POR UMA FÍSICA MODERNA E CIÊNCIA ESPIRITUALISTA 2 POR UMA FÍSICA MODERNA E CIÊNCIA ESPIRITUALISTA Charles Guimarães Filho 12 de setembro de 2013 3 4 PREFÁCIO Neste preâmbulo se expõe ordinariamente e sucintamente a evolução do tema “Física Moderna e Ciência Espiritualista” no mundo, no autor deste trabalho e na maioria das pessoas, e se conclui com o que se pretende com este livro. Antes de iniciar tal esclarecimento se afirma que evolução é o desenvolvimento que se dá em cinco passos consecutivos: criação das premissas, crescimento, formação, progresso e extinção das falsas verdades. Evolução do tema no mundo A criação das premissas da “Física Moderna e Ciência Espiritualista”, segundo o livro “Quantum Questions: Mystical Writings of the World’s Great Physicists.” de Ken Wilber (ed. 1984.), começa expondo a existência do misticismo nos escritos de muitos dos físicos proeminentes do principio do século XX como, por exemplo, Albert Einstein: “A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega”. O crescimento principia com a publicação do “Tao da Física — Uma análise dos paralelos entre a física moderna e o misticismo oriental” de Fritjof Capra (1975). Este Ph.D em física afirma nesta edição que a física moderna confirmou os ensinamentos tradicionais dos místicos orientais: de que a consciência humana e o universo formam um todo interconectado e irredutível. A formação ocorre com a aplicação da física quântica em diversas áreas do conhecimento, como o livro “A Cura Quântica. O poder da mente e da consciência na busca da saúde integral” de Deepak Chopra (1989). O progresso advém com a obra de dois espiritualistas oriental. Um o indiano Amit Goswami - Ph.D em física quântica -, no seu livro “Física da Alma: A explicação científica para a 5 reencarnação, a imortalidade e a experiência de quase-morte” (2001). Outro o brasileiro Laércio Fonseca - físico com especialização em astrofísica e cosmologia -, no “Curso Completo de Física Quântica e Espiritualidade” (2012). A extinção das falsas verdades ou “falsas verdades” também tem surgido como foi realizado no trabalho de Alexandre Fontes da Fonseca, intitulado “Uma análise espírita da obra ‘A física da alma’ de Amit Goswami”. Este espírita apregoa haver vários pontos desta obra que estão em desacordo com os principais ensinamentos espíritas: “Uma análise científica do argumento básico de Goswami de que a alma, a reencarnação e a mediunidade são fenômenos não-locais, em termos do que a Física considera um fenômeno nãolocal, mostra que o modo pelo qual esse argumento foi proposto é arbitrário e não satisfaz os rigores que a Física determina para qualquer trabalho de pesquisa na área. Dessa forma, a obra “A Física da alma” não tem respaldo científico da Física. O espiritismo, por estar baseado em fatos, tem muito mais valor científico do que a proposta de Goswami.” Um fenômeno local é quando há sinais locais. Estes são quaisquer trocas de forças e informações entre dois corpos ou sistemas através da propagação de ondas ou partículas, pelo espaço-tempo, com velocidade limite de 300 mil quilômetros por segundo (a velocidade da luz). Se existisse uma forma instantânea de interação entre dois corpos, logo, ou tal interação deveria ocorrer em uma velocidade muito superior à velocidade da luz, o que não é possível de acordo com a estrutura do espaço-tempo postulada pela teoria relativística de Einstein, ou, resta imaginar que tal sinal, não sendo possível no espaço-tempo, só pode viajar por fora do espaço-tempo, além dele, ou seja, em outra forma de realidade mais sutil. Obviamente, se tais sinais têm um limite de velocidade, logo não são instantâneos. Se dois sistemas estão separados por 600 mil quilômetros, logo, o mais veloz que podem trocar influências, é em um lapso de 2 segundos, ou seja, o tempo que a luz demora em percorrer a distância entre os dois sistemas. 6 Evolução do tema no autor A ideia de modernizar a matemática e a física surge a partir do final do século XIX; enquanto o papel dos grupos brasileiros criados para estudar a proposta de modernização do ensino destas ciências foi iniciado a partir das décadas de 60 e 90, respectivamente. Neste período o autor dava aulas destas duas ciências exatas e militava como comunista o que lhe permitiu aderir a uma visão moderna da ciência materialista e do seu ensino. Ciência espiritualista Porém, na década de 90, tornando-se messiânico saí do Partido Comunista Brasileiro, e assistindo ao filme “O Ponto de Mutação” chegou ao livro “O Tao da Física” e assim reiniciou a Ciência Espiritualista. [tendo em vista que comungou pelos inícios da década de 60 com a doutrina espírita]. Nessa ocasião, na última década do século passado, pensou nas palavras do Fundador da Messiânica – o Messias Meishu-Sama: “Vai chegar, porém, um dia em que deverá ocorrer o cruzamento dessas duas linhas, a vertical e a horizontal, determinando a fusão da espiritualidade oriental com o materialismo ocidental. Como resultado desse entrelaçamento, surgirá uma nova cultura, perfeita, completa, superior.” Em 1998, formou um grupo de estudos sobre a Cultura da Nova Era e elaborou livros nesta direção: “Ciência do Fogo, Água e Terra”, “Geografia do Mundo Espiritual do Planeta Terra”, “Antropologia da Criação Evolucionista do Retorno”, “Terapia Espiritual”, “Psicologia do Encaminhamento Paradisíaco” e “Agricultura da Grande Natureza”. Exemplificando. O primeiro destes livros “Ciência do Fogo, Água e Terra” tem suas raízes: no ocidente, os pré-socráticos na Grécia com os quatro elementos fogo, água, terra e ar; no oriente, medicina tradicional na China com fogo, água, terra, madeira e 7 metal. O segundo “Geografia do Mundo Espiritual do Planeta Terra” amplia a Geografia do Mundo Material do Planeta Terra de modo que mais do que estudar a superfície terrestre se investiga os antepassados. Ao preparar pouco a pouco estas obras se viu pensando em conceitos da física sobre o corpo espiritual como sua massa, densidade, velocidade e energia, bem como cuidado de procurar saber de que modo os espíritos veem, escutam, sentem calor ou frio, ou ainda de quão são os materiais empregados na construção das instalações no mundo espiritual. Isso tudo motivado nos trechos de ensinamentos do Messias Meishu-Sama: “Ele pôde ver isso porque momentaneamente teve a faculdade de visão espiritual.” e “Nas camadas superiores, a comunicação é feita com os olhos. Nos níveis ainda, ainda mais altos, nem mesmo a visão é usada. Nessa altura, os espíritos comunicam-se apenas com o sentimento e pensamento.” Física Moderna Nos inícios do século XXI vendo o filme “Quem Somos Nós?” apresentando entrevistas com especialistas em ciência e espiritualidade, conhece Amit Goswami, sua dezena de livros e o seu apregoar “Se há uma ponte entre a Ciência, a Filosofia e a Religião, essa é a Física Quântica.”, o que lhe fez começar a pensar na física quântica. A física relativística (o outro pilar da física moderna) já havia começado no autor na década de 70 ao ministrar aula no curso de graduação em Astronomia na Universidade Federal Fluminense. Estudando física quântica se deparou com suas dificuldades: quer nas suas obras de divulgação ser demasiadamente complexas onde o excesso de precisão (em geral, na forma de linguagem matemática) pode impedir a inteligibilidade (vide a equação de Schrödinger, na Apresentação a seguir), ou ser demasiadamente simples onde a simplificação (na forma de metáforas mal 8 formuladas) tende a prejudicar a precisão; quer na aprendizagem como se pôde ver na interrogação do projeto intitulado “É possível levar a física quântica para o ensino médio?” financiado pelo CNPq de A. Custódio Pinto e J. Zanetic do Instituto de Física da USP., (ou ideia de salto quântico de modo que: na rampa, o movimento clássico da bola é contínuo; na escada, o movimento quântico ocorre em etapas descontínuas, donde o salto quântico, vide Física Quântica bem lá na frente). Os livros encontrados com um jeito de explicar a física moderna de forma extremamente acessível e ao mesmo tempo suficientemente precisa são “Fique por dentro da Física Moderna” de John Gribbin e “Alice no País do Quantum: a Física Quântica ao alcance de todos” de Robert Gilmore, “Conceitos de Física Quântica” de Osvaldo Pessoa Junior e “Teoria da Relatividade Especial e Geral” de Albert Einstein. Também conheceu mais livros que tratam da aplicação de seus conhecimentos a outros domínios como “Quem Somos Nós!?: A descoberta das infinitas possibilidades de alterar a realidade diária” de William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente e o já citado “A Cura Quântica” do famoso médico indiano Deepak Chopra. Na pintura, o “pontilhismo” é o estilo quantizado de fazer arte. Na música, em 2003, Jaz Coleman compôs a peça musical “The Quantum” e em 1997, Gilberto Gil lança seu CD “Quanta”. 9 Física moderna e ciência espiritualista Recentemente buscando “atalhos claros, simples e rigorosos” entre a Física Moderna e Ciência Espiritualista se deparou com o “Curso Completo sobre Física Quântica e Espiritualidade” do professor Laércio Fonseca. Evolução do tema na maioria das pessoas Ela se encontra no primeiro passo, isto é, nas criações das premissas. Pois, têm alguns que nem ouviram falar de física moderna e/ou de ciência espiritualista. Outros que apenas leram ficções científicas que mencionam algo a respeito de física quântica [como o livro “Operação Cavalo de Tróia” do jornalista e escritor Juan José Benitez onde não são revelados grandes detalhes dos métodos de física utilizados para a 'reversão', isto é, regresso ao primitivo estado]. Alguns outros que somente têm parcos contatos com ciência espiritualista, mais precisamente com o espiritualismo científico como os provenientes dos livros da doutrina espírita de Allan Kardec (emprego de mesas girantes da família Fox), ou então quando muito com a física clássica destacadamente a parte de Magnetismo. O que se pretende com este trabalho Pensando nas palavras do Fundador da Messiânica: “Para que o homem seja conduzido ao Céu, é necessário que ele próprio se eleve, tornando-se um ente celestial, a fim de que, por sua vez, possa salvar o seu semelhante. Isso significa pendurar a escada do Céu até o Inferno e estender as mãos para puxar o homem, degrau por degrau. É nesse ponto que nossa religião difere das demais, sendo antes o seu oposto.” Tendo em vista que: 10 ▫ o autor deste livro ao dar essa trajetória dos seus encontros com a física moderna e a ciência espiritual interpreta estar saindo das criações das premissas e passando para o crescimento em relação ao tema deste ciclo; ▫ a maioria das pessoas está na criação das premissas. Então, o autor estende as mãos para puxar os que estão no degrau das criações das premissas para o degrau do crescimento deste tema “Física Moderna e Ciência Espiritualista” por meio deste trabalho que será o livro texto de um curso intitulado “Física Moderna e Ciência Espiritualista”. O escritor e professor finaliza reafirmando que em todos os seus trabalhos sem nenhum interesse comercial e muito menos promocional, só espera ter tido permissão, proteção e propriciamento de Deus, do Messias e de seus Antepassados no cumprir tal intento. 11 12 APRESENTAÇÃO Definição Objetivos Conteúdos Tema Bibliografia Definição “Por uma Física Moderna e Ciência Espiritualista” é a revisão do livro “Física Moderna e Ciência Espiritualista” publicado em 10 de fevereiro de 2013. Trata-se de uma dissertação sobre o tema que trata o título, elaborada por um estudo que serve para repetir resumidamente o que consta em base bibliográfica em relação ao assunto desta monografia, destacadamente as obras de Laércio Fonseca e Amit Goswami. Objetivos Constituir crescimento no conhecimento sobre Física Moderna e Ciência Espiritualista, bem como na ponte entre os dois, com a finalidade de contribuir em prol de uma elaboração desta sabedoria considerando os ensinamentos de Meishu-Sama. Conteúdos Eles compreendem três partes: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Parte I – Introdução – é formada por três tópicos: Espiritualista; Física; Física Clássica. 13 Parte II:- Desenvolvimento – também por três tópicos: Física Moderna; Ponte entre a Física e a Espiritualidade; Ciência Espiritualista. Parte III – Conclusão – são as considerações finais. As partes são constituídas por tópicos, e estes por pontos, conforme pode ser visto no índice detalhado no final da monografia. Os tópicos podem ser subdivididos em subtópicos, vide a divisão do tópico “Física Moderna” nos subtópicos: “Física de Partículas”, “Física Relativística” e “Física Quântica”. Antes do índice detalhado se fixa um índice remissivo voltado apenas para o que diz respeito ao assunto desta monografia. Abordagens dos tópicos e subtópicos: 1ª) Espiritualista é relativo ao espiritualismo ou à pessoa que o segue, então aqui se trata do espiritualismo e do seu oposto o materialismo. Inicia-se por este por ele ser a doutrina predominante com maior número de adeptos na prática. 2ª) Física cuida do seu significado, divisão, evolução, importância, lei, método e unidades. 3ª) Física Clássica apenas alguns aspectos da mecânica, ondulatória e eletrologia. 4ª) Física de Partículas: partícula, partícula subatômica, partícula elementar, partícula fundamental e mundo material. 5ª) Física Relativística trata de assuntos como: a) modificações nas transformações de Galileu; b) velocidade da luz é absoluta; c) relatividade da simultaneidade; d) dilatação temporal; e) contração espacial; f) adição relativística de velocidades; g) equivalência entre massa-energia; h) novo conceito de gravitação. 14 6ª) Física Quântica se procura seguir a ordem de apresentação dos assuntos segundo a obra de Laércio Fonseca: a) a quantidade discreta, como os “pacotes” de energia ou de processo descontínuo, ocasionando os estados quânticos, ou melhor, o nome “quântico”; b) a constante de Planck h fixando uma “escala” na natureza de modo a separar o mundo microscópico do mundo macroscópico; c) a dualidade onda-partícula atribuindo para qualquer partícula individual, aspectos ondulatórios, e para qualquer forma de radiação, aspectos corpusculares; d) a probabilidade é o papel que nela desempenha, descrevendo um mundo essencialmente “indeterminista”; e) o princípio da incerteza, segundo o qual a posição e o momento linear de uma partícula de massa e velocidade não possam mais ser determinados simultaneamente. f) o princípio quântico da superposição com o famoso paradoxo do “gato de Schrödinger”; g) o princípio da inseparabilidade objeto/observador acarretando ação quântica à distância e assim propício a um espírito mais filosófico; h) a não-localidade se refere à propriedade de estados quânticos entrelaçados no qual dois estados entrelaçados "colapsam" simultaneamente no ato de medição de um dos componentes emaranhados, independente da separação espacial entre os dois estados, encaminhando também para a espiritualidade. i) o salto quântico acontece quando uma partícula ganha ou perde energia de modo que o movimento traz afastamento ou proximidade nessa forma de pulo; 7ª) Ponte entre a Física e a Espiritualidade: Campo oscilante; Multidimensões do Universo; Consciência em primeiro lugar. 8ª) Referente à Ciência Espiritualista: Deus (evidências científicas); Mundo (universos paralelos, planos astrais, vida fora da matéria, consciência criando o mundo material, evolução criativa 15 das espécies); Homem (consciência e a projeção astral, médiuns, paranormais, misticismo, iluminação, reencarnação, imortalidade e a experiência de quase-morte); Governo (projeto Terra); Saúde (Cura à distância); Prosperidade (criatividade e transformação do mundo e de nós mesmos) e Cidade (cidades astrais). Tema Elementos Física Moderna É a denominação dada ao conjunto de teorias surgidas no começo do século XX, principiando com a Mecânica Quântica e a Teoria da Relatividade e as alterações no entendimento científico daí decorrente, bem como todas as teorias posteriores. De fato, destas duas teorias resultaram drásticas alterações no entendimento das noções do espaço, tempo, medida, causalidade, simultaneidade, trajetória e localidade, bem como na produção de duas Físicas: Quântica e Relativística. As noções de espaço, tempo, medida e trajetória serão tratadas mais adiante. Mas, o que se quer dizer com causalidade na física? Na física, a causalidade é a detecção da origem do fenômeno físico, maioria das vezes pela aplicação da terceira das leis de Newton segundo a qual a toda ação, corresponde uma reação de igual intensidade e em sentido contrário. Em física, não se trata de um conceito, como o de morte por exemplo. Mas, devido às interações das partículas quânticas (partículas atômicas, subatômicas) com externo serem sempre em 100%, a intensidade do efeito é sempre proporcional à causa. Contudo, é de se destacar que em física, em especial nas questões relacionadas à mecânica quântica nem sempre os eventos possuem causa, são, pois, incausados, ou ao acaso, não possuindo causa. A questão de ausência de causa nos fenômenos quânticos é 16 relacionada aos conceitos e consequências do Princípio da incerteza de Heisenberg, as implicações da violação das desigualdades do teorema de Bell e as implicações de causalidade no tempo relacionadas ao teorema de Noether. Simultaneidade é a propriedade de dois eventos ocorrerem ao mesmo tempo em pelo menos um sistema de referências. É possível a relatividade da simultaneidade. Localidade se refere à propriedade de no qual dois estados entrelaçados não "colapsam" simultaneamente no ato de medição de um dos componentes emaranhados, independente da separação espacial entre os dois estados. Não há "estranha ação-a-distância" como, por exemplo, duas partículas de alguma forma unidas, “amigas”, separadas no espaço, quando uma ação é realizada numa partícula a outra não responde imediatamente, pois elas são incomunicáveis instantaneamente, não há possibilidade de sinal ser passado devido à velocidade de a luz ser intransponível, as partículas não se mantêm fundamentalmente “amigas”. Física de Partículas É estudada pela Mecânica Quântica (parte da Física Moderna), busca o fundamental, o nível mais básico da matéria e da Natureza. Todo o mundo visível se fundamenta nesse nível invisível das partículas elementares. Pode-se chamar de partículas fundamentais toda a porção indivisível da matéria, como os elétrons e outras. Física Quântica É a teoria científica que descreve o comportamento da natureza em escalas microscópicas postulando que algumas grandezas físicas não variam de forma contínua, mas em múltiplos de quantidades elementares (indivisíveis), designados por quanta 17 [plural de quantum, daí a palavra quântica]. Um exemplo é a energia. Grosso modo, a ideia de quanta e quantum estão presentes em dinheiro e nos supermercados com pacotes de açúcar, garrafas de água e bananas. Não havendo, por exemplo, meia banana, nem meio centavo. Para entender o que significa um comportamento quântico se deve comparar com comportamentos conhecidos dos fenômenos da natureza reconhecidos na física clássica: o comportamento corpuscular (de partícula), como a bala de revólver e a bola de gude; e o comportamento ondulatório (de ondas), como a luz, som, rádio, raios-X, oceânica. A Equação de Schrödinger, proposta pelo físico austríaco Erwin Schrödinger em 1925, descreve a evolução temporal do estado quântico de um sistema físico: onde i é o número imaginário, ħ é a constante de Planck h dividida por 2π, e o Hamiltoniano H(t) é um operador auto-adjunto atuando no vetor de estados que representa a energia total do sistema. Essa equação tem uma importância capital na teoria da mecânica quântica, ou seja, da Mecânica Moderna, e seu papel é similar ao da segunda lei de Newton na Mecânica Clássica: Ao fixar tais equações com sua complexidade se espera ter dado uma ideia de quando se disse “buscando atalhos claros, simples e rigorosos”. 18 Física Relativística É a denominação dada ao conjunto de duas teorias científicas: a Relatividade Restrita (ou Especial) e a Relatividade Geral. A Relatividade Especial é uma teoria publicada em 1905 por Albert Einstein, concluindo estudos precedentes do matemático francês Henri Poincaré e do físico irlandês Hendrik Lorentz, entre outros. Ela substitui os conceitos independentes de espaço e tempo da Teoria de Isaac Newton pela ideia de espaço-tempo como uma entidade geométrica unificada. O espaço-tempo na relatividade especial consiste de uma variedade diferençável de quatro dimensões, três espaciais e uma temporal (a quarta dimensão), munida de uma métrica pseudo-riemanniana, o que permite que noções de geometria possam ser utilizadas. É nessa teoria, também, que surge a ideia de velocidade da luz invariante. O termo especial é usado porque ela é um caso particular do princípio da relatividade em que efeitos da gravidade são ignorados. Dez anos após a publicação da teoria especial, Einstein publicou a Teoria Geral da Relatividade, que é a versão mais ampla da teoria, em que os efeitos da gravitação são integrados, surgindo à noção de espaço-tempo curvo. Ciência Espiritualista É o conjunto de conhecimentos rigorosos e racionais a respeito da natureza, da sociedade e do pensamento com referência à ser espiritualista, ou seja, com ato de referir à doutrina que considera o espírito como manifestação real, superior e anterior à matéria. Mas, o que é doutrina? Ela é uma reunião de ideias e princípios científicos, filosóficos, filosóficos religiosos e religiosos a serem ensinados, ou apenas uma coleção de crenças e dogmas de fé, ou então simplesmente uma norma de procedimento. Exemplos 19 pertinentes a este trabalho é a doutrina messiânica e a doutrina ativista quântica. Doutrina Messiânica É a reunião de ideias e princípios do Messias Meishu-Sama a serem ensinado, como esse seu trecho: “A Doutrina Messiânica não é simplesmente uma religião. Naturalmente, ela tem uma parte religiosa, mas não se restringe a isso. Sua principal tarefa é a da salvação [que não é a só biológica, mas também a psicológica, a social, a espiritual, etc.], que será na História um evento marcante como jamais se imaginou. Eis porque a denominei Doutrina Messiânica. Na verdade, trata-se de uma religião que está acima das religiões, ou melhor, de uma superreligião [ou ultra-religião], pois sua missão - a da salvação – é uma tarefa sem precedentes.” Essa ultra-religião que salva tem ideia sobre a ciência: “A ciência atual é evidentemente materialista. Seu progresso teve por base a pesquisa do que é visível e palpável, e o resultado foi um conhecimento apenas superficial, sem perceber que no interior de todas as coisas existe algo importante, semelhante ao nada. Trata-se daquilo a que se chama de espírito. O espírito é a fonte de tudo, e enquanto não se reconhecer isso, por mais que a Ciência [materialista] progrida não passará de um progresso parcial, desequilibrado; não será possível, portanto, surgir à verdadeira cultura.” “Sabemos que o conhecimento científico [ciência materialista] caminha velozmente, ao passo que o espiritual [ciência espiritualista], baseado na Religião, caminha desesperadamente lento. A religião conservou seu estado inato, sem alcançar muito progresso, desde o início da civilização, há milhares de anos. Isso explica a grande distância entre ela [espiritualista] e a Ciência [materialista]. Esta última [ciência materialista] veio a destacar-se, e a parte espiritual distanciou-se a ponto de desaparecer da nossa 20 vida. Por fim, o homem tornou-se indiferente ao espírito, chegando a confundir Ciência [materialista] com Civilização. Ele se ajoelha diante do trono da Ciência [materialista] e se satisfaz na sua condição de escravo. Este é o aspecto do mundo moderno. Por acaso o homem não prova isso entregando nas mãos da Ciência [materialista] o que ele tem de mais precioso, que é a vida? Embora ela não consiga garantir a vida humana, os homens modernos não o percebem e continuam depositando-lhe cega confiança.” Essa ultra-religião que salva tem princípios filosóficos religiosos calcados no pragmatismo e no intuicionismo: “Na mocidade, apreciei muito a Filosofia. Entre as inúmeras teorias filosóficas, a que mais me atraiu foi o pragmatismo, do famoso norte-americano William James (1842-1910).” “O assunto me faz recordar o pragmatismo de William James, o famoso filósofo americano. Essa doutrina filosófica preconiza a “filosofia em ação”, e eu pretendo estendê-la também à Religião, isto é, a Religião deve ser prática e ativa.” “Quando jovem, fui simpatizante da teoria de Henri Bérgson, o eminente filósofo francês (1859-1941). Ainda me lembro dessa teoria e vou expô-la, nesta oportunidade, por considerá-la de grande proveito do ponto de vista religioso. Segundo minha interpretação, a filosofia de Bérgson baseia-se nestes três princípios: “Todas as coisas se movem”, “Teoria da Intuição” e “O eu do momento”. “Dentre eles, o que mais me impressionou foi a “Teoria da Intuição”, a qual diz o seguinte: “É algo dificílimo ver as coisas exatamente como elas são, captar o seu verdadeiro sentido, sem cometer o mínimo engano. (...) O outro princípio - “Todas as coisas se movem” - significa que tudo está em eterno movimento. Por exemplo: nós não somos os mesmos de ontem, nem mesmo o que fomos há cinco minutos atrás; o mundo de ontem não é o mesmo de hoje. Isso abrange também a sociedade, a civilização e as relações internacionais. Precisamos, portanto, fazer uma 21 observação fiel, isto é, uma observação clara, do homem e de suas transformações. Ao invés de modificarem seus pontos de vista e pensamento, para acompanharem o constante movimento evolutivo, as religiões antigas criticam a religiões novas, servindo-se de conceitos religiosos milenares. Eis por que não conseguem ter uma ideia exata a respeito delas. Esta é a teoria de Bérgson aplicada ao campo religioso.” “A razão pela quais as pessoas não entendem coisas tão fáceis é que elas não ficam no estado do “eu do momento”, talvez por não terem conhecimento, ou melhor, consciência disso. Segundo a teoria de Bérgson, mal o homem começa a ter noção do mundo à sua volta é cercado de comentários, imposições de lendas e instruções, que lhe criam uma espécie de “barreira mental”, antes de atingir a maioridade. Essa “barreira” o impede de assimilar novas teorias. Uma mente desimpedida as compreenderá com facilidade, pois tem livre arbítrio; por isso aconselhamos que a mente seja aberta como uma página em branco. Entretanto, são raros os que percebem a “barreira”. Quem já leu o princípio de Bérgson, comece a ser, agora, o “eu do momento”. Este “eu do momento” refere-se à impressão instantânea, captada no momento em que se observa ou se ouve alguma coisa. É agir como uma criança, sem dar tempo para a intromissão de “barreiras”.” Meishu-Sama assim define seus ensinamentos: “Como se trata de um Ensinamento novo, que não pertence exclusivamente nem à religião, nem à filosofia, posso dizer, numa explicação meio forçada, que é uma filosofia religiosa.” [filosofia aplicada à religião, e não uma religião filosófica, ou seja, religião aplicada à filosofia]. Antes de passar para doutrina ativista quântica se registra que a filosofia compreende: metafísica (visão, verdade), ética (bem), estética (belo), epistemologia (conhecimento) e lógica (raciocínio). Uma oposição fundamental na metafísica é materialismo versus 22 espiritualismo, enquanto na epistemologia é idealismo versus realismo. Doutrina Ativista Quântica É a reunião de ideias e princípios de Amit Goswami e de Laércio Fonseca. Mas, quem é Amit Goswami? Ele nasceu em 1936, é um físico, doutorado em física nuclear, nasceu na Índia, filho de um guru hinduísta. Foi pesquisador e professor titular de física teórica da Universidade de Oregon, nos EUA, por 32 anos a partir de 1968. Após um período de crise na carreira, mudou seu foco de pesquisa para cosmologia quântica, aplicações da mecânica quântica ao problema da relação mente-corpo e assim se dedicou a física aplicada na cosmologia, psicologia, neurofisiologia, inteligência artificial (ramo da ciência da computação), antropologia e religião. Participou do filme chamado “Quem somos nós?”, que se tornou sucesso nos Estados Unidos e muito difundido em DVD no Brasil. Foi materialista dos 14 aos 45 anos de idade, mas a impossibilidade de conciliar o problema da consciência com o fato de que tudo provém do colapso da onda de possibilidades o levou à meditação e à busca da conciliação da ciência com a noção oriental de consciência. Partindo de princípios da física quântica como o movimento descontínuo, a não-localidade e a causalidade descendente (a necessidade do observador para o colapso da onda de possibilidade em realidade), Goswami amplia teoricamente essa visão e a aplica aos vários domínios da realidade. “Assim, esboça uma proposta de estudo da evolução das espécies em saltos, baseando-se nas lacunas dos achados fósseis entre as espécies conhecidas. A explicação para essas lacunas estaria na necessidade de que se acumulassem mutações em quantidade e qualidade suficientes para que uma nova espécie 23 possível colapsasse a partir das possibilidades internas acumuladas. [deste modo não haveria nenhum elo perdido, nenhum ancestral comum entre os homens e os macacos]. No estudo da mente, afirma a impossibilidade da consciência como epifenômeno da matéria, porque neste caso ela não poderia ser causativa. A consciência a que se refere Goswami não é, claramente, a individual, que ele considera na linha da tradição filosófica hindu como uma ilusão criada pela história pessoal. A consciência, como a mente, é um todo - por este motivo é que existe apenas uma razão, uma matemática.” Num primeiro momento se poderia afirmar que Goswami se afasta do realismo, ou seja, de uma filosofia que propõe a existência de uma realidade empírica independente de observadores ou sujeitos. No entanto, o realismo tanto pode ser materialista como espiritualista. Realismo materialista é a filosofia que sustenta que existe apenas uma realidade material, que todas as coisas são feitas de matéria (e seus correlatos, energia e campos), e que a consciência é um epifenômeno da matéria. [epifenômeno é um fenômeno secundário, sem eficácia causal, algo que existe em função da existência anterior de outra coisa]. Realismo espiritualista é qualquer teoria filosófica para o qual a verdadeira realidade é de natureza espiritual segundo o qual só se conhece fenômenos, não realidades em si. Um dos mais proeminentes da antiguidade foi Platão com seu mito da caverna onde as sombras vistas não são a verdadeira realidade, e o destacado da atualidade é o empirismo ou positivismo lógico de Wittgenstein. Deste modo, se poderia afirmar que Goswami se fundamenta no idealismo, ou seja, na filosofia que afirma que os elementos fundamentais da realidade devem incluir tanto a consciência quanto a matéria. Enquanto, Meishu-Sama realça o pragmatismo: “O que gostaria de afirmar é que, 24 independentemente de Religião ou de Ciência [ou de Filosofia], se ela tiver a capacidade de salvar a vida humana, que é de extrema preciosidade, acho que não há evangelho superior a ela.”. E assim se teria: conhecer versus salvar. Num segundo momento, se poderia imaginar que Goswami se fundamenta no idealismo espiritualista, ou seja, numa teoria filosófica em que o mundo material, objetivo, exterior só pode ser compreendido plenamente a partir de sua verdade espiritual, mental ou subjetiva. Ou melhor, seu foco seria mais do que na epistemologia, mas sim numa gnosiologia no sentido de um conhecimento esotérico da verdade espiritual por meio da física. Enquanto, Meishu-Sama realça a metafísica, o além da física, a visão da criação da civilização paradisíaca. Para um pouco mais de detalhes sobre realismo versus idealismo (vide anexo desta Apresentação, página 36). Mas, quem é Laércio Fonseca? Ele nasceu em 1955, é um físico, formado pela Unicamp em 1980, com especialização em Astrofísica e Cosmologia. Lecionou em cursos pré-vestibulares por mais de 10 anos. Possui 4 livros publicados, 69 cursos e 215 palestras em DVDs, dedicados aos assuntos ufologia, filosofia, religião, medicina e psicologia. Considerado, pela Wikipédia, um espiritualista universalista, ou seja, uma corrente de pensamento não-religioso e antimaterialista, baseada em estudos históricos dos textos sagrados das principais religiões, parapsicologia, espiritismo entre outros estudos, como o exemplo do estudo sobre a reencarnação Vida Antes da Vida, publicado em 2005 pelo professor Jim B. Tucker da Universidade da Virgínia. O Espiritualismo universalista é uma Corrente filosófica baseada nas teorias do karma e da reencarnação, a favor de que cada indivíduo, em vez de aderir, com exclusividade ou primazia, a determinado credo, sistema, doutrina, instituto, guru ou movimento, faça sua síntese pessoal das diversas correntes de pensamento relacionadas à espiritualidade (religiões, filosofias 25 espiritualistas e neociências transcendentais) e às demais expressões culturais da humanidade, a exemplo das manifestações da arte, da filosofia e da ciência em geral. Tem como corolários o ecumenismo, o pluralismo, o holismo, o universalismo, a multidisciplinaridade, a transdisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a cidadania planetária e cósmica. Simpatiza com a Psicologia Transpessoal. Opõe-se a posturas de sectarismo, exclusivismo, fanatismo e maniqueísmo. Valoriza a liberdade de expressão, o discernimento e a dialética. Não sustenta detenção de posse da verdade relativa e/ou absoluta sob qualquer desculpa, justificativa ou alegação. Mantém afinidade com o que Huberto Rohden chamava de anarquismo cósmico, ou seja, o autogoverno do indivíduo, em consonância com as normas da Ética universal (também chamada de cosmoética), dissociado quer de transferência de responsabilidade a terceiros para lhe ditar o caminho evolutivo a trilhar, quer da submissão a "pacotes doutrinários", inquestionáveis e petrificados, e ao controle de conduta por instituições e autoridades sacerdotais, gurulátricas ou equivalentes. Num primeiro momento se poderia afirmar que Laércio Fonseca tem semelhança com Henri Bérgson e William James que se dedicaram à metafísica como espiritualista evolucionista, enquanto ele seria em termos de espiritualista universalista. No entanto, observando os corolários assinalados acima, se nota que universalismo é apenas um deles. E tendo em vista o seu livro e curso “Física Quântica e Espiritualidade” se pode admitir que ele seja um espiritualista idealista. Num segundo momento, realçando o texto de William James: “A maioria das pessoas vive física, intelectual ou moralmente, num círculo muito restrito do seu potencial. Eles fazem uso de uma parte muito pequena de sua consciência possível.” E o trecho do ensinamento de Meishu-Sama: 26 “Por isso, eu, por exemplo, tenho disfarçado bastante. Se disser de verdade que sou Messias, - O Cristo - pessoas do mundo inteiro irão se juntar e não poderei trabalhar. Não poderia nem escrever “A Criação da Civilização”. Por isso, Deus está realizando as coisas de forma bem adequada. Feito isto, será assim. Depois, assim. Ele avisa de forma precisa e por isso estou bem ciente. Deus faz as coisas com muita habilidade. Em breve, escreverei uma tese mundial, pretendo escrever que não sou o messias. Depois, vendo o meu trabalho, vendo os efeitos reais de messias que é o de salvar o mundo, aí poderei ser o Messias. Se realizar o trabalho a altura do Messias, posso dizer que o seja, mas falar desde o início que sou assim ou assado, não adiantaria em nada. Há uma frase muito inteligente que diz que as coisas dignas se misturam às banais. Já estamos chegando bem perto, sabe?” Talvez se possa conjecturar que o professor Laércio Fonseca não esteja aproveitando todo o seu potencial, perdendo até um pouco de tempo em não relevar o Messias. Espera-se que isso não venha a soar como sectarismo, fanatismo etc. Importância Predominância da ciência espiritualista Para os messiânicos ela é explicitada pelo Messias: “Primeiramente, vou traçar um perfil da nossa doutrina. Desde os tempos arcaicos, têm aparecido, na raça humana, indivíduos soberbamente capazes que não mediram esforços para realizar suas ideias grandiosas. Assim, estabeleceram um mundo de brilhante civilização. Esses benefícios deveriam tocar-nos profundamente e despertar o nosso senso de gratidão. Estranhamente, porém, Isto não ocorre, porque a atual civilização 27 não é acompanhada de felicidade, que é a coisa mais importante. Nem é preciso dizer que isto se deve a uma grande falha em algum ponto da civilização atual. Essa falha me foi revelada por Deus. É que a civilização atual não alcançou um progresso total: somente o lado material floresceu, o que representa apenas a metade. A outra metade, isto é, a parte espiritual, é totalmente ignorada por esta civilização. Isto tem a sua razão de ser. De acordo com o Plano de Deus, para que a cultura material pudesse desenvolver-se, foi preciso, durante algum tempo, obstruir o desenvolvimento da cultura espiritual. Agora que a cultura materialista atingiu o nível previsto no plano divino, Deus fará com que a cultura espiritualista dê um salto de uma só vez [salto quântico?], a fim de acompanhar o passo da cultura materialista. Ambas, interdependentes, criarão um mundo verdadeiramente civilizado. A nossa doutrina nasceu para cumprir essa missão. Por isso é impossível compará-la, sob qualquer ponto de vista, com as doutrinas estabelecidas [inclusive com a ativista quântica].” Meishu-Sama escreveu o ensinamento “Sou um cientista em religião” onde diz: “Se eu, um religioso, disser que sou também cientista, todos estranharão, mas estou certo de que, ao término desta leitura, hão de concordar comigo. Sempre digo que a Ciência atual [que é materialista] ainda está num nível muito baixo, nem podendo ser considerada como Ciência. Sua importância reside, sem dúvida, na descoberta e no estudo de corpos microscópicos. É claro que isso se deve ao aperfeiçoamento do microscópio, graças o qual o avanço nesse estudo é impressionante. Conseguem-se distinguir corpúsculos extremamente pequenos, frações da ordem de um milésimo, milionésimo ou bilionésimo. Trata-se de um avanço contínuo, chegando-se ao extremo do microscópico; atualmente se está quase prestes a entrar no mundo do infinito. A palavra espírito, muito empregada ultimamente, deve estar indicando esse mundo. 28 [o elétron é um milhão de vezes menor que a maior ampliação que se pode obter no melhor microscópico eletrônico existente no mundo. Ainda se pode perceber também no nível de célula que é a menor porção da matéria viva. A maioria das células vegetais e animais têm entre 1μm e 100μm, ou seja, entre 0,0000001m ou 0,00001m, respectivamente. O corpo humano tem 10 trilhões de células e cada célula tem 2.000.000. 000.000. átomos, logo ...] É evidente que o conhecimento do mundo do infinito não se deve a experiências de natureza científica; entretanto, ao aprofundar-se nos estudos científicos do homem levantou uma tese hipotética sobre ele, baseada na dedução. Se não fosse assim, acabar-se-ia num beco-sem-saída. Ora, o mundo a que nos referimos é justamente o Mundo Espiritual, o que significa que a Ciência, finalmente, está chegando ao lugar certo. Dessa maneira, deixando de lado os subterfúgios, ela, que por tanto tempo insistiu em negar a existência do espírito, acabou derrotada. Caso venha a apreendê-la com precisão, elevar-se-á a um nível mais alto e terá dado mais um passo em busca da Verdade. Sendo assim, tomará como objeto de seus estudos o espírito e não mais a matéria, de modo que a ciência que até agora raciocinava com base na matéria, será considerada como ciência da primeira fase, e a ciência baseada no espírito, como ciência da segunda fase. Com isso haverá uma mudança de cento e oitenta graus no rumo da Ciência. Em marcos divisório mais claro, será traçada uma linha demarcatória no mundo científico: a ciência da matéria ficará situada abaixo, e a ciência do espírito acima. Esta é uma visão no sentido horizontal, a primeira seria a parte externa, e a segunda, a interna ou conteúdo. Em outras palavras, significa que haverá uma evolução da ciência do concreto para a ciência do abstrato, o que de realmente motivo de alegria.” Para o Fundador da Messiânica, elevar o nível da Ciência atual, ou seja, da ciência materialista, não quer dizer rejeitá-la: 29 “O objetivo dessa organização religiosa [Igreja Messiânica Mundial] é o progresso e desenvolvimento da civilização conciliando a ciência material e a ciência espiritual”. Mas, sim, segundo o Messias no seu ensinamento “Cultura de Su”, é por espírito no centro dela. Em outras palavras, é haver uma “identidade de 99% entre ciência espiritualista e ciência materialista” com “predominância de 1% da ciência espiritualista sobre a ciência materialista” [algo semelhante com a predominância de 1% do corpo espiritualista sobre o corpo materialista]. Física moderna como ponte Porém, a teoria da ciência espiritualista ainda está por ser elaborada, conforme na palestra de Meishu-Sama sobre seu ensinamento “Johrei - um tratamento científico” em 1954 quando ele aborda as dificuldades no entendimento do assunto: “Explicar o Johrei como um tratamento científico é bastante difícil, pois não se trata nem de ciência [ciência materialista], nem de religião. Acredito que todos devam ter compreendido a leitura desse Ensinamento, mas de qualquer forma, a partir de agora, não vai ser nada fácil à exposição mais detalhada de seus conceitos. Faltam-me termos mais apropriados, justamente por ainda não ter sido estabelecido um tratado específico sobre o assunto, o que me leva a poder explicá-lo só até certo ponto, porque não disponho de outras palavras para levá-lo adiante. Inclusive, foi por essa razão que procurei escrevê-lo de modo bem simples, exatamente para que vocês pudessem entendê-lo através da própria prática”. Posto isto, vem à indagação: Até que ponto, a física moderna que contempla a consciência (para os cientistas) ou mente (para os psicólogos) ou ainda espírito (para os religiosos) na sua formulação não pode ser uma ponte entre a ciência materialista e a ciência espiritualista? Aguardem, pois a resposta para os messiânicos a essa questão será vista mais tarde. 30 Para os ativistas quânticos ela já foi dada na entrevista de Amit Goswami ao programa “Roda Viva” da TV Cultura no dia 11/02/2008: “- Heródoto Barbeiro: Dr. Amit Goswami, Boa Noite. Inicialmente eu gostaria que o senhor dissesse aos telespectadores da TV Cultura, que ao longo do século XX os cientistas estiveram ligados muito mais ao materialismo do que à religiosidade [espiritualidade]. A impressão que eu tenho é que nessa virada para o século XXI, essas coisas estão mudando. O senhor poderia nos explicar o porquê dessa aproximação entre a ciência e a espiritualidade [religião]? - Amit Goswami: Com prazer. Esta mudança da ciência, de uma visão materialista para uma visão espiritualista, foi quase totalmente devida ao advento da Física Quântica.” Vertentes essenciais Religião, filosofia e ciência Basta relembrar o que tem sido mencionado a respeito delas como “Se há uma ponte entre a Ciência, a Filosofia e a Religião, essa é a Física Quântica” (Goswami), “Sou um cientista em religião” e “filosofia religiosa” (Meishu-Sama). Além disso, a linguagem objeto da física quântica e a ciência espiritualista para ser descrita vai empregar linguagens científicas, filosóficas e religiosas, ou seja, estas serão “metalinguagens”. O Messias Meishu-Sama ensina que: “Tanto os espiritualistas como os materialistas desejam um mundo de paz e felicidade, mas isso não passa de um ideal, porque a realidade que nos cerca é bem diferente. Assim, os intelectuais vivem cercados por um mar de dúvidas, batendo a cabeça contra as paredes. Entre eles, existem os que procuram a Religião, a Filosofia e outros meios [ciência] para decifrar esse enigma.” Mas, o que Meishu-Sama pensa a respeito delas? 31 Posição entre elas Em 29 de abril de 1950, ele escreveu um ensinamento “Como encarar a religião” onde ensina: “Tenho observado que, quando as pessoas analisam a Religião, não compreendem o ponto mais importante: sua posição. A Religião está acima de qualquer outro valor. A Filosofia, a Moral e a Ciência ocupam uma posição inferior. (...) A Religião foi criada por Deus, e a Filosofia, pelos homens. (...) Comparada com a Filosofia e a Moral, a Ciência é muito mais materialista, sendo patente a distância que há entre ela e a Religião. Por todas essas razões, podemos perceber como está errado o conceito que os intelectuais da atualidade têm sobre esta última. Todavia, se analisarmos mais profundamente, veremos que a Filosofia é o conjunto das teorias criadas pelo homem até hoje, e por isso, quando a comparamos com a Religião, a importância desta revela-se por si mesma. Se tentarmos descobrir, através da Filosofia, o ponto mais profundo de uma questão, encontramos barreira e nada conseguimos. Uma prova disso é que, quanto mais pesquisamos através dela, mais confusos ficamos. Uma dúvida puxa outra, e na maioria das vezes não recebemos resposta para as nossas perguntas. A consequência é nos cansarmos facilmente da vida, havendo pessoas que chegam ao extremo de pensar que a única solução para tal angústia é o suicídio. Esse é um fato que ninguém desconhece. (...) A respeito da ciência materialista, que nós sempre criticamos, não há necessidade de maiores comentários. Atualmente, falar em cultura é o mesmo que falar em Ciência; interpreta-se progresso cultural como progresso científico. É duvidoso, porém, que o homem tenha se tornado mais feliz com o progresso da Ciência. Ao contrário, somos levados a pensar que a infelicidade cresceu proporcionalmente a ele. Ante a terrível ameaça de guerra nuclear que paira sobre a humanidade, não é preciso dizer mais nada. 32 (...) Se a Filosofia, a Moral e a Ciência, como acabei de expor, não têm força suficiente para resolver o problema, o que é que poderá resolvê-lo a não ser a Religião? Certamente, os intelectuais têm consciência do fato, mas na verdade, enquanto o consenso geral tomar como padrão as religiões tradicionais, acho que o problema continuará sem solução. Dessa forma, não é possível prever quando se concretizará a felicidade do ser humano. Vemos, pois, que são muito sombrias as condições da sociedade atual. Todavia, neste mundo resignado, apareceu a nossa UltraReligião, com enorme poder salvador. Talvez seja difícil aceitá-la, pois ninguém poderia imaginar uma religião semelhante, mas o fato é que não se pode negar aquilo que é evidente. Uma vez conhecendo a sua verdadeira essência, como os cegos que experimentam a alegria de ver a luz, todos despertarão. A prova do que dizemos está nos relatos cheios de alegria que enchem as nossas publicações. Por isso, aqueles que desejam a verdadeira felicidade, façam uma experiência, entrem em contacto com a nossa Igreja! Por mais saborosa que seja uma comida, é impossível avaliarmos seu sabor apenas ouvindo explicações sobre ela ou olhando-a; antes de mais nada, é preciso prová-la. Tenho a certeza de que todos ficarão satisfeitos com o sabor jamais experimentado até então.” A seguir se oferece ideias que talvez possibilite aumento de compreensão sobre o que são essas vertentes essenciais do conhecimento - religião, filosofia e ciência – bem como a filosofia religiosa e a ultra-religião. Uma primeira ideia é que em termos da essência, a ordem do mais particular para o mais universal é a seguinte: cientista, filósofo, filósofo religioso, religioso e ultra-religioso. O ultra-religioso seria o ultra-sábio que se ocuparia da ultra-religião com inteligência divina; o religioso seria o sábio da religião com inteligência sagrada; o filósofo religioso, o filósofo e o cientista seriam os pensadores, respectivamente, da filosofia religiosa, filosofia e ciência com inteligência superior em diversos graus; as pessoas de baixa 33 escolaridade seria simplesmente opinador e fazedor do cotidiano com inteligência inferior que pode ir da calculista, ardilosa e satânica. Por exemplo, a ordem do mais universal para o mais particular na educação seria: ultra-religião da educação, religião da educação, filosofia religiosa da educação, filosofia da educação, ciência da educação e “achismo” da educação. Outro exemplo pertinente ao tema deste trabalho: física quântica da espiritualidade pode estar no nível da ciência da espiritualidade ou no nível da ultra-religião da espiritualidade. Uma segunda ideia é sobre a avaliação dos ensinamentos do Messias em modos de ciência, filosofia, filosofia religiosa, religião e ultra-religião segundo os parâmetros “insight” e “instrução” e notas entre 0 e 1 sendo a seguinte: Só que o saber proveniente de insight e instrução não tem o mesmo resultado, o mesmo peso, para fixar o que se está querendo afirmar, supõe-se o quadro modificado baixo: Donde o saber visto como a soma do insight com instrução implicaria aproximadamente: Obviamente que os números acima servem apenas para fixar noção, pois como se pode observar é que nem toda filosofia 34 religiosa é a do Messias, como exemplo se tem no oriente a filosofia religiosa taoista, e no ocidente a filosofia religiosa cristã. Uma terceira ideia é proporcionar acréscimo de entendimento sobre ensinamento. Para isso, notar que o sufixo “mento” é utilizado na formação de um substantivo derivado de verbo para indicar ação quer seja em resultado (efeito) ou em instrumento (ato). É o caso, por exemplo, da palavra “entendimento” expressa no parágrafo anterior, donde: É claro que este último tem como substantivo “aprendizado” e não “aprendemento”, porém para facilitar o acréscimo de entendimento sobre ensinamento se permite tal flexibilidade. O ensinamento pode ser visualizado mais como ensino, ou seja, transmissão de conhecimentos, do que por doutrina, isto é, conjunto de ideias a serem transmitidas. Deste modo, em geral como ensino é implementado por aula, enquanto que como doutrina, é feito por discursos moralizadores do gênero sermão e pregação. Mas, também existem outros como o estudo, a palestra e a apresentação. No processo de ensino-aprendizagem, como a aula, se tem como produto o conhecimento e como forças produtivas desde ensinamento e aprendemento até instrumento (como livro e didática). Ou seja, em modos esquemáticos: 35 No processo de pregação se pode ter como produto a crença de uma fé e o pastor e o crente ou fiel, bem como também um mestre e um discípulo, um ministro e um membro da Igreja. 36 Anexo Realismo x Idealismo e Positivismo Realismo é uma corrente da filosofia que enfatiza a completa independência ontológica da realidade em relação a nossos esquemas conceituais, crenças e pontos de vista. Porém, quando há correspondência entre eles se tem a verdade [por correspondência]. Tradicionalmente, a posição realista em filosofia opõe-se à posição idealista – isto é, à doutrina de que os objetos físicos e os eventos do mundo exterior são de alguma forma construções do espírito humano. “Suponha que toda a humanidade morreu e um núcleo transuraniano teoricamente possível (por exemplo, de número atômico 135) nunca tivesse sido fabricado, este núcleo tem realidade?”: se alguém diz sim, se trata da posição filosófica “realismo de potencialidades”; se diz não, posição idealista, pois para esta posição a realidade é uma criação do Espírito, não havendo humanidade não haveria espírito, logo não haveria criação, portanto nada desse núcleo ter alguma realidade. Na Idade Média duas posições filosóficas extremadas se desenvolveram, o Realismo e o Nominalismo. O Realismo defendia a tese de que os universais (“a cadeira” e “o homem”) existem antes das coisas particulares (como esta cadeira e o autor deste trabalho). A esta posição se opunha o Nominalismo, segundo o qual os universais são meros nomes, e a realidade só se refere ao particular do mundo físico atual. “Partindo do princípio de que existem árvores individuais, existiria “árvore”, enquanto termo universal?”: sim, “árvore” existe, realismo de universais; não, “árvore” é só um conceito na mente, existem apenas árvores particulares, conceitualismo; não, “árvore” é só um nome, e nem é uma entidade mental, só existem árvores particulares, nominalismo. 37 Para o positivismo que surge na primeira metade do século XIX esta pergunta “Partindo do princípio de que existem árvores individuais, existiria “árvore”, enquanto termo universal?” não faz sentido porque para ele qualquer especulação sobre mecanismos ocultos deve ser evitada, só tem sentido tecer afirmações sobre o que é observável, verificável. Uma sentença “sem sentido” para os positivistas é aquela para a qual não há um método para verificar se ela é verdadeira ou falsa. Por exemplo, a frase “a realidade física existiria mesmo que não existisse nenhum observador” seria sem sentido. Para o realista, porém, tal frase não só tem sentido como é verdadeira. O Realismo acredita que a Ciência pode encontrar a realidade última e que as descrições científicas são retratos fiéis da natureza (Galileu e Einstein foram cientistas realistas). Já o Positivismo entende que a Ciência não conseguiria jamais chegar à realidade última, mas fazer representações. Para os realistas, a gravidade deve ser explicada ou pela força gravitacional estabelecida por Isaac Newton, ou então pela distorção do espaço-tempo estabelecida por Albert Einstein [isto é, um dos dois deve representar a realidade última da física alcançável]. Para os positivistas, ambas as explicações são satisfatórias porque representam a gravidade em situações diferentes [isto é, são dois modelos diferentes que representam uma mesma realidade física inalcançável]. Einstein parece ser um espiritualista realista: “Eu quero saber como Deus criou este mundo (...) o resto são detalhes.”, “Quanto mais me aprofundo na ciência mais me aproximo de Deus.” e “A religião do futuro será cósmica e transcendental e não um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.” O modelo de átomo de Bohr representa um átomo como sendo uma bolinha central, o núcleo atômico, circundada por diversas bolinhas, os elétrons em suas órbitas. Os realistas acham que um átomo é um conjunto de bolinhas girando em torno de 38 alguma bolinha central. Os positivistas sabem que não, é apenas um modelo. O Positivismo basicamente diz que só pode ser considerado real aquilo que pode ser diretamente observado. Levando esta doutrina ao extremo, podem-se dizer coisas como: “A realidade ou existência das coisas depende de haver um observador.” Se eu observar uma árvore, a árvore existe. Mas a partir do momento em que desvio o olhar da árvore não posso afirmar se a árvore existe ou não sem a observar outra vez. Na prática os cientistas não fazem estas considerações. A maioria dos cientistas acredita no que diz Einstein: “A coisa mais incompreensível que há no Universo é o fato de ele ser compreensível”. E o realismo é adotado nas entidades teóricas das ciências (como os buracos negros), e na particular da Física (como o quark). Realismo Ontológico (subjetivista, solipsismo) x Idealismo Ontológico Realismo Ontológico é relativo às essências das coisas, ao “ser” das coisas. Ele é a tese de que existe uma realidade lá fora que é independente de nossa mente (ou de qualquer mente), de nossa observação. Idealismo Ontológico é a negação desta tese, que pode assumir várias formas. No caso da pergunta clássica “Deus existe” quem responde: não, ateísmo, amparado no realismo ontológico no sentido de que não existe essa realidade Deus lá fora; esta pergunta não faz sentido, positivismo lógico, pois não é observável e nem verificável; esta pergunta faz sentido, mas nunca se sabe a resposta, agnosticismo é impossibilidade de ter o conhecimento objetivo sobre determinada questão. Em outra pergunta clássica: “Existe um espírito, ou uma consciência ou talvez uma alma, que seja independente da 39 matéria?” quem responde: sim, o espírito sobrevive fora do corpo, trata-se de um espiritismo, dualismo mente-cérebro; sim, o espírito é livre, porém, com a morte, o espírito desaparece, já é um dualismo mais materialista; não, o espírito é causado pela matéria, tipo importante de realismo que é o materialismo, para o qual apenas a matéria (e energia) existe ou é real, processos mentais seriam “epifenômenos” causados por processos materiais [o marxismo, uma forma de materialismo, considera que as ações humanas são determinadas pelos aspectos econômicos]. Considerando-se primeiramente o problema ontológico da existência de uma realidade independente do sujeito ou de uma mente. Já foi mencionado que o realismo ontológico afirma a existência desta realidade; a negação desta tese recairia em um “idealismo ontológico”, que é mais conhecido como idealismo subjetivista. A forma mais radical desta é o “solpsismo”, o qual a realidade se resume ao conteúdo do meu pensamento: a realidade seria espécie de sonho em minha mente. Uma forma menos radical é a doutrina segundo a qual só existe aquilo que é percebido por alguém. “Uma árvore grande que caiu em um bosque desabitado emitiu um som ao cair?”: sim, realismo ontológico; não, idealismo subjetivista (mais radical: solipsista); esta pergunta não faz sentido, positivismo lógico; esta pergunta faz sentido, mas não tem resposta, cético, não se pode obter nenhuma certeza absoluta a respeito da verdade. “Se toda a humanidade morresse (ou todos os seres pensantes do universo), e não houvesse tempo de uma nova civilização pensante evoluir, o mundo continuaria existindo?”: sim, realismo ontológico; não, idealismo subjetivista. “Depois que você morrer, o mundo continuará existindo?”: sim, realismo ontológico; não, idealismo solipsista porque a realidade se resume ao conteúdo do meu pensamento; esta pergunta não faz sentido, positivismo lógico; não sei, ceticismo. 40 Realismo Epistemológico (racionalismo cartesiano, apriorismo kantiano etc.) x Positivismo Epistemológico (empirismo, fisicalismo, operacionismo, anarquismo etc.) O positivismo tem quatro afirmações principais: (i) Descritivismo: só faz sentido atribuir realidade ao que for possível descrever, observar; (ii) Demarcação: teses científicas são claramente distinguidas de teses metafísicas e religiosas, por se basearem em “dados positivos” (são verificáveis); (iii) Neutralidade: o conhecimento científico deve ser separado de questões de aplicação de valores; (iv) Unidade: todas as ciências têm um método único, baseado no empirismo e na indução. O problema da “origem do conhecimento”: é a razão ou é a experiência a fonte e a base do conhecimento humano? O empirismo considera que a única fonte de conhecimento é a experiência. Conhecimento sobre o que existe não pode ser obtido de maneira “a priori”. Os significados das ideias seriam redutíveis aos dados da experiência. O sensacionismo ou “empirismo radical” enfatiza que as ideias são redutíveis às sensações. Uma forma mais pragmática de empirismo é o fisicalismo, para o qual os teores descritivos da linguagem se referem a objetos físicos (não sensações) e suas propriedades, e são definidos “operacionalmente”. Para o operacionismo todo conceito científico é sinônimo do conjunto de operações físicas associados ao processo de medi-lo. O ponto de vista oposto ao empirismo é o racionalismo (ou melhor, intelectualismo), que defende que o critério de verdade não é sensorial, mas intelectual e dedutivo. Verdades básicas são evidentes para a razão, e outras verdades são dedutíveis destas. “É possível observar uma coisa de maneira desinteressada, neutra, sem alterar de nenhum modo a percepção devida a opiniões e conhecimentos teóricos?”: sim, empirismo puro; não, toda observação está impregnada de suposições teóricas, negação do empirismo puro; 41 “Podemos obter verdades sobre o mundo externo apenas a partir do pensamento (de maneira “a priori”), sem levar em consideração nenhuma observação empírica relevante?”: sim, de fato esse é o método mais seguro e adequado, racionalismo cartesiano; sim, apesar de a observação ser importante, há verdades que podem ser obtidas desta maneira a priori”, apriorismo kantiano; não, toda informação sobre o mundo externo é obtida através da observação, empirismo. “Isso que você está vendo agora, está em sua retina ou está no mundo exterior?”: apenas em minha retina, a partir desta imagem infiro fatos externos, sensacionismo; nos dois, em minha retina e no mundo externo, realismo; apenas no mundo exterior, realismo ingênuo. “No contexto da física, você concorda com a seguinte afirmação: “só é válido definir uma grandeza se ao mesmo tempo fornecermos o procedimento experimental para medi-la”?”: sim, operacionismo; não, realismo científico. Interpretação realista de uma teoria física 1) Realismo ontológico: existe uma realidade física que independe do conhecimento e da percepção humana; 2) Realismo científico: As proposições de uma teoria têm “valor de verdade”, isto é, são ou verdadeiras ou falsas, de acordo com a teoria da verdade por correspondência. Assim, uma teoria física serve para “explicar” fenômenos da maneira da realidade física subjacente, e não apenas para prevê-los; “A Mecânica Newtoniana é verdadeira?”: não, ela é falsa, realismo com verdade por correspondência; ela é verdadeira em certos domínios, mas em outros não, verdade aproximada; ela era verdadeira no século XVIII, mas hoje é falsa, verdade por convenção (pragmática). 42 3) Realismo teórico: a teoria pode conter “termos teóricos” que se referem às entidades físicas que não são diretamente observadas. “Partículas virtuais” são necessárias para explicar fenômenos em eletrodinâmica quântica, mas elas são rapidamente emitidas e absorvidas, e nunca podem ser observadas, elas existem?”: supondo que a teoria está correta, sim, realismo científico; mesmo supondo que a teoria é correta, não, positivismo “negador”. Além dessas características, costuma-se adicionar mais duas afirmações para uma interpretação realista: 4) Realismo metodológico: atingir a verdade é a meta principal da ciência; 5) Realismo convergente (K. Popper): as teorias físicas se aproximam cada vez mais da verdade, sem talvez nunca atingi-la de maneira completa; “A Mecânica Relativística (Restrita e Geral) é verdadeira?”: não, ela é falsa, mas está mais próxima da verdade do que a mecânica newtoniana, realismo convergente; ela é verdadeira hoje, mas no futuro provavelmente não será mais, verdade por convenção (pragmática). A negação de uma ou outra das teses expostas acima constitui formas de anti-realismo, no contexto de teorias científicas. O relativismo é um anti-realismo por negar 2, isto é, negar que existam verdades únicas a serem descobertas pela ciência (anarquismo epistemológico de P. Feyerabend), sendo tudo fruto de uma negociação no âmbito das comunidades científicas (T. Kuhn, nova sociologia da ciência). Esta concepção está por trás da “verdade pragmática” que se opõe à verdade por correspondência do realismo. “A verdade, com relação ao mundo da física, muda de época para época, ou ela é sempre a mesma, mesmo que a desconheçamos?”: muda de época para época, verdade pragmática, relativismo; ela é sempre a mesma, verdade por correspondência, realismo científico. 43 Uma negação do realismo científico é também feita pelo instrumentalismo, que pode ser “forte” ou “fraco”. O instrumentalismo forte nega que as teorias científicas tenham valores de verdade, e que elas expliquem uma realidade subjacente aos dados experimentais. Teorias seriam meramente esquemas linguísticos que permitem fazer previsões sobre observações, e que organizam estas de maneira econômica. Já um instrumentalismo fraco não nega que sentenças teóricas (relativas a entidades não observáveis) tenham valores de verdade, mas nega que isto tenha qualquer importância na ciência (negando a tese 4). O que seria importante seria a solução de problemas (L. Laudan) ou a adequação empírica (B. van Fraassen). “Qual o objetivo primeiro da ciência?”: atingir a verdade, realismo científico; dar conta das observações de maneira econômica, instrumentalismo; resolver problemas e gerar tecnologia, pragmatismo; não há um único objetivo principal, anarquismo epistemológico. Anti-Realismo na Física Quântica O anti-realismo que está associado à Mecânica Quântica envolve pelo menos três níveis epistemológicos: i) no nível da essência do conhecimento, o idealismo afirma que a consciência humana tem um papel importante na determinação do estado do objeto; “É aceitável que a teoria quântica não descreva uma realidade independente do observador, mas apenas a realidade enquanto ela é observada?”: sim, de fato, este é um traço que deve ser bem-vindo, idealismo “eufórico”; sim, se não houver outra saída, paciência, idealismo “moderado”; não é aceitável, deve-se tentar sanar esta situação, realismo epistemológico. ii) no nível do significado ou da origem do conhecimento, o positivismo nega que faça sentido afirmar a existência de entidades não observáveis ou afirmar proposições não verificáveis. 44 iii) no nível de teoria científica, o instrumentalismo afirma que a Mecânica Quântica não passa de um instrumento para fazer previsões experimentais. “Considere uma teoria física que consegue prever corretamente os resultados de medições, em certo domínio experimental (por exemplo, através de fórmulas empíricas descobertas por tentativa e erro), porém esta teoria não fornece nenhum modelo ou explicação de como a realidade funciona (neste domínio), esta é uma boa teoria?”: sim, instrumentalismo; não, realismo científico. Na discussão sobre realismo científico, tem-se declarado que “o realismo morreu, quem o matou foi a Física Quântica” (A. Fine, 1982). Relembrando-se três capítulos do anti-realismo na história da física quântica. (I) O primeiro capítulo está associado à noção de complementaridade: “uma realidade independente no sentido físico ordinário não pode ser atribuída nem aos fenômenos, nem aos agentes da observação” (Bohr, 1928). Defendia-se que a teoria só trata do observável: uma realidade não-observada pode até existir, mas ela não é descritível pela linguagem humana. A posição de Bohr modificou-se em 1935, e há uma controvérsia sobre o grau de positivismo ou instrumentalismo da visão de Bohr. Mas mesmo após esta época manteve-se o chamado “relacionismo”, segundo o qual a realidade observada é fruto da relação entre sujeito e objeto, sendo dependente das escolhas ou vontade do observador (“voluntarismo” de von Weizsäcker). (II) O segundo capítulo é uma forma de idealismo subjetivista associada a uma consciência legisladora. Ela surge da tese de que o colapso associado a medições só é causado pela observação humana: “a transformação irreversível no estado do objeto medido” seria devido à “faculdade de introspecção” ou ao “conhecimento imanente” que o observador consciente tem de seu próprio estado (London & Bauer, 1939). Filósofos adoram explorar os paradoxos 45 trazidos por esta posição, como no exemplo do gato de Schrödinger, mas o consenso parece ser que tal posição radical é desnecessária (apesar de consistente). A interpretação dos estados relativos de Everett resolve problemas semelhantes sem atribuir um papel legislador à consciência, mas supondo que esta possa entrar em superposições quânticas. (III) O terceiro capítulo do anti-realismo está associado ao trabalho de John S. Bell, que mostrou que qualquer teoria realista que satisfaça a propriedade de localidade (salvo algumas exceções) é inconsistente com a Teoria Quântica. Quem morreu com este resultado não foram as teorias realistas não-locais (como a de David Bonm), mas sim boa parte do realismo local, uma variedade de realismo classicista que defende que, na realidade, os sinais sempre se propagam com uma velocidade menor ou igual à da luz. Alguns outros exemplos de suposições classicistas que são violadas por alguma interpretação da Teoria Quântica (além da localidade) são: determinismo, corpuscularismo (a matéria é composta de partículas), a tese de que o mundo existe em quatro dimensões, de que eventos presentes não afetam o passado, de que emissões de partículas ocorrem em instantes bem determinados, etc. Apesar de o classicismo estar em geral associado ao realismo, nota-se que o classicismo pode ser em boa parte adotado por abordagens positivistas, como é o caso da interpretação da complementaridade de Niels Bohr. “Como você gosta de interpretar a Física Quântica?”: existem só ondas, pacotes de onda, colapsos, etc., realismo da interpretação ondulatória; existem partículas, com ondas associadas, que interagem à distância, realismo da interpretação dualista realista; há um dualismo complementar entre onda e partícula, ora se observa um, ora outro, conforme o experimento, positivismo da interpretação da complementaridade; a teoria é incompleta; realismo da interpretação dos coletivos estatísticos. 46 Bibliografia Ela consta de 65 obras consideradas em DVDs (29), livros (36) e transcrição (1) envolvendo 8 autores. FONSECA, Laércio. Curso de Física Quântica e Espiritualidade. São Paulo, 2012. 196 p. _______. Conferência sobre: Física Quântica, Espiritualidade e Ufologia. Vídeo: 2h13m. _______. Curso completo sobre Física Quântica e Espiritualidade: Uma abordagem científica sobre o espírito, a consciência e os fenômenos paranormais. [Filme/vídeo] São Paulo, 2012. 21 DVDs cada um com cerca de 1h30m de duração, vide a seguir. Volume 01 e 02: Introdução à Física. 1h22m e 1h32. Volume 03 e 04: Conceitos de gravitação, energia, campo elétrico e ondulatório. 1h26m e 1h28, respectivamente. Volume 05 e 06: Eletromagnetismo e a teoria da relatividade de Einstein. 1h29m e 1h32, respectivamente. Volumes 07 e 08: Teoria geral da relatividade e buracos negros. 1h30 e 1h25m, respectivamente. Volumes 09 e 10: Introdução à Física Quântica e a Mecânica Quântica. 1h32m e 1h34m, respectivamente. Volumes 11 e 12; Saltos quânticos e a inseparabilidade quântica. 1h30m e 1h32m, respectivamente. Volumes 13 e 14: Teoria dos campos unificados e universos paralelos. 1h34m e 1h27m, respectivamente. Volumes 15 e 16: Modelo quântico da consciência e a projeção astral. 1h28m e 1h32m, respectivamente. Volumes 17 e 18: Médiuns, paranormais, vida fora da matéria, planos astrais à luz. 1h26m e 1h34m, respectivamente. Volumes 19 e 20: Deus e a Física Quântica, espíritos e a vida fora da matéria. 1h28m e 1h32m, respectivamente. Volume 21: Quem somos nós e o Segredo. 1h32, respectivamente. 47 GOSWAMI, Amit. O Universo autoconsciente: Como a consciência cria o mundo material. 2 ed. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2011. 368p. _______. A janela visionária: Um guia para a iluminação por um físico quântico. 1 ed. São Paulo, Editora Cultrix, 2006. 280p. _______. A Física da alma: A explicação científica para a reencarnação, a imortalidade e a experiência de quase-morte. 2 ed. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2008. 316p. _______. O médico quântico: Orientações de um físico para saúde e cura. 6 ed. São Paulo, Editora Cultrix, 2012. 288p. _______. Deus não está morto: Evidências científicas da existência divina. 2 ed. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2011. 300p. _______. Evolução criativa das espécies: Uma resposta da nova ciência para as limitações da teoria de Darwin. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2011. 304p. _______. O Ativista Quântico: Princípios da física quântica para mudar o mundo e a nós mesmos. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2011. 280p. _______. Criatividade para o século 21: Uma visão quântica para a expansão do potencial criativo. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2012. 328p. _______. Transcrição completa da entrevista concedida ao programa “Roda Viva” da TV Cultura, 12/03/2001. 48p. ______________. Uma breve introdução ao ativismo quântico. São Paulo, Editora Aleph Ltda, 2010. 480p. ______________. Ativismo quântico. DVD de 77m. EINSTEIN, Albert. Teoria da Relatividade Especial e Geral. 1 ed. Rio de Janeiro, Contraponto, 1999. 132p. FAGUNDES, Hélio V. Teoria da Relatividade – no nível matemático do ensino médio. 1ª ed. São Paulo, Editora Livraria da Física, 2010. 96p. 48 ARNTZ, William, et all. Quem Somos Nós!?: A descoberta das infinitas possibilidades de alterar a realidade diária. 1.ed. Rio de Janeiro, Editora Ediouro, 2007. 276p. GILMORE, Robert. Alice no País do Quantum: a Física Quântica ao alcance de todos. 1.ed. Rio de Janeiro, Editora Zahar, 1998. 192p. GRIBBIN, John. Fique por dentro da física moderna. 2 ed. São Paulo, Editora Cosac&Naify, 2002. 192p. PESSOA JUNIOR, Osvaldo. Conceitos de Física Quântica. São Paulo, Editora Livraria da Física. 189p. MARTINS, Paulo. A Mecânica Quântica e o Pensamento de Amit Goswami. Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa, 2009 [tese de doutorado]. 340p. NEMES, Maria Carolina. Introdução à Física Quântica. Minas Gerais, Departamento de Física, UFMG. BONJORNO, Regina et all. Física Fundamental – Novo: volume único, 2º grau. São Paulo, FTD, 1999. 672p. GUIMARÁES FILHO, Charles. Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao Reino do Céu na Terra. Rio de Janeiro, 2010. 18 volumes: Deus, Mundo, Homem, Messias, Religião, Cultura, Johrei, agricultura, Belo, Governo, Economia, Ideologia, Saúde, Prosperidade, Paz, Felicidade, Cidade e Paraíso. INTERNET. Doutor Quântico visita a Planolândia, 6m. ______________. Doutor Quântico e o experimento da dupla fenda. 8m. ______________. Além do cosmos – Mecânica Quântica (National Geographics). 45m. 49 ______________. Discovery Channel – Mecânica Quântica. 10m. ______________. Globo Ciência – O mundo da Física. 13m. ______________. Física Quântica: O que é isso? [Instituto de Física – UFF]. 56m. ______________. Introdução à Física Quântica [Instituto de Física – UFB]. 83m. 50 ÍNDICE PARTE I: INTRODUÇÃO 053 ESPIRITUALISTA 055 FÍSICA 0 FÍSICA CLÁSSICA 0 PARTE II: DESENVOLVIMENTO 267 FÍSICA MODERNA 269 PONTE ENTRE A FÍSICA E A ESPIRITUALIDADE 401 CIÊNCIA ESPIRITUALISTA 455 PARTE II: CONCLUSÃO 667 Índice detalhado 673 51 52 PARTE I: INTRODUÇÃO 53 54 ESPIRITUALISTA Materialismo Espiritualismo Materialismo Acepção Conceito usual, filosófico e científico Em termos usuais, materialismo é utilizado para designar àqueles que aparentemente não acreditam em nada além da vida física. Em termos filosóficos, materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são os resultados de interações materiais; que a matéria é a única substância. Nos limites de explicações da realidade dos fenômenos, o materialismo está em franca oposição ao metafisicismo (domínio ou influência da metafísica, isto é, além da física, natureza, matéria), bem como também oposto à epistemologia do idealismo espiritualista. Em suma, as doutrinas materialistas são antagônicas as doutrinas messiânica e ativista quântica. Fisicalismo é a doutrina filosófica segundo a qual a linguagem da Física deverá ser a linguagem de toda a ciência. Para o fisicalismo, mente é igual a corpo, e tudo se reduz a um processo físico, não existem ideias privadas. Bem como, tudo o que existe no mundo espaço-temporal não é mais do que as suas propriedades físicas. 55 Em termos científicos, materialismo afirma que embora se possa tentar compreender e definir o ser humano pela consciência, pela linguagem e pela religião, o que realmente o caracteriza é a forma pela qual reproduz suas condições de existência fundamental, portanto, é a análise das condições materiais da existência numa dada sociedade (materialismo histórico ou científico de Marx e Engels). Matéria Conceito usual, filosófico e científico Em termos usuais, matéria é algo relacionado à físico, carne, concreto, pesado, palpável, sensível, visível, frieza, paralisação, debilidade e covardia. Em termos filosóficos, matéria é uma manifestação da realidade (em oposição à ideia), que é dada ao homem nas suas sensações, percepções e cognições, porém existindo independentemente delas. Em termos científicos físicos, grosso modo, é tudo que possui massa, ocupa espaço num determinado tempo. E assim, além de envolver os conceitos de espaço e tempo, também o de massa, bem como os de corpo, substância e elemento. Por exemplo, qualquer corpo de um dos leitores deste livro neste momento tem alguns quilogramas, com comprimento, largura e altura, numa determinada hora. Isso sem falar nas substâncias e elementos químicos como carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, cálcio, potássio e sódio essenciais para a manutenção da vida. Corpo, massa, substância e elemento Corpo é a parte limitada de matéria. Por exemplo: uma barra de ouro, um bloco de gelo e um pedaço de carne. Os corpos 56 trabalhados e com certo uso são chamados de objetos (como anel de ouro). Massa, grosso modo, é a quantidade de matéria. Por exemplo, a massa de um bloco de gelo poderia ter 1 kg. Substância é qualquer espécie de matéria formada por átomos, que por sua vez consistem de partículas subatômicas como os elétrons, prótons e nêutrons. Por exemplo, suponha que nesse momento (tempo) alguém lhe perguntasse o que é isto de tantos centímetros cúbicos (volume) ali no canto e você respondesse que isso é um bloco de gelo de um quilograma. O que você estaria dizendo é que isso é um corpo material (de matéria) cuja substância é gelo e cuja massa é 1 kg. Em outras palavras, o corpo material tem qualidade (substância) o gelo e a quantidade (massa) de um quilo. Logo, sem muito rigor, substância e massa são, respectivamente, a qualidade e quantidade da matéria. Deste modo os corpos materiais cubo de gelo, barra de ferro e pedaço de carne tem como substâncias o gelo, o ferro e a carne, respectivamente. Mas, a substância é qualquer espécie de matéria formada por átomos de elementos químicos com propriedades atômicas, físicas e químicas. Por exemplo, a substância ouro é formada por átomo de nome ouro, símbolo Au (do latim aurum) e elemento químico de número atômico 79 (79 prótons). Ele é um metal de transição, com massa atômica de 197 u (pois, ela é a soma de prótons e nêutrons do núcleo de um átomo, no caso 79 + 118 = 197, onde u é a unidade de massa atômica aproximadamente 10-24 g, sendo 1/12 da massa de um átomo de carbono -12), amarelo, sólido e ponto de fusão em 1.063° C (ou seja, temperatura à qual ele passa do estado sólido ao estado líquido). Para melhor compreensão é necessário se saber o que é um átomo, elemento químico e propriedades atômicas, materiais, físicas e químicas. Antes se começa pelo universo. 57 Universo Sem maiores pretensão neste momento se assume a palavra “Universo” definida como englobando tudo. A sua origem tem sido apresentada em termos religiosos e científica. As teorias religiosas são: judaica e cristã (Deus único e onipotente, que teria executado a obra em seis dias e descansado no sétimo, tornando-o sagrado); suméria (os deuses seriam elementos naturais que formaram o universo), budista (não há um deus criador, o universo tal como é simplesmente sempre foi assim "desde o tempo sem início") e espírita (segue as descobertas e revelações da Ciência, embora admita a interferência de Deus na engenharia da criação do Universo. "Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas"). As teorias científicas são: M (explicada como um evento quântico sob a unificação das forças (nuclear forte e fraca), eletromagnetismo e gravitacional tendo 10500 universos possíveis, sendo o nosso somente mais uma versão) e cordas (onde há presença de 10 dimensões mais uma que é o tempo, apenas são utilizada quatro destas enquanto as outras seis se encontram enroladas sob si e inacessíveis). A sua evolução mais aceita é a do Big Bang (há 15 bilhões de anos, o Universo estava concentrado em um minúsculo ponto que explodiu, então esse Universo começou a se expandir), embora exista a do big crush (o universo começará a se contrair devido à atração gravitacional até se colapsar sobre si mesma. O Universo voltaria a se concentrar em um único ponto de densidade infinita novamente poderia ocorrer um Big Bang e depois novamente o big crush). Apresenta-se uma figura que leva em conta anos e temperatura. Mostra-se que no início da grande explosão se teve a 10-43 segundos numa temperatura de 1032 kelvin (K) apenas partículas e radiações. Mais adiante, 10-34 segundos e 1027 K surge o 58 elétron. Depois vieram os quarks, prótons, nêutrons e mésons. 3 minutos e 109 K desponta o hidrogênio e o hélio. Depois o átomo, via Láctea, sistema solar, o homem, este último com “poeiras de temperatura”. Não esquecer que o limite seria o zero absoluto, isto é, zero Kelvin ou – 273,15° C. [o inferno]. A temperatura do corpo humano em kelvin é de 310 K, pois K = °C + 273 e °C = 37. O Universo primitivo era essencialmente constituído por hidrogênio, hélio e um pouco de lítio. Duzentos milhões de anos após o Big Bang vieram carbono e oxigênio, depois nitrogênio, mais tarde o ferro. Os bioelementos majoritários presente no ser humano, ordenados por ordem de abundância, são: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, enxofre, potássio, sódio, cloro e magnésio. 59 O que está escrito nas duas colunas verticais é: A primeira (à esquerda de cima para baixo): radiação, partículas, partículas pesadas, transporte, força fraca, quark, antiquark e elétron. A segunda (à direita de cima para baixo): (pósitron = antielétron, próton, nêutron, méson, hidrogênio, deutério, hélio, lítio. Uma maneira grosseira e simplificada de se olhar esse gráfico do Big Bang é se ver apenas alguns dos pares (tempo cósmico = eixo acima, temperatura kélvica = eixo abaixo), quais sejam: (10-43 segundos (s), 1032 kelvin (k)): partículas e radiações; (10-34 s, 1027 k): elétrons; (10-10 s, 1015 k): quarks; (10-5 s, 1010 k): prótons, nêutrons e mésons; (3 minutos, 109 k): hidrogênios e hélios; (300 mil anos, 6.000 k): átomos; (1 bilhão de anos, 20k): galáxias; (15 bilhões de anos, 3 k): sistema solar e vida. Para melhorar a compreensão se dá média de temperatura na superfície de alguns planetas: Mercúrio (440 K ou 166 °C), Terra (288 K e 14 °C) e Marte (186 K e -87 °C). Átomo Constitui a menor partícula de um elemento [fundamental da matéria], composto de um núcleo central contendo prótons (com carga positiva) e nêutrons (sem carga). Os elétrons (com carga negativa e massa insignificante) revolvem em torno do núcleo em diferentes trajetórias imaginárias chamadas órbitas. Elemento químico É um conjunto de átomos que possuem mesmo número de prótons em seu núcleo, ou seja, o mesmo número atômico (Z). Dessa forma, o número atômico é característico de cada elemento químico, sendo como seu número de identificação. Por isso que se disse que o elemento químico ouro é aquele constituído por todos 60 os átomos que possuem número atômico 79, isto é, 79 prótons. Outros exemplos são: oxigênio é o elemento químico constituído por todos os átomos que possuem número atômico 8, isto é, com oito prótons; cálcio é o elemento químico constituído por todos os átomos que possuem número atômico 20, isto é, com vinte prótons. Oficialmente são conhecidos 112 elementos químicos, atualmente. Dentre esses, 91 são naturais e 21 são artificiais. Elementos naturais são os elementos químicos encontrados na natureza, tendo em sua maioria número atômico menor que 92 (número referente ao elemento químico urânio com Z = 92). Por exemplos: hidrogênio (Z – 1), hélio (2), lítio (3), berílio (4), boro (5), carbono (6), nitrogênio (7), oxigênio (8), sódio (11) e ferro (26). Porém o: Tecnécio (Tc), de número atômico 43; Promécio (Pm), de número atômico 61, e; Astato (At), de número atômico 85, também são elementos artificiais. Os elementos com número atômico superior ao do urânio (Z > 92) são todos produzidos artificialmente/sinteticamente em laboratórios. Propriedades atômicas, materiais, físicas e químicas Propriedades atômicas: massa atômica (como a do ouro já vista em 197 u), etc. Propriedades materiais têm as gerais (características comuns a toda e qualquer porção de matéria): inércia, massa, extensão, impenetrabilidade, compressibilidade, elasticidade, divisibilidade e descontinuidade; tem as específicas: cor, brilho, sabor e odor. Propriedades físicas: estado, ponto de fusão, ponto de ebulição, calor específico, densidade (massa dividida pelo volume) e dureza. Propriedades químicas: oxidação, inflamabilidade, toxicidade, etc. 61 Estados físicos da matéria Eles são: condensado de Bose-Einstein, sólido, líquido, gasoso e plasma. Condensado de Bose-Einstein é obtido quando a temperatura de um corpo material chega próxima ao zero absoluto, isto é, - 273,15º C, no qual todos os átomos tivessem parado de se movimentar, as moléculas entrassem em colapso. Sólido (como o gelo, o ferro e a carne), líquido (como a água e o sangue) e gasoso (como o vapor de água e o gás oxigênio). Plasma é obtido quando a temperatura é superior a um milhão de graus centígrados, como no Sol. Explicitando mais um pouco. Usualmente se conhece três estados da matéria: Sólido, Líquido e Gasoso. Entretanto ao longo das pesquisas da física quântica foram descobertos e comprovados mais dois estados, e um está em pesquisa. Conhecendo-se agora estes estados: 1. Plasma - o 4º estado da matéria. Irving Langmuir, prêmio Nobel de Química em 1932, foi quem introduziu pela primeira vez o termo plasma. Esta mudança de estado físico acontece da seguinte forma: ao se transferir energia em nível atômico (calor, por exemplo) a um corpo de massa sólida, este aumenta sua temperatura até o ponto de fusão, tornando sua massa líquida; transferindo-se ainda mais energia, este atingirá a temperatura de ebulição e sua massa tornarse-á gasosa, ainda aumentando a energia transferida ao gás a altíssimas temperaturas, obtêm-se o plasma. Sendo assim, colocando-se os estados físicos da matéria em ordem crescente, conforme a quantidade de energia que possui, tem-se: Sólido < Líquido < Gasoso < Plasma O plasma sustenta uma ampla variedade de ondas dos mais diversos tipos, como ondas eletromagnéticas. 99% do Universo visível conhecido estão em estado de plasma, sendo que o 1% restante é constituído de todos os outros 62 estados de agregação da matéria, dentre eles o sólido, líquido e gasoso. Como exemplos do plasma, podem-se citar: • galáxias e nebulosas; • o vento solar ou fluido ionizado, constantemente ejetado pelo sol; • plasmas gerados e confinados pelos Cinturões de Radiação de Van Allen, nas imediações do planeta Terra; • a ionosfera terrestre, que possibilita as comunicações via rádio; • as auroras Austral e Boreal, que são plasmas naturais e ocorrem nas altas latitudes da Terra; • as lâmpadas fluorescentes; • as descargas atmosféricas (raios), que ocorrem na atmosfera com uma extensão usual de alguns quilômetros. 2. Condensado Bose Einstein - O 5º estado da matéria O Condensado de Bose-Einstein é uma fase da matéria formada por partículas (bósons) a uma temperatura muito próxima do zero absoluto (0ºK = -273ºC). Nestas condições, uma grande fração de átomos atinge o mais baixo estado quântico, e nestas condições os efeitos quânticos podem ser observados à escala macroscópica. A existência deste estado da matéria como consequência da mecânica quântica foi inicialmente prevista por Albert Einstein em 1925, no seguimento do trabalho efetuado por Satyendra Nath Bose (daí o nome bóson para a partícula). O primeiro condensado deste tipo foi produzido em 1995 usando um gás de átomos de rubídio arrefecido a unidade de medida de temperatura que equivale a -273,15 graus Celsius = 0,000000170 graus Kelvin. Tal feito rendeu o Prêmio Nobel de Física de 2001. As temperaturas muito baixas, uma grande porção de átomos subitamente cairia no mais baixo nível de energia. Os átomos que se empilhariam no fundo é o chamado condensado Bose-Einstein (BE). “O que isto realmente significa” é uma pergunta que Einstein provavelmente faria, mas não fez. Ele não percebeu quão estranho 63 um material poderia ser com todos os seus átomos em um nível como este. Isto significa que todos os átomos são absolutamente idênticos. Não existe nenhuma medição que possa diferenciá-los. As muito baixas temperaturas, a maior parte dos átomos está no mesmo nível quântico. 3. O sexto estado da matéria? Ao contrário dos bósons, os férmions - a outra metade da família de partículas e blocos básicos com os quais a matéria é construída - são essencialmente solitários. Por definição, nenhum férmion poderá estar exatamente no mesmo estado quântico que outro férmion. Consequentemente, para um físico, mesmo o termo "condensado fermiônico" é um paradoxo. Muitos o chamam de “gás fermiônico”. Na experiência que os cientistas fizeram no dia 16 de dezembro de 2003, um gás com 500.000 átomos de potássio foi resfriado até 50 bilionésimos de grau acima do zero absoluto (273,16 graus Celsius) e então submetido a um campo magnético. Esse campo magnético fez com que os férmions se juntassem em pares, detectou-se assim o emparelhamento e se verificou a formação do condensado fermiônico pela primeira vez. Deste modo, foram mencionados seis estados da matéria: sólido, líquido, gasoso, plasmático, BEC e condensado fermiônico. Os físicos debatem esse total e acham que seria possível acrescentar diversos outros estados [desde os que só existem sob condições extremas, como no interior das estrelas mortas, ou no começo do Universo depois do Big Bang. Fora os estados quânticos que são mais de 500 como o do entrelaçamento]. Meishu-Sama: “Algo surpreendente é a comparação do calor emitido pelo Johrei com o da bomba atômica. Esta equivale a vinte ou trinta mil graus, no caso, porém, de uma de hidrogênio será quase impossível de medi-lo. Em se tratando do Johrei a ação de kasso [espírito do Sol = espírito de Fogo] manifestada através da palma da mão é muitíssimo mais forte [em limites construtivo e 64 espiritual] que a de uma bomba atômica. Trata-se, pois, de um poder espiritual infinito.” A maior bomba de hidrogênio detonada pelo homem teve um poder de destruição quatro mil vezes superior à bomba de Hiroshima. Bomba H é de 100 milhões de graus centígrados e é 750 vezes mais forte. Mudança no estado da matéria Fusão: É a passagem do estado sólido para o líquido. Solidificação: É a passagem do estado líquido para o sólido. Vaporização: É a passagem do estado líquido para o gasoso. Condensação: Também chamada liquefação, é a passagem do estado gasoso para o estado líquido [como gás de cozinha, nevoeiro]. Sublimação: É a passagem direta do estado sólido para o gasoso ou vice-versa. Sublimar, em psicologia, é o inconsciente deslocar energia de certas tendências condenáveis ou inaceitáveis para realizações consideradas “superiores”. Sublimar, no sentido figurativo, é purificar, expurgar de toda imperfeição ou impureza. Tipos de substâncias Substâncias podem ser simples ou composta. Substância simples é aquela formada por átomos de um único elemento químico. Exemplos: sódio: Na; cloro: Cl; hidrogênio: H; oxigênio: O; carbono: C; ouro: Au; hélio: He. Os seus respectivos números atômicos são: 11, 17, 1, 8, 6, 79, 2. Substância composta é aquela formada por mais de um elemento químico, numa proporção determinada de átomos. Exemplos: cloreto de sódio: NaCl; água: H 2 O; glicose: C 6 H 12 O 6 Uma barra de ouro é um corpo de substância simples, enquanto um bloco de gelo é um corpo de substância composta. 65 As substâncias também podem ser inorgânicas ou orgânicas. Exemplos de substâncias inorgânicas são a água e os sais minerais. Substância orgânica são as substâncias químicas que contêm na sua estrutura carbono e hidrogênio, e muitas vezes com oxigênio, nitrogênio, enxofre, fósforo e outros, formam proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas e plásticos. As substâncias orgânicas podem ser: naturais e artificiais. Substâncias orgânicas naturais são as sintetizadas pelos seres vivos, denominadas biomoléculas, que são estudadas pela bioquímica, como a proteína. Substâncias orgânicas artificiais são substâncias que não existem na natureza e têm sido fabricadas pelo homem, como os plásticos. Duas ou mais substâncias agrupadas constituem uma mistura. O leite [água, gordura, cálcio, etc.] e o soro caseiro [água, sal e açúcar] são exemplos de misturas. Seres vivos A matéria que forma os seres é constituída por átomos. Isso significa que a matéria está sujeita às mesmas leis naturais que regem o universo conhecido. Na matéria viva, porém, certos tipos de elemento químico sempre estão presentes em proporção diferente que da matéria não viva [como carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio, por outro lado, alumínio, silício, etc.]. A composição química básica dos seres vivos é a seguinte: os átomos [como hidrogênio, oxigênio, bem como carbono] formam as moléculas [água = H2O, proteína, ácido desoxirribonucleico = ADN ou DNA], que formam os genes [segmentos de ADN que contém a informação genética; no ser humano, apenas 3% é formado por genes, 97% é agrupamento de proteínas que não contém nenhuma informação], que por sua vez formam o DNA, que se deteriora depois da morte. 66 Célula é bem mais complexa do que qualquer molécula. Exemplo são as hemácias. As moléculas são constituídas por átomos, enquanto células por organelas citoplasmáticas. Todas as células de um mesmo animal ou espécie possuem o mesmo número de cromossomos e o mesmo número de genes, o que diferencia essas células são os genes ativos em uma e inativos em outros. Por exemplo, na célula do estomago estarão ativos os genes responsáveis pela formação dessas células e pela sua função que é a de produzir enzimas digestivas, em outra célula, esses genes estarão inativos. Espiritualismo Acepção Conceito usual, filosófico, científico e religioso Em termos usuais, espiritualismo é utilizado para designar àqueles que acreditam em algo além da vida física. É o contrário do materialismo, que só admite a existência da matéria. O materialismo admite que pensamento com suas razões, sentimentos e vontades são reações físico-químicas do sistema nervoso. Em termos filosóficos, espiritualismo é uma doutrina filosófica que admite a existência de Deus, de forças universais, mundos material e espiritual; considera o homem um espírito imortal que alterna experiências nos mundos material e espiritual, de acordo com a doutrina da reencarnação, com o objetivo de evoluir, tanto moral quanto intelectualmente, rumo a Deus; considera também a comunicabilidade entre os vivos e os mortos, geralmente por meio de um médium, ou seja, de um mediador. Em termos científicos, espiritualismo é o espiritismo científico corrente que sustenta a experimentação e pesquisa dos fenômenos mediúnicos (e não o espiritismo "místico" ou "religioso" 67 que privilegia a mediunidade receitista e curativa física e espiritual, o que lhe granjeia amplo prestígio junto às camadas populares, aumentando-lhe a visibilidade). Existe também a conscienciologia, a alquimia, projeção astral, vida fora da matéria, paranormalidade, experiência de quase-morte. Em termos religiosos, espiritualismo são os que aceitam a alma e Deus. Tal vocábulo também é empregado como referência à postura de certos indivíduos que possuem espiritualidade sem religiosidade: são contrários ao materialismo e, ao mesmo tempo, não estão filiados a qualquer segmento religioso. Assim, todo espírita é necessariamente espiritualista; mas pode o espiritualista não ser um espírita. Espírito Conceito usual, filosófico, científico e religioso Em termos usuais, espírito são as coisas imateriais (invisível, inaudível, inodora, insípida e intocável), algo relacionado à princípio imaterial, consciência, mente, psique, inteligência, pensamento, raciocínio, razão, sentimento, vontade, memória, sentido, entidade sobrenatural como deus, diabo, anjo, demônio e duende. Em termos filosóficos, espírito é, frequentemente, considerado como um princípio ou essência da vida incorpórea (religião e tradição espiritualista da filosofia), e não a aparência e o aspecto. Em termos científicos, espírito é energia, isto é, aquilo que tem a capacidade de realizar trabalho e vibração física, química, biológica e psíquica inerente à matéria presente em todos os elementos que compõem o Universo. Em outras palavras, é tudo o que pode modificar a matéria, podendo se manifestar sob a forma nuclear atômica, alimentar, movimento, som, eletricidade, vento, 68 calor e luz). Ou ainda definido pelo conjunto total das faculdades intelectuais. Eis o que Meishu-Sama diz: “Nem é preciso dizer que a energia do Sol, da qual eu já falei, é naturalmente, o espírito do Sol.”. Em termos religiosos, espírito é a alma, ou seja, a essência divina com luz própria, presente no corpo humano. Espírito pode também ser concebido como um princípio material (conjunto de leis da física que geram nosso sistema nervoso). Ou ainda, a nível plasmático. Meishu-Sama afirma: “Existe algo mais profundo que os gases. Isto é, o Espírito. Chama-se Mundo Espiritual e está dividido em diversos níveis. Assim, existem espíritos de vários níveis: superiores (como os deuses), médios (como os homens) e inferiores (como os demônios). A parte fundamental do espírito é a “Luz”. E a parte fundamental da Luz é o Sol [ou seja, é o fogo, e não a água ou a terra, ou ainda, não é a Lua e nem a Terra.]. E a parte fundamental da Luz do Sol são as manchas solares. Elas são, em suma, como o núcleo da semente do Grande Universo [Mundo Espiritual]. Entretanto, isso é absolutamente incompreensível pela astrologia. Parece existir uma só, mas há várias manchas. Através do telescópio podemos constatar isso. Certa vez, eu vi num desses aparelhos do Museu Científico. São diversos e estão espalhados, mas aos olhos humanos parecem estar unidos, e isso é a mancha solar. Essa mancha é algo fabuloso. É ela que rege o Sol. É o centro do Sol.”. Os corpos que pertencem aos mundos material e espiritual são denominados, respectivamente, de corpo material e corpo espiritual. Embora, seja costume o emprego da palavra corpo apenas como corpo material. Modelo não quântico da matéria ou do espírito Na bibliografia se apontou a coleção “Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao Reino do Céu na Terra” do autor deste livro “Física 69 Moderna e a Ciência Espiritualista”, que é um esforço de sistematizar a obra do Messias Meishu-Sama. No volume 1 intitulado “Deus” desta coleção, mais especificamente no ponto “● Espírito” do item “2.1. Espírito do Espírito composto de Luz e Calor que cria o Universo” do tópico “2. Significado” se apresenta não uma ponte entre a física e a espiritualidade, não um modelo quântico da matéria ou do espírito (este que será visto mais adiante). Mas sim um modelo simples para se abordar a espiritualidade através da ideia “tudo tem espírito e matéria inclusive o espírito e matéria”, donde se tem: espírito do espírito, matéria do espírito, espírito da matéria e matéria da matéria. E assim por diante como: espírito do espírito do espírito, matéria do espírito do espírito, ... Eis o que diz o ponto “● Espírito”: “Com base no princípio da identidade entre a matéria e espírito e do princípio da precedência do espírito sobre a matéria, Meishu-Sama explica que o existente no Mundo Material tem correspondente no Mundo Espiritual, bem como este é que faz mover aquele (em outras palavras, tudo que ocorre no Mundo Material tem a sua origem no Mundo Espiritual). É esse o conceito de mundo para Meishu-Sama. No caso particular do homem. O seu corpo espiritual (que está no Mundo Espiritual) precede (como no movimento) o seu corpo material (que está no Mundo Material), e é idêntico a ele (não igual, mas, sim, semelhante), no sentido de: terem aparentemente a mesma forma numa relação íntima e indissolúvel [certa união entre as formas espiritual e material], e serem diferente, por não terem o mesmo conteúdo, sendo mais rarefeito ou menos denso. Para denotar simbolicamente a identidade se faz as seguintes representações: igualdade simbolizada por =; semelhança por ≈; diferente por ≠, parêntese por ( ); letras “e” como espírito [ou, sem rigor no sinal de igualdade, “e” = espírito], “m” = matéria, “h” = homem, “c” = corpo, “ce” = corpo espiritual, “cm” = corpo material. Bem como se faz as seguintes leituras: “e(h)” = espírito do 70 homem; “m(h)” = matéria do homem; “ce(h)” = corpo espiritual do homem; “cm(h)” = corpo material do homem; “e(h) = ce(h)” = espírito do homem é igual o corpo espiritual do homem; “m(h) = cm(h)” = matéria do homem é o corpo material do homem. Posto isto, se pode denotar simbolicamente corpo espiritual do homem idêntico ao corpo material do homem, como: Para denotar e visualizar a precedência se faz as representações de setas para cima e para baixo, respectivamente, por ↑ e ↓, com as seguintes leituras: setas para cima: “↑” = espírito de; as setas para baixo “↓” = matéria de. Bem como se entende o que uma seta tem na extremidade é a junção da seta e sua origem, por exemplo: ↑ com extremidade e(h) é a junção de ↑ e sua origem h, isto é, “espírito do homem” é “espírito de” “homem”. Posto isto se apresenta o esquema: No caso geral de um y qualquer. Sempre existem e(y) e m(y) idênticos (isto é: e(y) ≈ m(y), no sentido de aparentemente terem a mesma forma (relação íntima e indissolúvel) e diferentes (ou seja: e(y) ≠ m(y), em modos de um deles ser mais rarefeito ou menos denso do que o outro). Doravante, se diz que tudo tem matéria e espírito. Exemplificando, para “y” = Sol, se tem espírito do Sol (= corpo espiritual do Sol = Sol espiritual = Sol Espiritual = SE) e matéria do Sol (corpo material do Sol = Sol material = Sol Material = SM); quando se diz “e(y) ≈ m(y), no sentido de terem a mesma forma” quer dizer “SE ≈ SM”; obviamente que “e(y) ≠ m(y)”, pois “SE ≠ SM”. Assim, visualizando-se a precedência se tem: 71 Outro exemplo, para “y” = forma, se tem espírito da forma (forma espiritual) e matéria da forma (forma material); quando se diz “e(y) ≈ m(y), no sentido de terem a mesma forma” quer dizer “forma espiritual ≈ forma material”; obviamente que “e(y) ≠ m(y)”, pois “forma espiritual ≠ forma material”. Um outro exemplo, “y” = visão, se tem espírito da visão (visão espiritual) e matéria da visão (visão material). Sem muito rigor, rarefazendo-se (espiritualizando-se) em y = h = homem: “e(h) = ce(h) = m(p)” = espírito do homem (o mesmo que corpo espiritual do homem, ou ainda, matéria da consciência espiritual; “p” = consciência espiritual; “a” = alma; “D” = Deus. Densificando-se (materializando-se): “m(h) = cm(h) = e(s)” = matéria do homem (o mesmo que corpo material do homem, ou ainda, espírito da consciência material; “s” = “consciência material”; “v” = dragão vermelho”; “Z” = Satanás. Visto no esquema que segue: Observações: 1ª) num “e(e” se tem que o primeiro “e” é mais abstrato, rarefeito, espiritual, que o segundo “e”, bem como num “m(m” se 72 tem que o primeiro “m” é mais concreto, denso, material, que o segundo “m”. E assim sucessivamente. Isso também pode ser visto por “↑” e “↓”, respectivamente. Só para fixar esta ideia, se supõe que cada “e” de algo aumenta sua dimensão, e cada “m” diminui. Considerando que o corpo material do homem (= cm(h)) é tridimensional, então, o seu corpo espiritual (= ce(h) = e(h)) é da quarta dimensão, sua consciência espiritual (= p) da quinta, sua alma (a = e(e(h))) da sexta, Deus (D = e(e(e(h)))) da sétima, matéria do corpo material do homem (= consciência material) é bidimensional, (= dragão vermelho) é unidimensional, Satanás (=Z) seria sem dimensão. Também, se pode imaginar com gradações de luminosidade e aquecimento ou de escuricidade e esfriamento. Assumindo que a treva e o congelamento de Satanás, proveniente do seu espírito, são de dimensão zero (em limites de temperatura de um corpo material é abaixo do condensado de Bose-Einstein, isto é, além do zero absoluto, no qual todos os átomos tivessem parado de se movimentar, as moléculas entrada em colapso); a escuridão e gelidez do espírito do espírito do espírito de Satanás, ou seja, o espírito da consciência material é bidimensional como parecido à sombra e frio na parede proveniente do corpo material do homem; a penumbra-luz e hipotemia-calor no espaço, proveniente do corpo espiritual do homem; a luz e calor no espaço em quinta dimensão, em decorrência da alma do homem; a Luz e Calor no espaço em sexta dimensão, advindo de Deus. Assim, para dimensões superiores, se vai paulatinamente trocando obscuridades por claridades. Com isso se pode ter uma noção das relações entre Deus, alma, corpo espiritual do homem, homem, corpo material do homem, matéria do corpo material do homem e Satanás. Isso no que se refere o ser mais ou menos espiritual, abstrato, rarefeito, luminoso e aquecido menos ou mais material, concreto, denso, obscuro e resfriado do que. 73 Levando-se em conta a água com seus estados de evaporação (passagem do estado líquido para gasoso, água para vapor de água), fusão (sólido para líquido, gelo para água), condensação (gasoso para líquido, vapor de água para água) e solidificação (líquido para sólido, isto é, água para gelo). O espírito da água é igual ao vapor de água, donde, espírito da água é a evaporação. O espírito do gelo é igual à água, donde, o espírito do gelo é a fusão. A matéria do vapor da água é igual à água, donde, a matéria do vapor de água é a condensação. A matéria da água é igual ao gelo, donde, matéria da água é a solidificação. Caso se queira continuar na direção do condensado de Bose-Einstein se poderia ter que a matéria do gelo é igual ao cubo de gelo, donde, matéria do gelo é a “cubolização”. Com isso se pode conjecturar, sem muito rigor, que a espiritualização, rarefação, caminha do sólido, líquido, gasoso, plasma, matéria de Deus, enquanto, a materialização, densificação, caminha em direção oposta, ou seja, do gasoso, líquido, sólido, condensação de Bose-Einstein, espírito de Satanás. Posto desta maneira se pode entender que a concepção de matéria em oposição à energia, que perdurava na física desde a Idade Média, perdeu um pouco do sentido com a descoberta, anunciada em teoria por Einstein, de que a matéria era uma forma de energia. Em outras palavras, matéria é uma forma de espírito, assim como, por outro lado, também se pode conceber o espírito como uma forma de matéria. Por exemplo, matéria da alma é o espírito do homem, bem como o espírito do gelo é a água. 74 2ª) espírito da matéria de alguma coisa é essa coisa, assim como a matéria do espírito de alguma coisa é essa coisa. Por exemplo, no caso dessa coisa ser a água, se pode constatar: espírito da matéria da água = espírito do gelo = água; e a matéria do espírito da água = matéria do vapor da água = água. 3ª) a palavra "alma" nem sempre será usada apenas para designar o espírito com corpo material, isto é, o homem. Por outro lado, a palavra "espírito" nem sempre será empregada somente para alma humana despojada do corpo físico, isto é, o homem após a morte, e para outros seres invisíveis do Mundo Espiritual. 4ª) os próprios espírito e matéria têm espírito e matéria, ou seja, o espírito (e) compartilha do espírito do espírito (e(e)) e da matéria do espírito (m(e)), enquanto a matéria (m) se reparte do espírito da matéria (e(m)) e da matéria da matéria (m(m)). Exemplificando, com o sangue (s). Como a matéria do sangue (m(s)) é algo líquido (l) e que o seu espírito (e(s)) algo gasoso (g). Assim, e(s) = g; m(s) = l. O espírito do espírito do sangue, pelo desconhecimento, se diz apenas espírito do algo gasoso, donde, e(e(s)) = e(g). A matéria do espírito do sangue, de acordo com a segunda observação, é o próprio sangue, pois, m(e(s)) = s. O que, aliás, pelo mesmo argumento, o espírito da matéria do sangue também é o sangue, só que e(m(s)) = s. Por maior conhecimento a respeito da matéria do sangue: plasma (55% do sangue, sua parte líquida com 90% de água) [atenção para não confundir plasma do sangue com plasma que ocorre no Sol] e os glóbulos (brancos = células de defesa; vermelhos = transporte de oxigênio) e plaquetas (= fatores de coagulação sanguínea) (45% do sangue, sua parte sólida), se pode entender por matéria do sangue que é o l como plasma sanguíneo (p), e a matéria da matéria do sangue como os glóbulos e plaquetas (gp). Assim, m(s) = p; m(m(s)) = gp. Observa-se que a letra g simboliza tanto o gasoso como os glóbulos, bem como também a letra p como plasma e plaqueta, o que proporciona economia de letras, embora exija certa atenção. 75 5ª) Mundo Espiritual (ME) compreende tudo, porque tudo (t) tem espírito (e(t)). Como tudo, além de espírito, também tem matéria (m(t)). Então, se poderia supor que ME fosse idêntico ao Mundo Material (MM). No entanto, os elementos dele (MM) são aqueles cujas matérias são coisas materiais, ou seja, t é material se e somente se m(t) tem massa e ocupa lugar no espaço. Caso contrário se diz que t é imaterial, energia, espírito, apenas um elemento do ME, e não do MM. Deste modo, se conclui que MM está contido estritamente em ME, em outras palavras existe uma parte de ME que não possui elementos do MM. A parte que possui, segundo Meishu-Sama “corresponde ao Mundo Material.” Por exemplo, o fogo (f) por ser uma energia manifestada pela mistura de combustível (aquilo que queima como a madeira), comburente (entidade que permite a queima, isto é, o oxigênio) e calor (como a faísca, riscar de fósforo), ele é imaterial. Meishu-Sama afirma que “(...) ao passo que o espírito, ou seja, o elemento fogo é totalmente imaterial.” No entanto, isso não quer dizer que não haja uma “matéria” do fogo, algo abaixo de um elemento químico. Só que para não ficar intangível, vago e causador de distração, se considera tal “materialidade” um elemento químico, aquele mais essencial à existência do fogo, qual seja, o oxigênio (o), donde m(f) = o. Até agora, os elementos do Mundo Espiritual citados foram alguns entre Deus e Satanás, como a alma, o corpo espiritual, pensamento, mente, espírito do sangue e fogo, fora as energias 76 divina, a psíquica, biológica, solar, luminosa, térmica, eólica, elétrica, sonora, cinética, química, nuclear, dragontino vermelho e a satânica. E os elementos do Mundo Material foram: plasma, oxigênio, vapor de água, água, plasma sanguíneo, glóbulos e plaquetas, sangue, carne, gelo, ferro, fora os corpos materiais, como pedaço de carne, barra de ferro, cubo de gelo e dos seres minerais, vegetais, animais e humanos. 6ª) quando pessoas ou correntes filosóficas ou religiosas se dizem espiritualistas não quer dizer que estejam em perfeita comunhão, pois, podem estar em níveis de ápice e profundidade bem diferenciada. Uns podem ter ido apenas a um “e” (espírito) para explicar as coisas (química esotérica), outros há mais de um (química dos elementos Fogo, Água e Terra) ou nenhum (química atômica). Alguns outros podem acreditar que a divindade de maior Luz seja o Sol material [Sol Material] (deus Rá do egípcio), que é diferente de um que acredite ser o espírito dele, isto é, o Sol espiritual [Sol Espiritual] (Deus Amaterassu Oomikami do Japão). Ou ainda, mais abstrato se for o espírito do espírito desse astro (Deus do Mundo Espiritual, ou simplesmente, Deus, que já foi manifestado por Kunitokotati-no-Mikoto).” Cérebro, mente e consciência Na coleção “Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao Reino do Céu na Terra”, volume 3 intitulado “Homem” desta coleção, mais especificamente em “2.2. Corpo espiritual composto por alma, mente e espírito.” É dito: “O corpo espiritual possui a mesma forma do corpo físico, e dentro dele localiza-se a psique (consciência ou mente), no centro do qual, por sua vez, está a alma. A atividade dessa trilogia “almapsique-espírito” manifesta-se como vontade-pensamento, invisível, governando o corpo material, ou melhor, o corpo humano. Levando em conta que em 6.19. do volume 1, psique = consciência, e, que no 4.2. do volume 2, psique = mente, então se 77 tem consciência = mente. Logo, também se pode dizer, sem muito rigor, que o corpo espiritual é disposto em três níveis centrípetos em formatos de esferas concêntricas na alma (centelha divina) de modo que ela é englobada por um corpo psicológico chamado de Corpo Consciencioso ou Mental e este, por sua vez, é englobado por um corpo chamado de Corpo Espiritual propriamente dito. No entanto, consciência e mente são diferentes, pois enquanto: consciência = entendimento = compreensão = ato de compreender; mente = algo capaz de compreender, que possui os núcleos inteligência e memória. Observando o gráfico a seguir, se nota o que está do lado esquerdo são coisas materiais, e as do lado direito são as correspondentes espirituais. Logo, mente é espírito do cérebro humano, algo essencial do homem, interligada com a consciência: “A mente está sempre ativa e não descansa um segundo que seja. Quando o homem deseja algo, imediatamente, isso se projeta no corpo físico, que entra em ação, o que significa que o físico não se movimenta por si só. Sendo assim, a essência do homem é a mente, ou seja, o espírito.” 78 Porém, não será feita distinção entre consciência e mente, exceto quando se achar conveniente. Os corpos espiritual e material deveriam estar acoplados entre si para passar a ideia de identificação entre eles, no entanto, para se evitar complicações gráficas se coloca um ao lado do outro.” 79 80 FÍSICA Significado Divisão Evolução Importância Lei Método Grandezas Unidades Constantes Significado Antes se define o que é matéria, energia, natureza e fenômenos. Matéria, grosso modo, é qualquer espécie sólida, liquida ou gasosa do qual são formados todos os corpos que ocupam um lugar no espaço num determinado tempo. Isso porque existem os estados de condensado e plasmático, bem como outros 500. Energia é a capacidade de um corpo, de uma substancia ou de um sistema físico (como o sistema solar) de produzir um trabalho ou realizar uma ação. Natureza é o conjunto de elementos mares, montanhas, árvores, animais, etc. do mundo natural, ou ainda, conjunto dos seres do universo. Fenômeno é qualquer manifestação no tempo e no espaço, como fato observável na natureza ou acontecimento raro e surpreendente. Exemplos: queda de um lápis, tiro de canhão, movimento de carro, aquecimento da água, eclipses e abalos sísmicos. Fenômeno físico é toda transformação da matéria que ocorre sem a formação de novas substâncias. São os que se 81 relacionam com a luz, o som, o magnetismo, a eletricidade etc. Eles não alteram a composição nem as propriedades químicas das substâncias Por exemplo: fogo, fusão do gelo, ebulição da água, congelamento de um lago, derretimento do gelo, chuva, acender uma lâmpada. Os fenômenos físicos podem ser: mecânicos (por exemplo, colisão que é um evento isolado no qual dois ou mais corpos em movimento exercem forças relativamente fortes entre si, por um tempo relativamente curto), térmicos (calor que é uma energia que é fundamentada no grau de vibração das moléculas), ondulatórios (difração que é a capacidade que as ondas têm de contornarem obstáculos em seu caminho) e eletromagnéticos (indução eletromagnética é o fenômeno no qual um campo magnético variável produz em um circuito elétrico uma corrente elétrica chamada de corrente elétrica induzida). Agora se define o que é Física. Física é a ciência que estuda as leis e as propriedades da matéria e da energia que controlam os fenômenos físicos, da natureza. Posto isto, se pode constatar que o termo “física materialista” e mesmo “ciência materialista” é algo que se pode dizer de simplificado já que não leva em conta a energia. No entanto, a teoria quântica descreve o comportamento não só da matéria, mas também da radiação e da interação entre elas. Para se continuar na simplificação se pode entender que Física é a ciência que estuda a natureza em seus aspectos mais gerais. Diz-se em seus aspectos mais gerais porque estudar a natureza outras ciências também o fazem: a Química, a Biologia, a Geologia, a Economia (ainda que seja a natureza humana), etc. Como definir a área de atuação de cada uma delas? Esta é uma pergunta difícil, sem resposta consensual. Ainda mais quando áreas interdisciplinares aparecem: Físico-Química, Biofísica, Geofísica, Econofísica, etc. 82 Alguns dizem que físicos estão interessados em determinar a natureza do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das suas interações. Outros dizem que Física é a única ciência fundamental e que estas divisões são artificiais, ainda que tenham utilidade prática. Seu argumento é simples: a Física descreve a dinâmica e configuração das partículas fundamentais do universo. O universo é tudo que existe e é composto destas partículas. Então todos os fenômenos (quaisquer fatos observáveis na natureza, ou acontecimentos raros e surpreendentes, como queda de um lápis, eclipses e abalos sísmicos) eventualmente abordados em outras ciências, poderiam ser explicados em palavras da física destas partículas. Seria como dizer que todos os resultados das outras ciências podem ser derivados em bases físicas. Meishu-Sama ensina que tudo tem matéria e espírito, logo, em particular, a natureza. Para diferenciar, ele chama de grande natureza a natureza com matéria e espírito, enquanto natureza seria apenas a material. Deste modo, se pode pensar numa física espiritual como aquela que considera a consciência (mente, espírito) tal qual Goswami e Fonseca o fazem. Divisão Como outras ciências, a Física é dividida de acordo com diversos critérios. Em primeiro lugar há uma divisão fundamental entre física teórica, física experimental e física aplicada. Outra divisão pode ser feita pela magnitude do objeto em análise. A física quântica trata do universo do muito pequeno, dos átomos e das partículas que compõem os átomos; a física clássica trata dos objetos que se encontra no dia-a-dia; e a física relativística trata de situações que envolvem grandes quantidades de matéria e energia. Elas se subdividem de acordo com as propriedades mais estudadas nos fenômenos. Daí se tem a Mecânica, quando se 83 estudam objetos a partir de seu movimento (cinemática) ou ausência de movimento (estática), e também as condições que provocam esse movimento (dinâmica: força, gravitação e energia); a Termologia (calor); a Óptica (luz); a Ondulatória (ondas, acústica); a Eletrologia (carga elétrica, bem como força e campo tanto elétrico como magnético). Em suma, a Física compreende a Clássica, a de Partículas (estuda os constituintes elementares da matéria e da radiação, e a interação entre eles e suas aplicações), a Relativística e a Quântica; cada uma delas com ramos: Mecânica, Termologia, Óptica, Ondulatória e Eletrologia. Assim, se tem Mecânica Clássica, Mecânica Relativística e Mecânica Quântica. No caso da Eletrologia, mais especificamente da Eletrodinâmica, é Dirac quem posteriormente formaliza a teoria da Eletrodinâmica Quântica que une de modo consistente a teoria quântica e a eletrodinâmica clássica, baseando-se em trabalho anterior de Oskar Klein, Walter Gordon e Vladimir Fock. As tentativas de lhes juntar também a teoria da relatividade geral foram até hoje infrutíferas, sendo este um dos maiores problemas em aberto da física moderna. Entre outras divisões apenas se cita uma das mais recentes que é a “Física” das Cordas (o interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo). Evolução Na Antiguidade o filósofo, educador e cientista grego Aristóteles (384-322 a.C.), foi um dos maiores e mais influente pensadores da cultura ocidental. Como cientista é conhecido pelo realismo e pelo senso de observação: para ele a ciência é a busca de causas universais que dão uma explicação comum a um grupo de fenômenos. 84 A decadência Antiguidade e o advento da Idade Média representaram um retrocesso para a ciência. Uma sociedade basicamente rural, dominada pela religião, com o uso muito restrito da escrita e de livros, poucas possibilidades oferecia ao desenvolvimento científico. O renascimento do comércio e da vida urbana, no final da Idade Média, criou um ambiente próprio para renovação cultural que lançou as bases da ciência moderna. Foi nesse universo urbano em formação que viveu, no século XVI, o personagem símbolo dessa ciência: Galileu Galilei. Galileu Galilei ousou contestar as verdades de Aristóteles, que haviam sido reforçadas pela combinação da filosofia com o cristianismo. A Igreja Católica contribuía, com sua autoridade, para dificultar a contestação do pensamento de Aristóteles. Aristóteles cometeu erros monumentais no campo da Física e Galileu os corrigiu. Com base na experimentação, verificou que Aristóteles estava errado ao afirmar, por exemplo, que quanto mais pesado fosse um objeto mais rápido seria a sua queda, ou seja, a velocidade da queda de um corpo é proporcional a seu peso (por exemplo: uma pedra de 2 quilos cairia duas vezes mais depressa que uma pedra de um quilo). Desse modo, Galileu introduziu um procedimento fundamental para o cientista: a necessidade de testar, com experiências concretas, as formulações teóricas (reza a lenda que Galileu teria convencido os professores a acompanhar suas experiências, levou-os à torre inclinada de Pisa e deixou cair uma grande pedra junto com outra pequena do balcão mais alto da torre. Elas teriam chegadas quase juntas ao solo). Além disso, o genial italiano mostrou, com sua prática, que o cientista precisa criar situações favoráveis de observação, eliminando fatores que interfiram na análise do fenômeno a ser estudado ou a prejudiquem. (como a densidade dos corpos é diferente, no ar o corpo mais pesado exerce maior força e cai primeiro; no entanto, num tubo em vácuo uma pedra e uma pena se observa que ambos caem à mesma velocidade). 85 O vácuo é a ausência de matéria em certa região do espaço. O vácuo perfeito, porém, não é possível na Natureza, ainda que ocorram situações muito próximas dele (por exemplo, no espaço intergaláctico). Na física clássica, um vácuo parcial em certa região do espaço pode ser quantificado referindo-se à pressão naquela região (o vácuo perfeito teria pressão zero). Mas, quem foi Galileu Galilei? Ele foi astrônomo e físico italiano que viveu entre 1564 e 1642, é considerado o fundador da ciência experimental moderna. Descobriu as leis das quedas dos corpos e a lei que rege o movimento do pendulo. Enunciou o principio da composição dos movimentos. Aperfeiçoou instrumentos, como o relógio e o telescópio. Suas conclusões eram baseadas mais em observações e nos resultados dos experimentos do que na lógica dedutiva. Atualmente, há consenso entre os cientistas de que a maioria dos experimentos só pode ser feita mediante situações artificialmente montadas. Outro momento importante na constituição do conhecimento ligado à Física ocorreu no século XVII, com Isaac Newton. Ele realizou a primeira grande síntese da história da Física, por meio da formulação de leis gerais, possibilitando investigações novas em diversos campos. Newton criou, ainda, um sistema matemático (Cálculo Diferencial e Integral) para resolver problemas da Física que antes não tinham soluções. Mas, quem foi Isaac Newton? Ele foi físico e matemático inglês que viveu entre 1642 e 1727, tornou-se uma das maiores figuras da ciência em todos os tempos. Em Física, formulou os três princípios da Mecânica, conhecidos como leis de Newton, e a teoria da gravitação universal. Em Matemática criou o cálculo infinitesimal. A partir dos fundamentos lançados por Newton ocorreram importantes inovações científicas e técnicas. No decorrer dos séculos XVII e XIX, o progresso material oriundo dessas inovações foi notável. 86 O final do século XIX foi uma fase de excessivo otimismo. Muitos estudiosos julgavam conhecidos os princípios e as leis fundamentais do funcionamento do universo. A mecânica quântica e a teoria da relatividade provocaram uma verdadeira revolução no campo científico. As mais arraigadas certezas, baseadas nas leis mecânicas de Newton, tiveram que ser revistas. De lá para cá, os avanços no campo da Física foram enormes. A obtenção de energia a partir da desintegração atômica, os satélites e as viagens espaciais são alguns importantes exemplos de progresso recente. 87 88 Cronologia histórica Física Clássica/Eletrologia/Eletrostática 500 a.C. – O grego Tales de Mileto descobriu que o âmbar, uma resina fóssil, quando atritada com pele de animal adquire a propriedade de atrair pequenos pedaços de palha. Física de Partículas 480 a.C. - O grego Leucipo, mestre de Demócrito, chega à conclusão de que a matéria de todos os corpos é composta por partículas microscópicas chamadas de átomos. 400 a.C. - Alguns consideram que a primeira teoria atômica é desenvolvida por Demócrito. Mecânica/Estática/Hidrostática 260 a.C. - O grego Arquimedes descobre que os corpos flutuam, pois deslocam um pouco de líquido para os lados. Assim, é estabelecido o princípio da flutuação de Arquimedes. Eletrologia/Magnetismo 1269 d.C. - O francês Pèlerin de Maricourt descobre o funcionamento dos dois polos magnéticos de um imã. [embora, a história do magnetismo começou, aparentemente, com um mineral chamado magnetita (Fe3O4), talvez a primeira substância com propriedades magnéticas conhecidas pelo homem. Sua história anterior é obscura, mas sua capacidade de atrair ferro já era conhecida vários séculos antes de Cristo. A magnetita está amplamente distribuída. No mundo antigo, os depósitos mais abundantes ocorriam na região chamada Magnésia, localizada no que é hoje a Turquia, e a palavra magneto é derivada de uma similar grega, que se diz ter vindo do nome dessa região.]. Mecânica/Estática/Hidrostática No final do século XVI, o matemático e inventor holandês Simon Stevin (1548-1620) ampliou os trabalhos de Arquimedes e solucionou o problema dos planos inclinados. Mecânica/Cinemática e Dinâmica 89 1589 - Galileu Galilei, cientista italiano, chega à conclusão de que todos os corpos caem numa mesma velocidade independente de seu peso. É o princípio da física moderna e da lei de queda livre dos corpos. [embora, após a queda do Império Romano, só no Renascimento os cientistas voltaram a interessar-se pela mecânica. Poucos anos depois surgiu o primeiro grande nome da mecânica, Galileu, que descobriu as leis do pêndulo e da queda livre e esboçou o princípio da inércia, um dos três pilares fundamentais da mecânica. Galileu solucionou também problemas de estatística, a partir de trabalhos de Stevin, e de descrição da trajetória de projéteis.] Eletrologia/Magnetismo 1600 - O magnetismo é descrito por William Gilbert. 1608 - Hans Lippershey inventa o telescópio de refração. 1648 - Blaise Pascal faz importantes pesquisas sobre a pressão gerada pelo peso dos gases e da água. Assim, os princípios da hidráulica são desenvolvidos. 1643 - O barômetro de mercúrio é inventado por Evangelista Torricelli. 1656 - O relógio de pêndulo é inventado por Christiaan Huygens. 1662 - A lei de Boyle, que fornece o comportamento dos gases, é estabelecida por Robert Boyle. Física Clássica Newtoniana 1665 - O pesquisador inglês Isaac Newton apresenta a lei da gravidade, afirmando que a Terra exerce uma força constante sobre os corpos livres. Óptica 1666 – Newton chega à conclusão que a luz é formada pela junção de várias cores. Ondulatória 1678 - O físico holandês Christiaan Huygens é o primeiro a defender a ideia de que a luz se propaga como se fosse uma onda. 90 1687 - O físico Isaac Newton publica Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, onde define as principais leis da mecânica e demonstra que os corpos se atraem pela força de gravidade. 1690 - A teoria ondulatória da luz é apresentada por Christiaan Huygens. 1704 - A teoria corpuscular da luz é avançada por Isaac Newton. Termologia 1714 - O termômetro de mercúrio é inventado por Daniel Fahrenheit. Eletrologia/Eletrostática 1752 - O pesquisador norte-americano Benjamim Franklin divulga suas pesquisas sobre raios, demonstrando que existem dois tipos de cargas elétricas, a negativa e a positiva. 1764 - Os calores específicos e latentes são descritos por Joseph Black. 1771 - A ligação entre a ação dos tecidos nervosos e a eletricidade é descoberta por Galvani. 1787 - A lei de Charles relacionando a pressão, o volume e a temperatura de um gás são estabelecidos por Jacques Charles. 1795 - O sistema métrico é adotado em França. 1798 - A ligação entre calor e fricção é descoberta por Benjamin Rumford. 1800 - Alessandro Volta inventa a célula voltaica e o astrônomo inglês William Herschel faz uma importante descoberta sobre o Sol. O astro emite raios infravermelhos. 1801 - A interferência da luz é descoberta por Thomas Young. 1808 - A moderna teoria atômica é apresentada por John Dalton. 1811 - A hipótese de Avogadro, relacionando volumes e números de moléculas dos gases, é proposta por Amedeo Avogadro. 1814 - As riscas de Fraunhofer do espectro solar são registradas por Joseph von Fraunhofer. 1815 - A refração da luz é explicada por Augustin Fresnel. Eletrologia/Eletromagnetismo 1819 - A descoberta do eletromagnetismo é feita por Hans Oersted. 91 1821 - O princípio de funcionamento do dínamo é descrito por Michael Faraday; o termopar (sensores de temperatura) é descoberto por Thomas Seebeck. 1822 - As leis da eletrodinâmica são estabelecidas por André Ampère e o matemático francês Jean-Baptiste Fourier desenvolve várias fórmulas sobre o fluxo de calor. 1824 - Sadi Carnot propõe a termodinâmica como um ramo da física. 1827 - A lei de Ohm da resistência elétrica é estabelecida por Georg Ohm; o movimento browniano resultante das vibrações moleculares é observado por Robert Brown. 1829 - A lei da difusão dos gases é estabelecida por Thomas Graham. 1831 - A indução eletromagnética é descoberta por Faraday. 1834 - Faraday descobre a auto-indução. 1838 – Faraday descobre os raios catódicos. 1842 - O princípio da conservação da energia é apresentado por Julius von Mayer. 1847 - O equivalente mecânico do calor é descrito por James Joule e desenvolve a Primeira Lei da Termodinâmica, comprovando que a energia não pode ser criada, nem destruída. 1849 - Uma medição da velocidade da luz é avançada pelo físico francês Armand Fizeau. 1851 - A rotação da Terra é demonstrada por Jean Foucault. 1858 - O galvanômetro de espelhos, um instrumento destinado a medir pequenas correntes elétricas, é inventado por William Thomson (Lord Kelvin). 1859 - Análises espectrográficas são feitas por Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff e o físico inglês James Clerk Maxwell desenvolve a Teoria Cinética dos Gases, demonstra como calcular a velocidade dos átomos de um gás. 1861 - É descoberta a osmose. Física Clássica Maxwellileana 92 1865 - O pesquisador inglês James Maxwell descobre a força eletromagnética, estudando a ação da energia elétrica e da magnética. 