GLOSSÁRIO Genealógico e Histórico Hugo Forain Junior Sócio Adjunto do Colégio Brasileiro de Genealogia GLOSSÁRIO Genealógico e Histórico Colégio Brasileiro de Genealogia Coleção Cadernos Genealógicos CBG Rio de Janeiro - 2013 Coleção Cadernos Genealógicos CBG Idealização: Diretoria CBG 2006-2007 Presidente: Carlos Eduardo de Almeida Barata Vice-presidente: Attila Augusto Cruz Machado 1º Secretário: Regina L. Cascão Viana 2º secretário: Eliane Brandão de Carvalho 1º Tesoureiro: Carlos Alberto de Paiva 2º Tesoureiro: Hugo Forain Junior Publicações: Leila Ossola Execução deste volume: Diretoria 2012-2013 Digitação: Hugo Forain Junior Projeto gráfico e editoração eletrônica: Clotilde Tavares Forain Junior, Hugo, 1940 Glossário genealógico e histórico / por Hugo Forain - Rio de Janeiro: Colégio Brasileiro de Genealogia, 2013. 174 p. ; 20x28 cm - (Coleção Cadernos Genealógicos CBG). Inclui bibliografia. 1. Genealogia - Vocabulários, glossários, etc. I. Forain Junior, Hugo, 1940 - . II - Colégio Brasileiro de Genealogia. III. Título. IV. Série. Colégio Brasileiro de Genealogia Av. Augusto Severo, 8 / 12º andar - Glória 20.021-040 Rio de Janeiro - RJ Tel. 21 2221-6000 www.cbg.org.br COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA DIRETORIA 2012-2013 Presidente: Regina L. Cascão Viana Vice-presidente: Carlos Eduardo de A. Barata 1° Secretário: Patrícia de Lima Bocaiuva 2º Secretário: Eliane Brandão de Carvalho 1º Tesoureiro: Antonio Cesar Xavier 2º Tesoureiro: Guilherme Serra Alves Pereira Dir. Publicações: Leila Ossola Auxiliares Cinara Maria Bastos Jorge Andrade do Nascimento Clotilde Santa Cruz Tavares Eliana Quintela de Linhares Gilson Flaeschen Laura de Saint-Brisson Ferrari Glossário Genealógico e Histórico APRESENTAÇÃO A idéia da Coleção Cadernos Genealógicos CBG surgiu na primeira gestão de Carlos Eduardo Barata, iniciada em 2006. Por inúmeras razões, somente em 2012 teve condições de ser efetivada. Seu objetivo é disponibilizar, à comunidade genealógica e a quantos mais se interessem por História da Família e mesmo História em geral, trabalhos inéditos legados ao CBG por familiares de associados falecidos e/ou disponibilizados por associados ainda em atividade, que não pretendem editá-los de outra maneira que não por meio do Colégio, cedendo assim seus direitos, com o pensamento voltado para a cultura e o conhecimento. O trabalho de digitação, editoração, composição de capa e tudo o mais que envolva a publicação dos volumes desta Coleção constituem-se obra de dedicação dos diretores CBG, em pleno exercício de voluntariado. Se o prezado leitor tem em mãos qualquer dos volumes da Coleção Cadernos Genealógicos CBG, e ele lhe é útil e valioso para algum de seus propósitos, tenha em mente que isto só foi e é possível em razão do amor de alguém pela Genealogia. Glossário Genealógico e Histórico O AUTOR Filho de Hugo Forain e Albertina Fernandes Forain, Hugo Forain Junior nasceu no Rio de Janeiro em 22 de janeiro de 1940. Casado com Neide Rodrigues Maia/ Neide Maia Forain, é pai e sogro de Eric Forain/Monica Barros Santoro (Forain) e Glauco Forain/Patrícia dos Anjos Borges Vieira(Forain) e avô de Davi Santoro Forain, Letícia Santoro Forain, Giovanna Vieira Forain e Guilherme Vieira Forain. Fez seus estudos em colégios das cidades do Rio de Janeiro, Teresópolis e São Paulo. Sua vida profissional transcorreu no Banco do Estado do Rio de Janeiro, sempre na área de Informática. Aposentou-se em 1992. Iniciou suas pesquisas genealógicas por sua própria família e daí passou a desenvolver estudos sobre todas as famílias que a ela se agregaram e agregam, como as de sua esposa, madrasta, noras, cunhados, cônjuges de tias e tios, etc. Além disso, pesquisa as primeiras famílias da colonização da cidade de Teresópolis, Estado do Rio de Janeiro. Essas duas linhas de trabalho