ESCOLA ESTUDUAL DO CAMPO DE VILA NOVA ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS SÃO JERÔNIMO DA SERRA - PR PROJETO POLITICO PEDAGOGICO 2 2012 SUMÁRIO Apresentação.......................................................................................................... 05 1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO....................................................... 06 2 MARCO SITUACIONAL....................................................................................... 07 Oferta da Instituição................................................................................................ 07 Escola do Campo..................................................................................................... 08 Organização Interna da Escola................................................................................ 08 Ocupação do Tempo e Espaços Pedagógicos........................................................ 12 Sala de Apoio.......................................................................................................... 12 Laboratório de Informática....................................................................................... 13 Biblioteca................................................................................................................ 14 Laboratório de Ciências.......................................................................................... 14 Horta Escolar........................................................................................................... 14 2.1 ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO........................... 15 Aspectos Históricos da Escola................................................................................ 15 Caracterização da População, Alunos e Pais......................................................... 16 Caracterização dos Professores, Funcionários, Direção e Equipe Pedagógica..... 17 Quantitativo do Corpo Docente e Vínculo Funcional.............................................. 19 Quantitativo Discente.............................................................................................. 19 Quantitativo Equipe Administrativa e Vínculo Funcional......................................... 20 Quantitativo de Funcionários e Vínculo Funcional.................................................. 20 Quantitativo Equipe Pedagógica e Vínculo Funcional............................................ 20 Atendimento a Alunos com necessidades Educacionais Especiais........................ 20 Resultados Educação............................................................................................. 21 Relação Idade Ano................................................................................................ 21 3 MARCO CONCEITUAL ..................................................................................... 24 Concepção de Educação........................................................................................ 24 Concepção de Educação do Campo...................................................................... 24 Concepção de Homem............................................................................................ 25 Concepção de Sociedade....................................................................................... 26 Concepção de Tecnologia...................................................................................... 27 Filosofia da Escola.................................................................................................. 28 3 Princípios Norteadores da Educação ..................................................................... 31 Concepção de Escola............................................................................................. 37 Concepção de Conhecimento................................................................................. 39 Concepção de Ensino Aprendizagem.................................................................... 41 Concepção de Avaliação........................................................................................ 42 Gestão Democrática.............................................................................................. 43 Instancias Colegiadas ........................................................................................... 46 Gestão de Recursos Financeiros............................................................................ 49 Gestão de Recursos Humanos............................................................................... 50 Concepção de Currículo......................................................................................... 50 Atividades de Contraturno....................................................................................... 53 Concepção de Infancia e Adolescencia.................................................................. 54 Concepção de Alfabetização e Letramento............................................................ 55 Articulação entre os Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental............ 57 Adaptação dos Alunos oriundos dos Anos Iniciais................................................. 58 4 MARCO OPERACIONAL.................................................................................... 60 Organização Curricular........................................................................................... 60 Matriz Curricular do Ensino Fundamental turno tarde............................................. 61 Organização Curricular Turno Tarde...................................................................... 65 Matriz Curricular do Ensino Fundamental turno Noite............................................ 66 Organização Curricular Turno Noite........................................................................ 70 Processo de Avaliação............................................................................................ 71 Recuperação de Estudos........................................................................................ 72 Processos de Promoção, Classificação e Reclassificação..................................... 73 Processo de Aprimoramento da Prática Pedagógica............................................. 76 Articulação do Estabelecimento com a Família e a Comunidade........................... 78 Organização do Horário/Hora Atividade................................................................. 79 Atuação da Equipe Muldisciplinar........................................................................... 80 Acompanhamento das Atividades em Contraturno................................................. 87 Matriz Curricular Parte Diversificada....................................................................... 89 Calendário Escolar................................................................................................... 89 Proposta de Inclusão Educacional.......................................................................... 92 Prevenção e Uso Indevido de Droga...................................................................... 93 Reorganização do Trabalho Pedagógico................................................................ 96 4 Projetos e Atividades Pedagógicas......................................................................... 97 Educação Ambiental............................................................................................... 100 Envolvimento das Instancias Colegiadas................................................................ 101 Diretrizes Curriculares Norteadoras da Proposta Pedagógica Curricular................ 102 Plano de ação d Escola.......................................................................................... 104 Avaliação Institucional no PPP............................................................................... 106 Considerações Finais............................................................................................... 108 Bibliografia ............................................................................................................ 109 5 Apresentação Construir coletivamente a identidade da escola que temos e a que almejamos, toma forma na reelaboração do Projeto Político Pedagógico definindo para o contexto sociocultural em que está inserida a comunidade da Escola Estadual do Campo de Vila nova – Ensino Fundamental, o que pais, educandos, professores, funcionários, diretor e equipe pedagógica pensam e almejam em relação à educação escolar publica e as concepções que a envolve, como homem, sociedade, conhecimento, educação, cultura, ensino, aprendizagem e cidadania para, a partir desses pressupostos, tomar a transmissão sistemática dos conhecimentos produzidos e acumulados no movimento histórico da humanidade, como conteúdos, de maneira a garantir que os alunos que deles se apropriarem de forma ativa, possam reelaborar novos saberes, processando uma critica não abstrata mas, embasada na compreensão cientifica do real. A reforma do Projeto Político Pedagógico se deu cuidando para que a discussão e elaboração coletiva desse documento reflitam e correspondam aos anseios da comunidade escolar. Essa reformulação vem da necessidade de atualizar e incorporar ao trabalho educacional os avanços das pesquisas nas diferentes áreas do conhecimento, de está em consonância com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica emanadas da Secretaria de Estado da Educação e de está atento às mudanças na sociedade e suas implicações na comunidade escolar. Por fim, integrar-se política e pedagogicamente ao sistema de ensino com vistas a construir uma referência para o Ensino Fundamental que possa ser traduzida e discutida em sala de aula, que possa garantir ao aluno acesso à construção dos conhecimentos indispensáveis para sua formação e cidadania. Portanto, é imprescindível redefinir com clareza o papel da escola, considerando a diversidade cultural no que se refere aos conteúdos estruturantes, básicos e específicos de cada disciplina como também, as diferenças sociais presentes no tecido social, buscando o saber popular campesino concomitante ao saber cientifico, mediados pela experiência de mundo, visando a apreensão do conhecimento sistematizado. 6 1- IDENTIFICAÇAO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO • Nome do Estabelecimento: Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental. • Escola/código: 0485 • Tipo de escola: Do Campo • Município: São Jerônimo o da Serra - PR • Município/ Código: 2490 • Endereço: Bairro Rural Vila Nova da Florença Rua Principal S/Nº • Telefone: (43) 32767005 • E-mail: [email protected] • Dependência Administrativa: Núcleo Regional da Educação de Cornélio Procópio. • NRE/Código: 08 • Município: Cornélio Procópio • Endereço: Avenida Minas Gerais nº 435 – Centro • Telefone: (43) 35205100 • E-mail: [email protected] • Distancia da escola do NRE: 101 km distantes do Núcleo Regional de Educação de Cornélio Procópio ao qual está jurisdicionada. • Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná • Ato de Autorização de Funcionamento: Portaria 1.762 de 12/06/82 • Ato de Reconhecimento de Curso: Resolução nº 7.023/84 de 27/09/84 • Ato de Renovação de Reconhecimento de Curso: Resolução nº 3.377/04 de 28/10/2004. • Ato Administrativo e parecer de Aprovação do Regimento Escolar: 268/2008 • Adendo nº 2 aprovado pelo Ato Administrativo nº 1/11 • Legais das Instancias Colegiadas: Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e Registro de Títulos e Documentos em São Jerônimo da Serra - PR sob o nº. 5524 Livro - 25 B folha 31 a 33. 7 Conselho Escolar – Resolução nº 4649/2008 Equipe Muldisciplinar - Deliberação nº 04/06 – CEE/PR 2 – MARCO SITUACIONAL Oferta da instituição A Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental organiza seu ensino em regime anual ofertando os Anos Finais do Ensino Fundamental que se constituem em 6º, 7º, 8º e 9º ano. O horário escolar é elaborado visando a utilização e organização dos espaços educativos. O direcionamento na elaboração pauta-se na Grade Curricular, no disposto na LDB 9394/96 obedecendo ao mínimo de 200 (duzentos) dias letivos e nos horários disponíveis de cada professor. A escola tem autonomia quanto á elaboração do seu horário escolar, porem, é imprescindível que esteja de acordo com o Regimento Interno da escola e sempre a serviço do PPP na busca de arranjos que beneficiem o processo de ensino aprendizagem. Privilegiam-se as aulas geminadas por oferecer melhor condição para o ensino, como também, pela otimização do tempo. As atividades em espaços de educação social tais como museus, terras indígenas, centro de recuperação de dependentes químicos, entre outros, serão programadas com antecedência observando a disponibilidade na agenda destes e sem prejuízo às aulas teóricas. O horário de distribuição das aulas obedece ao seguinte cronograma: Turno Vespertino - 13:00 ás 13:50 - 1ª aula - 13:50 às 14:40 - 2ª aula - 14:40 às 15:30 - 3ª aula - 15:30 às 15:40 - intervalo - 15:40 às 16:30 - 4ª aula - 16:30 às 17:20 - 5ª aula Turno Noturno - 19:00 às 19:50 - 1ª aula - 19:50 às 20:40 - 2ª aula - 20:40 às 20:50 - intervalo - 20:50 às 21:35 - 3ª aula 8 - 21:35 às 22:20 - 4ª aula - 22:20 às 23:05 - 5ª aula Escola do Campo Escola do campo como o próprio nome revela possui espacialidade e por isso mesmo o espaço rural assume função nuclear, ou seja, é um local específico de reprodução material dos sujeitos que protagonizam o conjunto de ações concernentes a este espaço. A despeito dessa característica geoespacial e humana a escola ora introduziu paradigmas educacionais nos mesmos moldes urbanos, ora depreciou o ensino em função de relegar o camponês a uma condição de atraso intelectual e profissional. Objetivando o resgate da dívida histórica em relação aos sujeitos do campo, de terem uma educação de qualidade, vinculada à sua cultura, necessidades humanas, sociais e econômicas como também, o reconhecimento da localização e modos de vida atrelados ao cotidiano campesino da comunidade local, a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental é resultado de uma política que se concretizou no Estado do Paraná, através da Resolução nº 4783/2010 da Secretaria de Estado da Educação. Nesta perspectiva, ao assumir a identidade de escola publica do campo, o trabalho educacional é entendido como do e no campo, portanto, indissociável dessa realidade na qual discente e comunidade buscam, além do saber, o fortalecimento dos laços culturais relacionados à vida na terra. Organização Interna da Escola Esta Instituição de Ensino é uma escola do campo. Está a 22 kms distante da sede do município com estrada de acesso sem pavimentação (estrada de chão) o que dificulta e às vezes inviabiliza o trânsito nos períodos de chuva. Funciona em prédio próprio com 429,00 m2 de área construída sendo composta por três blocos distintos. Disponibiliza seu espaço no matutino para o funcionamento da Escola Municipal Dom Bosco – Educação Infantil e Ensino Fundamental. Dispõe de 04 (quatro) salas de aula, 02 (duas) medindo 5x6m 2 e outras 02 (duas) medindo 5,76 x 7,50m2, 01 (uma) sala para biblioteca medindo 6,0 x 4,8 m 2 compartilhada com sala dos professores, 01 (uma) sala medindo 7,8 x 6,0 m 2 onde funciona a secretaria, 9 direção e equipe pedagógica, 01 (uma) sala medindo 7,8 x 6,0 m 2 onde está instalado o laboratório de informática e uma sala medindo 5x6 m 2 onde funciona o laboratório de Ciências. O prédio escolar é construído em alvenaria com área de proteção também em alvenaria (murado), as salas não são bem ventiladas. Conta com 03 (três) banheiros, sendo um masculino e dois femininos em bom estado de conservação. A cantina para o preparo da merenda escolar medindo 3,35 x 5,50m2 é pequena e com pouca ventilação. Não possui refeitório e em decorrência a merenda escolar é servida nas salas de aula causando alguns transtornos. Há uma pequena sala utilizada como depósito de alimentos. O pátio não é coberto, falta iluminação no mesmo e no entorno da escola. A escola não possui quadra de esportes para a prática de educação física. Para que as ações na Intuição de Ensino se efetivem de forma a atingir os objetivos propostos é imprescindível a atuação, em conjunto, dos segmentos que estruturam todo o processo que envolve sua organização administrativa e pedagógica. O cumprimento de papéis inerentes a cada segmento estabelecerá harmonia necessária ao funcionamento da escola como um todo. Dando um suporte de caráter funcional são atribuídas, através de documentos emanados do órgão mantenedor da escola instruções que dão ciência a cada segmento acerca de sua competência em relação ao cargo ou posição que ocupa no ambiente escolar. a) Equipe Pedagógica: Composta por professores graduados em Pedagogia, é responsável pela coordenação, implantação e implementação no estabelecimento de ensino das Diretrizes Curriculares definidas no Projeto Político Pedagógico e no Regimento Escolar, em consonância com a política educacional e orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação. Deve promover a integração do todo. Deverá atuar em conjunto com todos os segmentos da escola, prestando informações, assessorando, dando assistência ao docente, aos alunos, pais e direção. Deve promover a integração do todo, participar do desenvolvimento de projetos educacionais como: planos de recuperação, projetos pedagógicos, atividades extracurriculares, entre outros. b) Secretaria: Setor responsável por cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da SEED, que regem o registro escolar do aluno e a vida legal da escola. Cabe à secretaria receber a comunidade escolar prestando 10 informações e orientações sobre a legislação vigente toda a escrituração do estabelecimento de ensino, documentação dos alunos e arquivo. c) Equipe Auxiliar Operacional: O auxiliar operacional tem ao seu encargo os serviços de conservação, manutenção, preservação, segurança e da alimentação escolar, no âmbito escolar, sendo coordenado e supervisionado pela direção do estabelecimento de ensino. - Agente Operacional II: tem como função auxiliar a direção e secretaria nas tarefas a ele designadas, incluindo-se todo o serviço da biblioteca, recepção e auxilio no Laboratório de Informática. - Agente Educacional I: Tem como encargo o serviço de manutenção, higienizaçao, preservação, segurança e merenda escolar do estabelecimento de ensino, sendo coordenado e supervisionado pela direção, ficando a ela subordinado. d) Corpo Discente: Constituído por todos os alunos matriculados no Estabelecimento de Ensino é o alvo de direcionamento do trabalho da escola. Seus direitos estão constituídos com observância dos dispositivos constitucionais da Lei Federal nº 8069/90 – Estatuto da Criança e do adolescente – ECA, da Lei nº 9394/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Decreto nº 1044/69 e Lei nº 6202/75. Deve atuar como principal interessado na busca do saber, desenvolvendo atitudes de estudo, respeito, fraternidade, cooperação, investigação e crítica. Deve participar das grandes tomadas de decisões referentes às mudanças que o atinja diretamente, respeitando-se os aspectos da legalidade. Deve assumir a postura de exigir qualidade no trabalho desenvolvido pela escola e o cumprimento dos dias letivos que a lei garante. e) Corpo Docente: É constituído de professores regentes devidamente habilitados que atuam na escola e deve ser o grande mediador do processo educativo. Deve atuar no processo ensino aprendizagem participando das tomadas de decisões do estabelecimento de ensino, planejando metas e objetivos, organizando-se pedagogicamente de maneira a poder desenvolver a Proposta Pedagógica Curricular de forma eficaz. Deve solicitar reuniões pedagógicas para discutir problemas que venham a ter no transcorrer do ano letivo. Seu trabalho deve ter como características a integração, cooperativismo, participação e criticidade. No entanto, dentre as muitas atribuições que perpassam o trabalho do corpo docente enfatizamos, por acreditar ser a base conceitual e instrumental de sustentação ao trabalho pedagógico: 11 - Participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político Pedagógico do Estabelecimento de Ensino; - Elaborar com a Equipe Pedagógica a Proposta Pedagógica Curricular do Estabelecimento de Ensino, em consonância com o Projeto Político Pedagógico da instituição; - Desenvolver atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão crítica do conhecimento pelo aluno; - Promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os alunos, utilizando-se de instrumentos e formas diversificadas de avaliação previstas no Projeto Político Pedagógico da escola. f) Diretor: A função de diretor, como responsável pela efetivação da gestão democrática, é a de assegurar o alcance dos objetivos educacionais definidos no Projeto Político Pedagógico do Estabelecimento de Ensino como também cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor. Deve atuar na administração geral do estabelecimento, tanto nos aspectos pedagógicos quanto nos burocráticos. Sua gestão deve efetivar-se de forma democrática, flexível, transparente, articuladora, dando condições e suporte para o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico. Concernente àquilo que lhe é especifico os segmentos da comunidade escolar devem atuar sempre dentro de um mesmo objetivo: aprendizagem. O Corpo Docente e o Corpo Técnico Administrativo primam por um relacionamento de cooperação, integração e de troca de informações. As atividades desenvolvidas por cada um não devem acontecer isoladamente, mas, sim, como ações de integração entre todos os setores. Tanto o pedagógico como o administrativo deve estar articulado e em constante comunicação para que todas as partes de instituição estejam representadas numa única posição facilitando o trabalho educativo e administrativo. Na elaboração do planejamento anual das ações pedagógicas, a parceria entre pedagogos e técnicos administrativos deve ser o resultado de um trabalho em conjunto para que todos estejam envolvidos no processo. O docente deve conhecer o trâmite burocrático da secretaria e demais setores assim também como o técnico administrativo. A equipe pedagógica deve atuar como mediadora no processo educativo, buscando conciliar as dificuldades do docente e do aluno, sempre como apoio e dialogo aberto. 12 Respeitando-se e situando-se cada qual no seu âmbito de atuação, a administração e o pedagógico devem apoiar-se mutuamente tendo em vista que o processo pedagógico perpassa por todos os segmentos da escola. Ocupação do Tempo e Espaços Pedagógicos O conhecimento seja ele elaborado e sistemático, seja pelo convívio social de inter-relações humanas passa pelos espaços escolares que, entendemos não se restringir tão somente à estrutura física da escola, mas, também, aos espaços sociais e culturais que se encontram fora do ambiente escolar. Portanto, cabe ao gestor, Equipe Pedagógica e Professores organizarem sua utilização de acordo com o objetivo e a atividade a ser trabalhada como também, planejando o tempo a ser utilizado. O ambientes de sistematização e transmissão de conhecimentos como também, pátio escolar, horta escolar, cantina, biblioteca, laboratório de informática, laboratório de Ciências deve ser espaço de socialização, desenvolvimento de atitudes que levem ao convívio social e cidadão, onde o aluno aprenda a relação de liberdade e respeito a liberdade do outro, as normas de cortesia, de solidariedade, enfim, valores que desenvolvam a humanização. Sala de Apoio Adesão da escola ao programa disponibilizado pela Secretaria de Estado da Educação - SEED – objetivando atender as dificuldades de aprendizagem de crianças que freqüentam o 6º ano, e o 9º ano do Ensino Fundamental. Este trabalho, iniciado no segundo semestre do ano letivo de 2011, é desenvolvido no contraturno com a oferta de aula de Língua Portuguesa e Matemática tendo como finalidade trabalhar as dificuldades referentes à aquisição dos conteúdos destas disciplinas. Objetivos: - Melhorar o rendimento escolar dos alunos; - sistematizar conceitos, noções e conteúdos dos anos anteriores; - Trabalhar de forma efetiva para reverter situação de defasagem escolar dos freqüentadores da Sala de Apoio; - Incentivar a importância dos estudos e do trabalho em equipe; 13 - Socializar os alunos com dificuldades de relacionamento; - Desenvolver o potencial de alunos que freqüentam a Sala de Apoio, utilizando estratégias diferenciadas daquelas empregadas no ensino regular; - Promover o reconhecimento dos valores éticos: respeito e solidariedade; - Reconhecer os valores estéticos da arte: música, artes plásticas, artesanato, encenações, literatura; - Promover a manifestação de opiniões, do sendo crítico, dando “voz” ao aluno e permitindo que externe seus pontos de vista; - Estimular: atenção, concentração, abstração, reflexão, memória; - Reconhecer a importância da reciclagem de materiais como meio de preservação da natureza; - Conhecer e saber utilizar materiais diversos para confeccionar outros objetos: jogos e brinquedos, por exemplo; - Desenvolver as diferentes formas de linguagens: oral, escrita, estética. - Trabalhar as diversas áreas na perspectiva do letramento: conhecer para saber aplicar (usos sociais da Língua Portuguesa). - Envolver as famílias e a comunidade nas produções dos alunos; - Apresentar e abordar as diferentes áreas profissionais para promover a integração dos envolvidos no mercado de trabalho e dos potenciais trabalhadores. Laboratório de Informática A informática como recurso didático agrega ao processo de ensino e aprendizagem o uso da tecnologia de informação para o desenvolvimento de atividades educativas, individuais ou coletivas objetivando ampliar as possibilidades de acesso e manipulação das informações, como também de desenvolvimento e aprimoramento dos processos cognitivos através de softwares ou hardware O laboratório de informática possui uma sala específica para esse fim com metragem 7,8 x 6,0 m 2. Contém 12 computadores utilizados como mais um instrumento pedagógico onde o aprendizado de informática estará atrelado ao conhecimento específico de cada disciplina. Ao utilizá-lo, os professores deverão se responsabilizar pela orientação e cuidados com o equipamento, fazer agendamento com a pessoa responsável pelo ambiente, que deve estar preparado para receber os alunos. 