FÍSICA 4 Professor: Igor Ken CAPÍTULO 2 – CORRENTE ELÉTRICA Mas, apesar de a lâmpada incandescente com filamento de tungstênio ter sido uma ideia literalmente luminosa, seu rendimento era muito ruim. Apenas 5% da energia elétrica que lhe era fornecida se transformava em luz; o restante, 95%, virava energia térmica sem nenhuma serventia. Hoje, embora utilizemos lâmpadas incandescentes em larga escala, há sistemas bem melhores que oferecem rendimentos maiores, como as lâmpadas fluorescentes, de vapor de mercúrio e sódio, de led e plasma. Essas últimas tendem a causar uma grande revolução em iluminação nos próximos anos. TEORIA 1. INTRODUÇÃO Em um dia de semana normal, a TV costuma ficar ligada à noite e muitas pessoas assistem, estupefatas, aos capítulos decisivos de uma novela. Faz muito calor e um ventilador gira freneticamente. Em uma sala levemente escurecida, brilham os leds vermelhos dos vários aparelhos em stand-by. Em outro ambiente, há um computador ligado, onde acontece um animado bate-papo, um telefone celular sendo recarregado e também a bateria de uma câmera digital. Pelos corredores da casa, há muitas lâmpadas acesas, e, na cozinha, a geladeira trabalha sem trégua, sem que ninguém perceba seu sutil liga-e-desliga. Em um dos quartos, há outro televisor ligado em um canal de esportes que transmite as últimas notícias, com lances espetaculares e muitos gols... De repente, tudo se apaga e uma mistura de indignação e dúvida toma conta do ar. O que houve? Por que tudo se desligou? Será que isso aconteceu só em uma casa ou a rua também ficou às escuras? E ao olhar pela janela, percebe-se que o bairro inteiro está imerso em uma nuvem de breu. É um grande apagão. É nesses momentos, que nos damos conta da importância que a tensão e a corrente elétrica têm, ou seja, são elas que fazem funcionar eletrodomésticos e demais aparelhos que respondem pelos padrões de conforto do mundo atual. Dependemos da eletricidade, quase como dependemos da atmosfera para viver. Essa dependência tecnológica teve início no final do século XIX, quando as primeiras lâmpadas iluminavam, lânguidas, algumas poucas vias de centros mundiais importantes. Eram lâmpadas caras, perigosas e pouco duráveis. Foi o pesquisador e empresário norteamericano Thomas Alva Edison quem, depois de anos de abnegada busca, construiu, em 1879, uma lâmpada constituída de uma ampola de vidro dentro da qual se produzia alto vácuo. O filamento era de bambu carbonizado, o que proporcionava razoável durabilidade e um brilho intenso e constante. Posteriormente, essa concepção foi substituída por lâmpadas de filamento de tungstênio, um metal que trabalha incandescente em temperaturas próximas de 3000℃, sem se fundir. Imediatamente, esse dispositivo tomou conta dos mais diversos rincões, prolongando o dia das pessoas, que se tornaram, de fato, reféns da eletricidade. CASD Vestibulares (Texto retirado do livro Conecte Física, 3 / Gualter José Biscuola, Newton Villas Bôas, Ricardo Helou Doca – São Paulo: Saraiva, 2011). Esse texto mostra nossa dependência da eletricidade. O estudo da Eletricidade é dividido em Eletrostática e Eletrodinâmica. O estudo da Eletrostática (estudo das cargas elétricas em equilíbrio) será realizado mais adiante e, a partir deste capítulo, daremos início ao estudo da Eletrodinâmica: a parte da Física que estuda a corrente elétrica, ou seja, o movimento ordenado das cargas elétricas, essencial ao nosso dia-a-dia. 2. CONDUTORES E ISOLANTES ELÉTRICOS Denomina-se condutor elétrico todo corpo (ou meio) que permite a movimentação de portadores de carga elétrica em seu interior. Outros corpos não permitem essa movimentação; esses corpos são chamados de isolantes elétricos ou dielétricos. Vale ressaltar que, assim como os condutores elétricos, os isolantes elétricos também são capazes de se eletrizar, porém, nos isolantes, as cargas em excesso permanecem, exclusivamente, no local onde se ocorreu a eletrização, enquanto que no condutor, as cargas em excesso se distribuem por toda a sua superfície externa. Esse assunto será detalhado em Eletrostática. Como exemplo de isolantes, temos: ar, vidro, borracha, plásticos, porcelana, algodão, seda, lã, água pura, etc. No caso dos condutores, eles se classificam de acordo com o tipo de portadores de cargas elétricas que se movimentam no seu interior. FÍSICA 4 Condutores de