POR UMA
FÍSICA MODERNA
E
CIÊNCIA ESPIRITUALISTA
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POR UMA
FÍSICA MODERNA
E
CIÊNCIA ESPIRITUALISTA
Charles Guimarães Filho
12 de setembro de 2013
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PREFÁCIO
Neste preâmbulo se expõe ordinariamente e sucintamente a
evolução do tema “Física Moderna e Ciência Espiritualista” no
mundo, no autor deste trabalho e na maioria das pessoas, e se
conclui com o que se pretende com este livro.
Antes de iniciar tal esclarecimento se afirma que evolução é
o desenvolvimento que se dá em cinco passos consecutivos: criação
das premissas, crescimento, formação, progresso e extinção das
falsas verdades.
Evolução do tema no mundo
A criação das premissas da “Física Moderna e Ciência
Espiritualista”, segundo o livro “Quantum Questions: Mystical
Writings of the World’s Great Physicists.” de Ken Wilber (ed. 1984.),
começa expondo a existência do misticismo nos escritos de muitos
dos físicos proeminentes do principio do século XX como, por
exemplo, Albert Einstein: “A ciência sem a religião é manca, a
religião sem a ciência é cega”.
O crescimento principia com a publicação do “Tao da Física
— Uma análise dos paralelos entre a física moderna e o misticismo
oriental” de Fritjof Capra (1975). Este Ph.D em física afirma nesta
edição que a física moderna confirmou os ensinamentos tradicionais
dos místicos orientais: de que a consciência humana e o universo
formam um todo interconectado e irredutível.
A formação ocorre com a aplicação da física quântica em
diversas áreas do conhecimento, como o livro “A Cura Quântica. O
poder da mente e da consciência na busca da saúde integral” de
Deepak Chopra (1989).
O progresso advém com a obra de dois espiritualistas
oriental. Um o indiano Amit Goswami - Ph.D em física quântica -, no
seu livro “Física da Alma: A explicação científica para a
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reencarnação, a imortalidade e a experiência de quase-morte”
(2001). Outro o brasileiro Laércio Fonseca - físico com especialização
em astrofísica e cosmologia -, no “Curso Completo de Física
Quântica e Espiritualidade” (2012).
A extinção das falsas verdades ou “falsas verdades” também
tem surgido como foi realizado no trabalho de Alexandre Fontes da
Fonseca, intitulado “Uma análise espírita da obra ‘A física da alma’
de Amit Goswami”. Este espírita apregoa haver vários pontos desta
obra que estão em desacordo com os principais ensinamentos
espíritas: “Uma análise científica do argumento básico de Goswami
de que a alma, a reencarnação e a mediunidade são fenômenos
não-locais, em termos do que a Física considera um fenômeno nãolocal, mostra que o modo pelo qual esse argumento foi proposto é
arbitrário e não satisfaz os rigores que a Física determina para
qualquer trabalho de pesquisa na área. Dessa forma, a obra “A
Física da alma” não tem respaldo científico da Física. O espiritismo,
por estar baseado em fatos, tem muito mais valor científico do que
a proposta de Goswami.”
Um fenômeno local é quando há sinais locais. Estes são
quaisquer trocas de forças e informações entre dois corpos ou
sistemas através da propagação de ondas ou partículas, pelo
espaço-tempo, com velocidade limite de 300 mil quilômetros por
segundo (a velocidade da luz). Se existisse uma forma instantânea
de interação entre dois corpos, logo, ou tal interação deveria
ocorrer em uma velocidade muito superior à velocidade da luz, o
que não é possível de acordo com a estrutura do espaço-tempo
postulada pela teoria relativística de Einstein, ou, resta imaginar que
tal sinal, não sendo possível no espaço-tempo, só pode viajar por
fora do espaço-tempo, além dele, ou seja, em outra forma de
realidade mais sutil. Obviamente, se tais sinais têm um limite de
velocidade, logo não são instantâneos. Se dois sistemas estão
separados por 600 mil quilômetros, logo, o mais veloz que podem
trocar influências, é em um lapso de 2 segundos, ou seja, o tempo
que a luz demora em percorrer a distância entre os dois sistemas.
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Evolução do tema no autor
A ideia de modernizar a matemática e a física surge a partir
do final do século XIX; enquanto o papel dos grupos brasileiros
criados para estudar a proposta de modernização do ensino destas
ciências foi iniciado a partir das décadas de 60 e 90,
respectivamente. Neste período o autor dava aulas destas duas
ciências exatas e militava como comunista o que lhe permitiu aderir
a uma visão moderna da ciência materialista e do seu ensino.
Ciência espiritualista
Porém, na década de 90, tornando-se messiânico saí do
Partido Comunista Brasileiro, e assistindo ao filme “O Ponto de
Mutação” chegou ao livro “O Tao da Física” e assim reiniciou a
Ciência Espiritualista. [tendo em vista que comungou pelos inícios
da década de 60 com a doutrina espírita].
Nessa ocasião, na última década do século passado, pensou
nas palavras do Fundador da Messiânica – o Messias Meishu-Sama:
“Vai chegar, porém, um dia em que deverá ocorrer o
cruzamento dessas duas linhas, a vertical e a horizontal,
determinando a fusão da espiritualidade oriental com o
materialismo ocidental. Como resultado desse entrelaçamento,
surgirá uma nova cultura, perfeita, completa, superior.”
Em 1998, formou um grupo de estudos sobre a Cultura da
Nova Era e elaborou livros nesta direção: “Ciência do Fogo, Água e
Terra”, “Geografia do Mundo Espiritual do Planeta Terra”,
“Antropologia da Criação Evolucionista do Retorno”, “Terapia
Espiritual”, “Psicologia do Encaminhamento Paradisíaco” e
“Agricultura da Grande Natureza”.
Exemplificando. O primeiro destes livros “Ciência do Fogo,
Água e Terra” tem suas raízes: no ocidente, os pré-socráticos na
Grécia com os quatro elementos fogo, água, terra e ar; no oriente,
medicina tradicional na China com fogo, água, terra, madeira e
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metal. O segundo “Geografia do Mundo Espiritual do Planeta Terra”
amplia a Geografia do Mundo Material do Planeta Terra de modo
que mais do que estudar a superfície terrestre se investiga os
antepassados.
Ao preparar pouco a pouco estas obras se viu pensando em
conceitos da física sobre o corpo espiritual como sua massa,
densidade, velocidade e energia, bem como cuidado de procurar
saber de que modo os espíritos veem, escutam, sentem calor ou
frio, ou ainda de quão são os materiais empregados na construção
das instalações no mundo espiritual.
Isso tudo motivado nos trechos de ensinamentos do Messias
Meishu-Sama: “Ele pôde ver isso porque momentaneamente teve a
faculdade de visão espiritual.” e “Nas camadas superiores, a
comunicação é feita com os olhos. Nos níveis ainda, ainda mais
altos, nem mesmo a visão é usada. Nessa altura, os espíritos
comunicam-se apenas com o sentimento e pensamento.”
Física Moderna
Nos inícios do século XXI vendo o filme “Quem Somos Nós?”
apresentando entrevistas com especialistas em ciência e
espiritualidade, conhece Amit Goswami, sua dezena de livros e o
seu apregoar “Se há uma ponte entre a Ciência, a Filosofia e a
Religião, essa é a Física Quântica.”, o que lhe fez começar a pensar
na física quântica. A física relativística (o outro pilar da física
moderna) já havia começado no autor na década de 70 ao ministrar
aula no curso de graduação em Astronomia na Universidade Federal
Fluminense.
Estudando física quântica se deparou com suas dificuldades:
quer nas suas obras de divulgação ser demasiadamente complexas
onde o excesso de precisão (em geral, na forma de linguagem
matemática) pode impedir a inteligibilidade (vide a equação de
Schrödinger, na Apresentação a seguir), ou ser demasiadamente
simples onde a simplificação (na forma de metáforas mal
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formuladas) tende a prejudicar a precisão; quer na aprendizagem
como se pôde ver na interrogação do projeto intitulado “É possível
levar a física quântica para o ensino médio?” financiado pelo CNPq
de A. Custódio Pinto e J. Zanetic do Instituto de Física da USP., (ou
ideia de salto quântico de modo que: na rampa, o movimento
clássico da bola é contínuo; na escada, o movimento quântico
ocorre em etapas descontínuas, donde o salto quântico, vide Física
Quântica bem lá na frente).
Os livros encontrados com um jeito de explicar a física
moderna de forma extremamente acessível e ao mesmo tempo
suficientemente precisa são “Fique por dentro da Física Moderna”
de John Gribbin e “Alice no País do Quantum: a Física Quântica ao
alcance de todos” de Robert Gilmore, “Conceitos de Física
Quântica” de Osvaldo Pessoa Junior e “Teoria da Relatividade
Especial e Geral” de Albert Einstein.
Também conheceu mais livros que tratam da aplicação de
seus conhecimentos a outros domínios como “Quem Somos Nós!?:
A descoberta das infinitas possibilidades de alterar a realidade
diária” de William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente e o já citado
“A Cura Quântica” do famoso médico indiano Deepak Chopra. Na
pintura, o “pontilhismo” é o estilo quantizado de fazer arte.
Na música, em 2003, Jaz Coleman compôs a peça musical “The
Quantum” e em 1997, Gilberto Gil lança seu CD “Quanta”.
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Física moderna e ciência espiritualista
Recentemente buscando “atalhos claros, simples e
rigorosos” entre a Física Moderna e Ciência Espiritualista se deparou
com o “Curso Completo sobre Física Quântica e Espiritualidade” do
professor Laércio Fonseca.
Evolução do tema na maioria das pessoas
Ela se encontra no primeiro passo, isto é, nas criações das
premissas. Pois, têm alguns que nem ouviram falar de física
moderna e/ou de ciência espiritualista. Outros que apenas leram
ficções científicas que mencionam algo a respeito de física quântica
[como o livro “Operação Cavalo de Tróia” do jornalista e escritor
Juan José Benitez onde não são revelados grandes detalhes dos
métodos de física utilizados para a 'reversão', isto é, regresso ao
primitivo estado]. Alguns outros que somente têm parcos contatos
com ciência espiritualista, mais precisamente com o espiritualismo
científico como os provenientes dos livros da doutrina espírita de
Allan Kardec (emprego de mesas girantes da família Fox), ou então
quando muito com a física clássica destacadamente a parte de
Magnetismo.
O que se pretende com este trabalho
Pensando nas palavras do Fundador da Messiânica:
“Para que o homem seja conduzido ao Céu, é necessário que
ele próprio se eleve, tornando-se um ente celestial, a fim de que,
por sua vez, possa salvar o seu semelhante. Isso significa pendurar a
escada do Céu até o Inferno e estender as mãos para puxar o
homem, degrau por degrau. É nesse ponto que nossa religião difere
das demais, sendo antes o seu oposto.”
Tendo em vista que:
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▫ o autor deste livro ao dar essa trajetória dos seus encontros
com a física moderna e a ciência espiritual interpreta estar saindo
das criações das premissas e passando para o crescimento em
relação ao tema deste ciclo;
▫ a maioria das pessoas está na criação das premissas.
Então, o autor estende as mãos para puxar os que estão no
degrau das criações das premissas para o degrau do crescimento
deste tema “Física Moderna e Ciência Espiritualista” por meio deste
trabalho que será o livro texto de um curso intitulado “Física
Moderna e Ciência Espiritualista”.
O escritor e professor finaliza reafirmando que em todos os
seus trabalhos sem nenhum interesse comercial e muito menos
promocional, só espera ter tido permissão, proteção e
propriciamento de Deus, do Messias e de seus Antepassados no
cumprir tal intento.
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APRESENTAÇÃO
Definição
Objetivos
Conteúdos
Tema
Bibliografia
Definição
“Por uma Física Moderna e Ciência Espiritualista” é a revisão
do livro “Física Moderna e Ciência Espiritualista” publicado em 10 de
fevereiro de 2013. Trata-se de uma dissertação sobre o tema que
trata o título, elaborada por um estudo que serve para repetir
resumidamente o que consta em base bibliográfica em relação ao
assunto desta monografia, destacadamente as obras de Laércio
Fonseca e Amit Goswami.
Objetivos
Constituir crescimento no conhecimento sobre Física
Moderna e Ciência Espiritualista, bem como na ponte entre os dois,
com a finalidade de contribuir em prol de uma elaboração desta
sabedoria considerando os ensinamentos de Meishu-Sama.
Conteúdos
Eles
compreendem
três
partes:
Introdução,
Desenvolvimento e Conclusão.
Parte I – Introdução – é formada por três tópicos:
Espiritualista; Física; Física Clássica.
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Parte II:- Desenvolvimento – também por três tópicos: Física
Moderna; Ponte entre a Física e a Espiritualidade; Ciência
Espiritualista.
Parte III – Conclusão – são as considerações finais.
As partes são constituídas por tópicos, e estes por pontos,
conforme pode ser visto no índice detalhado no final da monografia.
Os tópicos podem ser subdivididos em subtópicos, vide a divisão do
tópico “Física Moderna” nos subtópicos: “Física de Partículas”,
“Física Relativística” e “Física Quântica”.
Antes do índice detalhado se fixa um índice remissivo
voltado apenas para o que diz respeito ao assunto desta
monografia.
Abordagens dos tópicos e subtópicos:
1ª) Espiritualista é relativo ao espiritualismo ou à pessoa que
o segue, então aqui se trata do espiritualismo e do seu oposto o
materialismo. Inicia-se por este por ele ser a doutrina predominante
com maior número de adeptos na prática.
2ª) Física cuida do seu significado, divisão, evolução,
importância, lei, método e unidades.
3ª) Física Clássica apenas alguns aspectos da mecânica,
ondulatória e eletrologia.
4ª) Física de Partículas: partícula, partícula subatômica,
partícula elementar, partícula fundamental e mundo material.
5ª) Física Relativística trata de assuntos como:
a) modificações nas transformações de Galileu;
b) velocidade da luz é absoluta;
c) relatividade da simultaneidade;
d) dilatação temporal;
e) contração espacial;
f) adição relativística de velocidades;
g) equivalência entre massa-energia;
h) novo conceito de gravitação.
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6ª) Física Quântica se procura seguir a ordem de
apresentação dos assuntos segundo a obra de Laércio Fonseca:
a) a quantidade discreta, como os “pacotes” de energia ou
de processo descontínuo, ocasionando os estados quânticos, ou
melhor, o nome “quântico”;
b) a constante de Planck h fixando uma “escala” na natureza
de modo a separar o mundo microscópico do mundo macroscópico;
c) a dualidade onda-partícula atribuindo para qualquer
partícula individual, aspectos ondulatórios, e para qualquer forma
de radiação, aspectos corpusculares;
d) a probabilidade é o papel que nela desempenha,
descrevendo um mundo essencialmente “indeterminista”;
e) o princípio da incerteza, segundo o qual a posição e o
momento linear de uma partícula de massa e velocidade não
possam mais ser determinados simultaneamente.
f) o princípio quântico da superposição com o famoso
paradoxo do “gato de Schrödinger”;
g) o princípio da inseparabilidade objeto/observador
acarretando ação quântica à distância e assim propício a um espírito
mais filosófico;
h) a não-localidade se refere à propriedade de estados
quânticos entrelaçados no qual dois estados entrelaçados
"colapsam" simultaneamente no ato de medição de um dos
componentes emaranhados, independente da separação espacial
entre os dois estados, encaminhando também para a
espiritualidade.
i) o salto quântico acontece quando uma partícula ganha ou
perde energia de modo que o movimento traz afastamento ou
proximidade nessa forma de pulo;
7ª) Ponte entre a Física e a Espiritualidade: Campo oscilante;
Multidimensões do Universo; Consciência em primeiro lugar.
8ª) Referente à Ciência Espiritualista: Deus (evidências
científicas); Mundo (universos paralelos, planos astrais, vida fora da
matéria, consciência criando o mundo material, evolução criativa
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das espécies); Homem (consciência e a projeção astral, médiuns,
paranormais, misticismo, iluminação, reencarnação, imortalidade e
a experiência de quase-morte); Governo (projeto Terra); Saúde
(Cura à distância); Prosperidade (criatividade e transformação do
mundo e de nós mesmos) e Cidade (cidades astrais).
Tema
Elementos
Física Moderna
É a denominação dada ao conjunto de teorias surgidas no
começo do século XX, principiando com a Mecânica Quântica e a
Teoria da Relatividade e as alterações no entendimento científico
daí decorrente, bem como todas as teorias posteriores. De fato,
destas duas teorias resultaram drásticas alterações no
entendimento das noções do espaço, tempo, medida, causalidade,
simultaneidade, trajetória e localidade, bem como na produção de
duas Físicas: Quântica e Relativística.
As noções de espaço, tempo, medida e trajetória serão
tratadas mais adiante.
Mas, o que se quer dizer com causalidade na física? Na física,
a causalidade é a detecção da origem do fenômeno físico, maioria
das vezes pela aplicação da terceira das leis de Newton segundo a
qual a toda ação, corresponde uma reação de igual intensidade e
em sentido contrário. Em física, não se trata de um conceito, como
o de morte por exemplo. Mas, devido às interações das partículas
quânticas (partículas atômicas, subatômicas) com externo serem
sempre em 100%, a intensidade do efeito é sempre proporcional à
causa. Contudo, é de se destacar que em física, em especial nas
questões relacionadas à mecânica quântica nem sempre os eventos
possuem causa, são, pois, incausados, ou ao acaso, não possuindo
causa. A questão de ausência de causa nos fenômenos quânticos é
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relacionada aos conceitos e consequências do Princípio da incerteza
de Heisenberg, as implicações da violação das desigualdades do
teorema de Bell e as implicações de causalidade no tempo
relacionadas ao teorema de Noether.
Simultaneidade é a propriedade de dois eventos ocorrerem
ao mesmo tempo em pelo menos um sistema de referências. É
possível a relatividade da simultaneidade.
Localidade se refere à propriedade de no qual dois estados
entrelaçados não "colapsam" simultaneamente no ato de medição
de um dos componentes emaranhados, independente da separação
espacial entre os dois estados. Não há "estranha ação-a-distância"
como, por exemplo, duas partículas de alguma forma unidas,
“amigas”, separadas no espaço, quando uma ação é realizada numa
partícula a outra não responde imediatamente, pois elas são
incomunicáveis instantaneamente, não há possibilidade de sinal ser
passado devido à velocidade de a luz ser intransponível, as
partículas não se mantêm fundamentalmente “amigas”.
Física de Partículas
É estudada pela Mecânica Quântica (parte da Física
Moderna), busca o fundamental, o nível mais básico da matéria e da
Natureza. Todo o mundo visível se fundamenta nesse nível invisível
das partículas elementares. Pode-se chamar de partículas
fundamentais toda a porção indivisível da matéria, como os elétrons
e outras.
Física Quântica
É a teoria científica que descreve o comportamento da
natureza em escalas microscópicas postulando que algumas
grandezas físicas não variam de forma contínua, mas em múltiplos
de quantidades elementares (indivisíveis), designados por quanta
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[plural de quantum, daí a palavra quântica]. Um exemplo é a
energia.
Grosso modo, a ideia de quanta e quantum estão presentes
em dinheiro e nos supermercados com pacotes de açúcar, garrafas
de água e bananas. Não havendo, por exemplo, meia banana, nem
meio centavo.
Para entender o que significa um comportamento quântico
se deve comparar com comportamentos conhecidos dos fenômenos
da natureza reconhecidos na física clássica: o comportamento
corpuscular (de partícula), como a bala de revólver e a bola de gude;
e o comportamento ondulatório (de ondas), como a luz, som, rádio,
raios-X, oceânica.
A Equação de Schrödinger, proposta pelo físico austríaco
Erwin Schrödinger em 1925, descreve a evolução temporal do
estado quântico de um sistema físico:
onde i é o número imaginário, ħ é a constante de Planck h dividida
por 2π, e o Hamiltoniano H(t) é um operador auto-adjunto atuando
no vetor de estados que representa a energia total do sistema.
Essa equação tem uma importância capital na teoria da
mecânica quântica, ou seja, da Mecânica Moderna, e seu papel é
similar ao da segunda lei de Newton na Mecânica Clássica:
Ao fixar tais equações com sua complexidade se espera ter
dado uma ideia de quando se disse “buscando atalhos claros,
simples e rigorosos”.
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Física Relativística
É a denominação dada ao conjunto de duas teorias
científicas: a Relatividade Restrita (ou Especial) e a Relatividade
Geral.
A Relatividade Especial é uma teoria publicada em 1905 por
Albert Einstein, concluindo estudos precedentes do matemático
francês Henri Poincaré e do físico irlandês Hendrik Lorentz, entre
outros. Ela substitui os conceitos independentes de espaço e tempo
da Teoria de Isaac Newton pela ideia de espaço-tempo como uma
entidade geométrica unificada. O espaço-tempo na relatividade
especial consiste de uma variedade diferençável de quatro
dimensões, três espaciais e uma temporal (a quarta dimensão),
munida de uma métrica pseudo-riemanniana, o que permite que
noções de geometria possam ser utilizadas. É nessa teoria, também,
que surge a ideia de velocidade da luz invariante.
O termo especial é usado porque ela é um caso particular do
princípio da relatividade em que efeitos da gravidade são ignorados.
Dez anos após a publicação da teoria especial, Einstein publicou a
Teoria Geral da Relatividade, que é a versão mais ampla da teoria,
em que os efeitos da gravitação são integrados, surgindo à noção de
espaço-tempo curvo.
Ciência Espiritualista
É o conjunto de conhecimentos rigorosos e racionais a
respeito da natureza, da sociedade e do pensamento com
referência à ser espiritualista, ou seja, com ato de referir à doutrina
que considera o espírito como manifestação real, superior e anterior
à matéria.
Mas, o que é doutrina? Ela é uma reunião de ideias e
princípios científicos, filosóficos, filosóficos religiosos e religiosos a
serem ensinados, ou apenas uma coleção de crenças e dogmas de
fé, ou então simplesmente uma norma de procedimento. Exemplos
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pertinentes a este trabalho é a doutrina messiânica e a doutrina
ativista quântica.
Doutrina Messiânica
É a reunião de ideias e princípios do Messias Meishu-Sama a
serem ensinado, como esse seu trecho:
“A Doutrina Messiânica não é simplesmente uma religião.
Naturalmente, ela tem uma parte religiosa, mas não se restringe a
isso. Sua principal tarefa é a da salvação [que não é a só biológica,
mas também a psicológica, a social, a espiritual, etc.], que será na
História um evento marcante como jamais se imaginou. Eis porque a
denominei Doutrina Messiânica. Na verdade, trata-se de uma
religião que está acima das religiões, ou melhor, de uma superreligião [ou ultra-religião], pois sua missão - a da salvação – é uma
tarefa sem precedentes.”
Essa ultra-religião que salva tem ideia sobre a ciência:
“A ciência atual é evidentemente materialista. Seu progresso
teve por base a pesquisa do que é visível e palpável, e o resultado
foi um conhecimento apenas superficial, sem perceber que no
interior de todas as coisas existe algo importante, semelhante ao
nada. Trata-se daquilo a que se chama de espírito. O espírito é a
fonte de tudo, e enquanto não se reconhecer isso, por mais que a
Ciência [materialista] progrida não passará de um progresso parcial,
desequilibrado; não será possível, portanto, surgir à verdadeira
cultura.”
“Sabemos que o conhecimento científico [ciência
materialista] caminha velozmente, ao passo que o espiritual [ciência
espiritualista], baseado na Religião, caminha desesperadamente
lento. A religião conservou seu estado inato, sem alcançar muito
progresso, desde o início da civilização, há milhares de anos. Isso
explica a grande distância entre ela [espiritualista] e a Ciência
[materialista]. Esta última [ciência materialista] veio a destacar-se, e
a parte espiritual distanciou-se a ponto de desaparecer da nossa
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vida. Por fim, o homem tornou-se indiferente ao espírito, chegando
a confundir Ciência [materialista] com Civilização. Ele se ajoelha
diante do trono da Ciência [materialista] e se satisfaz na sua
condição de escravo. Este é o aspecto do mundo moderno. Por
acaso o homem não prova isso entregando nas mãos da Ciência
[materialista] o que ele tem de mais precioso, que é a vida? Embora
ela não consiga garantir a vida humana, os homens modernos não o
percebem e continuam depositando-lhe cega confiança.”
Essa ultra-religião que salva tem princípios filosóficos
religiosos calcados no pragmatismo e no intuicionismo:
“Na mocidade, apreciei muito a Filosofia. Entre as inúmeras
teorias filosóficas, a que mais me atraiu foi o pragmatismo, do
famoso norte-americano William James (1842-1910).” “O assunto
me faz recordar o pragmatismo de William James, o famoso filósofo
americano. Essa doutrina filosófica preconiza a “filosofia em ação”,
e eu pretendo estendê-la também à Religião, isto é, a Religião deve
ser prática e ativa.”
“Quando jovem, fui simpatizante da teoria de Henri Bérgson,
o eminente filósofo francês (1859-1941). Ainda me lembro dessa
teoria e vou expô-la, nesta oportunidade, por considerá-la de
grande proveito do ponto de vista religioso. Segundo minha
interpretação, a filosofia de Bérgson baseia-se nestes três princípios:
“Todas as coisas se movem”, “Teoria da Intuição” e “O eu do
momento”.
“Dentre eles, o que mais me impressionou foi a “Teoria da
Intuição”, a qual diz o seguinte: “É algo dificílimo ver as coisas
exatamente como elas são, captar o seu verdadeiro sentido, sem
cometer o mínimo engano. (...) O outro princípio - “Todas as coisas
se movem” - significa que tudo está em eterno movimento. Por
exemplo: nós não somos os mesmos de ontem, nem mesmo o que
fomos há cinco minutos atrás; o mundo de ontem não é o mesmo
de hoje. Isso abrange também a sociedade, a civilização e as
relações internacionais. Precisamos, portanto, fazer uma
21
observação fiel, isto é, uma observação clara, do homem e de suas
transformações.
Ao invés de modificarem seus pontos de vista e pensamento,
para acompanharem o constante movimento evolutivo, as religiões
antigas criticam a religiões novas, servindo-se de conceitos
religiosos milenares. Eis por que não conseguem ter uma ideia exata
a respeito delas.
Esta é a teoria de Bérgson aplicada ao campo religioso.”
“A razão pela quais as pessoas não entendem coisas tão
fáceis é que elas não ficam no estado do “eu do momento”, talvez
por não terem conhecimento, ou melhor, consciência disso.
Segundo a teoria de Bérgson, mal o homem começa a ter noção do
mundo à sua volta é cercado de comentários, imposições de lendas
e instruções, que lhe criam uma espécie de “barreira mental”, antes
de atingir a maioridade. Essa “barreira” o impede de assimilar novas
teorias. Uma mente desimpedida as compreenderá com facilidade,
pois tem livre arbítrio; por isso aconselhamos que a mente seja
aberta como uma página em branco. Entretanto, são raros os que
percebem a “barreira”.
Quem já leu o princípio de Bérgson, comece a ser, agora, o
“eu do momento”. Este “eu do momento” refere-se à impressão
instantânea, captada no momento em que se observa ou se ouve
alguma coisa. É agir como uma criança, sem dar tempo para a
intromissão de “barreiras”.”
Meishu-Sama assim define seus ensinamentos:
“Como se trata de um Ensinamento novo, que não pertence
exclusivamente nem à religião, nem à filosofia, posso dizer, numa
explicação meio forçada, que é uma filosofia religiosa.” [filosofia
aplicada à religião, e não uma religião filosófica, ou seja, religião
aplicada à filosofia].
Antes de passar para doutrina ativista quântica se registra
que a filosofia compreende: metafísica (visão, verdade), ética (bem),
estética (belo), epistemologia (conhecimento) e lógica (raciocínio).
Uma oposição fundamental na metafísica é materialismo versus
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espiritualismo, enquanto na epistemologia é idealismo versus
realismo.
Doutrina Ativista Quântica
É a reunião de ideias e princípios de Amit Goswami e de
Laércio Fonseca.
Mas, quem é Amit Goswami?
Ele nasceu em 1936, é um físico, doutorado em física
nuclear, nasceu na Índia, filho de um guru hinduísta. Foi
pesquisador e professor titular de física teórica da Universidade de
Oregon, nos EUA, por 32 anos a partir de 1968. Após um período de
crise na carreira, mudou seu foco de pesquisa para cosmologia
quântica, aplicações da mecânica quântica ao problema da relação
mente-corpo e assim se dedicou a física aplicada na cosmologia,
psicologia, neurofisiologia, inteligência artificial (ramo da ciência da
computação), antropologia e religião. Participou do filme chamado
“Quem somos nós?”, que se tornou sucesso nos Estados Unidos e
muito difundido em DVD no Brasil.
Foi materialista dos 14 aos 45 anos de idade, mas a
impossibilidade de conciliar o problema da consciência com o fato
de que tudo provém do colapso da onda de possibilidades o levou à
meditação e à busca da conciliação da ciência com a noção oriental
de consciência.
Partindo de princípios da física quântica como o movimento
descontínuo, a não-localidade e a causalidade descendente (a
necessidade do observador para o colapso da onda de possibilidade
em realidade), Goswami amplia teoricamente essa visão e a aplica
aos vários domínios da realidade.
“Assim, esboça uma proposta de estudo da evolução das
espécies em saltos, baseando-se nas lacunas dos achados fósseis
entre as espécies conhecidas. A explicação para essas lacunas
estaria na necessidade de que se acumulassem mutações em
quantidade e qualidade suficientes para que uma nova espécie
23
possível colapsasse a partir das possibilidades internas acumuladas.
[deste modo não haveria nenhum elo perdido, nenhum ancestral
comum entre os homens e os macacos].
No estudo da mente, afirma a impossibilidade da consciência
como epifenômeno da matéria, porque neste caso ela não poderia
ser causativa. A consciência a que se refere Goswami não é,
claramente, a individual, que ele considera na linha da tradição
filosófica hindu como uma ilusão criada pela história pessoal. A
consciência, como a mente, é um todo - por este motivo é que
existe apenas uma razão, uma matemática.”
Num primeiro momento se poderia afirmar que Goswami se
afasta do realismo, ou seja, de uma filosofia que propõe a existência
de uma realidade empírica independente de observadores ou
sujeitos.
No entanto, o realismo tanto pode ser materialista como
espiritualista.
Realismo materialista é a filosofia que sustenta que existe
apenas uma realidade material, que todas as coisas são feitas de
matéria (e seus correlatos, energia e campos), e que a consciência é
um epifenômeno da matéria. [epifenômeno é um fenômeno
secundário, sem eficácia causal, algo que existe em função da
existência anterior de outra coisa].
Realismo espiritualista é qualquer teoria filosófica para o
qual a verdadeira realidade é de natureza espiritual segundo o qual
só se conhece fenômenos, não realidades em si. Um dos mais
proeminentes da antiguidade foi Platão com seu mito da caverna
onde as sombras vistas não são a verdadeira realidade, e o
destacado da atualidade é o empirismo ou positivismo lógico de
Wittgenstein.
Deste modo, se poderia afirmar que Goswami se
fundamenta no idealismo, ou seja, na filosofia que afirma que os
elementos fundamentais da realidade devem incluir tanto a
consciência quanto a matéria. Enquanto, Meishu-Sama realça o
pragmatismo: “O que gostaria de afirmar é que,
24
independentemente de Religião ou de Ciência [ou de Filosofia], se
ela tiver a capacidade de salvar a vida humana, que é de extrema
preciosidade, acho que não há evangelho superior a ela.”. E assim se
teria: conhecer versus salvar.
Num segundo momento, se poderia imaginar que Goswami
se fundamenta no idealismo espiritualista, ou seja, numa teoria
filosófica em que o mundo material, objetivo, exterior só pode ser
compreendido plenamente a partir de sua verdade espiritual,
mental ou subjetiva. Ou melhor, seu foco seria mais do que na
epistemologia, mas sim numa gnosiologia no sentido de um
conhecimento esotérico da verdade espiritual por meio da física.
Enquanto, Meishu-Sama realça a metafísica, o além da física, a visão
da criação da civilização paradisíaca.
Para um pouco mais de detalhes sobre realismo versus
idealismo (vide anexo desta Apresentação, página 36).
Mas, quem é Laércio Fonseca?
Ele nasceu em 1955, é um físico, formado pela Unicamp em
1980, com especialização em Astrofísica e Cosmologia. Lecionou em
cursos pré-vestibulares por mais de 10 anos. Possui 4 livros
publicados, 69 cursos e 215 palestras em DVDs, dedicados aos
assuntos ufologia, filosofia, religião, medicina e psicologia.
Considerado, pela Wikipédia, um espiritualista universalista,
ou seja, uma corrente de pensamento não-religioso e antimaterialista, baseada em estudos históricos dos textos sagrados das
principais religiões, parapsicologia, espiritismo entre outros estudos,
como o exemplo do estudo sobre a reencarnação Vida Antes da
Vida, publicado em 2005 pelo professor Jim B. Tucker da
Universidade da Virgínia.
O Espiritualismo universalista é uma Corrente filosófica
baseada nas teorias do karma e da reencarnação, a favor de que
cada indivíduo, em vez de aderir, com exclusividade ou primazia, a
determinado credo, sistema, doutrina, instituto, guru ou
movimento, faça sua síntese pessoal das diversas correntes de
pensamento relacionadas à espiritualidade (religiões, filosofias
25
espiritualistas e neociências transcendentais) e às demais
expressões culturais da humanidade, a exemplo das manifestações
da arte, da filosofia e da ciência em geral.
Tem como corolários o ecumenismo, o pluralismo, o
holismo,
o
universalismo,
a
multidisciplinaridade,
a
transdisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a cidadania
planetária e cósmica. Simpatiza com a Psicologia Transpessoal.
Opõe-se a posturas de sectarismo, exclusivismo, fanatismo e
maniqueísmo. Valoriza a liberdade de expressão, o discernimento e
a dialética. Não sustenta detenção de posse da verdade relativa
e/ou absoluta sob qualquer desculpa, justificativa ou alegação.
Mantém afinidade com o que Huberto Rohden chamava de
anarquismo cósmico, ou seja, o autogoverno do indivíduo, em
consonância com as normas da Ética universal (também chamada
de cosmoética), dissociado quer de transferência de
responsabilidade a terceiros para lhe ditar o caminho evolutivo a
trilhar, quer da submissão a "pacotes doutrinários", inquestionáveis
e petrificados, e ao controle de conduta por instituições e
autoridades sacerdotais, gurulátricas ou equivalentes.
Num primeiro momento se poderia afirmar que Laércio
Fonseca tem semelhança com Henri Bérgson e William James que se
dedicaram à metafísica como espiritualista evolucionista, enquanto
ele seria em termos de espiritualista universalista. No entanto,
observando os corolários assinalados acima, se nota que
universalismo é apenas um deles. E tendo em vista o seu livro e
curso “Física Quântica e Espiritualidade” se pode admitir que ele
seja um espiritualista idealista.
Num segundo momento, realçando o texto de William
James:
“A maioria das pessoas vive física, intelectual ou
moralmente, num círculo muito restrito do seu potencial. Eles
fazem uso de uma parte muito pequena de sua consciência
possível.”
E o trecho do ensinamento de Meishu-Sama:
26
“Por isso, eu, por exemplo, tenho disfarçado bastante. Se
disser de verdade que sou Messias, - O Cristo - pessoas do mundo
inteiro irão se juntar e não poderei trabalhar. Não poderia nem
escrever “A Criação da Civilização”. Por isso, Deus está realizando as
coisas de forma bem adequada.
Feito isto, será assim. Depois, assim. Ele avisa de forma
precisa e por isso estou bem ciente. Deus faz as coisas com muita
habilidade.
Em breve, escreverei uma tese mundial, pretendo escrever
que não sou o messias. Depois, vendo o meu trabalho, vendo os
efeitos reais de messias que é o de salvar o mundo, aí poderei ser o
Messias.
Se realizar o trabalho a altura do Messias, posso dizer que o
seja, mas falar desde o início que sou assim ou assado, não
adiantaria em nada. Há uma frase muito inteligente que diz que as
coisas dignas se misturam às banais. Já estamos chegando bem
perto, sabe?”
Talvez se possa conjecturar que o professor Laércio Fonseca
não esteja aproveitando todo o seu potencial, perdendo até um
pouco de tempo em não relevar o Messias. Espera-se que isso não
venha a soar como sectarismo, fanatismo etc.
Importância
Predominância da ciência espiritualista
Para os messiânicos ela é explicitada pelo Messias:
“Primeiramente, vou traçar um perfil da nossa doutrina.
Desde os tempos arcaicos, têm aparecido, na raça humana,
indivíduos soberbamente capazes que não mediram esforços para
realizar suas ideias grandiosas. Assim, estabeleceram um mundo de
brilhante civilização. Esses benefícios deveriam tocar-nos
profundamente e despertar o nosso senso de gratidão.
Estranhamente, porém, Isto não ocorre, porque a atual civilização
27
não é acompanhada de felicidade, que é a coisa mais importante.
Nem é preciso dizer que isto se deve a uma grande falha em algum
ponto da civilização atual.
Essa falha me foi revelada por Deus. É que a civilização atual
não alcançou um progresso total: somente o lado material
floresceu, o que representa apenas a metade. A outra metade, isto
é, a parte espiritual, é totalmente ignorada por esta civilização.
Isto tem a sua razão de ser. De acordo com o Plano de Deus,
para que a cultura material pudesse desenvolver-se, foi preciso,
durante algum tempo, obstruir o desenvolvimento da cultura
espiritual. Agora que a cultura materialista atingiu o nível previsto
no plano divino, Deus fará com que a cultura espiritualista dê um
salto de uma só vez [salto quântico?], a fim de acompanhar o passo
da cultura materialista. Ambas, interdependentes, criarão um
mundo verdadeiramente civilizado.
A nossa doutrina nasceu para cumprir essa missão. Por isso é
impossível compará-la, sob qualquer ponto de vista, com as
doutrinas estabelecidas [inclusive com a ativista quântica].”
Meishu-Sama escreveu o ensinamento “Sou um cientista em
religião” onde diz:
“Se eu, um religioso, disser que sou também cientista, todos
estranharão, mas estou certo de que, ao término desta leitura, hão
de concordar comigo.
Sempre digo que a Ciência atual [que é materialista] ainda
está num nível muito baixo, nem podendo ser considerada como
Ciência. Sua importância reside, sem dúvida, na descoberta e no
estudo de corpos microscópicos. É claro que isso se deve ao
aperfeiçoamento do microscópio, graças o qual o avanço nesse
estudo é impressionante. Conseguem-se distinguir corpúsculos
extremamente pequenos, frações da ordem de um milésimo,
milionésimo ou bilionésimo. Trata-se de um avanço contínuo,
chegando-se ao extremo do microscópico; atualmente se está quase
prestes a entrar no mundo do infinito. A palavra espírito, muito
empregada ultimamente, deve estar indicando esse mundo.
28
[o elétron é um milhão de vezes menor que a maior
ampliação que se pode obter no melhor microscópico eletrônico
existente no mundo. Ainda se pode perceber também no nível de
célula que é a menor porção da matéria viva. A maioria das células
vegetais e animais têm entre 1μm e 100μm, ou seja, entre
0,0000001m ou 0,00001m, respectivamente. O corpo humano tem
10 trilhões de células e cada célula tem 2.000.000. 000.000. átomos,
logo ...]
É evidente que o conhecimento do mundo do infinito não se
deve a experiências de natureza científica; entretanto, ao
aprofundar-se nos estudos científicos do homem levantou uma tese
hipotética sobre ele, baseada na dedução. Se não fosse assim,
acabar-se-ia num beco-sem-saída. Ora, o mundo a que nos
referimos é justamente o Mundo Espiritual, o que significa que a
Ciência, finalmente, está chegando ao lugar certo. Dessa maneira,
deixando de lado os subterfúgios, ela, que por tanto tempo insistiu
em negar a existência do espírito, acabou derrotada. Caso venha a
apreendê-la com precisão, elevar-se-á a um nível mais alto e terá
dado mais um passo em busca da Verdade. Sendo assim, tomará
como objeto de seus estudos o espírito e não mais a matéria, de
modo que a ciência que até agora raciocinava com base na matéria,
será considerada como ciência da primeira fase, e a ciência baseada
no espírito, como ciência da segunda fase. Com isso haverá uma
mudança de cento e oitenta graus no rumo da Ciência. Em marcos
divisório mais claro, será traçada uma linha demarcatória no mundo
científico: a ciência da matéria ficará situada abaixo, e a ciência do
espírito acima. Esta é uma visão no sentido horizontal, a primeira
seria a parte externa, e a segunda, a interna ou conteúdo. Em outras
palavras, significa que haverá uma evolução da ciência do concreto
para a ciência do abstrato, o que de realmente motivo de alegria.”
Para o Fundador da Messiânica, elevar o nível da Ciência
atual, ou seja, da ciência materialista, não quer dizer rejeitá-la:
29
“O objetivo dessa organização religiosa [Igreja Messiânica
Mundial] é o progresso e desenvolvimento da civilização conciliando
a ciência material e a ciência espiritual”.
Mas, sim, segundo o Messias no seu ensinamento “Cultura
de Su”, é por espírito no centro dela. Em outras palavras, é haver
uma “identidade de 99% entre ciência espiritualista e ciência
materialista” com “predominância de 1% da ciência espiritualista
sobre a ciência materialista” [algo semelhante com a predominância
de 1% do corpo espiritualista sobre o corpo materialista].
Física moderna como ponte
Porém, a teoria da ciência espiritualista ainda está por ser
elaborada, conforme na palestra de Meishu-Sama sobre seu
ensinamento “Johrei - um tratamento científico” em 1954 quando
ele aborda as dificuldades no entendimento do assunto:
“Explicar o Johrei como um tratamento científico é bastante
difícil, pois não se trata nem de ciência [ciência materialista], nem
de religião. Acredito que todos devam ter compreendido a leitura
desse Ensinamento, mas de qualquer forma, a partir de agora, não
vai ser nada fácil à exposição mais detalhada de seus conceitos.
Faltam-me termos mais apropriados, justamente por ainda não ter
sido estabelecido um tratado específico sobre o assunto, o que me
leva a poder explicá-lo só até certo ponto, porque não disponho de
outras palavras para levá-lo adiante. Inclusive, foi por essa razão
que procurei escrevê-lo de modo bem simples, exatamente para
que vocês pudessem entendê-lo através da própria prática”.
Posto isto, vem à indagação: Até que ponto, a física moderna
que contempla a consciência (para os cientistas) ou mente (para os
psicólogos) ou ainda espírito (para os religiosos) na sua formulação
não pode ser uma ponte entre a ciência materialista e a ciência
espiritualista? Aguardem, pois a resposta para os messiânicos a essa
questão será vista mais tarde.
30
Para os ativistas quânticos ela já foi dada na entrevista de
Amit Goswami ao programa “Roda Viva” da TV Cultura no dia
11/02/2008:
“- Heródoto Barbeiro: Dr. Amit Goswami, Boa Noite.
Inicialmente eu gostaria que o senhor dissesse aos telespectadores
da TV Cultura, que ao longo do século XX os cientistas estiveram
ligados muito mais ao materialismo do que à religiosidade
[espiritualidade]. A impressão que eu tenho é que nessa virada para
o século XXI, essas coisas estão mudando. O senhor poderia nos
explicar o porquê dessa aproximação entre a ciência e a
espiritualidade [religião]?
- Amit Goswami: Com prazer. Esta mudança da ciência, de
uma visão materialista para uma visão espiritualista, foi quase
totalmente devida ao advento da Física Quântica.”
Vertentes essenciais
Religião, filosofia e ciência
Basta relembrar o que tem sido mencionado a respeito delas
como “Se há uma ponte entre a Ciência, a Filosofia e a Religião, essa
é a Física Quântica” (Goswami), “Sou um cientista em religião” e
“filosofia religiosa” (Meishu-Sama).
Além disso, a linguagem objeto da física quântica e a ciência
espiritualista para ser descrita vai empregar linguagens científicas,
filosóficas e religiosas, ou seja, estas serão “metalinguagens”.
O Messias Meishu-Sama ensina que:
“Tanto os espiritualistas como os materialistas desejam um
mundo de paz e felicidade, mas isso não passa de um ideal, porque
a realidade que nos cerca é bem diferente. Assim, os intelectuais
vivem cercados por um mar de dúvidas, batendo a cabeça contra as
paredes. Entre eles, existem os que procuram a Religião, a Filosofia
e outros meios [ciência] para decifrar esse enigma.”
Mas, o que Meishu-Sama pensa a respeito delas?
31
Posição entre elas
Em 29 de abril de 1950, ele escreveu um ensinamento
“Como encarar a religião” onde ensina:
“Tenho observado que, quando as pessoas analisam a
Religião, não compreendem o ponto mais importante: sua posição.
A Religião está acima de qualquer outro valor. A Filosofia, a
Moral e a Ciência ocupam uma posição inferior. (...) A Religião foi
criada por Deus, e a Filosofia, pelos homens. (...) Comparada com a
Filosofia e a Moral, a Ciência é muito mais materialista, sendo
patente a distância que há entre ela e a Religião. Por todas essas
razões, podemos perceber como está errado o conceito que os
intelectuais da atualidade têm sobre esta última.
Todavia, se analisarmos mais profundamente, veremos que a
Filosofia é o conjunto das teorias criadas pelo homem até hoje, e
por isso, quando a comparamos com a Religião, a importância desta
revela-se por si mesma. Se tentarmos descobrir, através da Filosofia,
o ponto mais profundo de uma questão, encontramos barreira e
nada conseguimos. Uma prova disso é que, quanto mais
pesquisamos através dela, mais confusos ficamos. Uma dúvida puxa
outra, e na maioria das vezes não recebemos resposta para as
nossas perguntas. A consequência é nos cansarmos facilmente da
vida, havendo pessoas que chegam ao extremo de pensar que a
única solução para tal angústia é o suicídio. Esse é um fato que
ninguém desconhece.
(...) A respeito da ciência materialista, que nós sempre
criticamos, não há necessidade de maiores comentários.
Atualmente, falar em cultura é o mesmo que falar em Ciência;
interpreta-se progresso cultural como progresso científico. É
duvidoso, porém, que o homem tenha se tornado mais feliz com o
progresso da Ciência. Ao contrário, somos levados a pensar que a
infelicidade cresceu proporcionalmente a ele. Ante a terrível
ameaça de guerra nuclear que paira sobre a humanidade, não é
preciso dizer mais nada.
32
(...) Se a Filosofia, a Moral e a Ciência, como acabei de expor,
não têm força suficiente para resolver o problema, o que é que
poderá resolvê-lo a não ser a Religião? Certamente, os intelectuais
têm consciência do fato, mas na verdade, enquanto o consenso
geral tomar como padrão as religiões tradicionais, acho que o
problema continuará sem solução. Dessa forma, não é possível
prever quando se concretizará a felicidade do ser humano. Vemos,
pois, que são muito sombrias as condições da sociedade atual.
Todavia, neste mundo resignado, apareceu a nossa UltraReligião, com enorme poder salvador. Talvez seja difícil aceitá-la,
pois ninguém poderia imaginar uma religião semelhante, mas o fato
é que não se pode negar aquilo que é evidente. Uma vez
conhecendo a sua verdadeira essência, como os cegos que
experimentam a alegria de ver a luz, todos despertarão. A prova do
que dizemos está nos relatos cheios de alegria que enchem as
nossas publicações. Por isso, aqueles que desejam a verdadeira
felicidade, façam uma experiência, entrem em contacto com a nossa
Igreja! Por mais saborosa que seja uma comida, é impossível
avaliarmos seu sabor apenas ouvindo explicações sobre ela ou
olhando-a; antes de mais nada, é preciso prová-la. Tenho a certeza
de que todos ficarão satisfeitos com o sabor jamais experimentado
até então.”
A seguir se oferece ideias que talvez possibilite aumento de
compreensão sobre o que são essas vertentes essenciais do
conhecimento - religião, filosofia e ciência – bem como a filosofia
religiosa e a ultra-religião.
Uma primeira ideia é que em termos da essência, a ordem
do mais particular para o mais universal é a seguinte: cientista,
filósofo, filósofo religioso, religioso e ultra-religioso. O ultra-religioso
seria o ultra-sábio que se ocuparia da ultra-religião com inteligência
divina; o religioso seria o sábio da religião com inteligência sagrada;
o filósofo religioso, o filósofo e o cientista seriam os pensadores,
respectivamente, da filosofia religiosa, filosofia e ciência com
inteligência superior em diversos graus; as pessoas de baixa
33
escolaridade seria simplesmente opinador e fazedor do cotidiano
com inteligência inferior que pode ir da calculista, ardilosa e
satânica. Por exemplo, a ordem do mais universal para o mais
particular na educação seria: ultra-religião da educação, religião da
educação, filosofia religiosa da educação, filosofia da educação,
ciência da educação e “achismo” da educação. Outro exemplo
pertinente ao tema deste trabalho: física quântica da espiritualidade
pode estar no nível da ciência da espiritualidade ou no nível da
ultra-religião da espiritualidade.
Uma segunda ideia é sobre a avaliação dos ensinamentos do
Messias em modos de ciência, filosofia, filosofia religiosa, religião e
ultra-religião segundo os parâmetros “insight” e “instrução” e notas
entre 0 e 1 sendo a seguinte:
Só que o saber proveniente de insight e instrução não tem o mesmo
resultado, o mesmo peso, para fixar o que se está querendo afirmar,
supõe-se o quadro modificado baixo:
Donde o saber visto como a soma do insight com instrução
implicaria aproximadamente:
Obviamente que os números acima servem apenas para fixar
noção, pois como se pode observar é que nem toda filosofia
34
religiosa é a do Messias, como exemplo se tem no oriente a filosofia
religiosa taoista, e no ocidente a filosofia religiosa cristã.
Uma terceira ideia é proporcionar acréscimo de
entendimento sobre ensinamento.
Para isso, notar que o sufixo “mento” é utilizado na
formação de um substantivo derivado de verbo para indicar ação
quer seja em resultado (efeito) ou em instrumento (ato). É o caso,
por exemplo, da palavra “entendimento” expressa no parágrafo
anterior, donde:
É claro que este último tem como substantivo “aprendizado”
e não “aprendemento”, porém para facilitar o acréscimo de
entendimento sobre ensinamento se permite tal flexibilidade.
O ensinamento pode ser visualizado mais como ensino, ou
seja, transmissão de conhecimentos, do que por doutrina, isto é,
conjunto de ideias a serem transmitidas. Deste modo, em geral
como ensino é implementado por aula, enquanto que como
doutrina, é feito por discursos moralizadores do gênero sermão e
pregação. Mas, também existem outros como o estudo, a palestra e
a apresentação.
No processo de ensino-aprendizagem, como a aula, se tem
como produto o conhecimento e como forças produtivas desde
ensinamento e aprendemento até instrumento (como livro e
didática). Ou seja, em modos esquemáticos:
35
No processo de pregação se pode ter como produto a crença de
uma fé e o pastor e o crente ou fiel, bem como também um mestre e
um discípulo, um ministro e um membro da Igreja.
36
Anexo
Realismo x Idealismo e Positivismo
Realismo é uma corrente da filosofia que enfatiza a completa
independência ontológica da realidade em relação a nossos
esquemas conceituais, crenças e pontos de vista. Porém, quando há
correspondência entre eles se tem a verdade [por correspondência].
Tradicionalmente, a posição realista em filosofia opõe-se à
posição idealista – isto é, à doutrina de que os objetos físicos e os
eventos do mundo exterior são de alguma forma construções do
espírito humano.
“Suponha que toda a humanidade morreu e um núcleo
transuraniano teoricamente possível (por exemplo, de número
atômico 135) nunca tivesse sido fabricado, este núcleo tem
realidade?”: se alguém diz sim, se trata da posição filosófica
“realismo de potencialidades”; se diz não, posição idealista, pois
para esta posição a realidade é uma criação do Espírito, não
havendo humanidade não haveria espírito, logo não haveria criação,
portanto nada desse núcleo ter alguma realidade.
Na Idade Média duas posições filosóficas extremadas se
desenvolveram, o Realismo e o Nominalismo. O Realismo defendia a
tese de que os universais (“a cadeira” e “o homem”) existem antes
das coisas particulares (como esta cadeira e o autor deste trabalho).
A esta posição se opunha o Nominalismo, segundo o qual os
universais são meros nomes, e a realidade só se refere ao particular
do mundo físico atual.
“Partindo do princípio de que existem árvores individuais,
existiria “árvore”, enquanto termo universal?”: sim, “árvore” existe,
realismo de universais; não, “árvore” é só um conceito na mente,
existem apenas árvores particulares, conceitualismo; não, “árvore”
é só um nome, e nem é uma entidade mental, só existem árvores
particulares, nominalismo.
37
Para o positivismo que surge na primeira metade do século
XIX esta pergunta “Partindo do princípio de que existem árvores
individuais, existiria “árvore”, enquanto termo universal?” não faz
sentido porque para ele qualquer especulação sobre mecanismos
ocultos deve ser evitada, só tem sentido tecer afirmações sobre o
que é observável, verificável.
Uma sentença “sem sentido” para os positivistas é aquela
para a qual não há um método para verificar se ela é verdadeira ou
falsa. Por exemplo, a frase “a realidade física existiria mesmo que
não existisse nenhum observador” seria sem sentido. Para o
realista, porém, tal frase não só tem sentido como é verdadeira.
O Realismo acredita que a Ciência pode encontrar a
realidade última e que as descrições científicas são retratos fiéis da
natureza (Galileu e Einstein foram cientistas realistas). Já o
Positivismo entende que a Ciência não conseguiria jamais chegar à
realidade última, mas fazer representações.
Para os realistas, a gravidade deve ser explicada ou pela
força gravitacional estabelecida por Isaac Newton, ou então pela
distorção do espaço-tempo estabelecida por Albert Einstein [isto é,
um dos dois deve representar a realidade última da física
alcançável]. Para os positivistas, ambas as explicações são
satisfatórias porque representam a gravidade em situações
diferentes [isto é, são dois modelos diferentes que representam
uma mesma realidade física inalcançável].
Einstein parece ser um espiritualista realista:
“Eu quero saber como Deus criou este mundo (...) o resto
são detalhes.”, “Quanto mais me aprofundo na ciência mais me
aproximo de Deus.” e “A religião do futuro será cósmica e
transcendental e não um Deus pessoal, evitando os dogmas e a
teologia.”
O modelo de átomo de Bohr representa um átomo como
sendo uma bolinha central, o núcleo atômico, circundada por
diversas bolinhas, os elétrons em suas órbitas. Os realistas acham
que um átomo é um conjunto de bolinhas girando em torno de
38
alguma bolinha central. Os positivistas sabem que não, é apenas um
modelo.
O Positivismo basicamente diz que só pode ser considerado
real aquilo que pode ser diretamente observado. Levando esta
doutrina ao extremo, podem-se dizer coisas como: “A realidade ou
existência das coisas depende de haver um observador.” Se eu
observar uma árvore, a árvore existe. Mas a partir do momento em
que desvio o olhar da árvore não posso afirmar se a árvore existe ou
não sem a observar outra vez. Na prática os cientistas não fazem
estas considerações.
A maioria dos cientistas acredita no que diz Einstein: “A coisa
mais incompreensível que há no Universo é o fato de ele ser
compreensível”. E o realismo é adotado nas entidades teóricas das
ciências (como os buracos negros), e na particular da Física (como o
quark).
Realismo Ontológico
(subjetivista, solipsismo)
x
Idealismo
Ontológico
Realismo Ontológico é relativo às essências das coisas, ao
“ser” das coisas. Ele é a tese de que existe uma realidade lá fora que
é independente de nossa mente (ou de qualquer mente), de nossa
observação.
Idealismo Ontológico é a negação desta tese, que pode
assumir várias formas.
No caso da pergunta clássica “Deus existe” quem responde:
não, ateísmo, amparado no realismo ontológico no sentido de que
não existe essa realidade Deus lá fora; esta pergunta não faz
sentido, positivismo lógico, pois não é observável e nem verificável;
esta pergunta faz sentido, mas nunca se sabe a resposta,
agnosticismo é impossibilidade de ter o conhecimento objetivo
sobre determinada questão.
Em outra pergunta clássica: “Existe um espírito, ou uma
consciência ou talvez uma alma, que seja independente da
39
matéria?” quem responde: sim, o espírito sobrevive fora do corpo,
trata-se de um espiritismo, dualismo mente-cérebro; sim, o espírito
é livre, porém, com a morte, o espírito desaparece, já é um
dualismo mais materialista; não, o espírito é causado pela matéria,
tipo importante de realismo que é o materialismo, para o qual
apenas a matéria (e energia) existe ou é real, processos mentais
seriam “epifenômenos” causados por processos materiais [o
marxismo, uma forma de materialismo, considera que as ações
humanas são determinadas pelos aspectos econômicos].
Considerando-se primeiramente o problema ontológico da
existência de uma realidade independente do sujeito ou de uma
mente. Já foi mencionado que o realismo ontológico afirma a
existência desta realidade; a negação desta tese recairia em um
“idealismo ontológico”, que é mais conhecido como idealismo
subjetivista. A forma mais radical desta é o “solpsismo”, o qual a
realidade se resume ao conteúdo do meu pensamento: a realidade
seria espécie de sonho em minha mente. Uma forma menos radical
é a doutrina segundo a qual só existe aquilo que é percebido por
alguém.
“Uma árvore grande que caiu em um bosque desabitado
emitiu um som ao cair?”: sim, realismo ontológico; não, idealismo
subjetivista (mais radical: solipsista); esta pergunta não faz sentido,
positivismo lógico; esta pergunta faz sentido, mas não tem resposta,
cético, não se pode obter nenhuma certeza absoluta a respeito da
verdade.
“Se toda a humanidade morresse (ou todos os seres
pensantes do universo), e não houvesse tempo de uma nova
civilização pensante evoluir, o mundo continuaria existindo?”: sim,
realismo ontológico; não, idealismo subjetivista.
“Depois que você morrer, o mundo continuará existindo?”:
sim, realismo ontológico; não, idealismo solipsista porque a
realidade se resume ao conteúdo do meu pensamento; esta
pergunta não faz sentido, positivismo lógico; não sei, ceticismo.
40
Realismo Epistemológico (racionalismo cartesiano,
apriorismo kantiano etc.) x Positivismo Epistemológico
(empirismo, fisicalismo, operacionismo, anarquismo etc.)
O positivismo tem quatro afirmações principais: (i)
Descritivismo: só faz sentido atribuir realidade ao que for possível
descrever, observar; (ii) Demarcação: teses científicas são
claramente distinguidas de teses metafísicas e religiosas, por se
basearem em “dados positivos” (são verificáveis); (iii) Neutralidade:
o conhecimento científico deve ser separado de questões de
aplicação de valores; (iv) Unidade: todas as ciências têm um método
único, baseado no empirismo e na indução.
O problema da “origem do conhecimento”: é a razão ou é a
experiência a fonte e a base do conhecimento humano?
O empirismo considera que a única fonte de conhecimento é
a experiência. Conhecimento sobre o que existe não pode ser
obtido de maneira “a priori”. Os significados das ideias seriam
redutíveis aos dados da experiência. O sensacionismo ou
“empirismo radical” enfatiza que as ideias são redutíveis às
sensações. Uma forma mais pragmática de empirismo é o
fisicalismo, para o qual os teores descritivos da linguagem se
referem a objetos físicos (não sensações) e suas propriedades, e são
definidos “operacionalmente”. Para o operacionismo todo conceito
científico é sinônimo do conjunto de operações físicas associados ao
processo de medi-lo.
O ponto de vista oposto ao empirismo é o racionalismo (ou
melhor, intelectualismo), que defende que o critério de verdade não
é sensorial, mas intelectual e dedutivo. Verdades básicas são
evidentes para a razão, e outras verdades são dedutíveis destas.
“É possível observar uma coisa de maneira desinteressada,
neutra, sem alterar de nenhum modo a percepção devida a opiniões
e conhecimentos teóricos?”: sim, empirismo puro; não, toda
observação está impregnada de suposições teóricas, negação do
empirismo puro;
41
“Podemos obter verdades sobre o mundo externo apenas a
partir do pensamento (de maneira “a priori”), sem levar em
consideração nenhuma observação empírica relevante?”: sim, de
fato esse é o método mais seguro e adequado, racionalismo
cartesiano; sim, apesar de a observação ser importante, há
verdades que podem ser obtidas desta maneira a priori”, apriorismo
kantiano; não, toda informação sobre o mundo externo é obtida
através da observação, empirismo.
“Isso que você está vendo agora, está em sua retina ou está
no mundo exterior?”: apenas em minha retina, a partir desta
imagem infiro fatos externos, sensacionismo; nos dois, em minha
retina e no mundo externo, realismo; apenas no mundo exterior,
realismo ingênuo.
“No contexto da física, você concorda com a seguinte
afirmação: “só é válido definir uma grandeza se ao mesmo tempo
fornecermos o procedimento experimental para medi-la”?”: sim,
operacionismo; não, realismo científico.
Interpretação realista de uma teoria física
1) Realismo ontológico: existe uma realidade física que
independe do conhecimento e da percepção humana;
2) Realismo científico: As proposições de uma teoria têm
“valor de verdade”, isto é, são ou verdadeiras ou falsas, de acordo
com a teoria da verdade por correspondência. Assim, uma teoria
física serve para “explicar” fenômenos da maneira da realidade
física subjacente, e não apenas para prevê-los;
“A Mecânica Newtoniana é verdadeira?”: não, ela é falsa,
realismo com verdade por correspondência; ela é verdadeira em
certos domínios, mas em outros não, verdade aproximada; ela era
verdadeira no século XVIII, mas hoje é falsa, verdade por convenção
(pragmática).
42
3) Realismo teórico: a teoria pode conter “termos teóricos”
que se referem às entidades físicas que não são diretamente
observadas.
“Partículas virtuais” são necessárias para explicar fenômenos
em eletrodinâmica quântica, mas elas são rapidamente emitidas e
absorvidas, e nunca podem ser observadas, elas existem?”: supondo
que a teoria está correta, sim, realismo científico; mesmo supondo
que a teoria é correta, não, positivismo “negador”.
Além dessas características, costuma-se adicionar mais duas
afirmações para uma interpretação realista:
4) Realismo metodológico: atingir a verdade é a meta
principal da ciência;
5) Realismo convergente (K. Popper): as teorias físicas se
aproximam cada vez mais da verdade, sem talvez nunca atingi-la de
maneira completa;
“A Mecânica Relativística (Restrita e Geral) é verdadeira?”:
não, ela é falsa, mas está mais próxima da verdade do que a
mecânica newtoniana, realismo convergente; ela é verdadeira hoje,
mas no futuro provavelmente não será mais, verdade por
convenção (pragmática).
A negação de uma ou outra das teses expostas acima
constitui formas de anti-realismo, no contexto de teorias científicas.
O relativismo é um anti-realismo por negar 2, isto é, negar
que existam verdades únicas a serem descobertas pela ciência
(anarquismo epistemológico de P. Feyerabend), sendo tudo fruto de
uma negociação no âmbito das comunidades científicas (T. Kuhn,
nova sociologia da ciência). Esta concepção está por trás da
“verdade pragmática” que se opõe à verdade por correspondência
do realismo.
“A verdade, com relação ao mundo da física, muda de época
para época, ou ela é sempre a mesma, mesmo que a
desconheçamos?”: muda de época para época, verdade pragmática,
relativismo; ela é sempre a mesma, verdade por correspondência,
realismo científico.
43
Uma negação do realismo científico é também feita pelo
instrumentalismo, que pode ser “forte” ou “fraco”. O
instrumentalismo forte nega que as teorias científicas tenham
valores de verdade, e que elas expliquem uma realidade subjacente
aos dados experimentais. Teorias seriam meramente esquemas
linguísticos que permitem fazer previsões sobre observações, e que
organizam estas de maneira econômica. Já um instrumentalismo
fraco não nega que sentenças teóricas (relativas a entidades não
observáveis) tenham valores de verdade, mas nega que isto tenha
qualquer importância na ciência (negando a tese 4). O que seria
importante seria a solução de problemas (L. Laudan) ou a
adequação empírica (B. van Fraassen).
“Qual o objetivo primeiro da ciência?”: atingir a verdade,
realismo científico; dar conta das observações de maneira
econômica, instrumentalismo; resolver problemas e gerar
tecnologia, pragmatismo; não há um único objetivo principal,
anarquismo epistemológico.
Anti-Realismo na Física Quântica
O anti-realismo que está associado à Mecânica Quântica
envolve pelo menos três níveis epistemológicos:
i) no nível da essência do conhecimento, o idealismo afirma
que a consciência humana tem um papel importante na
determinação do estado do objeto;
“É aceitável que a teoria quântica não descreva uma
realidade independente do observador, mas apenas a realidade
enquanto ela é observada?”: sim, de fato, este é um traço que deve
ser bem-vindo, idealismo “eufórico”; sim, se não houver outra saída,
paciência, idealismo “moderado”; não é aceitável, deve-se tentar
sanar esta situação, realismo epistemológico.
ii) no nível do significado ou da origem do conhecimento, o
positivismo nega que faça sentido afirmar a existência de entidades
não observáveis ou afirmar proposições não verificáveis.
44
iii) no nível de teoria científica, o instrumentalismo afirma
que a Mecânica Quântica não passa de um instrumento para fazer
previsões experimentais.
“Considere uma teoria física que consegue prever
corretamente os resultados de medições, em certo domínio
experimental (por exemplo, através de fórmulas empíricas
descobertas por tentativa e erro), porém esta teoria não fornece
nenhum modelo ou explicação de como a realidade funciona (neste
domínio), esta é uma boa teoria?”: sim, instrumentalismo; não,
realismo científico.
Na discussão sobre realismo científico, tem-se declarado que
“o realismo morreu, quem o matou foi a Física Quântica” (A. Fine,
1982).
Relembrando-se três capítulos do anti-realismo na história
da física quântica.
(I) O primeiro capítulo está associado à noção de
complementaridade: “uma realidade independente no sentido físico
ordinário não pode ser atribuída nem aos fenômenos, nem aos
agentes da observação” (Bohr, 1928). Defendia-se que a teoria só
trata do observável: uma realidade não-observada pode até existir,
mas ela não é descritível pela linguagem humana. A posição de Bohr
modificou-se em 1935, e há uma controvérsia sobre o grau de
positivismo ou instrumentalismo da visão de Bohr. Mas mesmo após
esta época manteve-se o chamado “relacionismo”, segundo o qual a
realidade observada é fruto da relação entre sujeito e objeto, sendo
dependente das escolhas ou vontade do observador
(“voluntarismo” de von Weizsäcker).
(II) O segundo capítulo é uma forma de idealismo subjetivista
associada a uma consciência legisladora. Ela surge da tese de que o
colapso associado a medições só é causado pela observação
humana: “a transformação irreversível no estado do objeto medido”
seria devido à “faculdade de introspecção” ou ao “conhecimento
imanente” que o observador consciente tem de seu próprio estado
(London & Bauer, 1939). Filósofos adoram explorar os paradoxos
45
trazidos por esta posição, como no exemplo do gato de Schrödinger,
mas o consenso parece ser que tal posição radical é desnecessária
(apesar de consistente). A interpretação dos estados relativos de
Everett resolve problemas semelhantes sem atribuir um papel
legislador à consciência, mas supondo que esta possa entrar em
superposições quânticas.
(III) O terceiro capítulo do anti-realismo está associado ao
trabalho de John S. Bell, que mostrou que qualquer teoria realista
que satisfaça a propriedade de localidade (salvo algumas exceções)
é inconsistente com a Teoria Quântica. Quem morreu com este
resultado não foram as teorias realistas não-locais (como a de David
Bonm), mas sim boa parte do realismo local, uma variedade de
realismo classicista que defende que, na realidade, os sinais sempre
se propagam com uma velocidade menor ou igual à da luz.
Alguns outros exemplos de suposições classicistas que são
violadas por alguma interpretação da Teoria Quântica (além da
localidade) são: determinismo, corpuscularismo (a matéria é
composta de partículas), a tese de que o mundo existe em quatro
dimensões, de que eventos presentes não afetam o passado, de que
emissões de partículas ocorrem em instantes bem determinados,
etc. Apesar de o classicismo estar em geral associado ao realismo,
nota-se que o classicismo pode ser em boa parte adotado por
abordagens positivistas, como é o caso da interpretação da
complementaridade de Niels Bohr.
“Como você gosta de interpretar a Física Quântica?”: existem
só ondas, pacotes de onda, colapsos, etc., realismo da interpretação
ondulatória; existem partículas, com ondas associadas, que
interagem à distância, realismo da interpretação dualista realista; há
um dualismo complementar entre onda e partícula, ora se observa
um, ora outro, conforme o experimento, positivismo da
interpretação da complementaridade; a teoria é incompleta;
realismo da interpretação dos coletivos estatísticos.
46
Bibliografia
Ela consta de 65 obras consideradas em DVDs (29), livros
(36) e transcrição (1) envolvendo 8 autores.
FONSECA, Laércio. Curso de Física Quântica e Espiritualidade. São
Paulo, 2012. 196 p.
_______. Conferência sobre: Física Quântica, Espiritualidade e
Ufologia. Vídeo: 2h13m.
_______. Curso completo sobre Física Quântica e Espiritualidade:
Uma abordagem científica sobre o espírito, a consciência e os
fenômenos paranormais. [Filme/vídeo] São Paulo, 2012. 21 DVDs
cada um com cerca de 1h30m de duração, vide a seguir.
Volume 01 e 02: Introdução à Física. 1h22m e 1h32.
Volume 03 e 04: Conceitos de gravitação, energia, campo
elétrico e ondulatório. 1h26m e 1h28, respectivamente.
Volume 05 e 06: Eletromagnetismo e a teoria da relatividade
de Einstein. 1h29m e 1h32, respectivamente.
Volumes 07 e 08: Teoria geral da relatividade e buracos
negros. 1h30 e 1h25m, respectivamente.
Volumes 09 e 10: Introdução à Física Quântica e a Mecânica
Quântica. 1h32m e 1h34m, respectivamente.
Volumes 11 e 12; Saltos quânticos e a inseparabilidade
quântica. 1h30m e 1h32m, respectivamente.
Volumes 13 e 14: Teoria dos campos unificados e universos
paralelos. 1h34m e 1h27m, respectivamente.
Volumes 15 e 16: Modelo quântico da consciência e a
projeção astral. 1h28m e 1h32m, respectivamente.
Volumes 17 e 18: Médiuns, paranormais, vida fora da
matéria, planos astrais à luz. 1h26m e 1h34m, respectivamente.
Volumes 19 e 20: Deus e a Física Quântica, espíritos e a vida
fora da matéria. 1h28m e 1h32m, respectivamente.
Volume 21: Quem somos nós e o Segredo. 1h32,
respectivamente.
47
GOSWAMI, Amit. O Universo autoconsciente: Como a consciência
cria o mundo material. 2 ed. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2011.
368p.
_______. A janela visionária: Um guia para a iluminação por um
físico quântico. 1 ed. São Paulo, Editora Cultrix, 2006. 280p.
_______. A Física da alma: A explicação científica para a
reencarnação, a imortalidade e a experiência de quase-morte. 2 ed.
São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2008. 316p.
_______. O médico quântico: Orientações de um físico para saúde e
cura. 6 ed. São Paulo, Editora Cultrix, 2012. 288p.
_______. Deus não está morto: Evidências científicas da existência
divina. 2 ed. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2011. 300p.
_______. Evolução criativa das espécies: Uma resposta da nova
ciência para as limitações da teoria de Darwin. São Paulo, Editora
Aleph Ltda, 2011. 304p.
_______. O Ativista Quântico: Princípios da física quântica para
mudar o mundo e a nós mesmos. São Paulo, Editora Aleph Ltda,
2011. 280p.
_______. Criatividade para o século 21: Uma visão quântica para a
expansão do potencial criativo. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2012.
328p.
_______. Transcrição completa da entrevista concedida ao
programa “Roda Viva” da TV Cultura, 12/03/2001. 48p.
______________. Uma breve introdução ao ativismo quântico. São
Paulo, Editora Aleph Ltda, 2010. 480p.
______________. Ativismo quântico. DVD de 77m.
EINSTEIN, Albert. Teoria da Relatividade Especial e Geral. 1 ed. Rio
de Janeiro, Contraponto, 1999. 132p.
FAGUNDES, Hélio V. Teoria da Relatividade – no nível matemático
do ensino médio. 1ª ed. São Paulo, Editora Livraria da Física, 2010.
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48
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infinitas possibilidades de alterar a realidade diária. 1.ed. Rio de
Janeiro, Editora Ediouro, 2007. 276p.
GILMORE, Robert. Alice no País do Quantum: a Física Quântica ao
alcance de todos. 1.ed. Rio de Janeiro, Editora Zahar, 1998. 192p.
GRIBBIN, John. Fique por dentro da física moderna. 2 ed. São Paulo,
Editora Cosac&Naify, 2002. 192p.
PESSOA JUNIOR, Osvaldo. Conceitos de Física Quântica. São Paulo,
Editora Livraria da Física. 189p.
MARTINS, Paulo. A Mecânica Quântica e o Pensamento de Amit
Goswami. Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Lisboa, 2009 [tese de doutorado]. 340p.
NEMES, Maria Carolina. Introdução à Física Quântica. Minas Gerais,
Departamento de Física, UFMG.
BONJORNO, Regina et all. Física Fundamental – Novo: volume único,
2º grau. São Paulo, FTD, 1999. 672p.
GUIMARÁES FILHO, Charles. Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao
Reino do Céu na Terra. Rio de Janeiro, 2010. 18 volumes: Deus,
Mundo, Homem, Messias, Religião, Cultura, Johrei, agricultura, Belo,
Governo, Economia, Ideologia, Saúde, Prosperidade, Paz, Felicidade,
Cidade e Paraíso.
INTERNET. Doutor Quântico visita a Planolândia, 6m.
______________. Doutor Quântico e o experimento da dupla fenda.
8m.
______________. Além do cosmos – Mecânica Quântica (National
Geographics). 45m.
49
______________. Discovery Channel – Mecânica Quântica. 10m.
______________. Globo Ciência – O mundo da Física. 13m.
______________. Física Quântica: O que é isso? [Instituto de Física –
UFF]. 56m.
______________. Introdução à Física Quântica [Instituto de Física –
UFB]. 83m.
50
ÍNDICE
PARTE I: INTRODUÇÃO
053
ESPIRITUALISTA
055
FÍSICA
0
FÍSICA CLÁSSICA
0
PARTE II: DESENVOLVIMENTO
267
FÍSICA MODERNA
269
PONTE ENTRE A FÍSICA E A ESPIRITUALIDADE
401
CIÊNCIA ESPIRITUALISTA
455
PARTE II: CONCLUSÃO
667
Índice detalhado
673
51
52
PARTE I:
INTRODUÇÃO
53
54
ESPIRITUALISTA
Materialismo
Espiritualismo
Materialismo
Acepção
Conceito usual, filosófico e científico
Em termos usuais, materialismo é utilizado para designar
àqueles que aparentemente não acreditam em nada além da vida
física.
Em termos filosóficos, materialismo é o tipo de fisicalismo
que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência
é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas
de matéria e todos os fenômenos são os resultados de interações
materiais; que a matéria é a única substância. Nos limites de
explicações da realidade dos fenômenos, o materialismo está em
franca oposição ao metafisicismo (domínio ou influência da
metafísica, isto é, além da física, natureza, matéria), bem como
também oposto à epistemologia do idealismo espiritualista. Em
suma, as doutrinas materialistas são antagônicas as doutrinas
messiânica e ativista quântica.
Fisicalismo é a doutrina filosófica segundo a qual a
linguagem da Física deverá ser a linguagem de toda a ciência. Para o
fisicalismo, mente é igual a corpo, e tudo se reduz a um processo
físico, não existem ideias privadas. Bem como, tudo o que existe no
mundo espaço-temporal não é mais do que as suas propriedades
físicas.
55
Em termos científicos, materialismo afirma que embora se
possa tentar compreender e definir o ser humano pela consciência,
pela linguagem e pela religião, o que realmente o caracteriza é a
forma pela qual reproduz suas condições de existência fundamental,
portanto, é a análise das condições materiais da existência numa
dada sociedade (materialismo histórico ou científico de Marx e
Engels).
Matéria
Conceito usual, filosófico e científico
Em termos usuais, matéria é algo relacionado à físico, carne,
concreto, pesado, palpável, sensível, visível, frieza, paralisação,
debilidade e covardia.
Em termos filosóficos, matéria é uma manifestação da
realidade (em oposição à ideia), que é dada ao homem nas suas
sensações,
percepções
e
cognições,
porém
existindo
independentemente delas.
Em termos científicos físicos, grosso modo, é tudo que possui
massa, ocupa espaço num determinado tempo. E assim, além de
envolver os conceitos de espaço e tempo, também o de massa, bem
como os de corpo, substância e elemento.
Por exemplo, qualquer corpo de um dos leitores deste livro
neste momento tem alguns quilogramas, com comprimento, largura
e altura, numa determinada hora. Isso sem falar nas substâncias e
elementos químicos como carbono, hidrogênio, oxigênio,
nitrogênio, cálcio, potássio e sódio essenciais para a manutenção da
vida.
Corpo, massa, substância e elemento
Corpo é a parte limitada de matéria. Por exemplo: uma barra
de ouro, um bloco de gelo e um pedaço de carne. Os corpos
56
trabalhados e com certo uso são chamados de objetos (como anel
de ouro).
Massa, grosso modo, é a quantidade de matéria. Por
exemplo, a massa de um bloco de gelo poderia ter 1 kg.
Substância é qualquer espécie de matéria formada por
átomos, que por sua vez consistem de partículas subatômicas como
os elétrons, prótons e nêutrons. Por exemplo, suponha que nesse
momento (tempo) alguém lhe perguntasse o que é isto de tantos
centímetros cúbicos (volume) ali no canto e você respondesse que
isso é um bloco de gelo de um quilograma. O que você estaria
dizendo é que isso é um corpo material (de matéria) cuja substância
é gelo e cuja massa é 1 kg. Em outras palavras, o corpo material tem
qualidade (substância) o gelo e a quantidade (massa) de um quilo.
Logo, sem muito rigor, substância e massa são,
respectivamente, a qualidade e quantidade da matéria. Deste modo
os corpos materiais cubo de gelo, barra de ferro e pedaço de carne
tem como substâncias o gelo, o ferro e a carne, respectivamente.
Mas, a substância é qualquer espécie de matéria formada
por átomos de elementos químicos com propriedades atômicas,
físicas e químicas. Por exemplo, a substância ouro é formada por
átomo de nome ouro, símbolo Au (do latim aurum) e elemento
químico de número atômico 79 (79 prótons). Ele é um metal de
transição, com massa atômica de 197 u (pois, ela é a soma de
prótons e nêutrons do núcleo de um átomo, no caso 79 + 118 = 197,
onde u é a unidade de massa atômica aproximadamente 10-24 g,
sendo 1/12 da massa de um átomo de carbono -12), amarelo, sólido
e ponto de fusão em 1.063° C (ou seja, temperatura à qual ele passa
do estado sólido ao estado líquido).
Para melhor compreensão é necessário se saber o que é um
átomo, elemento químico e propriedades atômicas, materiais,
físicas e químicas. Antes se começa pelo universo.
57
Universo
Sem maiores pretensão neste momento se assume a palavra
“Universo” definida como englobando tudo.
A sua origem tem sido apresentada em termos religiosos e
científica.
As teorias religiosas são: judaica e cristã (Deus único e
onipotente, que teria executado a obra em seis dias e descansado
no sétimo, tornando-o sagrado); suméria (os deuses seriam
elementos naturais que formaram o universo), budista (não há um
deus criador, o universo tal como é simplesmente sempre foi assim
"desde o tempo sem início") e espírita (segue as descobertas e
revelações da Ciência, embora admita a interferência de Deus na
engenharia da criação do Universo. "Deus é a inteligência suprema,
causa primária de todas as coisas").
As teorias científicas são: M (explicada como um evento
quântico sob a unificação das forças (nuclear forte e fraca),
eletromagnetismo e gravitacional tendo 10500 universos possíveis,
sendo o nosso somente mais uma versão) e cordas (onde há
presença de 10 dimensões mais uma que é o tempo, apenas são
utilizada quatro destas enquanto as outras seis se encontram
enroladas sob si e inacessíveis).
A sua evolução mais aceita é a do Big Bang (há 15 bilhões de
anos, o Universo estava concentrado em um minúsculo ponto que
explodiu, então esse Universo começou a se expandir), embora
exista a do big crush (o universo começará a se contrair devido à
atração gravitacional até se colapsar sobre si mesma. O Universo
voltaria a se concentrar em um único ponto de densidade infinita
novamente poderia ocorrer um Big Bang e depois novamente o big
crush).
Apresenta-se uma figura que leva em conta anos e
temperatura. Mostra-se que no início da grande explosão se teve a
10-43 segundos numa temperatura de 1032 kelvin (K) apenas
partículas e radiações. Mais adiante, 10-34 segundos e 1027 K surge o
58
elétron. Depois vieram os quarks, prótons, nêutrons e mésons. 3
minutos e 109 K desponta o hidrogênio e o hélio. Depois o átomo,
via Láctea, sistema solar, o homem, este último com “poeiras de
temperatura”. Não esquecer que o limite seria o zero absoluto, isto
é, zero Kelvin ou – 273,15° C. [o inferno]. A temperatura do corpo
humano em kelvin é de 310 K, pois K = °C + 273 e °C = 37.
O Universo primitivo era essencialmente constituído por
hidrogênio, hélio e um pouco de lítio. Duzentos milhões de anos
após o Big Bang vieram carbono e oxigênio, depois nitrogênio, mais
tarde o ferro. Os bioelementos majoritários presente no ser
humano, ordenados por ordem de abundância, são: oxigênio,
carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, enxofre, potássio,
sódio, cloro e magnésio.
59
O que está escrito nas duas colunas verticais é:
A primeira (à esquerda de cima para baixo): radiação,
partículas, partículas pesadas, transporte, força fraca, quark,
antiquark e elétron. A segunda (à direita de cima para baixo):
(pósitron = antielétron, próton, nêutron, méson, hidrogênio,
deutério, hélio, lítio.
Uma maneira grosseira e simplificada de se olhar esse gráfico
do Big Bang é se ver apenas alguns dos pares (tempo cósmico = eixo
acima, temperatura kélvica = eixo abaixo), quais sejam: (10-43
segundos (s), 1032 kelvin (k)): partículas e radiações; (10-34 s, 1027 k):
elétrons; (10-10 s, 1015 k): quarks; (10-5 s, 1010 k): prótons, nêutrons e
mésons; (3 minutos, 109 k): hidrogênios e hélios; (300 mil anos,
6.000 k): átomos; (1 bilhão de anos, 20k): galáxias; (15 bilhões de
anos, 3 k): sistema solar e vida.
Para melhorar a compreensão se dá média de temperatura
na superfície de alguns planetas: Mercúrio (440 K ou 166 °C), Terra
(288 K e 14 °C) e Marte (186 K e -87 °C).
Átomo
Constitui a menor partícula de um elemento [fundamental
da matéria], composto de um núcleo central contendo prótons (com
carga positiva) e nêutrons (sem carga). Os elétrons (com carga
negativa e massa insignificante) revolvem em torno do núcleo em
diferentes trajetórias imaginárias chamadas órbitas.
Elemento químico
É um conjunto de átomos que possuem mesmo número de
prótons em seu núcleo, ou seja, o mesmo número atômico (Z).
Dessa forma, o número atômico é característico de cada elemento
químico, sendo como seu número de identificação. Por isso que se
disse que o elemento químico ouro é aquele constituído por todos
60
os átomos que possuem número atômico 79, isto é, 79 prótons.
Outros exemplos são: oxigênio é o elemento químico constituído
por todos os átomos que possuem número atômico 8, isto é, com
oito prótons; cálcio é o elemento químico constituído por todos os
átomos que possuem número atômico 20, isto é, com vinte prótons.
Oficialmente são conhecidos 112 elementos químicos,
atualmente. Dentre esses, 91 são naturais e 21 são artificiais.
Elementos naturais são os elementos químicos encontrados
na natureza, tendo em sua maioria número atômico menor que 92
(número referente ao elemento químico urânio com Z = 92). Por
exemplos: hidrogênio (Z – 1), hélio (2), lítio (3), berílio (4), boro (5),
carbono (6), nitrogênio (7), oxigênio (8), sódio (11) e ferro (26).
Porém o: Tecnécio (Tc), de número atômico 43; Promécio
(Pm), de número atômico 61, e; Astato (At), de número atômico 85,
também são elementos artificiais. Os elementos com número
atômico superior ao do urânio (Z > 92) são todos produzidos
artificialmente/sinteticamente em laboratórios.
Propriedades atômicas, materiais, físicas e químicas
Propriedades atômicas: massa atômica (como a do ouro já
vista em 197 u), etc.
Propriedades materiais têm as gerais (características comuns
a toda e qualquer porção de matéria): inércia, massa, extensão,
impenetrabilidade, compressibilidade, elasticidade, divisibilidade e
descontinuidade; tem as específicas: cor, brilho, sabor e odor.
Propriedades físicas: estado, ponto de fusão, ponto de
ebulição, calor específico, densidade (massa dividida pelo volume) e
dureza.
Propriedades
químicas:
oxidação,
inflamabilidade,
toxicidade, etc.
61
Estados físicos da matéria
Eles são: condensado de Bose-Einstein, sólido, líquido,
gasoso e plasma. Condensado de Bose-Einstein é obtido quando a
temperatura de um corpo material chega próxima ao zero absoluto,
isto é, - 273,15º C, no qual todos os átomos tivessem parado de se
movimentar, as moléculas entrassem em colapso. Sólido (como o
gelo, o ferro e a carne), líquido (como a água e o sangue) e gasoso
(como o vapor de água e o gás oxigênio). Plasma é obtido quando a
temperatura é superior a um milhão de graus centígrados, como no
Sol.
Explicitando mais um pouco.
Usualmente se conhece três estados da matéria: Sólido,
Líquido e Gasoso. Entretanto ao longo das pesquisas da física
quântica foram descobertos e comprovados mais dois estados, e um
está em pesquisa. Conhecendo-se agora estes estados:
1. Plasma - o 4º estado da matéria.
Irving Langmuir, prêmio Nobel de Química em 1932, foi
quem introduziu pela primeira vez o termo plasma.
Esta mudança de estado físico acontece da seguinte forma:
ao se transferir energia em nível atômico (calor, por exemplo) a um
corpo de massa sólida, este aumenta sua temperatura até o ponto
de fusão, tornando sua massa líquida; transferindo-se ainda mais
energia, este atingirá a temperatura de ebulição e sua massa tornarse-á gasosa, ainda aumentando a energia transferida ao gás a
altíssimas temperaturas, obtêm-se o plasma. Sendo assim,
colocando-se os estados físicos da matéria em ordem crescente,
conforme a quantidade de energia que possui, tem-se:
Sólido < Líquido < Gasoso < Plasma
O plasma sustenta uma ampla variedade de ondas dos mais
diversos tipos, como ondas eletromagnéticas.
99% do Universo visível conhecido estão em estado de
plasma, sendo que o 1% restante é constituído de todos os outros
62
estados de agregação da matéria, dentre eles o sólido, líquido e
gasoso. Como exemplos do plasma, podem-se citar:
• galáxias e nebulosas;
• o vento solar ou fluido ionizado, constantemente ejetado
pelo sol;
• plasmas gerados e confinados pelos Cinturões de Radiação
de Van Allen, nas imediações do planeta Terra;
• a ionosfera terrestre, que possibilita as comunicações via
rádio;
• as auroras Austral e Boreal, que são plasmas naturais e
ocorrem nas altas latitudes da Terra;
• as lâmpadas fluorescentes;
• as descargas atmosféricas (raios), que ocorrem na
atmosfera com uma extensão usual de alguns quilômetros.
2. Condensado Bose Einstein - O 5º estado da matéria
O Condensado de Bose-Einstein é uma fase da matéria
formada por partículas (bósons) a uma temperatura muito próxima
do zero absoluto (0ºK = -273ºC). Nestas condições, uma grande
fração de átomos atinge o mais baixo estado quântico, e nestas
condições os efeitos quânticos podem ser observados à escala
macroscópica. A existência deste estado da matéria como
consequência da mecânica quântica foi inicialmente prevista por
Albert Einstein em 1925, no seguimento do trabalho efetuado por
Satyendra Nath Bose (daí o nome bóson para a partícula). O
primeiro condensado deste tipo foi produzido em 1995 usando um
gás de átomos de rubídio arrefecido a unidade de medida de
temperatura que equivale a -273,15 graus Celsius = 0,000000170
graus Kelvin. Tal feito rendeu o Prêmio Nobel de Física de 2001.
As temperaturas muito baixas, uma grande porção de
átomos subitamente cairia no mais baixo nível de energia. Os
átomos que se empilhariam no fundo é o chamado condensado
Bose-Einstein (BE).
“O que isto realmente significa” é uma pergunta que Einstein
provavelmente faria, mas não fez. Ele não percebeu quão estranho
63
um material poderia ser com todos os seus átomos em um nível
como este. Isto significa que todos os átomos são absolutamente
idênticos. Não existe nenhuma medição que possa diferenciá-los. As
muito baixas temperaturas, a maior parte dos átomos está no
mesmo nível quântico.
3. O sexto estado da matéria?
Ao contrário dos bósons, os férmions - a outra metade da
família de partículas e blocos básicos com os quais a matéria é
construída - são essencialmente solitários. Por definição, nenhum
férmion poderá estar exatamente no mesmo estado quântico que
outro férmion. Consequentemente, para um físico, mesmo o termo
"condensado fermiônico" é um paradoxo. Muitos o chamam de “gás
fermiônico”.
Na experiência que os cientistas fizeram no dia 16 de
dezembro de 2003, um gás com 500.000 átomos de potássio foi
resfriado até 50 bilionésimos de grau acima do zero absoluto (273,16 graus Celsius) e então submetido a um campo magnético.
Esse campo magnético fez com que os férmions se juntassem em
pares, detectou-se assim o emparelhamento e se verificou a
formação do condensado fermiônico pela primeira vez.
Deste modo, foram mencionados seis estados da matéria:
sólido, líquido, gasoso, plasmático, BEC e condensado fermiônico.
Os físicos debatem esse total e acham que seria possível acrescentar
diversos outros estados [desde os que só existem sob condições
extremas, como no interior das estrelas mortas, ou no começo do
Universo depois do Big Bang. Fora os estados quânticos que são
mais de 500 como o do entrelaçamento].
Meishu-Sama: “Algo surpreendente é a comparação do calor
emitido pelo Johrei com o da bomba atômica. Esta equivale a vinte
ou trinta mil graus, no caso, porém, de uma de hidrogênio será
quase impossível de medi-lo. Em se tratando do Johrei a ação de
kasso [espírito do Sol = espírito de Fogo] manifestada através da
palma da mão é muitíssimo mais forte [em limites construtivo e
64
espiritual] que a de uma bomba atômica. Trata-se, pois, de um
poder espiritual infinito.”
A maior bomba de hidrogênio detonada pelo homem teve
um poder de destruição quatro mil vezes superior à bomba de
Hiroshima. Bomba H é de 100 milhões de graus centígrados e é 750
vezes mais forte.
Mudança no estado da matéria
Fusão: É a passagem do estado sólido para o líquido.
Solidificação: É a passagem do estado líquido para o sólido.
Vaporização: É a passagem do estado líquido para o gasoso.
Condensação: Também chamada liquefação, é a passagem do
estado gasoso para o estado líquido [como gás de cozinha,
nevoeiro]. Sublimação: É a passagem direta do estado sólido para o
gasoso ou vice-versa.
Sublimar, em psicologia, é o inconsciente deslocar energia de
certas tendências condenáveis ou inaceitáveis para realizações
consideradas “superiores”. Sublimar, no sentido figurativo, é
purificar, expurgar de toda imperfeição ou impureza.
Tipos de substâncias
Substâncias podem ser simples ou composta.
Substância simples é aquela formada por átomos de um
único elemento químico. Exemplos: sódio: Na; cloro: Cl; hidrogênio:
H; oxigênio: O; carbono: C; ouro: Au; hélio: He. Os seus respectivos
números atômicos são: 11, 17, 1, 8, 6, 79, 2.
Substância composta é aquela formada por mais de um
elemento químico, numa proporção determinada de átomos.
Exemplos: cloreto de sódio: NaCl; água: H 2 O; glicose: C 6 H 12 O 6
Uma barra de ouro é um corpo de substância simples,
enquanto um bloco de gelo é um corpo de substância composta.
65
As substâncias também podem ser inorgânicas ou orgânicas.
Exemplos de substâncias inorgânicas são a água e os sais minerais.
Substância orgânica são as substâncias químicas que contêm na sua
estrutura carbono e hidrogênio, e muitas vezes com oxigênio,
nitrogênio, enxofre, fósforo e outros, formam proteínas,
carboidratos, lipídeos, vitaminas e plásticos.
As substâncias orgânicas podem ser: naturais e artificiais.
Substâncias orgânicas naturais são as sintetizadas pelos seres
vivos, denominadas biomoléculas, que são estudadas pela
bioquímica, como a proteína.
Substâncias orgânicas artificiais são substâncias que não
existem na natureza e têm sido fabricadas pelo homem, como os
plásticos.
Duas ou mais substâncias agrupadas constituem uma
mistura. O leite [água, gordura, cálcio, etc.] e o soro caseiro [água,
sal e açúcar] são exemplos de misturas.
Seres vivos
A matéria que forma os seres é constituída por átomos. Isso
significa que a matéria está sujeita às mesmas leis naturais que
regem o universo conhecido. Na matéria viva, porém, certos tipos
de elemento químico sempre estão presentes em proporção
diferente que da matéria não viva [como carbono, hidrogênio,
nitrogênio e oxigênio, por outro lado, alumínio, silício, etc.]. A
composição química básica dos seres vivos é a seguinte: os átomos
[como hidrogênio, oxigênio, bem como carbono] formam as
moléculas [água = H2O, proteína, ácido desoxirribonucleico = ADN
ou DNA], que formam os genes [segmentos de ADN que contém a
informação genética; no ser humano, apenas 3% é formado por
genes, 97% é agrupamento de proteínas que não contém nenhuma
informação], que por sua vez formam o DNA, que se deteriora
depois da morte.
66
Célula é bem mais complexa do que qualquer molécula.
Exemplo são as hemácias. As moléculas são constituídas por
átomos, enquanto células por organelas citoplasmáticas. Todas as
células de um mesmo animal ou espécie possuem o mesmo número
de cromossomos e o mesmo número de genes, o que diferencia
essas células são os genes ativos em uma e inativos em outros. Por
exemplo, na célula do estomago estarão ativos os genes
responsáveis pela formação dessas células e pela sua função que é a
de produzir enzimas digestivas, em outra célula, esses genes estarão
inativos.
Espiritualismo
Acepção
Conceito usual, filosófico, científico e religioso
Em termos usuais, espiritualismo é utilizado para designar
àqueles que acreditam em algo além da vida física. É o contrário do
materialismo, que só admite a existência da matéria. O
materialismo admite que pensamento com suas razões,
sentimentos e vontades são reações físico-químicas do sistema
nervoso.
Em termos filosóficos, espiritualismo é uma doutrina
filosófica que admite a existência de Deus, de forças universais,
mundos material e espiritual; considera o homem um espírito
imortal que alterna experiências nos mundos material e espiritual,
de acordo com a doutrina da reencarnação, com o objetivo de
evoluir, tanto moral quanto intelectualmente, rumo a Deus;
considera também a comunicabilidade entre os vivos e os mortos,
geralmente por meio de um médium, ou seja, de um mediador.
Em termos científicos, espiritualismo é o espiritismo
científico corrente que sustenta a experimentação e pesquisa dos
fenômenos mediúnicos (e não o espiritismo "místico" ou "religioso"
67
que privilegia a mediunidade receitista e curativa física e espiritual,
o que lhe granjeia amplo prestígio junto às camadas populares,
aumentando-lhe a visibilidade). Existe também a conscienciologia, a
alquimia, projeção astral, vida fora da matéria, paranormalidade,
experiência de quase-morte.
Em termos religiosos, espiritualismo são os que aceitam a
alma e Deus.
Tal vocábulo também é empregado como referência à
postura de certos indivíduos que possuem espiritualidade sem
religiosidade: são contrários ao materialismo e, ao mesmo tempo,
não estão filiados a qualquer segmento religioso. Assim, todo
espírita é necessariamente espiritualista; mas pode o espiritualista
não ser um espírita.
Espírito
Conceito usual, filosófico, científico e religioso
Em termos usuais, espírito são as coisas imateriais (invisível,
inaudível, inodora, insípida e intocável), algo relacionado à princípio
imaterial, consciência, mente, psique, inteligência, pensamento,
raciocínio, razão, sentimento, vontade, memória, sentido, entidade
sobrenatural como deus, diabo, anjo, demônio e duende.
Em termos filosóficos, espírito é, frequentemente,
considerado como um princípio ou essência da vida incorpórea
(religião e tradição espiritualista da filosofia), e não a aparência e o
aspecto.
Em termos científicos, espírito é energia, isto é, aquilo que
tem a capacidade de realizar trabalho e vibração física, química,
biológica e psíquica inerente à matéria presente em todos os
elementos que compõem o Universo. Em outras palavras, é tudo o
que pode modificar a matéria, podendo se manifestar sob a forma
nuclear atômica, alimentar, movimento, som, eletricidade, vento,
68
calor e luz). Ou ainda definido pelo conjunto total das faculdades
intelectuais.
Eis o que Meishu-Sama diz: “Nem é preciso dizer que a
energia do Sol, da qual eu já falei, é naturalmente, o espírito do
Sol.”.
Em termos religiosos, espírito é a alma, ou seja, a essência
divina com luz própria, presente no corpo humano.
Espírito pode também ser concebido como um princípio
material (conjunto de leis da física que geram nosso sistema
nervoso). Ou ainda, a nível plasmático.
Meishu-Sama afirma: “Existe algo mais profundo que os gases.
Isto é, o Espírito. Chama-se Mundo Espiritual e está dividido em diversos
níveis. Assim, existem espíritos de vários níveis: superiores (como os
deuses), médios (como os homens) e inferiores (como os demônios). A
parte fundamental do espírito é a “Luz”. E a parte fundamental da Luz é
o Sol [ou seja, é o fogo, e não a água ou a terra, ou ainda, não é a Lua e
nem a Terra.]. E a parte fundamental da Luz do Sol são as manchas
solares. Elas são, em suma, como o núcleo da semente do Grande
Universo [Mundo Espiritual]. Entretanto, isso é absolutamente
incompreensível pela astrologia. Parece existir uma só, mas há várias
manchas. Através do telescópio podemos constatar isso. Certa vez, eu vi
num desses aparelhos do Museu Científico. São diversos e estão
espalhados, mas aos olhos humanos parecem estar unidos, e isso é a
mancha solar. Essa mancha é algo fabuloso. É ela que rege o Sol. É o
centro do Sol.”.
Os corpos que pertencem aos mundos material e espiritual
são denominados, respectivamente, de corpo material e corpo
espiritual. Embora, seja costume o emprego da palavra corpo
apenas como corpo material.
Modelo não quântico da matéria ou do espírito
Na bibliografia se apontou a coleção “Filosofia Religiosa do
Messias: Deus ao Reino do Céu na Terra” do autor deste livro “Física
69
Moderna e a Ciência Espiritualista”, que é um esforço de
sistematizar a obra do Messias Meishu-Sama. No volume 1
intitulado “Deus” desta coleção, mais especificamente no ponto “●
Espírito” do item “2.1. Espírito do Espírito composto de Luz e Calor
que cria o Universo” do tópico “2. Significado” se apresenta não
uma ponte entre a física e a espiritualidade, não um modelo
quântico da matéria ou do espírito (este que será visto mais
adiante). Mas sim um modelo simples para se abordar a
espiritualidade através da ideia “tudo tem espírito e matéria
inclusive o espírito e matéria”, donde se tem: espírito do espírito,
matéria do espírito, espírito da matéria e matéria da matéria. E
assim por diante como: espírito do espírito do espírito, matéria do
espírito do espírito, ...
Eis o que diz o ponto “● Espírito”:
“Com base no princípio da identidade entre a matéria e
espírito e do princípio da precedência do espírito sobre a matéria,
Meishu-Sama explica que o existente no Mundo Material tem
correspondente no Mundo Espiritual, bem como este é que faz
mover aquele (em outras palavras, tudo que ocorre no Mundo
Material tem a sua origem no Mundo Espiritual). É esse o conceito
de mundo para Meishu-Sama.
No caso particular do homem. O seu corpo espiritual (que
está no Mundo Espiritual) precede (como no movimento) o seu
corpo material (que está no Mundo Material), e é idêntico a ele (não
igual, mas, sim, semelhante), no sentido de: terem aparentemente a
mesma forma numa relação íntima e indissolúvel [certa união entre
as formas espiritual e material], e serem diferente, por não terem o
mesmo conteúdo, sendo mais rarefeito ou menos denso.
Para denotar simbolicamente a identidade se faz as
seguintes representações: igualdade simbolizada por =; semelhança
por ≈; diferente por ≠, parêntese por ( ); letras “e” como espírito
[ou, sem rigor no sinal de igualdade, “e” = espírito], “m” = matéria,
“h” = homem, “c” = corpo, “ce” = corpo espiritual, “cm” = corpo
material. Bem como se faz as seguintes leituras: “e(h)” = espírito do
70
homem; “m(h)” = matéria do homem; “ce(h)” = corpo espiritual do
homem; “cm(h)” = corpo material do homem; “e(h) = ce(h)” =
espírito do homem é igual o corpo espiritual do homem; “m(h) =
cm(h)” = matéria do homem é o corpo material do homem. Posto
isto, se pode denotar simbolicamente corpo espiritual do homem
idêntico ao corpo material do homem, como:
Para denotar e visualizar a precedência se faz as
representações de setas para cima e para baixo, respectivamente,
por ↑ e ↓, com as seguintes leituras: setas para cima: “↑” =
espírito de; as setas para baixo “↓” = matéria de. Bem como se
entende o que uma seta tem na extremidade é a junção da seta e
sua origem, por exemplo: ↑ com extremidade e(h) é a junção de ↑
e sua origem h, isto é, “espírito do homem” é “espírito de”
“homem”. Posto isto se apresenta o esquema:
No caso geral de um y qualquer. Sempre existem e(y) e m(y)
idênticos (isto é: e(y) ≈ m(y), no sentido de aparentemente terem a
mesma forma (relação íntima e indissolúvel) e diferentes (ou seja:
e(y) ≠ m(y), em modos de um deles ser mais rarefeito ou menos
denso do que o outro).
Doravante, se diz que tudo tem matéria e espírito.
Exemplificando, para “y” = Sol, se tem espírito do Sol (= corpo
espiritual do Sol = Sol espiritual = Sol Espiritual = SE) e matéria do Sol
(corpo material do Sol = Sol material = Sol Material = SM); quando se
diz “e(y) ≈ m(y), no sentido de terem a mesma forma” quer dizer “SE ≈
SM”; obviamente que “e(y) ≠ m(y)”, pois “SE ≠ SM”. Assim,
visualizando-se a precedência se tem:
71
Outro exemplo, para “y” = forma, se tem espírito da forma
(forma espiritual) e matéria da forma (forma material); quando se
diz “e(y) ≈ m(y), no sentido de terem a mesma forma” quer dizer
“forma espiritual ≈ forma material”; obviamente que “e(y) ≠ m(y)”,
pois “forma espiritual ≠ forma material”. Um outro exemplo, “y” =
visão, se tem espírito da visão (visão espiritual) e matéria da visão
(visão material).
Sem muito rigor, rarefazendo-se (espiritualizando-se) em y =
h = homem: “e(h) = ce(h) = m(p)” = espírito do homem (o mesmo
que corpo espiritual do homem, ou ainda, matéria da consciência
espiritual; “p” = consciência espiritual; “a” = alma; “D” = Deus.
Densificando-se (materializando-se): “m(h) = cm(h) = e(s)” = matéria
do homem (o mesmo que corpo material do homem, ou ainda,
espírito da consciência material; “s” = “consciência material”; “v” =
dragão vermelho”; “Z” = Satanás. Visto no esquema que segue:
Observações:
1ª) num “e(e” se tem que o primeiro “e” é mais abstrato,
rarefeito, espiritual, que o segundo “e”, bem como num “m(m” se
72
tem que o primeiro “m” é mais concreto, denso, material, que o
segundo “m”. E assim sucessivamente. Isso também pode ser visto
por “↑” e “↓”, respectivamente.
Só para fixar esta ideia, se supõe que cada “e” de algo
aumenta sua dimensão, e cada “m” diminui. Considerando que o
corpo material do homem (= cm(h)) é tridimensional, então, o seu
corpo espiritual (= ce(h) = e(h)) é da quarta dimensão, sua
consciência espiritual (= p) da quinta, sua alma (a = e(e(h))) da sexta,
Deus (D = e(e(e(h)))) da sétima, matéria do corpo material do
homem (= consciência material) é bidimensional, (= dragão
vermelho) é unidimensional, Satanás (=Z) seria sem dimensão.
Também, se pode imaginar com gradações de luminosidade
e aquecimento ou de escuricidade e esfriamento. Assumindo que a
treva e o congelamento de Satanás, proveniente do seu espírito, são
de dimensão zero (em limites de temperatura de um corpo material
é abaixo do condensado de Bose-Einstein, isto é, além do zero
absoluto, no qual todos os átomos tivessem parado de se
movimentar, as moléculas entrada em colapso); a escuridão e
gelidez do espírito do espírito do espírito de Satanás, ou seja, o
espírito da consciência material é bidimensional como parecido à
sombra e frio na parede proveniente do corpo material do homem;
a penumbra-luz e hipotemia-calor no espaço, proveniente do corpo
espiritual do homem; a luz e calor no espaço em quinta dimensão,
em decorrência da alma do homem; a Luz e Calor no espaço em
sexta dimensão, advindo de Deus. Assim, para dimensões
superiores, se vai paulatinamente trocando obscuridades por
claridades.
Com isso se pode ter uma noção das relações entre Deus,
alma, corpo espiritual do homem, homem, corpo material do
homem, matéria do corpo material do homem e Satanás. Isso no
que se refere o ser mais ou menos espiritual, abstrato, rarefeito,
luminoso e aquecido menos ou mais material, concreto, denso,
obscuro e resfriado do que.
73
Levando-se em conta a água com seus estados de
evaporação (passagem do estado líquido para gasoso, água para
vapor de água), fusão (sólido para líquido, gelo para água),
condensação (gasoso para líquido, vapor de água para água) e
solidificação (líquido para sólido, isto é, água para gelo). O espírito
da água é igual ao vapor de água, donde, espírito da água é a
evaporação. O espírito do gelo é igual à água, donde, o espírito do
gelo é a fusão. A matéria do vapor da água é igual à água, donde, a
matéria do vapor de água é a condensação. A matéria da água é
igual ao gelo, donde, matéria da água é a solidificação. Caso se
queira continuar na direção do condensado de Bose-Einstein se
poderia ter que a matéria do gelo é igual ao cubo de gelo, donde,
matéria do gelo é a “cubolização”.
Com isso se pode conjecturar, sem muito rigor, que a
espiritualização, rarefação, caminha do sólido, líquido, gasoso,
plasma, matéria de Deus, enquanto, a materialização, densificação,
caminha em direção oposta, ou seja, do gasoso, líquido, sólido,
condensação de Bose-Einstein, espírito de Satanás.
Posto desta maneira se pode entender que a concepção de
matéria em oposição à energia, que perdurava na física desde a
Idade Média, perdeu um pouco do sentido com a descoberta,
anunciada em teoria por Einstein, de que a matéria era uma forma
de energia. Em outras palavras, matéria é uma forma de espírito,
assim como, por outro lado, também se pode conceber o espírito
como uma forma de matéria. Por exemplo, matéria da alma é o
espírito do homem, bem como o espírito do gelo é a água.
74
2ª) espírito da matéria de alguma coisa é essa coisa, assim
como a matéria do espírito de alguma coisa é essa coisa. Por
exemplo, no caso dessa coisa ser a água, se pode constatar: espírito
da matéria da água = espírito do gelo = água; e a matéria do espírito
da água = matéria do vapor da água = água.
3ª) a palavra "alma" nem sempre será usada apenas para
designar o espírito com corpo material, isto é, o homem. Por outro
lado, a palavra "espírito" nem sempre será empregada somente
para alma humana despojada do corpo físico, isto é, o homem após
a morte, e para outros seres invisíveis do Mundo Espiritual.
4ª) os próprios espírito e matéria têm espírito e matéria, ou
seja, o espírito (e) compartilha do espírito do espírito (e(e)) e da
matéria do espírito (m(e)), enquanto a matéria (m) se reparte do
espírito da matéria (e(m)) e da matéria da matéria (m(m)).
Exemplificando, com o sangue (s). Como a matéria do sangue
(m(s)) é algo líquido (l) e que o seu espírito (e(s)) algo gasoso (g).
Assim, e(s) = g; m(s) = l. O espírito do espírito do sangue, pelo
desconhecimento, se diz apenas espírito do algo gasoso, donde,
e(e(s)) = e(g). A matéria do espírito do sangue, de acordo com a
segunda observação, é o próprio sangue, pois, m(e(s)) = s. O que,
aliás, pelo mesmo argumento, o espírito da matéria do sangue
também é o sangue, só que e(m(s)) = s. Por maior conhecimento a
respeito da matéria do sangue: plasma (55% do sangue, sua parte
líquida com 90% de água) [atenção para não confundir plasma do
sangue com plasma que ocorre no Sol] e os glóbulos (brancos =
células de defesa; vermelhos = transporte de oxigênio) e plaquetas
(= fatores de coagulação sanguínea) (45% do sangue, sua parte
sólida), se pode entender por matéria do sangue que é o l como
plasma sanguíneo (p), e a matéria da matéria do sangue como os
glóbulos e plaquetas (gp). Assim, m(s) = p; m(m(s)) = gp.
Observa-se que a letra g simboliza tanto o gasoso como os
glóbulos, bem como também a letra p como plasma e plaqueta, o
que proporciona economia de letras, embora exija certa atenção.
75
5ª) Mundo Espiritual (ME) compreende tudo, porque tudo (t)
tem espírito (e(t)). Como tudo, além de espírito, também tem
matéria (m(t)). Então, se poderia supor que ME fosse idêntico ao
Mundo Material (MM). No entanto, os elementos dele (MM) são
aqueles cujas matérias são coisas materiais, ou seja, t é material se
e somente se m(t) tem massa e ocupa lugar no espaço. Caso
contrário se diz que t é imaterial, energia, espírito, apenas um
elemento do ME, e não do MM. Deste modo, se conclui que MM
está contido estritamente em ME, em outras palavras existe uma
parte de ME que não possui elementos do MM. A parte que possui,
segundo Meishu-Sama “corresponde ao Mundo Material.”
Por exemplo, o fogo (f) por ser uma energia manifestada
pela mistura de combustível (aquilo que queima como a madeira),
comburente (entidade que permite a queima, isto é, o oxigênio) e
calor (como a faísca, riscar de fósforo), ele é imaterial. Meishu-Sama
afirma que “(...) ao passo que o espírito, ou seja, o elemento fogo é
totalmente imaterial.” No entanto, isso não quer dizer que não haja
uma “matéria” do fogo, algo abaixo de um elemento químico. Só
que para não ficar intangível, vago e causador de distração, se
considera tal “materialidade” um elemento químico, aquele mais
essencial à existência do fogo, qual seja, o oxigênio (o), donde m(f) =
o.
Até agora, os elementos do Mundo Espiritual citados foram
alguns entre Deus e Satanás, como a alma, o corpo espiritual,
pensamento, mente, espírito do sangue e fogo, fora as energias
76
divina, a psíquica, biológica, solar, luminosa, térmica, eólica,
elétrica, sonora, cinética, química, nuclear, dragontino vermelho e a
satânica. E os elementos do Mundo Material foram: plasma,
oxigênio, vapor de água, água, plasma sanguíneo, glóbulos e
plaquetas, sangue, carne, gelo, ferro, fora os corpos materiais, como
pedaço de carne, barra de ferro, cubo de gelo e dos seres minerais,
vegetais, animais e humanos.
6ª) quando pessoas ou correntes filosóficas ou religiosas se
dizem espiritualistas não quer dizer que estejam em perfeita
comunhão, pois, podem estar em níveis de ápice e profundidade
bem diferenciada. Uns podem ter ido apenas a um “e” (espírito)
para explicar as coisas (química esotérica), outros há mais de um
(química dos elementos Fogo, Água e Terra) ou nenhum (química
atômica). Alguns outros podem acreditar que a divindade de maior
Luz seja o Sol material [Sol Material] (deus Rá do egípcio), que é
diferente de um que acredite ser o espírito dele, isto é, o Sol
espiritual [Sol Espiritual] (Deus Amaterassu Oomikami do Japão). Ou
ainda, mais abstrato se for o espírito do espírito desse astro (Deus
do Mundo Espiritual, ou simplesmente, Deus, que já foi manifestado
por Kunitokotati-no-Mikoto).”
Cérebro, mente e consciência
Na coleção “Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao Reino do
Céu na Terra”, volume 3 intitulado “Homem” desta coleção, mais
especificamente em “2.2. Corpo espiritual composto por alma,
mente e espírito.” É dito:
“O corpo espiritual possui a mesma forma do corpo físico, e
dentro dele localiza-se a psique (consciência ou mente), no centro
do qual, por sua vez, está a alma. A atividade dessa trilogia “almapsique-espírito” manifesta-se como vontade-pensamento, invisível,
governando o corpo material, ou melhor, o corpo humano.
Levando em conta que em 6.19. do volume 1, psique =
consciência, e, que no 4.2. do volume 2, psique = mente, então se
77
tem consciência = mente. Logo, também se pode dizer, sem muito
rigor, que o corpo espiritual é disposto em três níveis centrípetos
em formatos de esferas concêntricas na alma (centelha divina) de
modo que ela é englobada por um corpo psicológico chamado de
Corpo Consciencioso ou Mental e este, por sua vez, é englobado por
um corpo chamado de Corpo Espiritual propriamente dito.
No entanto, consciência e mente são diferentes, pois
enquanto: consciência = entendimento = compreensão = ato de
compreender; mente = algo capaz de compreender, que possui os
núcleos inteligência e memória.
Observando o gráfico a seguir, se nota o que está do lado
esquerdo são coisas materiais, e as do lado direito são as
correspondentes espirituais. Logo, mente é espírito do cérebro
humano, algo essencial do homem, interligada com a consciência:
“A mente está sempre ativa e não descansa um segundo que seja.
Quando o homem deseja algo, imediatamente, isso se projeta no
corpo físico, que entra em ação, o que significa que o físico não se
movimenta por si só. Sendo assim, a essência do homem é a mente,
ou seja, o espírito.”
78
Porém, não será feita distinção entre consciência e mente,
exceto quando se achar conveniente.
Os corpos espiritual e material deveriam estar acoplados
entre si para passar a ideia de identificação entre eles, no entanto,
para se evitar complicações gráficas se coloca um ao lado do outro.”
79
80
FÍSICA
Significado
Divisão
Evolução
Importância
Lei
Método
Grandezas
Unidades
Constantes
Significado
Antes se define o que é matéria, energia, natureza e
fenômenos.
Matéria, grosso modo, é qualquer espécie sólida, liquida ou
gasosa do qual são formados todos os corpos que ocupam um lugar
no espaço num determinado tempo. Isso porque existem os estados
de condensado e plasmático, bem como outros 500.
Energia é a capacidade de um corpo, de uma substancia ou
de um sistema físico (como o sistema solar) de produzir um trabalho
ou realizar uma ação.
Natureza é o conjunto de elementos mares, montanhas,
árvores, animais, etc. do mundo natural, ou ainda, conjunto dos
seres do universo.
Fenômeno é qualquer manifestação no tempo e no espaço,
como fato observável na natureza ou acontecimento raro e
surpreendente. Exemplos: queda de um lápis, tiro de canhão,
movimento de carro, aquecimento da água, eclipses e abalos
sísmicos.
Fenômeno físico é toda transformação da matéria que
ocorre sem a formação de novas substâncias. São os que se
81
relacionam com a luz, o som, o magnetismo, a eletricidade etc. Eles
não alteram a composição nem as propriedades químicas das
substâncias Por exemplo: fogo, fusão do gelo, ebulição da água,
congelamento de um lago, derretimento do gelo, chuva, acender
uma lâmpada.
Os fenômenos físicos podem ser: mecânicos (por exemplo,
colisão que é um evento isolado no qual dois ou mais corpos em
movimento exercem forças relativamente fortes entre si, por um
tempo relativamente curto), térmicos (calor que é uma energia que
é fundamentada no grau de vibração das moléculas), ondulatórios
(difração que é a capacidade que as ondas têm de contornarem
obstáculos em seu caminho) e eletromagnéticos (indução
eletromagnética é o fenômeno no qual um campo magnético
variável produz em um circuito elétrico uma corrente elétrica
chamada de corrente elétrica induzida).
Agora se define o que é Física.
Física é a ciência que estuda as leis e as propriedades da
matéria e da energia que controlam os fenômenos físicos, da
natureza.
Posto isto, se pode constatar que o termo “física
materialista” e mesmo “ciência materialista” é algo que se pode
dizer de simplificado já que não leva em conta a energia. No
entanto, a teoria quântica descreve o comportamento não só da
matéria, mas também da radiação e da interação entre elas.
Para se continuar na simplificação se pode entender que
Física é a ciência que estuda a natureza em seus aspectos mais
gerais. Diz-se em seus aspectos mais gerais porque estudar a
natureza outras ciências também o fazem: a Química, a Biologia, a
Geologia, a Economia (ainda que seja a natureza humana), etc.
Como definir a área de atuação de cada uma delas? Esta é uma
pergunta difícil, sem resposta consensual. Ainda mais quando áreas
interdisciplinares aparecem: Físico-Química, Biofísica, Geofísica,
Econofísica, etc.
82
Alguns dizem que físicos estão interessados em determinar a
natureza do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das suas
interações.
Outros dizem que Física é a única ciência fundamental e que
estas divisões são artificiais, ainda que tenham utilidade prática. Seu
argumento é simples: a Física descreve a dinâmica e configuração
das partículas fundamentais do universo. O universo é tudo que
existe e é composto destas partículas. Então todos os fenômenos
(quaisquer fatos observáveis na natureza, ou acontecimentos raros
e surpreendentes, como queda de um lápis, eclipses e abalos
sísmicos) eventualmente abordados em outras ciências, poderiam
ser explicados em palavras da física destas partículas. Seria como
dizer que todos os resultados das outras ciências podem ser
derivados em bases físicas.
Meishu-Sama ensina que tudo tem matéria e espírito, logo,
em particular, a natureza. Para diferenciar, ele chama de grande
natureza a natureza com matéria e espírito, enquanto natureza
seria apenas a material. Deste modo, se pode pensar numa física
espiritual como aquela que considera a consciência (mente, espírito)
tal qual Goswami e Fonseca o fazem.
Divisão
Como outras ciências, a Física é dividida de acordo com
diversos critérios.
Em primeiro lugar há uma divisão fundamental entre física
teórica, física experimental e física aplicada.
Outra divisão pode ser feita pela magnitude do objeto em
análise. A física quântica trata do universo do muito pequeno, dos
átomos e das partículas que compõem os átomos; a física clássica
trata dos objetos que se encontra no dia-a-dia; e a física relativística
trata de situações que envolvem grandes quantidades de matéria e
energia. Elas se subdividem de acordo com as propriedades mais
estudadas nos fenômenos. Daí se tem a Mecânica, quando se
83
estudam objetos a partir de seu movimento (cinemática) ou
ausência de movimento (estática), e também as condições que
provocam esse movimento (dinâmica: força, gravitação e energia); a
Termologia (calor); a Óptica (luz); a Ondulatória (ondas, acústica); a
Eletrologia (carga elétrica, bem como força e campo tanto elétrico
como magnético).
Em suma, a Física compreende a Clássica, a de Partículas
(estuda os constituintes elementares da matéria e da radiação, e a
interação entre eles e suas aplicações), a Relativística e a Quântica;
cada uma delas com ramos: Mecânica, Termologia, Óptica,
Ondulatória e Eletrologia. Assim, se tem Mecânica Clássica,
Mecânica Relativística e Mecânica Quântica.
No caso da Eletrologia, mais especificamente da
Eletrodinâmica, é Dirac quem posteriormente formaliza a teoria da
Eletrodinâmica Quântica que une de modo consistente a teoria
quântica e a eletrodinâmica clássica, baseando-se em trabalho
anterior de Oskar Klein, Walter Gordon e Vladimir Fock. As
tentativas de lhes juntar também a teoria da relatividade geral
foram até hoje infrutíferas, sendo este um dos maiores problemas
em aberto da física moderna.
Entre outras divisões apenas se cita uma das mais recentes
que é a “Física” das Cordas (o interesse na teoria das cordas é
dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria
de tudo).
Evolução
Na Antiguidade o filósofo, educador e cientista grego
Aristóteles (384-322 a.C.), foi um dos maiores e mais influente
pensadores da cultura ocidental. Como cientista é conhecido pelo
realismo e pelo senso de observação: para ele a ciência é a busca de
causas universais que dão uma explicação comum a um grupo de
fenômenos.
84
A decadência Antiguidade e o advento da Idade Média
representaram um retrocesso para a ciência. Uma sociedade
basicamente rural, dominada pela religião, com o uso muito restrito
da escrita e de livros, poucas possibilidades oferecia ao
desenvolvimento científico.
O renascimento do comércio e da vida urbana, no final da
Idade Média, criou um ambiente próprio para renovação cultural
que lançou as bases da ciência moderna. Foi nesse universo urbano
em formação que viveu, no século XVI, o personagem símbolo dessa
ciência: Galileu Galilei.
Galileu Galilei ousou contestar as verdades de Aristóteles,
que haviam sido reforçadas pela combinação da filosofia com o
cristianismo. A Igreja Católica contribuía, com sua autoridade, para
dificultar a contestação do pensamento de Aristóteles.
Aristóteles cometeu erros monumentais no campo da Física
e Galileu os corrigiu. Com base na experimentação, verificou que
Aristóteles estava errado ao afirmar, por exemplo, que quanto mais
pesado fosse um objeto mais rápido seria a sua queda, ou seja, a
velocidade da queda de um corpo é proporcional a seu peso (por
exemplo: uma pedra de 2 quilos cairia duas vezes mais depressa que
uma pedra de um quilo). Desse modo, Galileu introduziu um
procedimento fundamental para o cientista: a necessidade de
testar, com experiências concretas, as formulações teóricas (reza a
lenda que Galileu teria convencido os professores a acompanhar
suas experiências, levou-os à torre inclinada de Pisa e deixou cair
uma grande pedra junto com outra pequena do balcão mais alto da
torre. Elas teriam chegadas quase juntas ao solo). Além disso, o
genial italiano mostrou, com sua prática, que o cientista precisa
criar situações favoráveis de observação, eliminando fatores que
interfiram na análise do fenômeno a ser estudado ou a
prejudiquem. (como a densidade dos corpos é diferente, no ar o
corpo mais pesado exerce maior força e cai primeiro; no entanto,
num tubo em vácuo uma pedra e uma pena se observa que ambos
caem à mesma velocidade).
85
O vácuo é a ausência de matéria em certa região do espaço.
O vácuo perfeito, porém, não é possível na Natureza, ainda que
ocorram situações muito próximas dele (por exemplo, no espaço
intergaláctico). Na física clássica, um vácuo parcial em certa região
do espaço pode ser quantificado referindo-se à pressão naquela
região (o vácuo perfeito teria pressão zero).
Mas, quem foi Galileu Galilei?
Ele foi astrônomo e físico italiano que viveu entre 1564 e
1642, é considerado o fundador da ciência experimental moderna.
Descobriu as leis das quedas dos corpos e a lei que rege o
movimento do pendulo. Enunciou o principio da composição dos
movimentos. Aperfeiçoou instrumentos, como o relógio e o
telescópio. Suas conclusões eram baseadas mais em observações e
nos resultados dos experimentos do que na lógica dedutiva.
Atualmente, há consenso entre os cientistas de que a
maioria dos experimentos só pode ser feita mediante situações
artificialmente montadas.
Outro momento importante na constituição do
conhecimento ligado à Física ocorreu no século XVII, com Isaac
Newton. Ele realizou a primeira grande síntese da história da Física,
por meio da formulação de leis gerais, possibilitando investigações
novas em diversos campos. Newton criou, ainda, um sistema
matemático (Cálculo Diferencial e Integral) para resolver problemas
da Física que antes não tinham soluções.
Mas, quem foi Isaac Newton?
Ele foi físico e matemático inglês que viveu entre 1642 e
1727, tornou-se uma das maiores figuras da ciência em todos os
tempos. Em Física, formulou os três princípios da Mecânica,
conhecidos como leis de Newton, e a teoria da gravitação universal.
Em Matemática criou o cálculo infinitesimal.
A partir dos fundamentos lançados por Newton ocorreram
importantes inovações científicas e técnicas. No decorrer dos
séculos XVII e XIX, o progresso material oriundo dessas inovações foi
notável.
86
O final do século XIX foi uma fase de excessivo otimismo.
Muitos estudiosos julgavam conhecidos os princípios e as leis
fundamentais do funcionamento do universo.
A mecânica quântica e a teoria da relatividade provocaram
uma verdadeira revolução no campo científico. As mais arraigadas
certezas, baseadas nas leis mecânicas de Newton, tiveram que ser
revistas.
De lá para cá, os avanços no campo da Física foram enormes.
A obtenção de energia a partir da desintegração atômica, os
satélites e as viagens espaciais são alguns importantes exemplos de
progresso recente.
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88
Cronologia histórica
Física Clássica/Eletrologia/Eletrostática
500 a.C. – O grego Tales de Mileto descobriu que o âmbar, uma
resina fóssil, quando atritada com pele de animal adquire a
propriedade de atrair pequenos pedaços de palha.
Física de Partículas
480 a.C. - O grego Leucipo, mestre de Demócrito, chega à conclusão
de que a matéria de todos os corpos é composta por partículas
microscópicas chamadas de átomos.
400 a.C. - Alguns consideram que a primeira teoria atômica é
desenvolvida por Demócrito.
Mecânica/Estática/Hidrostática
260 a.C. - O grego Arquimedes descobre que os corpos flutuam, pois
deslocam um pouco de líquido para os lados. Assim, é estabelecido
o princípio da flutuação de Arquimedes.
Eletrologia/Magnetismo
1269 d.C. - O francês Pèlerin de Maricourt descobre o
funcionamento dos dois polos magnéticos de um imã. [embora, a
história do magnetismo começou, aparentemente, com um mineral
chamado magnetita (Fe3O4), talvez a primeira substância com
propriedades magnéticas conhecidas pelo homem. Sua história
anterior é obscura, mas sua capacidade de atrair ferro já era
conhecida vários séculos antes de Cristo. A magnetita está
amplamente distribuída. No mundo antigo, os depósitos mais
abundantes ocorriam na região chamada Magnésia, localizada no
que é hoje a Turquia, e a palavra magneto é derivada de uma similar
grega, que se diz ter vindo do nome dessa região.].
Mecânica/Estática/Hidrostática
No final do século XVI, o matemático e inventor holandês Simon
Stevin (1548-1620) ampliou os trabalhos de Arquimedes e
solucionou o problema dos planos inclinados.
Mecânica/Cinemática e Dinâmica
89
1589 - Galileu Galilei, cientista italiano, chega à conclusão de que
todos os corpos caem numa mesma velocidade independente de
seu peso. É o princípio da física moderna e da lei de queda livre dos
corpos. [embora, após a queda do Império Romano, só no
Renascimento os cientistas voltaram a interessar-se pela mecânica.
Poucos anos depois surgiu o primeiro grande nome da mecânica,
Galileu, que descobriu as leis do pêndulo e da queda livre e esboçou
o princípio da inércia, um dos três pilares fundamentais da
mecânica. Galileu solucionou também problemas de estatística, a
partir de trabalhos de Stevin, e de descrição da trajetória de
projéteis.]
Eletrologia/Magnetismo
1600 - O magnetismo é descrito por William Gilbert.
1608 - Hans Lippershey inventa o telescópio de refração.
1648 - Blaise Pascal faz importantes pesquisas sobre a pressão
gerada pelo peso dos gases e da água. Assim, os princípios da
hidráulica são desenvolvidos.
1643 - O barômetro de mercúrio é inventado por Evangelista
Torricelli.
1656 - O relógio de pêndulo é inventado por Christiaan Huygens.
1662 - A lei de Boyle, que fornece o comportamento dos gases, é
estabelecida por Robert Boyle.
Física Clássica Newtoniana
1665 - O pesquisador inglês Isaac Newton apresenta a lei da
gravidade, afirmando que a Terra exerce uma força constante sobre
os corpos livres.
Óptica
1666 – Newton chega à conclusão que a luz é formada pela junção
de várias cores.
Ondulatória
1678 - O físico holandês Christiaan Huygens é o primeiro a defender
a ideia de que a luz se propaga como se fosse uma onda.
90
1687 - O físico Isaac Newton publica Princípios Matemáticos da
Filosofia Natural, onde define as principais leis da mecânica e
demonstra que os corpos se atraem pela força de gravidade.
1690 - A teoria ondulatória da luz é apresentada por Christiaan
Huygens.
1704 - A teoria corpuscular da luz é avançada por Isaac Newton.
Termologia
1714 - O termômetro de mercúrio é inventado por Daniel
Fahrenheit.
Eletrologia/Eletrostática
1752 - O pesquisador norte-americano Benjamim Franklin divulga
suas pesquisas sobre raios, demonstrando que existem dois tipos de
cargas elétricas, a negativa e a positiva.
1764 - Os calores específicos e latentes são descritos por Joseph
Black.
1771 - A ligação entre a ação dos tecidos nervosos e a eletricidade é
descoberta por Galvani.
1787 - A lei de Charles relacionando a pressão, o volume e a
temperatura de um gás são estabelecidos por Jacques Charles.
1795 - O sistema métrico é adotado em França.
1798 - A ligação entre calor e fricção é descoberta por Benjamin
Rumford.
1800 - Alessandro Volta inventa a célula voltaica e o astrônomo
inglês William Herschel faz uma importante descoberta sobre o Sol.
O astro emite raios infravermelhos.
1801 - A interferência da luz é descoberta por Thomas Young.
1808 - A moderna teoria atômica é apresentada por John Dalton.
1811 - A hipótese de Avogadro, relacionando volumes e números de
moléculas dos gases, é proposta por Amedeo Avogadro.
1814 - As riscas de Fraunhofer do espectro solar são registradas por
Joseph von Fraunhofer.
1815 - A refração da luz é explicada por Augustin Fresnel.
Eletrologia/Eletromagnetismo
1819 - A descoberta do eletromagnetismo é feita por Hans Oersted.
91
1821 - O princípio de funcionamento do dínamo é descrito por
Michael Faraday; o termopar (sensores de temperatura) é
descoberto por Thomas Seebeck.
1822 - As leis da eletrodinâmica são estabelecidas por André
Ampère e o matemático francês Jean-Baptiste Fourier desenvolve
várias fórmulas sobre o fluxo de calor.
1824 - Sadi Carnot propõe a termodinâmica como um ramo da
física.
1827 - A lei de Ohm da resistência elétrica é estabelecida por Georg
Ohm; o movimento browniano resultante das vibrações moleculares
é observado por Robert Brown.
1829 - A lei da difusão dos gases é estabelecida por Thomas
Graham.
1831 - A indução eletromagnética é descoberta por Faraday.
1834 - Faraday descobre a auto-indução.
1838 – Faraday descobre os raios catódicos.
1842 - O princípio da conservação da energia é apresentado por
Julius von Mayer.
1847 - O equivalente mecânico do calor é descrito por James Joule e
desenvolve a Primeira Lei da Termodinâmica, comprovando que a
energia não pode ser criada, nem destruída.
1849 - Uma medição da velocidade da luz é avançada pelo físico
francês Armand Fizeau.
1851 - A rotação da Terra é demonstrada por Jean Foucault.
1858 - O galvanômetro de espelhos, um instrumento destinado a
medir pequenas correntes elétricas, é inventado por William
Thomson (Lord Kelvin).
1859 - Análises espectrográficas são feitas por Robert Bunsen e
Gustav Kirchhoff e o físico inglês James Clerk Maxwell desenvolve a
Teoria Cinética dos Gases, demonstra como calcular a velocidade
dos átomos de um gás.
1861 - É descoberta a osmose.
Física Clássica Maxwellileana
92
1865 - O pesquisador inglês James Maxwell descobre a força
eletromagnética, estudando a ação da energia elétrica e da
magnética.
1873 - A luz é encarada como uma radiação eletromagnética por
James Maxwell.
1877 - Uma teoria encarando o som como vibração num meio
elástico é apresentada por John Rayleigh.
1880 - Piezoeletricidade é descoberta por Pierre Curie.
1887 - A existência de ondas de rádio é prevista por Heinrich Hertz.
1888 - O cientista alemão Heinrich Hertz produz em laboratório as
primeiras ondas de rádio.
1895 - Pesquisas do cientista alemão Wilheim Konrad Röntgen
mostram a existência dos raios X.
1896 - A descoberta da radioatividade é feita por Antoine
Becquerel.
Física de Partículas
1897 - Joseph Thomson descobre o elétron.
1899 - Ernest Rutherford descobre os raios alfa e beta.
Raios alfa ou partículas alfa ou radiação alfa são pequenas partículas
de alta energia emitida pelos núcleos de certos átomos radioativos
quando se desintegram. As partículas são constituídas de dois
prótons e dois nêutrons firmemente ligados. Não se rompem com
facilidade. A partícula alfa é idêntica ao núcleo do átomo de hélio. A
matéria facilmente detém ou absorve os raios alfa.
Raios alfa como os raios betas são constituídos por partículas,
enquanto raios gama por ondas eletromagnéticas.
Ondas alfa são tensões elétricas oscilantes do cérebro, descobertas
em 1960. Johrei atua de modo a gerarem estas ondas, o que nas
pessoas este estado alfa tem sido associado com maiores poderes
de concentração, habilidades de aprendizado e resistência ao stress
já há algum tempo. Durante os anos de 1960 e 1970 - era de
grandes pesquisas sobre as ondas cerebrais - foi descoberta a
vantagem de se gerar ondas alfa regularmente. Se livrar de hábitos
ruins e adquirirem novos é mais fácil durante o estado alfa do que
93
em circunstâncias normais. Além disso, em alfa, o cérebro se
recupera mais rápido do cansaço e danos causados pelo stress
mental ou uso de álcool ou drogas. Também contribui para o
aumento da resistência e engenhosidade. Pessoas que meditam
regularmente são capazes de gerar estas ondas alfa por si próprias
após vários anos de prática correta. Isto leva à conclusão que as
vantagens da meditação têm estreita relação com o estado alfa.
Física Quântica
1900 - O cientista alemão Max Planck faz pesquisas importantes no
campo da Física Quântica. Estes estudos serviram de base para o
desenvolvimento da Teoria da Relatividade. A descoberta dos raios
gama é feita pelo físico francês Paul- Ulrich Villard (1860-1934).
1902 - Oliver Heaviside descobre a ionosfera.
1904 - A teoria da radioatividade é avançada por Rutherford e
Frederick Soddy.
Física Relativística
1905 - O cientista alemão Albert Einstein cria a Teoria da
Relatividade, onde conclui que o tempo não é absoluto.
1908 - O contador de Geiger é inventado por Hans Geiger e
Rutherford.
Física de Partículas
1911 - O físico australiano Ernest Rutherford observa que quase
toda a massa de um átomo se concentra em seu núcleo que é muito
duro. Assim, ele faz descoberta do núcleo do átomo.
1913 - A teoria atômica que diz que os átomos contêm elétrons
orbitais é apresentada pelo físico dinamarquês Niels Bohr.
1915 - A cristalografia dos raios X é descoberta por William e
Lawrence Bragg.
1916 - Einstein divulga a teoria da relatividade generalizada; a
espectrografia de massa é descoberta por William Aston.
1924 - Edward Appleton faz o seu estudo da camada de Heaviside.
1926 - A mecânica ondulatória é introduzida por Erwin Schrödinger.
1927 - O princípio da incerteza da física atômica é estabelecido por
Werner Heisenberg.
94
1931 - O cíclotron é criado Ernest Lawrence.
1932 - O físico inglês Chadwick descobre a existência do nêutron,
uma das partículas que forma o núcleo do átomo junto com o
próton; o microscópio eletrônico é criado por Vladimir Zworykin.
1933 - O pósitron, a antipartícula do elétron, é descoberto por Carl
Anderson.
1934 - A radioatividade artificial é criada por Frédéric and Irene
Joliot-Curie.
1939 - Os físico-químicos alemães Otto Hahn e Lise Meitner
realizam experiência onde conseguem fazer a fissão do núcleo do
urânio, partindo seu núcleo.
1942 - A primeira reação nuclear em cadeia controlada é conseguida
por Enrico Fermi.
1949 - físico nuclear japonês Hideki Yukawa alcança o Prêmio Nobel
de Física (1949) pela predição da existência dos mésons.
1956 - O neutrino, uma partícula elementar, é descoberto por Clyde
Cowan e Fred Reines.
1960 - O efeito de Mässbauer das emissões atômicas é descoberto
por Rudolf Mässbauer; o primeiro laser é criado pelo físico norteamericano Theodore Maiman (1927- ).
O raio laser é um tipo de radiação eletromagnética visível ao olho
humano. Laser é uma palavra que é formada a partir das palavras
light amplification by stimulated emission of radiation, que juntas
significam “amplificação da luz por emissão estimulada por
radiação”. O laser possui características especiais como, por
exemplo, ela ser monocromática, coerente e colimada, além de ter
larga aplicação tecnológica e científica que vem se expandindo cada
dia mais.
A luz do laser além de ser monocromática, ou seja, constituída por
radiações de uma única frequência, é muito potente em razão da
grande concentração de energia em pequenas áreas (pequenos
feixes). O feixe de laser é muito potente, podendo ter brilho
superior ao da luz emitida por uma lâmpada.
95
O físico Albert Einstein, no ano de 1916, lançou as bases para a
criação do laser a partir das teorias de Max Planck. No entanto essas
bases ficaram esquecidas durante a Segunda Guerra Mundial. Foi
em 1953, trinta e sete anos depois, que cientistas conseguiram
produzir o primeiro laser, ou melhor, dizendo, um dispositivo
bastante similar a um laser, pois ele não tinha a capacidade de
omitir ondas de forma contínua. Apesar de não ter sido o criador do
laser, A. Einstein leva o crédito por ter sido o cientista que descobriu
o efeito físico existente por detrás do funcionamento do laser, a
emissão estimulada, essa que é a condição necessária para se ter o
equilíbrio térmico da radiação com a matéria.
Em razão de suas características, o laser hoje é muito aplicado
como, por exemplo, nas cirurgias médicas, em pesquisas científicas,
na holografia, nos leitores de CD e DVD como também no laser
pointer utilizado para apresentação de slides. Na indústria o laser de
dióxido de carbono tem sido muito utilizado, pois possibilita um
processo rápido de corte e solda de materiais. As aplicações do raio
lazer são inúmeras e tem se tornado cada vez mais diversificado, de
forma que relacionar todas elas fica impossível.
1964 - Murray Gell-Mann e George Zweig descobrem o quark.
1967 - Jocelyn Bell (hoje Bell Burnell) e Antony Hewish descobrem
os pulsares (estrelas de nêutrons que giram rapidamente e que
emitem pulsos de energia).
1971 - A teoria da supercondutividade é apresentada, defendendo
que a resistência de alguns metais desaparece acima do zero
absoluto.
1975 - O inglês Stephen Hawking conclui que um buraco negro pode
evaporar, perdendo uma pequena quantidade de massa.
1979 - A descoberta da assimetria das partículas elementares é feita
pelos físicos norte-americanos James W. Cronin e Val L. Fitch.
1982 - A descoberta dos processos envolvidos na evolução das
estrelas é feita por Subrahmanyan Chandrasekhar e William Fowler.
96
1983 - São confirmadas, no CERN, evidências da existência de
bósons (partículas W e Z), validando a ligação entre a força nuclear
fraca e a força eletromagnética.
1986 - O primeiro supercondutor a altas temperaturas é descoberto,
sendo capaz de conduzir eletricidade sem resistência a uma
temperatura de -238 ºC.
1989 - Entra em funcionamento o Large Electron Positron Collider
(LEP), do CERN, um acelerador de partículas com uma circunferência
de 27 km.
1991 - As experiências do LEP mostram a existência de três gerações
de partículas elementares, cada uma com dois quarks e dois
léptons.
1992 - Investigações japonesas criam um material que se torna
supercondutor a -103 ºC (cerca de 50 ºC mais quente que o anterior
recorde).
1993 - O quark topo é descoberto no Fermilab, o laboratório de
física de partículas norte-americano, perto de Chicago.
1999 - A física dinamarquesa Lene Vestergaard, consegue reduzir a
velocidade da luz, a menos de 60 km/h, fazendo com que esta
ultrapasse uma matéria conhecida como condensado de BoseEinsten. A velocidade da luz é reduzida em 18 milhões de vezes. [se
espera diminuí-la a 36 km/h].
2000 - Cientistas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares
comprovam que é possível tirar partículas subatômicas, os quarks,
dos prótons e nêutrons.
97
98
Importância
Uma das ciências mais antigas, a Física é responsável por
grande parte do desenvolvimento cientifico alcançado pela
humanidade.
Ela tem aplicações em praticamente todos os campos da
atividade humana: na medicina, nos transportes, nos esportes, nas
comunicações, nas indústrias etc. Com a ajuda da Física, se podem
utilizar algumas formas de energia e fazê-las trabalhar para a
humanidade.
Energia mecânica: pontes, naves espaciais, rodovias, prédios
etc. Energia calorífica: máquina a vapor, câmaras frigoríficas,
motores de automóvel etc. Energia luminosa: máquina fotográfica,
telescópio, raio laser, análise de materiais etc. Energia sonora: rádio,
disco, telefone, ultra-som, instrumentos musicais etc. Energia
elétrica: enceradeira, geladeira, computador, ferro elétrico etc.
Energia nuclear: energia elétrica, bomba atômica etc.
Lei
Os fenômenos não se produzem ao acaso: entre eles existe
uma interdependência. Tais relações de interdependência
constituem as leis.
Para estudar os fenômenos, a ciência procura, inicialmente,
estabelecer uma relação quantitativa entre eles – as leis
quantitativas. Alguns exemplos: o calor dilata o ferro, a pressão
diminui o volume dos gases, o atrito produz calor.
O conhecimento dessas leis não é suficiente; um estudo mais
profundo sugere medidas quantitativas. Exemplos: de quanto se
dilata a barra de ferro entre duas temperaturas; de quanto diminui
o volume do gás quando a pressão duplica?; quantas calorias são
produzidas por um carro ao brecar e parar?
Quando é possível medir aquilo de que se está falando e
exprimir essa medida por números, estabelece-se uma Lei física.
99
Lei física é a relação matemática entre as grandezas que
participam de um mesmo fenômeno.
A relação matemática V A /T A = V B /T B , por exemplo, é uma
lei física (lei de Gay-Lussac) que relaciona o volume do gás com a
temperatura Kelvin numa transformação isobárica (iso = igual,
bárica = pressão), ou seja, numa transformação termodinâmica na
qual a pressão permanece constante. Mais precisamente: quando
um gás perfeito evolui isobaricamente de um estado A para um
estado B, a temperatura e o volume evoluem conforme a relação
matemática V A /T A = V B /T B , onde T A e V A representam a
temperatura e o volume do estado A e T B e V B representam a
temperatura e o volume do estado B.
Método
Na pesquisa de um fenômeno e das leis que o regem, devese obedecer a uma ordem progressiva, que constitui o método da
ciência (que se baseia essencialmente na matemática e na lógica
quando da formulação de seus conceitos). Nesse sentido, a Física se
utiliza de dois processos: a observação e a experimentação.
A observação consiste no exame atento de um fenômeno e
na pesquisa das circunstancias que o envolvem. Nesse caso, se pode
utilizar os sentidos ou instrumentos que aumentam o seu alcance
(microscópio, luneta, telescópio, satélite, balança etc.). [e se
aumentasse o alcance dos sentidos humanos ou intuições?]
Já a experimentação consiste em produzir o fenômeno
artificialmente, em condições ideais para a observação. Nesse caso,
se faz variar as circunstancias que rodeiam o fenômeno para
verificar quais dessas circunstâncias influem nele. Considerando, por
exemplo, o movimento oscilatório [quando o corpo executa
movimentos de ida e volta em uma mesma posição] de um pêndulo
de um relógio e algumas circunstancia que o rodeiam, se pode
questionar: a massa do pendulo influi no tempo de oscilação?; o
comprimento do fio influi no período?; a temperatura e a pressão
100
modificam o fenômeno?; o local onde é realizada a experiência
influi no tempo de oscilação?
Ao se fazer tais experiências se notam que: a massa do
pêndulo não influencia no período do pêndulo, isto é, no seu tempo
de oscilação; já o comprimento influencia no período do pêndulo.
Quando os fatores que intervém direta ou indiretamente
numa lei física podem ser avaliados quantitativamente, isto é,
podem ser medidos, passam a constituir uma grandeza física,
classificada em escalar ou vetorial.
As grandezas escalares são caracterizadas por um número
real acompanhados de uma unidade de medida.
Por exemplo: a massa de um corpo é de 3 kg.
Mas, o que é um quilograma?
O quilograma era definido como sendo a massa de um litro
d'água, abandonou-se esse método ao perceber que a massa da
mesma quantidade de água variava de acordo com a sua pureza.
Atualmente, o quilograma (símbolo no SI, isto é, Sistema
Internacional de Unidades: kg) é a unidade básica de massa do SI e é
definido como sendo igual à massa do protótipo internacional do
quilograma (que tem peso quase igual ao de um litro d'água). Esse
protótipo é composto por irídio e platina e encontra-se sob custódia
do Escritório Internacional de Pesos e Medidas em Sévres, França
desde 1889.
A massa de um corpo também é usada para determinar o
seu peso. No uso cotidiano, a massa de objetos variados é dada em
quilogramas e a partir dela pode-se chegar ao seu peso, que é a
medida da gravidade em ação em uma determinada massa. Ou seja,
peso é igual à massa vezes a aceleração da gravidade (deste modo
notar que uma mesma massa na Terra e na Lua são diferentes, vide
o andar dos astronautas na Lua]. No SI, o peso não é dado em
quilograma-força (kgf), sendo essa unidade substituída pelo Newton
(N), que não é muito usual e cabe a contextos científicos rigorosos.
Tanto o quilograma-força quando o Newton são unidades derivadas
101
do quilograma. E é óbvio que se chama Newton em homenagem ao
grande físico Newton.
De maneira análoga se teria que pensar nas unidades do
espaço e tempo, ou seja, no que é o metro (m) e o segundo (s)
(lembrar que o Big Ben é o relógio de Londres que é a referência
mundial na determinação do tempo).
Outro exemplo: o volume de um cubo é de 20 m³.
Como o volume de um corpo é a quantidade de espaço
ocupada por esse corpo, então se pode verificar porque a grandeza
volume recorre à unidade básica do comprimento.
As grandezas vetoriais são caracterizadas por um número
real denominado módulo ou intensidade, acompanhado de uma
unidade de medida, uma direção e um sentido.
Por exemplo, um carro se movimentando numa estrada
retilínea do norte para o sul, com velocidade de 20 km/h (note que
velocidade é espaço sobre tempo). Logo: módulo: 20, no caso
acompanhado de km/h; direção: reta; sentido: do norte para o sul.
Grandezas
Entre elas se tem: aceleração, ângulo, área, atividade
radioativa, calor, campo elétrico, densidade de corrente elétrica,
densidade de fluxo magnético, distância, comprimento, altura,
largura, deslocamento, tamanho, energia, trabalho mecânico,
entropia, fluxo luminoso, fluxo magnético, frequência, força, peso,
intensidade de corrente elétrica, intensidade de radiação,
intensidade luminosa, massa, molalidade, normalidade, potência,
pressão, quantidade de matéria, momento linear, resistência
elétrica, radiano, temperatura, tempo, velocidade, tensão elétrica,
diferença de potencial elétrico e volume.
Mas, o que é medida? Medida é o ato ou processo de
comparar uma grandeza com outra com o objetivo de associar a
primeira um numero característico do seu valor em face da
grandeza com a qual foi comparada. São expressas como escalar
102
vezes unidade de medida como, por exemplo, o tamanho de uma
pessoa ser de 1,80 m, isto é, escalar = 1,80 e unidade de medida =
m. Uma medida visa à descrição quantitativa dos fenômenos físicos.
Unidades
Como cada país fixava seu próprio padrão, as relações
comerciais e as trocas de informações científicas entre os países se
tornavam muito difíceis. Por exemplo, para converter uma milha
terrestre (náutica) para quilômetro se deve multiplicar por 1,610
(1,853), assim, duas milhas terrestres seria 3,220 km.
Para resolver os problemas oriundos desse fato, foram
criados padrões internacionais. Surgiu, assim, o Sistema
Internacional de Unidades (SI) que estabeleceu sete unidades de
base, cada uma delas corresponde a uma grandeza: 1ª)
comprimento, metro, m; 2ª) massa, quilograma, kg; 3ª) tempo,
segundo, s; 4ª) intensidade de corrente elétrica, ampére, A; 5ª)
temperatura termodinâmica, kelvin, K [mencionado anteriormente
“temperatura Kelvin”]; 6ª) quantidade de matéria, mole ou mol,
mol; 7ª) intensidade luminosa, candela, cd.
Sobre temperatura.
A escala de temperatura Celsius possui dois pontos
importantes, onde ponto de congelação (congelamento) da água
corresponde ao valor zero e o ponto de ebulição corresponde ao
valor 100, observados a uma pressão atmosférica padrão, também
chamada de pressão normal.
Enquanto que os valores de congelação e evaporação da
água estão aproximadamente corretos, a definição original não é
apropriada como um padrão formal: ela depende da definição de
pressão atmosférica padrão, que por sua vez depende da própria
definição de temperatura. A implementação do grau kelvin garante
que 1 grau Celsius apresenta a mesma variação de temperatura que
1 kelvin. As fórmulas de conversão de temperatura são:
103
Conversão
grau Celsius
kelvin
para
kelvin
fórmula
K = °C + 273,15
grau Celsius °C = K − 273,15
Exemplos: Zero graus Kelvin corresponde à temperatura de 273,15 °C, pois K = °C + 273,15, donde, 0K = °C + 273,15, daí, °C = 273,15 °C. A Nebulosa do Bumerangue recebeu recentemente o
título de lugar mais frio do Universo (fora de um laboratório), a -272
graus Celsius (1,15 kelvin, pois: K = °C + 273,15, donde, K = °-272C +
273,15, daí, K = 1,15). A nebulosa está na constelação de Centauro a
5117 anos-luz da Terra (vide na página 124, definição de ano-luz).
Algumas unidades do SI são empregadas conjuntamente com
outras que não fazem parte do SI, já estando amplamente
difundidas. Exemplos:
104
Comprimento
Quilômetro (km):
Decímetro (dm):
Centímetro (cm):
Milímetro (mm):
1km = 1000 m;
1 dm = 0,1 m
1 cm = 0,01 m
1 mm = 0,001 m
Tempo
Minuto (min):
Hora (h):
Dia (d):
Grau (°):
Minuto (‘)
Segundo (“)
1 min = 60 s
1 h = 60 min = 3600 s
1 d = 24 h = 86.400 s
Ângulo plano
1° = (π/180) rad
1’ = (1/60)° = (π/10800) rad
1 “ = (1/60)’ = (π/648800) rad
Volume
1 l = 1 dm³ = 10 3 m³
Litro (l):
Massa
Tonelada (t):
Grama (g):
1 t = 1000 kg
1 g = 0,001 kg
Uma das razões que isso ocorre é devido à comodidade, já pensou
se medir em metros o comprimento de uma ameba de meio
milímetro? Ela daria 0,0005 metros. Ou a distância aproximada de
uma maratona de 42 quilômetros para 42 mil metros? O mesmo se
daria em querer medir em quilogramas a massa de um grama de
ouro ou de um navio carregado de minério.
105
Constantes
Entre as fundamentais se tem: constante de gravitação
universal (G = 6,67428 × 10−11m³·kg−1·s−2) para a Mecânica,
constante de Boltzmann (K = 1,3806488 × 10-23 m2 kg s-2 K-1) para a
Termodinâmica, constante de Coulomb (C = 8,987.551.787 x 4 x 109
N·m²·C−2) ou constante da carga elementar (e = 1,602 176 487 ×
10−19 C) para o Eletromagnetismo, constante velocidade da luz (c =
300.000 km/s) para a Relatividade e constante de Planck (h = 6,626
068 96 × 10−34 J·s) para a Quântica.
106
Ordens de grandeza
Comprimento
Fator
Múltiplo
(m)
10
−35
10
−18
10
−15
10
−14
Valor
1.6 10
−35
m
Item
Comprimento de Planck
limite superior para o tamanho de quarks e
elétrons
sensibilidade do detector LIGO para ondas
gravitacionais
tamanho de um próton
"raio clássico" de um elétron
escala de um núcleo atômico
alcance da força nuclear fraca
comprimento de onda dos raios gama
10
10
-12
−11
2.4 pm
comprimento de onda do elétron
5 pm
comprimento de onda de Raio X
25 pm
raio atômico do hidrogênio
31 pm
raio atômico do hélio
53 pm
raio de Bohr
comprimento de onda de raios X
10
−10
10
-9
10
-8
100 pm
1 Ångström
100 pm
raio covalente do átomo de enxofre
153 pm
raio covalente do átomo de prata
225 pm
raio covalente do átomo de césio
500 pm
largura de proteína α helix
3.4 nm
comprimento de uma hélice de DNA
3 × 8 nm
tamanho da molécula da proteína albumina
6 - 10 nm
espessura da membrana celular
10 nm
espessura da parede celular de uma bactéria
107
40 nm
comprimento de onda ultravioleta
65 nm
Dimensão característica dos chips da Intel
90 nm
vírus da imunodeficiência humana
tamanho dos cromossomos
10
10
10
−7
100 nm
100 nm
90% das partículas da fumaça de queimadas
280 nm
comprimento de onda ultravioleta
300 nm
tamanho mais penetrante da partícula para
um filtro HEPA (High Efficiency Particulate
Air)(N100 remove até 99.97% a 0.3
micrômetros, N95 remove até 95% a 0.3
micrômetros)
380–430 nm
comprimento de onda violeta a luz visível
color e espectro ótico
430–450 nm
comprimento de onda do anil claro
450–500 nm
comprimento de onda do azul claro
500–520 nm
comprimento de onda do ciano
520–565 nm
comprimento de onda do verde claro
565–590 nm
comprimento de onda do amarelo claro
590–625 nm
comprimento de onda do laranja claro
625–740 nm
comprimento de onda vermelho claro
1-3 µm
tamanho de uma partícula que uma máscara
cirúrgica remove com uma eficiência de 8095%
1–10 µm
diâmetro de uma bactéria comum
1.55 µm
comprimento de onda da luz utilizada na fibra
óptica
6–8 µm
diâmetro de uma hemácia humana
6 µm
poro de antrax
7 µm
espessura de um fio de teia de aranha
10 µm
dimensão típica de partículas d´água em
névoas, neblinas ou nuvens
10 µm
largura de uma fibra de algodão
10.6 µm
comprimento de onda da luz emitida por um
laser de dióxido de carbono
-6
−5
10 µm
108
10
10
10
10
−4
−3
−2
−1
100 µm
1 milí
(mm)
1 centí
(cm)
1 decí
(dm)
12 µm
largura de uma fibra de acrílico
13 µm
largura de uma fibra de náilon
14 µm
largura de uma fibra de poliéster
15 µm
largura de uma fibra de seda
17 µm
fezes do ácaro ¹
20 µm
largura da fibra de lã
80 µm
largura média do cabelo humano)
125 µm
poeira
300 µm
diâmetro da Thiomargarita namibiensis, a
maior bactéria já descoberta
500 µm
diâmetro de um óvulo humano
500 µm
comprimento típico do Amoeba proteus, um
protista ameboide
2.54 mm
distância entre pinos de antigos componentes
eletrônicos DIP
5 mm
comprimento médio de uma formiga
vermelha
7.62 mm
tamanho típico de munições militares
1.5 cm
comprimento de um grande mosquito
2.54 cm
1 polegada
4.267 cm
diâmetro de uma bola de golfe
10 cm
comprimento de onda da mais alta UHF
frequência de rádio, 3 GHz
10 cm
diâmetro do cervix ao entrar no segundo
estágio do parto
10.16 cm
1 mão, usada para medir altura de cavalos (4
polegadas)
12 cm
comprimento de onda da radio band
15 cm
altura de um liliputiano nas histórias de
Gulliver
22 cm
diâmetro de uma bola de futebol típica
30.48 cm
1 pé
91 cm
1 jarda
109
10
10
0
1
1 metro
(m)
1m
comprimento de onda da mais baixa UHF e
mais alta VHF frequência de rádio, 300 MHz
1,435m
vão padrão de uma estrada de ferro
1,7 m
altura média de um ser humano
2,72 m
ser humano mais alto que já existiu (Robert
Wadlow)
2,77 - 3,44 m
comprimento de onda de rádio, banda FM 87–
108 MHz
3,048 m
altura de uma cesta de basquete
5,5 m
altura do mais alto animal, a girafa
8,95 m
mais longo pulo já alcançado por um ser
humano (Mike Powell)
20 m
comprimento de um pitch do grilo
21 m
altura da cachoeira Khon no Rio Mekong, Laos
23 m
altura do obelisco na Place de la Concorde,
Paris.
27,43 m
distância entre bases em um campo de
beisebol
30 m
comprimento de uma baleia azul, o maior
animal
31 m
comprimento das ondas curtas de rádio
sintonizado a 9.7 MHz
49 m
largura de um campo de futebol americano
(53 1/3 jardas)
49 m
comprimento das ondas curtas de rádios de
transmissao sintonizado à 6.1 MHz
52 m
altura das Cataratas do Niágara
55 m
altura da Torre de Pisa
62 m
altura da Pirâmide de degraus de Djoser
70 m
largura de um campo de futebol
70 m
comprimento da Tapeçaria de Bayeux
70 m
altura média das Cataratas do Iguaçu
88,40 m
envergadura do avião de cargas Antonov An225
110
10²
10³
1 hectô
(hm)
1 quilô
(km)
91,44 m
comprimento de um campo de futebol
americano (100 jardas, distância entre gols)
100 m
comprimento de onda da mais baixa
shortwave frequência de rádio e mais alta
medium wave frequência de rádio, 3 MHz
105 m
comprimento de um campo de futebol típico
109,73 m
comprimento total de um campo de futebol
americano (120 jardass)
112,34 m
altura da árvore mais alta do mundo, uma
Coast redwood
137 m (147 m)
altura (atual/original) da Grande Pirâmide de
Gizé
187 m
mais curto comprimento de onda of the
broadcast radio AM band, 1600 kHz
221 m
altura do Parque Central Torre, Venezuela
300 m
altura da Torre Eiffel
340 m
distância que o som percorre no ar no tempo
de 1 segundo; ver velocidade do som
380 m
altura da Cachoeira da Fumaça, Brasil
400–500 m
alturas aproximadas das (estruturas mais altas
do mundo/arranha-céus mais altos do mundo)
dos últimos 70 anos.
541 m (1.776
pés)
altura da planejada Freedom Tower no World
Trade Center site
553,33 m
altura da Torre CN
555 m
mais longo comprimento de onda do
broadcast radio AM band, 540 kHz
647 m
altura do Warsaw radio mast, antigamente a
estrutura feita à mão mais alta, collapsed in
1991
979 m
altura das Cataratas do Anjo, a mais alta
queda d´água do mundo (Venezuela)
1 km
wavelength of the lowest medium wave radio
frequency, 300 kHz
1.609 m
1 milha
111
10
10
10
4
5
6
10 km
100 km
1.000 km
1.852 m
1 milha naútica
1.991 m
vão-livre da Ponte Akashi-Kaikyo Bridge, maior
do mundo em junho de 2006
2.309 m
comprimento da Hidrelétrica de Três
Gargantas, a maior represa do mundo
2.993 m
altura do maior pico do Brasil, Pico da Neblina
8.848 m
altura da mais alta montanha da Terra, Monte
Everest
10,911 km
profundidade da parte mais funda dos
oceanos, Fossa das Marianas
25 km
altura da mais alta montanha conhecida no
sistema solar, Olympus Mons em Marte
31,1 km
mais alto pulo de pára-quedas (Joseph
Kittinger)
33 km
largura mais estreita do Canal Inglês no
Estreito de Dover
34,668 km
vôo de balão com humano mais alto (Malcolm
D. Ross and Victor E. Prather)
38,422 km
comprimento do Lake Pontchartrain
Causeway, em junho de 2006 a ponte mais
comprida do mundo
42,195 km
comprimento da Maratona, A maior
mainstream de distâncias longas corridas a pé
53,9 km
comprimento do Seikan Tunnel, as of February
2006, o mais longo do mundo
111 km
um grau de latitude na Terra
560 km
Distancia do Bordeaux-Paris, A maior corrida
de bicicleta profissional de um dia
804,672 km
(∼500 milhas)
distância da corrida automobilística Indy 500
975 km
maior diâmetro do maior asteróide do sistema
solar, 1 Ceres
3.480 km
diâmetro da Lua
5.200 km
distância típica percorrida pelo vencedor da
24 hours of Le Mans automobile endurance
112
race
10
7
10
8
10
9
10
11
6.400 km
comprimento da Muralha da China
6.600 km
comprimento aproximado dos dois rios mais
longos, o Nilo e o Amazonas
7.821 km
comprimento do Trans-Canada
10.000
km
12.756 km
diâmetro equatorial da Terra
40.075 km
comprimento do equador da Terra
100.000
km
142.984 km
diâmetro de Júpiter
384.000 km
distância da órbita da Lua à Terra
1.390.000 km
diâmetro do Sol
3.600.000 km
Maior recorde de quilometragem de um carro
(A 1966 Volvo P-1800S, ainda dirigindo)
150 milhões km
1 unidade astronômica (AU); distância média
entre a Terra e o Sol.
1 milhão
km
100
milhões
km
900 milhões km diâmetro ótico do Betelgeuse
10
12
10
13
10
15
10
16
10
1000
milhões
km
9
distância da órbita de Saturno do Sol
9
distância orbital de Plutão do Sol
1,4.10 km
5,9 10 km
9
14,56.10 km
distância da nave espacial Voyager 1 do Sol (as
of November 2005), o objeto mais longe feito
pelo homem até agora
12
9,46 10 km = 1
distância percorrida pela luz em um ano
ano luz
4,22 anos luz
distância à estrela mais próxima (Próxima
Centauri)
100.000 anos
luz
diâmetro da Via Láctea
distância à SN 1987A, a mais recente
supernova a olho nu
21
21
1,6.10 m
distância à Large Magellanic Cloud (uma
galáxia anã orbitando a Via Láctea)
distância à Pequena nuvem de Magalhães
(outra galáxia anã orbitando a Via Láctea)
113
10
22
10 Zm
2.36 milhões de
distância à Galáxia Andrômeda
anos-luz
diâmetro do Grupo Local de galáxias
10
10 anos luz=
26
10 m
10
26
100 Ym
distância estimada para certos quasares
10
1,37.10 anos
26
luz= 1,37.10
m
tamanho aproximado do universo visível;
distância percorrida pela luz desde o Big Bang
114
Tempo
Tempo (s)
18
10
16
10
15
10
13
10
11
10
10
10
9
10
7
10
6
10
5
10
2
10
0
10
-2
10
-3
10
-7
10
-16
10
tempo decorrido (s)
vida suposta do Sol
revolução solar em torno da galáxia
desde a época dos dinossauros
desde o homem
desde a era cristã
desde o descobrimento da América
vida humana
um ano
mês
dia
minuto
batidas do coração
uma volta das pás do ventilador
batida das asas de uma mosca
feixe eletrônico entre o catodo à tela do televisor
volta do elétron em torno do próton num átomo
de hidrogênio
115
Massa
Para ajudar a comparar diferentes ordens de magnitude, a seguinte
lista descreve vários níveis de massa entre 10−36 kg e 1053 kg.
Fator (kg)
Valor
−36
10
−36
10
−31
10
−28
1.783×10 kg
−36
3.6×10 kg
−31
9.11×10 kg
−28
1.9×10 kg
Átomo de lítio
Molécula de água
−26
Átomo de titânio
−25
Átomo de prata
2.99×10 kg
1.79×10 kg
−25
1.6×10 kg
−25
3.1×10 kg
−25
3.2×10 kg
−25
3.45×10 kg
10
−20
10
−17
10
−16
Nêutron
−26
7.95×10 kg
−22
Átomo de hidrogênio
−26
1.15×10 kg
10
Múon
Próton
1.675×10 kg
−25
Elétron
Unidade de massa atômica (u)
−27
10
Elétron neutrino
−27
−27
10 yoctograma 1.673×10 kg
−27
(yg)
1.674×10 kg
10
eletronvolt de energia.
−27
1.661×10 kg
−26
Item
−22
1.1×10 kg
−20
10 kg
bóson Z
Quarck "acima", a mais pesada partícula
elementar conhecida
Molécula de cafeína
Átomo de chumbo-208, o mais pesado
isótopo estável conhecido
Molécula de hemoglobina A do sangue
Um pequeno vírus
−17
Massa equivalente de um joule
−17
Massa equivalente de uma caloria
1.1×10 kg
4.6×10 kg
−16
7×10 kg
Bactéria Escherichia coli (E. coli)
−12
10 nanograma
−12
10 kg
(ng)
10
−10
−10
3.5×10 kg
Célula humana média (1 nanograma)
Um pequeno grão de areia
116
−9
10 micrograma
−9
2×10 kg
(µg)
10
−8
−8
2.2×10 kg
−6
10 miligrama
(mg)
−6
1–2×10 kg
−5
10 centigrama
(cg)
−5
1.1×10 kg
−4
10 decigrama
(dg)
−4
1.5×10 kg
−4
2×10 kg
−3
10 kg
−3
8×10 kg
−2
1.2–4×10 kg
−2
10 decagrama
(dag)
−2
2.4×10 kg
−2
2.8×10 kg
−1
10 hectograma 0.15 kg
(hg)
0.454 kg
0
10 kg
quilograma (kg)
1
10 miriagrama
(mag)
2
10 quintal
métrico (q)
3
10 megagrama
Massa de Planck
Massa típica de um mosquito (1–2
miligramas)
Grão grande de areia (2 mm de diâmetro, 11
miligramas)
Quantidade típica de cafeína em uma xícara
de café (150 miligramas)
Carat métrica (200 miligramas)
Um centímetro cúbico de água (1 grama)
−3
10 grama (g)
Massa do óvulo humano
Moedas típicas: euro (7.5 gramas) e Dólar dos
E.U. A. (8.1 gramas)
Camundongo adulto, 12–40 gramas)
Quantidade de etanol em uma dose de
destilado (24 gramas)
Onça (avoirdupois) (28.35 gramas)
Fígado humano (150 gramas)
Libra (454 gramas)
1 kg
Um litro de água, aprox.
3 kg
Bebê humano recém-nascido
4.0 kg
Women's shotput
5–7 kg
Gato doméstico
7.26 kg
Men's shotput
10–30 kg
Um monitor CRT de computador, ou uma
televisão CRT.
15–20 kg
Cão de tamanho médio
70 kg
Humano adulto; cão grande
180–250 kg
Leão maduro, fêmea (180 kg) e macho
(250 kg)
700 kg
Vaca
907.18474 kg
1 tonelada curta (2000 libras - EUA)
1000 kg
Tonelada métrica/ton; um metro cúbico de
117
(Mg) (ou
tonelada
métrica) (t)
água
1016.0469088 kg
Ton (Britânica) / 1 tonelada longa (2240
libras - EUA)
800–1600 kg
Automóvel de passeio típico
3000–7000 kg
Elefante adulto
5000 kg
Uma colher de chá (5 ml) de material das
anãs brancas (5 tons)
4
Telescópio espacial Hubble (11 tons)
4
O maior elefante registrado (12 tons)
4
Sino do Big Ben (14 tons)
1.1×10 kg
1.2×10 kg
1.4×10 kg
10
4
4
4.4×10 kg
4
6.0×10 kg
4
8–10×10 kg
5
1.8x10 kg
10
5
5
1.87×10 kg
6
1.25×10 kg
6
O maior meteorito, Meteorito Hoba West
(60 tons)
Maior dinossauro conhecido, o
Argentinosaurus (80–100 tons)
O maior animal conhecido, a baleia azul (180
tons)
Estação Espacial Internacional (187 tons)
Antonov An-225 (o mais pesado avião) com
carga máxima (600 tons); vazio: 250 tons
5
6×10 kg
10 gigagrama
(Gg)
Carga normal de um caminhão cavalo
mecânico-reboque (44 tons)
6
1.5×10 kg
6
2.041×10 kg
Tronco da Sequóia gigante chamada General
Sherman (1250 tons)
Portão individual da Barreira do Tâmisa
Massa no lançamento do Space Shuttle
(2041 tons)
118
Energia
Energia (J)
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
Fonte
explosão de uma supernova
total emitida anualmente pelo Sol
rotacional da Terra
recebida na Terra do So
bomba H
1ª bomba atômica
tonelada de carvão mineral
28,3 l de gás
bala de rifle
fissão nuclear de urânio
119
Comparando-se o tamanho dos átomos com um objeto
pequeno, mas que ainda se pode ver como a espessura de um fio de
cabelo que mede aproximadamente 0,1 mm = 10-4 m. O raio
atômico mede aproximadamente 10-10 então 1 raio atômico é
aproximadamente a espessura de um fio de cabelo dividido por um
milhão. Em outras palavras, um fio de cabelo é um milhão de vezes
maior do que um raio atômico.
O raio nuclear é aproximadamente 10-14 m, donde o raio
atômico é 10 mil veze maior do que o raio nuclear.
A era da fenomenologia da física termina para distâncias
aproximadamente menores do que 10-10 m.
120
FÍSICA CLÁSSICA
Ela, de acordo com os interesses desse trabalho será
subdividida, simplificada grosso modo, em aristotélica, galileana,
newtoniana (mecânica), Huygensiana (ondulatória) e maxwelliana
(eletrologia).
Mecânica
Ou seja, a física clássica newtoniana.
O professor começa a andar de um lado para outro na sala
de aula e pergunta o que ele está fazendo e pede que lhe responda
apenas numa palavra. Obviamente que a palavra dita é: Movimento.
Meishu-Sama emprega esse conceito de movimento: “A
razão da eterna prosperidade é que todas as coisas se movimentam
em perfeita ordem”.
Outra pergunta: este movimento se deu onde e quando.
Onde e quando são o que? Resposta: espaço e tempo. Então,
movimento é a variação no espaço no decorrer do tempo. Mas,
variação de que? Da posição espacial de um ser ou objeto (ou ponto
material, aquele de tamanho desprezível com massa).
Posição espacial inicial
Posição espacial, onde
mudou apenas o tempo.

