COLÉGIO ESTADUAL DE SALOBRINHO ADRIELLE SANTOS SILVA MAXUEL SANTOS DE SOUZA Abastecimento hídrico no Bairro do Salobrinho/Ilhéus: crise ou desperdício? ILHÉUS - BA 2015 I FEIRA DE CIÊNCIAS do NRE 05 COLÉGIO ESTADUAL DO SALOBRINHO - Ilhéus/BA Rua do Campo, Nº. 84 – Salobrinho – CEP. 45662-332 Tel.: 73 3689-1128 Abastecimento hídrico no Bairro do Salobrinho/Ilhéus: crise ou desperdício? ADRIELLE SANTOS SILVA [email protected] MAXUEL SANTOS DE SOUZA [email protected] ANA LUIZA BORGES DA SILVA [email protected] Relatório de Pesquisa apresentado durante a Feira de Ciências Escolar do Colégio Estadual de Salobrinho como pré-requisito para participação na I Feira de Ciências do NRE 05 Ilhéus - BA 30 /03/2015 à 21/09/2015 I FEIRA DE CIÊNCIAS do NRE 05 CCOLÉGIO ESTADUAL DO SALOBRINHO - Ilhéus/BA Rua do Campo, Nº. 84 – Salobrinho – CEP. 45662-332 Tel.: 73 3689-1128 Abastecimento hídrico no Bairro do Salobrinho/Ilhéus: crise ou desperdício? __________________________ Primeiro Autor Estudante do Colégio Estadual de Salobrinho __________________________ Segundo Autor Estudante do Colégio Estadual de Salobrinho __________________________ Orientador Professor do Colégio Estadual de Salobrinho Ilhéus - BA 30 /03/2015 à 21/09/2015 Agradecimentos A Deus pelas inspirações e forças espirituais e físicas que nos concedeu, fazendo-nos acreditar que tudo é possível quando estamos ao seu lado. Ás professoras Lúcia Márcia e Maria D´ajuda Gois pelas orientações, estímulo e persistência em nos ajudar. Aos nossos colegas que fizeram parte do Grupo de Trabalho formado para realização desta pesquisa. A Maria D'ajuda Larcher, diretora da nossa escola que sempre apoiou e possibilitou que as ações ocorressem com tudo que nos foi necessário. As professoras Andréa Cunha, Therezinha Brasil, Rita de Cássia, Miralva Palma, Jonathas Filho pelo apoio na realização da nossa Feira de Ciências. Aos colegas e funcionários do Colégio Estadual de Salobrinho que estiveram conosco. A todos os aos pais que sempre nos deram apoio e incentivos. À co – orientadora Alyne Gomes que fez uma leitura coerente e coesa dessa pesquisa. Á Pollyana Viana, formadora do curso Ciências na Escola que nos deu orientação e suporte nas horas difíceis. À todos muito obrigada! Dedicatória À todos que acreditam e se empenharam nas mais diversas culturas do planeta Terra, para que tenhamos um mundo justo, cooperativo, harmônico e sustentável. consciente, solidário, Resumo A pesquisa se deu pela observação feita por parte dos estudantes sobre a falta de água na comunidade. Partimos da hipótese de que a falta de água no bairro do Salobrinho/Ilhéus é causada devido ao consumo inadequado e também pela falta de informação a respeito do manancial que abastece o bairro. Nesse sentido, este projeto teve como objetivo analisar a relação entre a falta de água no bairro e o mau uso desse recurso. Desse modo, surgiu a seguinte pergunta: a falta de água no bairro Salobrinho/Ilhéus é causada devido ao mau uso da população ou devido ao esgotamento do manancial que abastece a cidade? Para verificação da hipótese foi aplicado um questionário fechado sobre o consumo e conhecimento da população a cerca do abastecimento de água no bairro e seus hábitos de consumo. Confirmou-se que havia por parte dos moradores a necessidade de mais informações sobre muitos aspectos que envolvem o abastecimento local. Após a realização desta etapa foram desenvolvidas ações de formação com os professores e alunos e a empresa responsável pelo abastecimento do bairro, EMBASA. Posteriormente, os alunos passaram nas casas onde os questionários foram aplicados informando e transmitindo os conhecimentos a respeito do manancial através de um Infográfico que foi construído. Além disso, todas as etapas encontram-se registradas no diário de bordo. As realizações das ações do projeto buscaram contribuir para que a comunidade compreendesse o funcionamento do abastecimento de água e os males causados pelo mau uso. Palavras-chave: Água, consumo e abastecimento. Sumário INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8 OBJETIVO............................................................................................................. 9 METODOLOGIA.................................................................................................... 10 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...................................... 14 CONCLUSÕES...................................................................................................... 