UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA CONSTRUÇÕES RURAIS E AMBIÊNCIA VIÇOSA - MG - BRASIL RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS E DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS PARA CONSTRUÇÕES RURAIS ENG 350 Prof. Fernando da Costa Baêta Prof. Valmir Sartor Versão 2009 1 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS E DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS PARA CONSTRUÇÕES RURAIS 1 1. Tensão, Resistência e Coeficiente de Segurança. 3 1.1. Tensão e Tensão de Ruptura. 3 1.2. Resistência. 3 1.3. Coeficiente de Segurança e Tensão Admissível 5 1.4. Aplicações 6 2. Deformação e Leis da Deformação 7 2.1. Elasticidade e Plasticidade 7 2.2. Deformação Transversal para Tração e Compressão 8 2.3. Lei de Hooke e Módulo de Elasticidade 8 2.4. Deformação no Cisalhamento 9 2.5. Materiais Dúcteis e Quebradiços 9 2.6. Comportamento do Aço de Construção no Ensaio de Tração. 10 2.7. Variação de Comprimento devido a Variações de Temperatura. 11 2.8. Aplicações 11 3. Dimensionamento de Elementos Tracionados e Comprimidos 12 3.1. Dimensionamento de Elementos Tracionados 12 3.1.1. Aplicações 12 3.2. Dimensionamento de Elementos Comprimidos 12 3.2.1. Dimensionamento de Pilares ou Colunas de Alvenaria 13 3.2.1.1. Aplicação 14 3.2.2. Dimensionamento de Pilares ou Colunas de Madeira ou de Aço 14 3.2.2.1. Aplicações 16 3.2.3. Dimensionamento de Pilares de Concreto Armado 16 3.2.4. Tensões Admissíveis do Solo à Compressão e Cálculo de Fundações Diretas 17 3.2.4.1. Aplicação 18 4. Dimensionamento de Elementos Solicitados ao Esforço Cortante ou Cisalhamento () 18 4.1. Aplicações 19 5. Dimensionamento de Elementos Flexionados ou vigas 19 5.1. Procedimento no Dimensionamento de Vigas de Madeira 20 5. 2. Procedimento no Dimensionamento de Vigas de Perfis Metálicos 24 5.2.1. Aplicação 25 7. Problemas Propostos 35 2 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS E DIMENSIONAMENTOS DE ESTRUTURAS PARA CONSTRUÇÕES RURAIS O projeto da estrutura de qualquer edificação, máquina ou outro elemento qualquer é um estudo através do qual a estrutura em si e suas partes componentes são dimensionadas de forma que tenham resistência suficiente para suportar os esforços para as condições de uso a que serão submetidas. Este processo envolve a análise de tensões das partes componentes da estrutura e considerações a respeito das propriedades mecânicas dos materiais. A análise de tensões, esforços e as propriedades mecânicas dos materiais são os principais aspectos da resistência dos materiais. A determinação dos esforços e as deformações da estrutura quando as mesmas são solicitadas por agentes externos (cargas, variações térmicas, movimentos de seus apoios, etc.) são os principais aspectos da análise estrutural. Finalmente, com base em um coeficiente de segurança desejável e na análise estrutural chega-se às dimensões dos elementos estruturais. 1. Tensão, Resistência e Coeficiente de Segurança. 1.1. Tensão e Tensão de Ruptura. As parcelas de forças interiores de um corpo, que atuam na unidade de superfície de uma seção qualquer desse corpo (1mm2, 1cm2, 1m2), denominam-se TENSÕES, podendo ser também chamadas SOLICITAÇÕES. As unidades de tensão são as seguintes: tf/cm2, kgf/cm2, kgf/mm2 e Pa = N/m2. Distinguem-se dois tipos de tensões: a) Tensões Normais, que atuam na direção perpendicular à seção transversal da peça, e podem ser: tensão de compressão, c (-), ou tensão de tração, t (+), e. b) Tensões Cisalhantes ou de Corte (), que atuam tangencialmente à seção transversal. Então: P A ou P A Aumentando-se gradativamente a força externa que atua em um determinado corpo, ocorrerá, finalmente, a destruição ou ruptura do mesmo. A razão entre a tensão calculada com a carga máxima que o corpo suporta (Pmax) e a seção transversal original (Ao) do mesmo denomina-se TENSÃO DE RUPTURA ou TENSÃO ESTÁTICA. Ou seja: rup Pmax Ao 1.2. Resistência. Um elemento estrutural pode ser levado à ruptura de diversas maneiras, de modo que se pode distinguir diversas espécies de RESISTÊNCIAS a serem oferecidas por estes elementos, quais sejam: a) Resistência à tração. 3 Verificam-se em tirantes, hastes de treliças, pendurais, armaduras de concreto armado, etc. P P b) Resistência à compressão. Verificam-se em paredes, pilares, apoios, fundações, etc. P P c) Resistência ao cisalhamento ou corte. Verificam-se no corte de chapas, nos rebites, pinos, parafusos, nós de tesoura de telhados, etc. P/2 P P/2 d) Resistência à flexão. Verificam-se em vigas, lajes, terças, ripas, caibros, etc. P1 P2 P3 e) Resistência à flambagem. Verifica-se nos elementos estruturais solicitados à compressão e que apresentem seção transversal com dimensões reduzidas quando comparadas com o comprimento. Por exemplo: colunas, escoras, pilares, hastes e outros elementos estruturais com cargas de compressão atuando paralelamente ao eixo longitudinal da peça. P P f) Resistência à torção. Ocorre com menor freqüência em elementos de construção. A torção produz um deslocamento angular de uma seção transversal em relação a outra. A resistência à torção está relacionada à resistência ao cisalhamento. Verifica-se em vigas com cargas excêntricas, vigas curvas, eixos, parafusos, etc. g) Resistência composta. Verifica-se em elementos estruturais que são submetidos simultaneamente por diversos tipos de solicitações, flexo-compressão por exemplo. P1 P2 4 As resistências dos materiais de construção são determinadas em “Máquinas Universais de Ensaios”, obedecendo-se procedimentos rotineiros, que são padronizados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Os valores obtidos variam de acordo com o material, de material para material, e de acordo com o tipo de carga aplicada. Em algumas estruturas, pontes pôr exemplo, deve-se considerar além da resistência estática a resistência do material à fadiga, aplicando-se cargas variáveis, alternadas e oscilantes. 