COMBUSTÃO DEFINIÇÃO COMBUSTÍVEL - COMBURENTE - TEMPERATURA ENTALPIA DE COMBUSTÃO PODER CALORÍFICO (PCI e PCS) O cálculo teórico do poder calorífico inferior de um combustível sólido ou líquido, em kcal/kg, pode ser efetuado pela expressão que se segue, baseada nas reações de combustão dos componentes puros (Quadro 1). P.C.I. (kcal/kg) = 7832 C + ( H - O/8 ) 28650 + 2065 S – 615 W O valor pelo qual se multiplica o teor de água corresponde à entalpia de aquecimento da água de 25ºC a 100ºC (±74 kcal/kg) somado a entalpia de vaporização da água (541kcal/kg), à pressão de 101,3 kPa. Quadro 1 - Entalpia de combustão (∆H), a 25ºC, de algumas substâncias encontradas nos principais combustíveis utilizados. Componente. g/mol kJ/mol kcal/mol C → CO 12,011 110,5 26,39 CO → CO2 28,010 283,0 67,59 C → CO2 12,011 393,5 93,98 H2 → H2O (l) 2,016 285,83 68,27 H2 → H2O (v) 2,016 241,82 57,76 32,066 277,2 66,33 Carbono Hidrogênio Enxofre S → SO2 Quadro 2 – Poder calorífico inferior de alguns combustíveis utilizados. Combustíveis Poder calorífico inferior kJ/kg kcal/kg Gás liquefeito de petróleo 49030 11730 Gasolina A 45978 11000 Gasolina com 20% de álcool 40546 9700 Óleo diesel 43888 10500 Álcool combustível 27169 6500 Óleo combustível 42635 10200 Carvão mineral 20899 – 33857 5000 - 8100 Carvão vegetal 33432 8000 Lenha 10450 – 14630 2500 - 3500 Bagaço de cana 9614 – 19165 2300 - 4585 CONSUMO DE AR Considerando a existência de 23,2%, em massa, de oxigênio no ar atmosférico, temos a seguinte relação: 100/23,2 = 4,31/1 e, com ela, podemos elaborar o quadro 3 fundamentado no que segue: H2 2,016 + 1/2 O2 16 H2O 18,016 Temos, portanto, para o hidrogênio, (16 x 4,31)/2,016 = 34,20. De acordo com as respectivas reações de combustão e o raciocínio análogo, teremos a quantidade de ar por kg de combustível para o carbono e para o enxofre. Quadro 3 - Relação ar/combustível para alguns elementos encontrados nos principais combustíveis. Combustível Transformação Massa molar Kg de ar/kg combust. Hidrogênio (H2) H2O 2,016 34,21 Carbono CO2 12,011 11,48 Enxofre SO2 32,066 4,30 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AR kg de ar / kg de combustível = 34,21 H + 11,48 C + 4,3 S - 4,30. O Exemplos ilustrativos A análise elementar de um combustível sólido apresentou a seguinte composição centesimal: 58,02% de carbono; 3,04% de hidrogênio; 0,98% de nitrogênio; 16,02% de oxigênio; 4,03% de enxofre e 17,91% de cinzas. Baseado na composição centesimal faça uma estimativa do poder calorífico inferior (PCI) e do consumo de ar atmosférico, considerando um excesso de 30% de ar e combustão completa. a) Poder calorífico inferior (PCI) PCI = 7832 x 0,5802 + (0,0304 – 0,1602/8) x 28650 + 2065 x 0,0403 PCI = 4924,59 kcal/kg de combustível. b) Consumo de ar atmosférico para a sua combustão completa. Consumo de ar = (34,21x0,0304 + 11,48x0,5802 + 4,30x0,0403 – 4,30x0,1602)x1,30 Consumo de ar = 9,34 kg de ar/kg de combustível. 