23 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 24 INTRODUÇÃO O planeta Terra visto do espaço, como nos mostram inúmeras fotos de satélite, revela uma beleza impressionante. O “planeta é azul”, disse Yuri Gagarin, o primeiro astronauta a ter essa visão. Qual a causa dessa beleza? Seguramente é a água. Um padrão de oceanos, calotas polares, grandes rios e lagos, nuvens, tudo isso nos remete à presença da água no planeta. Abaixo da superfície, também há grandes reservatórios de águas subterrâneas. Sem dúvida, a Terra é o planeta da água. Este é o único planeta do sistema solar em que a água se encontra nos três diferentes estados físicos, sólido, líquido e gasoso. ( TUCCI, 2003 ) A água é essencial à vida, portanto todos os organismos vivos, incluindo os seres humanos, dependem da água para sua sobrevivência. A relação de dependência dos seres humanos com a água deveria deixar todos muito preocupados com os dados estatísticos apontando para uma possibilidade iminente da humanidade enfrentar a escassez de água apropriada ao consumo humano. Segundo CHAVENATO (1995. p, 58): Declaramos guerra à natureza e somos os perdedores ao vencê-la. Se tratássemos com amor, ela poderia ser infinita, desde que não fosse saqueada ao extremo de sua resistência e capacidade regenerativa. Por isso, os usos da água precisam ser definidos assegurando a disponibilidade, via manutenção das condições ambientais favoráveis. O manejo desse recurso precisa basear-se na percepção da água como parte integrante do ecossistema, um recurso natural e bem econômico e social cuja quantidade e qualidade determinam a natureza de sua utilização. Assim, a água deve ser protegida, levando-se em conta o funcionamento dos ecossistemas aquáticos e a perenidade desse recurso, a fim de satisfazer e conciliar as necessidades humanas com a preservação dos recursos hídricos. Sendo a água um recurso indispensável a existência humana tanto do ponto de vista biológico quando socioeconômico. Neste sentido, percebe-se a importância do desenvolvimento de ações voltadas a promoção do conhecimento e conscientização da responsabilidade de todos na preservação e no consumo adequado deste bem. 8 OBJETIVOS, QUESTÃO DE PESQUISA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA A proposta de trabalharmos este tema se deu após encontros realizados com o grupo de pesquisa formado por professores e estudantes da nossa escola. Nesses encontros iniciais debatemos sobre os principais problemas da nossa comunidade e entre eles, os estudantes apontaram o desperdício da água. Como afirma TUCCI (2001, p.5 ): Os recursos hídricos são bens de relevante valor para a promoção do bem - estar de uma sociedade. A água é bem de consumo final ou intermediário na quase totalidade das atividades humanas. Nesse sentido, este projeto tem como objetivo analisar há relação entre a falta de água no bairro e o mau uso desse recurso. Desse modo, fica a seguinte pergunta indagadora do estudo: a falta de água no bairro Salobrinho/Ilhéus é causada devido ao mau uso da população ou devido ao esgotamento do manancial que abastece a cidade? A comunidade do bairro do Salobrinho sofre constantemente problemas referentes ao abastecimento de água. Percebe-se que há por parte dos moradores a necessidade de mais informações sobre muitos aspectos que envolvem o abastecimento local: saber de onde vem a água fornecida, compreender como é feita a tarifação e conhecer ações que permitam o reuso da água e seu consumo consciente. Acreditamos que com a realização das ações do projeto poderemos contribuir para que a comunidade consiga compreender o funcionamento do abastecimento de água e os males causados pelo mau uso. Buscaremos promover a conscientização para modificar alguns hábitos de consumo que contribuem para o desperdício da água. A principal hipótese deste projeto é de que a falta de água no bairro do Salobrinho/Ilhéus é causada devido ao consumo inadequado da comunidade e também pelo falta de informação a respeito do manancial que abastece o bairro. Esta proposta de pesquisa pretende através dos procedimentos científicos comprovar e intervir na realidade descrita anteriormente. Com estas ações pretendemos informar e transformar os hábitos de consumo de água na comunidade 9 pesquisada iniciando por algumas famílias que estão no grupo de análise da proposta. Após a realização das etapas previstas, estando a comunidade melhor informada sobre como ocorre o abastecimento de água, os problemas causados pelo mau uso e maneiras de melhor reaproveitamento da água espera-se que a questão investigada seja solucionada. A alternativa apresentada como solução desta questão tem como aspecto positivo