GLOSSÁRIO
Genealógico e Histórico
Hugo Forain Junior
Sócio Adjunto do Colégio Brasileiro de Genealogia
GLOSSÁRIO
Genealógico e Histórico
Colégio Brasileiro de Genealogia
Coleção Cadernos Genealógicos CBG
Rio de Janeiro - 2013
Coleção Cadernos Genealógicos CBG
Idealização: Diretoria CBG 2006-2007
Presidente: Carlos Eduardo de Almeida Barata
Vice-presidente: Attila Augusto Cruz Machado
1º Secretário: Regina L. Cascão Viana
2º secretário: Eliane Brandão de Carvalho
1º Tesoureiro: Carlos Alberto de Paiva
2º Tesoureiro: Hugo Forain Junior
Publicações: Leila Ossola
Execução deste volume: Diretoria 2012-2013
Digitação: Hugo Forain Junior
Projeto gráfico e editoração eletrônica: Clotilde Tavares
Forain Junior, Hugo, 1940 Glossário genealógico e histórico / por Hugo Forain - Rio de Janeiro:
Colégio Brasileiro de Genealogia, 2013.
174 p. ; 20x28 cm - (Coleção Cadernos Genealógicos CBG).
Inclui bibliografia.
1. Genealogia - Vocabulários, glossários, etc. I. Forain Junior, Hugo,
1940 - . II - Colégio Brasileiro de Genealogia. III. Título. IV. Série.
Colégio Brasileiro de Genealogia
Av. Augusto Severo, 8 / 12º andar - Glória
20.021-040 Rio de Janeiro - RJ
Tel. 21 2221-6000
www.cbg.org.br
COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA
DIRETORIA 2012-2013
Presidente: Regina L. Cascão Viana
Vice-presidente: Carlos Eduardo de A. Barata
1° Secretário: Patrícia de Lima Bocaiuva
2º Secretário: Eliane Brandão de Carvalho
1º Tesoureiro: Antonio Cesar Xavier
2º Tesoureiro: Guilherme Serra Alves Pereira
Dir. Publicações: Leila Ossola
Auxiliares
Cinara Maria Bastos Jorge Andrade do Nascimento
Clotilde Santa Cruz Tavares
Eliana Quintela de Linhares
Gilson Flaeschen
Laura de Saint-Brisson Ferrari
Glossário Genealógico e Histórico
APRESENTAÇÃO
A idéia da Coleção Cadernos Genealógicos CBG surgiu na primeira gestão de Carlos Eduardo
Barata, iniciada em 2006. Por inúmeras razões, somente em 2012 teve condições de ser efetivada.
Seu objetivo é disponibilizar, à comunidade genealógica e a quantos mais se interessem
por História da Família e mesmo História em geral, trabalhos inéditos legados ao CBG por familiares
de associados falecidos e/ou disponibilizados por associados ainda em atividade, que não
pretendem editá-los de outra maneira que não por meio do Colégio, cedendo assim seus direitos,
com o pensamento voltado para a cultura e o conhecimento.
O trabalho de digitação, editoração, composição de capa e tudo o mais que envolva a
publicação dos volumes desta Coleção constituem-se obra de dedicação dos diretores CBG, em
pleno exercício de voluntariado.
Se o prezado leitor tem em mãos qualquer dos volumes da Coleção Cadernos Genealógicos
CBG, e ele lhe é útil e valioso para algum de seus propósitos, tenha em mente que isto só foi e é
possível em razão do amor de alguém pela Genealogia.
Glossário Genealógico e Histórico
O AUTOR
Filho de Hugo Forain e Albertina Fernandes Forain, Hugo Forain Junior nasceu no Rio de
Janeiro em 22 de janeiro de 1940. Casado com Neide Rodrigues Maia/ Neide Maia Forain, é pai e
sogro de Eric Forain/Monica Barros Santoro (Forain) e Glauco Forain/Patrícia dos Anjos Borges
Vieira(Forain) e avô de Davi Santoro Forain, Letícia Santoro Forain, Giovanna Vieira Forain e Guilherme Vieira Forain.