2 – Fazer uma estimativa do poder calorífico inferior (PCI) e do consumo de ar atmosférico, considerando 25% em excesso, para a combustão completa do álcool etílico. a) Composição centesimal do álcool etílico C2H5OH Teor de carbono = 24,022x100/46,07 C = 52,14% Teor de hidrogênio = 6,048x100/46,07 H = 13,13% Teor de oxigênio = 16x100/46,07 O = 34,73%. b) Poder calorífico inferior (PCI). PCI = 7832 x 0,5214 + (0,1313 – 0,3473/8) x 28650. PCI = 6601,58 kcal/kg de álcool etílico. c) Consumo do ar atmosférico considerando 25% em excesso e combustão completa. Consumo de ar = [34,21x0,1313 + 11,48x0,5214 – 4,31 x 0,3473] 1,25 Consumo de ar = 11,23 kg de ar/ kg de álcool etílico. COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS BIÓLITOS: DEPÓSITOS MINERAIS DE ORIGEM ORGÂNICA ACAUSTOBIÓLITOS (CALCÁRIO E DIATOMITOS) BIÓLITOS CAUSTOBIÓLITOS (HÚMICOS E SAPROPÉLICOS). TURFA LINHITO HÚMICOS (CARVÃO) HULHA ANTRACITO SAPROPÉLICOS GÁS LÍQUIDO (PETRÓLEO) SÓLIDO (ASFALTO) 5% (CARVÃO, PETRÓLEO, GÁS, MADEIRA) 1850 94% (MÚSCULOS) ENERGIA CONSUMIDA 95% (CARVÃO, PETRÓLEO, GÁS, MADEIRA) ATUALMENTE 4% (MÚSCULOS) 10% 1900 90% O CARVÃO MINERAL INTRODUÇÃO ORIGEM ETAPA BIOQUÍMICA PERÍODO DINÂMICO-QUÍMICO DURAÇÃO DO TEMPO DE ENTERRAMENTO AÇÃO DO CALOR PRESSÃO PROFUNDIDADE ADIÇÃO DE CAMADAS SEDIMENTARES. Quadro 1 - Tipos de carvão mineral e seu respectivo teor de carbono Teor de carbono Madeira 40% Turfa 60% Linhito 70% Hulha 80% Antracito 90% ASPECTOS QUÍMICOS PERÍODO BIOQUÍMICO: Arranjo tridimensional de átomos formando espécies químicas contendo anéis aromáticos, naftênico, pentagonais, etc. H H H N N N - OH O O CH 3 O CH 2 CH 2 C CH O O O + OH O N CH 3 H2 H2O + CO + OH CH 3 CH HO O O O + CH 4 O N H2 + CH 4 + CO P.M.=991 (C70H41O6N) C = 84,76% ; H = 4,14% ; O = 9,68% e N = 1,42% Figura 1 - Exemplo de molécula encontrada no carvão e possível ruptura de ligações através de pirólise. COMPONENTES MACROSCÓPICOS. Vitrênio, Durênio, Clarênio, Fusênio, Carvão detrítico,Pirita,Estéril COMPONENTES MICROSCÓPICOS • FRAGMENTOS LENHOSOS. • ESPOROS • FOLHAS (CUTINA) • FRAGMENTOS DE CÉLULAS E GRÂNULOS AMORFOS. EXTRAÇÃO E BENEFICIAMENTO DO CARVÃO MINERAL EXTRAÇÃO Figura 2 - Corte esquemático de poço e galeria de uma mina na qual a exploração o carvão é realizada em profundidade. BENEFICIAMENTO DO CARVÃO MINERAL TRITURAÇÃO DO CARVÃO •Moínhos de cilindro. •Trituradores. SEPARAÇÃO •Separação de tipos de carvão pelo aspecto •Peneiramento ou classificação em diferentes tamanhos de carvões •Escolha manual •Separação hidráulica Figura 3. Corte esquemático mostrando o funcionamento do Jig hidráulico utilizado para beneficiamento do carvão mineral. PROCESSOS DE CONVERSÃO DO CARVÃO PIROLISE OU CARBONIZAÇÃO: Aquecimento sem contato com o ar em atmosfera inerte (N2, Ar, etc.) ou com quantidades insuficientes de ar. Ligações com oxigênio (200ºC a 400ºC) Ligações carbono-carbono alifáticas. (acima de 500ºC) Ligações carbono-hidrogênio (600ºC) Ligações aromáticas (600ºC a 800ºC) 2(g) CO + 3H2(g) CH4(g) + H2O(g) ∆ H = -49,27kcal HIDROPIROLISE: O carvão é aquecido em contato com atmosfera de H2. Aumenta o rendimento de benzeno, tolueno e xilenos (frações BTX). GASEIFICAÇÃO: O carvão é aquecido em uma atmosfera rica em O2 em presença de vapor de água produzindo CO + H2. COMBUSTÃO: Geração de calor. HIDROGASEIFICAÇÃO: Conversão do carvão utilizando atmosfera com H2 e vapor de água. Obtêm-se um gás rico em CH4 com alto poder calorífico. LIQUEFAÇÃO: Obtenção do CO + H2 a partir da reação do carvão com vapor de água. Reação do CO com H2 sob pressão e catalisador para obtenção de hidrocarbonetos. DESTILAÇÃO SECA DA HULHA A destilação seca da hulha, feita na ausência de ar a aproximadamente 1100ºC. Fração gasosa