Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.2, p.135-140, 2002 ISSN: 1517-8595 135 MODELAGEM TERMODINÂMICA NA EXTRAÇÃO DE -3 COM CO2 SUPERCRÍTICO Anairam P. de Souza1, José da Paixão L. dos Santos1, Fernando A. Cabral2, Gabriel F. da Silva3 RESUMO Este trabalho tem como objetivo a estimativa do equilíbrio termodinâmico na extração e fracionamento de -3 usando a equação de estado de Peng-Robinson e a regra de mistura clássica de van der Waals. A modelagem termodinâmica consiste no cálculo da fugacidade da fase líquida e da fugacidade da fase fluida em função do volume molar dos componentes em mistura e das condições de operação do sistema usando a equação de Peng-Robinson modificada para a mistura, juntamente com a regra de mistura clássica de van der Waals. As propriedades críticas, a temperatura normal de ebulição e o fator acêntrico dos componentes em estudo foram estimados por diversos métodos de contribuição de grupos. Foram utilizados dados da bibliografia para a solubilidade dos componentes em estudo com CO2 supercrítico para diferentes condições de temperatura e pressão. As curvas obtidas para o equilíbrio termodinâmicos usando o modelo foram compatíveis com os dados experimentais testados. Palavras-Chave: Extração com fluido supercrítico, Modelagem termodinâmica, -3. THERMODYNAMIC MODELING IN THE EXTRACTION OF -3 WITH SUPERCRITICAL CO2 ABSTRACT This work has the objective of estimating of the thermodynamic balance at the extraction and fractionating of -3. It was used Peng-Robinson’s state equation and van der Waals’s classic mixture rule. The thermodynamic modeling consists in the calculation of the liquid and fluid phases fugacity in function of the mixture components molar volume and it also consists in the system operating conditions using the Peng-Robinson’s equation modified for the mixture, together with the rule of van der Waals’s classic mixture. The critical properties, the normal boiling temperature and the not centric factor of the components in study had been estimated by diverse methods of groups contribution. Data from the bibliography had been used for the components solubility in study with supercritical CO2 for different conditions of temperature and pressure. The obtained curves for the balance thermodynamic that used the model had been compatible with the tested experimental data. Keywords: Extraction with supercritical fluid, Thermodynamic modeling, -3. Protocolo 42 2002 16 de 25/09/2001 1 Alunos de Iniciação Científica - Universidade Federal de Sergipe - UFS 2 Professor do Departamento de Engenharia de Alimentos – Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Cidade Universitária, Barão Geraldo, CEP: 13081-970, Campinas - SP – Brasil, Telefone: (19)3788-4030 - Fax: (19)3289-0496 – Email: [email protected] 3 Professores do Departamento de Engenharia Química – Universidade Federal de Sergipe - UFS, Cidade Universitária, Jd. Rosa Elze, CEP: 49100-000, São Cristóvão - SE – Brasil, Telefone: (79)212-6686 - Fax: (79)212-6684 - Email: [email protected] 136 Modelagem termodinâmica na extração de -3 com CO2 supercrítico, Souza et al. INTRODUÇÃO Os ácidos graxos polinsaturados, os chamados Ômega-3, em especial os ácidos eicosapentanóico (C20:5) e docosahexanóico (C22:6), se tornaram importantes devido às suas propriedades nutricionais e terapêuticas, onde é atribuída a capacidade de diminuir o nível de colesterol no sangue. São encontrados diversos alimentos no mercado que alegam a possuir, em sua composição, ácidos graxos -3, além de drágeas e óleos para ingerir. Estes ácidos graxos são, geralmente, encontrados no óleo de peixes e são separados através de métodos convencionais, como a destilação a vácuo. Para estes processos, é necessário o uso de temperatura relativamente alta a qual pode promover a decomposição ou degradação destes componentes. O processo de extração com CO2 supercrítico oferece algumas vantagens na produção destes componentes: se opera com temperaturas relativamente baixas, fornece produtos isentos de