1.3. Coeficiente de Segurança e Tensão Admissível Nas aplicações práticas só pode ser admitido a TENSÃO ADMISSÍVEL, que consiste numa fração das resistências máximas ou de ruptura (TENSÃO DE RUPTURA) apresentadas pelos diversos materiais. Isto, para prevenir o aparecimento de deformações excessivamente grandes ou, até mesmo, o rompimento do elemento estrutural. Assim: adm r adm P A O COEFICIENTE DE SEGURANÇA depende dos seguintes fatores: consistência da qualidade do material; durabilidade do material; comportamento elástico do material; espécie de carga e de solicitação; tipo de estrutura e importância dos elementos estruturais; precisão na avaliação dos esforços e seus modos de atuarem sobre os elementos construtivos; qualidade da mão de obra e controle de qualidade dos serviços. Os progressos constantes na teoria da estática das construções, melhorias na qualidade dos materiais, e o controle de execução de obras mais efetivo, têm permitindo a redução constante dos coeficientes de segurança: Aço.................. Ferro fundido... madeira........... Alvenaria......... = 1,15 a 2 (com relação ao escoamento) =4 a 8 = 2,5 a 7,5 = 5 a 20 Na escolha do coeficiente de segurança, com conseqüente determinação da tensão admissível, o calculista deve freqüentemente consultar prescrições, regulamentos e resultados de ensaios que são continuamente atualizados e publicados por órgãos oficiais. Na falta de valores de tensão admissível determinados especificamente para o material utilizado, as tabelas a seguir fornecem os valores médios para diversos materiais de construção. 5 TENSÕES ADMISSÍVEIS (de trabalho) e PESOS ESPECÍFICOS para Diferentes Materiais de Construção. Materiais FERRO Laminado Fundido ALVENARIA Pedra Tijolos comuns Tijolos furados Tijolos prensados CONCRETOS Simples 1:3:6 Armado 1:2:4 Ciclópico 1:3:6 P. Espec. (kgf/m3) Tração (kgf/cm2) Compressão Cisalhamento Flexão (kgf/cm2) (kgf/cm2) (kgf/cm2) 7650 7200 1250 300 1100 800 1000 240 1250 300 2200 1600 1200 1800 - 17 7 6 11 - - 2200 2400 2200 - 18 45 18 - - TENSÕES ADMISSÍVEIS (de trabalho) e propriedades mecânicas de algumas madeiras brasileiras. Madeiras Maçaranduba Ipê Eucalipto citriodora Angelim rosa Jatobá Angico branco Cedro Andiroba Peroba de Campos Pinho do Paraná Peso Módulo de específico Elasticidade (15 % de Em umidade) (flexão) kgf/m3 kgf/cm2 1200 183 000 1030 153 800 1000 136 000 800 144 300 960 151 300 700 106 800 530 85 000 720 116 000 720 119 600 540 105 225 Tensões admissíveis a 2 (Peças de 2 categ.) kgf/cm Compressão Flexão Cisalhamento e tração Viga c c f = t Ligação 130 39 220 25 17 124 37 219 20 13 100 30 170 22 15 101 30 180 19 13 136 41 201 43 29 69 21 129 19 13 57 17 96 11 7 75 22 120 15 10 93 28 148 18 12 51 15 87 9 6 1.4. Aplicações a) A carga de ruptura por tração de uma barra redonda de aço, com diâmetro de 20 mm, é de 12.500 kgf. Qual é a resistência à tração desse aço e qual é o coeficiente de segurança existente quando adm = 1.400 kgf/cm2 ? 12.500 kgf 20mm 12.500kgf 6 b) Um prisma de madeira de pinho com seção 6x6 cm é comprimido paralelamente às fibras. Verifica-se a ruptura quando a carga atinge 11,8 tf. Qual a resistência à compressão dessa madeira e a adm quando = 4? 11,8 tf 11,8 tf c) Um pilar está carregado com 35 tf. Com que carga dever-se-á registrar a ruptura se o mesmo foi calculado com coeficiente de segurança igual a 8 ? 2. Deformação e Leis da Deformação 2.1. Elasticidade e Plasticidade Todo corpo sujeito a forças externas sofre deformação. As deformações lineares, que ocorrem na tração e na compressão, são expressas em função da VARIAÇÃO DE COMPRIMENTO (L) e do COMPRIMENTO ORIGINAL (L), resultando assim, na expressão DEFORMAÇÃO RELATIVA (), ou seja: L L As deformações a que corresponde cada tipo de esforços são: - tração: alongamento - compressão: encurtamento P P L1 a1 L L1 a2 L2 a1 a2 L2 b2 b1 a1 < a2 ; b1 > b2; L b1 P L = L1 + L2 a1 > a2 ; b1 < b2 7 b2 ; L = L1 + L2 -cisalhamento: escorregamento y a1 a2 b1 x a1 = a2 ; b1 = b2 b2 No cisalhamento, as deformações são angulares. Se cessada a aplicação da força, o corpo retoma seu estado inicial, diz-se que o corpo é ELÁSTICO, a exemplo do aço, borracha, madeira (até certo limite), etc. Se cessada a força, o corpo permanece em sua forma atual, o material é PLÁSTICO, a exemplo do chumbo, argila, etc. A maioria dos materiais apresenta as duas características, dependendo da intensidade dos esforços a que estão submetidos. Até certo limite de carga atuam como elásticos e a partir desse ponto como plásticos. Não existe material perfeitamente elástico. Permanece sempre uma deformação residual, praticamente nula, chamada DEFORMAÇÃO PERMANENTE OU RESIDUAL. 2.2. Deformação Transversal para Tração e Compressão Foi mostrado anteriormente que qualquer corpo sob a ação de forças externas (tração e compressão) apresenta deformação longitudinal (). Simultaneamente ocorre também deformação transversal (q). Na tração ocorre contração transversal e na compressão ocorre alongamento transversal. q d d Obs: Nos desenhos da página anterior, d = b2 – b1. Os ensaios mostram que a relação entre a deformação longitudinal e a transversal é aproximadamente constante. Esta relação é denominada COEFICIENTE DE POISSON (m), matematicamente representada por: m q Para os metais “m” varia de 3 a 4 e para o concreto de 4 a 8. 2.3. Lei de Hooke e Módulo de Elasticidade No intervalo em que o diagrama tensão-deformação se desenvolve retilineamente, as tensões são proporcionais às deformações. Matematicamente pode ser traduzida: . 8 Onde é o COEFICIENTE DE ELASTICIDADE, número que expressa a deformação da peça () por unidade de tensão (). Como é muito pequeno, normalmente trabalha-se com o seu inverso, ou seja: E 1 Onde E é denominado MÓDULO DE ELASTICIDADE, que substituído na equação anterior obtêm-se a expressão clássica de HOOKE: E O módulo de Elasticidade (E) é definido como sendo a tensão imaginária (ideal, e medida em kgf/cm2) que na tração seria capaz de duplicar o comprimento original da peça. Valores aproximados de Módulo de Elasticidade (em kgf/cm2) para alguns materiais são os seguintes: Aço ....................................... 2.100.000 Ferro fundido.......................... 1.000.000 Concreto ................................ 20.000 à 400.000 Alvenaria de Tijolo.................. 20.000 à 200.000 Madeira de Pinho (II à fibra).... 100.000 ( à fibra)... 30.000 2.4. Deformação no Cisalhamento Sua grandeza é definida como deformação angular (), conforme desenho do item 2.1. y x Nas tensões normais, =/E. Identicamente, pode-se expressar o ESCORREGAMENTO RELATIVO () empregando-se o MÓDULO DE ELASTICIDADE TRANSVERSAL. (G) e a TENSÃO CISALHANTE (), ou seja: G Entre o Módulo de Elasticidade (E) e o Módulo de Elasticidade Transversal (G), existe uma relação devido à dependência de alongamentos transversais e longitudinais, que pode ser expressa com o auxílio do Coeficiente de Poisson (m), ou seja: G m E 2( m 1) 2.5. Materiais Dúcteis e Quebradiços Dá-se o nome de DUCTIBILIDADE à propriedade apresentada pelos materiais que têm grandes alongamentos de ruptura, ou seja, apresentam grandes deformações antes de romperem (caso do aço e do alumínio). Se a ruptura ocorre de súbito, já com pequenos alongamentos, diz-se que o material é QUEBRADIÇO ou frágil, sendo sensível a pancadas e solicitações do tipo vibratório (caso do ferro fundido e do concreto). 