Obtém-se o gás de rua ou de iluminação, contendo H2 (49%), CH4 (34%), CO (8%) e outros. Fração líquida Obtêm-se as águas amoniacais, contendo sais de amônio, hidróxido de amônio, aminas e outros compostos nitrogenados e o alcatrão da hulha, que é a maior fonte de obtenção de compostos aromáticos, como o benzeno, o naftaleno, o tolueno e a anilina. Fração sólida Obtém-se o carvão coque, resíduo carbônico usado como combustível ou na indústria siderúrgica, para obtenção do ferro gusa, que, posteriormente resulta, por redução do teor de carbono, em aço. DESTILAÇÃO DO ALCATRÃO O alcatrão do carvão é formado por uma mistura de compostos químicos, principalmente aromáticos, cuja composição varia enormemente. Óleo leve Extraído a uma temperatura máxima da ordem de 200ºC. Fornecer benzeno, tolueno e homólogos e alguma piridina. Óleo médio ou óleo de creosoto Extraído na faixa de 200 a 250ºC, contém naftaleno fenol cresóis Óleo pesado Representa a fração de 250 a 300ºC. Sua composição pode ser semelhante à da fração anterior, acrescida de quinolina, isoquinolina, metilnaftaleno e dimetilnaftaleno. Óleo de antraceno Comumente, é a fração extraída a temperaturas superiores a 300ºC, podendo chegar a até 400ºC. Composta essencialmente de fenantreno e carbazol, separados por extração seletiva, e antraceno, que cristaliza. O resíduo final constitui o piche, formado por hidrocarbonetos complexos, provavelmente polinucleares condensados. O PETRÓLEO O petróleo é um líquido natural e oleoso, que também pode ser encontrado no estado semi-sólido, de cor variável, podendo ser amarelada, âmbar, avermelhada ou mesmo negra, de cheiro mais ou menos pronunciado e massa específica variando entre 0,77 e 0,98 kg/L, constituído principalmente de hidrocarbonetos. Também contém impurezas, principalmente água, matérias terrosas e compostos oxigenados, nitrogenados e sulfurados. HISTÓRIA O PETRÓLEO NO BRASIL TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO PETRÓLEO TEORIA CÓSMICA : SOKOLOV MINERAL TEORIA TERRESTRE ANIMAL ORGÂNICA VEGETAL TEORIA MINERAL. •BERTHELOT CO2 + H2 ∆t CnH2n+2 ∆P •MENDELEIEV – Carbetos metálicos (Fe, Ca, Mg,etc.) CaC2 C3Al4 + 2 H2 O + 12 H2O C2H2 + Ca(OH)2 3 CH4 + 4 Al(OH)3 TEORIA ORGÂNICA •ANIMAL (Engler-Hoffer) GORDURA ANIMAL Decomposição HIDRÓLISE DE GLICERÍDEOS ÁCIDO ESTEÁRICO Fermentação PETRÓLEO ÁCIDO ESTEÁRICO C17H36 + CO2 •VEGETAL (Kramer) CELULOSE Decomposição CARVÃO Sem NaCl CELULOSE Decomposição Com NaCl PETRÓLEO Condições necessárias para a formação de uma jazida econômica de petróleo 1.Exista uma rocha mãe ou geradora (sapropel) 2.Condições propícias para a formação de hidrocarbonetos (pressão, temperaturas brandas e prolongadas e ação química). 3.Migração da rocha mãe para a rocha reservadora através de compactação. 4.Exista uma rocha reservadora (areia com 25% de porosidade e arenito com 12 a 25% de porosidade). FIGURA 4 - Rocha reservatório em forma de dobra anticlinal, contendo uma jazida de petróleo. CONSTITUINTES DO PETRÓLEO COMPOSTOS DE CADEIA ABERTA OU ALIFÁTICOS Série das parafinas normais, CnH2n+2. Predominam na maioria das gasolinas automotivas, podendo apresentar até 33 átomos de carbono na cadeia, porém apresentando baixo índice de octanagem. CH3 CH2 CH2 CH2 CH3 CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH3 heptano pentano Série das