MODELAGEM MATEMÁTICA DO ESCOAMENTO TURBULENTO EM CANAL AXISSIMÉTRICO COM “BLUFF-BODY” por Renan Gabbi Dissertação de Mestrado Ijuí, RS – Brasil 2013 UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DCEEng - Departamento de Ciências Exatas e Engenharias MODELAGEM MATEMÁTICA DO ESCOAMENTO TURBULENTO EM CANAL AXISSIMÉTRICO COM “BLUFF-BODY”. por Renan Gabbi Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Matemática da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI), como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Modelagem Matemática. Ijuí, RS – Brasil 2013 UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DCEEng - Departamento de Ciências Exatas e Engenharias A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação MODELAGEM MATEMÁTICA DO ESCOAMENTO TURBULENTO EM CANAL AXISSIMÉTRICO COM “BLUFF-BODY”. Elaborada por RENAN GABBI como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Modelagem Matemática Comissão Examinadora Prof. Dr. Oleg A. Khatchatourian (Orientador) - DCEEng Profª Drª Adriana Soares Pereira - UFSM Profª Drª Airam Teresa Zago Romcy Sausen - DCEEng Ijuí, 10 de junho de 2013. A minha família. AGRADECIMENTOS À família, pela compreensão e apoio ao longo da pesquisa. Ao Professor orientador Dr. Oleg Khatchatourian, pela orientação, desenvolvimento e construção de ideias e conhecimentos ao longo de minha vida acadêmica e da pesquisa. Aos professores do Mestrado em Modelagem Matemática, pela instrução e conhecimentos desenvolvidos. Aos professores do DCEEng – Departamento de Ciências Exatas e Engenharias, pelos ensinamentos em minha formação acadêmica. À secretaria do Mestrado em Modelagem Matemática, pela dedicação às nossas solicitações. A todos os colegas de curso, pela amizade, os momentos de estudo e de descontração. À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela bolsa de estudos que possibilitou a realização do curso e o desenvolvimento da pesquisa. As professoras Ângela Patricia Grajales Spilimbergo, Lecir Dalabrida Dorneles e Claudia Piva, pelo incentivo no início da minha caminhada acadêmica. A professora Jenifer Heuert Konrad e ao professor Manuel Osorio Binelo pela ajuda nas simulações em ANSYS CFX. “A imaginação é tudo. É uma prévia das próximas atrações da vida.” Albert Einstein SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... 9 LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 12 LISTA DE SÍMBOLOS ............................................................................................... 13 RESUMO....................................................................................................................... 19 ABSTRACT .................................................................................................................. 20 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 21 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 24 1.1 A Técnica de Bluff-Body – Obstáculo do fluxo .............................................. 25 1.2 Escoamentos Turbulentos ............................................................................... 32 1.3 Modelagem do Escoamento de Fluidos .......................................................... 33 1.4 Modelos de Turbulência ................................................................................. 36 1.4.1 Equações Médias de Reynolds .......................................................... 36 1.4.2 Modelos de Viscosidade Turbulenta ................................................. 38 1.4.2.1 Modelo Zero Equation .......................................................... 40 1.4.2.2 Modelo − ....................................................................... 41 1.4.2.3 Modelo − RNG.............................................................. 41 1.4.2.4 Modelo − ...................................................................... 44 1.4.2.5 Modelo Shear Stress Transport (SST) ................................. 45 1.4.3 Modelos das Tensões de Reynolds .................................................... 47 1.4.3.1 Modelo das Tensões de Reynolds e Variações ..................... 48 1.4.3.2 Modelo Reynolds Stress ................................................... 51 2 MODELO FÍSICO E MATEMÁTICO................................................................... 53 2. 1 Estabilizador Mecânico ................................................................................. 53 2. 2 Coeficiente de Pressão ................................................................................... 54 2. 3 Regimes de Simulação .................................................................................. 54 2.4 Modelagem Computacional ............................................................................ 56 2.4.1 Geração da Geometria - ANSYS Workbench ................................... 57 2.4.2 Refinamento da Malha - ANSYS ICEM CFD 10.0 .......................... 57 2.4.3 Definições Físicas - CFX-Pré ............................................................ 58 2.4.4 Resolvedor do Sistema - CFX-Solver................................................ 59 2.4.5 Análise dos Resultados - CFX-Post................................................... 60 3 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES NUMÉRICAS ........................................... 62 3. Escoamento sem combustão ............................................................................. 62 3.1 Coeficiente de Pressão .................................................................................... 64 3.1.1 Coeficiente de Pressão – Geometria – DISCO .................................. 64 3.1.2 Coeficiente de Pressão – Geometria – CONE ................................... 71 3.1.3 Coeficiente de Pressão – Geometria - CILINDRO ........................... 77 3.2 Perfil de Velocidade ....................................................................................... 82 3.3 Fronteira ......................................................................................................... 83 3.3 1 Fronteira DISCO ............................................................................... 84 3.3 2 Fronteira CONE................................................................................. 84 3.3 3 Fronteira CILINDRO ........................................................................ 85 CONCLUSÕES............................................................................................................. 88 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 89 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Turbina Aeronáutica TurboJet com pós-queimador (F100-220) (http://milh5606.blogspot.com.br/2010/06/pos-combustao-de-motores-jato_07.html). Figura 2. Pista Curta (http://foter.com/photo/120416-f-sz282-240/). Figura 3. Porta-aviões (http://elhageseguros.com.br/blog/2012/07/05/rafale-navalcompativel-com-porta-avioes-dotados-de-rampa/). Figura 4. Porta-aviões (http://www.naval.com.br/blog/tag/f-35/). Figura 5. Combate aéreo (http://trp420.wordpress.com/2010/11/11/nvidia-mostratecnologia-directx-11-em-jogo-tom-clancys-hawx-2/#jp-carousel-1472). Figura 6. Esquema e visualização do escoamento ao redor de um corpo afilado e um corpo rombudo (figura retirada de ASSI, 2005). Figura 7. Região de escoamento perturbado pela presença do corpo rombudo (figura retirada de ASSI, 2005). Figura 8. Escoamento Laminar (a) e Escoamento Turbulento (b) (http://www.mspc.eng.br/fldetc/fluid_0520.shtml). Figura 9. Escoamento Laminar (a) e Escoamento Turbulento (b) (http://pt.scribd.com/doc/126427215/Modulo-4-Cinematica-Dos-Fluidos). Figura 10. Escoamento laminar ao redor de um cilindro circular liso ( = 0,16) figura retirada de van Dyke, 1982; Tritton, 1988). Figura 11. Escoamento laminar ao redor de um cilindro circular liso ( = 26) (figura retirada de van Dyke, 1982; Tritton, 1988). Figura 12. Escoamento laminar ao redor de um cilindro circular liso ( = 41) (figura retirada de van Dyke, 1982; Tritton, 1988). Figura 13. Escoamento laminar ao redor de um cilindro circular liso ( = 140) (figura retirada de van Dyke, 1982; Tritton, 1988). Figura 14. Escoamentos turbulentos ao redor de um cilindro circular liso (retirado de van Dyke, 1982). Figura 15. Escoamentos turbulentos ao redor de um cilindro (https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/904517/1/Aula%2012%20-%20Corpos%20nfuselados%20[Modo%20de%20Compatibilidade].pdf). Figura 16. Esquema do Modelo de Fluxo. Figura 17. Escoamentos Turbulentos. a) http://fma.if.usp.br/convite/ConvitesHTML/todososconvites/2007-06-20.html b) http://pt.wikipedia.org/wiki/Turbul%C3%AAncia c) http://en.wikipedia.org/wiki/Turbulence d) http://www.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-recriam-dinamica-dosoceanos-em-laboratorio,552820,0.htm e) http://infofluidos.blogspot.com.br/2010/05/escoamento-laminar-turbulencia-enumero.html f) http://www.br.comsol.com/products/cfd/ Figura 18. Esquema de um estabilizador mecânico. Figura 19. Esquema do disco. Figura 20. Esquema do cone. Figura 21. Esquema do cilindro, / = 3. Figura 22. Tela da criação da geometria do disco no ANSYS Workbench. Figura 23. Tela do refinamento da malha na região da zona de recirculação. Figura 24. Tela do CFX-Pré. Figura 25. Tela do CFX-Solver. Figura 26. Tela do CFX-Post mostrando a zona de recirculação. Figura 27. Formação da Zona de Recirculação atrás do Disco. Figura 28. Formação da Zona de Recirculação atrás do Cilindro. Figura 29. Formação da Zona de Recirculação atrás do Cilindro (ampliação). Figura 30. Formação da Zona de Recirculação atrás do Cone. Figura 31. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=112 mm. Figura 32. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=70 e d=112 mm. Figura 33. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=112 mm. Figura 34. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=70 e d=96 mm. Figura 35. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=70 e d=96 mm. Figura 36. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=112 mm. Figura 37. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=70 e d=80 mm. Figura 38. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=60 mm. Figura 39. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=100 e d=60 mm. Figura 40. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=40 mm. Figura 41. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=40 mm. Figura 42. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=112 mm. Figura 43. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=70 e d=112 mm. Figura 44. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=112 mm. Figura 45. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=96 mm. Figura 46. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=80 mm. Figura 47. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=80 mm. Figura 48. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=60 mm. Figura 49. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=40 mm. Figura 50. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=60 mm. Figura 51. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=40 mm. Figura 52. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=70 e d=112 mm. Figura 53. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=112 mm. Figura 54. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=96 mm. Figura 55. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=96 mm. Figura 56. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=80 mm. Figura 57. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=80 mm. Figura 58. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 e d=60 mm. Figura 59. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 e d=60 mm. Figura 60. Distribuição de pressão no rastro dos estabilizadores. Figura 61. Perfil de velocidade na formação de zona de recirculação. Figura 62. Perfil de velocidade na formação de zona de recirculação. Figura 63. Influência do diâmetro na formação de zona de recirculação. Figura 64. Influência do diâmetro na formação de zona de recirculação. Figura 65. Influência do diâmetro na formação de zona de recirculação. Figura 66. Influência de velocidade na formação de zona de recirculação. Figura 67. Influência de velocidade na formação de zona de recirculação. LISTA DE TABELAS Tabela 1.1: Constantes das Variações do Modelo das Tensões de Reynolds Tabela 1.2: Coeficientes do Modelo Omega Reynolds Stress Tabela 2.1: Configuração dos Regimes de Simulação LISTA DE SÍMBOLOS CARACTERES ARÁBICOS , , , !"# !% , & , & ' , ' , '( ') , '* constantes do modelo SST soma das forças do corpo coeficiente do limitador de reagentes e produtos espessura da geometria do “bluff-body” constantes do modelo Reynolds Stress capacidade de calor específica constante do modelo − constante do modelo − RNG constantes dos modelos das Tensões de Reynolds constantes dos modelos das Tensões de Reynolds constantes dos modelos das Tensões de Reynolds + , + constantes do modelo − ,-. constante do modelo SST & , + , + constantes dos modelos das Tensões de Reynolds , diâmetro da tubulação ,/ diâmetro para o fluxo no tubo , 0 , 0 1 12 3 diâmetro do canal diâmetro do tubo do estabilizador mecânico função de mistura constante de proporcionalidade constante do modelo − RNG produção de turbulência do Tensor de Reynolds através de forças de flutuabilidade vetor gravidade ℎ entalpia estática específica 7 componente do fluido ℎ565 75 78 7: ;7< = > 5 ?, , ?- ?-@ A A′ A′′ AC@& A'DE A&5C5 ?5 5 F entalpia total específica intensidade de turbulência entalpia na seção 9 entalpia inicial (fluxo principal) concentração molar do componente I número de reações químicas elementares energia cinética de turbulência reação química elementar escala de turbulência escala de turbulência de Euler escala de turbulência de Lagrange escala de comprimento de turbulência produção de turbulência do Tensor de Reynolds através de forças cisalhantes produção de turbulência produção das flutuações pressão pressão modificada pressão modificada (modelos das Tensões de Reynolds) pressão absoluta pressão de referência pressão estática relativa número de Prandtl turbulento constante universal dos gases taxa do progresso da reação elementar k coeficiente de correlação pelo tempo coeficiente de correlação pela distância número de Reynolds G medida invariante da taxa de deformação GH fonte de energia G GI GJ G5 K L L M MP M5 Q M R R′ ST U V 9 W taxa de tensão (modelos das Tensões de Reynolds) taxa de produção ou consumo da reação química envolvendo o componente 7 fonte de momento número de Schmidt turbulento temperatura tempo tempo característico da turbulência velocidade vetorial (componentes MN , MF e MO ) velocidade instantânea (ponto fixo) escala de velocidade turbulenta velocidade média flutuação da velocidade instantânea (componentes RN , RF e RO ) média quadrática da flutuação da velocidade volume de domínio do fluido vorticidade peso molecular seção X da câmara fração de massa CARACTERES GREGOS X constante do modelo − X , X constantes do modelo BSL X, XY X( XZ constantes do modelo Reynolds Stress constante do modelo SST coeficiente de excesso de ar na zona de recirculação [, [ \ , [] [, [ \ [ [ , [ , [′ [( [!"# Γ ΓDEE ΓI Γ_DEE Γ5 Ỳ Δb ΔL c d e e e8 f g gDEE g5 h h-I h5 Π j k constantes do modelo Reynolds Stress constantes do modelo − ângulo do “bluff-body” constantes do modelo BSL constante do modelo SST constante do modelo − RNG difusividade difusividade efetiva coeficiente de difusão molecular do componente 7 coeficiente de difusão molecular efetiva do componente 7 difusividade turbulenta constantes do modelo Reynolds Stress vazão escala de tempo matriz identidade (delta de Kronecker) dissipação do redemoinho de turbulência viscosidade volumétrica constante do modelo − RNG liberação de calor liberação de calor na seção X condutividade térmica viscosidade dinâmica viscosidade efetiva viscosidade turbulenta viscosidade cinemática coeficiente estequiométrico do componente 7 na reação elementar viscosidade turbulenta relação constitutiva da correlação pressão-tensão massa específica coeficiente do modelo Reynolds Stress k∗ k- , k+ k-!"# , k+!"# k+!"# , k+!"# k+!% k- , k. k- , k- k. , k. k-( , k.( m Φ , Φ( , Φ( o o p constantes do modelo Reynolds Stress constantes do modelo − constantes do modelo − RNG constante do modelo − RNG constante dos modelos das Tensões de Reynolds constantes do modelo − constantes do modelo BSL constantes do modelo BSL constantes do modelo SST tensor de tensões moleculares contribuição dos modelos variável escalar geral correlação pressão-tensão (modelos das Tensões de Reynolds) distância em relação à parede freqüência de turbulência SUBSCRITOS q(U) 7 U 9 ar proveniente do fluxo principal espécie/componente do fluido fluxo principal seção da câmara SIGLAS LPC Laboratório Associado de Combustão e Propulsão INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais CFD Códigos de Fluidodinâmica Computacional RNG Grupo Re-Normalização SST Shear Stress Transport BSL Baseline LRR-IP LRR Reynolds Stress LRR-QI QI Reynolds Stress SSG SSG Reynolds Stress SMC Omega Reynolds Stress SELA Sistemas de Equações Algébricas Lineares RESUMO Nesta pesquisa é apresentado um estudo do escoamento turbulento formado pela interação de “bluff-body” com o fluxo principal (ar). Os “bluff-bodies” estudados possuem a forma de um disco, cone e cilindro. A zona de recirculação formada por esta interação possibilita a aplicação de “bluff-body” como estabilizador mecânico de chama. Aplicando vários modelos de turbulência foram feitas simulações computacionais para analisar a formação da zona de recirculação do fluxo de ar em relação à forma do estabilizador de chama (disco, cone e cilindro), sua dimensão (grau de bloqueamento do canal) e velocidade de escoamento. Para escolher o modelo de turbulência que descreve melhor o comportamento do fluxo em escoamento turbulento com “bluff-body” foi feita uma comparação entre os dados experimentais e os obtidos computacionalmente. O modelo de turbulência K-Epsilon mostrou maior conformidade com os dados experimentais em comparação com os outros modelos aplicados. Palavras-Chave: Turbulentos. “Bluff-Body”, Modelos de Turbulência, Escoamentos ABSTRACT This research presents a study of the turbulent flow formed by the interaction of "bluff body" with the main flow (air). The "bluff bodies" have studied the shape of a disk, cone and cylinder. The recirculation zone formed by this interaction allows the application of "bluff body" and mechanical flame stabilizer. Applying various models of turbulence computer simulations were made to examine the formation of the recirculation zone of the air flow to the shape of the flame stabilizer (disk, cone and cylinder), the scale (degree of blocking of the channel) and flow rate . To choose the turbulence model that best describes the behavior of the flow in turbulent flow with "bluff body" a comparison was made between the experimental data and those obtained computationally. The turbulence model K-Epsilon showed greater conformity with experimental data in comparison with the other models applied. Keywords: "Bluff-Body" Models of Turbulence, Turbulent Flows. 21 INTRODUÇÃO Um pós-queimador (Afterburner – Figura 1) é um componente presente em alguns motores a jato, utilizados em aviões militares supersônicos. O seu objetivo é aumentar a potência da turbina em certas situações mais críticas. O princípio consiste em injetar e queimar uma quantidade adicional de combustível no duto de descarga, após a turbina. Isto é possível, pois ainda há uma grande quantidade de oxigênio nestes gases de escape. A energia liberada pela combustão aumentará a temperatura dos gases e, consequentemente, o volume dos mesmos. Como o bucal de saída tem área conhecida e constante (variável nas militares), os gases saem com uma velocidade maior, aumentando o empuxo final. Figura 1. Turbina Aeronáutica TurboJet com pós-queimador (F100-220) (http://milh5606.blogspot.com.br/2010/06/pos-combustao-de-motores-jato_07.html). A desvantagem de um pós-queimador é que ele usa muito combustível para a potência que gera. Assim, a maioria dos aviões usa os pós-combustores apenas em condições especiais. Por exemplo, um jato militar usaria seus pós-queimadores durante a decolagem de uma pista curta (Figura 2) ou de um porta-aviões (Figura 3 e Figura 4), ou ainda durante uma manobra em alta velocidade em um combate aéreo (Figura 5). A técnica de escoamento em “Bluff-Body” consiste em adicionar no pósqueimador um corpo geométrico (disco, cone ou cilindro) que tem a finalidade de deixar o maior tempo possível o combustível e oxidante dentro do pós-queimador, pois esta interação com o fluxo principal gera a zona de recirculação. 22 Figura 2. Pista Curta (http://foter.com/photo/120416-f-sz282-240/) Figura 4. Porta-aviões http://www.naval.com.br/blog/tag/f-35/ Figura 3. Porta-aviões (http://elhageseguros.com.br/blog/2012/07/05 /rafale-naval-compativel-com-porta-avioesdotados-de-rampa/). Figura 5. Combate aéreo (http://trp420.wordpress.com/2010/11/11/nvi dia-mostra-tecnologia-directx-11-em-jogotom-clancys-hawx-2/#jp-carousel-1472) A palavra combustão significa “ato de queimar, queima da mistura ar/gasolina efetuada pelo carburador”, ou seja, é um processo químico que ocorre entre as substâncias conhecidas com o nome de combustível (madeira, carvão, petróleo, gás pobre, metano, etc) e oxidante (ar, O2, N2O4, HNO3, etc.). Segundo o LCP – Laboratório Associado de Combustão e Propulsão do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a importância da combustão pode ser aferida pela sua participação na produção total de energia: certa de 80 % da energia do mundo, inclusive o Brasil, é produzida através de processos de combustão de derivados de petróleo, gás natural, carvão ou biomassa. Essa energia tem diversas aplicações: transporte terrestre, marítimo e aéreo, geração de energia elétrica em termelétricas, processos industriais, queimadores, caldeiras, incineração de resíduos, aquecimento doméstico e industrial, fabricação de vidro e cerâmica, cozimento de alimentos, fundições de metais, explosivos entre outros. Na ciência da combustão é estudado os processos reativos exotérmicos, em geral com difusão de massa e transferência de calor. Estes processos podem ser lentos ou rápidos, homogêneos em regiões relativamente grandes, ou concentrados em regiões pequenas. A combustão é uma ciência aplicada que se apoia em quatro ciências básicas: 23 a termodinâmica, a cinética química, a mecânica dos fluidos e os fenômenos de transporte. O processo de combustão em fluxo turbulento depende significativamente dos parâmetros hidrodinâmicos (intensidade e escala de turbulência), e parâmetros físicoquímicos (temperatura, pressão e composição) do fluxo da mistura inicial. Portanto, para conhecer o comportamento do estabilizador mecânico é necessário estudar a distribuição das concentrações, pressões, perfil de velocidade e características da turbulência atrás da zona de recirculação. Para modelar o problema do escoamento turbulento em uma câmara de combustão, assim como outros problemas, são necessários estudos experimentais, os quais fundamentam os valores dos coeficientes de cada modelo. Como a realização de estudos experimentais é geralmente muito complicada e com custos muito elevados, a utilização de simulações computacionais tem sido a opção mais adotada desde o surgimento dos códigos de Fluidodinâmica Computacional (CFD). Atualmente os códigos CFD são uma ferramenta poderosa utilizada na solução de problemas importantes, tanto científicos como aplicados da engenharia. Ela consiste em utilizar métodos numéricos para resolver e analisar problemas de fluxos de fluidos. Os códigos CFD resolvem as equações de fluxo de fluido na região de interesse, em condições conhecidas, as quais devem ser especificadas no limite dessa região. Este trabalho faz parte da linha de pesquisa de Modelagem Matemática dos Processos de Transporte, Heuert (2008) estudou o escoamento turbulento com estabilizadores aerodinâmicos, esta pesquisa estuda os escoamentos turbulentos com “bluff-body” que podem ser utilizados como estabilizadores de chama mecânicos. O problema de pesquisa consiste em realizar um estudo das características do escoamento em canal com a utilização de estabilizadores mecânicos (“bluff-body”), sem combustão; aplicar e analisar vários modelos matemáticos para turbulência (modelo − , modelo − RNG, modelo − , modelo SST, BSL, LRR, QI, SSG, modelo Reynolds Stress) e comparar os resultados das simulações obtidos através do ANSYS CFX 10.0 com os dados experimentais. 