9 2.6. Comportamento do Aço de Construção no Ensaio de Tração. Em laboratório são realizados testes para obter o comportamento dos diversos materiais. Nas “Máquinas Universais de Ensaios” pode-se medir as deformações correspondentes aos diversos tipos de esforços externos até à ruptura. Os dados obtidos possibilitam traçar o diagrama tensão-deformação para cada material. O diagrama característico do aço de baixa resistência para construção está apresentado abaixo: Onde: APEFBZ = Diagrama Tensão-Deformação de Tração, P = Limite de proporcionalidade, Limite de elasticidade, F = Tensão de escoamento, B = Ponto de força máxima, e Z = Ruptura. A partir do ponto F as deformações do corpo continuam a aumentar até certo limite, para um mesmo valor de tensão aplicada, ocorrendo escoamento no interior do corpo e provocando deformação quase sempre visual, com posterior rearranjo de sua estrutura, normalmente capaz de suportar maiores cargas. Desta forma, para efeitos práticos, a tensão admissível é assim calculada: A resistência máxima é dada por: max Pmax Ao O alongamento total até a ruptura é dado por: 10 L max Lo adm F 2.7. Variação de Comprimento devido a Variações de Temperatura. O aquecimento das estruturas causa DILATAÇÃO das mesmas, enquanto o arrefecimento causa CONTRAÇÃO. Estas deformações podem causar tensões internas nos materiais dos elementos estruturais, semelhantes àquelas devido à esforços externos. Para evitar tensões adicionais nas estruturas, deve-se: - empregar apoios móveis e/ou - juntas de dilatação. A dilatação ou compressão das peças estruturais pode ser calculada pela equação: L t . t. L Onde, L = comprimento do elemento estrutural t = variação de temperatura do elemento estrutural, e t = coeficiente de dilatação térmica O coeficiente de dilatação térmica (t) indica a variação de comprimento do elemento estrutural para cada 1C de mudança de temperatura do mesmo. Alguns valores aproximados de t, são Aço 0,000 012 C-1 Ferro fundido e concreto 0,000 010 C-1 Alvenaria de tijolo 0,000 005 C-1 -1 Madeira 0,000 003 C Para estruturas de concreto considera-se, em geral, uma variação de temperatura de 20C, e para as estruturas metálicas, de 35C. A retração de argamassas e concretos pela evaporação da água tem ação semelhante à variação de comprimento provocada pela diminuição de temperatura. Nas estruturas em concreto simples e concreto armado, a retração deve ser considerada correspondente à uma queda adicional da temperatura de aproximadamente 20C. 2.8. Aplicações a) Uma barra de aço circular com 50 cm de comprimento e 22,6 mm de diâmetro, solicitada por uma força de tração de 8.000 kgf, apresenta num comprimento de 20 cm um alongamento de 0,19 mm. Calcular a tensão atuante (), o alongamento relativo (), o módulo de elasticidade (E). Finalmente, determinar a resistência de ruptura e o alongamento percentual, tendo a peça rompido sob a carga de 16.600 kgf e sendo, então, a distância entre as referências de 24,6 cm. b) Um tirante de aço de um telhado tem 18 m de comprimento e 2,8 cm de diâmetro, deve resistir a uma força de tração de 9.600 kgf. Calcular sua variação de comprimento total, devido à força aplicada e devido à uma variação de temperatura de + 35 C. c) Calcular a espessura das juntas de dilatação para um terreiro de café de 100 x 100m, que será construído em concreto. As juntas serão colocadas nas duas direções a cada 10m. Considerando que o terreiro foi feito no inverno, é possível um t de aproximadamente 40C. E, como existem juntas nas duas direções, pode-se considerar dilatação linear. 11 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 100m 3. Dimensionamento de Elementos Tracionados e Comprimidos 3.1. Dimensionamento de Elementos Tracionados Nos cálculos de resistência à tração, devem ser considerados todos os enfraquecimentos na seção transversal, provocados por orifícios de rebites, parafusos e pinos, enchimento, encaixes de qualquer espécie, recortes e roscas. 3.1.1. Aplicações 1) Um tirante de telhado tem 10m de comprimento e deve resistir a uma força de tração de 8.600 kgf. Calcular o diâmetro do tirante a ser executado em aço redondo de forma que o mesmo tenha um enfraquecimento nas extremidades devido a uma rosca de 1,5 2 mm de profundidade. Considerando: adm.tr. aço = 1.600 kgf/cm . 2) Substituir o tirante de aço acima por um tirante de madeira (Eucalipto citriodora), considere um enfraquecimento de 3,0 cm, conforme desenho abaixo. Dimensionar o referido tirante (valores de “b” e “h”). Considerando: adm. tr. = 170 kgf/cm2 b h 3cm hmin P 3.2. Dimensionamento de Elementos Comprimidos Nas peças comprimidas somente considera-se os enfraquecimentos da seção transversal quando a parte retirada não tiver sido substituída ou for preenchida com material de menor resistência. No dimensionamento de dois materiais diferentes em contato, considera-se apenas a tensão admissível do material de menor resistência. Assim, o dimensionamento de uma fundação é conduzido de acordo com a tensão admissível do solo e não com o material que a constitui. No dimensionamento de elementos estruturais de madeira tem-se que considerar o ângulo entre a força aplicada e a direção das fibras. A tabela a seguir exemplifica a relação existente entre ângulo da força e tensão admissível, para uma madeira que possui tensão 12 admissível à compressão paralela c = 85 kgf/cm e tensão adm a compressão perpendicular 2 n = 20 kgf/cm . 2 n = 90o = 0o = 45o c Angulo entre direção da força e direção da fibra. 