Quando pensamos em autonomia do idoso, o primeiro ambiente que percebemos ser o grande cenário da prática da independência é o domiciliar. É dentro de suas casas que os idosos permanecem a maior parte do dia, com seus afazeres diários que compreendem tanto as atividades consideradas básicas, como a higiene pessoal, até aquelas eleitas a partir da perspectiva de suas possibilidades funcionais. (DOIMO; DERNTL, 2006); (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008) Um estudo conduzido por MAIA et al. (2006), mostrou que entre os principais fatores de risco para morte em idosos estão a dificuldade de locomover-se e dificuldade para ir ao banheiro. Assim, ao mesmo tempo em que este ambiente pode ser caracterizado pela população idosa como um lugar seguro, também pode ser considerado como um ambiente de risco de ferimentos e escoriações dada provável disposição inapropriada do mobiliário, o tipo de piso, a falta de adaptações necessárias, entre outros. (MESSIAS; NEVES, 2009); (JAHANA; DIOGO, 2007). O trabalho tem por objetivo verificar qual a representação que a queda remete a este publico, especificando as percepções sobre o ambiente doméstico. Sabe-se que para evitar quedas consecutivas, é importante que se modifique hábitos de risco assim como mobiliários dispostos em locais perigosos e até mesmo a adoção de certas adaptações. Porém, a questão está no fato de que esses cuidados interferem diretamente no estilo de vida e na autonomia do idoso. 114 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 METODOLOGIA A pesquisa foi realizada com 15 idosos moradores da Vila Clementino, cidade de São Paulo. Os idosos são integrantes do projeto EPIDOSO, do centro de estudos do envelhecimento, situado na Universidade Federal de São Paulo. Como critérios de inclusão, foram selecionados indivíduos com idade acima de 60 anos que já tenham sofrido episódio de queda dentro de suas casas. Foram excluídos da pesquisa idosos com demência, acamados e com déficits auditivos que pudesse prejudicar sua participação na entrevista. O estudo foi delineado dentro dos parâmetros da pesquisa qualitativa, seguindo a perspectiva do interacionismo simbólico. A coleta dos dados foi realizada através de entrevista semiestruturada, estimulando comentários espontâneos, tendo como assuntos norteadores a queda e sua representatividade na rotina doméstica. As falas foram transcritas e classificadas seguindo a técnica da codificação teórica axial e seletiva, em que a teoria é elaborada pelo processo de abstração. (FLICK, 2009) A pesquisa contou com a aprovação pelo comitê de ética da Universidade Federal de São Paulo. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, permitindo desta forma o uso das entrevistas para análises e apresentação dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÃO Assim como relatam outros estudos, identificou-se que a ocorrência da queda domiciliar incide normalmente entre as atividades básicas de vida diária (AVD´s), bem como àquelas referentes ao trabalho doméstico, inclusas no que chamamos de atividades intermediárias da vida diária (AIVD´s). As atividades realizadas em ambientes domésticos são representadas por tarefas simples ou complexas. Verbrugge e Jette (1994) explicam algumas subdivisões definidas para elencar as capacidades de atuação pelo indivíduo no lar. São consideradas atividades básicas da vida diária (AVD´s) as tarefas de tomar banho, alimentar-se, vestir-se, deitar e levantar da cama, usar um sanitário ou mesmo atravessar um cômodo caminhando. Além destas, são atribuídas como atividades intermediárias da vida diária (AIVD´s) as tarefas que exigem maior habilidade como preparar uma refeição, limpar a casa, usar o telefone, fazer compras. 115 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Em nossa pesquisa, nota-se o total envolvimento do idoso nestas tarefas no momento da queda: “...eu abri o armário (cozinha) e simplesmente, eu só me lembro assim da pancada que eu dei na porta que eu já tinha aberto e caí para o lado de cá”. Idosa n 11, 64 anos “Foi no banheiro, joguei cândida no chão encardido, fiz tudo pra não cair, mas caí um tombo e fui sentada!” Idosa n 2, 80 anos O que se percebe é que a regularidade de execução com que a tarefa é feita provoca uma idéia de automatização, e produz ao indivíduo idoso que a executa, uma sensação de habilidade para tais ações. Desta forma, o idoso parece sentir-se sempre apto para realizar estas tarefas e, passa despercebido o risco com que a mesma oferece em provocar uma queda: “Tava escuro, eu moro aqui há 25 anos, eu sempre fiz isso mas dessa vez eu saí direto na escada.” (a queda foi na escada, que ela confundiu achando que estava entrando no banheiro) Idosa n.1, 81 anos “Eu tava na frente, descendo a escada. Quando chegou ao ultimo degrau eu não vi, e caí” Idoso n.13, 73 anos Nota-se que há uma resistência pelo idoso na sua capacidade de modificar o comportamento em função da presença de um risco para queda. A este fato entende-se que a problemática surge pelo fato deste risco estar presente em meio às tarefas das quais já acompanham sua rotina há muito tempo. Um estudo realizado por Doimo e Derntl (2006) coloca que homens e mulheres idosos agem em conformidade com a rotina diária do lar, sendo destinado em média 33% para tarefas de arrumação da casa, 16% com cuidados pessoais e os principais meios de lazer inseridos nas atividades passivas como ler e cochilar, além de assistir televisão. A mulher é identificada como a principal executora destas tarefas, alternando entre atividades de necessidade pessoal e obrigações referentes à limpeza e manutenção da casa. Além disso, é visto que até mesmo entre as 116 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 atividades de lazer, a mulher idosa opta por assistir televisão, descansar, ler, atividades comumente exercidas em ambiente doméstico (DOIMO; DERNTL; LAGO, 2008). Portanto, quando há interferência da queda nestas atividades, tal evento deve ser considerado em toda a dimensão na qual ele vem a interferir, o cotidiano do idoso. Em se tratando do fato que a queda interfere nesta rotina programada, é importante analisar quais os impactos que este remete à norma de uma rotina. O relato dos idosos permitiu identificar que, para este grupo, o evento da queda é tido como aquele capaz de reconfigurar, em sua maioria, a capacidade de função no meio doméstico e, portanto, leva o idoso para um patamar inferior de independência. Esse fato provoca um sentimento de não conformidade em perder mais uma habilidade essencial para a manutenção das práticas cotidianas. “Na hora a gente não acha que vai cair. Aquilo o que eu falo para o meu filho: se a gente soubesse que ia cair a gente se preparava antes, né!” Idosa n.12, 66 anos “Não sei, de repente. Bati a costela do lado (escada). Sorte que não caí de uma vez, né!” Idosa n.15, 70 anos O estudo de Jahana e Diogo (2007) encontrou que 60% dos idosos que caíram indicam uma falta de conhecimento dos riscos ambientais. Segundo Messias e Neves (2009), os locais da casa mais propícios às quedas são a cozinha e a escada, em primeiro lugar, seguidos pela sala, banheiro, quarto, quintal e o corredor. Entre os fatores extrínsecos relacionados ao ambiente estão os pisos escorregadios, presença de tapetes, objetos desordenados e mal posicionados, armários difíceis de alcançar. Outro fator indicativo é a má iluminação, interruptores inacessíveis, falta de corrimão nas escadas, degraus inadequados e falta de colocação do piso antiderrapante. O autor destaca por último algumas atitudes do idoso que facilitam a queda como o costume de entrar na sala quando está escuro, não utilizar iluminação noturna e subir em banco para alcançar objetos. 117 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 O que chama a atenção e compõe parte da observação desta pesquisa é que todas essas atividades são capazes de promover satisfação pessoal ao idoso. A manutenção da independência para as funções são representadas como objetivos atingíveis diariamente. No momento em que surge a queda, ocorre um desarranjo deste padrão de permanência. Os trabalhos de Jardim, Medeiros e Brito (2006) e Patrício et al. (2008), identificaram o sentimento de prazer pelos idosos na execução das tarefas cotidianas. Assim, a queda vai além de uma simples ocorrência não premeditada, para uma representação de risco que pode modificar a relação do idoso com sua independência para as atividades comuns. A queda torna-se marcante, justamente por interromper estes momentos que representam a permanência na vida ativa. Freitas e Scheicher (2008) apontam um dado que comprova a relação entre a execução de tarefas domésticas e a ocorrência das quedas. O estudo mostra que a ocasião é mais evidente nos idosos com idades entre 75 a 84 anos. Após este período, a probabilidade de queda diminui, juntamente com a menor execução das tarefas no lar. Isso mostra que, enquanto houver idosos ativos dentro de casa, o risco de queda estará presente em maior proporção. No entanto, este fato não deve ser entendido na esfera da promoção da saúde, como um fator indicativo de contenção destas atividades a fim de se atingir a redução das quedas domiciliares. Como vimos, essas são tarefas de importante representação na vida desses indivíduos e devem, portanto, serem programadas de forma mais segura e consciente por parte do idoso. Sugere-se aqui uma reflexão por parte dos profissionais da saúde que lidam com esta população. É certo que elaborar técnicas de reabilitação avançadas para a recuperação desses indivíduos que sofrem quedas são importantes. Também é essencial o trabalho que visa sua manutenção física para amenizar os déficits funcionais conseqüentes de suas enfermidades. No entanto, se não aplicado um esquema de conscientização deste público sobre as condições de risco em que as atividades simples e “exeqüíveis” por eles no meio doméstico estão sujeitas, as quedas continuarão ocorrendo. Independente da habilidade física que porte, o idoso terá sempre a idéia de que o que é simples e corriqueiro não oferece risco. 118 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 O desafio consiste, portanto, em como transformar esse processo de conscientização dos fatores de risco domésticos em uma informação fácil de ser aceita e aderida por parte desses idosos, já que se trata de uma problemática a mais, entre tantas outras condições restritivas das quais eles são aconselhados a se submeterem. É preciso ter em foco a intima relação da queda com a interdependência para as funções diárias. Portanto, sugere-se que, junto ao trabalho de conscientização sobre os riscos provenientes da queda, seja feito um resgate da importância que a vida ativa proporciona nesta faixa etária da população. