LISTA DE EXERCÍCIOS Goiânia, _____ de _________________ de 2015. Série: 2 º ano Aluno(a):______________________________________________________________ Disciplina: Sociologia Professora: Rafael e-mail: [email protected] Karl Marx Profº: Rafael Gargano Principais conceitos A mais-valia é a base da exploração do sistema capitalista e a charge mostra perfeitamente a diferença entre o valor produzido pelo trabalho do operário e o valor pago por seu patrão. Mais-Valia Alienação Em 2012, a marca Coca-Cola Zero desenvolveu a campanha “Descubra a sua Coca-Cola Zero”, criando embalagens customizadas com os nomes de seus consumidores. Ela também criou um aplicativo no Facebook, em que o usuário poderia imprimir o nome que quisesse na embalagem do refrigerante. Através desse aplicativo, criaram uma embalagem com o seguinte texto: O trabalhador é estranho ao produto de sua atividade, que pertence a outro. Isto tem como consequência que o produto se consolida, perante o trabalhador, como um “poder independente”, e que, “quanto mais o operário se esgota no trabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo estranho, objetivo, que ele cria perante si, mais ele se torna pobre e menos o mundo interior lhe pertence”; Fetichismo da Mercadoria A imagem faz referência ao conceito de “mais-valia”, elaborado por Karl Marx. O conceito de mais-valia serve para Karl Marx, em seu livro O Capital, explicar a forma como o capitalista obtém lucro a partir da produção e venda de mercadorias. Dessa maneira, a crítica que está sendo feita é a de que essa campanha da Coca-Cola não está interessada no consumidor de seus produtos, mas somente na obtenção da mais-valia; ou seja, ela está interessada em fazer a empresa lucrar cada vez mais a partir da exploração do trabalho de seus funcionários. Fetichismo da mercadoria é um conceito da economia marxista, segundo o qual, nas condições da produção mercantil baseada na propriedade privada dos meios de produção, desenvolve-se a ilusão ou representação ideológica de que as mercadorias são dotadas de propriedades inatas, forças extra-humanas que terminam por influir no destino das pessoas. Trata-se, portanto, de algo análogo ao fetichismo religioso, no qual o homem religioso diviniza os objetos por ele mesmo produzidos. Reificação O segundo momento do fetichismo, mais importante, é o seguinte: assim como o fetiche religioso (deuses, objetos, símbolos, gestos) tem poder sobre seus crentes ou adoradores, os domina como uma força estranha, assim também a mercadoria. O mundo se transforma numa imensa fantasmagoria. Como, então, aparecem as relações sociais de trabalho? Como relações materiais entre sujeitos humanos e como relações sociais entre coisas. E Marx afirma que as relações sociais aparecem tais como efetivamente são. Que significa dizer que a aparência social é a própria realidade social? Significa mostrar que no modo de produção capitalista os homens realmente são transformados em coisas e as coisas são realmente transformadas em “gente”. Com efeito, o trabalhador passa a ser uma coisa denominada força de trabalho que recebe uma outra coisa chamada salário. O produto trabalho passa a ser uma coisa chamada mercadoria que possui uma outra coisa, isto é, um preço. O proprietário das condições de trabalho e dos produtos do trabalho passa a ser uma coisa chamada capital, que possui uma outra coisa, a capacidade de ter lucros. Desapareceram os seres humanos, ou melhor, eles existem sob a forma de coisas (donde o termo usado por Lucaks: reificação; do latim: res, que significa coisa). Ideologia Ideologia é um sistema ordenado de ideias ou representações e das normas e regras como algo separado e independente das condições materiais, visto que seus produtores – os teóricos, os ideólogos, os intelectuais – não estão diretamente vinculados à produção material das condições de existência. E sem perceber, exprimem essa desvinculação ou separação através de suas ideias” (CHAUI, 1997, p.65). “As idéias podem parecer estar em contradição com as relações sociais existentes, com o mundo material dado, porém essa contradição não se estabelece realmente entre as ideias e o mundo, mas é uma consequência