solventes e outros componentes indesejáveis, arrastados pelo solvente, facilita a separação do solutosolvente, não oxida os componentes e possui alta eficiência na separação deles. Ômega-3 é um tipo de ácido graxo polinsaturado, isto é, essencial ao ser humano mas não é produzido pelo organismo e somente adquirido através da alimentação. A carência pode trazer graves prejuízos à saúde, é encontrada em algumas sementes, em alguns peixes, no leite materno. Está comprovado que o Ômega-3 participa da formação e desenvolvimento do feto, do cérebro, sistema nervoso e visão. Estudos clínicos realizados em diversos países, como Holanda, Noruega, Japão, EUA e outros, comprovam que a administração de ácidos graxos Ômega-3, reduz os níveis de LDL e VLDL (mal colesterol) e triglicerídeos no sangue e aumentam os níveis de HDL (bom colesterol). Ômega-3 é um complemento dietético constituído de um concentrado de óleo, encontrados em peixes marinhos, rico em ácidos graxos poliinsaturados. Os principais ácidos graxos poliinsaturados são o EPA (ácido eicosapentenóico) e o DHA (ácido docosahexenóico). Estes ácidos possuem ação anti-agregante plaquetária e ação anti-oxidante, útil na prevenção de várias doenças, especialmente em problemas cardio-vasculares, imunológicos e inflamatórios. A extração com fluido supercrítico (SCF) é uma operação unitária que explora as propriedades dos solventes acima de seus pontos críticos para extrair ou separar componentes de uma mistura. A aplicação de SCF está baseada na observação experimental de que muitos gases aumentam seu poder de dissolução, quando comprimidos acima do ponto crítico. Apesar de esta observação ser bastante antiga, somente nos últimos anos, este processo ganhou importância industrial. O dióxido de carbono, o etileno, o etano, são exemplos de alguns solventes empregados, na extração supercrítica, sendo o dióxido de carbono o mais usado. Os fluidos, no estado supercrítico, são aqueles com condições de pressão e de temperatura superiores às do ponto crítico. Nestas condições, o fluido exibe propriedades físico-químicas intermediárias entre as de um líquido e de um gás, favorecendo o seu uso como solvente. Algumas características tornam esta técnica muito atraente, como: elevada densidade, baixa viscosidade, baixa tensão superficial, alta difusividade e grande influência da convecção natural, além de alto poder de solvatação e grande potencial de seletividade. A extração com fluido supercrítico é uma técnica que pode substituir os processos tradicionais de extração (destilação, extração líquido-líquido e extração sólido-líquido). A escolha do processo mais adequado depende da matéria prima, da eficiência de extração, do custo do processamento versus valor agregado, das características físicas e do destino de utilização do produto final. Quando comparada aos processos convencionais, a extração com CO2 supercrítico em alimentos, oferece as seguintes vantagens: uso de um solvente não tóxico não inflamável e de baixo custo; facilidade de separação soluto/solvente, obtendo um produto final puro; e a possibilidade de processamento a temperaturas relativamente baixas, evitando a degradação do produto final. As desvantagens são: custo operacional maior e normalmente valores menores da solubilidade do soluto no solvente. O uso desta técnica requer o conhecimento de propriedades físico-químicas, dados de equilíbrio de fases e modelos matemáticos que permitam simular com confiança o processo de extração. Algumas características tornam esta técnica muito atraente, como: elevada densidade do solvente, baixa viscosidade, baixa tensão superficial do solvente, alta difusividade e grande influência da convecção natural, além de alto poder de solvatação e grande potencial de seletividade. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.2, p.135-140, 2002 Modelagem termodinâmica na extração de -3 com CO2 supercrítico, Souza et al. Modelagem termodinâmica Os modelos termodinâmicos empregados na predição do equilíbrio líquido-vapor usam duas abordagens: o método - e o -. A abordagem - faz uma distinção das fases, empregando os modelos do coeficiente de atividade para a fase líquida e cálculo da fugacidade para a fase vapor, é mais usada a pressão baixa. A abordagem - utiliza uma única equação de estado para representar qualquer fase fluida, sendo aplicada, tanto para altas, como para baixas pressões. As equações de estado propostas na literatura, do tipo van der Waals, exigem propriedades críticas dos componentes puros, pressão de vapor e volume molar, além da necessidade de uma regra de mistura. Dentre as equações de estado mais simples do tipo de van der Waals, destaca-se o sucesso incomparável da equação de Peng e Robinson (1976), na forma: P a (T ) RT V b V ( V b) b( V b) (1) a(Tc ) 0,45724(R 2Tc2 ) / Pc , 137 às constantes dos componentes puros. A regra de mistura empregada é a clássica que foi proposta por van der Waals em 1890, na forma: am aijx i x j i (2) j a ij a ji (1 Kaij )(a iia jj )1/ 2 bm bijx i x j i (3) j bii b jj bij b ji (1 Kbij ) 2 am e bm, aij, e bij são os parâmetros para a mistura. Kaij e Kbij são os parâmetros de interação binária e xi e xj são as frações molares dos componentes i e j na mistura. Outras regras de misturas são também empregadas para predizer as propriedades termodinâmicas de uma mistura de componentes, como: regra de mistura tipo Margules e van Laar propostas por Stryjek e Vera (1986), regra de mistura de Adachi e Sugie (1986) e Panagiotopoulos e Reid (1986) entre outras (Anderko, 1990). Uma das maneiras para o cálculo do equilíbrio de fases é a igualdade de fugacidade de cada espécie nas fases em equilíbrio, temos: L SCF f i (T, P, x i ) = f i (T, P, yi ) b 0,07780RTc / Pc , a(T) a(Tc )(T, ) , Zc 0,307 , (T, ) (1 m(1 Tr1 / 2 ))2 e m 0,37464 1,54226 0,26992 2 Poucos anos após sua publicação, a equação tornou-se uma ferramenta padrão para cálculo de equilíbrio, líquido-vapor, de misturas fluidas, especialmente, para misturas encontradas em gás natural e indústria de petróleo. A literatura é rica com centenas de variações da equação original de van der Waals, no entanto nenhuma delas foi tão amplamente aceita, como a proposta por Peng-Robinson (Wu e Prausnitz, 1998). Quando se aplica equações de estado ao cálculo de propriedades de mistura de componentes, adota-se, geralmente, que a mistura resultante seja um pseudo-componente puro nas mesmas condições de temperatura e pressão. As constantes (a e b) da equação para a mistura são obtidas a partir de uma regra de mistura aplicada (4) Onde f iL é a fugacidade do componente i na fase líquida e f SCF é a fugacidade do i componente i no fluido supercrítico. Escrita em termos de coeficiente de fugacidade i : L SCF x i i P = yi i P (5) Onde xi e iL são a fração molar e o coeficiente de fugacidade do componente i no SCF líquido, yi e i são a fração molar e o coeficiente de fugacidade do componente i no fluido e P é a pressão do sistema O coeficiente de fugacidade i é termodinamicamente determinado pela relação: f 1 P L ln( i ) ln( i ) Vi V d dP 0 xiP RT (6) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.2, p.135-140, 2002 Modelagem termodinâmica na extração de -3 com CO2 supercrítico, Souza et al. 138 Onde i ( iL ou SCF ) é o coeficiente i de fugacidade do componente i na fase fluida em questão, xi é a sua fração molar, ViL é o volume parcial molar do componente i na mistura, Vd = RT/P é o volume molar do gás ideal nas mesmas condições de temperatura e pressão. Todavia, a determinação da composição do equilíbrio através do cálculo das fugacidades das espécies nas fases exige um método interativo que só é possível com o uso de programas computacionais. A expressão para o cálculo do coeficiente de fugacidade da fase fluida, SCF é obtida pela i introdução da equação de Peng-Robinson (01) na equação (06), onde os parâmetros am e bm são obtidos pelas equações (02) e (03). Empregando a equação de Peng-Robinson com a regra de mistura clássica no cálculo do coeficiente de fugacidade obtemos a equação (07): (Szarawara e Gawdzik, 