0 85 Tensão Admissível de 2 Compressão em kgf/cm 47 30 25 60 90 20 c . n c sen 2 ncos 2 3.2.1. Dimensionamento de Pilares ou Colunas de Alvenaria Na compressão é importante a relação entre a menor dimensão da seção transversal (d) e a altura (L) da peça. Para efetuar o dimensionamento de um pilar de alvenaria deve-se considerar a redução da tensão admissível, a ser considerada nos cálculos, à medida que o GRAU DE ESBELTEZ (L/d) aumenta, assim como o peso próprio do mesmo. A TENSÃO ADMISSÍVEL CORRIGIDA (adm) em função do grau de esbeltez é dada por: ' adm adm S L Onde: S 0,9 0,11 L d d’ d para 1< L/d< 10 Desta forma, a carga a ser suportada por um pilar de alvenaria pode ser estimada com base na seguinte equação: adm P d .d ' 0,0018L 0,9 0,11 L d Onde P é dado em kgf , quando d, d’ e L forem em cm. Observação: normalmente não se trabalha com L/d >10, somente em casos especiais. 13 3.2.1.1. Aplicação a) Que carga pode suportar um pilar de alvenaria de tijolo maciço comum, adm=10 kgf/cm2, com seção de 20 x 25cm e 2 m de altura? 3.2.2. Dimensionamento de Pilares ou Colunas de Madeira ou de Aço As colunas ou qualquer outro elemento comprimido que seja de madeira ou de aço podem ser dimensionados verificando: a) A carga máxima que o corpo suporta levando-se em conta a flambagem, empregando-se a equação de Euler, ou seja: Pcrit 2 .E.I .L2e Onde: P crít = carga crítica admissível, kgf; E = módulo de elasticidade do material, kgf/cm2; = momento de inércia da seção, cm4; Le = comprimento efetivo de flambagem, cm; e v = coeficiente de segurança, admensional. b) A tensão à compressão atuante no material, ou seja: at P adm do material. A Se as duas condições anteriores são satisfeitas, tudo bem, a coluna é estável. O Momento de Inércia da seção depende da forma, das dimensões e da orientação da mesma. Para o cálculo de elementos comprimidos simples, emprega-se o menor valor entre as direções “x” e “y”. A tabela a seguir apresenta as fórmulas para algumas seções usuais. 14 4 Momentos de Inércia para algumas seções usuais (cm ). Seções Momento de Inércia y Retangular h h x bh 3 ; Ix 12 b3h Iy 12 b Circular Cheia x Circular Oca d d2 d1 Ix Iy x Ix Iy .r 4 4 .d 4 64 d 14 d 42 64 A/2 Perfil H h b/2 | x 3 Ix B.H 3 b.h ; 12 Iy A.B 3 h.b'3 12 | b’| B O comprimento efetivo de flambagem depende do comprimento de suas extremidades. São quatro os casos a serem considerados: P P P P L Le = 2L Le = L Le = 0,7L 15 Le = 0,5L 3.2.2.1. Aplicações a) Uma coluna de 2 m de comprimento tem seção quadrada e é de pinho. Assumindo E = 2 2 105.000 kgf/cm , adm = 50 kgf/cm para compressão paralela às fibras, e usando um fator de segurança de 4 para calcular a carga crítica de flambagem usando a equação de “Euler”. Determine as dimensões da seção transversal para as cargas de 5.000 kgf e de 10.000 kgf. Sabe-se que a coluna é articulada nas duas extremidades. b) Determinar o diâmetro de um pilar ou coluna de um galpão com 3m de pé-direito, para suportar uma carga de 15 toneladas força. Considerar: E = 140.000 kgf/cm2, adm=135kgf/cm2 para compressão paralela às fibras e coeficiente de segurança 4. Dados: 2 Pcrít = 15.000 kgf; E = 140.000 kgf/cm ; = 4; Le = 2.L = 600 cm 3.2.3. Dimensionamento de Pilares de Concreto Armado Para concreto armado, quando a carga normal que atua sobre o pilar não se situa no seu centro de gravidade, diz-se que o mesmo está sendo solicitado por uma “flexão composta normal”. Esta solicitação corresponde à combinação da força normal com o momento fletor devido à excentricidade. Praticamente, não há pilar que não esteja sobre flexão composta, e por isto, as normas determinam que assim sejam calculados. Segundo as normas brasileiras, a menor largura permitida para os pilares é de 15 cm, embora, na prática dimensões menores são usuais. A tabela a seguir apresenta a ferragem necessária, a carga admissível em toneladas e o comprimento máximo de pilares engastados, de acordo com a seção, tendo como base a Norma Brasileira, NB-1-78, empregado a teoria do Estado Limite Último. Carga Admissível (toneladas força), número de ferros com diâmetro em mm e comprimento máximo (L) para pilares retangulares sujeitos à compressão axial, para um 2 concreto com fck (tensão admissível à compressão) 180 kgf/cm , e para o Aço C A-50. Espessura 15 cm L = 2,25 m 20 cm L = 3,00 m 25 cm L = 3,75m 30 cm L = 4,50 m 35 cm L = 5,25 m 40 cm L = 6,00 m 15 cm 10 t 48 20 cm 20 t 4 10 24 t 4 10 34 t 4 12,5 - Largura 30 cm 30 t 6 10 36 t 6 10 51 t 6 12,5 60 t 6 12,5 - 40 cm 40 t 8 10 48 t 8 10 68 t 8 12,5 80 t 8 12,5 97 t 10 12,5 115 t 12 12,5 OBS: Considerar somente metade da carga admissível quando o pilar tive um extremo engastado e o outro extremo livre. 16 Ferragem principal Estribos d = 5mm P/ cada 20 cm 1,5 cm de cobertura 3.2.4. Tensões Admissíveis do Solo à Compressão e Cálculo de Fundações Diretas As fundações têm como objetivo compatibilizar a carga transmitida pela obra e a resistência do solo. As fundações diretas são assim chamadas por transmitirem a carga diretamente sobre o solo, e a área de contato é então função da carga e da tensão admissível do solo. Geralmente as fundações diretas são executadas com 20 a 50 cm de profundidade, dependendo da carga a ser transmitida e do tipo de solo, procurando sempre apoia-las em terrenos firmes. A tensão admissível ao solo pode ser estimada pelo processo de percurção e empregando a seguinte equação: adm P N .H N 1 S .C E 2 roldana tripé P H Onde: adm = Tensão Admissível do Solo (kgf/cm2) P = Peso (kgf) S = seção do peso (cm2) C = coeficiente de segurança (5-10) N = número de quedas (5-10) H = altura de queda (cm) E = aprofundamento no solo (cm) vala de fundação E Cada amostragem do método consiste em deixar cair, de uma determinada altura, um peso cilíndrico de valor conhecido, por um determinado número de vezes, e verificar o aprofundamento total causado no solo pelas quedas do mesmo. A determinação deve ser feita na profundidade em que se vai apoiar a sapata, e deve-se fazer no mínimo 3 amostragens em locais diferentes. Na maioria dos casos de dimensionamento de fundações diretas para pequenas construções (dois pavimentos) não se determina a tensão admissível do solo, a estimativa da mesma é feita analisando-se a constituição do solo. De uma forma geral são encontradas as seguintes tensões admissíveis para os solos: 1 - Aterros ou entulhos suficientemente tecalcados e consolidados.......... 0,5 kgf/cm2 2 - Aterros de areias sem possibilidade de fuga...................................... 1,0 kgf/cm2 3 - Terrenos comuns, bons, como os argilo-arenosos, embora úmido..... 2,0 kgf/cm2 4 - Terrenos de excepcional qualidade como os argilo-arenosos secos... 