do fato de que o mundo social é contraditório. Porém, como as contradições reais permanecem ocultas (são as contradições entre as relações de produção ou as forças produtivas e as relações sociais), parece que a contradição real é aquela entre as idéias e o mundo. Assim, por exemplo, faz parte da ideologia burguesa afirmar que a educação é um direito de todos os homens. Ora, na realidade sabemos que isto não ocorre. Nossa tendência, então, será a de dizer que há uma contradição entre a ideia de educação e a realidade. Na verdade, porém, essa contradição existe porque simplesmente exprime, sem saber, uma outra: a contradição entre os que produzem a riqueza material e cultural com seu trabalho e aqueles que usufruem dessas riquezas, excluindo delas os produtores. Porque estes se encontram excluídos do direito de usufruir os bens que produzem, estão excluídos da educação, que é um desses bens. Em geral, o pedreiro que faz a escola; o marceneiro que faz as carteiras, mesas e lousas, são analfabetos e não têm condições de enviar seus filhos para a escola que foi por eles produzida. Essa é a contradição real, da qual a contradição entre a ideia de “direito de todos â educação” e uma sociedade de maioria analfabeta é apenas o efeito ou a consequência” (CHAUI, Marilena. O que é ideologia. Brasiliense, 1997) Luta de Classes Marx busca com este termo definir o confronto entre duas classes distintas, a burguesia, e o proletariado, que atuariam como classes antagônicas em meio ao modo de produção capitalista. Pretendendo caracterizar não apenas uma visão econômica da história, mas também uma visão histórica da economia, a teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. O caráter antagônico das relações de produção e distribuição origina interesses contraditórios que se manifestam na luta de classes, quer entre as próprias classes dominantes, aristocracia e burguesia, quer entre estas classes e os produtores individuais ou os trabalhadores. Este antagonismo assume, por vezes, a forma de conflitos violentos. O cartum faz referência a três classes sociais no Brasil: a classe alta, a classe média e a classe baixa. A conclamação “povo brasileiro!” tem caráter ideológico na medida em que anula as diferenças de classe e procura unificar todas as pessoas em uma única massa: a do “povo brasileiro”. No fundo, o cartum corresponde a uma crítica ao caráter arbitrário e ideológico da forma como a identidade nacional é construída. 1. (Enem 2013) Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade — fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social. MARX, K. “Prefácio à Crítica da economia política.” In: MARX, K.; ENGELS, F. Textos 3. São Paulo: Edições Sociais, 1977 (adaptado). b) Fato social. c) Alienação. d) Socialização. e) Ação social. Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia. b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material. c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano. d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico. e) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe. 5. (...) a mercadoria tem uma dupla determinação: ela é uma coisa útil, um valor de uso e assim destinada a servir a uma dada necessidade; mas é também uma coisa que foi produzida para ser vendida, comercializada, sendo, portanto, um valor de troca. Surge, por isso, uma antítese entre essas duas determinações da mercadoria: enquanto valor de uso a mercadoria se destina ao consumo; enquanto valor de troca ela é produzida para o mercado, para a venda. Ocorre, então, uma separação entre utilidade das coisas para as necessidades imediatas e sua utilidade para a troca. 2. (Ufu 2013) E se, em toda ideologia, os homens e suas relações aparecem invertidos como numa câmara escura, tal fenômeno decorre de seu processo histórico de vida, do mesmo modo porque a inversão dos objetos na retina decorre de seu processo de vida diretamente físico. MARX, Karl, A ideologia alemã. São Paulo: Hucitec, 1987. p. 37. Com essa famosa metáfora, Marx realiza a definição de ideologia como inversão da realidade, da qual decorre para ele a) a alienação da classe trabalhadora. b) a consciência de classe dos trabalhadores. c) a existência de condições para a práxis revolucionária. d) a definição de classes sociais. 