Ponto material

121
Ser ou objeto com tamanho (volume com três comprimentos, um
deles a altura, o outro a largura, e o terceiro o comprimento
propriamente dito) e com massa, num determinado horário.
O conceito da Física “movimento” envolveu dela três
conceitos: espaço, tempo e massa.
[Mais precisamente, não envolve o conceito de massa, pois
movimento é a variação de posição espacial de um objeto ou ponto
material no decorrer do tempo. E ponto material, como será visto
na página 127, é todo corpo cujas dimensões não interferem no
estudo de um determinado fenômeno.]
Existe a tentação de considerar esses três conceitos como
conceitos primitivos (que não se define). Isso ocorre com cor no
cotidiano que não é definida, pertence ao sentido da visão; já na
física é definida pelo comprimento de onda ou frequência.
Espaço físico é uma concepção que diz respeito ao meio que
envolve [o observador ou qualquer coisa?]. No entanto, na física
existe muita discussão a respeito da definição mais precisa e
abrangente para a referida expressão.
Tempo físico é associado ao correto sequenciamento,
mediante ordem de ocorrência, dos eventos naturais; estabelecido
segundo indicações de um ou mais relógios adequadamente
posicionados, sincronizados, e atrelados de forma adequada.
Definido desta forma, o tempo parece algo simples, mas várias
considerações e implicações certamente não triviais decorrem
desta, mostrando mais uma vez que este companheiro inseparável
de nosso dia-a-dia [quem é esse nós?] é mais misterioso e sutil do
que se possa imaginar.
Massa é uma ideia intuitiva de "quantidade de matéria
existente em um corpo". Na teoria de relatividade, a massa de uma
partícula não é invariante, como sugere essa ideia clássica de massa
de não variar entre observadores separados em diferentes sistemas
de referências. O mesmo ocorre com o espaço e tempo na teoria da
relatividade.
122
Grandeza
Unidade
Símbolo
Comprimento metro
m
Massa
quilograma
kg
Tempo
segundo
s
Pelo explicitado na tabela: no espaço, foi empregada a
grandeza comprimento com unidade o metro; a grandeza tempo
com a unidade o segundo; e a grandeza massa com a unidade o
quilograma. Essas são as três grandezas básicas da Física com suas
respectivas unidades.
Sobre as unidades de medidas.
Desde a Antiguidade os povos foram criando suas unidades,
cada um deles possuía suas próprias unidades-padrão. Com o
desenvolvimento do comércio ficavam cada vez mais difíceis a troca
de informações e as negociações com tantas medidas diferentes.
Era necessário que se adotasse um padrão de medida único para
cada grandeza. Foi assim que, em 1791, época da Revolução
francesa, um grupo de representantes de vários países reuniu-se
para discutir a adoção de um sistema único de medidas. Surgia o
sistema métrico decimal.
Sobre as medidas de comprimento.
Inicialmente foi estabelecido que a medida do metro fosse à
décima milionésima parte da distância do Polo Norte ao Equador,
no meridiano que passa por Paris. [lembrando que uma décimamilésima = 10-4, que uma décima-milionésima = 10-7, e a distância =
10.200 km = 10.200.000 m, então 10.200.000 m dividida por 10-7 =
1,02 m. No Brasil o metro foi adotado oficialmente em 1928. Ele
vem sendo redefinido no decorrer do tempo, a última foi em 1983
em marcos divisórios da velocidade da luz (1m é o comprimento do
trajeto de luz, no vazio, no tempo de (1/299792458)s).
123
Além da unidade fundamental de comprimento, o metro,
existe ainda os seus múltiplos e submúltiplos:
Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes
distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias.
Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utiliza-se:
mícron () = 10-6 m

angstrom ( A ) = 10-10 m
Para distâncias astronômicas se emprega o Ano-luz (distância
percorrida pela luz em um ano) cujo valor aproximado é de 10
trilhões de quilômetros.
Sobre as medidas de massa.
Em 1889, um cilindro construído em liga de platina-irídio
com bordas de quatro ângulos de chanfro, (para minimizar
desgaste) foi definido como unidade de massa do protótipo
internacional de quilograma (IPK). Ele é mantido hermeticamente
fechado em uma caixa no Escritório Internacional de Pesos e
Medidas, a cidade de Sèvres-França. Antes de adotar-se o IPK, o
quilograma era definido como sendo a massa de um litro de água
desmineralizada a quinze graus Celsius. Abandonou-se esse método,
após perceber-se que a massa da mesma quantidade de água
variava de acordo com a sua pureza.
Sobre as medidas de segundo.
Originalmente, o segundo deveria ser o tempo que o sol a
pino leva para percorrer a distância de 1/86400 da circunferência
terrestre, ou seja, 462,962 metros na linha do equador. Hoje o
segundo é definido tecnicamente como a duração de certos
períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis
hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.
Mas, o que é a Mecânica?
Mecânica é o ramo da Física que estuda o movimento dos
corpos terrestres e celestiais e as condições em que ele se realiza.
Ela pode ser dividida em três partes:
Cinemática: estuda o movimento dos corpos sem considerar
suas causas;
124
Estática: estuda os corpos sólidos ou os fluidos em equilíbrio;
Dinâmica: estuda o movimento dos corpos, considerando
suas causa.
No exemplo a seguir, observam-se essas três partes.
Neste carrinho de brinquedo, inicialmente parado, sobre
uma mesa.
A parte da Física que estuda em que condições o carrinho fica em
repouso é a Estática.
O carrinho é empurrado até que entre em movimento.
A parte da Física que estuda o movimento do carrinho sem levar em
consideração a sua causa (empurrão) é a Cinemática.
125
A parte da Física que estuda o movimento levando em consideração
a sua causa é a Dinâmica.
Inicia-se com a Cinemática.
126
Conceitos e definições
● Ponto material e corpo extenso
● Repouso, movimento e referencial
● Trajetória
● Posição escalar
● Deslocamento e caminho percorrido
● Velocidade média
● Velocidade instantânea
● Ponto material e corpo extenso
Considerando-se um navio fazendo uma viagem do Rio de
Janeiro até a Itália. Como as dimensões do navio (comprimento,
largura e altura) são muito pequenas, quando comparadas com a
distância do Rio de Janeiro até a Itália, ele pode ter suas dimensões
desprezadas. Neste caso, diz-se que o navio é um ponto material,
partícula ou um móvel.
Ponto material é todo corpo cujas dimensões não
interferem no estudo de um determinado fenômeno.
Corpo extenso é todo corpo cujas dimensões interferem no
estudo de um determinado fenômeno.
127
● Repouso, movimento e referencial
Existe um observador A dentro de um carro que se move
para a direita, e outra pessoa B em pé, no acostamento.
Tomando a pessoa B como referência, verifica-se que a
distância entre ela e A varia com o tempo. Neste caso, diz-se que A
está em movimento em relação a B.
Supondo, agora, que B esteja junto com A no carro, e
tomando novamente B como referência, verifica-se que a distância
entre elas não varia com o tempo. Neste caso, diz-se que A está em
repouso em relação a B.
O corpo B, tomado como referência nos dois exemplos, é
denominado referencial.
O referencial é indispensável para determinar a posição de
um objeto e também necessário para verificar se um objeto se
movimenta ou está em repouso.
Dá para se notar que os conceitos de repouso e movimento
são relativos, isto é, dependem do referencial adotado.
No universo descrito pela física da relatividade, o movimento
nada mais é do que a variação de posição de um corpo
relativamente a um ponto chamado "referencial".
Estando parados dentro de um ônibus C olhando para um
ônibus D parado ao lado, D se movimenta, a impressão de quem
está se movimentando é o C porque se toma D como referencial.
Quando o professor se movimenta aqui na sala, se uma
pessoa tivesse feito à mesma variação que ele fez, para ela quem
128
estaria se movimentando: o professor ou os colegas? Quem estaria
parado: o professor ou os colegas?
Numa escada rolante, o leitor e um amigo estão descendo,
ou seja, estão em movimento para baixo em relação ao prédio,
porém em relação à escada eles estão parados. Se o amigo andar no
mesmo sentido tem-se v = vescada + vdo amigo. Mas, se andar no
sentido contrário diminui: v = vescada  vdo amigo. Se andar de costa na
mesma velocidade da escada, fica parado: v = vescada  vdo amigo =
(como vescada = vdo amigo) = 0.
Questões:
1ª) Um ônibus está andando. Seus passageiros estão em
movimento ou repouso? Por quê? Se um deles tocar a campainha e
descer do ônibus?
2ª) Uma pessoa, em um carro, observa um poste na calçada
de uma rua, ao passar por ele. O poste está em repouso ou em
movimento? Explique.
3ª) Um aluno está lendo um livro. A) O livro está em repouso
em relação ao leitor? B) E em relação a um observador no Sol?
4ª) Enquanto o professor escreva na lousa. A) O giz está em
repouso ou em movimento em relação à lousa? B) A lousa está em
repouso ou em movimento em relação ao chão? C) A lousa está em
repouso ou em movimento em relação ao giz?
5ª) Quando se escreve no caderno, a caneta usada está em:
A) Movimento em relação a que?; B) Repouso em relação a que?
6ª) Se dois carros movem-se sempre um lado do outro,
pode-se afirmar que um está parado em relação ao outro?
Soluções
A condição repouso e movimento dependem do referencial
adotado.
1ª) Em relação ao próprio ônibus os passageiros estão em
repouso, porém em relação à rua eles estão em movimento. O
passageiro que desceu vê o contrário.
129
2ª) O poste está em movimento em relação ao ônibus e em
repouso em relação à rua.
3ª) O livro está em repouso em relação a mim, porém em
movimento em relação a um observador no Sol.
4ª) a) O giz está em movimento em relação à lousa; b) a
lousa está em repouso em relação ao chão; c) a lousa está em
movimento em relação ao giz.
5ª) a) a caneta está em movimento em relação ao caderno;
b) a caneta está em repouso em relação a minha mão.
6ª) Sim, ambos estão parados um em relação ao outro.
● Trajetória
A foto ao lado mostra
esquiadores em movimento.
A marca que o esquiador deixa
na neve representa o caminho
percorrido por ele em relação a
uma pessoa parada no solo. Essa
marca é denominada trajetória.
O sentido da trajetória pode ser
positivo ou negativo. No caso do
esquiador a trajetória positiva é
do alto para baixo, ou seja,
A mesma trajetória que o professor fez ao entrar e sair da
sala de aula: o positivo foi porta–tablado, e o negativo foi tabladoporta.
Trajetória é a linha determinada pelas diversas
posições que um corpo ocupa no decorrer do tempo.
130
A trajetória depende do referencial adotado. Supondo-se,
por exemplo, um vagão se movendo, relativamente à Terra, com
movimento retilíneo uniforme. Num determinado instante um
parafuso desprende-se do teto e cai. Um passageiro, no vagão, vê o
parafuso cair verticalmente, descendo em segmento de reta,
enquanto que outra pessoa, parada junto aos trilhos, vê o parafuso
cair descrevendo uma parábola.
Qual a trajetória realmente seguida pelo parafuso: uma reta
ou uma parábola? Esta pergunta não tem significado físico: a
trajetória do parafuso é uma reta, relativamente ao vagão; é uma
parábola, relativamente a Terra.
Outro exemplo, um avião voando com velocidade constante.
Se num certo instante ele abandonar uma bomba, ela cairá segundo
uma trajetória vertical em relação às pessoas do avião [nesse caso
será uma trajetória retilínea]. Porém, para um observador parado
no solo, vendo de lado o avião, a trajetória da bomba será uma
trajetória parabólica.
De acordo com a trajetória, os movimentos recebem os
seguintes nomes: movimento retilíneo (a trajetória é uma reta) e
movimento curvilíneo (a trajetória é uma curva).
131
Observações:
1a) Olhando a estrela Dalva se nota que a trajetória é um
laço, porém, se estando no sol se veria uma elipse.
2a) Sobre o chão de um elevador coloca-se um trenzinho de
brinquedo, em movimento circular. O elevador sobe com velocidade
constante. Que tipo de trajetória descreve o trenzinho, em relação:
a) o elevador? b) ao solo? As soluções são: a) trajetória circular; b)
trajetória helicoidal.
● Posição escalar
Quando se conhece a
forma da trajetória
de um corpo num
movimento retilíneo,
determina-se
sua
posição no decorrer
do tempo por meio
de um único número
chamado abscissa do
corpo.
Exemplo: um corpo movimentando-se sobre a trajetória da
figura.
132
Para localizar esse corpo num determinado instante, adotase arbitrariamente um ponto O sobre a trajetória, ao qual é
chamado origem das posições, e orienta-se a trajetória
positivamente, por exemplo, para a direita a partir de O.
Para conhecer a posição do corpo, isto é, sua abscissa, num
certo instante, precisa-se conhecer sua distância em relação ao
ponto O. (distância = comprimento). Costuma-se representar a
posição de um corpo num instante dado pela letra s. Essa posição
será positiva se o corpo estiver à direita da origem e negativa se
estiver à esquerda.
Na trajetória a seguir, tem-se: a posição do corpo no instante
t = 1 h é s =  4 km; a posição do corpo no instante t = 2 h é s = 3
km; a posição do corpo na origem é s = 0 km, ou melhor, a posição
do corpo em algum instante entre 1 e 2 h é s = 0 km.
Notar que a posição do corpo no instante t = 0 h não é
especificada a sua distância s.
133
● Deslocamento e caminho percorrido
Uma pessoa que sai
do ponto A e passa
pelos pontos B, C e D,
onde para, seguindo
a trajetória indicada
na figura, ou seja, a
linha AB , BC e CD
.
Caminho percorrido
é a medida da
trajetória.
Pode-se
calcular o caminho
(espaço) percorrido
pela
pessoa
efetuando a soma:
AB + BC + CD =
100 + 400 + 400 =
900 m
OBS.: mais rigor AB é o segmento da reta de A para B, enquanto AB
seria a medida AB , isto é, o comprimento de AB . Já o
deslocamento é a medida do segmento que representa a distância
entre a posição inicial e a posição final da pessoa. Utilizando o
134
teorema de Pitágoras, tem-se: d2 = 4002 + 3002 = = 160.000 + 90.000
= 250.000, o que implica d = 500 m.
Se a trajetória é curva, o deslocamento do corpo ao passar
do ponto A para o ponto B é a medida do segmento AB , e o
caminho percorrido é a medida do comprimento do arco AB.
Quando a trajetória é uma reta e o corpo se movimenta
sempre no mesmo sentido, o deslocamento e o caminho percorrido
coincidem. Se houver inversão de sentido, eles não serão iguais,
como no gráfico a seguir, onde o caminho percorrido é AB + BC = 10
+ 5 = 15  5 = AC = deslocamento.
_____A____________C______________B______
Outro exemplo: um caminhão que fez uma viagem a partir
do quilômetro 120 de uma rodovia até o quilômetro 30 da mesma.
Ele se deslocou 30 – 120 = - 90 km, onde o sinal negativo significa
que o móvel se deslocou no sentido contrário indicado na trajetória.
O caminho percorrido foi de 120 – 30 = 90 km.
Questão: Sobre o chão de um elevador coloca-se um
trenzinho de brinquedo, em movimento circular. O elevador sobe
com velocidade constante. Que tipo de trajetória descreve o
trenzinho em relação: a) o elevador; b) ao solo? Solução: a) ao
elevador uma trajetória circular; b) em relação ao chão uma
trajetória helicoidal.
● Velocidade média
Velocidade relaciona a variação da posição no espaço em
relação ao tempo, ou seja, qual a distância percorrida por um corpo
num determinado intervalo temporal.
A figura representa o circuito de uma pista de corrida. Nela
estão marcadas as velocidades desenvolvidas por um carro em
alguns trechos durante uma volta completa nesse circuito. Como se
135
pode observar a velocidade do carro não é sempre a mesma
durante toda a volta, isto é, a velocidade varia no decorrer do
tempo.
Conhecendo-se
a
extensão do circuito e o
tempo
gasto
para
percorrê-lo, podem-se
saber
quantos
quilômetros, em média,
o carro percorreu por
hora. Para isso, basta
dividir
o
espaço
percorrido pelo tempo
total de percurso. A esse
quociente chama-se de
velocidade
escalar
média.
Se, por exemplo, o espaço percorrido em uma volta
completa é de 4,5 km e o tempo total de percurso é 90 s, a
velocidade escalar média (vm) desse carro é dada por:
vm =
4,5 km
4,5 km
 vm =
 vm = 180 km/h
1
90 s
h
40
Nota-se que durante o percurso a velocidade do carro, em
cada instante, às vezes foi maior, e outras vezes menor ou igual a
180 km/h. A velocidade escalar média representa a velocidade
constante que o carro deveria manter para, partindo da mesma
posição inicial, chegar à mesma posição final gastando o mesmo
tempo.
136
1
40 s
basta notar que 1 h = 60 min = 60 x 60 s = 3.600 s o que implica em
1
1
h=
x 3.600 s = 90 s.
40
40
Observação: para quem não entendeu porque 90 s =
Para definir velocidade escalar média num intervalo de
tempo, assume-se um carro percorrendo a trajetória indicada na
figura, onde no instante inicial t1, ele tem velocidade inicial v1 e, no
instante final t2, velocidade final v2.
A velocidade escalar média vm entre esses dois instantes é
dada por:
s s 2  s 1
vm =
=
t 2  t1
t
em que s = s2 – s1 é a variação de espaço no intervalo de tempo t
= t 2 – t 1.
Os termos inicial e final não significam o início e o fim do
movimento, mas sim o início e o fim da contagem dos tempos.
No cálculo da velocidade média é desnecessário saber a
variação da velocidade do carro durante o percurso. Isto é, não é
preciso saber se ele ficou parado durante algum tempo por
problemas mecânicos ou se deu marcha a ré, pois para o cálculo de
vm considera-se somente o espaço total percorrido e o tempo total
gasto para percorrê-lo.
No Sistema Internacional (SI) a unidade de velocidade é o
metro por segundo, que se indica por m/s, mas também é comum
utilizar o quilômetro por hora (km/h).
137
s
, o intervalo de tempo t = t2 – t1 é
t
sempre positivo (t > 0), pois representa a diferença entre o
instante final t2 e o instante inicial t1, sendo t2 sempre maior que t1.
Por outro lado, a variação de espaço s = s2 – s1 pode ser positiva,
se s2 > s1, negativa, se s2 < s1, ou nula, se s2 = s1. Então, pode-se dizer
que o sinal de s determina o sinal da velocidade escalar média.
Obs.: neste caso pode-se indicar apenas
Na fórmula vm =
t1
t2
___O_______●_________________●_________
S1
s2
● Velocidade instantânea
A velocidade também pode ser definida para um
determinado instante. Essa velocidade, denominada velocidade
escalar instantânea, é a velocidade escalar média para um intervalo
de tempo muito pequeno. Por exemplo, o valor indicado pelo
velocímetro de um carro, num certo instante, representa a
velocidade escalar instantânea.
Às 2 h
Às 2h 10 min
138
Para determinar a velocidade do carro em um instante,
deve-se calcular a velocidade média correspondente a intervalos de
tempo cada vez menores (t tendendo a zero: t  0), fazendo
com que esses intervalos incluam o instante considerado. Por esse
processo, a velocidade média que se obtém aproxima-se de um
valor que coincide com a velocidade instantânea.
Esse processo, em Matemática, chama-se passagem no
limite. Assim, a velocidade escalar instantânea v é definida por:
v = lim v = lim
t  0
t  0
s
t
Quando se escreve t  0 (lê-se: t tende a zero), isto significa que
t2 tende a t1.
Há casos em que, para se obter maior precisão, as
velocidades médias são determinadas em intervalos de tempo da
ordem de décimos, centésimos ou até milésimos de segundo.
Dependendo do sentido do movimento do carro, a
velocidade pode ser positiva ou negativa: Se o carro se movimentar
no sentido positivo da trajetória a velocidade é considerada positiva
(v > 0) e o movimento é chamado progressivo; Se o carro se
movimentar no sentido contrário do positivo da trajetória a
velocidade é considerada negativa (v < 0) e o movimento é
chamado retrógrado.
Trajeto da Avenida Brasil pode ser Zona Oeste – Zona
Portuária ou Zona Portuária – Zona Oeste. Como a Rodoviária Novo
Rio é o marco quilômetro zero, a Avenida João XXIII, Santa Cruz, é o
marco final, quilômetro 58, então trajeto Zona Portuária – Zona
Oeste é o sentido positivo. Assim, se o carro se movimentar no
139
sentido contrário, a velocidade é negativa e o movimento é
retrógrado.
● Adição de velocidades
Em 1804, foi construída uma locomotiva a vapor que
conseguiu puxar cinco vagões com dez toneladas de carga e setenta
passageiros à velocidade vertiginosa de 8 km por hora usando para
o efeito carris fabricados em ferro-fundido. Uma pessoa dentro do
trem caminhando com velocidade de 4 km por hora no mesmo
sentido do trem e um observador em repouso preso ao solo. O
módulo da velocidade da pessoa que caminha no interior do trem,
para quem está em repouso no solo, será de 12 km por hora.
Em outra situação, onde a pessoa no interior do trem
desloca-se em sentido contrário ao do trem, o observador verá a
pessoa deslocar-se para a esquerda com uma velocidade de módulo
– 4 km por hora.
Observação:
Meishu-Sama
escreveu
em
alguns
ensinamentos algo a respeito do que está sendo tratado. Isso é visto
a seguir.
140
A RESPEITO DO ATEÍSMO
(...) Consideremos, agora, a Natureza.
No Universo, não só os fenômenos visíveis, como o sol, a lua,
as estrelas, a via-láctea, a temperatura, o vento, a chuva, os animais,
os vegetais e os minerais, que estão diretamente relacionados com
o ser humano, mas também os fenômenos invisíveis tudo está sob a
ação e controle do poder da Natureza. Esta própria do mundo.
Observando-a calmamente e sem ideias preconcebidas, qualquer
pessoa  a menos que seja insensível  fica embevecida com seu
encanto misterioso.
A Natureza é dotada de mistério profundo e insondável.
Grandioso é o Céu que contemplamos e ilimitada é a sua extensão.
Como se apresenta o centro da Terra? Qual o número certo de
estrelas, o peso exato do globo terrestre, a quantidade das águas
marítimas? Se começarmos a enumerar coisas e fatos, não
acabaremos nunca.
A especulação deixa abismada com o movimento metódico
dos astros, a formação da noite e do dia, o fenômeno das estações,
o sentido esotérico dos 365 dias do ano, a evolução de todas as
coisas, o progresso ilimitado da civilização, etc. Quando surgiu este
mundo? Qual a sua extensão? Ele é finito ou infinito? Qual o limite
da população mundial? E o futuro da Terra?
[O somatório do valor numérico das letras do nome Jehovah
é igual a 72 que é o número de anjos cabalísticos. Cada anjo
influencia 5 dias donde 72 x 5 = 360. Durante 5 dias não possuem
anjo protetor, a saber: 5 de janeiro, 19 de março, 31 de maio, 12 de
agosto e 24 de outubro. Logo: 360 + 5 = 365].
Tudo permanece envolvido em mistério. Tudo caminha
silenciosamente, sem a mínima falha ou atraso, obedecendo a uma
ordem determinada.
Ainda nos deparamos com os seguintes problemas: Por que
viemos a este mundo e que papel devemos desempenhar? Até
quando poderemos viver? Voltaremos ao Nada, após a morte, ou
141
existe o desconhecido Mundo Espiritual onde iremos habitar em
paz? As reflexões sobre o assunto nos deixam ainda mais confusos,
permanecendo tudo na obscuridade. Não há outro qualificativo a
não ser o que dizem os bonzos: “A Realidade é um Nada, é o Nada é
uma Realidade.”
Vasta, ilimitada e infinita é a existência do mundo. O ser
humano com a pretensão de desvendar este mundo misterioso vem
empregando todos os meios, principalmente a pesquisa; apesar de
seus esforços, só consegue conhecer uma pequena parcela dos
fenômenos infinitos. Daí atinarmos com a insignificância da
inteligência humana em relação à Natureza. É significativa a
expressão “sombrio vazio”, também citada pelos bonzos.
Entretanto, a vaidade humana, em sua tola presunção, excede-se a
ponto de querer subjugar essa mesma Natureza. Sábio é o homem
que, antes de mais nada, procura conhecer a si mesmo, submete-se
a ela e participa das suas graças.
(...) Nossa missão é extirpar do homem essa irracionalidade,
transformando-o em verdadeiro ser pensante, numa verdadeira
obra de reforma humana. Até mesmo o ateu deve convir que a
grandiosidade do Universo e a perfeição cósmica só podem partir de
um princípio perfeito: DEUS.
6 de janeiro de 1954
LIVRO 2 “MUNDO ESPIRITUAL” DA
FILOSOFIA RELIGIOSA DO MESSIAS
2. CONSTITUIÇÃO DO MUNDO ESPIRITUAL
2.1. Estruturado em três planos segundo a intensidade da Luz,
calor e movimento.
Na física clássica a luz, o calor e o movimento são estudados
na ótica, termologia e mecânica, respectivamente; além disso, é da
sua alçada o som e a eletricidade que são responsabilidade da
acústica e eletrologia. Na física moderna se estuda o átomo, a
142
radioatividade e a relatividade. O que se vai fazer neste item é tecer
algumas considerações sobre a luz, calor e movimento segundo a
física espiritualista [sobre os demais como: átomo, no 1.2. do
volume 3; radioatividade e relatividade no 4 deste volume 2].
É costume se associar a mente com Luz, sabedoria e razão; o
coração com Calor, amor e sentimento; o estômago com
[movimento] força e vontade [lembrar-se da casa de força, segundo
Pilates, é o centro do movimento].
[A Terra possui 14 movimentos, contudo apenas três são
considerados importantes: a rotação, a translação e a pregressão].
Ministro  Como ficará a relação entre Mundo Espiritual e o
Mundo Material na Era do Dia?
Meishu-Sama - Naturalmente, vai haver a existência de
ambos, mas permanecerão bem próximos um do outro [no sentido
de na existência da identificação, o movimento da passagem do ME
para o MM se tornar mais rápido]. Agora, se nota nos planos, certa
diferença de tempo entre os mesmos acontecimentos que ocorram
nesses dois quer dizer: atualmente, tudo o que acontece no Mundo
Espiritual ainda demora um pouco a se refletir no Mundo Material.
Mas na Era do Dia, os fatos ocorrerão, ao mesmo tempo, nesses
dois Mundos.
No Mundo Espiritual, é raro que marido e mulher
permaneçam juntos. A razão do fato está na diferença da posição
que o espírito de cada um alcançou. O convívio dos dois só lhes será
possível quando estiverem nivelados, como habitantes do Reino do
Céu. Entretanto, aqueles que alcançarem certo grau de
aperfeiçoamento, terão licença de se encontrar, embora estejam
em camadas espirituais inferiores. Mas o encontro durará apenas
um instante, e a licença lhes será concedida pelas divindades que
superintendem os níveis em que estão situados. Não haverá
permissão para que levados pela saudade, os cônjuges se abracem;
à mínima intenção de teor mundano, seus corpos ficarão rijos e
perderão o movimento. Isso demonstra como o apego é
condenável.
143
Velocidade.
Como foi dito em 7 11. no volume 1, velocidade é espaço
sobre tempo, por isso se diz que um veículo está se movimentando
com uma velocidade de 60 quilômetros por hora. De tal definição,
em qualquer elemento de uma expressão algébrica, se poderia dizer
que o tempo é espaço sobre velocidade, donde: se a velocidade for
normal então o tempo é normal; se a velocidade for próxima a da
luz então o tempo é quase um instante. Por isso, que se afirma que
dois irmãos gêmeos, um entrando numa nave com a velocidade da
luz e o outro num trem, o que partiu na nave quando retornasse
encontraria o que ficou na Terra muito mais velho ou até morto.
Como os deuses se movimentam em alta velocidade então sem o
empecilho da matéria, há uma liberdade que não existe no Mundo
Material. O espírito pode ir aonde quiser, e mais rapidamente do
que uma aeronave. Um espírito pode cobrir a distância de mil
léguas, isto é, 6 mil quilômetros, em alguns minutos ou até
segundos [uma volta em torno da Terra tem 40 mil quilômetros].
Entretanto, a rapidez com que ele se move depende da sua
hierarquia. Os espíritos elevados, isto é, aqueles que conseguiram
atingir os níveis de hierarquia Divina são mais velozes. O espírito do
nível mais elevado da hierarquia Divina pode chegar ao local mais
distante num espaço de tempo menor do que a milionésima parte
de um segundo, mas o espírito de nível inferior leva algumas
dezenas de minutos para cobrir mil léguas. Isso porque, quanto mais
baixo o nível do espírito, mais pesado ele é, devido às suas
impurezas.
Ministro  Como funcionam os cinco sentidos do ser
humano, após a sua morte?
Meishu-Sama  Continuam a existir, mas funcionam de
modo diferente ao que ocorria no corpo físico, porque agora [este]
já não existe mais para o espírito, o impedimento da matéria, o que
lhe permite agir de modo contrário ao do ser humano  que sente,
percebe fisicamente os cinco sentidos.
144
Por exemplo, hoje, para se ir de trem de Tóquio a Osaka,
leva-se de dez a doze horas, mas um espírito faz esse trajeto em
cinco minutos, no máximo. E caso já esteja bem elevado, gastará
apenas alguns segundos para isso. Para os espíritos divinos então,
essa viagem é feita instantaneamente. E quanto mais purificado for
o espírito, mais leve ele se torna, o que lhe possibilita realizar tudo
através da vontade.
O PODER DA NATUREZA
(...) A essência daquilo que dou o nome de espírito é a fonte
do grandioso poder que dirige tudo que existe neste Universo e do
qual dependem o nascimento, o crescimento, o movimento e a
transformação de todas as coisas. Chamo-o de Poder Invisível.
Sendo assim, daqui por diante chamarei o mundo conhecido
simplesmente de Mundo Material, e o desconhecido, de Mundo
Espiritual.
Como lei fundamental de tudo que existem, todos os
fenômenos ocorridos no Mundo Material são projeções daquilo que
já foi gerado e acionado no Mundo Espiritual. Isso pode ser
exemplificado pelos movimentos das mãos ou das pernas, os quais
são precedidos por nossa vontade. Até agora, contudo, os
estudiosos têm procurado soluções analisando apenas os
fenômenos do Mundo Material, e é por essa razão que embora se
diga que houve progresso na cultura, ele não trouxe bem-estar à
humanidade. (...)
ELO ESPIRITUAL
(...) o elemento Fogo, é absorvido do Mundo Espiritual pelo
coração. Isso quer dizer que as contrações cardíacas são
movimentos bombeadores por meio dos qual esse elemento é
retirado do Mundo Espiritual. (...)
145
OBEDIÊNCIA AO CAMINHO PERFEITO
(...) Caminho é também o meio pelo quais todas as coisas se
ligam. Os meios de transporte, as ondas elétricas, os raios
luminosos, o deslocamento das pessoas de um lugar para outro,
tudo depende do caminho. Até o Sol, a Lua e as estrelas possuem
uma órbita definida, isto é, um caminho. Sendo assim, o caminho é
à base de todas as coisas e, consequentemente, podemos concluir
como é errado desviar-nos dele.
(...) significa espiral e cuja expressão concreta toma a forma
de redemoinho. Este possui um centro, dependendo do qual se
produzem movimentos de expansão ou de contração. Se o
movimento for da esquerda para a direita, torna-se centrífugo.
Exemplifiquemos:
O centro de nossa Igreja é Gora, na cidade de Hakone. “Go”
significa cinco, e também fogo; “ra” é redemoinho. Isso quer dizer
que o espírito do fogo se expande em movimentos centrífugos. (...).
FILOSOFIA DA INTUIÇÃO
(...) O outro princípio  “Todas as coisas se movem” 
significa que tudo está em eterno movimento. Por exemplo: nós não
somos os mesmos de ontem, nem mesmo o que fomos há cinco
minutos atrás; o mundo de ontem não é o mesmo de hoje. Isso
abrange também a sociedade, a civilização e as relações
internacionais. Precisamos, portanto, fazer uma observação fiel, isto
é, uma observação clara, do homem e de suas transformações.
Ao invés de modificarem seus pontos de vista e pensamento,
para acompanharem o constante movimento evolutivo, as religiões
antigas criticam as religiões novas, servindo-se de conceitos
religiosos milenares. Eis por que não conseguem ter uma ideia exata
a respeito delas.
Esta é a teoria de Bérgson aplicada ao campo religioso.
146
NOVAMENTE A RESPEITO DE BERGSON
(...) Dentro de sua filosofia, Bérgson emite um conceito
muito interessante: “Todas as coisas se movem.” Isso significa que
tudo está em contínuo movimento. Este ano, por exemplo, difere do
ano passado em tudo. O mesmo podemos dizer a respeito do
mundo, da sociedade e dos nossos próprios pensamentos e
circunstâncias. Somos diferentes até mesmo do que fomos ontem,
ou há cinco minutos atrás. Aqui, podemos aplicar o velho ditado:
“Trevas a um palmo do nariz”. Assim, se aplicarmos a teoria
bergsoniana ao homem em todas as circunstâncias, notaremos o
seguinte: diante de um fato.
147
148
Movimentos
● Movimento uniforme (MU)
● Função horária de deslocamento
● Aceleração
● Movimento uniformemente acelerado (MUA)
● Queda dos corpos
● Movimento circular uniforme (MCU)
● Frequência e período
● Aceleração centrípeta
● Função horária angular
● Movimento uniforme (MU)
Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de
tempo iguais, o seu movimento é chamado movimento uniforme
(MU). Por exemplo, se um carro percorre 60 km em 1 hora, em meia
1
hora percorrerá 30 km em hora 15 km e assim por diante.
4
Isso ocorre porque a velocidade escalar instantânea v é igual
à velocidade escalar média vm em qualquer intervalo de tempo, ou
seja, a velocidade do carro é constante e diferente de zero no
decorrer do tempo. Ou seja: Se um movimento é uniforme, tem-se:
v = vm = cte ≠ 0
Movimento de rotação da Terra, dos ponteiros de relógio, a
viagem de nave espacial são movimentos uniformes. Porém, a
maioria dos movimentos não é uniforme, por exemplos:
149
Quando um trem se afasta de
uma estação, percorre, em
intervalos de tempo iguais,
distâncias cada vez maiores e,
quando se aproxima percorre
distâncias cada vez menores
em intervalos de tempo iguais.
Atleta, numa prova de
atletismo, percorre distâncias
diferentes em intervalos de
tempo iguais.
Os movimentos do trem e do atleta são exemplos de
movimentos variados
Se no movimento uniforme a trajetória for retilínea, ele é
chamado movimento retilíneo e uniforme (MRU).
150
No caso do carro acima se pode indicar apenas
t0
t
___O_______●→v_________________●→v_________
S0
s
● Equação do movimento MRU
Quando um corpo está em movimento uniforme sua posição
varia no decorrer do tempo em relação a um referencial. A função
que relaciona posição s com o tempo t é denominada função
horária das posições do movimento e é representada por: s = f(t)
(Lê-se: s é uma função de t.)
Para obter essa função considera-se um corpo percorrendo
com velocidade constante a trajetória da figura.
Nesse caso: s1 = s0 é a posição inicial do corpo; t1 = t0 é o
instante inicial (t0 = 0); t2 = t é o instante final; s2 = s é a posição do
corpo no instante final t.
Usando a fórmula da velocidade média, tem-se:
vm =
s  s0
s 2  s1
v=
 s – s0 = vt  s = s0 + vt
t 2  t1
t
Essa é a equação do movimento mais simples, o caso de um
corpo movendo-se com um movimento retilíneo uniforme. Ela
também é conhecida como função horária do deslocamento.
151
Essa fórmula matemática mostra que, partindo da posição
atual do corpo, num certo referencial, e conhecendo sua velocidade,
pode-se determinar a sua posição futura em relação ao mesmo
referencial. Como a função s = s0 + vt é do 1o grau em relação ao
tempo, o seu gráfico é representado por uma reta. Têm-se dois
casos, que são vistos a seguir.
1o caso: velocidade positiva (v > 0)
Nesse caso, as posições crescem algebricamente com o
tempo, isto é, o corpo caminha no sentido positivo da trajetória. O
gráfico representativo é:
● Aceleração
Em quase todos os movimentos de um corpo a velocidade
muda de valor no decorrer do tempo.
Exemplo: carro cujo velocímetro indica num certo instante t
= 0, a velocidade de 5 m/s (18 km/h). Se, por exemplo, um segundo
após pisar no acelerador, o velocímetro indicar 15 m/s (54 km/h),
pode-se dizer que a velocidade do carro aumentou de 10 m/s em 1
s.
Nesse caso, diz-se que o carro teve um arranque, isto é,
recebeu uma aceleração.
A aceleração é responsável pela variação lenta ou rápida da
velocidade e relaciona duas grandezas: variação de velocidade e
tempo.
Para definir a aceleração escalar média, considera-se um
móvel percorrendo a trajetória da figura.
152
 v1 = velocidade
instante t1
no  v = v2  v1 = variação de
velocidade
 v2 = velocidade
instante t2
no  t = t2  t1 = intervalo de tempo
na variação v
Define-se como aceleração escalar média, entre os instantes
t1 e t2, a grandeza am, dada por:
v 2  v1
v
am =
=
t 2  t1
t
No exemplo anterior, a aceleração média do automóvel é:
v 2  v1
15 m / s  5 m / s 10 m / s
am =
 am =
=
t 2  t1
1s  0 s
1s
Isto significa que o valor da velocidade aumentou, em média, 10
m/s em cada 1 s.
Outra forma de se indicar a unidade de medida da
aceleração escalar média é:
m
10
s = 10 m . 1  a = 10 m/s2
am =
m
s
s s
1
No Sistema Internacional a unidade de aceleração é o metro
por segundo ao quadrado e se indica por m/s2. Utiliza-se também a
unidade quilômetro por hora ao quadrado (km/h2)
Aceleração é a grandeza que relaciona a variação da
velocidade com o tempo gasto nessa variação.
153
● Movimento uniformemente acelerado (MUA)
Na natureza, na maior parte dos movimentos, a velocidade
varia no decorrer do tempo.
Supondo-se que, observando o velocímetro de um carro em
movimento, em intervalos de tempo de 1 s, se obtenha os valores:
TEMPO
(em segundos)
VELOCIDADE
(em km/h)
0
20
1
26
2
30
3
37
4
45
} v = 6 km/h
} v = 4 km/h
} v = 7 km/h
} v = 8 km/h
Nota-se que a variação da velocidade em cada 1 s não é a
mesma, ou seja, a aceleração do carro não é constante. Nesse caso,
o movimento é denominado movimento variado.
Agora, supondo-se estar observando o velocímetro de outro
carro em movimento, também em intervalos de 1 s, e obtenha os
valores:
TEMPO
(em segundos)
VELOCIDADE
(em km/h)
0
8
1
18
2
28
3
38
} v = 10 km/h
} v = 10 km/h
} v = 10 km/h
154
Nota-se que a variação de velocidade em cada um segundo é
sempre a mesma, ou seja, a aceleração é constante. Nesse caso, o
movimento é denominado movimento uniformemente variado
(MUV) ou movimento uniformemente acelerado (MUA).
Para que isso ocorra em qualquer intervalo de tempo, a
aceleração escalar média deve ser constante, diferente de zero e
igual à aceleração escalar instantânea.
am = a = cte  0
No caso de a trajetória ser retilínea, o movimento é
denominado movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV)
ou movimento retilíneo uniformemente acelerado (MRUA). Lembrar
que Movimento uniforme é aquele em que a velocidade escalar é
constante e não-nula.
● Equação do movimento MRUA
É relativamente fácil de ver: s = s0 + v0t +
at 2
.
2
● Queda dos corpos
Largando-se uma pena e uma pedra, de uma mesma altura,
observa-se que a pedra cai primeira. Isso ocorre, entre outras
coisas, devido ao fato de a pena ter maior superfície de contato com
o ar. Desse modo, a resistência do ar é maior sobre a pena. Por isso,
se pensa que os corpos mais pesados caem mais depressa que os
mais leves. No entanto, a seguinte experiência mostra que isso não
é verdade.
Usando uma bomba de sucção, pode-se retirar o ar contido
num recipiente chamado tubo de Newton e, desse modo, obter o
vácuo. Assim, se verifica que uma pedra e uma pena, largadas da
mesma altura, levam o mesmo tempo para cair, se não houver
resistência do ar. Existe na Internet um vídeo chamado “o Martelo e
155
a Pena  Experimento de Galileu na Lua” feito pelos astronautas que
lá estiveram.
Quando um corpo é lançado verticalmente para cima,
verifica-se que ele sobe até certa altura e depois cai, porque é
atraído pela Terra. O mesmo acontece quando um corpo é
abandonado de determinada altura: ele cai porque é atraído pela
Terra.
Chama-se de queda livre o movimento de subida ou de
descida que os corpos realizam — sujeitos à gravidade e nas
proximidades da Terra — e desprezam-se as resistências de
qualquer espécie.
Os corpos são atraídos pela Terra porque em torno dela há
uma região chamada campo gravitacional exercendo atração sobre
eles. No campo gravitacional os corpos são atraídos para a Terra,
sofrendo variações de velocidade por terem adquirido aceleração,
chamada aceleração da gravidade ou, simplesmente, gravidade,
representada pela letra g. Para mostrar como se calcula a
aceleração da gravidade, basta observar a experiência seguinte.
Larga-se um corpo a certa altura da superfície da Terra e se
fotografa a sua queda com uma lâmpada especial, chamada
estroboscópica, que pisca a cada 0,2 s, permitindo obter a
sequencia de fotos indicada na figura.
156
1(s)
s(m)
0(m/s2)
0,2
0,20
10,00
0,4
0,78
9,76
0,6
1,76
9,78
0,8
3,14
9,80
1
4,88
9,76
1,2
7,10
9,86
1,4
9,6
9,79
1,6
12,56
9,81
1,8
15,85
9,78
2
19,58
9,79
Construindo-se o gráfico da posição em função do tempo do
movimento, tem-se uma parábola.
157
1
2
2
at , pois a velocidade inicial é nula (o corpo é largado do repouso).
Assim, se tem um valor médio próximo de 9,8 m/s2 para a
aceleração, conforme registros anteriores. Estes podem ser
comprovados de a = 2s / t2. Pois, o primeiro é a = (2 x 0,20) / (0,2)2 =
0,40 / 0,04 = 10. O segundo é a = (2 x 0,78) / (0,4)2 = 1,56 / 0,16 =
9,75.
Essa é a aceleração com que os corpos caem próximos à
superfície da Terra.
A aceleração da gravidade é sempre vertical e dirigida para
baixo. O valor da aceleração da gravidade varia de ponto para ponto
na superfície da Terra e diminui com a altitude. Seu valor médio ao
nível do mar é 9,8 m/s2, mas, para facilitar os cálculos, usa-se muitas
vezes o valor aproximado: g = 10 m/s2.
Para determinar a aceleração desse movimento usa-se s =
Galileu Galilei realizou uma série de experiências sobre a queda
livre dos corpos e chegou às seguintes conclusões:
 Todos os corpos, independentemente de sua massa, forma
ou tamanho, caem com a mesma aceleração.
 A distância percorrida por um corpo em queda livre é
proporcional ao quadrado do tempo gasto para percorrê-la,
isto é, a função horária das posições s = f(t) é do 2o grau.
Se a aceleração da gravidade é constante e a função horária
das posições é do 2o grau, decorre que a queda livre é um MRUV e,
portanto, valem todas as funções e conceitos desse movimento.
Registra-se que para estudar a queda dos corpos se
considera dois tipos de lançamento: vertical para cima e vertical
para baixo.
158
● Movimento circular uniforme (MCU)
Diz-se que um móvel realiza
um movimento circular
uniforme
quando
sua
trajetória é circular e o
módulo do vetor velocidade
permanece constante e
diferente de zero.
Como exemplos de movimento circular uniforme:
 o movimento das extremidades dos ponteiros de um relógio
 o movimento das pás de um ventilador
 o movimento de um disco
● Frequência e período
Movimento periódico é todo aquele que se repete
identicamente em intervalos de tempo iguais.
159
Exemplo. O movimento de uma roda gigante é periódico
porque cada cadeira se repete identicamente de 6 em 6 segundos.
Em outras palavras, o movimento dessa roda gigante é completo em
6 segundos. Dois movimentos completos em 12 segundos, dez em 1
minuto.
Outro exemplo. Num relógio com seus três ponteiros (hora,
minuto e segundo). O movimento do ponteiro de segundo é
periódico por se repetir identicamente 60 em 60 segundos, ou seja,
ele dá um movimento completo em 1 minuto. Dois movimentos
completos em 2 minutos, 60 em uma hora.
Mais exemplos. As marés, em média, oscilam num período
de 12 horas e 24 minutos, ou seja, maré baixa e maré alta. Isso faz
com que o ciclo de marés se complete a cada 24 horas e cerca de 50
minutos. Doze horas devido à rotação da Terra e 24 minutos devido
à órbita lunar. Assim, o movimento de rotação da Terra ao redor de
seu próprio eixo, o movimento da órbita lunar e o movimento das
marés são movimentos periódicos. Os dois primeiros são
movimentos circulares uniformes (MCU), o último é um movimento
ondulatório.
Aliás, todo MCU é um movimento periódico, o mesmo vale
para o movimento pendular. Por sinal, o movimento do pêndulo
pode ser aproveitado para fornecer a cadência certa para um
relógio. E os ponteiros de um relógio também realizam um
movimento periódico.
O intervalo de tempo correspondente a um movimento
completo (pode ser volta, ciclo, rotação, oscilação, etc.) é o período
do movimento.
Nos exemplos acima se tem:
- movimento periódico daquela roda gigante tem período de
6 segundos;
- movimento periódico do ponteiro de segundo tem período
de 60 segundos ou um minuto (já o do ponteiro de minuto tem
período de 60 minutos ou 1 hora; o ponteiro de hora tem período
160
de 12 horas (00h00min às 11h59min = Uma volta; 12h00min às
23h59min = uma volta);
- movimento periódico das marés tem período praticamente
diário;
- movimento periódico de rotação da Terra ao redor de seu
próprio eixo tem período praticamente que metade de um dia (mais
exatamente: 0,99727 dias ou 23,9345 horas);
- movimento periódico da órbita lunar tem período de 24
minutos.
O número de movimentos completos realizados em uma
unidade de tempo é a frequência.
Nos exemplos acima se tem: movimento periódico daquela
roda gigante tem frequência de 10 voltas por minuto (se a unidade
de tempo for minuto) ou 1/6 de volta por segundo (se a unidade de
tempo for segundo); movimento periódico do ponteiro de segundo
tem frequência de 1 volta por minuto (se a unidade de tempo for
minuto) ou 60 voltas por hora (se a unidade de tempo for hora) ou
1/60 de volta por segundo (se a unidade de tempo for segundo).
Também tem: movimento periódico das marés tem frequência de 1
ciclo por dia (se a unidade de tempo for dia) ou 1/86400 ciclo por
segundo (se a unidade de tempo for segundo). Movimento
periódico de rotação da Terra ao redor de seu próprio eixo tem
frequência de 2 rotações por dia (se a unidade de tempo for dia) ou
1/43200 rotação por segundo (se a unidade de tempo for segundo);
movimento periódico da órbita lunar tem frequência de 0,4 de
voltas por hora (se a unidade de tempo for dia, lembrar que 1 volta
em 24 minutos corresponde a 0,4 de voltas em uma hora) ou
1/1440 volta por segundo (se a unidade de tempo for segundo,
lembrar que 1 volta em 24 minutos corresponde a 1 volta em 1.440
segundos).
Chama-se período do movimento (T) o intervalo de tempo
que estes ciclos levam até se repetirem. Assim ao decorrer um
número (n) de repetições em um determinado intervalo de tempo
161
t
. Como n é uma
n
grandeza adimensional, o período tem unidade igual à unidade de
tempo. No Sistema Internacional de unidades, é medido em
segundos (s).
Além do período, em um movimento periódico, é
considerada uma grandeza chamada frequência (f), que
corresponde ao número de repetições do movimento (n) em um
n
determinado intervalo de tempo (t), ou seja: f =
.
t
1
n
 1   t  1
É fácil ver que f =
porque f =
=   :  = .
T
t  1   n  T
As grandezas “frequência” e “período” não são grandezas
básicas da Física, mas sim grandezas derivadas da grandeza básica
“tempo” cuja unidade é o segundo com símbolo “s”.
(t), seu período será dado pela expressão: T =
Grandeza
Unidade
Frequência
N de volta/segundo
Frequência
Período
Período
o
o
N rotações/minuto
o
Segundo/n de voltas
o
Minuto/n de rotações
Dim.Analítica
Dim. Sintética
1/s
Hertz
1/min
rpm
s
min
No caso da roda gigante se tem: T =
t
1
= 1s/6 = Hertz ou
6
n
1
n
rpm; f =
= 6s ou f = 10 rpm. O ponteiro dos segundos de
10
t
um relógio analógico movimenta-se à velocidade de 1 rpm. O
coração de um humano saudável em repouso bate a
aproximadamente 1,2Hz (1,2 batidas por segundo). Cada nota
musical corresponde a uma frequência em particular, que pode ser
medida em hertz.
T=
162
Os discos de goma-laca (que vigoraram na primeira metade
do século XX) rodavam a velocidades de 78 rpm, os CDs oscilam
entre 180 rpm (quando da leitura dos setores mais afastados do
centro do disco) e 500 rpm (na leitura dos setores mais próximos do
centro). O disco rígido IDE de computador roda a 3.600, 4.200,
5.400, ou 7.200 rpm; já os discos SATA e SCSI chegam a rodar a
10.000 ou 15.000 rpm. Uma unidade de CD-ROM de 52x pode rodar
um CD a velocidades de 10.350 rpm. O tambor (cilindro no Brasil) de
uma máquina de lavar pode rodar a velocidades entre 500 até 1.800
rpm durante a centrifugação. O motor de um automóvel ordinário,
de uso comum, roda tipicamente entre 700 rpm (na marcha - lenta)
e 7.000 rpm (no mais alto giro e velocidade).
Considerando-se o evento “dar a volta completa em torno de
si mesmo na volta”. Suponha que leve 0,5 segundo para que esse
evento ocorra. Esse tempo é o seu período (T). Com isso, pode-se
deduzir que em 1 segundo o evento ocorrerá duas vezes, ou seja,
será possível “dar duas voltas em torno de si mesmo”. Nesse caso,
sua frequência é de 2 vezes por segundo ou 2 Hz (2 x 0,5 s = 1 s).
Imaginando-se agora que seja possível realizar esse mesmo evento
em 0,25 segundos. Consequentemente, em um segundo ele
ocorrerá 4 vezes, fazendo com que a frequência passe a ser de 4 Hz
(4 x 0,25 s = 1 s). Perceba que o tempo considerado para frequência
é sempre o mesmo, ou seja, 1 segundo. O que varia é o período do
evento, que no primeiro caso foi de 0,5 s e no segundo de 0,25 s.
Assim sendo, para se saber quantas vezes o evento ocorre em 1
segundo se precisa saber quantas vezes ele “cabe” dentro desse
segundo. Portanto, tem-se no primeiro caso 2 x 0,5 s = 1 s, e no
segundo 4 x 0,25 s = 1.
Relações matemáticas no MCU entre velocidade escalar e
velocidade angular
Considerando-se um móvel descrevendo movimento circular
uniforme no sentido anti-horário, conforme mostra a figura a seguir.
163
Para uma volta completa o espaço percorrido é o
comprimento da circunferência (s = 2R), o ângulo descrito é 360o
ou 2 rad ( = 2) e o tempo gasto é o período T. Assim:
 = Δφ/Δt   =
2
1
ou  = 2. ou  = 2f .
T
T
2R
s
2R
v=
 (como v =
= 2fR = (como  =
1
t
T
f
2f) = R  v = R .
v=
Aplicação: Um corpo em MCU efetua 480 voltas numa
circunferência de raio 0,5 m em 2 min. Determine: a) frequência; b)
o período; c) a velocidade escalar do corpo.
Resoluções:
a) no de voltas
tempo (s)
480
120
f
1
b) f =

120f = 480
f=
4 Hz
1
1
1
 T =  T = .s
4
T
f
164
c)  = 2f   = 2.4   = 8 rad/s
v = R  v = 8.0,5  v = 4 m/s
● Aceleração centrípeta
No movimento circular uniforme o vetor velocidade é
constante em módulo, mas é variável em direção e sentido em cada
ponto.
Como existe variação do vetor velocidade, existe aceleração.
A aceleração a é dada por: a = Δv/Δt = (v2-v1)/(t2-t1)
Se a tem a mesma direção e o mesmo sentido de  v ,
concluímos que a aceleração é dirigida para o centro da
circunferência, sendo chamada de aceleração centrípeta ou
aceleração normal e indica-se a cp .
165
Demonstra-se que o módulo da aceleração centrípeta é:
acp =
v2
R
ou
acp = 2R
sendo: v a velocidade escalar; R o raio da trajetória.
A aceleração centrípeta tem por
função variar a direção do vetor
velocidade, mantendo o móvel
sobre a circunferência, produzindo
o movimento circular.
Em cada posição do móvel o vetor
a cp é perpendicular ao vetor v e
dirigido para o centro da
circunferência.
Aplicação: A Lua gira em torno da Terra, completando uma
revolução em 27,3 dias. Suponha que sua órbita seja circular e tenha
um raio de 385.000 km. Determine a aceleração da Lua nesse
movimento.
Resolução:
T  27,3 dias  2.358.720s  2,36 10 6 s
Dados 
8
R  385.000km  3,83 10 m
Como a órbita suposta é circular e o movimento da Lua é
uniforme, tem-se que a aceleração dela é centrípeta. Logo: acp = 2R
2  3,14 
 2 
 acp =   R =
 T 
2,36  10 6
2
2


2
.3,85.108  acp = 0,0027 m/s2
Para se comparar com a Terra, saiba que a aceleração
centrípeta do nosso planeta é acp  0,034 m/s2. Logo
166
a cp da Terra
a cp da Lua

34 x 10 2
1,3
0,034
=

 10
3
0,0027 27 x 10
10 1
portanto a acp da Terra é cerca de 10 vezes superior a acp da Lua.
● Equação do movimento MCU
Já foi visto que a função do MRU (= MU quando a trajetória é
retilínea) é s = s0 + vt. Essa função fornece a posição s em cada
instante t sobre a trajetória. No entanto, para localizar um ponto
material que descreve um MCU é mais útil uma função que forneça
o ângulo descrito no decorrer do tempo, isto é, precisa-se de uma
função horária angular. Isso ocorre porque a posição escalar não é
uma variável conveniente. O ponto material em MCU passa várias
vezes pela mesma posição sobre a circunferência.
O mesmo não ocorre com o ângulo que esse ponto material
percorre (varre) durante o movimento. Seus valores nunca se
repetem, pois quando o ponto material passa pelo mesmo ponto o
valor do ângulo é acrescido de 360o ou 2 rad. Assim, pode-se obter
uma relação matemática entre o ângulo φ e o instante t
considerado. Para isso, considera-se a figura:
167
A velocidade angular é dada por  = Δφ/Δt 
Mas  φ = φ - φ0  e t = t  t0 = t  0 = t 
Substituindo  e  em :  = (φ – φ0)/t  φ = φ0 + t,
função horária sob a forma angular, sendo: o ângulo ou a fase no
instante t; 0 ângulo inicial ou a fase inicial; a velocidade angular; t o
tempo. Essa é equação do movimento para movimento circular
uniforme.
Aplicação: Um móvel percorre com MU uma circunferência de 3 m
de raio, efetuando meia volta por segundo. Sabendo que no início
da contagem dos tempos ele se encontra na origem dos arcos
calcule: a) a frequência; b) o período; c) a velocidade angular; d) a
velocidade escalar; e) as funções horárias do movimento sob as
formas linear e angular; f) a aceleração centrípeta; g) o tempo
3
decorrido para descrever um ângulo de
rad.
2
Resolução:
a) O móvel efetua 1/2 volta por segundo. Portanto: f = 1/2 Hz
1
b) T = = 2 s  T = 2 s
f
1
c)  = 2f = 2.  rad/s   =  rad/s
2
d) v = R, onde R = 3m. Portanto, v = 3 = 3 m/s  v = 3 m/s
168
s0  0 (o móvel parte da origem)
s = s0 + vt, com 
v  3 m/s
Substituindo-se, vem: s = 0 + 3t  s = 3t
0  0
Forma angular:  = 0 + t, logo:  = 0 + t, com 
   rad / s
e) Forma linear:
Substituindo-se, vem:  = 0 + t   = t
32 = 9 2 = 32 m/s2  a = = 32 m/s2
v2
f) acp =
=
cp
3
R
3
g) Tempo para descrever ângulo  = 3π/2 rad será obtido pela
função horária angular  = t. Logo: 3π/2 = t  t = 1,5s.
169
170
Força
● Teoria, seus criadores, sua prática
● O que é força? Força resultante? Equilíbrio?
● Princípio da inércia ou 1ª lei de Newton
● Massa de um corpo
● Princípio fundamental da dinâmica ou 2ª lei de Newton
● Peso de um corpo
● Medida de uma força
● Princípio da ação e reação ou 3ª lei de Newton
● Momento linear ou quantidade de movimento
● Leis da Mecânica Clássica
● Teoria, seus criadores, sua prática
Anteriormente estudou-se o movimento dos corpos, porém
não foram discutidas as causas que produzem ou modificam o
movimento. A parte da Mecânica que estuda essas causas é a
Dinâmica.
A primeira teoria sobre esse assunto, Philosofhia e Naturalis
Principia Mathematica, publicada em 1687 por Isaac Newton (16421727), explicou de forma completa o movimento dos corpos,
trabalho esse apoiado nos estudos realizados por Galileu Galilei
(1564-1642) e Johannes Kepler (1571-1630). Nesse trabalho Newton
conseguiu estabelecer relações entre a massa do corpo e seu
movimento, surgindo daí três leis básicas que são chamadas leis de
Newton ou princípios da Dinâmica. Nessa mesma obra explica-se o
movimento dos astros e o efeito da massa dos planetas sobre os
corpos próximos a eles, por meio da lei da gravitação universal.
A teoria proposta por Newton, também chamada Mecânica
Clássica, permitiu que Max Planck (1858-1947) desenvolvesse a
Mecânica Quântica e Albert Einstein (1879-1955), a Mecânica
Relativista.
Nesta unidade você perceberá a diferença entre massa e
peso — palavras que o leigo usa como se fossem sinônimas;
171
explicar-se-á a razão pela quais os passageiros de um veículo em
movimento são atirados para frente quando o veículo é freado.
Conseguirá se compreender o movimento dos foguetes e de tantos
outros corpos na natureza, bem como entenderá a necessidade do
atrito de uma superfície, que facilita o caminhar sobre ela. Saberá
também o porquê a Lua gira em torno da Terra e a Terra em torno
do Sol, como é possível prever a data de ocorrência dos diversos
eclipses. Será introduzido aqui o mais importante conceito do
mundo moderno, o conceito de energia, suas modalidades,
transformações, sua conservação e dissipação.
Abordar-se-á a ideia de quantidade de movimento e impulso
de uma força, inter-relacionando grandezas como massa,
velocidade, força e tempo, e se verá que essas grandezas associadas
permitem detectar a velocidade de partículas após a colisão com
outras partículas e também a velocidade de veículos e até de bolas
de bilhar.
● O que é força? Força resultante? Equilíbrio?
Força
Quando acontece uma interação entre corpos, podem
ocorrer variações na velocidade, deformações ou ambos os
fenômenos. As causas dessas variações ou deformações são
denominadas forças.
Quando um corpo é abandonado de uma determinada
altura, cai com movimento acelerado devido à força de atração da
Terra.
Ao se chutar uma bola, o pé faz sobre ela uma força que,
além de deformá-la, inicia-lhe o movimento.
172
Quando as superfícies dos corpos que interagem se tocam —
como a interação pébola —, a força é chamada de contato.
Ocorrendo a interação e estando os corpos à distância, a
força é chamada de campo. Um exemplo é a interação Terramaçã.
Em Dinâmica se trata de forças cujo efeito principal é causar
variações na velocidade de um corpo, isto é, aceleração.
Forças são interações entre corpos, causando variações no
seu estado de movimento ou uma deformação.
Tal qual a aceleração, a força é uma grandeza vetorial,
exigindo, portanto, para ser caracterizada, uma intensidade, uma
direção e um sentido.
A unidade de força no SI é o Newton (N), que será definido
mais adiante.
Força resultante
Seja uma partícula na qual estão aplicadas várias forças.
Esse sistema de forças pode ser substituído por uma única força, a
força resultante, que é capaz de produzir na partícula o mesmo
efeito que todas as forças aplicadas.
FR  F1  F 2  F 3  ...  FN
173
Aplicação: Duas forças concorrentes, F 1 e F 2 , de
intensidades 4 N e 3 N, atuam num mesmo ponto material,
formando um ângulo  entre si. Determine a intensidade da força
resultante para os seguintes valores de : a) 0o;; b) 60o; 180 o.
Resolução:
a) Sendo  = 0º, as forças têm mesma direção e mesmo sentido:
A intensidade da força resultante: FR = F1 + F2  FR = 4 + 3 = 7 N
b) Para  = 60º
174
Intensidade força resultante: (FR)2 = (F1+ F2 cos 60º)2 + (F2 sen 60º)2
1
 F12  F22  2F1F2 cos 60 o = 4 2  3 2  2  4  3  = 6,1 N
2
c) Sendo  = 180°, as forças têm mesma direção e sentidos
contrários:
A intensidade da força resultante será: F R = F 1 + F 2  FR = F1  F2
 FR = 4  3  FR = 1 N
Equilíbrio
Um ponto material está em equilíbrio quando a resultante
das forças que nele atuam é nula. Podem-se distinguir dois casos:
a) equilíbrio estático
Um ponto material está em equilíbrio estático quando se
encontra em repouso, isto é, sua velocidade vetorial é nula no
decorrer do tempo. Por exemplo, cada aluno na sala de aula
sentado.
FR  0
 repouso
v  0 
b) equilíbrio dinâmico
O equilíbrio é dito dinâmico quando o ponto material está
em movimento retilíneo e uniforme, isto é, sua velocidade vetorial é
175
constante e diferente de zero. Por exemplo, movimento de uma
nave espacial no espaço interplanetário.

 MRU
v  cte  0
FR  0
● Princípio da inércia ou 1ª lei de Newton
Considere um corpo não submetido à ação de força alguma.
Nessa condição esse corpo não sofre variação de velocidade. Isso
significa que, se ele está parado, permanece parado e, se está em
movimento, permanece em movimento e sua velocidade se
mantém constante.
Tal princípio, formulado pala primeira vez por Galileu e
depois confirmado por Newton, é conhecido como primeiro
princípio da Dinâmica (1a lei de Newton) ou princípio da inércia.
Interpreta-se seu enunciado da seguinte maneira: todos os corpos
são “preguiçosos” e não desejam modificar seu estado de
movimento; se estão em movimento, querem continuar em
movimento; se estão parados, não desejam mover-se.
Os físicos chamam essa “preguiça” de inércia, característica
de todos os corpos dotados de massa.
O princípio da inércia pode ser observado no movimento de
um ônibus. Quando o ônibus “arranca” a partir do repouso, os
passageiros tendem a deslocar-se para trás, resistindo ao
movimento. Da mesma forma, quando o ônibus já em movimento
freia, os passageiros deslocam-se para frente, tendendo a continuar
com a velocidade que possuíam.
176
Para Galileu, o natural era o movimento  e não o repouso,
como afirmava Aristóteles. Ao observar o movimento de um corpo,
sua questão era “por que para” e não “por que se move”.
A afirmação de que “um corpo parado permanece parado se
não agir sobre ele alguma força” pode facilmente ser compreendida
na vida prática (um corpo não se move por si só, é necessário
aplicar-lhe uma força). Já a afirmação de que um corpo em
movimento mantém velocidade constante se não atuarem forças
sobre ele é menos intuitivo. Com efeito, um corpo em movimento
não permanece sempre em movimento: depois de certo tempo 
mais ou menos longo  o corpo para. Uma bolinha jogada sobre um
plano horizontal para depois de percorrer poucos metros, mesmo
que aparentemente não aja força alguma sobre ela.
Na realidade, existe uma força de freamento, indicada
genericamente com o nome de atrito, que será estudado adiante.
Porém, no caso de essas forças freantes não existirem ou serem
reduzidas ao mínimo, o princípio da inércia é verificado plenamente.
Por exemplo, uma nave espacial que se move no espaço
interplanetário, não encontra atrito; por isso não tem necessidade
de motor e, pelo princípio da inércia, continua a mover-se em linha
reta com a velocidade com a qual foi lançada inicialmente.
Os referenciais em que o princípio da inércia se verifica são
chamados referenciais inerciais. Tais referenciais são fixos em
relação às estrelas distantes ou se movem com velocidade
constante em relação a elas, isto é, possuem aceleração vetorial
nula.
Para movimentos de pequena duração (menor que 24 h),
podem-se desprezar os efeitos de rotação da Terra e considerar sua
177
velocidade como constante durante o movimento de translação.
Nessas condições a Terra pode ser considerada um referencial
inercial.
● Massa de um corpo
Em física, o termo massa designa a quantidade de matéria de
qualquer corpo, a qual é geralmente medida em gramas. É a massa
de um corpo que determina a força exercida pelo seu campo
gravitacional. Por exemplo, a Terra tem cerca de 80 vezes mais
massa do que a Lua pelo que a força exercida pelo seu campo
gravitacional é proporcionalmente maior.
A faixa de massas permitida pela natureza é extremamente
grande e vai desde a massa de um elétron que é cerca de 9 x 10-34
gramas à massa de uma galáxia que pode chegar às 10 11 massas
solares.
A massa pode ser considerada também como uma medida
direta da oposição que um determinado corpo oferece à mudança
no seu estado de movimento, ou seja, como uma medida da inércia.
Por experiência própria, sabe-se que os corpos que
apresentam maior inércia são aqueles de maior massa. Por
exemplo, é mais fácil empurrar um carrinho vazio do que um cheio
de compras. O carrinho com compras oferece maior resistência para
sair do repouso.
178
Pode-se, então, associar a massa de um corpo à sua inércia,
dizendo que a massa de um corpo é a medida numérica de sua
inércia.
No Sistema Internacional de unidades a massa tem como
padrão o quilograma. O submúltiplo e o múltiplo usuais do
quilograma são, respectivamente, o grama (g) e a tonelada (t).
1g=
1
kg = 10-3 kg
1.000
1 t = 1.000 kg = 103 kg
Observação: anteriormente se havia chamado de massa de
um corpo a quantidade de matéria nele, aqui massa de um corpo é
a medida numérica de sua inércia, logo se pode chamar de massa
inercial. [Como já foi citada é uma grandeza básica da Física.]
● Princípio fundamental da dinâmica ou 2ª lei de
Newton
A experiência mostra que uma mesma força produzirá
diferentes acelerações sobre diferentes corpos. Uma mesma força
provoca uma aceleração maior numa bola de tênis do que num
automóvel, isto é, quanto maior a massa de um corpo mais força
será necessária para produzir uma dada aceleração.
Esse princípio estabelece uma proporcionalidade entre causa
(força) e efeito (aceleração).
Um ponto material de massa m submetido a uma força
resultante F R adquire uma aceleração a na mesma direção e
sentido da força, tal que:
179
FR = ma
A resultante das forças aplicada a um ponto material é
igual ao produto de sua massa pela aceleração adquirida.
No Sistema Internacional de unidades a unidade de massa é
o quilograma (kg) e a unidade de aceleração é o metro por segundo
ao quadrado (m/s2). [Logo, aceleração é uma grandeza derivada.]
Aplicando o princípio fundamental da Dinâmica se tem a
unidade de força Newton (N) é 1 N = kg.m/s2. Um Newton (N) é a
intensidade da força que, aplicada à massa de 1 kg, produz na sua
direção e no seu sentido um movimento de aceleração 1 m/s2.
Em resumo, Força é uma grandeza derivada cuja unidade é
Newton, símbolo N e dimensional analítica é kgm/s2.
Aplicações
1ª) Seja um corpo de massa 2 kg, em repouso, apoiado sobre um
plano horizontal sob a ação das forças horizontais F 1 e F 2 de
intensidades 10 N e 4 N, respectivamente, conforme indica a figura.
a) Qual a aceleração adquirida pelo corpo?; b) Ache a velocidade e o
espaço percorrido pelo corpo 10 s após o início do movimento.
Resolução:
a) Cálculo da força resultante: FR = F1 – F2  FR = 10 – 4  FR = 6 N
180
Utilizando o princípio fundamental da Dinâmica: FR = m.a  6 = 2a
 a = 3m/s2
Observando-se que a aceleração do corpo tem a mesma
direção e sentido da força resultante.
v 2  v1
v
b) Como o corpo realiza um MUV, tem-se de am =
=
t 2  t1
t
que velocidade: v = v0 + at  v = 0 + 3  10  v = 30 m/s2. De s = s0 +
1
v0t + at2 tem-se espaço percorrido pelo corpo 10s após o início do
2
1
1
movimento é dado por s = s – s0 = v0t + at2, donde: s = 0 +
2
2
2
.3.10 = 150 m.
2ª) Um corpo de massa 4 kg é lançado num plano horizontal liso,
com velocidade inicial de 40 m/s. Determine a intensidade da força
resultante que deve ser aplicada sobre o corpo, contra o sentido do
movimento, para pará-lo em 20 s.
Resolução:
Cálculo da aceleração: v = v0 + at, donde, 0 = 40 + a.20, o que
implica a =  2 m/s2. Logo, a força resultante é:
FR = m  a  FR = 4  (2) =  8 N.
181
O sinal  indica que a força resultante tem sentido oposto ao
do movimento do corpo; portanto, F R = 8 N.
● Peso de um corpo
Um aspecto importante que deve ser realçado é a confusão
muitas vezes efetuada entre massa e peso. Enquanto a massa é uma
medida de quantidade de matéria de um objeto, o peso é uma força
que resulta da interação gravitacional entre a massa desse objeto e
um campo gravitacional no qual esteja localizado. Desta forma, a
massa do objeto é parte integrante do cálculo do seu peso, mas por
si só não é suficiente para o explicar, pois este depende também da
intensidade do campo gravitacional em que o referido objeto se
encontre. Por exemplo, uma pessoa com uma massa de 70 kg terá
um peso (que pode ser medido em Newton ou em kg força) muito
superior junto à superfície da Terra do que aquele que teria junto à
superfície da Lua. De fato, como na Terra, a aceleração da gravidade
é, em média, 9.81m/s², enquanto na Lua esse valor cai para
aproximadamente 1.64m/s², ou seja, é seis vezes menor, o peso
dessa pessoa seria de 70 x 9.81 = 686.7 N enquanto na Lua seria de
apenas 70 x 1.64 = 114.8 N.
Em outras palavras.
Em torno da Terra há uma região chamada campo
gravitacional, na qual todos os corpos sofrem sua influência, que se
apresenta em forma de uma força. Essas forças de atração são
denominadas forças gravitacionais
Peso é a força de atração gravitacional que a Terra exerce
sobre um corpo.
Desprezando-se a resistência do ar, todos os corpos
abandonados próximo à superfície da Terra caem, devido aos seus
182
pesos, com velocidades crescentes, sujeitos a uma mesma
aceleração, denominada aceleração da gravidade.
Sendo m a massa do corpo e g a aceleração da gravidade,
pode-se aplicar o princípio fundamental da Dinâmica e obter o peso
P do corpo: P = m g . O peso de um corpo é uma grandeza vetorial
que tem direção vertical orientada para o centro da Terra e cuja
intensidade depende do valor local da aceleração da gravidade
Em torno de qualquer planeta ou satélite existe um campo
gravitacional. Por isso, se pode falar em peso de um corpo na Lua ou
em Marte, por exemplo.
A unidade de peso no SI é o Newton (N). Ainda se utiliza o
quilograma-força (kgf), que é uma unidade de força muito usada
pela indústria.
1 kgf é o peso de um corpo de 1 kg de massa num local
em que a aceleração da gravidade é igual a 9,8 m/s2.
A relação entre o quilograma-força e o Newton é:
P = mg  1 kgf = 1 kg.9,8 m/s2 = 9,8 kg.m/s2 = 9,8 N
Note que peso e massa são grandezas diferentes, pois:
massa é uma propriedade exclusiva do corpo, não depende do local
em que é medida, é uma grandeza escalar; peso do corpo depende
do local no qual é medido, é uma grandeza vetorial.
183
● Medida de uma força
Pode-se medir a intensidade de uma força pela deformação
que ela produz num corpo elástico.
O dispositivo utilizado é o
dinamômetro, que consiste
numa mola helicoidal de aço
envolvida por um protetor. Na
extremidade livre da mola há
um ponteiro que se desloca ao
longo de uma escala.
A medida de uma força é feita por comparação da
deformação causada por essa força com a de forças padrão.
Aplicação: A aceleração da gravidade na Terra é, em média, 9,8 m/s2
e na Lua, 1,6 m/s2. Para um corpo de massa 5 kg, determine: a) o
peso desse corpo na Terra; b) a massa e o peso desse corpo na Lua.
Resolução:
a) O peso na Terra é dado por: PT = mTgT  PT = 5  9,8  PT = 49 N.
184
b) Como a massa é uma propriedade do corpo, tem o mesmo valor
em qualquer lugar. Logo: mT = mL = 5 kg. Portanto: PL = mLgL  PL =
5.1,6  PL = 8 N. Desse modo, o peso desse corpo na Terra de 5 kg é
praticamente 6 vezes o peso desse mesmo corpo na Lua. Por isso,
um astronauta pulando na Lua pularia alturas maiores e sua queda
seria menor.
Pesquisando: “Um pacote de açúcar pesa 1 kg” é uma frase usada
na linguagem do dia-a-dia, mas está errada do ponto de vista físico.
O que está errado? Como você escreveria essa frase corretamente,
usando seus conhecimentos de Física?
Resposta: um pacote de açúcar tem 1 kg de massa e 9,8 N (ou 1 kgf)
de peso.
Pesquisando: Se a balança mede a força peso de uma pessoa
(objeto ou coisa) em determinado lugar porque elas são graduadas
em quilogramas (kg) ou gramas (g) se medem peso?
Resposta: A balança sofre o peso da pessoa (objeto ou coisa), mas a
escala é ajustada para indicar massa. Na Lua se teria de aferir a
balança antes de usá-la. A balança comparativa, do tipo romana,
pode ser usada em qualquer lugar, mas sempre se precisará dos
padrões de comparação.
● Princípio da ação e reação ou 3ª lei de Newton
Quando dois corpos interagem aparece um par de forças
como resultado da ação que um corpo exerce sobre o outro. Essas
forças são comumente chamadas de ação e reação.
O princípio da ação e reação estabelece as seguintes
propriedades das forças decorrentes de uma interação entre os
corpos: A toda ação corresponde uma reação, com a mesma
intensidade, mesma direção e sentido contrário.
185
Pegando-se um pedrão A e depositando na areia fofa B da
praia. O pedrão exerce uma força sobre a areia, comprimindo-a, e
esta exerce uma força igual e contrária sobre o pedrão, impedindo
que ele seja acelerado para o centro da Terra.
Pela 3a lei de Newton, a forças de ação e reação apresenta:
 mesma intensidade: F A = F B
 mesma direção
 sentidos contrários: F A =  F B (o sinal  indica que são forças
de sentidos opostos)
Como consequência dessa interação, A e B vão se
movimentar em sentidos contrários.
Apesar de as forças de ação e reação apresentarem a mesma
intensidade, os efeitos produzidos por elas dependerão da massa e
das características de cada corpo.
A seguir, mostram-se exemplos importantes da aplicação do
princípio da ação e reação.
● Momento linear ou quantidade de movimento
Os conceitos físicos de força e massa surgem em teorias ou
modelos destinados a estabelecer a dinâmica em sistemas
compostos ou por entes semelhantes ou por entes de natureza às
vezes bem distintas. Nestes modelos sempre figuram também dois
186
outros conceitos fundamentais, o conceito de momento e o
conceito de energia. Os conceitos de energia e momento são
importantes porque suas definições se dão de forma que energia e
momento sempre obedeçam a leis gerais de conservação, leis estas
decorrentes da existência de regras naturais de relacionamento
entre entes e/ou sistemas que são, em princípio, estáveis e muito
bem estabelecidas.
Toda a mecânica newtoniana gira em torno de três leis
dinâmicas fundamentais, que permitem calcular a evolução do
estado de um sistema mecânico a partir das forças que agem sobre
ele em cada instante. Para um corpo “pequeno” (“partícula”), esse
estado é especificado por sua posição e seu momento (massa vezes
velocidade). Um corpo “grande” pode ser conceitualmente dividido
em “partículas”, de modo que o seu estado se caracteriza pela
especificação das posições e momento de cada uma das “partículas”
que o compõem. Assim, conhecidas a massa, a posição e a
velocidade de uma partícula em um dado instante inicial, as leis
dinâmicas de Newton permitem prever sua posição e velocidade em
um instante posterior qualquer, se forem especificadas as forças
que atuam sobre ela durante esse intervalo de tempo.
[simplificadamente, em vez de se levar em conta o momento
se considerar apenas a velocidade, se diz que conhecendo as forças
que agem num corpo e suas condições iniciais (velocidade e
posição) é possível prever a sua trajetória].
Ou seja, o momento linear (também chamado de quantidade
de movimento linear ou momentum linear, a que a linguagem
popular chama, por vezes, balanço ou "embalo") é uma das duas
grandezas físicas fundamentais necessárias à correta descrição do
inter-relacionamento (sempre mútuo) entre dois entes ou sistemas
físicos. A segunda grandeza é a energia. Os entes ou sistemas em
interação trocam energia e momento, mas o fazem de forma que
ambas as grandezas sempre obedeçam à respectiva lei de
conservação.
187
O produto da massa m de um corpo por sua velocidade v é
uma grandeza denominada quantidade de movimento do corpo.
Assim, por exemplo, um caminhão de 4 toneladas movendo-se a 5
quilômetros por hora, tem a mesma quantidade de movimento que
um carro de 2 toneladas se movendo a 10 quilômetros por hora.
● Leis da Mecânica Clássica
São as três leis de Newton.
Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do
Momento Linear, no entanto por uma perspectiva mais profunda, a
conservação do momento linear é a ideia mais fundamental, sendo
mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente
falha, por exemplo, quando há ondas eletromagnéticas envolvidas
ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.
188
Gravitação universal
● Introdução
● Lei da gravitação universal
● Aceleração da gravidade
● Introdução
O brilho e o movimento dos astros sempre despertaram a
curiosidades dos homens. Em todas as etapas da civilização, eles
procuraram dar uma explicação para os fascinantes fenômenos da
gravitação universal.
Os gregos, por exemplo, deduziram que a Terra ocupava o
centro do Universo e em torno dela giravam outros corpos celestes,
em perfeitos círculos concêntricos. Esse sistema, conhecido como
geocêntrico (geo = centro), foi sistematizado pelo astrônomo grego
Hiparco (século II a.C.).
Mas o astrônomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.)
pensava de modo diferente. Foi o primeiro a afirmar que todos os
planetas, inclusive a Terra, giravam em torno do Sol. Assim, ao
contrário do sistema geocêntrico concebido pelos seus
compatriotas, Samos imaginou um sistema heliocêntrico (hélio =
sol). Entretanto, na época, ele não teve crédito, porque, favorecida
pelo geocentrismo, os gregos aceitavam a ideia de que o homem
era o centro do Universo.
No século II, o sistema geocêntrico foi desenvolvido e
consagrado por Cláudio Ptolomeu, grande astrônomo de Alexandria,
no Egito.
Somente no século XVI a teoria heliocêntrica viria a se firmar
novamente, graças aos estudos do cônego polonês Nicolau
Copérnico (1473-1543) que, discordando do sistema ptolomaico,
aceito e defendido até então, renovou a teoria de Aristarco,
afirmando que o Sol era realmente o centro das órbitas planetárias.
Essa reafirmação suscitou muito debate e discussão.
189
A observação dos fenômenos celestes levou outro
astrônomo, o dinamarquês Tycho Brahé (1546-1601), a elaborar
uma teoria intermediária: ele concluiu que os planetas giravam em
torno do Sol e a Lua girava em torno da Terra. Suas observações
levaram o alemão Johannes Kepler (1571-1630) a elaborar algumas
leis que convenceram os pesquisadores sobre a realidade do
heliocentrismo, estabelecendo ainda que as órbitas fossem elípticas,
e não circulares.
Mas muitos ainda negavam a teoria copernicana. O italiano
Galileu Galilei (1564-1642), um dos maiores pesquisadores que a
ciência conheceu, foi acusado de herege pela Igreja Católica porque
afirmava que a Terra não era fixa e fazia parte do sistema solar.
As conclusões de Kepler e Galileu foram coroadas pelos
estudos de Isaac Newton (1643-1727), físico e matemático inglês,
autor da lei da gravitação universal, que explica a mecânica celeste.
Mas, o que é gravitação?
Gravitação é a força de atração que existe entre todas as
partículas com massa no universo. Ela é responsável por prender
objetos à superfície de planetas e, de acordo com as leis do
movimento de Newton, é responsável por manter objetos em órbita
em torno uns dos outros.
A gravitação faz muito mais do que simplesmente segurarnos às nossas cadeiras. Foi Isaac Newton quem a reconheceu.
Newton escreveu numa das suas memórias que na altura em que
estava a tentar compreender o que mantinha a Lua no céu viu uma
maçã cair no seu pomar. E compreendeu que a Lua não estava
190
suspensa no céu, mas sim que caía continuamente, como se fosse
uma bola de canhão que fosse disparada com tanta velocidade que
nunca atinge o chão por este [o chão] também “cair” devido à
curvatura da Terra.
Querendo ser preciso, deve-se distinguir entre a gravitação,
que é a força de atração universal, e a gravidade, que é a resultante,
à superfície da Terra, da atração da massa da Terra e da pseudoforça centrífuga causada pela rotação do planeta. Nas discussões
casuais, gravidade e gravitação usam-se como sinônimos.
Segundo a terceira lei de Newton, quaisquer dois objetos
exercem uma atração gravitacional um sobre o outro de igual valor
e sentido oposto.
Pouco se sabia sobre gravitação até o século XVII, pois se
acreditava que leis diferentes governavam os céus e a Terra. A força
que mantinha a Lua pendurada no céu nada tinha a ver com a força
que nos mantém presos à Terra. Newton pensou na hipótese das
duas forças possuírem as mesmas naturezas: “Todos os objetos no
Universo atraem todos os outros objetos com uma força direcionada
ao longo da linha que passa pelos centros dos dois objetos, e que é
proporcional ao produto das suas massas e inversamente
proporcional ao quadrado da separação entre os dois objetos.”
● Lei da gravitação universal
Newton explicou as leis dos movimentos dos planetas por
uma hipótese aplicável à universalidade dos casos desde a atração
dos planetas até as atrações moleculares dos corpos.
Estudando o movimento da Lua, ele concluiu que a força que
a mantém em órbita é do mesmo tipo da força que a Terra exerce
sobre um corpo colocado nas suas proximidades. Chamou essas
forças de gravitacionais e enunciou a lei da gravitação universal.
Dois corpos atraem-se com forças proporcionais às suas
massas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância
entre seus centros.
191
F=G
Mm
d2
Essas forças têm mesma intensidade, mesma direção  que
passa pelo centro dos dois corpos  e sentidos contrários. Sendo: M
e m as massas dos corpos; G a constante de gravitação universal; d a
distância entre os centros dos dois corpos; F a intensidade da força
gravitacional. A constante G não depende dos corpos, nem do meio
que os envolve, nem da distância entre eles. Depende somente do
sistema de unidades utilizado.
No SI, tem-se: G = 6,67.10-11 N m2/kg2. Pois,

Mm
d2
m2 
se
F

G
então
G

F
,
donde
G

N


Mm
kg  kg 
d2

Aplicação: Dois pontos materiais de massas mA = 2 kg e mB = 8 kg
estão localizados a uma distância de 4 m um do outro. Determine a
intensidade da força gravitacional entre eles, onde: G = 6,7  10-11.
m m
28
Resolução: F = G A 2 B  F = 6,7.10-11. 2  F = 6,7.10-11 N
d
4
Aplicação: Calcule a intensidade da força gravitacional da Terra
sobre a Lua sabendo que: massa da Terra = 6.1024 kg, massa da Lua
= (3/4).1023 kg, distância do centro da Terra ao da Lua é 3,84.108m.
3
6,10 24   10 23
m T mL
4
Resolução: F = G
= 6,7.10-11.
 7.1028 N
d2
3,84  10 8
192
Observação: a relação entre a massa da Terra e a massa da
6  10 24
Lua é dada por
= 8.10 = 80, isto é, a Terra tem massa 80
3
23
 10
4
vezes a massa da Lua.
Influência lunar
A Lua exerce uma força de atração sobre a Terra e os
oceanos precisam variar de forma para compensar essa força. É o
chamado fenômeno das marés.
Na face da Terra voltada para a Lua, a água se eleva alguns
metros acima do nível médio (fenômeno conhecido como maré alta
ou preamar). Na face oposta à Lua, ocorre a maré baixa ou baixamar. Isto se repete uma ou duas vezes por dia. [período de 12 horas
(rotação da Terra) e 24 minutos (órbita lunar)].
O Sol também contribui para as marés, mas devido a sua
grande distância da Terra, sua ação é menor. Somente quando Sol,
193
Lua e Terra formam uma linha reta, o efeito das marés é reforçado.
Assim, nos períodos de lua cheia e nova, as marés são mais altas
que o normal (são as marés vivas). Durante os quartos crescente e
minguante, o Sol forma um ângulo reto com a Lua e as marés são
menos pronunciadas que o normal (são as marés mortas ou de
quadratura).
● Aceleração da gravidade
Em torno da Terra há uma região denominada campo
gravitacional, onde todos os corpos lá colocados sofrem sua
influência, que se apresenta em forma de uma força.
Dentro desse campo os corpos são atraídos para a Terra,
sofrendo variações de velocidade em virtude de terem adquirido
aceleração. Essa aceleração é chamada aceleração da gravidade,
indicada pela letra g.
Têm-se dois casos:
1o caso: Aceleração da gravidade na superfície da Terra
Todo ponto material de massa m
colocado na superfície da Terra é
atraído para o seu centro. Essa força
atrativa é o peso do corpo, que é
dado por:
 P = mg 
Mas, devido à lei de Newton, a
intensidade da força de atração
gravitacional entre a Terra e o corpo
é dada por:
mM
 F=G 2 
R
onde M massa da Terra e R o raio.
Não levando em consideração a rotação da Terra, a força
peso é a própria força de atração gravitacional; logo:
194
mM
M
. Essa fórmula gsuperfície = G 2 fornece a
2
R
R
aceleração da gravidade na superfície de qualquer planeta.
Nota-se que a aceleração da gravidade na superfície
independe da massa m do ponto material que foi atraído.
2o caso: Aceleração da gravidade para pontos externos à
Terra
Se o ponto material estiver a uma altura h da superfície da
M
M
Terra, tem-se: g = G 2  gexterno = G
(R  h) 2
d
Nota-se que a aceleração da gravidade diminui com a altitude dos
corpos em relação à superfície da Terra.
P = F  mg = G
Observação: Os corpos flutuam dentro de uma nave espacial
porque a força gravitacional (força peso) que age sobre o corpo faz
o papel da força centrípeta que age sobre ele para mantê-lo numa
trajetória circular. A sensação de ausência de peso dos corpos é
chamada imponderabilidade.
195
Aplicação: Qual é, aproximadamente, o valor do módulo da
aceleração da gravidade num ponto em torno da Terra, a uma
altitude igual a cinco vezes o raio terrestre? A aceleração da
gravidade ao nível do mar na superfície terrestre é igual a 9,8 m/s2.
Resolução:
Superfície da Terra: gsup = G
No ponto externo:
gext =
M
GM
 9,8 =

2
R
R2
GM
GM
GM
=
=

2
2
(R  h)
(R  5R)
36R 2
Fazendo-se  vem:


GM
2
g ext
g
1
 36R  ext 

GM
9,8
9,8 36
R2
 gext = 0,27m/s2
Se fosse a uma altitude aproximadamente a 60 vezes o raio
terrestre [ou seja, a Lua] a aceleração da gravidade: gext =
GM
gext
g
1
3.721R 2
GM
GM

 ext 
=
.
Então,
2
2
GM
9,8
9,8 3.721
(R  60R)
3.721R
2
R
 gext  0,003 m/s2
Atenção: é  60 vezes porque a distância Terra-Lua é 380.000 km e
raio da Terra é 6.400 km.
196
Energia
● O que é?
● Trabalho de uma força
● Energia cinética e seu teorema
● Energia potencial gravitacional
● Energia mecânica
● Princípio da conservação da energia
● Princípio da conservação da energia mecânica
● O que é?
A palavra energia é muito familiar, embora seja algo que não
se pode tocar com as mãos. Pode-se, entretanto, sentir suas
manifestações.
 Energia solar: é a energia radiante emitida pelo Sol. Fornece
calor e luz.
 Energia química: é a energia produzida por transformações
químicas. Liberada pelos alimentos nutre todos os seres vivos
para que seus corpos possam funcionar. Os carros, os aviões e os
barcos dependem da energia de combustão da gasolina ou do
diesel.
 Energia elétrica: é a energia que, nas residências, proporciona
iluminação e calefação. Geralmente é convertida em outras
formas de energia para realizar trabalho. Como exemplo, tem-se
a energia mecânica produzida por um liquidificador ou uma
máquina perfuratriz.
 Energia eólica: é a energia produzida pelo vento. Ela é que faz,
por exemplo, girar moinho e aciona barcos à vela.
 Energia nuclear: é a energia liberada quando certos átomos são
divididos. É usada para produzir eletricidade e acionar
submarino.
197
Para avaliar quantitativamente a energia, deve-se medir a
transferência de energia de um corpo para outro, isto é, a
transformação de uma forma de energia em outra.
Seja qual for a forma assumida, a energia representa a
capacidade de fazer algo acontecer ou funcionar. Pode-se dizer que
energia é a capacidade de realizar trabalho.
Se alguma coisa pode realizar um trabalho, direta ou
indiretamente, por meio de alguma transformação, é porque essa
coisa tem uma forma de energia.
Existem diversas visões sobre orixás.
A visão mais comum na doutrina espírita é a deles serem
espíritos muito adiantados que evoluíram ao longo das encarnações
até atingir a perfeição.
Alguns esotéricos é a de que eles são emanações de Deus,
raios ou vibrações cósmicas, ou então atingir a condição de
arquétipos ou símbolos de estados ou condições humanas.
Já uma definição comum encontrada no movimento
Umbandista é a deles não serem espíritos, mas sim de serem forças
cósmicas que atuam sobre a natureza do planeta e são emanadas
por essa própria natureza. Por exemplo, Oxossi é o Orixá das matas,
do verde, de natureza do solo. Sua energia é encontrada nas
florestas, nos vegetais.
Como energia é a capacidade de realizar trabalho então a
energia cósmica Oxossi é a capacidade de realizar trabalho sobre o
planeta através destes elementos. Assim uma árvore é um foco
emanador da energia cósmica Oxossi, como uma pedreira é um foco
emanador da energia cósmica Xangô, o mar, os oceanos, focos da
energia cósmica Yemanjá, os minerais do planeta focos da energia
cósmica Ogum e assim por diante em relação a todos os Orixás que
atuam sobre o nosso planeta.
198
● Trabalho de uma força
O significado da palavra trabalho, em Física, é diferente do
seu significado habitual, empregado na linguagem comum. Por
exemplo: um homem que levanta um corpo até uma determinada
altura realiza um trabalho. Já em Física, o trabalho que uma pessoa
realiza ao sustentar um objeto numa certa altura sem se mover é
nulo, pois não houve deslocamento.
Concluí-se, então, que uma força aplicada num corpo realiza
um trabalho quando produz um deslocamento desse corpo. Por
isso, diz-se trabalho de uma força e não trabalho de um corpo.
O trabalho é uma grandeza física criada para medir energia.
Consideram-se dois casos:
1o caso: A força tem a mesma direção do deslocamento
Um ponto material que, por causa da força F , horizontal e
constante, se movimenta da posição A para posição B, sofrendo um
deslocamento d.
199
O trabalho de F no deslocamento AB é dado por: A,B = Fd.
O valor desse trabalho é igual à energia transferida pela
pessoa ao corpo  supondo que o sistema seja ideal, isto é, sem
perdas.
Se a força F tem o mesmo sentido do deslocamento, o
trabalho é dito motor. Tem-se sentido contrário, o trabalho é
denominado resistente.
Por convenção: motor > 0 e resistente < 0
A unidade de trabalho, no SI, é o N.m  chamada joule e
indicada por J, em homenagem ao físico inglês James Prescott Joule
(1818-1889). 1 N  1 m = 1 J
2o caso: A força não tem a mesma direção do deslocamento
Um ponto material que, sob a ação da força F , passa da
posição A para a posição B, sofrendo um deslocamento d.
Nesse caso, o trabalho da componente F y no deslocamento
d é nulo, pois não há deslocamento na direção y. Logo, somente F x
realiza trabalho e esse trabalho é dado por:
A, B
=
F

A, B
=
Fx

A, B
=
Fd
= F cos  d = Fd cos 
O trabalho é uma grandeza escalar. Se a força F for
perpendicular à direção do deslocamento, o trabalho de F é nulo,
pois cos 90º = 0.
200
● Energia cinética e seu teorema
A água que corre, o vento que sopra, um corpo que cai, a
bala que sai da boca de um canhão etc. têm energia, pois podem
produzir trabalho quando encontram algum obstáculo.
A água corrente pode
acionar uma turbina; o vento
impulsiona barcos à vela, faz
girar moinhos; a bala de um
canhão derruba prédios.
Esse tipo de energia que os
corpos têm devido ao
movimento é denominado
energia cinética.
A energia cinética de um corpo resulta de uma transferência
de energia do sistema que põe o corpo em movimento. Ela mede o
trabalho que o corpo é capaz de realizar sobre o exterior, devido ao
seu estado de movimento.
Considerando-se, por exemplo, um corpo de massa m, em
repouso sobre um plano horizontal liso, que, sob a ação da força
exercida pela pessoa, adquire velocidade v após certo
deslocamento.
O trabalho realizado pela pessoa nesse deslocamento é
transferido para o corpo sob a forma de energia de movimento
(energia armazenada no corpo).
201
Essa energia devida ao movimento é chamada energia
cinética e é dada por: = Fd  = mad

2
2
Utilizando a equação de Torricelli v = v0 + 2a Δs, tem-se:
v2
v2 = 0 + 2ad  v2 = 2ad. Logo: d =

2a
Substituindo  em , resulta:
= ma 
v2

2a
=
1
mv 2
 Ec = mv2
2
2
A unidade de energia cinética é a mesma do trabalho, isto é,
o joule (J).
O teorema da energia cinética.
Considerando-se um corpo de massa m que passa da
velocidade v0 para a velocidade v sob a ação da força resultante F
num deslocamento d.
Essa força produzirá no corpo uma aceleração a, tal que:
= Fd = mad 
Da equação de Torricelli: V2 = v 02 + 2ad 
v 2  v 02

2
Substituindo  em , vem:
ad =
202
 v 2  v 02 
 
= m 

2


1
1
mv2  m v 02 = E c f  Eci ,
2
2
1
1
onde: mv2 = E c f = energia cinética final; m v 02 = Eci = energia
2
2
cinética inicial. Ou seja:
=
O trabalho realizado pela força resultante que atua sobre um
corpo é igual à variação da energia cinética desse corpo.
● Energia potencial gravitacional
A energia potencial gravitacional é uma espécie de energia
capaz de existir em estado de reserva. Ela é associada a um corpo
devido à posição que ele ocupa em relação a um nível de referência,
como, por exemplo, a superfície da Terra.
Considerando-se um corpo de massa m sendo erguido do
ponto A até o ponto B num local onde a aceleração da gravidade é
igual a g.
Se, em seguida, o corpo for abandonado no ponto B, ele
cairá com velocidade cada vez maior, isto é, sua energia cinética vai
aumentando.
Isso significa que, na posição B, o corpo possui outra forma
de energia que, durante a queda, vai se transformando em energia
cinética.
203
A energia armazenada pelo corpo devido à sua posição em
relação ao nível de referência (por exemplo, a superfície da Terra) é
denominada energia potencial gravitacional.
A energia do corpo vem da pessoa que, ao erguer o corpo
para colocá-lo na posição B, exerce uma força motriz e realiza um
trabalho, transferido para o corpo sob a forma de energia potencial
gravitacional.
Essa energia é numericamente igual ao trabalho no
deslocamento AB . Logo:

= Fh  Ep = Ph 

E pgrav = mgh
A energia potencial gravitacional é uma função da posição.
Portanto, ela pode ser positiva, negativa ou nula.
A energia potencial gravitacional não depende nem de como
o corpo atinge certa altura  lenta ou rapidamente  nem do tipo de
trajetória. Depende, sim, das posições inicial e final do corpo em
relação a um nível referência.
Costuma-se atribuir à superfície da Terra uma energia
potencial nula. Essa escolha é arbitrária.
204
● Energia mecânica
Denomina-se energia mecânica total de um corpo a soma
das energias cinética e potencial, isto é: Em = Ec + Ep, onde Em é a
energia mecânica, Ec é a energia cinética e Ep é a energia potencial.
● Princípio da conservação da energia
Qualquer movimento ou atividade é realizado através da
transformação de um tipo de energia em outro ou em outros, isto é,
através da transformação energética (não há criação nem
destruição de energia).
Alguns exemplos:
1. Para uma pessoa correr, nadar, levantar peso etc., sua energia é
transformada em calor e movimento. Essa energia provém dos
alimentos ingeridos e do ar que ela respira. Quando uma pessoa ou
um animal se alimenta de vegetais verdes, por exemplo,  cuja
energia é obtida através do processo conhecido como fotossíntese
, essa energia fica armazenada nas células da pessoa ou do animal,
permitindo a realização de atividade muscular.
2. Nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água transformase em energia cinética e movimenta turbinas acopladas a geradores
elétricos. Nas usinas termelétricas, a energia necessária para
aquecer a água provém de combustíveis derivados do petróleo ou
do carvão. Nas nucleares, utiliza-se como combustível o urânio. A
205
finalidade dessas usinas é transformar essas energias (potencial
gravitacional, potencial químico ou potencial nuclear,
respectivamente) em energia elétrica, que terá outras formas nas
residências, nos hospitais e nas indústrias. Um liquidificador a
transformará em energia cinética; uma lâmpada, em energia
térmica e luminosa; um rádio, em energia sonora etc..
3. Para um carro avançar, ele tem de transformar em energia
cinética parte da energia que provém do combustível. Observar uma
tonelada e meio do carro para movimentar o peso de uma pessoa, o
que se pode afirmar de se tratar de algo anti-eficiente.
4. Nos automóveis, as baterias produzem energia elétrica através de
reações químicas. Essa energia é transformada em movimento no
motor de arranque, em luz nos faróis e em energia sonora na
buzina.
A principal fonte de energia que se utiliza é a energia solar. A
radiação solar é responsável pela produção dos alimentos vegetais,
do carvão, do petróleo, da evaporação, dos ventos etc.
A energia do Sol e de outras estrelas é devida a reações
exotérmicas de fusão nuclear.
Assim, pode-se enunciar o princípio da conservação da
energia:
206
A energia não se cria nem se destrói apenas se transforma
de um tipo em outro, em quantidades iguais.
● Princípio da conservação da energia mecânica
Estudam-se agora os sistemas conservativos, isto é, sistemas
isolados em que as forças de interação são conservativas, ou seja,
não se consideram as forças dissipativas como o atrito e a
resistência do ar.
Quando o trabalho das forças dissipativas é resistente, há
uma perda de energia mecânica. A esta perda, que é irreversível,
denomina-se dissipação. O trabalho realizado pelas forças
dissipativas mede a energia mecânica, que se dissipa geralmente
para a forma térmica e, mais raramente, para outras formas.
Como exemplo, estuda-se o pêndulo gravídico simples e
desprezar as forças dissipativas de atrito e de resistência do ar.
Considerando-se um corpo em
Deslocando-se o corpo
equilíbrio no ponto A,
para a posição B, ele
pendurado no extremo do fio.
ganhará energia potencial.
Soltando-se o corpo, ele entra em movimento  adquirindo
energia cinética cada vez maior  e perde energia potencial porque
diminui a altura, de tal forma que o que o corpo perde em energia
potencial ganha em energia cinética.
Chegando novamente ao ponto A, a energia potencial é nula
e a cinética é máxima. A partir daí, o corpo continua em movimento
perdendo energia cinética e adquirindo energia potencial porque
aumenta a altura até chegar ao ponto C, onde para.
207
Como não se considera a resistência do ar, pode-se mostrar
que a altura do ponto B é a mesma de C, o que mostra que o corpo
tem a mesma energia que tinha no início.
Nesse exemplo, em qualquer ponto da trajetória do corpo, a
partir da posição B, a sua energia mecânica permanece constante:
EMB  EMA  EMC  cte.
Em um sistema conservativo, a energia mecânica total
permanece constante. EM = EC + EP = cte.
Observação: a energia não é a única grandeza que se
conserva nos fenômenos físicos. Também se conserva a quantidade
de movimento. Sempre que um corpo ganha quantidade de
movimento, algum outro deve perder igual quantidade de
movimento. Jogue uma bola contra outra igual, em repouso. Se a
segunda bola é atingida em cheio ela sai com toda a quantidade de
movimento, ficando a outra parada. Se você atinge uma bola de
beisebol com o taco, este perde velocidade, enquanto a bola sai
velozmente. A perda de quantidade de movimento do taco é igual à
quantidade de movimento ganha pela bola.
A lei que exprime a conservação da quantidade de
movimento é válida qualquer que seja o número de objetos, e
independe de suas dimensões. Ela se aplica tanto às partículas
fundamentais (que são muito menores que o átomo) quanto às
colisões de veículos e às galáxias. Ela é válida quer os corpos
permaneçam unidos após o choque, quer saltem depois de se
tocarem. Os cientistas acreditam que existe atualmente no Universo
a mesma quantidade de movimento que há um bilhão de anos.
208
Ondulatória
Ondas
● Teoria, seus criadores, sua prática
● Iniciação e Classificação
● Ondas periódicas
● Reflexão e refração de um pulso numa corda
● Princípio da superposição
● Ondas estacionárias
● Teoria, seus criadores, sua prática
Em física, uma onda é uma perturbação oscilante de alguma
grandeza física no espaço e periódica no tempo.
Por exemplo, um objeto preso a uma mola que é esticada e
comprimida. A mola exerce uma força sobre o objeto. Esta força é
proporcional ao deslocamento da mola a partir de sua posição de
equilíbrio e é no sentido oposto ao deslocamento F = - k x (lei de
Hooke). Eis um exemplo de oscilação em mola.
O homem sempre sentiu fascínio e curiosidade pelas ondas
do mar. Na Terra se está rodeado por ondas: mecânicas (como as
ondas do mar) e eletromagnéticas (como as sonoras, luminosas, de
rádio, raios-X etc.)
Na história da Física, grandes cientistas dedicaram-se ao
estudo das ondas, entre eles: Christian Huygens (1629-1695), Robert
Hooke (1635-1703), Isaac Newton (1643-1727), Hertz (1857-1894),
Guglielmo Marconi (1874-1937), Doppler (1803-1853).
Graças às ondas é que existem muitas das maravilhas do
mundo moderno, como a televisão, o rádio, as telecomunicações via
satélite, o radar, o forno de micro-ondas, entre outras.
209
Existe também a Acústica, que se dedica ao som e aos
fenômenos sonoros. Engenheiros especializados criam maneiras de
reduzir ruídos de fontes como geladeiras, máquinas de lavar roupas,
automóveis, motores de embarcações etc. Para bloquear o ruído,
utilizam-se paredes espessas, sem aberturas. Materiais porosos
como, por exemplo, tapetes, cortinas, cerâmica acústica absorvem
parte do som. Na medicina, a Acústica utilizada para medir o grau
de audição e construir materiais de proteção para o ouvido. Na
arquitetura, na construção de salas, teatros, igrejas e auditórios, a
Acústica serve para eliminar ruídos excessivos e proporcionar a
esses locais condições ótimas de audição. Também os móveis e
materiais de construção e decoração devem ser escolhidos
convenientemente para evitar a reflexão de muitos sons que se
combinam e desaparecem lentamente (reverberação).
● Iniciação e Classificação
Duas pessoas segurando as extremidades de uma corda. Se
uma delas fizer um impulso na corda de modo a provocar um
movimento vertical brusco, para cima e depois para baixo, causará
uma perturbação na corda, originando uma oscilação sinuosa, que
se deslocará ao longo da corda aproximando-se da outra pessoa,
enquanto a extremidade que recebeu o impulso retorna à posição
inicial, por ser a corda um meio elástico.
Outro exemplo de oscilação em mola.
210
Nesse exemplo, a perturbação denomina-se pulso, o
movimento do pulso é chamado de onda, a mão da pessoa que faz o
movimento vertical é a fonte e a corda, na qual se propaga a onda, é
denominada meio.
Provocando-se vários pulsos sucessivos com um movimento
de sobe-e-desce, têm-se várias ondas propagando-se a corda, uma
atrás da outra, constituindo um trem de ondas.
Um outro exemplo pode ser visto quando se atira uma pedra
num lago de águas paradas. A perturbação causada pelo impacto da
pedra na água originará um movimento que se propagará pela
superfície do lago como circunferências de mesmo centro,
afastando-se do ponto de impacto.
Colocando-se um pedaço de cortiça na água, próximo ao
local do lançamento da pedra, verifica-se que a onda, ao atingir a
cortiça que fica flutuando na superfície da água, faz com que ela
apenas oscile, subindo e descendo, sem variar a direção.
211
Como a rolha não é arrastada, concluí-se que a onda não
transporta matéria. Porém, como ela se movimenta, implica que
recebeu energia da onda.
Uma onda transmite energia sem o transporte de matéria.
O surfista só consegue surfar porque a onda não é mais uma
“onda”. No momento em que ela quebra, não se caracteriza mais
como uma onda, pois há o transporte de matéria. Ele surfa
transversalmente à onda, ou seja, ele utiliza-se da energia das
partículas de água que estão em movimento circular, conseguindo
assim, deslocar-se para frente junto com a onda.
As ondas podem ser classificadas de três modos:
1ª) quanto à natureza: Ondas mecânicas: são geradas pela oscilação
(vibração) de objetos, impactos e precisam de um meio material
para se propagar (não se propagam no vácuo). Exemplo: Ondas do
mar, ondas em cordas e ondas sonoras (som); Ondas
eletromagnéticas: são geradas por cargas elétricas oscilantes e não
necessitam de um meio material para se propagar, podendo se
propagar no vácuo. Exemplos: Ondas de rádio, de televisão, de luz,
212
raios X, raios laser, ondas de radar etc.; ondas de matéria é a
dualidade onda-partícula, representa o estado da matéria, não
existe por si, que nem o ponto.
2ª) quanto à direção de propagação: Unidimensionais: são aquelas
que se propagam numa só direção. Exemplo: Ondas em cordas;
Bidimensionais: são aquelas que se propagam num plano. Exemplo:
Ondas na superfície de um lago; Tridimensionais: são aquelas que se
propagam em todas as direções. Exemplo: Ondas sonoras no ar
atmosférico ou em metais.
3ª) quanto à direção de vibração (oscilação): Transversais: são
aquelas cujas vibrações são perpendiculares à direção de
propagação. Exemplo: Ondas em corda;
Longitudinais: são aquelas cujas vibrações coincidem com a direção
de propagação. Exemplos: Ondas sonoras, ondas em molas (esta
oscilação em mola).
Mistas: são aquelas cujas vibrações são, ao mesmo tempo,
transversais e longitudinais. Exemplo: som nos sólidos.
Em resumo: as ondas podem ser mecânicas ou
eletromagnéticas. As ondas mecânicas são longitudinais (ondas
sonoras, ondas em molas conforme figura acima mais próxima),
transversais (ondas em corda conforme figura acima mais longínqua
ou até em mola do mesmo jeito) e mistas (ondas sonoras no bater
213
de um bumbo). As ondas eletromagnéticas são transversais (vide
em eletrologia).
● Ondas periódicas
Uma pessoa executando um movimento vertical de sobe-edesce na extremidade livre da corda indicada na figura, em
intervalos de tempo iguais.
Esses impulsos causarão pulsos que se propagarão ao longo
da corda em espaços iguais, pois os impulsos são periódicos. A parte
elevada denomina-se crista da onda e a cavidade entre duas cristas
chama-se vale. Denomina-se período T o tempo necessário para que
duas cristas consecutivas passem pelo mesmo ponto. Chama-se
frequência f o número de cristas consecutivas que passam por um
mesmo ponto, em cada unidade de tempo.
1
Entre T e f vale a relação: f =
T
No caso em que T igual a unidade de tempo se tem f igual a um.
A distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos é
denominada comprimento de onda, representado por , e a é a
amplitude da onda.
Como um pulso se pro com velocidade constante, vale a
expressão s = vt. Fazendo s = , tem-se t = T. Logo: s = vt   = v.T
1
  = v.  v = f.
f
214
Essa igualdade é válida para todas as ondas periódicas 
como o som, as ondas na água e a luz.
Aplicação: Uma corda de massa 240 g e de comprimento 1,2 m vibra
com frequência de 150 Hz, conforme indica a figura.
Qual a velocidade de propagação da onda na corda?