3,5 kgf/cm2 5 - Rocha viva....................................................................................... 20,0 kgf/cm2 17 Para o calculo das cargas da obra pode-se utilizar a tabela apresentada a seguir: Cargas por Unidade de Área e Peso Específico de Alguns Elementos Construtivos Material Cargas Peso Sobrecarga (kgf/m2) (kgf/m3) (kgf/m2) Telhado colonial 140 60 Telhado T. Francesa 125 60 Telhado C. Amianto 90 60 Laje Maciça ou pré-fabricada de forro 120 100 Laje Maciça ou pré-fabricada de piso 160 200 a 600* Alvenaria Tijolo Maciço 1.600 Alvenaria Tijolo Furado 1.200 Concreto Armado 2.400 a 2.500 Concreto Simples ou Ciclópico 1.800 a 2.200 Revestimento de parede 25 a 50 Revestimento de forro 50 Revestimento de piso 50 a 80 2 Para depósito vai até 600 kgf/m , dependendo do material a ser estocado, enquanto para residências e escritório fica em torno de 200 kgf/m2. 3.2.4.1. Aplicação a) Dimensionar as sapatas isoladas (fundação direta descontínua) de um galpão com cobertura de telhas de cimento-amianto, vão de 11 m, beiral de 0,5 m e pé direito de 3 m. Os pilares são de 0,20m x.0,20m, em concreto armado, espaçados de 4 m entre si. Considere a tensão admissível do solo igual a 12.000 kgf/m2 a 1 metro de profundidade. O galpão é totalmente aberto (sem paredes ou divisórias. Considerações: peso próprio do 2 2 telhado de 90 kgf/m e carga acidental de 60 kgf/m , já em projeção horizontal; a sapata será confeccionada em concreto simples; desprezar a carga do solo atuante sobre a sapata. b) Dimensionar a fundação direta contínua (sapata corrida) de um galpão com cobertura de telha cerâmica francesa, vão de 11 m, beiral de 0,5 m, pé-direito de 3 m e laje de forro até o beiral com espessura de 6 cm. A construção não possui pilares, sendo o peso do telhado apoiado em paredes de alvenaria com 0,20m de espessura. Considere a tensão admissível do solo igual a 1,0 kgf/cm2 a 0,5 m de profundidade. Obs: No caso de instalações onde as sapatas são contínuas, fixa-se 1 m de comprimento da mesma, calcula-se a carga de telhado, da laje, da parede e peso próprio da fundação neste comprimento, e acha-se a largura necessária. 4. Dimensionamento de Elementos Solicitados ao Esforço Cortante ou Cisalhamento () A tensão de cisalhamento ou corte atua paralelamente à superfície considerada, produzindo unicamente um escorregamento das seções adjacentes, sem alterar o seu afastamento mútuo. Em geral, as tensões não se distribuem uniformemente na seção transversal, mas para simplificar os cálculos, a distribuição uniforme da tensão de cisalhamento é normalmente considerada. Onde: P A ou A nec P adm 18 A resistência ao corte tem especial importância nas peças em balanço, ligações de madeira, rebites, parafusos, pinos, etc. A madeira, devido as suas características estruturais, apresenta resistência ao cisalhamento diferenciada com relação à direção das fibras. Nas tabelas normalmente encontram-se adm paralela e perpendicular às fibras, ao contrário dos outros materiais. 4.1. Aplicações a) Calcular o esforço de tração admissível na emenda abaixo considerando os esforços de compressão e cisalhamento, sabendo que a peça tem 16 cm de espessura Dados: adm. 2 2 comp. = 85 kgf/cm ; adm. = 9 kgf /cm Calcular o diâmetro do pino de aço da figura, para que a emenda resista 10.000 kgf à tração. Dados: adm. = 1.200 kgf/cm2; Seção resistindo ao cisalhamento = 2 A. b) Calcular a distância “X” no nó da tesoura abaixo, para que a linha resista ao esforço cortante causado pela força transmitida pela perna da tesoura. adm. par. (peroba rosa) = 18,1 kgf/cm2 5. Dimensionamento de Elementos Flexionados ou vigas Uma peça solicitada à flexão, normalmente chamada de viga, resiste a esforços primeiramente perpendiculares ao seu comprimento. A resistência à flexão é dada pela combinação simultânea da resistência à compressão e à tração. Existe um plano horizontal separando estes dois tipos de resistência que é chamado de SUPERFÍCIE NEUTRA. Nesta superfície não existe nem tensão de tração, nem de compressão. x P R1 R2 x x Tensão de compressão C’ A Cdefe y y Eixo ou linha neutra T’ Tensão de tração X Seção x R1 Considere “C’” a resultante de todas as tensões de compressão atuando na parte superior da seção transversal, e considere “T’” a resultante de todas as tensões de tração atuando na parte inferior da mesma seção. A soma dos momentos destas tensões é chamada de MOMENTO RESISTENTE. Para que a viga esteja em equilíbrio, o momento resistente deve ser igual ao MOMENTO FLETOR que atua na mesma. No ponto A: R1 . x = momento fletor C’ . y + T’. y = momento resistente, e 19 Para qualquer viga o MOMENTO FLETOR MÁXIMO pode ser determinado em função dos esforços externos que atuam na mesma. Para dimensionar uma viga, capaz de suportar estes esforços, precisa-se selecionar um elemento estrutural com uma seção transversal de FORMA, ÁREA e MATERIAL, que seja capaz de desenvolver um momento resistente igual ou maior que o momento fletor máximo, e pode ser equacionado utilizando-se a FÓRMULA FLETORA, em que: M=f.S Onde: M = momento fletor máximo; f = tensão admissível à flexão do material; e S = módulo da seção. Sendo que: S I c Onde: = momento de inércia da seção; e c = distância do eixo neutro à extremidade superior ou inferior. Os momentos fletores máximos são tabelados e são função do vão da viga, localização e tipo da carga (concentrada ou uniformemente distribuída) e condição de apoio nos extremos (contínua, engastada ou articulada). A nomenclatura e representação das cargas são: a) cargas concentradas b) cargas uniformemente distribuídas P1 L1 P2 P3 L2 L3 w ou W L onde: w = carga uniformente distribuída unitária (ex: 100 kgf/m), W = carga uniformente distribuída total ao longo da viga (kgf). 5.1. Procedimento no Dimensionamento de Vigas de Madeira O dimensionamento de Vigas, de uma forma geral, pode ser efetuado na seguinte sequência: a) Calcular as cargas que atuam na viga, incluindo o peso próprio, e fazer um esboço mostrando as forças e suas localizações. Determinar as reações. b) Determinar o MOMENTO FLETOR MÁXIMO e calcular o MÓDULO DE SEÇÃO (S = M/f). Determinar a seção necessária à flexão (recomenda-se para seção retangular que a largura da seção transversal deve ser estar entre 1/3 a 1/2 da altura). No caso de madeira, verificar se a seção encontrada atende à TENSÃO CISALHANTE HORIZONTAL (v), ou seja: 20 Onde: V .Q I .b = momento de inércia da seção b = largura da viga no local calculado, V = força vertical cisalhante total na seção considerada Q = MOMENTO ESTÁTICO com relação ao eixo neutro (é a área acima ou abaixo do eixo neutro multiplicada pela distância do seu centróide até o eixo). Para uma seção retangular: 2 h h b.h Q b. . 