1989). f PV Vd m 1 ln ln( i ) ln i x i P RT V bm m ambm 2bm y jaij 2am yibij 2 2 2bm RT lnA / B (7) am V m 1 2 yibij bm V m bm RTbm A B Onde e B V m bm 1 2 e é o coeficiente de A V m bm 1 2 i SCF fugacidade para as fases fluidas( iL e i ) MATERIAL E MÉTODOS Foi implementado um programa para estimativa de equilíbrio líquido-fluido supercrítico usando a equação de PengRobinson e regra de mistura clássica de van der Waas (ELF-PR). As etapas são mostradas a seguir: 01 Entrada de dados: P, T, Pci, Tci, i, Kaij e Kbij. 02 Estimativa inicial de xi e coeficiente de distribuição Ki = y i /xi, cálculo de yi. 03 Cálculo do coeficiente de fugacidade na fase líquida, iL usando a equação obtida pela equação de Peng-Robinson para mistura. 04 Cálculo do coeficiente de fugacidade da fase supercrítica, SCF pela equação (07) i 05 Calcular das fugacidades das fases: Py i fiL x i iL P e f iSCF SCF i 06 Teste da igualdade de fugacidade: 2 f SCF Se ln i 1012 , Impressão dos L f i resultados. Se não, continuar 07 Estimativa do novo Ki, K inovo K ianteior f iL / f iSCF , 08 Balanço de massa, cálculo do novo xi e yi. 09 Voltar para o passo 03. Os parâmetros de interação binários Kaij e Kbij foram obtidos pelo ajuste do modelo aos pontos experimentais do equilíbrio binário. Para a regra de mistura clássica normalmente adota-se Kbij = 0. Os valores dos parâmetros Kaij e Kbij que melhor reproduzem os dados experimentais foram obtidos pelo método SIMPLEX modificado de Nelder & Mead (1965) citado por Cabral (1993), minimizando uma função objetivo definida como: F = F(Kaij,Kbij) em termo dos pontos experimentais: P, T e y ei e das composição, y ci calculada na fase fluida pelo procedimento anterior. A função objetivo foi escrita na forma: y ci y ei 2 F( Kaij ) (08) e j 1 i 1 y i j NPE 2 Onde NPE é o número de pontos experimentais e y ei e y ci são as composições experimental e calculada em fração molar. Estimativa do equilíbrio termodinâmico e fracionamento dos ácidos graxos -3 usando o programa ELF-PR e identificação das condições adequadas para o fracionamento dos ácidos graxos -3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Estrutura Molecular A Tabela 1 mostra as estruturas dos compostos em estudos. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.2, p.135-140, 2002 Modelagem termodinâmica na extração de -3 com CO2 supercrítico, Souza et al. Tabela 1 – Estrutura e peso molecular. Substância M Ácido Eicosapentanóico - EPA (C20:5) 330,5 CH3-CH=CH-CH2-(CH2-CH=CH)4-(CH2)3COOH Etil Ácido Eicosapentanóico - eEPA (eC20:5) 302,5 CH3-CH=CH-CH2-(CH2-CH=CH)4-(CH2)3COO-CH2-CH3 Ácido Docosahexanóico DHA - (C22:6) 328,5 CH3-(CH2-CH=CH)6-(CH2)2-COOH Etil Ácido Docosahexanóico - eDHA356,6 (eC22:6) CH3-(CH2-CH=CH)6-(CH2)2-COO-CH2CH3 Solubilidade em CO2 supercrítico 139 Propriedades Termodinâmicas A Tabela 3 mostra os resultados das propriedades termodinâmicas estimadas pelos métodos de Constantinou e Gani (1994)a e Constantinou, Gani e O'Connell, (1995)b. Tabela 3 – Propriedades termodinâmicas Substâncias Prop. Tma (K) Tba (K) Tca (K) Pca (bar) a Vc (m3/kmol) wb EPA eEPA DHA eDHA 372,01 352,74 381,39 363,93 651,00 639,61 667,26 656,76 819,88 806,75 834,57 822,50 10,77 9,25 9,62 8,36 1,06 1,17 1,14 1,26 1,21 0,90 1,28 0,97 Estimativa dos Parâmetros Binários A Tabela 2 mostra os dados experimentais da solubilidade do etil ácido eicosapentaníco – eEPA e do etil ácido docosahezanóico – eDHA obtidos por Bharath et al, 1989 em CO2 supercrítico. A Tabela 4 apresenta os parâmetros do ajuste da solubilidade, usando a equação de Peng-Robinson e a regra de mistura clássica de van der Waals. Tabela 2 – Solubilidade do eEPA e do eDHA obtidos por Bharath et al, 1989 Tabela 4 – Estimativa dos parâmetros binários em função da temperatura Etil Ácido Eicosapentanóico (eEPA) Substância eEPA Etil Ácido Docosahexanóico (eDHA) T(K) P(MPa) yCO2 T(K) P(MPa) yCO2 313,15 7,49 0,9998 313,15 9,03 0,9994 313,15 9,03 0,9996 313,15 10,06 0,9984 313,15 9,97 0,9975 313,15 11,05 0,9972 313,15 10,98 0,9953 313,15 11,91 0,9956 313,15 