14 Biblioteca A biblioteca escolar é um espaço para estudos, pesquisas e consulta. Funciona em espaço improvisado em função da escola ainda não dispor de uma sala específica para esse fim. No entanto tem, dentro de limitações, oferecido condições para atender às necessidades dos alunos e professores estando à disposição de toda comunidade escolar, tanto para trabalhos de pesquisa quanto para leitura. É também utilizada pelos professores com a classe quando um trabalho mais elaborado assim o exigir, e para tanto, a utilização desse espaço deve ser agendado anteriormente para evitar coincidência e transtornos no horário até mesmo porque, não temos bibliotecário que organize, zele e mantenha o acervo organizado. Laboratório de Ciências O laboratório desta instituição se constitui num espaço pedagógico importante no ensino de Ciências, pois o gosto por esta disciplina pode ter inicio no laboratório escolar por ser um local interessante na medida em que muda a rotina das aulas no cotidiano escolar. O simples fato de sair da sua sala de aula e entrar no laboratório leva o aluno a imaginar que verá fenômenos incomuns e a motivação está instalada. Neste sentido, o confronto entre aulas teóricas e práticas possibilita a construção do conhecimento científico uma vez que o uso de materiais de laboratório nas aulas de Ciências reforça a aprendizagem ilustrando a teoria trabalhada em sala de aula. Portanto, este espaço pedagógico se constitui numa importante ferramenta para o ensino de Ciências por possibilitar a observação, manuseio e análise dos materiais de acordo com o conteúdo trabalhado facilitando a formulação de perguntas, hipóteses e comentários desenvolvendo no aluno um papel mais ativo tornando a aprendizagem mais fácil e interessante. Horta Escolar Para a Escola Estadual do Campo de Vila Nova, a horta escolar é um espaço e uma estratégia pedagógica imprescindíveis ao desenvolvimento da auto estima campesina, à reflexão sobre a importância do consumo de alimentos sem 15 agrotóxicos, à concepção de que este trabalho pode se constituir numa alternativa de geração de renda além de promover a interação entre professor, aluno, funcionário e comunidade. É também um eixo gerador de educação ambiental e alimentação saudável e sustentável. Como estratégia didático-metodológica, a horta escolar é concebida como um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental tais como horticultura orgânica, compostagem, formas de consumo de alimentos, propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, relação campo-cidade, entre outros, unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado. 2.1 ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO Aspectos Históricos da Escola Em 1968 inicia sua ação educativa como extensão do Ginásio Estadual de São Jerônimo da Serra disponibilizando salas de aula para atender a comunidade local e, posteriormente, no ano de 1982, como extensão da Escola João X XIII. Deixando de ser extensão de outras escolas obtém autorização para funcionar com a denominação de Escola Estadual de Vila Nova – Ensino de 1º Grau no ano de 1982 através da Resolução nº 3772 de 30/12/82 que autoriza o seu funcionamento. Dá início ao seu trabalho ofertando 5ª a 8ª series do 1º Grau Regular funcionando apenas no turno vespertino obtendo, na seqüência, a Prorrogação de Funcionamento através da Resolução nº 2.914 de 10/05/84. Em atendimento à demanda e necessidade da comunidade local, através da Portaria 1.762 de 12/06/84, obtém autorização para abertura do turno noturno. É reconhecida oficialmente como Instituição de Ensino através da Resolução nº 7023/84 de 25/09/84. No decorrer do processo de Autorização e Reconhecimento do estabelecimento, respondeu pela direção a Inspetora de Ensino do Município de São Jerônimo da Serra Srª. Déspina Athanásio Perusso. 16 Ainda com a denominação de Escola Estadual de Vila Nova – Ensino de 1º Grau, no período de 1985 a 1997, teve como diretores: • Maria Erondina B. Bezerra; • Maria Lia da Silva Batarsi; • Maria Aparecida Fernandes; • Célia Regina de Oliveira; Considerando-se a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a denominação deste Estabelecimento de Ensino foi adequada em 1997, através da Deliberação 003/98, para Escola Estadual de Vila Nova – Ensino Fundamental. Neste espaço de tempo responderam pelo cargo de diretores Alfredo Luiz Bernardo e Neiva Pereira Martins Silvestre. Em 2009 assume o cargo de diretor Carlos Eduardo José de Moura e, sob essa direção, a escola iniciou seu movimento de reivindicação para incorporar ao seu nome a especificidade de seu trabalho educacional direcionado a alunos do campo como também, por estabelecer um posicionamento coerente com o espaço geográfico e social no qual a escola está inserida. Em decorrência, no início do ano letivo de 2011 a instituição teve em sua nomenclatura a inclusão da modalidade “do campo” e sua denominação passa a ser, Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental. Em razão de ainda não ter sido enviado os atos legais que a institui como escola do campo ainda não é possível deixar registrado números de portaria e/ou resolução que a institui como tal, embora já tenha sido homologado pelas instâncias competentes e já tenha sua nova identificação no Sistema Informatizado de Ensino Estadual. Como resultado do processo de escolha de diretor da escola ocorrido em novembro de 2011 foi indicado o professor Carlos Eduardo José de Moura para continuar respondendo pela direção do estabelecimento no período de 2012 a 2014. Caracterização da População, Alunos e Pais Ao ciclo do algodão é devida a formação do núcleo populacional do Bairro Vila Nova da Florença quando, em 1959 chegaram os primeiros habitantes. Nesta ocasião, os poucos moradores vieram em busca de terra para se fixarem com 17 suas famílias. Com a expansão da cultura do algodão são atraídas pessoas de várias regiões do Paraná e outros Estados do país o que faz a cultura local muito diversa. Como no Brasil, há mistura de raças, encontrando-se pessoas brancas, pardas e negras. Ainda, observa-se o trânsito de pessoas das etnias Kaingang e Guarani, muito embora não residam no bairro, mas bem próximo a ele. Extinta a cultura do algodão, muitas famílias migraram para as grandes cidades e os que permaneceram no local, atualmente, sobrevivem trabalhando com lavoura branca, ou seja, plantio de arroz, feijão, mamona, verdura, criação de porcos e galinhas. A economia gira também em torno de serviços temporários (bóias-fria), aposentadorias, pequenos comerciantes, bolsa família, pequenos e médios agricultores, alguns pequenos comerciantes, funcionários públicos municipais e estaduais. Sendo parte da população de um município que de acordo com dados do IBGE e Prefeitura Municipal, ocupa o 8º lugar entre os mais pobres do Estado com IDH mensurado em 0, 598, os pais não têm condições de investir em livros, jornais, revistas, muitas vezes em material escolar e, na sua grande maioria, não possuem escolaridade. Esse aspecto se transforma numa grande dificuldade pela falta da cultura de estudo colocando a escola como a única possibilidade de acesso ao conhecimento, cultura e melhoria na expectativa de vida. As matriculas desse estabelecimento vêem desse contexto social. São alunos que buscam formação, cultura e conhecimento e, em decorrência, socialização e lazer. Alunos com pouca expectativa de futuro e melhoria social na comunidade, 50% advêm de sítios e fazendas do entorno, alunos Kaingang da Terra Indígena Barão de Antonina e dependem do transporte escolar. A outra metade é oriunda da sede do bairro. O período noturno é composto por alunos trabalhadores rurais, chegam cansados, muitas vezes com fome, no entanto, são dedicados e esforçados. Uma pequena minoria vê a escola como local de encontro de amigos, ou até mesmo pretexto para sair um pouco da rotina de trabalho diário tendo em vista estarem inseridos numa comunidade que não oferece opção para a vida social. São alunos humildes e educados que têm respeito pelos professores e pelas pessoas que trabalham na escola, com comportamento característico de crianças, adolescentes e jovens trazendo o reflexo da realidade familiar e social, alunos participativos, alunos com problemas de aprendizagem, alunos pais, alunas mães, alunos órfãos. 18 Os casos de indisciplinas são poucos e sem gravidade. Os problemas com drogas ilícitas existem, na comunidade, no entanto na escola é quase zero havendo um ou outro caso isolado que, ao ser detectado, faz-se um acompanhamento junto com os pais e Conselho Tutelar. Caracterização dos Professores, Funcionários, Direção e Equipe Pedagógica No seu Quadro Funcional a escola conta com 15 (quinze) Docentes, todos com Licenciatura Plena e Especialização, dentre os quais 10 (dez) pertencentes ao Quadro Próprio do Magistério Estadual e 05 (cinco) com contratos pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS). Como Servidores em Função de apoio Técnico/Pedagógico conta com 09 (nove) funcionários dos quais 02 (dois) na categoria de Agente educacional I e 02 (dois) na categoria Agente Educacional II na função de Técnico administrativo. A Equipe Pedagógica conta com 03 (três) Pedagogas sendo 02 (duas) com Especialização e Licenciatura Plena e uma (01) acadêmica. Deste total, uma afastada em função de estar participando do PDE. Uma (01) Secretária com formação em Direito e 01 (um) diretor licenciado em Educação Física e também com Especialização. 19 Quantitativo do Corpo Docente e Vínculo Funcional NOMES Aline de Fátima Miguel Aracy Bragatto Cristiane Barbosa de Oliveira Gislaine Bezerra de Santana Terezinha Aparecida Custodio Gláucia Cristina de Oliveira Maria Lia da Silva Batarsi Luan Guillen Pons Ana Paula Silva Moreto Ângela Aparecida de Oliveira Francyane Aparecida Barbosa de Assis Sandra Regina de Oliveira Rosamaria Veiga Ferreira da Costa Assim Mohamad Ali Abdallah Fania Aparecida da Costa Mello FORMAÇAO Letras/Português – PSS Ciências – QPM Letras/Português – QPM Letras/Português – QPM (Extraordinária) Matemática – QPM Matemática – QPM (Extraordinária) Geografia – QPM (Extraordinária) Geografia – PSS Geografia – PSS História – QPM Educação Física QPM Artes – QPM L.E.M/ Ingles – QPM Ciências – QPM (Extraordinária) Ciências – QPM (Extraordinária) Quantitativo Discente PERÍODO VESPERTINO 6º Ano “A” 7º Ano “A” 8º Ano “A” 9º Ano “A” Nº DE ALUNOS 17 20 21 18 PERÍODO NOTURNO Nº DE ALUNOS 6º Ano “B” 20 7º Ano “B” 20 8º Ano “B” 18 9º Ano “B” 28 Quantitativo Equipe Administrativa e Vínculo Funcional NOMES Carlos Eduardo José de FUNÇAO Diretor FORMAÇAO Educação Física – QPM Moura Simone Aparecida Lopes Secretária Direito – QPM Quantitativo de Funcionários e Vínculo Funcional NOMES SITIUAÇAO FUNCIONAL FORMAÇAO 20 Carlos Roberto Baruta Agente Educacional II - Acadêmico em História Elisabete PSS Agente Educacional I I - Licenciatura em Ciências Cesco Baruta Paulo Alexandre de Lima PSS Agente Educacional I - e Matemática Ensino Médio Nilza QPM Agente Educacional I - Acadêmica em Pedagogia de Alves Fátima Barbosa Souza PSS Quantitativa Equipe Pedagógica e Vínculo Funcional NOMES Judite Barbosa Maria Elizana Nilza Fernandes Batista da Silva FORMAÇAO Acadêmica em Pedagogia – PSS Pedagogia (Afast. PDE) – QPM Pedagogia – PSS Condições de Atendimento a Alunos com Necessidades Educacionais Especiais No nosso quadro discente, até o momento, não tem alunos com necessidades educacionais especiais quais sejam auditiva, visual, física, mental ou cognitiva. No entanto, entendemos que essa condição eventual não exime a escola de prevê esta possibilidade. Desta forma, entende-se a necessidade de adaptação curricular que atenda de maneira adequada as características das especificidades citadas. A escola necessita organizar o espaço físico, contar com professores e funcionários capacitados para receber e atender essas possíveis necessidades educacionais, oportunizando, através de metodologias e avaliações diferenciadas, a permanência e eficácia do atendimento educacional prestado. Ainda, como alternativa, a escola pode contar com o programa da SEED que disponibiliza sala de recursos com professores capacitados para o trabalho pedagógico adequado a essa especificidade educativa. Resultados Educacionais 21 A adesão e o comprometimento da equipe administrativa, pedagógica e professores com os processos próprios de aprendizagem dos alunos desta instituição correspondem à expectativa de alcance da melhoria nos índices internos de avaliação o que refletirá no alcance do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, índice externo, projetado para os próximos quatro anos, a saber: Dados das Avaliações Externas: Índice Atual e Projeções para os Próximos Anos INDICE ATUAL METAS PROJETADAS 2007 2009 3,2 3,4 2011 2013 2015 3,7 4,1 4,5 Relação idade Serie Estando o Ensino Fundamental organizado numa proposta de nove anos de trabalho escolar no qual o aluno ingressa aos 06(seis) anos de idade, considerando a Lei 9394/96, que institui as Diretrizes e Bases da Educação Nacional; a Resolução n. 7/2010-CNE/CEB, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove); a Deliberação n. 03/2006CEE/CEB; Parecer n. 407/2011- CEE/CEB, que responde a consulta da SEED quanto à implantação do 6º ao 9º ano, sua estruturação está assim constituída: .Ensino Fundamental Anos Iniciais 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano Anos Finais 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano De acordo com a Resolução CNE/CEB 03/05 de 03 de agosto de 2005 os anos iniciais do Ensino Fundamental corresponde a faixa etária de 06 a 10 anos de idade com duração de 05 anos para os anos iniciais e os anos finais correspondem a faixa etária de 11 a 14 anos de idade com duração de 04 anos. A Escola Estadual do Campo de Vila Nova oferta a segunda etapa, portanto os anos finais, 6º; 7º, 8º; e 9º ano, dando continuidade, sequênciação e conclusão a este nível educacional entendendo ser uma oportunidade preciosa para uma nova práxis dos educadores, sendo primordial que ela aborde os saberes e 22 seus tempos, bem como os métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões antes tecidas. Na reorganização sistemática do processo de ordenação das turmas, a condição de aluno é conferida mediante matrícula na instituição. O período de matrículas é estabelecido pela Secretaria de Estado da Educação, por meio de Instruções Normativas e sua efetivação cumpre as cláusulas componentes do Regimento Interno da escola quais sejam: a) Matrícula: deve ser requerida pelo interessado ou seu responsável, quando menor de 18 (dezoito anos), sendo necessária à apresentação dos seguintes documentos: - Certidão de Nascimento ou Carteira de Identidade – RG, para alunos maiores de 16 (dezesseis) anos, cópia e original; - Comprovante de residência, prioritariamente a fatura de energia elétrica, cópia e original; - Carteira de Vacinação, cópia e original; - Histórico Escolar ou Declaração da escolaridade da escola de origem, estar com o Código Geral de Matrícula – CGM, quando aluno oriundo da rede estadual. - O aluno oriundo da rede estadual de ensino deve apresentar também a documentação específica, dispostas nas Instruções Normativas de matrícula emanadas anualmente da Secretaria de Estado da Educação. - Ao aluno não vinculado a qualquer estabelecimento de ensino assegura-se a possibilidade de matrícula em qualquer tempo, desde que se submeta a processo de classificação, reclassificação, transferência, progressão parcial, adaptação e equivalência previsto no Regimento Escolar, conforme legislação vigente. - No Ensino Fundamental, nos regimes de 8 (oito) e 9 (nove) anos de duração, os registros do aluno do estabelecimento de origem, referentes ao aproveitamento escolar e à assiduidade, serão transpostos conforme legislação em vigor. 23 3 - MARCO CONCEITUAL Concepção de Educação A educação é uma prática social, uma atividade especifica dos homens situando-os dentro da historia, ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser mudado pela sua ação na sociedade e nas relações de trabalho. Para além de um entendimento conceitual, ampliando a concepção para o contexto contemporâneo no qual grande parcela da sociedade advém da classe trabalhadora e situando a Escola Estadual do Campo de Vila Nova como instituição pública, acrescentando ao postulado acima descrito, educação para esse público é aquela que expressa as necessidades daqueles que dependem da educação escolar como via de acesso aos conhecimentos culturais, universais, científicos, artísticos e filosóficos. Essa educação, para as camadas populares, se constitui na única e 24 definitiva possibilidade de adquirir os conhecimentos constitutivos de uma cidadania participativa, interventora, crítica e consciente. A educação tem expressado, historicamente, a disputa de diversos interesses e intenções em torno de concepções de mundo, de homem e de sociedade. Ora ela reflete interesses mais neoliberais que se propõem a atender as necessidades do mercado de trabalho, ora ela expressa as lutas dos movimentos sociais por uma educação de qualidade. Partindo desses princípios, parte-se em defesa de um entendimento que concebe a educação como gênese da uma sociedade apta a compreender as relações de trabalho enquanto fundamento epistemológico regulador de interações sociais e meio para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Nesta conjuntura, deve desenvolver a capacidade de selecionar e analisar conhecimentos agregados ao aspecto social, histórico e político visando oportunizar ao aluno adquirir novas formas de aprender, pensar e interagir em seu universo vivencial. Concepção de educação do Campo Para uma concepção que traduza o conceito de Educação do Campo como a concebemos é pertinente fazer a distinção dos termos “rural” e “campo”. A concepção do lócus rural está atrelada à idéia de atraso, pensado a partir de uma lógica economicista, vendo as pessoas que ali vivem como necessitadas apenas de apoio, proteção e marcadas pelo entendimento do camponês como carente, subnutrido, pobre e ignorante. A concepção do lócus campo tem seu sentido cunhado pelos movimentos sociais no final do século XX, em referência à identidade e cultura dos povos do campo, valorizando-os como sujeitos possuidores de laços culturais e valores relacionados á vida na terra. Trata-se do campo como lugar de trabalho, de cultura, de produção de conhecimento na sua relação de existência e sobrevivência. Neste contexto, se fundamenta a concepção de Educação do Campo que defendemos, ou seja, considerar a cultura dos povos do campo e seu trabalho em sua dimensão empírica fortalecida pela educação escolar como processo de apropriação e elaboração de novos conhecimentos. Uma educação que não reduza sua atuação às discussões da realidade camponesa, desconsiderando a 25 interdependência campo-cidade, mas, que esteja voltada à apropriação de conhecimentos científicos construídos historicamente pela humanidade, à autoafirmação da identidade campesina, ao reconhecimento da especificidade do campo com respeito à diversidade sociocultural e, principalmente, acolhendo as diferenças sem transformá-las em desigualdades. Concepção de Homem O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a segundo suas necessidades e indo além delas. Dessa forma, atua e modifica a sociedade, sendo sujeito de sua própria historia. Biologicamente diferencia-se do animal devido aos Processos Superiores que, segundo Vygotsky, citado nas DCEs 2008, é responsável por características tipicamente humanas tais como: atenção dirigida, capacidade de organização, raciocínio, pensamento, entre outros. Partindo do pressuposto de que o homem não necessita apenas suprir suas necessidades biológicas, mas, também, as características humanas historicamente desenvolvidas encontradas na forma de relações sociais de cada indivíduo, apropriadas no desenrolar de sua existência através da mediação do outro, o homem deve ser pensado como ser social. Logo, a identidade não é nata podendo ser entendida como uma forma social e histórica de individualidade. O convívio social faz-se necessário a partir dos primeiros instantes de vida na medida em que o tempo passa mais e mais essas relações vão aumentando e definindo traços que marcarão a vida de cada um, construindo a identidade de cada pessoa. A identidade não pode ser vista somente como um conceito limitado de autoconsciência ou auto imagem, mas, sim, como o ponto de referência a partir do qual surge o conceito de si e a imagem de si, de caráter mais restrito, tendo sua especificidade no reconhecimento pessoal, em convívio com um grupo social. Concepção de Sociedade Sociedade, de acordo com os conceitos básicos da Sociologia e Antropologia, é defina como um sistema de inter-relações que articula os indivíduos numa mesma cultura e, enquanto interações entre humanos cria essa cultura e, uma 26 vez criada, tem a capacidade ou o poder de reverter sobre os humanos a fim de determinar ou limitar as ações. Essa Instituição de Ensino toma esse conceito como fundamento no trato com os conhecimentos produzidos historicamente e pela interação entre os humanos, pois, estes se imbricam formando uma teia de instrumentos essenciais na formação da consciência do educando. Nesse sentido, procura imprimir no seu trabalho educacional o princípio de sua ação educativa que se resume em considerar a sociedade como campo onde vão ser plantados os seus frutos, os alunos. Portanto, refutar ou fortalecer concepções, através dos conteúdos trabalhados são os meios de que dispõe a uma formação adequada para o convívio e atuação em sociedade. Conviver e atuar na sociedade implica atitude cidadã, consciente e questionadora diante dos aspectos reguladores que a estruturam e a mantém. Comungando com o postulado de Dermeval Saviani, o entendimento do modo como funciona a sociedade não pode se limitar à aparência. É necessário compreender as leis que regem o seu desenvolvimento. Não se trata aqui de leis naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constitui historicamente. Desta forma, é necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento da sociedade numa perspectiva de entender que não há verdades absolutas e eternas nas relações entre sociedade e estado, mas sim a busca pela democracia, regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social para todos. Entende-se então que a consolidação de uma sociedade sob o fundamento da igualdade social passa pela universalização, não da escola, mas sim do conhecimento, em todas as suas dimensões, comprometido com o ideal de uma sociedade humanizada pelo acesso à cultura. Concepção de tecnologia As tecnologias de informação e comunicação presentes nesta sociedade vêm assumindo um duplo papel: funcional – a tecnologia como ferramenta, instrumento, função e normativo – a tecnologia determinando modelos para as relações sociais. O papel funcional das tecnologias oscila entre a versão otimista de transformação da sociedade, que afirma o mundo sem fronteiras, a rapidez nas 27 trocas de informação, entre outras, e a versão pessimista de controle social e político, onde o cidadão passa a ser vigiado perdendo sua privacidade. Nas duas versões é possível identificar a mesma ideologia: a técnica determina o mundo e as relações humanas. De forma complementar, o papel normativo das tecnologias está definido pelas regras de mercado econômico, a partir da ideologia do mercado e sua evolução se dá a partir da transformação das mídias de massa, mais generalistas, para mídias telemáticas (imagem de computador), mais individualizadas. Surge, assim, da conjunção dessas ideologias, o conceito de “sociedade da informação” cuja doutrina, sustentada pela lógica das técnicas, induz à crença de que o crescimento econômico da “sociedade da informação” seguramente gera oportunidades sociais. Para se contrapor a esta lógica das tecnologias de informação e comunicação é necessário um constante processo de reflexão crítica sobre o papel das tecnologias de informação e comunicação nesta sociedade, restabelecendo uma lógica social e cultural, onde as técnicas de informação e comunicação, desenvolvidas