Politécnica 10E Revista do Instituto Politécnico da Bahia Fundado em 1896 Ano 4 * Edição trimestral * Junho/2011 * ISSN 1809-8169 Estações de Fukushima INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DOS MODELOS O SISTEMA MUNDIAL DE ENERGIA SUSTENTÁVEL EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA BIODIESEL : O COMBUSTÍVEL VERDE DO BRASIL ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O USO DAS ENERGIAS ALTERNATIVAS Expediente A Revista POLITECNICA é uma publicação do Instituto Politécnico da Bahia – IPB , visando a apresentação de trabalhos científicos na área da Engenharia. Ano III – Numero 10 - E - 2º trimestre /2011 – ISSN 1809-8169 - Instituto Politécnico da Bahia - IPB Conselho Editorial José Góes de Araújo - Fundador Professor Adjunto Aposentado da Escola Politécnica da UFBA Presidente do Instituto Politécnico da Bahia – IPB Membro do Conselho Superior da Fundação Escola Politécnica João Augusto de Lima Rocha Doutor em Engenharia, Universidade de São Paulo - USP Professor Adjunto da Escola Politécnica da UFBA Membro do Conselho Curador da Fundação Anísio Teixeira Ex-Presidente da Associação dos Professores Universitários da Bahia - APUB Caiuby Alves Costa Doutor em Engenharia, Universidade de Paris Professor Adjunto e Diretor da Escola Politécnica da UFBA Martha Godinho dos Anjos Engenheira Civil Coordenadora Wellington C. Figueiredo Doutor em Engenharia, University of Central Florida Professor Titular de Transportes da Ufba Coordenador do CETRAMA, Escola Politécnica da UFBA Carlos Arthur M. Teixeira Cavalcante Doutor em Engenharia, Universidade de São Paulo- USP Professor Adjunto da Escola Politécnica da UFBA Assessória de Edição Paulo N. Teixeira Alves Web design www.Projetus.com Valdir Leite Junior E-mail : [email protected] Publicação Eletrônica : IPB Nossa Capa: Estações de Fukushima – Fonte: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1237&did=146406 Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 2 EDITORIAL Existem diversas formas de energia no nosso planeta, umas que não prejudicam os seres humanos e outras que prejudicam e muito. Temos sempre que estar atentos ao Custo-Benefício. Com o recente desastre acontecido em uma das Usinas Nucleares no Japão estamos sempre comparando ao que aconteceu há anos em Chernobyl . É a energia mais cara e perigosa no caso de um acidente. No caso do Japão não se tem muitas variedades de energia para escolha tão fácil como no caso do nosso Brasil. Aqui temos entre outras a mais viável que seria a energia Eólica mais natural e de menor custo e que o Brasil tem um potencial de 350 Mbytes correspondendo ao dobro do que necessitamos. Claro está que não devemos ter somente energia Eólica pois temos que diversificar com outros tipos de energia para segurança do sistema energético brasileiro. Devido as características do Brasil temos uma variedade de energias que não são prejudiciais e que podemos escolher com análises bem precisas. Devido a existência do mineral Urânio em uma cidade do interior da Bahia – CAETITÉ – já está havendo a exploração do minério na área sem os devidos cuidados com a população e com o meio-ambiente. Foram escolhidos pelo Governo Federal também outros Estados do Nordeste além da Bahia como Sergipe, Alagoas e Pernambuco para serem construídas outras Usinas Nucleares num total de 4(quatro). Penso que está na hora do povo brasileiro ser consultado sobre essas decisões que afetam e muito a nossa saúde e que são custeadas com o nosso dinheiro. Está na hora de serem feitos Referendos e Plebiscitos para que o povo brasileiro participe e decida. Martha Godinho Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 3 INSTITUTO POLITECNICO DA BAHIA REVISTA ELETRONICA Nº. 10 - E Sumario 1 - INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DOS MODELOS Prof. Eng. Jose Góes de Araújo - Dr. Eng. Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da UFBA Carlos Arthur Mattos Teixeira Cavalcante 2 - O SISTEMA MUNDIAL DE ENERGIA SUSTENTÁVEL Dr. Fernando Alcoforado 3- EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA Prof.: Elmo L. Felzemburg & Eng. Wellington Figueiredo, PhD 4 - BIODIESEL : O COMBUSTÍVEL VERDE DO BRASIL Prof. Dr. Ednildo Andrade Torres/UFBA - Doutor em Engenharia Mecânica/Energia (UNICAMP) Professor Adjunto da UFBA Coordenador do Laboratório de Energia e Gás da Escola Politécnica 5 - ALGUMAS OBSERVAÇÕES ALTERNATIVAS SOBRE O USO DAS ENERGIAS Caiuby Alves da Costa , Dr.Eng Prof . Associado da EPUFBA 6- PROBLEMAS DE ENGENHARIA Nº 10 E Os textos assinados e aqui publicados são de exclusiva responsabilidade de seus autores, podendo não representar a opinião do Conselho Editorial ou mesmo da Diretoria do IPB. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 4 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DOS MODELOS Prof. Eng. Jose Góes de Araújo Dr. Eng. Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da UFBA Carlos Arthur Mattos Teixeira Cavalcante ESTE ARTIGO JÁ FOI PUBLICADO NA REVISTA N.2 Abstract: this article shows the basic considerations of similarity between the Model and the Prototype comparing through the Froude Number and the application of dimensionless equation and empiric number. Resumo: o artigo demonstra as considerações básicas de semelhança entre o modelo e o protótipo comparados entre a aplicação do numero de Froude com a aplicação de equações adimensionais e números empíricos. Palavras-Chave: numero de Froude, modelos náuticos e protótipos 1- INTRODUÇÃO O conceito de MODELO está ligado à noção de simulação. Um PROTÓTIPO, ainda a ser construído, o aperfeiçoamento de um sistema de segurança de um veículo, a melhoria da eficiência de uma unidade operacional e muitos outros exemplos podem ser avaliados e aperfeiçoados através de MODELOS. A importância do modelo está na similaridade com o protótipo, posto que a finalidade é gerar e utilizar o modelo de tal maneira que ele reproduza o comportamento físico, químico ou térmico do protótipo, permitindo extrapolações válidas. Cabe ao pesquisador definir os efeitos a serem investigados e as variáveis prioritárias a serem modeladas. 2-TIPOS DE MODELOS São três os tipos de modelos: O modelo geométrico, que representa a forma geométrica em escala reduzida ou ampliada, em duas ou três dimensões, como, por exemplo, mapas e maquetes. O modelo físico, que procura representar em escala o protótipo ou o sistema pesquisado simulando as variáveis consideradas pertinentes. O modelo matemático, que representa ou reproduz o sistema ou o conjunto de variáveis por meio de equações matemáticas. Este artigo limita-se ao estudo sumário do modelo físico. O estudo das semelhanças química e térmica, muito mais complexas e indispensáveis para o scale-up de processos de laboratório para planta-piloto e destas para o protótipo, não serão consideradas neste artigo. A pesquisa da semelhança química e da semelhança térmica, muito mais complexa, demanda e é condição indispensável para o scale-up dos processos entre o laboratório e a planta-piloto e entre esta e o PROTÓTIPO. 