24 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A câmara de combustão é um componente do combustor, onde o combustível é introduzido e queimado para elevar a temperatura do fluido até o valor requerido. A função do queimador ou combustor é o de fazer com que o combustível e o oxidante fiquem em contato o tempo suficiente e a temperatura suficiente para ocorrer e completar a reação da combustão. Uma vez que a maioria das reações de combustão acontece na fase gasosa, o contato eficiente depende de: tempo, temperatura e turbulência. Para produzir um aumento da temperatura desejada, usam-se estabilizadores de chamas que ficam atrás dos injetores de combustível, cuja finalidade é que a razão entre a mistura de ar e combustível não fique fora a dos limites de inflamabilidade. Nestes combustores o calor da chama converte continuamente o combustível líquido em vapor no ar de combustão. A utilização de “bluff-body” para formação das zonas de recirculação é muito ampla para estabilização de chama em câmaras de combustão. Durante vários anos foram realizados estudos experimentais e numéricos sobre os estabilizadores mecânicos de chama, e analisadas diferentes geometrias para o corpo, a influência das condições de contorno do fluxo inicial sobre as características do escoamento, e as características da turbulência atrás do estabilizador, entre outros. (Longwell, 1953 e 1955; Zukoski e Marble, 1955; Dutta, Martin e Moore, 1955; Williams, 1966; Lefebvre, Ibrahim e Benson, 1966; Davies e Beér, 1971; Kundu, Banerjee e Bhaduri, 1977; Papailiou, Koutmos e Bakrozis, 2000). Mais recentemente foram investigados os campos de fluxo em torno de um corpo tanto em ambientes reagentes quanto em não-reagentes. Tais estudos foram concentrados na caracterização do campo de velocidade, turbulência, estruturas do fluxo, campo de temperaturas e concentrações na região do rastro do corpo brusco (Bush e Gutmark, 2006). Um dos grandes problemas na projeção de câmara de combustão se deve ao grande número de considerações que se devem levar em conta, tais como: a propagação da chama de combustíveis hidrocarbonetos é menor do que a velocidade do gás; o 25 tempo de permanência da chama no interior da câmara; da pressão e da temperatura no interior da câmara; concentração da mistura e da velocidade do fluxo; posição dos estabilizadores de chama. Os escoamentos externos são observados: no escoamento de um fluido em torno das pás de turbinas; em torno de automóveis, edificações, estádios esportivos, pilares de pontes; no projeto das chaminés industriais e gotículas de pulverização; no projeto de submarinos, previsão da sedimentação de rios, glóbulos vermelhos do sangue. 1.1 A Técnica de Bluff-Body – Obstáculo do fluxo Bluff-body ou corpo rombudo é definido, segundo MENEGHINI et all., 2010, como sendo aquele que, ao ser imerso em uma corrente de fluido, gera separação do escoamento e esta ocorre em uma porção considerável da superfície. A separação em um bluff-body com seção transversal bidimensional faz com que haja a formação de duas camadas cisalhantes livres na região imediatamente atrás do corpo, com vorticidade (circulação ou rotação de um fluido) de sinais opostos, constituindo um sistema instável na presença de pequenas perturbações. A interação entre estas duas camadas cisalhantes consiste na principal razão da formação e do desprendimento de vórtices atrás do corpo. Em ASSI (2005), é definido que em um corpo afilado as linhas de corrente estão sempre aderidas à superfície de contorno e não se separam do corpo. Já em um corpo rombudo, as linhas de corrente deslocam-se da superfície formando uma região de escoamento separado ao redor de uma porção considerável de sua parede. Na Figura 6 é ilustrada as linhas de corrente aderidas a um corpo afilado e a região de escoamento separado à jusante de um corpo rombudo. Figura 6. Esquema e visualização do escoamento ao redor de um corpo afilado e um corpo rombudo (figura retirada de ASSI, 2005). 26 De modo geral, todo escoamento ao redor de bluff-body apresenta regiões de escoamento perturbado pela presença do corpo, classificadas por ZDRAVKOVICH (1997) citado por ASSI (2005) são apresentadas na Figura 7. Figura 7. Região de escoamento perturbado pela presença do corpo rombudo (figura retirada de ASSI, 2005). Para ASSI (2005) a Região 1 representa uma faixa de escoamento retardado consequentes do ponto de estagnação frontal do corpo. Região 2 representa a camada limite aderida a superfície do corpo. Quando o gradiente de pressão passa a ser desfavorável para a aderência das camadas limites elas se separam e formam as camadas cisalhantes livres que delimitam a esteira próxima. Região 3 é composta por escoamento deslocado e acelerado pela presença do bluff-body, na qual a velocidade média do escoamento é maior que a do escoamento incidente. Região 4 é a parte do escoamento perturbado chamada de esteira, que apresenta escoamento totalmente separado e com velocidade média menor que a incidente. É nesta região que ocorre a formação da zona de recirculação. A configuração do escoamento ao redor de um corpo rombudo (“bluff-body”) é influenciada por uma grande variedade de parâmetros. Para um cilindro circular liso e longo, submetido a um escoamento uniforme, o parâmetro governante é o número de Reynolds. Em 1883, Osborne Reynolds demostrou através de uma experiência que existem dois regimes de turbulência, laminar e turbulento (Figura 8 e Figura 9). 27 Figura 8. Escoamento Laminar (a) e Escoamento Turbulento (b) (http://www.mspc.eng.br/fldetc/fluid_0520.shtml). (a) (b) Figura 9. Escoamento Laminar (a) e Escoamento Turbulento (b) (http://pt.scribd.com/doc/126427215/Modulo-4-Cinematica-Dos-Fluidos) Para determinar o regime de escoamento de um fluido em um tubo é utilizado um coeficiente, número ou módulo de Reynolds (Re), um número adimensional muito utilizado na mecânica dos fluidos. Fisicamente ele representa um coeficiente de forças Q ) e forças de viscosidade ( ): de inércia (jM T = t Q,/ jM (1.1) g Q é a velocidade média do fluido, ,/ é o diâmetro para fluxo no tubo, g é a onde M viscosidade dinâmica do fluido e j a densidade do fluido. A partir deste coeficiente é possível avaliar a estabilidade do fluxo, ou seja, o tipo de escoamento (laminar ou turbulento). Em experimentos de fluxos em tubos, segundo Pope (2000), caso o número de Reynolds seja inferior a 2300, aproximadamente, o fluxo é considerado laminar, sendo assim a velocidade do fluido não varia com o tempo e as linhas de corrente (streamlines) são paralelas ao eixo do tubo. O fluxo será turbulento se o número de 28 Reynolds ultrapassar 4000. Quando o número de Reynolds sofre aumento, a transição do fluxo laminar para turbulento ocorre em torno de uma variedade de Re que depende dos detalhes do experimento (Pope, 2000). De acordo com Nishino (2007) citado por Bimbato (2012) classifica o escoamento ao redor de um cilindro liso e isolado em função do número de Reynols em três regimes: Regime 1: Subcrítico - v 2,0 w 10* Regime 2: Crítico - ≅ 2,0 w 10* Regime 3: Supercrítico - y 2,0 w 10* Assim quando o número de Reynols é muito pequeno ( z 1), o escoamento ao redor de um cilindro circular é aproximadamente simétrico a montante e a jusante do corpo, com um ponto de estagnação frontal e outro traseiro. Essa condição recebe o nome de escoamento reptante e a forma das linhas de corrente é mostrada na Figura 10, o escoamento se comporta sem que se verifique o fenômeno da separação da camada limite (zonas de recirculação) e o campo de pressões é determinado pelas tensões viscosas. Figura 10. Escoamento laminar ao redor de um cilindro circular liso ( = 0,16) (figura retirada de van Dyke, 1982; Tritton, 1988). Para 2 z z 30 ocorre a separação da camada limite (gradiente de pressão adverso excessivo) na parte de trás do corpo e o escoamento apresenta-se assimétrico. Nessa condição é formado um único par de estruturas vorticosas estacionárias (zonas de recirculação), como mostrado na Figura 11, que aumenta de tamanho à medida que o número de Reynolds aumenta. 29 Figura 11. Escoamento laminar ao redor de um cilindro circular liso ( = 26) (figura retirada de van Dyke, 1982; Tritton, 1988). A Figura 12 mostra um caso aproximadamente limite para o regime permanente, para 40 z z 70 há o surgimento de instabilidades nas camadas cisalhantes que causam o início de oscilações na esteira. Para um valor do número de Reynolds maior do que 70, as duas camadas cisalhantes de fluido enrolam-se em torno delas mesmas, formando as estruturas vorticosas contrarrotativas da esteira, este fenômeno é denominado na literatura de desprendimento de vórtices, ou seja, tem-se duas bolhas de separação simétricas. Figura 12. Escoamento laminar ao redor de um cilindro circular liso ( = 41) (figura retirada de van Dyke, 1982; Tritton, 1988). Quando o número de Reynolds se encontra por volta de 90, os pontos de separação não são mais fixos e observa-se um desprendimento alternado de pares contrarrotativos de estruturas vorticosas, o que determina o caráter oscilatório da esteira de von Kármán – (Figura 13). Neste caso para = 140 o escoamento é instacionário, ocorre a libertação de vórtices alternados. 30 Figura 13. Escoamento laminar ao redor de um cilindro circular liso ( = 140) (figura retirada de van Dyke, 1982; Tritton, 1988). O escoamento na camada limite laminar é muito vulnerável ao gradiente adverso de pressão na traseira do cilindro circular e o escoamento é separado com velocidades relativamente baixas e pressões aproximadamente uniformes (Figura 14a); a larga esteira e a pressão muito baixa na região de separação laminar causam um aumento na força de arrasto. Para 10) z z 10* nota-se a existência de uma esteira turbulenta pulsante a jusante do cilindro circular (Figura 14b). Escoamento praticamente estacionários na vizinhança do corpo. (a) = 2000 (b) = 10000 Figura 14. Escoamentos turbulentos ao redor de um cilindro circular liso (retirado de van Dyke, 1982). Na Figura 15a a camada limite laminar separa antes do equador e a Figura 15b a camada limite passa a turbulento devido a arame, separa após o equador, neste caso a separação e esteira são muito menores, logo a resistência é muito menor. (a) = 15000 (b) = 30000 Figura 15. Escoamentos turbulentos ao redor de um cilindro (https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/904517/1/Aula%2012%20-%20Corpos%20nfuselados%20[Modo%20de%20Compatibilidade].pdf). 31 Os escoamentos com baixo número de Reynolds podem ser observados: • em torno de gotículas de pulverização; • em torno de glóbulos vermelhos do sangue; • lubrificação; • escoamentos em meios porosos. Os escoamentos com alto número de Reynolds podem ser classificados em: 1. Escoamentos imersos incompressíveis, exemplos: automóveis, helicópteros, submarinos, aeronaves durante a decolagem e pouso. 2. Escoamentos de líquidos que envolvem uma superfície livre, exemplos: navios ou pilar de uma ponte. 