8 2 4 3 b.h I , então 12 3 V . 2 b.h centróide da seção comprimida h eixo neutro b A tensão cisalhante horizontal (τ) deverá ser menor que a tensão admissível cisalhante do material na direção considerada. c) Verificar a flecha máxima causada na viga pela ação das cargas. Normalmente, uma flecha de “vão/200” é considerada como limite para construções rurais. d) Quando a seção que satisfaz todos os requisitos anteriores é encontrada, o comprimento de apoio da viga deve ser determinado em função da tensão de compressão perpendicular ao comprimento da viga. 21 Diagramas e Fórmulas para Algumas Vigas Usuais. W = Carga uniformemente distribuída total. P = Carga concentrada. L = Vão. V = Esforço cortante. M = Momento fletor. D = Flexão máxima. L/2 L/2 L w P R1 R2 R1 R2 V M R1 = R2 = P/2 M máx Vmax = P/2 R1 = R2 = W/2 P.L3 D 48E.I P.L 4 L/3 M máx L/3 P L/3 Vmax = W/2 w.L2 W .L 8 8 L/4 P D L/4 5 W .L3 x 384 E.I L/4 P R1 W = w.L P P R1 R2 R2 V M R1 = R2 = P Vmax = P R1 = R2 =3P/2 M máx P.L 3 D 23 P.L3 x 648 E.I M máx 22 P.L 2 Vmax = 3P/2 D 19 P.L3 x 384 E.I L/4 P L w L R V R M R=P Vmax = P M máx P.L P.L3 D 3E.I L R=W M máx R1 W .L3 D 8.E.I W .L 2 L Vmax = W L/2 L/2 L/2 P w R2 L/2 R1 R3 P R2 V M R1 = R3 = (3/8)W; R2 = (10/8)W; Vmax = (5/8)W R1 = R3 = (5/16)P; M máx W .L 8 D W .L3 185.E.I a M máx b 6 P.L 32 R1 = V1 = Pb/L; R2 = (22/16)P; Vmax = (11/16)P R2 = V2 = Pa/L P R1 R2 M máx L V V1 P.a.b L D P.a 2 b 2 3.E.I .L (no local de aplicação da força) V2 M 23 R3 Aplicações a) Uma viga de madeira tem vão de 4,5 m com cargas concentradas de 1.500 kgf aplicadas a cada 1/3 do vão . Existe ainda uma carga uniformemente distribuída de 300 kgf/m (incluindo o peso próprio da viga) sobre todo o vão. A flecha é limitada a 1/360 do vão. Dados: f = 98 kgf/cm2; τadm.vigas = 8 kgf/cm2,E = 108.000 kgf/cm2, adm. = 20 kgf/cm2. b) Dimensionar as vigas de seção circular de uma ponte de madeira, cujo assoalho é constituído de madeira roliça e terra e possui 3 m de largura. As vigas (duas de cada lado) deverão ser espaçadas de forma que as rodas passarão sobre as mesmas. O peso máximo permitido aos veículos será de 10.000 kgf, vão de 8 m e a flecha não é problema. 5. 2. Procedimento no Dimensionamento de Vigas de Perfis Metálicos Para a solução de problemas deste tipo, segue-se o procedimento do item 5.1, porém, dois aspectos devem ser observados: - a tensão cisalhante crítica, a ser verificada, é a transversal à peça; e - normalmente trabalha-se com tabelas onde as propriedades das seções comerciais são précalculadas, o que simplifica nossos cálculos. Uma destas tabelas é apresentada a seguir: Tabela de Propriedade para Cálculos do Perfil Metálico H. t Ex: W 310 x 143 W = simbologia para perfil de aba larga; 310 = altura da viga em mm; e 143 = massa em kgf/m. h t’ b 24 Designação W310 x 143.0 107.0 74.0 60.0 44.5 38.7 32.7 23.8 W250 x 167.0 101.0 80.0 67.0 58.0 44.8 32.7 28.4 22.3 W200 x 86.0 71.0 59.0 52.0 46.1 41.7 35.9 31.3 26.6 22.5 19.3 W150 x 37.1 29.8 24.0 18.0 3.5 W130 x 28.1 23.8 W100 x 19.3 Área h b t t’ Plano Neutro (x – x) Plano Neutro (y – y) (mm2) (mm) (mm) (mm) (mm) I (106mm4) S (103mm3) r (mm) I (106 mm4) S (103mm3) r (mm) 18200 13600 9480 7610 5670 4940 4180 3040 21200 12900 10200 8580 7420 5700 4190 3630 2850 11000 9100 7550 6650 5890 5320 4570 3970 3390 2860 2480 4740 3790 3060 2290 1730 3590 3040 2470 323 311 310 303 313 310 313 305 289 264 256 257 252 266 258 260 254 222 216 210 206 203 205 201 210 207 206 203 162 157 160 153 150 131 127 106 2150 1595 1058 851 633 548 415 281 2060 1242 985 803 690 532 381 308 226 855 709 579 514 451 398 343 298 249 194 162 274 219 67 120 91 67 140 89 138.2 134.9 131.6 130.3 132.3 131.3 124.7 118.6 118.4 112.8 111.0 110.0 108.5 111.3 108.5 105.2 100.3 92.7 91.7 89.7 89.2 88.1 87.6 86.9 88.6 87.1 83.6 81.5 68.6 67.6 66.0 63.2 62.7 55.1 54.1 43.7 112.40 81.20 23.40 18.36 8.45 7.20 1.94 1.17 98.20 55.80 42.80 22.20 18.73 6.95 4.75 1.80 1.20 31.30 25.30 20.40 17.73 15.44 9.03 7.62 4.07 3.32 1.49 1.14 7.12 5.54 1.84 1.25 0.92 3.80 3.13 1.61 728.0 531.0 228.0 180.9 101.8 87.3 38.0 23.2 741.0 434.0 336.0 218.0 184.5 93.9 65.1 35.2 23.6 300.0 240.0 199.0 173.8 152.1 108.8 92.4 60.7 49.9 27.8 22.3 92.5 72.4 36.2 24.4 18.3 59.4 49.3 31.2 78.5 77.2 49.2 49.0 38.6 38.4 21.5 19.6 68.1 65.8 65.0 51.1 50.3 34.8 33.8 22.2 20.6 53.3 52.8 51.8 51.6 51.3 41.1 40.9 32.0 31.2 22.3 21.4 38.6 38.1 24.6 23.3 23.0 32.5 32.3 25.4 309 306 205 203 166 165 102 101 265 257 255 204 203 148 146 102 102 209 206 205 204 203 166 165 134 133 102 102 154 153 102 102 100 128 127 103 22.9 17.0 16.3 13.1 11.2 9.7 10.8 6.7 31.8 19.6 15.6 15.7 13.5 13.0 9.1 10.0 6.9 20.6 17.4 14.2 12.6 11.0 11.8 10.2 10.2 8.4 8.0 6.5 11.6 9.3 10.3 7.1 5.1 10.9 9.1 8.8 14.0 10.9 9.4 7.5 6.6 5.8 6.6 5.6 19.2 11.9 9.4 8.9 8.0 7.6 6.1 6.4 5.8 13.0 10.2 9.1 7.9 7.2 7.2 6.2 6.4 5.8 6.2 5.8 8.1 6.6 6.6 5.8 4.3 6.9 6.1 7.1 347.0 248.0 164.0 129.0 99.1 84.9 64.9 42.9 298.0 164.0 126.1 103.2 87.0 70.8 49.1 40.1 28.7 94.9 76.6 60.8 52.9 45.8 40.8 34.5 31.3 25.8 20.0 16.5 22.2 17.2 13.4 9.2 6.8 10.9 8.9 4.7 5.2.1. Aplicação a) Se as vigas do problema anterior fossem de perfil metálico H, quais seriam suas especificações? 2 2 Considerando: faço = 12,50 kgf/mm e vadm = 7,60 kgf/mm 25 Estrutura de Telhado Os telhados são constituídos de cobertura e de estrutura de sustentação. As coberturas, em geral podem ser de barro (cerâmica), de cimento-amianto, de alumínio, de compensado tipo madeirite e de ferro galvanizado. As estruturas de sustentação do telhado normalmente são de madeira, de concreto armado ou de estrutura metálica. Os telhados são constituídos por uma ou mais superfícies que podem ser plantas, curvas ou mistas. As superfícies planas são as mais comuns. Essas superfícies são denominadas “águas” e conforme o seu número, tem-se telhado de uma, duas, três, quatro ou mais águas. Abaixo, observa-se um telhado com seis águas. As inclinações dos telhados são função do tipo de telha, do comprimento do canal e da espessura de sobreposição das mesmas. As inclinações dos telhados podem ser expressas em ângulo, percentagem e ponto. Um telhado com ponto 1:5, tem a altura do pendural correspondente a um quinto do vão, uma inclinação que corresponde a 40% e possui ângulo aproximado de 21o30’. 