a transmissão de conhecimento promovida á comunidade envolvida. Por outro lado, apresenta como ponto negativo que não é possível garantir que de posse das informações apresentadas através das ações propostas pelo projeto que a comunidade permanecerá utilizando o conhecimento adquirido. METODOLOGIA Foram utilizados como procedimentos para alcançar os resultados pretendidos com este projeto, inicialmente, um instrumento de investigação para verificar se há desperdício de água entre os moradores do bairro Salobrinho, um questionário fechado sobre o consumo e conhecimento da população a cerca do abastecimento de água no bairro e seus hábitos de consumo. Amostragem da pesquisa em campo Ocorreram visitas as residências do bairro do Salobrinho-Ilhéus/Ba para obtenção de dados sobre os hábitos de consumo das famílias, o grau de compreensão sobre a tarifação da água e de diagnosticar também quais informações possuíam sobre o sistema de abastecimento do bairro. 10 MODELO DO QUESTIONÁRIO Após a realização desta etapa foram desenvolvidas ações de formação com os professores e alunos envolvidos neste projeto com a empresa responsável pelo abastecimento do bairro, EMBASA. Veja fotografias a seguir: Formação de multiplicadores em parceria com a EMBASA realizada em 26/08/2015 no C.E.S. 11 Posteriormente, os alunos construíram o infográfico e depois saíram revisitando as casas para informaram e transmitiram os conhecimentos a respeito do manancial através do Infográfico que foi construído onde apresentaram as informações, dialogaram sobre elementos que compõem a conta de água (tarifação) e hábitos podem promover o bom uso bom deste recurso. Além disso, os alunos construíram um diário de bordo no qual registraram todas ações e atividades desenvolvidas durante a realização deste projeto bem como, “lembrancinhas” feitas a partir de CD’s velhos como forma de demonstrar possibilidades de reutilização de materiais que seria descartados. E todo este material e passos foram apresentados na Feira de Ciências da Escola que aconteceu em 12 de setembro de 2015. 12 Apresentação dos resultados da pesquisa na feira de Apresentação do infográfico na feira de ciência da ciência da escola em 12/092015. escola em 12/092015. Diário de Bordo e material informático distribuído na “Lembrancinhas” distribuídas na feira de ciência da feira de ciência da escola em 12/092015. escola em 12/092015. Para realização destes procedimentos necessitamos dos seguintes recursos: papel ofício, câmera fotográfica, computador, Datashow, banner, impressão. 13 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Através da análise dos dados obtidos foi possível observar que: a maioria dos entrevistados não sabiam identificar o manancial que abastece a sua residência; desconheciam as informações que compõem a conta de água. Um dado verificado bastante relevante foi que os entrevistados afirmaram que seu consumo está dentro do razoável todavia, respondendo a outras questões ficou perceptível que ainda possuem hábitos exagerados de consumo e que poderiam mudar estes hábitos se houvesse uma redução no valor da tarifa cobrada. Vejamos as imagens seguintes com a tabulação dos dados obtidos e a análise que o grupo de trabalho realizou: Quando perguntado sobre o consumo dos últimos três meses, o resultado foi: Verificamos que a maior parte das residências não apresentava um consumo superior a 30m3. 14 No que diz respeito ao conhecimento das informações que compõem a conta de água, verificamos que a maior parte dos entrevistados não compreendem os itens descritos no boleto de água. Ficou constatado que a principal forma de abastecimento das residências analisadas é através da água distribuída pela empresa EMBASA. 15 Quando perguntado sobre a avaliação que faz do próprio consumo, os moradores responderam: No que tange aos cuidados dispensados quanto ao uso da água os moradores consideram: 16 Em seguida foram questionados se este consumo era o ideal ou poderia ser menor, e a resposta obtida foi: A partir destas três últimas informações é possível perceber que os moradores preocupam medianamente com a quantidade de água que utilizam e consideram que poderiam ter um consumo menor. No entanto, ainda não praticam atitudes que possam reduzir o consumo para o nível menor. Este fato comprovou-se através da identificação de comportamentos que evidenciam o mal uso da água. 17 Assim, retomando nossa hipótese, pudemos comprovar que não é comum a falta de água no bairro, todavia, também não são comuns práticas que evitem o desperdício. Um exemplo disso está no gráfico abaixo quando perguntamos