1873 - A luz é encarada como uma radiação eletromagnética por James Maxwell. 1877 - Uma teoria encarando o som como vibração num meio elástico é apresentada por John Rayleigh. 1880 - Piezoeletricidade é descoberta por Pierre Curie. 1887 - A existência de ondas de rádio é prevista por Heinrich Hertz. 1888 - O cientista alemão Heinrich Hertz produz em laboratório as primeiras ondas de rádio. 1895 - Pesquisas do cientista alemão Wilheim Konrad Röntgen mostram a existência dos raios X. 1896 - A descoberta da radioatividade é feita por Antoine Becquerel. Física de Partículas 1897 - Joseph Thomson descobre o elétron. 1899 - Ernest Rutherford descobre os raios alfa e beta. Raios alfa ou partículas alfa ou radiação alfa são pequenas partículas de alta energia emitida pelos núcleos de certos átomos radioativos quando se desintegram. As partículas são constituídas de dois prótons e dois nêutrons firmemente ligados. Não se rompem com facilidade. A partícula alfa é idêntica ao núcleo do átomo de hélio. A matéria facilmente detém ou absorve os raios alfa. Raios alfa como os raios betas são constituídos por partículas, enquanto raios gama por ondas eletromagnéticas. Ondas alfa são tensões elétricas oscilantes do cérebro, descobertas em 1960. Johrei atua de modo a gerarem estas ondas, o que nas pessoas este estado alfa tem sido associado com maiores poderes de concentração, habilidades de aprendizado e resistência ao stress já há algum tempo. Durante os anos de 1960 e 1970 - era de grandes pesquisas sobre as ondas cerebrais - foi descoberta a vantagem de se gerar ondas alfa regularmente. Se livrar de hábitos ruins e adquirirem novos é mais fácil durante o estado alfa do que 93 em circunstâncias normais. Além disso, em alfa, o cérebro se recupera mais rápido do cansaço e danos causados pelo stress mental ou uso de álcool ou drogas. Também contribui para o aumento da resistência e engenhosidade. Pessoas que meditam regularmente são capazes de gerar estas ondas alfa por si próprias após vários anos de prática correta. Isto leva à conclusão que as vantagens da meditação têm estreita relação com o estado alfa. Física Quântica 1900 - O cientista alemão Max Planck faz pesquisas importantes no campo da Física Quântica. Estes estudos serviram de base para o desenvolvimento da Teoria da Relatividade. A descoberta dos raios gama é feita pelo físico francês Paul- Ulrich Villard (1860-1934). 1902 - Oliver Heaviside descobre a ionosfera. 1904 - A teoria da radioatividade é avançada por Rutherford e Frederick Soddy. Física Relativística 1905 - O cientista alemão Albert Einstein cria a Teoria da Relatividade, onde conclui que o tempo não é absoluto. 1908 - O contador de Geiger é inventado por Hans Geiger e Rutherford. Física de Partículas 1911 - O físico australiano Ernest Rutherford observa que quase toda a massa de um átomo se concentra em seu núcleo que é muito duro. Assim, ele faz descoberta do núcleo do átomo. 1913 - A teoria atômica que diz que os átomos contêm elétrons orbitais é apresentada pelo físico dinamarquês Niels Bohr. 1915 - A cristalografia dos raios X é descoberta por William e Lawrence Bragg. 1916 - Einstein divulga a teoria da relatividade generalizada; a espectrografia de massa é descoberta por William Aston. 1924 - Edward Appleton faz o seu estudo da camada de Heaviside. 1926 - A mecânica ondulatória é introduzida por Erwin Schrödinger. 1927 - O princípio da incerteza da física atômica é estabelecido por Werner Heisenberg. 94 1931 - O cíclotron é criado Ernest Lawrence. 1932 - O físico inglês Chadwick descobre a existência do nêutron, uma das partículas que forma o núcleo do átomo junto com o próton; o microscópio eletrônico é criado por Vladimir Zworykin. 1933 - O pósitron, a antipartícula do elétron, é descoberto por Carl Anderson. 1934 - A radioatividade artificial é criada por Frédéric and Irene Joliot-Curie. 1939 - Os físico-químicos alemães Otto Hahn e Lise Meitner realizam experiência onde conseguem fazer a fissão do núcleo do urânio, partindo seu núcleo. 1942 - A primeira reação nuclear em cadeia controlada é conseguida por Enrico Fermi. 1949 - físico nuclear japonês Hideki Yukawa alcança o Prêmio Nobel de Física (1949) pela predição da existência dos mésons. 1956 - O neutrino, uma partícula elementar, é descoberto por Clyde Cowan e Fred Reines. 1960 - O efeito de Mässbauer das emissões atômicas é descoberto por Rudolf Mässbauer; o primeiro laser é criado pelo físico norteamericano Theodore Maiman (1927- ). O raio laser é um tipo de radiação eletromagnética visível ao olho humano. Laser é uma palavra que é formada a partir das palavras light amplification by stimulated emission of radiation, que juntas significam “amplificação da luz por emissão estimulada por radiação”. O laser possui características especiais como, por exemplo, ela ser monocromática, coerente e colimada, além de ter larga aplicação tecnológica e científica que vem se expandindo cada dia mais. A luz do laser além de ser monocromática, ou seja, constituída por radiações de uma única frequência, é muito potente em razão da grande concentração de energia em pequenas áreas (pequenos feixes). O feixe de laser é muito potente, podendo ter brilho superior ao da luz emitida por uma lâmpada. 95 O físico Albert Einstein, no ano de 1916, lançou as bases para a criação do laser a partir das teorias de Max Planck. No entanto essas bases ficaram esquecidas durante a Segunda Guerra Mundial. Foi em 1953, trinta e sete anos depois, que cientistas conseguiram produzir o primeiro laser, ou melhor, dizendo, um dispositivo bastante similar a um laser, pois ele não tinha a capacidade de omitir ondas de forma contínua. Apesar de não ter sido o criador do laser, A. Einstein leva o crédito por ter sido o cientista que descobriu o efeito físico existente por detrás do funcionamento do laser, a emissão estimulada, essa que é a condição necessária para se ter o equilíbrio térmico da radiação com a matéria. Em razão de suas características, o laser hoje é muito aplicado como, por exemplo, nas cirurgias médicas, em pesquisas científicas, na holografia, nos leitores de CD e DVD como também no laser pointer utilizado para apresentação de slides. Na indústria o laser de dióxido de carbono tem sido muito utilizado, pois possibilita um processo rápido de corte e solda de materiais. As aplicações do raio lazer são inúmeras e tem se tornado cada vez mais diversificado, de forma que relacionar todas elas fica impossível. 1964 - Murray Gell-Mann e George Zweig descobrem o quark. 1967 - Jocelyn Bell (hoje Bell Burnell) e Antony Hewish descobrem os pulsares (estrelas de nêutrons que giram rapidamente e que emitem pulsos de energia). 1971 - A teoria da supercondutividade é apresentada, defendendo que a resistência de alguns metais desaparece acima do zero absoluto. 1975 - O inglês Stephen Hawking conclui que um buraco negro pode evaporar, perdendo uma pequena quantidade de massa. 1979 - A descoberta da assimetria das partículas elementares é feita pelos físicos norte-americanos James W. Cronin e Val L. Fitch. 1982 - A descoberta dos processos envolvidos na evolução das estrelas é feita por Subrahmanyan Chandrasekhar e William Fowler. 96 1983 - São confirmadas, no CERN, evidências da existência de bósons (partículas W e Z), validando a ligação entre a força nuclear fraca e a força eletromagnética. 1986 - O primeiro supercondutor a altas temperaturas é descoberto, sendo capaz de conduzir eletricidade sem resistência a uma temperatura de -238 ºC. 1989 - Entra em funcionamento o Large Electron Positron Collider (LEP), do CERN, um acelerador de partículas com uma circunferência de 27 km. 1991 - As experiências do LEP mostram a existência de três gerações de partículas elementares, cada uma com dois quarks e dois léptons. 1992 - Investigações japonesas criam um material que se torna supercondutor a -103 ºC (cerca de 50 ºC mais quente que o anterior recorde). 1993 - O quark topo é descoberto no Fermilab, o laboratório de física de partículas norte-americano, perto de Chicago. 1999 - A física dinamarquesa Lene Vestergaard, consegue reduzir a velocidade da luz, a menos de 60 km/h, fazendo com que esta ultrapasse uma matéria conhecida como condensado de BoseEinsten. A velocidade da luz é reduzida em 18 milhões de vezes. [se espera diminuí-la a 36 km/h]. 2000 - Cientistas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares comprovam que é possível tirar partículas subatômicas, os quarks, dos prótons e nêutrons. 97 98 Importância Uma das ciências mais antigas, a Física é responsável por grande parte do desenvolvimento cientifico alcançado pela humanidade. Ela tem aplicações em praticamente todos os campos da atividade humana: na medicina, nos transportes, nos esportes, nas comunicações, nas indústrias etc. Com a ajuda da Física, se podem utilizar algumas formas de energia e fazê-las trabalhar para a humanidade. Energia mecânica: pontes, naves espaciais, rodovias, prédios etc. Energia calorífica: máquina a vapor, câmaras frigoríficas, motores de automóvel etc. Energia luminosa: máquina fotográfica, telescópio, raio laser, análise de materiais etc. Energia sonora: rádio, disco, telefone, ultra-som, instrumentos musicais etc. Energia elétrica: enceradeira, geladeira, computador, ferro elétrico etc. Energia nuclear: energia elétrica, bomba atômica etc. Lei Os fenômenos não se produzem ao acaso: entre eles existe uma interdependência. Tais relações de interdependência constituem as leis. Para estudar os fenômenos, a ciência procura, inicialmente, estabelecer uma relação quantitativa entre eles – as leis quantitativas. Alguns exemplos: o calor dilata o ferro, a pressão diminui o volume dos gases, o atrito produz calor. O conhecimento dessas leis não é suficiente; um estudo mais profundo sugere medidas quantitativas. Exemplos: de quanto se dilata a barra de ferro entre duas temperaturas; de quanto diminui o volume do gás quando a pressão duplica?; quantas calorias são produzidas por um carro ao brecar e parar? Quando é possível medir aquilo de que se está falando e exprimir essa medida por números, estabelece-se uma Lei física. 99 Lei física é a relação matemática entre as grandezas que participam de um mesmo fenômeno. A relação matemática V A /T A = V B /T B , por exemplo, é uma lei física (lei de Gay-Lussac) que relaciona o volume do gás com a temperatura Kelvin numa transformação isobárica (iso = igual, bárica = pressão), ou seja, numa transformação termodinâmica na qual a pressão permanece constante. Mais precisamente: quando um gás perfeito evolui isobaricamente de um estado A para um estado B, a temperatura e o volume evoluem conforme a relação matemática V A /T A = V B /T B , onde T A e V A representam a temperatura e o volume do estado A e T B e V B representam a temperatura e o volume do estado B. Método Na pesquisa de um fenômeno e das leis que o regem, devese obedecer a uma ordem progressiva, que constitui o método da ciência (que se baseia essencialmente na matemática e na lógica quando da formulação de seus conceitos). Nesse sentido, a Física se utiliza de dois processos: a observação e a experimentação. A observação consiste no exame atento de um fenômeno e na pesquisa das circunstancias que o envolvem. Nesse caso, se pode utilizar os sentidos ou instrumentos que aumentam o seu alcance (microscópio, luneta, telescópio, satélite, balança etc.). [e se aumentasse o alcance dos sentidos humanos ou intuições?] Já a experimentação consiste em produzir o fenômeno artificialmente, em condições ideais para a observação. Nesse caso, se faz variar as circunstancias que rodeiam o fenômeno para verificar quais dessas circunstâncias influem nele. Considerando, por exemplo, o movimento oscilatório [quando o corpo executa movimentos de ida e volta em uma mesma posição] de um pêndulo de um relógio e algumas circunstancia que o rodeiam, se pode questionar: a massa do pendulo influi no tempo de oscilação?; o comprimento do fio influi no período?; a temperatura e a pressão 100 modificam o fenômeno?; o local onde é realizada a experiência influi no tempo de oscilação? Ao se fazer tais experiências se notam que: a massa do pêndulo não influencia no período do pêndulo, isto é, no seu tempo de oscilação; já o comprimento influencia no período do pêndulo. Quando os fatores que intervém direta ou indiretamente numa lei física podem ser avaliados quantitativamente, isto é, podem ser medidos, passam a constituir uma grandeza física, classificada em escalar ou vetorial. As grandezas escalares são caracterizadas por um número real acompanhados de uma unidade de medida. Por exemplo: a massa de um corpo é de 3 kg. Mas, o que é um quilograma? O quilograma era definido como sendo a massa de um litro d'água, abandonou-se esse método ao perceber que a massa da mesma quantidade de água variava de acordo com a sua pureza. Atualmente, o quilograma (símbolo no SI, isto é, Sistema Internacional de Unidades: kg) é a unidade básica de massa do SI e é definido como sendo igual à massa do protótipo internacional do quilograma (que tem peso quase igual ao de um litro d'água). Esse protótipo é composto por irídio e platina e encontra-se sob custódia do Escritório Internacional de Pesos e Medidas em Sévres, França desde 1889. A massa de um corpo também é usada para determinar o seu peso. No uso cotidiano, a massa de objetos variados é dada em quilogramas e a partir dela pode-se chegar ao seu peso, que é a medida da gravidade em ação em uma determinada massa. Ou seja, peso é igual à massa vezes a aceleração da gravidade (deste modo notar que uma mesma massa na Terra e na Lua são diferentes, vide o andar dos astronautas na Lua]. No SI, o peso não é dado em quilograma-força (kgf), sendo essa unidade substituída pelo Newton (N), que não é muito usual e cabe a contextos científicos rigorosos. Tanto o quilograma-força quando o Newton são unidades derivadas 101 do quilograma. E é óbvio que se chama Newton em homenagem ao grande físico Newton. De maneira análoga se teria que pensar nas unidades do espaço e tempo, ou seja, no que é o metro (m) e o segundo (s) (lembrar que o Big Ben é o relógio de Londres que é a referência mundial na determinação do tempo). Outro exemplo: o volume de um cubo é de 20 m³. Como o volume de um corpo é a quantidade de espaço ocupada por esse corpo, então se pode verificar porque a grandeza volume recorre à unidade básica do comprimento. As grandezas vetoriais são caracterizadas por um número real denominado módulo ou intensidade, acompanhado de uma unidade de medida, uma direção e um sentido. Por exemplo, um carro se movimentando numa estrada retilínea do norte para o sul, com velocidade de 20 km/h (note que velocidade é espaço sobre tempo). Logo: módulo: 20, no caso acompanhado de km/h; direção: reta; sentido: do norte para o sul. Grandezas Entre elas se tem: aceleração, ângulo, área, atividade radioativa, calor, campo elétrico, densidade de corrente elétrica, densidade de fluxo magnético, distância, comprimento, altura, largura, deslocamento, tamanho, energia, trabalho mecânico, entropia, fluxo luminoso, fluxo magnético, frequência, força, peso, intensidade de corrente elétrica, intensidade de radiação, intensidade luminosa, massa, molalidade, normalidade, potência, pressão, quantidade de matéria, momento linear, resistência elétrica, radiano, temperatura, tempo, velocidade, tensão elétrica, diferença de potencial elétrico e volume. Mas, o que é medida? Medida é o ato ou processo de comparar uma grandeza com outra com o objetivo de associar a primeira um numero característico do seu valor em face da grandeza com a qual foi comparada. São expressas como escalar 102 vezes unidade de medida como, por exemplo, o tamanho de uma pessoa ser de 1,80 m, isto é, escalar = 1,80 e unidade de medida = m. Uma medida visa à descrição quantitativa dos fenômenos físicos. Unidades Como cada país fixava seu próprio padrão, as relações comerciais e as trocas de informações científicas entre os países se tornavam muito difíceis. Por exemplo, para converter uma milha terrestre (náutica) para quilômetro se deve multiplicar por 1,610 (1,853), assim, duas milhas terrestres seria 3,220 km. Para resolver os problemas oriundos desse fato, foram criados padrões internacionais. Surgiu, assim, o Sistema Internacional de Unidades (SI) que estabeleceu sete unidades de base, cada uma delas corresponde a uma grandeza: 1ª) comprimento, metro, m; 2ª) massa, quilograma, kg; 3ª) tempo, segundo, s; 4ª) intensidade de corrente elétrica, ampére, A; 5ª) temperatura termodinâmica, kelvin, K [mencionado anteriormente “temperatura Kelvin”]; 6ª) quantidade de matéria, mole ou mol, mol; 7ª) intensidade luminosa, candela, cd. Sobre temperatura. A escala de temperatura Celsius possui dois pontos importantes, onde ponto de congelação (congelamento) da água corresponde ao valor zero e o ponto de ebulição corresponde ao valor 100, observados a uma pressão atmosférica padrão, também chamada de pressão normal. Enquanto que os valores de congelação e evaporação da água estão aproximadamente corretos, a definição original não é apropriada como um padrão formal: ela depende da definição de pressão atmosférica padrão, que por sua vez depende da própria definição de temperatura. A implementação do grau kelvin garante que 1 grau Celsius apresenta a mesma variação de temperatura que 1 kelvin. As fórmulas de conversão de temperatura são: 103 Conversão grau Celsius kelvin para kelvin fórmula K = °C + 273,15 grau Celsius °C = K − 273,15 Exemplos: Zero graus Kelvin corresponde à temperatura de 273,15 °C, pois K = °C + 273,15, donde, 0K = °C + 273,15, daí, °C = 273,15 °C. A Nebulosa do Bumerangue recebeu recentemente o título de lugar mais frio do Universo (fora de um laboratório), a -272 graus Celsius (1,15 kelvin, pois: K = °C + 273,15, donde, K = °-272C + 273,15, daí, K = 1,15). A nebulosa está na constelação de Centauro a 5117 anos-luz da Terra (vide na página 124, definição de ano-luz). Algumas unidades do SI são empregadas conjuntamente com outras que não fazem parte do SI, já estando amplamente difundidas. Exemplos: 104 Comprimento Quilômetro (km): Decímetro (dm): Centímetro (cm): Milímetro (mm): 1km = 1000 m; 1 dm = 0,1 m 1 cm = 0,01 m 1 mm = 0,001 m Tempo Minuto (min): Hora (h): Dia (d): Grau (°): Minuto (‘) Segundo (“) 1 min = 60 s 1 h = 60 min = 3600 s 1 d = 24 h = 86.400 s Ângulo plano 1° = (π/180) rad 1’ = (1/60)° = (π/10800) rad 1 “ = (1/60)’ = (π/648800) rad Volume 1 l = 1 dm³ = 10 3 m³ Litro (l): Massa Tonelada (t): Grama (g): 1 t = 1000 kg 1 g = 0,001 kg Uma das razões que isso ocorre é devido à comodidade, já pensou se medir em metros o comprimento de uma ameba de meio milímetro? Ela daria 0,0005 metros. Ou a distância aproximada de uma maratona de 42 quilômetros para 42 mil metros? O mesmo se daria em querer medir em quilogramas a massa de um grama de ouro ou de um navio carregado de minério. 105 Constantes Entre as fundamentais se tem: constante de gravitação universal (G = 6,67428 × 10−11m³·kg−1·s−2) para a Mecânica, constante de Boltzmann (K = 1,3806488 × 10-23 m2 kg s-2 K-1) para a Termodinâmica, constante de Coulomb (C = 8,987.551.787 x 4 x 109 N·m²·C−2) ou constante da carga elementar (e = 1,602 176 487 × 10−19 C) para o Eletromagnetismo, constante velocidade da luz (c = 300.000 km/s) para a Relatividade e constante de Planck (h = 6,626 068 96 × 10−34 J·s) para a Quântica. 106 Ordens de grandeza Comprimento Fator Múltiplo (m) 10 −35 10 −18 10 −15 10 −14 Valor 1.6 10 −35 m Item Comprimento de Planck limite superior para o tamanho de quarks e elétrons sensibilidade do detector LIGO para ondas gravitacionais tamanho de um próton "raio clássico" de um elétron escala de um núcleo atômico alcance da força nuclear fraca comprimento de onda dos raios gama 10 10 -12 −11 2.4 pm comprimento de onda do elétron 5 pm comprimento de onda de Raio X 25 pm raio atômico do hidrogênio 31 pm raio atômico do hélio 53 pm raio de Bohr comprimento de onda de raios X 10 −10 10 -9 10 -8 100 pm 1 Ångström 100 pm raio covalente do átomo de enxofre 153 pm raio covalente do átomo de prata 225 pm raio covalente do átomo de césio 500 pm largura de proteína α helix 3.4 nm comprimento de uma hélice de DNA 3 × 8 nm tamanho da molécula da proteína albumina 6 - 10 nm espessura da membrana celular 10 nm espessura da parede celular de uma bactéria 107 40 nm comprimento de onda ultravioleta 65 nm Dimensão característica dos chips da Intel 90 nm vírus da imunodeficiência humana tamanho dos cromossomos 10 10 10 −7 100 nm 100 nm 90% das partículas da fumaça de queimadas 280 nm comprimento de onda ultravioleta 300 nm tamanho mais penetrante da partícula para um filtro HEPA (High Efficiency Particulate Air)(N100 remove até 99.97% a 0.3 micrômetros, N95 remove até 95% a 0.3 micrômetros) 380–430 nm comprimento de onda violeta a luz visível color e espectro ótico 430–450 nm comprimento de onda do anil claro 450–500 nm comprimento de onda do azul claro 500–520 nm comprimento de onda do ciano 520–565 nm comprimento de onda do verde claro 565–590 nm comprimento de onda do amarelo claro 590–625 nm comprimento de onda do laranja claro 625–740 nm comprimento de onda vermelho claro 1-3 µm tamanho de uma partícula que uma máscara cirúrgica remove com uma eficiência de 8095% 1–10 µm diâmetro de uma bactéria comum 1.55 µm comprimento de onda da luz utilizada na fibra óptica 6–8 µm diâmetro de uma hemácia humana 6 µm poro de antrax 7 µm espessura de um fio de teia de aranha 10 µm dimensão típica de partículas d´água em névoas, neblinas ou nuvens 10 µm largura de uma fibra de algodão 10.6 µm comprimento de onda da luz emitida por um laser de dióxido de carbono -6 −5 10 µm 108 10 10 10 10 −4 −3 −2 −1 100 µm 1 milí (mm) 1 centí (cm) 1 decí (dm) 12 µm largura de uma fibra de acrílico 13 µm largura de uma fibra de náilon 14 µm largura de uma fibra de poliéster 15 µm largura de uma fibra de seda 17 µm fezes do ácaro ¹ 20 µm largura da fibra de lã 80 µm largura média do cabelo humano) 125 µm poeira 300 µm diâmetro da Thiomargarita namibiensis, a maior bactéria já descoberta 500 µm diâmetro de um óvulo humano 500 µm comprimento típico do Amoeba proteus, um protista ameboide 2.54 mm distância entre pinos de antigos componentes eletrônicos DIP 5 mm comprimento médio de uma formiga vermelha 7.62 mm tamanho típico de munições militares 1.5 cm comprimento de um grande mosquito 2.54 cm 1 polegada 4.267 cm diâmetro de uma bola de golfe 10 cm comprimento de onda da mais alta UHF frequência de rádio, 3 GHz 10 cm diâmetro do cervix ao entrar no segundo estágio do parto 10.16 cm 1 mão, usada para medir altura de cavalos (4 polegadas) 12 cm comprimento de onda da radio band 15 cm altura de um liliputiano nas histórias de Gulliver 22 cm diâmetro de uma bola de futebol típica 30.48 cm 1 pé 91 cm 1 jarda 109 10 10 0 1 1 metro (m) 1m comprimento de onda da mais baixa UHF e mais alta VHF frequência de rádio, 300 MHz 1,435m vão padrão de uma estrada de ferro 1,7 m altura média de um ser humano 2,72 m ser humano mais alto que já existiu (Robert Wadlow) 2,77 - 3,44 m comprimento de onda de rádio, banda FM 87– 108 MHz 3,048 m altura de uma cesta de basquete 5,5 m altura do mais alto animal, a girafa 8,95 m mais longo pulo já alcançado por um ser humano (Mike Powell) 20 m comprimento de um pitch do grilo 21 m altura da cachoeira Khon no Rio Mekong, Laos 23 m altura do obelisco na Place de la Concorde, Paris. 27,43 m distância entre bases em um campo de beisebol 30 m comprimento de uma baleia azul, o maior animal 31 m comprimento das ondas curtas de rádio sintonizado a 9.7 MHz 49 m largura de um campo de futebol americano (53 1/3 jardas) 49 m comprimento das ondas curtas de rádios de transmissao sintonizado à 6.1 MHz 52 m altura das Cataratas do Niágara 55 m altura da Torre de Pisa 62 m altura da Pirâmide de degraus de Djoser 70 m largura de um campo de futebol 70 m comprimento da Tapeçaria de Bayeux 70 m altura média das Cataratas do Iguaçu 88,40 m envergadura do avião de cargas Antonov An225 110 10² 10³ 1 hectô (hm) 1 quilô (km) 91,44 m comprimento de um campo de futebol americano (100 jardas, distância entre gols) 100 m comprimento de onda da mais baixa shortwave frequência de rádio e mais alta medium wave frequência de rádio, 3 MHz 105 m comprimento de um campo de futebol típico 109,73 m comprimento total de um campo de futebol americano (120 jardass) 112,34 m altura da árvore mais alta do mundo, uma Coast redwood 137 m (147 m) altura (atual/original) da Grande Pirâmide de Gizé 187 m mais curto comprimento de onda of the broadcast radio AM band, 1600 kHz 221 m altura do Parque Central Torre, Venezuela 300 m altura da Torre Eiffel 340 m distância que o som percorre no ar no tempo de 1 segundo; ver velocidade do som 380 m altura da Cachoeira da Fumaça, Brasil 400–500 m alturas aproximadas das (estruturas mais altas do mundo/arranha-céus mais altos do mundo) dos últimos 70 anos. 541 m (1.776 pés) altura da planejada Freedom Tower no World Trade Center site 553,33 m altura da Torre CN 555 m mais longo comprimento de onda do broadcast radio AM band, 540 kHz 647 m altura do Warsaw radio mast, antigamente a estrutura feita à mão mais alta, collapsed in 1991 979 m altura das Cataratas do Anjo, a mais alta queda d´água do mundo (Venezuela) 1 km wavelength of the lowest medium wave radio frequency, 300 kHz 1.609 m 1 milha 111 10 10 10 4 5 6 10 km 100 km 1.000 km 1.852 m 1 milha naútica 1.991 m vão-livre da Ponte Akashi-Kaikyo Bridge, maior do mundo em junho de 2006 2.309 m comprimento da Hidrelétrica de Três Gargantas, a maior represa do mundo 2.993 m altura do maior pico do Brasil, Pico da Neblina 8.848 m altura da mais alta montanha da Terra, Monte Everest 10,911 km profundidade da parte mais funda dos oceanos, Fossa das Marianas 25 km altura da mais alta montanha conhecida no sistema solar, Olympus Mons em Marte 31,1 km mais alto pulo de pára-quedas (Joseph Kittinger) 33 km largura mais estreita do Canal Inglês no Estreito de Dover 34,668 km vôo de balão com humano mais alto (Malcolm D. Ross and Victor E. Prather) 38,422 km comprimento do Lake Pontchartrain Causeway, em junho de 2006 a ponte mais comprida do mundo 42,195 km comprimento da Maratona, A maior mainstream de distâncias longas corridas a pé 53,9 km comprimento do Seikan Tunnel, as of February 2006, o mais longo do mundo 111 km um grau de latitude na Terra 560 km Distancia do Bordeaux-Paris, A maior corrida de bicicleta profissional de um dia 804,672 km (∼500 milhas) distância da corrida automobilística Indy 500 975 km maior diâmetro do maior asteróide do sistema solar, 1 Ceres 3.480 km diâmetro da Lua 5.200 km distância típica percorrida pelo vencedor da 24 hours of Le Mans automobile endurance 112 race 10 7 10 8 10 9 10 11 6.400 km comprimento da Muralha da China 6.600 km comprimento aproximado dos dois rios mais longos, o Nilo e o Amazonas 7.821 km comprimento do Trans-Canada 10.000 km 12.756 km diâmetro equatorial da Terra 40.075 km comprimento do equador da Terra 100.000 km 142.984 km diâmetro de Júpiter 384.000 km distância da órbita da Lua à Terra 1.390.000 km diâmetro do Sol 3.600.000 km Maior recorde de quilometragem de um carro (A 1966 Volvo P-1800S, ainda dirigindo) 150 milhões km 1 unidade astronômica (AU); distância média entre a Terra e o Sol. 1 milhão km 100 milhões km 900 milhões km diâmetro ótico do Betelgeuse 10 12 10 13 10 15 10 16 10 1000 milhões km 9 distância da órbita de Saturno do Sol 9 distância orbital de Plutão do Sol 1,4.10 km 5,9 10 km 9 14,56.10 km distância da nave espacial Voyager 1 do Sol (as of November 2005), o objeto mais longe feito pelo homem até agora 12 9,46 10 km = 1 distância percorrida pela luz em um ano ano luz 4,22 anos luz distância à estrela mais próxima (Próxima Centauri) 100.000 anos luz diâmetro da Via Láctea distância à SN 1987A, a mais recente supernova a olho nu 21 21 1,6.10 m distância à Large Magellanic Cloud (uma galáxia anã orbitando a Via Láctea) distância à Pequena nuvem de Magalhães (outra galáxia anã orbitando a Via Láctea) 113 10 22 10 Zm 2.36 milhões de distância à Galáxia Andrômeda anos-luz diâmetro do Grupo Local de galáxias 10 10 anos luz= 26 10 m 10 26 100 Ym distância estimada para certos quasares 10 1,37.10 anos 26 luz= 1,37.10 m tamanho aproximado do universo visível; distância percorrida pela luz desde o Big Bang 114 Tempo Tempo (s) 18 10 16 10 15 10 13 10 11 10 10 10 9 10 7 10 6 10 5 10 2 10 0 10 -2 10 -3 10 -7 10 -16 10 tempo decorrido (s) vida suposta do Sol revolução solar em torno da galáxia desde a época dos dinossauros desde o homem desde a era cristã desde o descobrimento da América vida humana um ano mês dia minuto batidas do coração uma volta das pás do ventilador batida das asas de uma mosca feixe eletrônico entre o catodo à tela do televisor volta do elétron em torno do próton num átomo de hidrogênio 115 Massa Para ajudar a comparar diferentes ordens de magnitude, a seguinte lista descreve vários níveis de massa entre 10−36 kg e 1053 kg. Fator (kg) Valor −36 10 −36 10 −31 10 −28 1.783×10 kg −36 3.6×10 kg −31 9.11×10 kg −28 1.9×10 kg Átomo de lítio Molécula de água −26 Átomo de titânio −25 Átomo de prata 2.99×10 kg 1.79×10 kg −25 1.6×10 kg −25 3.1×10 kg −25 3.2×10 kg −25 3.45×10 kg 10 −20 10 −17 10 −16 Nêutron −26 7.95×10 kg −22 Átomo de hidrogênio −26 1.15×10 kg 10 Múon Próton 1.675×10 kg −25 Elétron Unidade de massa atômica (u) −27 10 Elétron neutrino −27 −27 10 yoctograma 1.673×10 kg −27 (yg) 1.674×10 kg 10 eletronvolt de energia. −27 1.661×10 kg −26 Item −22 1.1×10 kg −20 10 kg bóson Z Quarck "acima", a mais pesada partícula elementar conhecida Molécula de cafeína Átomo de chumbo-208, o mais pesado isótopo estável conhecido Molécula de hemoglobina A do sangue Um pequeno vírus −17 Massa equivalente de um joule −17 Massa equivalente de uma caloria 1.1×10 kg 4.6×10 kg −16 7×10 kg Bactéria Escherichia coli (E. coli) −12 10 nanograma −12 10 kg (ng) 10 −10 −10 3.5×10 kg Célula humana média (1 nanograma) Um pequeno grão de areia 116 −9 10 micrograma −9 2×10 kg (µg) 10 −8 −8 2.2×10 kg −6 10 miligrama (mg) −6 1–2×10 kg −5 10 centigrama (cg) −5 1.1×10 kg −4 10 decigrama (dg) −4 1.5×10 kg −4 2×10 kg −3 10 kg −3 8×10 kg −2 1.2–4×10 kg −2 10 decagrama (dag) −2 2.4×10 kg −2 2.8×10 kg −1 10 hectograma 0.15 kg (hg) 0.454 kg 0 10 kg quilograma (kg) 1 10 miriagrama (mag) 2 10 quintal métrico (q) 3 10 megagrama Massa de Planck Massa típica de um mosquito (1–2 miligramas) Grão grande de areia (2 mm de diâmetro, 11 miligramas) Quantidade típica de cafeína em uma xícara de café (150 miligramas) Carat métrica (200 miligramas) Um centímetro cúbico de água (1 grama) −3 10 grama (g) Massa do óvulo humano Moedas típicas: euro (7.5 gramas) e Dólar dos E.U. A. (8.1 gramas) Camundongo adulto, 12–40 gramas) Quantidade de etanol em uma dose de destilado (24 gramas) Onça (avoirdupois) (28.35 gramas) Fígado humano (150 gramas) Libra (454 gramas) 1 kg Um litro de água, aprox. 3 kg Bebê humano recém-nascido 4.0 kg Women's shotput 5–7 kg Gato doméstico 7.26 kg Men's shotput 10–30 kg Um monitor CRT de computador, ou uma televisão CRT. 15–20 kg Cão de tamanho médio 70 kg Humano adulto; cão grande 180–250 kg Leão maduro, fêmea (180 kg) e macho (250 kg) 700 kg Vaca 907.18474 kg 1 tonelada curta (2000 libras - EUA) 1000 kg Tonelada métrica/ton; um metro cúbico de 117 (Mg) (ou tonelada métrica) (t) água 1016.0469088 kg Ton (Britânica) / 1 tonelada longa (2240 libras - EUA) 800–1600 kg Automóvel de passeio típico 3000–7000 kg Elefante adulto 5000 kg Uma colher de chá (5 ml) de material das anãs brancas (5 tons) 4 Telescópio espacial Hubble (11 tons) 4 O maior elefante registrado (12 tons) 4 Sino do Big Ben (14 tons) 1.1×10 kg 1.2×10 kg 1.4×10 kg 10 4 4 4.4×10 kg 4 6.0×10 kg 4 8–10×10 kg 5 1.8x10 kg 10 5 5 1.87×10 kg 6 1.25×10 kg 6 O maior meteorito, Meteorito Hoba West (60 tons) Maior dinossauro conhecido, o Argentinosaurus (80–100 tons) O maior animal conhecido, a baleia azul (180 tons) Estação Espacial Internacional (187 tons) Antonov An-225 (o mais pesado avião) com carga máxima (600 tons); vazio: 250 tons 5 6×10 kg 10 gigagrama (Gg) Carga normal de um caminhão cavalo mecânico-reboque (44 tons) 6 1.5×10 kg 6 2.041×10 kg Tronco da Sequóia gigante chamada General Sherman (1250 tons) Portão individual da Barreira do Tâmisa Massa no lançamento do Space Shuttle (2041 tons) 118 Energia Energia (J) 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Fonte explosão de uma supernova total emitida anualmente pelo Sol rotacional da Terra recebida na Terra do So bomba H 1ª bomba atômica tonelada de carvão mineral 28,3 l de gás bala de rifle fissão nuclear de urânio 119 Comparando-se o tamanho dos átomos com um objeto pequeno, mas que ainda se pode ver como a espessura de um fio de cabelo que mede aproximadamente 0,1 mm = 10-4 m. O raio atômico mede aproximadamente 10-10 então 1 raio atômico é aproximadamente a espessura de um fio de cabelo dividido por um milhão. Em outras palavras, um fio de cabelo é um milhão de vezes maior do que um raio atômico. O raio nuclear é aproximadamente 10-14 m, donde o raio atômico é 10 mil veze maior do que o raio nuclear. A era da fenomenologia da física termina para distâncias aproximadamente menores do que 10-10 m. 120 FÍSICA CLÁSSICA Ela, de acordo com os interesses desse trabalho será subdividida, simplificada grosso modo, em aristotélica, galileana, newtoniana (mecânica), Huygensiana (ondulatória) e maxwelliana (eletrologia). Mecânica Ou seja, a física clássica newtoniana. O professor começa a andar de um lado para outro na sala de aula e pergunta o que ele está fazendo e pede que lhe responda apenas numa palavra. Obviamente que a palavra dita é: Movimento. Meishu-Sama emprega esse conceito de movimento: “A razão da eterna prosperidade é que todas as coisas se movimentam em perfeita ordem”. Outra pergunta: este movimento se deu onde e quando. Onde e quando são o que? Resposta: espaço e tempo. Então, movimento é a variação no espaço no decorrer do tempo. Mas, variação de que? Da posição espacial de um ser ou objeto (ou ponto material, aquele de tamanho desprezível com massa). Posição espacial inicial Posição espacial, onde mudou apenas o tempo. Ponto material 121 Ser ou objeto com tamanho (volume com três comprimentos, um deles a altura, o outro a largura, e o terceiro o comprimento propriamente dito) e com massa, num determinado horário. O conceito da Física “movimento” envolveu dela três conceitos: espaço, tempo e massa. [Mais precisamente, não envolve o conceito de massa, pois movimento é a variação de posição espacial de um objeto ou ponto material no decorrer do tempo. E ponto material, como será visto na página 127, é todo corpo cujas dimensões não interferem no estudo de um determinado fenômeno.] Existe a tentação de considerar esses três conceitos como conceitos primitivos (que não se define). Isso ocorre com cor no cotidiano que não é definida, pertence ao sentido da visão; já na física é definida pelo comprimento de onda ou frequência. Espaço físico é uma concepção que diz respeito ao meio que envolve [o observador ou qualquer coisa?]. No entanto, na física existe muita discussão a respeito da definição mais precisa e abrangente para a referida expressão. Tempo físico é associado ao correto sequenciamento, mediante ordem de ocorrência, dos eventos naturais; estabelecido segundo indicações de um ou mais relógios adequadamente posicionados, sincronizados, e atrelados de forma adequada. Definido desta forma, o tempo parece algo simples, mas várias considerações e implicações certamente não triviais decorrem desta, mostrando mais uma vez que este companheiro inseparável de nosso dia-a-dia [quem é esse nós?] é mais misterioso e sutil do que se possa imaginar. Massa é uma ideia intuitiva de "quantidade de matéria existente em um corpo". Na teoria de relatividade, a massa de uma partícula não é invariante, como sugere essa ideia clássica de massa de não variar entre observadores separados em diferentes sistemas de referências. O mesmo ocorre com o espaço e tempo na teoria da relatividade. 122 Grandeza Unidade Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Pelo explicitado na tabela: no espaço, foi empregada a grandeza comprimento com unidade o metro; a grandeza tempo com a unidade o segundo; e a grandeza massa com a unidade o quilograma. Essas são as três grandezas básicas da Física com suas respectivas unidades. Sobre as unidades de medidas. Desde a Antiguidade os povos foram criando suas unidades, cada um deles possuía suas próprias unidades-padrão. Com o desenvolvimento do comércio ficavam cada vez mais difíceis a troca de informações e as negociações com tantas medidas diferentes. Era necessário que se adotasse um padrão de medida único para cada grandeza. Foi assim que, em 1791, época da Revolução francesa, um grupo de representantes de vários países reuniu-se para discutir a adoção de um sistema único de medidas. Surgia o sistema métrico decimal. Sobre as medidas de comprimento. Inicialmente foi estabelecido que a medida do metro fosse à décima milionésima parte da distância do Polo Norte ao Equador, no meridiano que passa por Paris. [lembrando que uma décimamilésima = 10-4, que uma décima-milionésima = 10-7, e a distância = 10.200 km = 10.200.000 m, então 10.200.000 m dividida por 10-7 = 1,02 m. No Brasil o metro foi adotado oficialmente em 1928. Ele vem sendo redefinido no decorrer do tempo, a última foi em 1983 em marcos divisórios da velocidade da luz (1m é o comprimento do trajeto de luz, no vazio, no tempo de (1/299792458)s). 123 Além da unidade fundamental de comprimento, o metro, existe ainda os seus múltiplos e submúltiplos: Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utiliza-se: mícron () = 10-6 m angstrom ( A ) = 10-10 m Para distâncias astronômicas se emprega o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano) cujo valor aproximado é de 10 trilhões de quilômetros. Sobre as medidas de massa. Em 1889, um cilindro construído em liga de platina-irídio com bordas de quatro ângulos de chanfro, (para minimizar desgaste) foi definido como unidade de massa do protótipo internacional de quilograma (IPK). Ele é mantido hermeticamente fechado em uma caixa no Escritório Internacional de Pesos e Medidas, a cidade de Sèvres-França. Antes de adotar-se o IPK, o quilograma era definido como sendo a massa de um litro de água desmineralizada a quinze graus Celsius. Abandonou-se esse método, após perceber-se que a massa da mesma quantidade de água variava de acordo com a sua pureza. Sobre as medidas de segundo. Originalmente, o segundo deveria ser o tempo que o sol a pino leva para percorrer a distância de 1/86400 da circunferência terrestre, ou seja, 462,962 metros na linha do equador. Hoje o segundo é definido tecnicamente como a duração de certos períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133. Mas, o que é a Mecânica? Mecânica é o ramo da Física que estuda o movimento dos corpos terrestres e celestiais e as condições em que ele se realiza. Ela pode ser dividida em três partes: Cinemática: estuda o movimento dos corpos sem considerar suas causas; 124 Estática: estuda os corpos sólidos ou os fluidos em equilíbrio; Dinâmica: estuda o movimento dos corpos, considerando suas causa. No exemplo a seguir, observam-se essas três partes. Neste carrinho de brinquedo, inicialmente parado, sobre uma mesa. A parte da Física que estuda em que condições o carrinho fica em repouso é a Estática. O carrinho é empurrado até que entre em movimento. A parte da Física que estuda o movimento do carrinho sem levar em consideração a sua causa (empurrão) é a Cinemática. 125 A parte da Física que estuda o movimento levando em consideração a sua causa é a Dinâmica. Inicia-se com a Cinemática. 126 Conceitos e definições ● Ponto material e corpo extenso ● Repouso, movimento e referencial ● Trajetória ● Posição escalar ● Deslocamento e caminho percorrido ● Velocidade média ● Velocidade instantânea ● Ponto material e corpo extenso Considerando-se um navio fazendo uma viagem do Rio de Janeiro até a Itália. Como as dimensões do navio (comprimento, largura e altura) são muito pequenas, quando comparadas com a distância do Rio de Janeiro até a Itália, ele pode ter suas dimensões desprezadas. Neste caso, diz-se que o navio é um ponto material, partícula ou um móvel. Ponto material é todo corpo cujas dimensões não interferem no estudo de um determinado fenômeno. Corpo extenso é todo corpo cujas dimensões interferem no estudo de um determinado fenômeno. 127 ● Repouso, movimento e referencial Existe um observador A dentro de um carro que se move para a direita, e outra pessoa B em pé, no acostamento. Tomando a pessoa B como referência, verifica-se que a distância entre ela e A varia com o tempo. Neste caso, diz-se que A está em movimento em relação a B. Supondo, agora, que B esteja junto com A no carro, e tomando novamente B como referência, verifica-se que a distância entre elas não varia com o tempo. Neste caso, diz-se que A está em repouso em relação a B. O corpo B, tomado como referência nos dois exemplos, é denominado referencial. O referencial é indispensável para determinar a posição de um objeto e também necessário para verificar se um objeto se movimenta ou está em repouso. Dá para se notar que os conceitos de repouso e movimento são relativos, isto é, dependem do referencial adotado. No universo descrito pela física da relatividade, o movimento nada mais é do que a variação de posição de um corpo relativamente a um ponto chamado "referencial". Estando parados dentro de um ônibus C olhando para um ônibus D parado ao lado, D se movimenta, a impressão de quem está se movimentando é o C porque se toma D como referencial. Quando o professor se movimenta aqui na sala, se uma pessoa tivesse feito à mesma variação que ele fez, para ela quem 128 estaria se movimentando: o professor ou os colegas? Quem estaria parado: o professor ou os colegas? Numa escada rolante, o leitor e um amigo estão descendo, ou seja, estão em movimento para baixo em relação ao prédio, porém em relação à escada eles estão parados. Se o amigo andar no mesmo sentido tem-se v = vescada + vdo amigo. Mas, se andar no sentido contrário diminui: v = vescada vdo amigo. Se andar de costa na mesma velocidade da escada, fica parado: v = vescada vdo amigo = (como vescada = vdo amigo) = 0. Questões: 1ª) Um ônibus está andando. Seus passageiros estão em movimento ou repouso? Por quê? Se um deles tocar a campainha e descer do ônibus? 2ª) Uma pessoa, em um carro, observa um poste na calçada de uma rua, ao passar por ele. O poste está em repouso ou em movimento? Explique. 3ª) Um aluno está lendo um livro. A) O livro está em repouso em relação ao leitor? B) E em relação a um observador no Sol? 4ª) Enquanto o professor escreva na lousa. A) O giz está em repouso ou em movimento em relação à lousa? B) A lousa está em repouso ou em movimento em relação ao chão? C) A lousa está em repouso ou em movimento em relação ao giz? 5ª) Quando se escreve no caderno, a caneta usada está em: A) Movimento em relação a que?; B) Repouso em relação a que? 6ª) Se dois carros movem-se sempre um lado do outro, pode-se afirmar que um está parado em relação ao outro? Soluções A condição repouso e movimento dependem do referencial adotado. 1ª) Em relação ao próprio ônibus os passageiros estão em repouso, porém em relação à rua eles estão em movimento. O passageiro que desceu vê o contrário. 129 2ª) O poste está em movimento em relação ao ônibus e em repouso em relação à rua. 3ª) O livro está em repouso em relação a mim, porém em movimento em relação a um observador no Sol. 4ª) a) O giz está em movimento em relação à lousa; b) a lousa está em repouso em relação ao chão; c) a lousa está em movimento em relação ao giz. 5ª) a) a caneta está em movimento em relação ao caderno; b) a caneta está em repouso em relação a minha mão. 6ª) Sim, ambos estão parados um em relação ao outro. ● Trajetória A foto ao lado mostra esquiadores em movimento. A marca que o esquiador deixa na neve representa o caminho percorrido por ele em relação a uma pessoa parada no solo. Essa marca é denominada trajetória. O sentido da trajetória pode ser positivo ou negativo. No caso do esquiador a trajetória positiva é do alto para baixo, ou seja, A mesma trajetória que o professor fez ao entrar e sair da sala de aula: o positivo foi porta–tablado, e o negativo foi tabladoporta. Trajetória é a linha determinada pelas diversas posições que um corpo ocupa no decorrer do tempo. 130 A trajetória depende do referencial adotado. Supondo-se, por exemplo, um vagão se movendo, relativamente à Terra, com movimento retilíneo uniforme. Num determinado instante um parafuso desprende-se do teto e cai. Um passageiro, no vagão, vê o parafuso cair verticalmente, descendo em segmento de reta, enquanto que outra pessoa, parada junto aos trilhos, vê o parafuso cair descrevendo uma parábola. Qual a trajetória realmente seguida pelo parafuso: uma reta ou uma parábola? Esta pergunta não tem significado físico: a trajetória do parafuso é uma reta, relativamente ao vagão; é uma parábola, relativamente a Terra. Outro exemplo, um avião voando com velocidade constante. Se num certo instante ele abandonar uma bomba, ela cairá segundo uma trajetória vertical em relação às pessoas do avião [nesse caso será uma trajetória retilínea]. Porém, para um observador parado no solo, vendo de lado o avião, a trajetória da bomba será uma trajetória parabólica. De acordo com a trajetória, os movimentos recebem os seguintes nomes: movimento retilíneo (a trajetória é uma reta) e movimento curvilíneo (a trajetória é uma curva). 131 Observações: 1a) Olhando a estrela Dalva se nota que a trajetória é um laço, porém, se estando no sol se veria uma elipse. 2a) Sobre o chão de um elevador coloca-se um trenzinho de brinquedo, em movimento circular. O elevador sobe com velocidade constante. Que tipo de trajetória descreve o trenzinho, em relação: a) o elevador? b) ao solo? As soluções são: a) trajetória circular; b) trajetória helicoidal. ● Posição escalar Quando se conhece a forma da trajetória de um corpo num movimento retilíneo, determina-se sua posição no decorrer do tempo por meio de um único número chamado abscissa do corpo. Exemplo: um corpo movimentando-se sobre a trajetória da figura. 132 Para localizar esse corpo num determinado instante, adotase arbitrariamente um ponto O sobre a trajetória, ao qual é chamado origem das posições, e orienta-se a trajetória positivamente, por exemplo, para a direita a partir de O. Para conhecer a posição do corpo, isto é, sua abscissa, num certo instante, precisa-se conhecer sua distância em relação ao ponto O. (distância = comprimento). Costuma-se representar a posição de um corpo num instante dado pela letra s. Essa posição será positiva se o corpo estiver à direita da origem e negativa se estiver à esquerda. Na trajetória a seguir, tem-se: a posição do corpo no instante t = 1 h é s = 4 km; a posição do corpo no instante t = 2 h é s = 3 km; a posição do corpo na origem é s = 0 km, ou melhor, a posição do corpo em algum instante entre 1 e 2 h é s = 0 km. Notar que a posição do corpo no instante t = 0 h não é especificada a sua distância s. 133 ● Deslocamento e caminho percorrido Uma pessoa que sai do ponto A e passa pelos pontos B, C e D, onde para, seguindo a trajetória indicada na figura, ou seja, a linha AB , BC e CD . Caminho percorrido é a medida da trajetória. Pode-se calcular o caminho (espaço) percorrido pela pessoa efetuando a soma: AB + BC + CD = 100 + 400 + 400 = 900 m OBS.: mais rigor AB é o segmento da reta de A para B, enquanto AB seria a medida AB , isto é, o comprimento de AB . Já o deslocamento é a medida do segmento que representa a distância entre a posição inicial e a posição final da pessoa. Utilizando o 134 teorema de Pitágoras, tem-se: d2 = 4002 + 3002 = = 160.000 + 90.000 = 250.000, o que implica d = 500 m. Se a trajetória é curva, o deslocamento do corpo ao passar do ponto A para o ponto B é a medida do segmento AB , e o caminho percorrido é a medida do comprimento do arco AB. Quando a trajetória é uma reta e o corpo se movimenta sempre no mesmo sentido, o deslocamento e o caminho percorrido coincidem. Se houver inversão de sentido, eles não serão iguais, como no gráfico a seguir, onde o caminho percorrido é AB + BC = 10 + 5 = 15 5 = AC = deslocamento. _____A____________C______________B______ Outro exemplo: um caminhão que fez uma viagem a partir do quilômetro 120 de uma rodovia até o quilômetro 30 da mesma. Ele se deslocou 30 – 120 = - 90 km, onde o sinal negativo significa que o móvel se deslocou no sentido contrário indicado na trajetória. O caminho percorrido foi de 120 – 30 = 90 km. Questão: Sobre o chão de um elevador coloca-se um trenzinho de brinquedo, em movimento circular. O elevador sobe com velocidade constante. Que tipo de trajetória descreve o trenzinho em relação: a) o elevador; b) ao solo? Solução: a) ao elevador uma trajetória circular; b) em relação ao chão uma trajetória helicoidal. ● Velocidade média Velocidade relaciona a variação da posição no espaço em relação ao tempo, ou seja, qual a distância percorrida por um corpo num determinado intervalo temporal. A figura representa o circuito de uma pista de corrida. Nela estão marcadas as velocidades desenvolvidas por um carro em alguns trechos durante uma volta completa nesse circuito. Como se 135 pode observar a velocidade do carro não é sempre a mesma durante toda a volta, isto é, a velocidade varia no decorrer do tempo. Conhecendo-se a extensão do circuito e o tempo gasto para percorrê-lo, podem-se saber quantos quilômetros, em média, o carro percorreu por hora. Para isso, basta dividir o espaço percorrido pelo tempo total de percurso. A esse quociente chama-se de velocidade escalar média. Se, por exemplo, o espaço percorrido em uma volta completa é de 4,5 km e o tempo total de percurso é 90 s, a velocidade escalar média (vm) desse carro é dada por: vm = 4,5 km 4,5 km vm = vm = 180 km/h 1 90 s h 40 Nota-se que durante o percurso a velocidade do carro, em cada instante, às vezes foi maior, e outras vezes menor ou igual a 180 km/h. A velocidade escalar média representa a velocidade constante que o carro deveria manter para, partindo da mesma posição inicial, chegar à mesma posição final gastando o mesmo tempo. 136 1 40 s basta notar que 1 h = 60 min = 60 x 60 s = 3.600 s o que implica em 1 1 h= x 3.600 s = 90 s. 40 40 Observação: para quem não entendeu porque 90 s = Para definir velocidade escalar média num intervalo de tempo, assume-se um carro percorrendo a trajetória indicada na figura, onde no instante inicial t1, ele tem velocidade inicial v1 e, no instante final t2, velocidade final v2. A velocidade escalar média vm entre esses dois instantes é dada por: s s 2 s 1 vm = = t 2 t1 t em que s = s2 – s1 é a variação de espaço no intervalo de tempo t = t 2 – t 1. Os termos inicial e final não significam o início e o fim do movimento, mas sim o início e o fim da contagem dos tempos. No cálculo da velocidade média é desnecessário saber a variação da velocidade do carro durante o percurso. Isto é, não é preciso saber se ele ficou parado durante algum tempo por problemas mecânicos ou se deu marcha a ré, pois para o cálculo de vm considera-se somente o espaço total percorrido e o tempo total gasto para percorrê-lo. No Sistema Internacional (SI) a unidade de velocidade é o metro por segundo, que se indica por m/s, mas também é comum utilizar o quilômetro por hora (km/h). 137 s , o intervalo de tempo t = t2 – t1 é t sempre positivo (t > 0), pois representa a diferença entre o instante final t2 e o instante inicial t1, sendo t2 sempre maior que t1. Por outro lado, a variação de espaço s = s2 – s1 pode ser positiva, se s2 > s1, negativa, se s2 < s1, ou nula, se s2 = s1. Então, pode-se dizer que o sinal de s determina o sinal da velocidade escalar média. Obs.: neste caso pode-se indicar apenas Na fórmula vm = t1 t2 ___O_______●_________________●_________ S1 s2 ● Velocidade instantânea A velocidade também pode ser definida para um determinado instante. Essa velocidade, denominada velocidade escalar instantânea, é a velocidade escalar média para um intervalo de tempo muito pequeno. Por exemplo, o valor indicado pelo velocímetro de um carro, num certo instante, representa a velocidade escalar instantânea. Às 2 h Às 2h 10 min 138 Para determinar a velocidade do carro em um instante, deve-se calcular a velocidade média correspondente a intervalos de tempo cada vez menores (t tendendo a zero: t 0), fazendo com que esses intervalos incluam o instante considerado. Por esse processo, a velocidade média que se obtém aproxima-se de um valor que coincide com a velocidade instantânea. Esse processo, em Matemática, chama-se passagem no limite. Assim, a velocidade escalar instantânea v é definida por: v = lim v = lim t 0 t 0 s t Quando se escreve t 0 (lê-se: t tende a zero), isto significa que t2 tende a t1. Há casos em que, para se obter maior precisão, as velocidades médias são determinadas em intervalos de tempo da ordem de décimos, centésimos ou até milésimos de segundo. Dependendo do sentido do movimento do carro, a velocidade pode ser positiva ou negativa: Se o carro se movimentar no sentido positivo da trajetória a velocidade é considerada positiva (v > 0) e o movimento é chamado progressivo; Se o carro se movimentar no sentido contrário do positivo da trajetória a velocidade é considerada negativa (v < 0) e o movimento é chamado retrógrado. Trajeto da Avenida Brasil pode ser Zona Oeste – Zona Portuária ou Zona Portuária – Zona Oeste. Como a Rodoviária Novo Rio é o marco quilômetro zero, a Avenida João XXIII, Santa Cruz, é o marco final, quilômetro 58, então trajeto Zona Portuária – Zona Oeste é o sentido positivo. Assim, se o carro se movimentar no 139 sentido contrário, a velocidade é negativa e o movimento é retrógrado. ● Adição de velocidades Em 1804, foi construída uma locomotiva a vapor que conseguiu puxar cinco vagões com dez toneladas de carga e setenta passageiros à velocidade vertiginosa de 8 km por hora usando para o efeito carris fabricados em ferro-fundido. Uma pessoa dentro do trem caminhando com velocidade de 4 km por hora no mesmo sentido do trem e um observador em repouso preso ao solo. O módulo da velocidade da pessoa que caminha no interior do trem, para quem está em repouso no solo, será de 12 km por hora. Em outra situação, onde a pessoa no interior do trem desloca-se em sentido contrário ao do trem, o observador verá a pessoa deslocar-se para a esquerda com uma velocidade de módulo – 4 km por hora. Observação: Meishu-Sama escreveu em alguns ensinamentos algo a respeito do que está sendo tratado. Isso é visto a seguir. 140 A RESPEITO DO ATEÍSMO (...) Consideremos, agora, a Natureza. No Universo, não só os fenômenos visíveis, como o sol, a lua, as estrelas, a via-láctea, a temperatura, o vento, a chuva, os animais, os vegetais e os minerais, que estão diretamente relacionados com o ser humano, mas também os fenômenos invisíveis tudo está sob a ação e controle do poder da Natureza. Esta própria do mundo. Observando-a calmamente e sem ideias preconcebidas, qualquer pessoa a menos que seja insensível fica embevecida com seu encanto misterioso. A Natureza é dotada de mistério profundo e insondável. Grandioso é o Céu que contemplamos e ilimitada é a sua extensão. Como se apresenta o centro da Terra? Qual o número certo de estrelas, o peso exato do globo terrestre, a quantidade das águas marítimas? Se começarmos a enumerar coisas e fatos, não acabaremos nunca. A especulação deixa abismada com o movimento metódico dos astros, a formação da noite e do dia, o fenômeno das estações, o sentido esotérico dos 365 dias do ano, a evolução de todas as coisas, o progresso ilimitado da civilização, etc. Quando surgiu este mundo? Qual a sua extensão? Ele é finito ou infinito? Qual o limite da população mundial? E o futuro da Terra? [O somatório do valor numérico das letras do nome Jehovah é igual a 72 que é o número de anjos cabalísticos. Cada anjo influencia 5 dias donde 72 x 5 = 360. Durante 5 dias não possuem anjo protetor, a saber: 5 de janeiro, 19 de março, 31 de maio, 12 de agosto e 24 de outubro. Logo: 360 + 5 = 365]. Tudo permanece envolvido em mistério. Tudo caminha silenciosamente, sem a mínima falha ou atraso, obedecendo a uma ordem determinada. Ainda nos deparamos com os seguintes problemas: Por que viemos a este mundo e que papel devemos desempenhar? Até quando poderemos viver? Voltaremos ao Nada, após a morte, ou 141 existe o desconhecido Mundo Espiritual onde iremos habitar em paz? As reflexões sobre o assunto nos deixam ainda mais confusos, permanecendo tudo na obscuridade. Não há outro qualificativo a não ser o que dizem os bonzos: “A Realidade é um Nada, é o Nada é uma Realidade.” Vasta, ilimitada e infinita é a existência do mundo. O ser humano com a pretensão de desvendar este mundo misterioso vem empregando todos os meios, principalmente a pesquisa; apesar de seus esforços, só consegue conhecer uma pequena parcela dos fenômenos infinitos. Daí atinarmos com a insignificância da inteligência humana em relação à Natureza. É significativa a expressão “sombrio vazio”, também citada pelos bonzos. Entretanto, a vaidade humana, em sua tola presunção, excede-se a ponto de querer subjugar essa mesma Natureza. Sábio é o homem que, antes de mais nada, procura conhecer a si mesmo, submete-se a ela e participa das suas graças. (...) Nossa missão é extirpar do homem essa irracionalidade, transformando-o em verdadeiro ser pensante, numa verdadeira obra de reforma humana. Até mesmo o ateu deve convir que a grandiosidade do Universo e a perfeição cósmica só podem partir de um princípio perfeito: DEUS. 6 de janeiro de 1954 LIVRO 2 “MUNDO ESPIRITUAL” DA FILOSOFIA RELIGIOSA DO MESSIAS 2. CONSTITUIÇÃO DO MUNDO ESPIRITUAL 2.1. Estruturado em três planos segundo a intensidade da Luz, calor e movimento. Na física clássica a luz, o calor e o movimento são estudados na ótica, termologia e mecânica, respectivamente; além disso, é da sua alçada o som e a eletricidade que são responsabilidade da acústica e eletrologia. Na física moderna se estuda o átomo, a 142 radioatividade e a relatividade. O que se vai fazer neste item é tecer algumas considerações sobre a luz, calor e movimento segundo a física espiritualista [sobre os demais como: átomo, no 1.2. do volume 3; radioatividade e relatividade no 4 deste volume 2]. É costume se associar a mente com Luz, sabedoria e razão; o coração com Calor, amor e sentimento; o estômago com [movimento] força e vontade [lembrar-se da casa de força, segundo Pilates, é o centro do movimento]. [A Terra possui 14 movimentos, contudo apenas três são considerados importantes: a rotação, a translação e a pregressão]. Ministro Como ficará a relação entre Mundo Espiritual e o Mundo Material na Era do Dia? Meishu-Sama - Naturalmente, vai haver a existência de ambos, mas permanecerão bem próximos um do outro [no sentido de na existência da identificação, o movimento da passagem do ME para o MM se tornar mais rápido]. Agora, se nota nos planos, certa diferença de tempo entre os mesmos acontecimentos que ocorram nesses dois quer dizer: atualmente, tudo o que acontece no Mundo Espiritual ainda demora um pouco a se refletir no Mundo Material. Mas na Era do Dia, os fatos ocorrerão, ao mesmo tempo, nesses dois Mundos. No Mundo Espiritual, é raro que marido e mulher permaneçam juntos. A razão do fato está na diferença da posição que o espírito de cada um alcançou. O convívio dos dois só lhes será possível quando estiverem nivelados, como habitantes do Reino do Céu. Entretanto, aqueles que alcançarem certo grau de aperfeiçoamento, terão licença de se encontrar, embora estejam em camadas espirituais inferiores. Mas o encontro durará apenas um instante, e a licença lhes será concedida pelas divindades que superintendem os níveis em que estão situados. Não haverá permissão para que levados pela saudade, os cônjuges se abracem; à mínima intenção de teor mundano, seus corpos ficarão rijos e perderão o movimento. Isso demonstra como o apego é condenável. 143 Velocidade. Como foi dito em 7 11. no volume 1, velocidade é espaço sobre tempo, por isso se diz que um veículo está se movimentando com uma velocidade de 60 quilômetros por hora. De tal definição, em qualquer elemento de uma expressão algébrica, se poderia dizer que o tempo é espaço sobre velocidade, donde: se a velocidade for normal então o tempo é normal; se a velocidade for próxima a da luz então o tempo é quase um instante. Por isso, que se afirma que dois irmãos gêmeos, um entrando numa nave com a velocidade da luz e o outro num trem, o que partiu na nave quando retornasse encontraria o que ficou na Terra muito mais velho ou até morto. Como os deuses se movimentam em alta velocidade então sem o empecilho da matéria, há uma liberdade que não existe no Mundo Material. O espírito pode ir aonde quiser, e mais rapidamente do que uma aeronave. Um espírito pode cobrir a distância de mil léguas, isto é, 6 mil quilômetros, em alguns minutos ou até segundos [uma volta em torno da Terra tem 40 mil quilômetros]. Entretanto, a rapidez com que ele se move depende da sua hierarquia. Os espíritos elevados, isto é, aqueles que conseguiram atingir os níveis de hierarquia Divina são mais velozes. O espírito do nível mais elevado da hierarquia Divina pode chegar ao local mais distante num espaço de tempo menor do que a milionésima parte de um segundo, mas o espírito de nível inferior leva algumas dezenas de minutos para cobrir mil léguas. Isso porque, quanto mais baixo o nível do espírito, mais pesado ele é, devido às suas impurezas. Ministro Como funcionam os cinco sentidos do ser humano, após a sua morte? Meishu-Sama Continuam a existir, mas funcionam de modo diferente ao que ocorria no corpo físico, porque agora [este] já não existe mais para o espírito, o impedimento da matéria, o que lhe permite agir de modo contrário ao do ser humano que sente, percebe fisicamente os cinco sentidos. 144 Por exemplo, hoje, para se ir de trem de Tóquio a Osaka, leva-se de dez a doze horas, mas um espírito faz esse trajeto em cinco minutos, no máximo. E caso já esteja bem elevado, gastará apenas alguns segundos para isso. Para os espíritos divinos então, essa viagem é feita instantaneamente. E quanto mais purificado for o espírito, mais leve ele se torna, o que lhe possibilita realizar tudo através da vontade. O PODER DA NATUREZA (...) A essência daquilo que dou o nome de espírito é a fonte do grandioso poder que dirige tudo que existe neste Universo e do qual dependem o nascimento, o crescimento, o movimento e a transformação de todas as coisas. Chamo-o de Poder Invisível. Sendo assim, daqui por diante chamarei o mundo conhecido simplesmente de Mundo Material, e o desconhecido, de Mundo Espiritual. Como lei fundamental de tudo que existem, todos os fenômenos ocorridos no Mundo Material são projeções daquilo que já foi gerado e acionado no Mundo Espiritual. Isso pode ser exemplificado pelos movimentos das mãos ou das pernas, os quais são precedidos por nossa vontade. Até agora, contudo, os estudiosos têm procurado soluções analisando apenas os fenômenos do Mundo Material, e é por essa razão que embora se diga que houve progresso na cultura, ele não trouxe bem-estar à humanidade. (...) ELO ESPIRITUAL (...) o elemento Fogo, é absorvido do Mundo Espiritual pelo coração. Isso quer dizer que as contrações cardíacas são movimentos bombeadores por meio dos qual esse elemento é retirado do Mundo Espiritual. (...) 145 OBEDIÊNCIA AO CAMINHO PERFEITO (...) Caminho é também o meio pelo quais todas as coisas se ligam. Os meios de transporte, as ondas elétricas, os raios luminosos, o deslocamento das pessoas de um lugar para outro, tudo depende do caminho. Até o Sol, a Lua e as estrelas possuem uma órbita definida, isto é, um caminho. Sendo assim, o caminho é à base de todas as coisas e, consequentemente, podemos concluir como é errado desviar-nos dele. (...) significa espiral e cuja expressão concreta toma a forma de redemoinho. Este possui um centro, dependendo do qual se produzem movimentos de expansão ou de contração. Se o movimento for da esquerda para a direita, torna-se centrífugo. Exemplifiquemos: O centro de nossa Igreja é Gora, na cidade de Hakone. “Go” significa cinco, e também fogo; “ra” é redemoinho. Isso quer dizer que o espírito do fogo se expande em movimentos centrífugos. (...). FILOSOFIA DA INTUIÇÃO (...) O outro princípio “Todas as coisas se movem” significa que tudo está em eterno movimento. Por exemplo: nós não somos os mesmos de ontem, nem mesmo o que fomos há cinco minutos atrás; o mundo de ontem não é o mesmo de hoje. Isso abrange também a sociedade, a civilização e as relações internacionais. Precisamos, portanto, fazer uma observação fiel, isto é, uma observação clara, do homem e de suas transformações. Ao invés de modificarem seus pontos de vista e pensamento, para acompanharem o constante movimento evolutivo, as religiões antigas criticam as religiões novas, servindo-se de conceitos religiosos milenares. Eis por que não conseguem ter uma ideia exata a respeito delas. Esta é a teoria de Bérgson aplicada ao campo religioso. 146 NOVAMENTE A RESPEITO DE BERGSON (...) Dentro de sua filosofia, Bérgson emite um conceito muito interessante: “Todas as coisas se movem.” Isso significa que tudo está em contínuo movimento. Este ano, por exemplo, difere do ano passado em tudo. O mesmo podemos dizer a respeito do mundo, da sociedade e dos nossos próprios pensamentos e circunstâncias. Somos diferentes até mesmo do que fomos ontem, ou há cinco minutos atrás. Aqui, podemos aplicar o velho ditado: “Trevas a um palmo do nariz”. Assim, se aplicarmos a teoria bergsoniana ao homem em todas as circunstâncias, notaremos o seguinte: diante de um fato. 147 148 Movimentos ● Movimento uniforme (MU) ● Função horária de deslocamento ● Aceleração ● Movimento uniformemente acelerado (MUA) ● Queda dos corpos ● Movimento circular uniforme (MCU) ● Frequência e período ● Aceleração centrípeta ● Função horária angular ● Movimento uniforme (MU) Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o seu movimento é chamado movimento uniforme (MU). Por exemplo, se um carro percorre 60 km em 1 hora, em meia 1 hora percorrerá 30 km em hora 15 km e assim por diante. 4 Isso ocorre porque a velocidade escalar instantânea v é igual à velocidade escalar média vm em qualquer intervalo de tempo, ou seja, a velocidade do carro é constante e diferente de zero no decorrer do tempo. Ou seja: Se um movimento é uniforme, tem-se: v = vm = cte ≠ 0 Movimento de rotação da Terra, dos ponteiros de relógio, a viagem de nave espacial são movimentos uniformes. Porém, a maioria dos movimentos não é uniforme, por exemplos: 149 Quando um trem se afasta de uma estação, percorre, em intervalos de tempo iguais, distâncias cada vez maiores e, quando se aproxima percorre distâncias cada vez menores em intervalos de tempo iguais. Atleta, numa prova de atletismo, percorre distâncias diferentes em intervalos de tempo iguais. Os movimentos do trem e do atleta são exemplos de movimentos variados Se no movimento uniforme a trajetória for retilínea, ele é chamado movimento retilíneo e uniforme (MRU). 150 No caso do carro acima se pode indicar apenas t0 t ___O_______●→v_________________●→v_________ S0 s ● Equação do movimento MRU Quando um corpo está em movimento uniforme sua posição varia no decorrer do tempo em relação a um referencial. A função que relaciona posição s com o tempo t é denominada função horária das posições do movimento e é representada por: s = f(t) (Lê-se: s é uma função de t.) Para obter essa função considera-se um corpo percorrendo com velocidade constante a trajetória da figura. Nesse caso: s1 = s0 é a posição inicial do corpo; t1 = t0 é o instante inicial (t0 = 0); t2 = t é o instante final; s2 = s é a posição do corpo no instante final t. Usando a fórmula da velocidade média, tem-se: vm = s s0 s 2 s1 v= s – s0 = vt s = s0 + vt t 2 t1 t Essa é a equação do movimento mais simples, o caso de um corpo movendo-se com um movimento retilíneo uniforme. Ela também é conhecida como função horária do deslocamento. 151 Essa fórmula matemática mostra que, partindo da posição atual do corpo, num certo referencial, e conhecendo sua velocidade, pode-se determinar a sua posição futura em relação ao mesmo referencial. Como a função s = s0 + vt é do 1o grau em relação ao tempo, o seu gráfico é representado por uma reta. Têm-se dois casos, que são vistos a seguir. 1o caso: velocidade positiva (v > 0) Nesse caso, as posições crescem algebricamente com o tempo, isto é, o corpo caminha no sentido positivo da trajetória. O gráfico representativo é: ● Aceleração Em quase todos os movimentos de um corpo a velocidade muda de valor no decorrer do tempo. Exemplo: carro cujo velocímetro indica num certo instante t = 0, a velocidade de 5 m/s (18 km/h). Se, por exemplo, um segundo após pisar no acelerador, o velocímetro indicar 15 m/s (54 km/h), pode-se dizer que a velocidade do carro aumentou de 10 m/s em 1 s. Nesse caso, diz-se que o carro teve um arranque, isto é, recebeu uma aceleração. A aceleração é responsável pela variação lenta ou rápida da velocidade e relaciona duas grandezas: variação de velocidade e tempo. Para definir a aceleração escalar média, considera-se um móvel percorrendo a trajetória da figura. 152 v1 = velocidade instante t1 no v = v2 v1 = variação de velocidade v2 = velocidade instante t2 no t = t2 t1 = intervalo de tempo na variação v Define-se como aceleração escalar média, entre os instantes t1 e t2, a grandeza am, dada por: v 2 v1 v am = = t 2 t1 t No exemplo anterior, a aceleração média do automóvel é: v 2 v1 15 m / s 5 m / s 10 m / s am = am = = t 2 t1 1s 0 s 1s Isto significa que o valor da velocidade aumentou, em média, 10 m/s em cada 1 s. Outra forma de se indicar a unidade de medida da aceleração escalar média é: m 10 s = 10 m . 1 a = 10 m/s2 am = m s s s 1 No Sistema Internacional a unidade de aceleração é o metro por segundo ao quadrado e se indica por m/s2. Utiliza-se também a unidade quilômetro por hora ao quadrado (km/h2) Aceleração é a grandeza que relaciona a variação da velocidade com o tempo gasto nessa variação. 153 ● Movimento uniformemente acelerado (MUA) Na natureza, na maior parte dos movimentos, a velocidade varia no decorrer do tempo. Supondo-se que, observando o velocímetro de um carro em movimento, em intervalos de tempo de 1 s, se obtenha os valores: TEMPO (em segundos) VELOCIDADE (em km/h) 0 20 1 26 2 30 3 37 4 45 } v = 6 km/h } v = 4 km/h } v = 7 km/h } v = 8 km/h Nota-se que a variação da velocidade em cada 1 s não é a mesma, ou seja, a aceleração do carro não é constante. Nesse caso, o movimento é denominado movimento variado. Agora, supondo-se estar observando o velocímetro de outro carro em movimento, também em intervalos de 1 s, e obtenha os valores: TEMPO (em segundos) VELOCIDADE (em km/h) 0 8 1 18 2 28 3 38 } v = 10 km/h } v = 10 km/h } v = 10 km/h 154 Nota-se que a variação de velocidade em cada um segundo é sempre a mesma, ou seja, a aceleração é constante. Nesse caso, o movimento é denominado movimento uniformemente variado (MUV) ou movimento uniformemente acelerado (MUA). Para que isso ocorra em qualquer intervalo de tempo, a aceleração escalar média deve ser constante, diferente de zero e igual à aceleração escalar instantânea. am = a = cte 0 No caso de a trajetória ser retilínea, o movimento é denominado movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV) ou movimento retilíneo uniformemente acelerado (MRUA). Lembrar que Movimento uniforme é aquele em que a velocidade escalar é constante e não-nula. ● Equação do movimento MRUA É relativamente fácil de ver: s = s0 + v0t + at 2 . 2 ● Queda dos corpos Largando-se uma pena e uma pedra, de uma mesma altura, observa-se que a pedra cai primeira. Isso ocorre, entre outras coisas, devido ao fato de a pena ter maior superfície de contato com o ar. Desse modo, a resistência do ar é maior sobre a pena. Por isso, se pensa que os corpos mais pesados caem mais depressa que os mais leves. No entanto, a seguinte experiência mostra que isso não é verdade. Usando uma bomba de sucção, pode-se retirar o ar contido num recipiente chamado tubo de Newton e, desse modo, obter o vácuo. Assim, se verifica que uma pedra e uma pena, largadas da mesma altura, levam o mesmo tempo para cair, se não houver resistência do ar. Existe na Internet um vídeo chamado “o Martelo e 155 a Pena Experimento de Galileu na Lua” feito pelos astronautas que lá estiveram. Quando um corpo é lançado verticalmente para cima, verifica-se que ele sobe até certa altura e depois cai, porque é atraído pela Terra. O mesmo acontece quando um corpo é abandonado de determinada altura: ele cai porque é atraído pela Terra. Chama-se de queda livre o movimento de subida ou de descida que os corpos realizam — sujeitos à gravidade e nas proximidades da Terra — e desprezam-se as resistências de qualquer espécie. Os corpos são atraídos pela Terra porque em torno dela há uma região chamada campo gravitacional exercendo atração sobre eles. No campo gravitacional os corpos são atraídos para a Terra, sofrendo variações de velocidade por terem adquirido aceleração, chamada aceleração da gravidade ou, simplesmente, gravidade, representada pela letra g. Para mostrar como se calcula a aceleração da gravidade, basta observar a experiência seguinte. Larga-se um corpo a certa altura da superfície da Terra e se fotografa a sua queda com uma lâmpada especial, chamada estroboscópica, que pisca a cada 0,2 s, permitindo obter a sequencia de fotos indicada na figura. 156 1(s) s(m) 0(m/s2) 0,2 0,20 10,00 0,4 0,78 9,76 0,6 1,76 9,78 0,8 3,14 9,80 1 4,88 9,76 1,2 7,10 9,86 1,4 9,6 9,79 1,6 12,56 9,81 1,8 15,85 9,78 2 19,58 9,79 Construindo-se o gráfico da posição em função do tempo do movimento, tem-se uma parábola. 157 1 2 2 at , pois a velocidade inicial é nula (o corpo é largado do repouso). Assim, se tem um valor médio próximo de 9,8 m/s2 para a aceleração, conforme registros anteriores. Estes podem ser comprovados de a = 2s / t2. Pois, o primeiro é a = (2 x 0,20) / (0,2)2 = 0,40 / 0,04 = 10. O segundo é a = (2 x 0,78) / (0,4)2 = 1,56 / 0,16 = 9,75. Essa é a aceleração com que os corpos caem próximos à superfície da Terra. A aceleração da gravidade é sempre vertical e dirigida para baixo. O valor da aceleração da gravidade varia de ponto para ponto na superfície da Terra e diminui com a altitude. Seu valor médio ao nível do mar é 9,8 m/s2, mas, para facilitar os cálculos, usa-se muitas vezes o valor aproximado: g = 10 m/s2. Para determinar a aceleração desse movimento usa-se s = Galileu Galilei realizou uma série de experiências sobre a queda livre dos corpos e chegou às seguintes conclusões: Todos os corpos, independentemente de sua massa, forma ou tamanho, caem com a mesma aceleração. A distância percorrida por um corpo em queda livre é proporcional ao quadrado do tempo gasto para percorrê-la, isto é, a função horária das posições s = f(t) é do 2o grau. Se a aceleração da gravidade é constante e a função horária das posições é do 2o grau, decorre que a queda livre é um MRUV e, portanto, valem todas as funções e conceitos desse movimento. Registra-se que para estudar a queda dos corpos se considera dois tipos de lançamento: vertical para cima e vertical para baixo. 158 ● Movimento circular uniforme (MCU) Diz-se que um móvel realiza um movimento circular uniforme quando sua trajetória é circular e o módulo do vetor velocidade permanece constante e diferente de zero. Como exemplos de movimento circular uniforme: o movimento das extremidades dos ponteiros de um relógio o movimento das pás de um ventilador o movimento de um disco ● Frequência e período Movimento periódico é todo aquele que se repete identicamente em intervalos de tempo iguais. 159 Exemplo. O movimento de uma roda gigante é periódico porque cada cadeira se repete identicamente de 6 em 6 segundos. Em outras palavras, o movimento dessa roda gigante é completo em 6 segundos. Dois movimentos completos em 12 segundos, dez em 1 minuto. Outro exemplo. Num relógio com seus três ponteiros (hora, minuto e segundo). O movimento do ponteiro de segundo é periódico por se repetir identicamente 60 em 60 segundos, ou seja, ele dá um movimento completo em 1 minuto. Dois movimentos completos em 2 minutos, 60 em uma hora. Mais exemplos. As marés, em média, oscilam num período de 12 horas e 24 minutos, ou seja, maré baixa e maré alta. Isso faz com que o ciclo de marés se complete a cada 24 horas e cerca de 50 minutos. Doze horas devido à rotação da Terra e 24 minutos devido à órbita lunar. Assim, o movimento de rotação da Terra ao redor de seu próprio eixo, o movimento da órbita lunar e o movimento das marés são movimentos periódicos. Os dois primeiros são movimentos circulares uniformes (MCU), o último é um movimento ondulatório. Aliás, todo MCU é um movimento periódico, o mesmo vale para o movimento pendular. Por sinal, o movimento do pêndulo pode ser aproveitado para fornecer a cadência certa para um relógio. E os ponteiros de um relógio também realizam um movimento periódico. O intervalo de tempo correspondente a um movimento completo (pode ser volta, ciclo, rotação, oscilação, etc.) é o período do movimento. Nos exemplos acima se tem: - movimento periódico daquela roda gigante tem período de 6 segundos; - movimento periódico do ponteiro de segundo tem período de 60 segundos ou um minuto (já o do ponteiro de minuto tem período de 60 minutos ou 1 hora; o ponteiro de hora tem período 160 de 12 horas (00h00min às 11h59min = Uma volta; 12h00min às 23h59min = uma volta); - movimento periódico das marés tem período praticamente diário; - movimento periódico de rotação da Terra ao redor de seu próprio eixo tem período praticamente que metade de um dia (mais exatamente: 0,99727 dias ou 23,9345 horas); - movimento periódico da órbita lunar tem período de 24 minutos. O número de movimentos completos realizados em uma unidade de tempo é a frequência. Nos exemplos acima se tem: movimento periódico daquela roda gigante tem frequência de 10 voltas por minuto (se a unidade de tempo for minuto) ou 1/6 de volta por segundo (se a unidade de tempo for segundo); movimento periódico do ponteiro de segundo tem frequência de 1 volta por minuto (se a unidade de tempo for minuto) ou 60 voltas por hora (se a unidade de tempo for hora) ou 1/60 de volta por segundo (se a unidade de tempo for segundo). Também tem: movimento periódico das marés tem frequência de 1 ciclo por dia (se a unidade de tempo for dia) ou 1/86400 ciclo por segundo (se a unidade de tempo for segundo). Movimento periódico de rotação da Terra ao redor de seu próprio eixo tem frequência de 2 rotações por dia (se a unidade de tempo for dia) ou 1/43200 rotação por segundo (se a unidade de tempo for segundo); movimento periódico da órbita lunar tem frequência de 0,4 de voltas por hora (se a unidade de tempo for dia, lembrar que 1 volta em 24 minutos corresponde a 0,4 de voltas em uma hora) ou 1/1440 volta por segundo (se a unidade de tempo for segundo, lembrar que 1 volta em 24 minutos corresponde a 1 volta em 1.440 segundos). Chama-se período do movimento (T) o intervalo de tempo que estes ciclos levam até se repetirem. Assim ao decorrer um número (n) de repetições em um determinado intervalo de tempo 161 t . Como n é uma n grandeza adimensional, o período tem unidade igual à unidade de tempo. No Sistema Internacional de unidades, é medido em segundos (s). Além do período, em um movimento periódico, é considerada uma grandeza chamada frequência (f), que corresponde ao número de repetições do movimento (n) em um n determinado intervalo de tempo (t), ou seja: f = . t 1 n 1 t 1 É fácil ver que f = porque f = = : = . T t 1 n T As grandezas “frequência” e “período” não são grandezas básicas da Física, mas sim grandezas derivadas da grandeza básica “tempo” cuja unidade é o segundo com símbolo “s”. (t), seu período será dado pela expressão: T = Grandeza Unidade Frequência N de volta/segundo Frequência Período Período o o N rotações/minuto o Segundo/n de voltas o Minuto/n de rotações Dim.Analítica Dim. Sintética 1/s Hertz 1/min rpm s min No caso da roda gigante se tem: T = t 1 = 1s/6 = Hertz ou 6 n 1 n rpm; f = = 6s ou f = 10 rpm. O ponteiro dos segundos de 10 t um relógio analógico movimenta-se à velocidade de 1 rpm. O coração de um humano saudável em repouso bate a aproximadamente 1,2Hz (1,2 batidas por segundo). Cada nota musical corresponde a uma frequência em particular, que pode ser medida em hertz. T= 162 Os discos de goma-laca (que vigoraram na primeira metade do século XX) rodavam a velocidades de 78 rpm, os CDs oscilam entre 180 rpm (quando da leitura dos setores mais afastados do centro do disco) e 500 rpm (na leitura dos setores mais próximos do centro). O disco rígido IDE de computador roda a 3.600, 4.200, 5.400, ou 7.200 rpm; já os discos SATA e SCSI chegam a rodar a 10.000 ou 15.000 rpm. Uma unidade de CD-ROM de 52x pode rodar um CD a velocidades de 10.350 rpm. O tambor (cilindro no Brasil) de uma máquina de lavar pode rodar a velocidades entre 500 até 1.800 rpm durante a centrifugação. O motor de um automóvel ordinário, de uso comum, roda tipicamente entre 700 rpm (na marcha - lenta) e 7.000 rpm (no mais alto giro e velocidade). Considerando-se o evento “dar a volta completa em torno de si mesmo na volta”. Suponha que leve 0,5 segundo para que esse evento ocorra. Esse tempo é o seu período (T). Com isso, pode-se deduzir que em 1 segundo o evento ocorrerá duas vezes, ou seja, será possível “dar duas voltas em torno de si mesmo”. Nesse caso, sua frequência é de 2 vezes por segundo ou 2 Hz (2 x 0,5 s = 1 s). Imaginando-se agora que seja possível realizar esse mesmo evento em 0,25 segundos. Consequentemente, em um segundo ele ocorrerá 4 vezes, fazendo com que a frequência passe a ser de 4 Hz (4 x 0,25 s = 1 s). Perceba que o tempo considerado para frequência é sempre o mesmo, ou seja, 1 segundo. O que varia é o período do evento, que no primeiro caso foi de 0,5 s e no segundo de 0,25 s. Assim sendo, para se saber quantas vezes o evento ocorre em 1 segundo se precisa saber quantas vezes ele “cabe” dentro desse segundo. Portanto, tem-se no primeiro caso 2 x 0,5 s = 1 s, e no segundo 4 x 0,25 s = 1. Relações matemáticas no MCU entre velocidade escalar e velocidade angular Considerando-se um móvel descrevendo movimento circular uniforme no sentido anti-horário, conforme mostra a figura a seguir. 163 Para uma volta completa o espaço percorrido é o comprimento da circunferência (s = 2R), o ângulo descrito é 360o ou 2 rad ( = 2) e o tempo gasto é o período T. Assim: = Δφ/Δt = 2 1 ou = 2. ou = 2f . T T 2R s 2R v= (como v = = 2fR = (como = 1 t T f 2f) = R v = R . v= Aplicação: Um corpo em MCU efetua 480 voltas numa circunferência de raio 0,5 m em 2 min. Determine: a) frequência; b) o período; c) a velocidade escalar do corpo. Resoluções: a) no de voltas tempo (s) 480 120 f 1 b) f = 120f = 480 f= 4 Hz 1 1 1 T = T = .s 4 T f 164 c) = 2f = 2.4 = 8 rad/s v = R v = 8.0,5 v = 4 m/s ● Aceleração centrípeta No movimento circular uniforme o vetor velocidade é constante em módulo, mas é variável em direção e sentido em cada ponto. Como existe variação do vetor velocidade, existe aceleração. A aceleração a é dada por: a = Δv/Δt = (v2-v1)/(t2-t1) Se a tem a mesma direção e o mesmo sentido de v , concluímos que a aceleração é dirigida para o centro da circunferência, sendo chamada de aceleração centrípeta ou aceleração normal e indica-se a cp . 165 Demonstra-se que o módulo da aceleração centrípeta é: acp = v2 R ou acp = 2R sendo: v a velocidade escalar; R o raio da trajetória. A aceleração centrípeta tem por função variar a direção do vetor velocidade, mantendo o móvel sobre a circunferência, produzindo o movimento circular. Em cada posição do móvel o vetor a cp é perpendicular ao vetor v e dirigido para o centro da circunferência. Aplicação: A Lua gira em torno da Terra, completando uma revolução em 27,3 dias. Suponha que sua órbita seja circular e tenha um raio de 385.000 km. Determine a aceleração da Lua nesse movimento. Resolução: T 27,3 dias 2.358.720s 2,36 10 6 s Dados 8 R 385.000km 3,83 10 m Como a órbita suposta é circular e o movimento da Lua é uniforme, tem-se que a aceleração dela é centrípeta. Logo: acp = 2R 2 3,14 2 acp = R = T 2,36 10 6 2 2 2 .3,85.108 acp = 0,0027 m/s2 Para se comparar com a Terra, saiba que a aceleração centrípeta do nosso planeta é acp 0,034 m/s2. Logo 166 a cp da Terra a cp da Lua 34 x 10 2 1,3 0,034 = 10 3 0,0027 27 x 10 10 1 portanto a acp da Terra é cerca de 10 vezes superior a acp da Lua. ● Equação do movimento MCU Já foi visto que a função do MRU (= MU quando a trajetória é retilínea) é s = s0 + vt. Essa função fornece a posição s em cada instante t sobre a trajetória. No entanto, para localizar um ponto material que descreve um MCU é mais útil uma função que forneça o ângulo descrito no decorrer do tempo, isto é, precisa-se de uma função horária angular. Isso ocorre porque a posição escalar não é uma variável conveniente. O ponto material em MCU passa várias vezes pela mesma posição sobre a circunferência. O mesmo não ocorre com o ângulo que esse ponto material percorre (varre) durante o movimento. Seus valores nunca se repetem, pois quando o ponto material passa pelo mesmo ponto o valor do ângulo é acrescido de 360o ou 2 rad. Assim, pode-se obter uma relação matemática entre o ângulo φ e o instante t considerado. Para isso, considera-se a figura: 167 A velocidade angular é dada por = Δφ/Δt Mas φ = φ - φ0 e t = t t0 = t 0 = t Substituindo e em : = (φ – φ0)/t φ = φ0 + t, função horária sob a forma angular, sendo: o ângulo ou a fase no instante t; 0 ângulo inicial ou a fase inicial; a velocidade angular; t o tempo. Essa é equação do movimento para movimento circular uniforme. Aplicação: Um móvel percorre com MU uma circunferência de 3 m de raio, efetuando meia volta por segundo. Sabendo que no início da contagem dos tempos ele se encontra na origem dos arcos calcule: a) a frequência; b) o período; c) a velocidade angular; d) a velocidade escalar; e) as funções horárias do movimento sob as formas linear e angular; f) a aceleração centrípeta; g) o tempo 3 decorrido para descrever um ângulo de rad. 2 Resolução: a) O móvel efetua 1/2 volta por segundo. Portanto: f = 1/2 Hz 1 b) T = = 2 s T = 2 s f 1 c) = 2f = 2. rad/s = rad/s 2 d) v = R, onde R = 3m. Portanto, v = 3 = 3 m/s v = 3 m/s 168 s0 0 (o móvel parte da origem) s = s0 + vt, com v 3 m/s Substituindo-se, vem: s = 0 + 3t s = 3t 0 0 Forma angular: = 0 + t, logo: = 0 + t, com rad / s e) Forma linear: Substituindo-se, vem: = 0 + t = t 32 = 9 2 = 32 m/s2 a = = 32 m/s2 v2 f) acp = = cp 3 R 3 g) Tempo para descrever ângulo = 3π/2 rad será obtido pela função horária angular = t. Logo: 3π/2 = t t = 1,5s. 169 170 Força ● Teoria, seus criadores, sua prática ● O que é força? Força resultante? Equilíbrio? ● Princípio da inércia ou 1ª lei de Newton ● Massa de um corpo ● Princípio fundamental da dinâmica ou 2ª lei de Newton ● Peso de um corpo ● Medida de uma força ● Princípio da ação e reação ou 3ª lei de Newton ● Momento linear ou quantidade de movimento ● Leis da Mecânica Clássica ● Teoria, seus criadores, sua prática Anteriormente estudou-se o movimento dos corpos, porém não foram discutidas as causas que produzem ou modificam o movimento. A parte da Mecânica que estuda essas causas é a Dinâmica. A primeira teoria sobre esse assunto, Philosofhia e Naturalis Principia Mathematica, publicada em 1687 por Isaac Newton (16421727), explicou de forma completa o movimento dos corpos, trabalho esse apoiado nos estudos realizados por Galileu Galilei (1564-1642) e Johannes Kepler (1571-1630). Nesse trabalho Newton conseguiu estabelecer relações entre a massa do corpo e seu movimento, surgindo daí três leis básicas que são chamadas leis de Newton ou princípios da Dinâmica. Nessa mesma obra explica-se o movimento dos astros e o efeito da massa dos planetas sobre os corpos próximos a eles, por meio da lei da gravitação universal. A teoria proposta por Newton, também chamada Mecânica Clássica, permitiu que Max Planck (1858-1947) desenvolvesse a Mecânica Quântica e Albert Einstein (1879-1955), a Mecânica Relativista. Nesta unidade você perceberá a diferença entre massa e peso — palavras que o leigo usa como se fossem sinônimas; 171 explicar-se-á a razão pela quais os passageiros de um veículo em movimento são atirados para frente quando o veículo é freado. Conseguirá se compreender o movimento dos foguetes e de tantos outros corpos na natureza, bem como entenderá a necessidade do atrito de uma superfície, que facilita o caminhar sobre ela. Saberá também o porquê a Lua gira em torno da Terra e a Terra em torno do Sol, como é possível prever a data de ocorrência dos diversos eclipses. Será introduzido aqui o mais importante conceito do mundo moderno, o conceito de energia, suas modalidades, transformações, sua conservação e dissipação. Abordar-se-á a ideia de quantidade de movimento e impulso de uma força, inter-relacionando grandezas como massa, velocidade, força e tempo, e se verá que essas grandezas associadas permitem detectar a velocidade de partículas após a colisão com outras partículas e também a velocidade de veículos e até de bolas de bilhar. ● O que é força? Força resultante? Equilíbrio? Força Quando acontece uma interação entre corpos, podem ocorrer variações na velocidade, deformações ou ambos os fenômenos. As causas dessas variações ou deformações são denominadas forças. Quando um corpo é abandonado de uma determinada altura, cai com movimento acelerado devido à força de atração da Terra. Ao se chutar uma bola, o pé faz sobre ela uma força que, além de deformá-la, inicia-lhe o movimento. 172 Quando as superfícies dos corpos que interagem se tocam — como a interação pébola —, a força é chamada de contato. Ocorrendo a interação e estando os corpos à distância, a força é chamada de campo. Um exemplo é a interação Terramaçã. Em Dinâmica se trata de forças cujo efeito principal é causar variações na velocidade de um corpo, isto é, aceleração. Forças são interações entre corpos, causando variações no seu estado de movimento ou uma deformação. Tal qual a aceleração, a força é uma grandeza vetorial, exigindo, portanto, para ser caracterizada, uma intensidade, uma direção e um sentido. A unidade de força no SI é o Newton (N), que será definido mais adiante. Força resultante Seja uma partícula na qual estão aplicadas várias forças. Esse sistema de forças pode ser substituído por uma única força, a força resultante, que é capaz de produzir na partícula o mesmo efeito que todas as forças aplicadas. FR F1 F 2 F 3 ... FN 173 Aplicação: Duas forças concorrentes, F 1 e F 2 , de intensidades 4 N e 3 N, atuam num mesmo ponto material, formando um ângulo entre si. Determine a intensidade da força resultante para os seguintes valores de : a) 0o;; b) 60o; 180 o. Resolução: a) Sendo = 0º, as forças têm mesma direção e mesmo sentido: A intensidade da força resultante: FR = F1 + F2 FR = 4 + 3 = 7 N b) Para = 60º 174 Intensidade força resultante: (FR)2 = (F1+ F2 cos 60º)2 + (F2 sen 60º)2 1 F12 F22 2F1F2 cos 60 o = 4 2 3 2 2 4 3 = 6,1 N 2 c) Sendo = 180°, as forças têm mesma direção e sentidos contrários: A intensidade da força resultante será: F R = F 1 + F 2 FR = F1 F2 FR = 4 3 FR = 1 N Equilíbrio Um ponto material está em equilíbrio quando a resultante das forças que nele atuam é nula. Podem-se distinguir dois casos: a) equilíbrio estático Um ponto material está em equilíbrio estático quando se encontra em repouso, isto é, sua velocidade vetorial é nula no decorrer do tempo. Por exemplo, cada aluno na sala de aula sentado. FR 0 repouso v 0 b) equilíbrio dinâmico O equilíbrio é dito dinâmico quando o ponto material está em movimento retilíneo e uniforme, isto é, sua velocidade vetorial é 175 constante e diferente de zero. Por exemplo, movimento de uma nave espacial no espaço interplanetário. MRU v cte 0 FR 0 ● Princípio da inércia ou 1ª lei de Newton Considere um corpo não submetido à ação de força alguma. Nessa condição esse corpo não sofre variação de velocidade. Isso significa que, se ele está parado, permanece parado e, se está em movimento, permanece em movimento e sua velocidade se mantém constante. Tal princípio, formulado pala primeira vez por Galileu e depois confirmado por Newton, é conhecido como primeiro princípio da Dinâmica (1a lei de Newton) ou princípio da inércia. Interpreta-se seu enunciado da seguinte maneira: todos os corpos são “preguiçosos” e não desejam modificar seu estado de movimento; se estão em movimento, querem continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Os físicos chamam essa “preguiça” de inércia, característica de todos os corpos dotados de massa. O princípio da inércia pode ser observado no movimento de um ônibus. Quando o ônibus “arranca” a partir do repouso, os passageiros tendem a deslocar-se para trás, resistindo ao movimento. Da mesma forma, quando o ônibus já em movimento freia, os passageiros deslocam-se para frente, tendendo a continuar com a velocidade que possuíam. 176 Para Galileu, o natural era o movimento e não o repouso, como afirmava Aristóteles. Ao observar o movimento de um corpo, sua questão era “por que para” e não “por que se move”. A afirmação de que “um corpo parado permanece parado se não agir sobre ele alguma força” pode facilmente ser compreendida na vida prática (um corpo não se move por si só, é necessário aplicar-lhe uma força). Já a afirmação de que um corpo em movimento mantém velocidade constante se não atuarem forças sobre ele é menos intuitivo. Com efeito, um corpo em movimento não permanece sempre em movimento: depois de certo tempo mais ou menos longo o corpo para. Uma bolinha jogada sobre um plano horizontal para depois de percorrer poucos metros, mesmo que aparentemente não aja força alguma sobre ela. Na realidade, existe uma força de freamento, indicada genericamente com o nome de atrito, que será estudado adiante. Porém, no caso de essas forças freantes não existirem ou serem reduzidas ao mínimo, o princípio da inércia é verificado plenamente. Por exemplo, uma nave espacial que se move no espaço interplanetário, não encontra atrito; por isso não tem necessidade de motor e, pelo princípio da inércia, continua a mover-se em linha reta com a velocidade com a qual foi lançada inicialmente. Os referenciais em que o princípio da inércia se verifica são chamados referenciais inerciais. Tais referenciais são fixos em relação às estrelas distantes ou se movem com velocidade constante em relação a elas, isto é, possuem aceleração vetorial nula. Para movimentos de pequena duração (menor que 24 h), podem-se desprezar os efeitos de rotação da Terra e considerar sua 177 velocidade como constante durante o movimento de translação. Nessas condições a Terra pode ser considerada um referencial inercial. ● Massa de um corpo Em física, o termo massa designa a quantidade de matéria de qualquer corpo, a qual é geralmente medida em gramas. É a massa de um corpo que determina a força exercida pelo seu campo gravitacional. Por exemplo, a Terra tem cerca de 80 vezes mais massa do que a Lua pelo que a força exercida pelo seu campo gravitacional é proporcionalmente maior. A faixa de massas permitida pela natureza é extremamente grande e vai desde a massa de um elétron que é cerca de 9 x 10-34 gramas à massa de uma galáxia que pode chegar às 10 11 massas solares. A massa pode ser considerada também como uma medida direta da oposição que um determinado corpo oferece à mudança no seu estado de movimento, ou seja, como uma medida da inércia. Por experiência própria, sabe-se que os corpos que apresentam maior inércia são aqueles de maior massa. Por exemplo, é mais fácil empurrar um carrinho vazio do que um cheio de compras. O carrinho com compras oferece maior resistência para sair do repouso. 178 Pode-se, então, associar a massa de um corpo à sua inércia, dizendo que a massa de um corpo é a medida numérica de sua inércia. No Sistema Internacional de unidades a massa tem como padrão o quilograma. O submúltiplo e o múltiplo usuais do quilograma são, respectivamente, o grama (g) e a tonelada (t). 1g= 1 kg = 10-3 kg 1.000 1 t = 1.000 kg = 103 kg Observação: anteriormente se havia chamado de massa de um corpo a quantidade de matéria nele, aqui massa de um corpo é a medida numérica de sua inércia, logo se pode chamar de massa inercial. [Como já foi citada é uma grandeza básica da Física.] ● Princípio fundamental da dinâmica ou 2ª lei de Newton A experiência mostra que uma mesma força produzirá diferentes acelerações sobre diferentes corpos. Uma mesma força provoca uma aceleração maior numa bola de tênis do que num automóvel, isto é, quanto maior a massa de um corpo mais força será necessária para produzir uma dada aceleração. Esse princípio estabelece uma proporcionalidade entre causa (força) e efeito (aceleração). Um ponto material de massa m submetido a uma força resultante F R adquire uma aceleração a na mesma direção e sentido da força, tal que: 179 FR = ma A resultante das forças aplicada a um ponto material é igual ao produto de sua massa pela aceleração adquirida. No Sistema Internacional de unidades a unidade de massa é o quilograma (kg) e a unidade de aceleração é o metro por segundo ao quadrado (m/s2). [Logo, aceleração é uma grandeza derivada.] Aplicando o princípio fundamental da Dinâmica se tem a unidade de força Newton (N) é 1 N = kg.m/s2. Um Newton (N) é a intensidade da força que, aplicada à massa de 1 kg, produz na sua direção e no seu sentido um movimento de aceleração 1 m/s2. Em resumo, Força é uma grandeza derivada cuja unidade é Newton, símbolo N e dimensional analítica é kgm/s2. Aplicações 1ª) Seja um corpo de massa 2 kg, em repouso, apoiado sobre um plano horizontal sob a ação das forças horizontais F 1 e F 2 de intensidades 10 N e 4 N, respectivamente, conforme indica a figura. a) Qual a aceleração adquirida pelo corpo?; b) Ache a velocidade e o espaço percorrido pelo corpo 10 s após o início do movimento. Resolução: a) Cálculo da força resultante: FR = F1 – F2 FR = 10 – 4 FR = 6 N 180 Utilizando o princípio fundamental da Dinâmica: FR = m.a 6 = 2a a = 3m/s2 Observando-se que a aceleração do corpo tem a mesma direção e sentido da força resultante. v 2 v1 v b) Como o corpo realiza um MUV, tem-se de am = = t 2 t1 t que velocidade: v = v0 + at v = 0 + 3 10 v = 30 m/s2. De s = s0 + 1 v0t + at2 tem-se espaço percorrido pelo corpo 10s após o início do 2 1 1 movimento é dado por s = s – s0 = v0t + at2, donde: s = 0 + 2 2 2 .3.10 = 150 m. 2ª) Um corpo de massa 4 kg é lançado num plano horizontal liso, com velocidade inicial de 40 m/s. Determine a intensidade da força resultante que deve ser aplicada sobre o corpo, contra o sentido do movimento, para pará-lo em 20 s. Resolução: Cálculo da aceleração: v = v0 + at, donde, 0 = 40 + a.20, o que implica a = 2 m/s2. Logo, a força resultante é: FR = m a FR = 4 (2) = 8 N. 181 O sinal indica que a força resultante tem sentido oposto ao do movimento do corpo; portanto, F R = 8 N. ● Peso de um corpo Um aspecto importante que deve ser realçado é a confusão muitas vezes efetuada entre massa e peso. Enquanto a massa é uma medida de quantidade de matéria de um objeto, o peso é uma força que resulta da interação gravitacional entre a massa desse objeto e um campo gravitacional no qual esteja localizado. Desta forma, a massa do objeto é parte integrante do cálculo do seu peso, mas por si só não é suficiente para o explicar, pois este depende também da intensidade do campo gravitacional em que o referido objeto se encontre. Por exemplo, uma pessoa com uma massa de 70 kg terá um peso (que pode ser medido em Newton ou em kg força) muito superior junto à superfície da Terra do que aquele que teria junto à superfície da Lua. De fato, como na Terra, a aceleração da gravidade é, em média, 9.81m/s², enquanto na Lua esse valor cai para aproximadamente 1.64m/s², ou seja, é seis vezes menor, o peso dessa pessoa seria de 70 x 9.81 = 686.7 N enquanto na Lua seria de apenas 70 x 1.64 = 114.8 N. Em outras palavras. Em torno da Terra há uma região chamada campo gravitacional, na qual todos os corpos sofrem sua influência, que se apresenta em forma de uma força. Essas forças de atração são denominadas forças gravitacionais Peso é a força de atração gravitacional que a Terra exerce sobre um corpo. Desprezando-se a resistência do ar, todos os corpos abandonados próximo à superfície da Terra caem, devido aos seus 182 pesos, com velocidades crescentes, sujeitos a uma mesma aceleração, denominada aceleração da gravidade. Sendo m a massa do corpo e g a aceleração da gravidade, pode-se aplicar o princípio fundamental da Dinâmica e obter o peso P do corpo: P = m g . O peso de um corpo é uma grandeza vetorial que tem direção vertical orientada para o centro da Terra e cuja intensidade depende do valor local da aceleração da gravidade Em torno de qualquer planeta ou satélite existe um campo gravitacional. Por isso, se pode falar em peso de um corpo na Lua ou em Marte, por exemplo. A unidade de peso no SI é o Newton (N). Ainda se utiliza o quilograma-força (kgf), que é uma unidade de força muito usada pela indústria. 1 kgf é o peso de um corpo de 1 kg de massa num local em que a aceleração da gravidade é igual a 9,8 m/s2. A relação entre o quilograma-força e o Newton é: P = mg 1 kgf = 1 kg.9,8 m/s2 = 9,8 kg.m/s2 = 9,8 N Note que peso e massa são grandezas diferentes, pois: massa é uma propriedade exclusiva do corpo, não depende do local em que é medida, é uma grandeza escalar; peso do corpo depende do local no qual é medido, é uma grandeza vetorial. 183 ● Medida de uma força Pode-se medir a intensidade de uma força pela deformação que ela produz num corpo elástico. O dispositivo utilizado é o dinamômetro, que consiste numa mola helicoidal de aço envolvida por um protetor. Na extremidade livre da mola há um ponteiro que se desloca ao longo de uma escala. A medida de uma força é feita por comparação da deformação causada por essa força com a de forças padrão. Aplicação: A aceleração da gravidade na Terra é, em média, 9,8 m/s2 e na Lua, 1,6 m/s2. Para um corpo de massa 5 kg, determine: a) o peso desse corpo na Terra; b) a massa e o peso desse corpo na Lua. Resolução: a) O peso na Terra é dado por: PT = mTgT PT = 5 9,8 PT = 49 N. 184 b) Como a massa é uma propriedade do corpo, tem o mesmo valor em qualquer lugar. Logo: mT = mL = 5 kg. Portanto: PL = mLgL PL = 5.1,6 PL = 8 N. Desse modo, o peso desse corpo na Terra de 5 kg é praticamente 6 vezes o peso desse mesmo corpo na Lua. Por isso, um astronauta pulando na Lua pularia alturas maiores e sua queda seria menor. Pesquisando: “Um pacote de açúcar pesa 1 kg” é uma frase usada na linguagem do dia-a-dia, mas está errada do ponto de vista físico. O que está errado? Como você escreveria essa frase corretamente, usando seus conhecimentos de Física? Resposta: um pacote de açúcar tem 1 kg de massa e 9,8 N (ou 1 kgf) de peso. Pesquisando: Se a balança mede a força peso de uma pessoa (objeto ou coisa) em determinado lugar porque elas são graduadas em quilogramas (kg) ou gramas (g) se medem peso? Resposta: A balança sofre o peso da pessoa (objeto ou coisa), mas a escala é ajustada para indicar massa. Na Lua se teria de aferir a balança antes de usá-la. A balança comparativa, do tipo romana, pode ser usada em qualquer lugar, mas sempre se precisará dos padrões de comparação. ● Princípio da ação e reação ou 3ª lei de Newton Quando dois corpos interagem aparece um par de forças como resultado da ação que um corpo exerce sobre o outro. Essas forças são comumente chamadas de ação e reação. O princípio da ação e reação estabelece as seguintes propriedades das forças decorrentes de uma interação entre os corpos: A toda ação corresponde uma reação, com a mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário. 185 Pegando-se um pedrão A e depositando na areia fofa B da praia. O pedrão exerce uma força sobre a areia, comprimindo-a, e esta exerce uma força igual e contrária sobre o pedrão, impedindo que ele seja acelerado para o centro da Terra. Pela 3a lei de Newton, a forças de ação e reação apresenta: mesma intensidade: F A = F B mesma direção sentidos contrários: F A = F B (o sinal indica que são forças de sentidos opostos) Como consequência dessa interação, A e B vão se movimentar em sentidos contrários. Apesar de as forças de ação e reação apresentarem a mesma intensidade, os efeitos produzidos por elas dependerão da massa e das características de cada corpo. A seguir, mostram-se exemplos importantes da aplicação do princípio da ação e reação. ● Momento linear ou quantidade de movimento Os conceitos físicos de força e massa surgem em teorias ou modelos destinados a estabelecer a dinâmica em sistemas compostos ou por entes semelhantes ou por entes de natureza às vezes bem distintas. Nestes modelos sempre figuram também dois 186 outros conceitos fundamentais, o conceito de momento e o conceito de energia. Os conceitos de energia e momento são importantes porque suas definições se dão de forma que energia e momento sempre obedeçam a leis gerais de conservação, leis estas decorrentes da existência de regras naturais de relacionamento entre entes e/ou sistemas que são, em princípio, estáveis e muito bem estabelecidas. Toda a mecânica newtoniana gira em torno de três leis dinâmicas fundamentais, que permitem calcular a evolução do estado de um sistema mecânico a partir das forças que agem sobre ele em cada instante. Para um corpo “pequeno” (“partícula”), esse estado é especificado por sua posição e seu momento (massa vezes velocidade). Um corpo “grande” pode ser conceitualmente dividido em “partículas”, de modo que o seu estado se caracteriza pela especificação das posições e momento de cada uma das “partículas” que o compõem. Assim, conhecidas a massa, a posição e a velocidade de uma partícula em um dado instante inicial, as leis dinâmicas de Newton permitem prever sua posição e velocidade em um instante posterior qualquer, se forem especificadas as forças que atuam sobre ela durante esse intervalo de tempo. [simplificadamente, em vez de se levar em conta o momento se considerar apenas a velocidade, se diz que conhecendo as forças que agem num corpo e suas condições iniciais (velocidade e posição) é possível prever a sua trajetória]. Ou seja, o momento linear (também chamado de quantidade de movimento linear ou momentum linear, a que a linguagem popular chama, por vezes, balanço ou "embalo") é uma das duas grandezas físicas fundamentais necessárias à correta descrição do inter-relacionamento (sempre mútuo) entre dois entes ou sistemas físicos. A segunda grandeza é a energia. Os entes ou sistemas em interação trocam energia e momento, mas o fazem de forma que ambas as grandezas sempre obedeçam à respectiva lei de conservação. 187 O produto da massa m de um corpo por sua velocidade v é uma grandeza denominada quantidade de movimento do corpo. Assim, por exemplo, um caminhão de 4 toneladas movendo-se a 5 quilômetros por hora, tem a mesma quantidade de movimento que um carro de 2 toneladas se movendo a 10 quilômetros por hora. ● Leis da Mecânica Clássica São as três leis de Newton. Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear, no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental, sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo, quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica. 188 Gravitação universal ● Introdução ● Lei da gravitação universal ● Aceleração da gravidade ● Introdução O brilho e o movimento dos astros sempre despertaram a curiosidades dos homens. Em todas as etapas da civilização, eles procuraram dar uma explicação para os fascinantes fenômenos da gravitação universal. Os gregos, por exemplo, deduziram que a Terra ocupava o centro do Universo e em torno dela giravam outros corpos celestes, em perfeitos círculos concêntricos. Esse sistema, conhecido como geocêntrico (geo = centro), foi sistematizado pelo astrônomo grego Hiparco (século II a.C.). Mas o astrônomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.) pensava de modo diferente. Foi o primeiro a afirmar que todos os planetas, inclusive a Terra, giravam em torno do Sol. Assim, ao contrário do sistema geocêntrico concebido pelos seus compatriotas, Samos imaginou um sistema heliocêntrico (hélio = sol). Entretanto, na época, ele não teve crédito, porque, favorecida pelo geocentrismo, os gregos aceitavam a ideia de que o homem era o centro do Universo. No século II, o sistema geocêntrico foi desenvolvido e consagrado por Cláudio Ptolomeu, grande astrônomo de Alexandria, no Egito. Somente no século XVI a teoria heliocêntrica viria a se firmar novamente, graças aos estudos do cônego polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) que, discordando do sistema ptolomaico, aceito e defendido até então, renovou a teoria de Aristarco, afirmando que o Sol era realmente o centro das órbitas planetárias. Essa reafirmação suscitou muito debate e discussão. 189 A observação dos fenômenos celestes levou outro astrônomo, o dinamarquês Tycho Brahé (1546-1601), a elaborar uma teoria intermediária: ele concluiu que os planetas giravam em torno do Sol e a Lua girava em torno da Terra. Suas observações levaram o alemão Johannes Kepler (1571-1630) a elaborar algumas leis que convenceram os pesquisadores sobre a realidade do heliocentrismo, estabelecendo ainda que as órbitas fossem elípticas, e não circulares. Mas muitos ainda negavam a teoria copernicana. O italiano Galileu Galilei (1564-1642), um dos maiores pesquisadores que a ciência conheceu, foi acusado de herege pela Igreja Católica porque afirmava que a Terra não era fixa e fazia parte do sistema solar. As conclusões de Kepler e Galileu foram coroadas pelos estudos de Isaac Newton (1643-1727), físico e matemático inglês, autor da lei da gravitação universal, que explica a mecânica celeste. Mas, o que é gravitação? Gravitação é a força de atração que existe entre todas as partículas com massa no universo. Ela é responsável por prender objetos à superfície de planetas e, de acordo com as leis do movimento de Newton, é responsável por manter objetos em órbita em torno uns dos outros. A gravitação faz muito mais do que simplesmente segurarnos às nossas cadeiras. Foi Isaac Newton quem a reconheceu. Newton escreveu numa das suas memórias que na altura em que estava a tentar compreender o que mantinha a Lua no céu viu uma maçã cair no seu pomar. E compreendeu que a Lua não estava 190 suspensa no céu, mas sim que caía continuamente, como se fosse uma bola de canhão que fosse disparada com tanta velocidade que nunca atinge o chão por este [o chão] também “cair” devido à curvatura da Terra. Querendo ser preciso, deve-se distinguir entre a gravitação, que é a força de atração universal, e a gravidade, que é a resultante, à superfície da Terra, da atração da massa da Terra e da pseudoforça centrífuga causada pela rotação do planeta. Nas discussões casuais, gravidade e gravitação usam-se como sinônimos. Segundo a terceira lei de Newton, quaisquer dois objetos exercem uma atração gravitacional um sobre o outro de igual valor e sentido oposto. Pouco se sabia sobre gravitação até o século XVII, pois se acreditava que leis diferentes governavam os céus e a Terra. A força que mantinha a Lua pendurada no céu nada tinha a ver com a força que nos mantém presos à Terra. Newton pensou na hipótese das duas forças possuírem as mesmas naturezas: “Todos os objetos no Universo atraem todos os outros objetos com uma força direcionada ao longo da linha que passa pelos centros dos dois objetos, e que é proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da separação entre os dois objetos.” ● Lei da gravitação universal Newton explicou as leis dos movimentos dos planetas por uma hipótese aplicável à universalidade dos casos desde a atração dos planetas até as atrações moleculares dos corpos. Estudando o movimento da Lua, ele concluiu que a força que a mantém em órbita é do mesmo tipo da força que a Terra exerce sobre um corpo colocado nas suas proximidades. Chamou essas forças de gravitacionais e enunciou a lei da gravitação universal. Dois corpos atraem-se com forças proporcionais às suas massas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância entre seus centros. 191 F=G Mm d2 Essas forças têm mesma intensidade, mesma direção que passa pelo centro dos dois corpos e sentidos contrários. Sendo: M e m as massas dos corpos; G a constante de gravitação universal; d a distância entre os centros dos dois corpos; F a intensidade da força gravitacional. A constante G não depende dos corpos, nem do meio que os envolve, nem da distância entre eles. Depende somente do sistema de unidades utilizado. No SI, tem-se: G = 6,67.10-11 N m2/kg2. Pois, Mm d2 m2 se F G então G F , donde G N Mm kg kg d2 Aplicação: Dois pontos materiais de massas mA = 2 kg e mB = 8 kg estão localizados a uma distância de 4 m um do outro. Determine a intensidade da força gravitacional entre eles, onde: G = 6,7 10-11. m m 28 Resolução: F = G A 2 B F = 6,7.10-11. 2 F = 6,7.10-11 N d 4 Aplicação: Calcule a intensidade da força gravitacional da Terra sobre a Lua sabendo que: massa da Terra = 6.1024 kg, massa da Lua = (3/4).1023 kg, distância do centro da Terra ao da Lua é 3,84.108m. 3 6,10 24 10 23 m T mL 4 Resolução: F = G = 6,7.10-11. 7.1028 N d2 3,84 10 8 192 Observação: a relação entre a massa da Terra e a massa da 6 10 24 Lua é dada por = 8.10 = 80, isto é, a Terra tem massa 80 3 23 10 4 vezes a massa da Lua. Influência lunar A Lua exerce uma força de atração sobre a Terra e os oceanos precisam variar de forma para compensar essa força. É o chamado fenômeno das marés. Na face da Terra voltada para a Lua, a água se eleva alguns metros acima do nível médio (fenômeno conhecido como maré alta ou preamar). Na face oposta à Lua, ocorre a maré baixa ou baixamar. Isto se repete uma ou duas vezes por dia. [período de 12 horas (rotação da Terra) e 24 minutos (órbita lunar)]. O Sol também contribui para as marés, mas devido a sua grande distância da Terra, sua ação é menor. Somente quando Sol, 193 Lua e Terra formam uma linha reta, o efeito das marés é reforçado. Assim, nos períodos de lua cheia e nova, as marés são mais altas que o normal (são as marés vivas). Durante os quartos crescente e minguante, o Sol forma um ângulo reto com a Lua e as marés são menos pronunciadas que o normal (são as marés mortas ou de quadratura). ● Aceleração da gravidade Em torno da Terra há uma região denominada campo gravitacional, onde todos os corpos lá colocados sofrem sua influência, que se apresenta em forma de uma força. Dentro desse campo os corpos são atraídos para a Terra, sofrendo variações de velocidade em virtude de terem adquirido aceleração. Essa aceleração é chamada aceleração da gravidade, indicada pela letra g. Têm-se dois casos: 1o caso: Aceleração da gravidade na superfície da Terra Todo ponto material de massa m colocado na superfície da Terra é atraído para o seu centro. Essa força atrativa é o peso do corpo, que é dado por: P = mg Mas, devido à lei de Newton, a intensidade da força de atração gravitacional entre a Terra e o corpo é dada por: mM F=G 2 R onde M massa da Terra e R o raio. Não levando em consideração a rotação da Terra, a força peso é a própria força de atração gravitacional; logo: 194 mM M . Essa fórmula gsuperfície = G 2 fornece a 2 R R aceleração da gravidade na superfície de qualquer planeta. Nota-se que a aceleração da gravidade na superfície independe da massa m do ponto material que foi atraído. 2o caso: Aceleração da gravidade para pontos externos à Terra Se o ponto material estiver a uma altura h da superfície da M M Terra, tem-se: g = G 2 gexterno = G (R h) 2 d Nota-se que a aceleração da gravidade diminui com a altitude dos corpos em relação à superfície da Terra. P = F mg = G Observação: Os corpos flutuam dentro de uma nave espacial porque a força gravitacional (força peso) que age sobre o corpo faz o papel da força centrípeta que age sobre ele para mantê-lo numa trajetória circular. A sensação de ausência de peso dos corpos é chamada imponderabilidade. 195 Aplicação: Qual é, aproximadamente, o valor do módulo da aceleração da gravidade num ponto em torno da Terra, a uma altitude igual a cinco vezes o raio terrestre? A aceleração da gravidade ao nível do mar na superfície terrestre é igual a 9,8 m/s2. Resolução: Superfície da Terra: gsup = G No ponto externo: gext = M GM 9,8 = 2 R R2 GM GM GM = = 2 2 (R h) (R 5R) 36R 2 Fazendo-se vem: GM 2 g ext g 1 36R ext GM 9,8 9,8 36 R2 gext = 0,27m/s2 Se fosse a uma altitude aproximadamente a 60 vezes o raio terrestre [ou seja, a Lua] a aceleração da gravidade: gext = GM gext g 1 3.721R 2 GM GM ext = . Então, 2 2 GM 9,8 9,8 3.721 (R 60R) 3.721R 2 R gext 0,003 m/s2 Atenção: é 60 vezes porque a distância Terra-Lua é 380.000 km e raio da Terra é 6.400 km. 196 Energia ● O que é? ● Trabalho de uma força ● Energia cinética e seu teorema ● Energia potencial gravitacional ● Energia mecânica ● Princípio da conservação da energia ● Princípio da conservação da energia mecânica ● O que é? A palavra energia é muito familiar, embora seja algo que não se pode tocar com as mãos. Pode-se, entretanto, sentir suas manifestações. Energia solar: é a energia radiante emitida pelo Sol. Fornece calor e luz. Energia química: é a energia produzida por transformações químicas. Liberada pelos alimentos nutre todos os seres vivos para que seus corpos possam funcionar. Os carros, os aviões e os barcos dependem da energia de combustão da gasolina ou do diesel. Energia elétrica: é a energia que, nas residências, proporciona iluminação e calefação. Geralmente é convertida em outras formas de energia para realizar trabalho. Como exemplo, tem-se a energia mecânica produzida por um liquidificador ou uma máquina perfuratriz. Energia eólica: é a energia produzida pelo vento. Ela é que faz, por exemplo, girar moinho e aciona barcos à vela. Energia nuclear: é a energia liberada quando certos átomos são divididos. É usada para produzir eletricidade e acionar submarino. 197 Para avaliar quantitativamente a energia, deve-se medir a transferência de energia de um corpo para outro, isto é, a transformação de uma forma de energia em outra. Seja qual for a forma assumida, a energia representa a capacidade de fazer algo acontecer ou funcionar. Pode-se dizer que energia é a capacidade de realizar trabalho. Se alguma coisa pode realizar um trabalho, direta ou indiretamente, por meio de alguma transformação, é porque essa coisa tem uma forma de energia. Existem diversas visões sobre orixás. A visão mais comum na doutrina espírita é a deles serem espíritos muito adiantados que evoluíram ao longo das encarnações até atingir a perfeição. Alguns esotéricos é a de que eles são emanações de Deus, raios ou vibrações cósmicas, ou então atingir a condição de arquétipos ou símbolos de estados ou condições humanas. Já uma definição comum encontrada no movimento Umbandista é a deles não serem espíritos, mas sim de serem forças cósmicas que atuam sobre a natureza do planeta e são emanadas por essa própria natureza. Por exemplo, Oxossi é o Orixá das matas, do verde, de natureza do solo. Sua energia é encontrada nas florestas, nos vegetais. Como energia é a capacidade de realizar trabalho então a energia cósmica Oxossi é a capacidade de realizar trabalho sobre o planeta através destes elementos. Assim uma árvore é um foco emanador da energia cósmica Oxossi, como uma pedreira é um foco emanador da energia cósmica Xangô, o mar, os oceanos, focos da energia cósmica Yemanjá, os minerais do planeta focos da energia cósmica Ogum e assim por diante em relação a todos os Orixás que atuam sobre o nosso planeta. 198 ● Trabalho de uma força O significado da palavra trabalho, em Física, é diferente do seu significado habitual, empregado na linguagem comum. Por exemplo: um homem que levanta um corpo até uma determinada altura realiza um trabalho. Já em Física, o trabalho que uma pessoa realiza ao sustentar um objeto numa certa altura sem se mover é nulo, pois não houve deslocamento. Concluí-se, então, que uma força aplicada num corpo realiza um trabalho quando produz um deslocamento desse corpo. Por isso, diz-se trabalho de uma força e não trabalho de um corpo. O trabalho é uma grandeza física criada para medir energia. Consideram-se dois casos: 1o caso: A força tem a mesma direção do deslocamento Um ponto material que, por causa da força F , horizontal e constante, se movimenta da posição A para posição B, sofrendo um deslocamento d. 199 O trabalho de F no deslocamento AB é dado por: A,B = Fd. O valor desse trabalho é igual à energia transferida pela pessoa ao corpo supondo que o sistema seja ideal, isto é, sem perdas. Se a força F tem o mesmo sentido do deslocamento, o trabalho é dito motor. Tem-se sentido contrário, o trabalho é denominado resistente. Por convenção: motor > 0 e resistente < 0 A unidade de trabalho, no SI, é o N.m chamada joule e indicada por J, em homenagem ao físico inglês James Prescott Joule (1818-1889). 1 N 1 m = 1 J 2o caso: A força não tem a mesma direção do deslocamento Um ponto material que, sob a ação da força F , passa da posição A para a posição B, sofrendo um deslocamento d. Nesse caso, o trabalho da componente F y no deslocamento d é nulo, pois não há deslocamento na direção y. Logo, somente F x realiza trabalho e esse trabalho é dado por: A, B = F A, B = Fx A, B = Fd = F cos d = Fd cos O trabalho é uma grandeza escalar. Se a força F for perpendicular à direção do deslocamento, o trabalho de F é nulo, pois cos 90º = 0. 200 ● Energia cinética e seu teorema A água que corre, o vento que sopra, um corpo que cai, a bala que sai da boca de um canhão etc. têm energia, pois podem produzir trabalho quando encontram algum obstáculo. A água corrente pode acionar uma turbina; o vento impulsiona barcos à vela, faz girar moinhos; a bala de um canhão derruba prédios. Esse tipo de energia que os corpos têm devido ao movimento é denominado energia cinética. A energia cinética de um corpo resulta de uma transferência de energia do sistema que põe o corpo em movimento. Ela mede o trabalho que o corpo é capaz de realizar sobre o exterior, devido ao seu estado de movimento. Considerando-se, por exemplo, um corpo de massa m, em repouso sobre um plano horizontal liso, que, sob a ação da força exercida pela pessoa, adquire velocidade v após certo deslocamento. O trabalho realizado pela pessoa nesse deslocamento é transferido para o corpo sob a forma de energia de movimento (energia armazenada no corpo). 201 Essa energia devida ao movimento é chamada energia cinética e é dada por: = Fd = mad 2 2 Utilizando a equação de Torricelli v = v0 + 2a Δs, tem-se: v2 v2 = 0 + 2ad v2 = 2ad. Logo: d = 2a Substituindo em , resulta: = ma v2 2a = 1 mv 2 Ec = mv2 2 2 A unidade de energia cinética é a mesma do trabalho, isto é, o joule (J). O teorema da energia cinética. Considerando-se um corpo de massa m que passa da velocidade v0 para a velocidade v sob a ação da força resultante F num deslocamento d. Essa força produzirá no corpo uma aceleração a, tal que: = Fd = mad Da equação de Torricelli: V2 = v 02 + 2ad v 2 v 02 2 Substituindo em , vem: ad = 202 v 2 v 02 = m 2 1 1 mv2 m v 02 = E c f Eci , 2 2 1 1 onde: mv2 = E c f = energia cinética final; m v 02 = Eci = energia 2 2 cinética inicial. Ou seja: = O trabalho realizado pela força resultante que atua sobre um corpo é igual à variação da energia cinética desse corpo. ● Energia potencial gravitacional A energia potencial gravitacional é uma espécie de energia capaz de existir em estado de reserva. Ela é associada a um corpo devido à posição que ele ocupa em relação a um nível de referência, como, por exemplo, a superfície da Terra. Considerando-se um corpo de massa m sendo erguido do ponto A até o ponto B num local onde a aceleração da gravidade é igual a g. Se, em seguida, o corpo for abandonado no ponto B, ele cairá com velocidade cada vez maior, isto é, sua energia cinética vai aumentando. Isso significa que, na posição B, o corpo possui outra forma de energia que, durante a queda, vai se transformando em energia cinética. 203 A energia armazenada pelo corpo devido à sua posição em relação ao nível de referência (por exemplo, a superfície da Terra) é denominada energia potencial gravitacional. A energia do corpo vem da pessoa que, ao erguer o corpo para colocá-lo na posição B, exerce uma força motriz e realiza um trabalho, transferido para o corpo sob a forma de energia potencial gravitacional. Essa energia é numericamente igual ao trabalho no deslocamento AB . Logo: = Fh Ep = Ph E pgrav = mgh A energia potencial gravitacional é uma função da posição. Portanto, ela pode ser positiva, negativa ou nula. A energia potencial gravitacional não depende nem de como o corpo atinge certa altura lenta ou rapidamente nem do tipo de trajetória. Depende, sim, das posições inicial e final do corpo em relação a um nível referência. Costuma-se atribuir à superfície da Terra uma energia potencial nula. Essa escolha é arbitrária. 204 ● Energia mecânica Denomina-se energia mecânica total de um corpo a soma das energias cinética e potencial, isto é: Em = Ec + Ep, onde Em é a energia mecânica, Ec é a energia cinética e Ep é a energia potencial. ● Princípio da conservação da energia Qualquer movimento ou atividade é realizado através da transformação de um tipo de energia em outro ou em outros, isto é, através da transformação energética (não há criação nem destruição de energia). Alguns exemplos: 1. Para uma pessoa correr, nadar, levantar peso etc., sua energia é transformada em calor e movimento. Essa energia provém dos alimentos ingeridos e do ar que ela respira. Quando uma pessoa ou um animal se alimenta de vegetais verdes, por exemplo, cuja energia é obtida através do processo conhecido como fotossíntese , essa energia fica armazenada nas células da pessoa ou do animal, permitindo a realização de atividade muscular. 2. Nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água transformase em energia cinética e movimenta turbinas acopladas a geradores elétricos. Nas usinas termelétricas, a energia necessária para aquecer a água provém de combustíveis derivados do petróleo ou do carvão. Nas nucleares, utiliza-se como combustível o urânio. A 205 finalidade dessas usinas é transformar essas energias (potencial gravitacional, potencial químico ou potencial nuclear, respectivamente) em energia elétrica, que terá outras formas nas residências, nos hospitais e nas indústrias. Um liquidificador a transformará em energia cinética; uma lâmpada, em energia térmica e luminosa; um rádio, em energia sonora etc.. 3. Para um carro avançar, ele tem de transformar em energia cinética parte da energia que provém do combustível. Observar uma tonelada e meio do carro para movimentar o peso de uma pessoa, o que se pode afirmar de se tratar de algo anti-eficiente. 4. Nos automóveis, as baterias produzem energia elétrica através de reações químicas. Essa energia é transformada em movimento no motor de arranque, em luz nos faróis e em energia sonora na buzina. A principal fonte de energia que se utiliza é a energia solar. A radiação solar é responsável pela produção dos alimentos vegetais, do carvão, do petróleo, da evaporação, dos ventos etc. A energia do Sol e de outras estrelas é devida a reações exotérmicas de fusão nuclear. Assim, pode-se enunciar o princípio da conservação da energia: 206 A energia não se cria nem se destrói apenas se transforma de um tipo em outro, em quantidades iguais. ● Princípio da conservação da energia mecânica Estudam-se agora os sistemas conservativos, isto é, sistemas isolados em que as forças de interação são conservativas, ou seja, não se consideram as forças dissipativas como o atrito e a resistência do ar. Quando o trabalho das forças dissipativas é resistente, há uma perda de energia mecânica. A esta perda, que é irreversível, denomina-se dissipação. O trabalho realizado pelas forças dissipativas mede a energia mecânica, que se dissipa geralmente para a forma térmica e, mais raramente, para outras formas. Como exemplo, estuda-se o pêndulo gravídico simples e desprezar as forças dissipativas de atrito e de resistência do ar. Considerando-se um corpo em Deslocando-se o corpo equilíbrio no ponto A, para a posição B, ele pendurado no extremo do fio. ganhará energia potencial. Soltando-se o corpo, ele entra em movimento adquirindo energia cinética cada vez maior e perde energia potencial porque diminui a altura, de tal forma que o que o corpo perde em energia potencial ganha em energia cinética. Chegando novamente ao ponto A, a energia potencial é nula e a cinética é máxima. A partir daí, o corpo continua em movimento perdendo energia cinética e adquirindo energia potencial porque aumenta a altura até chegar ao ponto C, onde para. 207 Como não se considera a resistência do ar, pode-se mostrar que a altura do ponto B é a mesma de C, o que mostra que o corpo tem a mesma energia que tinha no início. Nesse exemplo, em qualquer ponto da trajetória do corpo, a partir da posição B, a sua energia mecânica permanece constante: EMB EMA EMC cte. Em um sistema conservativo, a energia mecânica total permanece constante. EM = EC + EP = cte. Observação: a energia não é a única grandeza que se conserva nos fenômenos físicos. Também se conserva a quantidade de movimento. Sempre que um corpo ganha quantidade de movimento, algum outro deve perder igual quantidade de movimento. Jogue uma bola contra outra igual, em repouso. Se a segunda bola é atingida em cheio ela sai com toda a quantidade de movimento, ficando a outra parada. Se você atinge uma bola de beisebol com o taco, este perde velocidade, enquanto a bola sai velozmente. A perda de quantidade de movimento do taco é igual à quantidade de movimento ganha pela bola. A lei que exprime a conservação da quantidade de movimento é válida qualquer que seja o número de objetos, e independe de suas dimensões. Ela se aplica tanto às partículas fundamentais (que são muito menores que o átomo) quanto às colisões de veículos e às galáxias. Ela é válida quer os corpos permaneçam unidos após o choque, quer saltem depois de se tocarem. Os cientistas acreditam que existe atualmente no Universo a mesma quantidade de movimento que há um bilhão de anos. 208 Ondulatória Ondas ● Teoria, seus criadores, sua prática ● Iniciação e Classificação ● Ondas periódicas ● Reflexão e refração de um pulso numa corda ● Princípio da superposição ● Ondas estacionárias ● Teoria, seus criadores, sua prática Em física, uma onda é uma perturbação oscilante de alguma grandeza física no espaço e periódica no tempo. Por exemplo, um objeto preso a uma mola que é esticada e comprimida. A mola exerce uma força sobre o objeto. Esta força é proporcional ao deslocamento da mola a partir de sua posição de equilíbrio e é no sentido oposto ao deslocamento F = - k x (lei de Hooke). Eis um exemplo de oscilação em mola. O homem sempre sentiu fascínio e curiosidade pelas ondas do mar. Na Terra se está rodeado por ondas: mecânicas (como as ondas do mar) e eletromagnéticas (como as sonoras, luminosas, de rádio, raios-X etc.) Na história da Física, grandes cientistas dedicaram-se ao estudo das ondas, entre eles: Christian Huygens (1629-1695), Robert Hooke (1635-1703), Isaac Newton (1643-1727), Hertz (1857-1894), Guglielmo Marconi (1874-1937), Doppler (1803-1853). Graças às ondas é que existem muitas das maravilhas do mundo moderno, como a televisão, o rádio, as telecomunicações via satélite, o radar, o forno de micro-ondas, entre outras. 