3. Escoamentos compressíveis, exemplos: aviões, mísseis e projéteis. KUNDU et all (1977) mostra um esquema do modelo físico bidimensional de fluxo com “bluff-body” (transversal ao fluxo) conforme a Figura 16. Nestes casos, o campo de fluxo turbulento é devido à elevada velocidade de fluxo de entrada. A troca de calor e massa entre a zona de recirculação e o exterior do fluxo mantém a estabilidade da chama. Bluff-body Zona de recirculação Zona de recirculação Limite de recirculação Limite de recirculação Figura 16. Esquema do Modelo de Fluxo (KUNDU et all, 1977) 32 1.2 Escoamentos Turbulentos A definição de turbulência varia conforme a literatura, fazendo com que não haja um consenso numa definição ampla de forma a abranger todas as suas características, conforme Moller e Silvestrini, 2004. Lesieur, 1997, define um escoamento turbulento como um escoamento que é desordenado no tempo e no espaço. Já para Nelson Canzian da Silva em seu livro As Faces do Caos "A turbulência é um dos fenômenos mais claramente associado ao caos. Ocorre quando o movimento das partículas de um fluido (um líquido ou um gás) acontece de maneira desordenada, em trajetórias irregulares. Existem circunstâncias em que as turbulências são desejáveis, como na otimização da mistura entre ar e o combustível no interior da câmara de combustão do motor de um avião a jato. São indesejáveis, entretanto, em muitas outras circunstâncias, dissipando preciosas quantidades de energia, ou criando situações perigosas, como sobre asas de aviões, no interior de oleodutos ou no fluxo sanguíneo através de válvulas cardíacas artificiais. Uma maneira de provocar turbulência é fazer um fluido mover-se ao redor de um obstáculo, por exemplo um rio ao redor de uma árvore. " Apesar dá turbulência ser verificada em diversos problemas práticos, mesmo sendo reconhecida sua grande importância no meio científico, definí-la com precisão seria quase impossível. Por isso, Tenekes e Lumley, 1972 descrevem a turbulência através de suas principais características: a) Irregularidade: torna uma analise determinística impossível, usando-se métodos estatísticos. b) Difusividade: causa a mistura do fluido, aumenta a transferência de calor e massa e retarda a separação da camada-limite. c) Altos números de Reynolds: a turbulência se origina de instabilidades de escoamentos laminares, quando o número de Reynols vai aumentando. d) Flutuações tridimensionais de vorticidade: todo escoamento turbulento é tridimensional, pois o termo que representa a geração de vorticidade na equação de Helmholtz é nulo em escoamentos bidimensionais. e) Dissipativo: os escoamentos turbulentos são altamente dissipativos, isto significa que a energia cinética dos turbilhões menores é transformada na energia interna. f) Continuidade: Qualquer escoamento, tanto laminar quanto turbulento, é modelado pelas equações de Navier-Stokes. Mesmo as menores escalas de turbulência presentes 33 no fluxo são muito maiores do que a escala molecular do fluido, e assim é possível tratar o fluxo como uma quantidade contínua. g) Escoamentos turbulentos são escoamentos: a natureza é uma característica do escoamento não do fluido. A Figura 17 mostra algumas situações práticas envolvendo escoamentos turbulentos: (a) água, (b) avião, (c) submarino na superfície da água, submerso o escoamento é laminar, (d) movimentos da água, (e) fumaça de um cigarro e (f) CFD. a) (a) (b) (c) (d) (e) (f) Figura 17. Escoamentos Turbulentos http://fma.if.usp.br/convite/ConvitesHTML/todososconvites/2007-06-20.html b) http://pt.wikipedia.org/wiki/Turbul%C3%AAncia c) http://en.wikipedia.org/wiki/Turbulence d) http://www.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-recriam-dinamica-dos-oceanos-emlaboratorio,552820,0.htm e) http://infofluidos.blogspot.com.br/2010/05/escoamento-laminar-turbulencia-e-numero.html f) http://www.br.comsol.com/products/cfd/ 1.3 Modelagem do Escoamento de Fluidos As equações governantes para escoamentos, em qualquer regime e com qualquer valor para o número de Reynolds, são as equações de Navier-Stokes, as quais são equações diferenciais parciais de segunda ordem não-lineares, baseadas nos princípios de conservação de massa, momento e energia. O princípio de conservação da massa é expresso pela equação da continuidade: 34 }j + ∇ • (jM) = 0(1.2) }L ou seja: }j }(jMN ) }jMF }(jMO ) + + + = 0(1.3) }L } } } onde j é a massa específica do fluido no instante t , M corresponde ao vetor velocidade, cujos componentes nas respectivas direções de x , y e z são representados por MN , MF e MO . O princípio da conservação de momento, para fluidos newtonianos, é expresso pela equação: }jM + • (jM⨂M) = • −pc + g(M + (M) ) + GJ (1.4) }L onde A é a pressão, c é a matriz identidade ou função delta de Kronecker, g é a viscosidade dinâmica (molecular) e GJ é a fonte de momento (⨂ é o operador de produto tensorial). A equação baseada no princípio de conservação de energia é dada por: }jℎ565 }j − + • (jMℎ565 ) = • (fK) + GH (1.5) }L }L onde f é a condutividade térmica, K é a temperatura, GH é a fonte de energia e ℎ565 é definido como a entalpia total específica, que para o caso geral de propriedades variáveis e fluxo compressível é dado em termos da entalpia estática especifica, ℎ, através da relação: 1 ℎ565 = ℎ + M (1.6) 2 onde a entalpia estática específica é função da pressão e da temperatura: ℎ = ℎ(A, K)(1.7) Caso a ação da viscosidade seja significante é acrescentado ao lado direito da equação de energia um termo adicional para justificar o efeito de tensões viscosas; desta forma, a equação de energia torna-se: 35 }jℎ565 }j − + • (jMℎ565 ) = • (fK) }L }L 2 + • g ∇M + (∇M) − • Uδ M + GH (1.8) 3 A equação de estado, acrescentada ao conjunto de equações, é descrita pela Lei de Gás Ideal e relaciona massa específica, pressão e temperatura, determinando assim a massa específica para um gás ideal: j= VA + A'DE (1.9) K onde w é o peso molecular do gás, é a constante universal dos gases, cujo valor é comum para todos os gases, o qual depende apenas da unidade a ser utilizada. A Pressão de Referência, A'DE , é o dado de pressão absoluto do qual todos os outros valores de pressão são tomados. Todas as especificações de pressão relativas no CFX-5.6 são associadas à Pressão de Referência. No CFX-5.6 as equações são resolvidas para a pressão estática relativa (termodinâmica), A&5C5 , no campo de fluxo, a qual está relacionada à Pressão Absoluta, AC@& , através da relação: AC@& = A&5C5 + A'DE (1.10) Assim, a capacidade de calor específica, , para um gás ideal pode ser função apenas da temperatura: = (K)(1.11) A resolução das equações de Navier-Stokes envolve uma complicação matemática considerável, além disso, os fluxos turbulentos geralmente envolvem números de Reynolds elevados e uma enorme variedade de escalas de turbulência de comprimento e de tempo, inclusive a necessidade de uma malha muito pequena de volumes finitos, a qual não poderia ser utilizada na prática em análises numéricas, devido à alta capacidade computacional requerida. Com tantas dificuldades para resolver as equações de Navier-Stokes em fluxos turbulentos, diversas pesquisas no campo de Fluidodinâmica Computacional concentraram-se nos métodos que utilizam modelos de turbulência para possibilitar a predição dos efeitos da turbulência. 36 1.4 Modelos de Turbulência A turbulência pode ser descrita como flutuações no campo de escoamento no tempo e espaço. O processo é complexo, principalmente devido a sua tridimensionalidade e irregularidade, por isso, pode causar um efeito significativo sobre as outras características do escoamento. A turbulência ocorre quando o forças de inércia do fluido tornam-se significativas em comparação com as forças viscosas, e é caracterizada por um elevado número de Reynolds. Não existe ainda um modelo único que descreva, com exatidão, qualquer situação que envolva escoamentos turbulentos, apesar do grande empenho de pesquisadores do mundo inteiro. Os modelos de turbulência existentes contém informações empíricas, o que os torna específico para determinadas classes de problemas. A seguir são escritos alguns modelos de turbulência. 1.4.1 Equações Médias de Reynolds Os modelos de turbulência procuram resolver um conjunto de equações de transporte modificado através da introdução de componentes médios e flutuantes. A Q, e um valor velocidade M, por exemplo, pode ser dividida em um valor médio, M flutuante de variação instantânea, R. Q + R(1.12) M=M O componente médio da velocidade é dado por: 5∆5 1 Q= M ML (1.13) ∆L 5 onde ∆L é uma escala de tempo, tão grande quanto às flutuações turbulentas, mas tão pequena quanto à escala de tempo à qual as equações são resolvidas. A substituição do 37 valor médio (de tempo) nas equações de transporte originais resulta nas equações médias de Reynolds apresentadas a seguir. Nas equações seguintes, a barra é utilizada para valores médios, exceto os produtos de valores flutuantes. }j + ∇ • (jM) = 0(1.14) }L }jM + GJ (1.15) + ∇ • jM⨂M = ∇ • m − jR⨂R }L onde τ é o tensor de tensões moleculares. }jo ) + GH (1.16) + ∇ • (jMo) = ∇ • (Γ∇o − jRo }L onde Γ representa a difusividade e o uma variável escalar geral. A equação de continuidade não foi alterada, mas as equações de momento e transporte escalares contêm termos de fluxo turbulento adicionais aos fluxos difusivos . , e o fluxo de Reynolds, jRo moleculares. Estes são as tensões de Reynolds, jR⨂R Esses termos surgem do termo não linear convectivo das equações não médias. Eles refletem o fato que o transporte convectivo, devido a flutuações turbulentas de velocidade, atuará para realçar a mistura que, além disto, é causada por flutuações termais ao nível molecular. Em altos números de Reynolds, as flutuações turbulentas de velocidade ocorrem numa escala de comprimento muito maior do que o livre caminho médio de flutuações termais, pois as escalas de turbulência são maiores que as moleculares. A equação média de Reynolds para a energia é: }jℎ565 }A − f∇K = (1.17) + ∇ • jMℎ565 + jRℎ }L }L onde a entalpia total média é dada por: 1 ℎ565 = ℎ + M + (1.18) 2 38 Além do fluxo médio de energia cinética, a entalpia total agora contém uma contribuição da energia cinética turbulenta, , que é dada por: 1 = R (1.19) 2 1.4.2 Modelos de Viscosidade Turbulenta Uma proposta sugere que a turbulência consiste de pequenos vórtices que estão se formando e se dissipando continuamente, no qual as tensões de Reynolds são proporcionais aos gradientes de velocidade média. Isto define um modelo de viscosidade turbulenta. O conceito de viscosidade de turbulência assume que as tensões de Reynolds podem estar relacionadas aos gradientes de velocidade média e a viscosidade de turbulência pela hipótese de difusão de gradiente, de maneira análoga à relação entre tensões e tensor de tensões no fluxo Newtoniano laminar: 2 2 = − ρkδ − g5 ∇ • Uδ + g5 (∇M + (∇M) )(1.20) −jR⨂R 3 3 onde, g5 é a viscosidade turbulenta. Análogo à hipótese de viscosidade turbulenta é a hipótese de difusividade turbulenta, que determina que os fluxos de Reynolds de um escalar estão linearmente relacionados ao gradiente escalar médio: = Γ5 ∇o(1.21) −jRo Aqui, Γ5 é a difusividade turbulenta, a qual é dada por: Γ5 = g5 (1.22) ?5 onde ?5 é o número de Prandtl turbulento. 