3-MODELO - PROTÓTIPO Consideramos protótipo como o equipamento, a embarcação, o avião, o sistema operacional, ou qualquer sistema físico real que deverá ser avaliado antes de sua construção ou montagem através da avaliação de desempenho de modelo físico. Nosso objetivo é apresentar algumas considerações relevantes para a Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 5 especificação ou cálculo de variáveis relevantes de um modelo físico que reproduza adequadamente o desempenho especificado para -protótipos de navios ou embarcações. Apesar da impossibilidade de existir uma semelhança absoluta, é necessário que haja similaridade de performance entre o modelo e o protótipo. Afirmar que o protótipo e o modelo têm performance semelhante significa dizer que um mesmo fenômeno ocorre em ambos quando as mesmas condições físicas são aplicadas sobre eles. Modelos e protótipos podem diferir nas dimensões geométricas, na composição dos materiais de suas construções e até na grandeza das forças envolvidas, desde que seja mantida a semelhança nas variáveis a serem pesquisadas. A semelhança pode ser maior ou menor dentro dos limites das variáveis escolhidas para comparação entre dois sistemas ou entre o modelo e o protótipo. A fim de comparar modelo e protótipo, algumas condições de similaridades e de escala devem ser estabelecidas, como segue: Um modelo é geometricamente similar ao protótipo quando mantêm proporcionalidade constante (escala) nos três eixos geométricos. Um modelo é estaticamente semelhante ao protótipo quando existe proporcionalidade constante (escala) entre as deformações sofridas pelo modelo e as deformações esperadas para o protótipo. Um modelo é cinematicamente similar ao protótipo quando a mesma escala que definiu as semelhanças geométrica e estática é também a escala que relaciona o comportamento cinemático ou a velocidade de um e de outro. Porém isto se torna impossível como veremos no exemplo adiante. Um modelo é dinamicamente semelhante ao protótipo quando apresenta simultaneamente semelhança geométrica, estática e cinemática. Não é possível conciliar, em uma única escala, todas variáveis envolvidas visando relacionar o comportamento do MODELO com o do PROTÓTIPO. Esta dificuldade é superada por meio de grupos de variáveis identificados como Números Adimensionais e são estabelecidos através da Análise Dimensional. 4- NÚMEROS ADIMENSIONAIS - EXEMPLO DE APLICAÇÃO Sejam, por exemplo, dois tubos A e B, com diâmetros de, respectivamente; 0,01 m e 0,10 m (øA =0,01 e øB =0,10). Pretende-se que o tubo A seja modelo do tubo B. A escala geométrica fica então definida pelo pesquisador como: λ = øA / øB = 0,01/0,10=1/10=0,1. O projetista deseja que no tubo B (protótipo) o fluxo seja em regime estacionário, turbulento e isotérmico. Outros parâmetros definidos em projeto para o protótipo são os indicados na tabela abaixo: Parâmetro de projeto Fluido Protótipo Água a 20 °C 3 785 X 10- m 2 Seção Transversal (S B) (78,5 em") 0,2123 m/s Velocidade de escoamento (V B) (21 ,23 cm/s) Para a determinação dos parâmetros do modelo, quando apenas a escala geométrica (1/10) é aplicada, encontramos: Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 6 Diâmetro: øA = λ. øB = 0,1-0,1=0,01m. Seção Transversal: S A = λ . S B = 0,10 -7,85 x 10-3 = 7,85 x 10-4 m Notar que, quando calculada pela simples aplicação da escala, resulta em valor errado. Seção Transversal: S A = π. (øA)² / 4 = 3,14- (0,01)² /4 = 7,85 x 10-5 m Notar que, quando calculada sem a "simples aplicação da escala", resulta em valor correto. Notar que S A = λ² . S B resulta de análise dimensional. Velocidade: V A = λ . V B = 0,1 . 2,12 x 10-¹ = 2,12 x 10-² m/s . Como se vê, a mera aplicação da escala geométrica não irá reproduzir a condição de escoamento turbulento do fluido no tubo B como foi verificado no cálculo da seção transversal. De fato, calculado o Número de Reynolds para o modelo e o protótipo, encontramos: R A = øA . VA . P = 0,01· 2,12 x 10-² ·1000 = 189 → µ 1,12x10-³ Regime Laminar. R B = øB . VA . P = 0,01· 2,12 x 10-¹ ·1000 = 18.900 → µ 1,12x10-³ Regime Turbulento. Para a avaliação do comportamento, os dois sistemas deveriam ter o mesmo regime de fluxo e, para tanto, no tubo A, a velocidade deveria ser aumentada para que o tubo A, o MODELO, represente as condições cinemáticas do PROTÓTIPO com perfis de velocidade semelhantes; e isto só poderá ser alcançado se ambos tiverem igual Número de Reynolds. No exemplo, não foram consideradas as semelhanças química e térmica, ou seja, os problemas de corrosão que aumentam, ao longo do tempo, as rugosidades e incrustações, nem as pressões que definiriam as espessuras das paredes. 5- MODELO DE EMBARCAÇÃO Para a avaliação do avanço de uma futura embarcação (PROTÓTIPO) que será testada em um Canal de Arrasto surge o mesmo problema, pois a aplicação exclusivamente da escala geométrica não atende à comparação do comportamento cinemático e dinâmico do PROTÓTIPO. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 7 Através da análise dimensional encontramos grupos adimensionais de variáveis. Esses agrupamentos de variáveis são conhecidos pelos nomes dos pesquisadores, como por exemplo, Número de Froude e Número de Reynolds, dentre outros. O Número de Froude, F e = V² g.L sendo adimensional, tem sempre o mesmo valor, qualquer que seja o conjunto de unidades consistentes e resulta no relacionamento das Forças de Inércia / Forças Viscosas, assim como o Número de Reynolds. O Número de Froude orienta o projetista na predição do comportamento ao avanço, da resistência ao avanço, do consumo de combustível e das tensões a que ficará sujeita a estrutura da embarcação. A conclusão encontrada por Froude para a resistência ao avanço de barcos semelhantes foi: "É igual ao cubo das dimensões lineares (eslora) sempre que suas respectivas velocidades sejam proporcionais à raiz quadrada destas mesmas dimensões". Ou seja, desde que a viscosidade e a densidade do fluido sejam constantes, as embarcações geometricamente semelhantes terão comportamento similar quando o quociente V² permanecer constante. L Portanto, enquanto a escala À atende à redução geométrica, não servirá para comparação cinemática, mas sim uma nova escala λ² ; para a comparação dinâmica, a escala seria λ³ . Como o que interessa na comparação é a razão acima explicitada, podemos usar valores relativos desde que seja mantido o mesmo critério ao longo da operação de pesquisa. Chamando-se de G A (Grau de Avanço), a razão V √L expressa em unidades de km/h a velocidade e, em metros, o comprimento na linha d'água (eslora). 6- MOVIMENTO DAS EMBARCAÇÕES E GRAUS DE AVANÇO De acordo com Baader (1951), há quatro estados de deslocamento de embarcações, cada um deles associado a uma faixa de valores para o grau de avanço, como segue: Derivar: O ≤ GA < 1; a água flui, ao longo do casco, em regime laminar; o movimento é muito lento não há formação de ondas. Navegar: 1 ≤ GA < 8; todo o peso da embarcação está sustentado pelo equivalente ao peso do volume da água deslocada; verifica-se o surgimento de ondas e a existência da fricção da água sobre o casco. Planar: 8 ≤ GA < 20; com um desenho apropriado e o aumento da velocidade, surge a sustentação hidrodinâmica e a embarcação trafega sobre meia onda. Deslizar: GA ≥ 20; a embarcação trafega exclusivamente com sustentação hidrodinâmica. No estado de Derivar, a camada da água junto ao casco é a capa de arraste laminar e origina-se da fricção ou do atrito da água sobre a superfície do casco. Não há necessidade de preocupação com a forma do casco, pois do ponto de vista prático não existem problemas hidrodinâmicos nem formação de ondas. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 8 . Deslizar GA ≥ 20 Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 9 No estado de Navegação observado na grande maioria das embarcações, a exemplo de canoas, veleiros, rebocadores, navios de grande porte, e outras, a resistência ao avanço resulta da fricção no casco da seção mestra e das ondas formadas na proa pelo deslocamento da embarcação. À medida que a velocidade do avanço aumenta, cresce a resistência até chegar à velocidade de saturação do casco. Para redução da resistência ao avanço o projetista deve considerar: A forma da proa; A forma da popa; O desenho do casco (seção mestra); A rugosidade da superfície molhada. Como as ondas se formam na proa e escapam na popa, os projetos devem considerar a importância de suas formas. À medida que a velocidade aumenta, a distância entre as cristas das ondas diminui até a embarcação atingir uma velocidade que cria o deslocamento sobre uma única onda. Aumentando mais a velocidade há um grande aumento da energia, pois se torna necessário empurrar a grande quantidade de água na frente da embarcação indicando que para aquele desenho, o casco chegou ao limite. Nos estados de Planar e Deslizar, o avanço é dependente da forma do casco, da potência usada para o deslocamento e da modalidade de aplicação da potência para o deslocamento, além de outros fatores. Já o comportamento de embarcações deslocadas por motor a jato, sem contato com a água, difere de outras cujo jato é submerso. Outros aperfeiçoamentos das embarcações tais como os Hovercraft e os Rover-marine são motivos de novas considerações, pois elas flutuam sobre um colchão de ar. O navio Liberté, navegando a 29 nós, ganhou a chamada "Fita Azul" pela mais rápida travessia do Atlântico Norte. Na linha d'água media 284,54 m e poderia atingir, em condições favoráveis de vento e mar, 30 nós de velocidade ou 55,6 km/h, com o valor de GA = 3,29. Comparativamente, um iate com eslora de 10 m e velocidade 10,75 krn/h (GA = 3,40) apresenta o mesmo desenvolvimento de ondas que o navio. Observar, na foto, a semelhança na formação da primeira onda na proa e a segunda na metade do comprimento. Nas duas fotos o vento está de través prejudicando a observação do escoamento das ondas na popa do Liberté. GA = 3,29 7. RESISTÊNCIA AO AVANÇO A resistência ao avanço depende da densidade do meio, da superfície apresentada e do quadrado da velocidade. A fórmula geral para Resistência ao Avanço (RAv) é: RAv = c· P ·V² ·S (em quilogramas). 2 O valor de C pode ser encontrado em gráficos RAv versus GA. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 10 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Expressando o Número de Reynolds com a viscosidade cinemática, Re, = V .L y e considerando a viscosidade cinemática para água doce y = 0,0000013 m2/s (BAADER, p.424), podemos simplificar Re = V.L·800.000. Um navio com 100 m de eslora, navegando a 36 krn/h, ou seja, 10 m/s, terá um Re = 800.000.000 e GA = 36 = 3,6 e estaria avançando dentro do limite hidrodinâmico do seu casco. √100 O MODELO do navio, na escala geral λ = 1/10, com 10 metros na linha d'água ou eslora, desenvolvendo uma velocidade de 3,6 krn/h ou 1,0 rn/s, terá um Re = 800.000 e o GA = 1,3, ou seja, o avanço seria muito lento e estaria quase no estágio de derivar. Para o modelo poder representar o para V = 10 . 3,6 = 11,38 km/h e GA = 3,6. protótipo, deveria ter a velocidade aumentada Convém ressaltar que a fricção é similar se tanto o modelo quanto o protótipo se deslocarem com igual Re = V . L mas, o numero de Froude Fe = V ², da mesma maneira que g·L o Número Arbitrário (aqui y g.L chamado de Grau v de Avanço) GA = V expressa condições opostas para iguais condições dinâmicas. L No caso dos modelos, para que o ensaio seja satisfatório, a aplicação correta das escalas deve preceder à aplicação direta dos números de Reynolds e de Froude. Tomando por base a eslora, ou seja, distância entre as perpendiculares na linha d'água, têm-se as seguintes relações de semelhança a serem aplicadas nas escalas dos modelos. Dimensões lineares. ou seja, escala geométrica Λ Superfícies molhadas, seção reta na maior λ² Deslocamentos (volumes) λ³ Velocidade √λ Resistência ao avanço λ³ Potência em HP λ EMAIL - [email protected] REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 11 BAADER, J. Cruceros e Lanchas ... Buenos Aires: Ed. A. Baader, 1951, p.12-80, 424p. Brown & Associated. Unit Operation. New York: 1956, p.514-524, 611p. FONSECA, M. M. Arte Naval. Rio de Janeiro: SDGM, MB, 1985,2 v. Foust & Associated. PrincipIe of Unit Operation. New York: Foust & Associated, p.515-524, 578p. MILLER, W.H. Picture History of the French Line. New York: Dover Publ, 1997, 113p. SEMIONOV, V. & TYAN, Shanky. Statics and Dynamics of Ships. Moscou: Peace Publ., 585p. STREET, D. The Ocean Sailing Yacht. New York: W. W. Norton, 703p. VAN DORN. Oceanography and Seamanship. New York: Dodd, Mead & Co., 1974, cap.22, 481p. WILEY, John. Handbook of Engineering FundamentaIs. New York: Esbac, 1975, v.3, p.41-45. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 12 2 O SISTEMA MUNDIAL DE ENERGIA SUSTENTÁVEL Fernando Alcoforado∗ Abstract: this article aims to show the system requirements world sustainable energy aimed to reduce greenhouse gases in the atmosphere and help combat global warming. In this sense, actions were proposed to be implemented to achieve this goal. Resumo: este artigo tem por objetivo mostrar os requisitos do sistema mundial de energia sustentável para reduzir o efeito estufa na atmosfera e contribuir para o combate ao aquecimento global. Neste sentido, ações foram propostas a serem implementadas a fim alcançar este objetivo. Keywords: Energy main causes of Greenhouse gases in the atmosphere, system requirements world sustainable Palavras-chave: sustentável 1. principais causas do efeito estufa na atmosfera, requisitos de um sistema de energia Introdução O aquecimento global resulta do efeito estufa provocado pela retenção de calor na baixa atmosfera da Terra causada pela concentração de gases de diversos tipos. Por eras, os processos naturais garantiram sozinhos a manutenção do efeito estufa, sem o qual a vida não seria possível na Terra. No entanto, na era ∗ Fernando Alcoforado, Doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, Graduado em Engenharia Elétrica pela UFBA - Universidade Federal da Bahia e Especialista em Engenharia Econômica e Administração Industrial pela UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi Secretário do Planejamento de Salvador (1986/1987), Vice-Presidente da ABEMURB – Associação Brasileira das Entidades Municipais de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (1986), Subsecretário de Energia do Estado da Bahia (1988/1991), Diretor de Relações Internacionais da ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Gás Canalizado (1990/1991), Coordenador do Programa Nacional do Dendê- PRONADEN (1991), Presidente do Clube de Engenharia da Bahia (1992/1993), Presidente do IRAE- Instituto Rômulo Almeida de Altos Estudos (1999/2000) e Diretor da Faculdade de Administração das Faculdades Integradas Olga Mettig de Salvador, Bahia (2003/2005). É atualmente professor universitário e consultor de organismos públicos e privados nacionais e internacionais nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos. Foi articulista de diversos jornais da imprensa brasileira (Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil, A Tarde e Tribuna da Bahia), publicando artigos versando sobre economia e política mundial e brasileira, questão urbana, energia, meio ambiente e desenvolvimento, ciência e tecnologia, administração, entre outros temas. É autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2007), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P & A Gráfica e Editora, Salvador, 2010) e The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), entre outros. Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net) Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 13 atual, o aquecimento global é produzido por processos naturais no planeta Terra, como a decomposição da matéria orgânica e as erupções vulcânicas, que produzem dez vezes mais gases que o homem e, também, pela atividade humana (antropogênico). O Quadro 1 apresentado a seguir mostra as principais causas do efeito estufa na atmosfera. A análise do Quadro 1 permite constatar que o uso e produção de energia são os maiores causadores do efeito estufa na atmosfera (57%). Quadro 1 - Principais causas do efeito-estufa na atmosfera Fatores causadores do efeito estufa Contribuição (%) Uso e produção de energia 57 CFC 17 Práticas agrícolas 14 Desmatamento 9 Outras atividades industriais 3 Fonte: Lashof, D.A. & Tirpak, D.A.orgs. Policy options for stabilizing global climate, Washington, DC, Environmental Protection Agency, 1989. A Figura 1 apresentada a seguir mostra os vilões do efeito estufa e a evolução da temperatura média da Terra de 1860 a 2004. O uso de combustíveis fósseis na agricultura e na pecuária, na indústria, nos transportes, residências e no comércio e na produção de energia nas usinas termelétricas são os principais vilões do efeito estufa, além do desmatamento conforme indica a Figura 1. Figura 1- Os vilões do efeito estufa Fonte: Revista Veja. Apocalipse Já. Edição 1961 de 21 de junho de 2006 Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 14 Independentemente das várias soluções que venham a ser adotadas para eliminar ou mitigar as causas do efeito estufa, a mais importante é sem dúvidas a adoção de medidas que contribuam para a eliminação ou redução do consumo de combustíveis fósseis na produção de energia, bem como para seu uso mais eficiente nos transportes, na indústria, na agropecuária e nas cidades (residências e comércio), haja vista ser o uso e a produção de energia responsáveis por 57% dos gases de estufa emitidos pela atividade humana. Neste sentido, é imprescindível a implantação de um sistema de energia sustentável. 2. Os requisitos de um sistema de energia sustentável O Quadro 2 a seguir apresenta a participação das diversas fontes de energia no consumo de energia no mundo. Quadro 2- Consumo de Energia no Mundo Fonte: International Energy Agency, Consumo de energia no mundo. 1998. Os valores de 1998 foram os registrados enquanto os apresentados para 2010 e 2020 são projeções para a hipótese de que seja mantida a atual política energética mundial. A análise do quadro 2 permite constatar que, mantida a tendência atual, a participação do consumo de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) evoluirá de 80% para 92% em 2020. Se for mantida a tendência atual, é muito provável que, por volta do ano 2020, o mundo estará fazendo uso de 75% a mais de energia e que a maior parte dela será fornecida pelo carvão, pelo petróleo, pelo gás natural e pela energia nuclear. Nesta época, o Golfo Pérsico deverá fornecer mais de 2/3 do petróleo do mundo, enquanto hoje esta parcela é de 26%. Além disso, serão implantadas mais de 3 vezes usinas nucleares nos próximos 30 anos do que as que foram construídas nos últimos 30 anos as quais serão acompanhadas por acidentes nucleares mais frequentes e por crescentes aumentos do lixo nuclear e do plutônio. Este é o cenário energético de referência para os próximos 30 anos, se a atual matriz energética mundial for mantida. Tudo leva a crer que poderosas forças econômicas, ambientalistas, políticas e sociais deverão empurrar o mundo para um sistema energético diferente do atual que deve operar necessariamente com níveis muito Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 15 inferiores de combustíveis fósseis. A energia solar, a energia geotérmica, a energia eólica e a energia da biomassa deverão ocupar cada vez mais espaço na matriz energética mundial no futuro Tudo leva a crer que serão desenvolvidos grandes esforços voltados para a eficiência energética, pois é improvável que a energia renovável venha a se tornar tão barata quanto foi o petróleo. O uso da energia solar e de outras energias renováveis provocará mudanças de grande magnitude em todo o planeta destacando-se, entre elas, a criação de indústrias totalmente novas, o desenvolvimento de novos sistemas de transporte e a modificação da agricultura e das cidades. O grande desafio que se coloca na atualidade é o de prosseguir com o desenvolvimento de novas tecnologias que aproveitem eficientemente a energia e utilizem economicamente recursos renováveis. Este é o cenário energético alternativo que poderá substituir o cenário de referência descrito linhas atrás evitando, desta forma, o comprometimento do meio ambiente global. Isto significa dizer que mudanças profundas de política energética global devem ser colocadas em prática para reduzir o consumo de combustíveis fósseis que respondem por 75% dos suprimentos mundiais de energia. Um novo sistema de energia sustentável só será possível, também, se a eficiência energética global for muito aperfeiçoada. Acima de tudo, o mundo terá de produzir bens e serviços com um terço ou metade da energia que utiliza atualmente. Já se acham disponíveis tecnologias que quadruplicarão a eficiência da maioria dos sistemas de iluminação e duplicarão a de novos automóveis. Melhoramentos na eficiência elétrica poderão reduzir em 40 a 75% a necessidade de energia. As necessidades de aquecimento e de refrigeração de edifícios podem ser cortadas para uma fração ainda menor dos níveis atuais graças a equipamentos de aquecimento e condicionadores de ar mais aperfeiçoados, bem como uma melhor calefação e melhores janelas. Quadruplicar a produção de energia renovável é também essencial para se obter um sistema de energia sustentável no futuro. Isso requererá o uso da biomassa e da energia hidroelétrica, especialmente em países de grande potencial, como é o caso do Brasil. Exigirá, também, que a energia solar, eólica e geotérmica façam parte do “mix” energético do mundo. É muito possível que o gás natural passe a ser o combustível fóssil predominante no futuro porque produz duas vezes mais energia por quilo de carbono liberado. As maiores reservas conhecidas de gás natural estão no Oriente Médio e na ex-União Soviética que, nos próximos 40 anos, poderão estar produzindo tanta energia quanto fazem atualmente. Certamente, a energia nuclear não será uma fonte importante de energia em um sistema energético realmente sustentável. Nos últimos 10 anos, a expansão das usinas nucleares ficou mais lenta, reduzindose até sua paralisação no mundo inteiro. Todos os reatores existentes estão programados para sair de atividade nos próximos 40 anos e a maior parte deles não será reposta. Os acidentes de Three Mile Island e de Tchernobil contribuíram para a queda na expansão das usinas nucleares. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 16 As tecnologias já se acham à disposição para dar início a essa transição histórica de energias que só ocorrerá com mudanças fundamentais na política energética na grande maioria dos países. O primeiro passo consiste em redirecionar um grande número de políticas governamentais de modo que se destinem a realizar os objetivos centrais da eficiência energética e da redução do uso de combustíveis fósseis. Por exemplo: recompensar a aquisição de veículos automotores eficientes, encorajar alternativas de transporte de massa em substituição ao automóvel, reestruturar as indústrias de energia e elevar os impostos sobre os combustíveis fósseis. A biomassa e a energia hidroelétrica já fornecem cerca de 20% da energia mundial. A biomassa sozinha satisfaz 35% das necessidades dos países em desenvolvimento. É provável que a conversão direta de energia solar seja a pedra angular de um sistema mundial de energia sustentável. A luz solar não apenas se acha disponível em grande quantidade como também está mais extensamente distribuida do que qualquer outra fonte energética. A energia solar é bem apropriada para fornecer calor na temperatura do ponto de ebulição da água e abaixo dele, o que responde por 30 a 50 % do uso da energia nos países industrializados e mais ainda nos países em desenvolvimento. Daqui há algumas décadas, poder-se-á utilizar o sol para aquecer a maior parte da água necessária e novos edifícios poderão tirar vantagem do aquecimento e do resfriamento natural para cortar em mais de 80% a energia que utilizam. Usar eletricidade ou queimar diretamente combustíveis fósseis para aquecer a água e edifícios são meios que poderão tornar-se raros nas próximas décadas. O Quadro 3 apresentado a seguir indica como foi em 1989 e como deveria ser o uso mundial da energia e as emissões de Carbono no ano 2030 para reduzir o efeito estufa. Quadro 3 - Consumo Mundial de Energia e Emissões de Carbono em 1989 e 2030 2030 1989 Fonte de Energia Energia Carbono Energia Carbono (mtEP) (milhões de ton.) (mtEP) (milhões de ton.) Petróleo 3.098 2.393 1.500 1.160 Carvão 2.231 2.396 240 430 Gás Natural 1.707 975 1.750 1.000 Renováveis 1.813 - 7.000 - 451 - 0 Nuclear Total 9.300 5.764 10.490 0 2.590 Fonte: Worldwatch Institute, Consumo Mundial de Energia e Emissões de Carbono em 1989 e 20301990. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 17 CONTATO Email - [email protected] REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Alcoforado, Fernando. Aquecimento Global e Catástrofe Planetária. Salvador: P & A Gráfica e Editora, 2010. Lashof, D.A. & Tirpak, D.A.orgs. Policy options for stabilizing global climate, Washington, DC, Environmental Protection Agency, 1989. Revista Veja, Apocalipse Já. Edição 1961 de 21 de junho de 2006. International Energy Agency, Consumo de energia no mundo. 1998. Worldwatch Institute, Consumo Mundial de Energia e Emissões de Carbono em 1989 e 2030, 1990. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 18 3 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA Prof.: Elmo L. Felzemburg & Eng. Wellington Figueiredo, PhD Palavras-chave: estradas, transporte, avaliação, EPUFBA 1. Uma rodovia pavimentada com uma extensão de 20 km deverá ser fechada ao tráfego durante um ano para obras. Neste período o tráfego deverá utilizar uma variante de terra com extensão de 34 km. Descrever como você calcularia as perdas do tráfego em termos de custos operacionais no período. 2. Você possui um seguro de vida totalmente pago o qual vale R$3.000,00 após 12 anos. Se você retirar este seguro hoje você terá direito a receber R$1.800,00 e este dinheiro pode ser investido no mercado com uma taxa de juros de 6% a . a . . Você receberia este seguro agora? Porque? 3. Um veículo de manutenção de uma empresa foi severamente danificado em um acidente. Ele deve ser consertado (A) ou trocado por um veículo novo (B)? Os custos de conserto do veículo seriam de R$3.600,00 e ele ainda teria uma vida útil de 3 anos, ao fim do qual valeria R$900,00. Um novo veículo custaria R$18.000,00 , usado por 6 anos , ao fim do qual seria vendido por R$ 1.200,00. Os custos de operação dos dois veículos são iguais . Assuma uma taxa de desconto de 8 %. 4. Um trecho de rodovia deve ser revestido com tratamento superficial duplo. Dados os seguintes elementos: Período de análise: 8 anos Custo de investimento: R$ 280.000,00 (ano zero) Benefícios aos usuários: R$ 80.000,00 por ano Custos de recapeamento no 2º , 4º e 6º anos: R$30.000,00 cada ano Taxa de desconto : 8% aa Determinar o VPL e a relação B/C do projeto e se o mesmo deve ser implementado. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 19 5. Elaborar análise de sensibilidade no exemplo anterior considerando um aumento no custo de investimento em 20% e a existência de uma taxa de oportunidade de capital de 12%. O empreendimento continua viável? 6. Considere os três projetos: Projeto A: Construção de uma ferrovia Projeto B: Construção de uma nova rodovia Projeto C: Restauração de Rodovia Existente O investimento inicial (I) para cada alternativa será feito no ano zero e taxa de desconto é de 11% aa. . Os benefícios menos os custos para cada alternativa é apresentado a seguir: ANO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Projeto A Projeto B Projeto C I= R$1 MILHÃO I= R$0,9 MILHÃO I= R$0,5 MILHÃO B-C B-C B-C 20.000,00 50.000,00 20.000,00 100.000,00 150.000,00 80.000,00 150.000,00 250.000,00 120.000,00 200.000,00 300.000,00 150.000,00 350.000,00 340.000,00 200.000,00 360.000,00 300.000,00 220.000,00 380.000,00 220.000,00 180.000,00 350.000,00 150.000,00 100.000,00 250.000,00 100.000,00 80.000,00 150.000,00 50.000,00 50.000,00 Defina quais o(s) melhore (s) projeto(s) para a situação sem restrição financeira. 7. Um trecho de 50+N km da BR 101 encontra-se em péssimo estado de conservação da pavimentação. Deseja-se avaliar a viabilidade econômica de sua restauração, considerando-se apenas como benefício direto à redução dos custos operacionais dos veículos. O custo de investimento está estimado em R$ 45.000.000,00 e a obra será realizada em 2007. O volume de tráfego médio diário anual nos dois sentidos é de 1100+N caminhões, 1800+N automóveis e 240+N ônibus em 2006. Sabe-se que o tráfego cresce a uma taxa média de 6 % a.a.. Calcular os benefícios oriundos da redução dos custos operacionais para os próximos 5 anos e a relação B/C do investimento, considerando uma taxa de oportunidade de capital de 9 %. Custo operacional por km: Automóvel: Ônibus: Caminhão: Atual Após Restauração 0,40 1,50 0,20 1,00 2,50 Politécnica 2,00 Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 20 EMAIL – [email protected] – (Prof. Wellington Figueiredo) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Adler, Hans A. – Avaliação econômica dos Projetos de Transportes – metodologia e exemplos. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro, Brasil. 1978 2. Highway Research Board – Highway Capacity Manual. HRB, Washington D.C. U.S. A. 2000 3. Hobbs, F.D. – Traffic Planning and Engineering, Pergamon Press Ltda. – Oxford, England. 1979 4. Hutchinson. B.G. – Princípios de Planejamento dos Sistemas de Transporte Urbano. Ed. dois S.A. RJ Brasil 1972 Guanabara 5. Button, Kenneth J.- Transports Economics - - 1993 6. Winfrey, Robley – Economic Analysis for Highway – International Textbook Company – USA Economic Evaluation Methods for Roads Projects in PIARC Member Countries – Committee C9 – PIARC – 1999 7. Banister, David – Transport Policy and The Environment - ED. E & FN SPON – 1998 8. ITE – Institute of Transportation and Engineering- Transportation Planning Handbook – USA – 2nd Edition – 1999 10. ITE – Institute of Transportation and Engineering- Traffic Engineering Handbook - ITE– USA – 5th Edition - 1999 12. Diretoria de Engenharia Rodoviária - Corpo Normativo Ambiental para Empreendimentos Rodoviários – DNER – (disponível na Internet –www.dnit.gov.br) 15. Banister, David – Transport Planning – Spon Press – London - 2002 Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 21 4 BIODIESEL O COMBUSTÍVEL VERDE DO BRASIL Prof. Dr. Ednildo Andrade Torres/UFBA Doutor em Engenharia Mecânica/Energia (UNICAMP) Professor Adjunto da UFBA Coordenador do Laboratório de Energia e Gás da Escola Politécnica ESTE ARTIGO JÁ FOI PUBLICADO NA REVISTA N.1 Abstract: this work makes an evaluation of biodiesel in Brazil and in Bahia, explaining of conceptual form each term and phases of the processing, beyond a summary on the effective legislation. In particular, sample of form articulated to and the development in the UFBA, involving the group that studies the productive chain of biodiesel. Resumo: este trabalho avalia no Brasil e na Bahia o biodiesel, expõe a conceituação de cada termo e fases do processo, e um sumário da legislação efetiva. Em particular, uma amostra de forma articulada do desenvolvimento da Politécnica da UFBA, envolvendo o grupo que estuda o campo produtivo do biodiesel. Palavras-Chave: biodiesel, meio ambiente, biomassa, energia sustentável, legislação e normas Introdução O termo biomassa engloba a matéria vegetal, gerada através da fotossíntese, e seus derivados, tais como: resíduos florestais e agrícolas, resíduos animais e matéria orgânica contida nos resíduos industriais, domésticos, municipais, etc. Esses materiais contêm energia química provinda da transformação energética da radiação solar (NOGUEIRA E LORA, 2003). A energia química contida na biomassa pode ser liberada pela combustão parcial ou total do material orgânico, convertendo em outras formas de energia ou combustíveis. O conteúdo energético da biomassa pode ser classificado de diversas formas, mas, particularmente, podemos apresentar os bicombustíveis líquidos como representantes desta energia solar armazenada. Dentre estes, citamos: o álcool e o biodiesel. O setor sucroalcooleiro vem atuando há séculos no Brasil. Entretanto somente a