isoparafinas, CnH2n+2. Compostos com cadeia ramificada, que são muito desejáveis e freqüentemente produzidos pela reforma catalítica, pela alquilação e por isomerização, apresentado alto índice de octanagem. Ex.: 2 e 3-metil pentano; 2,3-dimetil pentano, etc.. CH3 CH3 CH CH2 CH3 CH3 CH3 CH2 CH3 2-metilpentano CH3 CH2 CH CH2 CH3 3-metilpentano CH3 CH CH CH2 CH3 2,3-dimetilpentano Série olefínica, CnH2n. Os hidrocarbonetos desta série não são estáveis, por apresentarem ligações duplas entre átomos de carbono. Esta série ou está ausente do óleo bruto, ou existe em quantidades muito pequenas. Os processos de craqueamento produzem grandes quantidades de olefinas. Possuem propriedades antidetonantes melhores que as das parafinas normais, mas têm propriedades inferiores às das ramificadas e às dos aromáticos. Apresentam grande atividade química, podendo polimerizar-se e/ou oxidar-se formando gomas. CH3 CH2 CH CH2CH2CH2CH3 CH3 CH 1-hexeno CH CH2 CH2 CH CH3 6-metil-2-hepteno Para estabilizar as olefinas, colocam-se na gasolina antioxidantes como o 2,6-ditercbutil-4-metil-fenol, e, também, desativadores de íons de metais (Fe+ + , Fe+++ e Cu++), reduzindo o efeito catalítico dessas espécies químicas que OH promovem a oxidação. CH CH 3 CH3 3 C C CH3 CH3 CH3 CH3 2,6-ditercbutil-4-metilfenol COMPOSTOS DE CADEIA FECHADA Série naftênica, CnH2n. Esta série, cuja fórmula geral coincide com a das olefinas, tem seus membros completamente saturados. É a segunda série mais abundante, na maior parte dos crus. O petróleo do tipo naftênico produz subprodutos com as seguintes propriedades principais: gasolina com alto índice de octanagem, óleos lubrificantes de baixo resíduo de carbono e resíduo asfáltico na refinação. CH3 CH3 metilciclopentano ciclohexano metilciclohexano Série aromática ou benzênica. CnH2n-6. Apresenta estrutura molecular de cadeia fechada, sendo, por isso, mais estável. Este tipo de petróleo é raro, produzindo solventes de excelente qualidade e gasolina com boas qualidades antidetonantes. Os membros da série são, por exemplo, o benzeno, o tolueno, o etilbenzeno, os xilenos, etc. CH3 CH2CH3 CH3 CH3 benzeno tolueno etilbenzeno ortoxileno PRINCIPAIS DERIVADOS DO PETRÓLEO Gasolina. A gasolina apresenta hidrocarbonetos contendo de 5 a 13 átomos de carbono, com pontos de ebulição entre 35ºC e 220ºC, própria para utilização em motores de combustão interna com ignição por centelha. Mercaptanas, compostos de fórmula geral CnH2n+1SH, confere cheiro desagradável à gasolina quando a molécula apresenta de 1 a 7 átomos de carbono. À gasolina, também é adicionado um corante, com o objetivo de chamar a atenção do consumidor, diferenciar a qualidade, diferenciar o distribuidor, ou mesmo para facilitar a expedição. O cromatograma a seguir mostra a grande variedade de hidrocarbonetos e seus isômeros em uma gasolina automotiva. Figura 5 - Cromatograma de uma amostra de gasolina, mostrando a grande variedade de componentes químicos presentes. Figura 6 - Ciclo de motor à quatro tempos, mostrando as fases de admissão(I), compressão (II), combustão (III) e escapamento (IV). Índice de isoctano da gasolina Índice zero, que é o heptano normal, e outro muito pouco detonante, de índice 100, o “isoctano “ ou 2,2,4 trimetil pentano CH3 CH3 CH3 C CH2 CH CH3 CH3 2,2,4 - trimetil pentano Aditivos: melhoradores