para atender os interesses do capital, passam a ser o principal canal de interação social para disseminar, fortalecer e ressignificar as experiências culturais e os movimentos sociais. O acesso às tecnologias de informação e comunicação amplia as transformações sociais e desencadeia uma série de mudanças na forma como se constrói o conhecimento. Frente a este cenário de desenvolvimento tecnológico que vem provocando mudanças nas relações sociais, a educação tem procurado construir novas estratégias pedagógicas elaboradas sob a influencia do uso de novos recursos tecnológicos, resultando em práticas que promovam o currículo nos seus diversos campos dentro do sistema educacional. O tema referente ao uso das tecnologias de informação e comunicação é relevante e merece ser considerado por todos aqueles que movimentam o currículo dentro da escola. Esse pensamento não pode e não deve ser desvinculado do pensamento curricular, isto é, do pensamento pedagógico quando este se detém na consideração das práticas educacionais. Mais do que ferramentas e aparatos que podem animar e/ou ilustrar a apresentação do conteúdo, o uso das mídias, web, televisiva e impressa mobiliza e oportuniza novas formas de ver, ler e escrever o mundo. Contudo é importante que essas ferramentas tecnológicas estejam aliadas a um procedimento de reflexão 28 crítica que potencializa o pensamento sobre as práticas pedagógicas. Não se trata de tomar as tecnologias como os sujeitos das práticas, como se essas pudessem estabelecer a mediação entre aluno e o conhecimento, mas, sim, considerá-las como impulsionadoras e potenciadoras dessas práticas. Vale dizer, os recursos tecnológicos não são os sujeitos das relações dentro do currículo, mas permitem que os sujeitos se façam ao possibilitar estas relações. Dada a relevância do tema, torna-se necessário estimular um pensamento contínuo sobre essas práticas, a fim de que todos os agentes envolvidos sejam capazes de se posicionar de uma maneira crítica e criativa, com a necessária clareza na hora de fazer as escolhas que conduzirão suas práticas. Filosofia da Escola A filosofia da escola assume uma concepção integral de homem, de sociedade e de educação que seja capaz de contribuir para a superação da marginalidade que o faz refém de um contexto desigual e estigmatizado pelo status quo instituído por uma cultura de classes caracterizada pelo capitalismo. Idealiza um ensino que tome o materialismo histórico, ciência que estuda os modos de produção, como fundamento conceitual do homem como individuo que se faz através das relações estabelecidas pelo trabalho. Concebe o conhecimento, mediado fundamentalmente pelas pedagogias progressistas, em especial a histórico-crítica, como necessidade pessoal e social de modo que, sua apreensão possa ser instrumento de mudança social e base para prosseguimento dos estudos. A preocupação com uma educação integral deve oportunizar uma pratica docente comprometida com o processo ensino-aprendizagem, com a promoção das capacidades psíquicas, fomentando a promoção humana dos educandos, para que estes rompam com a alienação e a babárie, colocando-se conscientemente no âmbito social. É uma escola que percebe o aluno como aprendiz, como ser em potencial, capaz de construir relações, esquemas e conhecimentos a partir dos desafios que serão atribuídos, bem como o professor no seu papel de mediador da aprendizagem, não como depositário do conhecimento. Com o intuito de contribuir para delinear o caminho escolhido na busca pela formação integral de homem, sociedade e educação almejada, é 29 importante apresentar o aporte teórico que dá sustentação ao projeto visando romper com o ecletismo de tendências que acaba por confundir a natureza e especificidade da filosofia que transita no trabalho educacional proposto. Quando salientamos o suporte metodológico sustentado pela pedagogia Histórico-Critica para o ideal de homem que acreditamos, o fazemos em razão de que é histórico porque, nesta perspectiva, a educação também interfere sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua transformação e é critica por ter consciência da determinação exercida pela sociedade sobre a educação. Seu método se constitui por passos que são imprescindíveis para o desenvolvimento do educando, a saber: • 1º passo - pratica social (ponto de partida): perceber e denotar, identificar o objeto de aprendizagem; • 2º passo - problematizaçao: momento para detectar as questões que precisam ser resolvidas no âmbito da prática social, e que conhecimentos são necessários ser dominados; • 3º passo: instrumentalização – apropriação das ferramentas culturais necessárias à luta social; • 4º passo: catarse – tomada de consciência; • 5º passo: pratica social – (ponto de chegada): retorno à prática social, com o saber concreto pensado para atuar e transformar as relações de produção – visão sintética. Este método visa estimular a atividade e iniciativa do professor; favorecer o diálogo dos alunos entre si e com o professor sem deixar de valorizar o dialogo com a cultura acumulada historicamente; levar em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos. Filosoficamente, o Materialismo Histórico dialético legitima o suporte metodológico e, neste sentido vem ao encontro da nossa forma de trabalho na medida em que em seus fundamentos a formação do homem é mediada partindo da: - interpretação da realidade: - visão de mundo; 30 - práxis (prática articulada à teoria); - materialidade (organização dos homens em sociedade para a produção da vida); - concretude (caráter histórico sobre a organização que os homens constroem através de sua historia). O caráter dialético, concebido como confronto e debate, inerente aos fundamentos do Materialismo Histórico tem como principio básico a contradição (tese, antítese e síncrese) formulações construídas num trabalho metodológico centrado no homem em confronto com sua realidade social. O movimento dialético parte da realidade empírica (baseada na experiência do real aparente; o objeto como se apresenta à primeira vista) e por meios de abstrações (reflexões, teorias elaboração do pensamento) chegar ao concreto pensado (compreensão elaborada do que há de essencial no objeto-síntese de múltiplas determinações). Por meio dessa lógica dialética, a escola idealiza um trabalho educacional voltado, fundamentalmente, para a superação do senso comum num movimento de instrução que seja capaz de despertar a consciência filosófica de todos os envolvidos, ou seja, o despertar para um posicionamento consciente, racional, comunitário e efetivo mediante a realidade. O ideal educativo baseado na concepção filosófica e didática que trilhamos encontra sustentação na psicologia de Vygotsky onde o homem é compreendido como ser histórico construído através de suas relações com o mundo natural e social. Em síntese, o conhecimento é construído partindo da evolução das funções superiores, essencialmente humanas, originárias da interação homemmundo-cultura, interação essa mediada por instrumentos e signos criados ao longo da historia sócio-cultural da humanidade. Na razão de ser do trabalho desenvolvido pela escola, o homem, a historia, o trabalho e os conhecimentos produzidos pela humanidade serão tomados como constructos de uma cidadania capaz de ver as contradições, a contribuição de vozes, leituras e enfrentamentos necessários à formação de uma sociedade mais justa e menos vulnerável. Princípios Norteadores da Educação Há mais de uma década a humanidade vive sobe a hegemonia política e ideológica do neoliberalismo: processo intercultural, mundializaçao, aldeia 31 global... parecem as palavras de ordem para caracterizar a época histórica em que vivemos. O capitalismo, responsável por inúmeras diferenças entre os homens desenvolveu e desenvolve a indústria de massa, gerada por grande homogeneização, apagando as diferenças e padronizando estilos de vida. Consumismo, competição permanente, enriquecimento rápido, desenvolvimento de habilidades e competências adequadas para viver neste contexto, aparecem como grandes objetivos do nosso tempo. Corroborando com o pressuposto MARX, citado nas DCEs 2008, postula que “O capitalismo e a propriedade privada determina a alienação dos sentidos e do pensamento, reduzindo-os à dimensão do ter...” Em contra partida, a educação se interpõe como questionadora deste paradigma social na medida em que concebe a escola como espaço de trabalho com o conhecimento e sustentando a idéia de que conhecer é condição sine qua non para a emancipação humana. Todavia, o que se revela ao analisar a pratica educacional são contradições, pois, não se têm observado impactos transformadores no processo de mudança social e na cultura haja vista que, no mundo pós-moderno caracterizado como rápido, complexo, incerto e fundamentalmente capitalista a escola se vê como refém de um sistema que cobra e espera dela a formação de cidadãos aptos a se adequarem ao modelo imposto pela ciranda econômica na qual, a ascensão social e sucesso financeiro são tidos como meta principal. Reforçando este conceito, o ideário pedagógico dos Parâmetros Curriculares e Diretrizes até então norteadores da Educação Básica, disfarçados numa linguagem modernosa e, mais abertamente, os processos de avaliação, centra o fim da educação em uma concepção produtivista e empresarial das competências e da competitividade (FRIGOTTO, 1998). Assim, o cidadão que conclui essa escola para cumprir completamente seus deveres no trabalho e paga imposto, é erigido como modelo: entrega tudo àquilo que é necessário para o funcionamento da sociedade. A carência de visões globais e de sentido critico, isso, em vez de ser apresentado como defeito, passa a significar um acréscimo a sua virtude porque, a política já não é mais como pensava Platão, um oficio de todos os cidadãos, mas dos “especialistas em educação”. Contudo, a realidade vem tencionar esse paradigma visto que não existe lugar para todos no topo da pirâmide capitalista e, nem todos vêem nele, da 32 forma como é concebido, seu ideal de vida. Para a grande maioria que seguirá seu caminho vivendo, convivendo e empregando sua força de trabalho na sua própria comunidade essa escola necessita projetar uma filosofia de educação que corresponda a uma formação crítica, intelectual e consciente no sentido de desenvolver uma prática atrelada ao objetivo maior que se resume em instruir para aquisição da qualidade de vida seja ela no campo, na cidade, no mundo. O movimento de resistência a esse modelo sócio educacional vem tomando forma e concretude na medida em que são propostas novas Diretrizes Curriculares que contemplam uma educação voltada para a cultura e humanização, articulando conteúdos a sua origem, ou seja, partindo do senso comum para a compreensão fundamentada na ciência que o origina. Essa intervenção transgride a norma geral até então, em favorecimento aos indivíduos que estudam em escolas publicas. Construir a escola democrática, no Brasil, atualmente, significa modificá-la, com o objetivo de cada vez mais parcelas das camadas populares possam nela ingressar, permanecer com sucesso, como condição de se apossarem dos conteúdos de ensino que lhes permitam proceder a critica dos mecanismos sociais de dominação, introduzindo nos seus conteúdos e métodos a intenção de desmascarar as desigualdades sociais e explicar a ligação entre educação e realidades sociais, para evidenciar o caráter de classe da educação escolar atual. Esse novo direcionamento político diante do sistema de ensino tomou consistência na Constituição Federal de 1988 onde a educação é tida como direito de todo cidadão, tendo como finalidade o pleno desenvolvimento da pessoa, com vistas à emancipação humana e social, bem como a qualificação para o trabalho, isto é, a formação do cidadão conhecedor e capaz de praticar seus direitos e deveres em uma sociedade que se pretende democrática, fundamentada nos princípios da justiça social e da igualdade. Decorrente deste movimento de postura filosófica onde os direitos de cidadania são concebidos como ideal de educação, o Ensino Fundamental passa também pela reflexão relacionada à oferta, disponibilidade de tempo e espaço adequado a uma educação efetiva e de qualidade, universalidade e impossibilidade de desvincular-se da realidade. Neste contexto, a Constituição Federal de 1988 concebendo a cidadania a partir da nova configuração social, política, econômica e cultural brasileira, em sua primeira redação, embora mantivesse a obrigatoriedade 33 de oito anos de escolarização para o Ensino Fundamental mantendo o disposto na LDBN nº 5692, acenou para a possibilidade de sua ampliação para nove anos. Essa prerrogativa deu-se em função de: • Incorporar nos textos legais a criança, como sujeito de direito, especialmente as crianças que não tiveram acesso anterior às instituições educacionais rompendo, dessa forma, com a naturalização das desigualdades sociais e educacionais; • Considerar as transformações históricas acerca do conceito de infância evidenciado na literatura pedagógica e nos debates educacionais; • Responder às pressões reivindicatórias exercidas pela sociedade organizada sobre o Estado. Como desdobramento, alterando o artigo 6º da LDB 9394 nº/96, a Lei 11.114/05, promulgada em 2005 a primeira lei especifica do Ensino Fundamental de nove anos tornando obrigatória a matricula da criança aos seis anos de idade no sistema de ensino modificando a idade de ingresso a esse nível educacional. Na sequência a Lei nº 11.274/06 dispõe sobre a duração mínima de 09 (nove) anos para o Ensino Fundamental reafirma a matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade para todo ensino brasileiro. Esta mesma Lei fixa o ano de 2010 como prazo final para implantação do Ensino Fundamental ampliado. Das implicações deste novo paradigma de organização do Sistema de Educação Nacional e determinações legais relacionadas ao Ensino Fundamental ampliando-o para nove anos decorrem reflexões necessárias acerca da concepção de infância e adolescência articulada à concepção de ensino-aprendizagem adequadas a esse nível educacional como um todo, em vez que, a Escola Estadual do Campo de Vila Nova dá prosseguimento ao trabalho educacional iniciado pelas Instituições de Ensino Municipais que desde o ano de 2008 já ofertam a Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental nos moldes da legislação vigente. Nesta conjuntura, a velha dicotomia entre “primário” e “ginásio” cede espaço para o diálogo pedagógico e filosófico no qual através de um trabalho em conjunto, ou seja, trabalho pedagógico interinstitucional, poderá se chegar ao objetivo de conceber esse nível educacional como um processo ininterrupto, portanto, em simbiose com anos iniciais e finais deste segmento da Educação Básica. 34 Instaurando o estado democrático de direito, a Constituição Federal no Titulo VII trata da Ordem Social e, Implícito nesse Titulo o Capitulo III trata Da Educação, Cultura e Desporto e, está assim determinado: • Art. 2º - A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. • Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; - Respeito à liberdade e apreço à tolerância; - Coexistência de instituições publica e privadas de ensino; - Gratuidade do ensino publico em estabelecimentos oficiais; - Valorização do profissional da educação escolar; - Gestão Democrática do Ensino Publico, na forma da Lei e legislação dos Sistemas de Ensino; - Valorização da experiência extra-escolar; - Vinculação entre educação escolar, o trabalho e as praticas sociais. Nessa perspectiva, a Lei de Diretrizes e Bases da educação postula que a educação escolar se desenvolva predominantemente pelo ensino em instituições próprias, devendo estar vinculada a pratica social e ao mundo do trabalho, pautada nos mesmos princípios explicitados na Constituição Federal. Inserida nesse contexto, a educação no Paraná, através da Secretaria de Estado da Educação, reafirma tais princípios orientando-se por uma concepção de educação centrada na formação humana e, tendo como função gerir a formação de qualidade em todos os níveis e etapas de ensino, atendendo às especificidades de cada localidade, assim como, as diversidades culturais buscando uma educação, efetivamente, democrática. Parafraseando a Superintendente da Educação da SEED Profª. Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, no texto Introdução às Diretrizes Curriculares, “a educação paranaense parte em defesa de uma escola que sustente uma ação prioritária de trabalho como conhecimento para o exercício pleno da cidadania e que 35 seja um dos instrumentos que contribui para a transformação social. Uma escola em que ao se trabalhar os saberes, por meio do processo de ensino aprendizagem, promova quem aprende e quem ensine e, nessa simbiose, sejam produzidas as bases de uma nova sociedade que se contraponha ao modelo gerador de desigualdades e exclusão social que impera nas políticas educacionais de inspiração neoliberal”. Objetivando estabelecer e organizar o trabalho pedagógico e administrativo do Sistema de Ensino no Estado, a SEED está pautada nos seguintes princípios: - Defesa da educação como direito de todos os cidadãos; - Valorização dos profissionais da educação; - Garantia da escola pública, gratuita e de qualidade; - Gestão escolar democrática, participativa e colegiada; - Ações voltadas aos programas de reformulação curricular; - Apoio pedagógico como também às inovações tecnológicas. Diante dos princípios da Educação Estadual e da responsabilidade de elaborar normas para a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, o Conselho Estadual de Educação expediu a deliberação nº 03/06, promulgada em 05/07/2006. Na sequência foram publicadas deliberações nº 05/06, a 02/07 e a 03/07 complementando e normatizando o processo de implantação do Ensino Fundamental de nove anos. Como seguimento da educação ofertada em todo Estado do Paraná, o trabalho educacional abrangendo os anos finais do Ensino Fundamental no Município de São Jerônimo da Serra é realizado exclusivamente pelo Governo Estadual. Pauta-se nos princípios emanados da Secretaria de Estado da Educação contando com 06 (seis) unidades escolares. A Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental é parte desse Sistema de Ensino local, segue os mesmos princípios, leis e determinações que norteiam a Educação Estadual, porém, atentando para a especificidade cultural da comunidade a qual direciona sua ação educativa. Estando localizada no campo e atendendo a alunos camponeses procura vincular à sua pratica a ruptura com modelos pedagógicos que ora marginalizam os sujeitos do campo, ora vincula-os ao mundo urbano. Desta forma, busca desenvolver o trabalho numa perspectiva de organizar a prática educativa 36 focada na realidade dos sujeitos do campo, criando assim um sentimento de pertencimento das crianças e adolescentes que vão ter na escola um trabalho educativo com sentido para as suas vidas. Mesmo sem uma estruturação de espaços físicos e pedagógicos necessários à sua modalidade educacional, vem realizando um movimento social e burocrático atrelado à inclusão de conteúdos específicos que abordem especificidades campesinas na esperança de desenvolver um trabalho que vá além da educação escolar. Esse anseio se sustenta considerando a comunidade do entorno e sua condição de vida na medida em que, concordando com o postulado nas Diretrizes Curriculares da Educação do Campo (Curitiba, 2006) “a educação do campo deve estar vinculada a um projeto de desenvolvimento peculiar aos sujeitos que a concernem. São povos que ao longo da história foram explorados e expulsos do campo, devido a um modelo de agricultura capitalista, cujo eixo é a monocultura e a produção em larga escala para a exportação, com o agronegócio, os insumos industriais, agrotóxicos, as sementes transgênicas, o desmatamento irresponsável, a pesca predatória, as queimadas de grandes extensões de florestas, a mão-de-obra escrava”. Enfim, analisando o histórico do bairro, a caracterização da população, alunos, pais e a localização geográfica a escola assume sua condição de escola do campo, sustentada por sua pratica pedagógica e nos aspectos sócios culturais já apresentados. Em consonância com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o Estado do Paraná, seu trabalho educacional postula que o conhecimento é direito de todos, porque foi produzido por todos. Garantir sua apropriação é função da escola e sua maneira de contribuir no próprio processo de humanização. Delineia-se uma educação que contribua para a constituição de uma cidadania camponesa de qualidade nova, cujo exercício reúna conhecimentos e informações a um protagonismo responsável para exercer direitos que vão muito além da representação política tradicional: emprego, qualidade de vida, meio ambiente saudável, igualdade entre homens e mulheres enfim, ideais afirmativos para a vida pessoal e para a convivência. Concepção de Escola 37 A concepção de escola surgiu da filosofia dos gregos antigos, onde eles se reuniam em praças públicas para praticar filosofia e trocar idéias. Tendo o ensino e a aprendizagem como sua principal função, caracteriza-se como uma instituição de origem governamental ou privada, com espaço físico determinado, composta por uma hierarquia funcional, onde a sociedade participa direta e indiretamente. Deve ser vista como espaço de direito do cidadão e como um espaço onde atuam sujeitos socioculturais e históricos que se formam mutuamente através das relações sociais. Deve, também, estar voltada para atender a diversidade na educação visto que seu alunado é oriundo de uma sociedade heterogenia. Apóia-se no fato de que é educativa por si mesma, pelas circunstâncias de seu relacionamento com a sociedade, sendo educativa em sua dinâmica, em sua forma de ensinar e de aprender e, na organização do seu trabalho. Tem como função socializar os conceitos já elaborados sobre a realidade que contribui para a própria ciência e para assegurar a todos os cidadãos o direito ao acesso aos conhecimentos já produzidos Comportando uma categoria social que se identifica como bóias-frias, arrendatários, pequenos proprietários ou colonos ou sitiantes e localizada na zona rural, esta instituição de ensino é caracterizada pela modalidade escola do campo e, como tal, a concepção de escola agrega ao seu espaço o entendimento de que sua referencia se organiza a partir da identidade e cultura dos povos do campo, valorizando-os como sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados à vida na terra. Cabe à escola, além de proporcionar a apropriação dos conhecimentos científicos e elaborados, inserir o aluno na historia das relações sociais e das transformações operadas pelas ações organizadas socialmente; contribuir para auto-afirmar a identidade dos povos do campo; valorizar o seu trabalho; a sua história; o seu jeito de ser; os seus conhecimentos, a sua relação com a natureza levando adiante as dimensões do sujeito. Objetivos Gerais da Escola • Oportunizar aos alunos o desenvolvimento de valores e atitudes como condição imprescindível ao desenvolvimento da cidadania; 38 • Democratizar o ensino ofertando uma escolarização de qualidade que atenda a diversidade sócio-cultural do aluno e lhe dê condições para prosseguimento dos estudos; • Vincular os conhecimentos de grande amplitude, conceitos, teorias ou praticas, que identificam e organizam os campos de estudos das disciplinas escolares, tanto a uma analise histórica quanto ao debate acerca das questões políticas e filosóficas emergentes, no âmbito local e global; • Proporcionar uma educação intercultural que incorpore contribuições de diferentes etnias e questione os estereótipos sociais de gênero para que os alunos saibam compreender a sociedade e interagir nela; • Atender as necessidades da comunidade escolar proporcionando meios para um eficiente ensino científico, valorizando o autoconhecimento, a cultura individual, o senso de justiça, a transformação da sociedade, num espírito cooperativo, interativo de co-responsabilidade entre todos os envolvidos. Concepção de Conhecimento No pressuposto do materialismo histórico, forma essencial para explicar as relações entre sujeitos, o processo de produção do conhecimento é produto da atividade humana, portanto, o conhecimento se constitui numa atividade humana que busca explicar as relações entre o homem e a natureza de forma que, ele é produzido nas relações mediadas pelo trabalho. Em síntese, na concepção apresentada o conhecimento se realiza na relação entre sujeito e objeto num dado contexto histórico social. Significa dizer que é no processo de continua transformação, que a realidade objetiva transformase em conhecimento. Para uma definição que abarque um conceito mais voltado à forma de concebê-lo no o contexto escolar, o conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os homens e a natureza, pressupõe as concepções que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as 39 necessidades do homem a cada momento, implicando necessariamente uma nova forma de ver a realidade. Quanto maiores as relações com o meio, com diferentes ambientes, maior será o nível do conhecimento. Ele é resultado de fatos, conceitos e generalizações, sendo objeto do trabalho do