Primeira Igreja Batista em Paulista – Escola Bíblica Dominical
Classe dos adolescentes – Luiz Carlos Pereira
-- Planejamento de aula do dia 03/05/2015 -Introdução
Na aula de hoje, vamos iniciar os estudos do Catecismo de Heidelberg. Como o nosso (talvez)
primeiro contato com o material, vamos aprender sobre a origem, concepção, e propagação
do catecismo.
Todas as aulas terão como fonte, além da Bíblia Sagrada, o livro escrito pelo pastor norteamericano, Kevin DeYoung, ‘As boas novas que [quase] esquecemos’, da Editora Cultura Cristã.
Para facilitar seus estudos, a nossa igreja investiu na compra de dois livros consulta, que estão
disponíveis em nossa biblioteca, mediante cadastro.
Aproveite o estudo deste material tão enriquecedor para nossas vidas!
1. O que é um catecismo?
Catecismo é o termo em português da palavra katecheo, que significa ensino. É a representação
de um professor ensinando aos alunos. O catecismo é disposto em perguntas e respostas sobre
temas bíblicos.
2. Origem do Catecismo de Heidelberg
Tudo começou com a reforma protestante. Era o século 16 – época em que Lutero instituía o
rompimento com a Igreja Católica Romana, fixando suas 95 teses nas portas da igreja de
Wittenberg. Heidelberg era a capital do então território de Baixo Palatinado, que, por sua vez,
integrava um dos mais importantes territórios do Sacro Império Romano.
Naquela época, os esforços para uma sociedade mais ‘coerente’ com as escrituras sagradas era
um desejo proeminente. Depois das dissenções com o núcleo romano, as províncias seguiam a
religião que o seu Eleitor (que era um tipo de governador ou conde) professava. Em Heidelberg,
quem comandava o território era Ludwig V, que era católico, e não estava interessado nas
diretrizes da fé reformada.
Em abril de 1518, Lutero viajou até Heidelberg para um debate com monges anglicanos. Neste
debate, ele apresentou as ‘40 teses de Heidelberg’, que proclamava o sacrifício da cruz como
foco da salvação, e não as boas obras. Os esforços de Lutero, a princípio, não tiveram o efeito
esperado.
Com o passar do tempo, o Ludwig V foi sucedido pelo Eleitor Frederico II. O cenário já era mais
propício aos evangélicos reformadores. Frederico II era mais aberto à reforma, e colaborou muito
para a mudança de pensamento dos cidadãos. Porém, mesmo com sua influência, ele era
infinitamente menor em poder, do que o rei Carlos V, que era um fervoroso católico romano.
O rei Carlos V exigiu, em 1548, que todos os territórios sob o seu comando seguissem as
diretrizes católicas. Esse acontecimento ficou conhecido como Dieta de Augsburgo. Embora isso
tenha sido ruim para a reforma, não foi o suficiente para detê-la. Em 1555, foi sancionada a Paz
de Augsburgo, que permitia que cada príncipe local decidisse qual o posicionamento religioso de
sua região.
Tendo passado 12 meses, em 1556, Oto Henrique ocupou o lugar de Frederico II. Oto apoiou
diretamente a Reforma; promoveu o uso do Catecismo de Württemberg nas escolas; enviou
grupos para visitar às igrejas e verificar a espiritualidade de seu território. Os resultados não
foram positivos. Foi constatado que haviam gente despreparadas, ministros mal treinados, e
outras características absurdas em Heidelberg.
3. Concepção
Com o passar dos anos, Oto faleceu, e não deixou sucessores para o seu trono. Com isso,
Frederico III (1515-1576) assumiu o cargo do tio, e avançava na propagação do Catecismo de
Württemberg e dos ensinos reformadores.
Em determinado período, Frederico III se viu deante de um embate: a controvérsia sobre a Ceia
do Senhor. A discordância era entre um professor da Universidade de Heidelberg, Tilemann
Heshusius, e um diácono da Igreja de Klebtiz, Wilhelm Klebitz. Para Tilemann, no momento da
Ceia, Jesus Cristo estava presente fisicamente, durante o sacramento. Já para Klebitz, Jesus
estava presente, só que em espírito.
Certo dia a briga ficou tão ferrenha, que os dois discutiram em plena celebração da Ceia! Isso
fez com que o Eleitor Frederico III afastassem os dois para fora da cidade. Com o afastamento,
duas vagas se abriram: a de professor e a de diácono. Foi aí que Frederico III chamou Gaspar
Oleniano, que já fora estudante da universidade, mas retornou para ser pregador da igreja local.
Pouco depois, Zacarias Ursino também veio a Heidelberg a pedido de Frederico III, para ensinar
teologia na universidade. Ambos tinham menos de 30 anos de idade; eram jovens e haviam
aprendido diretamente de Calvino.
Com novas pessoas em posições importantes, e diante dos desafios da reforma, Frederico III
encomendou um novo catecismo. Acredita-se que, fundamentalmente, três grupos participaram
da criação do catecismo: a universidade; a igreja; e os líderes das igrejas. Também se acredita
que Gaspar e Zacarias contribuíram grandemente na maior parte dos escritos, juntamente com
o próprio Eleitor.
4. Propagação
O Catecismo de Heidelberg teve sua primeira edição lançada em 19 de janeiro de 1563. Porém,
desde essa data, diversas alterações e edições foram lançadas. Veja algumas delas:
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Primeira edição (janeiro). Essa edição continha o prefácio original de Frederico III, mas
não continha a P&R 80 a respeito da missa papal.
Segunda edição (março). Nessa edição acrescentou-se breve versão da P&R 80
condenando a missa papal.
Terceira edição (abril). Essa edição incluiu uma versão maior da P&R 80 condenando a
missa papal.
Quarta edição (?). O texto desta edição é o mesmo da Terceira, mas continha um
prefácio diferente, mais curto, que explicava e defendia a necessidade da instrução por
meio do catecismo.
O catecismo também ganhou edições em latim, holandês e, por consequência do latim, em
inglês.
Conclusão
Hoje estudamos o que é o catecismo, sua origem, sua concepção e sua propagação. Vale inserir
neste material, de forma ligeira e resumida, que o Catecismo de Heidelberg não foi o primeiro
catecismo a partir da reforma. O próprio Lutero havia criado um, em 1529; Calvino escreveu o
catecismo para a cidade de Genebra em 1542, e diversos outros foram escritos.
Vale citar também que houveram objeções contra o Catecismo de Heidelberg pela Igreja
Católica, e por luteranos que discordavam dos pontos da reforma. Em 1556, Frederico III foi
intimado a se explicar na Dieta de Augsburgo, uma espécie de audiência. Depois de discursar,
Frederico III foi absolvido das acusações, pois verificaram que ele era, de fato, um homem de
Deus e seguia as Sagradas Escrituras.
REFERÊNCIAS DA AULA DE HOJE:
http://www.heidelberg-catechism.com/pt/history/?s=31
http://www.mackenzie.br/7054.html
Livro 'As boas novas que [quase] esquecemos. DEYOUNG, Kevin, São Paulo: Cultura Cristã, 2013
http://heidelberg-catechism.s3.amazonaws.com/Estudo%20no%20Catecismo%20DS%201.pdf
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