genealógico já deram um primeiro fruto: a obra “Claussen e seus descendentes”. Os volumes da história familiar, se considerados apenas texto, compõem-se de mais de quase mil páginas, o que mostra a abrangência de sua pesquisa. São os seguintes os títulos que se encontram em vias de publicação: - Ascendentes e descendentes do casal Manoel José Fernandes e Joaquina da Silva e Sousa; - Azevedos e seus descendentes; - Brazuna e seus descendentes; - Famílias Santini e Viviani e seus descendentes; - Forain e seus descendentes; - Horcades/Hourcades/Orcades e seus descendentes; - Oliveiras de Teresópolis; - Rebellos de Teresópolis e seus descendentes; - Ruffier e seus descendentes; O autor associou-se ao Colégio Brasileiro de Genealogia em 28.09.2000, passando a Sócio Adjunto em 18.02.2004. Membro da Diretoria e Conselheiro Fiscal em mais de uma gestão. Glossário Genealógico e Histórico INTRODUÇÃO Esta obra não é dicionário. É um elucidário dirigido a genealogistas e historiadores, sejam eles iniciantes ou mais experientes e destina-se, particularmente, à explicação de termos mal conhecidos – arcaicos, peregrinos, dialetais, etc. Seus verbetes são palavras, expressões, frases e citações, encontrados principalmente em trabalhos genealógicos. Estão presente em assentos civis e religiosos (fontes primárias), em obras de Genealogia, História e Heráldica (fontes secundárias) e também em avisos fúnebres. Em sua grande maioria, os termos que são mostrados aqui foram inseridos na história e no tempo em que seu uso era corrente. Não foram apenas traduzidos ou dados sinônimos pura e simplesmente. Houve especial atenção aos termos de uso religioso, comuns a uma determinada religião ou crença, porém desconhecidos aos praticantes de outras. Dentre as fontes de pesquisa e aferição utilizadas na composição deste elucidário estão as seguintes obras: - “Curso Formativo da Liturgia Católica” - glossário; - “Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa” de Antenor Nascentes; - “Dicionário da Língua Portuguesa” da “Porto Editora Ltda”; - “Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse”; - “Dicionário Latino-Português” de Francisco Torrinha; - “Dicionário de Língua Portuguesa” de Eduardo Pinheiro; - “Diccionario da Lingua Portugueza” de Rafael Bluteau (Alcobaça em 28 de março de 1711); - “Diccionario da Lingua Portugueza” composto por Bernardo de Lima e Mello Bacellar em 1783; - “Enciclopédia Católica Popular” de Dom Manuel Franco Falcão; - “Fisicatura-Mor. Do Físico-mor e do Cirurgião-mor do Reino de Portugal, do Reino Unido e do Império do Brasil. Os Profissionais de Saúde do Brasil 1808-1828”. Attila Augusto Cruz Machado. Rio de Janeiro, 2005; - “Glossário Católico” do Monsenhor Dr. José Geraldo Caiuby Crescenti; - “Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa” do filólogo Laudelino Freire; - “Magnumæ Lexicon” composto por OLYSIPONE: TYPIS REGIÆ OFFICINÆ em 1889 Hugo Forain Junior - “Novo Diccionario da Língua Portugueza” Lisboa – 1806 com Licenca da Meza do Dezembargo do Paço; - “O Léxico da Linguagem Forense do período Colonial Brasileiro aos Cargos e Funções” de Expedito Eloísio Ximenes (UECE); - Vocabulário da Coleção da Casa dos Contos; - “Vocábulos Brazileiros” do Visconde de Beaurepaire-Roham (1889). Foram vistos e consultados na Internet: - Coleção “Santo do Dia” da Editora Casa Dois; - “Dicionário Aristocrático” da Impressa Nacional – Lisboa – 1840; - “Dicionário da Língua Portuguesa” do HOSTDIME; - “Dicionário de Latim” Direito.Net; - “Dicionário de Metrologia” do Museu de Metrologia de Portugal; - “Dicionário da Língua Portuguesa”, Priberam; - “Dicionário Eletrônico Estraviz”; - Dicionário “KINGHOST de Língua Portuguesa”; - “Diccionario Portuguez e Latino” de Carlos Folqman de 1755; - “Elucidário de Viterbo”; - “Enciclopédia e Dicionários” da Porto Editora (INFOPÉDIA); - Glossário “BíbliaOnline.NET”; - Glossário do “Instituto de Lingüística Teórica e Computacional” (“ILTEC”); -“Liberdade e escravidão em São Paulo colonial” de Eliana Maria Rea Goldschmidt; - MorDebe uma Base de Dados Morfológica de Português; - “Portal Galego da Língua”; - Site Jubilaeum, Carla Maria Carvalho de Almeida; - Trabalho de Antônio José Mendes; - Trabalho de Gladis Franck da Cunha sobre genética; - Tribuna da História Editores – Portugal Dicionário Histórico. Além dessas fontes, foram consideradas indicações de genealogistas, e principalmente de associados do Colégio Brasileiro de Genealogia – CBG. Ressaltem-se, em especial, a grande quantidade de verbetes fornecidos pelo genealogista e historiador Carlos Eduardo Barata, presidente do citado Colégio. Citamos também, as colaborações dos associados José Nazareth de Souza Fróes, Regina Lúcia Cascão Vianna e Paulo Roberto Gavião e também a colaboração dos genealogistas Therezinha Machado Corrêa e Dalton Luiz de Almeida, e de Eric Forain na terminologia cristã. O objetivo de reunir numa só publicação tais verbetes é o de proporcionar maior agilidade, rapidez e entendimento nas leituras genealógicas e históricas. Mas em nenhum dos verbetes houve a intenção de esgotar o significado de palavras, frases, assuntos ou nomes. Assumiu-se que o elucidário não está (nem nunca vai estar!) acabado mas defende-se que, apesar de ter verbetes e entradas com completude muito díspares, mesmo assim pode constituir um recurso útil. Repetindo o “Armorial Lusitano”: “ - O trabalho não é, nem podia sê-lo, perfeito, porque foi preciso reunir elementos dispersos, utilizando obras impressas e, também algumas manuscritas, sem contudo ser permitido recorrer às fontes documentais. (…) pondo de parte, no entanto todas as notícias de aspecto duvidoso, visto ser preferível a deficiência ao erro. O Autor Glossário Genealógico e Histórico LÍNGUA PORTUGUESA Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela. Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, que tens o tom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho! Olavo Bilac Glossário Genealógico e Histórico A ÁBACO – O termo ábaco (do grego “abax” que significa prancha ou do também grego “ábakos” que significa mesa, ou pelo latim “abàcu” que também significa mesa e do latim “abacus” referese em arquitetura ao elemento sobre o capitel de uma coluna ou de uma simples estaca, que tem a forma quadrada ou retangular com tamanho maior que seu ponto de apoio. Conhece-se seu uso em Portugal no século XVII para proteção dos grãos colhidos e guardados nas espigueiras, dos roedores invasores. Quem as constrói são os “abaqueiros”. ABADE – A palavra abade, que provém do substantivo latino “abbas”, “abbatis”, através da sua forma acusativa “abbatem” – a qual, por sua vez, deriva do siríaco “abbâ” (através do étimo hebraico “ab”) –, significa pai e tem sido utilizada como título clerical, no cristianismo, com diversas acepções (pároco, cura de almas, prelado de mosteiro ou congregação religiosa, monge, etc), ainda que se refira, na sua acepção original, à vida monástica e lhe é comparável é o de hegumenos ou arquimandrita. Em língua portuguesa, o feminino é abadessa. É o superior de um mosteiro (ver) masculino qualificado. O Abade é investido em sua dignidade pelo rito da bênção abacial e goza do uso de algumas insígnias episcopais (mitra, báculo pastoral, cruz peitoral e anel). No norte de Portugal, onde as abadias tinham outrora o “cura de almas”, ainda hoje se trata o pároco por senhor abade (como, noutras regiões, por “senhor reitor” ou “senhor prior”). Aquele que governa uma abadia (ver). ABADE GERAL – Aquele que não governa uma só abadia, mas de toda uma ordem. ABADE MITRADO – Que tem mitra (ver) ou o direito de usá-la. É o que usa algumas insígnias episcopais e exerce