Projeto Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatório Final Síntese dos Resultados, Conclusões e Recomendações – Rio de Janeiro Versão para Discussão Interna - Seminário UFSC Departamento de Economia www.redesist.ie.ufrj.br Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br www.politicaapls.redesist.ie.ufrj.br Projeto Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatório Final Síntese dos Resultados, Conclusões e Recomendações – Rio de Janeiro Rio de Janeiro Equipe Estadual Coordenação: Jorge Nogueira de Paiva Britto Pesquisadores: Marco Antonio Vargas Guilherme L. N. P. de Carvalho Millena Braña da Trindade Michelle Catherine Dos Santos Barreto Rafael Marques Costa Equipe de Coordenação do Projeto / RedeSist Coordenador: Renato Ramos Campos Marco Vargas Fabio Stallivieri Pablo Bittencourt Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br Índice Introdução ............................................................................................................................1 1. Trajetória e Estrutura Institucional das Políticas Estaduais para APLs .......................8 1.1. Contexto Geral das Políticas para APL no Estado do Rio de Janeiro .......................................8 1.2. A Superintendência para APLs da SEDEIS ..............................................................................9 1.3. A Câmara de APls do Rio de Janeiro .....................................................................................10 1.4. Outros Órgãos de Apoio Vinculados à SEDEIS......................................................................16 1.5. O Papel do SEBRAE e FIRJAN ..............................................................................................26 2. Metodologias Adotadas para Identificação dos Arranjos Produtivos Locais ..............31 2.1. Mapeamento de APls no Rio de Janeiro: Tendências Gerais .................................................31 2.2. Conceito de APL Adotado no Âmbito da SEDEIS e da Câmara para APLS ............................32 2.3. O Conceito de APL Adotado pelo SEBRAE-RJ .......................................................................38 2.4. O Conceito de APL Adotado pela FIRJAN .............................................................................43 2.5. A Listagens de APls do MDIC................................................................................................45 2.6. Síntese de Conceitos...............................................................................................................46 3. Aglomerações Produtivas e Fluxos de Comércio no Estado: Análise Exploratória da Contribuição dos APLs ......................................................................................................48 3.1. Análise Geral nos Fluxos de Comércio...................................................................................48 3.2. Análise Regional dos Fluxos de Comércio Exterior ................................................................53 4. Caracterização das Ações de Apoio a APLs e Avaliação das Políticas .........................62 4.1. Análise do Foco e dos Instrumentos de Ação das Políticas .....................................................62 4.1.1 – A Atuação do SEBRAE-RJ ............................................................................................... 62 4.1.2 – A Atuação da Câmara de APLs e do Governo do Estado .................................................... 70 4.2. Políticas para APL no Estado do Rio de Janeiro: Uma Sistematização Geral.........................76 4.3. Políticas para APL no Estado do Rio de Janeiro: Uma Avaliação Crítica ..............................83 5. Diretrizes Para uma Política Estadual de Apoio a APLs. .............................................86 Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br Introdução O Relatório Final do Estudo “Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos no Estado do Rio de Janeiro” apresentado a seguir contempla três níveis de análise complementares e interdependentes. O primeiro, desenvolvido com base no primeiro relatório do estudo, envolve uma sistematização das políticas públicas e privadas para Arranjos Produtivos Locais que foram adotadas no Estado do Rio de Janeiro no decorrer dos últimos anos. O segundo refere-se à avaliação crítica de tais ações tendo em vista, entre outros fatores, as prioridades, estratégias, abrangência e formas de apoio, bem como sua adequação ao conceito de APL adotado, de forma explícita ou implícita, pelos organismos de apoio no estado do Rio de Janeiro. O terceiro nível busca, a partir da crítica ao perfil das políticas vigentes, avançar na proposição de novas políticas que possibilitem tanto ampliar as articulações com projetos estruturantes voltados ao desenvolvimento regional como incluir áreas e/ou atores que ainda não são contemplados na agenda de política. A fim de proporcionar um panorama inicial sobre a estrutura da base produtiva fluminense, a Tabela 1 apresenta informações relativas à distribuição do emprego e do valor da produção e transformação industrial pelas diferentes divisões (dois dígitos) da indústria extrativa e de transformação da classificação CNAE, com base nos dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE relativas ao ano de 2006. A partir desse conjunto de informações, dois aspectos distintos da estrutura produtiva da indústria fluminense são destacados. O primeiro refere-se à importância relativa dos diferentes setores que integram a indústria do estado, tanto em termos absolutos como em relação à sua participação na estrutura produtiva. O segundo aspecto refere-se ao grau de especialização relativa da indústria fluminense frente à indústria brasileira. Tal grau de especialização baseia-se na comparação da participação relativa dos setores na indústria do estado do Rio de Janeiro e no Brasil. Adicionalmente, cabe ressaltar que esta análise inicial sobre a estrutura produtiva fluminense se restringe aos segmentos da indústria de transformação e não contempla, portanto, atividades relacionadas com os segmentos de serviços e comércio. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 1 Tabela 1 - Emprego e Produção por Divisão de Atividade CNAE, Rio de Janeiro, 2006 Total 10 Extração de carvão mineral 11 Extração de petróleo e serviços relacionados 13 Extração de minerais metálicos 14 Extração de minerais não-metálicos 15 produtos alimentícios e bebidas 16 produtos do fumo 17 produtos têxteis 18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 19 Preparação de couros e artefatos de couro, ... 20 produtos de madeira 21 celulose, papel e produtos de papel 22 Edição, impressão e reprodução de gravações 23 coque, refino de petróleo,... 24 produtos químicos 25 artigos de borracha e plástico 26 produtos de minerais não-metálicos 27 Metalurgia básica 28 prod.de metal - exceto máquinas e equipamentos 29 máquinas e equipamentos 30 máquinas para escritório e equip.de informática 31 máquinas, aparelhos e materiais elétricos 32 material eletrônico e de comunicações 33 instrumentação médico-hospitalares,... 34 montagem de veículos automotoress 35 outros equipamentos de transporte 36 móveis e indústrias diversas 37 Reciclagem PO VBP PO% total 388.377 n.d 20.020 n.d 3.782 54.998 2.511 10.122 45.699 4.168 2.632 8.744 22.316 20.124 29.728 16.993 20.424 16.852 24.115 19.063 2.430 4.645 1.656 7.143 10.600 25.720 12.564 1.328 98.046.423 n.d 21.347.944 n.d 253.076 7.324.710 179.585 547.646 1.096.527 141.035 70.238 1.073.928 3.538.680 18.134.499 11.180.891 2.793.784 2.386.237 10.804.430 2.740.654 2.195.004 106.667 551.865 332.559 617.712 6.387.653 3.746.481 449.656 44.962 100 n.d 5,12 n.d 0,97 14,06 0,64 2,59 11,68 1,07 0,67 2,23 5,70 5,14 7,60 4,34 5,22 4,31 6,16 4,87 0,62 1,19 0,42 1,83 2,71 6,57 3,21 0,34 VBP % total 100 n.d 21,74 n.d 0,26 7,46 0,18 0,56 1,12 0,14 0,07 1,09 3,60 18,47 11,39 2,84 2,43 11,00 2,79 2,24 0,11 0,56 0,34 0,63 6,50 3,81 0,46 0,05 VTI % total PO % país VBP % país VTI % país 100 n.d 31,74 n.d 0,24 5,87 0,06 0,45 0,98 0,12 0,07 0,77 4,01 20,85 8,03 2,05 1,99 9,21 2,33 2,38 0,06 0,46 0,51 0,70 4,26 2,35 0,39 0,03 5,82 n.d 58,12 n.d 5,45 4,08 12,88 3,32 8,59 1,04 1,21 5,46 10,70 18,96 8,57 5,18 6,06 8,20 5,95 4,40 6,84 2,52 1,96 10,75 2,78 25,96 4,10 7,23 7,74 n.d 71,56 n.d 4,06 3,18 2,18 2,03 6,10 0,65 0,47 2,73 14,32 17,33 7,47 5,98 6,69 10,38 6,31 3,11 1,09 1,72 0,91 8,26 4,91 14,61 2,22 4,83 10,70 n.d 74,40 n.d 4,41 3,96 0,89 2,45 7,00 0,78 0,59 2,39 15,01 18,12 8,72 6,58 6,74 12,89 7,23 4,67 1,08 2,25 2,67 9,63 5,66 13,66 2,71 3,91 Fonte: elaboração própria a partir de dados da PIA-IBGE De acordo com os dados da Tabela 1, dentre os setores industriais que apresentam maior peso relativo na economia fluminense em termos do Valor Bruto da Produção (VBP), destacase, em primeiro lugar, a extração de petróleo e serviços relacionados que respondia em 2006 por 22% do total do Valor Bruto da Produção Industrial no estado. Da mesma forma, destacase a importância de outros setores relacionados com a cadeia produtiva do petróleo, tais como a fabricação de coque e refino de petróleo – que respondia por 18,5% do VBP do estado no período – e a fabricação de produtos químicos com uma participação de 11,4%. Dentre os demais setores destacam-se os setores de metalurgia básica e a fabricação e montagem de veículos automotores que participavam em 2006 com, respectivamente, 11% e 6,5% do total do VBP da indústria estadual. Neste aspecto, é importante ressaltar que as atividades relacionadas com os setores mais expressivos da economia fluminense apresentam uma clara concentração territorial no estado e desempenham um importante papel nos resultados do fluxo de comércio estabelecido entre o Rio de Janeiro em âmbito nacional e internacional. Em termos da participação dos setores no Valor da Transformação Industrial da indústria fluminense, em particular, cabe ressaltar a elevada participação das atividades relacionadas com a extração de petróleo e serviços relacionados que participava em 2006 com cerca de um terço (31,7%) do total do VTI da indústria estadual. Tal indicador denota a elevada capacidade de agregação de valor na economia estadual por parte das atividades ligadas à cadeia de petróleo e gás No tocante à participação relativa dos diferentes setores industriais no emprego (em termos de Pessoal Ocupado – PO) destaca-se a relevância das atividades de fabricação de produtos alimentares e bebidas - que respondiam em 2006 por 14% do pessoal ocupado na indústria fluminense - das atividades de confecção de artigos de vestuário e acessórios (11%), da fabricação de produtos químicos (7%), fabricação de produtos de metal exclusive máquinas (6%) e a fabricação de outros equipamentos de transporte (6%). Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 2 Um segundo aspecto a ser destacado na análise da estrutura produtiva do estado refere-se à importância relativa da indústria fluminense no contexto da indústria brasileira. Neste aspecto, a Tabela 1 também apresenta a participação das diferentes divisões da indústria do estado do Rio de Janeiro na indústria brasileira segundo três variáveis selecionadas da PIAIBGE: pessoal ocupado, valor bruto da produção e valor da transformação industrial. No caso das atividades de extração de petróleo e serviços relacionados verifica-se que o estado do Rio de Janeiro responde por 58% do pessoal ocupado e por quase 72% do valor bruto da produção industrial. Da mesma forma, as demais atividades relacionadas com a cadeia produtiva do petróleo, notadamente as atividades de fabricação de coque e refino de petróleo, e a fabricação de produtos químicos, apresentam uma participação expressiva no emprego e na produção da indústria brasileira. No caso das atividades de refino verifica-se uma participação de 19% no pessoal ocupado e de 17% no valor da transformação. No tocante à fabricação de produtos químicos verifica-se uma participação de 8,6% do emprego e de 7,5% no valor da produção. Nos demais setores destacam-se a importância das atividades de fabricação de outros equipamentos de transporte com 26% do emprego e 15% do valor da produção; as atividades de edição, impressão e gravação com participação nacional de 11% no emprego e de 14% no valor da produção; e a fabricação de equipamentos de instrumentação médico hospitalares que responde por 11% do pessoal ocupado e 8% do valor da produção. Dentre os setores da indústria fluminense que apresentam uma baixa participação relativa no emprego e na produção da indústria brasileira destacam-se: preparação de couro e fabricação de artefatos de couro e calçados, fabricação de produtos de madeira e a fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de telecomunicação. Em termos da evolução recente da estrutura produtiva da indústria fluminense a Tabela 2 apresenta a mudança na participação dos diferentes setores no total do emprego e da produção na indústria de extrativa e de transformação no estado do Rio de Janeiro. No tocante à participação no emprego dentre as atividades que apresentaram uma expansão de pelo menos um ponto percentual entre 2000 e 2006 destacam-se: fabricação de outros equipamentos de transporte, extração de petróleo e serviços relacionados, fabricação de máquinas e equipamentos e confecção de artigos do vestuário. Nesse grupo, a maior expansão no emprego ocorreu nas atividades de fabricação de outros equipamentos de transporte cuja participação no emprego da indústria do estado passou de 1,8% para 6,6%. No caso das atividades de retração de petróleo a participação no emprego passou de 2,5% para 5,1% do total. Dentre os setores que tiveram a maior retração em termos da sua participação relativa no emprego industrial destacam-se: fabricação de produtos alimentícios e bebidas, fabricação de produtos químicos, edição, impressão e reprodução de gravações e fabricação de produtos de metal. Nesse conjunto de setores as atividades de fabricação de produtos alimentícios e bebidas apresentaram a maior redução na participação no emprego industrial - passando de 16,2% em 2000 para 14% em 2006. No que se refere à participação dos diferentes setores no valor da produção industrial a Tabela 2 traz informações sobre a mudança na participação relativa de cada divisão CNAE no VBP e VTI total da indústria no estado do Rio de Janeiro. Neste aspecto, uma primeira observação de caráter geral diz respeito ao fato de que, na maior parte dos setores, verifica-se uma redução da participação relativa no valor bruto da produção entre 2000 e 2006. Tal retração foi particularmente alta nas atividades de fabricação de produtos químicos (-4,5%), na fabricação de produtos alimentícios e bebidas (-3,9%) e na edição, impressão e reprodução de gravações (- 3%). Dentre os setores que apresentaram um aumento na sua participação relativa no valor da produção industrial do estado, destacam-se a extração de petróleo e serviços relacionados (cuja participação no VBP do estado passou de 13,4% em 2000 para 21,7% em 2006), e a Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 3 fabricação e montagem de veículos automotores e reboques cujo aumento na participação do VBP estadual foi de 4,3 pontos percentuais entre 2000 e 2006. Tabela 2 - Evolução do Emprego e Produção por Divisão de Atividade – RJ, 2000, 2006 Setores – divisão CNAE 10 Extração de carvão mineral 11 Extração de petróleo e serviços relacionados 13 Extração de minerais metálicos 14 Extração de minerais não-metálicos 15 produtos alimentícios e bebidas 16 produtos do fumo 17 produtos têxteis 18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 19 Preparação de couros e artefatos de couro, ... 20 produtos de madeira 21 celulose, papel e produtos de papel 22 Edição, impressão e reprodução de gravações 23 coque, refino de petróleo,... 24 produtos químicos 25 artigos de borracha e plástico 26 produtos de minerais não-metálicos 27 Metalurgia básica 28 prod.de metal - exceto máquinas e equipamentos 29 máquinas e equipamentos 30 máquinas para escritório e equip.de informática 31 máquinas, aparelhos e materiais elétricos 32 material eletrônico e de comunicações 33 instrumentação médico-hospitalares,... 34 montagem de veículos automotoress 35 outros equipamentos de transporte 36 móveis e indústrias diversas 37 Reciclagem Pessoal Ocupado % total 2000 2006 n.d n.d 2,55 5,12 n.d n.d 1,45 0,97 16,21 14,06 0,55 0,64 2,52 2,59 10,5 11,68 1,72 1,07 0,79 0,67 2,23 6,89 5,7 5,14 10,51 7,6 5,94 4,34 5,62 5,22 4,93 4,31 7,24 6,16 3,51 4,87 0,36 0,62 1,75 1,19 1,29 0,42 2,15 1,83 2,04 2,71 1,84 6,57 3,55 3,21 0,14 0,34 VBP % total 2000 n.d 13,44 n.d 0,42 11,31 0,3 1,13 1,94 0,43 0,12 6,57 15,85 3,83 2,97 12,13 3,13 1,96 2,98 1,15 0,47 0,84 2,16 1,48 0,69 0,04 2006 n.d 21,74 n.d 0,26 7,46 0,18 0,56 1,12 0,14 0,07 1,09 3,6 18,47 11,39 2,84 2,43 11 2,79 2,24 0,11 0,56 0,34 0,63 6,5 3,81 0,46 0,05 VTI % total 2000 n.d 20,83 n.d 0,4 8,43 0,23 0,81 1,63 0,48 0,12 8,2 13,03 3,13 2,54 7,94 2,42 2,03 2,39 0,92 0,38 0,97 2,93 1,3 0,64 0,04 2006 n.d 31,74 n.d 0,24 5,87 0,06 0,45 0,98 0,12 0,07 0,77 4,01 20,85 8,03 2,05 1,99 9,21 2,33 2,38 0,06 0,46 0,51 0,7 4,26 2,35 0,39 0,03 Fonte: elaboração própria a partir de dados da PIA-IBGE Outra fonte de informações relevantes são as estimativas de distribuição setorial do PIB estadual elaborados pela Fundação CIDE (Centro de Informações e Dados do Estão do Rio de Janeiro), o órgão estadual especializado na geração de estatísticas econômicas sobre o estado. Neste sentido, a fundação CIDE realiza estimativas da distribuição setorial do PIB baseada no Valor Adicionado Fiscal gerado pelas diversas atividades. No caso específico da indústria de transformação, o levantamento distingue 22 ramos de atividade os quais, grosso modo, guardam uma relação com a classificação a dois dígitos da CNAE, A Tabela 3 apresenta a distribuição do PIB estadual fluminense estimado pela fundação CIDE para o período 20002006, repartido entre grandes ramos de atividade e com a desagregação proposta para a indústria de transformação. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 4 Tabela 3 – Evolução do PIB Por Grande Setor de Atividade e Por Segmentos da Indústria de Transformação – 2000-2006 – R$ Milhões Setor Var 2000- Estrutu Estrutu 2006 ra 2000 ra 2006 146.432.666 191.715.484 252.945.575 320 257 732 119% 100,0% 100,0% 546.936 804.559 952.607 1 201 113 120% 0,4% 0,4% 2000 TOTAL Agropecuária 2002 2004 2006 Extração de petróleo e gás natural Extração de outros minerais 17.972.932 118.018 30.188.695 135.577 45.410.470 133.623 70 466 875 123 527 292% 12,3% 22,0% 5% 0,1% 0,0% Indústria de transformação 170% 12,9% 15,8% 18.817.595 28.275.059 44.854.363 50 752 692 Comércio atacadista Comércio varejista 2.697.055 4.410.709 5.855.082 5.401.313 9.013.353 6.789.379 8 112 523 9 815 291 201% 123% 1,8% 3,0% 2,5% 3,1% Construção civil 9.304.290 11.224.598 13.074.269 17 787 085 91% 6,4% 5,6% Serviços Industriais de Utilidade Pública Transportes 4.172.001 5.163.844 7.001.768 6.681.841 9.528.077 9.973.489 11 360 314 11 819 202 172% 129% 2,8% 3,5% 3,5% 3,7% Comunicações 5.395.946 5.942.019 8.040.324 10 142 147 88% 3,7% 3,2% Instituições financeiras Administração pública 4.635.489 12.051.493 9.038.632 14.990.723 7.846.299 19.207.851 9 640 883 19 539 104 108% 62% 3,2% 8,2% 3,0% 6,1% Aluguéis 18.570.640 19.123.198 19.895.056 21 433 521 15% 12,7% 6,7% Outros serviços 33.320.636 38.900.586 44.766.938 60 845 980 83% 22,8% 19,0% Imputação intermediação financeira Imposto sobre produtos Indústria de transformação Indústria de produtos de minerais não metálicos Indústria metalurgia Indústria de máquinas e Equipamentos (3.706.814) (7.414.538) (5.781.119) - 7 349 127 12.961.897 15.566.372 19.240.596 24 566 601 Indústria de Transformação 18.817.595 28.275.059 582.518 665.533 3.358.918 730.026 5.933.122 1.099.028 44.854.363 50 752 692 763.981 98% -2,5% -2,3% 90% 8,9% 7,7% 170% 12,9% 15,8% 490 995 -16% 0,4% 0,2% 11.404.129 15 574 383 438.099 651 633 364% -11% 2,3% 0,5% 4,9% 0,2% Indústria de material eletro eletrônico 319.380 325.795 259.595 559 608 75% 0,2% 0,2% Indústria de material de transporte Indústria de produtos de madeira e e do mobiliário Indústria de papel e celulose 744.008 1.670.508 6.726.302 5 455 264 633% 0,5% 1,7% 277.388 249.066 239.687 255 023 -8% 0,2% 0,1% 115.577 130.253 242.477 296 122 156% 0,1% 0,1% Indústria gráfica Indústria de produtos de borracha 1.041.783 622.152 1.681.560 784.193 1.167.284 1.272.250 1 379 944 1 240 848 32% 99% 0,7% 0,4% 0,4% 0,4% Indústria química 4.555.799 7.313.587 12.187.126 13 708 067 201% 3,1% 4,3% Indústria farmacêutica Indústria de artigos de perfumaria 1.751.335 238.318 2.199.065 405.366 2.294.515 515.768 2 559 748 421 796 46% 77% 1,2% 0,2% 0,8% 0,1% Indústria de produtos de matéria plástica 398.141 472.375 521.988 668 237 68% 0,3% 0,2% Indústria têxtil Indústria do vestuário 287.891 362.296 372.640 301.834 342.886 245.749 397 549 273 698 38% -24% 0,2% 0,2% 0,1% 0,1% Indústria de calçados 24.916 24.749 19.424 41 848 68% 0,0% 0,0% 1.771.127 664.995 1.884.353 1.376.912 1.889.036 2.401.463 1 834 830 3 154 621 4% 374% 1,2% 0,5% 0,6% 1,0% 81.563 71.042 34.263 82 843 2% 0,1% 0,0% Ourivesaria e bijuteria 88.704 132.389 Indústria de Equipamentos e materiais 372.329 477.699 médicos Indústrias diversas 428.429 703.989 Fonte: elaboração própria a partir de dados da Fundação CIDE 114.934 159 895 80% 0,1% 0,0% Indústria de produtos alimentares Indústria de bebidas Indústria fonográfica 661.583 387 329 4% 0,3% 0,1% 1.111.822 1 158 410 170% 0,3% 0,4% Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 5 Entre 2000 e 2006 o PIB fluminense estimado pela Fundação CIDE elevou-se de R$ 146,4 bilhões para R$ 320,3 bilhões, correspondendo a um crescimento nominal da ordem de 119%. A partir das informações apresentadas, percebe-se, para o conjunto das atividades, o grande aumento do peso da extração de petróleo e gás natural, cuja participação no PIB estimado para o Estado se eleva de 12,3% em 2000 para 22,0% em 2006. Dentre as demais atividades, cabe destacar o aumento da participação da indústria de transformação (de 12,9% para 15,8%), do comércio atacadista (de 1,8% para 2,5%) e dos Serviços Industriais de Utilidade Pública (de 2,8% para 3,5%). Em constaste, observa-se a redução da participação da administração pública (de 8,2% para 6,1%), dos aluguéis (de 12,7% para 6,7%) e de outros serviços (de 22,8% para 19,0%). No caso específico da indústria de transformação, destaca-se o aumento da participação da indústria metalúrgica (de 2,3% para 4,9%), da indústria de material de transporte (de 0,5% para 1,7%), da indústria química (de 3,1% para 4,3%) e da indústria de bebidas (de 0,5% para 1,0%). Contrastando com essa evolução, observa-se a queda da participação da indústria de máquinas e equipamentos (de 0,5% para 0,2%), da indústria farmacêutica (de 1,2% para 0,8%) e da indústria de produtos alimentares (de 1,2% para 0,6%). Observa-se também que O Estado do Rio tem hoje uma das maiores carteiras de investimentos do país, entre empreendimentos públicos e privados, que podem chegar, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), a mais de US$ 50 bilhões (R$ 107 bilhões) entre 2008-2010 (segundo o estudo “Decisão Rio – Investimentos 2008-2010”). Dentre os maiores investimentos industriais no Estado, destacam-se: a instalação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) em Itaguaí, uma parceria da Thyssen Krupp com a Vale do Rio Doce; a implantação do Complexo Petroquímico da Petrobras (COMPERJ), em Itaboraí, um investimento de aproximadamente R$ 16 bilhões, o maior feito até hoje pela estatal; a expansão da Refinaria de Duque de Caxias (REDUC), em Duque de Caxias, de R$ 1 bilhão; a ampliação do parque automobilístico de Resende, com mais de R$ 1 bilhão em investimentos feitos pelas fábricas da Wolkswagen e da PeugeotCitröen e a nova siderúrgica do Grupo Votorantim, também em Resende, entre outros empreendimentos. Considerando novos investimentos anunciados e sistematizados pela SEDEIS, o total de investimentos previstos para o estado do Rio de Janeiro se elevaria a mais de R$ 122 bilhões (ver Figura 1). Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 6 Figura 1 - Investimentos Previstos para o Estado do Rio de Janeiro (Fonte: SEDEIS – 2009) Petrobras R$ 49 bi Empresas Privadas R$ 16 bi CSN R$ 5 bi 4 7 REDU C 2R$ 4 bi 6 Dragagem P. Sepetiba - R$ 0,2 bi 1 COMPERJ R$ 17 bi 2 Galeão - R$ 140 mi S. Dumont – R$ 270 mi Cabo Frio - R$ 30 mi A partir desse panorama geral, é possível avançar nos temas abordados no relatório, Além dessa introdução, o relatório está estruturado em cinco. Capítulos. O Capítulo 1 procura caracterizar a trajetória recente da política estadual, a partir da apresentação das entidades que realizam ações para APLs e que configuram a estrutura institucional da política. O Capítulo 2 procura detalhar as metodologias adotadas para identificação dos arranjos produtivos locais, ressaltando os principais mapeamentos existentes de arranjos produtivos locais no Estado, suas vantagens e limitações. O Capítulo 3 desenvolve uma análise exploratória da relação entre a presença de aglomerações produtivas e os fluxos de comércio no estado, sintetizando os resultados segundo relatório da pesquisa. O Capítulo 4 sintetiza as ações das esferas de governo e entidades associativas no apoio a APLs, identificando os focos, os instrumentos e as áreas das políticas, de forma a compreender o sentido e a abrangência das mesmas. Por fim, o Capítulo 5 apresenta um conjunto de sugestões de diretrizes para o fortalecimento de uma política estadual de apoio a APLs Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 7 1. Trajetória e Estrutura Institucional das Políticas Estaduais para APLs 1.1. Contexto Geral das Políticas para APL no Estado do Rio de Janeiro O Estado do Rio de Janeiro tem uma experiência limitada de utilização do conceito de Arranjos Produtivos Locais como base para a implementação de medidas de política industrial e de desenvolvimento regional. Como antecedente, observa-se no passado uma tradição na concessão de apoio à consolidação de “Distritos Industriais”, porém a partir de uma concepção dos mesmos como uma mera concentração espacial de empresas de diferentes setores em determinado “sítio” - a partir de um conjunto de incentivos e de uma infraestrutura mínima fornecida pelo estado - mas sem maiores preocupações com o fortalecimento da especialização produtiva e da cooperação entre empresas integradas a estes distritos. Observa-se também que, apesar da utilização de políticas setoriais, de desenvolvimento regional e de apoio a projetos estruturantes – fortemente apoiadas na concessão de incentivos fiscais – constituírem uma tradição no Estado, a utilização de um foco especificamente direcionado para de Arranjos Produtivos é relativamente recente. No caso específico de um foco baseado no apoio a Arranjos Produtivos Locais, ações mais concretas remontam aos estímulos provenientes do governo federal através do MDIC, que resultaram na criação da Câmara Especial de Gestão dos Arranjos Produtivos Locais do Estado do Rio de Janeiro que está vinculada à Superintendência de Arranjos Produtivos Locais, a qual, por sua vez, integra-se à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), conforme será visto na seção 1.3. A Sedeis é a responsável pela formulação e execução da política estadual de desenvolvimento nas áreas de energia, logística, indústria, comércio e serviços, realizando estudos e pesquisas nas áreas afins e supervisionando a coordenação e execução de planos, programas e projetos, visando fortalecer a competitividade das entidades governamentais e das empresas instaladas no Estado do Rio de Janeiro. De acordo com as suas atribuições, é possível destacar: Formular e executar a política estadual de desenvolvimento nas áreas de energia, logística, indústria, comércio e serviços. Realizar e incentivar estudos e pesquisas nas áreas afins, supervisionando a coordenação e execução de planos, programas e projetos. Fomentar os assuntos de interesse do estado relativos às áreas afins, em conjunto com órgãos e entidades dos demais níveis de governo e organismos privados. Manter permanentemente intercâmbio com os órgãos públicos e entidades privadas dos demais níveis de governo e organismos privados. Analisar as solicitações de enquadramento de benefícios fiscais nas áreas de sua competência. Articular-se junto às concessionárias de serviços públicos, visando a otimização desses serviços no que tange aos projetos econômicos que venham a se implantar no estado. Incentivar e apoiar as atividades da iniciativa privada ligadas à indústria, comércio e serviços. Promover a competitividade das entidades governamentais e das empresas instaladas no Estado do Rio de Janeiro. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 8 Dentre as atividades dessa Secretaria, destacam-se a análise de solicitações de enquadramento de benefícios fiscais e a articulação com as concessionárias de serviços públicos, visando a otimização desses serviços no que tange aos projetos econômicos que venham a se implantar no Estado. Desse modo, a Secretaria inclui, dentro da sua estrutura, órgãos mais diretamente envolvidos com a concessão de incentivos fiscais – como a Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro – INVESTRIO, a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro - CODIN e o Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social – FUNDES – órgãos de caráter mais consultivo – como o Conselho Consultivo do Programa de Qualidade Rio de Janeiro, o Conselho Estadual de Desenvolvimento e Econômico e Social – CEDES e a Comissão Estadual de Defesa dos Direitos da Propriedade Intelectual – CODEPIN –além de órgãos com um perfil mais operacional direcionados à regulação de atividades específicas – como o Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro – DRM, o Instituto de Pesos e Medidas - IPEM e a Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro – JUCERJA. Além das atividades desenvolvidas pelos diversos órgãos a ela vinculados, a Sedeis desenvolve suas atribuições através de programas e projetos, os quais são geridos através de Superintendências organizadas segundo a natureza dos mesmos. Neste sentido, sete Superintendências se integram à estrutura da Secretaria: 1) Superintendência de Arranjos Produtivos Locais; 2) Superintendência de Competitividade; 3) Superintendência de Desenvolvimento Regional; 4) Superintendência de Economia da Cultura; 5) Superintendência de Energia; 6) Superintendência de Projetos Especiais; 7) Superintendência de Projetos Estruturantes. Neste sentido, cabe ressaltar que estas Superintendências operam basicamente como órgãos de formulação e articulação de políticas, mobilizando agentes públicos e privados, mas recorrendo a instrumentos para operacionalização das mesmas geridos por outros órgãos vinculados à estrutura da Secretaria (como a INVESTRIO, a CODIN e o FUNDES), ou mesmo por outros níveis de governo (FINEP e BNDES na esfera federal, por exemplo) ou por instituições de fomento como SEBRAE-RJ e a FIRJAN. 1.2. A Superintendência para APLs da SEDEIS A Superintendência de Arranjos Produtivos Locais tem como objetivo apoiar micros e pequenas empresas promovendo ações e elaborando políticas públicas que viabilizem o fortalecimento do desenvolvimento local, coordenando o apoio aos Arranjos Produtivos Locais através da Câmara de Gestão dos APLs, que promove a articulação, junto às entidades da governança, visando a execução das ações do planejamento estratégico nas regiões do estado. As ações dessa Superintendência envolvem a promoção de reuniões, seminários e eventos através da Câmara Especial de Gestão de APLs e a coordenação de estímulos ao associativismo, à legalização de empresas e ao estabelecimento de governanças nas diversas concentrações econômicas do Estado, de modo a buscar soluções para problemas comuns junto aos parceiros dos setores governamental, empresarial, de capacitação, de crédito, fomento e inovação. A inserção da Superintendência de Arranjos Produtivos Locais na estrutura organizacional da Sedeis parte da constatação de que a consolidação de arranjos produtivos gera uma série de benefícios para economia do estado, em termos de uma maior atração de capital; do aumento do dinamismo empresarial; da redução de custos e riscos; da promoção da inovação tecnológica; da melhoria da capacitação e do incremento do processo de geração de emprego e renda em escala local. Na concepção dessa Superintendência, estes arranjos consistem em um agrupamento de empresas de um determinado território, que apresenta especialização produtiva. Além disso, supõe-se que, para que um Arranjo Produtivo Local obtenha bons Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 9 resultados, ou seja, produza mais e melhor, gerando trabalho e renda para a população, é preciso que haja articulação e cooperação com outros parceiros, como governo, associações, instituições, por meio de uma estrutura de governança bem estruturada. 