UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ BRUNO DA SILVA ROSA SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍTICA DE PREVENÇÃO INTELIGENTE À CRIMINALIDADE: uma proposta para conter os furtos e roubos de veículos no município de Tijucas/SC Tijucas 2010 BRUNO DA SILVA ROSA SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍTICA DE PREVENÇÃO INTELIGENTE À CRIMINALIDADE: uma proposta para conter os furtos e roubos de veículos no município de Tijucas/SC Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito, pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas, campus de Tijucas. Orientador: Prof. Dr. Jonas Modesto de Abreu Tijucas 2010 BRUNO DA SILVA ROSA SEGURANÇA PÚBLICA E POLÍTICA DE PREVENÇÃO INTELIGENTE À CRIMINALIDADE: uma proposta para conter os furtos e roubos de veículos no município de Tijucas/SC Esta Monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em Direito e aprovada pelo Curso de Direito do Centro de Ciências Sociais e Jurídicas, campus de Tijucas. Área de Concentração/Linha de Pesquisa: Teoria do Direito/Criminologia. Tijucas, 7 de dezembro de 2010. Prof. Dr. Jonas Modesto de Abreu Orientador Prof. MSc. Marcos Alberto Carvalho de Freitas Responsável pelo Núcleo de Prática Jurídica Dedico este trabalho aos meus pais Vilmar e Márcia, pelo esforço, dedicação e compreensão, em todos os momentos desta e de outras caminhadas. Deus, fonte suprema de todo saber. À minha família, meus pais, irmão e minha esposa Cátia que me deram forças para que eu não desanimasse, sempre com palavras consoladoras que foram acima de uma expressão de amor profundo, as armas de êxito. À minha tia Marily, pelo incentivo, compreensão e apoio. Aos profissionais da Delegacia de Polícia Civil de Tijucas, em especial a delegada Luana Chaves Cervi Backes e a amiga de curso Edilandi Franco por abrirem as portas desta instituição na confiabilidade de ser um trabalho inovador e que servirá de apoio contra a criminalidade em Tijucas. Ao Professor Orientador, Jonas de Abreu Modesto, pela contribuição no desenvolvimento desta monografia, e, principalmente pela dedicação e empenho que demonstrou no decorrer de suas orientações. Fica aqui a minha gratidão aquele que soube ser mestre, repartindo seus conhecimentos e transformando meus ideais em realizações. Aos Professores do Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí, campus de Tijucas, que nos convidaram a voar em sua sabedoria, mesmo sabendo que este voar dependeria das asas de cada um de nós. Contribuindo assim, não só para a formação jurídica, mas também para a formação do “ser”. Aos colegas de classe, que me acolheram com carinho ao retornar nos últimos períodos. A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desta pesquisa. A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio. Martin Luther King Jr TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo. Tijucas, 7 de dezembro de 2010. BRUNO DA SILVA ROSA RESUMO Em consonância com a proposta do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), que propõe envolver a comunidade na prevenção da violência e da criminalidade, o objetivo central desta monografia é elaborar uma proposta inteligente de Segurança Pública para tornar eficaz a ação policial contra o furto e o roubo de veículos no município Tijucas (SC). Pretende-se realizar uma pesquisa quantitativa que apresente informações estatísticas sobre os modelos de veículos mais furtados e roubados, as localidades em que ocorrem os maiores índices de furtos e roubos e sobre os dias da semana e horários em que os furtos e roubos de veículos apresentam maior freqüência. Para o desenvolvimento da pesquisa será utilizado o método de abordagem indutivo e os procedimentos histórico e monográfico da pesquisa bibliográfica. Palavra-chave: 1. Segurança Pública 2. Prevenção 3. Criminalidade ABSTRACT In line with the proposal of the National Public Security and Citizenship (PRONASCI), which proposes to involve the community in preventing violence and crime, the central goal of this monograph is to develop a proposal Smart Public Safety to make effective police action against thefts from vehicles in the city of Tijucas (SC). We intend to conduct a quantitative research to provide statistical information on the most stolen vehicle models, the localities in which higher rates of theft and on the weekdays and times that the vehicle thefts have more frequently. To develop the research it will be used the inductive method of approach and procedures of historical and monographic literature. Keyword: 1. Public Safety 2. Prevention 3. Crime LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS %: Porcentagem. §: Parágrafo. Art.: artigo. Arts.: artigos. CNSeg: Confederação Nacional de Seguros Gerais. CRFB.: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. CTG: Centro de Tradições Gaúchas. DENATRAN: Departamento Nacional de Trânsito. DEPEN: Departamento Penitenciário Nacional. DVD: Digital Video Disc. EUA: Estados Unidos da América. FENASEG: Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização. GM: General Motors. INTELOG: Inteligência em Gestão Logística. OAB: Ordem dos Advogados do Brasil. PRONASCI: Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. RENAESP: Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública. SC: Santa Catarina. SINDSEGSC: Sindicato das Seguradoras, Previdências e Capitalização do Estado de Santa Catarina. UNIVALI: Universidade do Vale do Itajaí. VW: Volkswagen. LISTA DE CATEGORIAS E SEUS CONCEITOS OPERACIONAIS Cidadania: É a capacidade e a habilidade que cada componente da sociedade possui de participar no processo de construção dos ideais a serem alcançados pela Nação e, sobretudo, na formulação dos métodos, programas, políticas, projetos e ações que serão empregadas na busca dos ideais estabelecidos (GOLDSTEIN, 2003). Crime: É a infração da lei penal, ou o desvio do padrão de conduta estipulado pela legislação e esperado por todos os cidadãos (CERQUEIRA, 2005). Criminalidade: É o conjunto de crimes cometidos em determinado local, num dado período de tempo (CERQUEIRA, 2005). Democracia: O termo democracia remete à soberania popular e à distribuição eqüitativa do poder (GOLDSTEIN, 2003). Polícia: Polícia é a instituição ou atividade estatal de proteção social, desenvolvida através de estruturas de poder e de força, garantidora da ordem social (MEIRELES, 2007). Política Pública: Consiste num movimento pendular, oscilando entre a reforma social e a dissuasão individual (BEATO FILHO, 1999). Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania: O PRONASCI é uma iniciativa pioneira que reúne ações de prevenção, controle e repressão da violência com atuação focada nas raízes sócio-culturais do crime. Articula programas de segurança pública com políticas sociais já desenvolvidas pelo governo federal, sem abrir mão das estratégias de controle e repressão qualificada à criminalidade. As ações desenvolvidas pelo PRONASCI seguirão ainda as diretrizes estabelecidas pelo Sistema Único de Segurança Pública, cujo eixo central é a articulação entre União, estados e municípios para o combate ao crime (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA). Segurança: O termo designa a condição de estar seguro, a convicção ou a certeza da segurança (OLIVEIRA, 2002). Violência: É uma ação tipicamente humana e, como tal, carregada de racionalidade. Ainda que o ato violento seja intrínseco à agressividade, comparável ao instinto animal, o que diferencia o ser violento do agressivo é a existência do desejo de se cometer o ato de força ilegal (OLIVEIRA, 2002). SUMÁRIO RESUMO................................................................................................................................... 8 ABSTRACT .............................................................................................................................. 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ......................................................................... 10 LISTA DE CATEGORIAS E SEUS CONCEITOS OPERACIONAIS ............................ 11 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15 2 O CENÁRIO CONTEMPORÂNEO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE ..... 20 2.1 UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE 20 2.1.1 A nova face da violência e da criminalidade................................................................. .21 2.1.2 Um panorama geral da violência e da criminalidade.......................................................25 2.1.3 Violência, criminalidade e segurança pública............ ....................................................26 2.1.4 O programa nacional de segurança pública com cidadania - PRONASCI......................31 2.1.5 Roubo e furto de veículos no Brasil ............................................................................32 2.1.6 Roubo e furto de veículos em Santa Catarina ................................................................34 3 ASPECTOS GERAIS DO PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC............................................................................................. 36 3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC ............................................................................................................................ 36 3.1.1 O perfil dos delitos envolvendo veículos de Tijucas/SC no período de 2005-2010........36 3.1.2 Os veículos com maior índice de delitos em Tijucas entre 2005-2010............................39 3.1.3 Os dias da semana e os horários com maior índice de delitos envolvendo veículos em Tijucas........... ...........................................................................................................................43 3.1.4 A incidência de furtos e roubos de veículos em Tijucas nos feriados e datas de eventos......................................................................................................................................46 3.1.5 Os meses com maior incidência de furto e roubo de veículos em Tijucas .....................47 3.1.6 Os locais com maior índice de delitos envolvendo veículos em Tijucas.........................49 4 ASPECTOS ESPECÍFICOS DO PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC ..................................................................................... 52 4.1 O PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS POR TIPO DE VEÍCULO E LOCALIDADE ......................................................................... 52 4.1.1 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por horário e localidade..................................................................................................................................55 4.1.2 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por dia da semana e horário .......................................................................................................................................57 4.1.3 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por data comemorativa ou eventos e horário..................................................................................................................61 4.1.4 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por ano e tempo de uso.............................................................................................................................................62 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 67 ANEXOS ................................................................................................................................. 70 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objeto o estudo da Segurança Pública e da Política de Prevenção Inteligente à criminalidade no município de Tijucas, Santa Catarina, no período de 2005 a 2010. A importância do estudo deste tema reside no fato dele estar em consonância com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), programa implantado pelo governo federal em maio de 2007 e que tem como objetivos principais: valorizar os profissionais de segurança pública, reestruturar o sistema penitenciário, combater a corrupção policial e, no caso que se relaciona com este trabalho, envolver a comunidade na prevenção à criminalidade e à violência. Ressalte-se que, além de ser requisito imprescindível à conclusão do curso de Direito na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, o presente relatório monográfico também vem colaborar para o conhecimento de um tema que, apesar de não poder ser tratado como novidade no campo jurídico, na dimensão social-prática ainda pode ser descrito como elemento novo e repleto de nuances a serem destacadas pelos intérpretes jurídicos e sociais. O presente tema, na atualidade, destaca que as instituições classificadas como sendo de segurança estão atravessando um período de turbulência no Brasil. Numa análise imediata, pode-se até afirmar que a questão perpassa pelo desinteresse dos governantes em adotar medidas para amenizar a situação. Entretanto, esta seria a verdade parcial dos fatos e traria a falsa impressão de que o problema é de fácil solução. Nos últimos anos, a ineficácia das ações públicas para conter a criminalidade e a violência tem provocado um sentimento de profunda instabilidade e de insegurança na sociedade. Neste sentido, parece ser oportuno tratar de crime e de violência, uma vez que são as facetas mais perceptíveis da insegurança que preocupa autoridades políticas, policiais e sociedade em geral. A escolha do tema é fruto do interesse pessoal do pesquisador e de seu orientador em contribuir com as iniciativas de combate à violência e à criminalidade no estado de Santa Catarina. A pesquisa que envolve o município de Tijucas faz parte de um projeto mais 16 ambicioso que, atualmente, também envolve os municípios catarinenses de Balneário Camboriú e Itajaí. Seu objetivo mais imediato é instigar novas pesquisas sobre criminalidade e violência no Brasil contemporâneo, especialmente no âmbito de atuação da Teoria do Direito (Criminologia). Em vista do parâmetro delineado, constitui-se como objetivo geral deste trabalho desenvolver, com base na Pesquisa Quantitativa, uma proposta Inteligente de Segurança Pública que torne eficaz a ação policial para conter os altos índices de furtos e roubos de veículos no município de Tijucas/SC. O objetivo institucional da presente Monografia é a obtenção do Título de Bacharel em Direito, pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Jurídicas, Políticas e Sociais, Campus de Tijucas. Como objetivo específico, pretende-se apresentar informações estatísticas sobre: os aspectos gerais e específicos do perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas/SC. A análise do objeto do presente estudo incidirá sobre as diretrizes teóricas propostas por Cesar Luiz PASOLD, na obra “Prática da Pesquisa Jurídica e Metodologia da Pesquisa Jurídica”, Eva Maria LAKATOS e Mariana Andrade MARCONI, na obra “Metodologia Científica” e Silvio Luiz de OLIVEIRA em “Tratado de metodologia científica”. Sob a luz destas referências teóricas, pretende-se investigar os deslocamentos percebidos pelo objeto central da pesquisa, especialmente na literatura jurídica contemporânea, destacando seu significado na atualidade. O trabalho utilizará o método indutivo de abordagem, o qual, segundo Pasold (2007), consiste em pesquisar e identificar as partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma percepção ou conclusão geral. Para Lakatos e Marconi (1992) é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas, cuja aproximação dos fenômenos caminha para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias – conexão ascendente; o objetivo dos argumentos é levar as conclusões cujo conteúdo é mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam, sendo que para Oliveira (2002), o ponto de partida da indução não são os princípios, mas a observação dos fatos e dos fenômenos da realidade objetiva. 