I SIMPÓSIO MINEIRO DE HOMEOPATIA
ÉTICA E EXPERIMENTAÇÃO
EXPERIMENTAÇÃO EM ANIMAIS
Denerson Ferreira Rocha, MV, MSc
21 a 23 de novembro de 2008
Belo Horizonte - MG
Introdução
• Início da experimentação animal
– Fisiologia e patologia comparadas
– a.C. – Aristóteles, Galeno, Hipócrates
– Séc. XVIII – bacteriologia
• Os animais contribuindo, mesmo que involuntariamente,
com o homem, se prestam a experimentação clínica e
cirúrgica, desde que com respeito e cujos resultados
retornem em benefícios para o homem e para eles
próprios (Pimenta & Silva, 2001).
Introdução
• Depois de 20 séculos de cultura cristã, 300 anos de iluminismo e
ascensão da burguesia refletida nas obras clássicas de Voltaire e
Diderot e de mais de 100 anos da abolição da escravatura negra
brasileira (1888), o homem anseia e luta por uma igualdade,
proclamada pelos Direitos Humanos das Nações Unidas num
movimento angustiante à partir da Segunda Grande Guerra Mundial
(1938-1945) (Pimenta & Silva, 2001).
• Chega o tempo de uma nova época para o ser humano e todas as
espécies animais e que ela seja histórica corrigindo duas questões:
– A primeira, representada por uma igual divisão de oportunidades, numa
evolução, acima de tudo ética em relação aos menos favorecidos.
– A segunda, copiando os Direitos Humanos, adaptando direitos
extensivos aos animais inferiores, nossos companheiros, não
importando se úteis ao homem ou não (Pimenta & Silva, 2001).
• Na Inglaterra (1876), surgiram os princípios de ética aplicados em
benefício da experimentação animal. Muito depois, pelo Código de
Nüremberg (1946) a realização de um procedimento, clínico ou cirúrgico,
quando em humanos, fica subordinado ao resultado de uma experiência
realizada previamente em animais inferiores.
• Tomando por base os princípios humanitários, devemos repetir Russel &
Burch (1959), ao afirmarem que a pesquisa animal terá que respeitar a
regra dos três Rs: "replacement (reposição), reduction (abreviação) and
refinement (distinção).
• Implanta-se em Minas Gerais (Brasil) a "Sociedade Protetora dos Animais"
(1925) muito vigilante e com força suficiente para regulamentar normas
específicas de completa proteção e respeito aos animais. É reconhecida no
intuito de coibir abuso e desmando numa experimentação animal por
pesquisador pouco familiarizado e até não credenciado por instituição
legal.
• Apesar do valor da pesquisa com animais, esta, muitas vezes, esbarra nos
padrões de conduta no que se refere ao bem e ao mal, de modo relativo e
absoluto, ou seja, na ética.
• Sócrates (470-399 a.C.) considerou o problema ético individual como o
problema filosófico central e a ética como sendo a disciplina em torno da
qual deveriam girar todas as reflexões filosóficas.
• Atualmente, as preocupações éticas expressas pela sociedade não se
limitam à simples noção de dor. As preocupações são amplas e
substituem, inclusive os termos negativos da dor, sofrimento e estresse,
pelos termos positivos de conforto e bem-estar (PICARD et al., 1994).
• O respeito aos animais, como todo o processo evolutivo
da vida, deve ocorrer gradativamente, respeitando o
nível evolutivo da humanidade e necessidade destes
processos.
• Mudar o modelo – o animal não é apenas um
instrumento de pesquisa, ele é um meio mas também
uma finalidade, já que estuda-se a saúde animal.
• Estamos numa nova época com uma grande
possibilidade de evoluir esta questão da experimentação
animal: a pesquisa homeopática tem grande
possibilidade de contribuir para uma maneira nova e
melhor de pesquisa com animais, já que, em geral, os
parâmetros avaliados são medidos in vivo e de maneira
menos invasiva possível, isto pela próprio modelo
homeopático que procura perceber o individuo e a
circunstância em que vive.