12,00 0,9933 313,15 13,12 0,9944 313,15 12,84 0,9917 313,15 13,93 0,9927 313,15 14,04 0,9874 313,15 14,97 0,9909 313,15 14,48 0,9812 313,15 16,08 0,9878 313,15 14,87 0,9806 313,15 16,85 0,9871 323,15 12,03 0,9980 323,15 11,19 0,9994 323,15 13,04 0,9970 323,15 12,30 0,9987 323,15 14,08 0,9950 323,15 13,30 0,9978 323,15 14,89 0,993 323,15 14,44 0,9964 323,15 15,99 0,9910 323,15 15,50 0,9954 323,15 16,96 0,9860 323,15 16,56 0,9933 323,15 323,15 17,38 0,9916 323,15 323,15 18,56 0,9894 333,15 12,18 0,9995 333,15 13,23 0,9994 333,15 12,99 0,9992 333,15 14,21 0,9987 333,15 14,08 0,9982 333,15 15,29 0,9973 333,15 15,18 0,9967 333,15 16,39 0,9972 333,15 15,96 0,9967 333,15 17,31 0,9959 333,15 17,04 0,9956 333,15 18,37 0,9945 333,15 18,05 0,9934 333,15 19.22 0,9927 333,15 19,04 0,9919 333,15 20,23 0,9918 333,15 20,00 0,9856 333,15 21,07 0,9902 eDHA T (K) 313,15 323,15 333,15 313,15 323,15 333,15 Kaij 0,1066 0,0895 0,1122 0,0833 0,0980 0,1052 F(Kaij) 5,7916 1,2324 2,7467 3,5555 3,1160 3,7110 Programa para estimativa dos parâmetros binários O programa para estimativa dos parâmetros binários foi desenvolvido em DELPH, tomando como base o programa em PASCAL proposto por Cabral, 1994, com auxílio das modificações e adequações de Silva, 1999, seguindo o roteiro da modelagem termodinâmica mostrada na metodologia. O programa já foi testado com dados da literatura e os resultados apresentaram consistências em todos os casos. CONCLUSÕES A modelagem termodinâmica para este tipo de sistema é bastante complexa, onde os parâmetros de interação binários são estimados, considerando o óleo como uma mistura de um pseudo componente. A literatura apresenta dados da solubilidade do óleo em CO2 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.2, p.135-140, 2002 140 Modelagem termodinâmica na extração de -3 com CO2 supercrítico, Souza et al. supercrítico, não são encontrados dados na literatura da solubilidade destes componentes puros. Os resultados apresentaram um bom ajuste, quando se utilizou a equação de estado de Peng-Robinson juntamente com a regra de mistura clássica de van der Waals em comparação com dados da literatura. Posteriormente, serão aplicadas outras regras de mistura com mais parâmetros, como a regra de mistura de Stryjek e Vera (1986). REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Anderko, A., Equation-of-state methods for the modeling of phase equilibria. Fluid Phase Equilibria, v.61, p.145-225, 1990. Bharath, R.; Inomata, H.; Arai, K.; Shoji, K.; Noguchi, Y., Fluid Phase Equilibria, v. 50, p. 315, 1989. Cabral, F. A. Uso de equações de estado cúbicas para estimativas de solubilidade de óleos essenciais e de seus componentes em dióxido de carbono. 1993. 160 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos, FEA/UNICAMP, Campinas, 1993. Peng, D.Y.; Robinson, D.B. A new twoconstant equation of state. Ind. Eng. Chem. Fundam., v.15, p.59-64, 1976. Espinosa, S.; Diaz, S. e Brignole, E. A., Optimal design of w3 fase supercritical fluid fractionation process. In: Encontro Brasileiro sobre Fluidos Supercríticos, 4, 2001, CDRom. Oliveira, A.L. Extração supercrítica de óleo aromático de café torrado, 1999. 143f. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos), FEA/UNICAMP, Campinas, 1999. Silva, G. F., Extração de pigmentos do urucum com CO2 supercrítico, 1999. 123f. Tese (Doutorado em Engenharia. de Alimentos), FEA/UNICAMP, Campinas, 1999. Stryjek, R.; Vera, J. H., PRSV - Na improved Peng-Robinson equation of state with new mixing rules for strongl nonideal mixtures, Canadian Journal of Chemical Engineering, v.64, p.334-340, 1986. Szarawara, J.; Gawdizik, A. Method of calculation of fugacity coefficient from cubic equations of state. Chem. Eng. Sci. v.44, n.7, p.1489-1494, 1989. Wu, J e Prausnitz, J. M., Phase equilibria for systems contaming hydrocarbons, water, and salt: an extended Peng-Robinson equation of state. Industrial e Engineering Chemistry Research, v.37, p.1634-1643, 1989. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.2, p.135-140, 2002