ESCOLA ESTUDUAL DO CAMPO DE VILA NOVA
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
SÃO JERÔNIMO DA SERRA - PR
PROJETO POLITICO PEDAGOGICO
2
2012
SUMÁRIO
Apresentação.......................................................................................................... 05
1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO.......................................................
06
2 MARCO SITUACIONAL.......................................................................................
07
Oferta da Instituição................................................................................................
07
Escola do Campo.....................................................................................................
08
Organização Interna da Escola................................................................................
08
Ocupação do Tempo e Espaços Pedagógicos........................................................
12
Sala de Apoio..........................................................................................................
12
Laboratório de Informática.......................................................................................
13
Biblioteca................................................................................................................
14
Laboratório de Ciências..........................................................................................
14
Horta Escolar........................................................................................................... 14
2.1 ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO........................... 15
Aspectos Históricos da Escola................................................................................
15
Caracterização da População, Alunos e Pais.........................................................
16
Caracterização dos Professores, Funcionários, Direção e Equipe Pedagógica.....
17
Quantitativo do Corpo Docente e Vínculo Funcional..............................................
19
Quantitativo Discente..............................................................................................
19
Quantitativo Equipe Administrativa e Vínculo Funcional.........................................
20
Quantitativo de Funcionários e Vínculo Funcional..................................................
20
Quantitativo Equipe Pedagógica e Vínculo Funcional............................................
20
Atendimento a Alunos com necessidades Educacionais Especiais........................
20
Resultados Educação.............................................................................................
21
Relação Idade Ano................................................................................................
21
3 MARCO CONCEITUAL .....................................................................................
24
Concepção de Educação........................................................................................
24
Concepção de Educação do Campo......................................................................
24
Concepção de Homem............................................................................................ 25
Concepção de Sociedade.......................................................................................
26
Concepção de Tecnologia......................................................................................
27
Filosofia da Escola..................................................................................................
28
3
Princípios Norteadores da Educação .....................................................................
31
Concepção de Escola.............................................................................................
37
Concepção de Conhecimento.................................................................................
39
Concepção de Ensino Aprendizagem....................................................................
41
Concepção de Avaliação........................................................................................
42
Gestão Democrática..............................................................................................
43
Instancias Colegiadas ...........................................................................................
46
Gestão de Recursos Financeiros............................................................................
49
Gestão de Recursos Humanos...............................................................................
50
Concepção de Currículo.........................................................................................
50
Atividades de Contraturno.......................................................................................
53
Concepção de Infancia e Adolescencia..................................................................
54
Concepção de Alfabetização e Letramento............................................................
55
Articulação entre os Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental............
57
Adaptação dos Alunos oriundos dos Anos Iniciais.................................................
58
4 MARCO OPERACIONAL....................................................................................
60
Organização Curricular...........................................................................................
60
Matriz Curricular do Ensino Fundamental turno tarde.............................................
61
Organização Curricular Turno Tarde......................................................................
65
Matriz Curricular do Ensino Fundamental turno Noite............................................
66
Organização Curricular Turno Noite........................................................................ 70
Processo de Avaliação............................................................................................
71
Recuperação de Estudos........................................................................................
72
Processos de Promoção, Classificação e Reclassificação.....................................
73
Processo de Aprimoramento da Prática Pedagógica.............................................
76
Articulação do Estabelecimento com a Família e a Comunidade...........................
78
Organização do Horário/Hora Atividade.................................................................
79
Atuação da Equipe Muldisciplinar...........................................................................
80
Acompanhamento das Atividades em Contraturno.................................................
87
Matriz Curricular Parte Diversificada.......................................................................
89
Calendário Escolar...................................................................................................
89
Proposta de Inclusão Educacional..........................................................................
92
Prevenção e Uso Indevido de Droga......................................................................
93
Reorganização do Trabalho Pedagógico................................................................
96
4
Projetos e Atividades Pedagógicas.........................................................................
97
Educação Ambiental...............................................................................................
100
Envolvimento das Instancias Colegiadas................................................................
101
Diretrizes Curriculares Norteadoras da Proposta Pedagógica Curricular................
102
Plano de ação d Escola..........................................................................................
104
Avaliação Institucional no PPP...............................................................................
106
Considerações Finais...............................................................................................
108
Bibliografia ............................................................................................................
109
5
Apresentação
Construir coletivamente a identidade da escola que temos e a que
almejamos, toma forma na reelaboração do Projeto Político Pedagógico definindo
para o contexto sociocultural em que está inserida a comunidade da Escola Estadual
do Campo de Vila nova – Ensino Fundamental, o que pais, educandos, professores,
funcionários, diretor e equipe pedagógica pensam e almejam em relação à educação
escolar publica e as concepções que a envolve, como homem, sociedade,
conhecimento, educação, cultura, ensino, aprendizagem e cidadania para, a partir
desses pressupostos, tomar a transmissão sistemática dos conhecimentos
produzidos e acumulados no movimento histórico da humanidade, como conteúdos,
de maneira a garantir que os alunos que deles se apropriarem de forma ativa,
possam reelaborar novos saberes, processando uma critica não abstrata
mas,
embasada na compreensão cientifica do real.
A reforma do Projeto Político Pedagógico se deu cuidando para que a
discussão e elaboração coletiva desse documento reflitam e correspondam aos
anseios da comunidade escolar.
Essa reformulação vem da necessidade de atualizar e incorporar ao
trabalho educacional os avanços das pesquisas nas diferentes áreas do
conhecimento, de está em consonância com as Diretrizes Curriculares da Educação
Básica emanadas da Secretaria de Estado da Educação e de está atento às
mudanças na sociedade e suas implicações na comunidade escolar. Por fim,
integrar-se política e pedagogicamente ao sistema de ensino com vistas a construir
uma referência para o Ensino Fundamental que possa ser traduzida e discutida em
sala de aula, que possa garantir ao aluno acesso à construção dos conhecimentos
indispensáveis para sua formação e cidadania.
Portanto, é imprescindível redefinir com clareza o papel da escola,
considerando a diversidade cultural no que se refere aos conteúdos estruturantes,
básicos e específicos de cada disciplina como também, as diferenças sociais
presentes no tecido social, buscando o saber popular campesino concomitante ao
saber cientifico, mediados pela experiência de mundo, visando a apreensão do
conhecimento sistematizado.
6
1- IDENTIFICAÇAO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO
•
Nome do Estabelecimento: Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino
Fundamental.
•
Escola/código: 0485
•
Tipo de escola: Do Campo
•
Município: São Jerônimo o da Serra - PR
•
Município/ Código: 2490
•
Endereço: Bairro Rural Vila Nova da Florença Rua Principal S/Nº
•
Telefone: (43) 32767005
•
E-mail: [email protected]
•
Dependência Administrativa: Núcleo Regional da Educação de Cornélio
Procópio.
•
NRE/Código: 08
•
Município: Cornélio Procópio
•
Endereço: Avenida Minas Gerais nº 435 – Centro
•
Telefone: (43) 35205100
•
E-mail: [email protected]
•
Distancia da escola do NRE: 101 km distantes do Núcleo Regional de Educação
de Cornélio Procópio ao qual está jurisdicionada.
•
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
•
Ato de Autorização de Funcionamento: Portaria 1.762 de 12/06/82
•
Ato de Reconhecimento de Curso: Resolução nº 7.023/84 de 27/09/84
•
Ato de Renovação de Reconhecimento de Curso: Resolução nº 3.377/04 de
28/10/2004.
•
Ato Administrativo e parecer de Aprovação do Regimento Escolar: 268/2008
•
Adendo nº 2 aprovado pelo Ato Administrativo nº 1/11
•
Legais das Instancias Colegiadas:
Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF Cartório de Registro Civil
de Pessoas Jurídicas e Registro de Títulos e Documentos em São Jerônimo da
Serra - PR sob o nº. 5524 Livro - 25 B folha 31 a 33.
7
Conselho Escolar – Resolução nº 4649/2008
Equipe Muldisciplinar - Deliberação nº 04/06 – CEE/PR
2 – MARCO SITUACIONAL
Oferta da instituição
A Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental
organiza seu ensino em regime anual ofertando os Anos Finais do Ensino
Fundamental que se constituem em 6º, 7º, 8º e 9º ano.
O horário escolar é elaborado visando a utilização e organização
dos espaços educativos. O direcionamento na elaboração pauta-se na Grade
Curricular, no disposto na LDB 9394/96 obedecendo ao mínimo de 200 (duzentos)
dias letivos e nos horários disponíveis de cada professor. A escola tem autonomia
quanto á elaboração do seu horário escolar, porem, é imprescindível que esteja de
acordo com o Regimento Interno da escola e sempre a serviço do PPP na busca de
arranjos que beneficiem o processo de ensino aprendizagem.
Privilegiam-se as
aulas geminadas por oferecer melhor condição para o ensino, como também, pela
otimização do tempo. As atividades em espaços de educação social tais como
museus, terras indígenas, centro de recuperação de dependentes químicos, entre
outros, serão programadas com antecedência observando a disponibilidade na
agenda destes e sem prejuízo às aulas teóricas.
O horário de distribuição das aulas obedece ao seguinte cronograma:
Turno Vespertino
- 13:00 ás 13:50 - 1ª aula
- 13:50 às 14:40 - 2ª aula
- 14:40 às 15:30 - 3ª aula
- 15:30 às 15:40 - intervalo
- 15:40 às 16:30 - 4ª aula
- 16:30 às 17:20 - 5ª aula
Turno Noturno
- 19:00 às 19:50 - 1ª aula
- 19:50 às 20:40 - 2ª aula
- 20:40 às 20:50 - intervalo
- 20:50 às 21:35 - 3ª aula
8
- 21:35 às 22:20 - 4ª aula
- 22:20 às 23:05 - 5ª aula
Escola do Campo
Escola do campo como o próprio nome revela possui espacialidade
e por isso mesmo o espaço rural assume função nuclear, ou seja, é um local
específico de reprodução material dos sujeitos que protagonizam o conjunto de
ações concernentes a este espaço. A despeito dessa característica geoespacial e
humana a escola ora introduziu paradigmas educacionais nos mesmos moldes
urbanos, ora depreciou o ensino em função de relegar o camponês a uma condição
de atraso intelectual e profissional.
Objetivando o resgate da dívida histórica em relação aos sujeitos do
campo, de terem uma educação de qualidade, vinculada à sua cultura,
necessidades humanas, sociais e econômicas como também, o reconhecimento da
localização e modos de vida atrelados ao cotidiano campesino da comunidade local,
a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental é resultado de
uma política que se concretizou no Estado do Paraná, através da Resolução nº
4783/2010 da Secretaria de Estado da Educação. Nesta perspectiva, ao assumir a
identidade de escola publica do campo, o trabalho educacional é entendido como do
e no campo, portanto, indissociável dessa realidade na qual discente e comunidade
buscam, além do saber, o fortalecimento dos laços culturais relacionados à vida na
terra.
Organização Interna da Escola
Esta Instituição de Ensino é uma escola do campo. Está a 22 kms
distante da sede do município com estrada de acesso sem pavimentação (estrada
de chão) o que dificulta e às vezes inviabiliza o trânsito nos períodos de chuva.
Funciona em prédio próprio com 429,00 m2 de área construída sendo composta por
três blocos distintos. Disponibiliza seu espaço no matutino para o funcionamento da
Escola Municipal Dom Bosco – Educação Infantil e Ensino Fundamental. Dispõe de
04 (quatro) salas de aula, 02 (duas) medindo 5x6m 2 e outras 02 (duas) medindo 5,76
x 7,50m2, 01 (uma) sala para biblioteca medindo 6,0 x 4,8 m 2 compartilhada com sala
dos professores, 01 (uma) sala medindo 7,8 x 6,0 m 2 onde funciona a secretaria,
9
direção e equipe pedagógica, 01 (uma) sala medindo 7,8 x 6,0 m 2 onde está
instalado o laboratório de informática e uma sala medindo 5x6 m 2 onde funciona o
laboratório de Ciências. O prédio escolar é construído em alvenaria com área de
proteção também em alvenaria (murado), as salas não são bem ventiladas. Conta
com 03 (três) banheiros, sendo um masculino e dois femininos em bom estado de
conservação. A cantina para o preparo da merenda escolar medindo 3,35 x 5,50m2 é
pequena e com pouca ventilação. Não possui refeitório e em decorrência a merenda
escolar é servida nas salas de aula causando alguns transtornos. Há uma pequena
sala utilizada como depósito de alimentos. O pátio não é coberto, falta iluminação no
mesmo e no entorno da escola. A escola não possui quadra de esportes para a
prática de educação física.
Para que as ações na Intuição de Ensino se efetivem de forma a
atingir os objetivos propostos é imprescindível a atuação, em conjunto, dos
segmentos que estruturam todo o processo que envolve sua organização
administrativa e pedagógica. O cumprimento de papéis inerentes a cada segmento
estabelecerá harmonia necessária ao funcionamento da escola como um todo.
Dando um suporte de caráter funcional são atribuídas, através de
documentos emanados do órgão mantenedor da escola instruções que dão ciência a
cada segmento acerca de sua competência em relação ao cargo ou posição que
ocupa no ambiente escolar.
a) Equipe Pedagógica: Composta por professores graduados em Pedagogia, é
responsável pela coordenação, implantação e implementação no estabelecimento
de ensino das Diretrizes Curriculares definidas no Projeto Político Pedagógico e no
Regimento Escolar, em consonância com a política educacional e orientações
emanadas da Secretaria de Estado da Educação. Deve promover a integração do
todo. Deverá atuar em conjunto com todos os segmentos da escola, prestando
informações, assessorando, dando assistência ao docente, aos alunos, pais e
direção. Deve promover a integração do todo, participar do desenvolvimento de
projetos educacionais como: planos de recuperação, projetos pedagógicos,
atividades extracurriculares, entre outros.
b) Secretaria: Setor responsável por cumprir a legislação em vigor e as instruções
normativas emanadas da SEED, que regem o registro escolar do aluno e a vida
legal da escola. Cabe à secretaria receber a comunidade escolar prestando
10
informações e orientações sobre a legislação vigente toda a escrituração do
estabelecimento de ensino, documentação dos alunos e arquivo.
c) Equipe Auxiliar Operacional: O auxiliar operacional tem ao seu encargo os
serviços de conservação, manutenção, preservação, segurança e da alimentação
escolar, no âmbito escolar, sendo coordenado e supervisionado pela direção do
estabelecimento de ensino.
- Agente Operacional II: tem como função auxiliar a direção e secretaria nas tarefas
a ele designadas, incluindo-se todo o serviço da biblioteca, recepção e auxilio no
Laboratório de Informática.
- Agente Educacional I: Tem como encargo o serviço de manutenção, higienizaçao,
preservação, segurança e merenda escolar do estabelecimento de ensino, sendo
coordenado e supervisionado pela direção, ficando a ela subordinado.
d) Corpo Discente: Constituído por todos os alunos matriculados no Estabelecimento
de Ensino é o alvo de direcionamento do trabalho da escola. Seus direitos estão
constituídos com observância dos dispositivos constitucionais da Lei Federal nº
8069/90 – Estatuto da Criança e do adolescente – ECA, da Lei nº 9394/96 –
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Decreto nº 1044/69 e Lei nº
6202/75. Deve atuar como principal interessado na busca do saber, desenvolvendo
atitudes de estudo, respeito, fraternidade, cooperação, investigação e crítica. Deve
participar das grandes tomadas de decisões referentes às mudanças que o atinja
diretamente, respeitando-se os aspectos da legalidade. Deve assumir a postura de
exigir qualidade no trabalho desenvolvido pela escola e o cumprimento dos dias
letivos que a lei garante.
e) Corpo Docente: É constituído de professores regentes devidamente habilitados
que atuam na escola e deve ser o grande mediador do processo educativo. Deve
atuar no processo ensino aprendizagem participando das tomadas de decisões do
estabelecimento de ensino, planejando metas e objetivos, organizando-se
pedagogicamente de maneira a poder desenvolver a Proposta Pedagógica
Curricular de forma eficaz. Deve solicitar reuniões pedagógicas para discutir
problemas que venham a ter no transcorrer do ano letivo. Seu trabalho deve ter
como características a integração, cooperativismo, participação e criticidade. No
entanto, dentre as muitas atribuições que perpassam o trabalho do corpo docente
enfatizamos, por acreditar ser a base conceitual e instrumental de sustentação ao
trabalho pedagógico:
11
- Participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político
Pedagógico do Estabelecimento de Ensino;
- Elaborar com a Equipe Pedagógica a Proposta Pedagógica Curricular do
Estabelecimento de Ensino, em consonância com o Projeto Político Pedagógico da
instituição;
- Desenvolver atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão crítica do
conhecimento pelo aluno;
- Promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os alunos,
utilizando-se de instrumentos e formas diversificadas de avaliação previstas no
Projeto Político Pedagógico da escola.
f) Diretor: A função de diretor, como responsável pela efetivação da gestão
democrática, é a de assegurar o alcance dos objetivos educacionais definidos no
Projeto Político Pedagógico do Estabelecimento de Ensino como também cumprir e
fazer cumprir a legislação em vigor. Deve atuar na administração geral do
estabelecimento, tanto nos aspectos pedagógicos quanto nos burocráticos. Sua
gestão deve efetivar-se de forma democrática, flexível, transparente, articuladora,
dando condições e suporte para o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico.
Concernente àquilo que lhe é especifico os segmentos da
comunidade escolar devem atuar sempre dentro de um mesmo objetivo:
aprendizagem.
O Corpo Docente e o Corpo Técnico Administrativo primam por um
relacionamento de cooperação, integração e de troca de informações. As atividades
desenvolvidas por cada um não devem acontecer isoladamente, mas, sim, como
ações de integração entre todos os setores. Tanto o pedagógico como o
administrativo deve estar articulado e em constante comunicação para que todas as
partes de instituição estejam representadas numa única posição facilitando o
trabalho educativo e administrativo.
Na elaboração do planejamento anual das ações pedagógicas, a
parceria entre pedagogos e técnicos administrativos deve ser o resultado de um
trabalho em conjunto para que todos estejam envolvidos no processo. O docente
deve conhecer o trâmite burocrático da secretaria e demais setores assim também
como o técnico administrativo. A equipe pedagógica deve atuar como mediadora no
processo educativo, buscando conciliar as dificuldades do docente e do aluno,
sempre como apoio e dialogo aberto.
12
Respeitando-se e situando-se cada qual no seu âmbito de atuação, a
administração e o pedagógico devem apoiar-se mutuamente tendo em vista que o
processo pedagógico perpassa por todos os segmentos da escola.
Ocupação do Tempo e Espaços Pedagógicos
O conhecimento seja ele elaborado e sistemático, seja pelo convívio
social de inter-relações humanas passa pelos espaços escolares que, entendemos
não se restringir tão somente à estrutura física da escola, mas, também, aos
espaços sociais e culturais que se encontram fora do ambiente escolar. Portanto,
cabe ao gestor, Equipe Pedagógica e Professores organizarem sua utilização de
acordo com o objetivo e a atividade a ser trabalhada como também, planejando o
tempo a ser utilizado. O ambientes de sistematização e transmissão de
conhecimentos como também, pátio escolar, horta escolar, cantina, biblioteca,
laboratório de informática, laboratório de Ciências deve ser espaço de socialização,
desenvolvimento de atitudes que levem ao convívio social e cidadão, onde o aluno
aprenda a relação de liberdade e respeito a liberdade do outro, as normas de
cortesia, de solidariedade, enfim, valores que desenvolvam a humanização.
Sala de Apoio
Adesão da escola ao programa disponibilizado pela Secretaria de
Estado da Educação - SEED – objetivando atender as dificuldades de aprendizagem
de crianças que freqüentam o 6º ano, e o 9º ano do Ensino Fundamental. Este
trabalho, iniciado no segundo semestre do ano letivo de 2011, é desenvolvido no
contraturno com a oferta de aula de Língua Portuguesa e Matemática tendo como
finalidade trabalhar as dificuldades referentes à aquisição dos conteúdos destas
disciplinas.
Objetivos:
- Melhorar o rendimento escolar dos alunos;
- sistematizar conceitos, noções e conteúdos dos anos anteriores;
- Trabalhar de forma efetiva para reverter situação de defasagem escolar dos
freqüentadores da Sala de Apoio;
- Incentivar a importância dos estudos e do trabalho em equipe;
13
- Socializar os alunos com dificuldades de relacionamento;
- Desenvolver o potencial de alunos que freqüentam a Sala de Apoio, utilizando
estratégias diferenciadas daquelas empregadas no ensino regular;
- Promover o reconhecimento dos valores éticos: respeito e solidariedade;
- Reconhecer os valores estéticos da arte: música, artes plásticas, artesanato,
encenações, literatura;
- Promover a manifestação de opiniões, do sendo crítico, dando “voz” ao aluno e
permitindo que externe seus pontos de vista;
- Estimular: atenção, concentração, abstração, reflexão, memória;
- Reconhecer a importância da reciclagem de materiais como meio de preservação
da natureza;
- Conhecer e saber utilizar materiais diversos para confeccionar outros objetos:
jogos e brinquedos, por exemplo;
- Desenvolver as diferentes formas de linguagens: oral, escrita, estética.
- Trabalhar as diversas áreas na perspectiva do letramento: conhecer para saber
aplicar (usos sociais da Língua Portuguesa).
- Envolver as famílias e a comunidade nas produções dos alunos;
- Apresentar e abordar as diferentes áreas profissionais para promover a integração
dos envolvidos no mercado de trabalho e dos potenciais trabalhadores.
Laboratório de Informática
A informática como recurso didático agrega ao processo de ensino e
aprendizagem o uso da tecnologia de informação para o desenvolvimento de
atividades educativas, individuais ou coletivas objetivando ampliar as possibilidades
de acesso e manipulação das informações, como também de desenvolvimento e
aprimoramento dos processos cognitivos através de softwares ou hardware
O laboratório de informática possui uma sala específica para esse fim
com metragem 7,8 x 6,0 m 2. Contém 12 computadores utilizados como mais um
instrumento pedagógico onde o aprendizado de informática estará atrelado ao
conhecimento específico de cada disciplina. Ao utilizá-lo, os professores deverão se
responsabilizar pela orientação e cuidados com o equipamento, fazer agendamento
com a pessoa responsável pelo ambiente, que deve estar preparado para receber os
alunos.
14
Biblioteca
A biblioteca escolar é um espaço para estudos, pesquisas e consulta.
Funciona em espaço improvisado em função da escola ainda não dispor de uma
sala específica para esse fim. No entanto tem, dentro de limitações, oferecido
condições para atender às necessidades dos alunos e professores estando à
disposição de toda comunidade escolar, tanto para trabalhos de pesquisa quanto
para leitura. É também utilizada pelos professores com a classe quando um trabalho
mais elaborado assim o exigir, e para tanto, a utilização desse espaço deve ser
agendado anteriormente para evitar coincidência e transtornos no horário até
mesmo porque, não temos bibliotecário que organize, zele e mantenha o acervo
organizado.
Laboratório de Ciências
O laboratório desta instituição se constitui num espaço pedagógico
importante no ensino de Ciências, pois o gosto por esta disciplina pode ter inicio no
laboratório escolar por ser um local interessante na medida em que muda a rotina
das aulas no cotidiano escolar. O simples fato de sair da sua sala de aula e entrar no
laboratório leva o aluno a imaginar que verá fenômenos incomuns e a motivação
está instalada. Neste sentido, o confronto entre aulas teóricas e práticas possibilita a
construção do conhecimento científico uma vez que o uso de materiais de
laboratório nas aulas de Ciências reforça a aprendizagem ilustrando a teoria
trabalhada em sala de aula. Portanto, este espaço pedagógico se constitui numa
importante ferramenta para o ensino de Ciências por possibilitar a observação,
manuseio e análise dos materiais de acordo com o conteúdo trabalhado facilitando a
formulação de perguntas, hipóteses e comentários desenvolvendo no aluno um
papel mais ativo tornando a aprendizagem mais fácil e interessante.