39 As equações escritas anteriormente apenas expressam os termos de flutuação turbulenta em função das variáveis médias se a viscosidade turbulenta, g5 , for conhecida. Os modelos de turbulência de duas equações, tanto − fornecem esta variável. como − Sujeito a essas hipóteses, as equações médias de Reynolds de momento e transporte se tornam: }jM + ∇ • (jM⨂M) = − ∇p\ + ∇ • gDEE (∇M + (∇M) )(1.23) }L }jo + ∇ • jMo − ΓDEE ∇o = S(1.24) }L onde é a soma das forças que atuam sobre o corpo, p\ é a pressão modificada, gDEE é a viscosidade efetiva, e ΓDEE é a difusividade efetiva, definidas pelas seguintes relações: gDEE = g + g5 (1.25) ΓDEE = Γ + Γ5 (1.26) 2 2 p\ = p + j + ∇ • U gDEE − d(1.27) 3 3 onde ζ é a viscosidade volumétrica. A equação média de Reynolds para energia se torna então: }(jℎ565 ) }A g5 − + • (jMℎ565 ) = • fK + ℎ + GH (1.28) }L }L ?5 Existem vários modelos de viscosidade turbulenta, os quais podem ser diferenciados pela maneira na qual eles prescrevem a viscosidade e a difusividade de turbulência. Os modelos de viscosidade turbulenta podem ser classificados conforme o número de equações de transporte, ou seja, modelos com uma, duas ou nenhuma equação de transporte. Os modelos apresentados e estudados neste trabalho se referem 40 aos contidos no CFX-10.0, sendo eles: modelo Zero Equation, modelo − , modelo − , e modelo SST. 1.4.2.1 Modelo Zero Equation O modelo de viscosidade turbulenta mais simples é o que não resolve nenhuma equação de transporte adicional, por isso é conhecido como modelo sem equação de transporte (Zero Equation). Este modelo calcula um valor global da viscosidade turbulenta g5 , para uma velocidade média e uma escala de comprimento geométrica, usando uma fórmula empírica. O modelo Zero Equation no CFX-10.0 usa uma equação algébrica para calcular a contribuição viscosa dos vórtices turbulentos, onde a constante de viscosidade turbulenta é calculada para o domínio total do fluxo. A viscosidade turbulenta é modelada como o produto de uma escala de velocidade turbulenta, M5 e uma escala de comprimento de turbulência, 5 , como proposto por Prandtl e Kolmogorov (ANSYS, 2006): g5 = j1 M5 5 (1.29) onde 1 é uma constante de proporcionalidade. A escala de velocidade é tomada para ser a velocidade máxima no domínio do fluido. A escala de comprimento é obtida através da fórmula: 5 = ST( 7 (1.30) onde ST é o volume do fluido. Este modelo tem pouca fundamentação física e não é muito recomendado. 41 1.4.2.2 Modelo − O modelo − é o mais conhecido entre os modelos que envolvem duas equações diferenciais de transporte, pois é robusto, preciso e possui estabilidade. Atualmente é considerado como padrão entre os modelos de turbulência utilizados em simulações industriais, ele também é incorporado na maioria dos códigos comerciais de CFD. Como em todos os modelos de turbulência, tanto conceitos como detalhes são desenvolvidos ao longo do tempo. A autoria do modelo − padrão é apropriadamente creditada a Jones e Launder (1972). Já o melhoramento do valor das constantes do modelo foi fornecido por Launder e Sharma (1974). Mas as primeiras contribuições significativas foram reveladas por Davidov (1961), Harlow e Nakayama (1968), Hanjali (1970), entre outros citados por Launder e Spalding (1972). O modelo de turbulência − introduz duas novas variáveis ao sistema de equações. A variável representa a energia cinética da turbulência e é definida como a variação das flutuações em velocidade, sua unidade é b / . é a dissipação da turbulência (a taxa na qual as flutuações de velocidade se dissipam), tem como unidades pela unidade de tempo, b / ( . A equação da continuidade é então: }j + ∇ • (jM) = 0(1.31) }L A equação do momento se torna: }jM + ∇ • (jM⨂M) − ∇ • (gDEE ∇M) = ∇p\ + ∇ • gDEE ∇M + (1.32) }L onde é a soma das forças do corpo, gDEE é a viscosidade efetiva turbulenta, e p' é a pressão modificada dada por: 2 p\ = p + j(1.33) 3 42 O modelo − , assim como o Modelo sem Equação, é baseado no conceito de viscosidade turbulenta, de forma que: gDEE = g + g5 (1.34) onde g5 é a viscosidade de turbulência. O modelo − assume que a viscosidade de turbulência é unida à energia cinética de turbulência, e a dissipação é dada pela relação: g5 = j (1.35) onde é uma constante específica deste modelo; seu valor é definido como = 0,09. Os valores de e vem diretamente das equações diferenciais de transporte da energia cinética de turbulência, Equação (1.36), e da taxa de dissipação de turbulência, Equação (1.37): }(j) g5 + ∇ • (jM) = ∇ • g + ∇k + ?- − j (1.36) k}L }(j ) g5 + ∇ • (jM ) = ∇ • g + ∇ + (+ ?- − + j )(1.37) k+ }L onde + , + , k- e k+ também são constantes do modelo, dados pelos valores + = 1,44, + = 1,92, k- = 1,0 e k+ = 1,3. Estes valores padrões, para todas as constantes do modelo, foram fornecidos por Launder e Sharma (1974). ?- é a produção de turbulência devido a forças viscosas e de flutuabilidade, que é modelada por: 2 ?- = g5 ∇M • (∇M + ∇M ) − ∇ • U(3g5 ∇ • U + ρk) + ?-@ (1.38) 3 Para fluxos incompressíveis, ∇ • U é pequeno e o segundo termo do lado direito da Equação (1.38) não contribui significativamente à produção de turbulência. O termo ?-@ representa a produção das flutuações, e pode ser modelado pela flutuabilidade 43 completa, no caso da massa específica ser função da pressão, temperatura ou variáveis adicionais, ou pelo modelo de flutuabilidade de Boussinesq, quando a massa específica é constante. No modelo de flutuabilidade completa, utilizado neste trabalho, a produção das flutuações é modelada por: ?-@ = − g5 g • ∇ρ(1.39) ?5 onde g é o vetor gravidade. 1.4.2.3 Modelo − RNG O modelo de turbulência − RNG é baseado na teoria do grupo de renormalização das equações de Navier-Stokes e foi proposto por Yakhot e Orszag (1986). As equações de transporte da geração e dissipação de turbulência são as mesmas do modelo − padrão, apresentado anteriormente, mas as constantes diferem nos dois modelos. Além disso, a constante + deixa de ser apenas uma constante, passando a ser a função +!"# . As equações de transporte da energia cinética de turbulência, Equação (1.40), e da dissipação de turbulência, Equação (1.41), tornam-se: }(j) g5 + ∇ • (jM) = ∇ • g + ∇k + ?- − j (1.40) }L k-!"# }(j ) g5 + ∇ • (jM ) = ∇ • g + ∇ + (+!"# ?- − +!"# j )(1.41) }L k+!"# O valor da função +!"# é calculado através da equação: +!"# = 1,42 − 12 (1.42) onde o valor das constantes pode ser obtido por: 44 12 = e e 1 − 4.38 (1 + [!"# e( ) (1.43) ?e=¡ (1.44) j!"#¢ onde as constantes do modelo tem os seguintes valores: k-!"# = k+!"# = 0,7179 +!"# = 1,68, !"# = 0,085 e [!"# = 0,012. 1.4.2.4 Modelo − O modelo − é o segundo modelo de duas equações mais utilizado, sendo aprimorado durante mais de 20 anos por Wilcox (1993) e outros. O modelo − é mais exato e mais robusto, pois não envolve as funções complexas não lineares de amortecimento, as quais são necessárias no modelo − . Ele assume que a viscosidade turbulenta está relacionada à energia cinética de turbulência e frequência de turbulência, através da relação: g5 = j (1.45) O modelo − resolve duas equações de transporte, uma para a energia cinética de turbulência, : }(j) g5 + ∇ • (jM) = ∇ • g + ∇k + ?- − [ \ j(1.46) }L ke outra para a frequência de turbulência, : }(j) g5 + ∇ • (jM) = ∇ • g + ∇ + X ?- − [j (1.47) }L k. 45 Além das variáveis independentes, a massa específica, j, e o vetor velocidade, M, são tratadas como quantidades conhecidas das equações de Navier-Stokes. A variável ?- é a taxa de produção de turbulência, que é calculada através da Equação (1.38), assim como no modelo − . As demais constantes de fechamento do modelo são dadas por: [ \ = 0,09, X = 5/9, [ = 0,075 e k- = k. = 2. 1.4.2.5 Modelo Shear Stress Transport (SST) O modelo − apresenta forte sensibilidade à variações nas condições de corrente livre, o que torna o modelo deficiente. Como este problema não é desejável, Menter (1994) desenvolveu uma composição entre o modelo − de Wilcox e o modelo − padrão, a qual ficou conhecida como modelo BSL − (Baseline − ). Tem-se as equações do modelo − de Wilcox: g }(j) + ∇ • (jM) = ∇ • g + L ∇ + ? − [´j(1.48) k1 }L g }(j) + ∇ • (jM) = ∇ • g + L ∇ + X1 ? − [1 j2 (1.49) k1 }L Equações transformadas do modelo − : g }(j) + ∇ • (jM) = ∇ • g + L ∇ + ? − [´j(1.50) }L k2 g 1 }(j) + ∇ • (jM) = ∇ • g + L ∇ + 2j ∇∇ }L k2 k2 +X ? − [ j (1.51) - As equações do modelo − de Wilcox são multiplicadas pela função de mistura 0 , e as equações transformadas do modelo − são multiplicadas pela função de mistura 1 − 0 , posteriormente as equações correspondentes de k e são adicionadas conforme a Equação (1.52): 46 Φ( = 0 Φ + (1 − 0 )Φ (1.52) onde a função de mistura 0 corresponde à unidade na parede, sendo assim, na região externa à camada limite 0 decai para zero. As contribuições de cada modelo são representadas por Φ. Desta forma, tem-se o modelo BSL: g }(j) + ∇ • (jM) = ∇ • g + L ∇ + ? − [´j(1.53) }L k3 g5 }(j) 1 + ∇ • (jM) = ∇ • g + ∇∇ ∇ + (1 − 0 )2j k.( k. }L +X( ? − [( j (1.54) - Os valores dos coeficientes que completam o modelo correspondem a: [´ = 0,09, X = 5/9, [ = 0,075, k- = k. = 2, X = 0,44, [ = 0,0828, k- = 1, k. = 1/0,856. Os coeficientes do novo modelo (k-( , k.( , X( , [( ) formam uma combinação linear dos coeficientes correspondentes aos modelos subjacentes, conforme a Equação (1.52). O modelo BSL combina as vantagens dos modelos − e − de Wilcox, mas não consegue prever corretamente o ponto de separação de escoamentos em superfícies lisas; mais detalhes podem ser encontrados em Menter (1994). Para corrigir esta deficiência do modelo BSL, o valor da viscosidade turbulenta é obtido através de um limitador: S5 = onde S5 = (1.55) b( , G0 ) g5 ,(1.56) j 0 é uma função de mistura similar a 0 , e S é uma medida invariante da taxa de deformação. O modelo Shear Stress Transport é justamente o modelo BSL − modificado. O novo modelo, baseado no modelo − , considera o transporte das tensões de cisalhamento turbulento e suas previsões da separação do fluxo são precisas em condições de escoamentos com gradientes de pressão desfavorável. 47 As funções de mistura, fundamentais para o sucesso do método, são formuladas com base na distância da superfície e nas variáveis do fluxo. A função de mistura 0 é definida por: 0 = L¤ℎ( ) )(1.57) 4j √ 500h = b¥¤ b , , (1.58) [´p p ,-. k. p ,-. = b 2j 1 k. ∇∇, 1.0 w 10§ (1.59) onde p é a distância em relação à parede e h é a viscosidade cinemática. A função de mistura 0 é dada por: 0 = L¤ℎ( )(1.60) = b 2√ 500h , (1.61) [´p p Numerosos estudos desenvolvidos por Bardina et al. (1997), sobre a validação do modelo SST demonstraram um melhor desempenho deste modelo em relação aos modelos − e − , em simulações de escoamento em camada limite. 1.4.3 Modelos das Tensões de Reynolds Esses modelos são baseados em equações de transporte para todos os componentes do tensor de tensões de Reynolds e para a taxa de dissipação. Esses modelos não utilizam o conceito de viscosidade turbulenta, mas resolvem uma equação de transporte do tensor de Reynolds no fluido. As equações de transporte dos modelos do tensor de Reynolds são resolvidas para os componentes de tensões individuais. Os modelos algébricos do tensor de Reynolds resolvem equações algébricas, ao passo que os modelos diferenciais do tensor de Reynolds resolvem equações diferenciais de transporte individualmente para cada componente do tensor. No CFX5.6 são implementados os modelos diferenciais. Teoricamente, o termo de produção exato e a modelagem inerente da anisotropia dos tensores tornam os modelos do tensor de Reynolds mais apropriados para fluxos 48 complexos, contudo a prática mostra que, muitas vezes, eles não são superiores aos modelos de duas equações. As equações médias de Reynolds de conservação do momento para a velocidade média são: }jM ) + (1.62) + ∇ • (jM⨂M) − ∇ • (g∇M) = −∇p\\ − ∇ • (jR⨂R }L onde p\\ é a pressão modificada, B é a soma das forças que atuam sobre o corpo e jR⨂R é a contribuição da flutuação das tensões de Reynolds. Diferentemente dos modelos de viscosidade turbulenta, a pressão modificada não tem nenhuma contribuição da turbulência e está relacionada à pressão estática (termodinâmica) por: 2 p\\ = p + ∇ • U g − d(1.63) 3 No modelo diferencial de tensores, R⨂R é realizado para satisfazer uma equação de transporte. Uma equação de transporte separada deve ser resolvida para cada um dos . A equação diferencial de transporte seis componentes do tensor de Reynolds de jR⨂R do tensor de Reynolds é: }jR⨂R ⨂M) − ∇ • j!% R⨂R (∇R⨂R ) = ? + ∇ • (jR⨂R }L 2 +3 + o − j c(1.64) 3 onde P e G são, respectivamente, os termos de produção de turbulência do tensor de Reynolds através das forças cisalhantes e de flutuabilidade, o é o tensor pressão-tensão, e !% é uma constante. 