primeira-espécie Nesses condutores, os portadores de carga elétrica que possuem mobilidade na estrutura são os elétrons livres, como por exemplo, os metais e a grafita. Esses condutores possuem grande quantidade de elétrons livres, o que constitui a “nuvem eletrônica”. Essa nuvem é formada pelos elétrons mais periféricos do átomo e, portanto, possui fraca ligação com o núcleo, o que lhe confere a fácil mobilidade. Condutores de segunda-espécie 1 Nesses condutores, os portadores de carga elétrica que possuem mobilidade na estrutura são os íons positivos e negativos (cátions e ânions), como por exemplo, as soluções eletrolíticas. Exemplos de soluções eletrolíticas são as soluções aquosas de ácidos e bases (ionização) ou as soluções aquosas de sais (dissociação). Deve-se observar, entretanto, que sais no estado sólido não são condutores elétricos, pois apesar de possuírem portadores de carga elétrica como cátions e ânions, tais portadores não possuem mobilidade pela estrutura devido ao fato de estarem “presos” ao retículo cristalino. Condutores de terceira-espécie Nesses condutores, os portadores de carga elétrica que possuem mobilidade na estrutura são os íons positivos, íons negativos (cátions e ânions) e elétrons livres, como por exemplo, os gases ionizados. Um exemplo desse tipo de condutor são as lâmpadas fluorescentes de tubo, nas quais a tensão elétrica ioniza o gás existente em seus interiores. 3. CORRENTE ELÉTRICA Visto o conceito de condutores e isolantes elétricos, podemos entender o conceito de corrente elétrica. Para isso, tomemos como exemplo um condutor metálico isolado eletricamente, ou seja, sem sofrer influência elétrica do meio. O condutor metálico possui uma grande quantidade de elétrons livres e, devido à agitação térmica, esses elétrons possuem um movimento desordenado e caótico, conforme a figura a seguir. Figura 2: Os elétrons livres, atraídos pelo polo positivo da pilha e repelidos pelo negativo, entram em movimento ordenado Para que se estabeleça uma corrente elétrica no condutor metálico, devemos fornecer uma tensão elétrica ao condutor. Esta tensão elétrica é fornecida por um dispositivo denominado gerador elétrico. O gerador elétrico possui dois polos: o polo positivo e o negativo. Os elétrons livres do condutor metálico são atraídos pelo polo positivo do gerador e repelido pelo polo negativo, dessa forma, se estabelece a corrente elétrica. Exemplos de geradores elétricos são as pilhas e as baterias. Estudaremos com detalhes tensão elétrica e geradores elétricos nos capítulos seguintes. Vimos que nos condutores metálicos, os portadores de carga elétrica são os elétrons, e a sua movimentação ordenada que constitui a corrente elétrica. No entanto, apesar de sabermos que a corrente elétrica no condutor metálico é devida à movimentação dos elétrons, convenciona-se que o sentido da corrente elétrica é oposto ao da movimentação dos elétrons, como se a corrente elétrica fosse devida ao movimento de cargas positivas. O sentido convencional da corrente elétrica é oposto ao sentido do movimento dos elétrons, como se a corrente fosse constituída por cargas positivas. Figura 1: Movimento desordenado dos elétrons livres Fazendo-se uma conexão entre os extremos do condutor metálico e os terminais de uma pilha (bateria), os elétrons livres, que antes possuíam movimento desordenado, agora passam a ter um movimento ordenado, ou seja, com direção e sentidos preferenciais. A este movimento ordenado das cargas elétricas chamamos de corrente elétrica. A figura a seguir ilustra o sentido convencional da corrente elétrica. Corrente elétrica é o movimento ordenado, isto é, com direção e sentido preferenciais, dos portadores de carga elétrica. A figura a seguir ilustra o estabelecimento da corrente elétrica no condutor metálico. Figura 3: Sentido convencional da corrente elétrica 2 FÍSICA 4 CASD Vestibulares Note que designamos a corrente elétrica pelo símbolo 𝒊. No restante deste curso, consideraremos o sentido da corrente elétrica como o sentido convencional. Até agora, vimos somente a corrente elétrica em metais (cujos portadores de carga elétrica são os elétrons livres), no entanto, podemos obter correntes iônicas nas soluções eletrolíticas e em gases ionizados. Nesse caso, o sentido da corrente elétrica é o dos íons positivos (cátions), conforme a figura a seguir. Muitas