Hidrologia Medição de Vazão Carlos Ruberto Fragoso Jr. Marllus Gustavo F. P. das Neves CTEC - UFAL Como se mede as vazões? • Medição Volumétrica – Conceito de que vazão = V/ t – Marca-se o tempo para preencher um volume conhecido – Aplicável para pequenas vazões – Aplicável onde a água pode ser recolhida Medindo o escoamento Vazão = velocidade x área Molinete Pequenos rios Vazão x velocidade Pequenos rios Vazão x velocidade Rios maiores Medição embarcada Medição a partir de cabos Medição a partir de pontes Medindo o escoamento Medindo velocidade Medir vazão = equipamento e pessoal = $ Molinetes Molinetes Medição com Molinete • Medição à Vau - Para pequenas profundidades ( ~ 1.20 m) - Para pequenas vazões - molinete preso à uma haste Molinete preso à haste ( medição a vau) Molinete preso à haste (medição a vau) Medição com Molinete • Medição sobre Pontes - Problemas da influências da estrutura - Localização da ponte em boa seção para medição Medição com Molinete sobre Ponte Medição com Molinete • Medição com Barco Fixo É a mais freqüente • Barco fixado a um cabo de aço • Cabo preso nas margens • Posições das verticais medidas no cabo Medição a vau (a) e sobre Barco Fixo (b) e (c) Guincho e Molinetes Medindo o escoamento - A curva chave - Vazão x nível da água Medindo o escoamento Muitas medições de vazão Medindo o escoamento A curva chave Medindo o escoamento Duas vezes por dia (7:00 e 17:00 horas) verifica o nível na régua. No escritório converte em vazão usando a curva chave. Observação contínua Lance de réguas no Rio Inhandava Posto 74320000 - Rio Sargento - Posto Porto Sucuri - Rio Paraguai - Posto Porto da Manga - Rio Paraguai - Posto Fluviométrico Escalas Limnimétricas Posto Fluviográfico Limnígrafos de Bóia Limnígrafos de Bóia Limnígrafos de Bóia Limnígrafo com Tubulão Instalado na Margem do Curso D’Água Limnígrafo com Tubulão Instalado no Curso D’Água Limnígrafo com Tubulão Instalado no Curso D’Água Limnígrafo com registro em papel Limnígrafos com Data Logger Sensor de Nível Posto de Medição de Vazão • Requisitos para uma Boa Seção − Lugar de fácil acesso − Forma regular da seção − Trecho retilíneo − Margem e leito não erodíveis − Velocidade entre 0.2 e 2 m/s − Controle por regime uniforme ou crítico Curva-Chave • Relação biunívoca entre vazão e nível d’água requer: Regime permanente e uniforme ou Regime Crítico Seção Transversal Seção Transversal Seção Transversal Área molhada Seção Transversal Perímetro molhado Seção Transversal Raio Hidráulico = Área/Perímetro Calhas e Vertedores Calhas Parshall Geometria da calha condiciona o escoamento e cria uma passagem por regime supercrítico, de maneira que a vazão pode ser relacionada diretamente ao nível H0. Calha Parshall x Vertedores • Calha Parshall é mais cara e complexa, mas permite medir uma ampla faixa de vazões. • Vertedores criam obstáculos ao fluxo de sedimentos, peixes, etc… Calhas Parshall Geometria da calha condiciona o escoamento e cria uma passagem por regime supercrítico, de maneira que a vazão pode ser relacionada diretamente ao nível H0. Medindo o escoamento - A curva chave - Quantas verticais? Quantos pontos de medição por vertical? Perfil de velocidade Fundo do rio 1 - medindo na superfície (submergir a hélice) Perfil de velocidade P 2 - medindo a 20 % da profundidade total (0,2 x P) Perfil de velocidade P 3 - medindo a 40 % da profundidade total (0,4 x P) Perfil de velocidade P 4 - medindo a 60 % da profundidade total (0,6 x P) Perfil de velocidade P 5 - medindo a 80 % da profundidade total (0,8 x P) Perfil de velocidade média Usar apenas 1 ponto pode significar superestimativa ou Subestimativa. Quantos Pontos por Vertical? • Método detalhado – Muitos pontos em cada vertical • Método simplificado – Apenas dois pontos em cada vertical Recomendações método detalhado Pontos Posição na vertical Velocidade média Profundidad e do rio 1 0,6 P Vm=V(0,6) 0,15 a 0,6 m 2 0,2 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+V(0,8)]/2 0,6 a 1,2 m 3 0,2; 0,6 