= 1,2 
2
 = 0,8 m. Logo: v = f =
0,8.150 = 120 m/s
Pela figura: 3.
● Reflexão e refração de um pulso numa corda
Quando um pulso, propagando-se numa corda, atinge sua
extremidade, pode retornar para o meio em que estava se
propagando. Esse fenômeno é denominado reflexão.
Essa reflexão pode ocorrer de duas formas:
1ª) Extremidade fixa
Se a extremidade é fixa, o pulso sofre reflexão com inversão
de fase, mantendo todas as outras características.
215
2ª) Extremidade livre
Se a extremidade é livre, o pulso sofre reflexão e volta ao
mesmo semiplano, isto é, não ocorre inversão de fase.
Propagando-se numa corda de menor densidade, um pulso
passa para outra de maior densidade, diz-se que ele sofreu uma
refração.
A experiência mostra que a frequência não se modifica
quando um pulso passa de um meio para outro.
Logo: fA = fB 
vA
v
= B.
B
A
De fato, notar que no desenho A > B e VA > VB. Como VA =
A fA então fA = VA / A. De maneira análoga: fB = VB / B. Logo, está
demonstrado.
Essa fórmula é válida também para a refração de ondas
bidimensionais e tridimensionais. Observa-se que o comprimento
de onda e a velocidade de propagação variam com a mudança do
meio de propagação.
Observação: Existem outros fenômenos ondulatórios que
não reflexão e refração, quais sejam: interferência (alto-falante),
216
difração (quando se escuta alguém falando mesmo estando do
outro lado da parede; quando se enxerga uma colher num copo com
água), ressonância (botão de rádio, marcha de soldado) e
polarização (filtro de máquina fotográfica).
Aplicação: Uma onda periódica propaga-se em uma corda A,
com velocidade de 40 cm/s e comprimento de onda 5 cm. Ao passar
para uma corda B, sua velocidade passa a ser 30 cm/s. Determine: a)
o comprimento de onda no meio B; b) a frequência da onda.
Resolução:
v A  40 cm / s

a)  A  5 cm
v  30 cm / s
 B
vA vB
40 30
=

=
 B = 3,75 cm
 A B
B
5
b) Como a frequência é a mesma nos meios A e B:
vA = AfA  40 = 5fA  fA = 8 Hz
● Princípio da superposição
Quando duas ou mais ondas se propagam, simultaneamente,
num mesmo meio, diz-se que há uma superposição de ondas. Como
exemplo, considere duas ondas propagando-se conforme indicam as
figura A e B.
217
Figura A: Supondo que atinjam o ponto P no mesmo
instante, elas causarão nesse ponto uma perturbação que é igual à
soma das perturbações que cada onda causaria se o tivesse atingido
individualmente, ou seja, a onda resultante é igual à soma algébrica
das ondas que cada uma produziria individualmente no ponto P, no
instante considerado. Após a superposição, as ondas continuam a se
propagar com as mesmas características que tinham antes.
Figura B: Os efeitos são subtraídos (soma algébrica),
podendo-se anular no caso de duas propagações com deslocamento
invertido.
Em resumo: Quando ocorre o encontro de duas cristas,
ambas levantam o meio naquele ponto; por isso ele sobe muito
mais. (fig. A); Quando dois vales se encontram eles tendem a baixar
o meio naquele ponto. (fig. A invertida; Quando ocorre o encontro
entre um vale e uma crista (fig. B), um deles quer puxar o ponto
para baixo e o outro quer puxá-lo para cima. Se a amplitude das
duas ondas for a mesma, não ocorrerá deslocamento, pois eles se
cancelam (amplitude zero) e o meio não sobe e nem desce naquele
ponto.
218
Nesse caso de duas ondas
superpostas,
a
onda
resultante depende da fase.
Duas ondas de mesma
frequência e amplitude, mas
defasada em 180º, as
amplitudes está opostas,
cancelando-se.
● Ondas estacionárias
São ondas resultantes da superposição de duas ondas de
mesma frequência, mesma amplitude, mesmo comprimento de
onda, mesma direção e sentidos opostos.
Pode-se obter uma onda estacionária através de uma corda
fixa numa das extremidades. Com uma fonte faz-se a outra
extremidade vibrar com movimentos verticais periódicos,
produzindo-se perturbações regulares que se propagam pela corda.
N = nós ou nodos e V = ventres.
Ao atingirem a extremidade fixa, elas se refletem,
retornando com sentido de deslocamento contrário ao anterior.
Dessa forma, as perturbações se superpõem às outras que estão
chegando à parede, originando o fenômeno das ondas
219
estacionárias. Uma onda estacionária se caracteriza pela amplitude
variável de ponto para ponto, isto é, há pontos da corda que não se
movimentam (amplitude nula), chamados nós (ou nodos), e pontos
que vibram com amplitude máxima, chamados ventres.
É evidente que, entre os nós, os pontos da corda vibram com
a mesma frequência, mas com amplitudes diferentes. Observa-se:
 Como os nós estão em repouso, não pode haver passagem de
energia por eles, não havendo, então, em uma onda estacionária
o transporte de energia.
 A distância entre dois nós consecutivos vale λ/2.
 A distância entre dois ventres consecutivos vale λ/2.
 A distância entre um nó e um ventre consecutivo vale λ/4.
Quanto maior a frequência, menor o comprimento da onda.
Os sons audíveis estão na faixa ELF até 2104 Hz, isto é,
20.000Hz. As telecomunicações (rádio, TV, telefonia etc.) estão
distinguidas nas faixas VHF, UHF e SHF.
Faixa
Frequência
Comprimento
ELF
[30 Hz, 300 Hz]
107 m
VHF
[3.107 Hz  3.108 Hz]
10 m
UHF
[3.108 Hz  3.109 Hz]
1m
SHF
[3.109 Hz  3.1010 Hz]
10-1 m
Raios infraver.
[1011 Hz  1015 Hz]
0,7-6 m
Luz visível
[1015 Hz]
0,4-6 m
Raios ultraviol.
[1015 Hz  1016 Hz]
10-8 m
Raios “X”
[1017 Hz]
10-9 m
Raios “Gama”
[1019 Hz]
10-13 m
Raios “Cósm.”
[1022 Hz]
10-14 m
220
O urânio tem 92 prótons, porém através dos séculos vai
perdendo-os na forma de radiações, até terminar em chumbo, com
82 prótons estáveis.
No que se refere às cores.
Cor
Frequência (1014 Hz) Comprimento onda (10-10m)
Violeta
7,69  6,65
3.900  4.500
Azul
6,59  6,10
4.550  4.920
Verde
6,10  5,20
4.920  5.770
Amarelo
5,20  5,03
5.770  5.970
Vermelho
4,82  3,84
6.220  7.800
Informações:
O som não pode de se propagar no vácuo. Por essa razão, a
onda sonora é chamada onda mecânica. São também ondas
mecânicas as ondas numa corda, na água e numa mola.
Essas ondas precisam de um meio material (sólido, liquido
ou gás) para se propagar.
Por outro lado, a luz, as ondas de rádio etc., possa se
propagar em meios materiais e também no vácuo. Essas ondas são
denominadas ondas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas
são geradas por oscilações de cargas elétricas e se propagam no
vácuo com uma velocidade aproximada de 300.000 km/s.
221
Os tipos principais de ondas eletromagnéticas são em ordem
decrescente de frequência: raios gama, raios X, luz ultravioleta, luz
visível, raios infravermelhos, ondas curtas de rádio e ondas longas
de rádio. O conjunto dessas ondas forma o espectro
eletromagnético. Algumas aplicações desses raios:
Raios gama: são emitidos por materiais radioativos e usados
no tratamento de câncer e de muitas doenças de pele.
Raios X: ajudam os médicos a tratar e a diagnosticar
doenças.
Raios ultravioletas: são usados como desinfetantes.
Raios infravermelhos: são emitidos por corpos aquecidos e
usados para secar pinturas.
Ondas de rádio: são usadas pelas emissoras de rádio e
televisão.
O cobalto 60 é usado como fonte de radiação gama em
radioterapia e esterilização de alimentos.
Tufo de Coolidge é o dispositivo que gera raios X.
Raios ultravioletas pela lâmpada de kromavck. Isso sem falar
do proveniente do Sol.
Raios infravermelhos também por lâmpadas.
222
Eletrologia
Primeiros conceitos
● Teoria, seus criadores, sua prática
● Carga elétrica
● Estrutura da matéria
● Princípios da eletrostática
● Isolantes e condutores
● Eletrização por atrito, contato e indução
● Eletroscópio
● Teoria, seus criadores, sua prática
A eletricidade como ciência data de 600 a.C., quando o grego
Thales de Mileto descobriu que o âmbar, uma resina fóssil, quando
atritada com pele de animal adquiria a propriedade de atrair
pequenos pedaços de palha. O nome dessa resina em grego é
élektron, do qual deriva as palavras eletricidade, eletrização etc.
Em 1600 o médico inglês Willian Gilbert (1544-1603),
retomando as observações de Thales, inventou o pêndulo elétrico, o
que tornou possível a observação de uma série de fenômenos que
se transformaram na base da Eletricidade. Uma de suas observações
foi a existência de um grande número de corpos que, quando
223
atritados, se comportam como o âmbar, isto é, adquirem carga
elétrica, se eletrizam e passam a exercer força de atração sobre
outros corpos.
Os estudos nesse campo evoluíram com Otto Von Guericke
(1602-1686), que observou a repulsão entre cargas elétricas.
Somente por volta de 1730 o pesquisador francês Charles Du Fay
(1698-1739) demonstrou claramente que a força elétrica podia ser
atrativa ou ser repulsiva. Na metade do século XVIII, Benjamin
Franklin, estadista e cientista americano, admite a transferência de
eletricidade de um corpo para outro, quando são atritados, imagina
a eletricidade como um fluido e se refere aos estados elétricos
como um excesso ou uma deficiência desse fluido.
A eletricidade é a parte da Física que estuda os corpos
eletrizados. Ele se subdivide em: Eletrostática (estuda os elétrons ou
carga elétrica em repouso); Eletrodinâmica (estuda os elétrons ou
carga elétrica em movimento).
Classifica os três estados elétricos do seguinte modo: neutro:
quando o corpo possui esse fluido em condições normais; positivo:
quando o corpo recebe uma quantidade desse fluido de outro
corpo; negativo: quando o corpo perde certa quantidade desse
fluido para outro corpo.
No final do século XVIII o francês Charles Augustin de
Coulomb (1736-1806), utilizando a balança de torção, estabelece a
primeira lei quantitativa da eletricidade, a da força elétrica,
conhecida como lei de Coulomb.
As noções de campo elétrico, potencial elétrico e
capacitância foram introduzidas através dos teoremas de Gauss, de
Laplace e de Poisson.
A eletricidade dinâmica se desenvolve com a descoberta da
pilha, por Alexandre Volta (1745-1826), em 1800, revelando a
corrente elétrica e a resistência elétrica. Tornou-se necessário medir
essas grandezas e outras, situação que interessou a Ampère, Ohm,
Pouillet, Joule, Faraday e Kirchhoff, cujos trabalhos permitiram a
construção de equipamentos como o amperímetro (intensidade da
224
corrente elétrica, equivalente na hidrodinâmica com a vazão da
água) e o voltímetro (tensão da corrente elétrica equivalente à
pressão d água).
A descoberta da corrente elétrica reativou os conhecimentos
sobre fenômenos magnéticos já conhecidos muitos séculos antes da
descoberta de Thales de Mileto. Acredita-se que foi observada pela
primeira vez numa antiga cidade da Ásia menor, chamada
Magnésia, de onde teriam se originado os vocábulos: magnetita,
magnético, magnetismo etc.
Em 1820, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted (17771851) verificou que uma bússola magnética sofria desvio do
caminho normal quando colocada nas vizinhanças de um fio
conduzindo corrente elétrica.
Tal observação, relacionando
eletricidade e magnetismo, levou muitos cientistas ilustres, entre o
quais Michael Faraday (1791-1867), Lorentz, Biot, Savart, Ampère,
Joseph Henry, Edwin Hall, Lenz, a realizarem pesquisas que
conduziram à demonstração de que existe uma interligação entre
eletricidade e magnetismo.
Essas descobertas introduziram uma revolução econômica e
industrial proporcionando o bem-estar de que se desfruta hoje;
graças a elas, dispõem-se de televisores, telefones, computadores,
rádios, bem como também de motores elétricos, utilizados num
sem-número de equipamentos de uso diário.
225
● Carga elétrica
Muitas outras substâncias apresentam essa mesma
propriedade do âmbar: quando atritadas adquirem carga elétrica,
se eletrizam e passam a exercer força elétrica sobre outros corpos.
Considerando-se a seguinte experiência: atritam-se duas
barras de vidro com um pedaço de seda. Pendura-se uma das barras
atritadas por um fio. A seguir, se coloca perto desta barra a outra
barra também atritada. Observa-se que elas se repelem.
Repete-se todo o processo com duas barras de plástico
atritadas com lã. Elas também se repelem.
Entretanto, ao aproximar a barra de vidro atritada com seda
da barra de plástico atritada com lã, verifica-se que elas se atraem.
Repetindo essa experiência com outros tipos de materiais,
pode-se observar a existência de apenas dois tipos de carga elétrica:
uma adquirida pelo vidro quando atritado com a seda; outra,
adquirida pelo plástico quando atritado com a lã.
Foi Benjamin Franklin quem denominou a carga adquirida
pelo vidro de positiva, e negativa a carga adquirida pelo plástico.
Dessa experiência pode-se também concluir que bastões
eletrizados com um mesmo tipo de carga se repelem e bastões
eletrizados com tipos diferentes de cargas se atraem.
Sente-se quando a TV é acesa os pelos do braço próximos a
ela se arrepiam.
226
[Enfim, corpos têm massa e carga elétrica. Entre partículas
elétricas existem forças gravitacionais de atração devido às suas
massas e forças elétricas devido às suas cargas elétricas. Nesse caso,
as forças gravitacionais podem ser desprezadas, visto que a massa
de uma partícula é ínfima. A força gravitacional só é perceptível
quando há a interação entre corpo e massa de grandes proporções,
como a Terra e a Lua. Já a força elétrica entre partículas não é nada
desprezível, é 1039 vezes maior do que a força gravitacional.]
● Estrutura da matéria
A partir do conhecimento da estrutura da matéria, explica-se
a eletrização dos corpos. Com efeito, a matéria é formada de
pequenas partículas, os átomos. Cada átomo, por sua vez, é
constituído de partículas ainda menores, os prótons, os elétrons e os
nêutrons.
Os prótons e os nêutrons localizam-se na parte central do
átomo, formando o núcleo, que, apesar de ser aproximadamente
cem mil vezes menor que o tamanho do átomo, é onde se
concentra praticamente toda sua massa. A massa em repouso dos
prótons e nêutrons é de aproximadamente 10-27 kg, enquanto a do
elétron é de 10-31.
Os elétrons, cuja massa é cerca de 1.840 vezes menor que a
dos prótons, giram em torno do núcleo numa região chamada
eletrosfera. Os prótons e os elétrons apresentam uma importante
propriedade física, a carga elétrica.
227
A carga elétrica do próton a do elétron é exatamente igual,
porém de sinais contrários. A carga do próton é positiva e a do
elétron, negativa. O nêutron é desprovido de carga elétrica.
Num átomo não existe predominância de cargas elétricas; o
número de prótons é igual ao de elétrons. Assim, o átomo é um
sistema eletricamente neutro. Entretanto, quando perde ou ganha
elétrons, fica eletrizado. Eletrizado positivamente quando perde
elétrons e negativamente quando recebe elétrons.
A quantidade de carga do elétron, em valor absoluto, é
chamada carga elementar e é representada por e.
No SI, a unidade de carga é o Coulomb, cujo símbolo é C. Ele
é a quantidade de carga elétrica que passa por um condutor, em um
segundo, quando a corrente elétrica é de um ampére. [ideia de um
ampére é uma lâmpada de 120 wats sobre 120 volts].
O valor da carga elementar é: e = 1,6.10-19 C.
Início do século XX, arranjo experimental de Millikan para
determinar a carga do elétron a partir da análise do movimento de
gotículas de óleos eletrizados. Então:
carga do elétron:  1,6.10-19 C
carga do próton: +1,6.10-19 C
O processo pelo qual um corpo se eletriza é semelhante ao
de um átomo.
No seu estado normal, um corpo é neutro, isto é, apresenta
a mesma quantidade de prótons e de elétrons, cujas cargas de sinais
contrários se equilibram. Quando apresenta falta ou excesso de
elétrons torna-se um corpo eletrizado.
É importante observar que a carga adquirida pelo corpo ao
se eletrizar só aparece em múltiplos inteiros da carga elementar. Por
essa razão diz-se que a carga é quantizada em múltiplos da carga
elementar. Então, a carga elétrica Q de um corpo eletrizado pode
ser escrita sob a forma: Q = n.e, onde n é o número de elétrons ou
prótons em excesso no corpo eletrizado.
Portanto, um corpo eletrizado pode estar:
- eletrizado positivamente, falta de elétrons  Q = +n.e;
228
- eletrizado negativamente, excesso de elétrons  Q = n.e.
É usual o emprego dos submúltiplos: 1 micro-Coulomb: 1 C
= 10-6 C; 1 nano Coulomb: 1 nC = 10-9 C; 1 pico Coulomb: 1 pC = 10-12
C.
Aplicação: Determine o número de elétrons existentes em
uma carga de 10 C.
Resolução: Dados: Q = 1,0 C, e = 1,6 10-19 C. Da equação Q =
n  e, resulta que: Q = n.e  1,0 = n.1,6.10-19  n = 6,25.1018
elétrons, ou seja, 6.250.000.000.000.000.000 elétrons que é um
número inteiro.
O núcleo do átomo é formado por prótons e nêutrons. Os
prótons e os nêutrons são formados por quarks. Os quarks podem
2
1
ter cargas elétricas de dois valores diferentes: + e  do valor da
3
3
carga elétrica do elétron; os antiquarks, que dão origem às
antipartículas têm cargas opostas. Apenas quarks up (U), com carga
2
1
+ e down (D) com carga  participa da formação dos prótons e
3
3
nêutrons. O próton é formado por dois quarks U e um D, o que
2 2
1
resulta numa carga de
+ 
= +1. O nêutron é formado por
3 3
3
dois D e um U e, por isso, tem carga zero. De fato,
 1 1 2

 3  3  3  0


● Princípios da eletrostática
Experiências comprovam que durante o processo de atrito o
número de cargas cedidas por um corpo é igual ao número de
cargas recebidas pelo outro, o que permite enunciar o princípio da
conservação da carga elétrica:
229
Num sistema eletricamente isolado, é constante
a soma algébrica das cargas elétricas.
Como exemplo, dois corpos, A e B, eletrizados com cargas
respectivamente iguais a QA e QB. Colocados em contato, os corpos
trocam cargas entre si. Separados, apresentam cargas QA e QB.
Considerando-se o sistema eletricamente isolado, vale a
relação:
QA + QB = Q 'A  Q B'
Aproximando-se dois corpos eletrizados de mesma carga
elétrica, entre eles aparece a força elétrica de repulsão, e entre
corpos eletrizados de cargas diferentes, uma força elétrica de
atração, o que permite enunciar o princípio da atração e repulsão
das cargas:
Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e
de sinais opostos se atraem.
230
● Isolantes e condutores
Uma barra de plástico atritada com um tecido de lã adquire
cargas elétricas que permanecem na região atritada. O plástico, e
todos os materiais que não permitem o movimento das cargas
elétricas, são chamados isolantes ou dielétricos.
Segurando-se uma barra metálica e atritando-a com um
tecido de lã, ela adquire cargas elétricas, mas não permanece
eletrizada. As cargas adquiridas fluem pela barra, pelo corpo e
escoam para a terra.
Entretanto, por atrito, pode-se eletrizar a barra metálica,
bastando para isso segurá-la por um cabo de plástico. Nesse caso, as
cargas ficam retidas na barra e se distribuem por toda a sua
superfície.
Os metais, o corpo humano, a terra e os materiais que
permitem o livre movimento das cargas elétricas são chamados
condutores.
231
O diferente comportamento dos materiais isolantes e
condutores em relação às cargas elétricas podem ser assim
explicados: nos átomos dos metais, os elétrons das camadas mais
distantes do núcleo libertam-se do átomo, movimentando-se
livremente através do metal ou de outro condutor ligado a este; nos
isolantes, os elétrons permanecem firmemente ligados aos átomos.
Entre os isolantes e os condutores há um grupo
intermediário, os semicondutores, de importância muito grande na
microeletrônica. Os semicondutores mais conhecidos são o
germânio e o silício, muito usados na construção de diodos e
transistores.
Existem ainda materiais que a temperaturas próximas do
zero absoluto apresentam resistência nula ao movimento das cargas
elétricas. São os supercondutores. É o caso, por exemplo, do
alumínio, a temperaturas menores do que 272 °C. (zero absoluto é
273,15 ºC)
● Eletrização por atrito, contato e indução
Quando dois corpos diferentes são atritados, pode ocorrer a
passagem de elétrons de um corpo para o outro. Nesse caso, diz-se
que houve uma eletrização por atrito.
Um bastão de plástico sendo atritado com um pedaço de lã,
ambos inicialmente neutros. A experiência mostra que, após o
atrito, os corpos passam a manifestar propriedades elétricas.
No exemplo descrito, houve transferência de elétrons da lã
para o bastão.
232
Na eletrização por atrito, os dois corpos ficam carregados
com cargas iguais, porém de sinais trocados.
Sabe-se ainda que uma mesma substância possa ficar
eletrizada positiva ou negativamente, conforme o tipo da outra
substância com que é atritada. Lã tem a tendência para ceder
elétrons (logo de ficar +)  papel (lã). Plástico tem a tendência para
receber elétrons (logo de ficar )  tampa de caneta esferográfica
ou bola de aniversário. Aço e algodão é um material neutro.
Eletrização por contato.
Quando se colocam dois corpos condutores em contato, um
eletrizado e o outro neutro pode ocorrer a passagem de elétrons de
um para o outro, fazendo com que o corpo neutro se eletrize.
Considerando-se duas esferas uma eletrizada e a outra,
neutra.
12, +2
4, +4
5, 5, 2, +2
4, +4
5, 2, +2
5, 4, +4
repelem-se
-5 com -5
As cargas em excesso do condutor eletrizado negativamente
se repelem e alguns elétrons passam para o corpo neutro, fazendo
com que ele fique também com elétrons em excesso, e, portanto,
eletrizado negativamente.
233
Por outro lado se a esfera eletrizada com cargas positivas
haverá também uma passagem de elétrons, porém, dessa vez, do
corpo neutro para o eletrizado, pois este eletrizado está com falta
de elétrons e os atrai do corpo neutro. Portanto, a esfera neutra
também fica eletrizada positivamente, pois cederam elétrons.
Na eletrização por contato, os corpos ficam eletrizados com
cargas de mesmo sinal.
Em termos de manifestações elétricas, a terra é considerada
como um enorme elemento neutro [embora seja negativa com –
580.000 C] Dessa forma, quando um condutor eletrizado é colocado
em contato com a terra ou ligado a ela por outro condutor, há uma
redistribuição de cargas elétricas proporcional às dimensões do
corpo eletrizado e da terra, ficando, na realidade, ambos
eletrizados. Porém, como as dimensões do corpo são desprezíveis
quando comparadas com as da terra, a carga elétrica que nele
permanece, após o contato, é tão pequena que pode ser
considerada nula, pois não consegue manifestar propriedades
elétricas.
Assim, ao se ligar um condutor à terra, diz-se que ele se
descarrega, isto é, fica neutro. Na prática, pode-se considerar a
terra como um enorme reservatório condutor de elétrons. Então, ao
ligar um corpo condutor eletrizado à terra, ele se descarrega de
uma das seguintes formas:
234
Importante: Após o contato, condutores de mesma forma e com as
mesmas dimensões apresentam cargas iguais.
Eletrização por indução.
A eletrização de um condutor neutro pode ocorrer por
simples aproximação de um outro corpo eletrizado, sem que haja
contato entre eles.
Condutor inicialmente neutro e
bastão eletrizado negativamente.
Quando se aproxima o bastão
eletrizado do corpo neutro, suas
cargas negativas repelem os
elétrons livres do corpo neutro
para posições distantes possíveis.
Dessa forma, o corpo fica com falta de elétrons numa
extremidade e com excesso de elétrons na outra. O fenômeno da
separação de cargas num condutor, provocado pela aproximação de
um corpo eletrizado, é denominado indução eletrostática.
Na indução eletrostática ocorre apenas uma
separação entre algumas cargas positivas e
negativas do corpo.
O corpo eletrizado que provocou a indução é denominado
indutor e o que sofreu a indução, induzido.
Se quiser obter no induzido uma eletrização com cargas de
um só sinal, basta ligá-lo à terra na presença do indutor. Nessa
situação, os elétrons livres do induzido, que estão sendo repelidos
pela presença do indutor, escoam para a terra.
235
Desfazendo-se esse contato e, logo após, afastando-se o
bastão, o induzido ficará carregado com cargas positivas.
No processo da indução eletrostática, o
corpo induzido se eletrizará sempre com
cargas de sinal contrário às do indutor.
● Eletroscópio
É um aparelho que se destina a indicar a existência de cargas
elétricas, ou seja, identificar se um corpo está eletrizado.
Os eletroscópios mais comuns são o pêndulo eletrostático e
o eletroscópio de folhas.
236
Pêndulo eletrostático é constituído de uma esfera leve e
pequena, em geral de cortiça ou isopor, suspensa por um fio flexível
e isolante, preso a um suporte.
Para entender seu funcionamento, suponha que se deseje
saber se um determinado corpo está eletrizado. Aproximando-se o
corpo da esfera neutra, se ele estiver eletrizado, ocorrerá o
fenômeno da indução eletrostática na esfera e ela será atraída para
o corpo em teste.
Querendo-se saber o sinal da carga que o corpo eletrizado
possui, deve-se, primeiramente, eletrizar a esfera com uma carga de
sinal conhecido. Suponha, por exemplo, que a esfera do pêndulo
tenha sido eletrizada com carga negativa. Ao aproximar o corpo em
teste, que já sabe estar eletrizado, podem ocorrer dois casos.
 Se a esfera for atraída para o corpo é porque ele está eletrizado
com carga de sinal contrário ao da esfera. No caso da figura A, o
corpo está eletrizado com carga positiva.
 Se a esfera for repelida pelo corpo é porque ele está eletrizado
com carga de mesmo sinal que a da esfera. No caso da figura B,
o corpo está eletrizado com carga negativa.
237
238
Força elétrica
● Lei de Coulomb
● Lei de Coulomb
Essa lei descreve a força de atração ou repulsão que aparece
entre duas cargas puntiformes, isto é, entre as cargas de dois corpos
eletrizados que possuem dimensões desprezíveis, quando colocados
em presença um do outro.
Considerando-se duas cargas elétricas puntiformes, Q1 e Q2,
separadas pela distância d. Sabe-se que, essas cargas forem de
mesmo sinal, elas se repelem. E, se tiveram sinais diferentes, se
atraem. Isso acontece devido à ação de forças de natureza elétrica
sobre elas. Essas forças são de ação e reação. Portanto, têm mesma
intensidade, mesma direção e sentidos opostos.
Deve-se notar também que, de acordo com o princípio da
ação e reação, são forças que agem em corpos diferentes. Portanto,
não se anulam.
Em 1784, o físico francês Charles Augustin de Coulomb
verificou experimentalmente que:
A intensidade da força elétrica de interação entre duas
cargas puntiformes é diretamente proporcional ao produto dos
239
módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da
distância que as separa.
A expressão matemática da lei de Coulomb é:
F=k
Q1  Q 2
de

FG = g
Mm
d2
onde k é uma constante de proporcionalidade que depende do meio
onde as cargas se encontram e do sistema de unidade adotado. No
vácuo, a constante é indicada por k0 e é denominada constante
eletrostática. Seu valor no SI é: k0 = 9.109 N.m2/C2
Na expressão da lei de Coulomb, utilizam-se apenas os
módulos das cargas, concluindo, de antemão, pelos sinais das
cargas, se as forças são de atração ou de repulsão.
Q1 Q2 > 0  forças de repulsão
Q1 Q2 < 0  forças de atração
Observação: Ordem de grandeza, pela Lei de Coulomb, duas
cargas elétricas pontuais de 1 Coulomb separadas de um metro
exercem uma sobre a outra uma força de 9.109 N, isto é,
aproximadamente, o peso de 900.000 toneladas. Por isso que
geralmente empregam submúltiplos como o micro-Coulomb (mC) =
10-3 e o nano Coulomb (nC) = 10-9.
240
Campo elétrico
● O que é?
● Vetor campo elétrico
● Campo elétrico de várias cargas puntiformes fixas
● Campo elétrico uniforme
● Corrente elétrica
● O que é?
O conceito de campo elétrico pode ser mais bem
apresentado fazendo-se uma analogia do campo elétrico com o
campo gravitacional criado pela Terra.
Em torno da Terra M devido à sua massa, existe um campo
gravitacional. A cada ponto desse campo associa-se um vetor g ,
denominado vetor campo gravitacional ou vetor aceleração da
gravidade. (vide página 157)
Um corpo de massa m colocado num determinado ponto
desse campo ficará sujeito à força gravitacional terrestre
comumente denominada peso do corpo, dada por P = m  g .
Assim, no ponto considerado:
g
P
m
(vetor campo
gravitacional)
Um corpo eletrizado Q devido à sua carga elétrica, cria ao
seu redor um campo elétrico. Cada ponto desse campo é
caracterizado por um vetor E , denominado vetor campo elétrico.
Uma carga de prova q, colocada num ponto desse campo, sofrerá a
241
ação de uma força elétrica F de tal forma que F = q  E . Então, no
ponto considerado:
E
F
q
(vetor campo
elétrico)
O módulo do vetor campo elétrico é E = F/q = (pela lei de
Qq
kQ
Coulomb) = k.
 q = 2 , ou seja, não depende de q.
e
d
d
Analogia: o campo gravitacional criado pela massa M em
torno de si é uma propriedade dessa massa M, não dependendo da
massa m para a sua existência. De fato, g = FG/m = (como FG = G
Mm
) = GM/d2.
2
d
É importante observar que o campo elétrico criado pela
carga Q em torno de si é uma propriedade dessa carga Q, não
dependendo da carga de prova q para a sua existência.
A carga de prova q colocada num ponto desse campo é
utilizada apenas para investigar as características do campo elétrico
nesse ponto.
Portanto, o valor da carga de prova tem de ser bem menor
que o valor da carga que originou o campo.
Existe uma região de influência da carga Q onde
qualquer carga de prova q, nela colocada, estará
sob a ação de uma força de origem elétrica. A
essa região chama-se de campo elétrico.
242
Na analogia seria: existe uma região de influência da massa
M onde qualquer massa m, nela colocada, estará sob a ação de uma
carga de origem gravitacional (peso). A essa região chama-se campo
gravitacional.
Diferença de q e m: m > 0 e q pode ser > 0 ou < 0.
● Vetor campo elétrico
Considerando-se uma carga Q criando em torno de si um
campo elétrico. Colocando-se num ponto P dessa região uma carga
de prova q, esta fica sujeita a uma força elétrica F .
O vetor campo elétrico E é definido nesse ponto pela
igualdade:
E=
F
q
As características desse vetor, são:
F
 Intensidade: É dada por: E =
, onde a unidade de medida de
q
campo elétrico no SI é Newton/Coulomb (N/C);
 Direção: O vetor E tem a mesma direção da força F ;
 Sentido: analisando a expressão F = q  E , pode-se associar o
sentido do campo elétrico com o da força elétrica da seguinte
forma:
243
1) Se q > 0, E e F
têm mesmo sentido
2) Se q < 0, E e F
têm sentidos contrários
Orientação do campo elétrico
Depois é possível concluir destas orientações que Q > 0 temse que o campo elétrico criado por Q é sempre de afastamento, pois
E assim indica.
● Campo elétrico de várias cargas puntiformes
fixas
O campo elétrico de uma carga puntiforme Q positiva é de
afastamento e pode ser representado através de linhas de força
apontadas radialmente para fora. Quando a carga criadora do
campo for negativa, o campo elétrico é radialmente para dentro, ou
seja, de aproximação.
244
O campo elétrico de duas cargas puntiformes positivas é de
afastamento (exceto onde N se encontra) e pode ser representado
através de linhas de força apontadas radialmente para fora (vide as
exceções). Quando elas forem opostas o campo elétrico é
radialmente para dentro, ou seja, de aproximação (vide exceções na
figura que se designa abaixo por (*)).
No campo magnético, próximo tópico, é mais fácil de ver o
que está acima ao se empregar uma barra imantada e limalhas de
ferro.
245
● Campo elétrico uniforme
● Corrente elétrica
É o movimento ordenado de cargas elétricas. O movimento
desorganizado dos elétrons livres no interior da rede cristalina não
tem muito interesse. Mas em condições adequadas, pode-se
provocar um movimento das cargas ao longo dos condutores, de
modo a obter um fluxo contínuo de carga elétrica em um dado
sentido. Este fenômeno é muito importante, e é chamado de
"corrente elétrica".
Esse é o sentido real onde os elétrons correm
ordenadamente do polo negativo da bateria para o seu polo
positivo. Enquanto, o sentido convencional os prótons se deslocam
ordenadamente da esquerda para a direita.
246
Campo magnético
● Introdução
● Inseparabilidade dos polos
● Substâncias magnéticas e não-magnéticas
● O que é campo magnético
● Indução magnética
● Campo magnético criado por corrente elétrica num fio retilíneo
● Campo magnético criado por um solenoide
● Introdução
Os fenômenos magnéticos são conhecidos desde a
Antiguidade. Naquela época já se utilizavam certas pedras  que
tinham a propriedade de atrair pedaços de ferro  na orientação da
rota de grandes viagens.
O vocábulo magnetismo é devido a
uma região chamada Magnésia,
localizada na Turquia, local em que
essas pedras foram encontradas.
Quando suspensas por seus centros
de massa, tais pedras orientavam-se
sempre no sentido norte-sul. Eram
constituídas de óxido de ferro e
denominadas
magnetita.
Atualmente recebem o nome
genérico de ímã natural. Só mais
tarde se descobriu a possibilidade
de fabricar ímãs artificiais.
Os ímãs artificiais são, normalmente, barras de ferro ou aço
às quais se transmite a propriedade magnética. Eles levam
vantagem sobre os ímãs naturais por terem maior poder atrativo e
também porque podem receber a forma mais conveniente ao seu
uso.
247
Todo ímã apresenta duas regiões distintas, denominadas
polos, que possuem comportamentos opostos: polo norte e polo
sul.
A experiência comprova a seguinte propriedade básica do
magnetismo:
Polos magnéticos de mesmo nome se repelem e
de nomes contrários se atraem.
Um exemplo dessa propriedade é a bússola, que foi
inventada pelos chineses. Constitui-se de um pequeno ímã em
forma de losango, denominado agulha magnética, com
possibilidade de girar em torno do seu centro de massa.
Verifica-se que um dos polos aponta, aproximadamente,
para o Norte geográfico e o outro, para o Sul geográfico.
248
Isso ocorre porque a Terra se comporta como um enorme
ímã, cujo polo norte magnético está situado nas proximidades do
polo Sul geográfico e vice-versa.
Chama-se de polo norte da agulha magnética à extremidade
que aponta para o Norte geográfico, pois é atraída pelo polo sul
magnético. O outro é chamado polo sul da agulha magnética.
● Inseparabilidade dos polos
Experimentalmente, pode-se verificar também que um único
polo não pode existir isoladamente.
Imaginando-se um ímã em forma de barra com seus polos
norte e sul.
Seccionando-o ao meio, surgirão novos polos norte e sul em
cada um dos pedaços, constituindo cada um deles um novo ímã.
Continuando-se com essa experiência de divisão de cada ímã em
dois outros, ontem ímãs cada vez menores, até que atinjam
dimensões elementares.
249
Essa linha de raciocínio leva à conclusão de que cada uma
das partículas do corpo anterior é um pequeno ímã, denominado
ímã elementar.
Observando, na ilustração, por que o corpo se mantém como
ímã, mesmo dividido.
● Substâncias magnéticas e não-magnéticas
Diz-se que um corpo apresenta propriedades magnéticas
quando há uma predominância de ímãs orientados sobre os demais.
Podem-se distinguir três casos:
Denominam-se substâncias magnéticas aquelas que
permitem a orientação de seus ímãs elementares. Exemplos: ferro,
níquel e algumas ligas metálicas  como aço.
250
As substâncias não-magnéticas são aquelas que não
permitem a orientação de seus ímãs elementares. Exemplos:
alumínio, madeira, plástico etc.
● O que é campo magnético
Analogamente ao campo elétrico (vide (*) da página 247, só
que num giro de 90°), denomina-se campo magnético a região ao
redor de um ímã na qual ocorre um efeito magnético. A sua
representação é feita através de linhas de campo ou linhas de
indução, que são linhas imaginárias fechadas que saem do polo
norte e entram no polo sul.
Quando se pega um ímã e o coloca sobre uma folha de
papel, em seguida se lança limares de ferro ao redor do ímã se vê
exatamente ele formar este desenho.
251
Linhas de força do campo elétrico e do campo magnético são
diferentes apenas no interior do ímã que vão do polo sul para o polo
norte.
Cada ponto de um campo magnético é caracterizado por um
vetor B denominado vetor indução magnética ou vetor campo
magnético, sempre tangente às linhas de campo e no mesmo
sentido delas. A sua intensidade será definida mais adiante.
Diz-se que um campo magnético é uniforme quando o vetor
campo magnético é constante em todos os pontos do campo. Nesse
caso, sua representação é um conjunto de linhas paralelas
igualmente espaçadas e igualmente orientadas.
As linhas de força de campo elétrico (vide figura da página
248) são semelhantes às linhas de indução do campo magnético
exceto quanto ao sentido.
E é o vetor campo elétrico semelhante à B que é o vetor
campo magnético. Que é tangente a linha de força em cada um de
seus pontos e tem o mesmo sentido da linha  que é a tangente a
linha de indução em cada um de seus pontos e tem o mesmo
sentido da linha
● Indução magnética
Um prego de ferro é, normalmente, um corpo não-imantado.
Porém, quando ele é colocado na presença de um ímã, o vetor
campo magnético do campo criado por esse ímã orienta os ímãs
252
elementares do prego, imantando-o e fazendo com que o prego seja
atraído. Dessa forma, o prego torna-se também um ímã, sendo
capaz, portanto, de atrair outros pregos através da repetição do
mesmo fenômeno.
Denomina-se indução magnética o fenômeno da imantação
de um corpo por meio de um ímã.
As substâncias cujos ímãs elementares se orientam
facilmente quando submetidos à ação de um campo magnético são
denominadas substâncias ferromagnéticas. Exemplos: ferro, níquel
cobalto e algumas ligas metálicas.
De tais propriedades magnéticas como essa é que será criada
a eletrônica moderna. Esse era o magneto natural que foi
descoberto pela primeira vez de uma forma simplesmente
observacional, experimental, olhando os materiais.
Nessa ocasião, ninguém explicava porque o imã atraiu o
ferro e não atraí o latão que é uma liga de cobre e zinco.
Contudo, o grande mistério é o ímã. Isso porque ele cria um
campo invisível formado não se sabe do quê, com propriedade de
atrair outros corpos pela ação a distancia, como que um corpo pode
fazer força no outro estando separado de nada, como que ele
consegue atrair outro corpo se não existe nada entre eles. No
tempo de Newton fazer força só era possível quando se entrava em
contato puxando ou empurrando. Mas, a situação do imã parece
253
algo mágico, é como chegar aqui e ter poderes a ponto de sem tocar
fazer cair para trás.
O campo magnético é uma força invisível e poderosa que
está atuando, é real, embora seja fantasmagórica. Os físicos não
conseguiram explicar por que o campo magnético atuava a grandes
distâncias como o campo gravitacional no Universo.
● Campo magnético criado por corrente elétrica
num fio retilíneo
Somente no início do século XIX, descobriu-se a relação
existente entre os fenômenos elétricos e magnéticos.
Em 1820, o físico dinamarquês Hans C. Oersted (1777-1851)
verificou, experimentalmente, que a corrente elétrica cria um
campo magnético ao seu redor.
Oersted montou um circuito, mantendo um trecho do
condutor esticado na direção norte-sul, colocando bem próximo e
sob esse trecho uma bússola. Verificou que, ao fechar o circuito, a
agulha magnética da bússola sofria um desvio e permanecia quase
perpendicular ao condutor, graças ao aumento da corrente.
Verificou ainda que, se o sentido da corrente fosse invertido, a
agulha também sofria uma inversão em seu sentido.
254
Da experiência, Oersted conclui que: uma corrente elétrica
cria ao seu redor um campo magnético.
Colocando-se a mão direita sobre o fio, de tal maneira que a
palma da mão esteja voltada para a agulha e que o sentido da
corrente seja do pulso para os dedos, o polo norte da agulha se
desvia para o sentido indicado pelo dedo polegar.
O sentido das linhas de campo magnético criado por uma
corrente elétrica foi estudado por Ampère, que estabeleceu uma
regra para determiná-lo, conhecida como regra da mão direita.
● Campo magnético criado por um solenoide
O solenoide é um dispositivo constituído de um fio condutor
enrolado em forma de espiras não-justapostas. Recebe também o
nome de bobina longa.
255
Esse aparelho possui larga aplicação industrial, pois, quando
percorrido por uma corrente elétrica, se comporta como um ímã, no
qual o polo sul é o lado por onde entra as linhas de campo e o polo
norte, o lado por onde saem.
A intensidade do vetor indução magnética no interior de um
 Ni
solenoide é dada pela expressão: B = 0 , onde N é o número de

espiras no comprimento l do solenoide. Essa expressão é válida para
qualquer ponto no interior de um solenoide, pois nessa região o
campo magnético é uniforme.
A direção do campo magnético é perpendicular ao plano das
espiras.
A regra para se determinar o sentido do campo é a mesma
regra da mão direita.
Abaixo um fio e um material ferroso com seus polos.
Os cientistas perceberam que se pegassem um material
ferroso e o enrolasse num fio, fazendo a corrente elétrica entrar, a
presença desse ferro no meio no núcleo aumentava em muito a
256
capacidade magnética desse sistema, ou seja, ele atraia com muito
mais força e este objeto foi chamado de eletroímã.
Concluiu-se que correntes elétricas criam magnéticos que
não eram naturais. No início da experiência científica ninguém sabia
o que estava acontecendo em nível de mundo atômico para que
essa propriedade pudesse realmente acontecer.
Mas, certamente, a partir do uso dos eletroímãs houve uma
revolução no mundo tecnológico. Uma delas foi a comunicação por
telégrafo, só que em tempo de guerra se cortava o fio e não tinha
mais comunicação. Assim, o desejo era de inventar um telégrafo
sem fio.
Para isso se pegou um solenoide com ferro no meio, ligou
corrente contínua nele (como por meio de uma pilha) tornando-o
um eletroímã. Aí se tomou outro solenoide com ferro no meio e
colocaram uma lâmpada pequenina. Ligaram o circuito aqui,
embora o outro estivesse próximo, nada acontecia, talvez por não
ter nada aqui entre eles, por estar vazio.
257
A propriedade do ferro macio (ferro aquecido e esfriado
lentamente) de magnetizar-se sob a influência das correntes
elétricas e perder sua magnetização logo que essa influência cesse,
tornou possível a fabricação de ímãs artificiais, intermitentes,
chamados eletroímãs.
O eletroímã é um dispositivo constituído por uma barra de
ferro envolvida por um solenoide. A passagem de uma corrente
elétrica pelo fio origina um campo magnético no solenoide
causando uma orientação dos ímãs elementares da barra de ferro,
imantando-a.
A aplicação dos eletroímãs nas indústrias é bastante grande,
sendo utilizados nas campainhas, nos telefones e em guindastes de
alta capacidade, notadamente na indústria de construção naval.
258
Contudo, oscilando o eletroímã com a mão a lâmpada
acende. Ele para de movimentar, a luz apaga. Eles viam que quando
afastava e aproximava um solenoide do outro, o campo magnético
variava e induzia uma corrente elétrica nesse outro aqui que não
era ímã.
Mas, não dava para ficar com a mão mexendo com
velocidade e o tempo todo. Então, se pensou em substituir a
corrente contínua (no caso, proporcionado pela pilha) por uma
fonte alternada de corrente. Pois, na corrente alternada, a corrente
é que varia, ela vai e volta, aumenta e diminui. Jogando-se uma
corrente alternada o campo magnético oscila, ele aumenta e
diminui de intensidade e isso significa um campo magnético
variável.
Com isso, o telégrafo sem fio ou começo do rádio é muito
simples. É só afastar o segundo solenoide com a lampadinha aqui e
uma chave interruptora. Aí na hora que liga aqui no eletroímã
acende a luz; na hora que desligar apaga a lâmpada. Então, está
feito o telégrafo sem fio, abrindo e fechando isso aqui, vai o sinal,
vai a onda eletromagnética, aí o que está indo para lá é um campo
magnético variável. Esse campo criou ondas e essas ondas quando
chegavam nesse outro indutor (solenoide que não é eletroímã)
induzia uma corrente elétrica que acionava um circuito e acende
essa luz.
259
Isso é o princípio do transformador elétrico, ele funciona
assim: entra 110 e sai 12 volts. Logo, o transformador nada mais é
do que duas bobinas, uma próxima da outra, e a relação de tensão
de corrente elétrica manda de um lado para o outro é o número de
bobinas. Entrar com 110 e sair com 220 ou entrar com 220 e sair
com 12 volts, com 6 volts, essa relação só é o número de espirais
que enrola o transformador.
Porém, este transformador só funcionar com corrente
alternada é uma complicação para a eletrônica moderna, porque ela
conseguiu miniaturizar tudo, fazer chip, mas jamais reduzir ou
miniaturizar um transformador ou indutor.
Qualquer radinho de pilha quando é desmontado se nota
que antes da antena que sobe, tem um fiozinho que cai exatamente
uma peça que tem uma bobinazinha toda enfiada com fiozinho
fininho e um ferrite no meio. O ferrite é a antena, é por ele que
chega o sinal que é captado e o leva para o circuito dentro do rádio,
é ele que induz uma corrente que vai ser amplificada por um
circuito mais sofisticado que tem sempre um sintonizador que pode
modular.
A frequência desse campo quando chegar aqui pode induzir
frequências diferentes da corrente e então selecionar num circuito
específico a estação de rádio. Deste modo, uma emissora de
estação de rádio nada mais é que um circuito oscilante. Constrói-se
uma forma de oscilar na fonte alternada de modo a criar uma
frequência específica e se tem um aparelho emissor de rádio, de TV,
260
celular, etc, falando e vendo a distância sem fio. No fundo, se
substitui o fio por ondas eletromagnéticas que passam a existir e a
propagar-se a distâncias. Então, esta criação de um campo
magnético variável no tempo cria a oscilação do campo, o campo
oscila criando ondas (é como se fossem ondas num lago) e essa
ideia vai servir muito para a teoria do professor Laércio Fonseca
para explicar a matéria em outras dimensões.
Os cientistas começaram a fazer a seguinte pergunta: se
através de uma corrente elétrica se cria um campo magnético, será
que não se pode fazer o inverso, isto é, de um campo magnético
criar uma corrente elétrica? Foi exatamente isso que os cientistas
fizeram e criaram o gerador elétrico. Pode-se criar esse campo
magnético pegando só o ímã e ficar mexendo com a mão de modo
que a lâmpada acenda.
Mas, ficar fazendo isso com a mão é cansativo. Logo, se cria
um sistema mecânico que começa a virar esse ímã, virando, ele
induz uma corrente elétrica no circuito. E para virar esse ímã se
controla as hidrelétricas, aquela grande corrente de água caindo
virando uma turbina, a turbina virando esse ímã com velocidade, aí
cria um gerador elétrico.
Todavia, se está criando essas coisas simplesmente com uma
propriedade do vazio que é um campo invisível, uma propriedade
não se explica até hoje. A física quântica não explicou direito essa
propriedade do campo, o que é o campo. Einstein não conseguiu ir
fundo na descrição e na criação de uma teoria sobre o campo, então
ainda está em aberto.
Uma vaga ideia de campo é o de uma região de influência de
alguma interação (como o da atribuição de uma quantidade a todo
ponto do espaço) ou então é de uma substância (filosófica e não
quimicamente falando) de que é feito todo o conteúdo do Universo.
Tem-se assim campos elétricos, magnéticos, eletromagnéticos,
gravitacionais, nucleares (forte e fraco), gluônicos etc.
Por exemplo, pode-se falar de campo gravitacional, que
atribui um potencial gravitacional a cada ponto do espaço. Outro
261
exemplo, as isotermas mostradas diariamente nos boletins
meteorológicos são uma imagem de um campo de temperatura ou
térmico na superfície terrestre.
Dos quatro, os campos de força nuclear forte e nuclear fraco
atuam em distâncias extremamente pequenas, em torno de 10 -13
centímetros. As forças nucleares fraca e forte, atuam apenas dentro
do núcleo atômico e em sua vizinhança imediata, daí a
nomenclatura nuclear. Até 2010, as forças nucleares forte e fraca
não eram conhecidas, somente a gravitacional e a eletromagnética.
O campo é uma entidade física real e não apenas uma
representação matemática, mas não é matéria, porém possui
extensão, energia, intensidade, fluxo, duração, propagação,
momentum, spin e vários outros atributos, também associados a
partículas materiais. De fato, as partículas são concentrações
quantizadas de algum campo, e dele herdam tais propriedades,
inclusive descritas por grandezas mensuráveis. Os fótons são
quantizações de campo eletromagnético, os grávitons, quantizações
de campo gravitacional, os quarks, quantizações de um campo de
matéria, do mesmo modo que os leptons. As cargas positivas e
negativas são as fontes e os sumidouros do campo elétrico. As
massas gravitacionais são as fontes do campo gravitacional.
Michael Faraday introduziu o conceito de "campo", o que
simplificou a matemática que descrevia os fenômenos elétricos e
magnéticos. Segundo Faraday, a presença de cargas elétricas e
magnéticas causavam uma "distorção" no espaço. A esta "distorção"
Faraday chamou de campo. A ação do campo ocorria sob a forma de
"linhas de força” que são só uma forma pictórica de se representar
um campo.
O professor Laércio Fonseca está tentando criar umas ideias,
umas teorias, uns princípios para usar a ideia do campo na
espiritualidade e para também usar uma ideia de campo para
mostrar o que o elétron tem a ver com esse campo.
Quando se tem o campo magnético sem oscilar, ele fica um
campo magnético natural. Com corrente contínua, ele fica parado,
262
não oscila; se põe uma corrente alternada ou faz o movimento, ele
cria ondulações e essas ondas é como se fossem ondas mecânicas
tendo comprimento de onda, frequência.
Imaginando-se o campo magnético como um tapete plano
sem nada, ao começar a sacudi-lo, se criam ondas que vão se
deslocando. O professor cria uma oscilação no campo e a onda se
propaga, mas essa oscilação é a frequência. Quando se aumenta a
sacudidela, se está aumentando a frequência e diminuindo,
encurtando o comprimento da onda. Pode-se usar esse mesmo
raciocínio para ondas eletromagnéticas e, embora essas não
estejam oscilando no meio material, elas estão oscilando o próprio
campo eletromagnético.
Em 1864, o físico escocês James Clear Maxwell fez a primeira
previsão da existência de ondas eletromagnéticas e depois
conseguiu provar teoricamente que uma perturbação
eletromagnética devia se propagar no vácuo com uma velocidade
igual à da luz. Em 1887, Hertz produziu ondas eletromagnéticas por
meio de circuitos oscilantes e depois se detectou por meio de
outros circuitos sintetizados na mesma frequência. Mais tarde,
cientistas começaram a verificar que essas ondas eletromagnéticas
estavam envolvendo os seres humanos todos os dias e que as
pessoas não se davam conta.
263
264
Campo eletromagnético
● Eletromagnetismo
● Força eletromagnética
● Lei do eletromagnetismo
● Equações de Maxwell
● Espectro eletromagnético
● Ondas eletromagnéticas
● Radiação eletromagnética
● Eletromagnetismo
É o nome da teoria unificada desenvolvida por James
Maxwell para explicar a relação entre a eletricidade e o
magnetismo. Esta teoria baseia-se no conceito de campo
eletromagnético.
O campo magnético é resultado do movimento de cargas
elétricas, ou seja, é resultado de corrente elétrica. O campo
magnético pode resultar em uma força eletromagnética quando
associada a ímãs.
● Força eletromagnética
Os seres humanos, e todos os animais e plantas, além dos
objetos, possuem massas e estão sujeitos à força gravitacional do
planeta Terra. O que impede que não sejam todos aglomerados em
torno do núcleo terrestre em uma única massa disforme? O que
mantém os corpos coesos?
Também é fato que a maior parte da matéria é constituída
de espaços vazios (basta ver o modelo atômico clássico e comparar
as distâncias entre prótons e nêutrons com os elétrons). Então, o
que impede que um bloco de madeira atravesse uma mesa por
entre esses espaços vazios?
265
A resposta a todas essas perguntas é a existência de outro
tipo de interação entre os corpos: a força eletromagnética.
A força eletromagnética é um tipo de interação que envolve
diretamente as seguintes partículas elementares: prótons e
elétrons. Mas é importante destacar que, de uma forma ou de
outra, essa interação atinge todas as outras partículas conhecidas,
com exceção do gráviton e do neutrino.
Enfim, é importante destacar que desde os átomos até as
enormes montanhas, passando pelos seres humanos, em tudo
predomina a interação eletromagnética. E as interações entre esses
corpos ocorrem em função da força eletromagnética. Todos os
sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) são
eletromagnéticos.
A força eletromagnética tem a ver com praticamente todos
os fenômenos físicos que se encontram no cotidiano, com exceção
da gravidade. Isso porque as interações entre os átomos são regidas
pelo eletromagnetismo, já que são compostos por prótons e
elétrons, ou seja, por cargas elétricas. Do mesmo modo as forças
eletromagnéticas interferem nas relações intermoleculares, ou seja,
entre os seres humanos e quaisquer outros objetos. Assim podemse incluir fenômenos químicos e biológicos como consequência do
eletromagnetismo.
Mas quando se considera dois planetas, por exemplo, ou
ainda um planeta e uma estrela, a força eletromagnética pode ser
relevante por eventuais trocas de calor por meio de radiação,
porém, a interação predominante é a gravitacional.
Isso nos dá uma ideia da amplitude das dimensões onde a
força eletromagnética predomina em relação às outras forças.
A força que um campo eletromagnético exerce sobre cargas
elétricas, chamada força eletromagnética, é uma das quatro forças
fundamentais. As outras são: a força nuclear forte (que mantém o
núcleo atômico coeso), a força nuclear fraca (que causa certas
formas de decaimento radioativo), e a força gravitacional (atração
266
devido às suas massas). Quaisquer outras forças provêm
necessariamente dessas quatro forças fundamentais.
● Lei do eletromagnetismo
A variação do fluxo magnético resulta em um campo elétrico
(fenômeno conhecido por indução eletromagnética, mecanismo
utilizado em geradores elétricos, motores e transformadores de
tensão). Semelhantemente, a variação de um campo elétrico gera
um campo magnético. Devido a essa interdependência entre campo
elétrico e campo magnético, faz sentido falar em uma única
entidade chamada campo eletromagnético.
A lei do eletromagnetismo é também conhecida como lei da
indução eletromagnética. Os efeitos dessa lei da produção de
corrente elétrica em um circuito colocado sob efeito de um campo
magnético variável ou por um circuito em movimento em um
campo magnético constante, são a base do funcionamento dos
alternadores, dínamos e transformadores.
Na
Indução
magnética,
Faraday
descobriu,
experimentalmente, que variando o fluxo magnético através de uma
espira surgia nela uma corrente elétrica induzida. Esta perdura
enquanto o fluxo estiver variando.
● Equações de Maxwell
Elas demonstram que os campos elétricos e os campos
magnéticos são manifestações de um só campo eletromagnético.
Além disso, descrevem a natureza ondulatória da luz, mostrando-a
como uma onda eletromagnética.
Com uma teoria única e consistente, que descrevia os dois
fenômenos anteriormente julgados distintos, os físicos puderam
realizar vários experimentos prodigiosos e inventos úteis, como a
lâmpada elétrica (Thomas Alva Edison) ou o gerador de corrente
alternada (Nikola Tesla). O êxito preditivo da teoria de Maxwell e a
267
busca de uma interpretação coerente das suas implicações foi o que
levou Albert Einstein a formular sua teoria da relatividade.
● Ondas eletromagnéticas
É importante se tomar consciência de como os seres estão
imersos em ondas eletromagnéticas. Iniciando pelo Sol, a maior e
mais significativa fonte para os seres terrestres, cuja vida depende
do calor e da luz recebidos através de ondas eletromagnéticas.
Além de outras, recebe-se também: a radiação
eletromagnética emitida, por átomos de hidrogênio neutro que
povoam o espaço interestelar da galáxia via Láctea; as emissões na
faixa de radiofrequências dos “quasares” (objetos ópticos que se
encontram a enormes distâncias dos terráqueos, muito além da
galáxia deles, que produzem enorme quantidade de energia); pulsos
intensos de radiação dos “pulsares” (estrelas pequenas cuja
densidade média é em torno de 10 trilhões de vezes a densidade
média do Sol).
Essas radiações são tão importantes que deram origem a
uma nova ciência, a Radioastronomia, que se preocupa em captar e
analisar essas informações obtidas do espaço através de ondas.
268
Há ainda as fontes terrestres de radiação eletromagnética: as
estações de rádio e de TV, o sistema de telecomunicações à base de
micro-ondas, lâmpadas artificiais, corpos aquecidos e muitas outras.
A primeira previsão da existência de ondas eletromagnéticas
foi feita, em 1864, pelo físico escocês, James Clerk Maxwell. Ele
conseguiu provar teoricamente que uma perturbação
eletromagnética devia se propagar no vácuo com uma velocidade
igual à da luz.
E a primeira verificação experimental foi feita por Henrich
Hertz, em 1887. Hertz produziu ondas eletromagnéticas por meio de
circuitos oscilantes e, depois, detectou-se por meio de outros
circuitos sintonizados na mesma frequência. Seu trabalho foi
homenageado posteriormente colocando-se o nome “Hertz” para
unidade de frequência.
Leis de Maxwell.
Maxwell
estabeleceu
algumas
leis
básicas
de
eletromagnetismo, baseado nas já conhecidas anteriormente, como
a Lei de Coulomb, a Lei de Ampère, a Lei de Faraday, etc.
Na realidade, Maxwell reuniu os conhecimentos existentes e
descobriu as correlações que havia em alguns fenômenos, dando
origem à teoria de que eletricidade, magnetismo e óptica são de
fato manifestações diferentes do mesmo fenômeno físico. [como os
termopares na física, ou avisos e aparições na mediunidade]
O físico inglês Michael Faraday já havia afirmado que era
possível produzir um campo elétrico a partir de um campo
magnético variável.
269
Imaginando-se um ímã e um anel:
Considerando-se o ímã perpendicular ao plano do anel.
Movendo-se ou o ímã ou o anel, aparecerá uma corrente no anel,
causado por um campo elétrico criado devido à variação do fluxo
magnético no anel.
Maxwell verificou que o contrário também era possível. Um
campo elétrico variável podia gerar um campo magnético.
Imaginando-se agora duas placas paralelas sendo carregadas
progressivamente:
Ao crescerem as cargas das placas, o campo elétrico
aumenta, produzindo um campo magnético (devido à variação do
campo elétrico).
270
Embora Maxwell tenha estabelecido quatro equações para
descrever os fenômenos eletromagnéticos analisados, pode-se ter
uma noção de sua teoria baseados em duas conclusões: Um campo
elétrico variável no tempo produz um campo magnético; Um campo
magnético variável no tempo produz um campo elétrico.
A geração de ondas eletromagnéticas.
Imaginando-se uma antena de uma estação de rádio:
Na extremidade da antena existe um fio ligado pelo seu
centro a uma fonte alternada (que inverte o sentido a intervalos de
tempo determinados). Num certo instante, tem-se a corrente num
sentido e, depois de alguns instantes, a corrente no outro sentido.
A velocidade de propagação de uma onda eletromagnética
depende do meio em que ela se propaga.
271
Maxwell mostrou que a velocidade de propagação de uma
onda eletromagnética, no vácuo, é dada pela expressão:
c=
1
0  0
onde  0 é a permissividade elétrica do vácuo e  0 é a
permeabilidade magnética do vácuo. [permissividade é como um
campo afeta e é afetado por um meio].
Aplicando os valores de  0 de  0 na expressão acima,
encontra-se a velocidade: c  3,0 x 108 m/s ou c = 2,99792458 x 108
m/s (valor exato) que é igual à velocidade da luz. Nisso Maxwell se
baseou para afirmar que a luz também é uma onda
eletromagnética.
Podem-se resumir as características das ondas
eletromagnéticas no seguinte: São formadas por campos elétricos e
campos magnéticos variáveis; O campo elétrico é perpendicular ao
campo magnético; São ondas transversais (os campos são
perpendiculares à direção de propagação); Propagam-se no vácuo
com a velocidade “c”; Pode propagar-se num meio material com
velocidade menor que a obtida no vácuo.
Com isto, o campo elétrico ao redor do fio em certo instante
estará apontando num sentido e, depois, no sentido contrário.
O campo elétrico variável (E) irá gerar um campo magnético
(B), que será também variável. Por sua vez, esse campo magnético
irá gerar um campo elétrico. E assim por diante. Cada campo varia e
gera outro campo que, por ser variável, gera outro campo: e está
criada perturbação eletromagnética que se propaga através do
espaço, constituída pelos dois campos em recíprocas induções.
272
Notando-se que o campo elétrico é perpendicular à direção
de propagação e o campo magnético também, o que comprova que
a onda eletromagnética é uma onda transversal.
Além disso, o campo elétrico é perpendicular ao campo
magnético, o que se pode verifica facilmente: quando um fio é
percorrido por cargas em movimento, o campo elétrico num ponto
próximo ao fio pertence ao plano do fio, enquanto o campo
magnético está saindo ou entrando neste plano.
● Espectro eletromagnético
A palavra espectro (do latim “spectrum”, que significa
fantasma ou aparição) foi usada por lsaac Newton, no século XVII,
para descrever a faixa de cores que apareceu quando numa
experiência a luz do Sol atravessou um prisma de vidro em sua
trajetória.
273
Atualmente chama-se espectro eletromagnético á faixa de
frequências e respectivos comprimentos de ondas que caracterizam
os diversos tipos de ondas eletromagnéticas.
As ondas eletromagnéticas no vácuo têm a mesma
velocidade, modificando a frequência de acordo com espécie e,
consequentemente, o comprimento de onda.
O espectro eletromagnético é o conjunto de todas as ondas
eletromagnéticas, como está representado na figura abaixo.
Observa que, pela figura, as ondas que possuem a menor
frequência de oscilação são as ondas de rádio e as de maior
frequência são os raios gama. Já os comprimentos de onda agem de
maneira inversa, ou seja, as ondas de rádio possuem os maiores
comprimentos, enquanto que os raios gama apresentam o menor
comprimento.
Um oscilador é um circuito que produz uma forma de onda
periódica, somente com uma tensão de alimentar o circuito.
Dependendo do tipo de oscilador, a forma de onda da saída pode
ser uma onda seno ou não uma senóide.
274
A frequência de 104 = 10.000Hz, imagine pegar um oscilador
como aquele ímã e ficar oscilando 10.000 vezes por segundo para
criar um campo magnético. Então se cria osciladores eletrônicos que
foi o que Hertz fez, da maneira que ele teve a capacidade de oscilar
uma corrente elétrica de forma muito alta.
Fisicamente, não há intervalos no espectro. Podem-se ter
ondas de qualquer frequência que são idênticas na sua natureza,
diferenciando no modo como captá-las.
Algumas frequências de TV podem coincidir com a
frequência de FM. Isso permite algumas vezes captar uma rádio FM
na televisão ou captar um canal de TV aparelho de rádio FM.
[vide as ondas de rádio, comparando com o gráfico da página
174].
Características das principais radiações.
275
Ondas de Rádio
Compare o gráfico anterior com o da página 222.
“Ondas de rádio” é a denominação dada às ondas desde
frequências muito pequenas, até 1012 Hz, acima da qual estão os
raios infravermelhos.
As ondas de rádio são geradas por osciladores eletrônicos
instalados geralmente em um lugar alto, para atingir uma maior
região. Logo o nome “ondas de rádio” inclui as micro-ondas, as
ondas de TV, as ondas curtas, as ondas longas e as próprias bandas
de AM e FM.
As ondas de rádio propriamente ditas, que vão de 10 4 Hz a
7
10 Hz [por isso que ser humano escuta; cachorro ouve mais do que
a capacidade máxima do homem de 20.000 Hz, donde escuta em
comprimentos de ondas menores], têm comprimento de onda
grande entre 104 m [10 km] a 10 m, o que permite que elas sejam
refletidas pelas camadas ionizadas da atmosfera superior
(ionosfera).
ionosfera
6
7
Reflexão de ondas de rádio de 10 Hz a 10 Hz na ionosfera
A rádio Bandeirante em São Paulo opera na frequência de
mil kilohertz = (como 1.000kHz = 1.000.000Hz = 106Hz); nota-se que
o comprimento de onda é igual a 102 metros = 100 metros.
Reflexão de ondas de rádio de 104 Hz a 107 Hz na ionosfera.
276
Reflete ondas de rádio até aproximadamente 30 MHz = 30 x
10 Hz. [isto é, a 300 metros]
Estas ondas, além disso, têm a capacidade de contornar
obstáculos como árvores, edifícios, de modo que é relativamente
fácil captá-las num aparelho rádio-receptor.
7
Ondas de TV
As emissões de TV são feitas a partir de 5 x 107 Hz (50 MHz).
É costume classificar as ondas de TV em bandas de frequência (faixa
de frequência), que são:
 VHF: very high frequency (54 MHz a 216 MHZ é canal 2 a 13)
 UHF: ultra-high freqriency (470 MHz a 890 MHz é canal 14 a 83)
 SHF: super-high frequency
 EHF: extremely higf frequency
 VHFI: veri high frequency indeed
As ondas de TV não são refletidas pela ionosfera, de modo
que para estas ondas serem captadas a distâncias superiores a 75
km é necessário o uso de estações repetidoras.
277
Microondas
Microondas correspondem à faixa de mais alta frequência
produzida por osciladores eletrônicos. Frequências mais altas que as
microondas só as produzidas por oscilações moleculares e atômicas.
As microondas são muito utilizadas em telecomunicações. As
ligações de telefone e programas de TV recebidos “via satélite” de
outros países são feitas com o emprego de microondas.
As microondas também podem ser utilizadas para
funcionamento de um radar. Uma fonte emite uma radiação que
atinge um objeto e volta para o ponto onde a onda foi emitida. De
acordo com a direção em que a radiação volta pode ser descoberta
a localização do objeto que refletiu a onda.
278
O celular opera em 900 mega-hertz (como 1 mega-hertz =
10 Hz, donde 900 mega-hertz = 9  108 Hz > 108 Hz) o que já entra
na faixa do microondas e o comprimento de onda ou faixa de 30
centímetros, por isso quando se está falando com o celular a onda
está fechando quase no tamanho da cabeça, perturbando e
oscilando o cérebro, como esquentando o ouvido, a cabeça.
Luz visível
Notando-se que os olhos dos seres humanos só têm
condições de perceber frequências que vão de 4,3x1014 Hz a 7x1014,
faixa indicada pelo espectro como luz visível.
O olho percebe a frequência de 4,3x1014 como a cor
vermelha. Frequências abaixo desta não são visíveis e são chamados
de raios infravermelhos, que têm algumas aplicações práticas.
A frequência de 7x1014 é vista pelo olho como cor violeta.
Frequências acima desta também não são visíveis e recebem o
nome de raios ultravioleta. Têm também algumas aplicações. Ela é
perigosa porque queima a pele, dá câncer, porque é muita energia
(E = hf, onde h é a constante de Planck) chegando com um
comprimento de onda muito curto. De fato, pela página 275.
6
F = [1015 – 1016] → λ = [10-7, 10-8]
A faixa correspondente à luz visível pode ser subdividida de
acordo com o espectro a seguir.
Em inglês: ROYGOV (Red, Orange, Yellow, Green, Blue e
Violet). Em português poderia ser: VAAVAV.
279
Raios X
Os raios X foram descobertos, em 1895, pelo físico alemão
Wilhelm Rõntgen. Os raios X têm frequência alta e possuem muita
energia. São capazes de atravessar muitas substâncias embora
sejam detidos por outras, principalmente pelo chumbo.
Esses raios são produzidos sempre que um feixe de elétrons
dotados de energia incide sobre um obstáculo material. A energia
cinética do feixe incidente é parcialmente transformada em energia
eletromagnética, dando origem aos raios X.
Os raios X são capazes de impressionar uma chapa
fotográfica e são muito utilizados em radiografias, já que
conseguem atravessar a pele e os músculos da pessoa, mas são
retidos pelos ossos: f = [1016  1020];  = [10-8  10-12].
Os raios X são também bastante utilizados no tratamento de
doenças como o câncer. Têm ainda outras aplicações: na pesquisa
da estrutura da matéria, em Química, em Mineralogia e outros
ramos.
280
Raios Gama
As ondas eletromagnéticas com frequência acima da dos
raios X recebe o nome de raios gama.
Os raios gama são produzidos por desintegração natural ou
artificial de elementos radioativos:
f = [1020  1022];  = [10-12  10-16].
Processo de decaimento de uma amostra radioativa.
Observação: Alguns átomos também emitem partículas  e
partículas .
● Radiação eletromagnética
Antes de iniciar a radiação eletromagnética se comenta
sobre a radiação.
Em física, radiação é a propagação da energia. As radiações
podem ser identificadas:
281
● pelo elemento condutor de energia: radiação
eletromagnética – fótons; radiação corpuscular - partículas (prótons,
nêutrons, etc.); radiação gravitacional – grávitons.
● pela fonte de radiação: radiação solar - causada pelo Sol;
radiação de Cerenkov - causada por partículas com a velocidade
superior a da luz no meio; radioatividade - núcleos instáveis.
● pelos tipos de radiação: radiação alfa; radiação beta;
radiação gama; radiação X. Existe também a radiação luminosa que
é a radiação electromagnética que se situa entre a radiação
infravermelha e a radiação ultravioleta.
Radioatividade (ou radiatividade) é a propriedade de
determinados tipos de elementos químicos radioativos emitirem
radiações, um fenômeno que acontece de forma natural ou
artificial. A radioatividade natural ou espontânea ocorre através dos
elementos radioativos encontrados na natureza (na crosta terrestre,
atmosfera, etc.). Já a radioatividade artificial ocorre quando há uma
transformação nuclear, através da união de átomos ou da fissão
nuclear. A fissão nuclear é um processo observado em usinas
nucleares ou em bombas atômicas.
Alguns átomos como os do urânio, rádio ou tório são
instáveis (resultado da combinação de nêutrons e prótons). A
liberação de energia radioativa acontece quando há uma
transformação do núcleo instável (desintegração nuclear) e o núcleo
começa a perder partículas alfa, beta ou raios gama.
Um material radioativo pode emitir raios gama durante
muito tempo, até atingir uma forma mais estável.
Raios gama de alta energia podem ser observados também
nos raios cósmicos que atingem a alta atmosfera terrestre em
grande quantidade por segundo.
Os raios gama podem causar graves danos às células, de
modo que os cientistas que trabalham em laboratório de radiação
devem desenvolver métodos especiais de detecção e proteção
contra doses excessivas desses raios.
282
Quando há explosão de uma bomba atômica, reações
nucleares emitem esse nível de radiação. Toda vez que se mexe no
núcleo, só quem tem capacidade de emitir raio gama com
frequência tão alta são núcleos atômicos, reações nucleares. Então
quando o núcleo explode ele emite ondas eletromagnéticas com
frequências tão altas que são chamadas raio gama e esses são
perigosíssimos se tomar essa carga de raio se está morto.
O rádio perde aproximadamente 1% da sua atividade em 25
anos, sendo transformado em elementos com massa atômica mais
baixa, sendo o chumbo o produto final da desintegração. A taxa de
desintegração de 1 grama de rádio—226 é de 3,7 x·1010
desintegrações por segundo.
Um osso contendo 200 gramas de carbono faz 400
desintegrações por minuto, donde a idade do osso é de 16.700
anos.
Sentar-se em frente de uma lareira bem quente, a pessoa
não se bronzeia. Enquanto, exposta há um dia nublado, meio frio,
fica bronzeada. Isso ocorre porque a frequência da radiação que
realmente bronzeia é o ultravioleta. Tanto é que nas câmaras de
ultravioleta se faz bronzeamento artificial. Numa lareira a reação
química da queima de materiais de madeira não consegue gerar
ondas eletromagnéticas com frequência tão alta como o
ultravioleta, vai se ter frequência entre luz amarela avermelhada.
No entanto, o sol produz radiação de raios-X e até de raio
gama. Só que a quantidade que chega à Terra não é tão grande e é
desviada também pelo campo magnético desse planeta que protege
da incidência dessas radiações perigosas. Principalmente a
protetora camada de ozônio da Terra. Por isso que o astronauta
quando sai planeta ele tem que usar roupa branca por precisar
refletir todas as cores, todas as frequências eletromagnéticas. Ele
não pode absorver, se o fizer está prejudicado.
As ondas eletromagnéticas variam de zero até praticamente
o infinito, só que na natureza, nas pesquisas observacionais, não se
encontra raios gama. Teoricamente nessa faixa de frequência
283
produzida por núcleos atômicos, ninguém observa frequência tão
alta, a natureza não consegue produzir oscilações energéticas desse
porte. O comprimento de onda de 10-14 metros é uma onda muito,
muito, muito curta e o fato dela ser curta ela chega a ter o
comprimento dos núcleos atômicos, ela tem o comprimento de
moléculas atômicas. Por isso se os raios-X e o raio gama atingir o ser
humano ele vem com uma energia tão grande que a hora que pega
o núcleo da célula de uma pessoa, ele a explode, arrebenta o núcleo
da célula causando câncer, as células começam se dividir de uma
forma tão desordenada a ponto de morrer.
Numa superfície astral que não tenha uma proteção
atmosférica de raios dessa natureza não tem vida nesse astro. Na
Lua, por exemplo, não se pode viver porque lá tem uma incidência
dessa radiação violenta. No espaço é chamada de radiação cósmica
que tem tudo isso desde elétrons, partículas alfa, raio gama, raios-X,
tudo atravessando o espaço. Por isso que não se pode sair no
espaço sem proteção nenhuma. Por isso que a Terra é o paraíso, é
um presente dos Deuses, parece que projetada e programada para
tudo dar certo, para proteger dos raios superiores, uma superfície
planetária com capacidades estruturais de maneira que a vida se
desenvolvesse de uma forma extremamente maravilhosa e bela.
Não dá para acreditar que tudo isso é por acaso, mesmo que
tenha muitos cientistas que não acreditem nisso. A tendência dos
chamados físicos mais místicos, mais esotéricos, é acreditar que tem
uma força inteligente operando por trás, criando e preparando
artificialmente todas as condições para a existência da vida biológica
em superfícies planetárias. E se acredita que esse mesmo tipo de
intervenção superior acontece em grande parte da galáxia do
universo, criando vida em milhões de outros mundos. A visão
espiritualista é que a própria vida não se origina daqui, ela é uma
manifestação, uma criação de inteligências que operam em
dimensões mais sutis do próprio universo.
E são essas dimensões mais sutis que o professor Laércio
Fonseca vai tentar criar modelos teóricos para dizer que elas
284
existem e que a consciência, a inteligência, se manifesta em todas
essas dimensões.
O eletromagnetismo vai ser uma das chaves importantes
para que se possa entender a nova física, a física quântica e também
a física relativística, porque se vai descobrir que as fórmulas de lsaac
Newton, as suas teorias, não conseguiam explicar as ondas
eletromagnéticas. Estas vão ter propriedades que violam as leis de
Newton e de Galileu.
James Clear Maxwell descobriu teoricamente uma relação
matemática, foi fazendo conta, estudando as ondas
eletromagnéticas e chegou que a velocidade da luz ou das ondas
eletromagnéticas desde a frequência mais baixa até a mais alta,
toda onda eletromagnética se propagava no vácuo com uma
1
velocidade constante. Esta é dada pela raiz quadrada de
onde
00
0 e 0 são índices de permissividade magnética e elétrica,
respectivamente. Por exemplo, 0 é dada pela Lei de Coulomb kq/r2
1
com k =
. Ele chegou a essa conclusão que o valor da
40
velocidade da luz dava com precisão 2,99792479242458 x 10 8
metros por segundo, arredondando isso dá 300 mil quilômetros por
segundo.
O interessante é que através dos estudos da própria onda
eletromagnética, teoricamente se calculou o valor da velocidade da
luz sem precisar medir. Depois os físicos experimentais com
tecnologia mais moderna foram fazer medidas reais da velocidade
da luz e constataram que era bem próxima mesma dessa que
Maxwell tinha teoricamente descoberto.
Isso é típico de uma previsão teórica que depois é
confirmada por uma experiência. Então isso é física teórica em
relação à física experimental e tem muita física experimental que
depois se precisa criar um modelo teórico para explicar por que
funciona daquele jeito. Essa é a grande diferença entre a física
prática e a física teórica.
285
A física moderna de Einstein chegou à conclusão de que a
velocidade da luz é a maior velocidade que qualquer coisa pode
atingir no universo. Foi isso que construiu na cabeça dos cientistas
até hoje a impossibilidade da presença extraterrestre aqui na Terra.
Os cientistas acabaram pensando dessa forma e desacreditando
toda essa questão da ufologia, toda essa questão de viagens
espaciais para outras estrelas, como sendo uma coisa impossível
tecnicamente falando e criando um isolamento cósmico do planeta
Terra com relação ao Universo.
Considerando-se o Sol e a estrela vizinha chamada Alfa
Centauro, as distâncias astronômicas são tão imensas que não pode
ser medida em quilômetro. Assim foi criada uma unidade nova
chamada ano luz. Ligando-se um farolete agora, esse sinal sai a 300
mil quilômetros por segundo, ou seja, cada segundo esse sinal de
luz, essa onda eletromagnética, anda 300 mil quilômetros, isso
significaria dar 7 voltas e meia na Terra em apenas 1 segundo
(devido à circunferência da Terra ter em torno de 40 mil
quilômetros). Acende-se a lâmpada e passou 1 segundo, essa luz
que saiu da lanterna deu 7 voltas e meia na Terra.
Ligando-se esse farol e ficar um ano esperando a luz
caminhar. A distância que a luz percorre em um ano é uma distância
de um ano luz e está na ordem de 10 trilhões de quilômetros. Então
a estrela vizinha mais próxima da Terra está a 4,5 anos luz, isso
significa que se acender uma lanterna aqui e mandar essa lanterna
para a Alfa Centauro, essa luz da lanterna vai demorar quatro anos e
meio para chegar até lá. Do mesmo modo que a luz que se vê de
Alfa Centauro foi emitida há quatro anos e meio atrás.
Construindo-se uma nave que conseguisse viajar a
velocidade da luz, o que não é possível a corpos materiais se
deslocarem a essa velocidade porque tem problemas físicos e
técnicos aparentemente intransponíveis. Além disso, se demoraria
quatro anos e meio para chegar à estrela mais próxima do ser
humano, que não o Sol.
286
Para cruzar a galáxia toda de ponta a ponta, a Via láctea têm
100 mil anos luz. Querendo-se sair daqui para visitar outra estrela
que está na outra ponta da galáxia, mesmo viajando a uma
velocidade da luz se demoraria 100 mil anos nessa viagem. Isso faz
com que os cientistas não acreditem que mesmo raças
inteligentíssimas do espaço morando em outros mundos poderiam
vencer essas barreiras com naves espaciais para vir visitar a Terra.
Então este embasamento teórico atual que rege a física
impulsionando preconceito científico deve ser quebrado e violado
pelos novos cientistas modernos que vão aceitar a presença ET aqui
na Terra.
No futuro se vai criar uma câmera sensível especial a esse
nível de radiação que vai possibilitar se ver espírito. Quando ela for
ligada, se o espírito passar na frente dela e der um tchau, aí se vai
interagir eletronicamente, tecnicamente com o Mundo Espiritual.
Não será esta comunicação eletrônica primitiva com os espíritos
que se tem por aí, por meio de câmera comum, rádio normal,
esperando que o espírito faça “milagre”, empregando alguma coisa
que geralmente não dá nem para saber o que é. Mas, sim, novos
aparelhos de modo que o espírito vai falar em rede nacional para o
planeta, o mundo vendo os mortos conversar pela televisão porque
é só equipamento de conversão de sinal. Vai chegar numa era dessa
onde não vai existir mais a barreira entre o vivo e o morto.
Aproveita-se a ocasião para se indagar: Que física
atualmente Einstein deve estar fazendo? Niels Bohr? Heisenberg?
Para finalizar, imagine essa pessoa aqui ganhando 18 mil
18
reais e outro ganhando 2 mil reais, logo,
= 9 é o número de
2
vezes que um ganha mais do que o outro. Agora imagine o volume
do universo visível pelo volume de um grãozinho de areia, isto é, 3 x
1080m3  4 x 10-9m3 = 1089. A distância na constante de Planck é do
4
10-35m, donde, um cubinho com essa distância dá  (10-35)3 = 4 x
3
-105
10 . E, o número deste cubinho de Planck num cubinho de grão de
287
areia é de 4 x 10-9  4 x 10-105 = 1096. Como 1096 > 1089 então ...
imaginem o mundo de Física Quântica em que o leitor vai se meter?
Independente se a corrente é alternada ou não, os elétrons
se deslocam do potencial negativo (sentido real) para o positivo.
Na corrente contínua, os potenciais não mudam, um sempre
é positivo e o outro sempre negativo. Desta forma, a corrente
elétrica se dá em um só sentido.
Na corrente alternada, os potenciais se alternam. Na rede
elétrica se 60 Hz o potencial que ora é negativo, no instante
seguinte fica positivo, 60 vezes, por exemplo. Portanto, a corrente
ora se dá em um sentido, ora se dá em outro (vai e vem), e por
causa disso não existe diferenciação entre dois fios que conduzem
corrente alternadas, justamente por não haver polaridades
definidas. Deve ficar claro que o importante não é para onde os
elétrons vão, mas sim que eles passam pela lâmpada, não
importando o sentido.
O neutro e a fase funcionam assim. No poste de transmissão
de energia elétrica, um dos condutores de corrente alternada é
ligado à terra (chamado de neutro) e o outro (fará do sistema
monofásico no caso) é mantido isolado da Terra. Grosso modo, a
Terra supre a demanda de elétron continuamente. Veja que a fase
ora está positivo e ora negativo com relação ao neutro (que está
ligado à Terra). Assim quando está positivo, recebe elétrons do
neutro (elétrons esses que provém da Terra); e quando está
negativo, fornece elétrons ao neutro (que se descarrega na Terra).
288
PARTE II:
DESENVOLVIMENTO
289
290
FÍSICA MODERNA
Física de Partículas
Partícula
Partícula Subatômica
Partícula Elementar
Partícula Fundamental
Mundo Material
A Física de partículas é um ramo da Física que estuda os
constituintes elementares da matéria e da radiação, e a interação
entre eles e suas aplicações. É também chamada de Física de altas
energias, porque muitas partículas elementares só podem ser
criadas a energias elevadas, logo a detecção destas também é
possível apenas a altas energias de aceleração. O elétron e o próton
foram as únicas partículas aceleradas até os dias de hoje, outras
nunca foram detectadas (como o gráviton) e as restantes foram
detectadas através da radiação cósmica (como o méson pi e o
méson mu).
Partícula
O termo partícula deriva do latim e significa parte muito
pequena, corpo diminuto ou corpúsculo. Ele é utilizado para
designar uma concentração localizada de massa cujas dimensões
mostrem-se desprezíveis em relação às demais dimensões espaciais
envolvidas no problema em consideração. Embora um carro não
possa ser tratado como uma partícula quando se analisa a colisão
entre este e um ônibus, um carro se movendo em uma estrada que
291
conecta duas cidades distantes configura perfeitamente uma
"partícula".
A física atual é materialista e popularmente se costuma dizer
que matéria e todos os corpos do Universo são constituídos de
pequenas partículas, denominadas átomos.
Partícula Subatômica
Átomo é um conjunto elétron-núcleo, ou seja, elétrons
orbitam em torno do núcleo onde estão agrupados os prótons e
nêutrons.
No entanto, essa é uma visão extremamente simplificada
dos átomos, pois neles não existem apenas as três partículas citadas
(elétrons, prótons e nêutrons), atualmente se sabe que existem
mais de 190 partículas no universo atômico. Assim, se pode dizer
que em física, partícula subatômica é a designação genérica
daquelas partículas cujas dimensões são muito menores que as de
um átomo.
Alguns tipos mais comuns de partículas subatômicas são:
partículas alfa que, resumidamente, assemelham-se com o núcleo
de hélio emitido em um processo radioativo; partícula beta, elétron
ou pósitron (anti-elétron) emitido num processo de desintegração
nuclear. No que segue se expõe algumas ideias a respeito.
Partícula alfa (α), também chamada de radiação alfa ou raio
alfa, é uma partícula carregada por dois prótons e dois nêutrons,
sendo, portanto, o núcleo do átomo de hélio. Apresenta carga
positiva +2 e número de massa 4, relativamente maior que as duas
demais β e γ. Porém, apesar de mais energética, ela é a mais lenta
(atinge uma velocidade de 20.000 km/s) e a menos penetrável
(facilmente barradas por uma folha de papel).
Partícula Beta (β), ao contrário da partícula Alfa, apresenta
carga negativa – 1 e massa 0. Atinge uma velocidade de até 95% da
velocidade da luz [285.000 km/s] e consegue atravessar lâminas de
292
chumbo de até 2 mm ou de alumínio de até 5 mm no ar, mas são
barradas por uma placa de madeira de 2,5 cm de espessura.
Partícula Gama (γ) possui carga e massa nula, emite calor
contínuo e tem a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de
corrente elétrica. Atinge a velocidade das ondas eletromagnéticas
(300.000 km/s), é a mais perigosa, quando emitidas por muito
tempo podem causar má formação nas células. Os raios gama
conseguem atravessar chapas de aço de até 15 cm de espessura,
mas são barradas por grossas placas de chumbo ou paredes de
concreto.
Supondo-se que uma fonte radioativa, por exemplo, algumas
microgramas de rádio sejam colocadas no fundo de um canal aberto
em um cilindro de chumbo de uns 10 cm de raio. A radiação sairá
pelo canal, sob a forma de um feixe. A radiação passa entre duas
placas metálicas A e B, uma eletrizada positivamente, outra
negativamente. Recebendo-a em uma chapa fotográfica, constatase que o feixe é separado em três partes: 1ª ) Uma radiação que é
atraída pela placa negativa, e que, portanto, tem carga elétrica
positiva. Foi inicialmente chamada raio alfa. Depois se constatou
que são partículas, que passaram a serem chamadas partículas alfa;
2ª ) Uma radiação que é atraída pela placa positiva, e que, portanto,
tem carga elétrica negativa. Foi chamado raio beta. Quando se
constatou que são partículas, passaram a serem chamadas
partículas betas; 3ª ) Uma radiação que não é desviada, o que indica
que não contém carga elétrica. É chamada raio gama.
Um raio semelhante ao raio gama é o raios-X (partícula e
onda), mas possui, em geral, menor energia. [E = fh ≈ 50 mil vezes
maior que a energia visível]
No decorrer do século XX, além da comprovação da
existência de aproximadamente 200 destes corpúsculos, foram
descobertas muitas das leis que governam as inter-relações e
interações entre essas partículas, as forças e campos que regem o
universo.
293
Deste modo, se pode afirmar que os estudos dessas
partículas são importantes para desvendar os mistérios da estrutura
do Universo, vide a recém-descoberta do bóson de Higgs conhecida
por ‘partícula de Deus’.
Partícula Elementar
Em física de partículas, uma partícula elementar é uma
partícula subatômica da quais outras partículas subatômicas
maiores são compostas. Por exemplo, as partículas subatômicas
prótons e nêutrons são partículas elementares porque compõe
outras partículas subatômicas como a partícula alfa.
Apesar de consagrado, o termo partícula elementar, em
especial a palavra partícula, não é adequado para nomear as
unidades fundamentais da matéria. No domínio subatômico,
partícula não é um corpúsculo, um corpo diminuto. Pensar as
partículas elementares como corpos muito pequenos, com massas
muito pequenas, ocupando espaços muito pequenos, funcionam
como obstáculo representacional para compreendê-las de maneira
significativa, pois partículas elementares podem, por exemplo, não
ter massa e nem ter existência situada, isto é, não podem ser
localizadas com precisão. Por esta razão, partículas elementares não
devem ser referidas ou representadas por corpúsculos ou
“bolinhas”.
As partículas elementares são caracterizadas por massa, spin
e carga elétrica. Por exemplo, uma anti-partícula é caracterizado por
ter a mesma massa e o mesmo spin da partícula em questão, porém
carga oposta.
Massa e carga elétrica soam com algo familiar, porém spin
não. Por isto se diz que spin é uma propriedade fundamental das
partículas elementares que descreve seu estado de rotação; é o
momentum angular intrínseco das partículas. De acordo com as
regras da Mecânica Quântica, o spin das partículas elementares
pode ter apenas determinados valores que são sempre um número
294
inteiro (0, 1, 2, 3, ...) ou semi-inteiro (1/2, 3/2, 5/2, ...) multiplicados
por (h/2π; onde h = 6,6.10 22 com certa unidade é a constante de
Planck, a constante fundamental da Mecânica Quântica).
Partícula Fundamental
Um dos mais notáveis da física de partículas é encontrar as
partículas mais elementares (ou as co-denominadas partículas
fundamentais) as quais constroem todas as outras encontradas na
natureza, e não são elas mesmas compostas de partículas menores.
Assim, chamam-se partículas fundamentais às partículas
constituintes do átomo (antigamente eram chamadas partículas
elementares; mas, depois se descobriu que várias delas podem se
desdobrar em duas ou mais partículas).
Historicamente, as partículas elementares hádrons (mésons
e bárions como os nêutrons e os prótons) já foram consideradas
como partículas fundamentais. Atualmente se sabe que:
O próton é formado por dois quarks up e um down, sendo
escrito como: uud. A massa real de um próton é de,
aproximadamente, 1,673 10−27 Kg (massa 1836 vezes a massa do
elétron). [Entretanto, atribui-se-lhe uma massa relativa de valor 1].
A carga elétrica real do próton é de, aproximadamente, 1,6x10−19
Coulomb. [Porém, do mesmo modo que à massa, atribuiu-se uma
carga relativa de +1]. Seu spin é 1/2 ħ
O antipróton é formado por dois antiquarks up e um
antiquark down, possui mesma massa e spin que o próton, só que
sua carga é de sinal oposto (sinal negativo).
O nêutron é composto de um quark up e dois quarks down
(ou seja: udd), praticamente mesma massas do próton, possui carga
nula e spin 1/2 ħ.
O antinêutron é composto por um antiquark up e dois
antiquarks down, com as mesmas características do nêutron.
295
O méson é composto por um quark e por um antiquark de
carga de cor oposta, possui massa entre a do elétron e a do próton,
e spin de inteiros.
A Física de Partículas, estudada pela Mecânica Quântica
(parte da Física Moderna), busca o fundamental, o nível mais básico
da matéria e da Natureza. Todo o nosso mundo visível se
fundamenta nesse nível invisível das partículas elementares, ou
melhor, das partículas fundamentais (toda porção indivisível da
matéria, como os elétrons).
O Modelo Padrão (MP) estabelece: toda a matéria de que se
tem notícia é composta de três tipos de partículas elementares:
léptons e quarks [que são férmions] e as mediadoras [que são os
bósons], e que um punhadinho de 61 partículas basta para construir
toda a matéria observada neste universo (incluindo, é claro, as
observadas em laboratórios). Como se chega esse número? Quais
são elas? Como estão classificadas? Essas são algumas das
perguntas que se tenta responder: se detendo em dois mapas
conceituais (um entre partículas fundamentais e o outro para
interações (forças) fundamentais) apresentados nas duas próximas
páginas; ou ainda se apontando as descobertas no seu contexto
histórico em forma pictórica.
296
297
298
Mapas conceituais
No mapa conceitual entre partículas fundamentais (figura na
página 297).
Obedecer ao Princípio de Exclusão de Pauli é quando duas
partículas fundamentais idênticas não puder ocupar o mesmo
estado quântico simultaneamente. Glúons quer dizer o que mantém
os quarks ligados para formar mésons e bárions, significa “cola”.
Átomos consistem de elétrons, que formam as camadas
eletrônicas, e núcleos, compostos por prótons e nêutrons que, por
sua vez, consistem de quarks (dos tipos up(u) e down (d)).
Quarks são, possivelmente, os constituintes fundamentais da
matéria. Há seis espécies, ou sabores, de quarks: u (up), d (down), c
(charmed), s (strange), b (bottom) e t (top). Cada uma dessas
espécies pode apresentar-se em três “edições” chamada cores: 1
(vermelho), 2 (verde) e 3 (azul). Haveria então 18 quarks distintos
(18 é o número de Miroku Kannon). Porém, como cada um deles
tem a sua antipartícula, o número total de quarks é 36 (número de
Deus Supremo). Quarks têm carga elétrica fracionária (+2/3 para os
sabores u, c e t e -1/3 para os sabores d, s e b), mas nunca foram
detectados livres; aparentemente, estão sempre confinados em
partículas chamadas hádrons (da palavra grega hadros, que significa
massivo, robusto, forte).
Há duas classes de hádrons, aqueles formados por três
quarks, chamados bárions, e os constituídos por um quark e um
antiquark, denominados mésons. Bárions obedecem ao Princípio da
Exclusão de Pauli, mésons não; bárions têm spin fracionário (1/2,
3/2, ...), mésons têm spin inteiro (0, 1, 2,...). O nêutron e o próton
são os bárions mais familiares, os mésons π e Κ são exemplos de
mésons; contudo, face às múltiplas possibilidades de combinações
de três quarks ou de quarks e antiquarks, o número de hádrons é
bastante grande, constituindo uma grande família.
Outra família, não tão numerosa, é a dos léptons. São
partículas de spin 1/2, sem cor, que podem ter carga elétrica ou não
299
(neutrinos). Parecem ser partículas verdadeiramente elementares,
isto é, nenhuma delas aparenta ter uma estrutura interna como a
dos hádrons. O elétron (e–) é o lépton mais familiar, mas além dele
existem o múon (μ), o tau (τ) e três neutrinos (neutrino do elétron
(νe), neutrino do múon (νμ) e neutrino do tau (ντ)). Como a cada
lépton corresponde um antilépton, parece haver um total de 12
léptons na natureza.
Deste modo, até agora se tem 48 partículas fundamentais:
36 quarks (u, d, s, c, b, t, cada um com 3 cores, e cada um dos 18
com seu antiquark) e 12 léptons (e–, νe, μ, νμ, τ, ντ, cada um dos 6
com seu antilépton).
Começou-se falando de elétrons, prótons e nêutrons e se
chegou a léptons, passando por hádrons, bárions e mésons. Mas
essa história ainda vai longe. Para se ter uma idéia da constituição
da matéria, não basta saber que existem tais e tais partículas, que
umas parecem ser realmente fundamentais e outras são compostas
por “sub-partículas” confinadas. É preciso também levar em conta
como elas interagem, como integram sistemas estáveis e como se
desintegram, ou seja, é preciso considerar interações e campos de
força, o que nos leva a outra categoria de partículas, as chamadas
partículas mediadoras das interações fundamentais da natureza.
No mapa conceitual para interações fundamentais (figura
página 298).
As interações entre partículas, e o comportamento da
matéria no universo, estão governados por quatro forças
fundamentais: a força nuclear forte, a força nuclear fraca, a força
eletromagnética e a força gravitacional, cujas intensidades são
respectivamente: 10, 10−13, 10−2 e 10−43, ou então se multiplicando
por 102 se tem: 103, 10−11, 10 e 10−39. A força nuclear forte é um
milhão de vezes mais forte que a força eletromagnética e 10
duodeolhões que a gravidade. A natureza destas forças, e os modos
como elas trabalham no universo, é o que determina as leis físicas
do nosso universo e tudo dentro dele.
300
A interação entre um elétron e um núcleo atômico é um
exemplo de interação eletromagnética; a atração entre quarks é do
tipo interação forte; o decaimento β (como um nêutron decaindo
para próton pela emissão de um elétron e um neutrino) exemplifica
a interação fraca; a interação gravitacional atua entre todas as
partículas massivas, e é a que governa o movimento dos corpos
celestes, mas é irrelevante em domínios muito pequenos, assim
como as demais podem não ser relevantes em alguns domínios.
A interação forte, como sugere o nome, é a mais forte no
âmbito das partículas elementares e mantém juntos prótons e
nêutrons no núcleo atômico. Afeta somente hádrons.
A interação fraca é responsável pelo decaimento
relativamente lento de partículas como nêutrons e múons, e
também por todas as reações envolvendo neutrinos.
Tais interações são descritas através de campos de força.
Campo é um conceito fundamental nas teorias sobre partículas
elementares. Aliás, é um conceito fundamental em toda a Física. Os
quanta desses campos são partículas mediadoras das interações
correspondentes.
Assim, o fóton é o quantum do campo eletromagnético e
media a interação eletromagnética; o gráviton é o quantum do
campo gravitacional, mediando a interação gravitacional; os glúons
são os quanta do campo forte e mediam a interação forte; e as
partículas denominadas W+, W- e Zo são os quanta do campo fraco
e são mediadoras da interação fraca. De todas essas partículas, a
única que ainda não foi detectada experimentalmente é o gráviton,
se existir deve ser um bóson de spin igual a dois e massa de repouso
igual à zero.
O fato de que os férmions obedecem ao Princípio da
Exclusão de Pauli e os bósons não, é a principal diferença entre
essas categorias. A partir dessa distinção inicial, pode-se prosseguir
com outras categorizações como a de classes de férmions (léptons,
quarks e bárions) e classes de bósons (partículas mediadoras de
interações e mésons). Léptons e quarks são os férmions
301
fundamentais: a rigor, toda a matéria é constituída de quarks e
léptons, pois as demais partículas ou são compostas de quarks ou
antiquarks (bárions) e pares quarks-antiquarks (mésons) ou são
partículas mediadoras das interações fundamentais (glúons, Z e W,
fótons e grávitons).
Forma pictórica
O elétron (e–) foi a primeira partícula elementar a ser
descoberta. Thomson, em 1897 realizou experiência e flagrou a
divisibilidade do átomo, ganhando o Prêmio Nobel em 1906.
A questão que se coloca agora é a seguinte: Conhecidas as
propriedades do elétron, como ele é classificado no MP?
Uma forma pictórica de representar o MP é o quadrado
abaixo, com 16 caixinhas onde se tem espaço para 6 léptons
(caixinhas roxas, as três primeiras da esquerda para a direita do
observador, na última fileira, mais as três da penúltima), que não
interagem fortemente (força nuclear fraca), para 6 quarks (caixinhas
verdes, só que na primeira e segunda fileira) que interagem
fortemente (força nuclear forte) e 4 partículas mediadoras
(caixinhas amarelas, as quatro verticais da última coluna da direita
do observador). Sabe-se que o elétron tem massa de repouso
9,1083 x 10−31 kg, carga elétrica − 1,602 x 10−19 C, Spin 1/2 ħ, que
não interage fortemente, portanto é um lépton e por isso vai ocupar
a primeira caixa roxa da figura exposta.
302
O fóton (γ) é a segunda partícula elementar a entrar no
cenário. Em 1905, o físico alemão Albert Einstein explicou o efeito
fotoelétrico usando a hipótese de que a luz é formada de
pacotinhos de energia que mais tarde receberam o nome de fóton.
O fóton também é conhecido como quantum de luz. Por mais
incrível que possa parecer, o fóton não tem massa e nem carga
elétrica – é uma partícula que só tem energia e seu spin é 1, e,
portanto ele é um bóson (mediador).
Einstein mostrou que esse fenômeno poderia ser explicado
se a luz de frequência (f) fosse composta de quanta individuais de
energia (hf). Ganhou, por essa descoberta, o prêmio Nobel de 1921.
Em 1923, dezessete anos depois da proposta teórica de Einstein, o
fóton foi confirmado na experiência. No MP, o fóton é umas das
partículas mediadoras e vai ocupar o primeiro lugar dos bósons
mediadores.
Cronologicamente, a próxima partícula encontrada foi o
próton. Em 1919, o próton foi descoberto pelo físico Ernest
Rutherford. Ele possui massa 1836 vezes a massa do elétron.
Mesmo spin e carga de sinal contrário. No entanto, hoje é sabido
que o próton não é uma partícula elementar e, portanto não entra
no Modelo Padrão, pois como se verá mais adiante ele é composto
de três quarks.
Neutrino (ν), a terceira partícula elementar que mais
adiante será representada por νe. O neutrino surge da
desintegração de um nêutron em próton e elétron. Possui massa
menor que 0,000005 vezes a massa do elétron. O neutrino é um
303
lépton, e no MP ele entra na caixa roxa acima do elétron, formando
a primeira família de léptons.
O múon (μ) é a quarta partícula elementar e a primeira das
partículas elementares instáveis a ser descoberta. Em 1933, o
físico japonês H. Yukawa (Prêmio Nobel de 1949) propôs uma
teoria para a força nuclear. Previu uma partícula de massa 200
vezes superior à massa do elétron. Ele é um lépton e não é afetado
pela força nuclear forte, ou seja, as forças que o afetam são as
eletromagnéticas e a nuclear fraca. No MP ele ocupa a segunda
caixa roxa.
Em 1947 o píon (π) foi descoberto e o físico brasileiro César
Lattes esteve envolvido na sua detecção, mas o píon não entra no
MP porque ele não é uma partícula elementar. A década de 1950 é
conhecida pelo número de partículas novas não elementares, eis
algumas: Κ+, Λ, Κ0, Δ++, Ξ–, Σ+.
Hoje se sabe que partículas estranhas são produzidas pela
força forte e que seus decaimentos são regidos pela força fraca.
1963, esse conceito deu origem ao quark estranho (s).
304
Em 1962, observaram a primeira evidência do neutrino do
múon (νμ), fato que mostrava a existência de mais de um tipo de
neutrino. No MP, o neutrino do múon ocupa a caixa roxa acima do
múon, completando a segunda família dos léptons.
Na década de 60, reviveram uma idéia que considerava a
hipótese de os hádrons (partículas compostas formadas por um
estado ligado de quarks, que mantêm a sua coesão interna devido à
força forte, de um modo análogo à que mantém os átomos unidos
pela força eletromagnética) serem formados por um punhado de
“tijolinhos” fundamentais, responsáveis pela existência da matéria
observada no universo. Gell-Mann publicou um trabalho brilhante,
em 1964, propondo que todos os hádrons, seriam formados por três
partículas fundamentais (e suas respectivas antipartículas), às quais
nomeou quark, que são férmions de spin 1/2. No MP os quarks up
(u) e down (d) ocupam as duas primeiras caixas verdes,
completando a primeira família de quarks.
305
Segundo o modelo de Gell-Mann, os quarks aparecem em
três tipos: up, down e strange (estranho), denominados sabores,
além das suas respectivas antipartículas.. As regras básicas do
modelo são de uma simplicidade impressionante: 1) os (anti)bárions
são formados de 3 (anti)quarks qqq; 2) os mésons são formados por
um par quarkantiquark . Com essas duas singelas asserções, todas
as partículas conhecidas puderam ser entendidas e construídas.
Enfatiza-se aqui que a matéria comum, essa de nosso cotidiano, é
feita de quarks leves u e d. Os exemplos mais simples são o próton
(uud) e o nêutron (udd).
Apesar de fundamentais, quarks nunca foram observados
livremente e eles só existem em estados ligados formando as
partículas. Pensou-se até que encontrar um quark livre seria um
evento muito raro. Foram analisadas amostras do leito antigo de
oceanos, de meteoritos e até da poeira de camadas altas da
atmosfera, e nunca se encontrou um só quark livre. Na verdade essa
é uma característica da teoria à qual se dá o nome de confinamento.
Charme (c) foi o quarto quark a ser proposto. No MP, ocupa
a caixa verde acima da estranheza, completando a segunda família.
306
Na década de 1960, surge também uma nova teoria unindo a
força eletromagnética e a força fraca em uma única superforça
chamada eletrofraca. Em 1967, Steven Weinberg propôs um modelo
para a síntese eletrofraca, em que as interações são mediadas por
quatro bósons – W+, W–, Z0, e γ. Os três primeiros são massivos e
denominados bósons mediadores; o quarto é o fóton, que medeia a
força eletromagnética e não tem massa. No MP, o W+ e o W–
ocupam a caixa amarela de baixo e o Z0 ocupa a caixa amarela
acima deles.
Da teoria batizada de CromoDinâmica Quântica (QCD), sabese que a força forte é transmitida por oito partículas sem massa,
eletricamente neutra e de spin 1, chamadas glúons. Ou seja, o glúon
é um bóson vetorial de massa nula. Há oito tipos de glúon. São
partículas que intermedeiam a interação forte (assim como o fóton
intermedia a interação eletromagnética). No MP, os 8 glúons
ocupam a caixa amarela abaixo do fóton.
307
O tau (τ) vem formar a terceira geração de léptons. Já foi
visto que a família dos léptons acomodava quatro elementos
agrupados dois a dois: (e–, νe), (μ, νμ). No entanto, em 1975, um
novo lépton entrou em cena, quase duas vezes maior do que o
próton - sua descoberta provocou uma verdadeira surpresa no meio
científico. Da mesma forma que seus dois irmãos, elétron e múon, o
tau apareceu em duas versões: com cargas positiva e negativa. De
fato, o τ inicia a terceira família de léptons (e–, νe–), (μ, νμ), (τ, ?)
dando esperança à existência do neutrino do tau (ντ). No MP, o tau
ocupa a terceira caixa roxa da primeira linha dos léptons.
O bottom (b) foi o quinto quark a ser descoberto. Depois
que as primeiras gerações de quarks – (ud) e (sc) – tinham sido
entendidas, a questão era saber, e testar em laboratório, se quarks
ainda mais pesados existiam. Em 1977, se observou a primeira
evidência do méson úpsilon [ϒ(1S)], indicando uma terceira família
de quarks. Esse quinto quark era bem maior do que qualquer
partícula já descoberta. No MP o bottom ocupa a terceira caixa
verde da primeira linha dos quarks.
308
No início da década de 1980, a lista de mésons contendo o
quinto quark aumentou de modo significativo, e os físicos teóricos
começaram a especular sobre a existência de um sexto quark para
completar a simetria. Muitas foram as tentativas de detectá-lo, e o
top (t) foi o último quark a ser descoberto, em 1995. Para se ter
uma idéia do seu tamanho, a massa do top, que é uma partícula
elementar, é da ordem de um átomo inteiro de ouro. Essa partícula
só existiu em condições naturais na época do Big Bang. Depois, com
o resfriamento do universo, ela deixou de existir e, agora, precisa-se
de aceleradores que atinjam energias muito altas para recriá-la,
mesmo que seja por um brevíssimo instante. No MP, o top ocupa a
terceira caixa verde acima do bottom.
O neutrino do tau (ντ) foi a última partícula a ser descoberta.
Depois de o top ter sido encontrado em 1995, as simetrias
clamavam por um acompanhante-neutrino. Da mesma forma que os
outros dois léptons – o elétron (e–) e o múon (μ) – tinham seus
respectivos neutrinos (νe) e (νμ), o tau (τ) também deveria vir
acompanhado do seu neutrino (ντ). A busca experimental foi
intensa. Iniciou-se oficialmente em 1997, quando físicos que
trabalhavam no Tevatron fizeram uso de um feixe intenso que
passava por um alvo de 15 m de comprimento, feito de placas de
ferro e camadas de emulsão adequadas ao registro dessas
interações; o aparato foi chamado Direct Observation of the Nu Tau
(DONUT). Apenas um neutrino, de um trilhão deles, interage com
um núcleo de ferro e se transforma em um tau que vive só 300
femtosegundos (10-15 s), deixando registrado na emulsão um
309
minúsculo rastro de um milímetro, mas suficiente para garantir a
existência da partícula. O DONUT registrou 6 milhões de eventos,
dos quais mil foram selecionados pelos computadores – 4 deles
exibiam evidências concretas da existência do neutrino do tau! No
MP, ele ocupa a caixa roxa acima do tau. Enfim, o zoológico
completo!
Resumindo:
Há três famílias perfazendo seis léptons. Há ainda seis
antiléptons. Juntos, somam doze partículas elementares.
Os seis quarks também aparecem em três famílias. Os quarks
aparecem em três cores de modo que se têm 3 x 6 = 18 quarks.
Como há também os antiquarks, juntos somam 36 partículas.
Partículas mediadoras: o spin é sempre 1, e as partículas
mediadoras dependem do tipo da força em questão. Considerando
as forças forte, fraca e eletromagnética se tem 8 glúons, 1 fóton,
W+, W–, Z0, o que implica em 12.
Tabela do número total de partículas elementares do MP
Partículas
Anti
Léptons:
e–, νe, μ, νμ, τ, ντ (6) e+,
6
6
Quarks:
u, d, s, c, b, t (cada quark 3 cores)
18
18
Mediadoras:
γ, W+, W– , Z0 , g1, g2, g3, g4, g5, g6, g7, g8
6
6
Total
T
12
36
12
60
310
A contagem final leva a 60 partículas elementares, número
que não deve ser considerado alarmante nem excessivo. Fato
extremamente intrigante, no entanto, é que para formar a matéria
ordinária que nos rodeia se precisa apenas e tão somente da
primeira família estável - o elétron (com seu neutrino sempre à sua
volta) e os quarks up e down, que são os formadores básicos dos
prótons e nêutrons.
Ah! Não se pode esquecer do bóson de Higgs – a última
partícula elementar que faltava ser encontrada no MP. Em princípio
o Higgs é o responsável para explicar a origem da massa das
partículas elementares, então se eleva o número total para 61.
A história do Higgs começou em 1964 quando o físico inglês
Peter Higgs, da Universidade de Edimburgo, Inglaterra, propôs um
mecanismo que ficou conhecido por Mecanismo de Higgs, um dos
maiores enigmas do MP, e que gera a massa das partículas
chamadas bósons mediadores (W± e Z0). Na década de 1970, com
os físicos Weinberg e Salam, se aprende que, a temperaturas muito
altas, da ordem de 1015 graus, a força fraca e a eletromagnética
constituem, juntas, uma superforça, batizada de força eletrofraca.
De certa forma, seriam duas facetas da mesma força. Sabe-se que
os mediadores dessa superforça são bósons. O bóson que medeia a
força eletromagnética é o fóton, que não tem massa, e os bósons
que medeiam a força fraca são os W± e Z0, que são massivos.
Mundo Material
Matéria é tudo aquilo que é composto por partículas
elementares dotadas de massa. Anti-matéria é a anti-partícula com
massa igual, carga elétrica e spin invertido. Por exemplo, elétron se
tem anti-elétron (ou pósitron), bem como os anti-próton e antinêutron.
Após o Big Bang surge os quanta de energia escura, depois
vem a matéria escura e quando se tem as galáxias estão presentes
as matéria+antimatéria, matéria escura e energia escura.
311
Assim, as coisas que o ser humano enxerga, ouve, cheira,
saboreia e toca são os elementos do chamado Mundo Material. Eles
são 4% da constituição do Universo, ou seja, a matéria ordinária,
como estrelas, galáxias, planetas e gás, incluindo os seres minerais,
vegetais, animais e humanos. [Em 2001 a NASA lançou o WMAP
(Wilkinson Microwave Anisotropy Probe) que em 2003 completou o
mapeamento da Radiação Cósmica de Fundo. Com os dados obtidos
do WMAP, acredita-se que o Universo seja “dominado” pela
“energia escura” e tenha 13,75 bilhões de anos. Com base nos
dados do WMAP a constituição do Universo é: 4,56% de matéria
bariônica ordinária, ou seja, aquela que consiste de prótons e
nêutrons, que são conhecidos como bárions; 22,8% de matéria
escura fria que é uma forma postulada de matéria que praticamente
só interage gravitacionalmente; e 72,6% de energia escura que é
uma forma de energia que estaria distribuída por todo espaço e
tende a acelerar a expansão do Universo por ter uma forte força
anti-gravitacional].
Considerações Messiânicas:
1ª) Física Quântica como ponte para Ciência Espiritualista
Anteriormente, se disse que a questão “física moderna como
uma ponte entre a ciência materialista e a ciência espiritualista”
seria respondida mais tarde. Também se afirmou que a física de
partículas, estudada pela mecânica quântica (parte da física
moderna intitulada física quântica), busca o fundamental, o nível
mais básico da matéria e da Natureza. Também se havia dito que o
físico nuclear japonês Hideki Yukawa alcançou o Prêmio Nobel de
Física (1949) pela predição da existência dos mésons, com base em
trabalhos teóricos sobre forças nucleares.
Pois bem, o méson pi, também chamado de píon, é uma
partícula subatômica cuja existência havia sido prevista pelo físico
japonês (1935), tentando responder por que o núcleo do átomo
312
mantém-se coeso embora composto por prótons, com carga
positiva, e nêutrons, com carga neutra. Assim ele previu que
prótons e nêutrons deveriam intercambiar alguma partícula
portadora da força que os mantém unidos no núcleo do átomo. Essa
atração receberia mais tarde o nome de força nuclear do tipo forte
e é considerada uma das forças fundamentais da natureza, ao lado
da gravitacional, da eletromagnética e da chamada nuclear fraca.
Doze anos [1947] depois, César Lattes confirmaria a existência dos
mésons pi no laboratório de física cósmica de Chacaltaya, na Bolívia.
A descoberta do méson pi marcou o início da física de partículas
elementares de altas energias. Isso tudo sem esquecer de que a
física de partículas é estudada pela física quântica.
O Messias no seu ensinamento “A Criação da Civilização” diz
que:
“O físico nuclear Hideki Yukawa, laureado com o prêmio
Nobel, foi o primeiro a anunciar a existência teórica do méson. Essa
teoria foi confirmada experimentalmente por acaso, quando outros
cientistas, ao fotografarem os raios cósmicos encontraram gravadas
na chapa algumas partículas elementares que se constatou serem
mésons. Assim, a teoria de Yukawa foi comprovada pela física
experimental.
O que eu estou pregando é a existência teórica de uma
Ciência Divina. Mas ao mesmo tempo, com a aplicação dessa teoria,
estamos obtendo prodigiosos efeitos na cura de enfermidades. A
comprovação, portanto, completa a teoria, tornando-a uma ciência
divina experimental. Assim sendo, trata-se também de uma
descoberta científica. (...)
Essa descoberta trará incalculáveis benefícios à humanidade.
Depois que tiver sido amplamente divulgada, provocará uma grande
transformação na civilização atual e marcará um novo início, sem
precedentes, na História humana. Eu afirmo sem hesitação que ao
chegar a esse ponto, não haverá mais nem Ciência e nem Religião,
mas Ciência e Religião ao mesmo tempo. Será a época de uma
313
Verdadeira Civilização, jamais experimentada ou sequer imaginada
pela Humanidade.”
Num dos escritos messiânicos [Material de Estudos – Nº. 5
Ensinamentos de Meishu-Sama (Alicerce do Paraíso - volume Johrei
I) (02) A Ultraciência]:
“Há alguns dias atrás, ouvi pelo rádio a gravação de uma
mesa redonda feita com a participação do Dr. Yukawa que havia
acabado de retomar ao Japão. Fiquei muito feliz, pois segundo
aquela mesa redonda parece que ultimamente, também a Ciência
vem se aproximando cada vez mais das minhas teorias.
Na mesa-redonda, falou-se sobre uma nova teoria: a Teoria
das Propriedades Físicas relacionada à Teoria de Partículas
Elementares (conhecida como arquétipos platônicos como os
quatro elementos: fogo, ar, água e terra). Segundo essa teoria, as
partículas elementares são visíveis e a Teoria das Propriedades
Físicas se refere aos átomos invisíveis. Obviamente, a primeira vem
a ser a física experimental e a segunda, física teórica. Portanto, de
acordo com a minha proposição, a primeira equivale à matéria e a
segunda, ao espírito. Isso mostra que finalmente a Ciência também,
está se identificando com o nosso pensamento.
A respeito disso, até agora, os cientistas da física teórica, ao
apresentar uma teoria nova, baseavam-se primeiramente na
imaginação, na dedução e na hipótese para depois realizarem
experiências. No caso do Dr. Yukawa aconteceu também a mesma
coisa. Como todos sabem, na ocasião que ele descobriu o méson,
felizmente os cientistas americanos realizavam experiências
fotografando os raios cósmicos e casualmente descobriram e
confirmaram a sua existência. Graças ao mérito dessa descoberta, o
Dr. Yukawa pôde receber o Prêmio Nobel. Mas, a Teoria das
Propriedades Físicas, acima citada, encontra-se a um passo dessa
teoria e parece que atualmente a prioridade está na sua pesquisa.
Porém, até que seja confirmada a sua existência através de
experiências, creio que ainda será necessário percorrer caminhos
sinuosos por muito tempo e, ao mesmo tempo, estará sujeito a
314
encontrar obstáculos inesperados. Isso porque, não será nada fácil
os microscópios atuais alcançarem progresso a. esse nível.
Por outro lado, mesmo que por ventura sejam descobertas
as partículas de propriedades físicas através das experiências, mas
se limitar a isso, não terá nenhum significado. A sua importância
está no quanto isso vai contribuir para o bem estar da humanidade.
Porém, relacionado a isso, existe um ponto muito importante que a
Ciência sequer imagina. Se ela vier a progredir mais, acabará
entrando na esfera espiritual que sempre referimos. Esfera
espiritual, obviamente, vem a ser a Religião, mas se isso acontecer é
natural que acabará se distanciando da área científica e se
subordinando à Religião. Portanto, a atual Ciência Material está
chegando ao ápice do seu progresso e no momento encontra-se a
um passo do beco sem saída. Assim, para poder sair desta situação,
creio que é precioso desenvolver um microscópio dezenas ou
centenas de vezes mais potentes, mas isso é praticamente
impossível. [Microscópicos óticos aumentam a imagem em 1.500
vezes, enquanto o eletrônico em mais de 100 mil vezes. Como o
limite da resolução do olho humano é de 0,2 milímetros, então o
aumento deles são de 30 centímetros e 2 metros, respectivamente.
Os microscópios óticos aumentam a imagem em 1.500 vezes,
enquanto o eletrônico em mais de 100 mil vezes. Como o limite da
resolução do olho humano é de 0,2 mm, então o aumento deles são
de 30 cm e 2 m, respectivamente]. Mesmo que seja possível, não se
sabe quantos séculos serão necessários.
Pensando desta forma, não podemos deixar de admitir que
no doravante mundo, será extremamente difícil à Ciência, à Filosofia
ou mesmo às Religiões tradicionais alcançarem maior progresso.
Nesse sentido, significa que, finalmente chegou o momento de
manifestação do "X" que transcende o nível da cultura atual. Com o
grande salto do “X” a atual civilização que se encontra num beco
sem saída, poderá ultrapassar essa grande crise e criar uma nova e
surpreendente Civilização e essa é a minha missão.
A seguir, gostaria de me aprofundar mais nas teorias de
315
partículas elementares e de propriedades físicas.
As partículas elementares propostos por mim são como as
células que constituem a matéria e são formadas pela união de
partículas materiais e espirituais. Em outras palavras, a primeira
vem a ser o próton e a segunda, o nêutron. Elas [partículas materiais
prótons e partículas espirituais nêutrons] são as essências de toda e
qualquer matéria, mas ainda não foram descobertas pela Ciência.
Então, porque uma pessoa como eu, de pouca formação
catedrática consegui descobrir essa Teoria Científica de alto nível
como esta? Obviamente, pela Sua necessidade o Supremo Deus
concedeu-me revelação. Por isso, pude apreender a Verdade sobre
todas as coisas que até hoje, durante toda a história da
humanidade, ninguém conseguiu saber. Também Ele concedeu-me
força necessária para poder comprovar isso cientificamente. E essa
comprovação está no apêndice do presente livro sob o título
“Relatório dos Resultados de Curas de Doenças” (omitido nesta
edição) que evidentemente foram enviados pelos membros da
nossa Igreja, de várias partes do país.
O que gostaria de afirmar é que, independentemente de
Religião ou de Ciência, se ela tiver a capacidade de salvar a vida
humana, que é de extrema preciosidade, acho que não há
evangelho superior a ela. A seguir, gostaria de explicar
detalhadamente sobre esse princípio.”
2ª) Elementos Fogo, Água e Terra
Mas aqui se apresenta um problema: não adianta apenas
conhecer a existência do Mundo Espiritual; é necessário apreender
sua natureza e colocado a serviço da humanidade. A ciência da
matéria não tem meios para isso, pois, para o espírito, o meio deve
ser o espírito; todavia, é possível superar esta dificuldade. Aliás, ela
já foi superada: tenho obtido resultados admiráveis na resolução de
problemas espirituais através do espírito. Refiro-me justamente à
questão das doenças. Explica de forma sucinta, a causa de todas as
316
doenças são as impurezas acumuladas no espírito, tornando-se
evidente que, se eliminarmos tais impurezas, as doenças serão
erradicadas, de acordo com Lei do Espírito Precede a Matéria. Meu
método consiste na irradiação de um espírito específico que pode
ser considerado como a bomba atômica espiritual para queimar as
impurezas. Esse método, denominado JOHREI, constitui uma
fórmula científica de alto nível. Não se limitando apenas ao campo
da Medicina, ele consegue resolver problemas que nenhuma
religião ou ciência conseguiu. Se isso não é uma super ciência, o que
será?
A ciência que trata da matéria ainda se encontra em baixo
nível, evidenciando-se que, através dela, é impossível resolver
problemas vitais de um ser de tão elevado nível como o homem.
Isso se torna claro ao observarmos que doenças graves,
consideradas incuráveis pela Medicina, estão sendo vencidas
facilmente, por meio do JOHREI. Dessa forma, a ciência do espírito
pode ser considerada como o suporte da ciência da matéria.
[O fato de a matéria ser composta basicamente por
elementos como água [Tales de Mileto (624-546 a.C).], ar
[Anaxímenes de Mileto (570-500 a.C.)], terra [Xenófanes de Jônia
(570-460 a.C.)], fogo [Heráclito de Eféso (540-480 a.C.)] e átomo
[Demócrito (460-370 a.C.)] por terem posições determinadas no
Universo chamadas lugares naturais. Ou correspondendo aos quatro
estados da matéria: plasma, gasoso, líquido e sólido. [condensado
de Bose-Einstein é o inferno]. É a forma puramente filosófica e não
científica como Aristóteles concebia a natureza. Este pensamento
permaneceu sem ser contestado mais veemente até o século XVI.
Ele começou a ser deixado de lado principalmente a partir de
Galileu, quando o modo de se fazer ciência passou a ser mais
matemática e com a valorização da experiência.].
A natureza do Mundo Espiritual é constituída pela essência
do Sol, da Lua e da Terra, que, na Ciência, correspondem,
respectivamente, ao oxigênio, ao hidrogênio e ao nitrogênio. O
Mundo Espiritual, segundo a doutrina messiânica, é a junção do
317
elemento fogo, do elemento água e do elemento terra. A Terra é a
natureza do ar. O elemento fogo e o elemento água controlam a
atmosfera que preenche o espaço terrestre. Embora o elemento
fogo seja o mais forte, por ser extremamente rarefeito, não foi
possível detectar, através da ciência da matéria, a não ser suas
propriedades de luz e calor, razão pela qual sua natureza como
espírito ainda não é conhecida. Assim, a Ciência tomou como objeto
de estudo apenas os elementos água e terra, e por isso a cultura
está baseada nesses dois elementos, o que constitui a maior falha
da civilização atual.
[O trabalho dos últimos alquimistas – ou primeiros químicos
– revelava uma realidade muito mais complicada. Novas substâncias
foram descobertas, cujas combinações e transformações não
seguiam o modelo previsto nem pela teoria herdada de Aristóteles,
nem pela de Paracelso.
Em 1661, o alquimista Robert Boyle fez uma crítica à teoria
de Paracelso e sugeriu que a matéria se compõe de um grande
número de elementos homogêneos constituídos de partículas de
diferentes tipos.
Cerca de um século depois, em 1789, depois de acumular e
sistematizar muitas evidências para a tese de Boyle, o cientista
Antoine-Laurent Lavoiser publicou seu Tratado Elementar de
Química, que marcou a transição da alquimia para a química
moderna. Nele, elaborou a primeira lista reconhecível de elementos
químicos.
Nele constavam, além dos sete metais clássicos (ouro, prata,
mercúrio, cobre, ferro, estanho e chumbo) e do carbono e enxofre,
conhecidos desde a Antiguidade, o arsênico e antimônio revelados
pelos alquimistas da Idade Média, zinco descoberto por Paracelso
(conhecido também dos indianos) e o fósforo que, isolado em 1669
pelo alquimista Brand, maravilhou-o por seu mágico poder de
brilhar no escuro.
Constava também uma série de novos metais descobertos
ou cientificamente, descritos pela primeira vez ao longo do século
318
XVIII: cobalto, platina, níquel, bismuto, magnésio, manganês,
molibdênio e tungstênio.
Mas os mais importantes eram os gases hidrogênio, oxigênio
e nitrogênio. Sua descoberta nos anos 1760 e 1770 demonstram
que o ar e a água não eram substâncias simples e enterrara de vez a
antiga teoria dos quatro elementos.
Vale notar, porém, que a maior parte da química orgânica e
dos seres vivos são feitos de quatro elementos modernos que de
certa forma estavam contidos nos antigos: carbono (sólido
associado à terra), hidrogênio (componente da água), nitrogênio
(principal componente do ar, 78%) e oxigênio (responsável pela
combustão, ou fogo)].
Agora devo falar sobre um acontecimento extraordinário.
Como já explicamos, os fenômenos do Mundo Material são
produzidos pela união dos elementos Sol, Lua e Terra. A distinção
entre o dia e a noite é decorrente da alternância do Sol e da Lua.
Acontece que o Mundo Espiritual também existe dia e noite.
Evidentemente, a ciência da matéria não consegue compreender
isso, mas a ciência espiritual o consegue. O acontecimento
extraordinário a que me refiro é a grande mudança que está para
ter início no mundo. Um acontecimento surpreendente, jamais
imaginado pela humanidade, isto é, um fenômeno histórico: a
Transição da Noite para o Dia. Para entendê-lo, torna-se necessário
um estudo do ponto de vista tempo.
No Mundo Espiritual há transição da noite para o dia em
períodos de dez, cem, mil ou milhões de anos. Portanto, assim como
a Terra é formada pelos três elementos fundamentais - o fogo, a
água e a terra - o número três é a base de todo o Universo. Isso
constitui uma lei imutável. Mesmo o dia e a noite são formados de
três, trinta [mês], trezentos [ano], três mil anos [era] e assim por
diante. É claro que, dependendo do caráter das coisas e da sua
grandeza - maior, média ou menor - elas se refletem do espírito
para a matéria com maior ou menor rapidez, mas o essencial movese com precisão. Agora está justamente ocorrendo a transição de
319
um período de três mil anos; estamos no alvorecer de um novo
período. Já me referi a isso antes, e até a data acha-se bem definida.
Foi a 15 de junho de 1931 que o Mundo Espiritual começou a se
transformar em dia. A mudança se processará até certo tempo e
gradualmente se refletirá no Mundo Material. Gostaria de dar uma
explicação mais profunda, mas vou abreviá-la, porque teria de
entrar no campo da Religião. Entretanto, é preciso acreditar no que
estou dizendo, pois se trata da verdade absoluta.
O fato de o Mundo Espiritual estar se tornando dia significa
que há uma intensificação do elemento fogo. Apesar de ser uma
mudança gradativa, já está se projetando no Mundo Material.
Assim, o mundo em que o fogo predominará sobre a água. Através
da ciência da matéria não se pode perceber tal fenômeno, mas as
pessoas dotadas de alta espiritualidade conseguem percebê-lo
plenamente. Com essa mudança, todos os problemas para os quais
não se encontrava solução, serão resolvidos de maneira clara e
precisa. Com base no que acabo de expor, vou criar a Verdadeira
Civilização elevando o nível da Ciência atual.”
Sendo Terra e elétron ambos negativos, é possível
conjecturar que: Fogo = nêutron; Água = próton; Terra = elétron.
320
Física Relativística
Antes da relatividade especial de Einstein
● Relatividade Galileana
● Problema do eletromagnetismo com a mecânica clássica
Quando se discute a presença de discos voadores reais no
planeta Terra, logo surge a gargalhada da ciência ou daqueles
indivíduos pouco preparados para compreender esse fenômeno em
sua totalidade e abrangência. Uma das contestações mais
veementes é quanto ao deslocamento interestelar dessas naves
extraterrestres, ou seja, como elas superariam as distâncias
interestelares de milhares e até milhões de anos-luz. Como
superariam essa barreira, consoante a teoria da relatividade de
Einstein, segundo a qual um corpo material é impedido de se
deslocar no vácuo, com velocidade superior a da luz? Para
responder a essas questões, deve-se primeiro entender o que é,
basicamente, a teoria da relatividade de Einstein e onde reside essa
barreira por ela apresentada; só assim se poderá dar uma
explicação inteligente e inusitada para tal problema.
No início do século XX, o físico Albert Einstein propôs uma série de
modificações nas teorias da física clássica newtoniana. Ele constatou
vários erros nessa teoria e propôs mudanças radicais que alteraram
drasticamente a visão do universo.
Alguns aspectos da relatividade não são novos para a física
clássica. A noção de que os fenômenos físicos são relativos aos sistemas
de referências foi proposta por Galileu e pelo próprio Isaac Newton, em
suas épocas. Recorda-se essa teoria para que se possa compreender onde
ocorreram as modificações realizadas por Einstein.
Supondo-se dois carros A e B se movimentando numa mesma
direção, porém em sentidos contrários um do outro. A velocidade de A
seja vA = 50 km/h e a velocidade de B seja vB =70 km/h, ambas em relação
ao solo. Dessa forma, a velocidade relativa de aproximação entre ambos
será de 120 km/h, ou seja, ocorrerá sempre uma soma vetorial dos
321
vetores velocidade. Porém, quando a velocidade da Terra é vT = 30 km/s e
velocidade da luz é vL = 300.000 km/s, donde a velocidade relativa de
aproximação entre ambos será de vT + vL = 300.030 km/s, no entanto, a
experiência mostrou que: vT + vL = vL.
Tais velocidades altíssimas são impossíveis para carros, aviões e
veículos conhecidos pelos homens, mas as partículas elementares como
prótons, elétrons e nêutrons podem mover-se com velocidades bem
próximas à da luz. Assim, os princípios propostos por Galileu e Newton
não são válidos, por conduzirem a erros, segundo provas experimentais
obtidas atualmente em laboratório.
Para reavaliar esses resultados se vai estabelecer
matematicamente o princípio da relatividade de Galileu. Em outras
palavras, faz-se uma breve descrição dos principais fatos que levaram
Albert Einstein à elaboração da Teoria da Relatividade Especial (ou
Relatividade Restrita).
Pessoas como Galileu, Newton, Maxwell e Einstein foram
grandes gênios que contribuíram muito para o desenvolvimento do
conhecimento humano. Porém, suas teorias não foram formuladas
de forma totalmente independente. Nenhuma descoberta ocorreu
de uma hora para outra. Muito pelo contrário. O conhecimento dos
fenômenos da Natureza passou e ainda passa por uma constante
evolução, onde em cada nova teoria que surge se tem contribuições
das teorias anteriores.
Isto é o que se tentará descrever: que a gênese da Teoria da
Relatividade Especial começou muito tempo antes de Einstein.
● A relatividade Galileana
O homem sempre procurou entender melhor o mundo que o
cerca, a natureza. A busca para entender o movimento dos corpos já
aparece antes de Cristo. A evolução da descrição do movimento dos
corpos em relação a outros, em movimentos uniformes ou
acelerados, teve seu início com o filósofo grego Zenão, de Eléia (500
a 451 a.C.), estendendo-se até os trabalhos de Albert Einstein, em
1905, com a teoria da Relatividade Especial.
322
Zenão considerou dois bastões (A e B) deslocando-se com
velocidades iguais em intensidade, porém ambos de sentido oposto
em relação a um terceiro bastão C, mantido fixo. Para ele um
observador em A (ou B) mediria a velocidade do bastão em B (ou A)
como duas vezes maior do que a medida por C. Então concluiu que
este movimento era impossível, passando a chamá-lo de paradoxo
dos bastões em movimento.
Galileu utilizou o princípio da relatividade dos movimentos.
No lançamento de um projétil verticalmente para cima, sobre uma
plataforma em movimento retilíneo e uniforme, um observador que
esteja sobre a plataforma em movimento verá a trajetória do
projétil como retilínea de ida e volta. Quanto a um observador que
esteja parado no solo, onde a plataforma está em movimento,
visualizará a trajetória do projétil como parabólica. Assim, cada
observador terá uma visão diferente da trajetória do movimento.
Com isso é mostrado que a trajetória e velocidade são
dependentes do referencial de onde se observa o movimento.
323
Citando-se o filósofo John Locke que escreveu há duzentos
anos, em seu grande tratado ‘’Sobre o entendimento humano da
importância do referencial”: ‘’Se encontrarmos as pedras do xadrez
na mesma posição em que as deixamos, diremos que elas não foram
movidas ou permaneceram imóveis, mesmo que o tabuleiro, nesse
ínterim, tenha sido transportado para outro cômodo. Da mesma
forma diremos que o tabuleiro não se moveu, se ele permanece no
mesmo lugar em que se encontrava a cabina, embora o navio esteja
andando. E diremos também que o navio se encontra no mesmo
lugar, desde que se mantenha à mesma distância da Terra, embora
o globo tenha dado uma volta completa. Na verdade, as pedras de
xadrez, o tabuleiro e o navio, tudo isso mudou de lugar em relação a
corpos situados muito mais longe’’.
Então, para descrever o movimento dos corpos
quantitativamente é necessário adotar um referencial, como por
exemplo, as paredes da sala de aula, onde se pode considerar que
existam três eixos imaginários que se cruzam ortogonalmente. Além
324
do referencial, o observador necessita de um relógio para poder
descrever quantitativamente o movimento. A Relatividade galileana,
termo utilizado por Einstein, trata da descrição de movimentos em
relação a um referencial inercial [ou seja, um referencial em
repouso ou em movimento retilíneo e uniforme (não acelerado) em
relação a outro referencial].
Diferença entre referencial inercial e não inercial.
Foi visto que para poder descrever um dado fenômeno um
observador tem de introduzir um referencial, ou seja, um sistema
permitindo referenciar em cada instante a posição do que está a ser
observado. E sabe-se também que a Física é uma ciência objetiva,
ou seja, o que é visto por um observador tem de o ser por qualquer
outro que esteja em condições de presenciar o mesmo fenômeno.
Todavia, cada observador tem liberdade de escolher qual o
referencial que mais lhe convém. A objetividade apenas implica ter
de haver uma forma de relacionar as observações de todos eles.
Contudo, os referenciais não são todos equivalentes. Ao
encontrar um elevador movendo-se para baixo num movimento
retilíneo com velocidade constante. Se o observador que se
encontra dentro dele deixa cair um objeto, ele cairá normalmente
por ação da força da gravidade. Agora, se num dado instante há um
problema com o motor e o elevador entra em queda livre. Se o
observador largar agora o mesmo objeto, ele não cairá. A única
diferença em relação ao caso acima é que agora o elevador se move
com um movimento uniformemente acelerado.
No primeiro caso, o referencial associado ao elevador (e ao
observador) designa-se por referencial inercial (ou galileano, por
esta noção ter sido introduzida por Galileu). No segundo caso, o
referencial designa-se por não-inercial.
Transformações galileanas.
Considerando-se dois referenciais inerciais: um deles S,
formado pelos eixos x, y e z, em repouso em relação à Terra; e outro
S’, formado pelos eixos x’, y’ e z’, paralelos a x, y e z,
325
respectivamente e com velocidade vetorial V na direção do eixo x
em relação ao sistema S, conforme a figura 4.
Ocorrendo um evento em um ponto P que pode ser
identificado pelo conjunto de quatro coordenadas em cada
referencial: em S (x, y, z e t) e S’ (x, y’, z’ e t’), sendo que as três
primeiras coordenadas de cada referencial localizam o ponto no
espaço, enquanto a quarta coordenada indica o momento da
ocorrência do evento. Inicialmente os referencias S e S’ coincide em
t = t’= 0, tendo-se que x = x’, y = y’, z = z’, conforme a figura 5.
326
Num instante posterior t = t’ > 0. O referencial S’ terá se
deslocado de uma distância V.t (porque V = e/t donde e = Vt) em
relação ao referencial S, de acordo com a figura 6.
Então, as coordenadas dos dois referenciais se relacionam da
seguinte forma: x = x’ + V.t; y = y’; z = z’; t = t’.
Note que se está fazendo t =t’ (relógios estão sincronizados).
Isto porque para Galileu o tempo é absoluto, independente do
referencial, o que é chamado de invariância do tempo. Isso está de
acordo com o senso comum, pois se não fosse assim, ter-se-ia que
sincronizar os relógios constantemente.
Uma consequência direta da invariância do tempo, segundo
as transformações galileanas, é a invariância do comprimento.
Explicitando melhor, pelas transformações de Galileu concluí-se que
o comprimento, assim como o tempo, é absoluto,
independentemente do referencial em que for medido.
Ainda com relação ao referencial, Galileu afirmou ser
impossível determinar se um navio estava parado ou em
movimento uniforme, realizando uma experiência mecânica em um
dos seus camarotes. Com esta afirmação, pode-se concluir que as
Leis da Mecânica são invariantes (não mudam) perante uma
transformação de Galileu.
327
Mais abrangente.
Agora, se o ponto P se move com velocidade v na direção e
sentido do eixo x, em relação ao referencial S, sua velocidade v’, em
relação ao referencial S’, que se move com velocidade V é obtida
como segue:
Seja ∆x o incremento de x, e ∆x’ o incremento de x’ durante
o intervalo de tempo ∆t. Da relação: x = x’ + V.t se tem: x’ = x – V.t,
donde ∆x’ = ∆x – V.∆t. Dividindo por ∆t se tem:
=
– V.
Passando essa equação ao limite quanto ∆t tende a zero e
considerando que a definição de velocidade seja: v =
.
Assim tem-se: v’ = v – V, daí v = v’ + V.
Considerando-se agora dois relógios idênticos: um ‘’A’’
marcando o tempo referente ao sistema S; e outro relógio ‘’B’’
marcando o tempo referente ao referencial S’. Seja t o instante
indicado no relógio A; e t’ o indicado no relógio B. Galileu admitia
que: t = t’. Ou seja, o tempo lido em B era o mesmo lido no relógio A
correspondente a qualquer evento. Esse era conhecido como o
princípio da simultaneidade. Isso significa que os intervalos de
tempo transcorrem absolutos, sem alteração nenhuma. O tempo
aqui é totalmente absoluto e idêntico medido nos dois referenciais.
Vê-se mais à frente, que Einstein modificará essa questão
drasticamente.
Assim, como resumo: as chamadas transformações
galileanas que foram a base da física clássica e da relatividade na
física clássica são as relações descritas a seguir.
x’ = x – V.t
y’ = y
z’ = z
v’ = v – V
t’ = t
onde o tempo, comprimento e simultaneidade são invariantes,
independendo do referencial em que forem medidos.
328
● Problema do eletromagnetismo com a
mecânica clássica
As Equações de Maxwell descreviam uma onda
eletromagnética cuja propagação se dava no vácuo, o que causava
um sério problema. Afinal, o conhecimento que se tinha neste
período era de ondas mecânicas, como por exemplo, ondas sonoras
que necessitam de um meio para se propagar, no caso o ar (um dos
quatro elementos: fogo, ar, água e terra). Essa visão mecanicista
dominava o pensamento científico da época. Então, imaginou-se
que deveria existir um meio com algumas propriedades especiais
onde as ondas eletromagnéticas se propagassem, no caso o éter (5º
elemento, presente no cosmos). Para este meio, chamado de éter,
era necessário postular propriedades um tanto incomuns, como
densidade zero e transparência perfeita. Este meio já havia sido
idealizado por René Descartes no século XVI que assim defendia a
ideia da inexistência do vácuo na natureza.
Várias foram as tentativas de provar a existência do éter, que
deveria permear todo o universo. Uma das tentativas mais famosas
foi à realizada pelos físicos A. A. Michelson em 1881, e em 1887 por
Michelson e E. W. Morley, utilizando um instrumento denominado
de interferômetro. Com este seria possível determinar o movimento
da Terra em relação ao éter. Mas, depois de realizadas experiências,
Michelson e Morley não conseguiram verificar a existência desse
meio de propagação.
Deste modo se poderia conjecturar que as ondas
eletromagnéticas (como a luz) não necessitam de um meio para se
propagar, isto é, se propagaria no espaço vazio (vácuo) com
velocidade variável maior ou menor do que 300 mil quilômetros por
segundo.
Mas, além deste problema, existia outro. Como já
mencionado na Relatividade galileana, as leis da Física deveriam ser
iguais em qualquer referencial inercial. Isso quer dizer que se
329
deveriam observar as mesmas manifestações de um fenômeno,
indiferentemente do referencial inercial em que se encontra.
Todavia foram constatadas inconsistências com este
princípio. Ao passar de um referencial para outro, utilizando as
transformações galileanas para um mesmo fenômeno as equações
de Maxwell forneciam resultados diferentes, gerando assim um
conflito. Ou as equações de Maxwell estavam erradas ou se teria
que mudar as transformações galileanas.
Frente a isto, tinham-se três alternativas:
1ª) A Relatividade galileana seria válida apenas para a
Mecânica clássica. As leis do Eletromagnetismo exigiriam um
referencial inercial preferencial chamado éter (sem existência
comprovada, logo, não seria uma alternativa);
2ª) A Relatividade galileana (com suas transformações
galineanas) seria válida tanto para a Mecânica clássica quanto para
o Eletromagnetismo, mas as equações de Maxwell deveriam ser
modificadas. Porém estas equações eram bastante fundamentadas para
que fossem modificadas Inclusive elas conseguiam unificar de forma
matemática a Eletricidade, o Magnetismo e a Óptica (hoje se está à
procura de uma lei que consiga unificar todos os ramos da Física). Logo,
não seria uma alternativa.
3ª) As equações de Maxwell seriam válidas, mas as leis da
Mecânica clássica teriam que ser modificadas. Todavia, estas leis
também possuíam uma boa fundamentação teórica e experimental Logo,
também não seria uma alternativa.
Então, como alternativa, Einstein escolheu modificar as
transformações de Galileu e conservar as equações de Maxwell e as leis da
Mecânica clássica, ou melhor, as leis da Física. E o que será visto mais
adiante, antes se para e pensa.
Pense e responda:
1) Considere dois referenciais inerciais, S e S’, que coincidam
em t = 0, o referencial S’ encontrando-se em movimento em relação
a S com velocidade constante de 90 km/h no sentido positivo do
330
eixo x de S. Determine a posição de origem de S’ em relação à
origem de S após 5 minutos.
2) Quais as principais características da Relatividade
Galileana?
3) Qual a diferença entre um referencial inercial e um
referencial não-inercial?
4) Faça um comentário sobre a seguinte afirmação: ‘’Todo o
desenvolvimento científico sempre é feito a partir de uma
observação para somente em seguida se fazer uma descrição do
fenômeno’’.
5) O conhecimento do homem sempre evoluiu de forma
contínua, ou seja, sempre se utilizou teoria já desenvolvida para
elaborar uma nova teoria. Cite exemplos que ilustrem essa
afirmação.
6) Qual foi a importância da Equação de Maxwell?
7) Cite um conflito surgido com o estabelecimento da
natureza ondulatória da luz.
Respostas:
1) x = x’ + V.t  x = 0 + 90 km/h . 5 min  x = 90 km/h .