algumas funções de bispo. ABADE NULLIS – (sem diocese) Há de ter território próprio de três paróquias, no mínimo; ABADE REGULAR – Abade beneditino, monge (ver) da Ordem Cisterciense, etc; é sempre sacerdote eleito pelos professos (ver) da Ordem por toda a vida, com idade mínima de 30 anos, sagrado segundo o Pontificale Romanum. ABADESSA – Do latim “abbatissa” - Superiora de um mosteiro (ver) feminino qualificado. A Abadessa é investida em sua dignidade pelo rito da bênção abacial. ABADIA – Descende do latim abbas, abbatis que significa comunidade - Chama-se abadia tanto o tipo de mosteiro (ver) quanto a respectiva igreja que é regida pelo abade. Paróquia, monastério a que preside um abade ou abadessa. ABAFADOR – Na época da “Inquisição” (ver) em algumas cidades havia uma pessoa com essa função. Deveria ajudar alguém gravemente doente a morrer, antes que um médico viesse examiná-lo e descobrisse que o enfermo era judeu. O abafador, a portas fechadas, sufocava o doente proferindo calmamente a frase “ - Vamos meu filho, Nosso Senhor está esperando”. Feito o serviço, o corpo era recomposto e abafador saía para dar a notícia aos parentes: “- Ele se foi como um passarinho”. (fonte “Memória Brasil – Sefarad”) ABAQUEIRO – (Profissão) É o artista (artesão em cantaria ou madeira) especializado em fazer ábacos (ver). ABARCAS – s.f. Sandália rústica. Calçado largo e mal acabado com correias usadas pelos camponeses nos séculos XVI e XVII. Quem as produz são os “abarqueiros”. ABARQUEIRO – (Profissão) – É o artista (artesão em couro) especializado em fazer abarcas (ver). ABD – (Onomástico) Termo árabe que entra na composição de muitos nomes árabes que passaram ao português, tais como “Abd Allah” (Abdala), “Abd-al-Aziz”, “Abd al-Malik”, etc. Em fenício igualmente “Abd”, como em “Abd Milqart”. Em hebraico Ebed. Em cartaginês Bod, como em Bod Milqart. O termo árabe Abd tem como plurais abid e ibâd. Significa adorador, escravo, servo. O primeiro plural indicado é empregado no sentido de escravos e o segundo de adoradores. Abd provém do verbo abada – adorar, obedecer (a Deus). Ibâd Allâhi são os adoradores de Deus, as pessoas, os seres humanos. A ideia de escravo é também transmitida em árabe pelo termo mamlûk, particípio passivo do verbo malaka – dominar. (Verbo, Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. I, 49). ABEGÃO – O que tem a seu serviço bois, carros, charruas, e criados ou escravos de ganho (ver). ABEGOARIA – Todo o necessário à lavoura. ABERTO – (Heráldica) Diz-se aberto de tal esmalte o castelo, torre ou torreão que tem a porta de esmalte distinto. Assim, descrevemos: “Uma torre de prata, aberta de vermelho, para mostrar que tem a porta vermelha. O que se pinta no brasão para denotar a nobreza de quatro gerações nas famílias não titulares (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, I, 66). ABESAR – Conseguir qualquer coisa. AB INTESTATO (latim) – Que morreu sem fazer testamento, ou cujo testamento é nulo e ilegal. ABISMO (Heráldica) – Considera-se, na heráldica, o abismo como o centro, o coração, o ponto central de um escudo; considerado a posição mais importante dele [Joaquim José Caetano Pereira de Souza - 1825]. Esta última designação deriva certamente da assimilação do escudo a um corpo humano; por uma ideia semelhante também se chamava “Calb” (coração) ao centro da formação normal dos exércitos árabes onde ia o comandante [Mello de Matos, Heráldica, 66]. A peça posta em abismo brasona-se, geralmente, em último lugar, do modo - 15 - Hugo Forain Junior ABJURAR seguinte: De prata com três flores-de-lis de vermelho, e um crescente de negro em abismo. Quanto as dimensões do crescente forem proporcionadas às das flores-de-lis, a expressão em abismo não deve empregar-se e, então, descreveremos: De prata com três flores-de-lis de vermelho, e um crescente de negro