209 Existe também a Acústica, que se dedica ao som e aos fenômenos sonoros. Engenheiros especializados criam maneiras de reduzir ruídos de fontes como geladeiras, máquinas de lavar roupas, automóveis, motores de embarcações etc. Para bloquear o ruído, utilizam-se paredes espessas, sem aberturas. Materiais porosos como, por exemplo, tapetes, cortinas, cerâmica acústica absorvem parte do som. Na medicina, a Acústica utilizada para medir o grau de audição e construir materiais de proteção para o ouvido. Na arquitetura, na construção de salas, teatros, igrejas e auditórios, a Acústica serve para eliminar ruídos excessivos e proporcionar a esses locais condições ótimas de audição. Também os móveis e materiais de construção e decoração devem ser escolhidos convenientemente para evitar a reflexão de muitos sons que se combinam e desaparecem lentamente (reverberação). ● Iniciação e Classificação Duas pessoas segurando as extremidades de uma corda. Se uma delas fizer um impulso na corda de modo a provocar um movimento vertical brusco, para cima e depois para baixo, causará uma perturbação na corda, originando uma oscilação sinuosa, que se deslocará ao longo da corda aproximando-se da outra pessoa, enquanto a extremidade que recebeu o impulso retorna à posição inicial, por ser a corda um meio elástico. Outro exemplo de oscilação em mola. 210 Nesse exemplo, a perturbação denomina-se pulso, o movimento do pulso é chamado de onda, a mão da pessoa que faz o movimento vertical é a fonte e a corda, na qual se propaga a onda, é denominada meio. Provocando-se vários pulsos sucessivos com um movimento de sobe-e-desce, têm-se várias ondas propagando-se a corda, uma atrás da outra, constituindo um trem de ondas. Um outro exemplo pode ser visto quando se atira uma pedra num lago de águas paradas. A perturbação causada pelo impacto da pedra na água originará um movimento que se propagará pela superfície do lago como circunferências de mesmo centro, afastando-se do ponto de impacto. Colocando-se um pedaço de cortiça na água, próximo ao local do lançamento da pedra, verifica-se que a onda, ao atingir a cortiça que fica flutuando na superfície da água, faz com que ela apenas oscile, subindo e descendo, sem variar a direção. 211 Como a rolha não é arrastada, concluí-se que a onda não transporta matéria. Porém, como ela se movimenta, implica que recebeu energia da onda. Uma onda transmite energia sem o transporte de matéria. O surfista só consegue surfar porque a onda não é mais uma “onda”. No momento em que ela quebra, não se caracteriza mais como uma onda, pois há o transporte de matéria. Ele surfa transversalmente à onda, ou seja, ele utiliza-se da energia das partículas de água que estão em movimento circular, conseguindo assim, deslocar-se para frente junto com a onda. As ondas podem ser classificadas de três modos: 1ª) quanto à natureza: Ondas mecânicas: são geradas pela oscilação (vibração) de objetos, impactos e precisam de um meio material para se propagar (não se propagam no vácuo). Exemplo: Ondas do mar, ondas em cordas e ondas sonoras (som); Ondas eletromagnéticas: são geradas por cargas elétricas oscilantes e não necessitam de um meio material para se propagar, podendo se propagar no vácuo. Exemplos: Ondas de rádio, de televisão, de luz, 212 raios X, raios laser, ondas de radar etc.; ondas de matéria é a dualidade onda-partícula, representa o estado da matéria, não existe por si, que nem o ponto. 2ª) quanto à direção de propagação: Unidimensionais: são aquelas que se propagam numa só direção. Exemplo: Ondas em cordas; Bidimensionais: são aquelas que se propagam num plano. Exemplo: Ondas na superfície de um lago; Tridimensionais: são aquelas que se propagam em todas as direções. Exemplo: Ondas sonoras no ar atmosférico ou em metais. 3ª) quanto à direção de vibração (oscilação): Transversais: são aquelas cujas vibrações são perpendiculares à direção de propagação. Exemplo: Ondas em corda; Longitudinais: são aquelas cujas vibrações coincidem com a direção de propagação. Exemplos: Ondas sonoras, ondas em molas (esta oscilação em mola). Mistas: são aquelas cujas vibrações são, ao mesmo tempo, transversais e longitudinais. Exemplo: som nos sólidos. Em resumo: as ondas podem ser mecânicas ou eletromagnéticas. As ondas mecânicas são longitudinais (ondas sonoras, ondas em molas conforme figura acima mais próxima), transversais (ondas em corda conforme figura acima mais longínqua ou até em mola do mesmo jeito) e mistas (ondas sonoras no bater 213 de um bumbo). As ondas eletromagnéticas são transversais (vide em eletrologia). ● Ondas periódicas Uma pessoa executando um movimento vertical de sobe-edesce na extremidade livre da corda indicada na figura, em intervalos de tempo iguais. Esses impulsos causarão pulsos que se propagarão ao longo da corda em espaços iguais, pois os impulsos são periódicos. A parte elevada denomina-se crista da onda e a cavidade entre duas cristas chama-se vale. Denomina-se período T o tempo necessário para que duas cristas consecutivas passem pelo mesmo ponto. Chama-se frequência f o número de cristas consecutivas que passam por um mesmo ponto, em cada unidade de tempo. 1 Entre T e f vale a relação: f = T No caso em que T igual a unidade de tempo se tem f igual a um. A distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos é denominada comprimento de onda, representado por , e a é a amplitude da onda. Como um pulso se pro com velocidade constante, vale a expressão s = vt. Fazendo s = , tem-se t = T. Logo: s = vt = v.T 1 = v. v = f. f 214 Essa igualdade é válida para todas as ondas periódicas como o som, as ondas na água e a luz. Aplicação: Uma corda de massa 240 g e de comprimento 1,2 m vibra com frequência de 150 Hz, conforme indica a figura. Qual a velocidade de propagação da onda na corda? = 1,2 2 = 0,8 m. Logo: v = f = 0,8.150 = 120 m/s Pela figura: 3. ● Reflexão e refração de um pulso numa corda Quando um pulso, propagando-se numa corda, atinge sua extremidade, pode retornar para o meio em que estava se propagando. Esse fenômeno é denominado reflexão. Essa reflexão pode ocorrer de duas formas: 1ª) Extremidade fixa Se a extremidade é fixa, o pulso sofre reflexão com inversão de fase, mantendo todas as outras características. 215 2ª) Extremidade livre Se a extremidade é livre, o pulso sofre reflexão e volta ao mesmo semiplano, isto é, não ocorre inversão de fase. Propagando-se numa corda de menor densidade, um pulso passa para outra de maior densidade, diz-se que ele sofreu uma refração. A experiência mostra que a frequência não se modifica quando um pulso passa de um meio para outro. Logo: fA = fB vA v = B. B A De fato, notar que no desenho A > B e VA > VB. Como VA = A fA então fA = VA / A. De maneira análoga: fB = VB / B. Logo, está demonstrado. Essa fórmula é válida também para a refração de ondas bidimensionais e tridimensionais. Observa-se que o comprimento de onda e a velocidade de propagação variam com a mudança do meio de propagação. Observação: Existem outros fenômenos ondulatórios que não reflexão e refração, quais sejam: interferência (alto-falante), 216 difração (quando se escuta alguém falando mesmo estando do outro lado da parede; quando se enxerga uma colher num copo com água), ressonância (botão de rádio, marcha de soldado) e polarização (filtro de máquina fotográfica). Aplicação: Uma onda periódica propaga-se em uma corda A, com velocidade de 40 cm/s e comprimento de onda 5 cm. Ao passar para uma corda B, sua velocidade passa a ser 30 cm/s. Determine: a) o comprimento de onda no meio B; b) a frequência da onda. Resolução: v A 40 cm / s a) A 5 cm v 30 cm / s B vA vB 40 30 = = B = 3,75 cm A B B 5 b) Como a frequência é a mesma nos meios A e B: vA = AfA 40 = 5fA fA = 8 Hz ● Princípio da superposição Quando duas ou mais ondas se propagam, simultaneamente, num mesmo meio, diz-se que há uma superposição de ondas. Como exemplo, considere duas ondas propagando-se conforme indicam as figura A e B. 217 Figura A: Supondo que atinjam o ponto P no mesmo instante, elas causarão nesse ponto uma perturbação que é igual à soma das perturbações que cada onda causaria se o tivesse atingido individualmente, ou seja, a onda resultante é igual à soma algébrica das ondas que cada uma produziria individualmente no ponto P, no instante considerado. Após a superposição, as ondas continuam a se propagar com as mesmas características que tinham antes. Figura B: Os efeitos são subtraídos (soma algébrica), podendo-se anular no caso de duas propagações com deslocamento invertido. Em resumo: Quando ocorre o encontro de duas cristas, ambas levantam o meio naquele ponto; por isso ele sobe muito mais. (fig. A); Quando dois vales se encontram eles tendem a baixar o meio naquele ponto. (fig. A invertida; Quando ocorre o encontro entre um vale e uma crista (fig. B), um deles quer puxar o ponto para baixo e o outro quer puxá-lo para cima. Se a amplitude das duas ondas for a mesma, não ocorrerá deslocamento, pois eles se cancelam (amplitude zero) e o meio não sobe e nem desce naquele ponto. 218 Nesse caso de duas ondas superpostas, a onda resultante depende da fase. Duas ondas de mesma frequência e amplitude, mas defasada em 180º, as amplitudes está opostas, cancelando-se. ● Ondas estacionárias São ondas resultantes da superposição de duas ondas de mesma frequência, mesma amplitude, mesmo comprimento de onda, mesma direção e sentidos opostos. Pode-se obter uma onda estacionária através de uma corda fixa numa das extremidades. Com uma fonte faz-se a outra extremidade vibrar com movimentos verticais periódicos, produzindo-se perturbações regulares que se propagam pela corda. N = nós ou nodos e V = ventres. Ao atingirem a extremidade fixa, elas se refletem, retornando com sentido de deslocamento contrário ao anterior. Dessa forma, as perturbações se superpõem às outras que estão chegando à parede, originando o fenômeno das ondas 219 estacionárias. Uma onda estacionária se caracteriza pela amplitude variável de ponto para ponto, isto é, há pontos da corda que não se movimentam (amplitude nula), chamados nós (ou nodos), e pontos que vibram com amplitude máxima, chamados ventres. É evidente que, entre os nós, os pontos da corda vibram com a mesma frequência, mas com amplitudes diferentes. Observa-se: Como os nós estão em repouso, não pode haver passagem de energia por eles, não havendo, então, em uma onda estacionária o transporte de energia. A distância entre dois nós consecutivos vale λ/2. A distância entre dois ventres consecutivos vale λ/2. A distância entre um nó e um ventre consecutivo vale λ/4. Quanto maior a frequência, menor o comprimento da onda. Os sons audíveis estão na faixa ELF até 2104 Hz, isto é, 20.000Hz. As telecomunicações (rádio, TV, telefonia etc.) estão distinguidas nas faixas VHF, UHF e SHF. Faixa Frequência Comprimento ELF [30 Hz, 300 Hz] 107 m VHF [3.107 Hz 3.108 Hz] 10 m UHF [3.108 Hz 3.109 Hz] 1m SHF [3.109 Hz 3.1010 Hz] 10-1 m Raios infraver. [1011 Hz 1015 Hz] 0,7-6 m Luz visível [1015 Hz] 0,4-6 m Raios ultraviol. [1015 Hz 1016 Hz] 10-8 m Raios “X” [1017 Hz] 10-9 m Raios “Gama” [1019 Hz] 10-13 m Raios “Cósm.” [1022 Hz] 10-14 m 220 O urânio tem 92 prótons, porém através dos séculos vai perdendo-os na forma de radiações, até terminar em chumbo, com 82 prótons estáveis. No que se refere às cores. Cor Frequência (1014 Hz) Comprimento onda (10-10m) Violeta 7,69 6,65 3.900 4.500 Azul 6,59 6,10 4.550 4.920 Verde 6,10 5,20 4.920 5.770 Amarelo 5,20 5,03 5.770 5.970 Vermelho 4,82 3,84 6.220 7.800 Informações: O som não pode de se propagar no vácuo. Por essa razão, a onda sonora é chamada onda mecânica. São também ondas mecânicas as ondas numa corda, na água e numa mola. Essas ondas precisam de um meio material (sólido, liquido ou gás) para se propagar. Por outro lado, a luz, as ondas de rádio etc., possa se propagar em meios materiais e também no vácuo. Essas ondas são denominadas ondas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas são geradas por oscilações de cargas elétricas e se propagam no vácuo com uma velocidade aproximada de 300.000 km/s. 221 Os tipos principais de ondas eletromagnéticas são em ordem decrescente de frequência: raios gama, raios X, luz ultravioleta, luz visível, raios infravermelhos, ondas curtas de rádio e ondas longas de rádio. O conjunto dessas ondas forma o espectro eletromagnético. Algumas aplicações desses raios: Raios gama: são emitidos por materiais radioativos e usados no tratamento de câncer e de muitas doenças de pele. Raios X: ajudam os médicos a tratar e a diagnosticar doenças. Raios ultravioletas: são usados como desinfetantes. Raios infravermelhos: são emitidos por corpos aquecidos e usados para secar pinturas. Ondas de rádio: são usadas pelas emissoras de rádio e televisão. O cobalto 60 é usado como fonte de radiação gama em radioterapia e esterilização de alimentos. Tufo de Coolidge é o dispositivo que gera raios X. Raios ultravioletas pela lâmpada de kromavck. Isso sem falar do proveniente do Sol. Raios infravermelhos também por lâmpadas. 222 Eletrologia Primeiros conceitos ● Teoria, seus criadores, sua prática ● Carga elétrica ● Estrutura da matéria ● Princípios da eletrostática ● Isolantes e condutores ● Eletrização por atrito, contato e indução ● Eletroscópio ● Teoria, seus criadores, sua prática A eletricidade como ciência data de 600 a.C., quando o grego Thales de Mileto descobriu que o âmbar, uma resina fóssil, quando atritada com pele de animal adquiria a propriedade de atrair pequenos pedaços de palha. O nome dessa resina em grego é élektron, do qual deriva as palavras eletricidade, eletrização etc. Em 1600 o médico inglês Willian Gilbert (1544-1603), retomando as observações de Thales, inventou o pêndulo elétrico, o que tornou possível a observação de uma série de fenômenos que se transformaram na base da Eletricidade. Uma de suas observações foi a existência de um grande número de corpos que, quando 223 atritados, se comportam como o âmbar, isto é, adquirem carga elétrica, se eletrizam e passam a exercer força de atração sobre outros corpos. Os estudos nesse campo evoluíram com Otto Von Guericke (1602-1686), que observou a repulsão entre cargas elétricas. Somente por volta de 1730 o pesquisador francês Charles Du Fay (1698-1739) demonstrou claramente que a força elétrica podia ser atrativa ou ser repulsiva. Na metade do século XVIII, Benjamin Franklin, estadista e cientista americano, admite a transferência de eletricidade de um corpo para outro, quando são atritados, imagina a eletricidade como um fluido e se refere aos estados elétricos como um excesso ou uma deficiência desse fluido. A eletricidade é a parte da Física que estuda os corpos eletrizados. Ele se subdivide em: Eletrostática (estuda os elétrons ou carga elétrica em repouso); Eletrodinâmica (estuda os elétrons ou carga elétrica em movimento). Classifica os três estados elétricos do seguinte modo: neutro: quando o corpo possui esse fluido em condições normais; positivo: quando o corpo recebe uma quantidade desse fluido de outro corpo; negativo: quando o corpo perde certa quantidade desse fluido para outro corpo. No final do século XVIII o francês Charles Augustin de Coulomb (1736-1806), utilizando a balança de torção, estabelece a primeira lei quantitativa da eletricidade, a da força elétrica, conhecida como lei de Coulomb. As noções de campo elétrico, potencial elétrico e capacitância foram introduzidas através dos teoremas de Gauss, de Laplace e de Poisson. A eletricidade dinâmica se desenvolve com a descoberta da pilha, por Alexandre Volta (1745-1826), em 1800, revelando a corrente elétrica e a resistência elétrica. Tornou-se necessário medir essas grandezas e outras, situação que interessou a Ampère, Ohm, Pouillet, Joule, Faraday e Kirchhoff, cujos trabalhos permitiram a construção de equipamentos como o amperímetro (intensidade da 224 corrente elétrica, equivalente na hidrodinâmica com a vazão da água) e o voltímetro (tensão da corrente elétrica equivalente à pressão d água). A descoberta da corrente elétrica reativou os conhecimentos sobre fenômenos magnéticos já conhecidos muitos séculos antes da descoberta de Thales de Mileto. Acredita-se que foi observada pela primeira vez numa antiga cidade da Ásia menor, chamada Magnésia, de onde teriam se originado os vocábulos: magnetita, magnético, magnetismo etc. Em 1820, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted (17771851) verificou que uma bússola magnética sofria desvio do caminho normal quando colocada nas vizinhanças de um fio conduzindo corrente elétrica. Tal observação, relacionando eletricidade e magnetismo, levou muitos cientistas ilustres, entre o quais Michael Faraday (1791-1867), Lorentz, Biot, Savart, Ampère, Joseph Henry, Edwin Hall, Lenz, a realizarem pesquisas que conduziram à demonstração de que existe uma interligação entre eletricidade e magnetismo. Essas descobertas introduziram uma revolução econômica e industrial proporcionando o bem-estar de que se desfruta hoje; graças a elas, dispõem-se de televisores, telefones, computadores, rádios, bem como também de motores elétricos, utilizados num sem-número de equipamentos de uso diário. 225 ● Carga elétrica Muitas outras substâncias apresentam essa mesma propriedade do âmbar: quando atritadas adquirem carga elétrica, se eletrizam e passam a exercer força elétrica sobre outros corpos. Considerando-se a seguinte experiência: atritam-se duas barras de vidro com um pedaço de seda. Pendura-se uma das barras atritadas por um fio. A seguir, se coloca perto desta barra a outra barra também atritada. Observa-se que elas se repelem. Repete-se todo o processo com duas barras de plástico atritadas com lã. Elas também se repelem. Entretanto, ao aproximar a barra de vidro atritada com seda da barra de plástico atritada com lã, verifica-se que elas se atraem. Repetindo essa experiência com outros tipos de materiais, pode-se observar a existência de apenas dois tipos de carga elétrica: uma adquirida pelo vidro quando atritado com a seda; outra, adquirida pelo plástico quando atritado com a lã. Foi Benjamin Franklin quem denominou a carga adquirida pelo vidro de positiva, e negativa a carga adquirida pelo plástico. Dessa experiência pode-se também concluir que bastões eletrizados com um mesmo tipo de carga se repelem e bastões eletrizados com tipos diferentes de cargas se atraem. Sente-se quando a TV é acesa os pelos do braço próximos a ela se arrepiam. 226 [Enfim, corpos têm massa e carga elétrica. Entre partículas elétricas existem forças gravitacionais de atração devido às suas massas e forças elétricas devido às suas cargas elétricas. Nesse caso, as forças gravitacionais podem ser desprezadas, visto que a massa de uma partícula é ínfima. A força gravitacional só é perceptível quando há a interação entre corpo e massa de grandes proporções, como a Terra e a Lua. Já a força elétrica entre partículas não é nada desprezível, é 1039 vezes maior do que a força gravitacional.] ● Estrutura da matéria A partir do conhecimento da estrutura da matéria, explica-se a eletrização dos corpos. Com efeito, a matéria é formada de pequenas partículas, os átomos. Cada átomo, por sua vez, é constituído de partículas ainda menores, os prótons, os elétrons e os nêutrons. Os prótons e os nêutrons localizam-se na parte central do átomo, formando o núcleo, que, apesar de ser aproximadamente cem mil vezes menor que o tamanho do átomo, é onde se concentra praticamente toda sua massa. A massa em repouso dos prótons e nêutrons é de aproximadamente 10-27 kg, enquanto a do elétron é de 10-31. Os elétrons, cuja massa é cerca de 1.840 vezes menor que a dos prótons, giram em torno do núcleo numa região chamada eletrosfera. Os prótons e os elétrons apresentam uma importante propriedade física, a carga elétrica. 227 A carga elétrica do próton a do elétron é exatamente igual, porém de sinais contrários. A carga do próton é positiva e a do elétron, negativa. O nêutron é desprovido de carga elétrica. Num átomo não existe predominância de cargas elétricas; o número de prótons é igual ao de elétrons. Assim, o átomo é um sistema eletricamente neutro. Entretanto, quando perde ou ganha elétrons, fica eletrizado. Eletrizado positivamente quando perde elétrons e negativamente quando recebe elétrons. A quantidade de carga do elétron, em valor absoluto, é chamada carga elementar e é representada por e. No SI, a unidade de carga é o Coulomb, cujo símbolo é C. Ele é a quantidade de carga elétrica que passa por um condutor, em um segundo, quando a corrente elétrica é de um ampére. [ideia de um ampére é uma lâmpada de 120 wats sobre 120 volts]. O valor da carga elementar é: e = 1,6.10-19 C. Início do século XX, arranjo experimental de Millikan para determinar a carga do elétron a partir da análise do movimento de gotículas de óleos eletrizados. Então: carga do elétron: 1,6.10-19 C carga do próton: +1,6.10-19 C O processo pelo qual um corpo se eletriza é semelhante ao de um átomo. No seu estado normal, um corpo é neutro, isto é, apresenta a mesma quantidade de prótons e de elétrons, cujas cargas de sinais contrários se equilibram. Quando apresenta falta ou excesso de elétrons torna-se um corpo eletrizado. É importante observar que a carga adquirida pelo corpo ao se eletrizar só aparece em múltiplos inteiros da carga elementar. Por essa razão diz-se que a carga é quantizada em múltiplos da carga elementar. Então, a carga elétrica Q de um corpo eletrizado pode ser escrita sob a forma: Q = n.e, onde n é o número de elétrons ou prótons em excesso no corpo eletrizado. Portanto, um corpo eletrizado pode estar: - eletrizado positivamente, falta de elétrons Q = +n.e; 228 - eletrizado negativamente, excesso de elétrons Q = n.e. É usual o emprego dos submúltiplos: 1 micro-Coulomb: 1 C = 10-6 C; 1 nano Coulomb: 1 nC = 10-9 C; 1 pico Coulomb: 1 pC = 10-12 C. Aplicação: Determine o número de elétrons existentes em uma carga de 10 C. Resolução: Dados: Q = 1,0 C, e = 1,6 10-19 C. Da equação Q = n e, resulta que: Q = n.e 1,0 = n.1,6.10-19 n = 6,25.1018 elétrons, ou seja, 6.250.000.000.000.000.000 elétrons que é um número inteiro. O núcleo do átomo é formado por prótons e nêutrons. Os prótons e os nêutrons são formados por quarks. Os quarks podem 2 1 ter cargas elétricas de dois valores diferentes: + e do valor da 3 3 carga elétrica do elétron; os antiquarks, que dão origem às antipartículas têm cargas opostas. Apenas quarks up (U), com carga 2 1 + e down (D) com carga participa da formação dos prótons e 3 3 nêutrons. O próton é formado por dois quarks U e um D, o que 2 2 1 resulta numa carga de + = +1. O nêutron é formado por 3 3 3 dois D e um U e, por isso, tem carga zero. De fato, 1 1 2 3 3 3 0 ● Princípios da eletrostática Experiências comprovam que durante o processo de atrito o número de cargas cedidas por um corpo é igual ao número de cargas recebidas pelo outro, o que permite enunciar o princípio da conservação da carga elétrica: 229 Num sistema eletricamente isolado, é constante a soma algébrica das cargas elétricas. Como exemplo, dois corpos, A e B, eletrizados com cargas respectivamente iguais a QA e QB. Colocados em contato, os corpos trocam cargas entre si. Separados, apresentam cargas QA e QB. Considerando-se o sistema eletricamente isolado, vale a relação: QA + QB = Q 'A Q B' Aproximando-se dois corpos eletrizados de mesma carga elétrica, entre eles aparece a força elétrica de repulsão, e entre corpos eletrizados de cargas diferentes, uma força elétrica de atração, o que permite enunciar o princípio da atração e repulsão das cargas: Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e de sinais opostos se atraem. 230 ● Isolantes e condutores Uma barra de plástico atritada com um tecido de lã adquire cargas elétricas que permanecem na região atritada. O plástico, e todos os materiais que não permitem o movimento das cargas elétricas, são chamados isolantes ou dielétricos. Segurando-se uma barra metálica e atritando-a com um tecido de lã, ela adquire cargas elétricas, mas não permanece eletrizada. As cargas adquiridas fluem pela barra, pelo corpo e escoam para a terra. Entretanto, por atrito, pode-se eletrizar a barra metálica, bastando para isso segurá-la por um cabo de plástico. Nesse caso, as cargas ficam retidas na barra e se distribuem por toda a sua superfície. Os metais, o corpo humano, a terra e os materiais que permitem o livre movimento das cargas elétricas são chamados condutores. 231 O diferente comportamento dos materiais isolantes e condutores em relação às cargas elétricas podem ser assim explicados: nos átomos dos metais, os elétrons das camadas mais distantes do núcleo libertam-se do átomo, movimentando-se livremente através do metal ou de outro condutor ligado a este; nos isolantes, os elétrons permanecem firmemente ligados aos átomos. Entre os isolantes e os condutores há um grupo intermediário, os semicondutores, de importância muito grande na microeletrônica. Os semicondutores mais conhecidos são o germânio e o silício, muito usados na construção de diodos e transistores. Existem ainda materiais que a temperaturas próximas do zero absoluto apresentam resistência nula ao movimento das cargas elétricas. São os supercondutores. É o caso, por exemplo, do alumínio, a temperaturas menores do que 272 °C. (zero absoluto é 273,15 ºC) ● Eletrização por atrito, contato e indução Quando dois corpos diferentes são atritados, pode ocorrer a passagem de elétrons de um corpo para o outro. Nesse caso, diz-se que houve uma eletrização por atrito. Um bastão de plástico sendo atritado com um pedaço de lã, ambos inicialmente neutros. A experiência mostra que, após o atrito, os corpos passam a manifestar propriedades elétricas. No exemplo descrito, houve transferência de elétrons da lã para o bastão. 232 Na eletrização por atrito, os dois corpos ficam carregados com cargas iguais, porém de sinais trocados. Sabe-se ainda que uma mesma substância possa ficar eletrizada positiva ou negativamente, conforme o tipo da outra substância com que é atritada. Lã tem a tendência para ceder elétrons (logo de ficar +) papel (lã). Plástico tem a tendência para receber elétrons (logo de ficar ) tampa de caneta esferográfica ou bola de aniversário. Aço e algodão é um material neutro. Eletrização por contato. Quando se colocam dois corpos condutores em contato, um eletrizado e o outro neutro pode ocorrer a passagem de elétrons de um para o outro, fazendo com que o corpo neutro se eletrize. Considerando-se duas esferas uma eletrizada e a outra, neutra. 12, +2 4, +4 5, 5, 2, +2 4, +4 5, 2, +2 5, 4, +4 repelem-se -5 com -5 As cargas em excesso do condutor eletrizado negativamente se repelem e alguns elétrons passam para o corpo neutro, fazendo com que ele fique também com elétrons em excesso, e, portanto, eletrizado negativamente. 233 Por outro lado se a esfera eletrizada com cargas positivas haverá também uma passagem de elétrons, porém, dessa vez, do corpo neutro para o eletrizado, pois este eletrizado está com falta de elétrons e os atrai do corpo neutro. Portanto, a esfera neutra também fica eletrizada positivamente, pois cederam elétrons. Na eletrização por contato, os corpos ficam eletrizados com cargas de mesmo sinal. Em termos de manifestações elétricas, a terra é considerada como um enorme elemento neutro [embora seja negativa com – 580.000 C] Dessa forma, quando um condutor eletrizado é colocado em contato com a terra ou ligado a ela por outro condutor, há uma redistribuição de cargas elétricas proporcional às dimensões do corpo eletrizado e da terra, ficando, na realidade, ambos eletrizados. Porém, como as dimensões do corpo são desprezíveis quando comparadas com as da terra, a carga elétrica que nele permanece, após o contato, é tão pequena que pode ser considerada nula, pois não consegue manifestar propriedades elétricas. Assim, ao se ligar um condutor à terra, diz-se que ele se descarrega, isto é, fica neutro. Na prática, pode-se considerar a terra como um enorme reservatório condutor de elétrons. Então, ao ligar um corpo condutor eletrizado à terra, ele se descarrega de uma das seguintes formas: 234 Importante: Após o contato, condutores de mesma forma e com as mesmas dimensões apresentam cargas iguais. Eletrização por indução. A eletrização de um condutor neutro pode ocorrer por simples aproximação de um outro corpo eletrizado, sem que haja contato entre eles. Condutor inicialmente neutro e bastão eletrizado negativamente. Quando se aproxima o bastão eletrizado do corpo neutro, suas cargas negativas repelem os elétrons livres do corpo neutro para posições distantes possíveis. Dessa forma, o corpo fica com falta de elétrons numa extremidade e com excesso de elétrons na outra. O fenômeno da separação de cargas num condutor, provocado pela aproximação de um corpo eletrizado, é denominado indução eletrostática. Na indução eletrostática ocorre apenas uma separação entre algumas cargas positivas e negativas do corpo. O corpo eletrizado que provocou a indução é denominado indutor e o que sofreu a indução, induzido. Se quiser obter no induzido uma eletrização com cargas de um só sinal, basta ligá-lo à terra na presença do indutor. Nessa situação, os elétrons livres do induzido, que estão sendo repelidos pela presença do indutor, escoam para a terra. 235 Desfazendo-se esse contato e, logo após, afastando-se o bastão, o induzido ficará carregado com cargas positivas. No processo da indução eletrostática, o corpo induzido se eletrizará sempre com cargas de sinal contrário às do indutor. ● Eletroscópio É um aparelho que se destina a indicar a existência de cargas elétricas, ou seja, identificar se um corpo está eletrizado. Os eletroscópios mais comuns são o pêndulo eletrostático e o eletroscópio de folhas. 236 Pêndulo eletrostático é constituído de uma esfera leve e pequena, em geral de cortiça ou isopor, suspensa por um fio flexível e isolante, preso a um suporte. Para entender seu funcionamento, suponha que se deseje saber se um determinado corpo está eletrizado. Aproximando-se o corpo da esfera neutra, se ele estiver eletrizado, ocorrerá o fenômeno da indução eletrostática na esfera e ela será atraída para o corpo em teste. Querendo-se saber o sinal da carga que o corpo eletrizado possui, deve-se, primeiramente, eletrizar a esfera com uma carga de sinal conhecido. Suponha, por exemplo, que a esfera do pêndulo tenha sido eletrizada com carga negativa. Ao aproximar o corpo em teste, que já sabe estar eletrizado, podem ocorrer dois casos. Se a esfera for atraída para o corpo é porque ele está eletrizado com carga de sinal contrário ao da esfera. No caso da figura A, o corpo está eletrizado com carga positiva. Se a esfera for repelida pelo corpo é porque ele está eletrizado com carga de mesmo sinal que a da esfera. No caso da figura B, o corpo está eletrizado com carga negativa. 237 238 Força elétrica ● Lei de Coulomb ● Lei de Coulomb Essa lei descreve a força de atração ou repulsão que aparece entre duas cargas puntiformes, isto é, entre as cargas de dois corpos eletrizados que possuem dimensões desprezíveis, quando colocados em presença um do outro. Considerando-se duas cargas elétricas puntiformes, Q1 e Q2, separadas pela distância d. Sabe-se que, essas cargas forem de mesmo sinal, elas se repelem. E, se tiveram sinais diferentes, se atraem. Isso acontece devido à ação de forças de natureza elétrica sobre elas. Essas forças são de ação e reação. Portanto, têm mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos. Deve-se notar também que, de acordo com o princípio da ação e reação, são forças que agem em corpos diferentes. Portanto, não se anulam. Em 1784, o físico francês Charles Augustin de Coulomb verificou experimentalmente que: A intensidade da força elétrica de interação entre duas cargas puntiformes é diretamente proporcional ao produto dos 239 módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa. A expressão matemática da lei de Coulomb é: F=k Q1 Q 2 de FG = g Mm d2 onde k é uma constante de proporcionalidade que depende do meio onde as cargas se encontram e do sistema de unidade adotado. No vácuo, a constante é indicada por k0 e é denominada constante eletrostática. Seu valor no SI é: k0 = 9.109 N.m2/C2 Na expressão da lei de Coulomb, utilizam-se apenas os módulos das cargas, concluindo, de antemão, pelos sinais das cargas, se as forças são de atração ou de repulsão. Q1 Q2 > 0 forças de repulsão Q1 Q2 < 0 forças de atração Observação: Ordem de grandeza, pela Lei de Coulomb, duas cargas elétricas pontuais de 1 Coulomb separadas de um metro exercem uma sobre a outra uma força de 9.109 N, isto é, aproximadamente, o peso de 900.000 toneladas. Por isso que geralmente empregam submúltiplos como o micro-Coulomb (mC) = 10-3 e o nano Coulomb (nC) = 10-9. 240 Campo elétrico ● O que é? ● Vetor campo elétrico ● Campo elétrico de várias cargas puntiformes fixas ● Campo elétrico uniforme ● Corrente elétrica ● O que é? O conceito de campo elétrico pode ser mais bem apresentado fazendo-se uma analogia do campo elétrico com o campo gravitacional criado pela Terra. Em torno da Terra M devido à sua massa, existe um campo gravitacional. A cada ponto desse campo associa-se um vetor g , denominado vetor campo gravitacional ou vetor aceleração da gravidade. (vide página 157) Um corpo de massa m colocado num determinado ponto desse campo ficará sujeito à força gravitacional terrestre comumente denominada peso do corpo, dada por P = m g . Assim, no ponto considerado: g P m (vetor campo gravitacional) Um corpo eletrizado Q devido à sua carga elétrica, cria ao seu redor um campo elétrico. Cada ponto desse campo é caracterizado por um vetor E , denominado vetor campo elétrico. Uma carga de prova q, colocada num ponto desse campo, sofrerá a 241 ação de uma força elétrica F de tal forma que F = q E . Então, no ponto considerado: E F q (vetor campo elétrico) O módulo do vetor campo elétrico é E = F/q = (pela lei de Qq kQ Coulomb) = k. q = 2 , ou seja, não depende de q. e d d Analogia: o campo gravitacional criado pela massa M em torno de si é uma propriedade dessa massa M, não dependendo da massa m para a sua existência. De fato, g = FG/m = (como FG = G Mm ) = GM/d2. 2 d É importante observar que o campo elétrico criado pela carga Q em torno de si é uma propriedade dessa carga Q, não dependendo da carga de prova q para a sua existência. A carga de prova q colocada num ponto desse campo é utilizada apenas para investigar as características do campo elétrico nesse ponto. Portanto, o valor da carga de prova tem de ser bem menor que o valor da carga que originou o campo. Existe uma região de influência da carga Q onde qualquer carga de prova q, nela colocada, estará sob a ação de uma força de origem elétrica. A essa região chama-se de campo elétrico. 242 Na analogia seria: existe uma região de influência da massa M onde qualquer massa m, nela colocada, estará sob a ação de uma carga de origem gravitacional (peso). A essa região chama-se campo gravitacional. Diferença de q e m: m > 0 e q pode ser > 0 ou < 0. ● Vetor campo elétrico Considerando-se uma carga Q criando em torno de si um campo elétrico. Colocando-se num ponto P dessa região uma carga de prova q, esta fica sujeita a uma força elétrica F . O vetor campo elétrico E é definido nesse ponto pela igualdade: E= F q As características desse vetor, são: F Intensidade: É dada por: E = , onde a unidade de medida de q campo elétrico no SI é Newton/Coulomb (N/C); Direção: O vetor E tem a mesma direção da força F ; Sentido: analisando a expressão F = q E , pode-se associar o sentido do campo elétrico com o da força elétrica da seguinte forma: 243 1) Se q > 0, E e F têm mesmo sentido 2) Se q < 0, E e F têm sentidos contrários Orientação do campo elétrico Depois é possível concluir destas orientações que Q > 0 temse que o campo elétrico criado por Q é sempre de afastamento, pois E assim indica. ● Campo elétrico de várias cargas puntiformes fixas O campo elétrico de uma carga puntiforme Q positiva é de afastamento e pode ser representado através de linhas de força apontadas radialmente para fora. Quando a carga criadora do campo for negativa, o campo elétrico é radialmente para dentro, ou seja, de aproximação. 244 O campo elétrico de duas cargas puntiformes positivas é de afastamento (exceto onde N se encontra) e pode ser representado através de linhas de força apontadas radialmente para fora (vide as exceções). Quando elas forem opostas o campo elétrico é radialmente para dentro, ou seja, de aproximação (vide exceções na figura que se designa abaixo por (*)). No campo magnético, próximo tópico, é mais fácil de ver o que está acima ao se empregar uma barra imantada e limalhas de ferro. 245 ● Campo elétrico uniforme ● Corrente elétrica É o movimento ordenado de cargas elétricas. O movimento desorganizado dos elétrons livres no interior da rede cristalina não tem muito interesse. Mas em condições adequadas, pode-se provocar um movimento das cargas ao longo dos condutores, de modo a obter um fluxo contínuo de carga elétrica em um dado sentido. Este fenômeno é muito importante, e é chamado de "corrente elétrica". Esse é o sentido real onde os elétrons correm ordenadamente do polo negativo da bateria para o seu polo positivo. Enquanto, o sentido convencional os prótons se deslocam ordenadamente da esquerda para a direita. 246 Campo magnético ● Introdução ● Inseparabilidade dos polos ● Substâncias magnéticas e não-magnéticas ● O que é campo magnético ● Indução magnética ● Campo magnético criado por corrente elétrica num fio retilíneo ● Campo magnético criado por um solenoide ● Introdução Os fenômenos magnéticos são conhecidos desde a Antiguidade. Naquela época já se utilizavam certas pedras que tinham a propriedade de atrair pedaços de ferro na orientação da rota de grandes viagens. O vocábulo magnetismo é devido a uma região chamada Magnésia, localizada na Turquia, local em que essas pedras foram encontradas. Quando suspensas por seus centros de massa, tais pedras orientavam-se sempre no sentido norte-sul. Eram constituídas de óxido de ferro e denominadas magnetita. Atualmente recebem o nome genérico de ímã natural. Só mais tarde se descobriu a possibilidade de fabricar ímãs artificiais. Os ímãs artificiais são, normalmente, barras de ferro ou aço às quais se transmite a propriedade magnética. Eles levam vantagem sobre os ímãs naturais por terem maior poder atrativo e também porque podem receber a forma mais conveniente ao seu uso. 247 Todo ímã apresenta duas regiões distintas, denominadas polos, que possuem comportamentos opostos: polo norte e polo sul. A experiência comprova a seguinte propriedade básica do magnetismo: Polos magnéticos de mesmo nome se repelem e de nomes contrários se atraem. Um exemplo dessa propriedade é a bússola, que foi inventada pelos chineses. Constitui-se de um pequeno ímã em forma de losango, denominado agulha magnética, com possibilidade de girar em torno do seu centro de massa. Verifica-se que um dos polos aponta, aproximadamente, para o Norte geográfico e o outro, para o Sul geográfico. 248 Isso ocorre porque a Terra se comporta como um enorme ímã, cujo polo norte magnético está situado nas proximidades do polo Sul geográfico e vice-versa. Chama-se de polo norte da agulha magnética à extremidade que aponta para o Norte geográfico, pois é atraída pelo polo sul magnético. O outro é chamado polo sul da agulha magnética. ● Inseparabilidade dos polos Experimentalmente, pode-se verificar também que um único polo não pode existir isoladamente. Imaginando-se um ímã em forma de barra com seus polos norte e sul. Seccionando-o ao meio, surgirão novos polos norte e sul em cada um dos pedaços, constituindo cada um deles um novo ímã. Continuando-se com essa experiência de divisão de cada ímã em dois outros, ontem ímãs cada vez menores, até que atinjam dimensões elementares. 249 Essa linha de raciocínio leva à conclusão de que cada uma das partículas do corpo anterior é um pequeno ímã, denominado ímã elementar. Observando, na ilustração, por que o corpo se mantém como ímã, mesmo dividido. ● Substâncias magnéticas e não-magnéticas Diz-se que um corpo apresenta propriedades magnéticas quando há uma predominância de ímãs orientados sobre os demais. Podem-se distinguir três casos: Denominam-se substâncias magnéticas aquelas que permitem a orientação de seus ímãs elementares. Exemplos: ferro, níquel e algumas ligas metálicas como aço. 250 As substâncias não-magnéticas são aquelas que não permitem a orientação de seus ímãs elementares. Exemplos: alumínio, madeira, plástico etc. ● O que é campo magnético Analogamente ao campo elétrico (vide (*) da página 247, só que num giro de 90°), denomina-se campo magnético a região ao redor de um ímã na qual ocorre um efeito magnético. A sua representação é feita através de linhas de campo ou linhas de indução, que são linhas imaginárias fechadas que saem do polo norte e entram no polo sul. Quando se pega um ímã e o coloca sobre uma folha de papel, em seguida se lança limares de ferro ao redor do ímã se vê exatamente ele formar este desenho. 251 Linhas de força do campo elétrico e do campo magnético são diferentes apenas no interior do ímã que vão do polo sul para o polo norte. Cada ponto de um campo magnético é caracterizado por um vetor B denominado vetor indução magnética ou vetor campo magnético, sempre tangente às linhas de campo e no mesmo sentido delas. A sua intensidade será definida mais adiante. Diz-se que um campo magnético é uniforme quando o vetor campo magnético é constante em todos os pontos do campo. Nesse caso, sua representação é um conjunto de linhas paralelas igualmente espaçadas e igualmente orientadas. As linhas de força de campo elétrico (vide figura da página 248) são semelhantes às linhas de indução do campo magnético exceto quanto ao sentido. E é o vetor campo elétrico semelhante à B que é o vetor campo magnético. Que é tangente a linha de força em cada um de seus pontos e tem o mesmo sentido da linha que é a tangente a linha de indução em cada um de seus pontos e tem o mesmo sentido da linha ● Indução magnética Um prego de ferro é, normalmente, um corpo não-imantado. Porém, quando ele é colocado na presença de um ímã, o vetor campo magnético do campo criado por esse ímã orienta os ímãs 252 elementares do prego, imantando-o e fazendo com que o prego seja atraído. Dessa forma, o prego torna-se também um ímã, sendo capaz, portanto, de atrair outros pregos através da repetição do mesmo fenômeno. Denomina-se indução magnética o fenômeno da imantação de um corpo por meio de um ímã. As substâncias cujos ímãs elementares se orientam facilmente quando submetidos à ação de um campo magnético são denominadas substâncias ferromagnéticas. Exemplos: ferro, níquel cobalto e algumas ligas metálicas. De tais propriedades magnéticas como essa é que será criada a eletrônica moderna. Esse era o magneto natural que foi descoberto pela primeira vez de uma forma simplesmente observacional, experimental, olhando os materiais. Nessa ocasião, ninguém explicava porque o imã atraiu o ferro e não atraí o latão que é uma liga de cobre e zinco. Contudo, o grande mistério é o ímã. Isso porque ele cria um campo invisível formado não se sabe do quê, com propriedade de atrair outros corpos pela ação a distancia, como que um corpo pode fazer força no outro estando separado de nada, como que ele consegue atrair outro corpo se não existe nada entre eles. No tempo de Newton fazer força só era possível quando se entrava em contato puxando ou empurrando. Mas, a situação do imã parece 253 algo mágico, é como chegar aqui e ter poderes a ponto de sem tocar fazer cair para trás. O campo magnético é uma força invisível e poderosa que está atuando, é real, embora seja fantasmagórica. Os físicos não conseguiram explicar por que o campo magnético atuava a grandes distâncias como o campo gravitacional no Universo. ● Campo magnético criado por corrente elétrica num fio retilíneo Somente no início do século XIX, descobriu-se a relação existente entre os fenômenos elétricos e magnéticos. Em 1820, o físico dinamarquês Hans C. Oersted (1777-1851) verificou, experimentalmente, que a corrente elétrica cria um campo magnético ao seu redor. Oersted montou um circuito, mantendo um trecho do condutor esticado na direção norte-sul, colocando bem próximo e sob esse trecho uma bússola. Verificou que, ao fechar o circuito, a agulha magnética da bússola sofria um desvio e permanecia quase perpendicular ao condutor, graças ao aumento da corrente. Verificou ainda que, se o sentido da corrente fosse invertido, a agulha também sofria uma inversão em seu sentido. 254 Da experiência, Oersted conclui que: uma corrente elétrica cria ao seu redor um campo magnético. Colocando-se a mão direita sobre o fio, de tal maneira que a palma da mão esteja voltada para a agulha e que o sentido da corrente seja do pulso para os dedos, o polo norte da agulha se desvia para o sentido indicado pelo dedo polegar. O sentido das linhas de campo magnético criado por uma corrente elétrica foi estudado por Ampère, que estabeleceu uma regra para determiná-lo, conhecida como regra da mão direita. ● Campo magnético criado por um solenoide O solenoide é um dispositivo constituído de um fio condutor enrolado em forma de espiras não-justapostas. Recebe também o nome de bobina longa. 255 Esse aparelho possui larga aplicação industrial, pois, quando percorrido por uma corrente elétrica, se comporta como um ímã, no qual o polo sul é o lado por onde entra as linhas de campo e o polo norte, o lado por onde saem. A intensidade do vetor indução magnética no interior de um Ni solenoide é dada pela expressão: B = 0 , onde N é o número de espiras no comprimento l do solenoide. Essa expressão é válida para qualquer ponto no interior de um solenoide, pois nessa região o campo magnético é uniforme. A direção do campo magnético é perpendicular ao plano das espiras. A regra para se determinar o sentido do campo é a mesma regra da mão direita. Abaixo um fio e um material ferroso com seus polos. Os cientistas perceberam que se pegassem um material ferroso e o enrolasse num fio, fazendo a corrente elétrica entrar, a presença desse ferro no meio no núcleo aumentava em muito a 256 capacidade magnética desse sistema, ou seja, ele atraia com muito mais força e este objeto foi chamado de eletroímã. Concluiu-se que correntes elétricas criam magnéticos que não eram naturais. No início da experiência científica ninguém sabia o que estava acontecendo em nível de mundo atômico para que essa propriedade pudesse realmente acontecer. Mas, certamente, a partir do uso dos eletroímãs houve uma revolução no mundo tecnológico. Uma delas foi a comunicação por telégrafo, só que em tempo de guerra se cortava o fio e não tinha mais comunicação. Assim, o desejo era de inventar um telégrafo sem fio. Para isso se pegou um solenoide com ferro no meio, ligou corrente contínua nele (como por meio de uma pilha) tornando-o um eletroímã. Aí se tomou outro solenoide com ferro no meio e colocaram uma lâmpada pequenina. Ligaram o circuito aqui, embora o outro estivesse próximo, nada acontecia, talvez por não ter nada aqui entre eles, por estar vazio. 257 A propriedade do ferro macio (ferro aquecido e esfriado lentamente) de magnetizar-se sob a influência das correntes elétricas e perder sua magnetização logo que essa influência cesse, tornou possível a fabricação de ímãs artificiais, intermitentes, chamados eletroímãs. O eletroímã é um dispositivo constituído por uma barra de ferro envolvida por um solenoide. A passagem de uma corrente elétrica pelo fio origina um campo magnético no solenoide causando uma orientação dos ímãs elementares da barra de ferro, imantando-a. A aplicação dos eletroímãs nas indústrias é bastante grande, sendo utilizados nas campainhas, nos telefones e em guindastes de alta capacidade, notadamente na indústria de construção naval. 258 Contudo, oscilando o eletroímã com a mão a lâmpada acende. Ele para de movimentar, a luz apaga. Eles viam que quando afastava e aproximava um solenoide do outro, o campo magnético variava e induzia uma corrente elétrica nesse outro aqui que não era ímã. Mas, não dava para ficar com a mão mexendo com velocidade e o tempo todo. Então, se pensou em substituir a corrente contínua (no caso, proporcionado pela pilha) por uma fonte alternada de corrente. Pois, na corrente alternada, a corrente é que varia, ela vai e volta, aumenta e diminui. Jogando-se uma corrente alternada o campo magnético oscila, ele aumenta e diminui de intensidade e isso significa um campo magnético variável. Com isso, o telégrafo sem fio ou começo do rádio é muito simples. É só afastar o segundo solenoide com a lampadinha aqui e uma chave interruptora. Aí na hora que liga aqui no eletroímã acende a luz; na hora que desligar apaga a lâmpada. Então, está feito o telégrafo sem fio, abrindo e fechando isso aqui, vai o sinal, vai a onda eletromagnética, aí o que está indo para lá é um campo magnético variável. Esse campo criou ondas e essas ondas quando chegavam nesse outro indutor (solenoide que não é eletroímã) induzia uma corrente elétrica que acionava um circuito e acende essa luz. 259 Isso é o princípio do transformador elétrico, ele funciona assim: entra 110 e sai 12 volts. Logo, o transformador nada mais é do que duas bobinas, uma próxima da outra, e a relação de tensão de corrente elétrica manda de um lado para o outro é o número de bobinas. Entrar com 110 e sair com 220 ou entrar com 220 e sair com 12 volts, com 6 volts, essa relação só é o número de espirais que enrola o transformador. Porém, este transformador só funcionar com corrente alternada é uma complicação para a eletrônica moderna, porque ela conseguiu miniaturizar tudo, fazer chip, mas jamais reduzir ou miniaturizar um transformador ou indutor. Qualquer radinho de pilha quando é desmontado se nota que antes da antena que sobe, tem um fiozinho que cai exatamente uma peça que tem uma bobinazinha toda enfiada com fiozinho fininho e um ferrite no meio. O ferrite é a antena, é por ele que chega o sinal que é captado e o leva para o circuito dentro do rádio, é ele que induz uma corrente que vai ser amplificada por um circuito mais sofisticado que tem sempre um sintonizador que pode modular. A frequência desse campo quando chegar aqui pode induzir frequências diferentes da corrente e então selecionar num circuito específico a estação de rádio. Deste modo, uma emissora de estação de rádio nada mais é que um circuito oscilante. Constrói-se uma forma de oscilar na fonte alternada de modo a criar uma frequência específica e se tem um aparelho emissor de rádio, de TV, 260 celular, etc, falando e vendo a distância sem fio. No fundo, se substitui o fio por ondas eletromagnéticas que passam a existir e a propagar-se a distâncias. Então, esta criação de um campo magnético variável no tempo cria a oscilação do campo, o campo oscila criando ondas (é como se fossem ondas num lago) e essa ideia vai servir muito para a teoria do professor Laércio Fonseca para explicar a matéria em outras dimensões. Os cientistas começaram a fazer a seguinte pergunta: se através de uma corrente elétrica se cria um campo magnético, será que não se pode fazer o inverso, isto é, de um campo magnético criar uma corrente elétrica? Foi exatamente isso que os cientistas fizeram e criaram o gerador elétrico. Pode-se criar esse campo magnético pegando só o ímã e ficar mexendo com a mão de modo que a lâmpada acenda. Mas, ficar fazendo isso com a mão é cansativo. Logo, se cria um sistema mecânico que começa a virar esse ímã, virando, ele induz uma corrente elétrica no circuito. E para virar esse ímã se controla as hidrelétricas, aquela grande corrente de água caindo virando uma turbina, a turbina virando esse ímã com velocidade, aí cria um gerador elétrico. Todavia, se está criando essas coisas simplesmente com uma propriedade do vazio que é um campo invisível, uma propriedade não se explica até hoje. A física quântica não explicou direito essa propriedade do campo, o que é o campo. Einstein não conseguiu ir fundo na descrição e na criação de uma teoria sobre o campo, então ainda está em aberto. Uma vaga ideia de campo é o de uma região de influência de alguma interação (como o da atribuição de uma quantidade a todo ponto do espaço) ou então é de uma substância (filosófica e não quimicamente falando) de que é feito todo o conteúdo do Universo. Tem-se assim campos elétricos, magnéticos, eletromagnéticos, gravitacionais, nucleares (forte e fraco), gluônicos etc. Por exemplo, pode-se falar de campo gravitacional, que atribui um potencial gravitacional a cada ponto do espaço. Outro 261 exemplo, as isotermas mostradas diariamente nos boletins meteorológicos são uma imagem de um campo de temperatura ou térmico na superfície terrestre. Dos quatro, os campos de força nuclear forte e nuclear fraco atuam em distâncias extremamente pequenas, em torno de 10 -13 centímetros. As forças nucleares fraca e forte, atuam apenas dentro do núcleo atômico e em sua vizinhança imediata, daí a nomenclatura nuclear. Até 2010, as forças nucleares forte e fraca não eram conhecidas, somente a gravitacional e a eletromagnética. O campo é uma entidade física real e não apenas uma representação matemática, mas não é matéria, porém possui extensão, energia, intensidade, fluxo, duração, propagação, momentum, spin e vários outros atributos, também associados a partículas materiais. De fato, as partículas são concentrações quantizadas de algum campo, e dele herdam tais propriedades, inclusive descritas por grandezas mensuráveis. Os fótons são quantizações de campo eletromagnético, os grávitons, quantizações de campo gravitacional, os quarks, quantizações de um campo de matéria, do mesmo modo que os leptons. As cargas positivas e negativas são as fontes e os sumidouros do campo elétrico. As massas gravitacionais são as fontes do campo gravitacional. Michael Faraday introduziu o conceito de "campo", o que simplificou a matemática que descrevia os fenômenos elétricos e magnéticos. Segundo Faraday, a presença de cargas elétricas e magnéticas causavam uma "distorção" no espaço. A esta "distorção" Faraday chamou de campo. A ação do campo ocorria sob a forma de "linhas de força” que são só uma forma pictórica de se representar um campo. O professor Laércio Fonseca está tentando criar umas ideias, umas teorias, uns princípios para usar a ideia do campo na espiritualidade e para também usar uma ideia de campo para mostrar o que o elétron tem a ver com esse campo. Quando se tem o campo magnético sem oscilar, ele fica um campo magnético natural. Com corrente contínua, ele fica parado, 262 não oscila; se põe uma corrente alternada ou faz o movimento, ele cria ondulações e essas ondas é como se fossem ondas mecânicas tendo comprimento de onda, frequência. Imaginando-se o campo magnético como um tapete plano sem nada, ao começar a sacudi-lo, se criam ondas que vão se deslocando. O professor cria uma oscilação no campo e a onda se propaga, mas essa oscilação é a frequência. Quando se aumenta a sacudidela, se está aumentando a frequência e diminuindo, encurtando o comprimento da onda. Pode-se usar esse mesmo raciocínio para ondas eletromagnéticas e, embora essas não estejam oscilando no meio material, elas estão oscilando o próprio campo eletromagnético. Em 1864, o físico escocês James Clear Maxwell fez a primeira previsão da existência de ondas eletromagnéticas e depois conseguiu provar teoricamente que uma perturbação eletromagnética devia se propagar no vácuo com uma velocidade igual à da luz. Em 1887, Hertz produziu ondas eletromagnéticas por meio de circuitos oscilantes e depois se detectou por meio de outros circuitos sintetizados na mesma frequência. Mais tarde, cientistas começaram a verificar que essas ondas eletromagnéticas estavam envolvendo os seres humanos todos os dias e que as pessoas não se davam conta. 263 264 Campo eletromagnético ● Eletromagnetismo ● Força eletromagnética ● Lei do eletromagnetismo ● Equações de Maxwell ● Espectro eletromagnético ● Ondas eletromagnéticas ● Radiação eletromagnética ● Eletromagnetismo É o nome da teoria unificada desenvolvida por James Maxwell para explicar a relação entre a eletricidade e o magnetismo. Esta teoria baseia-se no conceito de campo eletromagnético. O campo magnético é resultado do movimento de cargas elétricas, ou seja, é resultado de corrente elétrica. O campo magnético pode resultar em uma força eletromagnética quando associada a ímãs. ● Força eletromagnética Os seres humanos, e todos os animais e plantas, além dos objetos, possuem massas e estão sujeitos à força gravitacional do planeta Terra. O que impede que não sejam todos aglomerados em torno do núcleo terrestre em uma única massa disforme? O que mantém os corpos coesos? Também é fato que a maior parte da matéria é constituída de espaços vazios (basta ver o modelo atômico clássico e comparar as distâncias entre prótons e nêutrons com os elétrons). Então, o que impede que um bloco de madeira atravesse uma mesa por entre esses espaços vazios? 265 A resposta a todas essas perguntas é a existência de outro tipo de interação entre os corpos: a força eletromagnética. A força eletromagnética é um tipo de interação que envolve diretamente as seguintes partículas elementares: prótons e elétrons. Mas é importante destacar que, de uma forma ou de outra, essa interação atinge todas as outras partículas conhecidas, com exceção do gráviton e do neutrino. Enfim, é importante destacar que desde os átomos até as enormes montanhas, passando pelos seres humanos, em tudo predomina a interação eletromagnética. E as interações entre esses corpos ocorrem em função da força eletromagnética. Todos os sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) são eletromagnéticos. A força eletromagnética tem a ver com praticamente todos os fenômenos físicos que se encontram no cotidiano, com exceção da gravidade. Isso porque as interações entre os átomos são regidas pelo eletromagnetismo, já que são compostos por prótons e elétrons, ou seja, por cargas elétricas. Do mesmo modo as forças eletromagnéticas interferem nas relações intermoleculares, ou seja, entre os seres humanos e quaisquer outros objetos. Assim podemse incluir fenômenos químicos e biológicos como consequência do eletromagnetismo. Mas quando se considera dois planetas, por exemplo, ou ainda um planeta e uma estrela, a força eletromagnética pode ser relevante por eventuais trocas de calor por meio de radiação, porém, a interação predominante é a gravitacional. Isso nos dá uma ideia da amplitude das dimensões onde a força eletromagnética predomina em relação às outras forças. A força que um campo eletromagnético exerce sobre cargas elétricas, chamada força eletromagnética, é uma das quatro forças fundamentais. As outras são: a força nuclear forte (que mantém o núcleo atômico coeso), a força nuclear fraca (que causa certas formas de decaimento radioativo), e a força gravitacional (atração 266 devido às suas massas). Quaisquer outras forças provêm necessariamente dessas quatro forças fundamentais. ● Lei do eletromagnetismo A variação do fluxo magnético resulta em um campo elétrico (fenômeno conhecido por indução eletromagnética, mecanismo utilizado em geradores elétricos, motores e transformadores de tensão). Semelhantemente, a variação de um campo elétrico gera um campo magnético. Devido a essa interdependência entre campo elétrico e campo magnético, faz sentido falar em uma única entidade chamada campo eletromagnético. A lei do eletromagnetismo é também conhecida como lei da indução eletromagnética. Os efeitos dessa lei da produção de corrente elétrica em um circuito colocado sob efeito de um campo magnético variável ou por um circuito em movimento em um campo magnético constante, são a base do funcionamento dos alternadores, dínamos e transformadores. Na Indução magnética, Faraday descobriu, experimentalmente, que variando o fluxo magnético através de uma espira surgia nela uma corrente elétrica induzida. Esta perdura enquanto o fluxo estiver variando. ● Equações de Maxwell Elas demonstram que os campos elétricos e os campos magnéticos são manifestações de um só campo eletromagnético. Além disso, descrevem a natureza ondulatória da luz, mostrando-a como uma onda eletromagnética. Com uma teoria única e consistente, que descrevia os dois fenômenos anteriormente julgados distintos, os físicos puderam realizar vários experimentos prodigiosos e inventos úteis, como a lâmpada elétrica (Thomas Alva Edison) ou o gerador de corrente alternada (Nikola Tesla). O êxito preditivo da teoria de Maxwell e a 267 busca de uma interpretação coerente das suas implicações foi o que levou Albert Einstein a formular sua teoria da relatividade. ● Ondas eletromagnéticas É importante se tomar consciência de como os seres estão imersos em ondas eletromagnéticas. Iniciando pelo Sol, a maior e mais significativa fonte para os seres terrestres, cuja vida depende do calor e da luz recebidos através de ondas eletromagnéticas. Além de outras, recebe-se também: a radiação eletromagnética emitida, por átomos de hidrogênio neutro que povoam o espaço interestelar da galáxia via Láctea; as emissões na faixa de radiofrequências dos “quasares” (objetos ópticos que se encontram a enormes distâncias dos terráqueos, muito além da galáxia deles, que produzem enorme quantidade de energia); pulsos intensos de radiação dos “pulsares” (estrelas pequenas cuja densidade média é em torno de 10 trilhões de vezes a densidade média do Sol). Essas radiações são tão importantes que deram origem a uma nova ciência, a Radioastronomia, que se preocupa em captar e analisar essas informações obtidas do espaço através de ondas. 268 Há ainda as fontes terrestres de radiação eletromagnética: as estações de rádio e de TV, o sistema de telecomunicações à base de micro-ondas, lâmpadas artificiais, corpos aquecidos e muitas outras. A primeira previsão da existência de ondas eletromagnéticas foi feita, em 1864, pelo físico escocês, James Clerk Maxwell. Ele conseguiu provar teoricamente que uma perturbação eletromagnética devia se propagar no vácuo com uma velocidade igual à da luz. E a primeira verificação experimental foi feita por Henrich Hertz, em 1887. Hertz produziu ondas eletromagnéticas por meio de circuitos oscilantes e, depois, detectou-se por meio de outros circuitos sintonizados na mesma frequência. Seu trabalho foi homenageado posteriormente colocando-se o nome “Hertz” para unidade de frequência. Leis de Maxwell. Maxwell estabeleceu algumas leis básicas de eletromagnetismo, baseado nas já conhecidas anteriormente, como a Lei de Coulomb, a Lei de Ampère, a Lei de Faraday, etc. Na realidade, Maxwell reuniu os conhecimentos existentes e descobriu as correlações que havia em alguns fenômenos, dando origem à teoria de que eletricidade, magnetismo e óptica são de fato manifestações diferentes do mesmo fenômeno físico. [como os termopares na física, ou avisos e aparições na mediunidade] O físico inglês Michael Faraday já havia afirmado que era possível produzir um campo elétrico a partir de um campo magnético variável. 269 Imaginando-se um ímã e um anel: Considerando-se o ímã perpendicular ao plano do anel. Movendo-se ou o ímã ou o anel, aparecerá uma corrente no anel, causado por um campo elétrico criado devido à variação do fluxo magnético no anel. Maxwell verificou que o contrário também era possível. Um campo elétrico variável podia gerar um campo magnético. Imaginando-se agora duas placas paralelas sendo carregadas progressivamente: Ao crescerem as cargas das placas, o campo elétrico aumenta, produzindo um campo magnético (devido à variação do campo elétrico). 270 Embora Maxwell tenha estabelecido quatro equações para descrever os fenômenos eletromagnéticos analisados, pode-se ter uma noção de sua teoria baseados em duas conclusões: Um campo elétrico variável no tempo produz um campo magnético; Um campo magnético variável no tempo produz um campo elétrico. A geração de ondas eletromagnéticas. Imaginando-se uma antena de uma estação de rádio: Na extremidade da antena existe um fio ligado pelo seu centro a uma fonte alternada (que inverte o sentido a intervalos de tempo determinados). Num certo instante, tem-se a corrente num sentido e, depois de alguns instantes, a corrente no outro sentido. A velocidade de propagação de uma onda eletromagnética depende do meio em que ela se propaga. 271 Maxwell mostrou que a velocidade de propagação de uma onda eletromagnética, no vácuo, é dada pela expressão: c= 1 0 0 onde 0 é a permissividade elétrica do vácuo e 0 é a permeabilidade magnética do vácuo. [permissividade é como um campo afeta e é afetado por um meio]. Aplicando os valores de 0 de 0 na expressão acima, encontra-se a velocidade: c 3,0 x 108 m/s ou c = 2,99792458 x 108 m/s (valor exato) que é igual à velocidade da luz. Nisso Maxwell se baseou para afirmar que a luz também é uma onda eletromagnética. Podem-se resumir as características das ondas eletromagnéticas no seguinte: São formadas por campos elétricos e campos magnéticos variáveis; O campo elétrico é perpendicular ao campo magnético; São ondas transversais (os campos são perpendiculares à direção de propagação); Propagam-se no vácuo com a velocidade “c”; Pode propagar-se num meio material com velocidade menor que a obtida no vácuo. Com isto, o campo elétrico ao redor do fio em certo instante estará apontando num sentido e, depois, no sentido contrário. O campo elétrico variável (E) irá gerar um campo magnético (B), que será também variável. Por sua vez, esse campo magnético irá gerar um campo elétrico. E assim por diante. Cada campo varia e gera outro campo que, por ser variável, gera outro campo: e está criada perturbação eletromagnética que se propaga através do espaço, constituída pelos dois campos em recíprocas induções. 272 Notando-se que o campo elétrico é perpendicular à direção de propagação e o campo magnético também, o que comprova que a onda eletromagnética é uma onda transversal. Além disso, o campo elétrico é perpendicular ao campo magnético, o que se pode verifica facilmente: quando um fio é percorrido por cargas em movimento, o campo elétrico num ponto próximo ao fio pertence ao plano do fio, enquanto o campo magnético está saindo ou entrando neste plano. ● Espectro eletromagnético A palavra espectro (do latim “spectrum”, que significa fantasma ou aparição) foi usada por lsaac Newton, no século XVII, para descrever a faixa de cores que apareceu quando numa experiência a luz do Sol atravessou um prisma de vidro em sua trajetória. 273 Atualmente chama-se espectro eletromagnético á faixa de frequências e respectivos comprimentos de ondas que caracterizam os diversos tipos de ondas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas no vácuo têm a mesma velocidade, modificando a frequência de acordo com espécie e, consequentemente, o comprimento de onda. O espectro eletromagnético é o conjunto de todas as ondas eletromagnéticas, como está representado na figura abaixo. Observa que, pela figura, as ondas que possuem a menor frequência de oscilação são as ondas de rádio e as de maior frequência são os raios gama. Já os comprimentos de onda agem de maneira inversa, ou seja, as ondas de rádio possuem os maiores comprimentos, enquanto que os raios gama apresentam o menor comprimento. Um oscilador é um circuito que produz uma forma de onda periódica, somente com uma tensão de alimentar o circuito. Dependendo do tipo de oscilador, a forma de onda da saída pode ser uma onda seno ou não uma senóide. 274 A frequência de 104 = 10.000Hz, imagine pegar um oscilador como aquele ímã e ficar oscilando 10.000 vezes por segundo para criar um campo magnético. Então se cria osciladores eletrônicos que foi o que Hertz fez, da maneira que ele teve a capacidade de oscilar uma corrente elétrica de forma muito alta. Fisicamente, não há intervalos no espectro. Podem-se ter ondas de qualquer frequência que são idênticas na sua natureza, diferenciando no modo como captá-las. Algumas frequências de TV podem coincidir com a frequência de FM. Isso permite algumas vezes captar uma rádio FM na televisão ou captar um canal de TV aparelho de rádio FM. [vide as ondas de rádio, comparando com o gráfico da página 174]. Características das principais radiações. 275 Ondas de Rádio Compare o gráfico anterior com o da página 222. “Ondas de rádio” é a denominação dada às ondas desde frequências muito pequenas, até 1012 Hz, acima da qual estão os raios infravermelhos. As ondas de rádio são geradas por osciladores eletrônicos instalados geralmente em um lugar alto, para atingir uma maior região. Logo o nome “ondas de rádio” inclui as micro-ondas, as ondas de TV, as ondas curtas, as ondas longas e as próprias bandas de AM e FM. As ondas de rádio propriamente ditas, que vão de 10 4 Hz a 7 10 Hz [por isso que ser humano escuta; cachorro ouve mais do que a capacidade máxima do homem de 20.000 Hz, donde escuta em comprimentos de ondas menores], têm comprimento de onda grande entre 104 m [10 km] a 10 m, o que permite que elas sejam refletidas pelas camadas ionizadas da atmosfera superior (ionosfera). ionosfera 6 7 Reflexão de ondas de rádio de 10 Hz a 10 Hz na ionosfera A rádio Bandeirante em São Paulo opera na frequência de mil kilohertz = (como 1.000kHz = 1.000.000Hz = 106Hz); nota-se que o comprimento de onda é igual a 102 metros = 100 metros. Reflexão de ondas de rádio de 104 Hz a 107 Hz na ionosfera. 276 Reflete ondas de rádio até aproximadamente 30 MHz = 30 x 10 Hz. [isto é, a 300 metros] Estas ondas, além disso, têm a capacidade de contornar obstáculos como árvores, edifícios, de modo que é relativamente fácil captá-las num aparelho rádio-receptor. 7 Ondas de TV As emissões de TV são feitas a partir de 5 x 107 Hz (50 MHz). É costume classificar as ondas de TV em bandas de frequência (faixa de frequência), que são: VHF: very high frequency (54 MHz a 216 MHZ é canal 2 a 13) UHF: ultra-high freqriency (470 MHz a 890 MHz é canal 14 a 83) SHF: super-high frequency EHF: extremely higf frequency VHFI: veri high frequency indeed As ondas de TV não são refletidas pela ionosfera, de modo que para estas ondas serem captadas a distâncias superiores a 75 km é necessário o uso de estações repetidoras. 277 Microondas Microondas correspondem à faixa de mais alta frequência produzida por osciladores eletrônicos. Frequências mais altas que as microondas só as produzidas por oscilações moleculares e atômicas. As microondas são muito utilizadas em telecomunicações. As ligações de telefone e programas de TV recebidos “via satélite” de outros países são feitas com o emprego de microondas. As microondas também podem ser utilizadas para funcionamento de um radar. Uma fonte emite uma radiação que atinge um objeto e volta para o ponto onde a onda foi emitida. De acordo com a direção em que a radiação volta pode ser descoberta a localização do objeto que refletiu a onda. 278 O celular opera em 900 mega-hertz (como 1 mega-hertz = 10 Hz, donde 900 mega-hertz = 9 108 Hz > 108 Hz) o que já entra na faixa do microondas e o comprimento de onda ou faixa de 30 centímetros, por isso quando se está falando com o celular a onda está fechando quase no tamanho da cabeça, perturbando e oscilando o cérebro, como esquentando o ouvido, a cabeça. Luz visível Notando-se que os olhos dos seres humanos só têm condições de perceber frequências que vão de 4,3x1014 Hz a 7x1014, faixa indicada pelo espectro como luz visível. O olho percebe a frequência de 4,3x1014 como a cor vermelha. Frequências abaixo desta não são visíveis e são chamados de raios infravermelhos, que têm algumas aplicações práticas. A frequência de 7x1014 é vista pelo olho como cor violeta. Frequências acima desta também não são visíveis e recebem o nome de raios ultravioleta. Têm também algumas aplicações. Ela é perigosa porque queima a pele, dá câncer, porque é muita energia (E = hf, onde h é a constante de Planck) chegando com um comprimento de onda muito curto. De fato, pela página 275. 6 F = [1015 – 1016] → λ = [10-7, 10-8] A faixa correspondente à luz visível pode ser subdividida de acordo com o espectro a seguir. Em inglês: ROYGOV (Red, Orange, Yellow, Green, Blue e Violet). Em português poderia ser: VAAVAV. 279 Raios X Os raios X foram descobertos, em 1895, pelo físico alemão Wilhelm Rõntgen. Os raios X têm frequência alta e possuem muita energia. São capazes de atravessar muitas substâncias embora sejam detidos por outras, principalmente pelo chumbo. Esses raios são produzidos sempre que um feixe de elétrons dotados de energia incide sobre um obstáculo material. A energia cinética do feixe incidente é parcialmente transformada em energia eletromagnética, dando origem aos raios X. Os raios X são capazes de impressionar uma chapa fotográfica e são muito utilizados em radiografias, já que conseguem atravessar a pele e os músculos da pessoa, mas são retidos pelos ossos: f = [1016 1020]; = [10-8 10-12]. Os raios X são também bastante utilizados no tratamento de doenças como o câncer. Têm ainda outras aplicações: na pesquisa da estrutura da matéria, em Química, em Mineralogia e outros ramos. 280 Raios Gama As ondas eletromagnéticas com frequência acima da dos raios X recebe o nome de raios gama. Os raios gama são produzidos por desintegração natural ou artificial de elementos radioativos: f = [1020 1022]; = [10-12 10-16]. Processo de decaimento de uma amostra radioativa. Observação: Alguns átomos também emitem partículas e partículas . ● Radiação eletromagnética Antes de iniciar a radiação eletromagnética se comenta sobre a radiação. Em física, radiação é a propagação da energia. As radiações podem ser identificadas: 281 ● pelo elemento condutor de energia: radiação eletromagnética – fótons; radiação corpuscular - partículas (prótons, nêutrons, etc.); radiação gravitacional – grávitons. ● pela fonte de radiação: radiação solar - causada pelo Sol; radiação de Cerenkov - causada por partículas com a velocidade superior a da luz no meio; radioatividade - núcleos instáveis. ● pelos tipos de radiação: radiação alfa; radiação beta; radiação gama; radiação X. Existe também a radiação luminosa que é a radiação electromagnética que se situa entre a radiação infravermelha e a radiação ultravioleta. Radioatividade (ou radiatividade) é a propriedade de determinados tipos de elementos químicos radioativos emitirem radiações, um fenômeno que acontece de forma natural ou artificial. A radioatividade natural ou espontânea ocorre através dos elementos radioativos encontrados na natureza (na crosta terrestre, atmosfera, etc.). Já a radioatividade artificial ocorre quando há uma transformação nuclear, através da união de átomos ou da fissão nuclear. A fissão nuclear é um processo observado em usinas nucleares ou em bombas atômicas. Alguns átomos como os do urânio, rádio ou tório são instáveis (resultado da combinação de nêutrons e prótons). A liberação de energia radioativa acontece quando há uma transformação do núcleo instável (desintegração nuclear) e o núcleo começa a perder partículas alfa, beta ou raios gama. Um material radioativo pode emitir raios gama durante muito tempo, até atingir uma forma mais estável. Raios gama de alta energia podem ser observados também nos raios cósmicos que atingem a alta atmosfera terrestre em grande quantidade por segundo. Os raios gama podem causar graves danos às células, de modo que os cientistas que trabalham em laboratório de radiação devem desenvolver métodos especiais de detecção e proteção contra doses excessivas desses raios. 282 Quando há explosão de uma bomba atômica, reações nucleares emitem esse nível de radiação. Toda vez que se mexe no núcleo, só quem tem capacidade de emitir raio gama com frequência tão alta são núcleos atômicos, reações nucleares. Então quando o núcleo explode ele emite ondas eletromagnéticas com frequências tão altas que são chamadas raio gama e esses são perigosíssimos se tomar essa carga de raio se está morto. O rádio perde aproximadamente 1% da sua atividade em 25 anos, sendo transformado em elementos com massa atômica mais baixa, sendo o chumbo o produto final da desintegração. A taxa de desintegração de 1 grama de rádio—226 é de 3,7 x·1010 desintegrações por segundo. Um osso contendo 200 gramas de carbono faz 400 desintegrações por minuto, donde a idade do osso é de 16.700 anos. Sentar-se em frente de uma lareira bem quente, a pessoa não se bronzeia. Enquanto, exposta há um dia nublado, meio frio, fica bronzeada. Isso ocorre porque a frequência da radiação que realmente bronzeia é o ultravioleta. Tanto é que nas câmaras de ultravioleta se faz bronzeamento artificial. Numa lareira a reação química da queima de materiais de madeira não consegue gerar ondas eletromagnéticas com frequência tão alta como o ultravioleta, vai se ter frequência entre luz amarela avermelhada. No entanto, o sol produz radiação de raios-X e até de raio gama. Só que a quantidade que chega à Terra não é tão grande e é desviada também pelo campo magnético desse planeta que protege da incidência dessas radiações perigosas. Principalmente a protetora camada de ozônio da Terra. Por isso que o astronauta quando sai planeta ele tem que usar roupa branca por precisar refletir todas as cores, todas as frequências eletromagnéticas. Ele não pode absorver, se o fizer está prejudicado. As ondas eletromagnéticas variam de zero até praticamente o infinito, só que na natureza, nas pesquisas observacionais, não se encontra raios gama. Teoricamente nessa faixa de frequência 283 produzida por núcleos atômicos, ninguém observa frequência tão alta, a natureza não consegue produzir oscilações energéticas desse porte. O comprimento de onda de 10-14 metros é uma onda muito, muito, muito curta e o fato dela ser curta ela chega a ter o comprimento dos núcleos atômicos, ela tem o comprimento de moléculas atômicas. Por isso se os raios-X e o raio gama atingir o ser humano ele vem com uma energia tão grande que a hora que pega o núcleo da célula de uma pessoa, ele a explode, arrebenta o núcleo da célula causando câncer, as células começam se dividir de uma forma tão desordenada a ponto de morrer. Numa superfície astral que não tenha uma proteção atmosférica de raios dessa natureza não tem vida nesse astro. Na Lua, por exemplo, não se pode viver porque lá tem uma incidência dessa radiação violenta. No espaço é chamada de radiação cósmica que tem tudo isso desde elétrons, partículas alfa, raio gama, raios-X, tudo atravessando o espaço. Por isso que não se pode sair no espaço sem proteção nenhuma. Por isso que a Terra é o paraíso, é um presente dos Deuses, parece que projetada e programada para tudo dar certo, para proteger dos raios superiores, uma superfície planetária com capacidades estruturais de maneira que a vida se desenvolvesse de uma forma extremamente maravilhosa e bela. Não dá para acreditar que tudo isso é por acaso, mesmo que tenha muitos cientistas que não acreditem nisso. A tendência dos chamados físicos mais místicos, mais esotéricos, é acreditar que tem uma força inteligente operando por trás, criando e preparando artificialmente todas as condições para a existência da vida biológica em superfícies planetárias. E se acredita que esse mesmo tipo de intervenção superior acontece em grande parte da galáxia do universo, criando vida em milhões de outros mundos. A visão espiritualista é que a própria vida não se origina daqui, ela é uma manifestação, uma criação de inteligências que operam em dimensões mais sutis do próprio universo. E são essas dimensões mais sutis que o professor Laércio Fonseca vai tentar criar modelos teóricos para dizer que elas 284 existem e que a consciência, a inteligência, se manifesta em todas essas dimensões. O eletromagnetismo vai ser uma das chaves importantes para que se possa entender a nova física, a física quântica e também a física relativística, porque se vai descobrir que as fórmulas de lsaac Newton, as suas teorias, não conseguiam explicar as ondas eletromagnéticas. Estas vão ter propriedades que violam as leis de Newton e de Galileu. James Clear Maxwell descobriu teoricamente uma relação matemática, foi fazendo conta, estudando as ondas eletromagnéticas e chegou que a velocidade da luz ou das ondas eletromagnéticas desde a frequência mais baixa até a mais alta, toda onda eletromagnética se propagava no vácuo com uma 1 velocidade constante. Esta é dada pela raiz quadrada de onde 00 0 e 0 são índices de permissividade magnética e elétrica, respectivamente. Por exemplo, 0 é dada pela Lei de Coulomb kq/r2 1 com k = . Ele chegou a essa conclusão que o valor da 40 velocidade da luz dava com precisão 2,99792479242458 x 10 8 metros por segundo, arredondando isso dá 300 mil quilômetros por segundo. O interessante é que através dos estudos da própria onda eletromagnética, teoricamente se calculou o valor da velocidade da luz sem precisar medir. Depois os físicos experimentais com tecnologia mais moderna foram fazer medidas reais da velocidade da luz e constataram que era bem próxima mesma dessa que Maxwell tinha teoricamente descoberto. Isso é típico de uma previsão teórica que depois é confirmada por uma experiência. Então isso é física teórica em relação à física experimental e tem muita física experimental que depois se precisa criar um modelo teórico para explicar por que funciona daquele jeito. Essa é a grande diferença entre a física prática e a física teórica. 285 A física moderna de Einstein chegou à conclusão de que a velocidade da luz é a maior velocidade que qualquer coisa pode atingir no universo. Foi isso que construiu na cabeça dos cientistas até hoje a impossibilidade da presença extraterrestre aqui na Terra. Os cientistas acabaram pensando dessa forma e desacreditando toda essa questão da ufologia, toda essa questão de viagens espaciais para outras estrelas, como sendo uma coisa impossível tecnicamente falando e criando um isolamento cósmico do planeta Terra com relação ao Universo. Considerando-se o Sol e a estrela vizinha chamada Alfa Centauro, as distâncias astronômicas são tão imensas que não pode ser medida em quilômetro. Assim foi criada uma unidade nova chamada ano luz. Ligando-se um farolete agora, esse sinal sai a 300 mil quilômetros por segundo, ou seja, cada segundo esse sinal de luz, essa onda eletromagnética, anda 300 mil quilômetros, isso significaria dar 7 voltas e meia na Terra em apenas 1 segundo (devido à circunferência da Terra ter em torno de 40 mil quilômetros). Acende-se a lâmpada e passou 1 segundo, essa luz que saiu da lanterna deu 7 voltas e meia na Terra. Ligando-se esse farol e ficar um ano esperando a luz caminhar. A distância que a luz percorre em um ano é uma distância de um ano luz e está na ordem de 10 trilhões de quilômetros. Então a estrela vizinha mais próxima da Terra está a 4,5 anos luz, isso significa que se acender uma lanterna aqui e mandar essa lanterna para a Alfa Centauro, essa luz da lanterna vai demorar quatro anos e meio para chegar até lá. Do mesmo modo que a luz que se vê de Alfa Centauro foi emitida há quatro anos e meio atrás. Construindo-se uma nave que conseguisse viajar a velocidade da luz, o que não é possível a corpos materiais se deslocarem a essa velocidade porque tem problemas físicos e técnicos aparentemente intransponíveis. Além disso, se demoraria quatro anos e meio para chegar à estrela mais próxima do ser humano, que não o Sol. 286 Para cruzar a galáxia toda de ponta a ponta, a Via láctea têm 100 mil anos luz. Querendo-se sair daqui para visitar outra estrela que está na outra ponta da galáxia, mesmo viajando a uma velocidade da luz se demoraria 100 mil anos nessa viagem. Isso faz com que os cientistas não acreditem que mesmo raças inteligentíssimas do espaço morando em outros mundos poderiam vencer essas barreiras com naves espaciais para vir visitar a Terra. Então este embasamento teórico atual que rege a física impulsionando preconceito científico deve ser quebrado e violado pelos novos cientistas modernos que vão aceitar a presença ET aqui na Terra. No futuro se vai criar uma câmera sensível especial a esse nível de radiação que vai possibilitar se ver espírito. Quando ela for ligada, se o espírito passar na frente dela e der um tchau, aí se vai interagir eletronicamente, tecnicamente com o Mundo Espiritual. Não será esta comunicação eletrônica primitiva com os espíritos que se tem por aí, por meio de câmera comum, rádio normal, esperando que o espírito faça “milagre”, empregando alguma coisa que geralmente não dá nem para saber o que é. Mas, sim, novos aparelhos de modo que o espírito vai falar em rede nacional para o planeta, o mundo vendo os mortos conversar pela televisão porque é só equipamento de conversão de sinal. Vai chegar numa era dessa onde não vai existir mais a barreira entre o vivo e o morto. Aproveita-se a ocasião para se indagar: Que física atualmente Einstein deve estar fazendo? Niels Bohr? Heisenberg? Para finalizar, imagine essa pessoa aqui ganhando 18 mil 18 reais e outro ganhando 2 mil reais, logo, = 9 é o número de 2 vezes que um ganha mais do que o outro. Agora imagine o volume do universo visível pelo volume de um grãozinho de areia, isto é, 3 x 1080m3 4 x 10-9m3 = 1089. A distância na constante de Planck é do 4 10-35m, donde, um cubinho com essa distância dá (10-35)3 = 4 x 3 -105 10 . E, o número deste cubinho de Planck num cubinho de grão de 287 areia é de 4 x 10-9 4 x 10-105 = 1096. Como 1096 > 1089 então ... imaginem o mundo de Física Quântica em que o leitor vai se meter? Independente se a corrente é alternada ou não, os elétrons se deslocam do potencial negativo (sentido real) para o positivo. Na corrente contínua, os potenciais não mudam, um sempre é positivo e o outro sempre negativo. Desta forma, a corrente elétrica se dá em um só sentido. Na corrente alternada, os potenciais se alternam. Na rede elétrica se 60 Hz o potencial que ora é negativo, no instante seguinte fica positivo, 60 vezes, por exemplo. Portanto, a corrente ora se dá em um sentido, ora se dá em outro (vai e vem), e por causa disso não existe diferenciação entre dois fios que conduzem corrente alternadas, justamente por não haver polaridades definidas. Deve ficar claro que o importante não é para onde os elétrons vão, mas sim que eles passam pela lâmpada, não importando o sentido. O neutro e a fase funcionam assim. No poste de transmissão de energia elétrica, um dos condutores de corrente alternada é ligado à terra (chamado de neutro) e o outro (fará do sistema monofásico no caso) é mantido isolado da Terra. Grosso modo, a Terra supre a demanda de elétron continuamente. Veja que a fase ora está positivo e ora negativo com relação ao neutro (que está ligado à Terra). Assim quando está positivo, recebe elétrons do neutro (elétrons esses que provém da Terra); e quando está negativo, fornece elétrons ao neutro (que se descarrega na Terra). 288 PARTE II: DESENVOLVIMENTO 289 290 FÍSICA MODERNA Física de Partículas Partícula Partícula Subatômica Partícula Elementar Partícula Fundamental Mundo Material A Física de partículas é um ramo da Física que estuda os constituintes elementares da matéria e da radiação, e a interação entre eles e suas aplicações. É também chamada de Física de altas energias, porque muitas partículas elementares só podem ser criadas a energias elevadas, logo a detecção destas também é possível apenas a altas energias de aceleração. O elétron e o próton foram as únicas partículas aceleradas até os dias de hoje, outras nunca foram detectadas (como o gráviton) e as restantes foram detectadas através da radiação cósmica (como o méson pi e o méson mu). Partícula O termo partícula deriva do latim e significa parte muito pequena, corpo diminuto ou corpúsculo. Ele é utilizado para designar uma concentração localizada de massa cujas dimensões mostrem-se desprezíveis em relação às demais dimensões espaciais envolvidas no problema em consideração. Embora um carro não possa ser tratado como uma partícula quando se analisa a colisão entre este e um ônibus, um carro se movendo em uma estrada que 291 conecta duas cidades distantes configura perfeitamente uma "partícula". A física atual é materialista e popularmente se costuma dizer que matéria e todos os corpos do Universo são constituídos de pequenas partículas, denominadas átomos. Partícula Subatômica Átomo é um conjunto elétron-núcleo, ou seja, elétrons orbitam em torno do núcleo onde estão agrupados os prótons e nêutrons. No entanto, essa é uma visão extremamente simplificada dos átomos, pois neles não existem apenas as três partículas citadas (elétrons, prótons e nêutrons), atualmente se sabe que existem mais de 190 partículas no universo atômico. Assim, se pode dizer que em física, partícula subatômica é a designação genérica daquelas partículas cujas dimensões são muito menores que as de um átomo. Alguns tipos mais comuns de partículas subatômicas são: partículas alfa que, resumidamente, assemelham-se com o núcleo de hélio emitido em um processo radioativo; partícula beta, elétron ou pósitron (anti-elétron) emitido num processo de desintegração nuclear. No que segue se expõe algumas ideias a respeito. Partícula alfa (α), também chamada de radiação alfa ou raio alfa, é uma partícula carregada por dois prótons e dois nêutrons, sendo, portanto, o núcleo do átomo de hélio. Apresenta carga positiva +2 e número de massa 4, relativamente maior que as duas demais β e γ. Porém, apesar de mais energética, ela é a mais lenta (atinge uma velocidade de 20.000 km/s) e a menos penetrável (facilmente barradas por uma folha de papel). Partícula Beta (β), ao contrário da partícula Alfa, apresenta carga negativa – 1 e massa 0. Atinge uma velocidade de até 95% da velocidade da luz [285.000 km/s] e consegue atravessar lâminas de 292 chumbo de até 2 mm ou de alumínio de até 5 mm no ar, mas são barradas por uma placa de madeira de 2,5 cm de espessura. Partícula Gama (γ) possui carga e massa nula, emite calor contínuo e tem a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica. Atinge a velocidade das ondas eletromagnéticas (300.000 km/s), é a mais perigosa, quando emitidas por muito tempo podem causar má formação nas células. Os raios gama conseguem atravessar chapas de aço de até 15 cm de espessura, mas são barradas por grossas placas de chumbo ou paredes de concreto. Supondo-se que uma fonte radioativa, por exemplo, algumas microgramas de rádio sejam colocadas no fundo de um canal aberto em um cilindro de chumbo de uns 10 cm de raio. A radiação sairá pelo canal, sob a forma de um feixe. A radiação passa entre duas placas metálicas A e B, uma eletrizada positivamente, outra negativamente. Recebendo-a em uma chapa fotográfica, constatase que o feixe é separado em três partes: 1ª ) Uma radiação que é atraída pela placa negativa, e que, portanto, tem carga elétrica positiva. Foi inicialmente chamada raio alfa. Depois se constatou que são partículas, que passaram a serem chamadas partículas alfa; 2ª ) Uma radiação que é atraída pela placa positiva, e que, portanto, tem carga elétrica negativa. Foi chamado raio beta. Quando se constatou que são partículas, passaram a serem chamadas partículas betas; 3ª ) Uma radiação que não é desviada, o que indica que não contém carga elétrica. É chamada raio gama. Um raio semelhante ao raio gama é o raios-X (partícula e onda), mas possui, em geral, menor energia. [E = fh ≈ 50 mil vezes maior que a energia visível] No decorrer do século XX, além da comprovação da existência de aproximadamente 200 destes corpúsculos, foram descobertas muitas das leis que governam as inter-relações e interações entre essas partículas, as forças e campos que regem o universo. 293 Deste modo, se pode afirmar que os estudos dessas partículas são importantes para desvendar os mistérios da estrutura do Universo, vide a recém-descoberta do bóson de Higgs conhecida por ‘partícula de Deus’. Partícula Elementar Em física de partículas, uma partícula elementar é uma partícula subatômica da quais outras partículas subatômicas maiores são compostas. Por exemplo, as partículas subatômicas prótons e nêutrons são partículas elementares porque compõe outras partículas subatômicas como a partícula alfa. Apesar de consagrado, o termo partícula elementar, em especial a palavra partícula, não é adequado para nomear as unidades fundamentais da matéria. No domínio subatômico, partícula não é um corpúsculo, um corpo diminuto. Pensar as partículas elementares como corpos muito pequenos, com massas muito pequenas, ocupando espaços muito pequenos, funcionam como obstáculo representacional para compreendê-las de maneira significativa, pois partículas elementares podem, por exemplo, não ter massa e nem ter existência situada, isto é, não podem ser localizadas com precisão. Por esta razão, partículas elementares não devem ser referidas ou representadas por corpúsculos ou “bolinhas”. As partículas elementares são caracterizadas por massa, spin e carga elétrica. Por exemplo, uma anti-partícula é caracterizado por ter a mesma massa e o mesmo spin da partícula em questão, porém carga oposta. Massa e carga elétrica soam com algo familiar, porém spin não. Por isto se diz que spin é uma propriedade fundamental das partículas elementares que descreve seu estado de rotação; é o momentum angular intrínseco das partículas. De acordo com as regras da Mecânica Quântica, o spin das partículas elementares pode ter apenas determinados valores que são sempre um número 294 inteiro (0, 1, 2, 3, ...) ou semi-inteiro (1/2, 3/2, 5/2, ...) multiplicados por (h/2π; onde h = 6,6.10 22 com certa unidade é a constante de Planck, a constante fundamental da Mecânica Quântica). Partícula Fundamental Um dos mais notáveis da física de partículas é encontrar as partículas mais elementares (ou as co-denominadas partículas fundamentais) as quais constroem todas as outras encontradas na natureza, e não são elas mesmas compostas de partículas menores. Assim, chamam-se partículas fundamentais às partículas constituintes do átomo (antigamente eram chamadas partículas elementares; mas, depois se descobriu que várias delas podem se desdobrar em duas ou mais partículas). Historicamente, as partículas elementares hádrons (mésons e bárions como os nêutrons e os prótons) já foram consideradas como partículas fundamentais. Atualmente se sabe que: O próton é formado por dois quarks up e um down, sendo escrito como: uud. A massa real de um próton é de, aproximadamente, 1,673 10−27 Kg (massa 1836 vezes a massa do elétron). [Entretanto, atribui-se-lhe uma massa relativa de valor 1]. A carga elétrica real do próton é de, aproximadamente, 1,6x10−19 Coulomb. [Porém, do mesmo modo que à massa, atribuiu-se uma carga relativa de +1]. Seu spin é 1/2 ħ O antipróton é formado por dois antiquarks up e um antiquark down, possui mesma massa e spin que o próton, só que sua carga é de sinal oposto (sinal negativo). O nêutron é composto de um quark up e dois quarks down (ou seja: udd), praticamente mesma massas do próton, possui carga nula e spin 1/2 ħ. O antinêutron é composto por um antiquark up e dois antiquarks down, com as mesmas características do nêutron. 295 O méson é composto por um quark e por um antiquark de carga de cor oposta, possui massa entre a do elétron e a do próton, e spin de inteiros. A Física de Partículas, estudada pela Mecânica Quântica (parte da Física Moderna), busca o fundamental, o nível mais básico da matéria e da Natureza. Todo o nosso mundo visível se fundamenta nesse nível invisível das partículas elementares, ou melhor, das partículas fundamentais (toda porção indivisível da matéria, como os elétrons). O Modelo Padrão (MP) estabelece: toda a matéria de que se tem notícia é composta de três tipos de partículas elementares: léptons e quarks [que são férmions] e as mediadoras [que são os bósons], e que um punhadinho de 61 partículas basta para construir toda a matéria observada neste universo (incluindo, é claro, as observadas em laboratórios). Como se chega esse número? Quais são elas? Como estão classificadas? Essas são algumas das perguntas que se tenta responder: se detendo em dois mapas conceituais (um entre partículas fundamentais e o outro para interações (forças) fundamentais) apresentados nas duas próximas páginas; ou ainda se apontando as descobertas no seu contexto histórico em forma pictórica. 296 297 298 Mapas conceituais No mapa conceitual entre partículas fundamentais (figura na página 297). Obedecer ao Princípio de Exclusão de Pauli é quando duas partículas fundamentais idênticas não puder ocupar o mesmo estado quântico simultaneamente. Glúons quer dizer o que mantém os quarks ligados para formar mésons e bárions, significa “cola”. Átomos consistem de elétrons, que formam as camadas eletrônicas, e núcleos, compostos por prótons e nêutrons que, por sua vez, consistem de quarks (dos tipos up(u) e down (d)). Quarks são, possivelmente, os constituintes fundamentais da matéria. Há seis espécies, ou sabores, de quarks: u (up), d (down), c (charmed), s (strange), b (bottom) e t (top). Cada uma dessas espécies pode apresentar-se em três “edições” chamada cores: 1 (vermelho), 2 (verde) e 3 (azul). Haveria então 18 quarks distintos (18 é o número de Miroku Kannon). Porém, como cada um deles tem a sua antipartícula, o número total de quarks é 36 (número de Deus Supremo). Quarks têm carga elétrica fracionária (+2/3 para os sabores u, c e t e -1/3 para os sabores d, s e b), mas nunca foram detectados livres; aparentemente, estão sempre confinados em partículas chamadas hádrons (da palavra grega hadros, que significa massivo, robusto, forte). Há duas classes de hádrons, aqueles formados por três quarks, chamados bárions, e os constituídos por um quark e um antiquark, denominados mésons. Bárions obedecem ao Princípio da Exclusão de Pauli, mésons não; bárions têm spin fracionário (1/2, 3/2, ...), mésons têm spin inteiro (0, 1, 2,...). O nêutron e o próton são os bárions mais familiares, os mésons π e Κ são exemplos de mésons; contudo, face às múltiplas possibilidades de combinações de três quarks ou de quarks e antiquarks, o número de hádrons é bastante grande, constituindo uma grande família. Outra família, não tão numerosa, é a dos léptons. São partículas de spin 1/2, sem cor, que podem ter carga elétrica ou não 299 (neutrinos). Parecem ser partículas verdadeiramente elementares, isto é, nenhuma delas aparenta ter uma estrutura interna como a dos hádrons. O elétron (e–) é o lépton mais familiar, mas além dele existem o múon (μ), o tau (τ) e três neutrinos (neutrino do elétron (νe), neutrino do múon (νμ) e neutrino do tau (ντ)). Como a cada lépton corresponde um antilépton, parece haver um total de 12 léptons na natureza. Deste modo, até agora se tem 48 partículas fundamentais: 36 quarks (u, d, s, c, b, t, cada um com 3 cores, e cada um dos 18 com seu antiquark) e 12 léptons (e–, νe, μ, νμ, τ, ντ, cada um dos 6 com seu antilépton). Começou-se falando de elétrons, prótons e nêutrons e se chegou a léptons, passando por hádrons, bárions e mésons. Mas essa história ainda vai longe. Para se ter uma idéia da constituição da matéria, não basta saber que existem tais e tais partículas, que umas parecem ser realmente fundamentais e outras são compostas por “sub-partículas” confinadas. É preciso também levar em conta como elas interagem, como integram sistemas estáveis e como se desintegram, ou seja, é preciso considerar interações e campos de força, o que nos leva a outra categoria de partículas, as chamadas partículas mediadoras das interações fundamentais da natureza. No mapa conceitual para interações fundamentais (figura página 298). As interações entre partículas, e o comportamento da matéria no universo, estão governados por quatro forças fundamentais: a força nuclear forte, a força nuclear fraca, a força eletromagnética e a força gravitacional, cujas intensidades são respectivamente: 10, 10−13, 10−2 e 10−43, ou então se multiplicando por 102 se tem: 103, 10−11, 10 e 10−39. A força nuclear forte é um milhão de vezes mais forte que a força eletromagnética e 10 duodeolhões que a gravidade. A natureza destas forças, e os modos como elas trabalham no universo, é o que determina as leis físicas do nosso universo e tudo dentro dele. 300 A interação entre um elétron e um núcleo atômico é um exemplo de interação eletromagnética; a atração entre quarks é do tipo interação forte; o decaimento β (como um nêutron decaindo para próton pela emissão de um elétron e um neutrino) exemplifica a interação fraca; a interação gravitacional atua entre todas as partículas massivas, e é a que governa o movimento dos corpos celestes, mas é irrelevante em domínios muito pequenos, assim como as demais podem não ser relevantes em alguns domínios. A interação forte, como sugere o nome, é a mais forte no âmbito das partículas elementares e mantém juntos prótons e nêutrons no núcleo atômico. Afeta somente hádrons. A interação fraca é responsável pelo decaimento relativamente lento de partículas como nêutrons e múons, e também por todas as reações envolvendo neutrinos. Tais interações são descritas através de campos de força. Campo é um conceito fundamental nas teorias sobre partículas elementares. Aliás, é um conceito fundamental em toda a Física. Os quanta desses campos são partículas mediadoras das interações correspondentes. Assim, o fóton é o quantum do campo eletromagnético e media a interação eletromagnética; o gráviton é o quantum do campo gravitacional, mediando a interação gravitacional; os glúons são os quanta do campo forte e mediam a interação forte; e as partículas denominadas W+, W- e Zo são os quanta do campo fraco e são mediadoras da interação fraca. De todas essas partículas, a única que ainda não foi detectada experimentalmente é o gráviton, se existir deve ser um bóson de spin igual a dois e massa de repouso igual à zero. O fato de que os férmions obedecem ao Princípio da Exclusão de Pauli e os bósons não, é a principal diferença entre essas categorias. A partir dessa distinção inicial, pode-se prosseguir com outras categorizações como a de classes de férmions (léptons, quarks e bárions) e classes de bósons (partículas mediadoras de interações e mésons). Léptons e quarks são os férmions 301 fundamentais: a rigor, toda a matéria é constituída de quarks e léptons, pois as demais partículas ou são compostas de quarks ou antiquarks (bárions) e pares quarks-antiquarks (mésons) ou são partículas mediadoras das interações fundamentais (glúons, Z e W, fótons e grávitons). Forma pictórica O elétron (e–) foi a primeira partícula elementar a ser descoberta. Thomson, em 1897 realizou experiência e flagrou a divisibilidade do átomo, ganhando o Prêmio Nobel em 1906. A questão que se coloca agora é a seguinte: Conhecidas as propriedades do elétron, como ele é classificado no MP? Uma forma pictórica de representar o MP é o quadrado abaixo, com 16 caixinhas onde se tem espaço para 6 léptons (caixinhas roxas, as três primeiras da esquerda para a direita do observador, na última fileira, mais as três da penúltima), que não interagem fortemente (força nuclear fraca), para 6 quarks (caixinhas verdes, só que na primeira e segunda fileira) que interagem fortemente (força nuclear forte) e 4 partículas mediadoras (caixinhas amarelas, as quatro verticais da última coluna da direita do observador). Sabe-se que o elétron tem massa de repouso 9,1083 x 10−31 kg, carga elétrica − 1,602 x 10−19 C, Spin 1/2 ħ, que não interage fortemente, portanto é um lépton e por isso vai ocupar a primeira caixa roxa da figura exposta. 302 O fóton (γ) é a segunda partícula elementar a entrar no cenário. Em 1905, o físico alemão Albert Einstein explicou o efeito fotoelétrico usando a hipótese de que a luz é formada de pacotinhos de energia que mais tarde receberam o nome de fóton. O fóton também é conhecido como quantum de luz. Por mais incrível que possa parecer, o fóton não tem massa e nem carga elétrica – é uma partícula que só tem energia e seu spin é 1, e, portanto ele é um bóson (mediador). Einstein mostrou que esse fenômeno poderia ser explicado se a luz de frequência (f) fosse composta de quanta individuais de energia (hf). Ganhou, por essa descoberta, o prêmio Nobel de 1921. Em 1923, dezessete anos depois da proposta teórica de Einstein, o fóton foi confirmado na experiência. No MP, o fóton é umas das partículas mediadoras e vai ocupar o primeiro lugar dos bósons mediadores. Cronologicamente, a próxima partícula encontrada foi o próton. Em 1919, o próton foi descoberto pelo físico Ernest Rutherford. Ele possui massa 1836 vezes a massa do elétron. Mesmo spin e carga de sinal contrário. No entanto, hoje é sabido que o próton não é uma partícula elementar e, portanto não entra no Modelo Padrão, pois como se verá mais adiante ele é composto de três quarks. Neutrino (ν), a terceira partícula elementar que mais adiante será representada por νe. O neutrino surge da desintegração de um nêutron em próton e elétron. Possui massa menor que 0,000005 vezes a massa do elétron. O neutrino é um 303 lépton, e no MP ele entra na caixa roxa acima do elétron, formando a primeira família de léptons. O múon (μ) é a quarta partícula elementar e a primeira das partículas elementares instáveis a ser descoberta. Em 1933, o físico japonês H. Yukawa (Prêmio Nobel de 1949) propôs uma teoria para a força nuclear. Previu uma partícula de massa 200 vezes superior à massa do elétron. Ele é um lépton e não é afetado pela força nuclear forte, ou seja, as forças que o afetam são as eletromagnéticas e a nuclear fraca. No MP ele ocupa a segunda caixa roxa. Em 1947 o píon (π) foi descoberto e o físico brasileiro César Lattes esteve envolvido na sua detecção, mas o píon não entra no MP porque ele não é uma partícula elementar. A década de 1950 é conhecida pelo número de partículas novas não elementares, eis algumas: Κ+, Λ, Κ0, Δ++, Ξ–, Σ+. Hoje se sabe que partículas estranhas são produzidas pela força forte e que seus decaimentos são regidos pela força fraca. 1963, esse conceito deu origem ao quark estranho (s). 304 Em 1962, observaram a primeira evidência do neutrino do múon (νμ), fato que mostrava a existência de mais de um tipo de neutrino. No MP, o neutrino do múon ocupa a caixa roxa acima do múon, completando a segunda família dos léptons. Na década de 60, reviveram uma idéia que considerava a hipótese de os hádrons (partículas compostas formadas por um estado ligado de quarks, que mantêm a sua coesão interna devido à força forte, de um modo análogo à que mantém os átomos unidos pela força eletromagnética) serem formados por um punhado de “tijolinhos” fundamentais, responsáveis pela existência da matéria observada no universo. Gell-Mann publicou um trabalho brilhante, em 1964, propondo que todos os hádrons, seriam formados por três partículas fundamentais (e suas respectivas antipartículas), às quais nomeou quark, que são férmions de spin 1/2. No MP os quarks up (u) e down (d) ocupam as duas primeiras caixas verdes, completando a primeira família de quarks. 305 Segundo o modelo de Gell-Mann, os quarks aparecem em três tipos: up, down e strange (estranho), denominados sabores, além das suas respectivas antipartículas.. As regras básicas do modelo são de uma simplicidade impressionante: 1) os (anti)bárions são formados de 3 (anti)quarks qqq; 2) os mésons são formados por um par quarkantiquark . Com essas duas singelas asserções, todas as partículas conhecidas puderam ser entendidas e construídas. Enfatiza-se aqui que a matéria comum, essa de nosso cotidiano, é feita de quarks leves u e d. Os exemplos mais simples são o próton (uud) e o nêutron (udd). Apesar de fundamentais, quarks nunca foram observados livremente e eles só existem em estados ligados formando as partículas. Pensou-se até que encontrar um quark livre seria um evento muito raro. Foram analisadas amostras do leito antigo de oceanos, de meteoritos e até da poeira de camadas altas da atmosfera, e nunca se encontrou um só quark livre. Na verdade essa é uma característica da teoria à qual se dá o nome de confinamento. Charme (c) foi o quarto quark a ser proposto. No MP, ocupa a caixa verde acima da estranheza, completando a segunda família. 306 Na década de 1960, surge também uma nova teoria unindo a força eletromagnética e a força fraca em uma única superforça chamada eletrofraca. Em 1967, Steven Weinberg propôs um modelo para a síntese eletrofraca, em que as interações são mediadas por quatro bósons – W+, W–, Z0, e γ. Os três primeiros são massivos e denominados bósons mediadores; o quarto é o fóton, que medeia a força eletromagnética e não tem massa. No MP, o W+ e o W– ocupam a caixa amarela de baixo e o Z0 ocupa a caixa amarela acima deles. Da teoria batizada de CromoDinâmica Quântica (QCD), sabese que a força forte é transmitida por oito partículas sem massa, eletricamente neutra e de spin 1, chamadas glúons. Ou seja, o glúon é um bóson vetorial de massa nula. Há oito tipos de glúon. São partículas que intermedeiam a interação forte (assim como o fóton intermedia a interação eletromagnética). No MP, os 8 glúons ocupam a caixa amarela abaixo do fóton. 307 O tau (τ) vem formar a terceira geração de léptons. Já foi visto que a família dos léptons acomodava quatro elementos agrupados dois a dois: (e–, νe), (μ, νμ). No entanto, em 1975, um novo lépton entrou em cena, quase duas vezes maior do que o próton - sua descoberta provocou uma verdadeira surpresa no meio científico. Da mesma forma que seus dois irmãos, elétron e múon, o tau apareceu em duas versões: com cargas positiva e negativa. De fato, o τ inicia a terceira família de léptons (e–, νe–), (μ, νμ), (τ, ?) dando esperança à existência do neutrino do tau (ντ). No MP, o tau ocupa a terceira caixa roxa da primeira linha dos léptons. O bottom (b) foi o quinto quark a ser descoberto. Depois que as primeiras gerações de quarks – (ud) e (sc) – tinham sido entendidas, a questão era saber, e testar em laboratório, se quarks ainda mais pesados existiam. Em 1977, se observou a primeira evidência do méson úpsilon [ϒ(1S)], indicando uma terceira família de quarks. Esse quinto quark era bem maior do que qualquer partícula já descoberta. No MP o bottom ocupa a terceira caixa verde da primeira linha dos quarks. 308 No início da década de 1980, a lista de mésons contendo o quinto quark aumentou de modo significativo, e os físicos teóricos começaram a especular sobre a existência de um sexto quark para completar a simetria. Muitas foram as tentativas de detectá-lo, e o top (t) foi o último quark a ser descoberto, em 1995. Para se ter uma idéia do seu tamanho, a massa do top, que é uma partícula elementar, é da ordem de um átomo inteiro de ouro. Essa partícula só existiu em condições naturais na época do Big Bang. Depois, com o resfriamento do universo, ela deixou de existir e, agora, precisa-se de aceleradores que atinjam energias muito altas para recriá-la, mesmo que seja por um brevíssimo instante. No MP, o top ocupa a terceira caixa verde acima do bottom. O neutrino do tau (ντ) foi a última partícula a ser descoberta. Depois de o top ter sido encontrado em 1995, as simetrias clamavam por um acompanhante-neutrino. Da mesma forma que os outros dois léptons – o elétron (e–) e o múon (μ) – tinham seus respectivos neutrinos (νe) e (νμ), o tau (τ) também deveria vir acompanhado do seu neutrino (ντ). A busca experimental foi intensa. Iniciou-se oficialmente em 1997, quando físicos que trabalhavam no Tevatron fizeram uso de um feixe intenso que passava por um alvo de 15 m de comprimento, feito de placas de ferro e camadas de emulsão adequadas ao registro dessas interações; o aparato foi chamado Direct Observation of the Nu Tau (DONUT). Apenas um neutrino, de um trilhão deles, interage com um núcleo de ferro e se transforma em um tau que vive só 300 femtosegundos (10-15 s), deixando registrado na emulsão um 309 minúsculo rastro de um milímetro, mas suficiente para garantir a existência da partícula. O DONUT registrou 6 milhões de eventos, dos quais mil foram selecionados pelos computadores – 4 deles exibiam evidências concretas da existência do neutrino do tau! No MP, ele ocupa a caixa roxa acima do tau. Enfim, o zoológico completo! Resumindo: Há três famílias perfazendo seis léptons. Há ainda seis antiléptons. Juntos, somam doze partículas elementares. Os seis quarks também aparecem em três famílias. Os quarks aparecem em três cores de modo que se têm 3 x 6 = 18 quarks. Como há também os antiquarks, juntos somam 36 partículas. Partículas mediadoras: o spin é sempre 1, e as partículas mediadoras dependem do tipo da força em questão. Considerando as forças forte, fraca e eletromagnética se tem 8 glúons, 1 fóton, W+, W–, Z0, o que implica em 12. Tabela do número total de partículas elementares do MP Partículas Anti Léptons: e–, νe, μ, νμ, τ, ντ (6) e+, 6 6 Quarks: u, d, s, c, b, t (cada quark 3 cores) 18 18 Mediadoras: γ, W+, W– , Z0 , g1, g2, g3, g4, g5, g6, g7, g8 6 6 Total T 12 36 12 60 310 A contagem final leva a 60 partículas elementares, número que não deve ser considerado alarmante nem excessivo. Fato extremamente intrigante, no entanto, é que para formar a matéria ordinária que nos rodeia se precisa apenas e tão somente da primeira família estável - o elétron (com seu neutrino sempre à sua volta) e os quarks up e down, que são os formadores básicos dos prótons e nêutrons. Ah! Não se pode esquecer do bóson de Higgs – a última partícula elementar que faltava ser encontrada no MP. Em princípio o Higgs é o responsável para explicar a origem da massa das partículas elementares, então se eleva o número total para 61. A história do Higgs começou em 1964 quando o físico inglês Peter Higgs, da Universidade de Edimburgo, Inglaterra, propôs um mecanismo que ficou conhecido por Mecanismo de Higgs, um dos maiores enigmas do MP, e que gera a massa das partículas chamadas bósons mediadores (W± e Z0). Na década de 1970, com os físicos Weinberg e Salam, se aprende que, a temperaturas muito altas, da ordem de 1015 graus, a força fraca e a eletromagnética constituem, juntas, uma superforça, batizada de força eletrofraca. De certa forma, seriam duas facetas da mesma força. Sabe-se que os mediadores dessa superforça são bósons. O bóson que medeia a força eletromagnética é o fóton, que não tem massa, e os bósons que medeiam a força fraca são os W± e Z0, que são massivos. Mundo Material Matéria é tudo aquilo que é composto por partículas elementares dotadas de massa. Anti-matéria é a anti-partícula com massa igual, carga elétrica e spin invertido. Por exemplo, elétron se tem anti-elétron (ou pósitron), bem como os anti-próton e antinêutron. Após o Big Bang surge os quanta de energia escura, depois vem a matéria escura e quando se tem as galáxias estão presentes as matéria+antimatéria, matéria escura e energia escura. 311 Assim, as coisas que o ser humano enxerga, ouve, cheira, saboreia e toca são os elementos do chamado Mundo Material. Eles são 4% da constituição do Universo, ou seja, a matéria ordinária, como estrelas, galáxias, planetas e gás, incluindo os seres minerais, vegetais, animais e humanos. [Em 2001 a NASA lançou o WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe) que em 2003 completou o mapeamento da Radiação Cósmica de Fundo. Com os dados obtidos do WMAP, acredita-se que o Universo seja “dominado” pela “energia escura” e tenha 13,75 bilhões de anos. Com base nos dados do WMAP a constituição do Universo é: 4,56% de matéria bariônica ordinária, ou seja, aquela que consiste de prótons e nêutrons, que são conhecidos como bárions; 22,8% de matéria escura fria que é uma forma postulada de matéria que praticamente só interage gravitacionalmente; e 72,6% de energia escura que é uma forma de energia que estaria distribuída por todo espaço e tende a acelerar a expansão do Universo por ter uma forte força anti-gravitacional]. Considerações Messiânicas: 1ª) Física Quântica como ponte para Ciência Espiritualista Anteriormente, se disse que a questão “física moderna como uma ponte entre a ciência materialista e a ciência espiritualista” seria respondida mais tarde. Também se afirmou que a física de partículas, estudada pela mecânica quântica (parte da física moderna intitulada física quântica), busca o fundamental, o nível mais básico da matéria e da Natureza. Também se havia dito que o físico nuclear japonês Hideki Yukawa alcançou o Prêmio Nobel de Física (1949) pela predição da existência dos mésons, com base em trabalhos teóricos sobre forças nucleares. Pois bem, o méson pi, também chamado de píon, é uma partícula subatômica cuja existência havia sido prevista pelo físico japonês (1935), tentando responder por que o núcleo do átomo 312 mantém-se coeso embora composto por prótons, com carga positiva, e nêutrons, com carga neutra. Assim ele previu que prótons e nêutrons deveriam intercambiar alguma partícula portadora da força que os mantém unidos no núcleo do átomo. Essa atração receberia mais tarde o nome de força nuclear do tipo forte e é considerada uma das forças fundamentais da natureza, ao lado da gravitacional, da eletromagnética e da chamada nuclear fraca. Doze anos [1947] depois, César Lattes confirmaria a existência dos mésons pi no laboratório de física cósmica de Chacaltaya, na Bolívia. A descoberta do méson pi marcou o início da física de partículas elementares de altas energias. Isso tudo sem esquecer de que a física de partículas é estudada pela física quântica. O Messias no seu ensinamento “A Criação da Civilização” diz que: “O físico nuclear Hideki Yukawa, laureado com o prêmio Nobel, foi o primeiro a anunciar a existência teórica do méson. Essa teoria foi confirmada experimentalmente por acaso, quando outros cientistas, ao fotografarem os raios cósmicos encontraram gravadas na chapa algumas partículas elementares que se constatou serem mésons. Assim, a teoria de Yukawa foi comprovada pela física experimental. O que eu estou pregando é a existência teórica de uma Ciência Divina. Mas ao mesmo tempo, com a aplicação dessa teoria, estamos obtendo prodigiosos efeitos na cura de enfermidades. A comprovação, portanto, completa a teoria, tornando-a uma ciência divina experimental. Assim sendo, trata-se também de uma descoberta científica. (...) Essa descoberta trará incalculáveis benefícios à humanidade. Depois que tiver sido amplamente divulgada, provocará uma grande transformação na civilização atual e marcará um novo início, sem precedentes, na História humana. Eu afirmo sem hesitação que ao chegar a esse ponto, não haverá mais nem Ciência e nem Religião, mas Ciência e Religião ao mesmo tempo. Será a época de uma 313 Verdadeira Civilização, jamais experimentada ou sequer imaginada pela Humanidade.” Num dos escritos messiânicos [Material de Estudos – Nº. 5 Ensinamentos de Meishu-Sama (Alicerce do Paraíso - volume Johrei I) (02) A Ultraciência]: “Há alguns dias atrás, ouvi pelo rádio a gravação de uma mesa redonda feita com a participação do Dr. Yukawa que havia acabado de retomar ao Japão. Fiquei muito feliz, pois segundo aquela mesa redonda parece que ultimamente, também a Ciência vem se aproximando cada vez mais das minhas teorias. Na mesa-redonda, falou-se sobre uma nova teoria: a Teoria das Propriedades Físicas relacionada à Teoria de Partículas Elementares (conhecida como arquétipos platônicos como os quatro elementos: fogo, ar, água e terra). Segundo essa teoria, as partículas elementares são visíveis e a Teoria das Propriedades Físicas se refere aos átomos invisíveis. Obviamente, a primeira vem a ser a física experimental e a segunda, física teórica. Portanto, de acordo com a minha proposição, a primeira equivale à matéria e a segunda, ao espírito. Isso mostra que finalmente a Ciência também, está se identificando com o nosso pensamento. A respeito disso, até agora, os cientistas da física teórica, ao apresentar uma teoria nova, baseavam-se primeiramente na imaginação, na dedução e na hipótese para depois realizarem experiências. No caso do Dr. Yukawa aconteceu também a mesma coisa. Como todos sabem, na ocasião que ele descobriu o méson, felizmente os cientistas americanos realizavam experiências fotografando os raios cósmicos e casualmente descobriram e confirmaram a sua existência. Graças ao mérito dessa descoberta, o Dr. Yukawa pôde receber o Prêmio Nobel. Mas, a Teoria das Propriedades Físicas, acima citada, encontra-se a um passo dessa teoria e parece que atualmente a prioridade está na sua pesquisa. Porém, até que seja confirmada a sua existência através de experiências, creio que ainda será necessário percorrer caminhos sinuosos por muito tempo e, ao mesmo tempo, estará sujeito a 314 encontrar obstáculos inesperados. Isso porque, não será nada fácil os microscópios atuais alcançarem progresso a. esse nível. Por outro lado, mesmo que por ventura sejam descobertas as partículas de propriedades físicas através das experiências, mas se limitar a isso, não terá nenhum significado. A sua importância está no quanto isso vai contribuir para o bem estar da humanidade. Porém, relacionado a isso, existe um ponto muito importante que a Ciência sequer imagina. Se ela vier a progredir mais, acabará entrando na esfera espiritual que sempre referimos. Esfera espiritual, obviamente, vem a ser a Religião, mas se isso acontecer é natural que acabará se distanciando da área científica e se subordinando à Religião. Portanto, a atual Ciência Material está chegando ao ápice do seu progresso e no momento encontra-se a um passo do beco sem saída. Assim, para poder sair desta situação, creio que é precioso desenvolver um microscópio dezenas ou centenas de vezes mais potentes, mas isso é praticamente impossível. [Microscópicos óticos aumentam a imagem em 1.500 vezes, enquanto o eletrônico em mais de 100 mil vezes. Como o limite da resolução do olho humano é de 0,2 milímetros, então o aumento deles são de 30 centímetros e 2 metros, respectivamente. Os microscópios óticos aumentam a imagem em 1.500 vezes, enquanto o eletrônico em mais de 100 mil vezes. Como o limite da resolução do olho humano é de 0,2 mm, então o aumento deles são de 30 cm e 2 m, respectivamente]. Mesmo que seja possível, não se sabe quantos séculos serão necessários. Pensando desta forma, não podemos deixar de admitir que no doravante mundo, será extremamente difícil à Ciência, à Filosofia ou mesmo às Religiões tradicionais alcançarem maior progresso. Nesse sentido, significa que, finalmente chegou o momento de manifestação do "X" que transcende o nível da cultura atual. Com o grande salto do “X” a atual civilização que se encontra num beco sem saída, poderá ultrapassar essa grande crise e criar uma nova e surpreendente Civilização e essa é a minha missão. A seguir, gostaria de me aprofundar mais nas teorias de 315 partículas elementares e de propriedades físicas. As partículas elementares propostos por mim são como as células que constituem a matéria e são formadas pela união de partículas materiais e espirituais. Em outras palavras, a primeira vem a ser o próton e a segunda, o nêutron. Elas [partículas materiais prótons e partículas espirituais nêutrons] são as essências de toda e qualquer matéria, mas ainda não foram descobertas pela Ciência. Então, porque uma pessoa como eu, de pouca formação catedrática consegui descobrir essa Teoria Científica de alto nível como esta? Obviamente, pela Sua necessidade o Supremo Deus concedeu-me revelação. Por isso, pude apreender a Verdade sobre todas as coisas que até hoje, durante toda a história da humanidade, ninguém conseguiu saber. Também Ele concedeu-me força necessária para poder comprovar isso cientificamente. E essa comprovação está no apêndice do presente livro sob o título “Relatório dos Resultados de Curas de Doenças” (omitido nesta edição) que evidentemente foram enviados pelos membros da nossa Igreja, de várias partes do país. O que gostaria de afirmar é que, independentemente de Religião ou de Ciência, se ela tiver a capacidade de salvar a vida humana, que é de extrema preciosidade, acho que não há evangelho superior a ela. A seguir, gostaria de explicar detalhadamente sobre esse princípio.” 2ª) Elementos Fogo, Água e Terra Mas aqui se apresenta um problema: não adianta apenas conhecer a existência do Mundo Espiritual; é necessário apreender sua natureza e colocado a serviço da humanidade. A ciência da matéria não tem meios para isso, pois, para o espírito, o meio deve ser o espírito; todavia, é possível superar esta dificuldade. Aliás, ela já foi superada: tenho obtido resultados admiráveis na resolução de problemas espirituais através do espírito. Refiro-me justamente à questão das doenças. Explica de forma sucinta, a causa de todas as 316 doenças são as impurezas acumuladas no espírito, tornando-se evidente que, se eliminarmos tais impurezas, as doenças serão erradicadas, de acordo com Lei do Espírito Precede a Matéria. Meu método consiste na irradiação de um espírito específico que pode ser considerado como a bomba atômica espiritual para queimar as impurezas. Esse método, denominado JOHREI, constitui uma fórmula científica de alto nível. Não se limitando apenas ao campo da Medicina, ele consegue resolver problemas que nenhuma religião ou ciência conseguiu. Se isso não é uma super ciência, o que será? A ciência que trata da matéria ainda se encontra em baixo nível, evidenciando-se que, através dela, é impossível resolver problemas vitais de um ser de tão elevado nível como o homem. Isso se torna claro ao observarmos que doenças graves, consideradas incuráveis pela Medicina, estão sendo vencidas facilmente, por meio do JOHREI. Dessa forma, a ciência do espírito pode ser considerada como o suporte da ciência da matéria. [O fato de a matéria ser composta basicamente por elementos como água [Tales de Mileto (624-546 a.C).], ar [Anaxímenes de Mileto (570-500 a.C.)], terra [Xenófanes de Jônia (570-460 a.C.)], fogo [Heráclito de Eféso (540-480 a.C.)] e átomo [Demócrito (460-370 a.C.)] por terem posições determinadas no Universo chamadas lugares naturais. Ou correspondendo aos quatro estados da matéria: plasma, gasoso, líquido e sólido. [condensado de Bose-Einstein é o inferno]. É a forma puramente filosófica e não científica como Aristóteles concebia a natureza. Este pensamento permaneceu sem ser contestado mais veemente até o século XVI. Ele começou a ser deixado de lado principalmente a partir de Galileu, quando o modo de se fazer ciência passou a ser mais matemática e com a valorização da experiência.]