x = 7,5 km. Logo: 7,5 km em relação à origem de S.
2) As três principais características existentes na Relatividade
galileana são de que tempo, espaço e simultaneidade de eventos
são absolutos, ou seja, independem do referencial em que forem
medidos.
3) Para se ter um referencial inercial, ele não é acelerado,
estando em repouso ou em movimento uniforme em relação a
outro referencial inercial. Já um referencial não inercial é acelerado.
5) O desenvolvimento de uma nova teoria não obedece a
nenhum método científico, ou seja, não há uma receita para se fazer
ciência. Afirmar que todo o conhecimento científico sempre parte
de uma observação é um grande equívoco, pois se tem vários
exemplos que ilustram que primeiro foi desenvolvida a teoria para
331
somente depois se fazer a observação, isto quando é possível. Um
exemplo é a teoria do Big Bang.
6) Exemplo: A teoria do Eletromagnetismo desenvolveu-se a
partir dos conhecimentos já existentes da Eletricidade e do
Magnetismo. Já a teoria da Relatividade foi desenvolvida a partir
das equações de Maxwell e de conflitos com a Relatividade
galileana.
7) Maxwell conseguiu unificar com suas equações a
Eletricidade, o Magnetismo e a Óptica, no Eletromagnetismo.
8) O conflito que surgiu com o estabelecimento da natureza
ondulatória da luz era que as equações de Maxwell descreviam uma
onda que podia se propagar no vácuo. Então, eis o conflito da
época: como uma onda irá se propagar mesmo no vácuo, se apenas
se tinha conhecimento de ondas mecânicas que necessitam de um
meio material para se propagar?
332
Relatividade Especial
● Einstein e a origem da Relatividade Especial
● Velocidade da luz é absoluta
● Relatividade da simultaneidade
● Dilatação temporal
● Contração espacial
● Adição relativística de velocidades
● Massa e energia
● Paradoxo dos gêmeos
● Visualizando a relatividade
Einstein e a origem da relatividade Especial
Em 1905, Albert Einstein físico alemão, publicou cinco
grandes artigos, dentre os quais um deu origem à Teoria da
Relatividade Especial, sob o título Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos
em Movimento.
A condição da validade das Equações de Maxwell em
qualquer referencial inercial levava à invariância da velocidade da
luz, o que contradizia a Relatividade galileana. Einstein considerou
que a velocidade da luz é a mesma para qualquer referencial
inercial, o que causou sérias modificações nas concepções de tempo
e espaço aceitas até a época.
● Velocidade da luz é absoluta
O que fez Einstein pensar sobre a relatividade foi um conflito
entre a física newtoniana e as equações de Maxwell. Lembre-se de
que um dos grandes triunfos das equações de Maxwell foi que elas
automaticamente davam a velocidade com que ondas
eletromagnéticas se propagam pelo espaço – um valor idêntico à
velocidade da luz, que nunca varia. A velocidade da luz é
333
usualmente denotada pela letra c (de ‘’constante’’). Ela vale quase
exatamente 300.000 quilômetros por segundo.
Na mecânica newtoniana, por outro lado, a velocidade
utilizada por qualquer coisa que o ultrapasse depende de quão
rápido estiver se movendo. Se a pessoa X fica parada ao lado de
uma estrada e um carro passa por X a 60 quilômetros por hora, o
carro pode ser visto como se movendo a 60 km/h em relação à
estrada. E relativamente à estrada, X está estacionária.
De maneira similar, X se encontra num carro em movimento
a 30 km/h em relação à estrada e X é ultrapassada por um carro que
se move a 60 km/h em relação à estrada, então esse carro está
viajando a 30 km/h em relação a X, não a 60 km/h.
Mas, para a luz, as equações de Maxwell não dão espaço
para um efeito desse tipo. Estando-se X parado ao lado da estrada e
medindo-se a velocidade da luz vinda dos faróis de um carro que
está se movendo na direção de X a 60 km/h, de acordo com a
mecânica newtoniana, a velocidade medida deveria ser de c + 60.
No entanto, não importa se fonte de luz está se movendo na sua
direção, ou se está se afastando, ou girando em círculos, ou parada.
Na verdade, não importa se X está numa espaçonave viajando com
metade de velocidade da luz em direção ao Sol e mede a velocidade
da luz que vem do Sol. As equações de Maxwell insistem que a
velocidade da luz é sempre c.
E se há duas espaçonaves, uma indo em direção ao Sol com
metade de velocidade da luz e outra se afastando do Sol com
mesma velocidade, ambas continuarão medindo à velocidade da luz
que vem do Sol como c. Da mesma forma como fará qualquer
pessoa nos planetas, ainda que eles estejam orbitando em torno do
Sol em diferentes velocidades.
Einstein não poderia, é claro, falar sobre espaçonaves devido
à inexistência delas em sua época. Na realidade, ele gostava de usar
exemplos que envolviam trens ferroviários correndo ao longo dos
trilhos. Mas o ponto subjacente era o mesmo: as equações de
Maxwell não permitem que velocidades que incluem a luz se
334
somem do modo descrito pela mecânica newtoniana – o modo do
’’senso comum’’ em que 2 + 2 = 4.
Ao fim do século XIX, a visão newtoniana do mundo,
estabelecida então por mais 200 anos, tinha uma autoridade quase
comparável à da Sagrada Escritura. Em contraste, a teoria de
Maxwell da luz era uma recém-chegada, com umas poucas décadas
de idade. Maxwell morreu em 1879, sem nunca ter alcançado a
estatura quase mítica de Isaac Newton.
As poucas pessoas que estavam incomodadas com o
aparente conflito entre as teorias newtoniana e maxwelliana
tendiam a admitir que houvesse algo errado com as equações de
Maxwell. Mas a grande virtude de Einstein era sua recusa em aceitar
qualquer ideia pré-concebida.
As próprias coisas que fizeram de Einstein um estudante
medíocre, como sua independência, questionamento das ideias
alheias e habilidade em trabalhar incansavelmente nos problemas
que lhe interessavam, fizeram que ele começasse a pensar o
impensável.
E se Maxwell estivesse certo e Newton estivesse errado?
Como seria o mundo se as leis da mecânica realmente fossem
enunciadas de forma tal que a velocidade da luz fosse exatamente à
mesma para todos os observadores, em todo o Universo, não
importa como estivessem se movendo uns em relação aos outros,
ou relativamente à fonte da luz?
A princípio, Einstein se restringiu à objetos se movendo a
velocidades constantes uns em relação aos outros – sempre com a
mesma rapidez e em linhas retas. Ele não tentou lidar com
acelerações ou com objetos se movendo em círculos e outras
trajetórias curvas. Esse é o sentido no qual a teoria que ele obteve
em 1905 é ‘’especial’’. O termo significa ‘‘restrita’’, como em algo
que é um caso especial de um fenômeno mais geral. Mas ainda que
sua teoria fosse restrita nesse sentido, ela era diferente de tudo o
que se vira até então.
Einstein enunciou dois postulados:
335
1º) As leis da Física são iguais em qualquer referencial
inercial, ou seja, não existe referencial inercial preferencial.
2º) A luz sempre se propaga no espaço vazio com uma
velocidade definida, cujo módulo é independente do estado de
movimento do corpo emissor.
O primeiro postulado está associado diretamente às leis da
Mecânica, Termodinâmica, Óptica e do Eletromagnetismo, ou seja,
é uma generalização do princípio da Relatividade galileana e de
Newton, que se aplicava apenas à Mecânica. Esta generalização de
várias leis somente foi possível graças à modificação dos conceitos
de espaço e tempo.
O segundo postulado decorrente das experiências de
Michelson e Morley trouxe, entre algumas consequências, a de que
nenhuma partícula pode se deslocar com velocidade superior à da
luz.
Nos próximos pontos se discute as consequências a que
estes dois postulados levaram, que em muito contrariam o senso
comum.
● Relatividade da simultaneidade
Eventos simultâneos, em um determinado referencial
inercial, não serão necessariamente simultâneos em outro
referencial inercial. Assim, a noção de simultaneidade também é
relativa.
Um exemplo simples desse caso. Considerando o trem de
Einstein (experiência de pensamento) que desloca com velocidade
relativística constante v (velocidade próxima à da luz), com um
observador S’ que se encontra exatamente no meio do trem, e
outro observador S que se encontra no solo, e que estão se
cruzando exatamente quando os raios ocorrem (ver figura 7).
Supondo-se que dois raios atinjam as posições frontal e traseira do
trem, do ponto de vista do observador S, ao mesmo tempo. Os
eventos serão simultâneos para o observador S, pois as duas frentes
336
de onda de luz irão atingi-lo ao mesmo tempo. Já para o observador
que está no referencial no interior do trem (referencial S’) os
eventos não são simultâneos, ou seja, ele verá primeiro a frente de
onda da frente, pois é neste sentido que se desloca o trem, e depois
verá a frente de onda de trás. Logo, S’ é levado a concluir que o raio
produzido na frente do trem foi emitido primeiro do que o outro, ou
seja, para este observador os raios não são simultâneos.
Mas quem está com a razão, o observador S ou o observador
S’? Ambos estão corretos: embora pareça estranho, não existe uma
única resposta para esta questão. A simultaneidade é uma noção
relativa e não absoluta.
Se um evento A ocorre antes de um evento B em um
referencial, é possível que em outro referencial inercial o evento B
ocorra antes do evento A? Sim, desde que esses eventos não
ocorram no mesmo lugar do espaço. No livro ‘’A Teoria da
337
Relatividade – No nível matemático do ensino médio’’ de Hélio V.
Fagundes, o autor mostra um exemplo: enquanto do ponto de vista
da Terra a lâmpada, no Pico do Jaraguá, em tal ponto, acendeu um
segundo antes da lâmpada na cratera Copérnico; na lua, do ponto
de vista da nave em alta velocidade foi a lâmpada em Copérnico que
acendeu um pouco antes da lâmpada em Jaraguá. Houve inversão
da ordem temporal dos eventos nos dois referenciais. Esse exemplo
é uma amostra das mudanças nos conceitos de espaço e tempo que
a nova teoria impõe.
Isso pode ser visto, ainda com o trem, vide a seguir:
Já na figura 8 o observador S1, que se encontra no interior do
trem, que se desloca com uma velocidade v1 para a direita, irá
observar primeiro a ocorrência do evento B e, após, a do evento A.
Já na figura 9 o observador S2, que se encontra no interior do
trem, que se desloca com uma velocidade v2 para a esquerda, irá
observar primeiro a ocorrência do evento A e, após, a do evento B.
338
Assim, pode-se concluir que o observador S0, nas duas
situações, vê os dois eventos, simultaneamente, e os observadores
S1 e S2 verão os eventos em ordem cronológica inversa. Para as duas
situações, considera-se V1 e V2 iguais: V1 = V2 = V.
● Dilatação temporal
Uma das consequências da luz se propagar em todas as
direções com a mesma rapidez é que as medidas de tempo não são
mais absolutas, como consideravam Galileu e Newton, ou seja, as
medidas de tempo irão depender do referencial inercial em que o
tempo é medido.
339
Imaginando-se a seguinte situação: um trem desloca-se com
velocidade constante V, em relação ao solo, o qual se pode
considerar como um referencial inercial que será chamado de S.
Dentro do trem, que será o referencial S’, um sinal de luz é emitido
verticalmente e refletido por um espelho que se encontra no teto.
Seja D a distância do teto até a fonte emissora de luz e ∆t’ o
intervalo de tempo necessário para que a luz se desloque até o
espelho e retorne, do ponto de vista de S’. Assim ∆t’ = 2D/c. [pois,
velocidade é espaço sobre tempo, isto é, c = 2D/∆t’]. Veja a figura
10, que indica esquematicamente a experiência realizada em S’.
Agora, para um observador que se encontra no solo, onde o
trem se desloca com velocidade V constante, ele irá medir um
intervalo de tempo maior para o mesmo processo. Como a luz
percorre uma distância AB com a mesma rapidez, tem-se que o
intervalo de tempo para a luz atingir o espelho, medido por este
observador, será igual à AB/c. Logo, a experiência (ida e volta do
sinal de luz) terá durado o intervalo de tempo t = 2AB/c. Como a
distância AB é maior que a distância D e sendo a rapidez da luz
constante, tem-se como consequência que ∆t > ∆t’.
Analise a figura 11:
340
Enquanto o sinal de luz sobe da fonte até o espelho, o trem
desloca-se, no solo, de uma distância d, que pode ser determinada
por d = V.∆t/2 (porque V = espaço/tempo = 2d/Δt, donde, d =
VΔt/2). Pode-se determinar a relação entre ∆t’ e ∆t pelo teorema de
Pitágoras, considerando o triângulo retângulo da figura 11.
(AB)² = d² + D² → c².∆t² = V².∆t² + c².∆t’² → (c² - V²).∆t² =
c².∆t ² → (dividindo tudo por c²) → Δt2.(1-(V/c)2) = Δt’2 →
t '
. Usualmente, utiliza-se ∆t = ɣ.∆t’, onde
t 
2
V 
1  
c
’
 
1
V 
1  
c
2
341
e é denominado de fator de Lorentz.
Sendo V<c então ɣ é um valor real. E como explicitado
anteriormente que ∆t>∆t’ então ɣ>1. Mas, ∆t>∆t’ implica que quem
está fora do trem irá medir um intervalo de tempo maior do que o
observador que estiver dentro do trem. Este fenômeno é conhecido
como dilatação temporal.
O intervalo de tempo para quem mede o interior do trem é
chamado de tempo próprio (∆t’), e o intervalo de tempo para quem
está no referencial fora do trem é chamado de tempo dilatado (∆t).
O movimento, portanto, afeta o tempo. O tempo próprio é o
do referencial em que se está medindo a duração entre dois
eventos ocorridos no mesmo local (no exemplo, emissão e absorção
do sinal de luz, pela fonte fixa ao trem). Não se percebe a dilatação
do tempo no cotidiano porque as velocidades atingidas são muito
menores que a velocidade da luz, o fator de Lorentz sendo
praticamente igual a um.
Exemplo 1: Uma pessoa esteja viajando em uma nave com
velocidade constante de 60% da velocidade da luz, em relação à
Terra, e verifica que um determinado processo dentro da nave leva,
para sua ocorrência, um intervalo de tempo de 1 minuto. Para um
observador que ficou em um referencial inercial em repouso em
relação à Terra, qual será o intervalo de tempo para a ocorrência do
mesmo processo?
Resolução:
As informações do problema são: V = 0,6 c; ∆t’ = 1 min = 60 s
(tempo próprio, medido pelo próprio viajante); ∆t = ? (determinar o
tempo medido por um observador que permaneceu em um
referencial em repouso em relação à Terra).
O fator de Lorentz vale:
1
1
 
 
 ɣ = 1,25
2
2
V 
 0,6  c 
1  
1 

c
 c 
De ∆t = ɣ.∆t’ = 1,25.60s, resulta em ∆t = 75 s.
342
Conclusão: o observador que ficou na Terra medirá um
intervalo de tempo de 75 segundos, ou seja, o processo terá uma
duração de 15 segundos a mais do que o intervalo de tempo medido
pelo observador que ficou dentro da nave.
Exemplo 2: O efeito do movimento sobre o tempo já foi
bastante usado em filmes de ficção científica, como em O Planeta
dos Macacos, em que a tripulação de uma nave espacial fica em
missão durante três anos, medida no relógio da nave. Quando ela
regressa à Terra, verifica que aqui se passaram cinquenta anos!
Calcule para essa situação: a) o fator de Lorentz; b) a rapidez da
nave.
Resolução:
a) Neste caso, o intervalo de tempo próprio (∆t’) é igual há
três anos, e o intervalo de tempo dilatado (∆t) é igual há 50 anos.
Então, pode-se determinar o fator de Lorentz:
∆t = ɣ.∆t’  ɣ =
ɣ=
ɣ
16,7.
b) Como já foi determinado o valor do fator de Lorentz,
utiliza-se este para determinar com que rapidez a nave deve viajar
para que ocorra a dilatação temporal.
2
2
1
1
V 
V 

 
 1    2     1 2 
2
2

c 
c
V 
V 
1  
1  
c
c
1
2
1
2
2
1
V 
V 
V 
V 
    1
    0,9964     0,9964     0,998 
2
16,7
c
c
c
c
 V  0,998 c
Conclusão: A rapidez que a nave teve durante os três anos
foi de 99,8% da rapidez da luz, muito acima dos valores que se está
acostumado a ver. Apesar de o filme ser de ficção, a base está
fisicamente correta.
343
Em resumo: a descoberta do caráter absoluto da velocidade
da luz trouxe como consequência uma nova maneira de se conceber
o tempo na física relativística. A ideia costumeira é de que o tempo
passa da mesma maneira para corpos parados ou em movimento,
ou seja, que o tempo é absoluto. Essa é a concepção do tempo na
física de Newton. Para Einstein isso não acontece – o tempo é
relativo. A Teoria da Relatividade demonstra que o tempo passa
mais devagar para uma pessoa que se movimenta com velocidade
comparável à da luz do que para outra parada ou em movimento de
baixa velocidade. O tempo medido num relógio em movimento
passa mais devagar que o tempo medido num relógio estacionado
em relação ao observador. Esse efeito é conhecido como dilatação
do tempo.
● Contração Espacial
Outra consequência dos postulados da Relatividade Restrita
é a relatividade do comprimento. Assim como o tempo, o
comprimento terá valores diferentes para observadores que se
encontra em movimento relativo um em relação ao outro. A
contração do comprimento sempre ocorre na mesma direção do
movimento.
O exemplo do trem que se desloca com velocidade constante
em relação à plataforma da estação, e dois observadores: A no
interior do trem (S’) e B na plataforma (S). Supondo-se que B meça o
comprimento da plataforma, encontrando o valor de L. Este o
chamado comprimento próprio da plataforma, aquele que foi
medido no referencial em que ela está em repouso. Este observador
vê a frente do trem passar pela plataforma no intervalo de tempo
∆t.
Note que o trem viaja na direção do comprimento medido.
São medidas na direção do movimento referencial móvel que
sofrem efeitos relativísticos. O observador em S pode, então,
concluir que L = V.∆t. Para um observador em S’, a plataforma é que
344
move. Para ele, o comprimento medido vale L’ = V∆t’, onde ∆t’ é o
tempo próprio, a duração entre dois eventos ocorridos no mesmo
local, em seu referencial: a passagem de um extremo da plataforma
pela frente do trem, e a passagem do outro extremo da plataforma
pela mesma frente do trem.
V
V
S’
S’
__________A_
__________A_
-----------------------------------------L’
Δt’
B
Δt
V = L/Δt e V = L’/Δt’, donde L/L’ = Δt/Δt’. Como já visto que ɣ =
∆t/∆t’ então L/L’ = ɣ, daí L = L’.ɣ. Aqui, o comprimento próprio é L.
Como ɣ > 1, L’ < L, ou seja, o comprimento da plataforma, conforme
medido em um referencial em relação ao qual ela está em
movimento, é sempre menor que seu comprimento próprio.
Exemplo 3: Uma nave desloca-se com velocidade de 85% da
velocidade da luz (0,85c), e um astronauta em seu interior mede o
comprimento da nave e encontra um valor de 12 m. Para um
observador que se encontra na Terra, qual o tamanho da nave?
Resolução:
L'
12
12
12
L  L' 