ao meio do escudo (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, I, 73). ABJURAR – Renunciar aos crimes e erros contra a fé. ABLEGAÇÃO – Do latim “ablegatiõne”, “ato de afastar; banimento, relegação”. Os romanos davam esse nome a uma espécie de desterro, que os pais de família podiam impor a aqueles filhos de quem estavam descontentes. Em Portugal, passados os anos, nunca foi usada a ablegação dos romanos (Joaquim José Caetano Pereira de Souza – 1825). ABLUÇÃO (Liturgia) Do latim “ablutione”, “lavagens; purificação (de pecador); batismos”; do verbo abluere que significa: “lavar; purificar; nos autores cristãos, limpar de pecados; batizar”. Deve-se ao Islamismo o revigoramento deste vocábulo. Documentado, na língua portuguesa, no séc. XVII (José Pedro Machado, Dicionário Etimológico, I, 41). “Os hebreus foram os que primeiro adotaram a ablução, e, pelos preceitos de Moisés, eles não podiam entrar no templo sem haverem praticado tal cerimônia, que lhes era também preceituada todas as vezes que comessem carne de algum animal impuro ou comunicassem com leprosos. Os gregos e os romanos usavam da ablução nos seus templos. A ablução existe no Islamismo e divide-se em: grande ablução ou “goust”, que é o banho ou a imersão do corpo, e a pequena ablução ou “abdest”, que consiste na lavagem do rosto, pés e mãos, podendo, à falta de água, empregar-se a areia ou terra. Na liturgia católica, ablução significa: 1 - o batismo, o lava-pedes em Quinta-feira santa, a lavagem das mãos do padre que diz a missa depois do ofertório, etc; 2 - e cerimônia em que, depois da comunhão, o sacerdote faz deitar no cálice vinho puro que bebe (ablução do cálice), depois, sobre o polegar e o indicador de cada mão, sempre por cima do cálice, vinho e água, que bebe também (ablução dos dedos)” (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, I, 80). “Na linguagem cristã, como símbolo da purificação interior, usa-se no batismo (a lavagem), devendo a água correr sobre a cabeça do neófito, ou seja, por imersão ou por infusão. Como utilidade prática na missa: usada, antigamente, pelos fiéis à entrada dos templos, para depois poderem receber a Educação em suas mãos. Cerimônias que hoje é recordada nas pias de água benta, da qual os fiéis se servem para fazerem o sinal da cruz, ao entrar na igreja. Usada pelo sacerdote: no Ofertório, pela necessidade de lavar as mãos depois de Ter recebido as ofertas, ou depois de ter incensado as oblatas (ver) e o altar. Deu-se à cerimônia sentido espiritual com a recitação do Ps. 25. Depois da comunhão: purificação do cálice e da boca com vinho, dos dedos com vinho e água e das mãos (hoje reservada só aos prelados (ver) (NOTA: agora também aos Ministros da Eucaristia))” (Verbo, Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. I, 83). ABLUIR – Do latim “abluere” (lavar, purificar). Nos autores cristãos limpar de pecados, batizar, com mudança de conjugação e por via culta (José Pedro Machado, Dicionário Etimológico, I, 41). ABORÍGENE – Do latim “Aborigìnes”. Pessoa que é habitante da região ou do país de onde é natural; indígena; autóctone; nativo. ABORTADA – (Heráldica) Dizem-se famílias abortadas, aquelas que se extinguiram por falta de sucessão (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, I, 94). ABORTO – É a expulsão do feto do ventre materno até 180 dias de gestação. Essa expulsão pode ser natural ou provocada. ABREVIATURAS – OBS:- Aqui vão listadas algumas abreviaturas. Há uma grande variedade na grafia de uma mesma palavra, em razão de não haver uma norma, da época, da região ou da pessoa que escrevia o texto. ab ou abe ou abde - abade; ACMRJ - Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro; A.D - anno Domini (no ano do Senhor); Ao - Afonso (prenome); AGB - Anuário Genealógico Brasileiro; AGL - Anuário Genealógico