partir de 1975, com a criação do Programa Nacional do Álcool - Pró-Álcool, ao longo desses trinta anos, um dos setores mais atrasados da economia nacional tornou-se um dos principais no cenário brasileiro e mundial. O investimento no Pró-Álcool foi da ordem de 7,5 bilhões de dólares, sendo aproximadamente cinco bilhões financiados pelo governo nacional e o restante pelos empresários do setor. Em contrapartida, ao reduzir as importações dos derivados de petróleo, o país economizou neste período cerca de 25 bilhões de dólares de modo direto, sem contar os ganhos adicionais (MELLO, 2001). Numa comparação direta com o petróleo, o álcool gera 3,4 empregos por barril/dia, enquanto o petróleo apenas 0,06, fator que se pode acrescentar ao beneficio gerado ao meio ambiente pela diminuição de dióxido de carbono produzido. O Brasil participa com 40% da produção mundial do álcool, dos quais utiliza cerca de 24% na gasolina. O álcool é também utilizado no Japão, Suécia e Estados Unidos. Mais recentemente, registra-se o lançamento dos veículos flex, ou seja, bicombustíveis, que funcionam com qualquer percentual de mistura, facilitando a operação e criando mecanismo de mercado importante para o Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 22 futuro do programa. Atualmente, existem cerca de 300 usinas que produzem aproximadamente 15 bilhões de litros por ano. O Biodiesel é o segundo programa que o país está experimentando, ainda uma promessa, mas que desponta com total condição de se tornar tão importante quanto o Pró-Álcool. O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos, tais como: o craqueamento, a esterificação ou pela transesterificação. Pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem ser utilizadas: mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras. O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclo diesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc.) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc.) Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. A mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado Bl00. O BIODIESEL NO BRASIL O biodiesel é a obtenção de um éster pelo processo de transesterificação ou pelo craqueamento catalítico .. No primeiro processo, modifica a estrutura molecular do óleo, gerando um éster com desempenho semelhante ao óleo diesel. A França é uma das pioneiras juntamente com a Bélgica na década de 40; posteriormente, no Brasil, o CTA - Centro Tecnológico da Aeronáutica trabalhou com ésteres processando a partir do óleo de soja e algodão. O craqueômento catalítico é processo que gera um hidrocarboneto, quando o óleo vegetal em presença de um catalisador específico recebe tratamento térmico entre 400 e 5000C (MARETIC, 1984; OLIVEIRA, 1986). O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Estado da Bahia - CEPED, no final da década de 70, desenvolveu tecnologia para produzir o biodiesel, pela via do craqueamento catalítico. Em ambos os processos, o rendimento do óleo varia entre 70 e 90%. A geração do resíduo diminui a rentabilidade e dificulta a viabilidade econômica. No final da década de 80 e, posteriormente, nos anos 90, surgiram motores que operavam com multióleos, porém, a custos elevados. O passo seguinte seria tentar viabilizar um motor que operasse com o óleo na forma in natura. Vários experimentos foram realizados no país; além da Bahia, o Ceará e o Rio de Janeiro foram citados apenas como exemplos de projetos que, executados, foram posteriormente descontinuados. Entretanto, uma fase desponta, com o barril do petróleo ultrapassando o limite dos 70 dólares. Mesmo com a auto-suficiência anunciada pela Petrobras, faz-se necessária alternativa para o diesel fóssil. Neste sentido, o governo brasileiro criou, através do Ministério de Ciência e Tecnologia - MCT, o Programa Brasileiro de Biodiesel - PROBIODIESEL, regulamentado pela Portaria MCT na 702, de 30 de outubro de 2002. O biodiesel é um "bicombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil". Lei na 11.097, de 13 de janeiro de 2005. O PROCESSO DE TRANSESTERIFICAÇÃO A transesterificação é o processo mais utilizado atualmente para a produção de biodiesel. Consiste numa reação química dos óleos vegetais ou gorduras animais com o álcool comum (etanol) ou o metanol, estimulada por um catalisador, da qual também se extrai a glicerina, produto com aplicações diversas na indústria química. Além da glicerina, a cadeia produtiva do biodiesel gera uma série de outros co-produtos (torta, farelo etc.) que podem agregar valor e se constituir em outras fontes de renda importantes para os produtores. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 23 Entre as vantagens ecológicas do biodiesel amplamente conhecidas, estão a sua obtenção a partir de fontes renováveis. São usados óleos de colza, girassol, soja, mamona, dendê, etc., óleos vegetais crus e refinados, resíduos da extração de óleos vegetais, óleos usados em cozinha e gorduras animais, entre outros. O uso de biodiesel é ecologicamente recomendável, sobretudo porque apresenta menor combustão incompleta do que os hidrocarbonetos que constituem o diesel apresentam menor emissão de monóxido de carbono, materiais particulados, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e fuligem. Ainda, é biodegradável e, se comparado com o combustível diesel, sua armazenagem e transporte apresentam menos riscos. Para satisfazer as necessidades em biodiesel previstas para 2008, no Brasil, serão necessários mais de um milhão de toneladas de ésteres de ácidos graxos por ano e no momento não há perspectivas de que esta produção esteja garantida, e ainda, em diversos povoados isolados do Brasil precisa-se de processos autosustentáveis que gerem energia e eletricidade para seu desenvolvimento. Praticamente toda a produção atual da mamona é industrializada, obtendo-se como produto principal o óleo e como subproduto a torta de mamona. A extração do óleo pode ser a partir da semente completa (sem descascar) ou da baga (semente descascada por meio de máquinas apropriadas). O método utilizado para extrair o óleo pode ser por prensagem, a frio ou a quente, ou extração por solvente. Estes processos estão amplamente desenvolvidos. O óleo industrial é obtido por prensagem, a frio ou a quente, das sementes completas, obtendo-se óleo tipo standard límpido e brilhante, com no máximo 1 % de acidez e 0,5% de impurezas e umidade, depois de refinado. A principal aplicação da torta ainda é como fertilizante, um adubo orgânico nitrogenado de primeira categoria ou como condicionador nas misturas fertilizantes. A haste, além de celulose própria para a fabricação de papel, fornece matéria-prima para a produção de tecidos grosseiros. Atualmente, o biodiesel a partir de mamona é mais caro que a gasolina e o diesel, mas a produção dos coprodutos e os ganhos ambientais devem ser considerados. LEGISLAÇÃO E NORMAS SOBRE BIODIESEL Para que o Programa Nacional de Biodiesel fosse levado adiante foi necessário um marco regulatório para dar o suporte e o arcabouço formal. Neste sentido, o governo nacional teve que elaborar uma série de leis, portarias etc., a saber: Lei na. 11.116, de 18 de maio de 2005 Dispõe sobre o Registro Especial, na Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, de produtor ou importador de biodiesel e sobre a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre as receitas decorrentes da venda desse produto; altera as Leis n os 10.451, de 10 de maio de 2002, e 11.097, de 13 de janeiro de 2005; e dá outras providências. Lei na. 11.097, de 13 de janeiro de 2005 Dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira; altera as Leis 9.478, de 6 de agosto de 1997, 9.847, de 26 de outubro de 1999 e 10.636, de 30 de dezembro de 2002; e dá outras providências. Decreto NO. 5.457, de 06 de junho de 2005 Reduz as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre a importação e a comercialização de biodiesel. Decreto NO. 5.448, de 20 de maio de 2005 Regulamenta o § l do art. 2 o da Lei n o 11.097, de 13 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, e dá outras providências. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 24 Decreto NO. 5.298, de 6 de dezembro de 2004 Altera alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados incidente sobre o produto que menciona. Decreto N°. 5.297, de 6 de dezembro de 2004 Dispõe sobre os coeficientes de redução das alíquotas de contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, incidentes na produção e na comercialização de biodiesel, sobre os termos e as condições para a utilização das alíquotas diferenciadas, e dá outras providências. Resolução ANP n ° 31, de 04 de novembro de 2005 Regula a realização de leilões públicos para aquisição de biodiesel Resolução ANP na. 42, de 24 de novembro de 2004 Estabelece a especificação para a comercialização de biodiesel que poderá ser adicionado ao óleo diesel na proporção 2% em volume. Resolução ANP na. 41, de 24 de novembro de 2004 Fica instituída a regulamentação e obrigatoriedade de autorização da ANP para o exercício da atividade de produção de biodiesel. Para outras informações consultar o site www.anp.gov.br O BIODIESEL NA BAHIA Além do que foi desenvolvido no CEPED, ainda na década de 80 vários testes foram realizados na Escola Politécnica, inicialmente, com óleos vegetais in natura e posteriormente com o próprio biodiesel (TORRES, 2000). No ano de 2002, atendendo ao Edital da FAPESB, a Universidade Federal da Bahia Escola Politécnica e a Universidade Estadual de Santa Cruz tiveram um projeto aprovado e com ele foi criada a Rede de Biodiesel da Bahia, posteriormente a Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação SECTI, que ampliou e lançou a Rede Baiana de Bicombustíveis em 20 de abril de 2004 no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). A rede é formada por diversas instituições que possuem aderência com o tema Biodiesel e que interagem a fim de apoiar as ações do Programa de Biodiesel da Bahia PROBIODIESEL BAHIA, discutindo e elaborando projetos com temas relacionados à Cadeia Produtiva do Biodiesel. Posteriormente, com apoio da SECTI, é oficializado em 26 de janeiro de 2004, o ENAM - Instituto de Energia e Ambiente, composto de uma Rede virtual de entidades e pesquisadores, que visa promover a integração e ampliação da capacidade instalada de pesquisa em energia e ambiente no Estado da Bahia, de maneira a atender às principais demandas do setor produtivo e às questões energéticas e ambientais nele envolvidas, atuando na cadeia produtiva do petróleo, gás com ênfase em campos maduros e sistemas energéticos, especialmente para bicombustíveis e energias renováveis. A PLANTA PILOTO DE BIODIESEL A Universidade Federal da Bahia (UFBA), através de grupos de pesquisa localizados no Instituto de Química e na Escola Politécnica, atuando na cadeia produtiva do biodiesel, e apresenta em seu conjunto experiência prévia consolidada na preparação de biodiesel através reações de transesterificação em escala de bancada e de planta piloto, na análise de espécies químicas orgânicas e inorgânicas nas fases líquida, Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 25 gasosa e aerossol, em síntese orgânica, no estudo de reações químicas em fase gasosa e na caracterização de emissões veiculares. Dessa forma, ela contribuirá no scale up das novas rotas desenvolvidas para a preparação de biodiesel, nos testes dos combustíveis e misturas em motores estacionários e veiculares, na avaliação dos desgastes de motores e componentes no estudo de reações fotoquímicas envolvendo gases de emissões veiculares, nas análises e especificações de matérias-primas, combustíveis e misturas e co-produtos e atuando na busca de novas aplicações para glicerina. A Planta Piloto foi financiada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, com o apoio da Nordeste Generation, SECTI/FAPESB. Foi aprovado o projeto que visa dimensionar, projetar, operar uma planta otimizada, em escala piloto, para produção de biodiesel a partir de gorduras residuais (OGR) e/ou óleos vegetais in natura, particularmente, óleo de dendê, mamona, soja, algodão, girassol, etc., com capacidade de 5.000.000 litros por ano, podendo ser ampliada. Também foi montado um Laboratório de Emissões Veiculares, com o apoio da FINEP/FAPESB, que dará o suporte necessário para os testes com os motores. Para avaliar o desempenho do biodiesel puro e em misturas de diferentes proporções em motores ciclo diesel em bancada dínamo-métrica, determinar as curvas de potência versus consumo de combustível, de torque, de consumo específico, bem como comparar os níveis de emissões atmosféricas para os poluentes regulamentados (CO, CO2, NOx e HC) e particulados com os do diesel convencional, testes emissões não regulamentadas - aldeídos, polícíclicos aromáticos, combustíveis de referência (diesel); realizar testes de campo de longa duração em motores de frota cativa; monitorar o desempenho, o consumo, a manutenção, o desgaste das peças do motor; estudo financeiro e econômico da produção de biodiesel, ciclo de vida; biodegradabilidade e biorremediação do biodiesel em ambientes aquáticos e em solo; estudar métodos de purificação do biodiesel em escala piloto a produção em planta contínua de éteres metílicos e etílicos de ácidos graxos, estudo da glicerina e da torta para geração de energia térmica ou elétrica, dentre outras atividades envolvendo a cadeia produtiva do biodiesel. CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, o Grupo de Biodiesel da UFBA, vem atuando de forma sinérgica em toda cadeia produtiva, de modo a potencializar os resultados e diminuir os custos envolvidos nas pesquisas e desenvolvimento de recursos humanos para o setor. Atualmente, são 40 pessoas da UFBA envolvidas no projeto, relacionando professores pesquisadores, técnicos, alunos de graduação, mestrado e doutorado. Deve-se salientar a criação do Centro Interdisciplinar de Energia e Ambiente, envolvendo as competências do Instituto de Química, Instituto de Geociências, Instituto de Física e a Escola e o lançamento do curso de doutorado, potencializou as ações e os recursos financeiros e materiais para as questões associadas aos bicombustíveis. Figura 01: Vista Parcial da Planta Piloto de Biodiesel - UFBA cap. 5 milhões de litros/ano Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 26 EMAIL - [email protected] REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MELLO, M.G. Biomassa energia dos Trópicos em Minas Gerais, Ed. Labmidia, Belo Horizonte, 200l. TORRES, E.A. Avaliação de um motor do ciclo diesel operando com óleo de dendê para suprimento energético em comunidades rurais, AGRENER/UNICAMP, Campinas, 2000. NOGUEIRA, L.A.H. e Lora, E.E.S. Dendroenergia: fundamentos e aplicação, Ed. Interciência, Rio de Janeiro, 2003. LOPES, W. A. ; PINTO, A. C. ; GUARIEIRO, L. L. N. ; REZENDE, M. J. C. ; RIBEIRO, N. M. ; TORRES, E. A. ; PEREIRA, P. A. de P. ; ANDRADE, J. B. de . Biodiesel: An Overview .. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 16, n. 6B, p. 1313-1330,2005, Brazil. CARVALHO, A. P. B., SANTIL, D. S., PEIXOTO, L. B. SOUZA, D. V. D., LOPES W. A., SOUZA, E. T., ROCHA, G. O., PEREIRA, P. A. de P. TORRES, E. A. ANDRADE J. B. de, Determinação de Compostos Carbonílicos (Cl-C8) em Fase Gasosa Emitidos de Motor usando Diesel e Biodiesel de Óleo de Girassol, 28a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química para o desenvolvimento sustentável e inclusão social, Poços de Caldas, 30/05 a 02/06/05. FRIEDRICH, L. A., TORRES, E.A. e QUINTELLA C. M., Análise de materiais poliméricos expostos ao biodiesel em condições normais de temperatura e pressão através de tensão interfacial dinâmica (PLF-FI), 28a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - Química para o desenvolvimento sustentável e inclusão social, Poços de Caldas, , 30/05 a 02/06/05. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 27 5 ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O USO DAS ENERGIAS ALTERNATIVAS Caiuby Alves da Costa , Dr.Eng Prof . Associado da EPUFBA Abstract: importance of the need for R & D for development of alternatives energy sources, to meet with cost efficiency the regional conditions in Brazil. Resumo: importância da necessidade de P & D para o desenvolvimento de fontes de energias alternativas, que atendam com eficiência e custo às condições regionais brasileiras. Palavras- chave: energias alternativas, situação atual, suprimento de energia para localidades isoladas, repensar o LUZ PARA TODOS Panorama Atual Muito se tem falado sobre as alternativas e a utilização das mesmas no Brasil e particularmente na Bahia .As fontes de energias alternativas mais freqüentemente mencionadas são as de origem eólica e solar fotovoltaica principalmente quando se trata de se contrapor a energia nuclear. O mundo inteiro tem desenvolvido pesquisas e construído geradores para geração de energia elétrica a partir da utilização dos recursos da natureza, como a força das marés, o movimento das ondas, as correntes marinhas (maré motrizes), os ventos através do acionamento de geradores horizontais e verticais (eólicas), a radiação solar sob forma de geração direta de energia elétrica (fotovoltaicas ) ou sob forma da geração termo solar, as derivadas da biomassa, as derivadas da geotermia e o aproveitamento do fluxo de pequenos cursos d’água e pequenas quedas (PCH e µCH). Dos tipos de energia alternativa dois merecem, no Brasil, destaque especial: a Solar fotovoltaica através do programa LUZ PARA TODOS, e a eólica via as sucessivas licitações de lotes para fornecimento de energia por grandes aero geradores. Quanto a energia hidroelétrica a ANEEL incentiva as PCH (a partir de 1(mW ) mas nada diz para valores abaixo dessa potencia. As nações européias e os Estados Unidos tem incentivado e disseminado a utilização das energias alternativas em todos os seus segmentos quer através de políticas de apoio a P&D quer através de incentivos fiscais para redução dos custos dos equipamentos e da venda da energia co-gerada às concessionárias de energia elétrica pela valorização do kW e kWh alternativo. No Brasil o programa LUZ PARA TODOS subsidia as concessionárias de energia para instalação de geração fotovoltaica, dando continuidade ao programa do governo FHC, “LUZ NO CAMPO”. Apoios a P&D são tímidos e o processo de liberação de recursos lento…Como exemplo: a COPPE da UFRJ tem um projeto maré motriz cujo processo licitatório já tem mais de seis (6) meses. Incentivos para baixar custos de equipamentos não há e valorização do kW e kWh alternativo para a venda às concessionárias não há. A Energia Solar fotovoltaica Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 28 As células fotovoltaicas ainda apresentam um custo elevado e baixo rendimento. Sua vida útil pode atingir 30 anos , mas apesar desse fato ela não consegue no final de sua vida útil devolver a energia que foi gasta para produzi-la. Uma placa solar policristalina de 125W custa próximo de R$ 1.300,00. Mas para seu funcionamento são ainda necessários componentes como: controlador de carga, inversor, baterias. o que eleva ainda mais o seu custo. Ao valor obtido deve-se ainda acrescentar os de instalação. Cabe observar que se por um lado a solução fotovoltaica proporciona uma condição mínima de conforto aos que a recebem, por outro lado ela representa um grilhão que impede o desenvolvimento, pois face a baixa potencia energética fornecida ela não possibilita a utilização da energia eletrica para benificiar os produtos agricolas ou incentivar o desenvolvimento local de artesanato ou microindustrias. No caso da Escola Politecnica a solução adotada foi a de interligação diretamente a rede eletrica e o custo final para um sistema de 2000 Wp foi de R$ 100.000,00 aproximadamente… A Energia Eólica Similarmente a energia solar fotovoltaica o sistema isolado apresenta um custo elevado. Um gerador de 1000W custa R$ 5.800,00 e com os equipamentos e acessórios complementares atingem a um valor de R$ 22.500,00. No caso do aero gerador da Escola Politécnica de 1000W o valor final foi menor pelos subsídios dado pelo fornecedor e pelo instalador. Algumas ações foram desenvolvidas em nível governamental, tendo sido realizados grandes leilões de energia eólica para fornecimento de grandes quantidades de energia elétrica. Na Bahia merece destaque o leilão para a região de Caitité. O governo da Bahia firmou também acordos para a fabricação de geradores eólicos de grande porte, já tendo sido instalada uma fábrica. Outra está em fase de instalação e há possibilidade de instalação de uma terceira . No que tange aos aero geradores de pequeno porte há algumas empresas que já os fabricam. Observa-se porem que os aero geradores nacionalizados mantém os perfis aerodinâmicos idênticos aos dos aero geradores projetados para o mar do norte, melhor eficiência para ventos entre 13 m/s e 25m/s. As velocidades no Brasil estão usualmente compreendidas entre 5m/s a 8m/s atingindo raramente a 10m/s. Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 29 Há pois muito trabalho de P&D a se realizado e não se tem conhecimento de quaisquer iniciativas, na Bahia, a respeito. A necessidade de se repensar o programa LUZ PARA TODOS Para que o programa luz para todos tenha uma ação eficaz para o desenvolvimento de localidades isoladas, como as das áreas rurais e populações ribeirinhas, mister se faz que sejam estudadas e analisadas, em função das características geográficas, meteorológicas e sociais da localidade a ser energizada, as possibilidades de soluções hibridas com o enfoque na comunidade como um todo. Isto significa adotar uma localidade ou um conjunto de localidades próximas de um sistema central de cogeração hibrido de modo a não só fornecer energia que assegure uma mínima condição digna da sobrevivência humana mas também energia que proporcione o desenvolvimento das comunidades, das regiões e do Estado, rompendo os grilhões do status quo. Para isto é necessário, mais uma vez Pesquisa e Desenvolvimento. As possibilidades são muitas, temos solar fotovoltaica, solar térmica, gases de poços marginais, eólica, micro centrais hidroelétricas, maré motriz, bicombustível, etc O estado da Bahia com área territorial superior a da França e seus recursos naturais e seus 1200km de litoral e possuindo a maior população rural do país sem energia elétrica tem todas as condições sediar o desenvolvimento de pesquisas e construção de equipamentos e soluções para a geração de suprimento energético de seu território via a co-geração de energia elétrica por energias alternativas. EMAIL - [email protected] Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 30 SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE ENGENHARIA Nº 9 - E Octal Decimal X 1) 184 = (8) (1 x 8 1 0 ) + (8 x 8 ) + (4 x 8 ) = 64 + 64 + 4 = 132 184 (8) = 132 (10) 2) 537 (8) x (2) 537 (8) = 15 x 5 3 7 101 011 111 537 (8) = 101 011 111 (2) 3) 101 101 111 (2) (8) 101 / 101 / 111 5 5 = 557 (8) 7 Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 31 PROBLEMA DE ENGENHARIA MECÂNICA O ciclo de uma maquina a vapor esta representada pela figura anexa, onde se encontram os valores seguintes. P1 = A a ( pressão de admissão 3,7 Kg/ cm ²) P2 = D a ( Pressão de escape = 1kg /cm² ) Razão da superfície AB ED / BCE - S1/ S2 = 0,5. A maquina é de duplo efeito, girando a 120 RPM e consumindo 180 Kg/h . Calcular a potencia da maquina, sabendo que na condição de admissão o vapor pesa 2 Kg /m³ Resultado do problema será publicado na Revista Eletrônica 11 E Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 32 Politécnica Ano 4 Nº 10 - E Edição trimestral Abril/Junho 2011 | 33