 22,6m
2
2
2
0,53
1  0,85
V 
 0,85c 
1  
1 

c
 c 
Conclusão: Observa-se que houve uma redução bastante
significativa da medida, onde o valor medido pelo observador em
repouso é quase a metade do valor medido pelo observador em
movimento.
Contração espacial de Fitzgerald versus a de Einstein.
345
As medidas de comprimento são afetadas pelo movimento
relativo dos corpos, sendo isto uma consequência do segundo
postulado. Então, fica o questionamento: o que acontece com um
objeto que se encontra em movimento relativo a um referencial
inercial? Há uma contração no material, onde as moléculas são
afetadas pelo movimento, ficando umas mais próximas das outras,
ou seja, há uma alteração na estrutura do material? Ou será que é
apenas a aparência visual do objeto em movimento relativo?
Fitzgerald (1889) descreve a influência do éter na estrutura
dos materiais: ‘’(...) parece ser uma suposição não improvável que
as forças moleculares sejam afetadas pelo movimento [relativo ao
éter] e que, em consequência, o tamanho do corpo se altere’’.
A partir da Teoria da Relatividade Especial de Einstein, a
contração do comprimento passou a ter novo significado, deixando
de ser contração que afetaria a estrutura da matéria, e passou a ser
uma contração devido à aparência visual dos objetos em
movimento relativo.
Comparando a interpretação dada por Fitzgerald com a de
Einstein: verifica-se que a primeira estava relacionada com a
mudança estrutural da matéria enquanto que a segunda (Einstein)
está relacionada com o ato de medir, ou seja, não ocorre uma
mudança na estrutura da matéria dos corpos, mas sim uma
alteração nas medidas de comprimento, pelo fato da luz possuir a
mesma rapidez em todas as direções.
Em resumo: O que acontece com o comprimento de um
objeto que se movimenta com velocidade próxima à velocidade da
luz? Imaginando-se que se mediu o comprimento de uma barra de
metal, em repouso, e se encontrou o resultado de um metro. Em
seguida, a barra é posta em movimento e passa por um observador
com uma velocidade de 1/3 da velocidade da luz (isto é, 100.000
km/s). Ao medir o comprimento da barra suponha-se que o
observador encontre o resultado de apenas 0,94 metros, ou seja, 94
cm. Se a barra se movimentar a 200.000 km/s o comprimento da
346
barra será de 75 cm. Deste modo, os objetos que se movimentam
em altíssimas velocidades sofrem uma contração na direção em que
se deslocam. Esse efeito relativístico é conhecido como contração
do espaço.
● Adição relativística de velocidades
Na Relatividade Especial, como foi discutido, as medidas de
tempo e espaço foram modificadas totalmente, e se foi obrigado a
abandonar a Relatividade galileana. Como consequência, a adição
de velocidades também foi alterada, até mesmo porque nenhum
corpo pode possuir velocidade maior que a da luz em relação a um
referencial inercial.
As chamadas de transformações galileanas que foram a base
da física clássica e da relatividade na física clássica foram vista
anteriormente, quais sejam:
x’ = x – V.t
y’ = y
z’ = z
v’ = v – V
t’ = t
Logo, a soma galileana de velocidades com um trem que se
desloca com velocidade V constante, conforme a figura 13, com
uma pessoa dentro do trem deslocando-se no mesmo sentido do
trem (referencial inercial S’) e um observador em repouso num
referencial inercial, preso ao solo. O módulo da velocidade da
pessoa que caminha no interior do trem, para quem está em
repouso no solo, será: v = V + v’, onde V é o módulo da velocidade
de S’ em relação a S; v’ é o módulo da velocidade da pessoa em
relação a S’, caminhando no mesmo sentido do movimento do trem;
v é o módulo da velocidade da pessoa, como vista pelo observador
em S.
347
Em outra situação, onde a pessoa no interior do trem
(referencial S’) desloca-se em sentido contrário ao do trem (figura
14), tem-se: v = V + v’, onde v’ refere-se ao módulo da velocidade
com que a pessoa caminha, em relação ao trem para trás, e
supondo-se V > v’. Se o trem viaja tão lentamente de tal forma que
V < v’, então o observador em S verá a pessoa deslocar-se para a
esquerda com uma velocidade de módulo: v = v’ – V.
Para velocidades relativísticas (próximas da velocidade da
luz) não se pode utilizar a adição de velocidades descrita por Galileu,
pois, de acordo com o segundo postulado da Relatividade Especial, a
luz desloca-se em todas as direções com a mesma rapidez c. Por
exemplo, uma fonte que se desloca com rapidez de 0,8c em relação
ao solo emite um pulso de luz com rapidez c; então, utilizando a
equação: v = V + v’ = 0,8c + c = 1,8c. Calcula-se assim que o pulso de
348
luz se deslocaria com rapidez 1,8c, em relação ao solo, ou seja, com
uma velocidade maior que a velocidade da luz.
Einstein descobriu que para a velocidade da luz ser a mesma para
todos os observadores, as velocidades não podem se somar como
imaginava Newton (2 + 2 = 4). Então, ele formulou uma nova lei para
descrever a maneira como as velocidades se somam, que é dada por uma
ou
expressão matemática simples: v =
v’ =
(*)
Esta é a equação de Einstein.
No exemplo acima, equação v =
=
=
= c,
consistente com o segundo postulado. Esta equação estabelece a
forma de combinar velocidades, compatível com os postulados da
Relatividade Espacial.
Exemplo 4: Considerando-se duas naves, A e B, que viajam
com velocidades respectivas de 0,6c e 0,8c, em relação à Terra, em
sentidos opostos. Determine a velocidade relativa de uma nave em
relação à outra.
Resolução:
Seja S o referencial Terra, S’ o referencial preso à nave A, e
considere a nave B como objeto observado. Então, já que as naves
viajam, em relação à Terra, em sentidos opostos.
v’ =
=
=
= 0,95c
Problema: Duas espaçonaves movem-se em sentidos
opostos com velocidades de 0,8c relativas à Terra. Qual a velocidade
de uma das naves relativamente à outra: a) pela Relatividade de
Galileu?; b) Pela Relatividade de Einstein?
Resolução:
a) V = -0,8c, v = +0,8c, v’ = ? Pela equação: v’ = v – V =
0,8c – (- 0,8c) = 1,6c, o que não é possível, pois acima de c.
349
b) v’ =
=
=
= -0,98c.
Há duas coisas importantes sobre a equação de Einstein (*
da página anterior).
1ª) Se as velocidades envolvidas são muito menores que a
velocidade da luz, na hora em que as divide pelo quadrado da
velocidade da luz, o que resta é muito pouco. Assim, na prática,
obtém a ‘’resposta’’ newtoniana dividida por 1. Isto que dizer que as
baixas velocidades (baixas em comparação com a velocidade da luz),
as velocidades resultantes, estão quase tão de acordo com a
mecânica newtoniana que não consegue medir a diferença. Em
outras palavras, para coisas cotidianas como carros viajando em
estradas, ou trens correndo por trilhos ferroviários, a maneira de
Einstein de somar as velocidades dão as mesmas respostas que a de
Newton.
2ª) Olhando-se cuidadosamente para a nova equação, vê-se
nunca dá para somar duas velocidades que sejam menores que a da
luz (menores que c), para obter uma velocidade relativa maior que a
velocidade da luz. Se os dois objetos em que se está interessado –
espaçonave, trens ou o que for – estiverem se movendo um em
direção ao outro à velocidade da luz, então a parte de cima da
fração fica sendo 2 c. Mas o produto torna-se c², de modo que a
parte de baixo da fração fica (1 + c²/c²), que é 1 + 1, que dá 2. Assim
os 2 se cancelam, e a velocidade relativa v é igual a c. Na mecânica,
einsteiniana, c + c = c.
v=
= = (pondo v = v’ = c) = c
A mecânica newtoniana não está errada. Ela é, na verdade, a
versão da mecânica einsteiniana que se aplica às velocidades muito
menores que a velocidade da luz – um ‘’caso particular’’ da teoria
especial da relatividade. Dito de outra maneira, a mecânica
newtoniana, em toda a sua glória, está inteiramente contida na
descrição de Einstein do mundo.
350
● Equivalência entre massa-energia
Para que o princípio da conservação da quantidade de
movimento continuasse sendo válido no domínio das colisões
interatômicas, onde a velocidade das partículas é comparável à
velocidade da luz, Einstein teve que reformular os conceitos de
massa e energia.
Seja m0 a massa de repouso de um corpo medida num
referencial inercial S, e m a massa do mesmo corpo medida num
referencial S’, que se move com velocidade V com relação a S.
Segundo Einstein, ocorre uma variação profunda nas medidas dessa
massa e que deverá obedecer à seguinte equação:
m = ɣ.m0
m=
Pode-se notar através dessa relação, que m ≥ m0 [pois ɣ ≥ 1],
isto é, sempre terá maior massa quando estiver em movimento
relativo, do que quando estiver em repouso.
Para as finalidades práticas do dia-a-dia, a variação da massa
dos objetos é imperceptível, pois as velocidades envolvidas são
muito pequenas quando comparadas à velocidade da luz. Dessa
maneira, um avião de 20 toneladas à velocidade do som, sofreria
uma variação de massa da ordem de 1,3 miligramas apenas, o que é
totalmente desprezível.
Num artigo publicado em 1905 na “Annalen der Physik”, a
principal revista alemã de física da altura, Einstein apresentava a
mais famosa equação matemática da física: E=mc2, a qual
estabelece uma equivalência entre massa (m) e energia (E).
Segundo Einstein, e de acordo com a relação estabelecida por esta
equação, existe a possibilidade de a matéria se converter em
energia e vice-versa.
Uma das maiores consequências da Teoria Especial da
Relatividade reside no fato de que a massa é uma forma de energia,
351
ou seja, a energia tem inércia: E = mc². Assim, massa e energia são
duas manifestações diferentes da mesma substância física.
Segundo essa equação, 1 kg de massa é equivalente a 9 x
16
10 joules.
A discussão que a teoria da relatividade pode trazer acerca
do espaço-tempo e da realidade pode ser analisada através da visão
do físico Mendel Sachs que diz:
‘’A verdadeira revolução que surgiu com a teoria de Einstein
foi o abandono da ideia de que o sistema de coordenadas do
espaço-tempo possui significado objetivo como uma entidade
isolada. Em vez dessa ideia, a teoria da relatividade implica o fato de
que as coordenadas de espaço-tempo são apenas elementos de
uma linguagem utilizada por um observador para descrever seu
meio ambiente’’.
Essa interpretação, vinda de um físico, é de extrema
importância, pois o espaço e o tempo ficam agora reduzidos ao
papel subjetivo de elementos de linguagem, que certo observador
utiliza para descrever fenômenos naturais. Assim, cada observador
descreverá de forma diferente esses mesmos fenômenos. Tem-se
que compreender que as noções de espaço e de tempo estão muito
equivocadas. Se for tentado a achar que espaço e tempo são
entidades reais do universo e que elas existem como tal na
natureza. Que existe o tempo e que existe o espaço. Mas eles não
existem na realidade: são, verdadeiramente, apenas figuras de
linguagem que um observador utiliza para descrever fenômenos.
Essa noção precisa estar muito clara nas mentes se quiserem
compreender fenômenos não-locais e deslocamentos quânticos, e
até mesmo a nova física e a física quântica de uma maneira geral.
Massa de um objeto é uma propriedade do corpo, portanto,
independe de seu movimento. Mas, de acordo com a Teoria da
Relatividade, foguete viajando com velocidade próxima a da luz
pesaria mais do que um foguete com velocidade menor.
A Teoria da Relatividade Restrita modificou também as
noções de energia. E0 = m.c². Mas, qual o significado desta equação?
352
Einstein conseguiu demonstrar que a massa de um corpo pode ser
considerada uma forma de energia, ou seja, massa pode ser
convertida em energia e energia pode ser convertida em massa.
Este princípio é denominado de princípio da equivalência massaenergia. Basta ver que c é uma constante e que depende da medida,
se c = 1, então c2 = 1, logo E0 = m.
Nesta equação se tem a chamada energia de repouso, ou
seja, a energia que um corpo possui apenas devido à sua massa,
desconsiderando outras formas de energia como a energia cinética.
Agora, quando um corpo está em movimento, além da
energia de repouso, devida à sua massa, terá também energia
cinética. E a energia total será a soma da energia cinética com a
energia de repouso. Neste caso, tem-se a seguinte relação:
E = ɣ.m.c²
ou
E=
m  c2
v
1  
c
2
Quando a velocidade v é zero a equação E = ɣ.m.c² se reduz a
E = mc².
A energia cinética de um corpo para velocidades
relativísticas é dada pela diferença entre a energia total e a energia
de repouso, ou seja, Ec = E – E0 = .m.c² - m.c² = m.c². (ɣ-1).
Nas reações nucleares, por exemplo, a equação de
equivalência massa-energia de Einstein é facilmente verificada, pois
os núcleos e partículas subnucleares interagem, ocorrendo
conversão de massa em energia, e vice-versa.
Exemplo 5: Numa reação nuclear, onde a massa é de um
grama determine a equivalência em energia para esta massa.
Resolução:
Tem-se m = 1 g = 10-3 kg e c = 3.108 m/s. Portanto: E0 = m.c²
= 10-3. (3.108)2 J = 10-3. 9.1016 J = 9.1013 J. Para se ter ideia: com esta
353
quantidade de energia liberada poder-se-ia abastecer, com energia
elétrica, 100.000 residências de porte médio durante um mês.
Exemplo 6: Uma maçã de massa igual a 150 g, que seja
transformada integralmente em energia utilizada para acender uma
lâmpada de 100 W. Por quanto tempo permanecerá acesa esta
lâmpada? (Teoricamente, isto é possível, mas não há perspectiva
próxima para sua realização).
Resolução:
Inicialmente, determina-se energia de repouso da maçã.
Tem-se m = 150 g = 1,5.10-1 kg e c = 3.108 m/s. Logo: E0 =
m.c² = 1,5.10-1 . (3.10)² J = 1,5.10-1 . 9.1016 J = 1,35.1016 J.
Lembrando que potência é obtida pela razão: p = E0/Δt,
donde ∆t = E0/p = 13,5.1015/100 = 1,35.1014 s. Portanto, ∆t =
1,35.1014 s são mais de 4 milhões de anos!
● Paradoxo dos gêmeos
O paradoxo consiste no seguinte: dois irmãos gêmeos, José e
Carlos, crescem juntos até a idade de 25 anos, quando Carlos é
escolhido para realizar uma viagem a uma estrela que fica distante
15 anos-luz da Terra. Para realizar a viagem será utilizado um
foguete que atinge a velocidade de 99% da velocidade da luz
(0,99c). Para José, na Terra, o tempo de viagem de Carlos será de 30
anos (tempo dilatado) (verifique a validade desta afirmação). Para
Carlos, que viajou, o tempo transcorrido (tempo próprio) será
menor.
De fato, como ∆t = ɣ.∆t’ então ∆t’ = ∆t/ɣ, donde:
v
 0,99  c 
t  t 1    Logo: t '  t 1  
 = 0,14. ∆t = (como
c
 c 
∆t = 30 anos) = 0,14. 30 = 4,2 anos.
Para Carlos, que viajou, terão sido transcorridos apenas 4,2
anos, ou seja, sua idade após a viagem será de 29,2 anos, enquanto
2
2
'
354
que José, que permaneceu na Terra, terá 55 anos, ou seja, José será
mais velho que Carlos aproximadamente 26 anos.
Agora, considere a situação contrária. Coloca-se o referencial
S em Carlos, que está dentro do foguete. Desta forma, Carlos verá
seu irmão José se afastando. Nesta situação considerando-se o
foguete em repouso, e o tempo próprio passa a ser o tempo medido
por José, que está em movimento em relação a Carlos, que medirá o
tempo dilatado.
Então, eis o paradoxo: dependendo do referencial escolhido,
José ou Carlos estará mais velho ao final da viagem. Como resolver
este paradoxo? É simples: José está na Terra, e pode-se considerar
que este é um referencial inercial. Já Carlos, que está no foguete,
não pode ser considerado como um referencial inercial, pois, para
atingir a velocidade de 0,99x, e para mudar de sentido de
movimento, o foguete tem de ser acelerado. Logo, não se tem
paradoxo, já que não se está comparando observações a partir de
dois referenciais inerciais.
O problema não é, pois, simétrico. Assim, quando se
reencontram, José e Carlos não terão que ter a mesma idade, já que
José permaneceu em um referencial inercial, enquanto Carlos
sofreu acelerações.
Ideias sobre os efeitos da relatividade são difíceis de aceitar,
mas todas foram testadas em experimentos. Os físicos brincam com
coisas que se movem em velocidades próximas da luz quando eles
disparam partículas carregadas, tais como elétrons e prótons ao
longo de tubos evacuados, em locais como o CERN (o laboratório
europeu de física de partículas) ou como o Fermilab (seu
equivalente norte-americano).
Se v é a velocidade do objeto em relação ao observador,
então a expressão que aparece nos cálculos é a raiz quadrada de (1v²/c²), que é denotada por
. A massa de um objeto se
movendo à velocidade v é igual à massa do mesmo objeto quando
355
em repouso (relativamente ao observador) dividida por esse fator,
enquanto o comprimento do objeto em movimento é igual ao seu
comprimento quando estacionário (sempre denotado como o
‘’comprimento de repouso’’) multiplicado por este fator. Quanto
maior for v (até a velocidade da luz), menor será o fator (que é
sempre menor que 1). Qualquer coisa que ele multiplique fica,
portanto, menor, enquanto qualquer coisa dividida por ele fica
maior. As equações de Einstein nos dizem que a massa de um
objeto em movimento (medida pelo observador) aumenta,
enquanto seu comprimento (mais uma vez, medido pelo
observador) diminui. E o tempo entre os tiques de um relógio em
movimento é igual ao tempo entre os tiques do mesmo relógio
quando em repouso, novamente dividido pelo fator
.
Para velocidades baixas, v é muito menor que c. Assim, v²/c²
é pequeno, e o fator se reduz à raiz quadrada de 1, que é 1 mesmo.
Então, não há qualquer diferença perceptível em relação ao mundo
newtoniano.
No outro extremo, se v for igual a c, o fator vira zero (1
menos 1). Qualquer coisa multiplicada por zero é zero, e qualquer
coisa dividida por zero é infinitamente grande. Consequentemente,
conforme as coisas se aproximam da velocidade da luz elas ficam
mais e mais pesadas, sem qualquer limite, e ao mesmo tempo ficam
cada vez menores, encolhendo em direção ao nada. Para um relógio
em movimento, os tiques se espaçam cada vez mais conforme sua
velocidade se aproxima da luz. Qualquer coisa se movendo à
velocidade da luz – incluindo a própria luz – não sente a passagem
do tempo.
● Visualizando a Relatividade
Em 1905, e por muitos anos subsequentes, Einstein
apresentou sua teoria especial em termos algébricos (equações),
não em termos geométricos (imagens). As equações funcionam
356
perfeitamente bem, evidentemente – mas elas não lhe dão uma
noção física sobre o que está acontecendo quando as coisas se
movem em velocidades que são uma fração considerável da
velocidade da luz.
Foi só em 1908 que o velho professor de Einstein, Hermann
Mikowski – que havia descrito Einstein como um ‘’bicho-preguiça’’ –
apareceu com uma versão geométrica da teoria especial, que a
tornou muito mais acessível e inteligível para não-matemáticos.
Minkowski introduziu a ideia do tempo como a ‘’quarta dimensão’’,
de algum modo perpendicular às três dimensões familiares do
espaço (altura, largura, profundidade). Isso conduziu à ideia de que
as coisas possuem uma propriedade chamada extensão, que é o
equivalente quadridimensional do comprimento.
Uma régua, por exemplo, tem um comprimento bem
definido em três dimensões. Mas se você a segura de modo a
produzir uma sombra no chão, poderá fazer a sombra maior ou
menor que o comprimento da régua.
Da mesma forma, uma régua (ou qualquer outra coisa) tem
uma extensão em quatro dimensões (no espaço-tempo) que
permanece a mesma. Mas o movimento relativo muda a sua
perspectiva de extensão – como se a régua estivesse sendo torcida
no espaço-tempo. Conforme a régua se move mais rápido, a sombra
no espaço fica menor e a sombra no tempo fica maior. E quando ela
se move mais devagar, ocorre o inverso (a sombra no espaço
aumenta e a sombra no tempo diminui).
Em sua palestra, Minkowski fez uma previsão portentosa:
‘’as ideias de espaço e tempo que eu pretendo apresentar-lhes
brotaram do solo da física experimental, e nele reside sua força. Elas
são radicais. Daqui em diante, o espaço em si mesmo e o tempo em
si mesmo estão fadados a esmaecer em meras sombras, e apenas
um tipo de união dos dois preservará uma realidade independente”.
357
358
Relatividade Geral
● Base à ufologia
● Princípio da equivalência
● Um novo conceito de gravitação
● O papel da geometria
● Base à Ufologia
A grande crença dos cientistas de que os discos voadores não
podem existir reside no fato de que deslocarem-se através das
gigantescas distâncias interestelares exigiria uma velocidade
altíssima, ou seja, próxima à da luz ou mesmo superior à da luz.
Pensam os cientistas que a tais velocidades ocorreriam mudanças
estruturais drásticas na matéria, que impossibilitariam fisicamente
esse deslocamento. A teoria de Einstein diz que isto seria impossível
devido aos seguintes fatos:
1º) Segundo a equação da variação de massa
m =
, é fácil de ver que um objeto que
possuísse uma massa m0, quando estivesse em repouso, ao
aproximar-se da velocidade da luz teria essa massa crescendo de
forma exponencial e mesmo tendendo a um valor infinito, em
relação a essa velocidade. Dessa forma, os físicos e cientistas
acreditam que jamais existiria uma nave de qualquer tecnologia que
pudesse cruzar o espaço com essa velocidade. E as velocidades mais
baixas tornariam a viagem pela galáxia impossível, devido às
gigantescas distâncias interestelares que fariam essas viagens
demorar milhares de anos, o que impossibilitaria uma missão
interestelar prática.
2º) Os intervalos de tempo também seriam uma grande
barreira, pois eles sofreriam mudanças radicais próximo à
velocidade da luz. Os relógios parariam e os intervalos de tempo
estariam tão infinitamente dilatados que não fluiriam mais. Este
359
estado do tempo é uma impossibilidade física, que não tem
conjuntura real num universo físico de fenômenos transitórios e
onde tudo se encontra em movimento dentro de uma ordem
temporal. Uma situação onde não haja tempo, ou onde o tempo
não passa, assemelha-se à ideia da eternidade ou de algo sem
tempo. Isso, sem dúvida, é uma incongruência física com a qual os
cientistas não conseguem trabalhar, ou mesmo admitir a realidade
de sua existência.
Dessa forma, a velocidade da luz seria uma barreira
intransponível para a matéria e se estaria condenado somente a
olhar o universo através de telescópios e a jamais imaginar que se
poderia de alguma forma, visitar fisicamente esses locais. E, da
mesma maneira, esse obstáculo seria o mesmo enfrentado por
qualquer civilização extraterrestre no universo. Assim sendo, os
físicos já estabeleceu em suas mentes uma barreira psicológica, pela
qual acreditam fervorosamente que jamais uma nave extraterrestre
poderia estar aqui na Terra visitando os terráqueos; senão, estaria
destruindo tudo o que acreditam em conteúdos de física e teoria da
relatividade.
A Teoria Geral da Relatividade de Einstein irá abrir algumas
portas para uma nova compreensão acerca do universo. Ela
colocará face a face com fenômenos inexplicáveis como a catástrofe
gravitacional e os buracos negros e também lançará uma luz sobre a
ideia de portais dimensionais e universos paralelos. O próprio
Einstein chegou a teorizar uma ponte para outros universos e
dimensões. O conceito da realidade temporal será levado ao
extremo da compreensão através das singularidades do espaçotempo.
Com base nas ideias de Einstein, muitos filmes de ficção
científica mostraram, em suas estórias, portais dimensionais por
onde as naves penetravam no hiperespaço e assim transpunham as
barreiras interestelares, sem violar o princípio da relatividade.
360
● Princípio da equivalência
O estudo da Teoria da Relatividade Especial restringe-se
apenas a referenciais inerciais, ou seja, referenciais não acelerados.
Mas, como se comportam sistemas acelerados? Em 1907, Einstein
propôs o que denominou de princípio da equivalência, o qual se
tornou ponto de partida para uma nova teoria da Gravitação. Em
1916, ele publicou a Teoria da Relatividade Geral, que passou a
considerar sistemas acelerados.
O princípio da equivalência consiste no seguinte: um
referencial acelerado uniformemente (a = cte ≠ 0) em linha reta
equivale a um campo gravitacional uniforme. Em particular, um
foguete acelerado com a = g reproduz o campo gravitacional
terrestre. O princípio da equivalência é fortemente confirmado
pelas experiências. Pode-se concluir o seguinte: para um observador
que esteja no interior de um recinto fechado, não existe nenhuma
experiência física que permita distinguir se o local está sob a ação
de um campo gravitacional uniforme ou se é um referencial
acelerado.
Uma das consequências da Relatividade Geral é o que se
denomina de curvatura da trajetória da luz, a qual foi comprovada
em um eclipse total do Sol em 1919.
A Teoria da Relatividade Geral é fundamental para muitos
campos de pesquisa, tanto teóricos como práticos, dentre os quais
se podem destacar a Cosmologia, a Astrofísica e a procura da teoria
do Campo Unificado. Muito já se descobriu, e muito ainda há para
ser descoberto com os fundamentos das teorias da Relatividade
(Especial e Geral).
Como conclusão, destaca-se que o impacto filosófico da
Teoria da Relatividade sobre o pensamento humano tem sido
profundo desde sua criação até os dias atuais, mudando
radicalmente a visão de mundo e do Universo.
Em linhas gerais, a teoria da Relatividade Geral de Einstein é
uma generalização da Relatividade Especial, onde se introduzem os
361
referenciais não inerciais, ou seja, dotados de aceleração. No fundo,
tal teoria não passa de uma teoria de Gravitação, onde se tem uma
profunda reformulação dos conceitos Newtonianos.
Um dos parâmetros básicos da Relatividade Geral está no
chamado Princípio da Equivalência, onde Einstein verificou existir
uma equivalência numérica entre dois conceitos muito distintos
com relação à massa: o conceito de massa inercial e o conceito de
massa gravitacional.
Quando Newton definiu seu conceito de massa, partiu do
princípio de que sua ideia sobre inércia estava correta. Conclui-se
que quanto maior for a dificuldade de se modificar o estado inercial
de um corpo, ou seja, sua condição de repouso (v = 0) ou de
movimento uniforme (v = cte), maior seria sua inércia, ou seja,
maior seria sua massa. Nesse caso, se tem definido o tradicional
conceito de massa inercial que está representada na célebre
equação: F = m.a. De fato, o conceito de força vem expresso como
sendo igual a uma constante ‘’m’’ de proporcionalidade,
multiplicada pela aceleração ‘’a’’. Essa constante de
proporcionalidade, assim definida, traduz o conceito de massa
inercial.
Porém, quando Newton deduziu suas equações de
gravitação a partir das Leis de Kepler, ele passou a utilizar os
mesmos conceitos de massa para chegar à fórmula da gravitação.
Fg = G
Para Newton, a massa ‘’m’’ que aparece nesta equação é a
mesma que foi definida na equação:
F = m.a
Na reformulação feita por Einstein tal fato teve que ser
revisto, pois ele achava que essas duas massas não poderiam ser da
mesma natureza: elas eram definidas em situações muito diversas
umas das outras. Isto quer dizer que, conceitualmente, elas são
362
muito diferentes entre si. Este físico alemão acreditava que quando
dois corpos exerciam entre ela forças de natureza gravitacional,
estas eram de uma natureza totalmente diferente das forças
inerciais. Isto significa que a massa é definida a partir da lei da
inércia, como na segunda lei F = m.a, seria completamente diferente
da massa definida na equação do peso de um corpo [a força peso é
definida como sendo: P = m.g, onde ‘’g’’ é a conhecida aceleração
da gravidade]. Einstein afirma que essas duas massas não podem
ser iguais, pois, teoricamente, são definidas de situações totalmente
distintas e diferentes. Ele passou a postular a existência de dois
conceitos de massa:
a) massa Inercial: definida através da lei da inércia de
Newton, ou seja: a massa que aparece na equação F = m.a.
b) massa gravitacional: definida a partir da ação do campo
gravitacional entre duas massas, no caso da força pelo P = m.g.
Mesmo antes de Einstein discutir esse fato, outros físicos já
haviam notado esse erro teórico nas ideias de Newton. O nobre
barão húngaro Von Roland Eötvos dedicou-se, no início do século, a
medir com grande precisão as equivalências entre massa inercial e
massa gravitacional. E em estudos recentes feitos por R. H. Dicke
mostrou-se que as duas massas são equivalentes, numa precisão de
uma parte em cada cem bilhões.
Embora as massas fossem teoricamente distintas, elas
possuíam uma coincidência numérica incrível; isso fez Einstein aterse muito a esse fato, que o conduziu a formular a Teoria Geral da
Relatividade, com intrínseca relação com uma teoria de Gravitação.
A coincidência numérica das massas o conduziu ao famoso Princípio
da Equivalência que se tornou a base da teoria Geral da
Relatividade.
363
● Um novo conceito sobre gravitação
Para explicar a atração gravitacional entre corpos, Einstein
abandona a noção newtoniana de força e introduz a noção de
espaço curvo.
Para Einstein, os corpos produzem em torno de si uma
curvatura do espaço, sendo que, quanto maior a massa do corpo,
maior será a curvatura. Pode-se fazer uma analogia com a situação
representada na figura 15. Nela se tem uma bola de ferro (B)
colocada sobre uma superfície elástica. A bola de ferro deforma a
superfície de modo que o corpo C vai em direção a B não porque
haja uma força de atração, mas sim porque segue a linha do espaço
curvo.
Analisando-se uma região infinitesimal do espaço onde atua
um campo gravitacional constante ‘’g’’, pode-se, nesse infinitésimo,
definir um campo gravitacional praticamente constante e uniforme.
Esse campo gravitacional seria equivalente a um campo de
aceleração inercial que tivesse o mesmo valor numérico.
Em linhas gerais, é esse o princípio da equivalência de
Einstein e, dessa forma, os campos gravitacionais podem ser
interpretados com base na teoria especial da relatividade,
generalizada para incluir referenciais acelerados.
Em 1919, uma equipe de astrônomos veio ao Brasil para
presenciar e fotografar um eclipse total do Sol e, nessas condições,
testar a Teoria da Relatividade geral de Einstein. Ele previu que um
raio de luz sobre a ação de campos gravitacionais sofreria uma
deflexão, pois este estaria sujeito à força gravitacional. Para os
cientistas da época, isso era um choque no conceito de massa e
inércia, pois até então a luz era considerada uma onda
364
eletromagnética e, portanto, isenta de massa; sendo assim, não
seria atraída por nenhum campo gravitacional. No entanto, como foi
visto anteriormente ao estudar o efeito fotoelétrico, Einstein achava
que se uma onda eletromagnética também contém inércia e,
portanto, pode ser atraída por campos gravitacionais.
Dessa forma, Einstein previu que um campo de aceleração é
equivalente a um campo gravitacional, e a luz, ao passar perto do
Sol, sofreria um desvio cuja deflexão um observador situado na
Terra poderia notar. E foi exatamente o que a equipe de
astrônomos que veio até Sobral, no Ceará, constatou, ao observar
que a trajetória da luz de uma estrela próxima, localizada atrás do
Sol, realmente apresentava uma deflexão.
Veja como o esquema acima mostra o ângulo de desvio da
trajetória do raio de luz da estrela, exatamente como foi previsto
pelas equações de Einstein.
Por um determinado ponto de vista se pode tirar a seguinte
conclusão: a luz tem massa e, portanto, ela foi atraída
gravitacionalmente para o Sol. Esse tipo de raciocínio não está
errado, mas não conduz ao ponto aonde se quer chegar. Einstein
verificou que a natureza intrínseca dos campos gravitacionais está
intimamente relacionada com a estrutura geométrica do espaçotempo. Nas equações da teoria geral da relatividade surgem
distorções profundas nas coordenadas de espaço-tempo, devido aos
campos acelerados. Isso vem evidenciar uma nova característica
estrutural para que possa explicar ou entender os campos
gravitacionais.
A maioria das pessoas tem problemas em visualizar quatro
dimensões, de modo que os relativistas usam um truque elegante
para tornar o espaço-tempo mais inteligível. Imaginam as três
365
dimensões do espaço representadas por apenas uma dimensão, o
tempo é agora a segunda dimensão, perpendicular a este
miniespaço.
Imaginando-se o espaço-tempo como uma folha de borracha
firmemente esticada, como a superfície de uma cama elástica. A
presença de matéria no espaço-tempo é representada por um
calombo na cama elástica. Sem matéria, o espaço-tempo é plano. Se
você rolar uma bolinha de gude pela folha sem calombo, ela
percorrerá uma trajetória retilínea.
A mecânica do espaço-tempo plano é, de fato, nada mais
que a teoria especial da relatividade. E como a teoria geral inclui a
teoria especial, tudo o que se aprende sobre réguas e relógios em
movimento são relevantes para a teoria geral também.
Colocando-se uma bola de boliche na folha de borracha
esticada, para representar o Sol. Com o Sol em seu devido lugar, o
espaço-tempo fica curvo. Se rolar uma bolinha de gude perto do
calombo no espaço-tempo produzido pela presença de matéria, ela
percorrerá uma trajetória curva e será desviada.
Como é o próprio espaço-tempo que se curva, esse desvio
acontece para qualquer coisa que se mova através dele – para
qualquer partícula, obviamente, mas também para a luz. A matéria
diz ao espaço-tempo como se curvar, e o espaço-tempo diz tanto a
matéria quanto à luz como se mover.
A teoria geral da relatividade de Einstein foi publicada em
1916. Entre outras coisas, ela sugeriu que qualquer luz vinda das
estrelas distantes, que parasse perto do Sol, seria levemente
desviada em razão da curvatura do espaço-tempo. Normalmente,
não consegue ver as estrelas que estão na direção do Sol (porém,
muito distantes), porque ele é muito brilhante. Em 1919, no
entanto, houve um eclipse total do Sol, com estrelas visíveis em
pleno dia. Fotografias tiradas durante o eclipse mostraram que as
posições aparentes das estrelas tinham mudado levemente. O
tamanho do desvio mostrou-se exatamente igual àquele que a
teoria geral de Einstein tinha previsto.
366
● O papel da geometria
Na Relatividade Geral, o conceito de espaço-tempo sofre
mudanças ainda mais drásticas com relação ao conceito euclidiano e
às modificações propostas na Teoria Especial da Relatividade.
Campos gravitacionais têm a propriedade de curvar o espaço-tempo
e modificar a geometria local. Para escrever suas equações
matemáticas de um modo que descrevesse com objetividade esse
modelo de espaço-tempo curvo, Einstein teve que lançar mãos de
uma conhecida geometria existente na época, desenvolvida anos
antes por Riemann.
Essa geometria tem como base um espaço geométrico curvo,
ou seja, toda ela é construída sobre a superfície de uma esfera. Ela é
conhecida como geometria não euclidiana, pois Euclides utilizou um
espaço plano para construir todos os seus teoremas geométricos.
Desde os primórdios, a geometria tem como objetivo
descrever as características do espaço onde ela fosse construída.
Hoje, porém, a geometria de Euclides não é bastante para descrever
com clareza a estrutura do espaço, como, por exemplo, em regiões
do Universo onde haja grandes concentrações de matéria. Essas
concentrações de massa afetam a estrutura do espaço-tempo ao
seu redor, tornando-os curvos e impossíveis de serem descritos pela
geometria Euclidiana.
Quando Isaac Newton formulou sua teoria de Gravitação, ele
confessou sua ignorância quanto à natureza da força que fazia com
que os corpos se atraíssem mutuamente. Ele não compreendia
como a força de um corpo poder agir sobre outro corpo, estando
ambos separados por grandes distâncias e por um grande vazio, por
um ‘’nada’’ existente entre eles. É exatamente com fundamento
nesse ‘’nada’’ que se irá discutir e reformular toda a teoria de
campo, mostrando que na verdade esse grande vazio não existe e o
próprio espaço-tempo possui uma textura consistente.
Já foi mencionado que descrever um campo gravitacional é
análogo a descrever um campo de acelerações. Para descrever um
367
campo de acelerações inerciais, Einstein lançou mão da geometria
de Riemann, que, em linhas gerais, resume-se no seguinte:
Tomando-se uma superfície esférica, em relação à qual se
traça os teoremas:
Dá para observar que um triângulo ABC desenhado sobre
essa superfície não se comporta como o faria pela geometria de
Euclides. A soma dos ângulos internos sempre é maior que 180
graus. Outro teorema importante diz respeito às paralelas. As retas
traçadas sobre a superfície esférica não são infinitas, pois
compreendem círculos fechados, e são chamadas de geodésicas.
Por isso, na superfície de uma esfera não existem paralelas, ou seja:
por um ponto dado fora de uma geodésica não existe nenhuma
outra geodésica paralela à anterior, passando por esse mesmo
ponto. Todas as geodésicas, que compreendem círculos máximos,
necessariamente se interceptam.
Assim, dá para notar que se assumindo uma superfície de
área muito pequena com relação à superfície da esfera, ela
praticamente coincidirá com a geometria de Euclides.
Einstein percebeu que as propriedades do espaço-tempo
eram afetadas pela presença de matéria e que essa perturbação
obedecia a uma geometria específica. A matéria – como a de uma
estrela, por exemplo – deforma o espaço-tempo ao seu redor,
368
criando o campo gravitacional que passa a agir na matéria ao seu
redor.
Para compreender como isso ocorre, propõe-se um modelo
básico para desenvolver esse raciocínio. Imaginem que num plano
muito grande existam formiguinhas inteligentes. Essas formiguinhas
não possuem a capacidade de perceber a terceira dimensão do
espaço, ou seja, elas só conseguem conceber as coordenadas
espaciais ‘’x’’ e ‘’y’’. Vivem num Universo plano. Agora, imagine que
nesse plano surja uma bola pesada, fazendo com que a superfície se
curve, devido à presença dessa massa.
As formiguinhas, como não percebem a dimensão ‘’z’’, não
notarão nenhuma deformação ou mudança na geometria de seu
plano; porém, começarão a notar fenômenos um pouco estranhos.
Perceberão que essa bola passará a atrair todos os objetos ao seu
redor – inclusive elas mesmas.
Concluirá a formiguinha inteligente que essa bola está
atraindo todos os corpos, mas não conseguirá explicar por que. Mas
os seres humanos, situados um referencial diferente das
formiguinhas, notam a deflexão causada pela bola no plano e sabem
que não é ela que está atraindo os corpos ao seu redor, mas os
objetos é que escorregam, devido à curvatura do espaço com
relação à dimensão ‘’z’’.
369
Esta explicação é exatamente a mesma que se pode dar com
relação aos campos gravitacionais. A massa de uma estrela deforma
as propriedades do espaço-tempo à sua volta, em uma dimensão
não perceptível para o homem, criando, assim, um campo de
acelerações. Dá para notar que estando o espaço muito curvado
próximo a grandes massas, a geometria de Euclides não é mais
apropriada para descrever as propriedades geométricas da região.
Assim, todas as leis da mecânica, do átomo e da Física em geral
terão que sofrer modificação nessas regiões, levando em conta a
curvatura do espaço. Porém, quando se estiver muito longe das
grandes concentrações de massa e matéria, podem-se simplificar as
coisas e utilizar novamente a geometria de Euclides para descrever
esse ambiente.
Por essa ótica, redefini-se o conceito de força gravitacional.
Para a teoria da Relatividade Geral o conceito de força não é mais
necessário. Nota-se, no exemplo anterior, que não existe mais uma
força atuando no corpo causando um movimento acelerado, mas
sim as propriedades do espaço causando essa aceleração. Os corpos
apenas passam a deslizar nas linhas geodésicas do espaço curvo, na
região dos campos gravitacionais.
É muito comum se ouvir por aí que a distância mais curta
entre dois pontos do espaço é sempre uma linha reta; porém nessa
nova geometria de espaços curvados, a distância métrica entre dois
pontos A e B num espaço assim curvado, certamente não se
encontra uma linha reta, como é de se esperar pelo senso comum.
Nesse caso, a distância entre esses dois pontos será uma linha
curva.
Se uma pessoa estiver viajando pelo espaço com uma nave e
passar próximos a grandes concentrações de massa, sua trajetória
necessariamente seguirá a métrica curva do espaço, nessa região.
370
Catástrofe gravitacional e buracos negros
● A morte das estrelas
● Passagem para outros universos
● Olhar para dentro de nós?
● A morte das estrelas
No caminho de evolução, as estrelas experimentam muitas
etapas em sua vida. Todas as estrelas nascem, envelhecem e
morrem e o estágio final em suas vidas dependerá exclusivamente
de sua massa inicial.
A catástrofe gravitacional por etapas, partindo de uma
estrela em concentração ‘’A’’ indo até sua total aniquilação em ‘’I’’.
O final da vida de uma estrela vai depender muito da sua
massa inicial, podendo, assim, experimentar várias situações: Novas
e supernovas; Estrelas de nêutrons; Catástrofe Gravitacional;
Buracos Negros.
● Passagem para outros universos
Neste momento, se discuti modelos correntes na física que
parecem muito mais terem sido escritos por esotéricos do que por
cientistas. Vê-se também que tais modelos abrem portas para a
conjectura sobre a existência de outros universos, paralelos ao
nosso universo físico, e que poderiam trazer grandes subsídios para
371
a ufologia e para as hipóteses mais ousadas que se propõe neste
livro.
Irá se apresentar muito material científico para que físicos e
astrônomos e gente de ciência não possam mais bloquear em suas
mentes a possibilidade técnica de extraterrestres estarem entre
nós, nos visitando e nos sobrevoando com suas naves. Somente um
cientista muito desatualizado e desconectado com essa realidade
seria ainda cético e fechado para as questões ufológicas.
Usando aquele velho ditado popular segundo o qual ‘’tudo
que entra tem que sair de alguma forma’’, assim toda matéria ou
energia que penetrasse num buraco negro, deveria sair por uma
porta sendo então batizada de buraco branco.
Einstein, conjuntamente com outro físico da época, Natan
Rose, idealizou um modelo conhecido como Ponte de Einstein-Rose,
pelo qual um buraco negro estaria conectado a um buraco branco,
estabelecendo assim uma ponte para outro universo paralelo ao
nosso. Porém, eles jamais conjecturaram sobre a natureza desse
outro universo. Contudo essas hipóteses, aventadas por grandes
cientistas mundialmente reconhecidos, mostram que cogitar de
universos paralelos e universos quânticos múltiplos não é tão tolo
assim.
Na verdade, para que o princípio da conservação da energia
seja mantido, ainda nessas condições, todo físico precisa explicar
para onde vai toda a matéria de uma estrela supergigante, ou
mesmo no caso de núcleos de galáxias, onde milhões de massas
solares são consumidos em gigantescos buracos negros. Todo
colegial aprende que ‘’na natureza nada se perde tudo se
transforma’’. Logo, urge que se dê uma explicação convincente para
explicar qual o destino de toda essa matéria e toda essa energia.
Isso conduz a conjecturar seriamente sobre a existência de
outros universos, conectados com o nosso naturalmente nesses
pontos de descontinuidade espaço-temporal. Mais recentemente, o
famoso físico John Weeler rebatizou a ponte de Einstein - Rose com
372
o termo Buraco de Minhoca, que seriam pontes entre universos
paralelos ou mesmo para outro ponto do nosso próprio universo.
Os Buracos de Minhoca seriam pontes entre dois pontos de
nosso universo mesmo, realizando uma curvatura natural espaçotemporal que uniria lugares distantes do universo. No diagrama
abaixo se mostra como dois pontos distantes em nosso universo,
como por exemplo, duas galáxias, poderiam estar conectadas por
uma ponte E-R, ou seja, por um Buraco de Minhoca.
Ponte de Einstein - Rose. Este diagrama tenta mostrar uma
possível conexão que pode existir entre dois universos.
Se, teoricamente, os físicos modernos já estão aventando a
possibilidade de existirem portais naturais onde regiões distantes do
universo possam ser conectadas. Imaginem os filmes de ficção
científica, como Jornada nas Estrelas e muitos outros que estão
explorando essa possibilidade, criando portais artificiais para
mergulharem no chamado hiperespaço, para assim poderem
navegar e transpor distâncias interestelares, sem entrar em choque
com a teoria da relatividade de Einstein. No caso, é esta teoria
mesmo que fornece as bases teóricas para que esses filmes de
ficção sejam construídos.
Buracos de Minhocas ligando dois pontos A e B do meso
universo curvando o espaço-tempo adjacente.
Muitos poderiam pensar que essas pontes poderiam ser
utilizadas por seres extraterrestres, como portais de deslocamento
espacial a longas distâncias, mas – particularmente – o professor
Laércio Fonseca não crê nisso. Nessas singularidades espaço373
temporais, a matéria estaria sujeita ao extremo de suas
perturbações e certamente não conseguiría manter a estabilidade
de uma nave espacial em tais condições. Além do mais, esses
pontos naturais teriam que estar próximos de onde quisesse viajar
ou aonde quisesse chegar, limitando assim, em muito, os lugares
que poderiam ser visitados no universo.
O professor acredita que inteligências extraterrestres
possuem uma visão completamente diferente de tudo que já foi
cogitado até então. Por isso, ele se sente à vontade em propor
hipóteses que estará adiante apresentando. Todos os ufólogos
sabem e tem a certeza de que essas inteligências estão aqui e de
alguma maneira muito inteligente resolveram seus problemas de
navegação interestelar, intergalática e até mesmo interdimensional.
O problema é tentar trazer a luz teórica, com bases
altamente científicas, à explicação da presença desses seres aqui,
com suas naves, e entender os mecanismos e seus aparatos de
navegação.
● Olhar para dentro de nós?
No filme ‘’Origens: vida fora da Terra’’ (51 min), o
pesquisador espacial Georff Marcy, Universidade da Califórnia Berkeley, afirma: ‘’Me sinto como se tivesse seis anos de idade
quando falo sobre isso. Eu me sinto desconcertado. Só quero saber:
‘’Eles estão lá?’’ (seres extraterrestres). E todo o meu conhecimento
científico, matemático e minhas habilidades como pesquisador não
servem para nada, Sinto que essa será uma questão tão profunda
para nós como espécie, mas também individualmente. Cada um de
nós terá que olhar para dentro de si mesmo e descobrir o que isso
quer dizer’’.
O Fundador da Messiânica aponta que:
“Afinal, a causa está em nós mesmos. Portanto, quando algo
não corre como desejamos, é preciso, primeiramente, refletir sobre
a nossa própria conduta.”
374
Física Quântica
Introdução
● Catástrofe do ultravioleta na radiação do corpo negro
● Quantidade discreta e Constante de Planck
● Espectros quantizados
● O efeito fotoelétrico
● Teoria quântica de Einstein (estado corpuscular da energia)
● Prêmio Nobel de Einstein
No final do séc. XIX, os cientistas de todo o mundo
acreditavam que os conhecimentos sobre as leis físicas tinham
chegado ao fim. Até então, as leis do eletromagnetismo, propostas
por James Clerck Maxwell e Michael Faraday, eram consideradas o
ponto final do conhecimento físico, e nada mais poderia ser
descoberto na ciência da natureza.
Porém, uma série de descobertas na física exigiu uma
mudança na visão do mundo. Começaram a surgir anomalias que a
física clássica não conseguia explicar, abrindo a porta para uma
revolução no pensamento científico. Assim, o nascimento da física
quântica se deu com a s anomalias: catástrofe do ultravioleta e
efeito fotoelétrico.
● Catástrofe do ultravioleta na radiação do corpo
negro
Uma delas foi relacionada à termologia. Mas, o que
termologia? Ela é a parte da física que estuda o calor, ou seja, a
energia térmica que está sempre em constante movimento, sempre
sendo transferida de um corpo para outro. (não confundir com
temperatura que é a grandeza que caracteriza o estado térmico de
um corpo ou sistema, isto é, o grau de agitação das moléculas).
375
Os diferentes processos de propagação do calor são a
condução, convecção e irradiação. No entanto, para que ocorra
transferência de calor entre dois corpos é necessário que ambos
possuam diferentes temperaturas, pois dessa forma, o calor irá fluir
sempre do corpo de maior temperatura para o corpo de menor
temperatura.
A condução e a convecção são formas de propagação de
calor que para ocorrer é necessário que haja meio material,
contudo, existe uma forma de propagação de calor que não
necessita de um meio material (vácuo) para se propagar, esta é a
irradiação térmica. Esse tipo de propagação do calor ocorre através
dos raios infravermelhos que são ondas eletromagnéticas em
determinadas frequências. É dessa forma que o Sol aquece a Terra
todos os dias, como também é o meio que a garrafa térmica
mantém, por longo tempo, o café quentinho em seu interior. É
desse modo que uma pessoa fica aquecida diante do fogo numa
lareira.
Os físicos queriam compreender: Como corpos quentes,
como o Sol, emitem radiação? Qual é a lei da emissão de radiação
por corpos quentes, como o da madeira queimada na lareira?
Mas, afinal qual foi a anomalia relacionada com a
termologia? Foi o da catástrofe do ultravioleta na radiação do corpo
negro, que se explicita a seguir.
Havia uma experiência que era fazer a luz passar por um
prisma e as cores serem divididas aparecendo num espectro
colorido que começa no vermelho e termina no violeta.
376
O grande astrônomo Willian Hershel começou a fazer uma
simples experiência da quantidade de radiação em função da
temperatura do corpo que emite essa radiação. Mais
detalhadamente: ele esquentava um corpo, como uma barra de
ferro, e percebia que ela começava a brilhar, a ficar vermelha.
Esquentando mais, ela ia mudando de cor e passava para o laranja
depois para o amarelo, até chegar ao branco.
Observa-se fenômeno semelhante quando se acende uma
lâmpada incandescente. O filamento de tungstênio (tem o mais alto
ponto de fusão: 3422º C) modifica sua cor enquanto sua
temperatura aumenta.
Porém, no espectro o colorido não era contínuo, apareciam
manchas escuras nas emissões e absorções de radiação, isto é,
sumiam algumas frequências.
A radiação numa superfície pode ser parcialmente emitida,
absorvida ou refletida. Um corpo negro absorve e emite toda a
radiação que nele incide, e a sua refletividade é nula. Assim, ele é
377
um corpo ideal na Física, na realidade, tal corpo não existe, existem
corpos que se assemelham, sendo bons emissores, bons
absorventes e maus refletores da radiação. Independentemente do
material com que ele é confeccionado, emite radiações
electromagnéticas com a mesma intensidade, para cada
comprimento de onda a uma dada temperatura. A temperatura de
um corpo pode diminuir ou aumentar dependendo do corpo com
que está em contacto. Todos os corpos estão continuamente a
emitir e a receber energia, dos corpos que os rodeiam.
Após experiência (1879) e estudos (1884), se chegou à Lei de
Stefan-Boltzmann que estabelece: o poder emissivo da energia (E)
por unidade de área superficial de um corpo negro (cn) na unidade
de tempo é proporcional à quarta potência de sua temperatura
absoluta (T). Em termos matemáticos, se expressa como: Ecn = σ .T4,
onde σ (sigma) é a constante de proporcionalidade cujo valor, no
SI, é: σ ≅ 5,7x10-8 W/(m2.K4), pois W/m2 = σK4. Com esta lei se
determinou as temperaturas da superfície do Sol (5505 °C) e da
Terra (14 °C).
No gráfico abaixo com o eixo horizontal indicando o
comprimento de onda da radiação e o eixo vertical a energia
correspondente a cada comprimento de onda, mostra-se a energia
em função do comprimento de onda para quatro temperaturas
diferentes, onde se observa que os picos estão sobre uma curva
decrescente da esquerda para a direita.
378
Nota-se que determinada temperatura vai ter o pico em uma
determinada cor, embora tenha outras cores também, mas em
menor intensidade. O pico vai se deslocando com o aumento da
temperatura a ponto de alcançar o violeta.
Os físicos da época não conseguiam explicar que diminuindo
a temperatura, mesmo depois que a barra deixou de ser vermelha,
deixou de emitir luz, mesmo escura, ela continuava ainda emitindo
radiação que hoje se conhece como radiação infravermelha que é
quente. Como um corpo escuro emitia radiação, então ficou
conhecido como radiação de corpo negro, também conhecida por
radiação térmica. Exemplos de corpo negro são um pedaço de
carvão (normalmente preto, ou seja, não reflete a luz, mas ao
alcançar uma temperatura suficientemente alta, isto é, absorver,
passa a emitir na parte visível do espectro uma quantidade de
radiação suficiente para observação), a Terra (que está na faixa do
infravermelho) e o Sol (na faixa da luz visível, com temperatura
superior a do planeta azul em 400 vezes).
Por outro lado, alguns cientistas tentavam e não conseguiam
explicar essa curva quando em alta energia chegava ao violeta e
tudo escurecia. Eles chamavam esse fenômeno de catástrofe do
ultravioleta ou colapso do violeta.
Embora, soubessem que a luz era uma radiação
eletromagnética do espectro eletromagnético, mas o que gerava
essas ondas naqueles comprimentos (ou frequências) característicos
era algo desconhecido. Todavia, imaginavam que deveria ter algum
oscilador por saberem que oscilando o campo magnético ele gerava
uma onda eletromagnética.
379
Ondas
Eletro
magnéticas
≈≈≈≈≈≈≈≈
≈≈≈≈≈≈≈≈
≈≈≈≈≈≈≈≈
≈≈≈≈≈≈≈≈
≈≈≈≈≈≈≈≈
≈≈≈≈≈≈≈≈
≈≈≈≈≈≈≈≈
≈≈≈≈≈≈≈≈
oscilador
Uma outra descoberta foi que oscilando a mola com a mão
se provoca uma onda eletromagnética. Porém, as ondas de rádio
que são frequências baixas dão oscilações de cerca de 10 mil vezes
por segundo. Imagina-se frequências muito altas. Obviamente que
não dá para ficar fazendo isso com a mão. E essas no átomo são
altíssimas, então tem que ter um oscilador, para provocar a onda
eletromagnética.
Hertz havia feito um oscilador eletrônico para emitir ondas
eletromagnéticas, então pensaram que deveria existir osciladores
gerando essa radiação, essa onda. Mas, se tivesse ele iria emitir em
todas as frequências na mesma quantidade, mas isso não dava
certo. Já que quando se ia ver o gráfico, uma temperatura gerava
verde, na outra temperatura produzia violeta, na outra um
vermelho.
● Quantidade discreta e constante de Planck
Em fins do século XIX, numerosos físicos se sentiam
frustrados, até que um deles rompeu as fileiras: o alemão Max
Planck. No início do século XX, Planck deu um ousado salto
conceitual e disse que o que a velha teoria precisava era de um salto
quântico. O que emitia a luz de um corpo incandescente - madeira
em chamas, por exemplo, ou o sol - era minúsculas cargas
oscilantes, os elétrons. Os elétrons absorvem energia de um
ambiente quente, como uma lareira, e em seguida a emitem de
volta, sob a forma de radiação. Embora esta parte da velha física
estivesse correta, ela prognosticava também que a radiação emitida
deveria ser rica em ultravioleta, o que as observações desmentiam.
380
Planck declarou que se supusesse que os elétrons emitem ou
absorvem energia apenas em certas quantidades específicas,
descontinuamente separadas - o que ele denominou “quanta” de
energia - poderia ser solucionado o problema da emissão de graus
variáveis de ultravioleta.
Para se compreender melhor o significado do quantum de
energia, compare o caso de uma bola em uma escada com outra
bola em uma rampa. A bola na rampa pode assumir qualquer
posição e a posição pode mudar em qualquer valor. Ela é, por
conseguinte, um modelo de continuidade e representa a maneira
como se pensa na física clássica. Em contraste, a bola na escada só
pode ficar neste ou naquele degrau. Sua posição (e sua energia, que
se relaciona com a posição) é “quantizada”.
O salto quântico. Na rampa, o movimento clássico da bola é
contínuo; na escada, o movimento quântico ocorre em etapas
descontínuas (salto quântico).
Pode-se objetar: o que acontece quando a bola cai de um
degrau para o outro? Ela não estará, na queda, assumindo uma
posição intermediária? Neste ponto é que surge a estranheza da
teoria quântica: no caso da bola numa escada, a resposta é
obviamente sim, mas, no de uma bola quântica (um átomo ou um
elétron), a teoria de Planck responde que não. A bola quântica
jamais será encontrada em qualquer lugar intermediário entre dois
degraus: ela ou está neste ou naquele. Isso é o que se denomina
descontinuidade quântica.
381
Às vezes se usa pessoa em vez de bola. Aí se diz que a pessoa
pode dar qualquer tamanho de passo para subir/descer o plano
inclinado e o tamanho do passo pode variar continuamente. No
entanto, para subir uma escada, se pisar na meia-altura do degrau
não se sobe nem desce a escada, donde os nossos passos numa
escada são números naturais, não existindo meio passo.
Em vista disso, por que não se consegue pegar um
bronzeado com a madeira que queima na lareira? A radiação de
baixa frequência surge de pequenos saltos quânticos, ao passo que
a de alta frequência exige grandes saltos. Um grande salto quântico
precisa ser alimentado por um grande volume de energia no
ambiente do elétron. A energia existente em uma lareira que
queima madeira simplesmente não é forte o suficiente para criar
condições ate mesmo para a luz azul, quanto mais para a
ultravioleta. Esta é a razão por que não se pode pegar um
bronzeado em frente a uma lareira.
Em outras palavras.
No ano de 1901, Max Planck, tentando explicar esses
fenômenos da radiação térmica, revolucionou a física, fazendo
nascer assim a Mecânica Quântica que será posteriormente
desenvolvida pelo trabalho de muitos outros cientistas como Niels
Bohr, Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Einstein, Louis de
Broglie, Max Born, Wolfgang Pauli ou Paul Dirac, citando apenas os
mais importantes.
Para isso, Max Planck postulou que o oscilador emite não
espectros contínuos, mas sim pacotes de energia E = nhf, onde: n =
0,1,2,3,... são os números quânticos; f é a frequência da oscilação; h
é a constante de Planck cujo valor é 6,63 × 10-34 m2 kg / s.
Este valor de h não foi determinado por nenhuma teoria,
mas sim obtido através de dados experimentais. Ele é uma das
constantes fundamentais da física e estabelece uma escala absoluta
para o que é grande e o que é pequeno, isto é, ela determina
quando um fenômeno pode ser explicado pela física clássica e
quando um fenômeno pode ser explicado pela física quântica.
382
Assim, enquanto para Einstein os corpos emitem radiações
de uma forma contínua E = mc2, para Planck as radiações são de
uma forma totalmente descontínua se chegando que os corpos
emitem energia em quantidades definidas, em pacotes definidos, e
esses pacotes foram chamados de quanta ou estados quânticos. Se
emitir um pacote, um só pacotinho de energia hf esse é chamado de
um quantum porque, no latim, quantum é singular e quanta é
plural. Então se fala um quantum de energia eletromagnética E = hf,
dois quanta de energia eletromagnética E = 2hf, assim por diante
até n quanta de energia eletromagnética E = nhf. Não se tendo nada
que não seja natural como 1,5 quanta de energia eletromagnética E
= 1,5hf, ou meio pacote E = 1/2hf. O número quântico é que dá a
quantização da energia emitida por um corpo negro.
Por isso a física foi batizada de física das quantidades, física
dos quantas, e chegou-se assim ao nome de física quântica.
Mais tarde, Niels Bohr vai explicar o porquê a coisa é assim,
por que esses pacotes são emitidos quando o elétron salta de um
nível para outro no orbital do átomo. Este foi o início da trajetória
da Mecânica Quântica, que estuda os eventos que transcorrem nas
camadas atômicas e subatômicas, ou seja, entre as moléculas,
átomos, elétrons, prótons, pósitrons, e outras partículas.
● Espectros quantizados
Fazendo-se um diagrama clássico da distribuição da energia
em relação à frequência o gráfico seria contínuo.
E
____________
●
x0
f
383
Já no caso da física quântica a distribuição de energia é esse
espectro descontínuo. A energia fica quantizada ela só pode saltar
de um lugar para outro, pular de um estado quântico de energia
para outro sem intermediário porque a natureza desses corpos
negros aquecidos não admite que haja energia nesses intervalos. A
energia só pode ser emitida e absorvida em determinadas
quantidades definidas então vai aparecer buracos no espectro de
emissão de energia, no gráfico de energia (vide as próximas figuras
deste tópico).
E
n hf
...
2 hf
1 hf
0 hf
f
A partir daí ficou fácil para Niels Bohr construir todo o seu
modelo do átomo de hidrogênio e os astrofísicos a determinarem à
composição química que existe na atmosfera de Marte, de Júpiter,
do Sol, de estrela muito distante. De fato, chegando-se num
laboratório com uma cúpula de vidro e colocando um gás dentro
dela, como o hidrogênio a certa temperatura. Com uma fonte de luz
que tenha todo espectro se faz essa luz passar por dentro desse gás
e coloca adiante um prisma e se nota que a luz ao sair sofre um
desvio. Os cientistas vão observar que se não tiver o gás a luz passa
direto e vai acontecer que tem esse espectro no anteparo todo
colorido com a cor do arco íris desde o vermelho até o violeta.
Porém, quando faz passar por dentro de um gás vai aparecer umas
linhas escuras no meio, isso significa que algumas frequências foram
absorvidas pelo gás. O interessante é que cada gás só absorve
determinadas frequências. É como se fosse a impressão digital do
384
gás, se pôr nitrogênio, oxigênio ou outros gases vão dar linhas de
absorção, mas vão ser em lugares diferentes no espectro.
Com esse espectro de absorção se consegue determinar a
velocidade com que o astro está se afastando, se consegue
determinar uma série de coisas em astrofísica. A pergunta é: por
que ele não absorve todas as cores, isto é, só absorve algumas
cores? A resposta é porque o processo é quântico e assim tem
certas energias que ele não se interessa, só se interessa por aquele
pacote de energia naquela frequência. Essa explicação vai ser
possível quando se entender a estrutura do átomo, os seus níveis
quânticos atômicos, para saber que o átomo só absorve energias
discretas também, o elétron absorve uma energia discreta
descontínua que vai acontecer os saltos quânticos do elétron de um
nível para outro, de energia de um orbital para outro no átomo.
Considerando-se a luz da estrela e fazendo-a passar no
espectroscópio vai ver que ela tem linhas de absorção e se tem
hidrogênio, oxigênio, carbono, dióxido de carbono.
No caso de um pêndulo numa casa, ao soltá-lo vai se ver que
ele vai parando por causa do atrito. Por isso que no relógio do cuco
inventaram um pêndulo com mola que tem corda para ele continuar
385
batendo sempre para ele não parar. Essa diminuição de energia é
contínua ou descontínua? Max Planck afirmou que o pendulo perde
um pacote, ele não perde de forma contínua.
Exemplificando: no movimento de um pêndulo se supõe que
a massa desse pêndulo é de exatamente 0,01 kg e está suspenso por
uma corda de comprimento 0,1m, com amplitude máxima de 0,1
radianos.
g
1
l
2
então, fazendo-se as contas, f = 1,6 hertz. Já a energia do pêndulo é
igual a sua energia potencial máxima: E = mgh = 5x10 -5 J. Como a
energia do pêndulo é quantizada, logo a diminuição de energia deve
ocorrer de forma quantizada em saltos de valor E = hf = (como a
constante de Planck é h = 6,63 x 10–34) = 10–33 J. A diferença
quântica dos níveis de energia entre um nível e outro para objeto
macroscópico que é o pêndulo, vai perdendo em pacotinhos da
ordem de 10–33 J, ou seja, é muito pequeno, não existem aparelhos
na tecnologia existente atualmente com precisão para detectar esse
pulso. Então, por isso, praticamente é como se fosse perdendo de
forma contínua no caso do macrocosmo, donde o efeito quântico a
nível macro cósmico não é percebido.
No nível atômico onde se tem massa muito pequena e
velocidade altíssima, os níveis de energia vão fazer diferença e o
quantum é significativo.
Como a frequência de oscilação do pêndulo é f =
386
● O efeito fotoelétrico
Cientistas perceberam que em alguns materiais quando certa
luz incidia sobre eles, ela arrancava elétrons da superfície desses
materiais.
E mais do que isso. Eles mostraram que luz ultravioleta
incidindo sobre corpos metálicos fazia estes ficarem com carga
positiva, pois deles eram arrancados elétrons. Foi feito na época
uma experiência assim.
Num tubo de vidro a vácuo, ligaram-no a uma pilha e
colocaram um amperímetro. Na placa negativa [devido à pilha] se
injetava luz e acontecia o seguinte: quando a placa negativa liberava
elétrons e como eles estavam polarizados por causa da pilha eles
vinham tudo para a placa positiva e começavam a correr produzindo
uma corrente elétrica e esse amperímetro marcava essa corrente
elétrica. Esse é processo da célula fotoelétrica, o mesmo que ocorre
com o Sol batendo em plaquetas gerando energia elétrica,
iluminando o ambiente.
387
Agora, se jogasse luz vermelha, nada de ocorrer corrente, e
podia jogar uma quantidade enorme de luz vermelha, um farol de
luz vermelha, aquele holofote de luz vermelha, que não tirava
nenhum elétron. No entanto, uma lanterninha fraquinha, mas de luz
violeta o elétron já estava na corrente. Não é intensidade de luz
(brilho) e sim a frequência da luz (cor), tinha que ter a frequência de
luz certa, ou seja, os elétrons só eram arrancados com um tipo
especifico de frequência que era incidido. Na época, os cientistas
não conseguiam construir um modelo teórico do por que isso
acontecia, por que a luz vermelha não arranca elétrons e a
intensidade da luz não adianta. Este efeito era conhecido como o
efeito fotoelétrico, ou seja, a capacidade que a luz tem de arrancar
elétrons ou gerar uma corrente elétrica. Ninguém tinha explicação
porque se imaginava que o elétron era uma bolinha dura, uma
partícula que tem massa.
Como é que uma onda eletromagnética como a luz, que é
uma onda espalhada no espaço, que não é uma bolinha dura, ao se
chocar com o elétron, uma partícula dura, uma bolinha, pode
arrancar o elétron? Se a luz não tem massa, então não pode
transferir quantidade de movimento, não pode transferir uma
energia para um corpo sair andando, voando.
● Teoria quântica de Einstein (estado corpuscular
da energia)
Em 1905, Einstein para resolver o problema do efeito
fotoelétrico utiliza o mesmo postulado de Planck e afirma que a
energia da luz não tem um espectro contínuo, mas pelo contrário é
discreta, ou em outras palavras quantizada.
Esse físico imaginou que essa luz que sai emitindo um pacote
vai ter um volume definido no espaço, ela não é uma coisa
espalhada. Em outras palavras, ele imaginou que esse pacote de
energia eletromagnética que foi emitido, esse quantum que foi
emitido tinha um volume definido como se fosse uma partícula
388
mesmo que não tivesse massa. Mas, teria inércia porque carrega
uma energia e toda energia carrega uma inércia com ela. E essa
energia como é cotizada pode ser pensada como pacotes de energia
andando no espaço, a luz passou a ter o caráter dual.
Agora o Einstein vai criar a ideia de que a luz pode ser
partícula em determinadas situações. Ela interage na hora de emitir
e na hora de ser absorvida, como um pacote, e a esse pacote num
volume definido ele vai chamar de fóton. Esse fóton é o quantum de
energia eletromagnética, vai ser o caráter corpuscular da luz, o
caráter da luz não mais em forma de ondas se propagando, mas em
forma de um pacote de ondas, em forma muito de um volume
definido que se propaga como se fosse uma partícula.
Pensando o fóton como uma partícula, quando ele se
chocava com um elétron que estava na superfície do metal
ocasionava uma energia através desse choque como se fosse de
duas partículas sólidas com massa e ele podia então transferir uma
quantidade de movimento. No entanto para que pudesse acoplar
ele tinha que explicar que só pacote com energia suficiente pode ser
absorvido pelo elétron. O elétron não absorve qualquer tipo de
pacote, por isso que se podia jogar luz vermelha e o elétron não se
interessava por aquele pacote, por aquele tipo de energia. Ele só
aceitava quando a frequência era exatamente acoplável, o pacote
de energia do fóton era acoplável com o elétron e o elétron
absorvia aquela energia e era arrancado da superfície.
Então Einstein escreveu a sua equação do efeito fotoelétrico
Ec= hf-w, que é a energia cinética gerada do elétron que sai é igual a
constante de Planck vezes a frequência do fóton que incidiu, menos
um w que será explicado adiante. O fóton vem com uma energia hf,
na hora que bate transfere toda essa energia para o elétron porque
o elétron absorve tudo, mas ele seleciona: com frequência violeta
ele absorve e é arrancado, saí com uma energia e uma velocidade.
Atraí-se aquele elétron e se cria uma corrente. Para isso se
faz uma aparelhagem, a célula fotoelétrica, aquele aparelho, mas
existe um problema. Como não se transfere toda energia, ou seja,
389
parte da energia é perdida porque esse elétron está preso
eletricamente a outros elétrons na superfície do material e quando
ele começa a sair vai chocar com outros elétrons ali, vai chocar com
outras superfícies, vai perdendo energia e depois sai. Então aquele
w é o trabalho necessário, a energia perdida para retirar ele porque
ele vai atritar com outros elétrons, outras moléculas, outros objetos
que tenha ali até ficar livre e sair. Portanto, a energia cinética é a
que entrou hf menos o trabalho w que ele teve para sair.
Einstein fez o seguinte: com uma luz, onda eletromagnética,
algo totalmente ondulatório, disse que no caso do efeito
fotoelétrico se comportava como uma partícula porque arrancava
elétrons, se chocava como uma partícula, então neste momento
começava a se criar uma ideia da famosa dualidade partícula-onda,
uma coisa que vai permear toda a física quântica, uma coisa que
não existia até então. Significa a luz quando se criava um
determinado experimento para ela, por exemplo, fizer a radiação
luminosa, onda eletromagnética passar por um prisma então ela
difratava como uma onda. Mas certos experimentos a qual a luz era
submetida como essa do efeito fotoelétrico ela se comportava como
bolinhas sólidas. Então, ora a luz se apresentava como uma onda
como um fenômeno que se espalhava como uma onda, e ora ela se
apresentava como pacotes duros e rígidos capaz de transferir
quantidade de movimento, capaz de carregar consigo uma inércia.
Então Einstein foi o que discutiu e criou essa ideia pela primeira vez
de que a luz tinha esse comportamento estranho dual.
Mais tarde, o físico francês Louis De Broglie vai criar ondas
de matéria, ou seja, vai fazer o contrário. Ele vai pegar um elétron,
que é uma partícula, e falar que o elétron em certas circunstâncias
se comporta como uma onda, um fenômeno ondulatório.
Em resumo:
Luz
:
onda
⇒
partícula (fóton)
Elétrons
:
partícula
⇒
onda
390
● Prêmio Nobel de Einstein
Em 1905 é considerado o ano da vida científica de Albert
Einstein. Ele publicou 5 artigos 3 dos quais revolucionaram a física
entre esses se encontra a sua abordagem ao problema do efeito
fotoelétrico. Einstein tem contribuições importantes em quase
todas as áreas da física, mas sem qualquer dúvida suas
contribuições mais impactantes foram àquelas relacionadas com a
teoria relatividade restrita e com a teoria geral da relatividade.
No entanto ao escolher o prêmio Nobel no ano de 1921 o
comitê Nobel para física da Academia Real de Ciências da Suécia deu
mais importância ao trabalho sobre o efeito fotoelétrico. No
discurso de apresentação o coordenador do comitê fez apenas uma
pequena referência à teoria da relatividade enfatizando que a
principal discussão em torno do assunto restringia-se a área
epistemológica e filosófica, e mencionou também que as
implicações astrofísicas estavam sobre rigorosos exames. Embora,
seja importante chamar atenção que já em 1909 no eclipse solar
observado em Sobral no Ceará ou em outras partes do mundo
comprovava os principais resultados da teoria geral da relatividade
de Einstein.
Essa teoria era tão impactante para os físicos da época que
eles acreditavam que precisava muito mais descobertas astrofísicas
para comprová-la e que não poderiam dar um prêmio Nobel por
coisas que ainda não fossem confirmadas. Eles pensavam assim
“vamos que se dê um prêmio Nobel e daqui a um mês, dois anos,
prova-se que estava tudo errado”.
Einstein não foi receber o prêmio Nobel na cerimônia de
entrega porque estava no Japão. Tantas pessoas já ganharam o
prêmio Nobel mais por questões políticas do que por merecimento.
Os ganhadores não só recebem um troféu como cerca de um milhão
de reais.
391
Observações:
1ª) sobre as dificuldades da pesquisa em Física Espiritualista
Muitos físicos espiritualistas estão sendo altamente
rechaçados por essa cúpula que dirige a ciência hoje em dia porque
a espiritualidade é uma coisa não admitida na ciência. Deste modo,
estão criando dificuldades para que essas ideias possam eclodir. No
entanto físicos que viveram experiências pessoais no campo da
espiritualidade passam a se interessar e a trabalhar nessa área.
Em 1983 houve na Unicamp um congresso internacional
sobre esse assunto intitulado “Interação: Mente, Espírito e Matéria”
onde cientistas discutiram espiritualidade não de uma forma
mística, mas tentaram entender porque todos os fenômenos que
existe no universo têm uma explicação física razoável.
Quanto mais o cientista tiver liberdade para expressar aquilo
que realmente quer pesquisar não aquilo que o sistema impõe para
que ele pesquise. Pois, às vezes certas coisas não são interessantes
para uma universidade pesquisar porque quem patrocina é o
sistema político, a indústria, e se não houver interesse por parte
deles não há verba, o departamento não funciona.
Fazer ciência de uma maneira a investigar questões
espirituais não tem apoio financeiro, filosófico, estrutural e a maior
parte dos físicos que fazem essa física espiritualista faz nas horas
vagas, ou seja, não fazem dentro de sua carreira real, dentro do seu
trabalho, dentro da universidade. Eles fazem à parte porque
acreditam naquilo. É muito difícil ter um laboratório para investigar
fenômenos espirituais, ninguém paga a montagem dessa
aparelhagem toda que pode custar um milhão de dólares. Por outro
lado, o reator nuclear que custa bilhões está sendo montado na
Suécia.
Se em vez de investir para fazer pesquisas atômicas se
investisse em pesquisa esotérica ia se descobrir tanta coisa. Todavia,
muitos físicos reacionários combatem essa pesquisa falando que
isso tudo é uma bobagem, não tem nada haver com ciência. Eles
estão fazendo isso porque são pessoas bloqueadas, não tem uma
392
abertura para ver que os fenômenos espirituais são fenômenos
reais ocorrendo em inúmeros centros espíritas pelo Brasil como o
da operação cirúrgica.
2ª) sobre esse tópico
A diferença entre as duas anomalias é que: enquanto a
radiação do corpo negro, Planck quantizou as energias dos
osciladores; o efeito fotoelétrico, Einstein quantizou a luz em
pacotes, ela viajaria discretamente em corpúsculos e não continua
em energia. O nascimento da física quântica se daria, além destas
duas anomalias, a quantização dentro do átomo para explicar a
estabilidade das órbitas dos elétrons.
3ª) sobre o próximo tópico
Aborda-se a Mecânica Quântica, começando com as ondas
de matéria e as teorias do Deblugli, ou seja, a consolidação da
dualidade onda-partícula. Vai se ver que esses comportamentos
duais é que vão desencadear grandes discussões como o da
verdadeira realidade do universo, bem como abrir portas para a
espiritualidade.
Depois, as medições como o princípio da incerteza, a
densidade de probabilidade e o princípio da superposição com o
gato de Schrödinger. Ainda no problema da medida porque se
precisa criar um aparato experimental ou uma interação para que
essas coisas se comportem dessa ou daquela maneira. E a pergunta
clássica era: quando não é feito medidas do elétron, não se está
observando ele, como ele é? Como ele esta existindo? Então o
observador vai ter um papel importante na física quântica. Enfim, o
colapso da função de onda com o papel do observador.
Fica para outro tópico a não-localidade no colapso, isto é, a
inseparabilidade quântica.
393
394
Mecânica Quântica
● Ela e a física clássica
● A dualidade partícula-onda (estado ondulatório da matéria)
● A experiência da fenda dupla e característica ondulatória do
elétron
● O princípio da incerteza de Heisenberg
● Densidade de probabilidade
● O gato de Schrödinger e o colapso da função de onda
● O papel do observador na física quântica – primeiro passo para
teorizar a consciência e o espírito
● Perguntas básicas
● Ela e a física clássica
A Física Quântica envolve conceitos como os de partícula –
objeto com uma mínima dimensão de massa, que compõe corpos
maiores – e onda – a radiação eletromagnética, invisível para o ser
humano, não necessita de um ambiente material para se propagar,
e sim do espaço vazio. Enquanto as partículas tinham seu
movimento analisado pela mecânica de Newton, as radiações das
ondas eletromagnéticas eram descritas pelas equações de Maxwell.
No início do século XX, porém, algumas pesquisas apresentaram
contradições reveladoras (como o prêmio Nobel de Einstein
comentado anteriormente), demonstrando que os comportamentos
de ambas podem não ser assim tão diferentes uns dos outros.
Foram essas ideias que levaram Max Planck à descoberta dos
mecanismos da Física Quântica, embora ele não pretendesse se
desligar dos conceitos da Física Clássica.
Os físicos clássicos deterministas vão começar a questionar:
Por que só se consegue detectar essas duas características quando
se observa: partícula ou onda? Por que para observar o mundo
atômico se tem que montar um aparato experimental? Por que não
se pode ficar aqui olhando e aparecer algo? Por que só se tem
informação de como o mundo atômico é e como ele se comporta
395
quando se observa? Todas as experiências até hoje montadas só
teve essas duas situações ou o elétron se comportava como uma
partícula ou se comportava como uma onda não tem uma terceira
situação.
A mecânica quântica integrou o conceito de onda ao
conceito de partícula como sendo uma única coisa integrada. Algo
parecido com o que Einstein fez em pegar o espaço e conectar com
o tempo criando a ideia de espaço-tempo. As duas coisas eram
separadas e ele percebeu que na teoria da relatividade tinham que
integrar essas duas coisas para o mundo funcionar. No mundo
quântico a integração foi feita por dois conceitos que antigamente
eram separados e que agora tem que ser unidos. Então o mundo
subatômico se tornou um ambiente muito estranho, tem uma frase
dos grandes cientistas que diz assim: “Se você não achar a mecânica
quântica um absurdo é porque você não a entendeu”.
Porém, essa física “absurda” que se voltou para o mundo
microscópico, onde passou a estudar os fenômenos subatômicos,
mais tarde possibilitou grandes avanços tecnológicos, como o
desenvolvimento das telecomunicações, os avanços na eletrônica,
aparelho de CD, o controle remoto, os equipamentos hospitalares
de ressonância magnética, o famoso computador e até mesmo uma
explicação mais eficiente sobre a evolução do universo.
● A dualidade partícula-onda (estado ondulatório
da matéria)
Em 1905, Albert Einstein, um jovem e desconhecido físico
alemão, publicou a Teoria Especial da Relatividade e a teoria do
Efeito Fotoelétrico, que revolucionou a mentalidade científica para
o estudo dos fenômenos atômicos.
Com o desenvolvimento da Mecânica Quântica, através dos
trabalhos de Albert Einstein, Niels Bohr, Werner Heisenberg,
Wolfgang Pauli, Erwin Schrödinger, entre outros, descobriu-se o
comportamento dual dos elementos atômicos e das ondas
396
eletromagnéticas, que ora se manifestavam como partículas, tendo
massa e dimensões definidas, ora se manifestavam como ondas.
Lembrando-se que Einstein propôs que as ondas
eletromagnéticas como a luz, algo considerada energia, contínua,
poderiam em determinados casos serem encaradas como
partículas, como fótons, isso no efeito fotoelétrico.
Em 1924, um físico francês chamado Louis De Broglie publica
um artigo propondo que a matéria, a partícula, o elétron, também
se comportaria como uma energia, onda [onda de matéria]. Até
então não havia nenhuma experiência, nenhuma situação que
pudesse levá-lo a acreditar nisso.
No entanto, ele imaginava que: se o Max Planck escreveu a
famosa equação de quantização da energia dizendo que a energia
emitida por uma onda eletromagnética era E = nhf onde n são
elementos da sequencia de números naturais. Pois, numa corda
estacionária como é o caso da mola quando oscilada só coloca
ondas inteiras ali, números naturais de ondas, não se conseguem
colocar frações da onda. Bem como também ocorre o mesmo com o
pêndulo que tem característica ondulatória.
Então, De Broglie pensou que provavelmente a matéria
também pudesse ser associada a uma característica ondulatória, ou
melhor, relacionou o comprimento de onda λ com a quantidade de
movimento mv da partícula, mediante a fórmula λ = h/mv. Vendo-se
a equação se percebe facilmente, que à medida que a massa do
corpo ou sua velocidade aumenta, diminui consideravelmente o
comprimento de onda.
Por exemplo, uma bola de beisebol com velocidade de 10
m/s e massa de 1 kg, o comprimento de onda associado a essa bola
é λ = h/mv = (6,6x10 -34)/1x10 = 6,6x10 -35 metros [muito menor que
o comprimento de onda do raio gama de no máximo 10 -14 metros.
Donde, se conclui que esse comprimento de onda é extremamente
curto, não se tendo instrumento para medir, daí praticamente para
um corpo macroscópico o caráter ondulatório desaparece. Por
outro lado, se aventar em calcular a frequência dessa entidade aqui
397
(f = 1/λ) ela vai dar tão alta, 1,52 x 10 34 Hz que nem os raios gama
têm essa frequência de tão alta [vai de 1020 Hz a 1022 Hz] que o
objeto parece sólido de tanto que oscila a onda associada a ela.
No entanto, fazendo a mesma conta para um elétron com
energia cinética de 100 eV (onde 1 eV, isto é, 1 elétron volt é uma
medida de energia que pode ser convertida em joule, ou seja: 1 eV =
1.60217646 × 10-19 J) se tem λ = h/p = h/ 2mk = 1,2 x 1010 = 1,2
angström = 1,2 A. Angström é a unidade de comprimento de ondas
muito curtas, essa medida é coerente com a própria estrutura do
mundo atômico. As radiações de alta frequência se acham nessa
faixa de comprimento de onda. No exemplo, o comprimento de
onda de 1010 está na faixa do raios-X que é de 108 a 1012.
Assim, De Broglie prevê o comprimento de onda para o
elétron. Mais tarde é feita acidentalmente uma experiência
injetando feixe de elétrons em cristais. E se descobre que os
elétrons difratam na rede cristalina, monta-se um aparato
experimental e calcula-se o comprimento de onda associado ao
elétron nessa experiência de difração, achando-se o valor
extremamente igual ao previsto por De Broglie.
Estava assim provado experimentalmente que Louis De
Broglie estava certo que as partículas subatômicas se comportam
em determinadas circunstâncias como uma onda. Porém, no
começo quando ele publicou esse artigo ninguém deu muita
atenção para ele foi Einstein que percebeu a importância do que De
Broglie tinha realizado: “Ela [a tese de Broglie] levanta uma ponta
do grande véu.”
Observação: mais tarde o professor Laércio da Fonseca vai
criar um modelo quântico da matéria, uma teoria, um postulado
associando a massa de uma partícula à frequência de onda da
partícula. Mas só que vai caracterizar quando uma partícula está em
deslocamento porque se a partícula estiver parada não se teria
onda.
398
● Experiência da dupla fenda e característica
ondulatória do elétron
No filme “Quem somos nós” tem o Dr. Quantum que mostra
essa experiência com animação gráfica [Internet em “Dr. Quantum e
a experiência da fenda dupla”]
Esta experiência já era conhecida nos inícios do século XIX.
Faziam essas experiências com luz e percebiam esse caráter
ondulatório da luz da onda eletromagnética.
Num ponto de um lago e se fazendo uma perturbação de
maneira que a partir dele se começa a soltarem ondas circulares.
Estas ao chegarem à fenda, diante dela, elas vão passar para o outro
lado em expansão como se na fenda fosse semelhante aquele ponto
e começasse a abrir de novo. Isso é uma onda.
De fato, pois, se fosse feita experiência com partículas, não
com onda, colocado um anteparo aqui, se fosse jogado feixe de
bolinhas, daria apenas pontos intensivos porque as outras partículas
que batiam iam refletir e voltar, não iria passar.
399
Numa dupla fenda. Jogar uma onda eletromagnética quando
ela chega a um dos furos começa a sair uma onda, e no outro furo
começa a sair também outra onda. Quando essas ondas começarem
a se juntar vão fazer interferência construtiva e destrutiva. Pondo-se
um anteparo vai se ver projetada nele uma figura que tem parte
brilhante, parte escura, parte brilhante, parte escura, conhecida por
figura de interferência. Vão aparecer linhas assim, o espectro não é
contínuo, ele fica cheio de interferências. Isso ocorre para luz e para
todo tipo de onda quando passa por fenda dupla.
Alguns cientistas pensaram: se fizer o mesmo para o elétron
ele vai se comportar como uma bolinha ou como uma onda?
Quando jogaram um feixe de elétrons passando por uma fenda ele
abria também do outro lado causando um foco e manchando tudo
isso aqui com a parte do centro mais intensa, um brilho mais
intenso no centro. Logo, se concluiu que também se comportava
como onda.
400
Se jogassem um feixe de elétrons por duas fendas
novamente a situação ia ser semelhante àquela que aconteceu com
a luz.
O resultado disso é que o feixe de elétron que na verdade
era imaginado como partículas se comportaram exatamente como
um fenômeno ondulatório. Por causa disso ficou mais uma vez
comprovado e evidenciado a teoria de De Broglie.
Isso gerou um problema muito sério na questão da natureza
das coisas. Como que as coisas são na realidade? Como o universo
quântico é na realidade? Essa é a questão: montando-se um
experimento essas entidades do mundo atômico aparecem como
partículas; numa outra experiência montada essas mesmas
entidades aparecem como ondas não de probabilidades, mas sim de
ondas reais, causando interferência. Como elétron pode ser num
momento uma partícula que é uma coisa que ocupa um volume
muito definido do espaço, e em outro ele se comporta como uma
coisa extensa que se espalha no espaço que é uma onda?
Esse comportamento dual nunca foi até hoje realmente
explicado porque é assim. Os físicos não têm ideia dessa situação,
isso é uma constatação experimental do mundo atômico, é assim e
pronto, tem que se acostumar com isso.
401
● O princípio da incerteza de Heisenberg
Partindo dessas experiências um físico experimental
chamado Heisenberg costumava investigar e pesquisar o mundo
atômico para tentar medir valores no mundo atômico como, por
exemplo, medir alguns parâmetros do elétron. Isso porque
fundamentalmente quando se quer escrever uma mecânica para o
mundo atômico, no fundo se quer na verdade é criar a chamada
famosa equação de movimento.
Supondo-se o elétron navegando por aqui com certa
velocidade e se queira escrever a equação de movimento dele para
se poder prever o futuro. Analogamente, como no caso do sistema
solar que tendo a equação de movimento dos planetas se consegue
prever eclipse daqui a 100 anos.
Retomando o caso do elétron e se imaginado ele se
deslocando ao longo desse eixo x com certa velocidade v. Para que
se possa escrever a equação de movimento se tem que medir duas
variáveis importantes, é só lembrar-se da equação do movimento
uniforme s = s0 + vt que aqui é x = x0 + vt.
y
x0
v
x
As duas variáveis são: x0 que é a posição inicial dele, isto é, a
posição que ele se encontra no instante do medir em relação ao
sistema de referência adotado; v, ou seja, é preciso medir a
velocidade dele. Tendo esses dois fatores se monta uma equação de
movimento dele e tudo está resolvido. Só que, a rigor, os físicos não
medem velocidade diretamente eles medem o momento
(quantidade de movimento) que é p = mv.
402
Suponha-se que nessa sala tem um elétron e se quer medir a
sua posição e a sua velocidade. Como não se consegue ver o elétron
então se monta um aparato experimental. Torna-se essa sala
fechada e totalmente escura onde dentro dela se coloca uma bola
de plástico sem que se saiba onde ela se encontra.
y
____________
●
x0
x
Se o sistema de referência for à parede a bola fica localizada
com duas coordenadas x e y. A técnica é fazer o seguinte: se pega
uma luz e acende de modo quando ela bate na bola e volta para
pessoa que observa está determinada onde a bola se encontra, se
tendo o x0. Para medir a velocidade é só pegar o relógio e ver se
essa bola está andando, quanto tempo ela demora em passar numa
outra posição x, aí se olha e mede. O que se registra é que para
detectar a presença dessa bola e medir a velocidade dela se precisa
jogar alguma coisa nela e ela refletir.
Agora, trocando-se essa bola por elétron como se faz para
observá-lo? Como o elétron é muito pequeno, tem reduzido
tamanho e massa, se precisa jogar um raio de luz com comprimento
de onda muito curto, na faixa do tamanho dele, se não for assim
não acontece nada com o elétron, pois o fóton não bate nele.
Todavia, se o λ é muito pequeno então a frequência é muito alta,
donde a energia (E = hf) que esse fóton está incidindo é muito alta.
E aí quando esse fóton bater no elétron e quiser voltar para o
observador, ele bate com tanta energia, com tanta força, que ele
pega esse elétron e manda a quilômetros de distância. Assim, na
hora em que o observador receber a informação ele não vai saber
onde o elétron está.
403
Por outro lado, montando-se um aparato para medir a
velocidade vai dar o mesmo problema em relação à informação.
Pois, como marcar duas posições se não consegue medir nenhuma.
Para melhorar o entendimento do que está sendo dito ao
invés de jogar um raio de luz na bola de plástico se jogue jato de
água de uma mangueira de bombeiro. A bola ia espirrar para tudo
quanto é lado. Quando se vai medir, interfere e interferindo muda a
realidade e não se consegue escrever uma equação de movimento
precisa para qualquer partícula do mundo atômico.
Quem já fez curso de mecânica sabe que quando alguém
pede para fazer uma peça como, por exemplo, de 20 milímetros de
comprimento. Tem que saber qual a precisão que se quer nessa
medida porque a máquina que vai fazer isso aí necessita da
tolerância como, por exemplo, erro na medida de 0,001. Em caso de
dúvida medir com a régua e vê se consegue pegar no olho meio
milímetro na régua.
Heisenberg sabendo que as medidas dessas variáveis
importantes para escrever uma equação de movimento tinham
muita imprecisão, isto é, erro na medida. Mais especificamente, ele
percebeu que todas as vezes que ia medir a posição de uma
partícula subatômica se tinha um erro e esse erro era na ordem de
x. No caso do exemplo anterior x igual a mais ou menos 0,001. E
todas as vezes que se montava um aparato para medir o momento
ou a quantidade de movimento p se tinha um erro também de p.
Concluiu que todas as vezes que se for fazer uma experiência
h
quântica esses dois erros vão ter essa relação x. p ≥
onde h é
2
h
o h normalizado valendo
. Essa aqui é a famosa lei da incerteza
2
nas medidas do Heisenberg.
O produto das duas incertezas é da ordem de grandeza de h
que é muito pequeno: 6,6 x 10-34. Não se consegue precisão menor
que isso, então sempre vai ter um erro na medida da posição e um
erro na medida do momento (ou simplesmente da velocidade) e
404
quando dá um produto das duas essa equação diz o seguinte: todas
as vezes que se tenta diminuir a precisão na posição se perde a
precisão na velocidade, no momento; e toda vez que se monta um
aparato para melhorar a medida da velocidade se perde precisão na
posição. [sem perda de generalidade supõe-se que se queira uma
boa precisão que não a excelente Δx=0, como Δx=10-34.000.000. Logo,
h
x. p ≥ , donde aproximadamente, 10-1.000.000.034. p ≥ 10-34, o
2
que implica Δp≥101.000.000.000, ou seja, “sem precisão” nenhuma.
Uma ideia é a de se querer precisar onde está uma bola
preta no escuro em velocidade. Lança-se uma bola branca, quando
ela se chocar é conhecida à posição da bola preta, no entanto esta
se deslocou com o impacto sem que se conheça o momento.
Isso causou um problema muito sério na física porque como
é que se vai escrever uma equação de movimento não se tendo
nenhuma precisão. Montando-se um experimento para o elétron e
fizer a seguinte pergunta: “o elétron está em repouso?” e a resposta
“pode estar e pode não estar”? Não se sabendo se o elétron está
em repouso ou movimento como escrever uma equação futura?
Supondo-se precisar dessa informação com muita precisão
porque se esse elétron estiver em movimento ele vai passar por
uma fenda e ao chocar-se com o dispositivo eletrônico vai explodir
uma bomba capaz de dizimar de 5 a 10 milhões de pessoas. Se o
elétron suposto estiver parado a bomba nunca vai explodir. Mas,
nenhum físico, segundo Heisenberg, consegue dizer com precisão o
que está acontecendo. Se as pessoas vão morrer ou não, isso é um
paradoxo que se vai discutir daqui a pouco com o nome do
paradoxo do gato de Schrödinger. É uma tentativa de trazer efeitos
quânticos do mundo subatômico para o mundo macro-cósmico.
● Densidade de probabilidade
Por este motivo a teoria quântica abandonou parcialmente a
noção de trajetória e da localidade, em função do princípio da
405
incerteza de Heisenberg. E a noção da trajetória de natureza
determinista, substituída pela noção de função de onda, de
natureza probabilística. Essa interpretação da função de onda, como
medida da potencialidade de localização de uma partícula, foi dada
pela análise e correta interpretação de Max Born.
Resumindo, o fato de ser impossível atribuir ao mesmo
tempo uma posição e um momento exatas a uma partícula,
renunciando-se assim ao conceito de trajetória, vital em Mecânica
Clássica. Em vez de trajetória, o movimento de partículas em
Mecânica Quântica é descrito por meio de uma função de onda, que
é uma função da posição da partícula e do tempo. A função de onda
é interpretada por Max Born como uma medida da probabilidade de
se encontrar a partícula em determinada posição e em determinado
tempo. Esta interpretação é a mais aceita pelos físicos hoje, no
conjunto de atribuições da Mecânica Quântica regulamentados pela
Escola de Copenhagen. Para descrever a dinâmica de um sistema
quântico deve-se, portanto, achar sua função de onda, e para este
efeito usam-se as equações de movimento, propostas por Werner
Heisenberg e Erwin Schrödinger independentemente. A função de
onda está na fronteira entre o determinismo e o indeterminismo.
Dessas imprecisões começaram a trazer para a física as
probabilidades. Pois, no mundo atômico como não se tem os
parâmetros iniciais conhecidos não se pode afirmar como o sistema
vai evoluir, só se pode afirmar que há certa possibilidade do elétron
estar em repouso e certa possibilidade de ele estar em movimento.
Ou seja, ao invés de falar que a posição do elétron é exatamente
essa no espaço em relação a uma coordenada, se diz que: existe
certa probabilidade de encontrar esse elétron numa região.
Assim, física passou a não ser mais uma coisa extremamente
exata, objetiva e perfeita. Perguntando-se “com que velocidade o
elétron está?”, responde-se que “existe uma probabilidade de ele
estar com uma velocidade entre esse valor e esse”.
Um físico vai criar uma matemática para criar essa ideia de
densidade de probabilidade de modo que ao invés de querer achar
406
exatamente onde o elétron está, ele vai criar uma ideia exatamente
de densidade de probabilidade que vai definir uma região aonde há
maior probabilidade de encontrar o elétron e sempre com certa
incerteza. Então a probabilidade está extremamente associada à
incerteza nas medidas.
Einstein não aceitava isso e contestava dizendo que deve
haver algum erro nessas coisas aí porque “Deus não joga dados”.
Isso porque ele vinha de uma classe de físicos de uma época que é
chamada de determinismo, donde, todas as equações
determinavam com precisão a evolução de um sistema físico,
obtinham-se todos os valores exatos das medidas dos planetas. Mas
no mundo atômico começou a dar esse problema de incerteza. Esse
físico questionou se isso é real ou são os físicos que não estão
montando o equipamento correto, tem algumas variáveis ocultas aí
que eles não descobriram ainda e que vai destruir esse erro e se vai
poder medir com precisão esses dois valores.
Desta maneira, na época havia uma grande discussão.
Existiam os físicos que estavam fazendo essas experiências e
aceitavam um pouco essa coisa; e havia aquele grupo de físicos que
vinha da escola antiga e acreditava num determinismo na física e
não num probabilismo porque probabilismo é como se Deus
estivesse jogando dados. Qual é o verdadeiro destino de um sistema
físico? Pode-se prevê-lo com precisão? O mundo quântico fala que
só se pode dar uma densidade de probabilidade de como isso vai
evoluir no futuro.
O princípio da incerteza de Heisenberg tem duas partes: 1ª)
trata exatamente na incerteza na medida da posição e na incerteza
na medida no momento; 2ª) associa exatamente quando for medir a
energia E e o intervalo de tempo. Então na verdade toda vez que for
medir a energia de um sistema se tem um erro na medida e esse
erro vai se chamar E, pela mesma razão se for medir o intervalo de
tempo se tem um erro Δt. Logo, da mesma forma que na primeira
h
parte, E x t 
. Portanto, as duas partes do princípio da
2
407
incerteza de Heisenberg são: uma para o momento e a posição, e
outro para a energia e o intervalo de tempo.
Essas incertezas vão levar o mundo atômico ao mundo das
possibilidades. A pergunta de alguns cientistas é se o mundo
atômico é regido por probabilidades, desconhecendo-se quando o
fenômeno vai acontecer, como fica? Por exemplo, existe certa
probabilidade de certo núcleo radioativo decair em 30 anos não é
uma afirmação de que algo vai acontecer. Basta fazer analogia com
a probabilidade de alguém ganhar na mega sena ser de uma em 50
milhões, mas ele pode jogar e não ganhar, ou seja, a probabilidade
nunca acontece, o fenômeno nunca acontece, ter uma
probabilidade não significa que ele vai acontecer.
● O gato de Schrödinger e o colapso da função de
onda
Para discutir essa questão Schrödinger, um dos pais da
mecânica quântica, vai escrever uma equação de momento nessa
mecânica levando em consideração a incerteza e a probabilidade da
onda associada. No entanto, no princípio da incerteza, ele cria um
paradoxo e esse paradoxo era para provar na época o quanto a
física quântica era incompleta, o quanto faltava coisas para se
entender. Então ele criou o paradoxo do gato de Schrödinger.
Ele construiu a seguinte experiência hipotética. Pegou uma
caixa e colocou dentro dessa caixa um gato e também um
dispositivo que contém um núcleo radioativo e um frasco de gás
venenoso. Quando o núcleo dessa substância radioativa decai emite
408
uma partícula que aciona o dispositivo e o frasco mata o gato. Só
que tudo isso foi colocado numa caixa fechada e este átomo tem a
probabilidade de emitir essa partícula num intervalo de tempo,
então a pergunta é: quando a caixa for aberta o gato vai estar morto
ou o gato vai estar vivo? Então a discussão é a seguinte: antes de se
abrir a caixa as duas possibilidades são possíveis, porém quando a
caixa é aberta o experimentador vê um gato morto e um núcleo
decaído ou um núcleo não decaído e o gato vivo? A questão é saber
quando é que o sistema deixa de ser uma mistura de estado e se
torna um ou outro.
O objetivo da experiência é ilustrar que a mecânica quântica
é incompleta se não existirem regras que descrevam quando é que a
função de onda colapsa e o gato se torna vivo ou morto, em vez de
uma mistura de ambos. Na verdade se quer interrogar que a
realidade depende do observador. Se não observar não se sabe o
que vai acontecer? Quem é que decide se o gato vai morrer ou vai
viver? Será que o observador interfere na realidade do mundo
atômico?
O que a mecânica quântica diz é que ninguém pode afirmar
se aquele gato está morto ou vivo, só é possível afirmar quando for
tirar medidas. E o que é tirar medidas? Tirar medidas é observar.
Logo quem é que dirige essa realidade aqui dentro do mundo
atômico? Quem decide se esse átomo vai desintegrar e essa
desintegração vai causar uma morte? Com isso se tentou trazer uma
problemática probabilística no mundo quântico. Não se consegue
afirmar quando esse átomo vai desintegrar, será que tem uma
consciência por trás que decide o fluxo do universo e decide se esse
gato vai viver ou morrer. Para mecânica quântica enquanto não se
abrir a caixa as duas possibilidades estão superpostas.
Um físico fez uma previsão que deveria existir uma física
quântica de vários mundos ou de n mundos chamados de universos
paralelos. Segundo ele não é que exista o gato vivo ou o gato morto,
existem os dois universos, onde num universo o gato está vivo e no
409
outro universo o gato está morto. Essas duas possibilidades
coexistem.
Quando se abre a caixa há um colapso na função de onda,
porque deixa de existir a onda, e se acha a partícula aqui que é a de
se ver se o gato está vivo ou está morto, ou seja, aí sim uma
realidade é criada, mas é criada porque o observador participou.
● Papel do observador e primeiro passo para
consciência e espírito
Na física clássica havia aqueles parâmetros imutáveis: tempo
absoluto, onde universo fluía e o tempo transcorria igual para todo
mundo, não mudava nada; o espaço absoluto, ou seja, o espaço não
era influenciado por nada; o “observador absoluto”, isto é, na física
de Newton qualquer observador não tinha outro papel do que
apenas observar, ou seja, de apenas tirar medidas sem interferir em
nada do que estava acontecendo. O observador podia tirar as
medidas de um planeta com telescópio, medir posição, fazer tudo,
só que em nada interferia no que estava acontecendo, não tinha
nenhuma importância no processo.
É aquela velha história: o sistema solar funciona a milhões de
anos, quando eu cheguei aqui não mudou nada, a minha presença
não ocasionou em nada no universo.
A única coisa que o físico vai dizer é que há uma
probabilidade de algo ser onda ou partícula. O mundo fica
indefinido enquanto não se observar. Então não há uma realidade
porque onda e partícula são duas coisas completamente diferentes,
elas são como se fosse cara e coroa, duas faces diferentes da
mesma moeda. Olha-se de um lado da moeda aparece uma cara,
olha a moeda do outro lado aparece uma coroa, mas no fundo se
está olhando a mesma moeda. Portanto, é como se o elétron fosse
um objeto assim.
O novo paradigma que surgiu é: como é a realidade quando
não se observa? Quem decide como o mundo atômico vai se
410
comportar quando não se interage? Por que o mundo atômico está
acontecendo, os átomos estão acontecendo, os prótons, enfim todo
o universo está acontecendo? E aconteceu. E se pergunta: Como
aconteceu? Quem tomou as decisões para que tudo isso
acontecesse dessa maneira? Por que quando uma consciência tenta
criar uma realidade para entender como é o universo lá fora se tem
que observar? Esse observador interfere e quando interfere cria
uma realidade no meio de muitas possibilidades, porque enquanto
não se observa o mundo atômico existe uma série de possibilidades,
quando se monta um experimento e determina alguma coisa se
colapsa a função de onda e cria uma realidade.
As questões cruciais são: Quem é o observador que observa?
Ou então, o que é o observador que observa? Quem observa é uma
mente, é você, sou eu, são seres vivos que observam e nós tiramos
conclusões, nós criamos uma realidade e na verdade quem observa
é a consciência. Portanto, o observador é uma consciência. A
consciência do homem interage com a matéria e essa interação com
a matéria cria uma realidade, essa é a chave importante nesse
ponto da física quântica que vai abrir as portas para os físicos que
estão querendo criar uma ponte entre o espírito e a matéria.
Não há como admitir que sempre duas pessoas observam
uma mesma coisa de uma única maneira.
Meishu-Sama
“Não adianta apenas ter fé, rezar, acreditar em algo. É
preciso sabedoria. (...) [Sakyamuni] chamava de kakusha ao homem
despertado, que já trabalha num certo nível de consciência; ou seja,
um bodhisattva; e denominava daikakusha, ao homem que atingiu
um grau superior, inteiramente despertado. (...) o homem
iluminado tem sabedoria.”
Mas, o que é a consciência? Aí se vai entrar num universo
não mais de um físico propriamente dito, vai se entrar no universo
de um psicólogo, de um psiquiatra, de um terapeuta. Quem é esse
ser que observa essa consciência que interage? Os esotéricos usam
um sinônimo dessa palavra consciência que é o espírito. Então na
411
verdade é um espírito que observa, é uma alma que observa, é uma
consciência. O meio científico não usa a palavra espírito porque dá
uma conotação religiosa. Mas, qual é o papel real da consciência na
construção da realidade no universo? Como essa consciência foi
gerada?
Os biólogos darwinistas introduzem o modelo da evolução
do processo evolutivo da consciência, da geração da consciência,
que é chamada de uma teoria de ascensão. Ela diz o seguinte: lá no
oceano se tinha apenas átomos, moléculas, essas moléculas por um
acaso foram criando moléculas mais complexas chamadas de
moléculas orgânicas e criando os primeiros microorganismos. E
novamente por acaso esses organismos vão se tornando cada vez
mais complexos que criam um sistema onde eles viveram na água e
por si só eles resolvem, não se sabe como nem porque, quem é que
decide isso, criar pernas, criar pulmão e passar para terra. E depois
ninguém sabe já que tudo é probabilidade no mundo atômico,
quem é que define qual probabilidade que vai fazer com que as
moléculas cheguem a uma espécie animal, criar asas e sair voando.
E no final dessa escala evolutiva vem o homem com um cérebro e
esse cérebro vai gerar uma consciência e essa consciência que é o
próprio ser chamado de espírito.
A pergunta é a seguinte: como que a natureza a partir de
átomos simples que seguem leis probabilísticas decidiu tomar esse
curso, criar essa realidade conectada até chegar ao homem e na
consciência do homem? Então, para essa visão a mente é fruto de
todo uma intrincada escolha que o mundo atômico fez para no final
de tudo criar a consciência.
Muitos cientistas não conseguem acreditar nisso, não
conseguem acreditar nessa teoria evolucionária, alguns físicos
começam a pensar que a consciência ou o espírito necessariamente
deve ser anterior a tudo isso, eles dizem que na verdade uma
consciência é que decidiu criar esse fluxo de realidade até chegar a
onde os seres humanos estão.
412
Isso vai levar a uma discussão que a consciência age na
matéria, determina o fluxo dos sistemas quânticos e
necessariamente deve existir fora da matéria. Todas essas
conjecturas serão feitas daqui para frente.
A porta para se introduzir a consciência como parte
integrante das experiências físicas ou das equações físicas está na
medida porque com ela se introduz a consciência e a consciência
pode tomar decisões. E desde quando a consciência está tomando
decisão no universo? Aí se vai discutir Deus ou uma coisa que se vai
chamar de consciência cósmica. Quando você e o cientista não
existiam, quando essa consciência não existia, quem é que decidia
como que o universo ia fluir?
Amit Goswami e outros grandes físicos dessa área vão dizer
que não existe outra possibilidade a não ser uma consciência maior
atuando fora de tudo, da própria matéria, decidindo qual a
probabilidade que vai realmente acontecer, que vai colapsar a
função de onda e essa consciência ele vai chamar de consciência
cósmica e que os comuns aí pode chamar de Deus. Uma inteligência
criando e determinando que a própria matéria, os próprios elétrons,
interaja desta ou daquela maneira.
Cientificamente esta consciência cósmica é que geraria os
números quânticos porque eles são tão precisos se variarem um
pouco o universo colapsa, o átomo colapsa, então uma consciência
muito inteligente teve que projetar tudo, como o universo deveria
fluir, como deveria andar desde as partículas mais elementares até
as moléculas e as estruturas mais complexas que existe nesse
universo, nessa natureza. Só nesse conjunto de átomos se tem
estrelas, planetas, sistemas planetários e a vida como ela se forma
na Terra em moléculas altamente complexas e os seres humanos
usando um corpo que é altamente complexo, biologicamente
complexo, pensando, amando, angustiando, entristecendo, sendo
alegre, feliz, o que é essa coisa que fica feliz, essa consciência, esse
ser.
413
O papel chave que desempenham as observações na física
quântica leva indubitavelmente a questões sobre a natureza da
mente e da consciência e suas relações com a matéria.
Então nesse momento em especial se está começando a abrir uma
porta para integrar a consciência e o espírito como parte inevitável
das relações com o universo, com a matéria, com o mundo atômico.
Resumindo: a descoberta de que a dualidade partícula-onda
leva a um problema sério de não se saber qual a verdadeira
realidade da matéria e da natureza do mundo atômico se é onda ou
partícula. As duas coisas ao mesmo tempo elas nunca aparecem
porque são feitos experimentos diferentes. Mas, quando não se
está observando não se sabe qual é a verdadeira realidade das
coisas. O problema fundamental da medida que levou ao princípio
da incerteza de Heisenberg, a imprecisão vai levar as ideias
probabilísticas na física quântica e não mais um determinismo
clássico que vinha da física newtoniana e até da física relativística.
Agora, se tem a introdução da consciência-observador como parte
importante integrante de toda a realidade das experiências do
mundo atômico.
● Perguntas básicas
“A física das possibilidades!”; “Matéria e todas as suas
interações são ondas de possibilidades. Possibilidades de quê? De
escolha. Escolha de quem? da ‘Consciência’.”
1ª) Qual é a diferença entre uma onda comum e uma onda
de possibilidade?
Resposta: Ondas são perturbações periódicas que podem
tanto percorrer o espaço (onda em movimento) como oscilar num
só local (onda estacionária).
Uma onda comum – uma onda em movimento do mar, por
exemplo – oscila no espaço e no tempo manifesto; é possível ver a
perturbação, o deslocamento da água da posição de superfície
414
mudando com o tempo, as linhas da crista progredindo, e assim por
diante.
Uma onda estacionária são as notas musicais que você
escuta, vindas de um violão, começam como ondas estacionárias; se
você observar a corda, verá que ela vibra, oscilando enquanto
permanecer no mesmo lugar.
Uma onda quântica de possibilidades, ao contrário, não pode
ser vista na manifestação. Nossa tentativa de vê-la faz com que a
onda se desintegre numa partícula, por assim dizer.
2ª) Por gentileza, dê um exemplo de onda de possibilidade.
Resposta: Considere um elétron livre para se mover no
espaço. Em questão de segundos, a onda desse elétron pode se
espalhar por toda a cidade, assim como se expande uma onda do
mar, mas somente em possibilidade. É alta, certamente, a
probabilidade de que o elétron vá para alguns lugares e baixa a de
que apareça em alguns outros lugares. Na verdade, essas
probabilidades (calculada pelo instrumental matemático da
mecânica quântica) compõem uma distribuição, em curva de sino.
415
3ª) Por gentileza, dê um exemplo de onda de possibilidade
estacionária.
Resposta: Considere a onda de possibilidade de um elétron
no mais baixo estado de energia (o estado fundamental) de um
átomo de hidrogênio. Como o átomo confina o elétron, o elétron é
descrito por uma onda de possibilidade estacionária. Na física
newtoniana que você aprendeu na escola, supõe-se que o elétron
orbite em torno do próton. Na nova concepção, você pode imaginar
o comprimento de onda do elétron dando uma volta em torno da
órbita (figura anterior). Mas a diferença entre o modelo clássico e o
modelo quântico é assombrosa. No modelo quântico, o elétron
compõem uma distribuição de probabilidade; a órbita apenas
descreve lugares em que é mais provável que o elétron apareça.
Mais uma vez, se fizermos várias observações, descobriremos que o
modelo quântico está de acordo com os dados experimentais.
4ª) Você diz que a observação causa a desintegração da onda
em partícula, e que, portanto, o objeto quântico será encontrado
sempre num só lugar, e não espalhado por toda a parte. Sendo
assim, como você sabe que existe uma onda de possibilidade antes
da observação?
Resposta: Quando fazemos uma grande quantidade de
observações de elétrons em situações idênticas, encontramos os
elétrons aparecendo em todos os diferentes lugares previstos pela
mecânica quântica, de acordo com a distribuição em curva de sino.
Essa é a resposta mais genérica a pergunta: a teoria é verificada
pelo experimento, e, por isso, nós confiamos na teoria, que diz que
o elétron é uma onda de possibilidade antes que nós o vejamos.
Em algumas situações, podemos dizer que o elétron tem
uma natureza de onda mesmo sem passarmos pelo trabalho de
estudar a distribuição inteira. Veja, por exemplo, o experimento da
fenda dupla (figura abaixo). O próprio fato de que os elétrons
aparecem na placa fluorescente em outros pontos além daqueles
que se encontram diretamente atrás das fendas denuncia a
natureza de onda subjacente no elétron.
416
5ª) Por falar em experimento da fenda dupla, o que constitui
uma fonte de elétrons?
Resposta: Os elétrons estão em toda parte. Eles são partes
constitutivas dos átomos que formam o grosso da matéria que
existe na Terra. Encontram-se, sobretudo nos metais, onde alguns
deles têm a liberdade para se movimentar no metal todo. Para
obter elétrons livres de um metal, lançamos luz sobre ele, o que nos
dá fotoelétrons. Os alarmes contra roubo funcionam com base
nesse princípio. É possível também libertar os elétrons de suas
cadeias metálicas esquentando o metal. Se você já viu, alguma vez,
um tubo termiônico, ele funciona com base nesse princípio.
6ª) Voltemos, por um instante, para o experimento da fenda
dupla. Por que o elétron não pode causar o colapso de sua própria
onda de possibilidade?
Resposta: Um sem-número de experimentos já demonstrou
que o comportamento médio do elétron é completamente
determinado pela mecânica quântica. Cada elétron, em cada
evento, revela-se dotado de livre-arbítrio, na sua escolha de um ato
entre as possibilidades? Nos primeiros tempos, até mesmo Niels
Bohr ponderou sobre a questão do livre-arbítrio do elétron.
Dificilmente algum físico de hoje concordaria com esse tipo de ideia.
Mas ela é, em última análise, uma questão experimental, e está
provavelmente excluída experimentalmente.
417
7ª) Por que não podemos dizer que a placa fluorescente
mede os elétrons e, ao fazê-lo, causa o colapso da onda de
possibilidade do elétron?
Resposta: Isso estaria em contradição com a mecânica
quântica, segundo a qual até mesmo a placa fluorescente deve ser
descrita como uma onda de possibilidade. O agente do colapso
precisa estar totalmente fora da jurisdição da mecânica quântica.
8ª) É difícil, para mim, aceitar que os resultados do
experimento da fenda dupla na placa fluorescente permaneçam no
limbo da possibilidade até que eu decida observar.
Resposta: Pense em um elétron de cada vez. Cada elétron
aparece em uma das franjas brilhantes (com probabilidades um
tanto variáveis). A placa fluorescente amplifica o sinal do elétron em
cada posição possível; é a sua função. A onda de possibilidade total
compreende, agora, a superposição de todos esses elétrons
possíveis, amplificados pela placa fluorescente em sinais possíveis.
Mas, quando nós observamos, somente um desses sinais possíveis
se manifesta; é nesse ponto que nós detectamos o elétron.
Note que a observação desintegra automaticamente todas
as coisas relacionadas com o evento. O ponto que é iluminado, por
exemplo, faz parte do todo da placa. Note também que um aparato
de observação tem uma segunda função: devido a sua massa, sua
onda de possibilidade se expande um tanto lentamente, de modo
que vários observadores podem compartilhar dos resultados da
mesma observação.
Observação:
Após mais alguns estudos se retoma a esse aspecto da
consciência porque o professor Laércio da Fonseca vai criar um
modelo quântico da consciência e vai dizer que a consciência
interage com a matéria dentro dos padrões e das leis da física
quântica. Desse modo, a consciência deve ser um objeto quântico
também para interagir de forma clara e objetiva com o mundo
atômico.
418
Inseparabilidade Quântica
● O Paradoxo EPR e a não-localidade
● O Teorema de Bell – Troca de informações sem nenhum sinal
trocado
● O experimento de Alain Aspect – Interconectividade
● O colapso da função de onda de probabilidade
● Teletransporte e teletransporte quântico
● O Paradoxo EPR e a não-localidade
Apesar de ter sua estrutura formal basicamente pronta
desde a década de 1930, a interpretação da Mecânica Quântica foi
objeto de estudos por várias décadas. O principal é o problema da
medição em Mecânica Quântica e sua relação com a não-localidade
e causalidade. Já em 1935, Einstein, Podolski e Rosen publicaram
mostrando uma aparente contradição entre localidade e o processo
de Medida em Mecânica Quântica.
Em 1930 Einstein e mais os amigos Podolski e Rose
propuseram um experimento hipotético que poderia quebrar o
h
princípio da incerteza de Heisenberg: x.p  . Qual seja: sempre
2
haveria erros na medida e nunca se poderia medir com precisão as
duas grandezas ao mesmo tempo, isto é, teria que avaliar uma e
depois montar outro experimento para avaliar a outra, e quando se
media uma com precisão se perdia a medida da outra.
Eis o experimento hipotético. Considerando-se uma partícula
que vai se desintegrar em dois elétrons e1 e e2 que são espirrados
diametralmente opostos para as posições A e B.
419
Como os elétrons são considerados gêmeos iguais e a quantidade de
movimento é sempre conservativa, ou seja, nesse caso o momento
p1 vai ser igual ao momento p2 porque os elétrons são expulsos
praticamente com a mesma velocidade já que a mesma energia é
dada a eles. Consequentemente, as posições são B = -A, ou x2 = -x1.
Aí o Einstein disse que conseguia medir o momento e a posição
desse elétron com extrema precisão, o que derruba o princípio da
incerteza. Para isso quando o elétron espirra se monta um
experimento para medir, por exemplo, p1. Porém, como não se
pode medir a posição desse x1, então se mede a posição desse outro
lado x2. Como x2 = -x1, então se tem p1 e x1.
Na época em que foi proposto esse exercício não havia
tecnologia e nem aparato experimental para fazer esse tipo de
experiência, para confirmar se estava certo ou não. Mas, é daqui
que saí uma das chaves da física quântica como porta para a
espiritualidade.
Niels Bohr disse que após o afastamento dessas partículas
elas vão continuar ainda correlacionadas, interligadas, conectadas.
Pode afastá-las de 10 km, 100 km, 1000 km, até de um ano luz, aí
quando se mede uma das partículas instantaneamente vai perturbar
a outra. Einstein não aceitou assegurando para saber alguma coisa
tem que receber informação e esta tem que atravessar espaço,
certa distância, só que isso demora um tempo e não existe, segundo
a teoria da relatividade, nenhum sinal que pode viajar com
velocidade superior a da luz.
Einstein chamava esse entrelaçamento de “ação
fantasmagórica à distância”. Dizia que gostava de pensar que a Lua
estava lá, mesmo que não estivesse olhando para ela. Ele dava
exemplo de um par de luvas, onde cada uma das luvas seria
guardada numa caixa. Uma das caixas seria levada para bem longe.
Abrindo-se uma delas e vendo que a luva era a da mão direita, não
seria preciso abrir a outra caixa para saber que ali estava a luva da
mão esquerda. Assim, tudo estaria decidido antes que se olhasse.
420
Retomando o elétron se sabe que quando o spin de elétron
roda no espaço cria um campo magnético igual ao da Terra, isto é,
um campo magnético norte e sul. Se ele girar de um lado, o norte e
sul ficam de um jeito, se ele girar do outro lado, inverte a
polaridade. Para acoplar dois elétrons, fazer dois elétrons
correlacionar, na mesma camada e para preencher as camadas do
elétron tem sempre que colocar o spin invertidos, basta para isso
imaginar duas engrenagens rodando.
Supondo-se os dois elétrons aqui no eixo x, um com o spin
para cima e outro com o spin para baixo. [Lá na frente se vai pegar
dois paranormais e colocar eles com a mente conectada e depois
separá-los, mostrando que a consciência age de forma quântica.] De
maneira análoga se pega esses dois elétrons e separa-os, um com o
spin para cima e outro com o spin para baixo.
●
↓
●
↓
↑
●
↑
●
Segundo o Einstein, se fizer qualquer medida, se for medir o
spin desse aqui, se invertê-lo nada acontece com esse outro porque
eles estão separados, estão distantes. Qualquer interação, qualquer
perturbação que se faça nesse elétron, esse aqui não pode saber
por que para saber ele teria que receber um sinal, uma informação
que viajasse no máximo com a velocidade da luz.
Toda interação que precise de um sinal em física é chamado
de interação local, e com esta se pode localizar exatamente como
eles interagiram. O sinal trocado pode ser um sinal de luz.
Mas, o Niels Bohr falou o seguinte: virar esse spin aqui, não
importa se está anos luz de distância, consequentemente vira esse
outro spin instantaneamente. A pergunta é como que esse aqui
soube que aquele lá virou e reagiu como se estivesse acoplado
421
ainda. E Niels Bohr ia mais longe e falava assim: não tem nenhum
sinal trocado, uma vez em estado correlacionado eles continuaram
correlacionados. Esse tipo de interação sem nenhum sinal trocado
se chama interação não local porque é como se ocorresse
instantaneamente, ou seja, t = 0, ou ainda como se tivesse alguma
coisa levando informação numa velocidade infinita.
Na época houve uma discussão de como acertar os relógios
para dizer que as medidas foram simultâneas se elas tiverem
separadas por ano luz, como é que se passa a informação para o
observador que está aqui tendo ela que vir na velocidade da luz.
Contudo, se argumentava que ao desenvolver tecnologias mais
modernas se poderiam fazer essas medidas num curto espaço de
tempo. Quem é que vai sair ganhando nessa história, quem é que
está certo Einstein ou Niels Bohr?
A pergunta é quando se separa dois objetos será que eles
estão separados de verdade, será que não existe alguma coisa que
os conecta? Imagina que o que conecta seja uma barra de aço, se
virar esse elétron instantaneamente o outro vira, por eles estarem
grudados na barra.
Outra ideia a respeito é pensar que um objeto fosse uma
ilha, e o outro objeto fosse outra ilha, com o oceano preenchendo o
espaço entre elas. Olhando-se de cima se vê uma ilha aqui (ou seja,
um ponto) e outra ilha aqui (outro ponto) e o mar a sua volta.
Parece que essas duas coisas são duas coisas completamente
isoladas e separadas, mas numa outra dimensão, numa outra
realidade ou numa outra forma de ver certas forças que não estão
aparecendo, algo como o Niels Bohr fala que o Einstein não
consegue ver onde está à conectividade, o que está conectando as
duas partículas na realidade. No caso é a “continuação” das ilhas.
O que é que pode estar fazendo essa conexão? Mas, para
frente, se vai ver que é o campo. Ele que foi uma das grandes
criações de Einstein e que foi posta de lado infelizmente pelos
físicos. Todavia, o professor Laércio Fonseca acha que essa criação
tem muita coisa ainda para dar é só dar uma modificada em alguns
422
pontos e essa criação de Einstein pode voltar com uma força e ter
uma saída inesperada para outra direção onde Einstein ficou
barrado e não conseguiu ir para frente.
● O Teorema de Bell – Troca de informações sem
nenhum sinal trocado
Nos anos 60 J. S. Bell publicou uma série de relações que
seriam respeitadas caso a localidade — ou pelo menos como a
entendemos classicamente — ainda persistisse em sistemas
quânticos. Tais condições são chamadas desigualdades de Bell e
foram testadas experimentalmente em favor da Mecânica Quântica.
Como seria de se esperar, tal interpretação ainda causa desconforto
entre vários físicos, mas a grande parte da comunidade aceita que
estados correlacionados podem violar causalidade desta forma.
● O experimento
Interconectividade
de
Alain
Aspect
–
Alain Aspect, em 1982, montou um aparato experimental em
cima do teorema do Bell e conseguiu fazer o experimento. Assim, o
resultado desse experimento: ou iria aprovar o princípio da
incerteza de Heisenberg e aí a mecânica quântica está correta; ou
iria derrubar a mecânica quântica e falar que Einstein está correto.
Essa experiência foi feita e repetida muitas vezes, só que ao
invés de usar um par de elétrons para fazer a medida se usou um
par de fótons para fazer a medida.
Ele montou um sistema com uma fonte de luz onde emitia
um par de fótons, um para um lado e outro para o outro lado. Mas,
o que se vai medir no fóton se ele não tem spin? Todavia ele tem
algo muito interessante que é a polarização (lembrar-se do
polarizador de máquina fotográfica para tirar reflexo).
Supondose que esses dois fótons sejam emitidos de modo que um passe por
423
um polarizador e muda-se a sua polarização para ver se esse outro
fóton também muda. E foi exatamente o que Alain fez, mediu e para
o espanto da maioria esse aqui virou a polarização também, ou seja,
a não localidade foi provada experimentalmente em laboratório,
isto é, não existe mesmo nenhum sinal trocado. Isso é uma maneira
de dizer que de alguma forma todas as partículas do universo estão
conectadas.
Aceitando a teoria do Big Bang de que toda matéria estava
no ponto e que no começo era só um mar de fótons que foi se
transformando, criando as partículas e subpartículas. Nesse ponto
elas estavam correlacionadas, aí explode, vai expandir, vai dar as
galáxias. Será que até hoje toda matéria que existe no universo e
toda energia que existe no universo também não estão ainda
correlacionados, ou seja, qualquer mudança que se faz num elétron
aqui não afeta o sistema como um todo. Isto é as teorias sobre
todos somos um, as filosofias orientais, as religiões, que estão
constantemente pregando essas questões de colocar a unidade de
todas as coisas. Parece que a física está restabelecendo esta
unidade novamente, esta interconectividade novamente,
mostrando de uma forma ainda desconhecida do ser humano que a
humanidade está conectada, todas as partículas do corpo humano
estão conectadas, por isso que qualquer coisa altera um processo
maior. [se fizer o bem ou mal o outro recebe o bem ou mal,
respectivamente, mesmo que aparentemente não seja].
● O colapso da função de onda de probabilidade
Bohr contribui decisivamente também para esse
desenvolvimento ulterior da mecânica quântica. Ele e seus
seguidores (incluindo Heisenberg) ajudaram a formar a chamada
Interpretação de Copenhague. Nessa interpretação, dá-se a
explicação quântica da medida. Uma medida realizada sobre um
sistema quântico resulta da interação do observador. Como a
medida resulta numa certeza sobre um valor de uma grandeza
424
(observável) ao passo que a função de onda associada representa
uma função de probabilidades em termos da posição e tempo, tal
conjectura implica dizer que o ato de medir acarreta um colapso da
função de onda: o ato de medir destrói um possível
emaranhamento quântico e literalmente cria a realidade
experimentalmente mensurada.
Havia em verdade três correntes a respeito da realidade
subjacente e da medida quando em âmbito da física quântica: 1ª) a
corrente realista - a que contava com Einstein como um de seus
defensores -, 2ª) a agnóstica, e 3ª) a ortodoxa.
Os realistas defendiam uma realidade sempre existente,
consistindo-se o ato de medir, pois em uma simples inspeção de tal
realidade.
Os ortodoxos afirmavam que não haveria uma realidade
tangível associada ao sistema quântico até o momento em que se
realiza alguma medida sobre o mesmo, momento no qual a
realidade mensurada seria literalmente "criada" com a redução da
função de onda associada. A interpretação dos ortodoxos é, pois a
denominada Interpretação de Copenhague, sendo esta a vitoriosa
frente às experiências - a saber, o paradoxo EPR e o teorema de Bell
- pelo menos até o momento.
Entre os dois, os agnósticos recusavam-se simplesmente a
responder tal questão afirmando tratar-se de uma pergunta
intangível por meios experimentais, contudo as mesmas
experiências citadas demonstram que esta posição não era
admissível, e que um dos outros dois grupos deveriam estar com a
razão - e o outro não. Einstein, contudo morreu sem aceitar a
Interpretação de Copenhague.
Enfim, quando se monta um experimento e se encontra a
partícula em algum lugar se diz que essa onda de probabilidade
colapsa, ou melhor, a função probabilidade que colapsa porque se
encontrou, não há mais probabilidade nenhuma.
O professor Laércio Fonseca pega uma tábua ou uma chapa
de aço e a coloca no meio de uma caixa preta fechada. O elétron só
425
pode estar em um dos dois lados então é como se diminuísse a
probabilidade em 50%. No momento que se observa, que se tira a
medida e achar ou não o elétron aqui, colapsa essa onda.
Separando-se as duas metades de um ano luz, ante de se observar
não se sabe em qual das duas partes está o elétron. Porém, no
momento que se observa, é feito uma medida, se achar o elétron
aqui essas ondas todas aqui matematicamente colapsa a função de
onda. De forma instantânea, sem ser um sinal que está sendo
trocado, apenas um argumento matemático que acontece
infinitamente rápido que colapsa imediatamente a função de
probabilidade.
● Teletransporte e teletransporte quântico
O teletransporte seria o processo de moção de objetos de
um lugar para outro com a transformação da matéria em alguma
forma de energia e sua posterior reconstituição em outro local,
baseado na famosa lei E = mc2. É importante ressaltar que
teletransporte como definido aqui e na ficção científica, não tem
relação com teletransporte quântico, um termo técnico-científico
utilizado na Física quântica para denotar transporte de informação.
Teletransporte quântico é uma tecnologia que permite o
teletransporte de informação, como o spin ou a polarização (não
existe transporte de energia ou de matéria) por meios
exclusivamente quânticos, que independem de meios de
transmissão.
Teletransporte de informações.
Proposto pela primeira vez em 1993 por físicos teóricos que
trabalhavam para a empresa IBM, utiliza um efeito da mecânica
quântica chamado de entrelaçamento quântico, pelo qual partículas
subatômicas que passam por processos quânticos mantêm um tipo
de associação intrínseca mesmo depois de separadas, à semelhança
do fenômeno de ressonância, mas teoricamente independente da
distância.
426
O exemplo mais citado é o de duas partículas criadas
conjuntamente que assumem spins opostos, e ao se determinar o
spin de uma, o spin da outra fica instantaneamente determinado,
mesmo que elas estejam separadas.
A tecnologia tenta usar esse efeito para telecomunicações
ou armazenamento de informação num possível computador
quântico [neste se trabalha com 0 e 1 ao mesmo tempo, sendo
capaz de fazer previsões variadas, como de tempo, terremotos, etc.]
Uma questão colocada é a de a realização de um
teletransporte quântico destruir o original ou não
A seguir se faz seis observações importantes:
1ª) Duas coisas significativas para abrir uma ponte para a
espiritualidade.
A primeira é que a consciência causa o colapso da função de
onda de probabilidade. Na verdade, não é uma consciência
individual do observador, mas sim uma consciência expandida desse
observador que ele não percebe as vezes que de alguma forma
estaria conectada com a consciência cósmica. O que nada mais é do
que uma ideia mais moderna, mais científica de Deus. Isso será
discutido mais adiante quando se tiver todas as bases teóricas da
matemática e da física quântica necessária para que se possa
compreender devidamente.
Mas, isso não impede que se enfatize que consciência
cósmica ou divina ou simplesmente Deus é a consciência que atua
no mundo subatômico definindo as realidades, e não a consciência
do observador individual quando vai olhar um experimento, montar
um experimento, não é o observador que decide.
No filme “O segredo” por achar que se pode mudar tudo, o
destino do universo, se registra aqui neste livro que a situação não é
bem assim. Pode transformar sim, desde que se esteja conectado e
consciente com a consciência cósmica. Em poucas palavras: saber se
Deus também quer. Por exemplo, alguém quer ganhar uma
427
Mercedes, ganhar na mega sena, qual é o segredo: ver se na
experiência cármica do desejoso, Deus também quer isso porque é
uma inter-relação. No filme, o cosmos conspira, mas como é que ele
vai conspirar a favor, que regras Ele vai usar, como esse Deus vai
realmente atuar, será que às vezes um desejo não estaria
desrespeitando algumas leis? Essa consciência cósmica realiza
sonho se este estiver em harmonia porque, às vezes, o desejo de
um pode ser a desgraça do outro. Supondo-se que se deseje uma
vitória e se o cosmos conspirar a favor do pedinte significa que ele
está conspirando contra os outros. Então que raio de Deus é esse
que favorece um em detrimento do outro?
Vai se criar um conceito novo para a consciência. Saber o
que é a consciência, do que ela é feita, o que são as emoções,
sentimentos, tristezas e angústias. A consciência existe como fruto
de uma evolução cerebral ou existe antes do próprio cérebro? Será
que a consciência só existe por causa do cérebro, ou o cérebro
existe por causa da consciência? Aí se vai falar de vida após a morte,
consciência existindo fora desse corpo biológico completamente
independente desse cérebro, desse corpo.
Num tópico adiante se vai ver melhor o que é a consciência.
A segunda coisa importante é exatamente a
interconectividade de tudo, ou seja, tudo está quanticamente
conectado pela ideia da interação não local.
2ª) Um outro ponto é a causalidade descendente e a
causalidade ascendente.
Causalidade ascendente significa a lei de causa e efeito, ou
seja, a ideia de que a consciência existe por causa do cérebro, ou
seja, precisou milhares de anos de evolução para que a biologia
construísse um cérebro desses, com essas características, para que a
consciência pudesse estar ai. Chama ascendente porque vem desde
o átomo, a célula, molécula, organismos, o homem.
Causalidade descendente mostrando que a consciência não
poderia ser fruto do cérebro porque como o cérebro iria causar o
colapso da função de onda se a consciência só existisse no cérebro?
428
A ideia central é de que se vai inverter o princípio, na verdade os
primeiros microrganismos lá no oceano só se organizaram para
formar o organismo mais complexo porque antes disso tudo uma
determinada consciência que existia antes de tudo isso, dirigiu,
influenciou as probabilidades. E fez com que os átomos dispersos
que provavelmente a escala da onda de probabilidade para formar o
meio complexo que é o homem mesmo em um bilhão de anos
nunca ia existir.
Messias ensina:
“Vejamos, primeiramente, como foi criado o ser humano.
Segundo as religiões, ele é uma criação do Criador de todas as
coisas. A Ciência baseia-se na teoria da evolução pregada por
Darwin: diz que a ameba transformou-se em lagarto, depois em
lagarto gigante, em macaco, semelhante ao homem, e finalmente
em homem. Deixemos de lado, porém, a veracidade ou falsidade
dessas teorias.”
Assim, antigamente todo mundo achava que Deus era o
criador de tudo. Quando veio Darwin ele falou que não se precisa de
Deus, a natureza faz isso tudo sozinha, ela vai se adaptando, vai se
transformando. Muitos cientistas e biólogos estão questionando
profundamente a teoria de Darwin.
Mais na frente se vai discutir muito melhor como Deus tem
que existir para que a vida possa acontecer do jeito que ela está
hoje. Vai se entender como a ciência pode abrir portas para a
espiritualidade, mas não para uma espiritualidade de fanáticos, mas
sim uma espiritualidade consciente, lógica e profundamente
racional. Por isso que se está dizendo que Deus vai ser objeto da
ciência e não somente das religiões.
3ª) A conexão da Mecânica Quântica com conceitos como a
não-localidade e a causalidade, levou esta disciplina a uma ligação
mais profunda com conceitos filosóficos, psicológicos e espirituais.
Hoje há uma forte tendência em unir os conceitos quânticos às
teorias sobre a Consciência.
429
Físicos como o indiano Amit Goswami se valem dos conceitos
da Física moderna para apresentar provas científicas da existência
da imortalidade, da reencarnação e da vida após a morte. Suas
ideias aparecem no filme Quem somos nós? e em obras como A
Física da Alma, O Médico Quântico, entre outras. Ele defende a
conciliação entre física quântica, espiritualidade, medicina, filosofia
e estudos sobre a consciência. Seus livros estão repletos de
descrições técnicas, objetivas, científicas, o que tem silenciado seus
detratores.
Fritjof Capra, Ph.D., físico e teórico de sistemas, revela a
importância do observador na produção dos fenômenos quânticos.
Ele [o observador] não só testemunha os atributos do evento físico,
mas também influencia na forma como essas qualidades se
manifestarão. A consciência do sujeito que examina a trajetória de
um elétron vai definir como será seu comportamento. Assim,
segundo o autor, a partícula é despojada de seu caráter específico
se não for submetida à análise racional do observador, ou seja, tudo
se interpenetra e se torna interdependente, mente e matéria, o
indivíduo que observa e o objeto sob análise.
Outro renomado físico, prêmio Nobel de Física, Eugen
Wingner, atesta igualmente que o papel da consciência no âmbito
da teoria quântica é imprescindível.
4ª) A física não está completa tendo muitas coisas para ser
descoberta ou criada, principalmente na física quântica e na teoria
geral da relatividade. Uma delas é fazer uma teoria unificada dos
campos, das forças unificadas, ou seja, teoria einsteiniana de campo
(campo gravitacional e campo eletromagnético) e teoria quântica do
campo (campo nuclear com suas forças forte e fraca).
Mas não adianta se não for colocada a consciência como
parte integrante. Alguns acham que fazer isso é bobagem, algo que
não existe. Por isso que existe hoje uma divisão na física, onde os
físicos mais espiritualistas querem colocar a consciência e o espírito
envolvendo a parte da física, da ciência. Ainda, é um grupo
pequeno, mas que está crescendo. Daqui a 300 anos como é que vai
430
estar a física? Será que a física não vai estar muito mais
espiritualista do que essa velha física materialista?
O professor Laércio Fonseca acredita que essa física
espiritualista vai crescer, não há outra saída porque a realidade é
definida por uma consciência e a realidade só pode ser definida
segundo a física quântica depois que é medida. Isto é, depois que o
observador vê, pois enquanto ele não olha não se sabe nada sobre a
realidade, nem sobre os destinos dela.
A ideia de livre arbítrio leva o elétron a ter probabilidade no
mundo atômico. No entanto, por que o universo está sempre
acontecendo desse mesmo jeito? Se fosse probabilidade então a
cada hora o elétron tomava uma decisão diferente lá no mundo
atômico e isso afetaria todo o universo e o universo a cada dia seria
um universo diferente. Porém, existe uma ordem nas galáxias, nos
sistemas solares, nos seres, que mantém o universo funcionando
dentro de certo equilíbrio.
Agora quem é que decide isso? Os físicos materialistas não
conseguem dizer que os físicos espiritualistas estão errados, mas,
por enquanto, estes também não conseguem dizer que estão
certos, então se está num impasse. Para novas ideias se
estabelecerem na física demora. Basta recordar que Einstein não
ganhou o prêmio Nobel com a teoria da relatividade que ele havia
criado, mesmo 20 anos depois as pessoas ainda ficavam reticentes
em relação à relatividade.
5ª) No próximo tópico se vai abordar o que é o salto
quântico, aquele movimento descontínuo onde a coisa some aqui e
aparece ali, não tem trajetória. Este é a terceira condição
importante para a espiritualidade, pois: a primeira foi o problema da
medida que leva a consciência; e a segunda foi a interconectividade
de tudo através das interações não locais.
6ª) Meishu-Sama emprega o conceito de elo espiritual.
“Até agora pouco se tem falado sobre elo espiritual, porque
ainda se desconhece a sua importância. Entretanto, embora os elos
espirituais sejam invisíveis e mais rarefeitos que a atmosfera,
431
através deles todos os seres são influenciados consideravelmente.
(...) Primeiramente desejo advertir que isso é Ciência, é Religião e
também preparação para o futuro. O princípio da relatividade, os
raios cósmicos e os problemas referente à sociedade ou ao
indivíduo, tudo se relaciona com os elos espirituais. (...) Tomemos
como exemplo um homem qualquer; pode ser o próprio leitor. Ele
não sabe quantos elos espirituais estão ligados a ele; (...) Portanto,
não é absurdo dizer que este se mantém vivo graças aos elos
espirituais. (...) Recentemente, começaram a fazer pesquisas
científicas sobre os chamados raios cósmicos, os quais, a meu ver,
são os elos espirituais que unem a Terra aos outros astros. Desde
que foi criada, a Terra mantém o equilíbrio no espaço graças aos
elos espirituais dos astros ao seu redor, que a atraem.”
432
Salto Quântico
● O modelo atômico de Thompson
● O modelo atômico de Ernest Rutherford
● Espectros atômicos
● O modelo atômico do átomo de hidrogênio de Bohr
● Movimento descontínuo
● A teoria de Schrödinger
● A interpretação de Born para a função de onda
● O modelo atômico de Thompson
Para entender completamente o que é salto quântico se
começa com a discussão do modelo atômico no início do século XX.
Em 1910 se queria compreender como o átomo estava
distribuído. Os físicos conseguiam medir mais ou menos a massa de
um átomo como, por exemplo, a do hidrogênio. Eles também
sabiam que o átomo continha elétrons (carga elétrica negativa) e
que a massa do elétron era muito pequena em relação à massa do
átomo em si. No entanto, o átomo era neutro eletricamente, então
deveria existir uma carga positiva nele.
Eles começaram a intuir que as cargas eram bolinhas e o
átomo com n elétrons teria n de carga positiva. Não havia a ideia de
um sistema planetário com núcleo no centro, como o sol, e nem se
conhecia o próton. E a questão passou a de como essas n de cargas
elétricas negativas e as n positivas estariam distribuídas.
Com o passar do tempo se achou que a distribuição era
esférica com raio da ordem de 10-10 metros. Devido à repulsão
mútua dos elétrons e da carga positiva, imaginou na esfera carga
positiva ao lado de elétron negativo, nunca um positivo (negativo)
perto de outro positivo (negativo) senão eles iam se repelir, e aí
fazendo à somatória dava neutro. Não tinha elétron em movimento,
nem a ideia da carga positiva em movimento. Esse modelo foi
vulgarmente conhecido como pudim de passas.
433
● O modelo atômico de Ernest Rutherford
Em 1911, Rutherford vai fazer experiências interessantes
para contestar esse modelo de pudim. Ele pegou uma lâmina muito
fina de ouro e começou a jogar partículas alfas que são núcleo de
hélio, isto é, dois prótons, logo positivas, e colocava um anteparo do
outro lado.
Eles perceberam uma concentração na parte central. Pois, de
acordo com o que se sabe atualmente, toda carga positiva do átomo
e o nêutron estão concentrados no núcleo, e os elétrons estão
muito distante em órbita numa eletrosfera, ou melhor, num orbital
da eletrosfera. Só para dar uma ideia dessa distância, basta levar em
conta o tamanho da bola de futebol no centro do Maracanã seria o
núcleo e o primeiro elétron a ser encontrado estaria orbitando nas
arquibancadas do estádio, os demais no átomo é vazio.
434
Na medida em que foram jogadas cargas positivas de
partículas alfa e estas chegavam ao núcleo que também é positivo,
elas voltavam; se passasse próximo sofreria desvio; se passasse no
vazio existente entre o núcleo e a eletrosfera ia reto e não batia em
nada.
Aí Rutherford postulou: 1. toda carga positiva está localizada
no núcleo; 2. toda carga negativa (portanto, os elétrons) estão
girando ao redor do núcleo, exatamente como os planetas giram ao
redor do sol. Esse foi o primeiro modelo simplificado do átomo
chamado modelo planetário.
De fato, pois se os elétrons não estivessem girando, eles com
carga negativa, e o núcleo com a carga positiva, aconteceria atração
e o elétron cairia no núcleo em 10-12 segundos. Por isso é que se
postulou que ele estava girando ao redor do átomo.
435
Mas, aí teve um problema com esse postulado. Exatamente
nesse ponto que vai conflitar com a física clássica porque a teoria do
eletromagnetismo de Maxwell diz que: uma carga elétrica acelerada
emite radiação. Se os elétrons se movem em torno do núcleo então
eles têm aceleração centrípeta, donde emitia radiação, perderia
energia e assim a órbita dele seria de se esperar que fizesse uma
espiral ao ir perdendo energia e caindo, perdendo energia e caindo,
até ele cair no núcleo e o átomo colapsar.
Esse problema da instabilidade do átomo ficou em aberto
até que Niels Bohr através de alguns experimentos vai criar o
primeiro modelo quântico do átomo que depois mais tarde ainda
vai ser aperfeiçoado. Antes se vai falar sobre ...
● Espectros atômicos
Pegando-se um recipiente com gás de hidrogênio (H2). Isso
porque o hidrogênio é o átomo de carga um com um elétron apenas
na eletrosfera e assim seria o átomo mais simples de se construir
um modelo dele. Continuando, se criava um dispositivo de jogar
uma descarga elétrica no gás (análogo, ao que acontece
basicamente com as lâmpadas de vapor de mercúrio no cotidiano
do ser humano; só que ao invés de usar o hidrogênio se usa o vapor
de mercúrio). Eles faziam isso por acreditar que os elétrons da
descarga ficavam excitados por causa do choque com os elétrons do
hidrogênio e ganhavam energia indo para uma órbita mais alta,
significando ampliar, aumentar a distância do núcleo.
436
Quando o átomo não estava excitado, estava normal, ele tinha uma
distância de um r mínimo, simbolizado por r0, de modo que para
mais baixo ele não iria.
Quando passava essa corrente isso aqui ficava iluminado, o
hidrogênio irradiava luz, para emitir luz tinha que emitir ondas
eletromagnéticas.
Fazendo-se essa luz passar por uma fenda e um filamento
dessa luz passar por um prisma e se colocar no fundo um filme
fotográfico para se tirar o espectro eletromagnético. É óbvio que
essa luz sofre desvios no prisma, porém o interessante é que não vai
ficar todo espectro colorido, iluminado, ao contrário, vai ficar todo
preto e aparecem só algumas linhazinhas assim, ou seja, cada linha
uma frequência. Isso aqui se chama espectro de emissão do gás
quando ele está excitado, quando ele não está excitado ele emite
mais não emite tudo.
437
O gás estaria entre a fonte de luz e a fenda. Essa parte escura
no espectro (ali ameixa escura) entre as frequências são
comprimentos de onda que ficam faltando, ou seja, o espectro não
está continuo. Tendo-se uma frequência aqui e outra ali e como E =
hf então, se tem uma energia aqui e outra ali. Pode-se criar um
diagrama de níveis de energia possível no átomo de hidrogênio. O
espectro do hidrogênio atômico com esse espaçamento das linhas
sugere alguma coisa quântica.
n2
Assim, foi escrita a fórmula  = 3.646 x 2
que dá esses
n 4
comprimentos de onda característicos, consequentemente, a
fórmula para distribuição do espectro de energia. A partir disso se
percebe construir uma coisa mais ou menos. O primeiro
comprimento de onda dá um nível de energia aqui, depois dá outro,
ou seja, o espectro de energia não é contínuo. Isso significa que o
elétron fundamental estaria aqui com nível de energia E0, enquanto
os excitados com nível maiores do que zero.
[E0 = hf e E = n E0]
En
______________●_________________
...
E2
______________●________________
E1
______________●________________
E0
______________●________________
O elétron girando ao redor do núcleo de um átomo, a
energia não se troca de modo contínuo, mas sim de modo discreto
(descontínuo), em transições cujas energias podem ou não ser
iguais umas às outras.
438
● O modelo atômico do átomo de hidrogênio de
Bohr
Bohr imaginou que o elétron quando excitado salta para
níveis de energia e quando não está excitado ele desce emitindo um
fóton com energia E = En – En-1. Aí ele começou a perceber
exatamente porque o Max Planck havia quantizada a energia que o
corpo negro emite, pois os átomos de qualquer material quando
excitados saltam. [quantização dentro do átomo]
A partir desse estudo de que o elétron dá saltos para poder
emitir esse tipo de espectro de energia, Niels Bohr vai criar o
modelo do átomo dele. Em 1913 ele faz os seguintes postulados ao
modelo que ele cria do átomo de hidrogênio, este que só tem um
próton e um elétron.
1º) um elétron em um átomo se move em órbita circular em
torno do núcleo sobre a influência da força da atração elétrica
colombiana entre o elétron e o núcleo obedecendo às leis da
mecânica clássica. A força de atração que existe aqui parecida com a
gravitacional é a força elétrica que vai ser igual à força centrípeta,
isto é: Kq1q2/r2 = mv2/r.
2º) invés da infinidade de órbitas que seriam possíveis
segundo a mecânica clássica devido ao seu momento angular l = mw
onde w é a velocidade angular, se tem que um elétron só pode
mover-se em uma órbita na qual seu momento angular é um
múltiplo inteiro de h cortado, isto é: l = nħ, onde n é igual 1, 2, 3, ...
Isso aqui significa quantizar o momento angular donde as órbitas
que são possíveis não são qualquer uma, por causa desses níveis de
energia então ele vai postular exatamente isso o que é muito
importante para se entender salto quântico. O elétron só pode estar
numa órbita, a próxima órbita que ele pode assumir é uma outra
distante e assim por diante ele vai assumindo órbitas não contínuas.
Falava-se que isso é devido ao caráter ondulatório do elétron
porque o elétron como onda só se pode pôr um número de ondas
inteiro não consegue colocar meia onda, um terço de onda. As
439
ondas exigem quantificação. Colocar mais uma onda inteira aqui no
processo força ele a dar um salto, a órbita não pode ser contínua,
ela vem num outro nível e assim por diante ela vai subindo. Então,
os físicos até calculam essa órbita do elétron mais baixa cujo raio
mínimo é r0 e a energia fundamental do elétron é E0, e depois qual é
o segundo raio, terceiro raio, quarto raio que ele pode estar. Isso
significa quantizar o momento angular. Ele vai estar em algumas
órbitas específicas para completar o número de ondas que ele vai
espalhar dentro como se fosse uma mola ou corda fechada.
3º) vai contrariar profundamente a física clássica do
eletromagnetismo, ao dizer: apesar do elétron estar
constantemente acelerado (ou seja, tem aceleração centrípeta), ele
não irradia e, portanto a energia total permanece sempre
constante.
● Movimento descontínuo
Aqui se encerra com a ideia de trajetória da partícula. Um
elétron no ponto A e um ponto B do espaço sem nada, esse elétron
para ir de A para B simplesmente some em A e aparece em B e
ninguém sabe como ele atravessou esse espaço entre A e B. E diz-se
mais: ele faz isso instantaneamente, com t = 0, donde a velocidade
é infinita. Porém, Einstein na sua teoria havia formulado que
nenhuma matéria pode viajar com a velocidade superior a da luz.
Mas, Bohr diz: só é emitida radiação eletromagnética se um elétron
que se move inicialmente em uma dessas órbitas de energia total E n
muda seu movimento descontinuamente de forma a se mover em
uma órbita de energia total outra menor ou maior que En, onde a
frequência da irradiação emitida é igual.
Niels Bohr só diz que ele sai de um nível e vai para outro
nível, ele ganha energia e vai para outra órbita. Mas, aí tem uma
probabilidade, ele pode aparecer em qualquer lugar dessa órbita.
Ele dá um salto e aparecer aqui instantaneamente sem gastar
nenhum segundo, tecnicamente ele atravessou o núcleo. Não existe
440
trajetória, ninguém sabe por onde o elétron foi, ele fez o que se
chama em física de movimento descontinuo.
É como se ele se desmaterializasse e instantaneamente
materializasse em outro ponto do espaço é isso que postula a física
quântica. Aqui só tem uma onda de probabilidade que garante ele
estar nessa outra órbita. Passar da órbita da energia fundamental E 0
para outra órbita de energia E1 ele tem que ganhar uma quantidade
de energia. Para voltar ele perde um fóton que tem energia E = E1 –
E0 medida em forma de radiação eletromagnética e salta deste nível
para esta outra órbita. Mas, aonde na órbita?
Ele pode daqui saltar para cá como pode daqui saltar para cá
e continuar girando. Bohr postulou que o elétron não tem realidade
material entre as órbitas. Ou seja, não existe realidade material do
elétron, ele salta de um nível para outro e esse salto de um nível
para outro se chama salto quântico. Ele é exatamente esse
movimento descontínuo que o elétron faz na estrutura do átomo.
Isso está acontecendo todos os dias, toda hora, cada minuto e
nunca foi explicado, até hoje a física quântica nesse aspecto é uma
coisa em aberto. Fica pior porque esse é o modelo da física de préquântica, esse é o modelo mais simples do átomo mais simples.
Quando se vão preencher as camadas eletrônicas no átomo
se têm não mais órbitas, mas sim orbitais. Orbital nada tem haver
com esse modelo planetário dos átomos, os elétrons num orbital
não gira em órbita circular ao redor do átomo. Se o elétron pode
sair de um ponto até espacialmente falando, no salto quântico
espacialmente ele muda de lugar mesmo, é real, não é virtual, não é
matemático, é medição. Ora o elétron está aqui, ora está ali, ele não
existe no meio. É instantaneamente como naqueles filmes da
feiticeira onde ela balança o nariz, dá uma piscadinha e some e
aparece aqui do outro lado instantaneamente.
441
● A teoria de Schrödinger
Quem vai escrever uma equação de movimento que possa
reger todos esses fenômenos quânticos, possa descrever os
movimentos das partículas no mundo quântico, foi Schrödinger.
Para isso associou cada partícula quântica a uma função de onda.
Alguns físicos dizem que é só uma interpretação matemática,
que a onda não é real. Mas, se ela não é real então como se mede a
difração de elétrons que é uma experiência real? Onde o elétron se
comporta como uma onda e o comprimento de onda esperado é
exato. O professor Laércio Fonseca defende a ideia de que o elétron
realmente oscila, ele vibra, é real como uma entidade ondulatória.