Horta Escolar
Para a Escola Estadual do Campo de Vila Nova, a horta escolar é um
espaço e uma estratégia pedagógica imprescindíveis ao desenvolvimento da auto
estima campesina, à reflexão sobre a importância do consumo de alimentos sem
15
agrotóxicos, à concepção de que este trabalho pode se constituir numa alternativa
de geração de renda além de promover a interação entre professor, aluno,
funcionário e comunidade. É também um eixo gerador de educação ambiental e
alimentação saudável e sustentável. Como estratégia didático-metodológica, a horta
escolar é concebida como um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de
diversas atividades pedagógicas em educação ambiental tais como horticultura
orgânica, compostagem, formas de consumo de alimentos, propriedades físicas,
químicas e biológicas do solo, relação campo-cidade, entre outros, unindo teoria e
prática de forma contextualizada, auxiliando no processo ensino-aprendizagem e
estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado.
2.1 ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Aspectos Históricos da Escola
Em 1968 inicia sua ação educativa como extensão do Ginásio
Estadual de São Jerônimo da Serra disponibilizando salas de aula para
atender a comunidade local e, posteriormente, no ano de 1982, como
extensão da Escola João X XIII.
Deixando de ser extensão de outras escolas obtém autorização para
funcionar com a denominação de Escola Estadual de Vila Nova – Ensino de 1º Grau
no ano de 1982 através da Resolução nº 3772 de 30/12/82 que autoriza o seu
funcionamento. Dá início ao seu trabalho ofertando 5ª a 8ª series do 1º Grau Regular
funcionando apenas no turno vespertino obtendo, na seqüência, a Prorrogação de
Funcionamento através da Resolução nº 2.914 de 10/05/84. Em atendimento à
demanda e necessidade da comunidade local, através da Portaria 1.762 de
12/06/84, obtém autorização para abertura do turno noturno.
É reconhecida oficialmente como Instituição de Ensino através da
Resolução nº 7023/84 de 25/09/84.
No decorrer do processo de Autorização e Reconhecimento do
estabelecimento, respondeu pela direção a Inspetora de Ensino do Município de São
Jerônimo da Serra Srª. Déspina Athanásio Perusso.
16
Ainda com a denominação de Escola Estadual de Vila Nova – Ensino
de 1º Grau, no período de 1985 a 1997, teve como diretores:
•
Maria Erondina B. Bezerra;
•
Maria Lia da Silva Batarsi;
•
Maria Aparecida Fernandes;
•
Célia Regina de Oliveira;
Considerando-se a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, a denominação deste Estabelecimento de Ensino foi adequada em 1997,
através da Deliberação 003/98, para Escola Estadual de Vila Nova – Ensino
Fundamental. Neste espaço de tempo responderam pelo cargo de diretores Alfredo
Luiz Bernardo e Neiva Pereira Martins Silvestre.
Em 2009 assume o cargo de diretor Carlos Eduardo José de Moura
e, sob essa direção, a escola iniciou seu movimento de reivindicação para incorporar
ao seu nome a especificidade de seu trabalho educacional direcionado a alunos do
campo como também, por estabelecer um posicionamento coerente com o espaço
geográfico e social no qual a escola está inserida. Em decorrência, no início do ano
letivo de 2011 a instituição teve em sua nomenclatura a inclusão da modalidade “do
campo” e sua denominação passa a ser, Escola Estadual do Campo de Vila Nova –
Ensino Fundamental.
Em razão de ainda não ter sido enviado os atos legais que a institui como
escola do campo ainda não é possível deixar registrado números de portaria e/ou
resolução que a institui como tal, embora já tenha sido homologado pelas instâncias
competentes e já tenha sua nova identificação no Sistema Informatizado de Ensino
Estadual.
Como resultado do processo de escolha de diretor da escola ocorrido em
novembro de 2011 foi indicado o professor Carlos Eduardo José de Moura para
continuar respondendo pela direção do estabelecimento no período de 2012 a 2014.
Caracterização da População, Alunos e Pais
Ao ciclo do algodão é devida a formação do núcleo populacional do
Bairro Vila Nova da Florença quando, em 1959 chegaram os primeiros habitantes.
Nesta ocasião, os poucos moradores vieram em busca de terra para se fixarem com
17
suas famílias. Com a expansão da cultura do algodão são atraídas pessoas de
várias regiões do Paraná e outros Estados do país o que faz a cultura local muito
diversa. Como no Brasil, há mistura de raças, encontrando-se pessoas brancas,
pardas e negras. Ainda, observa-se o trânsito de pessoas das etnias Kaingang e
Guarani, muito embora não residam no bairro, mas bem próximo a ele.
Extinta a cultura do algodão, muitas famílias migraram para as
grandes cidades e os que permaneceram no local, atualmente, sobrevivem
trabalhando com lavoura branca, ou seja, plantio de arroz, feijão, mamona, verdura,
criação de porcos e galinhas. A economia gira também em torno de serviços
temporários (bóias-fria), aposentadorias, pequenos comerciantes, bolsa família,
pequenos e médios agricultores, alguns pequenos comerciantes, funcionários
públicos municipais e estaduais.
Sendo parte da população de um município que de acordo com
dados do IBGE e Prefeitura Municipal, ocupa o 8º lugar entre os mais pobres do
Estado com IDH mensurado em 0, 598, os pais não têm condições de investir em
livros, jornais, revistas, muitas vezes em material escolar e, na sua grande maioria,
não possuem escolaridade. Esse aspecto se transforma numa grande dificuldade
pela falta da cultura de estudo colocando a escola como a única possibilidade de
acesso ao conhecimento, cultura e melhoria na expectativa de vida.
As matriculas desse estabelecimento vêem desse contexto social.
São alunos que buscam formação, cultura e conhecimento e, em decorrência,
socialização e lazer. Alunos com pouca expectativa de futuro e melhoria social na
comunidade, 50% advêm de sítios e fazendas do entorno, alunos Kaingang da Terra
Indígena Barão de Antonina e dependem do transporte escolar. A outra metade é
oriunda da sede do bairro.
O período noturno é composto por alunos trabalhadores rurais,
chegam cansados, muitas vezes com fome, no entanto, são dedicados e esforçados.
Uma pequena minoria vê a escola como local de encontro de amigos, ou até mesmo
pretexto para sair um pouco da rotina de trabalho diário tendo em vista estarem
inseridos numa comunidade que não oferece opção para a vida social. São alunos
humildes e educados que têm respeito pelos professores e pelas pessoas que
trabalham na escola, com comportamento característico de crianças, adolescentes e
jovens trazendo o reflexo da realidade familiar e social, alunos participativos, alunos
com problemas de aprendizagem, alunos pais, alunas mães, alunos órfãos.
18
Os casos de indisciplinas são poucos e sem gravidade. Os
problemas com drogas ilícitas existem, na comunidade, no entanto na escola é
quase zero havendo um ou outro caso isolado que, ao ser detectado, faz-se um
acompanhamento junto com os pais e Conselho Tutelar.
Caracterização dos Professores, Funcionários, Direção e Equipe Pedagógica
No seu Quadro Funcional a escola conta com 15 (quinze) Docentes,
todos com Licenciatura Plena e Especialização, dentre os quais 10 (dez)
pertencentes ao Quadro Próprio do Magistério Estadual e 05 (cinco) com contratos
pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS). Como Servidores em Função de apoio
Técnico/Pedagógico conta com 09 (nove) funcionários dos quais 02 (dois) na
categoria de Agente educacional I e 02 (dois) na categoria Agente Educacional II na
função de Técnico administrativo. A Equipe Pedagógica conta com 03 (três)
Pedagogas sendo 02 (duas) com Especialização e Licenciatura Plena e uma (01)
acadêmica. Deste total, uma afastada em função de estar participando do PDE. Uma
(01) Secretária com formação em Direito e 01 (um) diretor licenciado em Educação
Física e também com Especialização.
19
Quantitativo do Corpo Docente e Vínculo Funcional
NOMES
Aline de Fátima Miguel
Aracy Bragatto
Cristiane Barbosa de Oliveira
Gislaine Bezerra de Santana
Terezinha Aparecida Custodio
Gláucia Cristina de Oliveira
Maria Lia da Silva Batarsi
Luan Guillen Pons
Ana Paula Silva Moreto
Ângela Aparecida de Oliveira
Francyane Aparecida Barbosa de Assis
Sandra Regina de Oliveira
Rosamaria Veiga Ferreira da Costa
Assim Mohamad Ali Abdallah
Fania Aparecida da Costa Mello
FORMAÇAO
Letras/Português – PSS
Ciências – QPM
Letras/Português – QPM
Letras/Português – QPM (Extraordinária)
Matemática – QPM
Matemática – QPM (Extraordinária)
Geografia – QPM (Extraordinária)
Geografia – PSS
Geografia – PSS
História – QPM
Educação Física QPM
Artes – QPM
L.E.M/ Ingles – QPM
Ciências – QPM (Extraordinária)
Ciências – QPM (Extraordinária)
Quantitativo Discente
PERÍODO VESPERTINO
6º Ano “A”
7º Ano “A”
8º Ano “A”
9º Ano “A”
Nº DE ALUNOS
17
20
21
18
PERÍODO NOTURNO
Nº DE ALUNOS
6º Ano “B”
20
7º Ano “B”
20
8º Ano “B”
18
9º Ano “B”
28
Quantitativo Equipe Administrativa e Vínculo Funcional
NOMES
Carlos Eduardo José de
FUNÇAO
Diretor
FORMAÇAO
Educação Física – QPM
Moura
Simone Aparecida Lopes
Secretária
Direito – QPM
Quantitativo de Funcionários e Vínculo Funcional
NOMES
SITIUAÇAO FUNCIONAL
FORMAÇAO
20
Carlos Roberto Baruta
Agente Educacional II -
Acadêmico em História
Elisabete
PSS
Agente Educacional I I -
Licenciatura em Ciências
Cesco Baruta
Paulo Alexandre de Lima
PSS
Agente Educacional I -
e Matemática
Ensino Médio
Nilza
QPM
Agente Educacional I -
Acadêmica em Pedagogia
de
Alves
Fátima
Barbosa
Souza
PSS
Quantitativa Equipe Pedagógica e Vínculo Funcional
NOMES
Judite Barbosa
Maria Elizana
Nilza Fernandes Batista da Silva
FORMAÇAO
Acadêmica em Pedagogia – PSS
Pedagogia (Afast. PDE) – QPM
Pedagogia – PSS
Condições de Atendimento a Alunos com Necessidades Educacionais
Especiais
No nosso quadro discente, até o momento, não tem alunos com
necessidades educacionais especiais quais sejam auditiva, visual, física, mental ou
cognitiva. No entanto, entendemos que essa condição eventual não exime a escola
de prevê esta possibilidade. Desta forma, entende-se a necessidade de adaptação
curricular que atenda de maneira adequada as características das especificidades
citadas. A escola necessita organizar o espaço físico, contar com professores e
funcionários capacitados para receber e atender essas possíveis necessidades
educacionais, oportunizando, através de metodologias e avaliações diferenciadas, a
permanência e eficácia do atendimento educacional prestado. Ainda, como
alternativa, a escola pode contar com o programa da SEED que disponibiliza sala de
recursos com professores capacitados para o trabalho pedagógico adequado a essa
especificidade educativa.
Resultados Educacionais
21
A
adesão
e
o
comprometimento
da
equipe
administrativa,
pedagógica e professores com os processos próprios de aprendizagem dos alunos
desta instituição correspondem à expectativa de alcance da melhoria nos índices
internos de avaliação o que refletirá no alcance do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica, índice externo, projetado para os próximos quatro anos, a saber:
Dados das Avaliações Externas: Índice Atual e Projeções para os Próximos Anos
INDICE ATUAL
METAS PROJETADAS
2007
2009
3,2
3,4
2011
2013
2015
3,7
4,1
4,5
Relação idade Serie
Estando o Ensino Fundamental organizado numa proposta de nove
anos de trabalho escolar no qual o aluno ingressa aos 06(seis) anos de idade,
considerando a Lei 9394/96, que institui as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional; a Resolução n. 7/2010-CNE/CEB, que fixa as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove); a Deliberação n. 03/2006CEE/CEB; Parecer n. 407/2011- CEE/CEB, que responde a consulta da SEED
quanto à implantação do 6º ao 9º ano, sua estruturação está assim constituída:
.Ensino Fundamental
Anos Iniciais
1º ano
2º ano 3º ano 4º ano 5º ano
Anos Finais
6º ano
7º ano
8º ano
9º ano
De acordo com a Resolução CNE/CEB 03/05 de 03 de agosto de
2005 os anos iniciais do Ensino Fundamental corresponde a faixa etária de 06 a 10
anos de idade com duração de 05 anos para os anos iniciais e os anos finais
correspondem a faixa etária de 11 a 14 anos de idade com duração de 04 anos.
A Escola Estadual do Campo de Vila Nova oferta a segunda etapa,
portanto os anos finais, 6º; 7º, 8º; e 9º ano, dando continuidade, sequênciação e
conclusão a este nível educacional entendendo ser uma oportunidade preciosa para
uma nova práxis dos educadores, sendo primordial que ela aborde os saberes e
22
seus tempos, bem como os métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões antes
tecidas.
Na reorganização sistemática do processo de ordenação das
turmas, a condição de aluno é conferida mediante matrícula na instituição. O período
de matrículas é estabelecido pela Secretaria de Estado da Educação, por meio de
Instruções Normativas e sua efetivação cumpre as cláusulas componentes do
Regimento Interno da escola quais sejam:
a) Matrícula: deve ser requerida pelo interessado ou seu responsável, quando menor
de 18 (dezoito anos), sendo necessária à apresentação dos seguintes documentos:
- Certidão de Nascimento ou Carteira de Identidade – RG, para alunos maiores de
16 (dezesseis) anos, cópia e original;
- Comprovante de residência, prioritariamente a fatura de energia elétrica, cópia e
original;
- Carteira de Vacinação, cópia e original;
- Histórico Escolar ou Declaração da escolaridade da escola de origem, estar com o
Código Geral de Matrícula – CGM, quando aluno oriundo da rede estadual.
- O aluno oriundo da rede estadual de ensino deve apresentar também a
documentação específica, dispostas nas Instruções Normativas de matrícula
emanadas anualmente da Secretaria de Estado da Educação.
- Ao aluno não vinculado a qualquer estabelecimento de ensino assegura-se a
possibilidade de matrícula em qualquer tempo, desde que se submeta a processo de
classificação, reclassificação, transferência, progressão parcial, adaptação e
equivalência previsto no Regimento Escolar, conforme legislação vigente. - No
Ensino Fundamental, nos regimes de 8 (oito) e 9 (nove) anos de duração, os
registros do aluno do estabelecimento de origem, referentes ao aproveitamento
escolar e à assiduidade, serão transpostos conforme legislação em vigor.
23
3 - MARCO CONCEITUAL
Concepção de Educação
A educação é uma prática social, uma atividade especifica dos
homens situando-os dentro da historia, ela não muda o mundo, mas o mundo pode
ser mudado pela sua ação na sociedade e nas relações de trabalho. Para além de
um
entendimento
conceitual,
ampliando
a
concepção
para
o
contexto
contemporâneo no qual grande parcela da sociedade advém da classe trabalhadora
e situando a Escola Estadual do Campo de Vila Nova como instituição pública,
acrescentando ao postulado acima descrito, educação para esse público é aquela
que expressa as necessidades daqueles que dependem da educação escolar como
via de acesso aos conhecimentos culturais, universais, científicos, artísticos e
filosóficos. Essa educação, para as camadas populares, se constitui na única e
24
definitiva possibilidade de adquirir os conhecimentos constitutivos de uma cidadania
participativa, interventora, crítica e consciente.
A educação tem expressado, historicamente, a disputa de diversos
interesses e intenções em torno de concepções de mundo, de homem e de
sociedade. Ora ela reflete interesses mais neoliberais que se propõem a atender as
necessidades do mercado de trabalho, ora ela expressa as lutas dos movimentos
sociais por uma educação de qualidade.
Partindo desses princípios, parte-se em defesa de um entendimento
que concebe a educação como gênese da uma sociedade apta a compreender as
relações de trabalho enquanto fundamento epistemológico regulador de interações
sociais e meio para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Nesta conjuntura, deve desenvolver a capacidade de selecionar e
analisar conhecimentos agregados ao aspecto social, histórico e político visando
oportunizar ao aluno adquirir novas formas de aprender, pensar e interagir em seu
universo vivencial.
Concepção de educação do Campo
Para uma concepção que traduza o conceito de Educação do Campo
como a concebemos é pertinente fazer a distinção dos termos “rural” e “campo”. A
concepção do lócus rural está atrelada à idéia de atraso, pensado a partir de uma
lógica economicista, vendo as pessoas que ali vivem como necessitadas apenas de
apoio, proteção e marcadas pelo entendimento do camponês como carente,
subnutrido, pobre e ignorante.
A concepção do lócus campo tem seu sentido cunhado pelos
movimentos sociais no final do século XX, em referência à identidade e cultura dos
povos do campo, valorizando-os como sujeitos possuidores de laços culturais e
valores relacionados á vida na terra. Trata-se do campo como lugar de trabalho, de
cultura, de produção de conhecimento na sua relação de existência e sobrevivência.
Neste contexto, se fundamenta a concepção de Educação do Campo
que defendemos, ou seja, considerar a cultura dos povos do campo e seu trabalho
em sua dimensão empírica fortalecida pela educação escolar como processo de
apropriação e elaboração de novos conhecimentos. Uma educação que não reduza
sua atuação às discussões da realidade camponesa, desconsiderando a
25
interdependência campo-cidade, mas, que esteja voltada à apropriação de
conhecimentos científicos construídos historicamente pela humanidade, à autoafirmação da identidade campesina, ao reconhecimento da especificidade do campo
com respeito à diversidade sociocultural e, principalmente, acolhendo as diferenças
sem transformá-las em desigualdades.
Concepção de Homem
O homem é um ser natural e social, ele age na natureza
transformando-a segundo suas necessidades e indo além delas. Dessa forma, atua
e modifica a sociedade, sendo sujeito de sua própria historia. Biologicamente
diferencia-se do animal devido aos Processos Superiores que, segundo Vygotsky,
citado nas DCEs 2008, é responsável por características tipicamente humanas tais
como: atenção dirigida, capacidade de organização, raciocínio, pensamento, entre
outros.
Partindo do pressuposto de que o homem não necessita apenas
suprir suas necessidades biológicas, mas, também, as características humanas
historicamente desenvolvidas encontradas na forma de relações sociais de cada
indivíduo, apropriadas no desenrolar de sua existência através da mediação do
outro, o homem deve ser pensado como ser social. Logo, a identidade não é nata
podendo ser entendida como uma forma social e histórica de individualidade.
O convívio social faz-se necessário a partir dos primeiros instantes de
vida na medida em que o tempo passa mais e mais essas relações vão aumentando
e definindo traços que marcarão a vida de cada um, construindo a identidade de
cada pessoa. A identidade não pode ser vista somente como um conceito limitado
de autoconsciência ou auto imagem, mas, sim, como o ponto de referência a partir
do qual surge o conceito de si e a imagem de si, de caráter mais restrito, tendo sua
especificidade no reconhecimento pessoal, em convívio com um grupo social.
Concepção de Sociedade
Sociedade, de acordo com os conceitos básicos da Sociologia e
Antropologia, é defina como um sistema de inter-relações que articula os indivíduos
numa mesma cultura e, enquanto interações entre humanos cria essa cultura e, uma
26
vez criada, tem a capacidade ou o poder de reverter sobre os humanos a fim de
determinar ou limitar as ações.
Essa Instituição de Ensino toma esse conceito como fundamento no
trato com os conhecimentos produzidos historicamente e pela interação entre os
humanos, pois, estes se imbricam formando uma teia de instrumentos essenciais na
formação da consciência do educando. Nesse sentido, procura imprimir no seu
trabalho educacional o princípio de sua ação educativa que se resume em
considerar a sociedade como campo onde vão ser plantados os seus frutos, os
alunos. Portanto, refutar ou fortalecer concepções, através dos conteúdos
trabalhados são os meios de que dispõe a uma formação adequada para o convívio
e atuação em sociedade.
Conviver e atuar na sociedade implica atitude cidadã, consciente e
questionadora diante dos aspectos reguladores que a estruturam e a mantém.
Comungando com o postulado de Dermeval Saviani, o entendimento
do modo como funciona a sociedade não pode se limitar à aparência. É necessário
compreender as leis que regem o seu desenvolvimento. Não se trata aqui de leis
naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constitui historicamente.
Desta forma, é necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento da
sociedade numa perspectiva de entender que não há verdades absolutas e eternas
nas relações entre sociedade e estado, mas sim a busca pela democracia, regida
por princípios éticos de liberdade e igualdade social para todos.
Entende-se então que a consolidação de uma sociedade sob o
fundamento da igualdade social passa pela universalização, não da escola, mas sim
do conhecimento, em todas as suas dimensões, comprometido com o ideal de uma
sociedade humanizada pelo acesso à cultura.
Concepção de tecnologia
As tecnologias de informação e comunicação presentes nesta
sociedade vêm assumindo um duplo papel: funcional – a tecnologia como
ferramenta, instrumento, função e normativo – a tecnologia determinando modelos
para as relações sociais.
O papel funcional das tecnologias oscila entre a versão otimista de
transformação da sociedade, que afirma o mundo sem fronteiras, a rapidez nas
27
trocas de informação, entre outras, e a versão pessimista de controle social e
político, onde o cidadão passa a ser vigiado perdendo sua privacidade. Nas duas
versões é possível identificar a mesma ideologia: a técnica determina o mundo e as
relações humanas. De forma complementar, o papel normativo das tecnologias está
definido pelas regras de mercado econômico, a partir da ideologia do mercado e sua
evolução se dá a partir da transformação das mídias de massa, mais generalistas,
para mídias telemáticas (imagem de computador), mais individualizadas. Surge,
assim, da conjunção dessas ideologias, o conceito de “sociedade da informação”
cuja doutrina, sustentada pela lógica das técnicas, induz à crença de que o
crescimento
econômico
da
“sociedade
da
informação”
seguramente
gera
oportunidades sociais.
Para se contrapor a esta lógica das tecnologias de informação e
comunicação é necessário um constante processo de reflexão crítica sobre o papel
das tecnologias de informação e comunicação nesta sociedade, restabelecendo uma
lógica social e cultural, onde as técnicas de informação e comunicação,
desenvolvidas para atender os interesses do capital, passam a ser o principal canal
de interação social para disseminar, fortalecer e ressignificar as experiências
culturais e os movimentos sociais.
O acesso às tecnologias de informação e comunicação amplia as
transformações sociais e desencadeia uma série de mudanças na forma como se
constrói o conhecimento. Frente a este cenário de desenvolvimento tecnológico que
vem provocando mudanças nas relações sociais, a educação tem procurado
construir novas estratégias pedagógicas elaboradas sob a influencia do uso de
novos recursos tecnológicos, resultando em práticas que promovam o currículo nos
seus diversos campos dentro do sistema educacional. O tema referente ao uso das
tecnologias de informação e comunicação é relevante e merece ser considerado por
todos aqueles que movimentam o currículo dentro da escola. Esse pensamento não
pode e não deve ser desvinculado do pensamento curricular, isto é, do pensamento
pedagógico quando este se detém na consideração das práticas educacionais.
Mais do que ferramentas e aparatos que podem animar e/ou ilustrar
a apresentação do conteúdo, o uso das mídias, web, televisiva e impressa mobiliza
e oportuniza novas formas de ver, ler e escrever o mundo. Contudo é importante que
essas ferramentas tecnológicas estejam aliadas a um procedimento de reflexão
28
crítica que potencializa o pensamento sobre as práticas pedagógicas. Não se trata
de tomar as tecnologias como os sujeitos das práticas, como se essas pudessem
estabelecer a mediação entre aluno e o conhecimento, mas, sim, considerá-las
como impulsionadoras e potenciadoras dessas práticas. Vale dizer, os recursos
tecnológicos não são os sujeitos das relações dentro do currículo, mas permitem
que os sujeitos se façam ao possibilitar estas relações.
Dada a relevância do tema, torna-se necessário estimular um
pensamento contínuo sobre essas práticas, a fim de que todos os agentes
envolvidos sejam capazes de se posicionar de uma maneira crítica e criativa, com a
necessária clareza na hora de fazer as escolhas que conduzirão suas práticas.