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observa-se a relação íntima existente entre o evento da queda com a prática da atividade doméstica, na rotina do lar do idoso. O fator de maior relevância encontra-se na representatividade dessas tarefas para estes indivíduos. Nota-se que a prática das atividades realizadas dentro do ambiente doméstico resgata a idéia de independência, do ser útil, habilidades essas das quais o idoso está em busca constante. É visto com isso, uma percepção de imprevisibilidade da queda, reforçada pela sua ocorrência em um momento previsível da rotina doméstica. Percebe-se que o idoso mostra-se mais preocupado em manter esta rotina já determinada, para fins de manutenção de sua liberdade dentro do lar, do que prevenir-se de uma queda, quando pra isso, há a necessidade de modificar hábitos. REFERÊNCIAS ALVES L.C., LEITE I.C., MACHADO C.J. Conceituando e mensurando a incapacidade funcional da pessoa idosa: uma revisão de literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, n.4, p.1199-1207, 2008; DOIMO, L.A., DERNTL, A.M., LAGO, O.C. 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Um olhar sobre o processo de envelhecimento: a percepção de idosos sobre a velhice. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v.9, n.2, 2006; MAIA, F.O.M., DUARTE, Y.A.O., LEBRÃO, M.L., SANTOS, J.L.F. Risk factors for mortality among elderly peoples. Revista de Saúde Pública, v. 40, n.6, 2006; MESSIAS M.G., NEVES, R.F. A influencia de fatores comportamentais e ambientes domésticos nas quedas em idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v.12, n.2, 2009; PATRÍCIO, K.P., RIBEIRO, H., HOSHINO, K., BOCCHI, S.C.M. O segredo da longevidade segundo as percepções dos próprios longevos. Revista Ciência e Saúde Coletiva, v.13, n.4, p.11891198, 2008; 120 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RAMOS, L.R; SIMÕES, E.J; ALBERT, M.S. Dependence in activities of daily living and cognitive impairment strongly predicted mortality in older urban residents in Brazil: a two year follows up. 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Universidade Estadual do Norte do Paraná - Centro de Ciências da Saúde, Jacarezinho RESUMO Uma das patologias que podem acometer a coluna vertebral é a espondilolistese que se caracteriza pelo deslocamento vertebral anterior. Um dos tratamentos que podem ser utilizados nestes casos é o método Pilates, importante para o fortalecimento dos músculos estabilizadores da coluna; sendo capaz de contribuir para a melhora do quadro doloroso, possibilitando a independência na realização das atividades do cotidiano e refletindo positivamente na qualidade de vida do paciente. Com isso, o objetivo do presente estudo foi investigar o reflexo do método Mat Pilates sobre o grau de deslocamento da vértebra, o nível de dor, as Atividades da Vida Diária (AVDs), Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) e qualidade de vida de um paciente com espondilolistese. O estudo se caracterizou como de caso, do tipo qualitativo e exploratório, com um voluntário do sexo masculino, com 41 anos de idade. Foram realizadas as seguintes avaliações: sistema de classificação em categorias para verificar o grau de deslocamento vertebral, escala visual analógica da dor (EVA), questionários para verificar as AVDs, AIVDs e a qualidade de vida, aplicados pré e pós-intervenção. Para a intervenção foram realizados exercícios do método Mat Pilates durante três meses. Os resultados apontaram para a manutenção do grau de deslocamento vertebral, melhora da dor, das AVDs, AIVDs e qualidade de vida. Torna-se necessário a realização de outros estudos e a observação de diferentes variáveis envolvendo o método Pilates em pacientes com espondilolistese. Palavras-chave: avaliação de resultado de intervenções terapêuticas; traumatismos da coluna vertebral; Fisioterapia. 122 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 EFFECT OF THE METHOD PILATES MAT IN A PATIENT WITH SPONDYLOLISTHESIS ABSTRACT One of the diseases that may affect the spine spondylolisthesis is characterized by anterior vertebral displacement. One of the treatments that can be used in these cases is the Pilates method, important for strengthening the stabilizing muscles of the spine, being able to contribute to the improvement of pain, allowing independence in carrying out daily activities and reflecting positively on the quality of patient's life. Thus, the aim of this study was to investigate the reflection of Mat Pilates method on the degree of displacement of the vertebra, the level of pain, the Activities of Daily Living (ADL), Instrumental Activities of Daily Living (IADL) and quality of life of a patient with spondylolisthesis. The study is featured as a case, a qualitative and exploratory, with a male volunteer, with 41 years of age. Were performed the following assessments: categorization system to assess the degree of vertebral displacement, visual analogue scale (VAS) questionnaires to verify the ADL, IADL and quality of life, applied pre-and post-intervention. For the intervention were performed Mat Pilates method exercises for three months. The results pointed to the maintenance of the degree of vertebral displacement, pain relief, the ADL, IADL and quality of life. It is necessary to carry out further studies and observation of different variables involving the Pilates method in patients with spondylolisthesis. Key-words: evaluation of results of therapeutic interventions; spinal injuries; Physical Therapy; INTRODUÇÃO A coluna vertebral é o eixo ósseo, localizada medianamente e dorsal no corpo. É capaz de amortecer, transmitir e sustentar o peso corporal, suprir a flexibilidade necessária à movimentação, proteger a medula espinhal e formar a caixa torácica, tão importante para os movimentos respiratórios. Os problemas de coluna são muito comuns e podem advir de patologias musculoesqueléticas vindas de traumas, lesões mecânicas, lesões da medula espinhal, infecções, tumores, processos inflamatórios, alterações que afetam músculos, nervos, discos intervertebrais, cartilagem, tendões e ligamentos, ou mesmo problemas por anormalidades congênitas (ARCANJO; VALDÉS; SILVA, 2008). 123 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Dentre estes problemas que podem acometer a coluna vertebral está a espondilolistese, que é definida como um deslocamento anterior de um corpo vertebral sobre a vértebra subjacente. Qualquer vértebra pode ser envolvida, mas a L4 e L5 são mais comumente afetadas. O problema que se deve a este fato é o grau fisiológico de inclinação articular lombossacra de 30º, associado ao peso corporal nesta estrutura anatômica, sobrecarregando a área (músculos estabilizadores da coluna, ligamentos da coluna, reação proprioceptiva neural, dentre outros), que caso esteja enfraquecida mecanicamente pode ceder e proporcionar o deslizamento vertebral anterior (ROCHA; SALGADO; MACHADO, 2007). Os pacientes com espondilolistese podem apresentar todas ou algumas destas alterações: saliência na região lombossacra, aumento da curvatura lombar, músculos íliotibiais contraídos, dor lombar, dor irradiada do tipo ciática, formigamento nas pernas, encurtamento dos músculos posteriores das pernas, perda de força e da coordenação dos movimentos. O tratamento desta patologia varia dependendo da gravidade, podendo ser feito com fisioterapia, envolvendo exercícios de reabilitação; ou mesmo cirurgia em casos mais graves e ou progressivos (MONTEIRO; GREGO, 2003). Um dos tratamentos conservadores da fisioterapia capaz de fortalecer os músculos estabilizadores da coluna, fator importante para o tratamento desta patologia, é o método Pilates. Esta modalidade de exercício tem o objetivo de melhorar a estabilidade da coluna, bem como a força e a resistência dos músculos do tronco, enfatizando o fortalecimento dos músculos abdominais e lombares usando diferentes abordagens, enquanto mantêm uma boa postura e o alinhamento corporal (FONSECA, 2006). Dentre as variações desse método, está o Mat Pilates (pilates aplicado no solo). Os movimentos realizados no solo são considerados fundamentais, servindo de base para utilização dos aparelhos. O programa dos exercícios no solo segue uma progressão, dos mais simples (básicos), passando pelos intermediários, até os mais complexos (avançados) (CARVALHO, 2006). Esta técnica permite que o paciente realize eficientes padrões de movimentos funcionais, de cadeias fechadas e abertas, bem como, variados planos e eixos anatômicos e cargas de no máximo 2 Kg para o fortalecimento muscular, atuando na prevenção e na reabilitação de diversas lesões e patologias, podendo ainda trabalhar com fortalecimento pliométrico e com auxílio de diversos aparelhos acessórios como a bola suíça, faixa elástica, caneleiras, halteres, entre outros (BRYAN; HAWSON; SUZANNE, 2003). 124 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 O Mat Pilates é capaz de contribuir para que o paciente diminua as dores relacionadas às patologias da coluna vertebral (LA TOUCHE; ESCALANTE; LINARES, 2008), realize de forma independente as Atividades da Vida Diária (AVDs), Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) (DURINGAN et al., 2005), podendo refletir ainda na qualidade de vida da pessoa (MARQUES et al., 2002). Deste modo, o objetivo deste estudo foi verificar se a técnica fisioterápica de Mat Pilates pode refletir no grau de deslocamento vertebral, diminuição do quadro doloroso, nas AVDs, AIVDs e na Qualidade de Vida de um paciente com espondilolistese traumática. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de caso, qualitativo e exploratório. Participou da pesquisa, uma pessoa, do sexo masculino, com 41 anos de idade, casado, morador da cidade de Jacarezinho, estado do Paraná, Brasil. Esta pessoa sofreu uma lesão no mês de agosto de 2000, devido a uma queda, causada por um acidente, levando-o a ter uma espondilolistese do tipo traumática na vértebra L4 sobre L5. O indivíduo foi iniciante no método Pilates, e não realizou outro tipo de treinamento físico. Durante alguns anos o mesmo passou por tratamento fisioterápico, mais especificamente a técnica de Hidroterapia, tendo no decorrer da reabilitação oscilações de melhora, mas sem apresentar regressão no nível de deslocamento vertebral. O estudo foi realizado na Clínica de Fisioterapia Alfredo Franco Ayub, da Universidade Estadual do Norte do Paraná Campus de Ciências da Saúde, localizado na cidade de Jacarezinho. O participante da pesquisa assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após ser devidamente informado sobre os objetivos e metodologias deste estudo. Avaliação Para análise do grau de deslizamento da vértebra foi usado o sistema de classificação em categorias de Meyerding (ZONER et al., 2006). Analisando em uma visão de perfil a radiografia, o grau 1 corresponde ao deslizamento anterior da vértebra superior até um quarto da dimensão do planalto da vértebra inferior, o grau 2 é o deslizamento até um terço, o grau 3 até dois terços, o grau 4 é o deslizamento de todo o diâmetro da vértebra e o grau 5 ou espondiloptose é mais acentuado, quando há um deslocamento completo da vértebra superior, que se situa anteriormente à vértebra inferior (ZONER et al., 2006). 125 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 O teste de escala visual analógica de dor (EVA) foi utilizado para verificar o nível de dor do paciente e seguiu as orientações de Willestaedt, Levander e Hult (1950). O terapeuta apresenta uma tabela com uma reta contendo números de zero a 10 e explica ao paciente que zero significa a ausência de dor e 10 tem o significado de uma dor de intensidade máxima. O paciente então analisa a dor que está sentindo e marca na tabela o seu grau de dor. O instrumento utilizado para avaliar as AVDs foi o Índice de Katz. Segundo Roehrig et al. (2007) este instrumento verifica as tarefas que uma pessoa necessita para realizar os cuidados de si mesma, como: andar, comer, passar da cama para a cadeira, tomar banho vestir-se, ir ao banheiro, mover-se na cama e ter continências urinária e fecal. As respostas dizem respeito à (I) independência, (A) assistência e (D) dependência; o escore total é dado pelo somatório de respostas “I”; total de 5 a 6 pontos significa independência para AVDs, de 3 a 4 pontos dependência parcial e 0 a 2 pontos dependência importante. As AIVDs foram verificadas através do questionário de Lawton. As AIVDs são habilidades que a pessoa necessita para administrar o ambiente em que vive, como: tomar medicações, fazer compras e utilizar os meios de transporte preparar refeições, fazer tarefas domésticas, lavar roupas, manusear dinheiro e usar o telefone (ROEHRIG et al., 2007). As respostas dizem respeito à realização de atividades sem ajuda (I - independência), com ajuda parcial (A – assistência) e não consegue (D - dependência); o escore é estabelecido através da somatória das respostas, sendo I= 3 pontos, A= 2 pontos e D= 1 ponto, sendo que de 19 a 27 é considerado independente para AIVDs, de 10 a 18 dependência parcial e de 1 a 9 pontos é considerado dependente. Para verificar a qualidade de vida, foi utilizado o instrumento Whoqol-100 da Organização Mundial da Saúde, que foi validado para a população brasileira por Fleck et al. (1999). Consiste em avaliar os seguintes domínios: físico, psicológico, independência, relações sociais, meio ambiente e espiritualidade/ crenças pessoais Os escores vão de zero (mais comprometido) a 100 (nenhum comprometimento). 126 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Tratamento Fisioterápico Os exercícios de Mat Pilates foram subdivididos em dois grupos com 20 exercícios cada, sendo o primeiro realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras e o segundo grupo nas terças e quintas-feiras. O protocolo de tratamento teve duração de três meses. A seqüência constou de alongamentos, fortalecimento de membros inferiores, abdominais, treino de equilíbrio e coordenação, fortalecimento de membros superiores, alongamentos finais e relaxamento. Os exercícios seguiram as recomendações de Craig (2005). A seguir, serão descritos os exercícios do primeiro grupo: alongamento isquiotibiais com faixa elástica; alongamento do quadril; alongamento rã; alongamento do quadril; alongamento lateral; alongamento dos ombros; círculo com as pernas; abaixar e levantar; meia ponta alta; preparação para a ponte; somente contraia; abdominal curto; rotação dos oblíquos; cachoeira; com as mãos levantadas; rosca bíceps; abrace uma árvore; remada; equilibrando a bola; alongamento flexão do tronco; posição de relaxamento. Os exercícios do segundo grupo foram: alongamento de isquiostibiais; sereia; dedos entrelaçados; pés afastados; agachamento total; girar a bola; alongando uma perna; ponte completa; contração; mesinha; alongando ambas as pernas; abdominal completo; cotovelos afastados; isolamento da escápula; continência; concha; serrote; dedos entrelaçados; respiração torácica. Tratamento dos Dados Por se tratar de estudo de caso, não foram aplicadas análises estatísticas. As diferenças entre os dados da avaliação coletados/avaliados antes do início da intervenção fisioterápica e após a mesma foram analisados qualitativamente e apresentados de forma descritiva. 127 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RESULTADOS E DISCUSSÃO O deslocamento vertebral era de grau 2 na avaliação préintervenção e se manteve inalterado na avaliação pós-intervenção. A percepção do nível de dor passou de 7 para 3. Com relação às AVDs, a pontuação se alterou de 5 para 6 e para as AIVDs, de 23 para 27. Os escores referentes ao questionário da qualidade de vida constam na tabela 1. Tabela 1. Valores dos escores para cada domínio do questionário de qualidade de vida Whoqol-100, nas avaliações pré e pós-intervenção fisioterápica. O método Pilates vem sendo utilizado em vários estudos relacionados às patologias da coluna vertebral, com resultados positivos, como mostrou a revisão feita por La Touche, Escalante e Linares (2008). Em se tratando especificamente da espondilolistese, o fortalecimento dos músculos estabilizadores da coluna se mostra determinantes para a melhora do quadro clínico dos pacientes que apresentam esta patologia, sendo o método Pilates o que apresentou melhor resultado em um estudo conduzido por Herrington e Davies (2005). Segundo os autores, estes benefícios se tornam fundamentais para que o deslizamento vertebral não progrida, possibilitando uma melhora significativa nas referencias de dor dos pacientes. No presente estudo o grau de deslizamento vertebral se manteve o mesmo nas avaliações pré e pós-intervenção, de modo que a dor do voluntário teve uma melhora passando de 7 para 3, de acordo com a escala visual analógica da dor. Em estudo realizado por Curnow et al., (2009) em que foram observadas três diferentes técnicas do método Pilates para diminuição da dor lombar crônica de pacientes, os autores verificaram que todas foram capazes de proporcionar melhora significativa da dor, sem diferenças entre as técnicas. 128 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Além destes fatores, avaliar as AVDs e AIVDs de pacientes em tratamento fisioterápico que apresentam patologias crônicas na coluna vertebral se torna importante para verificar o quanto o quadro pode comprometer a realização das atividades do cotidiano do paciente (RICHARDSON, et al. 2010). Na presente pesquisa, tanto para as AVDs, como para as AIVDs o voluntário já se encontrava na condição de independente, provavelmente por ter um deslocamento vertebral moderado (grau 2), porém, houve uma melhora na pontuação de ambos os questionários. A espondilolistese pode comprometer as AVDs e AIVDs de pessoas que se encontram principalmente com o quadro clínico desta patologia avançado (VERHOOF et al., 2008). Com relação à qualidade de vida, ocorreu uma mudança positiva em todos os domínios do questionário, com exceção dos domínios Independência e Espiritualidade/Crenças Pessoais, que se mantiveram inalterados. A espondilolistese pode comprometer a qualidade de vida de pacientes, sendo esta, uma variável importante nos estudos que avaliam esta patologia (BERVEN et al., 2007). Estudos têm demonstrado os benefícios do método Pilates sobre a qualidade de vida de pacientes. A pesquisa de Blum (2002) constatou melhora da qualidade de vida e diminuição de limitações após o tratamento com o método pilates em uma paciente com patologia relacionada à coluna vertebral, que apresentava severa dor lombar crônica e comprometimento de suas atividades de vida diária. Sugere-se que mais estudos envolvendo um número maior de pessoas possam ser realizados utilizando-se do método Pilates no tratamento da espondilolistese, tendo em vista que intervenções como as utilizadas no presente trabalho pode evitar medidas invasivas como a cirurgia. Além disso, em pesquisas futuras, outras variáveis podem ser verificadas para que diferentes parâmetros possam ser estabelecidos envolvendo esta técnica em pacientes com espondilolistese. CONSIDERAÇÕES FINAIS Analisando os resultados foi possível verificar que o método Mat Pilates se mostrou eficiente na melhora da dor, indicando que pode também contribuir na manutenção do grau de deslizamento vertebral e para a melhora das AVDs e AIVDs de pacientes com espondilolistese, refletindo positivamente na qualidade de vida. 129 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 Outros estudos precisam ser realizados e se torna necessário avaliar diferentes variáveis envolvendo tratamentos conservadores como o método Pilates em pacientes com espondilolistese. REFERÊNCIAS ARCANJO, J. N.; VALDÉS, M. T. M.; SILVA, R. M. Percepção sobre qualidade de vida de mulheres participantes de oficinas educativas para dor na coluna. Revista Ciência e Saúde Coletiva. v.13, n.2, p.2145- 2154, 2008. BERVEN, S.; DEVIREN, V.; LABELLE, H.; O'BRIEN, M.; ROUSSOULY, P. Spondylolisthesis and Lumbo-pelvic Parameters: Defining the Relationship Between Radiographic Measures and Health-related Quality of Life. The Spine Journal. v.7, n.5, p.37-48, 2007. BLUM, C.L. Chiropractic and pilates therapy for the treatment of adult scoliosis. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics. v.25, n.4, 2002. BRYAN, M. B. S.; HAWSON, P. T.; SUZANNE, B. S The Benefits of Pilates Exercise in Orthopaedic Rehabilitation. Techniques in Orthopaedics. v.18, n.1 p.126-129, 2003. CARVALHO, D. A. Os princípios do método Pilates® no solo na lombalgia crônica. 2006. 113 p. Monografia (Graduação em Fisioterapia) - Universidade do Sul de Santa Catarina. Tubarão. CRAIG, C. Pilates com a bola. São Paulo: Phorte, 2005. CURNOW, D.; COBBIN, D.; WYNDHAM, J.; CHOV, B. Altered motor control, posture and the Pilates method of exercise prescription. Journal of Bodywork and Movement Therapies. v.13, n.1, p.104111, 2009. DURINGAN, J. L. Q.; BARETTA, I. P.; COSTA, C. N.; BORGES, H. E. 