Latino; Alf. - alferes; Alv. - alvará; Alvº - Alvaro; Alzs - Álvares; Antº - Antônio; Aº - Araújo (apelido); Arcb. - arcebispo / arcebispado; aux.es - auxiliares; Azdº - Azevedo; b. - batizado; bat. - batizado; Bar - Baltazar; Bisp. - bispo / bispado; c. - casamento; Cap. - capitão; cap. - capela; cav. - cavalheiro; C.B.A. - Carta de Brasão de Armas; c.c. - casado com; c1.c. - casado primeira vez com; c2.c. - casado segunda vez com; cel. - coronel; c.g. - com geração; ch.e. - chantre (ver); ch3 - Ordem de “Christo”, cavaleiro grau 3; CM - cirurgião-mor; CMI - Cirurgião-mor do império; CMR - Cirurgião-mor do Reino; Comª - comarca; C.nª - Catarina; concº - conselho; Coutº - Coutinho; COX - Cavaleiro da Ordem de Cristo; D. - Dom ou dona; D.ª - Dona; D.ª V.ª - dita Vila: Deleg. - Delegado; Dis - Dias; Distº - distrito; D.º D.ª - Dito e dita; Diz - Diniz; - 16 - Glossário Genealógico e Histórico ABREVIATURAS D.os ou D.as - Domingos e Domingas; Dr. ou D.or ou D.tor - Doutor; C.R. - Casa Real; Engo - Engenheiro; E. R. m.ce - espera receber mercê (ver mercê I e II); Era Ut sª - Era ut supra (ver); Esc. - escravo; evang.os - evangelhos; f. - falecido; fal. - falecido; f.ª - filha; F.C.C.R - Fidalgo cavaleiro da casa real; Ferra - Ferreira; fev.ro ou fevr.o ou feu.ro - fevereiro; fid. - fidalgo; fo - filho; f.l - filho (a) legítimo (a); fls. - folhas; FM - Físico-mor; FMI - Físico-mor do Império; FMR - Físico-mor do Reino; f.n. - filho (a) natural; f.n.d. - filiação não declarada; Fon.ca - Fonseca; For. - forro (a); f.p.i - filho (a) de pais incógnitos; fr. - frei; Fran.co ; Fr.co - Francisco; Fr.ca - Francisca; fregª - freguesia (ver); F.S.O. - Familiar do Santo Ofício; fu - falecido ou falecida; g. - geração; Gar - Gaspar; Gdo - Geraldo; GLO - Gonçalo; GLZ - Gonçalves; GLZ’ - Gonçalves; hab. - habilitação; Im.º - Ieronimo (Jerônimo); Innte - inocente; invº - inventário; jan.r - janeiro; jan.ro - janeiro; Je - José; Jhs., ihus. , Jhus. - Jesus; Jm - Jerônimo; Jmo - Jerônimo; Joaqm - Joaquim; j.nho - junho; j.lho - julho; lic. - licença; Lº - livro; Lx, Lixa, Lxa, Lix.a , L.xa - Lisboa; l.º , legit.º , leg.ma - legítimo /a; m. - morador (a); Ma - Maria; Mda - Margarida; Mel - Manoel; mer - mulher; m.er. - mulher; Miz - Martins / Martinez; Miz.a - misericórdia; mrc.o - março; n. - nascimento/nascido (a); n.a. - nascido (a) antes de; n.c. - nascido (a) cerca de; n.d. - nascido (a) depois de; n.m. - neto materno; n.p. - neto paterno; Notr.o do s.to offj, - Notário do Santo Ofício (ver); nov.bro - novembro; O.C. - Ordem de Cristo; P. - processo; Pd. - pardo (a); pe. - padre; Piz - Pires; Pr. - preto; Prov. - provisão; RCC - Registro de Carta de Cirurgia; RCF - Registro de carta de Farmacêutico; RCP - Registro de Carta de Parteira; RCS - Registro de Carta de Sangrador; Ribr.o - Ribeiro; R.M. ou Rec.b M. - Abreviaturas colocadas após a resposta a uma solicitação, quando esta era concedida, com o significado de “Recebe Merce”. Riz - Rois / Rodrigues; RV ou R.V. - “Relação de Vapores” (ver); s.g - sem geração; s/m - sua mulher; s.m.n. - sem mais notícias; supp.te - suplicante; supte - suplicante; Sza - Souza; tº - termo; testº - testamento; testrª - testamenteiro; ttº - título; test.as - testemunhas; V.cê - Vossa Mercê; Vos - Vasconcelos; vigrº - vigário; VV.M.cês - Vossas Mercês; xbro - dezembro; x.n - (Cristãos-novos) Abreviação de cristão-novo ou cristã-nova, aparentemente originária dos processos e Listas dos Autos e adotadas em livros e outros documentos [Alberto Dines Vínculos do Fogo, 1011]; XPTO - Cristo; XPVÃO, Xpouão, Xptovão - Cristóvão; xtã nova - (Cristãos-novos) abreviação de cristã-nova, aparentemente originária dos processos e Listas dos Autos e adotadas em livros e outros documentos [Alberto Dines Vínculos do Fogo, 1011]; xtã Velha - Abreviação de cristã-velha, os autênticos, sem - 17 -