Filosofia da Escola
A filosofia da escola assume uma concepção integral de homem, de
sociedade e de educação que seja capaz de contribuir para a superação da
marginalidade que o faz refém de um contexto desigual e estigmatizado pelo status
quo instituído por uma cultura de classes caracterizada pelo capitalismo. Idealiza um
ensino que tome o materialismo histórico, ciência que estuda os modos de
produção, como fundamento conceitual do homem como individuo que se faz
através das relações estabelecidas pelo trabalho. Concebe o conhecimento,
mediado fundamentalmente pelas pedagogias progressistas, em especial a
histórico-crítica, como necessidade pessoal e social de modo que, sua apreensão
possa ser instrumento de mudança social e base para prosseguimento dos estudos.
A preocupação com uma educação integral deve oportunizar uma
pratica docente comprometida com o processo ensino-aprendizagem, com a
promoção das capacidades psíquicas, fomentando a promoção humana dos
educandos, para que estes rompam com a alienação e a babárie, colocando-se
conscientemente no âmbito social.
É uma escola que percebe o aluno como aprendiz, como ser em
potencial, capaz de construir relações, esquemas e conhecimentos a partir dos
desafios que serão atribuídos, bem como o professor no seu papel de mediador da
aprendizagem, não como depositário do conhecimento.
Com o intuito de contribuir para delinear o caminho escolhido na
busca pela formação integral de homem, sociedade e educação almejada, é
29
importante apresentar o aporte teórico que dá sustentação ao projeto visando
romper com o ecletismo de tendências que acaba por confundir a natureza e
especificidade da filosofia que transita no trabalho educacional proposto.
Quando salientamos o suporte metodológico sustentado pela
pedagogia Histórico-Critica para o ideal de homem que acreditamos, o fazemos em
razão de que é histórico porque, nesta perspectiva, a educação também interfere
sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua transformação e é critica por ter
consciência da determinação exercida pela sociedade sobre a educação. Seu
método se constitui por passos que são imprescindíveis para o desenvolvimento do
educando, a saber:
• 1º passo - pratica social (ponto de partida): perceber e denotar, identificar o objeto
de aprendizagem;
•
2º passo - problematizaçao: momento para detectar as questões que precisam
ser resolvidas no âmbito da prática social, e que conhecimentos são necessários
ser dominados;
•
3º passo: instrumentalização – apropriação das ferramentas culturais
necessárias à luta social;
• 4º passo: catarse – tomada de consciência;
•
5º passo: pratica social – (ponto de chegada): retorno à prática social, com o
saber concreto pensado para atuar e transformar as relações de produção –
visão sintética.
Este método visa estimular a atividade e iniciativa do professor;
favorecer o diálogo dos alunos entre si e com o professor sem deixar de valorizar o
dialogo com a cultura acumulada historicamente; levar em conta os interesses dos
alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, sem perder de
vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para
efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.
Filosoficamente, o Materialismo Histórico dialético legitima o suporte
metodológico e, neste sentido vem ao encontro da nossa forma de trabalho na
medida em que em seus fundamentos a formação do homem é mediada partindo
da:
- interpretação da realidade:
- visão de mundo;
30
- práxis (prática articulada à teoria);
- materialidade (organização dos homens em sociedade para a produção da vida);
- concretude (caráter histórico sobre a organização que os homens constroem
através de sua historia).
O caráter dialético, concebido como confronto e debate, inerente aos
fundamentos do Materialismo Histórico tem como principio básico a contradição
(tese, antítese e síncrese) formulações construídas num trabalho metodológico
centrado no homem em confronto com sua realidade social. O movimento dialético
parte da realidade empírica (baseada na experiência do real aparente; o objeto
como se apresenta à primeira vista) e por meios de abstrações (reflexões, teorias
elaboração do pensamento) chegar ao concreto pensado (compreensão elaborada
do que há de essencial no objeto-síntese de múltiplas determinações).
Por meio dessa lógica dialética, a escola idealiza um trabalho
educacional voltado, fundamentalmente, para a superação do senso comum num
movimento de instrução que seja capaz de despertar a consciência filosófica de
todos os envolvidos, ou seja, o despertar para um posicionamento consciente,
racional, comunitário e efetivo mediante a realidade.
O ideal educativo baseado na concepção filosófica e didática que
trilhamos encontra sustentação na psicologia de Vygotsky onde o homem é
compreendido como ser histórico construído através de suas relações com o mundo
natural e social. Em síntese, o conhecimento é construído partindo da evolução das
funções superiores, essencialmente humanas, originárias da interação homemmundo-cultura, interação essa mediada por instrumentos e signos criados ao longo
da historia sócio-cultural da humanidade.
Na razão de ser do trabalho desenvolvido pela escola, o homem, a
historia, o trabalho e os conhecimentos produzidos pela humanidade serão tomados
como constructos de uma cidadania capaz de ver as contradições, a contribuição de
vozes, leituras e enfrentamentos necessários à formação de uma sociedade mais
justa e menos vulnerável.
Princípios Norteadores da Educação
Há mais de uma década a humanidade vive sobe a hegemonia
política e ideológica do neoliberalismo: processo intercultural, mundializaçao, aldeia
31
global... parecem as palavras de ordem para caracterizar a época histórica em que
vivemos. O capitalismo, responsável por inúmeras diferenças entre os homens
desenvolveu
e
desenvolve
a
indústria
de
massa,
gerada
por
grande
homogeneização, apagando as diferenças e padronizando estilos de vida.
Consumismo, competição permanente, enriquecimento rápido, desenvolvimento de
habilidades e competências adequadas para viver neste contexto, aparecem como
grandes objetivos do nosso tempo.
Corroborando com o pressuposto MARX, citado nas DCEs 2008,
postula que “O capitalismo e a propriedade privada determina a alienação dos
sentidos e do pensamento, reduzindo-os à dimensão do ter...”
Em contra partida, a educação se interpõe como questionadora
deste paradigma social na medida em que concebe a escola como espaço de
trabalho com o conhecimento e sustentando a idéia de que conhecer é condição
sine qua non para a emancipação humana.
Todavia, o que se revela ao analisar a pratica educacional são
contradições, pois, não se têm observado impactos transformadores no processo de
mudança social e na cultura haja vista que, no mundo pós-moderno caracterizado
como rápido, complexo, incerto e fundamentalmente capitalista a escola se vê como
refém de um sistema que cobra e espera dela a formação de cidadãos aptos a se
adequarem ao modelo imposto pela ciranda econômica na qual, a ascensão social e
sucesso financeiro são tidos como meta principal.
Reforçando este conceito, o ideário pedagógico dos Parâmetros
Curriculares e Diretrizes até então norteadores da Educação Básica, disfarçados
numa linguagem modernosa e, mais abertamente, os processos de avaliação, centra
o fim da educação em uma concepção produtivista e empresarial das competências
e da competitividade (FRIGOTTO, 1998). Assim, o cidadão que conclui essa escola
para cumprir completamente seus deveres no trabalho e paga imposto, é erigido
como modelo: entrega tudo àquilo que é necessário para o funcionamento da
sociedade. A carência de visões globais e de sentido critico, isso, em vez de ser
apresentado como defeito, passa a significar um acréscimo a sua virtude porque, a
política já não é mais como pensava Platão, um oficio de todos os cidadãos, mas
dos “especialistas em educação”.
Contudo, a realidade vem tencionar esse paradigma visto que não
existe lugar para todos no topo da pirâmide capitalista e, nem todos vêem nele, da
32
forma como é concebido, seu ideal de vida. Para a grande maioria que seguirá seu
caminho vivendo, convivendo e empregando sua força de trabalho na sua própria
comunidade essa escola necessita projetar uma filosofia de educação que
corresponda a uma formação crítica, intelectual e consciente no sentido de
desenvolver uma prática atrelada ao objetivo maior que se resume em instruir para
aquisição da qualidade de vida seja ela no campo, na cidade, no mundo.
O movimento de resistência a esse modelo sócio educacional vem
tomando forma e concretude na medida em que são propostas novas Diretrizes
Curriculares que contemplam uma educação voltada para a cultura e humanização,
articulando conteúdos a sua origem, ou seja, partindo do senso comum para a
compreensão fundamentada na ciência que o origina. Essa intervenção transgride a
norma geral até então, em favorecimento aos indivíduos que estudam em escolas
publicas.
Construir a escola democrática, no Brasil, atualmente, significa
modificá-la, com o objetivo de cada vez mais parcelas das camadas populares
possam nela ingressar, permanecer com sucesso, como condição de se apossarem
dos conteúdos de ensino que lhes permitam proceder a critica dos mecanismos
sociais de dominação, introduzindo nos seus conteúdos e métodos a intenção de
desmascarar as desigualdades sociais e explicar a ligação entre educação e
realidades sociais, para evidenciar o caráter de classe da educação escolar atual.
Esse novo direcionamento político diante do sistema de ensino tomou
consistência na Constituição Federal de 1988 onde a educação é tida como direito
de todo cidadão, tendo como finalidade o pleno desenvolvimento da pessoa, com
vistas à emancipação humana e social, bem como a qualificação para o trabalho,
isto é, a formação do cidadão conhecedor e capaz de praticar seus direitos e
deveres em uma sociedade que se pretende democrática, fundamentada nos
princípios da justiça social e da igualdade.
Decorrente deste movimento de postura filosófica onde os direitos
de cidadania são concebidos como ideal de educação, o Ensino Fundamental passa
também pela reflexão relacionada à oferta, disponibilidade de tempo e espaço
adequado a uma educação efetiva e de qualidade, universalidade e impossibilidade
de desvincular-se da realidade. Neste contexto, a Constituição Federal de 1988
concebendo a cidadania a partir da nova configuração social, política, econômica e
cultural brasileira, em sua primeira redação, embora mantivesse a obrigatoriedade
33
de oito anos de escolarização para o Ensino Fundamental mantendo o disposto na
LDBN nº 5692, acenou para a possibilidade de sua ampliação para nove anos. Essa
prerrogativa deu-se em função de:
• Incorporar nos textos legais a criança, como sujeito de direito, especialmente as
crianças que não tiveram acesso anterior às instituições educacionais rompendo,
dessa forma, com a naturalização das desigualdades sociais e educacionais;
•
Considerar as transformações históricas acerca do conceito de infância
evidenciado na literatura pedagógica e nos debates educacionais;
• Responder às pressões reivindicatórias exercidas pela sociedade organizada
sobre o Estado.
Como desdobramento, alterando o artigo 6º da LDB 9394 nº/96, a
Lei 11.114/05, promulgada em 2005 a primeira lei especifica do Ensino Fundamental
de nove anos tornando obrigatória a matricula da criança aos seis anos de idade no
sistema de ensino modificando a idade de ingresso a esse nível educacional. Na
sequência a Lei nº 11.274/06 dispõe sobre a duração mínima de 09 (nove) anos
para o Ensino Fundamental reafirma a matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos
de idade para todo ensino brasileiro. Esta mesma Lei fixa o ano de 2010 como prazo
final para implantação do Ensino Fundamental ampliado.
Das implicações deste novo paradigma de organização do Sistema
de Educação Nacional e determinações legais relacionadas ao Ensino Fundamental
ampliando-o para nove anos decorrem reflexões necessárias acerca da concepção
de infância e adolescência articulada à concepção de ensino-aprendizagem
adequadas a esse nível educacional como um todo, em vez que, a Escola Estadual
do Campo de Vila Nova dá prosseguimento ao trabalho educacional iniciado pelas
Instituições de Ensino Municipais que desde o ano de 2008 já ofertam a Educação
Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental nos moldes da legislação vigente.
Nesta conjuntura, a velha dicotomia entre “primário” e “ginásio” cede espaço para o
diálogo pedagógico e filosófico no qual através de um trabalho em conjunto, ou seja,
trabalho pedagógico interinstitucional, poderá se chegar ao objetivo de conceber
esse nível educacional como um processo ininterrupto, portanto, em simbiose com
anos iniciais e finais deste segmento da Educação Básica.
34
Instaurando o estado democrático de direito, a Constituição Federal
no Titulo VII trata da Ordem Social e, Implícito nesse Titulo o Capitulo III trata Da
Educação, Cultura e Desporto e, está assim determinado:
•
Art. 2º - A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
•
Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a
arte e o saber;
- pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
- Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
- Coexistência de instituições publica e privadas de ensino;
- Gratuidade do ensino publico em estabelecimentos oficiais;
- Valorização do profissional da educação escolar;
- Gestão Democrática do Ensino Publico, na forma da Lei e legislação dos Sistemas
de Ensino;
- Valorização da experiência extra-escolar;
- Vinculação entre educação escolar, o trabalho e as praticas sociais.
Nessa perspectiva, a Lei de Diretrizes e Bases da educação postula
que a educação escolar se desenvolva predominantemente pelo ensino em
instituições próprias, devendo estar vinculada a pratica social e ao mundo do
trabalho, pautada nos mesmos princípios explicitados na Constituição Federal.
Inserida nesse contexto, a educação no Paraná, através da
Secretaria de Estado da Educação, reafirma tais princípios orientando-se por uma
concepção de educação centrada na formação humana e, tendo como função gerir a
formação de qualidade em todos os níveis e etapas de ensino, atendendo às
especificidades de cada localidade, assim como, as diversidades culturais buscando
uma educação, efetivamente, democrática.
Parafraseando a Superintendente da Educação da SEED Profª.
Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, no texto Introdução às Diretrizes Curriculares,
“a educação paranaense parte em defesa de uma escola que sustente uma ação
prioritária de trabalho como conhecimento para o exercício pleno da cidadania e que
35
seja um dos instrumentos que contribui para a transformação social. Uma escola em
que ao se trabalhar os saberes, por meio do processo de ensino aprendizagem,
promova quem aprende e quem ensine e, nessa simbiose, sejam produzidas as
bases de uma nova sociedade que se contraponha ao modelo gerador de
desigualdades e exclusão social que impera nas políticas educacionais de
inspiração neoliberal”.
Objetivando estabelecer e organizar o trabalho pedagógico e
administrativo do Sistema de Ensino no Estado, a SEED está pautada nos seguintes
princípios:
- Defesa da educação como direito de todos os cidadãos;
- Valorização dos profissionais da educação;
- Garantia da escola pública, gratuita e de qualidade;
- Gestão escolar democrática, participativa e colegiada;
- Ações voltadas aos programas de reformulação curricular;
- Apoio pedagógico como também às inovações tecnológicas.
Diante dos princípios da Educação Estadual e da responsabilidade
de elaborar normas para a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, o
Conselho Estadual de Educação expediu a deliberação nº 03/06, promulgada em
05/07/2006. Na sequência foram publicadas deliberações nº 05/06, a 02/07 e a
03/07 complementando e normatizando o processo de implantação do Ensino
Fundamental de nove anos.
Como seguimento da educação ofertada em todo Estado do Paraná,
o trabalho educacional abrangendo os anos finais do Ensino Fundamental no
Município de São Jerônimo da Serra é realizado exclusivamente pelo Governo
Estadual. Pauta-se nos princípios emanados da Secretaria de Estado da Educação
contando com 06 (seis) unidades escolares.
A Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental é
parte desse Sistema de Ensino local, segue os mesmos princípios, leis e
determinações que norteiam a Educação Estadual, porém, atentando para a
especificidade cultural da comunidade a qual direciona sua ação educativa.
Estando localizada no campo e atendendo a alunos camponeses
procura vincular à sua pratica a ruptura com modelos pedagógicos que ora
marginalizam os sujeitos do campo, ora vincula-os ao mundo urbano. Desta forma,
busca desenvolver o trabalho numa perspectiva de organizar a prática educativa
36
focada na realidade dos sujeitos do campo, criando assim um sentimento de
pertencimento das crianças e adolescentes que vão ter na escola um trabalho
educativo com sentido para as suas vidas.
Mesmo sem uma estruturação de espaços físicos e pedagógicos
necessários à sua modalidade educacional, vem realizando um movimento social e
burocrático
atrelado
à
inclusão
de
conteúdos
específicos
que
abordem
especificidades campesinas na esperança de desenvolver um trabalho que vá além
da educação escolar. Esse anseio se sustenta considerando a comunidade do
entorno e sua condição de vida na medida em que, concordando com o postulado
nas Diretrizes Curriculares da Educação do Campo (Curitiba, 2006) “a educação do
campo deve estar vinculada a um projeto de desenvolvimento peculiar aos sujeitos
que a concernem. São povos que ao longo da história foram explorados e expulsos
do campo, devido a um modelo de agricultura capitalista, cujo eixo é a monocultura
e a produção em larga escala para a exportação, com o agronegócio, os insumos
industriais, agrotóxicos, as sementes transgênicas, o desmatamento irresponsável, a
pesca predatória, as queimadas de grandes extensões de florestas, a mão-de-obra
escrava”.
Enfim, analisando o histórico do bairro, a caracterização da
população, alunos, pais e a localização geográfica a escola assume sua condição de
escola do campo, sustentada por sua pratica pedagógica e nos aspectos sócios
culturais já apresentados.
Em consonância com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
para o Estado do Paraná, seu trabalho educacional postula que o conhecimento é
direito de todos, porque foi produzido por todos. Garantir sua apropriação é função
da escola e sua maneira de contribuir no próprio processo de humanização.
Delineia-se uma educação que contribua para a constituição de uma
cidadania camponesa de qualidade nova, cujo exercício reúna conhecimentos e
informações a um protagonismo responsável para exercer direitos que vão muito
além da representação política tradicional: emprego, qualidade de vida, meio
ambiente saudável, igualdade entre homens e mulheres enfim, ideais afirmativos
para a vida pessoal e para a convivência.
Concepção de Escola
37
A concepção de escola surgiu da filosofia dos gregos antigos, onde
eles se reuniam em praças públicas para praticar filosofia e trocar idéias. Tendo o
ensino e a aprendizagem como sua principal função, caracteriza-se como uma
instituição de origem governamental ou privada, com espaço físico determinado,
composta por uma hierarquia funcional, onde a sociedade participa direta e
indiretamente.
Deve ser vista como espaço de direito do cidadão e como um
espaço onde atuam sujeitos socioculturais e históricos que se formam mutuamente
através das relações sociais. Deve, também, estar voltada para atender a
diversidade na educação visto que seu alunado é oriundo de uma sociedade
heterogenia. Apóia-se no fato de que é educativa por si mesma, pelas circunstâncias
de seu relacionamento com a sociedade, sendo educativa em sua dinâmica, em sua
forma de ensinar e de aprender e, na organização do seu trabalho. Tem como
função socializar os conceitos já elaborados sobre a realidade que contribui para a
própria ciência e para assegurar a todos os cidadãos o direito ao acesso aos
conhecimentos já produzidos
Comportando uma categoria social que se identifica como bóias-frias,
arrendatários, pequenos proprietários ou colonos ou sitiantes e localizada na zona
rural, esta instituição de ensino é caracterizada pela modalidade escola do campo e,
como tal, a concepção de escola agrega ao seu espaço o entendimento de que sua
referencia se organiza a partir da identidade e cultura dos povos do campo,
valorizando-os como sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados à
vida na terra.
Cabe
à
escola,
além
de
proporcionar
a
apropriação
dos
conhecimentos científicos e elaborados, inserir o aluno na historia das relações
sociais e das transformações operadas pelas ações organizadas socialmente;
contribuir para auto-afirmar a identidade dos povos do campo; valorizar o seu
trabalho; a sua história; o seu jeito de ser; os seus conhecimentos, a sua relação
com a natureza levando adiante as dimensões do sujeito.
Objetivos Gerais da Escola
•
Oportunizar aos alunos o desenvolvimento de valores e atitudes como condição
imprescindível ao desenvolvimento da cidadania;
38
•
Democratizar o ensino ofertando uma escolarização de qualidade que atenda a
diversidade sócio-cultural do aluno e lhe dê condições para prosseguimento dos
estudos;
•
Vincular os conhecimentos de grande amplitude, conceitos, teorias ou praticas,
que identificam e organizam os campos de estudos das disciplinas escolares,
tanto a uma analise histórica quanto ao debate acerca das questões políticas e
filosóficas emergentes, no âmbito local e global;
•
Proporcionar uma educação intercultural que incorpore contribuições de
diferentes etnias e questione os estereótipos sociais de gênero para que os
alunos saibam compreender a sociedade e interagir nela;
•
Atender as necessidades da comunidade escolar proporcionando meios para um
eficiente ensino científico, valorizando o autoconhecimento, a cultura individual, o
senso de justiça, a transformação da sociedade, num espírito cooperativo,
interativo de co-responsabilidade entre todos os envolvidos.
Concepção de Conhecimento
No pressuposto do materialismo histórico, forma essencial para
explicar as relações entre sujeitos, o processo de produção do conhecimento é
produto da atividade humana, portanto, o conhecimento se constitui numa atividade
humana que busca explicar as relações entre o homem e a natureza de forma que,
ele é produzido nas relações mediadas pelo trabalho.
Em síntese, na concepção apresentada o conhecimento se realiza
na relação entre sujeito e objeto num dado contexto histórico social. Significa dizer
que é no processo de continua transformação, que a realidade objetiva transformase em conhecimento.
Para uma definição que abarque um conceito mais voltado à forma
de concebê-lo no o contexto escolar, o conhecimento é uma atividade humana que
busca explicitar as relações entre os homens e a natureza, pressupõe as
concepções que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as
39
necessidades do homem a cada momento, implicando necessariamente uma nova
forma de ver a realidade. Quanto maiores as relações com o meio, com diferentes
ambientes, maior será o nível do conhecimento.
Ele é resultado de fatos, conceitos e generalizações, sendo objeto
do trabalho do professor. Deve ser dinâmico, e não apenas um resumo do
conhecimento cientifico, pois, tem a função de preparar o individuo para viver, agir e
interagir na sociedade. Como saber escolar, o conhecimento se explicita nos
conteúdos das disciplinas de tradição curricular, quais sejam Arte; Biologia;
Ciências; Educação Física; Ensino Religioso; Filosofia; Sociologia; Geografia;
Historia; Língua Portuguesa; Matemática; Língua Estrangeira Moderna; e Química.
Como saber que contemple a educação do campo este deve ter
como fundamento o interesse por um modelo cujo foco seja o desenvolvimento
humano, para isso a escola, mesmo sem a estruturação necessária, precisa investir
em uma interpretação da realidade que possibilite a construção de conhecimentos
potencializadores, de modelos de agricultura, de novas matrizes tecnológicas, da
produção econômica e de relações de trabalho e de vida a partir de estratégias
solidárias, que garantam a melhoria da qualidade de vida dos que vivem e
sobrevivem do e no campo.
Portanto, no que diz respeito à identidade cultural dos alunos dessa
instituição, a construção do conhecimento se dará através de eixos temáticos,
entendidos como problemáticas centrais, a serem focalizadas como conteúdos.
Assim sendo, quatro eixos nortearão a composição do saberes específicos, a saber:
- Trabalho: divisão social e territorial tendo como ponto de partida a análise sobre
as atividades humanas produtivas desenvolvidas pelos povos do campo para o
entendimento e reflexão sobre a organização produtiva na sociedade capitalista e
em outros modos de produção;
- Cultura e identidade terão um tratamento onde o contexto rural seja concebido
como a somatória de toda produção humana construída a partir das relações do ser
humano com a natureza, com o outro e consigo mesmo. Não se restringindo apenas
a manifestações artísticas, devendo ser compreendida como os modos de vida, que
são os costumes, as relações de trabalho, familiares, religiosas, de diversão, festas,
etc.
-
Interdependência
sustentável
enfoque
campo-cidade,
nas
questões
questão
agrária
e
desenvolvimento
sociais,
políticas
e
econômicas
que
40
desencadearam o esvaziamento demográfico no campo e decorrente fragilização de
comunidades e culturas; necessidade da atividade produtiva no campo relacionada à
produção de alimentos destacando, principalmente, a agricultura familiar, que
atualmente na região sul, se responsabiliza pela maior produção de alimentos e
fundamentalmente, apropria-se dos conhecimentos relacionados a esse eixo
temático como imprescindível à educação do campo.