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Ceará: Sobral Gráfica, 2007. 131 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ROEHRIG, B.; HOEFFKEN, K.; PIENTKA, L.; WEDDING, U. How many and which items of activities of daily living (ADL) and instrumental activities of daily living (IADL) are necessary for screening. Critical Reviews in Oncology / Hematology. v.62, n.2, p.164-171, 2007. VERHOOF, O. J.; BRON, J. L.; WAPSTRA, F. H.; ROYEN, B. J. High failure rate of the interspinous distraction device (X-Stop) for the treatment of lumbar spinal stenosis caused by degenerative spondylolisthesis. European Spine Journal. v.17, n.2, p.188-192, 2008. ZONER, C. S.; AMARAL, D. T.; NATOUR, J.; FERNANDES, A. R. C. Contribution of the Imaging Methods in the Evaluation of Spondylolysis. Revista Brasileira de Reumatologia. v.46, n.4, p. 287-291, 2006. WILLESTAEDT, H.; LEVANDER, G.; HULT, L. Studies in Osteogenesis. Acta Orthopaedica. Scandinavica. v.19, n.4, p.419432, 1950. 132 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RESUMOS 133 134 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 IMPACTO DA MATURAÇÃO BIOLÓGICA SOBRE O DESEMPENHO DA POTÊNCIA DE MEMBROS INFERIORES EM BAILARINAS ADOLESCENTES Narda Helena Jorosky, Clodoaldo José Dechechi, Adriana Ribeiro Pinheiro, Tamara Beres Lederer Goldberg, Carla Cristiane da Silva. Grupo de Estudos de Adaptações Biológicos do Treinamento – GEABT. Universidade Estadual do Norte do Paraná- UENP. Jacarezinho-Paraná, Brasil. [email protected] Introdução e objetivo: O ballet clássico é caracterizado por técnicas rígidas de movimentos, execução de giros, saltos, equilíbrio, além de flexibilidade (Wyon et al., 2007). Os bailarinos são reconhecidos por corpos magros e longilíneos, característica morfológica determinante da modalidade. O objetivo foi verificar o impacto do processo maturacional sobre o desempenho físico da potência de membros inferiores de bailarinas adolescentes. Metodologia: Foram avaliadas 23 adolescentes do sexo feminino entre 12 a 15 anos. Avaliou-se a massa corporal total, estatura, Índice de Massa Corporal (IMC) e percentual de massa gorda (LOHMAN (1987). Como indicador da maturação biológica foi utilizado a idade de menarca. A avaliação de potência membros inferiores para altura de salto vertical foi realizado o salto entrechat quatre utilizando uma plataforma de salto Multisprint Kit. Para avaliação do salto horizontal as bailarinas realizaram o salto grand jeté, utilizando-se uma trena fixada no solo para mensuração da distância no solo. Análise estatística de diferença entre as médias e teste T de student bicaudal, com P<0,05. Resultados: As bailarinas do grupo com ausência de menarca demonstraram resultados superiores significativamente no grand jeté (1,76 ± 0,09) quando comparados ao grupo de com presença de menarca (1,69 ± 0,15). No salto entrechat quatre o comportamento foi similar com superioridade ao grupo de bailarinas com ausência de menarca (26,61 ± 3,67) e grupo de bailarinas com presença de menarca (22,51 ± 3,79), porém não significativo. Os resultados indicaram que o grupo com ausência de menarca apresentou menores valores de massa corporal, IMC e percentual de gordura quando comprados ao grupo mais maduro biologicamente. Considerações Finais: Os resultados indicam que o evento menarca potencializa o aumento da massa corporal, IMC e percentual de gordura o que pode acarretar menores desempenhos na realização dos saltos grand jeté e entrechat quatre. Palavras-chave: adolescência, bailarinas, menarca. 135 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 RELAÇÃO ENTRE ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM ESCOLARES DE JACAREZINHO Danilo Saad Soares, Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib, Antonio Stabelini Neto. GPEVES – UENP – Jacarezinho, PR. [email protected] Introdução e objetivo: A doença cardiovascular aterosclerótica é a principal causa de morte e de incapacidade no Brasil e no mundo. Há evidências de que o processo aterosclerótico inicia-se na infância e progride com a idade. O objetivo do estudo foi descrever a relação entre índices antropométricos e os fatores de risco cardiovasculares em escolares da cidade de Jacarezinho, PR. Metodologia: O presente estudo contou com a participação de 113 escolares, sendo 47 do sexo masculino e 67 do sexo feminino. As variáveis analisadas foram: índice de massa corporal (IMC), índice cintura estatura (ICE), relação cintura quadril (RCQ), triglicérides e HDL-C. A análise dos dados foi efetuada através de estatística descritiva (média e desviopadrão) e correlação de Pearson, com p<0,05. O Programa utilizado foi o SPSS, versão 13.0. Resultados: A média de idade encontrada para o sexo masculino foi de 12,7±0,8 anos e para o sexo feminino 12,9±0,9 anos. A média do IMC para o sexo masculino foi de 20,0±3,9, e para o sexo feminino 20,2±3,9. A média para ICE para sexo masculino foi de 0,42±0,05 e para o sexo feminino foi de 0,43±0,05. A média de RCQ para o sexo masculino foi de 0, 8±0,04 e para sexo feminino foi de 0,76±0,06. A média de triglicérides foi de 76,0± 42,0 mg/dL e para o sexo feminino foi de 64,9±35,6 mg/dL. A média de HDL-C para o sexo masculino foi de 51,6±12,0 mg/dL e para o sexo feminino foi de 53,6± 13,1 mg/dL. Foi observado associação significativa do IMC com HDL-C (r= -0,236) para os meninos e r=-0,272 para meninas, ICE r=-0,188 para meninos e r = 0,311 para meninas, RCQ r=-0,058 meninos e r= - 0,147 meninas. Já para IMC com triglicérides, a relação foi de r=0,237 para meninos e r= 0,226 para meninas, já para RCQ r=0,175 para meninos e r=0,177 meninas e ICE r=0,241 meninos e r=0,290 para meninas. Considerações Finais: Os resultados demonstram que índices antropométricos elevados se relacionaram com os fatores de risco de HDL e triglicérides. Palavras-chave: Fatores de risco cardiovasculares, escolares, índices antropométricos. 136 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 COMPARAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE OS GÊNEROS E ENTRE O NÍVEL SOCIOECONÔMICO Géssika Castilho dos Santos, Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib, Danilo Saad Soares, Antonio Stabelini Neto. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected] Introdução e objetivo: Estudos epidemiológicos mostram que o nível de atividade física é mais elevado no sexo masculino do que no sexo feminino e ao comparar o nível de atividade física com o nível socioeconômico verifica que quanto mais elevada a classe social menos ativa fisicamente. O objetivo deste trabalho é a comparação do nível de atividade física entre os gêneros (feminino e masculino) e entre o nível socioeconômico em escolares. Metodologia: Foram avaliados 516 indivíduos de ambos os sexos, sendo 230 alunos do Colégio ELO e 286 alunos do Colégio Estadual Rui Barbosa, ambos da cidade de Jacarezinho, PR, da 5ª a 8ª série do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio, com média de idade de 14,38 (masculino) e 14,44 (feminino). Foram aplicados dois questionários, um proposto por Baecke voltado ao nível de atividade física e outro voltado ao nível socioeconômico. Para análise estatística foram utilizados o teste t de Student e ANOVA one-way, com nível de significância de p<0,05. Resultados: Na comparação dos dados referente ao nível de atividade física entre ambos os sexos, apenas o índice de lazer não teve diferença significativa. No índice de trabalho a média foi de 2,69±0,5 e 2,59±0,4 para o masculino e feminino respectivamente. Quanto ao índice esportivo 2,57±0,6 (masculino) e 2,09±0,5 (feminino). Para o índice total foi observado 7,75±1,29 (masculino) e 7,07±1,22 (feminino). Quando comparado o NAF com o NSE verificou-se que somente o índice de trabalho teve diferença significativa, classe A (2,51±0,44), classe B(2,60±0,50), classe C(2,83±0,49), classe D (2,90±0,55). Considerações finais: De acordo com os dados apresentados neste trabalho, observou que os escolares do sexo masculino são mais ativos que o sexo feminino, e, quando comparado entre os NSE, verifica-se quanto menor o nível da classe social mais fisicamente ativo são estes indivíduos. Palavra-chave: escolares, atividade física, nível socioeconômico. 137 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A ATIVIDADE LABORAL SENTADA PROVOCA QUEIXAS NOS MEMBROS SUPERIORES E NA COLUNA TORÁCICA. João Paulo Manfré dos Santos, Vinícius Arantes Coelho, Fernando Rafael Pinto Guedes Rogério, Dênis Carlos Santos. Prefeitura Municipal de Cambará. Cambará-Paraná, Brasil [email protected] Introdução e objetivos: Sabemos que o homem na era pósmoderna desenvolve várias atividades concomitantes, principalmente no ambiente de trabalho, utilizando-se de tecnologias para melhora do rendimento laboral, entretanto não observamos um cuidado com este ambiente para proporcionar ao indivíduo um local seguro e saudável, por isto o presente estudo caracteriza-se por uma análise descritiva através de um questionário com indivíduos adultos trabalhadores de um escritório no município de Jacarezinho-PR para avaliação de queixas que podem ser relacionadas ao ambiente de trabalho. Metodologia: Foram selecionados aleatoriamente e voluntariamente 7 indivíduos de ambos os gêneros (4 masculino e 3 feminino) que trabalhavam a pelo menos 6 meses neste escritório e que desenvolvessem atividades sentadas utilizando microcomputadores durante maior parte do tempo, os dados foram analisados em porcentagem e desvio padrão apenas para análise da idade. Resultados: Média de idade de 30,71 (±9,42), 57,14% praticavam atividade física regularmente, 71,42% apresentam algum tipo de dor, desconforto ou formigamento nos membros superiores, 28,57% apresentavam lombalgia, 57,14% apresentavam dorsalgia e nenhum indivíduo apresentou cervicalgia, dos indivíduos que apresentaram dor 60% relataram freqüência ocasional e 40% freqüentemente, destes 40% relataram intensidade leve e 60% intensidade moderada. Considerações finais: A atividade laboral em ambiente de escritório na maior parte do tempo sentado pode ser um fator predisponente para apresentação de queixas nos membros superiores e na coluna torácica, mesmo em praticantes de atividade física, provavelmente devido à problemas relacionados à ergonomia. Palavras-chave: ergonomia, dor. 138 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS E PRESSÃO ARTERIAL EM ESCOLARES DA REDE DE ENSINO PÚBLICA DE JACAREZINHO-PR Luiz Roberto P. Dib, Sara Crosatti Barbosa, Géssika Castilho dos Santos, Thiago Criste Magalhães, Antonio Stabelini Neto. GPEVES – UENP – Jacarezinho, PR. – e-mail: [email protected] Introdução