de octanagem e estabilizantes, detergentes, anticorrosivos e dispersantes. Óleo diesel É uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos, olefínicos e aromáticos, constituída por componentes destilados do petróleo, cuja faixa de destilação se situa, aproximadamente, entre 30ºC e 450ºC. Os hidrocarbonetos desta mistura são formados por moléculas constituídas por 9 a 40 átomos de carbono. CH3 C16H34 α − metil naftaleno Cetano O combustível com número de cetanos baixo causa, em geral, atraso na ignição do motor, causando dificuldades na partida e deficiências no desempenho do combustível, com perda de potência e, algumas vezes, avarias no motor. DESTILAÇÃO DA GASOLINA OBJETIVOS Avaliar as características de volatilidade e desempenho da gasolina. Verificar adulterações fraudulentas e desempenho do combustível. NORMAS O regulamento técnico ANP estabelece as temperaturas máximas admissíveis para os volumes evaporados (10%, 50% e 90%) bem como o ponto final de ebulição e o resíduo. NORMA REGULAMENTO TÉCNICO ANP Ensaio Gasolina A (0% de álcool) Gasolina C (25% de álcool) Método de ensaio 10% evaporados 65 (máx.) 65 (máx.) 50% evaporados 120 (máx.) 80 (máx.) NBR9619 90% evaporados 190 (máx.)* 190 (máx.)* ASTM D 86 Ponto final de ebulição 220 (máx.) 220 (máx.) 2 (máx.) 2 (máx.) Destilação Resíduo (% em volume) Curva de Destilaçao 200 180 Tem peratura em ºC 160 140 Sem gasolina 120 Gasolina C 100 80 Gasolina com 30% de solvente 60 40 20 0 0 10 20 30 40 50 60 Volume em mL 70 80 90 100 Curva de destilação da gasolina: a linha azul corresponde a uma “gasolina” contendo 25% de álcool, 37,5% de solvente de borracha e 37,5% de aguarrás. A linha verde representa a gasolina C contendo 25% de álcool. A linha preta representa uma gasolina contendo 25% de álcool, 30% de solvente de borracha e 45% de gasolina A. Curva de destilação da gasolina 200 Temperatura em°C 175 Gasolina A 150 adulterada 125 100 75 Gasolina com álcool 50 25 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Volume em mL Gasolina contendo 25% de álcool, 40% de xileno e 35% de gasolina A. Curva de destilação da gasolina 11-12-2003 (2 turma) 200 Temperatura em°C 175 150 Gasolina A 125 100 Gasolina com álcool 75 adulterada 50 25 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Volume em mL Gasolina contendo 25% de álcool, 17,5% de solvente de borracha e 57,5% de gasolina A. Curva de destilação da gasolina 15-12-2003 (3ª turma) 200 Temperatura em°C 175 adulterada 150 125 100 Gasolina A Gasolina com álcool 75 50 25 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Volume em mL Gasolina contendo 25% de álcool, 25% de aguarrás e 50% de gasolina A. Solvente de borracha Gasolina sem álcool Gasolina C - com 25% de álcool Gasolina adulterada Comparação Gasolina C (preta) + Gasolina Adulterada (Verde) + solvente de borracha (Vermelho) + Gasolina sem alcool (cinza) Comparação Gasolina C (preta) com Gasolina Adulterada (Verde) + solvente de borracha (Vermelho) Comparação Gasolina C (preta) com Gasolina Adulterada (Verde) Comparação Gasolina C (preta) + Gasolina sem alcool (Verde) Comparação Gasolina C (preta) + solvente de borracha Vermelho (Verde) Classificação de Gasolina utilizando os recursos de redes neurais do programa STATISTICA. Gráf ico de Treinamento 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 -0,1 0 20 40 60 80 100 120 140 160 Épocas de Treinamento 180 200 220 240 260 Erro T.1 S.1 A rede que melhor classificou as amostras de gasolina foi uma com a taxa de aprendizagem fixa em 4%, a rede tinha 10 neurônios e 250 épocas de treinamento. Dentre os dados que possuímos, era necessário a rede classificar como gasolina adulterada os números 496, (T final 229,3), os números 497 a 500, devido a porcentagem de álcool, 501(T 90 = 144,1),505 (T final = 163,1),509 (T 10 = 66,4) e 511 (T 90 = 120 e T final = 200,4). Dentre essas a melhor rede classificou certo da 496 à 501, a 509 e 511, ficando de fora somente a 505. O treinamento foi realizado com, em média, 75% das amostras de gasolina comum e gasolina A, e 100% das amostras de gasolina adulterada. O objetivo do trabalho é tentar fazer com que a rede neural faça a classificação das gasolinas em C, A ou adulterada, por isso escolhemos um treinamento com 100% das gasolinas adulteradas, para que a rede pudesse aprender e por conseqüência classificar quando os parâmetros não fossem condizentes. O erro obtido no treinamento foi de 11,6%, deixando apenas uma amostra de fora da classificação correta. O alto valor do erro, pode ser devido a quantidade de amostras que nós temos, assim, para 1 amostra classificada errada, o erro gerado é muito grande, que foi o que aconteceu. Para padrões estatísticos, um erro aceitável é aquele menor do que 5%. Apesar da gasolina de número 505 não poder ser considerada adulterada, uma vez que está dentro dos parâmetros legais, a rede deveria, pelo menos, desconfiar, e classificá-la como adulterada, uma vez que a T final apresentada, 163,1, diverge muito dos resultados de T final obtidos nas gasolina comuns que ficam em torno de 208. Durante um teste, a rede de características: Taxa de aprendizagem =0,01, Neurônios = 6 e épocas = 250, classificou uma gasolina comum como adulterada, a gasolina de número 301, possivelmente devido a T10 apresentada igual a 65,5, que pode ter sido considerada alta e divergente das outras gasolinas pela rede. Rede: Multilay er Perceptron Trein Perf . = 0,979540 , Seleção Perf . = 1,000000 Saida Gasolina C A rede acima mostra o comportamento da rede neural, mostrando as entradas de maior peso, com coloração vermelha, os neurônios mais ativos, são aqueles que estão vermelhos, e os menos ativos, de coloração verde e vermelho claro, e a saída escolhida quando a resposta é o tipo de gasolina C. Rede: Multilay er Perceptron Trein Perf . = 0,979540 , Seleção Perf . = 1,000000 Saída: Gasolina Suspeita de Adulteração Rede: Multilay er Perceptron Trein Perf . = 0,979540 , Seleção Perf . = 1,000000 Saída: Gasolina A Superfície de Resposta Suspeita de Adulteração Superfície de Resposta Gasolina C 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0,9 0,8 0,7 0,6 DESTILAÇÃO DO PETRÓLEO GLP Condensador Nafta leve Aquecedor Querosene Torre de destilação atmosférica Petróleo Óleo diesel Dessalgadora Óleo combustível. Nafta pesada. Resíduo Gasóleo Resíduo Óleo desasfaltado + propano Recuperador de solvente Propano Óleo desasfaltado Propano Torre extratora Torre de destilação a vácuo Recuperador de solvente Resíduo de vácuo Resíduo asfáltico + propano Resíduo asfáltico Figura 12. Esquema do processo de destilação do petróleo, mostrando alguns derivados obtidos. PROCESSOS DE CONVERSÃO