- Organização política, movimentos sociais e cidadania resgate das lutas por
direitos civis, políticos e sociais por se constituir num debate sobre a construção de
cidadania, destacando a importância e a força das organizações políticas, a exemplo
das associações de Moradores, sindicatos, APMF, entre outros, como instrumentos
de reivindicação legitima de direitos. Nesta perspectiva, toma como aporte
epistemológico o estudo da Constituição da Republica Federativa do Brasil (1988); o
histórico de resistência e formação do MST; o Documento Universal dos Direitos
Humanos (aprovado pela Organização das Nações Unidas em dezembro de 1948) e
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (aprovada pela Assembléia
Francesa em 1789) como exemplos de luta, possibilidade e caminhos a serem
trilhados para a manutenção e melhoria da qualidade de vida no campo.
Concepção de Ensino aprendizagem
Aprender e ensinar são processos inseparáveis. Isto acontece porque
o ato de ensinar “é o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada individuo
singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos
homens” (SAVIANI,1995, P. 1799), este processo se efetiva quando o individuo se
apropria dos elementos culturais necessários a sua formação e a sua humanização.
Nada mais democrático que ensinar com o compromisso que haja a
aprendizagem por parte de todos os alunos. Contudo, a forma, o tempo e o entorno
pelo qual se aprende, por parte dos sujeitos, são diferentes. Isto deve ser
considerado. Não se trata de negligenciar o que deve ser ensinado em nome das
dificuldades do sujeito, deve-se, sim, modificar as formas de mediação para que ele
de fato aprenda. É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade
social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como
instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos. O grande
desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e
41
valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento
historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos. (SEED, 2005)
Para Vygotsky (1995) “a aprendizagem é um processo histórico, fruto
de uma relação mediada e possibilita um processo interno, ativo e interpessoal”. O
conhecimento é, portanto, fruto de uma relação mediada entre o sujeito que aprende
o sujeito que ensina e o objeto de conhecimento. Os processos de produção do
conhecimento permitem, ao aluno, sair do papel de passividade e fazer parte dessa
relação, através do desenvolvimento de suas funções psicológicas superiores, entre
elas a linguagem.
Esta defesa da dimensão política da educação, da indissociabilidade
entre ensino e aprendizagem, entre o fazer e o pensar, do movimento dialético de
apropriação do conhecimento que possibilite compreender o real em suas
contradições, são algumas das muitas defesas da abordagem histórico-social
implícita na nossa concepção de ensino-aprendizagem.
Concepção de Avaliação
No processo educativo, a avaliação se faz presente, tanto como meio
de diagnosticar o processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de
investigação da pratica pedagógica, sempre com uma dimensão formadora, uma vez
que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também e
principalmente, permitir que haja uma reflexão sobre a ação da pratica pedagógica.
Portanto, a avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a
compreensão das dificuldades dos alunos, com vistas às mudanças necessárias
para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da
comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço
onde os alunos estão inseridos. Ainda, tem como propósito se tornar um método que
conceba o processo de desenvolvimento do ensino-aprendizagem como aspecto
balizador na formação de sujeitos construtores de sentido para o mundo, que
compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que,
42
pelo acesso ao conhecimento, sejam capacitados a uma inserção cidadã e
transformadora na sociedade.
É incoerente avaliar apenas para constatar o que o aluno aprendeu ou
não aprendeu e como resultado aplicar uma sentença definitiva quando o
conhecimento visa formação de sujeitos que dele se apropria para compreender as
relações humanas em suas contradições e conflitos. Sob essa ótica, a avaliação é
mais do que um sistema de medida ela se transforma em metodologia que concebe
os instrumentos considerando as possibilidades teórico-metodológicas diversas e
possíveis para avaliar o critério estabelecido a um dado conteúdo.
É importante a compreensão de que uma atividade de avaliação situase entre a intenção e o resultado quando concebida como um método de adquirir e
processar evidências necessárias para fornecer, sobre o processo pedagógico,
informações que permitam decidir sobre as intervenções e redirecionamentos que se
fizerem necessário. Neste contexto, é entendida como atividade de ensino, pois, o
“erro” é visto como instrumento auxiliar da aprendizagem. A avaliação do processo
ensino-aprendizagem, de responsabilidade do professor, é determinada pela
perspectiva
de
investigar
para
intervir.
A
seleção
de
conteúdos,
os
encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a
intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de
avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de
expressar seu conhecimento.
Tão imprescindível quanto a analise acerca da avaliação é não
considerar o resultado final como o único possível tendo em vista que uma atividade
avaliativa representa, tão somente, um determinado momento e não todo o
processo. Diagnosticada a defasagem, é preciso investir na recuperação de estudos,
que deverá ocorrer concomitantemente com as aulas, utilizando todas as estratégias
e recursos possíveis para que o aluno aprenda. A recuperação é justamente isso: o
esforço de retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos
metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Nesse, sentido a
recuperação de nota é simples decorrência da recuperação do conteúdo.
Gestão Democrática
43
O Artigo nº 14 I e II (LDB) Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – Lei 9394/96, define que “os sistemas de ensino definirão as normas da
gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: participação dos profissionais da
educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola e participação da
comunidade escolar e conselhos escolares ou “equivalentes”.
Estes princípios irão fundamentar a gestão que se preconiza, não
por estarem instituídos num artigo de Lei, mas, pelo fato da escola acreditar na força
ideológica de grupos sociais organizados. Portanto, o estabelecimento de ensino se
propõe a trabalhar dentro do principio democrático, contando com a participação
efetiva do corpo docente, discente, administrativo, agentes educacionais e órgãos
colegiados, sendo, assim, coletivo o processo de reflexão, avaliação, planejamento e
tomada de decisões. Na sua efetivação, aspectos como transparência nas
informações, nos controles e nas avaliações, nos debates se constituirá numa
maneira mais participativa, humana e coletiva de gestão escolar.
Na década de 90, a gestão escolar ideal era aquela que se
aproximava do principio de “qualidade total”, ou seja, o mesmo principio adotado por
empresas em processo de adequação ao novo momento do capitalismo
internacional. Esta concepção norteou também a gestão escolar na medida em que
assumiu o perfil empresarial. O produto final seria suprir o mercado de trabalho, sem
muitos gastos com o quadro profissional e financeiro, com cidadãos aptos a servirem
ao capitalismo, sem base epistemológica para contestá-lo e com objetivos de
crescimento centrado no individualismo.
Como contra partida, ocorreram movimentos de resistência de muitos
diretores, professores e equipes pedagógicas, pois o Estado, ao assumir esta
ideologia
se
desresponsabilizava
pelos
problemas
das
escolas,
premiava
diretores/gestores que conseguiam melhorar a empresa/escola, sem considerar as
condições sociais de cada comunidade atendida.
Na metade da primeira década do século XXI rompe-se com esse
ideário administrativo e, desta forma, o processo de gestão democrática das
instituições de ensino representa um importante instrumento de democracia em nível
de sociedade, considerando que a escola e a sociedade estão dialeticamente
constituídas, portanto, o rompimento significou estabelecer novas relações entre a
escola e o contexto social no qual esta inserida.
44
Nesta conjuntura, foi necessário repensar a teoria e a prática da
gestão educacional no sentido de eliminar os controles formais e incentivar a
autonomia das unidades de educação por constituir-se em instrumentos de
construção de uma nova cidadania. Assim, a democratização institucional se
constituiu num caminho para que a prática pedagógica torne-se efetivamente prática
social e possa contribuir para o fortalecimento do processo democrático mais amplo.
Comprometer-se com a gestão democrática é uma ação política
através da qual as pessoas na escola, discutem, deliberam e planejam,solucionam
problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das
ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Implica ainda, conceber a
administração escolar inspirada na cooperação recíproca entre os homens. Deve ter
como meta a constituição, na escola, de um novo trabalhador coletivo que, sem os
constrangimentos da gerência capitalista do trabalho, seja uma decorrência do
trabalho cooperativo de todos os envolvidos no processo escolar, guiados por uma
vontade coletiva em direção ao alcance dos objetivos verdadeiramente educacionais
na escola.
Recorrente ao principio básico implícito na gestão democrática,
salienta-se aqui o processo de consulta para a escolha do Diretor da Instituição no
qual o voto de toda comunidade escolar representa a expressão maior da
democracia. Fortalecendo a transparência e impessoalidade, junto ao Diretor estão o
Conselho Escolar e a APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários), como
instancias colegiada, que também se constituem através do voto ou indicação da
comunidade, participam do gerenciamento de todas as ações concernentes ao
trabalho escolar de forma dialética, consciente e responsável.
Como espaço de socialização do ensino, a escola deve proporcionar
condições para que todos os alunos tenham acesso a ela, garantindo-lhes vagas,
dentro da capacidade do estabelecimento, e na falta da mesma encaminhá-los para
a escola mais próxima. Deve também estar atenta à questão do transporte escolar
acompanhando e interferindo no surgimento de eventuais problemas. Procurar
atender as necessidades de horário, dando opções de escolha entre os turnos de
funcionamento do estabelecimento.
A escola deve trabalhar de forma a elevar a auto estima dos
envolvidos no processo ensino-aprendizagem, bem como elaborar estratégias que
busquem o aprendizado dos alunos, principalmente daqueles que evadem da escola
45
devido a dificuldades no aprendizado, uma vez que este fator acaba levando
também a repetência.
A questão da repetência deve ser trabalhada durante todo ano letivo,
proporcionando condições para que todos os alunos matriculados tenham condições
de aprendizado. Tanto os alunos como os professores precisam estar motivados e
assessorados para que possam ter sucesso no processo educativo.
Nesse sentido, democratizar a formação continuada se coloca como
um dos meios para que se possa atingir a qualidade e o ideal de educação
almejada, na medida em que contribui para o aperfeiçoamento e crescimento
profissional dos professores como também, procurando valorizar as relações
humanas. Em decorrência, ela não deve se restringir apenas ao corpo docente, mas,
também, aos Agentes Educacionais, Equipe Pedagógica e Equipe Administrativa.
Entendemos que nesse movimento de capacitação todos estarão inseridos no
processo ensino-aprendizagem e não apenas nas suas funções especificas.
Ainda
abordando
a
formação
continuada,
proporcionar
aos
professores condições de se aperfeiçoarem dentro das novas tecnologias e inclusão
social, inclusão esta que abranja a todos: seja para o atendimento as necessidades
especiais dos alunos, seja por baixo rendimento ou rebeldia. Oportunizar o acesso a
cursos de especialização e mestrado, de acordo com a Lei que rege os funcionários
da educação disponibilizando-lhes horário de trabalho compatível com seu
aperfeiçoamento, bem como oportunizar a participação em capacitação oferecida
pela SEED.
Todos os aspectos abordados e as considerações já tecidas
convergem para a qualidade do ensino-aprendizagem que se quer alcançar. No
entanto faz-se necessário ressaltar a abordagem metodológica a ser utilizada que se
sustenta no estudo da sociedade, da economia e da historia. Desta perspectiva, o
olhar sobre os saberes que estão ou devem estar presentes no currículo, busca na
historia de cada disciplina como se constituíram estes saberes, os possíveis vínculos
que eles estabelecem entre as disciplinas de referência e a disciplina escolar, a
quem serviu e/ou servem no contexto histórico e sua constituição. Este talvez seja, o
maior atributo para a qualidade do ensino aprendizagem que se pretende, significa
colocar o aluno em contato com o conhecimento, significa dizer que a sala de aula
se transformará em oficina onde esses conhecimentos serão tomados como
instrumentos/ferramentas para a elaboração de novos saberes, compreensão dos
46
que já estão postulados e transformação dos que não responde, na totalidade, a
situações vivenciadas na realidade que se apresenta.
Instancias Colegiadas
Ao abordamos o papel das instâncias colegiadas nos referimos aos
espaços de participação da comunidade nas ações da escola publica tendo em vista
que a participação é condição precípua à gestão democrática. Participar significa a
contribuição com igualdade de oportunidades para algo que é de todos, ou seja, a
escola. A participação não diz respeito apenas à comunidade interna, mas também à
comunidade externa à qual a escola serve.
As Instâncias Colegiadas são indicativos da gestão democrática e
participativa e a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental
conta com:
a) Conselho de Classe: É um Órgão Colegiado de natureza consultiva em assuntos
didático-pedagógicos. Fundamentado no Projeto Político Pedagógico da escola e no
Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações educacionais,
indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo ensino e
aprendizagem. Tem por finalidade analisar as informações e dados apresentados e
a de intervir em tempo hábil no processo ensino e aprendizagem. Tem também por
prerrogativa oportunizar ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos
conteúdos curriculares estabelecidos. A sua formação é constituída pelo diretor (a),
equipe pedagógica, por todos os docentes e os alunos representantes de turma.
b) Alunos Representantes de Turma: Ao iniciar o ano letivo a Equipe Pedagógica e
Direção orientam os alunos sobre a escolha do aluno que se tornará representante
de turma. É determinado um prazo de aproximadamente quinze dias para que o
professor selecione quatro alunos com perfil mais adequado e os colegas escolhem
entre eles o líder e o vice-líder. Posteriormente começa o trabalho da Equipe
Pedagógica, em trabalhar com todas as classes as atribuições que compete ao líder
e vice-líder, bem como a todos os alunos da escola. O aluno que representa a turma
tem como atribuição auxiliar os professores e colegas no cotidiano escolar como
também participar das reuniões do conselho de classe. Se em algum momento a
liderança não atingir os objetivos propostos para a função é realizada nova eleição.
47
c) APMF: Pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos pais,
mestres e funcionários do Estabelecimento de Ensino, que não tem caráter políticopartidário, religioso, racial, nem fins lucrativos. Seus integrantes não são
remunerados, são constituídos por prazo determinado devendo obedecer ao objetivo
de promover a integração escola-comunidade. (Estatuto APMF, 2005) A Associação
de Pais, Mestres e Funcionários tem sua constituição, representação, atribuições e
funcionamento normatizado em Estatuto próprio registrado no Cartório de Registro
Civil de Pessoas Jurídicas e Registro de Títulos e Documentos em São Jerônimo da
Serra - Pr sob o nº. 5260 Livro B folha 32 a 33. Tem por atribuição gerenciar o
financeiro da escola, discutir no aseu âmbito de competência, ações de assistência
ao educando, aprimoramento do ensino e integração, sugerir sugestões, em
consonância com a Proposta Pedagógica Curricular. Está constituída por 08 (oito)
membros sendo:
- Presidente: José Alexandre de Lima.
-Vice-Presidente: Rodrigo Proença da Silva.
- 1º Secretario: Sergio Gomes Ferreira.
- 2º Secretario: Aracy Bragatto de Almeida.
- 1º Tesoureiro: Leonice Aparecida Albino.
- 2º Tesoureiro: Celso Vilas Boas
- 1º Diretor Sociocultural: Ângela Aparecida Oliveira.
- 2º Diretor Sociocultural: Paulo Alexandre de Lima.
d) Equipe Multidisciplinar: Composta a cada 02 (dois) anos e Instituída por Instrução
da SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 –
CEE/PR refere-se à organização do trabalho escolar, preferencialmente coordenada
pela Equipe Pedagógica, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento
de ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de Historia
e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena com vistas a tratar a historia desses
segmentos sócio-históricos na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e
indígena mire-se positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura,
da contribuição para o país e para a humanidade. Sua composição dar-se-á por
aclamação e de acordo com a Resolução nº 3399/2010 – GS/SEED deverá ser
composta preferencialmente com maior número de professores/as da área de
humanas. (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Arte, História,
48
Geografia, Educação Física, Ensino Religioso) De acordo como o exposto a Equipe
Multidisciplinar da instituição esta assim constituída:
Coordenador: Carlos Eduardo José de Moura
Aline de Fátima Miguel
Angela aparecida Oliveira
Carlos Roberto Baruta
Cristiane Barbosa de Oliveira
Francyane Aparecida Barbosa de Assis
Gislaine Bezerra
Glaucia Cristina Oliveira
Ilui de Fátima Leite
José Alexandre de Lima
Judite Barbosa
Nilza Fernandes Batista da Silva
Osni Rodrigues de Melo
Paulo Alexandre de Lima
Simone Aparecida Lopes
Terezinha Aparecida Custódio.
Gestão de Recursos Financeiros
Os recursos financeiros que a escola dispõe são disponibilizados
pelo:
- Fundo Rotativo oriundo do Tesouro do Estado sendo administrado pelo diretor da
instituição que após aplicação presta contas ao Departamento Financeiro do NRE
expondo também em edital na escola as notas comprobatórias das aquisições
efetuadas. É aplicado na compra de alimentos; material de limpeza; material
esportivo; material pedagógico, material de expediente; utensílios para a cozinha e
prestação de serviços;
- PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) oriundo do FNDE (Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação) sendo administrado pela APMF (Associação de
49
Pais, Mestres e Funcionários). Não se constitui num recurso efetivo, foi
disponibilizada uma parcela no ano de 2009. Em 21 de novembro de 2010, a escola
foi contemplada com uma parcela complementar oriunda desse mesmo Plano. No
entanto, não foi feita a aplicação tendo em vista o mesmo ter sido aprovado e está
ainda em vias de disponibilização do recurso. O recurso recebido em 2009 foi
aplicado na aquisição de: bolas de voleibol; bolas de futebol de campo; bolas de
futsal; bolas de basquetebol; cochonetes; uniforme para time esportivo: camisetas;
calções; meiões; calças; blusas; armário de aço; carrinho de mão; aparador de
grama; cópias material impresso individualizado; escada portátil; impressora; scaner;
máquina filmadora; assinatura da revista Veja; assinatura jornal Folha de Londrina;
jogos completos de xadrez tamanho oficial; mini dicionários; ventilador de teto; mini
calculadoras; viagem com alunos do 8º e 9º ano; livros para acervo bibliográfico;
aparelho de som;
Material para divulgação e material didático para ser entregue aos pais.
- PDDE (Programa Dinheiro direto na Escola) recurso originado do FNDE (Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação) disponibilizado através de uma parcela
anual sendo administrado pela APMF que após reunião dos membros, em
consenso, decidem a aplicação do mesmo de acordo com as prioridades
detectadas. O ultimo recurso disponibilizado para despesas no decorrer do ano
letivo de 2009 foi utilizado na aquisição de material de limpeza, 02 purificadores de
ar, 01 ventilador e 01 circulador de ar.
Gestão dos Recursos Humanos
A rotina e as exigências do dia a dia do diretor não devem impedi-lo
de estar atento a todas as áreas de atuação da escola: área pedagógica, área
administrativa e área dos agentes educacionais. No entanto, o gestor desta
instituição de ensino deve ter consciência de que sua equipe não se limita a alunos,
professores e demais funcionários internos da instituição. A equipe escolar é
composta também pelos pais dos alunos e por toda a comunidade de forma geral,
que deve ser mobilizada para que juntos possam promover o principal objetivo de
toda equipe escolar: a aprendizagem dos alunos. Com o envolvimento do coletivo, o
diretor terá condições de desenvolver seu potencial de trabalho de toda a sua
50
equipe, fazendo com que esta se sinta capaz de transformar e realizar com sucesso
todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino.
Concepção de Currículo
Manter a cultura hegemônica, ou seja, a cultura própria do
capitalismo na qual o currículo pensado na perspectiva de distribuir as disciplinas
apenas considerando sua singularidade e, tendo como suporte, centrar seu objetivo
na formação competente para alimentar um sistema escalonado em categorias
adequadas à sua manutenção; fomentar a competição sob o argumento de que
quanto maior o aprofundamento dentro de um campo específico de saber, maiores
as chances de sucesso profissional, vem tencionar as necessidades observadas no
cotidiano da escola e aguçar a consciência social dos envolvidos com a educação.
Essa concepção de currículo se enquadra num programa de
atividades planejadas, devidamente sequenciada, ordenada metodologicamente tal
como se mostram num manual ou guia em prol do status quo conveniente à ordem
mundial, equivalendo também a negar o espaço de multiplicidade que compõe a
sociedade. Corroborando com o pensamento, no texto “Educação Básica e a Opção
pelo Currículo Disciplinar”, trabalhado na semana pedagógica, encontra-se a
argumentação de que “embora remeta-se ao saber produzido e acumulado pela
humanidade como fonte dos saberes escolares... o currículo definido pelo
cientificismo/academicismo trata a disciplina escolar como ramificação do saber
especializado, tornando-se refém da fragmentação do conhecimento. As criticas a
esse tipo de currículo referem-se a uma concepção curricular que se fundamenta
nas necessidades de desenvolvimento pessoal do individuo, em prejuízo da
aprendizagem dos conhecimentos histórica e socialmente construídos pela
humanidade”.
A questão que se coloca como principal não é discutir se o
conhecimento fragmentado, que até então norteou o trabalho pedagógico na escola,
é válido ou não, mas a quem ele serve. Se o aluno da escola publica, oriundo das
classes menos favorecida, classes assalariadas urbanas ou campesinas e com
diferentes origens étnicas e culturais tem nela uma oportunidade, algumas vezes a
única, de acesso ao mundo letrado, é necessário romper com o currículo engessado
pelo cientificismo/academicismo predominante para efetivamente introduzir nos
51
campos disciplinares não somente a produção cientifica, mas também, as
manifestações artísticas e o legado filosófico da humanidade como dimensões para
as diversas disciplinas do currículo possibilitando um trabalho pedagógico que
aponte na direção da totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
Para essa instituição de ensino as dimensões: artística, filosófica e
humana se constitui em considerações importantes no constructo de um currículo
abrangente, constitutivo de recortes sociais, histórico e econômicos presentes na
elaboração do conhecimento. Desta forma, a escola é a um só tempo, o espaço do
conhecimento historicamente produzido pelo homem e espaço de construção de
novos conhecimentos no qual é imprescindível o processo de criação, qualidade
distintiva fundamental da dimensão artística. Neste sentido, toma-se a dimensão
artística, sem restringi-la ao aspecto estético, mas ampliando seu teor criativo para
elaboração de novos conhecimentos. Assim, o desenvolvimento da capacidade
criativa dos alunos, inerente à dimensão artística, tem uma relação direta com a
contribuição da estrutura epistemológica de um conhecimento especifico instigando
o estudante a não apenas aprender o que está posto, mas, a partir do instituído,
criar, inovar ou acrescentar mais elementos a um dado objeto de estudo ou a uma
dada situação.
Da mesma forma as dimensões, filosófica e humana estão
imbricadas no processo criativo mediante os questionamentos emergentes do
contexto temporal em que foi postulado determinado saber. Neste sentido,
proporciona possibilidades para a reflexão acerca das implicações das produções
cientificas, a exemplo da máquina substituindo o trabalho humano, uso
indiscriminado de defensivos agrícolas... Sob essa perspectiva percebe-se que o
pensamento cientifico e filosófico constituem dimensões do conhecimento que não
se confundem, mas não se devem separar.
Discordando da construção curricular na qual os conteúdos são
tratados como instrumentos utilitários à formação de competências e habilidades e
para tanto precisam estar fragmentados em razão de sua pertinência para o
momento; da priorização de temáticas adequadas à sustentação de ciclos
econômicos; e, principalmente, refutando a idéia implícita nesse paradigma
educacional que aspira apenas alguns efeitos nos sujeitos que se educam, a
Proposta Curricular do Estado do Paraná, a partir desses pressupostos, tem uma
base disciplinar, de acordo com a tradição curricular e conforme apregoa a
52
LDBEN/96 porém, a ênfase será nos conteúdos científicos, nos saberes escolares
que compõem a Grade Curricular.
Este entendimento de trabalho com o saber estabelece a ruptura
com a instrução prática, coloca o homem como objeto e sujeito do conhecimento.
Pressupõe uma apreensão centrada na totalidade e para isso vai buscar na gênese
de cada saber os condicionantes sócio-historicos constitutivos do seu postulado, ou
seja, o trabalho pedagógico com os componentes curriculares quais sejam, Língua
Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia, Historia, Artes, Educação Física e
Ensino Religioso, tem sua ênfase nos conteúdos estruturantes - conhecimentos de
grande amplitude, conceitos ou praticas que identificam e organizam os campos de
estudo de uma disciplina escolar considerados basilares e fundamentais para a
compreensão de seu objeto de estudo.
