Mãe Tardia Cresce número de mulheres que adiam a gravidez Por Michele Telise 8 0,5%. O índice dobra aos 35 anos, passa para 2% aos 37 anos, chega a 5% aos 40 anos e alcança 10% aos 44 anos. A principal anomalia é a Síndrome de Down, mas há também as síndromes de Edwards e de Patau, entre outras. Outros casos, como problemas na frequência cardíaca, podem ser resolvidos ainda na gestação e anomalias como lábio leporino e pé torto são corrigidos após o nascimento”. Outro fator importante é a questão do aborto, segundo o ginecologista/obstetra, isso ocorre porque o risco de abortamento salta de 10% em mulheres de 20 anos, para 40% aos 40 anos. A mulher precisa estar com o metabolismo adequado, dentro do peso recomendado e em boas condições físicas. Isso vai contar em favor da própria fecundação, que tem apenas 40% de sucesso aos 40 anos. Em jovens de 20 anos, o índice chega a 80%. “Embora o foco das preocupações seja a saúde do feto, a saúde da mulher também corre riscos maiores em gestações tardias. Ela pode ter hipertensão, alterações cardíacas e diabetes. Apesar dos riscos, a gravidez tardia tem suas vantagens, ela costuma ser algo planejado. A mulher se considera mais preparada para receber um filho e para cuidar dele, esse aspecto emocional é muito importante. Não que as mulheres mais novas não estejam preparadas, mas quando a gestação é planejada, ela pode ser mais tranquila”, afirma Dr. Amadeu. Para finalizar o ginecologista alerta, “em um contexto geral, a paciente que quiser engravidar após os 40 anos deverá avaliar o risco/benefício e quão importante será essa gravidez para ela e sua família. Fazer uma consulta com ginecologista/obstetra para um check-up, fazer uma avaliação de sua saúde bucal e dermatológica, estar dentro de um peso corpóreo adequado para sua idade, estatura. Praticar condicionamento físico sob supervisão total por profissional idôneo. Cumprir rigorosamente as orientações médicas. Iniciar o ácido fólico diário, 5 mg, 90 dias antes de engravidar. Alimentação saudável, rica em verduras, legumes e fibras, ingestão de água mantendo-se sempre bem hidratada e evitar o estresse são algumas das dicas para mulheres que querem engravidar mais tarde”. APM - Regional Piracicaba - Maio 2014 Reserva Ovariana É a quantidade de óvulos que ficam armazenados no ovário da mulher e vão diminuindo conforme a idade. Após os 35 anos, acontece um declínio da fertilidade feminina ou diminuição do potencial reprodutivo, ou seja, a diminuição dos óvulos e ‘envelhecimento’ dos ovários. “O potencial reprodutivo da mulher diminui na 3ª década, tornando-se muito baixo na 4ª, mesmo que a função ovariana de produção hormonal, permaneça até a menopausa, ao redor dos 50 anos. O declínio da fertilidade relacionado à idade da mulher é muito bem demonstrada, em torno dos 25 anos a fertilidade é máxima, diminuindo significativamente, após os 35 anos”, informações do site ABC da saúde. Foto Arquivo Pessoal Estabilidade financeira, capacitação profissional, viagens dos sonhos, esses são alguns dos motivos que fazem mulheres deixarem a gravidez para segundo plano. Muitos médicos alertam sobre os riscos da gravidez após 35 anos de idade, mas fica cada vez mais comum essa “tendência social”. E se tratando de tendências as celebridades sempre se destacam, como o caso da gestação da mulher do ator John Travolta, Kelly Preston, 47 anos, e a da cantora canadense Celine Dion, aos 43. Já no Brasil a apresentadora Eliana se tornou mãe aos 37 anos. Segundo indicadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) o número de mães que adiam a gravidez tem crescido, “entre 2003 e 2012 o número de mulheres que engravidaram entre 40 e 44 anos passou de 53.016 para 62.371, um aumento de 17,6%. Em um recorte regional, os dados revelam que a gravidez tardia é ainda mais frequente no Sudeste (21,4%) e no Sul do país (20,7%)”. A medicina também vem se preparando para essa mudança gestacional das mulheres, para as que optam por fertilização ‘in vitro’, segundo o ginecologista e obstetra Dr. Amadeu Carvalho Junior, “quando a mulher decide fazer uma fertilização in vitro, ela pode identificar o risco de anomalias genéticas antes do embrião ser implantado, uma célula é retirada do embrião para analisar anomalias. Assim, muitos problemas podem ser evitados”. Já para as mães que engravidam de forma natural, ele ressalta que “a mulher deve passar por um rastreamento de anomalias. São exames de sangue e de ultrassom que apontam o risco de doenças genéticas. Se constatado o risco, a mulher pode passar por exames invasivos, porém mais precisos. Existem três procedimentos, um deles, feito no segundo mês, retira um fragmento da placenta, outro após o terceiro mês, analisa o líquido amniótico e o último, no quarto mês, retira sangue do cordão umbilical. Todos são feitos com o mesmo objetivo: identificar problemas genéticos”. O médico enfatiza a importância dos exames médicos devido às complicações que uma gestação tardia pode acarretar. “Aos 20 anos, o risco de anomalias genéticas é de COLABORADOR: Dr. Amadeu Carvalho Junior CRM 24717 Ginecologista e Obstetra