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+2.V(0,6)+V(0,8)]/4 1,2 a 2,0 m 4 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+2.V(0,4)+2.V(0,6)+V(0,8)]/6 2,0 a 4,0 m 6 Sup; 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e Fundo Vm=[Vs+2(V(0,2)+V(0,4)+V(0,6)+V(0,8))+Vf]/10 > 4,0 m Método Simplificado Pontos Posição na vertical Velocidade média Profundidade do rio 1 0,6 P Vm=V(0,6) < 0,6 m 2 0,2 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+V(0,8)]/2 > 0,6 m Números Verticais Largura do rio (m) Distância entre verticais (m) Número de verticais 3 3a6 6 a 15 15 a 30 0,3 0,5 1 2 10 6 a 12 6 a 15 7 a 15 30 a 50 50 a 80 80 a 150 150 a 250 3 4 6 8 10 a 16 12 a 20 13 a 25 18 a 30 250 12 > 20 Recomendações Hidrometria • Livro Hidrometria Aplicada de Irani dos Santos e outros; LACTEC e CEHPAR (Curitiba) – a Associação Brasileira de Recursos Hídricos tem para vender (http://www.abrh.org.br) • Ter um hidrotécnico na equipe • Não basta medir uma vez ADCP • Medições de vazão usando um aparelho de medição de velocidade por efeito Doppler em ondas acústicas. Princípio ADCP Rio Amazonas ADCP fixo na margem de um canal Problemas da curva chave Problemas da curva chave Poucos Dados Poucos dados Leito móvel Trabalho • Cada um de vocês deverá baixar, através do portal Hidroweb (no mínimo 2 postos fluviométricos). • O programa HIDRO (disponível para download na página da Hidroweb) deverá ser utilizado para gerar a curva-chave dos postos fluviométricos. • Série de vazões diárias, vazões médias mensais, vazão média anual, curva-chave Exercícios • Uma medição de vazão em um pequeno rio apresentou os resultados de hidrometria da tabela abaixo. A última vertical foi medida a 0,5 m da margem (a largura total do rio é de 12 metros). Distância da margem (m) 0,5 1,5 3,5 5,5 7,5 9,5 10,5 11,5 Profundidade (m) 0,5 1,2 2,3 3,0 3,1 2,8 2,0 0,5 Velocidade a 0,2 m (m/s) 0,07 0,10 0,18 0,33 0,40 0,35 0,26 0,10 Velocidade a 0,8 m (m/s) 0,02 0,06 0,10 0,19 0,23 0,19 0,09 0,07 • Calcule a vazão Exercícios Distância da margem (m) Largura da vertical (m) Profundidade (m) Área (m2) Velocidade a 0.2 m (m/s) Velocidade a 0.8 m (m/s) Velocidade média na vertical (m/s) Vazão parcial (m3/s) 0.5 1 0.5 0.5 0.07 0.02 1.5 1.5 1.2 1.8 0.10 0.06 3.5 2 2.3 4.6 0.18 0.10 5.5 2 3 6 0.33 0.19 7.5 2 3.1 6.2 0.40 0.23 9.5 1.5 2.8 4.2 0.35 0.19 10.5 1 2 2 0.26 0.09 11.5 1 0.5 0.5 0.10 0.07 0.05 0.08 0.14 0.26 0.32 0.27 0.18 0.09 0.023 0.144 0.644 1.560 1.953 1.134 0.350 0.043 Vazão = 5,85 m3/s Total 12 25.8 5.85 Exercícios Foi realizada a medição de vazão em um rio conforme o desenho abaixo, onde cada quadrado tem 3 metros na horizontal e 1 metro na vertical. Foi realizada apenas uma medição de velocidade por vertical com os valores observados indicados no desenho. 0,1 m/s 0,1 m/s 15 m 0,7 m/s 0,9 m/s 0,6 m/s 120 m • O método simplificado, com apenas 1 medição por vertical é adequado para este rio? • O número de verticais é suficiente de acordo com as recomendações? • Qual é a vazão medida? Cota (m) 1.98 1.28 1.33 2.41 2.82 1.55 5.21 3.23 1.60 1.42 4.10 3.32 1.54 1.32 1.22 2.45 4.99 2.07 1.91 1.39 1.32 1.70 4.43 5.56 1.30 2.87 1.87 2.09 2.20 1.40 1.81 Vazão (m3/s) 3.11 0.37 0.63 6.12 6.28 0.93 42.18 15.58 1.08 1.00 22.80 10.32 1.10 0.38 0.22 6.60 32.91 2.63 3.40 0.87 0.41 2.16 30.77 34.31 0.45 6.20 2.33 3.46 2.85 0.84 2.87 • Durante 3 anos foram realizadas medições de vazão em um pequeno arroio, com os resultados resumidos na tabela abaixo. Defina uma curva chave do tipo Q= a(h-h0)b ou do tipo Q = a + bh + ch2 para estes dados. • Qual é a vazão que corresponde a h=4m? • Considere o trecho de rio do desenho abaixo. Qual é o local mais aconselhável para medir vazão? Rápidos 100.00 Q = 0.6536h2.8507 R2 = 0.9731 90.00 . 80.00 Vazão (m3/s) 70.00 60.00 50.00 Vazão (m3/s) 40.00 30.00 20.00 10.00 0.00 0.00 2.00 4.00 Cota (m) 6.00 8.00 Um relatório técnico é apresentado a você com a seguinte curva chave do rio das Lontras, no planalto do RS, num local em que a área da bacia é de 2500 km2. Critique a curva chave.