e objetivos: estudos epidemiológicos mostram aumento da prevalência de hipertensão arterial (HA) em crianças e adolescentes, nos quais índices antropométricos de obesidade e distribuição de gordura também se encontram elevados. O presente estudo objetiva a verificação da associação de índices antropométricos de gordura corporal com a pressão arterial em escolares de Jacarezinho, PR. Metodologia: foi aferida a PA em 46 indivíduos do sexo masculino, média de idade 12,6 ±0,8 e 67 indivíduos do sexo feminino, média de idade 12,9 ±0,9. Para os dados antropométricos foram utilizados protocolos previamente padronizados na literatura. A pressão arterial foi aferida pelo método auscultatório com esfigmomanômetro aneróide e estetoscópio. O IMC calculado através da equação: massa corporal/estatura2. A razão cintura-quadril (RCQ), através da divisão dos valores da circunferência de cintura (CC) e quadril. O índice cintura-estatura (ICE) através da divisão dos valores de CC e estatura em centímetros. Para analise estatística foi utilizado à correlação de Pearson, nível de significância de p<0,05. Resultados: sexo masculino: PAS: 100,8 ±11,7mmHg; PAD: 60,6 ±10,6 mmHg; IMC: 20,0 ±3,9; RCQ: 0,8 ±0,04; ICE: 0,43 ±0,05; Abdome: 73,7 ±11,1. Associado à PAS encontramos: PAD: r=0,67; p<0,01; IMC: r=0,46; p<0,01; RCQ: r=0,03; p>0,01; ICE: r=0,40; p<0,01; Abdome: r=0,47; p<0,01. Para o sexo feminino: PAS: 97,9 ±9,7 mmHg; PAD: 58,6 ±9,8 mmHg; IMC: 20,2 ±3,9; RCQ: 0,7 ±0,06; ICE: 0,42 ±0,05; Abdome; 74,1 ±10,0. Associado à PAS encontramos: PAD: r=0,60; p<0,01; IMC: r=0,25; p<0,05; RCQ: r=0,09; p>0,05; ICE: r=0,28; p<0,05; Abdome: r=0,28; p<0,05. Não foi observada associação positiva significativa apenas entre PAS e RCQ em ambos os sexos. Considerações finais: a significância estatística observada entre a PA e os índices antropométricos, ambos de fácil aplicabilidade, deixa claro que a identificação destes fatores permite uma intervenção no tratamento e prevenção de uma seqüência de eventos associados com significativa morbi-mortalidade na fase adulta. Palavras-chave: índices antropométricos, pressão arterial, escolares. 139 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CORRELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E DIASTÓLICA COM O VO2MÁX EM ESCOLARES DE CURITIBA Maicon Siqueira Bontorin; Thiago Silva Piola; Guilherme da Silva Gasparotto; Luis Paulo Gomes Mascarenhas; Rodrigo Bozza. Centro de Pesquisa em Exercício e Esporte – CEPEE. UFPR, Curitiba-PR. [email protected] Introdução e objetivos: Inúmeros estudos, ao longo das últimas décadas, têm sido direcionados a investigar os níveis de aptidão física em crianças. Nesse sentido, valiosas informações têm sido produzidas, o que tem contribuído sobretudo para a compreensão do funcionamento do metabolismo humano quando em exposição a esforços físicos, agudos e crônicos. Neste contexto, os indivíduos jovens com melhor aptidão cardiorrespiratória poderiam apresentar um melhor perfil de pressão arterial. O objetivo é verificar a relação entre pressão arterial sistólica e diastólica com o VO2máx em escolares de Curitiba-PR. Metodologia: Foram avaliados 491 escolares, sendo 188 meninos e 303 meninas com idades entre 8 e 19 anos. A medida da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi realizada com esfigmomanometro aneróide e um estetoscópio marca BD. Para determinar o VO2máx foi utilizado o teste de 20m de Léger. Para tratamento estatístico foi utilizada a estatística descritiva para apresentação dos dados e a correlação de Pearson para verificar a relação entre as variáveis do estudo. O nível de significância foi de p<0,05. Resultados: As médias dos meninos foram: PAS (104,76±13,64); PAD: (68,56±10,56); VO2máx: (47,03±5,73) e das meninas foram: PAS (100,23±12,89); PAD (67,44±10,39) e VO2máx: (39,61±4,83). A análise de correlação demonstrou que para os meninos não foram encontradas correlações significativas do VO2máx com a PAS (p=0,48) e com a PAD (p=0,13). Já no sexo feminino foi verificada uma correlação do VO2máx com a PAS (p=0,01; r= -0,14) e com a PAD (p=0,02; r= 0,12). Considerações finais: Através das análises de correlação não foi identificado resultado significativo para os meninos. Já nas meninas observou-se que as meninas que foram mais ativas obtiveram uma relação significativa entre o VO2máx, a pressão arterial sistólica e diastólica, ou seja, quanto mais condicionadas eram as meninas menor era a pressão arterial. Palavras-chave: Atividade Física, Pressão Arterial, Adolescentes. 140 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 FATORES DE RISCO PARA ATEROSCLEROSE EM ESCOLARES DE DIFERENTES ESTADOS NUTRICIONAIS Sara Crosatti Barbosa, Luiz Roberto Paez Dib, Géssika Castilho dos Santos, Danilo Saad Soares, Antonio Stabelini Neto. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected] Introdução e objetivo: É crescente o número de crianças com sobrepeso e obesidade, que apresentam fatores de risco para desenvolvimento de doenças cardíacas, tais como: hipertrigliceridemia, baixos níveis de HDL-C, hiperglicemia, pressão arterial elevada e acúmulo de gordura abdominal, conseqüentemente gerando mais gastos a saúde publica em longo prazo. O objetivo deste trabalho foi comparar os fatores de risco para aterosclerose em escolares de diferentes estados nutricionais. Metodologia: Foram avaliadas 108 crianças da Escola Estadual Imaculada Conceição, Jacarezinho, PR, da 6ª, 7ª e 8ª series, com média de idade de 12, 6 anos. Foram realizadas medidas de peso e altura, aferição da pressão arterial, testes de glicemia, triglicérides e HDL-C em jejum, realizada por equipe de enfermeiros especializados. Para análise estatística foi utilizada ANOVA one-way com post hoc de Tukey, com valores de significância de p<0,05. Resultados: Os dados do presente estudo revelaram que dos fatores de risco avaliados, apenas a glicemia não diferiu significativamente entre os grupos. Baixos valores HDL-C foram observados nos obesos (43,9 mg/dL ± 6,62) em relação aos seus pares com sobrepeso (48,5 mg/dL ± 10,23) e normal (53,6 ml/dL ± 12,93). Para os triglicérides, menores valores foram observados nos escolares com IMC normal (62,9 mg/dL ± 29,28) comparados aos obesos (85,5 mg/dL ± 34,85) e sobrepesados (95,6, mg/dL ± 62,92). Quanto a pressão arterial sistólica e diastólica, respectivamente 108 mmHg ± 7,88 e 68 mmHg ± 9,18 em obesos e 97,6 mmHg ± 10,24 e 58,8mmHg ± 9,99 para escolares com peso normal. Considerações finais: Podemos concluir que quando comparados estado nutricional dos estudantes com fatores de risco para aterosclerose, estudantes com sobrepeso e obesidade apresentaram-se mais vulneráveis ao seu desenvolvimento que seus pares com peso normal, demonstrando a precocidade destes fatores, merecendo maior atenção da saúde pública. Palavras-chave: crianças, fatores de risco, obesidade. 141 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 AVALIAÇÃO ANTROPOMETRICA E MOTORA DE JOVENS PRATICANTES DE ATLETISMO Clauber Luiz de Souza Pinto, Daniela Cristine Stasch, Janaina Ferreira Zomer, Karina Matavelli, Wanessa Cachoni Dolens Rosa, Yohan Ferreira, Emanuel Luis Posetti, Antonio Stabelini Neto. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho- Paraná, Brasil. Programa Universidade Sem Fronteiras. Introdução e objetivo: Considerado como esporte clássico, base para várias outras modalidades, de fácil aprendizagem, já que pode ser ensinado com base em espaços físicos adaptados e materiais alternativos, o atletismo auxilia no desenvolvimento motor de crianças e adolescentes. Teve por objetivo este estudo, comparar a massa corporal, estatura, agilidade e salto horizontal de adolescentes praticantes de atletismo do programa Universidade Sem Fronteiras/CCS. Metodologia: amostra foi constituída por 23 indivíduos do sexo masculino e 26 do sexo feminino, com idade média de 12 anos em ambos os grupos. As avaliações ocorreram nas três escolas participantes do programa. No teste motor impulsão horizontal cada individuo teve três tentativas, considerando-se o maior valor entre eles. Para o teste de agilidade foi realizado o shuttle run. Foi utilizada uma balança digital, estadiômetro, um cronômetro e uma fita métrica, para coleta dos dados. Para análise estatística foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes, com p<0,05. Resultados: Dados descritivos das avaliações entre meninos e meninas demonstram paridade para variável idade (12,9 ± 2,5 anos, em ambos os sexos), massa corporal (43,3 ± 17 kg meninos e 46,1 ± 12,3 kg meninas), estatura (1,53 ± 0,1 m. meninos e 1,50 ± 0,1 m. meninas). Porém ambos os testes motores apresentaram diferença estatisticamente significativa sendo a média do salto horizontal (156 ± 32,1 cm no sexo masculino e 129 ± 17,9 cm no feminino) com diferença estatística de p< 0, 001 e no shuttle run os meninos obtiveram a média (11 ± 1,5 seg. e as meninas 12 ± 1,2 seg.), com diferença estatística de p< 0,02. Considerações finais: Este é um período onde o individuo começa a utilizar com crescente freqüência padrões fundamentais de movimentos adquiridos durante a primeira infância. Nesse período, aliada às mudanças que ocorrem na maturação biológica, no desenvolvimento físico, na idade cronológica, observa-se a diferenças do desempenho motor entre os sexos, principalmente em atividades que envolvem potencia e agilidade. Palavras-chave: Atletismo, adolescentes, desenvolvimento motor. 142 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 PARA QUE EDUCAR Elias Carlos Panichi. Universidade Estadual do Norte do Paraná, Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected] Introdução e objetivos: O presente trabalho tem como objetivo analisar como pensamos na Educação e na Educação Física e o seu contexto, a qual, nós acreditamos e temos total interesse que haja mudanças, pois elas são necessárias para o crescimento profissional e reconhecimento da nossa área de estudo, se é que realmente queremos nos situar como área do conhecimento e nos justificarmos como tal, para tanto também acreditamos que toda a sociedade tem que passar por uma reforma de caráter, de princípios éticos e morais, e que a escola realmente cumpra o seu papel que é de formar pessoas críticas e emancipadas, humanizando ainda mais essa sociedade tão carente e que sofre com a falta de mudanças. Refletir sobre a nossa sociedade e o que ensinamos dentro das escolas, é sentir-se vivo e, ao mesmo tempo compromissado com o que acreditamos, que as mudanças são possíveis e que os investimentos são necessários, a escola não é a da esportivização, da dança, da luta, da ginástica e nem tampouco dos jogos, ela é o maior instrumento de transformação e ao mesmo tempo de destruição da vontade de aprender, referindo-se o que estamos ensinando e, se o que vai ser ensinado irá atender as necessidades de quem está aprendendo. Metodologia: Essas análises são em detrimento das revisões bibliográficas e observações empíricas do fazer por fazer sem dar uma conotação de cientificidade ao processo ensino aprendizagem. Resultado: Espera-se com essas análises bibliográficas e debates, conscientizar sobre a importância da cientificidade nas aulas de Educação Física no ensino regular. Considerações finais: Por mais que a Educação Física passe por transformações e novidades pedagógicas ela tem que se legitimar como área do conhecimento e como tal ter a sua importância dentro das escolas. Palavras-chave: mudanças, sociedade e emancipação. 