vezes, interessa-nos a corrente elétrica instantânea, ou seja, o valor da corrente elétrica para cada instante. Em alguns casos, recorre-se ao cálculo diferencial, o que foge do nosso objetivo. No entanto, quando a intensidade da corrente elétrica for constante, então seus valores médio e instantâneo são iguais, o que nos permite calcular a intensidade da corrente elétrica instantânea pela expressão: 𝒊= |𝑸| 𝚫𝒕 Quando o sentido e a intensidade da corrente elétrica são constantes, chamamos de corrente contínua constante e será o tipo de corrente estudado nos circuitos elétricos ao longo do curso. No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de corrente elétrica é o ampère (símbolo: 𝑨). Observação: apesar de estudarmos a corrente elétrica depois de estudarmos a carga elétrica, a unidade ampère é uma das unidades fundamentais do SI, sendo a unidade coulomb derivada do ampère. Um coulomb é a carga elétrica que atravessa a seção transversal de um condutor num intervalo de um segundo pelo qual circula uma corrente contínua constante de um ampère: |𝑄| = 𝑖 ∙ Δ𝑡 ∴ 1𝐶 = 1𝐴 ∙ 𝑠 Figura 4: No condutor eletrolítico a corrente elétrica é devida aos cátions e ânions É comum o uso dos submúltiplos: Submúltiplo miliampère microampère nanoampère 4. INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA Consideremos uma corrente elétrica estabelecida em um condutor metálico, como o da Figura 3 e vamos considerar um trecho desse condutor conforme a figura a seguir. Símbolo 𝑚𝐴 𝜇𝐴 𝑛𝐴 Valor 10−3 𝐴 10−6 𝐴 10−9 𝐴 Outra observação a se fazer é em relação ao cálculo da intensidade da corrente elétrica estabelecida nas soluções eletrolíticas, pois os portadores de carga elétrica são íons e, nestes casos, há cátions e ânions. No cálculo da intensidade da corrente, o módulo da carga elétrica a ser utilizado é a soma das cargas dos cátions e dos ânions. Portanto, deve-se utilizar: Em soluções eletrolíticas: |𝑄| = |𝑄+ | + |𝑄− | Figura 5: Pela seção 𝑺 do condutor, passam 𝒏 cargas elementares Consideremos nesse trecho do condutor metálico, uma seção transversal 𝑆, pela qual passam 𝑛 elétrons (cargas elementares) num intervalo de tempo Δ𝑡. Portanto, nesse intervalo de tempo, passa uma carga total 𝑄 = −𝑛𝑒 pela seção transversal 𝑆. Define-se a intensidade média de corrente elétrica 𝒊𝒎 , através da seção transversal 𝑆, como a relação: 𝒊𝒎 = CASD Vestibulares |𝑸| , 𝒐𝒏𝒅𝒆 |𝑸| = 𝒏𝒆 𝚫𝒕 Onde |𝑄+ | é o módulo da carga dos cátions e |𝑄− | é o módulo da carga dos ânions. Quanto à classificação das correntes elétricas, elas podem ser de dois tipos: corrente contínua (CC), quando o sentido é invariável ou corrente alternada (CA), quando o sentido se altera periodicamente. As correntes contínuas mais comuns são as correntes contínuas constantes, quando a intensidade da corrente é constante e as correntes contínuas pulsantes, quando sua intensidade passa, em geral periodicamente, por FÍSICA 4 3 máximos e mínimos. As correntes que se estabelecem nas redes elétricas residenciais são correntes alternadas e as correntes elétricas geradas por pilhas e baterias são correntes contínuas constantes. A seguir, apresentamos os tipos mais comuns de corrente elétrica. No gráfico 𝑖 × 𝑡, a área compreendida entre o gráfico e o eixo dos tempos, calculada num intervalo de tempo Δ𝑡, é numericamente igual ao módulo da carga elétrica que atravessa uma seção transversal do condutor no referido intervalo de tempo. Portanto, temos: 𝑁 á𝑟𝑒𝑎 = |𝑄| Na figura a seguir, a área sombreada é numericamente igual à carga elétrica que atravessa uma seção no intervalo de tempo 𝚫𝒕 = 𝒕𝟐 − 𝒕𝟏 . Nos exercícios que encontraremos, essas áreas costumam ser de fácil geometria, como por exemplo, triângulos e trapézios ou combinações de figuras geométricas. Caso a área não seja uma geometria conhecida, recorre-se ao Cálculo Integral, o que foge do objetivo deste curso. Figura 6: Corrente contínua constante. É o tipo de corrente elétrica estabelecida nas pilhas e baterias Figura 7: Corrente contínua pulsante. Este tipo de corrente é encontrada em circuitos retificadores. Figura 9: Propriedade gráfica. A área sombreada é numericamente igual à carga elétrica que atravessa uma seção no intervalo de tempo 𝚫𝒕 = 𝒕𝟐 − 𝒕𝟏 EXERCÍCIOS PROPOSTOS Nível I Figura 8: Corrente alternada. É o tipo de corrente estabelecida nas redes elétricas residenciais 5. PROPRIEDADE GRÁFICA No tópico