Fez seus estudos em colégios das cidades do Rio de Janeiro, Teresópolis e São Paulo. Sua
vida profissional transcorreu no Banco do Estado do Rio de Janeiro, sempre na área de Informática.
Aposentou-se em 1992.
Iniciou suas pesquisas genealógicas por sua própria família e daí passou a desenvolver estudos sobre todas as famílias que a ela se agregaram e agregam, como as de sua esposa, madrasta, noras, cunhados, cônjuges de tias e tios, etc. Além disso, pesquisa as primeiras famílias da
colonização da cidade de Teresópolis, Estado do Rio de Janeiro.
Essas duas linhas de trabalho genealógico já deram um primeiro fruto: a obra “Claussen e
seus descendentes”. Os volumes da história familiar, se considerados apenas texto, compõem-se
de mais de quase mil páginas, o que mostra a abrangência de sua pesquisa. São os seguintes os
títulos que se encontram em vias de publicação:
- Ascendentes e descendentes do casal Manoel José Fernandes e Joaquina da Silva e Sousa;
- Azevedos e seus descendentes;
- Brazuna e seus descendentes;
- Famílias Santini e Viviani e seus descendentes;
- Forain e seus descendentes;
- Horcades/Hourcades/Orcades e seus descendentes;
- Oliveiras de Teresópolis;
- Rebellos de Teresópolis e seus descendentes;
- Ruffier e seus descendentes;
O autor associou-se ao Colégio Brasileiro de Genealogia em 28.09.2000, passando a Sócio
Adjunto em 18.02.2004. Membro da Diretoria e Conselheiro Fiscal em mais de uma gestão.
Glossário Genealógico e Histórico
INTRODUÇÃO
Esta obra não é dicionário. É um elucidário dirigido a genealogistas e historiadores, sejam eles
iniciantes ou mais experientes e destina-se, particularmente, à explicação de termos mal conhecidos –
arcaicos, peregrinos, dialetais, etc. Seus verbetes são palavras, expressões, frases e citações, encontrados
principalmente em trabalhos genealógicos. Estão presente em assentos civis e religiosos (fontes primárias),
em obras de Genealogia, História e Heráldica (fontes secundárias) e também em avisos fúnebres.
Em sua grande maioria, os termos que são mostrados aqui foram inseridos na história e no tempo
em que seu uso era corrente. Não foram apenas traduzidos ou dados sinônimos pura e simplesmente.
Houve especial atenção aos termos de uso religioso, comuns a uma determinada religião ou crença, porém
desconhecidos aos praticantes de outras.
Dentre as fontes de pesquisa e aferição utilizadas na composição deste elucidário estão as seguintes
obras:
- “Curso Formativo da Liturgia Católica” - glossário;
- “Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa” de Antenor Nascentes;
- “Dicionário da Língua Portuguesa” da “Porto Editora Ltda”;
- “Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse”;
- “Dicionário Latino-Português” de Francisco Torrinha;
- “Dicionário de Língua Portuguesa” de Eduardo Pinheiro;
- “Diccionario da Lingua Portugueza” de Rafael Bluteau (Alcobaça em 28 de março de 1711);
- “Diccionario da Lingua Portugueza” composto por Bernardo de Lima e Mello Bacellar em 1783;
- “Enciclopédia Católica Popular” de Dom Manuel Franco Falcão;
- “Fisicatura-Mor. Do Físico-mor e do Cirurgião-mor do Reino de Portugal, do Reino Unido e do
Império do Brasil. Os Profissionais de Saúde do Brasil 1808-1828”. Attila Augusto Cruz Machado. Rio de
Janeiro, 2005;
- “Glossário Católico” do Monsenhor Dr. José Geraldo Caiuby Crescenti;
- “Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa” do filólogo Laudelino Freire;
- “Magnumæ Lexicon” composto por OLYSIPONE: TYPIS REGIÆ OFFICINÆ em 1889
Hugo Forain Junior
- “Novo Diccionario da Língua Portugueza” Lisboa – 1806 com Licenca da Meza do Dezembargo
do Paço;
- “O Léxico da Linguagem Forense do período Colonial Brasileiro aos Cargos e Funções” de Expedito
Eloísio Ximenes (UECE);
- Vocabulário da Coleção da Casa dos Contos;
- “Vocábulos Brazileiros” do Visconde de Beaurepaire-Roham (1889).