• Por outro lado, o modo de pesquisa, sobretudo as
análises estatísticas que precisam eliminar o maior
numero de variáveis é quase incompatível com a
pesquisa verdadeiramente homeopática.
Aspectos legais
• No Brasil, a criação ou utilização de animais para ensino
e pesquisa fica restrita, exclusivamente, às instituições
credenciadas pelo Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal (CONCEA).
• Torna-se indispensável um licenciamento destas
atividades vigiada por uma Comissão de Ética no uso de
Animais (CEUA).
• Sendo a ética uma ciência, devemos evitar a tentação de reduzí-la
ao campo exclusivamente normativo. Seu valor está naquilo que
explica e não no fato de prescrever ou recomendar com vistas à
ação em situações concretas.
• A ética também não tem caráter exclusivamente descritivo pois visa
investigar e explicar o comportamento moral, traço inerente da
experiência humana.
• Na academia, nada (ou quase nada) é falado sobre ética e, no
momento de entrar em contato com esta questão, procura-se, em
geral, apenas atender às “regras”.
Experimentação animal e homeopatia
• Experimentação patogenética
–
–
–
–
–
Domiciliados
Interação com o meio
Simplicidade
Sem desrespeito ao indivíduo
Sem qualquer forma de agressão
• Casuística
• Experimental
• Outras abordagens de pesquisa
Experimentação animal e homeopatia
• Possibilidade maior de acompanhamento de casos
naturais, inclusive de lesionais graves.
• Possibilidade de avaliação da ação medicamentosa em
populações.
• Aproximação da pesquisa à realidade clínica.
“Obviamente, a compreensão do todo também é o objetivo da
ciência, mas este está bem longe dela, pois, sempre que possível,
seu procedimento é experimental e, em todos os casos, estatístico.
Portanto, na ciência, o experimento consiste em fazer uma pergunta
bem definida que exclua, tanto quanto possível, tudo que for
irrelevante ou perturbador. Com isto, parte-se de condições impostas
à natureza, dessa maneira, forçando-a a dar uma resposta a uma
questão determinada pelo homem. No entanto, ela está impedida de
responder com todas as suas possibilidades, pois estas estão
restritas e impraticáveis. É criada então, uma situação em
laboratório artificialmente restrita em relação a questão, o que a
obriga a dar uma resposta clara.
Os trabalhos sem limitações da natureza são completamente
excluídos. Se quisermos saber o que são estes trabalhos,
precisamos de um método de pesquisa que imponha as menores
condições possíveis, ou nenhuma, deixando-a responder a partir de
sua totalidade. Na experiência realizada em laboratório, o
procedimento estabelecido e conhecido cria o fator estável no
resultado estatisticamente compilado e comparado. De outro modo,
no experimento-com-o-todo intuitivo ou “mântrico” não há
necessidade de imposição de nenhuma condição limitativa ou
arbitrária que impeça o processo natural em sua totalidade. É dado
a ele a chance total de se manifestar. (...) As condições para uma
reação total são positivamente ideais. (...)”
Os trabalhos sem limitações da natureza são completamente
excluídos. Se quisermos saber o que são estes trabalhos,
precisamos de um método de pesquisa que imponha as menores
condições possíveis, ou nenhuma, deixando-a responder a partir de
sua totalidade. Na experiência realizada em laboratório, o
procedimento estabelecido e conhecido cria o fator estável no
resultado estatisticamente compilado e comparado. De outro modo,
no experimento-com-o-todo intuitivo ou “mântrico” não há
necessidade de imposição de nenhuma condição limitativa ou
arbitrária que impeça o processo natural em sua totalidade. É dado
a ele a chance total de se manifestar. (...) As condições para uma
reação total são positivamente ideais. (...)”
Carl Gustav Jung
“Os animais devem ser tratados com
gentileza, por terem a mesma origem do
homem”.
São Crisóstomo
Obrigado!
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ÉTICA E EXPEMENTAÇÃO EM ANIMAIS