1.3. A Câmara de APls do Rio de Janeiro A Câmara de APLs do Estado do Rio de Janeiro foi criada através de Decreto n° 40.372, de 28 de novembro de 2006, revisto em 2008, tendo como objetivo de coordenar as ações governamentais com vistas ao desenvolvimento de arranjos produtivos no Estado. Neste sentido, reconhece-se como um Arranjo Produtivo Local as concentrações de empreendimentos e indivíduos que atuam em determinado território em torno de uma atividade predominante, com formas de cooperação e mecanismo de governança, podendo incluir empresas de pequeno, médio e grande porte. O surgimento da Câmara de APLs foi decorrente dos estímulos gerados à criação deste tipo de órgão de coordenação pelo MDIC através do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GT-APls). Neste sentido, foi estimulada a instalação de Núcleos Estaduais que coordenassem medidas de apoio nos diferentes estados da federação. Além disso, a criação da Câmara de APLs refletiu também a experiência acumulada com a coordenação do apoio a APLs de confecções em Nova Friburgo (identificado como prioritário na lista inicial de 11 APLs selecionados pelo MDIC em 2004 e que já contava com o apoio do BID através do projeto PROMOS, coordenado pelo SEBRAE), Petrópolis e Cabo Frio, bem como a experiência acumulada no apoio ao desenvolvimento da fruticultura no norte do Estado, através de ações coordenadas entre o Governo estadual e a FIRJAN. Neste contexto, a Câmara de APLs estruturou-se muito mais a reboque de iniciativas já existentes, muitas delas coordenadas por outros órgãos, do que em função de uma efetiva priorização dos APLs como instrumento de políticas industriais ou de desenvolvimento regional implementadas pelo Governo Estadual. Esta característica original se refletiu tanto na inserção organizacional relativamente frouxa desse órgão na estrutura do governo estadual, como também numa delimitação abrangente da sua missão e objetivos, ou ainda no arsenal limitado de instrumentos colocados à sua disposição para operacionalizar o apoio aos arranjos identificados como prioritários. O início da atuação da Câmara de APLs esteve vinculado à seleção dos 11 primeiros projetos apoiados pelo MDIC ao nível nacional quando da constituição do GT-APL, que incluíam o APL de Moda Íntima de Nova Friburgo. Posteriormente, este apoio foi ampliado para dois outros APLs para os quais foram elaborados Planos de Desenvolvimento submetidos à Secretaria Técnica do GT-APL - os APLs de Jóias e de Tecnologia da Informação no Rio de Janeiro. Posteriormente, quando a lista de APLs prioritários MDIC foi ampliada para 142 APLs no triênio 2005-2007, passaram a ser incluídos como prioritários os APls de Gemas e Jóias (na cidade do Rio de Janeiro), Metal-Mecânico (no Vale do Paraíba), de Rochas e Granitos (em Santo Antônio de Pádua e municípios próximos), Cerâmica Vermelha (na região de Campos), de Tecnologias de Informação (no município do Rio de Janeiro e Niterói) e de Petróleo (em Macaé e adjacências). A Câmara de APLs do Estado do Rio de Janeiro estrutura-se como um órgão colegiado, ao qual se integram representantes do Governo Estadual, “Sistema S”, Instituições Financeiras. Organismos de representação dos trabalhados e instituições de C&T. Atualmente, esta Câmara é composta pelas seguintes instituições: Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 10 I - Governo Estadual SEDEIS - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico SETUR – Secretaria de Estado de Turismo CODIN - Companhia de Desenvolvimento Industrial CODEPIN – Comissão Estadual de Defesa da Propriedade Intelectual II - Sistema S SEBRAE-RJ - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas III- Instituição Financeira INVESTE-RIO - Agência de Fomento do ERJ Banco do Brasil BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social CEF - Caixa Econômica Federal IV – Setor Empresarial FIRJAN - Federação das Indústrias do ERJ FECOMERCIO - Federação do Comércio do ERJ V – Trabalhadores SETRAB - Secretaria de Estado de Trabalho e Renda VI– Sistema – Ciência e Tecnologia SECTI - Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e inovação FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro REDESIST- Rede de Sistema de Arranjos Produtivos e Inovativos REDETEC – Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro UFF - Universidade Federal Fluminense UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro Os objetivos da criação da Câmara referem-se basicamente à tentativa de aumentar a eficácia das atividades de apoio a APls já realizadas isoladamente por diversos outros órgão estaduais (mesmo quando o objeto de apoio não estava vinculado necessariamente àquela nomeclatura), através de uma melhor coordenação que permitisse a racionalização dos esforços, evitando o re-trabalho e a conseqüente perda de credibilidade junto aos agentes apoiados. Atualmente a Câmara de APLs atua principalmente nas seguintes direções: (1) Coordenação de ações de promoção dos arranjos identificados, visando aumentar a eficácia das ações e o fortalecimento de competências; (2) Mobilização das diversas leis de incentivo disponibilizadas pelo governo estadual em função das necessidades dos arranjos; Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 11 (3) Coordenação de ações com programas implementados por outras Secretarias de Governo cujo foco afeta diretamente os APLs e concentrações identificados; (4) Incremento das articulações com instituições de ensino, pesquisa e formação profissional visando atender as necessidades e demandas de APls; (5) Incremento das articulações com instituições financeiras públicas (BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal) e Privadas (Bradesco, HSBC) cujas linhas de atuação priorizam, de algum modo, a concessão de financiamentos a empresas integradas a APLs; (6) Apoio na elaboração e encaminhamento de projetos de empresas (ou grupos de empresas) integradas a APLs submetidos a agências de fomento (Finep, CNPq, Faperj) com linhas prioritárias de apoio a estes arranjos. Dentre as ações da Câmara de APLs, é possível destacar a mobilização dos incentivos ficais disponibilizados pela legislação para empresas integradas em arranjos considerados prioritários. Como exemplo, é possível citar o apoio fornecido a PMEs de diversos APLs dos setores de moda-confecções, jóias e calçados, as quais isoladamente dificilmente teriam condições de acessar estes benefícios. È possível destacar também a articulação da Câmara com diversas instâncias de governo cujo foco da atuação estabelece algum tipo de interface com o fortalecimento desses arranjos, como a Superintendência de Projetos Especiais responsável pela gestão dos programas Compra Rio e RIO É DESIGN - e a Superintendência de Projetos Estruturantes - responsável pelo acompanhamento de grandes projetos, como os da CSA, Porto do Açu, Comperj e Arco Rodoviário, dentre outros. Cabe destacar também a articulação com as Secretarias Estaduais de Turismo e Cultura para coordenar o apoio a APLs de entretenimento (como os de Conservatória e Lumiar-São Pedro da Serra). Outra linha importante de atuação da Câmara de APLs contempla a mobilização de agentes para viabilizar projetos que contam com o suporte de agências internacionais, como no caso do apoio a ser concedido pelo BID à dinamização dos APLs de Turismo e Confecções em Cabo Frio. Destaca-se também a articulação com instâncias de governo municipais no apoio a APLs com perfil mais localizado, como a articulação com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social do Município do Rio de Janeiro para viabilizar o apoio ao APL de confecções do bairro de São Cristóvão e com Secretarias dos diversos municípios da Baixada Fluminense para viabilização do apoio a APLs com maior potencial de geração de emprego renda em comunidades carentes dessas localidades. A atuação da Câmara de APLs direcionou-se, numa fase inicial, para a consolidação de sua imagem como uma instância importante de coordenação de políticas, apesar da mesma operar com um raio de manobra limitado no tocante à operacionalização autônoma de medidas de apoio aos arranjos priorizados. Assim, entre 2005-2006, as ações desenvolvidas compreenderam a articulação para a montagem de novas linhas de crédito com o INVESTERIO e o Banco do Brasil, a realização do Encontro Anual dos APL do Estado, a identificação e formatação de APLs prioritários e a disponibilização de informações sobre os mesmos no site da SEDEIS, a seleção de APLs e o encaminhamento dos projetos a serem apoiados diretamente pelo MDIC, a participação em feiras e eventos de promoção dos APLs, o desenvolvimento de ações de articulação junto aos órgãos e entidades para formatação de cursos demandados pelos APLs, a produção de material promocional de APLs e a realização de visitas técnicas e a participação em reuniões de governança dos APls. Após esta fase inicial, observa-se uma tentativa de consolidar e ampliara a atuação da Câmara no período subseqüente. No Planejamento Estratégico realizado pela Câmara de APLs para o triênio 2007-2009, identifica-se como objetivo geral a implementação de estratégias de dinamização e integração do público-alvo, com foco na eficiência produtiva, na geração de emprego, trabalho e renda, na estabilidade social e no reforço da formalidade. A Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 12 partir desse objetivo geral, identificam-se como focos estratégicos o incremento da interrelação entre APL, o fortalecimento da identidade territorial dos mesmos, a qualificação gerencial e de mão-de-obra, o acesso à tecnologia e inovação, o acesso ao crédito e a produtos financeiros, o acesso ao mercado interno e externo e a criação de facilitadores à formalização. Dentre as principais ações a serem realizadas por foco estratégico é possível mencionar: 1) fortalecimento da identidade territorial Elaboração de plano de marketing por APLs Criação de um sistema de informações de marketing Divulgação das potencialidades do APL 2) qualificação gerencial e de mão-de-obra Diagnóstico da demanda dos APLs Articulação com programas estaduais e nacionais de suporte Diagnóstico da demanda dos APLs Elaboração de plano de qualificação Captação de recursos para a qualificação Implementação do plano de qualificação 3) inter-relação entre APLs Realização de fóruns de fornecedores e distribuidores Realização do encontro dos APLs Diagnóstico entre oferta e demanda de APLs Visitas técnicas entre APLs Criação do portal dos APLs do estado do rio de janeiro Atualização do livro “estudo de APLs” Realização de encontros entre centros comerciais e APLs 4) acesso à tecnologia e inovação Realização de diagnóstico das demandas tecnológicas dos APLs Articulação inter-organizacional para viabilizar recursos para fomento de tecnologia Montagem do sistema de inovação nos APLs 5) acesso ao crédito e a produtos financeiros Levantamento das necessidades de crédito dos APls Articulação para a criação de novas linhas e mecanismos de crédito para os APLs Realização de oficinas de crédito criação de novas linhas e mecanismos de crédito para os APLs 6) acesso ao mercado interno e externo Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 13 Organização da participação em feiras de forma coletiva Suporte na criação de instrumentos de divulgação coletiva (catálogo) Realização da amostra dos produtos dos APLs Parceria dos APLs com centros especializados de comércio 7) criação de facilitadores à formalização Identificar as necessidades dos APLs e concentrações econômicas Divulgação da lei geral Apoiar a divulgação da lei geral e a integração do “rio fácil” ao APL 8) logística Integração da câmara dos APLs às ADMs Levantamento de necessidades de melhoria das condições logísticas nos diversos APLs Desse modo, identificam-se cinco dimensões críticas nas políticas de apoio comandadas Câmara: i) Governança e Cooperação; ii) Crédito e Financiamento; iii) Tecnologia e Inovação; iv) Formação e Capacitação; vi) Acesso aos Mercados: - Nacional & Internacional. Dentre estas dimensões, particular relevância é atribuída ao apoio à consolidação de Conselhos de Governança para os APLs priorizados (ver Figura 2). Vistos como um modelo organizacional de intervenção, estes Conselhos mobilizariam o governo do Estado, entidades empresariais e instituições de fomento de maneira a prover soluções para as demandas de crédito, formação-capacitação, inovação e condições logísticas adequadas às circunstâncias de cada situação. Por outro lado, estes Conselhos de Governança teriam também a função de gerir as ações de diversos Comitês associados às atividades de Comunicação e Marketing, Capacitação, Qualidade, Infra-estrutura e à coordenação das políticas públicas (ver Figura 3) Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 14 Figura 2 – Padrão de Estruturação de Conselhos de Governança de APLs Entidades Empresariais Inovação Tecnológica Governo do Estado CONSELHO DE GOVERNANÇ GOVERNANÇA Crédito Capacitação Articulação Institucional/ Fomento Figura 3 – Modelo de Atuação de Conselhos de Governança de APls Comitê Capacitação Comitê Comunicação e Marketing Comitê Qualidade CONSELHO DE GOVERNANÇA Comitê Infra estrutura Comitê Políticas Públicas Em função desse modelo de atuação, consolidam-se determinadas atividades a serem realizadas de forma relativamente sistemática, que seriam incorporadas às rotinas organizacionais da Câmara. Dentre estas atividades, destacam-se: Realização de Planejamento Estratégico Anual Articulação de agentes para aceso s novas Linhas de Crédito Realização anual do Encontro dos APLs do Estado Identificação e Formatação de Conselhos de Governança para os APLs apoiados Disponibilização de informações sobre os APLs no site da SEDEIS Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 15 Participação em Feiras e eventos para divulgação de resultados de APLs e realização de negócios: Cabo Frio Fashion Beach, Feira de Moda Íntima de Nova Friburgo, Fashion Rio e outros Ações de Capacitação através da articulação junto aos órgãos e entidades para captação de cursos demandados pelos APLs Realização de Visitas Técnicas e participação das reuniões de governança Como resultados esperados dessas ações destacam-se o fortalecimento da marca da Câmara e da identidade territorial dos APLs, a ampliação da oferta de crédito para o público alvo, o fortalecimento da integração entre APLs e concentrações comerciais, a maior integração entre os seus membros, o aumento do número de APLs atendidos, o incremento da parceria entre os APLs e os centros especializados de comércio e fortalecimento das articulações com instituições de ensino e qualificação profissional. Para monitorar a evolução dos resultados obtidos, propõe-se a utilização de um conjunto de indicadores, contemplando aspectos como o número de programas e projetos viabilizados pelos governos federal/estadual, o número de eventos realizados e de contatos realizados nos mesmos, o volume de negócios gerados nos APLs e o número de empresas exportadoras integradas aos mesmos, o número de empresas formalizadas e empregos e postos de trabalho gerados e o número de empresas cadastradas nos APLs. 1.4. Outros Órgãos de Apoio Vinculados à SEDEIS Além da Superintendência de Arranjos Produtivos Locais, cinco outras Superintendências se integram à estrutura de coordenação de programas e projetos no âmbito da SEDEIS, todas elas envolvidas com atividades que guardam alguma relação com a consolidação e o fortalecimento desses arranjos. A Superintendência de Projetos Especiais coordena o Programa Compra Rio, que tem como objetivo incrementar o volume de compras dos produtos fabricados no Estado, através de Rodadas e Encontros de Negócios integrando fornecedores e compradores, além de associações empresariais (destacando-se a Associação Comercial do Rio de Janeiro – ACRJ, a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro – Fecomércio, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Firjan e o Sebrae/RJ). Como instrumentos mobilizados para a viabilização do programa, destacam-se a isenção do ICMS nas operações ou prestações internas, destinadas aos órgãos da administração pública estadual direta e suas fundações e autarquias, assim como o tratamento tributário diferenciado nas operações internas, destinadas às empresas da administração indireta do Estado do Rio de Janeiro. A Superintendência de Projetos Especiais coordena também a operacionalização de dois outros projetos importantes: (1) PRODUZIR – Centro de Artesanato do Rio de Janeiro, orientado ao apoio ao artesão fluminense, buscando o desenvolvimento sustentável da sua produção e a geração de trabalho e renda, através de um Centro de Artesanato que, além de dispor de um show-room, oferece cursos de formação e aprimoramento de novas técnicas, comercialização e divulgação da produção artesanal e qualificação do produto artesanal através do design; (2) Programa de “RIO É DESIGN” que visa promover a competitividade do produto fluminense, através do apoio aos arranjos produtivos locais e às empresas do interior, buscando agregar, através do design, valor e qualidade, através da montagem de feiras e exposições e da concessão de prêmios. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 16 A Superintendência de Projetos Estruturantes tem como principal função apoiar e viabilizar os projetos com impacto amplo previstos para o estado, atuando, também, na dinamização das cadeias produtivas vinculadas a estes projetos, para permitir a ampliação dos benefícios econômicos desses empreendimentos no território fluminense. Dentre os principais projetos apoiados, destacam-se: i) Barra do Furado, ii) Melhoria da infra-estrutura rodoviária, iii) Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), iv) Complexo do Açu, v) Complexo Aeroportuário de Cabo Frio, vi) Novos Resorts turísticos, vii) CSN, viii) xix) Desenvolvimento Florestal, x) Revitalização do Aeroporto Tom Jobim, xi) ThyssenKrupp CSA, xii) Votorantim1. A Superintendência de Competitividade é responsável pelo acompanhamento dos projetos voltados para a área de gestão, qualidade, pesquisa/desenvolvimento e inovação tecnológica, operando a partir de uma carteira de programas e ações, dentre aos quais destacam-se: (1) Arco Metropolitano do Rio de Janeiro: envolve a ligação entre cinco rodovias federais, uma ferrovia e a ligação com vários pólos industriais de grande porte que estão sendo implantados na região com o Porto de Itaguaí, proporcionando a ligação entre o complexo siderúrgico do Rio, e o Comperj. (2) Programa Qualidade Rio (PQR): estabelece um conjunto de ações a serem desenvolvidas de forma integrada por organizações públicas e privadas, visando o aprimoramento da qualidade e o aumento da produtividade e da competitividade das empresas e organizações localizadas no Estado do Rio de Janeiro. (3) Rio Conhecimento: conselho formado por representantes de órgãos governamentais e entidades não-governamentais que atuam no setor de informática e tecnologia da informação e da comunicação no Rio de Janeiro. Tem como objetivo fomentar o desenvolvimento e a consolidação do setor de informática do estado, assim como estabelecer padrões de excelência na disponibilidade e na democratização do acesso a informações relativas ao governo do estado. Os participantes do projeto foram divididos em Grupos Temáticos relacionados a assuntos considerados estratégicos pelo governo do estado: Fomento ao Setor e Fortalecimento dos Pólos; Universalização do Acesso e Inclusão Digital; Integração à Sociedade da Informação. A Superintendência de Desenvolvimento Regional executa políticas públicas, em conjunto com prefeituras e entidades empresariais, que procuram identificar novos projetos de investimentos nos municípios. Dentre os Programas e Ações: dessa Superintendência, destacam-se: (i) Fomento à Plantação de Seringueira – Programa Rio Látex; (ii) Programa de Fomento à Exportação das Empresas do Interior – Rio Expoint (com o apoio do Banco do Brasil, INT, Sebrae, Firjan, Rede Agentes/MDIC e Correios); (iii) Programa do Pólo Metal Mecânico do Médio Paraíba (que visa aumentar em 15% o volume de compras das empresas âncoras no mercado fluminense até 2010); (iv) Programa Rio Audiovisual (orientado para a realização de estudos de viabilidade econômica e social do setor no estado, em parceria com a Ancine e com outras instituições, como Sebrae , Firjan, Fecomércio, ACRJ , Instituto Gênesis – PUC-Rio, TV Globo, Globo Filmes, entre outros); (v) Programa de Apoio ao Setor Moveleiro (envolve o apoio à instalação das unidades fabris, ao aperfeiçoamento do design e à expansão dos pólos moveleiros do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Petrópolis, Saquarema e Campos). 1 O detalhamento dessas ações e programas foi apresentada anteriormente no relatório 1 desse projeto. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 17 A Superintendência de Energia tem como objetivo principal viabilizar os projetos previstos para os setores de energia, indústria naval e off-shore do estado. Dentre os Programas e ações sob sua responsabilidade destacam-se o Programa Estadual de Racionalização do Uso de Energia (PROREN), o Programa de Agroenergia (que visa triplicar, até 2012, a produção de cana-de-açúcar, atualmente em torno de cinco milhões de toneladas anuais, ampliando para 200 mil hectares a área plantada, através de um investimento que pode chegar a R$ 350 milhões), o Plano de Antecipação de Produção de Gás Natural - Plangás (que visa normalizar a oferta de gás natural no Estado do Rio de Janeiro, para garantir a oferta para os setores residencial, comercial, industrial, geração elétrica e GNV), o Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Municipais (orientado para a erradicação dos lixões a partir da implantação de aterros sanitários). Além disso, esta Superintendência coordena o apoio à Construção da Usina Nuclear Angra 3 (com expectativa de gerar oito mil empregos diretos e outros 20 mil indiretos durante as obras, que devem durar cinco anos) e o Programa Luz para Todos, cujo objetivo é levar energia elétrica para a população do meio rural. Além disso, vinculadas a esta Superintendência, destacam-se as Superintendência de Petróleo e Gás, a Superintendência de Eficiência Energética e a Assessoria de Indústria Naval e Meio Ambiente. A Superintendência de Economia da Cultura tem por objetivo analisar a importância das atividades culturais em seus diversos segmentos – audiovisual, fonográfica, editorial, gráfica, lazer e entretenimento – com a finalidade de identificar sua contribuição para a formação do PIB estadual e diagnosticar os mecanismos próprios que lhe permitem gerar emprego e produzir renda. Busca também definir e estabelecer políticas públicas que favoreçam e estimulem o desenvolvimento social e econômico das atividades culturais. Dentre as atividades desenvolvidas, destacam-se aquelas vinculadas ao desenvolvimento da cadeia produtiva da economia do carnaval (incluindo estudos para estruturar administrativa e financeiramente as escolas de samba do grupo de acesso e para dinamização dos pólos de produção de artigos para o carnaval), o levantamento de informações sobre o mercado da indústria gráfica e o mercado editorial de livros, o desenvolvimento do plano estadual da economia da música e do plano estadual da economia do carnaval e a atualização da pesquisa sobre a contribuição das atividades culturais para a formação do PIB estadual. Em termos de programas implementados, destacam-se os orientados à implantação de APL de Entretenimento de Nova Friburgo e do APL de Entretenimento de Conservatória. Destaca-se também a atuação da Superintendência na coordenação da Comissão Estadual de Defesa da Propriedade Intelectual (Codepin) e do Programa Registro de Marcas e Patentes e Propriedade Intelectual. Quanto ao último aspecto, destaca-se também o Programa Institucionalização nos Arranjos Produtivos Locais de Atividade de Propriedade Intelectual, que objetiva caracterizar a produção dos APLs de forma a identificar o objeto da propriedade intelectual a ser priorizado nestes arranjos. Além das ações de coordenação implementadas pelas diversas Superintendências vinculadas à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, muitas das quais direta ou indiretamente trabalham com APLs, é possível destacar o conjunto de instrumentos de apoio que podem ser ativados no apoio a empresas integradas a estes arranjos. Os recursos à disposição para a concessão de apoio financeiro às empresas estão vinculados à gestão do Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social – FUNDES coordenado pela SEDEIS, enquanto a concessão de incentivos é mediada pela Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (INVESTRIO) e pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro – CODIN, também vinculadas àquela Secretaria. O Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social – FUNDES foi criado no final dos anos 90, constituindo o principal incentivo financeiro concedido pelo governo do Estado, estando voltado, basicamente, para o financiamento de capital de giro das empresas e sendo Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 18 utilizado em diversos setores da atividade industrial, assim como a expansão de empreendimentos já instalados no território fluminense. O FUNDES tem a vantagem de auxiliar na amortização dos empréstimos destinados aos investimentos fixos, concedidos por outros organismos e instituições financeiras. Estruturado em programas setoriais, regionais e genéricos, o FUNDES consiste na concessão de um financiamento equivalente a um percentual do faturamento incremental, gerado a partir da implantação do projeto, com taxas de juros reduzidas, de modo a assegurar às empresas investidoras condições adequadas à operação. Os programas de incentivos fiscais do Estado do Rio de Janeiro concedidos através do FUNDES têm três princípios básicos: (i) desoneração do Ativo Fixo; (ii) diferimento nas aquisições internas e importações; (iii) redução da base de cálculo do imposto. O benefício do FUNDES corresponde à concessão de um financiamento equivalente a um percentual do faturamento incremental, gerado a partir da implantação do projeto, com taxas de juros reduzidas. As condições básicas do programa envolvem financiamento de 100 a 400% do investimento fixo, com liberação em até 60 parcelas mensais, de até 9,0% do faturamento limitadas a 60% do ICMS a recolher. A taxa de juros é de 6 a 7,5% a.a. e o período total de financiamento: até 10 anos, com período de carência: até 5 a 10 anos. Além disso, o FUNDES admite a participação acionária do Estado, inclusive através de entidades da administração indireta, no capital de empresas privadas e de sociedades de economia mista, bem como a cobertura parcial do custo dos encargos financeiros de empréstimos contraídos por empresas privadas ou sob controle estatal, produtores rurais e agroindustriais, suas associações e cooperativas para realização de empreendimentos localizados no Estado. O apoio concedido através do FUNDES admite também a absorção, na forma de despesa, de parte do capital de empréstimos contraídos por empresas privadas ou sob controle estatal. Além das linhas de financiamento e crédito existentes no mercado, a legislação tributária do Estado oferece também benefícios para as atividades consideradas estruturantes para a economia fluminense, como a Construção Naval, o Pólo Gás-Químico, a instalação de novas usinas termoelétricas, o desenvolvimento do Pólo de Fruticultura e a instalação de empresas nas Regiões Norte e Noroeste. Com base nos recursos do FUNDES, o Estado conta com um conjunto amplo de programas genérico, setoriais e regionais que encontram-se listados a seguir. Estes programas são apoiados por leis de incentivos fiscais específicas quanto à aplicação da legislação referente ao ICMS e por linhas de crédito para investimento em capital operados pela CODIN - Companhia de Desenvolvimento Industrial, vinculada ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Neste sentido, cabe ressaltar que o apoio às empresas integradas a APLs passa pelo enquadramento das mesmas em alguns dos programas listados a seguir: i) Programas Genéricos RIOINVEST: destinado a incentivar investimentos de grande porte, com potencial efeito multiplicador sobre a economia do Estado e que atendam a um dos seguintes critérios: investimento superior a 40 milhões UFIR´s; geração de 400 novos empregos; ou introdução de tecnologia de ponta de efeito multiplicativo; RIOINDÚSTRIA: voltado para o financiamento de projetos de instalação, expansão e relocalização de unidades fabris; RIOTECNOLOGIA: Programa de Fomento ao Desenvolvimento Tecnológico do Estado do Rio de Janeiro, destinado principalmente à instalação de empresas em parques tecnológicos fluminenses e à transferência de tecnologia e/ou desenvolvimento de novos produtos, processos ou serviços, bem como à constituição, ampliação e modernização de instituições de pesquisa, parques e pólos tecnológicos fluminenses e incubadoras de empresas de base tecnológica; Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 19 RIOINFRA: Programa de Fomento à Realização de Obras de Infra-estrutura que tem por objetivo financiar projetos de obras de infra-estrutura a serem realizadas por empresas enquadradas nos Programas Regionais ou Setoriais do FUNDES; RIO ECOPÓLO: Programa de Fomento ao Desenvolvimento Industrial sustentável do Estado do Rio de Janeiro, direcionado para projetos que tenham por objetivo a adoção de processo de produção mais limpo, bem como a projetos destinados à transformação de resíduos e despejos em geral em matérias primas e a projetos para a reutilização de água no processo produtivo, e reciclagem de resíduos em geral. RIO EMPRESA EMERGENTE: Programa de Desenvolvimento do Setor de Empresas Emergentes no Estado do Rio de Janeiro, destinado a projetos de instalação de empresas no Estado que impliquem em investimentos de, no mínimo, 200.000 UFIR’s-RJ; projetos de relocalização de empresas de forma geral, situadas no Estado do Rio de Janeiro, que acarretem a expansão de, no mínimo, 30% da capacidade produtiva e correspondam a um investimento fixo de, no mínimo, 150.000 UFIR’s-RJ; e - projetos de modernização e ampliação de capacidade de empresas de forma geral, que impliquem em um acréscimo de, no mínimo, 30% da capacidade produtiva e um efetivo aumento do faturamento com investimento fixo de, no mínimo, 100.000 UFIR's-RJ. ii) Programas Setoriais RIOPEÇAS: Programa de Desenvolvimento dos Setores de Autopeças e Navipeças no Estado do Rio de Janeiro, criado com o objetivo de promover o efeito multiplicador dos impactos auferidos com a instalação das montadoras Volkswagen e PeugeotCitroën no Estado, através do fomento a fabricantes de peças e componentes para essas empresas, particularmente no Pólo Metal-Mecânico do Vale do Paraíba. Seus incentivos estendem-se também aos fabricantes de navipeças, contribuindo para a revitalização da indústria de construção naval no Estado, aquecida pelo crescimento recente das encomendas. RIOPLAST: Programa de Desenvolvimento da Indústria de Transformação de Resinas Petroquímicas no Estado do Rio de Janeiro , que tem por objetivo o financiamento de projetos de produção de eteno e polietilenos relacionados à expansão da oferta de resinas em decorrência do Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias. RIOFÁRMACOS: Programa Setorial de Desenvolvimento da Indústria de Química Fina, de Aplicações Biotecnológicas, Farmacêutica, de Fármacos e de Cosmética do Estado do Rio de Janeiro, que tem por objetivo ampliar e diversificar o Parque Industrial Químico- Farmacêutico, já existente no território fluminense, incluindo o incentivo à fabricação de genéricos. RIOTÊXTIL: Programa de Desenvolvimento dos Setores Têxtil e de Confecções no Estado do Rio de Janeiro, destinado a favorecer o investimento na modernização e ampliação do parque têxtil instalado no Estado e a fomentar o surgimento de um novo parque têxtil baseado em fibras sintéticas de alto valor agregado, assim como o desenvolvimento de elos a jusante da cadeia têxtil, enquadrando as indústrias de moda e confecção. RIOPETRÓLEO: Programa Setorial de Desenvolvimento da Indústria de Petróleo no Estado do Rio de Janeiro, que tem por objetivo potencializar e internalizar os benefícios decorrentes dos investimentos na exploração e produção de petróleo (Bacia de Campos) em atividades já instaladas no Estado, como a metalurgia, a construção naval, a produção de software e os serviços de telecomunicações e transportes de um modo geral. RIOTELECOM: Programa de Desenvolvimento do Setor Eletrônico e de Telecomunicações no Estado do Rio de Janeiro, destinado a promover a instalação no Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 20 Estado de indústrias de equipamentos eletrônicos e de prestadores de serviços de telecomunicação de alto valor agregado. RIOMÓVEIS: Programa de Fomento ao Desenvolvimento do setor Moveleiro e de Artefatos de Decoração no Estado do Rio de Janeiro. RIOMETAL: Programa de Desenvolvimento do Setor Metal-Mecânico no Estado do Rio de Janeiro, voltado ao financiamento de projetos de instalação, expansão e relocalização de unidades fabris do setor metal-mecânico. RIOINFO: Programa de Desenvolvimento do Setor da Tecnologia da Informação no Estado do Rio de Janeiro, que financia projetos de instalação de empresas destinados a produzir bens e serviços relacionados ao setor de tecnologia da informação ou, ainda, insumos para a fabricação desses bens. Financia também projetos de relocalização, modernização ou ampliação da capacidade de empresas do setor da tecnologia da informação de forma geral. RIOAEROTEC: Programa de Desenvolvimento do Setor Aeronáutico no Estado do Rio de Janeiro, voltado para o financiamento de projetos de instalação de empresa destinados a produzir bens e serviços do setor aeronáutico ou, ainda, insumos para a fabricação desses bens; projetos de relocalização, modernização ou ampliação da capacidade produtiva de empresas do setor aeronáutico de forma geral, situadas no Estado e projetos industriais que apresentem sinergia com a operação aeroportuária e se implantem no sítio do Aeroporto Internacional do Galeão-Antônio Carlos Jobim. RIOGRAF: Programa de Desenvolvimento do Setor Gráfico, voltado para projetos de instalação, projetos de instalação, relocalização, modernização e ampliação de capacidade produtiva de empresas que produzam bens e serviços para o setor gráfico ou, ainda, insumos para a fabricação desses bens. RIOPORTOS: Programa de Fomento à Movimentação de Cargas pelos Portos e Aeroportos Fluminenses, destinado a fomentar e incrementar o comércio internacional de movimentação de cargas pelos portos e aeroportos do estado, mediante a concessão de crédito às empresas que atuam no setor. PROCINE: possibilita que sejam, para efeitos de utilização de recursos oriundos do Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social – FUNDES, as atividades de produção de filmes de longa-metragem para salas de cinema; produção de tele-filmes e de documentários de longa metragem para salas de cinema e televisão; distribuição de filmes de longa-metragem em salas de cinema; abertura ou reabertura de salas ou conjuntos de salas de cinema. RIOTURISMO: - Programa de Desenvolvimento do Setor de Turismo – concede incentivos a projetos de ampliação do número de vôos internacionais destinados aos aeroportos do estado do Rio de Janeiro; a programas para realizações de feiras de negócios e congressos no Estado do Rio de Janeiro; e a projetos de pólos turísticos no Estado do Rio de Janeiro. iii) Programas Regionais RIONORTE-NOROESTE: Programa Especial de Desenvolvimento Industrial das Regiões Norte e Noroeste Fluminense , que tem por objetivo criar condições para a expansão e diversificação da estrutura industrial dessas regiões,direcionado para projetos em setores considerados prioritários para essas regiões (agroindústria, minerais não metálicos, têxteis, confecções e equipamentos para indústria de petróleo). RIOSOLIDÁRIO: direcionado para o fortalecimento econômico do interior do estado, através do Programa de Desenvolvimento Industrial dos Municípios Fluminenses Priorizados no Programa Comunidade Solidária. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 21 PROSEPETIBA: Programa de Fomento à Atividade Econômica na Região do Porto de Sepetiba , direcionado para o financiamento de instalação, expansão e relocalização de empreendimentos na área de influência do Porto de Sepetiba, relacionados com as atividades portuárias, compreendendo os municípios de Itaguaí, Japeri, Paracambi, Queimados e Seropédica e os Distritos Industriais de Campo Grande e Santa Cruz ,no município do Rio de Janeiro. PROGRAMA FRUTIFICAR: criado em 2000 pelo governo do estado em parceria com a Firjan, direcionado para pequenos agricultores da região Norte-Noroeste fluminense que tenham acesso a novas variedades e modernas tecnologias, através de crédito para financiamento de projetos de fruticultura irrigada, como plantações de abacaxi, maracujá, goiaba e coco. Além dos diversos programas viabilizados com recursos do FUNDES, destaca-se a atuação da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro – CODIN, sociedade de economia mista que tem por objetivo promover o desenvolvimento sustentado da indústria fluminense atraindo investimentos ambientalmente adequados e fortalecendo a atividade produtiva, visando à geração de trabalho e renda. A CODIN é a responsável pela formulação de propostas, promoção e execução da política de desenvolvimento industrial do Estado, atuando como órgão executor dos Programas criados no âmbito do FUNDES e como formulador de propostas de promoção do desenvolvimento, além de ser responsável pela elaboração de decretos e leis enviados à Assembléia Legislativa, resultando na criação de diversos programas setoriais, gerais e regionais. Além disso, a CODIN é responsável pela gestão de nove Distritos Industriais localizados em diferentes regiões do Estado (Queimados, Palmares, Santa Cruz, Paciência, Campo Grande, Fazenda Botafogo, Macaé, Campos, Duque de Caxias). Por fim, destaca-se a atuação da Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro Investe Rio, também vinculada a Sedeis e cuja principal missão é promover o desenvolvimento econômico do Estado do Rio de Janeiro, com responsabilidade sócioambiental, por meio da atração de investimentos e concessão de financiamentos, que fortaleçam a atividade produtiva, gerando trabalho e renda para a população fluminense. A Investe Rio financia projetos de todos os portes, de micro à grande empresa, instalada ou em implantação, através de repasses de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), recursos próprios ou fundos de fomento do Estado. A Agência de é também responsável pelo Fundo de Recuperação Econômica dos Municípios Fluminenses (FREMF), sendo também agente financeiro do Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio de Janeiro. Destaca-se também a gerência do Programa PróFornecedores, voltado para o fomento de empreendimentos situados no estado que sejam fornecedores de insumos e/ou serviços às grandes empresas também localizadas no território fluminense. Entre os itens passíveis de financiamento estão os estudos e projetos inovadores; a aquisição de móveis, equipamentos e softwares; as despesas pré-operacionais; o capital de giro, etc. A partir desse mapeamento sintético de programas, é possível observar que o arsenal de organismos e ações com impacto potencial sobre a constituição e o fortalecimento de APLs no Estado do Rio de Janeiro é bem mais amplo do que aquelas comandadas diretamente pela Câmara de APls, o que acaba por reforçar o papel de coordenação de políticas a ser realizado por aquela instância. A atuação no sentido do apoio a estes arranjos encontra-se também condicionada pelas orientações gerais da política de desenvolvimento industrial e regional do Estado. Estas orientações podem ser captadas a partir do documento “Pólos de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro” apresentado pelo Secretário de Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 22 Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços Júlio Bueno quando da realização do XIX Fórum Nacional realizado entre 14 a 17 de maio de 2007. De acordo com aquele documento, a perspectiva de retomada do processo de investimento no estado do Rio de Janeiro (em relação aos os estaria previsto um montante em torno de R$ 80 bilhões nos próximos anos) deveria ser articulada a implementação de medidas que permitissem uma retomada do dinamismo econômico das diversas regiões do Estado, e em especial da Região Metropolitana e da cidade do Rio de Janeiro. Com este intuito são identificados no documento um conjunto de pólos de desenvolvimento existentes e potenciais capazes de fornecer a base para um crescimento auto-sustentado do Estado (ver Figura 4). Neste sentido, o governo do Estado incorpora uma visão de desenvolvimento regional baseado em pólos ancorados em APLs. Segundo Bueno (2007): “O desenvolvimento de arranjos produtivos locais (APLs) é uma das mais importantes formas de se gerar emprego e renda em torno de vocações já existentes e das oportunidades geradas com a implantação dos novos projetos. ... Embora com problemas relacionados ao dinamismo de sua economia, o Rio de Janeiro tem uma base instalada de pólos de desenvolvimento apreciável, que apoiará a retomada da expansão de sua economia”. Neste sentido, são identificados novo pólos principais de desenvolvimento econômico baseados nas vocações do estado, cujo dinamismo poderia ser fortalecido pela consolidação de APLs: 1) Pólo Químico-farmacêutico: abarca os municípios de Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Rio de Janeiro e São Gonçalo, nos quais se localizam importantes empresas atuantes no setor como a Polibrasil, RioPol, REDUC, L´Orèal, Nitriflex, Bayer e Petroflex (as duas últimas listadas entre as quinze maiores exportadoras do estado). A estruturação desse pólo articula-se, por um lado, à consolidação do Pólo Gás-Químico, em Duque de Caxias - no qual se destaca a atuação do consórcio Rio Polímeros (com investimentos de R$ 2,4 bilhões) e o estímulo à instalação de 15 empresas de transformação de plástico (indústrias de 3ª geração), com investimentos adicionais de R$ 130 milhões - e, por outro, à presença de empresas do setor farmacêutico, responsáveis por aproximadamente 30% do total de remédios consumidos no país (dentre as quais se destacam a Merck, Glaxo, Arrow, Barrenne, Casa Granado, Darrow Laboratórios, Gross, Baxter, Schering-Plough, Musa, Daudt, Lundbeck, Mayne, Mappel, Laboratório B. Brown e Cellofarm). 2) Pólo Naval Offshore: abarca os municípios de Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro e Angra dos Reis., nos quais se localizam empresas do setor, dentre as quais os estaleiros Sermetal, Ilha, EISA, Mauá, Aker Promar, Brasfel, Aliança. O estado detém mais de 85% da capacidade nacional instalada, no setor, com 19 estaleiros que empregavam 25 mil trabalhadores em 2005, operando uma carteira de encomendas que atingia US$ 3,5 bilhões. Este pólo estruturou-se a partir de investimentos de mais de US$ 2 bilhões da Petrobras na construção plataformas na Bacia de Campos, além da Chevron e da Texaco, que investiram US$ 1 bilhão também nesta área. O pólo foi também afetado favoravelmente pelo Programa de Modernização e Expansão de Frota da Transpetro, que prevê investimentos de US$ 1,9 bilhão e licitará a construção de 42 petroleiros.. 