17 A pesquisa se orientará pela técnica do referente, na qual se esclarece previamente o motivo, objetivo e produto desejado, delimitando o alcance temático e de abordagem para a atividade intelectual, especialmente para uma pesquisa (PASOLD, 2007). A investigação será orientada pela pesquisa bibliográfica: técnica de investigação em livros, repertórios jurisprudenciais e coletâneas legais (PASOLD, 2007). Como método de procedimento será utilizado o histórico e monográfico: o monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A investigação deve examinar o tema escolhido, observando todos os fatores que influenciaram e analisando-o em todos os aspectos; o histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje. A pesquisa quantitativa seguirá as diretrizes teóricas de Roberto Jarry RICARDSON, na obra “Pesquisa social: métodos e técnicas” e Pedro Alberto BARBETTA em “Estatística aplicada às Ciências Sociais”. A pesquisa quantitativa tem início com a coleta dos dados: todos os boletins de ocorrência policial que envolve furto e roubo de veículos em Tijucas (SC) no período de 2005 a 2010. (BARBETTA, 1999). O aporte metodológico quantitativo utilizará toda (100%) população investigada. (RICHARDSON, 1999). As informações serão transportadas para o programa computacional SPSS 11,5 para análise, cruzamento de dados e formação de gráficos e tabelas. Por ser um estudo de caso, não é o propósito deste trabalho apontar a solução definitiva para o problema geral dos furtos e roubos de veículos que se avolumam em nosso país. Por certo não se estabelecerá um ponto final nesta questão. Pretende-se, tão-somente, aclarar o pensamento existente sobre o tema, circunscrevendo-o ao caso específico do município de Tijucas em Santa Catarina. Para o desenvolvimento da presente pesquisa foram formulados os seguintes questionamentos: a) Quais os meses, dias da semana e horários em que ocorrem, com maior freqüência, os furtos e roubos de veículos em Tijucas/SC? b) Os furtos e roubos se acentuam nos finais de semana e datas festivas ou comemorativas? 18 Já as hipóteses consideradas foram: a) Veículos furtados e roubados possuem perfis (características) diferentes; b) Os furtos e roubos ocorrem com maior freqüência nos finais de semana e feriados; c) Nas datas festivas ou comemorativas acentuam-se os furtos roubos de veículos na região onde ocorrem estes eventos. Finalmente, buscou-se nortear as hipóteses formuladas com as seguintes variáveis: a) Tipo de veículo furtado e roubado; b) Local do delito; c) Dia da semana do delito. O relatório final da pesquisa foi estruturado em três capítulos, podendo-se, inclusive, delineá-los como três molduras distintas, mas conexas: a primeira, atinente a uma contextualização da violência e da criminalidade, sobretudo, no Brasil contemporâneo; a segunda, uma análise das estatísticas sobre os furtos e roubos de veículos em Tijucas, Santa Catarina, no período de 2005 a 2010; e, a terceira, com base no perfil dos furtos e roubos no período delineado em Tijucas, apresentar as ações que configuram uma proposta Inteligente de Segurança Pública para conter os furtos e roubos de veículos em Tijucas/SC. Quanto à metodologia empregada, registra-se que, na fase de investigação foi utilizado o método indutivo, e, o relatório dos resultados expresso na presente monografia é composto na base lógica indutiva, já que se parte de uma formulação específica do problema, buscandose posições científicas que os sustentem ou neguem, para que, ao final, seja apontada a prevalência, ou não, das hipóteses elencadas. Nas diversas fases da pesquisa, foram acionadas as técnicas do referente, da categoria, do conceito operacional e da pesquisa bibliográfica. É conveniente ressaltar, enfim, que, seguindo as diretrizes metodológicas do Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí, as categorias fundamentais, são grafadas, sempre, com a letra inicial maiúscula e seus conceitos operacionais apresentados em Lista de Categorias e seus Conceitos Operacionais, ao início do trabalho. 19 Os acordos semânticos que procuram resguardar a linha lógica do relatório da pesquisa e respectivas categorias, por opção metodológica, estão apresentados na Lista de Categorias e seus Conceitos Operacionais, conforme sugestão apresentada por Cesar Luiz PASOLD, muito embora algumas delas tenham seus conceitos mais aprofundados no corpo da pesquisa. Ressalte-se que a estrutura metodológica e as técnicas aplicadas neste relatório estão em conformidade com as propostas apresentadas no Caderno de Ensino: formação continuada. Ano 2, número 4, assim como nas obras de Cesar Luiz PASOLD, Prática da pesquisa jurídica: idéias e ferramentas úteis ao pesquisador do Direito e Valdir Francisco COLZANI, Guia para redação do trabalho científico. O presente Relatório de Pesquisa se encerra com as Considerações Finais, nas quais são apresentados pontos conclusivos destacados, seguidos da estimulação à continuidade dos estudos e das reflexões sobre a Segurança Pública no Brasil. Com este itinerário, espera-se alcançar o intuito que ensejou a preferência por este estudo: uma contribuição aos estudos sobre a Segurança Pública e às iniciativas que buscam fortalecer e consolidar o PRONASCI. 20 2 O CENÁRIO CONTEMPORÂNEO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE 2.1 UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE De acordo com Abreu e Lourenço (2010), hoje em dia, a violência faz parte do nosso cotidiano. Certamente vivenciamos expectativas e frustrações no tocante à fragilidade da vida pública e social com relação à violência. Não são poucas as notícias e imagens que nos chegam, expondo o sério problema da violência no mundo e em nosso país. Contudo, não é somente através dos noticiários de TV que a violência chega ao universo de nossos lares. No que se refere ao nosso estado, embora Santa Catarina figure entre as duas unidades federativas brasileiras com menores índices de violência e criminalidade, recentemente a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Santa Catarina, iniciou uma campanha estadual contra a violência e a insegurança que assolam a nossa população. Suas atividades tiveram início no dia 7 de agosto de 2010, data em que diversos agentes da sociedade civil organizada, membros dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e do Ministério Público, representantes dos Conselhos de Classe e dos Sindicatos, reuniram-se às 11 horas nas proximidades do Mercado Público de Florianópolis para dar início a um movimento de pedido de paz. O movimento encabeçado pela OAB catarinense teve como origem o assassinato de dois de seus associados nos meses de junho e julho deste ano, respectivamente. Contudo, este é um problema que perpassa toda a sociedade brasileira. Na verdade, estamos expostos com muita freqüência aos fatores geradores da violência. Podemos falar em violência urbana, em violência no trânsito, em violência doméstica, em violência nos esportes, em violência televisiva e, até mesmo, em violência virtual. Desde muito cedo, nossos filhos estão entrando em contato com cenas violentas na programação infantil de TV ou nos jogos de videogames. Sabemos que o ser humano é fruto 21 de relações sociais: a personalidade violenta decorre, em regra, do ambiente social - marcado pela violência - no qual o ser humano foi socializado. No passado, era possível afirmar com certeza que a violência estava associada, quase que exclusivamente, ao mundo da pobreza. Se você habitasse o espaço social da violência, teria que conviver com ela ou com seus efeitos. Eram os reflexos da vida marcada pela miséria e pela exclusão que impulsionavam o comportamento violento. A violência ocorria nas famílias socialmente desestruturadas e localizava-se nas áreas urbanas que espelhavam a pobreza: as periferias e as favelas. Sobre este tema, Abreu e Ferrari (2009) destacam que os indicadores do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) demonstram que o crime no Brasil é praticado por homens na faixa etária de 14 a 26 anos de idade; da cor parda ou preta; residentes nas periferias e favelas dos grandes centros urbanos; com escolaridade que não ultrapassa o ensino fundamental; com renda por pessoa inferior a um salário mínimo e com um ambiente familiar marcado por um histórico de ausências e violência. Este perfil social da violência no Brasil, decorrente do estereótipo do suspeito, vem provocando uma série de confusões que acabam se convertendo em abusos da parte das autoridades estatais incumbidas de reprimir a criminalidade. De acordo com Zaffaroni (1991), o que ocorre geralmente nestes casos de violência às camadas mais baixas da população é a aplicação da teoria da vulnerabilidade. Vulnerável aos abusos dos agentes do aparelho repressivo do Estado, as pessoas pobres que vivem ou atuam em lugares marginalizados, são o estereótipo para a prática do crime e, por isso, tornam-se as vítimas mais vulneráveis à violência de um modelo de segurança pública que ainda direciona sua atenção quase que exclusivamente para os pobres. Entre todos os integrantes do mundo da pobreza, destacam-se o (a) profissional do sexo que atua nas ruas; o migrante que foge da desigualdade regional, a mulher que vive nas periferias e favelas; e, sobretudo, dado ao seu histórico de marginalização social e criminal, o negro. 2.1.1 A nova face da violência e da criminalidade 22 Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças no perfil social da violência e do crime. Pessoas, sobretudo jovens, que não fazem parte do mundo da pobreza e da discriminação racial, têm tido participação constante nas ações de violência e criminalidade. No Brasil, são cada vez mais freqüentes as informações que nos chegam sobre atos de violência e criminalidade envolvendo jovens da alta classe média que agridem, por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais do sexo, negros, nordestinos e indígenas, entre outros seguimentos que integram um extenso leque de minorias sociais. Há muitos questionamentos sobre os elementos que motivam os jovens que receberam carinho dos pais, educação escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de consumo, a praticar ações de violência e criminalidade. Para tentar responder este questionamento, uma coisa é certa, não podemos deixar de levar em consideração os novos elementos que passaram a atuar no nosso processo de socialização dos anos 80 do século passado para cá. Há pelo menos três décadas, crianças e jovens do Brasil estão em contato diário com uma série de informações que incentivam e banalizam a violência. De modo geral, a violência, traduz-se na época atual por um evento cujas implicações e desdobramentos atingem, sem distinção, todos os segmentos sociais. Conforme relata Moser (1991), a violência é, conceitualmente, um comportamento social, já que pressupõe uma relação que envolve pelo menos duas pessoas, como a maioria das condutas humanas. É uma interação, na medida em que se origina e se efetiva na relação com o outro, o que condiciona e modela nosso comportamento. Existem, pelo menos, duas pessoas que participam dessa interação: o agressor e a vítima. De fato, é inconcebível uma conduta violenta sem a presença do outro. Não há violência sem vítima. Ela encontra sua origem imediata e se explica com referência à palavra e aos atos de outrem. Mas, também não existe violência sem um contexto. Um comportamento social não é um ato de indivíduos isolados, porém de pessoas que têm os mesmo valores, expectativas, papéis e regras que definem as relações entre si. Sobre a violência e a criminalidade contemporânea, vale destacar o acentuado processo de banalização da vida humana provocado pela nossa intensa exposição a cenas televisivas violentas. O intenso contato com este tipo de programação de TV, associado ao irreversível processo de urbanização e desenvolvimento tecnológico que nos afasta cada vez 23 mais dos relacionamentos sociais direitos, tem provocado nas pessoas, em geral, reações de total indiferença em relação às ações violentas e criminosas alheias. Hoje em dia, somos capazes de viver dez, quinze ou vinte anos no mesmo edifício de apartamentos e, ainda assim, não sabermos o nome do nosso vizinho de porta. Tudo o que sabemos sobre o mundo e as pessoas nos chega através da TV, da Rede mundial de computadores ou do telefone. Este processo social que nos torna próximos do ponto de vista físico e distantes do ponto de vista dos relacionamentos sociais, faz com que não esbocemos mais nenhuma reação emocional quando nos deparamos com a violência praticada contra pessoas que não conhecemos. Somente nos chocamos com a violência sofrida por seres humanos que compartilham do nosso, cada vez mais restrito, rol de relacionamentos pessoais. Destacando o mesmo problema na sociedade dos Estados Unidos da América, recentemente um famoso cineasta, produziu dois filmes de curta duração que foram exibidos em diversas vias públicas dos centros urbanos do seu país. O primeiro vídeo mostrava a técnica de retirar pele de coelhos desenvolvida por uma artesã do interior de um dos estados tradicionais dos EUA. A retirada da pele ocorria sem os coelhos serem abatidos preliminarmente e, a população que assistia a cena, em total perplexidade, dava as costas à tela que exibia o imaginável ritual de dor ao qual estavam sendo submetidos os animais, recusava-se a continuar vendo as imagens. O segundo mostrava um homem negro sendo baleado - à queima roupa - por um policial após roubar uma carteira. As pessoas que assistiam um ser humano perdendo a vida de forma brutal não esboçavam nenhuma reação emotiva. Alguns justificavam sua frieza afirmando que o coelho não havia roubado ninguém. Sobre este enfoque, torna-se interessante investigar os atos de violência associados a pessoas ou grupos sociais que não habitam o espaço social violento, mas que estão freqüentemente expostos aos seus efeitos através dos instrumentos de mídia. Isso é apenas uma sugestão de pesquisa criminal ainda pouco explorada no Brasil. Inúmeras pesquisas no campo da psicologia têm mostrado, de maneira repetida, que há correlação positiva em a assistência a filmes violentos e o comportamento agressivo e criminoso dos pacientes. Na realidade, a carga de violência a que as crianças estão expostas na televisão está positivamente correlacionada com certos comportamentos agressivos como discutir, entrar em conflitos com os pais, ou, mesmo, cometer atos delituosos. (MOSER, 1991). 