Nessa
proposição
curricular,
o
“homem”
professor
torna-se
protagonista principal à sua efetivação tendo em vista o principio curricular, em que
a ação humana se conjuga às condições econômicas, ideológicas e históricas, em
síntese, o currículo ganha vida. Os estudos sobre a historia da produção do
conhecimento, seus métodos e determinantes políticos, econômicos, sociais e
ideológicos, relacionadas com a historia das disciplinas escolares e as teorias da
aprendizagem, possibilitam fundamentações para o professor em discussões
curriculares mais aprofundadas para, dessa forma, reconhecer que além dos
conteúdos mais estáveis, as disciplinas escolares incorporam e atualizam conteúdos
decorrentes do movimento das relações de produção e dominação que determinam
relações sociais, geram pesquisas cientificas e trazem para o debate questões
políticas e filosóficas emergentes.
Em síntese, as disciplinas terão, em seus conteúdos estruturantes, os
campos de estudo que as identificam como conhecimento histórico. Dos conteúdos
estruturantes organizam-se os conteúdos básicos a serem trabalhados por serie,
compostos tanto pelos assuntos mais estáveis e permanentes da disciplina quanto
pelos que se apresentam em função do movimento histórico e das atuais relações
sociais. Relacionado aos assuntos representativos do movimento histórico
contemporâneo e suas implicações sociais estes serão trabalhados como conteúdo
especifico que deverão estar articulados à realidade e às necessidades das
diferentes turmas e escolas.
53
No bojo da questão apresentada, agregando os conhecimentos
históricos, filosóficos e científicos das disciplinas como também das ciências que as
originaram, o Plano de Trabalho Docente, documento de autoria do professor, dará
vida
à
concepção
curricular
defendida
na
medida
em
que
centra
seu
desenvolvimento na importância da compreensão e contribuição dos conhecimentos
universais (conteúdos estruturantes) enquanto base (conteúdos básicos) para o
entendimento de situações vivenciadas no cotidiano (conteúdos específicos)
provocando as mudanças, interferências e posicionamento crítico diante do que é
posto como verdade, diante da necessidade de se conhecer a historia para adquirir
um posicionamento critico diante de questões do passado que não se sustentam nos
dias atuais.
Atividades em Contraturno
Adesão da escola ao programa disponibilizado pela Secretaria de
Estado da Educação - SEED – objetivando atender as dificuldades de aprendizagem
de crianças que freqüentam o 5º e 9º ano do Ensino Fundamental. Este trabalho é
desenvolvido no contraturno com a oferta de aula de Língua Portuguesa e
Matemática tendo como finalidade trabalhar as dificuldades referentes à aquisição
dos conteúdos destas disciplinas.
Concepção de Infância e Adolescência
O Ensino Fundamental de nove anos nos remete a refletir acerca da
concepção de infância e adolescência no contexto contemporâneo em função das
especificidades nos aspectos físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo e mais
ainda, da necessidade de maior aproximação e integração entre os anos iniciais e
finais do Ensino Fundamental uma vez que atende a alunos que pertencem a esses
dois momentos de vida.
De acordo com os dicionários de língua portuguesa a infância é
definida como um período de crescimento até o ingresso na puberdade, por volta
dos doze anos de idade. “Já, segundo a Convenção sobre Direitos Humanos da
54
Criança, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em novembro de
1989, criança são todas as pessoas menores de dezoito anos”. Ainda, segundo o
Estatuto da Criança e do Adolescente, criança é considerada a pessoa até os doze
anos de idade incompletos, enquanto entre os doze e dezoito anos, encontra-se na
adolescência.
A despeito das diferentes conceituações que tomam a medida do
tempo vivido pela pessoa para, de certa forma, enquadrá-la num padrão físico
biológico, entende-se a disparidade conceitual, pois, de acordo com FROTA (2007)
podemos considerar que a infância muda com o passar do tempo e com os
diferentes contextos sociais, econômicos, geográficos, e até mesmo com as
peculiaridades individuais. Portanto, as crianças de hoje não são exatamente iguais
às do século passado, nem serão idênticas às que virão nos próximos séculos.
Assim sendo, a infância não pode ser pensada como cristalizada e acabada.
Constitui-se num devir, que incorpora a noção de transformação e dinamismo.
O desafio apresentado se constitui em entender e encaminhar o
trabalho educacional desenvolvido pelo Ensino Fundamental de nove anos
considerando a infância e a adolescência como fase distinta da vida adulta, porém,
na perspectiva de desconstruir o conceito de que ao ingressar no sexto ano a
criança passa automaticamente para a fase da adolescência.
Corroborando com o pressuposto, BRASILIA (2006) coloca que
“para desmistificar um conceito único de infância, chamando a atenção para o fato
de que existem infâncias e não infância, pelos aspectos sociais, culturais, políticos e
econômicos que envolvem essa fase da vida, os estudos de Ariès apontam para a
necessidade de se desconstruir padrões relativos à concepção burguesa de infância.
Esse olhar para a infância possibilita ver as crianças pelo que são no presente, sem
se valer de estereótipos, idéias pré-concebidas ou práticas educativas que visam a
moldá-las em função de visões ideológicas e rígidas de desenvolvimento e
aprendizagem.” Portanto, pensar a infância lançando mão de práticas pedagógicas
engessadas pelo conceito absoluto de linearidade cronológica do desenvolvimento
humano, pode significar uma formação homogênea que talvez não corresponda às
expectativas e habilidades imprescindíveis à inserção das crianças nos diversos
contextos sociais dos quais são oriundas.
Mesmo diante das indagações concernentes ao conceito de infância
também, de acordo com Ariès apud BRASILIA (2006), somente depois da
55
implantação do sentimento de infância, no século XIX, tornou-se possível a
emergência da adolescência como uma fase com características peculiares e
únicas. No entanto, tal qual a infância, a adolescência deve ser pensada para além
da idade cronológica, da puberdade e transformações físicas que ela acarreta, dos
ritos de passagem ou de elementos determinados aprioristicamente ou de modo
natural. A adolescência deve ser pensada como uma categoria que se constrói, se
exercita e se re-constrói dentro de uma história e tempos específicos. Ainda,
segundo, OZELLA in FROTA (2007) “é necessário superar as visões naturalizantes
presentes na Psicologia e entender a adolescência como um processo de
construção sob condições histórico-culturais específicas. “Isso significa pensar que a
adolescência deve ser vista e compreendida como uma categoria construída
socialmente, a partir das necessidades sociais e econômicas dos grupos sociais,
que lhe constituem como pessoas, enquanto são constituídas por elas”.
Concepção de Alfabetização e Letramento
O entendimento acerca de alfabetização e letramento remete à
reflexão que estabelece uma condição de diferença entre domínio técnico da
disposição dos fonemas e grafemas na formação de palavra, frase ou texto e a
utilização da leitura nas práticas sociais quer na escola, quer no dia-a-dia, quer na
interpretação necessária ao entendimento do sentido explícito ou subjacente ao
texto apresentado no âmbito escolar e nas esferas sociais.
Assim, corroborando com o pressuposto ao parafrasear ZANUTTO
(1999), a pessoa que aprende a ler e escrever – que se torna alfabetizada – e que
passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais de leitura
e de escrita – que se torna letrada – é diferente de uma pessoa que não sabe ler e
escrever – é analfabeta – ou, sabendo ler e escrever – não faz uso da leitura e da
escrita – é alfabetizada, mas não é letrada, não vive no estado ou condição de quem
sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita. Ainda, de acordo com PARANÁ
(2010) no processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança deve
entrar no mundo da escrita fazendo uso dos dois “passaportes”: precisa apropriar-se
da tecnologia da escrita, pelo processo de alfabetização, e precisa identificar os
diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e de
escrita pelo processo de letramento [...] se apenas se alfabetiza, sem conviver com
56
práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do
mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” se apenas, ou, sobretudo se
letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita – saberá
para que serve a língua escrita, mas não saberá se servir dela.
Assim posto, alfabetização segundo BRASIL (2006), corresponderia
ao processo pelo qual – se adquire uma tecnologia – escrita alfabética e as
habilidades de utilizá-la para ler e escrever. Dominar tal tecnologia envolve
conhecimentos e destrezas variados, como compreender o funcionamento do
alfabeto, memorizar as convenções letra-som e dominar seu traçado, usando
instrumentos como o lápis, papel ou outros que os substituam. Já o termo
letramento, relaciona-se ao exercício efetivo e competente daquela tecnologia da
escrita, em situações em que precisamos ler e produzir textos reais. Ainda, de
acordo com a professora Magda Soares in BRASIL (2006), “alfabetizar e letrar são
duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário, ou seja: ensinar a ler e a
escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita”.
Portanto, fundamentada nesta concepção de alfabetização e
letramento decorrente dos postulados apresentados, esta instituição propõe a
sequenciação da oferta dos anos finais Ensino do Fundamental favorecendo uma
metodologia que tenha como embasamento o critério de alfabetização e letramento
voltado
para
um
ensino
que
contemple
as
duas
condições
cognitivas,
simultaneamente. Desta forma, a estratégia a ser utilizada no ensino das disciplinas
que compõem a matriz curricular se dará a partir de textos reais, textos que circulam
no contexto do aluno para que este se aproprie do sistema de escrita vivenciando-o
tal como é realmente usado nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.
Articulação entre os Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental
A Escola Estadual do Campo de Vila Nova oferta a segunda etapa,
portanto, os anos finais, dando continuidade, sequênciação e conclusão a este nível
educacional entendendo ser uma oportunidade preciosa para uma nova práxis dos
educadores, sendo primordial que ela aborde os saberes e seus tempos, bem como
os métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões antes tecidas.
57
Em relação à proposta de reorganização das condições estruturais
(mobiliário, equipamentos, acervo bibliográfico e materiais didáticos) esta instituição
de ensino está devidamente adequada às condições de atendimento.
O
encaminhamento
metodológico
deve
envolver
análise
e
conhecimento do perfil da turma e seu ambiente sociocultural delineando uma
mediação pedagógica voltada para a aprendizagem, buscando viabilizar a
apreensão dos conteúdos de maneira prazerosa e prática que possibilitem ao
educando fazer associações do que aprende com sua vida na sociedade.
Desta forma, em cumprimento da Instrução Nº 008/2011 SUED/SEED a organização das turmas para a sistematização do ensino se dará em
observância das matriculas considerando as situações:
•
Os alunos aprovados na 4ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão
ser matriculados no 6º ano Ensino Fundamental de nove anos, a partir de
2012.
•
Os alunos aprovados na 5ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão
ser matriculados no 7º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012;
•
Os alunos aprovados na 6ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão
ser matriculados no 8º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012;
•
Os alunos matriculados na 7ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão
ser matriculados no 9º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012;
Em síntese:
Considerando a aprovação
ENS. FUND. 8 ANOS - 2011
ENS. FUND. 8 ANOS - 2012
ENS. FUND. 9 ANOS – 2012
4ª SÉRIE
5ª SÉRIE
6ª SÉRIE
7ª SÉRIE
8ª SÉRIE
5ª SÉRIE
6ª SÉRIE
7ª SÉRIE
8ª SÉRIE
-
6º ANO
7º ANO
8º ANO
9º ANO
-
Considerando a retenção
ENS. FUND. 8 ANOS - 2011
5ª SÉRIE
6ª SÉRIE
7ª SÉRIE
ENS. FUND. 9 ANOS – 2012
RETIDO
RETIDO
RETIDO
6º ANO
7º ANO
8º ANO
58
8ª SÉRIE
RETIDO
9º ANO
A carga horária anual é de 800 (oitocentas) horas totalizadas em um
mínimo de 200 (duzentos) dias letivos anuais.
Adaptação dos Alunos Oriundos dos Anos Iniciais
A ordenação das turmas e gradação dos saberes nos anos finais do
Ensino Fundamental requer um movimento de reflexão e ação relacionado ao
ensino-aprendizagem haja vista a inevitável e lógica relação epistemológica quando
pensado à luz dos objetivos do Ensino Fundamental que, para serem alcançados,
considera esse nível de escolaridade como um todo e não em partes. Transgredindo
a dicotomia, atendendo os dispositivos legais que normatizam o Sistema
Educacional e em função das análises e ponderações, a proposta desta instituição
para a articulação necessária entre anos iniciais e finais do Ensino Fundamental,
elaborada e construída pelo coletivo escolar na Semana Pedagógica do segundo
semestre de 2011, apresenta as ações a serem desenvolvidas:
• Conselho de Classe em caráter especial – reunião em conjunto com professores
do 5º ano e professores dos anos subseqüentes objetivando acompanhar o
processo ensino-aprendizagem com o propósito de dar continuidade ao trabalho
educacional sem ruptura com a gradação e sequênciação dos conteúdos, como
também, ter subsídios para uma avaliação do perfil da turma em seus aspectos
psicológicos e cognitivos uma vez que o conhecimento destes aspectos são
imprescindíveis ao estabelecimento do encaminhamento metodológico mais
adequado à turma..
• Agendar os conselhos de classe sem prejuízo para o trabalho dos professores e
funcionamento da(s) escola(s);
• Utilizar o momento da hora-atividade para estudo e conhecimento da Proposta
Pedagógica Curricular do 5º ano no intuito propiciar sequênciação coerente com o
conhecimento apropriado pelo aluno;
• Promover momentos comuns com os alunos do 5º e 6º ano desenvolvendo
atividades de lazer, através de jogos, gincanas e brincadeiras objetivando a
conscientização de uma cultura escolar embasada na alteridade, na qual, a
interação e interdependência epistemológica e social serão constructos do
59
conceito de unicidade entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental de
nove anos;
• Solicitar do NRE cursos de capacitação para aprofundamento das discussões
sobre letramento.
Ainda que a questão da APMF e Conselho Escolar sejam de cunho
da gestão democrática da escola, foi cogitada no grupo a idéia de não haver
separação entre essas instancias, no caso das escolas que compartilham seu
espaço com os anos iniciais. No entanto, a proposta está lançada com o intuito de
contribuir com o processo de discussão e análise, pois envolve mantenedoras
distintas na oferta das etapas do Ensino Fundamental.
4- MARCO OPERACIONAL
Organização Curricular
A proposta curricular do Ensino Fundamental está pautada no saber
escolar, conhecimento que explicita nos conteúdos das disciplinas de tradição
curricular saberes imprescindíveis à formação necessária para o enfrentamento de
questões com vistas à transformação da realidade social, econômica e política do
tempo vivido pelo aluno e no cumprimento da Instrução nº 008/2011-SUED/SEED
que estabelece:
• Nos anos finais, que compreendem do 6º ao 9º ano, a Base Nacional Comum das
Matrizes Curriculares deverá ser composta, obrigatoriamente pelas disciplinas de
Arte, Ciências, Ensino Religioso (6º e 7º ano),
Educação Física, Geografia,
História, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna e Matemática.
• Na Parte Diversificada das Matrizes Curriculares deverá estar especificada uma
Língua Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória, nos anos finais que
compreendem do 6º ao 9º ano, definida pela comunidade escolar.
60
• Nas Instituições da Rede Estadual de Ensino, as disciplinas da Parte Diversificada
terão carga horária mínima de 02 (duas) horas-aula e máxima de 04 (quatro)
horas-aulas semanais, com exceção do Ensino Religioso.
• Nas Instituições da Rede Estadual de Ensino, as Matrizes Curriculares para os
anos finais do Ensino Fundamental 6º ao 9º ano, deverão prever 25 (vinte e cinco)
horas-aulas semanais para todos os anos dos turnos da manhã e tarde e para o
turno da noite serão previstas 26 (vinte e seis) horas-aulas semanais, nos 6º ao
7º ano e e25 (vinte e cinco) horas-aulas semanais, nos 8º ao 9º anos.
• A disciplina de Ensino Religioso, nas instituições de ensino da Rede Estadual,
será ofertada obrigatoriamente, com carga horária de 01 (uma) hora-aula
semanal, no 6º e no 7º ano, com matrícula facultativa para alunos, em todos os
turnos.
De acordo com as DCEs, 2008, as disciplinas escolares são
entendidas como campos do conhecimento e identificam-se pelos respectivos
conteúdos estruturantes e por seus quadros teóricos conceituais. Neste sentido, a
concepção de ensino aprendizagem decorrente das disciplinas componentes da
matriz curricular além do saber específico que estrutura seu objeto de ensino
abrange
desafios
educacionais
contemporâneos
constituídos
por
questões
ambientais, sociais, culturais, éticas dentre outras que precisam ser compreendidas
e apreendidas à luz dos postulados científicos. A opção pelo currículo disciplinar não
pressupõe o engessamento do conhecimento pronto e acabado, mas ao contrário,
propõe um trato interdisciplinar e contextualizado sem, contudo negligenciar os
conhecimentos universais.
Distribuídas por disciplinas, as aulas estão de acordo com a Grade
Curricular que se apresenta dando preferência às aulas geminadas.
Matriz Curricular do Ensino Fundamental Turno Tarde
Organização: 6º Ano “A”
Total de horas:
- Teóricas: 1000
- Práticas: 0
- Horas-Relógio: 833
61
Carga Horária Semanal: total 25
Nome
da Total de Horas Total de Horas Composição
Disciplina
Arte
Ciências
Ed. Física
Ens. Religioso
Geografia
História
L. Portuguesa
Matemática
L.E.M Inglês
Teóricas
80
120
80
40
160
120
160
160
80
Práticas
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Curricular
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
PD
Carga Horária
Semanal
2
3
2
1
4
3
4
4
2
Organização: 7º Ano “A”
Total de horas:
- Teóricas: 1000
- Práticas: 0
- Horas-Relógio: 833
Carga Horária Semanal: total 25
Nome
da Total de Horas Total de Horas Composição
Disciplina
Arte
Ciências
Ed. Física
Ens. Religioso
Geografia
História
L. Portuguesa
Matemática
L.E.M Ingles
Teóricas
80
120
80
40
160
120
160
160
80
Práticas
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Curricular
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
PD
Carga Horária
Semanal
2
3
2
1
4
3
4
4
2
62
Organização: 8º Ano “A”
Total de horas:
- Teóricas: 1000
- Práticas: 0
- Horas-Relógio: 833
Carga Horária Semanal: total 25
Nome
da Total de Horas Total de Horas Composição
Disciplina
Arte
Ciências
Ed. Física
Geografia
História
L. Portuguesa
Matemática
L.E.M Ingles
Teóricas
80
160
80
120
160
160
160
80
Práticas
0
0
0
0
0
0
0
0
Curricular
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
PD
Carga Horária
Semanal
2
4
2
3
4
4
4
2
63
Organização: 9º Ano “A”
Total de horas:
- Teóricas: 1000
- Práticas: 0
- Horas-Relógio: 833
Carga Horária Semanal: total 25
Nome
da Total de Horas Total de Horas Composição
Disciplina
Arte
Ciências
Ed. Física
Geografia
História
L. Portuguesa
Matemática
L.E.M Ingles
Teóricas
80
160
80
120
160
160
160
80
Práticas
0
0
0
0
0
0
0
0
Curricular
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
PD
Carga Horária
Semanal
2
4
2
3
4
4
4
2
64
Organização Curricular Turno Tarde
MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL
NRE: 08 CORNELIO PROCÓPIO
MUNICIPIO: 2490 SÃO JERONIMO
DA SERRA
ESTABELECIMENTO: 0485 ESCOLA ESTADUAL DO CAMPO DE VILA
NOVA
ENDEREÇO: BAIRRO RURAL VILA NOVA DA FLORENÇA RUA
PRINCIPAL S/ Nº
TELEFONE: (043) 32677005
ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 4039
ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º Ano
TURNO: TARDE
MÓDULO: 40 SEMANAS
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012
FORMA: SIMULTÂNEA
DISCIPLINAS / ANOS
BASE
NACIONAL
COMUM
PARTE
DIVERSIFICADA
6º
7º
8º
9º
Arte
Ciências
Educação Física
Ensino religioso
Geografia
História
Língua Portuguesa
Matemática
2
3
2
1
4
3
4
4
2
3
2
1
4
3
4
4
2
4
2
3
4
4
4
2
4
2
3
4
4
4
Subtotal
L.E.M. – Inglês
23
2
23
2
23
2
23
2
Subtotal
2
2
2
2
Total
Geral
25
25
25
25
Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96
*Ensino Religioso – Disciplina Facultativa
65
Matriz Curricular do Ensino Fundamental Turno Noite
Organização: 6º Ano “B”
Total de horas:
- Teóricas: 1040
- Práticas: 0
- Horas-Relógio: 832
Carga Horária Semanal: total 26
Nome
da Total de Horas Total de Horas Composição
Disciplina
Arte
Ciências
Ed. Física
Ens. Religioso
Geografia
História
L. Portuguesa
Matemática
L.E.M Ingles
Teóricas
80
160
80
40
160
120
160
160
80
Organização: 7º Ano “B”
Práticas
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Curricular
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
PD
Carga Horária
Semanal
2
4
2
1
4
3
4
4
2
66
Total de horas:
- Teóricas: 1040
- Práticas: 0
- Horas-Relógio: 832
Carga Horária Semanal: total 26
Nome
da Total de Horas Total de Horas Composição
Disciplina
Arte
Ciências
Ed. Física
Ens. Religioso
Geografia
História
L. Portuguesa
Matemática
L.E.M Ingles
Teóricas
80
160
80
40
160
120
160
160
80
Organização: 8º Ano “B”
Total de horas:
- Teóricas: 1040
- Práticas: 0
- Horas-Relógio: 832
Práticas
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Curricular
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
PD
Carga Horária
Semanal
2
4
2
1
4
3
4
4
2
67
Carga Horária Semanal: total 26
Nome
da Total de Horas Total de Horas Composição
Disciplina
Arte
Ciências
Ed. Física
Geografia
História
L. Portuguesa
Matemática
L.E.M Ingles
Teóricas
80
160
80
160
120
160
160
80
Organização: 9º Ano “B”
Total de horas:
- Teóricas: 1040
- Práticas: 0
- Horas-Relógio: 832
Carga Horária Semanal: total 26
Práticas
0
0
0
0
0
0
0
0
Curricular
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
PD
Carga Horária
Semanal
2
4
2
4
3
4
4
2
68
Nome
da Total de Horas Total de Horas Composição
Disciplina
Arte
Ciências
Ed. Física
Geografia
História
L. Portuguesa
Matemática
L.E.M Ingles
Teóricas
80
160
80
160
120
160
160
80
Práticas
0
0
0
0
0
0
0
0
Curricular
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
BNC
PD
Carga Horária
Semanal
2
4
2
4
3
4
4
2
Organização Curricular do Ensino Fundamental Turno Noite
MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL
NRE: 08 CORNELIO PROCÓPIO
MUNICIPIO: 2490 SÃO JERONIMO
DA SERRA
ESTABELECIMENTO: 0485 ESCOLA ESTADUAL DO CAMPO DE VILA
NOVA
ENDEREÇO: BAIRRO RURAL VILA NOVA DA FLORENÇA RUA
PRINCIPAL S/ Nº
TELEFONE: (043) 32677005
ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 4039
ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º Ano
TURNO: NOITE
MÓDULO: 40 SEMANAS
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012
FORMA: SIMULTÂNEA
69
DISCIPLINAS / ANOS
BASE
NACIONAL
COMUM
PARTE
DIVERSIFICADA
6º
7º
8º
9º
Arte
Ciências
Educação Física
Ensino Religioso*
Geografia
História
Língua Portuguesa
Matemática
2
4
2
1
4
3
4
4
2
4
2
1
4
3
4
4
2
4
2
4
3
4
4
2
4
2
4
3
4
4
Subtotal
L.E.M. – Inglês
24
2
24
2
23
2
23
2
2
2
2
2
26
26
25
25
Subtotal
Total
Geral
Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96
*Ensino Religioso – Disciplina Facultativo
Processo de Avaliação
A avaliação parte da necessidade de se conhecer a realidade do
trabalho docente e discente devendo ser entendida como um sistema de
informações para alunos e professores sobre o desenvolvimento do processo
ensino-aprendizagem, sobre dificuldades, falhas, necessidades de retomada de
conteúdo e como fator determinante para eventuais mudanças metodológicas. Nesta
perspectiva ela baliza o antes e o depois da ação da prática docente perdendo seu
caráter de mero instrumento seletivo.