professor. Deve ser dinâmico, e não apenas um resumo do conhecimento cientifico, pois, tem a função de preparar o individuo para viver, agir e interagir na sociedade. Como saber escolar, o conhecimento se explicita nos conteúdos das disciplinas de tradição curricular, quais sejam Arte; Biologia; Ciências; Educação Física; Ensino Religioso; Filosofia; Sociologia; Geografia; Historia; Língua Portuguesa; Matemática; Língua Estrangeira Moderna; e Química. Como saber que contemple a educação do campo este deve ter como fundamento o interesse por um modelo cujo foco seja o desenvolvimento humano, para isso a escola, mesmo sem a estruturação necessária, precisa investir em uma interpretação da realidade que possibilite a construção de conhecimentos potencializadores, de modelos de agricultura, de novas matrizes tecnológicas, da produção econômica e de relações de trabalho e de vida a partir de estratégias solidárias, que garantam a melhoria da qualidade de vida dos que vivem e sobrevivem do e no campo. Portanto, no que diz respeito à identidade cultural dos alunos dessa instituição, a construção do conhecimento se dará através de eixos temáticos, entendidos como problemáticas centrais, a serem focalizadas como conteúdos. Assim sendo, quatro eixos nortearão a composição do saberes específicos, a saber: - Trabalho: divisão social e territorial tendo como ponto de partida a análise sobre as atividades humanas produtivas desenvolvidas pelos povos do campo para o entendimento e reflexão sobre a organização produtiva na sociedade capitalista e em outros modos de produção; - Cultura e identidade terão um tratamento onde o contexto rural seja concebido como a somatória de toda produção humana construída a partir das relações do ser humano com a natureza, com o outro e consigo mesmo. Não se restringindo apenas a manifestações artísticas, devendo ser compreendida como os modos de vida, que são os costumes, as relações de trabalho, familiares, religiosas, de diversão, festas, etc. - Interdependência sustentável enfoque campo-cidade, nas questões questão agrária e desenvolvimento sociais, políticas e econômicas que 40 desencadearam o esvaziamento demográfico no campo e decorrente fragilização de comunidades e culturas; necessidade da atividade produtiva no campo relacionada à produção de alimentos destacando, principalmente, a agricultura familiar, que atualmente na região sul, se responsabiliza pela maior produção de alimentos e fundamentalmente, apropria-se dos conhecimentos relacionados a esse eixo temático como imprescindível à educação do campo. - Organização política, movimentos sociais e cidadania resgate das lutas por direitos civis, políticos e sociais por se constituir num debate sobre a construção de cidadania, destacando a importância e a força das organizações políticas, a exemplo das associações de Moradores, sindicatos, APMF, entre outros, como instrumentos de reivindicação legitima de direitos. Nesta perspectiva, toma como aporte epistemológico o estudo da Constituição da Republica Federativa do Brasil (1988); o histórico de resistência e formação do MST; o Documento Universal dos Direitos Humanos (aprovado pela Organização das Nações Unidas em dezembro de 1948) e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (aprovada pela Assembléia Francesa em 1789) como exemplos de luta, possibilidade e caminhos a serem trilhados para a manutenção e melhoria da qualidade de vida no campo. Concepção de Ensino aprendizagem Aprender e ensinar são processos inseparáveis. Isto acontece porque o ato de ensinar “é o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada individuo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (SAVIANI,1995, P. 1799), este processo se efetiva quando o individuo se apropria dos elementos culturais necessários a sua formação e a sua humanização. Nada mais democrático que ensinar com o compromisso que haja a aprendizagem por parte de todos os alunos. Contudo, a forma, o tempo e o entorno pelo qual se aprende, por parte dos sujeitos, são diferentes. Isto deve ser considerado. Não se trata de negligenciar o que deve ser ensinado em nome das dificuldades do sujeito, deve-se, sim, modificar as formas de mediação para que ele de fato aprenda. É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos. O grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e 41 valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos. (SEED, 2005) Para Vygotsky (1995) “a aprendizagem é um processo histórico, fruto de uma relação mediada e possibilita um processo interno, ativo e interpessoal”. O conhecimento é, portanto, fruto de uma relação mediada entre o sujeito que aprende o sujeito que ensina e o objeto de conhecimento. Os processos de produção do conhecimento permitem, ao aluno, sair do papel de passividade e fazer parte dessa relação, através do desenvolvimento de suas funções psicológicas superiores, entre elas a linguagem. Esta defesa da dimensão política da educação, da indissociabilidade entre ensino e aprendizagem, entre o fazer e o pensar, do movimento dialético de apropriação do conhecimento que possibilite compreender o real em suas contradições, são algumas das muitas defesas da abordagem histórico-social implícita na nossa concepção de ensino-aprendizagem. Concepção de Avaliação No processo educativo, a avaliação se faz presente, tanto como meio de diagnosticar o processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de investigação da pratica pedagógica, sempre com uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também e principalmente, permitir que haja uma reflexão sobre a ação da pratica pedagógica. Portanto, a avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das dificuldades dos alunos, com vistas às mudanças necessárias para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço onde os alunos estão inseridos. Ainda, tem como propósito se tornar um método que conceba o processo de desenvolvimento do ensino-aprendizagem como aspecto balizador na formação de sujeitos construtores de sentido para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, 42 pelo acesso ao conhecimento, sejam capacitados a uma inserção cidadã e transformadora na sociedade. É incoerente avaliar apenas para constatar o que o aluno aprendeu ou não aprendeu e como resultado aplicar uma sentença definitiva quando o conhecimento visa formação de sujeitos que dele se apropria para compreender as relações humanas em suas contradições e conflitos. Sob essa ótica, a avaliação é mais do que um sistema de medida ela se transforma em metodologia que concebe os instrumentos considerando as possibilidades teórico-metodológicas diversas e possíveis para avaliar o critério estabelecido a um dado conteúdo. É importante a compreensão de que uma atividade de avaliação situase entre a intenção e o resultado quando concebida como um método de adquirir e processar evidências necessárias para fornecer, sobre o processo pedagógico, informações que permitam decidir sobre as intervenções e redirecionamentos que se fizerem necessário. Neste contexto, é entendida como atividade de ensino, pois, o “erro” é visto como instrumento auxiliar da aprendizagem. A avaliação do processo ensino-aprendizagem, de responsabilidade do professor, é determinada pela perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento. Tão imprescindível quanto a analise acerca da avaliação é não considerar o resultado final como o único possível tendo em vista que uma atividade avaliativa representa, tão somente, um determinado momento e não todo o processo. Diagnosticada a defasagem, é preciso investir na recuperação de estudos, que deverá ocorrer concomitantemente com as aulas, utilizando todas as estratégias e recursos possíveis para que o aluno aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Nesse, sentido a recuperação de nota é simples decorrência da recuperação do conteúdo. Gestão Democrática 43 O Artigo nº 14 I e II (LDB) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, define que “os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola e participação da comunidade escolar e conselhos escolares ou “equivalentes”. Estes princípios irão fundamentar a gestão que se preconiza, não por estarem instituídos num artigo de Lei, mas, pelo fato da escola acreditar na força ideológica de grupos sociais organizados. Portanto, o estabelecimento de ensino se propõe a trabalhar dentro do principio democrático, contando com a participação efetiva do corpo docente, discente, administrativo, agentes educacionais e órgãos colegiados, sendo, assim, coletivo o processo de reflexão, avaliação, planejamento e tomada de decisões. Na sua efetivação, aspectos como transparência nas informações, nos controles e nas avaliações, nos debates se constituirá numa maneira mais participativa, humana e coletiva de gestão escolar. Na década de 90, a gestão escolar ideal era aquela que se aproximava do principio de “qualidade total”, ou seja, o mesmo principio adotado por empresas em processo de adequação ao novo momento do capitalismo internacional. Esta concepção norteou também a gestão escolar na medida em que assumiu o perfil empresarial. O produto final seria suprir o mercado de trabalho, sem muitos gastos com o quadro profissional e financeiro, com cidadãos aptos a servirem ao capitalismo, sem base epistemológica para contestá-lo e com objetivos de crescimento centrado no individualismo. Como contra partida, ocorreram movimentos de resistência de muitos diretores, professores e equipes pedagógicas, pois o Estado, ao assumir esta ideologia se desresponsabilizava pelos problemas das escolas, premiava diretores/gestores que conseguiam melhorar a empresa/escola, sem considerar as condições sociais de cada comunidade atendida. Na metade da primeira década do século XXI rompe-se com esse ideário administrativo e, desta forma, o processo de gestão democrática das instituições de ensino representa um importante instrumento de democracia em nível de sociedade, considerando que a escola e a sociedade estão dialeticamente constituídas, portanto, o rompimento significou estabelecer novas relações entre a escola e o contexto social no qual esta inserida. 44 Nesta conjuntura, foi necessário repensar a teoria e a prática da gestão educacional no sentido de eliminar os controles formais e incentivar a autonomia das unidades de educação por constituir-se em instrumentos de construção de uma nova cidadania. Assim, a democratização institucional se constituiu num caminho para que a prática pedagógica torne-se efetivamente prática social e possa contribuir para o fortalecimento do processo democrático mais amplo. Comprometer-se com a gestão democrática é uma ação política através da qual as pessoas na escola, discutem, deliberam e planejam,solucionam problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Implica ainda, conceber a administração escolar inspirada na cooperação recíproca entre os homens. Deve ter como meta a constituição, na escola, de um novo trabalhador coletivo que, sem os constrangimentos da gerência capitalista do trabalho, seja uma decorrência do trabalho cooperativo de todos os envolvidos no processo escolar, guiados por uma vontade coletiva em direção ao alcance dos objetivos verdadeiramente educacionais na escola. Recorrente ao principio básico implícito na gestão democrática, salienta-se aqui o processo de consulta para a escolha do Diretor da Instituição no qual o voto de toda comunidade escolar representa a expressão maior da democracia. Fortalecendo a transparência e impessoalidade, junto ao Diretor estão o Conselho Escolar e a APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários), como instancias colegiada, que também se constituem através do voto ou indicação da comunidade, participam do gerenciamento de todas as ações concernentes ao trabalho escolar de forma dialética, consciente e responsável. Como espaço de socialização do ensino, a escola deve proporcionar condições para que todos os alunos tenham acesso a ela, garantindo-lhes vagas, dentro da capacidade do estabelecimento, e na falta da mesma encaminhá-los para a escola mais próxima. Deve também estar atenta à questão do transporte escolar acompanhando e interferindo no surgimento de eventuais problemas. Procurar atender as necessidades de horário, dando opções de escolha entre os turnos de funcionamento do estabelecimento. A escola deve trabalhar de forma a elevar a auto estima dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, bem como elaborar estratégias que busquem o aprendizado dos alunos, principalmente daqueles que evadem da escola 45 devido a dificuldades no aprendizado, uma vez que este fator acaba levando também a repetência. A questão da repetência deve ser trabalhada durante todo ano letivo, proporcionando condições para que todos os alunos matriculados tenham condições de aprendizado. Tanto os alunos como os professores precisam estar motivados e assessorados para que possam ter sucesso no processo educativo. Nesse sentido, democratizar a formação continuada se coloca como um dos meios para que se possa atingir a qualidade e o ideal de educação almejada, na medida em que contribui para o aperfeiçoamento e crescimento profissional dos professores como também, procurando valorizar as relações humanas. Em decorrência, ela não deve se restringir apenas ao corpo docente, mas, também, aos Agentes Educacionais, Equipe Pedagógica e Equipe Administrativa. Entendemos que nesse movimento de capacitação todos estarão inseridos no processo ensino-aprendizagem e não apenas nas suas funções especificas. Ainda abordando a formação continuada, proporcionar aos professores condições de se aperfeiçoarem dentro das novas tecnologias e inclusão social, inclusão esta que abranja a todos: seja para o atendimento as necessidades especiais dos alunos, seja por baixo rendimento ou rebeldia. Oportunizar o acesso a cursos de especialização e mestrado, de acordo com a Lei que rege os funcionários da educação disponibilizando-lhes horário de trabalho compatível com seu aperfeiçoamento, bem como oportunizar a participação em capacitação oferecida pela SEED. Todos os aspectos abordados e as considerações já tecidas convergem para a qualidade do ensino-aprendizagem que se quer alcançar. No entanto faz-se necessário ressaltar a abordagem metodológica a ser utilizada que se sustenta no estudo da sociedade, da economia e da historia. Desta perspectiva, o olhar sobre os saberes que estão ou devem estar presentes no currículo, busca na historia de cada disciplina como se constituíram estes saberes, os possíveis vínculos que eles estabelecem entre as disciplinas de referência e a disciplina escolar, a quem serviu e/ou servem no contexto histórico e sua constituição. Este talvez seja, o maior atributo para a qualidade do ensino aprendizagem que se pretende, significa colocar o aluno em contato com o conhecimento, significa dizer que a sala de aula se transformará em oficina onde esses conhecimentos serão tomados como instrumentos/ferramentas para a elaboração de novos saberes, compreensão dos 46 que já estão postulados e transformação dos que não responde, na totalidade, a situações vivenciadas na realidade que se apresenta. Instancias Colegiadas Ao abordamos o papel das instâncias colegiadas nos referimos aos espaços de participação da comunidade nas ações da escola publica tendo em vista que a participação é condição precípua à gestão democrática. Participar significa a contribuição com igualdade de oportunidades para algo que é de todos, ou seja, a escola. A participação não diz respeito apenas à comunidade interna, mas também à comunidade externa à qual a escola serve. As Instâncias Colegiadas são indicativos da gestão democrática e participativa e a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental conta com: a) Conselho de Classe: É um Órgão Colegiado de natureza consultiva em assuntos didático-pedagógicos. Fundamentado no Projeto Político Pedagógico da escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo ensino e aprendizagem. Tem por finalidade analisar as informações e dados apresentados e a de intervir em tempo hábil no processo ensino e aprendizagem. Tem também por prerrogativa oportunizar ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos curriculares estabelecidos. A sua formação é constituída pelo diretor (a), equipe pedagógica, por todos os docentes e os alunos representantes de turma. b) Alunos Representantes de Turma: Ao iniciar o ano letivo a Equipe Pedagógica e Direção orientam os alunos sobre a escolha do aluno que se tornará representante de turma. É determinado um prazo de aproximadamente quinze dias para que o professor selecione quatro alunos com perfil mais adequado e os colegas escolhem entre eles o líder e o vice-líder. Posteriormente começa o trabalho da Equipe Pedagógica, em trabalhar com todas as classes as atribuições que compete ao líder e vice-líder, bem como a todos os alunos da escola. O aluno que representa a turma tem como atribuição auxiliar os professores e colegas no cotidiano escolar como também participar das reuniões do conselho de classe. Se em algum momento a liderança não atingir os objetivos propostos para a função é realizada nova eleição. 47 c) APMF: Pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos pais, mestres e funcionários do Estabelecimento de Ensino, que não tem caráter políticopartidário, religioso, racial, nem fins lucrativos. Seus integrantes não são remunerados, são constituídos por prazo determinado devendo obedecer ao objetivo de promover a integração escola-comunidade. (Estatuto APMF, 2005) A Associação de Pais, Mestres e Funcionários tem sua constituição, representação, atribuições e funcionamento normatizado em Estatuto próprio registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e Registro de Títulos e Documentos em São Jerônimo da Serra - Pr sob o nº. 5260 Livro B folha 32 a 33. Tem por atribuição gerenciar o financeiro da escola, discutir no aseu âmbito de competência, ações de assistência ao educando, aprimoramento do ensino e integração, sugerir sugestões, em consonância com a Proposta Pedagógica Curricular. Está constituída por 08 (oito) membros sendo: - Presidente: José Alexandre de Lima. -Vice-Presidente: Rodrigo Proença da Silva. - 1º Secretario: Sergio Gomes Ferreira. - 2º Secretario: Aracy Bragatto de Almeida. - 1º Tesoureiro: Leonice Aparecida Albino. - 2º Tesoureiro: Celso Vilas Boas - 1º Diretor Sociocultural: Ângela Aparecida Oliveira. - 2º Diretor Sociocultural: Paulo Alexandre de Lima. d) Equipe Multidisciplinar: Composta a cada 02 (dois) anos e Instituída por Instrução da SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 – CEE/PR refere-se à organização do trabalho escolar, preferencialmente coordenada pela Equipe Pedagógica, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento de ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena com vistas a tratar a historia desses segmentos sócio-históricos na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e indígena mire-se positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura, da contribuição para o país e para a humanidade. Sua composição dar-se-á por aclamação e de acordo com a Resolução nº 3399/2010 – GS/SEED deverá ser composta preferencialmente com maior número de professores/as da área de humanas. (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Arte, História, 48 Geografia, Educação Física, Ensino Religioso) De acordo como o exposto a Equipe Multidisciplinar da instituição esta assim constituída: Coordenador: Carlos Eduardo José de Moura Aline de Fátima Miguel Angela aparecida Oliveira Carlos Roberto Baruta Cristiane Barbosa de Oliveira Francyane Aparecida Barbosa de Assis Gislaine Bezerra Glaucia Cristina Oliveira Ilui de Fátima Leite José Alexandre de Lima Judite Barbosa Nilza Fernandes Batista da Silva Osni Rodrigues de Melo Paulo Alexandre de Lima Simone Aparecida Lopes Terezinha Aparecida Custódio. Gestão de Recursos Financeiros Os recursos financeiros que a escola dispõe são disponibilizados pelo: - Fundo Rotativo oriundo do Tesouro do Estado sendo administrado pelo diretor da instituição que após aplicação presta contas ao Departamento Financeiro do NRE expondo também em edital na escola as notas comprobatórias das aquisições efetuadas. É aplicado na compra de alimentos; material de limpeza; material esportivo; material pedagógico, material de expediente; utensílios para a cozinha e prestação de serviços; - PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) oriundo do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) sendo administrado pela APMF (Associação de 49 Pais, Mestres e Funcionários). Não se constitui num recurso efetivo, foi disponibilizada uma parcela no ano de 2009. Em 21 de novembro de 2010, a escola foi contemplada com uma parcela complementar oriunda desse mesmo Plano. No entanto, não foi feita a aplicação tendo em vista o mesmo ter sido aprovado e está ainda em vias de disponibilização do recurso. O recurso recebido em 2009 foi aplicado na aquisição de: bolas de voleibol; bolas de futebol de campo; bolas de futsal; bolas de basquetebol; cochonetes; uniforme para time esportivo: camisetas; calções; meiões; calças; blusas; armário de aço; carrinho de mão; aparador de grama; cópias material impresso individualizado; escada portátil; impressora; scaner; máquina filmadora; assinatura da revista Veja; assinatura jornal Folha de Londrina; jogos completos de xadrez tamanho oficial; mini dicionários; ventilador de teto; mini calculadoras; viagem com alunos do 8º e 9º ano; livros para acervo bibliográfico; aparelho de som; Material para divulgação e material didático para ser entregue aos pais. - PDDE (Programa Dinheiro direto na Escola) recurso originado do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) disponibilizado através de uma parcela anual sendo administrado pela APMF que após reunião dos membros, em consenso, decidem a aplicação do mesmo de acordo com as prioridades detectadas. O ultimo recurso disponibilizado para despesas no decorrer do ano letivo de 2009 foi utilizado na aquisição de material de limpeza, 02 purificadores de ar, 01 ventilador e 01 circulador de ar. Gestão dos Recursos Humanos A rotina e as exigências do dia a dia do diretor não devem impedi-lo de estar atento a todas as áreas de atuação da escola: área pedagógica, área administrativa e área dos agentes educacionais. No entanto, o gestor desta instituição de ensino deve ter consciência de que sua equipe não se limita a alunos, professores e demais funcionários internos da instituição. A equipe escolar é composta também pelos pais dos alunos e por toda a comunidade de forma geral, que deve ser mobilizada para que juntos possam promover o principal objetivo de toda equipe escolar: a aprendizagem dos alunos. Com o envolvimento do coletivo, o diretor terá condições de desenvolver seu potencial de trabalho de toda a sua 50 equipe, fazendo com que esta se sinta capaz de transformar e realizar com sucesso todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino. Concepção de Currículo Manter a cultura hegemônica, ou seja, a cultura própria do capitalismo na qual o currículo pensado na perspectiva de distribuir as disciplinas apenas considerando sua singularidade e, tendo como suporte, centrar seu objetivo na formação competente para alimentar um sistema escalonado em categorias adequadas à sua manutenção; fomentar a competição sob o argumento de que quanto maior o aprofundamento dentro de um campo específico de saber, maiores as chances de sucesso profissional, vem tencionar as necessidades observadas no cotidiano da escola e aguçar a consciência social dos envolvidos com a educação. Essa concepção de currículo se enquadra num programa de atividades planejadas, devidamente sequenciada, ordenada metodologicamente tal como se mostram num manual ou guia em prol do status quo conveniente à ordem mundial, equivalendo também a negar o espaço de multiplicidade que compõe a sociedade. Corroborando com o pensamento, no texto “Educação Básica e a Opção pelo Currículo Disciplinar”, trabalhado na semana pedagógica, encontra-se a argumentação de que “embora remeta-se ao saber produzido e acumulado pela humanidade como fonte dos saberes escolares... o currículo definido pelo cientificismo/academicismo trata a disciplina escolar como ramificação do saber especializado, tornando-se refém da fragmentação do conhecimento. As criticas a esse tipo de currículo referem-se a uma concepção curricular que se fundamenta nas necessidades de desenvolvimento pessoal do individuo, em prejuízo da aprendizagem dos conhecimentos histórica e socialmente construídos pela humanidade”. A questão que se coloca como principal não é discutir se o conhecimento fragmentado, que até então norteou o trabalho pedagógico na escola, é válido ou não, mas a quem ele serve. Se o aluno da escola publica, oriundo das classes menos favorecida, classes assalariadas urbanas ou campesinas e com diferentes origens étnicas e culturais tem nela uma oportunidade, algumas vezes a única, de acesso ao mundo letrado, é necessário romper com o currículo engessado pelo cientificismo/academicismo predominante para efetivamente introduzir nos 51 campos disciplinares não somente a produção