. A natureza do Mundo Espiritual é constituída pela essência do Sol, da Lua e da Terra, que, na Ciência, correspondem, respectivamente, ao oxigênio, ao hidrogênio e ao nitrogênio. O Mundo Espiritual, segundo a doutrina messiânica, é a junção do 317 elemento fogo, do elemento água e do elemento terra. A Terra é a natureza do ar. O elemento fogo e o elemento água controlam a atmosfera que preenche o espaço terrestre. Embora o elemento fogo seja o mais forte, por ser extremamente rarefeito, não foi possível detectar, através da ciência da matéria, a não ser suas propriedades de luz e calor, razão pela qual sua natureza como espírito ainda não é conhecida. Assim, a Ciência tomou como objeto de estudo apenas os elementos água e terra, e por isso a cultura está baseada nesses dois elementos, o que constitui a maior falha da civilização atual. [O trabalho dos últimos alquimistas – ou primeiros químicos – revelava uma realidade muito mais complicada. Novas substâncias foram descobertas, cujas combinações e transformações não seguiam o modelo previsto nem pela teoria herdada de Aristóteles, nem pela de Paracelso. Em 1661, o alquimista Robert Boyle fez uma crítica à teoria de Paracelso e sugeriu que a matéria se compõe de um grande número de elementos homogêneos constituídos de partículas de diferentes tipos. Cerca de um século depois, em 1789, depois de acumular e sistematizar muitas evidências para a tese de Boyle, o cientista Antoine-Laurent Lavoiser publicou seu Tratado Elementar de Química, que marcou a transição da alquimia para a química moderna. Nele, elaborou a primeira lista reconhecível de elementos químicos. Nele constavam, além dos sete metais clássicos (ouro, prata, mercúrio, cobre, ferro, estanho e chumbo) e do carbono e enxofre, conhecidos desde a Antiguidade, o arsênico e antimônio revelados pelos alquimistas da Idade Média, zinco descoberto por Paracelso (conhecido também dos indianos) e o fósforo que, isolado em 1669 pelo alquimista Brand, maravilhou-o por seu mágico poder de brilhar no escuro. Constava também uma série de novos metais descobertos ou cientificamente, descritos pela primeira vez ao longo do século 318 XVIII: cobalto, platina, níquel, bismuto, magnésio, manganês, molibdênio e tungstênio. Mas os mais importantes eram os gases hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Sua descoberta nos anos 1760 e 1770 demonstram que o ar e a água não eram substâncias simples e enterrara de vez a antiga teoria dos quatro elementos. Vale notar, porém, que a maior parte da química orgânica e dos seres vivos são feitos de quatro elementos modernos que de certa forma estavam contidos nos antigos: carbono (sólido associado à terra), hidrogênio (componente da água), nitrogênio (principal componente do ar, 78%) e oxigênio (responsável pela combustão, ou fogo)]. Agora devo falar sobre um acontecimento extraordinário. Como já explicamos, os fenômenos do Mundo Material são produzidos pela união dos elementos Sol, Lua e Terra. A distinção entre o dia e a noite é decorrente da alternância do Sol e da Lua. Acontece que o Mundo Espiritual também existe dia e noite. Evidentemente, a ciência da matéria não consegue compreender isso, mas a ciência espiritual o consegue. O acontecimento extraordinário a que me refiro é a grande mudança que está para ter início no mundo. Um acontecimento surpreendente, jamais imaginado pela humanidade, isto é, um fenômeno histórico: a Transição da Noite para o Dia. Para entendê-lo, torna-se necessário um estudo do ponto de vista tempo. No Mundo Espiritual há transição da noite para o dia em períodos de dez, cem, mil ou milhões de anos. Portanto, assim como a Terra é formada pelos três elementos fundamentais - o fogo, a água e a terra - o número três é a base de todo o Universo. Isso constitui uma lei imutável. Mesmo o dia e a noite são formados de três, trinta [mês], trezentos [ano], três mil anos [era] e assim por diante. É claro que, dependendo do caráter das coisas e da sua grandeza - maior, média ou menor - elas se refletem do espírito para a matéria com maior ou menor rapidez, mas o essencial movese com precisão. Agora está justamente ocorrendo a transição de 319 um período de três mil anos; estamos no alvorecer de um novo período. Já me referi a isso antes, e até a data acha-se bem definida. Foi a 15 de junho de 1931 que o Mundo Espiritual começou a se transformar em dia. A mudança se processará até certo tempo e gradualmente se refletirá no Mundo Material. Gostaria de dar uma explicação mais profunda, mas vou abreviá-la, porque teria de entrar no campo da Religião. Entretanto, é preciso acreditar no que estou dizendo, pois se trata da verdade absoluta. O fato de o Mundo Espiritual estar se tornando dia significa que há uma intensificação do elemento fogo. Apesar de ser uma mudança gradativa, já está se projetando no Mundo Material. Assim, o mundo em que o fogo predominará sobre a água. Através da ciência da matéria não se pode perceber tal fenômeno, mas as pessoas dotadas de alta espiritualidade conseguem percebê-lo plenamente. Com essa mudança, todos os problemas para os quais não se encontrava solução, serão resolvidos de maneira clara e precisa. Com base no que acabo de expor, vou criar a Verdadeira Civilização elevando o nível da Ciência atual.” Sendo Terra e elétron ambos negativos, é possível conjecturar que: Fogo = nêutron; Água = próton; Terra = elétron. 320 Física Relativística Antes da relatividade especial de Einstein ● Relatividade Galileana ● Problema do eletromagnetismo com a mecânica clássica Quando se discute a presença de discos voadores reais no planeta Terra, logo surge a gargalhada da ciência ou daqueles indivíduos pouco preparados para compreender esse fenômeno em sua totalidade e abrangência. Uma das contestações mais veementes é quanto ao deslocamento interestelar dessas naves extraterrestres, ou seja, como elas superariam as distâncias interestelares de milhares e até milhões de anos-luz. Como superariam essa barreira, consoante a teoria da relatividade de Einstein, segundo a qual um corpo material é impedido de se deslocar no vácuo, com velocidade superior a da luz? Para responder a essas questões, deve-se primeiro entender o que é, basicamente, a teoria da relatividade de Einstein e onde reside essa barreira por ela apresentada; só assim se poderá dar uma explicação inteligente e inusitada para tal problema. No início do século XX, o físico Albert Einstein propôs uma série de modificações nas teorias da física clássica newtoniana. Ele constatou vários erros nessa teoria e propôs mudanças radicais que alteraram drasticamente a visão do universo. Alguns aspectos da relatividade não são novos para a física clássica. A noção de que os fenômenos físicos são relativos aos sistemas de referências foi proposta por Galileu e pelo próprio Isaac Newton, em suas épocas. Recorda-se essa teoria para que se possa compreender onde ocorreram as modificações realizadas por Einstein. Supondo-se dois carros A e B se movimentando numa mesma direção, porém em sentidos contrários um do outro. A velocidade de A seja vA = 50 km/h e a velocidade de B seja vB =70 km/h, ambas em relação ao solo. Dessa forma, a velocidade relativa de aproximação entre ambos será de 120 km/h, ou seja, ocorrerá sempre uma soma vetorial dos 321 vetores velocidade. Porém, quando a velocidade da Terra é vT = 30 km/s e velocidade da luz é vL = 300.000 km/s, donde a velocidade relativa de aproximação entre ambos será de vT + vL = 300.030 km/s, no entanto, a experiência mostrou que: vT + vL = vL. Tais velocidades altíssimas são impossíveis para carros, aviões e veículos conhecidos pelos homens, mas as partículas elementares como prótons, elétrons e nêutrons podem mover-se com velocidades bem próximas à da luz. Assim, os princípios propostos por Galileu e Newton não são válidos, por conduzirem a erros, segundo provas experimentais obtidas atualmente em laboratório. Para reavaliar esses resultados se vai estabelecer matematicamente o princípio da relatividade de Galileu. Em outras palavras, faz-se uma breve descrição dos principais fatos que levaram Albert Einstein à elaboração da Teoria da Relatividade Especial (ou Relatividade Restrita). Pessoas como Galileu, Newton, Maxwell e Einstein foram grandes gênios que contribuíram muito para o desenvolvimento do conhecimento humano. Porém, suas teorias não foram formuladas de forma totalmente independente. Nenhuma descoberta ocorreu de uma hora para outra. Muito pelo contrário. O conhecimento dos fenômenos da Natureza passou e ainda passa por uma constante evolução, onde em cada nova teoria que surge se tem contribuições das teorias anteriores. Isto é o que se tentará descrever: que a gênese da Teoria da Relatividade Especial começou muito tempo antes de Einstein. ● A relatividade Galileana O homem sempre procurou entender melhor o mundo que o cerca, a natureza. A busca para entender o movimento dos corpos já aparece antes de Cristo. A evolução da descrição do movimento dos corpos em relação a outros, em movimentos uniformes ou acelerados, teve seu início com o filósofo grego Zenão, de Eléia (500 a 451 a.C.), estendendo-se até os trabalhos de Albert Einstein, em 1905, com a teoria da Relatividade Especial. 322 Zenão considerou dois bastões (A e B) deslocando-se com velocidades iguais em intensidade, porém ambos de sentido oposto em relação a um terceiro bastão C, mantido fixo. Para ele um observador em A (ou B) mediria a velocidade do bastão em B (ou A) como duas vezes maior do que a medida por C. Então concluiu que este movimento era impossível, passando a chamá-lo de paradoxo dos bastões em movimento. Galileu utilizou o princípio da relatividade dos movimentos. No lançamento de um projétil verticalmente para cima, sobre uma plataforma em movimento retilíneo e uniforme, um observador que esteja sobre a plataforma em movimento verá a trajetória do projétil como retilínea de ida e volta. Quanto a um observador que esteja parado no solo, onde a plataforma está em movimento, visualizará a trajetória do projétil como parabólica. Assim, cada observador terá uma visão diferente da trajetória do movimento. Com isso é mostrado que a trajetória e velocidade são dependentes do referencial de onde se observa o movimento. 323 Citando-se o filósofo John Locke que escreveu há duzentos anos, em seu grande tratado ‘’Sobre o entendimento humano da importância do referencial”: ‘’Se encontrarmos as pedras do xadrez na mesma posição em que as deixamos, diremos que elas não foram movidas ou permaneceram imóveis, mesmo que o tabuleiro, nesse ínterim, tenha sido transportado para outro cômodo. Da mesma forma diremos que o tabuleiro não se moveu, se ele permanece no mesmo lugar em que se encontrava a cabina, embora o navio esteja andando. E diremos também que o navio se encontra no mesmo lugar, desde que se mantenha à mesma distância da Terra, embora o globo tenha dado uma volta completa. Na verdade, as pedras de xadrez, o tabuleiro e o navio, tudo isso mudou de lugar em relação a corpos situados muito mais longe’’. Então, para descrever o movimento dos corpos quantitativamente é necessário adotar um referencial, como por exemplo, as paredes da sala de aula, onde se pode considerar que existam três eixos imaginários que se cruzam ortogonalmente. Além 324 do referencial, o observador necessita de um relógio para poder descrever quantitativamente o movimento. A Relatividade galileana, termo utilizado por Einstein, trata da descrição de movimentos em relação a um referencial inercial [ou seja, um referencial em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme (não acelerado) em relação a outro referencial]. Diferença entre referencial inercial e não inercial. Foi visto que para poder descrever um dado fenômeno um observador tem de introduzir um referencial, ou seja, um sistema permitindo referenciar em cada instante a posição do que está a ser observado. E sabe-se também que a Física é uma ciência objetiva, ou seja, o que é visto por um observador tem de o ser por qualquer outro que esteja em condições de presenciar o mesmo fenômeno. Todavia, cada observador tem liberdade de escolher qual o referencial que mais lhe convém. A objetividade apenas implica ter de haver uma forma de relacionar as observações de todos eles. Contudo, os referenciais não são todos equivalentes. Ao encontrar um elevador movendo-se para baixo num movimento retilíneo com velocidade constante. Se o observador que se encontra dentro dele deixa cair um objeto, ele cairá normalmente por ação da força da gravidade. Agora, se num dado instante há um problema com o motor e o elevador entra em queda livre. Se o observador largar agora o mesmo objeto, ele não cairá. A única diferença em relação ao caso acima é que agora o elevador se move com um movimento uniformemente acelerado. No primeiro caso, o referencial associado ao elevador (e ao observador) designa-se por referencial inercial (ou galileano, por esta noção ter sido introduzida por Galileu). No segundo caso, o referencial designa-se por não-inercial. Transformações galileanas. Considerando-se dois referenciais inerciais: um deles S, formado pelos eixos x, y e z, em repouso em relação à Terra; e outro S’, formado pelos eixos x’, y’ e z’, paralelos a x, y e z, 325 respectivamente e com velocidade vetorial V na direção do eixo x em relação ao sistema S, conforme a figura 4. Ocorrendo um evento em um ponto P que pode ser identificado pelo conjunto de quatro coordenadas em cada referencial: em S (x, y, z e t) e S’ (x, y’, z’ e t’), sendo que as três primeiras coordenadas de cada referencial localizam o ponto no espaço, enquanto a quarta coordenada indica o momento da ocorrência do evento. Inicialmente os referencias S e S’ coincide em t = t’= 0, tendo-se que x = x’, y = y’, z = z’, conforme a figura 5. 326 Num instante posterior t = t’ > 0. O referencial S’ terá se deslocado de uma distância V.t (porque V = e/t donde e = Vt) em relação ao referencial S, de acordo com a figura 6. Então, as coordenadas dos dois referenciais se relacionam da seguinte forma: x = x’ + V.t; y = y’; z = z’; t = t’. Note que se está fazendo t =t’ (relógios estão sincronizados). Isto porque para Galileu o tempo é absoluto, independente do referencial, o que é chamado de invariância do tempo. Isso está de acordo com o senso comum, pois se não fosse assim, ter-se-ia que sincronizar os relógios constantemente. Uma consequência direta da invariância do tempo, segundo as transformações galileanas, é a invariância do comprimento. Explicitando melhor, pelas transformações de Galileu concluí-se que o comprimento, assim como o tempo, é absoluto, independentemente do referencial em que for medido. Ainda com relação ao referencial, Galileu afirmou ser impossível determinar se um navio estava parado ou em movimento uniforme, realizando uma experiência mecânica em um dos seus camarotes. Com esta afirmação, pode-se concluir que as Leis da Mecânica são invariantes (não mudam) perante uma transformação de Galileu. 327 Mais abrangente. Agora, se o ponto P se move com velocidade v na direção e sentido do eixo x, em relação ao referencial S, sua velocidade v’, em relação ao referencial S’, que se move com velocidade V é obtida como segue: Seja ∆x o incremento de x, e ∆x’ o incremento de x’ durante o intervalo de tempo ∆t. Da relação: x = x’ + V.t se tem: x’ = x – V.t, donde ∆x’ = ∆x – V.∆t. Dividindo por ∆t se tem: = – V. Passando essa equação ao limite quanto ∆t tende a zero e considerando que a definição de velocidade seja: v = . Assim tem-se: v’ = v – V, daí v = v’ + V. Considerando-se agora dois relógios idênticos: um ‘’A’’ marcando o tempo referente ao sistema S; e outro relógio ‘’B’’ marcando o tempo referente ao referencial S’. Seja t o instante indicado no relógio A; e t’ o indicado no relógio B. Galileu admitia que: t = t’. Ou seja, o tempo lido em B era o mesmo lido no relógio A correspondente a qualquer evento. Esse era conhecido como o princípio da simultaneidade. Isso significa que os intervalos de tempo transcorrem absolutos, sem alteração nenhuma. O tempo aqui é totalmente absoluto e idêntico medido nos dois referenciais. Vê-se mais à frente, que Einstein modificará essa questão drasticamente. Assim, como resumo: as chamadas transformações galileanas que foram a base da física clássica e da relatividade na física clássica são as relações descritas a seguir. x’ = x – V.t y’ = y z’ = z v’ = v – V t’ = t onde o tempo, comprimento e simultaneidade são invariantes, independendo do referencial em que forem medidos. 328 ● Problema do eletromagnetismo com a mecânica clássica As Equações de Maxwell descreviam uma onda eletromagnética cuja propagação se dava no vácuo, o que causava um sério problema. Afinal, o conhecimento que se tinha neste período era de ondas mecânicas, como por exemplo, ondas sonoras que necessitam de um meio para se propagar, no caso o ar (um dos quatro elementos: fogo, ar, água e terra). Essa visão mecanicista dominava o pensamento científico da época. Então, imaginou-se que deveria existir um meio com algumas propriedades especiais onde as ondas eletromagnéticas se propagassem, no caso o éter (5º elemento, presente no cosmos). Para este meio, chamado de éter, era necessário postular propriedades um tanto incomuns, como densidade zero e transparência perfeita. Este meio já havia sido idealizado por René Descartes no século XVI que assim defendia a ideia da inexistência do vácuo na natureza. Várias foram as tentativas de provar a existência do éter, que deveria permear todo o universo. Uma das tentativas mais famosas foi à realizada pelos físicos A. A. Michelson em 1881, e em 1887 por Michelson e E. W. Morley, utilizando um instrumento denominado de interferômetro. Com este seria possível determinar o movimento da Terra em relação ao éter. Mas, depois de realizadas experiências, Michelson e Morley não conseguiram verificar a existência desse meio de propagação. Deste modo se poderia conjecturar que as ondas eletromagnéticas (como a luz) não necessitam de um meio para se propagar, isto é, se propagaria no espaço vazio (vácuo) com velocidade variável maior ou menor do que 300 mil quilômetros por segundo. Mas, além deste problema, existia outro. Como já mencionado na Relatividade galileana, as leis da Física deveriam ser iguais em qualquer referencial inercial. Isso quer dizer que se 329 deveriam observar as mesmas manifestações de um fenômeno, indiferentemente do referencial inercial em que se encontra. Todavia foram constatadas inconsistências com este princípio. Ao passar de um referencial para outro, utilizando as transformações galileanas para um mesmo fenômeno as equações de Maxwell forneciam resultados diferentes, gerando assim um conflito. Ou as equações de Maxwell estavam erradas ou se teria que mudar as transformações galileanas. Frente a isto, tinham-se três alternativas: 1ª) A Relatividade galileana seria válida apenas para a Mecânica clássica. As leis do Eletromagnetismo exigiriam um referencial inercial preferencial chamado éter (sem existência comprovada, logo, não seria uma alternativa); 2ª) A Relatividade galileana (com suas transformações galineanas) seria válida tanto para a Mecânica clássica quanto para o Eletromagnetismo, mas as equações de Maxwell deveriam ser modificadas. Porém estas equações eram bastante fundamentadas para que fossem modificadas Inclusive elas conseguiam unificar de forma matemática a Eletricidade, o Magnetismo e a Óptica (hoje se está à procura de uma lei que consiga unificar todos os ramos da Física). Logo, não seria uma alternativa. 3ª) As equações de Maxwell seriam válidas, mas as leis da Mecânica clássica teriam que ser modificadas. Todavia, estas leis também possuíam uma boa fundamentação teórica e experimental Logo, também não seria uma alternativa. Então, como alternativa, Einstein escolheu modificar as transformações de Galileu e conservar as equações de Maxwell e as leis da Mecânica clássica, ou melhor, as leis da Física. E o que será visto mais adiante, antes se para e pensa. Pense e responda: 1) Considere dois referenciais inerciais, S e S’, que coincidam em t = 0, o referencial S’ encontrando-se em movimento em relação a S com velocidade constante de 90 km/h no sentido positivo do 330 eixo x de S. Determine a posição de origem de S’ em relação à origem de S após 5 minutos. 2) Quais as principais características da Relatividade Galileana? 3) Qual a diferença entre um referencial inercial e um referencial não-inercial? 4) Faça um comentário sobre a seguinte afirmação: ‘’Todo o desenvolvimento científico sempre é feito a partir de uma observação para somente em seguida se fazer uma descrição do fenômeno’’. 5) O conhecimento do homem sempre evoluiu de forma contínua, ou seja, sempre se utilizou teoria já desenvolvida para elaborar uma nova teoria. Cite exemplos que ilustrem essa afirmação. 6) Qual foi a importância da Equação de Maxwell? 7) Cite um conflito surgido com o estabelecimento da natureza ondulatória da luz. Respostas: 1) x = x’ + V.t x = 0 + 90 km/h . 5 min x = 90 km/h . x = 7,5 km. Logo: 7,5 km em relação à origem de S. 2) As três principais características existentes na Relatividade galileana são de que tempo, espaço e simultaneidade de eventos são absolutos, ou seja, independem do referencial em que forem medidos. 3) Para se ter um referencial inercial, ele não é acelerado, estando em repouso ou em movimento uniforme em relação a outro referencial inercial. Já um referencial não inercial é acelerado. 5) O desenvolvimento de uma nova teoria não obedece a nenhum método científico, ou seja, não há uma receita para se fazer ciência. Afirmar que todo o conhecimento científico sempre parte de uma observação é um grande equívoco, pois se tem vários exemplos que ilustram que primeiro foi desenvolvida a teoria para 331 somente depois se fazer a observação, isto quando é possível. Um exemplo é a teoria do Big Bang. 6) Exemplo: A teoria do Eletromagnetismo desenvolveu-se a partir dos conhecimentos já existentes da Eletricidade e do Magnetismo. Já a teoria da Relatividade foi desenvolvida a partir das equações de Maxwell e de conflitos com a Relatividade galileana. 7) Maxwell conseguiu unificar com suas equações a Eletricidade, o Magnetismo e a Óptica, no Eletromagnetismo. 8) O conflito que surgiu com o estabelecimento da natureza ondulatória da luz era que as equações de Maxwell descreviam uma onda que podia se propagar no vácuo. Então, eis o conflito da época: como uma onda irá se propagar mesmo no vácuo, se apenas se tinha conhecimento de ondas mecânicas que necessitam de um meio material para se propagar? 332 Relatividade Especial ● Einstein e a origem da Relatividade Especial ● Velocidade da luz é absoluta ● Relatividade da simultaneidade ● Dilatação temporal ● Contração espacial ● Adição relativística de velocidades ● Massa e energia ● Paradoxo dos gêmeos ● Visualizando a relatividade Einstein e a origem da relatividade Especial Em 1905, Albert Einstein físico alemão, publicou cinco grandes artigos, dentre os quais um deu origem à Teoria da Relatividade Especial, sob o título Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento. A condição da validade das Equações de Maxwell em qualquer referencial inercial levava à invariância da velocidade da luz, o que contradizia a Relatividade galileana. Einstein considerou que a velocidade da luz é a mesma para qualquer referencial inercial, o que causou sérias modificações nas concepções de tempo e espaço aceitas até a época. ● Velocidade da luz é absoluta O que fez Einstein pensar sobre a relatividade foi um conflito entre a física newtoniana e as equações de Maxwell. Lembre-se de que um dos grandes triunfos das equações de Maxwell foi que elas automaticamente davam a velocidade com que ondas eletromagnéticas se propagam pelo espaço – um valor idêntico à velocidade da luz, que nunca varia. A velocidade da luz é 333 usualmente denotada pela letra c (de ‘’constante’’). Ela vale quase exatamente 300.000 quilômetros por segundo. Na mecânica newtoniana, por outro lado, a velocidade utilizada por qualquer coisa que o ultrapasse depende de quão rápido estiver se movendo. Se a pessoa X fica parada ao lado de uma estrada e um carro passa por X a 60 quilômetros por hora, o carro pode ser visto como se movendo a 60 km/h em relação à estrada. E relativamente à estrada, X está estacionária. De maneira similar, X se encontra num carro em movimento a 30 km/h em relação à estrada e X é ultrapassada por um carro que se move a 60 km/h em relação à estrada, então esse carro está viajando a 30 km/h em relação a X, não a 60 km/h. Mas, para a luz, as equações de Maxwell não dão espaço para um efeito desse tipo. Estando-se X parado ao lado da estrada e medindo-se a velocidade da luz vinda dos faróis de um carro que está se movendo na direção de X a 60 km/h, de acordo com a mecânica newtoniana, a velocidade medida deveria ser de c + 60. No entanto, não importa se fonte de luz está se movendo na sua direção, ou se está se afastando, ou girando em círculos, ou parada. Na verdade, não importa se X está numa espaçonave viajando com metade de velocidade da luz em direção ao Sol e mede a velocidade da luz que vem do Sol. As equações de Maxwell insistem que a velocidade da luz é sempre c. E se há duas espaçonaves, uma indo em direção ao Sol com metade de velocidade da luz e outra se afastando do Sol com mesma velocidade, ambas continuarão medindo à velocidade da luz que vem do Sol como c. Da mesma forma como fará qualquer pessoa nos planetas, ainda que eles estejam orbitando em torno do Sol em diferentes velocidades. Einstein não poderia, é claro, falar sobre espaçonaves devido à inexistência delas em sua época. Na realidade, ele gostava de usar exemplos que envolviam trens ferroviários correndo ao longo dos trilhos. Mas o ponto subjacente era o mesmo: as equações de Maxwell não permitem que velocidades que incluem a luz se 334 somem do modo descrito pela mecânica newtoniana – o modo do ’’senso comum’’ em que 2 + 2 = 4. Ao fim do século XIX, a visão newtoniana do mundo, estabelecida então por mais 200 anos, tinha uma autoridade quase comparável à da Sagrada Escritura. Em contraste, a teoria de Maxwell da luz era uma recém-chegada, com umas poucas décadas de idade. Maxwell morreu em 1879, sem nunca ter alcançado a estatura quase mítica de Isaac Newton. As poucas pessoas que estavam incomodadas com o aparente conflito entre as teorias newtoniana e maxwelliana tendiam a admitir que houvesse algo errado com as equações de Maxwell. Mas a grande virtude de Einstein era sua recusa em aceitar qualquer ideia pré-concebida. As próprias coisas que fizeram de Einstein um estudante medíocre, como sua independência, questionamento das ideias alheias e habilidade em trabalhar incansavelmente nos problemas que lhe interessavam, fizeram que ele começasse a pensar o impensável. E se Maxwell estivesse certo e Newton estivesse errado? Como seria o mundo se as leis da mecânica realmente fossem enunciadas de forma tal que a velocidade da luz fosse exatamente à mesma para todos os observadores, em todo o Universo, não importa como estivessem se movendo uns em relação aos outros, ou relativamente à fonte da luz? A princípio, Einstein se restringiu à objetos se movendo a velocidades constantes uns em relação aos outros – sempre com a mesma rapidez e em linhas retas. Ele não tentou lidar com acelerações ou com objetos se movendo em círculos e outras trajetórias curvas. Esse é o sentido no qual a teoria que ele obteve em 1905 é ‘’especial’’. O termo significa ‘‘restrita’’, como em algo que é um caso especial de um fenômeno mais geral. Mas ainda que sua teoria fosse restrita nesse sentido, ela era diferente de tudo o que se vira até então. Einstein enunciou dois postulados: 335 1º) As leis da Física são iguais em qualquer referencial inercial, ou seja, não existe referencial inercial preferencial. 2º) A luz sempre se propaga no espaço vazio com uma velocidade definida, cujo módulo é independente do estado de movimento do corpo emissor. O primeiro postulado está associado diretamente às leis da Mecânica, Termodinâmica, Óptica e do Eletromagnetismo, ou seja, é uma generalização do princípio da Relatividade galileana e de Newton, que se aplicava apenas à Mecânica. Esta generalização de várias leis somente foi possível graças à modificação dos conceitos de espaço e tempo. O segundo postulado decorrente das experiências de Michelson e Morley trouxe, entre algumas consequências, a de que nenhuma partícula pode se deslocar com velocidade superior à da luz. Nos próximos pontos se discute as consequências a que estes dois postulados levaram, que em muito contrariam o senso comum. ● Relatividade da simultaneidade Eventos simultâneos, em um determinado referencial inercial, não serão necessariamente simultâneos em outro referencial inercial. Assim, a noção de simultaneidade também é relativa. Um exemplo simples desse caso. Considerando o trem de Einstein (experiência de pensamento) que desloca com velocidade relativística constante v (velocidade próxima à da luz), com um observador S’ que se encontra exatamente no meio do trem, e outro observador S que se encontra no solo, e que estão se cruzando exatamente quando os raios ocorrem (ver figura 7). Supondo-se que dois raios atinjam as posições frontal e traseira do trem, do ponto de vista do observador S, ao mesmo tempo. Os eventos serão simultâneos para o observador S, pois as duas frentes 336 de onda de luz irão atingi-lo ao mesmo tempo. Já para o observador que está no referencial no interior do trem (referencial S’) os eventos não são simultâneos, ou seja, ele verá primeiro a frente de onda da frente, pois é neste sentido que se desloca o trem, e depois verá a frente de onda de trás. Logo, S’ é levado a concluir que o raio produzido na frente do trem foi emitido primeiro do que o outro, ou seja, para este observador os raios não são simultâneos. Mas quem está com a razão, o observador S ou o observador S’? Ambos estão corretos: embora pareça estranho, não existe uma única resposta para esta questão. A simultaneidade é uma noção relativa e não absoluta. Se um evento A ocorre antes de um evento B em um referencial, é possível que em outro referencial inercial o evento B ocorra antes do evento A? Sim, desde que esses eventos não ocorram no mesmo lugar do espaço. No livro ‘’A Teoria da 337 Relatividade – No nível matemático do ensino médio’’ de Hélio V. Fagundes, o autor mostra um exemplo: enquanto do ponto de vista da Terra a lâmpada, no Pico do Jaraguá, em tal ponto, acendeu um segundo antes da lâmpada na cratera Copérnico; na lua, do ponto de vista da nave em alta velocidade foi a lâmpada em Copérnico que acendeu um pouco antes da lâmpada em Jaraguá. Houve inversão da ordem temporal dos eventos nos dois referenciais. Esse exemplo é uma amostra das mudanças nos conceitos de espaço e tempo que a nova teoria impõe. Isso pode ser visto, ainda com o trem, vide a seguir: Já na figura 8 o observador S1, que se encontra no interior do trem, que se desloca com uma velocidade v1 para a direita, irá observar primeiro a ocorrência do evento B e, após, a do evento A. Já na figura 9 o observador S2, que se encontra no interior do trem, que se desloca com uma velocidade v2 para a esquerda, irá observar primeiro a ocorrência do evento A e, após, a do evento B. 338 Assim, pode-se concluir que o observador S0, nas duas situações, vê os dois eventos, simultaneamente, e os observadores S1 e S2 verão os eventos em ordem cronológica inversa. Para as duas situações, considera-se V1 e V2 iguais: V1 = V2 = V. ● Dilatação temporal Uma das consequências da luz se propagar em todas as direções com a mesma rapidez é que as medidas de tempo não são mais absolutas, como consideravam Galileu e Newton, ou seja, as medidas de tempo irão depender do referencial inercial em que o tempo é medido. 339 Imaginando-se a seguinte situação: um trem desloca-se com velocidade constante V, em relação ao solo, o qual se pode considerar como um referencial inercial que será chamado de S. Dentro do trem, que será o referencial S’, um sinal de luz é emitido verticalmente e refletido por um espelho que se encontra no teto. Seja D a distância do teto até a fonte emissora de luz e ∆t’ o intervalo de tempo necessário para que a luz se desloque até o espelho e retorne, do ponto de vista de S’. Assim ∆t’ = 2D/c. [pois, velocidade é espaço sobre tempo, isto é, c = 2D/∆t’]. Veja a figura 10, que indica esquematicamente a experiência realizada em S’. Agora, para um observador que se encontra no solo, onde o trem se desloca com velocidade V constante, ele irá medir um intervalo de tempo maior para o mesmo processo. Como a luz percorre uma distância AB com a mesma rapidez, tem-se que o intervalo de tempo para a luz atingir o espelho, medido por este observador, será igual à AB/c. Logo, a experiência (ida e volta do sinal de luz) terá durado o intervalo de tempo t = 2AB/c. Como a distância AB é maior que a distância D e sendo a rapidez da luz constante, tem-se como consequência que ∆t > ∆t’. Analise a figura 11: 340 Enquanto o sinal de luz sobe da fonte até o espelho, o trem desloca-se, no solo, de uma distância d, que pode ser determinada por d = V.∆t/2 (porque V = espaço/tempo = 2d/Δt, donde, d = VΔt/2). Pode-se determinar a relação entre ∆t’ e ∆t pelo teorema de Pitágoras, considerando o triângulo retângulo da figura 11. (AB)² = d² + D² → c².∆t² = V².∆t² + c².∆t’² → (c² - V²).∆t² = c².∆t ² → (dividindo tudo por c²) → Δt2.(1-(V/c)2) = Δt’2 → t ' . Usualmente, utiliza-se ∆t = ɣ.∆t’, onde t 2 V 1 c ’ 1 V 1 c 2 341 e é denominado de fator de Lorentz. Sendo V<c então ɣ é um valor real. E como explicitado anteriormente que ∆t>∆t’ então ɣ>1. Mas, ∆t>∆t’ implica que quem está fora do trem irá medir um intervalo de tempo maior do que o observador que estiver dentro do trem. Este fenômeno é conhecido como dilatação temporal. O intervalo de tempo para quem mede o interior do trem é chamado de tempo próprio (∆t’), e o intervalo de tempo para quem está no referencial fora do trem é chamado de tempo dilatado (∆t). O movimento, portanto, afeta o tempo. O tempo próprio é o do referencial em que se está medindo a duração entre dois eventos ocorridos no mesmo local (no exemplo, emissão e absorção do sinal de luz, pela fonte fixa ao trem). Não se percebe a dilatação do tempo no cotidiano porque as velocidades atingidas são muito menores que a velocidade da luz, o fator de Lorentz sendo praticamente igual a um. Exemplo 1: Uma pessoa esteja viajando em uma nave com velocidade constante de 60% da velocidade da luz, em relação à Terra, e verifica que um determinado processo dentro da nave leva, para sua ocorrência, um intervalo de tempo de 1 minuto. Para um observador que ficou em um referencial inercial em repouso em relação à Terra, qual será o intervalo de tempo para a ocorrência do mesmo processo? Resolução: As informações do problema são: V = 0,6 c; ∆t’ = 1 min = 60 s (tempo próprio, medido pelo próprio viajante); ∆t = ? (determinar o tempo medido por um observador que permaneceu em um referencial em repouso em relação à Terra). O fator de Lorentz vale: 1 1 ɣ = 1,25 2 2 V 0,6 c 1 1 c c De ∆t = ɣ.∆t’ = 1,25.60s, resulta em ∆t = 75 s. 342 Conclusão: o observador que ficou na Terra medirá um intervalo de tempo de 75 segundos, ou seja, o processo terá uma duração de 15 segundos a mais do que o intervalo de tempo medido pelo observador que ficou dentro da nave. Exemplo 2: O efeito do movimento sobre o tempo já foi bastante usado em filmes de ficção científica, como em O Planeta dos Macacos, em que a tripulação de uma nave espacial fica em missão durante três anos, medida no relógio da nave. Quando ela regressa à Terra, verifica que aqui se passaram cinquenta anos! Calcule para essa situação: a) o fator de Lorentz; b) a rapidez da nave. Resolução: a) Neste caso, o intervalo de tempo próprio (∆t’) é igual há três anos, e o intervalo de tempo dilatado (∆t) é igual há 50 anos. Então, pode-se determinar o fator de Lorentz: ∆t = ɣ.∆t’ ɣ = ɣ= ɣ 16,7. b) Como já foi determinado o valor do fator de Lorentz, utiliza-se este para determinar com que rapidez a nave deve viajar para que ocorra a dilatação temporal. 2 2 1 1 V V 1 2 1 2 2 2 c c V V 1 1 c c 1 2 1 2 2 1 V V V V 1 0,9964 0,9964 0,998 2 16,7 c c c c V 0,998 c Conclusão: A rapidez que a nave teve durante os três anos foi de 99,8% da rapidez da luz, muito acima dos valores que se está acostumado a ver. Apesar de o filme ser de ficção, a base está fisicamente correta. 343 Em resumo: a descoberta do caráter absoluto da velocidade da luz trouxe como consequência uma nova maneira de se conceber o tempo na física relativística. A ideia costumeira é de que o tempo passa da mesma maneira para corpos parados ou em movimento, ou seja, que o tempo é absoluto. Essa é a concepção do tempo na física de Newton. Para Einstein isso não acontece – o tempo é relativo. A Teoria da Relatividade demonstra que o tempo passa mais devagar para uma pessoa que se movimenta com velocidade comparável à da luz do que para outra parada ou em movimento de baixa velocidade. O tempo medido num relógio em movimento passa mais devagar que o tempo medido num relógio estacionado em relação ao observador. Esse efeito é conhecido como dilatação do tempo. ● Contração Espacial Outra consequência dos postulados da Relatividade Restrita é a relatividade do comprimento. Assim como o tempo, o comprimento terá valores diferentes para observadores que se encontra em movimento relativo um em relação ao outro. A contração do comprimento sempre ocorre na mesma direção do movimento. O exemplo do trem que se desloca com velocidade constante em relação à plataforma da estação, e dois observadores: A no interior do trem (S’) e B na plataforma (S). Supondo-se que B meça o comprimento da plataforma, encontrando o valor de L. Este o chamado comprimento próprio da plataforma, aquele que foi medido no referencial em que ela está em repouso. Este observador vê a frente do trem passar pela plataforma no intervalo de tempo ∆t. Note que o trem viaja na direção do comprimento medido. São medidas na direção do movimento referencial móvel que sofrem efeitos relativísticos. O observador em S pode, então, concluir que L = V.∆t. Para um observador em S’, a plataforma é que 344 move. Para ele, o comprimento medido vale L’ = V∆t’, onde ∆t’ é o tempo próprio, a duração entre dois eventos ocorridos no mesmo local, em seu referencial: a passagem de um extremo da plataforma pela frente do trem, e a passagem do outro extremo da plataforma pela mesma frente do trem. V V S’ S’ __________A_ __________A_ -----------------------------------------L’ Δt’ B Δt V = L/Δt e V = L’/Δt’, donde L/L’ = Δt/Δt’. Como já visto que ɣ = ∆t/∆t’ então L/L’ = ɣ, daí L = L’.ɣ. Aqui, o comprimento próprio é L. Como ɣ > 1, L’ < L, ou seja, o comprimento da plataforma, conforme medido em um referencial em relação ao qual ela está em movimento, é sempre menor que seu comprimento próprio. Exemplo 3: Uma nave desloca-se com velocidade de 85% da velocidade da luz (0,85c), e um astronauta em seu interior mede o comprimento da nave e encontra um valor de 12 m. Para um observador que se encontra na Terra, qual o tamanho da nave? Resolução: L' 12 12 12 L L' 22,6m 2 2 2 0,53 1 0,85 V 0,85c 1 1 c c Conclusão: Observa-se que houve uma redução bastante significativa da medida, onde o valor medido pelo observador em repouso é quase a metade do valor medido pelo observador em movimento. Contração espacial de Fitzgerald versus a de Einstein. 345 As medidas de comprimento são afetadas pelo movimento relativo dos corpos, sendo isto uma consequência do segundo postulado. Então, fica o questionamento: o que acontece com um objeto que se encontra em movimento relativo a um referencial inercial? Há uma contração no material, onde as moléculas são afetadas pelo movimento, ficando umas mais próximas das outras, ou seja, há uma alteração na estrutura do material? Ou será que é apenas a aparência visual do objeto em movimento relativo? Fitzgerald (1889) descreve a influência do éter na estrutura dos materiais: ‘’(...) parece ser uma suposição não improvável que as forças moleculares sejam afetadas pelo movimento [relativo ao éter] e que, em consequência, o tamanho do corpo se altere’’. A partir da Teoria da Relatividade Especial de Einstein, a contração do comprimento passou a ter novo significado, deixando de ser contração que afetaria a estrutura da matéria, e passou a ser uma contração devido à aparência visual dos objetos em movimento relativo. Comparando a interpretação dada por Fitzgerald com a de Einstein: verifica-se que a primeira estava relacionada com a mudança estrutural da matéria enquanto que a segunda (Einstein) está relacionada com o ato de medir, ou seja, não ocorre uma mudança na estrutura da matéria dos corpos, mas sim uma alteração nas medidas de comprimento, pelo fato da luz possuir a mesma rapidez em todas as direções. Em resumo: O que acontece com o comprimento de um objeto que se movimenta com velocidade próxima à velocidade da luz? Imaginando-se que se mediu o comprimento de uma barra de metal, em repouso, e se encontrou o resultado de um metro. Em seguida, a barra é posta em movimento e passa por um observador com uma velocidade de 1/3 da velocidade da luz (isto é, 100.000 km/s). Ao medir o comprimento da barra suponha-se que o observador encontre o resultado de apenas 0,94 metros, ou seja, 94 cm. Se a barra se movimentar a 200.000 km/s o comprimento da 346 barra será de 75 cm. Deste modo, os objetos que se movimentam em altíssimas velocidades sofrem uma contração na direção em que se deslocam. Esse efeito relativístico é conhecido como contração do espaço. ● Adição relativística de velocidades Na Relatividade Especial, como foi discutido, as medidas de tempo e espaço foram modificadas totalmente, e se foi obrigado a abandonar a Relatividade galileana. Como consequência, a adição de velocidades também foi alterada, até mesmo porque nenhum corpo pode possuir velocidade maior que a da luz em relação a um referencial inercial. As chamadas de transformações galileanas que foram a base da física clássica e da relatividade na física clássica foram vista anteriormente, quais sejam: x’ = x – V.t y’ = y z’ = z v’ = v – V t’ = t Logo, a soma galileana de velocidades com um trem que se desloca com velocidade V constante, conforme a figura 13, com uma pessoa dentro do trem deslocando-se no mesmo sentido do trem (referencial inercial S’) e um observador em repouso num referencial inercial, preso ao solo. O módulo da velocidade da pessoa que caminha no interior do trem, para quem está em repouso no solo, será: v = V + v’, onde V é o módulo da velocidade de S’ em relação a S; v’ é o módulo da velocidade da pessoa em relação a S’, caminhando no mesmo sentido do movimento do trem; v é o módulo da velocidade da pessoa, como vista pelo observador em S. 347 Em outra situação, onde a pessoa no interior do trem (referencial S’) desloca-se em sentido contrário ao do trem (figura 14), tem-se: v = V + v’, onde v’ refere-se ao módulo da velocidade com que a pessoa caminha, em relação ao trem para trás, e supondo-se V > v’. Se o trem viaja tão lentamente de tal forma que V < v’, então o observador em S verá a pessoa deslocar-se para a esquerda com uma velocidade de módulo: v = v’ – V. Para velocidades relativísticas (próximas da velocidade da luz) não se pode utilizar a adição de velocidades descrita por Galileu, pois, de acordo com o segundo postulado da Relatividade Especial, a luz desloca-se em todas as direções com a mesma rapidez c. Por exemplo, uma fonte que se desloca com rapidez de 0,8c em relação ao solo emite um pulso de luz com rapidez c; então, utilizando a equação: v = V + v’ = 0,8c + c = 1,8c. Calcula-se assim que o pulso de 348 luz se deslocaria com rapidez 1,8c, em relação ao solo, ou seja, com uma velocidade maior que a velocidade da luz. Einstein descobriu que para a velocidade da luz ser a mesma para todos os observadores, as velocidades não podem se somar como imaginava Newton (2 + 2 = 4). Então, ele formulou uma nova lei para descrever a maneira como as velocidades se somam, que é dada por uma ou expressão matemática simples: v = v’ = (*) Esta é a equação de Einstein. No exemplo acima, equação v = = = = c, consistente com o segundo postulado. Esta equação estabelece a forma de combinar velocidades, compatível com os postulados da Relatividade Espacial. Exemplo 4: Considerando-se duas naves, A e B, que viajam com velocidades respectivas de 0,6c e 0,8c, em relação à Terra, em sentidos opostos. Determine a velocidade relativa de uma nave em relação à outra. Resolução: Seja S o referencial Terra, S’ o referencial preso à nave A, e considere a nave B como objeto observado. Então, já que as naves viajam, em relação à Terra, em sentidos opostos. v’ = = = = 0,95c Problema: Duas espaçonaves movem-se em sentidos opostos com velocidades de 0,8c relativas à Terra. Qual a velocidade de uma das naves relativamente à outra: a) pela Relatividade de Galileu?; b) Pela Relatividade de Einstein? Resolução: a) V = -0,8c, v = +0,8c, v’ = ? Pela equação: v’ = v – V = 0,8c – (- 0,8c) = 1,6c, o que não é possível, pois acima de c. 349 b) v’ = = = = -0,98c. Há duas coisas importantes sobre a equação de Einstein (* da página anterior). 1ª) Se as velocidades envolvidas são muito menores que a velocidade da luz, na hora em que as divide pelo quadrado da velocidade da luz, o que resta é muito pouco. Assim, na prática, obtém a ‘’resposta’’ newtoniana dividida por 1. Isto que dizer que as baixas velocidades (baixas em comparação com a velocidade da luz), as velocidades resultantes, estão quase tão de acordo com a mecânica newtoniana que não consegue medir a diferença. Em outras palavras, para coisas cotidianas como carros viajando em estradas, ou trens correndo por trilhos ferroviários, a maneira de Einstein de somar as velocidades dão as mesmas respostas que a de Newton. 2ª) Olhando-se cuidadosamente para a nova equação, vê-se nunca dá para somar duas velocidades que sejam menores que a da luz (menores que c), para obter uma velocidade relativa maior que a velocidade da luz. Se os dois objetos em que se está interessado – espaçonave, trens ou o que for – estiverem se movendo um em direção ao outro à velocidade da luz, então a parte de cima da fração fica sendo 2 c. Mas o produto torna-se c², de modo que a parte de baixo da fração fica (1 + c²/c²), que é 1 + 1, que dá 2. Assim os 2 se cancelam, e a velocidade relativa v é igual a c. Na mecânica, einsteiniana, c + c = c. v= = = (pondo v = v’ = c) = c A mecânica newtoniana não está errada. Ela é, na verdade, a versão da mecânica einsteiniana que se aplica às velocidades muito menores que a velocidade da luz – um ‘’caso particular’’ da teoria especial da relatividade. Dito de outra maneira, a mecânica newtoniana, em toda a sua glória, está inteiramente contida na descrição de Einstein do mundo. 350 ● Equivalência entre massa-energia Para que o princípio da conservação da quantidade de movimento continuasse sendo válido no domínio das colisões interatômicas, onde a velocidade das partículas é comparável à velocidade da luz, Einstein teve que reformular os conceitos de massa e energia. Seja m0 a massa de repouso de um corpo medida num referencial inercial S, e m a massa do mesmo corpo medida num referencial S’, que se move com velocidade V com relação a S. Segundo Einstein, ocorre uma variação profunda nas medidas dessa massa e que deverá obedecer à seguinte equação: m = ɣ.m0 m= Pode-se notar através dessa relação, que m ≥ m0 [pois ɣ ≥ 1], isto é, sempre terá maior massa quando estiver em movimento relativo, do que quando estiver em repouso. Para as finalidades práticas do dia-a-dia, a variação da massa dos objetos é imperceptível, pois as velocidades envolvidas são muito pequenas quando comparadas à velocidade da luz. Dessa maneira, um avião de 20 toneladas à velocidade do som, sofreria uma variação de massa da ordem de 1,3 miligramas apenas, o que é totalmente desprezível. Num artigo publicado em 1905 na “Annalen der Physik”, a principal revista alemã de física da altura, Einstein apresentava a mais famosa equação matemática da física: E=mc2, a qual estabelece uma equivalência entre massa (m) e energia (E). Segundo Einstein, e de acordo com a relação estabelecida por esta equação, existe a possibilidade de a matéria se converter em energia e vice-versa. Uma das maiores consequências da Teoria Especial da Relatividade reside no fato de que a massa é uma forma de energia, 351 ou seja, a energia tem inércia: E = mc². Assim, massa e energia são duas manifestações diferentes da mesma substância física. Segundo essa equação, 1 kg de massa é equivalente a 9 x 16 10 joules. A discussão que a teoria da relatividade pode trazer acerca do espaço-tempo e da realidade pode ser analisada através da visão do físico Mendel Sachs que diz: ‘’A verdadeira revolução que surgiu com a teoria de Einstein foi o abandono da ideia de que o sistema de coordenadas do espaço-tempo possui significado objetivo como uma entidade isolada. Em vez dessa ideia, a teoria da relatividade implica o fato de que as coordenadas de espaço-tempo são apenas elementos de uma linguagem utilizada por um observador para descrever seu meio ambiente’’. Essa interpretação, vinda de um físico, é de extrema importância, pois o espaço e o tempo ficam agora reduzidos ao papel subjetivo de elementos de linguagem, que certo observador utiliza para descrever fenômenos naturais. Assim, cada observador descreverá de forma diferente esses mesmos fenômenos. Tem-se que compreender que as noções de espaço e de tempo estão muito equivocadas. Se for tentado a achar que espaço e tempo são entidades reais do universo e que elas existem como tal na natureza. Que existe o tempo e que existe o espaço. Mas eles não existem na realidade: são, verdadeiramente, apenas figuras de linguagem que um observador utiliza para descrever fenômenos. Essa noção precisa estar muito clara nas mentes se quiserem compreender fenômenos não-locais e deslocamentos quânticos, e até mesmo a nova física e a física quântica de uma maneira geral. Massa de um objeto é uma propriedade do corpo, portanto, independe de seu movimento. Mas, de acordo com a Teoria da Relatividade, foguete viajando com velocidade próxima a da luz pesaria mais do que um foguete com velocidade menor. A Teoria da Relatividade Restrita modificou também as noções de energia. E0 = m.c². Mas, qual o significado desta equação? 352 Einstein conseguiu demonstrar que a massa de um corpo pode ser considerada uma forma de energia, ou seja, massa pode ser convertida em energia e energia pode ser convertida em massa. Este princípio é denominado de princípio da equivalência massaenergia. Basta ver que c é uma constante e que depende da medida, se c = 1, então c2 = 1, logo E0 = m. Nesta equação se tem a chamada energia de repouso, ou seja, a energia que um corpo possui apenas devido à sua massa, desconsiderando outras formas de energia como a energia cinética. Agora, quando um corpo está em movimento, além da energia de repouso, devida à sua massa, terá também energia cinética. E a energia total será a soma da energia cinética com a energia de repouso. Neste caso, tem-se a seguinte relação: E = ɣ.m.c² ou E= m c2 v 1 c 2 Quando a velocidade v é zero a equação E = ɣ.m.c² se reduz a E = mc². A energia cinética de um corpo para velocidades relativísticas é dada pela diferença entre a energia total e a energia de repouso, ou seja, Ec = E – E0 = .m.c² - m.c² = m.c². (ɣ-1). Nas reações nucleares, por exemplo, a equação de equivalência massa-energia de Einstein é facilmente verificada, pois os núcleos e partículas subnucleares interagem, ocorrendo conversão de massa em energia, e vice-versa. Exemplo 5: Numa reação nuclear, onde a massa é de um grama determine a equivalência em energia para esta massa. Resolução: Tem-se m = 1 g = 10-3 kg e c = 3.108 m/s. Portanto: E0 = m.c² = 10-3. (3.108)2 J = 10-3. 9.1016 J = 9.1013 J. Para se ter ideia: com esta 353 quantidade de energia liberada poder-se-ia abastecer, com energia elétrica, 100.000 residências de porte médio durante um mês. Exemplo 6: Uma maçã de massa igual a 150 g, que seja transformada integralmente em energia utilizada para acender uma lâmpada de 100 W. Por quanto tempo permanecerá acesa esta lâmpada? (Teoricamente, isto é possível, mas não há perspectiva próxima para sua realização). Resolução: Inicialmente, determina-se energia de repouso da maçã. Tem-se m = 150 g = 1,5.10-1 kg e c = 3.108 m/s. Logo: E0 = m.c² = 1,5.10-1 . (3.10)² J = 1,5.10-1 . 9.1016 J = 1,35.1016 J. Lembrando que potência é obtida pela razão: p = E0/Δt, donde ∆t = E0/p = 13,5.1015/100 = 1,35.1014 s. Portanto, ∆t = 1,35.1014 s são mais de 4 milhões de anos! ● Paradoxo dos gêmeos O paradoxo consiste no seguinte: dois irmãos gêmeos, José e Carlos, crescem juntos até a idade de 25 anos, quando Carlos é escolhido para realizar uma viagem a uma estrela que fica distante 15 anos-luz da Terra. Para realizar a viagem será utilizado um foguete que atinge a velocidade de 99% da velocidade da luz (0,99c). Para José, na Terra, o tempo de viagem de Carlos será de 30 anos (tempo dilatado) (verifique a validade desta afirmação). Para Carlos, que viajou, o tempo transcorrido (tempo próprio) será menor. De fato, como ∆t = ɣ.∆t’ então ∆t’ = ∆t/ɣ, donde: v 0,99 c t t 1 Logo: t ' t 1 = 0,14. ∆t = (como c c ∆t = 30 anos) = 0,14. 30 = 4,2 anos. Para Carlos, que viajou, terão sido transcorridos apenas 4,2 anos, ou seja, sua idade após a viagem será de 29,2 anos, enquanto 2 2 ' 354 que José, que permaneceu na Terra, terá 55 anos, ou seja, José será mais velho que Carlos aproximadamente 26 anos. Agora, considere a situação contrária. Coloca-se o referencial S em Carlos, que está dentro do foguete. Desta forma, Carlos verá seu irmão José se afastando. Nesta situação considerando-se o foguete em repouso, e o tempo próprio passa a ser o tempo medido por José, que está em movimento em relação a Carlos, que medirá o tempo dilatado. Então, eis o paradoxo: dependendo do referencial escolhido, José ou Carlos estará mais velho ao final da viagem. Como resolver este paradoxo? É simples: José está na Terra, e pode-se considerar que este é um referencial inercial. Já Carlos, que está no foguete, não pode ser considerado como um referencial inercial, pois, para atingir a velocidade de 0,99x, e para mudar de sentido de movimento, o foguete tem de ser acelerado. Logo, não se tem paradoxo, já que não se está comparando observações a partir de dois referenciais inerciais. O problema não é, pois, simétrico. Assim, quando se reencontram, José e Carlos não terão que ter a mesma idade, já que José permaneceu em um referencial inercial, enquanto Carlos sofreu acelerações. Ideias sobre os efeitos da relatividade são difíceis de aceitar, mas todas foram testadas em experimentos. Os físicos brincam com coisas que se movem em velocidades próximas da luz quando eles disparam partículas carregadas, tais como elétrons e prótons ao longo de tubos evacuados, em locais como o CERN (o laboratório europeu de física de partículas) ou como o Fermilab (seu equivalente norte-americano). Se v é a velocidade do objeto em relação ao observador, então a expressão que aparece nos cálculos é a raiz quadrada de (1v²/c²), que é denotada por . A massa de um objeto se movendo à velocidade v é igual à massa do mesmo objeto quando 355 em repouso (relativamente ao observador) dividida por esse fator, enquanto o comprimento do objeto em movimento é igual ao seu comprimento quando estacionário (sempre denotado como o ‘’comprimento de repouso’’) multiplicado por este fator. Quanto maior for v (até a velocidade da luz), menor será o fator (que é sempre menor que 1). Qualquer coisa que ele multiplique fica, portanto, menor, enquanto qualquer coisa dividida por ele fica maior. As equações de Einstein nos dizem que a massa de um objeto em movimento (medida pelo observador) aumenta, enquanto seu comprimento (mais uma vez, medido pelo observador) diminui. E o tempo entre os tiques de um relógio em movimento é igual ao tempo entre os tiques do mesmo relógio quando em repouso, novamente dividido pelo fator . Para velocidades baixas, v é muito menor que c. Assim, v²/c² é pequeno, e o fator se reduz à raiz quadrada de 1, que é 1 mesmo. Então, não há qualquer diferença perceptível em relação ao mundo newtoniano. No outro extremo, se v for igual a c, o fator vira zero (1 menos 1). Qualquer coisa multiplicada por zero é zero, e qualquer coisa dividida por zero é infinitamente grande. Consequentemente, conforme as coisas se aproximam da velocidade da luz elas ficam mais e mais pesadas, sem qualquer limite, e ao mesmo tempo ficam cada vez menores, encolhendo em direção ao nada. Para um relógio em movimento, os tiques se espaçam cada vez mais conforme sua velocidade se aproxima da luz. Qualquer coisa se movendo à velocidade da luz – incluindo a própria luz – não sente a passagem do tempo. ● Visualizando a Relatividade Em 1905, e por muitos anos subsequentes, Einstein apresentou sua teoria especial em termos algébricos (equações), não em termos geométricos (imagens). As equações funcionam 356 perfeitamente bem, evidentemente – mas elas não lhe dão uma noção física sobre o que está acontecendo quando as coisas se movem em velocidades que são uma fração considerável da velocidade da luz. Foi só em 1908 que o velho professor de Einstein, Hermann Mikowski – que havia descrito Einstein como um ‘’bicho-preguiça’’ – apareceu com uma versão geométrica da teoria especial, que a tornou muito mais acessível e inteligível para não-matemáticos. Minkowski introduziu a ideia do tempo como a ‘’quarta dimensão’’, de algum modo perpendicular às três dimensões familiares do espaço (altura, largura, profundidade). Isso conduziu à ideia de que as coisas possuem uma propriedade chamada extensão, que é o equivalente quadridimensional do comprimento. Uma régua, por exemplo, tem um comprimento bem definido em três dimensões. Mas se você a segura de modo a produzir uma sombra no chão, poderá fazer a sombra maior ou menor que o comprimento da régua. Da mesma forma, uma régua (ou qualquer outra coisa) tem uma extensão em quatro dimensões (no espaço-tempo) que permanece a mesma. Mas o movimento relativo muda a sua perspectiva de extensão – como se a régua estivesse sendo torcida no espaço-tempo. Conforme a régua se move mais rápido, a sombra no espaço fica menor e a sombra no tempo fica maior. E quando ela se move mais devagar, ocorre o inverso (a sombra no espaço aumenta e a sombra no tempo diminui). Em sua palestra, Minkowski fez uma previsão portentosa: ‘’as ideias de espaço e tempo que eu pretendo apresentar-lhes brotaram do solo da física experimental, e nele reside sua força. Elas são radicais. Daqui em diante, o espaço em si mesmo e o tempo em si mesmo estão fadados a esmaecer em meras sombras, e apenas um tipo de união dos dois preservará uma realidade independente”. 357 358 Relatividade Geral ● Base à ufologia ● Princípio da equivalência ● Um novo conceito de gravitação ● O papel da geometria ● Base à Ufologia A grande crença dos cientistas de que os discos voadores não podem existir reside no fato de que deslocarem-se através das gigantescas distâncias interestelares exigiria uma velocidade altíssima, ou seja, próxima à da luz ou mesmo superior à da luz. Pensam os cientistas que a tais velocidades ocorreriam mudanças estruturais drásticas na matéria, que impossibilitariam fisicamente esse deslocamento. A teoria de Einstein diz que isto seria impossível devido aos seguintes fatos: 1º) Segundo a equação da variação de massa m = , é fácil de ver que um objeto que possuísse uma massa m0, quando estivesse em repouso, ao aproximar-se da velocidade da luz teria essa massa crescendo de forma exponencial e mesmo tendendo a um valor infinito, em relação a essa velocidade. Dessa forma, os físicos e cientistas acreditam que jamais existiria uma nave de qualquer tecnologia que pudesse cruzar o espaço com essa velocidade. E as velocidades mais baixas tornariam a viagem pela galáxia impossível, devido às gigantescas distâncias interestelares que fariam essas viagens demorar milhares de anos, o que impossibilitaria uma missão interestelar prática. 2º) Os intervalos de tempo também seriam uma grande barreira, pois eles sofreriam mudanças radicais próximo à velocidade da luz. Os relógios parariam e os intervalos de tempo estariam tão infinitamente dilatados que não fluiriam mais. Este 359 estado do tempo é uma impossibilidade física, que não tem conjuntura real num universo físico de fenômenos transitórios e onde tudo se encontra em movimento dentro de uma ordem temporal. Uma situação onde não haja tempo, ou onde o tempo não passa, assemelha-se à ideia da eternidade ou de algo sem tempo. Isso, sem dúvida, é uma incongruência física com a qual os cientistas não conseguem trabalhar, ou mesmo admitir a realidade de sua existência. Dessa forma, a velocidade da luz seria uma barreira intransponível para a matéria e se estaria condenado somente a olhar o universo através de telescópios e a jamais imaginar que se poderia de alguma forma, visitar fisicamente esses locais. E, da mesma maneira, esse obstáculo seria o mesmo enfrentado por qualquer civilização extraterrestre no universo. Assim sendo, os físicos já estabeleceu em suas mentes uma barreira psicológica, pela qual acreditam fervorosamente que jamais uma nave extraterrestre poderia estar aqui na Terra visitando os terráqueos; senão, estaria destruindo tudo o que acreditam em conteúdos de física e teoria da relatividade. A Teoria Geral da Relatividade de Einstein irá abrir algumas portas para uma nova compreensão acerca do universo. Ela colocará face a face com fenômenos inexplicáveis como a catástrofe gravitacional e os buracos negros e também lançará uma luz sobre a ideia de portais dimensionais e universos paralelos. O próprio Einstein chegou a teorizar uma ponte para outros universos e dimensões. O conceito da realidade temporal será levado ao extremo da compreensão através das singularidades do espaçotempo. Com base nas ideias de Einstein, muitos filmes de ficção científica mostraram, em suas estórias, portais dimensionais por onde as naves penetravam no hiperespaço e assim transpunham as barreiras interestelares, sem violar o princípio da relatividade. 360 ● Princípio da equivalência O estudo da Teoria da Relatividade Especial restringe-se apenas a referenciais inerciais, ou seja, referenciais não acelerados. Mas, como se comportam sistemas acelerados? Em 1907, Einstein propôs o que denominou de princípio da equivalência, o qual se tornou ponto de partida para uma nova teoria da Gravitação. Em 1916, ele publicou a Teoria da Relatividade Geral, que passou a considerar sistemas acelerados. O princípio da equivalência consiste no seguinte: um referencial acelerado uniformemente (a = cte ≠ 0) em linha reta equivale a um campo gravitacional uniforme. Em particular, um foguete acelerado com a = g reproduz o campo gravitacional terrestre. O princípio da equivalência é fortemente confirmado pelas experiências. Pode-se concluir o seguinte: para um observador que esteja no interior de um recinto fechado, não existe nenhuma experiência física que permita distinguir se o local está sob a ação de um campo gravitacional uniforme ou se é um referencial acelerado. Uma das consequências da Relatividade Geral é o que se denomina de curvatura da trajetória da luz, a qual foi comprovada em um eclipse total do Sol em 1919. A Teoria da Relatividade Geral é fundamental para muitos campos de pesquisa, tanto teóricos como práticos, dentre os quais se podem destacar a Cosmologia, a Astrofísica e a procura da teoria do Campo Unificado. Muito já se descobriu, e muito ainda há para ser descoberto com os fundamentos das teorias da Relatividade (Especial e Geral). Como conclusão, destaca-se que o impacto filosófico da Teoria da Relatividade sobre o pensamento humano tem sido profundo desde sua criação até os dias atuais, mudando radicalmente a visão de mundo e do Universo. Em linhas gerais, a teoria da Relatividade Geral de Einstein é uma generalização da Relatividade Especial, onde se introduzem os 361 referenciais não inerciais, ou seja, dotados de aceleração. No fundo, tal teoria não passa de uma teoria de Gravitação, onde se tem uma profunda reformulação dos conceitos Newtonianos. Um dos parâmetros básicos da Relatividade Geral está no chamado Princípio da Equivalência, onde Einstein verificou existir uma equivalência numérica entre dois conceitos muito distintos com relação à massa: o conceito de massa inercial e o conceito de massa gravitacional. Quando Newton definiu seu conceito de massa, partiu do princípio de que sua ideia sobre inércia estava correta. Conclui-se que quanto maior for a dificuldade de se modificar o estado inercial de um corpo, ou seja, sua condição de repouso (v = 0) ou de movimento uniforme (v = cte), maior seria sua inércia, ou seja, maior seria sua massa. Nesse caso, se tem definido o tradicional conceito de massa inercial que está representada na célebre equação: F = m.a. De fato, o conceito de força vem expresso como sendo igual a uma constante ‘’m’’ de proporcionalidade, multiplicada pela aceleração ‘’a’’. Essa constante de proporcionalidade, assim definida, traduz o conceito de massa inercial. Porém, quando Newton deduziu suas equações de gravitação a partir das Leis de Kepler, ele passou a utilizar os mesmos conceitos de massa para chegar à fórmula da gravitação. Fg = G Para Newton, a massa ‘’m’’ que aparece nesta equação é a mesma que foi definida na equação: F = m.a Na reformulação feita por Einstein tal fato teve que ser revisto, pois ele achava que essas duas massas não poderiam ser da mesma natureza: elas eram definidas em situações muito diversas umas das outras. Isto quer dizer que, conceitualmente, elas são 362 muito diferentes entre si. Este físico alemão acreditava que quando dois corpos exerciam entre ela forças de natureza gravitacional, estas eram de uma natureza totalmente diferente das forças inerciais. Isto significa que a massa é definida a partir da lei da inércia, como na segunda lei F = m.a, seria completamente diferente da massa definida na equação do peso de um corpo [a força peso é definida como sendo: P = m.g, onde ‘’g’’ é a conhecida aceleração da gravidade]. Einstein afirma que essas duas massas não podem ser iguais, pois, teoricamente, são definidas de situações totalmente distintas e diferentes. Ele passou a postular a existência de dois conceitos de massa: a) massa Inercial: definida através da lei da inércia de Newton, ou seja: a massa que aparece na equação F = m.a. b) massa gravitacional: definida a partir da ação do campo gravitacional entre duas massas, no caso da força pelo P = m.g. Mesmo antes de Einstein discutir esse fato, outros físicos já haviam notado esse erro teórico nas ideias de Newton. O nobre barão húngaro Von Roland Eötvos dedicou-se, no início do século, a medir com grande precisão as equivalências entre massa inercial e massa gravitacional. E em estudos recentes feitos por R. H. Dicke mostrou-se que as duas massas são equivalentes, numa precisão de uma parte em cada cem bilhões. Embora as massas fossem teoricamente distintas, elas possuíam uma coincidência numérica incrível; isso fez Einstein aterse muito a esse fato, que o conduziu a formular a Teoria Geral da Relatividade, com intrínseca relação com uma teoria de Gravitação. A coincidência numérica das massas o conduziu ao famoso Princípio da Equivalência que se tornou a base da teoria Geral da Relatividade. 363 ● Um novo conceito sobre gravitação Para explicar a atração gravitacional entre corpos, Einstein abandona a noção newtoniana de força e introduz a noção de espaço curvo. Para Einstein, os corpos produzem em torno de si uma curvatura do espaço, sendo que, quanto maior a massa do corpo, maior será a curvatura. Pode-se fazer uma analogia com a situação representada na figura 15. Nela se tem uma bola de ferro (B) colocada sobre uma superfície elástica. A bola de ferro deforma a superfície de modo que o corpo C vai em direção a B não porque haja uma força de atração, mas sim porque segue a linha do espaço curvo. Analisando-se uma região infinitesimal do espaço onde atua um campo gravitacional constante ‘’g’’, pode-se, nesse infinitésimo, definir um campo gravitacional praticamente constante e uniforme. Esse campo gravitacional seria equivalente a um campo de aceleração inercial que tivesse o mesmo valor numérico. Em linhas gerais, é esse o princípio da equivalência de Einstein e, dessa forma, os campos gravitacionais podem ser interpretados com base na teoria especial da relatividade, generalizada para incluir referenciais acelerados. Em 1919, uma equipe de astrônomos veio ao Brasil para presenciar e fotografar um eclipse total do Sol e, nessas condições, testar a Teoria da Relatividade geral de Einstein. Ele previu que um raio de luz sobre a ação de campos gravitacionais sofreria uma deflexão, pois este estaria sujeito à força gravitacional. Para os cientistas da época, isso era um choque no conceito de massa e inércia, pois até então a luz era considerada uma onda 364 eletromagnética e, portanto, isenta de massa; sendo assim, não seria atraída por nenhum campo gravitacional. No entanto, como foi visto anteriormente ao estudar o efeito fotoelétrico, Einstein achava que se uma onda eletromagnética também contém inércia e, portanto, pode ser atraída por campos gravitacionais. Dessa forma, Einstein previu que um campo de aceleração é equivalente a um campo gravitacional, e a luz, ao passar perto do Sol, sofreria um desvio cuja deflexão um observador situado na Terra poderia notar. E foi exatamente o que a equipe de astrônomos que veio até Sobral, no Ceará, constatou, ao observar que a trajetória da luz de uma estrela próxima, localizada atrás do Sol, realmente apresentava uma deflexão. Veja como o esquema acima mostra o ângulo de desvio da trajetória do raio de luz da estrela, exatamente como foi previsto pelas equações de Einstein. Por um determinado ponto de vista se pode tirar a seguinte conclusão: a luz tem massa e, portanto, ela foi atraída gravitacionalmente para o Sol. Esse tipo de raciocínio não está errado, mas não conduz ao ponto aonde se quer chegar. Einstein verificou que a natureza intrínseca dos campos gravitacionais está intimamente relacionada com a estrutura geométrica do espaçotempo. Nas equações da teoria geral da relatividade surgem distorções profundas nas coordenadas de espaço-tempo, devido aos campos acelerados. Isso vem evidenciar uma nova característica estrutural para que possa explicar ou entender os campos gravitacionais. A maioria das pessoas tem problemas em visualizar quatro dimensões, de modo que os relativistas usam um truque elegante para tornar o espaço-tempo mais inteligível. Imaginam as três 365 dimensões do espaço representadas por apenas uma dimensão, o tempo é agora a segunda dimensão, perpendicular a este miniespaço. Imaginando-se o espaço-tempo como uma folha de borracha firmemente esticada, como a superfície de uma cama elástica. A presença de matéria no espaço-tempo é representada por um calombo na cama elástica. Sem matéria, o espaço-tempo é plano. Se você rolar uma bolinha de gude pela folha sem calombo, ela percorrerá uma trajetória retilínea. A mecânica do espaço-tempo plano é, de fato, nada mais que a teoria especial da relatividade. E como a teoria geral inclui a teoria especial, tudo o que se aprende sobre réguas e relógios em movimento são relevantes para a teoria geral também. Colocando-se uma bola de boliche na folha de borracha esticada, para representar o Sol. Com o Sol em seu devido lugar, o espaço-tempo fica curvo. Se rolar uma bolinha de gude perto do calombo no espaço-tempo produzido pela presença de matéria, ela percorrerá uma trajetória curva e será desviada. Como é o próprio espaço-tempo que se curva, esse desvio acontece para qualquer coisa que se mova através dele – para qualquer partícula, obviamente, mas também para a luz. A matéria diz ao espaço-tempo como se curvar, e o espaço-tempo diz tanto a matéria quanto à luz como se mover. A teoria geral da relatividade de Einstein foi publicada em 1916. Entre outras coisas, ela sugeriu que qualquer luz vinda das estrelas distantes, que parasse perto do Sol, seria levemente desviada em razão da curvatura do espaço-tempo. Normalmente, não consegue ver as estrelas que estão na direção do Sol (porém, muito distantes), porque ele é muito brilhante. Em 1919, no entanto, houve um eclipse total do Sol, com estrelas visíveis em pleno dia. Fotografias tiradas durante o eclipse mostraram que as posições aparentes das estrelas tinham mudado levemente. O tamanho do desvio mostrou-se exatamente igual àquele que a teoria geral de Einstein tinha previsto. 366 ● O papel da geometria Na Relatividade Geral, o conceito de espaço-tempo sofre mudanças ainda mais drásticas com relação ao conceito euclidiano e às modificações propostas na Teoria Especial da Relatividade. Campos gravitacionais têm a propriedade de curvar o espaço-tempo e modificar a geometria local. Para escrever suas equações matemáticas de um modo que descrevesse com objetividade esse modelo de espaço-tempo curvo, Einstein teve que lançar mãos de uma conhecida geometria existente na época, desenvolvida anos antes por Riemann. Essa geometria tem como base um espaço geométrico curvo, ou seja, toda ela é construída sobre a superfície de uma esfera. Ela é conhecida como geometria não euclidiana, pois Euclides utilizou um espaço plano para construir todos os seus teoremas geométricos. Desde os primórdios, a geometria tem como objetivo descrever as características do espaço onde ela fosse construída. Hoje, porém, a geometria de Euclides não é bastante para descrever com clareza a estrutura do espaço, como, por exemplo, em regiões do Universo onde haja grandes concentrações de matéria. Essas concentrações de massa afetam a estrutura do espaço-tempo ao seu redor, tornando-os curvos e impossíveis de serem descritos pela geometria Euclidiana. Quando Isaac Newton formulou sua teoria de Gravitação, ele confessou sua ignorância quanto à natureza da força que fazia com que os corpos se atraíssem mutuamente. Ele não compreendia como a força de um corpo poder agir sobre outro corpo, estando ambos separados por grandes distâncias e por um grande vazio, por um ‘’nada’’ existente entre eles. É exatamente com fundamento nesse ‘’nada’’ que se irá discutir e reformular toda a teoria de campo, mostrando que na verdade esse grande vazio não existe e o próprio espaço-tempo possui uma textura consistente. Já foi mencionado que descrever um campo gravitacional é análogo a descrever um campo de acelerações. Para descrever um 367 campo de acelerações inerciais, Einstein lançou mão da geometria de Riemann, que, em linhas gerais, resume-se no seguinte: Tomando-se uma superfície esférica, em relação à qual se traça os teoremas: Dá para observar que um triângulo ABC desenhado sobre essa superfície não se comporta como o faria pela geometria de Euclides. A soma dos ângulos internos sempre é maior que 180 graus. Outro teorema importante diz respeito às paralelas. As retas traçadas sobre a superfície esférica não são infinitas, pois compreendem círculos fechados, e são chamadas de geodésicas. Por isso, na superfície de uma esfera não existem paralelas, ou seja: por um ponto dado fora de uma geodésica não existe nenhuma outra geodésica paralela à anterior, passando por esse mesmo ponto. Todas as geodésicas, que compreendem círculos máximos, necessariamente se interceptam. Assim, dá para notar que se assumindo uma superfície de área muito pequena com relação à superfície da esfera, ela praticamente coincidirá com a geometria de Euclides. Einstein percebeu que as propriedades do espaço-tempo eram afetadas pela presença de matéria e que essa perturbação obedecia a uma geometria específica. A matéria – como a de uma estrela, por exemplo – deforma o espaço-tempo ao seu redor, 368 criando o campo gravitacional que passa a agir na matéria ao seu redor. Para compreender como isso ocorre, propõe-se um modelo básico para desenvolver esse raciocínio. Imaginem que num plano muito grande existam formiguinhas inteligentes. Essas formiguinhas não possuem a capacidade de perceber a terceira dimensão do espaço, ou seja, elas só conseguem conceber as coordenadas espaciais ‘’x’’ e ‘’y’’. Vivem num Universo plano. Agora, imagine que nesse plano surja uma bola pesada, fazendo com que a superfície se curve, devido à presença dessa massa. As formiguinhas, como não percebem a dimensão ‘’z’’, não notarão nenhuma deformação ou mudança na geometria de seu plano; porém, começarão a notar fenômenos um pouco estranhos. Perceberão que essa bola passará a atrair todos os objetos ao seu redor – inclusive elas mesmas. Concluirá a formiguinha inteligente que essa bola está atraindo todos os corpos, mas não conseguirá explicar por que. Mas os seres humanos, situados um referencial diferente das formiguinhas, notam a deflexão causada pela bola no plano e sabem que não é ela que está atraindo os corpos ao seu redor, mas os objetos é que escorregam, devido à curvatura do espaço com relação à dimensão ‘’z’’. 369 Esta explicação é exatamente a mesma que se pode dar com relação aos campos gravitacionais. A massa de uma estrela deforma as propriedades do espaço-tempo à sua volta, em uma dimensão não perceptível para o homem, criando, assim, um campo de acelerações. Dá para notar que estando o espaço muito curvado próximo a grandes massas, a geometria de Euclides não é mais apropriada para descrever as propriedades geométricas da região. Assim, todas as leis da mecânica, do átomo e da Física em geral terão que sofrer modificação nessas regiões, levando em conta a curvatura do espaço. Porém, quando se estiver muito longe das grandes concentrações de massa e matéria, podem-se simplificar as coisas e utilizar novamente a geometria de Euclides para descrever esse ambiente. Por essa ótica, redefini-se o conceito de força gravitacional. Para a teoria da Relatividade Geral o conceito de força não é mais necessário. Nota-se, no exemplo anterior, que não existe mais uma força atuando no corpo causando um movimento acelerado, mas sim as propriedades do espaço causando essa aceleração. Os corpos apenas passam a deslizar nas linhas geodésicas do espaço curvo, na região dos campos gravitacionais. É muito comum se ouvir por aí que a distância mais curta entre dois pontos do espaço é sempre uma linha reta; porém nessa nova geometria de espaços curvados, a distância métrica entre dois pontos A e B num espaço assim curvado, certamente não se encontra uma linha reta, como é de se esperar pelo senso comum. Nesse caso, a distância entre esses dois pontos será uma linha curva. Se uma pessoa estiver viajando pelo espaço com uma nave e passar próximos a grandes concentrações de massa, sua trajetória necessariamente seguirá a métrica curva do espaço, nessa região. 370 Catástrofe gravitacional e buracos negros ● A morte das estrelas ● Passagem para outros universos ● Olhar para dentro de nós? ● A morte das estrelas No caminho de evolução, as estrelas experimentam muitas etapas em sua vida. Todas as estrelas nascem, envelhecem e morrem e o estágio final em suas vidas dependerá exclusivamente de sua massa inicial. A catástrofe gravitacional por etapas, partindo de uma estrela em concentração ‘’A’’ indo até sua total aniquilação em ‘’I’’. O final da vida de uma estrela vai depender muito da sua massa inicial, podendo, assim, experimentar várias situações: Novas e supernovas; Estrelas de nêutrons; Catástrofe Gravitacional; Buracos Negros. ● Passagem para outros universos Neste momento, se discuti modelos correntes na física que parecem muito mais terem sido escritos por esotéricos do que por cientistas. Vê-se também que tais modelos abrem portas para a conjectura sobre a existência de outros universos, paralelos ao nosso universo físico, e que poderiam trazer grandes subsídios para 371 a ufologia e para as hipóteses mais ousadas que se propõe neste livro. Irá se apresentar muito material científico para que físicos e astrônomos e gente de ciência não possam mais bloquear em suas mentes a possibilidade técnica de extraterrestres estarem entre nós, nos visitando e nos sobrevoando com suas naves. Somente um cientista muito desatualizado e desconectado com essa realidade seria ainda cético e fechado para as questões ufológicas. Usando aquele velho ditado popular segundo o qual ‘’tudo que entra tem que sair de alguma forma’’, assim toda matéria ou energia que penetrasse num buraco negro, deveria sair por uma porta sendo então batizada de buraco branco. Einstein, conjuntamente com outro físico da época, Natan Rose, idealizou um modelo conhecido como Ponte de Einstein-Rose, pelo qual um buraco negro estaria conectado a um buraco branco, estabelecendo assim uma ponte para outro universo paralelo ao nosso. Porém, eles jamais conjecturaram sobre a natureza desse outro universo. Contudo essas hipóteses, aventadas por grandes cientistas mundialmente reconhecidos, mostram que cogitar de universos paralelos e universos quânticos múltiplos não é tão tolo assim. Na verdade, para que o princípio da conservação da energia seja mantido, ainda nessas condições, todo físico precisa explicar para onde vai toda a matéria de uma estrela supergigante, ou mesmo no caso de núcleos de galáxias, onde milhões de massas solares são consumidos em gigantescos buracos negros. Todo colegial aprende que ‘’na natureza nada se perde tudo se transforma’’. Logo, urge que se dê uma explicação convincente para explicar qual o destino de toda essa matéria e toda essa energia. Isso conduz a conjecturar seriamente sobre a existência de outros universos, conectados com o nosso naturalmente nesses pontos de descontinuidade espaço-temporal. Mais recentemente, o famoso físico John Weeler rebatizou a ponte de Einstein - Rose com 372 o termo Buraco de Minhoca, que seriam pontes entre universos paralelos ou mesmo para outro ponto do nosso próprio universo. Os Buracos de Minhoca seriam pontes entre dois pontos de nosso universo mesmo, realizando uma curvatura natural espaçotemporal que uniria lugares distantes do universo. No diagrama abaixo se mostra como dois pontos distantes em nosso universo, como por exemplo, duas galáxias, poderiam estar conectadas por uma ponte E-R, ou seja, por um Buraco de Minhoca. Ponte de Einstein - Rose. Este diagrama tenta mostrar uma possível conexão que pode existir entre dois universos. Se, teoricamente, os físicos modernos já estão aventando a possibilidade de existirem portais naturais onde regiões distantes do universo possam ser conectadas. Imaginem os filmes de ficção científica, como Jornada nas Estrelas e muitos outros que estão explorando essa possibilidade, criando portais artificiais para mergulharem no chamado hiperespaço, para assim poderem navegar e transpor distâncias interestelares, sem entrar em choque com a teoria da relatividade de Einstein. No caso, é esta teoria mesmo que fornece as bases teóricas para que esses filmes de ficção sejam construídos. Buracos de Minhocas ligando dois pontos A e B do meso universo curvando o espaço-tempo adjacente. Muitos poderiam pensar que essas pontes poderiam ser utilizadas por seres extraterrestres, como portais de deslocamento espacial a longas distâncias, mas – particularmente – o professor Laércio Fonseca não crê nisso. Nessas singularidades espaço373 temporais, a matéria estaria sujeita ao extremo de suas perturbações e certamente não conseguiría manter a estabilidade de uma nave espacial em tais condições. Além do mais, esses pontos naturais teriam que estar próximos de onde quisesse viajar ou aonde quisesse chegar, limitando assim, em muito, os lugares que poderiam ser visitados no universo. O professor acredita que inteligências extraterrestres possuem uma visão completamente diferente de tudo que já foi cogitado até então. Por isso, ele se sente à vontade em propor hipóteses que estará adiante apresentando. Todos os ufólogos sabem e tem a certeza de que essas inteligências estão aqui e de alguma maneira muito inteligente resolveram seus problemas de navegação interestelar, intergalática e até mesmo interdimensional. O problema é tentar trazer a luz teórica, com bases altamente científicas, à explicação da presença desses seres aqui, com suas naves, e entender os mecanismos e seus aparatos de navegação. ● Olhar para dentro de nós? No filme ‘’Origens: vida fora da Terra’’ (51 min), o pesquisador espacial Georff Marcy, Universidade da Califórnia Berkeley, afirma: ‘’Me sinto como se tivesse seis anos de idade quando falo sobre isso. Eu me sinto desconcertado. Só quero saber: ‘’Eles estão lá?’’ (seres extraterrestres). E todo o meu conhecimento científico, matemático e minhas habilidades como pesquisador não servem para nada, Sinto que essa será uma questão tão profunda para nós como espécie, mas também individualmente. Cada um de nós terá que olhar para dentro de si mesmo e descobrir o que isso quer dizer’’. O Fundador da Messiânica aponta que: “Afinal, a causa está em nós mesmos. Portanto, quando algo não corre como desejamos, é preciso, primeiramente, refletir sobre a nossa própria conduta.” 374 Física Quântica Introdução ● Catástrofe do ultravioleta na radiação do corpo negro ● Quantidade discreta e Constante de Planck ● Espectros quantizados ● O efeito fotoelétrico ● Teoria quântica de Einstein (estado corpuscular da energia) ● Prêmio Nobel de Einstein No final do séc. XIX, os cientistas de todo o mundo acreditavam que os conhecimentos sobre as leis físicas tinham chegado ao fim. Até então, as leis do eletromagnetismo, propostas por James Clerck Maxwell e Michael Faraday, eram consideradas o ponto final do conhecimento físico, e nada mais poderia ser descoberto na ciência da natureza. Porém, uma série de descobertas na física exigiu uma mudança na visão do mundo. Começaram a surgir anomalias que a física clássica não conseguia explicar, abrindo a porta para uma revolução no pensamento científico. Assim, o nascimento da física quântica se deu com a s anomalias: catástrofe do ultravioleta e efeito fotoelétrico. ● Catástrofe do ultravioleta na radiação do corpo negro Uma delas foi relacionada à termologia. Mas, o que termologia? Ela é a parte da física que estuda o calor, ou seja, a energia térmica que está sempre em constante movimento, sempre sendo transferida de um corpo para outro. (não confundir com temperatura que é a grandeza que caracteriza o estado térmico de um corpo ou sistema, isto é, o grau de agitação das moléculas). 375 Os diferentes processos de propagação do calor são a condução, convecção e irradiação. No entanto, para que ocorra transferência de calor entre dois corpos é necessário que ambos possuam diferentes temperaturas, pois dessa forma, o calor irá fluir sempre do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura. A condução e a convecção são formas de propagação de calor que para ocorrer é necessário que haja meio material, contudo, existe uma forma de propagação de calor que não necessita de um meio material (vácuo) para se propagar, esta é a irradiação térmica. Esse tipo de propagação do calor ocorre através dos raios infravermelhos que são ondas eletromagnéticas em determinadas frequências. É dessa forma que o Sol aquece a Terra todos os dias, como também é o meio que a garrafa térmica mantém, por longo tempo, o café quentinho em seu interior. É desse modo que uma pessoa fica aquecida diante do fogo numa lareira. Os físicos queriam compreender: Como corpos quentes, como o Sol, emitem radiação? Qual é a lei da emissão de radiação por corpos quentes, como o da madeira queimada na lareira? Mas, afinal qual foi a anomalia relacionada com a termologia? Foi o da catástrofe do ultravioleta na radiação do corpo negro, que se explicita a seguir. Havia uma experiência que era fazer a luz passar por um prisma e as cores serem divididas aparecendo num espectro colorido que começa no vermelho e termina no violeta. 376 O grande astrônomo Willian Hershel começou a fazer uma simples experiência da quantidade de radiação em função da temperatura do corpo que emite essa radiação. Mais detalhadamente: ele esquentava um corpo, como uma barra de ferro, e percebia que ela começava a brilhar, a ficar vermelha. Esquentando mais, ela ia mudando de cor e passava para o laranja depois para o amarelo, até chegar ao branco. Observa-se fenômeno semelhante quando se acende uma lâmpada incandescente. O filamento de tungstênio (tem o mais alto ponto de fusão: 3422º C) modifica sua cor enquanto sua temperatura aumenta. Porém, no espectro o colorido não era contínuo, apareciam manchas escuras nas emissões e absorções de radiação, isto é, sumiam algumas frequências. A radiação numa superfície pode ser parcialmente emitida, absorvida ou refletida. Um corpo negro absorve e emite toda a radiação que nele incide, e a sua refletividade é nula. Assim, ele é 377 um corpo ideal na Física, na realidade, tal corpo não existe, existem corpos que se assemelham, sendo bons emissores, bons absorventes e maus refletores da radiação. Independentemente do material com que ele é confeccionado, emite radiações electromagnéticas com a mesma intensidade, para cada comprimento de onda a uma dada temperatura. A temperatura de um corpo pode diminuir ou aumentar dependendo do corpo com que está em contacto. Todos os corpos estão continuamente a emitir e a receber energia, dos corpos que os rodeiam. Após experiência (1879) e estudos (1884), se chegou à Lei de Stefan-Boltzmann que estabelece: o poder emissivo da energia (E) por unidade de área superficial de um corpo negro (cn) na unidade de tempo é proporcional à quarta potência de sua temperatura absoluta (T). Em termos matemáticos, se expressa como: Ecn = σ .T4, onde σ (sigma) é a constante de proporcionalidade cujo valor, no SI, é: σ ≅ 5,7x10-8 W/(m2.K4), pois W/m2 = σK4. Com esta lei se determinou as temperaturas da superfície do Sol (5505 °C) e da Terra (14 °C). No gráfico abaixo com o eixo horizontal indicando o comprimento de onda da radiação e o eixo vertical a energia correspondente a cada comprimento de onda, mostra-se a energia em função do comprimento de onda para quatro temperaturas diferentes, onde se observa que os picos estão sobre uma curva decrescente da esquerda para a direita. 378 Nota-se que determinada temperatura vai ter o pico em uma determinada cor, embora tenha outras cores também, mas em menor intensidade. O pico vai se deslocando com o aumento da temperatura a ponto de alcançar o violeta. Os físicos da época não conseguiam explicar que diminuindo a temperatura, mesmo depois que a barra deixou de ser vermelha, deixou de emitir luz, mesmo escura, ela continuava ainda emitindo radiação que hoje se conhece como radiação infravermelha que é quente. Como um corpo escuro emitia radiação, então ficou conhecido como radiação de corpo negro, também conhecida por radiação térmica. Exemplos de corpo negro são um pedaço de carvão (normalmente preto, ou seja, não reflete a luz, mas ao alcançar uma temperatura suficientemente alta, isto é, absorver, passa a emitir na parte visível do espectro uma quantidade de radiação suficiente para observação), a Terra (que está na faixa do infravermelho) e o Sol (na faixa da luz visível, com temperatura superior a do planeta azul em 400 vezes). Por outro lado, alguns cientistas tentavam e não conseguiam explicar essa curva quando em alta energia chegava ao violeta e tudo escurecia. Eles chamavam esse fenômeno de catástrofe do ultravioleta ou colapso do violeta. Embora, soubessem que a luz era uma radiação eletromagnética do espectro eletromagnético, mas o que gerava essas ondas naqueles comprimentos (ou frequências) característicos era algo desconhecido. Todavia, imaginavam que deveria ter algum oscilador por saberem que oscilando o campo magnético ele gerava uma onda eletromagnética. 379 Ondas Eletro magnéticas ≈≈≈≈≈≈≈≈ ≈≈≈≈≈≈≈≈ ≈≈≈≈≈≈≈≈ ≈≈≈≈≈≈≈≈ ≈≈≈≈≈≈≈≈ ≈≈≈≈≈≈≈≈ ≈≈≈≈≈≈≈≈ ≈≈≈≈≈≈≈≈ oscilador Uma outra descoberta foi que oscilando a mola com a mão se provoca uma onda eletromagnética. Porém, as ondas de rádio que são frequências baixas dão oscilações de cerca de 10 mil vezes por segundo. Imagina-se frequências muito altas. Obviamente que não dá para ficar fazendo isso com a mão. E essas no átomo são altíssimas, então tem que ter um oscilador, para provocar a onda eletromagnética. Hertz havia feito um oscilador eletrônico para emitir ondas eletromagnéticas, então pensaram que deveria existir osciladores gerando essa radiação, essa onda. Mas, se tivesse ele iria emitir em todas as frequências na mesma quantidade, mas isso não dava certo. Já que quando se ia ver o gráfico, uma temperatura gerava verde, na outra temperatura produzia violeta, na outra um vermelho. ● Quantidade discreta e constante de Planck Em fins do século XIX, numerosos físicos se sentiam frustrados, até que um deles rompeu as fileiras: o alemão Max Planck. No início do século XX, Planck deu um ousado salto conceitual e disse que o que a velha teoria precisava era de um salto quântico. O que emitia a luz de um corpo incandescente - madeira em chamas, por exemplo, ou o sol - era minúsculas cargas oscilantes, os elétrons. Os elétrons absorvem energia de um ambiente quente, como uma lareira, e em seguida a emitem de volta, sob a forma de radiação. Embora esta parte da velha física estivesse correta, ela prognosticava também que a radiação emitida deveria ser rica em ultravioleta, o que as observações desmentiam. 380 Planck declarou que se supusesse que os elétrons emitem ou absorvem energia apenas em certas quantidades específicas, descontinuamente separadas - o que ele denominou “quanta” de energia - poderia ser solucionado o problema da emissão de graus variáveis de ultravioleta. Para se compreender melhor o significado do quantum de energia, compare o caso de uma bola em uma escada com outra bola em uma rampa. A bola na rampa pode assumir qualquer posição e a posição pode mudar em qualquer valor. Ela é, por conseguinte, um modelo de continuidade e representa a maneira como se pensa na física clássica. Em contraste, a bola na escada só pode ficar neste ou naquele degrau. Sua posição (e sua energia, que se relaciona com a posição) é “quantizada”. O salto quântico. Na rampa, o movimento clássico da bola é contínuo; na escada, o movimento quântico ocorre em etapas descontínuas (salto quântico). Pode-se objetar: o que acontece quando a bola cai de um degrau para o outro? Ela não estará, na queda, assumindo uma posição intermediária? Neste ponto é que surge a estranheza da teoria quântica: no caso da bola numa escada, a resposta é obviamente sim, mas, no de uma bola quântica (um átomo ou um elétron), a teoria de Planck responde que não. A bola quântica jamais será encontrada em qualquer lugar intermediário entre dois degraus: ela ou está neste ou naquele. Isso é o que se denomina descontinuidade quântica. 381 Às vezes se usa pessoa em vez de bola. Aí se diz que a pessoa pode dar qualquer tamanho de passo para subir/descer o plano inclinado e o tamanho do passo pode variar continuamente. No entanto, para subir uma escada, se pisar na meia-altura do degrau não se sobe nem desce a escada, donde os nossos passos numa escada são números naturais, não existindo meio passo. Em vista disso, por que não se consegue pegar um bronzeado com a madeira que queima na lareira? A radiação de baixa frequência surge de pequenos saltos quânticos, ao passo que a de alta frequência exige grandes saltos. Um grande salto quântico precisa ser alimentado por um grande volume de energia no ambiente do elétron. A energia existente em uma lareira que queima madeira simplesmente não é forte o suficiente para criar condições ate mesmo para a luz azul, quanto mais para a ultravioleta. Esta é a razão por que não se pode pegar um bronzeado em frente a uma lareira. Em outras palavras. No ano de 1901, Max Planck, tentando explicar esses fenômenos da radiação térmica, revolucionou a física, fazendo nascer assim a Mecânica Quântica que será posteriormente desenvolvida pelo trabalho de muitos outros cientistas como Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Einstein, Louis de Broglie, Max Born, Wolfgang Pauli ou Paul Dirac, citando apenas os mais importantes. Para isso, Max Planck postulou que o oscilador emite não espectros contínuos, mas sim pacotes de energia E = nhf, onde: n = 0,1,2,3,... são os números quânticos; f é a frequência da oscilação; h é a constante de Planck cujo valor é 6,63 × 10-34 m2 kg / s. Este valor de h não foi determinado por nenhuma teoria, mas sim obtido através de dados experimentais. Ele é uma das constantes fundamentais da física e estabelece uma escala absoluta para o que é grande e o que é pequeno, isto é, ela determina quando um fenômeno pode ser explicado pela física clássica e quando um fenômeno pode ser explicado pela física quântica. 382 Assim, enquanto para Einstein os corpos emitem radiações de uma forma contínua E = mc2, para Planck as radiações são de uma forma totalmente descontínua se chegando que os corpos emitem energia em quantidades definidas, em pacotes definidos, e esses pacotes foram chamados de quanta ou estados quânticos. Se emitir um pacote, um só pacotinho de energia hf esse é chamado de um quantum porque, no latim, quantum é singular e quanta é plural. Então se fala um quantum de energia eletromagnética E = hf, dois quanta de energia eletromagnética E = 2hf, assim por diante até n quanta de energia eletromagnética E = nhf. Não se tendo nada que não seja natural como 1,5 quanta de energia eletromagnética E = 1,5hf, ou meio pacote E = 1/2hf. O número quântico é que dá a quantização da energia emitida por um corpo negro. Por isso a física foi batizada de física das quantidades, física dos quantas, e chegou-se assim ao nome de física quântica. Mais tarde, Niels Bohr vai explicar o porquê a coisa é assim, por que esses pacotes são emitidos quando o elétron salta de um nível para outro no orbital do átomo. Este foi o início da trajetória da Mecânica Quântica, que estuda os eventos que transcorrem nas camadas atômicas e subatômicas, ou seja, entre as moléculas, átomos, elétrons, prótons, pósitrons, e outras partículas. ● Espectros quantizados Fazendo-se um diagrama clássico da distribuição da energia em relação à frequência o gráfico seria contínuo. E ____________ ● x0 f 383 Já no caso da física quântica a distribuição de energia é esse espectro descontínuo. A energia fica quantizada ela só pode saltar de um lugar para outro, pular de um estado quântico de energia para outro sem intermediário porque a natureza desses corpos negros aquecidos não admite que haja energia nesses intervalos. A energia só pode ser emitida e absorvida em determinadas quantidades definidas então vai aparecer buracos no espectro de emissão de energia, no gráfico de energia (vide as próximas figuras deste tópico). E n hf ... 2 hf 1 hf 0 hf f A partir daí ficou fácil para Niels Bohr construir todo o seu modelo do átomo de hidrogênio e os astrofísicos a determinarem à composição química que existe na atmosfera de Marte, de Júpiter, do Sol, de estrela muito distante. De fato, chegando-se num laboratório com uma cúpula de vidro e colocando um gás dentro dela, como o hidrogênio a certa temperatura. Com uma fonte de luz que tenha todo espectro se faz essa luz passar por dentro desse gás e coloca adiante um prisma e se nota que a luz ao sair sofre um desvio. Os cientistas vão observar que se não tiver o gás a luz passa direto e vai acontecer que tem esse espectro no anteparo todo colorido com a cor do arco íris desde o vermelho até o violeta. Porém, quando faz passar por dentro de um gás vai aparecer umas linhas escuras no meio, isso significa que algumas frequências foram absorvidas pelo gás. O interessante é que cada gás só absorve determinadas frequências. É como se fosse a impressão digital do 384 gás, se pôr nitrogênio, oxigênio ou outros gases vão dar linhas de absorção, mas vão ser em lugares diferentes no espectro. Com esse espectro de absorção se consegue determinar a velocidade com que o astro está se afastando, se consegue determinar uma série de coisas em astrofísica. A pergunta é: por que ele não absorve todas as cores, isto é, só absorve algumas cores? A resposta é porque o processo é quântico e assim tem certas energias que ele não se interessa, só se interessa por aquele pacote de energia naquela frequência. Essa explicação vai ser possível quando se entender a estrutura do átomo, os seus níveis quânticos atômicos, para saber que o átomo só absorve energias discretas também, o elétron absorve uma energia discreta descontínua que vai acontecer os saltos quânticos do elétron de um nível para outro, de energia de um orbital para outro no átomo. Considerando-se a luz da estrela e fazendo-a passar no espectroscópio vai ver que ela tem linhas de absorção e se tem hidrogênio, oxigênio, carbono, dióxido de carbono. No caso de um pêndulo numa casa, ao soltá-lo vai se ver que ele vai parando por causa do atrito. Por isso que no relógio do cuco inventaram um pêndulo com mola que tem corda para ele continuar 385 batendo sempre para ele não parar. Essa diminuição de energia é contínua ou descontínua? Max Planck afirmou que o pendulo perde um pacote, ele não perde de forma contínua. Exemplificando: no movimento de um pêndulo se supõe que a massa desse pêndulo é de exatamente 0,01 kg e está suspenso por uma corda de comprimento 0,1m, com amplitude máxima de 0,1 radianos. g 1 l 2 então, fazendo-se as contas, f = 1,6 hertz. Já a energia do pêndulo é igual a sua energia potencial máxima: E = mgh = 5x10 -5 J. Como a energia do pêndulo é quantizada, logo a diminuição de energia deve ocorrer de forma quantizada em saltos de valor E = hf = (como a constante de Planck é h = 6,63 x 10–34) = 10–33 J. A diferença quântica dos níveis de energia entre um nível e outro para objeto macroscópico que é o pêndulo, vai perdendo em pacotinhos da ordem de 10–33 J, ou seja, é muito pequeno, não existem aparelhos na tecnologia existente atualmente com precisão para detectar esse pulso. Então, por isso, praticamente é como se fosse perdendo de forma contínua no caso do macrocosmo, donde o efeito quântico a nível macro cósmico não é percebido. No nível atômico onde se tem massa muito pequena e velocidade altíssima, os níveis de energia vão fazer diferença e o quantum é significativo. Como a frequência de oscilação do pêndulo é f = 386 ● O efeito fotoelétrico Cientistas perceberam que em alguns materiais quando certa luz incidia sobre eles, ela arrancava elétrons da superfície desses materiais. E mais do que isso. Eles mostraram que luz ultravioleta incidindo sobre corpos metálicos fazia estes ficarem com carga positiva, pois deles eram arrancados elétrons. Foi feito na época uma experiência assim. Num tubo de vidro a vácuo, ligaram-no a uma pilha e colocaram um amperímetro. Na placa negativa [devido à pilha] se injetava luz e acontecia o seguinte: quando a placa negativa liberava elétrons e como eles estavam polarizados por causa da pilha eles vinham tudo para a placa positiva e começavam a correr produzindo uma corrente elétrica e esse amperímetro marcava essa corrente elétrica. Esse é processo da célula fotoelétrica, o mesmo que ocorre com o Sol batendo em plaquetas gerando energia elétrica, iluminando o ambiente. 387 Agora, se jogasse luz vermelha, nada de ocorrer corrente, e podia jogar uma quantidade enorme de luz vermelha, um farol de luz vermelha, aquele holofote de luz vermelha, que não tirava nenhum elétron. No entanto, uma lanterninha fraquinha, mas de luz violeta o elétron já estava na corrente. Não é intensidade de luz (brilho) e sim a frequência da luz (cor), tinha que ter a frequência de luz certa, ou seja, os elétrons só eram arrancados com um tipo especifico de frequência que era incidido. Na época, os cientistas não conseguiam construir um modelo teórico do por que isso acontecia, por que a luz vermelha não arranca elétrons e a intensidade da luz não adianta. Este efeito era conhecido como o efeito fotoelétrico, ou seja, a capacidade que a luz tem de arrancar elétrons ou gerar uma corrente elétrica. Ninguém tinha explicação porque se imaginava que o elétron era uma bolinha dura, uma partícula que tem massa. Como é que uma onda eletromagnética como a luz, que é uma onda espalhada no espaço, que não é uma bolinha dura, ao se chocar com o elétron, uma partícula dura, uma bolinha, pode arrancar o elétron? Se a luz não tem massa, então não pode transferir quantidade de movimento, não pode transferir uma energia para um corpo sair andando, voando. ● Teoria quântica de Einstein (estado corpuscular da energia) Em 1905, Einstein para resolver o problema do efeito fotoelétrico utiliza o mesmo postulado de Planck e afirma que a energia da luz não tem um espectro contínuo, mas pelo contrário é discreta, ou em outras palavras quantizada. Esse físico imaginou que essa luz que sai emitindo um pacote vai ter um volume definido no espaço, ela não é uma coisa espalhada. Em outras palavras, ele imaginou que esse pacote de energia eletromagnética que foi emitido, esse quantum que foi emitido tinha um volume definido como se fosse uma partícula 388 mesmo que não tivesse massa. Mas, teria inércia porque carrega uma energia e toda energia carrega uma inércia com ela. E essa energia como é cotizada pode ser pensada como pacotes de energia andando no espaço, a luz passou a ter o caráter dual. Agora o Einstein vai criar a ideia de que a luz pode ser partícula em determinadas situações. Ela interage na hora de emitir e na hora de ser absorvida, como um pacote, e a esse pacote num volume definido ele vai chamar de fóton. Esse fóton é o quantum de energia eletromagnética, vai ser o caráter corpuscular da luz, o caráter da luz não mais em forma de ondas se propagando, mas em forma de um pacote de ondas, em forma muito de um volume definido que se propaga como se fosse uma partícula. Pensando o fóton como uma partícula, quando ele se chocava com um elétron que estava na superfície do metal ocasionava uma energia através desse choque como se fosse de duas partículas sólidas com massa e ele podia então transferir uma quantidade de movimento. No entanto para que pudesse acoplar ele tinha que explicar que só pacote com energia suficiente pode ser absorvido pelo elétron. O elétron não absorve qualquer tipo de pacote, por isso que se podia jogar luz vermelha e o elétron não se interessava por aquele pacote, por aquele tipo de energia. Ele só aceitava quando a frequência era exatamente acoplável, o pacote de energia do fóton era acoplável com o elétron e o elétron absorvia aquela energia e era arrancado da superfície. Então Einstein escreveu a sua equação do efeito fotoelétrico Ec= hf-w, que é a energia cinética gerada do elétron que sai é igual a constante de Planck vezes a frequência do fóton que incidiu, menos um w que será explicado adiante. O fóton vem com uma energia hf, na hora que bate transfere toda essa energia para o elétron porque o elétron absorve tudo, mas ele seleciona: com frequência violeta ele absorve e é arrancado, saí com uma energia e uma velocidade. Atraí-se aquele elétron e se cria uma corrente. Para isso se faz uma aparelhagem, a célula fotoelétrica, aquele aparelho, mas existe um problema. Como não se transfere toda energia, ou seja, 389 parte da energia é perdida porque esse elétron está preso eletricamente a outros elétrons na superfície do material e quando ele começa a sair vai chocar com outros elétrons ali, vai chocar com outras superfícies, vai perdendo energia e depois sai. Então aquele w é o trabalho necessário, a energia perdida para retirar ele porque ele vai atritar com outros elétrons, outras moléculas, outros objetos que tenha ali até ficar livre e sair. Portanto, a energia cinética é a que entrou hf menos o trabalho w que ele teve para sair. Einstein fez o seguinte: com uma luz, onda eletromagnética, algo totalmente ondulatório, disse que no caso do efeito fotoelétrico se comportava como uma partícula porque arrancava elétrons, se chocava como uma partícula, então neste momento começava a se criar uma ideia da famosa dualidade partícula-onda, uma coisa que vai permear toda a física quântica, uma coisa que não existia até então. Significa a luz quando se criava um determinado experimento para ela, por exemplo, fizer a radiação luminosa, onda eletromagnética passar por um prisma então ela difratava como uma onda. Mas certos experimentos a qual a luz era submetida como essa do efeito fotoelétrico ela se comportava como bolinhas sólidas. Então, ora a luz se apresentava como uma onda como um fenômeno que se espalhava como uma onda, e ora ela se apresentava como pacotes duros e rígidos capaz de transferir quantidade de movimento, capaz de carregar consigo uma inércia. Então Einstein foi o que discutiu e criou essa ideia pela primeira vez de que a luz tinha esse comportamento estranho dual. Mais tarde, o físico francês Louis De Broglie vai criar ondas de matéria, ou seja, vai fazer o contrário. Ele vai pegar um elétron, que é uma partícula, e falar que o elétron em certas circunstâncias se comporta como uma onda, um fenômeno ondulatório. Em resumo: Luz : onda ⇒ partícula (fóton) Elétrons : partícula ⇒ onda 390 ● Prêmio Nobel de Einstein Em 1905 é considerado o ano da vida científica de Albert Einstein. Ele publicou 5 artigos 3 dos quais revolucionaram a física entre esses se encontra a sua abordagem ao problema do efeito fotoelétrico. Einstein tem contribuições importantes em quase todas as áreas da física, mas sem qualquer dúvida suas contribuições mais impactantes foram àquelas relacionadas com a teoria relatividade restrita e com a teoria geral da relatividade. No entanto ao escolher o prêmio Nobel no ano de 1921 o comitê Nobel para física da Academia Real de Ciências da Suécia deu mais importância ao trabalho sobre o efeito fotoelétrico. No discurso de apresentação o coordenador do comitê fez apenas uma pequena referência à teoria da relatividade enfatizando que a principal discussão em torno do assunto restringia-se a área epistemológica e filosófica, e mencionou também que as implicações astrofísicas estavam sobre rigorosos exames. Embora, seja importante chamar atenção que já em 1909 no eclipse solar observado em Sobral no Ceará ou em outras partes do mundo comprovava os principais resultados da teoria geral da relatividade de Einstein. Essa teoria era tão impactante para os físicos da época que eles acreditavam que precisava muito mais descobertas astrofísicas para comprová-la e que não poderiam dar um prêmio Nobel por coisas que ainda não fossem confirmadas. Eles pensavam assim “vamos que se dê um prêmio Nobel e daqui a um mês, dois anos, prova-se que estava tudo errado”. Einstein não foi receber o prêmio Nobel na cerimônia de entrega porque estava no Japão. Tantas pessoas já ganharam o prêmio Nobel mais por questões políticas do que por merecimento. Os ganhadores não só recebem um troféu como cerca de um milhão de reais. 391 Observações: 1ª) sobre as dificuldades da pesquisa em Física Espiritualista Muitos físicos espiritualistas estão sendo altamente rechaçados por essa cúpula que dirige a ciência hoje em dia porque a espiritualidade é uma coisa não admitida na ciência. Deste modo, estão criando dificuldades para que essas ideias possam eclodir. No entanto físicos que viveram experiências pessoais no campo da espiritualidade passam a se interessar e a trabalhar nessa área. Em 1983 houve na Unicamp um congresso internacional sobre esse assunto intitulado “Interação: Mente, Espírito e Matéria” onde cientistas discutiram espiritualidade não de uma forma mística, mas tentaram entender porque todos os fenômenos que existe no universo têm uma explicação física razoável. Quanto mais o cientista tiver liberdade para expressar aquilo que realmente quer pesquisar não aquilo que o sistema impõe para que ele pesquise. Pois, às vezes certas coisas não são interessantes para uma universidade pesquisar porque quem patrocina é o sistema político, a indústria, e se não houver interesse por parte deles não há verba, o departamento não funciona. Fazer ciência de uma maneira a investigar questões espirituais não tem apoio financeiro, filosófico, estrutural e a maior parte dos físicos que fazem essa física espiritualista faz nas horas vagas, ou seja, não fazem dentro de sua carreira real, dentro do seu trabalho, dentro da universidade. Eles fazem à parte porque acreditam naquilo. É muito difícil ter um laboratório para investigar fenômenos espirituais, ninguém paga a montagem dessa aparelhagem toda que pode custar um milhão de dólares. Por outro lado, o reator nuclear que custa bilhões está sendo montado na Suécia. Se em vez de investir para fazer pesquisas atômicas se investisse em pesquisa esotérica ia se descobrir tanta coisa. Todavia, muitos físicos reacionários combatem essa pesquisa falando que isso tudo é uma bobagem, não tem nada haver com ciência. Eles estão fazendo isso porque são pessoas bloqueadas, não tem uma 392 abertura para ver que os fenômenos espirituais são fenômenos reais ocorrendo em inúmeros centros espíritas pelo Brasil como o da operação cirúrgica. 2ª) sobre esse tópico A diferença entre as duas anomalias é que: enquanto a radiação do corpo negro, Planck quantizou as energias dos osciladores; o efeito fotoelétrico, Einstein quantizou a luz em pacotes, ela viajaria discretamente em corpúsculos e não continua em energia. O nascimento da física quântica se daria, além destas duas anomalias, a quantização dentro do átomo para explicar a estabilidade das órbitas dos elétrons. 3ª) sobre o próximo tópico Aborda-se a Mecânica Quântica, começando com as ondas de matéria e as teorias do Deblugli, ou seja, a consolidação da dualidade onda-partícula. Vai se ver que esses comportamentos duais é que vão desencadear grandes discussões como o da verdadeira realidade do universo, bem como abrir portas para a espiritualidade. Depois, as medições como o princípio da incerteza, a densidade de probabilidade e o princípio da superposição com o gato de Schrödinger. Ainda no problema da medida porque se precisa criar um aparato experimental ou uma interação para que essas coisas se comportem dessa ou daquela maneira. E a pergunta clássica era: quando não é feito medidas do elétron, não se está observando ele, como ele é? Como ele esta existindo? Então o observador vai ter um papel importante na física quântica. Enfim, o colapso da função de onda com o papel do observador. Fica para outro tópico a não-localidade no colapso, isto é, a inseparabilidade quântica. 393 394 Mecânica Quântica ● Ela e a física clássica ● A dualidade partícula-onda (estado ondulatório da matéria) ● A experiência da fenda dupla e característica ondulatória do elétron ● O princípio da incerteza de Heisenberg ● Densidade de probabilidade ● O gato de Schrödinger e o colapso da função de onda ● O papel do observador na física quântica – primeiro passo para teorizar a consciência e o espírito ● Perguntas básicas ● Ela e a física clássica A Física Quântica envolve conceitos como os de partícula – objeto com uma mínima dimensão de massa, que compõe corpos maiores – e onda – a radiação eletromagnética, invisível para o ser humano, não necessita de um ambiente material para se propagar, e sim do espaço vazio. Enquanto as partículas tinham seu movimento analisado pela mecânica de Newton, as radiações das ondas eletromagnéticas eram descritas pelas equações de Maxwell. No início do século XX, porém, algumas pesquisas apresentaram contradições reveladoras (como o prêmio Nobel de Einstein comentado anteriormente), demonstrando que os comportamentos de ambas podem não ser assim tão diferentes uns dos outros. Foram essas ideias que levaram Max Planck à descoberta dos mecanismos da Física Quântica, embora ele não pretendesse se desligar dos conceitos da Física Clássica. Os físicos clássicos deterministas vão começar a questionar: Por que só se consegue detectar essas duas características quando se observa: partícula ou onda? Por que para observar o mundo atômico se tem que montar um aparato experimental? Por que não se pode ficar aqui olhando e aparecer algo? Por que só se tem informação de como o mundo atômico é e como ele se comporta 395 quando se observa? Todas as experiências até hoje montadas só teve essas duas situações ou o elétron se comportava como uma partícula ou se comportava como uma onda não tem uma terceira situação. A mecânica quântica integrou o conceito de onda ao conceito de partícula como sendo uma única coisa integrada. Algo parecido com o que Einstein fez em pegar o espaço e conectar com o tempo criando a ideia de espaço-tempo. As duas coisas eram separadas e ele percebeu que na teoria da relatividade tinham que integrar essas duas coisas para o mundo funcionar. No mundo quântico a integração foi feita por dois conceitos que antigamente eram separados e que agora tem que ser unidos. Então o mundo subatômico se tornou um ambiente muito estranho, tem uma frase dos grandes cientistas que diz assim: “Se você não achar a mecânica quântica um absurdo é porque você não a entendeu”. Porém, essa física “absurda” que se voltou para o mundo microscópico, onde passou a estudar os fenômenos subatômicos, mais tarde possibilitou grandes avanços tecnológicos, como o desenvolvimento das telecomunicações, os avanços na eletrônica, aparelho de CD, o controle remoto, os equipamentos hospitalares de ressonância magnética, o famoso computador e até mesmo uma explicação mais eficiente sobre a evolução do universo. ● A dualidade partícula-onda (estado ondulatório da matéria) Em 1905, Albert Einstein, um jovem e desconhecido físico alemão, publicou a Teoria Especial da Relatividade e a teoria do Efeito Fotoelétrico, que revolucionou a mentalidade científica para o estudo dos fenômenos atômicos. Com o desenvolvimento da Mecânica Quântica, através dos trabalhos de Albert Einstein, Niels Bohr, Werner Heisenberg, Wolfgang Pauli, Erwin Schrödinger, entre outros, descobriu-se o comportamento dual dos elementos atômicos e das ondas 396 eletromagnéticas, que ora se manifestavam como partículas, tendo massa e dimensões definidas, ora se manifestavam como ondas. Lembrando-se que Einstein propôs que as ondas eletromagnéticas como a luz, algo considerada energia, contínua, poderiam em determinados casos serem encaradas como partículas, como fótons, isso no efeito fotoelétrico. Em 1924, um físico francês chamado Louis De Broglie publica um artigo propondo que a matéria, a partícula, o elétron, também se comportaria como uma energia, onda [onda de matéria]. Até então não havia nenhuma experiência, nenhuma situação que pudesse levá-lo a acreditar nisso. No entanto, ele imaginava que: se o Max Planck escreveu a famosa equação de quantização da energia dizendo que a energia emitida por uma onda eletromagnética era E = nhf onde n são elementos da sequencia de números naturais. Pois, numa corda estacionária como é o caso da mola quando oscilada só coloca ondas inteiras ali, números naturais de ondas, não se conseguem colocar frações da onda. Bem como também ocorre o mesmo com o pêndulo que tem característica ondulatória. Então, De Broglie pensou que provavelmente a matéria também pudesse ser associada a uma característica ondulatória, ou melhor, relacionou o comprimento de onda λ com a quantidade de movimento mv da partícula, mediante a fórmula λ = h/mv. Vendo-se a equação se percebe facilmente, que à medida que a massa do corpo ou sua velocidade aumenta, diminui consideravelmente o comprimento de onda. Por exemplo, uma bola de beisebol com velocidade de 10 m/s e massa de 1 kg, o comprimento de onda associado a essa bola é λ = h/mv = (6,6x10 -34)/1x10 = 6,6x10 -35 metros [muito menor que o comprimento de onda do raio gama de no máximo 10 -14 metros. Donde, se conclui que esse comprimento de onda é extremamente curto, não se tendo instrumento para medir, daí praticamente para um corpo macroscópico o caráter ondulatório desaparece. Por outro lado, se aventar em calcular a frequência dessa entidade aqui 397 (f = 1/λ) ela vai dar tão alta, 1,52 x 10 34 Hz que nem os raios gama têm essa frequência de tão alta [vai de 1020 Hz a 1022 Hz] que o objeto parece sólido de tanto que oscila a onda associada a ela. No entanto, fazendo a mesma conta para um elétron com energia cinética de 100 eV (onde 1 eV, isto é, 1 elétron volt é uma medida de energia que pode ser convertida em joule, ou seja: 1 eV = 1.60217646 × 10-19 J) se tem λ = h/p = h/ 2mk = 1,2 x 1010 = 1,2 angström = 1,2 A. Angström é a unidade de comprimento de ondas muito curtas, essa medida é coerente com a própria estrutura do mundo atômico. As radiações de alta frequência se acham nessa faixa de comprimento de onda. No exemplo, o comprimento de onda de 1010 está na faixa do raios-X que é de 108 a 1012. Assim, De Broglie prevê o comprimento de onda para o elétron. Mais tarde é feita acidentalmente uma experiência injetando feixe de elétrons em cristais. E se descobre que os elétrons difratam na rede cristalina, monta-se um aparato experimental e calcula-se o comprimento de onda associado ao elétron nessa experiência de difração, achando-se o valor extremamente igual ao previsto por De Broglie. Estava assim provado experimentalmente que Louis De Broglie estava certo que as partículas subatômicas se comportam em determinadas circunstâncias como uma onda. Porém, no começo quando ele publicou esse artigo ninguém deu muita atenção para ele foi Einstein que percebeu a importância do que De Broglie tinha realizado: “Ela [a tese de Broglie] levanta uma ponta do grande véu.” Observação: mais tarde o professor Laércio da Fonseca vai criar um modelo quântico da matéria, uma teoria, um postulado associando a massa de uma partícula à frequência de onda da partícula. Mas só que vai caracterizar quando uma partícula está em deslocamento porque se a partícula estiver parada não se teria onda. 398 ● Experiência da dupla fenda e característica ondulatória do elétron No filme “Quem somos nós” tem o Dr. Quantum que mostra essa experiência com animação gráfica [Internet em “Dr. Quantum e a experiência da fenda dupla”] Esta experiência já era conhecida nos inícios do século XIX. Faziam essas experiências com luz e percebiam esse caráter ondulatório da luz da onda eletromagnética. Num ponto de um lago e se fazendo uma perturbação de maneira que a partir dele se começa a soltarem ondas circulares. Estas ao chegarem à fenda, diante dela, elas vão passar para o outro lado em expansão como se na fenda fosse semelhante aquele ponto e começasse a abrir de novo. Isso é uma onda. De fato, pois, se fosse feita experiência com partículas, não com onda, colocado um anteparo aqui, se fosse jogado feixe de bolinhas, daria apenas pontos intensivos porque as outras partículas que batiam iam refletir e voltar, não iria passar. 