Comunicação: fato básico para se tornar
pessoa – ser-para-o-outro, ser-com-ooutro.
A presença do outro na minha vida:
Outro não pode ser visto como invasor,
ladrão
A presença do outro como fator de
crescimento:
Aceitação do outro como um distinto
de mim mesmo.
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Atitude de disponibilidade: abertura e
acolhida, sem cálculo ou sistemática
desconfiança.
Atitude de dom de si: amor oblativo.
O outro como um “tu”, não como um
“objeto”.
Eu+tu= nós: comunicação de sujeitos,
diálogo, encontro autêntico.
Comunhão de vida e de amor.
A presença do outro como fonte de libertação:
Olhar revelador do outro: a presença do outro me
inquieta, põe-me em causa, isto é, revela-me a
mim mesmo (tanto o olhar generoso, como o olhar
hostil ou reprovador).
Olhar solidário do outro me tira do isolamento, da
solidão.
Olhar purificador do outro: “o olhar do ateísmo
purifica a fé”; “o olhar da oposição ao governo...”
Olhar revitalizador: um apelo a melhorar, a
superar-me, a ultrapassar-me.
Olhar interrogador: a presença do outro me
questiona, interroga-me.
A presença do outro é uma
interrogação constante para mim;
Incita-me a libertar-me dos:
Meus hábitos, ideias, modos,
“seguranças”, do comodismo, do conformismo,
do fechamento em si (individualismo e
egoísmo).
Daí, parte o projetar-se para Deus; o
projetar-se para os outros;
Numa palavra, daí, nasce e amadurece o amor
a Deus, ao próximo, a mim mesmo e ao
mundo;
A presença do outro é, sobretudo, o apelo
constante a realizar “o dever de sentar-se”, um
dos meios de esforços para viver a
espiritualidade do Sacramento do Matrimônio.
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Por isso, o dever de sentar-se é um meio de
aperfeiçoamento espiritual para o casal.
A presença do outro fecunda a minha vida.
Aliás, é uma fecundação recíproca (diálogo).
Atenção para os limites da comunicação
humana. Estes limites podem ser superados
com a paciência, a compreensão mútua e,
sobretudo, com a graça de Deus.
Para refletir:
1ª. O que dificulta a nossa comunicação?
E, por isso, dificulta o dever de
sentar- se?
2ª. Como (meios concretos) superar esta
dificuldade?
O “Catecismo da Igreja Católica” é
fruto de uma vastíssima
colaboração. Foi elaborado em
seis anos de intenso trabalho por
peritos no assunto.
 Nove redações, sempre
consultando bispos, teólogos,
exegetas, catequistas.
 “O Catecismo reflete, deste modo,
a natureza colegial de o
Episcopado: testemunha a
catolicidade da Igreja.”
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Distribuição da matéria
“Um catecismo deve apresentar, com
fidelidade e de modo orgânico, o
ensinamento da Sagrada Escritura, da
Tradição viva da Igreja e do Magistério
autêntico, bem como a herança espiritual
dos Padres, dos Santos e das Santas da
Igreja, para permitir conhecer melhor o
mistério cristão e reavivar a fé do povo
de Deus”.
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Quatro partes ligadas entre si:
O mistério cristão é objeto da Fé: Credo (1ª
Parte);
É celebrado e comunicado nos atos
litúrgicos: Liturgia (2ª Parte);
Está presente para iluminar e amparar os
filhos de Deus no seu agir: Pastoral (3ª
Parte);
Funda a nossa oração, cuja expressão
privilegiada é o “Pai Nosso”, e conclui o
objeto da nossa súplica, do nosso louvor e
de nossa intercessão (4ª Parte).
O Catecismo mostra a maravilhosa
unidade do mistério de Deus, do
seu desígnio de salvação e
centralidade de Jesus Cristo, Filho
Unigênito do Pai, nosso Salvador.
 Ele está sempre presente em sua
Igreja, particularmente nos
Sacramentos; Ele é fonte da fé, o
modelo no agir cristão e Mestre da
nossa oração.
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
Valor doutrinal do texto do Catecismo
É um instrumento válido e legítimo a
serviço da comunhão eclesial e como
uma norma segura par o ensino da fé.
Quer prestar um serviço a todas as
Igrejas Particulares a sustentar e
confirmar a fé de todos os discípulos do
Senhor Jesus, como também reforçar os
laços da unidade na mesma fé
apostólica.
Prólogo
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I. A vida do ser humano – Conhecer e amar a Deus
Deus, por pura bondade, criou o ser humano para
fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada.
Deus “chama-o e ajuda-o a procura-lo, a
conhecê-lo e a amá-lo com todas as suas forças”.
Tudo isto o faz, por meio de seu Filho, Jesus
Cristo e de sua Igreja, como seu prolongamento
no tempo e no espaço, que guardou o depósito da
fé apostólica e é chamada a transmiti-la de
geração em geração, vivendo-o na partilha
fraterna e celebrando-o na liturgia e na oração.
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
II. Transmitir a fé – a Catequese
Catequese:
Sentido amplo = são os esforços empreendidos
pela Igreja para fazer discípulos de Jesus, a fim de,
pela fé, terem vida em seu nome; e para educá-los
e instrui-los nessa vida.
Sentido estrito = é a educação da fé das crianças,
dos jovens e dos adultos, apresentando
especialmente a doutrina cristã de modo orgânico
e sistemático, em ordem à iniciação na plenitude
da vida cristã.
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
A catequese tem que, íntima e
necessariamente, estar relacionada
com toda a vida da Igreja, dentro de
uma comunidade: evangelização
(primeiro anúncio – querigma);
liturgia; pastoral; celebração dos
sacramentos; integração na
comunidade eclesial; testemunho
apostólico e missionário.


