Paisagens Vegetais do Brasil
VEGETAÇÃO DO BRASIL
O Brasil possui grande diversidade de formações
vegetais naturais, associadas a diferentes tipos de
solos, relevos e climas. A vegetação da época do
descobrimento e sem ser modificada pelo ser
humano é chamada de paisagem natural. Com a
colonização, tem início a exploração dos recursos
naturais no país e essa paisagem sofre grandes
mudanças, pois a retirada da cobertura vegetal é o
primeiro passo para a instalação de atividades
produtivas.
1) Formações Florestais
Existe, no Brasil (e no Mundo) uma grande
diversidade de cobertura vegetal florestal, que
mudam de aspecto segundo as variações da
umidade, da temperatura, do tipo de solo e da
altitude.
As principais coberturas vegetais do Brasil
conhecidas como formações florestais são:
Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Mata de
Araucária, Mata dos Cocais e Matas Ciliares.
2) Formações Não Florestais
Existe, no Brasil (e no Mundo) uma grande
diversidade de cobertura vegetal denominada
não florestal, que mudam de aspecto segundo
as variações da umidade, da temperatura, do
tipo de solo e da altitude.
As principais coberturas vegetais do Brasil
conhecidas como formações não florestais são:
Cerrado, Caatinga, Campos e o complexo do
Pantanal
3) Formações Litorâneas
Existe, no Brasil (e no Mundo) uma grande
diversidade de cobertura vegetal denominada
formação litorânea, que mudam de aspecto
segundo as variações da umidade, da
temperatura, do tipo de solo.
As principais coberturas vegetais do Brasil
conhecidas como formações litorâneas são:
Mangue e Restinga.
Próximo ao litoral também são encontradas as
vegetações de dunas e vegetações de praias
1) Formações Florestais
1.1 – Floresta Amazônica - Cobertura vegetal
densa, úmida e heterogênea, que abrange
aproximadamente 40% do território brasileiro.
A Floresta Amazônica é uma Floresta Equatorial; é
assim chamada pois sobre ela passa a linha
imaginária do Equador. Também é chamada de
Floresta Tropical ou Intertropical por estar
localizada entre os trópicos de Câncer e
Capricórnio. Devido a isso o clima na Floresta
Amazônica é quente e úmido. Ela é banhada pelo
rio Amazonas e seus afluentes.
A Floresta Amazônica possui três tipos de vegetação, classificadas
segundo a proximidade em relação aos rios. São elas: mata de igapó,
mata de várzea e mata de terra firme.
A mata de igapó é uma espécie de floresta submersa, localizada no
terreno mais baixo, permanentemente alagado pelos rios. Muitas
plantas da mata de igapó possuem ramificações baixas e densas. A
vitória-régia é uma espécie de símbolo dessa formação vegetal.
O segundo tipo, a mata de várzea, é uma mata de inundação
temporária. Ela acompanha as várzeas dos rios e em algumas regiões
ocorre entre as matas de igapó
e a terra firme. A composição vegetal é variável, de acordo com a
proximidade dos rios. Nela encontram-se a seringueira, muitas
palmeiras, o jatobá e a maçaranduba.
As matas de terra firme não são inundadas pelas cheias dos rios e
ocupam a maior parte da região. Suas árvores podem atingir 65 m de
altura e o contato de suas copas forma um telhado verde capaz de reter
até 95% da luz solar. O interior dessa mata é escuro, úmido e pouco
ventilado. São comuns a castanha-do-pará, o caucho e o guaraná.
Floresta Amazônica vista do alto
Mata de várzea
E
Mata de igapó
Floresta Amazônica vista do rio
1.2 – Mata Atlântica –
Vegetação bastante rica e variada, original do litoral
úmido e do interior do Sudeste. Foi a mais devastada
das formações originais do Brasil.
As florestas costeiras do país são conhecidas pelo
nome genérico de Mata Atlântica ou ainda Floresta
Costeira. Possuem a maior biodiversidade por hectare
entre as florestas tropicais do mundo. São matas
fechadas, com árvores altas. As espécies mais comuns
são: ipês, quaresmeiras, cedros, palmiteiro, canelas,
imbaúba, guapuruvu.