cientifica, mas também, as manifestações artísticas e o legado filosófico da humanidade como dimensões para as diversas disciplinas do currículo possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano. Para essa instituição de ensino as dimensões: artística, filosófica e humana se constitui em considerações importantes no constructo de um currículo abrangente, constitutivo de recortes sociais, histórico e econômicos presentes na elaboração do conhecimento. Desta forma, a escola é a um só tempo, o espaço do conhecimento historicamente produzido pelo homem e espaço de construção de novos conhecimentos no qual é imprescindível o processo de criação, qualidade distintiva fundamental da dimensão artística. Neste sentido, toma-se a dimensão artística, sem restringi-la ao aspecto estético, mas ampliando seu teor criativo para elaboração de novos conhecimentos. Assim, o desenvolvimento da capacidade criativa dos alunos, inerente à dimensão artística, tem uma relação direta com a contribuição da estrutura epistemológica de um conhecimento especifico instigando o estudante a não apenas aprender o que está posto, mas, a partir do instituído, criar, inovar ou acrescentar mais elementos a um dado objeto de estudo ou a uma dada situação. Da mesma forma as dimensões, filosófica e humana estão imbricadas no processo criativo mediante os questionamentos emergentes do contexto temporal em que foi postulado determinado saber. Neste sentido, proporciona possibilidades para a reflexão acerca das implicações das produções cientificas, a exemplo da máquina substituindo o trabalho humano, uso indiscriminado de defensivos agrícolas... Sob essa perspectiva percebe-se que o pensamento cientifico e filosófico constituem dimensões do conhecimento que não se confundem, mas não se devem separar. Discordando da construção curricular na qual os conteúdos são tratados como instrumentos utilitários à formação de competências e habilidades e para tanto precisam estar fragmentados em razão de sua pertinência para o momento; da priorização de temáticas adequadas à sustentação de ciclos econômicos; e, principalmente, refutando a idéia implícita nesse paradigma educacional que aspira apenas alguns efeitos nos sujeitos que se educam, a Proposta Curricular do Estado do Paraná, a partir desses pressupostos, tem uma base disciplinar, de acordo com a tradição curricular e conforme apregoa a 52 LDBEN/96 porém, a ênfase será nos conteúdos científicos, nos saberes escolares que compõem a Grade Curricular. Este entendimento de trabalho com o saber estabelece a ruptura com a instrução prática, coloca o homem como objeto e sujeito do conhecimento. Pressupõe uma apreensão centrada na totalidade e para isso vai buscar na gênese de cada saber os condicionantes sócio-historicos constitutivos do seu postulado, ou seja, o trabalho pedagógico com os componentes curriculares quais sejam, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia, Historia, Artes, Educação Física e Ensino Religioso, tem sua ênfase nos conteúdos estruturantes - conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou praticas que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar considerados basilares e fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo. Nessa proposição curricular, o “homem” professor torna-se protagonista principal à sua efetivação tendo em vista o principio curricular, em que a ação humana se conjuga às condições econômicas, ideológicas e históricas, em síntese, o currículo ganha vida. Os estudos sobre a historia da produção do conhecimento, seus métodos e determinantes políticos, econômicos, sociais e ideológicos, relacionadas com a historia das disciplinas escolares e as teorias da aprendizagem, possibilitam fundamentações para o professor em discussões curriculares mais aprofundadas para, dessa forma, reconhecer que além dos conteúdos mais estáveis, as disciplinas escolares incorporam e atualizam conteúdos decorrentes do movimento das relações de produção e dominação que determinam relações sociais, geram pesquisas cientificas e trazem para o debate questões políticas e filosóficas emergentes. Em síntese, as disciplinas terão, em seus conteúdos estruturantes, os campos de estudo que as identificam como conhecimento histórico. Dos conteúdos estruturantes organizam-se os conteúdos básicos a serem trabalhados por serie, compostos tanto pelos assuntos mais estáveis e permanentes da disciplina quanto pelos que se apresentam em função do movimento histórico e das atuais relações sociais. Relacionado aos assuntos representativos do movimento histórico contemporâneo e suas implicações sociais estes serão trabalhados como conteúdo especifico que deverão estar articulados à realidade e às necessidades das diferentes turmas e escolas. 53 No bojo da questão apresentada, agregando os conhecimentos históricos, filosóficos e científicos das disciplinas como também das ciências que as originaram, o Plano de Trabalho Docente, documento de autoria do professor, dará vida à concepção curricular defendida na medida em que centra seu desenvolvimento na importância da compreensão e contribuição dos conhecimentos universais (conteúdos estruturantes) enquanto base (conteúdos básicos) para o entendimento de situações vivenciadas no cotidiano (conteúdos específicos) provocando as mudanças, interferências e posicionamento crítico diante do que é posto como verdade, diante da necessidade de se conhecer a historia para adquirir um posicionamento critico diante de questões do passado que não se sustentam nos dias atuais. Atividades em Contraturno Adesão da escola ao programa disponibilizado pela Secretaria de Estado da Educação - SEED – objetivando atender as dificuldades de aprendizagem de crianças que freqüentam o 5º e 9º ano do Ensino Fundamental. Este trabalho é desenvolvido no contraturno com a oferta de aula de Língua Portuguesa e Matemática tendo como finalidade trabalhar as dificuldades referentes à aquisição dos conteúdos destas disciplinas. Concepção de Infância e Adolescência O Ensino Fundamental de nove anos nos remete a refletir acerca da concepção de infância e adolescência no contexto contemporâneo em função das especificidades nos aspectos físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo e mais ainda, da necessidade de maior aproximação e integração entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental uma vez que atende a alunos que pertencem a esses dois momentos de vida. De acordo com os dicionários de língua portuguesa a infância é definida como um período de crescimento até o ingresso na puberdade, por volta dos doze anos de idade. “Já, segundo a Convenção sobre Direitos Humanos da 54 Criança, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em novembro de 1989, criança são todas as pessoas menores de dezoito anos”. Ainda, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, criança é considerada a pessoa até os doze anos de idade incompletos, enquanto entre os doze e dezoito anos, encontra-se na adolescência. A despeito das diferentes conceituações que tomam a medida do tempo vivido pela pessoa para, de certa forma, enquadrá-la num padrão físico biológico, entende-se a disparidade conceitual, pois, de acordo com FROTA (2007) podemos considerar que a infância muda com o passar do tempo e com os diferentes contextos sociais, econômicos, geográficos, e até mesmo com as peculiaridades individuais. Portanto, as crianças de hoje não são exatamente iguais às do século passado, nem serão idênticas às que virão nos próximos séculos. Assim sendo, a infância não pode ser pensada como cristalizada e acabada. Constitui-se num devir, que incorpora a noção de transformação e dinamismo. O desafio apresentado se constitui em entender e encaminhar o trabalho educacional desenvolvido pelo Ensino Fundamental de nove anos considerando a infância e a adolescência como fase distinta da vida adulta, porém, na perspectiva de desconstruir o conceito de que ao ingressar no sexto ano a criança passa automaticamente para a fase da adolescência. Corroborando com o pressuposto, BRASILIA (2006) coloca que “para desmistificar um conceito único de infância, chamando a atenção para o fato de que existem infâncias e não infância, pelos aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos que envolvem essa fase da vida, os estudos de Ariès apontam para a necessidade de se desconstruir padrões relativos à concepção burguesa de infância. Esse olhar para a infância possibilita ver as crianças pelo que são no presente, sem se valer de estereótipos, idéias pré-concebidas ou práticas educativas que visam a moldá-las em função de visões ideológicas e rígidas de desenvolvimento e aprendizagem.” Portanto, pensar a infância lançando mão de práticas pedagógicas engessadas pelo conceito absoluto de linearidade cronológica do desenvolvimento humano, pode significar uma formação homogênea que talvez não corresponda às expectativas e habilidades imprescindíveis à inserção das crianças nos diversos contextos sociais dos quais são oriundas. Mesmo diante das indagações concernentes ao conceito de infância também, de acordo com Ariès apud BRASILIA (2006), somente depois da 55 implantação do sentimento de infância, no século XIX, tornou-se possível a emergência da adolescência como uma fase com características peculiares e únicas. No entanto, tal qual a infância, a adolescência deve ser pensada para além da idade cronológica, da puberdade e transformações físicas que ela acarreta, dos ritos de passagem ou de elementos determinados aprioristicamente ou de modo natural. A adolescência deve ser pensada como uma categoria que se constrói, se exercita e se re-constrói dentro de uma história e tempos específicos. Ainda, segundo, OZELLA in FROTA (2007) “é necessário superar as visões naturalizantes presentes na Psicologia e entender a adolescência como um processo de construção sob condições histórico-culturais específicas. “Isso significa pensar que a adolescência deve ser vista e compreendida como uma categoria construída socialmente, a partir das necessidades sociais e econômicas dos grupos sociais, que lhe constituem como pessoas, enquanto são constituídas por elas”. Concepção de Alfabetização e Letramento O entendimento acerca de alfabetização e letramento remete à reflexão que estabelece uma condição de diferença entre domínio técnico da disposição dos fonemas e grafemas na formação de palavra, frase ou texto e a utilização da leitura nas práticas sociais quer na escola, quer no dia-a-dia, quer na interpretação necessária ao entendimento do sentido explícito ou subjacente ao texto apresentado no âmbito escolar e nas esferas sociais. Assim, corroborando com o pressuposto ao parafrasear ZANUTTO (1999), a pessoa que aprende a ler e escrever – que se torna alfabetizada – e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita – que se torna letrada – é diferente de uma pessoa que não sabe ler e escrever – é analfabeta – ou, sabendo ler e escrever – não faz uso da leitura e da escrita – é alfabetizada, mas não é letrada, não vive no estado ou condição de quem sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita. Ainda, de acordo com PARANÁ (2010) no processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança deve entrar no mundo da escrita fazendo uso dos dois “passaportes”: precisa apropriar-se da tecnologia da escrita, pelo processo de alfabetização, e precisa identificar os diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e de escrita pelo processo de letramento [...] se apenas se alfabetiza, sem conviver com 56 práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” se apenas, ou, sobretudo se letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita – saberá para que serve a língua escrita, mas não saberá se servir dela. Assim posto, alfabetização segundo BRASIL (2006), corresponderia ao processo pelo qual – se adquire uma tecnologia – escrita alfabética e as habilidades de utilizá-la para ler e escrever. Dominar tal tecnologia envolve conhecimentos e destrezas variados, como compreender o funcionamento do alfabeto, memorizar as convenções letra-som e dominar seu traçado, usando instrumentos como o lápis, papel ou outros que os substituam. Já o termo letramento, relaciona-se ao exercício efetivo e competente daquela tecnologia da escrita, em situações em que precisamos ler e produzir textos reais. Ainda, de acordo com a professora Magda Soares in BRASIL (2006), “alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário, ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita”. Portanto, fundamentada nesta concepção de alfabetização e letramento decorrente dos postulados apresentados, esta instituição propõe a sequenciação da oferta dos anos finais Ensino do Fundamental favorecendo uma metodologia que tenha como embasamento o critério de alfabetização e letramento voltado para um ensino que contemple as duas condições cognitivas, simultaneamente. Desta forma, a estratégia a ser utilizada no ensino das disciplinas que compõem a matriz curricular se dará a partir de textos reais, textos que circulam no contexto do aluno para que este se aproprie do sistema de escrita vivenciando-o tal como é realmente usado nas práticas sociais que envolvem a língua escrita. Articulação entre os Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental A Escola Estadual do Campo de Vila Nova oferta a segunda etapa, portanto, os anos finais, dando continuidade, sequênciação e conclusão a este nível educacional entendendo ser uma oportunidade preciosa para uma nova práxis dos educadores, sendo primordial que ela aborde os saberes e seus tempos, bem como os métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões antes tecidas. 57 Em relação à proposta de reorganização das condições estruturais (mobiliário, equipamentos, acervo bibliográfico e materiais didáticos) esta instituição de ensino está devidamente adequada às condições de atendimento. O encaminhamento metodológico deve envolver análise e conhecimento do perfil da turma e seu ambiente sociocultural delineando uma mediação pedagógica voltada para a aprendizagem, buscando viabilizar a apreensão dos conteúdos de maneira prazerosa e prática que possibilitem ao educando fazer associações do que aprende com sua vida na sociedade. Desta forma, em cumprimento da Instrução Nº 008/2011 SUED/SEED a organização das turmas para a sistematização do ensino se dará em observância das matriculas considerando as situações: • Os alunos aprovados na 4ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão ser matriculados no 6º ano Ensino Fundamental de nove anos, a partir de 2012. • Os alunos aprovados na 5ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão ser matriculados no 7º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012; • Os alunos aprovados na 6ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão ser matriculados no 8º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012; • Os alunos matriculados na 7ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão ser matriculados no 9º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012; Em síntese: Considerando a aprovação ENS. FUND. 8 ANOS - 2011 ENS. FUND. 8 ANOS - 2012 ENS. FUND. 9 ANOS – 2012 4ª SÉRIE 5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE 5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE - 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO - Considerando a retenção ENS. FUND. 8 ANOS - 2011 5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE ENS. FUND. 9 ANOS – 2012 RETIDO RETIDO RETIDO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 58 8ª SÉRIE RETIDO 9º ANO A carga horária anual é de 800 (oitocentas) horas totalizadas em um mínimo de 200 (duzentos) dias letivos anuais. Adaptação dos Alunos Oriundos dos Anos Iniciais A ordenação das turmas e gradação dos saberes nos anos finais do Ensino Fundamental requer um movimento de reflexão e ação relacionado ao ensino-aprendizagem haja vista a inevitável e lógica relação epistemológica quando pensado à luz dos objetivos do Ensino Fundamental que, para serem alcançados, considera esse nível de escolaridade como um todo e não em partes. Transgredindo a dicotomia, atendendo os dispositivos legais que normatizam o Sistema Educacional e em função das análises e ponderações, a proposta desta instituição para a articulação necessária entre anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, elaborada e construída pelo coletivo escolar na Semana Pedagógica do segundo semestre de 2011, apresenta as ações a serem desenvolvidas: • Conselho de Classe em caráter especial – reunião em conjunto com professores do 5º ano e professores dos anos subseqüentes objetivando acompanhar o processo ensino-aprendizagem com o propósito de dar continuidade ao trabalho educacional sem ruptura com a gradação e sequênciação dos conteúdos, como também, ter subsídios para uma avaliação do perfil da turma em seus aspectos psicológicos e cognitivos uma vez que o conhecimento destes aspectos são imprescindíveis ao estabelecimento do encaminhamento metodológico mais adequado à turma.. • Agendar os conselhos de classe sem prejuízo para o trabalho dos professores e funcionamento da(s) escola(s); • Utilizar o momento da hora-atividade para estudo e conhecimento da Proposta Pedagógica Curricular do 5º ano no intuito propiciar sequênciação coerente com o conhecimento apropriado pelo aluno; • Promover momentos comuns com os alunos do 5º e 6º ano desenvolvendo atividades de lazer, através de jogos, gincanas e brincadeiras objetivando a conscientização de uma cultura escolar embasada na alteridade, na qual, a interação e interdependência epistemológica e social serão constructos do 59 conceito de unicidade entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental de nove anos; • Solicitar do NRE cursos de capacitação para aprofundamento das discussões sobre letramento. Ainda que a questão da APMF e Conselho Escolar sejam de cunho da gestão democrática da escola, foi cogitada no grupo a idéia de não haver separação entre essas instancias, no caso das escolas que compartilham seu espaço com os anos iniciais. No entanto, a proposta está lançada com o intuito de contribuir com o processo de discussão e análise, pois envolve mantenedoras distintas na oferta das etapas do Ensino Fundamental. 4- MARCO OPERACIONAL Organização Curricular A proposta curricular do Ensino Fundamental está pautada no saber escolar, conhecimento que explicita nos conteúdos das disciplinas de tradição curricular saberes imprescindíveis à formação necessária para o enfrentamento de questões com vistas à transformação da realidade social, econômica e política do tempo vivido pelo aluno e no cumprimento da Instrução nº 008/2011-SUED/SEED que estabelece: • Nos anos finais, que compreendem do 6º ao 9º ano, a Base Nacional Comum das Matrizes Curriculares deverá ser composta, obrigatoriamente pelas disciplinas de Arte, Ciências, Ensino Religioso (6º e 7º ano), Educação Física, Geografia, História, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna e Matemática. • Na Parte Diversificada das Matrizes Curriculares deverá estar especificada uma Língua Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória, nos anos finais que compreendem do 6º ao 9º ano, definida pela comunidade escolar. 60 • Nas Instituições da Rede Estadual de Ensino, as disciplinas da Parte Diversificada terão carga horária mínima de 02 (duas) horas-aula e máxima de 04 (quatro) horas-aulas semanais, com exceção do Ensino Religioso. • Nas Instituições da Rede Estadual de Ensino, as Matrizes Curriculares para os anos finais do Ensino Fundamental 6º ao 9º ano, deverão prever 25 (vinte e cinco) horas-aulas semanais para todos os anos dos turnos da manhã e tarde e para o turno da noite serão previstas 26 (vinte e seis) horas-aulas semanais, nos 6º ao 7º ano e e25 (vinte e cinco) horas-aulas semanais, nos 8º ao 9º anos. • A disciplina de Ensino Religioso, nas instituições de ensino da Rede Estadual, será ofertada obrigatoriamente, com carga horária de 01 (uma) hora-aula semanal, no 6º e no 7º ano, com matrícula facultativa para alunos, em todos os turnos. De acordo com as DCEs, 2008, as disciplinas escolares são entendidas como campos do conhecimento e identificam-se pelos respectivos conteúdos estruturantes e por seus quadros teóricos conceituais. Neste sentido, a concepção de ensino aprendizagem decorrente das disciplinas componentes da matriz curricular além do saber específico que estrutura seu objeto de ensino abrange desafios educacionais contemporâneos constituídos por questões ambientais, sociais, culturais, éticas dentre outras que precisam ser compreendidas e apreendidas à luz dos postulados científicos. A opção pelo currículo disciplinar não pressupõe o engessamento do conhecimento pronto e acabado, mas ao contrário, propõe um trato interdisciplinar e contextualizado sem, contudo negligenciar os conhecimentos universais. Distribuídas por disciplinas, as aulas estão de acordo com a Grade Curricular que se apresenta dando preferência às aulas geminadas. Matriz Curricular do Ensino Fundamental Turno Tarde Organização: 6º Ano “A” Total de horas: - Teóricas: 1000 - Práticas: 0 - Horas-Relógio: 833 61 Carga Horária Semanal: total 25 Nome da Total de Horas Total de Horas Composição Disciplina Arte Ciências Ed. Física Ens. Religioso Geografia História L. Portuguesa Matemática L.E.M Inglês Teóricas 80 120 80 40 160 120 160 160 80 Práticas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Curricular BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC PD Carga Horária Semanal 2 3 2 1 4 3 4 4 2 Organização: 7º Ano “A” Total de horas: - Teóricas: 1000 - Práticas: 0 - Horas-Relógio: 833 Carga Horária Semanal: total 25 Nome da Total de Horas Total de Horas Composição Disciplina Arte Ciências Ed. Física Ens. Religioso Geografia História L. Portuguesa Matemática L.E.M Ingles Teóricas 80 120 80 40 160 120 160 160 80 Práticas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Curricular BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC PD Carga Horária Semanal 2 3 2 1 4 3 4 4 2 62 Organização: 8º Ano “A” Total de horas: - Teóricas: 1000 - Práticas: 0 - Horas-Relógio: 833 Carga Horária Semanal: total 25 Nome da Total de Horas Total de Horas Composição Disciplina Arte Ciências Ed. Física Geografia História L. Portuguesa Matemática L.E.M Ingles Teóricas 80 160 80 120 160 160 160 80 Práticas 0 0 0 0 0 0 0 0 Curricular BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC PD Carga Horária Semanal 2 4 2 3 4 4 4 2 63 Organização: 9º Ano “A” Total de horas: - Teóricas: 1000 - Práticas: 0 - Horas-Relógio: 833 Carga Horária Semanal: total 25 Nome da Total de Horas Total de Horas Composição Disciplina Arte Ciências Ed. Física Geografia História L. Portuguesa Matemática L.E.M Ingles Teóricas 80 160 80 120 160 160 160 80 Práticas 0 0 0 0 0 0 0 0 Curricular BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC PD Carga Horária Semanal 2 4 2 3 4 4 4 2 64 Organização Curricular Turno Tarde MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL NRE: 08 CORNELIO PROCÓPIO MUNICIPIO: 2490 SÃO JERONIMO DA SERRA ESTABELECIMENTO: 0485 ESCOLA ESTADUAL DO CAMPO DE VILA NOVA ENDEREÇO: BAIRRO RURAL VILA NOVA DA FLORENÇA RUA PRINCIPAL S/ Nº TELEFONE: (043) 32677005 ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º Ano TURNO: TARDE MÓDULO: 40 SEMANAS ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTÂNEA DISCIPLINAS / ANOS BASE NACIONAL COMUM PARTE DIVERSIFICADA 6º 7º 8º 9º Arte Ciências Educação Física Ensino religioso Geografia História Língua Portuguesa Matemática 2 3 2 1 4 3 4 4 2 3 2 1 4 3 4 4 2 4 2 3 4 4 4 2 4 2 3 4 4 4 Subtotal L.E.M. – Inglês 23 2 23 2 23 2 23 2 Subtotal 2 2 2 2 Total Geral 25 25 25 25 Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96 *Ensino Religioso – Disciplina Facultativa 65 Matriz Curricular do Ensino Fundamental Turno Noite Organização: 6º Ano “B” Total de horas: - Teóricas: 1040 - Práticas: 0 - Horas-Relógio: 832 Carga Horária Semanal: total 26 Nome da Total de Horas Total de Horas Composição Disciplina Arte Ciências Ed. Física Ens. Religioso Geografia História L. Portuguesa Matemática L.E.M Ingles Teóricas 80 160 80 40 160 120 160 160 80 Organização: 7º Ano “B” Práticas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Curricular BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC PD Carga Horária Semanal 2 4 2 1 4 3 4 4 2 66 Total de horas: - Teóricas: 1040 - Práticas: 0 - Horas-Relógio: 832 Carga Horária Semanal: total 26 Nome da Total de Horas Total de Horas Composição Disciplina Arte Ciências Ed. Física Ens. Religioso Geografia História L. Portuguesa Matemática L.E.M Ingles Teóricas 80 160 80 40 160 120 160 160 80 Organização: 8º Ano “B” Total de horas: - Teóricas: 1040 - Práticas: 0 - Horas-Relógio: 832 Práticas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Curricular BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC PD Carga Horária Semanal 2 4 2 1 4 3 4 4 2 67 Carga Horária Semanal: total 26 Nome da Total de Horas Total de Horas Composição Disciplina Arte Ciências Ed. Física Geografia História L. Portuguesa Matemática L.E.M Ingles Teóricas 80 160 80 160 120 160 160 80 Organização: 9º Ano “B” Total de horas: - Teóricas: 1040 - Práticas: 0 - Horas-Relógio: 