“Tecnologia Assistiva: um
apoio à Inclusão”
Dra. Maria de Mello
FCMMG
Qualquer ítem que melhore o desempenho das
pessoas com algum tipo de deficiência
Definição:

“Qualquer peça de equipamento, ítem, ou
sistema de produtos, quando adquiridos
comercialmente, modificado ou feito sob
medida, que é usado para aumentar, manter
ou melhorar as habilidades funcionais do
indivíduo portador de incapacidades. (The
Technology Related Assistance for
Individuals with Disabilities Act, 1988)
Tecnologia assistiva não salva vidas
nem reduz morbidade, simplesmente
permite as pessoas portadoras de
deficiências, seus familiares e quem
lhe tem contato direto possam ter
uma vida mais satisfatória e com mais
possibilidades.
Ou seja:
oferece condições concretas de
atuação em todas as áreas do
desempenho humano possibilitando a
inserção social da pessoa com
deficiência.
Comunicação Alternativa e
Suplementar
Locomoção
Locomoção
Alimentação
Alimentação
Auto - Cuidado
Auto - Cuidado
Auto – Cuidado
Alimentação
Outras Aplicações
Adaptação Ambiental
Adaptação Ambiental
A adaptação ambiental está
relacionada com mudanças no
meio ambiente ou no espaço físico
que facilitem a acessibilidade e
mobilidade de pessoas que tenham
algum tipo de comprometimento
físico, sensorial, comportamental
ou cognitivo.
Adaptação Ambiental
Objetivo final:

Proporcionar o maior grau de independência
possível ao indivíduo portador de
incapacidades nos aspectos cognitivos,
acadêmicos, profissionais e vocacionais
proporcionando uma melhora na qualidade
de vida desse indivíduo.
Caracterização de Tecnologia
Assistiva
Assistiva versus reabilitadora ou
educacional
 Simples a Sofisticada
 “Hard”e “Soft”
 Geral e Específica
 Comercializada e Sob Medida

Assistiva versus reabilitadora
ou educacional
Simples a Sofisticada
Hard e Soft
Hard”e “Soft”
Hard”e “Soft”
Hard”e “Soft”
Geral e Específica
Comercializada e Sob Medida
Comercializada e Sob Medida
Comercializada e Sob Medida
Comercializada e Sob Medida
Profissionais Envolvidos










Terapeuta Ocupacional
Fisioterapeuta
Enfermeiro
Fonoaudiólogo
Psicólogo
Arquiteto
Engenheiro de
Reabilitação
Assistente Social
Médico
Outros
Prática Profissional em
Tecnologia Assistiva
Esta equipe pode ser de dois profissionais apenas, mas cada
um desses profissionais trará conhecimento e habilidades de
sua área específica para o processo de seleção, prescrição e
uso de dispositivos. Profissionais de reabilitação,
engenheiros, arquitetos, advogados, fabricantes e
revendedores, podem ser requisitados neste processo.
Normalmente o terapeuta ocupacional é o coordenador de
um processo de prescrição de tecnologia assistiva. Em
alguns casos ele poderá fazer uma prescrição isoladamente,
mas em outros funcionará como o coordenador da equipe
envolvida no caso.
Prática Profissional
Terapêutica Ocupacional em
TA
Para desempenhar este papel, o terapeuta ocupacional deve
ter profundo conhecimento na aplicação de tecnologia para
suprir as necessidades do indivíduo portador de
incapacidades. Além disso é necessário manter-se
atualizado em relação aos produtos disponíveis no mercado,
haja visto que a cada ano são lançados inúmeros novos
produtos.
Prática Profissional em
Tecnologia Assistiva
Devido à complexidade e o
número de fatores envolvidos na
prescrição de tecnologia assistiva
aos usuários, a
multidisciplinariedade torna-se
necessária.
Profissional que provê tecnologia
assistiva deve ter conhecimento
nas seguintes áreas:
(1) Avaliação das necessidades do cliente, e intervenção e
métodos de obter e interpretar informação.
(2) Oferta de serviços e produtos, incluindo práticas que
possam determinar as necessidades do cliente, recomendar
um sistema, e implementar este sistema.