40% 1/5 do vão 21o30’ As inclinações mínimas e máximas para cada tipo de cobertura e a correspondência entre ponto, percentagem e ângulo são apresentadas a seguir: Inclinação mínima e máxima para as coberturas mais comuns Tipos de telha Inclinação Mínima Cerâmica francesa 26o – 50% Cerâmica colonial 15o – 28% o Ferro galvanizado 10 – 18% o Cimento-amianto 10 – 18% Alumínio 10o – 18% o Compensado – madeirite 10 – 18% Tipo calha 3o – 6% 26 Máxima 60o 45o o 90 o 90 90o o 90 90o Relação entre inclinação em percentagem e ângulo As telhas de barro apoiam-se sobre as ripas, e estas sobre os caibros, e estes sobre as terças (trama). As terças apoiam-se nas tesouras de telhado que transmitem a carga permanente mais a acidental sobre os pilares ou paredes. As telhas leves, tipo cimentoamianto, apoiam-se no sentido do seu comprimento sobre as terças, e estas sobre a tesoura (treliça) de telhado. As ripas, os caibros e as terças são solicitados à flexão e são dimensionados como vigas. As tesouras de telhados são sistemas estruturais (treliças) construídos de forma que todos os elementos sejam solicitados à compressão ou tração, com o objetivo de vencerem maiores vãos com menor gasto de material estrutural. Nas figuras abaixo, pode-se observar uma tesoura simples (tipo 1), uma tesoura normal (tipo 2) e uma tesoura complexa (tipo 3) que pode vencer vão de até 25m, mesmo em madeira. A nomenclatura das partes componentes da tesoura de telhado é também mostrada nesta última figura. 27 As tesouras de telhado podem ser dimensionadas por meio de cálculos estáticos ou por métodos gráficos. O dimensionamento gráfico de uma tesoura pelo Método de Cremona será apresentado a seguir: Considerações: Telhado com cobertura de cimento-amianto Vão da tesoura = 14m Distância entre tesouras = 4,0m Distância entre terças = 1,69m o Inclinação do telhado = 15 Cálculo das cargas sobre cada nó: Considera-se a área de influência da cobertura sobre uma das terças: 4,00m x 1,69 m = 6,76 2 m Peso da cobertura e acessório: 21 kgf/m2 Peso próprio da terça (estimado): 17 kgf/m2 2 Ação do vento (segundo NB –5): 18 kgf/m 2 Carga por nó = 6,76 m x (21 + 17 + 18) kgf/m2 = 378,6 kgf Esquema da estrutura e cargas atuantes: Determinação dos Esforços: Por se tratar de cargas em posições simétricas, tem-se: RA = RB = (380 x 8) / 2 = 1.520 kgf Será aplicado o método de Cremona, para a determinação dos esforços nas barras do sistema. Convenções: I – A análise em equilíbrio em cada nó sucessivo é feita da esquerda para a direita (sentido horário), procurando-se aquele nó onde concorrem não mais do que três barras, ou que pelo menos sejam desconhecidos apenas os esforços em duas barras. Isto, para que não haja a necessidade de recorrer a equações auxiliares, a fim de levantar sua indeterminação estática, pois é sabido que uma força só pode ser decomposta em duas únicas direções não concorrentes. II – Em cada nó a composição de forças (as externas e os esforços em cada barra) é feita também no sentido horário. 28 III – As forças em equilíbrio em cada nó têm seu sentido indicado por flechas no polígono de forças, as quais são transladadas no nó do esquema da estrutura, adotando-se a seguinte convenção: na barra correspondente, se a flecha se dirige para o nó de cada extremidade, considera-se a barra em compressão, e, em tração no caso contrário. IV – Passando-se à análise ao nó seguinte ao estudado, inverte-se o sentido da flecha na barra que se dirige a este nó, indicando-a com dupla flecha. Isto feito procede-se à pesquisa dos esforços da seguinte maneira: A – Compõe-se em escala gráfica o polígono de forças (as externas e esforços nas barras) que concorrem no nó do apoio esquerdo (parte direita do diagrama de força): tem-se então a reação RA, a força PO = 380/2 kgf, o esforço na barra 1, segundo a direção que ocupa na tesoura e o esforço na barra 2 da mesma forma. Vê-se, pois, que o polígono de forças RA-PO– 1–2 está em equilíbrio, por estar fechado, isto é, a extremidade do esforço na barra 2 coincide com a origem da força que representa a reação de apoio, e o sentido indicado pelas flechas é contínuo em uma única direção. B – Translada-se o nó seguinte, que é C, invertendo, conforme a regra, o sentido do esforço na barra de conexão a este nó, que é a barra 1, indicando esta inversão com a flecha dupla no polígono de forças. As forças e esforços são percorridos na sequência 1–P1–4-3 e a grandeza e direção das forças externas e internas é dada pelo polígono de forças. C – Ao procurar-se o próximo nó, verifica-se que não será possível de imediato analisar o nó E, visto que nele concorrem mais de três barras e só é conhecido o esforço na barra de transição 4. D – Passa-se então ao nó inferior D que, embora seja constituído de quatro barras concorrentes, já tem determinados os esforços em duas delas, ou seja, barras 2 e 3. Na sequência 3–5–6–2, tem-se um polígono de forças fechado, assim, pode-se determinar o sentido das forças, transportando-se as flechas ao nó. E – Passa-se agora, por meio da barra de transição 4, ao nó E, obtendo-se novamente um polígono de forças fechado, na sequência 4-P2-8-7-5, onde já são conhecidos os esforços nas barras 4 e 5. As flechas do polígono, da mesma forma, são transportadas à estrutura junto às extremidades das barras que concorrem no nó considerado. Prosseguindo na sucessiva transposição de nó a nó, da forma antes descrita, chega-se a determinação de todos os esforços nas barras, que serão resumidos a seguir, com seus respectivos sinais. Dada a simetria das cargas e da estrutura, o polígono de forças apresenta perfeita simetria segundo o eixo de esforço da barra 2-6-10-10’-6’-2’, pelo que as forças à direita do meio são representadas em linhas interrompidas. 29 Diagrama de Forças (Cremona) Quadro dos esforços nas barras Barra 1 2 3 4 5 6 7 Esforço (kgf) - 5.100 kgf + 4.900 kgf - 685 kgf - 4.440 kgf + 185 kgf + 4.270 kgf - 815 kgf Barra 8 9 10 11 12 13 Esforço (kgf) - 3.680 kgf + 385 kgf + 3.550 kgf - 930 kgf - 2.920 kgf + 1.145 kgf De acordo com os esforços feitos por cada peça que concorre à um determinado nó, procede-se ao desenho e dimensionamento do mesmo. A título de exemplo, apresenta-se a seguir um esquema de uma tesoura de telhado tipo 3, convencional, e os detalhes dos respectivos nós para os vãos até 15m, e três tabelas para dimensionamento de estrutura de madeira para telhado com cobertura de barro e com coberturas leves tipo cimento-amianto. As tabelas deverão ser empregadas para telhados com inclinação igual ou superior ao ângulo especificado das mesmas. A madeira a ser utilizada deverá ter características iguais ou superiores àquelas mencionadas nas tabelas. 