832 Carga Horária Semanal: total 26 Práticas 0 0 0 0 0 0 0 0 Curricular BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC PD Carga Horária Semanal 2 4 2 4 3 4 4 2 68 Nome da Total de Horas Total de Horas Composição Disciplina Arte Ciências Ed. Física Geografia História L. Portuguesa Matemática L.E.M Ingles Teóricas 80 160 80 160 120 160 160 80 Práticas 0 0 0 0 0 0 0 0 Curricular BNC BNC BNC BNC BNC BNC BNC PD Carga Horária Semanal 2 4 2 4 3 4 4 2 Organização Curricular do Ensino Fundamental Turno Noite MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL NRE: 08 CORNELIO PROCÓPIO MUNICIPIO: 2490 SÃO JERONIMO DA SERRA ESTABELECIMENTO: 0485 ESCOLA ESTADUAL DO CAMPO DE VILA NOVA ENDEREÇO: BAIRRO RURAL VILA NOVA DA FLORENÇA RUA PRINCIPAL S/ Nº TELEFONE: (043) 32677005 ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º Ano TURNO: NOITE MÓDULO: 40 SEMANAS ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTÂNEA 69 DISCIPLINAS / ANOS BASE NACIONAL COMUM PARTE DIVERSIFICADA 6º 7º 8º 9º Arte Ciências Educação Física Ensino Religioso* Geografia História Língua Portuguesa Matemática 2 4 2 1 4 3 4 4 2 4 2 1 4 3 4 4 2 4 2 4 3 4 4 2 4 2 4 3 4 4 Subtotal L.E.M. – Inglês 24 2 24 2 23 2 23 2 2 2 2 2 26 26 25 25 Subtotal Total Geral Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96 *Ensino Religioso – Disciplina Facultativo Processo de Avaliação A avaliação parte da necessidade de se conhecer a realidade do trabalho docente e discente devendo ser entendida como um sistema de informações para alunos e professores sobre o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, sobre dificuldades, falhas, necessidades de retomada de conteúdo e como fator determinante para eventuais mudanças metodológicas. Nesta perspectiva ela baliza o antes e o depois da ação da prática docente perdendo seu caráter de mero instrumento seletivo. A prestação de contas do resultado obtido no processo de ensinoaprendizagem se expressa através de notas numa escala de 0,0 (zero) a 10,0 (dez) 70 com rendimento mínimo de 6,0 (seis) por disciplina. O resultado é comunicado aos pais através do boletim em reunião específica para esse fim que se realiza ao término de cada semestre letivo ou através de conversa individual com os pais quando observado baixa no rendimento do aluno. O registro consta no Livro Registro de Classe do Professor e o resultado será devidamente inserido no sistema informatizado para fins de registro e expedição de documentação escolar. A nota deve ser lançada após analise dos aspectos qualitativos e quantitativos dos resultados obtidos no decorrer do semestre, mediante a recuperação paralela. Os aspectos qualitativos predominam sobre os quantitativos como também o resultado obtido na recuperação paralela predomina sobre os resultados das avaliações anteriores. Será considerado aprovado o aluno que apresentar freqüência igual ou superior a 75% do total de horas letivas, Médias igual ou superior a 6,0 (seis virgula zero) ou com freqüência de 75% do total de horas letivas, Média inferior a 6,0 (seis virgula zero) se for aprovado pelo Conselho de Classe quando julgar que isso não implicará em prejuízos futuros para o aluno. A Média Anual (M.A) para cada disciplina é obtida da média ponderada, dos registros de notas resultantes das avaliações realizadas em dois semestres letivos de acordo com a fórmula: (1º Semestre X 4) + ( 2º Semestre X 6) = (Média Anual) 10 Será considerado reprovado o aluno que apresentar freqüência inferior a 75% do total de horas aulas independentemente do aproveitamento escolar como também, Média inferior a 6,0 (seis vírgula zero), mínimo estabelecido pela escola, e ouvido o Conselho Escolar. Encerrado o processo de avaliação o Estabelecimento de Ensino registrará, no histórico escolar do aluno, sua condição de Aprovado ou Reprovado. Síntese do Sistema de Avaliação: 71 Freqüência avaliação Situação = ou > 75% = ou > 6,0 Aprovado = ou > 75% < 6,0 Retido Qualquer Retido < 75% Recuperação de Estudos A Avaliação e a Recuperação de Estudos sugerida na LDB (9394/96), regulamentada no Estado do Paraná pela SEED, Secretaria de Estado da Educação, através da Deliberação nº 007/99 é direito dos alunos independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos. Consta no Regimento Interno da escola e, dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo de ensino e aprendizagem. Será organizada com atividades significativas, por meio de procedimento didático-metodologicos diversificados. Essa visão e intervenção, necessária ao processo de ensino e aprendizagem, considera que os estudos paralelos de recuperação são inerentes a uma prática avaliativa mediadora, com a intenção de subsidiar, provocar, promover a evolução do aluno em todas as áreas de seu desenvolvimento. Tarefas, repostas e manifestações serão analisadas com freqüência pelo professor que propõe novas perguntas e experiências educativas ajustadas às necessidades e interesses percebidos. Tendo como principio a recuperação do conteúdo e não da nota haja vista que, o aspecto qualitativo prepondera sobre quantitativo, a Recuperação de Estudos deverá ocorrer tão logo o Professor perceba a necessidade de voltar ao conteúdo que não foi bem apreendido. No seu desenvolvimento ela deve rever o que foi planejado, mas de maneira mais flexível, variando de acordo com o grau de dificuldade de cada aluno ou turma. O Professor deve ter clareza de como irá realizar a Recuperação de Estudos e o tipo de atendimento que dará ao aluno. A recuperação concomitante poderá assumir varias formas como: 72 • Atendimento individual em classe ao aluno que apresentar defasagem na aprendizagem; • Atendimento extra-classe com acompanhamento de um aluno monitor; • Atividade em grupo com acompanhamento do Professor; • Trabalhos de revisão de aula. É pertinente salientar que a retomada dos conteúdos envolvendo toda a classe, ainda que apenas alguns alunos tenham apresentado dificuldades e baixa no rendimento escolar, amplia os conhecimentos já apropriados e como conseqüência eleva a nota de toda a turma. A recuperação de estudos dar-se-á também através da sala de apoio, que funciona no contraturno, para os alunos do 6º e 9º ano com necessidades de retomada de conteúdos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Processos de Promoção, Classificação e Reclassificação Classificação é procedimento que o estabelecimento de ensino adota para matricular e posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquirido por meios formais ou informais. Tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e resguarda os direitos dos alunos, da escola e dos profissionais podendo ser realizada: - por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, o ano ou fase anterior, na própria escola; - por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do exterior, considerando a classificação da escola de origem; - independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para posicionar o aluno no ano, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu grau de desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais. A reclassificação se constitui no processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de estudos compatíveis com sua experiência e desenvolvimento, independentemente do que registre o seu Histórico Escolar sendo vedada para a 73 etapa inferior à anteriormente cursada. Neste processo, cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com freqüência no ano/disciplina, dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma possa iniciar o processo de reclassificação. Aproveitamento de Estudos O Art. 113 do Regimento Interno desta Instituição de Ensino estabelece que os estudos concluídos com êxito serão aproveitados considerando o aproveitamento da carga horária efetivamente cumprida pelo aluno, no estabelecimento de origem, sendo transcrita no Histórico Escolar, para fins de cálculo da carga horária total do curso. Regime de Progressão Parcial A matrícula com Progressão Parcial é aquela por meio da qual o aluno, não obtendo aprovação final em até três disciplinas em regime seriado e/ou anual, poderá cursá-las subseqüente e concomitantemente aos anos seguintes. O estabelecimento de ensino oferta matrícula com Progressão Parcial ao aluno que não obtiver êxito em 3 (três) anos e desta forma, as disciplinas em dependência serão cursadas, pelo aluno, em turno contrário ao do ano em que foi matriculado. O regime de Progressão Parcial exige, para aprovação na dependência, a freqüência determinada em lei e o aproveitamento escolar estabelecido no Regimento. Havendo incompatibilidade de horário, será estabelecido plano especial de estudos para a disciplina em dependência, registrando-se em relatório, o qual integrará a pasta individual do aluno. Ao final do curso, havendo disciplina em dependência, o aluno será matriculado no ano, para cursar somente a(s) disciplina(s) em dependência(s) e o Certificado ou Diploma será expedido após a sua conclusão. A expedição de Certificado ou Diploma de conclusão do curso ocorrerá após atendida a carga horária mínima exigida em lei. Adaptação 74 A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didáticopedagógica desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta Pedagógica Curricular, para que o aluno possa seguir o novo currículo. Far-se-á pela Base Comum Nacional e será realizada durante o período letivo. A efetivação do processo de adaptação será de responsabilidade da equipe pedagógica e docente, que deve especificar as adaptações a que o aluno está sujeito, elaborando um plano próprio, flexível e adequado ao aluno e ao final do processo, será elaborada Ata de resultados, os quais serão registrados no Histórico Escolar e no Relatório Final. O estabelecimento de ensino procederá à equivalência de estudos incompletos cursados no exterior e equivalente ao Ensino Fundamental de acordo com as orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação observando: - as preocupações indispensáveis ao exame da documentação do processo, cujas peças, quando produzidas no exterior, devem ser autenticadas pelo Cônsul brasileiro da jurisdição ou, na impossibilidade, pelo Cônsul do país de origem, exceto para os documentos escolares encaminhados por via diplomática, expedidos na França e nos países do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL; - a existência de acordos e convênios internacionais; - que todos os documentos escolares originais, exceto os de língua espanhola, contenham tradução para o português por tradutor juramentado; - as normas para transferência e aproveitamento de estudos constantes na legislação vigente. Os alunos que estudarem em estabelecimento de ensino brasileiro sediados no exterior, desde que devidamente autorizados pelo Conselho Nacional de Educação, não precisam submeter-se aos procedimentos de equivalência e revalidação de estudos porém, é necessário que a documentação escolar do aluno oriundo de escola brasileira sediada no exterior contenha o número do parecer do Conselho Nacional de educação que autorizou o funcionamento da escola no exterior e o visto consular. Para proceder à equivalência de estudos incompletos, o estabelecimento de ensino seguirá as orientações contidas nas instruções emanadas da Secretaria de Estado da Educação. O estabelecimento de ensino expedirá certificado de conclusão ao aluno que realizar a revalidação de estudos completos do Ensino Fundamental. 75 A matrícula do aluno proveniente do exterior, que não apresentar documentação escolar, far-se-á mediante processo de classificação, previsto na legislação vigente e, caso o aluno não apresente condições imediatas para classificação será matriculado no ano compatível com sua idade em qualquer época do ano, ficando a escola obrigada a elaborar plano próprio. A matrícula dos alunos oriundos do exterior, com período letivo concluído após ultrapassados 25% do total de horas letivas previstas no calendário escolar, far-se-á mediante classificação, aproveitamento e adaptação, previstos na legislação vigente, independentemente da apresentação de documentação escolar de estudos realizados. O estabelecimento de ensino, ao realizar a equivalência de estudos, emitirá a respectiva documentação e após efetuada a revalidação ou declarada a equivalência, o ato pertinente será registrado junto ao Núcleo Regional da educação e os resultados integrarão a documentação do aluno. Processo de Aprimoramento da Prática Pedagógica Para que os professores possam desenvolver suas atividades de forma eficiente e tendo em vista uma concepção de formação continuada que tem na prática docente o seu foco de reflexão e de ação, deve ser disponibilizada a o professor, como também a toda equipe de apoio, condições que lhes permitam participar de capacitações, que lhes permitam a atualização, avanço na carreira, qualificação e elevação da auto-estima na medida em que, para a busca na qualidade do ensino faz-se necessário um profissional com formação mais adequada, preparado para sustentar sua prática pedagógica frente à diversidade de situações em sala de aula e na escola visando, acima de tudo, o sucesso do aluno. No inicio e no transcorrer do ano letivo os professores e funcionários têm oportunidade de se inscrever para as capacitações que irão ocorrer durante o ano de acordo com as opções oferecidas pela SEED e de acordo com o interesse e disponibilidade de cada um: - Participação da Equipe Pedagógica, Equipe Administrativa, Professores e funcionários na Jornada Pedagógica; - Participação em Grupos de Estudos, por área, promovidos pela SEED; - Simpósio de Educação nas diversas áreas do conhecimento; 76 - Grupos de Estudos aos sábados; - Capacitação descentralizada na própria escola; - Participação de vários professores no Programa PDE; - Participação do coletivo de funcionários da escola no DEB itinerante. Plano de Formação Continuada Um dos elementos que irão contribuir para a efetiva implementação do Projeto Político Pedagógico se constitui num Plano de Formação Continuada que favoreça a atuação dos professores objetivando compreender e aperfeiçoar a prática e obter o crescimento pessoal e profissional em beneficio ao desenvolvimento do aluno. É necessário, portanto, um processo de formação permanente, dinâmico e integrador, articulado à prática, à reflexão e à investigação acerca dos conhecimentos apregoados no PPP. Proposta de Formação Continuada da Escola A proposição desse projeto visa a formação continuada aos professores e funcionários reconhecendo a importância e necessidade desse processo de formação numa perspectiva de oportunizar uma melhor qualificação através de momentos de estudos, debates, reflexões e trocas de experiências sobre questões pertinentes relacionadas ao desempenho pessoal e profissional. Busca-se enriquecer e melhorar a prática pedagógica oportunizando melhor embasamento e dinamização das aulas, atividades, projetos e eventos promovidos pela escola. Objetivos - Envolver todos os funcionários da escola; - Proporcionar momentos de reflexões, questionamentos, discussões, leituras e estudos envolvendo profissionais da educação dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental de nove anos; - Proporcionar meio para a melhoria do desempenho profissional colaborando para o aperfeiçoamento continuo; - Possibilitar maior embasamento teórico e dinamização das aulas; 77 - Contribuir para o enriquecimento e melhoria da prática pedagógica. Desenvolvimento Estudo através de leituras, análise e reflexão de artigos, reportagens, vídeos pedagógicos e textos fornecidos pelo NRE e pela SEED, troca de experiências, leitura de livros da biblioteca do professor como também leitura e reflexão de artigos publicada nas revistas Nova Escola, Veja, entre outras. Os temas serão selecionados anteriormente, pela Equipe Pedagógica, de acordo com o interesse, necessidade e realidade da escola. Serão também utilizados textos trabalhados nas Jornadas Pedagógicas por se tratarem de interesse do coletivo da escola. Período de Execução No decorrer do ano letivo. Articulação do Estabelecimento com a Família e Comunidade De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 a educação é dever do Estado e da família. Além dessa prerrogativa, como a escola faz parte do cotidiano do aluno, os pais devem estar envolvidos em todo processo de ensino aprendizagem. A interação e participação dos pais se constituem em ajuda fundamental na resolução de muitos problemas escolares relacionados ao educando que vão surgindo no decorrer do período letivo. É de extrema importância que os pais estejam na escola para dar sugestões, participarem da tomada de decisões, assim como de eventos promovidos e, não apenas para receber informações referentes ao desempenho e comportamento de seus filhos, pois, o relacionamento com a escola, aluno, professor, acesso às informações e documentos escolares e contribuições relativas ao processo de enriquecimento do Projeto Político Pedagógico é fundamental para que a educação se torne um exercício de democracia, assegurando uma parceria imprescindível ao trabalho educacional. Na Escola Estadual do Campo de Vila Nova a equipe Pedagógica e Direção estão constantemente à disposição dos pais os recebendo sempre que 78 acharem necessário. Ademais, são realizadas reuniões de inicio de ano para o conhecimento do Regimento, apresentação dos professores e equipe. Após a realização de cada Pré-Conselho os pais são convidados a se inteirarem das dificuldades detectadas no processo de aprendizagem dos filhos. Eventualmente são feitas reuniões por ano/turma caso seja diagnosticado baixa no rendimento da turma. Além dos pais, toda a comunidade do bairro é convidada a participar de eventos como comemorações referentes ao Dia das Mães, Dia dos Pais, festas juninas, palestras, mostra pedagógica entre outros. Organização do Horário/Hora atividade De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 a educação é dever do Estado e da família. Além dessa prerrogativa, como a escola faz parte do cotidiano do aluno, os pais devem estar envolvidos em todo processo de ensino aprendizagem. A interação e participação dos pais se constituem em ajuda fundamental na resolução de muitos problemas escolares relacionados ao educando que vão surgindo no decorrer do período letivo. É de extrema importância que os pais estejam na escola para dar sugestões, participarem da tomada de decisões, assim como de eventos promovidos e, não apenas para receber informações referentes ao desempenho e comportamento de seus filhos, pois, o relacionamento com a escola, aluno, professor, acesso às informações e documentos escolares e contribuições relativas ao processo de enriquecimento do Projeto Político Pedagógico é fundamental para que a educação se torne um exercício de democracia, assegurando uma parceria imprescindível ao trabalho educacional. Na Escola Estadual do Campo de Vila Nova a equipe Pedagógica e Direção estão constantemente à disposição dos pais os recebendo sempre que acharem necessário. Ademais, são realizadas reuniões de inicio de ano para o conhecimento do Regimento, apresentação dos professores e equipe. Após a realização de cada Pré-Conselho os pais são convidados a se inteirarem das dificuldades detectadas no processo de aprendizagem dos filhos. Eventualmente são feitas reuniões por anos/turma caso seja diagnosticado baixa no rendimento da turma. Também são convidados a participarem de eventos como comemorações 79 referentes ao Dia das Mães, Dia dos Pais, festas juninas, palestras, amostra pedagógica entre outros. Atuação da Equipe Muldisciplinar Composta a cada 02 (dois) anos e Instituída por Instrução da SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 – CEE/PR refere-se à organização do trabalho escolar, preferencialmente coordenada pela Equipe Pedagógica, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento de ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena com vistas a tratar a historia desses segmentos sócio-históricos na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e indígena mirese positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura, da contribuição para o país e para a humanidade. Sua composição dar-se-á por aclamação e de acordo com a Resolução nº 3399/2010 – GS/SEED deverá ser composta preferencialmente com maior número de professores/as da área de humanas. (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Arte, História, Geografia, Educação Física, Ensino Religioso) De acordo como o exposto a Equipe Multidisciplinar da instituição esta assim constituída: Coordenador: Carlos Eduardo José de Moura Aline de Fátima Miguel Angela aparecida Oliveira Carlos Roberto Baruta Cristiane Barbosa de Oliveira Francyane Aparecida Barbosa de Assis Gislaine Bezerra Glaucia Cristina Oliveira Ilui de Fátima Leite José Alexandre de Lima Judite Barbosa Nilza Fernandes Batista da Silva Osni Rodrigues de Melo Paulo Alexandre de Lima Simone Aparecida Lopes 80 Terezinha Aparecida Custódio. Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar O plano de trabalho apresentado expõe propostas de ações que deverão orientar o trabalho contra o racismo e práticas preconceituosas no espaço escolar; desenvolver ações relativas à educação das relações étnicos raciais e ao ensino de história e cultura Africana, Afrobrasileira e Indígena norteando intervenções pedagógicas que irão integrar o Plano de Trabalho Docente com o propósito precípuo de desmistificar equívocos históricos, conceituais e culturais da comunidade negra e indígena. Essa orientação pretende abrir espaço para todos, ajudando alunos a construírem referenciais positivos de identidade racial. Ações a serem desenvolvidas - Subsidiar o Conselho Escolar na realização de ações de enfrentamento ao preconceito, discriminação e racismo no ambiente escolar, apoiando o corpo docente, equipe pedagógica, direção, funcionários, pais, mães e alunado. - Subsidiar as ações da equipe pedagógica na mediação com os professores na elaboração do Plano de Trabalho docente. - Diagnosticar o posicionamento do Estabelecimento de Ensino quanto ao trato da questão etnicorracial no fazer pedagógico; - promover leitura, discussão e reflexão das Leis 10.693/03 e 11.645/08, bem como analisar o contexto histórico social de ambas; -Problematizar na pratica pedagógica cotidiana atividades, projetos e comemorações que dêem visibilidade aos diferentes sujeitos historicamente discriminados pela sociedade; - Organizar e disponibilizar um espaço próprio na biblioteca da escola com: literatura especifica; imagens; objetos iconográficos; lista de documentários; musicas, entre outros, voltados para a Historia e Cultura Africana, Afrobrasileira e Indígena; - Mapear a comunidade para conhecer a historia e percurso de ação da população negra e/ou indígena da cidade e sua participação em movimentos ou associações; 81 - Pesquisar e sequenciar as contribuições das personalidades negras em diferentes áreas do conhecimento e das diferentes comunidades tradicionais indígenas; - Valorizar as ações e políticas por meio de leitura de textos informativos, de debates, discussões, seminários, que objetivem a promoção da igualdade de oportunidade, considerando os critérios de igualdade de condições; - Elaborar uma lista de filmes e recortes fílmicos, textos, literatura, documentários, narrativa e sites para a socialização com professores e estudantes sobre a temática Africana, Afrobrasileira e Indígena; - Apresentar a comunidade escolar o resultado dos trabalhos realizados em sala de aula por meio de murais, vídeos, seminários, palestras, entre outros; - Garantir nos documentos próprios do Estabelecimento de Ensino (PPP, PPC, PTD, Regimento Escolar e Plano de Ação da Direção) praticas pedagógicas concretas e aplicáveis que possibilitem a operacionalização das ações; - Identificação dos sujeitos - quem são os afrodescendentes e descendentes de indígenas na comunidade escolar; professores, funcionários, alunos... - Enfatizar o desenvolvimento de atividades especificamente nos meses de ABRIL: indígena e NOVEMBRO: Consciência Negra; - Oportunizar momentos de estudo e formação teórica com os componentes da equipe; - Encontro com os demais profissionais da escola para exposição dos objetivos da equipe multidisciplinar. Cronograma: Ações desenvolvidas até novembro /dezembro de 2011 e propostas de encaminhamento para 2012 (considerando a avaliação das ações feitas em 2011) Ainda, objetivando contribuir com o trabalho pedagógico achou-se pertinente incluir no PPP temas históricos, conceituais e culturais sugeridos pela Equipe Muldisciplinar referente a todas as disciplinas da Base Nacional Comum que compõem a matriz curricular relacionados à cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena. A Lei nº. 11.645, de março de 2008 altera a Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que 82 estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura AfroBrasileira e Indígena”. Assim, o Art. 26 A da Lei 9394/96, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 26 A – Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, públicos ou privados, torna-se obrigatório o estudo da historia e cultura AfroBrasileira e Indígena”. Em cumprimento ao disposto, serão incorporados e atualizados conteúdos étnico-culturais aos conteúdos estruturantes e básicos que compõem o campo de estudos de cada disciplina. Língua Portuguesa Realizar com os alunos estudos e pesquisas de países que falam a língua portuguesa. Existem características comuns? Quais as razões? Atualmente como estão esses países? Qual a composição étnica? Identificar diferenças do português falado e escrito entre eles. Realizar também estudos e pesquisas dos estados que abrigam terras indígenas. Quantos são? Todas as etnias falam a língua indígena? Quais as razões que levam um povo a deixar de falar sua língua materna? Quais as contribuições da língua indígena para o português? Analisar implicações da carga pejorativa atribuída ao termo negro e índio e outras expressões do vocabulário. Elaborar um pequeno dicionário com vocábulos indígena e afro. Ler e interpretar letras de músicas relacionadas à questão racial. Propor que os alunos produzam acrósticos, poesias e textos relacionados aos dois segmentos raciais. História Ao professor de História recai a parcela maior de responsabilidade quando se trata de conhecer, estudar e pesquisar a presença do negro e do indígena na formação da sociedade brasileira. A ele cabe construir um novo olhar sobre a historia nacional, regional e local, ressaltando a contribuição desses povos para o nosso país. Visões equivocadas sobre o negro, o continente africano e o indígena devem ser desmistificadas. Algumas, entre tantas, podem ser trabalhadas em sala de aula, a saber: 83 - A Historia do Brasil sob a ótica da historiografia oficial. O Brasil foi descoberto ou ocupado? - Estereótipo do índio atrelado ao imaginário do selvagem primitivo desconsiderando todas as incursões culturais advindas do contato com o não índio e a dinâmica do tempo. - Concepção do índio como “preguiçoso” desconsiderando sua visão cultural sobre o trabalho. - A idéia do índio genérico desconsiderando a diversidade étnica e cultural que compõe a singularidade de cada tribo. - A idéia do índio sem cultura, religião e organização social. - A do negro visto como escravo: não se pode naturalizar a situação do negro como escravo, eles não eram escravos, foram escravizados. A África não é uma terra de escravos. Os povos africanos eram portadores de história, de saberes, conhecimentos, que na maioria eram transmitidos pela oralidade. - A África como continente primitivo: a imagem de que o continente africano é povoado por tribos primitivas em imensas florestas está presente no imaginário de muitas pessoas. - A idéia de que o negro foi escravizado porque era mais dócil, menos rebelde que os indígenas. Omite-se que há uma história de organização e resistência desde a vinda nos navios negreiros, as fugas individuais e coletivas para os quilombos, a organização em irmandades, a resistência da cultura nas manifestações religiosas dos batuques e terreiros, até as formas de negociação para a conquista da liberdade. Geografia A Geografia tendo como objeto de estudo o espaço geográfico e suas interações, abordará estes segmentos étnicos destacando os contextos: - A miscigenação que compõe a população brasileira. - A contribuição do negro e do índio na construção da nação brasileira. - O movimento do povo indígena e africano no tempo e no espaço. - A distribuição espacial dos povos indígenas após o processo de demarcação das terras no Brasil, no Paraná e em São Jerônimo da Serra. - A importância do espaço geográfico tradicional para os povos indígenas. 