sobre o tempo gasto no banho como demonstra o gráfico a seguir: 18 Perguntado se acredita que futuramente o país sofrerá com problemas quanto ao abastecimento de água, foi predominante a afirmação de que sim. Esta resposta nos chamou atenção por demonstrar que os entrevistados percebem o risco de sofrer com a falta de água mas concomitantemente, não praticam atitudes que promovam a prevenção deste risco. Quando questionados sobre os prováveis motivos que ocasionariam a falta de água, apontaram: 19 Assim, podemos notar que os entrevistados compreendem o desperdício como a principal causa de escassez da água. Esta resposta nos levou a constatar que a desinformação sobre o próprio consumo faz com que não percebam como os próprios hábitos contribuem para que a escassez de água no país se torne real. Um dado curioso e preocupante é no que se refere ao desconhecimento do manancial que abastece a própria residência. Apenas 24% dos entrevistados acertou que a água consumida em suas residências é retirada do rio Iguape. E 43% não soube se quer informar de onde vem a água que os abastece. Estes dados revelam que os moradores possuem pouca informação sobre os recursos hídricos que utilizam e nos levou a pensar: como cuidar do que não se conhece? Afinal, por conseguinte os moradores desconhecem também a atual situação deste manancial. Seguindo com os questionamentos, foi perguntado que atitudes os motivariam a economizar a água, entre as opções 81% respondeu que a oferta de descontos na tarifa de água seria um excelente motivo para economia. Veja o gráfico: 20 Este último gráfico deixa claro que há mais interesse em economizar para garantir um pagamento menor do que de fato uma preocupação com este recurso natural e sua possível escassez. Estas análises nos levaram a pensar na criação de um material didático capaz de ser levado aos moradores com o objetivo de informar e conscientizar que a economia de água deve ocorrer para além do custo para tê-la. Economizar deve ser uma prática comum entre as famílias. Para isso, também pretendíamos que este material explicasse tanto o modo como a tarifa é cobrada quanto de onde vem a água que abastece a comunidade. Chegamos então a conclusão de que um Infográfico seria um ótimo recurso, pois atenderia tanto a necessidade de informar quanto de ser um material de fácil manuseio e locomoção. Veja abaixo o infográfico construído: 21 22 CONCLUSÕES Através da análise dos dados obtidos foi possível observar que: a maioria dos entrevistados não sabia identificar o manancial que abastece a sua residência e desconheciam as informações que compõem a conta de água. Um dado verificado bastante relevante foi que os entrevistados afirmaram que seu consumo está dentro do razoável, todavia, respondendo a outras questões ficou perceptível que ainda possuem hábitos exagerados de consumo e que poderiam mudar estes hábitos se houvesse uma redução no valor da tarifa cobrada. Diante dos resultados comprovamos que a comunidade tem certo conhecimento sobre a importância da água, mas ainda não mudou seus hábitos. Com isso, o projeto buscou interagir com a comunidade promovendo o debate sobre as mudanças possíveis no dia a dia e promovendo ações de combate ao desperdício. Consideramos que nossas ações foram apenas iniciais posto que ficaram direcionadas a um grupo de moradores da comunidade. Por certo que ampliar estas ações envolvendo mais moradores deverá ser o próximo passo da pesquisa. Outro aspecto é que não verificamos se o grau de escolaridade, a faixa etária e a renda média influenciam diretamente sobre o consumo. Percebemos também que precisaremos voltar aos entrevistados após o trabalho de visitação com o infográfico para verificar se o esclarecimento e as informações fornecidas mudaram de fato os hábitos e o consumo dos moradores. 23 REFERÊNCIAS BONACELLA, Paulo Henrique. A poluição das águas. São Paulo: Moderna, 1990. CHAVENATO, Isaac. 11 Questões sobre a Terra e Espaço. São Paulo: Nova Cultura, 1995 ( Best-seller – Círculo do Livro). TUCCI, Carlos E. M. Hidrologia Ciência e Aplicação. 2 ed., 2 reimp. Porto Alegre: Ed. Universidade / UFRGS, 2001. __________________. Água no século XXI enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, IIE, 2003. REBOUÇAS, Aldo. Água Doce no mundo e no Brasil. IN. Aldo C. Rebouças et al, Água doce no Brasil. São Paulo: 2002. http://www.embasa.ba.gov.br/sites/default/files/relatorio_anual/Ilheus.pdf. Em 13/jul/2015 às 8:40h. http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sag/CobrancaUso/Estudos/ProjetoAgua_WW F_IBOPE_2011.pdf. Em 08/jun/2015 as 10:00h. 24