anterior, vimos que podemos classificar as correntes elétricas de acordo com os seus gráficos 𝒊 × 𝒕. No entanto, sua importância vai além da análise qualitativa das correntes elétricas. A partir do gráfico 𝒊 × 𝒕, podemos calcular o valor da carga elétrica que atravessa uma seção transversal num determinado intervalo de tempo. Quando a corrente elétrica é constante, o cálculo da carga elétrica é fácil, para isso, basta usar a relação: |𝑄| = 𝑖 ∙ Δ𝑡 No entanto, essa relação só pode ser usada, quando a corrente elétrica é constante. Para os casos nos quais a corrente elétrica possui intensidade variável, lançamos mão da chamada “propriedade gráfica”: 4 1. (PUC - MG 2006) Assinale a opção incorreta: a) Materiais que são bons condutores de eletricidade possuem elétrons livres que podem ser transportados com facilidade. b) Materiais isolantes quase não possuem elétrons livres. c) A madeira, a porcelana e a borracha são conhecidas como bons condutores de eletricidade. d) O ar seco e o papel são conhecidos como bons isolantes. 2. (UNIFESP 2007) Uma das grandezas que representa o fluxo de elétrons que atravessa um condutor é a intensidade da corrente elétrica, representada pela letra 𝒊. Trata-se de uma grandeza a) vetorial, porque a ela sempre se associa um módulo, uma direção e um sentido. b) escalar, porque é definida pela razão entre grandezas escalares: carga elétrica e tempo. c) vetorial, porque a corrente elétrica se origina da ação do vetor campo elétrico que atua no interior do condutor. d) escalar, porque o eletromagnetismo só pode ser descrito por grandezas escalares. FÍSICA 4 CASD Vestibulares e) vetorial, porque as intensidades das correntes que convergem em um nó sempre se somam vetorialmente. do condutor em 20𝑠. Resolução 3. (UEL 2009 - Adaptado) "Nuvens, relâmpagos e trovões talvez estejam entre os primeiros fenômenos naturais observados pelos humanos pré-históricos. [...]. A teoria precipitativa é capaz de explicar convenientemente os aspectos básicos da eletrificação das nuvens, por meio de dois processos [...]. No primeiro deles, a existência do campo elétrico atmosférico dirigido para baixo [...]. Os relâmpagos são descargas de curta duração, com correntes elétricas intensas, que se propagam por distâncias da ordem de quilômetros [...]". (FERNANDES, W. A.; PINTO Jr. O; PINTO, I. R. C. A. Eletricidade e poluição no ar. Ciência Hoje. v. 42, n. 252. set. 2008. p. 18.) Em relação à corrente elétrica, considere as afirmativas a seguir. I. A corrente elétrica é uma grandeza vetorial, definida como a razão entre a variação da quantidade de carga elétrica que flui em um meio em um intervalo de tempo. II. A corrente elétrica convencional descreve o fluxo de cargas elétricas positivas. III. Os elétrons fluem no interior dos metais com a velocidade da luz. IV. O campo elétrico é o responsável por fazer cargas elétricas se movimentarem em um circuito elétrico. |𝑄| Δ𝑡 ∴ |𝑄| = 𝑖 × Δ𝑡 = 5 × 20 ∴ |𝑄| = 1,0 ∙ 102 𝐶 𝑖 = 𝑖𝑚 = Exercício resolvido 6. Uma corrente elétrica de intensidade 12,8𝜇𝐴 percorre um condutor metálico. Determine o número de elétrons que atravessa a seção transversal desse condutor por segundo. Resolução Vamos sempre adotar que a corrente elétrica é contínua e constante, a menos que o exercício deixe explícito o contrário. Portanto, temos: |𝑄| = 𝑖 ∙ Δ𝑡 Onde 𝑖 = 12,8𝜇𝐴 = 12,8 ∙ 10−6 𝐴 e Δ𝑡 = 1,0𝑠 Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas II e IV são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. ∴ |𝑄| = 12,8 ∙ 10−6 𝐶 Portanto, o número de elétrons é dado por: 4. (UNIFESP 2007) Uma das especificações mais importantes de uma bateria de automóvel é o 'ampèrehora' (𝐴ℎ), uma unidade prática que permite ao consumidor fazer uma avaliação prévia da durabilidade da bateria. Em condições ideais, uma bateria de 50𝐴ℎ funciona durante 1ℎ quando percorrida por uma corrente elétrica de intensidade 50𝐴, ou durante 25ℎ, se a intensidade da corrente for 2𝐴. Na prática, o ampèrehora nominal de uma bateria só é válido para correntes de baixa intensidade - para correntes de alta intensidade, o valor efetivo do ampère-hora chega a ser um quarto do valor nominal. Tendo em vista essas considerações, pode-se afirmar que o ampère-hora mede a a) potência útil fornecida pela bateria. b) potência total consumida pela bateria. c) força eletromotriz da bateria. d) energia potencial