Foram vistos e consultados na Internet:
- Coleção “Santo do Dia” da Editora Casa Dois;
- “Dicionário Aristocrático” da Impressa Nacional – Lisboa – 1840;
- “Dicionário da Língua Portuguesa” do HOSTDIME;
- “Dicionário de Latim” Direito.Net;
- “Dicionário de Metrologia” do Museu de Metrologia de Portugal;
- “Dicionário da Língua Portuguesa”, Priberam;
- “Dicionário Eletrônico Estraviz”;
- Dicionário “KINGHOST de Língua Portuguesa”;
- “Diccionario Portuguez e Latino” de Carlos Folqman de 1755;
- “Elucidário de Viterbo”;
- “Enciclopédia e Dicionários” da Porto Editora (INFOPÉDIA);
- Glossário “BíbliaOnline.NET”;
- Glossário do “Instituto de Lingüística Teórica e Computacional” (“ILTEC”);
-“Liberdade e escravidão em São Paulo colonial” de Eliana Maria Rea Goldschmidt;
- MorDebe uma Base de Dados Morfológica de Português;
- “Portal Galego da Língua”;
- Site Jubilaeum, Carla Maria Carvalho de Almeida;
- Trabalho de Antônio José Mendes;
- Trabalho de Gladis Franck da Cunha sobre genética;
- Tribuna da História Editores – Portugal Dicionário Histórico.
Além dessas fontes, foram consideradas indicações de genealogistas, e principalmente de associados
do Colégio Brasileiro de Genealogia – CBG. Ressaltem-se, em especial, a grande quantidade de verbetes
fornecidos pelo genealogista e historiador Carlos Eduardo Barata, presidente do citado Colégio.
Citamos também, as colaborações dos associados José Nazareth de Souza Fróes, Regina Lúcia
Cascão Vianna e Paulo Roberto Gavião e também a colaboração dos genealogistas Therezinha Machado
Corrêa e Dalton Luiz de Almeida, e de Eric Forain na terminologia cristã.
O objetivo de reunir numa só publicação tais verbetes é o de proporcionar maior agilidade, rapidez
e entendimento nas leituras genealógicas e históricas. Mas em nenhum dos verbetes houve a intenção de
esgotar o significado de palavras, frases, assuntos ou nomes. Assumiu-se que o elucidário não está (nem
nunca vai estar!) acabado mas defende-se que, apesar de ter verbetes e entradas com completude muito
díspares, mesmo assim pode constituir um recurso útil.
Repetindo o “Armorial Lusitano”: “ - O trabalho não é, nem podia sê-lo, perfeito, porque foi preciso
reunir elementos dispersos, utilizando obras impressas e, também algumas manuscritas, sem contudo ser
permitido recorrer às fontes documentais. (…) pondo de parte, no entanto todas as notícias de aspecto
duvidoso, visto ser preferível a deficiência ao erro.
O Autor
Glossário Genealógico e Histórico
LÍNGUA PORTUGUESA
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela.
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
que tens o tom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac
Glossário Genealógico e Histórico
A
ÁBACO – O termo ábaco (do grego “abax” que significa prancha
ou do também grego “ábakos” que significa mesa, ou pelo latim
“abàcu” que também significa mesa e do latim “abacus” referese em arquitetura ao elemento sobre o capitel de uma coluna
ou de uma simples estaca, que tem a forma quadrada ou
retangular com tamanho maior que seu ponto de apoio.