Mas, quando se faz um experimento se detecta ele como
partícula. O professor vai explicar isso mais para frente. A teoria das
cordas que é uma das teorias mais modernas na física quântica
atual, para tentar integrar todas as interações da física e criar uma
teoria do todo, teoria do campo unificado mesmo, ela prevê que o
elétron e o quark vibram como se fosse uma corda fina. Então os
físicos estão indos por esse lado agora, achando que é uma coisa
real que vibra, o professor também tem essa intenção.
Porém, como escrever uma função oscilatória, ondulatória,
cíclica, como um movimento harmônico simples? Uma função
matemática que descreve muito bem uma onda é a função y = sen x
com o gráfico daquela “minhoca” bonitinha.
442
Uma função de onda de uma partícula se deslocando vai ter
duas variáveis: a posição e o intervalo de tempo. A função
construída é: Ψ(x,t) = sen2π (x/λ – vt), onde λ é o comprimento de
onda. Isso seria uma equação que associaria a um elétron em
movimento. Essa função pode ser escrita desta outra forma: Ψ(x,t) =
cos(kx-vt) + isen(kx-vt), onde i é um número complexo, o número
imaginário  1 .
A equação de Schrödinger que vai descrever o movimento de
uma partícula vai ser esta equação: (- ħ2/2π) ƏΨ(x,t)/Əx2 + V(x,t)
Ψ(x,t) = iЋ ƏΨ(x,t)/Ət. Ele achava que era uma função de onda real
associada ao elétron, que governava o movimento do elétron.
Então, se tem o elétron em movimento com uma velocidade v e
associada a ele uma onda que governa e que ele era uma onda se
deslocando.
● A interpretação de Born para a função de onda
David Born fazendo envolvimentos matemáticos com Ψ(x,t)
terminou encontrando como resultado uma função real p(x,t) que é
exatamente a função densidade de probabilidade. Algo matemático
onde se vai entender como colapsa a função de onda. Em outras
palavras, a função de onda que colapsa é essa função densidade de
probabilidade. Tendo-se ao longo do eixo x um elétron que se
desloca associado ele uma onda de probabilidade, quando se
desenhasse essa onda daria uma coisa assim.
443
Quanto maior a amplitude da onda existe a probabilidade maior de
encontrar o elétron entre x1 e x2. À medida que essa intensidade
aqui diminui, nunca vai achar o elétron ali porque a probabilidade
cai para zero. A partir do momento que se tem essa função
probabilidade andando junto, quando o elétron mais oscila mais ele
tem um caráter de objeto real, se pode achá-lo como partícula
nessa região aqui entre x1 e x2, então essa função é chamada função
densidade de probabilidade. Logo, quando o físico faz uma medida e
acha a posição do elétron aqui, ele colapsa essa função porque
encontra, mas a probabilidade já dizia que dá para encontrar ele
nessa região entre x1 e x2, a probabilidade maior de achar ele ali.
Por causa dessa função densidade probabilidade quando vai
aplicar ao elétron na órbita, não se tem mais as órbitas ao redor do
átomo, mas sim os orbitais s, p, d, f.
Para o orbital s a região de probabilidade de encontrar o
elétron dava um 8 deitado (∞) no espaço em três dimensões. Ou
seja, na interseção é o núcleo do átomo donde nessa formulação
aqui do orbital s jamais o elétron está numa órbita circular ao redor
do núcleo atômico porque não dá para definir trajetória.
A física quântica não permite definir a trajetória que o
elétron faz. Com o avanço da mecânica quântica aquele modelo
planetário dos átomos deixou de existir. Jamais um físico pode dizer
como que o elétron anda ao redor do núcleo, segundo essa
444
probabilidade do orbital s ele pode ficar andando aqui nessa parte
do símbolo do infinito e jamais passar para o outro lado da outra
parte do oito deitado, ou seja, do átomo. Como que um elétron que
está no orbital s, ora está desse lado ora está do outro, pelo que se
vê, ele chega a atravessar o núcleo, passar por dentro. É claro que
perto do núcleo a probabilidade cai para zero, pois não vai achar o
elétron no núcleo. Contudo, como que essa função densidade
probabilidade o faz aparecer do outro lado?
Esta é uma questão tão complicada que a física quântica se
torna muito complexa. De modo que até hoje os próprios físicos não
a entende direito e ela é uma física aberta, não é uma física
acabada. No entanto, o público leigo pensa que tudo está resolvido
e às vezes nem sabe o que está falando.
Nesse trabalho pelo menos se procura mostrar para o
esotérico, para o místico, de onde os físicos estão tirando essa
linguagem, essas ideias como, por exemplo, o colapso da função de
onda.
Observações:
1ª) Se o elétron pode saltar porque uma pessoa inteira
também não pode? Será que os extraterrestres, as civilizações
extremamente avançadas, não conseguem construir uma tecnologia
de transportar sua nave inteira sem navegar espaço algum? A
matéria tem a propriedade de dar esses saltos quânticos sem se
preocupar com o espaço, só tem energia envolvida é como se o
espaço não existisse. As ciências mais avançadas no futuro ou
entrando em contanto com inteligências extraterrestre que
dominam toda essa física avançada no universo tornaria isso viável.
Os terráqueos aprenderiam exatamente como construir o Stargate,
o portal estelar, que é exatamente o lugar onde se passa todos os
átomos e partículas de uma pessoa que recebem uma excitação
energética de tal maneira ao sair do outro lado dá um salto
quântico. Entra num outro ponto sem gastar tempo. Se a Enterprise
445
pode dobrar o espaço que é muito mais complicado, por que não se
podem fazer deslocamentos quânticos que é mais fácil? Nada de
buracos de minhocas no espaço, máquina do tempo, porque aqui
não tem problema com o tempo, não tem problema de velocidade,
não precisa nem de foguete na nave, a tecnologia é outra. Aperta o
botão e salta.
2ª) O salto quântico é algo extremamente complexo e
importante. Pois, ele vai abrir portas para se entender como o plano
espiritual se conecta, como o espírito se desloca, como que o
espírito pode estar em uma outra dimensão da realidade e vir para
cá, o que separa uma dimensão de outra, onde a cidade dos
espíritos fica, o que está impedindo a interação do ser humano com
essa outra dimensão? Como explicar a iluminação por meio do salto
quântico da consciência.
3ª) O professor Laércio Fonseca vai colocar a teoria dele de
quantização da massa, algo que só ele fez até agora. É uma hipótese
que tem de bater com algumas expectativas físicas e esotéricas
espirituais.
446
Teoria do Campo Unificado
● O núcleo atômico
● As forças nucleares
● O caráter quântico dos prótons e nêutrons
● Unificação dos campos
● O núcleo atômico
O átomo, embora praticamente vazio, tem noção de sólido
porque os elétrons estão se movimentando muito rápido. Eles não
chegam mais perto do núcleo por terem uma energia mínima na
qual se mantém estável nessas órbitas onde o número de
comprimento de ondas tem que encaixar.
Os cientistas começaram a fazer experiências para tentar
entender mais sobre o núcleo atômico e descobriram que ele tinha
carga positiva. E que, no caso do hidrogênio existia apenas uma
carga positiva; no caso do átomo de hélio tinha duas cargas
positivas, no entanto, quando se ia pesar a massa atômica dava 4,
ou seja, existia algo mais no núcleo além dessas cargas positivas.
Eles teorizaram a existência de uma partícula positiva com
carga positiva e a batizaram com nome de próton. Aí surgiu uma
pergunta intrigante: como que no átomo do hélio onde existiam
dois prótons no núcleo, com carga positiva, se mantinha estável?
Quando se sabe que colocada duas cargas positivas numa distância
muito curta entre eles, a tendência é existir uma força elétrica
muito forte de repulsão devido à fórmula eletrostática F =
(kq1.q2)/r2.
● As forças nucleares
Foi a partir desta observação que os cientistas tiveram que
reformular a estabilidade nuclear. Como que o núcleo não explodia
jogando prótons para tudo quanto é lado? Então eles tiveram que
447
postular a existência da maior de todas as forças até agora
observada na natureza, a existência da força nuclear. Uma força
apenas de atração que só atua a curtas distâncias fora do raio do
núcleo atômico ela não atua. Ela vence a força elétrica funcionando
assim. Querendo-se aproximar esses dois prótons a força de
repulsão começa aumentar assustadoramente, mas se vencendo
uma distância x se entra num raio de ação da força nuclear onde
eles grudam. É como se cada próton tivesse um gancho amarrado
nele que quando se engancham ficam grudados, mesmo com a
repulsão eletrostática.
Essa poderosíssima força de atração que apareceu no mundo
atômico foi a que trouxe dificuldades para Einstein por ser um novo
tipo de força, um novo tipo de interação entre dois corpos, que não
era eletromagnética nem tão pouco gravitacional e era algo
extremamente poderoso que o homem jamais tinha visto na vida.
Nessa ocasião, o físico alemão estava tentando criar uma equação
de campo unificado, unificar as forças da natureza, mas ele só tinha
eletromagnetismo e gravitação para fazer a conta. Com a
descoberta dessa força nuclear ficou um problema de como iria
considerar essa força agora no seu campo unificado. A dificuldade
em parte era também porque Einstein não gostava muito da teoria
quântica, ele não teve tempo para absorver tudo isso e morreu
antes que toda a sua teoria fosse construída. Por isso as teorias de
campo de Einstein soam como uma sinfonia inacabada.
O número atômico é dado pelo número de prótons no
núcleo do átomo, e é ele que caracteriza o elemento químico, ou
seja, é a carga nuclear que caracteriza o elemento químico. Por
exemplo, o hidrogênio tem carga nuclear +1 por ter apenas um
próton no núcleo do átomo de hidrogênio donde o elemento
químico hidrogênio tem número atômico 1. O hélio tem carga
nuclear 2 por ter 2 prótons então seu número atômico é 2. O lítio é
3, e assim por diante. Os pesquisadores descobriram que na
natureza existiam apenas 92 elementos químicos, sendo que há
448
entre estes os que não existem na natureza, são feitos
artificialmente.
Retomando a questão de o elemento químico ter número
atômico 2 e peso atômico 4. Os cientistas encontraram uma
partícula nova no núcleo que tinha a mesma massa do próton,
porém sua carga elétrica era nula, e a ela batizaram com o nome de
nêutron. Isso gerou a pergunta crucial no começo da física que era:
o que esses nêutrons estão fazendo no núcleo? Qual é o papel do
nêutron dentro do núcleo? Isso foi uma incógnita no começo das
pesquisas.
Todavia, quando foram estudar o elemento químico de
número atômico 92, ou seja, o urânio, ele tinha peso atômico de
238, começaram a perceber que quanto mais prótons no núcleo
mais instável era o átomo. E assim concluíram que não existia
átomo com cerca de 100, muito menos acima de 100 no núcleo
exatamente porque o átomo começa a ficar instável. A razão disso é
a seguinte: ao se chegar a colocar num núcleo um próton, outro
próton, eles querem se repelir e a força nuclear segura. Aí se for
colocando mais um próton, mais um, mais um, até quando ela
suporta?
Na física quântica existe a lei de que todas as vezes que se
reduz a região onde uma partícula tem que estar ela reage
movimentando-se com velocidade imensa e o núcleo é muito ativo.
Então, se percebeu que à medida que esses prótons iam
aumentando apareciam os nêutrons lá no meio para estabilizar o
núcleo, porém, chega à uma hora que o núcleo não aguenta mais a
instabilidade e começa a pôr próton para fora e a isso se chama de
radioatividade.
Os cientistas perceberam que o nêutron é moderador, uma
das atividades dele é moderar a força nuclear, é segurar a
instabilidade do núcleo. Os isótopos de urânio são iguais no sentido
de terem 92 prótons, só que tem menos nêutron lá no núcleo e
quanto menos mais instável ele fica a ponto de explodir. Na
natureza existe muito pouco do urânio 235 que é o bom para fazer
449
bomba atômica. Quando juntam uma quantidade desse urânio
chamado de urânio enriquecido, basta uma quantidade de 1 kg para
a energia liberada romper a força nuclear e os elétrons e os prótons
que estão sob ação da força eletrostática muito poderosa espirra e
esse espirrar rápido é uma explosão, é a bomba atômica lançada em
Hiroshima e Nagasaki. Hoje se consegue obter energia térmica no
reator atômico controlado para fazer energia elétrica que move
submarino nuclear e ilumina cidades.
O que interessa a esse curso é entender que no núcleo
atômico os cientistas descobriram duas forças novas que não são de
natureza eletromagnética e nem gravitacional: a chamada força
nuclear forte que é a de atração entre prótons; e uma força nuclear
fraca que é uma interação entre os nêutrons. Portanto nêutron e
nêutron se atraem não com uma força tão poderosa quanto à força
nuclear forte que tem de superar a repulsão eletrostática. Os
nêutrons não têm nenhuma força de repulsão entre eles, por isso
necessita apenas de uma força nuclear fraca a fim de mantê-los
próximos.
● O caráter quântico dos prótons e nêutrons
Mas, essa união ocorre exatamente porque no núcleo
atômico existem níveis quânticos também, isto é, os nêutrons e os
prótons estão em níveis quânticos da mesma forma que a
eletrosfera. Existem regras no núcleo para os prótons que lá estão
só que elas não estão muito bem definidas. Os prótons ficam se
movimentando só que não se tem noção de como, mas seguem leis
probabilísticas muito específicas, vai ter níveis quânticos nucleares.
Sabe-se que no mundo quântico não tem fotografia, não tem uma
foto das coisas, tudo é criado. Por exemplo, se cria um modelo
hipotético para entender as interpretações das medidas, então esse
é um dos problemas do mundo atômico ele não é observável
diretamente.
450
● Unificação dos campos
O professor Laércio Fonseca vai fazer uma fusão entre a
teoria de campo de Einstein e a teoria quântica de campos para
construir o modelo que ele quer construir para falar sobre matéria
do plano astral e modelo quântico da consciência do próprio
espírito.
O renomado físico alemão começou a estudar o campo
gravitacional e o campo eletromagnético, a interação que essas
duas forças podiam ter. Ele tinha certa filosofia, certa religiosidade e
sempre conduziu internamente um Deus monoteísta, ou seja, uma
entidade que governa todo o universo, que conectaria todas as
coisas do universo. Isaac Newton também tinha essa visão, basta
recordar que ele criou a ideia de éter, uma substância conectando
todas as partículas do universo, permeando todo o universo, e ele
achava que Deus tinha que fazer parte dessa coisa toda. Muito dos
filósofos que discutem Einstein dizem que ele insistiu na teoria de
campo mesmo quando ela não começou a funcionar para a física
quântica em alguns aspectos. Contudo, ele insistiu, não abandonou
essa sua teoria de campo até o final de sua vida, exatamente por
causa da sua visão monoteísta de Ser Supremo.
O professor defende a ideia de que talvez Einstein estivesse
certo, o que ele não estava acertando é com o jeito de fazer a coisa.
Os físicos materialistas abandonaram essa ideia de Deus e foram
fazer suas pesquisas, suas medidas e agora no final da década de 80
para frente alguns começaram a perceber que é inevitável não
deixar de fora a consciência e nem uma coisa chamada consciência
cósmica que é um modelo muito mais avançado de Deus. Um Ser
Supremo diferente do Deus religioso, do Deus imperador que do
alto dirige o mundo ditando regras e leis. Pois, isso levou o homem
e a própria ciência há uma barreira entre ao que se chama de
ciência propriamente dita e a metafísica, religião e espiritualidade.
Essas duas coisas sempre caminharam juntas no passado, os
451
cientistas nunca tiveram medo de andar junto, Deus nunca foi
absurdo para a ciência, para Newton e para Einstein.
O campo gravitacional onde tem uma massa, e o espaçotempo que circunda tudo isso passa a ter uma textura real, aqui não
tem nada de virtual. O espaço-tempo pode ser encarado como um
fluído onde que se chama de vazio e vácuo não existe fisicamente.
Inexistência de matéria na verdade é preenchido pelo chamado por
Einstein de campo. Este vai ser o tecido básico de construção do
universo e que o professor Laércio Fonseca vai por numa linguagem
matemática dentro de um modelo.
Quando Einstein começou a aperfeiçoar essa teoria de
campo para mostrar que o campo eletromagnético é de mesma
natureza do que o espaço-tempo, ele queria dizer o seguinte.
Imaginando-se esse ponto aqui ser o elétron que gera ao redor dele
um imenso campo elétrico que se estende até o infinito. E se
movimentar esse elétron ele gera campo magnético. Então a ideia é
relativística, essa mesma partícula além de ela ter carga elétrica que
gera o campo elétrico e o campo magnético, ela tem massa que
poderia criar o campo gravitacional.
Só que Einstein falava que o campo é único. Todavia, a física
abandonou essa ideia. O professor acha que ela vai voltar nesse
Terceiro Milênio com toda a força e quem vai trazê-la vão ser os
espiritualistas, não vão ser os físicos de partículas que estão aí
muito materialistas.
Os físicos pensavam que a partícula gera o campo, ou seja,
pelo fato do elétron ter massa ele gera um campo gravitacional, e
pelo fato de ter carga elétrica ele gera um campo eletromagnético.
Einstein mudou isso para “não será que é o campo que cria a
partícula?”. E convidava para se imaginar que exista só o campo,
sem nada. De repente acontece alguma coisa nele e ele cria a
partícula com a característica de carga ou com a característica de
massa, então o campo é um só, esse campo é que tem
características. Então essa partícula criada pelo campo o Einstein
452
chamou de campo condensado, ou seja, quando o campo se
condensa num ponto vira uma partícula.
O universo para o Einstein não é senão o campo. As
chamadas partículas todas elas são manifestação do campo. O
elétron seria uma manifestação local, uma condensação local do
campo, e o próton seria outra condensação local do mesmo campo.
O que dá característica de carga positiva ou negativa de massa é
como esse campo vai se adensar. E se vai ter que construir
matemática para mostrar que o campo condensando de um jeito
cria as propriedades de carga, de massa e até as propriedades
nuclear como o nêutron.
Mas, o que é o campo? O campo é uma forma de energia
que existe no universo aonde tudo vai surgir a partir daí. O que
conecta dois elétrons é o campo, eles fazem parte do mesmo
tecido, o tecido nunca foi rompido. Portanto, não só os elétrons,
mas todas as partículas do universo estão conectadas pelo campo, o
campo é substância única, portanto tudo é de mesma natureza.
O livro clássico do Taoismo diz que todo universo é
constituído de Chi que é a substância primordial, todas as coisas do
universo se condensam a partir do Chi e elas se dissolvem
novamente para formar o grande Chi. Substituindo Chi pela palavra
campo e ler o texto deste livro clássico e ler o texto do Einstein se
notam que as teorias são idênticas: tudo que existe no universo são
condensação e manifestação do campo e quando essa partícula se
dissolve ela se desintegra e vira novamente o campo.
Por isso que pode existir aquela coisa chamada não
localidade, que pode ser explicada porque as partículas estão
conectadas, nunca vão ser possível pela teoria do campo
desconectar as partículas, elas sempre vão interagir conectadas pelo
campo. O campo é o tecido, ele é a partícula, a partícula é campo
condensado, essa é a chave do trabalho do professor Laércio
Fonseca e isso já cheira a unidade cósmica dos antigos
espiritualistas: tudo é um, somos um, eu e o pai somos um, tudo é,
eu sou um com as plantas, eu sou um com a cadeira, com os
453
átomos, com a matéria, com o universo. Mas, por que eu sou um,
nunca foi explicado direito.
Até que Einstein dizia que a partícula quando se desloca no
mundo quântico ninguém sabe o que ela é. Isso porque as pessoas
não percebem o deslocamento de uma partícula no mundo
atômico, ela não é como aqui, a partícula se dissolve no campo, dilui
e condensa, dilui e condensa, dilui e condensa. Por isso que ela
pode se diluir aqui e condensar lá, e para nós a partícula saltou, mas
ela não saltou, apenas se dissolveu e apareceu lá.
Para ilustrar tal situação se simplificar o campo como algo
linear, a partícula como a saliência na reta apontada pelo dedo, e a
dissolução da partícula com o apertar do dedo em cima daquela
saliência. Feito isto a partícula espirra para o outro lado de modo
que ela surge do lado esquerdo e desaparece do lado direito, sem
que haja deslocamento. É só pensar em potenciais de energia, esse
potencial se dissolve, como tem que ter conservação de energia, o
universo tem que se conservar, então em outro ponto do universo
esse tecido vai ter que ondular-se novamente.
Uma oscilação do próprio campo seriam movimentos de
vaivém numa reta, como grosso modo na figura a seguir.
454
Assim, essa textura fluídica do campo oscilaria e com essa
oscilação acontece a presença da partícula. E quando não oscila o
campo é neutro, não tem massa, não existe carga, não existe nada,
existe um campo neutro, o campo sem oscilar. Se o campo oscilar
naquela região surge às partículas, e elas são os resultados da
oscilação do campo.
As duas fórmulas de campo que existiam eram g = GM/r2
(módulo do vetor campo gravitacional) e E = kQ/d2 (módulo do
vetor campo elétrico), cujo gráfico é a seguinte figura.
Nesta figura g pode estar em E, assim como r em d. Quando o r
cresce o campo diminui, mais quando se aproxima de zero o valor
do campo tende a ser infinitamente grande, ou seja, existe algo que
está sendo concentrado naquela região e essa concentração nada
mais é que a própria partícula, ela é uma concentração do próprio
campo. Os físicos modernos estão trabalhando com partículas
isoladas, esqueceram o campo porque matematicamente ficou
complicado usar essa ideia de campo.
Laércio Fonseca vai simplificar
monodimensional como o campo
colocando
a
linha
_____________________________________________
e vai imaginar que uma partícula (ilustrada como aquele ponto
negro)
455
________________________●____________________
x
surja proveniente de uma corda oscilando (daí se pode ver que a
teoria do professor vai encaixar um pouco na teoria das supercordas) aonde a amplitude da oscilação é mais intensa daí se pode
até aplicar a onda de densidade de probabilidade.
456
PONTE ENTRE A FÍSICA E A
ESPIRITUALIDADE
Modelo quântico da matéria
● A quantização do “campo de energia oscilante” [ponto central da
nova teoria]
● Espectros atômicos nucleares e níveis quânticos nucleares
● A quantização do “campo de energia oscilante”
De Broglie empregou a equação do Einstein E = mc2 e a
equação do Planck E = hf e as igualou, donde mc2 = hf, o que implica
m = hf/c2. Como h e c são constantes, então h/c2 é uma constante k,
logo m = kf.
O professor Laércio Fonseca vai fazer uma coisa que
ninguém fez que foi quantizar a massa. As três chamadas partículas
materiais fundamentais da natureza ou partículas fundamentais do
campo atômico são elétron, próton e nêutron (esquece-se que estes
dois últimos são formados por quark, bem como também não se
leva em conta agora os fóton e gráviton, que são partículas
fundamentais dos campos eletromagnético e gravitacional,
respectivamente). A massa do próton é 1,672 x 10-27 quilogramas, a
massa do nêutron é muito parecida 1,675 x 10 -27 quilogramas, a
massa do elétron é muito pequena 9,109 x 10 -37 quilogramas, o
fóton teoricamente teria massa 0 e o gráviton ninguém sabe.
A matéria que mais existe no universo é hidrogênio, todo o
universo é composto de 99,99999% de hidrogênio. O hidrogênio
mais simples tem um próton e um elétron. Como não existe um
elemento com meio próton, meio elétron ou uma fração do elétron.
O próximo elemento que existe na natureza é o hélio que tem 2
prótons, 2 nêutrons e 2 elétrons. Isso aponta para uma quantização.
Os elementos químicos são múltiplos inteiros, isto é, ou tem 1
457
próton, 2 prótons, 3 prótons, 4 prótons, 5 prótons, não tem meio
próton, um terço de próton, a natureza não trabalha frações.
Nenhum físico neste mundo consegue diferenciar um elétron
de outro, eles são clones idênticos um do outro, a mesma coisa no
próton e no nêutron. Eles sempre são formados na natureza
iguaizinhos com a mesma massa, mesma carga, a carga idêntica
uma do outro não tem uma carga de um próton que seja menor do
que a carga do outro próton, a natureza ela só faz as coisas uma
igualzinha a outra.
A partícula sendo uma oscilação desse campo então no
estado fundamental a massa de qualquer uma dessas partículas são
desses valores iguais, ou seja, m = kf. Desta forma, o elétron tem
que oscilar sempre com esse valor de frequência, se algo oscilar
diferente pode dar um próton, pode dar outra coisa, mas elétron
não.
● Espectros atômicos nucleares e níveis quânticos
nucleares
No entanto, o professor Laércio Fonseca criou a hipótese que
existiriam outras frequências em que o elétron poderia existir, tanto
mais altas quanto mais baixas, mas com uma energia quantizada. O
elétron não pode assumir qualquer frequência ele vai ter um
espectro de energia interna em níveis quânticos. Ou seja, a
frequência do elétron designada por fe se subdividisse em fe1, fe2,...,
feN. A fim de simplificar se retira os índices “e” da letra “f”, isto é, f
se subdivide em f1, f2,..., fN.
Então, o professor vai propor a seguinte teoria. Para o
elétron aqui no Mundo Material se chama de N = 1, nível quântico
1, nível de massa igual a m1 = kf1. Num nível quântico mais baixo de
energia o campo oscile num modo de energia quantizado onde se
terá um nível quântico N = 2 onde existe uma massa m2 = kf2. E
assim por diante até N = n, mn = kfn, no caso de N = máximo mmáx =
kfmáx = k.0 = 0, que é o campo.
458
N = máximo
mmáx. = kfmáx = k.0 = 0
.
.
.
N=n
mn = kfn
.
.
.
N=2
m2 = kf2
N=1
m1 = kf1
Frequência mais baixa o comprimento da onda associada a
esse elétron mais expande, ele vai ficar invisível, pois os fótons vão
atravessá-lo, ele não vai refletir fóton, onda eletromagnética. Já
frequências mais baixas, menos expansão e o caráter de solidez
aumenta. E assim por diante até a ideia de Mundo Material em N=1.
Gráfico abaixo há dois erros: 1º) o último f2 deve ser um f3;
2º) f1 e f2 estão trocados.
Grosso modo, apenas para dar uma ideia, imaginem uma
plantação de roseira. A rosa seria de N=1, sua raiz de N=2, a
semente de N=3, e o campo de N=n.
Einstein postulou a equivalência entre massa e energia ao
escrever E = mc2, assim como energia é quantizada, então massa
459
também é. O elétron pode baixar a frequência até zero, onde a
corda, o campo, fica sem vibrar, fica reto, aí praticamente é um
espaço vazio como se não tivesse nada ali, só tendo um campo sem
oscilar. Então, o professor criou níveis quânticos para a massa cada
vez mais sutil e também pôde fazer para níveis mais densos, para os
números inteiros negativos como n = -1, -2, -3, etc., onde pode ter
matéria muito mais densa, elétrons muito mais densos do que esse
elétron comum, estrela de nêutrons, buracos negros.
Observações:
1ª) Aqui abre portas para algo que se vai abordar em
próximos tópicos, como: prótons, elétrons e nêutrons formando
átomos de matéria muito menos densa. Então a matéria neste plano
mais sutil constitui a matéria dos planos espirituais. Por isso que o
espírito feito dessa matéria muito sutil pode atravessar parede,
andar no Mundo Material e não ser visto porque ele não reflete
ondas eletromagnéticas, a onda de um fóton passa através dele e
vai embora, ele não choca e oticamente os olhos dos encarnados só
enxergam a reflexão luminosa. Assim, não se vê a matéria das
cidades astrais.
Enfim, se está postulando uma coisa tão simples e tão real
de que a matéria que existe no plano espiritual é a mesma matéria
daqui, só que numa outra densidade quântica mais sutil. Isso
corrobora com a visão de paranormal, de sensitivo, com a visão
espiritualista de que falam os grandes espíritos das cidades astrais,
do mundo astral, da matéria. No livro de Kardec um espírito fala
para ele que no universo tudo é fluídico, existe um fluido cósmico
que a física não descobriu ainda que permeie tudo isso que é, para o
professor: o campo.
2ª) Campo que gera tudo não tem energia material, vide que
E=0. Meishu-Sama ensina que: “meu propósito é falar sobre a
energia espiritual, que a Ciência e os cinco sentidos do homem
ignoram (...) quanto mais rarefeito (puro) é o espírito, maior é o seu
poder de atuação.” Caso contrário, o campo seria de urânio, pois
1kg dele gera de energia o que o carvão precisa de 3000 toneladas.
460
Múltiplos Universos Quânticos
● O que são?
●Como estão distribuídas às matérias dos planos espirituais nas
formações de estrelas e planetas
●A matéria dos orbes astrais e espirituais ao redor da Terra
● A vida nos múltiplos Universos
● A teoria da unidade cósmica da matéria
O professor Laércio Fonseca relembrando a sua contribuição
dentro da física quântica e da espiritualidade que é a teoria sobre a
massa quantizada. Ele diz que dessa maneira se vai poder teorizar
sobre a matéria do plano espiritual, como ele está constituído,
como está formado, o que é o orbe planetário, como são as cidades
astrais, de que matéria elas são feitas, qual a localização geográfica
delas, o próprio espírito de que matéria é feito. A ideia é tentar
entender e conversar sobre isso da mesma forma como muitos
espíritas e espiritualistas falam que vão a Vênus e veem que lá tem
comunidades espirituais, porém sem vida no mundo físico deste
planeta.
A proposta da massa quantizada foi exatamente criar uma
ideia de que o campo é uma entidade oscilante que vibra formando
a partícula. Na região do campo onde a vibração é muito intensa
[onda mais abaixo] tem um caráter de solidez da partícula muito
maior. E se a partícula tem uma vibração menor [onda mais acima]
o caráter da partícula nessa região é menos adensado.
461
Então, foi criada a ideia de que a massa de uma partícula pode ser
escrita por m = kf e aí se criou à quantização da massa fazendo a
seguinte hipótese. A massa poderia estar definindo padrões de
adensamento da matéria no universo: o nível quântico N = 1 onde a
massa neste nível seria m1 = kf1 (onde os elétrons, prótons e
nêutrons possuem a massa tradicional criando todo este nicho de
densidade do universo, desse universo físico, ou seja, mundo físico
da matéria); aí um outro nível quântico bem mais acima que seria
chamado de N = 2 com massa m2 = kf2, onde f2 é muito menor do
que f1; dando sequencia N = 3, m3 = kf3, sempre em níveis quânticos,
sempre quantizados, nunca um espectro contínuo, até o nível mais
genérico N = n, mn = kfn. Esta frequência só pode variar até zero e
quando não oscilar, donde um nível N = máximo, ou seja, não
haveria nenhuma solidez, nenhuma densidade de matéria, o campo
estaria sem oscilar.
N = máximo
mmáx. = kfmáx = k.0 = 0
N=n
mn = kfn
.
.
.
N=2
m2 = kf2
N=1
m1 = kf1
Nesta postulação se tem a seguinte relação m1>m2>m3> ...
>mn> ... >mmáx e f1>f2>f3> ... >fn> ... >0 e assim se teria o grau de
rarearmento. É óbvio que podem existir níveis de densidade de
462
matéria muito maior do que o nosso N = 1, aí se pode criar uma
escala negativa para falar sobre regiões do universo como buracos
negros, estrelas de nêutrons, regiões extremamente densas onde a
matéria se comportaria com um caráter muito mais denso.
Partindo-se dessa hipótese do fracionamento quântico da
massa, associando-a partícula. Considerando-se o elétron como
ponto de partida, então a massa do elétron seguiria exatamente
esse contexto e todos os outros objetos também. Assim, se teria
uma teoria de múltiplos universos, onde em N = 1 se tem o nosso
universo denso, físico; em N = 2, o universo espiritual, o plano
espiritual; e a partir de N ≥ 3, níveis mais superiores. Ainda se vão
subdividir esses níveis em subníveis.
● O que são?
Supõe-se que existe um único universo, anotado por U. U1
seria o subuniverso de U, anotado por N = 1. U2 seria o anotado por
N = 2. E assim por diante.
U
●
U1
●
U2
●
U3
●
... Un
.
Essa teoria é completamente diferente da teoria de
universos paralelos porque para esta os universos paralelos estão
ocorrendo ao mesmo tempo, mas paralelo ao nosso, com a mesma
densidade de matéria, só o tempo é que seria diferente. Na
463
literatura e ficção científica chegam a considerar finais alternativos
para eventos históricos.
Mas, na teoria do professor Laércio Fonseca os universos não
são paralelos, eles se interpenetram e estão aqui cujas massas mais
densas se concentram e vão para o núcleo. Afastadas delas estão às
massas menos densas por uma questão até de física simples: o mais
pesado vai para o fundo e o menos denso flutua.
Por isso que as cidades astrais e a matéria astral estão lá
para cima, por isso que todo mundo aponta o céu para o alto.
Regiões umbralinas pesadas são apontadas para baixo da terra, nas
cavernas. Os espíritos mais iluminados procuram estar nas alturas.
Toda definição da espiritualidade fala da luz que vem do céu, os
espíritos querem subir, ninguém quer descer. Eles coexistem ao
lado do ser humano, a única coisa que faz com que o homem não
perceba a sua presença, essa matéria m2 do N = 2, é por ela ser tão
sutil, o elétron tão estendido, a frequência tão mais baixa que faz
com que a matéria pareça vapor, não refletindo luz, não interagindo
diretamente com o ser humano.
Todo este universo é feito de uma mesma substância e todos
os sub-universos estão conectados. Eles estão conectados porque
toda a fonte de qualquer partícula não importa a que nível quântico
ela esteja, o que está quantizado é a energia, é a energia oscilatória
que a oscila. Mais precisamente, tudo está conectado porque tudo
vem do campo, só tem uma substância que gera todos esses níveis
quânticos: o campo. E este está distribuído espacialmente.
Na verdade só existe uma dimensão que é o espaço-tempo.
Isto aqui de N = 1, N = 2,..., não são outras dimensões, mas sim
outros níveis quânticos. O tempo no plano espiritual não é igual ao
tempo aqui, pois o tempo nunca foi igual em lugar nenhum. Ele é
apenas um conceito, não algo real no universo, da mesma forma
que a energia não é algo real, é uma invenção de físico. Massa
também é um conceito criado por Newton. Usam-se esses conceitos
para se poder teorizar, criar modelos fundados em cima desses
conceitos para se poder raciocinar o universo.
464
Voltando-se a tratar de provar que todos os planos estão
conectados. Imaginem que o campo seja uma única linha que não
vibra cuja frequência de oscilação é zero.
__________________________________________
campo
Não se esqueçam de que nesta mesma linha do campo,
nesse mesmo material, irão surgir todas as partículas, em diferentes
níveis quânticos, mas elas vão aparecer dessa substância, então a
única diferença que vai ter é a descrita a seguir.
Para isso imaginar estas duas ondas uma ao lado da outra na
reta e em vez do escrito “Elétron Veloz” se põe “Elétron de N = 1 e
em vez de “Elétron Lento” pôr “Elétron de N = 2”.
Embora essas massas sejam frequências quânticas diferentes
elas estão no mesmo tecido. Só que a energia envolvida em f 1 é E1 =
hf1; em f2 é E2 = hf2; e assim por diante. Mas, todos estão vibrando
no mesmo universo, a mesma substância que é o campo está
gerando partículas na dimensão 1, 2, 3, ...
Posto isto é fácil entender uma citação do livro dos espíritos
de Kardec quando se pergunta “mas do que é feito o universo?” se
ouve a resposta “o universo é feito de uma única substância que se
modela para se formar todas as coisas.” O professor Laércio Fonseca
está tendo o cuidado de criar um modelo dentro da física quântica
que estivesse em profunda harmonia com os textos espiritualistas,
465
espíritas, orientais, porque aí se estaria falando a mesma língua,
pelo menos nos princípios fundamentais.
Kardec na sua grande síntese, na pesquisa com os espíritos,
ele fez um trabalho científico interessante que não é simplesmente
para tratar de problemas, como a de saúde. Ele fazia uma reunião
com os espíritos para saber de todas as áreas do conhecimento a
fim de tentar criar uma visão profunda de como a vida e o universo
estavam razoavelmente organizados. No tempo de Kardec não
existia física quântica, mas sim eletromagnetismo, bem como toda a
física clássica. Os espíritos não tinham muita linguagem para
conversar e dar respostas destacadamente para pessoas que não
eram físicos e que estavam na roda. Hoje os espíritos na
mediunidade do professor Laércio Fonseca conversam com ele e o
aconselham a seguir certos rumos para poder criar ideias e teorias,
formular um caminho de modo a criar uma espiritualidade mais
lógica e racional e não uma espiritualidade fanática baseada em
princípios religiosos ultrapassados.
Deste modo os acontecimentos são vivenciados de acordo
com percepção. Quando morre um parente a pessoa chora
simplesmente porque não interage diretamente mais com ele, não o
vê. Imagina se continuasse vendo perfeitamente o espírito dele
aqui, não ia chorar, ia é fazer festa. Tudo é uma questão de
percepção deste outro universo. O corpo biológico apenas ganhou
sensores para interagir com este universo físico ele não ganhou
sensores para interagir com essas outras frequências menos densas,
ou seja, com esses níveis quânticos maiores do que um. Os ouvidos
do ser humano interagem com os sons daqui, os olhos interagem
com a radiação eletromagnética densa que é refletida por essa
matéria densa.
Partindo-se sempre do elétron que é a partícula fundamental
depois se generaliza para todas as outras coisas. Se esse elétron e1
em N = 1 quiser passar para o universo de nível quântico 2, ou seja,
N = 2? Basta entender que E1>E2> ... >En e tem que se dar aquele
salto quântico enigmático que não tem trajetória. A onda do elétron
466
e1 (na última figura é a que tem frequência f1) para saltar para outro
nível quântico N = 2 (não é para outra dimensão) tem que perder
energia quanticamente num pulso, ou seja, tem que perder uma
quantidade de energia ΔE = E2 – E1. Esse ΔE no caso vai dar negativo
porque E1>E2. Ganhar seria positivo. Então, esse elétron vai perder
uma quantidade de energia ΔE = E2 – E1 = hf2 – hf1 = h (f2 – f1) = hf
onde f é uma frequência intermediária. Agora o que sai do elétron?
Quando se estudou o caso quântico do átomo hidrogênio ele
tinha uma energia cinética, quando saltava para um nível de maior
energia a velocidade aumentava; e quando retornava ele emitia um
fóton, uma onda eletromagnética.
Contudo, neste caso, será que o elétron perdendo energia
ele emite fótons, ele pode emitir partículas, neutrino, enfim uma
série de coisas que os seres humanos desconhecem. Este é o ponto
em aberto na teoria do professor Laércio Fonseca. Ela necessita de
experimento físico, calibrar exatamente os níveis quânticos,
encontrar esse espectro de energia entre essas duas matérias,
procurar uma radiação ou um tipo de partícula que é emitida na
transição.
O elétron vai perder energia, mas ele vai perder uma energia
interna, ele não vai perder uma energia cinética. É o campo neste
ponto que vai perder uma energia quântica, ele vai dar um pulo.
Quando faz isso o que a onda faz instantaneamente é expandir, se
ela expande é como se esse elétron sumisse daqui na frente do
observador, ele faz puff e desaparece, foi para outro nível quântico,
mas daqui ele não saiu. Tem-se que entender que o elétron não saiu
geograficamente desse lugar, o campo continua aqui, ele só some
da visão da pessoa. Aliás, isso é o que acontece em alguns
fenômenos espirituais.
Fazendo-se o inverso. Para isso se supõe que aqui tenha um
espírito, um espírito no N = 2, isto é, ele tem uma matéria menos
densa, ninguém o vendo. O que esse espírito tem que fazer para
materializar aqui, ficar bem denso aqui? Ele tem que ganhar
energia, isso pode ser feito com alta tecnologia da outra dimensão,
467
os espíritos dotados de grande ciência e tecnologia podem criar
uma máquina que faz com que toda essa estrutura espiritual dele
adense ganhando energia e instantaneamente ele materialize aqui.
Ele simplesmente aparece aqui do nada, mas na verdade ele sempre
esteve aqui nessa posição. Alguma tecnologia ou a partir da sua
própria energia ele adensou os seus átomos e se torna visível a
ponto de em algumas reuniões espirituais algum encarnado tocar
nele. Quando se despede ele some, vai esfarelando como nesses
efeitos de cinema ou some de uma vez.
O que ocorre é que perdeu energia e voltou. Tem algumas
desmaterializações que acontece com emissão de luz, dá aquele
facho de luz assim e o espírito some. Isso pode dar alguma dica para
o ser humano de quando o espírito volta o que está sendo emitido é
fóton, alguma coisa que o fez brilhar. Nas experiências ufológicas os
ET’s trataram com luz densa fazendo curva, é jogado um facho de
luz e o ET desce andando nesse facho como se a luz fosse um sólido.
É como se os ET’s tivesse uma tecnologia para pegar fótons e fazer o
fóton virar partícula densa e usar como matéria para ele andar em
cima.
Neste curso os fenômenos ufológicos e espirituais podem ser
explicados tecnicamente através da teoria do professor Laércio
Fonseca. Ela pode explicar materializações de coisas, de objetos. O
grande guru indiano Sai Baba era um fenomenal materializador. Ele
ao passar perto da pessoa mexia com a mão e tirava do nada um
broche, um colar. Agora para quem é vidente, paranormal, vai ver
os espíritos andando em volta com uma bandeja cheia dos objetos.
O que o Sai Baba apenas fazia era pegar esse colar que está nessa
dimensão e trazer para cá. Um fenômeno quântico ocorre, e este
colar aparece.
Mas, esse colar já existia, o guru indiano não fazia mágica,
ele fazia ciência. É que nem aquela propaganda da feiticeira na
televisão, isso não é feitiçaria, é tecnologia. Pode-se entender que
existe uma equipe de espíritos dotados de tecnologia, de aparelho,
que na hora que o Sai Baba coloca na mão um objeto, um tipo de
468
máquina fornece energia para todos os átomos desse objeto e ele
simplesmente adensa e aparece no mundo físico, fica material e ele
então dá de presente. Isso explicaria materializações de objetos que
seriam tecnicamente trazidos a essa realidade física através de
adensamento quântico.
● Distribuição das matérias dos planos espirituais
nas formações de estrelas e planetas
Agora se vai mostrar o modelo de como essas dimensões
quânticas estão aglutinadas em um planeta com os corpos celestes.
Na verdade ele é chamado de modelo da organização dos corpos
celestes. Os espiritualistas querem entender como é que o Mundo
Espiritual está organizado dentro desse universo.
orbe planetário
gás
superfície
Imaginando-se que esse aqui fosse o núcleo denso da Terra
onde a massa se aglutina por forças gravitacionais. Os físicos
acreditam que o núcleo da Terra é composto de ferro e níquel e que
469
os elementos mais pesados que possam existir na superfície da
Terra estão concentrados mais no núcleo. Os cientistas acham que o
planeta Terra tem um núcleo, depois tem uma parte toda
incandescente de lava quente que eles chamam de manto. (não dá
para fazer uma viagem ao núcleo da Terra porque lá tem uma
temperatura de 6.000 graus centígrados que é a temperatura do Sol
em algumas partes. Nenhuma substância consegue suportar 6.000
graus centígrados, ela derrete. Então qualquer foguete, qualquer
nave, que quisesse ir para o centro da Terra teria que ter um super
material que até hoje não foi descoberto, que aguentasse
temperaturas superiores a 10.000 graus centígrados). Depois do
manto se teria a chamada crosta terrestre, a parte rígida da Terra.
Os oceanos estariam flutuando aqui em cima na superfície da Terra
e se pode notar que acima tem uma camada de gás que é menos
denso, muito leve, por isso ele está acima e fica na atmosfera. À
medida que se vai subindo na atmosfera ela vai rareando até que
chega numa altura e não tem mais ar nenhum, não tem mais gás,
estando-se no espaço vazio.
● A matéria dos orbes astrais e espirituais ao
redor da Terra
Da mesma forma se raciocina para construir a distribuição de
massa quantizada na esfera planetária. Vai-se dizer que a matéria
do N = 1 é essa matéria densa que os seres humanos estão
acostumados, é o m1, uma matéria física. A matéria da dimensão N
= 2 se concentra num ponto bem alto onde se teria uma camada
que também está sendo atraída pela Terra por forças gravitacionais.
Por isso que a maior parte dos espíritos no N = 2 mais densos são
espíritos que andam e tem casa.
Embora tenha certos espíritos que conseguem flutuar, não
ser absorvido pela gravidade. Porém, na literatura espírita os
espíritos são densos e às vezes tem que abrir porta para passar,
bem como anda e não voa. A não ser que ele aprenda depois a
470
técnica, aí ele consegue volatilizar, consegue voar. Mais acima se
encontra uma distribuição de matéria m3. Assim as cidades astrais
que necessariamente precisariam ser constituídas de matéria m2 e
m3 não poderiam ser construídas aqui dentro da Terra. Elas
naturalmente são espirradas, pode até encontrar em alguns locais
aqui na Terra um pouco dessas matérias que se infiltram [nos solos
sagrados, altares etc.], mas a tendência delas não é permanecerem
lá, a tendência delas por serem menos densa é flutuar.
Nas cidades astrais sendo construídas no orbe planetário que
faz parte dessa região do planeta. E as cidades num nível mais
elevado (N = 3) de matéria mais sutil (m3) estariam os mestres
ascencionados circundando o planeta numa distância maior da
Terra. Aí daria para explicar melhor porque os grandes mosteiros
(como o do Tibet) estão nos pontos mais altos da Terra, eles não
constroem mosteiros na beira da praia porque quanto mais próximo
da superfície, maior é a densidade vibratória até da frequência
psíquica. Um bom médium não consegue morar em São Paulo, não
tem como ele absorver toda aquela vibração intensa, os elétrons e
os prótons menos densos não se concentram aqui e sim distante.
● A vida nos múltiplos Universos
Por isso que se ouve falar que existem comunidades
espirituais morando no Sol. É óbvio que não na superfície dessa
estrela porque lá não está o seu plano espiritual. Seres morando lá,
não têm condições, a própria estrutura de formação que o professor
Laércio Fonseca está criando faz com que os orbes astrais do Sol se
localizem muito distante da parte extremamente quente dele. Então
se teria halos muito distantes da estrela formados de matéria
menos densa. Esses locais quanticamente divididos poderiam gerar
condições de se criar cidades astrais porque tem a matéria astral.
Por conseguinte, tudo vai depender de qual radiação que essa
estrela (no caso o Sol) está emitindo, se ela vai perturbar ou não a
matéria m2 do Sol nesse outro nível N = 2 do Sol.
471
Deste modo se tem um modelo assim. O orbe do Sol, aí os
planetas muito distantes orbetando o Sol e cada um desses planetas
com a sua distribuição de matéria menos densa, os planetas criando
o seu orbe astral, de material astral.
Por isso que o livro do Ramatis fala sobre vida no planeta
Marte. É óbvio que ele não estava falando de uma vida no plano
físico deste planeta porque todas as constatações técnicas não
permitem uma vida na superfície de Marte. Mas sim no orbe
marciano, neste se poderia ter comunidades astrais em cidades
astrais onde os espíritos estariam morando. Talvez a vida seja muito
mais intensa nos planos dos orbes astrais do planeta do que em
superfícies planetárias. Toda a vida que existe na superfície de
planetas são elaboradas e implantadas por tecnologias e
engenharias superiores que advém desses planos dos orbes dos
planetas.
Tendo-se um elétron no nível quântico N = 1 para ele passar
para o nível N = 2, ele tem que perder energia. Ao contrário tem que
ganhar energia.
N = 2________________________●__________
N = 1_________●_________________________
472
Recordando-se o salto quântico de Niels Bohr. Para isso,
sejam o núcleo atômico e duas possíveis órbitas [O1 como a mais
próxima do núcleo, e O2 a mais afastada]. Um elétron se ganhar
energia ele salta para outra órbita, mas ele some daqui de O2 e pode
aparecer em qualquer lugar de O1. Aí entra as equações da
mecânica quântica sobre a probabilidade no qual lugar ele vai surgir.
O Niels Bohr disse que não existe trajetória, ele sai de um ponto e
aparece num outro ponto do espaço instantaneamente. Ou seja,
isso aqui é um movimento descontínuo.
O2
O professor Laércio Fonseca vai considerar esse movimento
descontínuo na sua teoria. Pondo-se dois pontos A e B no nível
quântico N = 1 e um ponto C em N = 2. O elétron para sair de A e vir
no ponto C ele tem de perder energia. Então, ele perde energia e
instantaneamente aparece em C. O elétron salta, mas não é um
salto comum, é um salto quântico, não existe trajetória. Agora o que
impede desse elétron ganhar energia e saltar novamente e aparecer
em B. Quanto tempo ele demorou em sair de A, vir para C e depois
para B? Nenhum: t = 0. Para todos os efeitos esse elétron
desapareceu aqui em A e apareceu aqui em B e essa distância AB
pode ser até de ano-luz.
473
C
N=2____________________●__________________
N=1_________●______________________●_______
A
B
Agora é ficção científica baseada nessas novas ideias que o
professor Laércio Fonseca está introduzindo aqui. Se na Jornada nas
Estrelas pôde usar teoria de dobras espaciais por que o professor
não pode usar agora uma nova teoria chamada transporte
quântico? Transporte quântico de matéria pelo universo.
Supondo-se que um ET tenha uma nave com alta tecnologia
e que ele queira ir desse ponto A até esse ponto B do universo. Mas,
ele quer levar a nave inteira dele do planeta dele para outra estrela
da galáxia. O ET pode marcar um ponto C no nível quântico N = 2,
apertar o botão da nave e ao invés da nave sair voando ela começa
a perder densidade quântica e ele lá dentro também. Nada se
desmaterializa, nenhum átomo sai lugar. O transporte de luz do
Enterprise é que é problemático, pois se der um defeito o fóton dele
espalha e tudo vai pelo espaço com destino ignorado. Aqui nada é
espalhado, nenhum átomo, nenhuma molécula é desconectada nem
transformada em luz. Só se dá uma leve mudança na vibração
interna e eles saltam quanticamente de A para C sem ser percebido.
Salta novamente só que de C para B e tudo isso no mesmo instante.
Essa nave está aparentemente sumindo em A e já está aparecendo
em B, sem voar.
Agora, se mudar a tecnologia e em vez de uma nave
construir um portal estelar A, um portal quântico, uma máquina que
pode ser muito especial de alta tecnologia. E se construir outros
dois portais B e C de modo que os três estejam conectados entre si.
Então, quando entrar nesse portal A a única coisa que esse aparelho
vai fazer com todos os seus átomos é baixar a frequência um
pouquinho fazendo-os saltar quanticamente. O processo inverso
basta ganhar energia e aparecer em outro planeta.
474
Tudo isso de uma forma quântica ou explicada de uma forma
como as grandes tecnologias do espaço possam fazer transportes a
grandes distâncias. Ninguém tem que desmaterializar e nem violar a
teoria de Einstein porque aqui não envolve uma coisa chamada
velocidade, houve apenas transformações quânticas.
● A teoria da unidade cósmica da matéria
Teoricamente como é que isso acontece no nível do campo?
Supondo-se simplificadamente que o campo seja uma reta.
Imaginem um único elétron aqui vibrando nesse nível quântico e
que toda vez que mudar a frequência desse elétron ele salta para
qualquer ponto do próprio campo. É como se a energia daqui fosse
transferida para outro ponto, e esse elétron simplesmente salta
quanticamente. No entanto, o tecido é o mesmo, é como se o
elétron deixasse de existir aqui nessa região, o campo se plana e
instantaneamente essa energia é transferida pelo próprio campo e
quando chega lá essa energia expande o campo nessa região. E
nunca foi rompido nenhum laço entre eles, aqui dá para provar que
esses dois elétrons sempre estiveram conectados.
__●___________
→
____________
__________●__
Por isso se troca o nome desse deslocamento quântico ou
salto quântico para o nome que está na mídia “deslocamento não
local”. Não teve nenhum sinal trocado no espaço-tempo, nenhuma
matéria viajou no espaço-tempo simplesmente saltou daqui para lá
dessa forma quântica entre dois níveis quânticos, onde a realidade
da trajetória e a realidade do próprio espaço e do próprio tempo
não existem. O professor Laércio Fonseca usa a teoria de campo de
Einstein para mostrar que existe uma interconectividade entre essas
partículas sempre e a interconectividade é a sua própria estrutura
que é o campo. Portanto, nunca uma partícula pode ser
desconectada uma da outra.
475
E isso leva às ideias mais profundas para explicar fenômenos
espirituais.
476
Modelo Quântico da Consciência
● O experimento da consciência não-local
● O modelo da consciência quântica
● A consciência cósmica e a ideia quântica de Deus
● Níveis quânticos de consciência
● Saltos quânticos da consciência e a iluminação dos orientais
● O experimento da consciência não-local
Este experimento é idêntico à experiência de dois pares de
fótons ou de dois pares de elétrons correlacionados, que mesmo
depois de separados, continuam conectados por aquela interação
não-local. Ou seja, que a consciência age e atua através da nãolocalidade.
Para isso pegaram dois sensitivos e os deixaram juntos
interagindo, meditando, de modo que as consciências deles
pudessem se entrelaçar como se fossem pares de elétrons ou de
fótons correlacionados. Depois, os separaram e colocaram em
gaiolas de Faraday.
Mas, o que vem a ser uma gaiola da Faraday? É uma gaiola
inventada por Faraday isolada de radiações eletromagnéticas, ou
seja, nenhuma radiação eletromagnética pode sair dessa caixa nem
entrar. É o famoso bloqueio no celular, que querem fazer nas
prisões para os prisioneiros não poderem se comunicar com o
exterior.
477
No caso da experiência narrada é para garantir que nenhum
sinal eletromagnético possa ser trocado entre essas duas pessoas,
nenhuma informação seja trocada do ponto de vista físico, não se
vai trocar nenhum sinal.
Aí foram colocadas outras pessoas numa dessas câmaras que
não tiveram nenhuma relação com os dois sensitivos, que é para
fortalecer o teste de prova.
Todos
são
submetidos
aos
aparelhos
de
eletroencefalograma, ou seja, aos aparelhos que medem as ondas
cerebrais, que são impulsos elétricos. Então, em todos eles estava
sendo mostrada a onda gerada por cada indivíduo. Geralmente, as
ondas cerebrais são características de uma pessoa, é como se fosse
à impressão digital, não tem duas iguais, cada um tem a sua onda, e
o especialista sabe diferenciar.
Em seguida se pega uma luz que pisca, dá uns pulsos, tipo
flash de máquina fotográfica. Toda vez que a luz acendia o sujeito
que está só na gaiola tomava um susto, no eletroencefalograma
dele aparecia um pico. No mesmo instante, na outra gaiola,
exatamente no sujeito que tinha sido correlacionado com ele,
também registrava o mesmo pico.
O que foi transferido de um para o outro? Um conseguiu
gerar no outro um potencial elétrico, esse pulso elétrico foi
registrado, então este passou uma mensagem para aquele. Mas,
não foi nenhum sinal eletromagnético, porque eles estavam
isolados, não podia sair nada. E os outros que estavam lá não
acusaram nenhum sinal, somente aquele que estava correlacionado.
Isso vai demonstrar que as duas consciências, as duas mentes, os
478
dois espíritos, trocam informações capazes de estimular um
potencial elétrico do outro lado.
Então é possível montar um equipamento que quando esse
pulso acontecer, explode uma bomba. Imaginem esse aqui e o
parceiro dele bem longe sendo um homem bomba, ele dá o pulso e
dispara. E não seria uma coisa sutil, metafísica, mas sim um
potencial elétrico real.
Essa
experiência
mostra
a
inseparabilidade,
a
impossibilidade de separar mentes correlacionadas, espíritos
correlacionados. Mas, esse tipo de correlação é típico de objetos
quânticos como os prótons, elétrons, nêutrons e fótons que são
capazes de interagir de forma não local, ou seja, sem nenhum sinal
trocado. Com base nessa experiência, se pode concluir que a
consciência é um objeto quântico e, portanto, ela segue as leis da
física quântica.
A palavra consciência é utilizada pelos físicos, mas até hoje
nenhum físico conseguiu definir o que é a consciência, muito menos
que tipo de estrutura, como que ela é, sempre foi algo totalmente
abstrato. Essa mesma coisa chamada de consciência é utilizada
pelos esotéricos com o nome de espírito, e muitos psicólogos, ou
terapeutas ou médicos usam esse mesmo conceito usando a palavra
mente.
O professor Laércio Fonseca vai criar uma desvinculação
total dessa entidade com o que se chama cérebro porque se pode
fazer essa consciência e esse espírito existirem fora do cérebro,
desconectado do cérebro, e aí se pode discutir e falar sobre vida
fora da matéria.
O professor vai tentar criar um modelo mais sólido e mais
real para a consciência idêntico ao modelo que ele elaborou para os
estados quânticos da matéria. Da mesma maneira que fez a
quantização da massa, ele vai fazer uma quantização da consciência.
O potencial elétrico que foi transferido de uma consciência
para outra explica a telepatia, a interação à distância, cura à
distância, passe à distância. Porque mesmo estando separado, um
479
indivíduo com capacidade, treinado para isso, pode influenciar
energeticamente outra pessoa ao longe. Portanto, não há distância.
Constrói-se um modelo quântico da consciência e depois,
mais à frente, se faz uma discussão sobre ‘’o que é alma, espírito,
períspirito’’. Tudo que se discute por aí apenas se dando nomes as
coisas sem saber “a que” ou “em que” estão dando nomes, isso cria
muita confusão. Principalmente quando se conversa com físico,
médico, psicólogo, psiquiatra, que usam outras palavras e tem uma
visão diferente. Às vezes, todos estão falando a mesma coisa, mas
usando vocábulos diferentes, de uma forma completamente
diferente e isso atrapalha muito as pesquisas.
● O modelo da consciência quântica
Laércio Fonseca vai partir de alguns postulados, hipóteses,
porque, toda teoria quando se vai desenvolvê-la, a primeira coisa é
postular, formular uma hipótese e verificar se ela é consistente
matematicamente e depois se ela é consistente experimentalmente.
É sabido que os astronautas da Apolo 11, em viagens
espaciais, fizeram testes e experiências com telepatia. Se isso fez
parte do projeto Apolo é porque essas experiências eram levadas
muito seriamente pelos cientistas. Os Estados Unidos e muitas das
grandes potências no mundo estudam o fenômeno paranormal, as
faculdades paranormais e as faculdades de percepção
extrasensorial. Isso é chamado de física de fronteira, medicina de
fronteira ou psiquiatria de fronteira e quando esses objetos de
estudo podem ser utilizados como armas de guerra, como os
sensitivos que eram usados na Guerra Fria, então esses mecanismos
são estudados sob extrema rigidez do exército e controle
operacional secreto dentro de um nível de segurança nacional.
O primeiro postulado, a primeira hipótese: é que a
consciência deve ser tratada como um objeto quântico sujeita,
portanto, a todas as regras que regem a mecânica quântica. Isso
porque, como foi visto na experiência, ela se comportou como um
480
objeto quântico fazendo uma interação não local, como os elétrons
e os fótons o fazem.
Segunda suposição: duas consciências interagem entre si
como dois elétrons interagem entre si.
Terceira: duas consciências podem ser correlacionadas
tratadas como objetos quânticos correlacionados, como pares de
elétrons ou fótons correlacionados como foi visto anteriormente ao
estudar o Paradoxo EPR e o teorema de Bell.
Quarta: as consciências, sendo tratadas como objetos
quânticos correlacionados, devem interagir entre si através da não
localidade, ou seja, sem a troca de nenhum sinal através do espaçotempo. Se tiver que se comunicar com um espírito, com seu guia ou
com outra consciência, não existem barreiras para isso, não importa
onde se esteja pode, de alguma forma, entrar em contato.
Quinta: as mensagens podem ser transmitidas a qualquer
ponto do universo material sem a troca de nenhum sinal
eletromagnético, sendo, portanto, uma interação instantânea, como
se as consciências jamais pudessem ser isoladas ou separadas umas
das outras, da mesma forma que pares de elétrons correlacionados
não podem ser separados.
Sexta: através deste modelo, podem-se explicar muitos
fenômenos, tais como a telepatia entre duas pessoas, a percepção
de imagens à distância, pessoas que tem visão à distância, que
consegue encontrar pessoas perdidas.
Aliás, muitos sensitivos e médiuns são utilizados pela polícia
dos Estados Unidos para encontrar pessoas desaparecidas. Na
televisão, no canal Discovery, há um programa chamado Detetives
Psíquicos, que trabalham constantemente ajudando a polícia a
desvendar casos, encontrar armas do crime.
São fenômenos extremamente muitos usados, só que não
tem uma explicação científica para eles. Ou seja, é como se a ciência
estivesse há mil anos, os fenômenos estão aqui e a física, por
exemplo, não dava atenção para isso. Quem estudou muito isso
foram os psicólogos e psiquiatras, são pessoas que não tinham
481
formação de física. Quem se interesse demais por esses fenômenos
é a Psicologia Transpessoal, uma das mais avançadas em estudar a
consciência por esse aspecto do sensitivo e do paranormal.
No entanto, nenhum físico se aventurava a criar teorias e
modelos nessa área. A partir do advento da nova física, esses físicos
começaram a abrir essa porta. Para se dar uma noção, o maior
público que o professor Laércio Fonseca tem é de médicos,
terapeutas e psicólogos. O público dele não é formado por físicos.
Existe uma barreira muito grande na física, os físicos não têm
interesse pela consciência, porque acham que isso é para
terapeutas e psicólogos. Eles se preocupam apenas com os elétrons,
partículas, fótons, reator nuclear, altas energias ou com estrelas e
cosmos. Eles estão numa viagem denominada de ‘’distante do eu’’,
‘’distante de si mesmo’’. Ou seja, o físico foi viver a máxima do
Arquivo X: ‘’A verdade está lá fora’’, contrariando completamente
todas as visões dos mestres orientais, da filosofia oriental, que fala
que a verdade está dentro do sujeito. A ciência, em certo momento,
baniu essa integração consciência e matéria e ela simplesmente foi
fazer uma viagem para o exterior.
Fazendo-se um desenho da situação atual, os físicos
começaram a fazer uma jornada para um lado e os religiosos foram
para o outro. Chegou um ponto em que eles ficaram tão distantes
que não conseguiram se comunicar mais. Esses físicos se tornaram
tão materialistas e esses religiosos excessivamente espiritualistas,
que não havia mais comunicação, entendimento.
É realmente muito difícil para um físico que está aqui tentar
falar ou discutir coisas que estão no lado religioso, no lado
espiritual, é preciso que este físico tenha uma mente muito aberta,
tenha uma visão psíquica muito transcendente, porque hoje se vive
numa sociedade de androides. Engenheiros, físicos, matemáticos,
todos não passam de androides, ou seja, o condicionamento é
muito forte, as pessoas são especialistas, só sabem aquilo dentro da
sua área, não tem uma visão holística do mundo, não tem uma
integração de todas as áreas.
482
O professor conta uma história interessante. Umas amigas
na cidade de Limeira, na faixa dos seus 20 anos, assistiam á algumas
de suas palestras e debatiam muito consigo. Como ele sempre foi
uma pessoa muito mística, elas nunca concordavam. Uma dessas
meninas foi para o Paraná fazer o curso de Ciências Sociais. Um belo
dia ela liga para Laércio porque ela recebeu um trabalho de
Antropologia para fazer em grupo sobre uma religião. O grupo dela
pegou a Umbanda e os integrantes tinham que ir num terreiro de
Umbanda para fazer uma pesquisa in loco. Eles foram com a postura
de que tudo não passava de uma grande bobagem. Só que quando
começa a tocar o atabaque, dois desses integrantes do grupo
incorporaram e entraram em transe. Ela ligou desesperada para o
professor explicar o que estava acontecendo. Ele explicou que o
fenômeno está aí e a ciência sempre tapou os olhos dizendo que
isso tudo é uma bobagem, tudo religião, tudo loucura.
Mas, agora, se vai ver o modelo quântico da consciência.
Primeiramente, se tinha aquelas quatro partículas
fundamentais, por elas serem os blocos básicos da construção do
universo dos seres humanos. Tem-se o elétron, o próton (sendo
rígido se pode pensar nos quarks), os nêutrons (também, mas os
quarks se juntam para formar prótons e nêutrons ou não são nada
sozinhos ficando totalmente instáveis) e os fótons.
Até hoje, nenhum experimento demonstrou teoricamente o
gráviton. Então, se supõe que essas fossem as partículas. É claro,
tem os neutrinos, bem como as subpartículas que não se vai levar
em conta. Tem mais de 180 subpartículas no núcleo atômico, mas
são partículas que são muito instáveis vivendo em bilionésimos de
segundo, se desintegram em outras coisas e vão virar próton,
elétron e nêutron novamente.
O professor vai criar agora a hipótese fundamental: uma
nova partícula, e a ela vai lhe dar o nome de consciência. Da mesma
forma que tem um elétron, e este quando unido a outras partículas,
formam um átomo. E quando essas partículas se unem novamente
formam os 92 elementos. E quando esses 92 elementos se juntam
483
para criar uma molécula e depois se juntam para criar um
organismo, todas essas são combinações de uma entidade básica.
Laércio Fonseca vai dizer que o espírito, esse ser inteligente
que pensa, todos os seres vivos que carregam uma consciência em
si é, na verdade, uma integração de muitas partículas de
consciência. Esta partícula c está para o organismo humano assim
como o elétron está para esse organismo. É preciso de quantos
elétrons, prótons e nêutron para formar esse organismo? Quantas
partículas de consciência precisam se integrar e se harmonizar para
formar um ser pensante e inteligente que atua? É mais ou menos
por esse caminho que se vai raciocinar. Começa-se do mais simples
para depois generalizar.
Primeiras perguntas: Essa partícula c vem de onde? Ou seja,
qual sua origem? Ela é feita do quê? De onde vem o elétron, próton
e nêutron? O elétron é feito do quê? O que o elétron carrega?
Para responder a esta última questão se relembra que uma
onda carrega só energia. E como foi postulado na mecânica quântica
de campo que o elétron pode ser uma entidade do campo oscilante.
Então, ele sendo uma onda real, o elétron só carrega energia.
O modelo do professor apregoa que matéria e consciência é
a mesma coisa, não são duas coisas diferentes. A origem deles só
pode vir de um único lugar de onde vêm todas as partículas e todas
as matérias do universo, qual seja: o campo. Aquele mesmo campo
que Einstein teorizou e que o professor quantizou. Esse campo de
uma forma atrelada à massa (fragmentada), porque ele considerou
que as partículas são ondas reais geradas por uma oscilação, por
introdução de energia do próprio campo. E o nosso campo vai ser
considerado como um fluido. Em resumo, o professor está criando
uma consciência e a colocando no campo.
Imaginando-se a linha do campo, como foi feita para o
elétron. Quando o elétron vibra muito, esse elétron está em um
nível quântico N = 1, ele aparece como matéria para os seres
humanos. Quando o elétron vibra um pouco mais alongado, ela cai
para o nível quântico N = 2. E assim vai decaindo quanticamente até
484
o campo não vibrar, e se o campo não vibra, não existe o que é
chamado de matéria. Pois matéria só tem realidade como massa,
sendo uma oscilação do campo, uma perturbação energética do
próprio campo.
N=1
N=2
Agora, a partícula consciência vai ter que sair daí também,
ela terá que vir do mesmo tecido. Como se vai colocar essa partícula
aí? Ela não é objeto quântico? Se ela é um objeto quântico, ela deve
ter também um caráter ondulatório, ou seja, esse campo tem que
oscilar de um jeito que vai dar as características da partícula
chamada consciência.
O professor não foi tão longe ainda para criar uma
matemática, para diferenciar quando uma partícula vibra e cria, por
exemplo, o elétron com carga negativa. Para se resolver essa
problemática se tem que entender a dificuldade. Pois, em três
dimensões existem milhões de tipos e formas de ondas. Quem já
estudou eletrônica, fez engenharia elétrica, pegou um osciloscópio
‘’para brincar’’ e criava ondas”.
Um grupo de físicos da Inglaterra mandou para o professor
uma pergunta pela internet: “Toda entidade que oscila cria uma
solidez, e essa solidez garante massa, mas a consciência é um objeto
que até hoje não é palpável, não se consegue perceber massa, como
485
que se explicaria isso?’’ O professor tinha duas saídas para explicar a
questão.
Primeira saída.
Se for uma onda estacionária, ela não se desloca, não anda,
fica vibrando perpendicularmente ao comprimento da mola. Essa
sim criaria uma densidade.
À medida que a frequência vai caindo, o caráter de solidez se torna
cada vez menos perceptível. Então, ele pôde dar uma primeira saída
dizendo que a consciência tem uma propriedade extremamente
alongada e que vibra muito pouco, tem uma frequência muito baixa,
donde, ela está muito próxima do campo em si.
Segunda saída.
Quando foi ensinada ondulatória empregou-se uma mola e
foi dito que tem dois tipos clássicos de onda: uma chamada
longitudinal onde a oscilação se movimenta na mesma direção e
sentido da mola; e outra chamada transversal, onde a oscilação é
perpendicular à mola.
486
A consciência seria uma onda não transversal, mas sim longitudinal.
Ela está vibrando, mas não apresenta propriedade de massa, são
ondas de compressão e não ondas de oscilação.
Daqui para frente se pode classificar a consciência como um
objeto real e não mais como algo fictício que só tem origem dentro
de interações elétricas do cérebro. E mostrar que a consciência é
um fenômeno completamente independente da matéria, a ponto
de o elétron poder estar aqui e a consciência ali.
Se o campo pode gerar a matéria e também pode gerar
partículas de consciência que é uma vontade inteligente atuante no
universo, então, o campo em si pode ser batizado agora de
consciência cósmica.
● A consciência cósmica e a ideia quântica de
Deus
O campo todo, além de ser a fonte de todas as partículas, de
toda a matéria do universo, vai ser também a fonte da consciência,
do espírito ou das ações inteligentes. O campo é a grande
consciência cósmica e se pode chamar esse campo de Deus. Desse
Deus surge toda a matéria, toda vida e toda inteligência do
universo.
Imaginando-se o campo na terceira dimensão como uma
esfera. O Einstein falava que as partículas eram concentrações locais
onde o campo era mais intenso? Esquecendo-se as partículas
matérias e se coloca a consciência aí. Cada ponto que irá aparecer
na esfera seja uma consciência, uma partícula que a consciência
manifesta por oscilação do campo.
Segundo a teoria de conjunto, cada consciência que aparecer
aqui, c1, c2, c3, ... , cn, estão contidas no campo. O universo contém
c1 U c2 U c3 ... U cn, e a consciência uma concentração local do
campo. A consciência só pode se dissolver para formar mais uma
vez o campo e quando o campo se adensa, de uma forma específica,
cria a partícula consciência.
487
●
C1
●
C2
●
C3
●
Cn
...
.
Assim foi criado o modelo do Universo autoconsciente, este
campo que gera todas as partículas (próton, elétron, nêutron, fóton,
gráviton) e todas as subpartículas, agora vai criar a partícula
consciência também. O universo todo é criado e todo gerado por
uma ação inteligente.
Essa é a visão de todos os grandes filósofos orientais mestres
da humanidade como Buda, Jesus, Krishna, Zaratustra: Deus é o
grande gerador e criador de tudo. Mas, não aquele Deus imperador
lá do alto, mas um Deus que se manifesta em tudo. Todas as coisas
que existem no universo é a manifestação de Deus, por isso que o
Indiano tem milhões de Deuses, pois tudo para eles são Deuses, que
se manifestam no gato, na vaca, na árvore, na planta, na flor. Todo
indivíduo mais autoconsciente se sintoniza com a grande
consciência, com a grande síntese.
Um físico francês chamado Jean Charon tem um livro
publicado no Brasil em português chamado ‘’O espírito esse
desconhecido’’. Nele com física e matemática mostra que quando se
joga elétrons naquela fenda dupla, chega uma hora em que o
elétron tem que decidir por qual lado vai passar, é como se o
elétron tivesse uma consciência, e se decidisse.
Com a tese do professor Laércio Fonseca da teoria de campo
se pode dizer que cada uma dessas partículas carrega também um
pouco de consciência. E é por isso que a ação de uma força
488
inteligente, de um Deus, de uma consciência que atua de fora pode
dizer à matéria o que ela tem que fazer. É como se as propriedades
criadas do próprio próton, elétron e nêutron fosse uma criação
extremamente inteligente e não do acaso apregoado pelo Big Bang.
Mas sim energias se juntaram para criar essas unidades tão precisas,
que é sempre tudo igual, tudo clonado. Esses números quânticos
tão definidos e que juntos dariam essa harmonia fantástica que é o
nosso universo atual, podendo criar essas unidades biológicas e
afinal criar esse ser pensante que está tentando entender o que ele
está fazendo aqui.
No programa Roda Viva do qual Amit Goswami participou há
tempos atrás no Brasil, os entrevistadores o questionaram
indagando: ‘’quem causa o colapso da função de onda?’’ e ‘’o que
causa o colapso quando o observador vai observar?’’ Eles ignoram
que quem causa o colapso da função de onda não é o observador
com sua consciência, mas sim ela atrelada a uma consciência
cósmica maior que dirige a ordem e o fluxo do universo.
Agora, surge outra discussão: ‘’Deus intervém quando se
pede e reza ou se tem que usar aquele princípio de livre arbítrio de
que Ele não atua e a pessoa faz o que quer? Deus intervém e os
orientais chama esse fluxo de Tao, o caminho, o curso do universo.
A única coisa que o homem tem que fazer é estar em harmonia com
o Tao. Se não estiver em harmonia irá sofrer, vão vir o caos,
sofrimento, doença e tudo mais.
Vai-se chegar num momento desse trabalho em que o
assunto vai ser muito filosófico, sair-se-á um pouco da matemática e
da física. Por exemplo: Quem somos nós? Os seres são uma mistura,
aqui neste plano, de matéria e consciência. O corpo é composto de
prótons, elétrons e nêutrons e de uma consciência integrada. Então,
é a matéria e a consciência caminhando juntas, modulando um
processo, um destino [lei da identidade espírito e matéria]. Abre-se
uma rosa cheirosa e linda se vai dizer que foi por acaso; os pássaros
voam com suas asas magníficas e foi por acaso. Há um padrão de
inteligência operando. O homem que é muito egoísta e acredita que
489
só ele é a única criação maior que Deus fez na Terra, mas isso não é
verdade.
Uma sociedade de formigas, por exemplo, é muito mais
organizada e funcional do que a civilização humana. Às vezes se
pega um enxame com um milhão de abelhas e encontra tudo
funcionando direito. Enquanto, o homem aqui só se mata, só
guerra, só conflito. Se juntar dois em uma casa já dá encrenca,
casam, tem filhos, e a confusão começa ali, de tão inteligente que o
homem é.
Todos os elementos da natureza são interações dessa
consciência, podem ter um agrupamento específico de partículas de
consciência que dão o padrão de um ser, como uma formiga. Um
acoplamento de várias partículas em número e na forma como elas
interagem e obtêm um felino. E um padrão de consciência
conectado de tal forma que daria um humano. Mas todas as
criaturas são idênticas e unas, como um único Deus, uma única
energia, é como são agrupadas essas coisas.
Uma vez um aluno chegou para o professor e perguntou: “O
que são os ETs?” Ele retrucou: “Quem é você? O dia que responder
ficará mais fácil de saber quem são eles. Se não entende quem você
é, como vai querer entender a inteligência de seres que estão lá em
outro mundo distante. É muito mais fácil estudar as coisas que
estão aqui. Quando conhecê-las ficará mais fácil de entender
questões mais sofisticadas.”
É óbvio que esse padrão de inteligência que os seres
humanos têm aqui, com essa visão que se tem de si próprio e da
própria natureza, é claro que ninguém vai entender ET ou qualquer
manifestação de inteligência de outras dimensões da realidade.
O professor conta que quando era aluno na Unicamp, tinham
aquelas passeatas, as pessoas entravam na classe e faziam aqueles
discursos políticos como se soubessem de tudo. Como se política
bastasse, não precisasse de religião, de física, matemática. Na
verdade, existe um universo tão misterioso aí fora, tão gigantesco e
vasto, e que todos os seres terrestres fazem parte dele.
490
A humanidade é tão atrasada nas suas visões de mundo que
todo mundo está chorando em velório. É difícil apontar um homem
feliz, realizado como ser. Só se vai encontrar gente deprimida,
angustiada, perturbada e, por isso, nas grandes capitais de qualquer
cidade do mundo o que mais tem é farmácia, tem mais farmácia do
que ‘botequim.
Numa sociedade com uma estrutura na qual se tem um
imperador lá no topo, que são os presidentes e políticos do mundo,
tem uma pirâmide com 90% da população na parte de baixa e meia
dúzia de intelectual dirigindo o mundo, de acordo com as suas
convicções. O resto é androide, é escravo.
Universidade é fábrica de androides, serve para fabricar
pessoas para um sistema de consumo, para servir à indústria e ao
financeiro. É por isso que a única coisa que o indivíduo procura na
vida é emprego. As pessoas não procuram a sua alma, seu ser, elas
procuram emprego. As universidades formam apenas para procurar
emprego, elas não formam indivíduos pensantes, questionadores,
para buscar respostas profundas da sua existência. Isso não é
permitido.
Qualquer sistema político é tão idiota que acha que se
arrumarem empregos e der casa e comida, será o sistema mais
realizado do planeta. Tem-se que acabar com isso. No terceiro
milênio tem que ter uma busca verdadeira do papel do homem
como consciência, como espírito, como alma no contexto do
universo, no contexto cósmico. Aí sim se estaria preparando para
receber inteligências do plano espiritual e inteligências desse vasto
universo.
Por que o universo é tão grande? Por que existem tantos
bilhões de galáxias? Ou será apenas que Deus tinha mania de
grandeza quando resolveu criar o universo?
491
● Níveis quânticos de consciência
O professor Laércio Fonseca teorizou para a matéria, para a
massa, o seguinte: no nível quântico N=1 se tem uma massa m 1 =
kf1, no nível N=2 se tem uma massa muito menos densa m 2 com
uma frequência muito mais baixa f2, isto é, m2 = kf2, assim por
diante até o nível quântico zero onde a frequência é zero, onde
nada oscila.
N = máximo
mmáx. = kfmáx = k.0 = 0
N=n
mn = kfn
N=2
m2 = kf2
N=1
m1 = kf1
A partir do momento que o professor postulou a hipótese do
conceito de partícula c ele também pôde fazer uma conjectura para
um tipo de massa para c ou então não teria um caráter de
adensamento.
492
N = máximo
mamas. = kfcmáx = k.0 = 0
N=n
mcn = kfcn
N=2
mc2 = kfc2
N=1
mc1 = kfc1
Porém, como foi mencionado anteriormente, que se poderia
teorizar a partícula consciência também como uma condensação
local do campo de uma forma especial, ondulando com
características especiais, geraria um padrão para partícula
consciência. E à medida que ela interagisse com outras partículas
consciência ocasionaria organismos inteligentes cada vez mais
avançados e operacionais.
Imaginando-se que essa seja a linha do campo, foi visto que
à medida que a partícula vai oscilando mais intensamente nesta
região central onde a amplitude da onda é maior, a partícula como
elétron ou próton tem um caráter de solidez nessa região sem
nunca deixar de ser uma entidade vibratória.
493
Como a consciência também é uma partícula quântica então
da mesma forma o conceito da individualidade está associada à
frequência com que a consciência oscila. Isto é, quanto maior a
frequência, maior é a consciência adensada, gerando um caráter de
solidez da consciência que cria uma entidade chamada de indivíduo.
Um indivíduo é uma pessoa que se julga sozinha existindo
apenas dentro da sua consciência, ele perde a relação com o meio.
Todavia, da mesma forma que as partículas parecem estar isoladas e
separadas umas das outras, mas que, de acordo, com não
localidade, não há inseparabilidade das partículas, vão se aplicar à
consciência: elas estão sempre conectadas e não podem jamais
serem separadas umas das outras.
Supondo-se uma consciência c1 vibrando no N=1, isto é, no
nível quântico 1, ela teria uma amplitude muito alta e um
adensamento também. Agora, no mesmo campo, outra consciência
C2 que esteja vibrando em N=2, ela é mais expandida. C3 é muito
mais expandida do que a C1 e a C2. À medida que a consciência é
muito adensada essa consciência se sente um indivíduo isolado.
No entanto, ao contrário, à medida que essa frequência da
consciência diminui, ela expande e causa a sensação de estar
crescendo e estar interagindo com tudo que está a sua volta. Ou
seja, começa a perder o caráter de solidez e de individualidade. E
num outro nível quântico a consciência é muito mais expandida, tão
expandida que esse indivíduo C3 não se sente mais um ser isolado
porque ele começa a se identificar de uma forma muito maior com
494
as coisas. Todas as faculdades paranormais (telepatia, clarividência,
etc.) começam a acontecer em níveis expandidos de consciência,
não em níveis densos da consciência.
C1
C2
C3
● Saltos quânticos da consciência e a iluminação
dos orientais
Uma energia da consciência Ec1 no nível 1, outra energia da
consciência Ec2 no nível 2, bem como Ec3 no nível 3, e assim por
diante. Uma consciência em Ec1 está vibrando muito, em Ec2 é um
pouco mais alongada, e em Ec3 é extremamente mais alongada. Mas
para essa consciência sair de Ec1 e vir para Ec2 tem que dar um salto
quântico. Do mesmo modo de Ec2 para Ec3 também tem de dar um
salto quântico para poder vir operar nesse nível N=3. Isso se chama
salto quântico da consciência, ela tem que perder energia para
poder operar em N=3, como se ela operasse numa outra dimensão.
Mas, na verdade, a única coisa que está acontecendo é que ela está
expandindo, a pessoa continua sendo a própria pessoa.
A energia que ela tem que perder para saltar do nível 1 para
o nível 2 é de ΔE1,2 = E2 – E1, se o sinal der negativo é porque ela tem
que perder energia. Para ela ir do nível 2 para o nível 3 ela tem que
perder energia ΔE2,3 = E3 – E2.
O indivíduo consciente a mente dele está agitada, aí os
mestres falam: ”Relaxe, faça ioga, faz Tai chi chuan, faça meditação,
controle a sua mente, esvazie a sua mente de instintos”. Ao fazer
isso a mente relaxa, vai perdendo energia de agitação, a frequência
começa a cair e se fizer um controle legal a consciência consegue
dar um salto. E quando ela começa a operar em outro nível ela
495
expande e centenas de percepções extras sensoriais, de insight, que
não se manifestavam na ação consciente começam a aparecer.
N = 3, EC3, inconsciente, como a onda C3 na figura anterior
N = 2, EC2, subconsciente, como a onda C2 na figura anterior
N = 1, EC1, consciente, como a onda C1 na figura anterior
Freud sempre acreditava que muitas informações
traumáticas que aconteciam na vida das pessoas, elas acabavam
jogando esses traumas para uma área da mente que só poderia
acessar em sonhos. Mais tarde outros terapeutas vão construir esse
modelo de consciente, subconsciente e inconsciente. Mas, Freud
tinha certeza que coisas que aconteciam aqui poderiam ser
reprimidas e jogadas para cá e só poderia ter acesso a essa região
através do sonho quando o indivíduo estivesse relaxado e a mente
mais expandida.
Uma experiência empregando hipnose feita por psicólogos e
terapeutas mostram estados diferentes da consciência. Eles
pegavam uma plateia e colocavam umas cinquenta pessoas. Com
um projetor de slide jogava numa tela o texto de uma página de um
livro. Só que eles projetavam essa página por apenas três segundos
e tiravam do ar. E perguntavam para plateia: “Quem seria capaz de
dizer o que estava escrito?” Alguns lembravam só o título, uma
palavra ou outra, mas jamais lembravam de todo aquele texto, a
mente não tinha essa capacidade operacional nesse nível 1 (N=1).
Aí vinha um sujeito e tentava hipnotizar elementos da
plateia. Ao hipnotizar um deles fez a mente dele relaxar, ir para
outro nível chamado de subconsciente e fala para o indivíduo:
“Vamos voltar para trás, lembre-se daquela imagem que foi
projetada na parede? Vamos ler o que estava escrito?” O
hipnotizado lê a página inteira sem errar uma vírgula. Por quê?
Porque a consciência funciona assim.
496
O ser humano vê imagens quando está caminhando pela rua,
seu ouvido está captando sons. Porém, o cérebro não é seletivo, ele
processa tudo, pega essas informações e vai jogando para certa área
do cérebro, lá atrás, se não ele fica louco de tantas informações.
Quando as pessoas se perguntam “Por que não me lembro
de vidas anteriores, de reencarnações passadas? Onde está
armazenada esta informação?” Todos os grandes mestres do
passado falavam assim: “Se você quer conhecer a Deus e a Verdade,
conhece a Ti.” Porque essa informação está em si própria e não nas
estrelas, no cosmos. Não adianta pensar em foguete ou disco
voador e ir para o espaço a resposta não está lá, está dentro da
pessoa. Precisa compreender que é uma alma, um espírito
transcendente e que está na Terra por muitas encarnações.
“O que a pessoa faz entre uma encarnação e outra? Onde
você está? Onde está vivendo? Quanto tempo em média o indivíduo
vive fora da matéria entre uma encarnação e outra? Por que ele não
se lembra desses dados? E às vezes quando se faz regressão numa
pessoa por que ela se lembra de vida anterior numa regressão
hipnótica e não se lembra da entre vida? Do que estava fazendo no
plano astral?” Exatamente por causa das áreas onde essas
informações estão armazenadas. Numa vida anterior operam neste
mesmo nível (N=1), as informações são gravadas numa área da
consciência. Porém, quando está fora da matéria, morto ou em
projeção astral, opera quase sempre nesse nível N=2 [Yukon].
Partes das informações são gravadas no consciente, parte no
subconsciente e parte no inconsciente. Então querendo acessar as
suas encarnações passadas, tudo que fez fora da matéria entre uma
encarnação e outra, tem que acessar o inconsciente. Todavia, para
acessar as informações que estão aqui precisa expandir a sua
consciência, o que significa baixar a frequência ou perder energia da
consciência. Por isso os taoistas têm a frase: “O homem que procura
conhecimento cresce a cada novo dia, mas aquele que busca o Tao
decresce a cada novo dia”.
Para o filósofo ocidental, cientista ocidental, conhecimento é
497
encher o cérebro de informações e quanto mais informação, mais
estudar, mais quebrar a cabeça, o que acontece com a frequência
mental? Ela vai estar cada vez mais agitada. Para o oriental aquele
que busca o Tao, ou seja, o caminho taoista, decresce a cada novo
dia. Por que decresce? Porque ele esvazia e a sua consciência vai
expandir e naturalmente vai acessar áreas do seu próprio ser que
detêm um conhecimento do cosmos e de si próprio que vai revelar a
identidade dele com Deus. Quanto mais agitado se é, mais
individualizado se é. Quanto mais expandido mais se identifica e se
conecta com o campo que é Deus.
Iluminação para o oriental é aquele ser que conhece a si
mesmo, é um ser que ao invés de estar operando a sua consciência
em N=1, está operando a sua consciência mesmo acordado, em
N=3. Um ser que elevou a sua energia num chacra superior e
expandiu de tal forma a sua consciência que ele tem não só
memória do que ele é, como informação das suas vidas anteriores.
Se ele foi chinês ele começa a falar mandarim fluentemente, se em
outra vida foi boliviano começa a falar espanhol, começa a falar um
monte de línguas fluentemente sem nunca ter estudado. Começa a
falar sobre outros mundos, sobre outras vivências que teve na
galáxia, toda experiência que vivenciou quando estava fora da
matéria. E nesse meio tempo não só essas informações chegam,
mas surgem também todas as faculdades paranormais sensitivas, a
percepção de ver espíritos, a clarividência, a clariaudiência, a
consciência da projeção astral, quando se lembra de tudo que fez
quando dormiu a noite?
As pessoas que não se lembram de nada o que fazem ou
fizeram em outras vidas é porque está com a consciência muito
densa. Contudo, um mestre, um espiritualista, um médium com
grande capacidade, ou Jesus, Buda ou aqueles chamados de
iluminados, operam um grande salto quântico em suas consciências.
Iluminação é como um salto quântico da consciência. Isso tudo se
faz baixando a frequência por isso que os mestres de Ioga, os
mestres de Tai chi e todos os mestres orientais criavam técnicas de
498
relaxamento e de meditação. Nessas posturas se tinham
experiências transcendentais.
Em linhas gerais, Jesus dizia que o seu reino não é esse reino,
estava aqui de passagem e a melhor coisa que tinha a fazer é viver
sua experiência ao máximo e não se apegar a nada. Por isso que
Jesus e Buda não paravam em nenhum lugar porque achavam que
as suas vidas era uma passagem, então viviam em constante
peregrinação. Não são iguais aqueles que compram uma casa,
entram nela e o resto da vida fica ali preso e amarrado.
Assim, um iluminado é o indivíduo que em N=1 consegue
conectar ou fazer sua consciência vibrar nessa área N=3 e trazer
todas as informações que estão aqui em N=3. Então um ser suprahumano e paranormal ao extremo ou mestre iluminado, mestres da
luz, operam suas consciências neste nível 3. Deste modo, se um dia
um ET se materializar na frente de alguém ou um espírito de luz
surgir, basta saber que esses espíritos são seres cujas consciências
não estão operando num nível de consciência 1, mas sim que
operam num outro padrão de consciência.
Logo, segundo o modelo e a teoria de Iluminação do
professor nada mais é do que perder energia na consciência e
operar um salto quântico nela. Agora os grandes mestres do
passado sabiam como trabalhar a mente para fazer esse salto. Toda
ciência ocidental é uma ciência que enche a cabeça com cálculos,
com matemática, disso, daquilo e faz com que não se consiga entrar
nessa zona N=3. Essa é uma grande discussão que grandes físicos já
estão fazendo que é a seguinte: Qual a melhor forma no futuro para
se fazer ciência?
Será que se fazer ciência de verdade, fazer física de verdade,
é realmente criar gigantescos aceleradores de partículas? Gastar
bilhões de dólares em instrumentação para tentar verificar a
estrutura íntima da matéria ou criar gigantescos telescópios para
olhar o infinito do universo? Ou será que fazer ciência não é
exatamente transformar o homem para que seu grau de percepção
seja completamente diferente de antes? Será que se investir numa
499
transformação do cientista, do homem como ser não se vai
provocar um cientista altamente paranormal, iluminado e que vai
ver o universo de outro ângulo, a sua consciência e o seu espírito de
outra forma?
Outra discussão profunda: Qual é a linguagem que se vai
utilizar nessa nova ciência? A matemática? A matemática é
extremamente primitiva, extremamente restrita e como prova na
teoria das cordas já começam a criar onze dimensões, treze
dimensões. Uma coisa que começa a se tornar tão absurda, pois a
consciência nesse padrão não tem capacidade de abstração para
entender. No espaço de Hilbert para escrever a mecânica quântica
fica uma física totalmente virtual, uma coisa totalmente aleatória.
Vai chegar a um ponto que quando a consciência evoluir não
se vai precisar de uma linguagem primitiva como essa para
transferir informações e trocar ideias. A própria consciência pode
chegar ao átomo e perceber como é a natureza da física quântica
das partículas e tudo mais porque tudo é questão de grau de
percepção.
O papel da matemática está com os dias contados. Quando
se chega e diz "prova matematicamente que o espírito existe", isso
é bobagem porque a matemática não prova salto quântico. Pede
para o Niels Bohr equacionar o que acontece com o elétron entre
um nível quântico e outro. Não tem matemática para isso, não tem
trajetória, não tem modelo nenhum, então a matemática tem
limites. Chega certo ponto ela não explica mais nada, nem dá para
escrever as coisas. Na maioria dos casos a matemática é um bom
quebra cabeças só isso. Os matemáticos começam a criar mil teorias
fictícias, teorias virtuais, ideias da linguagem, por isso que às vezes a
busca filosófica apenas relaxando, meditando e o caminho do
taoista pode revelar um universo muito mais avançado e sofisticado
do que a física, do que a matemática.
500
CIÊNCIA ESPIRITUALISTA
Laércio Fonseca
Projeção Astral
● Experiência fora do corpo
● Mas, o que é projeção astral?
● O cordão de prata e o psicossoma
● Como acontece a projeção astral
● Os sintomas da projeção astral
● Por que todos devem dormir?
● Experiência fora do corpo
Uma vez, veio um velhinho indiano de 106 anos de idade, um
Yogi lá das montanhas. Ele veio aqui para São Paulo, o trouxeram
para um congresso. Uma repórter foi entrevistá-lo, a pergunta dela
foi assim: “O senhor deve ter visto tanta coisa nesse mundo. Há 100
anos o mundo não tinha nada, hoje nós temos um avanço tão
grande, temos televisão, computadores, hoje nós podemos falar
com qualquer parte do mundo através dos celulares.” O velhinho
olhou para ela e disse: “É minha filha, um dia vocês vão aprender a
fazer como fazemos, nós nos comunicamos sem usar celular
nenhum. A gente se comunica só com a mente.” Avanço para ele é
progredindo a consciência, investindo na sua espiritualidade, um ser
que começa a ver espíritos, interagir com outras dimensões, com
seres avançadíssimos do universo, usar sua telepatia de forma
avançada, sair do seu corpo e viajar para lua para as estrelas ou para
qualquer lugar.
É aí que se mudam os parâmetros: “O que é a tecnologia?
Para que ela serve? E até que ponto se deve tornar escravos dela? E
501
acreditar que esta tecnologia, que essa ciência, é a dona da
verdade? O caminho do taoismo, do orientalismo, do Yogi, do
espírito, pode trazer respostas e transformações tão profundas no
ser?” Porque essa é a única filosofia que encara o ser, enquanto as
outras encaram a sociedade. Elas são feitas para a sociedade, e o
homem continua aquele androide, aquele escravo, produzido em
massa pelas universidades, pelas empresas, pelos sistemas
ideológicos e políticos para servir o sistema.
Mas, se as pessoas alcançassem a transcendência, a
iluminação, aí sim faria a diferença. Pois, o que tem que ser mudado
é o foco do homem, centrá-lo no espírito, criar uma escola não para
ensinar matemática, física, química, mas para ensinar a desenvolver
o espírito, a baixarem suas frequências e encontrar uma entidade
avançada dentro de nós. Aí se vai realmente conectar com Deus
porque enquanto se está vibrando intensamente, não tem a noção
de que é parte integrante do campo; mas quando a consciência vai
expandindo, e cada vez se aproximando mais do zero, se é o próprio
Deus manifesto.
● Mas, o que é projeção astral?
Projeção astral ou projeção da consciência é a consciência
fora do corpo ou fora da matéria. Quando se tem o indivíduo e em
sua volta o campo extremamente adensado, ele não tem noção de
fazer parte do próprio campo e tudo que está em sua volta faz parte
da consciência, e ele não tem consciência de que um indivíduo
dentro do campo também faz parte dele próprio. Por isso Jesus
falava: “Eu e você somos um, eu e o pai somos um”. O pai nesse
caso é o campo, é a grande consciência cósmica, o conceito da
unidade de todos nós.
Quando a consciência está acoplada ao cérebro biológico se
cortar as duas pernas se continua pensando e sentindo, se cortar os
dois braços, continua pensando e sentindo; se cortasse o pescoço,
arrancasse a cabeça do tronco e criasse uma máquina que
502
mandasse sangue para o cérebro, oxigênio para o cérebro e que
mandasse alimento para o cérebro não precisaria do tronco, então o
cérebro continuaria existindo e pensando. A conclusão a que se
chega é que tudo que existe da cabeça para baixo só serve como
transporte do cérebro para onde ele quer ir, é uma máquina de
transportar o cérebro daqui para lá, fazer coisas, pegar coisas. Então
a verdadeira consciência está em algum ponto dessa entidade
biológica chamada cérebro.
Pois bem, o professor criou para a consciência acoplar no
cérebro, ela vai funcionar como uma onda estacionária dentro de
um tubo fechado ou caixa, enfim, o cérebro. A consciência quântica
ganha energia, salta quanticamente e entra aqui dentro, ela vai ficar
acoplada aqui dentro. E os seres superiores que projetaram o
cérebro biológico fizeram de um jeito que a coisa vai funcionar
assim: a medida dessa caixa de ressonância para a onda consciência
só permite que quando acoplada ela opere em uma frequência
característica dada pelas dimensões dessa caixa. Pelas dimensões
até físicas dessa caixa faz com que essa frequência seja muito alta.
O que acontece quando a frequência é muito alta? Todos os
níveis de percepção extrassensorial e superior desaparecem. Então
esse cérebro, essa consciência só vai receber informação do mundo
externo através dos olhos, dos ouvidos, do mecanismo biológico, ele
503
não vai ter acesso a outro tipo de mecanismo, pois ele bloqueou.
Operando nessa frequência o sujeito não tem capacidade de
lembrar-se de absolutamente nada, de quem era, de onde veio ou o
que está fazendo aqui. Então quando se cria essas condições para a
consciência a condena a viver nas trevas, a bloqueia dentro dessa
caixa dentro do cérebro. O indivíduo que fica muito tempo assim, só
tem consciência dele como existindo dentro do cérebro ou dentro
desse corpo, ele não tem uma consciência de viver fora desse corpo,
sem esse corpo porque ele está vibrando numa frequência quântica
extremamente característica dessa caixa que tem uma frequência
de ressonância para uma onda estacionária.
Quem quiser entender um pouco mais disso procure à
acústica e vão entender mais o que é uma onda estacionária. Pega
um tubo, coloca uma corda de violão nele e a estica, quando tocar
nela vai vibrar só até a capacidade da sua extensão, ela não
consegue vibrar frequências que estejam além desse limite de
corda. Ela entra em ressonância e só permite frequências de acordo
com as dimensões do tubo, então o cérebro funcionaria assim, a
consciência funcionaria assim. O indivíduo preso a essas condições
não teria capacidade extrassensorial e nem teria a capacidade de
entender o que vem a ser consciência fora da matéria ou a
experiência da projeção astral consciente.
Quando o indivíduo começa a fazer Ioga, a relaxar, a
meditar, num determinado momento a consciência dele dá um salto
quântico. A onda está presa dentro da caixa, se diminuir a
frequência ela vai sair caixa. Contudo, ela só perde energia em
quantidades definidas, então é aquela história: imagine uma pessoa
relaxando, mas não salta, tentando, tentando, faz exercícios, passa
anos, vai para o monastério, fica lá, deixa de fazer sexo, tudo para
tentar e nenhuma experiência transcendental acontece. Isso porque
a coisa funciona assim: é mais fácil de entender com dois elétrons,
um no nível quântico superior e o outro no nível quântico inferior.
Para o elétron saltar do inferior para o superior ele só salta se
ganhar a quantidade de energia certa, se para saltar ele precisa de
504
um ΔE=10J, e se dá 9J ele não pula, não sai desse lugar.
Imaginando-se que esse elétron, essa consciência, que salta
daqui para lá seria ir para uma iluminação ou um nível mais alto de
consciência, uma expansão, então o sujeito começa a trabalhar, a
fazer tai chi, Ioga, ele muda a alimentação, lê, estuda, mas mesmo
com todo esse esforço só conseguiu 2J, resultado: nada aconteceu.
Ele faz tudo isso, mas a vida dele é uma droga, toda conturbada, é o
sujeito que ganha 2J e perde 2J. Por um lado ele ganha 2 pela Ioga,
tai chi etc. e pelos seus desequilíbrios todo ele perde 2, ele não sai
do lugar. As práticas estão erradas, a vida dele está errada, é toda a
energia dele canalizada de um jeito errado. E tem aquele que
trabalha, trabalha e vai ganhando, ele consegue 9,5J, mas mesmo
assim não salta. É como se ele não recebesse e nada acontecesse,
ele continua com a mesma consciência no mesmo plano.
Por isso que na Índia e na China existe uma coisa que os
mestres chamam de “iluminação abrupta do discípulo”. Eles
percebem que de uma hora para outra o discípulo pode se iluminar
porque na verdade o mestre que o acompanha sabe que ele está à
beira da iluminação, o discípulo está com 9,7 de energia, só faltam 3
décimos. Logo, a consciência dele vai dar um salto e
inexplicavelmente hoje a vida dele está de um jeito e amanhã ele vê
o mundo de uma forma completamente diferente.
Várias pessoas já chegaram e disseram: “faz 20 anos que
estou nesse centro espírita, há 20 anos que faço meditação, mas eu
nunca vi um espírito, não tenho faculdade paranormal nenhuma,
não faço projeção astral, me explique, por quê?”. A sua consciência
não está respondendo, está dando energia, mas não chegou lá
ainda, não foi suficiente.
Olha o que vai acontecer com alguns indivíduos cuja
consciência salte. Quando conseguir perder energia suficiente a
consciência dele instantaneamente vai operar em um salto quântico
e ela escapa da caixa. Escapar da caixa significa exatamente a
sensação de sair corpo, se deslocou, está livre daquele cérebro. A
morte faz isso e a projeção astral também faz isso. Como a
505
frequência mudou, o comprimento de onda expandiu, a caixa não é
mais o objeto de ressonância, ele saiu da prisão cerebral porque
essa prisão biológica foi projetada por inteligências superiores para
o espírito vivenciar essa experiência cármica na matéria.
Mas os Budas sempre ensinaram que se pode libertar
vibrando amor, vibrando a identidade com outras pessoas, porque
não é só exercício que vai fazer isso. Os mestres espirituais disseram
que não é meditação, não é exercício, esse salto vai acontecer
quando se tornar um ser melhor, quando se tornar um ser que vai
aprender a amar, um ser que vai aprender a tomar consciência das
coisas, dos animais, da natureza, se tornar um homem bom do
ponto de vista cósmico.
Aí naturalmente forças ocultas conspiram para que a energia
do seu cérebro expanda, a iluminação não é uma atitude individual,
porque a pessoa nunca foi um indivíduo, é um ser que sempre
esteve conectado com Deus, precisa deixar Deus se manifestar na
sua vida, na sua consciência. Mas enquanto estiver trabalhando
igual um louco, buscando dinheiro, neurótico por causa de mulher,
por causa de sexo, pode esquecer que isso não vai acontecer nunca,
vai estar alojado dentro da sua prisão cerebral e nunca vai viver uma
experiência de expansão da consciência.
506
● O cordão de prata e o psicossoma
Quando a consciência expande, aí sim quem vai operar são
os sentidos superiores, aí vai ter clarividência, clariaudiência, vai ver
espíritos e nesse estado vai fazer projeção astral consciente e se
lembrar do que era e do que faz fora da matéria. Isso desloca o
espírito do cérebro, mesmo que ele esteja com o cordão de prata
ainda conectado. Mas ele vai dar esse salto e vai ficar para fora do
corpo. Esse salto quântico quando operado é um insight superior da
consciência, é um momento que muitos médiuns, muitos
espiritualistas em meditações profundas, em exercícios de jejum
muito profundos conseguem dar um salto, mas não permanece
muito tempo ali.
De repente ele é puxado pelo cérebro e volta ao seu estado
normal, mas ele experimentou aquele insight, viveu na memória
aquele estado de êxtase tendo a sensação de que está crescendo.
Inclusive é muito interessante que se lerem relatos de todos os
mestres, de todos os yogis que passaram por essas experiências,
eles relatam assim: eu tive a sensação de que meu corpo estava
crescendo, se expandindo, que minha consciência estava se
expandindo, se tornando maior que a casa.
Se vai se fazer uma fusão entre ciência e espiritualidade a
pergunta é: “o que a espiritualidade vai trazer para a ciência
avançar? E o que a ciência vai trazer de bom para a
espiritualidade?” É uma simbiose, não pode achar que a ciência vai
virar matemática, que a espiritualidade vai virar matemática, pode
ocorrer um processo inverso, pode ocorrer algo que a ciência jamais
esperou, a ciência se tornar puramente espiritualista, sem
matemática, sem equações.
507
● Como acontece a projeção astral
Por que a maior parte dessas experiências acontece quando
se vai dormir? Porque quando se vai dormir, naturalmente está
muito cansado, aí deita e acontece um relaxamento total, parece
que desconecta do corpo mesmo, parece que o seu corpo não tem
mais realidade. Na hora que realmente dorme a consciência
expande, salta e sai matéria. Aí seu corpo astral saiu, vai passear, vai
a cidades astrais ou algum espírito vem buscar, mas sua consciência
está operando em outro nível quântico, então todas as informações
captadas nessa experiência fora da matéria estão sendo
armazenadas e gravadas nesse nível quântico. Quando acorda,
automaticamente, na hora que essa consciência é puxada para o
cérebro ela se fecha e volta, e quando volta e acorda, sua memória
passar a operar em outro nível quântico, no N=1 de novo.
Resultado: nada dessa experiência é trazida para a caixa, não se
lembra de nada.
No entanto, a informação está aonde? Está em algum lugar
da pessoa mesmo que para ela acessar tem que operar um salto
quântico da consciência acordado. Aqui, consciente, se agora der
um salto quântico vai lembrar-se de tudo que fez enquanto dormia,
porque está tudo armazenado em uma área dentro do sujeito.
As pessoas quando estão voltando para o corpo existem
vários tipos de experiências. Uns tem a sensação de queda, parece
que estão caindo num abismo, acordam assustados com o coração
batendo acelerado. Isso porque a consciência expandiu e está longe
do corpo físico só atrelado por um cordão de prata, quando esse
corpo tem um estímulo ele puxa a consciência com tudo. Essa volta
é uma volta que está trazendo espacialmente de longe, seu corpo
astral está longe, por estar lá na China, na Lua, ele dá uma puxada e
ao mesmo tempo a consciência vai fechando, ela vem saltando
níveis quânticos e as pessoas têm a sensação de que estão entrando
num funil. Elas vão afunilando e acordam com sensações estranhas,
mas sem nenhuma memória do que vivenciou. Ela pode trazer uma
508
imagem, pode lembrar-se de estar em um lugar, pode lembrar-se de
ter visto alguém, mas não se lembra de nada que aconteceu, de
nada que falou, é normal. E não vai lembrar enquanto essa questão
não for resolvida, porque isso aqui é a prisão humana.
Projeção astral é a capacidade natural que todo ser humano
tem de projetar a sua consciência para fora do corpo físico. Esse
fenômeno tem recebido diversas nomenclaturas dependendo da
doutrina ou corrente filosófica espiritual ou científica que a estuda.
Por exemplo: viagem astral, para os esotéricos; projeção astral, para
a teosofia; experiência fora do corpo, parapsicologia; emancipação
da alma, espiritismo; viagem da alma, “ehconkah”; projeção do
corpo psíquico e emocional, Rosa Cruz; projeção da consciência,
projeciologia; experiência fora do corpo, americanos; e vídea para
os indianos, e assim por diante.
O que vem a ser psicossoma astral ou corpo astral? Quando
é falado em projeção astral tem uma coisa muito interessante que
acontece. Os relatos são assim: o indivíduo percebe que quando sai
do corpo, a consciência dele vê um corpo operando, um corpo
muito parecido com aquele que está deitado. Então, a maior parte
das culturas espirituais e esotéricas chama esse corpo que se
deslocou de corpo astral.
O corpo biológico é feito de que matéria? É feito de átomos,
prótons, nêutrons, moléculas sofisticadas, um sistema organizado e
toda matéria do nível quântico N=1 e mais a partícula consciência
operando no N=1 também. Agora, o que acontece quando a
consciência desloca e também um corpo se desloca ao mesmo
tempo? Na verdade o que se pode imaginar são dois níveis
quânticos: o corpo físico e a consciência acoplada. Quando ele deita
e faz a experiência da projeção astral, o que sai é um outro corpo
feito de matéria do N=2, esse corpo estaria acoplado ao corpo físico,
junto com a consciência. Então este corpo seria o corpo astral ou
corpo espiritual ou até mesmo psicossoma, isso vai depender de
quem está falando, se é espírita, Rosa Cruz etc.
509
Aqui se está falando em dois níveis quânticos, mas a coisa
está acontecendo paralelamente. Imaginar assim: a pessoa está aqui
dentro desse corpo, ele tem uma consciência e um corpo astral
conectado, tudo junto. Quando ocorre o sono ou a projeção astral,
ficou um corpo de matéria N=1 e saiu um corpo de matéria N=2,
uma massa tão expandida que ninguém o vê, a luz o atravessa, ele
reflete luz, tem a mesma densidade de qualquer espírito que já
morreu, que está vagando entre os encarnados.
Então, esse corpo espiritual vai viajar, levando a consciência
mais expandida dentro do seu corpo astral. Por isso que ele vai
passear, tem perna, tem corpo, esse corpo é moldado com a
estrutura do corpo que carregava fisicamente. Isso explicaria que se
agora na Índia um morador num corpo físico deita lá, sai do corpo e
vem aqui para o Brasil visitar alguém, o médium vidente olha e o vê
com a forma como se estivesse vendo qualquer outro espírito.
Mesmo ele estando conectado com o corpo físico em outra parte do
mundo, ele não tem nada de diferente dos espíritos que já
morreram.
Então a morte é apenas a separação dessas duas estruturas
(corpo astral e corpo físico) de forma definitiva. Porque todos os
dias durante o sono essa separação acontece, mas existe uma
conexão chamada de cordão de prata que conecta o corpo astral ao
físico e faz com que ele retorne e esteja ainda ligado e mantém
510
todas as funções biológicas funcionando. O dia que ele se romper
vai ser a morte. É muito importante que se entenda esse conceito
da projeção astral, podendo explicá-lo com o modelo do professor a
matéria com o que o espírito é feito e essa tem que ser uma matéria
do N=2.
● Os sintomas da projeção astral
O primeiro sintoma que o indivíduo tem quando está tendo
uma projeção astral consciente é de sensação de crescimento,
expansão do corpo, conhecido como balonamento. Mas, na
verdade, o que está se expandindo é o seu comprimento de onda da
consciência.
O segundo é a sensação de oscilação, de algo vibrando,
porque quando ele está acostumado com a vibração corpórea dele,
não sente, mas na hora que a vibração está mudando é comum ele
estar deitado e sentir o corpo virando, se deslocando.
O terceiro é de paralisia temporária ou catalepsia projetiva
onde se tem a sensação de estar dormindo sem controle. Porque
ele está meio fora, meio dentro do corpo, pode até tentar mexer
um braço, mas não consegue, pois a onda já está se desconectando
do cérebro, ela não controla mais o cérebro nem os impulsos
motores do corpo físico. A consciência para controlar o corpo
precisa estar acoplada. O professor tentou fazer essa experiência
consigo mesmo, quando esteve fora do corpo e viu o seu corpo
dormindo, dava uma ordem para ele chutar, mas ele não obedecia,
não havia mais relação com aquele corpo.
● Por que todos devem dormir?
Por que o ser humano, todas as noites têm que dormir? Em
média dorme 8 horas por dia, então ele passa 1/3 da sua vida
dormindo. Analisando-se pelo princípio da energia: imagine o seu
corpo espiritual e a sua consciência, eles operam numa frequência e
511
como todo sistema gasta energia.
O professor, em trabalhos espirituais, perguntou para os
espíritos e eles disseram que o corpo espiritual tem uma quantidade
de energia e quando ele entra em um corpo biológico muito denso é
como vestir uma roupa de escafandro, pesada e entrar no oceano.
Fazem-se movimentos lentos e garantem não aguentarem mais do
que 4 horas dentro daquela roupa.
Fisicamente se esgota tanto que não se vê a hora de tirar
aquela roupa do corpo e quando tira sente um alívio, deita e relaxa.
Então eles dizem que a coisa funciona assim: quando o corpo astral
entra num corpo físico, a sensação é tão ruim para o espírito e a
perda de energia é tão grande que os mentores cósmicos quando
projetaram a experiência planetária do homem na Terra tiveram
que prever exatamente esse desgaste de energia que o espírito iria
sofrer usando a matéria. Assim eles calcularam quanto tempo o
corpo astral poderia suportar para programá-lo para dormir em
intervalos consecutivos.
Por isso que a rotação do planeta tinha de ser adequada
porque o corpo astral não pode ficar em média, mais que 12 horas
dentro de um corpo físico. Todo cientista sabe que ninguém
consegue ficar sem dormir por mais que 3 ou 4 dias, a pessoa
morre, tem que dormir. E acontece que o ato de dormir é um
programa natural instalado no próprio conceito físico do espírito: a
sua relação com o corpo material que ele tem de todos os dias a
noite sair do corpo material. Isto é, tirar a roupa de escafandro para
poder recuperar essa energia, captar essa energia para no dia
seguinte, quando voltar o seu corpo espiritual estar com uma carga
de energia suficiente para continuar vivendo. Isso prova que esse
corpo biológico não é natural, ele é projetado por inteligências
avançadas.
512
Médiuns e Paranormais
● Como funcionam os paranormais na telepatia, cura a distância e
psicografia
● Incorporação
● Encosto
● Telepatia,
cura a distância e psicografia
Supondo-se dois indivíduos A e B operando no plano
material estando separados espacialmente por uma distância D, que
pode ser anos-luz. Como a fonte primordial de suas consciências cA
e cB é o próprio campo, então elas, necessariamente, estão
conectadas, nunca estarão separadas. A experiência da telepatia
(comunicação entre duas pessoas à distância) é facilitada se A e B
tiverem uma ligação energética, psíquica, afetiva, emocional mais
próxima. Por exemplo, se forem casal, irmãos, gêmeos,
paranormais. Embora, tecnicamente falando qualquer pessoa pode
gerar um fenômeno telepático, a experiência da telepatia funciona
melhor se cada um dessas cA e cB forem mais expandidas.
Considerando-se pessoas comuns como uma A pensando
profundamente numa outra B e, de repente, o telefone toca e é B
que está chamando A. Antes de tudo se deixa bem claro que
telepatia não é conversar com uma outra pessoa, como se fosse um
telefonema, aí já seria um grau muito avançado de telepatia.
Existem vários níveis em que se podem expressar sentimentos, de
repente se começa a sentir saudade de uma pessoa e ela vem na
sua memória e, às vezes, naquele momento exato, a outra pessoa
também está pensando em quem lhe está vibrando a sua energia.
Capta em forma de uma emoção, em forma de um pensamento,
uma imagem, não capta uma comunicação como se fosse um
telefonema, a experiência não chega a esse ponto.
Se dois objetos quânticos, anteriormente, tiveram afinidade,
como pai e mãe então eles estão correlacionados automaticamente.
Por isso que às vezes a telepatia é um fenômeno mais observável
513
nas pessoas que tem essas conexões afetivas, emocionais, mãe e
filho, irmãos gêmeos, que desde o útero viveram conectados.
Então se vai dizer que, a priori, esses indivíduos têm um
relacionamento muito poderoso entre eles, donde, essas duas
consciências vão interagir pela não-localidade, sem nenhuma troca
de sinal eletromagnético entre os dois. Portanto, não importa a
distância, a interação vai acontecer, postulada no teorema de Bell e
pelo próprio Bohr quando diz que dois elétrons correlacionados
jamais podem ser separados, uma inseparabilidade quântica.
Sendo criada a hipótese de que a partícula consciência
operaria de uma forma quântica, então, mais uma vez as
consciências estariam correlacionadas, podendo interagir trocando
sentimentos, vibrações de vários tipos. Com base nisso, se vai
imaginar que uma vibração energética, psíquica é trocada entre
duas pessoas, ela coloca um potencial, manda uma emoção, só que
não pelo método local, troca de sinal, onda eletromagnética, ela
interage através de um processo não-local, onde não vê o sinal
trocado. Parece que o potencial de energia é trocado através do
próprio campo instantaneamente, não importa a distância, essa
então seria uma poderosa interação quântica.
Da mesma forma que se explica telepatia, se vai explicar a
cura à distância pelo mesmo método. Pelo experimento de Jacob,
Grinberg Zylberbaum, uma consciência conseguiu gerar um
potencial elétrico numa outra consciência e isso significa criar uma
mudança no padrão vibratório da consciência e gerar até um
potencial elétrico medível. Então, se pode imaginar que todos os
fenômenos da cura podem ser explicados, também, através deste
modelo. Um indivíduo cA e um outro indivíduo com a consciência cB
ele cA pode, intencionalmente, em sua mente, mentalizar que ele
está emitindo uma energia de cura e instantaneamente a este
indivíduo cB. Todo o campo energético, astral e a própria
consciência, que coordena todo o sistema biológico desse indivíduo
vai receber diretamente essa influência.
514
Por isso, Jesus Cristo, Buda e grandes mestres ensinaram que
a coisa só fica boa para a pessoa e a Humanidade quando se
aprender a amar os outros e, principalmente, a amar o seu inimigo.
Pois, a inimizade acaba. Aí se vão aprender por que tudo que deseja
de ruim para os outros retorna para si.
Imaginando-se o voodoo, aquele malvado que faz até o seu
bonequinho, sua assinatura, sua fotografia e começa a espetar
agulha para que o “espetado” fique doente porque ele deseja o seu
mal. Então, é óbvio que essa assinatura vai quanticamente e, sem
distância, esse potencial lhe atinge. Agora, vai lhe fazer mal se tiver
um campo vibratório alto, vai destruir se não tiver um apoio
espiritual que bloqueie isso, outras energias que possam bloquear.
Sofre-se o impacto dessa vibração que vem de forma não-local,
porque a consciência atua sobre a matéria.
Por que a consciência atua sobre a matéria? Porque, como
elas são de mesma natureza, elas podem interagir, então influencia
o sistema orgânico, células. Quando se joga uma energia negativa
ela envolve a pessoa, o chacras, o coração, todos os órgãos que
dependem de um pulso de equilíbrio de energia começam a
funcionar mal. Ao contrário, como um passe espiritual à distância,
isso vai fazer muito bem.
Imaginando-se o campo, um indivíduo A com a consciência
cA e outro indivíduo B com consciência cB. Quando se joga uma
energia ruim para o outro, é exatamente como se estivesse
jogando-a para si próprio porque se faz parte do mesmo tecido. O
seu crescimento depende da evolução do outro também. Só se
pode evoluir se for criado um campo vibratório de energia onde as
pessoas que estão à volta também começam a crescer, porque
todos estão conectados na Terra.
Existem muitas maneiras de se colocar amor no mundo, o
professor deposita amor no mundo com o seu trabalho, como
alguém que quer ensinar às pessoas a transformar suas vidas, suas
almas, espírito, jogando para elas uma energia na consciência. Não
é só pegar a mão e colocar uma energia áurica para transformar e
515
curar. Pois, a pior doença é a ignorância. A maior de todas as
doenças é emocional, não é física, são aquelas pessoas que são
escravas no trabalho por um salário e posição, robotizadas por um
sistema diário de poder.
A mensagem do professor Laércio Fonseca é a tentativa de
cada vez mais libertar o espírito trazendo-lhes informações,
estudos, para que ele possa despertar a sua própria consciência.
Todo o seu trabalho do campo das artes orientais, do tai chi chuan,
da meditação zen, do yoga, da física, da ciência, todos os seus DVDs,
no seu site com mais de cem conferências gravadas sobre temas dos
mais diversos possíveis, na área espiritualística, na área holística. O
único desejo que ele tem é transformar o homem, ajudar o mundo a
dar um salto quântico na consciência dos indivíduos para que eles
alcancem um estado melhor.
Se vibrar isso, vai-se criar um potencial de energia nesse
planeta e é isso que Jesus queria dizer, ‘’amai-vos uns aos outros’’.
Porque quando aprender a vibrar esse amor, cria um campo, e
quando o outro aprender, não vai mais existir doença na Terra.
Agora, esse sistema altamente capitalista, em que os países
competem, em guerra, bomba atômica, os países vivem vibrando
ódio um para com o outro e isso cria uma energia chamada de
carma coletivo. As pessoas estão trocando tiros psíquicos com suas
armas mentais. Vai se ver agora que a paranormalidade pode ser
usada como uma arma psíquica.
Chico Xavier era o mestre da psicografia que incorporava
espíritos e escreviam mensagens. Raramente dava uma mensagem
vocal, o grande trabalho dele sempre foi mensagem psicografadas
com assinatura, às vezes, até real do indivíduo que tinha falecido.
● Incorporação
Imaginando-se o campo com um médium M e sua
consciência cM e um espírito E com sua consciência cE. A consciência
de E, devido ao fato dele estar fora da matéria, pode vibrar um
516
pouco mais alongada. Já um espírito iluminado EI teria consciência
cEI, então, haveria uma grande diferença. Quando o médium M está
normal, a frequência está ali, mas quando ele vai receber um
espírito E, ele primeiro relaxa, faz as suas orações, sua meditação, e
a sua consciência se expande, então, é como se ele deixasse essa
caixa do cérebro vazia para que outra consciência possa conectar-se
ali. Vem, o espírito E chega próximo e faz com que sua consciência
cE entre na caixa e assuma o controle de M.
Este corpo não é meu, nem seu, nem de ninguém, é de todos
nós. Nós não somos uma unidade? Nós não somos um? E se nós
somos um, quem é, realmente, o dono desta ‘’cachola’’? Eu posso
dividi-la. E aí esse outro ser que quer se comunicar, usar o meu
corpo para se comunicar com vocês ou com qualquer pessoa, acopla
a frequência dele à frequência do meu cérebro. Por isso que os
médiuns têm seus guias específicos, tem médium que não recebe
qualquer espírito, tem médiuns que são preparados para receber só
aquele espírito. Porque foram preparados para fazer essa conexão
com a frequência dele.
É como se a consciência cM, dona do médium M, dormisse,
entra em transe. E a outra consciência cE vem e assume aquela
‘’cachola’’. Entra no controle do cérebro. Só que há um problema: O
espírito E não pode ficar muito tempo ali porque gasta energia, ele
não está conectado com o corpo efetivamente, pois ele não tem o
cordão de prata conectado, ele liberou só o cérebro para o espírito
conectar.
Geralmente a conexão se dá na nuca, é aqui por trás que os
espíritos entram e entram na ‘’cachola’’. Desse modo a partir do
momento em que essa consciência cE conectou-se ao cérebro de M,
é E que coordena o corpo. É como se a consciência cM do médium
‘’saísse para fora’’. Então, aqui se tem o fenômeno da incorporação
explicado desse jeito, dentro de um modelo, talvez até quântico.
Feita a incorporação por esse método, este espírito E pode
controlar qualquer parte do corpo de M, inclusive falar. O corpo
biológico é apenas uma roupa, e o cérebro apenas uma interface
517
entre o espírito e a matéria, ou seja, entre a consciência e a matéria
biológica, corpo biológico. Com o espírito no controle se pode dar
mensagem, conversar com as pessoas. Se ele não deseja conversar e
sim escrever, ele passa a dominar o braço com mais eficiência e
escreve.
O bom médium é aquele que não intervém, não fica
participando porque ele pode interferir e parte da mensagem filtra
na mente dele. O mau médium é exatamente essa confusão entre
as duas consciências. O médium bom é aquele que ‘’sai fora’’ e
deixa que o espírito opere 100%.
Os espíritos falam que quando entram nos corpos dos
médiuns, é como se carregassem uma tonelada em suas costas,
porque ele sai de uma vibração muito suave e entra em um corpo
altamente denso, pesado, que não estão mais acostumados a
carregar, a mexer.
Uma vez quando o Gasparetto estava pintando
mediunicamente, o espírito que incorporava nele dizia assim: ‘’Olha,
é tão difícil fazer isso que se assemelha a tentar pintar usando patas
de cavalo. Fazemos esse esforço apenas para demonstrar aos seres
humanos que o espírito existe e que a realidade após a morte é uma
coisa totalmente viva e real, e que ninguém morre, as consciências
jamais morrem. Apenas o corpo biológico para de funcionar e há a
desconexão da consciência, do espírito com a matéria. Todos
continuam existindo numa outra realidade, dimensão.”
Através deste método os espíritos podem escrever, falar,
pintar, tocar um instrumento. Existem médiuns que incorporam e
tocam violão, piano, fazem composições clássicas. Aqui no Brasil, o
irmão do Luiz Gasparetto, o Irineu Gasparetto é um médium que
incorpora os espíritos músicos, cantores que já morreram, como Elis
Regina e Vinícius de Moraes. Ele incorpora e faz de tudo, canta,
recita poemas, compõe músicas inéditas. Um médium pode fazer
outras coisas que não arte, ele pode operar cirurgicamente como o
Doutor Fritz, um médico que está ali no corpo do médium.
518
Agora o professor quer mostrar uma visão mais teórica, do
ponto de vista quântico, qual seja. Tendo-se o campo com duas
consciências, uma de um espírito e a outra de um médium, entre
eles só há uma pseudo-distância. À medida que o médium
concentra e alonga a sua onda e na hora que o espírito relaxa e
também alonga a sua onda, poderá haver um momento em que,
exatamente, as duas ondas expandidas se conectam. E aí é difícil
definir qual é a fronteira entre ser um e ser o outro, porque se
perde o caráter de individualidade quando há expansão. Aquela
personalidade individualizada começa a se fundir, se interpenetrar,
então não se sabe onde começa uma e termina a outra, as barreiras
da individualidade começam a ser quebradas quando há expansão.
Uma experiência profunda de grandes médiuns e cientistas
são de que interagir com outros espíritos como uma forma
simbiótica, uma forma de interconectividade da sua própria
consciência, perda da individualidade, do seu ego ou da
personalidade objetiva. Acontece exatamente nessa experiência de
insight de expansão da consciência, onde sente que não só o outro
que está se conectando consigo, mas se tiver um gato aqui, a
consciência dele passa a se conectar também. Se tiver uma planta a
pessoa a sente como se ela fizesse parte do seu próprio ser.
Sensitivos muito bons têm percepções desse modo.
Aí vão entender a explicação do por que com São Francisco
de Assis os animais como os passarinhos vinham sentar no braço
dele, inclusive bichos selvagens sentavam e ele acariciava. Nunca foi
atacado. A vibração que ele tinha criava uma simbiose, uma sintonia
de amor, onde os animais se sentiam um com ele.
Este fator mede o quanto o ser humano cresceu, expandiu,
se tornou bom. Cada um pode analisar quantos passarinhos atrai ou
se sua vibração é tão ruim que o cachorro quer lhe morder, a aranha
atacar, vizinho matar, todo mundo lhe odeia. Jamais vai estar no
estado de um só com o mundo, com as plantas, com os animais,
porque se irrita com tudo, é aquele que acorda de manhã chutando
o cachorro, mal humorado com a vida, com o mundo, com a
519
namorada, com a esposa, com os filhos. É esse o tipo de ser humano
que existe em quantidade, é claro que um ser humano assim jamais
vai viver uma experiência sensível dessa.
O indivíduo que é só racional, só científico não vai entender
nada do que se está falando sobre espiritualidade. Por isso que esse
livro é para pessoas mais abertas, mais sensíveis, que estão
vibrando uma personalidade de amor, espiritualizada. Se tiver uma
personalidade técnica, racional, científica, não vai entender nada do
que se está falando aqui e vai achar tudo uma grande bobagem. As
pessoas que acham isso são aquelas que nunca tiveram uma
experiência mais profunda.
Pode-se perguntar para todos os físicos que estão nessa área
da ‘’Nova Física’’, que são pichados por críticos, se eles tiveram ou
não tiveram uma experiência esotérica profunda que os colocaram
nesse caminho. Eles sabem que não adianta ficar em seu laboratório
achando que sabem tudo do universo, da física, com esse ego
‘’desse tamanho’’.
Quem quiser conhecer um pouco mais vai ao centro espírita,
fica pesquisando, investe em bons médiuns e verá cada coisa que o
deixará espantado. Considerem os astrônomos, essas pessoas que
são fechadas, e peçam que eles comecem a pesquisar a sério sobre
ufologia e disco voador, para ver se em um ano eles não vão se
convencer de que o fenômeno extraterrestre exista.
Com o fenômeno espiritual é a mesma coisa, ele existe e
cabe aos cientistas, explicá-los. Não adianta dizer que os fenômenos
não existem e que só no seu laboratório há fenômenos de física.
Tem inúmeros de fenômenos acontecendo na natureza, nos centros
espíritas todos os dias, centro de umbanda. Algo está acontecendo e
precisa ser explicado. Equipes de cientistas americanos têm vindo
ao Brasil para pesquisar João de Deus, esse médium que opera igual
ao Doutor Fritz, peregrinações do mundo inteiro vem até ele.
O universo é um dos grandes mistérios e o homem está
engatinhando, rastejando ainda na superfície desse planeta, não
tem a mínima consciência do cosmos e do que está dentro dele
520
próprio. Quando se fica trancado dentro das grandes cidades,
faculdades, laboratórios, não se têm essa conectividade, se é um
androide, um robô. Mas quando se entende o que os grandes
mestres espiritualistas ensinam: “Vá lá ter uma harmonia com a
natureza, respire o ar puro da montanha, sinta o mar, sinta as
criaturas, sinta essa vibração que está aí, quanta vida existe ao seu
redor, como o planeta é belo, como a vida é maravilhosa.”
Então, quando se começa, realmente, a estabelecer
conexões deste porte, começa a se tornar um ser mais puro, mais
amoroso, porque sente, realmente, que tudo é um, que o seu
semelhante faz parte de você mesmo e que os animais fazem parte
de você mesmo. Duvida-se que um ser nesse estágio vá matar outro
ser humano, vá matar seres vivos como uma vaca que sofre tantas
dores, tanta angústia como ele próprio.
Desta maneira, quando duas consciências se interconectam
através de uma expansão quântica, de um insight, se vai perceber
como os mestres ascensionados, os chamados espíritos de luz, os
iluminados, os avatares que vieram na Terra interagiam entre si.
Eles com suas consciências tão expandidas jamais sabiam quando
terminava o seu ser e quando começava o outro. Esses seres, nesses
estados de consciência mais amplos e mais avançados vivem,
realmente, uns estados de amor, um estado de interconexão
inseparável entre todos os seres da natureza.
Por isso, não existe ET, seres superiores, espíritos superiores
que façam o mal, porque eles seriam os maiores idiotas que existe
no cosmos, porque se eles fizerem o mal, estarão tramando contra
si mesmos. Por isso que o mal não existe vindo do alto, dos planos
superiores, o mal só acontece nos níveis mais inferiores da
consciência. Por isso, a maior bobagem de todas é achar que existe
ET mau, seres muito avançados que vem a Terra para fazer o mal.
Fazer o mal para quem? Para essa raça doente, sofrida,
decadente, que já está em uma desgraça total? Qualquer ser mais
avançado que olhe lá de cima para cá vai morrer de pena. Não há o
que ele possa fazer para desgraçar a vida do ser humano mais do
521
que já está. Qualquer ser um pouco mais inteligente que olhe isso
aqui verá que a vida do ser humano já sofre demais, é escravo, é
androide, vive doente e infeliz o tempo todo.
É muito fácil entender como que seres avançados atuam.
Mas quando o ser não é avançado, quando um espírito ruim morre,
se ele tiver sua vibração densa, ele continua com essa consciência
adensada, mesmo fora da matéria, aí ele continua odiando, irritado,
angustiado, triste. Por isso que tem encosto perturbador, porque
são duas consciências vibrando, não importa se essa consciência
que esteja vibrando seja viva ou morta, a interação correlacionada
irá acontecer do mesmo jeito.
● Encosto
Está aqui o campo, o ouvinte aqui vibrando, e o espírito
morto. Só que este só perdeu o corpo físico, mas a consciência dele
continua a mesma idiota de sempre, continua o mesmo indivíduo
perdido, não acreditando em nada, depressivo, angustiado, aquele
que se suicidou, que foi drogado. Ele morre com todas essas
doenças da personalidade e, se bobear, ele leva a doença do corpo
físico, porque o astral dele fica doente também, ele sente dores,
mal estar.
Então, esse ser, quando se aproxima de alguém que tenha
afinidade quântica com ele, uma correlação quântica mais próxima,
ele vai influenciar esse ser da mesma forma que duas consciências
correlacionadas. Só que, ao invés dele estar transmitindo uma
energia boa, ele irá passar tudo de ruim dele para o indivíduo. E
esse indivíduo pode não ser sensitivo, pode não ser paranormal e
ele começa a se sentir mal, angustiado, deprimido e não sabe de
onde vem essa sensação, esse sentimento. E essa vibração está
sendo exatamente porque alguém morto está próximo. No entanto,
energeticamente, morto ou vivo não faz nenhuma diferença para a
consciência, a conexão existe porque o campo é o mesmo.
522
Vida fora da matéria e planos astrais à luz
● Subuniversos quânticos da matéria e sua relação com os planos
espirituais
● Umbral, Penumbral e Planos da Luz sob a ótica dos planos
dimensionais quânticos
● Subníveis quânticos e os planos espirituais intermediários
● As cidades astrais e as comunidades astrais
● Subuniversos quânticos da matéria sua relação
com os planos espirituais
Hoje se fala sobre a relação que existe entre essa teoria
criada pelo professor Laércio Fonseca sobre dimensões quânticas da
matéria e os modelos que o esoterismo tem com relação a outras
dimensões espirituais da realidade. Ou ainda, se faz um paralelo
entre o conhecimento esotérico que existe na Índia, na China, no
Tibet e tentar ver se tem algo a ver com os modelos criados pelo
professor. Ele criou aquele modelo dos subuniversos quânticos:
N = máximo
mmáx. = kfmáx = k.0 = 0 campo
N=n
mn = kfn
N=2
m2 = kf2
N=1
m1 = kf1
Superfície terrestre
O esoterismo oriental diz que o universo está dividido em
sete grandes níveis espirituais. O primeiro nível eles chamam de
523
‘’plano físico’’, o segundo de ‘’plano astral’’, terceiro de ‘’mental’’,
quarto de ‘’intuicional’’, quinto de ‘’búdico’’ e o sexto de ‘’crístico’’.
Existem algumas literaturas em que, entre o plano físico e o astral,
teria um plano intermediário, que eles chamam de ‘’plano etérico’’.
Eles dizem que o plano mais denso é o plano físico e o plano
astral seria o plano dos espíritos. Os demais seriam os planos
superiores no universo, onde só habitaria consciências
extremamente elevadas, seres de outra ordem evolutiva.
Este modelo fundado na frequência, quanto mais ela for
subindo mais vai se aproximando dos níveis superiores até o
crístico, até estar em uma dimensão onde é um com Deus, onde não
há vibração, onde é o campo, o indivíduo se dilui no campo.
Um mestre espiritual explicitou a relação do ser humano
com Deus: ‘’imagine que você é uma bola de plástico cheia de água,
boiando no oceano. Ele pensa que é um indivíduo, mas na hora em
que a bola estoura, se dissolve no oceano’’. O conceito de indivíduo,
de ego, é exatamente essa casca, que faz com que a consciência
pareça individualizada e separada do todo. Mas, na verdade, um
processo evolutivo dissolveria isso e tornaria os homens um, a
mesma essência, diluindo-se em Deus, ou seja, no campo.
É muito prático se poder associar que a matéria do plano
físico, neste conceito, seria do N=1. O plano astral do N=2, uma
matéria muito mais sutil. No plano mental, uma matéria do N=3. No
plano intucional, N=4. Búdico, N=5. Crístico, N=6. Por fim, a fusão
com o divino, seria frequência zero, donde, N=7.
524
● Umbral, Penumbral e Planos da Luz sob a ótica
dos planos dimensionais quânticos
Na tradição esotérica e espírita no Brasil ou em várias partes
do mundo tem a ver com alguns modelos orientais. Eles dizem que
existe o plano físico, plano da matéria. Depois o umbral, em seguida
o penumbral, adiante o plano da luz, isso numa visão bastante
espírita. Unindo essa visão espírita com a visão da teosofia se teria,
mais acima, o plano dos ascencionados. Por fim, por cima disso um
outro plano chamado de ‘’plano de comando’’, do comando
espiritual da Terra.
O professor vai chamar todo este segmento de umbral,
penumbral, luz e ascencionados de N=2, tudo isso integrando N=2.
Comando
Ascensionado
N=2
Luz
Penumbral
Umbral
N=1
Físico
No entanto, como que no N=2 há essas referências de
níveis? Funcionaria mais ou menos assim: na teoria do átomo de
hidrogênio de Bohr ele divide os níveis quânticos do átomo de
hidrogênio em camadas de energia, as famosas camadas K, L e M.
Na camada K se tinha os subníveis de energia, que eram os orbitais,
linhas estreitas de energia que apareciam no espectro. Essas
525
subdivisões quânticas eles chamavam de s, p, d e f, são os
suborbitais do átomo. Em cada camada os elétrons tinham que
estar em subníveis de energia da seguinte maneira a seguir.
_____________________ f
_____________________ d
_____________________ p
_____________________ s
M ________________________________________________
_____________________ d
_____________________ p
_____________________ s
L __________________________________________________
_____________________ d
_____________________ p
_____________________ s
K _________________________________________________
O professor faz a situação dizendo que o plano N=2 está
dividido em um subnível s, p, d e f. Ele subdividiu em níveis
quânticos mais próximos, mas mesmo assim estão longe da matéria.
Entre a matéria de N=1 e esse subnível s tem um salto quântico
grande, tem um ΔE que é o primeiro orbital s, o primeiro subnível
do plano astral. Quem estaria habitando a matéria do umbral seria
um elétron, uma matéria mais densa, e esse adensamento indo à
subníveis, indo a saltos; é como o elétron faz no átomo, ele vai
saltando em níveis, até saltar de uma camada para outra. Aqui se
poderia pensar que um ser ascencionado vai adensando em
subníveis até chegar ao físico.
526
Comando
N=2
N=1
Ascensionado
f
Luz
d
Penumbral
p
Umbral
s
Físico
Por isso, se pode pensar em fazer transporte de matéria sem
mudar totalmente de um nível para outro mais avançado (como do
Físico para o Ascensionado), poderia fazer um salto quântico no
primeiro subnível s e depois retornar (Físico para Umbral e deste
novamente para o Físico), sem afetar demais, sem fazer uma
transformação muito grande nas moléculas e tudo mais. Ter-se-ia
uma matéria no umbral bastante densa, no penumbral menos
densa, no plano da luz uma matéria mais sutil e nos ascencionados
muito sutil. No plano superior aos ascencionados, nos planos de
comando viriam as grandes consciências controladoras do projeto
Terra, muito sutis, que coordenariam toda a vida nesses planos mais
densos.
Através deste modelo se pode entender como o universo
está organizado numa relação entre a visão espírita e essa nova
visão científica matemática que o professor está proporcionando.
527
● Subníveis quânticos e os planos espirituais
intermediários
Organizando esses subníveis s,p,d,f de uma forma melhor. A
matéria nesse orbital s, a massa no nível s é ms = kfs. Em p é mp =
kfp. E assim por diante, donde, se está fazendo uma subdivisão da
subdivisão, ou seja, detalhando mais ainda como os níveis quânticos
estão organizados. A matéria deste subnível s pode estar
razoavelmente próxima deste subnível p, mas através de
informações espirituais e esotéricas é que se o espírito sair do plano
dos ascencionados e descer no umbral sem mudar a sua frequência,
essas entidades em s não o veem, por não estar compatível com
aquela densidade.
Estando-se no plano físico da matéria, para que se possa ver
um espírito, ele deve sair de s e adensar, ele tem que mudar a
densidade, porque se vier com a matéria de como ele é não se vai
vê-lo em N=1. A matéria dele está em s, ela é tão estendida que os
raios de luz o atravessam totalmente sem refletir nada, ele não tem
uma solidez, então não reflete luz, fica invisível aos encarnados.
Para que pudesse ser visível teria que adensar a tal ponto que as
ondas eletromagnéticas pudessem ser refletidas, não atravessasse
mais esse ser, essa matéria.
● As cidades astrais e as comunidades astrais
Quando um indivíduo vai fazer uma viagem ao umbral, ele
sai do corpo físico e vem visitar as cidades que são parecidas com a
da Idade Média, sem tecnologia aparente.
Todavia, quando as pessoas vão visitar a cidade da luz,
comentam sobre templos de cristal, aqueles templos belíssimos que
irradiam luz, mas não queima. Eles têm uma aura brilhante
fantástica, ou seja, uma matéria muito mais sutil, maleável por uma
inteligência superior, por espíritos que estão em capacidade de
528
compreensão das leis físicas de universo mais avançada. As cidades
com uma arquitetura de alto nível, construída e habitada por
inteligências muito mais expandidas, próximas à verdadeira
realização do amor.
Meishu-Sama comenta de diversas maneiras:
“Quanto mais subimos para as camadas superiores do
Paraíso, mais bonito e magnífico ele se apresenta. As instalações do
Terceiro Paraíso são construídas de vários tipos de materiais; as do
Segundo Paraíso são de pedra, e no Primeiro Paraíso, todas são de
madeira. Os templos do Primeiro Paraíso são construídos de hinoki
(pinheiro japonês). (...) Construídas de ouro, prata e pedras
preciosas, as instalações do Paraíso Supremo são extremamente
magníficas. São feitas principalmente de ouro. Os habitantes do
Paraíso Supremo vivem praticamente nus. Nas pinturas, os entes
celestiais geralmente se apresentam com a pele exposta, de roupas
leves. Vestem-se assim quando voam pelo espaço. Ademais, quanto
mais próximo do Paraíso Supremo, maior é a quantidade de flores."
“’Terra Pura' é um termo budista e situa-se no mundo
búdico. O local mais nobre da Terra Pura do budismo corresponde
ao Segundo Paraíso do mundo divino. Segundo as explicações do
budismo, a Terra Pura é o Tossotsuten. É aí que se localiza
o"Shibikyu" (Palácio Purpúreo). Aí existem templos, mosteiros e
pagodes, onde flores de todas as espécies florescem plenamente,
exalando fragrâncias por todos os cantos, e pássaros fabulosos
voam. Há um lago enorme, em cujas águas flutuam folhas de loto e
alegremente nada a tartaruga de pêlos verdes.”
“O máximo do mundo búdico, chamado de Gokuraku,
corresponde ao Segundo Reino Divino. É também denominado
Tossotsu Ten onde se encontra o Shibikyu, (palácio de cor roxa
suavíssima) em torno do qual existem vários outros templos
importantes. Entre eles, destaca-se o Hitchido Garan (pagode dos
sete salões) onde as divindades realizam reuniões de trabalho. Em
lugar de destaque, está o Tahooto (a torre dos inúmeros tesouros).
Nos arredores, imensos jardins com centenas de flores cujo perfume
529
inebria o ambiente. No céu azulado voa a Ave-do-paraíso
(Karyobinga ou Kalavinka, em sânscrito).”
“Há também um grande templo onde fiéis budistas, com a
cabeça raspada, se divertem compondo poemas, tocando vários
instrumentos, ou dançando, pintando, esculpindo, exercitando
caligrafia, jogando go ou shoogui. De vez em quando, ouvem alguns
sermões, atividade que eles consideram das mais prazerosas. Quem
os faz são os iniciados das várias manifestações do Budismo. Dentre
eles, destacam-se alguns mestres que, às vezes, sobem ao ponto
mais alto do Shibikyu onde se encontram com Shakuson
(Sakyamuni) para receberem orientação e ensinamentos mais
profundos.”
Na dimensão dos ascencionados, estariam todas aquelas
entidades espirituais que não mais vivem uma experiência do plano
físico da matéria, nem mais estariam sujeitas a lei do carma ou a lei
da reencarnação. São espíritos que cessaram profundamente a sua
jornada cármica no plano denso da matéria e não mais encarnam.
São chamados de espíritos que ascenderam, e eles vão viver de uma
forma muito mais sutilizada porque, um espírito que vive em s não
flutua, não atravessa porta, anda muito denso como se estivesse no
plano físico, como se tivessem matéria carregando um corpo do
plano físico. Além disso, seriam espíritos cheios de ódio, de ego,
parecidos com as pessoas comuns da sociedade. Não são indivíduos
que apresentam grandes sabedorias, nível de consciência elevado.
Com base nesta visão se observa e acredita que esta matéria
pode ser moldada pelas inteligências que estão no comando
espiritual da Terra construindo e habitando tudo isso. Pode-se ter
uma noção de que existe um universo acima do ser humano.
Os espíritas, os esotéricos orientais sempre ensinaram que
existe uma cidade-astral chamada Shambhala, Nosso Lar. Existe uma
sociedade onde as pessoas, entre uma vida e outra, vivem sua
existência ali, seus sentimentos, suas emoções como se vivessem
aqui na superfície desse planeta. Tendo, de vez em quando, sob
530
controle de inteligências mais superiores, acesso a tecnologia e
assim por diante.
Como explicar agora, através da teoria do professor Laércio
Fonseca, que esses modelos esotéricos e espirituais estão corretos?
Num tópico anterior se expôs como que essa matéria mais sutil
estaria em relação ao planeta qual seja.
Aqui estaria o planeta Terra, algo extremamente denso. Ao
redor dele no orbe terrestre, a matéria cada vez mais sutil o
envolve. É como se em cada nível existisse uma superfície, uma
matéria sólida que fosse semelhante à superfície da Terra. Para um
espírito desse nível de matéria, ele pode achar que a superfície do
planeta Terra é essa. Mas, no fundo, é como se a Terra tivesse várias
superfícies: superfície do N=1, do N=2, etc.
N=3
N=2
N =1
Poderiam ser construídas casas, objetos como se estivessem
no solo, que é a matéria estendida para outras dimensões do orbe
terrestre. Essa cidade não estaria flutuando assim no nada. O núcleo
da Terra tem a matéria mais densa, porque a pressão que está sobre
ele o aquece e gera muito calor. A superfície delimita o N=1, a
matéria do N=1 só está colocada até a superfície planetária, até a
crosta. Lá em cima é invisível, mas existe a matéria do N=2, N=3,
N=4, N=5 e assim por diante. Essas matérias estariam em nível de
adensamento tais que, em determinado momento, se teria uma
superfície dessa matéria, ou seja, cada vez mais rarefeita.
531
Superfícies em que um ser poderia andar como se estivesse no solo
daquela dimensão.
Uma casa dessa matéria N=2 é fundada numa superfície
sólida para ela, por isso que o espírito anda, ele está em uma
cidade-astral, no alto, longe da superfície terrestre, mas tudo ali é
matéria densa, para o seu nível de densidade. Pode-se pensar que
num nível superior se teria matéria dessa densidade como se fosse
uma superfície para as coisas serem construídas e os espíritos que
estariam aqui, estariam andando, como se fosse um plano mesmo.
No livro de Enoque ou no próprio apocalipse da Bíblia,
quando São João é arrebatado e elevado aos céus pelos anjos, a
mesma descrição vai fazer o Enoque, nas suas viagens com os anjos.
Ambos estavam dormindo ou em transe, os anjos os retiraram de
seus corpos e arrebataram aos céus. E aí eles chegam numa dessas
cidades desses níveis um pouco superiores. Olham para cima para
ver o céu e veem um colorido diferente, flores belíssimas, campos
maravilhosos e aquelas colunas de cristal. O Enoque entra e vê os
querubins pegando fogo até ele, na verdade está vendo a aura
deles. Ele vê uma parede toda queimando, coloca a mão nela e
sente que é um fogo frio, um fogo que não queima. Ele não entende
a matéria desse universo, desse plano superior, a matéria do plano
espiritual, bem como tudo está estruturado e organizado.
A força gravitacional que atrai massa seria bem menor em
níveis superiores porque o nível de inércia que essa massa
apresentaria seria muito pequeno. Por isso que alguns espíritos de
níveis superiores conseguem flutuar com relação a essa superfície.
Em suma, existe a vida após a morte, organizada vivendo agora
nessas dimensões acima de N=1. Portanto, é possível haver grandes
cidades onde moram milhões de habitantes, sociedades mais sutis
onde espíritos muito mais inteligentes habitam. Dá para imaginar o
nível de tecnologia e de ciência que esteja presente neste orbe
devido à contribuição desses seres de grandes inteligências que
faleceram.
532
Consciências que habitam níveis muito sutis são geralmente
espíritos de grande luz e de grande sabedoria. Aqueles que habitam
o plano mais denso do orbe planetário são criaturas com menos
grau de percepção de realidade e consciência. A maior parte das
pessoas que habitam a superfície da Terra tem suas consciências e
níveis de percepção tão adensados que existe toda uma sociedade
gigantesca existindo aqui e agora funcionando, e eles não tem a
mínima noção disso.
Agora se pode entender quando os místicos dizem que vão
em sonho ou em projeção astral noturna visitar cidades astrais
como o ‘’Nosso Lar’’, a Shambhala, a Garta, bem como as grandes
cidades coordenadoras. Essa visão, que era extremamente esotérica
e subjetiva, tem algo de concreto. Segundo o modelo quântico,
essas questões espirituais passaram a ser palpáveis, basta construir
uma tecnologia e passar a detectar isso.
O maior de todos os passos que a ciência pode dar não é
fazer nenhuma viagem para Marte, e sim ela descobrir o seu próprio
espírito e tudo isso que se está falando. Aquilo que sempre existiu
ao lado e nunca foi preciso fazer viagens interestelares para
descobrir isso. O que os grandes mestres do passado utilizaram para
descobrir isso foi à prática de yoga, de meditação. Qual o grande
conselho dos grandes mestres senão o do ‘’Conhece-te a ti mesmo’’.
Quando se tornar um sensitivo, um paranormal, ampliar o seu
próprio potencial psíquico, vai interagir com essas comunidades que
existem aqui, com um espírito que sai dessa densidade e vem aqui.
Por isso que é muito ruim para um espírito que opera nesse
nível de luz, que está envolvido com a matéria sutil, de repente ter
que vir à superfície da Terra conversar com o homem. Ele vai ter
que atravessar camadas de alta densidade de matéria para estar
próximo ao ser humano e isso é como se começasse a descer no
fundo do oceano em que a pressão vai aumentando. Para eles
saírem e chegarem a essas dimensões tem que usar equipamentos e
roupas especiais para adensar, para se aproximar dos planos mais
533
densos da matéria. Por isso que, às vezes, os espíritos de luz não
estão muitos ao nosso lado.
Faça a seguinte experiência com seu corpo astral, tente
atravessar essa montanha sólida de granito de um quilômetro de
espessura e verá o desespero em que vai se encontrar. Na hora que
entra com todo o seu corpo nessa matéria astral e começa a andar,
sente uma pressão violenta, entrando em colapso, em crise, e pior,
perde a total noção de direção, fica cego ali dentro por instantes.
Enfim, se perde na densidade material do planeta. Não é fácil
atravessar grandes montanhas com o corpo espiritual.
Um espírito que vem visitar alguém em N=1 é como se ele
tivesse que penetrar uma rocha sólida, uma pedra. O corpo astral
dele, naquela dimensão, naquela estrutura que ele está vivendo
com os chacras todos acionados, quando se envolver com essa
matéria, vai ficar perturbado e desequilibrado. Então vai ter que
usar uma tecnologia, uma roupa especial, uma máquina especial
para trazê-lo até aqui, interagir com os encarnados e retornar.
É uma forma de interpretar e dar uma visão científica às
experiências que muitos esotéricos têm relatado ao longo da
experiência espiritualista no mundo, principalmente os projetores
astrais. Por isso que muitos espíritos também falam que quando
incorporam se sentem muito mal porque entram em um corpo
muito pesado que não estão mais acostumados.
Por isso se percebe os grandes templos, os grandes locais
esotéricos que os monges costumam achar com o maior nível de
vibração espiritual são os locais mais altos da Terra. Por isso que o
topo das montanhas e os lugares altos são onde se sintoniza com
mais facilidades os planos superiores.
Seis bilhões de almas encarnadas na superfície terrestre são
bilhões de consciência que se agregam em grandes cidades. A
dificuldade disso pode ser observada por meio do modelo do campo
quântico que é capaz de descrever os campos de forma quantizada.
Com efeito, quando tem inúmeras mentes de indivíduos vibrando
no mesmo campo, o que acontece quando, em um pequeno espaço
534
reúne milhões de consciências vibrando? Isso cria uma oscilação
psíquica no campo.
Continuando: se tem milhões de pessoas vibrando ódio,
poder, sofrimento, angústia, depressão e o conflito entre elas se
manifestando. Isso cria uma onda psíquica somatória vibracional de
todas essas consciências oscilando junto, isso causa uma
perturbação coletiva no campo. Isso faz com que cada indivíduo que
esteja morando numa metrópole fique envolvido por essa
ondulação, que o prende, porque o força a entrar em consonância
com os demais, e isso perturba. Sabendo disso, as cidades-astrais
não podem ser construídas em lugares de baixa altitude.
Os espíritos preparam o local em grande altitude, eles
procuram construir cidades-astrais nos Andes, nas montanhas
tibetanas do Himalaia, onde não tem nenhuma cidade embaixo para
criar essa onda psíquica. É por isso que um indivíduo que se
espiritualiza percebe que tudo que está na metrópole atrapalha
essa busca por elevação espiritual. Deste modo procurar uma
sintonia com forças e níveis superiores é ‘’sair fora’’ de grandes
cidades. Por isso que o projeto do professor também é nas
montanhas, porque o seu objetivo é fazer uma pesquisa espiritual,
uma pesquisa ufológica mais profunda, criar mecanismos para
entrar em contato com os planos superiores.
Numa civilização avançada do futuro, em que a base seria
espiritual e não material, não pode existir perturbação
metropolitana, pois é coisa de civilização primitiva e atrasada onde
se estabelece a vibração harmônica do conflito, da frequência da
disputa, da competição, e todos os cérebros e consciências vão
vibrar de acordo com esse padrão, seguem o padrão da mídia, da
dominação. As pessoas se viciam tanto nisso que não conseguem
sair, ela sabe que é o inferno, sabe que é o caos, aquele
congestionamento, aquela poluição no ar, poluição sonora, poluição
da água, tudo converte para o abismo. Pessoas inteligentíssimas,
professores universitários, mestres, doutores, médicos, cientistas,
inteligentes ao extremo, não conseguem enxergar isso, continuam
535
morando, vivendo e construindo suas vidas lá e não consegue
