ARTE HOLANDESA NO
BRASIL
Na virada do século, os portugueses defenderam o
Brasil dos invasores ingleses, franceses e holandeses.
Porém, os holandeses resistiram e se instalaram no
nordeste do país por quase 25 anos (início em 1624).
• O Conde Maurício de Nassau trouxe à “Nova Holanda” artistas
e cientistas que se instalaram em Recife. Foi sob a orientação
de Nassau que o arquiteto Pieter Post projetou a construção da
Cidade Maurícia e também os palácios e prédio
administrativos.
• Maurício de Nassau afirmou, em carta à Luiz XIV, em 1678, ter
a sua disposição seis pintores no Brasil, entre os quais Frans
Post e Albert Eckhout. Holandeses, flamengos, alemães, os
chamados pintores de Nassau, por não serem católicos,
puderam facilmente dedicar-se a temas profanos, o que não
era permitido aos portugueses.
• Em conseqüência disso foram os primeiros artistas no Brasil e
na América a abordar a paisagem, os tipos étnicos, a fauna e a
flora como temática de suas produções artísticas, livre dos
preconceitos e das superstições que era de praxe se encontrar
nas representações pictóricas que apresentavam temas
americanos. Foram verdadeiros repórteres do século XVII.
No Brasil ainda existem quadros de Frans Post em São Paulo: na Biblioteca Municipal a "Vila perto de
Pernambuco"; em Pernambuco: no palácio do governo, "Paisagem brasileira" (dois quadros); e Rio de
Janeiro: no Palácio Guanabara, "Índios Caçando" e "Paisagem de Pernambuco"; no Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, "Ruínas de Olinda"; na embaixada do Reino Unido, "Moínho de açúcar" e
"Paisagem brasileira".
1670-75 - A Brazilian Landscape, Private Colection
1665 - View of the Jesuit Church at Olinda, Brazil Institute of Arts, Detroit
1638 - The Ox Cart, Musée du Louvre, Paris
Igreja de São Cosme e São Damião em
Igarassu, circa 1637/45 óleo sobre madeira,
33,4 x 41,4 cm
De que maneira se tornaria mais evidente a barbárie do Novo
Mundo? De que maneira se deveria retratar o indígena, a fim de se
realçar sua selvageria? Eckhout tentou responder a essas questões
através do quadro Dança dos Tarairiú (168 X 294 cm), onde
registrou um momento de manifestação coletiva dos costumes dos
tapuias do litoral da Paraíba.
Albert Eckhout, cerca de 1641, "Dança dos Tarairiú",
óleo sobre tela, 168 X 294 cm, Museu de Copenhagen.
Albert Eckhout, cerca de 1641/1644,
"Mulher Tupi com Criança",
óleo sobre tela, 265 X 157 cm, Museu de
Copenhagen.
A nova identidade do dominado: o mestiço
Dois dos quadros pintados por Eckhout no Brasil se constituem na representação da nova
identidade que surgiu nos trópicos: a identidade do mestiço. Em Mameluca (269 X 170cm) e
Mestiço (268 X 165cm) a imagem que o observador europeu contempla é a de uma nova realidade
que começava a se impor na América: a da miscigenação.
Albert Eckhout,
cerca de 1641/1644,
"Mameluca",
óleo sobre tela, 265 X 157 cm,
Museu de Copenhagen
Albert Eckhout,
cerca de 1641/1644,
"Mestiço",
óleo sobre tela, 268 X 165 cm,
Museu de Copenhagen
O último legado
holandês, a Cidade
Maurícia, pode ser
percebido no que
ainda ficou de 24
anos de domínio
no Recife.
Recife é um
legado, enquanto
afirmação de vida
e permanência em
terras baixas dos
holandeses.
Em 1637, com
o Governador
Nassau,
constroi-se
uma ponte
entre o Recife
e a Ilha de
Antônio Vaz, e
se amplia a
utilização
desta com o
projeto da
Cidade Nova,
a Maurícia. O
plano é do
arquiteto Pieter
Post, irmão do
pintor Frans
Post.
Além da ponte, da Nova Maurícia, O Conde de Nassau também construiu dois palácios
Nassau saneou a
região, uniu-a à capital
por várias pontes e
nela ergueu seus
palácios
provavelmente sob
orientação do arquiteto
Pieter Post.
Os planos da Nova
Maurícia “com seu traçado
regular, foi o resultado dos
ideais renascentistas aliado
a cultura holandesa de
criação de cidades em
terrenos baixos.”
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