84 - A distribuição espacial da população afrodescendente e indígena no Brasil contemporâneo. - A distribuição espacial dos quilombos na época da escravidão e atualmente. - Análise de documentos oficiais como portarias e decretos, que estipulam os limites de terras indígenas e quilombos. Ensino Religioso É propiciada ao aluno nas aulas de Ensino Religioso, a oportunidade de identificação, de entendimento, de conhecimento, de aprendizagem em relação às diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, de tal forma que contemplem o sagrado na visão Afro-Brasileira e indígena objetivando o conhecimento, condição precípua ao respeito. - Estudo sobre as celebrações religiosas do afrodescendente e sua influência na cultura brasileira. - Estudo das concepções do índio (mitologia) sobre a criação do mundo bem como do surgimento das nações indígenas sob a visão do sagrado. - A religiosidade como aspecto de dominação e homogeneização da cultura indígena e africana. - Sincretismo religioso – união das crenças africanas ao catolicismo. - Estudo sobre as religiões africanas presentes no Brasil. Arte O multiculturalismo é o denominador comum dos movimentos em busca da democratização da educação, portanto, a presença de elementos das culturas de matriz africana e indígena, na disciplina de Arte, se constitui num recorte fundamental para o reconhecimento identitário destes segmentos étnicos nas diferentes produções artísticas. - Identificação e registro das pessoas que desenvolvem atividades artísticas nas terras indígenas localizadas em São Jerônimo da Serra. Tal tarefa de investigação pode ser feita a partir de perguntas como: são as mulheres que fazem artesanato ou são os homens? Se forem as mulheres, com que idade podem ser iniciadas nessa atividade? Quem executa os cantos? Quais as canções podem ser executadas pelos homens e quais pelas mulheres? Em que situações isso acontece? Há especialistas 85 em determinadas modalidades de arte? Quem são essas pessoas, o que fazem e como trabalham? Que conhecimentos específicos dominam? Com quem aprenderam? - A contribuição artística da cultura africana na formação da Música Popular Brasileira: origem do batuque, do lundu e do samba, entre outros. - Conhecimento de técnicas e materiais utilizados por outros povos indígenas e nãoindígenas. Comparar estilos e formas de produção e apreciação. - Manifestação corporal expressa no folclore brasileiro. - Explorar os conteúdos sobre formas e padrões (físico e matemático) presentes nas artes indígena e africana (artesanato, pintura, arquitetura, musica, estamparia, objetos decorativos). - Artistas plásticos como Mestre Didi (Bahia-Brasil) presença e influência da arte africana nas obras de artistas contemporâneos. Ciências Embora a definição que criaram de ciência para se referir aos povos não-europeus, como raças inferiores incapazes intelectualmente, já que estes não teriam criado a mesma forma de conhecimento primeiramente filosófico e depois cientifico ainda prevaleça, fazer ciência e tecnologia é parte da atividade humana. As sociedades indígenas e africanas, em sua longa e diversificada trajetória, também produziram conhecimento sobre o ser humano e a natureza e, muitos deles, foram e ainda são referências para a investigação ou reconhecidos em seus fundamentos científicos pela ciência moderna. - Estudo sobre teorias antropológicas. - Desmistificação das teorias racistas, destituídas de significado e pseudosuperioridade racial. - Estudo acerca de outras explicações, fundamentadas no conhecimento indígena e afro, sobre o céu e seus fenômenos. - Estudos sobre os impactos das novas atividades econômicas sobre a organização social dos povos indígenas. - Contribuições dos povos africanos, seus descendentes e povos indígenas para os avanços da Ciência e Tecnologia. - Tecnologia tradicional indígena e africana. 86 Educação Física O estudo das práticas corporais é muito importante no aprendizado e está presente na estrutura da cultura de matriz africana e indígena constituindo-se em uma valiosa ferramenta de aproximação e abordagens para o trabalho com estas culturas agregando fatores sociais, políticos e culturais. - Brinquedos e brincadeiras da cultura indígena e africana e sua ressignificaçao nas praticas corporais desses dois segmentos étnicos. - Articulação dos conhecimentos específicos da Educação Física com os conhecimentos tradicionais da cultura afro e indígena relacionadas a jogos, danças e brincadeiras. - Estudo das praticas corporais da cultura negra e indígena, em diferentes momentos históricos. - Jogos praticados no Brasil pelos afrodescendentes e indígenas numa perspectiva histórica. - A capoeira, seus significados e sentidos no contexto histórico-social, como elemento da cultura corporal. Através da capoeira, torna-se possível resgatar a historicidade do negro, desde o momento em que foi retirado do continente africano. Matemática O saber matemático é fundamental para a compreensão da realidade e está, neste sentido, intimamente articulado às atividades cotidianas que cada sociedade, em sua singularidade cultural, desenvolve. Não se trata simplesmente, de lidar com números e fazer contas; o estudo dos números e operações aritméticas é apenas um dos campos da matemática. Este conhecimento pode estar expresso nas formas diferenciadas de conceber o espaço; nos padrões geométricos da tecelagem, cestaria ou pintura corporal; nos distintos modos de delimitar ou medir a passagem do tempo, ou seja, cada grupo étnico tem formas próprias de “matematizar”. 87 - Estudo e pesquisa dos diferentes sistemas numéricos e das varias maneiras que os indígenas e os africanos utilizavam para contar objetivando uma melhor compreensão das varias matemáticas. - Análise de documentos oficiais como portarias e decretos, que estipulam as demarcações de terras indígenas e quilombos no intuito de compreender as noções de medidas e de unidade de medidas. - Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população afrodescendente e indígena (numero demográfico, renda e escolaridade). Análise de pesquisas relacionadas ao mercado de trabalho no país. Realização com os alunos de pesquisas de dados no município relacionada à população negra e indígena. A coleta de dados propiciará aos estudantes capacidade de analisar e refletir sobre a cultura afro-brasileira e indígena e as situações de desigualdades que vivenciam. De posse dessas informações lhes serão revelados as causas e como se originam essa cultura discriminatória. Acompanhamento das Atividades em Contraturno A equipe pedagógica é peça fundamental no espaço escolar, pois busca integrar os envolvidos no processo educacional no sentido de propiciar o suporte que gerencia, coordena e supervisiona todas as atividades relacionadas ao trabalho concernente ao ensino e à aprendizagem. Em decorrência, a sala de apoio, que funciona no contraturno ofertada aos alunos do 6º e 9º ano para reforço e recuperação de conteúdos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática esta sob a coordenação da equipe pedagógica que atua organizando a hora atividade do professor no sentido de garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico; acompanha e orienta o processo de elaboração do Plano de Trabalho Docente; disponibiliza e subsidia com material de estudo para reflexão e aprofundamento de temas e situações relativas ao trabalho do professor com vistas a propostas de intervenções pedagógicas que se fizerem necessárias; acompanha os aspectos de socialização e aprendizagem dos alunos, realizando contato com a família objetivando a promoção do aluno. Matriz Curricular – Parte Diversificada 88 De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394/96; as Diretrizes Curriculares da Educação da Rede Pública Estadual de Educação Básica do Estado do Paraná e ao que estabelece a Instrução nº 021/2010-SUED/SEED na Parte diversificada da Matriz Curricular deverá estar especificada uma Língua Estrangeira como disciplina obrigatória, definida pela comunidade escolar, observando-se a disponibilidade de professor habilitado e as características da comunidade atendida. Em cumprimento a este arcabouço legal, a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental obedecendo ao critério da disponibilidade do professor e consenso da comunidade escolar optou pela oferta de ensino da Língua Inglesa. Calendário Escolar O calendário escolar é o instrumento que marca o ritmo das atividades da escola definindo as datas dos principais eventos (primeiro e último dias de aula, eventos especiais de caráter geral) e o número de dias letivos/horas no ano. Portanto, sua elaboração deve estar em consonância com o estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 bem como, com a linha de trabalho proposta pela escola. Prevendo um mínimo de 200 dias letivos no ano, com um mínimo de 800 horas de atividades que envolvam professores e alunos. Obedecido ao critério universal de observância do mínimo de dias letivos estabelecidos pela LDB, a instituição, a partir das opções de calendários disponibilizados anualmente pela SEED, apresenta-os aos segmentos da escola, após apreciação, analisa o que mais se adequar ao sistema de transporte escolar, que atende as cinco escolas localizadas na zona rural. Esta particularidade é considerada condicionando a escolha ao modelo mais votado pelas Instituições da Rede Estadual de Ensino do município. 89 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Anexo da Resolução N º 4901/2011- GS/SEED CALENDÁRIO ESCOLAR – 2012 - E. E. DO CAMPO VILA NOVA - ENSINO FUNDAMENTAL Considerados como dias letivos: semana pedagógica (06 dias); formação continuada (02 dias); replanejamento (01 dia); reunião pedagógica (01 dias) – Delib. 02/02-CEE Janeiro D S T Q Fevereiro Q S S D 5 S 6 T 7 Março Q Q S S 1 2 3 4 8 9 10 11 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 12 13 14 15 16 17 18 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 29 30 31 25 26 27 28 D 17 4 S 5 T 6 Q 7 Q S 1 2 S 3 8 9 10 15 16 17 dias 19 20 21 22 23 24 25 18 19 20 21 22 23 24 26 27 28 29 25 26 27 28 29 30 31 1 Dia Mundial da Paz 20 a 22 Carnaval Abril Maio D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 21 11 12 13 14 dias D S Junho T Q Q S S 1 2 3 4 5 D S T Q Q S S 1 2 90 8 9 10 11 12 13 14 19 15 16 17 18 19 20 21 dias 22 23 24 25 26 27 28 29 30 6 Paixão 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 21 dias 19 10 11 12 13 14 15 16 dias 3 4 5 6 7 8 9 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30 1 Dia do Trabalho 7 Corpus Christi 21 Tiradentes Julho Agosto D S T Q Q S S 1 2 3 4 5 6 7 3 D 8 9 10 11 12 13 14 dias 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 5 S T 6 7 Setembro Q Q S S 1 2 3 4 8 9 10 11 9 S T Q Q S 2 3 4 5 6 7 S 1 23 8 19 9 10 11 12 13 14 15 dias 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22 26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29 12 13 14 15 16 17 18 dias D dias 30 07 Dia do Func. de Escola Outubro D S T Q 7 Independência Novembro Q S S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 19 14 15 16 17 18 19 20 dias 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 D S T Q 4 5 6 7 Dezembro Q S S 1 2 3 8 9 10 D S T Q Q S 2 3 4 5 6 7 S 1 18 8 13 14 15 dias 18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 dias 30 31 12 N. S. Aparecida 2 Finados 15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 20 Dia Nacional da Consciência Negra 11 Feriado Municipal 25 Natal Férias Discentes Dias Letivos 1° Semestre 2° Semestre Total 13 9 10 11 12 11 12 13 14 15 16 17 Férias/Recesso/Docentes 100 Janeiro 31 janeiro/férias 30 101 fevereiro 7 janeiro/julho/recesso 15 201 julho 18 dez/recesso 12 dezembro 12 outros recessos Total 68 Total 3 60 Início/Término Férias Formação Continuada SEED e NRE Recesso Feriado Municipal Formação Continuada Conselho de Classe Reunião Pedagógica Integração Escola/Comunidade Planejamento/Replanejamento Semana Pedagógica 91 Proposta de Inclusão Educacional A Educação Inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, conjugando igualdade e diferença como valores indissociáveis. Trata-se de uma reestruturação da cultura, prática docente e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebendo o sujeito e suas singularidades, objetiva o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. A Educação Inclusiva não deve ser confundida com Educação Especial, embora a contemple. Tem por princípio básico estar atenta à diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. A proposta de trabalho desta Instituição de Ensino para a inclusão educacional não prevê a utilização de métodos e técnicas para esta ou aquela deficiência ou dificuldade de aprender por entender que os alunos aprendem nos seus limites e, o professor, consciente de que oferta um ensino de qualidade, levará em conta essa condição e explorará convenientemente as possibilidades de cada um. Não se trata de uma aceitação passiva do desempenho do aluno, mas agir com realismo e coerência admitindo que a escola existe para formar as novas gerações e não apenas alguns alunos, os mais capacitados e privilegiados. Além desta proposição, o trato com temas abordando a diversidade cultural, étnica, de gênero e de condição social serão tomados como constructos epistemológicos imprescindíveis a uma formação humana e necessária ao respeito pelas diferenças que se traduz em inclusão social. Prevenção e Uso Indevido de Drogas O encaminhamento proposto implica tratar a prevenção e uso indevido de drogas de maneira crítica, histórica e pedagógica articulada aos 92 conteúdos das diferentes disciplinas da Grade curricular contribuindo para que o jovem pense e reflita de maneira crítica sobre sua vida, suas escolhas, seus desejos, suas frustrações e futuro. Assim sendo, o trabalho pedagógico sobre a prevenção e uso indevido de drogas vai além das discussões do campo biológico e perpassam outras áreas do conhecimento como as Ciências Humanas e Exatas, possibilitando que diferentes disciplinas da grade curricular possam contribuir por meio de seus conteúdos historicamente construídos e embasados no conhecimento científico. Apresentamos uma relação de assuntos, os quais se encontram articulados com a problemática das drogas e permitem aos professores estabelecerem conexões com suas respectivas disciplinas numa dimensão filosófica e científica que irá imprimir o elemento da interpretação ou significação. Dessa forma, o esforço consiste em estipular por meio de conceitos e pressupostos um ponto de partida, uma base para abordar o tema. - Sociedade Contemporânea: Toda a abordagem sobre drogas no contexto escolar deve necessariamente partir do conceito de Sociedade Contemporânea. Assim, é preciso estabelecer as características desta sociedade, conhecê-la e desvelar suas representações e discursos, tendo em vista a necessidade de viver e conviver em contextos, nos quais predominam a injustiça e desigualdades sociais, a pobreza, o racismo, o sexismo, o preconceito e a discriminação diante de tantas situações. Desta forma, a compreensão crítica e histórica desta sociedade objetiva uma reflexão sobre as representações dos usos indevidos de drogas, a fim de romper com os estigmas que foram conferidos pelo capitalismo, pela mídia e pelas concepções neoliberais de organização da sociedade. - Drogas: ações e efeitos: O uso de drogas consiste num fenômeno complexo resultante da combinação de pelo menos três fatores fundamentais: o sujeito, o produto (droga) e o contexto sócio-cultural. Portanto, é preciso considerar os conceitos de drogas, de uso indevido, de dependência, de tolerância e de síndrome de abstinência, entre outros, os quais devem ser explicados a fim de que se tenha o entendimento da concepção de drogaçao na sociedade contemporânea e por extensão na escola. Considera-se importante neste tópico sobre as drogas: a classificação quanto à origem (naturais, sintéticas e semi-sintéticas); os mecanismos de ação nos organismos (depressoras, estimulantes e alucinógenas); a legalidade (lícitas e ilícitas); os tipos dês usuários quanto a freqüência (experimentadores, 93 ocasional, habitual e dependentes). Esta abordagem precisa ser discutida à luz de um referencial teórico-crítico e consistente o qual permitirá compreender as relações de poder que se estabelecem acerca da produção, distribuição e consumo. - Mídia e drogas: Discutir e compreender representações da droga na mídia é imprescindível na medida em que está vinculada aos interesses econômicos, reproduzindo e legitimando o discurso neoliberal. Nesse processo, são construídos discursos hegemônicos direcionados à juventude, que associam as drogas, especialmente, às bebidas alcoólicas como substancias úteis aos sujeitos, utilizadas, principalmente, nas horas de lazer, também as responsabiliza por grande parte dos atos de violência. Legislação específica: É importante conhecer as legislações brasileiras sobre as drogas, pois, fixam normas e as definem como lícitas ou ilícitas. O conhecimento da Lei relacionada às disposições sobre o uso, consumo e produção de drogas trazem esclarecimentos significativos para a compreensão das relações que se estabelecem na sociedade, pensando em sua organização mais justa. Narcotráfico: Embora seja um assunto árduo, denso e pouco discutido no âmbito escolar, torna-se relevante no debate pedagógico. Sua importância decorre da necessidade de por em pauta as relações de poder que se estabelecem, praticamente, em todas as classes sociais e nos diversos segmentos da sociedade contemporânea. Relações de poder, trabalho e de classe inserem-se nesse debate e permitem discutir questões relacionadas ao narcotráfico, como o desemprego, o trabalho informal, a desigualdade social, a fome, a violência, entre outros. Por conseguinte, trata-se de um assunto a ser abordado no contexto das diversas disciplinas escolares. Também é possível contemplar na discussão a definição dos papeis da Policia Civil, Militar e Federal, Ministério Publico, Judiciário e Sistema Prisional, bem como as relações de poder entre rotas de trafico, grupos rivais, corrupção de autoridades, aliciamento de menores, produção e consumo de drogas, lucratividade e prejuízos trazidos à sociedade, em decorrência de tais práticas. - Violência: A violência não é um atributo exclusivo da sociedade contemporânea, pois, em outros momentos da historia ela também se fazia presente. No entanto, a mídia tende a destacar as manifestações e associá-la ao uso e ao comercio ilegal de drogas, supervalorizando a associação entre crimes, violência e drogas. O uso abusivo de drogas não restringe suas conseqüências aos acidentes de transito, a cenas de brigas em bares ou entre traficantes, mas também envolve o ambiente 94 familiar. Portanto, a violência vinculada às drogas ocorre em diferentes contextos, envolvendo sujeitos em suas diversas identidades culturais que os colocam em situações, por vezes, conflitantes tanto na relação pessoal quanto coletiva. As ações a serem desenvolvidas no decorrer do ano letivo constituem-se de decorrências dos conteúdos trabalhados e serão apresentados e solicitados à medida que forem sendo abordados os temas com ênfase especial aos dias destinados à reflexão sobre Uso indevido e prevenção contra as drogas. • Consultar, a partir da seleção de sítios pelo professor, gráficos, bancos de dados, vídeos e textos específicos que subsidiarão o desenvolvimento de uma análise crítica acerca do uso de drogas e sua conseqüência para a saúde física e saúde social envolvendo as disciplinas da área de conhecimento das Ciências Humanas e Exatas; • Palestras com profissionais da saúde do município, PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência) e Patrulha Escolar sobre o tema em questão envolvendo as disciplinas de Língua Portuguesa, Ciências e Geografia que será decorrência das relações estabelecidas nos conteúdos trabalhados a partir dos recortes epistemológicos que propiciem a abordagem da temática; • Excursão ao Centro de Recuperação de Dependentes Químicos em São Jerônimo da Serra envolvendo a disciplina de Ciências e Ensino Religioso objetivando conhecer o trabalho desenvolvido, conseqüências para o organismo, formas de tratamento e, através do contato com essa realidade, adquirir elementos para dialetizar questões como escolhas, desejos, frustrações e futuro condicionados à pessoa que se deixou levar pela dependência química; • Palestras com depoimento de ex-usuários com relatos de experiências e exposição de trabalhos realizados tais como textos dissertativos, charge, gráficos, poesias e apresentação de musica com dança retratando o tema. Reorganização do Trabalho Pedagógico A escola deve ser lugar de apropriação crítica e sistematizada, lugar de questionamento do saber instituído e de produção criativa de conhecimentos novos, vinculados às necessidades da comunidade à qual esta escola serve. 