construir um novo padrão de sociedade, baseada em outro
argumento.
Por isso que esse tipo de civilização existente não tem
futuro, quando constrói um padrão desses, ele só pode gerar o caos.
Uma cidade como São Paulo, Nova Iorque, grandes cidades no
mundo, só podem vibrar o caos espiritual, o conflito, guerras
internacionais, nucleares, a humanidade está fadada a um caminho
grotesco. Isso porque não se entendia direito como o Mundo
Espiritual estava organizado em relação aos encarnados.
Mas agora, aos poucos, se pode compreender, até com base
na física quântica, que para que a consciência possa operar em um
nível superior as mudanças devem ser profundas no interior do
homem. Querendo-se alterar o nível quântico de consciência e
começar a perceber outros níveis da realidade, se tem que fazer
mudanças até geográficas, bem como de padrão, hábitos, como
viver na sociedade, o conceito do que seja trabalho, emprego, do
que seja servir à sociedade. Servir a uma sociedade não é ser
escravo, androide em uma firma produzindo ‘’abobrinha’’.
Como um espírito que opera nessa dimensão superior olha a
humanidade vivendo naquelas guerras, bombas explodindo todo dia
no Oriente Médio, ódio, instabilidades, não há paz para se viver
porque o conflito está instalado. O planeta Terra e ao seu redor, até
certa altura, se tem uma ondulação do campo psíquico da Terra que
é resultado, quanticamente, da somatória de todas as consciências
que estão vibrando.
O famoso psicólogo Wilhelm Reich criou um modelo de
energia dentro da psicoterapia em que a emoção era um potencial
de energia que se deslocava primeiramente através do seu corpo e
depois expandia, da mesma forma que um orgasmo, uma
experiência orgástica. Ele dizia que era um potencial de energia que
estava sendo consumido e emanado.
Sendo energia também pode ser quântica. Ela pode estar
operando exatamente nos padrões de consciência, a consciência
536
está atuando na forma como essa energia é emitida, essa energia
tem uma assinatura. Essa é a assinatura psíquica de uma energia, de
uma onda energética que a pessoa opera. Se somar os seis bilhões
de habitantes que vivem hoje na Terra dá uma somatória para o
planeta. Onde estão as grandes cidades há uma concentração maior
da vibração dessa energia mais densa, mas ela se espalha pelo
planeta, ondulando ao redor dele, é uma vibração de matéria
psíquica que se estabiliza em certa altitude.
Entidades mais avançadas olhando de certa altura o planeta
Terra veem uma assinatura de cor que é chamada de aura do
planeta. E as pessoas percebem que essa aura de campo do planeta
Terra não é muito boa, é uma aura densa, porque vivem ali espíritos
muito densos, em conflito, em sofrimento, em angústia. Assim, é
um planeta cármico, onde uma experiência de uma alma na
superfície é cármico. Quem é paranormal, vidente ou quem opera
nessas dimensões superiores com instrumentação muito mais
avançada, tem a sensibilidade de perceber.
Os mestres orientais, dos professores de Tai Chi, dos sábios
Shaolin, dos teosofistas, falam o seguinte: ‘’O que aconteceu com o
ser humano?’’ ‘’Por que o homem perdeu totalmente a sua noção
de espírito?’’ Eles respondem que foi porque ele construiu uma
selva de pedra totalmente desarmônica com as leis da natureza e
isso fez com que os espíritos ficassem ainda mais adormecidos, mais
embrutecidos dentro da matéria. E toda a relação com o mundo,
com a sociedade é uma relação de poder, de ego.
Por isso que a grande advertência dos seres de luz, dos
mestres espirituais é que os seres humanos estão muito
desequilibrados com o Tao, em desarmonia com o verdadeiro curso
da natureza. A natureza tem um ciclo, que é o tempo. Os maias
respeitavam o tempo de uma forma extremamente poderosa,
enquanto o ser humano despreza a ideia de tempo. Pois, ele só quer
saber de produzir e colher rápido. Para isso usam agrotóxicos
porque ele só quer ganhar dinheiro. Com a mesma visão do lucro da
537
cidade ele vai com uma visão materialista para o campo, pronto
para destruir, poluir, seu objetivo é apenas o de faturar.
As fazendas de hoje são verdadeiras agroindústrias, donde o
homem vem destruindo, desmatando, desequilibrando o
ecossistema do planeta. Isso gera no planeta e no mundo um
desequilíbrio profundo e isso tem um preço: o aquecimento global,
o aparecimento de epidemias, doenças em massa, uma série de
situações que fazem com que o homem esteja profundamente
desintonizado consigo mesmo, que é o seu próprio espírito.
Por isso que um homem de cidade, um homem dessa ciência
que está aí, quando ouve falar de espírito diz que é bobagem, que
não existe. É muito difícil um homem estar nesta vibração densa das
grandes cidades e perceber o sutil, o invisível, que sempre existiu e
sempre esteve ao seu redor.
O modelo do professor Laércio Fonseca é um modelo mais
técnico, um pouco científica, um pouco mística, pois é uma fusão
entre o místico e o científico. Ele está tentando associar a visão
científica com a esotérica. A ciência do futuro será espiritualista.
Como que fica nesse modelo as civilizações intraterrenas?
Existe uma teoria da ‘’Terra oca’’, em que no núcleo da Terra tem
um sol central com toda uma sociedade vivendo numa grande
caverna. Ele ilumina, se tendo dia e noite. O professor,
particularmente, não acredita nisso. Como cientista, jamais poderia
imaginar que a estabilidade de um planeta se daria desse jeito. Não
tem lógica pela questão das forças centrais gravitacionais, pois toda
matéria vai para o centro, que é muito quente e não teria alguma
força conhecida que poderia criar um espaço oco, equilibrado e
harmônico, com água, com riacho, com oceano.
A hipótese aventada pelo professor é que entre a crosta
terrestre e o núcleo da Terra, se tem o magma que é a camada de
rocha derretida. A matéria mais densa sempre indo para o centro.
Comunidades muito inteligentes que no passado, após o
afundamento da Atlântida, teriam construído em locais inacessíveis
para próxima civilização que viria. Na Cordilheira do Andes, Alpes e
538
Himalaia, se fariam nessas regiões cavernas bem próximas à
superfície, onde abrigariam um núcleo de civilização avançada, que
estaria em intercâmbio direto com os planos espirituais superiores e
com toda civilização extraterrestre do espaço. Seria uma civilização
completamente diferente da humana conhecida, não faz parte
desta civilização cármica, é um bolsão de alta tecnologia, construída
artificialmente por uma civilização inteligente para operar
conjuntamente neste planeta aqui. O professor acha que esta é
visão mais avançada de mundos intraterrenos.
Muitos líderes esotéricos com muitos livros escritos falam
sobre cidades intraterrenas de matéria astral que poderiam vir à
tona e adensar em um terceiro milênio. Tem um grande esotérico
afirmando que tem certas regiões do planeta onde existem cidadesastrais muito próximas à superfície do planeta construídas de uma
matéria especial, de alta tecnologia. E, após a grande transição
planetária, essas cidades se materializariam e se instalariam na
superfície da Terra como uma coisa pronta. É como se o plano
espiritual viesse à superfície de uma forma totalmente avançada,
intervindo em uma próxima etapa, em um próximo processo de
civilização, após uma reestruturação planetária de grande porte, e é
isto que os esotéricos falam.
Tudo isso é muito possível dentro das ideias do professor
porque a matéria pode ser convertida, sua frequência pode ser
mudada de uma forma tecnológica e transferir matéria do plano
físico para o astral e vice-versa. Esta tecnologia pode ser dada de
presente para o homem do terceiro milênio de modo que ele não
precise mais procurar alimentos, nem fontes de energia, não precisa
poluir o planeta para produzir. Teria várias tecnologias avançadas
intervindas e o homem teria todo o tempo do mundo para buscar o
seu espírito, para buscar sua ascensão.
A Jerusalém astral se instalou na Terra na visão de São João.
Quando ele fala disso, provavelmente está falando de uma cidade
astral acima de Israel que coordena a própria civilização espiritual
539
de Israel. No mundo físico se têm, segundo Chico Xavier, dez bilhões
de almas no orbe astral e seis bilhões encarnados.
A Kabbalah, que é uma interpretação mística, simbólica,
criada por grandes rabinos tem uma discussão interessante sobre
Adão e Eva no paraíso. Qual é a interpretação da Bíblia? É a que
Deus expulsou Adão e Eva do paraíso por terem cometidos pecados.
Por que até hoje a ciência não achou esse paraíso? A visão dos
kabbalísticos disse que essa história é errada. O homem está
vivendo no paraíso que é a Terra e que ela sempre foi paradisíaca. O
ser humano é que expulsou Deus do paraíso terrestre e o tirou de
sua vida. Hoje se vive em uma sociedade em que não cabe a
espiritualidade, não cabe à religião, não cabe Deus. Essa é uma visão
mais inteligente.
Todos os humanos das grandes cidades expulsaram Deus do
paraíso onde eles se encontram, mas expulsaram o Deus que existe
dentro do ser humano [alma = centelha divina] e se vive o demônio.
A tentação, o símbolo do demônio, é algo que está dentro do
homem [espírito secundário], não existe um demônio externo
tentando a humanidade e também não existe um Deus externo que
expulsou o ser humano de um lugar hipotético. A humanidade
expulsou Deus do paraíso e o expulsou de dentro dela. À medida
que a humanidade adensou, perdeu o contato com o seu verdadeiro
eu interior, que é o Deus que está dentro da consciência, dentro de
cada um. O homem perdeu o contato com o campo, com o divino.
O professor tem uma experiência de um mestre esotérico
que lhe ensinou a seguinte verdade. Ao fazer a pergunta ‘’Mestre,
qual é o papel da mente, da razão no caminho espiritual?’, obteve a
resposta: “imagine que a verdade e a sabedoria suprema estejam no
alto de uma montanha e o seu objetivo é chegar até lá, mas você
mora em uma cidade muito grande distante e distante. A primeira
coisa que você faz é pegar um carro, mas esse só consegue levá-lo
até a base da montanha, então você desce do carro e começa a
subir a pé. Assim é a nossa mente na nossa jornada pelo
conhecimento superior. A nossa mente é como um carro, ela só
540
pode nos levar até um ponto da jornada, após chegar a esse ponto,
necessariamente, você tem que abandoná-lo se quiser ir adiante”.
A linguagem da matemática e da ciência, a visão racional que
a ciência tem do universo da matéria tem certo nível de
aplicabilidade. Depois de um determinado ponto se tem que
abandonar essa ferramenta e lançar mão de outras ferramentas
mais poderosas, que são a intuição, ser mais interno e penetrar em
dimensões da própria consciência que a razão jamais conseguiria
penetrar.
Nos Upanishads tem uma frase interessante ‘’Lá, o teu olho
não alcança, nem tampouco a tua mente pode alcançar’’. Então,
como pode alguém ensinar isso para outra? Isso significa que, em
determinado ponto, a jornada é solitária, tem que ir sozinho. Podese conversar, debater, dialogar, ensinar muitas coisas e passar uma
experiência de vida, mas vai chegar um momento que não adianta,
a pessoa tem que ir só e a mente, a razão, a lógica do experimento
cotidiano, do concreto, é uma parte do universo. Mostra-se que
existe outro universo sutil e além, e para se dar esse salto quântico
na consciência, tem que abandonar essa mente lógica, essa razão.
Quando assim fizer, seguir esse conselho dos grandes mestres
superiores, quem sabe não se abrirá a porta para Deus fazer parte
da vida do homem, para Deus voltar a viver com o ser humano.
Observações:
1ª) No próximo tópico se aborda sobre o projeto Terra, se vai
criar este modelo e espalhá-lo para o sistema solar, a via Láctea e o
universo como um todo. Vai-se dizer que todas as dimensões sutis
das matérias existem e perceber que o universo inteiro pode crescer
assustadoramente. Isso porque além da forma material que já foi
delineada, se tem outro universo que são subuniversos de matérias
mais sutis em que vivem civilizações. Também se trata da
reencarnação, da experiência no projeto Terra, tudo o que os
esotéricos têm ensinado. Aí se vai ver que coincide com o modelo
quântico apresentado pelo professor.
541
2ª) Quando se constrói o modelo científico ele tem que
corroborar com algum modelo empírico lá atrás. Por exemplo,
quando Kepler construiu as suas três leis empíricas, sem nenhuma
comprovação matemática, aí veio Isaac Newton e cria o cálculo
diferencial e prova que a visão empírica de Kepler estava correta. Da
mesma forma, neste livro se está fazendo isso. Tem-se um modelo
empírico, que é o modelo espírita, o modelo esotérico, que é uma
visão empírica do mundo, e se está através de um modelo
matemático um pouco mais sólido, tentando associar isso para ver
se isso explica ou pelo menos tem uma sintonia com essas ideias
esotéricas e espiritualistas.
542
Projeto Terra
● Matéria escura e Energia escura e a relação com a matéria dos
níveis espirituais
● As grandezas físicas do universo de estrelas e galáxias
● Uma relação dessa visão de como Deus se manifesta no mundo
● Relação dessa visão espiritualista com nosso modelo quântico de
subuniversos
● A Terra e o seu projeto
● Reencarnação e vida após a morte vista pelo nosso modelo
quântico
● Matéria escura e Energia escura e a relação com
a matéria dos níveis espirituais
Em “Física de Partículas” foi dito o seguinte:
“O Modelo Padrão (MP) estabelece: toda a matéria de que
se tem notícia é composta de três tipos de partículas elementares:
léptons, quarks e as mediadoras, e que um punhadinho de 61
partículas basta para construir toda a matéria observada neste
universo (incluindo, é claro, as observadas em laboratórios)”.
Se só existissem estas partículas as galáxias teriam uma
rotação bem mais rápida. Por isso os físicos especulam que imensa
parte do universo conteria também grandes quantidades de matéria
invisível, indetectável e imperceptível, dando a elas mais massa do
que se pode ver, detectar e perceber de modo que rotação seja de
fato mais lenta. A essa matéria, nestas condições, ela foi designada
de matéria escura.
Em particular na galáxia onde habita o ser humano - Via
láctea –os cientistas perceberam que havia uma discrepância muito
grande entre o numero de 200 milhões de estrelas com sua massa e
a rotação registrada. Existindo 90% de uma massa que os cientistas
não sabem o que é e nem onde é que está.
543
Nas palavras técnicas do cientista: sabe-se agora que 90% do
universo são constituídos de matéria escura. Assim designada, por
ela não emitir radiação, não refletir luz e ninguém saber onde está.
Teoricamente está na galáxia, mas como ela está distribuída, como
ela aparece, ninguém sabe. Só se sabe que permeia todo universo e
sua massa oculta influência a galáxia como um todo.
Os cientistas dividiram se em dois grupos: os que consideram
que a matéria escura é algo que não foi detectado, orbitando entre
as galáxias no meio do espaço interestelar; e os que por outro lado
acham que a matéria escura tem de ser alguma coisa nova, nunca
vista antes pelos homens, um conjunto de hipotéticas partículas que
vários físicos teóricos sonham há muitos anos, mas que ainda não
foram detectadas em laboratórios.
O professor Laércio da Fonseca cria a seguinte hipótese:
matéria escura seria toda a matéria dos níveis quânticos superiores
com massas m2= kf2, m3= kf3, ... , mn= kfn, e assim por diante. Seria a
matéria do plano espiritual e de todos os demais planos, aquela
massa que envolve os planetas, cometas e estrelas. Mesmo que
fosse pequena em termos de medida em relação a esta matéria
densa, a quantidade dela em relação à matéria densa seria muito
maior.
O professor levanta a tese de que 90% do universo da
matéria do universo estão nas outras dimensões, na forma de massa
dos níveis quânticos superiores. Matéria escura que é uma matéria
real, ela é medível, tem massa e está dentro deste mesmo universo
e sendo detectada desse jeito. Só que teoricamente, ninguém sabe
o que é. Existem mil propostas e ela só é detectável no efeito de
rotação, no efeito gravitacional. Mas não é detectável em forma de
carga elétrica, em forma de emissão de radiação, nada. É a mesma
coisa de quando se fala do plano espiritual e do espírito que
ninguém consegue detectar.
A matéria conhecida é concentrada em estrelas e planetas. O
espaço vazio que existe entre uma estrela e outra, entre um planeta
e outro, aqueles milhares de anos luz seria apenas de um pseudo
544
vácuo, pois, a galáxia inteira estaria preenchida com esta matéria
escura. As galáxias têm rotação e os sistemas solares têm
movimentos. O sistema solar da humanidade é localizado e tem
uma velocidade de 220 quilômetros por segundo, ou seja, em um
segundo ele anda 220 km.
Os pesquisadores concluíram, devido esta matéria ser diluída
e indetectável, que ela deve ser constituída de alguma partícula
desconhecida, que interagiria com os átomos. Afirmam que a
galáxia esta imersa em um véu de matéria escura e o efeito é como
o de correr e sentir o vento sobre a pele. Isto é, não se sente o
efeito deste bombardeio porque as partículas atravessam como se
fossem fantasmas. Só muito escassamente ocorre uma colisão entre
uma partícula de matéria escura e de uma matéria normal. No
máximo, uma colisão de 10 quilos de matéria por dia. São estas
colisões que podem ser detectadas fornecendo prova ou não da
existência de partículas de matéria escura. Todavia, mesmo quando
ocorrem, elas são muito fracas. Existem vários detectores
espalhados pelo mundo tentando caçá-las, ou seja, perseguir os
neutralinos. No entanto, na verdade, os pesquisadores nem sabem
o que estão procurando, eles sabem que estas partículas não têm
carga elétrica porque se tivessem já teriam reagido eletricamente,
mas se tiver é uma carga elétrica fraquinha.
Na tese de Laércio Fonseca se poderia chamar que existem
estruturas no universo onde só existem mundos funcionando até
como uma galáxia somente da matéria m2 para cima (isto é, m3,...,
545
mn) sem matéria do plano físico, onde possivelmente só poderiam
habitar espíritos.
Astrônomos publicaram um intrigante artigo apontando para
a curiosa possibilidade de o universo conter numerosas galáxias que
não possuam uma estrela se quer, mas apenas matéria escura. E
mais: as galáxias normais feitas de estrelas brilhantes seriam uma
minoria em relação às galáxias escuras numa proporção de 100 para
1. Eles estão postulando que existe em relação uma galáxia
brilhante convencional como a Via Láctea, 100 de galáxias escuras.
Ou seja, estão encontrando um universo muito maior e uma
matéria estranha em muito maior numero do que o estado da
matéria é conhecido. Talvez estas teses astronômicas estejam
apontando para uma descoberta revolucionária que os físicos
espiritualistas estejam tentando propor de outro jeito e às coisas
comecem a convergir. Para isso, basta os astrônomos deixarem de
pensar materialmente e a pensar de uma forma mais espiritual.
Agora se vai dar uma ideia do numero de estrelas, galáxias,
do tamanho do universo conhecido. Depois se vão postular as ideias
tibetanas para mostrar, segundo os tibetanos, como Deus se
manifesta no mundo, como Ele cria universos, como Ele se
manifesta em nível de galáxias. Finalmente, se compara com o
modelo do professor.
● As grandezas físicas do universo de estrelas e
galáxias
A maior parte das coisas que os olhos veem quando olham
para cima são conjuntos de estrelas que fazem parte de
aglomerados de estrelas que não estão dispersas no universo
aleatoriamente. Isso porque as forças gravitacionais reúnem, como
o Sol faz os planetas ficarem girando em torno de si. Todas as
estrelas também se aglomeram de forma a obedecer a um conjunto
maior, uma lei maior gravitacional e a esses conjuntos gigantescos
chamados galáxias.
546
As galáxias conhecidas têm 80% delas na forma espiral e 20%
restante possui formas das mais variadas possíveis. As galáxias
espirais seguem um padrão, elas têm um núcleo e ao redor dele tem
braços. O núcleo gira um pouco mais rápido do que os braços que
acabam sendo arrastados gravitacionalmente nesse processo,
dando a forma chamada espiralada.
Esses conjuntos são gigantescos em tamanho. A Via Láctea,
por exemplo, tem um diâmetro aproximado de cerca de 100 mil
anos luz de diâmetro. O sistema solar está num dos braços a uma
distancia de 30 mil anos luz do centro, o que é muito longe.
As galáxias espirais vistas de cima têm esta forma já
desenhada aqui, mas vistas de perfil elas são estruturas onde se vê
o núcleo e os braços muito achatados. O que tem a ver com o
estado de mínima energia das forças que operam
gravitacionalmente.
Da mesma forma que tem o Sol e os planetas todos girando no
mesmo plano não tendo um planeta que fica girando diferente.
Então com o passar dos anos as galáxias vão tendendo a formar esta
coisa espichada, onde não vai ter matéria, fora daquela linha. Isso
ocorre porque a tendência da matéria em estados de mínima
energia é ela se condensar num anel. Deste modo, a Via láctea vista
de perfil tem um núcleo de 16 mil anos luz de diâmetro com braços
de 5 mil anos luz de espessura.
O numero de estrelas da Via láctea é da ordem de 200
bilhões de estrelas sendo que 98% estão na região do núcleo. Logo,
547
o grande agito da galáxia do ser humano é próximo ao núcleo. O Sol
da Terra está bem longe do agito da população estelar.
Para se entender o tamanho da Via láctea e se conscientizar
o que é essa história de pegar a Enterprise (nave do Spock) e sair
viajando pela galáxia achando que vai conhecer o universo, basta
supor a seguinte situação.
Imaginando-se a construção de uma máquina fantástica e
convidando uma pessoa Z para entrar nela e apertar um botão e se
deslocar de uma estrela para outra instantaneamente, sem nenhum
tempo na viagem. O que, aliás, é o sonho de qualquer transportador
porque não é necessário ficar viajando no espaço com aquele tempo
enorme. Sem gastar nem um segundo nessas viagens se permite
que Z fique um dia terrestre em cada estrela. Sendo que ficar na
estrela tem que entender que ela é um sistema solar, donde, pode
ter dezenas de planetas de mundos orbitando em torno dessa
estrela. Porém, só se vai ficar 24 horas em cada sistema. Olha que o
ser humano há tanto tempo aqui na Terra e não aprendeu quase
nada do sistema solar, do universo e da própria Terra ainda tem
milhões de coisas para serem descobertas.
Se o homem tiver de visitar todas as estrelas da sua galáxia
quantos dias ele vai gastar? Sem levar em conta o tempo de viagem,
são 200 bilhões de dias, que divididos por 365 dias daria para fazer
esta viagem em torno de 600 milhões de anos. Nem espírito depois
de morto com disco voador de ET vai poder conhecer a galáxia, não?
Mas, supondo-se que Z tenha feito esta viagem por toda a
Via Láctea, e que a sua vontade de conhecer o Universo tenha
permanecido. Logo, é bom saber quantas outras galáxias têm no
universo. Relevando-se que a distancia entre a Via láctea e a sua
vizinha, a galáxia de Andrômeda, é de 5 milhões de anos, a
existência de galáxias com cerca de 3 trilhões de estrelas, se
responde que foram catalogadas e estimadas o numero de galáxias
no universo em 100 milhões até agora. Provavelmente com o
aumento da observação dos telescópios mais modernos esses
números tendem a dobrar, quadruplicar e assim vai embora. Isso só
548
no universo físico observável sem contar que tudo isso que foi
contado é 10% da matéria, porque tem 90% da matéria escura.
Deus tinha ou não tinha mania de grandeza? As pessoas
ocidentais têm uma visão religiosa do mundo de que Jesus é o
senhor Deus do universo, muitas orações diz isso. Onde ele está
sentado ao lado do trono de Deus que é seu pai, um homem
barbudo que cuida de 6 bilhões de habitantes aqui na Terra, mais
uma galáxia de 200 bilhões de estrelas, um universo de muitos
milhões de outras galáxias. Aí se pede a Ele para arrumar um
automóvel, uma namorada. Ao se pedir tais coisas: Que Deus se tem
na cabeça? Quando pensar Nele tem de pensar num Ser cuidando,
harmonizando e criando um universo de numerosos mundos para
administrar. Não esquecer que Ele não só tem a Terra para se
preocupar.
A espiritualidade do 3º milênio tem de ser avançada,
consciente e preparada. Ela tem de preparar para se encontrar um
universo cheio de vida e interagir com inteligências avançadíssimas
que operam em todo este universo vasto. E esse universo se
estende até onde? Os cientistas conseguiram até hoje criar um raio
de percepção do universo físico composto de galáxias, estrelas,
planetas e mundos.
Este raio do universo esférico com centro hipotético na Via
láctea tem aproximadamente em torno de 15 bilhões de anos luz.
Só que até hoje os cientistas não conseguiram mapear o universo
em todas as direções a distribuição de galáxias. Existem grupos de
cientistas especializados criando um mapa do universo tentando
inserir 100 milhões de galáxias aí dentro. Então, o telescópio faz
assim, dá uma olhada nessa direção e tenta ver quantas galáxias
tem e qual a distancia que elas estão. Coloca-as no mapa e vai
marcando por setor até onde o telescópio enxerga. Isso dá um
trabalho imenso, pois, ainda por cima, não se tem telescópio aqui
no hemisfério sul. É trabalho até de séculos. E cada vez que a
tecnologia aumenta se pode ampliar esse horizonte e encontrar
mais objetos para lá. Com essa noção de um universo vasto se
549
precisa criar um modelo de Deus mais palpável com a realidade da
astrofísica, com a realidade de um universo conhecido hoje pela
raça humana.
● Uma relação dessa visão de como Deus se
manifesta no mundo
Agora se vai tentar fazer uma simbiose desta visão de
universo vasto e a visão oriental tibetana de como o universo
estaria organizado até chegar numa ideia de colocar dentro desse
universo a inteligência, a consciência.
Parte-se que toda esta matéria, essa ordem galáctica
universal, é controlada por uma grande inteligência que ordenou
toda a energia e toda a matéria do universo a fim de que o fluxo
seguisse dessa maneira. E que para vida, para o homem, para a
presença humana aqui dentro de este universo ser algo dentro de
uma ordem muito grande, estabelecida há bilhões de anos atrás.
Imaginando-se que no principio, antes da criação desse
universo de galáxias, estrelas e matérias, existia uma energia que
era apenas o campo. Que gerou todas as partículas. A este campo se
chama de Deus, Brahma, Jeová, Tao, Chi, Alá, o nome que se vai dar
não importa. O que importa é que se postula este Deus de um jeito
diferente. Um Deus que resolve criar universos e vai começar a criar
do mais sutil para o mais denso.
550
Deus
N=7
N=6
N=5
N=4
N=3
N=2
N=1
● Relação dessa visão espiritualista com nosso
modelo quântico de subuniversos
Imaginando-se Deus como o campo sem vibrar. Aí quando
começa a vibrar numa frequência quântica característica forma o
primeiro universo, que se vai chamar N = 7, com massa m7 = kf7 só
para considerar o que diz os tibetanos que falam de 7 universos,
mas pode ser completamente diferente. Aí se cria outro nível
quântico, outro universo com a matéria do N = 6, isto é, m6 = kf6. Em
seguida para N = 5 indo até N = 1. Isso sem esquecer que as
matérias de todos estes níveis vieram do campo. Posto que esteja
tudo cheio de matéria, registra-se que o universo foi criado aqui em
baixo com N = 1, no qual aparece um universo de milhões de
galáxias.
Toda esta matéria que está aqui na Terra, desde N = 7 até N
= 2, envolve esse universo que é de N = 1. Ela permeia esse universo
físico porque toda esta matéria que está aqui nessa sala, está
551
contida pela matéria do plano astral, os espíritos andam no nosso
meio com a matéria de N = 2, bem como das matérias de N = 3 até
N = 7.
Aí Deus resolve introduzir nesses níveis quânticos a
consciência. Ele se manifesta aqui em N = 7 com uma consciência
bastante ampliada, não é um ser, um individuo, mas sim parte da
sua inteligência manifestada. Que começa a subdividir essa
consciência em partes cada vez menores. Ai ele vai descendo e vai
dividindo e cada universo é mais denso até chegar ao universo físico
onde a consciência vai alcançar um numero inimaginável por que
ela tem de habitar milhões de galáxias e podem fazer parte de uma
linhagem que nada tem a ver com a linhagem humana: como os
devas, os elementais da natureza, os espíritos dos animais.
É isso que se manifestam na Terra, nos planos densos da
matéria, de uma forma completamente diferente da linhagem
humana, do padrão de inteligência do homem, e assim muitas
outras formas de manifestação da inteligência estão ocorrendo.
Nem todas as inteligências se manifestam em planos físicos da
matéria e ai então os espíritos vão escolher galáxias para descer.
Cada objeto que está aqui, cada partícula, é manifestação de Deus.
Cada ser vivo, cada inteligência, cada espírito, é manifestação do
mesmo Deus. Esta é a forma como os antigos mestres sempre
ensinaram para encarar todas as coisas com amor e como se fosse a
si mesmo.
Imaginando-se a seguinte forma de como o universo está
organizado.
Deus sempre esta na coordenação de tudo, mas esse Deus
não é o imperador que está sentado no trono. Ele está manifesto
em cada essência de N = 7 até um espírito totalmente
individualizado em N = 2, e quando desce num encarnado em N = 1.
Por isso que o conceito de iluminação no oriente é o de ampliar a
consciência para perceber essas conexões. Ascensionar significa
retornar as hordas de origem, voltar ao se fundir com Deus, para
552
isso cada vez mais subindo nos níveis superiores. Desce-se e
retorna, é uma ordem divina, um projeto universal.
Então se pode imaginar que cada uma das galáxias teria uma
inteligência como responsável, isto é, um comando de galáxia, mas
isso tudo operando em dimensões superiores espirituais.
Fazendo-se um diagrama de bloco para ficar mais fácil de
entender. Ter-se-ia inteligências coordenando a vida em todas as
dimensões.
Deus
Governante
Governante
Galáxia
Governante
Galáxia
Galáxia
Terra
Grosso modo, Deus coordenaria os chefes das galáxias. Cada
um destes supervisionaria os chefes dos sistemas solares. Cada um
destes os responsáveis pelos planetas. E por fim se chegaria ao
planeta Terra onde se teria um comando espiritual que responderia
ao chefe do sistema solar, que responderia ao chefe da galáxia, que
responderia a Deus, sobre tudo o que acontece na Terra. Então
todas as vezes que se pensar em Deus, em quem comanda a Terra,
como Jesus, talvez Jesus seja apenas um individuo que sirva ao
comando da Terra, mas acima dele tem uma vastidão de
manifestações.
O universo é tão grande que os seus números não cabem na
cabeça do ser humano. Ela perde a noção de grandeza com muita
facilidade. Se falar em 2 milhões de galáxias no universo, adiantou
alguma coisa? Se falar que tem 3 milhões ou 800 milhões, melhora?
Essa ideia grandiosa é só para aprofundar a noção de para quem o
553
homem está rezando, para ver se o Deus que ele imagina é o
verdadeiro Deus que realmente existe e coordena o universo.
Depois de pensar toda essa hierarquia, se pode pensar na
Terra em especial e o papel dela envolto nessa imensidão do
universo. O que fica até facilitado pensar em extraterrestre, pensar
que a vida não é uma exclusividade só da superfície desse planeta.
No planeta Terra existe uma civilização na superfície
terrestre. Bem como nos planos dimensionais superiores se têm um
plano astral dividido em subníveis, como umbral (plano das trevas),
penumbral, luz, ascensionado, com cidades astrais, e acima se teria
o comando planetário da Terra que são inteligências que estariam
se reportando ao comando solar e o comando solar reportando ao
comando galáctico e assim até se ir a Deus.
Deus
__________________________________________________
Comando do Planeta Terra
__________________________________________________
Ascensionado
Astral
Luz
Cidades astrais
Penumbral
Umbral
__________________________________________________
Vida terrestre
O plano do penumbral é onde estariam os grupos de almas
que viriam de outras estrelas ou de outras experiências pela galáxia,
primeiro viveriam nessas comunidades espirituais e depois
554
desceriam até a encarnar em superfícies planetárias em projetos
muito bem organizados.
● A Terra e o seu projeto
É uma ideia totalmente metafísica, não tem nada de física,
de ponto de vista cientifico.
O que se vai falar agora é uma tese esotérica baseado nas
ideias tibetanas. O professor Laércio da Fonseca pede que se faça
uma comparação com aquilo que ele postulou nos universos
quânticos para ver se tem uma lógica.
Este projeto viria daqueles comandos onde toda a vida na
superfície física da Terra seria manifestação destes. Toda a criação
do universo é uma intervenção de uma consciência superior. Ao
redor desse planeta da Terra existiriam então as dimensões de
matéria astral, inteligências construiriam cidades astrais e elas
preparariam na superfície da Terra dentro desse eco sistema um
corpo biológico especifico para a chegada dos humanos.
A tese que está sendo apresentada é que toda manifestação
da vida que existe na superfície de um planeta é artificial, ela é
calculada, projetada e acompanhada constantemente por uma
inteligência que opera acima. A alma, o espírito, não se origina na
matéria, ele não se origina dentro do corpo biológico, ele é algo que
existe muito anterior em outras dimensões da realidade e
experimenta manifestações em corpos biológicos num projeto
extremamente programado por inteligências avançadas. Essas tais
inteligências preparam uma unidade biológica onde o espírito que
está no plano astral em determinado momento pode se acoplar a
uma unidade biológica e viver uma experiência nesta superfície
planetária.
Esse modelo de organização seria o modelo padrão para a
maioria dos mundos na galáxia. Contudo, haveria grande parte de
mundos pelo universo onde apenas as comunidades astrais
existiriam, vidas em superfície não existiriam. No caso se poderia
555
pensar que os planetas Marte, Vênus e Júpiter teriam cidades
astrais, mas não habitações na parte densa do N = 1. Isso vem
colaborar com muitas das visões espiritualistas de pessoas que
falam de comunidades em Vênus e de comunidades em Marte com
civilizações não habitando plano material, mas sim planos
espirituais.
Com este ponto de vista se vai ter uma visão completamente
diferente de ET porque se pode imaginar outro planeta X, como
Capela. As associações espíritas falam muito dos exilados de Capela
a chegada à Terra para viver a experiência no orbe terrestre, de
almas oriundas de outros mundos mais avançados em experiências
planetárias. Então as almas estariam navegando e vivendo pelo
universo experiências em orbe planetários não necessariamente às
vezes em mundos físicos da matéria.
Assim, a origem da alma humana não é como Darwin e a
biologia assinalam, ou seja, a consciência não é fruto do cérebro,
mas sim o cérebro é fruto da consciência. Uma inteligência maior
cria, organiza e intervém, o universo não é um caos. É bom se
pensar quando os taoistas chineses dizem que se tem de entrar em
harmonia com o Tao, com esta inteligência que cria um padrão de
como tudo se opera no universo, como tudo está harmonizado, de
como tudo está moldado no universo.
● Reencarnação e vida após a morte vista pelo
nosso modelo quântico
Quando um projeto desses é constituído, quando uma alma
vem de outra galáxia, de outro sistema solar ou de plano astral
terreno onde sempre esteve, é a sua primeira encarnação na Terra
(não é uma reencarnação).
O Buda tinha uma pergunta interessante que ele fazia para
os seus discípulos. Como o budismo é reencarnacionista então Buda
levantava uma de suas mãos e indagava para os seus discípulos:
556
“Vamos supor que meu dedo polegar é esta encarnação que
você está vivendo agora, você tem um rosto, um corpo, uma
personalidade, um nome. E vamos imaginar que o dedo indicador
representa a sua encarnação anterior, então você tinha outro rosto,
outro corpo, outro nome. Vamos supor que o dedo médio
represente a encarnação anterior da anterior, você também tinha
outro nome, outro rosto, outro corpo. E o espaço que existe entre
meus dedos é o tempo que você vivencia entre o nascimento e
morte, ou seja, o tempo que você vive no Mundo Espiritual entre
duas reencarnações. Aí Buda continua, o dedo anelar seria a
anterior da anterior da anterior. E o dedo mínimo representa a sua
primeira encarnação na Terra, você tinha um corpo, você tinha um
rosto e você tinha um nome. Agora pergunto eu a vocês qual era o
seu nome, o seu rosto e o seu corpo original, aquele que você
possuía antes da primeira encarnação na Terra?”
A resposta é: era um espírito, uma alma, uma manifestação
de Deus do campo, do Tao, apenas uma divisão da consciência de
Deus, de Brahma, que está aqui vivendo uma experiência, mas que
deve retornar.
Deus é tão sábio que quando ele cria milhões de galáxias e
seres, como os humanos que, segundo o cálculo feito
anteriormente, jamais conhecerão o universo, diz mais ou menos
assim:
“Não é preciso sair para conhecer o universo Eu me divido e
tem uns 10100 numero de espíritos que vão viver experiências em
todas as galáxias do universo. Passado um tempo Eu começo a
chamar de volta e à medida que estes espíritos estão voltando
trazendo a experiência que eles vivenciaram naquele lugar, naquele
projeto especifico. As pessoas vão se integrando e as suas mônadas
vão se tornando uma, e aí percebem que não precisaram viajar para
conhecer o universo, só precisaram conectar para conhecer o
universo, então a jornada é outra.”
A verdadeira viagem não seria uma viagem para as estrelas.
Tolo é o homem que fica construindo foguetes e naves espaciais
557
para viajar para as estrelas com o corpo físico. O objetivo não é
esse. Porque a hora que desperta o espírito, a primeira coisa
percebida é que fora da matéria é mais fácil deslocar, é mais
inteligente contatar com essas inteligências que sabem das coisas
do que querer descobrir. Com uma visão mais espiritualizada se tem
a certeza que a ciência muda de rumo.
No 3º milênio, ao invés de gastar bilhões de dólares para se
pôr um foguete em órbita, correndo o risco de ele explodir, se
investe no espírito, sem perigo nenhum, contatando as grandes
inteligências que comandam.
Ao se fazer isso se destrói a máxima do arquivo X que diz “a
verdade está lá fora”. A verdade pode estar em todo o universo,
mas só que a forma mais fácil de atingir aquilo que está lá fora é
voltando se para dentro e não construindo foguetes e naves
espaciais para ir lá fora. Voltar significa essa jornada interior.
Uma vez uma jovem aluna do professor Laércio Fonseca lhe
disse ”O senhor fica falando que tudo está aqui dentro de nós, mas
me explica como é que eu não consigo encontrar, eu olho para
dentro de mim e não vejo nada?”. O professor assinala que ao se
assistir a uma palestra de Amit Goswami, um dos papas da nova
física, constata que ele começa tudo com essa física quântica e
termina falando em yoga.
Pode-se criar o modelo de Deus e ser um homem bomba
matando milhares de pessoas, simplesmente para agradar a Deus.
Mas, o que é agradar a Deus? Que atitudes o homem tem de ter na
vida para agradar a Deus? Será que Deus precisa ser agradado? Qual
a importância do riso e da alegria no caminho espiritual? Existem
religiões antigas que pregam que Deus gosta de penitencia,
austeridade, resignação, toda aquela atitude de deixar o individuo
mais infeliz, mais angustiado. Um Deus de sofrimento que gosta que
a pessoa sofra, que a pessoa se enclausure, se feche para o mundo,
para a felicidade, o prazer, por que isso seria uma vida espiritual.
O professor Laércio Fonseca vai mostrar outro modelo de
vida espiritual, uma vida espiritual alegre e feliz onde se pode ser
558
um guru, um mestre, um sacerdote, e estar dando risada, curtindo,
brincando, dançando, pulando, cantando, e mostrando que se é
feliz.
Existe uma frase na bíblia, que o professor não concorda
“Deus criou o homem a sua imagem e semelhança”. Na verdade são
os homens que criam Deus a sua própria imagem e semelhança de
acordo com a sua conveniência. Se as vacas pensassem e fossem
criaturas inteligentes, elas certamente criariam Deuses com chifres.
As pessoas sempre têm a mania de criar Deus onde não tem a cara
de um gato, de um cachorro, mas sim tem de um homem barbudo,
bonito. E os seus avatares como Jesus, o pintam de olho azul, onde
se viu judeu a dois mil anos atrás de olho azul?
O Deus que está se “desenhando” nesta aula não é um Deus
das religiões, talvez um Deus da ciência seja melhor por ser um
pouco mais coerente em teores de raciocínio. Ele é mais cósmico,
não é um Deus pessoal que gostava só de um povo em detrimento
dos outros, um Deus que lutava por um lado. Onde um povo pode
matar e destruir por estar fazendo uma guerra santa, lutando contra
satanás a favor de Deus, como se Deus estivesse em guerra lá em
cima com alguém. Então esses modelos talvez estejam atrapalhando
e atrapalhou o progresso espiritual da humanidade durante
milênios.
Agora no 3º milênio com a razão da ciência interferindo e
trazendo novas visões se pode ter uma religião mais sã. Um Deus
mais são com menos fanatismo, menos sofrimento para servir a Ele.
Todos os povos criavam os seus Deuses, criava sacrifício para Deus,
pegava uma virgem linda e sacrificava por que Deus quer ver sangue
da virgem. Sacrificar criança, sacrificava animais, sacrifica cordeiro,
galinha, porco, em homenagem a Deus. Como se Deus estivesse
interessado nessas porcarias. Tem de se fazer é uma reformulação,
olhar realmente para os grandes mestres do passado e na essência
de seus pensamentos tentarem entender o que eles queriam
ensinar.
559
O taoismo clássico de Lao Tse abre seu livro de 81 poemas
dizendo: “O homem em seu estado de trevas e ignorância,
habitando os planos mais densos da matéria, com seu nível de
consciência extremamente condicionado, andróidizado, jamais
poderá imaginar Deus. Todo modelo que ele criar de Deus
certamente vai estar errado, toda forma de Deus que ele criar em
sua mente certamente estará errado. Então o mais sensato a fazer é
não criar nenhum modelo de Deus.”
O taoismo indica para não se possuir um modelo de Deus.
Não que eles não acreditem que Deus exista. Eles sabem que Deus
existe de alguma forma e que comanda o universo, porém o que
eles não ousam é criar em suas mentes um modelo de Deus. E pior
do que isso é criar o modelo de Deus e depois passar para massa,
revelar esse Deus para massa, como muitas outras religiões o faziam
criando seitas, colocando na boca de sacerdotes palavras como se
fosse Deus falando e dando ordens. Dizendo-se intermediarias entre
Deus e o homem na Terra a ponto de colocar regras, leis, dizendo
que Ele gosta, o que Deus quer, o que não quer.
Os grandes sacerdotes de grandes tribos, de grandes
civilizações fizeram isso, eram esses sacerdotes que chegavam para
os fiéis e falavam ter conversado com Deus e que Ele exigia arrancar
de uma pessoa viva o seu coração, pedindo sangue para amenizar,
para Ele não mandar tempestade, não mandar terremoto. Mas, de
onde estas pessoas tiravam este modelo de Deus? Da física
quântica? Ou da cabeça deles mesmo, da neurose que eles tinham
da sua própria estrutura na Terra.
A partir do momento que a sabedoria dos chineses, do
budismo clássico, não cria este modelo do divino, não vai existir
nenhum Deus ditando regras e leis, não vai existir nenhum Deus
ditando o certo e o errado para a pessoa, ela mesma vai ter de
descobrir na sua jornada interior o que é certo e o que errado.
Obviamente que esses povos e essas culturas também não criam
um modelo de demônio. Por que o que seria o demônio senão uma
contra partida do modelo divino que o homem criou?
560
Observação:
No próximo tópico o centro do debate vai ser Deus, se vão
discutir os modelos antigos de Deus e o que os novos físicos estão
trazendo. Que tipo de discussão sobre Deus a física quântica está
trazendo e como se pode chegar através das ideias do professor
colocar aqui sobre o campo, sobre uma energia vibrante, a
consciência sendo a manifestação do campo. Como Deus intervém
na vida? Se rezar para Deus ele muda a vida? Se pedir um carro a
Deus, Ele dá? Os discursos das igrejas por aí na televisão
prometendo que fazendo uma oração para Deus e a vida vai
melhorar e se é salvo, vai ganhar muito dinheiro, empresa vai
crescer. Isso funciona? É assim mesmo que Deus opera no mundo?
561
562
Deus
● Quem veio primeiro o ovo ou a galinha? Quem veio primeiro o
corpo ou o espírito?
● Como Deus atua no mundo?
● Deus intervém em nossas vidas e no curso das coisas no universo?
● Nossa consciência pode mudar nosso destino?
● Podemos criar nossa própria realidade?
● Quem veio primeiro o ovo ou a galinha? Quem
veio primeiro o corpo ou o espírito?
Hoje se vai discutir sobre Deus, como Ele está organizado na
mente do ser humano e da humanidade, e qual a contribuição que a
física quântica dá para trazer Deus novamente à superfície.
Na Idade Média e no Renascimento, no mundo ocidental, a
igreja dominava com sua ideologia toda a sociedade. Ela era a única
que ditava o que eram as verdades para o mundo. A partir do
momento em que os indivíduos fizeram observações mais atentas
sobre o universo começaram a contrariar as verdades pregadas por
ela.
Isso começou a incomodar profundamente a igreja e, nesta
época, o tribunal da inquisição iniciou a atuar de forma
profundamente poderosa. Levando Galileu ao seu julgamento
clássico, Giordano Bruno à fogueira. Realmente, o ser humano,
naquela época, não tinha liberdade para buscar a verdade, esta era
imposta à força pelo poder dos Papas e, em contrapartida, com a
colaboração do sistema imperial de poder, o qual era conivente com
essa estrutura da igreja.
A visão do mundo era: Deus imperador que lá do alto, dirigia
o mundo. A igreja, através do Papa e de seus sacerdotes, era a única
intermediária entre Deus e o homem na Terra. O homem em si,
sozinho aqui em baixo, jamais poderia chegar à salvação, entrar no
reino dos céus se não fosse por meio da doutrina da igreja. Dessa
563
maneira, a igreja dominava porque tinha o poder de Deus nas mãos,
fazia o papel de Deus a ponto de julgar as pessoas sobre o que era
verdade e até chegar a queimar as pessoas na fogueira porque eram
contrárias às suas ideias.
Esse domínio avassalador da igreja com um conhecimento
falso, primitivo e decadente fez com que a comunidade científica
que estava brotando no Renascimento contrariasse profundamente
os interesses e o modelo da igreja. Modelo onde a Terra era
considerada o centro do universo, tudo que existia no universo ao
redor da Terra como os planetas, as estrelas, o sol, era uma criação
divina, simplesmente com o único intuito de servir ao homem no
seu habitat.
Esse era o famoso sistema geocêntrico adotado desde a
Antiguidade, por muitos povos, acreditando que tudo girava ao
redor da Terra. Isso era muito bom para a igreja e, na verdade, a
relação que a humanidade tinha com esse Deus, principalmente
esse ocidental, era a base da divisão entre a ciência e a religião.
O homem, na superfície terrestre, era apenas alguém abaixo
do céu, que estava além. Se perguntasse o que eram as estrelas, o
que era o sol, o que era a lua, para que serviam, não havia resposta.
A partir do momento em que os indivíduos começaram a
observar com mais profundidade o céu, o movimento dos planetas,
das estrelas, a estrutura do espaço, tudo começou a convergir para
um ponto onde a Terra não poderia ser o centro onde todas as
coisas giravam ao seu redor. Isso criou um grande impacto, uma
divisão profunda entre a ciência e a igreja. Esta que impunha um
tipo de religiosidade e um tipo de Deus extremamente vingativo,
punidor, que dava direito aos Papas e aos sacerdotes de queimar as
pessoas na fogueira em qualquer ideia herege que contrariava esse
modelo estabelecido.
Galileu pleiteava a ideia profunda de que a Terra girava ao
redor de seu eixo, provocando o movimento do dia e da noite, bem
como o sistema heliocêntrico de Copérnico, em que ele
descentralizou a Terra e colocou os planetas girando ao redor do
564
sol. Foi a primeira descentralização da Terra e do homem como
centro do universo.
O professor Laércio Fonseca chama o modelo geocêntrico de
egocentrismo ou teocentrismo porque, na verdade, o homem é que
se coloca na frente de tudo, no centro do universo, com esse
aspecto religioso. Então, os cientistas renascentistas começaram a
se rebelar contra a igreja e contra esse Deus pregado por ela porque
contrariava profundamente as observações feitas pelos cientistas
em relação à natureza.
Uma delas foi quando Galileu começou a utilizar, pela
primeira vez, a luneta, o telescópio, que ampliaram profundamente
a visão com relação às coisas do universo. Quando Galileu apontou
sua luneta para o planeta Júpiter enxergou quatro luas que giravam
ao redor desse planeta. Significando ter encontrado astros que não
giravam em torno da Terra. Ele foi sagaz quando batizou esses
astros de jovinianos, pois o nome do rei era Jovino, dizendo
‘’Majestade, eu descobri astros novos e os batizei em seu nome’’,
deixando o rei todo orgulhoso. A igreja, mesmo contrariada, não
pôde condená-lo, pois ele tinha a proteção do rei.
Essa repressão da igreja começou a afastar os cientistas e
fazer com que eles, na medida em que fossem buscar o
conhecimento lá fora, descobrissem tudo novo, contrariando o
modelo do divino estabelecido pela igreja e pela sua própria
doutrina de dominação. Esse foi um dos grandes motivos pelos
quais os cientistas da época começaram uma grande revolução e
uma divisão profunda entre ciência e religião. Para a ciência
moderna que estava surgindo, Deus não era necessário.
No entanto, para alguns físicos, como o próprio Isaac
Newton o universo era uma grande máquina desconhecida em seu
funcionamento e do seu construtor. A ação à distância dos campos
gravitacionais, ele jamais conseguiu entender como isso acontecia,
parecia uma coisa divina mesmo, uma força fora da lógica racional.
Isaac Newton era um indivíduo bastante preocupado com Deus, só
565
que sua visão sobre Ele era completamente diferente desse Deus
poderoso da igreja.
A razão pela qual o ser humano fez uma divisão profunda e
começou a afastar-se da igreja, da religião decorreu à medida que a
mecânica foi tendo muito sucesso em explicar o movimento
planetário, o funcionamento de eclipses e o movimento das águas.
O homem começou, cada vez mais, a afastar-se da igreja e afastarse desse modelo de Deus imperador.
Os filósofos da época, como Descartes, por exemplo, vai criar
uma profunda divisão entre o espiritual e o material. Isso porque a
igreja sempre pregou um Deus e um homem como espírito. A
relação que se tinha com Deus era uma relação de alma porque se
iria buscar a salvação e a entrada no reino de Deus após a morte. O
corpo apodrecia, mas o que ia, então? O que permanecia era a
alma, o espírito. Muitos acreditavam na ideia da ressurreição do
corpo de Cristo e que todos iriam ressuscitar novamente em corpo
para entrar nos céus em corpo. Assim, a igreja pregava Deus,
espírito, alma e homem.
Uma divisão profunda no pensamento da época. Pois,
começou uma divisão cartesiana, reforçada pelo filósofo Descartes,
associada à mente, ou seja, se eu penso, logo eu existo. Sua
existência era simplesmente conectada ao seu ato de pensar. Houve
uma separação entre mente e espírito, e este completamente
separado de seu corpo. Mente e matéria foi separada. Matéria era
uma coisa que podia ser tratada como objeto morto, as partículas, a
lua, as estrelas. A parte viva, a parte da mente só existe dentro do
cérebro, sem nenhuma relação com o mundo exterior.
Filosoficamente, houve uma divisão muito grande entre
mente e corpo, espírito e matéria e a ciência negou toda a questão
dita religiosa que cuidava do espírito, que cuidava da alma e passou
a cuidar, simplesmente, da matéria. A ciência voltou-se
profundamente a investigar a matéria. E essa matéria era tratada
como algo morto, completamente separado do ‘’eu’’ e essa foi a
grande divisão filosófica da época da ciência, que a fez ir para um
566
lado e a religião continuou seu caminho para outro lado, outra
direção. Quanto mais o tempo passava, mais distantes elas iam
ficando a ponto de em gerações seguintes, não terem nenhuma
relação uma com a outra.
Isso vai caminhar até, exatamente, este momento que se
está agora tentando ressuscitar Deus dentro da ciência, fazer com
que a espiritualidade, a religião ou o próprio conceito de Deus sejam
novamente objetos da ciência. Mas, que tipo de Deus se quer trazer
à tona? Que tipo de Deus a ciência vai trazer à tona?
● Como Deus atua no mundo?
Todos os povos da Antiguidade ao observar o céu ou o
infinito procuravam uma resposta para “Quem somos nós?” “O que
é tudo isso que cerca? Quem criou tudo isso?’’
Todas as tribos tinham seus Deuses. Eram raras as
civilizações em que se tinha um Deus único, era muito comum às
pessoas associarem Deuses às coisas. O sol era algo sem explicação
para os povos primitivos. O que é aquilo gigantesco brilhando
mandando calor com uma força descomunal? O sol só poderia ser
um Deus, mas como Ele atuava no mundo? As pessoas percebiam
que, na hora em que esse Deus ia embora, escurecia tudo, virava
um caos e quando aparecia no horizonte, no dia seguinte, era graças
ao bom Deus. Vai que um dia ele resolve não aparecer? Quantas
tribos primitivas não faziam orações, cultos e até mesmo sacrifícios
ao Deus sol para Ele manter a vida aparecendo todos os dias?
O outro astro gigantesco e brilhante era a lua, aquele astro
marcante das noites, não se explicava o que era aquilo, só podia
advir de um Deus também. Mas como o mundo já estava dividido
entre macho e fêmea, se eu coloco Deus como uma entidade
masculina, que era o dominante na época, a lua só poderia ser
feminina.
Por não se poderem compreender com profundidade as
forças marcantes da natureza, elas eram encaradas como seres,
567
entidades, espíritos de grande poder, de grande força, a ponto de
interferir em suas vidas. Eles não entendiam as secas, as
tempestades, os terremotos e acabavam acreditando que tudo isso
era obra de forças divinas, que estavam de mal com o homem. Os
sacerdotes e essas tribos sempre criaram uma relação pessoal com
Deus, um Deus que tem características muito humanas projetadas
por eles. Um Deus que fica irado, um Deus que se vinga, mandando
tempestades, terremotos, cataclismos, um Deus que,
constantemente, pede adoração dos seus súditos, que é o homem.
Esse modelo simples e primitivo de Deus foi passando desde
a pré-história, todo esse modelo de religião vem de uma
Antiguidade muito distante e parece que, ninguém mudou nada,
ninguém teve coragem de sentar, rediscutir e avaliar esses
conhecimentos antigos, criados em uma época extremamente
primitiva, onde o homem não tinha condições de entender nem o
que ele era naquele mundo.
As pessoas ficam lendo livros de cinco mil anos atrás
achando ‘’o máximo’’, sem abrir a mente para questionar esses
ensinamentos, essas visões, esses modelos que aí estão. Com base
nesses modelos, a maior parte das religiões foi se desenvolvendo e
a gente percebia que na maioria das vezes elas eram instrumentos
de poder e dominação dentro de uma sociedade e muito pouco
esclarecia sobre a natureza de Deus, sobre a natureza do divino,
sobre como realmente Deus era, como ele atuava no mundo.
As pessoas foram doutrinadas com medo de estudar outras
religiões. A doutrina da igreja coloca terror. ‘’Fora da igreja, não
existe salvação’’. O instrumento de poder da igreja colocou a
seguinte condição para o homem: ‘’Você está condenado pela
expulsão de Adão e Eva do paraíso. Você já nasceu um pecador.”
Isso significa que, desde criança, as pessoas já vão sendo
condicionadas a se colocar aos pés da igreja e seguir tudo aquilo que
ela manda senão não será salvo. E como todo pecador, no final de
sua vida eterna, irá receber sua condenação que é o inferno. Só que
esse inferno não tem reencarnação, não tem segunda chance, é
568
uma chance só. Se Ele cria uma condenação e cria um lugar onde as
almas vão sofrer eternamente, esse lugar tem que ter um nome.
Alguém tem que trabalhar, alguém tem que manter o inferno
funcionando, alguém tem que cuidar dos prisioneiros lá. Aí se cria
uma figura totalmente antagônica a Deus, que é um pensamento
dual. A partir do momento em que Descartes cria a mente e o
espírito, Deus e matéria, se cria uma dualidade. Não se cria mais
uma unidade.
Todo pensamento religioso ocidental, que vinha dos gregos
antigos, vem de uma visão dualista do mundo. Tem Deus que está
no céu, e tem que criar uma figura que coordene o inferno, que é o
demônio ou o satã. E aí tem dois lugares, um onde habita Deus,
geograficamente, que é o céu e um lugar geográfico para o
demônio, que é o inferno. O homem se encontra no meio dos dois,
decidindo se sobe ou desce.
Esse é o modelo opressor de um condicionado, qual seja:
colocar o homem diante de uma condenação. Aí se cria uma religião
do pavor. As pessoas passam a seguir as religiões, não pela
consciência e sabedoria, e sim pelo medo. O pensamento dual cria
coisas paradoxais.
Uma vez, um sacerdote ocidental foi conversar com um
mestre zen, para saber o que ele pensava, e começou: “porque o
meu Deus é o único criador do universo, é o todo poderoso, é o que
realmente tem o poder nas mãos para criar tudo e todas as coisas,
porque só Deus tem o poder da criação. O senhor concorda com
isso?’’ O mestre zen balança a cabeça afirmativamente e faz uma
pergunta: ‘’Quem criou o pecado?”. Qual era a afirmação do
sacerdote? ‘’Só Deus tem o poder da criação’’, então é claro que só
Ele pode ter criado o pecado. Mas o sacerdote sai pela tangente. ‘’É
óbvio que foi o demônio, porque é ele que incita o homem ao
pecado, ao mal’’. O mestre zen faz uma nova pergunta: ‘’Mas quem
criou o demônio?’’. A afirmação ‘’só Deus tem o poder da criação’’,
o sacerdote terá que dar o braço a torcer porque quem criou o
demônio foi Deus. O mestre Zen complementa o seu paradoxo:
569
‘’Então me diga quem é mais pecador, o demônio que cria o pecado
ou Deus que cria o demônio para criar o pecado?’’. E completa: “Se
Deus é o todo poderoso, é o único que tem o poder da criação,
certamente Ele terá o poder da destruição. Se Ele tem esse poder,
não gostou do demônio, Ele poderia destruí-lo totalmente.” O
pensamento dual onde há uma divisão profunda cria esses
paradoxos sem sentido.
Cria-se um monoteísmo, mas esse Deus é um homem, um
imperador, é alguém sentado controlando o universo. O
interessante é que esses modelos do divino vêm em harmonia com
a única forma de organização social que os povos antigos, primitivos
conheciam. Eles organizavam sua sociedade de uma forma muito
simples, eles não conheciam formas mais avançada de estabelecer
uma organização social, era sempre uma organização imposta pelo
poder. Na Grécia, tentou-se criar uma democracia, uma república,
mas foi tudo uma grande fantasia. E até hoje as pessoas tentam
achar que essa é a melhor forma, no entanto só tem bandido e
corrupto.
Os seres humanos conheciam a seguinte forma de
organização social em suas épocas: eles tinham um rei lá em cima,
no poder, abaixo dele vinha o exército, que servia ao rei, mantendo
a lei e a ordem e lá em baixo se tinha o povo, que era sempre
mantido pela forma mais pobre possível, a classe trabalhadora que
servia ao rei. Todos tinham que servir ao rei, ele era considerado um
Deus na Terra. Em Roma sempre foi esse modelo imperial, o que
César falava tinha que ser cumprido. Quando Israel e Jerusalém
contrariaram Roma foi a maior carnificina da história, não se podia
contrariá-la política, religiosa e socialmente.
Óbvio que esses indivíduos não conheciam nenhuma outra
forma de organização sociopolítica, então vai criar um Deus
semelhante, um Deus administrador. O Deus das pessoas é
exatamente igual, só que Ele estava no céu, era o todo poderoso e
criava uma falange de anjos que era o seu exército; e em baixo se
tinha a humanidade, que só podia viver com um único objetivo de
570
servir a Deus. Contrariando as leis de Deus, irá para o calabouço
será torturado e morto. Quando alguém vem trazer uma ideia nova,
dizem ‘’não, Deus não é assim’’.
Jesus começou a quebrar todo esse esquema, pois ele falava
para esquecer o Deus que estava lá em cima, não há ninguém lá em
cima, não há nenhum imperador lá em cima ditando regras e leis.
Jesus pregava um Deus que existia dentro das pessoas e apenas um
rei que as pessoas deviam servir, que eram elas mesmas. Isso
detonava o poder de Roma, pegar toda essa plebe e fazê-la não
servir mais a esse rei. A comunidade de Israel tinha esse mesmo
pensamento de que Deus estava no céu e todas as escrituras, todos
os rituais, toda a organização religiosa de Israel na época era para
servir a esse Deus com toda aquela classe. Jesus contrariava isso.
Quantas frases ele não passou dizendo aos seus discípulos ‘’como
entrar no reino dos céus?’’. E a resposta que ele dava era ‘’buscai o
reino de Deus e todo o resto lhe será dado’’. ‘’Onde está esse Deus,
onde eu devo buscá-lo mestre?’’. E ele apontava para dentro, ele
não apontava para um Deus imperador, um ser distante. É
interessante que esse modelo que Jesus pregava de Deus era um
modelo bem diferente dos israelitas e dos romanos e do próprio
César, que era considerado um Deus na Terra.
A Índia tem um modelo de Deus um pouco estranho, que é
um Deus panteico, um Deus manifesto em tudo e em todas as
coisas. Esse Deus indiano tem características interessantes porque
ele não vai partir do princípio de que Deus é o imperador. A ideia é
de que existe Brahman e ele manifesta-se no mundo, tudo que
existe na natureza é Brahman. Não existe uma localização central de
Brahman, nesse sentido, ele não pode ser encarado como um
homem, um indivíduo, uma personalidade que domina e que
controla. Esse é um Deus que controla e administra a partir de
dentro.
É um modelo difícil de entender racionalmente, a lógica da
mente humana não consegue conceber um Deus assim, é
complicado olhar para uma cadeira, olhar para uma planta e ver
571
Deus, porque daí não pode matar um animal. As pessoas ficam
indignadas porque na Índia não se mata vaca, começa a dar uma
pane na cabeça dos ocidentais, que tem esses animais para uso,
porque os animais não têm nenhuma relação com o divino, os
únicos indivíduos que tem relação com o divino são os humanos e o
resto está aí para ser usado.
Um dos modelos interessantes é o taoismo chinês, ele é a
filosofia mais antiga da China, cinco mil anos atrás. Ela começa com
um princípio cosmológico de que no início existia uma energia
primordial chamada Chi e esta se manifesta no mundo através de
duas forças chamadas Yin e Yang. A combinação dessas duas forças
irá gerar todas as coisas que existem no universo. O modelo indiano
é semelhante, em que se tem Brahman (Chi), que se manifesta
através de Shakti (Yin) e Shiva (Young), Shiva sendo o varão
masculino e Shakti sendo o varão feminino.
A religião judaico-cristã cria um modelo de Deus e a primeira
forma de manifestação é Adão e Eva.
Fazendo-se um estudo mais profundo da simbologia antiga
se nota que tem uma semelhança entre eles. Os modelos religiosos
partem do princípio de que toda a matéria que existe no mundo
vem de um princípio inteligente e que existência dos seres é a
própria manifestação dessas forças. A ciência tem uma visão
semelhante só para a criação da matéria, ela não explica a vida, a
consciência manifesta, nem Deus como um ser pensante e
inteligente.
É exatamente isso que o professor está tentando introduzir
com os conceitos da física: manifestação primordial na criação do
próprio universo, na teoria do Big Bang, é introduzir uma
consciência que dirige inteligentemente todos os mecanismos da
evolução do universo.
Lao Tse diz o seguinte: “A condição humana em que o
homem se encontra é tão ínfima que qualquer ideia, ou qualquer
modelo, ou qualquer nome ou forma que se possa conceber para o
grande criador, certamente será o modelo errado. Qualquer modelo
572
que se tentar criar, certamente estará errado porque não se tem
base para entender e imaginar Deus.”
Tudo funcionava através de um modelo mental de como o
homem via o mundo, aquela ideia do Deus imperador era como o
homem via sua sociedade, ele projetava Deus dessa maneira.
Qualquer modelo projetado estará errado e viver uma vida assim irá
conduzir ao sofrimento, nem vai aproximar ninguém de Deus. O
taoismo parte do princípio fundamental da inexistência de um
modelo de Deus.
O taoismo se baseia no Tao e as pessoas pensam que essa
palavra significa Deus para o taoismo, mas não tem nada a ver. A
palavra Tao significa caminho, curso, o fluxo de todas as coisas no
universo, como ele está funcionando. A pessoa, simplesmente, tem
que seguir esse fluxo: nasceu, encarnou, cresceu e certamente vai
morrer. Lao Tsé pensava da seguinte maneira ‘’pode-se não saber
nada, nem imaginar algo sobre Deus, mas se tenha a certeza de uma
coisa: Deus sabe sobre esse que ignora’’.
● Deus intervém em nossas vidas e no curso das
coisas no universo?
O próprio curso natural irá conduzir ao um estado de maior
compreensão do divino, não é preciso criar nenhum modelo,
somente viver em harmonia como as plantas e os animais vivem. O
taoismo tem uma ideia muito clássica que significa ‘’agir não
agindo’’, deixar que a força do universo conduza. Se Deus colocou
de alguma forma Ele conduzirá também.
Todas as vezes que o ser humano tentou, através de um
intelecto, criar um Deus, ele cometeu barbáries, cruzadas, muitas
guerras em nome de um Deus para combater o Deus do outro. Até
hoje, no mundo moderno, se tem uma luta de ideais religiosos. No
oriente médio se vê pessoas lutando por aquele Deus e olhando o
outro como inimigo, como um grande Satã. Elas ficam se
digladiando intelectualmente, cada uma defendendo a sua visão de
573
Deus, a sua visão de força, a sua visão da realidade. Isso cria
conflito.
Essas visões estão muito distantes da verdadeira energia, da
verdadeira força cósmica que se pode imaginar como Deus. O
taoismo não é dualista, ele não cria os antagonismos. Logo, não há o
demônio, não há nada a temer. O ser humano não sabe como que o
Deus quer que ele aja, então ele vai agir de acordo com a sua
própria natureza interior lhe conduzir. A natureza, por si só,
estabelece o equilíbrio.
Os ocidentais não conseguem entender o taoismo, vai dizer
que são ateus. A primeira visão que se tem sobre o taoismo é que
ele é uma religião de ateus. Porém, nessa religião, não se nega
Deus, nunca se negou à existência de uma forma superior, mas ela
não cria o modelo de como Deus seja, como Ele atua no mundo,
deixando o homem completamente livre para encontrar o seu
caminho pela vida e esse caminho é que irá levar a uma maior
compreensão do divino. Ou seja, não tem nenhuma doutrina, a
única que existe é aprender a entrar nesse fluxo naturalmente e, a
partir da sua própria experiência de vida, irá encontrar, ao longo da
jornada, algo divino. Uma vez encontrado, não tem como ensinar,
não há como ser o mestre de uma nova doutrina.
Qual é o Deus que a física quântica aponta? Que Deus a
ciência está trazendo de volta, que se rebelou no início do
Renascimento? Será que ela está trazendo o mesmo Deus?
Certamente que não.
A física quântica tem três questões fundamentais: Primeira, a
interconectividade, a interação não-local, a não-localidade,
estabelecendo que todas as partículas de todas as coisas no
universo estavam interligadas e conectadas, não se podia separálas. Segunda, a importância do observador. Terceira, o salto
quântico ou movimento descontínuo.
O papel do observador vai trazer à tona uma coisa muito
interessante. A ciência quando começou a se separar da igreja, ela
simplesmente criou uma visão de que Deus, espírito, alma não eram
574
necessários, ou seja, a mecânica newtoniana e as próprias leis da
natureza poderiam explicar o funcionamento do universo com
grande perfeição. No entanto, quando a física quântica percebe que
o observador se torna um indivíduo atuante novamente, ou seja, ele
é responsável por criar o colapso da função de onda. Novamente a
ideia de que uma coisa, que agora foi batizada de consciência, fazia
toda a diferença.
● Nossa consciência pode mudar nosso destino?
A consciência pode mudar o destino da Terra, da
humanidade e de um indivíduo. Se a pessoa quiser mudar essa
condição, essa realidade, ela tem poder para isso.
Quando foi criada a não-localidade para a consciência, criouse novamente uma conexão com tudo, uma interconexão. As
consciências estavam interconectadas. Quando as conecta,
impossível de separá-las também do mesmo objeto quântico, se cria
um tecido onde todas as consciências estão conectadas e a chama
de consciência cósmica. E quando se discuti como é que essa
consciência interage na matéria, se cria a ideia também de que
matéria e consciência advêm de uma mesma manifestação
energética do campo. E esse campo passou a gerar a consciência,
passou a ser enxergado e observado pelo ser humano. Agora, se
está começando a criar essa visão de que o campo gerando a
consciência e as partículas têm muito de parecido com Deus.
● Podemos criar nossa própria realidade?
Como é esse Deus da ciência? Como esse Deus intervém no
mundo? Como Ele dirige o mundo? O homem pode modificar o
curso, pode interagir com Deus? O ser humano pode interagir com a
matéria, pode construir e dirigir as regras do universo? Até que
ponto a mente humana pode criar uma realidade, um novo curso?
575
Porque parece que a consciência está tão condicionada a ver
o mundo desse jeito, a viver como empregado, como androide, que
se está conformado com essa realidade, ninguém faz nenhum
esforço para mudá-la por se estar condicionado a ela. Esse
condicionamento faz com que o homem crie todos os dias, uma
mesma realidade. Como mudar isso? Essa é a grande discussão que
a física quântica está fazendo.
Amit Goswami e outros cientistas da nova física estão
colocando a ideia central de que existe a consciência do observador,
só que como essa consciência está conectada com a consciência
cósmica, quando se observa essas duas conectividades, a pessoa
pergunta ‘’Quem é que realmente causa o colapso da função de
onda que dirige o universo de uma determinada forma?’’.
Vai-se perceber que quem causa o colapso, segundo esses
grandes cientistas, não é a consciência do observador, e sim uma
parte de sua consciência conectada a uma consciência cósmica
maior, que poderia se chamar de Deus. Deus é quem age no mundo,
criando uma realidade e esse observador conectado acaba vivendo
essa realidade.
Como que a consciência de um indivíduo pode fazer a
diferença? Buda dizia que ‘’nós somos as consequências daquilo que
pensamos’’. Ou seja, se eu pensar mal de mim, esse pensamento
será uma ação no Mundo Espiritual, no Mundo Material, eu vou me
destruir. O filme ‘’Quem somos nós?’’, em toda sua essência, mostra
alguém se autodestruindo, criando a sua própria doença. O filme
tenta mostrar que a pessoa precisa mudar a sua realidade, precisa
mudar o seu foco, mudar o seu pensamento, porque ele é a ação da
matéria. A pessoa cria a forma de pensar, a forma de ver o mundo,
de colocar essa energia consciente no mundo, de colocar a
consciência para funcionar e vai ver como a consciência vai atuar no
seu organismo, na vida e vai mudar os padrões da sua consciência e
vai mudar os padrões de tudo que está à volta.
O indivíduo atraí para a sua vida exatamente aquilo que ele
pensa, essa é a chave. Por que atraí aquilo que pensa? Porque o que
576
o indivíduo pensa é uma consciência individualizada, mas a ação é
realizada pela consciência cósmica. Por isso que se diz que o cosmos
conspira a favor [Meishu-Sama tem o ensinamento “O homem
depende de seu pensamento”].
A ciência está trazendo à tona uma nova forma de pensar
sobre Deus. Não mais um Deus imperador, ditador, que as religiões
possam assumi-lo e ensinar para o ser humano, um Deus
monopolizado por instituições ou entidades que se colocam como
intermediárias e vendem Deus para o homem. Todas as instituições
religiosas vendem Deus se não levar dinheiro, não pagar o dízimo, é
excluído das orações, dos benefícios que aquela coisa pode trazer.
São Deuses tão primitivos que exploram a humanidade, exploram o
seu semelhante.
Não é esse Deus que a ciência está querendo trazer.
Certamente, ela está querendo trazer um Deus que libertará a
humanidade dessa opressão religiosa e materialista. A humanidade
está tão condicionada ao trabalho, ao dia-a-dia, que não existe mais
espaço para Deus, para o espírito em suas vidas. Ela é formada por
indivíduos andróidizados programados nessa sociedade para
consumir. Essa sociedade colocou de tal forma o condicionamento
nas mentes humanas que para ser feliz e se realizar, precisa ser o
melhor, o primeiro, o famoso, o vencedor e, para vencer, tem que
lutar e, para lutar, tem que derrotar, destruir inimigo.
É essa a filosofia empregada todos os dias no trabalho, no
dia-a-dia: “eu preciso de sucesso, eu preciso de fama para ser feliz,
eu preciso de dinheiro”. Nas ruas se vê os jovens com carros
bonitos, roupas bonitas, querendo desfilar para as meninas, mostrar
o quão poderoso ele é, o quanto tem poder. Todas as pessoas estão
atrás desse poder, o poder da matéria. E aí se aprende que tem que
competir nos esportes, no trabalho, na faculdade, na escola. Uma
sociedade formada de guerreiros, as pessoas lutam digladiam-se
constantemente e não há mais o espírito, não há mais Deus nessa
comunidade.
577
Um filósofo escreveu, não faz muito tempo, a seguinte frase
‘’Deus está morto’’. É claro, ninguém mais precisa Dele, a sociedade
criou modelos de existência em que não se precisa de Deus, ela se
serve de tudo. O que o professor quer deixar claro para os leitores é
que se está no começo de um processo científico, é muito novo na
ciência essa questão de trazer Deus à tona. É óbvio que são poucos
os físicos que estão trabalhando com isso e que a maioria deles está
contra esse retorno, eles acham que Deus não é necessário, não
precisa colocar Deus na física e na ciência.
E o leitor que está lendo, tire a sua própria opinião, ouça os
dois lados, vá ouvir uma palestra de um cientista cético que
massacra os adeptos da nova física. Tira as suas conclusões e vê de
que lado fica, como quer conduzir a sua vida. No início tudo é
discussão, tudo é apontar direções. O único intuito é criar uma nova
ciência, no terceiro milênio, uma ciência baseada no espírito, trazêlo novamente à tona, trazer a alma à tona, a consciência como algo
importante na concepção de um novo mundo.
O professor como físico se defrontava com questões
filosóficas profundas, com questões que eram inexplicáveis e são
até hoje. Ele encontrava um conforto quando ia para o lado do
místico, ia buscar as respostas em um livro taoista, teosofista,
espírita, encontrava consolo para as ansiedades, os anseios de
resposta, porque a física não dá todas as respostas.
O professor não vê nada de mal nisso. Einstein tinha uma
frase muito importante em que ele dizia ‘’Quanto mais eu observo o
universo, mais ele se parece a um grande pensamento do que a
uma grande máquina’’, ou seja, o próprio Einstein percebia que
todo o funcionamento do universo parecia com um ser inteligente,
como alguém que pensa, uma consciência atuando no universo, na
ordem deste universo.
A base fundamental do pensamento monista é que a parte
central, realmente importante, é a consciência e não a matéria.
Quando se faz uma redução de tudo e chega a uma energia, tem
que chamá-la de consciência, ou de consciência cósmica, ou Deus. É
578
inevitável, para a filosofia monista, que é fundamental dentro da
nova física quântica e da nova física, trazer Deus ou a consciência
como base fundamental de tudo. É a consciência que gera todas as
forças do universo e essa consciência é uma ação inteligente, talvez
se esteja mais próximos de uma visão do divino.
579
580
Quem somos nós e o segredo
● Discussão sobre os filmes “Quem somos nós?” e “O segredo”
● Colocações da física quântica para a atuação em nossos dias?
● Como na verdade o cosmos conspira a favor?
● Como Deus interfere em nossas vidas e em nossos desejos?
● Qual o verdadeiro segredo do sucesso?
● O que deve ser buscado primeiro: o sucesso material ou o
espiritual?
● Ciência e Espiritualidade: a verdadeira ciência do terceiro milênio
● Discussão sobre os filmes “Quem somos nós?” e
“O segredo”
Estes dois filmes foram os que realçaram a ideia da física
quântica aplicada à espiritualidade para uma sociedade mais
diversificada. Antes disso era algo muito restrita a alguns físicos e
grupos de espiritualista. Estes filmes popularizaram acarretando
interesse das pessoas em conhecer a física quântica. Só que ela é
algo complexo e difícil. Para se dar uma ideia ela é estudada
somente por físicos, quem faz engenharia só aprende a física
clássica. Para os graduados ela é uma física aplicada no mundo das
partículas, ao universo do átomo, e geralmente as partes mais
avançadas são dadas em curso de pós-graduação de física.
A intenção da aula de hoje é fazer o que os filmes fizeram
como, por exemplo, considerar aonde a física quântica chegou e
quais os postulados que ela desenvolveu no sentido da consciência
interagir.
O filme “O segredo” enfocou extremamente a parte material
do processo, ou seja, como obter sucesso. Já o filme “Quem somos
nós?” inicia ensinando física quântica, as bases desta ciência e
mostra o papel do observador.
581
● Colocações da física quântica para atuação em
nossos dias
O observador na física quântica é na verdade uma
consciência, ou seja, esta ciência começa a dar importância para o
observador por ele interferir no mundo atômico e causar o colapso
da função de onda, mais especificamente, da função de onda da
densidade da probabilidade. Dito de uma forma mais popular: a
consciência cria realidade, ou seja, a física quântica trouxe a
consciência como parte integrante da criação da experiência física
da própria realidade do universo.
Este aspecto se tornou totalmente novo e um grupo de
físicos chamado “Nova Física” estão tentando introduzir a
consciência como parte integrante das teorias físicas. Eles querem
retornar com a palavra espírito como parte integrante das teorias
físicas, porque elas empregam na sua linguagem acadêmica a
palavra consciência, mas consciência e espírito são as mesmas
coisas. Os espiritualistas utilizam à palavra espírito e a ciência
emprega consciência, da mesma forma que a psicologia trabalha
com a palavra mente.
A Física quântica também fez uma discussão interessante
que foi abordada ao longo do curso, que consciência e cérebro são
duas coisas completamente diferentes, consciência existindo fora da
matéria.
Nos modelos religiosos de Deus, Ele é apresentado como o
criador de todas as coisas, a forma geradora de todo o universo.
Quando a ciência começou a evoluir no Renascimento os cientistas
começaram a buscar o conhecimento fora. Este contrariou os
princípios cosmológicos da igreja, como a Terra ser o centro do
universo, tudo existente ser para enfeitar o céu da humanidade e o
homem ser o ponto máximo da criação divina. A ciência começou a
ver que não era nada: a Terra não era centro de coisa alguma,
visualizando que o universo era uma coisa fantástica e gigantesca,
uma maquina funcionando com uma perfeição estrutural segundo
582
as leis da gravidade e do eletromagnetismo. Ela concluiu que não
precisava de Deus para explicar o universo.
Assim, a ciência abandonou totalmente os princípios
religiosos, a ideia de espírito e provocou uma divisão profunda entre
corpo e mente, espírito e matéria, donde uma cisão muito grande
com as pessoas que estudavam o universo material lá fora e as
pessoas que estudavam o espírito. Os religiosos estavam de um lado
com suas teses, suas teorias, sua visão de mundo espiritual; e os
cientistas andando nesta outra direção, criando sua visão de mundo
materialista através de pesquisa. E quanto mais à ciência fluía mais
as distancias se tornavam enormes, ao ponto de chegar numa época
em que a ciência trouxe a tecnologia, a revolução industrial,
maravilha que fez com que grande parte da humanidade negasse
qualquer religião, e ai o materialismo tornou-se o alicerce da
sociedade moderna.
A industrialização, fama, poder, dinheiro que fez com que os
países de primeiro mundo fossem os grandes lideres econômicos e
ditassem as regras e as leis para a sociedade. A partir daí se
começou a construir uma sociedade matrix, uma sociedade de
androides, uma sociedade de indivíduos que servem padrões, que
servem lideres políticos e ideológicos. As universidades estão ai para
formar androides, pode-se passar dez anos em uma universidade
que ninguém vai falar em espírito, ela nunca estará preocupada com
as emoções e sentimentos da humanidade. Professores, alunos e
funcionários são preparados para o consumo e a servir uma
sociedade sem alma.
A grande revolução, o novo paradigma, que esta nova ciência
quer trazer novamente é Deus e a espiritualidade com nova face.
Deus é o tecido original de onde todas as coisas fluem, ou seja, Ele é
o campo de energia onde brota tudo, todas as partículas
elementares, prótons, elétrons e nêutrons e as demais subpartículas, bem como também brota a consciência. Einstein dizia
que quanto mais ele estudava o universo, mais ele acreditava que o
universo é mais parecido com um pensamento do que como uma
583
máquina que era a ideia da física newtoniana. Observando o
universo como uma máquina, ai só precisa saber as leis que regem
esta máquina para dominar o universo. Por isso que se estuda muito
a mecânica newtoniana porque mecânica é que entende de
máquina.
Neste caminho, os psicólogos é que entendem de mente, os
religiosos de espírito e ficou tudo totalmente desconectado. A
sociedade passou a ser uma sociedade de especialistas, daquele que
pensa que sabe tudo. Deste modo, se tem o que apenas entende de
computador, outro só entende de coração, outro só de perna, não
se tendo mais um indivíduo holístico. A ciência tem que ser holística,
o físico tem que saber filosofia, medicina, porque antigamente não
tinha essas divisões. Leonardo da Vinci era escultor, pintor, físico,
matemático, engenheiro; Isaac Newton conhecia diversas áreas do
conhecimento.
Hoje não, os seres humanos criaram uma sociedade de
especialistas, de verdadeiros idiotas, vivendo numa matrix do
condicionamento onde se pensa que pensa, que se é alguém, mas
se é apenas um seguidor de um modelo de regras sociais e políticas.
E este sistema fez o que com o mundo? Por isso a pergunta do filme
“Quem somos nós?”.
Para responder a esta questão o professor Laércio Fonseca
se desenha um triangulo onde no topo coloca a palavra “Poder” e
na base a palavra “Povo”, onde este da base está condicionado por
quem está no topo. O povo continuando sempre na condição de
empregado no sentido de sustentar quem está no poder. Rico
compra uma casa de um milhão de dólares e contrata uma
empregada e paga um salário irrisório para fazer o serviço. Isto é, no
fundo ela é que vai manter o sucesso do milionário.
Se todo mundo fosse imperador, quem iria lavar os
banheiros? É por isso que numa sociedade capitalista jamais se
pode vender o sucesso para todo mundo, porque o sistema não
permite. Jamais, cientificamente, os países do Terceiro Mundo vão
chegar ao nível de consumo do Primeiro Mundo porque isso
584
significa poluir o planeta vinte vezes mais do que ele já está. Na
busca de recursos para este consumo os cientistas dos povos de
Primeiro Mundo sabem disto e estes controlam economicamente
para que aqueles nunca atinjam este nível de consumo. Quem está
no poder usa o poder com armas, tecnologias e comunicações para
não permitir que este povo cresça.
Já se pensou em apregoar o que o filme “O segredo” faz?
Dizer para um homem comum que ele pode mudar a realidade que
ele vive, que pode atrair toda a riqueza que o universo pode
oferecer?
De acordo com a física quântica ela traz três aspectos: 1º)
Consciência = espírito; 2º) interconectividade = todas as coisas em
não localidade; 3º) teoria ascendente e a nova teoria descendente.
Teoria ascendente é a pregada pela ciência evolucionista
biológica, onde a consciência é fruto da evolução biológica, ou seja,
a consciência veio naturalmente, não precisa de Deus, ela veio por
milhões de anos se desenvolvendo, é o que pensa a ciência. Darwin
foi aquele que demoliu o castelo de areia da igreja ao trazer uma
teoria evolucionista mais acertada, mais organizada, dizendo que
todas as espécies se transformam a partir da adaptabilidade do
meio, causando mutações e variedades de espécies que tem no
mundo.
Contudo, a física quântica vai contestar que a consciência só
existe por causa do cérebro evoluído do homem, que ela jamais
existiria fora da matéria e sendo criada pelo cérebro.
Teoria Descendente é ao contrario. A consciência é o
elemento primordial do universo, anterior à matéria, ou seja, antes
de qualquer partícula eletrônica aparecer como o fóton, elétron,
próton e nêutron. Como a consciência cósmica sendo Deus, ela
criava um universo de partículas e toda uma ordem a partir daí. Por
isso, os grandes mestres espiritualistas do passado como Jesus e
Buda diziam “conhece-te a ti mesmo que vais conhecer a Deus”.
Deus não é algo que se vai achar ai fora, que está em algum lugar,
585
que está num trono, a própria consciência humana é a manifestação
de Deus na pessoa.
Ai se vai perceber que consciência é um fenômeno que não
depende do organismo biológico nem cérebro para existir. E quando
se postula isso se afirma que a consciência é uma entidade que está
antes e depois deste corpo biológico, ela não precisa deste corpo
para existir, na verdade ela usa este corpo para se manifestar nesta
dimensão física da matéria, logo é ao contrario, é este organismo
biológico que é fruto da construção e da idealização desta
consciência. Este é o processo inverso, na verdade, se está
descobrindo que é este cérebro biológico que faz com que ela não
se lembre de nada, o cérebro é o limitador da consciência, as
pesquisas dizem que raramente as pessoas usam 4% do cérebro
então ele é o grande limitador, então quando se está fora do
cérebro isso não vai atrapalhar.
Então este é o grande paradigma novo, mostrar que a coisa
mais poderosa que o homem traz é a consciência, aquela que o faz
pensar, inclusive em si próprio. A maioria das pessoas pensa o que
foram condicionados para pensar. Um exemplo típico disso é o de
um professor de filosofia formado na Europa, que tem mestrado e
doutorado, e vai querer estudar o Zen. Então ele vai para Índia para
ter um dialogo com o mestre Zen. Este pergunta para o ocidental
“Quem é você?”. Óbvio que ele vai dizer para o mestre: “eu sou o
professor, doutor formado etc.”. Ou seja, ele despeja todo o
pedigree dele, após isso o mestre Zen pergunta: “tirando tudo isso
que você falou, quem é você?” Ou seja, as pessoas acham que são
os seus rótulos atribuídos pela sociedade que chega a tal ponto que
a pessoa fica tão idiota que dá o seu cartão. O professor Laércio
Fonseca inventou um cartão em branco.
As pessoas acham que são médicos, advogados, doutores,
desde que acordam com o despertador, levantam, vestem o seu
uniforme de androide, volta para casa, liga a TV e vai ver novela até
às 23h, desliga e vai dormir. Depois de 50 anos vê o filme “Quem
somos nós?” e fica se perguntando quem é, claro que vai aparecer
586
um monte de coisa sem nexo porque ela viveu sem realmente viver,
ela viveu um programa, viveu exatamente aquilo que ela pensava
que ela era. Buda tem uma frase fantástica “Somos exatamente
aquilo que pensamos que somos”.
● Como na verdade o cosmos conspira a favor?
Entrando numa parte mais pratica do filme “Quem somos
nós?”. Aquela protagonista que tem depressão vibra os seus
pensamentos de forma negativa, ai pensa: “como eu estou gorda,
como eu sou feia, meu marido me traiu etc.” Então ela começa
constantemente a criar um pensamento, uma vibração sobre si
mesma, e esta vibração se torna ação no mundo real, ou seja, ela
materializa os seus pensamentos. Neste filme, a física quântica
reforça a ideia de que o pensamento no mundo quântico decide a
realidade, através da ação do pensamento se colapsa a ação de
onda. E ao se começar a pensar positivamente, ela vibra o campo
quântico e ai as forças cósmicas conspiram a favor. Ai se entra na lei
da atração que diz o seguinte: “você atrai aquilo que você pensa”.
O professor Laércio Fonseca explica isso de uma forma muito
simples: se alguém adora futebol, pensa nele o tempo todo, quais os
lugares que ele frequenta? Quais são os seus amigos? Aquelas
pessoas que vibram aquele mesmo desejo, é a resposta. E quem
curte rock? Aí criam as tribos, vão se aglutinando, atrai que nem a
força da gravidade que vai atraindo a partícula com massa. E só se
vai ver aquele bando todo igual de camisa vermelha e preta,
ouvindo as mesmas musicas ,vibrando as mesmas coisas. E quem
gosta de drogas? Quem vão ser seus amigos? Que pessoas vão estar
do seu lado?
Agora, se a pessoa for depressivo tipo a vida é uma merda,
ninguém me ama, certamente ninguém vai gostar mesmo. Vai atrair
pessoas drogadas, confusas, doentes, olha para o lado só vai ver
isso, liga a televisão só vai escutar noticia que não presta, é só
desgraça, roubou, matou, guerra etc. E se pode ir mais longe
587
atraindo o invisível e é por isso que todo mundo tem o encosto que
merece. Os espíritos que chegam ao campo da pessoa, perturbam o
campo dela, porque vem atraído por uma coisa que ele achou boa
nela, então ele vai se aproximar e ficar ao seu lado ou atrás.
A fundamentação do filme “Quem somos nós?” mostrou
claramente que quando se pensa negativamente, estes
pensamentos são uns bombardeios para as células. As emoções são
umas emanações de uma energia que se propaga em forma de
onda; o Reich, um dos grandes terapeutas americanos, descobriu
isso, muito melhor dos que os psicólogos que só pensam em mente.
Passando-se a ter vontade de não fazer mais nada, de não querer
viver a ponto de se suicidar, as células também começam a se
matar. Tudo reage à forma do pensamento, ela vai vibrando, vai
expandindo e esta reação vai começando a tocar todas as células do
corpo que entram em depressão.
Além disso, começa a atrair coisas externas porque esta
onda de energia vai além do corpo por se estar conectado com o
campo. Na teoria da física quântica foi explicado que toda a
consciência está no tecido quântico, então ela vibra, espalha e toda
matéria é afetada, todo elétron é afetado, todo organismo é
afetado e acaba atraindo esta reação para si e o seu circulo de
parentes, amigos e conhecidos. Esta é uma das partes do filme
muito bem retratada da depressão da mulher que se autodestrói e
na hora que ela descobre, ela reverte os pensamentos.
Até existe uma experiência no filme apresentado por um
japonês sobre a força do pensamento em relação à molécula da
água, e como isso altera a estrutura dela. E como o organismo do
ser humano é quase 80% feito de água, o quanto isso não o afeta.
Portanto, se chega a uma conclusão através de um principio
fundamental que a física quântica vem trazendo, o filme diz o
seguinte “saúde tem tudo haver com o pensamento, é uma
mudança de vibração. Ao começar a perceber que aquilo que pensa
irradia e transforma, então se começa a colocar uma energia de
alegria na vida, no prazer.” A saúde tem haver com o prazer.
588
O que as religiões vêm trazendo, principalmente as
ocidentais, é que ninguém tem vontade de rir dentro de uma igreja.
Basta observar que o primeiro símbolo que se vê nela é uma
imagem de Jesus todo destroçado na cruz, todos os santos e
imagens estão com aquela face angustiada, triste. Se alguém der
uma risada na igreja é capaz de padre expulsar.
● Como Deus interfere em nossas vidas e em
nossos desejos?
Agora num culto dos Hare Krishina os adeptos entram todos
dançando, cantando, felizes porque tem que vibrar em nome de
Deus e Ele é alegria, este é o principio fundamental deles. O mantra
cantado é o nome de Deus, porque para eles o nome Dele é
Krishina. E eles ficam pulando e cantando o mantra “Salve Deus”
durante uma hora, porque acreditam que precisam vibrar o nome
de Deus com alegria e assim Ele vai transformar. Eles vão entrar em
sintonia com a energia superior que é a energia de Deus. Por que o
fundamento básico do mantra é a pessoa vibrar constantemente um
som que transforma a emoção e deixa curado por que Deus age na
pessoa. Não é um Deus de fora que atua, mas sim a pessoa que tem
de agir transformando a realidade que ela criou.
Se ela criou uma realidade que é pobre, favelado, mendigo, é
só notar que elas ficam mendigando o tempo todo e não sai dali,
não tem energia para sair dali, e ninguém ensina algo diferente,
como ela sair dali. Atualmente só se sabe mesmo é procurar
emprego porque isso foi condicionado. Saí da faculdade procurando
emprego, ninguém sai procurando criar uma coisa para si sem ter
patrão, porém com controle do destino.
A civilização do Terceiro Milênio não pode ser uma
civilização com base no capitalismo, isso é o maior câncer da
sociedade, onde as pessoas são fabricadas em série e não vivem os
seus pensamentos e suas vontades que vem de dentro.
589
Se a pessoa atrai tudo que pensa, então se faz uma lista do
que atraí mais as pessoas.
1ª) Temor. Se tiver medo de ladrão pode ter certeza que vai
ser assaltado. Por isso que o mosteiro shaolin treina as pessoas a
não ter medo. O medo é uma vibração e vai acontecer aquilo que se
teme porque o cosmos não entende positivo e negativo, ele
entende vibração e se está vibrando medo, atrai medo. Se você tem
medo de ficar doente, hipocondríaco que compra remédio antes de
ficar doente, pode ter certeza vai ficar doente.
2ª) Doença. Tem que pensar em saúde. Não em plano de
saúde, pois, se não tiver, acaba mentalizando que não pode ficar
doente por não ter plano de saúde, então não fica doente.
3ª) Lamúria. Sempre se atraí aquilo que se queixa. Estando
queixoso de estar sem dinheiro, vai continuar a ficar sem.
Queixando-se que não arruma um namorado, vai continuar solteira.
Primeira posição importante é parar de reclamar, não transformar
isso em palavra porque a palavra é ação no mundo físico, o verbo e
mantrico. No mosteiro de shaolin uma das questões fundamentais é
treinar o discípulo para despertar a sua força interior que não é só
para quebrar um monte de tijolo, mas sim para o discípulo aprender
a se concentrar intensamente naquilo que deseja criar. Bêbado não
fica doente porque é o individuo mais desligado que existe, claro
que depois de 50 anos ele vai morrer de cirrose no fígado.
4ª) Relacionamento afetivo. As pessoas não amam pelo
corpo que elas apreciam no outro, elas se apaixonam pelo que o
outro pensa, vibra. Pode até olhar uma mulher bonita, aquela
gostosura, mas meia hora de conversa e já melou tudo porque
paixão é diferente de excitação.
● Qual o verdadeiro segredo do sucesso?
5ª) Sucesso, isso é algo que se precisa tomar muito cuidado,
não esquecer que se está vibrando na consciência cósmica. O filme
“O segredo” diz que se pôr na cabeça o que deseja, que o cosmos
590
vai conspirar a favor, vai trabalhar para trazer isso. O filme não
mostra é como as forças ocultas operam. Suponha que se é um
esportista que quer chegar em 1º lugar, e que para isso vai ter que
deixar um monte de concorrentes, seus familiares e torcedores
angustiados e até depressivos. Veja a Copa do Mundo de Futebol
um monte de gente torcendo pelo Brasil, só que o argentino
também está torcendo, acha que Deus vai ser parcial? É por isso que
muitas pessoas não conseguem o que elas querem, por que o
sucesso delas implica na destruição e no rebaixamento de muitas
outras pessoas, então quando vibrar “eu quero ter sucesso”
verifique se este sucesso não vai destruir pessoas. Quer atrair
dinheiro para sua vida, pode vibrar, mas como é que este dinheiro
pode e deve ser ganho? Crie uma forma honesta. Ai você cria esta
energia e o cosmo traz para você.
As religiões antigas criaram uma vibração contraria. De modo
que para servir a Deus tem que fazer penitencia, tem que sofrer, se
não sofrer não entra no reino dos céus, tem que se resignar como se
Deus gostasse disto. Se Ele o colocou na Terra foi para um viver
vivamente e não para um viver morto, Deus colocou a capacidade
de sentir este prazer e não para negar a isso. A pessoa é o Deus
criador e cria esta força no universo.
Meishu-Sama explicita:
“Quando falo em “segredo da felicidade”, parece que me
refiro a algo mágico e misterioso. Nada disso, porém. O “segredo da
felicidade” é muito simples. Tão simples, que poucos conseguem
descobri-lo.
Quantas pessoas felizes conhecemos? Talvez nenhuma. Isso
mostra que o mundo está cheio de sofrimento. Todos vivem sob o
risco de fracasso, dúvida, desespero, desemprego, doença, pobreza
e conflito, acorrentados pelas dificuldades, como se estivessem
numa prisão. (...)
Mas, como obter a felicidade neste mundo em que se
empreende tal batalha? Deixando de lado todas as suposições com
591
que temos tentado compreender a vontade de deus, procuremos
descobrir o meio de sermos felizes.
Como venho afirmando há muito tempo, nossa felicidade
depende apenas de fazer os outros felizes. Esse é o meio mais
seguro para alcançá-la, e eu o venho aplicando há muitos anos com
resultados maravilhosos. Foi por isso que escrevi este ensinamento.
Simplificando o conselho, pratiquemos o maior número possível de
boas ações, pensemos em dar alegria às outras pessoas.”
● O que deve ser buscado primeiro: o sucesso
material ou espiritual?
Ao invés da pessoa vibrar “eu quero ficar rico, quero ter
aquele carro” é preferível usar padrão vibratório mental para
conquistar uma coisa chamada sabedoria. Como é raro encontrar
alguém jogando energia profunda na mente para se tornar um
sábio, para se tornar um iluminado, para tornar um espírito de luz.
Porque tudo é energia no mundo mental, quanto de energia é gasto
para despertar o espírito. É só ver quanto de energia é gasto no
trabalho, e quando chega final de semana a pessoa está cansada,
esgotada e não quer fazer nada por que tem que trabalhar na
segunda feira. É isso que o sistema faz com a gente. Shaolin
ensinava que a pessoa é o criador, o poder está nela, então se tem
que despertar esta força interior dentro do ser humano.
Por que certa parte das religiões combate o espiritismo?
Simplesmente por ele tirar o poder delas que se colocaram como
única intermediaria entre o homem e o divino. No espiritismo a
própria experiência abre o contato para falar com o invisível sem
nenhum intermediário da Igreja.
Uma mudança total de paradigmas do mundo, o capitalismo
tem que ser destruído, mas ele vai ser destruído por ele mesmo por
ter criado a competição, o ódio que sempre volta. Ele vai lá com
suas forças militares e aniquila todo mundo com seu poder, as
coisas acabam vibrando de volta, a historia sempre mostrou que os
592
grandes impérios caíram algum dia. O maior medo dos americanos é
ser bombardeado em seu próprio país, o que exatamente tem medo
é aquilo que atrai: World Trade Center. A esse acontecimento é o
que se chama de carma coletivo, é o que uma nação vibra, o que os
seus políticos vibram, é o que faz as coisas acontecerem mais cedo
ou mais tarde. É muito fácil jogar bomba nos outros e não receber
bomba nenhuma, porém ...
Se a pessoa vibrar amor, é exatamente amor que vai atrair.
Por isso, Jesus ensinava ter que aprender a amar semelhante, mais
longe ainda ter que amar o inimigo, porque quando ama o inimigo
rompe a barreira do ódio e ele tende a não vibrar ódio. As pessoas
têm que aprender a chamada revolução aquariana que não tem um
líder, um dirigente, onde cada um vai dirigir a própria vida, onde a
pessoa é o senhor do próprio sucesso e do próprio fracasso.
Existe uma frase que se tem de tirar da cabeça “se Deus
quiser”. Não é se Ele quiser, mas sim se a pessoa quer. Jogar para
Deus é tirar a responsabilidade de si, pois se não acontecer é
porque Deus não quis. As pessoas que não fazem nada, só pedem e
espera cair do céu, como ganhar na loteria, na Mega Sena. O filme
“O segredo” não esclareceu quem são estas forças que vão operar
do lado para fazer com que aquilo que foi vibrado venha a
acontecer. Não se pode esquecer de que estas forças são de seres
inteligentes que conspira a favor, são seres de luz que acompanham
as vidas, as experiências humanas aqui na Terra. Tem que entender
que se está dialogando com o universo, quando se deseja alguma
coisa.
● Ciência e Espiritualidade: A Verdadeira Ciência
do Terceiro Milênio.
Resumindo.
A física quântica mostrou que há espaço para Deus neste
universo, para entender o que nós somos dentro deste cosmos,
para compreender que somos parte integrada atuante dentro do
593
universo cósmico. O fato de não se compreender é porque a
consciência está muito adensada dentro de um cérebro. Mas os
grandes mestres ensinaram que com determinados exercícios como
yoga, relaxamento e meditação se conseguem ter uma experiência
de expansão da consciência e perceber que se está conectado, que
se pode sair fora deste corpo em projeção astral, bem como
experimentar a consciência fora da matéria, a grandiosidade imensa
deste universo.
Ela ensinou que nós estamos conectados com tudo que
existe no universo, com toda a matéria do cosmos. Então o nosso
pensamento, a nossa consciência interage com a matéria, ela
movimenta o universo, ela cria o nosso universo, temos que
compreender que somos parte integrante do divino, nós somos uma
parte integrante do cosmos que jamais pode ser desfeita, jamais
pode ser destruída, ela só pode ser transformada como uma energia
que muda de forma.
Por isso que os nossos mestres sempre disseram que nós
somos criaturas eternas porque somos parte integrante da mesma
energia de criação do próprio divino, nós somos partículas divinas
manifestada na Terra. Se pensarmos assim as nossas vidas vai
mudar de hoje em diante aqui na Terra. Se pensar que é um
pecador, já se destruiu, mas se pensar que é um Deus, está se
elevando.
Esta é a mensagem que o professor Laércio Fonseca deixa: a
partir daí cada um que está lendo, assistindo, escutando, vai
procurar buscar a sua visão de mundo, todo este trabalho foi uma
dica para que possam pensar melhor sobre sua vida e decidir
melhor sobre o seu próprio destino, sobre sua própria existência na
Terra e sua própria busca como ser humano como alma, como
espírito. E que cada um busque a sua verdade, a sua consciência, é o
que se deseja.
594
Amit Goswami
A ponte entre a ciência e a religião
Transcrição completa da entrevista concedida pelo físico Amit
Goswami ao programa "Roda Viva" da TV Cultura, no dia 12/3/2001.
O Roda Viva entrevista o físico nuclear indiano AMIT GOSWAMI.
Considerado um importante cientista da atualidade ele tem
instigado os meios acadêmicos com sua busca de uma ponte entre a
ciência e a espiritualidade. Amit Goswami vive nos Estados Unidos. É
PHD em física quântica e professor titular de física da Universidade
de Oregon. Há mais de quinze anos está envolvido em estudos que
buscam construir o ponto de união entre a física quântica e a
espiritualidade. Já foi rotulado de místico, pela comunidade
científica, e acabou acalmando os críticos através de várias
publicações técnicas a respeito de suas ideias. Em seu livro O
UNIVERSO AUTOCONSCIENTE - publicado no Brasil - ele procura
demonstrar que o Universo é matematicamente inconsistente sem
a existência de um conjunto superior - no caso, DEUS. E diz que, se
esses estudos se desenvolverem, logo no início do terceiro milênio
Deus será objeto de ciência e não mais de religião.
A bancada de entrevistadores será formada por Mário Sérgio
Cortella, filósofo e dir.em educação, professor do Depto. Teologia e
ciências religião da Puc SP; Cláudio Renato Weber Abramo,
jornalista e mestre em filosofia da ciência; Pierre Weil, educador e
reitor da Universidade Holística Internacional de Brasília; Rose Marie
Muraro, escritora e editora; Leonor Lia Beatriz Diskin Pawlowicz,
jornalista e Pres.da Assoc. Palas Athena; Joel Sales Giglio, psiquiatra,
ex chefe do Depto.de Psic. Médica e psiquiatria da Unicamp,
analista junguiano da Assoc. Junguiana do Brasil e membro da
International Assossiation for Analitical Psychology; Carlos Ziller
595
Camenietzki, físico, Doutor em filosofia e pesquisador do Museu de
Astronomia do Min. da Ciência e Tecnologia.
Heródoto Barbeiro: Dr. Amit Goswami, Boa Noite. Inicialmente eu
gostaria que o senhor dissesse aos telespectadores da TV Cultura,
que ao longo do século XX os cientistas estiveram ligados muito
mais ao materialismo do que à religiosidade. A impressão que eu
tenho é que nessa virada para o século XXI, essas coisas estão
mudando. O senhor poderia nos explicar o porquê dessa
aproximação entre a ciência e a espiritualidade?
Amit Goswami: Com prazer. Esta mudança da ciência, de uma visão
materialista para uma visão espiritualista, foi quase totalmente
devida ao advento da Física Quântica. Ao mesmo tempo, houve
algumas mudanças em Psicologia transpessoal, em Biologia
evolucionista, e em medicina. Mas acho que é correto dizer que a
revolução que a Física Quântica causou na Física, na virada do
século, seria baseada nessas transições contínuas, não apenas
movimento contínuo, mas também descontínuo. Não localidade.
Não apenas transferência local de informações, mas transferência
não-local de informações. E, finalmente, o conceito de causalidade
descendente. É um conceito interessante, pois os físicos sempre
acreditaram que a causalidade subia a partir da base: partículas
elementares, átomos, para moléculas, para células, para cérebro. E
o cérebro é tudo. O cérebro nos dá consciência, inteligência, todas
essas coisas. Mas descobrimos, na Física Quântica que a consciência
é necessária, o observador é necessário. É o observador que
converte as ondas de possibilidades, os objetos quânticos, em
eventos e objetos reais. Essa ideia de que a consciência é um
produto do cérebro nos cria paradoxos. Em vez disso, cresceu a
ideia de que é a consciência que também é causal. Assim, cresceu a
ideia da causalidade descendente. Eu diria que a revolução que a
Física Quântica trouxe, com três conceitos revolucionários,
movimento descontínuo, interconectividade não-localizada e,
596
finalmente, somando-se ao conceito de causalidade ascendente da
ciência newtoniana normal, o conceito de causalidade descendente,
a consciência escolhendo entre as possibilidades, o evento real.
Esses são os três conceitos revolucionários. Então, se houver
causalidade descendente, se pudermos identificar essa causalidade
descendente como algo que está acima da visão materialista do
mundo, então Deus tem um ponto de entrada. Agora sabemos
como Deus, se quiser, a consciência, interage com o mundo: através
da escolha das possibilidades quânticas.
Rose Marie Muraro: O que mais me espanta na Física é o problema
da medição quântica de Heisenberg, que você, realmente, acha que
deve ter um observador olhando e que modifica a realidade, por
exemplo, transforma a onda em partícula. Eu gostaria de saber...
isso aí houve uma grande briga de Einstein com Niels Bohr. Eu
gostaria de saber, em escala cósmica, onde não há observadores, se
há um observador supremo, em sua opinião, e se ele cria matéria ou
como se faz esse fenômeno?
Amit Goswami: Essa é a questão fundamental, Rose Marie, porque
... qual é o papel do observador? É a pergunta que abre a integração
entre Física e espiritualidade. Na Física Quântica, por sete décadas,
tentou-se negar o observador. De alguma forma, achava-se que a
Física deveria ser objetiva. Se dessem um papel ao observador, a
Física não seria mais objetiva. A famosa disputa entre Bohr e
Einstein, a que se refere essa disputa, basicamente, sempre
terminava com Bohr ganhando a discussão, mostrando que não há
fenômeno no mundo a menos que ele seja registrado. Bohr não
usou a consciência. Mas atualmente, vem crescendo o consenso,
muito lentamente, de que a Física Quântica não está completa, a
menos que concordemos que nenhum fenômeno é um fenômeno, a
menos que seja registrado por um observador, na consciência de
um observador. E isso se tornou a base da nova ciência. É a ciência
597
que, aos poucos, mas com certeza, vem integrando os conceitos
científicos e espirituais.
Cláudio Abramo: Em sua fala inicial, o senhor mencionou, deu como
fato, que teria crescido a idéia de que haveria uma causalidade no
sentido inverso àqueles do tradicional que se considera, e daí saltou
para a afirmação de que isso abriria a porta para a entrada de Deus.
A minha pergunta se divide em duas. Em primeiro lugar, essa idéia
cresceu aonde? Quem, além do senhor, defende esse tipo de visão
de mundo? E... dois, o porquê Deus entrou aí nessa equação?
Amit Goswami: Na Física Quântica há um movimento contínuo. A
Física Quântica prevê isso. Não há dúvida que a Matemática
Quântica é muito capaz, muito competente, e ela prevê o
desenvolvimento de ondas de possibilidades, a matéria é retratada
como ondas de possibilidades. O modo como elas se espalham é
totalmente previsto pela Física Quântica. Mas agora temos
probabilidades de possibilidades. Nenhum evento real é previsto
pela Física Quântica. Para conectar a Física Quântica a observações
reais, embora não vejamos possibilidades e probabilidades, na
verdade vemos realidades. Esse é o problema das medições
quânticas. E luta-se com esse problema há décadas, como eu já
disse, mas nenhuma solução materialista, uma solução mantida
dentro da primazia da matéria foi bem sucedida. Por outro lado, se
considerarmos que é a consciência que escolhe entre as
possibilidades, teremos uma resposta, mas a resposta não é
matemática. Teremos de sair da matemática. Não existe
Matemática Quântica para este evento de mudança de
possibilidades em eventos reais, que os físicos chamam de ‘colapso
da função de onda de possibilidade em realidade’. É essa
descontinuidade do colapso que nos obriga a buscar uma resposta
fora da Física. O que é interessante é que se postularmos que a
consciência, o observador, causa o colapso da função de onda de
possibilidades, escolhendo a realidade que está ocorrendo,
598
podemos fazer a pergunta: qual é a natureza da consciência? E
encontraremos uma resposta surpreendente. Essa consciência que
escolhe e causa o colapso da onda de possibilidades não é a
consciência individual do observador. Em vez disso, é uma
consciência cósmica. O observador não causa o colapso em um
estado de consciência normal, mas em um estado de consciência
anormal, no qual ele é parte da consciência cósmica. Isso é muito
interessante. O que é a consciência cósmica diante do conceito de
Deus, do qual os místicos e teólogos falam?
Mário Cortella: Uma questão para o doutor Amit que é a seguinte: o
senhor é originado de uma cultura, que é a cultura da Índia, onde o
hinduísmo, como religião, tem uma profusão de deuses ou de
divindades, ou de deidades. Alguns chegam a falar em 300 milhões
de deidades dentro da religião hindu. De outro lado, seu pai foi um
guru brâmane, o senhor tem um irmão que é filósofo. Esta mescla
de situações induziu no senhor uma compreensão em relação a um
ponto de chegada, na religião, partindo da Física, ou o senhor já
partiu da religião e, por isso, chegou até a Física e supõe que a Física
Quântica é uma das formas de praticar teologia?
Amit Goswami: Obrigado pela pergunta, porque costumam me
perguntar se minha formação como indiano hindu afeta o modo
como pratico a Física. Na verdade, fui materialista por um bom
tempo. Fui físico materialista dos 14 anos de idade até cerca de 45
anos. O materialismo foi importante para mim. Eu trabalhei com
ele, filosofei nele, cresci nele. Eu obtive sucesso em Física dentro da
Física materialista. Mas quando comecei a trabalhar no problema da
medição quântica, eu realmente tentei resolvê-lo dentro do
materialismo. Enquanto todos nós trabalhávamos, falei com muitos
físicos que trabalhavam no problema (este é o problema mais
estudado da Física, um dos mais estudados). E todos tentávamos
resolver este paradoxo: se a consciência é um fenômeno cerebral,
obedece à Física Quântica, como a observação consciente de um
599
evento pode causar o colapso da função de onda de possibilidades
levando ao evento real que estamos vendo? A consciência em si é
uma possibilidade. Possibilidade não pode causar um colapso na
possibilidade. Assim, eu tive de abandonar esse pensamento
materialista. Embora fosse interessante, em minha vida pessoal eu
sentia necessidade de mudar. Alguns consideraram uma transição
de meia-idade, e os dois problemas, crescimento na vida pessoal e o
problema da medição quântica, se confundiram, e eu comecei a ver
a consciência não apenas como um problema físico, mas também
como um problema pessoal. O que é que deixa alguém feliz? Qual é
a natureza da consciência, da qual as pessoas falam quando se
pensa além do materialismo? Então, comecei a meditar e a me
aproximar de alguns místicos, e isso ajudou. E um dia, quando falava
com um místico, e ele me dava a tradicional visão mística do
mundo, que eu já ouvira muitas vezes antes, mas, de algum modo,
essa conversa causou uma nova impressão em mim. Eu pude ver, eu
realmente vi além do pensamento, tive a percepção de que a
consciência é a base do ser, e essa percepção soluciona o problema
da medição quântica. Não só isso: pode ser usada como base para a
ciência. Normalmente, os cientistas presumem que a ciência deve
ser objetiva, etc., mas eu vi, naquele momento, que a ciência deve
ser objetiva até certo ponto. Eu chamo de objetividade fraca, mas
isso pode ser alcançado nessa nova Metafísica. Consciência é a base
de todos os seres. Então, para mim, foi o contrário, eu fui da Física
para a espiritualidade, sob o aspecto da Física. Porque minha
formação espiritual, embora em retrospecto, eu possa dizer que foi
saudável, deve ter sido, como Freud diria, no subconsciente. Mas
conscientemente foi o oposto. Eu vim de uma questão muito
inquietante, de como resolver um problema físico, um problema do
mundo, pois esse é o problema mais importante do século XX. E a
partir disso, esse salto conceitual, esse salto quântico perceptivo me
fez reconhecer que o modo como espiritualistas veem a consciência
é o modo certo de ver a consciência. E esse modo de ver a
600
consciência resolve o problema da medição quântica. Ele nos dá a
base para uma nova ciência.
Carlos Ziller: Eu gostaria de fazer uma pergunta, dando um passo
mais atrás no sentido da própria Física clássica. Porque nós
sabemos, hoje em dia, que os fundadores da Física clássica, Newton,
Descartes e outros grandes cientistas do século XVII, para eles, para
os projetos científicos que propunham, Deus era uma parte
constitutiva inseparável do mundo que eles imaginavam, sejam
como sendo quem garantia a eficácia, eficiência, o funcionamento
das leis do mundo, seja como alguém que operava próprios
fenômenos naturais. Bom, isso foi sendo afastado, expulso do
mundo da ciência ao longo do século XVIII, século XIX, ou século XX,
talvez, até os anos 50 tenha sido o ápice dessa questão, os
cientistas, os físicos, sobretudo, não gostavam totalmente nada de
falar sobre esse assunto. Deus era um problema. Talvez o seu
estudo e a sua reflexão estejam tentando recolocar no seu próprio
lugar, pelo menos foi assim que eu interpretei, algumas ideias do
próprio século XVII, dos fundadores da ciência moderna. Eu gostaria
de saber se essa aproximação do Deus do Newton, o que garantia
que as leis naturais funcionavam, se esse Deus tem algum paralelo
com a consciência, supra-consciência que o senhor propõe como
sendo o princípio a partir do qual os fenômenos do mundo, a
realidade estaria constituída?
Amit Goswami: É uma pergunta muito boa. Os conceitos da Física
clássica, no início, não separavam Deus, como disse, mas então, aos
poucos, descobriu-se que Deus não era necessário. Depois que Deus
estabeleceu o movimento do mundo, ele passou a ser guardião de
seu jardim, e isso é o que a maioria dos físicos clássicos pode fazer.
Mas na Física Quântica, há o problema da medição. Como as
possibilidades tornam-se eventos reais, temos espaço para uma
consciência, e ela deve ser uma consciência cósmica. Há uma
semelhança com o modo como Deus é retratado, pelo menos na
601
subespiritualidade tradicional, não na mente popular. A mente
popular considera Deus um imperador, um super-humano sentado
no céu. Essa imagem de Deus não é científica, e espero que esteja
claro que não estamos falando em Deus dessa forma, mas Deus
nessa consciência mais cósmica, nessa forma mais estrutural. Esse
tipo de Deus está retornando porque, se você se recorda, o debate
entre teólogos e cientistas sempre foi: Deus é o guardião ou Deus
intervém? Teólogos afirmam que Deus intervém nos seres
biológicos. E então surgiu Darwin. Foi um grande golpe nos
teólogos, porque antes, apesar de Newton, os teólogos podiam citar
o exemplo da Biologia, cujo propósito é muito óbvio, pelo menos,
óbvio para a maioria. Mas a teoria de Darwin foi um golpe porque
se dizia que a evolução ocorria ... mas ela era natural? Darwin disse
que ela era natural. Oportunidade e necessidade. Não há
necessidade de Deus na evolução e não há necessidade de Deus na
biologia. Então, no século XX, surgiu o behaviorismo e a ideia de que
temos livre-arbítrio subjetivo. Essa ideia também foi superada,
porque experimentos mostraram que somos muito condicionados,
não há livre-arbítrio. Contra tudo isso, vejam só, a Física Quântica
também cresceu ao mesmo tempo em que o behaviorismo, e a
Física Quântica têm uma coisa peculiar: o princípio da incerteza. O
mundo não está determinado como imaginamos. Deus não é o
guardião. O princípio da incerteza levou à onda de possibilidades,
depois o colapso da função de onda de possibilidades para a
introdução da ideia do colapso da consciência. Paradoxalmente,
fomos criados contra essa ideia, mas nos anos 90, eu, Henry Stab,
Fred Allan Wolf, Nick Herbert, todos mostramos que esse paradoxo
pode ser resolvido. Não há paradoxo se presumirmos que a
consciência que causa o colapso da função de onda de
possibilidades em eventos reais é uma consciência cósmica. E o
evento do colapso em si nos dá a separação matéria-objeto do
mundo. Assim, não só resolvemos o problema da medição quântica
como também demos uma nova resposta de como a consciência de
um torna-se várias. Como ela se divide em matérias e objetos, para
602
poder ver a si mesma. E essa ideia de que o mundo é um jogo da
consciência, um jogo de Deus, que é uma ideia muito mística, voltou
à tona. Então, podemos voltar à biologia. Deus intervém na
biologia? Deus intervém na vida das pessoas? Essas perguntas
continuam tendo respostas muito positivas. Vi, em um jornal sobre
Biologia evolucionista, que há muitos furos conhecidos na teoria
darwiniana. Esses furos são chamados sinais de pontuação. A teoria
da evolução de Darwin explica alguns estágios homeostáticos da
evolução, ou seja, como as espécies adaptam-se a mudanças
ambientais. Mas não explica como uma espécie torna-se outra. Essa
especiação, mudança de uma espécie em outra, é uma nova
mudança na evolução, não está na teoria de Darwin.
Experimentalmente, isso é demonstrado em lacunas de fósseis. Não
temos uma continuidade de fósseis mostrando como um réptil
tornou-se um pássaro. A ideia é que sejam sinais de pontuação,
estágios muito rápidos de evolução. Eu sugiro que isto seja um salto
quântico, um salto quântico na evolução. Nesse salto quântico, a
consciência interveio, não de um modo subjetivo, de um modo
caprichoso, mas de um modo muito objetivo ... muito objetivo, e
essas ideias objetivas ficam claras com o trabalho de Rupert
Sheldrake e outros, o modo como isso pode ser objetivo. Mas, sem
dúvida alguma, há uma intervenção da causalidade descendente.
Não se pode explicar a Biologia evolucionista só com a causalidade
ascendente. Essa é a coisa mais interessante, a partir do
pensamento original dos físicos de que Deus deve ser o guardião,
pois tudo pode ser explicado e tudo é determinado, que não
precisamos de Deus. Agora, estamos fechando o círculo, e vemos
que não só precisamos de Deus: há movimentos descontínuos no
mundo para os quais não existe explicação matemática ou lógica.
Ainda assim, é totalmente objetivo, não é arbitrário. Deus age de
forma objetiva, bem definida. A consciência cósmica não é
subjetiva, não é a consciência individual que afeta o mundo. Isso
ocorre de forma cósmica, podemos discutir objetivamente. A ciência
detém seu poder, sua objetividade e, ainda assim, temos agora a
603
descontinuidade, temos a interconectividade e podemos falar sobre
vários assuntos dos quais os místicos tradicionalmente falam.
Pierre Weil: Durante essa discussão eu me coloquei como educador
do ponto de vista do telespectador, e estou um pouco com medo de
que alguns já desligaram o aparelho diante do alto nível científico
do debate, que é necessário e indispensável. Eu queria ressaltar a
importância da sua presença aqui em termos mais simples. Para o
telespectador ... tem telespectadores que acreditam em Deus,
acreditam em espiritualidade e têm outros que não acreditam em
Deus, não acreditam ... são os materialistas versus os espiritualistas.
Entre os dois têm os que não sabem ou os que nem se interessem
para isto. Nestas três categorias, a sua presença aqui tem uma
importância muito grande. Ela tem uma importância porque nesse
século que passou, nós estivemos assistindo a três grandes
movimentos: o primeiro movimento, em que muitos espiritualistas,
muitas pessoas que acreditavam em Deus, abalados pelas “provas”,
pelas evidências da ciência, largaram a religião e só acreditaram na
matéria. E nisso foram até muitos sacerdotes de várias religiões.
Largaram a batina, largaram a sua fé e se transformaram em
protagonistas do materialismo. Estamos assistindo, atualmente, a
um movimento contrário. Eu tenho, por exemplo, dois amigos
meus. Um, Matew, grande biólogo francês, largou a biologia e hoje
ele é monge budista tibetano. O outro era astrofísico, colega seu,
largou a astrofísica e hoje ele é rabino. Então estamos assistindo a
um movimento contrário. A sua presença aqui apresenta uma
terceira saída, e que me parece a mais conveniente e a mais
razoável, a mais holística, que é a minha também. A sua, como Física
Quântica, fez com que, vindo do materialismo, não caísse no
extremo do espiritualismo, mas integrou os dois. Eu fiz isso também
como psicólogo, através da psicologia transpessoal ... o senhor
através da Física Quântica, eu, através da Psicologia Transpessoal ...
e nos encontramos muito bem e nos abraçamos o tempo todo. A
minha pergunta é uma pergunta pessoal: poderia contar para os
604
telespectadores, em termos mais simples, o que fez com que Amit
Goswami ficasse no meio do caminho e fizesse um encontro dentro
dele, da razão da Física, da razão materialista, e do outro lado, da
Intuição? Falou nos seus amigos místicos, mas pela minha
experiência eu sei que a segurança pela qual eu falo, não é apenas
racional, ela é baseada numa experiência chamada interior,
chamada subjetiva, chame como quiser, de luz, e de saber mais ou
menos como que é esse mundo espiritual. Qual é a sua experiência
que fez com que unisse, na sua pessoa, o lado masculino, racional, e
o lado feminino, intuitivo, sentimental? O que aconteceu com a sua
pessoa? Eu acho que isso nos vai reconciliar com os
telespectadores.
Amit Goswami: Sim, obrigado. Esta é a questão fundamental. Às
vezes, eu digo que todos nós, todas as pessoas, espectadores,
cientistas, o orador, todos aqui, todos nós temos dois lados. Um é
semelhante a Newton, que quer entender tudo em termos de
objetividades, ciências e matemática, e o outro é William Blake, que
é místico e ouve diretamente, intuitivamente, e desenvolve seu
retrato do mundo baseado nessa percepção intuitiva. O que ocorre
nessa integração, o que ocorreu por um tempo, mesmo antes de
essa integração começar, é que começamos a entender a natureza
da criatividade. E a falsa ideia de que cientistas só trabalham com
ideias racionais e matemática está, aos poucos, caindo. Einstein
disse isso muito claramente: “Não descobri a Teoria da Relatividade
apenas com o pensamento racional”. As pessoas não levam a sério
tais declarações. Mas Einstein falou sério. Ele sabia que a
criatividade era importante. Agora, quase cem anos de pesquisas
sobre criatividade estão mostrando que os cientistas também
dependem da intuição. Eles também dependem de visões criativas
para desenvolver sua ciência. Nem tudo é racional, matemático;
nem tudo é pensamento racional. Você perguntou sobre minha
experiência pessoal. Eu já compartilhei a experiência fundamental
pessoal que tive quando troquei ... nem devo dizer que troquei, eu
605
tive uma percepção. Não posso descrevê-la em termos de espaçotempo. Eu estava fora do espaço-tempo, experimentando
diretamente a consciência como a base do ser. É esse tipo de
experiência que dá a base para ficarmos convencidos, para termos
certeza de que a realidade é algo mais do que o espaço-tempo no
mundo em movimento faz parecer. Este é o escopo fundamental
para o ponto de encontro dos cientistas e espiritualistas. Porque os
espiritualistas ouviram esse chamado, essa intuição, muito antes. Os
cientistas também a ouviram. Mas por eles sempre expressarem
suas percepções em termos de lógica, em termos de razão, isso
ocorre mais tarde. Eles esquecem a origem de seu trabalho, a
origem de sua percepção. Já para os espiritualistas, a percepção leva
à transformação do modo de vida. Assim, eles nunca esquecem que
foi a intuição que trouxe a felicidade, foi ela que os fez quem são.
Essa é a diferença. Cientistas usam a intuição para desenvolver
sistemas que estão fora deles, o que chamo de criatividade externa.
E isso se torna uma camuflagem dos verdadeiros mecanismos do
mundo para eles. Enquanto espiritualistas mantêm-se com a
percepção, mudam suas vidas, e incidentalmente, mudam o mundo
externo. Mas eles sabem que aquela percepção que tiveram é a
coisa fundamental que gere o mundo. Para eles, a consciência é
cósmica, isto é algo determinado. Para os cientistas, a mesma
descoberta é possível, mas eles ignoram o chamado e prestam mais
atenção ao que ocorre no cenário externo. Acho que, se todos nós
compartilharmos isso, o mundo poderá mudar. Agradeço pela
pergunta. Estou disposto a compartilhar: escrevi um livro sobre
criatividade, no qual conto minhas histórias pessoais. Em todos os
meus livros conto minhas histórias pessoais. É importante
compartilharmos nossas histórias pessoais, e acabar com o mito de
que os cientistas são apenas pensadores racionais. Eles também
têm percepções que vão muito além do pensamento racional.
Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, o senhor falou muito em
Deus durante a primeira parte deste programa, e aqui no ocidente,
606
quando se fala em Deus, se imagina que exista o seu contraponto. E
aqui no ocidente se dá uma série de nomes a ele. Eu gostaria de
saber como é que o senhor explica essa ... se o senhor concebe a
existência desse contraponto, dessas outras forças que não são
necessariamente Deus.
Amit Goswami: Essa questão de Deus contra o Mal é interessante.
Segundo a visão da Física Quântica, existem as forças da criatividade
e as forças do condicionamento. Não falamos muito sobre isso, mas
eu defendo a ideia que a Física Quântica nos dá, de que é a
consciência cósmica que escolhe entre as possibilidades para trazer
à realidade o evento real que ocorre. A questão é: então temos de
entrar nesse estado incomum de consciência, no qual somos
cósmicos, no qual escolhemos e, então ... como entrar nessa
consciência individual na qual somos uma pessoa? Na qual temos
personalidade e caráter? Ao trabalharmos com a matemática disso,
descobrimos que essa condição ocorre porque todas as nossas
experiências aparecem após serem refletidas no espelho da nossa
memória, muitas vezes. É essa memória que causa o
condicionamento. Uma propensão a agir do modo como já agi
antes. Uma propensão para responder a estímulos do modo como já
respondi antes. Todas as pessoas sabem disso. Elas passam a manhã
no cabeleireiro e o marido volta para casa e diz: “O que há para o
almoço?”, sem notar o novo penteado da esposa, o que é muito
irritante, tenho certeza. Mas esse condicionamento é o que nos
torna indivíduos. Então, a questão é que, na Física Quântica, vemos
claramente o papel da consciência cósmica, que eu chamo de “ser
quântico”, no qual há criatividade, há forças criativas. E então
perdemos essa criatividade, ficamos condicionados. E o
condicionamento nos faz parecidos com máquinas. Assim, o mal
maior que a nova ciência nos traz é o condicionamento. Pois é ele
que nos faz esquecer a divindade que temos, o poder criativo que
temos, a força criativa que realmente representa o que buscamos
quando invocamos Deus. Mas isso também está incompleto. Essa
607
questão pode ser estudada mais a fundo e há um escopo maior,
trazendo ideias como emoções negativas e positivas. Assim,
teremos uma exposição maior do Bem contra o Mal. Mas, de fato, a
consciência cósmica inclui tudo. Esse é o conceito esotérico, não
tanto exotérico, mas esotérico, por trás de todas as religiões, de que
há apenas Deus, e que o Bem e o Mal são uma divisão, uma
necessidade da criação, mas não é fundamental, ou seja, o diabo
não é igual a Deus; o diabo é uma criação subsequente. É útil
pensarmos em termos de Bem e Mal, mas, às vezes, é preciso
transcender isso, é preciso perceber que Deus é tudo. Esse é o
cenário que a Física Quântica defende.
Joel Giglio: Doutor Amit, eu sou psiquiatra, analista Junguiano,
formado pela Associação Junguiana do Brasil, e tenho muitas
perguntas a fazer ao senhor. Mas em vista do tempo e dos objetivos
desse programa, vou me centrar numa delas. Eu pensei muito,
quando li seu livro, em questões que ainda são incógnitas à nossa
prática psicoterápica. A questão do ‘insight’ ... O ‘insight’ nós não
sabemos, em psicoterapia, quando ele vai acontecer, como vai
acontecer. Ele simplesmente aparece e quase que do nada, embora
a gente intua que o ‘insight’ vá aparecer. A questão da criatividade
... a questão da sincronicidade ... mas eu gostaria de fazer uma
questão sobre os arquétipos. O senhor menciona no seu livro, ideias
de arquétipos de objetos mentais. Cita Platão e cita Jung, que é o
criador da psicologia analítica, setor da psicologia onde eu me situo.
A questão que tem me perturbado muito é: os arquétipos evoluem,
embora eles estejam fora do eixo espaço-tempo? Alguns autores
dizem que está havendo uma evolução dos arquétipos. Quem fala
isso, por exemplo, é Sheldrake, que o senhor mencionou há pouco e
que não é psicólogo, é biólogo, mas que tem uma visão diferente
dentro do campo da biologia. Como é que a teoria da Física
Quântica explicaria, supondo que os arquétipos evoluem, a
evolução dos próprios pensamentos arquetípicos, por exemplo, a
evolução do arquétipo de Deus, se é que ele está evoluindo ou não.
608
Essa questão ... e muitos outros arquétipos, nós supomos que
estejam evoluindo sem anularem os arquétipos anteriores.
Amit Goswami: Obrigado pela pergunta. Sou um grande seguidor de
Jung. Acho que Jung foi dos precursores da integração que está
ocorrendo agora. Nos meus primeiros textos, eu citava muito a
afirmação de Jung de que, um dia, a Física Nuclear e a Psicologia se
unirão. E acho que Jung ficaria satisfeito com esta conversa e, em
geral, com a integração da Física e da Psicologia transpessoal que
vemos hoje. Isto posto, acredito no conceito de arquétipo de Jung, e
acho que o modo como Jung o apresentou, e Platão o apresentou,
de que são aspectos eternos da consciência, contextos eternos da
consciência ... a consciência tem um corpo contextual no qual os
arquétipos são definidos e, então, eles governam o movimento do
nosso pensamento. Acho que é um conceito muito poderoso. Mas,
ao mesmo tempo, na Física Quântica, existe a ideia de que todos os
corpos de consciência, tudo o que pertence à consciência,
inconsciência, são possibilidades. E por causa disso, por tudo ser
possibilidade, surge a questão: alguém pode ir além de arquétipos
fixos e considerar arquétipos evolucionistas? Não se pode descartar
o que Rupert tenta dizer. Houve uma ideia semelhante, de Brian
Josephson, um físico que publicou um trabalho na Physical Review
Letters, revista de grande prestígio, dizendo que as leis da Física
podem estar evoluindo. Da mesma forma, outras pessoas, cientistas
muito sérios, sugeriram que, talvez, forças gravitacionais mudem
com o tempo. Essa ideia de arquétipos fixos é uma ideia muito
importante. Eu a apoio totalmente. Mas também vejo que na Física
Quântica há espaço para a evolução dos arquétipos. Não devemos
descartar totalmente ideias que dizem que arquétipos evoluíram.
Ainda seremos capazes de determinar isso experimentalmente.
Obrigado pela pergunta.
Lia Diskin: O senhor manifesta certo interesse pelas questões éticas,
grande parte do final de sua obra se dedica a essa questão. O
609
senhor nos disse que há necessidade da participação da
ambiguidade para dar garantias de criatividade no campo ético.
Entretanto, no mesmo contexto, nos fala imediatamente das linhas
e instruções éticas numa obra monumental da tradição indiana que
se chama “Bhagavad Gitâ”. E a “Bhagavad Gitâ” se inicia pelo
pressuposto da instrução do mestre para um discípulo, de que ele
deve agir, de que ele deve entrar no combate, que ele deve assumir
sua parte de ação, porque pertence a uma casta, a uma tradição de
guerreiros, em que há ação da própria. Como fica o livre-arbítrio,
como fica a ambiguidade como necessidade da criatividade dentro
de um contexto de que existe um pressuposto, obviamente não
ambíguo e não-escolhível, que não pôde escolher? O que fazer ...
mas se está cominado a fazer, está cominado a agir? Como será isso,
Professor?
Amit Goswami: Acho que essa também é uma pergunta muito
difícil, muito sutil. Realmente, se considerarmos a ética compulsória,
não parece haver escolha. Mas a ética não é tão definida: é muito
ambígua. Lembro-me de uma história que o grande filósofo JeanPaul Sartre contava. Suponha que você vá a uma expedição de
natação, ou melhor, de barco, e o barco afunde. Você está com um
amigo, você sabe nadar, mas ele não. Mas você não é muito forte.
Se tentar salvá-lo, os dois podem morrer. Você tem uma boa chance
de se salvar, mas ama seu amigo e seu dever ético com ele está
muito claro. O que fazer? Casos assim mostram claramente que há
ambiguidade mesmo em decisões éticas, em decisões morais. Na
Física Quântica, é muito claro que devemos esperar, e esperar pela
intuição, ver se há um salto quântico, uma resposta criativa como
você a chama, se uma resposta criativa irá surgir. E é essa resposta
criativa que é a resposta correta para solucionar essa ambiguidade
em questões éticas. Quando a moralidade ou a ética são
apresentadas como um conjunto de regras, e as pessoas seguem
essas regras, elas perdem essa parte ambígua e, por causa disso, as
regras perdem o sentido. Passa a ser um conjunto de regras inútil,
610
sem vida. Mas, se considerarmos a ética com vida, e reconhecermos
que temos um papel a desempenhar em todas as situações éticas,
temos um papel a desempenhar em termos de irmos para dentro de
nós, como as pessoas criativas fazem, combatendo isso,
combatendo a ambiguidade. Então, o salto quântico da percepção
virá e vai-nos permitir tomar a ação correta. É nisso que a Física
Quântica está nos ajudando, é nessa conclusão que ela está nos
ajudando. E acho que Sartre também buscava essa resposta porque
a ética fixa é uma coisa impossível de se seguir.
Cláudio Abramo: Eu vou, infelizmente, ter que me estender
ligeiramente na minha pergunta. Ela é precedida de uma declaração
... Vou fazer uma interpretação do que foi declarado até agora, que
eu acho que deve ser útil para os telespectadores. Não estou
fazendo isso para me expor, mas para esclarecer o que me parece
ser algumas questões importantes nesse debate para o
telespectador. O entrevistado faz menção a fenômenos
inexplicados, a fenômenos desviantes, entre diversas disciplinas.
Começa com a Física, passa pela Biologia, faz referência a problemas
seculares com respeito à consciência humana, ao livre-arbítrio, ao
modo como raciocinamos, ao modo como chegamos a conclusões,
menciona casos como, por exemplo, Einstein declarando, como
tantos outros cientistas, que não sabe muito bem como chegou a
uma conclusão. Poincaré, antes dele, havia escrito muito sobre isso
... Poincaré era um matemático, o último grande matemático
universalista francês ... ele morreu no começo desse século (XX).
Bom, esse tipo de anedota é completamente comum na ciência.
Não há nenhuma originalidade nisso. Esse gênero de anedota,
repito, fenômenos inexplicados que são característicos da ciência ...
a ciência quanto mais sabe, menos sabe ... quanto mais a ciência
sabe, quanto mais fenômenos são explicados, mais avenidas de
desconhecimento se abrem. Um cientista diz “não sei” o tempo
todo. Um não cientista explica tudo, porque sempre tem uma
resposta do tipo “todo abrangente” como é esta resposta. O fato de
611
se ter isso, para os telespectadores entenderem, o fato de se
formular uma pseudo-explicação a respeito de como o universo
funciona não dá a essa explicação, foros de verdade. Simplesmente
declarar coisas não confere verdade ao que se declara. Agora, no
que o senhor declara existe uma característica que eu acho bastante
preocupante, ou pelo menos intrigante, vinda de alguém conhecido
aqui como Físico, como o senhor declarou ... o senhor foi .. o senhor
foi Físico. O senhor diz, em primeiro lugar, que aquilo que seria essa
intervenção de uma consciência cósmica, não é matematizável, quer
dizer, isto não é introdutível dentro da teoria física na forma como a
teoria física aceita as suas ideias. Não existe outra maneira de
introduzir na Física ideias senão a matemática. Não existe .. não é
possível, não é Física ... se é não-matematizável, não é Física. Muito
bem, então esta ideia de consciência cósmica não é Física, quer
dizer, certamente nenhum Físico aceitará isso. Em segundo lugar,
ela também, já que se está falando de alguma coisa que existe no
mundo, que é uma consciência cósmica que se reflete na
consciência das pessoas e faz as pessoas fazerem saltos quânticos ...
o senhor não vai usar esse termo, mas saltos quânticos em direção à
solução de problemas ... onde é que estão as evidências empíricas
disso? Onde estão as experiências que levam a esse tipo de
conclusão? Porque ou a gente pode ter conhecimento do mundo
que seja muito estruturado, como no caso da Física, ou
conhecimento do mundo pouco estruturado. Não existe uma teoria,
não existe um conjunto de ideias muito organizado por trás, mas
sabemos empiricamente que são verdadeiras, ou parecem
verdadeiras. Onde é que estão as evidências empíricas e onde está o
raciocínio, eu diria, desculpe a palavra, científico, que o leva a
declarar que existiria uma consciência cósmica que estaria
governando tudo e resolvendo todos os problemas aqui, da
Biologia, da Psicologia? ... O senhor afirma que estas suas ideias
explicariam o problema da biologia evolucionista dos ‘gaps’ na
criação de espécies, por exemplo. O senhor não acha ambicioso
demais e, repito, onde é que estão as evidências empíricas disso?
612
Amit Goswami: Boa pergunta. Pergunta muito boa. Precisamos
sempre fazer esta pergunta: onde está a evidência? Falarei da
evidência mais tarde. Antes, responderei à pergunta: a Física é
matemática? Ela deve ser totalmente matemática? Essa é uma
crença que cresceu gradualmente na Física, por causa do sucesso da
matemática para expressar a Física. Há duas coisas que devemos
lembrar. Primeiro: não há motivo para a Física ser matemática. Às
vezes os filósofos levantam essa questão. Nancy Cartwright
escreveu um livro: Why do laws of Physics lie. Ela estava
argumentando que não há provas dentro da filosofia materialista de
que a Matemática deve governar as leis da Física. De onde vem a
Matemática? Pessoas como Richard Feynman, grande físico, Eugene
Bigner, todos estudaram a questão. E não há resposta dentro da
filosofia materialista. Platão tem uma resposta: a matemática molda
a Física porque surgiu antes da Física, faz parte do mundo
arquetípico que discutimos. Assim, o idealismo de Platão é
fundamental para entender o papel da Matemática na Física, em
primeiro lugar. A Física em si precisa de algo além da matéria, ou
seja, da matemática e de arquétipos para ser uma ciência
consistente. É preciso se lembrar disso. O segundo aspecto da
questão é o mais importante. Na Física Quântica, procuramos
insistentemente uma forma matemática de encerrar a Mecânica
Quântica. Uma forma matemática para entender a medição
quântica. Não fomos capazes. Niels Bohr demonstrou para Erwin
Schrödinger, há muito tempo, quando a Mecânica Quântica estava
sendo desenvolvida. Schrödinger achou que tinha obtido a
continuidade e Bohr provou o contrário e o convenceu disso. E
Schrödinger disse: “Se eu soubesse que essa descontinuidade, saltos
quânticos, iriam permanecer, eu nunca teria descoberto a Mecânica
Quântica”. Bohr disse: “Estamos felizes que tenha descoberto”.
Essas descontinuidades vão continuar existindo, não há explicação
matemática, e por não haver explicação matemática, portanto, há
espaço para o livre-arbítrio. O livre-arbítrio, Deus, consciência,
colapso, tudo isso entrou para a Física porque atingimos o
613
conhecimento, a sabedoria, de que existe o princípio da incerteza,
existem a probabilidade e possibilidades. E por existirem
probabilidade e possibilidades, deve haver um agente que causa o
colapso das possibilidades em eventos reais. E esse agente não pode
ser matemático porque, se for, não poderá haver livre-arbítrio: seria
determinista. Mas não é determinista. O princípio da incerteza é
fundamental. Assim, nós chegamos à conclusão, após décadas de
lutas nós conseguimos...
Cláudio Abramo: Quem é “nós”?
Amit Goswami: “Nós” quer dizer que há um consenso entre
cientistas ...
Cláudio Abramo: Há um consenso a respeito de suas ideias?
Amit Goswami: Não a respeito de minhas ideias. Esqueça as minhas
ideias. Mas há um consenso de que não há solução matemática para
o problema da medição quântica. Nisso, chegamos a um consenso.
E por não haver uma solução matemática para isso, e por haver uma
solução consistente em termos de consciência causando colapso de
possibilidades quânticas em realidade, podemos falar sobre essas
ideias publicamente. Quanto à segunda pergunta: Há evidência
empírica? Acontece que os dois aspectos fundamentais da nova
física, a consciência causa o colapso da possibilidade em realidade, e
o segundo, que essa consciência é uma consciência cósmica, os dois
aspectos foram confirmados por dados empíricos. Antes, darei os
dados para o segundo, porque é o mais simples para o espectador.
O primeiro é um pouco difícil. Talvez possamos incluir os dois. O
primeiro experimento é muito importante porque já foi aplicado.
Em 1993 e 1994, o neurofisiologista mexicano Jacobo Greenberg
Silberman, ele e seus colaboradores fizeram um experimento, no
qual havia dois observadores meditando por 20 minutos, com o
propósito de terem comunicação direta. Comunicação direta no
614
estilo de não-localidade. Sinais não-locais ocorrendo entre eles, e
ainda assim eles teriam comunicação. Certo, eles meditaram juntos.
Pediu-se que mantivessem o estado meditativo durante o resto do
experimento. Mas então, um deles é levado para outro recinto. Eles
ficam em câmaras de Faraday, onde não é possível a comunicação
eletromagnética. Os cérebros deles são monitorados. Uma das
pessoas vê uma série de ‘flashes’ brilhantes, o cérebro dele
responde com atividade elétrica, obtém-se o potencial de resposta
muito claro, picos muito claros, fases muito claras. O cérebro da
outra pessoa mostra atividade, a partir da qual se obtém um
potencial de transferência que é muito semelhante em força e 70%
idêntico em fases ao potencial de resposta da primeira pessoa. O
mais interessante é que, se você pegar duas outras pessoas, duas
pessoas que não meditaram juntas, ou pessoas que não tinham a
intenção de se comunicar, para elas, não há potencial de
transferência. Mas para pessoas que meditam juntas,
invariavelmente, muitas vezes, um em cada quatro casos, obtemos
o fenômeno de potencial de transferência. E Peter Fenwick, na
Inglaterra, há dois anos, confirmou isso, repetindo o experimento.
Assim, temos evidência empírica. Se tivéssemos tempo, e você
tivesse paciência, eu poderia lhe dar inúmeros dados. Outro dado
que é muito interessante: considere o caso de geradores de
números aleatórios. Eles são realmente aparelhos quânticos, pois
eles pegam eventos radiativos, que são aleatórios, e os convertem
em sequencias de números, sequencias de zeros e uns. Em uma
longa cadeia, deve haver número igual de zeros e uns. É o que se
espera da sequencia aleatória. Helmut Schmidt, um físico que
pesquisa parapsicologia, tenta há quase 20 anos, fazer com que
médiuns influenciem os geradores de números aleatórios para
gerarem sequencias não-aleatórias, mais zeros que uns. E ao longo
dos anos ele conseguiu boas evidências de que, até certo ponto, os
médiuns conseguem fazer isso. Um resultado com um grande
desvio. Isso ainda não tem nada a ver com Física Quântica, mas
recentemente, em um trabalho publicado em 1993, Schmidt
615
retratou uma modificação revolucionária desses dados. O que ele
fez, recentemente, é que o gerador de números aleatórios, os dados
do gerador de números, a sequencia, são armazenados num
computador, ela é impressa, mas ninguém olha. Os dados impressos
são fechados num envelope e enviados para um observador
independente. Três meses depois, o observador, sem abrir o
envelope, escolhe o que quer ver, mais zeros ou mais uns. Tudo
segue um critério. Então ele liga para o pesquisador, o pesquisador
diz ao médium para olhar os dados, e pede a ele para mudar os
resultados, influenciá-los, se puder. E o médium tenta produzir mais
zeros, se esse for o desejo do observador. E então, o observador
abre o envelope e verifica se o médium conseguiu. E a incrível
conclusão é (é um resultado sério, não é fácil contestá-lo) que o
médium, em 4 de cada 5 tentativas, consegue mudar os números
aleatórios gerados pelo aparelho, mesmo após três meses. Este
mito de que o pensamento causa o colapso de si mesmo, que o
colapso é objetivo, sem que o observador consciente as veja, é
apenas um mito. Nada acontece, tudo é uma possibilidade até que o
observador consciente veja. Numa experiência controlada, as
pessoas intervieram. As pessoas viram, sem contar a ninguém,
viram os dados, a impressão. Nesses casos, o médium não
influenciou os dados. Está claro que a consciência exerce um efeito,
exatamente como Bohr suspeitava, como Newman suspeitava.
Agora estamos fazendo teorias mais completas e experimentos mais
completos baseados nessas teorias. Henry Stab colaborou com
todas essas ideias que apresentei, consciência causando o colapso
de funções quânticas em eventos reais. Ele participou do
experimento com Schmidt. Então, estamos vendo uma mudança
revolucionária na Física, não menos revolucionária do que a
acontecida com Copérnico. Claro que haverá reações, como a que
apresentou, e temos de ser muito pacientes, calmos, e
trabalharmos juntos para superar essas tendências contrárias. Mas
temos a certeza de que existe algo que todos devemos olhar. Isso é
revolucionário, é novo e pode mudar, como já discutimos, as
616
dificuldades com valores que a sociedade vem enfrentando. Não
vamos nos preocupar em como pode ser, mas vamos olhar os
dados, olhar a teoria e perguntar: pode ser? Se pode, que
oportunidade fantástica temos para integrar todos esses
movimentos díspares de consciência que nos separaram por tanto
tempo.
Heródoto Barbeiro: Ele é autor também do livro “O universo
autoconsciente - Como a consciência cria o mundo material”. Dr.
Goswami, dentro dessas explicações que o senhor nos deu até
agora, como fica a questão da reencarnação e da preservação dessa
consciência dos seres humanos?
Amit Goswami: A questão da reencarnação, provavelmente, é a
pergunta mais radical que pode ser feita. E é impressionante que a
Física Quântica nos permita dar uma resposta afirmativa. Eu mesmo
fiquei tão surpreso quanto qualquer um, com isto. No início, quando
me perguntavam isso, eu me recusava a discutir. Mas então, eu
acordei de um sonho, e, basicamente, o sonho me dizia ... eu ouvi
isso no sonho: “O Livro Tibetano dos Mortos está certo e seu
trabalho é provar”. Após acordar desse sonho, eu passei a encarar
reencarnação com seriedade. Basicamente, o problema com a
reencarnação é este: o corpo físico morre, e o que resta? Se a
consciência é a base do ser, vem a ideia de que o que resta é a
consciência. É a primeira pista. A segunda pista é que tudo é
possibilidade, no modo quântico de ver as coisas. Então, não é
irrelevante dizer que as possibilidades podem viver. Algumas
possibilidades morrem com o corpo material e o cérebro, mas pode
haver outras possibilidades, outras possibilidades que se modificam
ao longo da nossa vida, e essas modificações das probabilidades das
possibilidades podem formar uma confluência que possa viver mais
tarde na vida de outra pessoa. É essa ideia que pude desenvolver de
forma mais completa, num livro que será lançado no ano que vem, e
fico feliz em dizer que podemos lidar com essa questão. A vantagem
617
de se fazerem essas perguntas é que podemos ver imediatamente a
utilidade das novas ciências que virão. Porque são essas coisas que
preocupam as pessoas. As pessoas são fundamentalmente
incomodadas por perguntas como “o que acontecerá quando eu
morrer?”. E se a nova Física puder responder essas perguntas, a
despeito da importância da Psicologia transpessoal, e da Psicologia
junguiana, em que a nova ciência ajuda, e também da medicina
alternativa, que nem discutimos ainda, acho que tocaremos o
coração das pessoas quando pudermos dizer: “Finalmente, a Ciência
pode ajudar a entender essa pergunta”. Até agora, apenas o padre,
o teólogo pode dar qualquer resposta para a pessoa. E se pudermos
dizer a ela: “Faz sentido fazer essa pergunta, e você pode fazer algo
para ajudar você com o que acontecerá após a morte”. Não seria
um progresso maravilhoso na ciência?
Joel Giglio: Professor Amit, eu vou fazer uma pergunta baseado no
trabalho de um ex-orientando de tese de doutoramento que eu
orientei na Universidade de Campinas, e que fez a primeira tese,
pelo menos na Unicamp, e talvez em qualquer universidade
estadual ou federal do Brasil, sobre parapsicologia. Ele fez uma tese
sobre clarividência e eu não vou, naturalmente, falar da
metodologia do trabalho que seria bastante extensa, mas resumir
pelo menos os resultados principais. Várias pessoas, vários sujeitos
tentavam adivinhar as cartas de um baralho de símbolos
geométricos, baralho de Zener muito usado em pesquisa e
parapsicologia, e tentava adivinhar as cartas de um baralho Tarô,
que é baseado em imagens arquetípicas, o Rei, a Rainha, etc. Nos
resultados que foram feitos seguindo uma metodologia tradicional,
estatística, as pessoas acertaram, no baralho de Zener, um
pouquinho acima do que era esperado ao acaso e 10% acima no
baralho de Tarô, comparando com o de Zener. A explicação dada
pelo meu orientando foi dentro da teoria da Psicologia Analítica, em
relação aos arquétipos emergentes que, de certa forma, estariam
mobilizados mais no baralho de Tarô do que simplesmente no
618
baralho de símbolos geométricos. Mas essa explicação, embora nos
satisfaça um pouco, ainda deixa muito a desejar. Eu perguntaria se o
senhor teria alguma explicação a mais baseada na Teoria Quântica
sobre essa maior adivinhação das cartas do baralho do Tarô, que
são símbolos arquetípicos em relação ao baralho comum de Zener,
que são cinco símbolos geométricos, quadrado, circulo, etc.?
Amit Goswami: Sim. Obrigado pela pergunta. Na verdade, somente
no Brasil alguém pensaria em fazer um experimento tão brilhante.
Tenho visitado o Brasil nos últimos 5 anos e o futuro parece
promissor. Eu fico entusiasmado com a mente do brasileiro. Qual é
a diferença entre o experimento original de adivinhação de cartas e
as cartas de Tarô? A ideia que proponho, acho que você pensa da
mesma forma, é que quando o objeto que usamos na telepatia é
significativo, ele é um objeto melhor. Os cientistas, os
parapsicólogos anteriores preocupavam-se demais com a
objetividade e ignoravam esse aspecto. Agora, nos novos
experimentos parapsicológicos, espero usarmos cada vez mais
objetos significativos na transferência telepática. E você tem razão,
a explicação completa tem de usar a palavra “telepatia”, tem de
usar a transferência não-local de informações, neste caso,
transferência não-local de informações significativas, arquetípicas. E
esse é o motivo para os melhores resultados. Mas a não-localidade,
a não-localidade quântica, tem de ser evocada para se ter uma
explicação completa do que ocorreu. Obrigado.
Mario Cortella: Doutor Amit, eu juntei algumas questões nisso que
eu não vou tratar delas como perguntas, porque eu acho que na sua
obra, pelo menos no que eu pude ler, há um aprofundamento disso
e uma leitura mais detalhada ofereceria mais questões. Por
exemplo, no campo da psicanálise essa ideia de que o universo é
quando é percebido e até interferido, será que não seria uma
postura um pouco ego-narcísica da nossa parte, um pouco
antropocêntrica em relação ao próprio universo que dificulta a ideia
619
de um cosmo, invertendo Dostoievski. Dostoievski disse que se Deus
não existe, tudo é permitido. Nessa compreensão, parece que se
Deus existe, aí é que tudo é permitido, porque existe aí uma
probabilidade que pode ser interferida. E uma outra questão, que
eu acho que está na sua obra, mas acho que vale aprofundamento,
é o ateísmo metodológico, sendo que foi tão caro para a ciência
para poder buscar explicações, mas ele não é mais necessário. Mais
aí a questão de fundo: eu tenho lido, não sei se é verdade, que a
Física Quântica mostra que hoje o tempo é uma ilusão. Alguns têm
dito que não se fala mais em universo, mas em multiuniverso,
porque haveria vários universos paralelos. Isso traria um problema:
a possibilidade de viajar no tempo. A maior explicação que achei até
hoje contra a viagem no tempo, foi do Físico inglês, Stephen