143 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A QUESTÃO DA DIVERSIDADE DE GÊNERO NA ÓTICA DA CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO – CONAE 2010 José Ferreira de MELO. Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz – FA C I B R A . We n c e s l a u B r a z - P a r a n á , B r a s i l – [email protected] Introdução e objetivo: O documento final do CONAE 2010 trouxe à baila, em seu eixo VI, a questão do compromisso do Estado de direito, em relação ao reconhecimento dos direitos dos Sujeitos, inseridos numa ordem política, econômica social e cultural. Tem, portanto, a presente proposta, o objetivo de conclamar para a questão da adoção/implementação de práticas inclusivas, no meio educacional e desportivo, quanto ao gênero, a raça, a etnia e a orientação sexual; além das pessoas que necessitem de cuidados especiais. Metodologia: sugere-se a adoção da metodologia da problematização, com o arco de Maguerez, de modo a possibilitar a intervenção nos sistemas de ensino, de práxis educativas que visem à superação de preconceitos, discriminação, violência sexista e homo fóbica no ambiente escolar. Resultados: Espera-se dos profissionais da educação física (de IES públicas ou privadas) a adoção de práticas afirmativas que levem à correção de desigualdades e injustiças históricas em relação a determinados grupos sociais (mulheres/homens, população LGBT - lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais - negros/as, indígenas, pessoas com deficiência, ciganos). Considerações finais: Mais do que esperar do Estado ações afirmativas, a serem implementadas em forma de lei, de programas, de metas, de reserva de vagas, de preferência ou de cotas, espera-se dos profissionais da educação (da área de educação física), ou não, postura humanizadora, no sentido de permitir acesso e permanência a todos os Sujeitos. Será, sem dúvida, um grande contributo para a redução da evasão escolar e da marginalidade. Palavras- chave: CONAE 2010, práticas inclusivas, grupos sociais. 144 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 PREVALÊNCIA DE DOR: ASPECTOS QUANTITATIVOS OCASIONADOS PELA PRÁTICA HABITUAL DE ATIVIDADE FÍSICA Poliana Vitória Godoy, Aryane Flauzino Machado, Roberta Vieira Cortz, Julio Fernandes. Universidade Estadual do Norte do Paraná – Centro de Ciências da Saúde. Jacarezinho, Paraná, Brasil. [email protected] Introdução e Objetivo: Uma das formas de proteção do organismo é o mecanismo da dor, que é capaz de interpretar um estímulo nocivo. A dor é considerada uma percepção subjetiva, desagradável e vital. Os baixos níveis de atividade física afetam todas as idades, apesar do reconhecimento da importância da atividade física como fator de promoção da saúde e de prevenção de doenças. O objetivo deste estudo é analisar os comportamentos de dor em jovens brasileiros, amadores de futsal. Metodologia: Estudo de campo transversal, constituído de 30 sujeitos do sexo masculino, com idades entre 18 e 29 anos, da cidade de Cornélio Procópio, Paraná, Brasil, que praticam futsal eventualmente. Estes foram submetidos inicialmente à 15 questões do Questionário para Estratificação da Atividade Física Habitual. Após, responderam 9 perguntas sobre a dor e sua intensidade em cada segmento do corpo. Resultados: Dos 30 sujeitos avaliados, 50% apresentavam algum tipo de dor e praticavam atividade até no máximo 4 horas/semana. Desses 50% a maior incidência de dor, dividido por segmento corpóreo foi em tornozelo (60%) e coluna lombar (20%). Em indivíduos que praticavam atividades acima 4horas/semana, 33,3% apresentavam algum tipo de dor, sendo maior a incidência nos joelhos (20%), seguida de punho (20%). Observou-se relação entre prevalência de dor em indivíduos classificados como irregularmente ativos. Considerações finais: Este estudo pode, de modo geral, relatar que a prática habitual de atividades físicas é fator de promoção de saúde. Palavras-chave: dor, atividade física, hábitos 145 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 LUXAÇÃO ANTERIOR DE OMBRO DIREITO – ESTUDO DE CASO Aline Guzella Tokarski, Camila de Oliveira Silva, Marina Nogueira Buzalaf, Jarbas Melo Filho, Berlis Ribeiro dos Santos Menossi. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected] Introdução e objetivo: A realização dos complexos movimentos do ombro ocorre devido à frouxidão ligamentar fisiológica. Fatores congênitos ou do envelhecimento podem alterar essa frouxidão e levar a uma instabilidade, representando a quebra do equilíbrio entre os estabilizadores estáticos e dinâmicos do ombro. A luxação anterior do ombro é a perda da relação anatômica normal entre a cabeça do úmero e a cavidade glenóide, podendo ser traumática ou não traumática. O objetivo desta pesquisa é analisar o protocolo de tratamento da lesão de luxação anterior de ombro. Metodologia: O estudo de caso do paciente R.O.G., sexo masculino, 29 anos, com luxação anterior do ombro direito, recolocado no mesmo dia através de anestesia geral. Apresentou como queixa principal dor em todos os movimentos do ombro na região da interlinha articular, edema e limitação de movimento. Realizada avaliação fisioterápica inicial, intermediárias e final, incluindo escala analógica de dor, goniometria, perimetria e testes específicos de ombro: gaveta anterior e posterior, sulco subacromial, apreensão anterior e posterior e Apley. O tratamento fisioterápico foi realizado no período de 30/03/2010 à 18/06/2010, totalizando 29 sessões. Tratou-se com eletroterapia, drenagem linfática, liberação miofascial da cintura escapular, mobilização e dissociação de escapulo torácica e glenoumeral, mobilização ativa de cotovelo e punho, alongamento de extensores e flexores de punho e prono-supinadores, micromobilização da cabeça umeral, reequilíbrio articular isométrico, concêntrico e excêntrico da relação agonista antagonista do ombro e cintura escapular, exercícios de kabat, exercícios proprioceptivos, exercícios pliométricos e crioterapia. Resultados: Paciente recuperou todas as amplitudes fisiológicas dos movimentos do ombro e retornou as suas atividades de vida diária. Considerações finais: Goniometria normal, dor e edema ausentes, testes específicos negativos tendo alta e retornando a atividades esportivas regulares. Palavras-chave: Luxação, estabilizadores, tratamento fisioterápico. 146 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ESTUDO DE CASO DE EVOLUÇÃO CLÍNICA À CURTO PRAZO DE CONDROMALÁCIA PATELAR Aryane Flauzino Machado, Caroline Mendes de Almeida, Berlis Ribeiro Menossi. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Centro de Ciências da Saúde. Jacarezinho - Paraná, Brasil [email protected] Introdução e objetivo: Muitos autores definem a condromalácia patelar como uma síndrome álgica femoropatelar de sofrimento cartilaginoso, muito freqüente em atletas que realizam grandes esforços com os membros inferiores. O estudo em questão é do atleta W. H. S. S., 21 anos, sexo masculino, do Clube Atlético Desportivo de Jacarezinho (CADJ), que apresenta a síndrome femoropatelar à esquerda (membro dominante), uma perda significativa da perimetria do quadríceps comparado ao membro contralateral (3 cm) e encurtamento muscular. Metodologia: Iniciouse o tratamento fisioterápico com o objetivo de reduzir o quadro álgico, fortalecer musculatura que está provocando o desvio patelar e alongar a musculatura antagonista, visando o reequilíbrio muscular, a fim de otimizar a estabilidade da articulação. Para isso, utilizou-se alongamentos (isquiostibiais, quadríceps, tensor da fáscia lata, adutores e abdutores), fortalecimento (corrente russa, associada à força concêntrica de quadríceps, especialmente vasto oblíquo medial, evoluindo para cadeira extensora), eletroterapia (US e Laser), mobilizações multidirecionais da patela, crioterapia e propriocepção. São realizadas sessões diárias, com duração de 90 minutos. Resultados: Observou-se até a presente data, totalizando 13 sessões, uma melhora no quadro álgico, e o ganho de massa muscular, evoluindo de uma perimetria de (45), (55), (59) para (49), (55), (60) de coxa esquerda. Considerações Finais: Conclui-se então que o tratamento apresenta uma eficácia tanto para redução da dor, quanto para aumento da massa muscular, porém sua continuidade pode ser determinante para um melhor desempenho do atleta em suas atividades, assim como nas competições. Palavras-chave: Condromalácia patelar, atleta, futebol. 147 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 A INFLUÊNCIA DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES NAS ALTERAÇÕES POSTURAIS Flávia Nakaya Tada, Anelyse Zanardi, Walquiria S. Castro, Henrique P. Bortolan Universidade Estadual do Norte do Paraná. JacarezinhoParaná, Brasil - [email protected] Introdução e objetivo: A disfunção temporomandibular (DTM) caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas que podem limitar as funções de mastigação, deglutição, respiração e fonação e alterar a fisiologia dos elementos que constituem o aparelho estomatognático, que é interligado à região crâniocervical e cinturas pelo sistema miofascial. Diversos autores afirmam que o sistema miofascial é um elemento da postura e que atua nos torques dos músculos posturais ou podem estruturar uma alteração postural. A ATM apresenta um número considerável de terminações nervosas, sendo reconhecida como um dos captores posturais, assim indivíduos com DTM apresentam padrões posturais como posicionamento da cabeça anterior ao centro de gravidade, lordose cervical aumentada e desnivelamento dos ombros. A etiologia da DTM é algo difícil de ser determinado, pois geralmente há vários fatores como elementos funcionais, anatômicos e psicossociais que atuam em conjunto, cada qual contribuindo para a instalação e perpetuação do quadro apresentado pelo paciente. O objetivo desta pesquisa é ressaltar a importância de uma abordagem multidisciplinar na avaliação postural reconhecendo a ATM como um dos fatores que influenciam a postura. Metodologia: Através de livros e artigos com dados disponíveis no Scielo, Bireme, pesquisados com as palavras ATM, postura e disfunções, foi realizada uma revisão bibliográfica visando correlacionar as DTM com as alterações posturais. Resultados: Segundo os autores citados nesta revisão de literatura, a DTM resulta em alterações posturais, sintomas crâniocervicais e orofaciais. Considerações finais: Baseando-se na anatomia, fisiologia do sistema postural, miofascial e estomatognático, e na integração de todos os sistemas, é indispensável que na avaliação postural o fisioterapeuta dê importância a ATM como um captor postural e aos sinais e sintomas da DTM, podendo de uma forma precoce o tratamento da causa, junto a uma equipe multidisciplinar. Palavras-chave: ATM, postura, disfunções. 