3) Pólo Metal-mecânico: abarca os municípios: de Itatiaia, Resende, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Piraí e Itaguaí, nos quais se encontram instaladas empresas do porte da Volkswagen, Peugeot- Citroën, Galvasud, Guardian, Michelin, CSN, Gerdau, Valesul. A consolidação desse pólo decorre, de um lado, da posição de destaque do Estado na produção de aço, que tende a ser incrementada com os novos projetos da CSA, CSN e Votorantim, que elevarão a produção atual de de 7,7 milhões de toneladas por ano para mais de 20 milhões. Por outro lado, este pólo foi Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 23 4) 5) 6) 7) fortalecido pela estruturação de um pólo automotivo, decorrente da instalação de empresas do tecnopólo da Peugeot-Citröen e da Volkswagen Caminhões em Porto Real e Resende, ocorrida na segunda metade da década de 90 a partir de um forte apoio dos incentivos concedidos pelo governo do Estado. Pólo Petrolífero: abarca os municípios de Macaé (Região Norte Fluminense), Rio das Ostras (Região das Baixadas Litorâneas) e Rio de Janeiro (Região Metropolitana). A consolidação deste pólo decorre da proximidade com as duas maiores bacias petrolífera do país e da presença de uma das mais importantes refinarias do país (a REDUC). A cidade do Rio de Janeiro possui mais de 700 empresas do Setor Petróleo, sendo a sede de empresas operadoras e de outras dedicadas a serviços de grande porte, estaleiros, escritórios de engenharia, entre outras atividades. Macaé conta com mais de 120 empresas neste segmento, essencialmente dedicadas aos serviços de apoio marítimo, logística e apoio à operação. Este pólo tende a ser dinamizado (em conjunto com o pólo químico-petroquímico) com a viabilização do Comperj (adaptado às condições do petróleo extraído de Campos) e com a instalação de novas plataformas para exploração do potencial da camada do pré-sal (especialmente na Bacia de Santos) Pólo de Serviços Avançados: abarca a região metropolitana e serrana, estando articulado à presença de empresas especializadas em diversos serviços e de instituições de ensino e pesquisa que fornecem apoio e mão de obra especializada para estas atividades. Dentre os vários ramos do setor, é possível destacar os Serviços Médicos e Educacionais privados (15% do PIB), Comunicações e Intermediação Financeira (6% do PIB), que compõem o grupo de Serviços Avançados (21% do PIB), de alto valor agregado e que demanda mão-de-obra altamente qualificada. O s segmento de telecomunicações apresentou um grande crescimento no Estado no período recente (com crescimento acumulado de 272,97% entre 1985-2003), enquanto Petrópolis consolidou-se como sede do pólo de tecnologia de informação (com 43 empresas instaladas e 2 Centros de Competência das empresas Microsoft e Rational), fortemente articulado à infra-estrutura científico-tecnológica. Além disso, destaca-se a especialização de empresas na exportação de software (cerca de 40% do total nacional) e a especialização na denominada "indústria da cultura", fortalecida pela presença dos principais Centros de Produção da TV Brasileira (o Projac da Rede Globo e o REC 9 da Rede Record), assim como o Pólo de Cinema de Jacarepaguá.. Pólos de Turismo: encontram-se distribuídos entre as diversas regiões do estado, com destaque para a cidade do Rio de Janeiro, a maioria dos municípios do litoral nas Baixadas Litorâneas e na Costa Verde, Itatiaia, Vassouras, Teresópolis e Petrópolis A estruturação desses pólos reflete a diversificação de espaços turísticos, que incluem diversas modalidades (sol e mar, aventura e eco-turismo, negócios, rural, religioso, cultural e histórico), o que se reflete num fluxo anual de 1,6 milhão de turistas estrangeiros e 4,5 milhões de brasileiros). Nestas atividades, destacam-se também importantes projetos para a construção de resorts cinco estrelas, com total infraestrutura de lazer, em Cabo Frio, Búzios, Angra dos Reis e em Maricá, com investimentos superiores a R$ 1 bilhão. Pólos de Agricultura e Desenvolvimento Florestal: abarcam principalmente os municípios das Regiões Norte e Noroeste do Estado. Por um lado, destaca-se uma especialização tradicional na produção de cana-de-açúcar, especialmente concentrada em Campos, que apresenta grande potencial de retomada e modernização, com o incremento da produção de bio-combustíveis e os estímulos do Programa Agroenergia do Governo do Estado, que tem como meta triplicar a produção de cana-de açúcar e duplicar a área plantada até 2012. Além dessa atividade, a região destaca-se pelo crescimento recente da fruticultura, atividade intensiva em mão-de-obra (1,5 Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 24 trabalhador por hectare) que tende a se expandir pelos 120 mil hectares potencialmente irrigáveis dessas regiões e a gerar impactos em atividades agroindustriais que agregam valor à produção (fabricação de sucos, polpas e doces). Existe também a perspectiva de dinamização da indústria de celulose de eucalipto na região, a partir de estímulos de política e da exploração das condições climáticas e de solo favoráveis, bem como da infra-estrutura logística existente e em construção.. 8) Pólo de Confecções: estes pólos decorrem da concentração espacial de empresas de confecções (com forte presença de PMEs) em diversas regiões do Estado. Por um lado, destaca-se a consolidação de Arranjos Produtivos Locais com maior estruturação da cadeia produtiva e uma governança mais consolidada nas regiões de Nova Friburgo, Duas Barras, Macuco, Cordeiro e Petrópolis. Por outro lado, destacam-se a presença de diversos pólos de moda, confecção e calçados com potencial de consolidação e dinamização nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Valença Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Mendes, Campos, Itaperuna, Cabo Frio, Duque de Caxias, Belford Roxo e Rio Claro. 9) Pólo Cimenteiro: abarca o município de Cantagalo e toda a Região Serrana, onde atuam importantes empresas do setor como a Votorantin, Tupy, Lafarge e Holcim. O parque industrial do estado é composto de 5 unidades, com investimento fixo da ordem de R$ 2 bilhões e 2.000 empregos diretos e indiretos, que respondem por 6% da produção nacional. Figura 4 - Pólos Econômicos Identificados pelo Governo do Estado Agrí Agrícola e Desenvolvimento Florestal Mármores e Granitos Quí Químicomico-Farmacêutico Serviç Serviços Avanç Avançados Cimenteiro MetalMetal-Mecânico Têxtil e Confecç Confecções Turismo Petró Petróleo e Gá Gás Turismo Turismo Turismo NavalNaval-Offshore O Governo Estadual tem também procurado articular a política de fortalecimento de arranjos produtivos à dinamização da base econômica das diversas regiões do Estado. Em 2007, quando da realização do realização do 2º Encontro da Câmara de Arranjos Produtivos Locais (APLs), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis) procurou incorporar a dinamização de APLs à agenda de desenvolvimento econômico do estado do Estado, através de um compromisso estabelecido com prefeitos e secretários de 57 municípios para identificação dos principais gargalos e projetos, visando a articulação de soluções e a elaboração de um portifólio de oportunidades de negócios para possíveis investidores brasileiros e estrangeiros. De acordo com a Sedeis, para os próximos Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 25 quatro anos, estariam previstos investimentos em torno de R$ 100 milhões às prefeituras participantes. 1.5. O Papel do SEBRAE e FIRJAN As ações da Câmara de APLs do Estado do Rio de Janeiro articulam-se também às ações de dois outros órgãos com intervenção abrangente sobre os arranjos existentes no estado: O SEBRAE-RJ e a FIRJAN. O SEBRAE-RJ integra-se ao Sistema SEBRAE, composto por uma unidade central coordenadora e por 27 unidades vinculadas dos Estados da Federação e o Distrito Federal, que possuem autonomia administrativa, respeitadas as diretrizes traçadas pelo Conselho Deliberativo Nacional do SEBRAE. Considerando a missão geral do SEBRAE - relacionada à promoção da competitividade e do desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e ao fomento do empreendedorismo – definem-se objetivos gerais que orientam as ações do SEBRAE/RJ: 1) o aumento da taxa de sobrevivência das MPE fluminenses; 2) o aumento da contribuição do SEBRAE/RJ e o fortalecimento de sua imagem junto às MPE e empreendedores; 3) o aumento da formalização dos empreendimentos fluminenses; 4) a ampliação da contribuição do SEBRAE/RJ para o desenvolvimento econômico, social e político do Estado, através do fortalecimento de sua imagem junto à sociedade. A partir desses objetivos gerais, definem-se alguns objetivos estratégicos específicos que orientam a atuação daquele órgão: 1. Promover a cultura do empreendedorismo com foco na inovação e na geração de emprego e renda 2. Aumentar a capacidade de inovação das MPE fluminenses 3. Ampliar o acesso das MPE fluminenses às grandes cadeias produtivas do estado e aos mercados nacional e internacional 4. Aumentar a sustentabilidade das MPE fluminenses 5. Melhorar o marco institucional para favorecer o ambiente de negócios para as MPE fluminenses 6. Ampliar o acesso das MPE e empreendedores fluminenses a serviços financeiros adequados à sua realidade 7. Ampliar o acesso das MPE fluminenses à serviços de desenvolvimento empresarial 8. Ampliar as redes e canais de atendimento aos empreendedores e MPE fluminenses 9. Fortalecer a imagem do SEBRAE/RJ perante as MPE e sociedade fluminense 10. Desenvolver e reter profissionais nas competências alinhadas aos objetivos estratégicos da Organização 11. Consolidar um modelo de organização e gestão ágil, flexível e orientado para resultados 12. Ampliar a captação de recursos para os projetos e atividades em favor das MPE e empreendedores 13. Aumentar o impacto dos projetos coletivos, ampliando a capacidade de atendimento e fortalecendo a cooperação entre as MPE 14. Desenvolver e implantar a gestão do conhecimento para as MPE A partir dessas orientações gerais, definem-se um conjunto de princípios e objetivos que norteiam o apoio do SEBRAE-RJ à consolidação e fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais. No 2º Encontro da Câmara de Arranjos Produtivos Locais do Estado do Rio Janeiro (2007) foi realizada uma apresentação pelo Coordenador do Programa de Apoio a APLs do SEBRAE-RJ, Renato Regazzi, na qual se encontram detalhadas as diretrizes estratégicas para Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 26 a dinamização de cadeias produtivas e arranjos produtivos locais do Estado do Rio de Janeiro. Nesta apresentação, são identificadas algumas diretrizes gerais para dinamização de arranjos produtivos, consubstanciadas em programas com foco específico. Estes programas contemplam os seguintes temas: Estímulo à cultura empreendedora (sustentabilidade do APL); Profissionalização gerencial e técnica funcional; Estruturação de centros de serviços (formação, tecnológicos, design/metrologia); Desenvolvimento de Inteligência Competitiva (observatório econômico); Desenvolvimento da cultura do associativismo e formação de consórcios; Desenvolvimento da marca regional; Promoção e prospecção de negócios nacionais e internacionais; Melhoria da logística e distribuição: central de compras de matéria-prima; Melhoria das condições de acesso ao crédito; Estímulo a questões ambientais, saúde e segurança ocupacional e resgate da cultura local (responsabilidade social); Aperfeiçoamento das questões legais/tributárias /trabalhistas/direitos; Incentivo ao desenvolvimento e capacitação de fornecedores; Disseminação de informações; Inovação e acesso a tecnologia (sustentabilidade do APL); Mobilização de compras governamentais. Neste sentido, observa-se que o conceito de arranjo produtivo local (APL) tem sido utilizado de forma bastante flexível pelo SEBRAE-RJ, adequando-se aos objetivos estratégicos que orientam as ações daquele órgão. Em particular, o apoio a projetos baseados neste tipo de recorte costuma ser adotado em função de estímulos concedidos por instâncias de governo (federal ou estadual) ou em situações nas quais a utilização do mesmo torna possível fortalecer a imagem do SEBRAE junto à sociedade. Como exemplo, é possível citar o apoio do SEBRAE-RJ no suporte a APLa (ou Pólos) de confecções (como no caso do Consórcio Fulô em Nova Friburgo e do Consórcio Pau-Brasil Moda Praia, em Cabo Frio). Destaca-se também o apoio a arranjos nos quais identifica-se uma estrutura de governança local mais consolidada, como nos casos dos setores de construção civil (na região do Médio Paraíba, onde se destaca a presença da Almaco), petróleo e gás (onde se destaca o papel da Rede Petro - Bacia de Campos), gemas e jóias (onde se destaca o papel da Ajorio), biotecnologia (onde se destaca o papel da Fundação BioRio), tecnologias de Informação (com destaque para a adequação aos padrões CMMI), metal-mecânico (onde se destaca o papel da Câmara de Fornecedores do Médio Paraíba), e móveis (onde se destaca o papel da Amob em Duque de Caxias. A concepção abrangente de APL encontrada nas linhas de apoio implementadas pelo SEBRAE-RJ – as quais são abordadas mais detalhadamente nos Capítulos 2 e 4 deste Relatório – justificam-se em função da preocupação mais geral com o fortalecimento da capacitação empreendedora de MPEs e com a inserção das mesmas em redes de fornecimento Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 27 de empresas de maiores dimensões. Quanto a esta última possibilidade, argumenta-se que, para poder prestar serviços para grandes empresas, os fornecedores devem estar alinhados com as tecnologias, metodologias e estratégias utilizadas pela contratante, o que envolve ações de informação e capacitação. Neste sentido, é possível destacar algumas áreas de atuação dentro da política de Desenvolvimento Industrial do SEBRAE-RJ: 1) Calçados e Acessórios de Moda; 2) Confecções; 3) Construção Civil; 4) Cosméticos e Beleza; 5) Indústrias Gráficas; 6) Jóias; 7) Metal Mecânico; 8) Panificação e Confeitaria; 9) Petróleo e Gás. Em muitas dessas áreas observa-se a utilização recorrente de um recorte analítico baseado no conceito de APL na operacionalização de políticas de apoio. A formatação dessas políticas reflete, porém, especificidades setoriais importantes, conforme será discutido no Capítulo 4 desse relatório. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Sistema FIRJAN) também apresenta uma experiência importante na formatação de ações de apoio a APLs. O Sistema é composto por cinco Instituições que trabalham de forma integrada para o desenvolvimento da indústria fluminense, com forte perfil de prestadoras de serviços às empresas: a FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro; o CIRJ - Centro Industrial do Rio de Janeiro, SESI - Serviço Social da Indústria, SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e IEL - Instituto Euvaldo Lodi A FIRJAN reúne 101 sindicatos industriais, representando cerca de 16 mil empresas de todo o estado do Rio de Janeiro. Seus Conselhos Empresariais (de Tecnologia; de Meio Ambiente; de Energia; de Infra-estrutura de Desenvolvimento Urbano; de Assuntos Legislativos; de Política Social e Trabalhista; de Comércio Exterior; de Economia e Comissão de Bens Não Duráveis; de Responsabilidade Social e Representações Regionais) discutem tendências e lançam diretrizes para ações de apoio e assessoria às empresas. A FIRJAN também desenvolve e coordena estudos, pesquisas e projetos para orientar as ações de promoção industrial e novos investimentos no estado. O SENAI-RJ promove a capacitação tecnológica das empresas, através de programas de assessoria técnica e tecnológica e de formação profissional, qualificação e especialização de trabalhadores, a partir de uma rede de 23 Unidades Operacionais fixas – entre elas quatro Centros de Tecnologia de referência nacional e regional - e 17 Unidades Móveis. Oferece cerca de 500 cursos nas unidades espalhadas por todo o estado, tendo formado, nos últimos 10 anos mais de 800 mil alunos, em áreas como automação, soldagem, mecânica geral, construção civil e eletricidade. O SESI-RJ desenvolve ações para a promoção da saúde, educação, alimentação, esporte, lazer e cultura direcionados aos trabalhadores e às comunidades em que estão inseridos, atuando também nas áreas de saúde ocupacional, segurança do trabalho e proteção ao meio ambiente. O IEL promove a capacitação empresarial, apóia a pesquisa e desenvolve projetos de incentivo ao empreendedorismo. Por fim, o CIRJ possibilita o acesso direto das empresas aos produtos e serviços oferecidos pelo Sistema FIRJAN. A FIRJAN desempenha um papel importante no processo de fomento ao desenvolvimento local, atuando como catalisador e articulador junto aos diferentes atores envolvidos, governos federal, estadual e municipal, empresas e instituições acadêmicas. Além disso, a instituição promove, via SENAI/RJ (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado do Rio de Janeiro), a capacitação tecnológica das empresas por meio da prestação de serviços tecnológicos e de educação profissional. A FIRJAN vem atuando no apoio a arranjos produtivos ou projetos estruturantes desde 1996. A atuação ocorre de forma diferenciada, de acordo com as particularidades de cada arranjo ou ainda considerando a vocação das instituições componentes do Sistema FIRJAN. Um ponto de partida importante para a atuação do Sistema FIRJAN no suporte aos arranjos produtivos locais foi a realização, em 1998, de dois estudos que permitiram traçar as linhas estratégicas no apoio a estes arranjos: o estudo “Infra-estrutura de Longo Alcance para o Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 28 Desenvolvimento Sustentado”, realizado por Eliezer Batista, consultor da FIRJAN e o “Estudo de Potencialidades Econômicas e Competitividade” realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), contratado numa parceria da FIRJAN com o SEBRAE/RJ. Apesar destes estudos não utilizarem diretamente o conceito de “arranjo produtivo” no desenvolvimento da análise, eles permitiram identificar dificuldades e necessidades para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro e as potencialidades das diferentes regiões do Estado. Mais recentemente, a importância do apoio a APLs foi retomada no estudo “Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio De Janeiro 2006-2015” elaborado pelo Sistema FIRJAN em 2006 para subsidiar a transição política no Governo do Estado. A partir de uma consulta a mais de mil empresários e representantes de organizações públicas e privadas, buscou-se neste estudo elaborar uma visão estratégica compartilhada, baseada na definição de objetivos, indicadores, metas e ações estratégicas. O Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro foi estruturado a partir de um quadro de referência que identifica os principais objetivos e estabelece entre eles relações de causa e efeito, estando dividido em 4 perspectivas, contemplando 13 temas centrais, compostos por 31 objetivos estratégicos, cujas realizações serão possíveis pela implementação das 119 ações propostas. Os Objetivos representam o que deve ser alcançado ou o que é imprescindível para se chegar aos resultados esperados e são medidos por meio de indicadores. Os indicadores mostram como será acompanhado o sucesso da estratégia, informando o foco de cada um dos objetivos e, ao mesmo tempo, sinalizando o direcionamento necessário para a implementação. Estes indicadores são monitorados em relação às metas estabelecidas. As metas estabelecem o nível esperado de desempenho e possibilitam a compreensão acerca do esforço necessário para as ações estratégicas, que podem ser materializadas em programas e projetos que devem ser realizados para o alcance das metas e, conseqüentemente, dos objetivos. No Mapa elaborado, a “Interiorização e Arranjos Produtivos Locais” foi identificada como um “tema central” vinculado à perspectiva dos denominados “focos de atuação”, os quais, por sua vez, se articulam às “bases do desenvolvimento”, ao “posicionamento esperado em 2015”e a determinados “resultados”que se espera alcançar a partir desse posicionamento. Este tema, por sua vez, se desdobra em dois objetivos estratégicos específicos: 1) Fortalecer os arranjos produtivos locais; 2) Promover o desenvolvimento do interior do Estado Dentro do objetivo de “fortalecer os arranjos produtivos locais” três ações estratégicas são identificadas. A primeira delas refere-se ao “Desenvolvimento de um Modelo de Governança para Arranjos Produtivos Locais – APLs”. Neste caso, identifica-se a necessidade de desenvolver e implantar, em parceria com todos os segmentos pertinentes, um modelo de governança flexível para os APLs fluminenses, levando em consideração as diferenças regionais e setoriais. A atividade prevista envolve a construção de um modelo que contemple, com a devida competência, o acompanhamento das dinâmicas existentes em cada APL, considerando a estrutura de gestão e as parcerias necessárias, oferecendo definições claras sobre suas competências essenciais e a possibilitando a execução e a avaliação permanente das ações cabíveis, através da gestão otimizada dos recursos disponibilizados e da adoção de ferramentas gerenciais de acompanhamento. A segunda ação estratégica envolve o “Mapeamento da Demanda de Mercado para os Arranjos Produtivos Locais” através da qual se pretende identificar mercados que demandem os produtos produzidos pelos APLs fluminenses, através de ações que estimulem as empresas integrantes desses arranjos a manterem a necessária atualização tecnológica e a competitividade em um ambiente comercial globalizado e de exigência crescente. Neste sentido, as atividades previstas incluem a promoção de estudos para a identificação dos canais de comercialização e a busca de entidades parceiras para o financiamento da ação. Finalmente, a terceira ação estratégica envolve a “Criação de um Fórum de Discussão de Arranjos Produtivos Locais”, através da qual se pretende estabelecer um fórum empresarial e Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 29 institucional para discussão e delineamento de diretrizes que possam ser implementadas pelos APLs, através da troca de informações, da disseminação de boas práticas de gestão e da estruturação de ações homogêneas. Neste caso, as atividades previstas envolvem a sensibilização dos agentes representativos dos APLs através das instâncias regionais do Sistema FIRJAN e de instituições parceiras. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 30 2. Metodologias Adotadas para Identificação dos Arranjos Produtivos Locais 2.1. Mapeamento de APls no Rio de Janeiro: Tendências Gerais No caso específico do Rio de Janeiro, é possível identificar três linhas de abordagem distintas no esforço de mapeamento de APLs que são adotadas pelas diferentes organizações de apoio com o intuito da operacionalização de políticas. Inicialmente, identifica-se um processo de mapeamento baseado na identificação de “casos” relevantes de estruturação destes arranjos, com base na aplicação de alguma metodologia geral, na contratação de estudos de consultorias especializadas ou a partir da própria sensibilidade dos formuladores de política. A seleção de casos relevantes para gerar uma espécie de “efeito demonstração” no tocante à viabilização das políticas de apoio a APLs pode ser identificada, por exemplo, no caso da política de FIRJAN de apoio a estes arranjos. É também comum que os formuladores de política acabem recorrendo a este tipo de recorte analítico para aprofundar ou re-orientar políticas já tradicionalmente utilizadas por organismos de fomento para apoiar setores e localidades. Tal tipo de procedimento reflete-se, em geral, na definição de “listas” de APLs a serem priorizados na implementação de políticas que muitas vezes refletem menos uma preocupação em definir prioridades segundo critérios claros e objetivos, e mais os interesses particulares de cada instituição em dar continuidade (ou em eventualmente reorientar) linhas de fomento já tradicionalmente exploradas. Como evidência deste tipo de processo, é possível mencionar a preocupação do MDIC em sistematizar através de determinadas “listas” o conjunto de arranjos que têm sido apoiados por diversos organismos de fomento. Outra linha de operacionalização de políticas que pode ser ressaltada é aquela realizada através do SEBRAE-RJ. Neste caso, o recorte analítico baseado no conceito de APLs é utilizado para implementar diversos tipos de projetos por agências de fomento e organismos de governo que envolve alguma sobreposição de critérios espaciais e setoriais. Assim, dentre um conjunto mais vasto de projetos desenvolvidos pelo SEBRAE-RJ, cuja sistemática de operacionalização baseia-se na metodologia de Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR), um determinado subconjunto utiliza explicitamente o termo “APL” na definição do público-alvo do projeto. Geralmente, este termo é aplicado em situações onde há indícios de uma estrutura de governança local mais estruturada na operacionalização dos projetos No entanto, é necessária cautela na caracterização desses arranjos, pois o termo muitas vezes é utilizado para representar experiências nas quais o grau efetivo de articulação entre os agentes locais ainda é deficiente. Por fim, é possível mencionar situações nas quais evidências sobre a presença de APLs é utilizada como evidência para a caracterização de pólos de espacialmente localizados de especialização setorial que podem se converter em fator de dinamização do processo de desenvolvimento local. Como exemplo, é possível mencionar a política do governo atual, que vincula a consolidação de Arranjos Produtivos no Estado à presença dos diferentes pólos de especialização mencionados no Capítulo 1 do relatório. A partir dessa diferenciação geral, é possível abordar, de forma sucinta, os critérios utilizados para seleção dos arranjos produtivos por parte dos principais órgãos responsáveis pela implementação de políticas de apoio aos mesmos, bem como proceder numa análise crítica desses critérios. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 31 2.2. Conceito de APL Adotado no Âmbito da SEDEIS e da Câmara para APLS No caso do governo estadual, observa-se que a Superintendência de APLS da SEDEIS e a Câmara Especial de Gestão de APLs a ela articulada desenvolvem suas ações a partir de uma diferenciação conceitual entre Arranjos Produtivos Locais e Concentrações Econômicas. Os primeiros seriam caracterizados pela presença de uma cadeia produtiva mais densa e por uma sólida governança local. Em contraste, as Concentrações Econômicas são referenciadas a grupos de empresas localizadas num determinado território, envolvidas com a mesma atividade produtiva, mas que não apresentam uma governança mais bem estruturada e operam com lacunas na conformação das cadeias produtivas. Desse modo, estas Concentrações podem ser caracterizadas como APls potenciais ou em estágio ainda embrionário. A interação entre empresas que fazem parte dessas concentrações (particularmente PMEs) criariam vínculos associativos ou de cooperação, que formariam as bases para o surgimento de Arranjos Produtivos Locais. Apesar da diferenciação conceitual entre Arranjos Produtivos Locais e Concentrações Econômicas, observa-se que, na prática, ao identificar APLs a serem apoiados, a Câmara de APLs trabalha com critérios abrangentes, que lhe possibilitam adaptarse as pressões advindas dos agentes locais para o reconhecimento de projetos que atendam aos interesses dos diversos órgãos de governo participantes da Câmara e das diferentes localidades. Cabe ressaltar que a superintendência para APLs vem desenvolvendo um esforço de revisão e atualização da listagem de concentrações econômicas no estado do Rio de Janeiro e dos Arranjos Produtivos Locais que deverão constituir o foco prioritário das ações de apoio da secretaria e do GT-APL. Apesar da clara dificuldade associada à definição e delimitação dos APLs a definição dessa nova listagem segue alguns critérios objetivos dentro os quais cabe destacar: i) a seleção de APLs que não pertençam ao setor agrícola e; ii) a seleção de APLs que não estão consolidados e que ainda demandam alguma forma de apoio do governo. Com base nesses e outros critérios já mencionados a Secretaria elaborou uma lista de 52 concentrações de atividades econômicas (ver Figura 5). A partir dessa listagem de concentrações, a Câmara de APLs sinaliza o apoio a 18 APLs prioritários descritos no Quadro 1 e na Figura 6. No entanto, conforme já salientado, existe certo pragmatismo na definição dessa lista, com a mesma podendo ser alterada, em função da possibilidade de intensificar o apoio a determinados projetos que são encaminhados à Câmara para operacionalização de medidas de apoio. Esta característica se reflete nas ações implementada pela Câmara no período mais recente, sistematizadas no próximo capítulo, que, muitas vezes, contemplam outras atividades em função da capacidade de mobilização dos agentes a elas vinculados. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 32 Figura 5 - Mapa das Concentrações Econômicas do Estado do Rio de Janeiro Fonte: SEDEIS- Superintendência de APLs Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 33 Quadro 1 - Arranjos Produtivos Locais Prioritários Identificados pela Superintendência de APLs – SEDEIS REGIÃO MÉDIO PARAÍBA 1) Confecção Jeans – Valença, Barra do Piraí, Barra Mansa, Volta Redonda 2) Entretenimento – Valença (Conservatória) 3) Metal Mecânico – Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio das Flores, Rio Claro, Valença 4) Cerâmica Vermelha – Barra do Piraí, Resende, Porto Real, Piraí, Pinheiral REGIÃO DA BAIXADA LITORÂNEA 5) Confecção Moda Praia – Cabo Frio 6) Petróleo e Gás - Rio das Ostras REGIÃO METROPOLITANA 7) Móveis – Duque de Caxias 8) Tecnologia da Informação – Rio de Janeiro, Niterói 9) Jóias – Rio de Janeiro 10) Calçados e Artefatos – Duque de Caxias, Belford Roxo 11) Moda – Rio de Janeiro (São Cristóvão) REGIÃO NOROESTE 12) Rochas Ornamentais – Santo Antonio de Pádua, Miracema, São José do Ubá, Itaperuna, Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula, Varre-Sai, Bom Jesus de Itabapoana, Cambuci, Italva 13) Cnfecção Moda Noite – Itaperuna REGIÃO NORTE 14) Cerâmica Vermelha – Campos 15) Petróleo e Gás – Macaé, Campos REGIÃO SERRANA 16) Confecção Moda Intima – Nova Friburgo, Cantagalo, Cordeiro, Bom jardim, Duas Barras, Macuco 17) Entretenimento – Nova Friburgo (Mury, Lumiar, São Pedro da Serra) 18) Tecnologia da Informação – Petrópolis Fonte: Apresentação da Câmara no VI Seminário Nacional de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral - FIRJAN Outubro / 2009 Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 34 Figura 6 - Arranjos Produtivos Locais Prioritários Identificados pela Superintendência de APLs – SEDEIS Rochas Ornamentais Confecç Confecção Moda Noite Confecç Confecção Jeans Entretenimento Metal Mecânico Cerâmica Vermelha Confecç Confecções Moda Íntima Entretenimento e Turismo Tecnologia da Informaç Informação REGIÃO NOROESTE FLUMINENSE REGIÃO NORTE FLUMINENSE Cerâmica Vermelha Petró Petróleo e Gá Gás REGIÃO REGIÃO CENTRO-SUL FLUMINENSE SERRANA REGIÃO MÉDIO PARAÍBA REGIÃO DAS REGIÃO METROPOLITANA BAIXADAS LITORÂNEAS Confecç Confecção Moda Praia Petró Petróleo e Gá Gás REGIÃO COSTA VERDE Móveis Tecnologia da Informaç Informação Jóias Calç Calçados e Artefatos Dentro da concepção que orienta as ações da Câmara Especial de Gestão dos Arranjos Produtivos Locais do Estado do Rio de Janeiro, são considerados como atributos fundamentais para a constituição de um APL os seguintes aspectos: 1) a concentração territorial de empresas; 2) a existência de uma cadeia produtiva adensada; 3) a capacidade de oferta de serviços; 4) a existência de uma conexão com mercados nacionais e internacionais; 5) a disponibilidade de mão de obra especializada; 6) a presença de uma capacidade empreendedora e associativa; 7) a difusão de informação e conhecimento em escala local; 8) a consolidação de uma situação geral de confiança no ambiente de negócio. A política de apoio a APLs implementada pela Câmara Especial de Gestão dos Arranjos Produtivos Locais do Estado do Rio de Janeiro se articula à política mais geral implementada pelo Governo do Estado. Conforme já mencionado, está política procura articular o fortalecimento desses arranjos à consolidação de pólos de espacialmente localizados de especialização setorial, os quais poderiam atuar como fator de dinamização do processo de desenvolvimento local. A partir dessa perspectiva geral, é possível distinguir – se bem que não explicitamente - diversos “modelos” possíveis de consolidação destes arranjos que orientam as ações do governo estadual. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 35 Inicialmente, é possível mencionar situações nas quais os pólos de especialização tendem a “caminhar com as próprias pernas” prescindindo da necessidade de incentivos à consolidação de uma governança mais bem estruturada, como no caso, por exemplo, do pólo químico-farmacêutico e do naval-off-shore. Nestes casos, uma questão fundamental refere-se ao aumento do conteúdo local das compras realizadas empresas-âncora que conformam estes pólos de especialização, o que poderia ser alcançado a partir do manejo adequado de instrumentos de política e da capacidade de mobilização de atores locais. Como exemplos, é possível mencionar a possibilidade de ampliação da rede de fornecedores locais para os pólos metal-mecânico do Vale do Paraíba e do Pólo Petrolífero da região de Campos e Macaé. O mesmo se aplicaria no caso de novos de natureza estruturante em implantação no Estado, que poderiam ser mobilizados para o fortalecimento se APLs vinculados a atividades fornecedoras de insumos e serviços especializados. Em segundo lugar, destacam-se situações nas quais o desenvolvimento de arranjos produtivos locais (APLs) constitui uma forma de consolidar vocações já existentes e oportunidades geradas com a implantação dos novos projetos. Um exemplo é o desenvolvimento de um pólo de Audiovisual na cidade do Rio de Janeiro, que já se tem a maior produção de filmes do Brasil e a maior e mais importante emissora de televisão. Outro exemplo ressaltado pelo Governo do Estado é da formação de um pólo de resseguros, tendo em vista a quebra do monopólio do IRB e a presença no Estado de recursos humanos qualificados e da SUSEP, a principal entidade reguladora do setor. A exploração do potencial de atividades turísticas e culturais através da consolidação de arranjos produtivos locais também se integra a esta alternativa, podendo-se citar como exemplos o potencial do APL de Entretenimento em Conservatória, distrito de Valência, cujo desenvolvimento baseou-se numa metodologia de apoio que poderia ser replicada em outros casos, como no caso do APL de Entretenimento localizado na região de Nova Friburgo, nos distritos de Mury, Lumiar e São Pedro da Serra. Finalmente, em terceiro lugar, destacam-se situações nas quais se identificam concentrações de atividades produtivas que podem vir a ser dinamizadas a partir de uma manejo adequado de instrumentos de política, constituindo APLs potenciais . Segundo a avaliação realizada pelo Secretario Julio Bueno na apresentação do Fórum Nacional de 2007, além de diversos arranjos do setor de vestuário com possibilidades de consolidação – incluindo diversos pólos de moda, confecção e calçados nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Valença Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Mendes, Campos, Itaperuna, Cabo Frio, Duque de Caxias, Belford Roxo e Rio Claro - seria possível destacar diversos casos de APLs em desenvolvimento que também apresentam potencial para geração de emprego e renda a partir de vocações produtivas de diversas regiões do estado. Dentre estes, seria possível citar: • Pesca – Niterói • Aves e Ovos - São José do Vale do Rio Preto • Pecuária - Cachoeiras de Macacu, Itaperuna, Paraíba do Sul, Valença, Silva Jardim, Três Rios • Hortaliças – Petrópolis, Teresópolis • Floricultura - Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo • Extração de pedras e argila e fabricação de artefatos de concreto – Santo Antônio de Pádua, Itaguaí, Seropédica, Itaboraí, São Gonçalo, Rio Bonito, Magé, Três Rios, Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 36 Paraíba do Sul e Campos dos Goytacazes, e Extração Mineral - Santo Antônio de Pádua e Miracema (Rochas ornamentais) • Extração de Sal - Cabo Frio • Papel, Editorial e Gráfica - Rio de Janeiro, Duque de Caxias e São João de Meriti • Móveis - Duque de Caxias, Petrópolis, Teresópolis, Nova Iguaçu, Campos dos Goytacazes • Cosméticos – Nova Iguaçu, Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Friburgo • Jóias – Rio de Janeiro • Entretenimento – Nova Friburgo • Cerâmica Vermelha – Itaboraí, Três Rios, Barra do Piraí, Volta Redonda, Campos Esta atuação “pragmática” no apoio à consolidação de arranjos produtivos é uma característica comum a outros organismos que atuam no Estado, como o SEBRAE-RJ e a FIRJAN. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 37 2.3. O Conceito de APL Adotado pelo SEBRAE-RJ A sistemática de seleção de projetos de apoio à consolidação e ao fortalecimento de APLs conduzida pelo SEBRAE-RJ é realizada de forma descentralizada por aquela instituição, nas suas diversas instâncias operacionais, as quais operam com bastante autonomia operacional e com certa frouxidão conceitual ma delimitação do objeto do apoio. A operacionalização das medidas de apoio a estes projetos, por sua vez, baseia-se na adoção da metodologia do SIGEOR para acompanhamento das ações e monitoramento dos resultados alcançados. A metodologia de Gestão Estratégica Orientada para Resultados – GEOR baseia-se na definição do público-alvo e de um objetivo geral para os projetos apoiados, a partir de ações concertadas com os agentes envolvidos, o qual por sua vez estaria relacionado a um determinado foco estratégico. A partir desse objetivo geral, definem-se um conjunto de ações que devem proporcionar a geração de resultados intermediários e finalísticos previamente definidos, os quais deveriam se monitorados através de indicadores mensuráveis durante o período de vigência do projeto. Neste sentido, os projetos de apoio à consolidação e ao fortalecimento de APLs realizados pelo SEBRAE-RJ enquadram-se na metodologia do SEGEOR. Cabe ressaltar, porém, que a nomeclatura utilizada para definir os projetos apoiados reflete os interesses dos agentes locais e dos gestores dos mesmos, podendo-se perceber uma certa flexibilidade na denominação atribuída aos projetos apoiados, nos quais se confundem as denominações de APls, cadeias produtiva e pólos de concentração de atividades. Ë possível observar, na operacionalização de ações de apoio do SEBRAE-RJ, uma expressiva diversidade, seja em termos do modelo organizacional utilizado como referência na operacionalização do apoio, seja em termos da amplitude das atividades apoiadas. Em termos dos modelos organizacionais, o apoio a APLs constitui apenas uma das alternativas consideradas na operacionalização do apoio, convivendo com outros modelos de intervenção, tais como: (1) Cadeias produtivas, como no caso das cadeias de fornecedores da REDUC e do CENPES; (2) Redes de Empresas, como no caso da RedePetro e Redes de Fornecedores de Material de Construção e de Redes de Farmácias; (3) projetos baseados em Ações Coletivas, como no caso do Projeto Empreender e de diversos Núcleos Setoriais e Pólos de Gastronomia; (4) projetos de atendimento Individual, baseados em cursos, consultorias e ações de empreendedorismo; (5) projetos de Desenvolvimento Territorial, como no caso do Arco Metropolitano, Agronegócios Noroeste, COMPERJ e Projeto Serra Mar. Por outro lado, em termos da amplitude setorial, é possível distinguir três grandes grupos de projetos apoiados pelo SEBRAE-RJ. O primeiro grupo é composto por projetos com um perfil setorial mais nítido, dentre os quais seria possível diferenciar aqueles vinculados ao setor industrial tradicional, a setores de base tecnológica e a diversas atividades vinculadas a agronegócios. Nestas situações, é bastante comum a utilização do conceito de APL como modelo organizacional para a operacionalização das ações. Dentre estas atividades, identificam-se projetos vinculados aos seguintes ramos de atividade: 1) Indústria – Têxtil, Confecção e Moda; Construção Civil; Petróleo e Gás, Metal Mecânico; Moveleiro; Jóias; Indústria Gráfica; Setor de Cosméticos; 2) Setores de Base Tecnológica – PetrópolisTecnópolis; Tecnologia da Informação; Telecomunicações; Biotecnologia; 3) Agronegócios – Apicultura; Fruticultura; Agricultura Orgânica; Propriedades Leiteiras; Maricultura; Psicicultura e Ranicultura; Ovinocaprinocultura; Cana-de-Açúcar; Fazenda Legal; OrganicsNet; Café com Qualidade; Cachaça de Alambique; Floricultura. O segundo grupo de projetos está vinculado principalmente a estímulos ao associativismo como forma de fortalecimento da competitividade e como meio para geração de emprego renda em escala local ou regional. A especialização setorial é menos nítida nestas situações. Neste caso, a utilização da noção de APL como modelo Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 38 organizacional pode ocorrer (principalmente no caso de atividades vinculadas ao turismo e ao entretenimento), mas tende a estar menos presente, observando-se uma maior ênfase no fortalecimento de “marcas coletivas” vinculadas aos projetos apoiados. Dentre os projetos apoiados baseados neste tipo e recorte, destacam-se: 1) Projetos Especiais vinculados à geração de emprego e renda em comunidades carentes – Empreendedorismo Social; Programa Empreendedorismo da Mulher; Integra Maré; Elos Sustentáveis de Nova Iguaçu; Centro de Referência do Artesanato; Rocinha, Alemão, Pavão-Pavãozinho, Manguinhos (PAC Favelas – Empreender); 2) Atividades de Comércio e Serviços – Aglomerados Comerciais; Empreender; Pólos de Gastronomia e Atacadista; Turismo; 3) Economia Criativa – Artesanato; Cultura e Entretenimento; Audiovisual; Economia do Carnaval; Música; Economia do Espetáculo. Por fim, no caso do terceiro grupo de projetos não é possível identificar qualquer tipo de especialização setorial, mas sim ações de caráter “horizontal” que privilegiam algum foco específico definido a partir dos objetivos estratégicos que orientam as ações do SEBRAE-RJ. Nestas situações, a formatação dos projetos a partir de um modelo organizacional baseado na noção de arranjos produtivos raramente pode ser aplicada diretamente, a não ser quando o foco das políticas se dirige especificamente para empresas integradas aos mesmos, como ocorre no caso de alguns programas direcionados para o incentivo à capacitação exportadora. Dentre os projetos baseados em ações de caráter “horizontal”, destacam-se sete eixos temáticos principais: 1) Educação e Cultura Empreendedora – Programa de Educação e Cultura Empreendedora; Disseminação do Empreendedorismo para os Ensinos Fundamental, Médio e Superior; Inclusão Social pela Via do Empreendedorismo e da Cultura da Cooperação. 2) Políticas Públicas – Programa de Desenvolvimento de Líderes Públicos (Lidera Rio); Prefeito Empreendedor; Portal Empresarial; Articulação e Apoio na Implementação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas; 3) Atendimento – Call Center SEBRAE/RJ; Portal Corporativo; Assessoria Jurídica para Micro e Pequenas Empresas; Centro de Documentação e Informação (CDI); SEBRAE na Rua. 4) Acesso A Serviços Financeiros – Proger Jovem Empreendedor; Cooperativismo de Credito; Microcrédito; Produtos Financeiros; Sociedade de Garantia de Crédito. 5) Acesso A Mercados – Rodada de Negócios; Feiras e Eventos; Missão Empresarial; Telecentros; Franqueador Rio; Comércio Justo e Solidário; Bolsa de Negócios; Associativismo e Central de Negócios. 6) Inovação e Acesso à Tecnologia – Programa de Alimentos Seguros; Inovação e Design; Clínica Tecnológica; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Incubadora de Empresas; Consultoria Empresarial; Prêmio Top Empresarial; Qualidade Total; Rumo à ISO 9000; Bônus Metrologia; Eficiência Energética para as MPEs. 7) Especial de Exportação – Centro Internacional de Negócios; Acesso a Mercado Internacional dos APLs do RJ; Internacionalização dos APL do RJ. Por fim, é possível mencionar situações nas quais evidências sobre a presença de APLs é utilizada como evidência para a caracterização de pólos de espacialmente localizados de especialização setorial que podem se converter em fator de dinamização do processo de desenvolvimento local. Neste sentido, é possível mencionar a caracterização de 12 pólos de especialização setorial-espacial pelo SEBRAE-RJ (apresentada na Figura 7), realizada com base na experiência do órgão e na sistematização do estudo “Caracterização e análise de Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 39 arranjos produtivos e concentrações de atividades econômicas no estado do Rio de Janeiro” elaborado em 2004: (1) Pólo de Turismo da Costa Verde; (2) Pólo Metal-mecânico do Vale do Paraíba; (3) Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias e Baixada; (4) Pólo de Turismo da Cidade do Rio de Janeiro; (5) Pólo Naval-Offshore de Niterói e adjacências; (6) Pólo de Tecnologia da Informação da Região Serrana; (7) Pólo de Confecções de Friburgo e adjacência; (8) Pólo de Turismo da Região dos Lagos; (9) Pólo Petrolífero de Macaé; (10) Pólo de Fruticultura do Norte Fluminense; (11) Pólo de Rochas Ornamentais de Santo Antônio e Pádua a e adjacências. Figura 7 – Pólos Vinculados a Arranjos Produtivos Identificados pelo SEBRAE-RJ Ainda no que se refere ao SEBRAE-RJ, é possível também o apoio a APLs através da análise dos projetos implementados através das instâncias descentralizadas de atuação daquele órgão. Neste caso, o recorte analítico baseado no conceito de APLs costuma ser utilizado em diversos tipos de projetos que envolvem alguma sobreposição de critérios espaciais e setoriais. Dentro de um conjunto de 67 projetos desenvolvidos pelo SEBRAE-RJ que faziam parte da carteira de projetos apoiados ao final de 2009, cuja sistemática de operacionalização baseia-se na metodologia de Gestão Estratégica Orientada para Resultados – GEOR, um total de 33 envolvem aquele tipo de sobreposição, dos quais 12 utilizam explicitamente o termo APL na definição do projeto (ver Quadro 2). Geralmente, este termo é aplicado em situações onde há indícios de uma estrutura de governança local mais estruturada na operacionalização dos projetos. No entanto, é necessária cautela na caracterização desses arranjos, pois o termo muitas vezes é utilizado para representar experiências nas quais o grau efetivo de articulação entre os agentes locais ainda é deficiente. Um maior detalhamento das ações implementadas pelo SEBRAE-RJ no apoio a estes projetos será realizado no Capítulo 4 desse relatório. Do ponto de vista conceitual, a metodologia de abordagem desenvolvida pelo SEBRAERJ pressupõe que a atuação sobre APLs deveria considerar quatro variáveis relacionadas ao seu grau de estruturação: 1) A fase do ciclo de vida atravessada; 2) A tipologia produtiva prevalecente; 3) A estrutura das empresas; 4) O grau de exposição ao confronto com o mercado internacional. Além disso, as estratégias de desenvolvimento desses arranjos deveriam contemplar, em algum grau, cinco áreas de projeto: 1) Criação e melhoramento da Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 40 infra-estrutura; 2) Desenvolvimento do patrimônio intangível; 3) Comunicação externa; 4) Valorização da sinergia e das inter-relações empresariais e institucionais; 5) Formulação de uma visão de desenvolvimento local. Na prática, porém, se observa um nítido pragmatismo na utilização do conceito como ferramenta de operacionalização de ações, o que é um reflexo da gestão descentralizada do apoio àqueles arranjos e da diversidade de situações nas quais este tipo de apoio é concedido. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 41 Quadro 2 – Lista de Projetos Apoiados pelo SEBRAE-RJ Integrados à Metodologia de Gestão Estratégica Orientada para Resultados – GEOR 1. Academias de Ginástica da Baixada Litorânea 2. Adensamento da Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás, Petroquímico e Energia do Território COMPERJ 3. Apicultura das Regiões Norte e Noroeste Fluminense 4. APL Calçadista de Belford Roxo e Duque de Caxias 5. APL de Cerâmica Vermelha – Campos 6. APL de Confecção de Moda da Região Sul Fluminense 7. APL de Fruticultura da Região Norte Fluminense 8. APL de Moda da Região Serrana I 9. APL de Movelaria de Petrópolis (Convênio MCT) 10. APL de Rochas Ornamentais do Noroeste Fluminense 11. APL Jóia Carioca 12. APL Metal Mecânico da Região do Médio Paraíba Fluminense 13. APL Naval Offshore do Leste Fluminense 14. Calçados e Acessórios da Região Serrana 15. Comércio Varejista da Baixada Litorânea 16. Comércio Varejista da Região Norte 17. Confecção e Acessórios da Região Leste Fluminense 18. Confecção na Região Norte 19. Conservação e Limpeza na Cidade do Rio de Janeiro 20. Cosméticos e Beleza da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 21. Desenvolvimento da Indústria da Região Centro-Sul 22. Desenvolvimento Sustentável da Baixada Fluminense 23. Economia da Experiência Turismo Petrópolis 24. Empreendimentos Educacionais da Região Médio Paraíba 25. Equipamentos e Suprimentos de Informática na Região Médio Paraíba 26. Excelência Empresarial das MPE de Tecnologia da Informação e Comunicação 27. Farmácias das Regiões Norte e Noroeste do Estado do RJ 28. Fortalecimento do APL de Petróleo, Gás e Energia de Duque de Caxias 29. Fortalecimento do APL Petróleo, Gás e Energia da Bacia de Campos 30. Internacionalização da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia do Estado do Rio de Janeiro 31. Laboratórios de Análises Clínicas da Cidade do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense 32. Lan Houses na Cidade do Rio de Janeiro 33. Lavanderias e Tinturarias das Cidades do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo 34. Maricultura e Pesca da Região dos Lagos 35. Materiais de Construção da Baixada Fluminense 36. Móveis da Cidade do Rio de Janeiro 37. Óticas da Cidade do Rio de Janeiro 38. Papelarias e Material de Escritório da Baixada Fluminense 39. Peças e Acessórios de Veículos da Região Médio Paraíba 40. Pet Shop da Região Serrana (Petrópolis e Teresópolis) 41. Pólo Atacadista da Cidade do Rio de Janeiro 42. Pólo Automotivo da Baixada Fluminense 43. Pólo Comercial do Jardim São João 44. Pólo Comercial Rio Cidade Nova 45. Pólo de Calçados e Acessórios de Rio Claro e Região Sul Fluminense 46. Pólo de Cerâmica Vermelha da Região Médio Paraíba 47. Pólo de Confecção de Cabo Frio e Região 48. Pólo de Inovação Tecnológica do Setor de Petróleo, Gás e Energia do Rio de Janeiro 49. Pólo de Moda de Petrópolis (Convênio MCT) 50. Pólo Histórico, Cultural e Gastronômico da Praça XV 51. ProInter P & G - Programa de Internacionalização da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia 52. Rede Rio Música da Região Metropolitana 53. Reparação de Veículos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 54. Reparação e Manutenção de Equipamentos de Informática e de Escritório na Cidade do Rio de Janeiro 55. Revitalização do Mercado de Peixe São Pedro 56. Rocinha Empreendedora Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 42 57. Seleção e Colocação de Profissionais da Cidade do Rio de Janeiro 58. Soluções Integradas de Atendimento em Redes de Relacionamentos Virtuais e Presenciais 59. Souvenir do Leste Fluminense 60. Território da Cidadania - Norte Fluminense 61. Turismo - Região das Agulhas Negras 62. Turismo - Região Vale do Café 63. Turismo - Serra Mar 64. Turismo Águas do Noroeste 65. Turismo da Região da Costa Verde 66. Turismo da Região Metropolitana 67. Turismo e Comércio - Nova Friburgo e Região Fonte: SEGEOR-SEBRAE-RJ, dezembro de 2009 2.4. O Conceito de APL Adotado pela FIRJAN A atuação da FIRJAN no apoio a APLs tem ocorrido mais a partir da experiência acumulada a partir de experiências isoladas do que através de uma estratégia deliberada e coordenada ou da adoção de critérios mais elaborados para a definição dos projetos a serem apoiado. Neste sentido, é possível destacar a experiência acumulada através do apoio a quatro APLs apoiados há mais tempo pelo Sistema: o Pólo de Fruticultura Norte/NoroesteFluminense; o Pólo de Moda Intima na Região Centro/Norte- Fluminense; o Projeto de Rochas Ornamentais, na Região Noroeste e o Projeto Petrópolis - Tecnópolis, na região Serrana. Estes arranjos refletem experiências distintas, marcados por particularidades e diferenças que aportam impactos específicos sobre as trajetórias de desenvolvimento, com a governança dos arranjos envolvendo atividades inter-relacionadas de complexidade variável. Apesar disso, as evidências demonstram que algumas medidas são centrais para a geração de uma dinâmica positiva, incluindo a contínua discussão de questões relacionadas à natureza e intensidade das relações entre os atores é central; o exame das ferramentas de gestão da inovação tecnológica e institucional. No caso do Pólo de Fruticultura Norte/Noroeste-Fluminense, as atividades realizadas pela FIRJAN envolveram principalmente a disseminação de informações e a sensibilização de agentes locais, através de palestras e da realização de três exposições na região do Pólo em 1999, 2000 e 2003, bem como cursos de análises de negócios em fruticultura irrigada; cursos de especialização em maracujá e banana; capacitação de técnicos e extencionistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) e do estabelecimento de uma unidade de fruticultura em Macaé, em articulação com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO). Destaca-se também a criação de Unidades de Observação em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e, com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), assim como o desenvolvimento de programa de pesquisa em fruticultura, com apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Ale’m disso, FIRJAN participou da montagem do apoio financeiro ao arranjo através dos programas Frutificar e Moeda Verde, do Governo do Estado, dirigidos a pequenos produtores da região. Neste sentido, o Sistema FIRJAN e o SEBRAE/RJ também elaboraram uma cartilha que fornece informações sobre as condições de financiamento para o produtor no âmbito do programa. No caso do APL de Moda Intima na Região Centro/Norte- Fluminense, em 1999 o Sistema FIRJAN e o SEBRAE/RJ realizaram um estudo específico visando aprofundar o conhecimento sobre o setor e a região a fim de desenvolverem um plano de ação, baseado no levantamento das condições, necessidades e características da Região Centro/NorteFluminense, englobando não só Nova Friburgo, como também Bom Jardim, Duas Barras, Cordeiro e Cantagalo. Além disto, o Centro Internacional de Negócios (CIN), fruto de uma Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 43 parceria entre Sistema FIRJAN e SEBRAE/RJ, elaborou em 2002, um projeto setorial integrado a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (APEX) que permitiu a implementação das primeiras etapas do Pólo de Moda Íntima, visando à inserção do pólo no mercado internacional. Destaca-se também a participação da FIRJAN na formação do Conselho da Moda, o órgão máximo deliberativo e exerce a governança do arranjo, composto por entidades empresariais, poder público e agências de fomento. Este Conselho conta com a participação do Sistema FIRJAN, SEBRAE/RJ, Sindicato da Indústria de Vestuário de Nova Friburgo (SINDVEST), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e Prefeituras dos Municípios envolvidos, além do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Banco do Brasil e BNDES. Visando incrementar a qualidade dos produtos gerados não arranjo, a FIRJAN coordenou a elaboração, através do Conselho de Moda, de um plano estratégico para o arranjo, que busca mudar o foco de vendas dos produtos, através da capacitação empresarial e mudança na postura gerencial e agindo de forma conjunta com as instituições parceiras. Dentre estas destacam-se o SEBRAE, ofertando capacitação gerencial e tecnológica; o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), no financiamento de ações de projetos; a APEX, na promoção de exportações; a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) no financiamento de projetos de inovação; a FAPERJ, financiando projetos de desenvolvimento; o Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento, dando apoio político e mobilizando recurso para um fundo de microcrédito; e as Prefeituras da região, fornecendo apoio político e financeiro, como no caso da Fevest que acontece regularmente na região. No caso do APL de Rochas Ornamentais da Região Noroeste, a atuação da FIRJAN buscou reverter processo de esvaziamento pelo qual passava o setor, através de um conjunto de ações adotadas a partir de 1999 em conjunto com o Governo do Estado e outras instituições públicas e privadas, Em particular, destaca-se a criação na FIRJAN, do Fórum Empresarial de Rochas Ornamentais, estruturado visando discutir as prioridades e estratégias para implantação do Plano de Ação que possibilitassem o desenvolvimento e a recuperação do setor no Estado. A partir das ações deste Fórum, estruturou-se Portfolio das Rochas Ornamentais do Estado do Rio de Janeiro, que passou a servir de referência para a comercialização e converteu-se num marketing atrativo para construtores, atacadistas, arquitetos e decoradores, além de estimular e incentivar a exportação de produtos de Arranjo. Por fim, cabe destacar a atuação da FIRJAN no sentido de Petrópolis em um núcleo de transferência de tecnologia e conhecimentos, com a presença de empresas inovadoras, centro de pesquisas, agências de fomento e instituições de ensino, formação e treinamento, através do projeto Petrópolis-Tecnópolis é. Este O projeto iniciou-se em 1999, com a assinatura do termo de compromisso entre MCT, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Prefeitura de Petrópolis, FIRJAN e Fundação Parque de Alta Tecnologia (FUNPAT). Na estrutura de governança montada para viabilização do projeto, o órgão máximo deliberativo é o Conselho Estratégico composto pela Associação Comercial, Empresarial de Petrópolis; Parque Tecnológico Marambaia; FIRJAN; FAPERJ; Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); FUNPAT; GE Celma; INMETRO; LNCC; Prefeitura Municipal de Petrópolis; SECTI; Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico – SEDE; SEBRAE-RJ; SENAI-RJ; Universidade Católica de Petrópolis; Grupo das Empresas de Tecnologia de Petrópolis; Rede de Tecnologia, entre outras instituições. Além disso, estrutura-se um Conselho Gestor composto por representantes de empresas, da sociedade e do governo. Além da participação na governança do projeto Petrópolis – Tecnópolis, o Sistema FIRJAN atua em vários projetos do Pólo, como na atração de empresas e instituições âncoras, estruturação de base de dados, mobilização de funding para as empresas da região e para o projeto Petrópolis-Tecnópolis, marketing e e-gov. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 44 2.5. A Listagens de APls do MDIC Além desse tipo de procedimento mais elaborado, é possível considerar a definição hadhoc de APLs a serem priorizados na implementação de políticas, que muitas vezes refletem menos uma preocupação em definir prioridades segundo critérios claros e objetivos, e mais os interesses particulares de cada instituição em dar continuidade (ou em eventualmente reorientar) linhas de fomento já tradicionalmente exploradas. Como evidência deste tipo de processo, é possível mencionar a preocupação do MDIC em sistematizar através de determinadas “listas” o conjunto de arranjos que têm sido apoiados por diversos organismos de fomento. A listagem do MDIC de APLs apoiados elaborada pelo MDIC pode ser considerada uma lista “consoolidada”, na medida em que procura incorporar aos APLs priorizados por diversas instâncias de governo. Assim, a parir de uma lista mais limitada, que se restringia a seis APLs para o estado do Rio de Janeiro, a qual foi expandida para 12 APLs no levantamento de 2004, até atingir um total de 46 APLs no seu formato atual (ver Quadro 3). Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 45 Quadro 3 - APLs Objeto de Políticas de Apoio no Estado do Rio e Janeiro Mapeados pelo MDIC APL AGRICULTURA/CAFÉ APICULTURA AREIA PARA CONSTRUÇÃO CIVIL BIOTECNOLOGIA BIOTECNOLOGIA CERÂMICA CERÂMICA CERÂMICA CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES COSMÉTICOS FABRICAÇÃO DE DOCES E FLORICULTURA FLORICULTURA FRUTICULTURA FRUTICULTURA FRUTICULTURA/MARACUJÁ GEMAS E JÓIAS MADEIRA E MÓVEIS MADEIRA E MÓVEIS MADEIRA E MÓVEIS MADEIRA E MÓVEIS METALMECÂNICO METALMECÂNICO METALMECÂNICO PETRÓLEO E GÁS PETROQUÍMICA PISCICULTURA PISCICULTURA PÓLO AUDIOVISUAL/MÍDIA ROCHAS ORNAMENTAIS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO TRANSFORMADOS PLÁSTICOS TRANSFORMADOS PLÁSTICOS TURISMO/CAMINHO DO OURO TURISMO/CAMINHO DO OURO TURISMO/CICLO DO CAFÉ TURISMO/FAZENDAS HISTÓRICAS TURISMO/GASTRONOMIA TURISMO/NÁUTICO TURISMO/NÁUTICO TURISMO/RURAL Cidade Pólo NATIVIDADE - RJ PORCIÚNCULA - RJ SEROPÉDICA - RJ DUQUE DE CAXIAS - RJ RIO DE JANEIRO - RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ ITABORAÍ - RJ TRÊS RIOS - RJ CABO FRIO - RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ ITAPERUNA - RJ NOVA FRIBURGO - RJ PETRÓPOLIS - RJ TERESÓPOLIS - RJ VALENÇA - RJ NOVA IGUAÇU - RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ BOM JESUS DO ITABAPOANA - RJ NOVA FRIBURGO - RJ BOM JESUS DO ITABAPOANA - RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA - RJ RIO DE JANEIRO - RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ DUQUE DE CAXIAS - RJ PETRÓPOLIS - RJ SAQUAREMA - RJ RESENDE - RJ SÃO GONÇALO - RJ TRÊS RIOS - RJ MACAÉ - RJ DUQUE DE CAXIAS - RJ CACHOEIRAS DE MACACU - RJ PIRAÍ - RJ RIO DE JANEIRO - RJ SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA - RJ RIO DE JANEIRO - RJ DUQUE DE CAXIAS - RJ RIO DE JANEIRO - RJ PARATI - RJ PETRÓPOLIS - RJ VALENÇA - RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ PETRÓPOLIS - RJ ANGRA DOS REIS - RJ CABO FRIO - RJ NOVA FRIBURGO - RJ Instituiçõ es 1 1 1 1 1 5 1 1 2 1 1 8 4 1 1 2 1 1 1 2 2 1 5 1 1 1 2 4 2 1 2 2 1 1 1 6 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Setor Produtivo AGROINDÚSTRIA APICULTURA CONSTRUÇÃO CIVIL FÁRMACOS FÁRMACOS CERÂMICA CERÂMICA CERÂMICA CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES CONFECÇÕES FARMACOLOGIA/PRODUTOS FITOTERÁPICOS AGROINDÚSTRIA FLORICULTURA FLORICULTURA FRUTICULTURA FRUTICULTURA FRUTICULTURA GEMAS E ARTEFATOS DE PEDRAS MADEIRA E MÓVEIS MADEIRA E MÓVEIS MADEIRA E MÓVEIS MADEIRA E MÓVEIS METAL-MECÂNICO METAL-MECÂNICO METAL-MECÂNICO PETRÓLEO E GÁS PETRÓLEO E GÁS PISCICULTURA PISCICULTURA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ROCHAS ORNAMENTAIS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO POLÍMEROS POLÍMEROS TURISMO TURISMO TURISMO TURISMO TURISMO TURISMO TURISMO TURISMO 2.6. Síntese de Conceitos O Quadro 4 apresenta uma tentativa de sistematização dos conceitos e critérios norteadores das políticas de apoio a APLs implementadas pelas organizações mencionadas (Governo do Estado – Câmara de APLs, SEBRAE e Firjan), bem como dos modelos gerais de ação que podem ser identificados a partir desses critérios. Como tendência geral, observa-se uma nítida flexibilidade na utilização do conceito como ferramenta para operacionalização de políticas, em função dos objetivos e das rotinas de ação dos organismos responsáveis pela implementação das ações de apoio. Assim a FIRJAN, devido à sua atuação política, tende a privilegiar a seleção de “casos de sucesso” que evidenciem o papel daquela instituição na mobilização de parceiros e na integração de competências, Já o SEBRA-RJ destaca-se pela sua atuação vinculada à operacionalização de projetos descentralizados em suas diversas unidades operacionais, o que se refle na flexibilidade com a qual o conceito de APL é utilizado como ferramenta de análise. Por fim, a Câmara de APL, apesar de se basear numa definição mais amarrada do conceito, na prática implementa suas ações em função da Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 46 capacidade de pressão de seus membros e de acordo com orientações mais gerais definidas pela política de desenvolvimento econômico do governo do Estado. Quadro 4- Conceitos, Critérios e Modelos de Ação de Principais Organizações Formuladoras de Políticas de Apoio a APLs no Estado do Rio de Janeiro Organização Câmara de APLs SEDEIS – Secretaria de APLs Conceitos/critérios adotados Diferenciação conceitual entre concentrações econômicas e APLs; Foco em APLs não vinculados à atividades agrícolas; Modelos de ação Definem-se três modelos gerais de identificação de arranjos produtivos: 1) Arranjos vinculados pólos auto-sustentados, (químico-farmacêutico, naval-off-shore, petróleo); 2) Arranjos associados à onsolidação de vocações regionais (audivisual, Moda íntima, etc) 3) Possibilidades de dinamização de APLs potenciais (moda, confecção e calçados), a partir de ações implementadas. Ênfase em APLs não consolidados; SEBRAE Outros critérios: existência de uma cadeia produtiva adensada; capacidade de oferta de serviços; existência de uma conexão com mercados nacionais e internacionais; mão de obra especializada; capacidade empreendedora e associativa; difusão de informação e conhecimento em escala local. Uso do conceito de APL com expressiva flexibilidade em função da necessidade de atender demandas de gestores locais. Conceito de APL apresenta freqüente sobreposição com outros conceitos como o de cadeias produtivas, pólos de concentração de atividades, distritos industriais, entre outros. O modelo de apoio à APLs convive com diversos outros modelos de intervenção (ex. Cadeias produtivas, Redes de Empresas, etc.) Atuação em APLs definida a partir de “ casos relevantes” identificados a partir de estudos/mapeamentos ad hoc. É possível identificar três modelos principais de ação: i) Projetos com perfil setorial (industrias tradicionais, setores de base tecnológica e agronegócios); ii) Projetos de estímulo ao associativismo (fortalecimento da competitividade e geração de emprego e renda); iii) Ações de caráter horizontal (sem especialização setorial) Ações pautadas pela parceira com diversas organizações (SEBRAE, EMATER, Governo Estadual, Prefeituras, Universidades, etc); Não existe a preocupação com a definição de critérios ou estratégias deliberadas na definição dos projetos apoiados Apoio a diferentes tipos de APLs com elevado potencial para gerar “efeito demonstração” em termos da geraçãod e resultados. O uso do conceito geralmente associado com programas que buscam articular recorte setorial e especial FIRJAN Ações orientadas e operacionalizadas, em grande parte, através do SIGEOR – sistema de gestão estratégica orientada para resultados; Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 47 3. Aglomerações Produtivas e Fluxos de Comércio no Estado: Análise Exploratória da Contribuição dos APLs 3.1. Análise Geral nos Fluxos de Comércio Conforme destacado no segundo relatório desse projeto2, os dados brutos disponibilizados pela SEFAZ para elaboração do balanço de pagamentos do estado do Rio de Janeiro contemplaram a desagregação das transações para o conjunto do estado segundo diferentes setores de atividades (CNAE 2.0 a 4 dígitos). Entretanto, por questões de sigilo fiscal, não foram fornecidos dados dos fluxos de comércio interestadual e internacional para os municípios. Tal fato restringiu o alcance da análise sobre o impacto dos fluxos de transações interestaduais e internacionais sobre a dinâmica de operação dos Arranjos Produtivos Locais identificados no estado. Como forma de contornar parcialmente essa limitação buscou-se complementar a análise sobre desempenho do comércio externo da economia fluminense com dados oriundos do sistema ALICE do Ministério de Indústria e Comércio, que permitiu o detalhamento das transações para os diferentes municípios do estado. A Tabela 4 apresenta a distribuição do fluxo total de comércio, resultante da soma das vendas e compras de empresas fluminenses, para ao ano de 2006, segundo o tipo de transação: dentro do estado, com outros estados e com o exterior. Para fins de simplificação, considerou-se, no detalhamento da estrutura de atividades, um recorte a dois dígitos (nível de divisão) da classificação CNAE 2.0. Em termos da distribuição do fluxo total de transações, é possível destacar nove atividades que geraram um fluxo de comércio superior à R$ 20 bilhões em 2006: Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas; Comércio varejista; Eletricidade, gás e outras utilidades; Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; Metalurgia; Fabricação de produtos químicos; Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; Telecomunicações. Estas atividades, em conjunto, foram responsáveis por mais de 75% do fluxo total de transações no estado naquele ano. Em termos da concentração setorial dos fluxos, observa-se que a mesma é mais elevada para o fluxo interno ao estado (para os quais foi calculado um índice de concentração HH de 0,1356) comparativamente aos fluxos interestaduais (índice de 0,0836), enquanto os fluxos com o exterior também apresentam uma concentração elevada (índice de 0,1261). Outro aspecto importante, que pode ser captado através da Tabela 4, refere-se à distribuição do total dos fluxos comerciais para as diferentes atividades entre o interior do estado, o comércio interestadual e o exterior. Para o conjunto de atividades, verifica-se a seguinte distribuição dos fluxos totais de comércio: 62,3% direcionado para o comércio intraestado; 29,3% para o comércio inter-estadual e 8,4% para o comércio com o exterior. Considerando as atividades com maior participação no total dos fluxos (com fluxo acima de R$ 1 bilhão), é possível diferenciar três grupos de atividades. O primeiro grupo envolve aquelas com uma maior participação dos fluxos vinculados ao interior do estado do Rio de Janeiro, podendo-se destacar sete atividades cuja participação dos mesmos é superior a 75% do total dos fluxos: Captação, tratamento e distribuição de água; Alojamento; Alimentação; Comércio varejista; Telecomunicações; Transporte terrestre e Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros. Um segundo grupo de atividades é composto por aquelas cuja participação do comércio interestadual no total dos fluxos é particularmente elevada (acima de 50%), a maior parte delas vinculada ao setor industrial: Fabricação de 2 Relatório 2: APL´S e o Balanço de Pagamentos do Estado do Rio de Janeiro. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 48 máquinas, aparelhos e materiais elétricos; Transporte aéreo; Fabricação de produtos de borracha e de material plástico; Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; Metalurgia; Fabricação de celulose, papel e produtos de papel; Fabricação de produtos têxteis; Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos; Fabricação de produtos diversos; Edição e edição integrada à impressão e Confecção de artigos do vestuário e acessórios. Finalmente, um terceiro grupo de atividades inclui aquelas com participação elevada do comércio com o exterior no total dos fluxos (neste caso, acima de 15%): Atividades de apoio à extração de minerais; Extração de petróleo e gás natural; Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos; Obras de infra-estrutura; Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores; Fabricação de máquinas e equipamentos; Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 49 Tabela 4 - Total do Fluxo Comercial (Vendas e Compras) por Atividade (divisão CNAE 2.0) Segundo a Natureza dos Fluxos (intra-estado, interestadual e comércio exterior) – 2006 (R$ milhões) Total de Fluxos (Vendas e Compras) Descrição da CNAE No estado Entre Estados Exterior % Atividade no total do fluxo % do tipo de fluxo no total Entre Estad os Exter -ior Total Total No estad o No estad o Entre Estad os Exter -ior Total Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas Comércio varejista Eletricidade, gás e outras utilidades Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas Metalurgia Fabricação de produtos químicos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Telecomunicações Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de bebidas Extração de petróleo e gás natural Transporte terrestre Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de produtos alimentícios Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos Armazenamento e atividades auxiliares dos transportes Atividades de apoio à extração de minerais Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Impressão e reprodução de gravações Fab. de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores Obras de infra-estrutura Fabricação de produtos de minerais não-metálicos Alimentação Captação, tratamento e distribuição de água Transporte aéreo Confecção de artigos do vestuário e acessórios Fabricação de produtos diversos Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos Fabricação de produtos têxteis Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros Alojamento Edição e edição integrada à impressão Transporte aquaviário Serviços de escritório, de apoio administrativo às empresas Reparação de eq.de informática e comunicação e de objetos pessoais Serviços de arquitetura e engenharia; testes e análises técnicas Atividades de rádio e de televisão Fabricação de produtos do fumo Extração de minerais não-metálicos Extração de minerais metálicos Agricultura, pecuária e serviços relacionados Outras atividades profissionais, científicas e técnicas Coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais Construção de edifícios Pesquisa e desenvolvimento científico Serviços especializados para construção Fabricação de móveis Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro e calçados 487.148 130.021 85.492 74.365 26.738 22.870 9.707 10.102 8.124 19.111 9.351 9.273 5.334 11.198 6.963 7.094 5.274 6.796 3.131 2.389 2.203 3.704 3.879 1.884 1.912 3.188 3.221 768 1.235 935 853 1.459 332 619 1.179 1.010 511 424 656 410 374 404 179 266 238 188 284 140 255 153 214 164 96 228.839 29.273 43.628 16.082 19.258 11.190 15.733 13.261 14.379 4.714 3.817 6.232 2.599 2.688 5.906 4.463 2.029 3.243 1.386 4.700 5.056 1.965 528 1.683 2.325 372 43 1.963 1.310 1.287 1.290 638 1.082 873 299 59 527 346 96 268 225 145 417 238 104 166 19 225 96 76 61 99 157 66.043 19.745 4.759 406 747 727 1.756 3.240 2.047 185 3.221 131 7.344 242 561 649 4.411 1.555 4.624 1.649 1.067 289 1.187 1.629 849 20 198 66 317 131 145 161 67 27 0 13 193 102 74 110 59 9 6 39 14 62 0 7 76 0 3 9 782.030 179.039 133.878 90.854 46.743 34.787 27.196 26.603 24.550 24.010 16.388 15.636 15.277 14.128 13.430 12.206 11.713 11.594 9.141 8.738 8.325 5.958 5.594 5.195 5.085 3.580 3.264 2.929 2.611 2.539 2.273 2.243 1.574 1.558 1.505 1.069 1.051 964 854 752 709 609 605 509 381 368 366 365 357 306 275 267 262 100,0 26,7 17,5 15,3 5,5 4,7 2,0 2,1 1,7 3,9 1,9 1,9 1,1 2,3 1,4 1,5 1,1 1,4 0,6 0,5 0,5 0,8 0,8 0,4 0,4 0,7 0,7 0,2 0,3 0,2 0,2 0,3 0,1 0,1 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 12,8 19,1 7,0 8,4 4,9 6,9 5,8 6,3 2,1 1,7 2,7 1,1 1,2 2,6 2,0 0,9 1,4 0,6 2,1 2,2 0,9 0,2 0,7 1,0 0,2 0,0 0,9 0,6 0,6 0,6 0,3 0,5 0,4 0,1 0,0 0,2 0,2 0,0 0,1 0,1 0,1 0,2 0,1 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 100,0 29,9 7,2 0,6 1,1 1,1 2,7 4,9 3,1 0,3 4,9 0,2 11,1 0,4 0,8 1,0 6,7 2,4 7,0 2,5 1,6 0,4 1,8 2,5 1,3 0,0 0,0 0,3 0,1 0,5 0,2 0,2 0,2 0,1 0,0 0,0 0,0 0,3 0,2 0,1 0,2 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 100,0 22,9 17,1 11,6 6,0 4,4 3,5 3,4 3,1 3,1 2,1 2,0 2,0 1,8 1,7 1,6 1,5 1,5 1,2 1,1 1,1 0,8 0,7 0,7 0,7 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 62,3 72,6 63,9 81,9 57,2 65,7 35,7 38,0 33,1 79,6 57,1 59,3 34,9 79,3 51,8 58,1 45,0 58,6 34,3 27,3 26,5 62,2 69,3 36,3 37,6 89,1 98,7 26,2 47,3 36,8 37,5 65,1 21,1 39,7 78,4 94,5 48,6 44,0 76,8 54,6 52,7 66,4 29,5 52,1 62,5 51,2 77,7 38,4 71,3 50,1 77,8 61,7 36,7 29,3 16,3 32,6 17,7 41,2 32,2 57,8 49,8 58,6 19,6 23,3 39,9 17,0 19,0 44,0 36,6 17,3 28,0 15,2 53,8 60,7 33,0 9,4 32,4 45,7 10,4 1,3 67,0 50,2 50,7 56,7 28,5 68,7 56,0 19,8 5,5 50,2 35,9 11,3 35,7 31,8 23,9 68,9 46,7 27,2 45,1 5,3 61,5 26,8 25,0 22,2 37,3 59,7 8,4 11,0 3,6 0,4 1,6 2,1 6,5 12,2 8,3 0,8 19,7 0,8 48,1 1,7 4,2 5,3 37,7 13,4 50,6 18,9 12,8 4,9 21,2 31,4 16,7 0,6 0,0 6,8 2,5 12,5 5,8 6,5 10,2 4,3 1,8 0,0 1,2 20,1 11,9 9,8 15,5 9,7 1,6 1,1 10,3 3,7 17,0 0,0 1,9 24,9 0,0 1,0 3,6 Sub-total Outras Não identificado 486.670 407 70 228.618 200 20 64.927 28 1.089 780.215 636 1.180 99,9 0,1 0,0 99,9 0,1 0,0 98,3 0,0 1,6 99,8 0,1 0,2 62,4 64,1 6,0 29,3 31,5 1,7 8,3 4,4 92,3 Fonte: elaboração própria a partir de dados da SEFAZ-RJ A Tabela 5 apresenta - também para as atividades com maior participação no total dos fluxos - a distribuição das vendas (entradas), compras (saídas) e do saldo gerado, repartido entre comércio intra-estadual, interestadual e comércio exterior. Em termos das principais atividades, é possível destacar dois grupos segundo o comportamento do saldo total da diferença entre vendas e compras. O primeiro grupo envolve atividades responsáveis por um saldo líquido de vendas superior a R$ 2,5 bilhões: Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; Telecomunicações; Eletricidade, gás e outras utilidades; Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas; Metalurgia; Comércio varejista; Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; Fabricação de bebidas; Captação, tratamento e distribuição de água. O segundo grupo destaca atividades com um saldo líquido de vendas negativo de mais de R$ 100 milhões: Construção de edifícios; Pesquisa e desenvolvimento científico; Transporte aquaviário; Fabricação de produtos de Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 50 borracha e de material plástico; Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores. A análise do saldo total das vendas descontadas as compras pode também ser qualificada considerando a distinção entre comércio intra-estado, interestadual e com o exterior. Em termos do comércio intra-estado, oito atividades apresentavam um saldo líquido de vendas superior a R$ 2,5 bilhões: Comércio varejista; Telecomunicações; Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas; Eletricidade, gás e outras utilidades; Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; Fabricação de bebidas; Fabricação de máquinas e equipamentos; Captação, tratamento e distribuição de água. Em contraste, seis atividades destacavam-se pelo maior valor das compras comparativamente às vendas no interior do estado: Coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais; Transporte aquaviário; Obras de infra-estrutura; Transporte aéreo; Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores; Fabricação de produtos químicos. Em termos do comércio interestadual, nove atividades destacam-se pelo elevado saldo líquido das vendas (acima de R$ 1 bilhão): Metalurgia; Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; Fabricação de produtos químicos; Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos; Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos; Transporte aéreo; Eletricidade, gás e outras utilidades; Transporte terrestre. Em contraste, oito atividades apresentavam um saldo líquido negativo nas transações interestaduais, revelando uma maior dependência da economia fluminense em termos do abastecimento dos respectivos bens e serviços: Fabricação de produtos alimentícios; Fabricação de bebidas; Fabricação de produtos de borracha e de material plástico; Obras de infra-estrutura; Telecomunicações; Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas; Comércio varejista. Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 51 Tabela 5 - Total das Vendas e Compras e Saldo líquido por Atividade (divisão CNAE 2.0) Segundo a Natureza dos Fluxos (intra-estado, interestadual e comércio exterior) – 2006 (R$ milhões) Vendas (Entradas) Dentro do Estado( R$) Compras (Sidas) Dentro do Estado( R$) Saldo (entradas – saídas) Dentro do Estado( R$) Total Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas Comércio varejista Eletricidade, gás e outras utilidades Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas Metalurgia Fabricação de produtos químicos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Telecomunicações Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de bebidas Extração de petróleo e gás natural Transporte terrestre Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de produtos alimentícios Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos Armazenamento e atividades auxiliares dos transportes Atividades de apoio à extração de minerais Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Impressão e reprodução de gravações Fab. de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores Obras de infra-estrutura Fabricação de produtos de minerais nãometálicos Alimentação Captação, tratamento e distribuição de água Transporte aéreo Confecção de artigos do vestuário e acessórios Fabricação de produtos diversos Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos Fabricação de produtos têxteis Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros Alojamento Edição e edição integrada à impressão Transporte aquaviário Serviços de escritório, de apoio administrativo às empresas Reparação de eq.de informática e comunicação e de objetos pessoais Serviços de arquitetura e engenharia; testes e análises técnicas Atividades de rádio e de televisão Fabricação de produtos do fumo Extração de minerais não-metálicos Extração de minerais metálicos Agricultura, pecuária e serviços relacionados Outras atividades profissionais, científicas e técnicas Coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais Construção de edifícios Pesquisa e desenvolvimento científico Serviços especializados para construção Fabricação de móveis Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro e calçados 285.131 Outros Estados (R$) 118.371 202.017 Outros Estados (R$) 110.468 83.113 Outros Estados (R$) 7.903 66.198 17.018 13.626 96.841 63.823 12.255 6.120 82.198 2.374 4.763 7.506 14.643 49.536 46.076 18.762 20.125 2.678 10.328 2.707 64 88 72.368 48.818 29.177 35.956 28.290 7.976 23.503 13.404 8.931 2.052 342 659 61.510 42.035 17.566 13.581 17.786 10.785 (3.378) (10.725) 1.397 655 (278) (571) 10.858 6.783 11.611 13.939 5.033 4.395 4.033 11.043 8.679 1 1.154 1.339 17.973 17.231 14.412 8.930 4.674 5.707 7.157 4.690 4.583 726 602 1.901 16.814 9.966 12.191 5.009 359 (1.312) (3.124) 6.354 4.096 (725) 552 (563) 1.160 7.265 2.221 4.174 16.639 5.980 6.205 3.028 5.773 8.667 1.372 1.956 2.883 1.437 1.995 1.236 160 1.277 42 3.576 46 14.076 18.170 9.212 9.130 8.041 7.814 3.950 2.472 3.371 3.067 2.306 5.425 5.712 3.343 1.861 3.349 1.162 693 811 25 1.944 89 3.768 196 10.473 5.840 7.176 6.505 7.236 6.314 224 14.167 2.609 3.138 722 348 2.954 (1.971) 95 (466) 275 1.302 425 134 (667) (47) (192) (150) 3.603 12.330 2.037 2.625 804 1.500 3.481 4.750 3.721 2.006 334 124 7.536 6.880 3.482 2.344 2.184 2.457 227 525 5.894 5.326 (1) 2.406 1.537 (452) 107 (401) 1.643 1.554 2.818 1.045 2.519 6.382 2.455 984 1.892 5.331 363 61 627 1.051 4.045 1.699 1.976 655 5 3.444 6.025 5.798 2.752 1.432 1.267 731 1.551 1.180 5.569 3.343 1.293 267 708 (76) (1.546) 2.263 455 2.455 1.515 3.579 339 5.434 873 1.121 1.310 3.304 642 2.459 (971) 2.130 1.205 2.813 2.250 1.012 428 16 3.883 3.840 998 891 2.806 953 639 274 4.442 2.118 208 1.922 (556) 59 (211) (258) (560) 1.723 1.773 819 137 366 186 1.549 2.096 2.734 2.105 1.065 391 1.317 1.001 80 3.498 2.462 (332) (245) (254) (950) (815) 1.468 (1.401) 272 1.118 2.265 2.886 252 1.548 30 5 1.740 429 18 86 3.095 2.313 2.891 2.078 794 923 335 516 777 342 38 223 420 2 112 1.990 1.267 373 851 325 1.343 2.551 (264) 771 (312) (33) 1.517 9 16 (26) 1.105 1.046 2.518 1.227 674 595 808 910 23 99 1.505 1.604 561 340 502 377 43 218 1.106 935 113 255 306 533 (20) (119) 399 669 51 109 6 166 46 47 3 96 5 62 3 70 Sub-total Outras Não identificado 284.866 228 37 118.268 98 5 35.324 14 1.088 438.458 339 1.130 201.803 180 34 110.350 102 16 29.603 14 1 341.756 296 50 83.063 48 3 7.918 (4) (11) 5.721 (1) 1.088 96.702 43 1.080 Descrição da CNAE Outros Países( R$) 36.426 TOTA L 439.927 Outros Países( R$) 29.618 TOTA L 342.103 Outros Países( R$) 6.808 TOTA L 97.825 412 758 62 1.232 440 532 69 1.041 (28) 226 (7) 191 1.241 401 48 1.690 218 237 98 552 1.023 165 (50) 1.138 193 399 623 493 72 33 888 925 139 220 459 379 88 34 686 634 55 179 164 114 (16) (1) 203 291 573 718 341 116 149 5 334 216 22 0 1 67 745 723 677 399 606 292 169 308 149 54 193 130 5 0 11 126 760 346 374 564 (32) 426 172 (192) (0) (49) 141 86 17 (0) (10) (59) (15) 377 303 (165) 389 49 9 446 267 48 93 408 122 1 (85) 38 245 138 12 394 166 131 62 358 79 7 (50) 36 286 290 104 159 177 104 46 292 157 70 42 8 7 0 0 432 344 403 317 247 88 114 75 106 61 122 100 125 81 34 68 51 2 5 39 278 265 202 193 134 198 176 30 53 116 (18) (54) 167 76 37 (26) (43) 5 (5) (39) 154 79 201 124 113 146 52 2 199 43 114 12 168 103 (62) (10) 31 150 7 18 175 134 13 44 190 16 (6) (26) (15) 15 100 66 113 136 168 27 25 24 20 0 0 1 1 183 127 92 137 157 126 155 87 101 29 56 69 51 37 79 0 6 76 0 2 182 230 214 139 110 (111) (55) (21) 12 107 112 (42) (26) (13) (59) (0) (6) (75) (0) (1) 1 (103) (122) (2) 47 Fonte: elaboração própria a partir de dados da SEFAZ-RJ Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 52 Por fim, quanto ao comércio com o exterior, nove atividades destacam-se pelo elevado saldo líquido das vendas (acima de R$ 100 milhões): Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (com um saldo líquido de mais de R$ 7,5 bilhões), Atividades de apoio à extração de minerais (saldo de R$ 2,2 bilhões); Obras de infra-estrutura; Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas; Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos; Metalurgia; Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; Telecomunicações; Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos. Em contraste, sete atividades apresentavam um saldo líquido com o exterior negativo e superior à R$ 500 milhões: Fabricação de produtos químicos; Eletricidade, gás e outras utilidades; Fabricação de máquinas e equipamentos; Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores; Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos; Armazenamento e atividades auxiliares dos transportes. 3.2. Análise Regional dos Fluxos de Comércio Exterior Apesar dos dados da SEFAZ não contemplarem uma desagregação ao nível municipal, que possibilitaria uma análise mais acurada do desempenho comercial dos APls, é possível captar algumas tend6encias importantes a partir da análise de informações desagregadas da Balança Comercial dos municípios disponibilizada pelo MDIC. Neste sentido, a Tabela 6 apresenta a distribuição das exportações, importações, saldo comercial e corrente total de comércio pelos diversos municípios fluminenses. Ao calcularem-se índices de concentração (HH) que refletem a concentração espacial das exportações e importações, verifica-se que as primeiras se encontram bem mais concentradas num número menos de municípios; de fato, enquanto o índice de concentração espacial para as exportações atingia 0,3277, o mesmo índice para as importações limitava-se a 0,1880. Refletindo esta tendência, observa-se que os oito principais municípios exportadores concentravam 9,1% das exportações enquanto os oito principais municípios importadores concentravam 88,4% das importações. Comparando-se as duas listas, destaca-se o papel de Duque de Caxias como município exportador e de Angra dos Reis como importador. Da lista dos maiores importadores faz parte Petrópolis, que não faze parte dos maiores exportadores, situação inversa ã observada no caso de Resende. Na corrente total de comércio, Duque de Caxias é o município de maior destaque (com 35% da corrente), seguido da capital (26,5%), Angra dos Reis (12,3%), Itaguaí (5,2%) e Macaé (3,9%). Já em termos do saldo comercial é possível destacar cinco municípios que, em conjunto, eram responsáveis pela acumulação de um saldo de mais de US$6,3 bilhões: Duque de Caxias (que com um saldo de US$ 5,7 bilhões era o município brasileiro com maior saldo e o segundo mais exportador), Macaé (saldo de US$ 300 milhões), Resende (US$ 214 milhões), Itatiaia (US$ 50 milhões) e Barra Mansa (US$ 45 milhões). Em contraste, destacam-se cinco municípios responsáveis pela acumulação de um saldo negativo de US$ 1,6 bilhões: Angra dos Reis (saldo negativo de 783 milhões), Petrópolis (saldo negativo de 461 milhões), Itaguaí (saldo negativo de 166 milhões), Belford Roxo (saldo negativo de 137 milhões) e Porto Real ( saldo negativo de 88 milhões). Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 53 Tabela 6– Exportações, Importações, Saldo Comercial e Corrente de Comércio por Município do Rio de Janeiro em 2006 – Rio de Janeiro e Brasil (US$) Município EXPORTAÇÃO TOTAL 11.818.786.341 Duque de Caxias 6.167.006.765 Rio de Janeiro 2.541.962.663 Angra dos Reis 786.222.665 Macaé 521.809.843 Itaguaí 413.186.294 Resende 329.525.718 Porto Real 223.272.035 Niterói 133.083.000 Barra Mansa 118.558.903 Itatiaia 93.920.262 Volta Redonda 91.662.570 São Gonçalo 72.406.365 Belford Roxo 59.419.224 Barra do Piraí 46.453.123 Petrópolis 42.152.466 Três Rios 32.215.873 Queimados 28.792.739 Piraí 26.721.457 Itaboraí 25.264.420 Nova Iguaçu 17.020.373 Campos dos Goytacazes 13.808.923 Nova Friburgo 7.987.565 Paracambi 5.935.209 Paraíba do Sul 4.222.431 Mesquita 3.811.584 Cabo Frio 2.824.754 Itaperuna 1.915.511 Saquarema 1.910.594 Arraial do Cabo 974.832 Magé 909.751 Teresópolis 833.604 São João de Meriti 70.603 Nilópolis 42.270 Seropédica 13.080 Bom Jardim 2.239 Sumidouro 0 Sapucaia 0 São Fidélis 0 Cachoeiras de Macacu 0 Cantagalo 0 Rio das Ostras 0 Mendes 0 Mangaratiba 0 Engenheiro Paulo de Frontin 0 Outros municípios 2.866.633 Fonte: Sistema ALICE - MDIC, 2006. Elaboração própria IMPORTAÇÃO 7.278.094.549 509.827.824 2.525.043.415 1.569.046.705 221.319.553 579.597.002 115.784.376 311.046.931 215.312.471 73.454.701 43.862.073 81.277.187 86.995.495 196.359.054 64.781.114 503.492.589 5.464.043 13.562.812 8.226.240 4.412.648 16.888.920 13.181.745 7.515.566 55.784 35.816 11.248.187 2.140.279 1.051.520 28.866.731 1.031.964 1.379.728 2.531.636 23.208.176 1.811.774 3.551.778 3.627.575 2.584.910 2.255.115 1.064.455 3.597.118 2.152.558 2.866.917 1.188.012 1.888.152 11.500.171 2.003.729 SALDO 4.540.691.792 5.657.178.941 16.919.248 -782.824.040 300.490.290 -166.410.708 213.741.342 -87.774.896 -82.229.471 45.104.202 50.058.189 10.385.383 -14.589.130 -136.939.830 -18.327.991 -461.340.123 26.751.830 15.229.927 18.495.217 20.851.772 131.453 627.178 471.999 5.879.425 4.186.615 -7.436.603 684.475 863.991 -26.956.137 -57.132 -469.977 -1.698.032 -23.137.573 -1.769.504 -3.538.698 -3.625.336 -2.584.910 -2.255.115 -1.064.455 -3.597.118 -2.152.558 -2.866.917 -1.188.012 -1.888.152 -11.500.171 862.904 CORR. COMÉRCIO 19.096.880.890 6.676.834.589 5.067.006.078 2.355.269.370 743.129.396 992.783.296 445.310.094 534.318.966 348.395.471 192.013.604 137.782.335 172.939.757 159.401.860 255.778.278 111.234.237 545.645.055 37.679.916 42.355.551 34.947.697 29.677.068 33.909.293 26.990.668 15.503.131 5.990.993 4.258.247 15.059.771 4.965.033 2.967.031 30.777.325 2.006.796 2.289.479 3.365.240 23.278.779 1.854.044 3.564.858 3.629.814 2.584.910 2.255.115 1.064.455 3.597.118 2.152.558 2.866.917 1.188.012 1.888.152 11.500.171 4.870.362 Especificamente no que se refere às exportações, observa-se que 48 municípios dentre os 92 existentes no Estado exportam, ou seja, cerca de 52% dos municípios exportam (ver Figura 8) . São eles: Angra dos Reis; Ararurama; Areal; Armação de Búzios; Arraial do Cabo; Barra do Piraí; Barra Mansa; Belford Roxo; Bom Jardim; Cabo Frio; Campos dos Goytacazes; Casimiro de Abreu; Comendador Levy Gasparian; Cordeiro; Duque de Caxias; Guapimirim; Itaboraí; Itaguaí; Itaperuna; Itatiaia; Macaé; Magé; Maricá; Miguel Pereira; Nilópolis; Niterói; Nova Friburgo; Nova Iguaçu; Paracambi; Paraíba do Sul; Petrópolis; Piraí; Porto Real; Queimados; Resende; Rio de Janeiro; Santo Antônio de Pádua; São Gonçalo; São João da Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 54 Barra; São João do Meriti; São Pedro da Aldeia; Saquarema; Seropédica; Teresópolis; Três Rios; Valença; Vassouras; e Volta Redonda. Figura 8 – Municípios Exportadores (2006) A região metropolitana do Rio de Janeiro é a que tem mais municípios exportadores e que, ao mesmo tempo, concentram uma quantidade expressiva de exportações. O destaque fica para os municípios de Duque de Caxias, Rio de Janeiro e Itaguaí, respectivamente o primeiro, o segundo e o quinto no ranking de municípios exportadores, responsáveis por mais de 75% das exportações de todo o estado. Em segundo lugar aparece a região da costa verde com pouco mais de 6% do montante exportado, apesar de possuir apenas um município exportador: Angra dos Reis. Em terceiro lugar aparece a região do Médio-Paraíba com cerca de 8% do montante exportado. O destaque fica para os municípios de Resende e Porto Real, cujas exportações estão amplamente dominadas pelas indústrias de construção de automóveis, motores e caminhões. A região Norte Fluminense possui apenas três municípios exportadores, no entanto está numa posição privilegiada uma vez que Macaé concentra 4,4% de toda a exportação do Estado. Suas exportações dependem basicamente do petróleo extraído da bacia de Campos. Em seguida aparece a região Serrana do estado, seguida da região Centro-Sul fluminense e das baixadas litorâneas. Cada uma delas é responsável por menos de 1% do montante exportado. Por último aparece a região Noroeste fluminense, região que possui maior vazio em termos de quantidade relativa de municípios e montante exportado. As Tabelas 7, 8 e 9 apresentam respectivamente, a distribuição das exportações, importações e do saldo comercial pelos principais municípios fluminenses em 2006, segundo as seguintes categorias de produtos: Bens de capital, Equipamentos de transporte de uso industrial, Alimentos e bebidas destinados a indústria, Insumos industriais, Pecas e acessórios de equipamentos de transporte, Bens diversos, Bens de consumo duráveis, Bens de consumo não duráveis, Combustíveis e lubrificantes. Considerando a diferenciação entre estas categorias, as seguintes tendências podem ser captadas: 1. Bens de capital: Déficit comercial de U$$ 550 milhões (Exportações de US$ 525 milhões e Importações de US$ 1.075 milhões). Exportações concentradas do Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 55 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. município do Rio de Janeiro (US$ 309 milhões) e maiores importações concentradas nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, Macaé, Duque de Caxias e Petrópolis, todos eles responsáveis por saldos comerciais negativos. Pequenos saldos comerciais positivos em Barra Mansa, Barra do Piraí e São Gonçalo Equipamentos de transporte de uso industrial: Pequeno déficit comercial de U$$ 2 milhões (Exportações de US$ 236 milhões e Importações de US$ 238 milhões). Exportações concentradas nos municípios de Resende (US$ 184 milhões) e Rio de Janeiro. Maiores importações concentradas nos municípios do Rio de Janeiro (US$ 194 milhões) e Barra do Piraí, responsáveis por saldos comerciais negativos. Saldo comercial mais elevado em Resende. Alimentos e bebidas destinados a indústria: Déficit comercial de U$$ 58 milhões (Exportações de US$ 93 milhões e Importações de US$ 151 milhões). Exportações concentrada no município do Rio de Janeiro (US$ 79 milhões) e em Volta Redonda. Maiores importações concentradas nos municípios do Rio de Janeiro (US$ 146 milhões) e Cachoeiras de Macacu, responsáveis por saldos comerciais negativos. Saldo comercial positivo mais elevado em Volta Redonda e Itaperuna. Insumos industriais: Superávit comercial de U$$ 229 milhões (Exportações de US$ 2.131 milhões e Importações de US$ 1.902 milhões). Exportações concentradas nos municípios do Rio de Janeiro (US$ 761 milhões), Duque de Caxias (US$ 414 milhões) e Itaguaí (US$ 413 milhões). Maiores importações concentradas nos municípios do Rio de Janeiro (US$ 701 milhões), Itaguaí, Belford Roxo e Duque de Caxias. Maiores déficits comerciais em Belford Roxo, Macaé e Petrópolis e saldo comercial positivo mais elevado em Duque de Caxias e Itaguaí. Peças e acessórios de equipamentos de transporte: Déficit comercial de U$$ 330 milhões (Exportações de US$ 503 milhões e Importações de US$ 833 milhões). Exportações concentradas nos municípios do Rio de Janeiro (US$ 257 milhões), Itatiaia (US$ 75 milhões) e Resende (US$ 64 milhões). Maiores importações concentradas nos municípios de Petrópolis (US$ 374 milhões), Porto Real (US$ 214 milhões) e Rio de Janeiro (US$ 179 milhões). Maiores déficits comerciais em Petrópolis e Porto Real e saldo comercial positivo mais elevado no Rio de Janeiro, Itatiaia e Resende. Bens diversos: Déficit comercial de U$$ 8,8 milhões (Exportações de 1 milhão e Importações de US$ 9,8 milhões), com as importações quase todas concentradas no município do Rio de Janeiro (US$ 9,8 milhões), Bens de consumo duráveis: Déficit comercial de U$$ 110 milhões (Exportações de US$ 207 milhões e Importações de US$ 317 milhões). Exportações concentradas nos municípios de Porto Real (US$ 136 milhões) e Rio de Janeiro (US$ 63 milhões). Forte concentração das importações no município do Rio de Janeiro (US$ 303 milhões). Maiores déficits comerciais no município do Rio de Janeiro (US$ 240 milhões) e e saldo comercial positivo mais elevado em Porto Real (US$ 136 milhões). Bens de consumo não duráveis: Déficit comercial de U$$ 203 milhões (Exportações de US$ 408 milhões e Importações de US$ 611 milhões). Exportações concentradas nos municípios do Rio de Janeiro (US$ 318 milhões), Três Rios, Niterói e Duque de Caxias. Importações concentradas no município do Rio de Janeiro (US$ 466 milhões), seguido por Duque de Caxias e São Gonçalo, que também concentram os maiores déficits comerciais. Saldo comercial positivo mais elevado em Três Rios, Niterói e Paraíba do Sul. Combustíveis e lubrificantes: Superávit comercial de U$$ 52 bilhões (Exportações de US$ 7.236 milhões e Importações de US$ 2.084 milhões). Exportações fortemente concentradas no município de Duque de Caxias (US$ 5,5 bilhões), seguido de Angra Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 56 dos Reis (US$ 774 milhões), Itaguaí (US$ 504 milhões) e Rio de Janeiro (US$ 477 milhões). Maiores importações concentradas nos municípios de Angra dos Reis (US$ 1.156 milhões) e Itaguaí (US$ 302 milhões), que acumulam maiores déficits comerciais. Saldo comercial positivo mais elevado em Duque de Caxias (US$ 5.317 milhões), Macaé (US$ 503 milhões) e Rio de Janeiro (US$ 416 milhões). Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 57 Tabela 7 – Exportações de Municípios por Categoria de Produto – 2006 (US$) ANGRA DOS REIS ARARUAMA AREAL ARRAIAL BARRA DO PIRAÍ BARRA MANSA BELFORD ROXO BOM JARDIM CABO FRIO CACHOEIRAS DE MACACU CAMPOS CANTAGALO CASIMIRO DE ABREU COMENDADOR LEVY DUQUE DE CAXIAS ENG PAULO DE FRONTIN ITABORAÍ ITAGAUAÍ ITAPERUNA ITATIAIA MACAÉ MAGÉ MANGARATIBA MARICA MENDES NILOPOLIS NITEROI NOVA FRIBURGO NOVA IGUAÇU PARACAMBI PARAÍBA DO SUL PETROPOLIS PIRAÍ PORCIUNCULA PORTO REAL QUEIMADOS RESENDE RIO DE JANEIRO SÃO GONÇALO SÃO JOAO DA BARRA SAQUAREMA TRES RIOS VOLTA REDONDA Total geral 19.874 7.289 37.192 76.345.239 59.299.172 8.183 PECAS E ACESSORIOS DE EQUIPAMENTO S DE TRANSPORTE 17.004.840 96.117 - - 13.669.828 - - - 139.095 - - 13.808.923 707.432 4.316.564 936 414.145.361 14.686.892 122.919 732.996 518.334 983 10.054.030 5.479.226.554 239.753.348 518.334 951.939 6.167.006.765 520 3.325 1.722.961 10.375.216 5.252 1.403.743 - - 1.676.087 - 24.995.742 413.182.869 1.497 16.918.907 5.639.797 643.354 181.663 65.515 187.111 75.277.348 43.173 287.711 - - 268.158 99 22.826 - 100 50.816 379 778.988 261.145 15.035 - 568 504.949.843 21.463 - 25.264.420 413.186.294 1.915.511 93.920.262 521.809.843 909.751 1.888.152 86.978 10.500 78.505.136 18.955 3.219.623 18.892 3.343.435 500 114.066 4.031.747 542.827 309.727.672 34.095.098 740.255 337.231 525.190.888 453.825 184.556.086 50.300.639 236.067.296 868 15.194 27.458 79.548.350 59.309 8.000.590 93.644.777 37.632.066 2.428.853 6.091.634 5.935.209 312.627 19.311.372 25.377.036 60.056 29.705.021 24.755.178 77.486.984 761.639.166 32.045.976 16.920 914 3.836 83.324.749 2.131.290.015 36.440 2.385.326 3.843.205 10.698.764 57.003.367 64.124.901 257.762.327 387.174 503.824.696 832.284 955.203 139.019 4.323 1.588 5.272.762 136.447.598 62.550.572 253.068 207.196.002 31.770 16.769.381 3.150.108 3.244.146 3.890.912 3.521.133 1.343.921 1.983 5.814 2.768.172 318.987.082 4.501.191 64.135 1.909.680 31.084.608 407.900.986 90 151.158 19.290 477.796.438 7.236.532.182 5.000 222.818.133 1.451.723 472.278.238 42.270 133.083.000 7.987.565 17.020.373 5.935.209 4.222.431 42.152.466 26.721.457 60.056 223.272.035 28.792.739 329.525.718 2.541.962.663 72.406.365 81.055 1.910.594 32.215.873 91.662.570 11.814.880.283 BENS DE CAPITAL (EXC.EQUIP.DE TRANSPORTE USO INDUSTR.) 2.117.879 29.242.741 41.402.227 398 - EQUIPAMENTO S DE TRANSPORTE DE USO INDUSTRIAL 49.314 - ALIMENTOS E BEBIDAS DESTINADOS A INDUSTRIA 357 - - - 950.020 3.260.669 INSUMOS INDUSTRIAIS - BENS DE CONSUMO DURAVEIS 1.490.958 11.960 75 - BENS DE CONSUMO NAO DURAVEIS 8.248 55.129 974.832 168.350 762.123 20.553 2.239 2.816.571 COMBUSTIVEIS E LUBRIFICANTE S 774.363.794 2.984 - DEMAIS OPERACOES 8.250.034 - TOTAL DO PERÍODO 786.222.665 40.082 62.850 974.832 46.453.123 118.558.903 59.419.224 2.239 2.824.754 BENS DIVERSOS Fonte: Sistema ALICE - MDIC, 2006. Elaboração própria Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 58 Tabela8 – Importações de Municípios por Categoria de Produto – 2006 (US$) ANGRA DOS REIS ARARUAMA AREAL ARRAIAL BARRA DO PIRAÍ BARRA MANSA BELFORD ROXO BOM JARDIM CABO FRIO CACHOEIRAS DE MACACU CAMPOS CANTAGALO CASIMIRO DE ABREU COMENDADOR LEVY DUQUE DE CAXIAS ENG PAULO DE FRONTIN ITABORAÍ ITAGAUAÍ ITAPERUNA ITATIAIA MACAÉ MAGÉ MANGARATIBA MARICA MENDES NILOPOLIS NITEROI NOVA FRIBURGO NOVA IGUAÇU PARACAMBI PARAÍBA DO SUL PETROPOLIS PIRAÍ PORCIUNCULA PORTO REAL QUEIMADOS RESENDE RIO DE JANEIRO SÃO GONÇALO SÃO JOAO DA BARRA SAQUAREMA TRES RIOS VOLTA REDONDA Total geral BENS DE CAPITAL (EXC.EQUIP.DE TRANSPORTE USO INDUSTR.) 7.810.828 183.454 3.267 2.834.925 8.328.910 1.412.607 3.608.700 371.217 2.499 7.017.021 356.415 EQUIPAMENTO S DE TRANSPORTE DE USO INDUSTRIAL 43.749.516 421.710 - ALIMENTOS E BEBIDAS DESTINADOS A INDUSTRIA 3.584.996 - INSUMOS INDUSTRIAIS 3.161.001 748.046 1.031.964 17.487.333 57.089.062 192.212.367 18.875 56.127 5.457 5.130.380 1.796.143 PECAS E ACESSORIOS DE EQUIPAMENTO S DE TRANSPORTE 1.057.511 88.027 4.426 11.603 - 100.469.113 22.680 840.155 5.841.472 983.320 31.594.016 106.337.980 18.225 185.516 444.680 - 2.373 556.519 157 - 25.316 187.886.702 1.552.621 3.127.740 272.017.251 68.200 11.837.271 80.627.127 716.487 14.773 125.453 14.175 148.259.254 3.501.160 1.258.334 4.933 35.144 75.727.527 2.802.071 18.072 - 411.019 22.686 305.907 41.860.310 326.700 6.654.509 466.578.142 17.991.000 2.886 190.727.026 - 16.699.255 2.456.667 13.492.383 1.075.838.594 2.764.210 238.313.616 - BENS DE CONSUMO DURAVEIS 39.971 120 32.455 - BENS DE CONSUMO NAO DURAVEIS 255.361 1.966 621.313 8.032.303 1.153.910 1.291.105 4.166 990.286 - COMBUSTIVEIS E LUBRIFICANTE S 1.556.722.033 1.580.170 - 24.403.214 5.854 131.982 21.012 27.014.247 - - 3.836.771 406.145 2.514 49.103 332.602 - 31.336 30.295.316 9.924.870 32.754 26.284 327.755 5.259.689 645.016 23.947 158.430 46.441.976 2.167.368 6.873.957 50.851 672 46.486.979 5.106.929 3.322 11.314.921 501.498 34.722 374.800.542 - - 8.250 18.000 938.075 1.952 207.675 8.324 95.708 128.308 146.642.811 10.905 50.357.365 3.044.386 97.409.358 701.026.949 37.330.428 214.699.288 8.706 29.474 179.382.353 285.949 9.824.309 - 48.997 151.810.386 5.331.965 288.196 63.836.874 1.902.532.100 42.449 75.289 26.279 833.942.668 9.824.309 BENS DIVERSOS DEMAIS OPERACOES - TOTAL DO PERÍODO 1.569.046.705 183.454 753.279 1.031.964 64.781.114 73.454.701 196.359.054 3.627.575 2.140.279 3.597.118 13.181.745 2.152.558 162.194.673 301.577.499 32.916 1.303.071 - - 59.025 509.827.824 11.500.171 4.412.648 579.597.002 1.051.520 43.862.073 221.319.553 1.379.728 123 1.020.612 1.639.169 8.308.344 1.345.540 8.305.363 6.124.251 3.009 49.901 3.573 104.857 - - 26.468 1.188.012 1.811.774 215.312.471 7.515.566 16.888.920 55.784 35.816 503.492.589 8.226.240 20.184 28.524 303.234.901 5.690.760 4.095.940 10.087.312 11.497.082 466.556.917 25.681.549 10.958 37.121 61.070.007 4.904 - 311.046.931 13.562.812 115.784.376 2.525.043.415 86.995.495 2.908.434 74.333 317.839.093 3.884.628 2.520.561 1.157.441 611.121.271 2.084.691.683 - 28.866.731 5.464.043 81.277.187 7.225.913.720 Fonte: Sistema ALICE - MDIC, 2006. Elaboração própria Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 59 Tabela 93 – Saldo Comercial de Municípios por Categoria de Produto – 2006 (US$) ANGRA DOS REIS ARARUAMA AREAL ARRAIAL BARRA DO PIRAÍ BARRA MANSA BELFORD ROXO BOM JARDIM CABO FRIO CACHOEIRAS DE MACACU CAMPOS CANTAGALO CASIMIRO DE ABREU COMENDADOR LEVY DUQUE DE CAXIAS ENG PAULO DE FRONTIN ITABORAÍ ITAGAUAÍ ITAPERUNA ITATIAIA MACAÉ MAGÉ MANGARATIBA MARICA MENDES NILOPOLIS NITEROI NOVA FRIBURGO NOVA IGUAÇU PARACAMBI PARAÍBA DO SUL PETROPOLIS PIRAÍ PORCIUNCULA PORTO REAL QUEIMADOS RESENDE RIO DE JANEIRO SÃO GONÇALO SÃO JOAO DA BARRA SAQUAREMA TRES RIOS VOLTA REDONDA Total geral BENS DE CAPITAL (EXC.EQUIP.DE TRANSPORTE USO INDUSTR.) (5.692.949) (183.454) (3.267) 26.407.816 33.073.317 (1.412.209) (3.608.700) (371.217) (2.499) (7.017.021) (356.415) 950.020 (97.208.444) (22.680) (839.635) (5.838.147) (983.320) (29.871.055) (95.962.764) (12.973) 1.403.743 (14.773) (125.453) (3.675) (69.754.118) (3.482.205) 1.961.289 (4.933) (16.252) (72.384.092) (2.801.571) (41.746.244) 3.705.047 (6.111.682) (156.850.470) 16.104.098 (16.699.255) (1.716.412) (13.155.152) (550.647.706) EQUIPAMENTO S DE TRANSPORTE DE USO INDUSTRIAL (43.749.516) 49.314 (421.710) 521.916 (444.680) 453.825 (18.072) (2.886) 184.556.086 (140.426.387) (2.764.210) (2.246.320) ALIMENTOS E BEBIDAS DESTINADOS A INDUSTRIA 357 (3.584.996) (2.373) 3.760.045 1.676.087 (157) 868 (395.825) (22.686) (305.907) (95.708) (100.850) (67.094.461) 48.404 (48.997) 8.000.590 (58.165.609) INSUMOS INDUSTRIAIS (3.161.001) 19.874 (740.757) (1.031.964) (17.450.141) 19.256.177 (132.913.195) (18.875) (47.944) (5.457) 8.539.448 (1.796.143) (24.380) 226.258.659 (1.552.621) 21.868.002 141.165.618 (66.703) 5.081.636 (74.987.330) (73.133) 181.663 65.515 (23.947) (158.430) (8.809.910) 261.485 (782.323) 5.884.358 311.955 (27.175.607) 20.270.107 60.056 (20.652.344) 21.710.792 (19.922.374) 60.612.217 (5.284.452) 16.920 (5.331.051) (284.360) 19.487.875 228.757.915 PECAS E ACESSORIOS DE EQUIPAMENTO S DE TRANSPORTE (1.057.511) 16.916.813 (4.426) 96.117 (11.603) (9.716.322) (5.854) (131.982) 187.111 75.256.336 (26.971.074) 287.711 (3.322) (11.278.481) 1.883.828 3.808.483 (364.101.778) (157.695.921) (8.706) 64.095.427 78.379.974 (285.949) (42.449) 311.885 (26.279) (330.117.972) BENS DIVERSOS 122.919 (8.992.025) (8.869.106) BENS DE CONSUMO DURAVEIS 1.450.987 11.960 75 (120) (32.455) (3.103.775) (137.987) (2.514) (49.004) (309.776) (8.250) (18.000) (799.056) 4.323 (364) 5.065.087 (8.324) 136.427.414 (28.524) (240.684.329) (5.437.692) (2.908.434) (74.333) (110.643.091) BENS DE CONSUMO NAO DURAVEIS (255.361) 8.248 53.163 974.832 (452.963) (7.270.180) (1.133.357) 2.239 1.525.466 (4.166) (851.191) 518.334 (30.353) (20.241.286) (9.924.870) (32.754) (26.184) 50.816 (327.376) (4.480.701) (383.871) 15.035 (123) (1.020.612) (1.607.399) 8.461.037 1.804.568 (5.061.217) 3.890.912 (2.603.118) 1.340.912 (4.093.957) (10.081.498) (8.728.910) (147.569.835) (21.180.358) 64.135 (1.974.948) 28.564.047 (1.157.441) (203.220.285) COMBUSTIVEIS E LUBRIFICANTE S (782.358.239) (1.577.186) 5.317.031.881 (301.577.499) (32.348) 503.646.772 21.463 (49.811) 147.585 (104.857) (10.958) (17.831) 416.726.431 (4.904) 5.151.840.499 DEMAIS OPERACOES 8.250.034 239.753.348 5.000 222.818.133 1.451.723 472.278.238 TOTAL DO PERÍODO (782.824.040) (143.372) (690.429) (57.132) (18.327.991) 45.104.202 (136.939.830) (3.625.336) 684.475 (3.597.118) 627.178 (2.152.558) 518.334 892.914 5.657.178.941 (11.500.171) 20.851.772 (166.410.708) 863.991 50.058.189 300.490.290 (469.977) 1.888.152 60.510 (1.188.012) (1.769.504) (82.229.471) 471.999 131.453 5.879.425 4.186.615 (461.340.123) 18.495.217 60.056 (87.774.896) 15.229.927 213.741.342 16.919.248 (14.589.130) 81.055 (26.956.137) 26.751.830 10.385.383 4.588.966.563 Fonte: Sistema ALICE - MDIC, 2006. Elaboração própria Av. Pasteur 250 - Urca Rio de Janeiro- RJ CEP 22290-240 Tel. 55-21-3873.5279 Fax 55-21-2541 8148 www.redesist.ie.ufrj.br 60 A partir desse quadro geral, é possível estabelecer-se algumas conexões entre a os padrões de especialização produtiva das diversas regiões do estado, a presença de APLs e as possibilidades de dinamização do desempenho exportador. Neste sentido, as seguintes tendências podem ser identificadas para as diversas regiões do Estado: 1) Capital: • Forte especialização em serviços, com destaque para atividades turísticas (alojamento e alimentação), serviços de intermediação financeira, serviços de telecomunicações, informática, educação, pesquisa e desenvolvimento e atividades culturais, • Tendência à especialização em atividades “intensivas em conhecimento”. • Dentre as atividades industriais, destaca-se a fabricação de produtos do fumo e edição, impressão e reprodução de gravações. • Em termos do potencial de “internacionalização”, destacam-se as atividades turísticas, culturais (cinema e vídeo, por exemplo) e aquelas vinculadas ao setor de TICs (estas últimas através das exportações de softwares). 2) Demais municípios da região metropolitana: • Estrutura industrial diversificada. • Evidências de especialização em têxtil-vestuário, celulose e papel, químico-plásticos, madeira-móveis, produtos de minerais não metálicos e outros equipamentos de transporte (indústria naval). • Atividades especializadas apresentam potencial de ampliação de exportações, a partir de um processo de qualificação do setor empresarial e do manejo adequado de instrumentos de política. 3) Região Noroeste: • Tendência à especialização em atividades agrícolas (fruticultura e agricultura orgânica, em especial), pecuária (em especial a leiteira), no setor têxtil-vestuário (particularmente em Itaperuna), produtos alimentares e bebidas, extração e produtos de minerais não metálicos (incluindo a produção de pedras em Santo Antônio de Pádua) e em prestação de serviços de saúde (neste caso, concentradas em Itaperuna). • Atividades especializadas, apesar de orientadas fundamentalmente para o mercado local ou regional, apresentam potencial de dinamização a partir de uma paulatina intensificação do esforço exportador, como no caso de alguns produtos agroalimentares (aguardente, por exemplo), do setor de vestuário e da exportação de pedras a partir de um processo de upgrade produtivo e tecnológico das empresas locais. 4) Região central e serrana • Tendência à especialização em atividades têxteis e de vestuário, atividades agroindustriais (destacando-se a agricultura orgânica e o setor de floricultura), madeiramóveis, borrracha-plásticos, extração e produtos de minerais não metálicos e produtos de metal. • Atividades especializadas apresentam um expressivo potencial de dinamização a partir de uma paulatina intensificação do esforço exportador, o que requer esforços de aperfeiçoamento tecnológico dos produtos gerados e coordenação de esforços para identificação de nichos de mercado com maior potencial de dinamização de exportações . • Algumas atividades vinculadas ao setor de serviços – como aquelas associadas ao setor de turismo e atividades de informática – tem importância na região, podendo ser re-orientadas para mercados mais sofisticados (inclusive exportação). 5) Meso-região de baixadas litorâneas (Região dos Lagos) 61 • Tendência à especialização em atividades agro-industriais, pesca, extração de minerais não metálicos (pedras e sal, por exemplo), madeira-móveis (especialmente em Araruama e Saquarema) e na comercialização de produtos de vestuário (Cabo Frio). • Algumas atividades apresentam um potencial satisfatório de dinamização de exportações, a partir de um processo de capacitação produtiva e tecnológica de produtores locais (moda praia em Cabo Frio, por exemplo), a partir principalmente da maior capacitação no design dos produtos gerados • Especialização da região em atividades turísticas, que também podem se beneficiar de um esforço de capacitação empresarial para atender mercados mais sofisticados em termos dos serviços prestados. 6) Região sul • Estrutura produtiva relativamente diversificada, o que se reflete nos padrões de especialização. • Especialização em atividades vinculadas aos complexos siderúrgico (particularmente em Volta Redonda, Barra Mansa e Itaguaí), automotivo (em Resende e Porto Real) e naval (em Angra dos Reis), que já apresentam um nítido perfil exportador, que pode ainda ser incrementado. • Dentre as demais atividades, destacam-se atividades tradicionais, como atividades agrícolas (fruticultura da banana, por exemplo), pesca e produtos de madeira. • Estas atividades, apesar de orientadas fundamentalmente para o mercado local ou regional, apresentam potencial de dinamização de exportações. • Potencial de especialização da região em atividades turísticas, a qual pode se beneficiar de um esforço de capacitação empresarial para atender mercados mais sofisticados. 