A catequese não é, apenas, para crescer
em número dos discípulos (Apologética),
mas, sobretudo, crescimento interior da
Igreja e para que possa realizar sua
missão na terra.
Os períodos de renovação da Igreja são
também tempos fortes da catequese. Os
Concílios foram sempre fonte de
renovação do ministério da catequese.
Assim, aconteceu, também, com o
Concílio Vaticano II.
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
III . O objetivo e os destinatários deste
Catecismo
Objetivo: “apresentar uma exposição
orgânica e sintética dos conteúdos
essenciais e fundamentais da doutrina
católica tanto sobre a fé quanto sobre a
moral, à luz do Concílio Vaticano II e do
conjunto da Tradição da Igreja”.
Suas fontes principais: Sagrada Escritura,
Santos Padres, Liturgia e Magistério da
Igreja.
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
Destinatários: em primeiro lugar, aos
Bispos, enquanto doutores da fé e
pastores da Igreja, para auxiliá-los em
seu ofício de ensinar o Povo de Deus.
E, por meio deles, ele se destina aos
redatores de catecismos, aos presbíteros
e aos catequistas.
Será útil a todo cristão e cristã que quer
aprofundar e viver sua fé cristã católica.
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VI. A estrutura deste Catecismo
O projeto inspira-se na grande tradição
dos catecismos que articulam a
catequese em torno de quatro “pilares”:
Profissão de fé (o Símbolo): Revelação =
fala de Deus (se revela e se doa ao ser
humano) e resposta humana. O Símbolo
é o resumo desta ação de Deus.
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
Os Sacramentos da fé: Como Deus
realiza a salvação e como perdura até
hoje.
A vida de fé (os Mandamentos): Fim
último do ser humano é a bemaventurança e os caminhos para chegar a
ela pelo agir reto e livre, com ajuda da fé
e da graça de Deus. O fundamento dos
Mandamentos é a caridade.
A oração do crente (o “Pai-Nosso”): trata
do sentido e da importância da oração na
vida dos crentes. Expõe brevemente os
sete pedidos da Oração do Senhor.
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III. Indicações práticas para o uso deste Catecismo
“Este Catecismo foi pensado como uma exposição
orgânica de toda a fé católica. Por isso é preciso
lê-lo como uma unidade”.
Nas citações diretas ou indiretas (pelo sinal “cf.”),
sempre é bom buscar na Bíblia o texto todo e
também seu contexto.
Passagens de corpo menor, graficamente, indicam
referência históricas, apologéticas, ou
complementos.
No final de cada unidade, há um resumo bem
condensado.
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
VI. As adaptações necessárias
O Catecismo é a exposição geral da
doutrina católica da fé e da moral.
Há necessidade de fazer as devidas
adaptações, conforme as diferentes
culturas, idades, da vida espiritual,
de situações sociais e eclesiais
daqueles a quem a catequese é
dirigida.
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


Parte I -
A profissão da fé
Secção I - “eu creio” - “Nós cremos”
Primeira pergunta, antes de dizer “eu creio’
ou “nós cremos”, é o que significa “crer”.
“A fé é reposta do ser humano a Deus que
se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo
tempo uma luz superabundante ao ser
humano em busca do sentido último da sua
vida.
Por isso vamos considerar
primeiro esta busca do ser
humano (capítulo I);
 Em seguida, a Revelação divina,
pela qual Deus se antecipa ao ser
humano (capítulo II);
 E finalmente a resposta da fé
(capitulo III)”.

 Capitulo
I
O Ser humano é “capaz” de Deus



I. O desejo de Deus
O desejo de Deus está inscrito no coração
do ser humano, já que o ser humano é
criado por deus e para Deus; e Deus não
cessa de atrair o ser humano a si, e semente
em Deus o ser humano há de encontrar a
verdade e a felicidade que não cessa de
procurar.
Ao longo da História, os ser humano sempre
manifestou este desejo de muitas maneiras,
em todos os lugares e culturas, sem
exceção. Manifestou-se sempre como um
ser religioso



Este desejo de Deus pode ser esquecido,
ignorado e até rejeitado explicitamente pelo
ser humano.
Tais atitudes podem ter origens muito
diversas: a revolta contra o mal no mundo, a
ignorância ou indiferença religiosas, as
preocupações com as coisas do mundo e
com as riquezas, o mau exemplo dos
crentes, as correntes de pensamento hostis
à religião, e finalmente esta atitude do ser
humano pecador que, por medo, se esconde
diante de Deus e foge diante do seu
chamado.