148 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 MÉTODO PILATES: APLICAÇÃO DE EXERCÍCIOS DE ESTABILIZAÇÃO LOMBO-PÉLVICA EM INDIVÍDUOS COM DOR LOMBAR Gustavo Gessolo de Oliveira, Anelise Santos Leal, Mariana Fogaça Méli, Paulo Fernandes Pires, Fabrício José Jassi - Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho - Paraná, Brasil – [email protected]. Introdução e objetivo: A dor lombar é o problema médico comum e cerca de 70 a 85% de todas as pessoas em algum momento da vida irão sofrer um episódio de dor. Evidências comprovam que a musculatura profunda do abdome, especialmente o transverso abdominal e multifidos, é afetada pela lombalgia O método Pilates, criado por Joseph Pilates é uma importante ferramenta que tem como objetivo fortalecer uniformemente os músculos centrais. O objetivo deste estudo foi promover o fortalecimento dos estabilizadores lombo-pélvicos, reduzindo o quadro álgico e a incapacidade funcional através da aplicação do método Pilates em indivíduos com dor lombar. Metodologia:A amostra foi composta de 10 voluntários, na faixa etária entre 17 e 25 anos, com a presença de dor lombar de no mínimo 9 semanas. Os voluntários foram submetidos a uma avaliação, composta pela aplicação de um questionário de avaliação funcional e pela realização 4 de testes isométricos de resistência muscular. Após estes procedimentos, foi realizado o protocolo de tratamento composto por 12 sessões de fisioterapia, com aplicação do método Pilates, sendo 3 sessões por semana, totalizando um período de 4 semanas. Resultados:A estatística dos dados foi realizada através do teste de Turkey, onde p < 0,05 e o Microsoft Excel 2003 para os gráficos. Os resultados obtidos forma significativos sendo p=0,0037 para o teste dos flexores; p=0,0048 para o teste dos extensores; p=0,0041 para o teste dos flexores laterais direito e esquerdo; p=0, 002 para a dor e p=0,0389 para o índice de incapacidade funcional. Considerações Finais: Constatou-se uma melhora significativa das variáveis analisadas após a utilização do protocolo de tratamento pelo método Pilates. Ocorrendo, portanto uma melhora da estabilidade lombar e conseqüente redução da dor. Palavras-chave: Dor lombar, Estabilização, Método Pilates. 149 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DA PELVE CRUZADA EM ALUNOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UENP Karina dos Santos Rodrigues, Bruna Prado Gomes, Camila Pereira. Fabrício José Jassi, Paulo Fernandes Pires, Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – karinaa_keller @hotmail.com Introdução e objetivo: O desequilíbrio muscular na região pélvica resulta em um quadro clínico conhecido como “síndrome do baixo cruzado” (SBC), e também chamado de “síndrome pélvica cruzada”. A SBC é caracterizada por super atividade dos músculos flexores do quadril e eretores vertebrais, e fraqueza dos abdominais e glúteos. A pelve normalmente se inclina anteriormente e resulta numa hiperlordose lombar. Uma extensão do quadril diminuída durante o andar é freqüentemente observada. Conseqüências clínicas incluem esforço aumentado da articulação da faceta toracolombar a sacroilíaca, mecanismos de quadris alterados e um superesforço da junção lombossacra. O objetivo da pesquisa foi verificar a incidência da SBC em voluntários avaliados aleatoriamente. Metodologia: Foram realizadas avaliações em 23 voluntários do Centro de Ciências da Saúde da UENP, sendo 19 do sexo feminino e 4 do sexo masculino. Foram utilizados testes para verificar o encurtamento e fraqueza dos músculos envolvidos à síndrome, dentre os quais se utilizou o Teste de Schöber para flexibilidade da coluna lombar, Teste de Thomas modificado para flexores do quadril, Teste de Enrolamento Repetitivo Anterior do Tronco para abdominais e Teste de Extensão do Quadril para Glúteos. Resultados: Dos 23 voluntários avaliados, apenas 3 apresentaram SBC sendo todos do sexo feminino. De acordo com cada teste observaram-se alterações: em 22 voluntários no de Teste de Thomas modificado apresentando estes encurtamentos do reto femoral em pelo menos um dos membros, 19 voluntários no Teste de extensão do quadril, 13 voluntários no Teste de Enrolamento Repetitivo anterior do tronco e 17 voluntários no Teste de Schöber. Nenhum voluntário apresentou normalidade em todos os testes realizados. Considerações finais: A partir das avaliações, podemos concluir que um número pequeno de pessoas apresentou a SBC, porém todos apresentaram alterações em pelo menos 2 dos testes realizados. Palavras-chaves: Síndrome Cruzada, Flexibilidade, Encurtamento. 150 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA LORDOSE LOMBAR POR MÉTODOS NÃO-INVASIVOS DE ANÁLISE Luiz Rodolpho Santana Araújo, Gustavo Gessolo de Oliveira, Paulo Fernandes Pires, Fabrício José Jassi - Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho- Paraná, Brasil Introdução e Objetivo: A lordose lombar é definida como a convexidade anterior da coluna lombar no plano sagital. O grau de lordose lombar varia entre indivíduos, sendo o resultado de muitos fatores como a curvatura torácica, inclinação pélvica, idade, sexo, entre outros. Vários métodos para medir a lordose lombar têm sido utilizados na tentativa de quantificar tal curvatura: radiografia, goniometria, fotogrametria, são alguns exemplos. A utilização de fotografias vem sendo muito utilizada para esse tipo de avaliação, tendo a vantagem de ser um procedimento não invasivo. O objetivo deste estudo foi apresentar métodos não invasivos de quantificação da lordose lombar. Metodologia: Participaram da pesquisa 13 voluntários assintomáticos, todos do sexo masculino, com idades entre 18 e 30 anos. Foram realizados três métodos de análise da lordose lombar, sendo que no primeiro método foi utilizado um instrumento composto por um nível d água, utilizado na construção civil, adaptado a uma régua de madeira. Os outros dois métodos foram realizados através da fotogrametria. Resultados: No método 1 o valor de média e desvio padrão obtido foi de 3,74±1,31 centímetros, sendo que a distância considerada normal na literatura é de 4 a 6 centímetros. No método dois e três mensurados pela fotogrametria os valores de média e desvio padrão obtidos foram de 13,33°±3,34° e 79,20°±5,64° respectivamente. Considerações Finais: Foi observado que a distância média mensurada no método 1 ficou levemente abaixo das medidas consideradas normais, para os outros dois métodos foram obtidos valores em graus para medida da lordose lombar, porém a literatura não aponta valores normativos para tais medidas. Os métodos apresentados nesse estudo podem ser utilizados na prática clínica para quantificar a lordose lombar, servindo como referência para mensurar mudanças com a intervenção fisioterapêutica. Palavras-chave: Lordose lombar, quantificação, métodos nãoinvasivos. 151 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 AS PARAFUNÇÕES E SUAS RELAÇÕES COM OS DISTÚRBIOS TEMPOROMADIBULARES Natália Pasquetta, Michelli Rocha, Francyelle Sanches, Walquiria S.Castro, Henrique P. Bortolan. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil - [email protected] Introdução e objetivo: A articulação temporomandibular (ATM) é a região onde a mandíbula se une ao osso temporal. Ela movimenta-se aproximadamente duas mil vezes ao dia, durante os movimentos de falar, mastigar, deglutir e bocejar. Portanto, é a articulação mais usada do corpo. A ATM, associada aos músculos mastigatórios e outras estruturas ligadas a estes, estão relacionados em alterações denominadas disfunções temporomadibulares (DTM). Dores, sensibilidade, ruídos articulares e limitações de movimento são sintomas clássicos dessa patologia. A avaliação de indivíduos com DTM é o objetivo deste trabalho, levando-se em consideração a influência do meio externo, principalmente as parafunções, as quais estão relacionadas à execução anormal do sistema estomatognático, produzindo hiperatividade de grupos musculares craniomandibulares e aumentam a pressão interna da ATM, levando a repetitivos microtraumas nas superfícies articulares, o que pode levar a DTM. Metodologia: Esse estudo é baseado em revisão bibliográfica, livros e artigos com banco de dados contidos no Google, Scielo, pesquisados com as palavras ATM, DTM e estomatognático, visando à anatomia, cinesiologia e possíveis etiologias, que abrangem inúmeros fatores, incluindo os de origens emocionais, estruturais, funcionais e parafuncionais. Resultados: Os autores ressaltam que alguns hábitos como a permanência de objetos entre os dentes, apoio de mão na mandíbula, roer unhas, mastigar de um só lado, chupar o dedo, apoiar a mão sobre o queixo enquanto dorme, dormir com travesseiro muito alto ou muito baixo, apoiar o telefone no ombro, uso de chupeta, ranger os dentes durante o dia, apertamento dentário e o bruxismo do sono exemplificam as parafunções. Considerações finais: As parafunções podem levar a alterações no desenvolvimento craniofacial – mordidas cruzadas ou abertas, o que salienta a importância da prevenção desses hábitos e de suas conseqüências. Palavras-chave: articulação temporo-mandibular, parafunções, DTM. 152 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 TRATAMENTO PARA ROTAÇÃO INTERNA BILATERAL DE COXO-FEMORAL EM ATLETA DE BASE DE FUTEBOL – ESTUDO DE CASO Rafaella Stradiotto Bernardelli, Alexandre Franco de Camargo Penteado, Berlis Ribeiro dos Santos Menossi. UENP – CCS – Curso de Fisioterapia – Jacarezinho – PR, Brasil, 2010. [email