24 Não resta dúvida que o resultado de tanta exposição aos cenários de violência e criminalidade influencia diretamente o nosso comportamento social. A escalada da violência e da criminalidade no Brasil se banaliza cada vez mais porque ela está ganhando contornos culturais. Geertz (1989), por exemplo, afirma que a tentativa de compreender tanto a organização da atividade social como a natureza de suas relações, nos impõe a difícil tarefa científica de interpretar a cultura. Para interpretar a cultura é preciso voltar-se para o “universo das idéias”: conjunto de experiências, crenças e sentimentos que dão ordem e significado ao comportamento social dos seres humanos. Não é nenhuma novidade que os heróis de nossos filhos são personagens de desenhos animados que se relacionam de forma violenta e intolerante com seus adversários. Qualquer pai que passa uma manhã acompanhando a programação infantil de TV que seu filho assiste semanalmente veria porque que mesmo nunca tendo comprado uma arma de brinquedo para o garoto, ainda sim, ele vive transformando seus brinquedos de encaixe em poderosas metralhadoras e emitindo sons de rajadas de balas pelos corredores da casa. Os modernos jogos de vídeo game, com suas cenas que tentam imitar uma suposta realidade, são tão violentos que o governo brasileiro estuda a possibilidade de proibir alguns deles: acredita-se que eles incitam a violência e o crime. Se no passado a violência e a criminalidade estavam presentes no ambiente sóciocultural das populações marginalizadas pela pobreza e, por isso, não era passível de escolha; hoje, os jogos virtuais tornaram a violência, inclusive, opcional: compra-se um DVD com jogos violentos, e a violência – virtual – vai até você. Você pode levar a violência para casa e oferecê-la para seus filhos, parentes e amigos. Na verdade, a violência ganhou sentido mercadológico. Os produtores de jogos e programas de TV violentos argumentam que, nos dias de hoje, as pessoas já aprenderam a distinguir a fantasia do real. Contudo, o que não se pode esquecer é que as pessoas são produtos do seu meio: seja ele real ou virtual. De todo modo, percebe-se que muito mais que um efeito do velho comércio de drogas alimentado pelo consumo das classes médias urbanas, a violência hoje também gera lucros como instrumento de diversão. Ela pode ser percebida nas rinhas clandestinas de cães ou de seres humanos que lutam para gerar diversão a um público sedento para poder acompanhar a banalização da vida: banalização da vida que produz lucro. 25 Isso é um problema para o Brasil, principalmente quando os efeitos deste novo tipo de violência se somam aos da violência tradicional, ligada ao ambiente social da pobreza. De acordo com dados fornecidos por Cerqueira (2005), nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, o custo da violência e da criminalidade, entre os anos de 1995 e 1999, somou mais de 70 bilhões de reais. As estimativas para os anos posteriores acresciam a este total cerca de 5% ao ano. Daí dá para se ter uma idéia do montante de recursos destinados à segurança publica brasileira nos últimos dez anos. 2.1.2 Um panorama geral da violência e da criminalidade As instituições classificadas como sendo de segurança estão atravessando um período de turbulência no Brasil. Numa análise imediata, pode-se até afirmar que a questão perpassa pelo desinteresse dos governantes em adotar medidas para amenizar a situação. Entretanto, esta seria a verdade parcial dos fatos e traria a falsa impressão de que o problema é de fácil solução. Do lado da criminalidade, as estatísticas demonstram que a taxa de homicídios, por exemplo, praticamente triplicou em pouco mais de vinte anos. E, esse quadro é ainda mais assustador se forem observados outros detalhes estatísticos. Nos últimos 25 anos ocorreram 794 mil assassinatos no Brasil. Nesse período, houve um crescimento médio anual de 5,6% do número de homicídios, o que posicionou o país entre os mais violentos do planeta, com uma taxa de 28 homicídios para cada 100 mil habitantes. Segundo afirma Soares (1996), na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, apenas 8% dos homicídios cometidos chegam a se transformar em processos devidamente instruídos e encaminhados ao Judiciário, de maneira que uma média de 82% desses crimes fica absolutamente impune. Conforme informações da Revista SUPER INTERESSANTE de março de 2008, o Brasil tinha naquele ano mais de 400 mil presos. Oliveira (2002) afirma que entre 1995 e 2001, o percentual de presos para cada cem mil habitantes passou de 95,5 para 141,5. Para abrigar esta verdadeira nação paralela, o país soma algo em torno de 300 mil vagas nas prisões. Entre 1995 e 2007, esta quantidade praticamente quadruplicou. Atualmente, o déficit de vagas nos presídios brasileiros é de quase 40%. 26 O uso excessivo da força por parte da polícia é outro indicativo marcante da insegurança que assola o país: a sociedade teme a polícia. Pelos relatos de Cerqueira (2005), somente no Estado do Rio de Janeiro, entre 2002 e 2004, as polícias mataram em média 1.023 civis por ano. É válido destacar que essas mortes representam apenas as incidências registradas oficialmente. Segundo o mesmo autor, apenas para indicar a magnitude do problema, todas as forças policiais dos Estados Unidos da América mataram, nesse mesmo período, 363 civis por ano. Comparativamente, as polícias - civil e militar - do Rio de Janeiro matam quase três vezes mais do que todas as polícias dos EUA juntas. Nos últimos anos, a ineficácia das ações públicas para conter a violência e a criminalidade no Brasil tem provocado um sentimento de profunda instabilidade e de insegurança na sociedade. Contemporaneamente, parece ser oportuno tratar dos temas relacionados à violência, uma vez que ela se constitui na faceta mais perceptível da insegurança que preocupa autoridades políticas, policiais e sociedade. Segundo Peralva (2000), nos anos 80, à medida que a transição democrática ocorreu sob a forma de uma ruptura progressiva com a experiência autoritária, importantes demandas relativas à reconstrução das instituições responsáveis pela segurança pública foram deixadas de lado. Sem realmente poder contar com instituições novas em terreno sensível, e já não mais dispondo dos mecanismos de regulação característicos do período autoritário, a democracia terminou abrindo amplas possibilidades para que a violência e a criminalidade se desenvolvessem. A não reformulação da polícia, particularmente a militar, no que tange o sentimento social de segurança, trouxe conseqüências irreparáveis à sociedade. Conforme descreve Goldstein (2003), o vigor da democracia e da qualidade de vida desejada por seus cidadãos estão determinados em larga escala pela habilidade da polícia cumprir suas obrigações. Além disso, é preciso levar em conta que o desafio que se impõe ao Estado é o de garantir o respeito a uma lei que precisa ser reconhecida como comum, pois a ausência de democracia havia levado os brasileiros a acreditarem que a lei era uma máscara para a opressão, e que sua transgressão constituía um princípio de liberdade. 2.1.3 Violência, criminalidade e segurança pública 27 O tema central desta monografia é a questão da segurança pública, mais especificamente as políticas de segurança pública no Brasil no período posterior à Constituição de 1988. No entanto, para uma compreensão exata dos conceitos que permeiam essa discussão e para evitar desvios interpretativos infortúnios ou apropriações terminológicas indevidas, é necessário tecer algumas considerações que demonstrem com clareza qual o entendimento que este trabalho monográfico tem de democracia, cidadania, segurança, política pública, crime e criminalidade, violência e polícia. Deste modo, será feita uma análise do sentido etimológico de cada um destes termos, bem como da sua interpretação e da conotação que podem assumir no contexto sócio-cultural do imaginário brasileiro. A técnica dialética de análise e produção textual parece, em princípio, ser a mais apropriada para cumprir este propósito. Em consonância com seu processo de desenvolvimento econômico e social, a democratização no Brasil também ocorreu tardiamente. Pode-se afirmar que ela ainda está em curso, como ocorre com a grande maioria dos países latino-americanos e de capitalismo tardio. Prova disso são as diversas irregularidades institucionais verificadas rotineiramente e que acabam se tornando escândalos nacionais. As instituições no país carecem de um amadurecimento e de uma melhor definição de papéis em todos os níveis. A Constituição Federal, em vigor desde 1988, foi uma conquista inestimável para a construção da identidade nacional, no entanto, passados pouco mais de vinte anos da data de sua promulgação, ainda há crises em alguns setores da administração pública. A dificuldade de definir funções e atribuir responsabilidades é fruto de uma herança histórica autoritária que o Brasil ainda não conseguiu se desvencilhar. O período do regime autoritário serviu em muitos aspectos como um vetor desta indefinição. Enquanto diversas instituições foram se democratizando e conseguiram ocupar espaço na sociedade, com uma regulamentação legal condizente com a função social por elas desempenhada, as organizações de segurança pública deixaram de receber a atenção adequada. Neste sentido, vale destacar as organizações policiais militares, que, durante o regime ditatorial, funcionavam como instrumentos de fiscalização e de controle da sociedade, servindo especialmente como força auxiliar do Exército no combate às “ameaças” internas e na preservação da ordem e da paz. O cenário nacional neste período foi de rígido cerceamento das liberdades individuais e as polícias militares foram os principais órgãos estatais de repressão. Com a derrocada do 28 regime e a emergência dos princípios democráticos, a nova ordem constitucional do país definiu as entidades públicas incumbidas de assegurar o exercício dos direitos sociais. Contudo, as polícias militares e os corpos de bombeiros permaneceram como forças auxiliares e de reserva do Exército (Art. 144, § 6º, da Constituição Federal). Na área social este problema produziu inúmeros sofismas que se manifestam em políticas sociais discriminatórias, marginalizantes e ineficazes. Beato Filho (1999) afirma que “a proposição de políticas públicas de segurança, no Brasil, consiste num movimento pendular, oscilando entre a reforma social e a dissuasão individual”. Questões como as causas da violência e da criminalidade assumem, nesse contexto, proporções decisivas para a escolha da política a ser adotada no campo da segurança. Os preceitos fundamentais da democracia foram difundidos em todo o planeta com força e com velocidade extraordinárias. Em que pese se tratar de um conceito que atravessou séculos e se consagrou na prática e na doutrina política em todo o mundo moderno, há quem acredite que jamais se praticou um governo democrático, tal como a teoria ensina (OLIVEIRA, 2002). Contudo, convém salientar que “poucos termos se fizeram acompanhar de tantas qualificações e se prestaram a tantas diferenciações como democracia” (CERQUEIRA, 2005). O termo democracia remete à soberania popular e à distribuição eqüitativa do poder (GOLDSTEIN, 2003), onde o núcleo do pensamento democrático está no bem comum e no aperfeiçoamento do indivíduo enquanto cidadão (MOSSÈ, 1979). Governo democrático é aquele exercido por todos os habitantes de uma determinada localidade, que, por sua vez, possuem liberdade de demandar ações do governo e igualdade de influência na tomada de decisão, independente de qualquer distinção. Trata-se, nesse caso, da democracia direta, tal qual o paradigma grego, descrito pela primeira vez por TUCÍDIDES, no qual o pressuposto é que a participação efetiva de todos os cidadãos é perfeitamente realizável, uma vez que todos possuem consciência das reais necessidades da coletividade e se dispõem a preservar os interesses coletivos em detrimento das demandas particulares. O problema da aplicabilidade da democracia direta se refere basicamente à questão da dimensão territorial e do número de pessoas, em outras palavras, ao tamanho das sociedades contemporâneas. A inviabilidade de um projeto democrático é exatamente a inviabilidade da conscientização política de toda a população e a latente desigualdade social e econômica atual. 29 Sendo assim, o conceito de democracia progrediu para ser compreendido como uma forma de governo em que o povo delega poderes a representantes eleitos através do voto. Esta seria a democracia representativa praticada em quase todos os países e que, na prática, significa uma distribuição desigual do poder de decisão, resultando em clientelismo estatal, recrudescimento político e agravamento significativo das desigualdades sociais. Por conta destes fatores, o debate recente está marcado por elementos que procuram definir uma democracia procedimental avançando para um modelo de democracia deliberativa que postula um retorno ao núcleo dogmático grego, adaptado, porém ao contexto moderno, marcado por profundas desigualdades e populações muito numerosas. Neste sentido, o conceito de democracia pressupõe uma deliberação pública entre pessoas formal e substancialmente iguais que objetivam como resultado das suas decisões recíprocas o bem comum. Seria a criação de um ciclo político através do qual o bem coletivo se estabeleceria como resultado da discussão pública entre pessoas iguais que têm por finalidade medidas que solucionem os problemas que são comuns a todos. Este modelo de democracia deliberativa servirá de referência para tratarmos adiante de algumas alternativas de ações que podem ser desenvolvidas no campo da segurança pública, redefinindo o papel do Estado e das polícias na preservação da ordem, da paz e na promoção de justiça. O exercício da cidadania estará condicionado, dessa maneira, às condições objetivas de participação no debate público, não só no que tange às questões de segurança, mas em todos os aspectos da sociedade. Cidadania, nessa perspectiva, não se resumiria ao ato de votar, abrangendo também a capacidade e a habilidade que cada componente da sociedade possui de participar no processo de construção dos ideais a serem alcançados pela Nação e, sobretudo, na formulação dos métodos, programas, políticas, projetos e ações que serão empregadas na busca dos ideais estabelecidos. O acesso aos serviços oferecidos pelo Estado, dentro dessa concepção, seria o principal indício do nível de participação no processo democrático e, portanto, a ferramenta para a postulação das políticas de gestão. 30 As políticas públicas se resumiriam na sistematização de um plano de ação estatal, no sentido de satisfazer as necessidades emergentes da sociedade, construído com a participação popular, obedecendo aos princípios da democracia deliberativa e da cidadania ampliada. Como se pode notar, a qualificação de um conceito acaba desencadeando uma avalanche de idéias que vão se complementando até formarem um arcabouço teórico, no qual as características intrínsecas ao modelo proposto tomam forma e expõem com clareza o ideal definitivo a ser alcançado. No caso de segurança, para compreender exatamente o que se busca aqui ao empregar esta palavra, talvez seja interessante considerar o que seja insegurança. Para Goldstein (2003), o significado de insegurança diz respeito ao conjunto de acontecimentos, dentro de uma determinada sociedade que ocasiona um comportamento social entranhado de medo, de ausência de paz e de ordem, e, sobretudo, de desespero em relação ao Estado e suas entidades responsáveis pela segurança. Diante disso, fica evidente que a segurança está diretamente relacionada a não ocorrência de crimes, violências ou desordens. No sentido etimológico, o termo designa a condição de estar seguro, a convicção ou a certeza da segurança (OLIVEIRA, 2002). Assim, o controle, a prevenção e a repressão do crime e da violência tornam-se os principais objetos da atividade policial, pois, entre todas as instituições do Estado, é a polícia quem tem por primeira finalidade estabelecer e manter a segurança pública. Conforme define Meireles (2007), “polícia é a instituição ou atividade estatal de proteção social, desenvolvida através de estruturas de poder e de força, garantidora da ordem social”. Como se pode notar, o papel da polícia na sociedade vai além daquele preconizado popularmente. Não há apenas uma polícia que deve prender ou correr atrás do bandido, como se cristalizou no entendimento das pessoas. Este aspecto se restringe apenas à polícia criminal que representa o Estado no amplo esforço social que objetiva prevenir e reprimir as infrações penais com ênfase para os crimes. Na verdade, existe um ciclo completo que incorpora as polícias administrativas (sanitária, de meio-ambiente, fazendária, de trânsito, etc.), judiciárias (civil ou federal), de força (militar), de desastres (Corpo de Bombeiros) e prisionais. 