4. Caracterização das Ações de Apoio a APLs e Avaliação das Políticas 4.1. Análise do Foco e dos Instrumentos de Ação das Políticas 4.1.1 – A Atuação do SEBRAE-RJ Conforme já mencionado, o SEBRAE-RJ utiliza uma concepção bastante abrangente de APL, que lhe permite aplicar o conceito a diferentes contextos e a projetos com objetivos bastante variados. No caso das atividades industriais, é possível salientar algumas diferenças inter-setoriais importantes quanto ao foco e aos instrumentos das políticas. Inicialmente, destacam-se algumas particularidades das ações direcionadas para atividades tradicionais da indústria. No caso do setor de confecções, o objetivo da atuação do SEBRAE-RJ é dinamizar uma atividade dispersa espacialmente pelo Estado e com expressivo potencial de geração de empregos, mas que, com um faturamento de US$ 700 milhões em 2007, faz com que o estado do Rio de Janeiro seja responsável por apenas 3% da produção nacional e por 7,6% dos funcionários do setor, ficando em quarto lugar no ranking nacional, atrás de SP, MG e SC. No estado do Rio de Janeiro, a indústria têxtil está presente em 58 municípios, com 2.880 empresas formais em 2007, segundo dados do Ministério do Trabalho e do Emprego, número que se eleva em 2007. Incluídas as informais, o número chega a 10 mil incluindo empresas informais, sendo responsável por aproximadamente 13% da mão-de-obra economicamente ativa – 225 mil trabalhadores diretos Neste setor, o SEBRAE/RJ desenvolve oito Projetos em regiões que se destacam como pólos produtivos da indústria têxtil e de confecção. O principal projeto é o do Pólo de Nova 62 Friburgo e Região (Cordeiro, Cantagalo, Duas Barras, Macuco e Bom Jardim), que tem como objetivo a conquista de novos mercados (internos e externos), por meio de ações de marketing e da elevação da produtividade, qualidade e design do Pólo, tendo como públicoalvo a cadeia produtiva têxtil com ênfase nas micro e pequenas empresas produtoras de lingerie, moda praia e moda fitness. Dentre as instituições participantes do projeto, destacam-se a AFINCO (Associação das Indústrias de Moda de Nova Friburgo e Região), Banco do Brasil, BNDES, FIRJAN, IPRJ/UERJ, MDIC, Prefeituras Municipais, SENAI CETIQT, SINDVEST (Sindicato das Indústrias de Vestuário de Nova Friburgo), SEDEIS e ABIT / APEX Rede Tecnologia. As ações contempladas envolvem, além da participação em feiras e fóruns do setor (destacando-se a FEVEST - Feira Brasileira de Moda Íntima, Praia, Fitness realizada em Nova Friburgo), a criação de um selo de origem e qualidade, a capacitação empresarial em gestão, a capacitação técnica para vendedores, além da realização de consultorias nas áreas de design e moda (com o apoio do SENAI). O projeto do APL de confecção de Petrópolis tem como objetivo tornar o município um pólo produtor de moda reconhecido nacional e internacionalmente, envolvendo como parceiros a ARTE (Associação dos Empresários e Amigos da Rua Teresa e Adjacências), a ACEP (Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis), a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis), a CEN (Central Eletrônica de Negócios), o Centro da Moda, FECOMÉRCIO, FIRJAN, Prefeitura Municipal de Petrópolis, Pólo de Moda do Bingen, SENAC RIO, SESC, SENAI, SINCOMÉRCIO e SINDCON. As ações e resultados obtidos pelo projeto incluem ações de capacitação técnica e gerencial (cursos para vendedoras, costureiras e empresários), a montagem de uma Central Eletrônica de Negócios, a estruturação de missões empresariais, a participação em feiras como a Fashion Rio - Fashion Business, a implantação dos projetos “Plataforma de Produção de Alto Desempenho”, “Centro da Moda & Serviços da Rua Teresa” (ambos com o apoio do MDIC) e “Centro Tecnológico de Capacitação & Design de Moda” (com apoio do MCT). Além desses dois projetos principais, é possível mencionar ações direcionadas para pólos de confecções ainda em processo de estruturação. O Projeto do APL de Confecção de Moda do Leste Fluminense direciona-se para micro e pequenas empresas e empreendedores (formais e informais) de moda dos segmentos de confecção, calçados e acessórios da Região Leste Fluminense (Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Maricá), envolvendo ações para o acesso ao mercado e consultorias empresariais e de design, o desenvolvimento de artesãos, a participação de empresas locais em feiras , missões, caravanas e visitas técnicas. O Projeto de Confecção na Região Norte, tem como públicoalvo confecções e facções de roupas e acessórios dos municípios que compõem a Região Norte (concentradas em Campos dos Goytacazes), através de ações como a participação de empresas do projeto feiras como a Fashion Business, a elaboração do Diagnóstico Inovímetro (que busca avaliar o potencial de inovação das empresas locais) e a realização de oficinas e consultoria na áreas de design, análise, planejamento e controles financeiros. O Projeto de Confecção do Noroeste Fluminense busca tornar Itaperuna e Região uma referência no setor de lingerie noite, aumentando o volume de vendas por meio da criação de novas formas de acesso ao mercado (interno e externo), da melhoria da produtividade, da qualidade e do design, contemplando o apoio à participação em feiras, atividades de consultoria/treinamento nas áreas tecnológica, com ênfase em modelagem, e tendências da moda. O Projeto de Confecção da Região Médio Paraíba direciona-se para empreendedores, Micro e Pequenas Empresas de Confecção do Vestuário e Acessórios dos municípios de Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí, Resende, Valença, Pinheiral e Piraí. O Projeto de Confecção em Cabo Frio e Região busca contribuir para o aumento da capacidade competitiva e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e empreendedores do setor de confecção da Baixada Litorânea (Cabo Frio, Arraial do Cabo, 63 São Pedro da Aldeia e Armação dos Búzios), por meio da prática associativa, bem como através da realização de um diagnóstico empresarial, do apoio do SENAI CETIQT e do suporte de recursos do BID para formação e estruturação de tecido econômico produtor. No que se refere às atividades de Calçados e Acessórios de Moda, o SEBRAE/RJ realizou em 2006 um Diagnóstico da indústria no estado do Rio de Janeiro para conhecer um pouco mais deste setor e poder propor ações, visando recuperar o antigo status de um dos maiores pólos produtores do país. A partir desse diagnostico, verificou-se também a existência de concentrações representativas de micro e pequenas empresas do setor em cinco regiões do Estado: Belforf Roxo e Duque de Caxias, Rio Claro e Regiões, Cidade do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo e Região Serrana. Desde então, o SEBRAE/RJ vem atuando junto ao setor de calçados e acessórios de moda do Estado desenvolvendo projetos direcionados a apoiar o fortalecimento das micro e pequenas empresas destas regiões e a reforçar o traço marcante da produção calçadista do Rio de Janeiro de vínculo com a moda, o design e a identidade carioca. No caso do APL calçadista e de acessórios de Belford Roxo e Duque de Caxias, o SEBRAE-RJ busca-se promover, de forma integrada, a competitividade dos micro e pequenos empreendimentos situados nestes municípios através de ações de capacitação e acesso à mercados, com o apoio do Sistema Firjan, SEDEIS, Prefeituras e Câmara de APLs. Um segundo projeto busca promover o fortalecimento do público alvo para consolidar o pólo calçadista de Rio Claro e Região, de forma competitiva e sustentável. Um terceiro projeto direciona-se para o setor calçados e acessórios da cidade do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo. Outro projeto busca criar um pólo de varejo no segmento de calçados e acessórios na Região Serrana Dado o caráter ainda incipiente das atividades calçadistas apoiadas, as ações desses projetos são, basicamente, de indução à estruturação do setor, através da participação nas principais feiras do setor (Francal, Couromoda, Fashion Business, Alto Verão Carioca), da montagem de missões empresariais, da estruturação de um fórum de inspirações para calçados e artefatos, da realização de rodadas de negócios, de seminários de tendências de moda, da realização de treinamentos e capacitações (nas áreas de gestão empresarial: formação de preço, comércio exterior, gestão em finanças, gestão em vendas), da montagem de oficinas de design e de ações de inter-setorialidade que procuram articular os agentes do setor calçadista com outros setores produtivos da economia fluminense, de modo a gerar novos negócios e soluções conjuntas. No caso da cadeia produtiva da construção civil, o SEBRAE-RJ vem implementando ações desde 2000 que visam apoiar o crescimento e desenvolvimento dos seus diversos elos, com foco em micro, pequenas e médias empresas dos segmentos fornecedores, como o de cerâmica vermelha, mármores e granitos, pedras e rochas, móveis, e artefatos de cimento. Desta forma, atualmente o SEBRAE/RJ apóia diversos projetos em regiões que se destacam no estado, como pólos produtivos e fornecedores da cadeia de construção civil. Quatro desses projetos estão mais relacionados ao setor mineral. O projeto do APL de cerâmica vermelha de Campos tem como objetivo aumentar a competitividade empresarial, estrutural e sistêmica das empresas, de forma sustentável, com ênfase nas empresas sindicalizadas, mobilizando Prefeitura, FENORTE (Fundação Estadual Norte Fluminense), UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense); - ANICER (Associação Nacional da Indústria Cerâmica); - RCC (Rede Campos Cerâmica); - SICCC (Sindicato das Indústrias Cerâmicas para Construção de Campos); - FIRJAN; SENAI/RJ; e DRM – RJ – Departamento de Recursos Minerais. O projeto do pólo de cerâmica vermelha da Região Médio Paraíba tem o mesmo perfil, articulando como parceiros a SEDEIS, o SINDICER (Sindicato da Indústria de Cerâmica para a Construção e Olaria do Médio Vale do Paraíba), a ANICER (Associação Nacional da Indústria Cerâmica ), o DRM (Departamento de Recursos Minerais), o INEA (Instituto Estadual do Ambiente), a REDETEC (Rede de 64 Tecnologia da Cidade do Rio de Janeiro), o INT (Instituto Nacional de Tecnologia), o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral ) e a INVESTE RIO. O projeto do APL de rochas ornamentais do Noroeste Fluminense busca tornar a região uma referência nacional em gestão econômica, comercial, social e ambiental, mobilizando como parceiros o DNPM- Departamento Nacional de Produção Mineral, FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente, DRM – RJ – Departamento de Recursos Minerais, Prefeituras, FIRJAN, SINDGNAISSES – Sindicato Extr. Rochas Ornamentais Gnaisses do NE Fluminense, SIMAGRAN – Sindicato de mármores e granitos do Estado do Rio de Janeiro, UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense e Investrio. Outro projeto contempla o desenvolvimento da cadeia produtiva de mármore e granito do Rio de Janeiro, tendo como público-alvo empresas de extração, serraria e marmorarias do Estado do Rio de Janeiro e mobilizando como parceiros o SIMAGRAN-RIO (Sindicato de mármores e granitos do Estado do Rio de Janeiro), a FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), SENAI, DRM – RJ (Departamento de Recursos Minerais), a SEDEIS, a INVESTERIO e o CETEM (Centro de Tecnologia Mineral) Dois outros projetos direcionam-se especificamente para o setor de móveis. O projeto do APL de movelaria de Petrópolis busca fortalecer e desenvolver as indústrias de móveis da região propiciando sua sustentabilidade com responsabilidade ambiental, mobilizando a FIRJAN, SENAI, MCT, a Prefeitura Municipal de Petrópolis e o Sindicato das Indústrias de Movelaria de Petrópolis. Outro projeto direciona-se à revitalização da indústria do mobiliário do Rio de Janeiro, mobilizando indústrias do setor de móveis com foco na Região Metropolitana e Baixada e tendo como parceiros a SEDEIS, Câmara Italiana; FIRJAN, CNI SIM-RIO (Sindicato das Indústrias de Móveis de Madeira), AMOB (Associação Moveleira da Baixada), SIGRAF (Sindicato das Indústrias Gráficas da Cidade do Rio de Janeiro), Índio da Costa Designe Programa Morar Mais por Menos Outro campo de atuação do SEBRAE-RJ é setor de jóias, cuja indústria da cidade do Rio de Janeiro congrega cerca de 100 empresas distribuídas entre os segmentos de lapidação, joalharia e folheados de metais preciosos. Além disso, conta com uma rede de distribuição que engloba aproximadamente 1.000 estabelecimentos comerciais, sendo responsável pela manutenção de cerca de 20 mil empregos diretos e o maior exportador de jóias do país, com vendas da ordem de US$ 40 milhões. A indústria joalheira pode ser classificada em três grandes grupos: (i) as principais joalherias, cujas marcas possuem reconhecimento internacional, pela qualidade do design; (ii) o comércio joalheiro de massa, que busca atingir um público de menor poder aquisitivo; (iii) designers e joalheiros de pequeno e médio porte que valorizam design como elemento capaz de aumentar sua competitividade. A atuação do SEBRAE/RJ visa apoiar o crescimento e desenvolvimento das micro e pequenas empresas deste segmento, através de projeto que busca promover a gestão de excelência e desenvolvendo produtos com design e valor agregado e tendo como objetivo o crescimento das exportações. Dentre as atividades do projeto, destaca-se a parceria desenvolvida com a PUC-Rio e o Senai/RJ, que resultou na aprovação do projeto de 'Implementação de Novas Tecnologias na Criação e Produção de Jóias', na chamada pública lançada numa parceria entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, Sebrae e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Destaca-se também a participação de empresários cariocas em feiras no exterior e redirecionamento da RioJóia, mostra que passou a ser realizada junto com o Fashion Rio. Além disso, AJORIO e SEBRAE/RJ vêm desenvolvendo parcerias para aproximar o setor joalheiro do setor turístico, considerado estratégico para o segmento joalheiro. São parceiros na iniciativa, além da AJORIO e do SEBRAE/RJ, as seguintes instituições: Sindicato das Indústrias de Joalheria e Lapidação de Pedras Preciosas do Estado do Rio de Janeiro (SindiJóias/RJ), Sindicato Nacional do Comércio Atacadista de Pedras Preciosas (SNCAPP), Instituto 65 Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), Sistema Firjan, Fecomércio-RJ e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços(SEDEIS). Além de diversas conquistas políticas – como a renovação do Convênio Rio Vale Ouro de Apoio às Indústrias Fluminense de Jóias, a adequação tributária com redução da alíquota do ICMS e a assinatura de Termo de Compromisso Institucional com o PROCON – destacam-se ações de Capacitação Empresarial, como a consolidação do Projeto INOTEC (Projeto de Implementação de Novas Tecnologias da Criação e produção de jóias), bem como a realização de oficinas e workshops e de palestras e seminários. Outro setor contemplado pelas ações do SEBRAE-RJ é o de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Neste setor, a atuação do SEBRAE/RJ visa apoiar a inserção competitiva de micro e pequenas empresas, através de um Projeto com foco na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que conta com o apoio do Plano de Desenvolvimento Setorial Cosmético, elaborado a partir de ações do Convênio Nacional firmado entre o SEBRAE/NA, ABIHPEC (Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) e a ABDI (Agencia Brasileira de Desenvolvimento Industrial). O projeto estruturou-se a partir de um diagnóstico setorial e do planejamento estratégico visando a definição e o desenvolvimento de diversas ações para o fortalecimento do setor no Estado, a partir do qual surgiu o Núcleo Rio Cosméticos, uma representação das empresas do Projeto. As ações contempladas envolvem o acesso ao mercado, a participação em feiras, a estruturação de rodadas de negócios, ações de Capacitação Técnica e Gerencial (palestras, seminários e cursos) e ações de Acesso à Inovação e Difusão Tecnológica A atuação do SEBRAE/RJ no setor metal mecânico visa apoiar a inserção competitiva de micro e pequenas empresas, localizadas no estado do Rio de Janeiro, nas cadeias produtivas de metalurgia e siderurgia; de fabricação de veículos automotores e veículos ferroviários, de fabricação de artefatos de metal e de petróleo e gás que, de uma forma geral, compõem este segmento. Para tanto, o SEBRAE/RJ atualmente desenvolve projetos em quatro regiões do estado do Rio de Janeiro, que possuem destaque no setor metal mecânico. Em primeiro lugar, destaca-se o pólo metal mecânico da Região Centro Sul (Agra dos Reis, Itaguaí, etc), localizado em uma posição geográfica privilegiada, numa região com forte tradição metalmecânica, o que favorece o desenvolvimento da indústria de artefatos de ferro, aço e não ferrosos, além da indústria de autopeças em decorrência da presença da indústria de montagem de veículos na região. Este pólo se articula também com o complexo industrial gás-químico de Caxias, o que favorece o desenvolvimento de empresas de transformação de Plástico e de borracha na região. Um segundo projeto orienta-se ao desenvolvimento do setor metal-mecânico de Nova Friburgo e região, o qual possui uma base instalada de aproximadamente 80 MPMEs no setor. Neste caso, o projeto busca explorar vocações locais no setor metal mecânico, visando habilitar as empresas a atenderem as indústrias siderúrgica, metalúrgica e automotiva, e aos segmentos de fechaduras e cadeados, ferragens para construção civil, usinagem, retífica e a cadeia de petróleo, gás natural e energia. Um terceiro projeto orienta-se região do Médio Paraíba Fluminense, constituída de 12 municípios (Itatiaia, Resende, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda, Rio Claro, Piraí, Pinheiral, Barra do Piraí, Valença e Vassouras), com atividades de MPMEs vinculadas no segmento Metalmecânico estimuladas pela presença no território de empresas âncoras como CSN, Volkswagen, PSA Peugeout Citroen, Votorantin Metais, Saint Gobain, Metalúrgica Barra do Piraí, entre outras. O APL Metal-mecânico do Médio Paraíba Fluminense possui um universo aproximado de 600 empresas, que fazem parte da cadeia produtiva, sendo um dos 5 principais projetos prioritários do MDIC para o Estado do Rio de Janeiro, gozando assim de prioridades gerenciais, financeiras e institucionais. Com o objetivo de se fortalecerem no mercado, tanto nos processos produtivos quanto na 66 distribuição de serviços, foi criada a Rede Metalnegócios que é um agrupamento de empresas, consolidadas e associadas ao METALSUL – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Automotivas, de Informática e de Material Eletro-eletrônico do Médio Paraíba e Sul Fluminense. A Rede Metalnegócios possui atualmente 12 empresas associadas e oferece produtos e serviços metalúrgicos nas áreas de manutenção: mecânica, elétrica e de estruturas metálicas; usinagem: fabricação de eixos, polias, engrenagens, peças em geral conforme desenho ou amostra; caldeiraria; fundição: jateamento e pintura; montagens estruturais e construção civil e reparo em motores elétricos e bombas centrífugas. O Pólo do setor metal mecânico de Petrópolis é direcionada em sua maioria para serviços industriais e transformação metalúrgica, assim como usinagem, beneficiamento do aço, caldeiraria, eletro deposição, entre outros. Este pólo se beneficia da presença em Petrópolis da maior e mais importante oficina de motores de avião do Brasil, a GE Celma. Este projeto busca realizar ações de integração para o desenvolvimento industrial de Petrópolis e Região, com ênfase na vocação do setor metal mecânico, visando o fortalecimento empresarial, o aumento das vendas, a maior cooperação entre os empresários e a possibilidade de habilitar as empresas a atenderem as indústrias siderúrgica, metalúrgica e automotiva, usinagem, retífica e a cadeia de petróleo, gás natural e energia. As ações realizadas pelo SEBRAE-RJ junto às micro e pequenas empresas que participam dos projetos metal mecânico priorizam a participação em Feiras do Setor, a realização de Capacitações e Consultorias, o apoio à formação de Redes associativas de empresas, incluindo ações de integração entre empresas dos diversos projetos do Setor Metal Mecânico e com APLs de Petróleo (através das Redes Petro), a realização de Rodadas de Negócios e palestras e seminários, além da visita às grandes empresas compradoras do setor. No setor de Petróleo e Gás, atuação do SEBRAE-RJ visa explorar as oportunidades de empresas tornarem-se fornecedoras da cadeia de suprimentos, num contexto de aceleração de investimentos no setor que fortalece a demanda de uma diversidade de itens, em sua maioria, relacionados às atividades principais de exploração, produção e refino de petróleo. Neste sentido, destacam-se, em especial, a demanda por produtos e serviços secundários, relacionados às atividades complementares, como metal-mecânico, eletro-eletrônico, químico, tecnologia da informação, comunicação, limpeza geral, entre outras. Esta atuaçào visa permitir que MPEs atendam aos inúmeros os requisitos de fornecimento exigidos pelas grandes contratantes deste segmento, como normas de qualidade, segurança no trabalho, meio ambiente e responsabilidade social. Desta forma, desde 2004, o SEBRAE/RJ vem trabalhando junto ao setor de Petróleo e Gás, visando apoiar a inserção de micro e pequenas empresas, localizadas no estado do Rio de Janeiro, na cadeia produtiva de petróleo, gás e energia. O foco central deste programa é dinamizar os arranjos produtivos locais onde exista uma base de exploração, produção e refino operados pela Petrobras, incluindo também atividades complementares, como a das indústrias naval/offshore e metal-mecânica. O objetivo do programa é preparar as empresas de forma coletiva para atenderem aos requisitos de qualidade, SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde), prazos e custos tecnológicos e estratégicos do setor. A partir dessa perspectiva, o SEBRAE/RJ vem desenvolvendo quatro projetos no estado do Rio de Janeiro, em localidades que possuem destaque no setor de petróleo e gás brasileiro e são consideradas pólos de desenvolvimento econômico e social do país. O projeto APL Petróleo, Gás e Energia da Bacia de Campos busca promover a inserção competitiva e sustentável de micro e pequenas empresas locais na cadeia produtiva do petróleo, gás e energia visando a adequação da base de fornecedores e estimulando processos locais de desenvolvimento, tendo como parceiros a PETROBRAS Bacia de Campos, a ONIP – Organização Nacional da Indústria de Petróleo, FIRJAN, ACIM - Associação Comercial e 67 Industrial de Macaé, REDE PETRO/BC, Prefeituras e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Macaé O projeto Pólo de Inovação Tecnológica do Setor de Petróleo, Gás e Energia do Rio de Janeiro busca promover a inserção competitiva e sustentável de micro e pequenas empresas locais na cadeia produtiva do petróleo, gás e energia visando a adequação da base de fornecedores e estimulando processos locais de desenvolvimento. A partir da presença de no Estado das principais organizações empresariais e tecnológicas relacionadas ao setor de petróleo e gás – entre as quais se destacam o CENPES (Centro de Pesquisa da PETROBRAS), a ONIP (Organização Nacional da Indústria do Petróleo), o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), o Parque Tecnológico de Petróleo e Gás da UFRJ, Universidades com cursos com foco em Petróleo e Gás (UFRJ, PUC/RJ, UFF, UERJ, Estácio de Sá, Univer-cidade, Cândido Mendes, etc) – o projeto direciona-se tanto para empresas fornecedoras de materiais e serviços tradicionais como para empresas fornecedoras de produtos de base tecnológica. Neste último, destacam-se as empresas provenientes de incubadoras de empresas (UFRJ, PUC/RJ, CEFET, UERJ, etc) que já somam mais de 50 empreendimentos. O projeto do APL Naval Shore da Região Leste Fluminense estrutura-se a partir da representatividade no setor naval / offshore brasileiro na região próxima a Niterói, que possui uma concentração de grandes estaleiros e de micro e pequenas empresas fornecedoras, além de entidades e instituições relacionadas e vinculadas à cadeia produtiva naval. Os estaleiros do município, juntamente com os do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis geram mais de 21 mil empregos para a indústria naval do Estado. Os municípios de São Gonçalo e Itaboraí também possuem empresas de pequeno e médio porte que atendem ao segmento naval/offshore. As ações organizadas priorizam a capacitação de empresas e de mão-de-obra local, estimulando o desenvolvimento local e territorial e gerando novos empregos e renda para a população. O objetivo do projeto é é promover a inserção competitiva e sustentável de micro e pequenas empresas locais na cadeia produtiva do petróleo, gás e energia visando a adequação da base de fornecedores e estimulando processos locais de desenvolvimento, tendo como público-alvo micro e pequenas empresas da cadeia produtiva do setor petroquímico, localizadas em: Duque de Caxias e municípios circunvizinhos (Magé, São João do Miriti, Guapimirim, Nova Iguaçu e outros). No caso do setor de petróleo e gás, as ações realizadas junto às micro e pequenas empresas que participam dos projetos compreendem: 1) Diagnóstico da demanda e oferta de bens e serviços da Cadeia Produtiva de P&G;2) Mobilização de Grandes Empresas e da Rede Petro; 3) Elaboração do Plano de Comunicação e Marketing do Projeto; 4) Diagnóstico e Acompanhamento de Fornecedores; 5) Programas de Capacitação de Fornecedores; 6) Ações de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, assim como de responsabilidade social; 7) Acesso a Serviços Financeiros; 8) Emissão de Atestado do Fornecedor; 9) Realização de Rodadas e Encontros de Negócios; 10) Participação em Feiras e Eventos; 11) Elaboração de Catálogo de Fornecedores; 12) Apoio ao cadastramento das MPEs junto à Petrobras. Além do apoio da APLs vinculados a diferentes ramos da indústria, o SEBRAE-RJ destaca-se pela operacionalização de projetos direcionados à exploração do potencial turístico e de atividades de entretenimento em diferentes regiões do estado. Este apoio – apesar de não vinculado diretamente a um recorte por APL – busca coordenar as ações dos agentes locais no intuito de fortalecer a atratividade das regiões contempladas como destino turístico, por meio da melhoria da qualidade e gestão dessas atividades, da valorização da identidade histórico-sócio-cultural local e da profissionalização da comercialização dos serviços vinculados àquelas atividades. 68 Dentre os projetos de fortalecimento de pólos turísticos apoiados pelo SEBRAE-RJ, destacam-se: 1) empreendimentos do turismo da Região Vale do Café com foco em fazendas abertas a visitação, meios de hospedagem e restaurantes; 2) atividades turísticas em Petrópolis, abordadas segundo o conceito e a metodologia da “Economia da Experiência”, que visa agregar maior competitividade ao território; 3) Empreendimentos Turísticos e Comerciais localizados nos municípios de abrangência da Estrada Serra Mar (RJ-142), que liga a região da Serra Verde Imperial e a região da Costa do Sol, conectando a vários municípios do litoral do Rio de janeiro; 4) Empreendimentos turísticos da Região das Agulhas Negras (Itatiaia, Penedo e Visconde de Mauá) com foco nos meios de hospedagem, restaurantes e operadoras de turismo receptivo; 5) Empreendimentos do setor de turismo em Nova Friburgo e Região Serrana , com foco nos meios de hospedagem, restaurantes, serviços receptivos, transporte turísticos, organizadores de eventos e os estabelecimentos do comércio participantes do programa Unir e Vencer; 6) Meios de hospedagem, Agências de turismo, Turismo de aventura. Empresas de serviços receptivos, Bares, Restaurantes e similares na região Noroeste (municípios de Porciúncula, Natividade, Itaperuna, Varre-Sai e Bom Jesus do Itabapoana); 7) meios de hospedagem, alimentação, comércio, serviços turísticos, receptivos e afins da Região Costa Verde, reforçando a sua identidade cultural, histórica e ambiental, com produtos valorizados pela qualidade e orientados pelos princípios da sustentabilidade.. Dentre as principais linhas de ação que são comuns a estes projetos, destacam-se: 1) Incentivo ao turismo cultural e de eventos; 2) Comunicação interna e externa, marketing e sistemas de informações continuadas; 3) Roteirização e formatação de produtos turísticos; 4) Implantação ou melhoria dos serviços receptivos; 5) Capacitação continuada dos agentes locais (empresarial, profissional e de gestores públicos que atuam no turismo); 6) Comercialização e promoção do destino; 7) Fortalecimento de redes de cooperação entre os municípios; 8) Sensibilização da comunidade e empresariado para importância do turismo; 9) Associativismo empresarial; 10) Racionalização energética; 11) Integração de politicas públicas de educação, turismo, comércio, cultura e meio ambiente; 12) Consolidação da identidade histórico-sócio-cultural-ambiental como fator de competitividade territorial. A partir das evidências coletadas, é possível sistematizar as seguintes linhas de ação mobilizadas pelo SEBRAE-RJ, de acordo com as características específicas de cada projeto apoiado: Estímulo à cultura empreendedora (sustentabilidade do APL); Profissionalização gerencial e técnica funcional; Estruturação de centros de serviços (formação, tecnológicos, design/metrologia); Desenvolvimento de Inteligência Competitiva (observatório econômico); Desenvolvimento da cultura do associativismo e formação de consórcios; Desenvolvimento da marca regional: selo de origem, ícones culturais, certificação, gerenciamento e publicidade; Promoção e prospecção de negócios nacionais e internacionais Logística e distribuição: central de compras de matéria-prima; Melhoria do acesso ao crédito; Estímulo a questões ambientais, saúde e segurança ocupacional e resgate da cultura local (responsabilidade social) – (sustentabilidade do APL); 69 Aperfeiçoamento das questões legais/tributárias /trabalhistas/direitos; Incentivo ao desenvolvimento e capacitação de fornecedores; Disseminação de informações; Inovação e acesso a tecnologia (sustentabilidade do APL); Compras governamentais 4.1.2 – A Atuação da Câmara de APLs e do Governo do Estado No caso da Câmara de APLs, apesar da atuação da mesma estar norteada pela diferenciação conceitual entre Produtivos Locais e Concentrações Econômicas – em função da presença de uma cadeia produtiva mais densa e de uma governança local mais estruturada – o que se observa na prática é uma certa flexibilidade quanto ao enquadramento dos projetos em uma ou outra situação, que seria reflexo tanto das condições produtivas objetivas prevalecentes como da capacidade de mobilização de agentes locais e instituições de apoio no sentido de se formatar ações adaptadas à realidade local .Assim, apesar da diferenciação conceitual entre Arranjos Produtivos Locais e Concentrações Econômicas, observa-se que, na prática, ao identificar APLs a serem apoiados, a Câmara de APLs trabalha com critérios abrangentes, que lhe possibilitam adaptar-se as pressões advindas dos agentes locais para o reconhecimento de projetos que atendam aos interesses dos diversos órgãos de governo participantes da Câmara e das diferentes localidades. Deve se considerar também que a seleção de APLs a serem apoiados pela Câmara não contempla aqueles que pertençam ao setor agrícola. Estas atividades seriam apoiadas por outras instâncias de governo, em especial através dos programas setoriais da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (SEAPPA), dentre os quais se destacam os programas Frutificar, Florescer, Prosperar, Multiplicar, Cultivar Orgânico, Rio Leite, Rio Carne, Rio Agroenergia, Rio Café, Rio Horti e Rio Peixe. Verifica-se também uma tendência a privilegiar-se a seleção de APLs que não estão consolidados e que ainda demandam alguma forma de apoio do governo. Desse modo, algumas atividades em relação às quais existe uma base industrial mais sólida, comandada por empresas de grande porte, tendem a ser contempladas secundariamente por estas ações, como no caso das atividades vinculadas à exploração de petróleo, à indústria naval e aos setores siderúrgico e automotivo. Nestas atividades, as ações distinguem-se pelo seu menor caráter estruturante pela maior importância que assume a preocupação com a inserção de MPEs nas cadeias de suprimento comandadas por empresas de maior porte. Assim, na discussão do foco e instrumentos mobilizados no apoio a estes arranjos, é útil, inicialmente, distinguir diversos “modelos” possíveis de consolidação destes arranjos que orientam – se bem que não explicitamente - as ações do governo estadual. Inicialmente, é possível mencionar situações nas quais os pólos de especialização tendem a “caminhar com as próprias pernas” prescindindo da necessidade de incentivos à consolidação de uma governança mais bem estruturada, como no caso, por exemplo, do pólo químico-farmacêutico da Baixada, do pólo petrolífero de Campos-Macaé e do pólo naval-off-shore. Nestes casos, uma questão fundamental refere-se ao aumento do conteúdo local das compras realizadas empresas-âncora que conformam estes pólos de especialização, o que poderia ser alcançado a partir do manejo adequado de instrumentos de política e da capacidade de mobilização de atores locais. Como exemplos, é possível mencionar a possibilidade de ampliação da rede de fornecedores locais para os pólos metal- 70 mecânico do Vale do Paraíba e do Pólo Petrolífero da região de Campos e Macaé. O mesmo se aplicaria no caso de novos de natureza estruturante em implantação no Estado, que poderiam ser mobilizados para o fortalecimento se APLs vinculados a atividades fornecedoras de insumos e serviços especializados. Em segundo lugar, destacam-se atividades de natureza mais tradicional nas quais a presença de importantes economias de aglomeração, combinadas com a pré-existência de uma base produtiva local relativamente densa favorece a consolidação de formas de governança estruturadoras de APLs. Como exemplos, é possível mencionar a existência de concentrações mais densas de empresas do setor de confecções nos municípios de Nova Friburgo (moda íntima), Petrópolis (malharias), Rio de Janeiro (concentradas em São Cristovão), a produção de rochas ornamentais em Santo Antônio de Pádua e municípios adjacentes, a produção de cerâmica vermelha em Campos e no Vale do Paraíba. Nestes casos, as questões críticas referem-se à coordenação do incremento das competências produtivas e tecnológicas dos agentes locais e a realização de ações coletivas para desenvolvimento dos mercados. Em terceiro lugar, destacam-se situações nas quais o desenvolvimento de arranjos produtivos locais (APLs) constitui uma forma de consolidar vocações já existentes na região e/ou oportunidades geradas com a implantação dos novos projetos. Um exemplo é o desenvolvimento de um pólo de Audiovisual na cidade do Rio de Janeiro, que já se tem a maior produção de filmes do Brasil e a maior e mais importante emissora de televisão. Outro exemplo ressaltado pelo Governo do Estado é da formação de um pólo de resseguros, tendo em vista a quebra do monopólio do IRB e a presença no Estado de recursos humanos qualificados e da SUSEP, a principal entidade reguladora do setor. A exploração do potencial de atividades turísticas e culturais através da consolidação de arranjos produtivos locais também se integra a esta alternativa, podendo-se citar como exemplos o potencial do APL de Entretenimento em Conservatória, distrito de Valença, cujo desenvolvimento baseou-se numa metodologia de apoio que poderia ser replicada em outros casos, como no caso do APL de Entretenimento localizado na região de Nova Friburgo, nos distritos de Mury, Lumiar e São Pedro da Serra. Nestes casos, uma questão importante refere-se ao aumento da atratividade dessas vocações locais, através da consolidação de marcas coletivas e da estruturação de um elenco de ações orientadas para a capacitação gerencial e a atração de um maior fluxo de demanda. Finalmente, em quarto lugar, destacam-se situações nas quais se identificam concentrações de atividades produtivas que podem vir a ser dinamizadas a partir de um manejo adequado de instrumentos de política, constituindo APLs potenciais. Segundo a avaliação realizada pelo Secretario Julio Bueno na apresentação do Fórum Nacional de 2007, além de diversos arranjos do setor de vestuário com possibilidades de consolidação – incluindo diversos pólos de moda, confecção e calçados nas cidades de Niterói, São Gonçalo, Valença Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Mendes, Campos, Itaperuna, Cabo Frio, Duque de Caxias, Belford Roxo e Rio Claro - seria possível destacar diversos casos de APLs em desenvolvimento que também apresentam potencial para geração de emprego e renda a partir de vocações produtivas de diversas regiões do estado. Nestes casos, os aspectos críticos referem-se ao aumento da densidade empresarial – inclusive ampliando o grau de formalização das empresas – e à difusão de padrões mínimos de tecnologia industrial básica (TIB) e de técnicas gerenciais. Quanto à operacionalização de ações, uma sistematização das ações comandadas pela Câmara de APLs no período mais recente (2007-2009) permite diferenciar três linhas principais de intervenção. A primeira delas contempla ações de planejamento estratégico e de estruturação de governança. Estas ações vão desde o apoio à formalização de empresas em arranjos ainda 71 incipientes, até a formatação de instituições de governança e o estabelecimento de uma planejamento de longo prazo para as atividades do APL, baseado no estabelecimento de metas e resultados a serem alcançados. Esta dimensão assume particular relevância em arranjos associados a atividades tradicionais ainda em processo de estruturação, sendo também importante no caso do posicionamento de PMEs em arranjos comandados por empresas de maior porte. No caso específico de arranjos vinculados a atividades turísticas ou de base sócio-cultural, estas ações são particularmente importantes para consolidar a identidade local como fator de reforço da competitividade do território. Dentre as ações implementadas pela Câmara de APLs com base nesta perspectiva no período recente, destacam-se: Moda Praia – Cabo Frio: Apoio e participação na atualização do Planejamento Estratégico Confecções - Rio de Janeiro (São Cristovão): Realização de Planejamento Estratégico em parceria com UVA, SEBRAE e PMRJ. Formalização da Governança no Museu Conde de Linhares, em São Cristóvão. Assinatura do convênio entre Governo do Estado / SEDEIS/ Prefeitura do Rio de Janeiro/ Int. Pereira Passos - IPP/ Associação Educacional Veiga de Almeida – UVA / SEBRAE: formalização , desenvolvimento e consolidação do APL. Calcados – Baixada Fluminense: Formação de governança e campanha de legalização de empresas, com seis empresas legalizadas. Realização de evento “Dia da Legalização” - Organizado pela prefeitura de B.Roxo com o Apóio da SEDEIS e do SEBRAE, visando a regularização dos empresários do setor Calçadista.(Belford Roxo) Lingerie Noite – Itaperuna: Formação de Governança, visita técnica de prospecção de negócios, com 20 empresários, em Blumenau e articulação para realização de Feira de Máquinas e Equipamentos Têxteis Confecções – Médio Paraíba: Formação de Governança e apoio à realização de oficinas de moda, utilizando como referência a identidade cultural da região do Médio Paraíba. Rochas Ornamentais – Noroeste: Formatação e fortalecimento da governança; Móveis - Baixada Fluminense: Realização do Planejamento Estratégico e formalização da Governança no APL da Baixada Fluminense; Cerâmica Vermelha -Médio Paraíba: formalização da Governança no APL do Médio Paraíba. Assinatura do Acordo de Resultados para implementação das ações decorrentes do Planejamento Estratégico, em parceria com as entidades: SEBRAE, SINDICER, FIRJAN, ANICER, DRM, INEA, INT, REDETEC, DNPM, INVESTERIO. Os resultados previstos buscam a redução de custo de produção, a qualificação dos produtos já produzidos e a criação de novos. Metal-mecânico - Médio Paraíba: Consolidação da Governança e criação de 7 comitês temáticos, com destaque para 2 que apresentam atuação mais adiantada; Realização da 2ª Oficina de Planejamento Estratégico do Setor Metal Mecânico com o apoio da SEDEIS. Participação do METALSUL, SEDEIS, FIRJAN, SEBRAE/RJ, Universidades e empresários. Seminário de Desenvolvimento de Porto Real - Realizado pela Prefeitura de Porto Real com o apoio da SEDEIS, para a preparação da organização da Governança do Pólo Metal Mecânico da região. Participação de 80 empresários e representantes do poder público e privado Entretenimento – Conservatória –Valença: Fortalecimento do APL, beneficiando 39 empresas, 16 empreendimentos culturais e 34 artesãos, realização de planejamento estratégico para 2009 e 2010. 