elétrica fornecida pela bateria. e) quantidade de carga elétrica fornecida pela bateria. Exercício resolvido 5. A intensidade da corrente elétrica que atravessa um condutor metálico é constante e igual a 5,0𝐴. Determine a carga elétrica que atravessa uma seção CASD Vestibulares Sendo a corrente elétrica contínua e constante, seu valor instantâneo é igual à intensidade média de corrente, para todo instante, e podemos utilizar a relação: |𝑄| 12,8 ∙ 10−6 = 𝑒 1,6 ∙ 10−19 13 ∴ 𝑛 = 8,0 ∙ 10 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠 |𝑄| = 𝑛𝑒 ∴ 𝑛 = 7. (UFOP 2010) Em uma tarde de tempestade, numa região desprovida de para-raios, a antena de uma casa recebe uma carga que faz fluir uma corrente de 1,2 ∙ 104 𝐴, em um intervalo de tempo de 25 ∙ 10−6 𝑠. Qual a carga total transferida para a antena? a) 0,15𝐶 b) 0,2𝐶 c) 0,48𝐶 d) 0,3𝐶 8. (FUVEST 2010) Medidas elétricas indicam que a superfície terrestre tem carga elétrica total negativa de, aproximadamente, 600.000𝐶. Em tempestades, raios de cargas positivas, embora raros, podem atingir a superfície terrestre. A corrente elétrica desses raios pode atingir valores de até 300.000𝐴. Que fração da carga elétrica total da Terra poderia ser compensada por um raio de 300.000𝐴 e com duração de 0,5𝑠? a) 1/2 b) 1/3 c) 1/4 d) 1/10 FÍSICA 4 5 e) 1/20 9. (UNIFESP 2005) Um condutor é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade 𝑖 = 800𝑚𝐴. Conhecida a carga elétrica elementar, 𝑒 = 1,6 × 10−19 𝐶, o número de elétrons que atravessa uma seção normal desse condutor, por segundo, é: a) 8,0 × 1019 b) 5,0 × 1020 c) 5,0 × 1018 d) 1,6 × 1020 e) 1,6 × 1022 10. (UPE 2010) Uma corrente de 0,3𝐴 que atravessa o peito pode produzir fibrilação (contrações excessivamente rápidas das fibrilas musculares) no coração de um ser humano, perturbando o ritmo dos batimentos cardíacos com efeitos possivelmente fatais. Considerando que a corrente dure 2,0𝑚𝑖𝑛, o número de elétrons que atravessam o peito do ser humano vale: Dado: carga do elétron 1,6 ∙ 10−19 𝐶 a) 5,35 ∙ 102 b) 1,62 ∙ 1019 c) 4,12 ∙ 1018 d) 2,45 ∙ 1018 e) 2,25 ∙ 1020 11. (UECE 2008) Uma corrente elétrica de 3,0𝐴 percorre um fio de cobre. Sabendo-se que a carga de um elétron é igual a 1,6 × 10−19 𝐶, o número de elétrons que atravessa, por minuto, a seção reta deste fio é, aproximadamente: a) 1,1 × 1021 b) 3,0 × 106 c) 2,0 × 1010 d) 1,8 × 1011 12. (UFPE 2013) Um fio metálico e cilíndrico é percorrido por uma corrente elétrica constante de 0,4𝐴. Considere o módulo da carga do elétron igual a 1,6 ∙ 10−19 𝐶. Expressando a ordem de grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em 60 segundos na forma 10𝑁 , qual o valor de 𝑁? 13. (UFSM 2007) Não só a tecnologia contribui para identificar os procedimentos mais adequados à saúde. É preciso também domínio das particularidades do ser humano. Uma das aplicações dos raios X é na observação dos ossos do corpo humano. Os raios X são obtidos quando elétrons, emitidos por um filamento aquecido, são acelerados por um campo elétrico e atingem um alvo metálico com velocidade muito grande. Se 1,0 × 1018 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠 atingem o alvo por segundo, a corrente elétrica no tubo, em 𝐴, é de: Dado: 𝑒 = 1,6 × 10−19 𝐶 a) 8 × 10−38 b) 0,08 c) 0,16 d) 0,32 e) 3,20 14. (PUC - SP 2003) 6 Na tira, Garfield, muito maldosamente, reproduz o famoso experimento de Benjamin Franklin, com a diferença de que o cientista, na época, teve o cuidado de isolar a si mesmo de seu aparelho e de manter-se protegido da chuva de modo que não fosse eletrocutado como tantos outros que tentaram reproduzir o seu experimento. Franklin descobriu que os raios são descargas elétricas produzidas geralmente entre uma nuvem e o solo ou entre partes de uma mesma nuvem que estão eletrizadas com cargas opostas. Hoje, sabe-se que uma descarga elétrica na atmosfera pode gerar correntes elétricas da ordem de 105 𝐴 e que as tempestades que ocorrem no nosso planeta originam, em média, 100 raios por segundo. Isso significa que a ordem de grandeza do número de elétrons que são transferidos, por segundo, por meio das descargas elétricas, é de, aproximadamente: Use para a carga do elétron: 1,6 × 10−19 𝐶 a) 1022 b) 1024 c) 1026 d) 1028 e) 1030 Nível II 15. (UNICAMP 2012) Outro exemplo de desenvolvimento, com vistas a recargas rápidas, é o protótipo de uma bateria de íon-lítio, com estrutura tridimensional. Considere que uma bateria, inicialmente descarregada, é carregada com uma corrente média 𝑖𝑚 = 3,2𝐴 até atingir sua carga máxima de 𝑄 = 0,8𝐴ℎ. O tempo gasto para carregar a bateria é de a) 240 minutos. b) 90 minutos. c) 15 minutos. d) 4 minutos. 