No passado a Florestas Atlântica acompanhavam
quase todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do
Norte até Santa Catarina, graças a uma combinação
de clima e relevo – as serras e planaltos litorâneos
barram a umidade das massas de ar, garantindo
chuvas. Mas a devastação, que começou com a
exploração do pau-brasil, continuou durante os
ciclos da cana-de-açúcar e do café. Com a
urbanização e a industrialização, a extração de
madeira atingiu grandes áreas. Estima-se que exista
hoje cerca de 7 a 8% de sua mata original, sendo
que, na região sudeste, aparece maior percentual
de preservação.
Mata Atlântica vista do Mar
(oceano Atlântico)
Mata Atlântica vista por uma
trilha em seu interior
1.3 Matas de Araucária Também conhecida como Mata
dos Pinhais– São formações de clima subtropical,
características das terras altas e serras da região Sul (nos
estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e
do estado de São Paulo. As florestas são mais abertas e
têm como principal espécie a araucária – também
conhecida como pinheiro-do-paraná. Muito apreciadas
pelo fruto, o pinhão, as araucárias podem alcançar mais
de 30 m de altura. Essas matas praticamente
desapareceram pela exploração de sua madeira como
material de construção e matéria-prima para indústrias
de celulose e papel.
Esta formação já representou 15% do território
brasileiro, hoje estima-se em apenas 4% de seu espaço
original.
Araucária ou
Pinheiro do Paraná
Mata dos Pinhais
1.4 Matas de cocais – As matas
de cocais estão localizadas numa
zona de transição entre a Floresta
Amazônica e as caatingas. São
ricas em espécies de palmeiras,
como o babaçu e a carnaúba. O
babaçu é uma planta importante
para a economia local: suas
folhas são usadas na construção
de moradias e utensílios, e seus
frutos são utilizados na produção
de óleo. A carnaúba é mais
utilizada na produção de cera e
muitos outros produtos
Palmeira Carnaúba
Palmeira Babaçú
1.5 Matas ciliares ou Matas galerias – Correspondem a
pequenas florestas alongadas que se desenvolvem ao longo
dos rios, aproveitando a umidade do solo. São encontradas
nas regiões de cerrado, de campos e, mesmo, de florestas.
Apresentam formas arredondadas e se destacam no meio
da vegetação rasteira como pequenas “ilhas de vegetação”.
2) Formações Não Florestais
2.1 Cerrado
Predomina em quase todo o Brasil Central (Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás), parte de Minas
Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão,
nas áreas onde o clima apresenta duas estações bem
marcadas, uma seca e outra chuvosa. Apresenta-se
em forma de manchas isoladas em vários pontos do
território, como é o caso dos estados de São Paulo e
Paraná.
O Cerrado é formado por arbustos, vegetação rasteira
e árvores com troncos e galhos tortuosos, que
atingem cerca de 10m de altura. Ocupa 25% do
território do Brasil.
O cerrado pode ser, na realidade, resultado das condições
naturais e da ação do homem: do relevo das chapadas do
planalto Central, do clima tropical com duas estações bem
marcadas (verão chuvoso e inverno com pouca ou nenhuma
chuva), a profundidade do lençol freático, da natureza do solo
e a ação do homem, destruindo o material orgânico,
fundamental à nutrição vegetal, no preparo inadequado do
solo na prática agrícola, quanto utiliza a queimada Hoje o
cerrado está sendo descaracterizado pelos projetos de
monoculturas, principalmente a soja e a pastagem.
Queimadas de grandes proporções, muitas vezes intencionais,
destroem as matas de galeria que protegem as regiões à
beira-rio.
Estima-se que cerca de 50% da área original do cerrado já
tenha sido devastada
Cerrado
Paisagem típica do Brasil Central, onde o
clima é alternadamente seco e úmido.
Sua vegetação é, em geral, rala, com
árvores distantes umas das outras.
Ipê amarelo – original do
Cerrado
Piquizeiro – original do
Cerrado
2.2 Caatinga
O Sertão semiárido do Nordeste brasileiro, o chamado
“Polígono das Secas”, tem uma formação vegetal denominada
de Caatinga - caa = mata, tinga = branca.
Esta formação vegetal perde totalmente suas folhas (caducas)
durante as estações secas, recuperando-se durante as
primeiras chuvas. Essa escassez de chuvas, aliada a um solo
pouco profundo e pedregoso, e mais à devastação ocasionada
pela ocupação humana, é responsável pela vegetação
descontínua, característica da Caatinga.