31 Uma vez tendo em mente a amplitude da atividade policial, convém salientar o que se entende por crime, criminalidade e violência. Crime é a infração da lei penal, ou o desvio do padrão de conduta estipulado pela legislação e esperado por todos os cidadãos. Criminalidade é o conjunto de crimes cometidos em determinado local, num dado período de tempo. Deste modo, o crime estaria intimamente ligado à questão psicossocial do criminoso: à sua índole individual; e às condições objetivas de materialidade, como a ausência de policiamento ou precariedade de iluminação. Já a criminalidade seria a mensuração dos delitos ocorridos. CERQUEIRA (2005) afirma que a sociologia da criminalidade pode conceber duas grandes perspectivas teóricas básicas: 1) as Teorias Culturalistas que concebem o crime e a criminalidade como produto do sistema social e, portanto, como uma disfunção social; 2) as Teorias Racionalistas que vêem o crime como uma atividade rotineira e normal, necessária e produzida pela própria sociedade. Para a visão culturalista, o Estado deve procurar promover o crescimento econômico, a geração de emprego e a distribuição de renda, combatendo a pobreza e a desigualdade: concebidas as causas sociais do crime. O problema desse enfoque é que diversos estudos têm mostrado que redução de desemprego, crescimento econômico e aumento da escolaridade, por si só, não têm efeito redutor sobre as taxas de criminalidade nas grandes cidades (BECKER, 1977; SAPORI e WANDERLEY, 2001). Sobre o conceito de violência, destaca-se o substantivo contrário à justiça e ao direito que trás consigo o emprego da força física de maneira impetuosa, veemente e tumultuosa. Oliveira (2002) salienta que a violência é uma ação tipicamente humana e, como tal, carregada de racionalidade. Ainda que o ato violento seja intrínseco à agressividade, comparável ao instinto animal, o que diferencia o ser violento do agressivo é a existência do desejo de se cometer o ato de força ilegal. 2.1.4 O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – PRONASCI Desde maio de 2007, está em vigor o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI). Decorridos dois anos desde a aprovação deste programa de segurança pela presidência da república, diversas alianças foram firmadas entre órgãos do 32 poder público, estabelecendo responsabilidades e metas integradas na esfera federal e estadual. Para implantar o PRONASCI o governo brasileiro está prevendo um gasto de quase sete bilhões de reais até 2012. Entre os principais eixos do programa destacam-se a valorização dos profissionais de segurança pública, a reestruturação do sistema penitenciário, o combate à corrupção policial e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência. Os projetos que compõem o PRONASCI estão dispostos dentro de metas setoriais, das quais a modernização das instituições de segurança pública e do sistema prisional é a primeira delas. Além de intensificar as ações da Força Nacional de Segurança Pública e tentar prorrogar a Campanha Nacional de Desarmamento, o PRONASCI, através da Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP), também instituirá cursos de tecnólogo, de especialização e de mestrado em segurança pública em todo país. A criação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) é uma importante iniciativa governamental que poderá render bons frutos no futuro se seu principal objetivo, unir o Estado e a Sociedade nas ações de prevenção e repressão à violência e à criminalidade, for alcançado. Neste sentido, tão importante quanto sérias iniciativas de governo direcionadas à qualificação de profissionais, à aprovação e destinação de recursos e ao desenvolvimento de projetos voltados para a segurança pública e para a proteção e inclusão de atores vulneráveis à violência e ao crime, é o engajamento participativo de amplos segmentos organizados da sociedade e instituições, inclusive universitárias, capazes de contribuir com este processo que interessa a todos nós. O objetivo central do PRONASCI de envolver a comunidade na prevenção da violência torna muito importante as iniciativas da sociedade para conter a criminalidade. Deste modo, a proposta universitária de realizar uma pesquisa quantitativa para auxiliar as autoridades policiais no combate aos furtos e roubos de veículos em Tijucas (SC) acaba sendo uma importante iniciativa da sociedade civil que se molda aos objetivos de segurança pública propostos pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. 2.1.5 Roubo e furto de veículos no Brasil 33 O furto e roubo de veículos no Brasil vem aumentado a cada ano, e cada unidade federativa brasileira vem aprimorando estratégias para a diminuição desse quadro, porém é alarmante a situação. Conforme o delegado de furto e roubo de veículos do Rio Grande do Sul Eduardo de Oliveira, em entrevista a revista Quatro Rodas, a busca por novas tecnologias para aumentar a segurança dos veículos e a evolução dos aparatos antifurtos, como chaves codificadas, alarmes sofisticados e bloqueadores, fizeram que os furtos diminuíssem, porém provocaram um crescimento do número de roubos, colaborando para o aumento da violência nas cidades. Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública, de cada dez ocorrências registradas em 2005, quatro eram de roubo e seis de furto. Mas, Oliveira explica que a tendência é que o número de roubos a mão armada logo ultrapasse o de furtos. De acordo com o nosso Código Penal em vigência, no seu art. 155, furto é uma figura de crime que consiste em “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”. Difere-se de Roubo por ser praticado sem emprego de violência contra a pessoa ou grave ameaça. O roubo tem sua previsão legal no art. 157 do mesmo código, sendo definido como “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), no mês de abril de 2010 tínhamos no país uma frota total de 61.014.812 veículos automotores. Um estudo feito pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSeg) calcula que 191.347 desses veículos foram furtados ou roubados no país. Relatórios da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais com base em informações do DENATRAN, apresentam São Paulo como o Estado onde mais carros e motos são roubados e furtados. Entre janeiro e junho deste ano ocorreu quase a metade (93.347) de furtos e roubos do país nesta unidade federativa. A estatística de veículos roubados ou furtados por unidade federativa, em quantidades, demonstra que temos em segundo lugar o estado do Rio de Janeiro, em terceiro o Rio Grande do Sul, em quarto o Paraná, em quinto lugar Minas Gerais e em sexto Santa Catarina. A criminalidade no Brasil impressiona, pois ela domina um comércio irregular e de preferências. Percebe-se isto ao constatar o perfil dos dez modelos de veículos mais roubados ou furtados no país. Segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, com base em informações do DENATRAN, o Gol da Volkswagen lidera a lista dos veículos mais 34 roubados ou furtados no Brasil, pois é um carro com a maior frota individual no Brasil, são 5,1 milhões unidades, ou seja, aproximadamente 15% da frota do país. Na seqüência vem a moto Honda CG 125, que tem uma frota estimada em 3,5 milhões, bem menos do que a do Gol. O ranking segue em terceiro lugar com o Fiat Uno, depois vem em ordem de preferência para o delito o Fiat Palio, a Honda CG 150, o GM Corsa, o GM Celta, a Honda CBX, VW Fusca e VW Parati. De modo geral, temos a impressão de que as motos são mais roubadas do que os carros, mas não é verdade quando observamos o percentual representativo da frota de cada veículo em circulação no Brasil. Os ladrões acompanham o mercado de procuras de peças, e daí a lógica que os carros mais vendidos no país são os mais visados para o furto ou roubo. Pois, conseguem vender as peças facilmente, sendo um negócio lucrativo. 2.1.6 Roubo e furto de veículos em Santa Catarina O crescente do fenômeno da violência no Brasil torna a vida cotidiana mais assustadora e cara. No estado de Santa Catarina, que no ranking de furto ou roubo de veículos encontra-se em sexto lugar, não é diferente, pois a sensação é de total insegurança. De acordo com Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN/SC), Santa Catarina conta atualmente com uma frota de 3.313.191 veículos. No mês de fevereiro de 2010 foram registrados 998 furtos de veículos na nossa unidade federativa, segundo o mais recente levantamento divulgado pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (FENASEG). A cidade de Joinville registrou a maior incidência com 157 casos, seguida de Florianópolis, com 93 e São José, com 79 casos. Os veículos preferidos dos ladrões em Santa Catarina são as motos Honda CG 125. No total, 154 delas foram furtadas em fevereiro, 15,43% do total. Em seguida aparecem o Gol da Volkswagen, com 97 unidades furtadas e o Fiat Uno, com 58. A lista dos dez veículos mais roubados abrange ainda a moto Honda CG 150, com 35 casos, Honda CBX com 34, Fiat Palio com 29, Honda C 100 com 26, GM Corsa com 24, Honda Biz com 19 e o GM Celta com 17 casos. De acordo com o Sindicato das Seguradoras, Previdências e Capitalização do estado de Santa Catarina (SINDSEGSC), uma comparação com dados de fevereiro de 2009 mostra que os furtos de veículos cresceram 11,26% no último ano. Santa Catarina ocupa a sexta posição entre as unidades federativas brasileiras que registraram os maiores índices de crescimento. Em fevereiro de 2009 foram registrados 897 furtos em Santa Catarina. 35 Duas cidades apresentam grandes oscilações na comparação entre os meses de fevereiro de 2009 a fevereiro de 2010. Florianópolis apresentou o maior crescimento nos furtos, passando de 34 (trinta e quatro) para 93 (noventa e três). Já Balneário Camboriú viu o número de registros “despencar” de 80 (oitenta) casos para apenas 25 (vinte e cinco). 3 ASPECTOS GERAIS DO PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC 3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC Localizado a 50 quilômetros ao norte de Florianópolis, o município de Tijucas situa-se no litoral de Santa Catarina, às margens do rio que recebe o mesmo nome e do principal eixo rodoviário do país na região sul, a BR-101. Contêm uma área demográfica de 277,90 km². O município conta hoje com uma estimativa populacional de 29.674 habitantes, segundo informações do Portal oficial da Prefeitura Municipal. Serve de entrada para a região denominada de Vale do Rio Tijucas, a qual incorpora os municípios de Canelinha, São João Batista e Nova Trento (cidade onde fica o santuário de Santa Paulina). O município é composto por dezesseis bairros. Na zona urbana do município se encontram os bairros: Centro, Areias, Joaia, Pernambuco, Praça, Santa Luzia, Sul do Rio, Universitário e XV de Novembro. A zona rural é composta por Campo Novo, Itinga, Morretes, Nova Descoberta, Oliveira, Terra Nova e Timbé. 3.1.1 O perfil dos delitos envolvendo veículos de Tijucas/SC no período 2005-2010 Segundo as estatísticas que envolvem furtos de veículos no mês de fevereiro de 2010, esses são os dez municípios catarinenses com maiores incidências: Joinville (497.331 habitantes), com 157 casos; Florianópolis (408.161), 93; São José (201.746), 79; Chapecó (174.187), 54; Itajaí (172.081), 40; Blumenau (299.416), 36; Criciúma (188.557), 35; Lages (167.805), 26; Balneário Camboriú (102.081), 25 e Penha (22.263), 22. Mesmo não figurando - por motivo de características populacionais (menor quantidade de habitantes e veículos) entre os dez municípios com as maiores incidências de furtos de veículos em Santa Catarina, tendo registrado apenas quatro casos neste mesmo período, Tijucas se mantém na média de furtos de veículos por habitante apresentada pelos municípios que lideram as estatísticas 37 estaduais: 0,02 furtos de veículos por habitantes. Neste caso, a exceção é o município de Penha, no qual entre outras atrações turísticas está sediado o parque temático “Beto Carreiro”, com índice de 0,10 furtos de veículos por habitante no mês de fevereiro de 2010. Conforme informações do Departamento Nacional de Trânsito de Santa Catarina (DETRAN), o município de Tijucas contava até julho deste ano (2010) com uma frota de 18.371 veículos. Este número corresponde a 0,56% da frota estadual no mesmo período: 3.313.191. Na última década houve um crescimento acentuado de veículos em Tijucas. Em 2003 a frota local era de 9.893. De lá para cá houve um aumento de 92,84% na frota de veículos registrados no município. Isso significa que hoje há em média 1,62 veículos para cada habitante de Tijucas. O perfil da frota de Tijucas é formado por 9.071 automóveis, 1.431 camionetas, 1.166 caminhões, 2.352 motonetas, 3.551 motocicletas, 636 reboques, 85 ônibus, 51 utilitários, 28 outros. Nos últimos três anos correram em média 76 delitos envolvendo furto ou roubo de veículos registrados em Tijucas, o que significa que na média, 0,41% da frota total de veículos foi furtada ou roubada no município nos últimos três anos. Se levarmos em consideração apenas o perfil dos veículos furtados ou roubados em Tijucas (automóveis, camioneta, caminhões, motocicletas e motonetas), esse percentual sobre para 0,43%. Conforme os dados pesquisados nos Boletins de Ocorrência preenchidos entre os anos de 2005 a julho de 2010 na Delegacia de Polícia Civil da Comarca de Tijucas, podemos perceber que houve um aumento progressivo de furtos e roubos de veículos até 2007, a partir de então, estabeleceu-se uma média de 76 delitos nos anos seguintes, conforme pode ser visualizado nos gráficos apresentados abaixo. 