16. (UNICAMP 2013) O carro elétrico é uma alternativa aos veículos com motor a combustão interna. Qual é a autonomia de um carro elétrico que se desloca a 60𝑘𝑚/ℎ se a corrente elétrica empregada nesta velocidade é igual a 50𝐴 e a carga máxima armazenada em suas baterias é 𝑞 = 75𝐴ℎ? a) 40,0𝑘𝑚 b) 62,5𝑘𝑚 c) 90,0𝑘𝑚 d) 160,0𝑘𝑚 17. (UFPA 2011) O acelerador de partículas LHC, o Grande Colisor de Hadrons (Large Hadron Collider), FÍSICA 4 CASD Vestibulares recebeu da imprensa vários adjetivos superlativos: “a maior máquina do mundo”, “o maior experimento já feito”, “o big-bang recriado em laboratório”, para citar alguns. Quando o LHC estiver funcionando a plena capacidade, um feixe de prótons, percorrendo o perímetro do anel circular do acelerador, irá conter 1014 prótons, efetuando 104 voltas por segundo, no anel. Considerando que os prótons preenchem o anel uniformemente, identifique a alternativa que indica corretamente a corrente elétrica que circula pelo anel. Dado: carga elétrica do próton 1,6 × 10−19 𝐶 a) 0,16𝐴 b) 1,6 × 10−15 𝐴 c) 1,6 × 10−29 𝐴 d) 1,6 × 10−9 𝐴 e) 1,6 × 10−23 𝐴 tempo, em horas, para a pilha descarregar totalmente é igual a: a) 0,2 b) 0,5 c) 1,0 d) 2,0 Exercício resolvido 20. O gráfico a seguir representa a intensidade da corrente elétrica que percorre um condutor metálico em função do tempo. 18. (PUCCAMP 2004) A enguia elétrica ou poraquê, peixe de água doce da região amazônica chega a ter 2,5𝑚 de comprimento e 25𝑐𝑚 de diâmetro. Na cauda, que ocupa cerca de quatro quintos do seu comprimento, está situada a sua fonte de tensão - as eletroplacas. Dependendo do tamanho e da vitalidade do animal, essas eletroplacas podem gerar uma tensão de 600𝑉 e uma corrente de 2,0𝐴, em pulsos que duram cerca de 3,0 milésimos de segundo, descarga suficiente para atordoar uma pessoa ou matar pequenos animais. (Adaptado de Alberto Gaspar. "Física". v.3. São Paulo: Ática, 2000, p. 135) Numa descarga elétrica da enguia sobre um animal, o número de cargas elétricas elementares que percorre o corpo do animal, a cada pulso, pode ser estimado em: Dado: carga elementar 𝑒 = 1,6 × 10−19 𝐶 a) 5,0 × 106 b) 1,0 × 109 c) 2,0 × 1012 d) 4,0 × 1016 e) 8,0 × 1018 19. (UERJ 2007) A maioria dos relógios digitais é formada por um conjunto de quatro displays, compostos por sete filetes luminosos. Para acender cada filete, é necessária uma corrente elétrica de 10𝑚𝐴. O primeiro e o segundo displays do relógio ilustrado a seguir indicam as horas, e o terceiro e o quarto indicam os minutos. Sabendo-se que 𝑒 = 1,6 ∙ 10−19 𝐶, determine: a) a carga elétrica que atravessa a seção transversal do condutor no intervalo de tempo de 6𝑠; b) o número de elétrons que atravessa a seção transversal do condutor nesse intervalo de tempo; c) a intensidade média da corrente elétrica no intervalo de tempo de 0 a 6𝑠. Resolução a) Utilizando a propriedade gráfica, a área compreendida entre o gráfico e o eixo dos tempos mede, numericamente, a carga elétrica que atravessa a seção transversal do condutor. Portanto, temos: |𝑄| = 32 ∙ 10−3 + 64 ∙ 10−3 ∙6 2 ∴ |𝑄| = 288𝑚𝐶 b) O número de elétrons é calculado através da expressão: |𝑄| = 𝑛𝑒 |𝑄| 2,88 ∙ 10−1 ∴𝑛= = 𝑒 1,6 ∙ 10−19 ∴ 𝑛 = 1,8 ∙ 1018 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠 c) A intensidade média da corrente elétrica é dada por: Admita que esse relógio apresente um defeito, passando a indicar, permanentemente, 19 horas e 06 minutos. A pilha que o alimenta está totalmente carregada e é capaz de fornecer uma carga elétrica total de 720𝐶, consumida apenas pelos displays. O CASD Vestibulares |𝑄| 2,88 ∙ 10−1 = Δ𝑡 6 ∴ 𝑖𝑚 = 48,0𝑚𝐴 𝑖𝑚 = Observação: Lembre-se de que a área do trapézio é 𝐵+𝑏 𝐴𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = ∙ ℎ, e atente-se para o fato de que a 2 unidade da corrente no gráfico é 𝑚𝐴, por isso, FÍSICA 4 7 devemos multiplicar os valores da corrente por 10−3 21. (UFSCAR 2008) O capacitor é um elemento de circuito muito utilizado em aparelhos eletrônicos de regimes alternados ou contínuos. Quando seus dois terminais são ligados a uma fonte, ele é capaz de armazenar cargas