1.4.3.1 Modelo das Tensões de Reynolds e Variações O modelo das Tensões de Reynolds padrão no CFX-5.6 é baseado na equação de . O solver do CFX-5.6 resolve as seguintes equações de transporte das tensões de Reynolds: 2 2 }jR⨂R ) = ? + o + ∇ • ¨g + & j ∇R⨂R © − cj (1.65) + ∇ • (jM⨂R⨂R }L 3 3 49 que pode ser escrito em notação indexada conforme abaixo: }jR } ª R« + M jR R = ?P¬ + oP¬ }L }- - ª « + } 2 }R 2 ª R« g + & j ® − cP¬ j (1.66) }3 }3 onde oP¬ é a correlação pressão-tensão, e P o termo de produção exato, dado por : (∇M) + (∇M)R⨂R )(1.67) ? = −j(R⨂R Como a dissipação de turbulência aparece nas equações individuais de tensões, ainda é necessária uma equação para , a qual toma a seguinte forma: g5 }j + ∇ • (jM ) = (+ ? − + j ) + ∇ • g + ∇ • ε(1.68) }L k+!% Nessas equações, os coeficientes de difusão anisotrópica dos modelos originais são substituídos por uma formulação isotrópica, que aumenta a robustez do modelo de tensões de Reynolds. Um dos termos mais importantes nos modelos das tensões de Reynolds é a correlação pressão-tensão, oP¬ . As relações pressão-tensão podem ser expressas na forma geral: oP¬ = oP¬ + oP¬ (1.69) onde: 1 oP¬ = −j & + & − • c(1.70) 3 oP¬ = −' ? + ' jG − '( jG√ • 2 +') j G + G − • Sc + '* j(U + U )(1.71) 3 = 2 R⨂R − c(1.72) 3 1 G = (∇M + (∇M) )(1.73) 2 50 1 U = (∇M − (∇M) )(1.74) 2 Nesta formulação, a é o tensor anisotrópico, S é a taxa de tensão e W é a vorticidade. Esta forma geral pode ser usada para modelar relações lineares e quadráticas usando valores apropriados para as constantes, as quais dependem da variação do modelo escolhido. O CFX-5.6 contém três variações do modelo das tensões de Reynolds padrão, os quais são conhecidos como LRR-IP (LRR Reynolds Stress), LRR-QI (QI Reynolds Stress) e SSG (SSG Reynolds Stress). Cada um dos modelos possui constantes diferentes, as quais estão apresentadas na Tabela 1.1: Tabela 1.1: Constantes das Variações do Modelo das Tensões de Reynolds Modelo LRR-IP LRR-QI SSG 0,1152 0,1152 0,1 1,10 1,10 1,36 + 0,22 0,22 0,22 1,45 1,45 1,45 & 1,9 1,9 1,83 1,8 1,8 1,7 ' 0,0 0,0 -1,05 0,0 0,0 0,9 '( 0,8 0,8 0,8 0,0 0,0 0,65 0,6 0,873 0,625 0,6 0,655 0,2 !% k+!% & + & ' ') '* Os modelos LRR-IP e LRR-QI foram desenvolvidos por Launder, Reece e Rodi (1975). "IP" significa a isotropização da Produção, e "QI" significa quase isotrópico. Nesses modelos, a correlação pressão-tensão é linear. O modelo de SSG foi desenvolvido por Speziale, Sarkar e Gatski (1991). Este modelo usa uma relação quadrática para a correlação pressão-tensão. 51 1.4.3.2 Modelo Reynolds Stress O modelo de turbulência Reynolds Stress (Omega Reynolds Stress), ou modelo SMC-, é um modelo das tensões de Reynolds baseado na equação de . Para a equação de é usada a formulação do modelo BSL − . A vantagem da equação de é que ele leva em conta um tratamento mais exato perto da parede com troca automática da função de parede para uma formulação de baixo número de Reynolds baseada no espaçamento da malha. As equações modeladas de e da tensão de Reynolds podem ser escritas da seguinte forma: }(j) }(M- j) } g5 } + = αρ ?- − [j + ¨g + © }L } }k }+(1 − 0 ) ∙ 2j 1 } } (1.75) k }- }- }jmP¬ }M- jmP¬ 2 } g5 }mP¬ + = −ρ?P¬ + [´jcP¬ − jΠP¬ + ¨g + ∗ ©(1.76) }L }3 }k }- com a relação constitutiva da correlação pressão-tensão: 2 2 2 ΠP¬ = [´ mP¬ + cP¬ − XY ?P¬ − ?cP¬ − [] ,P¬ − ?cP¬ 3 3 3 1 − Ỳ GP¬ − G-- cP¬ (1.77) 3 O tensor de produção das tensões de Reynolds é dado por: ?P¬ = mP- }M¬ }MP 1 + m¬; ? = ?-- (1.78) }}2 O tensor ,P¬ , contido no modelo pressão-tensão, Equação (1.77), diferencia-se do tensor de produção no produto de índices do ponto: 52 ,P¬ = mP- }M}M+ m¬(1.79) }¬ }P A viscosidade turbulenta nos termos de difusão das equações de balanço, Equações (1.75) e (1.76), é calculada da mesma forma que no modelo − de Wilcox, conforme a Equação (1.45). Os coeficientes do modelo estão apresentados na Tabela 1.2. Tabela 1.2: Coeficientes do Modelo Omega Reynolds Stress Coeficiente [´ XY [] Valor 0,09 (8 + )/11 (8 − 2)/11 Ỳ (60 − 4)/55 0,52 1,8 Os coeficientes X e [ da equação de , bem como os números de Prandtl turbulentos, tanto k ∗ como k, são misturados entre valores dos dois conjuntos de constantes, correspondente às constantes do modelo baseado em e às constantes do modelo baseado em transformadas a uma formulação . O processo de mistura destas constantes é encontrado, de forma detalhada, em ANSYS (2006). 53 2 MODELO FÍSICO E MATEMÁTICO 2. 1 Estabilizador Mecânico A chama é estabilizada quando as reações da combustão fornecem calor e intermediários para o sistema, mais especificamente para a zona de ignição, o que torna a chama mais estável. O calor pode ser fornecido através da radiação de um cone de refratário quente, ou através de recirculação de gases quentes da combustão, os quais acabam voltando para a base da chama. Esta recirculação pode ser provocada pela utilização de obstáculos, os quais promovem turbulência rotacional. Os estabilizadores de chama podem ser aerodinâmicos ou mecânicos. Ambos possuem a mesma finalidade e são diferenciados quanto à forma na qual produzem o obstáculo ao fluxo principal. Os estabilizadores mecânicos utilizam um corpo (bluffbody) para gerar as zonas de recirculação. Estes corpos podem ter diversas formas, como por exemplo, discos, cones e cilindros. Nos estabilizadores aerodinâmicos não se utilizam corpos , mas sim jatos transversais que interagem com um fluxo principal. A interação entre um corpo geométrico (bluff-body) e um fluxo principal leva a formação de uma zona de pressão reduzida atrás do bluff-body, devido ao movimento do fluxo. O movimento do fluxo, por sua vez, tende a se direcionar para locais onde a pressão é menor, desta forma o fluxo é direcionado no sentido contrário de seu movimento inicial, buscando preencher esta zona onde a pressão é reduzida. Este fluxo circular, ou seja, movimento de recirculação formado atrás do bluff-body é chamado de Zona de Recirculação. Na Figura 18 é apresentado o esquema do estabilizador mecânico estudado neste trabalho, onde D0 é o diâmetro do canal, d é o diâmetro do “bluff-body”, ,Z³ é o diâmetro da zona de recirculação e ´Z³ é o comprimento da zona de recirculação. 54 Figura 18. Esquema de um estabilizador mecânico 2. 2 Coeficiente de Pressão O coeficiente de pressão é um número adimensional que representa a pressão relativa por meio de um campo de fluxo em dinâmica dos fluidos. O coeficiente de pressão é usado em hidrodinâmica e aerodinâmica. Qualquer ponto imerso no fluxo tem seu próprio e único coeficiente de pressão, µ. µ= ? − ?P (2.1) j ∙ S ⁄2 onde: µ = coeficiente de pressão, ? = pressão estática inicial, ?P = pressão do fluxo livre (parede/eixo), j = densidade do fluxo inicial e S = velocidade inicial. 2. 3 Regimes de Simulação Foi realizado um estudo teórico-experimental do escoamento do ar em um canal cilíndrico com bluff body (limitado por paredes). Foram variados a forma do bluff body (disco, cone, cilindro), as dimensões (grau de bloqueamento do canal foi 0,07; 0,16; 0,29; 0,41; 0,56 0,77) e a velocidade do escoamento. Os dados experimentais foram 55 comparados com dados simulados (aplicando software CFD) empregando vários modelos de turbulência. A variação de velocidade do escoamento foi de 35 m/s até 150 m/s, o que corresponde à variação do número de Reynolds de 4×104 até 6×106. A temperatura do ar foi mantida entre 60-70oC. A pressão estática na parede foi medida através de orifícios de 0,8mm. Para medições de velocidades e de pressão dentro de canal foi utilizado um tubo de Prandtle com 4 canais adicionais para busca de pressão dinâmica máxima. As geometrias utilizadas foram disco, cone e cilindro conforme esquema das Figuras 19, 20 e 21. Figura 19. Esquema do disco. Figura 20. Esquema do cone. 56 Figura 21. Esquema do cilindro, / = 3. As configurações de cada estabilizador (“bluff body”) estão apresentadas na Tabela 2.1. Tabela 2.1: Configuração dos Regimes de Simulação Geometria e dimensão Geometria ([ ) Diâmetro (mm) Disco, 180 40, 60, 80, 96, 112 Cone, 60 40, 60, 80, 96, 112 Cilindro, 0 40, 60, 80, 96, 112 2.4 Modelagem Computacional Os Códigos de Fluidodinâmica Computacional (CFD – Computer Fluid Mechanics) são um ramo da mecânica dos fluidos que recorre a métodos numéricos e algoritmos para estudar problemas envolvendo fluidos. O CFD tem emergido como uma ferramenta alternativa para auxiliar a investigação e estudo em diversas áreas. Com o passar dos anos modelos cada vez mais completos e algoritmos mais eficientes foram desenvolvidos. O pacote comercial ANSYS CFX 10.0 foi utilizado para as simulações computacionais, o qual abrange as seguintes etapas: 57 1. ANSYS Workbench – Criação da Geometria 2. ANSYS ICEM CFD 10.0 – Geração da Malha 3. CFX-Pré – Definições Físicas 4. CFX-Solver – Resolver o sistema 5. CFX-Post – Analisar, visualizar e apresentar os resultados. 2.4.1 Geração da Geometria - ANSYS Workbench Nesta primeira etapa é gerado um corpo geométrico sólido e fechado, a Figura 22 representa a criação da geometria do disco, onde o sólido foi obtido através da rotação da figura abaixo em torno do eixo x (eixo com a flecha vermelha). Para geração da geometria de interesse deste trabalho optou-se em criar uma fatia circular da câmara, pois o comportamento do fluido é simétrico nas faces laterais do domínio. Figura 22. Tela da criação da geometria do disco no ANSYS Workbench 2.4.2 Refinamento da Malha - ANSYS ICEM CFD 10.0 A segunda etapa do processo iterativo é a geração da malha que consiste na decomposição do volume total em elementos de volumes menores, aos quais será aplicado o método de volumes finitos para resolver o sistema de equações. Esta etapa é realizada com o auxilio do ICEM, um gerador de malhas de alta qualidade que disponibiliza diversos modos de criação da malha. Neste trabalho optou-se por uma malha não estruturada com elementos tetraédricos. 58 Para a simulação ter maior êxito foi necessário refinar a malha na região do disco (Figura 23), pois quanto maior for o número de tetraedros maior será a precisão dos resultados. A malha poderia ter sido mais refinada, porém isto aumentaria o esforço computacional, aumentando o tempo das simulações, optou-se por uma malha não tão fina a qual gerou um resultado satisfatório. Figura 23. Tela do refinamento da malha na região da zona de recirculação 2.4.3 Definições Físicas - CFX-Pré A etapa do pré-processamento de dados é realizada com o auxílio do CFX-Pré 10.0, onde são definidas as propriedades físicas do problema. Nesta etapa são carregadas as informações da geometria e da malha, e determinada algumas condições de contorno do problema, como por exemplo, domínio, entradas, saídas, paredes, simetrias. Nessa fase é realizada a escolha dos modelos a serem utilizados nas simulações, durante a determinação das propriedades do domínio. Aqui são escolhidos: o modelo de transferência de calor; o modelo de turbulência; tipo do fluido e composição do mesmo; regime transiente ou estacionário; entre outros. A figura 24 é uma imagem que representa esta etapa do pré processamento, onde esta mostrando uma fatia da câmara de combustão, com o cilindro como bluff-body. 59 Figura 24. Tela do CFX-Pré A determinação das variáveis de entrada, como por exemplo: pressão, intensidade de turbulência, temperatura, velocidade, composição do fluido nas entradas, entre outras, é realizada durante a definição das condições de contorno das regiões especificas. Neste momento também é definido as paredes e os lados que são simétricos, bem como, definido o estabilizador como uma parede. 