GEOGRAFIA
Desenvolvimento humano:
as diferenças entre os países e os
objetivos do milênio
A HETEROGENEIDADE DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
Graças à guerras, entre as décadas 1940 e 1960, ocorreram vários processos
de descolonização por parte de alguns países do continente Africano e Asiático.
Contudo, surgiram vários novos países, porém a grande maioria deles com problemas
socioeconômicos seríssimos...
Altas taxas de natalidade e mortalidade, baixa expectativa de vida, subnutrição
e/ou desnutrição, analfabetismo entre outros problemas associados à pobreza e etc.
Entretanto, grande parte dos povos que habitam ex-colônias ainda vivem em condições
ditas como baixas para a atualidade...
Juntamente com os problemas socioeconômicos surgem, segundo a UNCTAD
(Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento), termos para
classificar esses países em “países emergentes” e “países menos desenvolvidos”.
Países emergentes: países em transição e/ou em desenvolvimento cujas economias
estão em rápido processo de crescimento.
A HETEROGENEIDADE DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
Países menos desenvolvidos: países que apresentam graves problemas
socioeconômicos, os mais vulneráveis, os países mais pobres do mundo.
“As designações ‘desenvolvido’, ‘em transição’ e ‘em desenvolvimento’ foram
dotadas por conveniência estatística e não por um processo de desenvolvimento.”
Os países que eram socialistas, mas que entraram na EU, não foram
classificados como “em construção”, mas sim como “desenvolvidos”.
DIFERENÇAS SOCIOECONÔMICAS
“Economias de baixa e média renda são muitas vezes definidas como
economias em desenvolvimento”. De outro lado, os países de alta renda são em geral
definidos como economias desenvolvidas. Entretanto, há países “em desenvolvimento”
onde as pessoas sobrevivem com menos de 2 doláres por dia, portanto abaixo da linha
de pobreza internacional.
A grande maioria desses países localiza-se na África Subsaariana.
Desenvolvimento e “subdesenvolvimento” são realidades opostas, porém inseparáveis,
resultantes do processo de mundialização do capitalismo; desde as Grandes Navegações
e os descobrimentos, no século XVI... O desenvolvimento capitalista foi o maior no novo
mundo, sobretudo nos Estados Unidos, no Japão e na Europa ocidental...
DIFERENÇAS SOCIOECONÔMICAS
Embora a desigualdade socioeconômica não seja exclusividade do capitalismo,
esse sistema econômico produziu profundas desigualdades no interior de cada país e
entre as nações do mundo.
Contudo há países emergentes, aqueles que estão efetivamente em
desenvolvimento, como citado anteriormente. A UNCTAD lista dez países como
economias emergentes: Brasil, Argentina, México, Chile e Peru, na América Latina: Coreia
do Sul, Cingapura, Taiwan, Malásia e Tailândia, Ásia.
Entretanto esses são mais desenvolvidos que muitos países classificados como
desenvolvidos, devido ao PIB, recursos naturais e etc.
Embora alguns países sejam produtores de petróleo de alta renda per capita a
riqueza desses concentra-se nas mãos da pequena minoria, logo não são considerados
desenvolvidos.
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um índice que serve de comparação
entre os países, com objetivo de medir o grau de desenvolvimento econômico e a
qualidade de vida oferecida à população.
Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais. O IDH vai de 0
(nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais
próximo de 1, mais desenvolvido é o país. Este índice também é usado para apurar o
desenvolvimento de cidades, estados e regiões.
O IDH consiste numa medida que sintetiza os diversos índices de
desenvolvimento humano. Ou seja, mede os progressos registrados, em média, num
determinado país, em três dimensões básicas do desenvolvimento humano:
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
- Vida longa e saudável, medida de esperança de vida ao nascer.
- Nível de conhecimentos, medido pela taxa de alfabetismo de adultos (com
ponderação de 2/3) e pela taxa de escolarização bruta combinada do ensino
fundamental, médio e superior (com ponderação de 1/3).
- Nível de vida digno, medido pelo PIB per capita (em US$ PPC).