399 Numa dupla fenda. Jogar uma onda eletromagnética quando ela chega a um dos furos começa a sair uma onda, e no outro furo começa a sair também outra onda. Quando essas ondas começarem a se juntar vão fazer interferência construtiva e destrutiva. Pondo-se um anteparo vai se ver projetada nele uma figura que tem parte brilhante, parte escura, parte brilhante, parte escura, conhecida por figura de interferência. Vão aparecer linhas assim, o espectro não é contínuo, ele fica cheio de interferências. Isso ocorre para luz e para todo tipo de onda quando passa por fenda dupla. Alguns cientistas pensaram: se fizer o mesmo para o elétron ele vai se comportar como uma bolinha ou como uma onda? Quando jogaram um feixe de elétrons passando por uma fenda ele abria também do outro lado causando um foco e manchando tudo isso aqui com a parte do centro mais intensa, um brilho mais intenso no centro. Logo, se concluiu que também se comportava como onda. 400 Se jogassem um feixe de elétrons por duas fendas novamente a situação ia ser semelhante àquela que aconteceu com a luz. O resultado disso é que o feixe de elétron que na verdade era imaginado como partículas se comportaram exatamente como um fenômeno ondulatório. Por causa disso ficou mais uma vez comprovado e evidenciado a teoria de De Broglie. Isso gerou um problema muito sério na questão da natureza das coisas. Como que as coisas são na realidade? Como o universo quântico é na realidade? Essa é a questão: montando-se um experimento essas entidades do mundo atômico aparecem como partículas; numa outra experiência montada essas mesmas entidades aparecem como ondas não de probabilidades, mas sim de ondas reais, causando interferência. Como elétron pode ser num momento uma partícula que é uma coisa que ocupa um volume muito definido do espaço, e em outro ele se comporta como uma coisa extensa que se espalha no espaço que é uma onda? Esse comportamento dual nunca foi até hoje realmente explicado porque é assim. Os físicos não têm ideia dessa situação, isso é uma constatação experimental do mundo atômico, é assim e pronto, tem que se acostumar com isso. 401 ● O princípio da incerteza de Heisenberg Partindo dessas experiências um físico experimental chamado Heisenberg costumava investigar e pesquisar o mundo atômico para tentar medir valores no mundo atômico como, por exemplo, medir alguns parâmetros do elétron. Isso porque fundamentalmente quando se quer escrever uma mecânica para o mundo atômico, no fundo se quer na verdade é criar a chamada famosa equação de movimento. Supondo-se o elétron navegando por aqui com certa velocidade e se queira escrever a equação de movimento dele para se poder prever o futuro. Analogamente, como no caso do sistema solar que tendo a equação de movimento dos planetas se consegue prever eclipse daqui a 100 anos. Retomando o caso do elétron e se imaginado ele se deslocando ao longo desse eixo x com certa velocidade v. Para que se possa escrever a equação de movimento se tem que medir duas variáveis importantes, é só lembrar-se da equação do movimento uniforme s = s0 + vt que aqui é x = x0 + vt. y x0 v x As duas variáveis são: x0 que é a posição inicial dele, isto é, a posição que ele se encontra no instante do medir em relação ao sistema de referência adotado; v, ou seja, é preciso medir a velocidade dele. Tendo esses dois fatores se monta uma equação de movimento dele e tudo está resolvido. Só que, a rigor, os físicos não medem velocidade diretamente eles medem o momento (quantidade de movimento) que é p = mv. 402 Suponha-se que nessa sala tem um elétron e se quer medir a sua posição e a sua velocidade. Como não se consegue ver o elétron então se monta um aparato experimental. Torna-se essa sala fechada e totalmente escura onde dentro dela se coloca uma bola de plástico sem que se saiba onde ela se encontra. y ____________ ● x0 x Se o sistema de referência for à parede a bola fica localizada com duas coordenadas x e y. A técnica é fazer o seguinte: se pega uma luz e acende de modo quando ela bate na bola e volta para pessoa que observa está determinada onde a bola se encontra, se tendo o x0. Para medir a velocidade é só pegar o relógio e ver se essa bola está andando, quanto tempo ela demora em passar numa outra posição x, aí se olha e mede. O que se registra é que para detectar a presença dessa bola e medir a velocidade dela se precisa jogar alguma coisa nela e ela refletir. Agora, trocando-se essa bola por elétron como se faz para observá-lo? Como o elétron é muito pequeno, tem reduzido tamanho e massa, se precisa jogar um raio de luz com comprimento de onda muito curto, na faixa do tamanho dele, se não for assim não acontece nada com o elétron, pois o fóton não bate nele. Todavia, se o λ é muito pequeno então a frequência é muito alta, donde a energia (E = hf) que esse fóton está incidindo é muito alta. E aí quando esse fóton bater no elétron e quiser voltar para o observador, ele bate com tanta energia, com tanta força, que ele pega esse elétron e manda a quilômetros de distância. Assim, na hora em que o observador receber a informação ele não vai saber onde o elétron está. 403 Por outro lado, montando-se um aparato para medir a velocidade vai dar o mesmo problema em relação à informação. Pois, como marcar duas posições se não consegue medir nenhuma. Para melhorar o entendimento do que está sendo dito ao invés de jogar um raio de luz na bola de plástico se jogue jato de água de uma mangueira de bombeiro. A bola ia espirrar para tudo quanto é lado. Quando se vai medir, interfere e interferindo muda a realidade e não se consegue escrever uma equação de movimento precisa para qualquer partícula do mundo atômico. Quem já fez curso de mecânica sabe que quando alguém pede para fazer uma peça como, por exemplo, de 20 milímetros de comprimento. Tem que saber qual a precisão que se quer nessa medida porque a máquina que vai fazer isso aí necessita da tolerância como, por exemplo, erro na medida de 0,001. Em caso de dúvida medir com a régua e vê se consegue pegar no olho meio milímetro na régua. Heisenberg sabendo que as medidas dessas variáveis importantes para escrever uma equação de movimento tinham muita imprecisão, isto é, erro na medida. Mais especificamente, ele percebeu que todas as vezes que ia medir a posição de uma partícula subatômica se tinha um erro e esse erro era na ordem de x. No caso do exemplo anterior x igual a mais ou menos 0,001. E todas as vezes que se montava um aparato para medir o momento ou a quantidade de movimento p se tinha um erro também de p. Concluiu que todas as vezes que se for fazer uma experiência h quântica esses dois erros vão ter essa relação x. p ≥ onde h é 2 h o h normalizado valendo . Essa aqui é a famosa lei da incerteza 2 nas medidas do Heisenberg. O produto das duas incertezas é da ordem de grandeza de h que é muito pequeno: 6,6 x 10-34. Não se consegue precisão menor que isso, então sempre vai ter um erro na medida da posição e um erro na medida do momento (ou simplesmente da velocidade) e 404 quando dá um produto das duas essa equação diz o seguinte: todas as vezes que se tenta diminuir a precisão na posição se perde a precisão na velocidade, no momento; e toda vez que se monta um aparato para melhorar a medida da velocidade se perde precisão na posição. [sem perda de generalidade supõe-se que se queira uma boa precisão que não a excelente Δx=0, como Δx=10-34.000.000. Logo, h x. p ≥ , donde aproximadamente, 10-1.000.000.034. p ≥ 10-34, o 2 que implica Δp≥101.000.000.000, ou seja, “sem precisão” nenhuma. Uma ideia é a de se querer precisar onde está uma bola preta no escuro em velocidade. Lança-se uma bola branca, quando ela se chocar é conhecida à posição da bola preta, no entanto esta se deslocou com o impacto sem que se conheça o momento. Isso causou um problema muito sério na física porque como é que se vai escrever uma equação de movimento não se tendo nenhuma precisão. Montando-se um experimento para o elétron e fizer a seguinte pergunta: “o elétron está em repouso?” e a resposta “pode estar e pode não estar”? Não se sabendo se o elétron está em repouso ou movimento como escrever uma equação futura? Supondo-se precisar dessa informação com muita precisão porque se esse elétron estiver em movimento ele vai passar por uma fenda e ao chocar-se com o dispositivo eletrônico vai explodir uma bomba capaz de dizimar de 5 a 10 milhões de pessoas. Se o elétron suposto estiver parado a bomba nunca vai explodir. Mas, nenhum físico, segundo Heisenberg, consegue dizer com precisão o que está acontecendo. Se as pessoas vão morrer ou não, isso é um paradoxo que se vai discutir daqui a pouco com o nome do paradoxo do gato de Schrödinger. É uma tentativa de trazer efeitos quânticos do mundo subatômico para o mundo macro-cósmico. ● Densidade de probabilidade Por este motivo a teoria quântica abandonou parcialmente a noção de trajetória e da localidade, em função do princípio da 405 incerteza de Heisenberg. E a noção da trajetória de natureza determinista, substituída pela noção de função de onda, de natureza probabilística. Essa interpretação da função de onda, como medida da potencialidade de localização de uma partícula, foi dada pela análise e correta interpretação de Max Born. Resumindo, o fato de ser impossível atribuir ao mesmo tempo uma posição e um momento exatas a uma partícula, renunciando-se assim ao conceito de trajetória, vital em Mecânica Clássica. Em vez de trajetória, o movimento de partículas em Mecânica Quântica é descrito por meio de uma função de onda, que é uma função da posição da partícula e do tempo. A função de onda é interpretada por Max Born como uma medida da probabilidade de se encontrar a partícula em determinada posição e em determinado tempo. Esta interpretação é a mais aceita pelos físicos hoje, no conjunto de atribuições da Mecânica Quântica regulamentados pela Escola de Copenhagen. Para descrever a dinâmica de um sistema quântico deve-se, portanto, achar sua função de onda, e para este efeito usam-se as equações de movimento, propostas por Werner Heisenberg e Erwin Schrödinger independentemente. A função de onda está na fronteira entre o determinismo e o indeterminismo. Dessas imprecisões começaram a trazer para a física as probabilidades. Pois, no mundo atômico como não se tem os parâmetros iniciais conhecidos não se pode afirmar como o sistema vai evoluir, só se pode afirmar que há certa possibilidade do elétron estar em repouso e certa possibilidade de ele estar em movimento. Ou seja, ao invés de falar que a posição do elétron é exatamente essa no espaço em relação a uma coordenada, se diz que: existe certa probabilidade de encontrar esse elétron numa região. Assim, física passou a não ser mais uma coisa extremamente exata, objetiva e perfeita. Perguntando-se “com que velocidade o elétron está?”, responde-se que “existe uma probabilidade de ele estar com uma velocidade entre esse valor e esse”. Um físico vai criar uma matemática para criar essa ideia de densidade de probabilidade de modo que ao invés de querer achar 406 exatamente onde o elétron está, ele vai criar uma ideia exatamente de densidade de probabilidade que vai definir uma região aonde há maior probabilidade de encontrar o elétron e sempre com certa incerteza. Então a probabilidade está extremamente associada à incerteza nas medidas. Einstein não aceitava isso e contestava dizendo que deve haver algum erro nessas coisas aí porque “Deus não joga dados”. Isso porque ele vinha de uma classe de físicos de uma época que é chamada de determinismo, donde, todas as equações determinavam com precisão a evolução de um sistema físico, obtinham-se todos os valores exatos das medidas dos planetas. Mas no mundo atômico começou a dar esse problema de incerteza. Esse físico questionou se isso é real ou são os físicos que não estão montando o equipamento correto, tem algumas variáveis ocultas aí que eles não descobriram ainda e que vai destruir esse erro e se vai poder medir com precisão esses dois valores. Desta maneira, na época havia uma grande discussão. Existiam os físicos que estavam fazendo essas experiências e aceitavam um pouco essa coisa; e havia aquele grupo de físicos que vinha da escola antiga e acreditava num determinismo na física e não num probabilismo porque probabilismo é como se Deus estivesse jogando dados. Qual é o verdadeiro destino de um sistema físico? Pode-se prevê-lo com precisão? O mundo quântico fala que só se pode dar uma densidade de probabilidade de como isso vai evoluir no futuro. O princípio da incerteza de Heisenberg tem duas partes: 1ª) trata exatamente na incerteza na medida da posição e na incerteza na medida no momento; 2ª) associa exatamente quando for medir a energia E e o intervalo de tempo. Então na verdade toda vez que for medir a energia de um sistema se tem um erro na medida e esse erro vai se chamar E, pela mesma razão se for medir o intervalo de tempo se tem um erro Δt. Logo, da mesma forma que na primeira h parte, E x t . Portanto, as duas partes do princípio da 2 407 incerteza de Heisenberg são: uma para o momento e a posição, e outro para a energia e o intervalo de tempo. Essas incertezas vão levar o mundo atômico ao mundo das possibilidades. A pergunta de alguns cientistas é se o mundo atômico é regido por probabilidades, desconhecendo-se quando o fenômeno vai acontecer, como fica? Por exemplo, existe certa probabilidade de certo núcleo radioativo decair em 30 anos não é uma afirmação de que algo vai acontecer. Basta fazer analogia com a probabilidade de alguém ganhar na mega sena ser de uma em 50 milhões, mas ele pode jogar e não ganhar, ou seja, a probabilidade nunca acontece, o fenômeno nunca acontece, ter uma probabilidade não significa que ele vai acontecer. ● O gato de Schrödinger e o colapso da função de onda Para discutir essa questão Schrödinger, um dos pais da mecânica quântica, vai escrever uma equação de momento nessa mecânica levando em consideração a incerteza e a probabilidade da onda associada. No entanto, no princípio da incerteza, ele cria um paradoxo e esse paradoxo era para provar na época o quanto a física quântica era incompleta, o quanto faltava coisas para se entender. Então ele criou o paradoxo do gato de Schrödinger. Ele construiu a seguinte experiência hipotética. Pegou uma caixa e colocou dentro dessa caixa um gato e também um dispositivo que contém um núcleo radioativo e um frasco de gás venenoso. Quando o núcleo dessa substância radioativa decai emite 408 uma partícula que aciona o dispositivo e o frasco mata o gato. Só que tudo isso foi colocado numa caixa fechada e este átomo tem a probabilidade de emitir essa partícula num intervalo de tempo, então a pergunta é: quando a caixa for aberta o gato vai estar morto ou o gato vai estar vivo? Então a discussão é a seguinte: antes de se abrir a caixa as duas possibilidades são possíveis, porém quando a caixa é aberta o experimentador vê um gato morto e um núcleo decaído ou um núcleo não decaído e o gato vivo? A questão é saber quando é que o sistema deixa de ser uma mistura de estado e se torna um ou outro. O objetivo da experiência é ilustrar que a mecânica quântica é incompleta se não existirem regras que descrevam quando é que a função de onda colapsa e o gato se torna vivo ou morto, em vez de uma mistura de ambos. Na verdade se quer interrogar que a realidade depende do observador. Se não observar não se sabe o que vai acontecer? Quem é que decide se o gato vai morrer ou vai viver? Será que o observador interfere na realidade do mundo atômico? O que a mecânica quântica diz é que ninguém pode afirmar se aquele gato está morto ou vivo, só é possível afirmar quando for tirar medidas. E o que é tirar medidas? Tirar medidas é observar. Logo quem é que dirige essa realidade aqui dentro do mundo atômico? Quem decide se esse átomo vai desintegrar e essa desintegração vai causar uma morte? Com isso se tentou trazer uma problemática probabilística no mundo quântico. Não se consegue afirmar quando esse átomo vai desintegrar, será que tem uma consciência por trás que decide o fluxo do universo e decide se esse gato vai viver ou morrer. Para mecânica quântica enquanto não se abrir a caixa as duas possibilidades estão superpostas. Um físico fez uma previsão que deveria existir uma física quântica de vários mundos ou de n mundos chamados de universos paralelos. Segundo ele não é que exista o gato vivo ou o gato morto, existem os dois universos, onde num universo o gato está vivo e no 409 outro universo o gato está morto. Essas duas possibilidades coexistem. Quando se abre a caixa há um colapso na função de onda, porque deixa de existir a onda, e se acha a partícula aqui que é a de se ver se o gato está vivo ou está morto, ou seja, aí sim uma realidade é criada, mas é criada porque o observador participou. ● Papel do observador e primeiro passo para consciência e espírito Na física clássica havia aqueles parâmetros imutáveis: tempo absoluto, onde universo fluía e o tempo transcorria igual para todo mundo, não mudava nada; o espaço absoluto, ou seja, o espaço não era influenciado por nada; o “observador absoluto”, isto é, na física de Newton qualquer observador não tinha outro papel do que apenas observar, ou seja, de apenas tirar medidas sem interferir em nada do que estava acontecendo. O observador podia tirar as medidas de um planeta com telescópio, medir posição, fazer tudo, só que em nada interferia no que estava acontecendo, não tinha nenhuma importância no processo. É aquela velha história: o sistema solar funciona a milhões de anos, quando eu cheguei aqui não mudou nada, a minha presença não ocasionou em nada no universo. A única coisa que o físico vai dizer é que há uma probabilidade de algo ser onda ou partícula. O mundo fica indefinido enquanto não se observar. Então não há uma realidade porque onda e partícula são duas coisas completamente diferentes, elas são como se fosse cara e coroa, duas faces diferentes da mesma moeda. Olha-se de um lado da moeda aparece uma cara, olha a moeda do outro lado aparece uma coroa, mas no fundo se está olhando a mesma moeda. Portanto, é como se o elétron fosse um objeto assim. O novo paradigma que surgiu é: como é a realidade quando não se observa? Quem decide como o mundo atômico vai se 410 comportar quando não se interage? Por que o mundo atômico está acontecendo, os átomos estão acontecendo, os prótons, enfim todo o universo está acontecendo? E aconteceu. E se pergunta: Como aconteceu? Quem tomou as decisões para que tudo isso acontecesse dessa maneira? Por que quando uma consciência tenta criar uma realidade para entender como é o universo lá fora se tem que observar? Esse observador interfere e quando interfere cria uma realidade no meio de muitas possibilidades, porque enquanto não se observa o mundo atômico existe uma série de possibilidades, quando se monta um experimento e determina alguma coisa se colapsa a função de onda e cria uma realidade. As questões cruciais são: Quem é o observador que observa? Ou então, o que é o observador que observa? Quem observa é uma mente, é você, sou eu, são seres vivos que observam e nós tiramos conclusões, nós criamos uma realidade e na verdade quem observa é a consciência. Portanto, o observador é uma consciência. A consciência do homem interage com a matéria e essa interação com a matéria cria uma realidade, essa é a chave importante nesse ponto da física quântica que vai abrir as portas para os físicos que estão querendo criar uma ponte entre o espírito e a matéria. Não há como admitir que sempre duas pessoas observam uma mesma coisa de uma única maneira. Meishu-Sama “Não adianta apenas ter fé, rezar, acreditar em algo. É preciso sabedoria. (...) [Sakyamuni] chamava de kakusha ao homem despertado, que já trabalha num certo nível de consciência; ou seja, um bodhisattva; e denominava daikakusha, ao homem que atingiu um grau superior, inteiramente despertado. (...) o homem iluminado tem sabedoria.” Mas, o que é a consciência? Aí se vai entrar num universo não mais de um físico propriamente dito, vai se entrar no universo de um psicólogo, de um psiquiatra, de um terapeuta. Quem é esse ser que observa essa consciência que interage? Os esotéricos usam um sinônimo dessa palavra consciência que é o espírito. Então na 411 verdade é um espírito que observa, é uma alma que observa, é uma consciência. O meio científico não usa a palavra espírito porque dá uma conotação religiosa. Mas, qual é o papel real da consciência na construção da realidade no universo? Como essa consciência foi gerada? Os biólogos darwinistas introduzem o modelo da evolução do processo evolutivo da consciência, da geração da consciência, que é chamada de uma teoria de ascensão. Ela diz o seguinte: lá no oceano se tinha apenas átomos, moléculas, essas moléculas por um acaso foram criando moléculas mais complexas chamadas de moléculas orgânicas e criando os primeiros microorganismos. E novamente por acaso esses organismos vão se tornando cada vez mais complexos que criam um sistema onde eles viveram na água e por si só eles resolvem, não se sabe como nem porque, quem é que decide isso, criar pernas, criar pulmão e passar para terra. E depois ninguém sabe já que tudo é probabilidade no mundo atômico, quem é que define qual probabilidade que vai fazer com que as moléculas cheguem a uma espécie animal, criar asas e sair voando. E no final dessa escala evolutiva vem o homem com um cérebro e esse cérebro vai gerar uma consciência e essa consciência que é o próprio ser chamado de espírito. A pergunta é a seguinte: como que a natureza a partir de átomos simples que seguem leis probabilísticas decidiu tomar esse curso, criar essa realidade conectada até chegar ao homem e na consciência do homem? Então, para essa visão a mente é fruto de todo uma intrincada escolha que o mundo atômico fez para no final de tudo criar a consciência. Muitos cientistas não conseguem acreditar nisso, não conseguem acreditar nessa teoria evolucionária, alguns físicos começam a pensar que a consciência ou o espírito necessariamente deve ser anterior a tudo isso, eles dizem que na verdade uma consciência é que decidiu criar esse fluxo de realidade até chegar a onde os seres humanos estão. 412 Isso vai levar a uma discussão que a consciência age na matéria, determina o fluxo dos sistemas quânticos e necessariamente deve existir fora da matéria. Todas essas conjecturas serão feitas daqui para frente. A porta para se introduzir a consciência como parte integrante das experiências físicas ou das equações físicas está na medida porque com ela se introduz a consciência e a consciência pode tomar decisões. E desde quando a consciência está tomando decisão no universo? Aí se vai discutir Deus ou uma coisa que se vai chamar de consciência cósmica. Quando você e o cientista não existiam, quando essa consciência não existia, quem é que decidia como que o universo ia fluir? Amit Goswami e outros grandes físicos dessa área vão dizer que não existe outra possibilidade a não ser uma consciência maior atuando fora de tudo, da própria matéria, decidindo qual a probabilidade que vai realmente acontecer, que vai colapsar a função de onda e essa consciência ele vai chamar de consciência cósmica e que os comuns aí pode chamar de Deus. Uma inteligência criando e determinando que a própria matéria, os próprios elétrons, interaja desta ou daquela maneira. Cientificamente esta consciência cósmica é que geraria os números quânticos porque eles são tão precisos se variarem um pouco o universo colapsa, o átomo colapsa, então uma consciência muito inteligente teve que projetar tudo, como o universo deveria fluir, como deveria andar desde as partículas mais elementares até as moléculas e as estruturas mais complexas que existe nesse universo, nessa natureza. Só nesse conjunto de átomos se tem estrelas, planetas, sistemas planetários e a vida como ela se forma na Terra em moléculas altamente complexas e os seres humanos usando um corpo que é altamente complexo, biologicamente complexo, pensando, amando, angustiando, entristecendo, sendo alegre, feliz, o que é essa coisa que fica feliz, essa consciência, esse ser. 413 O papel chave que desempenham as observações na física quântica leva indubitavelmente a questões sobre a natureza da mente e da consciência e suas relações com a matéria. Então nesse momento em especial se está começando a abrir uma porta para integrar a consciência e o espírito como parte inevitável das relações com o universo, com a matéria, com o mundo atômico. Resumindo: a descoberta de que a dualidade partícula-onda leva a um problema sério de não se saber qual a verdadeira realidade da matéria e da natureza do mundo atômico se é onda ou partícula. As duas coisas ao mesmo tempo elas nunca aparecem porque são feitos experimentos diferentes. Mas, quando não se está observando não se sabe qual é a verdadeira realidade das coisas. O problema fundamental da medida que levou ao princípio da incerteza de Heisenberg, a imprecisão vai levar as ideias probabilísticas na física quântica e não mais um determinismo clássico que vinha da física newtoniana e até da física relativística. Agora, se tem a introdução da consciência-observador como parte importante integrante de toda a realidade das experiências do mundo atômico. ● Perguntas básicas “A física das possibilidades!”; “Matéria e todas as suas interações são ondas de possibilidades. Possibilidades de quê? De escolha. Escolha de quem? da ‘Consciência’.” 1ª) Qual é a diferença entre uma onda comum e uma onda de possibilidade? Resposta: Ondas são perturbações periódicas que podem tanto percorrer o espaço (onda em movimento) como oscilar num só local (onda estacionária). Uma onda comum – uma onda em movimento do mar, por exemplo – oscila no espaço e no tempo manifesto; é possível ver a perturbação, o deslocamento da água da posição de superfície 414 mudando com o tempo, as linhas da crista progredindo, e assim por diante. Uma onda estacionária são as notas musicais que você escuta, vindas de um violão, começam como ondas estacionárias; se você observar a corda, verá que ela vibra, oscilando enquanto permanecer no mesmo lugar. Uma onda quântica de possibilidades, ao contrário, não pode ser vista na manifestação. Nossa tentativa de vê-la faz com que a onda se desintegre numa partícula, por assim dizer. 2ª) Por gentileza, dê um exemplo de onda de possibilidade. Resposta: Considere um elétron livre para se mover no espaço. Em questão de segundos, a onda desse elétron pode se espalhar por toda a cidade, assim como se expande uma onda do mar, mas somente em possibilidade. É alta, certamente, a probabilidade de que o elétron vá para alguns lugares e baixa a de que apareça em alguns outros lugares. Na verdade, essas probabilidades (calculada pelo instrumental matemático da mecânica quântica) compõem uma distribuição, em curva de sino. 415 3ª) Por gentileza, dê um exemplo de onda de possibilidade estacionária. Resposta: Considere a onda de possibilidade de um elétron no mais baixo estado de energia (o estado fundamental) de um átomo de hidrogênio. Como o átomo confina o elétron, o elétron é descrito por uma onda de possibilidade estacionária. Na física newtoniana que você aprendeu na escola, supõe-se que o elétron orbite em torno do próton. Na nova concepção, você pode imaginar o comprimento de onda do elétron dando uma volta em torno da órbita (figura anterior). Mas a diferença entre o modelo clássico e o modelo quântico é assombrosa. No modelo quântico, o elétron compõem uma distribuição de probabilidade; a órbita apenas descreve lugares em que é mais provável que o elétron apareça. Mais uma vez, se fizermos várias observações, descobriremos que o modelo quântico está de acordo com os dados experimentais. 4ª) Você diz que a observação causa a desintegração da onda em partícula, e que, portanto, o objeto quântico será encontrado sempre num só lugar, e não espalhado por toda a parte. Sendo assim, como você sabe que existe uma onda de possibilidade antes da observação? Resposta: Quando fazemos uma grande quantidade de observações de elétrons em situações idênticas, encontramos os elétrons aparecendo em todos os diferentes lugares previstos pela mecânica quântica, de acordo com a distribuição em curva de sino. Essa é a resposta mais genérica a pergunta: a teoria é verificada pelo experimento, e, por isso, nós confiamos na teoria, que diz que o elétron é uma onda de possibilidade antes que nós o vejamos. Em algumas situações, podemos dizer que o elétron tem uma natureza de onda mesmo sem passarmos pelo trabalho de estudar a distribuição inteira. Veja, por exemplo, o experimento da fenda dupla (figura abaixo). O próprio fato de que os elétrons aparecem na placa fluorescente em outros pontos além daqueles que se encontram diretamente atrás das fendas denuncia a natureza de onda subjacente no elétron. 416 5ª) Por falar em experimento da fenda dupla, o que constitui uma fonte de elétrons? Resposta: Os elétrons estão em toda parte. Eles são partes constitutivas dos átomos que formam o grosso da matéria que existe na Terra. Encontram-se, sobretudo nos metais, onde alguns deles têm a liberdade para se movimentar no metal todo. Para obter elétrons livres de um metal, lançamos luz sobre ele, o que nos dá fotoelétrons. Os alarmes contra roubo funcionam com base nesse princípio. É possível também libertar os elétrons de suas cadeias metálicas esquentando o metal. Se você já viu, alguma vez, um tubo termiônico, ele funciona com base nesse princípio. 6ª) Voltemos, por um instante, para o experimento da fenda dupla. Por que o elétron não pode causar o colapso de sua própria onda de possibilidade? Resposta: Um sem-número de experimentos já demonstrou que o comportamento médio do elétron é completamente determinado pela mecânica quântica. Cada elétron, em cada evento, revela-se dotado de livre-arbítrio, na sua escolha de um ato entre as possibilidades? Nos primeiros tempos, até mesmo Niels Bohr ponderou sobre a questão do livre-arbítrio do elétron. Dificilmente algum físico de hoje concordaria com esse tipo de ideia. Mas ela é, em última análise, uma questão experimental, e está provavelmente excluída experimentalmente. 417 7ª) Por que não podemos dizer que a placa fluorescente mede os elétrons e, ao fazê-lo, causa o colapso da onda de possibilidade do elétron? Resposta: Isso estaria em contradição com a mecânica quântica, segundo a qual até mesmo a placa fluorescente deve ser descrita como uma onda de possibilidade. O agente do colapso precisa estar totalmente fora da jurisdição da mecânica quântica. 8ª) É difícil, para mim, aceitar que os resultados do experimento da fenda dupla na placa fluorescente permaneçam no limbo da possibilidade até que eu decida observar. Resposta: Pense em um elétron de cada vez. Cada elétron aparece em uma das franjas brilhantes (com probabilidades um tanto variáveis). A placa fluorescente amplifica o sinal do elétron em cada posição possível; é a sua função. A onda de possibilidade total compreende, agora, a superposição de todos esses elétrons possíveis, amplificados pela placa fluorescente em sinais possíveis. Mas, quando nós observamos, somente um desses sinais possíveis se manifesta; é nesse ponto que nós detectamos o elétron. Note que a observação desintegra automaticamente todas as coisas relacionadas com o evento. O ponto que é iluminado, por exemplo, faz parte do todo da placa. Note também que um aparato de observação tem uma segunda função: devido a sua massa, sua onda de possibilidade se expande um tanto lentamente, de modo que vários observadores podem compartilhar dos resultados da mesma observação. Observação: Após mais alguns estudos se retoma a esse aspecto da consciência porque o professor Laércio da Fonseca vai criar um modelo quântico da consciência e vai dizer que a consciência interage com a matéria dentro dos padrões e das leis da física quântica. Desse modo, a consciência deve ser um objeto quântico também para interagir de forma clara e objetiva com o mundo atômico. 418 Inseparabilidade Quântica ● O Paradoxo EPR e a não-localidade ● O Teorema de Bell – Troca de informações sem nenhum sinal trocado ● O experimento de Alain Aspect – Interconectividade ● O colapso da função de onda de probabilidade ● Teletransporte e teletransporte quântico ● O Paradoxo EPR e a não-localidade Apesar de ter sua estrutura formal basicamente pronta desde a década de 1930, a interpretação da Mecânica Quântica foi objeto de estudos por várias décadas. O principal é o problema da medição em Mecânica Quântica e sua relação com a não-localidade e causalidade. Já em 1935, Einstein, Podolski e Rosen publicaram mostrando uma aparente contradição entre localidade e o processo de Medida em Mecânica Quântica. Em 1930 Einstein e mais os amigos Podolski e Rose propuseram um experimento hipotético que poderia quebrar o h princípio da incerteza de Heisenberg: x.p . Qual seja: sempre 2 haveria erros na medida e nunca se poderia medir com precisão as duas grandezas ao mesmo tempo, isto é, teria que avaliar uma e depois montar outro experimento para avaliar a outra, e quando se media uma com precisão se perdia a medida da outra. Eis o experimento hipotético. Considerando-se uma partícula que vai se desintegrar em dois elétrons e1 e e2 que são espirrados diametralmente opostos para as posições A e B. 419 Como os elétrons são considerados gêmeos iguais e a quantidade de movimento é sempre conservativa, ou seja, nesse caso o momento p1 vai ser igual ao momento p2 porque os elétrons são expulsos praticamente com a mesma velocidade já que a mesma energia é dada a eles. Consequentemente, as posições são B = -A, ou x2 = -x1. Aí o Einstein disse que conseguia medir o momento e a posição desse elétron com extrema precisão, o que derruba o princípio da incerteza. Para isso quando o elétron espirra se monta um experimento para medir, por exemplo, p1. Porém, como não se pode medir a posição desse x1, então se mede a posição desse outro lado x2. Como x2 = -x1, então se tem p1 e x1. Na época em que foi proposto esse exercício não havia tecnologia e nem aparato experimental para fazer esse tipo de experiência, para confirmar se estava certo ou não. Mas, é daqui que saí uma das chaves da física quântica como porta para a espiritualidade. Niels Bohr disse que após o afastamento dessas partículas elas vão continuar ainda correlacionadas, interligadas, conectadas. Pode afastá-las de 10 km, 100 km, 1000 km, até de um ano luz, aí quando se mede uma das partículas instantaneamente vai perturbar a outra. Einstein não aceitou assegurando para saber alguma coisa tem que receber informação e esta tem que atravessar espaço, certa distância, só que isso demora um tempo e não existe, segundo a teoria da relatividade, nenhum sinal que pode viajar com velocidade superior a da luz. Einstein chamava esse entrelaçamento de “ação fantasmagórica à distância”. Dizia que gostava de pensar que a Lua estava lá, mesmo que não estivesse olhando para ela. Ele dava exemplo de um par de luvas, onde cada uma das luvas seria guardada numa caixa. Uma das caixas seria levada para bem longe. Abrindo-se uma delas e vendo que a luva era a da mão direita, não seria preciso abrir a outra caixa para saber que ali estava a luva da mão esquerda. Assim, tudo estaria decidido antes que se olhasse. 420 Retomando o elétron se sabe que quando o spin de elétron roda no espaço cria um campo magnético igual ao da Terra, isto é, um campo magnético norte e sul. Se ele girar de um lado, o norte e sul ficam de um jeito, se ele girar do outro lado, inverte a polaridade. Para acoplar dois elétrons, fazer dois elétrons correlacionar, na mesma camada e para preencher as camadas do elétron tem sempre que colocar o spin invertidos, basta para isso imaginar duas engrenagens rodando. Supondo-se os dois elétrons aqui no eixo x, um com o spin para cima e outro com o spin para baixo. [Lá na frente se vai pegar dois paranormais e colocar eles com a mente conectada e depois separá-los, mostrando que a consciência age de forma quântica.] De maneira análoga se pega esses dois elétrons e separa-os, um com o spin para cima e outro com o spin para baixo. ● ↓ ● ↓ ↑ ● ↑ ● Segundo o Einstein, se fizer qualquer medida, se for medir o spin desse aqui, se invertê-lo nada acontece com esse outro porque eles estão separados, estão distantes. Qualquer interação, qualquer perturbação que se faça nesse elétron, esse aqui não pode saber por que para saber ele teria que receber um sinal, uma informação que viajasse no máximo com a velocidade da luz. Toda interação que precise de um sinal em física é chamado de interação local, e com esta se pode localizar exatamente como eles interagiram. O sinal trocado pode ser um sinal de luz. Mas, o Niels Bohr falou o seguinte: virar esse spin aqui, não importa se está anos luz de distância, consequentemente vira esse outro spin instantaneamente. A pergunta é como que esse aqui soube que aquele lá virou e reagiu como se estivesse acoplado 421 ainda. E Niels Bohr ia mais longe e falava assim: não tem nenhum sinal trocado, uma vez em estado correlacionado eles continuaram correlacionados. Esse tipo de interação sem nenhum sinal trocado se chama interação não local porque é como se ocorresse instantaneamente, ou seja, t = 0, ou ainda como se tivesse alguma coisa levando informação numa velocidade infinita. Na época houve uma discussão de como acertar os relógios para dizer que as medidas foram simultâneas se elas tiverem separadas por ano luz, como é que se passa a informação para o observador que está aqui tendo ela que vir na velocidade da luz. Contudo, se argumentava que ao desenvolver tecnologias mais modernas se poderiam fazer essas medidas num curto espaço de tempo. Quem é que vai sair ganhando nessa história, quem é que está certo Einstein ou Niels Bohr? A pergunta é quando se separa dois objetos será que eles estão separados de verdade, será que não existe alguma coisa que os conecta? Imagina que o que conecta seja uma barra de aço, se virar esse elétron instantaneamente o outro vira, por eles estarem grudados na barra. Outra ideia a respeito é pensar que um objeto fosse uma ilha, e o outro objeto fosse outra ilha, com o oceano preenchendo o espaço entre elas. Olhando-se de cima se vê uma ilha aqui (ou seja, um ponto) e outra ilha aqui (outro ponto) e o mar a sua volta. Parece que essas duas coisas são duas coisas completamente isoladas e separadas, mas numa outra dimensão, numa outra realidade ou numa outra forma de ver certas forças que não estão aparecendo, algo como o Niels Bohr fala que o Einstein não consegue ver onde está à conectividade, o que está conectando as duas partículas na realidade. No caso é a “continuação” das ilhas. O que é que pode estar fazendo essa conexão? Mas, para frente, se vai ver que é o campo. Ele que foi uma das grandes criações de Einstein e que foi posta de lado infelizmente pelos físicos. Todavia, o professor Laércio Fonseca acha que essa criação tem muita coisa ainda para dar é só dar uma modificada em alguns 422 pontos e essa criação de Einstein pode voltar com uma força e ter uma saída inesperada para outra direção onde Einstein ficou barrado e não conseguiu ir para frente. ● O Teorema de Bell – Troca de informações sem nenhum sinal trocado Nos anos 60 J. S. Bell publicou uma série de relações que seriam respeitadas caso a localidade — ou pelo menos como a entendemos classicamente — ainda persistisse em sistemas quânticos. Tais condições são chamadas desigualdades de Bell e foram testadas experimentalmente em favor da Mecânica Quântica. Como seria de se esperar, tal interpretação ainda causa desconforto entre vários físicos, mas a grande parte da comunidade aceita que estados correlacionados podem violar causalidade desta forma. ● O experimento Interconectividade de Alain Aspect – Alain Aspect, em 1982, montou um aparato experimental em cima do teorema do Bell e conseguiu fazer o experimento. Assim, o resultado desse experimento: ou iria aprovar o princípio da incerteza de Heisenberg e aí a mecânica quântica está correta; ou iria derrubar a mecânica quântica e falar que Einstein está correto. Essa experiência foi feita e repetida muitas vezes, só que ao invés de usar um par de elétrons para fazer a medida se usou um par de fótons para fazer a medida. Ele montou um sistema com uma fonte de luz onde emitia um par de fótons, um para um lado e outro para o outro lado. Mas, o que se vai medir no fóton se ele não tem spin? Todavia ele tem algo muito interessante que é a polarização (lembrar-se do polarizador de máquina fotográfica para tirar reflexo). Supondose que esses dois fótons sejam emitidos de modo que um passe por 423 um polarizador e muda-se a sua polarização para ver se esse outro fóton também muda. E foi exatamente o que Alain fez, mediu e para o espanto da maioria esse aqui virou a polarização também, ou seja, a não localidade foi provada experimentalmente em laboratório, isto é, não existe mesmo nenhum sinal trocado. Isso é uma maneira de dizer que de alguma forma todas as partículas do universo estão conectadas. Aceitando a teoria do Big Bang de que toda matéria estava no ponto e que no começo era só um mar de fótons que foi se transformando, criando as partículas e subpartículas. Nesse ponto elas estavam correlacionadas, aí explode, vai expandir, vai dar as galáxias. Será que até hoje toda matéria que existe no universo e toda energia que existe no universo também não estão ainda correlacionados, ou seja, qualquer mudança que se faz num elétron aqui não afeta o sistema como um todo. Isto é as teorias sobre todos somos um, as filosofias orientais, as religiões, que estão constantemente pregando essas questões de colocar a unidade de todas as coisas. Parece que a física está restabelecendo esta unidade novamente, esta interconectividade novamente, mostrando de uma forma ainda desconhecida do ser humano que a humanidade está conectada, todas as partículas do corpo humano estão conectadas, por isso que qualquer coisa altera um processo maior. [se fizer o bem ou mal o outro recebe o bem ou mal, respectivamente, mesmo que aparentemente não seja]. ● O colapso da função de onda de probabilidade Bohr contribui decisivamente também para esse desenvolvimento ulterior da mecânica quântica. Ele e seus seguidores (incluindo Heisenberg) ajudaram a formar a chamada Interpretação de Copenhague. Nessa interpretação, dá-se a explicação quântica da medida. Uma medida realizada sobre um sistema quântico resulta da interação do observador. Como a medida resulta numa certeza sobre um valor de uma grandeza 424 (observável) ao passo que a função de onda associada representa uma função de probabilidades em termos da posição e tempo, tal conjectura implica dizer que o ato de medir acarreta um colapso da função de onda: o ato de medir destrói um possível emaranhamento quântico e literalmente cria a realidade experimentalmente mensurada. Havia em verdade três correntes a respeito da realidade subjacente e da medida quando em âmbito da física quântica: 1ª) a corrente realista - a que contava com Einstein como um de seus defensores -, 2ª) a agnóstica, e 3ª) a ortodoxa. Os realistas defendiam uma realidade sempre existente, consistindo-se o ato de medir, pois em uma simples inspeção de tal realidade. Os ortodoxos afirmavam que não haveria uma realidade tangível associada ao sistema quântico até o momento em que se realiza alguma medida sobre o mesmo, momento no qual a realidade mensurada seria literalmente "criada" com a redução da função de onda associada. A interpretação dos ortodoxos é, pois a denominada Interpretação de Copenhague, sendo esta a vitoriosa frente às experiências - a saber, o paradoxo EPR e o teorema de Bell - pelo menos até o momento. Entre os dois, os agnósticos recusavam-se simplesmente a responder tal questão afirmando tratar-se de uma pergunta intangível por meios experimentais, contudo as mesmas experiências citadas demonstram que esta posição não era admissível, e que um dos outros dois grupos deveriam estar com a razão - e o outro não. Einstein, contudo morreu sem aceitar a Interpretação de Copenhague. Enfim, quando se monta um experimento e se encontra a partícula em algum lugar se diz que essa onda de probabilidade colapsa, ou melhor, a função probabilidade que colapsa porque se encontrou, não há mais probabilidade nenhuma. O professor Laércio Fonseca pega uma tábua ou uma chapa de aço e a coloca no meio de uma caixa preta fechada. O elétron só 425 pode estar em um dos dois lados então é como se diminuísse a probabilidade em 50%. No momento que se observa, que se tira a medida e achar ou não o elétron aqui, colapsa essa onda. Separando-se as duas metades de um ano luz, ante de se observar não se sabe em qual das duas partes está o elétron. Porém, no momento que se observa, é feito uma medida, se achar o elétron aqui essas ondas todas aqui matematicamente colapsa a função de onda. De forma instantânea, sem ser um sinal que está sendo trocado, apenas um argumento matemático que acontece infinitamente rápido que colapsa imediatamente a função de probabilidade. ● Teletransporte e teletransporte quântico O teletransporte seria o processo de moção de objetos de um lugar para outro com a transformação da matéria em alguma forma de energia e sua posterior reconstituição em outro local, baseado na famosa lei E = mc2. É importante ressaltar que teletransporte como definido aqui e na ficção científica, não tem relação com teletransporte quântico, um termo técnico-científico utilizado na Física quântica para denotar transporte de informação. Teletransporte quântico é uma tecnologia que permite o teletransporte de informação, como o spin ou a polarização (não existe transporte de energia ou de matéria) por meios exclusivamente quânticos, que independem de meios de transmissão. Teletransporte de informações. Proposto pela primeira vez em 1993 por físicos teóricos que trabalhavam para a empresa IBM, utiliza um efeito da mecânica quântica chamado de entrelaçamento quântico, pelo qual partículas subatômicas que passam por processos quânticos mantêm um tipo de associação intrínseca mesmo depois de separadas, à semelhança do fenômeno de ressonância, mas teoricamente independente da distância. 426 O exemplo mais citado é o de duas partículas criadas conjuntamente que assumem spins opostos, e ao se determinar o spin de uma, o spin da outra fica instantaneamente determinado, mesmo que elas estejam separadas. A tecnologia tenta usar esse efeito para telecomunicações ou armazenamento de informação num possível computador quântico [neste se trabalha com 0 e 1 ao mesmo tempo, sendo capaz de fazer previsões variadas, como de tempo, terremotos, etc.] Uma questão colocada é a de a realização de um teletransporte quântico destruir o original ou não A seguir se faz seis observações importantes: 1ª) Duas coisas significativas para abrir uma ponte para a espiritualidade. A primeira é que a consciência causa o colapso da função de onda de probabilidade. Na verdade, não é uma consciência individual do observador, mas sim uma consciência expandida desse observador que ele não percebe as vezes que de alguma forma estaria conectada com a consciência cósmica. O que nada mais é do que uma ideia mais moderna, mais científica de Deus. Isso será discutido mais adiante quando se tiver todas as bases teóricas da matemática e da física quântica necessária para que se possa compreender devidamente. Mas, isso não impede que se enfatize que consciência cósmica ou divina ou simplesmente Deus é a consciência que atua no mundo subatômico definindo as realidades, e não a consciência do observador individual quando vai olhar um experimento, montar um experimento, não é o observador que decide. No filme “O segredo” por achar que se pode mudar tudo, o destino do universo, se registra aqui neste livro que a situação não é bem assim. Pode transformar sim, desde que se esteja conectado e consciente com a consciência cósmica. Em poucas palavras: saber se Deus também quer. Por exemplo, alguém quer ganhar uma 427 Mercedes, ganhar na mega sena, qual é o segredo: ver se na experiência cármica do desejoso, Deus também quer isso porque é uma inter-relação. No filme, o cosmos conspira, mas como é que ele vai conspirar a favor, que regras Ele vai usar, como esse Deus vai realmente atuar, será que às vezes um desejo não estaria desrespeitando algumas leis? Essa consciência cósmica realiza sonho se este estiver em harmonia porque, às vezes, o desejo de um pode ser a desgraça do outro. Supondo-se que se deseje uma vitória e se o cosmos conspirar a favor do pedinte significa que ele está conspirando contra os outros. Então que raio de Deus é esse que favorece um em detrimento do outro? Vai se criar um conceito novo para a consciência. Saber o que é a consciência, do que ela é feita, o que são as emoções, sentimentos, tristezas e angústias. A consciência existe como fruto de uma evolução cerebral ou existe antes do próprio cérebro? Será que a consciência só existe por causa do cérebro, ou o cérebro existe por causa da consciência? Aí se vai falar de vida após a morte, consciência existindo fora desse corpo biológico completamente independente desse cérebro, desse corpo. Num tópico adiante se vai ver melhor o que é a consciência. A segunda coisa importante é exatamente a interconectividade de tudo, ou seja, tudo está quanticamente conectado pela ideia da interação não local. 2ª) Um outro ponto é a causalidade descendente e a causalidade ascendente. Causalidade ascendente significa a lei de causa e efeito, ou seja, a ideia de que a consciência existe por causa do cérebro, ou seja, precisou milhares de anos de evolução para que a biologia construísse um cérebro desses, com essas características, para que a consciência pudesse estar ai. Chama ascendente porque vem desde o átomo, a célula, molécula, organismos, o homem. Causalidade descendente mostrando que a consciência não poderia ser fruto do cérebro porque como o cérebro iria causar o colapso da função de onda se a consciência só existisse no cérebro? 428 A ideia central é de que se vai inverter o princípio, na verdade os primeiros microrganismos lá no oceano só se organizaram para formar o organismo mais complexo porque antes disso tudo uma determinada consciência que existia antes de tudo isso, dirigiu, influenciou as probabilidades. E fez com que os átomos dispersos que provavelmente a escala da onda de probabilidade para formar o meio complexo que é o homem mesmo em um bilhão de anos nunca ia existir. Messias ensina: “Vejamos, primeiramente, como foi criado o ser humano. Segundo as religiões, ele é uma criação do Criador de todas as coisas. A Ciência baseia-se na teoria da evolução pregada por Darwin: diz que a ameba transformou-se em lagarto, depois em lagarto gigante, em macaco, semelhante ao homem, e finalmente em homem. Deixemos de lado, porém, a veracidade ou falsidade dessas teorias.” Assim, antigamente todo mundo achava que Deus era o criador de tudo. Quando veio Darwin ele falou que não se precisa de Deus, a natureza faz isso tudo sozinha, ela vai se adaptando, vai se transformando. Muitos cientistas e biólogos estão questionando profundamente a teoria de Darwin. Mais na frente se vai discutir muito melhor como Deus tem que existir para que a vida possa acontecer do jeito que ela está hoje. Vai se entender como a ciência pode abrir portas para a espiritualidade, mas não para uma espiritualidade de fanáticos, mas sim uma espiritualidade consciente, lógica e profundamente racional. Por isso que se está dizendo que Deus vai ser objeto da ciência e não somente das religiões. 3ª) A conexão da Mecânica Quântica com conceitos como a não-localidade e a causalidade, levou esta disciplina a uma ligação mais profunda com conceitos filosóficos, psicológicos e espirituais. Hoje há uma forte tendência em unir os conceitos quânticos às teorias sobre a Consciência. 429 Físicos como o indiano Amit Goswami se valem dos conceitos da Física moderna para apresentar provas científicas da existência da imortalidade, da reencarnação e da vida após a morte. Suas ideias aparecem no filme Quem somos nós? e em obras como A Física da Alma, O Médico Quântico, entre outras. Ele defende a conciliação entre física quântica, espiritualidade, medicina, filosofia e estudos sobre a consciência. Seus livros estão repletos de descrições técnicas, objetivas, científicas, o que tem silenciado seus detratores. Fritjof Capra, Ph.D., físico e teórico de sistemas, revela a importância do observador na produção dos fenômenos quânticos. Ele [o observador] não só testemunha os atributos do evento físico, mas também influencia na forma como essas qualidades se manifestarão. A consciência do sujeito que examina a trajetória de um elétron vai definir como será seu comportamento. Assim, segundo o autor, a partícula é despojada de seu caráter específico se não for submetida à análise racional do observador, ou seja, tudo se interpenetra e se torna interdependente, mente e matéria, o indivíduo que observa e o objeto sob análise. Outro renomado físico, prêmio Nobel de Física, Eugen Wingner, atesta igualmente que o papel da consciência no âmbito da teoria quântica é imprescindível. 4ª) A física não está completa tendo muitas coisas para ser descoberta ou criada, principalmente na física quântica e na teoria geral da relatividade. Uma delas é fazer uma teoria unificada dos campos, das forças unificadas, ou seja, teoria einsteiniana de campo (campo gravitacional e campo eletromagnético) e teoria quântica do campo (campo nuclear com suas forças forte e fraca). Mas não adianta se não for colocada a consciência como parte integrante. Alguns acham que fazer isso é bobagem, algo que não existe. Por isso que existe hoje uma divisão na física, onde os físicos mais espiritualistas querem colocar a consciência e o espírito envolvendo a parte da física, da ciência. Ainda, é um grupo pequeno, mas que está crescendo. Daqui a 300 anos como é que vai 430 estar a física? Será que a física não vai estar muito mais espiritualista do que essa velha física materialista? O professor Laércio Fonseca acredita que essa física espiritualista vai crescer, não há outra saída porque a realidade é definida por uma consciência e a realidade só pode ser definida segundo a física quântica depois que é medida. Isto é, depois que o observador vê, pois enquanto ele não olha não se sabe nada sobre a realidade, nem sobre os destinos dela. A ideia de livre arbítrio leva o elétron a ter probabilidade no mundo atômico. No entanto, por que o universo está sempre acontecendo desse mesmo jeito? Se fosse probabilidade então a cada hora o elétron tomava uma decisão diferente lá no mundo atômico e isso afetaria todo o universo e o universo a cada dia seria um universo diferente. Porém, existe uma ordem nas galáxias, nos sistemas solares, nos seres, que mantém o universo funcionando dentro de certo equilíbrio. Agora quem é que decide isso? Os físicos materialistas não conseguem dizer que os físicos espiritualistas estão errados, mas, por enquanto, estes também não conseguem dizer que estão certos, então se está num impasse. Para novas ideias se estabelecerem na física demora. Basta recordar que Einstein não ganhou o prêmio Nobel com a teoria da relatividade que ele havia criado, mesmo 20 anos depois as pessoas ainda ficavam reticentes em relação à relatividade. 5ª) No próximo tópico se vai abordar o que é o salto quântico, aquele movimento descontínuo onde a coisa some aqui e aparece ali, não tem trajetória. Este é a terceira condição importante para a espiritualidade, pois: a primeira foi o problema da medida que leva a consciência; e a segunda foi a interconectividade de tudo através das interações não locais. 6ª) Meishu-Sama emprega o conceito de elo espiritual. “Até agora pouco se tem falado sobre elo espiritual, porque ainda se desconhece a sua importância. Entretanto, embora os elos espirituais sejam invisíveis e mais rarefeitos que a atmosfera, 431 através deles todos os seres são influenciados consideravelmente. (...) Primeiramente desejo advertir que isso é Ciência, é Religião e também preparação para o futuro. O princípio da relatividade, os raios cósmicos e os problemas referente à sociedade ou ao indivíduo, tudo se relaciona com os elos espirituais. (...) Tomemos como exemplo um homem qualquer; pode ser o próprio leitor. Ele não sabe quantos elos espirituais estão ligados a ele; (...) Portanto, não é absurdo dizer que este se mantém vivo graças aos elos espirituais. (...) Recentemente, começaram a fazer pesquisas científicas sobre os chamados raios cósmicos, os quais, a meu ver, são os elos espirituais que unem a Terra aos outros astros. Desde que foi criada, a Terra mantém o equilíbrio no espaço graças aos elos espirituais dos astros ao seu redor, que a atraem.” 432 Salto Quântico ● O modelo atômico de Thompson ● O modelo atômico de Ernest Rutherford ● Espectros atômicos ● O modelo atômico do átomo de hidrogênio de Bohr ● Movimento descontínuo ● A teoria de Schrödinger ● A interpretação de Born para a função de onda ● O modelo atômico de Thompson Para entender completamente o que é salto quântico se começa com a discussão do modelo atômico no início do século XX. Em 1910 se queria compreender como o átomo estava distribuído. Os físicos conseguiam medir mais ou menos a massa de um átomo como, por exemplo, a do hidrogênio. Eles também sabiam que o átomo continha elétrons (carga elétrica negativa) e que a massa do elétron era muito pequena em relação à massa do átomo em si. No entanto, o átomo era neutro eletricamente, então deveria existir uma carga positiva nele. Eles começaram a intuir que as cargas eram bolinhas e o átomo com n elétrons teria n de carga positiva. Não havia a ideia de um sistema planetário com núcleo no centro, como o sol, e nem se conhecia o próton. E a questão passou a de como essas n de cargas elétricas negativas e as n positivas estariam distribuídas. Com o passar do tempo se achou que a distribuição era esférica com raio da ordem de 10-10 metros. Devido à repulsão mútua dos elétrons e da carga positiva, imaginou na esfera carga positiva ao lado de elétron negativo, nunca um positivo (negativo) perto de outro positivo (negativo) senão eles iam se repelir, e aí fazendo à somatória dava neutro. Não tinha elétron em movimento, nem a ideia da carga positiva em movimento. Esse modelo foi vulgarmente conhecido como pudim de passas. 433 ● O modelo atômico de Ernest Rutherford Em 1911, Rutherford vai fazer experiências interessantes para contestar esse modelo de pudim. Ele pegou uma lâmina muito fina de ouro e começou a jogar partículas alfas que são núcleo de hélio, isto é, dois prótons, logo positivas, e colocava um anteparo do outro lado. Eles perceberam uma concentração na parte central. Pois, de acordo com o que se sabe atualmente, toda carga positiva do átomo e o nêutron estão concentrados no núcleo, e os elétrons estão muito distante em órbita numa eletrosfera, ou melhor, num orbital da eletrosfera. Só para dar uma ideia dessa distância, basta levar em conta o tamanho da bola de futebol no centro do Maracanã seria o núcleo e o primeiro elétron a ser encontrado estaria orbitando nas arquibancadas do estádio, os demais no átomo é vazio. 434 Na medida em que foram jogadas cargas positivas de partículas alfa e estas chegavam ao núcleo que também é positivo, elas voltavam; se passasse próximo sofreria desvio; se passasse no vazio existente entre o núcleo e a eletrosfera ia reto e não batia em nada. Aí Rutherford postulou: 1. toda carga positiva está localizada no núcleo; 2. toda carga negativa (portanto, os elétrons) estão girando ao redor do núcleo, exatamente como os planetas giram ao redor do sol. Esse foi o primeiro modelo simplificado do átomo chamado modelo planetário. De fato, pois se os elétrons não estivessem girando, eles com carga negativa, e o núcleo com a carga positiva, aconteceria atração e o elétron cairia no núcleo em 10-12 segundos. Por isso é que se postulou que ele estava girando ao redor do átomo. 435 Mas, aí teve um problema com esse postulado. Exatamente nesse ponto que vai conflitar com a física clássica porque a teoria do eletromagnetismo de Maxwell diz que: uma carga elétrica acelerada emite radiação. Se os elétrons se movem em torno do núcleo então eles têm aceleração centrípeta, donde emitia radiação, perderia energia e assim a órbita dele seria de se esperar que fizesse uma espiral ao ir perdendo energia e caindo, perdendo energia e caindo, até ele cair no núcleo e o átomo colapsar. Esse problema da instabilidade do átomo ficou em aberto até que Niels Bohr através de alguns experimentos vai criar o primeiro modelo quântico do átomo que depois mais tarde ainda vai ser aperfeiçoado. Antes se vai falar sobre ... ● Espectros atômicos Pegando-se um recipiente com gás de hidrogênio (H2). Isso porque o hidrogênio é o átomo de carga um com um elétron apenas na eletrosfera e assim seria o átomo mais simples de se construir um modelo dele. Continuando, se criava um dispositivo de jogar uma descarga elétrica no gás (análogo, ao que acontece basicamente com as lâmpadas de vapor de mercúrio no cotidiano do ser humano; só que ao invés de usar o hidrogênio se usa o vapor de mercúrio). Eles faziam isso por acreditar que os elétrons da descarga ficavam excitados por causa do choque com os elétrons do hidrogênio e ganhavam energia indo para uma órbita mais alta, significando ampliar, aumentar a distância do núcleo. 436 Quando o átomo não estava excitado, estava normal, ele tinha uma distância de um r mínimo, simbolizado por r0, de modo que para mais baixo ele não iria. Quando passava essa corrente isso aqui ficava iluminado, o hidrogênio irradiava luz, para emitir luz tinha que emitir ondas eletromagnéticas. Fazendo-se essa luz passar por uma fenda e um filamento dessa luz passar por um prisma e se colocar no fundo um filme fotográfico para se tirar o espectro eletromagnético. É óbvio que essa luz sofre desvios no prisma, porém o interessante é que não vai ficar todo espectro colorido, iluminado, ao contrário, vai ficar todo preto e aparecem só algumas linhazinhas assim, ou seja, cada linha uma frequência. Isso aqui se chama espectro de emissão do gás quando ele está excitado, quando ele não está excitado ele emite mais não emite tudo. 437 O gás estaria entre a fonte de luz e a fenda. Essa parte escura no espectro (ali ameixa escura) entre as frequências são comprimentos de onda que ficam faltando, ou seja, o espectro não está continuo. Tendo-se uma frequência aqui e outra ali e como E = hf então, se tem uma energia aqui e outra ali. Pode-se criar um diagrama de níveis de energia possível no átomo de hidrogênio. O espectro do hidrogênio atômico com esse espaçamento das linhas sugere alguma coisa quântica. n2 Assim, foi escrita a fórmula = 3.646 x 2 que dá esses n 4 comprimentos de onda característicos, consequentemente, a fórmula para distribuição do espectro de energia. A partir disso se percebe construir uma coisa mais ou menos. O primeiro comprimento de onda dá um nível de energia aqui, depois dá outro, ou seja, o espectro de energia não é contínuo. Isso significa que o elétron fundamental estaria aqui com nível de energia E0, enquanto os excitados com nível maiores do que zero. [E0 = hf e E = n E0] En ______________●_________________ ... E2 ______________●________________ E1 ______________●________________ E0 ______________●________________ O elétron girando ao redor do núcleo de um átomo, a energia não se troca de modo contínuo, mas sim de modo discreto (descontínuo), em transições cujas energias podem ou não ser iguais umas às outras. 438 ● O modelo atômico do átomo de hidrogênio de Bohr Bohr imaginou que o elétron quando excitado salta para níveis de energia e quando não está excitado ele desce emitindo um fóton com energia E = En – En-1. Aí ele começou a perceber exatamente porque o Max Planck havia quantizada a energia que o corpo negro emite, pois os átomos de qualquer material quando excitados saltam. [quantização dentro do átomo] A partir desse estudo de que o elétron dá saltos para poder emitir esse tipo de espectro de energia, Niels Bohr vai criar o modelo do átomo dele. Em 1913 ele faz os seguintes postulados ao modelo que ele cria do átomo de hidrogênio, este que só tem um próton e um elétron. 1º) um elétron em um átomo se move em órbita circular em torno do núcleo sobre a influência da força da atração elétrica colombiana entre o elétron e o núcleo obedecendo às leis da mecânica clássica. A força de atração que existe aqui parecida com a gravitacional é a força elétrica que vai ser igual à força centrípeta, isto é: Kq1q2/r2 = mv2/r. 2º) invés da infinidade de órbitas que seriam possíveis segundo a mecânica clássica devido ao seu momento angular l = mw onde w é a velocidade angular, se tem que um elétron só pode mover-se em uma órbita na qual seu momento angular é um múltiplo inteiro de h cortado, isto é: l = nħ, onde n é igual 1, 2, 3, ... Isso aqui significa quantizar o momento angular donde as órbitas que são possíveis não são qualquer uma, por causa desses níveis de energia então ele vai postular exatamente isso o que é muito importante para se entender salto quântico. O elétron só pode estar numa órbita, a próxima órbita que ele pode assumir é uma outra distante e assim por diante ele vai assumindo órbitas não contínuas. Falava-se que isso é devido ao caráter ondulatório do elétron porque o elétron como onda só se pode pôr um número de ondas inteiro não consegue colocar meia onda, um terço de onda. As 439 ondas exigem quantificação. Colocar mais uma onda inteira aqui no processo força ele a dar um salto, a órbita não pode ser contínua, ela vem num outro nível e assim por diante ela vai subindo. Então, os físicos até calculam essa órbita do elétron mais baixa cujo raio mínimo é r0 e a energia fundamental do elétron é E0, e depois qual é o segundo raio, terceiro raio, quarto raio que ele pode estar. Isso significa quantizar o momento angular. Ele vai estar em algumas órbitas específicas para completar o número de ondas que ele vai espalhar dentro como se fosse uma mola ou corda fechada. 3º) vai contrariar profundamente a física clássica do eletromagnetismo, ao dizer: apesar do elétron estar constantemente acelerado (ou seja, tem aceleração centrípeta), ele não irradia e, portanto a energia total permanece sempre constante. ● Movimento descontínuo Aqui se encerra com a ideia de trajetória da partícula. Um elétron no ponto A e um ponto B do espaço sem nada, esse elétron para ir de A para B simplesmente some em A e aparece em B e ninguém sabe como ele atravessou esse espaço entre A e B. E diz-se mais: ele faz isso instantaneamente, com t = 0, donde a velocidade é infinita. Porém, Einstein na sua teoria havia formulado que nenhuma matéria pode viajar com a velocidade superior a da luz. Mas, Bohr diz: só é emitida radiação eletromagnética se um elétron que se move inicialmente em uma dessas órbitas de energia total E n muda seu movimento descontinuamente de forma a se mover em uma órbita de energia total outra menor ou maior que En, onde a frequência da irradiação emitida é igual. Niels Bohr só diz que ele sai de um nível e vai para outro nível, ele ganha energia e vai para outra órbita. Mas, aí tem uma probabilidade, ele pode aparecer em qualquer lugar dessa órbita. Ele dá um salto e aparecer aqui instantaneamente sem gastar nenhum segundo, tecnicamente ele atravessou o núcleo. Não existe 440 trajetória, ninguém sabe por onde o elétron foi, ele fez o que se chama em física de movimento descontinuo. É como se ele se desmaterializasse e instantaneamente materializasse em outro ponto do espaço é isso que postula a física quântica. Aqui só tem uma onda de probabilidade que garante ele estar nessa outra órbita. Passar da órbita da energia fundamental E 0 para outra órbita de energia E1 ele tem que ganhar uma quantidade de energia. Para voltar ele perde um fóton que tem energia E = E1 – E0 medida em forma de radiação eletromagnética e salta deste nível para esta outra órbita. Mas, aonde na órbita? Ele pode daqui saltar para cá como pode daqui saltar para cá e continuar girando. Bohr postulou que o elétron não tem realidade material entre as órbitas. Ou seja, não existe realidade material do elétron, ele salta de um nível para outro e esse salto de um nível para outro se chama salto quântico. Ele é exatamente esse movimento descontínuo que o elétron faz na estrutura do átomo. Isso está acontecendo todos os dias, toda hora, cada minuto e nunca foi explicado, até hoje a física quântica nesse aspecto é uma coisa em aberto. Fica pior porque esse é o modelo da física de préquântica, esse é o modelo mais simples do átomo mais simples. Quando se vão preencher as camadas eletrônicas no átomo se têm não mais órbitas, mas sim orbitais. Orbital nada tem haver com esse modelo planetário dos átomos, os elétrons num orbital não gira em órbita circular ao redor do átomo. Se o elétron pode sair de um ponto até espacialmente falando, no salto quântico espacialmente ele muda de lugar mesmo, é real, não é virtual, não é matemático, é medição. Ora o elétron está aqui, ora está ali, ele não existe no meio. É instantaneamente como naqueles filmes da feiticeira onde ela balança o nariz, dá uma piscadinha e some e aparece aqui do outro lado instantaneamente. 441 ● A teoria de Schrödinger Quem vai escrever uma equação de movimento que possa reger todos esses fenômenos quânticos, possa descrever os movimentos das partículas no mundo quântico, foi Schrödinger. Para isso associou cada partícula quântica a uma função de onda. Alguns físicos dizem que é só uma interpretação matemática, que a onda não é real. Mas, se ela não é real então como se mede a difração de elétrons que é uma experiência real? Onde o elétron se comporta como uma onda e o comprimento de onda esperado é exato. O professor Laércio Fonseca defende a ideia de que o elétron realmente oscila, ele vibra, é real como uma entidade ondulatória. Mas, quando se faz um experimento se detecta ele como partícula. O professor vai explicar isso mais para frente. A teoria das cordas que é uma das teorias mais modernas na física quântica atual, para tentar integrar todas as interações da física e criar uma teoria do todo, teoria do campo unificado mesmo, ela prevê que o elétron e o quark vibram como se fosse uma corda fina. Então os físicos estão indos por esse lado agora, achando que é uma coisa real que vibra, o professor também tem essa intenção. Porém, como escrever uma função oscilatória, ondulatória, cíclica, como um movimento harmônico simples? Uma função matemática que descreve muito bem uma onda é a função y = sen x com o gráfico daquela “minhoca” bonitinha. 442 Uma função de onda de uma partícula se deslocando vai ter duas variáveis: a posição e o intervalo de tempo. A função construída é: Ψ(x,t) = sen2π (x/λ – vt), onde λ é o comprimento de onda. Isso seria uma equação que associaria a um elétron em movimento. Essa função pode ser escrita desta outra forma: Ψ(x,t) = cos(kx-vt) + isen(kx-vt), onde i é um número complexo, o número imaginário 1 . A equação de Schrödinger que vai descrever o movimento de uma partícula vai ser esta equação: (- ħ2/2π) ƏΨ(x,t)/Əx2 + V(x,t) Ψ(x,t) = iЋ ƏΨ(x,t)/Ət. Ele achava que era uma função de onda real associada ao elétron, que governava o movimento do elétron. Então, se tem o elétron em movimento com uma velocidade v e associada a ele uma onda que governa e que ele era uma onda se deslocando. ● A interpretação de Born para a função de onda David Born fazendo envolvimentos matemáticos com Ψ(x,t) terminou encontrando como resultado uma função real p(x,t) que é exatamente a função densidade de probabilidade. Algo matemático onde se vai entender como colapsa a função de onda. Em outras palavras, a função de onda que colapsa é essa função densidade de probabilidade. Tendo-se ao longo do eixo x um elétron que se desloca associado ele uma onda de probabilidade, quando se desenhasse essa onda daria uma coisa assim. 443 Quanto maior a amplitude da onda existe a probabilidade maior de encontrar o elétron entre x1 e x2. À medida que essa intensidade aqui diminui, nunca vai achar o elétron ali porque a probabilidade cai para zero. A partir do momento que se tem essa função probabilidade andando junto, quando o elétron mais oscila mais ele tem um caráter de objeto real, se pode achá-lo como partícula nessa região aqui entre x1 e x2, então essa função é chamada função densidade de probabilidade. Logo, quando o físico faz uma medida e acha a posição do elétron aqui, ele colapsa essa função porque encontra, mas a probabilidade já dizia que dá para encontrar ele nessa região entre x1 e x2, a probabilidade maior de achar ele ali. Por causa dessa função densidade probabilidade quando vai aplicar ao elétron na órbita, não se tem mais as órbitas ao redor do átomo, mas sim os orbitais s, p, d, f. Para o orbital s a região de probabilidade de encontrar o elétron dava um 8 deitado (∞) no espaço em três dimensões. Ou seja, na interseção é o núcleo do átomo donde nessa formulação aqui do orbital s jamais o elétron está numa órbita circular ao redor do núcleo atômico porque não dá para definir trajetória. A física quântica não permite definir a trajetória que o elétron faz. Com o avanço da mecânica quântica aquele modelo planetário dos átomos deixou de existir. Jamais um físico pode dizer como que o elétron anda ao redor do núcleo, segundo essa 444 probabilidade do orbital s ele pode ficar andando aqui nessa parte do símbolo do infinito e jamais passar para o outro lado da outra parte do oito deitado, ou seja, do átomo. Como que um elétron que está no orbital s, ora está desse lado ora está do outro, pelo que se vê, ele chega a atravessar o núcleo, passar por dentro. É claro que perto do núcleo a probabilidade cai para zero, pois não vai achar o elétron no núcleo. Contudo, como que essa função densidade probabilidade o faz aparecer do outro lado? Esta é uma questão tão complicada que a física quântica se torna muito complexa. De modo que até hoje os próprios físicos não a entende direito e ela é uma física aberta, não é uma física acabada. No entanto, o público leigo pensa que tudo está resolvido e às vezes nem sabe o que está falando. Nesse trabalho pelo menos se procura mostrar para o esotérico, para o místico, de onde os físicos estão tirando essa linguagem, essas ideias como, por exemplo, o colapso da função de onda. Observações: 1ª) Se o elétron pode saltar porque uma pessoa inteira também não pode? Será que os extraterrestres, as civilizações extremamente avançadas, não conseguem construir uma tecnologia de transportar sua nave inteira sem navegar espaço algum? A matéria tem a propriedade de dar esses saltos quânticos sem se preocupar com o espaço, só tem energia envolvida é como se o espaço não existisse. As ciências mais avançadas no futuro ou entrando em contanto com inteligências extraterrestre que dominam toda essa física avançada no universo tornaria isso viável. Os terráqueos aprenderiam exatamente como construir o Stargate, o portal estelar, que é exatamente o lugar onde se passa todos os átomos e partículas de uma pessoa que recebem uma excitação energética de tal maneira ao sair do outro lado dá um salto quântico. Entra num outro ponto sem gastar tempo. Se a Enterprise 445 pode dobrar o espaço que é muito mais complicado, por que não se podem fazer deslocamentos quânticos que é mais fácil? Nada de buracos de minhocas no espaço, máquina do tempo, porque aqui não tem problema com o tempo, não tem problema de velocidade, não precisa nem de foguete na nave, a tecnologia é outra. Aperta o botão e salta. 2ª) O salto quântico é algo extremamente complexo e importante. Pois, ele vai abrir portas para se entender como o plano espiritual se conecta, como o espírito se desloca, como que o espírito pode estar em uma outra dimensão da realidade e vir para cá, o que separa uma dimensão de outra, onde a cidade dos espíritos fica, o que está impedindo a interação do ser humano com essa outra dimensão? Como explicar a iluminação por meio do salto quântico da consciência. 3ª) O professor Laércio Fonseca vai colocar a teoria dele de quantização da massa, algo que só ele fez até agora. É uma hipótese que tem de bater com algumas expectativas físicas e esotéricas espirituais. 446 Teoria do Campo Unificado ● O núcleo atômico ● As forças nucleares ● O caráter quântico dos prótons e nêutrons ● Unificação dos campos ● O núcleo atômico O átomo, embora praticamente vazio, tem noção de sólido porque os elétrons estão se movimentando muito rápido. Eles não chegam mais perto do núcleo por terem uma energia mínima na qual se mantém estável nessas órbitas onde o número de comprimento de ondas tem que encaixar. Os cientistas começaram a fazer experiências para tentar entender mais sobre o núcleo atômico e descobriram que ele tinha carga positiva. E que, no caso do hidrogênio existia apenas uma carga positiva; no caso do átomo de hélio tinha duas cargas positivas, no entanto, quando se ia pesar a massa atômica dava 4, ou seja, existia algo mais no núcleo além dessas cargas positivas. Eles teorizaram a existência de uma partícula positiva com carga positiva e a batizaram com nome de próton. Aí surgiu uma pergunta intrigante: como que no átomo do hélio onde existiam dois prótons no núcleo, com carga positiva, se mantinha estável? Quando se sabe que colocada duas cargas positivas numa distância muito curta entre eles, a tendência é existir uma força elétrica muito forte de repulsão devido à fórmula eletrostática F = (kq1.q2)/r2. ● As forças nucleares Foi a partir desta observação que os cientistas tiveram que reformular a estabilidade nuclear. Como que o núcleo não explodia jogando prótons para tudo quanto é lado? Então eles tiveram que 447 postular a existência da maior de todas as forças até agora observada na natureza, a existência da força nuclear. Uma força apenas de atração que só atua a curtas distâncias fora do raio do núcleo atômico ela não atua. Ela vence a força elétrica funcionando assim. Querendo-se aproximar esses dois prótons a força de repulsão começa aumentar assustadoramente, mas se vencendo uma distância x se entra num raio de ação da força nuclear onde eles grudam. É como se cada próton tivesse um gancho amarrado nele que quando se engancham ficam grudados, mesmo com a repulsão eletrostática. Essa poderosíssima força de atração que apareceu no mundo atômico foi a que trouxe dificuldades para Einstein por ser um novo tipo de força, um novo tipo de interação entre dois corpos, que não era eletromagnética nem tão pouco gravitacional e era algo extremamente poderoso que o homem jamais tinha visto na vida. Nessa ocasião, o físico alemão estava tentando criar uma equação de campo unificado, unificar as forças da natureza, mas ele só tinha eletromagnetismo e gravitação para fazer a conta. Com a descoberta dessa força nuclear ficou um problema de como iria considerar essa força agora no seu campo unificado. A dificuldade em parte era também porque Einstein não gostava muito da teoria quântica, ele não teve tempo para absorver tudo isso e morreu antes que toda a sua teoria fosse construída. Por isso as teorias de campo de Einstein soam como uma sinfonia inacabada. O número atômico é dado pelo número de prótons no núcleo do átomo, e é ele que caracteriza o elemento químico, ou seja, é a carga nuclear que caracteriza o elemento químico. Por exemplo, o hidrogênio tem carga nuclear +1 por ter apenas um próton no núcleo do átomo de hidrogênio donde o elemento químico hidrogênio tem número atômico 1. O hélio tem carga nuclear 2 por ter 2 prótons então seu número atômico é 2. O lítio é 3, e assim por diante. Os pesquisadores descobriram que na natureza existiam apenas 92 elementos químicos, sendo que há 448 entre estes os que não existem na natureza, são feitos artificialmente. Retomando a questão de o elemento químico ter número atômico 2 e peso atômico 4. Os cientistas encontraram uma partícula nova no núcleo que tinha a mesma massa do próton, porém sua carga elétrica era nula, e a ela batizaram com o nome de nêutron. Isso gerou a pergunta crucial no começo da física que era: o que esses nêutrons estão fazendo no núcleo? Qual é o papel do nêutron dentro do núcleo? Isso foi uma incógnita no começo das pesquisas. Todavia, quando foram estudar o elemento químico de número atômico 92, ou seja, o urânio, ele tinha peso atômico de 238, começaram a perceber que quanto mais prótons no núcleo mais instável era o átomo. E assim concluíram que não existia átomo com cerca de 100, muito menos acima de 100 no núcleo exatamente porque o átomo começa a ficar instável. A razão disso é a seguinte: ao se chegar a colocar num núcleo um próton, outro próton, eles querem se repelir e a força nuclear segura. Aí se for colocando mais um próton, mais um, mais um, até quando ela suporta? Na física quântica existe a lei de que todas as vezes que se reduz a região onde uma partícula tem que estar ela reage movimentando-se com velocidade imensa e o núcleo é muito ativo. Então, se percebeu que à medida que esses prótons iam aumentando apareciam os nêutrons lá no meio para estabilizar o núcleo, porém, chega à uma hora que o núcleo não aguenta mais a instabilidade e começa a pôr próton para fora e a isso se chama de radioatividade. Os cientistas perceberam que o nêutron é moderador, uma das atividades dele é moderar a força nuclear, é segurar a instabilidade do núcleo. Os isótopos de urânio são iguais no sentido de terem 92 prótons, só que tem menos nêutron lá no núcleo e quanto menos mais instável ele fica a ponto de explodir. Na natureza existe muito pouco do urânio 235 que é o bom para fazer 449 bomba atômica. Quando juntam uma quantidade desse urânio chamado de urânio enriquecido, basta uma quantidade de 1 kg para a energia liberada romper a força nuclear e os elétrons e os prótons que estão sob ação da força eletrostática muito poderosa espirra e esse espirrar rápido é uma explosão, é a bomba atômica lançada em Hiroshima e Nagasaki. Hoje se consegue obter energia térmica no reator atômico controlado para fazer energia elétrica que move submarino nuclear e ilumina cidades. O que interessa a esse curso é entender que no núcleo atômico os cientistas descobriram duas forças novas que não são de natureza eletromagnética e nem gravitacional: a chamada força nuclear forte que é a de atração entre prótons; e uma força nuclear fraca que é uma interação entre os nêutrons. Portanto nêutron e nêutron se atraem não com uma força tão poderosa quanto à força nuclear forte que tem de superar a repulsão eletrostática. Os nêutrons não têm nenhuma força de repulsão entre eles, por isso necessita apenas de uma força nuclear fraca a fim de mantê-los próximos. ● O caráter quântico dos prótons e nêutrons Mas, essa união ocorre exatamente porque no núcleo atômico existem níveis quânticos também, isto é, os nêutrons e os prótons estão em níveis quânticos da mesma forma que a eletrosfera. Existem regras no núcleo para os prótons que lá estão só que elas não estão muito bem definidas. Os prótons ficam se movimentando só que não se tem noção de como, mas seguem leis probabilísticas muito específicas, vai ter níveis quânticos nucleares. Sabe-se que no mundo quântico não tem fotografia, não tem uma foto das coisas, tudo é criado. Por exemplo, se cria um modelo hipotético para entender as interpretações das medidas, então esse é um dos problemas do mundo atômico ele não é observável diretamente. 450 ● Unificação dos campos O professor Laércio Fonseca vai fazer uma fusão entre a teoria de campo de Einstein e a teoria quântica de campos para construir o modelo que ele quer construir para falar sobre matéria do plano astral e modelo quântico da consciência do próprio espírito. O renomado físico alemão começou a estudar o campo gravitacional e o campo eletromagnético, a interação que essas duas forças podiam ter. Ele tinha certa filosofia, certa religiosidade e sempre conduziu internamente um Deus monoteísta, ou seja, uma entidade que governa todo o universo, que conectaria todas as coisas do universo. Isaac Newton também tinha essa visão, basta recordar que ele criou a ideia de éter, uma substância conectando todas as partículas do universo, permeando todo o universo, e ele achava que Deus tinha que fazer parte dessa coisa toda. Muito dos filósofos que discutem Einstein dizem que ele insistiu na teoria de campo mesmo quando ela não começou a funcionar para a física quântica em alguns aspectos. Contudo, ele insistiu, não abandonou essa sua teoria de campo até o final de sua vida, exatamente por causa da sua visão monoteísta de Ser Supremo. O professor defende a ideia de que talvez Einstein estivesse certo, o que ele não estava acertando é com o jeito de fazer a coisa. Os físicos materialistas abandonaram essa ideia de Deus e foram fazer suas pesquisas, suas medidas e agora no final da década de 80 para frente alguns começaram a perceber que é inevitável não deixar de fora a consciência e nem uma coisa chamada consciência cósmica que é um modelo muito mais avançado de Deus. Um Ser Supremo diferente do Deus religioso, do Deus imperador que do alto dirige o mundo ditando regras e leis. Pois, isso levou o homem e a própria ciência há uma barreira entre ao que se chama de ciência propriamente dita e a metafísica, religião e espiritualidade. Essas duas coisas sempre caminharam juntas no passado, os 451 cientistas nunca tiveram medo de andar junto, Deus nunca foi absurdo para a ciência, para Newton e para Einstein. O campo gravitacional onde tem uma massa, e o espaçotempo que circunda tudo isso passa a ter uma textura real, aqui não tem nada de virtual. O espaço-tempo pode ser encarado como um fluído onde que se chama de vazio e vácuo não existe fisicamente. Inexistência de matéria na verdade é preenchido pelo chamado por Einstein de campo. Este vai ser o tecido básico de construção do universo e que o professor Laércio Fonseca vai por numa linguagem matemática dentro de um modelo. Quando Einstein começou a aperfeiçoar essa teoria de campo para mostrar que o campo eletromagnético é de mesma natureza do que o espaço-tempo, ele queria dizer o seguinte. Imaginando-se esse ponto aqui ser o elétron que gera ao redor dele um imenso campo elétrico que se estende até o infinito. E se movimentar esse elétron ele gera campo magnético. Então a ideia é relativística, essa mesma partícula além de ela ter carga elétrica que gera o campo elétrico e o campo magnético, ela tem massa que poderia criar o campo gravitacional. Só que Einstein falava que o campo é único. Todavia, a física abandonou essa ideia. O professor acha que ela vai voltar nesse Terceiro Milênio com toda a força e quem vai trazê-la vão ser os espiritualistas, não vão ser os físicos de partículas que estão aí muito materialistas. Os físicos pensavam que a partícula gera o campo, ou seja, pelo fato do elétron ter massa ele gera um campo gravitacional, e pelo fato de ter carga elétrica ele gera um campo eletromagnético. Einstein mudou isso para “não será que é o campo que cria a partícula?”. E convidava para se imaginar que exista só o campo, sem nada. De repente acontece alguma coisa nele e ele cria a partícula com a característica de carga ou com a característica de massa, então o campo é um só, esse campo é que tem características. Então essa partícula criada pelo campo o Einstein 452 chamou de campo condensado, ou seja, quando o campo se condensa num ponto vira uma partícula. O universo para o Einstein não é senão o campo. As chamadas partículas todas elas são manifestação do campo. O elétron seria uma manifestação local, uma condensação local do campo, e o próton seria outra condensação local do mesmo campo. O que dá característica de carga positiva ou negativa de massa é como esse campo vai se adensar. E se vai ter que construir matemática para mostrar que o campo condensando de um jeito cria as propriedades de carga, de massa e até as propriedades nuclear como o nêutron. Mas, o que é o campo? O campo é uma forma de energia que existe no universo aonde tudo vai surgir a partir daí. O que conecta dois elétrons é o campo, eles fazem parte do mesmo tecido, o tecido nunca foi rompido. Portanto, não só os elétrons, mas todas as partículas do universo estão conectadas pelo campo, o campo é substância única, portanto tudo é de mesma natureza. O livro clássico do Taoismo diz que todo universo é constituído de Chi que é a substância primordial, todas as coisas do universo se condensam a partir do Chi e elas se dissolvem novamente para formar o grande Chi. Substituindo Chi pela palavra campo e ler o texto deste livro clássico e ler o texto do Einstein se notam que as teorias são idênticas: tudo que existe no universo são condensação e manifestação do campo e quando essa partícula se dissolve ela se desintegra e vira novamente o campo. Por isso que pode existir aquela coisa chamada não localidade, que pode ser explicada porque as partículas estão conectadas, nunca vão ser possível pela teoria do campo desconectar as partículas, elas sempre vão interagir conectadas pelo campo. O campo é o tecido, ele é a partícula, a partícula é campo condensado, essa é a chave do trabalho do professor Laércio Fonseca e isso já cheira a unidade cósmica dos antigos espiritualistas: tudo é um, somos um, eu e o pai somos um, tudo é, eu sou um com as plantas, eu sou um com a cadeira, com os 453 átomos, com a matéria, com o universo. Mas, por que eu sou um, nunca foi explicado direito. Até que Einstein dizia que a partícula quando se desloca no mundo quântico ninguém sabe o que ela é. Isso porque as pessoas não percebem o deslocamento de uma partícula no mundo atômico, ela não é como aqui, a partícula se dissolve no campo, dilui e condensa, dilui e condensa, dilui e condensa. Por isso que ela pode se diluir aqui e condensar lá, e para nós a partícula saltou, mas ela não saltou, apenas se dissolveu e apareceu lá. Para ilustrar tal situação se simplificar o campo como algo linear, a partícula como a saliência na reta apontada pelo dedo, e a dissolução da partícula com o apertar do dedo em cima daquela saliência. Feito isto a partícula espirra para o outro lado de modo que ela surge do lado esquerdo e desaparece do lado direito, sem que haja deslocamento. É só pensar em potenciais de energia, esse potencial se dissolve, como tem que ter conservação de energia, o universo tem que se conservar, então em outro ponto do universo esse tecido vai ter que ondular-se novamente. Uma oscilação do próprio campo seriam movimentos de vaivém numa reta, como grosso modo na figura a seguir. 454 Assim, essa textura fluídica do campo oscilaria e com essa oscilação acontece a presença da partícula. E quando não oscila o campo é neutro, não tem massa, não existe carga, não existe nada, existe um campo neutro, o campo sem oscilar. Se o campo oscilar naquela região surge às partículas, e elas são os resultados da oscilação do campo. As duas fórmulas de campo que existiam eram g = GM/r2 (módulo do vetor campo gravitacional) e E = kQ/d2 (módulo do vetor campo elétrico), cujo gráfico é a seguinte figura. Nesta figura g pode estar em E, assim como r em d. Quando o r cresce o campo diminui, mais quando se aproxima de zero o valor do campo tende a ser infinitamente grande, ou seja, existe algo que está sendo concentrado naquela região e essa concentração nada mais é que a própria partícula, ela é uma concentração do próprio campo. Os físicos modernos estão trabalhando com partículas isoladas, esqueceram o campo porque matematicamente ficou complicado usar essa ideia de campo. Laércio Fonseca vai simplificar monodimensional como o campo colocando a linha _____________________________________________ e vai imaginar que uma partícula (ilustrada como aquele ponto negro) 455 ________________________●____________________ x surja proveniente de uma corda oscilando (daí se pode ver que a teoria do professor vai encaixar um pouco na teoria das supercordas) aonde a amplitude da oscilação é mais intensa daí se pode até aplicar a onda de densidade de probabilidade. 456 PONTE ENTRE A FÍSICA E A ESPIRITUALIDADE Modelo quântico da matéria ● A quantização do “campo de energia oscilante” [ponto central da nova teoria] ● Espectros atômicos nucleares e níveis quânticos nucleares ● A quantização do “campo de energia oscilante” De Broglie empregou a equação do Einstein E = mc2 e a equação do Planck E = hf e as igualou, donde mc2 = hf, o que implica m = hf/c2. Como h e c são constantes, então h/c2 é uma constante k, logo m = kf. O professor Laércio Fonseca vai fazer uma coisa que ninguém fez que foi quantizar a massa. As três chamadas partículas materiais fundamentais da natureza ou partículas fundamentais do campo atômico são elétron, próton e nêutron (esquece-se que estes dois últimos são formados por quark, bem como também não se leva em conta agora os fóton e gráviton, que são partículas fundamentais dos campos eletromagnético e gravitacional, respectivamente). A massa do próton é 1,672 x 10-27 quilogramas, a massa do nêutron é muito parecida 1,675 x 10 -27 quilogramas, a massa do elétron é muito pequena 9,109 x 10 -37 quilogramas, o fóton teoricamente teria massa 0 e o gráviton ninguém sabe. A matéria que mais existe no universo é hidrogênio, todo o universo é composto de 99,99999% de hidrogênio. O hidrogênio mais simples tem um próton e um elétron. Como não existe um elemento com meio próton, meio elétron ou uma fração do elétron. O próximo elemento que existe na natureza é o hélio que tem 2 prótons, 2 nêutrons e 2 elétrons. Isso aponta para uma quantização. Os elementos químicos são múltiplos inteiros, isto é, ou tem 1 457 próton, 2 prótons, 3 prótons, 4 prótons, 5 prótons, não tem meio próton, um terço de próton, a natureza não trabalha frações. Nenhum físico neste mundo consegue diferenciar um elétron de outro, eles são clones idênticos um do outro, a mesma coisa no próton e no nêutron. Eles sempre são formados na natureza iguaizinhos com a mesma massa, mesma carga, a carga idêntica uma do outro não tem uma carga de um próton que seja menor do que a carga do outro próton, a natureza ela só faz as coisas uma igualzinha a outra. A partícula sendo uma oscilação desse campo então no estado fundamental a massa de qualquer uma dessas partículas são desses valores iguais, ou seja, m = kf. Desta forma, o elétron tem que oscilar sempre com esse valor de frequência, se algo oscilar diferente pode dar um próton, pode dar outra coisa, mas elétron não. ● Espectros atômicos nucleares e níveis quânticos nucleares No entanto, o professor Laércio Fonseca criou a hipótese que existiriam outras frequências em que o elétron poderia existir, tanto mais altas quanto mais baixas, mas com uma energia quantizada. O elétron não pode assumir qualquer frequência ele vai ter um espectro de energia interna em níveis quânticos. Ou seja, a frequência do elétron designada por fe se subdividisse em fe1, fe2,..., feN. A fim de simplificar se retira os índices “e” da letra “f”, isto é, f se subdivide em f1, f2,..., fN. Então, o professor vai propor a seguinte teoria. Para o elétron aqui no Mundo Material se chama de N = 1, nível quântico 1, nível de massa igual a m1 = kf1. Num nível quântico mais baixo de energia o campo oscile num modo de energia quantizado onde se terá um nível quântico N = 2 onde existe uma massa m2 = kf2. E assim por diante até N = n, mn = kfn, no caso de N = máximo mmáx = kfmáx = k.0 = 0, que é o campo. 458 N = máximo mmáx. = kfmáx = k.0 = 0 . . . N=n mn = kfn . . . N=2 m2 = kf2 N=1 m1 = kf1 Frequência mais baixa o comprimento da onda associada a esse elétron mais expande, ele vai ficar invisível, pois os fótons vão atravessá-lo, ele não vai refletir fóton, onda eletromagnética. Já frequências mais baixas, menos expansão e o caráter de solidez aumenta. E assim por diante até a ideia de Mundo Material em N=1. Gráfico abaixo há dois erros: 1º) o último f2 deve ser um f3; 2º) f1 e f2 estão trocados. Grosso modo, apenas para dar uma ideia, imaginem uma plantação de roseira. A rosa seria de N=1, sua raiz de N=2, a semente de N=3, e o campo de N=n. Einstein postulou a equivalência entre massa e energia ao escrever E = mc2, assim como energia é quantizada, então massa 459 também é. O elétron pode baixar a frequência até zero, onde a corda, o campo, fica sem vibrar, fica reto, aí praticamente é um espaço vazio como se não tivesse nada ali, só tendo um campo sem oscilar. Então, o professor criou níveis quânticos para a massa cada vez mais sutil e também pôde fazer para níveis mais densos, para os números inteiros negativos como n = -1, -2, -3, etc., onde pode ter matéria muito mais densa, elétrons muito mais densos do que esse elétron comum, estrela de nêutrons, buracos negros. Observações: 1ª) Aqui abre portas para algo que se vai abordar em próximos tópicos, como: prótons, elétrons e nêutrons formando átomos de matéria muito menos densa. Então a matéria neste plano mais sutil constitui a matéria dos planos espirituais. Por isso que o espírito feito dessa matéria muito sutil pode atravessar parede, andar no Mundo Material e não ser visto porque ele não reflete ondas eletromagnéticas, a onda de um fóton passa através dele e vai embora, ele não choca e oticamente os olhos dos encarnados só enxergam a reflexão luminosa. Assim, não se vê a matéria das cidades astrais. Enfim, se está postulando uma coisa tão simples e tão real de que a matéria que existe no plano espiritual é a mesma matéria daqui, só que numa outra densidade quântica mais sutil. Isso corrobora com a visão de paranormal, de sensitivo, com a visão espiritualista de que falam os grandes espíritos das cidades astrais, do mundo astral, da matéria. No livro de Kardec um espírito fala para ele que no universo tudo é fluídico, existe um fluido cósmico que a física não descobriu ainda que permeie tudo isso que é, para o professor: o campo. 2ª) Campo que gera tudo não tem energia material, vide que E=0. Meishu-Sama ensina que: “meu propósito é falar sobre a energia espiritual, que a Ciência e os cinco sentidos do homem ignoram (...) quanto mais rarefeito (puro) é o espírito, maior é o seu poder de atuação.” Caso contrário, o campo seria de urânio, pois 1kg dele gera de energia o que o carvão precisa de 3000 toneladas. 460 Múltiplos Universos Quânticos ● O que são? ●Como estão distribuídas às matérias dos planos espirituais nas formações de estrelas e planetas ●A matéria dos orbes astrais e espirituais ao redor da Terra ● A vida nos múltiplos Universos ● A teoria da unidade cósmica da matéria O professor Laércio Fonseca relembrando a sua contribuição dentro da física quântica e da espiritualidade que é a teoria sobre a massa quantizada. Ele diz que dessa maneira se vai poder teorizar sobre a matéria do plano espiritual, como ele está constituído, como está formado, o que é o orbe planetário, como são as cidades astrais, de que matéria elas são feitas, qual a localização geográfica delas, o próprio espírito de que matéria é feito. A ideia é tentar entender e conversar sobre isso da mesma forma como muitos espíritas e espiritualistas falam que vão a Vênus e veem que lá tem comunidades espirituais, porém sem vida no mundo físico deste planeta. A proposta da massa quantizada foi exatamente criar uma ideia de que o campo é uma entidade oscilante que vibra formando a partícula. Na região do campo onde a vibração é muito intensa [onda mais abaixo] tem um caráter de solidez da partícula muito maior. E se a partícula tem uma vibração menor [onda mais acima] o caráter da partícula nessa região é menos adensado. 461 Então, foi criada a ideia de que a massa de uma partícula pode ser escrita por m = kf e aí se criou à quantização da massa fazendo a seguinte hipótese. A massa poderia estar definindo padrões de adensamento da matéria no universo: o nível quântico N = 1 onde a massa neste nível seria m1 = kf1 (onde os elétrons, prótons e nêutrons possuem a massa tradicional criando todo este nicho de densidade do universo, desse universo físico, ou seja, mundo físico da matéria); aí um outro nível quântico bem mais acima que seria chamado de N = 2 com massa m2 = kf2, onde f2 é muito menor do que f1; dando sequencia N = 3, m3 = kf3, sempre em níveis quânticos, sempre quantizados, nunca um espectro contínuo, até o nível mais genérico N = n, mn = kfn. Esta frequência só pode variar até zero e quando não oscilar, donde um nível N = máximo, ou seja, não haveria nenhuma solidez, nenhuma densidade de matéria, o campo estaria sem oscilar. N = máximo mmáx. = kfmáx = k.0 = 0 N=n mn = kfn . . . N=2 m2 = kf2 N=1 m1 = kf1 Nesta postulação se tem a seguinte relação m1>m2>m3> ... >mn> ... >mmáx e f1>f2>f3> ... >fn> ... >0 e assim se teria o grau de rarearmento. É óbvio que podem existir níveis de densidade de 462 matéria muito maior do que o nosso N = 1, aí se pode criar uma escala negativa para falar sobre regiões do universo como buracos negros, estrelas de nêutrons, regiões extremamente densas onde a matéria se comportaria com um caráter muito mais denso. Partindo-se dessa hipótese do fracionamento quântico da massa, associando-a partícula. Considerando-se o elétron como ponto de partida, então a massa do elétron seguiria exatamente esse contexto e todos os outros objetos também. Assim, se teria uma teoria de múltiplos universos, onde em N = 1 se tem o nosso universo denso, físico; em N = 2, o universo espiritual, o plano espiritual; e a partir de N ≥ 3, níveis mais superiores. Ainda se vão subdividir esses níveis em subníveis. ● O que são? Supõe-se que existe um único universo, anotado por U. U1 seria o subuniverso de U, anotado por N = 1. U2 seria o anotado por N = 2. E assim por diante. U ● U1 ● U2 ● U3 ● ... Un . Essa teoria é completamente diferente da teoria de universos paralelos porque para esta os universos paralelos estão ocorrendo ao mesmo tempo, mas paralelo ao nosso, com a mesma densidade de matéria, só o tempo é que seria diferente. Na 463 literatura e ficção científica chegam a considerar finais alternativos para eventos históricos. Mas, na teoria do professor Laércio Fonseca os universos não são paralelos, eles se interpenetram e estão aqui cujas massas mais densas se concentram e vão para o núcleo. Afastadas delas estão às massas menos densas por uma questão até de física simples: o mais pesado vai para o fundo e o menos denso flutua. Por isso que as cidades astrais e a matéria astral estão lá para cima, por isso que todo mundo aponta o céu para o alto. Regiões umbralinas pesadas são apontadas para baixo da terra, nas cavernas. Os espíritos mais iluminados procuram estar nas alturas. Toda definição da espiritualidade fala da luz que vem do céu, os espíritos querem subir, ninguém quer descer. Eles coexistem ao lado do ser humano, a única coisa que faz com que o homem não perceba a sua presença, essa matéria m2 do N = 2, é por ela ser tão sutil, o elétron tão estendido, a frequência tão mais baixa que faz com que a matéria pareça vapor, não refletindo luz, não interagindo diretamente com o ser humano. Todo este universo é feito de uma mesma substância e todos os sub-universos estão conectados. Eles estão conectados porque toda a fonte de qualquer partícula não importa a que nível quântico ela esteja, o que está quantizado é a energia, é a energia oscilatória que a oscila. Mais precisamente, tudo está conectado porque tudo vem do campo, só tem uma substância que gera todos esses níveis quânticos: o campo. E este está distribuído espacialmente. Na verdade só existe uma dimensão que é o espaço-tempo. Isto aqui de N = 1, N = 2,..., não são outras dimensões, mas sim outros níveis quânticos. O tempo no plano espiritual não é igual ao tempo aqui, pois o tempo nunca foi igual em lugar nenhum. Ele é apenas um conceito, não algo real no universo, da mesma forma que a energia não é algo real, é uma invenção de físico. Massa também é um conceito criado por Newton. Usam-se esses conceitos para se poder teorizar, criar modelos fundados em cima desses conceitos para se poder raciocinar o universo. 464 Voltando-se a tratar de provar que todos os planos estão conectados. Imaginem que o campo seja uma única linha que não vibra cuja frequência de oscilação é zero. __________________________________________ campo Não se esqueçam de que nesta mesma linha do campo, nesse mesmo material, irão surgir todas as partículas, em diferentes níveis quânticos, mas elas vão aparecer dessa substância, então a única diferença que vai ter é a descrita a seguir. Para isso imaginar estas duas ondas uma ao lado da outra na reta e em vez do escrito “Elétron Veloz” se põe “Elétron de N = 1 e em vez de “Elétron Lento” pôr “Elétron de N = 2”. Embora essas massas sejam frequências quânticas diferentes elas estão no mesmo tecido. Só que a energia envolvida em f 1 é E1 = hf1; em f2 é E2 = hf2; e assim por diante. Mas, todos estão vibrando no mesmo universo, a mesma substância que é o campo está gerando partículas na dimensão 1, 2, 3, ... Posto isto é fácil entender uma citação do livro dos espíritos de Kardec quando se pergunta “mas do que é feito o universo?” se ouve a resposta “o universo é feito de uma única substância que se modela para se formar todas as coisas.” O professor Laércio Fonseca está tendo o cuidado de criar um modelo dentro da física quântica que estivesse em profunda harmonia com os textos espiritualistas, 465 espíritas, orientais, porque aí se estaria falando a mesma língua, pelo menos nos princípios fundamentais. Kardec na sua grande síntese, na pesquisa com os espíritos, ele fez um trabalho científico interessante que não é simplesmente para tratar de problemas, como a de saúde. Ele fazia uma reunião com os espíritos para saber de todas as áreas do conhecimento a fim de tentar criar uma visão profunda de como a vida e o universo estavam razoavelmente organizados. No tempo de Kardec não existia física quântica, mas sim eletromagnetismo, bem como toda a física clássica. Os espíritos não tinham muita linguagem para conversar e dar respostas destacadamente para pessoas que não eram físicos e que estavam na roda. Hoje os espíritos na mediunidade do professor Laércio Fonseca conversam com ele e o aconselham a seguir certos rumos para poder criar ideias e teorias, formular um caminho de modo a criar uma espiritualidade mais lógica e racional e não uma espiritualidade fanática baseada em princípios religiosos ultrapassados. Deste modo os acontecimentos são vivenciados de acordo com percepção. Quando morre um parente a pessoa chora simplesmente porque não interage diretamente mais com ele, não o vê. Imagina se continuasse vendo perfeitamente o espírito dele aqui, não ia chorar, ia é fazer festa. Tudo é uma questão de percepção deste outro universo. O corpo biológico apenas ganhou sensores para interagir com este universo físico ele não ganhou sensores para interagir com essas outras frequências menos densas, ou seja, com esses níveis quânticos maiores do que um. Os ouvidos do ser humano interagem com os sons daqui, os olhos interagem com a radiação eletromagnética densa que é refletida por essa matéria densa. Partindo-se sempre do elétron que é a partícula fundamental depois se generaliza para todas as outras coisas. Se esse elétron e1 em N = 1 quiser passar para o universo de nível quântico 2, ou seja, N = 2? Basta entender que E1>E2> ... >En e tem que se dar aquele salto quântico enigmático que não tem trajetória. A onda do elétron 466 e1 (na última figura é a que tem frequência f1) para saltar para outro nível quântico N = 2 (não é para outra dimensão) tem que perder energia quanticamente num pulso, ou seja, tem que perder uma quantidade de energia ΔE = E2 – E1. Esse ΔE no caso vai dar negativo porque E1>E2. Ganhar seria positivo. Então, esse elétron vai perder uma quantidade de energia ΔE = E2 – E1 = hf2 – hf1 = h (f2 – f1) = hf onde f é uma frequência intermediária. Agora o que sai do elétron? Quando se estudou o caso quântico do átomo hidrogênio ele tinha uma energia cinética, quando saltava para um nível de maior energia a velocidade aumentava; e quando retornava ele emitia um fóton, uma onda eletromagnética. Contudo, neste caso, será que o elétron perdendo energia ele emite fótons, ele pode emitir partículas, neutrino, enfim uma série de coisas que os seres humanos desconhecem. Este é o ponto em aberto na teoria do professor Laércio Fonseca. Ela necessita de experimento físico, calibrar exatamente os níveis quânticos, encontrar esse espectro de energia entre essas duas matérias, procurar uma radiação ou um tipo de partícula que é emitida na transição. O elétron vai perder energia, mas ele vai perder uma energia interna, ele não vai perder uma energia cinética. É o campo neste ponto que vai perder uma energia quântica, ele vai dar um pulo. Quando faz isso o que a onda faz instantaneamente é expandir, se ela expande é como se esse elétron sumisse daqui na frente do observador, ele faz puff e desaparece, foi para outro nível quântico, mas daqui ele não saiu. Tem-se que entender que o elétron não saiu geograficamente desse lugar, o campo continua aqui, ele só some da visão da pessoa. Aliás, isso é o que acontece em alguns fenômenos espirituais. Fazendo-se o inverso. Para isso se supõe que aqui tenha um espírito, um espírito no N = 2, isto é, ele tem uma matéria menos densa, ninguém o vendo. O que esse espírito tem que fazer para materializar aqui, ficar bem denso aqui? Ele tem que ganhar energia, isso pode ser feito com alta tecnologia da outra dimensão, 467 os espíritos dotados de grande ciência e tecnologia podem criar uma máquina que faz com que toda essa estrutura espiritual dele adense ganhando energia e instantaneamente ele materialize aqui. Ele simplesmente aparece aqui do nada, mas na verdade ele sempre esteve aqui nessa posição. Alguma tecnologia ou a partir da sua própria energia ele adensou os seus átomos e se torna visível a ponto de em algumas reuniões espirituais algum encarnado tocar nele. Quando se despede ele some, vai esfarelando como nesses efeitos de cinema ou some de uma vez. O que ocorre é que perdeu energia e voltou. Tem algumas desmaterializações que acontece com emissão de luz, dá aquele facho de luz assim e o espírito some. Isso pode dar alguma dica para o ser humano de quando o espírito volta o que está sendo emitido é fóton, alguma coisa que o fez brilhar. Nas experiências ufológicas os ET’s trataram com luz densa fazendo curva, é jogado um facho de luz e o ET desce andando nesse facho como se a luz fosse um sólido. É como se os ET’s tivesse uma tecnologia para pegar fótons e fazer o fóton virar partícula densa e usar como matéria para ele andar em cima. Neste curso os fenômenos ufológicos e espirituais podem ser explicados tecnicamente através da teoria do professor Laércio Fonseca. Ela pode explicar materializações de coisas, de objetos. O grande guru indiano Sai Baba era um fenomenal materializador. Ele ao passar perto da pessoa mexia com a mão e tirava do nada um broche, um colar. Agora para quem é vidente, paranormal, vai ver os espíritos andando em volta com uma bandeja cheia dos objetos. O que o Sai Baba apenas fazia era pegar esse colar que está nessa dimensão e trazer para cá. Um fenômeno quântico ocorre, e este colar aparece. Mas, esse colar já existia, o guru indiano não fazia mágica, ele fazia ciência. É que nem aquela propaganda da feiticeira na televisão, isso não é feitiçaria, é tecnologia. Pode-se entender que existe uma equipe de espíritos dotados de tecnologia, de aparelho, que na hora que o Sai Baba coloca na mão um objeto, um tipo de 468 máquina fornece energia para todos os átomos desse objeto e ele simplesmente adensa e aparece no mundo físico, fica material e ele então dá de presente. Isso explicaria materializações de objetos que seriam tecnicamente trazidos a essa realidade física através de adensamento quântico. ● Distribuição das matérias dos planos espirituais nas formações de estrelas e planetas Agora se vai mostrar o modelo de como essas dimensões quânticas estão aglutinadas em um planeta com os corpos celestes. Na verdade ele é chamado de modelo da organização dos corpos celestes. Os espiritualistas querem entender como é que o Mundo Espiritual está organizado dentro desse universo. orbe planetário gás superfície Imaginando-se que esse aqui fosse o núcleo denso da Terra onde a massa se aglutina por forças gravitacionais. Os físicos acreditam que o núcleo da Terra é composto de ferro e níquel e que 469 os elementos mais pesados que possam existir na superfície da Terra estão concentrados mais no núcleo. Os cientistas acham que o planeta Terra tem um núcleo, depois tem uma parte toda incandescente de lava quente que eles chamam de manto. (não dá para fazer uma viagem ao núcleo da Terra porque lá tem uma temperatura de 6.000 graus centígrados que é a temperatura do Sol em algumas partes. Nenhuma substância consegue suportar 6.000 graus centígrados, ela derrete. Então qualquer foguete, qualquer nave, que quisesse ir para o centro da Terra teria que ter um super material que até hoje não foi descoberto, que aguentasse temperaturas superiores a 10.000 graus centígrados). Depois do manto se teria a chamada crosta terrestre, a parte rígida da Terra. Os oceanos estariam flutuando aqui em cima na superfície da Terra e se pode notar que acima tem uma camada de gás que é menos denso, muito leve, por isso ele está acima e fica na atmosfera. À medida que se vai subindo na atmosfera ela vai rareando até que chega numa altura e não tem mais ar nenhum, não tem mais gás, estando-se no espaço vazio. ● A matéria dos orbes astrais e espirituais ao redor da Terra Da mesma forma se raciocina para construir a distribuição de massa quantizada na esfera planetária. Vai-se dizer que a matéria do N = 1 é essa matéria densa que os seres humanos estão acostumados, é o m1, uma matéria física. A matéria da dimensão N = 2 se concentra num ponto bem alto onde se teria uma camada que também está sendo atraída pela Terra por forças gravitacionais. Por isso que a maior parte dos espíritos no N = 2 mais densos são espíritos que andam e tem casa. Embora tenha certos espíritos que conseguem flutuar, não ser absorvido pela gravidade. Porém, na literatura espírita os espíritos são densos e às vezes tem que abrir porta para passar, bem como anda e não voa. A não ser que ele aprenda depois a 470 técnica, aí ele consegue volatilizar, consegue voar. Mais acima se encontra uma distribuição de matéria m3. Assim as cidades astrais que necessariamente precisariam ser constituídas de matéria m2 e m3 não poderiam ser construídas aqui dentro da Terra. Elas naturalmente são espirradas, pode até encontrar em alguns locais aqui na Terra um pouco dessas matérias que se infiltram [nos solos sagrados, altares etc.], mas a tendência delas não é permanecerem lá, a tendência delas por serem menos densa é flutuar. Nas cidades astrais sendo construídas no orbe planetário que faz parte dessa região do planeta. E as cidades num nível mais elevado (N = 3) de matéria mais sutil (m3) estariam os mestres ascencionados circundando o planeta numa distância maior da Terra. Aí daria para explicar melhor porque os grandes mosteiros (como o do Tibet) estão nos pontos mais altos da Terra, eles não constroem mosteiros na beira da praia porque quanto mais próximo da superfície, maior é a densidade vibratória até da frequência psíquica. Um bom médium não consegue morar em São Paulo, não tem como ele absorver toda aquela vibração intensa, os elétrons e os prótons menos densos não se concentram aqui e sim distante. ● A vida nos múltiplos Universos Por isso que se ouve falar que existem comunidades espirituais morando no Sol. É óbvio que não na superfície dessa estrela porque lá não está o seu plano espiritual. Seres morando lá, não têm condições, a própria estrutura de formação que o professor Laércio Fonseca está criando faz com que os orbes astrais do Sol se localizem muito distante da parte extremamente quente dele. Então se teria halos muito distantes da estrela formados de matéria menos densa. Esses locais quanticamente divididos poderiam gerar condições de se criar cidades astrais porque tem a matéria astral. Por conseguinte, tudo vai depender de qual radiação que essa estrela (no caso o Sol) está emitindo, se ela vai perturbar ou não a matéria m2 do Sol nesse outro nível N = 2 do Sol. 471 Deste modo se tem um modelo assim. O orbe do Sol, aí os planetas muito distantes orbetando o Sol e cada um desses planetas com a sua distribuição de matéria menos densa, os planetas criando o seu orbe astral, de material astral. Por isso que o livro do Ramatis fala sobre vida no planeta Marte. É óbvio que ele não estava falando de uma vida no plano físico deste planeta porque todas as constatações técnicas não permitem uma vida na superfície de Marte. Mas sim no orbe marciano, neste se poderia ter comunidades astrais em cidades astrais onde os espíritos estariam morando. Talvez a vida seja muito mais intensa nos planos dos orbes astrais do planeta do que em superfícies planetárias. Toda a vida que existe na superfície de planetas são elaboradas e implantadas por tecnologias e engenharias superiores que advém desses planos dos orbes dos planetas. Tendo-se um elétron no nível quântico N = 1 para ele passar para o nível N = 2, ele tem que perder energia. Ao contrário tem que ganhar energia. N = 2________________________●__________ N = 1_________●_________________________ 472 Recordando-se o salto quântico de Niels Bohr. Para isso, sejam o núcleo atômico e duas possíveis órbitas [O1 como a mais próxima do núcleo, e O2 a mais afastada]. Um elétron se ganhar energia ele salta para outra órbita, mas ele some daqui de O2 e pode aparecer em qualquer lugar de O1. Aí entra as equações da mecânica quântica sobre a probabilidade no qual lugar ele vai surgir. O Niels Bohr disse que não existe trajetória, ele sai de um ponto e aparece num outro ponto do espaço instantaneamente. Ou seja, isso aqui é um movimento descontínuo. O2 O professor Laércio Fonseca vai considerar esse movimento descontínuo na sua teoria. Pondo-se dois pontos A e B no nível quântico N = 1 e um ponto C em N = 2. O elétron para sair de A e vir no ponto C ele tem de perder energia. Então, ele perde energia e instantaneamente aparece em C. O elétron salta, mas não é um salto comum, é um salto quântico, não existe trajetória. Agora o que impede desse elétron ganhar energia e saltar novamente e aparecer em B. Quanto tempo ele demorou em sair de A, vir para C e depois para B? Nenhum: t = 0. Para todos os efeitos esse elétron desapareceu aqui em A e apareceu aqui em B e essa distância AB pode ser até de ano-luz. 473 C N=2____________________●__________________ N=1_________●______________________●_______ A B Agora é ficção científica baseada nessas novas ideias que o professor Laércio Fonseca está introduzindo aqui. Se na Jornada nas Estrelas pôde usar teoria de dobras espaciais por que o professor não pode usar agora uma nova teoria chamada transporte quântico? Transporte quântico de matéria pelo universo. Supondo-se que um ET tenha uma nave com alta tecnologia e que ele queira ir desse ponto A até esse ponto B do universo. Mas, ele quer levar a nave inteira dele do planeta dele para outra estrela da galáxia. O ET pode marcar um ponto C no nível quântico N = 2, apertar o botão da nave e ao invés da nave sair voando ela começa a perder densidade quântica e ele lá dentro também. Nada se desmaterializa, nenhum átomo sai lugar. O transporte de luz do Enterprise é que é problemático, pois se der um defeito o fóton dele espalha e tudo vai pelo espaço com destino ignorado. Aqui nada é espalhado, nenhum átomo, nenhuma molécula é desconectada nem transformada em luz. Só se dá uma leve mudança na vibração interna e eles saltam quanticamente de A para C sem ser percebido. Salta novamente só que de C para B e tudo isso no mesmo instante. Essa nave está aparentemente sumindo em A e já está aparecendo em B, sem voar. Agora, se mudar a tecnologia e em vez de uma nave construir um portal estelar A, um portal quântico, uma máquina que pode ser muito especial de alta tecnologia. E se construir outros dois portais B e C de modo que os três estejam conectados entre si. Então, quando entrar nesse portal A a única coisa que esse aparelho vai fazer com todos os seus átomos é baixar a frequência um pouquinho fazendo-os saltar quanticamente. O processo inverso basta ganhar energia e aparecer em outro planeta. 474 Tudo isso de uma forma quântica ou explicada de uma forma como as grandes tecnologias do espaço possam fazer transportes a grandes distâncias. Ninguém tem que desmaterializar e nem violar a teoria de Einstein porque aqui não envolve uma coisa chamada velocidade, houve apenas transformações quânticas. ● A teoria da unidade cósmica da matéria Teoricamente como é que isso acontece no nível do campo? Supondo-se simplificadamente que o campo seja uma reta. Imaginem um único elétron aqui vibrando nesse nível quântico e que toda vez que mudar a frequência desse elétron ele salta para qualquer ponto do próprio campo. É como se a energia daqui fosse transferida para outro ponto, e esse elétron simplesmente salta quanticamente. No entanto, o tecido é o mesmo, é como se o elétron deixasse de existir aqui nessa região, o campo se plana e instantaneamente essa energia é transferida pelo próprio campo e quando chega lá essa energia expande o campo nessa região. E nunca foi rompido nenhum laço entre eles, aqui dá para provar que esses dois elétrons sempre estiveram conectados. __●___________ → ____________ __________●__ Por isso se troca o nome desse deslocamento quântico ou salto quântico para o nome que está na mídia “deslocamento não local”. Não teve nenhum sinal trocado no espaço-tempo, nenhuma matéria viajou no espaço-tempo simplesmente saltou daqui para lá dessa forma quântica entre dois níveis quânticos, onde a realidade da trajetória e a realidade do próprio espaço e do próprio tempo não existem. O professor Laércio Fonseca usa a teoria de campo de Einstein para mostrar que existe uma interconectividade entre essas partículas sempre e a interconectividade é a sua própria estrutura que é o campo. Portanto, nunca uma partícula pode ser desconectada uma da outra. 475 E isso leva às ideias mais profundas para explicar fenômenos espirituais. 476 Modelo Quântico da Consciência ● O experimento da consciência não-local ● O modelo da consciência quântica ● A consciência cósmica e a ideia quântica de Deus ● Níveis quânticos de consciência ● Saltos quânticos da consciência e a iluminação dos orientais ● O experimento da consciência não-local Este experimento é idêntico à experiência de dois pares de fótons ou de dois pares de elétrons correlacionados, que mesmo depois de separados, continuam conectados por aquela interação não-local. Ou seja, que a consciência age e atua através da nãolocalidade. Para isso pegaram dois sensitivos e os deixaram juntos interagindo, meditando, de modo que as consciências deles pudessem se entrelaçar como se fossem pares de elétrons ou de fótons correlacionados. Depois, os separaram e colocaram em gaiolas de Faraday. Mas, o que vem a ser uma gaiola da Faraday? É uma gaiola inventada por Faraday isolada de radiações eletromagnéticas, ou seja, nenhuma radiação eletromagnética pode sair dessa caixa nem entrar. É o famoso bloqueio no celular, que querem fazer nas prisões para os prisioneiros não poderem se comunicar com o exterior. 477 No caso da experiência narrada é para garantir que nenhum sinal eletromagnético possa ser trocado entre essas duas pessoas, nenhuma informação seja trocada do ponto de vista físico, não se vai trocar nenhum sinal. Aí foram colocadas outras pessoas numa dessas câmaras que não tiveram nenhuma relação com os dois sensitivos, que é para fortalecer o teste de prova. Todos são submetidos aos aparelhos de eletroencefalograma, ou seja, aos aparelhos que medem as ondas cerebrais, que são impulsos elétricos. Então, em todos eles estava sendo mostrada a onda gerada por cada indivíduo. Geralmente, as ondas cerebrais são características de uma pessoa, é como se fosse à impressão digital, não tem duas iguais, cada um tem a sua onda, e o especialista sabe diferenciar. Em seguida se pega uma luz que pisca, dá uns pulsos, tipo flash de máquina fotográfica. Toda vez que a luz acendia o sujeito que está só na gaiola tomava um susto, no eletroencefalograma dele aparecia um pico. No mesmo instante, na outra gaiola, exatamente no sujeito que tinha sido correlacionado com ele, também registrava o mesmo pico. O que foi transferido de um para o outro? Um conseguiu gerar no outro um potencial elétrico, esse pulso elétrico foi registrado, então este passou uma mensagem para aquele. Mas, não foi nenhum sinal eletromagnético, porque eles estavam isolados, não podia sair nada. E os outros que estavam lá não acusaram nenhum sinal, somente aquele que estava correlacionado. Isso vai demonstrar que as duas consciências, as duas mentes, os 478 dois espíritos, trocam informações capazes de estimular um potencial elétrico do outro lado. Então é possível montar um equipamento que quando esse pulso acontecer, explode uma bomba. Imaginem esse aqui e o parceiro dele bem longe sendo um homem bomba, ele dá o pulso e dispara. E não seria uma coisa sutil, metafísica, mas sim um potencial elétrico real. Essa experiência mostra a inseparabilidade, a impossibilidade de separar mentes correlacionadas, espíritos correlacionados. Mas, esse tipo de correlação é típico de objetos quânticos como os prótons, elétrons, nêutrons e fótons que são capazes de interagir de forma não local, ou seja, sem nenhum sinal trocado. Com base nessa experiência, se pode concluir que a consciência é um objeto quântico e, portanto, ela segue as leis da física quântica. A palavra consciência é utilizada pelos físicos, mas até hoje nenhum físico conseguiu definir o que é a consciência, muito menos que tipo de estrutura, como que ela é, sempre foi algo totalmente abstrato. Essa mesma coisa chamada de consciência é utilizada pelos esotéricos com o nome de espírito, e muitos psicólogos, ou terapeutas ou médicos usam esse mesmo conceito usando a palavra mente. O professor Laércio Fonseca vai criar uma desvinculação total dessa entidade com o que se chama cérebro porque se pode fazer essa consciência e esse espírito existirem fora do cérebro, desconectado do cérebro, e aí se pode discutir e falar sobre vida fora da matéria. O professor vai tentar criar um modelo mais sólido e mais real para a consciência idêntico ao modelo que ele elaborou para os estados quânticos da matéria. Da mesma maneira que fez a quantização da massa, ele vai fazer uma quantização da consciência. O potencial elétrico que foi transferido de uma consciência para outra explica a telepatia, a interação à distância, cura à distância, passe à distância. Porque mesmo estando separado, um 479 indivíduo com capacidade, treinado para isso, pode influenciar energeticamente outra pessoa ao longe. Portanto, não há distância. Constrói-se um modelo quântico da consciência e depois, mais à frente, se faz uma discussão sobre ‘’o que é alma, espírito, períspirito’’. Tudo que se discute por aí apenas se dando nomes as coisas sem saber “a que” ou “em que” estão dando nomes, isso cria muita confusão. Principalmente quando se conversa com físico, médico, psicólogo, psiquiatra, que usam outras palavras e tem uma visão diferente. Às vezes, todos estão falando a mesma coisa, mas usando vocábulos diferentes, de uma forma completamente diferente e isso atrapalha muito as pesquisas. ● O modelo da consciência quântica Laércio Fonseca vai partir de alguns postulados, hipóteses, porque, toda teoria quando se vai desenvolvê-la, a primeira coisa é postular, formular uma hipótese e verificar se ela é consistente matematicamente e depois se ela é consistente experimentalmente. É sabido que os astronautas da Apolo 11, em viagens espaciais, fizeram testes e experiências com telepatia. Se isso fez parte do projeto Apolo é porque essas experiências eram levadas muito seriamente pelos cientistas. Os Estados Unidos e muitas das grandes potências no mundo estudam o fenômeno paranormal, as faculdades paranormais e as faculdades de percepção extrasensorial. Isso é chamado de física de fronteira, medicina de fronteira ou psiquiatria de fronteira e quando esses objetos de estudo podem ser utilizados como armas de guerra, como os sensitivos que eram usados na Guerra Fria, então esses mecanismos são estudados sob extrema rigidez do exército e controle operacional secreto dentro de um nível de segurança nacional. O primeiro postulado, a primeira hipótese: é que a consciência deve ser tratada como um objeto quântico sujeita, portanto, a todas as regras que regem a mecânica quântica. Isso porque, como foi visto na experiência, ela se comportou como um 480 objeto quântico fazendo uma interação não local, como os elétrons e os fótons o fazem. Segunda suposição: duas consciências interagem entre si como dois elétrons interagem entre si. Terceira: duas consciências podem ser correlacionadas tratadas como objetos quânticos correlacionados, como pares de elétrons ou fótons correlacionados como foi visto anteriormente ao estudar o Paradoxo EPR e o teorema de Bell. Quarta: as consciências, sendo tratadas como objetos quânticos correlacionados, devem interagir entre si através da não localidade, ou seja, sem a troca de nenhum sinal através do espaçotempo. Se tiver que se comunicar com um espírito, com seu guia ou com outra consciência, não existem barreiras para isso, não importa onde se esteja pode, de alguma forma, entrar em contato. Quinta: as mensagens podem ser transmitidas a qualquer ponto do universo material sem a troca de nenhum sinal eletromagnético, sendo, portanto, uma interação instantânea, como se as consciências jamais pudessem ser isoladas ou separadas umas das outras, da mesma forma que pares de elétrons correlacionados não podem ser separados. Sexta: através deste modelo, podem-se explicar muitos fenômenos, tais como a telepatia entre duas pessoas, a percepção de imagens à distância, pessoas que tem visão à distância, que consegue encontrar pessoas perdidas. Aliás, muitos sensitivos e médiuns são utilizados pela polícia dos Estados Unidos para encontrar pessoas desaparecidas. Na televisão, no canal Discovery, há um programa chamado Detetives Psíquicos, que trabalham constantemente ajudando a polícia a desvendar casos, encontrar armas do crime. São fenômenos extremamente muitos usados, só que não tem uma explicação científica para eles. Ou seja, é como se a ciência estivesse há mil anos, os fenômenos estão aqui e a física, por exemplo, não dava atenção para isso. Quem estudou muito isso foram os psicólogos e psiquiatras, são pessoas que não tinham 481 formação de física. Quem se interesse demais por esses fenômenos é a Psicologia Transpessoal, uma das mais avançadas em estudar a consciência por esse aspecto do sensitivo e do paranormal. No entanto, nenhum físico se aventurava a criar teorias e modelos nessa área. A partir do advento da nova física, esses físicos começaram a abrir essa porta. Para se dar uma noção, o maior público que o professor Laércio Fonseca tem é de médicos, terapeutas e psicólogos. O público dele não é formado por físicos. Existe uma barreira muito grande na física, os físicos não têm interesse pela consciência, porque acham que isso é para terapeutas e psicólogos. Eles se preocupam apenas com os elétrons, partículas, fótons, reator nuclear, altas energias ou com estrelas e cosmos. Eles estão numa viagem denominada de ‘’distante do eu’’, ‘’distante de si mesmo’’. Ou seja, o físico foi viver a máxima do Arquivo X: ‘’A verdade está lá fora’’, contrariando completamente todas as visões dos mestres orientais, da filosofia oriental, que fala que a verdade está dentro do sujeito. A ciência, em certo momento, baniu essa integração consciência e matéria e ela simplesmente foi fazer uma viagem para o exterior. Fazendo-se um desenho da situação atual, os físicos começaram a fazer uma jornada para um lado e os religiosos foram para o outro. Chegou um ponto em que eles ficaram tão distantes que não conseguiram se comunicar mais. Esses físicos se tornaram tão materialistas e esses religiosos excessivamente espiritualistas, que não havia mais comunicação, entendimento. É realmente muito difícil para um físico que está aqui tentar falar ou discutir coisas que estão no lado religioso, no lado espiritual, é preciso que este físico tenha uma mente muito aberta, tenha uma visão psíquica muito transcendente, porque hoje se vive numa sociedade de androides. Engenheiros, físicos, matemáticos, todos não passam de androides, ou seja, o condicionamento é muito forte, as pessoas são especialistas, só sabem aquilo dentro da sua área, não tem uma visão holística do mundo, não tem uma integração de todas as áreas. 482 O professor conta uma história interessante. Umas amigas na cidade de Limeira, na faixa dos seus 20 anos, assistiam á algumas de suas palestras e debatiam muito consigo. Como ele sempre foi uma pessoa muito mística, elas nunca concordavam. Uma dessas meninas foi para o Paraná fazer o curso de Ciências Sociais. Um belo dia ela liga para Laércio porque ela recebeu um trabalho de Antropologia para fazer em grupo sobre uma religião. O grupo dela pegou a Umbanda e os integrantes tinham que ir num terreiro de Umbanda para fazer uma pesquisa in loco. Eles foram com a postura de que tudo não passava de uma grande bobagem. Só que quando começa a tocar o atabaque, dois desses integrantes do grupo incorporaram e entraram em transe. Ela ligou desesperada para o professor explicar o que estava acontecendo. Ele explicou que o fenômeno está aí e a ciência sempre tapou os olhos dizendo que isso tudo é uma bobagem, tudo religião, tudo loucura. Mas, agora, se vai ver o modelo quântico da consciência. Primeiramente, se tinha aquelas quatro partículas fundamentais, por elas serem os blocos básicos da construção do universo dos seres humanos. Tem-se o elétron, o próton (sendo rígido se pode pensar nos quarks), os nêutrons (também, mas os quarks se juntam para formar prótons e nêutrons ou não são nada sozinhos ficando totalmente instáveis) e os fótons. Até hoje, nenhum experimento demonstrou teoricamente o gráviton. Então, se supõe que essas fossem as partículas. É claro, tem os neutrinos, bem como as subpartículas que não se vai levar em conta. Tem mais de 180 subpartículas no núcleo atômico, mas são partículas que são muito instáveis vivendo em bilionésimos de segundo, se desintegram em outras coisas e vão virar próton, elétron e nêutron novamente. O professor vai criar agora a hipótese fundamental: uma nova partícula, e a ela vai lhe dar o nome de consciência. Da mesma forma que tem um elétron, e este quando unido a outras partículas, formam um átomo. E quando essas partículas se unem novamente formam os 92 elementos. E quando esses 92 elementos se juntam 483 para criar uma molécula e depois se juntam para criar um organismo, todas essas são combinações de uma entidade básica. Laércio Fonseca vai dizer que o espírito, esse ser inteligente que pensa, todos os seres vivos que carregam uma consciência em si é, na verdade, uma integração de muitas partículas de consciência. Esta partícula c está para o organismo humano assim como o elétron está para esse organismo. É preciso de quantos elétrons, prótons e nêutron para formar esse organismo? Quantas partículas de consciência precisam se integrar e se harmonizar para formar um ser pensante e inteligente que atua? É mais ou menos por esse caminho que se vai raciocinar. Começa-se do mais simples para depois generalizar. Primeiras perguntas: Essa partícula c vem de onde? Ou seja, qual sua origem? Ela é feita do quê? De onde vem o elétron, próton e nêutron? O elétron é feito do quê? O que o elétron carrega? Para responder a esta última questão se relembra que uma onda carrega só energia. E como foi postulado na mecânica quântica de campo que o elétron pode ser uma entidade do campo oscilante. Então, ele sendo uma onda real, o elétron só carrega energia. O modelo do professor apregoa que matéria e consciência é a mesma coisa, não são duas coisas diferentes. A origem deles só pode vir de um único lugar de onde vêm todas as partículas e todas as matérias do universo, qual seja: o campo. Aquele mesmo campo que Einstein teorizou e que o professor quantizou. Esse campo de uma forma atrelada à massa (fragmentada), porque ele considerou que as partículas são ondas reais geradas por uma oscilação, por introdução de energia do próprio campo. E o nosso campo vai ser considerado como um fluido. Em resumo, o professor está criando uma consciência e a colocando no campo. Imaginando-se a linha do campo, como foi feita para o elétron. Quando o elétron vibra muito, esse elétron está em um nível quântico N = 1, ele aparece como matéria para os seres humanos. Quando o elétron vibra um pouco mais alongado, ela cai para o nível quântico N = 2. E assim vai decaindo quanticamente até 484 o campo não vibrar, e se o campo não vibra, não existe o que é chamado de matéria. Pois matéria só tem realidade como massa, sendo uma oscilação do campo, uma perturbação energética do próprio campo. N=1 N=2 Agora, a partícula consciência vai ter que sair daí também, ela terá que vir do mesmo tecido. Como se vai colocar essa partícula aí? Ela não é objeto quântico? Se ela é um objeto quântico, ela deve ter também um caráter ondulatório, ou seja, esse campo tem que oscilar de um jeito que vai dar as características da partícula chamada consciência. O professor não foi tão longe ainda para criar uma matemática, para diferenciar quando uma partícula vibra e cria, por exemplo, o elétron com carga negativa. Para se resolver essa problemática se tem que entender a dificuldade. Pois, em três dimensões existem milhões de tipos e formas de ondas. Quem já estudou eletrônica, fez engenharia elétrica, pegou um osciloscópio ‘’para brincar’’ e criava ondas”. Um grupo de físicos da Inglaterra mandou para o professor uma pergunta pela internet: “Toda entidade que oscila cria uma solidez, e essa solidez garante massa, mas a consciência é um objeto que até hoje não é palpável, não se consegue perceber massa, como 485 que se explicaria isso?’’ O professor tinha duas saídas para explicar a questão. Primeira saída. Se for uma onda estacionária, ela não se desloca, não anda, fica vibrando perpendicularmente ao comprimento da mola. Essa sim criaria uma densidade. À medida que a frequência vai caindo, o caráter de solidez se torna cada vez menos perceptível. Então, ele pôde dar uma primeira saída dizendo que a consciência tem uma propriedade extremamente alongada e que vibra muito pouco, tem uma frequência muito baixa, donde, ela está muito próxima do campo em si. Segunda saída. Quando foi ensinada ondulatória empregou-se uma mola e foi dito que tem dois tipos clássicos de onda: uma chamada longitudinal onde a oscilação se movimenta na mesma direção e sentido da mola; e outra chamada transversal, onde a oscilação é perpendicular à mola. 486 A consciência seria uma onda não transversal, mas sim longitudinal. Ela está vibrando, mas não apresenta propriedade de massa, são ondas de compressão e não ondas de oscilação. Daqui para frente se pode classificar a consciência como um objeto real e não mais como algo fictício que só tem origem dentro de interações elétricas do cérebro. E mostrar que a consciência é um fenômeno completamente independente da matéria, a ponto de o elétron poder estar aqui e a consciência ali. Se o campo pode gerar a matéria e também pode gerar partículas de consciência que é uma vontade inteligente atuante no universo, então, o campo em si pode ser batizado agora de consciência cósmica. ● A consciência cósmica e a ideia quântica de Deus O campo todo, além de ser a fonte de todas as partículas, de toda a matéria do universo, vai ser também a fonte da consciência, do espírito ou das ações inteligentes. O campo é a grande consciência cósmica e se pode chamar esse campo de Deus. Desse Deus surge toda a matéria, toda vida e toda inteligência do universo. Imaginando-se o campo na terceira dimensão como uma esfera. O Einstein falava que as partículas eram concentrações locais onde o campo era mais intenso? Esquecendo-se as partículas matérias e se coloca a consciência aí. Cada ponto que irá aparecer na esfera seja uma consciência, uma partícula que a consciência manifesta por oscilação do campo. Segundo a teoria de conjunto, cada consciência que aparecer aqui, c1, c2, c3, ... , cn, estão contidas no campo. O universo contém c1 U c2 U c3 ... U cn, e a consciência uma concentração local do campo. A consciência só pode se dissolver para formar mais uma vez o campo e quando o campo se adensa, de uma forma específica, cria a partícula consciência. 