201 0 41 201 0 12% 200 9 79 200 9 22% 200 8 73 200 8 21% 200 7 77 200 7 22% 200 6 53 200 6 15% 200 5 30 200 5 8% 0 25 50 75 0% 5% 10% 15% 20% 38 Esta pesquisa que investiga os anos entre 2005 e 2010 revelou que neste período ocorreram 353 delitos, sendo 288 furtos (81,6%) e 65 roubos (18,4%). Ano do Delito Delito Furto 2005 22 Roubo Total 2006 Total 42 2007 61 2008 65 2009 61 2010 37 8 11 16 8 18 4 65 30 53 77 73 79 41 353 288 Dos trinta delitos ocorridos no município de Tijucas em 2005, foram 22 furtos (73%) e 8 roubos (27%); dos 53 de 2006, 42 furtos (79%) e 11 roubos (21%); dos 77 de 2007, tivemos 61 casos de furtos (79%) e 16 de roubos (21%); dos 73 de 2008, aconteceram 65 furtos (89%) e 8 roubos (11%); dos 79 de 2009, registrou-se 61 furtos (77%) e 18 roubos (23%) e, dos 41 casos até julho de 2010, 37 foram furtos (90%) e 4 roubos (10%). Na média, é possível perceber que os furtos correspondem 78% dos delitos anuais, enquanto os roubos representam 22%. A exceção é o ano de 2008, que apesar de registrar um percentual de delitos semelhante à média dos últimos três anos (2007, 2008 e 2009), os furtos ultrapassaram, e muito, o percentual médio anual dos últimos cinco anos, enquanto que os roubos caíram significativamente. O mesmo fenômeno está ocorrendo em 2010, pelo menos até o mês de julho, a tendência de furtos e roubos demonstra semelhanças com o ano de 2008. Rou bo Furt o 65 288 50 100 150 200 250 Estes dados demonstram que apesar do avanço de tecnologias criadas para conter os arrombamentos, inibir os ladrões e, conseqüentemente, o furto de veículos nos últimos anos, esta modalidade de delito ainda continua sendo a mais praticada no município de Tijucas. Aparentemente, a realidade local se distingue do que ocorre no cenário nacional, no qual os 39 roubos, dado à eficácia dos equipamentos de segurança contra furtos, passaram a apresentar índices sempre crescentes em detrimento da diminuição dos furtos, conforme demonstra o depoimento do delegado do departamento contra furto e roubo de veículos do Rio Grande do Sul, Eduardo de Oliveira, já apresentado no primeiro capítulo desta monografia. 3.1.2 Os veículos com maior índice de delitos em Tijucas entre 2005-2010 Os dados de nossa pesquisa apontam que entre 2005 e 2010 foram furtados e roubados 162 automóveis (46%), 91 motocicletas (26%), 45 motonetas (13%), 37 camionetas (10%) e 18 caminhões (5%). Na distribuição por ano, dos 30 casos de 2005, foram 16 automóveis, 9 motocicletas, 4 camionetas, 1 caminhão e nenhuma motoneta; dos 53 de 2006, 34 automóveis, 13 motocicletas, 3 camionetas, 3 motonetas e nenhum caminhão; dos 77 delitos de 2007, são 29 automóveis, 16 motocicletas, 13 camionetas, 11 motonetas e 8 caminhões; dos 73 casos de 2008, foram 29 automóveis, 23 motocicletas, 14 motonetas, 6 camionetas e 1 caminhão; dos 79 de 2009, 35 automóveis, 19 motocicletas, 12 motonetas, 8 caminhões e 5 camionetas; dos 41 casos dos sete primeiros meses de 2010, já são 19 automóveis, 11 motocicletas, 6 camionetas, 5 motonetas e nenhum caminhão. Mot oneta 45 Cam ioneta 37 Cam inhão 18 Mot ociclet a 91 Aut omóv e l 162 0 50 100 150 40 Nesta estatística alguns elementos chamam atenção: o primeiro diz respeito ao – significativo - aumento de delitos envolvendo motonetas, produto praticamente inexistente em 2005, a BIZ 100 e suas concorrentes menos populares tornaram-se, a partir de 2006, alvo bastante visado pelos ladrões; também chama atenção o fato de não existir uma regularidade anual nos delitos envolvendo caminhões, nos anos de 2005, 2006, 2008 e 2010 o número de delitos é significativamente baixo, ao contrário do que ocorreu nos anos de 2007 e 2009. Ainda no caso dos caminhões, de acordo com informações da Comissão (Nacional) Permanente de Segurança (contra roubo de cargas), 10,49% dos roubos de caminhões para comercializar ilegalmente a sua carga ocorrem na região Sul do Brasil. Embora os roubos de caminhões (67%) superem os furtos (33%) no município de Tijucas, o objetivo do roubo ou furto não visa carga como ocorre no cenário das estradas nacionais, de modo geral, são caminhões de pequeno porte e descarregados. Tipo de Veículo Ano do Delito Motocicleta 16 9 1 2006 34 13 0 2007 29 16 8 2008 29 23 1 2009 35 19 8 19 11 0 6 5 41 162 91 18 37 45 353 2005 2010 Total Caminhão Total Automóvel Camioneta 4 Motoneta 0 30 3 3 53 13 11 77 6 14 73 5 12 79 No Brasil, segundo informações da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSeg) referentes ao primeiro semestre de 2010, o VW Gol é o veículo mais furtado e roubado no Brasil. Na lista dos dez veículos mais roubados e furtados figuram sete carros e três motos. Entre as motocicletas a Honda CG 125 lidera a relação das mais roubadas e furtadas. No estado de Santa Catarina a Honda CG 125 lidera o ranking geral dos veículos mais visados pelos ladrões. Seguindo mais ou menos a ordem de preferência de veículos furtados e roubados no Brasil e no estado de Santa Catarina, no município de Tijucas constata-se que a Honda CG 125 também aparece em primeiro lugar na lista dos 25 veículos mais furtados e roubados, 41 representando 39 casos (11%); em segundo lugar está a motoneta da Honda C100 BIZ, com 32 casos (9,0%); na terceira colocação vem o automóvel VW Gol, 27 casos (7,6%); depois aparece na seqüência ordinal o FIAT Uno, com 22 casos (6,2%); Honda CG 150, com 15 casos (4,2%); Honda BIZ 125, com 13 casos (3,7%); GM Corsa, com 13 casos (3,7%); FIAT Palio, com 8 casos (2,3%); VW Golf, com 8 casos (2,3%); VW Fusca, com 7 casos (2,0%); Honda CBX 250 Twister, também com 7 casos (2,0%); GM Celta, com 6 casos (1,7%); Honda XR 250 Tornado, com 6 casos (1,7%); AUDI A3, com 5 casos (1,4%); FORD Fiesta, com 5 casos (1,4%); VW Parati, com 5 casos (1,4%); GM Vectra, com 5 casos (1,4%); GM Chevette, com 5 casos (1,4%); GM Monza, com 5 casos (1,4%); FORD Ranger, com 5 casos (1,4%); FIAT Fiorino, com 5 casos (1,4%); GM Kadett, com 4 casos (1,1%); GM S10, 4 casos (1,1%); GM Blaizer, com 4 casos (1,1%); FORD Cargo, 4 casos (1,1%) dos casos registrados. A semelhança no perfil dos veículos furtados e roubados em Tijucas e no Brasil revela que os delitos acompanham o ranking de vendas de veículos em nosso país. Entre os dez veículos mais furtados e roubados em Tijucas estão duas motocicletas, CG 125 e CG 150, e duas motonetas, C100 BIZ e BIZ 125, todas pertencentes à marca Honda. Segundo o site Auto Esporte, a CG 150 foi a mais vendida até julho deste ano, seguida pela CG 125 e pela BIZ 125. Isso demonstra que a marca Honda é a mais vendida no mercado de motocicletas e motonetas e, por este motivo, constitui a maior frota destes dois tipos de veículos em circulação em nosso país, fato que torna os veículos Honda os mais furtados e roubados em função da alta procura de peças da marca no mercado clandestino. O mesmo fenômeno também ocorre com os automóveis. O automóvel mais vendido até julho de 2010, segundo o site Auto Esporte, foi o Volkswagen Gol. Na seqüência aparece o FIAT Uno e GM Corsa, todos considerados carros populares, criados para beneficiar pessoas de baixa renda. Confirmando a lógica de que os delitos acompanham o mercado de vendas de veículos, estes são os três automóveis mais furtados e roubados em Tijucas no período pesquisado. Entre os automóveis mais caros ou luxuosos, o VW Golf é o mais furtado ou roubado em Tijucas, depois aparece o AUDI A3 e GM Vectra. Na categoria dos caros fora de linha e mais antigos, VW Fusca lidera a lista, seguido pelo GM Chevette e pelo GM Monza. 42 Freqüência Por cento Valido por cento Porcentagem cumulativa HONDA CG 125 39 11,0 11,0 70,5 HONDA C100 Biz 32 9,0 9,1 84,4 VW Gol 27 7,6 7,6 7,6 FIAT Uno 22 6,2 6,2 13,9 HONDA CG 150 15 4,2 4,2 75,4 HONDA Biz 125 13 3,7 3,7 92,6 GM Corsa 13 3,7 3,7 99,7 FIAT Palio 8 2,3 2,3 16,1 VW Golf 8 2,3 2,3 23,5 VW Fusca 7 2,0 2,0 28,3 7 2,0 2,0 89,0 6 1,7 1,7 39,1 6 1,7 1,7 86,1 HONDA CBX 250 Twister GM Celta HONDA XR 250 Tornado AUDI A3 5 1,4 1,4 18,1 FORD Fiesta 5 1,4 1,4 20,1 VW Parati 5 1,4 1,4 24,9 GM Vectra 5 1,4 1,4 26,3 GM Chevette 5 1,4 1,4 36,3 GM Monza 5 1,4 1,4 42,8 FORD Ranger 5 1,4 1,4 49,6 FIAT FIORINO 5 1,4 1,4 54,4 GM Kadett 4 1,1 1,1 37,4 GM S10 4 1,1 1,1 47,6 GM Blaizer 4 1,1 1,1 51,6 FORD Cargo 4 1,1 1,1 55,8 Dos 353 casos pesquisados, 103 veículos tinham dez ou mais anos de uso (29%); 57 eram veículos com um ou menos de um ano de uso (16%); 33 possuíam mais de dois e menos de três anos (9%); 29 com mais de três e menos de quatro anos de uso (8%); 28 tinham mais de um ano e menos de dois (8%); 23 com mais de quatro anos e menos de cinco anos (7%); 23 casos com mais de cinco anos e menos de seis anos de uso (7%); 18 possuíam mais de sete anos e menos de oito (5%); 14 casos tinham mais de oito anos e menos de nove anos (4%); 14 com mais de nove e menos de dez anos (4%) e 11 casos com mais de seis anos e menos de sete anos de uso (3%). Estes dados demonstram que os veículos mais furtados e roubados em Tijucas possuem mais de dez anos de uso (29%). Os veículos antigos acabam sendo destinados a desmanches e suas peças alimentam o mercado clandestino de carros usados. Também chama a atenção o elevado percentual de veículos com um ano de uso no máximo (16%). Estes veículos, de modo geral, não se destinam ao mercado de desmanche para utilização de suas peças, em regra, continuam em circulação após sofrerem alteração em sua estrutura de identificação e documentos: a chamada clonagem. Ainda vale destacar que há uma seqüência 43 quase perfeita na relação tempo de uso e delito: os veículos mais novos são progressivamente os preferidos dos ladrões. Quanto mais novo o veículo, maior seu percentual de furto e roubo. Tipo de Veículo Delito Automóvel Motocicleta 127 84 6 28 43 288 35 7 12 9 2 65 162 91 18 37 45 353 Furto Roubo Total Caminhão Total Camioneta Motoneta Quando o objetivo é verificar a relação existente entre o tipo de delito e o tipo de veículo, constata-se que com exceção dos caminhões, predomina o furto. Dos 162 delitos envolvendo automóveis, houve 127 (78%) furtos e 35 (22%) roubos; entre os 91 casos envolvendo motocicletas, foram 84 (92%) e apenas 7 (8%) furtos; das 45 motonetas, 43 (96%) foram furtadas e 2 (4%) roubadas; das 37 camionetas, 28 (76%) foram furtadas e 9 (24%) roubadas; sobre os 18 caminhões, 6 (33%) foram furtados e 12 (67%) roubados. Estas informações revelam que existe associação direta entre o porte e o valor econômico do veículo e a modalidade de delito que o vitimou. Entre os caminhões predomina o roubo, depois merece destaque o percentual de roubos envolvendo camionetas. Entre as motonetas e motocicletas o percentual de roubos é pouco expressivo, destacando-se majoritariamente o furto. 3.1.3 Os dias da semana e os horários com maior índice de delitos envolvendo veículos em Tijucas Segundo a Inteligência em Gestão Logística (INTELOG), empresa recuperadora de sinistro, o dia da semana em que ocorre a maioria dos furtos e roubos de veículos em Santa Catarina é a sexta-feira, e o horário mais visado é o depois das 18 horas. Em Tijucas, o sábado é o dia da semana com maior incidência de delitos, 81 casos (23%); em seguida vem o domingo com 61 delitos (17%); na seqüência temos quarta-feira com 46 casos (13%); sexta-feira com 45 (13%); segunda-feira com 45 delitos (13%); quintafeira com 42 (12%) e terça-feira com 33 casos (9%). 44 Sáb ado 81 Sex ta-f eira 45 Quin ta-f eir a 42 Qua rta-f eir a 46 Terç a-f eira 33 Seg unda-f eira 45 Dom ingo 61 0 25 50 75 O mapeamento dos Boletins de Ocorrência demonstra que os delitos aumentam de forma progressiva a partir da quarta-feira, fato que faz do final de semana o período semanal preferido para furtos e roubos. Os maiores índices ocorrem no sábado e domingo: dias da semana em que as pessoas vão a bares, shows e festas, deixando os veículos – geralmente desprotegidos. Individualmente o sábado é o dia da semana predileto dos ladrões. Contudo vale destacar que 20% dos delitos cometidos na segunda-feira ocorrem antes das seis horas da manhã, fato que faz do domingo uma data especial para a ocorrência de delitos. De 6 horas da manhã de segunda-feira até as 13 horas de terça-feira diminuem as incidências de delitos que, a partir desta data e hora volta a crescer progressivamente. Os roubos ocorrem com maior freqüência nas quintas-feiras (29%), sextas-feiras (31%) e sábados (15%). Apesar do índice de roubos aos sábados (15%) não ser percentualmente dos mais significativos, o alto volume de delitos neste dia da semana, 81 casos, cobra uma atenção especial. Dos 65 casos de roubo registrados pela pesquisa, 38 (58,46%) ocorreram nas quintas-feiras, sextas-feiras e sábados. Destacando que quinta-feira e, sobretudo sexta-feira, pelos altos percentuais apresentados, merecem atenção redobrada. Os demais dias semanais somados representam 27 casos de roubos (41,54%), sendo 8 casos no domingo (13%), dia da semana em que ocorre o menor número de roubos; 7 na segunda-feira (16%), 5 na terça-feira (16%) e 7 casos na quarta-feira (16%). 45 Delito Furto Dia da Semana Domingo Segundafeira Terça-feira Total 8 61 38 7 45 28 5 33 Quarta-feira 39 7 46 Quinta-feira 30 12 42 Sexta-feira 31 14 45 69 12 81 288 65 353 Sábado Total Roubo 53 Os períodos de horários em que mais ocorrem os delitos envolvendo veículos em Tijucas são dois: o período mais acentuado é o que vai das 14 horas e 1 minuto até as 3 horas da manhã: 64% dos casos ocorrem nesta faixa de horário. A outra faixa que merece destaque é a que vai das 11 horas e 1 minuto até as 13 horas: 23 casos (6%) ocorreram neste pequeno período de tempo normalmente destinado ao almoço. Os períodos de horários em que menos ocorrem delitos envolvendo veículos em Tijucas também são dois: em primeiro lugar vale destacar a faixa de horário entre 3 horas e 1 minuto da madrugada até 9 horas da manhã. Apenas 28 casos (9,52%) dos casos declarados ocorreram neste período temporal. Em segundo lugar chama a atenção o horário das 13 horas e 1 minuto às 14 horas, única faixa de hora que registra queda acentuada de delitos, apenas 5 casos (1%), após o período de intensificação dos furtos e roubos que tem início as 11 horas e 1 minuto da manhã. A faixa de horário que mais chama a atenção é a que vai das 18 horas e 1 minuto até as 23 horas: 105 dos 294 casos em que se declarou saber o horário do delito ocorreram neste período específico de tempo. Isso corresponde a 35,71% dos casos registrados na Delegacia de Polícia de Tijucas. Vale registrar que em 59 (17%) dos 353 casos, sobretudo nas situações de furto, a vítima não soube declarar o horário em que ocorreu o delito. De modo geral, isso acontece quando o veículo fica estacionado por um longo período tempo, seja por motivo de trabalho durante o dia, ou em ocasiões de eventos ou reuniões sociais durante a noite: nestas situações a vítima demora a perceber que seu veículo foi subtraído pelos ladrões. 46 59 14 20 21 22 22 20 11 11 15 11 5 12 11 4 9 6 3 6 3 5 5 16 15 27 Não sabe/ Não de clarou 21h 01 e 22 h00 18h 01 e 19 h00 15h 01 e 16 h00 12h 01 e 13 h00 09h 01 e 10 h00 06h 01 e 07 h00 03h 01 e 04 h00 Ent re 00h0 1 e 01 h00 0 20 40 60 3.1.4 A incidência de furtos e roubos de veículos em Tijucas nos feriados e datas de eventos Sobre os delitos envolvendo veículos nos feriado e datas de eventos, a pesquisa revela que 38 (11%) dos 353 casos ocorreram nestas datas. Embora aparentemente o percentual de 11% pareça baixo e, portanto, os delitos nestas datas sejam irrelevantes, isso não é verdade. Sabemos que um dia qualquer da semana ocorre 48 vezes em um ano: temos então 48 segundas-feiras, 48 terças-feiras e assim por diante . Não 89% Sim 11% 0% 25% 50% 75% 47 Já vimos que o sábado com 81 casos é o dia da semana em que ocorre a maior quantidade de delitos e que a terça-feira, com 33, é o dia da semana com a menor incidência de casos. A média semanal é de 50 casos no período pesquisado. Neste sentido, é salutar afirmar que a incidência de furtos e roubos de veículos em Tijucas nos feriados e datas comemorativas é significativamente elevada, pois 38 casos em apenas 16 dias de datas comemorativas e feriados (em média) em um ano durante o período pesquisado é uma freqüência de delitos destacadamente alta. É possível afirmar com segurança que estas datas são amplamente valorizadas pelos ladrões. Data Comemorativa/Eventos Sim Delito Furto Roubo Total Total Não 30 258 288 8 57 65 38 315 353 Também chama atenção a o elevado percentual de roubos nos feriados e datas comemorativas, 8 dos 38 delitos caracterizam o art. 157 do Código Penal Brasileiro, ou seja, 21,06% dos casos. Este percentual é altamente elevado, visto que os dois dias da semana com maiores percentuais são quinta-feira e sexta-feira, com 29 e 31% respectivamente. Isso medido na proporção de 48 possibilidades anuais e 16 possibilidades. 