2.4.4 Resolvedor do Sistema - CFX-Solver A quarta etapa é um processo não-iterativo que resolve o problema do CFD e é denominado de solver, ou resolvedor do sistema, justamente por ser o processo onde se resolve o sistema de equações lineares algébricas (SELA), gerado pela aplicação do método numérico de volumes finitos. A Figura 25 mostra uma imagem do resolvedor do sistema (CFX-Solver) após ser executado o programa. Figura 25. Tela do CFX-Solver 60 O conjunto de equações resolvidas numericamente nesta pesquisa, através do CFX-10.0, são as equações de Navier-Stokes em sua forma conservativa, as quais descrevem os processos de transferência de massa, calor e momento. Algumas equações adicionais como as equações que descrevem processos de combustão e movimentos turbulentos, também são resolvidas em conjunto com as equações de Navier-Stokes. Para resolver as equações o CFX-10.0 utiliza a técnica de volumes finitos, na qual o domínio é dividido em pequenas sub-regiões, mais conhecidas como volumes de controle, e estes são resolvidos através de métodos iterativos. Com isso se obtém uma aproximação do resultado para diversos pontos do domínio, o que disponibiliza o valor aproximado de cada variável nestes pontos, descrevendo o comportamento do fluxo no domínio considerado. 2.4.5 Análise dos Resultados - CFX-Post A última etapa do processo é realizado pelo CFX-Post que tem como incumbência analisar, visualizar e apresentar os dados das simulações numéricas. De forma interativa é possível visualizar o comportamento de diversas variáveis ao longo da geometria, e em regiões especificas de controle. Existe a possibilidade de exportar os resultados das variáveis para utilização em outros programas, pode-se criar variáveis novas a partir dos dados contidos no CFXPost e também o programa pode incluir animação para exibição dos resultados. Esta fase da simulação é sem dúvida a mais rica a ser explorada, pois os resultados podem ser visualizados de forma a prover a engenheiros e cientistas uma compreensão completa do comportamento do fluido em todas as partes da região do interesse, um exemplo é a Figura 26. 61 Figura 26. Tela do CFX-Post mostrando a zona de recirculação 62 3 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES NUMÉRICAS 3. Escoamento sem combustão Nesta pesquisa as simulações computacionais foram realizadas para o escoamento turbulento sem combustão, a geometria utilizada para a câmara de combustão é a mesma para todas as etapas, porém são variados os diâmetros dos bluffbody, e os regimes de simulação, onde estão esquematizados no capítulo anterior. A inserção de um obstáculo no fluxo principal resulta na formação de uma zona de recirculação, logo atrás do obstáculo (bluff-body), o que acontece devido à zona de baixa pressão nesta mesma zona. Na Figura 27 é possível observar a zona de recirculação, onde está representado o campo vetorial de velocidades médias do fluxo, no plano de simetria XY. As Figuras 28, 29 e 30 representam a zona de recirculação para o cilindro e cone respectivamente. Figura 27. Formação da Zona de Recirculação atrás do Disco Figura 28. Formação da Zona de Recirculação atrás do Cilindro 63 Figura 29. Formação da Zona de Recirculação atrás do Cilindro (ampliação) Figura 30. Formação da Zona de Recirculação atrás do Cone Para estudar o funcionamento do estabilizador mecânico e o processo de combustão em fluxo turbulento e é preciso estudar a distribuição das pressões, o perfil de velocidade, concentrações e características da turbulência na fronteira da zona de recirculação, os quais estão apresentados neste capítulo. 64 3.1 Coeficiente de Pressão Para o estudo do coeficiente de pressão atrás dos bluff-body foram adotados os parâmetros descritos no capitulo anterior. Juntamente ao estudo do coeficiente de pressão, foram avaliados os modelos de turbulência contidos no código CFX-10.0, através da comparação destes modelos com dados experimentais do problema. Os modelos de turbulência avaliados são: k-Epsilon, K-Omega, Shear Stress Transport, RNG K-Epsilon, BSL Reynolds Stress, SSG Reynolds Stress, LRR Reynolds Stress, QI Reynolds Stress e Omega Reynolds Stress. Os modelos de turbulência citados acima foram aplicados a simulações computacionais do mesmo regime, para mesmas velocidades. O resultado obtido através das simulações está apresentado nas figuras a seguir, onde a primeira parte é do corpo de um disco, a segunda parte do corpo de um cone e a terceira parte do corpo de um cilindro, juntamente com os dados experimentais obtidos através de Valiev F.M. e Khatchatourian O.A. 3.1.1 Coeficiente de Pressão – Geometria – DISCO A Figura 31 apresenta o coeficiente de pressão para o bluff-body de um disco de diâmetro 112 mm e velocidade de 35 m/s, onde os dados experimentais são apresentados por ∗ na cor azul. A Figura 32 apresenta a distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação com velocidade de 70 m/s e diâmetro de 112 mm e a Figura 33 apresenta a distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação com V=35 m/s e d=112 mm. É possível observar que os modelos de turbulência K-Epsilon e Shear Stress Transport são os que mais se aproximam dos dados experimentais para as Figuras 31, 32 e 33. 65 24 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 22 Coeficiente de Pressão 20 18 16 14 12 10 8 6 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 31. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=112 mm 20 18 Coeficiente de Pressão 16 14 12 10 8 6 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega; Shear Stress Transport RNG K-Epsilon; BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress; LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress; Omega Reynolds Stress 4 2 0 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 32. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=70 m/s e d=112 mm 66 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress 28 Coeficiente de Pressão 24 20 16 12 8 4 0 -50 0 50 100 150 200 250 Comprimento X, mm Figura 33. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=112 mm Os gráficos da Figura 34 e 35 mostram os resultados experimentais e simulados sobre influência do coeficiente de pressão no eixo e na parede da câmara da zona de recirculação atrás do disco de diâmetro d=96 mm e velocidade de 70 m/s. Para Figura 34 o Modelo K-Epsilon é o modelo de turbulência que melhor descreve os dados experimentais, já para Figura 35 é possível observar que o Modelo K-Epsilon e Shear Stress Transport são os modelos de turbulência que mais se aproximam dos dados experimentais. O gráfico da Figura 36 tem um comportamento muito semelhante aos gráficos acima. Já a figura 37 tem um gráfico que mostra visivelmente que o melhor modelo de turbulência é o Modelo K-Epsilon, onde este descreve melhor os dados experimentais, onde o diâmetro do disco é de 80 mm e sua velocidade de entrada 70 m/s, os dados foram capturados no eixo da zona de recirculação. A Figura 38 mostra a distribuição de pressão na parede da zona de recirculação com V=35 m/s e d=60 mm, os dados simulados (linhas) representam bem os dados experimentais, onde todos apresentam uma curva suave. A Figura 39 mostra a distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação com V=100 m/s e d=60 mm. O modelo que melhor descreve os dados experimentais é o modelo de turbulência KEpsilon (Figura 39). 67 14 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 12 10 8 6 4 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 34. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=70 m/s e d=96 mm 14 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 12 10 8 6 4 2 0 -50 0 50 100 150 200 250 Comprimento X, mm Figura 35. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=70 m/s e d=96 mm 300 68 7 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 6 5 4 3 2 1 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 36. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=112 mm 8 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 7 6 5 4 3 2 1 0 -50 0 50 100 150 200 250 Comprimento X, mm Figura 37. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=70 m/s e d=80 mm 69 2.6 2.4 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 2.2 Coeficiente de Pressão 2.0 1.8 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 38. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=60 mm 2.0 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 1.8 Coeficiente de Pressão 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 -50 0 50 100 150 200 250 Comprimento X, mm Figura 39. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=100 m/s e d=60 mm 70 1.2 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 40. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=40 mm 0.60 Dados Experimentais K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 0.55 Coeficiente de Pressão 0.50 0.45 0.40 0.35 0.30 0.25 0.20 0.15 0.10 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 41. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=40 mm As Figura 40 e 41 apresenta a distribuição de pressão na parede e no eixo da zona de recirculação com V=35 m/s e d=40. Todos os dados simulados (linhas) apresentam uma curva semelhante. Não é possível escolher um modelo que melhor descreve os dados experimentais, pois as curvas são muitos parecidas. 71 3.1.2 Coeficiente de Pressão – Geometria – CONE O gráfico da Figura 42 mostra os resultados experimentais e simulados sobre influência do coeficiente de pressão na formação de zona de recirculação atrás do cone, com velocidade constante de 35 m\s. É possível observar que a variação dos modelos de turbulência apresentam curvas semelhantes, porém os dados simulados (linhas) não representam muito bem os dados experimentais (os pontos). 8 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 7 6 5 4 3 2 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 42. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=112 mm O gráfico da Figura 43 mostra os resultados experimentais e simulados sobre influência do coeficiente de pressão no eixo da zona de recirculação atrás do cone, com velocidade constante de 70 m\s. Foram aplicados vários modelos de turbulência, sendo que os modelos K-Epsilon, K-Omega e Shear Stress Transport foram os que melhor representam os dados experimentais (os pontos). A Figura 44 mostra a distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação com V=35 m/s e d=112 mm. Os dados simulados (linhas) representam bem os dados experimentais, onde todos apresentam uma curva suave. 72 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 10 Coeficiente de Pressão 9 8 7 6 5 4 3 2 1 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 43. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=70 m/s e d=112 mm 8 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 7 6 5 4 3 2 1 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 44. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=112 mm 73 A Figura 45 mostra a distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação com V=35 m/s e d=96 mm. Todos os dados simulados (linhas) apresentam uma curva parecida. 3.5 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 -50 0 50 100 150 200 250 300 350 Comprimento X, mm Figura 45. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=96 mm A Figura 46 mostra a distribuição de pressão na parede da zona de recirculação com V=35 m/s e d=80 mm. Os dados simulados (linhas) apresentam grande discrepância em relação aos dados experimentais. 74 2.0 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 1.8 Coeficiente de Pressão 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 46. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=80 mm 1.6 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 47. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=80 mm 75 O gráfico da Figura 47 mostra a distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação com V=35 m/s e d=80 mm. Os dados simulados (linhas) representam bem os dados experimentais, onde todos apresentam uma curva suave. O modelo que melhor representa os dados experimentais é o modelo de turbulência K-Epsilon. A Figura 48 mostra a distribuição de pressão na paredeo da zona de recirculação com V=35 m/s e d=60 mm. Todos os dados simulados (linhas) apresentam uma curva muito semelhante. O gráfico da Figura 49 mostra a distribuição de pressão na parede da zona de recirculação com V=35 m/s e d=40 mm. Os dados simulados (linhas) representam bem os dados experimentais, onde todos apresentam uma curva suave. 