(3) Medida de resultados do uso de tecnologia garantindo o
alcance das metas idealizadas.
(4) Identificação de possibilidade de financiamentos.
(5) Fundamentos de desenvolvimento de produto
Maior problema no campo da
Tecnologia Assistiva:
ABANDONO DO EQUIPAMENTO
E
IATROGENIAS
Cenário do abandono de tecnologia
(1) O portador de incapacidades recebem um
dispositivo através de um processo de prescrição inadequado;
(2) estes usuários começam a perceber que os
dispositivos não resolvem o seu problema de forma
satisfatória;
(3) o uso do dispositivo continua, mesmo que não
atendendo todas as necessidades do usuário até ser
abandonado, e
(4) os usuários buscam outro dispositivo que
satisfazem as necessidades que o antigo dispositivo não
satisfazia mas que, frequentemente não satisfará todas as
necessidades do usuário.
A chave para maximizar os
benefícios de um dispositivo
assistivo é o processo de seleção
desse dispositivo. O primeiro
passo para essa seleção é a
avaliação criteriosa das
necessidades do usuário.
Aspectos Psicossociais no
Uso de Tecnologia Assistiva
O conhecimento dos fatores psicossociais que
permeiam o uso de determinado dispositivo
assistivo facilita o processo para a garantia do
seu uso eficientemente.
Algumas orientações provenientes da
psicologia e da sociologia que podem ser úteis.
Ignorar os aspectos psicossociais não
reduzirão sua importância ou impacto que eles
têm no uso de tecnologia.
(1) Consiga informações que revelem a personalidade da
pessoa :
Estas informações incluem informações gerais sobre o cliente e
informações precisas sobre o problema que deverá ser solucionado.
É necessário identificar as preferências e necessidades individuais de
cada cliente.
Para isso é preciso conhecer o cliente e não somente o problema que terá
que ser resolvido. Neste caso, entrevistas têm que ser evitadas, pois
aqueles indivíduos que já têm uma longa história institucional podem
tender a dar respostas que satisfarão o entrevistador.
Além de conversar com o cliente, familiares e a equipe envolvida com a
prescrição da solução tecnológica, uma outra fonte importante de
dados acerca do cliente são os outros profissionais envolvidos com o
caso: outros terapeutas, colegas, professores, vizinhos, etc..
Coletando informações de fontes variadas é possível criar um quadro
preciso da situação atual do cliente. Este fato é fundamental para o
acerto na escolha da melhor solução.
(2) Não considere somente a incapacidade: Infelizmente na
maioria das vezes, no meio da reabilitação, os clientes são
identificados por suas incapacidades.
Esta forma de pensamento leva os profissionais
procurarem dispositivos assistivos da mesma forma. Mas,
tecnologia é usada por indivíduos e não por incapacidades,
e há muitos outros fatores mais relevantes sobre o futuro
usuário do que a sua incapacidade.
Sugestões que podem contribuir para a
mudança de foco de atenção:
(a)Não olhe somente o que a pessoa não pode fazer.
habilidades da pessoa e construa a partir delas.
Olhe as
(b)Não tente somente substituir a função perdida pela incapacidade
por um aparelho. Observe a vida inteira do indivíduo; o que esta
pessoa está fazendo? Como um aparelho pode melhorar sua
qualidade de vida?
(c)Não converse sobre o paciente somente com profissionais de
saúde e cuidadores profissionais pois, estas pessoas conhecerão o
paciente somente como “paciente”, e portanto terão um
conhecimento limitado sobre ele. Procure conversar com familiares
e amigos.
(d)Evite estigmatizar a pessoa pela sua incapacidade.
generalize. Esta pessoa é única.
(e)Não reduza a pessoa à sua incapacidade.
Não
(3) Considere o que o indivíduo pensa e
sente sobre o dispositivo:
O ser humano sempre dá diferentes significados a diferentes
aspectos de sua vida. O valor desse significado pode ser
muito grande. Da mesma forma, usuários de dispositivos
tecnológicos dão significados a seus dispositivos, e esses
significados são importantes na determinação da utilização
deles.
(a)O dispositivo é fonte de vergonha ou de orgulho?