3. Segundo a concepção materialista da história, na produção da vida os homens geram também outra espécie de produtos que não têm forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida diversos e plasmados de um modo peculiar. QUITANEIRO, T. Um toque de clássicos: Marx, Weber e Durkheim. 2.ed. rev. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 37. Na abordagem marxista, essa outra espécie de produtos imateriais que são derivados da produção da vida material humana corresponde à: a) Infraestrutura da sociedade. b) Superestrutura da sociedade. c) Ideologia. d) Luta de classes. e) Representação coletiva. 4. Leia. Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar. Foi um tempo de aflição, eram quatro condução, duas pra ir, duas pra voltar. Hoje depois dele pronto, olho pra cima e fico tonto, mas me vem um cidadão e me diz desconfiado: "Tu tá aí admirado? Ou tá querendo roubar?" Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido, dá vontade de beber. E pra aumentar meu tédio, eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer. (...) RAMALHO, Zé. Composição: Lucio Barbosa. Cidadão. Frevoador. Columbia (Sony Music) [CD], 1992. A música Cidadão, interpretada por Zé Ramalho, apresenta uma situação na qual um trabalhador conta sobre a sua experiência de ser impedida de contemplar o fruto do seu trabalho. Qual conceito sociológico é o mais adequado para compreendermos essa relação entre trabalhador e mercadoria? a) Fetichismo da mercadoria. TEIXEIRA, Francisco José Soares. Pensando com Marx: uma leitura crítico-comentada de O Capital. São Paulo: Ensaio, 1995, p. 65. A partir do texto acima, é possível afirma que: a) A mercadoria, em uma sociedade feudal, assume dois valores: o valor de uso e o valor de troca. É essa divisão que, segundo Marx, determina o surgimento do capitalismo como sistema econômico. b) A mercadoria tem papel fundamental no sistema econômico capitalista. Mais do que seu valor de uso, o que importa para o capitalista é seu valor de troca, que, posteriormente, estará relacionado com o lucro que será adquirido com a venda da mercadoria. c) Os estudos sobre a mercadoria foram levados a cabo, principalmente, por Max Weber, em seu livro A Ética protestante e o espírito do capitalismo. Nesse livro, o autor analisa como o processo produtivo determinou as relações sociais no sistema capitalista de produção. d) O fetichismo da mercadoria é um conceito importantíssimo para a análise marxista. Ele está relacionado com a forma como a mercadoria se torna depositária dos interesses de classe no sistema de produção capitalista. e) No capitalismo avançado, a mercadoria perde importância e a única forma de obtenção de lucro se torna o investimento feito em Bolsa de Valores. 6. No dia 12/07/2012, no Programa “Na Moral”, de Pedro Bial, Pedro Cardoso comentou sobre a invasão de privacidade e a sua relação com os paparazzi. Leia abaixo um trecho de seu comentário: Pedro Cardoso – Pedro [Bial], olha só, aqui falta um personagem, que ele até citou, que é o personagem – na minha opinião – mais importante disso tudo. Falta o capitalista que produz a profissão dele. Porque é o cara que paga pela foto que ele tira. O meu inimigo não é ele ou outra pessoa que, infelizmente, ganha a vida de uma maneira medíocre. Não, meu inimigo é o cara que contrata esse serviço, o cara que, sendo um empresário, põe dinheiro numa coisa que é a minha vida particular. Programa Na Moral apresentado em 12/07/2012. [transcrição] Disponível em: <http://tvg.globo.com/programas/na-moral...i/2038750/>. Acesso em 15/07/2012. Dada a forma como Pedro Cardoso constrói seu raciocínio, é correto afirmar que: a) Pedro Cardoso não somente constrói um argumento sociológico, como também refuta a ideia marxista de que o motor da história é a luta de classes. b) Pedro Cardoso expressa uma opinião que em nada se aproxima da abordagem sociológica. Sua argumentação é toda baseada em estereótipos. c) Pedro Cardoso demonstra ter profundos conhecimentos da abordagem sociológica weberiana. A forma como ele define o capitalista apresenta muitos elementos da ética do trabalho evocada por Weber. d) A argumentação de Pedro Cardoso tem como princípio a noção de fato social evocada por Bourdieu, em seu livro Os paparazzi são um fato social. e) Pedro Cardoso constrói uma argumentação que se aproxima à abordagem marxista. Na relação de produção, o capitalista compra um trabalho alienado (o dos paparazzi) que “coisifica” as relações humanas. 