Conhece-se seu uso em Portugal no século XVII para proteção
dos grãos colhidos e guardados nas espigueiras, dos roedores
invasores. Quem as constrói são os “abaqueiros”.
ABADE – A palavra abade, que provém do substantivo latino
“abbas”, “abbatis”, através da sua forma acusativa “abbatem”
– a qual, por sua vez, deriva do siríaco “abbâ” (através do étimo
hebraico “ab”) –, significa pai e tem sido utilizada como título
clerical, no cristianismo, com diversas acepções (pároco, cura
de almas, prelado de mosteiro ou congregação religiosa,
monge, etc), ainda que se refira, na sua acepção original, à vida
monástica e lhe é comparável é o de hegumenos ou
arquimandrita. Em língua portuguesa, o feminino é abadessa.
É o superior de um mosteiro (ver) masculino qualificado. O
Abade é investido em sua dignidade pelo rito da bênção abacial
e goza do uso de algumas insígnias episcopais (mitra, báculo
pastoral, cruz peitoral e anel). No norte de Portugal, onde as
abadias tinham outrora o “cura de almas”, ainda hoje se trata o
pároco por senhor abade (como, noutras regiões, por “senhor
reitor” ou “senhor prior”). Aquele que governa uma abadia
(ver).
ABADE GERAL – Aquele que não governa uma só abadia, mas
de toda uma ordem.
ABADE MITRADO – Que tem mitra (ver) ou o direito de usá-la.
É o que usa algumas insígnias episcopais e exerce algumas
funções de bispo.
ABADE NULLIS – (sem diocese) Há de ter território próprio de
três paróquias, no mínimo;
ABADE REGULAR – Abade beneditino, monge (ver) da Ordem
Cisterciense, etc; é sempre sacerdote eleito pelos professos
(ver) da Ordem por toda a vida, com idade mínima de 30 anos,
sagrado segundo o Pontificale Romanum.
ABADESSA – Do latim “abbatissa” - Superiora de um mosteiro
(ver) feminino qualificado. A Abadessa é investida em sua
dignidade pelo rito da bênção abacial.
ABADIA – Descende do latim abbas, abbatis que significa
comunidade - Chama-se abadia tanto o tipo de mosteiro (ver)
quanto a respectiva igreja que é regida pelo abade. Paróquia,
monastério a que preside um abade ou abadessa.
ABAFADOR – Na época da “Inquisição” (ver) em algumas
cidades havia uma pessoa com essa função. Deveria ajudar
alguém gravemente doente a morrer, antes que um médico
viesse examiná-lo e descobrisse que o enfermo era judeu. O
abafador, a portas fechadas, sufocava o doente proferindo
calmamente a frase “ - Vamos meu filho, Nosso Senhor está
esperando”. Feito o serviço, o corpo era recomposto e abafador
saía para dar a notícia aos parentes: “- Ele se foi como um
passarinho”. (fonte “Memória Brasil – Sefarad”)
ABAQUEIRO – (Profissão) É o artista (artesão em cantaria ou
madeira) especializado em fazer ábacos (ver).
ABARCAS – s.f. Sandália rústica. Calçado largo e mal acabado
com correias usadas pelos camponeses nos séculos XVI e XVII.
Quem as produz são os “abarqueiros”.
ABARQUEIRO – (Profissão) – É o artista (artesão em couro)
especializado em fazer abarcas (ver).
ABD – (Onomástico) Termo árabe que entra na composição de
muitos nomes árabes que passaram ao português, tais como
“Abd Allah” (Abdala), “Abd-al-Aziz”, “Abd al-Malik”, etc. Em
fenício igualmente “Abd”, como em “Abd Milqart”. Em hebraico
Ebed. Em cartaginês Bod, como em Bod Milqart. O termo árabe
Abd tem como plurais abid e ibâd. Significa adorador, escravo,
servo. O primeiro plural indicado é empregado no sentido de
escravos e o segundo de adoradores. Abd provém do verbo
abada – adorar, obedecer (a Deus). Ibâd Allâhi são os
adoradores de Deus, as pessoas, os seres humanos. A ideia de
escravo é também transmitida em árabe pelo termo mamlûk,
particípio passivo do verbo malaka – dominar. (Verbo,
Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. I, 49).