72 Entretenimento – Turismo - Casimiro de Abreu: - Elaboração de plano de trabalho para o APL, que beneficiará 33 empresas, 2 empreendimentos culturais e 10 artesãos, workshop de Planejamento Estratégico para 2009/2010 Entretenimento – Turismo - Nova Friburgo: Formalização do APL, beneficiando 70 empresas, 9 empreendimentos culturais e 40 artistas, Planejamento Estratégico para 2008/2009. Entretenimento – Barra Mansa: Articulação governamental com a Prefeitura de Barra Mansa para identificação do APL das bordadeiras do carnaval e criação do Conselho de Governança, beneficiando 734 profissionais. Articulação com a Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro. Artesanato - Rio de Janeiro: Levantamento de informações estratégicas na Casa do Artesanato, na Associação de Artesãos do Estado do Rio de Janeiro, elaboração de estudo e apresentação para parceiros Outra linha importante de atuação da Câmara de APls envolve a definição de ações de capacitação mobilizando os agentes locais. Estas ações contemplam a disseminação de informações técnica, o apoio à atualização tecnológica dos processos produtivos e práticas gerenciais e o aperfeiçoamento do design e a melhoria da qualidade dos produtos gerados, por meio de cursos e programas de treinamentos, de atividades de consultoria, do suporte de instituições especializadas e da montagem de centros de excelência para gerar um efeito demonstração para os produtores locais. No caso de APLs de base mineral, estas ações contemplam também a preocupação com a eficiência energética e a gestão ambiental. No caso de arranjos vinculados a atividades turísticas e de base cultural, além das ações de capacitação, destaca-se o apoio à melhoria das condições de infra-estrutura e a provisão de facilidades que reforçam a competitividade da região. Dentre as ações implementadas pela Câmara de APLs com base nesta perspectiva no período recente, destacam-se: Moda Praia – Cabo Frio: articulação junto ao INT para o programa PROGEX, beneficiando 30 empresas em 2007 e 2008; apoio ao projeto Centro de Desenvolvimento de Moda Praia, em fase de aprovação no BNDES/PROINCO. Articulação para realização da Palestra "Direções para o Alto Verão 2010, apresentando métodos para decodificar, filtrar, moldar e desdobrar as tendências mundiais. Articulação para realização do curso "Gestão da Produção" ministrado pelo SENAI CETIQT. Confecções - Rio de Janeiro (São Cristovão): Articulação com a Sec. Est. de Cultura para implantação do Centro de Referência do APL Moda Carioca Calcados – Baixada Fluminense: Captação de cursos. Articulação junto à SETRAB e ao SEBRAE para realização de cursos de qualificação técnica e de gestão empresarial, respectivamente, em Duque de Caxias, Belford Roxo e Rio Claro. Articulação para aprovação do projeto Fábrica Escola junto à Fundação Banco do Brasil. Articulação junto aos parceiros para realização de cursos de qualificação técnica, gestão empresarial e realização de eventos. Cosméticos - B.Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, RJ, São João de Meriti: Realização de entendimentos junto à Secretaria de Estado de Saúde para formalização do Acordo de Cooperação Técnica para implementação de programas de Regularização e Adequação Sanitária das Indústrias de Cosméticos. Jóias- Rio de Janeiro: incentivo ao desenvolvimento de jóias com pedras fluminenses e lançamento do Caderno de Tendências. 73 Rochas Ornamentais – Noroeste: Noroeste- elaboração de projeto para Indicação Geográfica - IG, do INPI, em parceria com o SEBRAE e o DRM. Santo Antônio de Pádua. Planejamento e organização de seminários e oficinas de design, com foco nos setores de Design Urbano e de Rochas Ornamentais, Design e Moda e Design e Artesanato realizados durante a 10ª Merconoroeste, em Itaperuna Móveis - Baixada Fluminense: realização de fórum com os empresários do setor para esclarecimento e equacionamento das questões fundiárias e de implantação do Condomínio Industrial de Xerém; apoio na elaboração de projetos para FAPERJ. Cerâmica Vermelha –Norte: Elaboração de proposta de Plano de Reposição Florestal ou Plano de Utilização de Fontes Alternativas, como condição de validade das 75 licenças ambientais, em Campos, no Norte Fluminense. Apoio à eficiência energética através do uso do capim elefante como insumo. Realização do Painel de Design e Inovação no 3º Seminário de Inovação e Meio Ambiente em Campos dos Goytacazes, com a apresentação de 4 palestras Cachaça – Paraty: ampliação do plantio. Articulação junto a agentes financeiros para incentivo do plantio de mais 170 hectares de cana, necessários à manutenção da IG (Indicação Geográfica) da Cachaça de Paraty. Metal-mecânico - Médio Paraíba: qualificação de mão-de-obra envolvendo indústrias âncoras, universidades e centros profissionalizantes da região e, capacitação de fornecedores, melhorando a competitividade de pequenas e médias empresas. Fórum de Qualificação de Mão-de-Obra e Fornecedores do Médio Paraíba, com apoio da SEDEIS. Participação de 150 empresários. Criação de Agenda para Plano de Integração e Consolidação dos APL´s Metal Mecânico no Estado do Rio de Janeiro Entretenimento – Conservatória –Valença: articulações governamentais para implantação de infra-estrutura rodoviária, de saneamento básico, de energia e telecomunicações, além de equipamentos sociais. Entretenimento – Turismo - Nova Friburgo: articulações governamentais para a realização de levantamento das potencialidades para o desenvolvimento econômico local e de ações de infraestrutura de energia e telecomunicações, entre outras intervenções Uma terceira linha importante de atuação da Câmara de APls envolve a implementação de ações de divulgação e desenvolvimento de mercados. No caso das ações de divulgação, destaca-se a criação de site e outros meios de divulgação das atividades, bem como a participação em feiras, exposições e outras atividades do setro. Em determinadas circunstâncias, pode se tornar viável a estruturação de consórcios ou outras formas de articulação entre agentes locais para comercialização dos produtos gerados. O apoio à obtenção de benefícios fiscais e ao acesso a linhas de financiamento e fomento que facilitam o processo de comercialização é também importante. A consolidação de marcas locais ou regionais, inclusive por meio de selos de origem, pode se converter num instrumento importante para expansão dos mercados, No caso de atividades turísticas e de base cultural, além da divulgação e marketing dos atributos da região, destaca-se a formatação de produtos turísticos e a definição de um calendário de eventos que garantam a sustentabilidade do fluxo de demanda. Dentre as ações implementadas pela Câmara de APLs com base nesta perspectiva no período recente, destacam-se: 74 Moda Praia – Cabo Frio: articulação para implementação do site do APL, junto à Faculdade Veiga de Almeida. Confecções - Rio de Janeiro (São Cristovão): Apoio a participação do APL no Fashion Rio. Calcados – Baixada Fluminense: Apoio na participação das indústrias de calçados e acessórios, de Rio Claro e região, como expositores na Francal 2009, realizada no Anhembi/SP.Feira de calçados do lote XV com empresas do setor calçadista – ( Belford Roxo e Duque de Caxias) Cosméticos - B.Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, RJ, São João de Meriti Apoio para realização da feira de cosméticos no RIOCENTRO e articulação para a participação de MPE do setor. Jóias- Rio de Janeiro: Estudo para o fortalecimento do comércio de jóias através de incentivo fiscal, Moda Íntima- Nova Friburgo: - Realização de visitas técnicas à FEVEST e às empresas para acompanhamento do APL Rochas Ornamentais – Noroeste laboração e publicação do Catálogo de Rochas Ornamentais do ERJ. Participação do Estado na Feira, realizada no Espírito Santo, com exposição de rochas ornamentais e envolvendo 25 empresas do setor Móveis - Baixada Fluminense: Concurso de Design de Móveis de Botequim, com os 10 selecionados protótipos pelo APL. Participação no MORAR MAIS POR MENOS, dos 10 finalistas. Parceria: ACRJ, SEBRAE-RJ, CDRIO. Edição de 2.000 folders, elaboração de logomarca e 3 banners. Elaboração e publicação do Catálogo do Programa Rio Móveis. Entretenimento – Conservatória –Valença: Realização de eventos -“Cachaça - Produto Turístico” - Articulação Institucional para realização do Evento em Conservatória. “1º Seminário dos Produtores de Cachaça do Vale do Café”- Articulação Institucional para realização do evento em Conservatória.Articulação Institucional para realização, jdos eventos: Noite da Valsa / Festival Sílvio Caldas / Festival Chiquinha Gonzaga / Noite da Bossa Nova / Festival Cine-Música / Curso de Formatação e Realização de Projetos Culturais / Encontro dos Seresteiros / Noite do Chorinho. Entretenimento – Turismo - Nova Friburgo: Realização de eventos -“Encontro com as Raízes” - Articulação para realização do evento junto ao APL da Serra (Mury, Lumiar e São Pedro da Serra), com objetivo de divulgar o potencial turístico da Região, em parceria com SEBRAE e PM de Nova Friburgo. Além das linhas de ação mencionadas, cabe destacar a atuação da Câmara na coordenação geral da política de apoio a APLs. Neste sentido, alguns campos de atuação podem ser mencionados. O primeiro deles envolve um planejamento estratégico geral, que inclui a elaboração de Planos de Desenvolvimento dos APLs prioritários, seguindo o modelo estabelecido pelo MDIC, e envolvendo a inclusão das informações básicas dos APls no Portal do Ministério. Outro campo de atuação envolve a participação em eventos internacionais para divulgação do potencial dos APLs localizados no estado do Rio de Janeiro, como a participação no Festival da Criatividade 2008 - Florença., com destaque para os segmentos de audiovisual e design. É possível mencionar também ações de capacitação multi-setoriais, como planejamento e organização de oficinas com focos nos setores de design urbano e rochas ornamentais, design e moda e design e artesanato. Destaca-se também a Organização de Encontros, como o VI Encontro Nacional de APL de Base Mineral, realizado em parceria com o DRM /MCT / MME / MDIC / REDETEC/ 75 FIRJAN / SEBRAE / CETEM, tendo como tema “Eficiência Energética e Sustentabilidade: a Busca por Alternativas para as Micro e Pequenas Empresas de Mineração organizadas em Arranjos Produtivos Locais” Outro campo importante de atuação da Câmara compreende o apoio à elaboração de projetos junto a agências de fomento nacionais e internacionais. No caso do CNPq, destacase o encaminhamento de oito projetos relativos a Edital do MCT/ CNPQ, no valor total de R$ 1,6 milhão, para os setores de confecção (Itaperuna, Cabo Frio, Sul Fluminense, Rio de Janeiro, São Gonçalo e Niterói), jóias (Rio de Janeiro), calçados e acessórios (Baixada Fluminense) e piscicultura (Piraí e Casimiro de Abreu), em parceria com a PUC/RJ, UVA, SENAI/CETIQT, SEBRAE e INT. No caso da Faperj, destaca-se o encaminhamento de projetos relativos ao Edital da SECT/FAPERJ, no valor total de R$ 330 mil, para os setores de cerâmica vermelha (Campos), mármores e granitos (Rio de Janeiro) e móveis (Duque de Caxias, Belford Roxo, Nova Iguaçu, São João de Meriti). No caso de agências internacionais, destaca-se a elaboração de projeto encaminhado ao BID, a ser realizado em parceria com o SEBRAE, abrangendo os APL’s Moda Praia, Mármores e Granitos e Moveleiro. Valor total de R$ 2,2 milhões, sendo R$ 1,1 milhão do BID/FOMIN e R$ 1,1 milhão de contrapartida do Estado e do SEBRAE. Missão BID/FOMIM agendada para fevereiro de 2009. Visita técnica de apresentação dos APL’s Moda Praia, Mármores e Granitos e Moveleiro aos técnicos do BID, resultando na pré aprovação pelo BID do projeto encaminhado em 2008. 4.2. Políticas para APL no Estado do Rio de Janeiro: Uma Sistematização Geral A análise desenvolvida anteriormente sugere que não existe uma regra absolutamente rigorosa que possibilite a identificação de APLs a serem priorizados na formatação de políticas de apoio. Apesar disso, existem algumas características gerais que, em menor ou maior grau, tendem a ser consideradas na operacionalização daquelas políticas. Dentre estas características, é possível mencionar: • • • • • • • Presença de indicadores de especialização relativa elevados nas atividades principais Geração de um número significativo de postos de trabalho e elevada densidade em termos do número de estabelecimentos. Presença de intensas economias de aglomeração relacionadas à dotação local de recursos especializados. Presença de uma área de influência espacialmente dispersa (incluindo municípios contíguos). Estrutura de coordenação (ou governança) relativamente bem definida, baseada em múltiplas formas de articulação entre agentes locais. Presença de instituições locais de apoio (universidades, escolas técnicas, centros de pesquisa, agência de fomento etc.). Evidências de potencial de consolidação e desenvolvimento, decorrente da ação dos demais fatores e da presença de estímulos provenientes de políticas de governo e ações de agência de fomento. Em funções dessas características, identificam-se diferentes modelos de estruturação de APls no Estado do Rio de Janeiro, contemplando, dentre outras, as seguintes tendências: • Arranjos com presença de empresas-âncora, que conformam uma estrutura de governança centralizada, às quais se articulam uma malha de empresas fornecedoras 76 • • • • • • de bens e serviços de diferentes tamanhos (inclusive MPEs). Exemplo: Petróleo em Macaé; Automotivo no Vale do Paraíba Arranjos com presença de empresas produtoras de matérias-primas (resinas, por exemplo) que possibilitam o surgimento de empresas transformadoras destes insumos, geralmente com baixo grau de enraizamento territorial. Exemplo: Petroquímico, Químico e Plásticos em Duque de Caxias; Metalurgia no Vale do Paraíba. Arranjos baseados em estrutura policêntrica, nas quais algumas empresas de maior porte centralizam os fluxos de bens, serviços e informações. Neste caso, o adensamento de empresas pode ocorrer em função de facilidades logísticas ou função de recursos e qualificações especializados (incluindo conhecimentos e outros intangíveis). Exemplo: Telecomunicações no Município do Rio de Janeiro; Software em Petrópolis. Arranjos com predominância de pequenas e microempresas concentradas espacialmente em função da relevância de externalidades locacionais, com presença de algum grau de articulação entre agentes locais, visando à adoção de ações coletivas indutoras de competitividade. Exemplo: Vestuário em Nova Friburgo. Arranjos intensivos no uso de recursos naturais locais, com presença de uma malha de empresas heterogênea em termos do nível de capacitação produtiva e tecnológica, operando com níveis diferenciados de eficiência energética e gestão ambiental. Exemplo: Rochas Ornamentais em Santo Antônio de Pádua; Cerâmica Vermelha em Campos e no Vale do Paraíba Arranjos estruturados a partir de competências relacionadas ao patrimônio natural, histórico, artístico e cultural de determinada região, que se convertem em fator de atração de fluxos turísticos e das atividades a eles vinculadas. Exemplo: Turismo em diversas regiões do estado; música em Conservatória; Carnaval no Rio de Janeiro Arranjos ainda incipientes, mas com potencial de expansão e de geração de emprego e renda em escala local, a partir da mobilização de estímulos provenientes de políticas de apoio. Exemplo: Confecções em diversas regiões do estado, Fruticultura no Norte Fluminense; Pesca na região de Baixadas Litorâneas. A partir das evidências coletadas, é possível sistematizar as políticas para APLs implementadas no Estado do Rio de Janeiro segundo as dimensões das linhas das ações e os tipos de arranjos apoiados. Em termos das linhas de ação, é possível diferenciar estas políticas segundo cinco grandes dimensões: 1) Políticas de estímulo à consolidação de estruturas de governança com capacidade de mobilização dos atores locais; 2) Políticas de apoio financeiro à constituição e dinamização de APLs; 3) Políticas de formação e capacitação da mão-de-obra, de agentes produtivos e instituições locais; 4) Políticas especificamente direcionadas para a difusão de novas tecnologias e para a inovação, incluindo, em especial, aquelas relacionadas à dimensão ambiental; 5) Políticas direcionadas para o fortalecimento da posição competitiva das empresas e para a abertura de novos mercados, incluindo a dinamização de exportações. Quanto aos diversos tipos de APLs que constituem o foco das políticas implementadas, três critérios gerais que se sobrepõem em situações concretas podem ser mencionados. O primeiro deles, já mencionado neste relatório, refere-se ao “grau de estruturação” do APL podendo, grosso modo, estabelecer-se uma distinção entre três tipos de situações estilizadas: 1) presença de pólos de especialização consolidados, onde os APLs surgem como estruturas acessórias, capazes de gerar um maior grau de enraizamento da atividade econômica no território, com possíveis impactos na dinamização do processo de desenvolvimento local; 2) situações nas quais os APLs constituem formas de consolidar e fortalecer vocações 77 produtivas já existentes em determinado território, a partir da consolidação de estruturas de governança mais sólidas e da melhor coordenação das estratégias dos agentes e do processo de incremento de competências locais; 3) situações nas quais se identificam concentrações de atividades produtivas que podem vir a ser dinamizadas a partir de uma manejo adequado de instrumentos de política, constituindo APLs potenciais. Um segundo critério refere-se à possibilidade de caracterizar os diferentes APLs objeto das políticas segundo uma superposição das características da sua conformação territorial, do grau de estruturação de suas estruturas de governança e segundo a amplitude dos mercados atendidos. Desse modo, também seria possível identificar três formas “estilizadas” de estruturação de APLs segundo estes critérios: 1) Micro APLs com territorialidade definida e restrita à esfera municipal, com estrutura de governança débil ou incipiente e direcionado basicamente para o atendimento do mercado local ou, no máximo, regional; 2) APLs Estruturados – Especializados, com territorialidade definida que identifica um núcleo espacial (localizado em determinado município) com área de influência adjacente, baseado numa governança mais bem estruturada que se direciona para o atendimento do mercado regional ou, de acordo com as competências estabelecidas, nacional; 3) Macro APLs baseados em pólos de especialização diversificados, com territorialidade difusa (policêntrica), estrutura de governança complexa (mobilizando articulações inter-municipais) e voltado para o atendimento do mercado nacional ou mesmo internacional. Finalmente, um terceiro tipo de recorte contempla uma diferenciação de natureza mais especificamente setorial, a qual reconhece que as ações vinculadas às políticas de apoio tendem a variar segundo a natureza específica das atividades desenvolvidas. Desse modo, considerando algum grau de proximidade da base técnica, da base de conhecimentos, da base de mercado e a complexidade subjacente à conformação das cadeias produtivas nos diferentes tipos de atividades, seria possível estabelecer uma distinção – obviamente com um elevado grau de simplificação – entre seis “tipos” principais de APLs que tem sido objeto de políticas de apoio no estado do Rio de Janeiro: 1) APLs de base agrícola ou agroindustrial; 2) APLs intensivos na exploração de recursos minerais; 3) APLs vinculados a atividades tradicionais, produtores de bens de consumo não durável (calçados, vestuário, móveis, etc); 4) APLs vinculados à cadeia de suprimentos vinculados a atividades tecnologicamente complexas, vinculadas a indústrias intensivas em escala, sejam aquelas baseadas em processo de montagem (automobilística e naval e off-shore, por exemplo), sejam aquelas associadas a processos contínuos (siderúrgica e petroquímica); 5) APLs vinculados a atividade tecnologicamente mais dinâmicas fortemente intensivas em conhecimentos (TICs, biotecnologia e audiovisual, por exemplo); 6) APLs vinculados a atividades turísticas ou ao patrimônio histórico, artístico e cultural de determinada região. O que se pretende a seguir é, com base em evidências coletadas a partir do “mapeamento” das políticas de apoio implementadas por diferentes instâncias de governo e outras instituições no Estado do Rio de Janeiro, sistematizar tendências quanto à operacionalização das políticas segundo cinco básicas: i) estruturas de governança; ii) apoio financeiro; iii) capacitação da mão-de-obra, de agentes produtivos e instituições locais; iv) difusão de novas tecnologias e inovação; v) fortalecimento da posição competitiva e acesso a novos mercados – segundo os diversos “tipos” de APLs, identificados segundo os três níveis de recorte considerados: 1) o estágio de desenvolvimento; 2) a conformação territorial, da governança e dos mercados atendidos; 3) a natureza específica das atividades desenvolvidas. O Quadro 5 apresenta algumas qualificações relacionadas às dimensões das políticas de apoio, considerando o estágio de desenvolvimento dos arranjos a serem apoiados. Groso modo, a tendência é que os instrumentos de apoio se adaptem ao estágio de consolidação 78 dos APLs, o que implicaria na necessidade de certa sensibilidade dos formuladores de política para identificar as ações mais adequadas ao fortalecimento das estruturas de governança, à dinamização das capacitações produtivas e inovativas e à ampliação dos mercados em cada situação concreta de arranjo a ser objeto das políticas de apoio. Quadro 5 – Dimensões das Políticas de Apoio a APLs Segundo o Estágio de Consolidação dos Mesmos Dificuldade de acesso a produtos financeiros devido à informalidade. Necessidade de instrumentos financeiros adaptados às necessidades de agentes locais. Montagem de linhas de microcrédito com apoio de prefeituras e agentes financeiros. Capacitação Produtiva Ênfase em processo de capacitação indutor da formalização das empresas. Criação de instituições para capacitação básica de produtores. Criação de “Centros de Serviços” adaptados às necessidades dos arranjos. Importância da capacitação TécnicoProfissional através do SENAI. 2)Processo de consolidação e exploração de vocações produtivas locais Predominância de redes horizontais com papel de coordenação exercido por associações empresariais locais. Possibilidade de articulação com infra-estrutura de C&T para prestação de serviços vinculados à TIB Ênfase em mecanismos associativos para provisão de crédito para empresas locais. Apoio de agências de fomento (inclusive internacionais, como o BID) no caso de arranjos mais estruturados. Importância do financiamento da expansão da capacidade e da modernização produtiva e gerencial. Capacitação de produtores locais para desenvolvimento tecnológico de produtos. Importância da capacitação TécnicoProfissional através do SENAI, Capacitação Empresarial em Planejamento e Gestão da produção. Participação de empresas locais nas principais feiras e evento do setor 3) Arranjos Estruturados Pólos de especialização consolidados Estruturas hierarquizadas com papel de coordenação por empresas-âncora. Possibilidade de articulação mais complexa com infra-estrutura de C&T, incluindo suporte para realização de atividades inovativas Instrumentos tradicionais de financiamento adotados 'as necessidades dos diferentes tamanhos de firmas. Importância de linhas de crédito para exportação. Disseminação de instrumentos de financiamento de atividades inovativas Fortalecimento de complementaridades entre atividades em cadeias produtivas. Estruturação de redes de suprimento locais, a partir de articulações entre empresas âncoras e PMEs e de parcerias entre empresas o o sistema regional de inovação. Estágio 1) Concentrações produtivas - APLs potenciais Estrutura de Governança Concentração espacial de empresas em determinada região, porém com baixo grau de associação e desarticulação com instituições de C*T locais Apoio Financeiro Inovação e Difusão Tecnológica Necessidade de capacitação de produtores em Tecnologia Industrial Básica, como mecanismo para acelerar processos de aprendizado indutores de maior nível de eficiência. Apoio à difusão de padrões técnicos e à melhoria da qualidade dos produtos gerados. Difusão de equipamentos mais modernos, indutores de maior produtividade. Atuação sobre gargalos tecnológicos.. Importância do processo de certificação. Monitoramento de tendências, identificando-se inovações em design e tecnologia e as macro tendências de consumo. Modernização produtiva e tecnológica de empresas locais, incluindo a certificação formal em qualidade e a capacitação em padrões SMS, como forma para o aumento do conteúdo do suprimento local. Elevação do nível tecnológico de produtos Acesso a mercados e Competitividade Acesso a canais de comercialização da produção local para mercados mais atrativos. Normalização e certificação da produção para viabilizar expansão para mercados mais sofisticados . Possibilidade de diversificação da linha de produtos a partir do processo de normalização. Normalização e certificação da produção para viabilizar expansão para mercados mais sofisticados (no país e no exterior). Diversificação da linha de produtos a partir do processo de normalização. Participação em Missões Técnicas e em Feiras Internacionais.. Consolidação de marca regional, que diferencie o produto gerado. Integração de empresas locais a cadeias de suprimento de empresas âncoras. Possibilidade de diversificação dos mercados atendidos. Possibilidade de fortalecimento de capacitações exportadoras. O Quadro 6 apresenta um esforço análogo de sistematização considerando critérios relacionados à conformação territorial, ao grau de estruturação de suas estruturas de governança e à amplitude dos mercados atendidos. Apesar da proximidade entre as duas sistematizações propostas, é possível observar que a conformação territorial dos arranjos também implica em desafios específicos a serem enfrentados pelos formuladores de políticas. 79 Quadro 6 – Dimensões das Políticas de Apoio a APLs Segundo a Conformação Territorial dos Mesmos 1) Micro APLs com territorialidade restrita 2) APLs Estruturados – Especializados, com territorialidade definida 3) Macro APLs pólos de especialização diversificados, com territorialidade difusa. Estrutura de Governança Aproximação e busca de coesão entre agentes locais. Estímulo a lideranças locais. Estruturação de instâncias de governança (conselhos, associações empresariais, consórcios, etc) Definição de estrutura formal de governança com atribuições e responsabilidades. Formulação de planejamento estratégico para atividades do arranjo. Busca de articulação com a infra-estrutura local de C&T. Estruturas complexas de governança, incluindo agentes dispersos pelo território e presença de empresas âncoras de maior porte. Busca de articulação mais sólida com infraestrutura regional de C&T. Apoio Financeiro Adaptação de instrumentos ao baixo grau de articulação e à ausência de garantias por parte de agentes locais. Ênfase em instrumentos de microcrédito. Mix de instrumentos tradicionais de apoio creditício. Apoio aos agentes locais na elaboração de projetos para captação de recursos de agências de fomento. Ênfase no financiamento das condições de infraestrutura física do arranjo. Mobilização de incentivos fiscais e creditícios à inovação. Instrumentos tradicionais de financiamento, devido ao maior porte de empresas locais. Financiamento a empresas de base tecnológica através de instrumentos específicos (incluindo venture capital). Capacitação Produtiva Necessidade de modernização produtiva e gerencial. Redução da heterogeneidade produtiva e tecnológica. Inovação e Difusãao Tecnológica Ênfase na capacitação em Tecnologia Industrial Básica (TIBs) e na melhoria da qualidade e padronização de produtos. Acesso a mercados e Competitividade Articulação de agentes para exploração de mercados locais e regionais. Realização de feiras e rodadas de negócios para aproximar produtores. Ênfase na provisão de externalidades locais indutoras de maior nível de eficiência produtiva. Formação de mão de obra técnica especializada. Articulação de agentes locais e com a infraestrutura de C&T para capacitação. Ênfase no upgrade tecnológico de produtos e processos. Estímulos a esforços inovativos orientados à melhoria da qualidade de produtos.Articulação com a infra-estrutura de C&T para realização de esforços inovativos. Estímulo ao enraizamento do arranjo no território através de aumento do suprimento local e articulação orgânica com a infra-estrutura de C&T. Estímulos a modelos de concentração espacial de fornecedores de empresas-âncora. Maximização de efeitos spill-over espaciais associados a integração de competências. Dinamização de atividades inovativas, incluindo gastos de P&D, de forma cooperativa e articulada à infra-estrutura de C&T. Montagem de redes inovativas de caráter temático. Provisão de serviços tecnológicos. Consolidação de marca regional como fator de diferenciação competitiva e de acesso a mercados. Integração a redes de comercialização mais amplas (que extrapolem mercados regionais). Estímulos à exportação. Estratégica coordenada de divulgação do produto (inclusive no exterior) Busca de orientação para mercados globais, a partir de cadeias de suprimento com forte enraizamento local e regional. Import6ancia da integração logística e da inovação tecnológica como fatores de diferenciação competitiva. Finalmente, o Quadro 7 procura sistematizar ações vinculadas às diversas dimensões do apoio a APLs segundo um recorte de natureza setorial. Assume-se, nesse sentido, que as ações vinculadas às cinco dimensões das políticas de apoio anteriormente mencionadas tendem a variar segundo a natureza específica das atividades desenvolvidas, em termos das características técnico-produtivas, da base de conhecimentos subjacente em função de características particulares dos mercados atendidos. Neste caso, procura-se associar o esforço de sistematização à experiência efetiva de apoio a APLs no caso do Estado do Rio de Janeiro, buscando-se exemplificar estas ações a partir de evidências extraídas de situações concretas de apoio levantadas a partir do projeto. 80 Quadro 7 – Dimensões das Políticas de Apoio a APLs Segundo os Tipos de Atividades Vinculadas aos Arranjos 3) Atividades tradicionais 4) Atividades complexas intensivas em escala Formação de cooperativas de produtores locais; Articulação com instituições de extensionismo agrícola (PESAGRO, EMATERs); estruturação de organismos com gestão coletiva para comercialização da produção Mobilização de Sindicatos de produtores locais. Coordenação geral promovida por Instituições de pesquisa (Ex:CETEM) e por organismos de controle (DRMs). Estruturação de redes tecnológicas vinculadas à natureza específica da atividade (ex: Retecmin) Criação de Câmaras da Moda aglutinando produtores de vestuário; articulação entre prefeituras locais e SEBRAE; formação de associação de logistas a partir de feiras e atividades comuns de marketing; Criação de Central de Negócios para realização de compras conjuntas e negociações com fornecedores. Tendência à coordenação geral promovida por redes virtuais estruturadas a partir do SEBRAE, direcionadas para integração de PMEs a cadeias de suprimento comandadas por empresas âncoras. Integração de instituições de pesquisa a redes para desenvolvimento de atividades de apoio tecnológico . Criação de instâncias de coordenação estruturadas na forma de redes ((Ex: Metalsul; Redepetro, etc.) Programas do tipo "moeda verde" com juros subsidiados. Mobilização de linhas de crédito específicas do BB e BNDES. Ênfase no financiamento de instalações para armazenagem e comercialização da produção. Ênfase no financiamento do processo de modernização produtiva de empresas locais. Financiamento de soluções para "gargalos tecnológicos". Mobilização de instituições de fomento (FINEP) para financiar novas soluções tecnológicas. Utilização de r recursos do CTMineral para apoio à capacitação de produtores locais. Importância do apoio para participação de empresas locais em editais de agências de fomento e Importância de incentivos fiscais municipais (IPTU, pex). Montagem de linhas de microcrédito com apoio de prefeituras e agentes financeiros. Mobilização de incentivos fiscais e creditícios de programas setoriais do governo do estado (Riotextil, por exemplo). Apoio de agências de fomento (inclusive internacionais, como o BID) no caso de arranjos mais estruturados. Importância de linhas de crédito para exportação. Incentivos fiscais e creditícios definidos pelo governo do estado com foco setorial específico. Apoio de agências de fomento tecnológico (FINEP) e do BNDES (particularmente do Finame e Cartão BNDES), com foco particular em integração de PMEs a cadeias de suprimento. 1) Base Agroindustrial Estrutura de Governanç a Apoio Financeiro 2) Intensivo em recursos naturais locais 5) Atividades dinâmicas intensivas em conhecimento Redes de inovação vinculadas a projetos específicos; indução da formação de empresas de base tecnológica a partir de incubadoras localizadas em universidades e institutos de pesquisa; mobilização de núcleos regionais de programas amplos de formação de empresas de base tecnológica (Ex: Softex); associações de empresas de base tecnológica; estruturação de parques tecnológicos ancorados em instituições de pesquisa (Ex: PetrópolisTecnópolis). Mobilização de múltiplas formas de "venture capital" para estimular criação de empresas de base tecnológica. (Ex: Inovar-FINEP). Ênfase em programas baseados em recursos nãoreenbolsáveis. Fundo de apoio a projetos de tecnologia (FUNTEC)-e mobilização de incentivos fiscais a P&D e inovação (incluindo os definidos na Lei de Inovação) Formação de cooperativa de crédito para empresas de base tecnológica. Apoio de fundações de amparo á pesquisa (FAPERJ). 6) Atividades turísticas e de base sócio-cultural Associações deempresas de hotéis e restaurantes, com coordenação de prefeiturae e apoio do SEBRAE. Associações de produtores culturais. Estruturaçãode pólosturísticos, gastronômicos e culturais Linhas de crédito para investimentos e capital de giro provida por instituições oficiiais de crédito (BB e BNDES). Apoio de programas do Ministério do Turismo. 81 Quadro 7 – Dimensões das Políticas de Apoio a APLs Segundo os Tipos de Aividades Vinculadas aos Arranjos (continuação) 1) Base Agroindustrial Capacitaçã o Produtiva Inovação e Difusão Tecnológic a Formação de técnicos agrícolas. Capacitação de produtores rurais (via extensionismo). Apoio à capacitação gerencial e mercadológica de produtores e cooperativas rurais. Mobilização de Secretarias, de Agricultura, SEBRAE, PESAGRO, EMATER e SNA Fornecimento de matrizes para melhoramento da produção. Apoio ao desenvolvimento de agricultura orgânica.Difusão de equipamentos e técnicas agrícolas mais modernas. Apoio ao desenvolvimento de tecnológico dos produtos. Articulação com instituições de pesquisa agropecuária. 2) Intensivo em recursos naturais locais 3) Atividades tradicionais Ênfase em processo de capacitação indutor da formalização das empresas. Criação de instituições para capacitação básica de produtores (Ex: Pedreira-escola). Adequação de condutas às exigências de proteção ambiental. Capacitação de artesãos, ourives,costureiras, modelistas e cortadores. Criação de “Centros de Serviços” adaptados às necessidades dos arranjos. Importância da capacitação TécnicoProfissional através do SENAI, incluindo centros de Formação Profissional. Capacitação Empresarial em Planejamento e Gestão da produção. Ênfase na capacitação & design de moda. Participação de empresas locais nas principais feiras e evento do setor 4) Atividades complexas intensivas em escala Estímulos à estruturação de redes de suprimento locais, a partir do desenvolvimento de projetos em parcerias entre empresas e o sistema regional de inovação. Ênfase na formação e qualificação de recursos humanos em áreas críticas do segmento metalmecânico. Estruturação de núcleos regionais de programas amplos orientados para a qualificação da mão de obra nestas atividades (como o PROMINP) com apoio do SENAI.. Formação de mão de obra técnica Aatravés de CEFETs Monitoramento de tendências de moda-design no setor, identificando-se inovações em design e tecnologia e as macrotendências de consumo. Difusão de Software Integrado de Gestão de Produção. Melhoria das condições dos processos produtivos, através de unidades modelo e laboratório de apoio à produção. Programas de Informatização das atividades dos arranjos. Desenvolvimento de Selo de Origem de Qualidade. Modernização produtiva e tecnológica de empresas locais, incluindo a certificação formal em qualidade e a capacitação em padrões SMS, como forma para o aumento do conteúdo do suprimento local. Estímulo à articulação com infra-estrutura de C&T para prestação de serviços tecnológicos especializados. Montagem de redes virtuais direcionadas ao incremento da capacitação tecnológica de empresas locais ((ex: NiteróiPolotec) Difusão de equipamentos mais modernos, indutores de maior produtividade. Disseminação de tecnologias ambientalmente sustentáveis. Utilização de fontes energéticas mais eficientes. Atuação sobre gargalos tecnológicos a partir de soluções adaptadas a disponibilidade de recursos locais (Ex: capim elefante no caso da cerâmica vermelha). Importância do apoio da infraestrutura de C&T local. Importância do processo de certificação. 5) Atividades dinâmicas intensivas em conhecimento Suporte a projetos nascentes através de incubadora de empresas e do apoio técnico e gerencial. Apoio a serviços de recrutamento e seleção de profissionais de diversas áreas para empresas integradas a arranjos (bancos de curriculuns). Mobilização de programas de bolsas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico em áreas críticas (CNPq e FAPERJ). Compartilhamento da infra-estrutura de incubadoras e parques tecnológicos. Programa PATME (Programa de Apoio Tecnológico às Micro e Pequenas Empresas), instrumento desenvolvido pelo Sebrae e FINEP visando a transferência de tecnologia/conheci mento entre instituições tecnológicas, micro e pequenas empresas. Mobilização de instrumentos de transferência tecnológica e gestão dos direitos de propriedade industrial e intelectual. Compartilhamento de laboratórios. Estruturação de Redes de InformaçãoComunicação de Alta Velocidade. 6) Atividades turísticas e de base sócio-cultural Programas de formação e treinamento profissional estruturados com apoio de SENAC e SENAI. Capacitação de empresários locais em gestão empresarial e planejamento.Melh oria das condições logísticas e de infra-estrutura de locais de interesse turístico e cultural. Monitoramento ambiental e preservação do patrimônio histórico-cultural. Difusão de Software Integrado de Gestão de atividades turísticas e de base cultural.montagem de unidades modelo . Programas de Informatização das atividades dos arranjos. Construção de portais para divulgação das atividades dos arranjos. Montagem de centrais de compras informatizadas. 