487 ● C1 ● C2 ● C3 ● Cn ... . Assim foi criado o modelo do Universo autoconsciente, este campo que gera todas as partículas (próton, elétron, nêutron, fóton, gráviton) e todas as subpartículas, agora vai criar a partícula consciência também. O universo todo é criado e todo gerado por uma ação inteligente. Essa é a visão de todos os grandes filósofos orientais mestres da humanidade como Buda, Jesus, Krishna, Zaratustra: Deus é o grande gerador e criador de tudo. Mas, não aquele Deus imperador lá do alto, mas um Deus que se manifesta em tudo. Todas as coisas que existem no universo é a manifestação de Deus, por isso que o Indiano tem milhões de Deuses, pois tudo para eles são Deuses, que se manifestam no gato, na vaca, na árvore, na planta, na flor. Todo indivíduo mais autoconsciente se sintoniza com a grande consciência, com a grande síntese. Um físico francês chamado Jean Charon tem um livro publicado no Brasil em português chamado ‘’O espírito esse desconhecido’’. Nele com física e matemática mostra que quando se joga elétrons naquela fenda dupla, chega uma hora em que o elétron tem que decidir por qual lado vai passar, é como se o elétron tivesse uma consciência, e se decidisse. Com a tese do professor Laércio Fonseca da teoria de campo se pode dizer que cada uma dessas partículas carrega também um pouco de consciência. E é por isso que a ação de uma força 488 inteligente, de um Deus, de uma consciência que atua de fora pode dizer à matéria o que ela tem que fazer. É como se as propriedades criadas do próprio próton, elétron e nêutron fosse uma criação extremamente inteligente e não do acaso apregoado pelo Big Bang. Mas sim energias se juntaram para criar essas unidades tão precisas, que é sempre tudo igual, tudo clonado. Esses números quânticos tão definidos e que juntos dariam essa harmonia fantástica que é o nosso universo atual, podendo criar essas unidades biológicas e afinal criar esse ser pensante que está tentando entender o que ele está fazendo aqui. No programa Roda Viva do qual Amit Goswami participou há tempos atrás no Brasil, os entrevistadores o questionaram indagando: ‘’quem causa o colapso da função de onda?’’ e ‘’o que causa o colapso quando o observador vai observar?’’ Eles ignoram que quem causa o colapso da função de onda não é o observador com sua consciência, mas sim ela atrelada a uma consciência cósmica maior que dirige a ordem e o fluxo do universo. Agora, surge outra discussão: ‘’Deus intervém quando se pede e reza ou se tem que usar aquele princípio de livre arbítrio de que Ele não atua e a pessoa faz o que quer? Deus intervém e os orientais chama esse fluxo de Tao, o caminho, o curso do universo. A única coisa que o homem tem que fazer é estar em harmonia com o Tao. Se não estiver em harmonia irá sofrer, vão vir o caos, sofrimento, doença e tudo mais. Vai-se chegar num momento desse trabalho em que o assunto vai ser muito filosófico, sair-se-á um pouco da matemática e da física. Por exemplo: Quem somos nós? Os seres são uma mistura, aqui neste plano, de matéria e consciência. O corpo é composto de prótons, elétrons e nêutrons e de uma consciência integrada. Então, é a matéria e a consciência caminhando juntas, modulando um processo, um destino [lei da identidade espírito e matéria]. Abre-se uma rosa cheirosa e linda se vai dizer que foi por acaso; os pássaros voam com suas asas magníficas e foi por acaso. Há um padrão de inteligência operando. O homem que é muito egoísta e acredita que 489 só ele é a única criação maior que Deus fez na Terra, mas isso não é verdade. Uma sociedade de formigas, por exemplo, é muito mais organizada e funcional do que a civilização humana. Às vezes se pega um enxame com um milhão de abelhas e encontra tudo funcionando direito. Enquanto, o homem aqui só se mata, só guerra, só conflito. Se juntar dois em uma casa já dá encrenca, casam, tem filhos, e a confusão começa ali, de tão inteligente que o homem é. Todos os elementos da natureza são interações dessa consciência, podem ter um agrupamento específico de partículas de consciência que dão o padrão de um ser, como uma formiga. Um acoplamento de várias partículas em número e na forma como elas interagem e obtêm um felino. E um padrão de consciência conectado de tal forma que daria um humano. Mas todas as criaturas são idênticas e unas, como um único Deus, uma única energia, é como são agrupadas essas coisas. Uma vez um aluno chegou para o professor e perguntou: “O que são os ETs?” Ele retrucou: “Quem é você? O dia que responder ficará mais fácil de saber quem são eles. Se não entende quem você é, como vai querer entender a inteligência de seres que estão lá em outro mundo distante. É muito mais fácil estudar as coisas que estão aqui. Quando conhecê-las ficará mais fácil de entender questões mais sofisticadas.” É óbvio que esse padrão de inteligência que os seres humanos têm aqui, com essa visão que se tem de si próprio e da própria natureza, é claro que ninguém vai entender ET ou qualquer manifestação de inteligência de outras dimensões da realidade. O professor conta que quando era aluno na Unicamp, tinham aquelas passeatas, as pessoas entravam na classe e faziam aqueles discursos políticos como se soubessem de tudo. Como se política bastasse, não precisasse de religião, de física, matemática. Na verdade, existe um universo tão misterioso aí fora, tão gigantesco e vasto, e que todos os seres terrestres fazem parte dele. 490 A humanidade é tão atrasada nas suas visões de mundo que todo mundo está chorando em velório. É difícil apontar um homem feliz, realizado como ser. Só se vai encontrar gente deprimida, angustiada, perturbada e, por isso, nas grandes capitais de qualquer cidade do mundo o que mais tem é farmácia, tem mais farmácia do que ‘botequim. Numa sociedade com uma estrutura na qual se tem um imperador lá no topo, que são os presidentes e políticos do mundo, tem uma pirâmide com 90% da população na parte de baixa e meia dúzia de intelectual dirigindo o mundo, de acordo com as suas convicções. O resto é androide, é escravo. Universidade é fábrica de androides, serve para fabricar pessoas para um sistema de consumo, para servir à indústria e ao financeiro. É por isso que a única coisa que o indivíduo procura na vida é emprego. As pessoas não procuram a sua alma, seu ser, elas procuram emprego. As universidades formam apenas para procurar emprego, elas não formam indivíduos pensantes, questionadores, para buscar respostas profundas da sua existência. Isso não é permitido. Qualquer sistema político é tão idiota que acha que se arrumarem empregos e der casa e comida, será o sistema mais realizado do planeta. Tem-se que acabar com isso. No terceiro milênio tem que ter uma busca verdadeira do papel do homem como consciência, como espírito, como alma no contexto do universo, no contexto cósmico. Aí sim se estaria preparando para receber inteligências do plano espiritual e inteligências desse vasto universo. Por que o universo é tão grande? Por que existem tantos bilhões de galáxias? Ou será apenas que Deus tinha mania de grandeza quando resolveu criar o universo? 491 ● Níveis quânticos de consciência O professor Laércio Fonseca teorizou para a matéria, para a massa, o seguinte: no nível quântico N=1 se tem uma massa m 1 = kf1, no nível N=2 se tem uma massa muito menos densa m 2 com uma frequência muito mais baixa f2, isto é, m2 = kf2, assim por diante até o nível quântico zero onde a frequência é zero, onde nada oscila. N = máximo mmáx. = kfmáx = k.0 = 0 N=n mn = kfn N=2 m2 = kf2 N=1 m1 = kf1 A partir do momento que o professor postulou a hipótese do conceito de partícula c ele também pôde fazer uma conjectura para um tipo de massa para c ou então não teria um caráter de adensamento. 492 N = máximo mamas. = kfcmáx = k.0 = 0 N=n mcn = kfcn N=2 mc2 = kfc2 N=1 mc1 = kfc1 Porém, como foi mencionado anteriormente, que se poderia teorizar a partícula consciência também como uma condensação local do campo de uma forma especial, ondulando com características especiais, geraria um padrão para partícula consciência. E à medida que ela interagisse com outras partículas consciência ocasionaria organismos inteligentes cada vez mais avançados e operacionais. Imaginando-se que essa seja a linha do campo, foi visto que à medida que a partícula vai oscilando mais intensamente nesta região central onde a amplitude da onda é maior, a partícula como elétron ou próton tem um caráter de solidez nessa região sem nunca deixar de ser uma entidade vibratória. 493 Como a consciência também é uma partícula quântica então da mesma forma o conceito da individualidade está associada à frequência com que a consciência oscila. Isto é, quanto maior a frequência, maior é a consciência adensada, gerando um caráter de solidez da consciência que cria uma entidade chamada de indivíduo. Um indivíduo é uma pessoa que se julga sozinha existindo apenas dentro da sua consciência, ele perde a relação com o meio. Todavia, da mesma forma que as partículas parecem estar isoladas e separadas umas das outras, mas que, de acordo, com não localidade, não há inseparabilidade das partículas, vão se aplicar à consciência: elas estão sempre conectadas e não podem jamais serem separadas umas das outras. Supondo-se uma consciência c1 vibrando no N=1, isto é, no nível quântico 1, ela teria uma amplitude muito alta e um adensamento também. Agora, no mesmo campo, outra consciência C2 que esteja vibrando em N=2, ela é mais expandida. C3 é muito mais expandida do que a C1 e a C2. À medida que a consciência é muito adensada essa consciência se sente um indivíduo isolado. No entanto, ao contrário, à medida que essa frequência da consciência diminui, ela expande e causa a sensação de estar crescendo e estar interagindo com tudo que está a sua volta. Ou seja, começa a perder o caráter de solidez e de individualidade. E num outro nível quântico a consciência é muito mais expandida, tão expandida que esse indivíduo C3 não se sente mais um ser isolado porque ele começa a se identificar de uma forma muito maior com 494 as coisas. Todas as faculdades paranormais (telepatia, clarividência, etc.) começam a acontecer em níveis expandidos de consciência, não em níveis densos da consciência. C1 C2 C3 ● Saltos quânticos da consciência e a iluminação dos orientais Uma energia da consciência Ec1 no nível 1, outra energia da consciência Ec2 no nível 2, bem como Ec3 no nível 3, e assim por diante. Uma consciência em Ec1 está vibrando muito, em Ec2 é um pouco mais alongada, e em Ec3 é extremamente mais alongada. Mas para essa consciência sair de Ec1 e vir para Ec2 tem que dar um salto quântico. Do mesmo modo de Ec2 para Ec3 também tem de dar um salto quântico para poder vir operar nesse nível N=3. Isso se chama salto quântico da consciência, ela tem que perder energia para poder operar em N=3, como se ela operasse numa outra dimensão. Mas, na verdade, a única coisa que está acontecendo é que ela está expandindo, a pessoa continua sendo a própria pessoa. A energia que ela tem que perder para saltar do nível 1 para o nível 2 é de ΔE1,2 = E2 – E1, se o sinal der negativo é porque ela tem que perder energia. Para ela ir do nível 2 para o nível 3 ela tem que perder energia ΔE2,3 = E3 – E2. O indivíduo consciente a mente dele está agitada, aí os mestres falam: ”Relaxe, faça ioga, faz Tai chi chuan, faça meditação, controle a sua mente, esvazie a sua mente de instintos”. Ao fazer isso a mente relaxa, vai perdendo energia de agitação, a frequência começa a cair e se fizer um controle legal a consciência consegue dar um salto. E quando ela começa a operar em outro nível ela 495 expande e centenas de percepções extras sensoriais, de insight, que não se manifestavam na ação consciente começam a aparecer. N = 3, EC3, inconsciente, como a onda C3 na figura anterior N = 2, EC2, subconsciente, como a onda C2 na figura anterior N = 1, EC1, consciente, como a onda C1 na figura anterior Freud sempre acreditava que muitas informações traumáticas que aconteciam na vida das pessoas, elas acabavam jogando esses traumas para uma área da mente que só poderia acessar em sonhos. Mais tarde outros terapeutas vão construir esse modelo de consciente, subconsciente e inconsciente. Mas, Freud tinha certeza que coisas que aconteciam aqui poderiam ser reprimidas e jogadas para cá e só poderia ter acesso a essa região através do sonho quando o indivíduo estivesse relaxado e a mente mais expandida. Uma experiência empregando hipnose feita por psicólogos e terapeutas mostram estados diferentes da consciência. Eles pegavam uma plateia e colocavam umas cinquenta pessoas. Com um projetor de slide jogava numa tela o texto de uma página de um livro. Só que eles projetavam essa página por apenas três segundos e tiravam do ar. E perguntavam para plateia: “Quem seria capaz de dizer o que estava escrito?” Alguns lembravam só o título, uma palavra ou outra, mas jamais lembravam de todo aquele texto, a mente não tinha essa capacidade operacional nesse nível 1 (N=1). Aí vinha um sujeito e tentava hipnotizar elementos da plateia. Ao hipnotizar um deles fez a mente dele relaxar, ir para outro nível chamado de subconsciente e fala para o indivíduo: “Vamos voltar para trás, lembre-se daquela imagem que foi projetada na parede? Vamos ler o que estava escrito?” O hipnotizado lê a página inteira sem errar uma vírgula. Por quê? Porque a consciência funciona assim. 496 O ser humano vê imagens quando está caminhando pela rua, seu ouvido está captando sons. Porém, o cérebro não é seletivo, ele processa tudo, pega essas informações e vai jogando para certa área do cérebro, lá atrás, se não ele fica louco de tantas informações. Quando as pessoas se perguntam “Por que não me lembro de vidas anteriores, de reencarnações passadas? Onde está armazenada esta informação?” Todos os grandes mestres do passado falavam assim: “Se você quer conhecer a Deus e a Verdade, conhece a Ti.” Porque essa informação está em si própria e não nas estrelas, no cosmos. Não adianta pensar em foguete ou disco voador e ir para o espaço a resposta não está lá, está dentro da pessoa. Precisa compreender que é uma alma, um espírito transcendente e que está na Terra por muitas encarnações. “O que a pessoa faz entre uma encarnação e outra? Onde você está? Onde está vivendo? Quanto tempo em média o indivíduo vive fora da matéria entre uma encarnação e outra? Por que ele não se lembra desses dados? E às vezes quando se faz regressão numa pessoa por que ela se lembra de vida anterior numa regressão hipnótica e não se lembra da entre vida? Do que estava fazendo no plano astral?” Exatamente por causa das áreas onde essas informações estão armazenadas. Numa vida anterior operam neste mesmo nível (N=1), as informações são gravadas numa área da consciência. Porém, quando está fora da matéria, morto ou em projeção astral, opera quase sempre nesse nível N=2 [Yukon]. Partes das informações são gravadas no consciente, parte no subconsciente e parte no inconsciente. Então querendo acessar as suas encarnações passadas, tudo que fez fora da matéria entre uma encarnação e outra, tem que acessar o inconsciente. Todavia, para acessar as informações que estão aqui precisa expandir a sua consciência, o que significa baixar a frequência ou perder energia da consciência. Por isso os taoistas têm a frase: “O homem que procura conhecimento cresce a cada novo dia, mas aquele que busca o Tao decresce a cada novo dia”. Para o filósofo ocidental, cientista ocidental, conhecimento é 497 encher o cérebro de informações e quanto mais informação, mais estudar, mais quebrar a cabeça, o que acontece com a frequência mental? Ela vai estar cada vez mais agitada. Para o oriental aquele que busca o Tao, ou seja, o caminho taoista, decresce a cada novo dia. Por que decresce? Porque ele esvazia e a sua consciência vai expandir e naturalmente vai acessar áreas do seu próprio ser que detêm um conhecimento do cosmos e de si próprio que vai revelar a identidade dele com Deus. Quanto mais agitado se é, mais individualizado se é. Quanto mais expandido mais se identifica e se conecta com o campo que é Deus. Iluminação para o oriental é aquele ser que conhece a si mesmo, é um ser que ao invés de estar operando a sua consciência em N=1, está operando a sua consciência mesmo acordado, em N=3. Um ser que elevou a sua energia num chacra superior e expandiu de tal forma a sua consciência que ele tem não só memória do que ele é, como informação das suas vidas anteriores. Se ele foi chinês ele começa a falar mandarim fluentemente, se em outra vida foi boliviano começa a falar espanhol, começa a falar um monte de línguas fluentemente sem nunca ter estudado. Começa a falar sobre outros mundos, sobre outras vivências que teve na galáxia, toda experiência que vivenciou quando estava fora da matéria. E nesse meio tempo não só essas informações chegam, mas surgem também todas as faculdades paranormais sensitivas, a percepção de ver espíritos, a clarividência, a clariaudiência, a consciência da projeção astral, quando se lembra de tudo que fez quando dormiu a noite? As pessoas que não se lembram de nada o que fazem ou fizeram em outras vidas é porque está com a consciência muito densa. Contudo, um mestre, um espiritualista, um médium com grande capacidade, ou Jesus, Buda ou aqueles chamados de iluminados, operam um grande salto quântico em suas consciências. Iluminação é como um salto quântico da consciência. Isso tudo se faz baixando a frequência por isso que os mestres de Ioga, os mestres de Tai chi e todos os mestres orientais criavam técnicas de 498 relaxamento e de meditação. Nessas posturas se tinham experiências transcendentais. Em linhas gerais, Jesus dizia que o seu reino não é esse reino, estava aqui de passagem e a melhor coisa que tinha a fazer é viver sua experiência ao máximo e não se apegar a nada. Por isso que Jesus e Buda não paravam em nenhum lugar porque achavam que as suas vidas era uma passagem, então viviam em constante peregrinação. Não são iguais aqueles que compram uma casa, entram nela e o resto da vida fica ali preso e amarrado. Assim, um iluminado é o indivíduo que em N=1 consegue conectar ou fazer sua consciência vibrar nessa área N=3 e trazer todas as informações que estão aqui em N=3. Então um ser suprahumano e paranormal ao extremo ou mestre iluminado, mestres da luz, operam suas consciências neste nível 3. Deste modo, se um dia um ET se materializar na frente de alguém ou um espírito de luz surgir, basta saber que esses espíritos são seres cujas consciências não estão operando num nível de consciência 1, mas sim que operam num outro padrão de consciência. Logo, segundo o modelo e a teoria de Iluminação do professor nada mais é do que perder energia na consciência e operar um salto quântico nela. Agora os grandes mestres do passado sabiam como trabalhar a mente para fazer esse salto. Toda ciência ocidental é uma ciência que enche a cabeça com cálculos, com matemática, disso, daquilo e faz com que não se consiga entrar nessa zona N=3. Essa é uma grande discussão que grandes físicos já estão fazendo que é a seguinte: Qual a melhor forma no futuro para se fazer ciência? Será que se fazer ciência de verdade, fazer física de verdade, é realmente criar gigantescos aceleradores de partículas? Gastar bilhões de dólares em instrumentação para tentar verificar a estrutura íntima da matéria ou criar gigantescos telescópios para olhar o infinito do universo? Ou será que fazer ciência não é exatamente transformar o homem para que seu grau de percepção seja completamente diferente de antes? Será que se investir numa 499 transformação do cientista, do homem como ser não se vai provocar um cientista altamente paranormal, iluminado e que vai ver o universo de outro ângulo, a sua consciência e o seu espírito de outra forma? Outra discussão profunda: Qual é a linguagem que se vai utilizar nessa nova ciência? A matemática? A matemática é extremamente primitiva, extremamente restrita e como prova na teoria das cordas já começam a criar onze dimensões, treze dimensões. Uma coisa que começa a se tornar tão absurda, pois a consciência nesse padrão não tem capacidade de abstração para entender. No espaço de Hilbert para escrever a mecânica quântica fica uma física totalmente virtual, uma coisa totalmente aleatória. Vai chegar a um ponto que quando a consciência evoluir não se vai precisar de uma linguagem primitiva como essa para transferir informações e trocar ideias. A própria consciência pode chegar ao átomo e perceber como é a natureza da física quântica das partículas e tudo mais porque tudo é questão de grau de percepção. O papel da matemática está com os dias contados. Quando se chega e diz "prova matematicamente que o espírito existe", isso é bobagem porque a matemática não prova salto quântico. Pede para o Niels Bohr equacionar o que acontece com o elétron entre um nível quântico e outro. Não tem matemática para isso, não tem trajetória, não tem modelo nenhum, então a matemática tem limites. Chega certo ponto ela não explica mais nada, nem dá para escrever as coisas. Na maioria dos casos a matemática é um bom quebra cabeças só isso. Os matemáticos começam a criar mil teorias fictícias, teorias virtuais, ideias da linguagem, por isso que às vezes a busca filosófica apenas relaxando, meditando e o caminho do taoista pode revelar um universo muito mais avançado e sofisticado do que a física, do que a matemática. 500 CIÊNCIA ESPIRITUALISTA Laércio Fonseca Projeção Astral ● Experiência fora do corpo ● Mas, o que é projeção astral? ● O cordão de prata e o psicossoma ● Como acontece a projeção astral ● Os sintomas da projeção astral ● Por que todos devem dormir? ● Experiência fora do corpo Uma vez, veio um velhinho indiano de 106 anos de idade, um Yogi lá das montanhas. Ele veio aqui para São Paulo, o trouxeram para um congresso. Uma repórter foi entrevistá-lo, a pergunta dela foi assim: “O senhor deve ter visto tanta coisa nesse mundo. Há 100 anos o mundo não tinha nada, hoje nós temos um avanço tão grande, temos televisão, computadores, hoje nós podemos falar com qualquer parte do mundo através dos celulares.” O velhinho olhou para ela e disse: “É minha filha, um dia vocês vão aprender a fazer como fazemos, nós nos comunicamos sem usar celular nenhum. A gente se comunica só com a mente.” Avanço para ele é progredindo a consciência, investindo na sua espiritualidade, um ser que começa a ver espíritos, interagir com outras dimensões, com seres avançadíssimos do universo, usar sua telepatia de forma avançada, sair do seu corpo e viajar para lua para as estrelas ou para qualquer lugar. É aí que se mudam os parâmetros: “O que é a tecnologia? Para que ela serve? E até que ponto se deve tornar escravos dela? E 501 acreditar que esta tecnologia, que essa ciência, é a dona da verdade? O caminho do taoismo, do orientalismo, do Yogi, do espírito, pode trazer respostas e transformações tão profundas no ser?” Porque essa é a única filosofia que encara o ser, enquanto as outras encaram a sociedade. Elas são feitas para a sociedade, e o homem continua aquele androide, aquele escravo, produzido em massa pelas universidades, pelas empresas, pelos sistemas ideológicos e políticos para servir o sistema. Mas, se as pessoas alcançassem a transcendência, a iluminação, aí sim faria a diferença. Pois, o que tem que ser mudado é o foco do homem, centrá-lo no espírito, criar uma escola não para ensinar matemática, física, química, mas para ensinar a desenvolver o espírito, a baixarem suas frequências e encontrar uma entidade avançada dentro de nós. Aí se vai realmente conectar com Deus porque enquanto se está vibrando intensamente, não tem a noção de que é parte integrante do campo; mas quando a consciência vai expandindo, e cada vez se aproximando mais do zero, se é o próprio Deus manifesto. ● Mas, o que é projeção astral? Projeção astral ou projeção da consciência é a consciência fora do corpo ou fora da matéria. Quando se tem o indivíduo e em sua volta o campo extremamente adensado, ele não tem noção de fazer parte do próprio campo e tudo que está em sua volta faz parte da consciência, e ele não tem consciência de que um indivíduo dentro do campo também faz parte dele próprio. Por isso Jesus falava: “Eu e você somos um, eu e o pai somos um”. O pai nesse caso é o campo, é a grande consciência cósmica, o conceito da unidade de todos nós. Quando a consciência está acoplada ao cérebro biológico se cortar as duas pernas se continua pensando e sentindo, se cortar os dois braços, continua pensando e sentindo; se cortasse o pescoço, arrancasse a cabeça do tronco e criasse uma máquina que 502 mandasse sangue para o cérebro, oxigênio para o cérebro e que mandasse alimento para o cérebro não precisaria do tronco, então o cérebro continuaria existindo e pensando. A conclusão a que se chega é que tudo que existe da cabeça para baixo só serve como transporte do cérebro para onde ele quer ir, é uma máquina de transportar o cérebro daqui para lá, fazer coisas, pegar coisas. Então a verdadeira consciência está em algum ponto dessa entidade biológica chamada cérebro. Pois bem, o professor criou para a consciência acoplar no cérebro, ela vai funcionar como uma onda estacionária dentro de um tubo fechado ou caixa, enfim, o cérebro. A consciência quântica ganha energia, salta quanticamente e entra aqui dentro, ela vai ficar acoplada aqui dentro. E os seres superiores que projetaram o cérebro biológico fizeram de um jeito que a coisa vai funcionar assim: a medida dessa caixa de ressonância para a onda consciência só permite que quando acoplada ela opere em uma frequência característica dada pelas dimensões dessa caixa. Pelas dimensões até físicas dessa caixa faz com que essa frequência seja muito alta. O que acontece quando a frequência é muito alta? Todos os níveis de percepção extrassensorial e superior desaparecem. Então esse cérebro, essa consciência só vai receber informação do mundo externo através dos olhos, dos ouvidos, do mecanismo biológico, ele 503 não vai ter acesso a outro tipo de mecanismo, pois ele bloqueou. Operando nessa frequência o sujeito não tem capacidade de lembrar-se de absolutamente nada, de quem era, de onde veio ou o que está fazendo aqui. Então quando se cria essas condições para a consciência a condena a viver nas trevas, a bloqueia dentro dessa caixa dentro do cérebro. O indivíduo que fica muito tempo assim, só tem consciência dele como existindo dentro do cérebro ou dentro desse corpo, ele não tem uma consciência de viver fora desse corpo, sem esse corpo porque ele está vibrando numa frequência quântica extremamente característica dessa caixa que tem uma frequência de ressonância para uma onda estacionária. Quem quiser entender um pouco mais disso procure à acústica e vão entender mais o que é uma onda estacionária. Pega um tubo, coloca uma corda de violão nele e a estica, quando tocar nela vai vibrar só até a capacidade da sua extensão, ela não consegue vibrar frequências que estejam além desse limite de corda. Ela entra em ressonância e só permite frequências de acordo com as dimensões do tubo, então o cérebro funcionaria assim, a consciência funcionaria assim. O indivíduo preso a essas condições não teria capacidade extrassensorial e nem teria a capacidade de entender o que vem a ser consciência fora da matéria ou a experiência da projeção astral consciente. Quando o indivíduo começa a fazer Ioga, a relaxar, a meditar, num determinado momento a consciência dele dá um salto quântico. A onda está presa dentro da caixa, se diminuir a frequência ela vai sair caixa. Contudo, ela só perde energia em quantidades definidas, então é aquela história: imagine uma pessoa relaxando, mas não salta, tentando, tentando, faz exercícios, passa anos, vai para o monastério, fica lá, deixa de fazer sexo, tudo para tentar e nenhuma experiência transcendental acontece. Isso porque a coisa funciona assim: é mais fácil de entender com dois elétrons, um no nível quântico superior e o outro no nível quântico inferior. Para o elétron saltar do inferior para o superior ele só salta se ganhar a quantidade de energia certa, se para saltar ele precisa de 504 um ΔE=10J, e se dá 9J ele não pula, não sai desse lugar. Imaginando-se que esse elétron, essa consciência, que salta daqui para lá seria ir para uma iluminação ou um nível mais alto de consciência, uma expansão, então o sujeito começa a trabalhar, a fazer tai chi, Ioga, ele muda a alimentação, lê, estuda, mas mesmo com todo esse esforço só conseguiu 2J, resultado: nada aconteceu. Ele faz tudo isso, mas a vida dele é uma droga, toda conturbada, é o sujeito que ganha 2J e perde 2J. Por um lado ele ganha 2 pela Ioga, tai chi etc. e pelos seus desequilíbrios todo ele perde 2, ele não sai do lugar. As práticas estão erradas, a vida dele está errada, é toda a energia dele canalizada de um jeito errado. E tem aquele que trabalha, trabalha e vai ganhando, ele consegue 9,5J, mas mesmo assim não salta. É como se ele não recebesse e nada acontecesse, ele continua com a mesma consciência no mesmo plano. Por isso que na Índia e na China existe uma coisa que os mestres chamam de “iluminação abrupta do discípulo”. Eles percebem que de uma hora para outra o discípulo pode se iluminar porque na verdade o mestre que o acompanha sabe que ele está à beira da iluminação, o discípulo está com 9,7 de energia, só faltam 3 décimos. Logo, a consciência dele vai dar um salto e inexplicavelmente hoje a vida dele está de um jeito e amanhã ele vê o mundo de uma forma completamente diferente. Várias pessoas já chegaram e disseram: “faz 20 anos que estou nesse centro espírita, há 20 anos que faço meditação, mas eu nunca vi um espírito, não tenho faculdade paranormal nenhuma, não faço projeção astral, me explique, por quê?”. A sua consciência não está respondendo, está dando energia, mas não chegou lá ainda, não foi suficiente. Olha o que vai acontecer com alguns indivíduos cuja consciência salte. Quando conseguir perder energia suficiente a consciência dele instantaneamente vai operar em um salto quântico e ela escapa da caixa. Escapar da caixa significa exatamente a sensação de sair corpo, se deslocou, está livre daquele cérebro. A morte faz isso e a projeção astral também faz isso. Como a 505 frequência mudou, o comprimento de onda expandiu, a caixa não é mais o objeto de ressonância, ele saiu da prisão cerebral porque essa prisão biológica foi projetada por inteligências superiores para o espírito vivenciar essa experiência cármica na matéria. Mas os Budas sempre ensinaram que se pode libertar vibrando amor, vibrando a identidade com outras pessoas, porque não é só exercício que vai fazer isso. Os mestres espirituais disseram que não é meditação, não é exercício, esse salto vai acontecer quando se tornar um ser melhor, quando se tornar um ser que vai aprender a amar, um ser que vai aprender a tomar consciência das coisas, dos animais, da natureza, se tornar um homem bom do ponto de vista cósmico. Aí naturalmente forças ocultas conspiram para que a energia do seu cérebro expanda, a iluminação não é uma atitude individual, porque a pessoa nunca foi um indivíduo, é um ser que sempre esteve conectado com Deus, precisa deixar Deus se manifestar na sua vida, na sua consciência. Mas enquanto estiver trabalhando igual um louco, buscando dinheiro, neurótico por causa de mulher, por causa de sexo, pode esquecer que isso não vai acontecer nunca, vai estar alojado dentro da sua prisão cerebral e nunca vai viver uma experiência de expansão da consciência. 506 ● O cordão de prata e o psicossoma Quando a consciência expande, aí sim quem vai operar são os sentidos superiores, aí vai ter clarividência, clariaudiência, vai ver espíritos e nesse estado vai fazer projeção astral consciente e se lembrar do que era e do que faz fora da matéria. Isso desloca o espírito do cérebro, mesmo que ele esteja com o cordão de prata ainda conectado. Mas ele vai dar esse salto e vai ficar para fora do corpo. Esse salto quântico quando operado é um insight superior da consciência, é um momento que muitos médiuns, muitos espiritualistas em meditações profundas, em exercícios de jejum muito profundos conseguem dar um salto, mas não permanece muito tempo ali. De repente ele é puxado pelo cérebro e volta ao seu estado normal, mas ele experimentou aquele insight, viveu na memória aquele estado de êxtase tendo a sensação de que está crescendo. Inclusive é muito interessante que se lerem relatos de todos os mestres, de todos os yogis que passaram por essas experiências, eles relatam assim: eu tive a sensação de que meu corpo estava crescendo, se expandindo, que minha consciência estava se expandindo, se tornando maior que a casa. Se vai se fazer uma fusão entre ciência e espiritualidade a pergunta é: “o que a espiritualidade vai trazer para a ciência avançar? E o que a ciência vai trazer de bom para a espiritualidade?” É uma simbiose, não pode achar que a ciência vai virar matemática, que a espiritualidade vai virar matemática, pode ocorrer um processo inverso, pode ocorrer algo que a ciência jamais esperou, a ciência se tornar puramente espiritualista, sem matemática, sem equações. 507 ● Como acontece a projeção astral Por que a maior parte dessas experiências acontece quando se vai dormir? Porque quando se vai dormir, naturalmente está muito cansado, aí deita e acontece um relaxamento total, parece que desconecta do corpo mesmo, parece que o seu corpo não tem mais realidade. Na hora que realmente dorme a consciência expande, salta e sai matéria. Aí seu corpo astral saiu, vai passear, vai a cidades astrais ou algum espírito vem buscar, mas sua consciência está operando em outro nível quântico, então todas as informações captadas nessa experiência fora da matéria estão sendo armazenadas e gravadas nesse nível quântico. Quando acorda, automaticamente, na hora que essa consciência é puxada para o cérebro ela se fecha e volta, e quando volta e acorda, sua memória passar a operar em outro nível quântico, no N=1 de novo. Resultado: nada dessa experiência é trazida para a caixa, não se lembra de nada. No entanto, a informação está aonde? Está em algum lugar da pessoa mesmo que para ela acessar tem que operar um salto quântico da consciência acordado. Aqui, consciente, se agora der um salto quântico vai lembrar-se de tudo que fez enquanto dormia, porque está tudo armazenado em uma área dentro do sujeito. As pessoas quando estão voltando para o corpo existem vários tipos de experiências. Uns tem a sensação de queda, parece que estão caindo num abismo, acordam assustados com o coração batendo acelerado. Isso porque a consciência expandiu e está longe do corpo físico só atrelado por um cordão de prata, quando esse corpo tem um estímulo ele puxa a consciência com tudo. Essa volta é uma volta que está trazendo espacialmente de longe, seu corpo astral está longe, por estar lá na China, na Lua, ele dá uma puxada e ao mesmo tempo a consciência vai fechando, ela vem saltando níveis quânticos e as pessoas têm a sensação de que estão entrando num funil. Elas vão afunilando e acordam com sensações estranhas, mas sem nenhuma memória do que vivenciou. Ela pode trazer uma 508 imagem, pode lembrar-se de estar em um lugar, pode lembrar-se de ter visto alguém, mas não se lembra de nada que aconteceu, de nada que falou, é normal. E não vai lembrar enquanto essa questão não for resolvida, porque isso aqui é a prisão humana. Projeção astral é a capacidade natural que todo ser humano tem de projetar a sua consciência para fora do corpo físico. Esse fenômeno tem recebido diversas nomenclaturas dependendo da doutrina ou corrente filosófica espiritual ou científica que a estuda. Por exemplo: viagem astral, para os esotéricos; projeção astral, para a teosofia; experiência fora do corpo, parapsicologia; emancipação da alma, espiritismo; viagem da alma, “ehconkah”; projeção do corpo psíquico e emocional, Rosa Cruz; projeção da consciência, projeciologia; experiência fora do corpo, americanos; e vídea para os indianos, e assim por diante. O que vem a ser psicossoma astral ou corpo astral? Quando é falado em projeção astral tem uma coisa muito interessante que acontece. Os relatos são assim: o indivíduo percebe que quando sai do corpo, a consciência dele vê um corpo operando, um corpo muito parecido com aquele que está deitado. Então, a maior parte das culturas espirituais e esotéricas chama esse corpo que se deslocou de corpo astral. O corpo biológico é feito de que matéria? É feito de átomos, prótons, nêutrons, moléculas sofisticadas, um sistema organizado e toda matéria do nível quântico N=1 e mais a partícula consciência operando no N=1 também. Agora, o que acontece quando a consciência desloca e também um corpo se desloca ao mesmo tempo? Na verdade o que se pode imaginar são dois níveis quânticos: o corpo físico e a consciência acoplada. Quando ele deita e faz a experiência da projeção astral, o que sai é um outro corpo feito de matéria do N=2, esse corpo estaria acoplado ao corpo físico, junto com a consciência. Então este corpo seria o corpo astral ou corpo espiritual ou até mesmo psicossoma, isso vai depender de quem está falando, se é espírita, Rosa Cruz etc. 509 Aqui se está falando em dois níveis quânticos, mas a coisa está acontecendo paralelamente. Imaginar assim: a pessoa está aqui dentro desse corpo, ele tem uma consciência e um corpo astral conectado, tudo junto. Quando ocorre o sono ou a projeção astral, ficou um corpo de matéria N=1 e saiu um corpo de matéria N=2, uma massa tão expandida que ninguém o vê, a luz o atravessa, ele reflete luz, tem a mesma densidade de qualquer espírito que já morreu, que está vagando entre os encarnados. Então, esse corpo espiritual vai viajar, levando a consciência mais expandida dentro do seu corpo astral. Por isso que ele vai passear, tem perna, tem corpo, esse corpo é moldado com a estrutura do corpo que carregava fisicamente. Isso explicaria que se agora na Índia um morador num corpo físico deita lá, sai do corpo e vem aqui para o Brasil visitar alguém, o médium vidente olha e o vê com a forma como se estivesse vendo qualquer outro espírito. Mesmo ele estando conectado com o corpo físico em outra parte do mundo, ele não tem nada de diferente dos espíritos que já morreram. Então a morte é apenas a separação dessas duas estruturas (corpo astral e corpo físico) de forma definitiva. Porque todos os dias durante o sono essa separação acontece, mas existe uma conexão chamada de cordão de prata que conecta o corpo astral ao físico e faz com que ele retorne e esteja ainda ligado e mantém 510 todas as funções biológicas funcionando. O dia que ele se romper vai ser a morte. É muito importante que se entenda esse conceito da projeção astral, podendo explicá-lo com o modelo do professor a matéria com o que o espírito é feito e essa tem que ser uma matéria do N=2. ● Os sintomas da projeção astral O primeiro sintoma que o indivíduo tem quando está tendo uma projeção astral consciente é de sensação de crescimento, expansão do corpo, conhecido como balonamento. Mas, na verdade, o que está se expandindo é o seu comprimento de onda da consciência. O segundo é a sensação de oscilação, de algo vibrando, porque quando ele está acostumado com a vibração corpórea dele, não sente, mas na hora que a vibração está mudando é comum ele estar deitado e sentir o corpo virando, se deslocando. O terceiro é de paralisia temporária ou catalepsia projetiva onde se tem a sensação de estar dormindo sem controle. Porque ele está meio fora, meio dentro do corpo, pode até tentar mexer um braço, mas não consegue, pois a onda já está se desconectando do cérebro, ela não controla mais o cérebro nem os impulsos motores do corpo físico. A consciência para controlar o corpo precisa estar acoplada. O professor tentou fazer essa experiência consigo mesmo, quando esteve fora do corpo e viu o seu corpo dormindo, dava uma ordem para ele chutar, mas ele não obedecia, não havia mais relação com aquele corpo. ● Por que todos devem dormir? Por que o ser humano, todas as noites têm que dormir? Em média dorme 8 horas por dia, então ele passa 1/3 da sua vida dormindo. Analisando-se pelo princípio da energia: imagine o seu corpo espiritual e a sua consciência, eles operam numa frequência e 511 como todo sistema gasta energia. O professor, em trabalhos espirituais, perguntou para os espíritos e eles disseram que o corpo espiritual tem uma quantidade de energia e quando ele entra em um corpo biológico muito denso é como vestir uma roupa de escafandro, pesada e entrar no oceano. Fazem-se movimentos lentos e garantem não aguentarem mais do que 4 horas dentro daquela roupa. Fisicamente se esgota tanto que não se vê a hora de tirar aquela roupa do corpo e quando tira sente um alívio, deita e relaxa. Então eles dizem que a coisa funciona assim: quando o corpo astral entra num corpo físico, a sensação é tão ruim para o espírito e a perda de energia é tão grande que os mentores cósmicos quando projetaram a experiência planetária do homem na Terra tiveram que prever exatamente esse desgaste de energia que o espírito iria sofrer usando a matéria. Assim eles calcularam quanto tempo o corpo astral poderia suportar para programá-lo para dormir em intervalos consecutivos. Por isso que a rotação do planeta tinha de ser adequada porque o corpo astral não pode ficar em média, mais que 12 horas dentro de um corpo físico. Todo cientista sabe que ninguém consegue ficar sem dormir por mais que 3 ou 4 dias, a pessoa morre, tem que dormir. E acontece que o ato de dormir é um programa natural instalado no próprio conceito físico do espírito: a sua relação com o corpo material que ele tem de todos os dias a noite sair do corpo material. Isto é, tirar a roupa de escafandro para poder recuperar essa energia, captar essa energia para no dia seguinte, quando voltar o seu corpo espiritual estar com uma carga de energia suficiente para continuar vivendo. Isso prova que esse corpo biológico não é natural, ele é projetado por inteligências avançadas. 512 Médiuns e Paranormais ● Como funcionam os paranormais na telepatia, cura a distância e psicografia ● Incorporação ● Encosto ● Telepatia, cura a distância e psicografia Supondo-se dois indivíduos A e B operando no plano material estando separados espacialmente por uma distância D, que pode ser anos-luz. Como a fonte primordial de suas consciências cA e cB é o próprio campo, então elas, necessariamente, estão conectadas, nunca estarão separadas. A experiência da telepatia (comunicação entre duas pessoas à distância) é facilitada se A e B tiverem uma ligação energética, psíquica, afetiva, emocional mais próxima. Por exemplo, se forem casal, irmãos, gêmeos, paranormais. Embora, tecnicamente falando qualquer pessoa pode gerar um fenômeno telepático, a experiência da telepatia funciona melhor se cada um dessas cA e cB forem mais expandidas. Considerando-se pessoas comuns como uma A pensando profundamente numa outra B e, de repente, o telefone toca e é B que está chamando A. Antes de tudo se deixa bem claro que telepatia não é conversar com uma outra pessoa, como se fosse um telefonema, aí já seria um grau muito avançado de telepatia. Existem vários níveis em que se podem expressar sentimentos, de repente se começa a sentir saudade de uma pessoa e ela vem na sua memória e, às vezes, naquele momento exato, a outra pessoa também está pensando em quem lhe está vibrando a sua energia. Capta em forma de uma emoção, em forma de um pensamento, uma imagem, não capta uma comunicação como se fosse um telefonema, a experiência não chega a esse ponto. Se dois objetos quânticos, anteriormente, tiveram afinidade, como pai e mãe então eles estão correlacionados automaticamente. Por isso que às vezes a telepatia é um fenômeno mais observável 513 nas pessoas que tem essas conexões afetivas, emocionais, mãe e filho, irmãos gêmeos, que desde o útero viveram conectados. Então se vai dizer que, a priori, esses indivíduos têm um relacionamento muito poderoso entre eles, donde, essas duas consciências vão interagir pela não-localidade, sem nenhuma troca de sinal eletromagnético entre os dois. Portanto, não importa a distância, a interação vai acontecer, postulada no teorema de Bell e pelo próprio Bohr quando diz que dois elétrons correlacionados jamais podem ser separados, uma inseparabilidade quântica. Sendo criada a hipótese de que a partícula consciência operaria de uma forma quântica, então, mais uma vez as consciências estariam correlacionadas, podendo interagir trocando sentimentos, vibrações de vários tipos. Com base nisso, se vai imaginar que uma vibração energética, psíquica é trocada entre duas pessoas, ela coloca um potencial, manda uma emoção, só que não pelo método local, troca de sinal, onda eletromagnética, ela interage através de um processo não-local, onde não vê o sinal trocado. Parece que o potencial de energia é trocado através do próprio campo instantaneamente, não importa a distância, essa então seria uma poderosa interação quântica. Da mesma forma que se explica telepatia, se vai explicar a cura à distância pelo mesmo método. Pelo experimento de Jacob, Grinberg Zylberbaum, uma consciência conseguiu gerar um potencial elétrico numa outra consciência e isso significa criar uma mudança no padrão vibratório da consciência e gerar até um potencial elétrico medível. Então, se pode imaginar que todos os fenômenos da cura podem ser explicados, também, através deste modelo. Um indivíduo cA e um outro indivíduo com a consciência cB ele cA pode, intencionalmente, em sua mente, mentalizar que ele está emitindo uma energia de cura e instantaneamente a este indivíduo cB. Todo o campo energético, astral e a própria consciência, que coordena todo o sistema biológico desse indivíduo vai receber diretamente essa influência. 514 Por isso, Jesus Cristo, Buda e grandes mestres ensinaram que a coisa só fica boa para a pessoa e a Humanidade quando se aprender a amar os outros e, principalmente, a amar o seu inimigo. Pois, a inimizade acaba. Aí se vão aprender por que tudo que deseja de ruim para os outros retorna para si. Imaginando-se o voodoo, aquele malvado que faz até o seu bonequinho, sua assinatura, sua fotografia e começa a espetar agulha para que o “espetado” fique doente porque ele deseja o seu mal. Então, é óbvio que essa assinatura vai quanticamente e, sem distância, esse potencial lhe atinge. Agora, vai lhe fazer mal se tiver um campo vibratório alto, vai destruir se não tiver um apoio espiritual que bloqueie isso, outras energias que possam bloquear. Sofre-se o impacto dessa vibração que vem de forma não-local, porque a consciência atua sobre a matéria. Por que a consciência atua sobre a matéria? Porque, como elas são de mesma natureza, elas podem interagir, então influencia o sistema orgânico, células. Quando se joga uma energia negativa ela envolve a pessoa, o chacras, o coração, todos os órgãos que dependem de um pulso de equilíbrio de energia começam a funcionar mal. Ao contrário, como um passe espiritual à distância, isso vai fazer muito bem. Imaginando-se o campo, um indivíduo A com a consciência cA e outro indivíduo B com consciência cB. Quando se joga uma energia ruim para o outro, é exatamente como se estivesse jogando-a para si próprio porque se faz parte do mesmo tecido. O seu crescimento depende da evolução do outro também. Só se pode evoluir se for criado um campo vibratório de energia onde as pessoas que estão à volta também começam a crescer, porque todos estão conectados na Terra. Existem muitas maneiras de se colocar amor no mundo, o professor deposita amor no mundo com o seu trabalho, como alguém que quer ensinar às pessoas a transformar suas vidas, suas almas, espírito, jogando para elas uma energia na consciência. Não é só pegar a mão e colocar uma energia áurica para transformar e 515 curar. Pois, a pior doença é a ignorância. A maior de todas as doenças é emocional, não é física, são aquelas pessoas que são escravas no trabalho por um salário e posição, robotizadas por um sistema diário de poder. A mensagem do professor Laércio Fonseca é a tentativa de cada vez mais libertar o espírito trazendo-lhes informações, estudos, para que ele possa despertar a sua própria consciência. Todo o seu trabalho do campo das artes orientais, do tai chi chuan, da meditação zen, do yoga, da física, da ciência, todos os seus DVDs, no seu site com mais de cem conferências gravadas sobre temas dos mais diversos possíveis, na área espiritualística, na área holística. O único desejo que ele tem é transformar o homem, ajudar o mundo a dar um salto quântico na consciência dos indivíduos para que eles alcancem um estado melhor. Se vibrar isso, vai-se criar um potencial de energia nesse planeta e é isso que Jesus queria dizer, ‘’amai-vos uns aos outros’’. Porque quando aprender a vibrar esse amor, cria um campo, e quando o outro aprender, não vai mais existir doença na Terra. Agora, esse sistema altamente capitalista, em que os países competem, em guerra, bomba atômica, os países vivem vibrando ódio um para com o outro e isso cria uma energia chamada de carma coletivo. As pessoas estão trocando tiros psíquicos com suas armas mentais. Vai se ver agora que a paranormalidade pode ser usada como uma arma psíquica. Chico Xavier era o mestre da psicografia que incorporava espíritos e escreviam mensagens. Raramente dava uma mensagem vocal, o grande trabalho dele sempre foi mensagem psicografadas com assinatura, às vezes, até real do indivíduo que tinha falecido. ● Incorporação Imaginando-se o campo com um médium M e sua consciência cM e um espírito E com sua consciência cE. A consciência de E, devido ao fato dele estar fora da matéria, pode vibrar um 516 pouco mais alongada. Já um espírito iluminado EI teria consciência cEI, então, haveria uma grande diferença. Quando o médium M está normal, a frequência está ali, mas quando ele vai receber um espírito E, ele primeiro relaxa, faz as suas orações, sua meditação, e a sua consciência se expande, então, é como se ele deixasse essa caixa do cérebro vazia para que outra consciência possa conectar-se ali. Vem, o espírito E chega próximo e faz com que sua consciência cE entre na caixa e assuma o controle de M. Este corpo não é meu, nem seu, nem de ninguém, é de todos nós. Nós não somos uma unidade? Nós não somos um? E se nós somos um, quem é, realmente, o dono desta ‘’cachola’’? Eu posso dividi-la. E aí esse outro ser que quer se comunicar, usar o meu corpo para se comunicar com vocês ou com qualquer pessoa, acopla a frequência dele à frequência do meu cérebro. Por isso que os médiuns têm seus guias específicos, tem médium que não recebe qualquer espírito, tem médiuns que são preparados para receber só aquele espírito. Porque foram preparados para fazer essa conexão com a frequência dele. É como se a consciência cM, dona do médium M, dormisse, entra em transe. E a outra consciência cE vem e assume aquela ‘’cachola’’. Entra no controle do cérebro. Só que há um problema: O espírito E não pode ficar muito tempo ali porque gasta energia, ele não está conectado com o corpo efetivamente, pois ele não tem o cordão de prata conectado, ele liberou só o cérebro para o espírito conectar. Geralmente a conexão se dá na nuca, é aqui por trás que os espíritos entram e entram na ‘’cachola’’. Desse modo a partir do momento em que essa consciência cE conectou-se ao cérebro de M, é E que coordena o corpo. É como se a consciência cM do médium ‘’saísse para fora’’. Então, aqui se tem o fenômeno da incorporação explicado desse jeito, dentro de um modelo, talvez até quântico. Feita a incorporação por esse método, este espírito E pode controlar qualquer parte do corpo de M, inclusive falar. O corpo biológico é apenas uma roupa, e o cérebro apenas uma interface 517 entre o espírito e a matéria, ou seja, entre a consciência e a matéria biológica, corpo biológico. Com o espírito no controle se pode dar mensagem, conversar com as pessoas. Se ele não deseja conversar e sim escrever, ele passa a dominar o braço com mais eficiência e escreve. O bom médium é aquele que não intervém, não fica participando porque ele pode interferir e parte da mensagem filtra na mente dele. O mau médium é exatamente essa confusão entre as duas consciências. O médium bom é aquele que ‘’sai fora’’ e deixa que o espírito opere 100%. Os espíritos falam que quando entram nos corpos dos médiuns, é como se carregassem uma tonelada em suas costas, porque ele sai de uma vibração muito suave e entra em um corpo altamente denso, pesado, que não estão mais acostumados a carregar, a mexer. Uma vez quando o Gasparetto estava pintando mediunicamente, o espírito que incorporava nele dizia assim: ‘’Olha, é tão difícil fazer isso que se assemelha a tentar pintar usando patas de cavalo. Fazemos esse esforço apenas para demonstrar aos seres humanos que o espírito existe e que a realidade após a morte é uma coisa totalmente viva e real, e que ninguém morre, as consciências jamais morrem. Apenas o corpo biológico para de funcionar e há a desconexão da consciência, do espírito com a matéria. Todos continuam existindo numa outra realidade, dimensão.” Através deste método os espíritos podem escrever, falar, pintar, tocar um instrumento. Existem médiuns que incorporam e tocam violão, piano, fazem composições clássicas. Aqui no Brasil, o irmão do Luiz Gasparetto, o Irineu Gasparetto é um médium que incorpora os espíritos músicos, cantores que já morreram, como Elis Regina e Vinícius de Moraes. Ele incorpora e faz de tudo, canta, recita poemas, compõe músicas inéditas. Um médium pode fazer outras coisas que não arte, ele pode operar cirurgicamente como o Doutor Fritz, um médico que está ali no corpo do médium. 518 Agora o professor quer mostrar uma visão mais teórica, do ponto de vista quântico, qual seja. Tendo-se o campo com duas consciências, uma de um espírito e a outra de um médium, entre eles só há uma pseudo-distância. À medida que o médium concentra e alonga a sua onda e na hora que o espírito relaxa e também alonga a sua onda, poderá haver um momento em que, exatamente, as duas ondas expandidas se conectam. E aí é difícil definir qual é a fronteira entre ser um e ser o outro, porque se perde o caráter de individualidade quando há expansão. Aquela personalidade individualizada começa a se fundir, se interpenetrar, então não se sabe onde começa uma e termina a outra, as barreiras da individualidade começam a ser quebradas quando há expansão. Uma experiência profunda de grandes médiuns e cientistas são de que interagir com outros espíritos como uma forma simbiótica, uma forma de interconectividade da sua própria consciência, perda da individualidade, do seu ego ou da personalidade objetiva. Acontece exatamente nessa experiência de insight de expansão da consciência, onde sente que não só o outro que está se conectando consigo, mas se tiver um gato aqui, a consciência dele passa a se conectar também. Se tiver uma planta a pessoa a sente como se ela fizesse parte do seu próprio ser. Sensitivos muito bons têm percepções desse modo. Aí vão entender a explicação do por que com São Francisco de Assis os animais como os passarinhos vinham sentar no braço dele, inclusive bichos selvagens sentavam e ele acariciava. Nunca foi atacado. A vibração que ele tinha criava uma simbiose, uma sintonia de amor, onde os animais se sentiam um com ele. Este fator mede o quanto o ser humano cresceu, expandiu, se tornou bom. Cada um pode analisar quantos passarinhos atrai ou se sua vibração é tão ruim que o cachorro quer lhe morder, a aranha atacar, vizinho matar, todo mundo lhe odeia. Jamais vai estar no estado de um só com o mundo, com as plantas, com os animais, porque se irrita com tudo, é aquele que acorda de manhã chutando o cachorro, mal humorado com a vida, com o mundo, com a 519 namorada, com a esposa, com os filhos. É esse o tipo de ser humano que existe em quantidade, é claro que um ser humano assim jamais vai viver uma experiência sensível dessa. O indivíduo que é só racional, só científico não vai entender nada do que se está falando sobre espiritualidade. Por isso que esse livro é para pessoas mais abertas, mais sensíveis, que estão vibrando uma personalidade de amor, espiritualizada. Se tiver uma personalidade técnica, racional, científica, não vai entender nada do que se está falando aqui e vai achar tudo uma grande bobagem. As pessoas que acham isso são aquelas que nunca tiveram uma experiência mais profunda. Pode-se perguntar para todos os físicos que estão nessa área da ‘’Nova Física’’, que são pichados por críticos, se eles tiveram ou não tiveram uma experiência esotérica profunda que os colocaram nesse caminho. Eles sabem que não adianta ficar em seu laboratório achando que sabem tudo do universo, da física, com esse ego ‘’desse tamanho’’. Quem quiser conhecer um pouco mais vai ao centro espírita, fica pesquisando, investe em bons médiuns e verá cada coisa que o deixará espantado. Considerem os astrônomos, essas pessoas que são fechadas, e peçam que eles comecem a pesquisar a sério sobre ufologia e disco voador, para ver se em um ano eles não vão se convencer de que o fenômeno extraterrestre exista. Com o fenômeno espiritual é a mesma coisa, ele existe e cabe aos cientistas, explicá-los. Não adianta dizer que os fenômenos não existem e que só no seu laboratório há fenômenos de física. Tem inúmeros de fenômenos acontecendo na natureza, nos centros espíritas todos os dias, centro de umbanda. Algo está acontecendo e precisa ser explicado. Equipes de cientistas americanos têm vindo ao Brasil para pesquisar João de Deus, esse médium que opera igual ao Doutor Fritz, peregrinações do mundo inteiro vem até ele. O universo é um dos grandes mistérios e o homem está engatinhando, rastejando ainda na superfície desse planeta, não tem a mínima consciência do cosmos e do que está dentro dele 520 próprio. Quando se fica trancado dentro das grandes cidades, faculdades, laboratórios, não se têm essa conectividade, se é um androide, um robô. Mas quando se entende o que os grandes mestres espiritualistas ensinam: “Vá lá ter uma harmonia com a natureza, respire o ar puro da montanha, sinta o mar, sinta as criaturas, sinta essa vibração que está aí, quanta vida existe ao seu redor, como o planeta é belo, como a vida é maravilhosa.” Então, quando se começa, realmente, a estabelecer conexões deste porte, começa a se tornar um ser mais puro, mais amoroso, porque sente, realmente, que tudo é um, que o seu semelhante faz parte de você mesmo e que os animais fazem parte de você mesmo. Duvida-se que um ser nesse estágio vá matar outro ser humano, vá matar seres vivos como uma vaca que sofre tantas dores, tanta angústia como ele próprio. Desta maneira, quando duas consciências se interconectam através de uma expansão quântica, de um insight, se vai perceber como os mestres ascensionados, os chamados espíritos de luz, os iluminados, os avatares que vieram na Terra interagiam entre si. Eles com suas consciências tão expandidas jamais sabiam quando terminava o seu ser e quando começava o outro. Esses seres, nesses estados de consciência mais amplos e mais avançados vivem, realmente, uns estados de amor, um estado de interconexão inseparável entre todos os seres da natureza. Por isso, não existe ET, seres superiores, espíritos superiores que façam o mal, porque eles seriam os maiores idiotas que existe no cosmos, porque se eles fizerem o mal, estarão tramando contra si mesmos. Por isso que o mal não existe vindo do alto, dos planos superiores, o mal só acontece nos níveis mais inferiores da consciência. Por isso, a maior bobagem de todas é achar que existe ET mau, seres muito avançados que vem a Terra para fazer o mal. Fazer o mal para quem? Para essa raça doente, sofrida, decadente, que já está em uma desgraça total? Qualquer ser mais avançado que olhe lá de cima para cá vai morrer de pena. Não há o que ele possa fazer para desgraçar a vida do ser humano mais do 521 que já está. Qualquer ser um pouco mais inteligente que olhe isso aqui verá que a vida do ser humano já sofre demais, é escravo, é androide, vive doente e infeliz o tempo todo. É muito fácil entender como que seres avançados atuam. Mas quando o ser não é avançado, quando um espírito ruim morre, se ele tiver sua vibração densa, ele continua com essa consciência adensada, mesmo fora da matéria, aí ele continua odiando, irritado, angustiado, triste. Por isso que tem encosto perturbador, porque são duas consciências vibrando, não importa se essa consciência que esteja vibrando seja viva ou morta, a interação correlacionada irá acontecer do mesmo jeito. ● Encosto Está aqui o campo, o ouvinte aqui vibrando, e o espírito morto. Só que este só perdeu o corpo físico, mas a consciência dele continua a mesma idiota de sempre, continua o mesmo indivíduo perdido, não acreditando em nada, depressivo, angustiado, aquele que se suicidou, que foi drogado. Ele morre com todas essas doenças da personalidade e, se bobear, ele leva a doença do corpo físico, porque o astral dele fica doente também, ele sente dores, mal estar. Então, esse ser, quando se aproxima de alguém que tenha afinidade quântica com ele, uma correlação quântica mais próxima, ele vai influenciar esse ser da mesma forma que duas consciências correlacionadas. Só que, ao invés dele estar transmitindo uma energia boa, ele irá passar tudo de ruim dele para o indivíduo. E esse indivíduo pode não ser sensitivo, pode não ser paranormal e ele começa a se sentir mal, angustiado, deprimido e não sabe de onde vem essa sensação, esse sentimento. E essa vibração está sendo exatamente porque alguém morto está próximo. No entanto, energeticamente, morto ou vivo não faz nenhuma diferença para a consciência, a conexão existe porque o campo é o mesmo. 522 Vida fora da matéria e planos astrais à luz ● Subuniversos quânticos da matéria e sua relação com os planos espirituais ● Umbral, Penumbral e Planos da Luz sob a ótica dos planos dimensionais quânticos ● Subníveis quânticos e os planos espirituais intermediários ● As cidades astrais e as comunidades astrais ● Subuniversos quânticos da matéria sua relação com os planos espirituais Hoje se fala sobre a relação que existe entre essa teoria criada pelo professor Laércio Fonseca sobre dimensões quânticas da matéria e os modelos que o esoterismo tem com relação a outras dimensões espirituais da realidade. Ou ainda, se faz um paralelo entre o conhecimento esotérico que existe na Índia, na China, no Tibet e tentar ver se tem algo a ver com os modelos criados pelo professor. Ele criou aquele modelo dos subuniversos quânticos: N = máximo mmáx. = kfmáx = k.0 = 0 campo N=n mn = kfn N=2 m2 = kf2 N=1 m1 = kf1 Superfície terrestre O esoterismo oriental diz que o universo está dividido em sete grandes níveis espirituais. O primeiro nível eles chamam de 523 ‘’plano físico’’, o segundo de ‘’plano astral’’, terceiro de ‘’mental’’, quarto de ‘’intuicional’’, quinto de ‘’búdico’’ e o sexto de ‘’crístico’’. Existem algumas literaturas em que, entre o plano físico e o astral, teria um plano intermediário, que eles chamam de ‘’plano etérico’’. Eles dizem que o plano mais denso é o plano físico e o plano astral seria o plano dos espíritos. Os demais seriam os planos superiores no universo, onde só habitaria consciências extremamente elevadas, seres de outra ordem evolutiva. Este modelo fundado na frequência, quanto mais ela for subindo mais vai se aproximando dos níveis superiores até o crístico, até estar em uma dimensão onde é um com Deus, onde não há vibração, onde é o campo, o indivíduo se dilui no campo. Um mestre espiritual explicitou a relação do ser humano com Deus: ‘’imagine que você é uma bola de plástico cheia de água, boiando no oceano. Ele pensa que é um indivíduo, mas na hora em que a bola estoura, se dissolve no oceano’’. O conceito de indivíduo, de ego, é exatamente essa casca, que faz com que a consciência pareça individualizada e separada do todo. Mas, na verdade, um processo evolutivo dissolveria isso e tornaria os homens um, a mesma essência, diluindo-se em Deus, ou seja, no campo. É muito prático se poder associar que a matéria do plano físico, neste conceito, seria do N=1. O plano astral do N=2, uma matéria muito mais sutil. No plano mental, uma matéria do N=3. No plano intucional, N=4. Búdico, N=5. Crístico, N=6. Por fim, a fusão com o divino, seria frequência zero, donde, N=7. 524 ● Umbral, Penumbral e Planos da Luz sob a ótica dos planos dimensionais quânticos Na tradição esotérica e espírita no Brasil ou em várias partes do mundo tem a ver com alguns modelos orientais. Eles dizem que existe o plano físico, plano da matéria. Depois o umbral, em seguida o penumbral, adiante o plano da luz, isso numa visão bastante espírita. Unindo essa visão espírita com a visão da teosofia se teria, mais acima, o plano dos ascencionados. Por fim, por cima disso um outro plano chamado de ‘’plano de comando’’, do comando espiritual da Terra. O professor vai chamar todo este segmento de umbral, penumbral, luz e ascencionados de N=2, tudo isso integrando N=2. Comando Ascensionado N=2 Luz Penumbral Umbral N=1 Físico No entanto, como que no N=2 há essas referências de níveis? Funcionaria mais ou menos assim: na teoria do átomo de hidrogênio de Bohr ele divide os níveis quânticos do átomo de hidrogênio em camadas de energia, as famosas camadas K, L e M. Na camada K se tinha os subníveis de energia, que eram os orbitais, linhas estreitas de energia que apareciam no espectro. Essas 525 subdivisões quânticas eles chamavam de s, p, d e f, são os suborbitais do átomo. Em cada camada os elétrons tinham que estar em subníveis de energia da seguinte maneira a seguir. _____________________ f _____________________ d _____________________ p _____________________ s M ________________________________________________ _____________________ d _____________________ p _____________________ s L __________________________________________________ _____________________ d _____________________ p _____________________ s K _________________________________________________ O professor faz a situação dizendo que o plano N=2 está dividido em um subnível s, p, d e f. Ele subdividiu em níveis quânticos mais próximos, mas mesmo assim estão longe da matéria. Entre a matéria de N=1 e esse subnível s tem um salto quântico grande, tem um ΔE que é o primeiro orbital s, o primeiro subnível do plano astral. Quem estaria habitando a matéria do umbral seria um elétron, uma matéria mais densa, e esse adensamento indo à subníveis, indo a saltos; é como o elétron faz no átomo, ele vai saltando em níveis, até saltar de uma camada para outra. Aqui se poderia pensar que um ser ascencionado vai adensando em subníveis até chegar ao físico. 526 Comando N=2 N=1 Ascensionado f Luz d Penumbral p Umbral s Físico Por isso, se pode pensar em fazer transporte de matéria sem mudar totalmente de um nível para outro mais avançado (como do Físico para o Ascensionado), poderia fazer um salto quântico no primeiro subnível s e depois retornar (Físico para Umbral e deste novamente para o Físico), sem afetar demais, sem fazer uma transformação muito grande nas moléculas e tudo mais. Ter-se-ia uma matéria no umbral bastante densa, no penumbral menos densa, no plano da luz uma matéria mais sutil e nos ascencionados muito sutil. No plano superior aos ascencionados, nos planos de comando viriam as grandes consciências controladoras do projeto Terra, muito sutis, que coordenariam toda a vida nesses planos mais densos. Através deste modelo se pode entender como o universo está organizado numa relação entre a visão espírita e essa nova visão científica matemática que o professor está proporcionando. 527 ● Subníveis quânticos e os planos espirituais intermediários Organizando esses subníveis s,p,d,f de uma forma melhor. A matéria nesse orbital s, a massa no nível s é ms = kfs. Em p é mp = kfp. E assim por diante, donde, se está fazendo uma subdivisão da subdivisão, ou seja, detalhando mais ainda como os níveis quânticos estão organizados. A matéria deste subnível s pode estar razoavelmente próxima deste subnível p, mas através de informações espirituais e esotéricas é que se o espírito sair do plano dos ascencionados e descer no umbral sem mudar a sua frequência, essas entidades em s não o veem, por não estar compatível com aquela densidade. Estando-se no plano físico da matéria, para que se possa ver um espírito, ele deve sair de s e adensar, ele tem que mudar a densidade, porque se vier com a matéria de como ele é não se vai vê-lo em N=1. A matéria dele está em s, ela é tão estendida que os raios de luz o atravessam totalmente sem refletir nada, ele não tem uma solidez, então não reflete luz, fica invisível aos encarnados. Para que pudesse ser visível teria que adensar a tal ponto que as ondas eletromagnéticas pudessem ser refletidas, não atravessasse mais esse ser, essa matéria. ● As cidades astrais e as comunidades astrais Quando um indivíduo vai fazer uma viagem ao umbral, ele sai do corpo físico e vem visitar as cidades que são parecidas com a da Idade Média, sem tecnologia aparente. Todavia, quando as pessoas vão visitar a cidade da luz, comentam sobre templos de cristal, aqueles templos belíssimos que irradiam luz, mas não queima. Eles têm uma aura brilhante fantástica, ou seja, uma matéria muito mais sutil, maleável por uma inteligência superior, por espíritos que estão em capacidade de 528 compreensão das leis físicas de universo mais avançada. As cidades com uma arquitetura de alto nível, construída e habitada por inteligências muito mais expandidas, próximas à verdadeira realização do amor. Meishu-Sama comenta de diversas maneiras: “Quanto mais subimos para as camadas superiores do Paraíso, mais bonito e magnífico ele se apresenta. As instalações do Terceiro Paraíso são construídas de vários tipos de materiais; as do Segundo Paraíso são de pedra, e no Primeiro Paraíso, todas são de madeira. Os templos do Primeiro Paraíso são construídos de hinoki (pinheiro japonês). (...) Construídas de ouro, prata e pedras preciosas, as instalações do Paraíso Supremo são extremamente magníficas. São feitas principalmente de ouro. Os habitantes do Paraíso Supremo vivem praticamente nus. Nas pinturas, os entes celestiais geralmente se apresentam com a pele exposta, de roupas leves. Vestem-se assim quando voam pelo espaço. Ademais, quanto mais próximo do Paraíso Supremo, maior é a quantidade de flores." “’Terra Pura' é um termo budista e situa-se no mundo búdico. O local mais nobre da Terra Pura do budismo corresponde ao Segundo Paraíso do mundo divino. Segundo as explicações do budismo, a Terra Pura é o Tossotsuten. É aí que se localiza o"Shibikyu" (Palácio Purpúreo). Aí existem templos, mosteiros e pagodes, onde flores de todas as espécies florescem plenamente, exalando fragrâncias por todos os cantos, e pássaros fabulosos voam. Há um lago enorme, em cujas águas flutuam folhas de loto e alegremente nada a tartaruga de pêlos verdes.” “O máximo do mundo búdico, chamado de Gokuraku, corresponde ao Segundo Reino Divino. É também denominado Tossotsu Ten onde se encontra o Shibikyu, (palácio de cor roxa suavíssima) em torno do qual existem vários outros templos importantes. Entre eles, destaca-se o Hitchido Garan (pagode dos sete salões) onde as divindades realizam reuniões de trabalho. Em lugar de destaque, está o Tahooto (a torre dos inúmeros tesouros). Nos arredores, imensos jardins com centenas de flores cujo perfume 529 inebria o ambiente. No céu azulado voa a Ave-do-paraíso (Karyobinga ou Kalavinka, em sânscrito).” “Há também um grande templo onde fiéis budistas, com a cabeça raspada, se divertem compondo poemas, tocando vários instrumentos, ou dançando, pintando, esculpindo, exercitando caligrafia, jogando go ou shoogui. De vez em quando, ouvem alguns sermões, atividade que eles consideram das mais prazerosas. Quem os faz são os iniciados das várias manifestações do Budismo. Dentre eles, destacam-se alguns mestres que, às vezes, sobem ao ponto mais alto do Shibikyu onde se encontram com Shakuson (Sakyamuni) para receberem orientação e ensinamentos mais profundos.” Na dimensão dos ascencionados, estariam todas aquelas entidades espirituais que não mais vivem uma experiência do plano físico da matéria, nem mais estariam sujeitas a lei do carma ou a lei da reencarnação. São espíritos que cessaram profundamente a sua jornada cármica no plano denso da matéria e não mais encarnam. São chamados de espíritos que ascenderam, e eles vão viver de uma forma muito mais sutilizada porque, um espírito que vive em s não flutua, não atravessa porta, anda muito denso como se estivesse no plano físico, como se tivessem matéria carregando um corpo do plano físico. Além disso, seriam espíritos cheios de ódio, de ego, parecidos com as pessoas comuns da sociedade. Não são indivíduos que apresentam grandes sabedorias, nível de consciência elevado. Com base nesta visão se observa e acredita que esta matéria pode ser moldada pelas inteligências que estão no comando espiritual da Terra construindo e habitando tudo isso. Pode-se ter uma noção de que existe um universo acima do ser humano. Os espíritas, os esotéricos orientais sempre ensinaram que existe uma cidade-astral chamada Shambhala, Nosso Lar. Existe uma sociedade onde as pessoas, entre uma vida e outra, vivem sua existência ali, seus sentimentos, suas emoções como se vivessem aqui na superfície desse planeta. Tendo, de vez em quando, sob 530 controle de inteligências mais superiores, acesso a tecnologia e assim por diante. Como explicar agora, através da teoria do professor Laércio Fonseca, que esses modelos esotéricos e espirituais estão corretos? Num tópico anterior se expôs como que essa matéria mais sutil estaria em relação ao planeta qual seja. Aqui estaria o planeta Terra, algo extremamente denso. Ao redor dele no orbe terrestre, a matéria cada vez mais sutil o envolve. É como se em cada nível existisse uma superfície, uma matéria sólida que fosse semelhante à superfície da Terra. Para um espírito desse nível de matéria, ele pode achar que a superfície do planeta Terra é essa. Mas, no fundo, é como se a Terra tivesse várias superfícies: superfície do N=1, do N=2, etc. N=3 N=2 N =1 Poderiam ser construídas casas, objetos como se estivessem no solo, que é a matéria estendida para outras dimensões do orbe terrestre. Essa cidade não estaria flutuando assim no nada. O núcleo da Terra tem a matéria mais densa, porque a pressão que está sobre ele o aquece e gera muito calor. A superfície delimita o N=1, a matéria do N=1 só está colocada até a superfície planetária, até a crosta. Lá em cima é invisível, mas existe a matéria do N=2, N=3, N=4, N=5 e assim por diante. Essas matérias estariam em nível de adensamento tais que, em determinado momento, se teria uma superfície dessa matéria, ou seja, cada vez mais rarefeita. 531 Superfícies em que um ser poderia andar como se estivesse no solo daquela dimensão. Uma casa dessa matéria N=2 é fundada numa superfície sólida para ela, por isso que o espírito anda, ele está em uma cidade-astral, no alto, longe da superfície terrestre, mas tudo ali é matéria densa, para o seu nível de densidade. Pode-se pensar que num nível superior se teria matéria dessa densidade como se fosse uma superfície para as coisas serem construídas e os espíritos que estariam aqui, estariam andando, como se fosse um plano mesmo. No livro de Enoque ou no próprio apocalipse da Bíblia, quando São João é arrebatado e elevado aos céus pelos anjos, a mesma descrição vai fazer o Enoque, nas suas viagens com os anjos. Ambos estavam dormindo ou em transe, os anjos os retiraram de seus corpos e arrebataram aos céus. E aí eles chegam numa dessas cidades desses níveis um pouco superiores. Olham para cima para ver o céu e veem um colorido diferente, flores belíssimas, campos maravilhosos e aquelas colunas de cristal. O Enoque entra e vê os querubins pegando fogo até ele, na verdade está vendo a aura deles. Ele vê uma parede toda queimando, coloca a mão nela e sente que é um fogo frio, um fogo que não queima. Ele não entende a matéria desse universo, desse plano superior, a matéria do plano espiritual, bem como tudo está estruturado e organizado. A força gravitacional que atrai massa seria bem menor em níveis superiores porque o nível de inércia que essa massa apresentaria seria muito pequeno. Por isso que alguns espíritos de níveis superiores conseguem flutuar com relação a essa superfície. Em suma, existe a vida após a morte, organizada vivendo agora nessas dimensões acima de N=1. Portanto, é possível haver grandes cidades onde moram milhões de habitantes, sociedades mais sutis onde espíritos muito mais inteligentes habitam. Dá para imaginar o nível de tecnologia e de ciência que esteja presente neste orbe devido à contribuição desses seres de grandes inteligências que faleceram. 532 Consciências que habitam níveis muito sutis são geralmente espíritos de grande luz e de grande sabedoria. Aqueles que habitam o plano mais denso do orbe planetário são criaturas com menos grau de percepção de realidade e consciência. A maior parte das pessoas que habitam a superfície da Terra tem suas consciências e níveis de percepção tão adensados que existe toda uma sociedade gigantesca existindo aqui e agora funcionando, e eles não tem a mínima noção disso. Agora se pode entender quando os místicos dizem que vão em sonho ou em projeção astral noturna visitar cidades astrais como o ‘’Nosso Lar’’, a Shambhala, a Garta, bem como as grandes cidades coordenadoras. Essa visão, que era extremamente esotérica e subjetiva, tem algo de concreto. Segundo o modelo quântico, essas questões espirituais passaram a ser palpáveis, basta construir uma tecnologia e passar a detectar isso. O maior de todos os passos que a ciência pode dar não é fazer nenhuma viagem para Marte, e sim ela descobrir o seu próprio espírito e tudo isso que se está falando. Aquilo que sempre existiu ao lado e nunca foi preciso fazer viagens interestelares para descobrir isso. O que os grandes mestres do passado utilizaram para descobrir isso foi à prática de yoga, de meditação. Qual o grande conselho dos grandes mestres senão o do ‘’Conhece-te a ti mesmo’’. Quando se tornar um sensitivo, um paranormal, ampliar o seu próprio potencial psíquico, vai interagir com essas comunidades que existem aqui, com um espírito que sai dessa densidade e vem aqui. Por isso que é muito ruim para um espírito que opera nesse nível de luz, que está envolvido com a matéria sutil, de repente ter que vir à superfície da Terra conversar com o homem. Ele vai ter que atravessar camadas de alta densidade de matéria para estar próximo ao ser humano e isso é como se começasse a descer no fundo do oceano em que a pressão vai aumentando. Para eles saírem e chegarem a essas dimensões tem que usar equipamentos e roupas especiais para adensar, para se aproximar dos planos mais 533 densos da matéria. Por isso que, às vezes, os espíritos de luz não estão muitos ao nosso lado. Faça a seguinte experiência com seu corpo astral, tente atravessar essa montanha sólida de granito de um quilômetro de espessura e verá o desespero em que vai se encontrar. Na hora que entra com todo o seu corpo nessa matéria astral e começa a andar, sente uma pressão violenta, entrando em colapso, em crise, e pior, perde a total noção de direção, fica cego ali dentro por instantes. Enfim, se perde na densidade material do planeta. Não é fácil atravessar grandes montanhas com o corpo espiritual. Um espírito que vem visitar alguém em N=1 é como se ele tivesse que penetrar uma rocha sólida, uma pedra. O corpo astral dele, naquela dimensão, naquela estrutura que ele está vivendo com os chacras todos acionados, quando se envolver com essa matéria, vai ficar perturbado e desequilibrado. Então vai ter que usar uma tecnologia, uma roupa especial, uma máquina especial para trazê-lo até aqui, interagir com os encarnados e retornar. É uma forma de interpretar e dar uma visão científica às experiências que muitos esotéricos têm relatado ao longo da experiência espiritualista no mundo, principalmente os projetores astrais. Por isso que muitos espíritos também falam que quando incorporam se sentem muito mal porque entram em um corpo muito pesado que não estão mais acostumados. Por isso se percebe os grandes templos, os grandes locais esotéricos que os monges costumam achar com o maior nível de vibração espiritual são os locais mais altos da Terra. Por isso que o topo das montanhas e os lugares altos são onde se sintoniza com mais facilidades os planos superiores. Seis bilhões de almas encarnadas na superfície terrestre são bilhões de consciência que se agregam em grandes cidades. A dificuldade disso pode ser observada por meio do modelo do campo quântico que é capaz de descrever os campos de forma quantizada. Com efeito, quando tem inúmeras mentes de indivíduos vibrando no mesmo campo, o que acontece quando, em um pequeno espaço 534 reúne milhões de consciências vibrando? Isso cria uma oscilação psíquica no campo. Continuando: se tem milhões de pessoas vibrando ódio, poder, sofrimento, angústia, depressão e o conflito entre elas se manifestando. Isso cria uma onda psíquica somatória vibracional de todas essas consciências oscilando junto, isso causa uma perturbação coletiva no campo. Isso faz com que cada indivíduo que esteja morando numa metrópole fique envolvido por essa ondulação, que o prende, porque o força a entrar em consonância com os demais, e isso perturba. Sabendo disso, as cidades-astrais não podem ser construídas em lugares de baixa altitude. Os espíritos preparam o local em grande altitude, eles procuram construir cidades-astrais nos Andes, nas montanhas tibetanas do Himalaia, onde não tem nenhuma cidade embaixo para criar essa onda psíquica. É por isso que um indivíduo que se espiritualiza percebe que tudo que está na metrópole atrapalha essa busca por elevação espiritual. Deste modo procurar uma sintonia com forças e níveis superiores é ‘’sair fora’’ de grandes cidades. Por isso que o projeto do professor também é nas montanhas, porque o seu objetivo é fazer uma pesquisa espiritual, uma pesquisa ufológica mais profunda, criar mecanismos para entrar em contato com os planos superiores. Numa civilização avançada do futuro, em que a base seria espiritual e não material, não pode existir perturbação metropolitana, pois é coisa de civilização primitiva e atrasada onde se estabelece a vibração harmônica do conflito, da frequência da disputa, da competição, e todos os cérebros e consciências vão vibrar de acordo com esse padrão, seguem o padrão da mídia, da dominação. As pessoas se viciam tanto nisso que não conseguem sair, ela sabe que é o inferno, sabe que é o caos, aquele congestionamento, aquela poluição no ar, poluição sonora, poluição da água, tudo converte para o abismo. Pessoas inteligentíssimas, professores universitários, mestres, doutores, médicos, cientistas, inteligentes ao extremo, não conseguem enxergar isso, continuam 535 morando, vivendo e construindo suas vidas lá e não consegue construir um novo padrão de sociedade, baseada em outro argumento. Por isso que esse tipo de civilização existente não tem futuro, quando constrói um padrão desses, ele só pode gerar o caos. Uma cidade como São Paulo, Nova Iorque, grandes cidades no mundo, só podem vibrar o caos espiritual, o conflito, guerras internacionais, nucleares, a humanidade está fadada a um caminho grotesco. Isso porque não se entendia direito como o Mundo Espiritual estava organizado em relação aos encarnados. Mas agora, aos poucos, se pode compreender, até com base na física quântica, que para que a consciência possa operar em um nível superior as mudanças devem ser profundas no interior do homem. Querendo-se alterar o nível quântico de consciência e começar a perceber outros níveis da realidade, se tem que fazer mudanças até geográficas, bem como de padrão, hábitos, como viver na sociedade, o conceito do que seja trabalho, emprego, do que seja servir à sociedade. Servir a uma sociedade não é ser escravo, androide em uma firma produzindo ‘’abobrinha’’. Como um espírito que opera nessa dimensão superior olha a humanidade vivendo naquelas guerras, bombas explodindo todo dia no Oriente Médio, ódio, instabilidades, não há paz para se viver porque o conflito está instalado. O planeta Terra e ao seu redor, até certa altura, se tem uma ondulação do campo psíquico da Terra que é resultado, quanticamente, da somatória de todas as consciências que estão vibrando. O famoso psicólogo Wilhelm Reich criou um modelo de energia dentro da psicoterapia em que a emoção era um potencial de energia que se deslocava primeiramente através do seu corpo e depois expandia, da mesma forma que um orgasmo, uma experiência orgástica. Ele dizia que era um potencial de energia que estava sendo consumido e emanado. Sendo energia também pode ser quântica. Ela pode estar operando exatamente nos padrões de consciência, a consciência 536 está atuando na forma como essa energia é emitida, essa energia tem uma assinatura. Essa é a assinatura psíquica de uma energia, de uma onda energética que a pessoa opera. Se somar os seis bilhões de habitantes que vivem hoje na Terra dá uma somatória para o planeta. Onde estão as grandes cidades há uma concentração maior da vibração dessa energia mais densa, mas ela se espalha pelo planeta, ondulando ao redor dele, é uma vibração de matéria psíquica que se estabiliza em certa altitude. Entidades mais avançadas olhando de certa altura o planeta Terra veem uma assinatura de cor que é chamada de aura do planeta. E as pessoas percebem que essa aura de campo do planeta Terra não é muito boa, é uma aura densa, porque vivem ali espíritos muito densos, em conflito, em sofrimento, em angústia. Assim, é um planeta cármico, onde uma experiência de uma alma na superfície é cármico. Quem é paranormal, vidente ou quem opera nessas dimensões superiores com instrumentação muito mais avançada, tem a sensibilidade de perceber. Os mestres orientais, dos professores de Tai Chi, dos sábios Shaolin, dos teosofistas, falam o seguinte: ‘’O que aconteceu com o ser humano?’’ ‘’Por que o homem perdeu totalmente a sua noção de espírito?’’ Eles respondem que foi porque ele construiu uma selva de pedra totalmente desarmônica com as leis da natureza e isso fez com que os espíritos ficassem ainda mais adormecidos, mais embrutecidos dentro da matéria. E toda a relação com o mundo, com a sociedade é uma relação de poder, de ego. Por isso que a grande advertência dos seres de luz, dos mestres espirituais é que os seres humanos estão muito desequilibrados com o Tao, em desarmonia com o verdadeiro curso da natureza. A natureza tem um ciclo, que é o tempo. Os maias respeitavam o tempo de uma forma extremamente poderosa, enquanto o ser humano despreza a ideia de tempo. Pois, ele só quer saber de produzir e colher rápido. Para isso usam agrotóxicos porque ele só quer ganhar dinheiro. Com a mesma visão do lucro da 537 cidade ele vai com uma visão materialista para o campo, pronto para destruir, poluir, seu objetivo é apenas o de faturar. As fazendas de hoje são verdadeiras agroindústrias, donde o homem vem destruindo, desmatando, desequilibrando o ecossistema do planeta. Isso gera no planeta e no mundo um desequilíbrio profundo e isso tem um preço: o aquecimento global, o aparecimento de epidemias, doenças em massa, uma série de situações que fazem com que o homem esteja profundamente desintonizado consigo mesmo, que é o seu próprio espírito. Por isso que um homem de cidade, um homem dessa ciência que está aí, quando ouve falar de espírito diz que é bobagem, que não existe. É muito difícil um homem estar nesta vibração densa das grandes cidades e perceber o sutil, o invisível, que sempre existiu e sempre esteve ao seu redor. O modelo do professor Laércio Fonseca é um modelo mais técnico, um pouco científica, um pouco mística, pois é uma fusão entre o místico e o científico. Ele está tentando associar a visão científica com a esotérica. A ciência do futuro será espiritualista. Como que fica nesse modelo as civilizações intraterrenas? Existe uma teoria da ‘’Terra oca’’, em que no núcleo da Terra tem um sol central com toda uma sociedade vivendo numa grande caverna. Ele ilumina, se tendo dia e noite. O professor, particularmente, não acredita nisso. Como cientista, jamais poderia imaginar que a estabilidade de um planeta se daria desse jeito. Não tem lógica pela questão das forças centrais gravitacionais, pois toda matéria vai para o centro, que é muito quente e não teria alguma força conhecida que poderia criar um espaço oco, equilibrado e harmônico, com água, com riacho, com oceano. A hipótese aventada pelo professor é que entre a crosta terrestre e o núcleo da Terra, se tem o magma que é a camada de rocha derretida. A matéria mais densa sempre indo para o centro. Comunidades muito inteligentes que no passado, após o afundamento da Atlântida, teriam construído em locais inacessíveis para próxima civilização que viria. Na Cordilheira do Andes, Alpes e 538 Himalaia, se fariam nessas regiões cavernas bem próximas à superfície, onde abrigariam um núcleo de civilização avançada, que estaria em intercâmbio direto com os planos espirituais superiores e com toda civilização extraterrestre do espaço. Seria uma civilização completamente diferente da humana conhecida, não faz parte desta civilização cármica, é um bolsão de alta tecnologia, construída artificialmente por uma civilização inteligente para operar conjuntamente neste planeta aqui. O professor acha que esta é visão mais avançada de mundos intraterrenos. Muitos líderes esotéricos com muitos livros escritos falam sobre cidades intraterrenas de matéria astral que poderiam vir à tona e adensar em um terceiro milênio. Tem um grande esotérico afirmando que tem certas regiões do planeta onde existem cidadesastrais muito próximas à superfície do planeta construídas de uma matéria especial, de alta tecnologia. E, após a grande transição planetária, essas cidades se materializariam e se instalariam na superfície da Terra como uma coisa pronta. É como se o plano espiritual viesse à superfície de uma forma totalmente avançada, intervindo em uma próxima etapa, em um próximo processo de civilização, após uma reestruturação planetária de grande porte, e é isto que os esotéricos falam. Tudo isso é muito possível dentro das ideias do professor porque a matéria pode ser convertida, sua frequência pode ser mudada de uma forma tecnológica e transferir matéria do plano físico para o astral e vice-versa. Esta tecnologia pode ser dada de presente para o homem do terceiro milênio de modo que ele não precise mais procurar alimentos, nem fontes de energia, não precisa poluir o planeta para produzir. Teria várias tecnologias avançadas intervindas e o homem teria todo o tempo do mundo para buscar o seu espírito, para buscar sua ascensão. A Jerusalém astral se instalou na Terra na visão de São João. Quando ele fala disso, provavelmente está falando de uma cidade astral acima de Israel que coordena a própria civilização espiritual 539 de Israel. No mundo físico se têm, segundo Chico Xavier, dez bilhões de almas no orbe astral e seis bilhões encarnados. A Kabbalah, que é uma interpretação mística, simbólica, criada por grandes rabinos tem uma discussão interessante sobre Adão e Eva no paraíso. Qual é a interpretação da Bíblia? É a que Deus expulsou Adão e Eva do paraíso por terem cometidos pecados. Por que até hoje a ciência não achou esse paraíso? A visão dos kabbalísticos disse que essa história é errada. O homem está vivendo no paraíso que é a Terra e que ela sempre foi paradisíaca. O ser humano é que expulsou Deus do paraíso terrestre e o tirou de sua vida. Hoje se vive em uma sociedade em que não cabe a espiritualidade, não cabe à religião, não cabe Deus. Essa é uma visão mais inteligente. Todos os humanos das grandes cidades expulsaram Deus do paraíso onde eles se encontram, mas expulsaram o Deus que existe dentro do ser humano [alma = centelha divina] e se vive o demônio. A tentação, o símbolo do demônio, é algo que está dentro do homem [espírito secundário], não existe um demônio externo tentando a humanidade e também não existe um Deus externo que expulsou o ser humano de um lugar hipotético. A humanidade expulsou Deus do paraíso e o expulsou de dentro dela. À medida que a humanidade adensou, perdeu o contato com o seu verdadeiro eu interior, que é o Deus que está dentro da consciência, dentro de cada um. O homem perdeu o contato com o campo, com o divino. O professor tem uma experiência de um mestre esotérico que lhe ensinou a seguinte verdade. Ao fazer a pergunta ‘’Mestre, qual é o papel da mente, da razão no caminho espiritual?’, obteve a resposta: “imagine que a verdade e a sabedoria suprema estejam no alto de uma montanha e o seu objetivo é chegar até lá, mas você mora em uma cidade muito grande distante e distante. A primeira coisa que você faz é pegar um carro, mas esse só consegue levá-lo até a base da montanha, então você desce do carro e começa a subir a pé. Assim é a nossa mente na nossa jornada pelo conhecimento superior. A nossa mente é como um carro, ela só 540 pode nos levar até um ponto da jornada, após chegar a esse ponto, necessariamente, você tem que abandoná-lo se quiser ir adiante”. A linguagem da matemática e da ciência, a visão racional que a ciência tem do universo da matéria tem certo nível de aplicabilidade. Depois de um determinado ponto se tem que abandonar essa ferramenta e lançar mão de outras ferramentas mais poderosas, que são a intuição, ser mais interno e penetrar em dimensões da própria consciência que a razão jamais conseguiria penetrar. Nos Upanishads tem uma frase interessante ‘’Lá, o teu olho não alcança, nem tampouco a tua mente pode alcançar’’. Então, como pode alguém ensinar isso para outra? Isso significa que, em determinado ponto, a jornada é solitária, tem que ir sozinho. Podese conversar, debater, dialogar, ensinar muitas coisas e passar uma experiência de vida, mas vai chegar um momento que não adianta, a pessoa tem que ir só e a mente, a razão, a lógica do experimento cotidiano, do concreto, é uma parte do universo. Mostra-se que existe outro universo sutil e além, e para se dar esse salto quântico na consciência, tem que abandonar essa mente lógica, essa razão. Quando assim fizer, seguir esse conselho dos grandes mestres superiores, quem sabe não se abrirá a porta para Deus fazer parte da vida do homem, para Deus voltar a viver com o ser humano. Observações: 1ª) No próximo tópico se aborda sobre o projeto Terra, se vai criar este modelo e espalhá-lo para o sistema solar, a via Láctea e o universo como um todo. Vai-se dizer que todas as dimensões sutis das matérias existem e perceber que o universo inteiro pode crescer assustadoramente. Isso porque além da forma material que já foi delineada, se tem outro universo que são subuniversos de matérias mais sutis em que vivem civilizações. Também se trata da reencarnação, da experiência no projeto Terra, tudo o que os esotéricos têm ensinado. Aí se vai ver que coincide com o modelo quântico apresentado pelo professor. 541 2ª) Quando se constrói o modelo científico ele tem que corroborar com algum modelo empírico lá atrás. Por exemplo, quando Kepler construiu as suas três leis empíricas, sem nenhuma comprovação matemática, aí veio Isaac Newton e cria o cálculo diferencial e prova que a visão empírica de Kepler estava correta. Da mesma forma, neste livro se está fazendo isso. Tem-se um modelo empírico, que é o modelo espírita, o modelo esotérico, que é uma visão empírica do mundo, e se está através de um modelo matemático um pouco mais sólido, tentando associar isso para ver se isso explica ou pelo menos tem uma sintonia com essas ideias esotéricas e espiritualistas. 542 Projeto Terra ● Matéria escura e Energia escura e a relação com a matéria dos níveis espirituais ● As grandezas físicas do universo de estrelas e galáxias ● Uma relação dessa visão de como Deus se manifesta no mundo ● Relação dessa visão espiritualista com nosso modelo quântico de subuniversos ● A Terra e o seu projeto ● Reencarnação e vida após a morte vista pelo nosso modelo quântico ● Matéria escura e Energia escura e a relação com a matéria dos níveis espirituais Em “Física de Partículas” foi dito o seguinte: “O Modelo Padrão (MP) estabelece: toda a matéria de que se tem notícia é composta de três tipos de partículas elementares: léptons, quarks e as mediadoras, e que um punhadinho de 61 partículas basta para construir toda a matéria observada neste universo (incluindo, é claro, as observadas em laboratórios)”. Se só existissem estas partículas as galáxias teriam uma rotação bem mais rápida. Por isso os físicos especulam que imensa parte do universo conteria também grandes quantidades de matéria invisível, indetectável e imperceptível, dando a elas mais massa do que se pode ver, detectar e perceber de modo que rotação seja de fato mais lenta. A essa matéria, nestas condições, ela foi designada de matéria escura. Em particular na galáxia onde habita o ser humano - Via láctea –os cientistas perceberam que havia uma discrepância muito grande entre o numero de 200 milhões de estrelas com sua massa e a rotação registrada. Existindo 90% de uma massa que os cientistas não sabem o que é e nem onde é que está. 543 Nas palavras técnicas do cientista: sabe-se agora que 90% do universo são constituídos de matéria escura. Assim designada, por ela não emitir radiação, não refletir luz e ninguém saber onde está. Teoricamente está na galáxia, mas como ela está distribuída, como ela aparece, ninguém sabe. Só se sabe que permeia todo universo e sua massa oculta influência a galáxia como um todo. Os cientistas dividiram se em dois grupos: os que consideram que a matéria escura é algo que não foi detectado, orbitando entre as galáxias no meio do espaço interestelar; e os que por outro lado acham que a matéria escura tem de ser alguma coisa nova, nunca vista antes pelos homens, um conjunto de hipotéticas partículas que vários físicos teóricos sonham há muitos anos, mas que ainda não foram detectadas em laboratórios. O professor Laércio da Fonseca cria a seguinte hipótese: matéria escura seria toda a matéria dos níveis quânticos superiores com massas m2= kf2, m3= kf3, ... , mn= kfn, e assim por diante. Seria a matéria do plano espiritual e de todos os demais planos, aquela massa que envolve os planetas, cometas e estrelas. Mesmo que fosse pequena em termos de medida em relação a esta matéria densa, a quantidade dela em relação à matéria densa seria muito maior. O professor levanta a tese de que 90% do universo da matéria do universo estão nas outras dimensões, na forma de massa dos níveis quânticos superiores. Matéria escura que é uma matéria real, ela é medível, tem massa e está dentro deste mesmo universo e sendo detectada desse jeito. Só que teoricamente, ninguém sabe o que é. Existem mil propostas e ela só é detectável no efeito de rotação, no efeito gravitacional. Mas não é detectável em forma de carga elétrica, em forma de emissão de radiação, nada. É a mesma coisa de quando se fala do plano espiritual e do espírito que ninguém consegue detectar. A matéria conhecida é concentrada em estrelas e planetas. O espaço vazio que existe entre uma estrela e outra, entre um planeta e outro, aqueles milhares de anos luz seria apenas de um pseudo 544 vácuo, pois, a galáxia inteira estaria preenchida com esta matéria escura. As galáxias têm rotação e os sistemas solares têm movimentos. O sistema solar da humanidade é localizado e tem uma velocidade de 220 quilômetros por segundo, ou seja, em um segundo ele anda 220 km. Os pesquisadores concluíram, devido esta matéria ser diluída e indetectável, que ela deve ser constituída de alguma partícula desconhecida, que interagiria com os átomos. Afirmam que a galáxia esta imersa em um véu de matéria escura e o efeito é como o de correr e sentir o vento sobre a pele. Isto é, não se sente o efeito deste bombardeio porque as partículas atravessam como se fossem fantasmas. Só muito escassamente ocorre uma colisão entre uma partícula de matéria escura e de uma matéria normal. No máximo, uma colisão de 10 quilos de matéria por dia. São estas colisões que podem ser detectadas fornecendo prova ou não da existência de partículas de matéria escura. Todavia, mesmo quando ocorrem, elas são muito fracas. Existem vários detectores espalhados pelo mundo tentando caçá-las, ou seja, perseguir os neutralinos. No entanto, na verdade, os pesquisadores nem sabem o que estão procurando, eles sabem que estas partículas não têm carga elétrica porque se tivessem já teriam reagido eletricamente, mas se tiver é uma carga elétrica fraquinha. Na tese de Laércio Fonseca se poderia chamar que existem estruturas no universo onde só existem mundos funcionando até como uma galáxia somente da matéria m2 para cima (isto é, m3,..., 545 mn) sem matéria do plano físico, onde possivelmente só poderiam habitar espíritos. Astrônomos publicaram um intrigante artigo apontando para a curiosa possibilidade de o universo conter numerosas galáxias que não possuam uma estrela se quer, mas apenas matéria escura. E mais: as galáxias normais feitas de estrelas brilhantes seriam uma minoria em relação às galáxias escuras numa proporção de 100 para 1. Eles estão postulando que existe em relação uma galáxia brilhante convencional como a Via Láctea, 100 de galáxias escuras. Ou seja, estão encontrando um universo muito maior e uma matéria estranha em muito maior numero do que o estado da matéria é conhecido. Talvez estas teses astronômicas estejam apontando para uma descoberta revolucionária que os físicos espiritualistas estejam tentando propor de outro jeito e às coisas comecem a convergir. Para isso, basta os astrônomos deixarem de pensar materialmente e a pensar de uma forma mais espiritual. Agora se vai dar uma ideia do numero de estrelas, galáxias, do tamanho do universo conhecido. Depois se vão postular as ideias tibetanas para mostrar, segundo os tibetanos, como Deus se manifesta no mundo, como Ele cria universos, como Ele se manifesta em nível de galáxias. Finalmente, se compara com o modelo do professor. ● As grandezas físicas do universo de estrelas e galáxias A maior parte das coisas que os olhos veem quando olham para cima são conjuntos de estrelas que fazem parte de aglomerados de estrelas que não estão dispersas no universo aleatoriamente. Isso porque as forças gravitacionais reúnem, como o Sol faz os planetas ficarem girando em torno de si. Todas as estrelas também se aglomeram de forma a obedecer a um conjunto maior, uma lei maior gravitacional e a esses conjuntos gigantescos chamados galáxias. 546 As galáxias conhecidas têm 80% delas na forma espiral e 20% restante possui formas das mais variadas possíveis. As galáxias espirais seguem um padrão, elas têm um núcleo e ao redor dele tem braços. O núcleo gira um pouco mais rápido do que os braços que acabam sendo arrastados gravitacionalmente nesse processo, dando a forma chamada espiralada. Esses conjuntos são gigantescos em tamanho. A Via Láctea, por exemplo, tem um diâmetro aproximado de cerca de 100 mil anos luz de diâmetro. O sistema solar está num dos braços a uma distancia de 30 mil anos luz do centro, o que é muito longe. As galáxias espirais vistas de cima têm esta forma já desenhada aqui, mas vistas de perfil elas são estruturas onde se vê o núcleo e os braços muito achatados. O que tem a ver com o estado de mínima energia das forças que operam gravitacionalmente. Da mesma forma que tem o Sol e os planetas todos girando no mesmo plano não tendo um planeta que fica girando diferente. Então com o passar dos anos as galáxias vão tendendo a formar esta coisa espichada, onde não vai ter matéria, fora daquela linha. Isso ocorre porque a tendência da matéria em estados de mínima energia é ela se condensar num anel. Deste modo, a Via láctea vista de perfil tem um núcleo de 16 mil anos luz de diâmetro com braços de 5 mil anos luz de espessura. O numero de estrelas da Via láctea é da ordem de 200 bilhões de estrelas sendo que 98% estão na região do núcleo. Logo, 547 o grande agito da galáxia do ser humano é próximo ao núcleo. O Sol da Terra está bem longe do agito da população estelar. Para se entender o tamanho da Via láctea e se conscientizar o que é essa história de pegar a Enterprise (nave do Spock) e sair viajando pela galáxia achando que vai conhecer o universo, basta supor a seguinte situação. Imaginando-se a construção de uma máquina fantástica e convidando uma pessoa Z para entrar nela e apertar um botão e se deslocar de uma estrela para outra instantaneamente, sem nenhum tempo na viagem. O que, aliás, é o sonho de qualquer transportador porque não é necessário ficar viajando no espaço com aquele tempo enorme. Sem gastar nem um segundo nessas viagens se permite que Z fique um dia terrestre em cada estrela. Sendo que ficar na estrela tem que entender que ela é um sistema solar, donde, pode ter dezenas de planetas de mundos orbitando em torno dessa estrela. Porém, só se vai ficar 24 horas em cada sistema. Olha que o ser humano há tanto tempo aqui na Terra e não aprendeu quase nada do sistema solar, do universo e da própria Terra ainda tem milhões de coisas para serem descobertas. Se o homem tiver de visitar todas as estrelas da sua galáxia quantos dias ele vai gastar? Sem levar em conta o tempo de viagem, são 200 bilhões de dias, que divididos por 365 dias daria para fazer esta viagem em torno de 600 milhões de anos. Nem espírito depois de morto com disco voador de ET vai poder conhecer a galáxia, não? Mas, supondo-se que Z tenha feito esta viagem por toda a Via Láctea, e que a sua vontade de conhecer o Universo tenha permanecido. Logo, é bom saber quantas outras galáxias têm no universo. Relevando-se que a distancia entre a Via láctea e a sua vizinha, a galáxia de Andrômeda, é de 5 milhões de anos, a existência de galáxias com cerca de 3 trilhões de estrelas, se responde que foram catalogadas e estimadas o numero de galáxias no universo em 100 milhões até agora. Provavelmente com o aumento da observação dos telescópios mais modernos esses números tendem a dobrar, quadruplicar e assim vai embora. Isso só 548 no universo físico observável sem contar que tudo isso que foi contado é 10% da matéria, porque tem 90% da matéria escura. Deus tinha ou não tinha mania de grandeza? As pessoas ocidentais têm uma visão religiosa do mundo de que Jesus é o senhor Deus do universo, muitas orações diz isso. Onde ele está sentado ao lado do trono de Deus que é seu pai, um homem barbudo que cuida de 6 bilhões de habitantes aqui na Terra, mais uma galáxia de 200 bilhões de estrelas, um universo de muitos milhões de outras galáxias. Aí se pede a Ele para arrumar um automóvel, uma namorada. Ao se pedir tais coisas: Que Deus se tem na cabeça? Quando pensar Nele tem de pensar num Ser cuidando, harmonizando e criando um universo de numerosos mundos para administrar. Não esquecer que Ele não só tem a Terra para se preocupar. A espiritualidade do 3º milênio tem de ser avançada, consciente e preparada. Ela tem de preparar para se encontrar um universo cheio de vida e interagir com inteligências avançadíssimas que operam em todo este universo vasto. E esse universo se estende até onde? Os cientistas conseguiram até hoje criar um raio de percepção do universo físico composto de galáxias, estrelas, planetas e mundos. Este raio do universo esférico com centro hipotético na Via láctea tem aproximadamente em torno de 15 bilhões de anos luz. Só que até hoje os cientistas não conseguiram mapear o universo em todas as direções a distribuição de galáxias. Existem grupos de cientistas especializados criando um mapa do universo tentando inserir 100 milhões de galáxias aí dentro. Então, o telescópio faz assim, dá uma olhada nessa direção e tenta ver quantas galáxias tem e qual a distancia que elas estão. Coloca-as no mapa e vai marcando por setor até onde o telescópio enxerga. Isso dá um trabalho imenso, pois, ainda por cima, não se tem telescópio aqui no hemisfério sul. É trabalho até de séculos. E cada vez que a tecnologia aumenta se pode ampliar esse horizonte e encontrar mais objetos para lá. Com essa noção de um universo vasto se 549 precisa criar um modelo de Deus mais palpável com a realidade da astrofísica, com a realidade de um universo conhecido hoje pela raça humana. ● Uma relação dessa visão de como Deus se manifesta no mundo Agora se vai tentar fazer uma simbiose desta visão de universo vasto e a visão oriental tibetana de como o universo estaria organizado até chegar numa ideia de colocar dentro desse universo a inteligência, a consciência. Parte-se que toda esta matéria, essa ordem galáctica universal, é controlada por uma grande inteligência que ordenou toda a energia e toda a matéria do universo a fim de que o fluxo seguisse dessa maneira. E que para vida, para o homem, para a presença humana aqui dentro de este universo ser algo dentro de uma ordem muito grande, estabelecida há bilhões de anos atrás. Imaginando-se que no principio, antes da criação desse universo de galáxias, estrelas e matérias, existia uma energia que era apenas o campo. Que gerou todas as partículas. A este campo se chama de Deus, Brahma, Jeová, Tao, Chi, Alá, o nome que se vai dar não importa. O que importa é que se postula este Deus de um jeito diferente. Um Deus que resolve criar universos e vai começar a criar do mais sutil para o mais denso. 550 Deus N=7 N=6 N=5 N=4 N=3 N=2 N=1 ● Relação dessa visão espiritualista com nosso modelo quântico de subuniversos Imaginando-se Deus como o campo sem vibrar. Aí quando começa a vibrar numa frequência quântica característica forma o primeiro universo, que se vai chamar N = 7, com massa m7 = kf7 só para considerar o que diz os tibetanos que falam de 7 universos, mas pode ser completamente diferente. Aí se cria outro nível quântico, outro universo com a matéria do N = 6, isto é, m6 = kf6. Em seguida para N = 5 indo até N = 1. Isso sem esquecer que as matérias de todos estes níveis vieram do campo. Posto que esteja tudo cheio de matéria, registra-se que o universo foi criado aqui em baixo com N = 1, no qual aparece um universo de milhões de galáxias. Toda esta matéria que está aqui na Terra, desde N = 7 até N = 2, envolve esse universo que é de N = 1. Ela permeia esse universo físico porque toda esta matéria que está aqui nessa sala, está 551 contida pela matéria do plano astral, os espíritos andam no nosso meio com a matéria de N = 2, bem como das matérias de N = 3 até N = 7. Aí Deus resolve introduzir nesses níveis quânticos a consciência. Ele se manifesta aqui em N = 7 com uma consciência bastante ampliada, não é um ser, um individuo, mas sim parte da sua inteligência manifestada. Que começa a subdividir essa consciência em partes cada vez menores. Ai ele vai descendo e vai dividindo e cada universo é mais denso até chegar ao universo físico onde a consciência vai alcançar um numero inimaginável por que ela tem de habitar milhões de galáxias e podem fazer parte de uma linhagem que nada tem a ver com a linhagem humana: como os devas, os elementais da natureza, os espíritos dos animais. É isso que se manifestam na Terra, nos planos densos da matéria, de uma forma completamente diferente da linhagem humana, do padrão de inteligência do homem, e assim muitas outras formas de manifestação da inteligência estão ocorrendo. Nem todas as inteligências se manifestam em planos físicos da matéria e ai então os espíritos vão escolher galáxias para descer. Cada objeto que está aqui, cada partícula, é manifestação de Deus. Cada ser vivo, cada inteligência, cada espírito, é manifestação do mesmo Deus. Esta é a forma como os antigos mestres sempre ensinaram para encarar todas as coisas com amor e como se fosse a si mesmo. Imaginando-se a seguinte forma de como o universo está organizado. Deus sempre esta na coordenação de tudo, mas esse Deus não é o imperador que está sentado no trono. Ele está manifesto em cada essência de N = 7 até um espírito totalmente individualizado em N = 2, e quando desce num encarnado em N = 1. Por isso que o conceito de iluminação no oriente é o de ampliar a consciência para perceber essas conexões. Ascensionar significa retornar as hordas de origem, voltar ao se fundir com Deus, para 552 isso cada vez mais subindo nos níveis superiores. Desce-se e retorna, é uma ordem divina, um projeto universal. Então se pode imaginar que cada uma das galáxias teria uma inteligência como responsável, isto é, um comando de galáxia, mas isso tudo operando em dimensões superiores espirituais. Fazendo-se um diagrama de bloco para ficar mais fácil de entender. Ter-se-ia inteligências coordenando a vida em todas as dimensões. Deus Governante Governante Galáxia Governante Galáxia Galáxia Terra Grosso modo, Deus coordenaria os chefes das galáxias. Cada um destes supervisionaria os chefes dos sistemas solares. Cada um destes os responsáveis pelos planetas. E por fim se chegaria ao planeta Terra onde se teria um comando espiritual que responderia ao chefe do sistema solar, que responderia ao chefe da galáxia, que responderia a Deus, sobre tudo o que acontece na Terra. Então todas as vezes que se pensar em Deus, em quem comanda a Terra, como Jesus, talvez Jesus seja apenas um individuo que sirva ao comando da Terra, mas acima dele tem uma vastidão de manifestações. O universo é tão grande que os seus números não cabem na cabeça do ser humano. Ela perde a noção de grandeza com muita facilidade. Se falar em 2 milhões de galáxias no universo, adiantou alguma coisa? Se falar que tem 3 milhões ou 800 milhões, melhora? Essa ideia grandiosa é só para aprofundar a noção de para quem o 553 homem está rezando, para ver se o Deus que ele imagina é o verdadeiro Deus que realmente existe e coordena o universo. Depois de pensar toda essa hierarquia, se pode pensar na Terra em especial e o papel dela envolto nessa imensidão do universo. O que fica até facilitado pensar em extraterrestre, pensar que a vida não é uma exclusividade só da superfície desse planeta. No planeta Terra existe uma civilização na superfície terrestre. Bem como nos planos dimensionais superiores se têm um plano astral dividido em subníveis, como umbral (plano das trevas), penumbral, luz, ascensionado, com cidades astrais, e acima se teria o comando planetário da Terra que são inteligências que estariam se reportando ao comando solar e o comando solar reportando ao comando galáctico e assim até se ir a Deus. Deus __________________________________________________ Comando do Planeta Terra __________________________________________________ Ascensionado Astral Luz Cidades astrais Penumbral Umbral __________________________________________________ Vida terrestre O plano do penumbral é onde estariam os grupos de almas que viriam de outras estrelas ou de outras experiências pela galáxia, primeiro viveriam nessas comunidades espirituais e depois 554 desceriam até a encarnar em superfícies planetárias em projetos muito bem organizados. ● A Terra e o seu projeto É uma ideia totalmente metafísica, não tem nada de física, de ponto de vista cientifico. O que se vai falar agora é uma tese esotérica baseado nas ideias tibetanas. O professor Laércio da Fonseca pede que se faça uma comparação com aquilo que ele postulou nos universos quânticos para ver se tem uma lógica. Este projeto viria daqueles comandos onde toda a vida na superfície física da Terra seria manifestação destes. Toda a criação do universo é uma intervenção de uma consciência superior. Ao redor desse planeta da Terra existiriam então as dimensões de matéria astral, inteligências construiriam cidades astrais e elas preparariam na superfície da Terra dentro desse eco sistema um corpo biológico especifico para a chegada dos humanos. A tese que está sendo apresentada é que toda manifestação da vida que existe na superfície de um planeta é artificial, ela é calculada, projetada e acompanhada constantemente por uma inteligência que opera acima. A alma, o espírito, não se origina na matéria, ele não se origina dentro do corpo biológico, ele é algo que existe muito anterior em outras dimensões da realidade e experimenta manifestações em corpos biológicos num projeto extremamente programado por inteligências avançadas. Essas tais inteligências preparam uma unidade biológica onde o espírito que está no plano astral em determinado momento pode se acoplar a uma unidade biológica e viver uma experiência nesta superfície planetária. Esse modelo de organização seria o modelo padrão para a maioria dos mundos na galáxia. Contudo, haveria grande parte de mundos pelo universo onde apenas as comunidades astrais existiriam, vidas em superfície não existiriam. No caso se poderia 555 pensar que os planetas Marte, Vênus e Júpiter teriam cidades astrais, mas não habitações na parte densa do N = 1. Isso vem colaborar com muitas das visões espiritualistas de pessoas que falam de comunidades em Vênus e de comunidades em Marte com civilizações não habitando plano material, mas sim planos espirituais. Com este ponto de vista se vai ter uma visão completamente diferente de ET porque se pode imaginar outro planeta X, como Capela. As associações espíritas falam muito dos exilados de Capela a chegada à Terra para viver a experiência no orbe terrestre, de almas oriundas de outros mundos mais avançados em experiências planetárias. Então as almas estariam navegando e vivendo pelo universo experiências em orbe planetários não necessariamente às vezes em mundos físicos da matéria. Assim, a origem da alma humana não é como Darwin e a biologia assinalam, ou seja, a consciência não é fruto do cérebro, mas sim o cérebro é fruto da consciência. Uma inteligência maior cria, organiza e intervém, o universo não é um caos. É bom se pensar quando os taoistas chineses dizem que se tem de entrar em harmonia com o Tao, com esta inteligência que cria um padrão de como tudo se opera no universo, como tudo está harmonizado, de como tudo está moldado no universo. ● Reencarnação e vida após a morte vista pelo nosso modelo quântico Quando um projeto desses é constituído, quando uma alma vem de outra galáxia, de outro sistema solar ou de plano astral terreno onde sempre esteve, é a sua primeira encarnação na Terra (não é uma reencarnação). O Buda tinha uma pergunta interessante que ele fazia para os seus discípulos. Como o budismo é reencarnacionista então Buda levantava uma de suas mãos e indagava para os seus discípulos: 556 “Vamos supor que meu dedo polegar é esta encarnação que você está vivendo agora, você tem um rosto, um corpo, uma personalidade, um nome. E vamos imaginar que o dedo indicador representa a sua encarnação anterior, então você tinha outro rosto, outro corpo, outro nome. Vamos supor que o dedo médio represente a encarnação anterior da anterior, você também tinha outro nome, outro rosto, outro corpo. E o espaço que existe entre meus dedos é o tempo que você vivencia entre o nascimento e morte, ou seja, o tempo que você vive no Mundo Espiritual entre duas reencarnações. Aí Buda continua, o dedo anelar seria a anterior da anterior da anterior. E o dedo mínimo representa a sua primeira encarnação na Terra, você tinha um corpo, você tinha um rosto e você tinha um nome. Agora pergunto eu a vocês qual era o seu nome, o seu rosto e o seu corpo original, aquele que você possuía antes da primeira encarnação na Terra?” A resposta é: era um espírito, uma alma, uma manifestação de Deus do campo, do Tao, apenas uma divisão da consciência de Deus, de Brahma, que está aqui vivendo uma experiência, mas que deve retornar. Deus é tão sábio que quando ele cria milhões de galáxias e seres, como os humanos que, segundo o cálculo feito anteriormente, jamais conhecerão o universo, diz mais ou menos assim: “Não é preciso sair para conhecer o universo Eu me divido e tem uns 10100 numero de espíritos que vão viver experiências em todas as galáxias do universo. Passado um tempo Eu começo a chamar de volta e à medida que estes espíritos estão voltando trazendo a experiência que eles vivenciaram naquele lugar, naquele projeto especifico. As pessoas vão se integrando e as suas mônadas vão se tornando uma, e aí percebem que não precisaram viajar para conhecer o universo, só precisaram conectar para conhecer o universo, então a jornada é outra.” A verdadeira viagem não seria uma viagem para as estrelas. Tolo é o homem que fica construindo foguetes e naves espaciais 557 para viajar para as estrelas com o corpo físico. O objetivo não é esse. Porque a hora que desperta o espírito, a primeira coisa percebida é que fora da matéria é mais fácil deslocar, é mais inteligente contatar com essas inteligências que sabem das coisas do que querer descobrir. Com uma visão mais espiritualizada se tem a certeza que a ciência muda de rumo. No 3º milênio, ao invés de gastar bilhões de dólares para se pôr um foguete em órbita, correndo o risco de ele explodir, se investe no espírito, sem perigo nenhum, contatando as grandes inteligências que comandam. Ao se fazer isso se destrói a máxima do arquivo X que diz “a verdade está lá fora”. A verdade pode estar em todo o universo, mas só que a forma mais fácil de atingir aquilo que está lá fora é voltando se para dentro e não construindo foguetes e naves espaciais para ir lá fora. Voltar significa essa jornada interior. Uma vez uma jovem aluna do professor Laércio Fonseca lhe disse ”O senhor fica falando que tudo está aqui dentro de nós, mas me explica como é que eu não consigo encontrar, eu olho para dentro de mim e não vejo nada?”. O professor assinala que ao se assistir a uma palestra de Amit Goswami, um dos papas da nova física, constata que ele começa tudo com essa física quântica e termina falando em yoga. Pode-se criar o modelo de Deus e ser um homem bomba matando milhares de pessoas, simplesmente para agradar a Deus. Mas, o que é agradar a Deus? Que atitudes o homem tem de ter na vida para agradar a Deus? Será que Deus precisa ser agradado? Qual a importância do riso e da alegria no caminho espiritual? Existem religiões antigas que pregam que Deus gosta de penitencia, austeridade, resignação, toda aquela atitude de deixar o individuo mais infeliz, mais angustiado. Um Deus de sofrimento que gosta que a pessoa sofra, que a pessoa se enclausure, se feche para o mundo, para a felicidade, o prazer, por que isso seria uma vida espiritual. O professor Laércio Fonseca vai mostrar outro modelo de vida espiritual, uma vida espiritual alegre e feliz onde se pode ser 558 um guru, um mestre, um sacerdote, e estar dando risada, curtindo, brincando, dançando, pulando, cantando, e mostrando que se é feliz. Existe uma frase na bíblia, que o professor não concorda “Deus criou o homem a sua imagem e semelhança”. Na verdade são os homens que criam Deus a sua própria imagem e semelhança de acordo com a sua conveniência. Se as vacas pensassem e fossem criaturas inteligentes, elas certamente criariam Deuses com chifres. As pessoas sempre têm a mania de criar Deus onde não tem a cara de um gato, de um cachorro, mas sim tem de um homem barbudo, bonito. E os seus avatares como Jesus, o pintam de olho azul, onde se viu judeu a dois mil anos atrás de olho azul? O Deus que está se “desenhando” nesta aula não é um Deus das religiões, talvez um Deus da ciência seja melhor por ser um pouco mais coerente em teores de raciocínio. Ele é mais cósmico, não é um Deus pessoal que gostava só de um povo em detrimento dos outros, um Deus que lutava por um lado. Onde um povo pode matar e destruir por estar fazendo uma guerra santa, lutando contra satanás a favor de Deus, como se Deus estivesse em guerra lá em cima com alguém. Então esses modelos talvez estejam atrapalhando e atrapalhou o progresso espiritual da humanidade durante milênios. Agora no 3º milênio com a razão da ciência interferindo e trazendo novas visões se pode ter uma religião mais sã. Um Deus mais são com menos fanatismo, menos sofrimento para servir a Ele. Todos os povos criavam os seus Deuses, criava sacrifício para Deus, pegava uma virgem linda e sacrificava por que Deus quer ver sangue da virgem. Sacrificar criança, sacrificava animais, sacrifica cordeiro, galinha, porco, em homenagem a Deus. Como se Deus estivesse interessado nessas porcarias. Tem de se fazer é uma reformulação, olhar realmente para os grandes mestres do passado e na essência de seus pensamentos tentarem entender o que eles queriam ensinar. 559 O taoismo clássico de Lao Tse abre seu livro de 81 poemas dizendo: “O homem em seu estado de trevas e ignorância, habitando os planos mais densos da matéria, com seu nível de consciência extremamente condicionado, andróidizado, jamais poderá imaginar Deus. Todo modelo que ele criar de Deus certamente vai estar errado, toda forma de Deus que ele criar em sua mente certamente estará errado. Então o mais sensato a fazer é não criar nenhum modelo de Deus.” O taoismo indica para não se possuir um modelo de Deus. Não que eles não acreditem que Deus exista. Eles sabem que Deus existe de alguma forma e que comanda o universo, porém o que eles não ousam é criar em suas mentes um modelo de Deus. E pior do que isso é criar o modelo de Deus e depois passar para massa, revelar esse Deus para massa, como muitas outras religiões o faziam criando seitas, colocando na boca de sacerdotes palavras como se fosse Deus falando e dando ordens. Dizendo-se intermediarias entre Deus e o homem na Terra a ponto de colocar regras, leis, dizendo que Ele gosta, o que Deus quer, o que não quer. Os grandes sacerdotes de grandes tribos, de grandes civilizações fizeram isso, eram esses sacerdotes que chegavam para os fiéis e falavam ter conversado com Deus e que Ele exigia arrancar de uma pessoa viva o seu coração, pedindo sangue para amenizar, para Ele não mandar tempestade, não mandar terremoto. Mas, de onde estas pessoas tiravam este modelo de Deus? Da física quântica? Ou da cabeça deles mesmo, da neurose que eles tinham da sua própria estrutura na Terra. A partir do momento que a sabedoria dos chineses, do budismo clássico, não cria este modelo do divino, não vai existir nenhum Deus ditando regras e leis, não vai existir nenhum Deus ditando o certo e o errado para a pessoa, ela mesma vai ter de descobrir na sua jornada interior o que é certo e o que errado. Obviamente que esses povos e essas culturas também não criam um modelo de demônio. Por que o que seria o demônio senão uma contra partida do modelo divino que o homem criou? 560 Observação: No próximo tópico o centro do debate vai ser Deus, se vão discutir os modelos antigos de Deus e o que os novos físicos estão trazendo. Que tipo de discussão sobre Deus a física quântica está trazendo e como se pode chegar através das ideias do professor colocar aqui sobre o campo, sobre uma energia vibrante, a consciência sendo a manifestação do campo. Como Deus intervém na vida? Se rezar para Deus ele muda a vida? Se pedir um carro a Deus, Ele dá? Os discursos das igrejas por aí na televisão prometendo que fazendo uma oração para Deus e a vida vai melhorar e se é salvo, vai ganhar muito dinheiro, empresa vai crescer. Isso funciona? É assim mesmo que Deus opera no mundo? 