7. (Ufrgs 2012) Tanto Augusto Comte quanto Karl Marx identificam imperfeições na sociedade industrial capitalista, embora cheguem a conclusões bem diferentes: para o - 3- positivismo de Comte, os conflitos entre trabalhadores e empresários são fenômenos secundários, deficiências, cuja correção é relativamente fácil, enquanto, para Karl Marx, os conflitos entre proletários e burgueses são o fato mais importante das sociedades modernas. A respeito das concepções teóricas desses autores, é CORRETO afirmar: a) Comte pensava que a organização científica da sociedade industrial levaria a atribuir a cada indivíduo um lugar proporcional à sua capacidade, realizando-se assim a justiça social. b) Comte considera que a partir do momento em que os homens pensam cientificamente, a atividade principal das coletividades passa a ser a luta de classes que leva necessariamente à resolução de todos os conflitos. c) Marx acredita que a história humana é feita de consensos e implica, por um lado, o antagonismo entre opressores e oprimidos; por outro lado, tende a uma polarização em dois blocos: burgueses e proletários. d) Para Karl Marx, o caráter contraditório do capitalismo manifesta-se no fato de que o crescimento dos meios de produção se traduz na elevação do nível de vida da maioria dos trabalhadores embora não elimine as desigualdades sociais. e) Tanto Augusto Comte quanto Karl Marx concordam que a sociedade capitalista industrial expressa a predominância de um tipo de solidariedade, que classificam como orgânica, cujas características se refletirão diretamente em suas instituições. 8. (Unicentro 2011) Teria orgulho, sim, e estava seguro de que um dia teria mesmo esse orgulho, se a luta e o sofrimento fossem não para preservar um Brasil onde muitos trabalhavam e poucos ganhavam, onde o verdadeiro povo brasileiro, o povo que produzia, o povo que construía, o povo que vivia e criava, não tinha voz e nem respeito, onde os poderosos encaravam sua terra apenas como algo a ser pilhado e aproveitado sem nada darem em troca, piratas de seu próprio país; [...] teria orgulho se essa luta tivesse sido, como poderia ser, para defender um Brasil onde o povo governasse, um grande país, uma grande Pátria, em que houvesse dignidade, justiça e liberdade! RIBEIRO, J. U. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1984. Os escritos de Karl Marx refletem o seu interesse pelas mudanças do tempo moderno, principalmente as ligadas ao desenvolvimento do capitalismo e a seus principais elementos: o capital e a mão de obra assalariada. Nesse sentido, pode-se utilizar esse recorte de texto do clássico de João Ubaldo Ribeiro para exemplificar o conceito de a) mais-valia, que, ao desvalorizar o trabalho, aumenta o valor do produto e gera diferenças sociais. b) luta de classes, as quais, no capitalismo, estabelecem desigualdades e relações de antagonismo e exploração. c) dominação, em que a economia mecanicamente determina todas as demais esferas da sociedade. d) trabalho visto como a única força capaz de fazer um grupo se sobrepor ao outro, impondo a sua vontade como verdade. e) alienação, em que os operários não percebem o produto final como resultado do seu trabalho por causa das desigualdades sociais. 9. (Ufu 2009) Um dos conceitos fundamentais da teoria marxista sobre a sociedade capitalista é o de alienação. Marx parte das contribuições filosóficas de Hegel, reformulando-as e desenvolve, a partir desse conceito, uma interpretação aprofundada do sentido das relações dos homens com o seu mundo, natural e social, no contexto das sociedades divididas em classes. Em relação ao conceito marxista de alienação, marque a alternativa incorreta. a) A alienação implica, no plano político, a ausência do controle efetivo do Estado pelas classes trabalhadoras. b) A alienação implica a cisão entre o trabalhador e os meios e, também, os resultados objetivos do seu trabalho. c) A alienação corresponde a uma situação de ausência ou de pouca efetividade das normas, orais ou escritas, que regulam o funcionamento da vida social. d) A alienação tem uma dimensão subjetiva, uma vez que o indivíduo se torna estranho a si mesmo, privado de suas qualidades essenciais. 