A Caatinga ocupa 11% da área do território brasileiro. É uma
formação complexa, com várias cactáceas: o mandacaru, o
faxeiro, o xique-xique e as coroas-de-frade. Há trechos em
que predominam árvores: aroeira, umbuzeiro; em outras,
predominam arbustos, plantas rasteiras e cactáceas; há
também vegetais fibrosos, como o coroá e o sisal (ou agave).
Caatinga
Vegetação pobre, com plantas xerófilas (adaptadas à escassez
de água). Típica do Sertão semiárido do Nordeste.
Arbustos
Cactos
2.3 Campos
São recobertos por gramíneas e cortados apenas pelas matas de
galeria que acompanham os rios. Apesar de comuns em todo o Brasil,
os campos ocupam grandes extensões de terra no sul do país,
formando uma paisagem típica conhecida com Campanha Gaúcha.
Outras formações campestres são:
• Os campos de altitude, ou serranos, que surgem nas áreas elevadas
do relevo, onde a ação da altitude modifica a vegetação – Serra do
Caparaó, Serra do Itatiaia.
• Os campos da Hiléia, ou campos inundáveis, que ocupam as terras
baixas, sujeitas a inundações, como é o caso dos campos da ilha de
Marajó.
• Usa-se ainda a expressão campos limpos para designar uma região
sul do Mato Grosso do Sul entre Campo Grande e Ponta-Porã.
• A expressão campos sujos para designar uma área de campo possui
muitos arbustos
Campos
Embora haja manchas nas diversas regiões do país,
predominam na Campanha Gaúcha (pampa gaúcho).
Campos sujos
Campos limpos
2.4 Complexo do Pantanal
Estende-se pelo Mato Grosso do Sul e Cuiabá ocupando, ainda,
extensa área em território boliviano e paraguaio, onde é
conhecido como chaco. Sofre inundações por ocasião das cheias
e transbordamento do Rio Paraguai e seus afluentes. Durante a
estação seca, que vai de abril a setembro, as baías, que são
pequenas lagoas, permanecem cheias, transformando-se em
refúgio de grande variedade de animais, que, aliados à flora,
transformam o Pantanal em importante ecossistema mundial.
O Pantanal é uma formação vegetal complexa, pois possui
espécies vegetais da floresta, dos campos, do cerrado e, mesmo,
plantas xerófilas da caatinga.
É a cobertura vegetal mais heterogênea do Brasil, resultado da
umidade local e da qualidade dos solos, que recebem, durante
as cheias, materiais carreados pelas águas e depositados no
período da vazante.
No Pantanal existem matas e tufos de cerrados que não sofrem
inundações, campinas que ficam encobertas pelas águas durante as
enchentes, matas com aroeiras, angicos-vermelhos e figueiras, também
não-inundáveis. Nas áreas alagadas são encontrados aguapés e ervas
de-Santa-Luzia. Destacam-se no Pantanal as associações de árvores
(conjunto de árvores de mesma espécie, dispostas próximas entre si),
como o paratudo, o buriti, o carandá e a palmeira-acuri, que bordeja as
margens dos rios.
O Pantanal constitui importantes áreas de criação de gado, além de
áreas de extrativismo vegetal.
3 Formações litorâneas
3.1 Mangues
Predominam nas regiões de estuário e lagunas do litoral. São
formados basicamente por três tipos de árvores adaptadas ao
solo alagado, pouco arejado e com alto teor de sais. Para
auxiliar na sua fixação ao solo, muitas árvores desenvolvem
as chamadas raízes-escora ou raiz aérea. Ricos em material
orgânico, fornecem abrigo e alimento a muitas espécies
marinhas.
3.2Restingas
Vegetação típica de terrenos arenosos e salinos do
litoral, formada por plantas herbáceas e arbustivas.
Assim como os mangues, sofrem ação destrutiva do
turismo predatório, dos aterros feitos para construção
de estradas e para ocupação imobiliária e da poluição
causada por esgotos
Ocorrem, também, ao longo de todo o litoral
brasileiro, ora vegetação de praia e dunas.
A vegetação de praias e dunas é constituída pela
salsa-de-praia, picão-da-praia e por gramíneas.
Vegetação de praia
Vegetação de dunas
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