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Colocação no Ranking de IDH de alguns países:
(Dados referente ao PNUD de 2011)
1º - Noruega - 0,943
2º - Austrália - 0,929
3º - Holanda - 0,910
4º - Estados Unidos - 0,910
5º - Nova Zelândia - 0,908
6º - Canadá - 0,908
7º - Irlanda - 0,908
8º - Liechtenstein - 0,905
9º - Alemanha - 0,905
10º - Suécia - 0,904
11º - Suíça - 0,903
12º - Japão - 0,901
13º - Hong Kong - 0,898
84º - Brasil - 0,718
* Média Mundial: 0,682
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Nos países em desenvolvimento que atingiram certo grau de industrialização,
como muitos emergentes, é frequente uma classe social se apropriar do aparelho de
Estado. Nesse caso, é comum a concessão de subsídios e de generosos incentivos fiscais
a diversos grupos econômicos, dos mais variados setores, ligados ao poder.
O desvio das funções do governo, relação entre o Estado e o capital, a
impunidade e o desrespeito à cidadania acabaram intensificando nos países em
desenvolvimento, especialmente nos menos desenvolvidos, outro fenômeno: a
corrupção. Embora não seja exclusividade desses países, este problema está fortemente
arraigado na maioria deles, devido à falta de transparência e à impunidade, e consome
vultosos recursos, que poderiam ser investidos na solução dos graves problemas sociais
que enfrentam.
Índice de percepção da corrupção e “estados falidos”
A ideia de corrupção dos países tem como base o IPC (Índice de Percepção da
Corrupção). A corrupção é um problema que aparece em todos os países, entretanto
mais séria nos países mais pobres, onde o sistema jurídico é frágil e a cidadania pouco
consolidada.
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
O paraíso fiscal é outro problema que está ligado diretamente com a
corrupção. Muitas vezes dinheiro obtido de forma ilícita é transferido para o exterior,
muitos localizados em países desenvolvidos...
As guerras civis são problemas para as nações africanas e asiáticas que as
arruínam social e economicamente. De forma geral é mais fácil dar uma causa a pessoas
pobres e sem perspectivas socioeconômicas. Em muitos “países desenvolvidos”, a falta
de perspectivas faz com que muitos jovens, principalmente do sexo masculino, sejam
aliciados por grupos armados.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
Acabar com a extrema pobreza e a fome, promover a igualdade entre os sexos,
erradicar doenças que matam milhões e fomentar novas bases para o desenvolvimento
sustentável dos povos são alguns dos oito objetivos da ONU apresentados na Declaração
do Milênio, e que se pretendem alcançar até 2015.
1. Erradicar a pobreza extrema e a fome
Um bilhão e duzentos milhões (1.200 milhões - mil e duzentos milhões) de pessoas
sobrevivem com menos do que o equivalente a US$1,00 PPC por dia – dólares medidos
pela paridade do poder de compra de cada moeda nacional. Mas tal situação já começou
a mudar em pelo menos 43 países, cujos povos somam 60% da população mundial.
Nesses lugares há avanços rumo à meta de, até 2015, reduzir pela metade o número de
pessoas que ganham quase nada e que – por falta de oportunidades como emprego e
renda – não consomem e passam fome.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
2. Atingir o ensino básico universal
Cento e treze milhões de crianças estão fora da escola no mundo. Mas há exemplos
viáveis de que é possível diminuir o problema – como na Índia, que se comprometeu a
ter 95% das crianças frequentando a escola já em 2005.
A partir da matrícula dessas crianças ainda poderá levar algum tempo para aumentar o
número de alunos que completam o ciclo básico, mas o resultado serão adultos
alfabetizados e capazes de contribuir para a sociedade como cidadãos e profissionais.
3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Dois terços dos analfabetos do mundo são mulheres, e 80% dos refugiados são mulheres
e crianças. Superar as desigualdades entre meninos e meninas no acesso à escolarização
formal é a base para capacitá-las a ocuparem papéis cada vez mais ativos na economia e
política de seus países.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
1. Realizar um evento que vise combater a violência contra a mulher, informando quais
instituições atuam no apoio às vítimas de violência.
2. Promover uma atividade (esportiva/cultural) em prol da melhoria da auto-estima das
mulheres, promovendo a valorização e o respeito em todas as fases do seu ciclo de vida
(infância, adolescência, gravidez, maternidade, menopausa e velhice).
3. Fazer uma campanha de combate a produtos, serviços e lojas que exploram o corpo
da mulher em suas propagandas e comunicações, fortalecendo o senso crítico da
sociedade.
4. Promover uma campanha para estimular e encorajar as jovens a buscarem seu
desenvolvimento socioeconômico, por meio da educação e do trabalho.