Hawking, que usou um argumento lógico. Ele disse: “É impossível
viajar no tempo porque se um dia for possível isso, os homens do
futuro já teriam voltado”. Mas a Física Quântica ao falar em
universos paralelos levanta a possibilidade de se ter o tempo como
uma mera ilusão humana. Isso me coloca a seguinte pergunta aí
para o senhor: será que nós chegaremos, com a Física Quântica, a
voltar à origem do cosmos e, aí sim, encontrar o princípio
explicativo?
Amit Goswami: Bem, suas duas colocações são muito boas, e a
pergunta é extremamente fascinante. A primeira coisa que quero
dizer é que ‘não dizemos que tudo é possível’ apenas por termos
incluído aí a consciência em nossas teorias, porque ainda estamos
concordando totalmente com a Física Quântica que a causalidade
ascendente molda a forma das possibilidades, a partir da qual a
consciência escolhe. Tanto a causalidade descendente, quanto a
ascendente tem papel fundamental na nova Física, na nova Ciência.
Essa é uma das virtudes que temos. A nova Ciência absorve a velha
Ciência nos limites do princípio da correspondência, no limite de
que poderíamos falar apenas em termos de probabilidades para um
grande número de coisas e eventos. A velha Ciência não
620
desaparece. Não poderia. É solidamente baseada em dados
experimentais. A nova Ciência expande a velha Ciência em arenas
com as quais a velha Ciência não pode lidar. Como eventos
singulares de criação, criatividade. Esse é o primeiro ponto. Sobre
voltar no tempo, há experimentos quânticos. O mais famoso é o
experimento de Le Choice, mas é muito longo para explicar, e muito
complicado para os espectadores realmente apreciarem. Embora, se
alguém estiver interessado nele, há livros sobre ele. Leiam, por
favor, é fascinante. Há algo acontecendo. Essa ideia de voltar no
tempo é real na Física Quântica. Podemos ser afetados por coisas no
futuro, assim como somos afetados por coisas no passado. Na Física
Quântica, o tempo é não-linear. Isto posto, claro que experimentos
recentes são tão impressionantes, tão surpreendentes, que muitos
físicos convencionais, conservadores, procuram formas de viajar no
tempo. Mas acho que o consenso é que a viagem no tempo envolve
muito mais do que esta observação da Mecânica Quântica. Não
podemos mais descartá-la, mas ela envolve muito mais, pois ainda
temos sérios problemas de como trazer os efeitos quânticos aos
macrocorpos. Pois os efeitos quânticos são muito destacados
apenas em objetos microscópicos, e não tão destacados em macroobjetos. A situação da medição é uma exceção. Mas normalmente
descobrimos apenas raios ‘laser’, supercondutores, poucas coisas,
poucos macro-objetos em que os efeitos quânticos persistem. Então
temos de resolver esse problema de como macrocorpos podem ser
transportados pelo tempo, e isso levará um tempo. Se a consciência
voltar a essa equação, e ela precisa voltar, em algum ponto, então,
outra dimensão de pensamento se abrirá e isso pode nos dar novas
respostas, novas visões sobre isso. Mas é muito prematuro falar
sobre isso, acho.
Rose Marie: Eu sou muito interessada em história da tecnologia,
porque eu acho que através da tecnologia é que os sistemas
econômicos se desenvolvem, que cresce uma dominação de
potências hegemônicas. Isso vai muito na linha da pergunta do
621
Cláudio Abramo. Eu sei que o senhor está trabalhando na
construção do primeiro computador quântico. Eu quero perguntar
uma coisa: o computador quântico dá saltos quânticos, ele cria?
Qual a diferença dele do computador determinístico?
Amit Goswami: Essa é uma pergunta muito interessante. O que é
um computador quântico? Um computador quântico em vez de usar
um algoritmo específico, usa um algoritmo ambíguo. No
computador quântico é usada a superposição de possibilidades e,
dessa forma, espera-se que seja muito mais rápido que o
computador convencional. Desde que o computador quântico opere
apenas nesse nível, eu não espero que ele seja uma novidade tão
grande, a não ser o fato de ele ser mais rápido. É isso que interessa
aos cientistas da computação. Mas eu tenho um interesse diferente
nesse computador. Se o computador for construído, por ter um
processador quântico, por processar superpondo possibilidades ...
Rose Marie: É tão realista.
Amit Goswami: Isso mesmo. Assim como o ser humano faz. O
cérebro humano, de forma semelhante, processa de forma quântica
as possibilidades, em vez de trabalhar diretamente, de maneira
algorítmica, sem ambiguidade. Então, alguém pode fazer um
computador que tenha todos os outros aspectos da medição
quântica? A situação da medição quântica envolve um mecanismo
que chamo de hierarquia embaraçada. É um pouco difícil de
entender, mas um exemplo é a frase: “Eu sou mentiroso”. Se pensar
nela, verá que a relação hierárquica entre sujeito e predicado é
recíproca. “Eu” qualifico mentiroso, e vice-versa. Um qualifica o
outro. É o que chamo de hierarquia embaraçada. A medição
quântica no cérebro é assim. A questão intrigante para mim é que:
suponha que no futuro encontremos um computador com
hierarquia embaraçada. O interessante é que a hierarquia
embaraçada dá margem à auto-referência. Então, este computador
622
quântico terá auto-referência? A consciência cooperará na criação
de um aparelho feito por humanos, que não seguiu uma evolução,
mas desenvolvido pela inteligência humana? A consciência
cooperará? A consciência cósmica cooperará e o tornará um ser
consciente? Eu não sei a resposta. Mas esta será uma verificação
fundamental, uma das mais fantásticas, das ideias que discutimos
hoje. Acho que essa pesquisa deve ser encorajada. Obrigado pela
pergunta.
Lia Diskin: Tentando fazer uma síntese dentro das ideias da biologia,
dentro das ideias da psicologia e, logicamente, de toda a Física que
o senhor coloca, o que hoje sabemos é que apenas 2% de nosso
cérebro utilizam vias neuro-cerebrais para entrada e saída de
informação. E é a partir disso, que nós construímos o que
chamamos “os objetos ideais e universais” que constituem a ciência.
98% restante pertence a um universo interno, nebuloso, no qual
existe a fantasia, a ilusão, logicamente a irracionalidade e também a
probabilidade. Até que ponto podemos dizer que é possível um
verdadeiro diálogo com essa disparidade de porcentagens? Até que
ponto podemos dizer que é possível uma cientificação das ideias, de
Deus, ou das ideias internas, humanas, divinizadas, como queira
chamá-las?
Amit Goswami: Em outras palavras, deixe-me ver se entendi a
pergunta, há muitas coisas que são fantasias e há muitas coisas que
envolvem Deus. É possível transformar esses aspectos fantasiosos
em científicos? É uma pergunta interessante. Claro, na criatividade,
transformamos fantasias, transformamos algumas fantasias em algo
científico. Porque algumas delas são fantasias criativas. Em outras
palavras, a imaginação, a parte mental de nossas vidas, a parte
interna de nossa vida, é fundamental no que fazemos no mundo
externo. Na nova Ciência, por estarmos igualmente envolvidos com
o mundo externo e o interno, pelo fato de a subjetividade ter
voltado à ciência, estamos validando o conceito de que, talvez,
623
devamos levar algumas de nossas fantasias a sério. Porque a ideia
contrária também pode ser positiva, ou seja, de que tudo é uma
fantasia. Fantasia da mente, fantasia da consciência. Porque a
consciência é a base do ser, e o que pensávamos ser material e real,
e o que pensávamos ser fantasia e irreal, esta distinção não é muito
clara, agora. São todas possibilidades da consciência. Portanto, é a
consciência que as valida, que escolhe entre elas, que lhes dá
substancialidade. Então, qual delas será substancial depende
totalmente da escolha, do contexto no qual a consciência as vê. Isso
vai revolucionar a sociedade, como você antecipou com sua
pergunta. Em outras palavras, vamos levar nosso mundo interno
muito mais a sério. Eu costumo dizer às pessoas que, se elas
estudarem seus sonhos, o preconceito que costumamos ter é de
que o sonho não é contínuo, portanto, de que adianta estudá-los?
Há evidências de que os sonhos são contínuos, mas é preciso olhálos sob o ponto de vista significativo. Alguns ficariam felizes com
essa descoberta científica, de que os sonhos dão um relatório sobre
a parte significativa das nossas vidas. Então, há outros aspectos da
vida com os quais a ciência materialista não pode lidar e com os
quais podemos lidar agora por colocar a consciência de volta, por
exemplo, o pensamento. E, quando fazemos isso, nossa vida interna
adquire uma enorme importância. Sim, a vida interna lida com o
pensamento, a beleza, os arquétipos, de uma forma diferente que a
vida externa, materialista, pode. E, focalizando na vida interna, não
só podemos nos transformar, essa é a parte mística, mas também
podemos ter enormes visões sobre o que criar, como criar, sobre
nossas artes, sobre nossa música, até sobre a ciência.
Pierre Weil: Eu queria primeiro felicitar esse programa, Roda Viva,
pelas iniciativas que está tomando. Eu quero dizer que é a primeira
vez que eu vejo na televisão, problemas tratados no nível que
merecem, na altitude que merecem, problemas como a
parapsicologia, a psicologia transpessoal. Isso é feito graças a uma
mudança de paradigma. E eu queria realçar de novo para o público
624
telespectador que o que estamos tratando aqui tem uma influência
muito grande sobre a destruição da vida no planeta e a grande crise
de violência que está assolando atualmente o mundo, não é só o
Brasil. Eu queria, já que estamos no fim do programa, deixar a
oportunidade a Amit Goswami, que nós convidamos na nossa
Universidade da Paz em Brasília, justamente porque ele representa
um novo paradigma. Como que o antigo paradigma é responsável
pela violência atual do mundo, antiga visão que está responsável
pela destruição da vida no planeta, e como o novo paradigma pode
nos ajudar a nos tirar dessa crise, além de medidas policiais e de
mudança de lei que são necessárias, mas são absolutamente
insuficientes?
Amit Goswami: Obrigado. Acho muito importante dizer que, sem
reconhecer a consciência e sem reconhecer o valor da nossa vida
interna, sem reconhecer o valor da transformação, nunca
mudaremos a violência na sociedade. Então, é muito importante ver
que apenas pensando em não violência, apenas falando dela, não
deixaremos a violência. É preciso passar por todo o processo
criativo. A nova Ciência, o novo paradigma, é extremamente
importante porque sempre enfatiza a criatividade. Na velha Ciência,
o determinismo e behaviorismo, essa ideia de que o
condicionamento prevalece, nos cegou tanto quanto à
transformação, nos cegou tanto que desistimos. Basicamente, os
valores não eram necessários. Steve Weinberg disse que não há
significado no universo, não há valores se o consenso é o
julgamento dos cientistas materialistas, e isso ocorre dentro da
sociedade, e o behaviorismo diz: “Não podemos fazer nada. Somos
seres comportamentais, somos condicionados”. E a nova Ciência diz:
“Não. Também há forças criativas dentro de nós. Basta aprender a
agir a partir desse estado de consciência não ordinário no qual você
tem escolhas”. E o meu novo lema, em vez do cartesiano “eu penso,
logo existo”, e pensamento é uma condição behaviorista, meu novo
lema é: “escolho, logo existo”. Se for “escolho, logo existo”, posso
625
escolher a não violência. Mas tenho de aprender como escolher, e
isso exige criatividade. Essa é, realmente ... a nova confiança do
novo paradigma: em vez de escolher a metade condicionada do
mundo, vamos dividir o mundo em condicionamento e criatividade.
Forças do Bem e do Mal, das quais falamos antes. Podemos ser
muito otimistas. Se essa mudança para o novo paradigma vier logo,
talvez possamos realmente lidar com a violência de uma forma
realmente prática, em vez de apenas verbalmente, como fazemos.
Carlos Ziller: Quando eu estava fazendo a minha leitura dos seus
trabalhos, percebi um sentimento que eu compartilho, de um
incômodo profundo com relação a algumas conclusões que
emergem de determinados meios científicos. Vou dar só um
exemplo, acho que o telespectador vai se lembrar, certamente. Há
algum tempo atrás apareceu um resultado de um laboratório do
EUA que falava da descoberta do gene da homossexualidade. Mais
recentemente falou-se no gene da obesidade, e há toda uma série
de conclusões desse tipo que não deixam de produzir, nos homens
de bom senso, certa surpresa, e, contudo, mesmo em homens que
são materialistas e bem convencidos, que não aceitam, rejeitam
esse determinismo radical que emerge de alguns ambientes
científicos, sobretudo norte-americanos. Há um materialismo que
convive muito bem com o livre-arbítrio. Há um realismo filosófico
que convive muito bem, sem muito inconveniente, com paradoxos,
com contradições. Isso não é, digamos, o todo, do que se poderia
chamar de “atividade científica”. Por fim, eu gostaria de fazer uma
pergunta, e é a questão mais importante que eu teria a colocar, que
emerge também de uma sensação que eu tive ao ler “O universo
autoconsciente”. Eu tive a sensação de retornar ao passado, aí sim
uma viagem ao passado. Eu vi ali, arrumados, organizados de uma
forma muito particular por você, ideias e proposições que eu já
havia conhecido em leituras, por exemplo, da obra do cardeal
Nicolau de Cusa, grande pensador do século XV, que propôs que o
universo era resultado de uma contração de Deus, e essa contração,
626
enfim, não é o caso aqui de eu explanar essa filosofia. Mas esse tipo
de pensamento, produziu, interagiu com concepções científicas do
século XVI, do século XVII, com concepções que propunham que a
divindade organizasse, ou enfim, propunha uma visão bastante
parecida com essa, um projeto científico bastante parecido com
esse que você está propondo nesse seu livro. A humanidade passou
por um processo muito longo, muito duro, para conseguir, digamos,
não eliminar Deus da Ciência, mas pelo menos reduzir um pouco
seu papel, esse processo foi longo e lento. Para concluir, como o
senhor acredita poder convencer os cientistas desse seu projeto,
depois de tanto esforço para conseguir criar uma noção de
objetividade, de realidade, de realismo, com todos os exageros em
alguns momentos, mas convencer esses homens depois de tanto
esforço? O senhor imagina conseguir isso usando que gênero de
recursos?
Amit Goswami: Eu acredito que as ideias se verificarão por si
mesmas, serão confirmadas nos laboratórios e serão úteis. A ciência
tem dois critérios fundamentais. Por isso Galileu é chamado de pai
da ciência moderna, pois ele enunciou claramente esses dois
critérios. Um é que a ciência deve ser verificável. Ela deve ser
verificada experimentalmente. E a segunda ideia é que a ciência
deve ser útil. No aspecto da verificação, já apresentei alguns
experimentos a vocês, pois o tempo é curto, não entrarei em outros
experimentos, mas digo que há um número enorme de
experimentos sendo realizados, graças à Parapsicologia e
interessados em Parapsicologia. Mas também em Biologia, e a
Medicina é uma grande área de verificação experimental de
algumas de nossas ideias. Mas a questão da utilidade é a mais
importante. Deepak Chopra ficou famoso por um livro que
escreveu, chamado Cura Quântica, lançado há 10 anos. Ele começou
a revolucionar a Medicina, de certa forma, pois há um fenômeno
chamado “efeito placebo” para o qual os cientistas não têm
explicação. E esse trabalho, que é muito semelhante à minha forma
627
de pensar, e eu tenho lido trabalhos citando a conexão entre as
nossas ideias... Mas veja as implicações disso. Se, de fato, houver
cura quântica, se houver Medicina mental, o efeito da mente sobre
a cura, então as pessoas serão de fato ajudadas, não apenas no
campo da Psicologia, mas no campo da verdadeira saúde física. A
saúde física real, que importa para muito mais pessoas do que a
saúde mental, ainda não estamos esclarecidos o bastante para levar
a saúde mental tão a sério. Mas todos se preocupam com a saúde
física, levam muito a sério. É a aplicação da nova Ciência a essas
áreas, especialmente na área da saúde, que vai trazer a revolução
de que Deus é importante, a consciência é importante, a
criatividade é importante, observar o livre-arbítrio e
responsabilidade é importante. Que temos um paradigma científico
que pode unir todas essas coisas, trazê-las para junto da velha
ciência e ter formas objetivas de proceder e prever. Será uma
ciência previsível, poderá ser verificada e também será útil. Isso é o
que mudará a percepção do público. A percepção dos cientistas,
também. Obrigado.
Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, muito obrigado por vir.
Amit Goswami: Muito obrigado. Foi um prazer estar aqui.
628
O universo autoconsciente: como a consciência
cria o mundo material
● Parte 1: A Integração entre Ciência e Espiritualidade
● Parte 2: O Idealismo e a Solução dos Paradoxos Quânticos
● Parte 3: Referência ao self: como o uno torna-se muitos
● Parte 4: O reencantamento do ser humano
Antes se relembra que foi dito na introdução deste ciclo de
palestras sobre a existência de imensas dificuldades para contribuir
em proporcionar motivação à iniciação a uma Ciência Espiritualista
embasada pela Física Quântica.
Uma dificuldade que se destaca no que foi dito sobre as
quatro partes é o conhecimento das palavras, por exemplo: self.
Self é o sujeito da consciência. Self individual é o conteúdo
do ego [este então é o aspecto condicionado do self] e o caráter
que, juntos, definem a si - mesmo individual. Self quântico é a
modalidade primária do sujeito do self situado além do ego, onde
reside a verdadeira liberdade, criatividade e não-localidade da
experiência humana.
Outra dificuldade é a complexidade de vocábulo como, por
exemplo: consciência.
Consciência é o fundamento do ser (original, autossuficiente
e constitutiva de todas as coisas) que se manifesta como o sujeito
que escolhe, e experimenta o que escolhe, ao produzir o colapso
auto-referencial da função de onda quântica em presença da
percepção do cérebro-mente.
Para se perceber mais a complexidade, imaginem que para
se compreender melhor a definição de consciência se sinta a
necessidade de saber o que é função de onda quântica. E que esta é
uma função matemática que representa a amplitude quântica,
obtida como uma solução da equação de Schrödinger. Lembram-se
dela!
Com isso se espera melhorar a compreensão deste livro ser
apenas uma apresentação panorâmica da obra de Amit Goswami.
629
Neste sentido se diz que Goswami contesta radicalmente o
realismo materialista e desconstrói a convicção de que a matéria é o
principal elemento formador da criação. Em vez disso, afirma que o
verdadeiro fundamento de tudo aquilo que conhecemos e
percebemos é a consciência, aqui entendida como algo
transcendental — fora do espaço-tempo, não local e onipresente.
Propõe uma teoria desafiadora, erguendo uma ponte entre ciência e
espiritualidade e construindo um novo paradigma científico.
No que diz respeito às quatro partes.
● Parte 1: A Integração entre Ciência e
Espiritualidade
Goswami afirma:
“Por um lado, recebemos de braços abertos os benefícios
gerados por uma ciência que assume a visão mundial materialista.
Por outro, essa visão, predominante, não consegue corresponder as
nossas intuições sobre o significado da vida.”
Messias Meishu-Sama já havia exposto isso no seu livro
“Evangelho do Céu: III. Reino Divino” (pág. 108, §2 à pág. 109, §2):
“No Ocidente, o desenvolvimento materialista começa a vir à
tona a partir do século XVII e, nos seguintes, promove grandes
transformações em todos os setores da sociedade, chegando ao
auge com a revolução industrial. O mundo inteiro fica deslumbrado
com o avanço científico [materialista] e a humanidade, em vez de
pegar um caminho de buscas mais profundas, preferiu ficar no
palpável, achando-o incomparavelmente melhor para a criação de
uma vida de felicidade plena. Além disso, como uma espécie de
prova desses fatos, os povos foram percebendo que os países nos
qual tal cultura se desenvolvia se tornavam ricos e prósperos,
conseguiam ter armamentos poderosos, eram respeitados no
âmbito internacional e as pessoas desfrutavam de abundantes
recursos materiais.
As demais nações, então, pressionadas e dominadas pela
630
força do desenvolvimento tecnológico, se propuseram à conquista
de uma posição semelhante. À vista disso, a evolução científicomaterialista, cada vez mais evidente, chegou aos dias de hoje. E o
ser humano embriagado por ela acreditou piamente nos seus
postulados. Como consequência, o lado espiritual ficou vazio, sem
vida. Nos dias de hoje, a maioria só busca o visível, o concreto. A
moral e a ética caíram num nível tal de degradação, que levaram o
homem a tornar-se escravo da ciência materialista.
Como se pode observar, nos dias de hoje, em lugar de
dominar a ciência [materialista], o ser humano é governado por ela.
Daí a razão de a sociedade estar a um passo da maior conturbação
mundial, colocando em perigo o seu próprio futuro.
Analisando mais profundamente o estado atual, percebe-se
que a vida humana se encontra meio sem saída. E uma situação
irônica: quanto maior progresso cultural promove, mais longe fica
de felicidade. Tudo isso está acontecendo porque a humanidade se
desviou de seu objetivo principal, qual seja a busca do bem através
do aprimoramento do espírito.”
Goswami confirma o que foi dito por Meishu-Sama:
“Nos últimos 400 anos, adotamos gradualmente a crença de
que a ciência só pode ser construída sobre a ideia de que tudo é
feito de matéria  os denominados átomos, em um espaço vazio.
Viemos a aceitar o materialismo como dogma, a despeito de sua
incapacidade de explicar as experiências mais simples de nossa vida
diária. Em suma, temos uma visão de mundo incoerente. As
tribulações em que vivemos alimentaram a exigência de um novo
paradigma - uma visão unificadora do mundo que integre mente e
espírito na ciência. Nenhum novo paradigma, contudo, emergiu até
agora.”
Messias década de 40 já havia desenvolvido nesse sentido:
“Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o
Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois viria o fim. Que
quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será
cumprida pelos meus Ensinamentos, um livro intitulado “A Criação
631
da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não
é a verdadeira civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a
Educação, a Arte, etc. serão bem diferentes. A parte que se refere à
Medicina já está quase pronta, mas tenciono escrever, ainda este
ano, a parte referente às outras áreas. Quando o livro estiver
concluído, pretendo traduzi-lo para o inglês e tomar providências
para que ele seja lido por professores universitários, cientistas,
enfim, por intelectuais do mundo inteiro. Vou enviá-lo, também, à
Comissão Examinadora do Prêmio Nobel, mas acredito que, no
início, não o receberão bem, pois a Comissão é integrada por
eminentes personalidades da cultura material. Todavia, como se
trata de um livro que aborda justamente aquilo que as pessoas
eminentes estão buscando, acredito que os integrantes da Comissão
não deixarão de entendê-lo e exclamar: "É isto!". Assim, poderiam
conceder-me dez, ou vinte Prêmios Nobel. Quando esse livro for
publicado, eu gostaria que todos os povos lessem.”
Goswami declara:
“Este livro propõe um paradigma desse tipo e mostra que
podemos construir uma ciência que abranja as religiões do mundo,
trabalhando em cooperação com elas para compreender a condição
humana em sua totalidade. O núcleo desse novo paradigma é o
reconhecimento de que a ciência moderna confirma uma ideia
antiga  a ideia de que consciência, e não matéria, é o substrato de
tudo que existe.
A primeira parte deste livro apresenta a nova física e uma
versão moderna da filosofia do idealismo monista [filosofia que
define a consciência como a realidade primária, como a base de
toda a existência. Os objetos de uma realidade empírica consensual
são todos epifenômenos da consciência, que surgem das
modificações da consciência. Não existe natureza do self à parte da
consciência no sujeito ou no objeto de uma experiência consciente].
Sobre esses dois pilares, tentarei construir o prometido novo
paradigma, uma ponte sobre o abismo entre ciência e religião. Que
haja contato entre ambas.
632
Ela é composta de quatro capítulos:
Capítulo 1: O abismo e a ponte
Capítulo 2: A velha física e o legado filosófico
● A física clássica e o realismo materialista
● Poderemos construir um computador consciente?
Capítulo 3: A física quântica e o fim do realismo materialista
● Planck dá o primeiro salto quântico
● Os fótons de Einstein e o átomo de Bohr
● A dualidade onda-partícula
● Ondas de matéria
● Ondas de probabilidade
● O princípio da incerteza de Heisenberg
● Fantasias incertas
● A dualidade onda-partícula e a medição quântica
● O princípio da complementaridade
● O princípio da correspondência
● A interpretação de Copenhague
● Cortando de um lado a outro o realismo material
Capítulo 4: A filosofia do idealismo monista
● Misticismo
● Religião
● Metafísica idealista para objetos quânticos
● A ciência descobre a transcendência
● Parte 2: O Idealismo e a Solução dos Paradoxos
Quânticos
Hábitos de pensamento morrem lutando. Embora a
mecânica quântica tenha substituído a mecânica clássica como
teoria fundamental da física, muitos de seus estudiosos,
condicionados pela antiga visão do mundo, ainda acham difícil
engolir as implicações idealistas da primeira. Eles não querem fazer
as embaraçosas perguntas metafísicas provocadas pela primeira.
633
Alimentam a esperança de que, se forem ignorados, esses
problemas desaparecerão.
Nos cinco capítulos seguintes vamos abri-las e expor os
paradoxos da física quântica. Nosso objetivo será demonstrar que,
quando analisados a luz do idealismo monista, descobre-se que os
paradoxos não são tão chocantes e contraditórios assim. A
observância rigorosa de uma metafísica idealista, baseada em uma
consciência transcendente, unitiva, que gera o colapso da onda
quântica, resolve, de forma não arbitrária, todos os paradoxos em
questão. Descobriremos que é inteiramente possível fazer ciência
dentro do marco do idealismo monista. O resultado é uma ciência
idealista que integra espírito e matéria.
A ideia de que a consciência provoca o colapso da onda
quântica foi originariamente proposta pelo matemático John Von
Neumann, na década de 1930. Por que demoramos tanto para
estudar seriamente essa ideia? Talvez ajude uma curta discussão de
como surgiu meu próprio esclarecimento nesse assunto.
Em 1983, fui convidado a participar de um seminário de dez
semanas de duração sobre consciência, no Departamento de
Psicologia da Universidade de Oregon. Fiquei muito lisonjeado
quando esses psicólogos eruditos escutaram, sem arredar pé, seis
horas inteiras de palestra que fiz sobre ideias quânticas. A grande
recompensa, no entanto, ocorreu quando um dos estudantes de
graduação, do grupo do psicólogo Michael Posner, mencionou
alguns dados cognitivos reunidos por um estudioso chamado Tony
Marcel. Alguns dos dados diziam respeito à “ver sem consciência de
ver”: exatamente o que eu estava procurando.
Com o coração em disparada, escutei os dados e relaxei
apenas quando compreendi que eles estavam em completo acordo
com o fato de minha consciência provocar o colapso do estado
quântico do cérebro-mente quando vemos conscientemente (ver
Capitulo 7). Quando vemos sem consciência de que vemos, não
ocorre o colapso, e isso fazia realmente um bocado de diferença em
experimentos. Antes de muito tempo, compreendi também como
634
resolver o paradoxo menor criado pela distinção entre percepção
consciente e inconsciente. O segredo consiste em distinguir entre
consciência e percepção.
Esta parte é composta de:
Capítulo 5: Objetos simultaneamente em dois lugares e efeitos que
precedem suas causas
● O experimento da fenda dupla
● O experimento de opção retardada
Capítulo 6: As nove vidas do gato de Schrödinger
● A solução idealista
● Perguntas sobre a solução idealista
● O paradoxo do amigo de Wigner
● A panela observada ferve, mesmo.
● Quando estará completa uma medição?
● O gato é quântico ou clássico?
● O paradoxo de Ramachandran
● Quando estará completa uma medição? (reprise)
● A irreversibilidade e a flecha do tempo
● As nove vidas
Capítulo 7: Escolho, logo existo
● Experimentos de percepção inconsciente
Capítulo 8: O paradoxo Einstein-Podollsky-Rosen
● A prova da não-localidade: o experimento Aspect
● Dobra o sino pelo realismo materialista?
● A física torna-se um elo com a psicologia
● A visão à distância como evento quântico não local
● Experiências fora do corpo
Capítulo 9: A reconciliação entre realismo e idealismo
● Poderemos reconciliar com o idealismo uma
teoria de muitos mundos?
● Como pode um cosmo idealista criar a
aparência de realismo?
635
●Parte 3: Referência ao self: como o uno torna-se
muitos
Há séculos Descartes descreveu mente e corpo como
realidades separadas. Esse cisma dualístico ainda impregna a
maneira como vemos a nós mesmos. Nesta parte do livro,
demonstraremos que um monismo [filosofia que postula que mente
e cérebro pertencem à mesma realidade] baseado no primado da
matéria é incapaz de exorcizar o demônio do dualismo. O que de
fato lança uma ponte sobre o cisma é ciência idealista  uma
aplicação da física quântica interpretada de acordo com a filosofia
do idealismo monista.
Veremos que a ciência idealista não só elimina o cisma da
relação mente-corpo, mas responde também a algumas perguntas
que confundiram filósofos durante numerosas eras  questões
como: de que modo uma consciência una torna-se muitas? Como o
mundo de sujeitos e objetos surge de um ser uno? As respostas a
essas perguntas são encontradas em conceitos como hierarquia
entrelaçada [elo entre níveis de categorias; uma hierarquia que não
pode ser situada causalmente sem que se encontre uma
descontinuidade. Um exemplo é o paradoxo do mentiroso: “Sou um
mentiroso”.] e referência ao próprio self - a capacidade de um
sistema de se ver como separado do mundo.
Na Índia conta-se uma lenda belíssima sobre a origem do rio
Ganges. Na verdade, o Ganges nasce em uma geleira nas alturas do
Himalaia. Diz a lenda, no entanto, que o rio tem origem no céu e
que chega a Terra através das tranças entrelaçadas dos cabelos de
Shiva. Um famoso cientista indiano, Jagadish Bose, que teve ideias
de vasto alcance sobre a consciência das plantas, escreveu em suas
memórias que, na infância, ouvia o som do Ganges e se perguntava
sobre o significado da lenda. Ao chegar à idade adulta, descobriu
uma resposta: caráter cíclico. A água evapora-se e forma nuvens,
em seguida cai como neve nos picos mais altos da montanha. A
neve derrete-se e se transforma na fonte dos rios, que em seguida
636
descobrem seu caminho para o oceano, mas apenas para evaporarse mais uma vez, enquanto o ciclo continua.
Eu, também, ao tempo de jovem, passei horas às margens do
Ganges, pensando no significado da lenda. De alguma maneira, eu
não achava que Bose dera a resposta final ao significado. Natureza
cíclica, claro, mas qual o significado das tranças entrelaçadas de
Shiva? Eu não sabia como responder a essa pergunta, não nessa
ocasião.
Após olhar para muitos diferentes rios, a lenda continuou a
me deixar confuso, até que li o Gödel, Escher, Bach: An Eternal
Golden Braid, de Doug Hofstadter. Na lenda, o rio Ganges (outro
nome da mãe divina) simboliza o princípio informe por trás da
forma manifesta, os arquétipos platônicos; e Shiva é o princípio sem
forma por trás da autoconsciência manifesta, o inconsciente. As
tranças entrelaçadas de Shiva representam uma hierarquia
entrelaçada (a trança dourada eterna de Hofstadter). A realidade
nos chega em forma manifesta por meio de uma hierarquia
entrelaçada, exatamente como o Ganges desce ao mundo da forma
através das tranças de Shiva.
Descobriremos que essa resposta nos leva a ideia de um
espectro de autoconsciência. Descobriremos que há um self além do
ego. O estudo desse self maior permite-nos integrar as várias teorias
de personalidade da psicologia moderna - o behaviorismo, a
psicanálise e a transpessoal. A psicologia transpessoal é a escola de
psicologia baseada na ideia de que nossa consciência estende-se
além do ego condicionado, individual, para incluir um aspecto
unitivo e transcendente - com a visão do self que é expressa nas
grandes tradições religiosas do mundo.
Esta parte é composta de:
Capítulo 10: Análise do problema corpo-mente
● Cuidado com o dualismo
Capítulo 11: Em busca da mente quântica
● O idealismo e o cérebro-mente quântico
● Os dados de Tony Marcel revisitados
637
● Funcionalismo quântico
● O cérebro-mente como sistema quântico e
aparato de medição
● Medição quântica no cérebro-mente:
uma parceria do clássico e do quântico
Capítulo 12: Paradoxos e hierarquias entrelaçadas
● O gato de Schrödinger revisitado
Capítulo 13: O “eu” da consciência
● A emergência do ego
● Selves clássicos e quânticos
● O amor de uma mulher que acreditava na
mecânica clássica: uma parábola
Capítulo 14: Integrando as psicologias
● Características associadas à experiência do “eu”:
Intencionalidade, autopercepção e refletividade;
Experiência do ego; Atenção e ações conscientemente
dirigidas; Experiências transpessoais do self;
Experiência implícita do self; Opção e livre-arbítrio;
Experiências relacionadas com o inconsciente
● O espectro da autoconsciência: O nível do ego;
O nível Buddhi
● Parte 4: O reencantamento do ser humano
O primeiro esboço deste livro foi escrito no verão de 1982.
Eu sabia, no entanto, que havia profundas incoerências no material.
Elas tinham origem no apego muito sutil a um dos dogmas
fundamentais da filosofia realista  a consciência tinha de ser um
epifenômeno da matéria. O biólogo Roger Sperry falou em
consciência emergente - uma consciência causalmente poderosa
que emergia da matéria, do cérebro. De que maneira poderia isso
acontecer? Há um círculo vicioso obstinado no argumento de que
alguma coisa feita de matéria pode agir sobre ela com novidade
causal. Eu podia ver, nesse caso, a conexão com os paradoxos da
638
física quântica: como poderíamos nós, nossas observações, produzir
um efeito sobre o comportamento de objetos, sem postular uma
consciência dualista? Eu sabia também que a ideia de uma
consciência dualista, separada da matéria, criava seus próprios
paradoxos.
A ajuda chegou de uma direção inesperada. Como cientista,
sempre acreditei em uma abordagem total de problemas. Uma vez
que, nessa ocasião, minha pesquisa constituía evidentemente uma
exploração da natureza da própria consciência, achei que devia
mergulhar também em estudos empíricos e teóricos da consciência.
Essa orientação implicava psicologia, embora os modelos
psicológicos convencionais - dadas suas raízes no realismo
materialista - evitem experiências conscientes que contestem essa
visão do mundo. Outras psicologias menos convencionais, contudo,
tais como o trabalho de Carl G. Jung e Abraham Maslow,
pressupunham um conjunto diferente de suposições. Essas ideias
apresentam maior ressonância com a filosofia dos místicos - uma
filosofia que se baseia em enxergar, espiritualmente, através do véu
que cria a dualidade. Para remover o véu, os místicos prescrevem
que o indivíduo se torne atento ao campo da percepção (esse
estado de atenção é, às vezes, denominado meditação).
Eventualmente, após anos de esforços, uma combinação de
meditação, leitura de filosofias místicas, um sem-número de
discussões e simplesmente pensamento concentrado começaram a
romper o véu que me separava da solução que eu procurava para
tais paradoxos. O dogma fundamental do realismo materialista que tudo é feito de matéria - teve de ser abandonado, e isso sem
trazer o dualismo. Lembro-me ainda do dia em que ocorreu o
rompimento final. Estávamos em visita a nossa amiga Frederica, que
reside em Ventura, na Califórnia.
Cedo, naquele dia, Maggie e eu saímos com um amigo, o
místico Joel Morwood, para ouvir uma palestra de Krishnamurti na
vizinha Ojai. Mesmo aos 89 anos, Krishnarnurti dava conta do
recado com extraordinária habilidade. Em seguida, conversando
639
com a plateia, ele aprofundou pontos que haviam constituído a
essência de seu ensinamento para mudar, temos de estar cientes
agora, e não resolver mudar mais tarde ou, simplesmente, pensar
no assunto. A percepção radical, e só ela, leva a transformação que
desperta a inteligência radical. Quando alguém perguntou se a
percepção radical ocorre a nós, seres humanos comuns,
Krishnamurti respondeu gravemente: “Tem de ocorrer”.
Mais tarde naquela noite, Joel e eu iniciamos uma conversa
sobre Realidade. Eu estava lhe dando um prato cheio de minhas
ideias sobre consciência, que havia elaborado a partir da teoria
quântica, em termos da teoria da medição quântica. Joel escutava
com toda atenção.
- Muito bem, o que é que vai acontecer em seguida?
- Bem, eu não tenho certeza de compreender como a
consciência se manifesta no cérebro-mente  respondi,
confessando minha luta com a ideia de que, de alguma maneira, a
consciência tinha de ser um epifenômeno dos processos cerebrais. Acho que compreendo a consciência, mas ...
- A consciência pode ser compreendida? - interrompeu-me
Joel.
- Claro que pode. Eu lhe disse que nossa observação
consciente, a consciência, produz o colapso da onda quântica ...
E eu estava pronto para repetir toda a teoria.
O Joel, porém, interrompeu-me:
- De modo que o cérebro do observador é anterior à
consciência, ou a consciência é anterior ao cérebro?
Percebi uma armadilha na pergunta.
- Estou falando em consciência como sujeito de nossas
experiências.
- A consciência é anterior às experiências. Ela não tem objeto
nem sujeito.
- Certo. Isso é misticismo antigo. Em minha linguagem,
porém, você está falando a respeito de algum aspecto não local da
consciência.
640
Joel, porém, não se deixou desanimar por minha
terminologia.
- Você está usando antolhos científicos, que o impedem de
compreender. No fundo, você acredita que a consciência pode ser
compreendida pela ciência, que a consciência emerge do cérebro,
que é um epifenômeno. Tente compreender o que os místicos estão
dizendo. A consciência é anterior e incondicionada. Ela é tudo o que
há. Nada mais existe, senão Deus.
A última frase fez comigo alguma coisa que é impossível
descrever em palavras. O melhor que posso dizer é que provocou
uma abrupta mudança de perspectiva - um véu foi levantado. Ali
estava a resposta que eu estivera buscando e que conhecera o
tempo todo.
Quando todos foram dormir, deixando-me em minha
contemplação, saí de casa. O ar da noite estava frio, mas não me
importei. Tão enevoado estava o céu que eu mal conseguia ver uma
estrela.
Mas, na imaginação, o céu tornou-se o mesmo céu radiante
de minha infância e, de repente, consegui enxergar a Via láctea. Um
poeta de minha Índia natal concebera a fantasia de que a Via láctea
era a fronteira entre o céu e a terra. Na não-localidade quântica, o
céu transcendente - o reino de Deus - está em toda parte. “Mas o
homem não o vê”, lamentava-se Jesus.
Não o vemos porque estamos enamorados demais da
experiência, de nossos melodramas, de nossas tentativas de prever
e controlar, de compreender e manipular tudo racionalmente. Em
nossos esforços, deixamos de perceber o fato simples - a verdade
simples de que tudo é Deus, que é a maneira de o místico dizer que
tudo é consciência. Os físicos explicam fenômenos, mas a
consciência não é um fenômeno, em vez disso, tudo o mais é
fenômeno na consciência. Eu estivera em vão procurando na ciência
uma descrição da consciência; em vez disso, o que eu e outros
temos de procurar é uma descrição de ciência com consciência.
Temos de criar uma ciência compatível com a consciência, nossa,
641
experiência primária. Se quisesse descobrir a verdade, eu teria de
dar um salto quântico além da física convencional, formular uma
física baseada na consciência, como o bloco de armar de tudo. Era
uma tarefa difícil, mas eu acabava de ter um vislumbre da resposta.
De modo que era também simples - uma mudança, fácil, sem
esforço, de perspectiva. As palavras de Krishnamurti repercutiram
encorajadoras em meus ouvidos. Ela teria de ocorrer. Estremeci um
pouco e a Via láctea de minha imaginação. desvaneceu-se
lentamente.
A verdade mística de que nada mais há exceto consciência,
tem de ser experienciada para ser realmente compreendida,
exatamente como uma banana, no domínio sensorial, precisa ser
vista e saboreada antes que o indivíduo saiba realmente o que ela é.
A fragmentação do self, porém, tem origem não só na visão
incompleta do mundo do realismo materialista, mas também na
natureza da identidade com o ego. Se nós, em nosso ego separado,
fragmentado, quisermos ser inteiros novamente, teremos não só de
compreender intelectualmente a situação, mas também mergulhar
em, nossos espaços interiores a fim de vivenciar o todo.
No mais célebre dos mitos bíblicos, Adão e Eva vivem uma
vida encantada na completeza do Jardim do Éden. Após comerem
da fruta do conhecimento, são expulsos daquele local de
encantamento. O significado do mito é claro: o preço da experiência
do mundo é a perda do encanto e da inteireza.
De que modo podemos reentrar naquele estado encantado
de inteireza? Falo não de uma volta a infância ou a alguma Idade de
Ouro, nem me referindo à salvação na vida eterna após a morte.
Não, a questão e, de que modo podemos transcender o nível do
ego, o nível do ser fragmentado? De que modo podemos conquistar
liberdade, mas, ao mesmo tempo, viver no mundo da experiência?
Em resposta a esta pergunta, discutiremos nesta seção, no
contexto da ciência idealista, o que é convencionalmente
denominado jornada espiritual. Tradicionalmente, jornadas
espirituais foram prescritas por lideres religiosos profissionais 
642
padres, rabinos, gurus e outros. Conforme veremos, o cientista
quântico pode contribuir com algumas sugestões relevantes. Sugiro
que, no futuro, ciência e religião cumpram funções complementares
- a ciência realizando o trabalho preliminar em forma objetiva do
que precisará ser feito para recuperar o encantamento, e que a
religião oriente a pessoa através do processo de fazê-lo.
Esta parte é composta de:
Capítulo 15: Guerra e paz
● Unidade na diversidade
● Da hierarquia simples para a entrelaçada
● De onde começo?
Capítulo 16: Criatividade externa e interna
● O encontro criativo
● A experiência criativa do ah-há
● Criatividade exterior e interior
● Criatividade interna
● Estágios do desenvolvimento adulto
Capítulo 17: O despertar de Buddhi
● Jnana: despertando para a realidade
● Meditação
● Pesquisa da meditação
● Liberdade na meditação: carma yoga
● A experiência ah-há da criatividade interna
● O despertar do amor: Bhakti Yoga
● O relacionamento homem-mulher
Capítulo 18: Uma teoria idealista da ética
● O imperativo categórico Kantiano
● A posição materialista-realista: utilitarismo
● Ética idealista
● Por que sou moral?
● Três estágios da prática ética idealista
Capítulo 19: Alegria espiritual
● A jornada do herói
643
644
A janela visionária: um guia para a iluminação por
um físico quântico
O que é mais real - este livro ou a consciência que você tem
dele? O físico indiano Amit Goswami responde, sem hesitar, que é a
consciência que você tem dele. O livro não existe totalmente
enquanto você não tem essa consciência.
Absurdo? O físico indiano é capaz de provar isso como
nenhum outro físico. Educado na sagrada tradição hindu, Goswami
revela brilhantemente como a nova ciência comprova aquilo que os
místicos sempre souberam - que é a consciência, e não a matéria, a
base fundamental do ser.
Quase brincando, citando Einstein a Forrest Gump, Goswami
integra o nosso coração espiritual à nossa mente científica. Valendose da psicologia cognitiva, da filosofia oriental e da física quântica,
ele defende um novo paradigma científico, no qual os valores
humanos vêm em primeiro lugar. Em seguida, como experiente
clareza, demonstra como os princípios da nova ciência podem nos
ajudar a despertar a nossa criatividade interior, aprofundar nossa
espiritualidade e viver como seres realmente livres.
Prefácio
Apresentação do Dr. Deepak Chopra
Capítulo 1: Ioga quântica: É possível reconciliar ciência e
espiritualidade?
● Breve histórico do impasse no Ocidente
● História do impasse no Oriente
● Em busca de uma base de reconciliação
● A integração da metafísica
● A integração das cosmologias
● A integração das metodologias
● A integração das tradições espirituais
● A organização deste livro
645
Parte 1: O salto quântico
Capítulo 2: A queda da ontologia materialista
● Além da continuidade: saltos quânticos
● Além do determinismo:
incerteza, probabilidade e possibilidade
● Além da localidade: não-localidade quântica e
transcendência
● Objetividade, materialismo e epifenomenalismo
Capítulo 3: Nós criamos a nossa realidade?
● Nós somos isso: auto-referência
● A consciência é una
● O conto dos dois eus: unidade e separação
● Criatividade e conhecimento
● O princípio da correspondência
Capítulo 4: Perguntas e respostas sobre física quântica
● Perguntas básicas sobre física quântica
● Sobre o cérebro
Parte 2: A nova cosmologia
Capítulo 5: Como reconciliar a cosmologia científica e a espiritual
● O cosmo quântico e a observação quântica
● O experimento da escolha demorada
● O princípio antrópico forte
● O universo criativo e a origem da vida
Capítulo 6: A introdução da consciência na evolução
● Evolução quântica
● Analogia com os níveis de aprendizado
● Observação quântica e evolução quântica
● Correspondência clássica e neodarwinismo
● Intencionalidade e direcionalidade na evolução
● Indícios do quantum na biologia
646
Capítulo 7: Como a nova ciência favorece a cosmologia sagrada
● A mente é o cérebro?
● Como resolver o problema do dualismo
● Cognição e reconhecimento
● Por que a experiência dos objetos mentais é partícula
● Por que as experiências mentais não podem sofrer o
colapso sem um corpo físico
● Os estados de consciência
● O corpo vital
● O corpo temático e o platonismo matemático
● Involução e evolução
Capítulo 8: A ciência e o espírito da reencarnação
● Indícios de sobrevivência e reencarnação
● Visões no leito de morte e experiências de quase-morte
● Dados sobre reencarnação
● Dados sobre entidades desencarnadas
● Anjos e bodhisattvas
Capítulo 9: Perguntas e respostas sobre cosmologia
● Simplicidade
● Preocupações com o dualismo
● O corpo vital
● Milagres
● Questões psicossociais
● A ciência e a grande cadeia do ser
Parte 3: A criatividade na ciência e na espiritualidade
Capítulo 10: Criatividade interior
● Ciência como criatividade exterior,
religião como criatividade interior
● A jornada interior: além do ego
● Criatividade interior: o princípio
● O caminho do conhecimento
● O caminho da meditação e do Samadhi
647
● Os caminhos da devoção e da ação
● Qual é o seu caminho?
● Os caminhos e a grande tradição
Capítulo 11: A ciência do ritual e da ética
● A ação e os frutos da ação
● Ética e ciência
● Ética e amor na prática espiritual
● O contexto reencarnacional
● Ética supramental
Capítulo 12: A jornada espiritual
● Obstruções
● Dharma e Svadharma
● Viver como mônada quântica em evolução
● Como trabalhar com os arquétipos
● Como trabalhar com o arquétipo da sombra
● A questão dos gurus
Capítulo 13: A criatividade do corpo vital e o significado do tantra
● Cura quântica
● A cura e o processo criativo
● A criatividade do corpo na pessoa saudável
● Artes marciais
● Os centros de emoção do corpo: os chacras
● A purificação da sombra
● A transformação criativa do corpo
● A ioga do tornar-se completo: a integração da mente,
do corpo e do espírito
Capítulo 14: Libertação
● Quanto tempo demora a libertação?
● Além da libertação
● Supermente
Capítulo 15: Um guia para a iluminação por um físico quântico
● Estágio um
● Estágio dois
● Estágio três
648
● Estágio quatro
● Estágio cinco
Epílogo: a política da integração
● A ciência pode substituir a religião?
● O novo cientista e a transformação espiritual
● Devemos unir todas as religiões?
● Devemos integrar Igreja e Estado?
649
650
A física da alma: a explicação científica para a
reencarnação, a imortalidade e a experiência de
quase-morte
De forma excitante e inovadora, emprega os fundamentos
da física quântica para explicar e provar cientificamente conceitos
místicos como imortalidade, reencarnação e pós-vida. Por meio de
um trabalho cientificamente bem fundamentado e, ao mesmo
tempo, de leitura fácil e compreensível, promete revolucionar os
principais conceitos da medicina, da física e da filosofia. Ao reunir
ciência, espiritualidade e consciência mostram-nos como esses
elementos são não apenas compatíveis, mas fornecem o suporte
essencial um ao outro.
Capítulo 1: Da morte à imortalidade
● O que sobrevive?
● Reencarnação
● As ideias de reencarnação e de sobrevivência à morte são
científicas?
● A alma e o quantum
● Criatividade no ciclo vida-morte-renascimento
● Da morte à imortalidade
Capítulo 2: O “Livro Tibetano dos Mortos” está certo – cabe a nós
comprová-lo!
● Possibilidades quânticas e sua mensuração
● Medições quânticas e a natureza da consciência
● Não-localidade quântica e como ela se aplica ao
cérebro humano: um exemplo de metafísica experimental
● O experimento da escolha retardada
● Ondas de possibilidade não entram em
colapso enquanto não as observamos
● A mudança na visão de Deus
651
● Definições de vida e de morte
Capítulo 3: Não-localidade e reencarnação: uma conversa jovial com
minha mulher
Capítulo 4: A janela não local: “Livro Tibetano dos Mortos” em
linguagem moderna
● A mônada ou sutratman
● Mônadas como “almas” que reencarnam
● Apresentando o “Livro Tibetano dos Mortos” em
termos modernos
Capítulo 5: Será que essa história de reencarnação é mais do que
uma não-localidade quântica?
● Visões em leito de morte
● Experiências de quase-morte e de revisão de vida
● Dados reencarnatórios
● Mas ainda tem mais: não é apenas a memória que se
transmite, mas também o caráter
● Fobias e terapias de regressão
● Edgar Cayce e uma olhada pela janela não local
● Dados sobre entidades desencarnadas
● Anjos
Capítulo 6: Temos mais do que um corpo?
● Comportamento legal e comportamento programado
● Por que intelecto supramental? A natureza da criatividade
● Em busca da mente quântica
● O corpo vital
● Os cinco tipos de consciência
● Atenção! Estamos ampliando o cenário da ciência
Capítulo 7: A mônada quântica
● Hierarquia entrelaçada: por que novas experiências são
impossíveis sem um corpo físico
● Comparação com os dados
● Anjos e bodhisatvas
● Podemos estar em mônadas quânticas ou vê-las?
● Física da alma e o significado da vida
652
Capítulo 8: A história completa do “Livro Tibetano dos Mortos”
● Os estágios da morte
● O “Livro Tibetano dos Mortos” na forma
idealista moderna: edição revisada
Capítulo 9: Do ego à mônada quântica em evolução: desenvolvendo
um novo contexto para a vida
● O projeto atman
● Carma
● Os gunas
● Do ego-persona à mônada quântica
● Vivendo como uma mônada quântica em evolução
Capítulo 10: Yoga fatal: a morte criativa
● Morte criativa
● Por que a morte é uma oportunidade para a criatividade?
● Preparação para a morte
● Preparação alternativa e processamento inconsciente
● Encontro: três práticas tibetanas
● O indivíduo não precisa esperar a morte para
praticar a yoga da morte
Capítulo 11: Perguntas e respostas
Capítulo 12: A física da imortalidade
● A busca da imortalidade material
● A busca pela imortalidade espiritual e a
ciência da libertação
● Ser supramental e milagres
● A ressurreição como criatividade supramental
● O futuro evolucionário da humanidade
● Involução e evolução
Capítulo 13: Ufologia, imortalidade e evolução
● ÓVNIS e imortalidade
● Evolução do cérebro ou evolução da matéria?
Epílogo: As nove vidas da alma
653
654
O médico quântico: orientações de um físico para
saúde e cura
Para o renomado físico quântico Amit Goswami, a medicina
é um campo propício para a aplicação da nova ciência baseada na
primazia da consciência. Essa nova ciência tem capacidade
extraordinária para integrar a ciência convencional, a espiritualidade
e a cura. E se existe uma área que precisa de integração, diz
Goswami, essa é a da medicina.
Neste livro ele reinterpreta com ousadia os principais
métodos da medicina alternativa - a homeopatia, a medicina
chinesa e a acupuntura, e o Ayurveda - e da medicina convencional,
do ponto de vista da física quântica. Ele mostra que esses modelos
aparentemente diferentes podem ser integrados num novo sistema
multidimensional pautado na nova "ciência dentro da consciência".
No âmago de toda doença e de toda cura está a consciência,
diz Goswami. Neste livro oferece aos médicos e pacientes um
modelo totalmente novo de aplicação da medicina, com maior
probabilidade de cura. Goswami o chama de Medicina Integral e diz
que "esse é um enfoque totalmente novo, que pode ser a base
legítima para a mudança de paradigma na medicina."
Parte 1: Apresentação do médico quântico
Capítulo 1: Não tenha medo, o médico quântico chegou
● Definições
● As diferentes filosofias que sustentam as
práticas convencionais e alternativas
Capítulo 2: A minha história: como um físico quântico passou a
interessar-se pela saúde e pela cura
● Os bloqueios conceituais
● Plano do livro
Capítulo 3: Integração das filosofias
655
● A redescoberta da mente
● O que o corpo vital faz que o corpo físico não pode fazer?
Capítulo 4: Níveis de doença e níveis de cura
● Resposta ao dualismo
● Doença e enfermidade
● Elaboração da representação
● Os níveis de doença e de cura
● A medicina integral é ciência?
Capítulo 5: Novo paradigma de pensamento de alguns praticantes
de medicina contemporâneos
● As dificuldades do pensamento da física clássica
● O pensamento quântico na medicina
Capítulo 6: Mais física quântica e suas contribuições à medicina
● Causação descendente
● Descontinuidade
● Não-localidade
● A contribuição da causação descendente
● A não-localidade da consciência
● Não-localidade quântica e cura a distância
●Hierarquia entrelaçada: co-surgimento dependente do
sujeito e do objeto
● A diferença entre consciente e inconsciente
● Processamento inconsciente e criatividade
● Mensuração, memória e condicionamento
● Contribuições quânticas à medicina
Capítulo 7: O lugar da alopatia na medicina integral
● Emergência médica
● A correspondência entre os paradigmas antigos e novos
● Medicina alternativa ou complementar?
● Outros usos da alopatia
● Ascensão e queda da alopatia
● biologia dentro da consciência
● Em resumo
656
Parte 2: Medicina do corpo vital
Capítulo 8: O corpo vital
● O corpo físico e o paralelismo psicofísico
● Evidência da natureza quântica do corpo vital
● Podemos medir a energia vital com instrumentos físicos?
● Qual é o seu tipo de corpo?
Capítulo 9: O ayurveda e o tratamento de desequilíbrios da energia
vital
● O ayurveda e o corpo vital
● Por que três tipos de doshas?
● De onde vem prakriti?
● Os doshas e onde se situam
● Características normais de pessoas dos três doshas
● Desequilíbrios dos doshas
● Relação dos doshas com as estações
● Desequilíbrio de vata e seu remédio
● Desequilíbrio de pitta e seu remédio
● Desequilíbrio de kapha e seu remédio
● Panchacarma e ervas medicinais:
a necessidade de um médico!
● Em síntese
Capítulo 10: A medicina chinesa tradicional e o tratamento de
desequilíbrios da energia vital
● Os órgãos no sistema chinês
● Doença e cura
● Acupuntura – como ela opera
● Existe possibilidade de integrar o ayurveda e a
medicina chinesa tradicional?
● Resumo das ideias importantes da
medicina chinesa tradicional
Capítulo 11: A medicina dos chacras
● O que são os chacras?
● A ciência dos chacras
657
● Medicina dos chacras
● O que reter deste capítulo
Capítulo 12: A homeopatia tem consistência?
● A questão da individualidade
● A lei de cura de Hering
● Homeopatia clássica versus homeopatia moderna
● Conclusões
Parte 3: Medicina mente-corpo
Capítulo 13: Mente quântica, significado e medicina
● Criatividade quântica
● Significado e medicina
Capítulo 14: A mente como assassina
● Como a mente pode ser assassina
● Psiconeuroimunologia
● Moléculas de emoção
● Comportamento ou além?
● Gunas mentais e doshas físicos criados pela mente
● Resposta à emoção
● Repressão de emoções
● Personalidade com propensão à doença
● A mentalização desnecessária dos sentimentos pode ser
prejudicial à saúde
● O resultado final
● Como devemos lidar com o significado?
● Em resumo
Capítulo 15: Explicação quântica das técnicas da medicina mentecorpo
● Hipnose e biofeedback
● Liberando a memória
● Psicologia dos chacras
● Meditação
● Ioga
658
● Ciência cristã e cura pela fé
Parte 4: O caminho da cura para a inteligência supramental
Capítulo 16: Cura quântica
● O salto quântico de Chopra
● A não-localidade de Dossey na cura
● Criatividade: causação descendente na cura
● Hierarquia entrelaçada
Capítulo 17: A doença e a cura como oportunidades para despertar
a inteligência supramental
● A doença como oportunidade
● Doença do corpo vital e cura quântica
● Criatividade do corpo vital-físico para a pessoa sadia
● Saúde positiva
● Uma perspectiva saudável para a morte e o morrer
● A cura como recuperação da totalidade
● Estratégia para uma saúde positiva
● Cura milagrosa: criatividade do físico?
Capítulo 18: Orientações de um físico quântico para a saúde e a cura
Epílogo: Um corpo sem idade – mito ou ciência
● Mas o que significa fazer mapas do supramental?
● Como essa ideia de evolução se relaciona com a
imortalidade?
● Essa evolução acontecerá em breve?
659
660
Deus não está morto: evidências científicas da
existência divina
Recorre aos princípios científicos da física quântica para
responder afirmativamente a uma das questões mais antigas,
controversas e cruciais da história humana: Deus existe? Na
contramão da atual onda cética que toma conta de vários setores da
intelectualidade, aplica seu profundo conhecimento científico para
comprovar a transcendência da natureza humana; para desmentir a
ciência tradicional, provando ser o universo muito mais do que
matéria; para demonstrar que as questões até hoje não resolvidas
pelo materialismo encontram, sim, respaldo científico, e são
demonstráveis a partir de evidências da existência de uma
consciência maior com poderes causais e de vários níveis sutis de
realidade.
Parte 1: Introdução
Capítulo 1: A redescoberta cientifica de Deus
● Será que a consciência é uma pergunta difícil?
● Física quântica: o básico
● Física quântica e consciência
● As assinaturas quânticas de Deus
● Um segundo tipo de evidência: problemas impossíveis
exigem soluções impossíveis
● Camuflagem
● O que é a dança
Capítulo 2: Os três fundamentos das religiões
● Multiculturalismo
● Novos dados e perspectivas para uma
abordagem integrada
Capítulo 3: Breve história das filosofias que guiam as sociedades
humanas
661
● Domínios externo e interno da consciência,
objetividade forte e fraca
● Velha e nova ciências: mudança de paradigma
Capítulo 4: Deus e o mundo
● Movimentos individuais e coletivos da consciência
● Evolução
● Qual a nossa resposta à evolução?
● O plano do livro
● Em resumo
Parte 2: A evidência da causação descendente
Capítulo 5: As assinaturas quânticas do divino
● Criamos nossa própria realidade, mas ...
● O experimento da boa notícia: nós somos um
● O poder da intenção
● Descontinuidade e salto quântico
● A questão do livre-arbítrio
● Evidências experimentais da descontinuidade
● A criatividade é um salto quântico?
● Hierarquia entrelaçada
Capítulo 6: Causação descendente na psicologia: diferença entre
inconsciente e consciente
● Mensuração quântica no cérebro e a diferença entre
inconsciente e consciente
● O inconsciente coletivo
● Evidências diretas do processamento inconsciente
● Processamento inconsciente no processo criativo
● Os parâmetros da nova ciência
Capítulo 7: Como Deus cria o universo e a vida que há nele
● Cosmologia quântica
● Acaso e necessidade? Ou estamos aqui por
causa do universo?
● O princípio antrópico
662
● O experimento da escolha retardada
● O experimento da escolha retardada no mundo macro
● De volta a hierarquia entrelaçada do colapso quântico
● O que é a vida?
● O observador e a circularidade
Capítulo 8: O desenho, o desenhista e os projetos do desenho
● O desenhista precisa de um projeto.
Campos morfogenéticos
● De volta ao modo como Deus cria a vida
● Para saber se o pudim ficou bom, é preciso prová-lo
Capítulo 9: O que essas lacunas fósseis provam?
● Processamento inconsciente
● Sincronicidade
● O papel do organismo
● Vinculação com o neodarwinismo
● A flecha biológica do tempo e o futuro da evolução
● E agora?
Parte 3: A evidência dos corpos sutis
Capítulo 10: O interior da psique
● A diferença entre interior e exterior
● A experiência interior é inferior à experiência exterior?
● Como a experiência interior prova a existência de Deus
● O fim da cisão cartesiana?
Capítulo 11: A evidência do corpo vital de Deus
● Campos morfogenéticos e os chacras
● Medicina dos chacras
● Medicina do corpo vital: dois espetaculares exemplos de
problemas impossíveis para os materialistas
● O corpo vital e a explicação radiestesia
● Recapitulando as evidências de Deus
Capítulo 12: Explorando a mente de Deus
● O significado tem alguma faceta prática?
663
● Sincronicidade
Capítulo 13: Evidência da alma
● O reino dos arquétipos: os contextos supramentais das
experiências intuitivas
● Criatividade
● Cura quântica
● Psicologia profunda ou psicologia elevada?
O supramental está “abaixo” ou “acima” de nós?
● Base conceitual da psicologia transpessoal
● Será que chegamos a nos transformar?
● A falácia pré-trans
● Comportamento altruísta
● Ética no contexto da ciência dentro da consciência
Capítulo 14: Evidência dos sonhos
● Materialismo ou corpo sutis?
● Quem sonha? A resposta da física quântica
● Os estados da consciência
● A nova classificação dos sonhos
● Mais sobre os sonhos e psicoterapia
● A criatividade nos sonhos
● A equipotência dos estados de vigília e de
sonho da consciência
Capítulo 15: Reencarnação: algumas das melhores evidências da
alma e de Deus
● O fenômeno da genialidade
● Fobias
● Outros fenômenos correlacionados
● evidências sobre a existência de nossos corpos sutis a
partir de dados de sobrevivência
● Anjos e guias espirituais
● Carma e dharma
● Reencarnação e ética
664
Parte 4: Causação descendente revisitada
Capítulo 16: O que a PES prova?
● Percepção extra-sensorial
● Sonhos telepáticos
● Por que a parapsicologia é controvertida
● A não-localidade quântica é a teoria correta para a PES
Capítulo 17: Deus e o ego: co-criadores de nossas experiências
criativas
● Criatividade exterior e interior
● O processo criativo
● Incubação
● Como atingimos o insight: evidência direta de
Deus na criatividade
● Manifestação
● O que é iluminação?
● Será possível a transformação total?
Savikalpa samadhi e nirvikalpa samadhi
Capítulo 18: O amor é uma evidência resplandecente de Deus
● Amor é um arquétipo
● Assinaturas quânticas do amor
● Onde está a nova evidência da existência de Deus?
● Criatividade nos relacionamentos
Capítulo 19: Evidência para a causação descendente na cura da
mente-corpo
● A física quântica da cura quântica
● Explorando o poder criativo da causação descendente por
meio da autocura
Parte 5: Ativismo quântico
Capítulo 20: Ativismo quântico: uma introdução
● Vida correta
● Equilibrando o grosseiro e o sutil
665
● Equilibrando os diversos domínios sutis
● Equilibrando os estados de consciência
● Reencarnação: descubra e siga sua felicidade
● Ética evolucionária
● Relacionamento correto com o ambiente
● Ação correta
● Vivência correta: devolvendo o significado à sociedade
Capítulo 21: Para resumir
Epílogo 1: Abordando Deus e a espiritualidade pela ciência: um
apelo aos jovens cientistas
Epílogo 2: A física quântica e os ensinamentos de Jesus: um apelo
aos cristãos de coração jovial
● O tecido básico da realidade
● Não-localidade e transcendência
● Circularidade, hierarquia entrelaçada e auto-referência
● Jesus e o self quântico
● Jesus e a criatividade
● Se Jesus foi transformado, por que foi tão implacável?
● Jesus foi um avatar?
666
Evolução criativa das espécies: uma resposta da
nova ciência para as limitações da teoria de
Darwin
Explicar a origem e o desenvolvimento da vida na Terra é um
desafio que ainda hoje divide opiniões. Se os darwinistas acreditam
em uma evolução contínua, fruto de meras reações químicas em
que não há espaço para Deus, os criacionistas negam essa evolução,
afirmando terem sido todas as espécies criadas por uma inteligência
onisciente, ou divina.
Integra conceitos dessas duas correntes, criando assim a
base para uma nova biologia, denominada Evolução Criativa.
Assim gera um novo paradigma científico e prova que, na
explicação da vida, há espaço tanto para a evolução das espécies
quanto para Deus.
Parte 1: Introdução
Capítulo 1: Deus e uma nova biologia
● Uma visão geral
● E qual é o problema?
● Os princípios organizadores da velha biologia
● O que é desígnio inteligente?
● Um choque de visões de mundo
● O que dizem os dados?
● Desígnio inteligente sem um desenhista?
● Procurando um terreno intermediário
● A flecha biológica do tempo
● A outra controvérsia, mais discreta: biologia organística
● A velha controvérsia: lamarckismo
Capítulo 2: Física quântica e causação descendente
● Continuidade e descontinuidade
667
● Consciência dentro da biologia ou
biologia dentro da consciência?
● A objetividade da consciência que escolhe
● Criatividade quântica e entropia
● Algumas consequências
● A nova biologia
Capítulo 3: Ligando biologia a física
● Mais sobre a incompletude da biologia
● Biossistemas e criatividade
● A questão da credibilidade
Capítulo 4: A biologia dentro da consciência e outros princípios
organizadores
● Comportamento conforme leis e conforme programas
● Física quântica, consciência e possibilidades
● O cérebro, a consciência e a mente
● Paralelismo psicofísico
● Criatividade situacional e criatividade fundamental
● A flecha biológica do tempo revisitada
Capítulo 5: Evolução: de que para quê?
● O corpo grosseiro (material) e os corpos sutis
● Os estágios da evolução
● O futuro da evolução
● Rumo ao ponto ômega
● O restante deste livro
Parte 2: A vida e suas origens
Capítulo 6: Teorias materialistas da vida e sua origem
● Modelos reducionistas da origem da vida:
perto, mas bem longe
● Modelos holísticos de auto-organização da vida:
longe e, no entanto, bem perto
● Além da auto-organização: o pensamento de Maturana
668
Capítulo 7: A origem do Universo, a origem da vida e o observador
quântico
● Cosmologia quântica
● Um universo de acaso e necessidade?
● O princípio antrópico:
será que o universo foi feito para que a vida fosse criada?
● O experimento da escolha retardada
● O experimento da escolha retardada no mundo macro
● De volta à hierarquia entrelaçada: uma resposta a
“o que é a vida?”
● O observador e a circularidade
● Coincidências na origem da vida
Capítulo 8: Um desenhista precisa de projetos
● Um desenhista usa projetos: campos morfogenéticos
● Criatividades mental e vital
● A definição de vida
● O desafio aos materialistas
● Programas somáticos em uma célula viva
Parte 3: Evolução criativa
Capítulo 9: A evolução e o futuro darwinismo
● O princípio
● A cruzada contra o lamarckismo
● A cruzada contra o vitalismo
● Darwinismo e propósito
● Os “ciclos e epiciclos” da teoria de Darwin
● A questão da falsificação e a defesa de uma mudança de
paradigma
Capítulo 10: Ideias pós-darwinistas e a jornada rumo ao novo
paradigma
● Monstros esperançosos
● Genes neutros
● Catástrofes e extinção
669
● Dois ritmos da evolução: equilíbrio pontuado
● Biologia organísmica – ou o que modela a forma na
criatividade biológica?
● Teoria Gaia e simbiose
● Será que a consciência cria a ordem biológica?
Capítulo 11: Evolução criativa
● Macroevolução e salto quântico
● Evolução criativa e os intermediários
● Lei da forma: dinâmica do caos
● Criatividade e complexidade: a progressão na evolução
● Revisitando os intermediários: evidências do supramental
● Catástrofes: sincronicidade e o papel do organismo
Capítulo 12: Reconciliando o darwinismo e a teoria Gaia
● Darwinismo como limite de correspondência com a
Criatividade situacional
● Quem cria? A dança de Gaia na evolução
● O que Darwin quis dizer com a expressão
“seleção natural”?
● Darwinismo ou evolução criativa?
Parte 4: Forma, sentimento e energias vitais
Capítulo 13: Campos morfogenéticos, evolução e desenvolvimento
da forma
● Revisitando o corpo vital e seus campos morfogenéticos
● Evolução criativa e desenvolvimento
● Estabilidade das formas
● Regeneração
● Campos morfogenéticos e o cérebro
Capítulo 14: Uma nova biologia do sentimento
● Sentimento: o aspecto interno da vida
● Campos morfogenéticos e os chacras
● Medicina dos chacras
● Robomorfismo ou antroporfismo?
670
● O problema do reconhecimento
● Acupuntura e homeopatia:
dois problemas impossíveis para o materialista
● O problema da heterogeneidade e a tipologia vital
● Medindo a energia vital
● Não-localidade quântica: o aspecto público da energia vital
● Plantas e animais sentem
Parte 5: Neurociência dentro da consciência
Capítulo 15: A relação entre consciência, cérebro e mente
● Distinguindo inconsciente e consciente:
mensuração quântica no cérebro
● O cérebro, determinismo genético e darwinismo
● Significado e a relação entre mente e cérebro
● O experimento de Marcel
● Neurociência dentro da consciência
Capítulo 16: Reconciliando a ciência cognitiva com o paradoxo da
percepção
● Modelos cognitivos de percepção:
realismo direto e teoria da representação
● O ser humano tem uma cabeça grande?
● Consciência quântica e um modelo funcional da percepção
● Um cérebro num jarro
● A ciência cognitiva dentro da consciência:
comentários adicionais
Capítulo 17: A evolução da mente
● Evolução das representações vital e mental
● Estágios de evolução da mente humana
Parte 6: Mais da nova biologia: a dimensão supramental
Capítulo 18: A biologia da morte e a sobrevivência após a morte
● Experiências de quase-morte
671
● Uma teoria da individualidade sobrevivente
● Reencarnação
● A integração entre ciência e espiritualidade
Capítulo 19: Uma nova bioética e a ecologia profunda
Capítulo 20: Lamarckismo e o mistério dos instintos
● E se os genes não foram o único mecanismo hereditário?
● Transformação de informação hereditária por meio de
campos morfogenéticos
● Transformação de informação hereditária pela
reencarnação alma-grupo
● Neolamarckismo e a explicação dos instintos
Capítulo 21: Evolução: o próximo passo
● Inteligência emocional e instintos
● Desenvolvendo emoções positivas
● Transformando emoções positivas em instintos
● Tirando a humanidade da imobilidade
672
O ativista quântico: princípios da física quântica
para mudar o mundo e a nós mesmos
Amit Goswami, um dos expoentes da nova ciência,
compartilha conosco sua convicção do potencial ilimitado da
consciência e nos propõe uma renovada forma de atuação e
transformação social. A ideia central do ativismo quântico é a de
que somos capazes de mudar o mundo e a nós mesmos partindo de
outros fundamentos que não o materialismo: a física quântica, o
desenvolvimento espiritual e o nosso poder criativo. Sem abandonar
os rigores da ciência, Goswami explica os princípios da mecânica
quântica de forma clara e acessível, tornando-os compreensíveis a
todos os leitores. Mais que uma exposição de ideias, seu livro é um
alerta à fragmentação e ao isolamento de nossa sociedade, e um
manifesto público por sua transformação.
- “DVD O Ativista quântico + Minilivro Uma breve introdução
ao ativismo quântico”
A origem de muitos problemas do mundo moderno está na
ideia materialista de que há uma oposição entre espírito e matéria.
A boa notícia é que essa aparente contradição se desfaz com o
surgimento de um novo modelo científico fundamentado na física
quântica. Em O Ativista Quântico, Amit Goswami, um dos cientistas
que protagonizou o filme Quem Somos Nós, desvenda o novo
paradigma ao explicar, de forma acessível, os fundamentos da física
quântica e o potencial ilimitado da consciência. O documentário
narra também a jornada de transformação pessoal de Goswami, um
materialista convicto que, após uma série de questionamentos e
revelações, restaurou a ponte entre ciência espiritualidade ao
provar cientificamente a existência de Deus. O filme é, ainda, um
convite ao ativismo quântico, a uma nova postura capaz de
transformar, simultaneamente, nossa realidade pessoal e nossas
instituições sociais. O minilivro Uma breve introdução ao ativismo
673
quântico é um complemento ao conteúdo do filme, apresentando
as ideias básicas desse movimento. Uma síntese da versão integral
do livro O Ativista Quântico (Editora Aleph).
Prefácio
Capítulo 1: As evidências científicas da espiritualidade estão aí – o
que você tem feito a respeito?
● Problemas sociais em escala global
● Um novo tipo de ativismo
● Uma breve história da física quântica e dos primeiros
ativistas quânticos
● Incluindo a totalidade da experiência humana em
nossa ciência
● Recriar um mundo de soluções
● Como saber se a nova ciência é científica?
● Evolução
● Ativismo quântico e evolução
● Livre arbítrio e o acesso à verdadeira liberdade:
os aspectos transformadores da física quântica e da
causação descendente
● Viver corretamente
● E o que há no resto do livro?
Parte 1: Pensando corretamente: É a visão do mundo, seu tonto!
Capítulo 2: É a visão do mundo, Senhor Presidente
● Carta aberta ao Presidente Obama
Capítulo 3: Uma breve história do novo paradigma e dos primórdios
do ativismo quântico
● É a visão do mundo, seu tonto!
Capítulo 4: Como resolver paradoxos quânticos e descobrir um deus
científico por conta própria
● O experimento da fenda dupla e a
674
solução do paradoxo onda-partícula
● De volta ao paradoxo da mensuração quântica
● O paradoxo: quem faz a escolha
● O experimento de Grimberg
● Entendendo a descontinuidade
● A questão do livre-arbítrio
● Evidência experimental direta da descontinuidade:
a criatividade é um salto quântico?
● A experiência “como assim?” – a pergunta difícil
● Circularidade, hierarquia entrelaçada e autorreferência
● Mais sobre o paradoxo da percepção:
idealismo ou realismo?
● Será que temos duas cabeças?
● Consciência quântica e um modelo de percepção que
funciona
● A mensuração quântica pode ser completada por
uma máquina material?
● Descobrindo Deus por si mesmo
Capítulo 5: A importância de ser sutil
● Interior e exterior, possibilidades grosseiras e sutis
● Qual a necessidade lógica para os corpos vital,
mental e supramental?
● A biologia do sentimento
● Como devemos mudar?
Capítulo 6: Do-be-do-be-do: pense quântico, seja criativo
● Pensando de modo quântico
● As questões da criatividade
● Criatividade, reencarnação e propensões mentais
necessárias para criar
● Criatividade e evolução
● Criatividade como preparação para o
próximo estágio de nossa evolução
675
Parte 2: Sendo um exemplo – a jornada quântica para a
transformação
Capítulo 7: Kennedy deu-nos a Lua. Senhor Presidente, pode
devolver-nos Deus?
Capítulo 8: Para o ativista quântico, a vida correta é um ato de
equilíbrio
● Viver corretamente: isso é um ato de equilíbrio
● Equilibrando o grosseiro e o sutil
● Equilibrando os diversos domínios sutis
● Sintonizando-se com as necessidades de transformação e
evolução social
● Equilibrando Oriente e Ocidente
Capítulo 9: Da informação à inteligência
● Da informação ao significado
● Inteligência mental
● Inteligência emocional
● A nova ética evolucionária
● Relacionamento correto com o ambiente:
ecologia profunda
● Inteligência supramental
● “Dê o exemplo”
● A sobremente
Capítulo 10: Explorando as ferramentas quânticas para uma vida
correta
● Ferramentas quânticas para transformação e
inteligência supramental
● Exercício: intenção criativa e transformadora
● Primeira prática: explorando lacunas no
fluxo do pensamento consciente
● Segunda prática:
explorando fenômenos repentinos e involuntários
● Terceira prática: explorando a lacuna entre sono e vigília
Não-localidade quântica
676
● Exercício 1. Exercício de visão remota
● Exercício 2. Meditação com um grupo de meditação
● Exercício 3. Brainstorming quântico
● Exercício 4. A não-localidade no cenário vital
● Hierarquia entrelaçada
● Do sexo ao amor: sexo e a nova física
● Do sexo a serviço do poder ao sexo para fazer amor
● Exercício: praticar o amor com um parceiro íntimo,
em três partes
● Convidando Deus para resolver seus conflitos:
a prática do amor incondicional
● Do materialismo espiritual à entrega total
● Carma Yoga
Capítulo 11: Será que um punhado de pessoas pode fazer diferença?
● Desenvolvendo emoções positivas como instintos
● Ode ao amor
Parte 3: Vida correta para todos
Capítulo 12: Quer fazer mudanças de verdade, Senhor Presidente?
Capítulo 13: Ação correta, vida correta
● Equilibrando as qualidades chamadas gunas
● O ativismo quântico no cenário de seu ganha-pão
● Como o capitalismo, a democracia e a
educação liberal precisam mudar
Capítulo 14: Rumo a uma economia espiritual
● Nossas necessidades superiores redefinidas e
os rudimentos de uma economia espiritual
● A microeconomia do sutil
● Redefinindo o PIB
● A economia espiritual resolve os
problemas atuais do capitalismo?
● Como a economia espiritual soluciona o problema do
ciclo de negócios
677
● Implementação: quando e como?
● Sugestões para um ativista quântico
Capítulo 15: Como os negócios estão mudando
● Novas sugestões de negócios para
aspirantes a empresários
Capítulo 16: Do poder ao significado: o pensamento quântico pode
salvar a democracia?
● A marginalização do significado
● Consumismo
● A erosão da ética: pós-secularismo
● Democracia, guerra e paz
● A polarização dos partidos políticos
● A base idealista do sistema bipartidário
● Do secularismo ao pós-secularismo
● Equilíbrio do poder
● Inteligência emocional
● A democracia deve conter a ética evolucionária
● Plano do ativista quântico para salvar a
democracia: um resumo
Capítulo 17: Fazendo as religiões funcionarem pós-secularismo
● Deus na segunda pessoa
● Do poder ao significado: a política de Deus
● Fundamentalismo religioso, terrorismo e democracia
● Etapas para a política de Deus
● Da hierarquia simples à entrelaçada
● Problemas sociais
● Infalibilidade
● Diálogo
● Em suma
Capítulo 18: Ativismo quântico para uma boa saúde e uma vida
melhor
● Rumo a uma medicina integrativa
● Ativismo quântico e medicina integrativa
● Os chacras
678
● O gerenciamento da doença crônica
● Cura mente-corpo
● Nutrição para os cinco corpos
● Impacto social
Capítulo 19: Nosso caminho de volta à educação liberal
● Da máquina para a mente:
da informação para o significado
● Ensinando inteligência emocional
● Ensinando valores e ética
Capítulo 20: 2012 e além
679
680
Criatividade para o século 21: uma visão quântica
para a expansão do potencial criativo
- “Criatividade quântica: Como despertar o nosso potencial
criativo”
Reúne aqui as teorias existentes sobre a criatividade e
promove a sua integração baseada na física quântica. Criatividade
quântica fundamenta-se na sua ideia de que o lampejo criativo, o
insight, é literalmente um salto quântico sobre os mecanismos do
cérebro e da mente. Além de afirmar categoricamente que todos os
seres humanos podem ser criativos, sustenta essa alegação com
práticas que permite a qualquer pessoa a efetiva realização desse
potencial.
- “Criatividade para o século 21: Uma visão quântica para a
expansão do potencial criativo”
“Ser criativo” é uma possibilidade real e acessível a todos ou
é um dom pessoal?
Ao longo dos últimos 30 anos, pesquisas revolucionárias nos
campos da física e da biologia vêm revelando que a criatividade é
mais do que um fenômeno humano; é um padrão cósmico.
Portanto, é perfeitamente possível a toda e qualquer pessoa
exercitá-la.
À luz da nova ciência baseada nos princípios
transformadores da física quântica, demonstra claramente de onde
vêm as ideias criativas, como elas se manifestam, qual a origem de
nossas motivações e como podemos ampliar nossa propensão para
a criatividade.
Escrito para o público leigo, Criatividade para o Século 21 é
um verdadeiro manual que integra ciência e criatividade, explicando
o papel fundamental da intuição, do livre-arbítrio e das inúmeras
possibilidades de escolhas criativas no desenvolvimento humano,
681
apontando caminhos para que tenhamos uma vida mais íntegra e
plena.
Parte 1: Passos para a compreensão da criatividade humana
Capítulo 1: Onde está a teoria da criatividade humana?
● Em visita a uma feira de criatividade
● Um diálogo
● O que tem no restante do livro?
Capítulo 2: Criatividade de máquina, criatividade humana e visões
de mundo
● De uma visão de mundo exclusiva para
uma visão de mundo inclusiva
● Deliberação
Capítulo 3: Este é o Monte dos Vôos Criativos: o quantum, o
quantum, o quantum
● Transcendência e não-localidade do quantum
● Precisamos realmente da física quântica para
compreender a criatividade humana?
Diálogo imaginário com um não cientista
Capítulo 4: O que é criatividade? Os detalhes
● O que é o novo?
● De um tijolo a um vestido vermelho:
o contexto da criatividade
● O problema dos noves pontos
● Exemplos de criatividade fundamental:
a Guernica de Picasso e o átomo de Bohr
● Exemplos de criatividade situacional
● Teria a criatividade um lado obscuro?
● Criatividade interior e exterior
● Os estágios do processo criativo
Capítulo 5: Criatividade e condicionamento: o self quântico e o ego
● Autorreferência
● Condicionamento
682
● O papel do quantum/criativo e clássico/self determinado
na criatividade
● Um encontro com um solucionador de problemas
Capítulo 6: O significado da mente
● A natureza química do pensamento
● Cognição e recognição
● Por que os objetos mentais da experiência são pessoais?
Capítulo 7: De onde vêm as ideias criativas?
● Criatividade e matemática
● Verdade
● Beleza
● Os muitos esplendores do amor
● Ética, criatividade e os arquétipos de bondade e justiça
Parte 2: O processo criativo
Capítulo 8: Criatividade e salto quântico
● Descontinuidade na criatividade
● Descontinuidade na descoberta da gravidade por Newton
● Para entender a descontinuidade
● Experimentos com golfinhos
● O salto quântico
Capítulo 9: A importância do processamento inconsciente
● A importância do processamento inconsciente
● Criatividade e o experimento da fenda dupla
● Processamento inconsciente e quantum: dados
Capítulo 10: O combate e o encontro, agonia e êxtase: fazer-serfazer-ser-fazer
● Consciência quântica, self quântico e o ego
● O encontro no estágio de preparação: desestruturação
● Fazer-ser-fazer-ser-fazer: trabalho alternativo e
relaxamento, esforço e entrega
● O insight ah-ha
● Um Big Bang ou muitos pequenos bangs?
683
● O encontro na manifestação
● A dança de Shiva
● A criatividade quântica até agora
Parte 3: Motivação
Capítulo 11: Seria a criatividade uma questão de
traços de personalidade?
● O significado da pesquisa de MacKinnon
● Pensamento divergente e pensamento convergente
● E quanto a genes e cérebros?
● Algumas observações concludentes sobre a
teoria dos traços de personalidade
Capítulo 12: Seria a motivação criativa um impulso do inconsciente?
● Acaso e sincronicidade em criatividade
Capítulo 13: Criatividade, reencarnação e algumas qualidades
mentais inatas que determinam nosso lugar no espectro da
criatividade
● Capítulo 14: Sintonia com o universo criativo e
seu propósito
● A natureza deliberativa da criatividade
● Descontinuidade, propósito, liberdade
● A evolução criativa do cosmos e o propósito cósmico
● Personalizar a natureza deliberativa do Universo:
sensibilidade criativa e nuança
● Para transcender o conflito e a ambivalência
Parte 4: Algumas esferas importantes da criatividade: pessoas,
processos e o futuro
Capítulo 15: Criatividade na ciência e mudança de paradigma
● O processo criativo na ciência
● Paradigmas e mudanças de paradigmas
● Estudo de caso: a história de Einstein e a relatividade
684
● Diálogo com um jovem cientista
Capítulo 16: Criatividade nas artes
● Insight criativo e processamento inconsciente
● Paradigmas e mudanças de paradigmas nas artes
● Originalidade nas artes
● A importância do processo
● Relato de caso: Guernica de Picasso
● Não são necessárias desculpas: diálogo com um artista
Capítulo 17: É possível ser criativo nos negócios?
● Criatividade nos negócios e no mundo sutil
● Como iniciar um negócio criativo
● Ser em negócios
● O processo criativo nos negócios: do-be-do-be-do
● A alegria do fluxo
● Criatividade coletiva: brainstorming
● Para mudar as atuais práticas nos grandes negócios:
economia espiritual
● A criatividade nos grandes negócios sob a
economia espiritual
● Criatividade com amor: ecoamistosidade nos negócios
Capítulo 18: Criatividade interior e desenvolvimento humano
● Descobertas de Piaget sobre o desenvolvimento da criança
● A criatividade interior nos adultos:
desenvolvimento espiritual
● Criatividade interior no agir
● Criatividade interior nas relações
● Preparação: a partir do sexo e do
comprometimento romântico
● Processamento inconsciente na exploração do amor
● Convidando a consciência quântica a resolver seus
conflitos: o fazer-ser-fazer-ser-fazer do amor incondicional
● O despertar da inteligência supramental
● A transformação espiritual exige uma máquina de
caos no cérebro?
685
Capítulo 19: Criatividade interior: autorealização
● Preparação inicial
● Trabalho alternado e incubação: vontade e renúncia
● O encontro na criatividade interior da autorealização
● Grande insight
Capítulo 20: O que é iluminação?
● Savikalpa samadhi e nirvikalpa samadhi
Parte 5: Para trazer criatividade ao centro de sua vida
Capítulo 21: Jane e Krishna: um encontro criativo
Capítulo 22: Pratique, pratique, pratique
● A prática pra o estabelecimento da intenção
● As práticas para a desaceleração:
mente aberta, percepção-plena e sensibilidade
● A prática da concentração
● A prática do fazer-ser-fazer-ser-fazer
● A prática da imaginação e do sonho
● Trabalhar com arquétipos e construir circuitos cerebrais
emocionais positivos
● Recordando o seu dharma
Capítulo 23: Criatividade e ativismo quântico
● Polarização e integração
686
Uma breve introdução ao ativismo quântico
Uma nova postura para um novo paradigma
A física quântica, com base em seu famoso “efeito do
observador” (o olhar do observador transforma possibilidades
quânticas em experiências reais na consciência dele mesmo), está
nos induzindo a uma mudança de paradigma científico: a passagem
do primado da matéria para a primazia da consciência (para mais
detalhes, leia meu livro O universo autoconsciente). O novo
paradigma é abrangente. Trata-se de uma ciência da espiritualidade
que inclui a materialidade.
A ciência materialista não foi capaz de enfrentar os desafios
das últimas cinco décadas. Nossas instituições sociais - capitalismo,
democracia, educação liberal, sistemas de saúde e de cura -,
historicamente enraizadas no idealismo, ou mesmo na
espiritualidade, foram desfiguradas pelo materialismo, e suas raízes
espirituais quase não podem ser reconhecidas.
Hoje, vivemos inúmeros problemas de ordem social e
cultural, em que se destacam o aquecimento global, o terrorismo e
as constantes crises econômicas. Mas há outros dilemas não menos
importantes. Um imenso abismo está se abrindo entre ricos e
pobres, e a classe média está sendo comprimida. Nossa democracia
se curva à influência sempre crescente da mídia e do dinheiro. A
educação não inspira. Os custos de saúde crescem
assustadoramente, e assim por diante.
A origem de todos esses problemas está na ideia mecanicista
de que há um conflito entre espírito e matéria. Mas a boa notícia é
que essa aparente contradição vem se desfazendo com a
consolidação do novo paradigma científico, abrangente e
integrador, que, baseado na física quântica, redescobre a
espiritualidade ao afirmar que é a consciência, e não a matéria, o
substrato para tudo o que existe.
687
Num lampejo, então, pressenti o desafio. E foi assim que a
ideia do livro e o movimento de que ele faz parte vieram-me à
mente. Devemos aplicar os princípios e usar a orientação da física
quântica para devolver a espiritualidade e a unidade ao nosso meio
social, as nossas instituições sociais.
Adotar essa nova perspectiva e levar essa mensagem à
sociedade são tarefa do ativista. A física quântica nos provê de
ideias transformadoras que podem nos modificar individualmente e
restaurar nossas instituições sociais, devolvendo unidade àquilo que
estava separado.
Para identificar e fazer acontecer essa mudança, é
importante lembrar que a física quântica é a física das
possibilidades; que as nossas sensações, nossos sentimentos, ações
e intuição são compartimentos da realidade mediados pela
consciência e por meio dela manifestados (via colapso da onda de
possibilidades quânticas). Portanto, o pensamento quântico nos
restitui o livre-arbítrio para podermos concretizar algumas dessas
possibilidades. Essas escolhas livres estão nos libertando
descontinuamente de hábitos passados. Elas provêm de uma interrelação cósmica que chamamos de não localidade quântica - a
capacidade de comunicação sem sinais (detidamente explicada em
outros livros de minha autoria, como O universo autoconsciente, A
física da alma e Criatividade quântica).
E a ideia central do ativismo quântico é justamente a de que,
imbuídos desse espírito, possamos transformar o mundo e a nós
mesmos.
É fato que estamos vivendo um novo estágio de evolução da
consciência, o que nos permitirá aumentar a nossa capacidade de
processar novos significados e novos valores. Para isso, temos de
despertar o potencial criativo dormente em cada um de nós. Uma
criatividade que pode ser conquistada por qualquer pessoa. Uma
transformação que afeta diretamente o modo como agimos,
abrindo caminho para ações que gerem benefícios a ser
compartilhados por todos.
688
Em 2009 as cineastas Ri Stewart e Renee Slade realizaram
um documentário chamado O Ativista Quântico, que proporciona
uma visão geral das ideias básicas desse movimento. O livro do
mesmo nome, por sua vez, é a explicação dessas ideias de forma
mais prática, criando um manifesto para mudanças pessoais e
sociais. De diversas maneiras, trata-se de uma certificação do poder
decisório dos indivíduos, do pensamento íntegro e da vivência reta,
preparando-nos para implementar soluções para muitos problemas
“impossíveis” que o materialismo nos legou.
No livro, também discuto essas soluções mais a fundo: a
economia espiritual, que lida com nosso bem-estar holístico, e não
apenas com nossas necessidades de consumo material; a
democracia, que usa o poder para servir ao significado, em vez de
usá-lo para dominar os outros; a educação, que nos liberta do jugo
do conhecido; a religião, que integra e une; e novas e econômicas
práticas de saúde, que restauram nossa integridade. Incluo também
as cartas abertas escritas por mim ao presidente Barack Obama,
apresentando ao estadista norte-americano sugestões para ajudar a
resolver os grandes problemas atuais, segundo os princípios do
ativismo quântico.
O documentário O ativista quântico levou a ideia do ativismo
quântico para o primeiro plano da atenção pública. O livro
aprofunda seus conceitos e comprova sua aplicação prática em
nosso dia a dia. Já esta edição compacta consiste em uma
apresentação as ideias básicas do movimento, um convite a sua
iniciação. Espero que ela lhe inspire a assistir ao filme e a ler o livro.
Bem-vindo ao mundo do ativista quântico.
As evidências científicas da espiritualidade
A ciência descobriu a espiritualidade. Hoje, há uma teoria
científica logicamente consistente sobre Deus e a espiritualidade
com base na física quântica e no primado da consciência. E temos
dados experimentais replicados apoiando essa teoria. Noutras
689
palavras, embora a mídia ainda não alardeie isso, há agora uma
ciência viável da espiritualidade prenunciando uma mudança de
paradigma, a superação da atual visão de mundo que estimula
exclusivamente a materialidade.
Você pode chamar a nova ciência de ciência de Deus, mas
não precisa fazê-lo. Na nova ciência, não existe Deus como um
imperador todo-poderoso, fazendo julgamentos a torto e a direito;
existe uma inteligência pervasiva que também é o agente criativo da
consciência, e que você pode chamar de Deus, se quiser. Mas esse
Deus é objetivo, é científico.
E o que devemos fazer a respeito disso? O que podemos
fazer para devolver Deus – na verdade, nossa própria fonte superior
de causação – e a espiritualidade a nossas vidas e à sociedade? A
resposta que apresento é o ativismo quântico, um movimento
renovador com tríplice propósito.
Primeiro, recorremos ao ativismo a fim de chamar a atenção
da mídia para o pensamento quântico e o primado da consciência;
isso vai gerar apoio a novas pesquisas e conferir peso e
reconhecimento ao novo paradigma em detrimento da ciência
mecanicista tradicional.
Segundo, usamos o poder transformador da física quântica
para nos transformar individualmente e nos tornar exemplos e
arautos da mudança social.
Terceiro, reconhecemos que a atual estrutura social,
dominada pelo materialismo, não favorece a iniciativa das pessoas
comuns que desejam ter uma vida significativa, criativa e
transformadora. Assim, defendemos o ativismo como instrumento
de mudança de nossas instituições sociais de maneira a permitir que
todos possam realizar seu potencial humano e alcançar a felicidade,
o que só é possível por meio de metas criativas e espirituais.
690
● Deus, causação descendente e livre-arbítrio
Há alguns anos, estava realizando uma palestra no Brasil
sobre o recém-surgido paradigma da ciência baseado na física
quântica. Um participante me desafiou:
- Já ouvi falar muito sobre novas interpretações que
integram ciência e espiritualidade. Mas isso não é só teoria?
Quando é que vocês vão nos apresentar comprovações ou dados?
Por um instante, fiquei abalado, mas depois respondi:
- Na verdade, fizemos nosso trabalho. As evidências
científicas da espiritualidade, incluindo dados experimentais, estão
aqui. Mas eu pergunto: o que estamos fazendo com elas?
A pergunta deu margem a muitos questionamentos, alguns
dos quais descrevo a seguir.
 Se a espiritualidade foi restabelecida pela ciência em nossa vida,
então devemos observá-la. Minha formação religiosa diz que
devemos ser virtuosos. Eu gostaria de me tornar um ser humano
mais amoroso, sincero, justo e solidário. A nova ciência pode me
ajudar?
 Quando penso na espiritualidade, penso em Deus, e tenho
dúvidas sobre Ele. Essas dúvidas fizeram com que eu me voltasse
para objetivos materiais, que não me deixaram mais feliz. Eu
gostaria de resgatar a espiritualidade em minha vida. O que tem
a dizer a nova ciência?
 Se a espiritualidade é real, isso significa ter de abdicar de metas
materiais em seu benefício? E se eu quiser explorar meu
potencial criativo?
 Desisti de Deus, pois não entendo como um Deus bom permite
que aconteçam tantas coisas ruins. Não consigo aceitar a divisão
entre bem e mal do cristianismo popular. A nova ciência pode me
ajudar nessa questão?
 Gostaria de trabalhar em soluções para nossos problemas sociais.
Isso é espiritual?
691
Hoje, há muita gente confusa em relação à ética, ao valor da
religião e da espiritualidade, e mesmo sobre o livre-arbítrio e a
criatividade na busca do potencial humano; isso é resultado das
afirmações categóricas e desmedidas da ciência convencional em
prol do materialismo científico - todas as coisas (objetos materiais,
pensamentos e ideias como espiritualidade e Deus) podem ser
reduzidas a partículas elementares de matéria e suas interações.
O cristianismo popular deveria oferecer respostas a tais
disposições, mas suas concepções simplistas não nos ajudam a lidar
com essas afirmações. Assim, a ideia de que Deus é uma ilusão e
que seria melhor esquecê-lo foi ganhando terreno.
Mas o Deus que os cientistas tradicionais denigrem é
justamente aquele da crença popular simplista: um Deus onipotente
que, de seu trono celeste, julga as pessoas e as envia para o céu ou
para o inferno; um Deus que criou o mundo e todas as espécies
vivas de uma só vez, há seis mil anos; um Deus que permite que
coisas ruins aconteçam a pessoas boas; um Deus que se supõe
perfeito e que, no entanto, tem imagens imperfeitas - ou seja, nós.
Pois bem, precisamos ser claros. Que natureza de Deus a
física quântica e o pensamento do primado da consciência estão
postulando? O Deus da nova ciência é compatível com o Deus de
que falam as grandes tradições religiosas? Discuti essas questões
num livro recente, Deus não está morto, e apresento um rápido
resumo de seus pontos básicos.
Na ciência materialista, existe apenas uma fonte de
causação: as interações materiais. Damos a elas o nome de
causação ascendente, pois a causa sobe desde o nível básico das
partículas elementares até os átomos, as moléculas e a matéria
densa que inclui as células vivas e o cérebro. Tudo bem, só que,
segundo a física quântica, os objetos são ondas de possibilidade, e
tudo que as interações materiais conseguem fazer é transformar
possibilidade em possibilidade, mas nunca em realidades que
experimentamos. Como o dualismo, este também é um paradoxo.
692
Para transformar possibilidade em realidade, é necessária uma nova
fonte de causação, e vamos chamá-la de causação descendente.
Quando percebemos que a consciência é a base de toda a
existência e que objetos materiais são possibilidades da consciência,
então também percebemos a natureza da causação descendente:
ela consiste na escolha de uma das facetas do objeto multifacetado
da onda de possibilidades, que então se manifesta como uma
realidade. Como a consciência está escolhendo uma de suas
próprias possibilidades, e não algo separado, não existe dualismo.
A física quântica pode ter um caráter preditivo e
determinista para um grande número de coisas; contudo, para
eventos isolados e/ou objetos individuais, existe espaço para a
liberdade de escolha e para a criatividade.
Por que não podemos usar nossa liberdade de escolha para
criar nossa própria realidade e fazer com que só aconteçam coisas
boas? Essa é uma boa pergunta. E como é possível não estarmos
conscientes de que estamos fazendo escolhas da maneira como
sugeri? Esta é a resposta crucial. O estado de consciência a partir do
qual fazemos escolhas é um estado mais sutil, extraordinário, de
uma consciência interconectada na qual somos todos um, uma
consciência quântica “superior". Por isso, é apropriado chamar de
descendente a causação dela proveniente, e de Deus a sua fonte.
Veja, a unidade interconectada da consciência é aquela em
que as conexões se dão sem sinal; o nome técnico para essas
conexões sem sinal é não localidade quântica. Como você deve
saber, na teoria da relatividade de Einstein todas as interações no
espaço e no tempo devem ocorrer por meio de sinais. Assim, para
usar as palavras do físico Henry Stapp, a causação descendente não
local deve ocorrer “fora” do espaço e do tempo, embora seja capaz
de produzir um efeito - a realidade - no espaço e no tempo.
Se você percebeu paralelos entre essa ideia e a evocação que
costuma ser feita em discussões espirituais de alto nível – “Deus é
tanto transcendente ao mundo como imanente a ele” -, isso é bom.
Antes do advento da física quântica, era desse modo que os mestres
693
espirituais tentavam mostrar que a relação entre Deus e o mundo
não é dualista. E quando as pessoas leigas se queixavam da
obscuridade dessa afirmação, eles diziam que Deus é inefável, o que
só aumentava a dificuldade de compreensão.
Na nova ciência, a relação entre Deus-consciência e a
consciência comum egoica é clara: na segunda, conexões e
comunicações devem usar sinais; na primeira, a comunicação sem
sinal é a norma.
A existência de comunicações não locais entre pessoas foi
confirmada e replicada em milhares de experimentos. Como as
interações materiais nunca podem simular a não localidade, essa
prova experimental da existência de Deus, visto como uma
consciência superior, uma interconexão não local de todas as coisas,
é definitiva.
Temos livre-arbítrio? Se somos capazes de acessar nossa
consciência superior e fazer escolhas a partir dela, pode apostar que
sim; temos a total liberdade de escolha dentre as possibilidades
quânticas apresentadas em qualquer ocasião. Dispomos de livrearbítrio para escolher o mundo, bem como Deus e a natureza divina,
a criatividade e a transformação espiritual.
A física quântica é a física das possibilidades, e sua
mensagem incontroversa é que temos potencialmente a liberdade
de escolher, dentre essas possibilidades, resultados que podem ser
vivenciados.
Ativismo quântico
Com certeza, o novo paradigma quântico fortalece e
incentiva algumas pessoas que precisam fazer mudanças pessoais,
buscando a iluminação espiritual ou a salvação de que falam as
tradições. Mas são poucos aqueles que ouvem os clarins da
transformação espiritual E os demais? E aqueles que preferem
formas mundanas de significado para resolver problemas
mundanos?
694
A verdade e que temos realizado atos individuais de
transformação espiritual em pequena escala há milênios, mas isso
não tem ajudado muito nossas sociedades. Isso pode ter sido
interessante no passado, quando estávamos desconectados
localmente. Nos últimos tempos, porém, o aumento no número de
conexões locais entre nós foi exponencial.
Hoje, problemas locais tornam-se universais com velocidade
espantosa. A solução de problemas globais exige nada menos do
que criatividade e transformação globais. Como produzir uma
mudança transformadora em escala global? É preciso um novo tipo
de espiritualidade. É disto que trata o ativismo quântico.
Além disso, o modo como as pessoas ganham a vida hoje
impede a maioria delas de se ocupar com questões como significado
e transformação. Se você trabalha numa linha de montagem e não
faz nada que agregue significado a sua vida enquanto labora, depois
do expediente só vai querer se divertir, para manter-se em seu
estilo de vida condicionado, previsível e controlável. Precisamos
mudar nossos sistemas sociais a fim de dar às pessoas a
oportunidade da transformação.
● Problemas sociais em escala global
Dois problemas e a tentativa de solucioná-los me ajudaram a
escrever O ativista quântico. O primeiro já foi mencionado: com
base nas evidências científicas da criatividade e da espiritualidade,
como podemos restaurar Deus em nossas vidas e no mundo? O
segundo problema, ou melhor, conjunto de problemas, é ainda mais
urgente.
O meio ambiente está ameaçado pelo aquecimento global. O
terrorismo, as guerras e a violência generalizada deterioram as
relações humanas e entre os povos. Vivemos crises econômicas em
escala global com frequência cada vez maior. Estes são três dos
maiores desafios do nosso tempo, porém há outros não menos
importantes, a seguir mencionados.
695
 O capitalismo, idealizado para dar oportunidades a todos, hoje
reproduz a mesma lacuna entre ricos e pobres que víamos na
época feudal. O que deu errado em nosso modelo econômico?
 A democracia, surgida da ideia de um governo “do povo, pelo
povo e para o povo”, se deixou cercar pela mídia e pelo dinheiro,
de maneira que o poder se concentrou novamente nas mãos de
poucos e está sendo usado para a dominação.
 A educação liberal, idealizada para estimular o uso da mente com
o propósito de processar novos significados, hoje é um processo
formal e voltado para o mercado: prepara-nos mais para
preencher empregos que outros criaram para nós e menos para
explorarmos/desenvolvermos
os
significados
que
vislumbrávamos para nossas vidas.
E não é tudo. Os custos cada vez maiores com a saúde
constituem outro problema para o qual não há uma cura a vista. As
religiões estão abandonando sua missão de estudo e disseminação
dos valores espirituais e tornando-se mais e mais parecidas com as
instituições mundanas, que procuram meios para dominar os
demais. Que outro motivo as religiões teriam para se interessar
tanto por política?
E por último, mas não menos importante, mesmo diante do
nascente paradigma, o establishment científico parece pouco
interessado em revisar sua visão de mundo, e menos ainda em
mudar sua postura baseada no materialismo científico; Deus e, na
verdade, todos os nossos fenômenos interiores são epifenômenos,
secundários a matéria.
Encaremos os fatos. A criatividade individual e a
transformação de um punhado de pessoas não causam qualquer
abalo na disposição da mente global para iniciar mudanças que
levarão as soluções para esses problemas.
É preciso um novo tipo de ativismo - o ativismo quântico -,
no qual o foco está tanto nas mudanças individuais como nas
mudanças coletivas necessárias para transformar. E, para dar
impulso à criatividade e a transformação em grande escala,
696
devemos mudar os sistemas sociais, tornando-os mais abertos a
possibilidade de modificações significativas.
● Um novo tipo de ativismo
É justo admitir haver ativistas buscando soluções para o
planeta. Se ocorrerem guerras injustas, há pacifistas protestando
contra elas. Se presenciarmos a perigosa destruição de nosso meio
ambiente, também há ecologistas lutando por sua preservação. Se a
ciência materialista e a tecnologia ameaçam as religiões, temos
ativistas defendendo antigos costumes religiosos para preservar
seus valores. Então, qual a importância de introduzir outro tipo de
ativismo? Afirmo que o ativismo praticado atualmente não atinge
resultados efetivos por ter dois defeitos.
Primeiro, uma notável falta de sincronia em sua abordagem falta de sincronia entre aquilo que os ativistas pensam e falam e o
modo como realmente vivem e agem. Em outras palavras, os
ativistas não têm autoridade moral. Por exemplo, vemos pacifistas
que lutam por sua causa, mas não tem paz interior - seus protestos
só polarizam, não unem as pessoas na paz. Acompanhamos
ambientalistas perdidos em atividades consumistas e materiais que,
muitas vezes, acabam destruindo o próprio ambiente por eles
defendido. E temos ativistas religiosos recorrendo a uma das
atividades mais antirreligiosas que podem existir: a violência na
forma do terrorismo.
Segundo: os ativistas de hoje não tem novos paradigmas a
oferecer, não dispõem de novos modelos interpretativos para a
solução de conflitos, para a diminuição de diferenças ou para
demonstrar por que a arte, as humanidades e a espiritualidade são
importantes. Na ausência de novos paradigmas organizadores, não
surge nenhuma solução de longo prazo para os problemas que
enfrentamos.
Mesmo assim, quem pode duvidar da importância atual do
ativismo?
697
Precisamos de mudanças sociais, precisamos de ativistas que
produzam mudanças sociais quanto a isso, não há dúvida. Nos
Estados Unidos, chegamos a eleger presidente um ex-organizador
de comunidades carentes, pensando em mudanças. O establishment
não vai mudar por iniciativa própria, pois nunca o fez. Com efeito,
apenas agirá para perpetuar seus antigos métodos, realizando, na
melhor das hipóteses, somente mudanças triviais.
A falta de sincronia entre aquilo em que acreditamos e o
modo como vivemos deve-se a incongruência de nosso sistema de
crenças.
Queremos ser ativistas porque acreditamos num mundo
ideal, no qual prevaleçam a justiça, a paz e o amor. São conceitos
idealistas que, no Ocidente, tiveram origem no pensamento
platônico, e, no Oriente, nos Upanishads, no taoismo e na Cabala
fazem parte de uma filosofia chamada idealismo monista - a
consciência e suas ideias vêm primeiro, a consciência é a base
holística de toda a existência; tudo o mais, como manifestações
materiais, é secundário. Em outras palavras, a integridade é
primária, enquanto a fragmentação material do mundo manifestado
é secundária.
Nós temos nos esquecido de vivenciar essa natureza holística
fundamental de nossa existência; hoje, nossos ativistas, não muito
diferentes dos arautos do bem contra o mal, perpetuam a
separação que cria os problemas que desejamos resolver.
Supostamente, “combatemos” os criadores de problemas,
negatividade com negatividade. E mais: a linguagem que usamos
para descrever nosso conflito é separatista. Já perdemos a
integridade que desejamos atingir.
A principal razão para nossa amnésia coletiva é a ciência
moderna (pré-quântica), baseada no materialismo científico, a ideia
de que a matéria - consistente em objetos separados e
independentes - é a base de toda a existência, e que tudo o mais,
inclusive a consciência, é secundário. O sucesso dessa concepção
materialista de ciência ao explicar os fenômenos naturais e, em
698
especial, o sucesso de um fruto dessa ciência - a tecnologia, na
melhoria de nossas condições de vida - são tão grandes, tão
generalizados, que toda a nossa cultura tem sido influenciada,
aberta ou veladamente, pela metafísica materialista subjacente a
ela. E os ativistas nascidos e criados nessa cultura materialista
universal não conseguem deixar de alimentar conceitos metafísicos
conflitantes, que geram a falta de sincronia entre seu pensamento,
seu discurso e suas ações.
Ao preparar um artigo sobre Gandhi, um repórter ficou
impressionado com o fato de o líder indiano dirigir-se a grandes
multidões sem recorrer a uma única anotação. Quando perguntou a
Sra. Gandhi como ele fazia isso, ela respondeu: “Bem, nós, pessoas
comuns, pensamos uma coisa, dizemos outra e fazemos uma
terceira; mas, para Gandhi, são toda a mesma coisa”. Não podemos
nos tornar Gandhi da noite para o dia, mas podemos adaptar uma
prática visando a essa meta. É disso que trata O ativismo quântico.
A (re)descoberta Cientifica de Deus e a elucidação do que é
Deus fazem parte da mudança de paradigma que está em curso na
ciência: a passagem de um conhecimento fundamentado na matéria
para um saber cujo elemento essencial é a consciência; a transição
de uma metafísica materialista para outra idealista.
O novo paradigma científico se apoia em duas premissas
metafísicas. Uma delas consiste em postular que a consciência é a
base de toda a existência. Esta concepção é muito antiga, a base do
idealismo monista, já mencionado, ou da filosofia perene. Mas
nossa segunda premissa é que torna de fato científico esse novo
paradigma: a física quântica é a lei do movimento dinâmico das
possibilidades, dentre as quais a consciência manifesta os mundos
de nossas experiências externas e internas.
E é esse princípio que nos desperta para um novo estilo de
vida integral, e que pode nos levar a instituir mudanças individuais e
sociais. Um dos objetivos declarados do ativismo quântico é
justamente alcançar esse modo de vida integral, traduzido na
congruência entre pensamento, vida e experiência.
699
Assim, podemos afirmar que poder do ativismo quântico
provém do uso dos aspectos transformadores da física quântica,
tanto para a exploração interior (o self) como para a exterior (a
sociedade).
●Incluindo a totalidade da experiência humana em nossa ciência
Quando discutimos objetos e eventos singulares, precisamos
enfrentar o problema da medição, também chamado de “efeito do
observador”: de que modo nossa medição ou observação altera a ou causa o “colapso” da - possibilidade e a transforma em realidade.
Como já mencionei, a solução do problema da medição é pensar no
colapso como o resultado da escolha feita por uma consciência não
local. E Deus não joga dados. Temos o determinismo estatístico para
muitos objetos e muitos eventos, assegurando uma ciência preditiva
das coisas inanimadas. Mas também temos a liberdade de escolha,
o livre-arbítrio, para atos individuais de seres biológicos, sempre
que isto for capaz de funcionar por meio da consciência não local.
Neste caso, também, a memória adquirida de reações prévias a
estímulos produz um comportamento previsível e condicionado do
estado comum da consciência ao qual damos o nome de ego, o
domínio do comportamento previsível na psicologia (tal como
expliquei em O universo autoconsciente). Nosso desafio é nos
erguermos acima do ego para chegar à consciência superior, com
acesso à criatividade e à transformação.
Para incluir o ser humano como um todo em nossa ciência,
precisamos validar nossas experiências interiores; e simplesmente
chamá-las de epifenômenos da matéria não ajuda. Como codificou o
psicólogo Carl Jung, além de sentir o externo, há outros aspectos
internos discerníveis de nossa experiência consciente, consistentes
em pensamento, sentimento e intuição. Desses três elementos, dois
não são computáveis, o sentimento e a intuição, e por isso não
podemos sequer processá-los.
700
O que sentimos? Sentimos movimentos semelhantes a
energias, que instrumentos materiais não podem medir. Na China,
chamam esses movimentos de chi; na Índia, de prana; no Ocidente,
são chamados de energia vital. Essas culturas antigas, por exemplo,
criaram todo um sistema medicinal baseado no conceito de energia
vital, como a acupuntura e a terapêutica ayurvédica, que não pode
ser reduzido a uma medicina alopática tradicional.
O que intuímos? Esta é a mais sutil de nossas experiências
sutis, e por isso as opiniões variam um pouco. Mas uma longa lista
de tradições e filosofias aponta que as coisas que intuímos podem
ser imaginadas como arquétipos, contextos de alguns dos conceitos
que mais prezamos. Para citar os principais exemplos, temos a
verdade, a beleza, a justiça, o amor e a bondade. Naturalmente, não
podemos computar o pensamento intuitivo.
Mesmo no caso de pensamentos mentais, os computadores
podem processar seu conteúdo, mas não seu significado.
Obviamente, portanto, sentimento, intuição e pensamento não
podem ser reduzidos a fenômenos secundários da matéria. O
pensamento correto exige que, nessas experiências de pensamento,
sentimento e intuição, estejamos causando o colapso de
possibilidades quânticas de três mundos não materiais distintos,
cada um correspondendo a cada uma dessas experiências. Como o
mundo físico, todos esses múltiplos mundos de possibilidade são
mundos dentro da consciência. O mundo da consciência é um
multiverso!
Desse modo, a classificação das possibilidades quânticas da
consciência em quatro compartimentos, quatro mundos diferentes físico (dos sentidos), vital (dos sentimentos), mental (dos
pensamentos) e supra-mental (das intuições) -, decorre da estrutura
conceitual da física quântica e de nossa experiência direta.
Como esses compartimentos distintos da realidade
interagem sem o paradoxo do dualismo? A consciência medeia sua
interação quando, simultânea e não localmente, causa o colapso de
possibilidades nos diversos compartimentos para sua experiência.
701
Tomemos como exemplo uma situação bem conhecida. Você
vê uma pessoa atraente do sexo oposto. Há a sensação de um corpo
físico manifestado. Há um sentimento associado a um ponto na
região do corpo próxima a seu coração, que os orientais chamam de
chacra cardíaco. Há um pensamento em sua mente: “Puxa, seria
bom conhecer essa pessoa”. E pode até haver uma intuição
supramental, mapeada num pensamento: “Estou apaixonado”.
Nota-se aqui, claramente, a consciência mediando a interação de
seus diversos compartimentos para que possam se manifestar de
uma só vez.
● Recriar um mundo de soluções
A beleza do novo paradigma é que a causação ascendente,
de cunho materialista, e a causação descendente, que insere Deus
no cenário, juntas, posicionam-se para nos proporcionar a realidade
manifestada. Materialidade e espiritualidade se integram. E por isso
que acredito que um ativismo fundado na nova ciência de base
quântica será bem-sucedido, enquanto outros movimentos ativistas
falharam por estar fundados na separação.
Você precisa perceber o único aspecto comum a cada um
dos problemas catastróficos que mencionei anteriormente: o
conflito. O terrorismo atual tem raízes no conflito entre
materialismo e religião. E não diz respeito apenas aos
fundamentalistas islâmicos do Oriente Médio em luta contra o
império materialista do “Grande Satã”, os Estados Unidos, mas
também aos cristãos fundamentalistas que atuam dentro desse
mesmo país. Problemas econômicos e ecológicos devem-se
indiretamente ao conflito entre interesses individuais e coletivos,
entre valores do ego (como egoísmo e competitividade excessiva) e
valores do ser (como cooperação, filosofia win-win, intuição,
criatividade, sentimento, felicidade). Em última análise, essas causas
também podem ser decorrentes do conflito entre materialismo e
espiritualidade. Examinando de perto, a principal razão para que os
702
custos com saúde cresçam é nosso medo da morte e a ignorância
acerca do que constitui a vida, a saúde e a sabedoria - novamente,
materialidade e espiritualidade. O declínio do significado, da ética e
dos valores em nossas religiões, famílias, sociedades e escolas devese claramente ao conflito entre exterior e interior. A educação
liberal está dividida entre valores materiais e valores humanísticos e
espirituais. Entrar no mundo das soluções verdadeiras é resolver o
conflito entre materialidade e espiritualidade, entre exterior e
interior. E é este o poder da nova ciência. Ela integra.
Na primeira vez em que percebi as coisas dessa forma, as
soluções desfilaram diante do olho da mente: a ciência dentro da
consciência, integrando materialidade e espiritualidade, imanência
e transcendência, exterior e interior; a economia espiritual, que lida
tanto com as necessidades externas e materiais quanto com as
necessidades internas e sutis; empresas profundamente ecológicas,
ambientalmente sustentáveis, que se dedicam tanto ao modo
exterior quanto ao interior de produção e de consumo; uma
democracia a serviço do significado; uma educação liberal que nos
prepara não só para o mercado de trabalho como para a exploração
do significado da vida; uma saúde integradora, que valoriza tanto a
medicina alopática materialista quanto a medicina alternativa sutil;
e religiões abertas que ensinam a universalidade dos valores e a
vivem segundo esses preceitos num espírito pós-secular.
Todas essas soluções, como você irá perceber, tem mais uma
característica comum: elas aumentam o acesso das pessoas à
exploração de significados e valores. Mas como adotar essas
soluções em nossa sociedade?
Enquanto pensava nessa questão, recorreu-me um velho
sonho, no qual havia apenas figuras abstratas. Elas estavam
dançando, brincando, divertindo-se muito. Uma voz ao fundo disse:
“São os anjos do fazer”. Então, a cena mudou. Apareceram outras
figuras abstratas, e estas também pareciam felizes, mas eram
diferentes, estavam apenas sentadas em silêncio. A voz disse: “São
os anjos do ser”. E a cena mudou novamente, os anjos do fazer
703
voltaram. E assim por diante. Os anjos do fazer e os anjos do ser
surgiam e desapareciam, alternadamente. Quando acordei,
compreendi o mistério fundamental da criatividade e da
transformação. E a alternância entre fazer e ser. Do-be-do-be-do.
* Combinar as forças do fazer e do ser.
* O autor faz um jogo de palavras, lembrando uma frase
cantarolada por Frank Sinatra em algumas canções, como Strangers
in the Night, e que remete aos verbos to do (fazer) e to be (ser). [N.
do T.]
● Levar as lições da física quântica à criatividade
Materialistas e racionalistas veem a criatividade como um
processo racional de tentativa e erro, consistente apenas no fazer.
Focalize um problema, engendre uma teoria, descubra
consequências comprováveis dessa teoria, faça um experimento. Se
funcionar, “bingo!”, você tem uma solução. Se os dados
experimentais não se ajustarem a previsão inicial, volte à prancheta
e idealize outra teoria experimental. Tudo fazer-fazer-fazer.
Em contraste, as religiões e tradições espirituais do mundo
enfatizam o ser, ser-ser-ser. O mundo do fazer é considerado
ilusório e, por isso, é ignorado.
A física quântica nos ajuda a integrar essas duas dimensões.
Lembre-se, a física quântica é a física das possibilidades; as
possibilidades proliferam quando ficamos sentados em silêncio no
modo “ser”, sem fazer nada. De vez em quando, escolhemos uma
dentre as possibilidades que precipitam uma ação, no modo “fazer”.
Vamos alternando entre o modo “ser” e o modo "fazer" ate
chegarmos descontinuamente a nossa percepção: a solução.
Podemos, assim, processar inúmeras possibilidades ao
mesmo tempo no modo “ser”, e nossas chances de encontrar a
solução serão muito superiores àquelas do método no qual
exploramos uma tentativa de cada vez. E os pesquisadores da
criatividade nos dizem que essa é, de fato, a maneira pela qual o
704
processo de inventividade funciona em pessoas criativas (para
maiores detalhes sobre o tema, consulte Criatividade quântica).
Produzimos os problemas do nosso mundo e temos de
recriar o mundo das soluções. Para tanto, a criatividade quântica é
nossa principal ferramenta. Mas de modo algum isso é tudo que o
ativismo quântico tem a oferecer. O ativismo convencional separa
“nós” (Os corretos) “deles” (os malfeitores). A física quântica diz que
tudo é movimento da consciência; nós somos o mundo. Não existe
isso de nós contra eles. Só o movimento na direção da consciência
ou afastando-se dela, e nem sempre é fácil perceber a diferença. De
uma coisa podemos ter certeza: quando a consciência é não local,
ela é abrangente. Quando praticamos a inclusão na solução de
conflitos, almejamos tocar a consciência não local.
No ativismo convencional, tentamos mudar o sistema e, ao
mesmo tempo, queremos nos manter inalterados - nós, os sujeitos,
continuamos hierarquicamente superiores a um mundo-objeto -,
uma hierarquia simples. Não nos damos conta de que fazemos parte
do sistema, de que o sistema já corrompeu nosso modo de pensar.
Será possível permitir que nosso ativismo nos mude enquanto
mudamos o sistema? Este é um relacionamento hierárquico
entrelaçado (ou emaranhado) com o processo de mudança: nós nos
recriamos quando recriamos o mundo.
Por isso, o ativismo quântico; por isso, este manifesto
quântico pela mudança pessoal e social. Usamos os aspectos
transformadores da física quântica - causação descendente,
criatividade quântica, não-localidade e hierarquia entrelaçada no
relacionamento entre sujeito e objeto - para mudarmos a nós
mesmos e a sociedade.
● Como saber se a nova ciência é científica?
Antes que você se entusiasme com esses argumentos, deve
estar pensando: até agora, tudo o que li ainda é teórico. Onde estão
os dados?
705
Para recapitular, o novo paradigma baseado na consciência
quântica ou em Deus fundamenta-se em uma premissa ontológica
impossível de ser comprovada: a consciência é a base da existência.
Não podemos demonstrá-la porque a ciência nunca nos permite
comprovar sua premissa ontológica mais básica.
Mas nossa próxima premissa - a de que a física quântica é a
lei obedecida pelas possibilidades da consciência - é de fácil
comprovação cientifica. A causação descendente e a classificação
das possibilidades da consciência em quatro compartimentos
decorrem da estrutura conceitual da física quântica e de nossa
experiência direta.
Certa vez, perguntaram a Bertrand Russell, ateu declarado, o
que ele diria se, após a morte, descobrisse que Deus existe. E Russell
respondeu que perguntaria a Deus: “Por que você não nos mostrou
os dados, Senhor?”. Muito bem, Bertrand, Deus mostrou-nos os
dados! Comprovamos Deus, a causação descendente e a existência
de corpos sutis de forma bem adequada.
Verifico a causação descendente em uma imensa variedade
de dados. Há evidências definitivas sobre visão remota e potencial
transferido. As qualidades sentidas da percepção (chamadas qualia),
os insights “ah-ha!” da criatividade, as lacunas fósseis nos dados da
evolução biológica e os diversos casos de cura espontânea são
exemplos categóricos de causação descendente. Se tentarmos
explicar qualquer desses dados com modelos materiais da realidade,
teremos paradoxos de lógica.
As evidências dos corpos sutis são abundantes em
fenômenos como doenças psicossomáticas, sonhos, telepatia
mental, experiências de quase morte e reencarnação, cura pela
medicina alternativa (ayurveda, acupuntura e homeopatia),
altruísmo e espiritualidade (para uma lista abrangente de todas
essas comprovações, consulte Deus não está morto).
Em suma, temos procurado pela realidade, e ela consiste na
consciência, tanto em seu estado manifestado como no não
manifestado (chamado potentia na física quântica e inconsciente
706
pelos psicólogos). Ficou entusiasmado? E o que você pretende fazer
a respeito?
A ciência materialista não tem valores e não incorpora o
significado como uma entidade viável. Logo, no materialismo não há
escopo para o ativismo. Coisas que acontecem conosco e em nosso
mundo são epifenômenos sem significado e sem valor para a dança
da matéria.
Podemos atribuir falsos significados e valores as coisas para
tomar nossas sociedades toleráveis (como na filosofia
existencialista), mas essa falta de autenticidade está destinada a
criar ambiguidades nas interpretações desses atributos e fragilizálas.
Mas, se a consciência é primária, significado e valor são reais
e devem ser o foco de nossas vidas. No entanto, o novo paradigma
ainda não substituiu o antigo - longe disso. Assim, o ativismo tornase um instrumento de mudança das bases sobre as quais
construímos nosso conhecimento científico, uma alternativa prática
para restaurar o significado e o valor em nossa vida e em nossos
sistemas sociais.
● Ativismo quântico e evolução
Graças ao senso comum, hoje a maior parte das pessoas
educadas acredita que evolução biológica é sinônimo de
darwinismo. O fato é que os dados fósseis proporcionam fortes
evidências para a evolução, mas contradizem a tese de Darwin
quando confrontados as famosas lacunas fósseis e a outras
anomalias.
A verdade é que a evolução darwiniana é continua, mas as
lacunas fósseis são provas de ocasionais descontinuidades na
evolução. Em trabalho anterior, Evolução criativa das espécies,
demonstrei que tais lacunas são evidências da causação
descendente pela consciência, consistente na criatividade biológica.
707
Na nova ciência, a evolução deve ser vista como a
manifestação progressiva das possibilidades da consciência. Nessa
óptica, o mundo físico é como o hardware de um computador - faz
representações dos outros três mundos sutis. Com o tempo, as
representações vão melhorando. Evolução é o processo de
desenvolvimento
dessa
capacidade
da
matéria:
fazer
representações.
A primeira fase da evolução biológica está completa, e
consiste em fazer representações cada vez melhores das
possibilidades dos movimentos vitais da consciência que, por sua
vez, representam mais e mais possibilidades desses mesmos
movimentos vitais, que representam funções biológicas na forma de
órgãos cada vez melhores.
A segunda fase começa com a evolução do sofisticadíssimo
órgão do neocórtex do cérebro, no qual o significado mental pode
ser representado.
A terceira fase da evolução consiste em desenvolver a
capacidade de representar os arquétipos supramentais diretamente
no plano físico, mas isso está em nosso futuro evolucionário de
longo prazo.
E o que está nos detendo? O fato de ainda não conseguimos
integrar pensamento racional e sentimento. O que nos impede? Os
circuitos cerebrais instintivos de emoções negativas com os quais
nascemos. Perceba que as representações feitas pela mediação do
pensamento e do sentimento não constituem a realidade, e são
sempre imperfeitas. Por isso, precisamos evoluir, chegar à terceira
fase para que nossa capacidade de fazer representações possa
florescer plenamente.
As tradições espirituais veem a jornada de transformação
como, uma jornada espiritual - uma caminhada rumo ao espírito, ao
não manifestado, deixando para trás as necessidades do mundo
manifestado. Você não pode mudar o mundo sem mudar a si
próprio. Primeiro, evolua observando o seu interior; o mundo
exterior cuidará de si mesmo.
708
Essa visão, no entanto, é incompleta. A jornada
transformadora da pessoa moderna, do ativista quântico, é
diferente. Somos o mundo em nosso interior e exterior. Sim,
precisamos transformar o interior; mas também precisamos prestar
atenção à evolução que envolve o exterior. Desse modo, interior e
exterior necessitam ser integrados. Esta é a tarefa do ativismo
quântico.
A ciência dentro da consciência nos diz que o mundo
manifestado foi idealizado para representar cada vez melhor as
possibilidades do não manifestado à medida que o tempo passa,
graças à evolução. A transformação é importante, em primeiro
lugar, para atender ao jogo evolucionário da consciência, e só
secundariamente como salvação pessoal em espírito. O objetivo
supremo é atingir a unidade enquanto estamos no meio da
separação manifestada.
A causação descendente, como mencionado antes, envolve
escolhas dentre as possibilidades quânticas. Mas há sutilezas.
Fazemos escolhas o tempo todo. Qual o seu sabor de sorvete
preferido: chocolate ou creme? Ficamos tão apegados a nossa
preferência que, se escolhemos o sorvete de creme em vez do de
chocolate, do qual gostamos mais, achamos que fizemos uma
grande descoberta criativa. Este é o tipo de escolha que os
economistas do consumo exploram em nós. É um exemplo de
causação descendente, sim, mas não há nele a liberdade plena do
movimento quântico; qualquer que seja nossa escolha, nossa
liberdade de opção estará comprometida pelo condicionamento
passado. E quando estamos condicionados, não vemos mais as
possibilidades como tal.
O colapso consciente com verdadeira liberdade de escolha é
descontínuo, não local e hierarquicamente entrelaçado. Este último
item requer uma explicação um pouco mais detalhada.
A hierarquia simples você conhece: quando alguém é o
manda-chuva e tem um subordinado, o primeiro é o nível causal de
uma hierarquia simples. Um relacionamento é uma hierarquia
709
entrelaçada quando a causalidade flutua de um lado para o outro
entre os níveis, ad infinitum. E mais: a eficácia causal dos níveis de
uma hierarquia entrelaçada é apenas aparente. A verdadeira
eficácia causal está num domínio que transcende a ambos.
É isso que acontece num evento de colapso quântico com
verdadeira liberdade de escolha. Sempre que temos uma
experiência na qual fazemos escolhas, escolhemos entre coisas
conhecidas; não temos de fato a liberdade de optar por algo
desconhecido.
Quando escolhemos algo desconhecido, como numa
experiência criativa, nunca sentimos que estamos fazendo escolhas.
Chamo esse estado não ordinário do sujeito/self de self quântico
(que as tradições chamam de espírito ou estado de
superconsciência) em contraste com o ego condicionado,
normalmente experimentado. A verdade é que a autêntica escolha
é a de uma consciência transcendente - ou, se preferir, Deus.
Atingimos a verdadeira liberdade quando adotamos
qualquer um dos três aspectos quânticos da causação descendente
da escolha - descontinuidade, não localidade e hierarquia
entrelaçada. Praticamos o primeiro na criatividade, o segundo no
desenvolvimento da consciência social e o terceiro nos
relacionamentos íntimos. Tudo isso envolve não apenas o que nos é
interno, mas também o externo.
Assim, como ativistas quânticos, não saímos do mundo; nós
vivemos o mundo. Combinamos pensamento correto com vida
correta. Agimos conforme falamos. Fazemos viagens frequentes ate
o sutil.
● Viver corretamente
Pensar corretamente proporciona o contexto, e viver
corretamente - pondo em prática nosso discurso - oferece o ângulo
transformador para um ativista quântico. A questão de vivermos
corretamente tem dois aspectos. O primeiro está relacionado com a
710
escolha pessoal de cada um em viver corretamente. Seu modo de
vida deve propiciar sua própria jornada pessoal de criatividade e
transformação; deve proporcionar a pessoa mais tempo para relaxar
e apenas ser, por exemplo. Este é o aspecto que as tradições
espirituais convencionais, especialmente o budismo, enfatizam.
O segundo aspecto da vida correta é mais parecido com o
ativismo convencional, pois tentamos mudar nossas instituições
sociais para fazer com que acompanhem nossa jornada
evolucionária. É fato que, através de boa parte de nossa história
após a revolução agrícola, estabelecemos hierarquias simples tão
fortes que a maior parte da humanidade foi impedida de explorar
significado e valores. No século 18, com o advento do capitalismo,
da democracia e da educação liberal, as coisas mudaram um pouco.
Essas instituições levaram ao desenvolvimento de uma classe média
cuja prerrogativa é a exploração do significado.
As coisas mudaram novamente no século 20, na década de
1950, quando o materialismo científico começou a ganhar forças.
Uma moléstia pós-moderna tomou conta da psique coletiva da
humanidade, com o que virou moda a desconstrução de nossos
grandes ideais. Em trinta anos, por volta da década de 1980, a classe
media norte-americana já estava encolhendo, mas só recentemente
é que nos demos conta disso. Coincidentemente, estamos vivendo o
processo de criação de um novo paradigma na ciência, que promete
devolver o significado e os valores à nossa visão de mundo. A
jornada evolucionária que agora conduz as pessoas à exploração do
significado pode recomeçar. Isso exige uma revisão
de
nossas
instituições sociais.
Além disso, as metas materialistas criaram condições de
crise, uma conjuntura difícil cuja solução também exige uma nova
leitura de nossos sistemas sociais. E esta revisão, que visa favorecer
a exploração de significados e valores, é uma meta importante do
ativismo quântico. Participar desse processo, para o ativista
quântico, é um ideal, um exemplo daquilo que o Bhagavad Gita
chamou de carma yoga - a transformação pela ação social.
711
712
PARTE III:
CONCLUSÃO
713
714
Nestas considerações finais se inicia com o cálculo da
distribuição do número de páginas do livro (752) com suas
respectivas percentagens não tanto rigorosas.
O livro é dividido em três partes: Introdução (236; 31,4%);
Desenvolvimento (424; 56,4%) e Conclusão (10; 1,3%). Os demais
integrantes Capa, Prefácio, Apresentação, Índice Remissivo e Índice
Detalhado (82; 10,9%).
Os tópicos das duas primeiras partes:
Introdução: Espiritualista (28; 3,7%); Física (40; 5,3%); Física
Clássica (168; 22,3%).
Desenvolvimento: Física Moderna (166, 22,1%); Ponte entre
a Física e a Espiritualidade (44; 5,8%); Ciência Espiritualista (212;
28,2%).
[Física Moderna: Física de Partículas (30; 4,0%), Física
Relativística (54; 7,2%) e Física Quântica (82; 10,1%)]
Pela ordem das partes [inclusive os demais integrantes]
referentes ao número de páginas empregadas foram:
Desenvolvimento (422); Introdução (238); demais integrantes (82);
Conclusão (10).
Pela ordem dos tópicos: Ciência Espiritualista (212); Física
Clássica (170); Física Moderna (166); Ponte entre a Física e a
Espiritualidade (44); Física (40); Espiritualista (26); Conclusão (10).
[Física Moderna: Física Quântica (82), Física Relativística (54);
Física de Partículas (30)].
Pondera-se que ao se aperfeiçoar este livro haja uma
diminuição no número de páginas, bem como uma reordenação dos
tópicos com a seguinte redistribuição das percentagens:
Desenvolvimento (56,4% para 70%): Física Moderna (22,1%
para 30%); Ciência Espiritualista (28,2% para 30%); Ponte entre a
Física e a Espiritualidade (5,8% para 10%).
[Física Moderna: Física Quântica (10,1% para 15%), Física
Relativística (7,2% para 10%) e Física de Partículas (4,0% para 5%).
Introdução (31,4% para 20%): Física Clássica (22,3% para
10%); Física (5,3% para 5%); Espiritualista (3,7% para 5%).
715
Conclusão (1,3% para 2%).
Os demais integrantes (10,9% para 8%).
Com os aumentos significativos da “Física Moderna” e
“Ponte entre a Física e a Espiritualidade” em relação a “Ciência
Espiritualista” se acredita embasar melhor esta nova ciência, e assim
evitar que a utilizem para especulações excessivas. Para isso se teve
que dar uma subtração expressiva na Introdução, explicitamente na
Física Clássica.
Nas considerações finais se remete agora a Apresentação
com seus tópicos: Definição, Objetivos, Conteúdos, Tema e
Bibliografia.
Nos dois primeiros tópicos – Definição e Objetivos - se avalia
ter colaborado na execução de dois propósitos:
1º propósito - constituir crescimento no conhecimento sobre
Física Moderna e Ciência Espiritualista ao ter realizado essa
dissertação sobre este tema, elaborada por um estudo que serve
para repetir resumidamente o que consta em base bibliográfica em
relação ao assunto desta monografia, destacadamente as obras de
Laércio Fonseca e Amit Goswami.
Laércio Fonseca participa mais do que na Física Moderna e
Ciência Espiritualista porque ele aborda também a Física Clássica
necessária ao tema, bem como trata significativamente da Ponte
entre a Física e a Espiritualidade.
Na ponte ele cria dois modelos quânticos fundamentados no
campo de energia oscilante: um para a matéria e outro para a
consciência. Na matéria quântica se possibilita uma noção mais
consistente sobre múltiplos universos com: distribuição das
matérias dos planos espirituais nas formações de estrelas e
planetas; a matéria dos orbes astrais e espirituais ao redor da Terra;
teoria da unidade cósmica da matéria. Na consciência quântica se
viabiliza uma ideia quântica de Deus e proporciona uma explicação
da iluminação dos orientais.
716
Na ciência espiritualista ele cuida da: projeção astral;
médiuns e paranormais; vida fora da matéria e planos astrais à luz;
projeto Terra; Deus; quem somos nós e o segredo.
Amit Goswami não participa da Física Clássica e nem
contribui claramente na ponte.
Na ciência espiritualista toca nos assuntos: O universo
autoconsciente: como a consciência cria o mundo material; Um guia
para a iluminação por um físico quântico; a explicação científica
para a reencarnação, a imortalidade e a experiência de quasemorte; orientações de um físico para saúde e cura; evidências
científicas da existência divina; uma resposta para as limitações da
teoria de Darwin; visão quântica para a expansão do potencial
criativo; uma breve introdução ao ativismo quântico.
2º propósito - favorecer uma elaboração sobre Física
Moderna e Ciência Espiritualista considerando os ensinamentos do
Messias Meishu-Sama – Fundador e Mestre da Messiânica - ao se
ter inserido trechos destes em quase todos os tópicos desta
monografia conforme descrição a seguir.
No Prefácio, o Messias parece profetizar a relação entre a
física e a espiritualidade “Vai chegar, porém, um dia em que deverá
ocorrer o cruzamento dessas duas linhas, a vertical e a horizontal,
determinando a fusão da espiritualidade oriental com o
materialismo ocidental. Como resultado desse entrelaçamento,
surgirá uma nova cultura, perfeita, completa, superior.” Esse dia
teria chegado com as obras de Laércio Fonseca e Amit Goswami.
Além disso, no que se pretende com este trabalho, leva-se
em conta a orientação de Meishu-Sama: “(...) pendurar a escada do
Céu até o Inferno e estender as mãos para puxar o homem, degrau
por degrau.”,
Na parte I – Introdução.
Espiritualista, o Fundador e Mestre da Messiânica conceitua
espírito como energia, algo plasmático dividido em diversos níveis
cuja parte fundamental é a “Luz”, onde no caso da Luz do Sol são as
manchas solares.
717
Física, o Fundador da Messiânica atenta que o significado da
física deve observar que tudo tem matéria e espírito, em particular a
natureza. Deste modo, se pode imaginar uma física espiritual, já que
física tem como objeto a natureza.
Física Clássica, o Mestre da Messiânica parece achar que nas
definições e conceitos desta ciência exata se deve cogitar dos seus
ensinamentos intitulados: A respeito do ateísmo, Constituição do
Mundo Espiritual (estruturado em três planos segundo a
intensidade da luz, calor e movimento), O poder da natureza, Elo
espiritual, Obediência ao caminho perfeito, Filosofia da intuição,
Novamente a respeito de Bérgson.
Na parte II – Desenvolvimento.
Física de Partículas, o Fundador talvez possibilite que se
cuide na matéria de duas coisas: física quântica como ponte para
ciência espiritualista; os elementos fogo, água e terra
(aparentemente apenas um retorno à constituição da matéria por
volta do século V a.C., na Grécia com o filósofo grego Empédocles
que estabeleceu a “Teoria dos Quatro Elementos Imutáveis” onde
acreditava que toda matéria era constituída por quatro elementos:
água, terra, fogo e ar, aliados às quatro qualidades: quente, frio,
seco e úmido: tudo na natureza seria formado pela combinação
desses quatro elementos, em diferentes proporções.)
Física Relativística, o Mestre contempla que olhar para
dentro de nós passa por descobrir que a causa de tudo está em nós
mesmos, como na luta interior entre a virtude e a vileza.
Física Quântica, o Messias Meishu-Sama leva em conta
diversos tópicos. “Mecânica quântica” no ponto relativo ao “papel
do observador e primeiro passo para consciência e espírito” ele
parece concordar ao declarar que não adianta apenas acreditar em
algo é preciso sabedoria, ser um homem despertado, que já
trabalha num certo nível de consciência. “Inseparabilidade
quântica” no ponto sobre “troca de informações sem nenhum sinal
trocado”, ele também examina a teoria de Darwin e concebe o
conceito de elo espiritual dizendo que: a Terra mantém o equilíbrio
718
no espaço graças aos elos espirituais dos astros ao seu redor, que a
atraem; não é absurdo dizer que o homem se mantém vivo [e
evoluído] graças aos elos espirituais.
Ponte entre a Física e a Espiritualidade, o Messias no tópico
“Espectros atômicos nucleares e níveis quânticos nucleares” reputa
o mundo da seguinte maneira: o existente no Mundo Material tem
correspondente no Mundo Espiritual, bem como este é que faz
mover aquele (em outras palavras, tudo que ocorre no Mundo
Material tem a sua origem no Mundo Espiritual). No caso particular
do homem: o seu corpo espiritual (que está no Mundo Espiritual)
precede (como no movimento) o seu corpo material (que está no
Mundo Material), e é idêntico a ele (não igual, mas, sim,
semelhante), no sentido de terem aparentemente a mesma forma
numa relação íntima e indissolúvel [certa união entre as formas
espiritual e material], e serem diferente, por não terem o mesmo
conteúdo, sendo mais rarefeito ou menos denso.
Ciência Espiritualista, também Meishu-Sama se deixa prezar
em diversos tópicos, só que não foram expostos neste trabalho por
algumas razões.
Uma delas é por se tratar de interpretação do autor deste
trabalho que caberia para o tópico “Projeção Astral” quando ele
escreve: “No sono, a consciência sai do corpo espiritual que
permanece acoplado ao corpo material. Porém ela fica ligada pelo
fio de prata ao corpo espiritual, não havendo interrupção da mente
com o cérebro devido parte da mente ficar no corpo espiritual e ela
ser o espírito do cérebro, donde se pode ter desde “maus contatos”
e inconsciência, até passando por “contatos de lucidez” e
subconsciência.”.
Outra não exposta por estar amplamente tratada nos
ensinamento do Mestre Meishu-Sama como no tópico “Médiuns e
paranormais”
onde
se
têm
ensinamentos
intitulados
“Incorporação”; “Incorporação e encosto”; “Incorporação e encosto
de espírito encarnado”.
719
Uma outra pelos mesmos motivos do parágrafo anterior nos
tópicos “Projeto Terra” e “Deus” só que tratada indiretamente na
sistematização “Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao Reino do
Céu na Terra” realizada pelo autor deste livro.
No tópico “Vida fora da matéria e planos astrais à luz”, mais
exatamente no ponto “As cidades astrais e as comunidades astrais”
o Fundador corrobora a suposição de tais cidades fora da matéria
descrevendo-as na medida em que se sobe para as camadas
superiores do paraíso mais bonitas e magníficas elas se apresentam.
No último tópico “Quem somos nós e o segredo”, no ponto
“Qual o verdadeiro segredo do sucesso?” o Mestre acata a máxima
de ouro que a nossa felicidade depende apenas de fazer os outros
felizes.
Inserem-se também trechos de ensinamentos messiânicos
na obra de Amit Goswami. Na Parte 1 “A Integração entre Ciência e
Espiritualidade” do livro “O Universo autoconsciente: Como a
consciência cria o mundo material” de Goswami, este físico afirma:
“Por um lado, recebemos de braços abertos os benefícios
gerados por uma ciência que assume a visão mundial materialista.
Por outro, essa visão, predominante, não consegue corresponder as
nossas intuições sobre o significado da vida.”
Por outro lado, anos atrás, o Fundador e Mestre da
Messiânica já havia prestado atenção nessa consideração:
“O mundo inteiro fica deslumbrado com o avanço científico
[materialista] e a humanidade, em vez de pegar um caminho de
buscas mais profundas, preferiu ficar no palpável, achando-o
incomparavelmente melhor para a criação de uma vida de felicidade
plena. (...) A moral e a ética caíram num nível tal de degradação, que
levaram o homem a tornar-se escravo da ciência materialista.
Como se pode observar, nos dias de hoje, em lugar de
dominar a ciência [materialista], o ser humano é governado por ela.
Daí a razão de a sociedade estar a um passo da maior conturbação
mundial, colocando em perigo o seu próprio futuro.
(...) Tudo isso está acontecendo porque a humanidade se
720
desviou de seu objetivo principal, qual seja a busca do bem através
do aprimoramento do espírito.”
Nos Conteúdos se sugere que se debruce com mais
intensidade e aprofundamento na obra de Amit Goswami. Pois, não
foi possível fazê-lo por já se estar com quase 600 páginas desta
monografia quando se iria escrever sobre esta obra. Assim, se ficou
muito na descrição com pouca apreciação.
No entanto, embora com toda a superficialidade exposta
sujeito ao risco do achismo, mas, sem muito medo de errar,
registra-se uma apreciação, ou melhor, uma impressão: a suspeita
de haver muita ligação das diversas áreas de conhecimento sob a
iluminação da física quântica movida pela intuição sociológica. Ou
seja, ditada pela capacidade de perceber, discernir ou pressentir
uma explicação independente de qualquer raciocínio ou análise,
sendo responsável pela elaboração de hipóteses que
posteriormente poderão ser comprovadas ou não. Ou ainda, sendo
insatisfatória como fonte de conhecimento pela dificuldade de ser
testada. Algo semelhante à obra de Jean Piaget focada na psicologia
genética.
Também se propõe que se incline com muita dedicação nos
ensinamentos do Messias a fim de se poder elaborar um livro sobre
Física Moderna e Ciência Espiritualista segundo tais orientações.
Pois, talvez este possa ajudar na necessidade já expressa por
Meishu-Sama:
“(...) atualmente se está quase prestes a entrar no mundo do
infinito. A palavra espírito, muito empregada ultimamente, deve
estar indicando esse mundo.”
“(...) a partir de agora, não vai ser nada fácil à exposição mais
detalhada de seus conceitos. Faltam-me termos mais apropriados,
justamente por ainda não ter sido estabelecido um tratado
específico sobre o assunto, o que me leva a poder explicá-lo só até
certo ponto, porque não disponho de outras palavras para levá-lo
adiante.”
721
E a ajuda pode vir, por exemplo, de um salto quântico
celestial:
“(...) não podemos deixar de admitir que no doravante
mundo, será extremamente difícil à Ciência, à Filosofia ou mesmo às
Religiões tradicionais alcançarem maior progresso. Nesse sentido,
significa que, finalmente chegou o momento de manifestação do
"X" que transcende o nível da cultura atual. Com o grande salto do
“X” a atual civilização que se encontra num beco sem saída, poderá
ultrapassar essa grande crise e criar uma nova e surpreendente
Civilização e essa é a minha missão.”
Indica-se que as palavras aqui empregadas, quando
relevantes e possíveis, sejam devidamente conceituadas.
No Tema se levam em conta ideias de Meishu-Sama nos
elementos textuais: ciência espiritualista com a descrição da
doutrina messiânica; importância com o realce da predominância da
ciência espiritualista sobre a ciência materialista; vertentes
essenciais com a assinalação de que são a religião, filosofia e
ciência, e a posição entre elas.
Na Bibliografia se recomenda uma busca mais exaustiva
sobre o tema. O que não ocorreu devido à pretensão de recomeçar
em março de 2013 o curso “Física Moderna e Ciência Espiritualista”
iniciado no segundo semestre de 2012, com este trabalho como
livro texto.
Um ano após, esta segunda edição de 12 de setembro de
2013, que alterou o próprio título para “Por uma Física Moderna e
Ciência Espiritualista”, não fez mudanças profundas. Ela, apenas
corrigiu erros, precisou ou complementou algumas ideias como o
escrito “Cérebro, mente e consciência” e elaborou um índice
remissivo que deve ser melhorado, por exemplo, a palavra “corpo”
ser subdividido, pois dele se fala desde algo microscópico como
celestial, até um pedaço de carne como um corpo espiritual.
Desta maneira, o autor deixa claro que este livro pretende
ser algo somente em prol, a favor, uma iniciação a uma ciência
espiritualista.
722
ÍNDICE REMISSIVO
A
A Física da alma: A explicação científica para a reencarnação, a
imortalidade e a experiência de quase-morte, 651
A interpretação de Born para a função de onda, 443
A janela visionária: Um guia para a iluminação por um
físico quântico, 645
A ponte entre a ciência e a religião, 595
A vida nos múltiplos universos, 471
Aceleração, 1010-102, 149, 152-153, 155, 156
Aceleração da gravidade na superfície de qualquer planeta, 195
Adição de velocidade, 140, 347, 348
Adição relativística de velocidades, 14, 333, 347
Amit Goswami, 5-6, 8, 13, 23--25, 31, 48-49, 83, 413, 429, 489,
558, 576, 595-632, 645, 655, 673, 716, 720-721
Anos-luz, 104, 113-114, 124, 321, 354, 473, 513
As cidades astrais e as comunidades astrais, 523, 528, 720
As grandezas físicas do universo de estrelas e galáxias, 543, 546
B
Base à Ufologia, 359
Big Bang, 58-60, 64, 114, 309, 311, 332, 424, 489, 572, 683
C
Campo, 24, 47, 85, 173, 261-262, 272, 293, 301, 422, 452-455, 460462, 464-465, 467, 475, 484-488, 493-494, 498, 502, 513516, 519, 522-523, 524, 534, 535, 536, 540, 550, 55, 557,
561, 575, 588
Campo condensado, 453
723
Campo de força, 300-301
Campo elétrico, 47, 84, 102, 224, 241-245, 252, 261-262, 267,
270-273, 452, 455
Campo elétrico uniforme, 241, 246
Campo eletromagnético, 261-263, 265-267, 301, 451,-452, 457
Campo energético, 460, 514, 575, 583
Campo gravitacional, 156, 178, 182-183, 194, 241-243, 254,
261-262, 267, 301, 361, 363, 457, 565
Campo gravitacional uniforme, 361
Campo magnético, 64, 84, 245, 247, 251-256, 258-259, 261-262,
265, 267, 269-273, 275, 283, 379, 420, 452, 455
Campo magnético criado por corrente elétrica num fio, 247, 254
Campo magnético criado por um solenoide, 247, 255
Campo oscilante, vibratório, 15, 261-262, 455, 457-458, 461, 484485, 487, 515
Campo quântico ou nuclear, 261, 534, 587
Campo unificado, 361, 447-448, 451
Característica ondulatória do elétron, 395,399
Carga elétrica, 84, 223-224, 226-230, 234, 241, 246, 293-295, 299,
302-303, 311, 436, 449, 452, 544-545
Catástrofe do ultravioleta na radiação do corpo negro, 375
Causalidade, 16-17, 429, 596, 598, 710
Causalidade ascendente, 428, 597, 603, 620
Causalidade descendente, 23, 428, 596-597, 603, 620
Ciência e Espiritualidade: a verdadeira ciência do terceiro milênio,
581
Ciência espiritualista, 7, 10-11, 13-15, 19, 27, 30-31, 70, 312, 629,
715-718, 721-722
Colapso, 45-46, 62, 73, 393, 417, 489, 534, 576, 598-599, 602, 613,
616, 635, 647, 652, 688, 709
Colapso da função de onda de possibilidade (probabilidade), 23,
393, 395, 408, 410, 417, 419, 424, 427-428, 445, 489,
575-576, 582, 598, 600, 602, 614, 616, 629, 634, 640, 663,
688, 701, 710, 724, 728, 738
724
Colocações da física quântica para a atuação em nossos dias?, 581
Como Deus atua no mundo?, 563, 567
Como Deus interfere em nossas vidas e em nossos desejos?, 581,
589
Como na verdade o cosmos conspira a favor?, 581, 587
Comprimento, 56, 100-103, 105, 107-113, 122-124, 127, 133-135,
164, 215, 256, 284, 309, 327-328, 344-346, 356-357, 386,
404, 486
Comprimento de onda, 107-111, 122, 214, 217, 219-221, 262-263,
274, 276, 279, 284, 378-379, 397-398, 403, 416, 438,
442-443, 447, 459, 506, 511
Consciência, 5, 15-16, 22-24, 26, 30, 33, 39, 44-48, 56, 68, 72-73, 7779, 83, 268, 285, 395, 409-414, 418, 421, 47-431, 446,
451, 477-482, 84-491, 493-511, 513-519, 521-522, 524,
525, 530, 533-536, 540-541, 50, 552, 555-557, 560-561, 563,
569, 572, 575-579, 581-582, 585-586, 588, 594, 596-603,
606-607, 609, 611-614, 616-617, 620, 623-625, 628-630, 632,
634-642, 645-647, 652, 65-656, 661-662, 664, 666, 668, 670671, 673, 675, 685-690, 692-694, 698-703, 705-710,
716-719
Consciência cósmica, 413, 427-428, 451, 477, 487, 489, 502,
575-577, 579,585, 590, 599, 601-603, 607-608, 612, 614,
623
Conservação da energia, 92, 197, 205-207, 372
Constante de Planck, 15, 106, 279, 287, 295, 375, 380, 382, 386, 389
Contração espacial, 14, 333, 344
Corda estacionária, 397
Cordão de prata e o psicossoma, 501, 507, 509-510, 517
Corpo, 6, 8, 23, 28-30, 40, 55-57, 59, 62, 65, 69-73, 75-79, 89-91,
100-102, 122, 124-125, 127-128, 132-133, 135, 143-144, 149,
151-152, 155-156, 158, 164, 171-173, 176-189, 191-192,194195, 197-205, 207-208, 223-224, 227-237, 239, 241, 250,
252-253, 265-266, 269, 291, 294, 301, 322, 324, 336, 344,
346-347, 351-353, 362-364, 367, 369, 375-379, 383, 387,
725
393, 395, 397, 413, 424, 428, 439, 466, 469, 501, 504, 507512, 517-518, 522, 528, 530, 532, 534, 555, 557, 563-564,
566, 583, 586, 588, 594, 609, 617, 621, 632, 636-637, 647648, 652, 656-659, 663-664, 668, 670, 679, 702, 706-707,
719
Corrente elétrica, 82, 102-103, 224-225, 228, 241, 246-247, 254256, 258-259, 261, 267, 275, 288, 387-388
Criatividade para século 21: Visão quântica para a
expansão do potencial criativo, 681
Cura a distância, 513, 656
D
Densidade de probabilidade, 393, 395, 405-407, 444, 456
Deus intervêm em nossas vidas e no curso das coisas no universo?,
563, 573
Deus não está morto: Evidências científicas da existência divina, 48,
662
Dilatação temporal, 14, 333, 342-343
Discussão sobre os filmes “Quem somos nós?” e “O segredo”, 581
Distância, 6, 15-17, 20, 32, 46, 102, 105, 109-114, 120, 123-124,
127-128, 133-135, 144, 149-150, 158, 173, 191-193, 196,
214, 220, 239, 240, 254, 261, 265, 268, 277, 286-288, 321,
324, 327, 340-341, 359, 367, 370, 373, 403, 420-421, 426,
434, 436-437, 447-448, 472-473, 475, 479-481, 513-515, 519,
565, 635, 656
Distribuição das matérias dos planos espirituais nas
formações de estrelas e planetas, 469, 716
Dualidade, 569, 639
Dualidade partícula-onda (ou onda-partícula), 15, 390, 395-396, 393,
414, 633, 675
726
E
Efeito fotoelétrico, 303, 365, 375, 387-391, 393
Elétron, 17, 29, 38, 59-60, 93, 95, 107, 
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física moderna e ciência espiritualista