561 562 Deus ● Quem veio primeiro o ovo ou a galinha? Quem veio primeiro o corpo ou o espírito? ● Como Deus atua no mundo? ● Deus intervém em nossas vidas e no curso das coisas no universo? ● Nossa consciência pode mudar nosso destino? ● Podemos criar nossa própria realidade? ● Quem veio primeiro o ovo ou a galinha? Quem veio primeiro o corpo ou o espírito? Hoje se vai discutir sobre Deus, como Ele está organizado na mente do ser humano e da humanidade, e qual a contribuição que a física quântica dá para trazer Deus novamente à superfície. Na Idade Média e no Renascimento, no mundo ocidental, a igreja dominava com sua ideologia toda a sociedade. Ela era a única que ditava o que eram as verdades para o mundo. A partir do momento em que os indivíduos fizeram observações mais atentas sobre o universo começaram a contrariar as verdades pregadas por ela. Isso começou a incomodar profundamente a igreja e, nesta época, o tribunal da inquisição iniciou a atuar de forma profundamente poderosa. Levando Galileu ao seu julgamento clássico, Giordano Bruno à fogueira. Realmente, o ser humano, naquela época, não tinha liberdade para buscar a verdade, esta era imposta à força pelo poder dos Papas e, em contrapartida, com a colaboração do sistema imperial de poder, o qual era conivente com essa estrutura da igreja. A visão do mundo era: Deus imperador que lá do alto, dirigia o mundo. A igreja, através do Papa e de seus sacerdotes, era a única intermediária entre Deus e o homem na Terra. O homem em si, sozinho aqui em baixo, jamais poderia chegar à salvação, entrar no reino dos céus se não fosse por meio da doutrina da igreja. Dessa 563 maneira, a igreja dominava porque tinha o poder de Deus nas mãos, fazia o papel de Deus a ponto de julgar as pessoas sobre o que era verdade e até chegar a queimar as pessoas na fogueira porque eram contrárias às suas ideias. Esse domínio avassalador da igreja com um conhecimento falso, primitivo e decadente fez com que a comunidade científica que estava brotando no Renascimento contrariasse profundamente os interesses e o modelo da igreja. Modelo onde a Terra era considerada o centro do universo, tudo que existia no universo ao redor da Terra como os planetas, as estrelas, o sol, era uma criação divina, simplesmente com o único intuito de servir ao homem no seu habitat. Esse era o famoso sistema geocêntrico adotado desde a Antiguidade, por muitos povos, acreditando que tudo girava ao redor da Terra. Isso era muito bom para a igreja e, na verdade, a relação que a humanidade tinha com esse Deus, principalmente esse ocidental, era a base da divisão entre a ciência e a religião. O homem, na superfície terrestre, era apenas alguém abaixo do céu, que estava além. Se perguntasse o que eram as estrelas, o que era o sol, o que era a lua, para que serviam, não havia resposta. A partir do momento em que os indivíduos começaram a observar com mais profundidade o céu, o movimento dos planetas, das estrelas, a estrutura do espaço, tudo começou a convergir para um ponto onde a Terra não poderia ser o centro onde todas as coisas giravam ao seu redor. Isso criou um grande impacto, uma divisão profunda entre a ciência e a igreja. Esta que impunha um tipo de religiosidade e um tipo de Deus extremamente vingativo, punidor, que dava direito aos Papas e aos sacerdotes de queimar as pessoas na fogueira em qualquer ideia herege que contrariava esse modelo estabelecido. Galileu pleiteava a ideia profunda de que a Terra girava ao redor de seu eixo, provocando o movimento do dia e da noite, bem como o sistema heliocêntrico de Copérnico, em que ele descentralizou a Terra e colocou os planetas girando ao redor do 564 sol. Foi a primeira descentralização da Terra e do homem como centro do universo. O professor Laércio Fonseca chama o modelo geocêntrico de egocentrismo ou teocentrismo porque, na verdade, o homem é que se coloca na frente de tudo, no centro do universo, com esse aspecto religioso. Então, os cientistas renascentistas começaram a se rebelar contra a igreja e contra esse Deus pregado por ela porque contrariava profundamente as observações feitas pelos cientistas em relação à natureza. Uma delas foi quando Galileu começou a utilizar, pela primeira vez, a luneta, o telescópio, que ampliaram profundamente a visão com relação às coisas do universo. Quando Galileu apontou sua luneta para o planeta Júpiter enxergou quatro luas que giravam ao redor desse planeta. Significando ter encontrado astros que não giravam em torno da Terra. Ele foi sagaz quando batizou esses astros de jovinianos, pois o nome do rei era Jovino, dizendo ‘’Majestade, eu descobri astros novos e os batizei em seu nome’’, deixando o rei todo orgulhoso. A igreja, mesmo contrariada, não pôde condená-lo, pois ele tinha a proteção do rei. Essa repressão da igreja começou a afastar os cientistas e fazer com que eles, na medida em que fossem buscar o conhecimento lá fora, descobrissem tudo novo, contrariando o modelo do divino estabelecido pela igreja e pela sua própria doutrina de dominação. Esse foi um dos grandes motivos pelos quais os cientistas da época começaram uma grande revolução e uma divisão profunda entre ciência e religião. Para a ciência moderna que estava surgindo, Deus não era necessário. No entanto, para alguns físicos, como o próprio Isaac Newton o universo era uma grande máquina desconhecida em seu funcionamento e do seu construtor. A ação à distância dos campos gravitacionais, ele jamais conseguiu entender como isso acontecia, parecia uma coisa divina mesmo, uma força fora da lógica racional. Isaac Newton era um indivíduo bastante preocupado com Deus, só 565 que sua visão sobre Ele era completamente diferente desse Deus poderoso da igreja. A razão pela qual o ser humano fez uma divisão profunda e começou a afastar-se da igreja, da religião decorreu à medida que a mecânica foi tendo muito sucesso em explicar o movimento planetário, o funcionamento de eclipses e o movimento das águas. O homem começou, cada vez mais, a afastar-se da igreja e afastarse desse modelo de Deus imperador. Os filósofos da época, como Descartes, por exemplo, vai criar uma profunda divisão entre o espiritual e o material. Isso porque a igreja sempre pregou um Deus e um homem como espírito. A relação que se tinha com Deus era uma relação de alma porque se iria buscar a salvação e a entrada no reino de Deus após a morte. O corpo apodrecia, mas o que ia, então? O que permanecia era a alma, o espírito. Muitos acreditavam na ideia da ressurreição do corpo de Cristo e que todos iriam ressuscitar novamente em corpo para entrar nos céus em corpo. Assim, a igreja pregava Deus, espírito, alma e homem. Uma divisão profunda no pensamento da época. Pois, começou uma divisão cartesiana, reforçada pelo filósofo Descartes, associada à mente, ou seja, se eu penso, logo eu existo. Sua existência era simplesmente conectada ao seu ato de pensar. Houve uma separação entre mente e espírito, e este completamente separado de seu corpo. Mente e matéria foi separada. Matéria era uma coisa que podia ser tratada como objeto morto, as partículas, a lua, as estrelas. A parte viva, a parte da mente só existe dentro do cérebro, sem nenhuma relação com o mundo exterior. Filosoficamente, houve uma divisão muito grande entre mente e corpo, espírito e matéria e a ciência negou toda a questão dita religiosa que cuidava do espírito, que cuidava da alma e passou a cuidar, simplesmente, da matéria. A ciência voltou-se profundamente a investigar a matéria. E essa matéria era tratada como algo morto, completamente separado do ‘’eu’’ e essa foi a grande divisão filosófica da época da ciência, que a fez ir para um 566 lado e a religião continuou seu caminho para outro lado, outra direção. Quanto mais o tempo passava, mais distantes elas iam ficando a ponto de em gerações seguintes, não terem nenhuma relação uma com a outra. Isso vai caminhar até, exatamente, este momento que se está agora tentando ressuscitar Deus dentro da ciência, fazer com que a espiritualidade, a religião ou o próprio conceito de Deus sejam novamente objetos da ciência. Mas, que tipo de Deus se quer trazer à tona? Que tipo de Deus a ciência vai trazer à tona? ● Como Deus atua no mundo? Todos os povos da Antiguidade ao observar o céu ou o infinito procuravam uma resposta para “Quem somos nós?” “O que é tudo isso que cerca? Quem criou tudo isso?’’ Todas as tribos tinham seus Deuses. Eram raras as civilizações em que se tinha um Deus único, era muito comum às pessoas associarem Deuses às coisas. O sol era algo sem explicação para os povos primitivos. O que é aquilo gigantesco brilhando mandando calor com uma força descomunal? O sol só poderia ser um Deus, mas como Ele atuava no mundo? As pessoas percebiam que, na hora em que esse Deus ia embora, escurecia tudo, virava um caos e quando aparecia no horizonte, no dia seguinte, era graças ao bom Deus. Vai que um dia ele resolve não aparecer? Quantas tribos primitivas não faziam orações, cultos e até mesmo sacrifícios ao Deus sol para Ele manter a vida aparecendo todos os dias? O outro astro gigantesco e brilhante era a lua, aquele astro marcante das noites, não se explicava o que era aquilo, só podia advir de um Deus também. Mas como o mundo já estava dividido entre macho e fêmea, se eu coloco Deus como uma entidade masculina, que era o dominante na época, a lua só poderia ser feminina. Por não se poderem compreender com profundidade as forças marcantes da natureza, elas eram encaradas como seres, 567 entidades, espíritos de grande poder, de grande força, a ponto de interferir em suas vidas. Eles não entendiam as secas, as tempestades, os terremotos e acabavam acreditando que tudo isso era obra de forças divinas, que estavam de mal com o homem. Os sacerdotes e essas tribos sempre criaram uma relação pessoal com Deus, um Deus que tem características muito humanas projetadas por eles. Um Deus que fica irado, um Deus que se vinga, mandando tempestades, terremotos, cataclismos, um Deus que, constantemente, pede adoração dos seus súditos, que é o homem. Esse modelo simples e primitivo de Deus foi passando desde a pré-história, todo esse modelo de religião vem de uma Antiguidade muito distante e parece que, ninguém mudou nada, ninguém teve coragem de sentar, rediscutir e avaliar esses conhecimentos antigos, criados em uma época extremamente primitiva, onde o homem não tinha condições de entender nem o que ele era naquele mundo. As pessoas ficam lendo livros de cinco mil anos atrás achando ‘’o máximo’’, sem abrir a mente para questionar esses ensinamentos, essas visões, esses modelos que aí estão. Com base nesses modelos, a maior parte das religiões foi se desenvolvendo e a gente percebia que na maioria das vezes elas eram instrumentos de poder e dominação dentro de uma sociedade e muito pouco esclarecia sobre a natureza de Deus, sobre a natureza do divino, sobre como realmente Deus era, como ele atuava no mundo. As pessoas foram doutrinadas com medo de estudar outras religiões. A doutrina da igreja coloca terror. ‘’Fora da igreja, não existe salvação’’. O instrumento de poder da igreja colocou a seguinte condição para o homem: ‘’Você está condenado pela expulsão de Adão e Eva do paraíso. Você já nasceu um pecador.” Isso significa que, desde criança, as pessoas já vão sendo condicionadas a se colocar aos pés da igreja e seguir tudo aquilo que ela manda senão não será salvo. E como todo pecador, no final de sua vida eterna, irá receber sua condenação que é o inferno. Só que esse inferno não tem reencarnação, não tem segunda chance, é 568 uma chance só. Se Ele cria uma condenação e cria um lugar onde as almas vão sofrer eternamente, esse lugar tem que ter um nome. Alguém tem que trabalhar, alguém tem que manter o inferno funcionando, alguém tem que cuidar dos prisioneiros lá. Aí se cria uma figura totalmente antagônica a Deus, que é um pensamento dual. A partir do momento em que Descartes cria a mente e o espírito, Deus e matéria, se cria uma dualidade. Não se cria mais uma unidade. Todo pensamento religioso ocidental, que vinha dos gregos antigos, vem de uma visão dualista do mundo. Tem Deus que está no céu, e tem que criar uma figura que coordene o inferno, que é o demônio ou o satã. E aí tem dois lugares, um onde habita Deus, geograficamente, que é o céu e um lugar geográfico para o demônio, que é o inferno. O homem se encontra no meio dos dois, decidindo se sobe ou desce. Esse é o modelo opressor de um condicionado, qual seja: colocar o homem diante de uma condenação. Aí se cria uma religião do pavor. As pessoas passam a seguir as religiões, não pela consciência e sabedoria, e sim pelo medo. O pensamento dual cria coisas paradoxais. Uma vez, um sacerdote ocidental foi conversar com um mestre zen, para saber o que ele pensava, e começou: “porque o meu Deus é o único criador do universo, é o todo poderoso, é o que realmente tem o poder nas mãos para criar tudo e todas as coisas, porque só Deus tem o poder da criação. O senhor concorda com isso?’’ O mestre zen balança a cabeça afirmativamente e faz uma pergunta: ‘’Quem criou o pecado?”. Qual era a afirmação do sacerdote? ‘’Só Deus tem o poder da criação’’, então é claro que só Ele pode ter criado o pecado. Mas o sacerdote sai pela tangente. ‘’É óbvio que foi o demônio, porque é ele que incita o homem ao pecado, ao mal’’. O mestre zen faz uma nova pergunta: ‘’Mas quem criou o demônio?’’. A afirmação ‘’só Deus tem o poder da criação’’, o sacerdote terá que dar o braço a torcer porque quem criou o demônio foi Deus. O mestre Zen complementa o seu paradoxo: 569 ‘’Então me diga quem é mais pecador, o demônio que cria o pecado ou Deus que cria o demônio para criar o pecado?’’. E completa: “Se Deus é o todo poderoso, é o único que tem o poder da criação, certamente Ele terá o poder da destruição. Se Ele tem esse poder, não gostou do demônio, Ele poderia destruí-lo totalmente.” O pensamento dual onde há uma divisão profunda cria esses paradoxos sem sentido. Cria-se um monoteísmo, mas esse Deus é um homem, um imperador, é alguém sentado controlando o universo. O interessante é que esses modelos do divino vêm em harmonia com a única forma de organização social que os povos antigos, primitivos conheciam. Eles organizavam sua sociedade de uma forma muito simples, eles não conheciam formas mais avançada de estabelecer uma organização social, era sempre uma organização imposta pelo poder. Na Grécia, tentou-se criar uma democracia, uma república, mas foi tudo uma grande fantasia. E até hoje as pessoas tentam achar que essa é a melhor forma, no entanto só tem bandido e corrupto. Os seres humanos conheciam a seguinte forma de organização social em suas épocas: eles tinham um rei lá em cima, no poder, abaixo dele vinha o exército, que servia ao rei, mantendo a lei e a ordem e lá em baixo se tinha o povo, que era sempre mantido pela forma mais pobre possível, a classe trabalhadora que servia ao rei. Todos tinham que servir ao rei, ele era considerado um Deus na Terra. Em Roma sempre foi esse modelo imperial, o que César falava tinha que ser cumprido. Quando Israel e Jerusalém contrariaram Roma foi a maior carnificina da história, não se podia contrariá-la política, religiosa e socialmente. Óbvio que esses indivíduos não conheciam nenhuma outra forma de organização sociopolítica, então vai criar um Deus semelhante, um Deus administrador. O Deus das pessoas é exatamente igual, só que Ele estava no céu, era o todo poderoso e criava uma falange de anjos que era o seu exército; e em baixo se tinha a humanidade, que só podia viver com um único objetivo de 570 servir a Deus. Contrariando as leis de Deus, irá para o calabouço será torturado e morto. Quando alguém vem trazer uma ideia nova, dizem ‘’não, Deus não é assim’’. Jesus começou a quebrar todo esse esquema, pois ele falava para esquecer o Deus que estava lá em cima, não há ninguém lá em cima, não há nenhum imperador lá em cima ditando regras e leis. Jesus pregava um Deus que existia dentro das pessoas e apenas um rei que as pessoas deviam servir, que eram elas mesmas. Isso detonava o poder de Roma, pegar toda essa plebe e fazê-la não servir mais a esse rei. A comunidade de Israel tinha esse mesmo pensamento de que Deus estava no céu e todas as escrituras, todos os rituais, toda a organização religiosa de Israel na época era para servir a esse Deus com toda aquela classe. Jesus contrariava isso. Quantas frases ele não passou dizendo aos seus discípulos ‘’como entrar no reino dos céus?’’. E a resposta que ele dava era ‘’buscai o reino de Deus e todo o resto lhe será dado’’. ‘’Onde está esse Deus, onde eu devo buscá-lo mestre?’’. E ele apontava para dentro, ele não apontava para um Deus imperador, um ser distante. É interessante que esse modelo que Jesus pregava de Deus era um modelo bem diferente dos israelitas e dos romanos e do próprio César, que era considerado um Deus na Terra. A Índia tem um modelo de Deus um pouco estranho, que é um Deus panteico, um Deus manifesto em tudo e em todas as coisas. Esse Deus indiano tem características interessantes porque ele não vai partir do princípio de que Deus é o imperador. A ideia é de que existe Brahman e ele manifesta-se no mundo, tudo que existe na natureza é Brahman. Não existe uma localização central de Brahman, nesse sentido, ele não pode ser encarado como um homem, um indivíduo, uma personalidade que domina e que controla. Esse é um Deus que controla e administra a partir de dentro. É um modelo difícil de entender racionalmente, a lógica da mente humana não consegue conceber um Deus assim, é complicado olhar para uma cadeira, olhar para uma planta e ver 571 Deus, porque daí não pode matar um animal. As pessoas ficam indignadas porque na Índia não se mata vaca, começa a dar uma pane na cabeça dos ocidentais, que tem esses animais para uso, porque os animais não têm nenhuma relação com o divino, os únicos indivíduos que tem relação com o divino são os humanos e o resto está aí para ser usado. Um dos modelos interessantes é o taoismo chinês, ele é a filosofia mais antiga da China, cinco mil anos atrás. Ela começa com um princípio cosmológico de que no início existia uma energia primordial chamada Chi e esta se manifesta no mundo através de duas forças chamadas Yin e Yang. A combinação dessas duas forças irá gerar todas as coisas que existem no universo. O modelo indiano é semelhante, em que se tem Brahman (Chi), que se manifesta através de Shakti (Yin) e Shiva (Young), Shiva sendo o varão masculino e Shakti sendo o varão feminino. A religião judaico-cristã cria um modelo de Deus e a primeira forma de manifestação é Adão e Eva. Fazendo-se um estudo mais profundo da simbologia antiga se nota que tem uma semelhança entre eles. Os modelos religiosos partem do princípio de que toda a matéria que existe no mundo vem de um princípio inteligente e que existência dos seres é a própria manifestação dessas forças. A ciência tem uma visão semelhante só para a criação da matéria, ela não explica a vida, a consciência manifesta, nem Deus como um ser pensante e inteligente. É exatamente isso que o professor está tentando introduzir com os conceitos da física: manifestação primordial na criação do próprio universo, na teoria do Big Bang, é introduzir uma consciência que dirige inteligentemente todos os mecanismos da evolução do universo. Lao Tse diz o seguinte: “A condição humana em que o homem se encontra é tão ínfima que qualquer ideia, ou qualquer modelo, ou qualquer nome ou forma que se possa conceber para o grande criador, certamente será o modelo errado. Qualquer modelo 572 que se tentar criar, certamente estará errado porque não se tem base para entender e imaginar Deus.” Tudo funcionava através de um modelo mental de como o homem via o mundo, aquela ideia do Deus imperador era como o homem via sua sociedade, ele projetava Deus dessa maneira. Qualquer modelo projetado estará errado e viver uma vida assim irá conduzir ao sofrimento, nem vai aproximar ninguém de Deus. O taoismo parte do princípio fundamental da inexistência de um modelo de Deus. O taoismo se baseia no Tao e as pessoas pensam que essa palavra significa Deus para o taoismo, mas não tem nada a ver. A palavra Tao significa caminho, curso, o fluxo de todas as coisas no universo, como ele está funcionando. A pessoa, simplesmente, tem que seguir esse fluxo: nasceu, encarnou, cresceu e certamente vai morrer. Lao Tsé pensava da seguinte maneira ‘’pode-se não saber nada, nem imaginar algo sobre Deus, mas se tenha a certeza de uma coisa: Deus sabe sobre esse que ignora’’. ● Deus intervém em nossas vidas e no curso das coisas no universo? O próprio curso natural irá conduzir ao um estado de maior compreensão do divino, não é preciso criar nenhum modelo, somente viver em harmonia como as plantas e os animais vivem. O taoismo tem uma ideia muito clássica que significa ‘’agir não agindo’’, deixar que a força do universo conduza. Se Deus colocou de alguma forma Ele conduzirá também. Todas as vezes que o ser humano tentou, através de um intelecto, criar um Deus, ele cometeu barbáries, cruzadas, muitas guerras em nome de um Deus para combater o Deus do outro. Até hoje, no mundo moderno, se tem uma luta de ideais religiosos. No oriente médio se vê pessoas lutando por aquele Deus e olhando o outro como inimigo, como um grande Satã. Elas ficam se digladiando intelectualmente, cada uma defendendo a sua visão de 573 Deus, a sua visão de força, a sua visão da realidade. Isso cria conflito. Essas visões estão muito distantes da verdadeira energia, da verdadeira força cósmica que se pode imaginar como Deus. O taoismo não é dualista, ele não cria os antagonismos. Logo, não há o demônio, não há nada a temer. O ser humano não sabe como que o Deus quer que ele aja, então ele vai agir de acordo com a sua própria natureza interior lhe conduzir. A natureza, por si só, estabelece o equilíbrio. Os ocidentais não conseguem entender o taoismo, vai dizer que são ateus. A primeira visão que se tem sobre o taoismo é que ele é uma religião de ateus. Porém, nessa religião, não se nega Deus, nunca se negou à existência de uma forma superior, mas ela não cria o modelo de como Deus seja, como Ele atua no mundo, deixando o homem completamente livre para encontrar o seu caminho pela vida e esse caminho é que irá levar a uma maior compreensão do divino. Ou seja, não tem nenhuma doutrina, a única que existe é aprender a entrar nesse fluxo naturalmente e, a partir da sua própria experiência de vida, irá encontrar, ao longo da jornada, algo divino. Uma vez encontrado, não tem como ensinar, não há como ser o mestre de uma nova doutrina. Qual é o Deus que a física quântica aponta? Que Deus a ciência está trazendo de volta, que se rebelou no início do Renascimento? Será que ela está trazendo o mesmo Deus? Certamente que não. A física quântica tem três questões fundamentais: Primeira, a interconectividade, a interação não-local, a não-localidade, estabelecendo que todas as partículas de todas as coisas no universo estavam interligadas e conectadas, não se podia separálas. Segunda, a importância do observador. Terceira, o salto quântico ou movimento descontínuo. O papel do observador vai trazer à tona uma coisa muito interessante. A ciência quando começou a se separar da igreja, ela simplesmente criou uma visão de que Deus, espírito, alma não eram 574 necessários, ou seja, a mecânica newtoniana e as próprias leis da natureza poderiam explicar o funcionamento do universo com grande perfeição. No entanto, quando a física quântica percebe que o observador se torna um indivíduo atuante novamente, ou seja, ele é responsável por criar o colapso da função de onda. Novamente a ideia de que uma coisa, que agora foi batizada de consciência, fazia toda a diferença. ● Nossa consciência pode mudar nosso destino? A consciência pode mudar o destino da Terra, da humanidade e de um indivíduo. Se a pessoa quiser mudar essa condição, essa realidade, ela tem poder para isso. Quando foi criada a não-localidade para a consciência, criouse novamente uma conexão com tudo, uma interconexão. As consciências estavam interconectadas. Quando as conecta, impossível de separá-las também do mesmo objeto quântico, se cria um tecido onde todas as consciências estão conectadas e a chama de consciência cósmica. E quando se discuti como é que essa consciência interage na matéria, se cria a ideia também de que matéria e consciência advêm de uma mesma manifestação energética do campo. E esse campo passou a gerar a consciência, passou a ser enxergado e observado pelo ser humano. Agora, se está começando a criar essa visão de que o campo gerando a consciência e as partículas têm muito de parecido com Deus. ● Podemos criar nossa própria realidade? Como é esse Deus da ciência? Como esse Deus intervém no mundo? Como Ele dirige o mundo? O homem pode modificar o curso, pode interagir com Deus? O ser humano pode interagir com a matéria, pode construir e dirigir as regras do universo? Até que ponto a mente humana pode criar uma realidade, um novo curso? 575 Porque parece que a consciência está tão condicionada a ver o mundo desse jeito, a viver como empregado, como androide, que se está conformado com essa realidade, ninguém faz nenhum esforço para mudá-la por se estar condicionado a ela. Esse condicionamento faz com que o homem crie todos os dias, uma mesma realidade. Como mudar isso? Essa é a grande discussão que a física quântica está fazendo. Amit Goswami e outros cientistas da nova física estão colocando a ideia central de que existe a consciência do observador, só que como essa consciência está conectada com a consciência cósmica, quando se observa essas duas conectividades, a pessoa pergunta ‘’Quem é que realmente causa o colapso da função de onda que dirige o universo de uma determinada forma?’’. Vai-se perceber que quem causa o colapso, segundo esses grandes cientistas, não é a consciência do observador, e sim uma parte de sua consciência conectada a uma consciência cósmica maior, que poderia se chamar de Deus. Deus é quem age no mundo, criando uma realidade e esse observador conectado acaba vivendo essa realidade. Como que a consciência de um indivíduo pode fazer a diferença? Buda dizia que ‘’nós somos as consequências daquilo que pensamos’’. Ou seja, se eu pensar mal de mim, esse pensamento será uma ação no Mundo Espiritual, no Mundo Material, eu vou me destruir. O filme ‘’Quem somos nós?’’, em toda sua essência, mostra alguém se autodestruindo, criando a sua própria doença. O filme tenta mostrar que a pessoa precisa mudar a sua realidade, precisa mudar o seu foco, mudar o seu pensamento, porque ele é a ação da matéria. A pessoa cria a forma de pensar, a forma de ver o mundo, de colocar essa energia consciente no mundo, de colocar a consciência para funcionar e vai ver como a consciência vai atuar no seu organismo, na vida e vai mudar os padrões da sua consciência e vai mudar os padrões de tudo que está à volta. O indivíduo atraí para a sua vida exatamente aquilo que ele pensa, essa é a chave. Por que atraí aquilo que pensa? Porque o que 576 o indivíduo pensa é uma consciência individualizada, mas a ação é realizada pela consciência cósmica. Por isso que se diz que o cosmos conspira a favor [Meishu-Sama tem o ensinamento “O homem depende de seu pensamento”]. A ciência está trazendo à tona uma nova forma de pensar sobre Deus. Não mais um Deus imperador, ditador, que as religiões possam assumi-lo e ensinar para o ser humano, um Deus monopolizado por instituições ou entidades que se colocam como intermediárias e vendem Deus para o homem. Todas as instituições religiosas vendem Deus se não levar dinheiro, não pagar o dízimo, é excluído das orações, dos benefícios que aquela coisa pode trazer. São Deuses tão primitivos que exploram a humanidade, exploram o seu semelhante. Não é esse Deus que a ciência está querendo trazer. Certamente, ela está querendo trazer um Deus que libertará a humanidade dessa opressão religiosa e materialista. A humanidade está tão condicionada ao trabalho, ao dia-a-dia, que não existe mais espaço para Deus, para o espírito em suas vidas. Ela é formada por indivíduos andróidizados programados nessa sociedade para consumir. Essa sociedade colocou de tal forma o condicionamento nas mentes humanas que para ser feliz e se realizar, precisa ser o melhor, o primeiro, o famoso, o vencedor e, para vencer, tem que lutar e, para lutar, tem que derrotar, destruir inimigo. É essa a filosofia empregada todos os dias no trabalho, no dia-a-dia: “eu preciso de sucesso, eu preciso de fama para ser feliz, eu preciso de dinheiro”. Nas ruas se vê os jovens com carros bonitos, roupas bonitas, querendo desfilar para as meninas, mostrar o quão poderoso ele é, o quanto tem poder. Todas as pessoas estão atrás desse poder, o poder da matéria. E aí se aprende que tem que competir nos esportes, no trabalho, na faculdade, na escola. Uma sociedade formada de guerreiros, as pessoas lutam digladiam-se constantemente e não há mais o espírito, não há mais Deus nessa comunidade. 577 Um filósofo escreveu, não faz muito tempo, a seguinte frase ‘’Deus está morto’’. É claro, ninguém mais precisa Dele, a sociedade criou modelos de existência em que não se precisa de Deus, ela se serve de tudo. O que o professor quer deixar claro para os leitores é que se está no começo de um processo científico, é muito novo na ciência essa questão de trazer Deus à tona. É óbvio que são poucos os físicos que estão trabalhando com isso e que a maioria deles está contra esse retorno, eles acham que Deus não é necessário, não precisa colocar Deus na física e na ciência. E o leitor que está lendo, tire a sua própria opinião, ouça os dois lados, vá ouvir uma palestra de um cientista cético que massacra os adeptos da nova física. Tira as suas conclusões e vê de que lado fica, como quer conduzir a sua vida. No início tudo é discussão, tudo é apontar direções. O único intuito é criar uma nova ciência, no terceiro milênio, uma ciência baseada no espírito, trazêlo novamente à tona, trazer a alma à tona, a consciência como algo importante na concepção de um novo mundo. O professor como físico se defrontava com questões filosóficas profundas, com questões que eram inexplicáveis e são até hoje. Ele encontrava um conforto quando ia para o lado do místico, ia buscar as respostas em um livro taoista, teosofista, espírita, encontrava consolo para as ansiedades, os anseios de resposta, porque a física não dá todas as respostas. O professor não vê nada de mal nisso. Einstein tinha uma frase muito importante em que ele dizia ‘’Quanto mais eu observo o universo, mais ele se parece a um grande pensamento do que a uma grande máquina’’, ou seja, o próprio Einstein percebia que todo o funcionamento do universo parecia com um ser inteligente, como alguém que pensa, uma consciência atuando no universo, na ordem deste universo. A base fundamental do pensamento monista é que a parte central, realmente importante, é a consciência e não a matéria. Quando se faz uma redução de tudo e chega a uma energia, tem que chamá-la de consciência, ou de consciência cósmica, ou Deus. É 578 inevitável, para a filosofia monista, que é fundamental dentro da nova física quântica e da nova física, trazer Deus ou a consciência como base fundamental de tudo. É a consciência que gera todas as forças do universo e essa consciência é uma ação inteligente, talvez se esteja mais próximos de uma visão do divino. 579 580 Quem somos nós e o segredo ● Discussão sobre os filmes “Quem somos nós?” e “O segredo” ● Colocações da física quântica para a atuação em nossos dias? ● Como na verdade o cosmos conspira a favor? ● Como Deus interfere em nossas vidas e em nossos desejos? ● Qual o verdadeiro segredo do sucesso? ● O que deve ser buscado primeiro: o sucesso material ou o espiritual? ● Ciência e Espiritualidade: a verdadeira ciência do terceiro milênio ● Discussão sobre os filmes “Quem somos nós?” e “O segredo” Estes dois filmes foram os que realçaram a ideia da física quântica aplicada à espiritualidade para uma sociedade mais diversificada. Antes disso era algo muito restrita a alguns físicos e grupos de espiritualista. Estes filmes popularizaram acarretando interesse das pessoas em conhecer a física quântica. Só que ela é algo complexo e difícil. Para se dar uma ideia ela é estudada somente por físicos, quem faz engenharia só aprende a física clássica. Para os graduados ela é uma física aplicada no mundo das partículas, ao universo do átomo, e geralmente as partes mais avançadas são dadas em curso de pós-graduação de física. A intenção da aula de hoje é fazer o que os filmes fizeram como, por exemplo, considerar aonde a física quântica chegou e quais os postulados que ela desenvolveu no sentido da consciência interagir. O filme “O segredo” enfocou extremamente a parte material do processo, ou seja, como obter sucesso. Já o filme “Quem somos nós?” inicia ensinando física quântica, as bases desta ciência e mostra o papel do observador. 581 ● Colocações da física quântica para atuação em nossos dias O observador na física quântica é na verdade uma consciência, ou seja, esta ciência começa a dar importância para o observador por ele interferir no mundo atômico e causar o colapso da função de onda, mais especificamente, da função de onda da densidade da probabilidade. Dito de uma forma mais popular: a consciência cria realidade, ou seja, a física quântica trouxe a consciência como parte integrante da criação da experiência física da própria realidade do universo. Este aspecto se tornou totalmente novo e um grupo de físicos chamado “Nova Física” estão tentando introduzir a consciência como parte integrante das teorias físicas. Eles querem retornar com a palavra espírito como parte integrante das teorias físicas, porque elas empregam na sua linguagem acadêmica a palavra consciência, mas consciência e espírito são as mesmas coisas. Os espiritualistas utilizam à palavra espírito e a ciência emprega consciência, da mesma forma que a psicologia trabalha com a palavra mente. A Física quântica também fez uma discussão interessante que foi abordada ao longo do curso, que consciência e cérebro são duas coisas completamente diferentes, consciência existindo fora da matéria. Nos modelos religiosos de Deus, Ele é apresentado como o criador de todas as coisas, a forma geradora de todo o universo. Quando a ciência começou a evoluir no Renascimento os cientistas começaram a buscar o conhecimento fora. Este contrariou os princípios cosmológicos da igreja, como a Terra ser o centro do universo, tudo existente ser para enfeitar o céu da humanidade e o homem ser o ponto máximo da criação divina. A ciência começou a ver que não era nada: a Terra não era centro de coisa alguma, visualizando que o universo era uma coisa fantástica e gigantesca, uma maquina funcionando com uma perfeição estrutural segundo 582 as leis da gravidade e do eletromagnetismo. Ela concluiu que não precisava de Deus para explicar o universo. Assim, a ciência abandonou totalmente os princípios religiosos, a ideia de espírito e provocou uma divisão profunda entre corpo e mente, espírito e matéria, donde uma cisão muito grande com as pessoas que estudavam o universo material lá fora e as pessoas que estudavam o espírito. Os religiosos estavam de um lado com suas teses, suas teorias, sua visão de mundo espiritual; e os cientistas andando nesta outra direção, criando sua visão de mundo materialista através de pesquisa. E quanto mais à ciência fluía mais as distancias se tornavam enormes, ao ponto de chegar numa época em que a ciência trouxe a tecnologia, a revolução industrial, maravilha que fez com que grande parte da humanidade negasse qualquer religião, e ai o materialismo tornou-se o alicerce da sociedade moderna. A industrialização, fama, poder, dinheiro que fez com que os países de primeiro mundo fossem os grandes lideres econômicos e ditassem as regras e as leis para a sociedade. A partir daí se começou a construir uma sociedade matrix, uma sociedade de androides, uma sociedade de indivíduos que servem padrões, que servem lideres políticos e ideológicos. As universidades estão ai para formar androides, pode-se passar dez anos em uma universidade que ninguém vai falar em espírito, ela nunca estará preocupada com as emoções e sentimentos da humanidade. Professores, alunos e funcionários são preparados para o consumo e a servir uma sociedade sem alma. A grande revolução, o novo paradigma, que esta nova ciência quer trazer novamente é Deus e a espiritualidade com nova face. Deus é o tecido original de onde todas as coisas fluem, ou seja, Ele é o campo de energia onde brota tudo, todas as partículas elementares, prótons, elétrons e nêutrons e as demais subpartículas, bem como também brota a consciência. Einstein dizia que quanto mais ele estudava o universo, mais ele acreditava que o universo é mais parecido com um pensamento do que como uma 583 máquina que era a ideia da física newtoniana. Observando o universo como uma máquina, ai só precisa saber as leis que regem esta máquina para dominar o universo. Por isso que se estuda muito a mecânica newtoniana porque mecânica é que entende de máquina. Neste caminho, os psicólogos é que entendem de mente, os religiosos de espírito e ficou tudo totalmente desconectado. A sociedade passou a ser uma sociedade de especialistas, daquele que pensa que sabe tudo. Deste modo, se tem o que apenas entende de computador, outro só entende de coração, outro só de perna, não se tendo mais um indivíduo holístico. A ciência tem que ser holística, o físico tem que saber filosofia, medicina, porque antigamente não tinha essas divisões. Leonardo da Vinci era escultor, pintor, físico, matemático, engenheiro; Isaac Newton conhecia diversas áreas do conhecimento. Hoje não, os seres humanos criaram uma sociedade de especialistas, de verdadeiros idiotas, vivendo numa matrix do condicionamento onde se pensa que pensa, que se é alguém, mas se é apenas um seguidor de um modelo de regras sociais e políticas. E este sistema fez o que com o mundo? Por isso a pergunta do filme “Quem somos nós?”. Para responder a esta questão o professor Laércio Fonseca se desenha um triangulo onde no topo coloca a palavra “Poder” e na base a palavra “Povo”, onde este da base está condicionado por quem está no topo. O povo continuando sempre na condição de empregado no sentido de sustentar quem está no poder. Rico compra uma casa de um milhão de dólares e contrata uma empregada e paga um salário irrisório para fazer o serviço. Isto é, no fundo ela é que vai manter o sucesso do milionário. Se todo mundo fosse imperador, quem iria lavar os banheiros? É por isso que numa sociedade capitalista jamais se pode vender o sucesso para todo mundo, porque o sistema não permite. Jamais, cientificamente, os países do Terceiro Mundo vão chegar ao nível de consumo do Primeiro Mundo porque isso 584 significa poluir o planeta vinte vezes mais do que ele já está. Na busca de recursos para este consumo os cientistas dos povos de Primeiro Mundo sabem disto e estes controlam economicamente para que aqueles nunca atinjam este nível de consumo. Quem está no poder usa o poder com armas, tecnologias e comunicações para não permitir que este povo cresça. Já se pensou em apregoar o que o filme “O segredo” faz? Dizer para um homem comum que ele pode mudar a realidade que ele vive, que pode atrair toda a riqueza que o universo pode oferecer? De acordo com a física quântica ela traz três aspectos: 1º) Consciência = espírito; 2º) interconectividade = todas as coisas em não localidade; 3º) teoria ascendente e a nova teoria descendente. Teoria ascendente é a pregada pela ciência evolucionista biológica, onde a consciência é fruto da evolução biológica, ou seja, a consciência veio naturalmente, não precisa de Deus, ela veio por milhões de anos se desenvolvendo, é o que pensa a ciência. Darwin foi aquele que demoliu o castelo de areia da igreja ao trazer uma teoria evolucionista mais acertada, mais organizada, dizendo que todas as espécies se transformam a partir da adaptabilidade do meio, causando mutações e variedades de espécies que tem no mundo. Contudo, a física quântica vai contestar que a consciência só existe por causa do cérebro evoluído do homem, que ela jamais existiria fora da matéria e sendo criada pelo cérebro. Teoria Descendente é ao contrario. A consciência é o elemento primordial do universo, anterior à matéria, ou seja, antes de qualquer partícula eletrônica aparecer como o fóton, elétron, próton e nêutron. Como a consciência cósmica sendo Deus, ela criava um universo de partículas e toda uma ordem a partir daí. Por isso, os grandes mestres espiritualistas do passado como Jesus e Buda diziam “conhece-te a ti mesmo que vais conhecer a Deus”. Deus não é algo que se vai achar ai fora, que está em algum lugar, 585 que está num trono, a própria consciência humana é a manifestação de Deus na pessoa. Ai se vai perceber que consciência é um fenômeno que não depende do organismo biológico nem cérebro para existir. E quando se postula isso se afirma que a consciência é uma entidade que está antes e depois deste corpo biológico, ela não precisa deste corpo para existir, na verdade ela usa este corpo para se manifestar nesta dimensão física da matéria, logo é ao contrario, é este organismo biológico que é fruto da construção e da idealização desta consciência. Este é o processo inverso, na verdade, se está descobrindo que é este cérebro biológico que faz com que ela não se lembre de nada, o cérebro é o limitador da consciência, as pesquisas dizem que raramente as pessoas usam 4% do cérebro então ele é o grande limitador, então quando se está fora do cérebro isso não vai atrapalhar. Então este é o grande paradigma novo, mostrar que a coisa mais poderosa que o homem traz é a consciência, aquela que o faz pensar, inclusive em si próprio. A maioria das pessoas pensa o que foram condicionados para pensar. Um exemplo típico disso é o de um professor de filosofia formado na Europa, que tem mestrado e doutorado, e vai querer estudar o Zen. Então ele vai para Índia para ter um dialogo com o mestre Zen. Este pergunta para o ocidental “Quem é você?”. Óbvio que ele vai dizer para o mestre: “eu sou o professor, doutor formado etc.”. Ou seja, ele despeja todo o pedigree dele, após isso o mestre Zen pergunta: “tirando tudo isso que você falou, quem é você?” Ou seja, as pessoas acham que são os seus rótulos atribuídos pela sociedade que chega a tal ponto que a pessoa fica tão idiota que dá o seu cartão. O professor Laércio Fonseca inventou um cartão em branco. As pessoas acham que são médicos, advogados, doutores, desde que acordam com o despertador, levantam, vestem o seu uniforme de androide, volta para casa, liga a TV e vai ver novela até às 23h, desliga e vai dormir. Depois de 50 anos vê o filme “Quem somos nós?” e fica se perguntando quem é, claro que vai aparecer 586 um monte de coisa sem nexo porque ela viveu sem realmente viver, ela viveu um programa, viveu exatamente aquilo que ela pensava que ela era. Buda tem uma frase fantástica “Somos exatamente aquilo que pensamos que somos”. ● Como na verdade o cosmos conspira a favor? Entrando numa parte mais pratica do filme “Quem somos nós?”. Aquela protagonista que tem depressão vibra os seus pensamentos de forma negativa, ai pensa: “como eu estou gorda, como eu sou feia, meu marido me traiu etc.” Então ela começa constantemente a criar um pensamento, uma vibração sobre si mesma, e esta vibração se torna ação no mundo real, ou seja, ela materializa os seus pensamentos. Neste filme, a física quântica reforça a ideia de que o pensamento no mundo quântico decide a realidade, através da ação do pensamento se colapsa a ação de onda. E ao se começar a pensar positivamente, ela vibra o campo quântico e ai as forças cósmicas conspiram a favor. Ai se entra na lei da atração que diz o seguinte: “você atrai aquilo que você pensa”. O professor Laércio Fonseca explica isso de uma forma muito simples: se alguém adora futebol, pensa nele o tempo todo, quais os lugares que ele frequenta? Quais são os seus amigos? Aquelas pessoas que vibram aquele mesmo desejo, é a resposta. E quem curte rock? Aí criam as tribos, vão se aglutinando, atrai que nem a força da gravidade que vai atraindo a partícula com massa. E só se vai ver aquele bando todo igual de camisa vermelha e preta, ouvindo as mesmas musicas ,vibrando as mesmas coisas. E quem gosta de drogas? Quem vão ser seus amigos? Que pessoas vão estar do seu lado? Agora, se a pessoa for depressivo tipo a vida é uma merda, ninguém me ama, certamente ninguém vai gostar mesmo. Vai atrair pessoas drogadas, confusas, doentes, olha para o lado só vai ver isso, liga a televisão só vai escutar noticia que não presta, é só desgraça, roubou, matou, guerra etc. E se pode ir mais longe 587 atraindo o invisível e é por isso que todo mundo tem o encosto que merece. Os espíritos que chegam ao campo da pessoa, perturbam o campo dela, porque vem atraído por uma coisa que ele achou boa nela, então ele vai se aproximar e ficar ao seu lado ou atrás. A fundamentação do filme “Quem somos nós?” mostrou claramente que quando se pensa negativamente, estes pensamentos são uns bombardeios para as células. As emoções são umas emanações de uma energia que se propaga em forma de onda; o Reich, um dos grandes terapeutas americanos, descobriu isso, muito melhor dos que os psicólogos que só pensam em mente. Passando-se a ter vontade de não fazer mais nada, de não querer viver a ponto de se suicidar, as células também começam a se matar. Tudo reage à forma do pensamento, ela vai vibrando, vai expandindo e esta reação vai começando a tocar todas as células do corpo que entram em depressão. Além disso, começa a atrair coisas externas porque esta onda de energia vai além do corpo por se estar conectado com o campo. Na teoria da física quântica foi explicado que toda a consciência está no tecido quântico, então ela vibra, espalha e toda matéria é afetada, todo elétron é afetado, todo organismo é afetado e acaba atraindo esta reação para si e o seu circulo de parentes, amigos e conhecidos. Esta é uma das partes do filme muito bem retratada da depressão da mulher que se autodestrói e na hora que ela descobre, ela reverte os pensamentos. Até existe uma experiência no filme apresentado por um japonês sobre a força do pensamento em relação à molécula da água, e como isso altera a estrutura dela. E como o organismo do ser humano é quase 80% feito de água, o quanto isso não o afeta. Portanto, se chega a uma conclusão através de um principio fundamental que a física quântica vem trazendo, o filme diz o seguinte “saúde tem tudo haver com o pensamento, é uma mudança de vibração. Ao começar a perceber que aquilo que pensa irradia e transforma, então se começa a colocar uma energia de alegria na vida, no prazer.” A saúde tem haver com o prazer. 588 O que as religiões vêm trazendo, principalmente as ocidentais, é que ninguém tem vontade de rir dentro de uma igreja. Basta observar que o primeiro símbolo que se vê nela é uma imagem de Jesus todo destroçado na cruz, todos os santos e imagens estão com aquela face angustiada, triste. Se alguém der uma risada na igreja é capaz de padre expulsar. ● Como Deus interfere em nossas vidas e em nossos desejos? Agora num culto dos Hare Krishina os adeptos entram todos dançando, cantando, felizes porque tem que vibrar em nome de Deus e Ele é alegria, este é o principio fundamental deles. O mantra cantado é o nome de Deus, porque para eles o nome Dele é Krishina. E eles ficam pulando e cantando o mantra “Salve Deus” durante uma hora, porque acreditam que precisam vibrar o nome de Deus com alegria e assim Ele vai transformar. Eles vão entrar em sintonia com a energia superior que é a energia de Deus. Por que o fundamento básico do mantra é a pessoa vibrar constantemente um som que transforma a emoção e deixa curado por que Deus age na pessoa. Não é um Deus de fora que atua, mas sim a pessoa que tem de agir transformando a realidade que ela criou. Se ela criou uma realidade que é pobre, favelado, mendigo, é só notar que elas ficam mendigando o tempo todo e não sai dali, não tem energia para sair dali, e ninguém ensina algo diferente, como ela sair dali. Atualmente só se sabe mesmo é procurar emprego porque isso foi condicionado. Saí da faculdade procurando emprego, ninguém sai procurando criar uma coisa para si sem ter patrão, porém com controle do destino. A civilização do Terceiro Milênio não pode ser uma civilização com base no capitalismo, isso é o maior câncer da sociedade, onde as pessoas são fabricadas em série e não vivem os seus pensamentos e suas vontades que vem de dentro. 589 Se a pessoa atrai tudo que pensa, então se faz uma lista do que atraí mais as pessoas. 1ª) Temor. Se tiver medo de ladrão pode ter certeza que vai ser assaltado. Por isso que o mosteiro shaolin treina as pessoas a não ter medo. O medo é uma vibração e vai acontecer aquilo que se teme porque o cosmos não entende positivo e negativo, ele entende vibração e se está vibrando medo, atrai medo. Se você tem medo de ficar doente, hipocondríaco que compra remédio antes de ficar doente, pode ter certeza vai ficar doente. 2ª) Doença. Tem que pensar em saúde. Não em plano de saúde, pois, se não tiver, acaba mentalizando que não pode ficar doente por não ter plano de saúde, então não fica doente. 3ª) Lamúria. Sempre se atraí aquilo que se queixa. Estando queixoso de estar sem dinheiro, vai continuar a ficar sem. Queixando-se que não arruma um namorado, vai continuar solteira. Primeira posição importante é parar de reclamar, não transformar isso em palavra porque a palavra é ação no mundo físico, o verbo e mantrico. No mosteiro de shaolin uma das questões fundamentais é treinar o discípulo para despertar a sua força interior que não é só para quebrar um monte de tijolo, mas sim para o discípulo aprender a se concentrar intensamente naquilo que deseja criar. Bêbado não fica doente porque é o individuo mais desligado que existe, claro que depois de 50 anos ele vai morrer de cirrose no fígado. 4ª) Relacionamento afetivo. As pessoas não amam pelo corpo que elas apreciam no outro, elas se apaixonam pelo que o outro pensa, vibra. Pode até olhar uma mulher bonita, aquela gostosura, mas meia hora de conversa e já melou tudo porque paixão é diferente de excitação. ● Qual o verdadeiro segredo do sucesso? 5ª) Sucesso, isso é algo que se precisa tomar muito cuidado, não esquecer que se está vibrando na consciência cósmica. O filme “O segredo” diz que se pôr na cabeça o que deseja, que o cosmos 590 vai conspirar a favor, vai trabalhar para trazer isso. O filme não mostra é como as forças ocultas operam. Suponha que se é um esportista que quer chegar em 1º lugar, e que para isso vai ter que deixar um monte de concorrentes, seus familiares e torcedores angustiados e até depressivos. Veja a Copa do Mundo de Futebol um monte de gente torcendo pelo Brasil, só que o argentino também está torcendo, acha que Deus vai ser parcial? É por isso que muitas pessoas não conseguem o que elas querem, por que o sucesso delas implica na destruição e no rebaixamento de muitas outras pessoas, então quando vibrar “eu quero ter sucesso” verifique se este sucesso não vai destruir pessoas. Quer atrair dinheiro para sua vida, pode vibrar, mas como é que este dinheiro pode e deve ser ganho? Crie uma forma honesta. Ai você cria esta energia e o cosmo traz para você. As religiões antigas criaram uma vibração contraria. De modo que para servir a Deus tem que fazer penitencia, tem que sofrer, se não sofrer não entra no reino dos céus, tem que se resignar como se Deus gostasse disto. Se Ele o colocou na Terra foi para um viver vivamente e não para um viver morto, Deus colocou a capacidade de sentir este prazer e não para negar a isso. A pessoa é o Deus criador e cria esta força no universo. Meishu-Sama explicita: “Quando falo em “segredo da felicidade”, parece que me refiro a algo mágico e misterioso. Nada disso, porém. O “segredo da felicidade” é muito simples. Tão simples, que poucos conseguem descobri-lo. Quantas pessoas felizes conhecemos? Talvez nenhuma. Isso mostra que o mundo está cheio de sofrimento. Todos vivem sob o risco de fracasso, dúvida, desespero, desemprego, doença, pobreza e conflito, acorrentados pelas dificuldades, como se estivessem numa prisão. (...) Mas, como obter a felicidade neste mundo em que se empreende tal batalha? Deixando de lado todas as suposições com 591 que temos tentado compreender a vontade de deus, procuremos descobrir o meio de sermos felizes. Como venho afirmando há muito tempo, nossa felicidade depende apenas de fazer os outros felizes. Esse é o meio mais seguro para alcançá-la, e eu o venho aplicando há muitos anos com resultados maravilhosos. Foi por isso que escrevi este ensinamento. Simplificando o conselho, pratiquemos o maior número possível de boas ações, pensemos em dar alegria às outras pessoas.” ● O que deve ser buscado primeiro: o sucesso material ou espiritual? Ao invés da pessoa vibrar “eu quero ficar rico, quero ter aquele carro” é preferível usar padrão vibratório mental para conquistar uma coisa chamada sabedoria. Como é raro encontrar alguém jogando energia profunda na mente para se tornar um sábio, para se tornar um iluminado, para tornar um espírito de luz. Porque tudo é energia no mundo mental, quanto de energia é gasto para despertar o espírito. É só ver quanto de energia é gasto no trabalho, e quando chega final de semana a pessoa está cansada, esgotada e não quer fazer nada por que tem que trabalhar na segunda feira. É isso que o sistema faz com a gente. Shaolin ensinava que a pessoa é o criador, o poder está nela, então se tem que despertar esta força interior dentro do ser humano. Por que certa parte das religiões combate o espiritismo? Simplesmente por ele tirar o poder delas que se colocaram como única intermediaria entre o homem e o divino. No espiritismo a própria experiência abre o contato para falar com o invisível sem nenhum intermediário da Igreja. Uma mudança total de paradigmas do mundo, o capitalismo tem que ser destruído, mas ele vai ser destruído por ele mesmo por ter criado a competição, o ódio que sempre volta. Ele vai lá com suas forças militares e aniquila todo mundo com seu poder, as coisas acabam vibrando de volta, a historia sempre mostrou que os 592 grandes impérios caíram algum dia. O maior medo dos americanos é ser bombardeado em seu próprio país, o que exatamente tem medo é aquilo que atrai: World Trade Center. A esse acontecimento é o que se chama de carma coletivo, é o que uma nação vibra, o que os seus políticos vibram, é o que faz as coisas acontecerem mais cedo ou mais tarde. É muito fácil jogar bomba nos outros e não receber bomba nenhuma, porém ... Se a pessoa vibrar amor, é exatamente amor que vai atrair. Por isso, Jesus ensinava ter que aprender a amar semelhante, mais longe ainda ter que amar o inimigo, porque quando ama o inimigo rompe a barreira do ódio e ele tende a não vibrar ódio. As pessoas têm que aprender a chamada revolução aquariana que não tem um líder, um dirigente, onde cada um vai dirigir a própria vida, onde a pessoa é o senhor do próprio sucesso e do próprio fracasso. Existe uma frase que se tem de tirar da cabeça “se Deus quiser”. Não é se Ele quiser, mas sim se a pessoa quer. Jogar para Deus é tirar a responsabilidade de si, pois se não acontecer é porque Deus não quis. As pessoas que não fazem nada, só pedem e espera cair do céu, como ganhar na loteria, na Mega Sena. O filme “O segredo” não esclareceu quem são estas forças que vão operar do lado para fazer com que aquilo que foi vibrado venha a acontecer. Não se pode esquecer de que estas forças são de seres inteligentes que conspira a favor, são seres de luz que acompanham as vidas, as experiências humanas aqui na Terra. Tem que entender que se está dialogando com o universo, quando se deseja alguma coisa. ● Ciência e Espiritualidade: A Verdadeira Ciência do Terceiro Milênio. Resumindo. A física quântica mostrou que há espaço para Deus neste universo, para entender o que nós somos dentro deste cosmos, para compreender que somos parte integrada atuante dentro do 593 universo cósmico. O fato de não se compreender é porque a consciência está muito adensada dentro de um cérebro. Mas os grandes mestres ensinaram que com determinados exercícios como yoga, relaxamento e meditação se conseguem ter uma experiência de expansão da consciência e perceber que se está conectado, que se pode sair fora deste corpo em projeção astral, bem como experimentar a consciência fora da matéria, a grandiosidade imensa deste universo. Ela ensinou que nós estamos conectados com tudo que existe no universo, com toda a matéria do cosmos. Então o nosso pensamento, a nossa consciência interage com a matéria, ela movimenta o universo, ela cria o nosso universo, temos que compreender que somos parte integrante do divino, nós somos uma parte integrante do cosmos que jamais pode ser desfeita, jamais pode ser destruída, ela só pode ser transformada como uma energia que muda de forma. Por isso que os nossos mestres sempre disseram que nós somos criaturas eternas porque somos parte integrante da mesma energia de criação do próprio divino, nós somos partículas divinas manifestada na Terra. Se pensarmos assim as nossas vidas vai mudar de hoje em diante aqui na Terra. Se pensar que é um pecador, já se destruiu, mas se pensar que é um Deus, está se elevando. Esta é a mensagem que o professor Laércio Fonseca deixa: a partir daí cada um que está lendo, assistindo, escutando, vai procurar buscar a sua visão de mundo, todo este trabalho foi uma dica para que possam pensar melhor sobre sua vida e decidir melhor sobre o seu próprio destino, sobre sua própria existência na Terra e sua própria busca como ser humano como alma, como espírito. E que cada um busque a sua verdade, a sua consciência, é o que se deseja. 594 Amit Goswami A ponte entre a ciência e a religião Transcrição completa da entrevista concedida pelo físico Amit Goswami ao programa "Roda Viva" da TV Cultura, no dia 12/3/2001. O Roda Viva entrevista o físico nuclear indiano AMIT GOSWAMI. Considerado um importante cientista da atualidade ele tem instigado os meios acadêmicos com sua busca de uma ponte entre a ciência e a espiritualidade. Amit Goswami vive nos Estados Unidos. É PHD em física quântica e professor titular de física da Universidade de Oregon. Há mais de quinze anos está envolvido em estudos que buscam construir o ponto de união entre a física quântica e a espiritualidade. Já foi rotulado de místico, pela comunidade científica, e acabou acalmando os críticos através de várias publicações técnicas a respeito de suas ideias. Em seu livro O UNIVERSO AUTOCONSCIENTE - publicado no Brasil - ele procura demonstrar que o Universo é matematicamente inconsistente sem a existência de um conjunto superior - no caso, DEUS. E diz que, se esses estudos se desenvolverem, logo no início do terceiro milênio Deus será objeto de ciência e não mais de religião. A bancada de entrevistadores será formada por Mário Sérgio Cortella, filósofo e dir.em educação, professor do Depto. Teologia e ciências religião da Puc SP; Cláudio Renato Weber Abramo, jornalista e mestre em filosofia da ciência; Pierre Weil, educador e reitor da Universidade Holística Internacional de Brasília; Rose Marie Muraro, escritora e editora; Leonor Lia Beatriz Diskin Pawlowicz, jornalista e Pres.da Assoc. Palas Athena; Joel Sales Giglio, psiquiatra, ex chefe do Depto.de Psic. Médica e psiquiatria da Unicamp, analista junguiano da Assoc. Junguiana do Brasil e membro da International Assossiation for Analitical Psychology; Carlos Ziller 595 Camenietzki, físico, Doutor em filosofia e pesquisador do Museu de Astronomia do Min. da Ciência e Tecnologia. Heródoto Barbeiro: Dr. Amit Goswami, Boa Noite. Inicialmente eu gostaria que o senhor dissesse aos telespectadores da TV Cultura, que ao longo do século XX os cientistas estiveram ligados muito mais ao materialismo do que à religiosidade. A impressão que eu tenho é que nessa virada para o século XXI, essas coisas estão mudando. O senhor poderia nos explicar o porquê dessa aproximação entre a ciência e a espiritualidade? Amit Goswami: Com prazer. Esta mudança da ciência, de uma visão materialista para uma visão espiritualista, foi quase totalmente devida ao advento da Física Quântica. Ao mesmo tempo, houve algumas mudanças em Psicologia transpessoal, em Biologia evolucionista, e em medicina. Mas acho que é correto dizer que a revolução que a Física Quântica causou na Física, na virada do século, seria baseada nessas transições contínuas, não apenas movimento contínuo, mas também descontínuo. Não localidade. Não apenas transferência local de informações, mas transferência não-local de informações. E, finalmente, o conceito de causalidade descendente. É um conceito interessante, pois os físicos sempre acreditaram que a causalidade subia a partir da base: partículas elementares, átomos, para moléculas, para células, para cérebro. E o cérebro é tudo. O cérebro nos dá consciência, inteligência, todas essas coisas. Mas descobrimos, na Física Quântica que a consciência é necessária, o observador é necessário. É o observador que converte as ondas de possibilidades, os objetos quânticos, em eventos e objetos reais. Essa ideia de que a consciência é um produto do cérebro nos cria paradoxos. Em vez disso, cresceu a ideia de que é a consciência que também é causal. Assim, cresceu a ideia da causalidade descendente. Eu diria que a revolução que a Física Quântica trouxe, com três conceitos revolucionários, movimento descontínuo, interconectividade não-localizada e, 596 finalmente, somando-se ao conceito de causalidade ascendente da ciência newtoniana normal, o conceito de causalidade descendente, a consciência escolhendo entre as possibilidades, o evento real. Esses são os três conceitos revolucionários. Então, se houver causalidade descendente, se pudermos identificar essa causalidade descendente como algo que está acima da visão materialista do mundo, então Deus tem um ponto de entrada. Agora sabemos como Deus, se quiser, a consciência, interage com o mundo: através da escolha das possibilidades quânticas. Rose Marie Muraro: O que mais me espanta na Física é o problema da medição quântica de Heisenberg, que você, realmente, acha que deve ter um observador olhando e que modifica a realidade, por exemplo, transforma a onda em partícula. Eu gostaria de saber... isso aí houve uma grande briga de Einstein com Niels Bohr. Eu gostaria de saber, em escala cósmica, onde não há observadores, se há um observador supremo, em sua opinião, e se ele cria matéria ou como se faz esse fenômeno? Amit Goswami: Essa é a questão fundamental, Rose Marie, porque ... qual é o papel do observador? É a pergunta que abre a integração entre Física e espiritualidade. Na Física Quântica, por sete décadas, tentou-se negar o observador. De alguma forma, achava-se que a Física deveria ser objetiva. Se dessem um papel ao observador, a Física não seria mais objetiva. A famosa disputa entre Bohr e Einstein, a que se refere essa disputa, basicamente, sempre terminava com Bohr ganhando a discussão, mostrando que não há fenômeno no mundo a menos que ele seja registrado. Bohr não usou a consciência. Mas atualmente, vem crescendo o consenso, muito lentamente, de que a Física Quântica não está completa, a menos que concordemos que nenhum fenômeno é um fenômeno, a menos que seja registrado por um observador, na consciência de um observador. E isso se tornou a base da nova ciência. É a ciência 597 que, aos poucos, mas com certeza, vem integrando os conceitos científicos e espirituais. Cláudio Abramo: Em sua fala inicial, o senhor mencionou, deu como fato, que teria crescido a idéia de que haveria uma causalidade no sentido inverso àqueles do tradicional que se considera, e daí saltou para a afirmação de que isso abriria a porta para a entrada de Deus. A minha pergunta se divide em duas. Em primeiro lugar, essa idéia cresceu aonde? Quem, além do senhor, defende esse tipo de visão de mundo? E... dois, o porquê Deus entrou aí nessa equação? Amit Goswami: Na Física Quântica há um movimento contínuo. A Física Quântica prevê isso. Não há dúvida que a Matemática Quântica é muito capaz, muito competente, e ela prevê o desenvolvimento de ondas de possibilidades, a matéria é retratada como ondas de possibilidades. O modo como elas se espalham é totalmente previsto pela Física Quântica. Mas agora temos probabilidades de possibilidades. Nenhum evento real é previsto pela Física Quântica. Para conectar a Física Quântica a observações reais, embora não vejamos possibilidades e probabilidades, na verdade vemos realidades. Esse é o problema das medições quânticas. E luta-se com esse problema há décadas, como eu já disse, mas nenhuma solução materialista, uma solução mantida dentro da primazia da matéria foi bem sucedida. Por outro lado, se considerarmos que é a consciência que escolhe entre as possibilidades, teremos uma resposta, mas a resposta não é matemática. Teremos de sair da matemática. Não existe Matemática Quântica para este evento de mudança de possibilidades em eventos reais, que os físicos chamam de ‘colapso da função de onda de possibilidade em realidade’. É essa descontinuidade do colapso que nos obriga a buscar uma resposta fora da Física. O que é interessante é que se postularmos que a consciência, o observador, causa o colapso da função de onda de possibilidades, escolhendo a realidade que está ocorrendo, 598 podemos fazer a pergunta: qual é a natureza da consciência? E encontraremos uma resposta surpreendente. Essa consciência que escolhe e causa o colapso da onda de possibilidades não é a consciência individual do observador. Em vez disso, é uma consciência cósmica. O observador não causa o colapso em um estado de consciência normal, mas em um estado de consciência anormal, no qual ele é parte da consciência cósmica. Isso é muito interessante. O que é a consciência cósmica diante do conceito de Deus, do qual os místicos e teólogos falam? Mário Cortella: Uma questão para o doutor Amit que é a seguinte: o senhor é originado de uma cultura, que é a cultura da Índia, onde o hinduísmo, como religião, tem uma profusão de deuses ou de divindades, ou de deidades. Alguns chegam a falar em 300 milhões de deidades dentro da religião hindu. De outro lado, seu pai foi um guru brâmane, o senhor tem um irmão que é filósofo. Esta mescla de situações induziu no senhor uma compreensão em relação a um ponto de chegada, na religião, partindo da Física, ou o senhor já partiu da religião e, por isso, chegou até a Física e supõe que a Física Quântica é uma das formas de praticar teologia? Amit Goswami: Obrigado pela pergunta, porque costumam me perguntar se minha formação como indiano hindu afeta o modo como pratico a Física. Na verdade, fui materialista por um bom tempo. Fui físico materialista dos 14 anos de idade até cerca de 45 anos. O materialismo foi importante para mim. Eu trabalhei com ele, filosofei nele, cresci nele. Eu obtive sucesso em Física dentro da Física materialista. Mas quando comecei a trabalhar no problema da medição quântica, eu realmente tentei resolvê-lo dentro do materialismo. Enquanto todos nós trabalhávamos, falei com muitos físicos que trabalhavam no problema (este é o problema mais estudado da Física, um dos mais estudados). E todos tentávamos resolver este paradoxo: se a consciência é um fenômeno cerebral, obedece à Física Quântica, como a observação consciente de um 599 evento pode causar o colapso da função de onda de possibilidades levando ao evento real que estamos vendo? A consciência em si é uma possibilidade. Possibilidade não pode causar um colapso na possibilidade. Assim, eu tive de abandonar esse pensamento materialista. Embora fosse interessante, em minha vida pessoal eu sentia necessidade de mudar. Alguns consideraram uma transição de meia-idade, e os dois problemas, crescimento na vida pessoal e o problema da medição quântica, se confundiram, e eu comecei a ver a consciência não apenas como um problema físico, mas também como um problema pessoal. O que é que deixa alguém feliz? Qual é a natureza da consciência, da qual as pessoas falam quando se pensa além do materialismo? Então, comecei a meditar e a me aproximar de alguns místicos, e isso ajudou. E um dia, quando falava com um místico, e ele me dava a tradicional visão mística do mundo, que eu já ouvira muitas vezes antes, mas, de algum modo, essa conversa causou uma nova impressão em mim. Eu pude ver, eu realmente vi além do pensamento, tive a percepção de que a consciência é a base do ser, e essa percepção soluciona o problema da medição quântica. Não só isso: pode ser usada como base para a ciência. Normalmente, os cientistas presumem que a ciência deve ser objetiva, etc., mas eu vi, naquele momento, que a ciência deve ser objetiva até certo ponto. Eu chamo de objetividade fraca, mas isso pode ser alcançado nessa nova Metafísica. Consciência é a base de todos os seres. Então, para mim, foi o contrário, eu fui da Física para a espiritualidade, sob o aspecto da Física. Porque minha formação espiritual, embora em retrospecto, eu possa dizer que foi saudável, deve ter sido, como Freud diria, no subconsciente. Mas conscientemente foi o oposto. Eu vim de uma questão muito inquietante, de como resolver um problema físico, um problema do mundo, pois esse é o problema mais importante do século XX. E a partir disso, esse salto conceitual, esse salto quântico perceptivo me fez reconhecer que o modo como espiritualistas veem a consciência é o modo certo de ver a consciência. E esse modo de ver a 600 consciência resolve o problema da medição quântica. Ele nos dá a base para uma nova ciência. Carlos Ziller: Eu gostaria de fazer uma pergunta, dando um passo mais atrás no sentido da própria Física clássica. Porque nós sabemos, hoje em dia, que os fundadores da Física clássica, Newton, Descartes e outros grandes cientistas do século XVII, para eles, para os projetos científicos que propunham, Deus era uma parte constitutiva inseparável do mundo que eles imaginavam, sejam como sendo quem garantia a eficácia, eficiência, o funcionamento das leis do mundo, seja como alguém que operava próprios fenômenos naturais. Bom, isso foi sendo afastado, expulso do mundo da ciência ao longo do século XVIII, século XIX, ou século XX, talvez, até os anos 50 tenha sido o ápice dessa questão, os cientistas, os físicos, sobretudo, não gostavam totalmente nada de falar sobre esse assunto. Deus era um problema. Talvez o seu estudo e a sua reflexão estejam tentando recolocar no seu próprio lugar, pelo menos foi assim que eu interpretei, algumas ideias do próprio século XVII, dos fundadores da ciência moderna. Eu gostaria de saber se essa aproximação do Deus do Newton, o que garantia que as leis naturais funcionavam, se esse Deus tem algum paralelo com a consciência, supra-consciência que o senhor propõe como sendo o princípio a partir do qual os fenômenos do mundo, a realidade estaria constituída? Amit Goswami: É uma pergunta muito boa. Os conceitos da Física clássica, no início, não separavam Deus, como disse, mas então, aos poucos, descobriu-se que Deus não era necessário. Depois que Deus estabeleceu o movimento do mundo, ele passou a ser guardião de seu jardim, e isso é o que a maioria dos físicos clássicos pode fazer. Mas na Física Quântica, há o problema da medição. Como as possibilidades tornam-se eventos reais, temos espaço para uma consciência, e ela deve ser uma consciência cósmica. Há uma semelhança com o modo como Deus é retratado, pelo menos na 601 subespiritualidade tradicional, não na mente popular. A mente popular considera Deus um imperador, um super-humano sentado no céu. Essa imagem de Deus não é científica, e espero que esteja claro que não estamos falando em Deus dessa forma, mas Deus nessa consciência mais cósmica, nessa forma mais estrutural. Esse tipo de Deus está retornando porque, se você se recorda, o debate entre teólogos e cientistas sempre foi: Deus é o guardião ou Deus intervém? Teólogos afirmam que Deus intervém nos seres biológicos. E então surgiu Darwin. Foi um grande golpe nos teólogos, porque antes, apesar de Newton, os teólogos podiam citar o exemplo da Biologia, cujo propósito é muito óbvio, pelo menos, óbvio para a maioria. Mas a teoria de Darwin foi um golpe porque se dizia que a evolução ocorria ... mas ela era natural? Darwin disse que ela era natural. Oportunidade e necessidade. Não há necessidade de Deus na evolução e não há necessidade de Deus na biologia. Então, no século XX, surgiu o behaviorismo e a ideia de que temos livre-arbítrio subjetivo. Essa ideia também foi superada, porque experimentos mostraram que somos muito condicionados, não há livre-arbítrio. Contra tudo isso, vejam só, a Física Quântica também cresceu ao mesmo tempo em que o behaviorismo, e a Física Quântica têm uma coisa peculiar: o princípio da incerteza. O mundo não está determinado como imaginamos. Deus não é o guardião. O princípio da incerteza levou à onda de possibilidades, depois o colapso da função de onda de possibilidades para a introdução da ideia do colapso da consciência. Paradoxalmente, fomos criados contra essa ideia, mas nos anos 90, eu, Henry Stab, Fred Allan Wolf, Nick Herbert, todos mostramos que esse paradoxo pode ser resolvido. Não há paradoxo se presumirmos que a consciência que causa o colapso da função de onda de possibilidades em eventos reais é uma consciência cósmica. E o evento do colapso em si nos dá a separação matéria-objeto do mundo. Assim, não só resolvemos o problema da medição quântica como também demos uma nova resposta de como a consciência de um torna-se várias. Como ela se divide em matérias e objetos, para 602 poder ver a si mesma. E essa ideia de que o mundo é um jogo da consciência, um jogo de Deus, que é uma ideia muito mística, voltou à tona. Então, podemos voltar à biologia. Deus intervém na biologia? Deus intervém na vida das pessoas? Essas perguntas continuam tendo respostas muito positivas. Vi, em um jornal sobre Biologia evolucionista, que há muitos furos conhecidos na teoria darwiniana. Esses furos são chamados sinais de pontuação. A teoria da evolução de Darwin explica alguns estágios homeostáticos da evolução, ou seja, como as espécies adaptam-se a mudanças ambientais. Mas não explica como uma espécie torna-se outra. Essa especiação, mudança de uma espécie em outra, é uma nova mudança na evolução, não está na teoria de Darwin. Experimentalmente, isso é demonstrado em lacunas de fósseis. Não temos uma continuidade de fósseis mostrando como um réptil tornou-se um pássaro. A ideia é que sejam sinais de pontuação, estágios muito rápidos de evolução. Eu sugiro que isto seja um salto quântico, um salto quântico na evolução. Nesse salto quântico, a consciência interveio, não de um modo subjetivo, de um modo caprichoso, mas de um modo muito objetivo ... muito objetivo, e essas ideias objetivas ficam claras com o trabalho de Rupert Sheldrake e outros, o modo como isso pode ser objetivo. Mas, sem dúvida alguma, há uma intervenção da causalidade descendente. Não se pode explicar a Biologia evolucionista só com a causalidade ascendente. Essa é a coisa mais interessante, a partir do pensamento original dos físicos de que Deus deve ser o guardião, pois tudo pode ser explicado e tudo é determinado, que não precisamos de Deus. Agora, estamos fechando o círculo, e vemos que não só precisamos de Deus: há movimentos descontínuos no mundo para os quais não existe explicação matemática ou lógica. Ainda assim, é totalmente objetivo, não é arbitrário. Deus age de forma objetiva, bem definida. A consciência cósmica não é subjetiva, não é a consciência individual que afeta o mundo. Isso ocorre de forma cósmica, podemos discutir objetivamente. A ciência detém seu poder, sua objetividade e, ainda assim, temos agora a 603 descontinuidade, temos a interconectividade e podemos falar sobre vários assuntos dos quais os místicos tradicionalmente falam. Pierre Weil: Durante essa discussão eu me coloquei como educador do ponto de vista do telespectador, e estou um pouco com medo de que alguns já desligaram o aparelho diante do alto nível científico do debate, que é necessário e indispensável. Eu queria ressaltar a importância da sua presença aqui em termos mais simples. Para o telespectador ... tem telespectadores que acreditam em Deus, acreditam em espiritualidade e têm outros que não acreditam em Deus, não acreditam ... são os materialistas versus os espiritualistas. Entre os dois têm os que não sabem ou os que nem se interessem para isto. Nestas três categorias, a sua presença aqui tem uma importância muito grande. Ela tem uma importância porque nesse século que passou, nós estivemos assistindo a três grandes movimentos: o primeiro movimento, em que muitos espiritualistas, muitas pessoas que acreditavam em Deus, abalados pelas “provas”, pelas evidências da ciência, largaram a religião e só acreditaram na matéria. E nisso foram até muitos sacerdotes de várias religiões. Largaram a batina, largaram a sua fé e se transformaram em protagonistas do materialismo. Estamos assistindo, atualmente, a um movimento contrário. Eu tenho, por exemplo, dois amigos meus. Um, Matew, grande biólogo francês, largou a biologia e hoje ele é monge budista tibetano. O outro era astrofísico, colega seu, largou a astrofísica e hoje ele é rabino. Então estamos assistindo a um movimento contrário. A sua presença aqui apresenta uma terceira saída, e que me parece a mais conveniente e a mais razoável, a mais holística, que é a minha também. A sua, como Física Quântica, fez com que, vindo do materialismo, não caísse no extremo do espiritualismo, mas integrou os dois. Eu fiz isso também como psicólogo, através da psicologia transpessoal ... o senhor através da Física Quântica, eu, através da Psicologia Transpessoal ... e nos encontramos muito bem e nos abraçamos o tempo todo. A minha pergunta é uma pergunta pessoal: poderia contar para os 604 telespectadores, em termos mais simples, o que fez com que Amit Goswami ficasse no meio do caminho e fizesse um encontro dentro dele, da razão da Física, da razão materialista, e do outro lado, da Intuição? Falou nos seus amigos místicos, mas pela minha experiência eu sei que a segurança pela qual eu falo, não é apenas racional, ela é baseada numa experiência chamada interior, chamada subjetiva, chame como quiser, de luz, e de saber mais ou menos como que é esse mundo espiritual. Qual é a sua experiência que fez com que unisse, na sua pessoa, o lado masculino, racional, e o lado feminino, intuitivo, sentimental? O que aconteceu com a sua pessoa? Eu acho que isso nos vai reconciliar com os telespectadores. Amit Goswami: Sim, obrigado. Esta é a questão fundamental. Às vezes, eu digo que todos nós, todas as pessoas, espectadores, cientistas, o orador, todos aqui, todos nós temos dois lados. Um é semelhante a Newton, que quer entender tudo em termos de objetividades, ciências e matemática, e o outro é William Blake, que é místico e ouve diretamente, intuitivamente, e desenvolve seu retrato do mundo baseado nessa percepção intuitiva. O que ocorre nessa integração, o que ocorreu por um tempo, mesmo antes de essa integração começar, é que começamos a entender a natureza da criatividade. E a falsa ideia de que cientistas só trabalham com ideias racionais e matemática está, aos poucos, caindo. Einstein disse isso muito claramente: “Não descobri a Teoria da Relatividade apenas com o pensamento racional”. As pessoas não levam a sério tais declarações. Mas Einstein falou sério. Ele sabia que a criatividade era importante. Agora, quase cem anos de pesquisas sobre criatividade estão mostrando que os cientistas também dependem da intuição. Eles também dependem de visões criativas para desenvolver sua ciência. Nem tudo é racional, matemático; nem tudo é pensamento racional. Você perguntou sobre minha experiência pessoal. Eu já compartilhei a experiência fundamental pessoal que tive quando troquei ... nem devo dizer que troquei, eu 605 tive uma percepção. Não posso descrevê-la em termos de espaçotempo. Eu estava fora do espaço-tempo, experimentando diretamente a consciência como a base do ser. É esse tipo de experiência que dá a base para ficarmos convencidos, para termos certeza de que a realidade é algo mais do que o espaço-tempo no mundo em movimento faz parecer. Este é o escopo fundamental para o ponto de encontro dos cientistas e espiritualistas. Porque os espiritualistas ouviram esse chamado, essa intuição, muito antes. Os cientistas também a ouviram. Mas por eles sempre expressarem suas percepções em termos de lógica, em termos de razão, isso ocorre mais tarde. Eles esquecem a origem de seu trabalho, a origem de sua percepção. Já para os espiritualistas, a percepção leva à transformação do modo de vida. Assim, eles nunca esquecem que foi a intuição que trouxe a felicidade, foi ela que os fez quem são. Essa é a diferença. Cientistas usam a intuição para desenvolver sistemas que estão fora deles, o que chamo de criatividade externa. E isso se torna uma camuflagem dos verdadeiros mecanismos do mundo para eles. Enquanto espiritualistas mantêm-se com a percepção, mudam suas vidas, e incidentalmente, mudam o mundo externo. Mas eles sabem que aquela percepção que tiveram é a coisa fundamental que gere o mundo. Para eles, a consciência é cósmica, isto é algo determinado. Para os cientistas, a mesma descoberta é possível, mas eles ignoram o chamado e prestam mais atenção ao que ocorre no cenário externo. Acho que, se todos nós compartilharmos isso, o mundo poderá mudar. Agradeço pela pergunta. Estou disposto a compartilhar: escrevi um livro sobre criatividade, no qual conto minhas histórias pessoais. Em todos os meus livros conto minhas histórias pessoais. É importante compartilharmos nossas histórias pessoais, e acabar com o mito de que os cientistas são apenas pensadores racionais. Eles também têm percepções que vão muito além do pensamento racional. Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, o senhor falou muito em Deus durante a primeira parte deste programa, e aqui no ocidente, 606 quando se fala em Deus, se imagina que exista o seu contraponto. E aqui no ocidente se dá uma série de nomes a ele. Eu gostaria de saber como é que o senhor explica essa ... se o senhor concebe a existência desse contraponto, dessas outras forças que não são necessariamente Deus. Amit Goswami: Essa questão de Deus contra o Mal é interessante. Segundo a visão da Física Quântica, existem as forças da criatividade e as forças do condicionamento. Não falamos muito sobre isso, mas eu defendo a ideia que a Física Quântica nos dá, de que é a consciência cósmica que escolhe entre as possibilidades para trazer à realidade o evento real que ocorre. A questão é: então temos de entrar nesse estado incomum de consciência, no qual somos cósmicos, no qual escolhemos e, então ... como entrar nessa consciência individual na qual somos uma pessoa? Na qual temos personalidade e caráter? Ao trabalharmos com a matemática disso, descobrimos que essa condição ocorre porque todas as nossas experiências aparecem após serem refletidas no espelho da nossa memória, muitas vezes. É essa memória que causa o condicionamento. Uma propensão a agir do modo como já agi antes. Uma propensão para responder a estímulos do modo como já respondi antes. Todas as pessoas sabem disso. Elas passam a manhã no cabeleireiro e o marido volta para casa e diz: “O que há para o almoço?”, sem notar o novo penteado da esposa, o que é muito irritante, tenho certeza. Mas esse condicionamento é o que nos torna indivíduos. Então, a questão é que, na Física Quântica, vemos claramente o papel da consciência cósmica, que eu chamo de “ser quântico”, no qual há criatividade, há forças criativas. E então perdemos essa criatividade, ficamos condicionados. E o condicionamento nos faz parecidos com máquinas. Assim, o mal maior que a nova ciência nos traz é o condicionamento. Pois é ele que nos faz esquecer a divindade que temos, o poder criativo que temos, a força criativa que realmente representa o que buscamos quando invocamos Deus. Mas isso também está incompleto. Essa 607 questão pode ser estudada mais a fundo e há um escopo maior, trazendo ideias como emoções negativas e positivas. Assim, teremos uma exposição maior do Bem contra o Mal. Mas, de fato, a consciência cósmica inclui tudo. Esse é o conceito esotérico, não tanto exotérico, mas esotérico, por trás de todas as religiões, de que há apenas Deus, e que o Bem e o Mal são uma divisão, uma necessidade da criação, mas não é fundamental, ou seja, o diabo não é igual a Deus; o diabo é uma criação subsequente. É útil pensarmos em termos de Bem e Mal, mas, às vezes, é preciso transcender isso, é preciso perceber que Deus é tudo. Esse é o cenário que a Física Quântica defende. Joel Giglio: Doutor Amit, eu sou psiquiatra, analista Junguiano, formado pela Associação Junguiana do Brasil, e tenho muitas perguntas a fazer ao senhor. Mas em vista do tempo e dos objetivos desse programa, vou me centrar numa delas. Eu pensei muito, quando li seu livro, em questões que ainda são incógnitas à nossa prática psicoterápica. A questão do ‘insight’ ... O ‘insight’ nós não sabemos, em psicoterapia, quando ele vai acontecer, como vai acontecer. Ele simplesmente aparece e quase que do nada, embora a gente intua que o ‘insight’ vá aparecer. A questão da criatividade ... a questão da sincronicidade ... mas eu gostaria de fazer uma questão sobre os arquétipos. O senhor menciona no seu livro, ideias de arquétipos de objetos mentais. Cita Platão e cita Jung, que é o criador da psicologia analítica, setor da psicologia onde eu me situo. A questão que tem me perturbado muito é: os arquétipos evoluem, embora eles estejam fora do eixo espaço-tempo? Alguns autores dizem que está havendo uma evolução dos arquétipos. Quem fala isso, por exemplo, é Sheldrake, que o senhor mencionou há pouco e que não é psicólogo, é biólogo, mas que tem uma visão diferente dentro do campo da biologia. Como é que a teoria da Física Quântica explicaria, supondo que os arquétipos evoluem, a evolução dos próprios pensamentos arquetípicos, por exemplo, a evolução do arquétipo de Deus, se é que ele está evoluindo ou não. 608 Essa questão ... e muitos outros arquétipos, nós supomos que estejam evoluindo sem anularem os arquétipos anteriores. Amit Goswami: Obrigado pela pergunta. Sou um grande seguidor de Jung. Acho que Jung foi dos precursores da integração que está ocorrendo agora. Nos meus primeiros textos, eu citava muito a afirmação de Jung de que, um dia, a Física Nuclear e a Psicologia se unirão. E acho que Jung ficaria satisfeito com esta conversa e, em geral, com a integração da Física e da Psicologia transpessoal que vemos hoje. Isto posto, acredito no conceito de arquétipo de Jung, e acho que o modo como Jung o apresentou, e Platão o apresentou, de que são aspectos eternos da consciência, contextos eternos da consciência ... a consciência tem um corpo contextual no qual os arquétipos são definidos e, então, eles governam o movimento do nosso pensamento. Acho que é um conceito muito poderoso. Mas, ao mesmo tempo, na Física Quântica, existe a ideia de que todos os corpos de consciência, tudo o que pertence à consciência, inconsciência, são possibilidades. E por causa disso, por tudo ser possibilidade, surge a questão: alguém pode ir além de arquétipos fixos e considerar arquétipos evolucionistas? Não se pode descartar o que Rupert tenta dizer. Houve uma ideia semelhante, de Brian Josephson, um físico que publicou um trabalho na Physical Review Letters, revista de grande prestígio, dizendo que as leis da Física podem estar evoluindo. Da mesma forma, outras pessoas, cientistas muito sérios, sugeriram que, talvez, forças gravitacionais mudem com o tempo. Essa ideia de arquétipos fixos é uma ideia muito importante. Eu a apoio totalmente. Mas também vejo que na Física Quântica há espaço para a evolução dos arquétipos. Não devemos descartar totalmente ideias que dizem que arquétipos evoluíram. Ainda seremos capazes de determinar isso experimentalmente. Obrigado pela pergunta. Lia Diskin: O senhor manifesta certo interesse pelas questões éticas, grande parte do final de sua obra se dedica a essa questão. O 609 senhor nos disse que há necessidade da participação da ambiguidade para dar garantias de criatividade no campo ético. Entretanto, no mesmo contexto, nos fala imediatamente das linhas e instruções éticas numa obra monumental da tradição indiana que se chama “Bhagavad Gitâ”. E a “Bhagavad Gitâ” se inicia pelo pressuposto da instrução do mestre para um discípulo, de que ele deve agir, de que ele deve entrar no combate, que ele deve assumir sua parte de ação, porque pertence a uma casta, a uma tradição de guerreiros, em que há ação da própria. Como fica o livre-arbítrio, como fica a ambiguidade como necessidade da criatividade dentro de um contexto de que existe um pressuposto, obviamente não ambíguo e não-escolhível, que não pôde escolher? O que fazer ... mas se está cominado a fazer, está cominado a agir? Como será isso, Professor? Amit Goswami: Acho que essa também é uma pergunta muito difícil, muito sutil. Realmente, se considerarmos a ética compulsória, não parece haver escolha. Mas a ética não é tão definida: é muito ambígua. Lembro-me de uma história que o grande filósofo JeanPaul Sartre contava. Suponha que você vá a uma expedição de natação, ou melhor, de barco, e o barco afunde. Você está com um amigo, você sabe nadar, mas ele não. Mas você não é muito forte. Se tentar salvá-lo, os dois podem morrer. Você tem uma boa chance de se salvar, mas ama seu amigo e seu dever ético com ele está muito claro. O que fazer? Casos assim mostram claramente que há ambiguidade mesmo em decisões éticas, em decisões morais. Na Física Quântica, é muito claro que devemos esperar, e esperar pela intuição, ver se há um salto quântico, uma resposta criativa como você a chama, se uma resposta criativa irá surgir. E é essa resposta criativa que é a resposta correta para solucionar essa ambiguidade em questões éticas. Quando a moralidade ou a ética são apresentadas como um conjunto de regras, e as pessoas seguem essas regras, elas perdem essa parte ambígua e, por causa disso, as regras perdem o sentido. Passa a ser um conjunto de regras inútil, 610 sem vida. Mas, se considerarmos a ética com vida, e reconhecermos que temos um papel a desempenhar em todas as situações éticas, temos um papel a desempenhar em termos de irmos para dentro de nós, como as pessoas criativas fazem, combatendo isso, combatendo a ambiguidade. Então, o salto quântico da percepção virá e vai-nos permitir tomar a ação correta. É nisso que a Física Quântica está nos ajudando, é nessa conclusão que ela está nos ajudando. E acho que Sartre também buscava essa resposta porque a ética fixa é uma coisa impossível de se seguir. Cláudio Abramo: Eu vou, infelizmente, ter que me estender ligeiramente na minha pergunta. Ela é precedida de uma declaração ... Vou fazer uma interpretação do que foi declarado até agora, que eu acho que deve ser útil para os telespectadores. Não estou fazendo isso para me expor, mas para esclarecer o que me parece ser algumas questões importantes nesse debate para o telespectador. O entrevistado faz menção a fenômenos inexplicados, a fenômenos desviantes, entre diversas disciplinas. Começa com a Física, passa pela Biologia, faz referência a problemas seculares com respeito à consciência humana, ao livre-arbítrio, ao modo como raciocinamos, ao modo como chegamos a conclusões, menciona casos como, por exemplo, Einstein declarando, como tantos outros cientistas, que não sabe muito bem como chegou a uma conclusão. Poincaré, antes dele, havia escrito muito sobre isso ... Poincaré era um matemático, o último grande matemático universalista francês ... ele morreu no começo desse século (XX). Bom, esse tipo de anedota é completamente comum na ciência. Não há nenhuma originalidade nisso. Esse gênero de anedota, repito, fenômenos inexplicados que são característicos da ciência ... a ciência quanto mais sabe, menos sabe ... quanto mais a ciência sabe, quanto mais fenômenos são explicados, mais avenidas de desconhecimento se abrem. Um cientista diz “não sei” o tempo todo. Um não cientista explica tudo, porque sempre tem uma resposta do tipo “todo abrangente” como é esta resposta. O fato de 611 se ter isso, para os telespectadores entenderem, o fato de se formular uma pseudo-explicação a respeito de como o universo funciona não dá a essa explicação, foros de verdade. Simplesmente declarar coisas não confere verdade ao que se declara. Agora, no que o senhor declara existe uma característica que eu acho bastante preocupante, ou pelo menos intrigante, vinda de alguém conhecido aqui como Físico, como o senhor declarou ... o senhor foi .. o senhor foi Físico. O senhor diz, em primeiro lugar, que aquilo que seria essa intervenção de uma consciência cósmica, não é matematizável, quer dizer, isto não é introdutível dentro da teoria física na forma como a teoria física aceita as suas ideias. Não existe outra maneira de introduzir na Física ideias senão a matemática. Não existe .. não é possível, não é Física ... se é não-matematizável, não é Física. Muito bem, então esta ideia de consciência cósmica não é Física, quer dizer, certamente nenhum Físico aceitará isso. Em segundo lugar, ela também, já que se está falando de alguma coisa que existe no mundo, que é uma consciência cósmica que se reflete na consciência das pessoas e faz as pessoas fazerem saltos quânticos ... o senhor não vai usar esse termo, mas saltos quânticos em direção à solução de problemas ... onde é que estão as evidências empíricas disso? Onde estão as experiências que levam a esse tipo de conclusão? Porque ou a gente pode ter conhecimento do mundo que seja muito estruturado, como no caso da Física, ou conhecimento do mundo pouco estruturado. Não existe uma teoria, não existe um conjunto de ideias muito organizado por trás, mas sabemos empiricamente que são verdadeiras, ou parecem verdadeiras. Onde é que estão as evidências empíricas e onde está o raciocínio, eu diria, desculpe a palavra, científico, que o leva a declarar que existiria uma consciência cósmica que estaria governando tudo e resolvendo todos os problemas aqui, da Biologia, da Psicologia? ... O senhor afirma que estas suas ideias explicariam o problema da biologia evolucionista dos ‘gaps’ na criação de espécies, por exemplo. O senhor não acha ambicioso demais e, repito, onde é que estão as evidências empíricas disso? 612 Amit Goswami: Boa pergunta. Pergunta muito boa. Precisamos sempre fazer esta pergunta: onde está a evidência? Falarei da evidência mais tarde. Antes, responderei à pergunta: a Física é matemática? Ela deve ser totalmente matemática? Essa é uma crença que cresceu gradualmente na Física, por causa do sucesso da matemática para expressar a Física. Há duas coisas que devemos lembrar. Primeiro: não há motivo para a Física ser matemática. Às vezes os filósofos levantam essa questão. Nancy Cartwright escreveu um livro: Why do laws of Physics lie. Ela estava argumentando que não há provas dentro da filosofia materialista de que a Matemática deve governar as leis da Física. De onde vem a Matemática? Pessoas como Richard Feynman, grande físico, Eugene Bigner, todos estudaram a questão. E não há resposta dentro da filosofia materialista. Platão tem uma resposta: a matemática molda a Física porque surgiu antes da Física, faz parte do mundo arquetípico que discutimos. Assim, o idealismo de Platão é fundamental para entender o papel da Matemática na Física, em primeiro lugar. A Física em si precisa de algo além da matéria, ou seja, da matemática e de arquétipos para ser uma ciência consistente. É preciso se lembrar disso. O segundo aspecto da questão é o mais importante. Na Física Quântica, procuramos insistentemente uma forma matemática de encerrar a Mecânica Quântica. Uma forma matemática para entender a medição quântica. Não fomos capazes. Niels Bohr demonstrou para Erwin Schrödinger, há muito tempo, quando a Mecânica Quântica estava sendo desenvolvida. Schrödinger achou que tinha obtido a continuidade e Bohr provou o contrário e o convenceu disso. E Schrödinger disse: “Se eu soubesse que essa descontinuidade, saltos quânticos, iriam permanecer, eu nunca teria descoberto a Mecânica Quântica”. Bohr disse: “Estamos felizes que tenha descoberto”. Essas descontinuidades vão continuar existindo, não há explicação matemática, e por não haver explicação matemática, portanto, há espaço para o livre-arbítrio. O livre-arbítrio, Deus, consciência, colapso, tudo isso entrou para a Física porque atingimos o 613 conhecimento, a sabedoria, de que existe o princípio da incerteza, existem a probabilidade e possibilidades. E por existirem probabilidade e possibilidades, deve haver um agente que causa o colapso das possibilidades em eventos reais. E esse agente não pode ser matemático porque, se for, não poderá haver livre-arbítrio: seria determinista. Mas não é determinista. O princípio da incerteza é fundamental. Assim, nós chegamos à conclusão, após décadas de lutas nós conseguimos... Cláudio Abramo: Quem é “nós”? Amit Goswami: “Nós” quer dizer que há um consenso entre cientistas ... Cláudio Abramo: Há um consenso a respeito de suas ideias? Amit Goswami: Não a respeito de minhas ideias. Esqueça as minhas ideias. Mas há um consenso de que não há solução matemática para o problema da medição quântica. Nisso, chegamos a um consenso. E por não haver uma solução matemática para isso, e por haver uma solução consistente em termos de consciência causando colapso de possibilidades quânticas em realidade, podemos falar sobre essas ideias publicamente. Quanto à segunda pergunta: Há evidência empírica? Acontece que os dois aspectos fundamentais da nova física, a consciência causa o colapso da possibilidade em realidade, e o segundo, que essa consciência é uma consciência cósmica, os dois aspectos foram confirmados por dados empíricos. Antes, darei os dados para o segundo, porque é o mais simples para o espectador. O primeiro é um pouco difícil. Talvez possamos incluir os dois. O primeiro experimento é muito importante porque já foi aplicado. Em 1993 e 1994, o neurofisiologista mexicano Jacobo Greenberg Silberman, ele e seus colaboradores fizeram um experimento, no qual havia dois observadores meditando por 20 minutos, com o propósito de terem comunicação direta. Comunicação direta no 614 estilo de não-localidade. Sinais não-locais ocorrendo entre eles, e ainda assim eles teriam comunicação. Certo, eles meditaram juntos. Pediu-se que mantivessem o estado meditativo durante o resto do experimento. Mas então, um deles é levado para outro recinto. Eles ficam em câmaras de Faraday, onde não é possível a comunicação eletromagnética. Os cérebros deles são monitorados. Uma das pessoas vê uma série de ‘flashes’ brilhantes, o cérebro dele responde com atividade elétrica, obtém-se o potencial de resposta muito claro, picos muito claros, fases muito claras. O cérebro da outra pessoa mostra atividade, a partir da qual se obtém um potencial de transferência que é muito semelhante em força e 70% idêntico em fases ao potencial de resposta da primeira pessoa. O mais interessante é que, se você pegar duas outras pessoas, duas pessoas que não meditaram juntas, ou pessoas que não tinham a intenção de se comunicar, para elas, não há potencial de transferência. Mas para pessoas que meditam juntas, invariavelmente, muitas vezes, um em cada quatro casos, obtemos o fenômeno de potencial de transferência. E Peter Fenwick, na Inglaterra, há dois anos, confirmou isso, repetindo o experimento. Assim, temos evidência empírica. Se tivéssemos tempo, e você tivesse paciência, eu poderia lhe dar inúmeros dados. Outro dado que é muito interessante: considere o caso de geradores de números aleatórios. Eles são realmente aparelhos quânticos, pois eles pegam eventos radiativos, que são aleatórios, e os convertem em sequencias de números, sequencias de zeros e uns. Em uma longa cadeia, deve haver número igual de zeros e uns. É o que se espera da sequencia aleatória. Helmut Schmidt, um físico que pesquisa parapsicologia, tenta há quase 20 anos, fazer com que médiuns influenciem os geradores de números aleatórios para gerarem sequencias não-aleatórias, mais zeros que uns. E ao longo dos anos ele conseguiu boas evidências de que, até certo ponto, os médiuns conseguem fazer isso. Um resultado com um grande desvio. Isso ainda não tem nada a ver com Física Quântica, mas recentemente, em um trabalho publicado em 1993, Schmidt 615 retratou uma modificação revolucionária desses dados. O que ele fez, recentemente, é que o gerador de números aleatórios, os dados do gerador de números, a sequencia, são armazenados num computador, ela é impressa, mas ninguém olha. Os dados impressos são fechados num envelope e enviados para um observador independente. Três meses depois, o observador, sem abrir o envelope, escolhe o que quer ver, mais zeros ou mais uns. Tudo segue um critério. Então ele liga para o pesquisador, o pesquisador diz ao médium para olhar os dados, e pede a ele para mudar os resultados, influenciá-los, se puder. E o médium tenta produzir mais zeros, se esse for o desejo do observador. E então, o observador abre o envelope e verifica se o médium conseguiu. E a incrível conclusão é (é um resultado sério, não é fácil contestá-lo) que o médium, em 4 de cada 5 tentativas, consegue mudar os números aleatórios gerados pelo aparelho, mesmo após três meses. Este mito de que o pensamento causa o colapso de si mesmo, que o colapso é objetivo, sem que o observador consciente as veja, é apenas um mito. Nada acontece, tudo é uma possibilidade até que o observador consciente veja. Numa experiência controlada, as pessoas intervieram. As pessoas viram, sem contar a ninguém, viram os dados, a impressão. Nesses casos, o médium não influenciou os dados. Está claro que a consciência exerce um efeito, exatamente como Bohr suspeitava, como Newman suspeitava. Agora estamos fazendo teorias mais completas e experimentos mais completos baseados nessas teorias. Henry Stab colaborou com todas essas ideias que apresentei, consciência causando o colapso de funções quânticas em eventos reais. Ele participou do experimento com Schmidt. Então, estamos vendo uma mudança revolucionária na Física, não menos revolucionária do que a acontecida com Copérnico. Claro que haverá reações, como a que apresentou, e temos de ser muito pacientes, calmos, e trabalharmos juntos para superar essas tendências contrárias. Mas temos a certeza de que existe algo que todos devemos olhar. Isso é revolucionário, é novo e pode mudar, como já discutimos, as 616 dificuldades com valores que a sociedade vem enfrentando. Não vamos nos preocupar em como pode ser, mas vamos olhar os dados, olhar a teoria e perguntar: pode ser? Se pode, que oportunidade fantástica temos para integrar todos esses movimentos díspares de consciência que nos separaram por tanto tempo. Heródoto Barbeiro: Ele é autor também do livro “O universo autoconsciente - Como a consciência cria o mundo material”. Dr. Goswami, dentro dessas explicações que o senhor nos deu até agora, como fica a questão da reencarnação e da preservação dessa consciência dos seres humanos? Amit Goswami: A questão da reencarnação, provavelmente, é a pergunta mais radical que pode ser feita. E é impressionante que a Física Quântica nos permita dar uma resposta afirmativa. Eu mesmo fiquei tão surpreso quanto qualquer um, com isto. No início, quando me perguntavam isso, eu me recusava a discutir. Mas então, eu acordei de um sonho, e, basicamente, o sonho me dizia ... eu ouvi isso no sonho: “O Livro Tibetano dos Mortos está certo e seu trabalho é provar”. Após acordar desse sonho, eu passei a encarar reencarnação com seriedade. Basicamente, o problema com a reencarnação é este: o corpo físico morre, e o que resta? Se a consciência é a base do ser, vem a ideia de que o que resta é a consciência. É a primeira pista. A segunda pista é que tudo é possibilidade, no modo quântico de ver as coisas. Então, não é irrelevante dizer que as possibilidades podem viver. Algumas possibilidades morrem com o corpo material e o cérebro, mas pode haver outras possibilidades, outras possibilidades que se modificam ao longo da nossa vida, e essas modificações das probabilidades das possibilidades podem formar uma confluência que possa viver mais tarde na vida de outra pessoa. É essa ideia que pude desenvolver de forma mais completa, num livro que será lançado no ano que vem, e fico feliz em dizer que podemos lidar com essa questão. A vantagem 617 de se fazerem essas perguntas é que podemos ver imediatamente a utilidade das novas ciências que virão. Porque são essas coisas que preocupam as pessoas. As pessoas são fundamentalmente incomodadas por perguntas como “o que acontecerá quando eu morrer?”. E se a nova Física puder responder essas perguntas, a despeito da importância da Psicologia transpessoal, e da Psicologia junguiana, em que a nova ciência ajuda, e também da medicina alternativa, que nem discutimos ainda, acho que tocaremos o coração das pessoas quando pudermos dizer: “Finalmente, a Ciência pode ajudar a entender essa pergunta”. Até agora, apenas o padre, o teólogo pode dar qualquer resposta para a pessoa. E se pudermos dizer a ela: “Faz sentido fazer essa pergunta, e você pode fazer algo para ajudar você com o que acontecerá após a morte”. Não seria um progresso maravilhoso na ciência? Joel Giglio: Professor Amit, eu vou fazer uma pergunta baseado no trabalho de um ex-orientando de tese de doutoramento que eu orientei na Universidade de Campinas, e que fez a primeira tese, pelo menos na Unicamp, e talvez em qualquer universidade estadual ou federal do Brasil, sobre parapsicologia. Ele fez uma tese sobre clarividência e eu não vou, naturalmente, falar da metodologia do trabalho que seria bastante extensa, mas resumir pelo menos os resultados principais. Várias pessoas, vários sujeitos tentavam adivinhar as cartas de um baralho de símbolos geométricos, baralho de Zener muito usado em pesquisa e parapsicologia, e tentava adivinhar as cartas de um baralho Tarô, que é baseado em imagens arquetípicas, o Rei, a Rainha, etc. Nos resultados que foram feitos seguindo uma metodologia tradicional, estatística, as pessoas acertaram, no baralho de Zener, um pouquinho acima do que era esperado ao acaso e 10% acima no baralho de Tarô, comparando com o de Zener. A explicação dada pelo meu orientando foi dentro da teoria da Psicologia Analítica, em relação aos arquétipos emergentes que, de certa forma, estariam mobilizados mais no baralho de Tarô do que simplesmente no 618 baralho de símbolos geométricos. Mas essa explicação, embora nos satisfaça um pouco, ainda deixa muito a desejar. Eu perguntaria se o senhor teria alguma explicação a mais baseada na Teoria Quântica sobre essa maior adivinhação das cartas do baralho do Tarô, que são símbolos arquetípicos em relação ao baralho comum de Zener, que são cinco símbolos geométricos, quadrado, circulo, etc.? Amit Goswami: Sim. Obrigado pela pergunta. Na verdade, somente no Brasil alguém pensaria em fazer um experimento tão brilhante. Tenho visitado o Brasil nos últimos 5 anos e o futuro parece promissor. Eu fico entusiasmado com a mente do brasileiro. Qual é a diferença entre o experimento original de adivinhação de cartas e as cartas de Tarô? A ideia que proponho, acho que você pensa da mesma forma, é que quando o objeto que usamos na telepatia é significativo, ele é um objeto melhor. Os cientistas, os parapsicólogos anteriores preocupavam-se demais com a objetividade e ignoravam esse aspecto. Agora, nos novos experimentos parapsicológicos, espero usarmos cada vez mais objetos significativos na transferência telepática. E você tem razão, a explicação completa tem de usar a palavra “telepatia”, tem de usar a transferência não-local de informações, neste caso, transferência não-local de informações significativas, arquetípicas. E esse é o motivo para os melhores resultados. Mas a não-localidade, a não-localidade quântica, tem de ser evocada para se ter uma explicação completa do que ocorreu. Obrigado. Mario Cortella: Doutor Amit, eu juntei algumas questões nisso que eu não vou tratar delas como perguntas, porque eu acho que na sua obra, pelo menos no que eu pude ler, há um aprofundamento disso e uma leitura mais detalhada ofereceria mais questões. Por exemplo, no campo da psicanálise essa ideia de que o universo é quando é percebido e até interferido, será que não seria uma postura um pouco ego-narcísica da nossa parte, um pouco antropocêntrica em relação ao próprio universo que dificulta a ideia 619 de um cosmo, invertendo Dostoievski. Dostoievski disse que se Deus não existe, tudo é permitido. Nessa compreensão, parece que se Deus existe, aí é que tudo é permitido, porque existe aí uma probabilidade que pode ser interferida. E uma outra questão, que eu acho que está na sua obra, mas acho que vale aprofundamento, é o ateísmo metodológico, sendo que foi tão caro para a ciência para poder buscar explicações, mas ele não é mais necessário. Mais aí a questão de fundo: eu tenho lido, não sei se é verdade, que a Física Quântica mostra que hoje o tempo é uma ilusão. Alguns têm dito que não se fala mais em universo, mas em multiuniverso, porque haveria vários universos paralelos. Isso traria um problema: a possibilidade de viajar no tempo. A maior explicação que achei até hoje contra a viagem no tempo, foi do Físico inglês, Stephen Hawking, que usou um argumento lógico. Ele disse: “É impossível viajar no tempo porque se um dia for possível isso, os homens do futuro já teriam voltado”. Mas a Física Quântica ao falar em universos paralelos levanta a possibilidade de se ter o tempo como uma mera ilusão humana. Isso me coloca a seguinte pergunta aí para o senhor: será que nós chegaremos, com a Física Quântica, a voltar à origem do cosmos e, aí sim, encontrar o princípio explicativo? Amit Goswami: Bem, suas duas colocações são muito boas, e a pergunta é extremamente fascinante. A primeira coisa que quero dizer é que ‘não dizemos que tudo é possível’ apenas por termos incluído aí a consciência em nossas teorias, porque ainda estamos concordando totalmente com a Física Quântica que a causalidade ascendente molda a forma das possibilidades, a partir da qual a consciência escolhe. Tanto a causalidade descendente, quanto a ascendente tem papel fundamental na nova Física, na nova Ciência. Essa é uma das virtudes que temos. A nova Ciência absorve a velha Ciência nos limites do princípio da correspondência, no limite de que poderíamos falar apenas em termos de probabilidades para um grande número de coisas e eventos. A velha Ciência não 620 desaparece. Não poderia. É solidamente baseada em dados experimentais. A nova Ciência expande a velha Ciência em arenas com as quais a velha Ciência não pode lidar. Como eventos singulares de criação, criatividade. Esse é o primeiro ponto. Sobre voltar no tempo, há experimentos quânticos. O mais famoso é o experimento de Le Choice, mas é muito longo para explicar, e muito complicado para os espectadores realmente apreciarem. Embora, se alguém estiver interessado nele, há livros sobre ele. Leiam, por favor, é fascinante. Há algo acontecendo. Essa ideia de voltar no tempo é real na Física Quântica. Podemos ser afetados por coisas no futuro, assim como somos afetados por coisas no passado. Na Física Quântica, o tempo é não-linear. Isto posto, claro que experimentos recentes são tão impressionantes, tão surpreendentes, que muitos físicos convencionais, conservadores, procuram formas de viajar no tempo. Mas acho que o consenso é que a viagem no tempo envolve muito mais do que esta observação da Mecânica Quântica. Não podemos mais descartá-la, mas ela envolve muito mais, pois ainda temos sérios problemas de como trazer os efeitos quânticos aos macrocorpos. Pois os efeitos quânticos são muito destacados apenas em objetos microscópicos, e não tão destacados em macroobjetos. A situação da medição é uma exceção. Mas normalmente descobrimos apenas raios ‘laser’, supercondutores, poucas coisas, poucos macro-objetos em que os efeitos quânticos persistem. Então temos de resolver esse problema de como macrocorpos podem ser transportados pelo tempo, e isso levará um tempo. Se a consciência voltar a essa equação, e ela precisa voltar, em algum ponto, então, outra dimensão de pensamento se abrirá e isso pode nos dar novas respostas, novas visões sobre isso. Mas é muito prematuro falar sobre isso, acho. Rose Marie: Eu sou muito interessada em história da tecnologia, porque eu acho que através da tecnologia é que os sistemas econômicos se desenvolvem, que cresce uma dominação de potências hegemônicas. Isso vai muito na linha da pergunta do 621 Cláudio Abramo. Eu sei que o senhor está trabalhando na construção do primeiro computador quântico. Eu quero perguntar uma coisa: o computador quântico dá saltos quânticos, ele cria? Qual a diferença dele do computador determinístico? Amit Goswami: Essa é uma pergunta muito interessante. O que é um computador quântico? Um computador quântico em vez de usar um algoritmo específico, usa um algoritmo ambíguo. No computador quântico é usada a superposição de possibilidades e, dessa forma, espera-se que seja muito mais rápido que o computador convencional. Desde que o computador quântico opere apenas nesse nível, eu não espero que ele seja uma novidade tão grande, a não ser o fato de ele ser mais rápido. É isso que interessa aos cientistas da computação. Mas eu tenho um interesse diferente nesse computador. Se o computador for construído, por ter um processador quântico, por processar superpondo possibilidades ... Rose Marie: É tão realista. Amit Goswami: Isso mesmo. Assim como o ser humano faz. O cérebro humano, de forma semelhante, processa de forma quântica as possibilidades, em vez de trabalhar diretamente, de maneira algorítmica, sem ambiguidade. Então, alguém pode fazer um computador que tenha todos os outros aspectos da medição quântica? A situação da medição quântica envolve um mecanismo que chamo de hierarquia embaraçada. É um pouco difícil de entender, mas um exemplo é a frase: “Eu sou mentiroso”. Se pensar nela, verá que a relação hierárquica entre sujeito e predicado é recíproca. “Eu” qualifico mentiroso, e vice-versa. Um qualifica o outro. É o que chamo de hierarquia embaraçada. A medição quântica no cérebro é assim. A questão intrigante para mim é que: suponha que no futuro encontremos um computador com hierarquia embaraçada. O interessante é que a hierarquia embaraçada dá margem à auto-referência. Então, este computador 622 quântico terá auto-referência? A consciência cooperará na criação de um aparelho feito por humanos, que não seguiu uma evolução, mas desenvolvido pela inteligência humana? A consciência cooperará? A consciência cósmica cooperará e o tornará um ser consciente? Eu não sei a resposta. Mas esta será uma verificação fundamental, uma das mais fantásticas, das ideias que discutimos hoje. Acho que essa pesquisa deve ser encorajada. Obrigado pela pergunta. Lia Diskin: Tentando fazer uma síntese dentro das ideias da biologia, dentro das ideias da psicologia e, logicamente, de toda a Física que o senhor coloca, o que hoje sabemos é que apenas 2% de nosso cérebro utilizam vias neuro-cerebrais para entrada e saída de informação. E é a partir disso, que nós construímos o que chamamos “os objetos ideais e universais” que constituem a ciência. 98% restante pertence a um universo interno, nebuloso, no qual existe a fantasia, a ilusão, logicamente a irracionalidade e também a probabilidade. Até que ponto podemos dizer que é possível um verdadeiro diálogo com essa disparidade de porcentagens? Até que ponto podemos dizer que é possível uma cientificação das ideias, de Deus, ou das ideias internas, humanas, divinizadas, como queira chamá-las? Amit Goswami: Em outras palavras, deixe-me ver se entendi a pergunta, há muitas coisas que são fantasias e há muitas coisas que envolvem Deus. É possível transformar esses aspectos fantasiosos em científicos? É uma pergunta interessante. Claro, na criatividade, transformamos fantasias, transformamos algumas fantasias em algo científico. Porque algumas delas são fantasias criativas. Em outras palavras, a imaginação, a parte mental de nossas vidas, a parte interna de nossa vida, é fundamental no que fazemos no mundo externo. Na nova Ciência, por estarmos igualmente envolvidos com o mundo externo e o interno, pelo fato de a subjetividade ter voltado à ciência, estamos validando o conceito de que, talvez, 623 devamos levar algumas de nossas fantasias a sério. Porque a ideia contrária também pode ser positiva, ou seja, de que tudo é uma fantasia. Fantasia da mente, fantasia da consciência. Porque a consciência é a base do ser, e o que pensávamos ser material e real, e o que pensávamos ser fantasia e irreal, esta distinção não é muito clara, agora. São todas possibilidades da consciência. Portanto, é a consciência que as valida, que escolhe entre elas, que lhes dá substancialidade. Então, qual delas será substancial depende totalmente da escolha, do contexto no qual a consciência as vê. Isso vai revolucionar a sociedade, como você antecipou com sua pergunta. Em outras palavras, vamos levar nosso mundo interno muito mais a sério. Eu costumo dizer às pessoas que, se elas estudarem seus sonhos, o preconceito que costumamos ter é de que o sonho não é contínuo, portanto, de que adianta estudá-los? Há evidências de que os sonhos são contínuos, mas é preciso olhálos sob o ponto de vista significativo. Alguns ficariam felizes com essa descoberta científica, de que os sonhos dão um relatório sobre a parte significativa das nossas vidas. Então, há outros aspectos da vida com os quais a ciência materialista não pode lidar e com os quais podemos lidar agora por colocar a consciência de volta, por exemplo, o pensamento. E, quando fazemos isso, nossa vida interna adquire uma enorme importância. Sim, a vida interna lida com o pensamento, a beleza, os arquétipos, de uma forma diferente que a vida externa, materialista, pode. E, focalizando na vida interna, não só podemos nos transformar, essa é a parte mística, mas também podemos ter enormes visões sobre o que criar, como criar, sobre nossas artes, sobre nossa música, até sobre a ciência. Pierre Weil: Eu queria primeiro felicitar esse programa, Roda Viva, pelas iniciativas que está tomando. Eu quero dizer que é a primeira vez que eu vejo na televisão, problemas tratados no nível que merecem, na altitude que merecem, problemas como a parapsicologia, a psicologia transpessoal. Isso é feito graças a uma mudança de paradigma. E eu queria realçar de novo para o público 624 telespectador que o que estamos tratando aqui tem uma influência muito grande sobre a destruição da vida no planeta e a grande crise de violência que está assolando atualmente o mundo, não é só o Brasil. Eu queria, já que estamos no fim do programa, deixar a oportunidade a Amit Goswami, que nós convidamos na nossa Universidade da Paz em Brasília, justamente porque ele representa um novo paradigma. Como que o antigo paradigma é responsável pela violência atual do mundo, antiga visão que está responsável pela destruição da vida no planeta, e como o novo paradigma pode nos ajudar a nos tirar dessa crise, além de medidas policiais e de mudança de lei que são necessárias, mas são absolutamente insuficientes? Amit Goswami: Obrigado. Acho muito importante dizer que, sem reconhecer a consciência e sem reconhecer o valor da nossa vida interna, sem reconhecer o valor da transformação, nunca mudaremos a violência na sociedade. Então, é muito importante ver que apenas pensando em não violência, apenas falando dela, não deixaremos a violência. É preciso passar por todo o processo criativo. A nova Ciência, o novo paradigma, é extremamente importante porque sempre enfatiza a criatividade. Na velha Ciência, o determinismo e behaviorismo, essa ideia de que o condicionamento prevalece, nos cegou tanto quanto à transformação, nos cegou tanto que desistimos. Basicamente, os valores não eram necessários. Steve Weinberg disse que não há significado no universo, não há valores se o consenso é o julgamento dos cientistas materialistas, e isso ocorre dentro da sociedade, e o behaviorismo diz: “Não podemos fazer nada. Somos seres comportamentais, somos condicionados”. E a nova Ciência diz: “Não. Também há forças criativas dentro de nós. Basta aprender a agir a partir desse estado de consciência não ordinário no qual você tem escolhas”. E o meu novo lema, em vez do cartesiano “eu penso, logo existo”, e pensamento é uma condição behaviorista, meu novo lema é: “escolho, logo existo”. Se for “escolho, logo existo”, posso 625 escolher a não violência. Mas tenho de aprender como escolher, e isso exige criatividade. Essa é, realmente ... a nova confiança do novo paradigma: em vez de escolher a metade condicionada do mundo, vamos dividir o mundo em condicionamento e criatividade. Forças do Bem e do Mal, das quais falamos antes. Podemos ser muito otimistas. Se essa mudança para o novo paradigma vier logo, talvez possamos realmente lidar com a violência de uma forma realmente prática, em vez de apenas verbalmente, como fazemos. Carlos Ziller: Quando eu estava fazendo a minha leitura dos seus trabalhos, percebi um sentimento que eu compartilho, de um incômodo profundo com relação a algumas conclusões que emergem de determinados meios científicos. Vou dar só um exemplo, acho que o telespectador vai se lembrar, certamente. Há algum tempo atrás apareceu um resultado de um laboratório do EUA que falava da descoberta do gene da homossexualidade. Mais recentemente falou-se no gene da obesidade, e há toda uma série de conclusões desse tipo que não deixam de produzir, nos homens de bom senso, certa surpresa, e, contudo, mesmo em homens que são materialistas e bem convencidos, que não aceitam, rejeitam esse determinismo radical que emerge de alguns ambientes científicos, sobretudo norte-americanos. Há um materialismo que convive muito bem com o livre-arbítrio. Há um realismo filosófico que convive muito bem, sem muito inconveniente, com paradoxos, com contradições. Isso não é, digamos, o todo, do que se poderia chamar de “atividade científica”. Por fim, eu gostaria de fazer uma pergunta, e é a questão mais importante que eu teria a colocar, que emerge também de uma sensação que eu tive ao ler “O universo autoconsciente”. Eu tive a sensação de retornar ao passado, aí sim uma viagem ao passado. Eu vi ali, arrumados, organizados de uma forma muito particular por você, ideias e proposições que eu já havia conhecido em leituras, por exemplo, da obra do cardeal Nicolau de Cusa, grande pensador do século XV, que propôs que o universo era resultado de uma contração de Deus, e essa contração, 626 enfim, não é o caso aqui de eu explanar essa filosofia. Mas esse tipo de pensamento, produziu, interagiu com concepções científicas do século XVI, do século XVII, com concepções que propunham que a divindade organizasse, ou enfim, propunha uma visão bastante parecida com essa, um projeto científico bastante parecido com esse que você está propondo nesse seu livro. A humanidade passou por um processo muito longo, muito duro, para conseguir, digamos, não eliminar Deus da Ciência, mas pelo menos reduzir um pouco seu papel, esse processo foi longo e lento. Para concluir, como o senhor acredita poder convencer os cientistas desse seu projeto, depois de tanto esforço para conseguir criar uma noção de objetividade, de realidade, de realismo, com todos os exageros em alguns momentos, mas convencer esses homens depois de tanto esforço? O senhor imagina conseguir isso usando que gênero de recursos? Amit Goswami: Eu acredito que as ideias se verificarão por si mesmas, serão confirmadas nos laboratórios e serão úteis. A ciência tem dois critérios fundamentais. Por isso Galileu é chamado de pai da ciência moderna, pois ele enunciou claramente esses dois critérios. Um é que a ciência deve ser verificável. Ela deve ser verificada experimentalmente. E a segunda ideia é que a ciência deve ser útil. No aspecto da verificação, já apresentei alguns experimentos a vocês, pois o tempo é curto, não entrarei em outros experimentos, mas digo que há um número enorme de experimentos sendo realizados, graças à Parapsicologia e interessados em Parapsicologia. Mas também em Biologia, e a Medicina é uma grande área de verificação experimental de algumas de nossas ideias. Mas a questão da utilidade é a mais importante. Deepak Chopra ficou famoso por um livro que escreveu, chamado Cura Quântica, lançado há 10 anos. Ele começou a revolucionar a Medicina, de certa forma, pois há um fenômeno chamado “efeito placebo” para o qual os cientistas não têm explicação. E esse trabalho, que é muito semelhante à minha forma 627 de pensar, e eu tenho lido trabalhos citando a conexão entre as nossas ideias... Mas veja as implicações disso. Se, de fato, houver cura quântica, se houver Medicina mental, o efeito da mente sobre a cura, então as pessoas serão de fato ajudadas, não apenas no campo da Psicologia, mas no campo da verdadeira saúde física. A saúde física real, que importa para muito mais pessoas do que a saúde mental, ainda não estamos esclarecidos o bastante para levar a saúde mental tão a sério. Mas todos se preocupam com a saúde física, levam muito a sério. É a aplicação da nova Ciência a essas áreas, especialmente na área da saúde, que vai trazer a revolução de que Deus é importante, a consciência é importante, a criatividade é importante, observar o livre-arbítrio e responsabilidade é importante. Que temos um paradigma científico que pode unir todas essas coisas, trazê-las para junto da velha ciência e ter formas objetivas de proceder e prever. Será uma ciência previsível, poderá ser verificada e também será útil. Isso é o que mudará a percepção do público. A percepção dos cientistas, também. Obrigado. Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, muito obrigado por vir. Amit Goswami: Muito obrigado. Foi um prazer estar aqui. 628 O universo autoconsciente: como a consciência cria o mundo material ● Parte 1: A Integração entre Ciência e Espiritualidade ● Parte 2: O Idealismo e a Solução dos Paradoxos Quânticos ● Parte 3: Referência ao self: como o uno torna-se muitos ● Parte 4: O reencantamento do ser humano Antes se relembra que foi dito na introdução deste ciclo de palestras sobre a existência de imensas dificuldades para contribuir em proporcionar motivação à iniciação a uma Ciência Espiritualista embasada pela Física Quântica. Uma dificuldade que se destaca no que foi dito sobre as quatro partes é o conhecimento das palavras, por exemplo: self. Self é o sujeito da consciência. Self individual é o conteúdo do ego [este então é o aspecto condicionado do self] e o caráter que, juntos, definem a si - mesmo individual. Self quântico é a modalidade primária do sujeito do self situado além do ego, onde reside a verdadeira liberdade, criatividade e não-localidade da experiência humana. Outra dificuldade é a complexidade de vocábulo como, por exemplo: consciência. Consciência é o fundamento do ser (original, autossuficiente e constitutiva de todas as coisas) que se manifesta como o sujeito que escolhe, e experimenta o que escolhe, ao produzir o colapso auto-referencial da função de onda quântica em presença da percepção do cérebro-mente. Para se perceber mais a complexidade, imaginem que para se compreender melhor a definição de consciência se sinta a necessidade de saber o que é função de onda quântica. E que esta é uma função matemática que representa a amplitude quântica, obtida como uma solução da equação de Schrödinger. Lembram-se dela! Com isso se espera melhorar a compreensão deste livro ser apenas uma apresentação panorâmica da obra de Amit Goswami. 629 Neste sentido se diz que Goswami contesta radicalmente o realismo materialista e desconstrói a convicção de que a matéria é o principal elemento formador da criação. Em vez disso, afirma que o verdadeiro fundamento de tudo aquilo que conhecemos e percebemos é a consciência, aqui entendida como algo transcendental — fora do espaço-tempo, não local e onipresente. Propõe uma teoria desafiadora, erguendo uma ponte entre ciência e espiritualidade e construindo um novo paradigma científico. No que diz respeito às quatro partes. ● Parte 1: A Integração entre Ciência e Espiritualidade Goswami afirma: “Por um lado, recebemos de braços abertos os benefícios gerados por uma ciência que assume a visão mundial materialista. Por outro, essa visão, predominante, não consegue corresponder as nossas intuições sobre o significado da vida.” Messias Meishu-Sama já havia exposto isso no seu livro “Evangelho do Céu: III. Reino Divino” (pág. 108, §2 à pág. 109, §2): “No Ocidente, o desenvolvimento materialista começa a vir à tona a partir do século XVII e, nos seguintes, promove grandes transformações em todos os setores da sociedade, chegando ao auge com a revolução industrial. O mundo inteiro fica deslumbrado com o avanço científico [materialista] e a humanidade, em vez de pegar um caminho de buscas mais profundas, preferiu ficar no palpável, achando-o incomparavelmente melhor para a criação de uma vida de felicidade plena. Além disso, como uma espécie de prova desses fatos, os povos foram percebendo que os países nos qual tal cultura se desenvolvia se tornavam ricos e prósperos, conseguiam ter armamentos poderosos, eram respeitados no âmbito internacional e as pessoas desfrutavam de abundantes recursos materiais. As demais nações, então, pressionadas e dominadas pela 630 força do desenvolvimento tecnológico, se propuseram à conquista de uma posição semelhante. À vista disso, a evolução científicomaterialista, cada vez mais evidente, chegou aos dias de hoje. E o ser humano embriagado por ela acreditou piamente nos seus postulados. Como consequência, o lado espiritual ficou vazio, sem vida. Nos dias de hoje, a maioria só busca o visível, o concreto. A moral e a ética caíram num nível tal de degradação, que levaram o homem a tornar-se escravo da ciência materialista. Como se pode observar, nos dias de hoje, em lugar de dominar a ciência [materialista], o ser humano é governado por ela. Daí a razão de a sociedade estar a um passo da maior conturbação mundial, colocando em perigo o seu próprio futuro. Analisando mais profundamente o estado atual, percebe-se que a vida humana se encontra meio sem saída. E uma situação irônica: quanto maior progresso cultural promove, mais longe fica de felicidade. Tudo isso está acontecendo porque a humanidade se desviou de seu objetivo principal, qual seja a busca do bem através do aprimoramento do espírito.” Goswami confirma o que foi dito por Meishu-Sama: “Nos últimos 400 anos, adotamos gradualmente a crença de que a ciência só pode ser construída sobre a ideia de que tudo é feito de matéria os denominados átomos, em um espaço vazio. Viemos a aceitar o materialismo como dogma, a despeito de sua incapacidade de explicar as experiências mais simples de nossa vida diária. Em suma, temos uma visão de mundo incoerente. As tribulações em que vivemos alimentaram a exigência de um novo paradigma - uma visão unificadora do mundo que integre mente e espírito na ciência. Nenhum novo paradigma, contudo, emergiu até agora.” Messias década de 40 já havia desenvolvido nesse sentido: “Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois viria o fim. Que quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será cumprida pelos meus Ensinamentos, um livro intitulado “A Criação 631 da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem diferentes. A parte que se refere à Medicina já está quase pronta, mas tenciono escrever, ainda este ano, a parte referente às outras áreas. Quando o livro estiver concluído, pretendo traduzi-lo para o inglês e tomar providências para que ele seja lido por professores universitários, cientistas, enfim, por intelectuais do mundo inteiro. Vou enviá-lo, também, à Comissão Examinadora do Prêmio Nobel, mas acredito que, no início, não o receberão bem, pois a Comissão é integrada por eminentes personalidades da cultura material. Todavia, como se trata de um livro que aborda justamente aquilo que as pessoas eminentes estão buscando, acredito que os integrantes da Comissão não deixarão de entendê-lo e exclamar: "É isto!". Assim, poderiam conceder-me dez, ou vinte Prêmios Nobel. Quando esse livro for publicado, eu gostaria que todos os povos lessem.” Goswami declara: “Este livro propõe um paradigma desse tipo e mostra que podemos construir uma ciência que abranja as religiões do mundo, trabalhando em cooperação com elas para compreender a condição humana em sua totalidade. O núcleo desse novo paradigma é o reconhecimento de que a ciência moderna confirma uma ideia antiga a ideia de que consciência, e não matéria, é o substrato de tudo que existe. A primeira parte deste livro apresenta a nova física e uma versão moderna da filosofia do idealismo monista [filosofia que define a consciência como a realidade primária, como a base de toda a existência. Os objetos de uma realidade empírica consensual são todos epifenômenos da consciência, que surgem das modificações da consciência. Não existe natureza do self à parte da consciência no sujeito ou no objeto de uma experiência consciente]. Sobre esses dois pilares, tentarei construir o prometido novo paradigma, uma ponte sobre o abismo entre ciência e religião. Que haja contato entre ambas. 