A prestação de contas do resultado obtido no processo de ensinoaprendizagem se expressa através de notas numa escala de 0,0 (zero) a 10,0 (dez)
70
com rendimento mínimo de 6,0 (seis) por disciplina. O resultado é comunicado aos
pais através do boletim em reunião específica para esse fim que se realiza ao
término de cada semestre letivo ou através de conversa individual com os pais
quando observado baixa no rendimento do aluno. O registro consta no Livro Registro
de Classe do Professor e o resultado será devidamente inserido no sistema
informatizado para fins de registro e expedição de documentação escolar.
A nota deve ser lançada após analise dos aspectos qualitativos e
quantitativos dos resultados obtidos no decorrer do semestre, mediante a
recuperação paralela. Os aspectos qualitativos predominam sobre os quantitativos
como também o resultado obtido na recuperação paralela predomina sobre os
resultados das avaliações anteriores.
Será considerado aprovado o aluno que apresentar freqüência igual ou
superior a 75% do total de horas letivas, Médias igual ou superior a 6,0 (seis virgula
zero) ou com freqüência de 75% do total de horas letivas, Média inferior a 6,0 (seis
virgula zero) se for aprovado pelo Conselho de Classe quando julgar que isso não
implicará em prejuízos futuros para o aluno.
A Média Anual (M.A) para cada disciplina é obtida da média ponderada, dos
registros de notas resultantes das avaliações realizadas em dois semestres letivos
de acordo com a fórmula:
(1º Semestre X 4) + ( 2º Semestre X 6) = (Média Anual)
10
Será considerado reprovado o aluno que apresentar freqüência inferior
a 75% do total de horas aulas independentemente do aproveitamento escolar como
também, Média inferior a 6,0 (seis vírgula zero), mínimo estabelecido pela escola, e
ouvido o Conselho Escolar.
Encerrado o processo de avaliação o Estabelecimento de Ensino
registrará, no histórico escolar do aluno, sua condição de Aprovado ou Reprovado.
Síntese do Sistema de Avaliação:
71
Freqüência
avaliação
Situação
= ou > 75%
= ou > 6,0
Aprovado
= ou > 75%
< 6,0
Retido
Qualquer
Retido
< 75%
Recuperação de Estudos
A Avaliação e a Recuperação de Estudos sugerida na LDB (9394/96),
regulamentada no Estado do Paraná pela SEED, Secretaria de Estado da
Educação,
através
da
Deliberação
nº
007/99
é
direito
dos
alunos
independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos. Consta no
Regimento Interno da escola e, dar-se-á de forma permanente e concomitante ao
processo de ensino e aprendizagem. Será organizada com atividades significativas,
por meio de procedimento didático-metodologicos diversificados.
Essa visão e intervenção, necessária ao processo de ensino e
aprendizagem, considera que os estudos paralelos de recuperação são inerentes a
uma prática avaliativa mediadora, com a intenção de subsidiar, provocar, promover a
evolução do aluno em todas as áreas de seu desenvolvimento. Tarefas, repostas e
manifestações serão analisadas com freqüência pelo professor que propõe novas
perguntas e experiências educativas ajustadas às necessidades e interesses
percebidos.
Tendo como principio a recuperação do conteúdo e não da nota haja
vista que, o aspecto qualitativo prepondera sobre quantitativo, a Recuperação de
Estudos deverá ocorrer tão logo o Professor perceba a necessidade de voltar ao
conteúdo que não foi bem apreendido.
No seu desenvolvimento ela deve rever o que foi planejado, mas de
maneira mais flexível, variando de acordo com o grau de dificuldade de cada aluno
ou turma.
O Professor deve ter clareza de como irá realizar a Recuperação de
Estudos e o tipo de atendimento que dará ao aluno.
A recuperação concomitante poderá assumir varias formas como:
72
• Atendimento individual em classe ao aluno que apresentar defasagem na
aprendizagem;
• Atendimento extra-classe com acompanhamento de um aluno monitor;
• Atividade em grupo com acompanhamento do Professor;
• Trabalhos de revisão de aula.
É pertinente salientar que a retomada dos conteúdos envolvendo
toda a classe, ainda que apenas alguns alunos tenham apresentado dificuldades e
baixa no rendimento escolar, amplia os conhecimentos já apropriados e como
conseqüência eleva a nota de toda a turma.
A recuperação de estudos dar-se-á também através da sala de
apoio, que funciona no contraturno, para os alunos do 6º e 9º ano com necessidades
de retomada de conteúdos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Processos de Promoção, Classificação e Reclassificação
Classificação é procedimento que o estabelecimento de ensino
adota para matricular e posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a
idade, experiência e desenvolvimento adquirido por meios formais ou informais.
Tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e resguarda os direitos dos
alunos, da escola e dos profissionais podendo ser realizada:
- por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, o ano ou fase
anterior, na própria escola;
- por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do
exterior, considerando a classificação da escola de origem;
- independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para posicionar
o aluno no ano, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu grau de
desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.
A reclassificação se constitui no processo pelo qual o estabelecimento de ensino
avalia o grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do
ano, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa
de
estudos
compatíveis
com
sua
experiência
e
desenvolvimento,
independentemente do que registre o seu Histórico Escolar sendo vedada para a
73
etapa inferior à anteriormente cursada. Neste processo, cabe aos professores, ao
verificarem as possibilidades de avanço na aprendizagem do aluno, devidamente
matriculado e com freqüência no ano/disciplina, dar conhecimento à equipe
pedagógica para que a mesma possa iniciar o processo de reclassificação.
Aproveitamento de Estudos
O Art. 113 do Regimento Interno desta Instituição de Ensino
estabelece que os estudos concluídos com êxito serão aproveitados considerando o
aproveitamento
da
carga
horária
efetivamente
cumprida
pelo
aluno,
no
estabelecimento de origem, sendo transcrita no Histórico Escolar, para fins de
cálculo da carga horária total do curso.
Regime de Progressão Parcial
A matrícula com Progressão Parcial é aquela por meio da qual o
aluno, não obtendo aprovação final em até três disciplinas em regime seriado e/ou
anual, poderá cursá-las subseqüente e concomitantemente aos anos seguintes.
O estabelecimento de ensino oferta matrícula com Progressão
Parcial ao aluno que não obtiver êxito em 3 (três) anos e desta forma, as disciplinas
em dependência serão cursadas, pelo aluno, em turno contrário ao do ano em que
foi matriculado.
O regime de Progressão Parcial exige, para aprovação na
dependência, a freqüência determinada em lei e o aproveitamento escolar
estabelecido
no
Regimento.
Havendo
incompatibilidade
de
horário,
será
estabelecido plano especial de estudos para a disciplina em dependência,
registrando-se em relatório, o qual integrará a pasta individual do aluno. Ao final do
curso, havendo disciplina em dependência, o aluno será matriculado no ano, para
cursar somente a(s) disciplina(s) em dependência(s) e o Certificado ou Diploma será
expedido após a sua conclusão. A expedição de Certificado ou Diploma de
conclusão do curso ocorrerá após atendida a carga horária mínima exigida em lei.
Adaptação
74
A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didáticopedagógica desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta
Pedagógica Curricular, para que o aluno possa seguir o novo currículo. Far-se-á
pela Base Comum Nacional e será realizada durante o período letivo.
A efetivação do processo de adaptação será de responsabilidade da
equipe pedagógica e docente, que deve especificar as adaptações a que o aluno
está sujeito, elaborando um plano próprio, flexível e adequado ao aluno e ao final do
processo, será elaborada Ata de resultados, os quais serão registrados no Histórico
Escolar e no Relatório Final.
O estabelecimento de ensino procederá à equivalência de estudos
incompletos cursados no exterior e equivalente ao Ensino Fundamental de acordo
com as orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação observando:
- as preocupações indispensáveis ao exame da documentação do processo, cujas
peças, quando produzidas no exterior, devem ser autenticadas pelo Cônsul
brasileiro da jurisdição ou, na impossibilidade, pelo Cônsul do país de origem, exceto
para os documentos escolares encaminhados por via diplomática, expedidos na
França e nos países do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL;
- a existência de acordos e convênios internacionais;
- que todos os documentos escolares originais, exceto os de língua espanhola,
contenham tradução para o português por tradutor juramentado;
- as normas para transferência e aproveitamento de estudos constantes na
legislação vigente.
Os alunos que estudarem em estabelecimento de ensino brasileiro
sediados no exterior, desde que devidamente autorizados pelo Conselho Nacional
de Educação, não precisam submeter-se aos procedimentos de equivalência e
revalidação de estudos porém, é necessário que a documentação escolar do aluno
oriundo de escola brasileira sediada no exterior contenha o número do parecer do
Conselho Nacional de educação que autorizou o funcionamento da escola no
exterior e o visto consular.
Para
proceder
à
equivalência
de
estudos
incompletos,
o
estabelecimento de ensino seguirá as orientações contidas nas instruções
emanadas da Secretaria de Estado da Educação.
O estabelecimento de ensino expedirá certificado de conclusão ao
aluno que realizar a revalidação de estudos completos do Ensino Fundamental.
75
A matrícula do aluno proveniente do exterior, que não apresentar
documentação escolar, far-se-á mediante processo de classificação, previsto na
legislação vigente e, caso o aluno não apresente condições imediatas para
classificação será matriculado no ano compatível com sua idade em qualquer época
do ano, ficando a escola obrigada a elaborar plano próprio.
A matrícula dos alunos oriundos do exterior, com período letivo
concluído após ultrapassados 25% do total de horas letivas previstas no calendário
escolar, far-se-á mediante classificação, aproveitamento e adaptação, previstos na
legislação vigente, independentemente da apresentação de documentação escolar
de estudos realizados.
O estabelecimento de ensino, ao realizar a equivalência de estudos,
emitirá a respectiva documentação e após efetuada a revalidação ou declarada a
equivalência, o ato pertinente será registrado junto ao Núcleo Regional da educação
e os resultados integrarão a documentação do aluno.
Processo de Aprimoramento da Prática Pedagógica
Para que os professores possam desenvolver suas atividades de
forma eficiente e tendo em vista uma concepção de formação continuada que tem
na prática docente o seu foco de reflexão e de ação, deve ser disponibilizada a o
professor, como também a toda equipe de apoio, condições que lhes permitam
participar de capacitações, que lhes permitam a atualização, avanço na carreira,
qualificação e elevação da auto-estima na medida em que, para a busca na
qualidade do ensino faz-se necessário um profissional com formação mais
adequada, preparado para sustentar sua prática pedagógica frente à diversidade de
situações em sala de aula e na escola visando, acima de tudo, o sucesso do aluno.
No inicio e no transcorrer do ano letivo os professores e funcionários
têm oportunidade de se inscrever para as capacitações que irão ocorrer durante o
ano de acordo com as opções oferecidas pela SEED e de acordo com o interesse e
disponibilidade de cada um:
- Participação da Equipe Pedagógica, Equipe Administrativa, Professores e
funcionários na Jornada Pedagógica;
- Participação em Grupos de Estudos, por área, promovidos pela SEED;
- Simpósio de Educação nas diversas áreas do conhecimento;
76
- Grupos de Estudos aos sábados;
- Capacitação descentralizada na própria escola;
- Participação de vários professores no Programa PDE;
- Participação do coletivo de funcionários da escola no DEB itinerante.
Plano de Formação Continuada
Um dos elementos que irão contribuir para a efetiva implementação
do Projeto Político Pedagógico se constitui num Plano de Formação Continuada que
favoreça a atuação dos professores objetivando compreender e aperfeiçoar a prática
e obter o crescimento pessoal e profissional em beneficio ao desenvolvimento do
aluno. É necessário, portanto, um processo de formação permanente, dinâmico e
integrador, articulado à prática, à reflexão e à investigação acerca dos
conhecimentos apregoados no PPP.
Proposta de Formação Continuada da Escola
A proposição desse projeto visa a formação continuada aos
professores e funcionários reconhecendo a importância e necessidade desse
processo de formação numa perspectiva de oportunizar uma melhor qualificação
através de momentos de estudos, debates, reflexões e trocas de experiências sobre
questões pertinentes relacionadas ao desempenho pessoal e profissional. Busca-se
enriquecer e melhorar a prática pedagógica oportunizando melhor embasamento e
dinamização das aulas, atividades, projetos e eventos promovidos pela escola.
Objetivos
- Envolver todos os funcionários da escola;
- Proporcionar momentos de reflexões, questionamentos, discussões, leituras e
estudos envolvendo profissionais da educação dos anos iniciais e finais do Ensino
Fundamental de nove anos;
- Proporcionar meio para a melhoria do desempenho profissional colaborando para o
aperfeiçoamento continuo;
- Possibilitar maior embasamento teórico e dinamização das aulas;
77
- Contribuir para o enriquecimento e melhoria da prática pedagógica.
Desenvolvimento
Estudo através de leituras, análise e reflexão de artigos, reportagens,
vídeos pedagógicos e textos fornecidos pelo NRE e pela SEED, troca de
experiências, leitura de livros da biblioteca do professor como também leitura e
reflexão de artigos publicada nas revistas Nova Escola, Veja, entre outras. Os temas
serão selecionados anteriormente, pela Equipe Pedagógica, de acordo com o
interesse, necessidade e realidade da escola. Serão também utilizados textos
trabalhados nas Jornadas Pedagógicas por se tratarem de interesse do coletivo da
escola.
Período de Execução
No decorrer do ano letivo.
Articulação do Estabelecimento com a Família e Comunidade
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9394/96 a educação é dever do Estado e da família. Além dessa prerrogativa, como
a escola faz parte do cotidiano do aluno, os pais devem estar envolvidos em todo
processo de ensino aprendizagem. A interação e participação dos pais se
constituem em ajuda fundamental na resolução de muitos problemas escolares
relacionados ao educando que vão surgindo no decorrer do período letivo.
É de extrema importância que os pais estejam na escola para dar
sugestões, participarem da tomada de decisões, assim como de eventos promovidos
e,
não
apenas
para
receber
informações
referentes
ao
desempenho
e
comportamento de seus filhos, pois, o relacionamento com a escola, aluno,
professor, acesso às informações e documentos escolares e contribuições relativas
ao processo de enriquecimento do Projeto Político Pedagógico é fundamental para
que a educação se torne um exercício de democracia, assegurando uma parceria
imprescindível ao trabalho educacional.
Na Escola Estadual do Campo de Vila Nova a equipe Pedagógica e
Direção estão constantemente à disposição dos pais os recebendo sempre que
78
acharem necessário. Ademais, são realizadas reuniões de inicio de ano para o
conhecimento do Regimento, apresentação dos professores e equipe. Após a
realização de cada Pré-Conselho os pais são convidados a se inteirarem das
dificuldades detectadas no processo de aprendizagem dos filhos. Eventualmente
são feitas reuniões por ano/turma caso seja diagnosticado baixa no rendimento da
turma. Além dos pais, toda a comunidade do bairro é convidada a participar de
eventos como comemorações referentes ao Dia das Mães, Dia dos Pais, festas
juninas, palestras, mostra pedagógica entre outros.
Organização do Horário/Hora atividade
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9394/96 a educação é dever do Estado e da família. Além dessa prerrogativa, como
a escola faz parte do cotidiano do aluno, os pais devem estar envolvidos em todo
processo de ensino aprendizagem. A interação e participação dos pais se
constituem em ajuda fundamental na resolução de muitos problemas escolares
relacionados ao educando que vão surgindo no decorrer do período letivo.
É de extrema importância que os pais estejam na escola para dar
sugestões, participarem da tomada de decisões, assim como de eventos promovidos
e,
não
apenas
para
receber
informações
referentes
ao
desempenho
e
comportamento de seus filhos, pois, o relacionamento com a escola, aluno,
professor, acesso às informações e documentos escolares e contribuições relativas
ao processo de enriquecimento do Projeto Político Pedagógico é fundamental para
que a educação se torne um exercício de democracia, assegurando uma parceria
imprescindível ao trabalho educacional.
Na Escola Estadual do Campo de Vila Nova a equipe Pedagógica e
Direção estão constantemente à disposição dos pais os recebendo sempre que
acharem necessário. Ademais, são realizadas reuniões de inicio de ano para o
conhecimento do Regimento, apresentação dos professores e equipe. Após a
realização de cada Pré-Conselho os pais são convidados a se inteirarem das
dificuldades detectadas no processo de aprendizagem dos filhos. Eventualmente
são feitas reuniões por anos/turma caso seja diagnosticado baixa no rendimento da
turma. Também são
convidados a participarem de eventos como comemorações
79
referentes ao Dia das Mães, Dia dos Pais, festas juninas, palestras, amostra
pedagógica entre outros.
Atuação da Equipe Muldisciplinar
Composta a cada 02 (dois) anos e Instituída por Instrução da SUED/SEED, de
acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 – CEE/PR refere-se à
organização do trabalho escolar, preferencialmente coordenada pela Equipe
Pedagógica, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento de ações
relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de Historia e Cultura
Afro-Brasileira, Africana e Indígena com vistas a tratar a historia desses segmentos
sócio-históricos na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e indígena mirese positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura, da
contribuição para o país e para a humanidade. Sua composição dar-se-á por
aclamação e de acordo com a Resolução nº 3399/2010 – GS/SEED deverá ser
composta preferencialmente com maior número de professores/as da área de
humanas. (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Arte, História,
Geografia, Educação Física, Ensino Religioso) De acordo como o exposto a Equipe
Multidisciplinar da instituição esta assim constituída:
Coordenador: Carlos Eduardo José de Moura
Aline de Fátima Miguel
Angela aparecida Oliveira
Carlos Roberto Baruta
Cristiane Barbosa de Oliveira
Francyane Aparecida Barbosa de Assis
Gislaine Bezerra
Glaucia Cristina Oliveira
Ilui de Fátima Leite
José Alexandre de Lima
Judite Barbosa
Nilza Fernandes Batista da Silva
Osni Rodrigues de Melo
Paulo Alexandre de Lima
Simone Aparecida Lopes
80
Terezinha Aparecida Custódio.
Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar
O plano de trabalho apresentado expõe propostas de ações que
deverão orientar o trabalho contra o racismo e práticas preconceituosas no espaço
escolar; desenvolver ações relativas à educação das relações étnicos raciais e ao
ensino de história e cultura Africana, Afrobrasileira e Indígena norteando
intervenções pedagógicas que irão integrar o Plano de Trabalho Docente com o
propósito precípuo de desmistificar equívocos históricos, conceituais e culturais da
comunidade negra e indígena. Essa orientação pretende abrir espaço para todos,
ajudando alunos a construírem referenciais positivos de identidade racial.
Ações a serem desenvolvidas
- Subsidiar o Conselho Escolar na realização de ações de enfrentamento ao
preconceito, discriminação e racismo no ambiente escolar, apoiando o corpo
docente, equipe pedagógica, direção, funcionários, pais, mães e alunado.
- Subsidiar as ações da equipe pedagógica na mediação com os professores na
elaboração do Plano de Trabalho docente.
- Diagnosticar o posicionamento do Estabelecimento de Ensino quanto ao trato da
questão etnicorracial no fazer pedagógico;
- promover leitura, discussão e reflexão das Leis 10.693/03 e 11.645/08, bem como
analisar o contexto histórico social de ambas;
-Problematizar na pratica pedagógica cotidiana atividades, projetos e comemorações
que dêem visibilidade aos diferentes sujeitos historicamente discriminados pela
sociedade;
- Organizar e disponibilizar um espaço próprio na biblioteca da escola com: literatura
especifica; imagens; objetos iconográficos; lista de documentários; musicas, entre
outros, voltados para a Historia e Cultura Africana, Afrobrasileira e Indígena;
- Mapear a comunidade para conhecer a historia e percurso de ação da população
negra e/ou indígena da cidade e sua participação em movimentos ou associações;
81
- Pesquisar e sequenciar as contribuições das personalidades negras em diferentes
áreas do conhecimento e das diferentes comunidades tradicionais indígenas;
- Valorizar as ações e políticas por meio de leitura de textos informativos, de
debates, discussões, seminários, que objetivem a promoção da igualdade de
oportunidade, considerando os critérios de igualdade de condições;
- Elaborar uma lista de filmes e recortes fílmicos, textos, literatura, documentários,
narrativa e sites para a socialização com professores e estudantes sobre a temática
Africana, Afrobrasileira e Indígena;
- Apresentar a comunidade escolar o resultado dos trabalhos realizados em sala de
aula por meio de murais, vídeos, seminários, palestras, entre outros;
- Garantir nos documentos próprios do Estabelecimento de Ensino (PPP, PPC, PTD,
Regimento Escolar e Plano de Ação da Direção) praticas pedagógicas concretas e
aplicáveis que possibilitem a operacionalização das ações;
- Identificação dos sujeitos - quem são os afrodescendentes e descendentes de
indígenas na comunidade escolar; professores, funcionários, alunos...
- Enfatizar o desenvolvimento de atividades especificamente nos meses de ABRIL:
indígena e NOVEMBRO: Consciência Negra;
- Oportunizar momentos de estudo e formação teórica com os componentes da
equipe;
- Encontro com os demais profissionais da escola para exposição dos objetivos da
equipe multidisciplinar.
Cronograma:
Ações desenvolvidas até novembro /dezembro de 2011 e propostas
de encaminhamento para 2012 (considerando a avaliação das ações feitas em
2011)
Ainda, objetivando contribuir com o trabalho pedagógico achou-se
pertinente incluir no PPP temas históricos, conceituais e culturais sugeridos pela
Equipe Muldisciplinar referente a todas as disciplinas da Base Nacional Comum que
compõem a matriz curricular relacionados à cultura Afro-Brasileira, Africana e
Indígena.
A Lei nº. 11.645, de março de 2008 altera a Lei 9394, de 20 de
dezembro de 1996, modificada pela Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que
82
estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo
oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura AfroBrasileira e Indígena”.
Assim, o Art. 26 A da Lei 9394/96, passa a vigorar com a seguinte
redação: “Art. 26 A – Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino
Médio, públicos ou privados, torna-se obrigatório o estudo da historia e cultura AfroBrasileira e Indígena”.
Em cumprimento ao disposto, serão incorporados e atualizados
conteúdos étnico-culturais aos conteúdos estruturantes e básicos que compõem o
campo de estudos de cada disciplina.
Língua Portuguesa
Realizar com os alunos estudos e pesquisas de países que falam a
língua portuguesa. Existem características comuns? Quais as razões? Atualmente
como estão esses países? Qual a composição étnica? Identificar diferenças do
português falado e escrito entre eles. Realizar também estudos e pesquisas dos
estados que abrigam terras indígenas. Quantos são? Todas as etnias falam a língua
indígena? Quais as razões que levam um povo a deixar de falar sua língua materna?
Quais as contribuições da língua indígena para o português? Analisar implicações
da carga pejorativa atribuída ao termo negro e índio e outras expressões do
vocabulário. Elaborar um pequeno dicionário com vocábulos indígena e afro. Ler e
interpretar letras de músicas relacionadas à questão racial. Propor que os alunos
produzam acrósticos, poesias e textos relacionados aos dois segmentos raciais.
História
Ao professor de História recai a parcela maior de responsabilidade
quando se trata de conhecer, estudar e pesquisar a presença do negro e do
indígena na formação da sociedade brasileira. A ele cabe construir um novo olhar
sobre a historia nacional, regional e local, ressaltando a contribuição desses povos
para o nosso país.
Visões equivocadas sobre o negro, o continente africano e o indígena
devem ser desmistificadas. Algumas, entre tantas, podem ser trabalhadas em sala
de aula, a saber:
83
- A Historia do Brasil sob a ótica da historiografia oficial. O Brasil foi descoberto
ou ocupado?
-
Estereótipo
do
índio
atrelado
ao
imaginário
do
selvagem
primitivo
desconsiderando todas as incursões culturais advindas do contato com o não
índio e a dinâmica do tempo.
- Concepção do índio como “preguiçoso” desconsiderando sua visão cultural
sobre o trabalho.
- A idéia do índio genérico desconsiderando a diversidade étnica e cultural que
compõe a singularidade de cada tribo.
- A idéia do índio sem cultura, religião e organização social.
- A do negro visto como escravo: não se pode naturalizar a situação do negro
como escravo, eles não eram escravos, foram escravizados. A África não é uma
terra de escravos. Os povos africanos eram portadores de história, de saberes,
conhecimentos, que na maioria eram transmitidos pela oralidade.