1.2 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 1.1 Coeficiente de Pressão 1.0 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 48. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=60 mm As Figura 50 e 51 mostram a distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação com V=35 m/s e d=60 e 40 mm, respectivamente. Todos os dados simulados (linhas) apresentam uma curva parecida. 76 0.8 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 -0.1 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 49. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=40 mm 0.65 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 0.60 Coeficiente de Pressão 0.55 0.50 0.45 0.40 0.35 0.30 0.25 0.20 0.15 0.10 0.05 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 50. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=60 mm 77 0.24 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 0.22 Coeficiente de Pressão 0.20 0.18 0.16 0.14 0.12 0.10 0.08 0.06 0.04 0.02 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 51. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=40 mm 3.1.3 Coeficiente de Pressão – Geometria - CILINDRO O gráfico da Figura 52 mostra a distribuição de pressão na parede da zona de recirculação com V=70 m/s e d=112 mm, os dados simulados (linhas) representam bem os dados experimentais, onde todos apresentam uma curva suave. A Figura 53 mostra a distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação com V=35 m/s e d=112 mm. Os dados simulados (linhas) são satisfatórios (não é possível identificar qual é o melhor modelo para a geometria do cilindro, pois as curvas são muitos semelhantes), representando os dados experimentais (os pontos). 78 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 4.4 Coeficiente de Pressão 4.0 3.6 3.2 2.8 2.4 2.0 1.6 1.2 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 52. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=70 m/s e d=112 mm Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 4.4 Coeficiente de Pressão 4.0 3.6 3.2 2.8 2.4 2.0 1.6 1.2 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 53. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=112 mm Os gráficos das Figuras 54 e 55 mostram a distribuição de pressão na parede e no eixo da zona de recirculação, respectivamente com V=35 m/s e d=96 mm. Todos os dados simulados (linhas) apresentam uma curva semelhante. 79 2.2 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 2.0 1.8 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0 50 100 150 200 250 300 350 Comprimento X, mm Figura 54. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=96 mm Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 2.2 Coeficiente de Pressão 2.0 1.8 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 55. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=96 mm Os gráficos das Figuras 56 e 57 mostram a distribuição de pressão na parede e no eixo da zona de recirculação, respectivamente com V=35 m/s e d=80 mm. Os dados simulados (linhas) apresentam uma curva semelhante. 80 1.2 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0 50 100 150 200 250 300 350 Comprimento X, mm Figura 56. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=80 mm Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress 1.2 Coeficiente de Pressão 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 57. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=80 mm Os gráficos das Figuras 58 e 59 mostram a distribuição de pressão na parede e no eixo da zona de recirculação, respectivamente com V=35 m/s e d=60 mm. Os dados simulados (linhas) apresentam uma curva parecida. 81 0.65 0.60 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 0.55 0.50 0.45 0.40 0.35 0.30 0.25 0.20 0.15 0.10 0 50 100 150 200 250 300 350 Comprimento X, mm Figura 58. Distribuição de pressão na parede da zona de recirculação V=35 m/s e d=60 mm 0.55 Dado Experimental K-Epsilon; K-Omega Shear Stress Transport RNG K-Epsilon BSL Reynolds Stress SSG Reynolds Stress LRR Reynolds Stress QI Reynolds Stress Omega Reynolds Stress Coeficiente de Pressão 0.50 0.45 0.40 0.35 0.30 0.25 0.20 0.15 -50 0 50 100 150 200 250 300 Comprimento X, mm Figura 59. Distribuição de pressão no eixo da zona de recirculação V=35 m/s e d=60 mm 82 O gráfico da Figura 60 mostra os resultados experimentais e simulados sobre a distribuição de pressão no rastro dos estabilizadores na formação de zona de recirculação atrás do disco, cone e cilindro. Este gráfico traz uma comparação dos dados capturados no Eixo e na Parede da câmara de combustão. Os dados simulados (linhas e pontilhados) são satisfatórios, representando os dados experimentas (os pontos, abertos e fechados). Experimento, d=80 mm: Eixo Parede , : Disco , : Cone , : Cilindro Simulação: , : Disco , : Cone , : Cilindro 3,5 Coeficiente de pressão 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 -0,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 Distribuição de pressão no rastro dos estabilizadores Figura 60. Distribuição de pressão no rastro dos estabilizadores 3.2 Perfil de Velocidade O gráfico da Figura 61 apresenta o perfil de velocidade no eixo da câmara, mostrando uma comparação entre os estabilizadores mecânicos, com diâmetro de 80 mm. As curvas simuladas são semelhantes aos dados experimentais. A Figura 62 mostra o perfil de velocidade de um cilindro com diâmetro de 80 mm e velocidade inicial de 70 m/s. 83 40 d=80 mm Cilindro Cone Disco Velocidade no eixo, m/s 20 Experimento Simulação 0 -20 -40 -60 -80 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 x/d Figura 61. Perfil de velocidade na formação de zona de recirculação 90 100 70 60 50 100 90 90 40 70 70 50 30 70 50 10 0 30 -1 0 -3 0 20 50 30 -10 30 10 0 30 10 -3 0 0 -5 0 10 -1 0 -3 0 -5 0 10 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Figura 62. Perfil de velocidade na formação de zona de recirculação 3.3 Fronteira 100 84 3.3 1 Fronteira DISCO Ordenada da zona de recirculação, mm 60 Disco Experimento Simulação d=112 mm d=96 mm d=80 mm d=60 mm d=40 mm 50 40 30 20 10 0 0 40 80 120 160 200 240 Abscissa, mm Figura 63. Influência do diâmetro na formação de zona de recirculação O gráfico da Figura 63 mostra os resultados experimentais e simulados sobre influência de diâmetro na formação de zona de recirculação atrás do disco, com velocidade constante de 70 m\s. É possível observar que a variação de diâmetro (40, 60, 80, 96, 112) em mm, influencia sobre fronteira de zona de recirculação, quanto maior o diâmetro maior é a curva. Os dados simulados (linhas) são satisfatórios, representando os dados experimentais (os pontos). 3.3 2 Fronteira CONE A Figura 64 mostra os resultados experimentais e simulados sobre influência de diâmetro na formação de zona de recirculação atrás do cone, com velocidade constante de 35 m\s. É possível observar que a variação de diâmetro (60, 80, 112) em mm, influencia sobre fronteira de zona de recirculação, quanto maior o diâmetro maior é a curva. Os dados simulados (linhas) são satisfatórios, representando os dados experimentais (os pontos). 85 Ordenada da zona de recirculação, mm 60 Cone Experimento Simulação d=112 mm d=80 mm d=60 mm 50 40 30 20 10 0 0 40 80 120 160 200 240 Abscissa, mm Figura 64. Influência do diâmetro na formação de zona de recirculação 3.3 3 Fronteira CILINDRO Ordenada da zona de recirculação, mm 55 Cilindro Experimento d=60 mm d=80 mm d=96 mm d=112 mm 50 45 40 Simulação 35 30 25 20 15 10 5 0 0 40 80 120 160 200 240 280 320 Abscissa, mm Figura 65. Influência do diâmetro na formação de zona de recirculação 86 O gráfico da Figura 65 mostra os resultados experimentais e simulados sobre influência do diâmetro na formação de zona de recirculação atrás do cilindro, com velocidade constante de 35 m\s. É possível observar que a variação de diâmetro (60, 80, 96, 112) em mm, influencia sobre fronteira de zona de recirculação, quanto maior o diâmetro maior é a curva. O diâmetro de 96 mm apresenta um pouco de discrepância em relação aos dados experimentais, os demais dados simulados (linhas) são satisfatórios, representando os dados experimentais (os pontos). Ordenada da zona de recirculação, mm 40 Cilindro d=80 mm Exp. Simulação 35 V=35 V=70 V=100 30 25 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 Abscissa, mm Figura 66. Influência de velocidade na formação de zona de recirculação A Figura 66 mostra os resultados experimentais e simulados sobre influência de velocidade na formação de zona de recirculação atrás do cilindro de diâmetro d=80 mm. É possível observar que a variação de velocidade (35 e 70 m/s) praticamente não influem sobre fronteira de zona de recirculação tanto nos experimentos (os pontos) tanto nas simulações (*). Porém para velocidade de 100 m/s a simulação mostra diferente dos dados experimentais, a partir de 80mm ela tende a ficar constante. 87 Ordenada da zona de recirculação, mm 30 Cilindro Experimento V=35 m/s V=70 m/s V=100 m/s 25 Simulação 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 70 Abscissa, d=60 mm Figura 67. Influência de velocidade na formação de zona de recirculação O gráfico da Figura 67 mostra os resultados experimentais e simulados sobre influência de velocidade na formação de zona de recirculação atrás do cilindro do diâmetro d=60 mm. É possível observar que a variação de velocidade (35, 70 e 100 m/s) praticamente não influem sobre fronteira de zona de recirculação tanto nos experimentos (os pontos) tanto nas simulações (linhas). 88 CONCLUSÕES Foi realizado um estudo através de simulações numéricas do escoamento formado pela interação de um “bluff-body” no fluxo principal, em canal cilíndrico e regime estacionário. O estudo de diferentes modelos de turbulência em aplicação ao escoamento estudado mostrou que apesar dos modelos se comportarem de maneira bastante semelhante e descreverem qualitativamente bem a interação do “bluff-body” no fluxo principal, modelo de turbulência = − , de duas equações de transporte, mostrou maior coincidência com os dados experimentais, principalmente nas regiões mais próximas da zona de recirculação. Isto foi verificado através da comparação entre o resultado das simulações e os dados experimentais, obtidos na literatura. Utilizando o modelo de turbulência = − no estudo do coeficiente de pressão, perfil de velocidade, distribuição de velocidade na fronteira da zona de recirculação, assim como no estudo das características da turbulência, verificou-se várias discrepâncias, principalmente no estudo das características da turbulência. Ao final deste estudo percebe-se que os resultados computacionais possuem algumas diferenças no comportamento do processo de fluxos de ar, se comparado com os dados experimentais. Grande parte das discrepâncias verificadas entre dados experimentais e resultados das simulações numéricas foi localizada na região da zona de recirculação ou proximidades desta área, o que indica a complexidade do problema da interação entre o “bluff-body” e o fluxo principal. Nesta pesquisa foi realizado um estudo para fluxo de ar, como trabalho futuros é possível aplicar o regime de simulação com combustão, utilizando as mesmas geometrias dos “bluff-body”. 89 REFERÊNCIAS Assi, G.R.S. “Estudo Experimental do Efeito de Interferência no Escoamento ao Redor de Cilindros Alinhados”. Dissertação de Mestrado, Escola Politécnica da USP, (2005). Assi, G.R.S. “Mechanisms for Flow-Induced Vibration of Interfering Bluff Bodies”.PhD Thesis, Imperial College London, U.K, (2009). Bimbato, A. M. Estudo de Escoamentos Turbulentos em torno de um Corpo Rombudo de Superfície Hidraulicamente Lisa ou Rugosa Utilizando o Método de Vórtices Discretos. Tese de Doutorado. Itajubá-MG-Brasil. UNIFEI, (2012). Gollahalli, S. R. y D. Pardiwalla, Comparison of the Flame Characteristics of Turbulent Circular and Elliptic Jets in a Crossflow, Journal of Energy Resources Technology, 124(3), 197-203, (2002). Heuert, J. 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