Craqueamento C29H60 C7H16 gasóleo gasolina + H12C6 CH2 gasolina antidetonante + H28C14 CH2 óleo de reciclo O craqueamento, além do calor (540ºC) e pressão (10 a 25 atm), utiliza um catalisador (zeólito) que contém 12,5% de alumina e 87,5% de sílica. A gasolina obtida neste processo apresenta melhor poder antidetonante. Dimerização O processo é de dimerização, que corresponde à ligação de pequenas moléculas (propeno, buteno normal ou isobuteno) para formarem outras maiores, conforme a reação apresentada: CH3 CH3 CH3 C CH2 + H2SO4 CH3 CH3 CH3 C CH3 + CH3 C CH2 + CH3 CH3 C CH2 + C CH3 + HSO4- CH3 CH3 CH3 C CH3 + CH3 CH3 C CH2 + C CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 + HSO4- CH3 CH3 CH3 C CH C CH3 + CH3 C CH2 C CH2 CH3 CH3 82% 18% + H2SO4 As diferentes proporções dos produtos obtidos se devem à estabilidade relativa de cada um deles. CH3 CH3 CH3 C C C H CH3 CH3 CH3 CH3 C CH3 18% compressão entre os volumosos grupos t-butil e metil H C C H CH2 CH3 82% menor compressão Alquilação Na alquilação, são empregados produtos gasosos provenientes do craqueamento do petróleo, e podem ser combinadas moléculas diferentes entre si. insaturado CH3 CH2 C CH3 isobuteno + isosaturado + CH3 CH CH3 CH3 isobutano cadeia ramificada saturada CH3 CH3 CH3 C CH2 CH CH3 CH3 2,2,4-trimetil pentano O mecanismo da reação para a formação do 2,2,4-trimetilpentano (isoctano) é dado a seguir: CH3 CH3 CH3 C CH2 + H2SO4 CH3 CH3 CH3 C CH3 + + CH3 CH3 C CH3 + CH3 CH3 C CH2 CH3 CH3 CH3 C CH2 C CH3 + H C CH3 + CH3 CH3 + HSO4 - CH3 CH3 C CH2 C CH3 + CH3 CH3 CH3 C CH2 C CH3 + H CH3 CH3 CH3 CH3 C CH3 + Isomerização O objetivo desta reação é aumentar a octanagem da gasolina, a partir de alcanos lineares, de 5 a 6 átomos de carbono, provenientes da reforma ou destilação, que possuem baixo índice de octanagem, e transformá-los em isoparafinas com elevado índice de octanagem. CH3CH2CH2CH2CH2CH3 catalisador calor CH3 CH3CH2CH CH2CH3 Hidrocraqueamento H2 Purificador de hidrogênio Propano Gasolina Reator Separ ador de hidro gênio Torre de fracionamento Óleo combustível Carga Reciclo Figura 14 - Esquema mostrando algumas etapas do processo de hidrocraqueamento. PROCESSOS DE TRATAMENTO DE DERIVADOS Os processos de tratamento relativos aos compostos de enxofre são divididos em dois grupos: adoçamento e dessulfurização. ADOÇAMENTO Tratamento Doctor A gasolina é tratada com solução de plumbito de sódio (“doctor solution”), para remover os compostos de enxofre, geralmente mercaptanas ou tioálcoois, que são transformados em mercaptídios de chumbo insolúveis. 2 RSH Mercaptana + Na2PbO2 Plumbito de sódio (RS)2Pb Mercaptídio (ppt.) + 2NaOH Hidróxido de sódio Os mercaptídios de alta massa molecular são solúveis, porém, com enxofre, dá-se a seguinte reação: (RS)2Pb + S PbS (ppt.) + R2S2 O tratamento Doctor, em desuso, retira somente uma parte dos compostos de enxofre presentes no combustível, porém transforma as mercaptanas em dissulfetos, que são compostos mais inofensivos. Tratamento Bender Consiste na oxidação catalítica, em leito fixo, das mercaptanas a dissulfetos em meio alcalino, tendo como oxidantes o oxigênio do ar e o enxofre elementar. O catalisador utilizado é à base de óxido de chumbo, sendo convertido na própria unidade a sulfeto de chumbo, através de tratamento com uma solução aquosa de sulfeto de