- A África como continente primitivo: a imagem de que o continente africano é
povoado por tribos primitivas em imensas florestas está presente no imaginário
de muitas pessoas.
- A idéia de que o negro foi escravizado porque era mais dócil, menos rebelde
que os indígenas. Omite-se que há uma história de organização e resistência
desde a vinda nos navios negreiros, as fugas individuais e coletivas para os
quilombos, a organização em irmandades, a resistência da cultura nas
manifestações religiosas dos batuques e terreiros, até as formas de negociação
para a conquista da liberdade.
Geografia
A Geografia tendo como objeto de estudo o espaço geográfico e suas
interações, abordará estes segmentos étnicos destacando os contextos:
- A miscigenação que compõe a população brasileira.
- A contribuição do negro e do índio na construção da nação brasileira.
- O movimento do povo indígena e africano no tempo e no espaço.
- A distribuição espacial dos povos indígenas após o processo de demarcação
das terras no Brasil, no Paraná e em São Jerônimo da Serra.
- A importância do espaço geográfico tradicional para os povos indígenas.
84
- A distribuição espacial da população afrodescendente e indígena no Brasil
contemporâneo.
- A distribuição espacial dos quilombos na época da escravidão e atualmente.
- Análise de documentos oficiais como portarias e decretos, que estipulam os
limites de terras indígenas e quilombos.
Ensino Religioso
É propiciada ao aluno nas aulas de Ensino Religioso, a oportunidade
de identificação, de entendimento, de conhecimento, de aprendizagem em relação
às diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, de tal forma que
contemplem o sagrado na visão Afro-Brasileira e indígena objetivando o
conhecimento, condição precípua ao respeito.
- Estudo sobre as celebrações religiosas do afrodescendente e sua influência na
cultura brasileira.
- Estudo das concepções do índio (mitologia) sobre a criação do mundo bem como
do surgimento das nações indígenas sob a visão do sagrado.
- A religiosidade como aspecto de dominação e homogeneização da cultura indígena
e africana.
- Sincretismo religioso – união das crenças africanas ao catolicismo.
- Estudo sobre as religiões africanas presentes no Brasil.
Arte
O multiculturalismo é o denominador comum dos movimentos em
busca da democratização da educação, portanto, a presença de elementos das
culturas de matriz africana e indígena, na disciplina de Arte, se constitui num recorte
fundamental para o reconhecimento identitário destes segmentos étnicos nas
diferentes produções artísticas.
- Identificação e registro das pessoas que desenvolvem atividades artísticas nas
terras indígenas localizadas em São Jerônimo da Serra. Tal tarefa de investigação
pode ser feita a partir de perguntas como: são as mulheres que fazem artesanato ou
são os homens? Se forem as mulheres, com que idade podem ser iniciadas nessa
atividade? Quem executa os cantos? Quais as canções podem ser executadas pelos
homens e quais pelas mulheres? Em que situações isso acontece? Há especialistas
85
em determinadas modalidades de arte? Quem são essas pessoas, o que fazem e
como
trabalham?
Que
conhecimentos
específicos
dominam?
Com
quem
aprenderam?
- A contribuição artística da cultura africana na formação da Música Popular
Brasileira: origem do batuque, do lundu e do samba, entre outros.
- Conhecimento de técnicas e materiais utilizados por outros povos indígenas e nãoindígenas. Comparar estilos e formas de produção e apreciação.
- Manifestação corporal expressa no folclore brasileiro.
- Explorar os conteúdos sobre formas e padrões (físico e matemático) presentes nas
artes indígena e africana (artesanato, pintura, arquitetura, musica, estamparia,
objetos decorativos).
- Artistas plásticos como Mestre Didi (Bahia-Brasil) presença e influência da arte
africana nas obras de artistas contemporâneos.
Ciências
Embora a definição que criaram de ciência para se referir aos povos
não-europeus, como raças inferiores incapazes intelectualmente, já que estes não
teriam criado a mesma forma de conhecimento primeiramente filosófico e depois
cientifico ainda prevaleça, fazer ciência e tecnologia é parte da atividade humana. As
sociedades indígenas e africanas, em sua longa e diversificada trajetória, também
produziram conhecimento sobre o ser humano e a natureza e, muitos deles, foram e
ainda são referências para a investigação ou reconhecidos em seus fundamentos
científicos pela ciência moderna.
- Estudo sobre teorias antropológicas.
- Desmistificação das teorias racistas, destituídas de significado e pseudosuperioridade racial.
- Estudo acerca de outras explicações, fundamentadas no conhecimento indígena e
afro, sobre o céu e seus fenômenos.
- Estudos sobre os impactos das novas atividades econômicas sobre a organização
social dos povos indígenas.
- Contribuições dos povos africanos, seus descendentes e povos indígenas para os
avanços da Ciência e Tecnologia.
- Tecnologia tradicional indígena e africana.
86
Educação Física
O estudo das práticas corporais é muito importante no aprendizado e
está presente na estrutura da cultura de matriz africana e indígena constituindo-se
em uma valiosa ferramenta de aproximação e abordagens para o trabalho com estas
culturas agregando fatores sociais, políticos e culturais.
- Brinquedos e brincadeiras da cultura indígena e africana e sua ressignificaçao nas
praticas corporais desses dois segmentos étnicos.
- Articulação dos conhecimentos específicos da Educação Física com os
conhecimentos tradicionais da cultura afro e indígena relacionadas a jogos, danças e
brincadeiras.
- Estudo das praticas corporais da cultura negra e indígena, em diferentes
momentos históricos.
- Jogos praticados no Brasil pelos afrodescendentes e indígenas numa perspectiva
histórica.
- A capoeira, seus significados e sentidos no contexto histórico-social, como
elemento da cultura corporal. Através da capoeira, torna-se possível resgatar a
historicidade do negro, desde o momento em que foi retirado do continente africano.
Matemática
O saber matemático é fundamental para a compreensão da
realidade e está, neste sentido, intimamente articulado às atividades cotidianas que
cada sociedade, em sua singularidade cultural, desenvolve. Não se trata
simplesmente, de lidar com números e fazer contas; o estudo dos números e
operações aritméticas é apenas um dos campos da matemática. Este conhecimento
pode estar expresso nas formas diferenciadas de conceber o espaço; nos padrões
geométricos da tecelagem, cestaria ou pintura corporal; nos distintos modos de
delimitar ou medir a passagem do tempo, ou seja, cada grupo étnico tem formas
próprias de “matematizar”.
87
- Estudo e pesquisa dos diferentes sistemas numéricos e das varias maneiras que
os indígenas e os africanos utilizavam para contar objetivando uma melhor
compreensão das varias matemáticas.
- Análise de documentos oficiais como portarias e decretos, que estipulam as
demarcações de terras indígenas e quilombos no intuito de compreender as noções
de medidas e de unidade de medidas.
- Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população afrodescendente e
indígena (numero demográfico, renda e escolaridade). Análise de pesquisas
relacionadas ao mercado de trabalho no país. Realização com os alunos de
pesquisas de dados no município relacionada à população negra e indígena. A
coleta de dados propiciará aos estudantes capacidade de analisar e refletir sobre a
cultura afro-brasileira e indígena e as situações de desigualdades que vivenciam. De
posse dessas informações lhes serão revelados as causas e como se originam essa
cultura discriminatória.
Acompanhamento das Atividades em Contraturno
A equipe pedagógica é peça fundamental no espaço escolar, pois
busca integrar os envolvidos no processo educacional no sentido de propiciar o
suporte que gerencia, coordena e supervisiona todas as atividades relacionadas ao
trabalho concernente ao ensino e à aprendizagem.
Em decorrência, a sala de apoio, que funciona no contraturno
ofertada aos alunos do 6º e 9º ano para reforço e recuperação de conteúdos nas
disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática esta sob a coordenação da equipe
pedagógica que atua organizando a hora atividade do professor no sentido de
garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico; acompanha e
orienta o processo de elaboração do Plano de Trabalho Docente; disponibiliza e
subsidia com material de estudo para reflexão e aprofundamento de temas e
situações relativas ao trabalho do professor com vistas a propostas de intervenções
pedagógicas que se fizerem necessárias; acompanha os aspectos de socialização e
aprendizagem dos alunos, realizando contato com a família objetivando a promoção
do aluno.
Matriz Curricular – Parte Diversificada
88
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n°
9.394/96; as Diretrizes Curriculares da Educação da Rede Pública Estadual de
Educação Básica do Estado do Paraná e ao que estabelece a Instrução nº
021/2010-SUED/SEED na Parte diversificada da Matriz Curricular deverá estar
especificada uma Língua Estrangeira como disciplina obrigatória, definida pela
comunidade escolar, observando-se a disponibilidade de professor habilitado e
as
características da comunidade atendida.
Em cumprimento a este arcabouço legal, a Escola Estadual
do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental obedecendo ao critério da
disponibilidade do professor e consenso da comunidade escolar optou pela
oferta de ensino da Língua Inglesa.
Calendário Escolar
O calendário escolar é o instrumento que marca o ritmo das atividades da
escola definindo as datas dos principais eventos (primeiro e último dias de aula,
eventos especiais de caráter geral) e o número de dias letivos/horas no ano.
Portanto, sua elaboração deve estar em consonância com o estabelecido
pela Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 bem como, com a linha de trabalho proposta
pela escola. Prevendo um mínimo de 200 dias letivos no ano, com um mínimo de
800 horas de atividades que envolvam professores e alunos.
Obedecido ao critério universal de observância do mínimo de dias letivos
estabelecidos pela LDB, a instituição, a partir das opções de calendários
disponibilizados anualmente pela SEED, apresenta-os aos segmentos da escola,
após apreciação, analisa o que mais se adequar ao sistema de transporte escolar,
que atende as cinco escolas localizadas na zona rural. Esta particularidade é
considerada condicionando a escolha ao modelo mais votado pelas Instituições da
Rede Estadual de Ensino do município.
89
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Anexo da Resolução N º 4901/2011- GS/SEED
CALENDÁRIO ESCOLAR – 2012 - E. E. DO CAMPO VILA NOVA - ENSINO FUNDAMENTAL
Considerados como dias letivos: semana pedagógica (06 dias); formação continuada (02 dias); replanejamento (01 dia);
reunião pedagógica (01 dias) – Delib. 02/02-CEE
Janeiro
D
S
T
Q
Fevereiro
Q
S
S
D
5
S
6
T
7
Março
Q
Q
S
S
1
2
3
4
8
9 10 11
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
12 13 14 15 16 17 18
15
16
17
18
19
20
21
22 23 24
29 30 31
25
26
27
28
D
17
4
S
5
T
6
Q
7
Q
S
1
2
S
3
8
9
10
15 16
17 dias
19 20 21 22 23 24 25
18 19 20 21
22 23
24
26 27 28 29
25 26 27 28
29 30
31
1 Dia Mundial da Paz
20 a 22 Carnaval
Abril
Maio
D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
21
11 12 13 14
dias
D
S
Junho
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
90
8
9
10
11
12
13
14
19
15
16
17
18
19
20
21
dias
22
23
24
25
26
27
28
29
30
6 Paixão
6
7
8
9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
21
dias
19
10 11 12 13 14 15 16 dias
3
4
5
6
7
8
9
20 21 22 23 24 25 26
17 18 19 20
21 22
23
27 28 29 30 31
24 25 26 27
28 29
30
1 Dia do Trabalho
7 Corpus Christi
21 Tiradentes
Julho
Agosto
D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
3
D
8
9
10
11
12
13
14
dias
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
5
S
T
6
7
Setembro
Q
Q
S
S
1
2
3
4
8
9 10 11
9
S
T
Q
Q
S
2
3
4
5
6
7
S
1
23
8
19
9 10 11 12
13 14
15 dias
19 20 21 22 23 24 25
16 17 18 19
20 21
22
26 27 28 29 30 31
23 24 25 26
27 28
29
12 13 14 15 16 17 18
dias
D
dias
30
07 Dia do Func. de Escola
Outubro
D
S
T
Q
7 Independência
Novembro
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
19
14
15
16
17
18
19
20
dias
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
D
S
T
Q
4
5
6
7
Dezembro
Q
S
S
1
2
3
8
9 10
D
S
T
Q
Q
S
2
3
4
5
6
7
S
1
18
8
13 14
15 dias
18 19 20 21 22 23 24
16 17 18 19
20 21
22
25 26 27 28 29 30
23 24 25 26
27 28
29
dias
30 31
12 N. S. Aparecida
2 Finados
15 Dia do Professor
15 Proclamação da República
20 Dia Nacional da Consciência Negra
11 Feriado Municipal
25 Natal
Férias Discentes
Dias Letivos
1° Semestre
2° Semestre
Total
13
9 10 11 12
11 12 13 14 15 16 17
Férias/Recesso/Docentes
100
Janeiro
31
janeiro/férias
30
101
fevereiro
7
janeiro/julho/recesso
15
201
julho
18
dez/recesso
12
dezembro
12
outros recessos
Total
68
Total
3
60
Início/Término
Férias
Formação Continuada SEED e NRE
Recesso
Feriado
Municipal
Formação Continuada
Conselho de Classe
Reunião Pedagógica
Integração Escola/Comunidade
Planejamento/Replanejamento
Semana Pedagógica
91
Proposta de Inclusão Educacional
A Educação Inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado
na concepção de direitos humanos, conjugando igualdade e diferença como valores
indissociáveis. Trata-se de uma reestruturação da cultura, prática docente e das
políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos
alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebendo o sujeito e
suas singularidades, objetiva o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social
de todos.
A Educação Inclusiva não deve ser confundida com Educação Especial,
embora a contemple. Tem por princípio básico estar atenta à diversidade inerente à
espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais
de todos os sujeitos alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de
ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de
todos.
A proposta de trabalho desta Instituição de Ensino para a inclusão
educacional não prevê a utilização de métodos e técnicas para esta ou aquela
deficiência ou dificuldade de aprender por entender que os alunos aprendem nos
seus limites e, o professor, consciente de que oferta um ensino de qualidade, levará
em conta essa condição e explorará convenientemente as possibilidades de cada
um. Não se trata de uma aceitação passiva do desempenho do aluno, mas agir com
realismo e coerência admitindo que a escola existe para formar as novas gerações e
não apenas alguns alunos, os mais capacitados e privilegiados.
Além desta proposição, o trato com temas abordando a diversidade
cultural, étnica, de gênero e de condição social serão tomados como constructos
epistemológicos imprescindíveis a uma formação humana e necessária ao respeito
pelas diferenças que se traduz em inclusão social.
Prevenção e Uso Indevido de Drogas
O encaminhamento proposto implica tratar a prevenção e uso
indevido de drogas de maneira crítica, histórica e pedagógica articulada aos
92
conteúdos das diferentes disciplinas da Grade curricular contribuindo para que o
jovem pense e reflita de maneira crítica sobre sua vida, suas escolhas, seus
desejos, suas frustrações e futuro.
Assim sendo, o trabalho pedagógico sobre a prevenção e uso
indevido de drogas vai além das discussões do campo biológico e perpassam outras
áreas do conhecimento como as Ciências Humanas e Exatas, possibilitando que
diferentes disciplinas da grade curricular possam contribuir por meio de seus
conteúdos historicamente construídos e embasados no conhecimento científico.
Apresentamos uma relação de assuntos, os quais se encontram articulados com a
problemática das drogas e permitem aos professores estabelecerem conexões com
suas respectivas disciplinas numa dimensão filosófica e científica que irá imprimir o
elemento da interpretação ou significação. Dessa forma, o esforço consiste em
estipular por meio de conceitos e pressupostos um ponto de partida, uma base para
abordar o tema.
- Sociedade Contemporânea: Toda a abordagem sobre drogas no contexto escolar
deve necessariamente partir do conceito de Sociedade Contemporânea. Assim, é
preciso estabelecer as características desta sociedade, conhecê-la e desvelar suas
representações e discursos, tendo em vista a necessidade de viver e conviver em
contextos, nos quais predominam a injustiça e desigualdades sociais, a pobreza, o
racismo, o sexismo, o preconceito e a discriminação diante de tantas situações.
Desta forma, a compreensão crítica e histórica desta sociedade objetiva uma
reflexão sobre as representações dos usos indevidos de drogas, a fim de romper
com os estigmas que foram conferidos pelo capitalismo, pela mídia e pelas
concepções neoliberais de organização da sociedade.
- Drogas: ações e efeitos: O uso de drogas consiste num fenômeno complexo
resultante da combinação de pelo menos três fatores fundamentais: o sujeito, o
produto (droga) e o contexto sócio-cultural. Portanto, é preciso considerar os
conceitos de drogas, de uso indevido, de dependência, de tolerância e de síndrome
de abstinência, entre outros, os quais devem ser explicados a fim de que se tenha o
entendimento da concepção de drogaçao na sociedade contemporânea e por
extensão na escola. Considera-se importante neste tópico sobre as drogas: a
classificação quanto à origem (naturais, sintéticas e semi-sintéticas); os mecanismos
de ação nos organismos (depressoras, estimulantes e alucinógenas); a legalidade
(lícitas e ilícitas); os tipos dês usuários quanto a freqüência (experimentadores,
93
ocasional, habitual e dependentes). Esta abordagem precisa ser discutida à luz de
um referencial teórico-crítico e consistente o qual permitirá compreender as relações
de poder que se estabelecem acerca da produção, distribuição e consumo.
- Mídia e drogas: Discutir e compreender representações da droga na mídia é
imprescindível na medida em que está vinculada aos interesses econômicos,
reproduzindo e legitimando o discurso neoliberal. Nesse processo, são construídos
discursos hegemônicos direcionados à juventude, que associam as drogas,
especialmente, às bebidas alcoólicas como substancias úteis aos sujeitos, utilizadas,
principalmente, nas horas de lazer, também as responsabiliza por grande parte dos
atos de violência.
Legislação específica: É importante conhecer as legislações brasileiras sobre as
drogas, pois, fixam normas e as definem como lícitas ou ilícitas. O conhecimento da
Lei relacionada às disposições sobre o uso, consumo e produção de drogas trazem
esclarecimentos
significativos
para
a
compreensão
das
relações
que
se
estabelecem na sociedade, pensando em sua organização mais justa.
Narcotráfico: Embora seja um assunto árduo, denso e pouco discutido no âmbito
escolar, torna-se relevante no debate pedagógico. Sua importância decorre da
necessidade de por em pauta as relações de poder que se estabelecem,
praticamente, em todas as classes sociais e nos diversos segmentos da sociedade
contemporânea. Relações de poder, trabalho e de classe inserem-se nesse debate e
permitem discutir questões relacionadas ao narcotráfico, como o desemprego, o
trabalho informal, a desigualdade social, a fome, a violência, entre outros. Por
conseguinte, trata-se de um assunto a ser abordado no contexto das diversas
disciplinas escolares. Também é possível contemplar na discussão a definição dos
papeis da Policia Civil, Militar e Federal, Ministério Publico, Judiciário e Sistema
Prisional, bem como as relações de poder entre rotas de trafico, grupos rivais,
corrupção de autoridades, aliciamento de menores, produção e consumo de drogas,
lucratividade e prejuízos trazidos à sociedade, em decorrência de tais práticas.
- Violência: A violência não é um atributo exclusivo da sociedade contemporânea,
pois, em outros momentos da historia ela também se fazia presente. No entanto, a
mídia tende a destacar as manifestações e associá-la ao uso e ao comercio ilegal de
drogas, supervalorizando a associação entre crimes, violência e drogas. O uso
abusivo de drogas não restringe suas conseqüências aos acidentes de transito, a
cenas de brigas em bares ou entre traficantes, mas também envolve o ambiente
94
familiar. Portanto, a violência vinculada às drogas ocorre em diferentes contextos,
envolvendo sujeitos em suas diversas identidades culturais que os colocam em
situações, por vezes, conflitantes tanto na relação pessoal quanto coletiva. As ações
a serem desenvolvidas no decorrer do ano letivo constituem-se de decorrências dos
conteúdos trabalhados e serão apresentados e solicitados à medida que forem
sendo abordados os temas com ênfase especial aos dias destinados à reflexão
sobre Uso indevido e prevenção contra as drogas.
•
Consultar, a partir da seleção de sítios pelo professor, gráficos, bancos de dados,
vídeos e textos específicos que subsidiarão o desenvolvimento de uma análise
crítica acerca do uso de drogas e sua conseqüência para a saúde física e saúde
social envolvendo as disciplinas da área de conhecimento das Ciências
Humanas e Exatas;
•
Palestras com profissionais da saúde do município, PROERD (Programa
Educacional de Resistência às Drogas e Violência) e Patrulha Escolar sobre o
tema em questão envolvendo as disciplinas de Língua Portuguesa, Ciências e
Geografia que será decorrência das relações estabelecidas nos conteúdos
trabalhados a partir dos recortes epistemológicos que propiciem a abordagem da
temática;
•
Excursão ao Centro de Recuperação de Dependentes Químicos em São
Jerônimo da Serra envolvendo a disciplina de Ciências e Ensino Religioso
objetivando conhecer o trabalho desenvolvido, conseqüências para o organismo,
formas de tratamento e, através do contato com essa realidade, adquirir
elementos para dialetizar questões como escolhas, desejos, frustrações e futuro
condicionados à pessoa que se deixou levar pela dependência química;
•
Palestras com depoimento de ex-usuários com relatos de experiências e
exposição de trabalhos realizados tais como textos dissertativos, charge,
gráficos, poesias e apresentação de musica com dança retratando o tema.
Reorganização do Trabalho Pedagógico
A escola deve ser lugar de apropriação crítica e sistematizada, lugar
de questionamento do saber instituído e de produção criativa de conhecimentos
novos, vinculados às necessidades da comunidade à qual esta escola serve.
95
Portanto, temos como meta desenvolver um trabalho através do
diálogo, um trabalho coletivo onde, professores, equipe pedagógica, equipe
administrativa e agentes educacionais desenvolvam suas ações educativas tendo
como partida os mesmos objetivos, trabalhando em prol dos educandos e pela
escola. Neste sentido, a escola se propõe a trabalhar com o compromisso de
desenvolver atitudes e posicionamento que permitam ao educando pensar, expor
suas próprias idéias, buscar respostas, no conhecimento cientifico, aos desafios
presentes em sua realidade para transformá-la e interagir criticamente.
É importante que as ações pedagógicas estejam voltadas ao
fortalecimento dos nossos alunos na busca de respostas que atendam às
necessidades individuais e à auto-estima campesina. É preciso pensar um processo
que desenvolva a capacidade critica e de construção de significado, sem perder de
vista o conhecimento produzido historicamente pela humanidade. É necessário
lembrar que o conhecimento não segue um caminho linear, mas prossegue entre
descobertas, dúvidas retomadas, obstáculos, avanços. Uma turma de estudantes
nunca irá prosseguir de forma homogênea em relação a um tema de estudo,
compreendendo todos do mesmo jeito, ao mesmo tempo, utilizando-se das mesmas
estratégias cognitivas, alguns levarão mais tempo do que outros na execução das
tarefas pedagógicas, o que não significa que deixarão de alcançar o objetivo final
proposto pela escola.
Em decorrência, as ações pedagógicas serão selecionadas de
maneira que propiciem ao educando o intercambio sociocultural campo cidade,
valorizando ações de conservação ao meio ambiente, a ética, a formação de
atitudes, a solidariedade, o sentido de liberdade com responsabilidade e a vontade
de divulgar o próprio pensamento com eficiência e igualdade nas condições de
argumentação.
Projetos e Atividades Pedagógicas
Os
alunos
deste
Estabelecimento
de
Ensino
estão
sendo
contemplados com os seguintes projetos e atividades:
•
Tempo de Aprender: desenvolvido com alunos de 6º e 7º ano, quando for
diagnosticada a necessidade de reforço, envolvendo as disciplinas de Geografia,
96
História, Arte e Educação Física onde são destinados 15 minutos da aula para a
retomada de conteúdos (ortografia, caligrafia, estética e coesão textual como
também, diferentes estratégias para resolução de problemas que envolvam as
quatro operações matemáticas básicas para cálculos). O objetivo é retomar
situações de aprendizagens com defasagem de apreensão com o intuito de levar o
aluno a perceber que adquirir proficiência nos conhecimentos relacionados às
disciplinas elencadas, passa pela relação estabelecida entre saberes trabalhados
em Matemática e Língua Portuguesa num movimento de complementaridade e
continuidade dos processos de aprendizagens.