(b)O dispositivo aumentará ou diminuirá a auto-estima?
(c)O usuário se sente mais independente usando-o ou
desamparado?
(d)A pessoa está mais “normal” ou mais “desviante”?
(4) Faça com que o dispositivo acomode o
estilo cognitivo/físico/emocional do indivíduo e
não force que o indivíduo se adapte ao
dispositivo:
Todos os indivíduos se diferenciam na forma de pensar, agir,,
aprender e sentir. Embora a tendência mundial é fazer com
que todos sejam o mais semelhantes possíveis, é muito mais
confortável quando o estilo pessoal de cada um é preservado e
respeitado. Todas as pessoas canhotas sabem bem disso.
(5) Pense no impacto social do
dispositivo:
Todo e qualquer indivíduo faz parte de um ambiente
social, e ele é importante e influencia nas escolhas desses
sujeitos. Portanto ao selecionar um dispositivo é preciso
considerar os aspectos latentes do meio social daquele
usuário. É preciso ser sensível aos seus desejos e
preferências ao que se refere a aparência e
funcionamento:
(a)O dispositivo chama mais atenção do que a
desejada?
(b)O dispositivo facilita ou dificulta a interação com
o ambiente físico e social?
(6) Pense se o comportamento da
pessoa é reforçado ou punido com o
uso do dispositivo:
Usando uma abordagem comportamental no fornecimento de
dispositivos assistivos pode ser bem apropriada. O uso da tecnologia
influencia no comportamento de diversas formas. O que acontece
quando o dispositivo é usado? Se a consequência é positiva, reforçará o
uso; se negativa o desestimará. Portanto a forma que o ambiente,
humano ou outro, responde ao comportamento envolvido no uso do
dispositivo, será determinante no uso ou não uso deste. Mas nem
sempre acontece dessa forma simples e direta. Algumas vezes uma
solução tecnológica é requisitada, mas uma outra intervenção pode ser
mais indicada. Outras vezes o fracasso no uso de um dispositivo aponta
as condições negativas do ambiente em relação ao uso do dispositivo do
que uma inadequação do dispositivo em relação ao usuário.
(7) Não assuma que o melhor,
mesmo que possível, é uma
intervenção tecnológica: Algumas
vezes uma solução social ou
psicológica pode ser bem mais
barata e mais eficiente. Identifique
as reais necessidades para só
então intervir.
Alguns fatos:
• Nos últimos anos a sociedade, as associações das pessoas com
deficiência têm promovido ações que permitiram tirar da
obscuridade a exclusão social dessa parcela da população.
•A imprensa tem realizado denúncias do preconceito e estigma de
nossa sociedade em relação às pessoas com deficiência.
• O tema da Campanha da Fraternidade ( Fraternidade e a Pessoa
com Deficiência – Levanta-te e Vem para o Meio) aborda a
problemática da pessoa com deficiência em todo o território
nacional.
Alguns Fatos:
Há uma enorme parcela da população
brasileira com limitações funcionais que
poderiam ser minimizadas ou eliminadas
com a disponibilização de ajudas técnicas;
As ajudas técnicas permitem a inclusão
social uma vez que propicia equiparação de
oportunidades;
Alguns Fatos:
Há um enorme desconhecimento por parte
do grande público do potencial das ajudas
técnicas para a melhoria da qualidade de
vida das pessoas com deficiência;
A maioria das pessoas com deficiência não
tem acesso a estes
equipamentos/produtos, em razão da não
prescrição pelos serviços de saúde, de seus
elevados preços, bem como a escassa oferta
no mercado brasileiro;
A melhoria das condições de saúde, de
trabalho, de educação e de lazer das
pessoas com deficiência requer ações
globalizadas e multisetoriais.
Portanto, a sistematização e disseminação do conhecimento
acerca dos recursos de apoio existentes nesta área é o ponto
inicial para a avaliação, remodelação de todo o sistema de
reabilitação e inclusão social das pessoas com deficiência no
Brasil. Pois, em grande parte, as barreiras sociais, políticas,
econômicas e culturais são as principais causas na interação
entre a pessoa e um meio social padronizado e segregador.
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Aula 1 Tecnologia Assistiva SP