5. Organizar um fórum de discussão, em parceria com o Conselho Comunitário e a
Delegacia da Mulher, para esclarecer a população sobre os serviços públicos em defesa
da mulher e a legislação atual.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
6. Fazer um levantamento das diversas ONGs e de todos os serviços públicos voltados às
necessidades das mulheres e divulgar essas informações em pontos de grande circulação
ou por meio de visitas domiciliares.
7. Promover uma palestra (preferencialmente proferida por um homem) para sensibilizar
os homens quanto à divisão de tarefas domésticas, paternidade responsável e
intolerância para toda forma de violência contra mulheres e crianças.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
4. Reduzir a mortalidade na infância
Todos os anos onze milhões de bebês morrem de causas diversas. É um número
escandaloso, mas que vem caindo desde 1980, quando as mortes somavam 15 milhões.
Os indicadores de mortalidade infantil falam por si, mas o caminho para se atingir o
objetivo dependerá de muitos e variados meios, recursos, políticas e programas –
dirigidos não só às crianças mas à suas famílias e comunidades também.
5. Melhorar a saúde materna
Nos países pobres e em desenvolvimento, as carências no campo da saúde reprodutiva
levam a que a cada 48 partos uma mãe falece. A redução dramática da mortalidade
materna é um objetivo que não será alcançado a não ser no contexto da promoção
integral da saúde das mulheres em idade reprodutiva. O acesso a meios que garantam
direitos de saúde reprodutiva e a presença de pessoal qualificado na hora do parto serão
portanto o reflexo do desenvolvimento de sistemas integrados de saúde pública.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
6. Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças
Em grandes regiões do mundo, epidemias mortais vêm destruindo gerações e
ameaçando qualquer possibilidade de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, a
experiência de países como o Brasil, Senegal, Tailândia e Uganda vem mostrando que
podemos deter a expansão do HIV. Seja no caso da AIDS, seja no caso de outras doenças
que ameaçam acima de tudo as populações mais pobres e vulneráveis como a malária, a
tuberculose e outras, parar sua expansão e depois reduzir sua incidência dependerá
fundamentalmente do acesso da população à informação, aos meios de prevenção e aos
meios de tratamento, sem descuidar da criação de condições ambientais e nutritivas que
estanquem os ciclos de reprodução das doenças.
7. Garantir a sustentabilidade ambiental
Um bilhão de pessoas ainda não têm acesso a água potável. Ao longo dos anos 90, no
entanto, quase um bilhão de pessoas ganharam esse acesso à água bem como ao
saneamento básico.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
A água e o saneamento são dois fatores ambientais chaves para a qualidade da vida
humana, e fazem parte de um amplo leque de recursos e serviços naturais que
compõem o nosso meio ambiente – clima, florestas, fontes energéticas, o ar e a
biodiversidade – e de cuja proteção dependemos nós e muitas outras criaturas neste
planeta. Os indicadores identificados para este objetivo são justamente "indicativos" da
adoção de atitudes sérias na esfera pública. Sem a adoção de políticas e programas
ambientais, nada se conserva adequadamente, assim como sem a posse segura de suas
terras e habitações, poucos se dedicarão à conquista de condições mais limpas e sadias
para seu próprio entorno.
Estabelecer uma Parceria Mundial ara o Desenvolvimento
Muitos países pobres gastam mais com os juros de suas dívidas do que para superar seus
problemas sociais. Já se abrem perspectivas, no entanto, para a redução da dívida
externa de muitos países pobres muito endividados (PPME). As metas levantadas para
atingir este Objetivo levam em conta uma série de fatores estruturais que limitam o
potencial para o desenvolvimento – em qualquer sentido que seja – da imensa maioria
dos países do sul do planeta.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
Entre os indicadores escolhidos estão a ajuda oficial para a capacitação dos profissionais
que pensarão e negociarão as novas formas para conquistar acesso a mercados e a
tecnologias abrindo o sistema comercial e financeiro não apenas para países mais
abastados e grandes empresas, mas para a concorrência verdadeiramente livre de todos.
Para que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados, é fundamental
que os países ricos cumpram as metas do objetivo 8. Essas ações são particularmente
necessárias com relação aos países da África Subsaariana, onde se localiza a maioria dos
países mais pobres, inclusive, como vimos, a maior parte dos “Estados falidos”. Esses
países são os que mais precisam avançar para cumprir as metas do milênio e não fazê-lo
sem uma efetiva ajuda externa...
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IDH – Índice de Desenvolvimento Humano I