protected] Introdução e Objetivo: Reconhecer as limitações da fisioterapia convencional e elaborar um programa de tratamento para rotação interna de coxo-femoral em ambos os membros inferiores, utilizando recursos da posturologia e podoposturologia, aplicadas à ortopedia, traumatologia e desportiva. Metodologia: Este é um estudo de caso de criança de oito anos, sexo masculino, atleta de base de futebol da Escolinha Esportiva Municipal de Jacarezinho, que apresentou como queixa principal dor em calcâneo, dificuldade na deambulação e no chute. Foi realizada avaliação postural subjetiva, estudo da marcha, chute, corrida, goniômetria, perimetria, testes especiais e de retrações musculares, não apresentando alterações radiográficas. No tratamento fisioterápico da 1ª ETAPA foi realizado reeducação postural utilizando exercícios de conscientização corporal, estabilização lombo-pélvica e cintura escapular, alongamentos e fortalecimento, reequilíbrio articular baseado em exercícios proprioceptivos e facilitação neuromuscular proprioceptiva de membros inferiores. Foi indicada pelo ortopedista uma órtese funcional para manutenção da rotação externa. Na reavaliação foram acrescentados posturologia e baropodometria constituindo a 2ª ETAPA de tratamento. Resultados: O paciente apresenta evolução de marcha com menor rotação interna, corre com maior naturalidade e têm chutes mais assertivos, conscientização corporal melhorada, não tropeça mais nos pés e ao caminhar olha para frente. Na goniômetria ganhou cinco graus de rotação externa nos dois membros. A dor cessou. A avaliação da posturologia e baropodometria evidencia uma descarga de peso e centro de gravidade posterior, plano escapular anterior, insuficiência de convergência de olho direito. Após realizar 52 sessões de fisioterapia convencional buscou-se inovações para aprimorar o tratamento. Considerações Finais: Foram alcançados resultados positivos com a fisioterapia convencional. O tratamento prosseguirá sendo suplementado com recursos da posturologia e podoposturologia, como técnicas de liberação miofascial, treino ocular e palmilha proprioceptiva. Palavras-chave: Rotação Interna de Coxo-femoral, podoposturologia, desportiva. 153 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 INFLUÊNCIA DA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR NO ASPECTO PSICOSSOCIAL. Renan R. Ribeiro, Rafaela M. Almeida, Fabíola K. T. A Ferreira, Henrique P. Bortolan, Walquiria S. Castro. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected] Introdução e Objetivo: A articulação temporomandibular (ATM) é responsável pelos movimentos da mandíbula, como a fonação, mastigação, respiração e deglutição e faz parte do sistema estomatognático, que é formado por componentes ósseos (maxila e mandíbula), dentes, tecidos moles como glândulas salivares, suprimento nervoso, vascular e músculos. As disfunções temporomandibulares (DTM) podem gerar além de sensibilidade nos músculos da mastigação, da região cervical e cintura escapular, ruídos, zumbidos, limitação de movimento, alterações posturais, cefaléias, apertamento dos dentes, bruxismo, conseqüente, comprometimento na qualidade do sono e dor crônica contribuindo para transtornos emocionais. Esse estudo visa demonstrar como esta disfunção altera o cotidiano dos indivíduos que a possuem. Metodologia: Essa pesquisa foi realizada através de revisões bibliográficas baseada em livros, artigos científicos contidos nos bancos de dados Scielo, Bireme e Google, pesquisados com as palavras cefaléia, articulação temporomandibular, disfunção temporomandibular, dor orofacial e alteração comportamental cognitiva, assim analisar a etiologia que abrange inúmeros fatores, como aqueles de origem emocional, estrutural, funcional e parafuncional. Resultados: Verificou-se por meio dos estudos, que a DTM influência consideravelmente o aspecto comportamental, pois os sinais e sintomas dessa disfunção afeta diretamente o rendimento das funções básicas do ser humano como a mastigação, deglutição, respiração e fonação, o que envolve uma equipe multidisciplinar para o diagnóstico diferencial preciso e a otimização no tratamento. Considerações finais: Os sintomas gerados pela disfunção causam no portador desconfortos, perda da função e conseqüente influência no aspecto psicossocial, alterando desde ações cotidianas até relacionamentos interpessoais. Sendo assim, fica evidente a necessidade de novos estudos sobre o tema para compreender os mecanismos etiológicos, sua relação com o aspecto psicossocial e formas de tratamento, que proporcione mudanças que venham a interferir de forma positiva no aspecto social e emocional do indivíduo. Palavras-chave: Disfunção temporomandibular; aspecto psicossocial; sistema estomatognático. 154 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 CLASSIFICAÇÃO DE OCLUSÕES EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS COM DIAGNÓSTICO DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Vanessa Chenardi, Andressa Martins Santana, Patrícia Fernanda Sandrini, Paulo Fernandes Pires, Fabrício José Jassi. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected] Introdução e objetivo: A disfunção da articulação temporomandibular (ATM) atualmente afeta uma população de 20 a 25%.Vários fatores contribuem para surgimento de disfunções temporomandibulares como:má postura, bruxismo, traumas e má oclusão. A oclusão em si é definida como todo contato entre dentes da maxila e da mandíbula, necessitando de um movimento harmônico para o bom funcionamento da ATM. Pode ser classificada em Classe I, II, III, sendo a classe II subdividida em divisão I e divisão II. O objetivo desse estudo foi identificar e classificar as oclusões da ATM presentes nos alunos do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Norte do Paraná. Metodologia: Foram avaliados neste estudo 12 estudantes de ambos os sexos, com idade entre 18 a 45 anos todos com diagnóstico médico de disfunção temporomandibular. As avaliações foram realizadas por meio de fotografias digitais. Resultados: De acordo com os dados coletados nos 12 voluntários, 2 apresentaram oclusão classe I (16,7%); 9 oclusão classe II, divisão I (75%); e 1 classe II, divisão II (8,3%). Nenhum voluntário apresentou oclusão classe III. Considerações finais: Tendo-se observado predominância de 75% da classe II, divisão I nos voluntários avaliados, sugere-se que trabalhos futuros façam levantamentos com uma maior amostragem de voluntários. Palavras-chave: Disfunções, articulação temporomandibular, oclusão. 155 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 HIPOALGESIA E GANHO DE ADM LOMBAR PÓS-TERAPIA MANIPULATIVA Nathálie Clara Souto Faria, Marilisi Pietrochinski, Fabrício José Jassi, Paulo Fernandes Pires. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho-Paraná, Brasil – [email protected] Introdução e objetivo: A lombalgia está hoje presente em todas as nações industrializadas. Afeta de 70 a 80% da população adulta em algum momento da vida, com predileção por adultos jovens, em fase ativa. A presente pesquisa se propôs a avaliar a diminuição do quadro álgico e aumento de ADM em indivíduos com lombalgia depois da realização da Técnica de Manipulação Espinhal (SMT) em dois pontos distintos da coluna vertebral. Metodologia: A amostra de conveniência foi constituída de 8 indivíduos com presença de dor ao teste de mobilidade lombar, divididos em dois grupos, G1 e G2, todos do sexo feminino, com faixa etária entre 17 e 21 anos. No G1 a técnica foi aplicada à nível espinhal de T1; e no G2 foi aplicada à nível de T12. Os indivíduos foram submetidos a um período de estabilização de 8 minutos para estabelecer um estado de repouso fisiológico; um período de intervenção de 5 minutos, e um período de 5 minutos pós-intervenção. Resultados: A média de melhora da dor na extensão da lombar foi de 1,75 em ambos os grupos; na flexão foi de 0,25 no G2 e de 1 no G1, verificados através da EVA.Quanto à amplitude de movimento na extensão houve um ganho de 4,75º em G1, e 4º em G2; na flexão, em G1, foi de 5,25 cm,e em G2 apenas em 50% da amostra houve ganho de 4,5 cm. Considerações finais: Apesar da significante melhora do quadro álgico e aumento das ADM independentes do ponto estimulado pela SMT, para trabalhos futuros, recomenda-se uma amostra maior. Palavras-chave: Lombalgia, terapia manual, ADM. 156 Anais do VIII Congresso de Educação Física e Fisioterapia do Norte Pioneiro. v.1, n.1, 2010 ATIVIDADE FÍSICA AERÓBIA PARA PESSOAS COM FATORES DE RISCO CARDÍACO – UM ESTUDO DE CASO Ana Carolina Lorenzetti Mendes, Camila Fátima Alves de Mira, Fábio Antônio Néia Martini. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Jacarezinho – Paraná, Brasil - [email protected] Introdução e objetivo: Os avanços tecnológicos e a modernidade trouxeram tanto benefícios quanto prejuízos para a população. Podemos citar como benefícios a facilidade de locomoção, alimentação, dentre outras comodidades. A facilidade de locomoção (substituição do andar e correr por transportes motorizados) resultou em diminuição do gasto energético o que desencadeou várias doenças cardíacas como, por exemplo, a doença arterial coronariana, hipertensão arterial, entre outras. A atividade física, segundo alguns estudos é apontada como uma importante forma para promover a saúde e diminuir o risco de doenças cardíacas. A presente pesquisa tem como objetivos investigar a interferência da atividade física aeróbia na melhora dos quadros dos indivíduos com fatores de risco cardíaco. Metodologia: Foram selecionados através de anamnese indivíduos para identificar fatores de risco cardíacos, avaliação especifica do individuo selecionado através de dados aferidos de sua pressão arterial e freqüência cardíaca de repouso, utilizando os dados para o cálculo da freqüência cardíaca máxima e de reserva. Após obter os seguintes dados iniciaram-se as atividades de caminhada e bicicleta, aferindo a pressão arterial e freqüência cardíaca a cada 5 minutos, com duração de 40 minutos por duas vezes na semana em 12 dias até o momento. Resultados: Os resultados parciais apontam que a partir do quinto dia de atividade física a freqüência cardíaca do indivíduo começou a diminuir e a pressão arterial ficou estável. Considerações finais: Concluímos que a atividade física aeróbia para pessoas com fatores de risco apresenta bons resultados para a redução e normatização dos mesmos, desde que a mesma seja sistematizada e orientada por um profissional. Palavras-chave: fatores de risco, atividade aeróbia, freqüência cardíaca 157 158 159 160