30 31 32 TABELA Engradamento para coberturas de barro com inclinação ≥ 21,8o 1 2 3 4 Distância entre tesouras ≤ 3,5 m Distância entre caibros ≤ 0,5 m Madeiras: σadm. comp ≥ 70 kg/cm² σadm. tração ≥ 70 kg/cm² ≥ 20 kg/cm² adm. // Vão até (m) 5 7 Tesoura tipo 2 2 Nº de terças + frechais + 5 5 cumeeira Caibros 4x7,5 7,5x7,5 Terças, frechais e 7,5x15 7,5x23 cumieira Perna 7,5x7,5 7,5x15 Asna 7,5x7,5 7,5x7,5 Escora 1 Escora 2 Pendural 7,5x12 7,5x12 Tirante 1 Tirante 2 Linha 7,5x12 7,5x15 9 2 11 3 13 3 15 4 5 7 7 9 7,5x7,5 7,5x7,5 7,5x7,5 7,5x7,5 7,5x23 7,5x23 7,5x23 7,5x23 7,5x23 7,5x10 7,5x12 7,5x15 7,5x23 7,5x12 7,5x7,5 7,5x12 2,5x7,5 7,5x18 7,5x23 7,5x12 7,5x12 7,5x15 2,5x7,5 7,5x23 7,5x23 7,5x15 7,5x12 7,5x7,5 7,5x15 2,5x7,5 2,5x7,5 7,5x23 Obs.: (a)A tabela é adaptada do livro "Tesouras de Telhado" de autoria de J. C. REGO MONTEIRO; (b) As seções das peças, em cm, estão dimensionadas considerando os enfraquecimentos nos encaixes. 33 TABELA Engradamento para coberturas leves com inclinação ≥ 15º ou 27% ou 1:7 1 2 3 4 Espaçamento entre tesouras ≤ 4,00 m Beiral ≤ 0,40 m Distância entre frechal e terça ≤ 1,23 m Distância entre terça e terça ≤ 1,63 m Madeira: σadm. comp ≥ 70 kg/cm² σadm. tração ≥ 70 kg/cm² ≥ 20 kg/cm² adm. // Vão até (m) 5 7 Tesoura tipo 2 3 Nº de terças + Frechais + 6 8 cumieira Terças, frechais 7,5x15 7,5x15 e cumeeira Perna 7,5x10 7,5x12 Asna 4x7,5 4x7,5 Escora 1 4x7,5 Escora 2 Escora 3 Pendural 7,5x10 7,5x10 Tirante 1 2,5x5,0 Tirante 2 Tirante Linha 7,5x10 7,5x12 9 3 11 4 13 5 15 5 8 10 12 12 7,5x15 7,5x15 7,5x15 7,5x15 7,5x12 7,5x7,5 4x7,5 7,5x10 2,5x5,0 7,5x12 7,5x12 7,5x7,5 7,5x7,5 4x7,5 7,5x12 2,5x7,5 2,5x5,0 7,5x15 7,5x15 7,5x7,5 7,5x7,5 7,5x7,5 4x7,5 7,5x12 2,5x7,5 2,5x7,5 2,5x5,0 7,5x23 7,5x15 7,5x7,5 7,5x7,5 7,5x7,5 7,5x7,5 7,5x12 2,5x7,5 2,5x7,5 2,5x5,0 7,5x23 Obs.: a) Na cumeeira são utilizadas duas peças, uma de cada lado do pendural; b) as seções das peças, em cm, estão dimensionadas considerando os enfraquecimentos nos encaixes. 34 7. Problemas Propostos 1) Uma barra prismática com área da seção transversal de 6,25 cm2 e comprimento de 3,6 m, está submetida a tração axial. Sabendo-se que seu alongamento foi de 2,61mm para uma força correspondente de 9.500 kgf, pede-se o módulo de elasticidade do material. 2) Os trilhos de uma estrada de ferro foram assentados com uma folga de 2 mm entre as suas extremidades quando a temperatura era 16°C. O comprimento de cada trilho é 12 m, confeccionados em aço com módulo de elasticidade de 2.100.000 kgf/cm2 e coeficiente de -5 ° -1 dilatação linear igual a 1,2x10 C . Determinar: a) a folga entre os trilhos quando a temperatura for 0°C; b) em que temperatura essa folga se anula; e c) a tensão de compressão nos trilhos, quando a temperatura for de 35°C, desprezando a possibilidade de flambagem. 3) Os dados da tabela seguinte foram obtidos no ensaio de tração simples, com um corpo de prova de seção uniforme com diâmetro de 12,67 mm. A partir dos dados obtidos, determinar o limite de proporcionalidade do material, o módulo de elasticidade do material, a variação percentual do comprimento, da área e do volume e o limite de ruptura. Comentar sobre os resultados obtidos. Carga axial Carga axial Alongamento em 50 mm (mm) Alongamento em 50 mm (mm) (N) (N) 0 0 34750 0,300 6250 0,010 34750 0,400 9250 0,015 34500 0,500 12000 0,020 34750 0,600 15250 0,025 35000 1,250 18200 0,030 38750 2,500 21250 0,035 46750 5,000 24250 0,040 49500 7,500 27250 0,045 50500 10,000 30250 0,050 50500 12,500 33500 0,055 49500 15,000 36250 0,060 47500 17,500 34500 0,100 44500 18,750 34750 0,200 4) Uma barra de alumínio de seção circular com 15 cm de comprimento e 5 cm de diâmetro está sujeita à força de compressão de 5.000 kgf. Determinar: a) a tensão atuante; b) a redução do comprimento da peça; Admitir: E = 800.000 kgf/cm2 e desprezar flambagem. 5) Dimensionar uma peça de uma treliça, prevendo 25% de sua seção para enfraquecimentos, em a) madeira com espessura 2,5 cm e b) em ferro redondo, sujeita a um esforço de tração de 1.750 kgf. Dados: Tensão admissível à tração da madeira igual a 170 kgf/cm2. 2 Tensão admissível à tração para o aço igual a 1.250 kgf/cm . 6) Calcular o máximo esforço de compressão que uma peça de madeira de Eucalipto Citriodora pode suportar, sabendo que a seção da peça é de 6 x 12 cm, e seu comprimento é de 2 m. 35 7) As tesouras de telhado de uma construção transmitem sobre cada pilar, com 3 m de altura, uma carga da ordem de 11.000 kgf. Considerando um extremo engastado e o outro livre, e o coeficiente de segurança igual a 4, dimensionar: 1) a coluna a ser construída em alvenaria. adm. Comp. = 8 kgf/cm2 2) o esteio a ser executado em madeira roliça. E = 110.000 kgf/cm2 e adm. Comp. = 100 kgf/cm2 3) o pilar em concreto armado, especificando a seção, ferragem e resistência do concreto. 4) a fundação direta descontínua (sapata) para cada pilar. 8) A asna da tesoura de telhado deve suportar um esforço de compressão da ordem de 1.550 kgf. Dimensionar a peça estrutural de forma que uma das dimensões de sua seção seja 7 cm. Considerar a peça simplesmente apoiada nos dois extremos, e coeficiente de segurança 4. Dados: adm. comp. = 90 kgf/cm2; E = 80.000 kgf/cm2 e L = 2,10 m. 9) Dimensionar as vigas do assoalho suspenso de um depósito de milho que tem 4 x 4m e deverá ser cheio até a altura de 3 m. As vigas deverão ser espaçadas a cada 0,8m, simplesmente apoiadas e deverão ter seção retangular com b = ½ h. Flecha não é problema. Dados: f = 95 kgf/cm2; adm. comp. = 16 kgf/cm2; τadm vigas = 8 kgf/cm2; Peso Específico do milho = 850 kgf/m3; Peso Específico da madeira = 900 kgf/m3 Resp.: 20 x 40 cm para atender flexão e cisalhamento, e apoio mínimo de 13,2 cm. 10) Dimensionar as vigas abaixo utilizando a madeira como material de construção. 11) No final das linhas de transmissão de eletricidade normalmente é fixado um poste menor, como mostra a figura abaixo, o qual deve apresentar resistência à flexão. Determinar o diâmetro do poste se o esforço de tração no cabo que o conecta ao último poste da rede é de 1.500 kgf. Considere os dados da madeira do problema anterior. A flecha é limitada a 2 cm (E 2 = 110.000 kgf/cm ). 36 37