95 Portanto, temos como meta desenvolver um trabalho através do diálogo, um trabalho coletivo onde, professores, equipe pedagógica, equipe administrativa e agentes educacionais desenvolvam suas ações educativas tendo como partida os mesmos objetivos, trabalhando em prol dos educandos e pela escola. Neste sentido, a escola se propõe a trabalhar com o compromisso de desenvolver atitudes e posicionamento que permitam ao educando pensar, expor suas próprias idéias, buscar respostas, no conhecimento cientifico, aos desafios presentes em sua realidade para transformá-la e interagir criticamente. É importante que as ações pedagógicas estejam voltadas ao fortalecimento dos nossos alunos na busca de respostas que atendam às necessidades individuais e à auto-estima campesina. É preciso pensar um processo que desenvolva a capacidade critica e de construção de significado, sem perder de vista o conhecimento produzido historicamente pela humanidade. É necessário lembrar que o conhecimento não segue um caminho linear, mas prossegue entre descobertas, dúvidas retomadas, obstáculos, avanços. Uma turma de estudantes nunca irá prosseguir de forma homogênea em relação a um tema de estudo, compreendendo todos do mesmo jeito, ao mesmo tempo, utilizando-se das mesmas estratégias cognitivas, alguns levarão mais tempo do que outros na execução das tarefas pedagógicas, o que não significa que deixarão de alcançar o objetivo final proposto pela escola. Em decorrência, as ações pedagógicas serão selecionadas de maneira que propiciem ao educando o intercambio sociocultural campo cidade, valorizando ações de conservação ao meio ambiente, a ética, a formação de atitudes, a solidariedade, o sentido de liberdade com responsabilidade e a vontade de divulgar o próprio pensamento com eficiência e igualdade nas condições de argumentação. Projetos e Atividades Pedagógicas Os alunos deste Estabelecimento de Ensino estão sendo contemplados com os seguintes projetos e atividades: • Tempo de Aprender: desenvolvido com alunos de 6º e 7º ano, quando for diagnosticada a necessidade de reforço, envolvendo as disciplinas de Geografia, 96 História, Arte e Educação Física onde são destinados 15 minutos da aula para a retomada de conteúdos (ortografia, caligrafia, estética e coesão textual como também, diferentes estratégias para resolução de problemas que envolvam as quatro operações matemáticas básicas para cálculos). O objetivo é retomar situações de aprendizagens com defasagem de apreensão com o intuito de levar o aluno a perceber que adquirir proficiência nos conhecimentos relacionados às disciplinas elencadas, passa pela relação estabelecida entre saberes trabalhados em Matemática e Língua Portuguesa num movimento de complementaridade e continuidade dos processos de aprendizagens. . A estratégia e abordagem metodológica se darão partindo da contextualização enfocando situações cotidianas do alunado e comunidade, porém tomando sempre o objeto de conhecimento das disciplinas em questão como aporte na proposição de atividades solicitadas como atividade extraclasse (tarefa). Desta forma, para melhor entendimento do projeto, quando o professor de Geografia propuser uma produção de texto fundamentado pelo conteúdo básico, Relações entre Campo e a Cidade na Sociedade Capitalista, cuja abordagem seja o esvaziamento populacional do bairro rural de Vila Nova, além de estar trabalhando a Geografia numa perspectiva humana, capitalista e espacial, a produção textual do aluno, proposto como tarefa, terá como critério de avaliação a coesão, ortografia e estética. A partir da verificação o professor estará reforçando conhecimentos da Língua Portuguesa. Os conhecimentos matemáticos poderão ser abordados com o cálculo da diferença populacional antes e depois da migração utilizando a linguagem matemática como a construção de gráficos para exposição de resultados. Utilizando a mesma temática, a disciplina de História ao abordar os aspectos históricos locais, como exemplo, o ciclo do algodão no bairro, poderá levantar questões que poderão ser aproveitadas numa produção textual ou cálculos envolvendo a renda per capta, antes e depois do ciclo, no qual o objetivo precípuo seja retomar conhecimentos da disciplina de Matemática e Língua Portuguesa e consequentemente levantar questionamentos acerca dos condicionantes sociais e econômicos na história do homem comum. A disciplina de Arte, dentro da mesma temática e, fundamentada pelos conteúdos básicos ritmo, melodia e gênero, poderá trabalhar com textos, produzidos pelo aluno ou pesquisa sobre as músicas e cantigas que faziam parte da cultura local, utilizando a apropriação do conhecimento artístico como estratégia para retomar saberes da Língua Portuguesa necessários à 97 produção textual. Já os saberes matemáticos poderão ser trabalhados a partir da contagem de passos necessários ao desenvolvimento da dança, multiplicação desses passos por número de participantes. Utilizando a disciplina de Arte na resolução de problemas envolvendo as quatro operações matemáticas básicas para cálculos, dentro desta mesma temática, a estratégia poderá ser a quadrilha junina na qual o número de participantes, a divisão em pares, a área adequada para a execução da dança, o tempo necessário à apresentação poderão ser utilizados como argumentos na resolução de problemas matemáticos e posteriormente utilizados como critérios na organização da quadrilha e festa junina da escola. Neste mesmo sentido, a produção de textos abordando a origem da dança local, características ainda predominantes, as transformações sofridas no decorrer do tempo com análise feita a partir de fotografias de época e relatos de moradores antigos subsidiarão a produção textual que concomitantemente estará aprofundando conhecimentos históricos localizados valorizando a identidade do aluno e população como também, propiciando momentos de retomada de conteúdos em Língua Portuguesa pertinentes à coesão, estrutura textual e ortografia. A disciplina de Educação Física neste mesmo encaminhamento poderá abordar conteúdos de Língua Portuguesa, através de pesquisa com moradores mais antigos e mesmo pais dos alunos, sobre campeonatos de futebol realizados na ocasião do ciclo do algodão discorrendo sobre nomes dos times, jogadores que se destacaram, transformações ocorridas nas regras... Por sua vez, os conhecimentos matemáticos poderão, dentro da mesma temática, ser utilizados tomando o campo de futebol como ponto de partida para cálculo de área, situação problema envolvendo o levantamento de custos para manutenção do campo e equipamentos esportivos, construção de maquete por envolver escalas menores. As sugestões de atividades propostas visam colaborar no sentido de sugerir possibilidades de interdisciplinaridade a partir do objetivo do projeto, no qual o professor assume o papel de transmissor reunindo conteúdos de outras disciplinas tratando de relacioná-los em torno de saberes não bem apreendidos, ressaltando os aspectos situacionais na absorção do conhecimento, concebendo a intervenção pedagógica de modo a promover e modificar aprendizagens. • Fera com Ciência: participação dos alunos neste evento estadual, no qual são apresentados trabalhos pedagógicos e artísticos desenvolvidos pela escola. 98 • Festa Junina – comemoração anual que ocorrerá sempre no mês de junho com resgate dos valores do homem do campo tendo em vista a escola estar inserida neste contexto como também, revelando seu envolvimento educacional situado na realidade campesina local. Na execução desse projeto estarão envolvidos os professores de todas as disciplinas partindo do entendimento do campo como modo de vida social que contribui para auto-afirmar a identidade dos povos do campo, para valorizar o seu trabalho, a sua historia, o seu jeito de ser, os seus conhecimentos, a sua relação com a natureza e como ser da natureza. Portanto, a festa junina será um desdobramento do trabalho pedagógico no qual deverá acontecer e ser compreendida, a partir dos conteúdos específicos abordados em sala de aula que emergem dos conteúdos básicos de todas as disciplinas que compõem a grade curricular. Assim sendo, o modo de vida camponês, transformações culturais costumes, relações de trabalho, familiares, religiosas, de diversão e festas estarão fundamentadas pelo objeto de conhecimento de cada disciplina. • Projeto de chuva: desenvolvido no decorrer do ano com todas as turmas visando atender aos alunos, usuários do transporte escolar, que em decorrência do tempo chuvoso e das condições da estrada ficaram impedidos de chegar à escola. Não se trata de recuperação paralela, mas novamente tomar o plano de trabalho docente desenvolvido na aula anterior e através de atividades impressas, escritas e atividades para casa, propiciar acesso aos conhecimentos ministrados na aula que o aluno perdeu. Este projeto fará parte permanente do trabalho pedagógico desenvolvido pela escola em razão de atender a uma necessidade que já se incorporou ao cotidiano da instituição. • Mostra Pedagógica – Expor, sempre no final do mês de outubro e em dia não letivo, ou seja, aproveitando o sábado por se tratar de um evento cultural direcionado à comunidade, os trabalhos referentes a todas as disciplinas elaborados pelos alunos no decorrer do ano tais como cartazes, trabalhos artísticos elaborados na disciplina de Arte, experiências científicas, maquetes, produções de textos de autoria do aluno, apresentação de dança e teatro 99 alusivos aos desafios educacionais contemporâneos. Seu objetivo se constitui em divulgar para a comunidade o trabalho desenvolvido pela escola durante o ano. Para tanto, todo o coletivo escolar estará envolvido na organização, divulgação, disposição dos trabalhos e acolhimento do publico. Os alunos estarão à disposição dos visitantes explicando o conteúdo dos trabalhos expostos dando os esclarecimentos necessários. • Jogos Escolares – Realizado no segundo semestre com data condicionada ás condições da prefeitura municipal tendo em vista acontecer nos finais de semana e ser necessário mobilizar os motoristas do transporte escolar. A participação dos alunos no torneio de futebol escolar do município tem por objetivo promover incentivo ao esporte, a prática de atividades saudáveis, integração com outras escolas e socialização. Educação Ambiental A Educação Ambiental que concebemos deverá ser uma pratica educativa integrada, contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos de ensino. Não tem por objetivo conscientizar por entendermos que a consciência é construída internamente através das experiências e estímulos recebidos em nossa vida. O intuito é sensibilizar os alunos para que construam a consciência ambiental e para tanto será trabalhada dando cumprimento a Lei Nº 9795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental; dentro de uma concepção crítica num entendimento de que a realidade das condições sócio-ambientais atuais exige uma reflexão centrada na inter-relação entre saberes e praticas coletivas que criam identidades e valores comuns e ações solidárias; identificando a interdependência das relações entre sociedade, elementos naturais, aspectos econômicos, sociais e culturais e, por fim, desenvolver um trabalho marcado pela ação interdisciplinar. Portanto, as ações expostas abaixo serão decorrências de um trabalho contextualizado aos conteúdos disciplinares e se configurando como resultado das experiências e estímulos provocados pela abordagem crítica de todas as disciplinas acerca das questões ambientais. 100 • Coletar e expor materiais que agridem o meio ambiente acompanhado de textos e cartazes informando o tempo de decomposição dos mesmos e a forma de agressão que causam; • Formação da horta escolar; • Visita ao Museu de Historia Natural de Cornélio Procópio; • Palestras com técnicos da EMATER (Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) para conhecimento das ações e projetos desenvolvidos no município; • Palestra com o Secretario do Meio Ambiente Municipal abordando os impactos ambientais no município; • Exposição da Agenda 21 Estadual e Municipal para conhecimento do coletivo escolar e comunidade acompanhada de textos produzidos pelos alunos com análise, opinião e sugestões; • Produção e proposição da agenda 21 Escolar. Envolvimento das Instancias Colegiadas A escola democrática é aquela que está aberta ao diálogo intenso com toda a comunidade escolar envolvendo o coletivo no trabalho educacional como um todo. Por acreditar que a democracia na escola só se efetivará se puder contar com a participação da comunidade, as instâncias colegiadas desta instituição se constituem em espaços de representação dos segmentos da escola quais sejam comunidade, pais, professores, funcionários e alunos. É pela utilização desses espaços, que a gestão democrática ganha força podendo transformar a realidade escolar. Isso depende das relações que se estabelecem entre as instancias colegiadas e direção da instituição como também, do constante diálogo que permite a todos os membros envolvidos rediscutir os caminhos, analisar as experiências vividas, os desafios, os avanços e criar novas possibilidades. Para a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental as instâncias colegiadas têm possibilitado novas formas de gestão através de uma administração coletiva em que todos participam dos processos de decisões e do acompanhamento, execução e avaliação das ações escolares que 101 envolvem as questões administrativas, financeiras, pedagógicas e aquelas concernentes aos desafios sociais presentes na escola. Desta forma, a Equipe Diretiva, APMF, Conselho Escolar, Equipe Pedagógica e Agentes Educacionais são protagonistas imprescindíveis ao processo de consistência e qualidade educacional que se almeja no projeto político pedagógico desta instituição. Diretrizes Curriculares norteadoras da Proposta Pedagógica Curricular O currículo como configurador da prática, produto de ampla discussão entre os sujeitos da educação, fundamentado nas teorias críticas e com organização disciplinar é a proposta das Diretrizes Curriculares da Educação Básica para a rede estadual de ensino do Paraná, no atual contexto histórico. Não se trata de uma idéia nova, já que, num passado não muito distante, fortes discussões pedagógicas se concretizaram num documento curricular que se tornou bastante conhecido, denominado Currículo Básico. (DCEs, 2008) No entanto, é sabido que a visão de conhecimento fragmentada da escola publica ainda perdura em muitas unidades escolares de ensino, e dentre os motivos alegados é que, a sua implementação surge pela imposição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN e das tendências neoliberais que têm seu objetivo centrado no desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para viver e conviver sustentando uma base de desenvolvimento imposta pela hegemonia econômica instituída pelo governo e pelos bancos internacionais de financiamento. Dessa forma, a educação é estruturada mediante a ótica mercantilista, ou seja, incentivar a competição de forma que os alunos (os melhores) desenvolvam capacidades que lhes permitam produzir e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos e não por ser uma necessidade da escola e uma defesa do seu coletivo. O desafio que se apresenta antes de tudo é romper com a idéia de ver o aluno como mero objeto do processo ensino aprendizagem e/ou apenas um numero para aumentar as estatísticas das políticas públicas educacionais. Trata-se de desafiar a pretensa estabilidade e o caráter histórico do conhecimento produzido no mundo ocidental sob a ótica dominante, confrontar diferentes pontos de vista, diferentes obras literárias, diferentes interpretações dos eventos históricos. Trata-se de questionar a lógica eurocêntrica, crista, masculina, branca e heterossexual que 102 até agora informou o processo pedagógico, assim como permitir o confronto com outras maneiras de ver o mundo. Se nossa pretensão é formar cidadãos aptos a agirem socialmente, integrando-se, participando, tendo o conhecimento mínimo necessário para atuar na sociedade, o trabalho pedagógico deve começar ensinando o conhecimento historicamente construído, proporcionando o saber sistematizado e elaborado de que necessita para compreender o mundo que habita, bem como, lhe dar condições de prosseguimento aos estudos. Nesse sentido, espera-se que o conhecimento conjugado às condições sociais, econômicas, ideológicas e históricas para dar conta de atender ao pressuposto na nossa pretensão na qual, fica bem demarcado o conceito de conteúdos de ensino como conceitos e teorias que constituem sínteses da apropriação histórica da realidade material e social pelo homem. Retomando a matriz teórica que fundamentou a proposta de ensinoaprendizagem de todas as disciplinas do Currículo Básico, documento norteador da educação estadual até o final da década de 90, as DCEs surgem como fruto deste ideal de educação onde o materialismo histórico dialético, a interdisciplinaridade e as teorias críticas sustentam a práxis docente e a opção por um currículo disciplinar. No entanto, as demandas sociais do século XXI atreladas aos novos postulados emergentes de um contexto filosófico voltado para a valorização da diversidade, atributo da democracia, rompeu com a prerrogativa de seguir irrestritamente o caráter prescritivo do Currículo Básico que determinava os saberes a serem trabalhados em sala de aula sem acrescentar ou suprimir nenhum deles. Neste aspecto reside o grande diferencial das DCEs quando delega ao professor, enquanto mediador do conhecimento, tomar também a dimensão artística, filosófica e científica do saber como pressuposto indispensável na proposição de conteúdos e direcionamento metodológico. Partindo dos conteúdos que estruturam o conhecimento cientifico e justificam a apreensão de conceitos necessários ao entendimento do objeto didático em questão, situações pontuais e/ou gerais são trazidas como saber tendo como base diversas abordagens decorrentes dos variados campos da ciência que origina as disciplinas componentes da matriz curricular. Neste contexto, a interdisciplinaridade toma um novo significado na medida em que é vista não só sob o ponto de vista metodológico, mas, considerando e apontando situações de aprendizagens que vão converter uma 103 determinada circunstancia social em conteúdo fundamentado pelas disciplinas e a ciência que as referencia. Em síntese, delega à escola e aos professores a liberdade de incluir e tratar como conteúdo escolar as problemáticas sociais da comunidade para qual centra sua ação educativa numa perspectiva micro e macro analítica sem perder de vista os conceitos básicos científicos de sustentação do saber. A forma como os conteúdos vão ser trabalhados passa pela reflexão acerca da mediação e pela intenção de incorporar construções de possibilidades para a emancipação humana e, em decorrência, pelo método dialético em que o conhecimento é configurado a partir da própria realidade. Sua base de sustentação principal encontra-se na compreensão da gênese de seus fundamentos, na sua concepção. Rompendo com a idéia de conhecimento útil, do saber prático que não encaminha para a superação da fragmentação do conhecimento, a práxis fundamentada no materialismo histórico e na inter-relação com todas as disciplinas componentes da Matriz Curricular sinaliza o encaminhamento didático filosófico, recolocando a ênfase sobre o aluno, organizando o conhecimento escolar de forma a privilegiar os princípios do trabalho, da cultura, da ciência e da tecnologia, os quais devem perpassar todo o trato com os conteúdos escolares.l Plano de Ação da Escola A Escola Estadual do Campo de Vila Nova irá atuar no ano letivo de 2012 com vistas á realização das ações abaixo relacionadas. Ações em relação aos alunos: - ampliar a sala de apoio para o atendimento dos alunos do 6º e 7º ano; - palestras de incentivo aos estudos; - incentivo na participação de projetos e avaliações externas e internas; Prevenção e acompanhamento da evasão escolar; - leitura do informativo aos alunos enfatizando os direitos e deveres, a consciência da liberdade, responsabilidade e respeito; - encaminhar ao NRE o pedido de solicitação de implantação do Ensino Médio. Ações em relação ao corpo docente: - propor o replanejamento das ações sempre que necessário; - identificar as dificuldades dos alunos e buscar soluções conjuntas para os mesmos; 104 - utilizar os resultados das avaliações externas e internas para propor intervenções pedagógicas; - auxiliar o professor no uso dos materiais de apoio pedagógico; - conscientizar o professor para a necessidade da: pontualidade, organização, registros atualizados e preenchimento e entrega do livro registro de classe dentro do prazo estipulado. Ações relacionadas a integração família/escola: - apresentar à comunidade escolar o projeto político pedagógico reformulado bem como os projetos a serem implementados no decorrer do ano letivo; - contribuir com o processo de integração escola/família/comunidade atuando como elemento facilitador da comunicação entre eles objetivando tornar efetiva a tarefa educativa; - organizar e realizar debates e palestras de interesse e necessidades da comunidade escolar (agrônomos, médicos, psicólogos entre outras especialidades); - promover momentos de integração entre escola e família através das manifestações culturais como: mostra pedagógica, festa junina, comemoração do dia das mães, pais e estudantes, - orientar os pais quanto à necessidade e importância no acompanhamento da vida escolar de seus filhos; - realização de reuniões bimestrais com o objetivo de prestar contas do trabalho desenvolvido pela escola e do rendimento escolar. Avaliação Institucional no PPP No processo avaliativo, pretende-se reunir, semestralmente, representante dos segmentos da comunidade escolar e instâncias colegiadas para, coletivamente, analisar as ações desenvolvidas, refletir sobre aquelas que não foram realizadas e complementar com novas ações consideradas importantes para os alunos e a escola. È fundamental que a avaliação institucional seja, efetivamente, realizada de forma continua e que o acompanhamento esteja voltado para a análise dos aspectos qualitativos e quantitativos visando a melhoria e o desenvolvimento do 105 aluno, o aprimoramento do professor, a coerência entre teoria filosófica e prática docente, o envolvimento das instâncias colegiadas no que concerne ao acompanhamento da diretriz didático-pedagogica que conduz o PPP, bem como, projetos voltados para a realidade social do aluno, acompanhamento das atitudes, procedimentos e nível de conscientização do quadro funcional enquanto agentes parceiros do processo educacional. Enfim, se inteirar de todas as metas e objetivos estabelecidos no sentido, também, de contribuir para a identificação da substância, função e valor como parâmetros indicativos de méritos e deméritos. A participação do coletivo se constituirá numa estratégia fundamental tendo em vista: - Publicizar o PPP visando o acompanhamento de toda comunidade escolar na implementação das ações propostas; - O conhecimento e acompanhamento das instâncias colegiadas no processo de trabalho objetivando um constante diálogo entre todos os segmentos que compõem a instituição. Portanto, dentro desse contexto, a instituição se coloca, de forma transparente, como lugar onde a prática educacional é desenvolvida. Este “lugar” não é apenas geográfico, mas engloba aspectos políticos, sociais e econômicos, materiais e afetivos, no qual carrega dentro de si anseios e perspectivas de futuro delineadas na construção do PPP que, por sua vez, prescinde de criticas, elaboração e envolvimento de modo a fornecer subsídios para a tomada ou retomada de decisões. A correção de desvios e problemas é vista como fomento que oportuniza a comunidade, num processo dialético, participar efetivamente e ser protagonista de um projeto de vida. Em síntese, a avaliação institucional abrangerá todo o coletivo escolar: - Docentes e não docentes – a partir de reflexões do grupo, bem como dos pais e alunos, buscando estabelecer diálogos com estes segmentos para uma análise da prática docente e corrigir possíveis falhas; - Currículo – analisado periodicamente, no mínimo uma vez a cada semestre, para verificar a sua aplicação e eficácia. Dentro destas análises todos os segmentos da escola devem participar e fazer os ajustes necessários; - Atividades Extracurriculares – avaliadas logo após sua aplicação em função do diagnóstico e eficácia; 106 - PPP – analisado no inicio do ano letivo, para a retomada do seu teor e no decorrer do ano, realizar novas análises para diagnosticar as ações positivas e negativas que ele apresenta para eventualmente fazer ajustes, seja de inclusão, de exclusão ou, ate mesmo, alteração que se fizer necessária. CONSIDERAÇÕES FINAIS A liberdade em expor opiniões e a oportunidade de participar da construção do PPP é um direito democrático conquistado, no entanto, não há como pensar em direitos, sem pensar nas responsabilidades individuais e coletivas que o uso ou comprimento do direito requer. 107 O Projeto Político Pedagógico que ora apresentamos, representa um desafio no cotidiano de nossa escola que busca efetivamente uma educação alicerçada nos valores humanos e na promoção da paz e do bem. A escola que assumimos é um espaço no qual as pessoas podem dialogar, pensar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar saberes, onde há lugar para criar, colaborar, discordar e transformar. Uma escola autônoma onde todos os envolvidos possam pensar, refletir e avaliar o processo de construção do conhecimento, que não deve ser tratado de forma dogmática e esvaziado de significado. BIBLIOGRAFIA PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Curitiba, 2008. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação do Campo – Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Curitiba, 2006. 108 BRASIL. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Ministério da Educação e do Desporto,Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998. Brasil. Lei 9394/96. Institui as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: 20 de dezembro de 1996. LIBÂNEO, J. C. 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