3.1.5 Os meses com maior incidência de furto e roubo de veículos em Tijucas A pesquisa revelou que dos 353 casos de delitos envolvendo veículos em Tijucas, 27 casos (8%) ocorreram em janeiro, 26 (7%) em fevereiro, 44 (12%) em março, 26 (7%) em abril, 33 (9%) em maio, 46 (13%) em junho, 41 (12%) em julho, 24 (7%) em agosto, 16 (5%) em setembro, 20 (6%) em outubro, 27 (8%) em novembro e 23 (7%) em dezembro. É preciso destacar que no ano de 2010 os dados foram coletados apenas até o mês de julho, fato que prejudica a análise geral da média dos meses que vão de agosto a dezembro. Contudo levando em consideração a média anual dos meses, não há grande alteração nos percentuais gerais. 48 Dezembro 23 Nov embro 27 Out ubro 20 Set embro 16 Ago sto 24 Julh o 41 Jun ho 46 Mai o 33 Abr il 26 Mar ço 44 Fev ereiro 26 Jan eiro 27 10 20 30 40 Os meses de março, junho e julho se destacam na freqüência de delitos envolvendo veículos em Tijucas, merecendo um pequeno destaque entre estes três, o mês de junho, no qual acontecem, em regra, dois grandes eventos na cidade: a Festa do Divino Espírito Santo e o Rodeio Crioulo. A tradicional Festa do Divino Espírito Santo, que existe há muitos anos na cidade, envolve a comunidade em uma grande confraternização em frente à Igreja Matriz da Paróquia de São Sebastião e os veículos ficam estacionados em espaço aberto (ruas) no centro da cidade. A festa é realizada ou no mês de maio ou no mês de junho: durantes os anos que incorporam a pesquisa predominou o mês de junho. O Rodeio Crioulo é um evento esportivo e cultural realizado pelo Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Fazenda Eliane. É aberto ao público, mantém a tradição de evento essencialmente campeiro, sem cobrança de ingresso para acesso ao parque, situação que atrai um número expressivo de público que deixa seus veículos expostos à ação dos ladrões. Embora seja relevante destacar que onze (23,91%) dos 46 delitos de junho aconteceram em outros municípios, provavelmente associados à intensificação das férias de meio de ano e festas regionais (juninas). No mês de julho acontece a Semana do Transporte do Vale do Rio Tijucas, na qual se destaca a Festa de São Cristóvão na Capela de Santa Terezinha, local onde é montada uma estrutura para a realização do evento. Dos delitos do mês de julho, sete (17,07%) foram em outros municípios. O mês de março é o período do auge da temporada de verão na região litorânea de Santa Catarina, momento em que se avoluma o número de turistas fazendo compras no comércio e, neste sentido, Tijucas se destaca por vender alimentos com preços mais acessíveis 49 ao consumidor durante a temporada de verão, fato que atrai um grande contingente de veranistas sediados nas praias dos municípios vizinhos para os supermercados locais. Aqui é importante relatar que quatro (13,64%) dos 44 delitos de março ocorreram em outros municípios, provavelmente nas praias de cidades vizinhas. Delito Mês Total Total Furto 18 Roubo 9 27 Fevereiro 19 7 26 Março 41 3 44 Abril 19 7 26 Maio 25 8 33 Junho 41 5 46 Julho 34 7 41 Agosto 21 3 24 Setembro 16 0 16 Outubro 18 2 20 Novembro 20 7 27 Dezembro 16 7 23 288 65 353 Janeiro Embora a maior freqüência de delitos envolvendo veículos de Tijucas ocorra nos meses de junho, julho e março, respectivamente, é preciso destacar que o índice de roubo nestes meses não são os mais significativos: o percentual de roubos em junho é de 10,87%, em julho é de 17,07 e em março, é de apenas 6,82%. Os meses em que ocorrem os maiores percentuais de roubos são janeiro, 33,33%; dezembro, 30,43%; seguidos por fevereiro e abril, ambos com 26,92%; novembro, 25,93% e maio, 24,24%. No mês de setembro não há registro de roubo de veículos até 2009 em Tijucas e os demais meses apresentam porcentagens pouco significativas. 3.1.6 Os locais com maior índice de delitos envolvendo veículos em Tijucas O município de Tijucas é composto por dezesseis bairros e a freqüência e percentual de furtos e roubos segue a seguinte ordem: dos 353 casos registrados na Delegacia de Polícia local, 186 (52,69%) ocorreram no Centro, 26 casos (7,37%) no Bairro Praça, 23 (6,52%) em Nova Descoberta; 17 casos (4,82%) no Bairro Universitário, 9 (2,55%) na Joaia, 7 casos (1,98%) no Timbé, 6 delitos (1,70%) foram no Bairro XV de Novembro, 5 (1,42%) em 50 Areias, na seqüência com 4 delitos cada (1,13%) vem os bairros Oliveira, Morretes, Porto do Itinga e Jardim Progresso, 3 casos (0,85%) foram em Santa Luzia e 2 (0,57%) no Sul do Rio. Em quatro casos (1,13%) a pessoa que registrou a ocorrência não soube revelar onde ocorreu o delito ou houve falha no Boletim de Ocorrência Policial, excluindo esta informação e, 48 delitos (13,88%) ocorreram em outros municípios. 2 Sul do Rio 4 Não sabe/ Não re sponde u 48 Out ros mu nicípio s XV d e Nov embro 6 Tim bé 7 Joa ia 9 Arei as 5 San ta Luzi a 3 Oliv eira 4 Pern ambuc o 1 Mor retes 4 Port o do It inga 4 Bair ro Praç a 26 Jard im Pro gresso Nov a Des coberta 4 23 Univ ersitá rio 17 186 Cen tro 0 50 100 150 Este gráfico demonstra que no aspecto geral é nos bairros Centro, Praça, Nova Descoberta e Universitário que ocorrem os mais acentuados volumes de roubos e furtos de veículos em Tijucas. Em muito menor proporção também merecem destaque os bairros Joaia, Timbé, XV de Novembro e Areias. Na relação que envolve o tipo de delito, o bairro Nova Descoberta chama a atenção pelo relevante número de roubos praticados em seu território: dos 23 casos registrados, oito ocorrências (34,78%) correspondem a esta modalidade de delito. O bairro Universitário também se destaca pela elevada quantidade de roubos, quatro (23,53%) dos dezessete casos registrados envolvendo esta localidade, diz respeito ao art. 157 do nosso Código Penal. Tratando do mesmo problema, o bairro Morretes também merece atenção, embora haja poucos registros de delitos envolvendo veículos neste local, apenas quatro casos, metade envolve roubo. 51 Delito Furto Local do Delito Centro Universitário Nova Descoberta Jardim Progresso Bairro Praça Porto do Itinga Morretes Total 23 186 13 4 17 15 8 23 4 0 4 24 2 26 3 1 4 2 2 4 Pernambuco 1 0 1 Oliveira 4 0 4 Santa Luzia 3 0 3 Areias 3 2 5 Joaia 7 2 9 Timbé 4 3 7 5 1 6 32 16 48 4 0 4 XV de Novembro Outros municípios Não sabe/Não respondeu Sul do Rio Total Roubo 163 1 1 2 288 65 353 Também é importante mencionar que nos bairros Jardim Progresso, Pernambuco, Oliveira e Santa Luzia, nos quais inclusive não há incidência significativa de delitos envolvendo veículos, não existe registro de roubo. São localidades marcadas pela cultura do furto. 4 ASPECTOS ESPECÍFICOS DO PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS/SC 4.1 O PERFIL DOS FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS NO MUNICÍPIO DE TIJUCAS POR TIPO DE VEÍCULO E LOCALIDADE Segundo os dados pesquisados que envolvem os furtos e roubos de veículos em Tijucas, o bairro Centro é o local em que ocorre a maior incidência destes delitos. O Centro é o local no qual se concentra a grande maioria da população – geralmente de classe média - e é onde ficam as atividades de comércio, o serviço bancário e os órgãos administrativos municipais. As estatísticas que envolvem a relação entre furto e localidade demonstram que o Centro é a localidade de Tijucas em que os furtos de todos os tipos de veículos ocorrem com maior freqüência e incidência. Dos 127 automóveis furtados no período pesquisado, 74 (58,27%), estavam estacionados no Centro. Sobre as 28 camionetas vítimas de furto, 13 (46,43%) estavam na região central da cidade. Do total de 84 motocicletas furtadas no mesmo período, 39 (46,43%) foram subtraídas no bairro Centro. Entre as 43 motonetas furtadas, 34 (79,07%) também estavam nesta região geográfica da municipalidade. Dos 6 caminhões furtados em Tijucas, 3 (50 %) deles, estavam estacionados na região central. Nesta mesma relação que envolve furto e localidade, chama a atenção o quesito furto de automóveis e camionetas no bairro Universitário. Dos 53 casos de furtos de veículos registrados na Delegacia de Polícia de Tijucas, quando se exclui – especificamente - o bairro Centro, 10 (18, 87%) foram nesta localidade próxima à região central, na qual reside uma grande parte da alta classe média do município e onde se localiza a Igreja de Santa Terezinha e o campus da Universidade do Vale do Itajaí local. A UNIVALI de Tijucas absorve um significativo contingente de estudantes de municípios vizinhos que, de modo geral, chegam com seus veículos à universidade. Neste caso, ainda vale lembrar que 17 dos 53 furtos no período pesquisado ocorreram em outros municípios, fato que eleva o índice de furtos de veículos no bairro Universitário para 27, 78%. O mesmo fato se observa entre as camionetas, dos 15 casos registrados no município, quando se exclui o bairro Centro, 2 (13,33%) camionetas foram furtadas no bairro Universitário. Levando-se em consideração 53 que as camionetas apresentam um alto índice de furtos em outros municípios, 8 casos, o percentual de furtos de camionetas no bairro Universitário eleva-se para 28,57%. Uma localidade que merece atenção para as ações de patrulhamento ostensivo é o bairro Praça, um dos mais populares de Tijucas, incorpora a Igreja Nossa Senhora dos Navegantes e a Delegacia de Polícia Civil local. O bairro Praça apresenta índices elevados de furtos de veículos automotores, sobretudo, de motocicletas. Dos 38 casos envolvendo motocicletas, excluídos os furtos praticados no Centro e em outros municípios, 11 (28,95%) ocorreram na Praça. Na mesma relação que sempre envolve a exclusão de furtos no bairro Centro e em outros municípios, o bairro Praça aparece como a localidade onde ocorrem 8 (22,22%) dos 36 furtos de automóveis registrados na Delegacia de Polícia do município. Entre as camionetas, 3 (42,86%) do total de 7, foram furtadas no bairro Praça. Sobre as motonetas, 2 (22,22%) dos 9 casos restantes de furtos, ocorrem na Praça. Apenas não há registro de furtos de caminhões neste bairro de Tijucas. Outra localidade que chama a atenção quando tratamos de furtos de veículos automotores em Tijucas é o bairro Nova Descoberta. Situado às margens da SC 411, há claramente uma cultura de furto de motocicletas e motonetas neste bairro. Fora isso, existe no seu histórico apenas um caso de furto de veículo. O bairro Nova Descoberta é responsável por 26, 32% (10 casos) do percentual de motocicletas furtadas em Tijucas e 44,44% (4 casos) do percentual de motonetas. Os demais bairros demonstram índices que não merecem destaque especial para as ações concentradas de combate ao furto de veículos automotores no município de Tijucas, o foco nas informações apresentadas acima seria, inicialmente, suficiente à redução das iniciativas criminosas associadas ao furto. De qualquer modo, a freqüência dos furtos associada ao tipo de veículo furtado em cada bairro do município de Tijucas seguirá incorporada abaixo, objetivando permitir uma análise minuciosa a respeitos das particularidades que envolvem cada localidade. Na seqüência posterior à apresentação do quadro no qual poderemos empreender uma análise de furtos – e também dos roubos - associados aos tipos de veículos e localidades municipais, terá início o processo de análise do quadro relativo às particularidades que envolvem o perfil dos roubos. 54 Delito Tipo de Veículo Automóvel Furto Local do Delito Nova Descoberta Jardim Progresso Bairro Praça Porto Itinga Morretes do Motoneta 74 39 3 13 34 163 10 0 0 2 1 13 1 10 0 0 4 15 1 3 0 0 0 4 8 11 0 3 2 24 1 2 0 0 0 3 0 1 1 0 0 2 0 1 0 0 0 1 Oliveira 2 2 0 0 0 4 Santa Luzia 1 1 0 1 0 3 Areias 2 0 0 0 1 3 Joaia 5 1 0 0 1 7 Timbé 1 2 1 0 0 4 1 2 1 1 0 5 17 7 0 8 0 32 3 1 0 0 0 4 0 1 0 0 0 1 127 13 84 3 6 1 28 5 43 1 288 23 3 0 0 1 0 4 2 2 2 2 0 8 1 0 1 0 0 2 1 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 2 Areias 1 0 1 0 0 2 Joaia 1 2 0 0 0 1 0 0 1 0 2 3 1 0 0 0 0 1 7 2 6 1 0 16 1 0 0 0 0 1 35 7 12 9 2 65 Total Centro Universitário Nova Descoberta Bairro Praça Porto Itinga Morretes do Timbé XV de Novembro Outros municípios Sul do Rio Total Camioneta Pernambuco XV de Novembro Outros municípios Não sabe/Não respondeu Sul do Rio Local do Delito Caminhão Centro Universitário Roubo Motocicleta Total Tratando especificamente dos roubos associados ao tipo de veículo e localidades do município de Tijucas, vale destacar que o número de roubos ocorrido em outros municípios é um fator que chama atenção. Dos 35 automóveis roubados, 7 (20%) foram em outros municípios. Entre os caminhões, dos 12 roubos registrados em Tijucas, 6 (50%) também 55 aconteceram em outras municipalidades. Das 7 motocicletas roubadas, 2 (28,57%) casos ocorreram fora do território de Tijucas. A respeito dos nove roubos de camionetas, 1 (11,11%) estava em outro município. Evidentemente que o bairro Centro também é o local no qual ocorrem as maiores incidências em geral. Entre os automóveis roubados no território municipal, 46,33% (13 casos) ocorreu no Centro. No caso das motocicletas, foram 60% (3 casos dos 5 em geral). As camionetas chamam atenção, dos 8 casos registrados na Delegacia Polícia, 5 (62,5%) foram roubadas na região central da cidade. O roubo dos demais tipos de veículos, conforme demonstra a tabela acima, não merece destaque especial nesta região específica do município de Tijucas. Contudo, no aspecto do roubo, o bairro Nova Descoberta merece atenção especial, apresentando altos percentuais neste tipo de modalidade criminal no aspecto geral, excluindo apenas as motonetas. Em Nova Descoberta foram roubados 2 (7,14%) automóveis, 2 (40%) motocicletas, 2 (33,33%) caminhões e 2 (25%) camionetas. Os índices das demais localidades - por representarem pouca expressividade na estratégia de combate ao crime de roubo de veículos - ficam restritos à verificação da tabela, não sendo passíveis de comentários para não tornar o texto cansativo ao leitor. 4.1.1 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por horário e localidade Inicialmente, é preciso esclarecer que em decorrência de sua grande dimensão espacial, a tabela que trata de furtos e roubos de veículos por horário e localidade em Tijucas não poderá ser incorporada ao corpo deste texto, isso também ocorrerá quando relacionarmos furto e roubo por dia da semana e horários. Contudo, os quadros (tabelas) relativos a estes dois temas serão apresentados no anexo monográfico para afirmar a honestidade científica do trabalho. Independente deste problema momentâneo, as informações serão descritas, como foi feito até agora – embora sem a comprovação das tabelas -, apontando as características mais expressivas do quadro de freqüências e estatísticas. 