O Ser humano pode esquecer,
ignorar ou até rejeitar Deus. Este,
por sua parte, jamais cessa de
chamar todo ser humano a procuralo, para que viva e encontre a
felicidade.
Por outro lado, esta busca exige do
ser humano o esforço da sua
inteligência, a retidão da sua vontade
e também o testemunho dos outros,
que o ensinam a procurar a Deus.




II. As vias de acesso ao conhecimento de
Deus
“Criado à imagem de Deus, chamado a
conhecer e a amar a Deus, o ser humano
que procura a Deus descobre certas “vias”
para aceder ao conhecimento de Deus”.
É bom ter presente que não são
propriamente “provas da existência de
Deus”. Mas “vias” de acesso ao
conhecimento de Deus. Não são, portanto,
do tipo “provas científicas”, como nas
ciências naturais.




Estas “vias” têm dois pontos de partida: o
mundo material e a pessoa humana.
O mundo: a partir do movimento e do devir,
da contingência, da ordem e da beleza do
mundo, pode-se conhecer a Deus como
origem e fim do universo (cf. Rm 1, 19-20).
O ser humano: Com a sua abertura à
verdade e à beleza, com o seu senso do bem
moral, com a sua liberdade e a voz da sua
consciência, com a sua aspiração ao infinito
e à felicidade, o ser humano se interroga
sobre a existência de Deus.


O ser humano percebe-se diferente
de todos os outros seres criados e
finitos. Por sinais, nota que há, nele,
uma interioridade (alma) que não se
encontra em outros e que lhe dá
uma dimensão diversa de sua
existência e lhe acena um sentido e
fim diferentes.
Tudo isto não pode ser só produto
da natureza, mas tem sua origem em
Deus.


O mundo e o ser humano atestam que
não têm em si mesmos nem o seu
princípio primeiro nem o seu fim último,
mas participam do Ser em si, que é sem
origem e sem fim.
Desta forma, por estas “vias”, o ser
humano pode aceder ao conhecimento
da existência de uma realidade que é a
causa primeira e o fim de tudo, “e que
todos chamam de Deus”, como Santo
Tomás de Aquino nos apresenta na sua
Summa Theologica.


O ser humano tem capacidades que
o tornam capaz de conhecer a
existência de um Deus pessoal. Mas
para entrar em intimidade com ele,
Deus quis se revelar-se e dar-lhe a
graça de poder acolher esta
revelação na fé.
Estas “provas”, melhor “vias” de
acesso a Deus podem dispor à fé e
ajudar a ver que a fé não se opõe à
razão humana.


III. O conhecimento de Deus segundo
a Igreja
Definição do Concílio Vaticano I:
“A santa Igreja, nossa mãe, sustenta e
ensina que Deus, princípio e fim de
todas as coisa, pode ser conhecido
com certeza pela luz natural da razão
humana a partir das coisas criadas”.



Todavia, nas condições históricoculturais em que se encontra, o ser
encontra dificuldades para conhecer
a Deus apenas com a luz da sua
razão.
Por isso, o ser humano tem
necessidade da revelação de Deus,
para superar estas barreiras e para
ultrapassar seu entendimento,
chegando a atingir e aceitar as
verdades religiosas.



VI. Como falar de Deus?
Ao defender a capacidade da razão
humana de conhecer a Deus, a Igreja
exprime sua confiança na possibilidade
de falar de deus a todos os seres
humanos e com todos eles.
Nesta convicção se assenta à base do
diálogo com outras religiões, com a
Filosofia e as Ciência, como também com
os não-crentes e os ateus.


Nosso conhecimento de Deus é
limitado. Da mesma forma, também
a linguagem sobre Deus o é. Só
podemos falar de Deus a partir das
criaturas, e segundo o modo
humano de conhecer e de pensar.
Pois, todas as criaturas trazem, em
si, certa semelhança com Deus,
muito particularmente o ser humano
criado à imagem e semelhança de
Deus.
Assim, as múltiplas perfeições das
criaturas (a sua verdade, a
bondade e a beleza) refletem a
perfeição infinita de Deus.
 Contudo, Deus transcende a toda
criatura. Por isso é preciso estar
atento a nossa linguagem,
purificá-la para não confundirmos
o Deus “inefável, incompreensível,
invisível, inatingível” com nossas
representações humanas.



Ter sempre presente que nossa linguagem
se exprime sempre, sem dúvida, de maneira
humana, com suas limitações e falhas.
Contudo, é possível falar de Deus, embora
nossa fala seja sempre aquém da infinita
simplicidade de Deus.
Sempre é bom lembrar: o ser humano é
sempre ser humano e Deus é sempre Deus,
independente de tudo o que for dito sobre
ambos. Seremos sempre um mistério
inexprimível em sua totalidade.
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A Presença do Outro ou o Dever de sentar-se