ABEGÃO – O que tem a seu serviço bois, carros, charruas, e
criados ou escravos de ganho (ver).
ABEGOARIA – Todo o necessário à lavoura.
ABERTO – (Heráldica) Diz-se aberto de tal esmalte o castelo,
torre ou torreão que tem a porta de esmalte distinto. Assim,
descrevemos: “Uma torre de prata, aberta de vermelho, para
mostrar que tem a porta vermelha. O que se pinta no brasão
para denotar a nobreza de quatro gerações nas famílias não
titulares (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, I, 66).
ABESAR – Conseguir qualquer coisa.
AB INTESTATO (latim) – Que morreu sem fazer testamento, ou
cujo testamento é nulo e ilegal.
ABISMO (Heráldica) – Considera-se, na heráldica, o abismo
como o centro, o coração, o ponto central de um escudo;
considerado a posição mais importante dele [Joaquim José
Caetano Pereira de Souza - 1825]. Esta última designação deriva
certamente da assimilação do escudo a um corpo humano; por
uma ideia semelhante também se chamava “Calb” (coração)
ao centro da formação normal dos exércitos árabes onde ia o
comandante [Mello de Matos, Heráldica, 66]. A peça posta em
abismo brasona-se, geralmente, em último lugar, do modo
- 15 -
Hugo Forain Junior
ABJURAR
seguinte: De prata com três flores-de-lis de vermelho, e um
crescente de negro em abismo. Quanto as dimensões do
crescente forem proporcionadas às das flores-de-lis, a expressão
em abismo não deve empregar-se e, então, descreveremos:
De prata com três flores-de-lis de vermelho, e um crescente de
negro ao meio do escudo (Grande Enciclopédia Portuguesa e
Brasileira, I, 73).
ABJURAR – Renunciar aos crimes e erros contra a fé.
ABLEGAÇÃO – Do latim “ablegatiõne”, “ato de afastar;
banimento, relegação”. Os romanos davam esse nome a uma
espécie de desterro, que os pais de família podiam impor a
aqueles filhos de quem estavam descontentes. Em Portugal,
passados os anos, nunca foi usada a ablegação dos romanos
(Joaquim José Caetano Pereira de Souza – 1825).
ABLUÇÃO (Liturgia) Do latim “ablutione”, “lavagens; purificação
(de pecador); batismos”; do verbo abluere que significa: “lavar;
purificar; nos autores cristãos, limpar de pecados; batizar”.
Deve-se ao Islamismo o revigoramento deste vocábulo.
Documentado, na língua portuguesa, no séc. XVII (José Pedro
Machado, Dicionário Etimológico, I, 41). “Os hebreus foram os
que primeiro adotaram a ablução, e, pelos preceitos de Moisés,
eles não podiam entrar no templo sem haverem praticado tal
cerimônia, que lhes era também preceituada todas as vezes
que comessem carne de algum animal impuro ou
comunicassem com leprosos. Os gregos e os romanos usavam
da ablução nos seus templos. A ablução existe no Islamismo e
divide-se em: grande ablução ou “goust”, que é o banho ou a
imersão do corpo, e a pequena ablução ou “abdest”, que
consiste na lavagem do rosto, pés e mãos, podendo, à falta de
água, empregar-se a areia ou terra. Na liturgia católica, ablução
significa: 1 - o batismo, o lava-pedes em Quinta-feira santa, a
lavagem das mãos do padre que diz a missa depois do ofertório,
etc; 2 - e cerimônia em que, depois da comunhão, o sacerdote
faz deitar no cálice vinho puro que bebe (ablução do cálice),
depois, sobre o polegar e o indicador de cada mão, sempre
por cima do cálice, vinho e água, que bebe também (ablução
dos dedos)” (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, I,
80). “Na linguagem cristã, como símbolo da purificação interior,
usa-se no batismo (a lavagem), devendo a água correr sobre a
cabeça do neófito, ou seja, por imersão ou por infusão. Como
utilidade prática na missa: usada, antigamente, pelos fiéis à
entrada dos templos, para depois poderem receber a Educação
em suas mãos. Cerimônias que hoje é recordada nas pias de
água benta, da qual os fiéis se servem para fazerem o sinal da
cruz, ao entrar na igreja. Usada pelo sacerdote: no Ofertório,
pela necessidade de lavar as mãos depois de Ter recebido as
ofertas, ou depois de ter incensado as oblatas (ver) e o altar.