56 Como vimos antes, o centro da cidade é o local que apresenta o maior índice de furtos. No capítulo anterior vimos, no aspecto geral, as faixas de horários em que ocorrem os maiores índices de delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas. Neste tópico de análise veremos os horários específicos das maiores incidências de furtos e, posteriormente roubos, praticados nas diversas localidades municipais. Sobre esta questão, a tabela que trata de furtos por horário e localidade aponta para seis faixas de horários em que os furtos se acentuam na região central de Tijucas. O horário com maior freqüência de furtos na região central é o das 00h01 às 01h00: 12 casos ocorreram neste que é o horário com o maior índice de furtos no município, 21 das ocorrências em que se declara conhecer o local do delito, excluindo os casos ocorridos em outros municípios, aconteceram nesta faixa horária. A segunda faixa é a das 15h01 às 16h00. Dos doze furtos deste horário, 11 foram no bairro Centro. O terceiro horário em que se mais furta veículos no centro é o das 21h01 às 22h00: 10 dos catorze casos ocorridos na cidade aconteceram na parte central de Tijucas. Entre 14h01 e 15h00 o índice também é elevado, 8 dos dez casos no município foram no Centro. Na faixa das 01h01 às 02h00 o centro municipal também foi palco de 8 dos onze furtos em que se declarou saber o local e que ocorreram no território de Tijucas. Outro horário importante é o das 02h01 às 03h00: 7 dos treze casos foram na região central do município. Os horários das 08h01 às 09h00, das 11h01 às 12h00, das 12h01 às 13h00, das 17h01 às 18h00, das 19h01 às 19h00, das 22h01 às 23h00 e das 23h01 às 00h00, registraram todos, 6 ocorrências de furto de veículos na região central de Tijucas no período pesquisado. Entre os bairros em que se destaca o furto, vale mencionar o bairro Praça em alguns horários específicos. É nas faixas horárias das 00h01 às 01h00 (14,29% dos furtos cometidos no horário), das 02h01 às 03h00 (15,38%), das 16h01 às 17h00 (22,22%), das 17h01 às 18h00 (25%) e das 20h01 às 21h00 (20%) ocorrem maiores freqüências de furtos envolvendo veículos automotores. No bairro Universitário, provavelmente por conta do horário de expediente da UNIVALI, os furtos ocorrem nas seguintes faixas de horário: 18h01 às 19h00 (25%), 19h01 às 20h00 (13,33%) e 22h01 às 23h00 (25%). No Porto do Itinga se destaca o horário das 00h01 às 01h00 (9,52%); na localidade Joaia a maior incidência de furtos ocorre na faixa horária de 01h01 e 02h00 (18,18%); no Timbé das 12h01 às 13h00 (20%) e no bairro Nova Descoberta no horário das 20h01 às 21h00 (20%). 57 No caso específico dos roubos praticados no bairro Centro, a peculiaridade mais específica é que eles ocorrem majoritariamente na faixa temporal que vai das 20h01 às 23h00: no horário das 20h01 às 21h00, 5 (55,55%) dos nove casos ocorridos no município de Tijucas se deram na região central da cidade; na faixa horária das 21h01 às 22h00, o centro municipal representa 3 (42,86%) dos sete casos registrados na Delegacia de Polícia local e entre 22h01 e 23h00, 3 (33,33%) dos nove casos também aconteceram no bairro Centro. Os demais casos ocorrem isoladamente no decorrer do dia, com maior seqüência entre 05h01 às 18h00. No quesito roubo de veículos, o bairro Nova Descoberta merece menção nos horários das 19h01 às 20h00 (28,57%) e das 22h01 às 23h00 (22,22%). No caso do bairro Nova Descoberta, os veículos roubados na primeira faixa de horário são um caminhão e uma camioneta; na segunda faixa de horário um automóvel e uma motocicleta. O bairro Areias na faixa horária das 19h01 às 20h00 (28,57%). Em Areias os veículos roubados foram um automóvel e um caminhão. Ambos os casos ocorreram no ano passado (2009). O bairro Universitário no horário das 21h01 às 22h00 (28,57%). No bairro Universitário foram roubados apenas automóveis, provavelmente de estudantes universitários em horário final de aula. 4.1.2 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por dia da semana e horário O capítulo anterior mostrou os dias da semana em que ocorrem os maiores índices de delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas, agora será apresentada a relação que une os dias da semana às faixas de horários que ocorrem as maiores freqüências desses delitos. A respeito dos furtos, o sábado é o dia da semana em que ocorre a maior quantidade deste tipo de delito. A pesquisa mostra que dos 55 casos em que se declarou saber o horário da prática do delito, é possível extrair duas importantes faixas horárias no que tange a freqüência de furtos em Tijucas. A primeira faixa de horário, em que ocorrem as maiores incidências de furtos, é a que vai das 18h01 às 04h00, neste percurso de tempo ocorreram 34 (61,82%) casos; a segunda faixa temporal é a das 06h01 às 17h00, neste período ocorreram 21 (38,18%) furtos nos sábados. Destacadamente, as faixas horárias das 00h001 às 03h00, com 13 (23,64%) furtos; e das 10h01 às 21h00, com 14 (25,45%) casos, necessitam de maior 58 atenção das autoridades policiais. Entre as faixas de horário com menor incidência destacase: das 04h01 às 05h00, com nenhum caso registrado e as faixas das 05h01 às 06h00, das 09h01 às 10h00, das 17h01 às 18h00 com apenas um caso registrado em cada uma delas. O domingo é outro dia da semana que merece atenção especial. Das 40 ocorrências em que se declarou saber o horário do furto no domingo, 34 (85%) delitos aconteceram no período temporal que vai das 16h01 às 03h00. Destacadamente, a faixa mais problemática é a das 00h01 às 03h00, com 14 (35%) casos de furtos registrados. Fora este período que merece total destaque nas ações de patrulhamento aos domingos, o horário das 09h01 às 10h00 registrou dois casos e todas as demais faixas tiveram um único caso de furto. A quarta-feira é outra data especial para a prática de furtos em Tijucas. Nas quartasfeiras, os furtos possuem características bastante específicas, ocorrendo basicamente em três faixas de horário: dos 34 casos de furtos em que se declarou saber o horário do delito, 12 (35,29%) ocorreram no período das 18h01 às 22h00; 9 (26,47%) na faixa das 12h01 às 16h00 e 4 (11,76%) no espaço horário das 00h01 às 01h00. O horário das 09h01 às 10h00 apresentou dois casos. No decurso das faixas temporais das 05h01 às 06h00 e das 11h01 às 12h00 não houve nenhum registro de furto de veículos automotores em Tijucas às quartasfeiras e nas demais faixas houve apenas um registro em cada uma delas. Em relação à segunda-feira, entre os 31 casos em que se declarou saber o horário da ocorrência do furto é possível detectar duas faixas específicas da atuação criminosa. A primeira faixa é a das 21h01 às 01h00, na qual houve 15 (48,39%) furtos de veículos automotores em Tijucas no período pesquisado; a segunda faixa é a das 10h01 às 12h00, onde se verifica a ocorrência de 5 (16,13%) casos. No período temporal correspondente das 18h01 às 19h00 aconteceram dois casos. Nas faixas das 19h01 às 20h00 e das 20h01 às 21h00 não ocorreu nenhum caso de furto às segundas-feiras no município e nas demais faixas horárias apenas um caso em cada uma delas. Sobre os furtos na quinta-feira, observa-se também uma peculiaridade. Na relação dos 28 casos em que se declarou no boletim de ocorrência policial saber o horário do delito, 15 (53,57%) furtos aconteceram na faixa de horário que vai das 13h01 às 19h00; 4 (14,29%) casos ocorreram no horário que se destaca em quase todos os dias da semana, o período das 00h01 às 01h00. No espaço de tempo das 22h01 às 23h00 não foi registrado nenhum caso de furto de veículos no município às quintas-feiras e nas demais faixas horárias registrou-se apenas um caso em cada uma delas. 59 A respeito da terça-feira, percebe-se que não há uma junção de faixas de período em que ocorrem altas incidências de furtos em Tijucas. Na terça-feira os furtos ocorrem praticamente em todas as faixas horárias, apresentando índices baixos em cada faixa horária específica, um único furto em regra. Contudo, há quatro faixas horárias, que de forma individual, destoam do padrão. São elas: das 01h01 às 02h00 com 4 (17,39%) casos; das 21h01 às 22h00 com 3 (13,04%) casos e as faixas das 09h01 às 10h00 e das 16h01 às 17h00 com 2 (8,70%) casos cada uma delas. O período das 07h01 às 08h00 é o único em que não há ocorrência de furtos de veículos automotores em Tijucas na terça-feira. Embora a sexta-feira seja um dos dias da semana em que mais ocorrem delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas, quando observamos especificamente o índice de furtos, este dia da semana passa a apresentar a menor incidência quando consideramos apenas os boletins de ocorrência em que a vítima declara saber o horário do delito, 22 casos. É na sexta-feira que se percebe uma distribuição mais esparsa de furtos em relação às faixas de horários. O horário das 11h01 às 12h00 apresenta o maior número de ocorrências, 5 (22,75%) furtos; as faixas horárias das 03h01 às 04h00, das 14h01 às 15h00 e das 18h01 às 19h00 apresentam 2 (9,09%) casos cada uma delas. Nos horários das 07h01 às 08h00, das 20h01 às 21h00 e das 21h01 às 22h00 não houve registros de furtos de veículos automotores no município às sextas-feiras. Nas demais faixas horárias há o registro de um furto em cada uma delas. Tratando agora da relação que une roubo de veículos automotores em Tijucas com dias da semana e faixas de horário, percebemos que a sexta-feira é o dia semanal com maior incidência de roubos de veículos no município. Dos catorze roubos ocorridos na sexta-feira, 13 vítimas souberam definir o horário do ato violento que provocou a subtração de seu veículo. Três faixas horárias merecem atenção especial do patrulhamento policial na sextafeira, a principal delas é a das 20h01 às 21h00, nela ocorrem 5 (38,46%) casos de roubo; as outras duas faixas são a das 21h01 às 22h00 com 3 (23,08%) casos e a das 22h01 às 23h00 com 2 (15,38%) casos. Os outros roubos aconteceram nas faixas horárias das 04h01 às 05h00, das 07h01 às 08h00 e das 12h01 às 13h00: um caso em cada uma delas. O sábado e a quinta-feira ocupam a segunda colocação em roubos de veículos em Tijucas, ambos os dias da semana com 12 registros cada. Vale observar que em todos os registros as vítimas souberam declarar o horário do roubo. 60 Dos 12 casos ocorridos no sábado, 9 (75%) aconteceram no período temporal que vai das 19h01 às 03h00. Individualmente vale destacar a faixa horária das 19h01 às 20h00, com 3 (25%) roubos. Os demais casos ocorreram nos horários das 04h01 às 05h00 e 06h01 às 07h00, um caso em cada faixa horária. Sobre os 12 registros de quinta-feira, chama atenção a fato deles se concentrarem praticamente numa mesma faixa temporal: 11 (91,67%) roubos ocorreram na faixa de tempo que vai das 17h01 às 23h00. O outro roubo ocorreu no horário das 01h01 às 02h00. Particularmente, os horários das 20h01 às 21h00, com 3 (25%) casos, e das 22h01 às 23h00, com 4 (33,33%) casos, merecem atenção especial. O domingo e a segunda-feira vêm na seqüência, com sete casos de roubos em que a vítima soube declarar o horário do delito no momento de registrar a ocorrência na Delegacia de Polícia. Contudo, nos casos de domingo houve uma vítima que não soube precisar a hora do roubo, fato que eleva o número geral para oito casos de roubo neste dia da semana. Dos 7 casos declarados no domingo, todos (100%) ocorreram no período temporal das 18h01 às 23h00. Valendo destacar individualmente os faixas das 19h01 às 20h00, com 3 (42,86%) roubos e, das 22h01 às 23h00, com 2 casos (28,57%). Nos 7 casos relativos à segunda-feira, percebe que 3 (42,86%) casos aconteceram durante o período que vai das 18h01 às 21h00: um caso em cada uma das três faixas horárias correspondentes a este período. Nas faixas das 22h01 às 23h00 e das 02h01 às 03h00, aconteceram 2 (28,57%) casos em cada uma delas, transformando estas duas faixas específicas de tempo em horários especiais para observação de ações de segurança. Na quarta-feira os 6 roubos registrados aconteceram de forma bastante esparsa. A maior contração está nos horários das 20h01 às 21h00, com 1 caso e, das 21h01 às 22h00, também com 1 caso. Os outros casos de roubo, sempre apresentando uma única freqüência, aconteceram nos seguintes horários: das 01h01às 02h00, das 05h01 às 06h00, das 09h01 às 10h00 e das 11h01 às 12h00. Por último, a terça-feira, apresenta a menor incidência de roubos de veículos automotores em Tijucas. Dos 4 casos registrados na Delegacia de Polícia local, 2 (50%) dos casos aconteceram na faixa horária das 21h01às 22h00, os outros dois casos ocorreram nas faixas das 07h01 às 80h00 e das 15h01 às 16h00, um caso em cada uma delas respectivamente. 61 4.1.3 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por data comemorativa ou eventos e horário Uma vez concluída a análise que relacionou faixas horárias a dias da semana em relação aos furtos e roubos de veículos em Tijucas, agora associaremos os furtos e roubos às faixas temporais correspondentes às datas comemorativas ou de eventos realizados no município. Para isso, utilizaremos como referência o quadro exposto abaixo. Data Comemorativa/Eventos Delito Furto Horário Entre 00h01 e 01h00 01h01 e 02h00 Roubo 5 1 6 4 1 5 10h01 e 11h00 11h01 e 12h00 12h01 e 13h00 15h01 e 16h00 17h01 e 18h00 1 1 1 1 1 2 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 2 1 1 1 2 1 1 19h01 e 20h00 1 1 2 20h01 e 21h00 0 1 1 21h01 e 22h00 2 1 4 2 0 0 4 1 4 5 0 5 30 8 38 02h01 e 03h00 04h01 e 05h00 09h01 e 10h00 22h01 e 23h00 23h01 e 00h00 Não sabe/Não declarou Total Total Em relação aos furtos associados aos horários de datas comemorativas ou eventos, constata-se que dos 25 casos em que as vítimas souberam relatar na feitura do boletim de ocorrência policial o horário do delito descrito no art. 155 do Código Penal, 13 (52%) ocorreram na faixa de tempo entre 23h01 às 02h00. As faixas temporais das 12h01 às 13h00, com 2 (8%) casos e, das 21h01 às 22h00, também com 2 (8%) furtos, merecem atenção especial. Os horários das 17h01 às 18h00 e das 20h01 às 21h00 não tiveram registros de furtos de veículos no município de Tijucas. 62 A respeito do roubo relacionado aos horários das datas comemorativas ou eventos, verifica-se que dos 8 casos registrados, 5 (62,5%) aconteceram no espaço de tempo que vai das 17h01 às 22h00. Na faixa das 00h01 às 02h00, aconteceram dois roubos, um em cada faixa específica de horário. O outro caso ocorreu no horário das 04h01 às 05h00. É importante destacar que individualmente, a faixa das 21h01 às 22h00 é a que aconteceu a maior freqüência de roubos nas datas comemorativas de Tijucas, 2 (25%) casos. 