10. (Uel 2008) No capitalismo, os trabalhadores produzem todos os objetos existentes no mercado, isto é, todas as mercadorias; após havê-las produzido, entregam-nas aos proprietários dos meios de produção, mediante um salário; os proprietários dos meios de produção vendem as mercadorias aos comerciantes, que as colocam no mercado de consumo; e os trabalhadores ou produtores dessas mercadorias, quando vão ao mercado de consumo, não conseguem comprá-las. [...] Embora os diferentes trabalhadores saibam que produziram as diferentes mercadorias, não percebem que, como classe social, produziram todas elas, isto é, que os produtores de tecidos, roupas, alimentos [...] são membros da mesma classe social. Os trabalhadores se veem como indivíduos isolados [...], não se reconhecem como produtores da riqueza e das coisas. (CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 13 ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 387.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre alienação e ideologia, considere as afirmativas a seguir: a) A consciência de classe para os trabalhadores resulta da vontade de cada trabalhador em superar a situação de exploração em que se encontra sob o capitalismo. b) É no mercado que a exploração do trabalhador torna-se explícita, favorecendo a formação da ideologia de classe. c) A ideologia da produção capitalista constitui-se de imagens e ideias que levam os indivíduos a compreenderem a essência das relações sociais de produção. d) As mercadorias apresentam-se de forma a explicitar as relações de classe e o vínculo entre o trabalhador e o produto realizado. e) O processo de não identificação do trabalhador com o produto de seu trabalho é o que se chama alienação. A ideologia liga-se a este processo, ocultando as relações sociais que estruturam a sociedade. 11. (Ufu 2008) Em O Dezoito Brumário, de Luís Bonaparte, Karl Marx sustenta que ... os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. MARX, K. O Dezoito Brumário de Luís Bonaparte. In Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos escolhidos. (Seleção de textos: José Arthur Giannotti). São Paulo, Abril Cultural, 1978. p. 329. Coleção Os Pensadores Sobre essa concepção de “fazer histórico”, marque a alternativa correta. a) A sociedade é o resultado da práxis humana, que expressa, a partir de cada causalidade, os projetos ou as visões de mundo que prevaleceram nas lutas de classe. b) O passado é irresistível e sua reprodução é a regra nas relações sociais, no sentido de reiteração da ordem posta. c) As transformações históricas decorrem da intervenção da vontade, independentemente, das circunstâncias existentes. d) A história é imutável, quando muito cíclica, pois os movimentos possíveis não podem romper a existência de classes sociais. 12. (Uel 2007) Karl Marx exerceu grande influência na teoria sociológica. Segundo o autor: “[...] na produção social da sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção... O conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social”. Fonte: MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. Tradução de Florestan Fernandes. São Paulo, Ed. Mandacaru, 1989, p. 28. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre o autor, é correto afirmar que: a) A superestrutura jurídica e política é o resultado do modo como as pessoas se organizam para produzir a subsistência material em determinada sociedade. b) A superestrutura jurídica e política é o resultado da consciência social dos líderes políticos e independe do modo de produção em dada sociedade. c) A superestrutura política é o resultado do modo como as pessoas se organizam para produzir a subsistência material em determinada sociedade, mas a esfera jurídica depende da consciência social. - 4- d) A superestrutura jurídica é o resultado do modo como as pessoas se organizam para produzir a subsistência material em determinada sociedade, mas a esfera política depende da consciência social. e) A superestrutura jurídica e política é o resultado da consciência social dos homens. cooperação e, portanto, a coesão social entre as classes torna-se impossível. 