82 Quadro 7 – Dimensões das Políticas de Apoio a APLs Segundo os tipos de Atividades Vinculadas aos Arranjos (continuação) 1) Base Agroindustrial Acesso a mercados e Competitiv idade Exemplos Adequação tecnológica das MPEs que visam exportação. Utilização do Programa Apoio Tecnológico à Exportação (Progex-Rj) na área de registros internacionais e adequação do produto às exigências para a exportação. Elevação do patamar tecnológico do processo produtivo Agricultura Orgânica em Paty de Alferes e São José do Vale do Rio Preto. Apicultura em Porciúncula e São Fidélis. Fruticultura no Norte e Noroeste fluminense. Flores no Rio de Janeiro. Psicultura em Cahoeiras de Macacu, Piraí e São Francisco de Itapaboana 2) Intensivo em recursos naturais locais Criação de empresas aglutinando produtores locais acesso a mercados e exportação. Normalização e certificação da produção para viabilizar expansão para mercados mais sofisticados (no país e no exterior). Diversificação da linha de produtos a partir do processo de normalização. Pedras ornamentais em Santo Antônio de Paula, Cerâmica vermelha em Campos, Paraíba do Sul e Três Rios 3) Atividades tradicionais Organização de feiras, cujo principal objetivo e abrir as portas do comercio internacional para os produtos fabricados na região. Participação em Missões Técnicas e em Feiras Internacionais. Importância da atração de lojistas, revendedores informais de várias partes do país. Importância da normalização técnica e atualização do design de produtos face às tendências do mercado. Importância da consolidação paulatina de uma marca regional, que diferencie o produto gerado. 4) Atividades complexas intensivas em escala 5) Atividades dinâmicas intensivas em conhecimento Busca de integração de empresas locais ao cadastro da empresa-âncora e ao vendor-list de grandes fornecedores instalados na região. Realização de feiras, eventos e rodadas de negócios para dinamização de vendas de produtores locais (em especial PMEs). Fortalecimento de capacitações exportadoras. Incremento do suprimento local na fase de obras de grandes projetos (incluindo insumos e serviços de engenharia). Projetos de internacionalização de empresas e consórcios de empresas para exportação em Tecnologias de Informação e Comunicação. Programas de expansão horizontal de mercados, viabilizando acesso de população de menor renda a produtos tecnologicamente dinâmicos (TICs, biotecnologia e audiovisual). Atração da produção nacional e internacional de obras audiovisuais de ficção, documentários e publicidade . Vestuário em Nova Friburgo, Petrópolis, Valença, Itaperuna e Rio de janeiro. Calçados em Nova Friburgo e Bom Jardim. Jóias no Rio de Janeiro Pólo siderúrgico e automotivo do Vale do Paraíba. Redes de suprimento a refinarias (Reduc e Comperj) e plantas petroquímicas. Pólo naval e offshore do Rio de Janeiro e Niterói. Rede de suprimento para a Petrobras na Bacia de Campos. Biotecnologia no Rio de janeiro. Audiovisual e mídia no Rio de Janeiro. Tecnologias de Informação em Petrópolis e Rio de Janeiro 6) Atividades turísticas e de base sócio-cultural Realização de pesquisa de mercado para definição do "público-alvo" e das estratégias de diferenciação dos atrativos turísticos e culturais. Consolidação de "marcas regionais" e programação de eventos e roteiros integrados, com divulgação eficaz. Estruturação de centrais de reservas informatizadas. Atração do turismo de alta renda, a através da melhoria da infra-estrutura local. Caninho do Ouro em Parati. Caminho de Café em Valença. Música em Conservatória. Turismogastronomia em Petrópolis. Turismo Náutico na Costa Verde e Região dos Lagos. Turismo Rural e de Aventura em Nova Friburgo, Teresópolis e Penedo-Mauá. 4.3. Políticas para APL no Estado do Rio de Janeiro: Uma Avaliação Crítica Através da análise realizada, procurou-se realizar uma ssitematização das políticas de apoio para APLs no estado do Rio de Janeiro, do ponto de vista dos organismos de formulação e operacionalização dessas políticas. A análise realizada permitiu observar que o Estado do Rio de Janeiro conta com diversos organismos cujo principal (ou um dos principais focos) se refere à criação de estímulos à consolidação e fortalecimento de APLs. O estado também conta com um arsenal variado de instrumentos capazes de serem ativados para viabilizar o apoio a estes arranjos, porém carece de uma articulação mais efetiva entre o órgão de coordenação das políticas de apoio a APLs (a Câmara de APLs e a Superintendência de Arranjos Produtivos Locais da SEDEIS) e outros órgãos estaduais responsáveis para operacionalização dos instrumentos de incentivo. Isto acaba limitando consideravelmente o raio de alcance das políticas implementadas e restringe as ações de 83 coordenação quase que apenas ao plano político-institucional e mercadológico. Por outro lado, o SEBRAE-RJ se caracteriza por uma excessiva frouxidão conceitual na definição dos projetos a serem apoiados a partir desse tipo de recorte, o que também dificulta a análise do alcance e da eficácia das políticas. Com base nestas evidências, é possível avançar no sentido de uma avaliação crítica das políticas públicas implementadas no estado do Rio de Janeiro por diversas instâncias de governo no apoio à consolidação e ao fortalecimento de APLs. Neste sentido, quatro dimensões devem ser consideradas e equacionadas. A primeira dimensão refere-se à necessidade de se definir e limitar as políticas relativas a arranjos para fins de avaliação. Esta questão não é trivial, uma vez que os arranjos são impactados por diversas dimensões da política econômica que podem entrar em conflito entre si, gerando problemas para aquele tipo de avaliação. Uma segunda dimensão refere-se as quais os resultados das políticas que se pretende mensurar e avaliar e em qual horizonte de tempo esta avaliação deve ser realizada. Neste caso, dois problemas recorrentes podem ser identificados. Por um lado, a identificação de resultados é contingente em relação a determinados objetivos gerais que devem ter norteado a concessão de apoio ao arranjo – o incremento da competitividade, a maior capacitação tecnológica e inovativa, a dinamização de economias locais, etc. Por outro lado, para que essa avaliação possa ser realizada, é necessária a identificação de um conjunto de indicadores que possam ser utilizados para monitorar a obtenção dos resultados perseguidos ao longo do tempo. Uma terceira dimensão importante do processo de avaliação das políticas de apoio a APLs refere-se à necessidade de captarem-se determinadas transformações estruturais desses arranjos, as quais, em determinadas circunstâncias, podem se mostrar necessárias. Por fim, uma última dimensão do processo de avaliação refere-se à definição da unidade básica desse processo, podendo-se estabelecer uma diferenciação entre processos de avaliação que elegem as firmas, estas em conjunto com outras organizações e instituições, o ambiente local (isto é, a região subjacente) ou até as próprias agências de governo como unidades básicas a serem avaliadas de forma a medir a eficácia das ações implementadas. Cabe ressaltar que a possibilidade de implementação de “políticas de apoio a APLs” de forma autônoma em relação a outras instâncias de política econômica nos planos federal, estadual e municipal constitui uma clara falácia. Na verdade, as possibilidades de sucesso daquelas políticas dependem de uma série de instrumentos que são definidos e operacionalizados no âmbito das políticas industrial, científico-tecnológica e de desenvolvimento regional, apenas para citar aquelas em relação às quais a interface é mais direta. Em termos do arcabouço institucional, isto implica uma ênfase em estruturas ágeis e flexíveis para operacionalização das “políticas de apoio da APLs”, capazes de promover a necessária articulação entre diferentes instâncias de governo. O risco que existe, neste caso, é que estas estruturas acabem assumindo um caráter pouco permanente e/ou possuam um poder decisório muito limitado, o que acabaria dificultando sobremaneira a operacionalização de ações. A partir da análise realizada, é possível sistematizar algumas tendências gerais relativas às políticas de apoio a APLs implementadas por instâncias de governo e outras instituições no estado do Rio de Janeiro. Dentre estas tendências, é possível destacar: • • A manutenção da ênfase em grandes projetos estruturantes (com algum grau “megalomania”) enquanto os APLs tendem a ser vistos como instrumentos basicamente de caráter “compensatório” no pleno do desenvolvimento regional. Manutenção do conceito de “pólos de desenvolvimento” como eixo central de políticas de desenvolvimento regional, com articulação das políticas de apoio a APLs a essa orientação mais geral. 84 • • • • • • • • • A falta de uma maior articulação da tendência à especialização da economia fluminense em serviços de alto valor e a possibilidade de fortalecimento de APls, particularmente num contexto no qual as ações de apoio a estes arranjos estão voltadas, principalmente, para atividades tradicionais A “moda dos APLs” e os “APLs da moda”: reflexo do fato das políticas implementadas apresentarem um forte viés “mercadológico”, o que dificulta a continuidade das ações e o processo coordenado de incremento das competências produtivas e tecnológicas dos agentes locais O padrão de estruturação da Câmara de APLs, que surgiu muito mais a reboque de iniciativas já existentes, algumas delas coordenadas por outros órgãos, do que em função de uma efetiva priorização dos APLs como instrumento de políticas industriais ou de desenvolvimento regional implementadas pelo Governo Estadual. A inserção organizacional frouxa da política de apoio a APLs na estrutura do governo estadual e imprecisão na delimitação da missão e objetivos do organismo responsável pela coordenação da mesma (Superintendência de Políticas para APLs da SEDEIS), particularmente em relação a outras atividades da Secretaria. A arsenal limitado de instrumentos colocados à sua disposição para operacionalizar o apoio aos arranjos eventualmente identificados como prioritários. A pouca relevância atribuída à inovação e à articulação com a infra-estrutura de C&T na formatação das políticas de apoio a APLs, particularmente no tocante à desarticulação existente entre os mesmos e a configuração do Sistema Regional de Inovação no Estado do Rio de Janeiro. O fato de que o conjunto de organismos e ações com impacto potencial sobre a constituição e o fortalecimento de APLs no Rio de Janeiro é bem mais amplo do que aquelas comandadas diretamente pela Câmara de APls, o que acaba por reforçar o papel de coordenação de políticas a ser realizado por aquela instância. Articulação ainda insatisfatória entre os órgãos de coordenação das políticas de apóia a APLs (em especial a Câmara de APLs e a Superintendência de Arranjos Produtivos Locais da SEDEIS) e os outros órgãos estaduais responsáveis para operacionalização dos instrumentos de incentivo. A relativa frouxidão conceitual do SEBRAE-RJ na definição dos projetos a serem apoiados a partir desse tipo de recorte, o que também dificulta a análise do alcance e da eficácia das políticas. A partir dessas evidências gerais, procura-se, no próximo capítulo, avançar na direção de sistematização de algumas lacunas e limitações das políticas de apoio a APLs identificadas no estado do Rio de Janeiro.Esta discussão utiliza como referência algumas proposições da literatura acerca de quais seriam as “boas práticas” relativas à operacionalização dessas políticas, confrontando-as com evidências concretas da situação analisada e avançando no sentido de alguma diretrizes gerais que deveriam ser consideradas no intuito de incrementar-se a eficácia das ações de apoio a APls. 85 5. Diretrizes Para uma Política Estadual de Apoio a APLs Apresenta-se neste capítulo um conjunto de sugestões de diretrizes para uma política estadual de apoio a APLs. Uma vez que existem justificativas teóricas para uma intervenção ativa das políticas públicas na indução da consolidação e fortalecimento de desses arranjos, algumas questões operacionais associadas à implementação dessas políticas podem ser consideradas, tomando como referência a experiência concreta do Estado do Rio de Janeiro De forma condizente com o preconizado pelas “boas práticas” de implementação de “clusters policies” advogadas por organismos internacionais como OCDE, UNCTAD, CEEEUROSTAT, também no caso do Rio de Janeiro observa-se uma tentativa de definir objetivos e ações a partir de um processo desenvolvido de “baixo para cima”, de modo a que os mesmos se adaptem aos problemas e necessidades inerentes às realidades locais. Neste sentido, a relativa frouxidão conceitual do conceito adotado por alguns organismos não deixa de ser, em algum grau, um aspecto positivo, na medida em possibilita uma flexibilidade para a adequação das ações em função daquelas realidades. A necessidade das políticas serem formatadas em função de especificidades setoriais também está presente na experiência investigada. No entanto, percebe-se, no estado do Rio de Janeiro um viés na direção do apoio a APLs vinculados a atividades tradicionais (vestuário, calçados, cerâmica, etc) as quais, apesar de uma localização dispersa espacialmente e da elevada capacidade de geração de empregos, tem um impacto limitado em termos da capacidade de reconfiguração da base produtiva local. Em especial, observa-se que ações adotadas tendem a negligenciar relativamente atividades de maior conteúdo tecnológico ou baseadas no conhecimento. Um aspecto problemático decorre do fato de que estas atividades apresentam um potencial expressivo de crescimento no Estado, dada a presença de uma base científico-tecnológica consolidada que favorece processo de spin-offs. A incorporação de uma visão “direcionada para o mercado” preconizada pelas boas práticas das “clusters policies” também está presente nas ações identificadas, porém há evidências de que a mesma é excessivamente tímida, geralmente se limitando a esforços para divulgação e colocação dos produtos gerados em novas mercados mas raramente envolvendo um esforço mais cuidadoso de posicionamento mercadológico, através de adaptações no design e outros atributos do produto e da busca e introdução sistemática de inovações. Como reflexo dessa postura, as exportações de empresas inseridas em APLs no estado são ainda bastante limitadas, com as mesmas se restringindo a eventos ocasionais, o que se reflete numa instabilidade da base de MPEs exportadoras. É também recorrente na literatura a importância atribuída à articulação das políticas de apoio a APLs a um arcabouço mais geral de planejamento. Neste sentido, destaca-se a relevância do planejamento estratégico e da prospecção tecnológica e regional como fundamentos para a operacionalização de uma política efetiva de apoio a APLs. No caso específico do Rio de Janeiro, identifica-se, de fato, um esforço de planejamento estratégico das ações de apoio a APLs; no entanto, este planejamento estrutura-se de forma excessivamente burocrática, circunscrevendo-se à definição (e eventual quantificação) de objetivos e metas, mas raramente se articulando a um planejamento regional estruturado, que contemple a melhoria das condições logísticas e de infra-estrutura, a qualificação formal e técnica da mão-de-obra local e o incremento da base científico-tecnológica da região. Este problema se agrava na medida em os organismos diretamente envolvidos com a implementação das ações de apoio a APLs tendem a operar com um raio de manobra limitado, reportando-se a outras instâncias de governo no tocante à definição das políticas de desenvolvimento regional. 86 Outra orientação geral concernente às políticas de apoio a APLs refere-se à busca de uma articulação público-privado eficiente, visando garantir uma estrutura sustentável de governança para o arranjo. Isto implica, por um lado, a organização de APLs e dos instrumentos de apoio mobilizados em torno de grupos de líderes locais oriundos do setor privado, articulados organicamente com instâncias de governo responsáveis pela implementação daquelas políticas. O aspecto chave desse tipo de articulação deve ser a criação e reforço de capacitações coletivas, que possibilitem a formulação de uma estratégia coerente e sustentável de dinamização do APL ao longo do tempo. Em determinadas circunstâncias, pode também ser importante a implementação de ações por organizações intermediárias (inseridas no denominado “terceiro setor”), nas quais se observa uma interpenetração das lógicas pública e privada. Visando consolidar uma visão comum que possibilite a integração de ações no âmbito do arranjo, é possível destacar o apoio à montagem de instâncias institucionais de articulação (conselhos, fóruns, etc.) que favoreçam a disseminação de princípios de solidariedade e reciprocidade nas relações entre agentes. O reforço da interação e do associativismo em escala local pode ser favorecido através da mobilização de programas governamentais para coordenação das estratégias dos agentes. A identificação e o apoio a empresas-líderes do arranjo (flagship firms) pode ser também uma estratégia interessante, assim como o apoio governamental à provisão de serviços de consultoria cujos benefícios se disseminem entre os diversos agentes locais. Em determinadas atividades de menor conteúdo tecnológico, este papel pode ser desempenhado por consultores especializados contratados por agências públicas (caracterizados pela literatura como technological gatekeepers), que funcionariam na identificação de novas oportunidades e na disseminação de best-pratices produtivas, tecnológicas e organizacionais. No caso da experiência do Rio de Janeira, este tipo de articulação tem sido realizado de forma eficaz na coordenação das políticas promovida pela Câmara de APLs. No entanto, há evidências de que, em algumas situações, a identificação de interlocutores com representatividade e capacidade de liderança junto aos atores locais não é uma tarefa fácil, tendendo a ser mais bem sucedida quando mediada por associações empresariais locais préexistentes. Destaca-se também a necessidade de coordenar as ações implementadas pelas diversas agências envolvidas com políticas de apoio a APLs, visando impedir duplicação de esforços e garantir a maior eficácia das ações. No caso do Rio de Janeiro esta articulação é particularmente importante, dado o elenco limitado de instrumentos de ação à disposição da Câmara de APLs (particularmente aqueles atinentes a incentivos fiscais e creditícios) e a maior importância de outras instâncias de governo na coordenação das políticas industrialtecnológica e de desenvolvimento regional. A mobilização de consultorias para atualização tecnológica e gerencial é particularmente importante no caso do suporte oferecido pelo SEBRAE-RJ. A eficácia dessas atividades depende, porém, da adaptação das mesmas às necessidades e realidades locais, incluindo aspectos como a definição de temas relevantes, a adequação das formas de transmissão de informações e a capacidade de gerar resultados que sejam claramente percebidos pelo público-alvo das mesmas, o que não é uma tarefa simples. Outro aspecto a ser considerado na implementação de políticas de apoio a APLs referese à definição da configuração industrial subjacente a ser utilizada como referência para a formatação de ações. Neste caso, observa-se que não existe uma modelo geral capaz de ser aplicado a diferentes situações, podendo-se diferenciar, a princípio, situações nas quais predomina uma dinâmica comandada por MPEs aglomeradas espacialmente de outras nas quais se identifica uma maior relevância de empresas-âncora de maior porte ou mesmo de empresas de base tecnológica articuladas à infra-estrutura de C&T. No caso do Rio de Janeiro, a política de apoio a APLs comandada pela Câmara está direcionada principalmente para a primeira dessas situações – MPEs aglomeradas espacialmente vinculadas a setores 87 tradicionais e a atividades de base turística e cultural – o que restringe o raio de alcance das ações. No caso de arranjos onde se identifica uma coordenação dos fluxos de transação por empresas-âncora de maior porte, as ações geralmente restringem-se a tentar facilitar o acesso de MPEs às redes de fornecimento, principalmente através de mecanismos de cadastramento e certificação junto àquelas empresas (caso da Petrobras, por exemplo). Esta linha de ação, apesar de importante, limita a efetividade das ações, na medida em pode estimular uma concorrência perversa entre empresas locais pelo acesso às redes de fornecimento das empresas-âncora. Este problema tende a se agravar face à tendência de fortalecimento do impacto de grandes projetos na dinâmica de desenvolvimento do Estado (COMPERJ, CSA, Porto do Açu, Pré-sal, etc,), os quais estão fortemente vinculados a investimentos de empresas-âncora. Cabe também ressaltar que, na fase de construção desses empreendimentos, o impacto em termos da dinamização das compras de bens e serviços tende a estar concentrado em empresas de engenharia, construção e montagem (EPCistas), em relação às quais o raio de alcance das políticas de apoio a APLs é muito limitado. No caso de arranjos nos quais se destaca a presença de empresas de base tecnológica articuladas à infra-estrutura de C&T, observa-se também um alcance limitado da política de apoio a APLs no estado do Rio de Janeiro, por uma série de razões. Por um lado, a mobilização de instrumentos tradicionais de apoio, como incentivos fiscais e linhas de crédito, tende a ser menos efetiva nestes casos. Por outro lado, as exigências em termos de capacitação dessas empresas tendem a ser mais específicas, combinando o domínio de áreas científico-tecnológicas específicas com a consolidação de uma capacidade empreendedora e gerencial. Além disso, a necessidade de aproximação e interação com a infra-estrutura de C&T requer dessas políticas a capacidade de manejar um arsenal específico de instrumentos, relacionados a direitos de propriedade industrial e intelectual, mecanismos de transferência de conhecimentos e gestão de incubadoras e parques tecnológicos. Em função dessas exigências, o que se observa na prática é que a política de apoio a APLs no Rio de janeiro passa relativamente ao largo dessas atividades, que se estruturam a partir de ações autônomas de empresas de base tecnológica (eventualmente com o suporte de associações empresariais), instituições de pesquisa e organismos específicos de mediação (incluindo agências de governo como a FINEP e a Faperj). Como exemplos, é possível mencionar a organização do Pólo Petrópolis-Tecnópolis, do Pólo de Biotecnologia do Rio de Janeiro, das Redes Temáticas de pesquisa estruturadas a partir do Cenpes-Petrobras e do surgimento de empresas de base tecnológica vinculadas a TICs a partir de incubadoras de universidades (UFRJ, PUC, UERJ, UFF e UENF). Outro aspecto importante ressaltado pela literatura especializada refere-se à importância de uma avaliação regular dos APLs apoiados, inclusive através da utilização de procedimentos de benchmarking para comparar a evolução de distintos arranjos ao longo do tempo, o que implica o monitoramento de ações a partir de perspectiva comparativa. Como fator adicional, destaca-se a necessidade das políticas incorporarem uma perspectiva de adaptação (updating) da visão estratégica no âmbito do APL, o que implica um ajustamento das ações e instrumentos no sentido de garantir o necessário upgrade de produtos, processos, rotinas organizacionais e procedimentos de gestão, visando consolidar uma trajetória “high road” de incremento de capacitações inovativas e reforço da competitividade. Confrontando-se esta orientação com a experiência concreta de apoio a APLs no Estado do Rio de Janeiro, observa-se que as políticas implementadas são relativamente pouco ambiciosas, o que se justificaria em função do estágio ainda incipiente de estruturação de alguns doa APLs apoiados e da ênfase no apoio a setores tradicionais. Desse modo, as ações de capacitação priorizadas orientam-se, fundamentalmente, para a difusão de Tecnologia Industrial Básica (TIB), raramente contemplando estímulos efetivos ao fortalecimento dos esforços inovativos, particularmente através do incremento das 88 atividades de P&D realizadas internamente pelas empresas ou de forma cooperativa com outros agentes. O aprofundamento de esforços inovativos é fundamental para possibilitar uma re-orientação estratégica das atividades de um determinado APL, a qual poderia ser postergada na ausência dos estímulos adequados. È provável também que o avanço em uma trajetória “high road” de incremento da competitividade venha requerer um direcionamento mais efetivo das vendas para mercados mais sofisticados, particularmente através de exportações, o que ocorre ainda de forma limitada e pontual nos arranjos apoiados. Geralmente, as ações orientadas à exploração do potencial exportador de determinados arranjos se baseiam, quase que exclusivamente, na mera divulgação dos produtos (em feiras internacionais, por exemplo) e num posicionamento passivo face à demanda externa, não se observando a adoção de estratégias coordenadas de penetração e inserção duradoura nesses mercados. A consolidação de uma visão “marked-led” no âmbito das políticas de apoio a APLs implica um foco específico na integração competitiva dos arranjos, o que requer, em algum grau, a realização de esforços de prospecção mercadológica e a busca de uma paulatina integração a redes de comercialização globais. De modo a atingir este objetivo, as políticas públicas devem procurar incrementar a logística de distribuição e comercialização dos produtos gerados pelo arranjo, bem como atuar na direção de um paulatino “upgrade” desses produtos, que amplie as possibilidades de colocação dos mesmos em condições mais satisfatórias de rentabilidade. A ênfase das políticas de apoio a APLs na difusão de Tecnologia Industrial Básica e na consolidação de estruturas sustentáveis de governança, apesar de importante, tende muitas vezes a negligenciar um aspecto fundamental: os padrões de aprendizado que vigoram em cada tipo de arranjo e a maneira como os mesmos podem ser qualitativamente incrementados a partir de estímulos provenientes das ações de governo. Neste sentido, é possível distinguir duas “dimensões” dos processos de aprendizado que podem ser objeto de incentivos de política. Uma primeira dimensão refere-se especificamente à disseminação de mecanismos informais de aprendizado em escala local que possibilitam o incremento (ou a redução de assimetrias) das competências e dos níveis de eficiência dos agentes integrados aos arranjos, através da difusão de conhecimentos e de diversos tipos de efeito spill-over relacionados à consolidação desses arranjos. A segunda dimensão refere-se à consolidação de mecanismos formais de aprendizado que resultam numa intensificação do ritmo pelo qual inovações tecnológicas de produto e processo são introduzidas em escala local, particularmente através da intensificação de práticas cooperativas que permitem integra competências de diferentes agentes. Do ponto de vista das políticas de apoio a APLs, ações de fortalecimento dos mecanismos de aprendizado apontam para algumas direções importantes. Uma primeira delas refere-se à necessidade de identificarem-se os principais mecanismos de aprendizado que prevalecem em cada situação, promovendo-se um processo paulatino de “upgrade” desses processos na direção do incremento conjunto de competências. Uma segunda direção envolve de consolidação de núcleos dinâmicos de empresas e instituições, com maior capacidade de irradiamento dos efeitos do aprendizado para outros agentes. A terceira direção, diretamente relacionada às demais, refere-se à necessidade de se medir e avaliar os efeitos spill-over gerados ao nível local, através de indicadores específicos, de modo a garantir uma maior eficácia das ações implementadas. Uma quarta questão refere-se ao papel efetivo da infra-estrutura de C&T neste processo e à maneira como este papel pode ser dinamizado através de instrumentos de políticas públicas. Finalmente, outra questão relevante diz respeito à necessidade de se articular os processos locais de aprendizado aos fluxos internacionais de conhecimento, de modo a garantir a atualização tecnológica de produtos e processos. 89 No caso das ações de apoio a APLs adotadas por diversos organismos no estado do Rio de Janeiro, há evidências de que este foco no fortalecimento dos mecanismos de aprendizado é parcial e insuficiente. Três limitações podem ser ressaltadas neste sentido. A primeira delas decorre da ênfase na transmissão de conhecimentos em programas de treinamento e capacitação, que muitas vezes negligencia a realidade dos processos de aprendizado dos agentes locais. A segunda limitação decorre da ênfase numa mera avaliação dos resultados quantitativa dos resultados gerados em termos do desempenho econômico-produtivo das empresas, sem uma preocupação em avaliar como evoluíram os processos de aprendizado subjacentes a esse desempenho. Por fim uma terceira limitação decorre da dificuldade para avaliar-se o engajamento efetivo dos agentes em práticas cooperativas com outros agentes indutoras de processos de aprendizado. Neste caso, um problema básico decorre do fato de que esta cooperação pode demorar para gerar resultados concretos, devendo-se estrutura mecanismos que favoreçam a sustentação da mesma no longo prazo. Outro aspecto fundamental refere-se especificamente à dotação de recursos humanos qualificados ao nível local, que desempenha um papel fundamental para a evolução ao longo de uma trajetória de incremento efetivo da competitividade das empresas integradas aos arranjos. Do ponto de vista das políticas de apoio a APLs, isto implica em ações orientadas ao desenvolvimento de recursos humanos em escala local, incluindo a educação formal e o perfil das qualificações técnicas da mão de obra. Trata-se, neste caso, da necessidade em se identificar os principais gargalos em termos da qualificação dos recursos humanos locais e da montagem de um arcabouço institucional adequado, incluindo programas de qualificação e a mobilização de instituições direcionadas para a educação formal e técnica da mão-deobra, de maneira a superar estes entraves. A princípio, pelo menos três aspectos correlacionados a esta dimensão podem ser, em algum grau, afetados pela conformação das políticas públicas: (1) o incremento da contribuição oferecida pelo sistema educacional local (tanto em termos de educação formal como técnica) para o desenvolvimento de recursos humanos; (2) o apoio aos esforços realizados pelas empresas para o desenvolvimento de recursos humanos (tanto em termos do treinamento da mão de obra como da política de contratação de novos quadros); (3) o apoio à intensificação de articulações entre o setor empresarial e a infra-estrutura educacional local, visando o desenvolvimento de recursos humanos. No caso específico das políticas de apoio a APLs no estado do Rio de Janeiro identificam-se alguns exemplos de mobilização de instituições de formação com este intuito, como o CEFET e o SENAI, mas raramente estas ações se articulam a uma estratégia coordenada de incremento da capacitação dos recursos humanos em escala local. As questões relativas ao incremento das capacitações inovativas, ao fortalecimento dos mecanismos de aprendizado e à melhoria da qualificação dos recursos humanos se articulam a uma questão mais geral, que deve nortear as políticas de apoio a APLs. Em particular, as possibilidades desses arranjos evoluírem ao longo de uma trajetória virtuosa de incremento da competitividade dependem, em boa medida, da sua inserção em sistemas locais e regionais de inovação com capacidade de mobilizar as competências necessárias. Do ponto de vista das políticas públicas, isto implica em não considerar, para fins de operacionalização das ações de apoio, os arranjos produtivos de forma isolada ou autônoma, mas sim a partir das interfaces que os mesmos estabelecem com aqueles sistemas. Isto implica, inclusive, na capacidade de mobilizar recursos e estruturar instituições que possibilitem tornar esta interface mais profícua e duradoura. Para algumas atividades intensivas em conhecimento, esta interface é absolutamente fundamental, convertendo-se em um fator de sustentabilidade doas arranjos. No caso das políticas de apoio a APLs no estado do Rio de Janeiro a preocupação em fortalecer os vínculos entre os arranjos apoiados e os sistemas locais de inovação ainda é bastante limitada, se refletindo, por exemplo, no 90 apoio da Câmara de APLs a elaboração de projetos cooperativos entre empresas e instituições de pesquisa a serem submetidos a agências de fomento como a FINEP. Identifica-se, no entanto, uma nítida subutilização da infra-estrutura de C&T local, que poderia ser mobilizada de maneira a se articular de forma mais efetiva com empresas inseridas em arranjos, a partir de um manejo adequado das políticas de apoio. É importante também considerar aspectos estritamente locacionais (condições gerais de infra-estrutura, por exemplo) que são fundamentais para o fortalecimento dos arranjos e que podem ser afetados de forma positiva por medidas de política. Neste caso, para impulsionar a consolidação e fortalecimento de APLs, é importante considerar quais são os principais “gargalos” em termos das condições locais de infra-estrutura, avaliando-se se estes gargalos podem ser solucionados através de uma ação direta do governo ou se requerem algum grau de articulação entre os agentes locais. A busca de uma maior articulação entre diferentes instâncias de governo (municipais, estaduais, federais) na eliminação desses gargalos também é particularmente importante. A idéia é atuar sobre determinados recursos críticos cuja ausência gera “problemas sistêmicos” para operação de arranjos cooperativos, como determinadas condições infra-estrutura física (estradas, sistemas de escoamento da produção, etc); infra-estrutura de comunicações; etc. No caso específico do Rio de Janeiro, este aspecto ressalta a importância de articular as demandas de empresas integradas em APLs aos projetos de modernização da infra-estrutura. Esta questão não é trivial, dados o menor poder de expressar seus interesses dessas empresas (em especial MPEs) e na natural desarticulação das políticas públicas no tocante a coordenação de investimentos. Além disso, face ao impacto pervasivo de novas tecnologias de informação e telecomunicação, é particularmente importante a adequação da infra-estrutura dessas tecnologias no âmbito do arranjo, através da montagem de redes inter-corporativas, do desenvolvimento de aplicações multimídia e da utilização de Internet para fins comerciais (via e-commerce, por exemplo) interna e externamente ao arranjo. Destaca-se também o suporte das políticas públicas para a montagem de uma infra-estrutura que possibilite a repartição de informações entre agentes, operando como meio para a provisão de bens públicos (sites na Internet, etc.) no âmbito do arranjo. No caso do Rio de janeiro, identificam-se alguns avanços importantes nessa direção, os quais poderiam, porém, ser aprofundados em função da uma base instalada em termos de TICs (empresas de software e serviços de telecomunicação, por exemplo) que poderia ser mobilizada para atender necessidades de empresas integradas a APLs. É possível destacar também papel das políticas públicas na criação de condições de financiamento que sejam adequadas à intensificação dos esforços produtivos, tecnológicos e mercadológicos de APLs. Neste sentido, as políticas públicas devem considerar alguns elementos críticos que desempenham um papel fundamental na definição de esquemas eficazes de financiamento, Um primeiro elemento importante refere-se ao estágio de estruturação do arranjo, uma vez que arranjos em estágios iniciais de estruturação requerem soluções financeiras distintas daqueles que apresentam uma maior grau de maturidade e consolidação. Outro aspecto fundamental a ser considerado refere-se às formas de governança prevalecentes ou em estruturação no arranjo. É possível distinguir, nesse sentido, estruturas de governança com nítido predomínio de PMEs de outras nas quais identificam-se empresas âncora que operam como núcleos centralizadores dos fluxos internos ao arranjo, as quais exigem esquemas de financiamento bastante distintos. A avaliação prévia e criteriosa das capacitações produtivas, tecnológicas e organizacionais dos agentes locais é também fundamental, pois estas capacitações limitam fortemente a possibilidade de acesso dos mesmos a linhas tradicionais de financiamento. Por fim, deve-se considerar quais as oportunidades e ameaças engendradas pelo ambiente competitivo, pois é 91 evidente que, em função desses elementos, esquemas particulares de financiamento podem se mostrar necessários. Considerando que as políticas públicas estejam bem “calibradas” com relação aos elementos citados, é possível mencionar uma série de elementos que podem ser ativados na montagem de esquemas de financiamento que sejam funcionais para o fortalecimento e dinamização de APLs. Um primeiro aspecto, recorrentemente mencionado em diversos estudos sobre o tema, refere-se à montagem de esquemas alternativos de repartição de risco e de concessão de garantias mútuas, os quais ampliam e redefinem as possibilidades de acesso a linhas de crédito adaptadas às necessidades dos agentes inseridos em APLs. Em atividades tradicionais ou de menor conteúdo tecnológico, nas quais se observa um nítido predomínio de MPEs, é mais provável que estes esquemas venham a ser bem sucedidos quando articulados à ativação de linhas de microcrédito adaptadas às necessidades dos agentes locais. No caso de atividades cuja rentabilidade é mais evidente para o mercado (ou nas quais o maior conteúdo tecnológico constitui um atrativo a mais para potenciais investidores), é provável que a montagem de esquemas funcionais de financiamento envolva o acesso a linhas de capital de risco via sistema financeiro ou mercado de capitais. Neste caso, a criação de um mercado de venture-capital ou de alternativas complementares mencionadas pela literatura (seed-capital ou business-angels, por exemplo) podem ser alternativas interessantes. De qualquer modo, para a viabilização dessas alternativas, duas condições devem ser atendidas, em relação às quais as políticas públicas teriam uma contribuição efetiva a oferecer. A primeira delas refere-se à necessidade de capacitação (ou requalificação) dos agentes financeiros, em termos dos instrumentos de que dispõem e das sistemáticas de avaliação dos pedidos de concessão de crédito. É possível que este processo de requalificação possa ser comandado por agências públicas de fomento, capazes de gerar um “efeito demonstração” para o conjunto das instituições financeiras. A segunda condição envolve a concessão de incentivos fiscais e subsídios diretos para áreas e esquemas específicos de financiamento, que apresentam uma perspectiva de maior retorno em termos do fortalecimento de determinados APLs. Neste caso, deve-se procurar evitar a concessão de privilégios duradouros, limitando-a períodos restritos e condicionado-a à realização de esforços de capacitação dos agentes e à obtenção de resultados econômicos efetivos. 92