elétricas. Ligando-o a um elemento passivo como um resistor, por exemplo, ele se descarrega. O gráfico representa uma aproximação linear da descarga de um capacitor. Sabendo que a carga elétrica fundamental tem valor 1,6 ∙ 10−19 𝐶, o número de portadores de carga que fluíram durante essa descarga está mais próximo de: a) 1017 b) 1014 c) 1011 d) 108 e) 105 22. (UFPE 2010) O gráfico mostra a variação da corrente elétrica 𝐼, em ampère, num fio em função do tempo 𝑡, em segundos. Qual a carga elétrica, em coulomb, que passa por uma seção transversal do condutor nos primeiros 4,0𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠? No intervalo de tempo entre zero e 0,6 s, a quantidade de carga elétrica que atravessa uma seção transversal do fio é maior para o fio ........ do que para o outro fio; no intervalo entre 0,6 s e 1,0 s, ela é maior para o fio ........ do que para o outro fio; e no intervalo entre zero e 1,0 s, ela é maior para o fio ........ do que para o outro fio. a) 1 - 1 - 2 b) 1 - 2 - 1 c) 2 - 1 - 1 d) 2 - 1 - 2 e) 2 - 2 - 1 Nível III Exercício resolvido 24. Em um experimento de eletrólise, utiliza-se uma solução de ácido sulfúrico como eletrólito. Na solução, 1016 ânions 𝑆𝑂42− vão para o anodo e 2 ∙ 1016 cátions 𝐻 + vão para o catodo, num intervalo de tempo de 2,0𝑠. Sabendo-se que a carga elétrica elementar vale 𝑒 = 1,6 ∙ 10−19 𝐶, determine a intensidade da corrente elétrica através da solução de ácido sulfúrico. Resolução Como se trata de uma solução eletrolítica, a carga total que atravessa uma dada seção é a soma das cargas de cátions e de ânions: |𝑄| = |𝑄+ | + |𝑄− | Onde |𝑄+ | é o módulo da carga dos cátions e |𝑄− | é o módulo da carga dos ânions. Cada ânion 𝑆𝑂42− possui carga −2𝑒, assim temos: |𝑄− | = 1016 × (2𝑒) = 1016 × (2 ∙ 1,6 ∙ 10−19 ) ∴ |𝑄− | = 3,2 ∙ 10−3 𝐶 23. (UFRGS 2004) Selecione a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto a seguir, na ordem em que elas aparecem. As correntes elétricas em dois fios condutores variam em função do tempo de acordo com o gráfico mostrado a seguir, onde os fios estão identificados pelos algarismos 1 e 2. Cada cátion 𝐻 + possui carga +𝑒, assim temos: |𝑄+ | = 2 ∙ 1016 × (𝑒) = 2 ∙ 1016 × (1,6 ∙ 10−19 ) ∴ |𝑄+ | = 3,2 ∙ 10−3 𝐶 Portanto, |𝑄| = |𝑄+ | + |𝑄− | = 3,2 ∙ 10−3 + 3,2 ∙ 10−3 ∴ |𝑄| = 6,4 ∙ 10−3 𝐶 Assim, a corrente elétrica é dada por: 8 FÍSICA 4 CASD Vestibulares |𝑄| 6,4 ∙ 10−3 𝑖= = Δ𝑡 2 ∴ 𝑖 = 6,4𝑚𝐴 25. (UFPE 2011) Em uma solução iônica, 𝑁+ = 5,0 ∙ 1015 íons positivos, com carga individual 𝑄+ = +2𝑒, se deslocam para a direita a cada segundo. Por outro lado, 𝑁− = 4,0 ∙ 1016 íons negativos, com carga individual igual a 𝑄− = −𝑒, se movem em sentido contrário a cada segundo. Qual é a corrente elétrica, em 𝑚𝐴, na solução? 29. Um fio metálico de área de seção transversal 𝐴 é percorrido por uma corrente contínua e constante de intensidade 𝑖. Os elétrons livres que formam a corrente elétrica possuem velocidade média 𝑣 e o número de elétrons livres por unidade de volume é 𝑁. Considerando a carga elétrica elementar 𝑒, determine a intensidade da corrente 𝑖, em função dos parâmetros do exercício. Resolução A figura a seguir mostra um trecho do condutor metálico percorrido pela corrente elétrica 𝑖. 26. A intensidade da corrente elétrica através de um condutor metálico varia com o tempo conforme o gráfico a seguir: Considerando um trecho de comprimento Δ𝑙 e sendo 𝐴 a área da seção transversal, o volume do trecho considerado vale Δ𝑉 = 𝐴 ∙ Δ𝑙. Sendo 𝑁 o número de elétrons livres por unidade de volume (ou seja, a densidade volumétrica de elétrons), o número de elétrons contidos no trecho de comprimento Δ𝑙 vale: 𝑛 = 𝑁 ∙ Δ𝑉 = 𝑁 ∙ 𝐴 ∙ Δ𝑙 Determine: a) a carga elétrica que atravessa uma seção do condutor nos intervalos de 0 a 5,0𝑠 e de 5,0 a 10𝑠; b) a intensidade média da corrente elétrica no intervalo de 0 a 10𝑠. Dica: O trecho do gráfico abaixo do eixo dos tempos (cujo valor de corrente elétrica é negativo) significa que a corrente elétrica está em sentido contrário. Neste caso, considere a carga elétrica como negativa, ou seja, o negativo da área (lembre-se da propriedade gráfica) 27. Através de um fio metálico passa uma corrente contínua cuja intensidade varia com o tempo segundo a função 𝑖 = 1,0 + 2,0𝑡, para 𝑖 em 𝑎𝑚𝑝è𝑟𝑒𝑠 e 𝑡 em 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠. a) Construa o gráfico da corrente em função