632 Ela é composta de quatro capítulos: Capítulo 1: O abismo e a ponte Capítulo 2: A velha física e o legado filosófico ● A física clássica e o realismo materialista ● Poderemos construir um computador consciente? Capítulo 3: A física quântica e o fim do realismo materialista ● Planck dá o primeiro salto quântico ● Os fótons de Einstein e o átomo de Bohr ● A dualidade onda-partícula ● Ondas de matéria ● Ondas de probabilidade ● O princípio da incerteza de Heisenberg ● Fantasias incertas ● A dualidade onda-partícula e a medição quântica ● O princípio da complementaridade ● O princípio da correspondência ● A interpretação de Copenhague ● Cortando de um lado a outro o realismo material Capítulo 4: A filosofia do idealismo monista ● Misticismo ● Religião ● Metafísica idealista para objetos quânticos ● A ciência descobre a transcendência ● Parte 2: O Idealismo e a Solução dos Paradoxos Quânticos Hábitos de pensamento morrem lutando. Embora a mecânica quântica tenha substituído a mecânica clássica como teoria fundamental da física, muitos de seus estudiosos, condicionados pela antiga visão do mundo, ainda acham difícil engolir as implicações idealistas da primeira. Eles não querem fazer as embaraçosas perguntas metafísicas provocadas pela primeira. 633 Alimentam a esperança de que, se forem ignorados, esses problemas desaparecerão. Nos cinco capítulos seguintes vamos abri-las e expor os paradoxos da física quântica. Nosso objetivo será demonstrar que, quando analisados a luz do idealismo monista, descobre-se que os paradoxos não são tão chocantes e contraditórios assim. A observância rigorosa de uma metafísica idealista, baseada em uma consciência transcendente, unitiva, que gera o colapso da onda quântica, resolve, de forma não arbitrária, todos os paradoxos em questão. Descobriremos que é inteiramente possível fazer ciência dentro do marco do idealismo monista. O resultado é uma ciência idealista que integra espírito e matéria. A ideia de que a consciência provoca o colapso da onda quântica foi originariamente proposta pelo matemático John Von Neumann, na década de 1930. Por que demoramos tanto para estudar seriamente essa ideia? Talvez ajude uma curta discussão de como surgiu meu próprio esclarecimento nesse assunto. Em 1983, fui convidado a participar de um seminário de dez semanas de duração sobre consciência, no Departamento de Psicologia da Universidade de Oregon. Fiquei muito lisonjeado quando esses psicólogos eruditos escutaram, sem arredar pé, seis horas inteiras de palestra que fiz sobre ideias quânticas. A grande recompensa, no entanto, ocorreu quando um dos estudantes de graduação, do grupo do psicólogo Michael Posner, mencionou alguns dados cognitivos reunidos por um estudioso chamado Tony Marcel. Alguns dos dados diziam respeito à “ver sem consciência de ver”: exatamente o que eu estava procurando. Com o coração em disparada, escutei os dados e relaxei apenas quando compreendi que eles estavam em completo acordo com o fato de minha consciência provocar o colapso do estado quântico do cérebro-mente quando vemos conscientemente (ver Capitulo 7). Quando vemos sem consciência de que vemos, não ocorre o colapso, e isso fazia realmente um bocado de diferença em experimentos. Antes de muito tempo, compreendi também como 634 resolver o paradoxo menor criado pela distinção entre percepção consciente e inconsciente. O segredo consiste em distinguir entre consciência e percepção. Esta parte é composta de: Capítulo 5: Objetos simultaneamente em dois lugares e efeitos que precedem suas causas ● O experimento da fenda dupla ● O experimento de opção retardada Capítulo 6: As nove vidas do gato de Schrödinger ● A solução idealista ● Perguntas sobre a solução idealista ● O paradoxo do amigo de Wigner ● A panela observada ferve, mesmo. ● Quando estará completa uma medição? ● O gato é quântico ou clássico? ● O paradoxo de Ramachandran ● Quando estará completa uma medição? (reprise) ● A irreversibilidade e a flecha do tempo ● As nove vidas Capítulo 7: Escolho, logo existo ● Experimentos de percepção inconsciente Capítulo 8: O paradoxo Einstein-Podollsky-Rosen ● A prova da não-localidade: o experimento Aspect ● Dobra o sino pelo realismo materialista? ● A física torna-se um elo com a psicologia ● A visão à distância como evento quântico não local ● Experiências fora do corpo Capítulo 9: A reconciliação entre realismo e idealismo ● Poderemos reconciliar com o idealismo uma teoria de muitos mundos? ● Como pode um cosmo idealista criar a aparência de realismo? 635 ●Parte 3: Referência ao self: como o uno torna-se muitos Há séculos Descartes descreveu mente e corpo como realidades separadas. Esse cisma dualístico ainda impregna a maneira como vemos a nós mesmos. Nesta parte do livro, demonstraremos que um monismo [filosofia que postula que mente e cérebro pertencem à mesma realidade] baseado no primado da matéria é incapaz de exorcizar o demônio do dualismo. O que de fato lança uma ponte sobre o cisma é ciência idealista uma aplicação da física quântica interpretada de acordo com a filosofia do idealismo monista. Veremos que a ciência idealista não só elimina o cisma da relação mente-corpo, mas responde também a algumas perguntas que confundiram filósofos durante numerosas eras questões como: de que modo uma consciência una torna-se muitas? Como o mundo de sujeitos e objetos surge de um ser uno? As respostas a essas perguntas são encontradas em conceitos como hierarquia entrelaçada [elo entre níveis de categorias; uma hierarquia que não pode ser situada causalmente sem que se encontre uma descontinuidade. Um exemplo é o paradoxo do mentiroso: “Sou um mentiroso”.] e referência ao próprio self - a capacidade de um sistema de se ver como separado do mundo. Na Índia conta-se uma lenda belíssima sobre a origem do rio Ganges. Na verdade, o Ganges nasce em uma geleira nas alturas do Himalaia. Diz a lenda, no entanto, que o rio tem origem no céu e que chega a Terra através das tranças entrelaçadas dos cabelos de Shiva. Um famoso cientista indiano, Jagadish Bose, que teve ideias de vasto alcance sobre a consciência das plantas, escreveu em suas memórias que, na infância, ouvia o som do Ganges e se perguntava sobre o significado da lenda. Ao chegar à idade adulta, descobriu uma resposta: caráter cíclico. A água evapora-se e forma nuvens, em seguida cai como neve nos picos mais altos da montanha. A neve derrete-se e se transforma na fonte dos rios, que em seguida 636 descobrem seu caminho para o oceano, mas apenas para evaporarse mais uma vez, enquanto o ciclo continua. Eu, também, ao tempo de jovem, passei horas às margens do Ganges, pensando no significado da lenda. De alguma maneira, eu não achava que Bose dera a resposta final ao significado. Natureza cíclica, claro, mas qual o significado das tranças entrelaçadas de Shiva? Eu não sabia como responder a essa pergunta, não nessa ocasião. Após olhar para muitos diferentes rios, a lenda continuou a me deixar confuso, até que li o Gödel, Escher, Bach: An Eternal Golden Braid, de Doug Hofstadter. Na lenda, o rio Ganges (outro nome da mãe divina) simboliza o princípio informe por trás da forma manifesta, os arquétipos platônicos; e Shiva é o princípio sem forma por trás da autoconsciência manifesta, o inconsciente. As tranças entrelaçadas de Shiva representam uma hierarquia entrelaçada (a trança dourada eterna de Hofstadter). A realidade nos chega em forma manifesta por meio de uma hierarquia entrelaçada, exatamente como o Ganges desce ao mundo da forma através das tranças de Shiva. Descobriremos que essa resposta nos leva a ideia de um espectro de autoconsciência. Descobriremos que há um self além do ego. O estudo desse self maior permite-nos integrar as várias teorias de personalidade da psicologia moderna - o behaviorismo, a psicanálise e a transpessoal. A psicologia transpessoal é a escola de psicologia baseada na ideia de que nossa consciência estende-se além do ego condicionado, individual, para incluir um aspecto unitivo e transcendente - com a visão do self que é expressa nas grandes tradições religiosas do mundo. Esta parte é composta de: Capítulo 10: Análise do problema corpo-mente ● Cuidado com o dualismo Capítulo 11: Em busca da mente quântica ● O idealismo e o cérebro-mente quântico ● Os dados de Tony Marcel revisitados 637 ● Funcionalismo quântico ● O cérebro-mente como sistema quântico e aparato de medição ● Medição quântica no cérebro-mente: uma parceria do clássico e do quântico Capítulo 12: Paradoxos e hierarquias entrelaçadas ● O gato de Schrödinger revisitado Capítulo 13: O “eu” da consciência ● A emergência do ego ● Selves clássicos e quânticos ● O amor de uma mulher que acreditava na mecânica clássica: uma parábola Capítulo 14: Integrando as psicologias ● Características associadas à experiência do “eu”: Intencionalidade, autopercepção e refletividade; Experiência do ego; Atenção e ações conscientemente dirigidas; Experiências transpessoais do self; Experiência implícita do self; Opção e livre-arbítrio; Experiências relacionadas com o inconsciente ● O espectro da autoconsciência: O nível do ego; O nível Buddhi ● Parte 4: O reencantamento do ser humano O primeiro esboço deste livro foi escrito no verão de 1982. Eu sabia, no entanto, que havia profundas incoerências no material. Elas tinham origem no apego muito sutil a um dos dogmas fundamentais da filosofia realista a consciência tinha de ser um epifenômeno da matéria. O biólogo Roger Sperry falou em consciência emergente - uma consciência causalmente poderosa que emergia da matéria, do cérebro. De que maneira poderia isso acontecer? Há um círculo vicioso obstinado no argumento de que alguma coisa feita de matéria pode agir sobre ela com novidade causal. Eu podia ver, nesse caso, a conexão com os paradoxos da 638 física quântica: como poderíamos nós, nossas observações, produzir um efeito sobre o comportamento de objetos, sem postular uma consciência dualista? Eu sabia também que a ideia de uma consciência dualista, separada da matéria, criava seus próprios paradoxos. A ajuda chegou de uma direção inesperada. Como cientista, sempre acreditei em uma abordagem total de problemas. Uma vez que, nessa ocasião, minha pesquisa constituía evidentemente uma exploração da natureza da própria consciência, achei que devia mergulhar também em estudos empíricos e teóricos da consciência. Essa orientação implicava psicologia, embora os modelos psicológicos convencionais - dadas suas raízes no realismo materialista - evitem experiências conscientes que contestem essa visão do mundo. Outras psicologias menos convencionais, contudo, tais como o trabalho de Carl G. Jung e Abraham Maslow, pressupunham um conjunto diferente de suposições. Essas ideias apresentam maior ressonância com a filosofia dos místicos - uma filosofia que se baseia em enxergar, espiritualmente, através do véu que cria a dualidade. Para remover o véu, os místicos prescrevem que o indivíduo se torne atento ao campo da percepção (esse estado de atenção é, às vezes, denominado meditação). Eventualmente, após anos de esforços, uma combinação de meditação, leitura de filosofias místicas, um sem-número de discussões e simplesmente pensamento concentrado começaram a romper o véu que me separava da solução que eu procurava para tais paradoxos. O dogma fundamental do realismo materialista que tudo é feito de matéria - teve de ser abandonado, e isso sem trazer o dualismo. Lembro-me ainda do dia em que ocorreu o rompimento final. Estávamos em visita a nossa amiga Frederica, que reside em Ventura, na Califórnia. Cedo, naquele dia, Maggie e eu saímos com um amigo, o místico Joel Morwood, para ouvir uma palestra de Krishnamurti na vizinha Ojai. Mesmo aos 89 anos, Krishnarnurti dava conta do recado com extraordinária habilidade. Em seguida, conversando 639 com a plateia, ele aprofundou pontos que haviam constituído a essência de seu ensinamento para mudar, temos de estar cientes agora, e não resolver mudar mais tarde ou, simplesmente, pensar no assunto. A percepção radical, e só ela, leva a transformação que desperta a inteligência radical. Quando alguém perguntou se a percepção radical ocorre a nós, seres humanos comuns, Krishnamurti respondeu gravemente: “Tem de ocorrer”. Mais tarde naquela noite, Joel e eu iniciamos uma conversa sobre Realidade. Eu estava lhe dando um prato cheio de minhas ideias sobre consciência, que havia elaborado a partir da teoria quântica, em termos da teoria da medição quântica. Joel escutava com toda atenção. - Muito bem, o que é que vai acontecer em seguida? - Bem, eu não tenho certeza de compreender como a consciência se manifesta no cérebro-mente respondi, confessando minha luta com a ideia de que, de alguma maneira, a consciência tinha de ser um epifenômeno dos processos cerebrais. Acho que compreendo a consciência, mas ... - A consciência pode ser compreendida? - interrompeu-me Joel. - Claro que pode. Eu lhe disse que nossa observação consciente, a consciência, produz o colapso da onda quântica ... E eu estava pronto para repetir toda a teoria. O Joel, porém, interrompeu-me: - De modo que o cérebro do observador é anterior à consciência, ou a consciência é anterior ao cérebro? Percebi uma armadilha na pergunta. - Estou falando em consciência como sujeito de nossas experiências. - A consciência é anterior às experiências. Ela não tem objeto nem sujeito. - Certo. Isso é misticismo antigo. Em minha linguagem, porém, você está falando a respeito de algum aspecto não local da consciência. 640 Joel, porém, não se deixou desanimar por minha terminologia. - Você está usando antolhos científicos, que o impedem de compreender. No fundo, você acredita que a consciência pode ser compreendida pela ciência, que a consciência emerge do cérebro, que é um epifenômeno. Tente compreender o que os místicos estão dizendo. A consciência é anterior e incondicionada. Ela é tudo o que há. Nada mais existe, senão Deus. A última frase fez comigo alguma coisa que é impossível descrever em palavras. O melhor que posso dizer é que provocou uma abrupta mudança de perspectiva - um véu foi levantado. Ali estava a resposta que eu estivera buscando e que conhecera o tempo todo. Quando todos foram dormir, deixando-me em minha contemplação, saí de casa. O ar da noite estava frio, mas não me importei. Tão enevoado estava o céu que eu mal conseguia ver uma estrela. Mas, na imaginação, o céu tornou-se o mesmo céu radiante de minha infância e, de repente, consegui enxergar a Via láctea. Um poeta de minha Índia natal concebera a fantasia de que a Via láctea era a fronteira entre o céu e a terra. Na não-localidade quântica, o céu transcendente - o reino de Deus - está em toda parte. “Mas o homem não o vê”, lamentava-se Jesus. Não o vemos porque estamos enamorados demais da experiência, de nossos melodramas, de nossas tentativas de prever e controlar, de compreender e manipular tudo racionalmente. Em nossos esforços, deixamos de perceber o fato simples - a verdade simples de que tudo é Deus, que é a maneira de o místico dizer que tudo é consciência. Os físicos explicam fenômenos, mas a consciência não é um fenômeno, em vez disso, tudo o mais é fenômeno na consciência. Eu estivera em vão procurando na ciência uma descrição da consciência; em vez disso, o que eu e outros temos de procurar é uma descrição de ciência com consciência. Temos de criar uma ciência compatível com a consciência, nossa, 641 experiência primária. Se quisesse descobrir a verdade, eu teria de dar um salto quântico além da física convencional, formular uma física baseada na consciência, como o bloco de armar de tudo. Era uma tarefa difícil, mas eu acabava de ter um vislumbre da resposta. De modo que era também simples - uma mudança, fácil, sem esforço, de perspectiva. As palavras de Krishnamurti repercutiram encorajadoras em meus ouvidos. Ela teria de ocorrer. Estremeci um pouco e a Via láctea de minha imaginação. desvaneceu-se lentamente. A verdade mística de que nada mais há exceto consciência, tem de ser experienciada para ser realmente compreendida, exatamente como uma banana, no domínio sensorial, precisa ser vista e saboreada antes que o indivíduo saiba realmente o que ela é. A fragmentação do self, porém, tem origem não só na visão incompleta do mundo do realismo materialista, mas também na natureza da identidade com o ego. Se nós, em nosso ego separado, fragmentado, quisermos ser inteiros novamente, teremos não só de compreender intelectualmente a situação, mas também mergulhar em, nossos espaços interiores a fim de vivenciar o todo. No mais célebre dos mitos bíblicos, Adão e Eva vivem uma vida encantada na completeza do Jardim do Éden. Após comerem da fruta do conhecimento, são expulsos daquele local de encantamento. O significado do mito é claro: o preço da experiência do mundo é a perda do encanto e da inteireza. De que modo podemos reentrar naquele estado encantado de inteireza? Falo não de uma volta a infância ou a alguma Idade de Ouro, nem me referindo à salvação na vida eterna após a morte. Não, a questão e, de que modo podemos transcender o nível do ego, o nível do ser fragmentado? De que modo podemos conquistar liberdade, mas, ao mesmo tempo, viver no mundo da experiência? Em resposta a esta pergunta, discutiremos nesta seção, no contexto da ciência idealista, o que é convencionalmente denominado jornada espiritual. Tradicionalmente, jornadas espirituais foram prescritas por lideres religiosos profissionais 642 padres, rabinos, gurus e outros. Conforme veremos, o cientista quântico pode contribuir com algumas sugestões relevantes. Sugiro que, no futuro, ciência e religião cumpram funções complementares - a ciência realizando o trabalho preliminar em forma objetiva do que precisará ser feito para recuperar o encantamento, e que a religião oriente a pessoa através do processo de fazê-lo. Esta parte é composta de: Capítulo 15: Guerra e paz ● Unidade na diversidade ● Da hierarquia simples para a entrelaçada ● De onde começo? Capítulo 16: Criatividade externa e interna ● O encontro criativo ● A experiência criativa do ah-há ● Criatividade exterior e interior ● Criatividade interna ● Estágios do desenvolvimento adulto Capítulo 17: O despertar de Buddhi ● Jnana: despertando para a realidade ● Meditação ● Pesquisa da meditação ● Liberdade na meditação: carma yoga ● A experiência ah-há da criatividade interna ● O despertar do amor: Bhakti Yoga ● O relacionamento homem-mulher Capítulo 18: Uma teoria idealista da ética ● O imperativo categórico Kantiano ● A posição materialista-realista: utilitarismo ● Ética idealista ● Por que sou moral? ● Três estágios da prática ética idealista Capítulo 19: Alegria espiritual ● A jornada do herói 643 644 A janela visionária: um guia para a iluminação por um físico quântico O que é mais real - este livro ou a consciência que você tem dele? O físico indiano Amit Goswami responde, sem hesitar, que é a consciência que você tem dele. O livro não existe totalmente enquanto você não tem essa consciência. Absurdo? O físico indiano é capaz de provar isso como nenhum outro físico. Educado na sagrada tradição hindu, Goswami revela brilhantemente como a nova ciência comprova aquilo que os místicos sempre souberam - que é a consciência, e não a matéria, a base fundamental do ser. Quase brincando, citando Einstein a Forrest Gump, Goswami integra o nosso coração espiritual à nossa mente científica. Valendose da psicologia cognitiva, da filosofia oriental e da física quântica, ele defende um novo paradigma científico, no qual os valores humanos vêm em primeiro lugar. Em seguida, como experiente clareza, demonstra como os princípios da nova ciência podem nos ajudar a despertar a nossa criatividade interior, aprofundar nossa espiritualidade e viver como seres realmente livres. Prefácio Apresentação do Dr. Deepak Chopra Capítulo 1: Ioga quântica: É possível reconciliar ciência e espiritualidade? ● Breve histórico do impasse no Ocidente ● História do impasse no Oriente ● Em busca de uma base de reconciliação ● A integração da metafísica ● A integração das cosmologias ● A integração das metodologias ● A integração das tradições espirituais ● A organização deste livro 645 Parte 1: O salto quântico Capítulo 2: A queda da ontologia materialista ● Além da continuidade: saltos quânticos ● Além do determinismo: incerteza, probabilidade e possibilidade ● Além da localidade: não-localidade quântica e transcendência ● Objetividade, materialismo e epifenomenalismo Capítulo 3: Nós criamos a nossa realidade? ● Nós somos isso: auto-referência ● A consciência é una ● O conto dos dois eus: unidade e separação ● Criatividade e conhecimento ● O princípio da correspondência Capítulo 4: Perguntas e respostas sobre física quântica ● Perguntas básicas sobre física quântica ● Sobre o cérebro Parte 2: A nova cosmologia Capítulo 5: Como reconciliar a cosmologia científica e a espiritual ● O cosmo quântico e a observação quântica ● O experimento da escolha demorada ● O princípio antrópico forte ● O universo criativo e a origem da vida Capítulo 6: A introdução da consciência na evolução ● Evolução quântica ● Analogia com os níveis de aprendizado ● Observação quântica e evolução quântica ● Correspondência clássica e neodarwinismo ● Intencionalidade e direcionalidade na evolução ● Indícios do quantum na biologia 646 Capítulo 7: Como a nova ciência favorece a cosmologia sagrada ● A mente é o cérebro? ● Como resolver o problema do dualismo ● Cognição e reconhecimento ● Por que a experiência dos objetos mentais é partícula ● Por que as experiências mentais não podem sofrer o colapso sem um corpo físico ● Os estados de consciência ● O corpo vital ● O corpo temático e o platonismo matemático ● Involução e evolução Capítulo 8: A ciência e o espírito da reencarnação ● Indícios de sobrevivência e reencarnação ● Visões no leito de morte e experiências de quase-morte ● Dados sobre reencarnação ● Dados sobre entidades desencarnadas ● Anjos e bodhisattvas Capítulo 9: Perguntas e respostas sobre cosmologia ● Simplicidade ● Preocupações com o dualismo ● O corpo vital ● Milagres ● Questões psicossociais ● A ciência e a grande cadeia do ser Parte 3: A criatividade na ciência e na espiritualidade Capítulo 10: Criatividade interior ● Ciência como criatividade exterior, religião como criatividade interior ● A jornada interior: além do ego ● Criatividade interior: o princípio ● O caminho do conhecimento ● O caminho da meditação e do Samadhi 647 ● Os caminhos da devoção e da ação ● Qual é o seu caminho? ● Os caminhos e a grande tradição Capítulo 11: A ciência do ritual e da ética ● A ação e os frutos da ação ● Ética e ciência ● Ética e amor na prática espiritual ● O contexto reencarnacional ● Ética supramental Capítulo 12: A jornada espiritual ● Obstruções ● Dharma e Svadharma ● Viver como mônada quântica em evolução ● Como trabalhar com os arquétipos ● Como trabalhar com o arquétipo da sombra ● A questão dos gurus Capítulo 13: A criatividade do corpo vital e o significado do tantra ● Cura quântica ● A cura e o processo criativo ● A criatividade do corpo na pessoa saudável ● Artes marciais ● Os centros de emoção do corpo: os chacras ● A purificação da sombra ● A transformação criativa do corpo ● A ioga do tornar-se completo: a integração da mente, do corpo e do espírito Capítulo 14: Libertação ● Quanto tempo demora a libertação? ● Além da libertação ● Supermente Capítulo 15: Um guia para a iluminação por um físico quântico ● Estágio um ● Estágio dois ● Estágio três 648 ● Estágio quatro ● Estágio cinco Epílogo: a política da integração ● A ciência pode substituir a religião? ● O novo cientista e a transformação espiritual ● Devemos unir todas as religiões? ● Devemos integrar Igreja e Estado? 649 650 A física da alma: a explicação científica para a reencarnação, a imortalidade e a experiência de quase-morte De forma excitante e inovadora, emprega os fundamentos da física quântica para explicar e provar cientificamente conceitos místicos como imortalidade, reencarnação e pós-vida. Por meio de um trabalho cientificamente bem fundamentado e, ao mesmo tempo, de leitura fácil e compreensível, promete revolucionar os principais conceitos da medicina, da física e da filosofia. Ao reunir ciência, espiritualidade e consciência mostram-nos como esses elementos são não apenas compatíveis, mas fornecem o suporte essencial um ao outro. Capítulo 1: Da morte à imortalidade ● O que sobrevive? ● Reencarnação ● As ideias de reencarnação e de sobrevivência à morte são científicas? ● A alma e o quantum ● Criatividade no ciclo vida-morte-renascimento ● Da morte à imortalidade Capítulo 2: O “Livro Tibetano dos Mortos” está certo – cabe a nós comprová-lo! ● Possibilidades quânticas e sua mensuração ● Medições quânticas e a natureza da consciência ● Não-localidade quântica e como ela se aplica ao cérebro humano: um exemplo de metafísica experimental ● O experimento da escolha retardada ● Ondas de possibilidade não entram em colapso enquanto não as observamos ● A mudança na visão de Deus 651 ● Definições de vida e de morte Capítulo 3: Não-localidade e reencarnação: uma conversa jovial com minha mulher Capítulo 4: A janela não local: “Livro Tibetano dos Mortos” em linguagem moderna ● A mônada ou sutratman ● Mônadas como “almas” que reencarnam ● Apresentando o “Livro Tibetano dos Mortos” em termos modernos Capítulo 5: Será que essa história de reencarnação é mais do que uma não-localidade quântica? ● Visões em leito de morte ● Experiências de quase-morte e de revisão de vida ● Dados reencarnatórios ● Mas ainda tem mais: não é apenas a memória que se transmite, mas também o caráter ● Fobias e terapias de regressão ● Edgar Cayce e uma olhada pela janela não local ● Dados sobre entidades desencarnadas ● Anjos Capítulo 6: Temos mais do que um corpo? ● Comportamento legal e comportamento programado ● Por que intelecto supramental? A natureza da criatividade ● Em busca da mente quântica ● O corpo vital ● Os cinco tipos de consciência ● Atenção! Estamos ampliando o cenário da ciência Capítulo 7: A mônada quântica ● Hierarquia entrelaçada: por que novas experiências são impossíveis sem um corpo físico ● Comparação com os dados ● Anjos e bodhisatvas ● Podemos estar em mônadas quânticas ou vê-las? ● Física da alma e o significado da vida 652 Capítulo 8: A história completa do “Livro Tibetano dos Mortos” ● Os estágios da morte ● O “Livro Tibetano dos Mortos” na forma idealista moderna: edição revisada Capítulo 9: Do ego à mônada quântica em evolução: desenvolvendo um novo contexto para a vida ● O projeto atman ● Carma ● Os gunas ● Do ego-persona à mônada quântica ● Vivendo como uma mônada quântica em evolução Capítulo 10: Yoga fatal: a morte criativa ● Morte criativa ● Por que a morte é uma oportunidade para a criatividade? ● Preparação para a morte ● Preparação alternativa e processamento inconsciente ● Encontro: três práticas tibetanas ● O indivíduo não precisa esperar a morte para praticar a yoga da morte Capítulo 11: Perguntas e respostas Capítulo 12: A física da imortalidade ● A busca da imortalidade material ● A busca pela imortalidade espiritual e a ciência da libertação ● Ser supramental e milagres ● A ressurreição como criatividade supramental ● O futuro evolucionário da humanidade ● Involução e evolução Capítulo 13: Ufologia, imortalidade e evolução ● ÓVNIS e imortalidade ● Evolução do cérebro ou evolução da matéria? Epílogo: As nove vidas da alma 653 654 O médico quântico: orientações de um físico para saúde e cura Para o renomado físico quântico Amit Goswami, a medicina é um campo propício para a aplicação da nova ciência baseada na primazia da consciência. Essa nova ciência tem capacidade extraordinária para integrar a ciência convencional, a espiritualidade e a cura. E se existe uma área que precisa de integração, diz Goswami, essa é a da medicina. Neste livro ele reinterpreta com ousadia os principais métodos da medicina alternativa - a homeopatia, a medicina chinesa e a acupuntura, e o Ayurveda - e da medicina convencional, do ponto de vista da física quântica. Ele mostra que esses modelos aparentemente diferentes podem ser integrados num novo sistema multidimensional pautado na nova "ciência dentro da consciência". No âmago de toda doença e de toda cura está a consciência, diz Goswami. Neste livro oferece aos médicos e pacientes um modelo totalmente novo de aplicação da medicina, com maior probabilidade de cura. Goswami o chama de Medicina Integral e diz que "esse é um enfoque totalmente novo, que pode ser a base legítima para a mudança de paradigma na medicina." Parte 1: Apresentação do médico quântico Capítulo 1: Não tenha medo, o médico quântico chegou ● Definições ● As diferentes filosofias que sustentam as práticas convencionais e alternativas Capítulo 2: A minha história: como um físico quântico passou a interessar-se pela saúde e pela cura ● Os bloqueios conceituais ● Plano do livro Capítulo 3: Integração das filosofias 655 ● A redescoberta da mente ● O que o corpo vital faz que o corpo físico não pode fazer? Capítulo 4: Níveis de doença e níveis de cura ● Resposta ao dualismo ● Doença e enfermidade ● Elaboração da representação ● Os níveis de doença e de cura ● A medicina integral é ciência? Capítulo 5: Novo paradigma de pensamento de alguns praticantes de medicina contemporâneos ● As dificuldades do pensamento da física clássica ● O pensamento quântico na medicina Capítulo 6: Mais física quântica e suas contribuições à medicina ● Causação descendente ● Descontinuidade ● Não-localidade ● A contribuição da causação descendente ● A não-localidade da consciência ● Não-localidade quântica e cura a distância ●Hierarquia entrelaçada: co-surgimento dependente do sujeito e do objeto ● A diferença entre consciente e inconsciente ● Processamento inconsciente e criatividade ● Mensuração, memória e condicionamento ● Contribuições quânticas à medicina Capítulo 7: O lugar da alopatia na medicina integral ● Emergência médica ● A correspondência entre os paradigmas antigos e novos ● Medicina alternativa ou complementar? ● Outros usos da alopatia ● Ascensão e queda da alopatia ● biologia dentro da consciência ● Em resumo 656 Parte 2: Medicina do corpo vital Capítulo 8: O corpo vital ● O corpo físico e o paralelismo psicofísico ● Evidência da natureza quântica do corpo vital ● Podemos medir a energia vital com instrumentos físicos? ● Qual é o seu tipo de corpo? Capítulo 9: O ayurveda e o tratamento de desequilíbrios da energia vital ● O ayurveda e o corpo vital ● Por que três tipos de doshas? ● De onde vem prakriti? ● Os doshas e onde se situam ● Características normais de pessoas dos três doshas ● Desequilíbrios dos doshas ● Relação dos doshas com as estações ● Desequilíbrio de vata e seu remédio ● Desequilíbrio de pitta e seu remédio ● Desequilíbrio de kapha e seu remédio ● Panchacarma e ervas medicinais: a necessidade de um médico! ● Em síntese Capítulo 10: A medicina chinesa tradicional e o tratamento de desequilíbrios da energia vital ● Os órgãos no sistema chinês ● Doença e cura ● Acupuntura – como ela opera ● Existe possibilidade de integrar o ayurveda e a medicina chinesa tradicional? ● Resumo das ideias importantes da medicina chinesa tradicional Capítulo 11: A medicina dos chacras ● O que são os chacras? ● A ciência dos chacras 657 ● Medicina dos chacras ● O que reter deste capítulo Capítulo 12: A homeopatia tem consistência? ● A questão da individualidade ● A lei de cura de Hering ● Homeopatia clássica versus homeopatia moderna ● Conclusões Parte 3: Medicina mente-corpo Capítulo 13: Mente quântica, significado e medicina ● Criatividade quântica ● Significado e medicina Capítulo 14: A mente como assassina ● Como a mente pode ser assassina ● Psiconeuroimunologia ● Moléculas de emoção ● Comportamento ou além? ● Gunas mentais e doshas físicos criados pela mente ● Resposta à emoção ● Repressão de emoções ● Personalidade com propensão à doença ● A mentalização desnecessária dos sentimentos pode ser prejudicial à saúde ● O resultado final ● Como devemos lidar com o significado? ● Em resumo Capítulo 15: Explicação quântica das técnicas da medicina mentecorpo ● Hipnose e biofeedback ● Liberando a memória ● Psicologia dos chacras ● Meditação ● Ioga 658 ● Ciência cristã e cura pela fé Parte 4: O caminho da cura para a inteligência supramental Capítulo 16: Cura quântica ● O salto quântico de Chopra ● A não-localidade de Dossey na cura ● Criatividade: causação descendente na cura ● Hierarquia entrelaçada Capítulo 17: A doença e a cura como oportunidades para despertar a inteligência supramental ● A doença como oportunidade ● Doença do corpo vital e cura quântica ● Criatividade do corpo vital-físico para a pessoa sadia ● Saúde positiva ● Uma perspectiva saudável para a morte e o morrer ● A cura como recuperação da totalidade ● Estratégia para uma saúde positiva ● Cura milagrosa: criatividade do físico? Capítulo 18: Orientações de um físico quântico para a saúde e a cura Epílogo: Um corpo sem idade – mito ou ciência ● Mas o que significa fazer mapas do supramental? ● Como essa ideia de evolução se relaciona com a imortalidade? ● Essa evolução acontecerá em breve? 659 660 Deus não está morto: evidências científicas da existência divina Recorre aos princípios científicos da física quântica para responder afirmativamente a uma das questões mais antigas, controversas e cruciais da história humana: Deus existe? Na contramão da atual onda cética que toma conta de vários setores da intelectualidade, aplica seu profundo conhecimento científico para comprovar a transcendência da natureza humana; para desmentir a ciência tradicional, provando ser o universo muito mais do que matéria; para demonstrar que as questões até hoje não resolvidas pelo materialismo encontram, sim, respaldo científico, e são demonstráveis a partir de evidências da existência de uma consciência maior com poderes causais e de vários níveis sutis de realidade. Parte 1: Introdução Capítulo 1: A redescoberta cientifica de Deus ● Será que a consciência é uma pergunta difícil? ● Física quântica: o básico ● Física quântica e consciência ● As assinaturas quânticas de Deus ● Um segundo tipo de evidência: problemas impossíveis exigem soluções impossíveis ● Camuflagem ● O que é a dança Capítulo 2: Os três fundamentos das religiões ● Multiculturalismo ● Novos dados e perspectivas para uma abordagem integrada Capítulo 3: Breve história das filosofias que guiam as sociedades humanas 661 ● Domínios externo e interno da consciência, objetividade forte e fraca ● Velha e nova ciências: mudança de paradigma Capítulo 4: Deus e o mundo ● Movimentos individuais e coletivos da consciência ● Evolução ● Qual a nossa resposta à evolução? ● O plano do livro ● Em resumo Parte 2: A evidência da causação descendente Capítulo 5: As assinaturas quânticas do divino ● Criamos nossa própria realidade, mas ... ● O experimento da boa notícia: nós somos um ● O poder da intenção ● Descontinuidade e salto quântico ● A questão do livre-arbítrio ● Evidências experimentais da descontinuidade ● A criatividade é um salto quântico? ● Hierarquia entrelaçada Capítulo 6: Causação descendente na psicologia: diferença entre inconsciente e consciente ● Mensuração quântica no cérebro e a diferença entre inconsciente e consciente ● O inconsciente coletivo ● Evidências diretas do processamento inconsciente ● Processamento inconsciente no processo criativo ● Os parâmetros da nova ciência Capítulo 7: Como Deus cria o universo e a vida que há nele ● Cosmologia quântica ● Acaso e necessidade? Ou estamos aqui por causa do universo? ● O princípio antrópico 662 ● O experimento da escolha retardada ● O experimento da escolha retardada no mundo macro ● De volta a hierarquia entrelaçada do colapso quântico ● O que é a vida? ● O observador e a circularidade Capítulo 8: O desenho, o desenhista e os projetos do desenho ● O desenhista precisa de um projeto. Campos morfogenéticos ● De volta ao modo como Deus cria a vida ● Para saber se o pudim ficou bom, é preciso prová-lo Capítulo 9: O que essas lacunas fósseis provam? ● Processamento inconsciente ● Sincronicidade ● O papel do organismo ● Vinculação com o neodarwinismo ● A flecha biológica do tempo e o futuro da evolução ● E agora? Parte 3: A evidência dos corpos sutis Capítulo 10: O interior da psique ● A diferença entre interior e exterior ● A experiência interior é inferior à experiência exterior? ● Como a experiência interior prova a existência de Deus ● O fim da cisão cartesiana? Capítulo 11: A evidência do corpo vital de Deus ● Campos morfogenéticos e os chacras ● Medicina dos chacras ● Medicina do corpo vital: dois espetaculares exemplos de problemas impossíveis para os materialistas ● O corpo vital e a explicação radiestesia ● Recapitulando as evidências de Deus Capítulo 12: Explorando a mente de Deus ● O significado tem alguma faceta prática? 663 ● Sincronicidade Capítulo 13: Evidência da alma ● O reino dos arquétipos: os contextos supramentais das experiências intuitivas ● Criatividade ● Cura quântica ● Psicologia profunda ou psicologia elevada? O supramental está “abaixo” ou “acima” de nós? ● Base conceitual da psicologia transpessoal ● Será que chegamos a nos transformar? ● A falácia pré-trans ● Comportamento altruísta ● Ética no contexto da ciência dentro da consciência Capítulo 14: Evidência dos sonhos ● Materialismo ou corpo sutis? ● Quem sonha? A resposta da física quântica ● Os estados da consciência ● A nova classificação dos sonhos ● Mais sobre os sonhos e psicoterapia ● A criatividade nos sonhos ● A equipotência dos estados de vigília e de sonho da consciência Capítulo 15: Reencarnação: algumas das melhores evidências da alma e de Deus ● O fenômeno da genialidade ● Fobias ● Outros fenômenos correlacionados ● evidências sobre a existência de nossos corpos sutis a partir de dados de sobrevivência ● Anjos e guias espirituais ● Carma e dharma ● Reencarnação e ética 664 Parte 4: Causação descendente revisitada Capítulo 16: O que a PES prova? ● Percepção extra-sensorial ● Sonhos telepáticos ● Por que a parapsicologia é controvertida ● A não-localidade quântica é a teoria correta para a PES Capítulo 17: Deus e o ego: co-criadores de nossas experiências criativas ● Criatividade exterior e interior ● O processo criativo ● Incubação ● Como atingimos o insight: evidência direta de Deus na criatividade ● Manifestação ● O que é iluminação? ● Será possível a transformação total? Savikalpa samadhi e nirvikalpa samadhi Capítulo 18: O amor é uma evidência resplandecente de Deus ● Amor é um arquétipo ● Assinaturas quânticas do amor ● Onde está a nova evidência da existência de Deus? ● Criatividade nos relacionamentos Capítulo 19: Evidência para a causação descendente na cura da mente-corpo ● A física quântica da cura quântica ● Explorando o poder criativo da causação descendente por meio da autocura Parte 5: Ativismo quântico Capítulo 20: Ativismo quântico: uma introdução ● Vida correta ● Equilibrando o grosseiro e o sutil 665 ● Equilibrando os diversos domínios sutis ● Equilibrando os estados de consciência ● Reencarnação: descubra e siga sua felicidade ● Ética evolucionária ● Relacionamento correto com o ambiente ● Ação correta ● Vivência correta: devolvendo o significado à sociedade Capítulo 21: Para resumir Epílogo 1: Abordando Deus e a espiritualidade pela ciência: um apelo aos jovens cientistas Epílogo 2: A física quântica e os ensinamentos de Jesus: um apelo aos cristãos de coração jovial ● O tecido básico da realidade ● Não-localidade e transcendência ● Circularidade, hierarquia entrelaçada e auto-referência ● Jesus e o self quântico ● Jesus e a criatividade ● Se Jesus foi transformado, por que foi tão implacável? ● Jesus foi um avatar? 666 Evolução criativa das espécies: uma resposta da nova ciência para as limitações da teoria de Darwin Explicar a origem e o desenvolvimento da vida na Terra é um desafio que ainda hoje divide opiniões. Se os darwinistas acreditam em uma evolução contínua, fruto de meras reações químicas em que não há espaço para Deus, os criacionistas negam essa evolução, afirmando terem sido todas as espécies criadas por uma inteligência onisciente, ou divina. Integra conceitos dessas duas correntes, criando assim a base para uma nova biologia, denominada Evolução Criativa. Assim gera um novo paradigma científico e prova que, na explicação da vida, há espaço tanto para a evolução das espécies quanto para Deus. Parte 1: Introdução Capítulo 1: Deus e uma nova biologia ● Uma visão geral ● E qual é o problema? ● Os princípios organizadores da velha biologia ● O que é desígnio inteligente? ● Um choque de visões de mundo ● O que dizem os dados? ● Desígnio inteligente sem um desenhista? ● Procurando um terreno intermediário ● A flecha biológica do tempo ● A outra controvérsia, mais discreta: biologia organística ● A velha controvérsia: lamarckismo Capítulo 2: Física quântica e causação descendente ● Continuidade e descontinuidade 667 ● Consciência dentro da biologia ou biologia dentro da consciência? ● A objetividade da consciência que escolhe ● Criatividade quântica e entropia ● Algumas consequências ● A nova biologia Capítulo 3: Ligando biologia a física ● Mais sobre a incompletude da biologia ● Biossistemas e criatividade ● A questão da credibilidade Capítulo 4: A biologia dentro da consciência e outros princípios organizadores ● Comportamento conforme leis e conforme programas ● Física quântica, consciência e possibilidades ● O cérebro, a consciência e a mente ● Paralelismo psicofísico ● Criatividade situacional e criatividade fundamental ● A flecha biológica do tempo revisitada Capítulo 5: Evolução: de que para quê? ● O corpo grosseiro (material) e os corpos sutis ● Os estágios da evolução ● O futuro da evolução ● Rumo ao ponto ômega ● O restante deste livro Parte 2: A vida e suas origens Capítulo 6: Teorias materialistas da vida e sua origem ● Modelos reducionistas da origem da vida: perto, mas bem longe ● Modelos holísticos de auto-organização da vida: longe e, no entanto, bem perto ● Além da auto-organização: o pensamento de Maturana 668 Capítulo 7: A origem do Universo, a origem da vida e o observador quântico ● Cosmologia quântica ● Um universo de acaso e necessidade? ● O princípio antrópico: será que o universo foi feito para que a vida fosse criada? ● O experimento da escolha retardada ● O experimento da escolha retardada no mundo macro ● De volta à hierarquia entrelaçada: uma resposta a “o que é a vida?” ● O observador e a circularidade ● Coincidências na origem da vida Capítulo 8: Um desenhista precisa de projetos ● Um desenhista usa projetos: campos morfogenéticos ● Criatividades mental e vital ● A definição de vida ● O desafio aos materialistas ● Programas somáticos em uma célula viva Parte 3: Evolução criativa Capítulo 9: A evolução e o futuro darwinismo ● O princípio ● A cruzada contra o lamarckismo ● A cruzada contra o vitalismo ● Darwinismo e propósito ● Os “ciclos e epiciclos” da teoria de Darwin ● A questão da falsificação e a defesa de uma mudança de paradigma Capítulo 10: Ideias pós-darwinistas e a jornada rumo ao novo paradigma ● Monstros esperançosos ● Genes neutros ● Catástrofes e extinção 669 ● Dois ritmos da evolução: equilíbrio pontuado ● Biologia organísmica – ou o que modela a forma na criatividade biológica? ● Teoria Gaia e simbiose ● Será que a consciência cria a ordem biológica? Capítulo 11: Evolução criativa ● Macroevolução e salto quântico ● Evolução criativa e os intermediários ● Lei da forma: dinâmica do caos ● Criatividade e complexidade: a progressão na evolução ● Revisitando os intermediários: evidências do supramental ● Catástrofes: sincronicidade e o papel do organismo Capítulo 12: Reconciliando o darwinismo e a teoria Gaia ● Darwinismo como limite de correspondência com a Criatividade situacional ● Quem cria? A dança de Gaia na evolução ● O que Darwin quis dizer com a expressão “seleção natural”? ● Darwinismo ou evolução criativa? Parte 4: Forma, sentimento e energias vitais Capítulo 13: Campos morfogenéticos, evolução e desenvolvimento da forma ● Revisitando o corpo vital e seus campos morfogenéticos ● Evolução criativa e desenvolvimento ● Estabilidade das formas ● Regeneração ● Campos morfogenéticos e o cérebro Capítulo 14: Uma nova biologia do sentimento ● Sentimento: o aspecto interno da vida ● Campos morfogenéticos e os chacras ● Medicina dos chacras ● Robomorfismo ou antroporfismo? 670 ● O problema do reconhecimento ● Acupuntura e homeopatia: dois problemas impossíveis para o materialista ● O problema da heterogeneidade e a tipologia vital ● Medindo a energia vital ● Não-localidade quântica: o aspecto público da energia vital ● Plantas e animais sentem Parte 5: Neurociência dentro da consciência Capítulo 15: A relação entre consciência, cérebro e mente ● Distinguindo inconsciente e consciente: mensuração quântica no cérebro ● O cérebro, determinismo genético e darwinismo ● Significado e a relação entre mente e cérebro ● O experimento de Marcel ● Neurociência dentro da consciência Capítulo 16: Reconciliando a ciência cognitiva com o paradoxo da percepção ● Modelos cognitivos de percepção: realismo direto e teoria da representação ● O ser humano tem uma cabeça grande? ● Consciência quântica e um modelo funcional da percepção ● Um cérebro num jarro ● A ciência cognitiva dentro da consciência: comentários adicionais Capítulo 17: A evolução da mente ● Evolução das representações vital e mental ● Estágios de evolução da mente humana Parte 6: Mais da nova biologia: a dimensão supramental Capítulo 18: A biologia da morte e a sobrevivência após a morte ● Experiências de quase-morte 671 ● Uma teoria da individualidade sobrevivente ● Reencarnação ● A integração entre ciência e espiritualidade Capítulo 19: Uma nova bioética e a ecologia profunda Capítulo 20: Lamarckismo e o mistério dos instintos ● E se os genes não foram o único mecanismo hereditário? ● Transformação de informação hereditária por meio de campos morfogenéticos ● Transformação de informação hereditária pela reencarnação alma-grupo ● Neolamarckismo e a explicação dos instintos Capítulo 21: Evolução: o próximo passo ● Inteligência emocional e instintos ● Desenvolvendo emoções positivas ● Transformando emoções positivas em instintos ● Tirando a humanidade da imobilidade 672 O ativista quântico: princípios da física quântica para mudar o mundo e a nós mesmos Amit Goswami, um dos expoentes da nova ciência, compartilha conosco sua convicção do potencial ilimitado da consciência e nos propõe uma renovada forma de atuação e transformação social. A ideia central do ativismo quântico é a de que somos capazes de mudar o mundo e a nós mesmos partindo de outros fundamentos que não o materialismo: a física quântica, o desenvolvimento espiritual e o nosso poder criativo. Sem abandonar os rigores da ciência, Goswami explica os princípios da mecânica quântica de forma clara e acessível, tornando-os compreensíveis a todos os leitores. Mais que uma exposição de ideias, seu livro é um alerta à fragmentação e ao isolamento de nossa sociedade, e um manifesto público por sua transformação. - “DVD O Ativista quântico + Minilivro Uma breve introdução ao ativismo quântico” A origem de muitos problemas do mundo moderno está na ideia materialista de que há uma oposição entre espírito e matéria. A boa notícia é que essa aparente contradição se desfaz com o surgimento de um novo modelo científico fundamentado na física quântica. Em O Ativista Quântico, Amit Goswami, um dos cientistas que protagonizou o filme Quem Somos Nós, desvenda o novo paradigma ao explicar, de forma acessível, os fundamentos da física quântica e o potencial ilimitado da consciência. O documentário narra também a jornada de transformação pessoal de Goswami, um materialista convicto que, após uma série de questionamentos e revelações, restaurou a ponte entre ciência espiritualidade ao provar cientificamente a existência de Deus. O filme é, ainda, um convite ao ativismo quântico, a uma nova postura capaz de transformar, simultaneamente, nossa realidade pessoal e nossas instituições sociais. O minilivro Uma breve introdução ao ativismo 673 quântico é um complemento ao conteúdo do filme, apresentando as ideias básicas desse movimento. Uma síntese da versão integral do livro O Ativista Quântico (Editora Aleph). Prefácio Capítulo 1: As evidências científicas da espiritualidade estão aí – o que você tem feito a respeito? ● Problemas sociais em escala global ● Um novo tipo de ativismo ● Uma breve história da física quântica e dos primeiros ativistas quânticos ● Incluindo a totalidade da experiência humana em nossa ciência ● Recriar um mundo de soluções ● Como saber se a nova ciência é científica? ● Evolução ● Ativismo quântico e evolução ● Livre arbítrio e o acesso à verdadeira liberdade: os aspectos transformadores da física quântica e da causação descendente ● Viver corretamente ● E o que há no resto do livro? Parte 1: Pensando corretamente: É a visão do mundo, seu tonto! Capítulo 2: É a visão do mundo, Senhor Presidente ● Carta aberta ao Presidente Obama Capítulo 3: Uma breve história do novo paradigma e dos primórdios do ativismo quântico ● É a visão do mundo, seu tonto! Capítulo 4: Como resolver paradoxos quânticos e descobrir um deus científico por conta própria ● O experimento da fenda dupla e a 674 solução do paradoxo onda-partícula ● De volta ao paradoxo da mensuração quântica ● O paradoxo: quem faz a escolha ● O experimento de Grimberg ● Entendendo a descontinuidade ● A questão do livre-arbítrio ● Evidência experimental direta da descontinuidade: a criatividade é um salto quântico? ● A experiência “como assim?” – a pergunta difícil ● Circularidade, hierarquia entrelaçada e autorreferência ● Mais sobre o paradoxo da percepção: idealismo ou realismo? ● Será que temos duas cabeças? ● Consciência quântica e um modelo de percepção que funciona ● A mensuração quântica pode ser completada por uma máquina material? ● Descobrindo Deus por si mesmo Capítulo 5: A importância de ser sutil ● Interior e exterior, possibilidades grosseiras e sutis ● Qual a necessidade lógica para os corpos vital, mental e supramental? ● A biologia do sentimento ● Como devemos mudar? Capítulo 6: Do-be-do-be-do: pense quântico, seja criativo ● Pensando de modo quântico ● As questões da criatividade ● Criatividade, reencarnação e propensões mentais necessárias para criar ● Criatividade e evolução ● Criatividade como preparação para o próximo estágio de nossa evolução 675 Parte 2: Sendo um exemplo – a jornada quântica para a transformação Capítulo 7: Kennedy deu-nos a Lua. Senhor Presidente, pode devolver-nos Deus? Capítulo 8: Para o ativista quântico, a vida correta é um ato de equilíbrio ● Viver corretamente: isso é um ato de equilíbrio ● Equilibrando o grosseiro e o sutil ● Equilibrando os diversos domínios sutis ● Sintonizando-se com as necessidades de transformação e evolução social ● Equilibrando Oriente e Ocidente Capítulo 9: Da informação à inteligência ● Da informação ao significado ● Inteligência mental ● Inteligência emocional ● A nova ética evolucionária ● Relacionamento correto com o ambiente: ecologia profunda ● Inteligência supramental ● “Dê o exemplo” ● A sobremente Capítulo 10: Explorando as ferramentas quânticas para uma vida correta ● Ferramentas quânticas para transformação e inteligência supramental ● Exercício: intenção criativa e transformadora ● Primeira prática: explorando lacunas no fluxo do pensamento consciente ● Segunda prática: explorando fenômenos repentinos e involuntários ● Terceira prática: explorando a lacuna entre sono e vigília Não-localidade quântica 676 ● Exercício 1. Exercício de visão remota ● Exercício 2. Meditação com um grupo de meditação ● Exercício 3. Brainstorming quântico ● Exercício 4. A não-localidade no cenário vital ● Hierarquia entrelaçada ● Do sexo ao amor: sexo e a nova física ● Do sexo a serviço do poder ao sexo para fazer amor ● Exercício: praticar o amor com um parceiro íntimo, em três partes ● Convidando Deus para resolver seus conflitos: a prática do amor incondicional ● Do materialismo espiritual à entrega total ● Carma Yoga Capítulo 11: Será que um punhado de pessoas pode fazer diferença? ● Desenvolvendo emoções positivas como instintos ● Ode ao amor Parte 3: Vida correta para todos Capítulo 12: Quer fazer mudanças de verdade, Senhor Presidente? Capítulo 13: Ação correta, vida correta ● Equilibrando as qualidades chamadas gunas ● O ativismo quântico no cenário de seu ganha-pão ● Como o capitalismo, a democracia e a educação liberal precisam mudar Capítulo 14: Rumo a uma economia espiritual ● Nossas necessidades superiores redefinidas e os rudimentos de uma economia espiritual ● A microeconomia do sutil ● Redefinindo o PIB ● A economia espiritual resolve os problemas atuais do capitalismo? ● Como a economia espiritual soluciona o problema do ciclo de negócios 677 ● Implementação: quando e como? ● Sugestões para um ativista quântico Capítulo 15: Como os negócios estão mudando ● Novas sugestões de negócios para aspirantes a empresários Capítulo 16: Do poder ao significado: o pensamento quântico pode salvar a democracia? ● A marginalização do significado ● Consumismo ● A erosão da ética: pós-secularismo ● Democracia, guerra e paz ● A polarização dos partidos políticos ● A base idealista do sistema bipartidário ● Do secularismo ao pós-secularismo ● Equilíbrio do poder ● Inteligência emocional ● A democracia deve conter a ética evolucionária ● Plano do ativista quântico para salvar a democracia: um resumo Capítulo 17: Fazendo as religiões funcionarem pós-secularismo ● Deus na segunda pessoa ● Do poder ao significado: a política de Deus ● Fundamentalismo religioso, terrorismo e democracia ● Etapas para a política de Deus ● Da hierarquia simples à entrelaçada ● Problemas sociais ● Infalibilidade ● Diálogo ● Em suma Capítulo 18: Ativismo quântico para uma boa saúde e uma vida melhor ● Rumo a uma medicina integrativa ● Ativismo quântico e medicina integrativa ● Os chacras 678 ● O gerenciamento da doença crônica ● Cura mente-corpo ● Nutrição para os cinco corpos ● Impacto social Capítulo 19: Nosso caminho de volta à educação liberal ● Da máquina para a mente: da informação para o significado ● Ensinando inteligência emocional ● Ensinando valores e ética Capítulo 20: 2012 e além 679 680 Criatividade para o século 21: uma visão quântica para a expansão do potencial criativo - “Criatividade quântica: Como despertar o nosso potencial criativo” Reúne aqui as teorias existentes sobre a criatividade e promove a sua integração baseada na física quântica. Criatividade quântica fundamenta-se na sua ideia de que o lampejo criativo, o insight, é literalmente um salto quântico sobre os mecanismos do cérebro e da mente. Além de afirmar categoricamente que todos os seres humanos podem ser criativos, sustenta essa alegação com práticas que permite a qualquer pessoa a efetiva realização desse potencial. - “Criatividade para o século 21: Uma visão quântica para a expansão do potencial criativo” “Ser criativo” é uma possibilidade real e acessível a todos ou é um dom pessoal? Ao longo dos últimos 30 anos, pesquisas revolucionárias nos campos da física e da biologia vêm revelando que a criatividade é mais do que um fenômeno humano; é um padrão cósmico. Portanto, é perfeitamente possível a toda e qualquer pessoa exercitá-la. À luz da nova ciência baseada nos princípios transformadores da física quântica, demonstra claramente de onde vêm as ideias criativas, como elas se manifestam, qual a origem de nossas motivações e como podemos ampliar nossa propensão para a criatividade. Escrito para o público leigo, Criatividade para o Século 21 é um verdadeiro manual que integra ciência e criatividade, explicando o papel fundamental da intuição, do livre-arbítrio e das inúmeras possibilidades de escolhas criativas no desenvolvimento humano, 681 apontando caminhos para que tenhamos uma vida mais íntegra e plena. Parte 1: Passos para a compreensão da criatividade humana Capítulo 1: Onde está a teoria da criatividade humana? ● Em visita a uma feira de criatividade ● Um diálogo ● O que tem no restante do livro? Capítulo 2: Criatividade de máquina, criatividade humana e visões de mundo ● De uma visão de mundo exclusiva para uma visão de mundo inclusiva ● Deliberação Capítulo 3: Este é o Monte dos Vôos Criativos: o quantum, o quantum, o quantum ● Transcendência e não-localidade do quantum ● Precisamos realmente da física quântica para compreender a criatividade humana? Diálogo imaginário com um não cientista Capítulo 4: O que é criatividade? Os detalhes ● O que é o novo? ● De um tijolo a um vestido vermelho: o contexto da criatividade ● O problema dos noves pontos ● Exemplos de criatividade fundamental: a Guernica de Picasso e o átomo de Bohr ● Exemplos de criatividade situacional ● Teria a criatividade um lado obscuro? ● Criatividade interior e exterior ● Os estágios do processo criativo Capítulo 5: Criatividade e condicionamento: o self quântico e o ego ● Autorreferência ● Condicionamento 682 ● O papel do quantum/criativo e clássico/self determinado na criatividade ● Um encontro com um solucionador de problemas Capítulo 6: O significado da mente ● A natureza química do pensamento ● Cognição e recognição ● Por que os objetos mentais da experiência são pessoais? Capítulo 7: De onde vêm as ideias criativas? ● Criatividade e matemática ● Verdade ● Beleza ● Os muitos esplendores do amor ● Ética, criatividade e os arquétipos de bondade e justiça Parte 2: O processo criativo Capítulo 8: Criatividade e salto quântico ● Descontinuidade na criatividade ● Descontinuidade na descoberta da gravidade por Newton ● Para entender a descontinuidade ● Experimentos com golfinhos ● O salto quântico Capítulo 9: A importância do processamento inconsciente ● A importância do processamento inconsciente ● Criatividade e o experimento da fenda dupla ● Processamento inconsciente e quantum: dados Capítulo 10: O combate e o encontro, agonia e êxtase: fazer-serfazer-ser-fazer ● Consciência quântica, self quântico e o ego ● O encontro no estágio de preparação: desestruturação ● Fazer-ser-fazer-ser-fazer: trabalho alternativo e relaxamento, esforço e entrega ● O insight ah-ha ● Um Big Bang ou muitos pequenos bangs? 683 ● O encontro na manifestação ● A dança de Shiva ● A criatividade quântica até agora Parte 3: Motivação Capítulo 11: Seria a criatividade uma questão de traços de personalidade? ● O significado da pesquisa de MacKinnon ● Pensamento divergente e pensamento convergente ● E quanto a genes e cérebros? ● Algumas observações concludentes sobre a teoria dos traços de personalidade Capítulo 12: Seria a motivação criativa um impulso do inconsciente? ● Acaso e sincronicidade em criatividade Capítulo 13: Criatividade, reencarnação e algumas qualidades mentais inatas que determinam nosso lugar no espectro da criatividade ● Capítulo 14: Sintonia com o universo criativo e seu propósito ● A natureza deliberativa da criatividade ● Descontinuidade, propósito, liberdade ● A evolução criativa do cosmos e o propósito cósmico ● Personalizar a natureza deliberativa do Universo: sensibilidade criativa e nuança ● Para transcender o conflito e a ambivalência Parte 4: Algumas esferas importantes da criatividade: pessoas, processos e o futuro Capítulo 15: Criatividade na ciência e mudança de paradigma ● O processo criativo na ciência ● Paradigmas e mudanças de paradigmas ● Estudo de caso: a história de Einstein e a relatividade 684 ● Diálogo com um jovem cientista Capítulo 16: Criatividade nas artes ● Insight criativo e processamento inconsciente ● Paradigmas e mudanças de paradigmas nas artes ● Originalidade nas artes ● A importância do processo ● Relato de caso: Guernica de Picasso ● Não são necessárias desculpas: diálogo com um artista Capítulo 17: É possível ser criativo nos negócios? ● Criatividade nos negócios e no mundo sutil ● Como iniciar um negócio criativo ● Ser em negócios ● O processo criativo nos negócios: do-be-do-be-do ● A alegria do fluxo ● Criatividade coletiva: brainstorming ● Para mudar as atuais práticas nos grandes negócios: economia espiritual ● A criatividade nos grandes negócios sob a economia espiritual ● Criatividade com amor: ecoamistosidade nos negócios Capítulo 18: Criatividade interior e desenvolvimento humano ● Descobertas de Piaget sobre o desenvolvimento da criança ● A criatividade interior nos adultos: desenvolvimento espiritual ● Criatividade interior no agir ● Criatividade interior nas relações ● Preparação: a partir do sexo e do comprometimento romântico ● Processamento inconsciente na exploração do amor ● Convidando a consciência quântica a resolver seus conflitos: o fazer-ser-fazer-ser-fazer do amor incondicional ● O despertar da inteligência supramental ● A transformação espiritual exige uma máquina de caos no cérebro? 685 Capítulo 19: Criatividade interior: autorealização ● Preparação inicial ● Trabalho alternado e incubação: vontade e renúncia ● O encontro na criatividade interior da autorealização ● Grande insight Capítulo 20: O que é iluminação? ● Savikalpa samadhi e nirvikalpa samadhi Parte 5: Para trazer criatividade ao centro de sua vida Capítulo 21: Jane e Krishna: um encontro criativo Capítulo 22: Pratique, pratique, pratique ● A prática pra o estabelecimento da intenção ● As práticas para a desaceleração: mente aberta, percepção-plena e sensibilidade ● A prática da concentração ● A prática do fazer-ser-fazer-ser-fazer ● A prática da imaginação e do sonho ● Trabalhar com arquétipos e construir circuitos cerebrais emocionais positivos ● Recordando o seu dharma Capítulo 23: Criatividade e ativismo quântico ● Polarização e integração 686 Uma breve introdução ao ativismo quântico Uma nova postura para um novo paradigma A física quântica, com base em seu famoso “efeito do observador” (o olhar do observador transforma possibilidades quânticas em experiências reais na consciência dele mesmo), está nos induzindo a uma mudança de paradigma científico: a passagem do primado da matéria para a primazia da consciência (para mais detalhes, leia meu livro O universo autoconsciente). O novo paradigma é abrangente. Trata-se de uma ciência da espiritualidade que inclui a materialidade. A ciência materialista não foi capaz de enfrentar os desafios das últimas cinco décadas. Nossas instituições sociais - capitalismo, democracia, educação liberal, sistemas de saúde e de cura -, historicamente enraizadas no idealismo, ou mesmo na espiritualidade, foram desfiguradas pelo materialismo, e suas raízes espirituais quase não podem ser reconhecidas. Hoje, vivemos inúmeros problemas de ordem social e cultural, em que se destacam o aquecimento global, o terrorismo e as constantes crises econômicas. Mas há outros dilemas não menos importantes. Um imenso abismo está se abrindo entre ricos e pobres, e a classe média está sendo comprimida. Nossa democracia se curva à influência sempre crescente da mídia e do dinheiro. A educação não inspira. Os custos de saúde crescem assustadoramente, e assim por diante. A origem de todos esses problemas está na ideia mecanicista de que há um conflito entre espírito e matéria. Mas a boa notícia é que essa aparente contradição vem se desfazendo com a consolidação do novo paradigma científico, abrangente e integrador, que, baseado na física quântica, redescobre a espiritualidade ao afirmar que é a consciência, e não a matéria, o substrato para tudo o que existe. 687 Num lampejo, então, pressenti o desafio. E foi assim que a ideia do livro e o movimento de que ele faz parte vieram-me à mente. Devemos aplicar os princípios e usar a orientação da física quântica para devolver a espiritualidade e a unidade ao nosso meio social, as nossas instituições sociais. Adotar essa nova perspectiva e levar essa mensagem à sociedade são tarefa do ativista. A física quântica nos provê de ideias transformadoras que podem nos modificar individualmente e restaurar nossas instituições sociais, devolvendo unidade àquilo que estava separado. Para identificar e fazer acontecer essa mudança, é importante lembrar que a física quântica é a física das possibilidades; que as nossas sensações, nossos sentimentos, ações e intuição são compartimentos da realidade mediados pela consciência e por meio dela manifestados (via colapso da onda de possibilidades quânticas). Portanto, o pensamento quântico nos restitui o livre-arbítrio para podermos concretizar algumas dessas possibilidades. Essas escolhas livres estão nos libertando descontinuamente de hábitos passados. Elas provêm de uma interrelação cósmica que chamamos de não localidade quântica - a capacidade de comunicação sem sinais (detidamente explicada em outros livros de minha autoria, como O universo autoconsciente, A física da alma e Criatividade quântica). E a ideia central do ativismo quântico é justamente a de que, imbuídos desse espírito, possamos transformar o mundo e a nós mesmos. É fato que estamos vivendo um novo estágio de evolução da consciência, o que nos permitirá aumentar a nossa capacidade de processar novos significados e novos valores. Para isso, temos de despertar o potencial criativo dormente em cada um de nós. Uma criatividade que pode ser conquistada por qualquer pessoa. Uma transformação que afeta diretamente o modo como agimos, abrindo caminho para ações que gerem benefícios a ser compartilhados por todos. 688 Em 2009 as cineastas Ri Stewart e Renee Slade realizaram um documentário chamado O Ativista Quântico, que proporciona uma visão geral das ideias básicas desse movimento. O livro do mesmo nome, por sua vez, é a explicação dessas ideias de forma mais prática, criando um manifesto para mudanças pessoais e sociais. De diversas maneiras, trata-se de uma certificação do poder decisório dos indivíduos, do pensamento íntegro e da vivência reta, preparando-nos para implementar soluções para muitos problemas “impossíveis” que o materialismo nos legou. No livro, também discuto essas soluções mais a fundo: a economia espiritual, que lida com nosso bem-estar holístico, e não apenas com nossas necessidades de consumo material; a democracia, que usa o poder para servir ao significado, em vez de usá-lo para dominar os outros; a educação, que nos liberta do jugo do conhecido; a religião, que integra e une; e novas e econômicas práticas de saúde, que restauram nossa integridade. Incluo também as cartas abertas escritas por mim ao presidente Barack Obama, apresentando ao estadista norte-americano sugestões para ajudar a resolver os grandes problemas atuais, segundo os princípios do ativismo quântico. O documentário O ativista quântico levou a ideia do ativismo quântico para o primeiro plano da atenção pública. O livro aprofunda seus conceitos e comprova sua aplicação prática em nosso dia a dia. Já esta edição compacta consiste em uma apresentação as ideias básicas do movimento, um convite a sua iniciação. Espero que ela lhe inspire a assistir ao filme e a ler o livro. Bem-vindo ao mundo do ativista quântico. As evidências científicas da espiritualidade A ciência descobriu a espiritualidade. Hoje, há uma teoria científica logicamente consistente sobre Deus e a espiritualidade com base na física quântica e no primado da consciência. E temos dados experimentais replicados apoiando essa teoria. Noutras 689 palavras, embora a mídia ainda não alardeie isso, há agora uma ciência viável da espiritualidade prenunciando uma mudança de paradigma, a superação da atual visão de mundo que estimula exclusivamente a materialidade. Você pode chamar a nova ciência de ciência de Deus, mas não precisa fazê-lo. Na nova ciência, não existe Deus como um imperador todo-poderoso, fazendo julgamentos a torto e a direito; existe uma inteligência pervasiva que também é o agente criativo da consciência, e que você pode chamar de Deus, se quiser. Mas esse Deus é objetivo, é científico. E o que devemos fazer a respeito disso? O que podemos fazer para devolver Deus – na verdade, nossa própria fonte superior de causação – e a espiritualidade a nossas vidas e à sociedade? A resposta que apresento é o ativismo quântico, um movimento renovador com tríplice propósito. Primeiro, recorremos ao ativismo a fim de chamar a atenção da mídia para o pensamento quântico e o primado da consciência; isso vai gerar apoio a novas pesquisas e conferir peso e reconhecimento ao novo paradigma em detrimento da ciência mecanicista tradicional. Segundo, usamos o poder transformador da física quântica para nos transformar individualmente e nos tornar exemplos e arautos da mudança social. Terceiro, reconhecemos que a atual estrutura social, dominada pelo materialismo, não favorece a iniciativa das pessoas comuns que desejam ter uma vida significativa, criativa e transformadora. Assim, defendemos o ativismo como instrumento de mudança de nossas instituições sociais de maneira a permitir que todos possam realizar seu potencial humano e alcançar a felicidade, o que só é possível por meio de metas criativas e espirituais. 690 ● Deus, causação descendente e livre-arbítrio Há alguns anos, estava realizando uma palestra no Brasil sobre o recém-surgido paradigma da ciência baseado na física quântica. Um participante me desafiou: - Já ouvi falar muito sobre novas interpretações que integram ciência e espiritualidade. Mas isso não é só teoria? Quando é que vocês vão nos apresentar comprovações ou dados? Por um instante, fiquei abalado, mas depois respondi: - Na verdade, fizemos nosso trabalho. As evidências científicas da espiritualidade, incluindo dados experimentais, estão aqui. Mas eu pergunto: o que estamos fazendo com elas? A pergunta deu margem a muitos questionamentos, alguns dos quais descrevo a seguir. Se a espiritualidade foi restabelecida pela ciência em nossa vida, então devemos observá-la. Minha formação religiosa diz que devemos ser virtuosos. Eu gostaria de me tornar um ser humano mais amoroso, sincero, justo e solidário. A nova ciência pode me ajudar? Quando penso na espiritualidade, penso em Deus, e tenho dúvidas sobre Ele. Essas dúvidas fizeram com que eu me voltasse para objetivos materiais, que não me deixaram mais feliz. Eu gostaria de resgatar a espiritualidade em minha vida. O que tem a dizer a nova ciência? Se a espiritualidade é real, isso significa ter de abdicar de metas materiais em seu benefício? E se eu quiser explorar meu potencial criativo? Desisti de Deus, pois não entendo como um Deus bom permite que aconteçam tantas coisas ruins. Não consigo aceitar a divisão entre bem e mal do cristianismo popular. A nova ciência pode me ajudar nessa questão? Gostaria de trabalhar em soluções para nossos problemas sociais. Isso é espiritual? 691 Hoje, há muita gente confusa em relação à ética, ao valor da religião e da espiritualidade, e mesmo sobre o livre-arbítrio e a criatividade na busca do potencial humano; isso é resultado das afirmações categóricas e desmedidas da ciência convencional em prol do materialismo científico - todas as coisas (objetos materiais, pensamentos e ideias como espiritualidade e Deus) podem ser reduzidas a partículas elementares de matéria e suas interações. O cristianismo popular deveria oferecer respostas a tais disposições, mas suas concepções simplistas não nos ajudam a lidar com essas afirmações. Assim, a ideia de que Deus é uma ilusão e que seria melhor esquecê-lo foi ganhando terreno. Mas o Deus que os cientistas tradicionais denigrem é justamente aquele da crença popular simplista: um Deus onipotente que, de seu trono celeste, julga as pessoas e as envia para o céu ou para o inferno; um Deus que criou o mundo e todas as espécies vivas de uma só vez, há seis mil anos; um Deus que permite que coisas ruins aconteçam a pessoas boas; um Deus que se supõe perfeito e que, no entanto, tem imagens imperfeitas - ou seja, nós. Pois bem, precisamos ser claros. Que natureza de Deus a física quântica e o pensamento do primado da consciência estão postulando? O Deus da nova ciência é compatível com o Deus de que falam as grandes tradições religiosas? Discuti essas questões num livro recente, Deus não está morto, e apresento um rápido resumo de seus pontos básicos. Na ciência materialista, existe apenas uma fonte de causação: as interações materiais. Damos a elas o nome de causação ascendente, pois a causa sobe desde o nível básico das partículas elementares até os átomos, as moléculas e a matéria densa que inclui as células vivas e o cérebro. Tudo bem, só que, segundo a física quântica, os objetos são ondas de possibilidade, e tudo que as interações materiais conseguem fazer é transformar possibilidade em possibilidade, mas nunca em realidades que experimentamos. Como o dualismo, este também é um paradoxo. 692 Para transformar possibilidade em realidade, é necessária uma nova fonte de causação, e vamos chamá-la de causação descendente. Quando percebemos que a consciência é a base de toda a existência e que objetos materiais são possibilidades da consciência, então também percebemos a natureza da causação descendente: ela consiste na escolha de uma das facetas do objeto multifacetado da onda de possibilidades, que então se manifesta como uma realidade. Como a consciência está escolhendo uma de suas próprias possibilidades, e não algo separado, não existe dualismo. A física quântica pode ter um caráter preditivo e determinista para um grande número de coisas; contudo, para eventos isolados e/ou objetos individuais, existe espaço para a liberdade de escolha e para a criatividade. Por que não podemos usar nossa liberdade de escolha para criar nossa própria realidade e fazer com que só aconteçam coisas boas? Essa é uma boa pergunta. E como é possível não estarmos conscientes de que estamos fazendo escolhas da maneira como sugeri? Esta é a resposta crucial. O estado de consciência a partir do qual fazemos escolhas é um estado mais sutil, extraordinário, de uma consciência interconectada na qual somos todos um, uma consciência quântica “superior". Por isso, é apropriado chamar de descendente a causação dela proveniente, e de Deus a sua fonte. Veja, a unidade interconectada da consciência é aquela em que as conexões se dão sem sinal; o nome técnico para essas conexões sem sinal é não localidade quântica. Como você deve saber, na teoria da relatividade de Einstein todas as interações no espaço e no tempo devem ocorrer por meio de sinais. Assim, para usar as palavras do físico Henry Stapp, a causação descendente não local deve ocorrer “fora” do espaço e do tempo, embora seja capaz de produzir um efeito - a realidade - no espaço e no tempo. Se você percebeu paralelos entre essa ideia e a evocação que costuma ser feita em discussões espirituais de alto nível – “Deus é tanto transcendente ao mundo como imanente a ele” -, isso é bom. Antes do advento da física quântica, era desse modo que os mestres 693 espirituais tentavam mostrar que a relação entre Deus e o mundo não é dualista. E quando as pessoas leigas se queixavam da obscuridade dessa afirmação, eles diziam que Deus é inefável, o que só aumentava a dificuldade de compreensão. Na nova ciência, a relação entre Deus-consciência e a consciência comum egoica é clara: na segunda, conexões e comunicações devem usar sinais; na primeira, a comunicação sem sinal é a norma. A existência de comunicações não locais entre pessoas foi confirmada e replicada em milhares de experimentos. Como as interações materiais nunca podem simular a não localidade, essa prova experimental da existência de Deus, visto como uma consciência superior, uma interconexão não local de todas as coisas, é definitiva. Temos livre-arbítrio? Se somos capazes de acessar nossa consciência superior e fazer escolhas a partir dela, pode apostar que sim; temos a total liberdade de escolha dentre as possibilidades quânticas apresentadas em qualquer ocasião. Dispomos de livrearbítrio para escolher o mundo, bem como Deus e a natureza divina, a criatividade e a transformação espiritual. A física quântica é a física das possibilidades, e sua mensagem incontroversa é que temos potencialmente a liberdade de escolher, dentre essas possibilidades, resultados que podem ser vivenciados. Ativismo quântico Com certeza, o novo paradigma quântico fortalece e incentiva algumas pessoas que precisam fazer mudanças pessoais, buscando a iluminação espiritual ou a salvação de que falam as tradições. Mas são poucos aqueles que ouvem os clarins da transformação espiritual E os demais? E aqueles que preferem formas mundanas de significado para resolver problemas mundanos? 694 A verdade e que temos realizado atos individuais de transformação espiritual em pequena escala há milênios, mas isso não tem ajudado muito nossas sociedades. Isso pode ter sido interessante no passado, quando estávamos desconectados localmente. Nos últimos tempos, porém, o aumento no número de conexões locais entre nós foi exponencial. Hoje, problemas locais tornam-se universais com velocidade espantosa. A solução de problemas globais exige nada menos do que criatividade e transformação globais. Como produzir uma mudança transformadora em escala global? É preciso um novo tipo de espiritualidade. É disto que trata o ativismo quântico. Além disso, o modo como as pessoas ganham a vida hoje impede a maioria delas de se ocupar com questões como significado e transformação. Se você trabalha numa linha de montagem e não faz nada que agregue significado a sua vida enquanto labora, depois do expediente só vai querer se divertir, para manter-se em seu estilo de vida condicionado, previsível e controlável. Precisamos mudar nossos sistemas sociais a fim de dar às pessoas a oportunidade da transformação. ● Problemas sociais em escala global Dois problemas e a tentativa de solucioná-los me ajudaram a escrever O ativista quântico. O primeiro já foi mencionado: com base nas evidências científicas da criatividade e da espiritualidade, como podemos restaurar Deus em nossas vidas e no mundo? O segundo problema, ou melhor, conjunto de problemas, é ainda mais urgente. O meio ambiente está ameaçado pelo aquecimento global. O terrorismo, as guerras e a violência generalizada deterioram as relações humanas e entre os povos. Vivemos crises econômicas em escala global com frequência cada vez maior. Estes são três dos maiores desafios do nosso tempo, porém há outros não menos importantes, a seguir mencionados. 695 O capitalismo, idealizado para dar oportunidades a todos, hoje reproduz a mesma lacuna entre ricos e pobres que víamos na época feudal. O que deu errado em nosso modelo econômico? A democracia, surgida da ideia de um governo “do povo, pelo povo e para o povo”, se deixou cercar pela mídia e pelo dinheiro, de maneira que o poder se concentrou novamente nas mãos de poucos e está sendo usado para a dominação. A educação liberal, idealizada para estimular o uso da mente com o propósito de processar novos significados, hoje é um processo formal e voltado para o mercado: prepara-nos mais para preencher empregos que outros criaram para nós e menos para explorarmos/desenvolvermos os significados que vislumbrávamos para nossas vidas. E não é tudo. Os custos cada vez maiores com a saúde constituem outro problema para o qual não há uma cura a vista. As religiões estão abandonando sua missão de estudo e disseminação dos valores espirituais e tornando-se mais e mais parecidas com as instituições mundanas, que procuram meios para dominar os demais. Que outro motivo as religiões teriam para se interessar tanto por política? E por último, mas não menos importante, mesmo diante do nascente paradigma, o establishment científico parece pouco interessado em revisar sua visão de mundo, e menos ainda em mudar sua postura baseada no materialismo científico; Deus e, na verdade, todos os nossos fenômenos interiores são epifenômenos, secundários a matéria. Encaremos os fatos. A criatividade individual e a transformação de um punhado de pessoas não causam qualquer abalo na disposição da mente global para iniciar mudanças que levarão as soluções para esses problemas. É preciso um novo tipo de ativismo - o ativismo quântico -, no qual o foco está tanto nas mudanças individuais como nas mudanças coletivas necessárias para transformar. E, para dar impulso à criatividade e a transformação em grande escala, 696 devemos mudar os sistemas sociais, tornando-os mais abertos a possibilidade de modificações significativas. ● Um novo tipo de ativismo É justo admitir haver ativistas buscando soluções para o planeta. Se ocorrerem guerras injustas, há pacifistas protestando contra elas. Se presenciarmos a perigosa destruição de nosso meio ambiente, também há ecologistas lutando por sua preservação. Se a ciência materialista e a tecnologia ameaçam as religiões, temos ativistas defendendo antigos costumes religiosos para preservar seus valores. Então, qual a importância de introduzir outro tipo de ativismo? Afirmo que o ativismo praticado atualmente não atinge resultados efetivos por ter dois defeitos. Primeiro, uma notável falta de sincronia em sua abordagem falta de sincronia entre aquilo que os ativistas pensam e falam e o modo como realmente vivem e agem. Em outras palavras, os ativistas não têm autoridade moral. Por exemplo, vemos pacifistas que lutam por sua causa, mas não tem paz interior - seus protestos só polarizam, não unem as pessoas na paz. Acompanhamos ambientalistas perdidos em atividades consumistas e materiais que, muitas vezes, acabam destruindo o próprio ambiente por eles defendido. E temos ativistas religiosos recorrendo a uma das atividades mais antirreligiosas que podem existir: a violência na forma do terrorismo. Segundo: os ativistas de hoje não tem novos paradigmas a oferecer, não dispõem de novos modelos interpretativos para a solução de conflitos, para a diminuição de diferenças ou para demonstrar por que a arte, as humanidades e a espiritualidade são importantes. Na ausência de novos paradigmas organizadores, não surge nenhuma solução de longo prazo para os problemas que enfrentamos. Mesmo assim, quem pode duvidar da importância atual do ativismo? 697 Precisamos de mudanças sociais, precisamos de ativistas que produzam mudanças sociais quanto a isso, não há dúvida. Nos Estados Unidos, chegamos a eleger presidente um ex-organizador de comunidades carentes, pensando em mudanças. O establishment não vai mudar por iniciativa própria, pois nunca o fez. Com efeito, apenas agirá para perpetuar seus antigos métodos, realizando, na melhor das hipóteses, somente mudanças triviais. A falta de sincronia entre aquilo em que acreditamos e o modo como vivemos deve-se a incongruência de nosso sistema de crenças. Queremos ser ativistas porque acreditamos num mundo ideal, no qual prevaleçam a justiça, a paz e o amor. São conceitos idealistas que, no Ocidente, tiveram origem no pensamento platônico, e, no Oriente, nos Upanishads, no taoismo e na Cabala fazem parte de uma filosofia chamada idealismo monista - a consciência e suas ideias vêm primeiro, a consciência é a base holística de toda a existência; tudo o mais, como manifestações materiais, é secundário. Em outras palavras, a integridade é primária, enquanto a fragmentação material do mundo manifestado é secundária. Nós temos nos esquecido de vivenciar essa natureza holística fundamental de nossa existência; hoje, nossos ativistas, não muito diferentes dos arautos do bem contra o mal, perpetuam a separação que cria os problemas que desejamos resolver. Supostamente, “combatemos” os criadores de problemas, negatividade com negatividade. E mais: a linguagem que usamos para descrever nosso conflito é separatista. Já perdemos a integridade que desejamos atingir. A principal razão para nossa amnésia coletiva é a ciência moderna (pré-quântica), baseada no materialismo científico, a ideia de que a matéria - consistente em objetos separados e independentes - é a base de toda a existência, e que tudo o mais, inclusive a consciência, é secundário. O sucesso dessa concepção materialista de ciência ao explicar os fenômenos naturais e, em 698 especial, o sucesso de um fruto dessa ciência - a tecnologia, na melhoria de nossas condições de vida - são tão grandes, tão generalizados, que toda a nossa cultura tem sido influenciada, aberta ou veladamente, pela metafísica materialista subjacente a ela. E os ativistas nascidos e criados nessa cultura materialista universal não conseguem deixar de alimentar conceitos metafísicos conflitantes, que geram a falta de sincronia entre seu pensamento, seu discurso e suas ações. Ao preparar um artigo sobre Gandhi, um repórter ficou impressionado com o fato de o líder indiano dirigir-se a grandes multidões sem recorrer a uma única anotação. Quando perguntou a Sra. Gandhi como ele fazia isso, ela respondeu: “Bem, nós, pessoas comuns, pensamos uma coisa, dizemos outra e fazemos uma terceira; mas, para Gandhi, são toda a mesma coisa”. Não podemos nos tornar Gandhi da noite para o dia, mas podemos adaptar uma prática visando a essa meta. É disso que trata O ativismo quântico. A (re)descoberta Cientifica de Deus e a elucidação do que é Deus fazem parte da mudança de paradigma que está em curso na ciência: a passagem de um conhecimento fundamentado na matéria para um saber cujo elemento essencial é a consciência; a transição de uma metafísica materialista para outra idealista. O novo paradigma científico se apoia em duas premissas metafísicas. Uma delas consiste em postular que a consciência é a base de toda a existência. Esta concepção é muito antiga, a base do idealismo monista, já mencionado, ou da filosofia perene. Mas nossa segunda premissa é que torna de fato científico esse novo paradigma: a física quântica é a lei do movimento dinâmico das possibilidades, dentre as quais a consciência manifesta os mundos de nossas experiências externas e internas. E é esse princípio que nos desperta para um novo estilo de vida integral, e que pode nos levar a instituir mudanças individuais e sociais. Um dos objetivos declarados do ativismo quântico é justamente alcançar esse modo de vida integral, traduzido na congruência entre pensamento, vida e experiência. 699 Assim, podemos afirmar que poder do ativismo quântico provém do uso dos aspectos transformadores da física quântica, tanto para a exploração interior (o self) como para a exterior (a sociedade). ●Incluindo a totalidade da experiência humana em nossa ciência Quando discutimos objetos e eventos singulares, precisamos enfrentar o problema da medição, também chamado de “efeito do observador”: de que modo nossa medição ou observação altera a ou causa o “colapso” da - possibilidade e a transforma em realidade. Como já mencionei, a solução do problema da medição é pensar no colapso como o resultado da escolha feita por uma consciência não local. E Deus não joga dados. Temos o determinismo estatístico para muitos objetos e muitos eventos, assegurando uma ciência preditiva das coisas inanimadas. Mas também temos a liberdade de escolha, o livre-arbítrio, para atos individuais de seres biológicos, sempre que isto for capaz de funcionar por meio da consciência não local. Neste caso, também, a memória adquirida de reações prévias a estímulos produz um comportamento previsível e condicionado do estado comum da consciência ao qual damos o nome de ego, o domínio do comportamento previsível na psicologia (tal como expliquei em O universo autoconsciente). Nosso desafio é nos erguermos acima do ego para chegar à consciência superior, com acesso à criatividade e à transformação. Para incluir o ser humano como um todo em nossa ciência, precisamos validar nossas experiências interiores; e simplesmente chamá-las de epifenômenos da matéria não ajuda. Como codificou o psicólogo Carl Jung, além de sentir o externo, há outros aspectos internos discerníveis de nossa experiência consciente, consistentes em pensamento, sentimento e intuição. Desses três elementos, dois não são computáveis, o sentimento e a intuição, e por isso não podemos sequer processá-los. 700 O que sentimos? Sentimos movimentos semelhantes a energias, que instrumentos materiais não podem medir. Na China, chamam esses movimentos de chi; na Índia, de prana; no Ocidente, são chamados de energia vital. Essas culturas antigas, por exemplo, criaram todo um sistema medicinal baseado no conceito de energia vital, como a acupuntura e a terapêutica ayurvédica, que não pode ser reduzido a uma medicina alopática tradicional. O que intuímos? Esta é a mais sutil de nossas experiências sutis, e por isso as opiniões variam um pouco. Mas uma longa lista de tradições e filosofias aponta que as coisas que intuímos podem ser imaginadas como arquétipos, contextos de alguns dos conceitos que mais prezamos. Para citar os principais exemplos, temos a verdade, a beleza, a justiça, o amor e a bondade. Naturalmente, não podemos computar o pensamento intuitivo. Mesmo no caso de pensamentos mentais, os computadores podem processar seu conteúdo, mas não seu significado. Obviamente, portanto, sentimento, intuição e pensamento não podem ser reduzidos a fenômenos secundários da matéria. O pensamento correto exige que, nessas experiências de pensamento, sentimento e intuição, estejamos causando o colapso de possibilidades quânticas de três mundos não materiais distintos, cada um correspondendo a cada uma dessas experiências. Como o mundo físico, todos esses múltiplos mundos de possibilidade são mundos dentro da consciência. O mundo da consciência é um multiverso! Desse modo, a classificação das possibilidades quânticas da consciência em quatro compartimentos, quatro mundos diferentes físico (dos sentidos), vital (dos sentimentos), mental (dos pensamentos) e supra-mental (das intuições) -, decorre da estrutura conceitual da física quântica e de nossa experiência direta. Como esses compartimentos distintos da realidade interagem sem o paradoxo do dualismo? A consciência medeia sua interação quando, simultânea e não localmente, causa o colapso de possibilidades nos diversos compartimentos para sua experiência. 701 Tomemos como exemplo uma situação bem conhecida. Você vê uma pessoa atraente do sexo oposto. Há a sensação de um corpo físico manifestado. Há um sentimento associado a um ponto na região do corpo próxima a seu coração, que os orientais chamam de chacra cardíaco. Há um pensamento em sua mente: “Puxa, seria bom conhecer essa pessoa”. E pode até haver uma intuição supramental, mapeada num pensamento: “Estou apaixonado”. Nota-se aqui, claramente, a consciência mediando a interação de seus diversos compartimentos para que possam se manifestar de uma só vez. ● Recriar um mundo de soluções A beleza do novo paradigma é que a causação ascendente, de cunho materialista, e a causação descendente, que insere Deus no cenário, juntas, posicionam-se para nos proporcionar a realidade manifestada. Materialidade e espiritualidade se integram. E por isso que acredito que um ativismo fundado na nova ciência de base quântica será bem-sucedido, enquanto outros movimentos ativistas falharam por estar fundados na separação. Você precisa perceber o único aspecto comum a cada um dos problemas catastróficos que mencionei anteriormente: o conflito. O terrorismo atual tem raízes no conflito entre materialismo e religião. E não diz respeito apenas aos fundamentalistas islâmicos do Oriente Médio em luta contra o império materialista do “Grande Satã”, os Estados Unidos, mas também aos cristãos fundamentalistas que atuam dentro desse mesmo país. Problemas econômicos e ecológicos devem-se indiretamente ao conflito entre interesses individuais e coletivos, entre valores do ego (como egoísmo e competitividade excessiva) e valores do ser (como cooperação, filosofia win-win, intuição, criatividade, sentimento, felicidade). Em última análise, essas causas também podem ser decorrentes do conflito entre materialismo e espiritualidade. Examinando de perto, a principal razão para que os 702 custos com saúde cresçam é nosso medo da morte e a ignorância acerca do que constitui a vida, a saúde e a sabedoria - novamente, materialidade e espiritualidade. O declínio do significado, da ética e dos valores em nossas religiões, famílias, sociedades e escolas devese claramente ao conflito entre exterior e interior. A educação liberal está dividida entre valores materiais e valores humanísticos e espirituais. Entrar no mundo das soluções verdadeiras é resolver o conflito entre materialidade e espiritualidade, entre exterior e interior. E é este o poder da nova ciência. Ela integra. Na primeira vez em que percebi as coisas dessa forma, as soluções desfilaram diante do olho da mente: a ciência dentro da consciência, integrando materialidade e espiritualidade, imanência e transcendência, exterior e interior; a economia espiritual, que lida tanto com as necessidades externas e materiais quanto com as necessidades internas e sutis; empresas profundamente ecológicas, ambientalmente sustentáveis, que se dedicam tanto ao modo exterior quanto ao interior de produção e de consumo; uma democracia a serviço do significado; uma educação liberal que nos prepara não só para o mercado de trabalho como para a exploração do significado da vida; uma saúde integradora, que valoriza tanto a medicina alopática materialista quanto a medicina alternativa sutil; e religiões abertas que ensinam a universalidade dos valores e a vivem segundo esses preceitos num espírito pós-secular. Todas essas soluções, como você irá perceber, tem mais uma característica comum: elas aumentam o acesso das pessoas à exploração de significados e valores. Mas como adotar essas soluções em nossa sociedade? Enquanto pensava nessa questão, recorreu-me um velho sonho, no qual havia apenas figuras abstratas. Elas estavam dançando, brincando, divertindo-se muito. Uma voz ao fundo disse: “São os anjos do fazer”. Então, a cena mudou. Apareceram outras figuras abstratas, e estas também pareciam felizes, mas eram diferentes, estavam apenas sentadas em silêncio. A voz disse: “São os anjos do ser”. E a cena mudou novamente, os anjos do fazer 703 voltaram. E assim por diante. Os anjos do fazer e os anjos do ser surgiam e desapareciam, alternadamente. Quando acordei, compreendi o mistério fundamental da criatividade e da transformação. E a alternância entre fazer e ser. Do-be-do-be-do. * Combinar as forças do fazer e do ser. * O autor faz um jogo de palavras, lembrando uma frase cantarolada por Frank Sinatra em algumas canções, como Strangers in the Night, e que remete aos verbos to do (fazer) e to be (ser). [N. do T.] ● Levar as lições da física quântica à criatividade Materialistas e racionalistas veem a criatividade como um processo racional de tentativa e erro, consistente apenas no fazer. Focalize um problema, engendre uma teoria, descubra consequências comprováveis dessa teoria, faça um experimento. Se funcionar, “bingo!”, você tem uma solução. Se os dados experimentais não se ajustarem a previsão inicial, volte à prancheta e idealize outra teoria experimental. Tudo fazer-fazer-fazer. Em contraste, as religiões e tradições espirituais do mundo enfatizam o ser, ser-ser-ser. O mundo do fazer é considerado ilusório e, por isso, é ignorado. A física quântica nos ajuda a integrar essas duas dimensões. Lembre-se, a física quântica é a física das possibilidades; as possibilidades proliferam quando ficamos sentados em silêncio no modo “ser”, sem fazer nada. De vez em quando, escolhemos uma dentre as possibilidades que precipitam uma ação, no modo “fazer”. Vamos alternando entre o modo “ser” e o modo "fazer" ate chegarmos descontinuamente a nossa percepção: a solução. Podemos, assim, processar inúmeras possibilidades ao mesmo tempo no modo “ser”, e nossas chances de encontrar a solução serão muito superiores àquelas do método no qual exploramos uma tentativa de cada vez. E os pesquisadores da criatividade nos dizem que essa é, de fato, a maneira pela qual o 704 processo de inventividade funciona em pessoas criativas (para maiores detalhes sobre o tema, consulte Criatividade quântica). Produzimos os problemas do nosso mundo e temos de recriar o mundo das soluções. Para tanto, a criatividade quântica é nossa principal ferramenta. Mas de modo algum isso é tudo que o ativismo quântico tem a oferecer. O ativismo convencional separa “nós” (Os corretos) “deles” (os malfeitores). A física quântica diz que tudo é movimento da consciência; nós somos o mundo. Não existe isso de nós contra eles. Só o movimento na direção da consciência ou afastando-se dela, e nem sempre é fácil perceber a diferença. De uma coisa podemos ter certeza: quando a consciência é não local, ela é abrangente. Quando praticamos a inclusão na solução de conflitos, almejamos tocar a consciência não local. No ativismo convencional, tentamos mudar o sistema e, ao mesmo tempo, queremos nos manter inalterados - nós, os sujeitos, continuamos hierarquicamente superiores a um mundo-objeto -, uma hierarquia simples. Não nos damos conta de que fazemos parte do sistema, de que o sistema já corrompeu nosso modo de pensar. Será possível permitir que nosso ativismo nos mude enquanto mudamos o sistema? Este é um relacionamento hierárquico entrelaçado (ou emaranhado) com o processo de mudança: nós nos recriamos quando recriamos o mundo. Por isso, o ativismo quântico; por isso, este manifesto quântico pela mudança pessoal e social. Usamos os aspectos transformadores da física quântica - causação descendente, criatividade quântica, não-localidade e hierarquia entrelaçada no relacionamento entre sujeito e objeto - para mudarmos a nós mesmos e a sociedade. ● Como saber se a nova ciência é científica? Antes que você se entusiasme com esses argumentos, deve estar pensando: até agora, tudo o que li ainda é teórico. Onde estão os dados? 705 Para recapitular, o novo paradigma baseado na consciência quântica ou em Deus fundamenta-se em uma premissa ontológica impossível de ser comprovada: a consciência é a base da existência. Não podemos demonstrá-la porque a ciência nunca nos permite comprovar sua premissa ontológica mais básica. Mas nossa próxima premissa - a de que a física quântica é a lei obedecida pelas possibilidades da consciência - é de fácil comprovação cientifica. A causação descendente e a classificação das possibilidades da consciência em quatro compartimentos decorrem da estrutura conceitual da física quântica e de nossa experiência direta. Certa vez, perguntaram a Bertrand Russell, ateu declarado, o que ele diria se, após a morte, descobrisse que Deus existe. E Russell respondeu que perguntaria a Deus: “Por que você não nos mostrou os dados, Senhor?”. Muito bem, Bertrand, Deus mostrou-nos os dados! Comprovamos Deus, a causação descendente e a existência de corpos sutis de forma bem adequada. Verifico a causação descendente em uma imensa variedade de dados. Há evidências definitivas sobre visão remota e potencial transferido. As qualidades sentidas da percepção (chamadas qualia), os insights “ah-ha!” da criatividade, as lacunas fósseis nos dados da evolução biológica e os diversos casos de cura espontânea são exemplos categóricos de causação descendente. Se tentarmos explicar qualquer desses dados com modelos materiais da realidade, teremos paradoxos de lógica. As evidências dos corpos sutis são abundantes em fenômenos como doenças psicossomáticas, sonhos, telepatia mental, experiências de quase morte e reencarnação, cura pela medicina alternativa (ayurveda, acupuntura e homeopatia), altruísmo e espiritualidade (para uma lista abrangente de todas essas comprovações, consulte Deus não está morto). Em suma, temos procurado pela realidade, e ela consiste na consciência, tanto em seu estado manifestado como no não manifestado (chamado potentia na física quântica e inconsciente 706 pelos psicólogos). Ficou entusiasmado? E o que você pretende fazer a respeito? A ciência materialista não tem valores e não incorpora o significado como uma entidade viável. Logo, no materialismo não há escopo para o ativismo. Coisas que acontecem conosco e em nosso mundo são epifenômenos sem significado e sem valor para a dança da matéria. Podemos atribuir falsos significados e valores as coisas para tomar nossas sociedades toleráveis (como na filosofia existencialista), mas essa falta de autenticidade está destinada a criar ambiguidades nas interpretações desses atributos e fragilizálas. Mas, se a consciência é primária, significado e valor são reais e devem ser o foco de nossas vidas. No entanto, o novo paradigma ainda não substituiu o antigo - longe disso. Assim, o ativismo tornase um instrumento de mudança das bases sobre as quais construímos nosso conhecimento científico, uma alternativa prática para restaurar o significado e o valor em nossa vida e em nossos sistemas sociais. ● Ativismo quântico e evolução Graças ao senso comum, hoje a maior parte das pessoas educadas acredita que evolução biológica é sinônimo de darwinismo. O fato é que os dados fósseis proporcionam fortes evidências para a evolução, mas contradizem a tese de Darwin quando confrontados as famosas lacunas fósseis e a outras anomalias. A verdade é que a evolução darwiniana é continua, mas as lacunas fósseis são provas de ocasionais descontinuidades na evolução. Em trabalho anterior, Evolução criativa das espécies, demonstrei que tais lacunas são evidências da causação descendente pela consciência, consistente na criatividade biológica. 707 Na nova ciência, a evolução deve ser vista como a manifestação progressiva das possibilidades da consciência. Nessa óptica, o mundo físico é como o hardware de um computador - faz representações dos outros três mundos sutis. Com o tempo, as representações vão melhorando. Evolução é o processo de desenvolvimento dessa capacidade da matéria: fazer representações. A primeira fase da evolução biológica está completa, e consiste em fazer representações cada vez melhores das possibilidades dos movimentos vitais da consciência que, por sua vez, representam mais e mais possibilidades desses mesmos movimentos vitais, que representam funções biológicas na forma de órgãos cada vez melhores. A segunda fase começa com a evolução do sofisticadíssimo órgão do neocórtex do cérebro, no qual o significado mental pode ser representado. A terceira fase da evolução consiste em desenvolver a capacidade de representar os arquétipos supramentais diretamente no plano físico, mas isso está em nosso futuro evolucionário de longo prazo. E o que está nos detendo? O fato de ainda não conseguimos integrar pensamento racional e sentimento. O que nos impede? Os circuitos cerebrais instintivos de emoções negativas com os quais nascemos. Perceba que as representações feitas pela mediação do pensamento e do sentimento não constituem a realidade, e são sempre imperfeitas. Por isso, precisamos evoluir, chegar à terceira fase para que nossa capacidade de fazer representações possa florescer plenamente. As tradições espirituais veem a jornada de transformação como, uma jornada espiritual - uma caminhada rumo ao espírito, ao não manifestado, deixando para trás as necessidades do mundo manifestado. Você não pode mudar o mundo sem mudar a si próprio. Primeiro, evolua observando o seu interior; o mundo exterior cuidará de si mesmo. 708 Essa visão, no entanto, é incompleta. A jornada transformadora da pessoa moderna, do ativista quântico, é diferente. Somos o mundo em nosso interior e exterior. Sim, precisamos transformar o interior; mas também precisamos prestar atenção à evolução que envolve o exterior. Desse modo, interior e exterior necessitam ser integrados. Esta é a tarefa do ativismo quântico. A ciência dentro da consciência nos diz que o mundo manifestado foi idealizado para representar cada vez melhor as possibilidades do não manifestado à medida que o tempo passa, graças à evolução. A transformação é importante, em primeiro lugar, para atender ao jogo evolucionário da consciência, e só secundariamente como salvação pessoal em espírito. O objetivo supremo é atingir a unidade enquanto estamos no meio da separação manifestada. A causação descendente, como mencionado antes, envolve escolhas dentre as possibilidades quânticas. Mas há sutilezas. Fazemos escolhas o tempo todo. Qual o seu sabor de sorvete preferido: chocolate ou creme? Ficamos tão apegados a nossa preferência que, se escolhemos o sorvete de creme em vez do de chocolate, do qual gostamos mais, achamos que fizemos uma grande descoberta criativa. Este é o tipo de escolha que os economistas do consumo exploram em nós. É um exemplo de causação descendente, sim, mas não há nele a liberdade plena do movimento quântico; qualquer que seja nossa escolha, nossa liberdade de opção estará comprometida pelo condicionamento passado. E quando estamos condicionados, não vemos mais as possibilidades como tal. O colapso consciente com verdadeira liberdade de escolha é descontínuo, não local e hierarquicamente entrelaçado. Este último item requer uma explicação um pouco mais detalhada. A hierarquia simples você conhece: quando alguém é o manda-chuva e tem um subordinado, o primeiro é o nível causal de uma hierarquia simples. Um relacionamento é uma hierarquia 709 entrelaçada quando a causalidade flutua de um lado para o outro entre os níveis, ad infinitum. E mais: a eficácia causal dos níveis de uma hierarquia entrelaçada é apenas aparente. A verdadeira eficácia causal está num domínio que transcende a ambos. É isso que acontece num evento de colapso quântico com verdadeira liberdade de escolha. Sempre que temos uma experiência na qual fazemos escolhas, escolhemos entre coisas conhecidas; não temos de fato a liberdade de optar por algo desconhecido. Quando escolhemos algo desconhecido, como numa experiência criativa, nunca sentimos que estamos fazendo escolhas. Chamo esse estado não ordinário do sujeito/self de self quântico (que as tradições chamam de espírito ou estado de superconsciência) em contraste com o ego condicionado, normalmente experimentado. A verdade é que a autêntica escolha é a de uma consciência transcendente - ou, se preferir, Deus. Atingimos a verdadeira liberdade quando adotamos qualquer um dos três aspectos quânticos da causação descendente da escolha - descontinuidade, não localidade e hierarquia entrelaçada. Praticamos o primeiro na criatividade, o segundo no desenvolvimento da consciência social e o terceiro nos relacionamentos íntimos. Tudo isso envolve não apenas o que nos é interno, mas também o externo. Assim, como ativistas quânticos, não saímos do mundo; nós vivemos o mundo. Combinamos pensamento correto com vida correta. Agimos conforme falamos. Fazemos viagens frequentes ate o sutil. ● Viver corretamente Pensar corretamente proporciona o contexto, e viver corretamente - pondo em prática nosso discurso - oferece o ângulo transformador para um ativista quântico. A questão de vivermos corretamente tem dois aspectos. O primeiro está relacionado com a 710 escolha pessoal de cada um em viver corretamente. Seu modo de vida deve propiciar sua própria jornada pessoal de criatividade e transformação; deve proporcionar a pessoa mais tempo para relaxar e apenas ser, por exemplo. Este é o aspecto que as tradições espirituais convencionais, especialmente o budismo, enfatizam. O segundo aspecto da vida correta é mais parecido com o ativismo convencional, pois tentamos mudar nossas instituições sociais para fazer com que acompanhem nossa jornada evolucionária. É fato que, através de boa parte de nossa história após a revolução agrícola, estabelecemos hierarquias simples tão fortes que a maior parte da humanidade foi impedida de explorar significado e valores. No século 18, com o advento do capitalismo, da democracia e da educação liberal, as coisas mudaram um pouco. Essas instituições levaram ao desenvolvimento de uma classe média cuja prerrogativa é a exploração do significado. As coisas mudaram novamente no século 20, na década de 1950, quando o materialismo científico começou a ganhar forças. Uma moléstia pós-moderna tomou conta da psique coletiva da humanidade, com o que virou moda a desconstrução de nossos grandes ideais. Em trinta anos, por volta da década de 1980, a classe media norte-americana já estava encolhendo, mas só recentemente é que nos demos conta disso. Coincidentemente, estamos vivendo o processo de criação de um novo paradigma na ciência, que promete devolver o significado e os valores à nossa visão de mundo. A jornada evolucionária que agora conduz as pessoas à exploração do significado pode recomeçar. Isso exige uma revisão de nossas instituições sociais. Além disso, as metas materialistas criaram condições de crise, uma conjuntura difícil cuja solução também exige uma nova leitura de nossos sistemas sociais. E esta revisão, que visa favorecer a exploração de significados e valores, é uma meta importante do ativismo quântico. Participar desse processo, para o ativista quântico, é um ideal, um exemplo daquilo que o Bhagavad Gita chamou de carma yoga - a transformação pela ação social. 711 712 PARTE III: CONCLUSÃO 713 714 Nestas considerações finais se inicia com o cálculo da distribuição do número de páginas do livro (752) com suas respectivas percentagens não tanto rigorosas. O livro é dividido em três partes: Introdução (236; 31,4%); Desenvolvimento (424; 56,4%) e Conclusão (10; 1,3%). Os demais integrantes Capa, Prefácio, Apresentação, Índice Remissivo e Índice Detalhado (82; 10,9%). Os tópicos das duas primeiras partes: Introdução: Espiritualista (28; 3,7%); Física (40; 5,3%); Física Clássica (168; 22,3%). Desenvolvimento: Física Moderna (166, 22,1%); Ponte entre a Física e a Espiritualidade (44; 5,8%); Ciência Espiritualista (212; 28,2%). [Física Moderna: Física de Partículas (30; 4,0%), Física Relativística (54; 7,2%) e Física Quântica (82; 10,1%)] Pela ordem das partes [inclusive os demais integrantes] referentes ao número de páginas empregadas foram: Desenvolvimento (422); Introdução (238); demais integrantes (82); Conclusão (10). Pela ordem dos tópicos: Ciência Espiritualista (212); Física Clássica (170); Física Moderna (166); Ponte entre a Física e a Espiritualidade (44); Física (40); Espiritualista (26); Conclusão (10). [Física Moderna: Física Quântica (82), Física Relativística (54); Física de Partículas (30)]. Pondera-se que ao se aperfeiçoar este livro haja uma diminuição no número de páginas, bem como uma reordenação dos tópicos com a seguinte redistribuição das percentagens: Desenvolvimento (56,4% para 70%): Física Moderna (22,1% para 30%); Ciência Espiritualista (28,2% para 30%); Ponte entre a Física e a Espiritualidade (5,8% para 10%). [Física Moderna: Física Quântica (10,1% para 15%), Física Relativística (7,2% para 10%) e Física de Partículas (4,0% para 5%). Introdução (31,4% para 20%): Física Clássica (22,3% para 10%); Física (5,3% para 5%); Espiritualista (3,7% para 5%). 715 Conclusão (1,3% para 2%). Os demais integrantes (10,9% para 8%). Com os aumentos significativos da “Física Moderna” e “Ponte entre a Física e a Espiritualidade” em relação a “Ciência Espiritualista” se acredita embasar melhor esta nova ciência, e assim evitar que a utilizem para especulações excessivas. Para isso se teve que dar uma subtração expressiva na Introdução, explicitamente na Física Clássica. Nas considerações finais se remete agora a Apresentação com seus tópicos: Definição, Objetivos, Conteúdos, Tema e Bibliografia. Nos dois primeiros tópicos – Definição e Objetivos - se avalia ter colaborado na execução de dois propósitos: 1º propósito - constituir crescimento no conhecimento sobre Física Moderna e Ciência Espiritualista ao ter realizado essa dissertação sobre este tema, elaborada por um estudo que serve para repetir resumidamente o que consta em base bibliográfica em relação ao assunto desta monografia, destacadamente as obras de Laércio Fonseca e Amit Goswami. Laércio Fonseca participa mais do que na Física Moderna e Ciência Espiritualista porque ele aborda também a Física Clássica necessária ao tema, bem como trata significativamente da Ponte entre a Física e a Espiritualidade. Na ponte ele cria dois modelos quânticos fundamentados no campo de energia oscilante: um para a matéria e outro para a consciência. Na matéria quântica se possibilita uma noção mais consistente sobre múltiplos universos com: distribuição das matérias dos planos espirituais nas formações de estrelas e planetas; a matéria dos orbes astrais e espirituais ao redor da Terra; teoria da unidade cósmica da matéria. Na consciência quântica se viabiliza uma ideia quântica de Deus e proporciona uma explicação da iluminação dos orientais. 716 Na ciência espiritualista ele cuida da: projeção astral; médiuns e paranormais; vida fora da matéria e planos astrais à luz; projeto Terra; Deus; quem somos nós e o segredo. Amit Goswami não participa da Física Clássica e nem contribui claramente na ponte. Na ciência espiritualista toca nos assuntos: O universo autoconsciente: como a consciência cria o mundo material; Um guia para a iluminação por um físico quântico; a explicação científica para a reencarnação, a imortalidade e a experiência de quasemorte; orientações de um físico para saúde e cura; evidências científicas da existência divina; uma resposta para as limitações da teoria de Darwin; visão quântica para a expansão do potencial criativo; uma breve introdução ao ativismo quântico. 2º propósito - favorecer uma elaboração sobre Física Moderna e Ciência Espiritualista considerando os ensinamentos do Messias Meishu-Sama – Fundador e Mestre da Messiânica - ao se ter inserido trechos destes em quase todos os tópicos desta monografia conforme descrição a seguir. No Prefácio, o Messias parece profetizar a relação entre a física e a espiritualidade “Vai chegar, porém, um dia em que deverá ocorrer o cruzamento dessas duas linhas, a vertical e a horizontal, determinando a fusão da espiritualidade oriental com o materialismo ocidental. Como resultado desse entrelaçamento, surgirá uma nova cultura, perfeita, completa, superior.” Esse dia teria chegado com as obras de Laércio Fonseca e Amit Goswami. Além disso, no que se pretende com este trabalho, leva-se em conta a orientação de Meishu-Sama: “(...) pendurar a escada do Céu até o Inferno e estender as mãos para puxar o homem, degrau por degrau.”, Na parte I – Introdução. Espiritualista, o Fundador e Mestre da Messiânica conceitua espírito como energia, algo plasmático dividido em diversos níveis cuja parte fundamental é a “Luz”, onde no caso da Luz do Sol são as manchas solares. 717 Física, o Fundador da Messiânica atenta que o significado da física deve observar que tudo tem matéria e espírito, em particular a natureza. Deste modo, se pode imaginar uma física espiritual, já que física tem como objeto a natureza. Física Clássica, o Mestre da Messiânica parece achar que nas definições e conceitos desta ciência exata se deve cogitar dos seus ensinamentos intitulados: A respeito do ateísmo, Constituição do Mundo Espiritual (estruturado em três planos segundo a intensidade da luz, calor e movimento), O poder da natureza, Elo espiritual, Obediência ao caminho perfeito, Filosofia da intuição, Novamente a respeito de Bérgson. Na parte II – Desenvolvimento. Física de Partículas, o Fundador talvez possibilite que se cuide na matéria de duas coisas: física quântica como ponte para ciência espiritualista; os elementos fogo, água e terra (aparentemente apenas um retorno à constituição da matéria por volta do século V a.C., na Grécia com o filósofo grego Empédocles que estabeleceu a “Teoria dos Quatro Elementos Imutáveis” onde acreditava que toda matéria era constituída por quatro elementos: água, terra, fogo e ar, aliados às quatro qualidades: quente, frio, seco e úmido: tudo na natureza seria formado pela combinação desses quatro elementos, em diferentes proporções.) Física Relativística, o Mestre contempla que olhar para dentro de nós passa por descobrir que a causa de tudo está em nós mesmos, como na luta interior entre a virtude e a vileza. Física Quântica, o Messias Meishu-Sama leva em conta diversos tópicos. “Mecânica quântica” no ponto relativo ao “papel do observador e primeiro passo para consciência e espírito” ele parece concordar ao declarar que não adianta apenas acreditar em algo é preciso sabedoria, ser um homem despertado, que já trabalha num certo nível de consciência. “Inseparabilidade quântica” no ponto sobre “troca de informações sem nenhum sinal trocado”, ele também examina a teoria de Darwin e concebe o conceito de elo espiritual dizendo que: a Terra mantém o equilíbrio 718 no espaço graças aos elos espirituais dos astros ao seu redor, que a atraem; não é absurdo dizer que o homem se mantém vivo [e evoluído] graças aos elos espirituais. Ponte entre a Física e a Espiritualidade, o Messias no tópico “Espectros atômicos nucleares e níveis quânticos nucleares” reputa o mundo da seguinte maneira: o existente no Mundo Material tem correspondente no Mundo Espiritual, bem como este é que faz mover aquele (em outras palavras, tudo que ocorre no Mundo Material tem a sua origem no Mundo Espiritual). No caso particular do homem: o seu corpo espiritual (que está no Mundo Espiritual) precede (como no movimento) o seu corpo material (que está no Mundo Material), e é idêntico a ele (não igual, mas, sim, semelhante), no sentido de terem aparentemente a mesma forma numa relação íntima e indissolúvel [certa união entre as formas espiritual e material], e serem diferente, por não terem o mesmo conteúdo, sendo mais rarefeito ou menos denso. Ciência Espiritualista, também Meishu-Sama se deixa prezar em diversos tópicos, só que não foram expostos neste trabalho por algumas razões. Uma delas é por se tratar de interpretação do autor deste trabalho que caberia para o tópico “Projeção Astral” quando ele escreve: “No sono, a consciência sai do corpo espiritual que permanece acoplado ao corpo material. Porém ela fica ligada pelo fio de prata ao corpo espiritual, não havendo interrupção da mente com o cérebro devido parte da mente ficar no corpo espiritual e ela ser o espírito do cérebro, donde se pode ter desde “maus contatos” e inconsciência, até passando por “contatos de lucidez” e subconsciência.”. Outra não exposta por estar amplamente tratada nos ensinamento do Mestre Meishu-Sama como no tópico “Médiuns e paranormais” onde se têm ensinamentos intitulados “Incorporação”; “Incorporação e encosto”; “Incorporação e encosto de espírito encarnado”. 719 Uma outra pelos mesmos motivos do parágrafo anterior nos tópicos “Projeto Terra” e “Deus” só que tratada indiretamente na sistematização “Filosofia Religiosa do Messias: Deus ao Reino do Céu na Terra” realizada pelo autor deste livro. No tópico “Vida fora da matéria e planos astrais à luz”, mais exatamente no ponto “As cidades astrais e as comunidades astrais” o Fundador corrobora a suposição de tais cidades fora da matéria descrevendo-as na medida em que se sobe para as camadas superiores do paraíso mais bonitas e magníficas elas se apresentam. No último tópico “Quem somos nós e o segredo”, no ponto “Qual o verdadeiro segredo do sucesso?” o Mestre acata a máxima de ouro que a nossa felicidade depende apenas de fazer os outros felizes. Inserem-se também trechos de ensinamentos messiânicos na obra de Amit Goswami. Na Parte 1 “A Integração entre Ciência e Espiritualidade” do livro “O Universo autoconsciente: Como a consciência cria o mundo material” de Goswami, este físico afirma: “Por um lado, recebemos de braços abertos os benefícios gerados por uma ciência que assume a visão mundial materialista. Por outro, essa visão, predominante, não consegue corresponder as nossas intuições sobre o significado da vida.” Por outro lado, anos atrás, o Fundador e Mestre da Messiânica já havia prestado atenção nessa consideração: “O mundo inteiro fica deslumbrado com o avanço científico [materialista] e a humanidade, em vez de pegar um caminho de buscas mais profundas, preferiu ficar no palpável, achando-o incomparavelmente melhor para a criação de uma vida de felicidade plena. (...) A moral e a ética caíram num nível tal de degradação, que levaram o homem a tornar-se escravo da ciência materialista. Como se pode observar, nos dias de hoje, em lugar de dominar a ciência [materialista], o ser humano é governado por ela. Daí a razão de a sociedade estar a um passo da maior conturbação mundial, colocando em perigo o seu próprio futuro. (...) Tudo isso está acontecendo porque a humanidade se 720 desviou de seu objetivo principal, qual seja a busca do bem através do aprimoramento do espírito.” Nos Conteúdos se sugere que se debruce com mais intensidade e aprofundamento na obra de Amit Goswami. Pois, não foi possível fazê-lo por já se estar com quase 600 páginas desta monografia quando se iria escrever sobre esta obra. Assim, se ficou muito na descrição com pouca apreciação. No entanto, embora com toda a superficialidade exposta sujeito ao risco do achismo, mas, sem muito medo de errar, registra-se uma apreciação, ou melhor, uma impressão: a suspeita de haver muita ligação das diversas áreas de conhecimento sob a iluminação da física quântica movida pela intuição sociológica. Ou seja, ditada pela capacidade de perceber, discernir ou pressentir uma explicação independente de qualquer raciocínio ou análise, sendo responsável pela elaboração de hipóteses que posteriormente poderão ser comprovadas ou não. Ou ainda, sendo insatisfatória como fonte de conhecimento pela dificuldade de ser testada. Algo semelhante à obra de Jean Piaget focada na psicologia genética. Também se propõe que se incline com muita dedicação nos ensinamentos do Messias a fim de se poder elaborar um livro sobre Física Moderna e Ciência Espiritualista segundo tais orientações. Pois, talvez este possa ajudar na necessidade já expressa por Meishu-Sama: “(...) atualmente se está quase prestes a entrar no mundo do infinito. A palavra espírito, muito empregada ultimamente, deve estar indicando esse mundo.” “(...) a partir de agora, não vai ser nada fácil à exposição mais detalhada de seus conceitos. Faltam-me termos mais apropriados, justamente por ainda não ter sido estabelecido um tratado específico sobre o assunto, o que me leva a poder explicá-lo só até certo ponto, porque não disponho de outras palavras para levá-lo adiante.” 721 E a ajuda pode vir, por exemplo, de um salto quântico celestial: “(...) não podemos deixar de admitir que no doravante mundo, será extremamente difícil à Ciência, à Filosofia ou mesmo às Religiões tradicionais alcançarem maior progresso. Nesse sentido, significa que, finalmente chegou o momento de manifestação do "X" que transcende o nível da cultura atual. Com o grande salto do “X” a atual civilização que se encontra num beco sem saída, poderá ultrapassar essa grande crise e criar uma nova e surpreendente Civilização e essa é a minha missão.” Indica-se que as palavras aqui empregadas, quando relevantes e possíveis, sejam devidamente conceituadas. No Tema se levam em conta ideias de Meishu-Sama nos elementos textuais: ciência espiritualista com a descrição da doutrina messiânica; importância com o realce da predominância da ciência espiritualista sobre a ciência materialista; vertentes essenciais com a assinalação de que são a religião, filosofia e ciência, e a posição entre elas. Na Bibliografia se recomenda uma busca mais exaustiva sobre o tema. O que não ocorreu devido à pretensão de recomeçar em março de 2013 o curso “Física Moderna e Ciência Espiritualista” iniciado no segundo semestre de 2012, com este trabalho como livro texto. Um ano após, esta segunda edição de 12 de setembro de 2013, que alterou o próprio título para “Por uma Física Moderna e Ciência Espiritualista”, não fez mudanças profundas. Ela, apenas corrigiu erros, precisou ou complementou algumas ideias como o escrito “Cérebro, mente e consciência” e elaborou um índice remissivo que deve ser melhorado, por exemplo, a palavra “corpo” ser subdividido, pois dele se fala desde algo microscópico como celestial, até um pedaço de carne como um corpo espiritual. Desta maneira, o autor deixa claro que este livro pretende ser algo somente em prol, a favor, uma iniciação a uma ciência espiritualista. 722 ÍNDICE REMISSIVO A A Física da alma: A explicação científica para a reencarnação, a imortalidade e a experiência de quase-morte, 651 A interpretação de Born para a função de onda, 443 A janela visionária: Um guia para a iluminação por um físico quântico, 645 A ponte entre a ciência e a religião, 595 A vida nos múltiplos universos, 471 Aceleração, 1010-102, 149, 152-153, 155, 156 Aceleração da gravidade na superfície de qualquer planeta, 195 Adição de velocidade, 140, 347, 348 Adição relativística de velocidades, 14, 333, 347 Amit Goswami, 5-6, 8, 13, 23--25, 31, 48-49, 83, 413, 429, 489, 558, 576, 595-632, 645, 655, 673, 716, 720-721 Anos-luz, 104, 113-114, 124, 321, 354, 473, 513 As cidades astrais e as comunidades astrais, 523, 528, 720 As grandezas físicas do universo de estrelas e galáxias, 543, 546 B Base à Ufologia, 359 Big Bang, 58-60, 64, 114, 309, 311, 332, 424, 489, 572, 683 C Campo, 24, 47, 85, 173, 261-262, 272, 293, 301, 422, 452-455, 460462, 464-465, 467, 475, 484-488, 493-494, 498, 502, 513516, 519, 522-523, 524, 534, 535, 536, 540, 550, 55, 557, 561, 575, 588 Campo condensado, 453 723 Campo de força, 300-301 Campo elétrico, 47, 84, 102, 224, 241-245, 252, 261-262, 267, 270-273, 452, 455 Campo elétrico uniforme, 241, 246 Campo eletromagnético, 261-263, 265-267, 301, 451,-452, 457 Campo energético, 460, 514, 575, 583 Campo gravitacional, 156, 178, 182-183, 194, 241-243, 254, 261-262, 267, 301, 361, 363, 457, 565 Campo gravitacional uniforme, 361 Campo magnético, 64, 84, 245, 247, 251-256, 258-259, 261-262, 265, 267, 269-273, 275, 283, 379, 420, 452, 455 Campo magnético criado por corrente elétrica num fio, 247, 254 Campo magnético criado por um solenoide, 247, 255 Campo oscilante, vibratório, 15, 261-262, 455, 457-458, 461, 484485, 487, 515 Campo quântico ou nuclear, 261, 534, 587 Campo unificado, 361, 447-448, 451 Característica ondulatória do elétron, 395,399 Carga elétrica, 84, 223-224, 226-230, 234, 241, 246, 293-295, 299, 302-303, 311, 436, 449, 452, 544-545 Catástrofe do ultravioleta na radiação do corpo negro, 375 Causalidade, 16-17, 429, 596, 598, 710 Causalidade ascendente, 428, 597, 603, 620 Causalidade descendente, 23, 428, 596-597, 603, 620 Ciência e Espiritualidade: a verdadeira ciência do terceiro milênio, 581 Ciência espiritualista, 7, 10-11, 13-15, 19, 27, 30-31, 70, 312, 629, 715-718, 721-722 Colapso, 45-46, 62, 73, 393, 417, 489, 534, 576, 598-599, 602, 613, 616, 635, 647, 652, 688, 709 Colapso da função de onda de possibilidade (probabilidade), 23, 393, 395, 408, 410, 417, 419, 424, 427-428, 445, 489, 575-576, 582, 598, 600, 602, 614, 616, 629, 634, 640, 663, 688, 701, 710, 724, 728, 738 724 Colocações da física quântica para a atuação em nossos dias?, 581 Como Deus atua no mundo?, 563, 567 Como Deus interfere em nossas vidas e em nossos desejos?, 581, 589 Como na verdade o cosmos conspira a favor?, 581, 587 Comprimento, 56, 100-103, 105, 107-113, 122-124, 127, 133-135, 164, 215, 256, 284, 309, 327-328, 344-346, 356-357, 386, 404, 486 Comprimento de onda, 107-111, 122, 214, 217, 219-221, 262-263, 274, 276, 279, 284, 378-379, 397-398, 403, 416, 438, 442-443, 447, 459, 506, 511 Consciência, 5, 15-16, 22-24, 26, 30, 33, 39, 44-48, 56, 68, 72-73, 7779, 83, 268, 285, 395, 409-414, 418, 421, 47-431, 446, 451, 477-482, 84-491, 493-511, 513-519, 521-522, 524, 525, 530, 533-536, 540-541, 50, 552, 555-557, 560-561, 563, 569, 572, 575-579, 581-582, 585-586, 588, 594, 596-603, 606-607, 609, 611-614, 616-617, 620, 623-625, 628-630, 632, 634-642, 645-647, 652, 65-656, 661-662, 664, 666, 668, 670671, 673, 675, 685-690, 692-694, 698-703, 705-710, 716-719 Consciência cósmica, 413, 427-428, 451, 477, 487, 489, 502, 575-577, 579,585, 590, 599, 601-603, 607-608, 612, 614, 623 Conservação da energia, 92, 197, 205-207, 372 Constante de Planck, 15, 106, 279, 287, 295, 375, 380, 382, 386, 389 Contração espacial, 14, 333, 344 Corda estacionária, 397 Cordão de prata e o psicossoma, 501, 507, 509-510, 517 Corpo, 6, 8, 23, 28-30, 40, 55-57, 59, 62, 65, 69-73, 75-79, 89-91, 100-102, 122, 124-125, 127-128, 132-133, 135, 143-144, 149, 151-152, 155-156, 158, 164, 171-173, 176-189, 191-192,194195, 197-205, 207-208, 223-224, 227-237, 239, 241, 250, 252-253, 265-266, 269, 291, 294, 301, 322, 324, 336, 344, 346-347, 351-353, 362-364, 367, 369, 375-379, 383, 387, 725 393, 395, 397, 413, 424, 428, 439, 466, 469, 501, 504, 507512, 517-518, 522, 528, 530, 532, 534, 555, 557, 563-564, 566, 583, 586, 588, 594, 609, 617, 621, 632, 636-637, 647648, 652, 656-659, 663-664, 668, 670, 679, 702, 706-707, 719 Corrente elétrica, 82, 102-103, 224-225, 228, 241, 246-247, 254256, 258-259, 261, 267, 275, 288, 387-388 Criatividade para século 21: Visão quântica para a expansão do potencial criativo, 681 Cura a distância, 513, 656 D Densidade de probabilidade, 393, 395, 405-407, 444, 456 Deus intervêm em nossas vidas e no curso das coisas no universo?, 563, 573 Deus não está morto: Evidências científicas da existência divina, 48, 662 Dilatação temporal, 14, 333, 342-343 Discussão sobre os filmes “Quem somos nós?” e “O segredo”, 581 Distância, 6, 15-17, 20, 32, 46, 102, 105, 109-114, 120, 123-124, 127-128, 133-135, 144, 149-150, 158, 173, 191-193, 196, 214, 220, 239, 240, 254, 261, 265, 268, 277, 286-288, 321, 324, 327, 340-341, 359, 367, 370, 373, 403, 420-421, 426, 434, 436-437, 447-448, 472-473, 475, 479-481, 513-515, 519, 565, 635, 656 Distribuição das matérias dos planos espirituais nas formações de estrelas e planetas, 469, 716 Dualidade, 569, 639 Dualidade partícula-onda (ou onda-partícula), 15, 390, 395-396, 393, 414, 633, 675 726 E Efeito fotoelétrico, 303, 365, 375, 387-391, 393 Elétron, 17, 29, 38, 59-60, 93, 95, 107,