Deu-se à cerimônia sentido espiritual com a recitação do Ps.
25. Depois da comunhão: purificação do cálice e da boca com
vinho, dos dedos com vinho e água e das mãos (hoje reservada
só aos prelados (ver) (NOTA: agora também aos Ministros da
Eucaristia))” (Verbo, Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol.
I, 83).
ABLUIR – Do latim “abluere” (lavar, purificar). Nos autores
cristãos limpar de pecados, batizar, com mudança de
conjugação e por via culta (José Pedro Machado, Dicionário
Etimológico, I, 41).
ABORÍGENE – Do latim “Aborigìnes”. Pessoa que é habitante
da região ou do país de onde é natural; indígena; autóctone;
nativo.
ABORTADA – (Heráldica) Dizem-se famílias abortadas, aquelas
que se extinguiram por falta de sucessão (Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira, I, 94).
ABORTO – É a expulsão do feto do ventre materno até 180 dias
de gestação. Essa expulsão pode ser natural ou provocada.
ABREVIATURAS – OBS:- Aqui vão listadas algumas abreviaturas.
Há uma grande variedade na grafia de uma mesma palavra,
em razão de não haver uma norma, da época, da região ou da
pessoa que escrevia o texto.
ab ou abe ou abde - abade;
ACMRJ - Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro;
A.D - anno Domini (no ano do Senhor);
Ao - Afonso (prenome);
AGB - Anuário Genealógico Brasileiro;
AGL - Anuário Genealógico Latino;
Alf. - alferes;
Alv. - alvará;
Alvº - Alvaro;
Alzs - Álvares;
Antº - Antônio;
Aº - Araújo (apelido);
Arcb. - arcebispo / arcebispado;
aux.es - auxiliares;
Azdº - Azevedo;
b. - batizado;
bat. - batizado;
Bar - Baltazar;
Bisp. - bispo / bispado;
c. - casamento;
Cap. - capitão;
cap. - capela;
cav. - cavalheiro;
C.B.A. - Carta de Brasão de Armas;
c.c. - casado com;
c1.c. - casado primeira vez com;
c2.c. - casado segunda vez com;
cel. - coronel;
c.g. - com geração;
ch.e. - chantre (ver);
ch3 - Ordem de “Christo”, cavaleiro grau 3;
CM - cirurgião-mor;
CMI - Cirurgião-mor do império;
CMR - Cirurgião-mor do Reino;
Comª - comarca;
C.nª - Catarina;
concº - conselho;
Coutº - Coutinho;
COX - Cavaleiro da Ordem de Cristo;
D. - Dom ou dona;
D.ª - Dona;
D.ª V.ª - dita Vila:
Deleg. - Delegado;
Dis - Dias;
Distº - distrito;
D.º D.ª - Dito e dita;
Diz - Diniz;
- 16 -
Glossário Genealógico e Histórico
ABREVIATURAS
D.os ou D.as - Domingos e Domingas;
Dr. ou D.or ou D.tor - Doutor;
C.R. - Casa Real;
Engo - Engenheiro;
E. R. m.ce - espera receber mercê (ver mercê I e II);
Era Ut sª - Era ut supra (ver);
Esc. - escravo;
evang.os - evangelhos;
f. - falecido;
fal. - falecido;
f.ª - filha;
F.C.C.R - Fidalgo cavaleiro da casa real;
Ferra - Ferreira;
fev.ro ou fevr.o ou feu.ro - fevereiro;