sódio. As reações que se passam na superfície do catalisador são as seguintes: 2 RSH + 1/2 O2 2 RSH + S + NaOH PbS PbS RSSR + H2O RSSR + Na2S + H2O DESSULFURIZAÇÃO As reações que se passam no processo são as seguintes: 2 NaOH + H2S Na2S NaOH NaSR + H2O NaOH + RSH + R-COOH + 2H2O R-COONa + H2O Os sais formados são solúveis na solução de soda, sendo retirados da fase hidrocarboneto. Tratamento Merox Durante este contato entre as fases, as mercaptanas são eliminadas segundo a reação: RSH + 4NaSR NaOH + 2H2O RSNa + O2 catalisador + H2O 4NaOH + 2RSSR Figura 15 - Esquema do processo Merox utilizado na extração de dissulfetos de derivados de petróleo. Tratamento com dietanolamina (DEA) Figura 16 - Esquema do processo de extração de H2S e CO2 (gases ácidos) do gás liquefeito do petróleo (GLP). H HO CH2CH2 N CH2CH2 OH CH2CH2 OH H 2 HO CH2CH2 N CH2CH2 OH + H2S 35oC S H H dietanolamina N HO CH2CH2 H Regeneração da dietanolamina: HO CH2CH2 N CH2CH2 . H2S OH 125oC HO 2 H + 3/2 O2 2 H2S + SO2 3 H2S + 3/2 O2 BIODESSULFURIZAÇÃO N H Obtenção do enxofre H2S CH2CH2 SO2 + 3S 3S H2O + 2 H2O + 3 H2O CH2CH2 OH + H2S SEPARAÇÃO DO BENZENO Figura 17 - Esquema do processo de separação do benzeno de derivados de petróleo, utilizando a N-metilpirrolidona como solvente. Óleo Diesel 1:100 B2 1:100 Biodiesel de soja 1:100 INVERSÃO TÉRMICA. CETESB São Paulo – vista do topo do Pico do Jaraguá”. Cidade de São Paulo - 28 de abril de 2003 (Caio Guatelli/Folha Imagem) São Paulo Smog fotoquímico Smog fotoquímico em São Paulo (~1990). O gás de cor castanha, NO2, é formado quando o NO, que é um gás incolor, reage com o oxigênio do ar. (P.W. Atkins, “Atoms, Electrons, and Change”, pg. 135, 1991) hν SMOG FOTOQUÍMICO O3 ozônio hν Poluentes secundários O3, H2O2 O oxigênio atômico H2O NO2 . HO Radical hidroxila NO CO, O2 HO2. O2 HO2. NO2 HNO3 CO2 SO2, O2 SO3 H2O H2O2 peróxido de hidrogênio Poluentes primários NO NO2 SO2 COVs Partículas H2SO4 SO2 H2SO4 HNO3 H2O2 Ácidos carboxílicos Íons solúveis Processos e reações em atmosfera urbana poluída. Ozônio Troposférico em São Paulo hν OH NO2 NO O3 Reações entre compostos orgânicos voláteis (COVs) e NOx na presença de radiação solar, produzindo ozônio. primavera RO RO2 Numberde ofultrapassagens O3 ultra-passage Número de O3 VOC 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Jan Feb Mar Apr Mai Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Número mensal de ultrapassagens do padrão de qualidade do ar de ozônio (160 µg m-3) na RMSP, considerando todas as estações de monitoramento, no período entre 1997 e 2004 (CETESB, 2005). Ibirapuera 12-13 de agosto de 1999 1000 900 NO 700 600 500 400 300 NO2 200 O3 Hora Local 47 45 43 41 39 37 35 33 31 29 27 25 23 21 19 17 15 13 11 9 7 5 0 3 100 1 Concentração em ug/m3 800 Smog sulfuroso O episódio de poluição atmosférica em Londres, 1952: relação entre concentração de fumaça e óbitos Episódio de poluição atmosférica em Londres, 1962: confirmado a presença de aerossóis contendo sais de sulfato e ácido sulfúrico Donora, Pensilvânia - em outubro de 1944 foi cenário de um grande desastre de poluição de ar. S m o g na Cidade do México, devido localização geográfica e tráfego veicular. Perda de visibilidade São Paulo Cidade Universitária Região central da cidade de São Paulo 24 de junho de 2005 http://www.uol.com.br Paris Curitiba