. A estratégia e abordagem metodológica se darão partindo da
contextualização enfocando situações cotidianas do alunado e comunidade, porém
tomando sempre o objeto de conhecimento das disciplinas em questão como aporte
na proposição de atividades solicitadas como atividade extraclasse (tarefa). Desta
forma, para melhor entendimento do projeto, quando o professor de Geografia
propuser uma produção de texto fundamentado pelo conteúdo básico, Relações
entre Campo e a Cidade na Sociedade Capitalista, cuja abordagem seja o
esvaziamento populacional do bairro rural de Vila Nova, além de estar trabalhando a
Geografia numa perspectiva humana, capitalista e espacial, a produção textual do
aluno, proposto como tarefa, terá como critério de avaliação a coesão, ortografia e
estética. A partir da verificação o professor estará reforçando conhecimentos da
Língua Portuguesa. Os conhecimentos matemáticos poderão ser abordados com o
cálculo da diferença populacional antes e depois da migração utilizando a linguagem
matemática como a construção de gráficos para exposição de resultados.
Utilizando a mesma temática, a disciplina de História ao abordar os
aspectos históricos locais, como exemplo, o ciclo do algodão no bairro, poderá
levantar questões que poderão ser aproveitadas numa produção textual ou cálculos
envolvendo a renda per capta, antes e depois do ciclo, no qual o objetivo precípuo
seja retomar conhecimentos da disciplina de Matemática e Língua Portuguesa e
consequentemente levantar questionamentos acerca dos condicionantes sociais e
econômicos na história do homem comum. A disciplina de Arte, dentro da mesma
temática e, fundamentada pelos conteúdos básicos ritmo, melodia e gênero, poderá
trabalhar com textos, produzidos pelo aluno ou pesquisa sobre as músicas e
cantigas que faziam parte da cultura local, utilizando a apropriação do conhecimento
artístico como estratégia para retomar saberes da Língua Portuguesa necessários à
97
produção textual. Já os saberes matemáticos poderão ser trabalhados a partir da
contagem de passos necessários ao desenvolvimento da dança, multiplicação
desses passos por número de participantes.
Utilizando a disciplina de Arte na
resolução de problemas envolvendo as quatro operações matemáticas básicas para
cálculos, dentro desta mesma temática, a estratégia poderá ser a quadrilha junina na
qual o número de participantes, a divisão em pares, a área adequada para a
execução da dança, o tempo necessário à apresentação poderão ser utilizados
como argumentos na resolução de problemas matemáticos e posteriormente
utilizados como critérios na organização da quadrilha e festa junina da escola. Neste
mesmo sentido, a produção de textos abordando a origem da dança local,
características ainda predominantes, as transformações sofridas no decorrer do
tempo com análise feita a partir de fotografias de época e relatos de moradores
antigos subsidiarão a produção textual que concomitantemente estará aprofundando
conhecimentos históricos localizados valorizando a identidade do aluno e população
como também, propiciando momentos de retomada de conteúdos em Língua
Portuguesa pertinentes à coesão, estrutura textual e ortografia. A disciplina de
Educação Física neste mesmo encaminhamento poderá abordar conteúdos de
Língua Portuguesa, através de pesquisa com moradores mais antigos e mesmo pais
dos alunos, sobre campeonatos de futebol realizados na ocasião do ciclo do algodão
discorrendo sobre nomes dos times, jogadores que se destacaram, transformações
ocorridas nas regras... Por sua vez, os conhecimentos matemáticos poderão, dentro
da mesma temática, ser utilizados tomando o campo de futebol como ponto de
partida para cálculo de área, situação problema envolvendo o levantamento de
custos para manutenção do campo e equipamentos esportivos, construção de
maquete por envolver escalas menores.
As sugestões de atividades propostas visam colaborar no sentido de
sugerir possibilidades de interdisciplinaridade a partir do objetivo do projeto, no qual
o professor assume o papel de transmissor reunindo conteúdos de outras disciplinas
tratando de relacioná-los em torno de saberes não bem apreendidos, ressaltando os
aspectos situacionais na absorção do conhecimento, concebendo a intervenção
pedagógica de modo a promover e modificar aprendizagens.
•
Fera com Ciência: participação dos alunos neste evento estadual, no qual são
apresentados trabalhos pedagógicos e artísticos desenvolvidos pela escola.
98
•
Festa Junina – comemoração anual que ocorrerá sempre no mês de junho com
resgate dos valores do homem do campo tendo em vista a escola estar inserida
neste contexto como também, revelando seu envolvimento educacional situado
na realidade campesina local. Na execução desse projeto estarão envolvidos os
professores de todas as disciplinas partindo do entendimento do campo como
modo de vida social que contribui para auto-afirmar a identidade dos povos do
campo, para valorizar o seu trabalho, a sua historia, o seu jeito de ser, os seus
conhecimentos, a sua relação com a natureza e como ser da natureza. Portanto,
a festa junina será um desdobramento do trabalho pedagógico no qual deverá
acontecer e ser compreendida, a partir dos conteúdos específicos abordados em
sala de aula que emergem dos conteúdos básicos de todas as disciplinas que
compõem a grade curricular. Assim sendo, o modo de vida camponês,
transformações culturais costumes, relações de trabalho, familiares, religiosas,
de diversão e festas estarão fundamentadas pelo objeto de conhecimento de
cada disciplina.
•
Projeto de chuva: desenvolvido no decorrer do ano com todas as turmas visando
atender aos alunos, usuários do transporte escolar, que em decorrência do
tempo chuvoso e das condições da estrada ficaram impedidos de chegar à
escola. Não se trata de recuperação paralela, mas novamente tomar o plano de
trabalho docente desenvolvido na aula anterior e através de atividades
impressas, escritas e atividades para casa, propiciar acesso aos conhecimentos
ministrados na aula que o aluno perdeu. Este projeto fará parte permanente do
trabalho pedagógico desenvolvido pela escola em razão de atender a uma
necessidade que já se incorporou ao cotidiano da instituição.
•
Mostra Pedagógica – Expor, sempre no final do mês de outubro e em dia não
letivo, ou seja, aproveitando o sábado por se tratar de um evento cultural
direcionado à comunidade, os trabalhos referentes a todas as disciplinas
elaborados pelos alunos no decorrer do ano tais como cartazes, trabalhos
artísticos elaborados na disciplina de Arte, experiências científicas, maquetes,
produções de textos de autoria do aluno, apresentação de dança e teatro
99
alusivos aos desafios educacionais contemporâneos. Seu objetivo se constitui
em divulgar para a comunidade o trabalho desenvolvido pela escola durante o
ano.
Para tanto, todo o coletivo escolar estará envolvido na organização,
divulgação, disposição dos trabalhos e acolhimento do publico. Os alunos
estarão à disposição dos visitantes explicando o conteúdo dos trabalhos
expostos dando os esclarecimentos necessários.
•
Jogos Escolares – Realizado no segundo semestre com data condicionada ás
condições da prefeitura municipal tendo em vista acontecer nos finais de semana
e ser necessário mobilizar os motoristas do transporte escolar. A participação
dos alunos no torneio de futebol escolar do município tem por objetivo promover
incentivo ao esporte, a prática de atividades saudáveis, integração com outras
escolas e socialização.
Educação Ambiental
A Educação Ambiental que concebemos deverá ser uma pratica
educativa integrada, contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos de
ensino. Não tem por objetivo conscientizar por entendermos que a consciência é
construída internamente através das experiências e estímulos recebidos em nossa
vida. O intuito é sensibilizar os alunos para que construam a consciência ambiental e
para tanto será trabalhada dando cumprimento a Lei Nº 9795/99 que institui a
Política Nacional de Educação Ambiental; dentro de uma concepção crítica num
entendimento de que a realidade das condições sócio-ambientais atuais exige uma
reflexão centrada na inter-relação entre saberes e praticas coletivas que criam
identidades e valores comuns e ações solidárias; identificando a interdependência
das relações entre sociedade, elementos naturais, aspectos econômicos, sociais e
culturais e, por fim, desenvolver um trabalho marcado pela ação interdisciplinar.
Portanto, as ações expostas abaixo serão decorrências de um trabalho
contextualizado aos conteúdos disciplinares e se configurando como resultado das
experiências e estímulos provocados pela abordagem crítica de todas as disciplinas
acerca das questões ambientais.
100
•
Coletar e expor materiais que agridem o meio ambiente acompanhado de textos
e cartazes informando o tempo de decomposição dos mesmos e a forma de
agressão que causam;
•
Formação da horta escolar;
•
Visita ao Museu de Historia Natural de Cornélio Procópio;
•
Palestras com técnicos da EMATER (Empresa Paranaense de Assistência
Técnica e Extensão Rural) para conhecimento das ações e projetos
desenvolvidos no município;
•
Palestra com o Secretario do Meio Ambiente Municipal abordando os impactos
ambientais no município;
•
Exposição da Agenda 21 Estadual e Municipal para conhecimento do coletivo
escolar e comunidade acompanhada de textos produzidos pelos alunos com
análise, opinião e sugestões;
•
Produção e proposição da agenda 21 Escolar.
Envolvimento das Instancias Colegiadas
A escola democrática é aquela que está aberta ao diálogo intenso
com toda a comunidade escolar envolvendo o coletivo no trabalho educacional como
um todo.
Por acreditar que a democracia na escola só se efetivará se puder
contar com a participação da comunidade, as instâncias colegiadas desta instituição
se constituem em espaços de representação dos segmentos da escola quais sejam
comunidade, pais, professores, funcionários e alunos.
É pela utilização desses
espaços, que a gestão democrática ganha força podendo transformar a realidade
escolar. Isso depende das relações que se estabelecem entre as instancias
colegiadas e direção da instituição como também, do constante diálogo que permite
a todos os membros envolvidos rediscutir os caminhos, analisar as experiências
vividas, os desafios, os avanços e criar novas possibilidades.
Para a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino
Fundamental as instâncias colegiadas têm possibilitado novas formas de gestão
através de uma administração coletiva em que todos participam dos processos de
decisões e do acompanhamento, execução e avaliação das ações escolares que
101
envolvem as questões administrativas, financeiras, pedagógicas e aquelas
concernentes aos desafios sociais presentes na escola. Desta forma, a Equipe
Diretiva, APMF, Conselho Escolar, Equipe Pedagógica e Agentes Educacionais são
protagonistas imprescindíveis ao processo de consistência e qualidade educacional
que se almeja no projeto político pedagógico desta instituição.
Diretrizes Curriculares norteadoras da Proposta Pedagógica Curricular
O currículo como configurador da prática, produto de ampla
discussão entre os sujeitos da educação, fundamentado nas teorias críticas e com
organização disciplinar é a proposta das Diretrizes Curriculares da Educação Básica
para a rede estadual de ensino do Paraná, no atual contexto histórico.
Não se trata de uma idéia nova, já que, num passado não muito
distante, fortes discussões pedagógicas se concretizaram num documento curricular
que se tornou bastante conhecido, denominado Currículo Básico. (DCEs, 2008)
No entanto, é sabido que a visão de conhecimento fragmentada da
escola publica ainda perdura em muitas unidades escolares de ensino, e dentre os
motivos alegados é que, a sua implementação surge pela imposição da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN e das tendências neoliberais que
têm seu objetivo centrado no desenvolvimento de competências e habilidades
necessárias para viver e conviver sustentando uma base de desenvolvimento
imposta pela hegemonia econômica instituída pelo governo e pelos bancos
internacionais de financiamento. Dessa forma, a educação é estruturada mediante a
ótica mercantilista, ou seja, incentivar a competição de forma que os alunos (os
melhores) desenvolvam capacidades que lhes permitam produzir e usufruir dos bens
culturais, sociais e econômicos e não por ser uma necessidade da escola e uma
defesa do seu coletivo.
O desafio que se apresenta antes de tudo é romper com a idéia de
ver o aluno como mero objeto do processo ensino aprendizagem e/ou apenas um
numero para aumentar as estatísticas das políticas públicas educacionais. Trata-se
de desafiar a pretensa estabilidade e o caráter histórico do conhecimento produzido
no mundo ocidental sob a ótica dominante, confrontar diferentes pontos de vista,
diferentes obras literárias, diferentes interpretações dos eventos históricos. Trata-se
de questionar a lógica eurocêntrica, crista, masculina, branca e heterossexual que
102
até agora informou o processo pedagógico, assim como permitir o confronto com
outras maneiras de ver o mundo.
Se nossa pretensão é formar cidadãos aptos a agirem socialmente,
integrando-se, participando, tendo o conhecimento mínimo necessário para atuar na
sociedade, o trabalho pedagógico deve começar ensinando o conhecimento
historicamente construído, proporcionando o saber sistematizado e elaborado de
que necessita para compreender o mundo que habita, bem como, lhe dar condições
de prosseguimento aos estudos. Nesse sentido, espera-se que o conhecimento
conjugado às condições sociais, econômicas, ideológicas e históricas para dar conta
de atender ao pressuposto na nossa pretensão na qual, fica bem demarcado o
conceito de conteúdos de ensino como conceitos e teorias que constituem sínteses
da apropriação histórica da realidade material e social pelo homem.
Retomando a matriz teórica que fundamentou a proposta de ensinoaprendizagem de todas as disciplinas do Currículo Básico, documento norteador da
educação estadual até o final da década de 90, as DCEs surgem como fruto deste
ideal de educação onde o materialismo histórico dialético, a interdisciplinaridade e as
teorias críticas sustentam a práxis docente e a opção por um currículo disciplinar.
No entanto, as demandas sociais do século XXI atreladas aos novos
postulados emergentes de um contexto filosófico voltado para a valorização da
diversidade, atributo da democracia, rompeu com a prerrogativa de seguir
irrestritamente o caráter prescritivo do Currículo Básico que determinava os saberes
a serem trabalhados em sala de aula sem acrescentar ou suprimir nenhum deles.
Neste aspecto reside o grande diferencial das DCEs quando delega ao professor,
enquanto mediador do conhecimento, tomar também a dimensão artística, filosófica
e científica do saber como pressuposto indispensável na proposição de conteúdos e
direcionamento metodológico.
Partindo dos conteúdos que estruturam o conhecimento cientifico e
justificam a apreensão de conceitos necessários ao entendimento do objeto didático
em questão, situações pontuais e/ou gerais são trazidas como saber tendo como
base diversas abordagens decorrentes dos variados campos da ciência que origina
as disciplinas componentes da matriz curricular.
Neste contexto, a interdisciplinaridade toma um novo significado na
medida em que é vista não só sob o ponto de vista metodológico, mas,
considerando e apontando situações de aprendizagens que vão converter uma
103
determinada circunstancia social em conteúdo fundamentado pelas disciplinas e a
ciência que as referencia. Em síntese, delega à escola e aos professores a liberdade
de incluir e tratar como conteúdo escolar as problemáticas sociais da comunidade
para qual centra sua ação educativa numa perspectiva micro e macro analítica sem
perder de vista os conceitos básicos científicos de sustentação do saber.
A forma como os conteúdos vão ser trabalhados passa pela reflexão
acerca da mediação e pela intenção de incorporar construções de possibilidades
para a emancipação humana e, em decorrência, pelo método dialético em que o
conhecimento é configurado a partir da própria realidade. Sua base de sustentação
principal encontra-se na compreensão da gênese de seus fundamentos, na sua
concepção.
Rompendo com a idéia de conhecimento útil, do saber prático que
não encaminha para a superação da fragmentação do conhecimento, a práxis
fundamentada no materialismo histórico e na inter-relação com todas as disciplinas
componentes da Matriz Curricular sinaliza o encaminhamento didático filosófico,
recolocando a ênfase sobre o aluno, organizando o conhecimento escolar de forma
a privilegiar os princípios do trabalho, da cultura, da ciência e da tecnologia, os quais
devem perpassar todo o trato com os conteúdos escolares.l
Plano de Ação da Escola
A Escola Estadual do Campo de Vila Nova irá atuar no ano letivo de
2012 com vistas á realização das ações abaixo relacionadas.
Ações em relação aos alunos:
- ampliar a sala de apoio para o atendimento dos alunos do 6º e 7º ano;
- palestras de incentivo aos estudos;
- incentivo na participação de projetos e avaliações externas e internas;
Prevenção e acompanhamento da evasão escolar;
- leitura do informativo aos alunos enfatizando os direitos e deveres, a consciência
da liberdade, responsabilidade e respeito;
- encaminhar ao NRE o pedido de solicitação de implantação do Ensino Médio.
Ações em relação ao corpo docente:
- propor o replanejamento das ações sempre que necessário;
- identificar as dificuldades dos alunos e buscar soluções conjuntas para os mesmos;
104
- utilizar os resultados das avaliações externas e internas para propor intervenções
pedagógicas;
- auxiliar o professor no uso dos materiais de apoio pedagógico;
- conscientizar o professor para a necessidade da: pontualidade, organização,
registros atualizados e preenchimento e entrega do livro registro de classe dentro do
prazo estipulado.
Ações relacionadas a integração família/escola:
- apresentar à comunidade escolar o projeto político pedagógico reformulado bem
como os projetos a serem implementados no decorrer do ano letivo;
- contribuir com o processo de integração escola/família/comunidade atuando como
elemento facilitador da comunicação entre eles objetivando tornar efetiva a tarefa
educativa;
- organizar e realizar debates e palestras de interesse e necessidades da
comunidade escolar (agrônomos, médicos, psicólogos entre outras especialidades);
- promover momentos de integração entre escola e família através das
manifestações culturais como: mostra pedagógica, festa junina, comemoração do
dia das mães, pais e estudantes,
- orientar os pais quanto à necessidade e importância no acompanhamento da vida
escolar de seus filhos;
- realização de reuniões bimestrais com o objetivo de prestar contas do trabalho
desenvolvido pela escola e do rendimento escolar.
Avaliação Institucional no PPP
No
processo
avaliativo,
pretende-se
reunir,
semestralmente,
representante dos segmentos da comunidade escolar e instâncias colegiadas para,
coletivamente, analisar as ações desenvolvidas, refletir sobre aquelas que não foram
realizadas e complementar com novas ações consideradas importantes para os
alunos e a escola.
È fundamental que a avaliação institucional seja, efetivamente,
realizada de forma continua e que o acompanhamento esteja voltado para a análise
dos aspectos qualitativos e quantitativos visando a melhoria e o desenvolvimento do
105
aluno, o aprimoramento do professor, a coerência entre teoria filosófica e prática
docente, o envolvimento das instâncias colegiadas no que concerne ao
acompanhamento da diretriz didático-pedagogica que conduz o PPP, bem como,
projetos voltados para a realidade social do aluno, acompanhamento das atitudes,
procedimentos e nível de conscientização do quadro funcional enquanto agentes
parceiros do processo educacional. Enfim, se inteirar de todas as metas e objetivos
estabelecidos no sentido, também, de contribuir para a identificação da substância,
função e valor como parâmetros indicativos de méritos e deméritos.
A participação do coletivo se constituirá numa estratégia fundamental
tendo em vista:
- Publicizar o PPP visando o acompanhamento de toda comunidade escolar na
implementação das ações propostas;
- O conhecimento e acompanhamento das instâncias colegiadas no processo de
trabalho objetivando um constante diálogo entre todos os segmentos que compõem
a instituição.
Portanto, dentro desse contexto, a instituição se coloca, de forma
transparente, como lugar onde a prática educacional é desenvolvida. Este “lugar”
não é apenas geográfico, mas engloba aspectos políticos, sociais e econômicos,
materiais e afetivos, no qual carrega dentro de si anseios e perspectivas de futuro
delineadas na construção do PPP que, por sua vez, prescinde de criticas,
elaboração e envolvimento de modo a fornecer subsídios para a tomada ou
retomada de decisões. A correção de desvios e problemas é vista como fomento
que oportuniza a comunidade, num processo dialético, participar efetivamente e ser
protagonista de um projeto de vida.
Em síntese, a avaliação institucional abrangerá todo o coletivo
escolar:
- Docentes e não docentes – a partir de reflexões do grupo, bem como dos pais e
alunos, buscando estabelecer diálogos com estes segmentos para uma análise da
prática docente e corrigir possíveis falhas;
- Currículo – analisado periodicamente, no mínimo uma vez a cada semestre, para
verificar a sua aplicação e eficácia. Dentro destas análises todos os segmentos da
escola devem participar e fazer os ajustes necessários;
- Atividades Extracurriculares – avaliadas logo após sua aplicação em função do
diagnóstico e eficácia;
106
- PPP – analisado no inicio do ano letivo, para a retomada do seu teor e no decorrer
do ano, realizar novas análises para diagnosticar as ações positivas e negativas que
ele apresenta para eventualmente fazer ajustes, seja de inclusão, de exclusão ou,
ate mesmo, alteração que se fizer necessária.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A liberdade em expor opiniões e a oportunidade de participar da
construção do PPP é um direito democrático conquistado, no entanto, não há como
pensar em direitos, sem pensar nas responsabilidades individuais e coletivas que o
uso ou comprimento do direito requer.
107
O Projeto Político Pedagógico que ora apresentamos, representa um
desafio no cotidiano de nossa escola que busca efetivamente uma educação
alicerçada nos valores humanos e na promoção da paz e do bem.
A escola que assumimos é um espaço no qual as pessoas podem
dialogar, pensar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar saberes, onde há lugar
para criar, colaborar, discordar e transformar. Uma escola autônoma onde todos os
envolvidos possam pensar, refletir e avaliar o processo de construção do
conhecimento, que não deve ser tratado de forma dogmática e esvaziado de
significado.
BIBLIOGRAFIA
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Secretaria de Estado da
Educação. Superintendência da Educação. Curitiba, 2008.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação do Campo – Secretaria de Estado
da Educação. Superintendência da Educação. Curitiba, 2006.
108
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Ministério
da Educação e do Desporto,Secretaria de Educação Fundamental – Brasília:
MEC/SEF, 1998.
Brasil. Lei 9394/96. Institui as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF:
20 de dezembro de 1996.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia:
Alternativa, 2001.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e crise no trabalho: perspectivas de final de
século. Petrópolis: Vozes, 1998.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: Primeiras aproximações. 2. ed.
São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1991.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Brasília: Ministério da Educação/Secretaria Especial de Política de Promoção da
Igualdade Racial, 2005.
ARCO-VERDE, Yvelise Freitas de Souza. Introdução às Diretrizes Curriculares.
Disponível em: http:// docs. google: www. pedagogia. seed. pr. gov.br. acesso em 06
de set de 2010.
GASPARIN, João Luiz; PETENUCCI, Maria Cristina. Pedagogia Histórico-Critica:
Da Teoria à Pratica no Contexto Escolar. Disponível em: http:// docs. Google. Com/
www.diaadiaedcuaçaopr.gov.br/portals/pde/. Acesso em 09 de set de 2010.
GS/SEED. Resolução nº 010/2010
SUED/SEED. Resolução nº 008/2011
SUED/SEED. Instrução nº 3399/2010
FROTA, Ana Maria Monte Coelho. Diferentes concepções da infância e
adolescência: a importância da historicidade para a sua construção. Disponível
em http://docs.google.com/www.revispsi.uer.brpeps
PARANÁ, Ensino Fundamental de Nove Anos orientações Pedagógica para os
Anos Iniciais. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Curitiba, 2010.
BRASIL, Ensino Fundamental de Nove anos: Orientações para a inclusão da
criança de seis anos de idade. Ministério da Educação. Brasília, 2006.
Referências
109
ROCHA, Rosa margarida de Carvalho. Educação das relações étnico-raciais:
Pensando referenciais para a organização da prática pedagógica. Belo
Horizonte: Mazza edições. 2007.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais para o Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Brasília: Ministério da Educação/Secretaria Especial de Política de Promoção da
Igualdade Racial, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos: Educando para
as relações étnico-raciais. Curitiba: SEED/PR, 2006.(p. 85 a 93)
Download

clique aqui para acessar ppp - ESCOLA ESTADUAL DO CAMPO