fid. - fidalgo;
fo - filho;
f.l - filho (a) legítimo (a);
fls. - folhas;
FM - Físico-mor;
FMI - Físico-mor do Império;
FMR - Físico-mor do Reino;
f.n. - filho (a) natural;
f.n.d. - filiação não declarada;
Fon.ca - Fonseca;
For. - forro (a);
f.p.i - filho (a) de pais incógnitos;
fr. - frei;
Fran.co ; Fr.co - Francisco;
Fr.ca - Francisca;
fregª - freguesia (ver);
F.S.O. - Familiar do Santo Ofício;
fu - falecido ou falecida;
g. - geração;
Gar - Gaspar;
Gdo - Geraldo;
GLO - Gonçalo;
GLZ - Gonçalves;
GLZ’ - Gonçalves;
hab. - habilitação;
Im.º - Ieronimo (Jerônimo);
Innte - inocente;
invº - inventário;
jan.r - janeiro;
jan.ro - janeiro;
Je - José;
Jhs., ihus. , Jhus. - Jesus;
Jm - Jerônimo;
Jmo - Jerônimo;
Joaqm - Joaquim;
j.nho - junho;
j.lho - julho;
lic. - licença;
Lº - livro;
Lx, Lixa, Lxa, Lix.a , L.xa - Lisboa;
l.º , legit.º , leg.ma - legítimo /a;
m. - morador (a);
Ma - Maria;
Mda - Margarida;
Mel - Manoel;
mer - mulher;
m.er. - mulher;
Miz - Martins / Martinez;
Miz.a - misericórdia;
mrc.o - março;
n. - nascimento/nascido (a);
n.a. - nascido (a) antes de;
n.c. - nascido (a) cerca de;
n.d. - nascido (a) depois de;
n.m. - neto materno;
n.p. - neto paterno;
Notr.o do s.to offj, - Notário do Santo Ofício (ver);
nov.bro - novembro;
O.C. - Ordem de Cristo;
P. - processo;
Pd. - pardo (a);
pe. - padre;
Piz - Pires;
Pr. - preto;
Prov. - provisão;
RCC - Registro de Carta de Cirurgia;
RCF - Registro de carta de Farmacêutico;
RCP - Registro de Carta de Parteira;
RCS - Registro de Carta de Sangrador;
Ribr.o - Ribeiro;
R.M. ou Rec.b M. - Abreviaturas colocadas após a resposta a
uma solicitação, quando esta era concedida, com o significado
de “Recebe Merce”.
Riz - Rois / Rodrigues;
RV ou R.V. - “Relação de Vapores” (ver);
s.g - sem geração;
s/m - sua mulher;
s.m.n. - sem mais notícias;
supp.te - suplicante;
supte - suplicante;
Sza - Souza;
tº - termo;
testº - testamento;
testrª - testamenteiro;
ttº - título;
test.as - testemunhas;
V.cê - Vossa Mercê;
Vos - Vasconcelos;
vigrº - vigário;
VV.M.cês - Vossas Mercês;
xbro - dezembro;
x.n - (Cristãos-novos) Abreviação de cristão-novo ou cristã-nova,
aparentemente originária dos processos e Listas dos Autos e
adotadas em livros e outros documentos [Alberto Dines Vínculos do Fogo, 1011];
XPTO - Cristo;
XPVÃO, Xpouão, Xptovão - Cristóvão;
xtã nova - (Cristãos-novos) abreviação de cristã-nova,
aparentemente originária dos processos e Listas dos Autos e
adotadas em livros e outros documentos [Alberto Dines Vínculos do Fogo, 1011];
xtã Velha - Abreviação de cristã-velha, os autênticos, sem
- 17 -
Download

Colégio Brasileiro de Genealogia