13. (Uel 2006) O misterioso da forma da mercadoria reside no fato de que ela reflete aos homens as características sociais do seu próprio trabalho, como características objetivas dos próprios produtos do trabalho e, ao mesmo tempo, também da relação social dos produtores com o trabalho total como uma relação social existente fora deles, entre objetos. (Adaptado: MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 71.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que, para Marx: a) As mercadorias, por serem objetos, são destituídas de qualquer vinculação com os seus produtores. b) As mercadorias materializam a harmonia presente na realização do trabalho alienado. c) Os trabalhadores, independentemente da maneira como produzem a mercadoria, são alijados do processo de produção. d) As mercadorias constituem-se em um elemento pacificador das relações entre patrões e trabalhadores. e) A mercadoria, no contexto do modo capitalista de produção, possui caráter fetichista, refletindo os aspectos sociais do trabalho. 14. (Uel 2005) “Cascavel – Uma pequena cidade no interior do Paraná está provando que machismo é coisa do passado. Com 15 mil habitantes, conforme o IBGE, Ampére (a 150 quilômetros de Cascavel), no Sudoeste, tem fartura de emprego para as mulheres. Ex-donas de casa partiram para o trabalho fixo, enquanto os homens, desempregados ou não, passaram a assumir os serviços domésticos. Assim, elas estão garantindo mais uma fonte de renda para a família, além de eliminar antigos preconceitos. A situação torna-se ainda mais evidente quando os homens estão desempregados e são as mulheres que pagam as contas básicas da família. Conforme levantamento informal, em Ampére, o número de homens sem vínculo empregatício é maior do que o de mulheres. Para driblar as dificuldades, eles fazem bicos temporários e quando não há serviço, tornam-se donos de casa. O motivo para essa mudança de comportamento é a [...] Industrial Ltda., uma potência no setor de confecções que dá emprego a 1200 pessoas, das quais 80% são mulheres. Com a fábrica, famílias migraram do interior para a cidade. As mulheres abandonaram o posto de donas de casa ou de empregadas domésticas, aprendendo a apostar na capacidade de competição”. (Costa, Ilza Costa. Papéis trocados. Gazeta do Povo,Curitiba, 01 out. 1999. p. 14.) O fenômeno da troca de papéis sociais, relatado no texto, ilustra a base da tese usada por Karl Marx (1818-1883) na explicação geral que formula sobre a relação entre a infraestrutura e a supraestrutura na sociedade capitalista. Com base no texto e nos conhecimentos sobre essa tese de Karl Marx, é correto afirmar: a) Na explicação das mudanças ocorridas no comportamento coletivo, deve-se privilegiar o papel ativo do indivíduo na escolha das ações, ou seja, o que importa é a motivação que inspira suas opções. b) É a imitação que constitui a sociedade, enquanto a invenção abre o caminho das mudanças e de seu progresso. A invenção, produtora das transformações sociais, é individual, dependendo de poucos; enquanto a imitação, coletiva, necessita sempre de mais de uma pessoa. c) A família é a verdadeira unidade social; é a célula social que, em seu conjunto, compõe a sociedade. Portanto, a sociedade não pode ser decomposta em indivíduos, mas em famílias. É a família a fonte espontânea da educação moral, bem como a base natural da organização política. d) Há uma relação de determinação entre a maneira como um grupo concreto estrutura suas condições materiais de existência – chamada de modo de produção – e o formato e conteúdo das demais organizações, instituições sociais e ideias gerais presentes nas relações sociais. e) A organização social deve fundar-se na separação dos ofícios, inerente à divisão do trabalho social e na combinação dos esforços individuais. Sem divisão do trabalho social, não há - 5-