do tempo. b) Calcule a carga elétrica que atravessa uma seção do condutor no intervalo de 0 a 3,0𝑠. 28. (UFPE 2003) O feixe de elétrons no tubo de um monitor de vídeo percorre a distância de 0,20𝑚 no espaço evacuado entre o emissor de elétrons e a tela do tubo. Se a velocidade dos elétrons for 5,0 × 107 𝑚/𝑠, e o número de elétrons no feixe for 2,5 × 109 elétrons por metro, qual a corrente do feixe, em 𝑚𝐴? Exercício resolvido CASD Vestibulares Como no trecho considerado há 𝑛 elétrons, a carga elétrica que atravessa a seção é dada por: |𝑄| = 𝑛𝑒 ∴ |𝑄| = 𝑁 ∙ 𝐴 ∙ Δ𝑙 ∙ 𝑒 Δ𝑠 A velocidade média dos elétrons é dada por 𝑣 = , Δ𝑡 onde Δ𝑠 = Δ𝑙 é o comprimento considerado. Portanto: 𝑣= Δ𝑙 Δ𝑙 ∴ Δ𝑡 = Δ𝑡 𝑣 Por fim, a intensidade da corrente elétrica vale: |𝑄| 𝑁 ∙ 𝐴 ∙ Δ𝑙 ∙ 𝑒 = Δ𝑙 Δ𝑡 𝑣 ∴𝑖 =𝑁∙𝐴∙v∙𝑒 𝑖= Exercício resolvido 30. Um fio de cobre, cuja área de seção transversal é de 2,0 ∙ 10−2 𝑐𝑚2 , é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade 10𝐴. O número de elétrons livres do cobre por unidade de volume é igual a 8,4 ∙ 1022 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠/𝑐𝑚3 . Sendo a carga elétrica elementar 𝑒 = 1,6 ∙ 10−19 𝐶, determine a velocidade média dos elétrons livres. FÍSICA 4 9 Resolução Utilizando o resultado resolvido anterior, temos: encontrado no exercício 𝑖 =𝑁∙𝐴∙v∙𝑒 𝑖 10 ∴𝑣= = 𝑁 ∙ 𝐴 ∙ 𝑒 8,4 ∙ 1022 ∙ 2,0 ∙ 10−2 ∙ 1,6 ∙ 10−19 Resolução O elétron realiza um movimento circular e uniforme (MCU) com um período 𝑇, ou seja, o tempo para o elétron realizar uma volta completa ao redor do núcleo percorrendo a distância Δ𝑠 = 2𝜋𝑟, com velocidade 𝑣. Portanto: Efetuando-se as contas, obtemos: 𝑣 = 0,037𝑐𝑚/𝑠 ∴ 𝑣 = 0,37𝑚𝑚/𝑠 A nuvem de elétrons livres se desloca com uma velocidade muito baixa, da ordem de 10−4 𝑚/𝑠, ou seja, a nuvem de elétrons percorre menos de 1𝑚𝑚 por segundo. Esse resultado nos inspira certa curiosidade: se a velocidade da nuvem de elétrons é tão baixa, como as lâmpadas acendem quase que instantaneamente quando ligamos o interruptor? A explicação é a de que o movimento da nuvem de elétrons é lento, no entanto, ocorre quase que instantaneamente em todos os pontos do condutor, pois o campo elétrico (o responsável pela movimentação dos elétrons) se propaga com velocidade próxima à velocidade da luz. O assunto campo elétrico será estudado em detalhes em Eletrostática Observação: Quando se estabelece uma corrente elétrica, os elétrons livres adquirem velocidade média num sentido preferencial e se chocam com os cátions do retículo cristalino do metal. Apesar de a velocidade média dos elétrons ser muito baixa, da ordem de 10−4 𝑚/𝑠, entre duas colisões, a velocidade é de, aproximadamente, 106 𝑚/𝑠. São essas colisões dos elétrons livres com os cátions do retículo cristalino as responsáveis por obstar o movimento dos elétrons, tornando-o lento. Essa perda de velocidade resulta na transformação de energia potencial elétrica em energia térmica, fenômeno conhecido como Efeito Joule, que será estudado mais adiante. 31. (CEFET - MG 2014) Em um circuito de corrente contínua, utiliza-se um fio de cobre com diâmetro 1,6𝑚𝑚 e 8,4 × 1022 elétrons livres por 𝑐𝑚3 . Ao se ligar o circuito, a corrente de 10𝐴, produzida quase instantaneamente, resulta do movimento dos elétrons livres com uma velocidade, em 𝑚/𝑠, da ordem de: a) 1012 b) 108 c) 104 d) 10–2 e) 10–4 Exercício resolvido 32. Na representação clássica do átomo de hidrogênio (idealizado por Bohr), um elétron se movimenta em órbitas circulares em torno do núcleo constituído por um próton. Considere o movimento do elétron circular 10 e uniforme com velocidade escalar de módulo 𝑣 em uma órbita de raio 𝑟. Sendo 𝑒 a carga elétrica elementar, determine a intensidade média da corrente elétrica em um ponto de sua órbita, em função dos parâmetros 𝑒, 𝑟 e 𝑣. 𝑣= Δ𝑠 2𝜋𝑟 2𝜋𝑟 = ∴𝑇= Δ𝑡 𝑇 𝑣 A carga elétrica do elétron tem módulo igual a carga elétrica elementar, ou seja, |𝑄| = 𝑒. A intensidade média da corrente elétrica é dada por: |𝑄| 𝑒 𝑒 = = 2𝜋𝑟 Δ𝑡 𝑇 𝑣 𝑒𝑣 ∴ 𝑖𝑚 = 2𝜋𝑟 𝑖𝑚 = GABARITO 1. c 2. b 3. d 5. Exercício resolvido 6. Exercício resolvido 7. d 8. c 9. c 12. 𝑁 = 20 13. c 14. c 15. c 20. Exercício resolvido 21. a 22. 10𝐶 23. d 24. Exercício resolvido 25. 8𝑚𝐴 26. a) zero e 25𝐶 27. a) 4. e 10. e 11. a 16. c 17. a 18. d 19. c b) 2,5𝐴 b) 12𝐶 28. 20𝑚𝐴 29. Exercício resolvido 30. Exercício resolvido 31. e 32. Exercício resolvido FÍSICA 4 CASD Vestibulares