4.1.4 O perfil dos furtos e roubos de veículos no município de Tijucas por ano e tempo de uso O mapeamento dos Boletins de Ocorrência demonstra que os delitos envolvendo veículos em Tijucas vêm mudando nos últimos cinco anos. De 2005 até 2007 os delitos envolvendo furto e roubo de veículos automotores recaia prioritariamente sobre os veículos mais antigos, com mais de dez anos de uso. O ano de 2007 é extremamente representativo na história dos delitos envolvendo veículos em Tijucas, foi no seu decurso que ocorreu um aumento significativamente elevado nos patamares de furtos e roubos de automotores no município, aumento que se estabilizou a partir de então. O auge dos furtos e roubos de veículos com mais de dez anos de uso foi em 2007, 32 casos. Desde então, apesar de alto, a freqüência de delitos envolvendo este perfil de veículo vem caindo: foram 25 em 2008, 18 em 2009 e, até julho deste ano, 7 veículos. Em contrapartida, desde 2008 observa-se uma tendência de preferência por veículos com pouco tempo de uso, quanto mais novo, maior a freqüência de delitos. Os veículos mais visados passaram a ser os que possuem menos de três anos de uso, sobretudo, o veículo com menos de um ano de uso: o popular “zero quilômetro”, ou, quase isso. Em 2007 foram furtados ou roubados 11 veículos com menos de um ano em Tijucas, daí em diante o aumento foi sempre progressivo. Em 2008 foram 13; em 2009, 14 e, até julho de 2010, já haviam sido furtados ou roubados 10 veículos com menos de um ano de uso no município. Entre estes veículos furtados ou roubados com menos de um ano de uso, destacamse as motocicletas e, um tipo específico de motoneta, a Honda BIZ 125, esta com 8 casos no período destacado, apresentando aumento constante ano após ano. Entre as motocicletas, a Honda CG 150 também apresenta índices relevantes de furto ou roubo, 7 nos últimos anos; 63 as outras motocicletas são a CG 125, 4 casos; e as duas motocicletas de 250 cilindradas da Honda: a Tornado e a Twister com 3 casos cada uma delas. Ano do Delito 2005 Tempo de Uso na Data do Delito Menos de 1 anos 2007 2008 Total 2009 2010 3 6 11 13 14 10 57 Mais de 1 e menos de 2 anos 1 5 3 4 8 7 28 Mais de 2 e menos de 3 anos 2 5 8 8 5 5 33 Mais de 3 e menos de 4 anos 6 5 7 8 1 2 29 Mais de 4 e menos de 5 anos 4 3 2 4 9 1 23 Mais de 5 e menos de 6 anos 3 3 5 4 7 1 23 Mais de 6 e menos de 7 anos 3 3 1 0 2 2 11 Mais de 7 e menos de 8 anos 0 2 2 3 8 3 18 Mais de 8 e menos de 9 anos 1 2 3 2 3 3 14 2 3 3 2 4 0 14 5 16 32 25 18 7 103 30 53 77 73 79 41 353 mais de 9 e menos de 10 anos Mais de 10 anos de uso Total 2006 O perfil destes veículos coincide com as estatísticas apresentadas nos capítulos anteriores, de modo geral, as motocicletas e motonetas, independentes de seu tempo de uso, são utilizadas automaticamente para abastecer o mercado clandestino de peças. De maneira específica, o aumento de furtos e roubos de motocicletas e, sobretudo motonetas, contribuiu para o significativo aumento de delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas a partir do ano de 2007. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste momento em que se conclui o trabalho monográfico “Segurança Pública e da Política de Prevenção Inteligente à criminalidade no município de Tijucas”, vale a pena fazer algumas considerações. A primeira consideração diz respeito à importância do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), este programa implantado pelo governo federal em maio de 2007 com objetivo de envolver a comunidade na prevenção à criminalidade e à violência é uma importante iniciativa governamental que se conclui ser significativamente eficaz; afinal, este trabalho monográfico é prova viva de que a sociedade civil e as instituições, sobretudo universitárias, possuem inesgotáveis possibilidades para contribuir com os objetivos maiores de nossa sociedade. A questão da violência e da criminalidade são – importantes - temas nacionais que não podem ser pensados como problemas exclusivos dos governos. Também se conclui que além de contribuir com o aperfeiçoamento do aprendizado do acadêmico, o momento de realização do trabalho de conclusão de um curso de graduação pode se converter em uma possibilidade magnífica de prestar um serviço que seja relevante à sociedade e às suas demandas mais agudas. Destaque-se que na Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), o trabalho de conclusão de curso de graduação é obrigatório, fato que abre grandes possibilidades de realização de pesquisas que atendam as demandas da sociedade, apresentando temas que sejam verdadeiramente relevantes do ponto de vista do auxilio as questões que, as vezes, parecem significativamente distantes do cidadão comum. Não se pode deixar de concluir também que a necessidade de realização de um trabalho de conclusão de curso de graduação quase sempre acaba direcionando o aluno ao conhecimento das pesquisas de seu orientador, fato que aguça a sua curiosidade e, que lhe permite, para além do seu aprofundamento no universo da pesquisa universitária, conhecer as técnicas da pesquisa e a riqueza das atividades de campo. Do ponto de vista meramente pessoal, tratar de um tema que vem atravessando um período de turbulência no Brasil, provocado um sentimento de instabilidade e de insegurança na sociedade, é sempre gratificante, pois não se pode deixar de dizer que o cidadão acaba se sentindo importante quando pode contribuir – mesmo que com uma parcela pequena – 65 diretamente para a solução ou amenização de um problema tão grave e preocupante para toda a sociedade. Em relação à pesquisa, a primeira conclusão é que este trabalho monográfico cumpriu seu objeto no contexto mais ambicioso que envolve, além de Tijucas, os municípios catarinenses de Balneário Camboriú e Itajaí nas iniciativas de prevenção e combate à violência e à criminalidade ligadas aos projetos ligados ao PRONASCI. Tratando dos questionamentos que orientaram a pesquisa, conclui-se: Primeiro questionamento: Quais os meses, dias da semana e horários em que ocorrem, com maior freqüência, os furtos e roubos de veículos em Tijucas/SC? Sobre este primeiro questionamento se concluiu que em Tijucas o sábado é o dia da semana com maior incidência de delitos, em seguida vem o domingo; na seqüência temos quarta-feira; sexta-feira; segunda-feira; quinta-feira e terça-feira. A respeito dos horários, conclui-se que há dois períodos em que se acentuam os delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas, o primeiro é período que vai das 14 horas e 1 minuto até as 3 horas da manhã, o segundo é o correspondente a faixa horária das 11 horas e 1 minuto até as 13 horas. Segundo questionamento: Os furtos e roubos se acentuam nos finais de semana e datas festivas ou comemorativas? A resposta para este questionamento é afirmativa. Já vimos no questionamento acima que o sábado e o domingo são os dias semanais em que ocorrem as maiores incidências de delitos envolvendo veículos automotores em Tijucas. Em relação específica às datas festivas o de eventos, conclui-se que a média semanal é de 50 casos no período pesquisado. Neste sentido, é salutar afirmar que a incidência de furtos e roubos de veículos em Tijucas nos feriados e datas comemorativas é significativamente elevada, pois 38 casos em apenas 16 dias de datas comemorativas e feriados (em média) em um ano durante o período pesquisado é uma freqüência de delitos destacadamente alta. Quanto às hipóteses que nortearam a pesquisa se conclui: Primeira hipótese: Veículos furtados e roubados possuem perfis (características) diferentes? Sim, os veículos com maiores incidências de furto são os veículos de menor porte físico e os mais baratos, entre os quais predominam as motonetas, as motocicletas e os – 66 chamados - carros populares. Os veículos geralmente roubados são os de grande porte físico, caminhões e camionetas e, de modo geral, os mais caros: automóveis de luxo. Segunda hipótese: Os furtos e roubos ocorrem com maior freqüência nos finais de semana e feriados? Sim, a pesquisa revelou que o sábado e o domingo são os dias semanais prediletos para a prática generalizada de delitos envolvendo veículos automotores. No caso dos roubos, especificamente, a sexta-feira é o dia da semana com maior incidência. Os feriados também apresentam altos índices de delitos, podendo se afirmar com segurança que os feriados são amplamente valorizados pelos ladrões. Terceira hipótese: Nas datas festivas ou comemorativas acentuam-se os furtos roubos de veículos na região onde ocorrem estes eventos? A resposta também é sim. Os meses de março, junho e julho se destacam na freqüência de delitos envolvendo veículos em Tijucas. No mês de junho acontecem a Festa do Divino Espírito Santo e o Rodeio Crioulo. No mês de julho acontece a Semana do Transporte do Vale do Rio Tijucas, na qual se destaca a Festa de São Cristóvão na Capela de Santa Terezinha. O mês de março é o período do auge da temporada de verão na região litorânea de Santa Catarina. É importante relatar que os delitos de março ocorrem em outros municípios, provavelmente nas praias de cidades vizinhas, por falta de praias balneáveis em nosso município. Para encerrar as conclusões é salutar destacar que a apresentação deste trabalho monográfico é garantia de que o acadêmico cumpriu seu objetivo institucional, tornar-se Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí: isso é outra conclusão que, após o parecer positivo da Banca Avaliadora, não se pode deixar de fazer menção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, J. M. e FERRARI, M. C. Retrato social da discriminação racial e da marginalização criminal do negro no Brasil: um estudo do perfil sócio-racial dos detentos do Presídio Regional de Tijucas (SC). Revista Brasileira de Ciências Criminais. São Paulo, ano 17, n. 77, março – abril de 2009. ABREU, J. M. e LOURENÇO, L. C. Mídia, violência e segurança pública: novos aspectos da violência e da criminalidade no Brasil. Revista Âmbito Jurídico. 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ANEXOS TABELA 1: Horário * Delito * Local do Delito Local do Delito Delito Furto Centro Horário Entre 00h01 01h00 01h01 e 02h00 e 1 13 8 1 9 02h01 e 03h00 7 0 7 03h01 e 04h00 3 0 3 04h01 e 05h00 2 0 2 05h01 e 06h00 1 1 2 06h01 e 07h00 2 0 2 07h01 e 08h00 1 1 2 08h01 e 09h00 6 0 6 09h01 e 10h00 5 0 5 10h01 e 11h00 3 0 3 11h01 e 12h00 6 1 7 12h01 e 13h00 6 1 7 13h01 e 14h00 3 0 3 14h01 e 15h00 8 0 8 15h01 e 16h00 11 1 12 16h01 e 17h00 5 0 5 17h01 e 18h00 6 1 7 18h01 e 19h00 11 0 11 19h01 e 20h00 6 3 9 20h01 e 21h00 4 5 9 21h01 e 22h00 10 3 13 22h01 e 23h00 6 3 9 23h01 e 00h00 6 0 6 25 1 26 163 1 1 2 2 1 2 23 0 0 0 0 2 1 186 1 1 2 2 3 3 4 1 5 13 4 17 1 0 1 0 1 1 0 1 1 Total Horário 02h01 e 03h00 11h01 e 12h00 18h01 e 19h00 19h01 e 20h00 21h01 e 22h00 22h01 e 23h00 Não sabe/Não declarou Nova Descoberta Total Horário Total 12 Não sabe/Não declarou Universitário Roubo Entre 00h01 01h00 01h01 e 02h00 02h01 e 03h00 e 71 04h01 e 05h00 11h01 e 12h00 16h01 e 17h00 17h01 e 18h00 19h01 e 20h00 20h01 e 21h00 21h01 e 22h00 22h01 e 23h00 Não sabe/Não declarou Jardim Progresso Total Horário Entre 00h01 01h00 06h01 e 07h00 e 16h01 e 17h00 Não sabe/Não declarou Total Bairro Praça Horário Entre 00h01 01h00 02h01 e 03h00 e 03h01 e 04h00 04h01 e 05h00 12h01 e 13h00 14h01 e 15h00 15h01 e 16h00 16h01 e 17h00 17h01 e 18h00 18h01 e 19h00 20h01 e 21h00 21h01 e 22h00 23h01 e 00h00 Não sabe/Não declarou Porto do Itinga Total Horário Entre 00h01 01h00 02h01 e 03h00 e 22h01 e 23h00 Morretes Pernambuco Total Horário Total Horário Entre 00h01 01h00 02h01 e 03h00 e Horário Total Horário 1 1 1 1 2 3 1 2 7 1 8 15 8 23 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 3 0 3 2 0 2 1 0 1 1 1 2 2 1 2 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 6 0 6 24 2 26 2 0 2 1 0 1 0 3 1 1 1 4 1 0 1 0 1 1 0 1 1 Não sabe/Não declarou 1 0 1 2 1 2 4 1 09h01 e 10h00 13h01 e 14h00 20h01 e 21h00 Não sabe/Não declarou Santa Luzia 0 0 0 1 2 1 0 2 20h01 e 21h00 Total Oliveira 1 1 1 0 0 2 1 0 Entre 00h01 01h00 03h01 e 04h00 e 1 1 1 1 1 1 2 2 4 4 1 1 1 1 72 Não sabe/Não declarou Areias Total Horário Joaia Total Horário Timbé Total Horário 19h01 e 20h00 21h01 e 22h00 Não sabe/Não declarou 01h01 e 02h00 02h01 e 03h00 06h01 e 07h00 11h01 e 12h00 18h01 e 19h00 20h01 e 21h00 06h01 e 07h00 12h01 e 13h00 21h01 e 22h00 22h01 e 23h00 Não sabe/Não declarou Total XV de Novembro Outros municípios Horário Total Horário 3 0 1 2 0 3 2 1 2 0 2 3 2 1 1 1 1 1 7 1 2 0 0 2 0 0 0 0 1 1 2 0 0 2 1 5 2 1 1 1 2 2 9 1 2 2 1 1 0 1 4 3 7 1 0 1 09h01 e 10h00 12h01 e 13h00 14h01 e 15h00 1 1 1 0 0 0 1 1 1 19h01 e 20h00 1 0 1 20h01 e 21h00 0 5 1 1 1 6 4 0 4 09h01 e 10h00 10h01 e 11h00 1 0 0 1 0 0 1 1 1 2 1 0 1 1 1 0 2 2 1 1 1 1 2 1 11h01 e 12h00 1 0 1 12h01 e 13h00 1 0 1 13h01 e 14h00 1 0 1 14h01 e 15h00 1 2 1 0 0 0 1 2 1 18h01 e 19h00 19h01 e 20h00 1 3 4 0 0 2 1 3 6 20h01 e 21h00 1 2 3 22h01 e 23h00 1 2 3 23h01 e 00h00 5 2 7 Não sabe/Não declarou 2 1 3 32 16 48 Entre 00h01 01h00 01h01 e 02h00 02h01 e 03h00 04h01 e 05h00 05h01 e 06h00 06h01 e 07h00 07h01 e 08h00 e 17h01 e 18h00 Total Horário 1 01h01 e 02h00 15h01 e 16h00 16h01 e 17h00 Não sabe/Não respondeu 1 Entre 00h01 01h00 e 1 1 73 16h01 e 17h00 Não sabe/Não declarou Sul do Rio Total Horário Total 22h01 e 23h00 Não sabe/Não declarou 1 1 2 2 4 0 1 4 1 1 0 1 1 1 2 74 TABELA 2: Horário * Delito * Dia da Semana Dia da Semana Delito Furto Domingo Horário Entre 00h01 e 01h00 01h01 e 02h00 0 6 3 0 3 02h01 e 03h00 5 0 5 03h01 e 04h00 1 0 1 04h01 e 05h00 08h01 e 09h00 09h01 e 10h00 10h01 e 11h00 13h01 e 14h00 1 1 2 1 1 0 0 0 0 0 1 1 2 1 1 15h01 e 16h00 1 0 1 16h01 e 17h00 20h01 e 21h00 21h01 e 22h00 2 2 2 2 2 3 0 0 1 3 0 1 2 2 3 5 2 4 22h01 e 23h00 2 2 4 23h01 e 00h00 3 0 3 13 1 14 53 8 61 4 0 4 Não sabe/Não declarou Total Horário Entre 00h01 e 01h00 01h01 e 02h00 1 0 1 02h01 e 03h00 1 2 3 05h01 e 06h00 1 0 1 06h01 e 07h00 1 0 1 08h01 e 09h00 1 0 1 10h01 e 11h00 2 0 2 11h01 e 12h00 3 0 3 12h01 e 13h00 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 21h01 e 22h00 22h01 e 23h00 2 0 0 5 2 1 1 1 0 2 3 1 1 5 4 23h01 e 00h00 4 0 4 Não sabe/Não declarou 7 0 7 38 7 45 1 0 1 04h01 e 05h00 06h01 e 07h00 4 1 1 0 0 0 4 1 1 07h01 e 08h00 0 1 1 14h01 e 15h00 15h01 e 16h00 17h01 e 18h00 18h01 e 19h00 19h01 e 20h00 20h01 e 21h00 Terça-feira Total Horário Total 6 17h01 e 18h00 18h01 e 19h00 19h01 e 20h00 Segunda-feira Roubo Entre 00h01 e 01h00 01h01 e 02h00 75 09h01 e 10h00 2 0 2 10h01 e 11h00 1 0 1 13h01 e 14h00 1 0 1 14h01 e 15h00 1 0 1 15h01 e 16h00 1 1 2 16h01 e 17h00 2 0 2 17h01 e 18h00 1 0 1 18h01 e 19h00 1 0 1 19h01 e 20h00 1 1 3 1 0 0 2 0 1 1 5 1 5 1 6 28 5 33 4 0 4 0 1 1 0 1 1 06h01 e 07h00 08h01 e 09h00 09h01 e 10h00 0 1 1 2 1 0 0 1 1 1 1 3 11h01 e 12h00 0 1 1 12h01 e 13h00 4 0 4 14h01 e 15h00 2 0 2 15h01 e 16h00 3 0 3 16h01 e 17h00 1 0 1 17h01 e 18h00 1 0 1 18h01 e 19h00 3 0 3 19h01 e 20h00 3 0 3 20h01 e 21h00 21h01 e 22h00 22h01 e 23h00 4 2 1 1 1 0 5 3 1 23h01 e 00h00 1 0 1 Não sabe/Não declarou 5 1 6 39 7 46 4 0 4 1 1 1 1 0 0 2 1 1 1 1 2 0 0 0 1 1 2 3 4 2 0 0 0 3 4 2 2 2 1 2 0 2 4 2 3 20h01 e 21h00 21h01 e 22h00 22h01 e 23h00 Não sabe/Não declarou Total Quarta-feira Horário Entre 00h01 e 01h00 01h01 e 02h00 02h01 e 03h00 05h01 e 06h00 Total Quinta-feira Horário Entre 00h01 e 01h00 01h01 e 02h00 07h01 e 08h00 08h01 e 09h00 09h01 e 10h00 12h01 e 13h00 13h01 e 14h00 14h01 e 15h00 15h01 e 16h00 16h01 e 17h00 17h01 e 18h00 18h01 e 19h00 19h01 e 20h00 76 20h01 e 21h00 1 3 4 21h01 e 22h00 1 0 1 22h01 e 23h00 0 4 4 23h01 e 00h00 1 0 1 Não sabe/Não declarou 2 0 2 30 12 42 1 0 1 Total Sexta-feira Horário Entre 00h01 e 01h00 01h01 e 02h00 1 0 1 02h01 e 03h00 1 0 1 03h01 e 04h00 2 0 2 04h01 e 05h00 1 1 2 07h01 e 08h00 0 1 1 11h01 e 12h00 12h01 e 13h00 13h01 e 14h00 14h01 e 15h00 15h01 e 16h00 16h01 e 17h00 17h01 e 18h00 5 1 1 2 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 5 2 1 2 1 1 1 18h01 e 19h00 2 0 2 19h01 e 20h00 1 0 0 1 0 5 3 2 1 5 3 3 9 1 10 31 14 45 6 1 7 20h01 e 21h00 21h01 e 22h00 22h01 e 23h00 Não sabe/Não declarou Total Sábado Horário Entre 00h01 e 01h00 01h01 e 02h00 2 1 3 02h01 e 03h00 5 1 6 03h01 e 04h00 2 0 2 04h01 e 05h00 0 1 1 05h01 e 06h00 1 0 1 06h01 e 07h00 2 1 3 08h01 e 09h00 2 0 2 09h01 e 10h00 1 0 1 11h01 e 12h00 2 0 2 12h01 e 13h00 4 0 4 14h01 e 15h00 2 0 2 15h01 e 16h00 3 0 3 16h01 e 17h00 3 0 3 17h01 e 18h00 1 0 1 18h01 e 19h00 6 5 3 2 3 0 3 1 1 2 6 8 4 3 5 14 0 14 69 12 81 19h01 e 20h00 20h01 e 21h00 22h01 e 23h00 23h01 e 00h00 Não sabe/Não declarou Total